38
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA PRO-REITORIA DE POS-GRADUA<;AO. PESaUISA E EXTENSAO CURSO DE POS-GRADUA<;AO EM PSICOPEDAGOGIA A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM CURITIBA 2005

A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-DESORDEM-DO-PROCESSAMENTO... · multidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo, lInt medico,

  • Upload
    trananh

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

PRO-REITORIA DE POS-GRADUAltAO PESaUISA E EXTENSAO

CURSO DE POS-GRADUAltAO EM PSICOPEDAGOGIA

A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

CURITIBA

2005

DENISE CRISTINA ANDREASSY SILVA

A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao Curso de POS-Graduavao em Psicopedagogia Selar deCiencias Humanas da Pr6-Reitoria de P6s-GraduayBo Pesquisa e Extensao da UTPcomo requisito parcial a oblen~o do titulo deEspeciatista em Psicopedagogia

ProF Orientadora Laura Bianca Monti

SUMARIO

RESUMO

INTRODUCAO

1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

03

2 DIFICULDADES DE AUDIBILIZACAO

04

05

14

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 15

211 0 Processamento Auditivo 17

3 CONSEQOENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO

AUDITIVO CENTRAL

4 A INTERVENCAO DA PSICOPEDAGOGIA

19

21

CONCLUsAo

REFERENCIAS

33

35

RESUMO

A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm

PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao

INTRODUCAO

o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem

que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva

Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0

processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento

auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a

escrever au de retardar esse aprendizado

Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de

revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de

autores balizados na eieneia

Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de

aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de

desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz

referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes

Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias

de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do

problema principalmente sobre sua origem

Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita

ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar

seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer

serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~

Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe

multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos

fonoaudi61ogos e psicopedagos

1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de

aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on

Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz

Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)

As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios

fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e

social

De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir

desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou

de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar

problemas para a aprendizagem da crianca

No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e

hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido

nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia

Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

DENISE CRISTINA ANDREASSY SILVA

A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao Curso de POS-Graduavao em Psicopedagogia Selar deCiencias Humanas da Pr6-Reitoria de P6s-GraduayBo Pesquisa e Extensao da UTPcomo requisito parcial a oblen~o do titulo deEspeciatista em Psicopedagogia

ProF Orientadora Laura Bianca Monti

SUMARIO

RESUMO

INTRODUCAO

1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

03

2 DIFICULDADES DE AUDIBILIZACAO

04

05

14

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 15

211 0 Processamento Auditivo 17

3 CONSEQOENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO

AUDITIVO CENTRAL

4 A INTERVENCAO DA PSICOPEDAGOGIA

19

21

CONCLUsAo

REFERENCIAS

33

35

RESUMO

A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm

PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao

INTRODUCAO

o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem

que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva

Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0

processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento

auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a

escrever au de retardar esse aprendizado

Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de

revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de

autores balizados na eieneia

Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de

aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de

desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz

referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes

Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias

de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do

problema principalmente sobre sua origem

Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita

ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar

seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer

serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~

Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe

multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos

fonoaudi61ogos e psicopedagos

1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de

aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on

Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz

Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)

As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios

fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e

social

De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir

desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou

de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar

problemas para a aprendizagem da crianca

No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e

hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido

nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia

Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

SUMARIO

RESUMO

INTRODUCAO

1 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

03

2 DIFICULDADES DE AUDIBILIZACAO

04

05

14

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 15

211 0 Processamento Auditivo 17

3 CONSEQOENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO

AUDITIVO CENTRAL

4 A INTERVENCAO DA PSICOPEDAGOGIA

19

21

CONCLUsAo

REFERENCIAS

33

35

RESUMO

A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm

PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao

INTRODUCAO

o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem

que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva

Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0

processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento

auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a

escrever au de retardar esse aprendizado

Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de

revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de

autores balizados na eieneia

Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de

aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de

desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz

referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes

Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias

de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do

problema principalmente sobre sua origem

Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita

ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar

seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer

serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~

Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe

multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos

fonoaudi61ogos e psicopedagos

1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de

aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on

Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz

Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)

As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios

fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e

social

De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir

desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou

de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar

problemas para a aprendizagem da crianca

No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e

hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido

nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia

Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

RESUMO

A desordem do processamento auditivo central e lim problema que tem afetadocriancas em idade escoiar dificultando a aprendizagem Para falar sabre isso foramutilizados a pesquisa bibliogratica a Internet e artigos em revistas espcciaiizadas naarea as resultados da busca mostraram alunos com dificuldades de escrever parapresenlar problemas gerais de linguagem e problemas de auto-estima pelo fracasso naescola No ent3nto e passivel intervir nesse problema exigindo uma equipemultidisciplinar composta par urn fonoaudi61ogo lInt medico 0 professor limpsic61ogo e 0 psicopedagogo 0 professor desenvolveni seu trabalho na area que Ihe epcrtincnte isto e na area pedagogica ao medico cabc entre outros procedimel1tos 0 deprescrever a tcrapia cabivel 0 psicologo tratara de proceder ao acompanhamento daterapia e preparar 0 aluno para ela 0 psicopedagogo juntamente com 0 fonoaudi61ogosao os responsaveis direlos pela terapia que farit com que 0 aluno ret orne ao seuprocesso normal de ensino-aprendizagcm

PalaVllS chwc dificuldades de aprendizagem desordem de processamento auditivocentral inlerVen((ao

INTRODUCAO

o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem

que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva

Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0

processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento

auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a

escrever au de retardar esse aprendizado

Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de

revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de

autores balizados na eieneia

Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de

aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de

desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz

referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes

Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias

de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do

problema principalmente sobre sua origem

Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita

ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar

seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer

serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~

Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe

multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos

fonoaudi61ogos e psicopedagos

1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de

aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on

Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz

Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)

As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios

fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e

social

De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir

desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou

de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar

problemas para a aprendizagem da crianca

No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e

hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido

nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia

Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

INTRODUCAO

o objetivo desta monografia foi estudar as dificuldades de aprendizagem

que acometem criang8s das primeiras series do ens ina formal notadamente asde origem auditiva

Mais especificamente esta trabalho pretende verificar como S8 da 0

processamento audit iva e como S8 originam as desordens do processamento

auditivo central que acabam par impedir a crianc8 de aprender a rer e a

escrever au de retardar esse aprendizado

Utilizou-se como fonte material escrito em livros e artigos estes de

revistas da area al6m de artigos divulgados pela Internet tad as porem de

autores balizados na eieneia

Para tanto foi preciso retamar as estudos sobre as dificuldades de

aprendizagem reconhecidas como impeditivas do progresso normal de

desenvolvimento da crianga Um dos autores recorrido foi Scoz (2002) que faz

referencia a elas em seus varios aspectos e fatores pertinentes

Quanta a desordem do processamento central auditiv~ as referencias

de Aita et al (2003) e de Chermak e Musiek (sir) tratam especificamente do

problema principalmente sobre sua origem

Este trabalho procura demonstrar que este e um problema que necessita

ser esclarecido para pais e professores para que eles possam encaminhar

seus filhos e alunos para avaliacao auditiva pois a falta de atencao pode trazer

serias conseqOencias para a crianca em seu desenvolvimento cognitiv~

Refere-se ainda a importimcia da intervencao de uma equipe

multidisciplinar composta por professores medicos psic61ogos

fonoaudi61ogos e psicopedagos

1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de

aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on

Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz

Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)

As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios

fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e

social

De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir

desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou

de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar

problemas para a aprendizagem da crianca

No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e

hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido

nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia

Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

1 DlFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Muitos sao as autores que conceituaram as dificuldades de

aprendizagem Urn dos mais atuais conceitos e do National Joint Comittee on

Learning Disabilities (In Ribas-Guimaraes 2000 p 17) que diz

Dificuldade de aprendizagem e urn lerma geral que se refere a urngrupo heterogeneo de ranslomas manifeslados par dificuldadessignificativas na aquisi1ao e usa da escuta fala leitura escritaraciocinio ou habjJjdades maternaticas Estes ranslornas saoinlrinsecos aD individuD supondo-se que sao devido a disfun~ao dosistema nervoSQ central e podem Qcorrer aD 10ngo do cicio vitalPodem existir junto com as dificuldades de aprendizagem problemasnas condulas de automiddotregularao percepyao social e interarao socialmas nao constituem por si pr6prias uma dificuldade de aprendizadoAinda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrerconcomilantemente com outras condiyoes incapacilantes como parexempfo translomos emocionais graves au com influencias extrinsecas(Iais como as diferentas cullurais instrU(~ao inapropriada auinsuficienle) nao sao 0 resultado dessas conditoes au influencias(2000 p 17)

As dificuldades de aprendizagem podem estar relaconadas a varios

fatores podendo manifestar-se nos aspectos orgimico psicol6gico cognitivo e

social

De acordo com Scoz (2002 p 21) as de origem organica podem advir

desde a verminose ate disfunc6es neurol6gicas como problemas de visEio ou

de audicElo As disfunc6es do sistema nervoso tambem podem ocasionar

problemas para a aprendizagem da crianca

No aspecto psicol6gico pode-se citar a defict de atenCElo e

hiperatividade De acordo com 0 DSM-V esse e um fator que pode ser incluido

nos transtornos de inlcio de infancia meninice au adolescencia

Tratamiddotse de um padrao de condula que as crianyas e adoJescentesapresentam em relacao a dificuldade no desenvofvimento darnanutenyao da atent80 contrale de impulsos assim como aregulagem da condula motriz em resposta as demandas da situa9ao(In Garcia 1998 p 74)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

06

Morais (1986 p 77) situa a hiperatividade na Disfun9ao Cerebral

Minima (OeM) produzindo urna incapacidade da crianca em frear seus

impulsos frente aos estimulos ambientais A esse respeito diz 0 autor oesta

incapacidade resulta a fato da crianC8 estar sempre em con stante movimento e

nao conseguir S8 concentrar par muito tempo numa me sma atividade

A crianca assim caracterizada mostra-S8 agitada irrequieta impulsiva

desatenta naD termina 0 que comega carre mais do que and a e tern urna

relagc30 melhor com 0 Dutro quando S8 trata de pessoa individual e nao de

grupo

Criancas hiperativas sofrem porque em determinados momentos sao

rejeitadas sentindo-se diferentes e issa as leva a agredir os Qutros na maioria

das vezes com palavras 0 que as torna ate mesmo indesejaveis Isso traz

problemas de aprendizagem principalmente pela incompreensao do professor

e dos colegas A incapacidade dos professores em lidar com 0 problema pode

agravar 0 fato Conforme Goldstein amp Goldstein (1994 p 106) quando ela

entra na escola ja nao tern a familia para agir como amortecedor

Nao que a professor nao queka ajudar 0 seu aluno 0 que na maioria

das vezes ocorre e mesmo a falta de conhecimento A medida que 0 professor

tern informayoes a respeito do problema ele vai conseguindo ajudar seu aluno

ate mesmo sabendo encaminha-Io ao profissional competente

Se 0 problema for detectado precocemente nao chegara a prejudicar a

construyao do conhecimento da crianya Mas para iSso e preciso que a crianya

seja encaminhada para intervenyc3o

Alem do disturbio de atenao e hiperatividade tambem a lateralidade

pode tornar -se urn aspecto de dificuldades para a aprendizagem Esse

problema e caracterizado pela preferencia sistematizada (direita esquerda) na

utilizaao de certos pares (maos olhos pes) 0 principal problema da crian9a

na escola se da quando a lateralizayao faz-se a esquerda Trata-se de urna

questao neurol6gica Se a orientayao natural do organismo da crianya for

modificada muito provavelmente havera uma desorganizayao de todas as

outras fun90es e a crian9a ficara prejudicada em 890es como percep98o

orientaao ritmo e conseqOentemente a sua linguagem e movimentacao tao

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

07

importantes para que 0 processo ensino-aprendizagem ocorra natural mente

(Vayer 1984)

Mas as problemas de aprendizagem nao sao oriundos apenas dos

sistemas internos tambem as aspectos externos influenciam 0

desenvolvimento cognitiv~ da crian9a Assim a familia desempenha um papel

fundamental na aprendizagem pois e ela que va delinear as padr6es basicos

das relagoes emacionais e do comportamento da criang8 e do futuro adulto

Na maiaria das vezes as criancas que apresentam dificuldade de

aprendizagem sao sensiveis captam a situ8g80 familiar e a explicitam 1550

pode leva-las a optar pela renuncia a curiosidade como forma de evitar entrar

em cantato com segredos frustrac6es e com 0 proprio conhecimento

Os deficits resultantes de uma precaria educ8g80 familiar poderao ser

minimizados e mesmo superados pela atuayao de outros grupos

socializadores no que 0 professor tem papel fundamental

Ainda nesse aspecto a falta de afetividade pode induzir a dificuldades

de aprender De acordo com Sisto (1996 p 27) a questao da aprendizagem

esta intima mente relacionada a afetividade pOis uma crianca nao aprende se

nao amar A esse respeito diz 0 autor

aprendemos com maior rapidez a que gostamos au a que nosinleressa mas de alguma maneira aprendemos e aprendemossempre mesmo quando nao gostamos de tal materia au coisa assimAcredito que 0 ser humano como sendo 0 (jnico animal racional naface da Terra nunca para de aprender e muitas vezes aprende parasua sobrevivencia

Piaget citado por Davis e Oliveira (1992 p 40) compreenderam que no

processo ensino-aprendizagem a afetividade e inteligencia sao aspectos

indissociaveis e influenciados desde cedo pela socializagao Sendo assim se

uma criang8 se sentir abandon ada e sozinha pode nao desenvolver sua

inteligemcia

A afetividade tem uma grande amplitude atingindo um vasto dominio da

atividade pessoal influenciando as emocoes e os sentimentos que reagem

diretamente no humorda pessoa Influi ainda na percepgao na memoria no

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

08

pensamento na vontade e nas a~bes alE~m de apresentar -S8 como urn

componente essencial da harmonia entre as individuos e do equilibrio da

personal ida de

Ela pode traduzir-se em sentimentos duraveis em emoroes subitas em

inclinaroes persistentes au em paixoes tiranizantes que polarizam a vida do

individuo 0 certa porem e que sla acompanha 0 individuo desde 0

nascimento ate a morte

Outro aspecto que pode dificultar a aprendizagem da crian~a e a escola

Deve-s8 sempre pensar que 0 problema muitas vezes naD esta na crianr8 e

sim em seu ambiente escolar Muitas vezes a queixa de mau rendimento

escolar nao expressa urna deficiencia da crianr8 e sim urna inadeqU8raO das

propostas educacionais

Quando urna crian98 nao vai bern na escota e necessario mudar 0

enfoque pOis a justificativa de que se trata de urn fracasso pessoal e individual

pode nao corresponder a realidade

A escola deve apresentar-se como motivacyao para aprender Assirn

torna-se necessario verificar a motivacao e a capacitayao da equipe de

educadores a qualidade da relacyao professor -aluno-familia a proposta

pedagogica e 0 grau de exigencia da escola que muitas vezes esta

preocupada com a competitividade pondo a criatividade de seus alunos em urn

segundo plano A escola deve caracterizar -se como continuacyao da educacyao

comecyada em casa e nao causar rupturas no processo ensino-aprendizagem

Esses os problemas externos ao indivlduo Resta abordar as aspectos

internos entre os quais sobressai-se 0 cognitiv~ no qual as dificuldades

apontarn para os relacionados principal mente com a aprendizagem da

leituraescrita e da matematica

Mesmo sendo oriundo de processos internos 0 aspecto externo tam bern

pode influenciar Um exemplo e a postura do professor que pode bloquear a

aprendizagem da escrita quando simplesmente considerar uma falha como

erro Para Vayer (1984 p 64) nao e significativo que a escola utilize

corretamente 0 termo erro para expressar 0 erro da crianca A falha e uma

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

09

nOC80moral pOlS para a psicolinguistica nao ha erro senaa em funcao de nao-

comunic8cao da mensagem

Deve-se atentar para 0 fato de que uma difieuldade apenas de ortografia

au caligrafia na ausencia de Qutras dificuldades da expressao escrita em

geral nao S8 presta a urn diagnostico de transtorno da expresseo escrita

Neste transtorno geralmente existe uma combinacao de dificuldade na

capacidade de campor textos escritos evidenciada par erros de gramatica e

pontualao dentro das Irases ma organizalao dos paragrafos multiplos erros

ortograficos ou fraca caligrafia na 8usencia de Qutros prejuizos na expressao

eserita (Seoz 2002 p51)

No entanto ausentes Qutros prejuizos mais graves na expresseo escrita

a mera presenC8 de erras de ortografia e caligrafia deficiente nac e suficiente

para identificacao do problema 0 transtorno da expressao escrita e

relativamente raro quando nao assQciadQ a Qutros problemas da

aprendizagem

Os transtornos da expressao escrita de acordo com os criterios

diagnosticos do DSM-IV organizado pela Associacao Psiquiatrica Americana

de autoria de First France e Pincus (2000) referem-se a um comprometimento

especifico e significativ~ no desenvolvimento das habilidades de soletrar

comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por

extenso

De maneira geral e posslvel verificar dificuldades combinadas na

capacidade de composicao de textos escritos que se manifestam em erros de

gramatica e pontuacao desorganizacao textual series de erros de ortografias e

complicac6es na caligrafia

o problema em geral e visivel na segunda serie Tal transtorno

ocasionalmente pode ser vista em criancas mais velhas au em adultos e pouco

se sa be sobre seu prognostico em longo prazo

Conforme Morais (1986 p 89) alguns problemas residem na difieuldade

de discrimina9ao visual sem ser necessaria a existencia de problemas de

vi sao 0 organismo 56 percebe as coisas quando pode discrimina-Ias Nao

conseguindo faz confus6es entre 0 que e e a que con segue ver Esse

problema esta relacionado a semelhanca como par exemplo entre 0 azul e 0

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

10

verde Na escrita pode-s8 perceber a problema quando a crian98 traca 0 u

pelo n 0 b pelo d e 0 p pelo q

Os problemas da leitura sao conhecidos como dislexia e sao

caracterizados par uma dificuldade especifica em compreender palavras

escritas Criang8s com problemas de dislexia nao costumam ter transtornos

motores nem sensoriais mas podem ter problemas psicol6gicos e estes serem

as causas do problema principal ista e 0 atraso na aprendizagem da 1eitura e

da escrita

Ainda que as sintomas de dificuldade da leitura tais como a

incapacidade de distinc3o de letras comuns au de associagao de fonemas

comuns com tetras possam aparecer mesma na pre-escola 0 transtorno da

[eitura dificilmente e identificado antes do final do periodo pre-escolar ou do

inicio da primeira serie [sso se deve a que a instru9ao formal da leitura via

de regra nao e iniciada senao nesse momento na maior parte das vezes

Pode-se identificar os transtornos de leitura como afasia que se refere a perda

da compreensao e do uso dos diferentes simbolos falados ou escritos por

meio dos quais 0 homem se comunica com seus semelhantes que ocorre apos

uma lesao cortical localizada no hemisferio esquerdo apesar da integridade

dos orgaos de emissao e de reCeP9aO que operam essa fun9ao e da

integridade da inteligencia disortografia que se apresenta como uma

dificu[dade de aprendizagem da ortografia em criantas que nao apresentam

deficiencia inte[ectua[ sensorial ou qualquer perturbatao da personalidade

gagueira que se manifesta na articu[a98o das palavras e mutismo que e a

ausencia da fala (Geber 1996 p 19)

Grassi (2004 p 91) traz outros problemas relacionados a aprendizagem

da [eitura e da escrita que estao ligados a problemas de articula9aO De acordo

com Garcia J N (1995 p 31) 0 deficil de articulaltiio lem efeilos que incidem

sobre a compreens8o da linguagem variando entre a pouca

compreensibi[idade ate a sua ausencia total comprometendo a aprendizagem

da leitura e da escrita

Segundo a aulora enlre esses problemas enconlra-se a dislalia

caracterizada pela omissao substituit80 distor98o ou acrescimo de fonemas

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

11

na palavra falada Essas falhas podem estar relacionadas a articulaltao com

origem orgimica como por exemplo defeitos na arcada dentaria labio teporino

fenda palatina e Quiros de origem funcional quando a criang8 nao consegue

posicionar a lingua e as [abios adequadamente na emissao de fonemas A

criang8 que apresenta esse problema procedera a leitura da mesma forma que

emite as paJavras

Outro problema trazido pela reterida autora e a disartria Trata-s8 da

dificuldade para realizar as movimentos necessarios a emissao verbal levando

a crianlt8 a falar de modo jente e arrastado com quebras de sonoridade

decorrente de espasmos musculares disturbios de ritmo e entonaltao As

causas podem estar localizadas em les6es do Sistema Nervo Central ou em

perturba90es musculares no orgao fonoarticulat6rio impedindo-a do ate da

leitura

Problemas vasculares tambem pod em causar disartria Neste caso a

dificuldade de articular as palavras pode ser resultante de paresia paralisia ou

ataxia dos musculos que intervem na articula9ao A perturba9ao e mais

acentuada quando se trata de pronunciar as consoantes labiais e linguais as

quais sao omitidas ao dizer as palavras ou a pessoa titubeia ao pronuncia-Ias

A disartria pode ser classificada de acordo com as disfun90es

musculares que a provocam disartria flacida disartria espastica disartria

ataxica disartria hipercinetica disartria hipocinetica e disartria mista

Sao decorrentes de redu98o aumento ou incordena9ao dos seguintes

componentes funcionais do mecanismo da fala musculos abdominais e

diafragma musculos assos e eartilagens da parede do torax estruturas

laringeas musculos que dao forma a eavidade farfngea rnusculos

palatofaringeos musculos que regulam a parte media da lingua maxilar inferior

e museu los correspondentes musculos utilizados para abrir e fechar a boca

A rinolalia corresponde a uma ressonancia maior ou menor que a do

padrao correto da fala ocasionados por problemas nas vias nasais adenoide

labio leporino ou fissura palatina Se for muito acentuada a fala torna-S8

incompreensivel 0 que faz com que a crianca sinta-se envergonhada pois

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

12

muitas vezes e ridicularizada pelos Qutros Esse problema e uma das causas

do mutismo (Grassi 2004 p 33)

A discauculia e um problema relacionado a aprendizagem da

Matematica mas nao significa ausencia de habilidades basicas como

contagem apresentando-se na forma com que a crianr8 associ a essas

habilidades com 0 mundo que a cerea Pode ser evolutiva par isso apresenta-

S8 tambem em adultos Mas nao e lesional podendo ter varias causas como

disfun9ao cerebral capacidade intelectual limitada pedag6gica e afetiva

Devida a complexidade dos simbolos aritmeticos envolvidos ha varios

tipos de desordens tais como identificacao dos simbolos visuals calculo

concepcao de ideias aspectos verba is e nao verbais e raciocinio 16gieD

Qutros tipos de dificuldades podem estar associ ados a problemas

socia is e sao as de mais dificil solugE3o pois nao dependem nem do professor

nem da equipe profissional que atende ao aluno mas da transformagao de

todo um sistema seja ele familiar ou de estrutura economic8

Vale lembrar aqui a influencia do meio postulada par Vygostky no

desenvolvimento da crian9a A influencia da familia da sociedade do meio

sociocultural contextos escolares e da pr6pria sala de aula sao considerados

importantes para a aprendizagem principal mente da leitura e da escrita

De acordo com Pain (1985 p 18)

loda Iransmissao de cultura supoe uma amostra uma seleyao demodalidade de ayao cujo determinante e a situayao do educando narelayao de produyao junto com outros falores de nacionalidadegeracao profissionalizacao etc de sua famflla e do seu grupo depertencimento

Assim supoem-se que crian9as cujos pais nao tem 0 habito da leitura

au que tem pouca ou nenhuma cultura nao sabem repassar aos filhos

ensinamentos dessa ordem A falta de contato com materia is graficos eapontada como urn obstaculo a aprendizagern da leitura e da escrita Dessa

forma todo a aprendizado ficara par conta da escola (Scoz 2002)

Ao comparar as habitos escolares de crian98s de familias de classes

populares com lamilias de classe media Zago (2000 p 24) constatou que nos

meios populares

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

13

as crianfas no mais freqOente das vezes nao tern seu dia organizadoem torna das atividades escolares com acompanhamenlO regular dosdeveres de casa e outras atividades exlraclasse para reforltar e tamarmais rentavel 0 curricula do aluno conforme estrategias comuns aosestralos medias da populatao

o proprio estigma de miseria influencia no aparecimento de problemas

de aprendizagem Segundo Almeida (2000 p 23) 0 simples fato de nao ter um

enderego como morar em favelas diminui a auto-estima da crianya retraindo 0

seu processo de aprendizagem

Nesse casc 0 trabalho do professor e muito importante devendo dar ao

seu aluno oportunidades de vivenciar 0 prazer gerado pelo sentimento de

competEmcia pessoal e seguranca para veneer desafios intelectuais (Scoz

2002 p 80-81) Muitas vezes professores que nao tem informa~6es

suficientes sobre 0 problema fazem diagn6sticos por sua conta e risco e

encaminham esses alunos para outros profissionais como se tivessem

dificuldades de aprendizagem quando na verdade s6 precisam de mais

atencao uma atencao que nao tem em casa

Ainda segundo essa autora a pobreza costuma aparecer como

mecanismo seletivo na escola pOis via de regra alunos muito pobres tem

maiores limitac6es A precariedade da escola e da equipe profissional em lidar

com esses alunos acaba por fada-Ios ao fracasso escolar desencorajando-os acontinuacao dos estudos

Vale registrar ainda que algumas vezes os problemas de aprendizagem

veem associ ados a alguma deficiencia como a auditiva a visual a mental ou amotora (Ribas-Guimaraes 2000 p 17)

Os problemas aqui expostos sao os mais comuns em se tratando de

dificuldades na aprendizagem A dificuldade de audibilizaCao foco mais

especifico deste trabalho fara parte dos proximos capitulos

~- i )

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

2 DIFICULDADES DE AUDIBILlZAAo

Problemas de audibiliz8C30 costumam apresentar-se como inibidor da

aprendizagem De acordo com Marchiori (2002 p 11) 60 dos problemas de

comunic8cao sao decorrentes de alteracoes auditivas E ainda que os

problemas do ouvido media sao responsaveis pelo grande numero de perdas

auditivas em crianC8s em seu primeiro ana escolar

Segundo Scoz (2002 p 29) a audibilizaao Eo um processo por meio do

qual a cogniy8o auditiva permite a aquisicao e a desenvolvimento correta da

fala da linguagem e mais tarde da leitura As dificuldades encontram-se na

ordem da percepcao auditiva que leva a crian9a a nao conseguir diferenciar

sons e palavras semelhantes implicando na compreensao da linguagem e

mesmo na representayao gn3fica da linguagem Comprometendo a

discriminaC8o dos sons a aprendizagem da linguagem e da escrita sera

dificullada

Qualquer reduao na sensibilidade de audiao Eo consider ada perda de

audilt8o Nao se refere a deficiencia auditiva po is esta refere-se a pessoa

que possui uma perda maior au menor na percepqao norma dos sons A

perda audit iva pode variar de leve a profunda ou seja 0 individuo pode com

dificuldade ou nao ouvir som algum (MEC 1994 p 25)

Consoante Fonseca (1995 p 209) A linguagem escrita que depende

de processo visual sobrepoe-se a linguagem falada que ( ) depende do

processo auditivon Percebe-se que alguns problemas na aquisilt80 da leitura

podem eslar diretamenle relacionados a problema de audiao

Necessariamente crianltas que apresentam problemas nesse aspecto

nao precisam ter perda de acuidade auditiva mas implicam em dificuldades de

discriminaltao de sons Costumam ocorrer quando a discriminalt8a envolve

sans acusticamente muita proximas Par exemplo faca em vez de vaca chata

em vez de jato cola em vez de gola

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

15

Na entanta segunda Scaz (2002 p 24) as disfun90es orgimicas e

neurol6gicas como as problemas apresentados sao facilmente detectaveis

embora nem sempre corrigiveis Quando detectados deve-s8 encaminhar a

crian98 aD profissional competente

Urn dos problemas de ordem auditiva que atrapalha 0 processo ensino-

aprendizagem e denominado de desordem do processamento auditiv~

21 A DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Antes de compreender a desordem do processamento auditiv~ central

(DPAC) e necessario urn entendimento do sistema auditiv~ De acordo com

Aita et al (2003 p 102) sao tres as camponentes do sistema aUditivo 0

componente condutivD (orelha externa e orelha media) que tern a funC8ode

conduzir 0 som do meio externo (aerea) para 0 meiD interno 0 componente

sensorial (e6clea) que tern a fung80 de transformar 0 impulso sonoro em

impulso eletrico que sera transmit ida para 0 cortex auditiv~ no cerebro 0

componente neural que tern a funcao de receber analisar e programar a

resposta

Embora nao se tenha muita certeza tudo indica que 0 processamento

auditivo e processado pelas seguintes etapas (a) atencyao seletiva que e a

capacidade de selecionar estfmulos (b) deteccao do sam que se refere acapacidade de perceber identificar a presencya de urn sam (c) sensaC80

sonora que e quando um estimulo e recebido pelo senti do da audicao quando

a individuo tern a sensaC80 se a som e alto ou baixo forte ou fraco longo au

curto (d) discriminacao que e a processo de detectar diferencas entre os

estimulos sonoros (e) localiza9ao que e saber 0 local da origem do som (f)

reconhecimento que requer aprendizado (g) compreensao que da significado

ao sam escutado (h) memoria que se refere ao arquivamento de informacyoes

e ao modo de recupera-Ias quando houver necessidade (Azevedo e aI 2002)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

16

Segundo Aita et al (2003 p 103) os problemas oriundos da audicao

situammiddotse em dais niveis perda auditiva que S8 refere a incapacidade da

pessoa em detectar a energia sonora e a desordem do processamento

aUditivo central (DPAC) que se traduz na lalta de habilidade da pessoa em

analisar ou interpretar padroes scnoras

Chermak e Musiek (citados por Zaidan Alvarez e Garcia sir p 23)

acrescentam que esse disturbio pode referir-se ainda ao deficit observado em

urn au mais processos auditivos centrais responsaveis pel a geraltao dos

potenciais auditivos evocados

o problema e desenvolvido nos primeiros anos de vida a partir da

experiencia da crianlta com 0 mundo sonoro pois e desse modo que S8

aprende a ouvir Pode-s8 perceber a problema pelo proprio silencio da criang8

pais sera sinal de que ela nao esta aprendendo a ouvir Entretanto 58 naD for

diagnosticado pode acompanhar 0 individuo por toda a vida Exemple disso e

um caso relatado na Revista Fono Atual (nO 25 2003 p 67) que 56 aos 40

anos loi lazer sua terapia de recuperacao Segundo relatado pela pr6pria

autora do artigo que se identifica apenas como Ma seus problemas

comecaram na infancia e a incomodaram durante toda a sua vida causando-

Ihes situacoes constrangedoras e baixa auto-estima pOis era tida como

destituida de inteligencia apesar de prestar a maxima atencao as aulas Nao

conseguia perceber e reter as diferencas entre os sons e sua forma de

pronuncia

Em paralelo era comum ouvir comentarios de colegas amigos ou

familiares de como era agitada e estressada Irritada e nervosa todos sabiam

mas poucos tinham coragem de me dizer diz MO Gaguejava muito 0 que a

deixava mais nervosa parando entao de falar A terapia devolveu-Ihe a auto-

estima melhorou a sua escrita deixou-a mais segura organizada e tranquila

As causas podem ser ariginadas de problemas do ouvido medio ou tuba

auditiva por hereditariedade e mais acentuada no sexo masculino produz

dominancia lateral esquerda e perdas auditivas perifericas Podem ainda ter

relaCao com questoes socio-culturais ou com fatares emocionais (Machado e

Zitta sir p 1)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

17

De acordo com as autoras as manifesta~6es clinicas ocorrern emprejufzQ da localiz89ao sonora na memoria auditiva para sons em sequenciana identific8980 de sons na presen98 de mensagem competitiva e em prejuizode urn canal auditiv~ em relaryBo ao Qutro E ainda crianry8s acometidas com

esse problema apresentam dificuldades em responder corretamente ao exameaudiometrico Os limiares auditivos sao proximos aD normal au pod em

apresentar discreta perda de audiltao

211 0 Processamento Auditivo

o processamento auditivo e vital para a desenvolvimento da linguagemnormal A sua ausencia causa deficiElncia no aprendizado da Isitura e atemesmo na propria fala dos individuos portadores dessa desordern lssa porque

a construao da fala e da linguagem depende tambem do sistema auditivoperiferico integra e da transmissao dos estfmulos auditivos recebidos ate 0

sistema auditivo centralA esse respeito Cobalea (1999 p 63) diz que crianas portadoras do

problema de desordem do processamento auditiv~ podem apresentar as

seguintes caracteristicas desatenCEtodificuldade em acompanhar a conversacom mais de urn interlocutor dificuldade em compreender piadas dificuldades

fonol6gicas com Ir e III dificuldades de compreensao dificuldades na

alfabetiz8t80 espelhamento de letras dificuldades na com preen sao da leitura

dificuldades de memoria e problemas de comportamento como hiperatividade

au hipoatividade Mas a crian98 tern audicao normal embora de respostas

inconsistentes aDs sons Tern ainda dificuldades para localizar de ande vern 0

som

Esses problemas trazem como resultados a deficit no desempenhoescolar De acordo com Aita (2003 p 104) estudos apontam uma estreita

rela9ao entre 0 DPAC e a produ9ao grafica em crian9as de 1aa 3a series do 1deggrau de ambos os sexos mas com predominElnciapara 0 sexo masculino

Um dos principais sintomas da desordem do processamento auditivo e a

dificuldade em manter a concentra980 num ambiente ruidoso A crian9a 56

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

18

consegue compreender a que e falado S8 estiverem num ambiente

extremamente favorilVel Marchiori (2002 p 13) constatou a ausencia de

informac6es sabre 0 assunto pelos professores das primeiras series do ens inafundamental Dada a importancia da saude auditiva para 0 processo ensino-

aprendizagem seria importante esclarecer os professores das primeiras seriessabre 0 assunto para que eles possam encaminhar seus alunos para uma

avaliaCElo auditiva esclarecedora pois as problemas do ouvido trazem

conseqOencias para a crianC8

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

CONSEOUENCIAS DA DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

CENTRAL

As consequencias oriundas das desordens do processamento auditiv~

central recaem sobre 0 processo de aprendizagem da crian9a levando-a aD

fracasso escolar

E necessario saber que a apropriacao da escrita 58 da par meio de

atividades que a crianya internaliza e que a leva gradativamente ao

conhecimento 0 sucesso au 0 fracasso da alfabetizaltao relaciona-se com a

estagio de com preen sao da natureza simb61ica da escrita em que encontre a

crianca (Soares sIr p 6) Sem processar 0 que Guve sua compreensao estara

afelada

As experieuromcias de fracasso escolar levarn 0 aluno a S8 perceber como

menDS capaz conduzindo-o a urn sentimento de desvalorizaltao para consigo

mesma 0 que par sua vez aumenta a possibilidade de novas fracassos

Atente-se porem para a detalhe importante cada caso e um caso Nao

se pode generalizar a tratamento dado aos alunos que fracassam nos estudos

Essa e uma questeo que tambem depende da escola de como ela ministra 0

ensino E mais facil colocar a culpa no sistema econ6mico au nos processos de

ensino do que na competencia dos professores em conseguir descobrir as

problemas dos alunos

Se par outro lado a fracasso reca apenas em uma parte dos alunos a

motivo mais difundido e 0 de que eles tern dificuldade para aprender Nao se

procura verificar onde estao essas dificuldades que podem estar relacionadas a

problemas variados como problemas de linguagem emocionais de problemas

oriundos da audiCao au outros Os alunos fjcarn assim fadados ao fracasso

Uma conseqOencia do fracasso escolar e a baixa auto-estima Segundo

Mussen (1988 p 304) a aulo-estima baseia-se em avaliaoes e julgamentos

sabre as caraclerislicas percebidas de uma pessoa

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

20

A auto-8stima e definida como u urn julgamento pessoal de valor

expresso nas atitudes que urn individuo assume perante 5i proprio E uma

experiemcia subjetiva que 0 indivfduo transmite aos Qutros par intermedio de

relatos verbais e de outros comportamentos expressivos observaveis (Mussen

1988 p 357)

A alta auto-8stima surge de experiemcias positivas com a vida como par

exemplo 0 sucesso eSGolar Quando ela e baixa e resultado da acao de muitos

fatores negativos durante muito tempo

Para os professores trabalhar com alunos doceis e que nao apresentam

dificuldades na aprendizagem e facil 0 que faz pensar e a trabalho com a

aluno que apresenta problemas sendo este a que costuma fracassar em seus

estudos NaG S8 pode simplesmente imputar incompetencia ao aluno fadando-

o a urn futuro incerto Ha que se pesquisar 0 problema procurar as causas

antes que se comprometa a futuro desse aluno

De acordo com Fini (sIr p 64) 0 fracasso escolar tern levado a escola e

os pais a procurarem auxllio de profissionais na busca de diagnostico e de

ajuda Em muitos casos os alunos sao encaminhados para profissionais de

diferentes areas e dentre outras da area de educag8o da area medica da

psicologia a fonoaudiologia - no senti do de se esclarecerem possiveis causas

de mau rendimento escolar e de se definirem procedimentos de enfrentamento

da situag3o A psicopedagogia e uma dessas areas como sera visto a seguir

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

4 A INTERVENcAO DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia tern a seu encargo a responsabilidade de melhor

compreender 0 processo de aprendizagem com uma 8g80 preventiva de evitar

o surgimento de problemas ou de trata-Ios quando jil instalados Oeveria entao

ser uma pn3tica constante no interior da instituig80 educativa podendo adquirir

uma feigao eUnica ou prevent iva Isso par 5i 56 justifica a preseng8 do

psicopedagogo em qualquer instituicyao escolar (Cavicchia In Sisto et aI

1996 p 201)

Segundo Abaurre (apud Pelosi 1998 p 12) a psicopedagogo e um

mediador de perplexidades a perplexidade da escola que nac consegue

entender porque certas criang8s naD aprendem a perplexidade da familia que

nao consegue identificar possiveis problemas e a perplexidade da pr6pria

crianya que as vezes nao entende a escola ou porque esta ali No entanto

nunca e a crianya que procura 0 psicopedagogo Sua intervengao e feita por

meio do professor ou da familia quando a crianya apresenta baixo rendimento

escolar

Os problemas antes expostos vilo exigir a presena do psicopedagogo

alertando 0 professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios

te6ricos e praticos para encarar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

E urn profissional apto que juntamente com 0 fonoaudi610go diagnosticara

problemas como a desordem do processamento auditiv~ central e encaminhara

o aluno ao profissional competente Para isso ele lanyara mao de recursos para

detectar prevenir ou rernediar os problemas

No entanto ele nao trabalha sozinho necessita do auxilio de

profissionais especificos como no caso aqui retratado do fonoaudi61ogo e do

otorrinonaringologista Trala-se entao de urna equipe multidisciplinar De

acordo com Fini (sIr p 70) a importancia da intervenyao multidisciplinar reside

principalmente na atuailo preventiva no desenvolvimento humano como

contribuiyao para~~--a~volvimento do racioclnio para 0 processo de

)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

22

desenvolvimento de habilidades habitos e enfim do desenvolvimento global

do ser humano

No case de desordens do processamento auditiv~ central e urn

problema ja instalado pois Dcorre desde as primeiros meses de vida e

portanto nao cabe a atuacao preventiva No entanto e passive1 de correcao

Par issa 0 procedimento correto e a interven9ao de uma equipe

multidisciplinar que implica nos professores no medico no psic6logo no

fonoaudi610go e no psicopedagogo

Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que urn trabalhono qual se eocare a crianca ( ) em sua globatidade possa dar certoNessa equipe urn profissional nunca e rnais importante do que 0 Dutroe sempre merece igual respeito pela sua formacao basica degraduacao e p6s-gradua9ao Todos tem a contribuir par isso lodosdevem conservar a humildade e 0 respeilo pelo oulro Nao deve haverrivalidade entre areas afins mas sim lroea

o principal papel da Psicopedagogia e 0 de desenvolver as

potencialidades da crianca e amenizar suas dificuldades a fim de que se

tornem adultos produtivos responsaveis e participantes da comunidade Para

Marty (sir p 22) ai reside muito da importimcia da psicopedagogia na

educacao escolar A principal funcao desse profissional e a de alertar 0

professor a respeito de problemas e oferecer alguns subsidios te6ricos e

praticos para enearar com maior seguranya 0 ensino-aprendizagem

Uma equipe multidisciplinar e eomposta por varios profissionais em que

urn ajuda 0 oulro a Irabalhar Segundo Blascovi-Assis (1997 p 12)

A equipe multidisciplinar e a base fundamental para que um trabalho noqual se encare a crianca especial em sua globalidade possa dar certoNessa equipe um profissional nunca e mais importante do que a outroe sempre merece igual respeito pela sua forma9Bo basica degraduacao e p6s-graduacao Todos tem a conlribuir par isso todosdevem conservar a humildade e 0 respeito pelo outro NBO deve haverrivalidade entre areas afrns mas sim roea

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

23

Os profissionais que devem camper a equipe que tratara de problemas de

aprendizagem sao 0 professor 0 medico 0 pSicologo 0 fonoaudi61ogo e 0

psicopedagogo

Cabe 80 professor as fun90es restritas a area pedag6gica Entretanto

seu trabalho reveste-s8 de cuidados especiais e abrangentes Sendo assim 0

trabalho desenvolvido pelo professor compreende

~ a formaC8o necessaria ao desenvolvimento das potencialidades do

educando nos aspectos afetivo cognitiv~ social e pSicomotor

diversificar e adequar metodos e estrategias de ensina as diferencas

individuais dos alunos

relacionar -S8 com os pais ou responsaveis pelo aluno

participar das reunioes com a equipe multidisciplinar e de todas as

atividades de carater pedag6gico

Ao medico cabera

diagnosticar as possfveis comprometimentos na area da saude

capazes de inferir no desenvolvimento global do educando

- realizar au encaminhar as alunos para exames complementares eou

adequar a tratamento

buscar esclarecimentos do diagn6stico e do progn6stico junto aos

outros profissionais da equipe

prescrever a terapia cabfvel a cada caso

gt- orientar familiares e equipe tecnico-pedag6gica sabre as possiveis

alteragoes camportamentais decorrentes do problema diagnasticado

Os conteudos do trabalho do psicologo sao tambem muitos especificos

No entanto ao se dedi car a crianrya com problemas de aprendizagem sua area

amplia-se devendo abranger 0 educando a familia e 0 professor Assim suas

fungoes basicas sao

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

24

- participar da avaliag80 diagnostica utilizando seus conhecimentos

para a insenao dos educandos em programas compativeis com suas

caracteristicas educacionais

fornecer dados psicologicos que contribuam na adaptag80 do

processo educacional as necessidades do educando em suas

diversas fases do desenvolvimento

- inteirar-se e acompanhar 0 processo pedagogica sugerindo a

adogao de estrategias de can3iter psicol6gico capazes de propiciar

modific8goes que contribuam para 0 desenvolvimento da proposta

r coordenar as atividades de vivencia da equipe com 0$ educandos e

suas familias

orientar as pais visando uma melhor compreensao das

potencialidades e dificuldades dos educandos

participar de reuni6es de equipe

fornecer dados que contribuam para com a avalia980 diagnostica

format iva e somativa do aluno

- sugerir mudan9as quando necessarias

realizar encaminhamentos de alunos eou familias para servi90s

especializados

Como dito anteriormente a desordem no processamento aUditivo central

faz com que a crianga apresente inabilidade para analisar eou inteprtrar

padroes sonoros levando-a a incompreens8o da leitura refletindo-se na troca

de letras ao escrever ou troca de natureza perceptual auditiva como afirma

Zorzi (sir p 161) Os exemplo do autor machugado ao inves de machucado

ticholu ao inves de tijolo choma ao inves de jornal jurasgo ao inves de

churrasca e assim por diante

Esse casa exige a intervenC80 do fonaaudiologo primeiramente na

realizag80 de testes para avaliar a processamento auditivo central Depois da

avalia980 0 procedimento sera

1 Levar a crianya a detectar e a diferenciar na propria fala os fonemas surdos esonores que produz alraves de urn processo de segrnentagao fonemica

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

25

2 Estabelecer um padrao de articulaltao das consoantes sonoras de modo aacentuar 0 travo de sonoridade lornando-o mais perceptivo (do ponto de vistaauditivo e tatil-cineslesico) 0 objelivo e fazer com que este padrao mais enfatizadode prodwao do tralto de sonoridade possa tomar mais claras e methor definidas asimagens menials sonoras que seNem como referenda para a escrita

3 Delerminar ao mesmo tempo as correspondeuromcias adequadas entre as sons aserem escritos e as tetras especificas para cada um deles

4 Desenvolver na crianC8 uma atitude de contrale conscienle do ata da escrita Demodo que ela passa enquanto escreve deteclar as Silu8fOeS pass[veis de erro edai aplicar as estrategias de decisao a respeito de que letra deve ser usada (Zorzisfr p 67)

Alern disso 0 fonoaudi61ogo deve promover sess6es de estimulacao do

padrao de freqCJencia que se comp6e numa das etapas do treinamento

auditiv~ formal e apoio de leitura analise sintese fone-mica e compreensao de

linguagem para sons verbals e nao verba is Os testes mais usados sao 0 de

fala e ruida de fala filtrada de fusaa binaural teste SSI teste SSW e Teste

Dic6tico de Digitos

A explicaaa de cad a um das testes fai feita pela Hospital de

Reabilitacao de Anomalias Craniofaciais da Universidade de Sao Paulo -

Centro de Pesquisas Audi61agicas de Bauru

Teste de Fala e ruida

o teste de fala e ruido e mais conhecido como discriminacao vocal

Neste teste 0 examinador fala cerca de 25 palavras geralmente monossilabos

em uma intensidade 25 au 30 dB NA acima da media das limiares em 500

1000 e 2000 Hz A porcentagem de acertas carrespande aa IPRF que

normalmente e maior ou igual a 92 Patologias retrococleares costumam

cursar com IPRF baixas

bull Teste de Fala Filtrada

A fala pode ser distorcida pela eliminagao de uma ponao do espectro de

frequencia via filtragem eletr6nica (corte de frequencia) A fala filtrada fai um

dos primeiros metodos utilizactos para criar um teste de baixa redundancia

Bocca et al foram as primeiros estudiosos a aplicar este teste na avaliaCElo do

Sistema Nervoso Auditivo Central Estes pesquisadores desenvolveram 0 teste

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

26

monoaural de baixa redundancia e 0 aplicaram em individuos com lesac do

lobo temporal

Neste teste sao utilizados 25 monossilabos propostos por Pen e

Mangabeira-Albernaz cuja distorrao de frequemcia acustica baseou-se na faixa

de freqCrencia da voz do locutor das palavras a qual apresentava uma

freqileneia fundamental de voz de 178 Hz Desta forma 0 corte foi feito na

freqOencia de 400 Hz para a condiy3o de passa-baixa com uma atenu8y8o

progressiva de 400 a 800 Hz de ate 24 dB quando entao todas as freqileneias

scnoras tiveram a atenu8yEtO de 24 dB

As listas sao apresentadas em uma orelha de cada vez de forma

monotica numa intensidade de 50 dB NS tomanda per base a referencia amedia dos limiares tanais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz

o teste de fala filtrada avalia a habilidade de feehamento auditiv~ 0

desempenho da orelha direita e freqOentemente pior que 0 da esquerda e 0$

resultados obtidos a segunda orelha testada tendem a ser melhores em relaao

a primeira Cabe ressaltar que 0 teste de fala filtrada exige que 0 ouvinte

realize tarefas que envolvam a modalidade sensorial auditiva associ ada aprodultao fonoarticulatoria ou produltao motora da tala (0 sujeito repete em voz

alta a que ele escutou)

bull Fusao binaural

As funlt6es auditivas que dependem da interaltao binaural incluem a

localizaltao e a lateralizacao dos estimulos auditivos detecltao de sinais na

presenlta do ruido e fusao binaural Destas funlt6es a localizaltao dos

estimulos auditivos e a detecltao dos sinais na presenlta do ruido sao

particularmente importantes em situalt6es auditivas do dia-a-dia

A eapaeidade de entender a fala na presena de ruido est relaeionada

as habilidades de fechamento e separaltao binaural Contudo a compreensao

de um sinal na presena de ruido depende da habilidade de deteeao Para tal

a auvinte deve ser eapaz de em um estagio pre-eonseiente loealizar as fontes

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

27

dos sinais alvD e cancorrente Quanta mais distantes entre sf estiverem os

sinais (alva e concorrente) mais facil sera a tarefa A medida que as dais sinais

S8 aproximam torna-S8 mais diffcil a localizayao das Fontes dos estimulos e

portanto a detecC80 do sinal alva tambem S8 torna mais dificiL

A lacaliza9aa e a lateraliza9aa de urn estirnula auditiva dependern da

habilidade de interacao binaural ou seja da forma como as duas arelhas

trabalham juntas Tais capacidades podem ser significativamente afetadas pel a

perda auditiva periferica especial mente pelas assimetricas

Teste de Identifica~ao de Senten~as Sinteticas - SSt

Constitui-se de sentenC8S artificiais construidas com 0 maximo de

aproximacao de senten93s rea is Este teste foi adaptado para a lingua

portuguesa par Almeida e Caetano em 1988 0 que possibilitou desde entao

sua utilizacao na bateria de testes para a avaliaC8o central

o SSI avalia a habilidade de figura-lunda sendo urn teste que envolve

as habilidades auditiva e visual (apontar palavras escritas)

Sentencas concorrentes (competitivas) exigem que 0 ouvinte ignore as

informag6es apresentadas em uma orelha enquanto identifica a sentenga

apresentada a orelha alvo avaliando desta forma a capacidade de separagao

binaural

Os estimulos verbais utilizados constituem-se de sentencas sinteticas de

terceira ordem Como mensagem competitiva utiliza-se urn texto da Historia do

Brasil

o teste e realizado apresentando-se as sentengas em urn nivel fixo de

pressao sonora de 40 dB NS tendo-se como referencia a media dos limiares

tonais nas frequencias de 05 1 e 2 kHz de cada ouvida testado Varia-se a

nivel de pressao sonora de apresentacao da mensagem competitiva (historia)

de modo que podem ser estabelecidas diferentes relac6es sinalmensagem

(SM)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

28

bull Teste de Escuta Dic6tica de Dissilabos - SSW

o teste de palavras espondaicas alternadas foi urn dos primeiros

procedimentos empregados para a avaliacao da funC8oauditiva central e tern

sido urn dos testes mais utilizados pelos audioiogistas nos ultimos trinta anos

o SSW loi criado por Katz e varias versoes do teste loram realizadas em

Qutros idiomas No Brasil duas vers6es foram adaptadas para 0 portugues

brasileiro sendo uma delas elaborada por Borges em 1986 que utilizou

vocabulos disslabos e a outra par Machado em 1993 que confeccionou uma

lista composta por palavras espondaicas

o teste de escuta dicotica de dissilabos (SSW) avalia as habilidades

auditivas de mem6ria para sons em sequencia e figura-funda para sons

verbals As modalidades envolvidas sao a audit iva e producao motora da fala

o procedimento descrito a seguir e proposto par Borges 0 teste e composto

par 40 itens e cada item formado par quatro dissflabos paroxftonos totalizando

160 vocabulos Em cad a item ha a apresenta9E1o de duas palavras em cada

orelha sendo que ocorre uma sobreposi980 parcial ou seja a segunda silaba

da segunda palavra e a primeira silaba da terceira palavra sao enviadas

simuUaneamente a orelhas opostas Desta forma verifica-se as seguintes

situa90es para cada item

a) DNC - Direita Nao Competitiva palavra apresentada na orelha direita

sem mensa gem competitiva contralateral

b) DC - Direita Competitiva palavra apresentada na orelha direita com

simultanea competi98o na orelha esquerda

c) EC - Esquerda Competitiva palavra apresentada na orelha esquerda

com simultanea competi98o na orelha direita

d) ENC - Esquerda Nao Competitiva palavra apresentada na orelha

esquerda sem mensagem competitiva na orelha contralateral

Ocorre a alternancia do infcio na apresenta980 dos itens entre as

orelhas Quando 0 estimulo e iniciado pela orelha dire ita obedece-se a ordem

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

29

de apresenta~ao ONC DC EC ENC e quando iniciado pel a orelha esquerda

os estimulos sao apresentados na seguinte ordem ENC EC ~C ONC

A apresenta~o de cada item e precedida da frase introdut6ria preste

aten9210 fornecendo-s8 desta forma a pista por qual orelha S9 iniciara 0

teste Os vocabulos sao apresentados em uma intensidade de 50 dB NS au

seja 50 decibels acima da media dos limiares audiometricos nas frequeuromcias

de 05 1 e 2 kHz

Os individuos recebem previamente a seguinte instrwao Voce va ouvir

duas palavras em cada orelha Espere ate que todas sejam ditas e em

seguida repita-as na mesma ordem em que as ouviu Anteriormente aD inicio

do teste e realizada a etapa de treinamento com a apresentayao dos tres

primeiros itens para que as individuos compreendam de forma correta a tareta

a ser realizada

Os 160 vocabulos sao analisados separadamente e em conjunto Cada

uma das palavras e considerada individualmente como certa au errada Como

erro sao considerados omissao substituiyao ou distorcao das palavras

Na analise dos resultados sao avaliados os Numeros de Erros bern

como as Tendemcias de Erros (Efeito Auditivo Efeito de Ordem Inversoes e

Padrao de Resposta Tipo A) denominados de aspectos quantitativos e

qualitativos respectivamente

Teste Dicotico de Digitos

Esse teste na tarefa de integrayao binaural tern como objetivo avaliar a

habilidade para agrupar componentes do sinal acustico em figura-fundo e

identifica-os ou seja denomina-Ios em termos verbais Na tarefa de

Separayao Binaural a objetivo e avaliar a escuta direcionada para cada orelha

separadamente

o teste dicotico de drgitos exige que 0 ouvinte relate as informayoes

apresentadas as duas orelhas ao mesmo tempo abrangendo desta forma degprocesso de integra~ao binaural

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

30

o teste e apresentado numa intensidade de 50 dB NS tendo como

referencia a media dos limiares tanais nas freqOeuromcias de 05 1 e 2 kHz A lista

dos digitos utilizada para este teste loi elaborada por Santos e Pereira sendo

constituida pelos digitos 4 5 7 8 e 9 selecionados entre os digitos de 1 a 9 os

quais formam palavras dissilabas na lingua portuguesa

Estes numeros foram combinadas dais a dois eliminando-se as iguais A

ordenacao dos pares foi aleatoria e constituiu-se a lista urn formada par 20

pares de digitos Essa lista e apresentada a uma das orelhas A lista dois que

e apresentada a outra orelha simultaneamente a lista urn au seja

dicoticamente foi elaborada a partir de combinac6es dos mesmos pares de

digitos porem de modo que cada par fosse combinado com urn par diferente

da lista urn Oessa forma dois pares de digitos sao apresentados de cada vez

sendo urn em cada orelha Cada dig ito identificado incorretamente equivale a

125 de erros 0 numero de erros e computado separadamente para orelha

direita e orelha esquerda

Este teste avaiia a habiiidade auditiva de figura-Iundo para sons verbais

Todos esses testes sao feitos pelo fonoaudi61ogo fazendo parte do

tratamento do portador de Oesordem do Processamento auditivo Central

Sanar as dificuldades que 0 aluno apresenta e responsabilidade da

escola Par isso a que a escola tem feito para contornar os problemas de

aprendizagem toma maior dimensao A primeira iniciativa deve ser a de melhor

preparar seus professores para lidar com os alunos e seus problemas A

segunda e a constatacao da necessidade da atuacao do psicopedagogo

profissional apto a se nao exterminar pelo menos diagnosticar problemas

como 0 aqui enfocado encaminhando a aluno ao profissional competente

De acordo com Machado e Pereira (1997 p 64) nos casos de

desordens do processamento auditivo central devera haver a orientacao aos

pais e professores por parte do fonoaudi6logo sobre 0 exame e diagnostico e

por parte do psicopedagogo na orienta9iio do processo de reabilitaiio Aos

professores deve-se apresentar as principais caracterlsticas dessas

desordens pois eles sao pecas fundamentals para a identificaCao dos alunos

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

31

que apresentam tais dificuldades Professores devem trabalhar junto com as

demais membros da equipe fazendo os seguintes procedimentos

a falar olhando para a crianca de frente para e1a ern urn ambiente silencioso -mostrar que atitude usamos quando focamos uma pessoa ou objeto em condicentesexcelentes de escuta ou seja ouvir com atenyao

b chamar a crian~a pela nome fazer cantata de olho ou mesmo toca-Ia antes decomecar a falar

c talar com urn rilmo de fala contendo pausas nitidas articulayao dara entona~oenfatizada e apresentar uma ideia do pensamento Que se quer transmitir por vez

d garantir que a crian9a entendeu as solicitac6es pedindo-Ihe que as repita e naoapenas perguntando se eta as entendeu Sempre que a crianya fizer umaIransmissao de seus pensamentos responder com palavras que demonstrem queno minimo voce ouviu 0 que ela falou Evitar que a criancta facta uma comunicacaoe esta fique sem resposta

e criar silua90es de comunica9aO diaria de pelo menos Irinta minutos (MACHADO ePereira 1997 p 64)

De acordo com Santos e Schochat (2003 p 39) em situa~ao de sala de

aula e importante considerar a relacao de intensidade entre a voz do professor

e a ruido ambiental que chega aos ouvidos do aluno A Albright - Centro

Medico acrecenta essa e outras orienta90es que 0 psicopedagogo deve aos

paiS e professores

- chamar a crian9a pel a nome

- repetir a informa9ao fragmentando a frase Oeve-se das as

informa90es em eta pas

- usar palavras chaves primeiro depois antes agora

- adicionar palavras diferentes a fala da crian9a para que ela possa

ampliar 0 vocabulario

- reduzir os ruidos durante a conversa com a crian9a e realizar

atividades escolares Esta atividade e importante no inicio porem a

crianca precisa aprender a se organizar quando ha estimulos

sonoros competitivos

- organizar horario e local para os estudos Evitar estimulos auditivos e

visuais que possam desviar a aten9ilo da crianya

- ensinar a crian9a pedir repeti9aO quando eta nao compreender e que

foi falado

- usar 0 contexte para facilitar as informa90es a crian9a

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

32

- ensinar estrategias para recordar as fatos Par exemplo tente

lembrar a ultima vez que voce estava com a objeton Ensinar a

uvisualizar as situac6es

- estimular a leitura Pedir para a crianca recontar 0 que foi lido

respeitando a sequencia dos fatos

- certificar -S8 que ela compreendeu 0 que foi falado

- posicionar a crian9a longe dos ruidos externos (portas e janelas) Se

passive I coleca-Ia no centro da sala e proximo ao professor (23 au 33

carteiras)

- 0 professor deve usar 0 maximo de apoio visual principal mente

quando for ensjnar centelides novas

- realizar listas com vQcabulario novo au mesmo com as atividades

que devem ser realizadas pela crianca

- ressaltar as paginas e atividades que a crianC8 deve fazer

escrevendo-as no quadro-negro

- os conteudos novos devem ser apresentados de forma fragmentada

para facilitar a compreensao e 0 acompanhamento Oeve-se certificar

que 0 aluno esta compreendendo as informayoes

- melhorar a acustica da sala de aula em nivel de ruido aumentado a

clareza da fala

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

CONCLUSAo

o estudo aqui desenvolvido pretendeu demonstrar primeiro as

dificuldades de aprendizagem de acordo com as varios aspectos e fatares que

acabam par retardar 0 desenvolvimento normal do processo ensino-

aprendizagem da crian98 nas primeiras series do ensina fundamental Em

seguida 0 estudo procurou demonstrar as dificuldades mais especificas ao

tema isto 13 as que tern origem nas desordens do processamento auditiv~

central que podem causar 0 fracasso escolar da crian9Ci S8 nao fcrem

diagnosticadas em tempo hltibil

Par issa a primeira ideia que S8 apresenta e a de como e importante urn

diagn6stico preCOC8 po is a ruptura no desenvolvimento escolar da criang8

pode causar -Ihe problemas com a auto-85tima e ate mesma em seu

ajustamento enquanto aluno e enquanto ser social

o comportamento do aluno com problemas auditivos traduzem-se na

falta de comunicarao por nao compreender a linguagem podendo ser

percebida como destituida de inteligencia au por apresentar estados de

estresse irritabilidade e gagueira Sentir-se-a incapaz de aprender e esse

sentimento pod era refletir na sua vida quotidiana tornando-o isola do e

mastranda-se na defensiva em sua relarao com 0 professor e com os colegas

Ista se refletira tambem na sua vida social futura Por issa a importancia

do diagnostico precoce 0 que exige atencaa de pais e professores quando seus

frlhos e alunos apresentam difrculdades no aprendizado da escrita

Os recursos estao disponiveis Ha inumeros testes para detectar

problemas auditivos como 0 aqui apresentado E preciso lembrar que 0

desenvolvimento da persanalidade comelta na idade escolar desenvolvendo-

se junto sua identidade Se nao hauver quem consiga detectar os problemas a

personalidade da crian9a sera fragil e sua identidade confusa afetando 0 seu

processo natural de evoluyao e transformayao

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

34

E importante entao que pais e professores sejam esclarecidos sabre 0

problema em questilo para proporcionar um diagn6stico em tempo habit

A atu8ry8o da equipe multidisciplinar tambem S8 faz importante pois

cada um cumprindo 0 seu papel redundara em ganhos para a crianC8 que

voltan3 ao seu processo normal de desenvolvimento

Retomando 0 pensamento de Soares (sIr) 0 sucesso DU 0 fracasso da

alfabetiz8r80 tern relacao com a compreensao da natureza simb6lca da escrita

em que encontra a crianca Par iSso cabe ao professor observar S8 a crianC8

esta conseguindo fazer essa relarElo encaminhando-a a equipe multidisciplinar

quando detectar problemas

As desordens no processamento auditivD central naD impedirao a

aprendizagem da crianC8 bastando entao atenC80 80 seu comportamento

diario e encaminhamento quando forem detectadas modificac6es nesse

comportamento

Entretanto nao se quer aqui encerrar 0 ass unto A vivencia diaria desta

profissional com criancas que apresentam esse problema bern como no

desenvolvimento da profissao apresenta a cada dia novas desafios Por isso

faz-se necessario um continuo esforco para compreender cada vez mais e

melhor esse e outros problemas que podem impedir a aprendizagem da

crainca

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

REFERENCIAS

AlTA Aline Domingues Chaves et al Correlaao enlre as desordens doprocessamento auditiv~ central e queixas de dificuldades escolares JamalBrasileiro de Fonoaudiologia V 4 nO15 abrjun2003

ALBRIGHT - CENTRO MEDICO Desordem do processamento auditivoinformativo aos pais e professores (sId)

ALMEIDA A Ultrapassando 0 pai herana cultural restrita e competenciaescolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N (orgs) Familia ampescola trajetorias de escolarizay8o em camadas medias e popularesPetropolis RJ Vozes 2000 p 81-95

AZEVEDO et al Processamento auditivo central x disturbio deaprendizagem Disponivel em htlpllwwwqeocinescom 14082002)

BLASCOVI-ASSIS SM 0 recreio na escola especial Revista Temas sobreDesenvolvimento nO22 JanFev1997

CAVICCHIA D C Psicopedagogia na instituiao educativa a creche e a pre-escola In SISTO F F et al Atua~ao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996 p 196-210

COBALEA M Disturbio do processamenlo auditivo central middot0 que e isso(fragmenlos) Como Integrar 0 deficiente MECISMEE sa

DAVIS Claudia amp OLIVEIRA Zilma de PSicologia da Educa~ao 2 ed SaoPaulo Cortez 1992

FINI Lucila Drehl Tolame

FONO ATUAL A lerapia de processamento auditivo mudou a minha vida Ana6 - nO25 - 3deg semestre de 2003

FONSECA V Introdu~ao as dificuldades de aprendizagem 2 ed PortoAlegre Artes Medicas 1995

FIRST Michael B FRANCE Allen e PINCUS Harold Alan DSM IV PortoAlegre Artmed 2000

GARCIA R L Orientaoes legais na area de Curricula In Cademos CedesNdeg 13 Sao Paulo Cortez 1992

MACHADO ~andra e LLL Lt- -)111 bullmiddot bull 0 _

h~cirIs Aoostila

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

36

GERBER A Problemas de aprendizagem relacionados II linguagem suanatureza e tratamento Porto Alegre Artes Medicas 1996

GOLDSTEIN S amp GOLDSTEIN M Hipeartividade como desenvolver acapacidade de aten9ao da crian9a 6 ed Campinas SP Papirus 1994

GRASSI 1 M Linguagem comunica~ao e psicomotricidade implica96esno processo de aprendizagem Curitiba IBPEC 2004

MACHADO Liliana Pereira e PEREIRA Liliana Desgualdo Desordem noprocessamento auditiva central sensibilizando pais e profissionais InPEREIRA L D e SCHOCHAT E Processamento auditivo central manualde avaliavao Sao Paulo Lovise 1997

MACHADO Sandra e ZITIA Simone Processamento auditivo n096esbasicas Apostila

MARCHIORI Luciana Lozza de Moraes Analise das altera96es auditivas emescolas com queixas de problemas de aprendizagem Fono Atual Ana 5 - ndeg21 - 2002 p 10-15

MARTY Edna de L A importancia da psicopedagogia na educa9aoescolaL (fragmentos) sid

MORAIS A M P Disturbios da aprendizagem uma abordagempsicopedagogica 5 ed Sao Paulo EDICON 1986

MUSSEM Paul Desenvolvimento pSicologico da cnana Rio de JaneiroZahar 1972

PAIN Isaias Curso de PSicopatologia 9 ed Sao Paulo EPU 1985

PELOSI Marly Sauan Curso de psicopedagogia psicopedagogia II Rio deJaneiro UFRJCFCH 1998 (apostila)

RIBAS-GUIMARAES Angela Altera96es no processamento auditivo e asdificuJdades de aprendizagem Jarnal Brasileiro de FonoaudiologiaAbrmaijun - 2000 Ano I - n 3 p 16-20

SANTOS Florinda Aparecida dos e SCHOOCHAT Eliane Dificuldade em ouvirna preseng8 de ruido e a dificuldade de aprendizagem Fonoaudiologia -Brasil Junho de 2003 vol 2 - n 3 p 36-40)

37

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)

SCOZ B J L et al Psicopedagogia e realidade escolar 9 ed PetropolisRJ Vozes 2002

SISTO Fermino Fernandes et al Atua4Yao psicopedag6gica e aprendizagemescolar Petropolis RJ Vozes 1996

SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza~ao (Apostila)

UNIVERSIDADE DE SAo PAULO Audiologcal evaluation of the auditorycentral nervoussystem Bauru Centro de Pesquisas AudioJogicas

VAYER P A crian~a diante do mundo na idade da aprendizagem escolar 2ED Porto Alegre Artes Medicas 1984

ZAGO N Processos de escolariza~o nos meiGs populares as contradicoesda obrigatoriedade escolar In NOGUERA M A ROMANELLI G e ZAGO N(orgs) Familia amp escola trajet6rias de escolarizaltao em camadas medias epopulares Petropolis RJ Vozes 2000 p 17-40

ZAIDAN Elena ALVAREZ Ana Maria Maaz Acosta e GARCIA Adriana PontinTrantorno do defict de atenltao e hiperatividade e disturbios do processamentoauditivo central uma revisflo da literatura recente FonG Atual (xerox sir)