UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
PRO-REITORIA DE POS-GRADUAltAO PESaUISA E EXTENSAO
CURSO DE POS-GRADUAltAO EM PSICOPEDAGOGIA
A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
CURITIBA
2005
DENISE CRISTINA ANDREASSY SILVA
A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao Curso de POS-Graduavao em Psicopedagogia Selar deCiencias Humanas da Pr6-Reitoria de P6s-GraduayBo Pesquisa e Extensao da UTPcomo requisito parcial a oblen~o do titulo deEspeciatista em Psicopedagogia
ProF Orientadora Laura Bianca Monti
SUMARIO
RESUMO
INTRODUCAO
1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
03
2 DIFICULDADES DE AUDIBILIZACAO
04
05
14
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 15
211 0 Processamento Auditivo 17
3 CONSEQOENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL
4 A INTERVENCAO DA PSICOPEDAGOGIA
19
21
CONCLUsAo
REFERENCIAS
33
35
RESUMO
A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm
PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao
INTRODUCAO
o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem
que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva
Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0
processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento
auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a
escrever au de retardar esse aprendizado
Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de
revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de
autores balizados na eieneia
Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de
aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de
desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz
referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes
Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias
de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do
problema principalmente sobre sua origem
Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita
ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar
seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer
serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~
Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe
multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos
fonoaudi61ogos e psicopedagos
1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de
aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on
Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz
Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)
As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios
fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e
social
De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir
desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou
de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar
problemas para a aprendizagem da crianca
No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e
hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido
nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia
Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
DENISE CRISTINA ANDREASSY SILVA
A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E
AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao Curso de POS-Graduavao em Psicopedagogia Selar deCiencias Humanas da Pr6-Reitoria de P6s-GraduayBo Pesquisa e Extensao da UTPcomo requisito parcial a oblen~o do titulo deEspeciatista em Psicopedagogia
ProF Orientadora Laura Bianca Monti
SUMARIO
RESUMO
INTRODUCAO
1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
03
2 DIFICULDADES DE AUDIBILIZACAO
04
05
14
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 15
211 0 Processamento Auditivo 17
3 CONSEQOENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL
4 A INTERVENCAO DA PSICOPEDAGOGIA
19
21
CONCLUsAo
REFERENCIAS
33
35
RESUMO
A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm
PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao
INTRODUCAO
o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem
que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva
Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0
processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento
auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a
escrever au de retardar esse aprendizado
Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de
revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de
autores balizados na eieneia
Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de
aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de
desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz
referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes
Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias
de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do
problema principalmente sobre sua origem
Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita
ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar
seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer
serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~
Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe
multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos
fonoaudi61ogos e psicopedagos
1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de
aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on
Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz
Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)
As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios
fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e
social
De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir
desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou
de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar
problemas para a aprendizagem da crianca
No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e
hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido
nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia
Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
SUMARIO
RESUMO
INTRODUCAO
1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
03
2 DIFICULDADES DE AUDIBILIZACAO
04
05
14
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 15
211 0 Processamento Auditivo 17
3 CONSEQOENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL
4 A INTERVENCAO DA PSICOPEDAGOGIA
19
21
CONCLUsAo
REFERENCIAS
33
35
RESUMO
A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm
PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao
INTRODUCAO
o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem
que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva
Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0
processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento
auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a
escrever au de retardar esse aprendizado
Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de
revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de
autores balizados na eieneia
Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de
aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de
desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz
referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes
Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias
de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do
problema principalmente sobre sua origem
Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita
ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar
seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer
serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~
Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe
multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos
fonoaudi61ogos e psicopedagos
1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de
aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on
Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz
Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)
As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios
fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e
social
De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir
desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou
de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar
problemas para a aprendizagem da crianca
No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e
hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido
nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia
Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
RESUMO
A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm
PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao
INTRODUCAO
o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem
que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva
Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0
processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento
auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a
escrever au de retardar esse aprendizado
Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de
revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de
autores balizados na eieneia
Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de
aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de
desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz
referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes
Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias
de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do
problema principalmente sobre sua origem
Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita
ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar
seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer
serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~
Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe
multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos
fonoaudi61ogos e psicopedagos
1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de
aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on
Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz
Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)
As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios
fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e
social
De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir
desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou
de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar
problemas para a aprendizagem da crianca
No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e
hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido
nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia
Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
INTRODUCAO
o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem
que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva
Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0
processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento
auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a
escrever au de retardar esse aprendizado
Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de
revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de
autores balizados na eieneia
Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de
aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de
desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz
referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes
Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias
de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do
problema principalmente sobre sua origem
Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita
ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar
seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer
serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~
Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe
multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos
fonoaudi61ogos e psicopedagos
1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de
aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on
Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz
Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)
As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios
fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e
social
De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir
desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou
de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar
problemas para a aprendizagem da crianca
No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e
hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido
nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia
Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de
aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on
Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz
Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)
As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios
fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e
social
De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir
desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou
de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar
problemas para a aprendizagem da crianca
No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e
hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido
nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia
Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
06
Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral
Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus
impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta
incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e
nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade
A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva
desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna
relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de
grupo
Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao
rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria
das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz
problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor
e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode
agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela
entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor
Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria
das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor
tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno
ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente
Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a
construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya
seja encaminhada para intervenyc3o
Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade
pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse
problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na
utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a
na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna
questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for
modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as
outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o
orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
07
importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente
(Vayer 1984)
Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos
sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0
desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel
fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos
das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto
Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de
aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550
pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar
em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento
Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser
minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos
socializadores no que 0 professor tem papel fundamental
Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades
de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem
esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se
nao amar A esse respeito diz 0 autor
aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia
Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no
processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos
indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se
uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua
inteligemcia
A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da
atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem
diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
08
pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn
componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da
personal ida de
Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em
inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do
individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0
nascimento ate a morte
Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola
Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e
sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento
escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das
propostas educacionais
Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0
enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual
pode nao corresponder a realidade
A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn
torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de
educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta
pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta
preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn
segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao
comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem
Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos
internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades
apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da
leituraescrita e da matematica
Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern
pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a
aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como
erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize
corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
09
nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-
comunic8cao da mensagem
Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia
au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em
geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita
Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na
capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e
pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros
ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao
eserita (Seoz 2002 p51)
No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita
a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente
para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e
relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da
aprendizagem
Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios
diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana
de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento
especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar
comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por
extenso
De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na
capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de
gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e
complicac6es na caligrafia
o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno
ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco
se sa be sobre seu prognostico em longo prazo
Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade
de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de
vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao
conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse
problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
10
verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u
pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q
Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao
caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras
escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos
motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem
as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e
da escrita
Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a
incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas
comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da
[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do
inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via
de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes
Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda
da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por
meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos
uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade
dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da
integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma
dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam
deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade
gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a
ausencia da fala (Geber 1996 p 19)
Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem
da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo
com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem
sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca
compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem
da leitura e da escrita
Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia
caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
11
na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com
origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino
fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue
posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A
criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que
emite as paJavras
Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da
dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando
a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade
decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As
causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em
perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da
leitura
Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a
dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou
ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais
acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as
quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias
A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es
musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria
ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista
Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes
componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e
diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas
laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos
palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior
e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca
A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do
padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide
labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8
incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
12
muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas
do mutismo (Grassi 2004 p 33)
A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da
Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como
contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas
habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-
S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como
disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva
Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios
tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo
concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD
Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas
socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor
nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de
todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8
Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no
desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio
sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados
importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita
De acordo com Pain (1985 p 18)
loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento
Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura
au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos
ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa
forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)
Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes
populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos
meios populares
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
13
as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao
o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas
de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um
enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0
seu processo de aprendizagem
Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao
seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de
competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz
2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es
suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e
encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem
dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais
atencao uma atencao que nao tem em casa
Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como
mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem
maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar
com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos
Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem
veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)
Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de
dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais
especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos
~- i )
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo
Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da
aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de
comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os
problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas
auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar
Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do
qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da
fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na
ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar
sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e
mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a
discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera
dificullada
Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de
audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa
que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A
perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com
dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)
Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende
de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do
processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura
podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao
Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto
nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de
discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve
sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata
em vez de jato cola em vez de gola
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
15
Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e
neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis
embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a
crian98 aD profissional competente
Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-
aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~
21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central
(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com
Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0
componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode
conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente
sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em
impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0
componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a
resposta
Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento
auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a
capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80
sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando
a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au
curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os
estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)
reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado
ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes
e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
16
Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao
situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da
pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento
aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em
analisar ou interpretar padroes scnoras
Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)
acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em
urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos
potenciais auditivos evocados
o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da
experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8
aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8
pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for
diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e
um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40
anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria
autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas
comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-
Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como
destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao
conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de
pronuncia
Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou
familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam
mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a
deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-
estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila
As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba
auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz
dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter
relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e
Zitta sir p 1)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
17
De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com
esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em
apresentar discreta perda de audiltao
211 0 Processamento Auditivo
o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque
a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0
sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do
problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as
seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades
fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na
alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura
dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade
au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas
inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0
som
Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita
rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino
Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a
dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
18
consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente
extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de
informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-
aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma
avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem
conseqOencias para a crianC8
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~
central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD
fracasso escolar
E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de
atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao
conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a
estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a
crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara
afelada
As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como
menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo
mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos
Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao
se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos
Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0
ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de
ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as
problemas dos alunos
Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a
motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se
procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a
problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas
oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso
Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo
Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos
sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
20
A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor
expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma
experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de
relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen
1988 p 357)
A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par
exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos
fatores negativos durante muito tempo
Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam
dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a
aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus
estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-
o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas
antes que se comprometa a futuro desse aluno
De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e
os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de
ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de
diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da
psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas
de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento
da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA
A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor
compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar
o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao
ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir
uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do
psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI
1996 p 201)
Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um
mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue
entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que
nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria
crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto
nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por
meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento
escolar
Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo
alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios
te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara
problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara
o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para
detectar prevenir ou rernediar os problemas
No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de
profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do
otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De
acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside
principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como
contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de
)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
22
desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global
do ser humano
No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn
problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e
portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao
Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe
multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no
fonoaudi610go e no psicopedagogo
Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea
o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as
potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se
tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para
Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na
educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0
professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e
praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem
Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que
urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)
A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
23
Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de
aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0
psicopedagogo
Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto
seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0
trabalho desenvolvido pelo professor compreende
~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do
educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor
diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas
individuais dos alunos
relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno
participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as
atividades de carater pedag6gico
Ao medico cabera
diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude
capazes de inferir no desenvolvimento global do educando
- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou
adequar a tratamento
buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos
outros profissionais da equipe
prescrever a terapia cabfvel a cada caso
gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis
alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado
Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos
No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area
amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas
fungoes basicas sao
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
24
- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos
para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas
caracteristicas educacionais
fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do
processo educacional as necessidades do educando em suas
diversas fases do desenvolvimento
- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a
adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar
modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta
r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e
suas familias
orientar as pais visando uma melhor compreensao das
potencialidades e dificuldades dos educandos
participar de reuni6es de equipe
fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica
format iva e somativa do aluno
- sugerir mudan9as quando necessarias
realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s
especializados
Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central
faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar
padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca
de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma
Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado
ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de
churrasca e assim por diante
Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na
realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da
avalia980 0 procedimento sera
1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
25
2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita
3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles
4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)
Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do
padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento
auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de
linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de
fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste
Dic6tico de Digitos
A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de
Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -
Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru
Teste de Fala e ruida
o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal
Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos
em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500
1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que
normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam
cursar com IPRF baixas
bull Teste de Fala Filtrada
A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de
frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um
dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia
Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do
Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
26
monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do
lobo temporal
Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e
Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa
de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma
freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na
freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o
progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias
scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB
As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma
monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz
o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0
desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$
resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao
a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte
realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz
alta a que ele escutou)
bull Fusao binaural
As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a
localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na
presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos
estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao
particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia
A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada
as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao
de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal
a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
27
dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os
sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais
S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e
portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL
A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da
habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas
trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a
perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas
Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt
Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de
aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua
portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao
sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central
o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve
as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)
Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as
informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga
apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao
binaural
Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de
terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do
Brasil
o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de
pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares
tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a
nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)
de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem
(SM)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
28
bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW
o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros
procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern
sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos
o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em
Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues
brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou
vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma
lista composta por palavras espondaicas
o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades
auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons
verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala
o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto
par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando
160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada
orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba
da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas
simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes
situa90es para cada item
a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita
sem mensa gem competitiva contralateral
b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com
simultanea competi98o na orelha esquerda
c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda
com simultanea competi98o na orelha direita
d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha
esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral
Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as
orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
29
de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda
os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC
A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste
aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0
teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au
seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias
de 05 1 e 2 kHz
Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir
duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em
seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio
do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres
primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta
a ser realizada
Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada
uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como
erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras
Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern
como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e
Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e
qualitativos respectivamente
Teste Dicotico de Digitos
Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a
habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e
identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de
Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha
separadamente
o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes
apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
30
o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como
referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista
dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo
constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os
quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa
Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A
ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20
pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que
e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja
dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de
digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente
da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez
sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a
125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha
direita e orelha esquerda
Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais
Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do
tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central
Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da
escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de
aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor
preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A
segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo
profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas
como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente
De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de
desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos
pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e
por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos
professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas
desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
31
que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as
demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos
a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao
b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar
c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez
d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta
e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)
De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de
aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor
e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro
Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos
paiS e professores
- chamar a crian9a pel a nome
- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as
informa90es em eta pas
- usar palavras chaves primeiro depois antes agora
- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa
ampliar 0 vocabulario
- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar
atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a
crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos
sonoros competitivos
- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e
visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya
- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que
foi falado
- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
32
- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente
lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a
uvisualizar as situac6es
- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido
respeitando a sequencia dos fatos
- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado
- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se
passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33
carteiras)
- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente
quando for ensjnar centelides novas
- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades
que devem ser realizadas pela crianca
- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer
escrevendo-as no quadro-negro
- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada
para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar
que 0 aluno esta compreendendo as informayoes
- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a
clareza da fala
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
CONCLUSAo
o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as
dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que
acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-
aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em
seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao
tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~
central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem
diagnosticadas em tempo hltibil
Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn
diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8
pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu
ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social
o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na
falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser
percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de
estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse
sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e
mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas
Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia
do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus
frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita
Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar
problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0
desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-
se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a
personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu
processo natural de evoluyao e transformayao
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
34
E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0
problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit
A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois
cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que
voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento
Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da
alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita
em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8
esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar
quando detectar problemas
As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a
aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento
diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse
comportamento
Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta
profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no
desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso
faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e
melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da
crainca
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
REFERENCIAS
AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003
ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)
ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95
AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)
BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997
CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210
COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa
DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992
FINI Lucila Drehl Tolame
FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003
FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995
FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000
GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992
MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _
h~cirIs Aoostila
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
36
GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996
GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994
GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004
MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997
MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila
MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15
MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid
MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986
MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972
PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985
PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)
RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20
SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)
37
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)
SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002
SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996
SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)
UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas
VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984
ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40
ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)