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Yes they can.Risco+global+rede+internet-crise=novosempreendedores//PÁGS. 16-21
ZOOM //YES, THEY CANO mundo dos empreendedores portugueses está acrescer. Em número e ambição. Portugal é o ponto departida, mas o mercado é global ou no mínimointernacional. Elevadas qualificações, trabalhar emrede, dominar as novas tecnologias, a internet e oinglês fazem toda a diferença. A crise doméstica podeservir de empurrão. E preciso correr riscos
textos Ana Suspiro ejoão D'Espiney
Lançar um projecto não significa estar sozinho. Os novos negócios não vivem sem a rede
Risco+global+rede+internet-crise= novosempreendedoresO empreendedorismo está na moda. Há programas de apoio, formação,livros, incubadoras, financiamentos. Mas há trunfos que fazem a diferençaANA SUSPIROana. [email protected]ÃO D'ESPINEYjoao. [email protected]
O empreendedorismo é um fenómenorelativamente recente em Portugal, masestá cada vez mais na moda. E ao contrá-rio do que se poderia imaginar, a crisenem sempre é a motivação que mais pesana decisão de algumas pessoas de lança-rem o seu próprio negócio. Mas há trun-fos que fazem a diferença.
Tecnologias de informação, elevada
formação profissional, o domínio do
inglês e das linguagens digitais, a passa-gem por universidades internacionais e
multinacionais, são características comuns
no perfil dos seis autores empreendedo-res com quem o i falou. Inês Silva, João
Romão, Carlos Silva, Maria Miguel Fer-
reira, Vasco Pedro e António Lucena de
Fariam estão entre os 29 autores quedão o seu testemunho pessoal no livro"A Alma do Negócio - Um guia práticopara o empreendedorismo", que foi lan-
çado anteontem em Lisboa pela Sabedo-
ria Alternativa Edições.Trabalhar em equipa e em rede, física
ou virtual, e conceber um negócio global,mesmo a partir de Portugal, são outros
pontos fortes destacados pelos criadoresdas novas empresas que têm todas umnome inglês (ver entrevistas).
Em paralelo com a multiplicação de
programas financeiros vocacionados
para os empreendedores, da banca ao
capital de risco e ao Estado, o apoio e
promoção de negócios que estão na fase
de arranque (startups) constitui tambémum negócio em si, mesmo quando o lucronão é o principal objectivo.
Inês Silva, uma das pessoas que contri-buiu para este livro, não criou nenhuma
empresa mas é co-fundadora da StartupX, uma espécie de "maternidade" de
empreendedores. Em declarações ao i,
esta jovem de 24 anos licenciada em Ges-
tão reconhece que "em Portugal existeuma grande aversão ao risco e uma gran-de falta de preparação para a criação de
empresas". O diagnóstico é suportadopor Charles Buchanan, administrador da
FLAD (Fundação Luso-Americana parao Desenvolvimento). "O medo do risco ede falhar na Europa e em Portugal é maiselevado. Porque é visto como uma coisamá para se ter no currículum", escreveno prefácio do livro a Alma do Negócio.A crise, e o seu efeito na destruição das
redes que suportam a economia, podeser o empurrão que permite superarreceios e desconfianças.
As estatísticas disponíveis sugerem quehá uma relação entre a recessão e o cres-cimento do empreendedorismo (ver textoda pág.2l). Para Charles Buchanan, "o des-
aparecimento do apoio facultado por estas
redes irá provocar mais danos do que pen-samos. Mas podemos dizer que vão sercriadas outras, assim como mais abertu-ra ao risco". No entanto, a mudança nãoacontece de um momento para o outro.
O conceito do empreendedorismo,como é hoje conhecido, começou a ganharforça em Portugal em 2010, quando asombra da crise já se aproximava. Naaltura, conta Inês Silva, existiam algunseventos e iniciativas mas não existiamformações práticas na área. "Com istoem mente lançámos o Startup Pirates,(uma formação semanal para pessoasque aspiram a ser empreendedores), a
primeira iniciativa do Startup X, queentretanto já se expandiu para mais de10 países e já formou mais de 500 poten-ciais empreendedores". Quando foi lan-
çada a Startup X, Inês Silva ainda estavana universidade e quando acabou a licen-ciatura decidiu envolver-se a tempo intei-ro num projecto "desafiante".
Apesar de assinalar que o empreende-dorismo "ainda tem um longo caminhoa percorrer antes de se poder compararao que se faz em Paris, Londres ou Ber-lim", Inês Silva não tem dúvidas em afir-mar que o país pode estar orgulhosodaquilo que se fez nos últimos três anos.
"Hoje temos empresas a competir nomercado internacional que em nada nos
envergonham".
01
QUAL FOI O PAPEL DACRISE EM PORTUGAL,SE É QUE TEVE, NADECISÃO DE LANÇARO SEU PROJECTO ENA CONCEPÇÃO DONEGÓCIO?
QUANDO DECIDIUAVANÇAR TINHAEMPREGO EFECTIVO?SAIU DESSE EMPREGOPARA LANÇAR OPROJECTO?
03HÁ MUITASPROMESSA DEAPOIOS AOSEMPREENDEDORES,AO NÍVEL DA BANCA EDO ESTADO. QUANDOCONCRETIZOU O SEUPROJECTO QUAL FOIA RESPOSTA? O QUEFOI MAIS DIFÍCIL?
04O SEU NEGÓCIO JÁCRIOU ALGUM POSTODE TRABALHO ALÉMDO SEU? TEM AEXPECTATIVA DEVIR A CRIAR?
05O SEU NEGÓCIO FOIPENSADO APENASPARA O MERCADO
NACIONAL? ESTÁ JÁPRESENTE A NÍVELINTERNACIONAL?
06QUAL É AIMPORTÂNCIA DAECONOMIA DIGITALNO SEU PROJECTO?
MARIA MIGUELFERREIRA35 anos
Projecto A Too Small toFail é uma consultoria de
comunicação para startupsFormação Economia noISEG. Especialização emjornalismo no CenjorPercurso profissionalFoi jornalista de economiae trabalhou emmultinacionais deconsultoria e advocacia
01 No meu caso, a crisecriou a oportunidade. O
meu negócio estávocacionado para umnic io que são as novas
empresas que se estão a
lançar no mercado.
So^nos uma consultora de
comunicação que trabalhasobretudo com startups.Algjumas dessas empresassurdem porque aspessoas decidem criar o
sei) próprio emprego - porestarem desempregadasou procurarem um desafio
que o mercado detrabalho não lhes está aoferecer (o meu caso).Deste ponto de vista, acrisle - e, em particular, o
desemprego - contribuiu
par a fazer crescer omeicado. Não foi por isso
quei criei a empresa, mastem sido factor decrescimento.
02 (Sim, despedi-me de
umjemprego numamultinacional paracomeçar qualquer coisa,embora ainda nãosoubesse exactamente oquê!... Demorei cerca demeio ano a clarificar eplanear o projecto.
03 [klão procureifinanciamento, mas possofalar de outros apoios queencjontrei. Lançar uma
empresa é hoje muito maisfácil devido à profusão deincubadoras queproporcionam, mais do
que rendas baratas, umcon unto de serviços de
aconselhamento
profissional (jurídico, de
marketing, de gestão, decontabilidade, etc), redesde contactos que ajudama encontrar fornecedorese clientes, e sobretudo
espaços de partilha das
"dores de crescimento"
com outras startups.Tentamos aprender comos erros uns dos outros.
Ajuda a manter os custos
baixos, mas também avencer medos e mitigarriscos. Num país ondenão há grande cultura derisco, este apoio éfundamental. No meucaso foi. A minha empresaestá na Startup Lisboa, aincubadora da Câmara deLisboa. A rede de apoiosque encontrei foi muito
importante para me ajudara perder o medo e decidir
avançar com a Too SmallTo Fail.
04 Criou dois postos detrabalho no primeiro ano eprevê criar mais dois atéao final do segundo.Também distribuímostrabalho para uma rede defreelancers e pequenasagências nossas
parceiras, quando temosnecessidades de integrarnos projectos valênciastécnicas que não são onosso core. Falando derecrutamento, volto àquestão sobre "o que foimais difícil": encontrar as
pessoas certas. Mesmo
pagando salários
competitivos, muitos dos
melhores profissionaistendem a procurarempresas grandes, queoferecem oportunidadesmais diversificadas, ou
pequenas "boutiques",mas com reputaçõesconsolidadas. Ter talento eoptar por trabalhar numa
startup exige um perfil comalgum espírito deaventura...
05 Sim, o negócio éescalável e esse desafio jáse começa a colocar, deuma forma natural.Trabalhamos com duas
startups que ajudámos alançar em Portugal e que,estancio ainternacionalizar-se, nos
pediram ajuda nesses
processos. Estamos a
negociar parcerias em
Espanha e Reino Unido,
para lhes dar resposta.Também ajudámosstartups de origemespanhola e brasileira aentrar no mercadonacional.
06 Não dependemos doonline como canal de
vendas, mas usamosmuito o digital paraoptimização de processosde trabalho. Uma forma decontornar o facto desermos micro é trabalharem rede com outros
profissionais e agênciasespecializadas. Sem o
digital, os custos de gerir e
operacionalizar este tipode parcerias seriam muito
superiores.
As incubadorasproporcionammais que rendasbaratas,aconselhamentoprofissional (...)e sobretudoespaços departilha das"dores decrescimento"com outrasstartups"
JOÃO ROMÀO24 anos
Projecto O conceito daWishareit GetSocial junta
compras online comredes sociais
Formação Informática e
gestão de empresas em
Portugal e Brasil
Percurso profissionalFoi consultor daNovabase e lançou outra
empresa
01 Indiferente. Na minha
opinião a vontadearriscar, de fazer, detentar é algo que está
ligado à pessoa e não
ao contexto ou ocasião.A Wishareit/GetSocialnasceu fruto do
despedimento dos dois
fundadores, em plenacrise, sem que isso
fosse sequer uma forçade bloqueio à criaçãodeste negócio.
02 Sim. Tanto eu comoo meu sócio
possuíamos empregosestáveis na área daconsultoria informática,sendo que o Pedro atétinha um cargo de
direcção.
03 Há muitos apoios aoempreendedorismopara as diversas fasesdo projecto. Uma das
boas coisas que temosé uma fortecomunidade e umsentido grande de entre
ajuda, o que potênciarelações fortes efacilidade de partilha decontactos, benéficos
para toda a gente. Naminha opinião, nãodevemos procurar ajudana banca para asnossas startups,simplesmente por sernesta fase em que osinvestidores iniciais têmde ter um alinhamento omais próximo possíveldos interesses dastartup e dos
fundadores. Do lado doEstado há vários apoioscéleres e que devem ser
aproveitados, tanto dolado do Impulso Jovemcomo do lado de
investimento, com aPortugal Ventures.
04 Tenho orgulho emdizer que nestemomento a nossa
empresa já é compostapor nove pessoas entreas áreas de tecnologia,gestão e marketing. E
esperamos crescermuito mais num futurobem próximo.05 Sempre que falosobre estes temas lançoo aviso: é um granderisco fazer um negóciopensado apenas paraum mercado doméstico,
especialmente o de
Portugal, pequeno e
pouco dinâmico. AWishareit/GetSocial foi
lançada exactamentenuma posturainternacional de criaçãode valor para o cliente,
seja ele qual for, estejaele onde estiver.
06 Imprescindível! AGetSocial é uma formaexcelente para asmarcas e lojas online deaumentarem a suavisibilidade, retenção evendas na economia
digital através dosnossos mecanismossociais e colaborativos.Toda a nossa actividade
depende destaeconomia ecaminhamos para anossa visão de queestamos a criar um novofuturo neste espaçocom uma melhor
experiência parapessoas e empresas.
AWishareitGetSocialnasceu fruto dodespedimentodos doisfundadores emplena crise, semque isso fosse
sequer umaforça debloqueio
CARLOS SILVA34 anos
Projecto A Seedrs ajudaa lançar startups,promovendo interacçãoonline entre
empreendedores efinanciadores
Formação Licenciaturaem engenhariaInformática no Técnico eMBA em OxfordPercurso profissionalTrabalhou no Técnico, foi
"ethical hacker"testando a segurança desistemas informáticosde várias empresas
01 No nosso caso a cri-
se em Portugal não teveum papel relevante. No
entanto, começamos atrabalhar no nosso pro-jecto no início de 2009,em plena crise mundial.Na minha opinião,embora seja mais difícil
obter financiamento
externo, períodos de cri-
se são excelentes altu-ras para arrancar umnovo projecto visto quesão períodos particular-mente dinâmicos e queprivilegiam quem conse-
gue criar muito valorcom um mínimo de
recursos, o que é ocaso das startups.
02 Quando comecei atrabalhar na Seedrs esta-va em Oxford a fazer umMBA e, embora tivessevárias ofertas de empre-go, não estava de
momento empregado.
03 Embora existam
excepções, a maior par-te dos apoios aos
empreendedores aonível da banca e doEstado implicam pro-cessos lentos, limitati-
vos e desalinhados dosinteresses dos
empreendedores.Quando estávamos alevantar a nossa primei-ra ronda de investimen-to para financiar o pro-jecto contactámos umacapital de risco portu-guesa que investiausando fundos do Esta-do e da banca. Mas
quando nos responde-ram já tínhamos fecha-do a primeira ronda deinvestimento, abertouma segunda e fechadocom sucesso tambémessa. Entretanto vários
processos estão melho-res em Portugal masexiste ainda muitos
apoios que estão desfa-sados das realidades dearrancar uma startup.
04 Directamente aSeedrs emprega nestemomento 17 pessoas, 9
em Portugal e 8 no Rei-no Unido. No entanto as
empresas que se finan-ciaram através da nossa
plataforma criaram jácerca de uma centenade postos de trabalho.
05 A Seedrs começou aoperar no Reino Unido eencontra-se agora pres-tes a anunciar a sua
expansão a toda a Euro-
peia. No entanto a nossavisão é uma visão globale esperamos estar a
operar em ainda mais
países muito em breve.
06 O nosso modelo de
negócio baseia-se emtornar o processo deinvestir numa startupmuito mais eficiente ebarato do que o que é
possível pelos métodosmais tradicionais, aoponto de tornar acessí-vel a qualquer pessoaeste tipo de investimen-to. A única razão porqueconseguimos atingireste objectivo é porquedesenvolvemos todoum conjunto de proces-sos padronizados quese baseiam na interac-
ção digital com os nos-sos investidores eempreendedores. Todoo processo é online.Seria impossível desen-volver um negóciocomo o nosso sem sernuma economia digital.
Seriaimpossíveldesenvolver umnegócio comoo nosso sem sernumaeconomiadigital
ANTÓNIO LUCENADE FARIA
53 anos
Projecto Fábrica deStartups para apoiarempreendedoresFormação Economia na
Católica e um MBA naUniversidade MinnesotaPercurso profissionalCriou o primeiro negocieaos 15 anos. Em 1987
lançou a Methodus,j
empresa de sistemas deinformação e desde !
então criou mais de 1 0
empresas
01 Nenhum papel. O
projecto de criação daFábrica de Startups
começou a ganhar for-ma em 2010 e foi con-cretizada em 2012. Naverdade era um sonho
que me acompanhavajá há vários anos.
02 Sempre fui um
empreendedor. Os
empregos que tiveforam sempre nas
empresas que criei.Nos últimos anos tenhoconhecido muitas pes-soas que deixaram osseus empregos paraavançarem com osseus projectos. São
pessoas corajosas, quemuito admiro. Ajudarestas pessoas é umadas principais razõesda existência da Fábri-
ca de Startups.
03 Não procurei a ajudada banca nem do Esta-do. Detesto a subsídio-
dependência. Um negó-cio ou é capaz de gerarreceitas e ser financeira-mente sustentável ounão é um negócio.Pode até sobrevivercomo um hobby masnão é um negócio. Emtermos económicos
produz menos do que o
que gera. Não é o queprecisamos para fazercrescer o país.
04 Os meus negócioscriaram centenas depostos de trabalhos ao
longo dos anos. Hojeorgulho-me mais dosmeus negócios teremfomentado o empreen-dedorismo dos meus
ex-colaboradores, ten-do muitos optado porcriarem as suas pró-prias empresas.
05 Todos os meus
negócios nascem orien-tados para serem glo-bais. Começamos emPortugal mas depressaatacamos oportunida-des em outros países.Temos de tirar maior
vantagem de sermos
capazes de trabalhar ede nos adaptamos àsmais diversas culturas.Somos a nação mas
global que existe. Só
que o esquecemos.Está na altura de acor-darmos.
06 Não acredito em
negócios que não tirembenefício da extraordi-
nária revolução tecnoló-gica dos últimos anos eespecialmente da Inter-net. Os territórios a des-cobrir pelos portugue-ses de hoje são aquelesa que só se chega atra-vés da Internet. Existemimensas oportunidadesà nossa espera. Mas épreciso acreditar, mudara nossa atitude, ser per-sistente e reforçar asnossas competências,nomeadamente no querespeita ao domínio dalíngua inglesa.
Um negócio oué capaz de serfinanceiramentesustentável ounão é umnegócio. Podesobrevivercomo umhobby
VASCO PEDRO37 anos
Projecto A partir deLisboa e S. Francisco, aDezine tem equipa técnica
para desenvolver
produtos, desde o
protótipo até ao mercado.
Formação Engenharia eLinguagem doConhecimento naUniversidade Nova.Doutorado no CamegieMellon UniversrtyPercurso profissionalFez estágios na Honda,Siemens e GooglaInvestigação emuniversidades e fundouduas empresas
01 A crise não teve papelna decisão de lançar o
negócio.
02 Sim. Tinha empregoefectivo que deixei paralançar oprojecto.
03 A resposta tem sido
óptima. Não procurámosapoios na banca, mas oEstado têm-se mostradodisponível. O mais difícil éa burocracia.
04 Neste momento somoscinco a tempo inteiro e uma part time.
05 o nosso negócio é
completamenteinternacional.
06 a economia digital éfundamental no nossoprojecto.
Sondagemmostra quefalta de lucroé a principalrazão paradesistir
Em Portugal, o númerode empreendedores deuum salto em ano de criseEm 2011, existiam em Portugal sete aoito empreendedores early stage (emfase inicial de negócio) por cada 100indivíduos em idade adulta. O núme-ro corresponde a "um aumento con-siderável da actividade empreende-dora early stage em relação ao ano de2010", em que esta taxa era de 4,4% e
coincide com a entrada do país emrecessão. Estes dados constam do estu-do Empreendedorismo em Portugal:Caracterização e Perspectivas, reali-zado pela consultora SPI (SociedadePortuguesa de Inovação) Venture e
apresentado em Abril deste ano.No entanto, os dados mostram ain-
da que 2,9% da população adulta entre-vistada no ano de 2011 tinha desisti-do de um negócio nos 12 meses ante-riores à sondagem. O resultado foiligeiramente superior ao apurado noano anterior: 2,5%.
A ausência ou insuficiência de lucrosfoi a principal razão apontada paradesistir, representando 57% das expli-cações dadas em 2011, contra 29,7%no ano anterior. O estudo conclui que,apesar do aumento significativo dos
níveis de actividade em Portugal, a
proporção de empreendedores quecessou a sua actividade em 2011 porfalta de lucros "é drasticamente supe-rior à registada nas médias dos dife-rentes tipos de economias e também
à registada em Portugal em 2010. Tra-ta-se de uma estatística anunciada(dado o agravamento da crise em 2011),mas preocupante", refere a apresen-tação feita por Susana Seabra, da Socie-dade Portuguesa de Inovação.
Este trabalho insere-se na iniciativaGlobal Entrepeneurship Monitor queenvolve 55 países e em que Portugalsurge classificado no estádio das eco-nomias orientadas para a inovação e
partiu de uma sondagem à cerca de2000 indivíduos da população activaresidentes no Continente. Os dadosde 2011 permitem constatar que o
empreendedor mais comum em Por-tugal é homem e tem entre os 25 e 34anos. A maioria dos negócios desen-volvidos, cerca de 50%, está orienta-da para o consumidor. As principaismotivações oscilam entre o aumentode rendimento e a necessidade ou
manutenção de rendimentos.
A.S.