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Vítor Manuel Bravo Fernandes Desenvolvimento de um sistema para análise de equilíbrio baseado em sensores inerciais Vítor Manuel Bravo Fernandes outubro de 2013 UMinho | 2013 Desenvolvimento de um sistema para análise de equilíbrio baseado em sensores inerciais Universidade do Minho Escola de Engenharia

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Vítor Manuel Bravo Fernandes

Desenvolvimento de um sistema para análisede equilíbrio baseado em sensores inerciais

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Universidade do MinhoEscola de Engenharia

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outubro de 2013

Tese de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre emEngenharia Eletrónica Industrial e de Computadores

Trabalho efetuado sob a orientação doProfessor Doutor Luís Alexandre Rocha

e co-orientado daProfessora Doutora Estela Bicho

Vítor Manuel Bravo Fernandes

Desenvolvimento de um sistema para análisede equilíbrio baseado em sensores inerciais

Universidade do MinhoEscola de Engenharia

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“If the doors of perception were cleansed, everything would apper to man as it is, infinite.”

William Blake

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Agradecimentos

Esta dissertação não teria sido possível sem o contributo de algumas pessoas que

contribuíram e me apoiaram na realização deste projeto.

Em primeiro lugar, aos meus orientadores, Professor Doutor Luís Rocha e Professora

Doutora Estela Bicho, por todo o apoio prestado, disponibilidade e conhecimentos

transmitidos ao longo deste trabalho.

Ao Doutor Miguel Gago, por toda a sua ajuda, orientação e pelos bons momentos

passados, bem como ao seu orientador, Professor Doutor Nuno Sousa, por ter tornado

possível a elaboração deste trabalho de investigação.

Ao Hélder Silva que sempre se mostrou disponível para me ajudar, esclarecer e

partilhar conhecimentos e ao Pedro Macedo por toda a sua disponibilidade.

Aos meus pais e irmã, por todo o apoio educacional e financeiro prestado ao longo

do meu percurso académico, pois sem eles esta dissertação não seria possível.

À Ana Rita por toda motivação, pela ajuda prestada e pelo apoio incondicional.

Por fim, e não menos importante, aos meus amigos Daniel Dias, Jaime Ferreira, José

Monteiro, David Ribeiro e Vitor Alves pela amizade e companheirismo.

A todos, um muito obrigado!

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Resumo

Esta dissertação apresenta o desenvolvimento e uso de um sistema de medição

inercial baseado em dois sensores inerciais: um giroscópio e um acelerómetro. O sistema

visa avaliar o equilíbrio e estabilidade postural de uma população em estudo, de forma a

identificar parâmetros cinéticos característicos das doenças de Parkinson e Alzheimer,

possibilitando assim traçar um perfil cinético destas doenças e facilitar o diagnóstico.

O sistema usado para efetuar a análise cinética é constituído por 5 módulos cinéticos

e um módulo base, que efetua a sincronização com os outros módulos via rádio, e por

uma aplicação desenvolvida em ambiente Matlab, que permite efetuar a análise cinética

com os dados recolhidos pelos sensores.

As provas de avaliação cinética foram efetuadas no Centro Hospitalar do Alto Ave

(CHAA), sob a supervisão do Doutor Miguel Gago. Entre vários resultados, a

comparação das variáveis cinéticas obtidas em cada grupo da população em estudo

permitiu chegar variáveis cinéticas significativas de cada um destes.

Palavras-Chave: Acelerómetro, Giroscópio, sensores inerciais, Análise cinética, Matlab.

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Abstract

This dissertation presents the development and use of measurement system based on

two inertial sensors: a gyroscope and an accelerometer. The system is used to assess the

balance and posture of a population in study, in order to identify kinetic parameters that

are characteristic of Alzheimer's and Parkinson's diseases, thus enabling to trace a

kinetic profile of these diseases in order to facilitate the diagnosis.

The system used to perform the kinetic analysis consists of 5 sensing modules and

one base module connected to a computer, which allows the synchronization with other

modules via radio, and an application developed in Matlab, which allows to perform the

kinetic analysis of data collected by sensors.

The kinetic tests were performed on Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA), under

the supervision of Dr. Miguel Gago. A comparison of kinetic variables obtained in each

group of the study population has allowed to reach significant kinetic variables of each

of the diseases under study.

Keywords: Accelerometer, Gyroscope, Inertial Sensors, kinetic analysis, Matlab.

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Índice

Agradecimentos ........................................................................................................ v

Resumo .................................................................................................................... vii

Abstract .................................................................................................................... ix

Lista de Figuras ....................................................................................................... xv

Lista de Tabelas ...................................................................................................... xix

Lista de Acrónimos ................................................................................................ xxi

Nomenclatura ....................................................................................................... xxiii

1 Introdução .......................................................................................................... 1

1.1 Motivação e enquadramento ............................................................................ 1

1.2 Objetivos ..................................................................................................... 2

1.3 Organização e estrutura da dissertação ............................................................ 2

2 Estado da arte ......................................................................................................... 5

2.1 Sistemas de medição ........................................................................................ 5

2.2 Técnicas para redução do erro em sistemas de medição inercial (SMI) .......... 6

2.3 Análise cinética com sensores inerciais ........................................................... 7

3 Fundamentos teóricos ............................................................................................ 9

3.1 Sensores Inerciais ............................................................................................ 9

3.1.1 Giroscópio ............................................................................................... 10

3.1.2 Acelerómetro ........................................................................................... 14

3.2 Sistema de coordenadas ................................................................................. 19

3.2.1 Cálculo da orientação com acelerómetro ................................................ 20

3.2.2 Cálculo da orientação com giroscópio .................................................... 21

4 Sistema de medição inercial ................................................................................. 23

4.1 Sistema existente ........................................................................................... 24

4.1.1 Especificações dos sensores .................................................................... 25

4.1.2 Caixas utilizadas nos módulos sensoriais ............................................... 26

4.1.3 Código de aquisição ................................................................................ 27

4.1.4 Processo de aquisição .............................................................................. 29

4.1.5 Sincronização .......................................................................................... 30

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4.1.6 Finalizar Aquisição ................................................................................. 31

4.2 Comunicação com o cartão SD ..................................................................... 32

4.2.1 SPI ........................................................................................................... 32

4.2.2 Implementação FatFS ............................................................................. 33

4.3 Filtros ............................................................................................................. 36

4.3.1 Filtro passa-baixo .................................................................................... 37

4.3.2 Fusão Sensorial ....................................................................................... 38

5 Análise cinética .................................................................................................... 41

5.1 Protocolo de registo cinético ......................................................................... 41

5.1.1 Recolha de dados biométricos ................................................................. 41

5.1.2 Colocação de módulos cinéticos ............................................................. 42

5.1.3 Provas cinéticas ....................................................................................... 42

5.1.4 Tempos das provas .................................................................................. 44

5.1.5 População em estudo ............................................................................... 44

5.2 Variáveis cinéticas ......................................................................................... 45

5.2.1 Distâncias no plano transversal ............................................................... 45

5.2.2 Distância percorrida ................................................................................ 47

5.2.3 Distância máxima .................................................................................... 47

5.2.4 Distância média ....................................................................................... 47

5.2.5 Média em “x” e média em “y” ................................................................ 47

5.2.6 Máximo em “x” e máximo em “y” ......................................................... 47

5.2.7 Raio de dispersão .................................................................................... 47

5.2.8 Ângulos pitch (θ) e roll (ϕ) mínimos, médios e máximos ...................... 48

5.2.9 Velocidade média .................................................................................... 48

5.2.10 Velocidade máxima ............................................................................... 48

5.2.11 Tempo em cada quadrante ..................................................................... 49

5.3 Análise estatística .......................................................................................... 49

6 Aplicação para análise cinética ............................................................................ 51

7 Procedimento experimental .................................................................................. 57

7.1 Calibrações .................................................................................................... 57

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7.1.1 Calibração do giroscópio ........................................................................ 57

7.1.2 Calibração do acelerómetro .................................................................... 60

7.2 Medições com os sensores ............................................................................. 61

7.3 Resultados cinéticos ...................................................................................... 65

7.4 Variáveis significativas .................................................................................. 70

8 Conclusão e trabalho futuro ................................................................................. 75

Referências .............................................................................................................. 77

Anexos .................................................................................................................... 81

Calibrações giroscópio ........................................................................................ 81

Calibrações acelerómetro .................................................................................... 82

Análise estatística ................................................................................................ 83

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Lista de Figuras

Figura 1 - Sistema de análise através de vídeo a 3D - OPTOTRAK (fonte: [7]). .... 5

Figura 2 - Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica (fonte

[7]). ............................................................................................................................ 6

Figura 3- Imagem amplificada de um micro atuador (fonte: [22]). .......................... 9

Figura 4 - Estrutura de um giroscópio mecânico. .................................................... 11

Figura 5 - Diagrama simplificado de um giroscópio ótico baseado em fibra ótica

(adaptado de [25]). ................................................................................................... 11

Figura 6 - Modelo funcionamento de giroscópio (adaptado de [22]). .................... 12

Figura 7 – Esquemático de um giroscópio com estrutura tipo forquilha (adaptado de

[23]). ........................................................................................................................ 13

Figura 8-Estrutura básica de um acelerómetro (adaptado de [25]). ........................ 14

Figura 9- Estrutura de um acelerómetro MEMS capacitivo. .................................. 16

Figura 10-Resumo das forças a atuar num acelerómetro em repouso numa mesa. 17

Figura 11-Resumo das forças a atuar num acelerómetro em queda livre ideal....... 18

Figura 12 - Acelerómetro rodado 45º sobre uma mesa. .......................................... 19

Figura 13 - Sistema de Coordenadas no COM. ...................................................... 19

Figura 14 - Sistema de aquisição cinético. .............................................................. 23

Figura 15 - Sistema de aquisição inercial. .............................................................. 24

Figura 16 - CC2530 da Texas Instrument. Comparação do tamanho com uma moeda

de 5 cêntimos. ......................................................................................................... 24

Figura 17 - Arquitetura do módulo sensorial. ......................................................... 25

Figura 18 - Placa com o IMU - MPU6000. Comparação com o tamanho de uma

moeda de 5 cêntimos. .............................................................................................. 25

Figura 19 - Caixa construída para colocação do módulo cinético. ......................... 27

Figura 20 - Estrutura para nome do ficheiro cinético ............................................. 28

Figura 21 - Fluxograma das ações executadas na função main. ............................. 28

Figura 22 - Estrutura dos dados guardados no ficheiro cinético. ............................ 30

Figura 23 - Fluxograma do processo de aquisição cinético. ................................... 30

Figura 24 - Aplicação C# para iniciar aquisição cinética sincronizada. ................. 31

Figura 25 - Fotografia do botão para finalizar a aquisição manualmente. .............. 32

Figura 26 - Camadas para comunicação com cartão (adaptado de 33). .................. 33

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Figura 27 - Formato das respostas do cartão aos comandos (adaptado de 33). ...... 34

Figura 28 - Fluxograma para inicialização driver do cartão (adaptado de 33). ...... 35

Figura 29 - Estrutura do pacote de dados, token e da resposta aos dados escritos

(adaptado de 33). ..................................................................................................... 36

Figura 30 - Comunicação no SDI e SDO no processo de leitura e escrita (adaptado

de 33). ...................................................................................................................... 36

Figura 31 - Gráfico FFT do COM e COP do balanceio de um indivíduo parado

durante 137 s (fonte:[35]). ...................................................................................... 37

Figura 32 - (a) Espectro de frequências de um hipotético de um sinal e o seu ruído

de alta-frequência. (b) Espectro do sinal representado em (a), mas depois da

aplicação de um filtro passa baixo (fonte: [7]). ...................................................... 38

Figura 33 - Diagrama de blocos do sistema para cálculo da orientação. ................ 40

Figura 34 - Plataforma utilizada para simular plano inclinado. .............................. 43

Figura 35 - Estrutura da tabela em Excel com tempos e validade das provas. ....... 44

Figura 36 - Representação do modelo para obtenção da distância "y" no plano

transversal. .............................................................................................................. 46

Figura 37 - Representação do modelo para atualização da altura do COM. ........... 46

Figura 38 - Gráfico representativo de algumas das variáveis cinéticas. ................. 48

Figura 39 - Representação dos 4 quadrantes. .......................................................... 49

Figura 40 - Painel principal após selecionar "Novo utilizador". ............................. 52

Figura 41 - Painel para a introdução de um doente de Alzheimer. ......................... 53

Figura 42 - Painel para a introdução de um doente de Parkinson. .......................... 53

Figura 43 - Painel para exportação das variáveis cinéticas. .................................... 54

Figura 44 - Menu para comparação gráfica entre grupos. ...................................... 55

Figura 45-Gira-discos utilizado para calibração. .................................................... 58

Figura 46 – Velocidade angular (º/s) vs. Saída dos eixos do giroscópio. ................ 59

Figura 47 - Pêndulo construído para calibração do acelerómetro. .......................... 60

Figura 48 – Aceleração (g) vs. Saída de cada um dos eixos do acelerómetro. ....... 61

Figura 49 - Gráfico da resposta dos três eixos do acelerómetro com o módulo parado

em cima da mesa durante 25 segundos. .................................................................. 62

Figura 50 - Gráfico da resposta dos três eixos do giroscópio com o módulo parado

em rotação num gira-discos a 198 º/s. ..................................................................... 62

Figura 51 - Gráfico da resposta dos três eixos do acelerómetro após filtro e

calibração, com o módulo parado em cima da mesa durante 25 segundos. ............ 63

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Figura 52 - Gráfico da resposta dos três eixos do giroscópio após filtro e calibração,

com o módulo parado em rotação num gira-discos a198 º/s. .................................. 63

Figura 53 - Gráfico representativo do drift no cálculo do angulo Roll com o

giroscópio. ............................................................................................................... 64

Figura 54 - Gráfico da variação angular pitch no movimento do pêndulo. ............ 65

Figura 55 - Gráfico da variação angular roll no movimento do pêndulo. ............... 65

Figura 56 - Distâncias percorridas no plano transversal na prova Romberg- OA. DP

vs. DA vs. C. ........................................................................................................... 66

Figura 57 - Distâncias percorridas no plano transversal na prova Romberg- OF. DP

vs. DA vs. C. ........................................................................................................... 66

Figura 58- Distâncias percorridas no plano transversal na prova da plataforma

OF+vdc. DP vs. DA vs. C. ...................................................................................... 67

Figura 59 - Distâncias percorridas no plano transversal na prova da plataforma

OF+vdf. DP vs. DA vs. C. ....................................................................................... 68

Figura 60 - Velocidade de oscilação de um doente de Alzheimer na prova de Romberg

(OA+OF). ................................................................................................................ 69

Figura 61 – Distância em relação à origem de um doente de Alzheimer na prova de

Romberg (OA+OF). ................................................................................................ 69

Figura 62 -Distâncias percorridas no plano transversal. Comparação da prova de

Romberg OA com Romberg OF. ............................................................................. 70

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xix

Lista de Tabelas

Tabela 1- Principais características do acelerómetro utilizado. .............................. 26

Tabela 2 - Principais características do giroscópio utilizado. ................................. 26

Tabela 3 - Lista de alguns comandos do cartão SD no modo SPI........................... 33

Tabela 4 - Propriedades do acelerómetro e giroscópio no cálculo da orientação. .. 39

Tabela 5 - Dados biométricos recolhidos na avaliação dos indivíduos em estudo. 42

Tabela 6 - Módulos cinéticos utilizados e os seus pontos de fixação. .................... 42

Tabela 7 - População em estudo .............................................................................. 45

Tabela 8 – Saídas para calibração do giroscópio do módulo do COM. .................. 58

Tabela 9 - Saídas para calibração do acelerómetro do módulo do COM. ............... 60

Tabela 10 - Variáveis significativas para diferenciar todos os grupos em estudo (DP

vs. DA vs. C). .......................................................................................................... 71

Tabela 11 - Variáveis significativas para diferenciar DA e controlos. .................... 72

Tabela 12 - Variáveis significativas para diferenciar DP e controlos. ..................... 73

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Lista de Acrónimos

3D Três dimensões

ACK Acknowledgement

ADC Conversor analógico-digital

C Controlos

CMD Command

COM Center of mass

COP Center of pressure

CRC Cyclic redundancy check

CS Chip Select

DA Doentes de Alzheimer

DCM Direction cosine matrix

DP Doentes de Parkinson

FAT File Allocation Table

FFT Fast Fourier Transform

I/O Input/Output

LSB Least significant bit

MATLAB Matrix laboratory

MEMS Microelectromechanical systems

MMC Multimedia Card

MSB Most significant bit

OCR Operation Conditions Register

SCLK Serial Clock Output

SDC Secure Digital Card

SDI Serial Data Input

SDO Serial Data Output

SMI Sistema de medição inercial

SPI Serial Peripheral Interface

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

WDT Watchdog TImer

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Nomenclatura

Símbolo Descrição Unidade

w Velocidade angular º/s

v Velocidade m/s

a Aceleração m/s2

x Deslocamento m

f Frequência Hz

g Aceleração da gravidade 9.8 m/ s2

θ Ângulo Pitch º

ϕ Ângulo Roll º

ψ Ângulo Yaw º

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xxiv

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1

CAPÍTULO 1

1 Introdução

O enquadramento e a motivação para o trabalho realizado são apresentados neste

capítulo. Para além disso, são também apresentados os objetivos, a organização e

respetiva estrutura deste documento.

1.1 Motivação e enquadramento

O aumento da esperança média de vida, bem como a redução da taxa de natalidade

verificadas nas últimas décadas traduzem-se num crescente envelhecimento da

população. Este fenómeno é, nos dias de hoje, um dos índices demográficos mais

preocupantes nas sociedades modernas. Particularmente no caso de Portugal, o

agravamento do envelhecimento da população deixou de ser um fenómeno localizado no

interior do país, generalizando-se em todo o território. Em 2011, o índice de

envelhecimento da população agravou-se para 128 (102 em 2001), o que significa que

por cada 100 jovens há 128 idosos [1].

Proporcionalmente a este envelhecimento da população tem-se verificado um

aumento progressivo da incidência de quedas na população, que se torna particularmente

preocupante com o aumento da idade, pois pessoas mais idosas estão mais vulneráveis a

fraturas ósseas. Para além disto, a incidência de quedas pode ainda ter como

consequências a perda de autonomia, perda de mobilidade, sintomas depressivos, levando

a uma maior restrição das atividades diárias [2]. As quedas e as suas consequências

resultam ainda num aumento dos custos de saúde associados ao tratamento e recuperação

dos doentes. Assim, torna-se fundamental caracterizar e definir a origem da instabilidade

postural causadora destas quedas, de forma a diminuir a sua incidência na população.

Este trabalho tem, então, como objetivo determinar variáveis cinéticas, associando-

as às patologias causadoras de instabilidade postural, possibilitando, assim, efetuar o

diagnóstico de doentes em risco de queda e definir estratégias preventivas para evitar que

estas ocorram. Para se obter esta análise cinética foi estabelecido um protocolo de testes

para avaliar os doentes em estudo, enquanto estes utilizam módulos sensoriais com

giroscópios e acelerómetros.

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2

Estes módulos com sensores inerciais distinguem-se dos sistemas normalmente

utilizados pelo seu tamanho reduzido, portabilidade e baixo custo, o que os torna nos

sensores ideais a serem utilizados pelo doente [3].

Por fim, para mais facilmente se proceder à análise dos dados adquiridos, foi

desenvolvida uma interface gráfica. Esta interface e o algoritmo para determinar os

parâmetros cinéticos referidos foram desenvolvidos em ambiente Matlab.

1.2 Objetivos

Tendo em conta a motivação e necessidade deste trabalho, os objetivos esperados

são:

Análise cinética do equilíbrio em doentes com diagnóstico estabelecido e

controlos;

Determinação de variáveis cinéticas, através dos dados obtidos na análise;

Associação dos parâmetros cinéticos às patologias em estudo, permitindo

efetuar o diagnóstico dos pacientes;

Desenvolvimento de software para simplificar e facilitar a análise dos dados

recolhidos.

1.3 Organização e estrutura da dissertação

No primeiro capítulo é feita a introdução desta dissertação, onde é contextualizado o

tema, são expostos os objetivos e é descrita toda a organização e estrutura da presente

dissertação.

No segundo capítulo é apresentado o estado da arte relativamente a sistemas para a

medição do movimento humano, com especial foco em sistemas que utilizam sensores

inerciais, a técnicas utilizadas para melhorar a resposta deste tipo de sistemas e a análises

cinéticas com dados sensoriais.

O capítulo 3 apresenta os fundamentos teóricos dos sensores utilizados nesta

dissertação. Visa facilitar a perceção do princípio de funcionamento destes, especialmente

no cálculo de ângulos através das grandezas medidas.

O capítulo 4 descreve todo o sistema de medição inercial. Basicamente, descreve o

sistema de medição que já existia, as alterações efetuadas, a implementação da

comunicação com o cartão SD e são justificadas as opções em termos de filtros aplicados

nas respostas dos sensores, que visam melhorar a resposta do sistema.

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3

No quinto capítulo é descrita a metodologia da análise cinética. Em primeiro lugar é

descrito o protocolo efetuado e é apresentada a população em estudo, depois são descritas

todas as variáveis cinéticas obtidas com as medições do sistema de medição inercial. É

ainda neste capítulo que são descritos os métodos estatísticos utilizados para analisar os

resultados obtidos.

No sexto capítulo é descrito o software para análise desenvolvido para este trabalho.

Esta aplicação standalone foi desenvolvida em Matlab.

No capítulo sete são apresentados vários resultados obtidos. Em primeiro lugar é

descrito o procedimento e os resultados obtidos nas calibrações dos sensores, depois são

apresentados os resultados obtidos na experimentação do sistema para a medição de

ângulos e variações angulares. O terceiro ponto deste capítulo apresenta uma pequena

análise cinética de três indivíduos da população em estudo, utilizando a componente

gráfica da aplicação de análise desenvolvida. Por fim, é neste capítulo que são

apresentadas as variáveis e provas cinéticas significativas para a diferenciação entre as

patologias em estudo.

O oitavo e último capítulo apresenta as conclusões retiradas deste trabalho e é feita

uma referência ao trabalho futuro que pode melhorar o sistema e o processo de análise

cinética.

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4

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5

CAPÍTULO 2

2 Estado da arte

Neste capítulo é apresentado o panorama atual dos sistemas de medição,

especialmente aqueles baseados em sensores inerciais. É feita, ainda, referência a técnicas

utilizadas por outros investigadores que visam a eliminação do erro dos seus sistemas de

medição inercial e a análises cinéticas efetuadas com dados recolhidos por sensores

inerciais.

2.1 Sistemas de medição

A análise do movimento humano tem-se revelado como uma ferramenta importante

no estudo de doentes em reabilitação ou em pessoas que revelem instabilidade postural.

Os sistemas tradicionalmente utilizados para efetuar a análise cinética são baseados

em plataformas com sensores de força [4], [5], efetuando a análise do movimento através

do centro de pressão do paciente. A análise cinética é também efetuada através de sistemas

de vídeo, com o uso de marcadores nos pacientes [6]. O desenvolvimento deste tipo de

sistemas de vídeo esteve na origem de um sistema a três dimensões chamado Optotrak,

que através de três câmaras consegue efetuar a análise em 3D [7] (figura 1).

Figura 1 - Sistema de análise através de vídeo a 3D - OPTOTRAK (fonte: [7]).

Estes sistemas são bastante precisos, mas têm um custo elevado e requerem

laboratórios específicos, ou seja, o espaço para a análise é limitado. Para além deste tipo

de soluções, existem sistemas baseados em sensores utilizados no corpo do paciente como

o goniómetro [8] e o magnetómetro [9], [10]. Mais recentemente foi desenvolvida uma

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6

luva especial, baseada num transdutor de fibra ótica, que permite efetuar a análise cinética

do movimento dos dedos da mão através da relação entre a flexão e a redução da

intensidade luminosa no detetor [7],[11].

Figura 2 - Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica (fonte [7]).

O desenvolvimento tecnológico na área das microtecnologias levou ao aparecimento

de novos micro sensores, incluindo acelerómetros e giroscópios, que podem ser usados

para análise do movimento humano. O seu pequeno tamanho, portabilidade e baixo custo

são as suas principais vantagens em relação aos sistemas tradicionais [3].

Os sistemas que usam apenas acelerómetros como sensores para efetuarem a análise

cinética [12] [13] conseguem através das acelerações medidas nos seus 3 eixos determinar

as características da marcha, detetar quedas e avaliar o equilíbrio. Contudo, apenas alguns

trabalhos utilizam somente este sensor para estimar ângulos durante o movimento, uma

vez que, na maioria dos estudos são utilizados acelerómetros e giroscópios em simultâneo

[3], [14].

2.2 Técnicas para redução do erro em sistemas de medição inercial

(SMI)

Os sensores inerciais apresentam como principal desvantagem a dificuldade de se

estabelecer um algoritmo para determinar com precisão o valor dos ângulos medidos. Um

dos métodos utilizados é a integração da velocidade angular medida pelos giroscópios,

porém, este processo leva a um acumular do erro devido ao desvio provocado pela

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7

integração. Várias técnicas têm sido investigadas para corrigir este problema, como por

exemplo, o trabalho apresentado por Morris [15], que propõe a eliminação deste erro

identificando o início e o fim de cada ciclo de marcha, tornando os sinais nestes dois

pontos iguais. Por sua vez, Tong et al. [16] utiliza um filtro passa alto para corrigir os

ângulos adquiridos. Contudo, estes dois últimos métodos removem os sinais de baixa

frequência adquiridos e não podem ser usados em aplicações com movimentos de baixa

frequência ou cujo objetivo seja a monotorização em tempo real.

Por outro lado, Dejnabadi et al. [14] propõe um modelo para estimar os ângulos sem

recorrer à integração estimando a aceleração na articulação. Como não é fisicamente

possível colocar os sensores na articulação, são lá colocados sensores virtuais através de

modelos matemáticos que estimam a posição destes sensores virtuais através da

informação adquirida nos sensores físicos. Para se minimizar o erro é necessário obter

com precisão as posições exatas dos sensores físicos e virtuais.

Takashi et al. [3] consegue a redução dos erros dos sensores efetuando uma fusão

sensorial através de um filtro de Kalman, ou seja, junta os ângulos calculados com

acelerómetro com os ângulos obtidos depois da integração dos dados do giroscópio,

conseguindo, assim, medir os ângulos das articulações dos membros inferiores com

estabilidade e razoável precisão. O filtro de Kalman é bastante popular para a fusão

sensorial devido à sua precisão, porém, tem como principais desvantagens a necessidade

de uma calibração precisa dos ganhos do filtro e a necessidade de uma elevada capacidade

de processamento. Existem outras técnicas para efetuar esta fusão sensorial, como é o

caso do filtro complementar [17] [18] [19], que utiliza as melhores características dos

sensores para a medição do movimento humano, ou seja, o acelerómetro para situações

estáticas e o giroscópio para as dinâmicas. É um filtro simples de implementar e portanto

requer pouca capacidade de processamento.

2.3 Análise cinética com sensores inerciais

Quanto à análise efetuada com os dados recolhidos pelos sensores, é importante

referir Mayagoitia et al. [13] que baseia a sua avaliação do equilíbrio em pé através das

distâncias em x e em y obtidas através dos cossenos direcionais e da altura em z onde é

colocado o sensor (no centro de massa (COM)). Martina et al. [20], [21] efetua, também,

a análise cinética da oscilação postural de um indivíduo em pé através de um

acelerómetro. Este trabalho refere a primeira derivada da aceleração (Jerk) como uma das

mais discriminatórias para identificar doentes de Parkinson.

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8

Em suma, é possível concluir que o uso de sensores inerciais para a análise cinética

do movimento do corpo humano tem crescido e existem cada vez mais investigadores a

procurar obter modelos para determinar com precisão os ângulos dos membros inferiores

de modo a extrair variáveis cinéticas que permitam diagnosticar a causa de desequilíbrios

posturais.

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9

CAPÍTULO 3

3 Fundamentos teóricos

Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos dos sensores utilizados

nesta dissertação. Este capítulo visa a perceção do princípio de funcionamento quer do

acelerómetro, quer do giroscópio, especialmente quando estes são utilizados para o

cálculo de ângulos através das grandezas medidas.

3.1 Sensores Inerciais

Giroscópios e acelerómetros fazem parte de um versátil grupo de sensores

denominado de sensores inerciais, uma vez que exploram propriedades da inércia para

medir variações angulares e acelerações lineares, respetivamente.

Os sistemas micro-electro-mecânicos (Figura 3) (Microelectromechanical systems

ou apenas MEMS) usam um conjunto de técnicas de micro fabricação para desenhar e

construir dispositivos e estruturas mecânicas ou eletromecânicas. Estes dispositivos

podem variar desde estruturas relativamente simples até elementos extremamente

complexos. As suas dimensões físicas podem, também, variar do micrómetro até vários

milímetros.

O desenvolvimento da tecnologia MEMS potenciou o uso de sensores inerciais, pois

permite a sua produção a um baixo custo, tornando-os assim ideais para aplicações de

consumo em que o preço é uma variável importante.

Figura 3- Imagem amplificada de um micro atuador (fonte: [22]).

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10

Os dispositivos MEMS mais conhecidos são [23]:

Acelerómetro;

Giroscópio;

Magnetómetro;

Sensores de pressão;

Sensor térmico de raios infravermelhos;

Micromotor e microvalvulas.

As principais aplicações dos referidos sensores inerciais são:

Airbag;

Sistema de travagem anti bloqueio (ABS);

Sistema de controlo de tração (TSC);

Controlo da atividade humana;

Monitorização de choques e impactos;

Monitorização de atividade sísmica;

Entretenimento (consolas, telemóveis, computadores, máquinas

fotográficas).

3.1.1 Giroscópio

Os giroscópios são sensores que permitem medir velocidades angulares

relativamente a um determinado eixo, ignorando outros tipos de dinâmica (lineares). Os

sinais gerados por estes dispositivos são normalmente expressos em graus por segundo e

a sua gama dinâmica pode atingir as muitas centenas de graus por segundo. Contudo,

existe ainda um compromisso entre o alcance das medições e a precisão dos sensores [24].

Os primeiros giroscópios, os mecânicos, surgiram no início do seculo XIX e eram

constituídos por uma roda a girar numa estrutura como a da figura 4.

Page 37: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

11

Figura 4 - Estrutura de um giroscópio mecânico.

Quando o momento angular da roda é suficientemente elevado, esta manterá a sua

orientação direcional mesmo se forças externas forem aplicadas na estrutura do sensor,

ou seja, o seu funcionamento é baseado no princípio de conservação do momento angular.

Por sua vez, os giroscópios óticos medem variações angulares através da diferença

entre a velocidade de transmissão de dois feixes luminosos que percorrem o mesmo

circuito, mas em sentidos opostos. Como a velocidade da luz é sempre constante, esta

diferença no tempo de transmissão é proporcional á velocidade de rotação. Este efeito é

conhecido como o efeito de Sagnac [25].

Foi apenas em 1960, depois da invenção do laser, que os primeiros giroscópios óticos

foram construídos. Desde então surgiram diferentes sensores óticos baseados em fibra

ótica como, por exemplo, o FOG (Fiber Optic Gyroscope).

Figura 5 - Diagrama simplificado de um giroscópio ótico baseado em fibra ótica (adaptado de [25]).

Na última década surgiram os giroscópios MEMS, cujo princípio de funcionamento

é baseado no efeito de Coriolis.

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12

Quando uma massa (m) se move com uma determinada velocidade linear v e sofre

uma rotação com uma velocidade angular ω, esta sofre o efeito de uma força na resultante

da direção da velocidade linear com o eixo de rotação. Esta força é chamada força de

Coriolis (equação 1).

𝐹𝑐 = 2𝑚(𝜔 ∗ 𝑣) (1)

Figura 6 - Modelo funcionamento de giroscópio (adaptado de [22]).

Na figura 6 encontra-se, na imagem à direita, um giroscópio em repouso, enquanto

à esquerda se encontra o estado do giroscópio após uma rotação. Através da equação 2 e

conhecendo o valor da constante da mola (k) e o deslocamento (x) é possível determinar

o valor da força e assim deduzir a velocidade angular.

𝐹𝑐 = 𝑘 ∗ 𝑥 = −2𝑚(𝜔 ∗ 𝑣) (2)

Existem várias geometrias disponíveis para estes giroscópios MEMS (e.g.

osciladores balanceados, osciladores simples, osciladores em anel ou osciladores

cilíndricos [26]), mas a maioria tem em comum uma estrutura do tipo forquilha. Existem

duas massas a oscilar em direções opostas e quando é aplicada uma rotação, a força de

Coriolis atuará em cada uma das massas, mas em direções opostas, o que levará a uma

variação da capacitância. Esta variação será proporcional à velocidade angular.

Quando o movimento é apenas linear, as massas irão mover-se na mesma direção,

ou seja, não existirá uma variação da capacitância e a velocidade angular medida é zero

[23].

Page 39: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

13

Figura 7 – Esquemático de um giroscópio com estrutura tipo forquilha (adaptado de [23]).

Estes sensores MEMS são constituídos por um número reduzido de componentes

mecânicos e portanto são relativamente baratos de construir. As principais vantagens

deste tipo de giroscópio relativamente a outros, nomeadamente os mecânicos são:

Tamanho / peso reduzidos;

Baixo consumo energético;

Custo financeiro reduzido;

Grau de fiabilidade elevado;

Resistência a ambientes hostis.

A grande desvantagem destes giroscópios é a sua precisão ser ainda inferior aos

óticos, que por seu turno tem como grande desvantagem serem mais caros [24].

As fontes de erro mais comum nestes sensores são:

Erro sistemático – é possível verificar este erro quando não se impõe

qualquer rotação ao sensor e se verifica que existe uma diferença entre o valor

esperado e o valor medido. Através desta medição, deve-se eliminar esta

diferença, subtraindo-a às medições. Se esta compensação não for efetuada,

os deslocamentos angulares calculados serão afetados por um deslocamento

proporcional ao erro (ϵ) que cresce linearmente com o tempo;

𝜃(𝑡) = 𝜖 ∗ 𝑡 (3)

Ruido branco – manifesta-se devido a perturbações termomecânicas que

geram variações de frequência muito superiores à taxa de amostragem (para

uma explicação mais detalhada deve referir-se a [26]);

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14

Ruido de baixa frequência - é responsável por gerar variações inversamente

proporcionais à frequência (1/f). Para altas frequências, é desprezável quando

comparado com o ruido branco;

Efeito da temperatura – a variação do sinal é altamente não linear em

relação à temperatura. Alguns sistemas inerciais já possuem sensores de

temperatura que são usados para a correção dos erros provenientes desta

variação;

Erros de calibração – o desalinhamento dos sensores durante a fase de

montagem e erros intrínsecos ao acondicionamento dos sinais levam a este

tipo de erros. A sua natureza é idêntica à dos erros sistemáticos e como tal

torna-se fundamental a calibração de cada sensor.

3.1.2 Acelerómetro

Tal como o próprio nome sugere, os acelerómetros têm como objetivo medir

acelerações, e a sua saída é tipicamente expressa em relação à constante de aceleração

gravítica terrestre (g).

Estes sensores podem ser construídos de várias formas, mas todos partilham uma

estrutura básica que consiste numa massa inercial suspensa por um braço de natureza

idêntica ao de uma mola (i.e, obedecendo à Lei de Hooke) e por um amortecedor em série.

Figura 8-Estrutura básica de um acelerómetro (adaptado de [25]).

Quando ocorre uma aceleração, efetuando a leitura do deslocamento da massa

inercial, é possível calcular a aceleração ocorrida pela segunda lei de Newton:

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15

𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (4)

Este conjunto representa um sistema mecânico de 2ª ordem. Considerando todas as

forças a atuar na massa que produzem uma aceleração �̈�:

𝐹𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 − 𝐹𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 − 𝐹𝑚𝑜𝑙𝑎 = 𝑚�̈� (5)

𝐹𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 = 𝑚�̈� + 𝑐�̇� + 𝑘𝑥 (6)

Onde k é a constante da mola, c o coeficiente de amortecimento e x o deslocamento

da massa. �̇� 𝑒 �̈� representam a primeira e segunda derivada do deslocamento (x)

respetivamente. Se considerarmos a aceleração aplicada como entrada e o deslocamento

da massa inercial como saída, podemos reorganizar a equação 6 de forma a obter a função

transferência [25].

𝐹𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 = 𝑚𝑎 = 𝑚�̈� + 𝑐�̇� + 𝑘𝑥 (7)

𝑎 = �̈� +

𝑐

𝑚�̇� +

𝑘

𝑚𝑥 (8)

Aplicando a transformada de Laplace na equação 8 e assumindo as condições iniciais

𝑥0 = 0 𝑒 �̇�0 = 0, obtém-se a função transferência:

𝐺𝑚(𝑠) =

𝑥(𝑠)

�̈�(𝑠)= 𝑆𝑚

𝜔𝑛2

𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛2 (9)

Onde:

𝜔𝑛 = √𝑘

𝑚 é a frequência natural da estrutura;

𝜉 =1

2𝑐√

𝑘

𝑚 é a relação de amortecimento;

𝑆𝑚 =𝑚

𝑘 representa a sensibilidade mecânica.

A resposta do sistema é determinada pela relação de amortecimento (ξ). Se esta for

baixa, existirá overshoot e uma oscilação, mas o seu tempo de subida será menor. Com

uma maior relação de amortecimento não existirá overshoot, porém o seu tempo de subida

será mais lento [27].

Existem três principais tipos de acelerómetros MEMS: os piezoelétricos, os

piezoresistivos e os capacitivos. A principal diferença entre estes está essencialmente na

forma como detetam a posição relativa da massa inercial do sensor.

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16

Os piezoelétricos caracterizam-se por o material da mola ser piezoelétrico ou por a

mola estar revestida por um fino filme piezoelétrico, fornecendo assim uma tensão que

está em proporção direta com o deslocamento [28]. Por sua vez, os acelerómetros

piezoresistivos medem o deslocamento através de piezoresistências colocadas nas molas

do sensor. A variação do valor destas resistências permite estabelecer uma relação capaz

de permitir o cálculo da variação do posicionamento da massa inercial.

Figura 9- Estrutura de um acelerómetro MEMS capacitivo.

Por fim, um dos métodos mais comuns para construção de acelerómetros MEMS é o

capacitivo, onde existe um conjunto de condensadores colocados entre a massa e a

estrutura do sensor. Assim, quando ocorre um movimento, este provoca um deslocamento

nestas placas de condensadores, traduzindo-se numa variação da sua capacidade. O

deslocamento da massa pode ser deduzido através desta variação.

Estes dispositivos partilham a mesma tecnologia que os giroscópios, a tecnologia

MEMS, por isso partilham também as vantagens anteriormente referidas em relação aos

giroscópios. Contudo, para além das vantagens, estes têm também em comum a sua maior

desvantagem que é ainda não serem tão precisos quanto os acelerómetros que usam

técnicas mais tradicionais [24].

Também em relação aos erros verificados nos sensores, os giroscópios e

acelerómetros MEMS sofrem essencialmente dos mesmos, porém é importante realçar

algumas diferenças:

Erros sistemático – quando o sensor está em condições onde é possível prever o

seu sinal de saída, por exemplo em repouso, é possível medir o erro sistemático

𝜖, e posteriormente subtraí-lo ao valor de saída do acelerómetro. Se tal não

acontecer, obtém-se um erro na posição que é fruto da dupla integração, e que

cresce com o quadrado do tempo (equação 10);

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17

𝑠(𝑡) = 𝜖 ∗

𝑡2

2 (10)

Ruído branco – A saída de um acelerómetro, tal como o giroscópio, é perturbada

por um ruido termomecânico ou ruído branco que se caracteriza por uma

sequência com média e covariância nula e variância finita. Maior detalhe em [28];

Erros de calibração – São visíveis quando o sensor está sujeito a uma aceleração.

Podem ser visíveis quando o dispositivo está estático devido à aceleração da

gravidade.

3.1.2.1 Análise do funcionamento de um acelerómetro

Na realidade, os acelerómetros não medem acelerações, nem as forças que lhe são

aplicadas, mas sim a reação a essa força [23].

Quando o sensor está, por exemplo, em repouso sobre uma mesa, a saída do eixo que

está perpendicular a essa mesa deverá medir 1 g, e os outros dois eixos que estão no plano

paralelo ao da mesa deverão medir 0 g, ou seja, apenas a força gravítica está a atuar no

sensor nesse momento.

Figura 10-Resumo das forças a atuar num acelerómetro em repouso numa mesa.

∑ 𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (11)

<=> 𝐹𝑛 − 𝐹𝑔 = 0 (12)

<=> 𝐹𝑛 = 𝐹𝑔 = 𝑚 ∗ 𝑔 (13)

Para calcular a aceleração provocada pela força recorre-se à segunda lei de Newton:

∑ 𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (11)

<=> 𝑚 ∗ 𝑔 = 𝑚 ∗ 𝑎 (14)

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18

<=> 𝑎 = 𝑔 (15)

Ou seja, é possível verificar que a medida do acelerómetro será a prevista (igual à

aceleração gravítica).

Por outro lado, quando o acelerómetro está em queda livre ideal, ou seja, desprezando

a resistência do ar, a aceleração medida será de 0.

∑ 𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (11)

<=> 𝐹𝑔 − 𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑎 (16)

<=> 𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑔 − 𝑚 ∗ 𝑎 (17)

Figura 11-Resumo das forças a atuar num acelerómetro em queda livre ideal.

Como o sensor está em queda livre, a sua aceleração é igual à constante de aceleração

gravítica g, ou seja:

𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑔 − 𝑚 ∗ 𝑔 = 0 𝑁 (18)

Novamente recorrendo à segunda lei do movimento de Newton é então possível

deduzir a aceleração provocada por uma força:

∑ 𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (11)

<=> 𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑎 (19)

<=> 𝑎 =

𝐹𝑟

𝑚= 0 𝑚/𝑠2 (20)

Até agora foram analisados dois exemplos onde a aceleração se dava apenas em um

dos eixos do sensor, mas o principal valor dos acelerómetros triaxiais é a deteção de forças

nos seus 3 eixos, tornando possível a determinação da sua orientação no espaço.

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19

Pegando no primeiro exemplo, de um acelerómetro em repouso em cima de uma

mesa, mas agora rodando este sensor 45º em relação ao plano desta mesa, a constante de

gravidade atuará desta forma em dois dos eixos do sensor. Esta relação de valores permite

calcular o ângulo que este plano faz com a força gravítica e assim determinar a orientação

do sensor no espaço.

Figura 12 - Acelerómetro rodado 45º sobre uma mesa.

3.2 Sistema de coordenadas

A figura 13 representa o sistema de coordenadas geral, quando um sensor é colocado

na pessoa, permitindo através deste sistema de eixos calcular a orientação da pessoa no

espaço. Estas orientações podem ser calculadas de várias formas, mas uma das mais

utilizadas, e por isso será utilizada neste trabalho, é a representação através dos ângulos

de Euler, yaw(ψ), pitch(θ) e roll(ϕ), e as suas matrizes de rotação correspondentes, Rψ,

Rθ e Rϕ [29].

Figura 13 - Sistema de Coordenadas no COM.

Pitch (θ) representa uma rotação sobre o eixo dos ‘’x’’ e tem como matriz de rotação:

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20

𝑅𝜃 = [

1 0 00 cos 𝜃 −sin 𝜃0 sin 𝜃 cos 𝜃

] (21)

Roll (ϕ) representa uma rotação sobre o eixo dos ‘’y’’ e a sua matriz de rotação é:

𝑅𝜙 = [cos 𝜙 0 sin 𝜙

0 1 0−sin 𝜙 0 cos 𝜙

] (22)

Yaw (ψ) representa uma rotação sobre o eixo dos ‘’z’’ e tem como matriz de rotação:

𝑅𝜓 = [

cos 𝜓 −sin 𝜓 0sin 𝜓 cos 𝜓 0

0 0 1

] (23)

Com estas 3 matrizes é então possível calcular a matriz DCM (Direction Cosine

Matrix), que é utilizada como vetor de transformação das acelerações medidas.

𝐷𝐶𝑀 = 𝑅𝜃 ∗ 𝑅𝜙 ∗ 𝑅𝜓 (24)

= ⌈

cos 𝜙 ∗ cos 𝜓 −cos 𝜙 ∗ sin 𝜓 sin 𝜙sin 𝜃 ∗ sin 𝜙 ∗ cos 𝜓 + cos 𝜃 ∗ sin 𝜓 −sin 𝜃 ∗ sin 𝜙 ∗ sin 𝜓 + cos 𝜃 ∗ cos 𝜓 −sin 𝜃 ∗ cos 𝜙

−cos 𝜃 ∗ sin 𝜙 ∗ cos 𝜓 + sin 𝜃 ∗ sin 𝜓 cos 𝜃 ∗ sin 𝜙 ∗ sin 𝜓 + sin 𝜃 ∗ cos 𝜓 cos 𝜙 ∗ cos 𝜃⌉ (25)

3.2.1 Cálculo da orientação com acelerómetro

Quando não existem acelerações elevadas no sistema, é possível calcular a

orientação no espaço através das medições obtidas com o acelerómetro, ou seja, a

orientação é obtida através da constante de aceleração gravítica. Contudo, como o plano

de rotação yaw (ψ) é perpendicular à gravidade, esta rotação não é calculável apenas com

as medições do acelerómetro, por isso, esta rotação é assumida como zero para estes

cálculos.

𝐺 = 𝐷𝐶𝑀 ∗ 𝐴 (26)

Onde G representa a constante de gravidade e A as acelerações medidas pelo

acelerómetro. Assim, como a matriz DCM é ortogonal e assumindo yaw (ψ)=0:

𝐴 = 𝐷𝐶𝑀𝑡 ∗ 𝐺 (27)

[𝑎𝑐𝑐𝑥𝑎𝑐𝑐𝑦𝑎𝑐𝑐𝑧

] = ⌈cos 𝜙 sin 𝜃 ∗ sin 𝜙 −cos 𝜃 ∗ sin 𝜙

0 cos 𝜃 sin 𝜃sin 𝜙 −sin 𝜃 ∗ cos 𝜙 cos 𝜙 ∗ cos 𝜃

⌉ ∗ [00

−𝑔] (28)

= [

𝑔 ∗ cos 𝜃 ∗ sin 𝜙−𝑔 ∗ sin 𝜃

−𝑔 ∗ cos 𝜙 ∗ cos 𝜃] (29)

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21

Através da equação 29 é possível estabelecer três equações:

𝑎𝑐𝑐𝑥

𝑎𝑐𝑐𝑦=

𝑔 ∗ cos 𝜃 ∗ sin 𝜙

−𝑔 ∗ cos 𝜃 ∗ cos 𝜙= −tan 𝜙 (30)

𝑎𝑐𝑐𝑦 = −𝑔 ∗ sin 𝜃 (31)

𝑔 = √𝑎𝑐𝑐𝑥2 + 𝑎𝑐𝑐𝑦2 + 𝑎𝑐𝑐𝑧2 (32)

Estabelecidas estas relações, torna-se então simples deduzir as equações para

determinação do pitch (θ) e roll (ϕ) através das medições do acelerómetro.

𝑃𝑖𝑡𝑐ℎ(𝜃) = arcsin (

−𝑎𝑐𝑐𝑦

𝑔) = arctan (

−𝑎𝑐𝑐𝑦

√𝑎𝑐𝑐𝑥2 + 𝑎𝑐𝑐𝑧2) (33)

𝑅𝑜𝑙𝑙(𝜙) = arctan (𝑎𝑐𝑐𝑥

−𝑎𝑐𝑐𝑧) (34)

3.2.2 Cálculo da orientação com giroscópio

Para se obter variações angulares com este sensor o processo é mais simples do que

o utilizado para o acelerómetro. Como referido anteriormente, os giroscópios medem

velocidades angulares, ou seja, para se obter os ângulos pitch (θ) e roll (ϕ) basta apenas

efetuar o integral das velocidades angulares medidas no respetivo eixo “x” e “y”. Para

além destes ângulos, o giroscópio também permite obter o angulo yaw (ψ) através da

integração das medições efetuadas no eixo “z”.

𝑅𝑜𝑙𝑙 (𝜑) = ∫(𝜔𝑦 ∗ 𝑑𝑡) (35)

𝑃𝑖𝑡𝑐ℎ (𝜃) = ∫(𝜔𝑥 ∗ 𝑑𝑡) (36)

Yaw (ψ) = ∫(𝜔𝑧 ∗ 𝑑𝑡) (37)

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22

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23

CAPÍTULO 4

4 Sistema de medição inercial

Neste capítulo é apresentado o sistema de medição inercial utilizado. É descrito o

sistema de medição que já existia, as alterações efetuadas, a implementação da

comunicação com o cartão SD e são justificadas as opções em termos de filtros aplicados

nas respostas dos sensores, que visam melhorar a resposta do sistema.

Este trabalho tem como principal objetivo a análise cinética do equilíbrio utilizando

sensores inerciais, e para tal, foram utilizados módulos cinéticos desenvolvidos

anteriormente pelo grupo de microtecnologias da Universidade do Minho – figura 14.

Figura 14 - Sistema de aquisição cinético.

Assim, utilizando um sistema de medição inercial já existente, o primeiro passo

consistiu na realização de um estudo sobre este sistema de forma a obter um

conhecimento profundo sobre o que já existia e o que ainda era necessário implementar

para a sua utilização neste projeto. Este processo consistiu essencialmente na verificação

do código implementado para a aquisição de dados dos sensores e da comunicação entre

os módulos cinéticos e o módulo da base.

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24

4.1 Sistema existente

O sistema de medição inercial é constituído por três elementos principais: um

computador, a estação base que permite iniciar e terminar a aquisição e os cinco módulos

sensoriais que adquirem e guardam os dados no cartão SD (security digital).

Figura 15 - Sistema de aquisição inercial.

O computador é utilizado para correr uma aplicação que através da base permite

definir o número de módulos a utilizar, consultar o nível da bateria de cada módulo e

iniciar ou terminar o processo de aquisição dos sensores, garantindo uma sincronização

entre os módulos.

O módulo da base está conectado ao PC através da porta série e consegue estabelecer

uma comunicação com os módulos sensoriais através do rádio. O microprocessador

existente na base que é baseado num 8051, que está embebido no CC2530 da Texas

Instruments, uma solução System-on-Chip projetada para aplicativos IEEE 802.15.4.

Figura 16 - CC2530 da Texas Instrument. Comparação do tamanho com uma moeda de 5 cêntimos.

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25

Quanto aos módulos sensoriais, cada módulo está equipado com um SMI, o

MPU6000 da InvenSense (figura 18), que contém 2 sensores inerciais: um acelerómetro

e um giroscópio, cada um com três eixos. Para além destes sensores, existe ainda um

CC2530, que permite a comunicação dos módulos com a base, e uma drive para cartões

micro SD. A arquitetura destes módulos pode ser vista na figura 17.

Figura 17 - Arquitetura do módulo sensorial.

Figura 18 - Placa com o IMU - MPU6000. Comparação com o tamanho de uma moeda de 5 cêntimos.

4.1.1 Especificações dos sensores

Como já referido, o SMI utilizado nos módulos cinéticos é o MPU6000 da

InvenSense. As tabelas 1 e 2 enumeram as principais características dos sensores

integrantes deste MPU6000. Para mais pormenores sobre o funcionamento dos sensores

deve-se consultar o datasheet deste dispositivo [30].

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26

O MPU-6000 caracteriza-se por ser um sensor de baixo custo, de reduzidas

dimensões e baixo consumo, tornando-o ideal para este projeto. Para além disto, é um

dispositivo bastante versátil, pois é possível programar a sensibilidade desejada para cada

um dos sensores.

Tabela 1- Principais características do acelerómetro utilizado.

Acelerómetro Descrição Unidade

Tensão de alimentação 2.375 a 3.46 V

Corrente de funcionamento 500 µA

Sensibilidade ±2; ±4; ±8 g

Fator de escala de sensibilidade 16.4;8.2;4.1 LSB/g

Variação sensibilidade vs Temperatura ±0.02 %/ºC

Ruído (Power Spectral Density) 400 µg/√Hz

Resolução do ADC 16 Bits

Tabela 2 - Principais características do giroscópio utilizado.

Giroscópio Descrição Unidade

Tensão de alimentação 2.375 a 3.46 V

Corrente de funcionamento 3.6 mA

Sensibilidade ±250; ±500 º/s

Fator de escala de sensibilidade 131;65,5 LSB/g

Variação fator escala vs Temperatura ±2 %

Ruído (Power Spectral Density) 0.005 º/s/√Hz

Resolução do ADC 16 Bits

4.1.2 Caixas utilizadas nos módulos sensoriais

A utilização destes módulos sensoriais tem como objetivo a medição do movimento

humano, e como tal, estes módulos devem ser utilizados pelo sujeito enquanto este realiza

as provas cinéticas. Assim, para mais facilmente fixar os sensores nas pessoas, foram

construídas caixas (figura 19) para a colocação dos módulos, que contêm bandas em

velcro que permitem uma fixação em cada membro do corpo desejado.

Para além das caixas, foi adicionado um botão na parte lateral do módulo (figura 25),

que permite efetuar o reset ao micro.

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27

Figura 19 - Caixa construída para colocação do módulo cinético.

4.1.3 Código de aquisição

Neste ponto do trabalho é apresentada a estrutura do código para aquisição de dados

dos sensores.

Main

No main são utilizadas várias funções que permitem configurar os diferentes

elementos para este projeto. Em primeiro lugar são iniciados e configurados os sensores

a utilizar, configurando-se a sensibilidade destes: o acelerómetro para atuar a ±2g e o

giroscópio ±250 º/s. Depois é configurado o filtro digital integrado no MPU, sendo

aplicado, na saída dos sensores, um filtro passa-baixo de 94 Hz.

É no main que se define o endereço do módulo para a comunicação via rádio, ou

seja, cada módulo deve ter um endereço diferente, e é também neste ponto que são

definidas as prioridades das interrupções do microprocessador. Assim, foi definido que a

interrupção com maior prioridade é a interrupção do porto 0, ou seja, o botão para

terminar a aquisição através de um reset tem prioridade sobre todas as outras interrupções.

Depois desta interrupção, foi definido que a interrupção do rádio tem maior prioridade do

que a interrupção do temporizador, onde é efetuada a aquisição, possibilitando, assim,

terminar esta aquisição via rádio.

Por fim, é aberta a comunicação com o cartão SD, ou seja, é definida a drive do

cartão e é encontrado o nome a atribuir ao ficheiro, onde são guardados os dados cinéticos.

A figura 20 ilustra como é atribuído o nome do ficheiro, onde “XX” representa o número

do endereço do módulo definido anteriormente e “YY” representa o número do ficheiro

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28

no cartão. Este inicia sempre em 0 e procura um número disponível até 99. Se estes cem

números estiverem ocupados, ou seja, se nenhum dos ficheiros for eliminado do cartão,

então será atribuído 0 ao ficheiro a criar e escrever-se-á por cima do ficheiro antigo. O

fluxograma da figura 21 ilustra o funcionamento descrito desta função main.

Figura 20 - Estrutura para nome do ficheiro cinético

Figura 21 - Fluxograma das ações executadas na função main.

Reset

Quando o botão lateral do módulo é premido é ativada a interrupção do porto 0 e é

efetuado o reset do sistema. Este reset é possível configurando o Watchdog Timer (WDT)

do microprocessador no modo watchdog. Neste modo, o temporizador inicia uma

contagem e quando atinge um determinado valor, neste caso 64 ao fim de 1,9 ms, o

Watchdog Timer gera um sinal que efetua o reset do sistema. O WDT é automaticamente

desabilitado pelo microprocessador depois do reset.

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29

Se o sistema estiver em processo de aquisição é garantido que antes de se efetuar este

processo é fechada em primeiro lugar a comunicação com o cartão SD e, assim, guardado

o ficheiro com os dados adquiridos.

Radio

Quando o módulo recebe uma mensagem de rádio da base, esta pode ser uma de 4

diferentes tipos de mensagem:

Sincronização – Ativa a interrupção do temporizador e inicia a aquisição dos dados

cinéticos. Envia um acknowledgement (ACK) para a base indicando que esta mensagem

foi bem recebida e que o processo se iniciou;

Cancelar sincronização – Quando algum dos módulos não responde ou não

conseguiu iniciar a aquisição de dados, a base envia esta mensagem para que aqueles

módulos que já haviam iniciado o processo o cancelem e eliminem o ficheiro criado;

Terminar aquisição – Termina o processo de aquisição de dados, guardando o

ficheiro no cartão;

Ler a bateria – O micro utiliza o seu ADC (conversor analógico-digital) ler o valor

da bateria do módulo. Este responde com esse valor medido para a base.

4.1.4 Processo de aquisição

O processo de aquisição inicia-se quando uma mensagem para sincronização é

recebida via rádio. É criado o ficheiro com o nome anteriormente definido e depois é

executado um ciclo que se vai repetindo até que uma instrução para terminar a aquisição

seja recebida. A primeira instrução deste ciclo é para a leitura dos dados adquiridos pelo

acelerómetro e pelo giroscópio, dados esses, que são guardados num buffer. O valor do

tempo é, também, guardado neste buffer, juntamente com os dados dos sensores. A

variável tempo, que permite obter a taxa de aquisição, é guardada de 250 em 250

amostras. Esta variável é gravada em 3 bytes, enquanto cada amostra dos eixos dos

sensores ocupa 2 bytes. Assim, a trama guardada no ficheiro tem a estrutura apresentada

na figura 22.

Quando é recebido o sinal para terminar a aquisição, o ciclo de amostragem é

finalizado e o buffer com os valores do tempo e os dados adquiridos é gravado no ficheiro

anteriormente aberto. Por fim, é fechado o ficheiro e a comunicação com o cartão SD.

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30

Figura 22 - Estrutura dos dados guardados no ficheiro cinético.

Para evitar que se perdessem dados caso a bateria chegasse inesperadamente ao fim

e o ficheiro não fosse devidamente guardado, foi criada uma condição de verificação do

nível da bateria. Quando esta atinge esse limite mínimo (3 V) a aquisição termina e o

ficheiro é igualmente guardado. O fluxograma da figura 23 resume o funcionamento deste

processo de aquisição.

Figura 23 - Fluxograma do processo de aquisição cinético.

4.1.5 Sincronização

Um dos principais requisitos do processo de aquisição cinética era a sincronização

entre todos os elementos do processo, ou seja, garantir que todos os módulos iniciassem

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31

a sincronização ao mesmo tempo e que esse tempo de início de aquisição fosse registado

na gravação de vídeo efetuada nos testes de forma a ser possível identificar o início e fim

de cada prova cinética.

A sincronização entre os módulos já estava implementada no sistema existente e é

efetuada via rádio através de uma aplicação implementada em linguagem de programação

C# (figura 24). Através desta, é possível definir o número de módulos a utilizar, iniciar e

terminar a aquisição e verificar o nível da bateria de cada módulo.

Para a sincronização com o registo vídeo, foi implementado um sinal sonoro que

permite distinguir nesse registo o início da aquisição. Assim, ao software já existente, foi

acrescentada uma rotina que faz com que o computador emita um sinal sonoro quando

todos os módulos respondem afirmativamente ao comando para iniciar a aquisição. Deste

modo é possível distinguir no vídeo o tempo zero, ou seja, o tempo de início de aquisição.

Figura 24 - Aplicação C# para iniciar aquisição cinética sincronizada.

4.1.6 Finalizar Aquisição

Como já foi referido, o sistema existente permite terminar a aquisição através de um

comando enviado via rádio. Contudo, depois de efetuados os primeiros testes com os

módulos, verificou-se que manter o sistema de rádio dos módulos ligado durante todo o

processo de aquisição diminuía o tempo de vida das baterias. Assim, como a

sincronização entre os módulos apenas é fundamental no início da aquisição, o sistema

de rádio é desligado cerca de dez segundos após o início da aquisição. O sinal para fim

da aquisição no sistema foi modificado neste trabalho, sendo que agora o fim de aquisição

acontece quando se pressiona o botão existente em cada módulo (figura 25). Com a

ativação do botão, o microcontrolador inicia um processo de reset que termina a aquisição

depois de guardar a informação cinética no cartão SD.

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32

Figura 25 - Fotografia do botão para finalizar a aquisição manualmente.

4.2 Comunicação com o cartão SD

No sistema existente foi necessário implementar as comunicações com o cartão SD.

Estas comunicações entre o micro e o cartão são efetuadas através do protocolo de

comunicação Serial Peripheral Interface (SPI).

4.2.1 SPI

O protocolo de comunicação SPI foi desenvolvido pela Motorola e é um meio de

comunicação de dados síncrono que opera no modo full duplex. Os dispositivos que

utilizam este protocolo comunicam na relação master/slave, onde a responsabilidade de

iniciar a comunicação e de gerar o relógio é do master [31].

No protocolo SPI existe sempre uma troca de dados, ou seja, sempre que dados são

enviados, novos dados são recebidos [32].

O barramento SPI é constituído por:

o SCLK – Serial Clock Output;

o SDO – Serial Data Output;

o SDI – Serial Data Input;

o CS – Chip Select.

No código já desenvolvido para o microprocessador está configurada a comunicação

SPI, bem como as respetivas funções para a sua utilização. O MPU6000 no modo SPI

atua sempre como slave e a ordem dos bits deve ser definida sempre com o MSB primeiro

e o LSB no fim [30].

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33

4.2.2 Implementação FatFS

Para estabelecer a comunicação entre o microprocessador e o cartão SD foi utilizado

o módulo FatFs, que foi concebido para ser utilizado em sistemas embebidos com baixa

capacidade de processamento e que agrupa um conjunto de funções genéricas criadas para

o sistema de ficheiros FAT. É escrito em linguagem de programação C e tem como

principal vantagem estar completamente separado da camada de I/O, ou seja, é

independente da arquitetura de hardware. Pode, assim, ser utilizado em vários tipos de

microcontroladores para estabelecer a comunicação com um cartão SD, sem ser

necessário efetuar qualquer alteração nestas mesmas funções [33].

Figura 26 - Camadas para comunicação com cartão (adaptado de 33).

A comunicação entre o cartão e o microprocessador é efetuada através do já referido

protocolo de comunicação SPI. Para isso, na inicialização do cartão, este deve ser definido

para funcionar no modo SPI.

Na tabela 3 é possível ver alguns dos comandos existentes e utilizados para a

comunicação com o cartão no modo SPI. A figura 27 mostra a configuração da resposta

R1, que quando é nula, significa que o comando foi recebido com sucesso, e da resposta

R3, que consiste na resposta R1 mais 32 bits de OCR (Operation Conditions Register).

Tabela 3 - Lista de alguns comandos do cartão SD no modo SPI.

Índice do comando Resposta Descrição

CMD0 R1 Reset de software. Coloca o cartão inativo.

CMD1 R1 Começar processo de inicialização.

ACMD41 R7 Começar processo de inicialização. Para SDC.

CMD12 R1b Parar de ler dados.

CMD17 R1 Ler um bloco de dados.

CMD24 R1 Escrever um bloco de dados.

CMD58 R3 Ler OCR.

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34

Figura 27 - Formato das respostas do cartão aos comandos (adaptado de 33).

Inicialização do cartão

Quando o módulo é ligado ou, ocorre um reset, o cartão entra no seu modo de

operação inativo e por isso é necessário colocá-lo a funcionar no modo SPI. Para isso

tem-se que implementar uma série de procedimentos descritos no fluxograma da figura

28. Este fluxograma corresponde à implementação da função para inicialização do cartão.

Transferência de dados

Na transferência de dados entre o micro e o cartão, quer seja um processo de escrita,

quer de leitura, o pacote de dados a transmitir é parte integrante de um pacote maior

constituído por um token, o próprio pacote de dados a transmitir e o CRC (Cyclic

redundancy check) (figura 29).

Leitura de dados

Quando o comando 17 enviado é aceite pelo cartão, a operação de leitura é iniciada

e o pacote para leitura é enviado para o micro. Assim, depois do respetivo token ser

detetado, o microprocessador recebe o bloco de dados e o CRC. Os bytes de CRC devem

sempre ser recebidos mesmo que não sejam posteriormente utilizados. Caso ocorra algum

erro durante a operação, um token de erro é enviado no lugar do pacote de dados.

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35

Figura 28 - Fluxograma para inicialização driver do cartão (adaptado de 33).

Escrita no cartão

Para o processo de escrita no cartão, o microprocessador deve enviar o CMD 24 ou

o CMD25. O primeiro é para a escrita de um bloco de dados de cada vez, já o segundo

permite a escrita de múltiplos blocos. O tamanho de cada bloco de dados para a maioria

dos cartões é fixo em 512bytes.

Este processo de escrita é semelhante ao de leitura, com a diferença de que a partir

do momento que a escrita do pacote de dados é terminada, o cartão responde com uma

das respostas de dados (figura 29) para sinalizar o sucesso ou insucesso do processo. É

importante referir que após esta resposta o cartão mantém-se ocupado durante algum

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36

tempo e o micro deve esperar que este processo termine para poder voltar a comunicar

com o cartão.

Figura 29 - Estrutura do pacote de dados, token e da resposta aos dados escritos (adaptado de 33).

Figura 30 - Comunicação no SDI e SDO no processo de leitura e escrita (adaptado de 33).

4.3 Filtros

Durante as provas que os indivíduos realizam no âmbito do estudo cinético, estes

encontram-se de pé, completamente parados em determinada posição (capitulo 5). Nestes

casos, o corpo humano é idealizado como um pendulo invertido [34], simplificando a

análise de todo o corpo no seu centro de massa (COM). Esta pode ser comparada com

análises efetuadas com o centro de pressão (COP) medidas através de plataformas de

força. A figura 31 apresenta o gráfico FFT do COM e do COP (Center of pressure) do

balanceio de um indivíduo em pé e parado durante 137 segundos. É possível concluir,

através da análise do gráfico, que as frequências dominantes são frequências abaixo dos

0.2 Hz [7].

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37

Figura 31 - Gráfico FFT do COM e COP do balanceio de um indivíduo parado durante 137 s

(fonte:[35]).

Como este movimento é de baixas frequências, é importante a implementação de um

filtro passa-baixo com o objetivo de eliminar sinais e ruído num intervalo de frequências

que não é relevante para esta aplicação.

4.3.1 Filtro passa-baixo

A figura 32 (a) mostra o gráfico da amplitude de um sinal com a presença de ruído e

a figura 31 (b) apresenta esse sinal após a aplicação de um filtro passa-baixo. Como é

possível verificar, a amplitude do sinal ocupa a parte mais baixa do espectro das

frequências e para certas frequências coincide mesmo com o ruído, que normalmente é

de maiores frequências. A filtragem do sinal permite a atenuação das frequências acima

da frequência de corte (fc), deixando passar as frequências abaixo desse valor.

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38

Figura 32 - (a) Espectro de frequências de um hipotético de um sinal e o seu ruído de alta-frequência. (b)

Espectro do sinal representado em (a), mas depois da aplicação de um filtro passa baixo (fonte: [7]).

Dois fatores devem ser tidos em consideração na implementação deste tipo de filtro.

A primeira é que o ruído de alta frequência é reduzido mas não é completamente

eliminado. A segunda é que o sinal a analisar, principalmente onde este é coincidente com

a zona de ruido (próximo de fc), é também ligeiramente atenuado, o que pode levar a uma

distorção no sinal. Assim, um compromisso deve ser feito na escolha da frequência de

corte, ou seja, se fc for colocado muito alto, a distorção do sinal será menor, mas deixa-se

passar mais ruído. Em sentido contrário, se fc for demasiado baixo, o ruído será

drasticamente reduzido, mas levará a um aumento da distorção do sinal.

Assim, depois de entendido o filtro requerido e a implementar no sistema, foi

necessário definir a frequência de corte para cada sensor. No caso do acelerómetro, e

como foi referido na secção 3.2.1, este sensor é utilizado para obter a orientação através

da aceleração da gravidade, ou seja, apenas é importante para o sistema a componente

DC do seu sinal medido, uma vez que movimentos de frequências mais altas, que indicam

elevadas acelerações, produzem um erro no cálculo da orientação. Assim, como apenas

interessa a leitura da aceleração da gravidade foi definida uma frequência de corte de 0.5

Hz para o filtro passa-baixo do acelerómetro. No caso do giroscópio, a sua frequência de

corte deve ser maior que os 0.2 Hz referidos anteriormente e com uma margem que

permita a leitura de eventuais desequilíbrios que o indivíduo possa ter durante os testes.

Assim, foi definida uma frequência de corte de 5 Hz para os dados do giroscópio.

Para cada sensor foi implementado um filtro Butterworth passa-baixo de 2ª ordem,

implementado no Matlab.

4.3.2 Fusão Sensorial

Como foi possível ver na secção 3.1, são vários os ruídos que afetam os sensores

inerciais. A utilização de filtros passa-baixo permite atenuar o efeito desses ruídos no

sistema, contudo não os eliminam, portanto torna-se fundamental a utilização em

conjunto de mais do que um sensor e assim aumentar a fiabilidade do sistema. A fusão

sensorial caracteriza-se por utilizar as melhores características de cada sensor de forma a

obter uma melhor resposta no cálculo da orientação. A tabela 4 apresenta as principais

características dos sensores utilizados neste projeto.

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39

Tabela 4 - Propriedades do acelerómetro e giroscópio no cálculo da orientação.

Sensor Vantagem Desvantagem

Acelerómetro

Precisão na determinação

dos ângulos em situações

estáticas. Precisão a longo

termo.

Quando existem outras

acelerações no sistema a

precisão deste diminui

induzindo a erros no

cálculo da orientação.

Giroscópio

Determina ângulos através

da integração da saída do

sensor.

Precisão em situações

dinâmicas.

A integração leva a um erro

que é proporcional ao

tempo (drift).

Como referido no estado da arte (capitulo 2), as principais soluções usadas para a

fusão sensorial são o filtro de Kalman e o filtro complementar. O filtro de Kalman é um

filtro recursivo que estima o estado de um sistema dinâmico não linear através do seu

modelo dinâmico e das medições dos sensores, onde é assumido que o seu ruído branco

tem uma distribuição gaussiana. Tem como principais desvantagens ser um filtro

complexo e, por isso, moroso de implementar, e de requerer uma maior capacidade de

processamento [18]. Por outro lado, o filtro complementar caracteriza-se pela sua

simplicidade e, por isso, ser facilmente implementado, requerendo pouca capacidade de

processamento. Por estas características e, por permitir chegar a resultados satisfatórios

no cálculo da orientação, o filtro complementar foi escolhido para este projeto.

O termo “filtro complementar” é utilizado como referência a um algoritmo cujo

objetivo seja a fusão de dados similares ou redundantes a partir de diferentes sensores, de

forma a alcançar uma estimativa ótima de uma determinada variável [19]. Assim, no caso

deste projeto, as variáveis a alcançar serão os ângulos para obter a orientação do

indivíduo, e para isso devem ser aproveitadas as vantagens das já referidas características

dos sensores, ou seja, o filtro complementar utiliza a resposta dos giroscópios para efetuar

uma estimativa a curto prazo e através da resposta dos acelerómetros corrige essa

estimativa, funcionando os dados do acelerómetro como referência a longo prazo. As

equações 38 e 39 são usadas para obter o ângulo pitch (θ) e o ângulo roll (ϕ),

respetivamente, utilizando este filtro:

𝑃𝑖𝑡𝑐ℎ(𝜃) = 𝛽 ∗ (𝑃𝑖𝑡𝑐ℎ(𝜃)𝑔𝑦𝑟𝑜) + (1 − 𝛽) ∗ 𝑃𝑖𝑡𝑐ℎ(𝜃)𝑎𝑐𝑐𝑒𝑙 (38)

𝑅𝑜𝑙𝑙(𝜙) = 𝛽 ∗ (𝑅𝑜𝑙𝑙(𝜙)𝑔𝑦𝑟𝑜) + (1 − 𝛽) ∗ 𝑅𝑜𝑙𝑙(𝜙)𝑎𝑐𝑐𝑒𝑙 (39)

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40

Basicamente, o que este filtro faz é utilizar os dados do acelerómetro para as

frequências mais baixas e os do giroscópio em frequências mais elevadas. O coeficiente

beta (β) é definido através da constante de tempo (τ na equação 40). Quanto maior a

constante de tempo mais dependente será a saída da resposta do giroscópio.

𝛽 =𝜏

𝜏 + 𝑑𝑡 (40)

Na equação 40, β corresponde ao já referido coeficiente beta, τ é a constante de tempo

e dt o período de amostragem. A constante de tempo utilizada neste projeto foi de 0.5 s,

o que para uma frequência de amostragem de 113 Hz resulta num coeficiente beta (β) de

aproximadamente 0.98.

A figura 33 representa um diagrama de blocos dos filtros utilizados para a obtenção

dos ângulos.

Figura 33 - Diagrama de blocos do sistema para cálculo da orientação.

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41

CAPÍTULO 5

5 Análise cinética

Neste capítulo é apresentado todo o processo para a análise cinética, mais

especificamente o protocolo cinético, as variáveis obtidas com os dados da análise e os

testes estatísticos utilizados neste trabalho para chegar às variáveis significativas.

O objetivo da análise cinética é chegar a um conjunto de variáveis que permitam

avaliar o equilíbrio dos indivíduos que realizam o protocolo cinético definido. Em todas

as provas deste protocolo procura-se que o indivíduo se mantenha em pé numa

determinada posição, ou seja, a avaliação cinética é baseada nos movimentos que o

indivíduo faz para manter o equilíbrio nessa posição. Assim, quando um indivíduo

procura manter-se parado em pé, é possível modelar todo o corpo humano como um

pêndulo invertido [34]–[36] e o movimento de todo o corpo é representado pelo

movimento do seu centro de massa (COM).

A análise cinética é efetuada através dos dados adquiridos nos cinco módulos

cinéticos, que são utilizados pelo indivíduo enquanto realiza as referidas provas.

As variáveis cinéticas são relativas ao movimento do COM no plano transversal.

5.1 Protocolo de registo cinético

O sistema de medição inercial foi utilizado durante provas de equilíbrio e postura,

que decorreram no Centro Hospitalar do Alto Ave, sob a supervisão do Doutor Miguel

Gago. Para além do registo inercial, foi efetuado também o registo vídeo do protocolo

cinético.

Inicialmente os dados biométricos de cada indivíduo são recolhidos, seguindo-se

depois a colocação dos módulos cinéticos, de forma a recolher informação durante provas

cinéticas.

5.1.1 Recolha de dados biométricos

A recolha dos dados biométricos é o primeiro ponto do protocolo cinético. Estes

dados permitem conhecer as características físicas de cada indivíduo em estudo e

fornecem parâmetros fundamentais, quer para a colocação dos módulos cinéticos, quer

para os cálculos que visam avaliar o desempenho destes indivíduos nas provas cinéticas.

A tabela 5 refere os dados biométricos recolhidos neste trabalho.

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Tabela 5 - Dados biométricos recolhidos na avaliação dos indivíduos em estudo.

Dados biométricos

Peso

Altura

Medição tornozelo até ao joelho

Medição joelho até crista ilíaca

5.1.2 Colocação de módulos cinéticos

A colocação dos módulos cinéticos é fundamental para a avaliação da performance

cinética do indivíduo em estudo. Estes módulos são fixados no corpo da pessoa através

de bandas de velcro. Na tabela 6 estão os pontos de fixação dos módulos utilizados neste

estudo.

Tabela 6 - Módulos cinéticos utilizados e os seus pontos de fixação.

Módulo Ponto de fixação

Centro de massa corporal (COM) 55% da altura do corpo

Canelas 50% da medição tornozelo até ao joelho

Coxas 50% da medição joelho até crista ilíaca

5.1.3 Provas cinéticas

As provas cinéticas consistem num conjunto de exercícios que visam avaliar o

equilíbrio do indivíduo em estudo. Cada prova tem a duração de 30 segundos e são

efetuadas com a seguinte ordem:

1. Levantar da cadeira com estação de pé;

2. Prova de Romberg padrão (pés juntos):

i. Prova com olhos abertos;

ii. Prova com olhos fechados;

iii. Prova com olhos abertos e com os auscultadores na cabeça do

sujeito, de forma a verificar possíveis efeitos do peso dos

auscultadores no equilíbrio;

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43

iv. Prova com olhos abertos e com diminuição auditiva

(auscultadores);

v. Prova com olhos fechados e com diminuição auditiva

(auscultadores).

3. Prova de Romberg sensibilizada (um pé à frente de outro):

i. Prova com olhos abertos, com pé direito à frente;

ii. Prova com olhos fechados, com pé direito à frente;

iii. Prova com olhos abertos, com pé esquerdo à frente;

iv. Prova com olhos fechados, com pé esquerdo à frente.

4. Prova de Romberg padrão (pés juntos) em cima de uma plataforma inclinada:

i. Prova com olhos abertos, com o sujeito virado de frente para

a entrada da plataforma;

ii. Prova com olhos fechados, com o sujeito virado de frente para

a entrada da plataforma;

iii. Prova com olhos abertos, com o sujeito virado de costas para

a entrada da plataforma;

iv. Prova com olhos fechados, com o sujeito virado de costas para

a entrada da plataforma.

A plataforma inclinada consiste numa estrutura com 60 cm de largura, 60 cm de

comprimento e 15 cm de altura. Tem uma linha vermelha desenhada nos 38,6 cm de

comprimento de forma a instruir o local onde deve ser realizada a prova e assim

padronizar a posição dos pés numa inclinação de 15º. Esta plataforma permite verificar o

equilíbrio e estabilidade postural dos indivíduos em análise quando sujeitos a um plano

inclinado.

Entre cada prova os sujeitos descansavam, de forma a reduzir possíveis efeitos de

fadiga muscular, especialmente nas provas de plataformas [37].

Figura 34 - Plataforma utilizada para simular plano inclinado.

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44

5.1.4 Tempos das provas

Como já foi referido, a sincronização dos módulos com o vídeo é efetuado através

de um sinal sonoro emitido pelo computador quando todos os módulos iniciam a

aquisição. Depois das provas, é efetuada a edição do vídeo, de forma a retirar os tempos

em que decorreu cada prova. Estes tempos são guardados em tabelas Excel como a da

figura 35. Para além dos tempos é introduzida uma coluna com a validade de cada prova:

0 – quando a prova é válida;

1 – quando o sujeito efetuou a prova, mas não conseguiu completar os 30

segundos;

2 – quando o sujeito não consegue efetuar a prova;

999 – quando a prova não foi realizada.

Figura 35 - Estrutura da tabela em Excel com tempos e validade das provas.

5.1.5 População em estudo

Neste trabalho foram avaliados 73 indivíduos, divididos em 3 grupos: doentes de

Alzheimer (DA), doentes de Parkinson (DP) e controlos. Os doentes de Alzheimer foram

ainda divididos entre doentes com e sem histórico de quedas nos últimos seis meses e os

doentes de Parkinson divididos em dois subtipos da doença: Parkinson idiopático e

Parkinson vascular. O grupo de controlos consiste num conjunto de indivíduos escolhidos

aleatoriamente, sem qualquer registo de doença que limite a sua capacidade física e

cognitiva.

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45

Tabela 7 - População em estudo

Número de indivíduos em

estudo

Grupo Subgrupo

21 Controlos Não se aplica

21 Doentes de Alzheimer (DA) 10 com registo de queda nos

últimos 6 meses;

11 sem registo de queda;

31 Doentes de Parkinson (DP) 21 com Parkison idiopático

10 com Parkinson vascular

5.2 Variáveis cinéticas

Neste ponto do trabalho são expostas todas as varáveis cinéticas utilizadas para a

avaliação dos indivíduos em estudo. Estes parâmetros cinéticos são importantes, pois

permitem avaliar o desempenho de cada indivíduo nas provas cinéticas e assim comparar

a performance entre cada um deles e entre os grupos em estudo.

5.2.1 Distâncias no plano transversal

A variável da distância no plano transversal é obtida através dos dados biométricos

do indivíduo e dos ângulos de orientação medidos com o módulo localizado no COM.

Assim, para chegar á distância em “y” à origem é utilizado o ângulo pitch (θ) e a

altura onde está colocado o módulo do centro de massa (COM). Através das propriedades

trigonométricas é possível obter a distância em “y” através da equação 41. A figura 36

representa o sistema descrito quando existe um movimento para a frente. A distância em

“x” é obtida da mesma forma que a distância em “y”, mas em vez do ângulo pitch (θ), é

utilizado o ângulo roll (ϕ) (equação 42).

A conjugação destas duas distâncias no plano transversal permite obter as

coordenadas cartesianas no plano transversal e assim perceber a orientação do indivíduo

em estudo.

dy = sin(𝑃𝑖𝑡𝑐ℎ (𝜃)) ∗ ℎ (41)

dx = sin(𝑅𝑜𝑙𝑙 (𝜑)) ∗ ℎ (42)

Nas equações 41 e 42, h representa a altura do módulo do centro de massa. Esta altura

é medida no início da prova para a colocação do módulo no COM do indivíduo, mas

durante as provas há indivíduos que, para manter o seu equilíbrio, dobram as pernas,

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46

baixando o seu centro de massa. Assim, esta altura é constantemente atualizada através

dos módulos colocados na canela e na coxa.

Figura 36 - Representação do modelo para obtenção da distância "y" no plano transversal.

Mais uma vez recorrendo aos dados biométricos do indivíduo em estudo, obtém-se

o comprimento da canela (Cs-j), medindo a distância do tornozelo ao joelho, e o

comprimento da coxa (Cj-Ci), medindo a distância entre o joelho e a crista ilíaca. Através

destas distâncias e com o cosseno do ângulo pitch (θ) obtido nos módulos da coxa e da

canela é possível obter a altura atualizada do tornozelo ao joelho (T1) e do joelho às

cristas-ilíacas (T2), ou seja, a subtração destas alturas atualizadas às obtidas nos dados

biométricos permite saber quanto se baixou o indivíduo e subtrair esse valor à altura do

centro de massa inicial.

𝑇1 = cos 𝜃𝑠 ∗ 𝐶𝑠−𝑗 (43)

𝑇2 = cos 𝜃𝑡 ∗ 𝐶𝑗−𝑐𝑖 (44)

𝐴𝐶𝑂𝑀 = 𝐴𝐶𝑂𝑀𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − (𝐶𝑠−𝑗 − 𝑇1) − (𝐶𝑗−𝑐𝑖 − 𝑇2) (45)

Figura 37 - Representação do modelo para atualização da altura do COM.

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47

5.2.2 Distância percorrida

A variável distância percorrida (dp) corresponde à distância total percorrida pela

oscilação do indivíduo. É obtida através da soma da distância entre cada um dos pontos

obtidos através das coordenadas “x” e “y” no plano transversal.

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 (𝑑𝑝) = ∑ 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 (46)

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 = √(𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖)2 + (𝑦𝑖+1 − 𝑦𝑖)2 (47)

5.2.3 Distância máxima

É a distância máxima que o sujeito atinge em relação ao seu ponto inicial, ou seja, à

origem do referencial no plano transversal. Assim, é calculada a distância a que o sujeito

está em cada ponto através da equação 48 e depois é calculado o máximo das distâncias

obtidas.

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑒𝑚𝑖 = √𝑥𝑖2 + 𝑦𝑖

2 (48)

5.2.4 Distância média

É a média da distância entre cada ponto e a origem.

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 =

1

𝑛∑ 𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑒𝑚𝑖

𝑛

𝑖=1

(49)

5.2.5 Média em “x” e média em “y”

É obtida através da média dos valores das distâncias em “x” e em “y” à origem do

referencial.

5.2.6 Máximo em “x” e máximo em “y”

É calculada a distância máxima absoluta à origem que o indivíduo atinge em “x” e

em “y”.

5.2.7 Raio de dispersão

É a distância média obtida com a distância entre cada ponto e o ponto da distância

média em “x” e em “y” obtido anteriormente.

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48

5.2.8 Ângulos pitch (θ) e roll (ϕ) mínimos, médios e máximos

Representam três variáveis distintas para cada um dos ângulos e como o próprio

nome indica, o mínimo é o menor ângulo que o indivíduo atinge, e o máximo o maior. O

ângulo médio é obtido através da média de todos os ângulos medidos.

Figura 38 - Gráfico representativo de algumas das variáveis cinéticas.

5.2.9 Velocidade média

A velocidade média é obtida através da variável distância percorrida, a dividir pela

duração da prova.

𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑣𝑚) =

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎(𝑑𝑝)

𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜(𝑡) (50)

5.2.10 Velocidade máxima

A velocidade máxima é obtida através do valor máximo da velocidade linear. Para se

obter a velocidade linear através de deslocamentos tudo o que é preciso é calcular a

diferença finita entre pontos. Por exemplo, para calcular a velocidade a partir da distância,

calcula-se Δd/Δt, onde Δd=di+1-di e Δt é igual ao período de amostragem, ou seja o tempo

entre amostras i.

A velocidade calculada através da referida fórmula não representa a velocidade em

nenhum dos pontos de amostragem, mas sim a velocidade entre esses dois pontos. Isto

pode levar a erros, quando se compara o gráfico da velocidade com o do deslocamento,

uma vez que, os pontos não irão corresponder ao mesmo tempo. Uma forma de contornar

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49

este problema será calcular a velocidade com 2 Δt em vez de apenas com Δt [7]. Desta

forma, a equação 51 é utilizada para o cálculo da velocidade na amostra i.

𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 (𝑉𝑙) =

𝑑𝑖+1 − 𝑑𝑖−1

2∆𝑡 (51)

5.2.11 Tempo em cada quadrante

São quatro as variáveis que indicam o tempo que o indivíduo está em cada um dos

quatro quadrantes. São variáveis que traduzem em números a orientação do indivíduo no

plano transversal.

Figura 39 - Representação dos 4 quadrantes.

5.3 Análise estatística

A análise estatística visa o estudo da base de dados com todos os sujeitos analisados,

de forma identificar as variáveis cinéticas significativas dos grupos em estudo.

Com recurso ao programa de estatística SPSS (Statistical Package for the Social

Sciences) foram efetuados três testes estatísticos não paramétricos. Um teste não

paramétrico, ao contrário dos paramétricos, não exigem que as amostras tenham uma

distribuição normal e são indicados para amostras pequenas (<30). A desvantagem deste

teste é não ser tão eficaz comos os testes paramétricos, ou seja, com os testes não

paramétricos é mais difícil encontrar variações entre os dados. Como neste projeto a

população em estudo é pequena e a distribuição das variáveis não é normal, foram

utilizados testes não paramétricos. Os testes estatísticos utilizados foram:

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50

Wilcoxon

O teste de Wilcoxon (Wilcoxon Matched-Pairs; Wilcoxon signed-ranks test) é um

método não paramétrico para comparar duas amostras emparelhadas. O objetivo do teste

de Wilcoxon é comparar as performances de cada grupo de sujeitos, de forma a verificar

se existem diferenças significativas entre resultados em análise. Dado que a estatística W

reflete o menor total de ordens, quanto menor for o W mais significativas serão as

diferenças nas ordenações entre as duas situações.

Mann-Whitney-Wilcoxon

O teste de Mann-Whiteney-Wicoxon, ou simplesmente teste de Mann-Whitney, é a

alternativa não paramétrica para comparar amostras independentes. É indicado para a

comparação de duas amostras não emparelhadas para verificar se estas pertencem ou não

à mesma população.

Neste teste é comparada a igualdade das medianas. Assim, os valores U calculados

pelo teste, avaliam o grau de entrelaçamento dos dados dos dois grupos em estudo.

Quando mais baixo for o valor de U, maior é a evidência de que as populações das

amostras em estudo são diferentes.

Kruskal-Wallis

O teste de Kruskal-Wallis é o teste não paramétrico utilizado para a comparação de

três ou mais amostras independentes, indicando se há ou não diferença entre pelo menos

dois deles.

Este teste é calculado como o teste de Mann-Whitney, com a diferença de que podem

existir mais do que dois grupos.

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51

CAPÍTULO 6

6 Aplicação para análise cinética

Este capítulo descreve o software desenvolvido nesta dissertação para facilitar a

análise cinética.

Um dos objetivos deste trabalho era o desenvolvimento de uma aplicação que

permita ao examinador médico realizar a avaliação cinética de forma autónoma. Para tal,

esta deve ser fácil de utilizar e preencher todos os requisitos de avaliação definidos, bem

como permitir a exportação das varáveis cinéticas anteriormente referidas para uma base

de dados.

Esta aplicação foi desenvolvida em ambiente Matlab através da sua componente para

desenvolvimento de interfaces gráficas (GUI - Graphical User Interface).

A aplicação é baseada em quatro painéis que são tornados visíveis ou invisíveis

conforme são premidos os botões do painel principal (figura 40). O botão de “Novo

utilizador” permite selecionar uma de 3 opções: utilizador com a doença de Parkinson

(DP), utilizador com doença de Alzheimer (DA) ou utilizador sem doença (controlo) /sem

diagnóstico. A figura 41 mostra o painel para a opção de utilizador com Alzheimer (DA)

e a figura 42 o painel para os doentes de Parkinson (DP). Para os utilizadores sem doença

(controlo)/sem diagnóstico o painel é igual ao dos doentes com DA, com a diferença de

que no painel para os últimos, existe uma opção para os diferenciar pelo seu historial de

quedas. Foi necessário diferenciar a introdução de um doente de Parkinson dos outros,

uma vez que nos doentes de Parkinson é realizada a prova com e sem medicação (on e

off) e, portanto, é necessário introduzir dois ficheiros cinéticos e dois ficheiros de tempo

das provas realizadas. A diferenciação dos doentes de Alzheimer pelo seu historial de

quedas permite efetuar gráficos comparativos entre dois grupos: Alzheimers com

histórico de quedas vs. Alzheimers sem histórico de quedas.

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52

Figura 40 - Painel principal após selecionar "Novo utilizador".

No painel para introduzir um novo utilizador, tanto de Parkinson, como os restantes,

é requerida a introdução do número de identificação do sujeito, a altura do centro de

massa, o ficheiro em Excel com os tempos de cada prova cinética (ver secção 5.1.4) e,

por fim, o ficheiro cinético do módulo de COM.

Inicialmente também eram introduzidos, neste painel, o comprimento da coxa e da

canela, bem como, os ficheiros cinéticos dos módulos correspondentes. Contudo, após a

verificação que as variações resultantes destes dados cinéticos eram pouco significativas

e praticamente não alteravam as variáveis cinéticas, foram retirados da aplicação, uma

vez que, o carregamento de cada ficheiro cinético demora bastante tempo. Esta opção

permitiu simplificar e reduzir o tempo da análise cinética de cada utilizador.

O número de identificação e a altura do centro de massa introduzidos são guardados

num vetor de valores, e o ficheiro de tempo (em Excel) é carregado para o sistema,

guardando os valores desta tabela numa matriz de dados. Quanto ao ficheiro cinético, este

consiste num ficheiro em binário, o que implica a conversão destes dados de binário para

decimal. Após isso, é guardado cada valor no seu respetivo vetor, ou seja, o vetor inicial,

em binário, é convertido e dividido em pequenos vetores: um para o tempo e um para

cada eixo do acelerómetro e do giroscópio. Estes vetores com os dados dos sensores são

desde logo convertidos conforme as calibrações efetuadas (secção 7.1) e é aplicado um

filtro Butterwoorth passa baixo (secção 4.3.1). Por fim, todos estes vetores de dados são

agrupados numa matriz e guardados numa estrutura juntamente com os restantes dados

do utilizador.

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53

Para voltar destes painéis de introdução de um novo utilizador para o painel principal

existem duas opções: através do botão “Cancelar”, descartando todos os dados

introduzidos para esse utilizador, ou através do botão “Guardar”, que grava no sistema

todos os dados introduzidos. Este último botão só permite voltar ao painel principal e

gravar os dados quando todos os dados são inseridos de forma correta.

Figura 41 - Painel para a introdução de um doente de Alzheimer.

Figura 42 - Painel para a introdução de um doente de Parkinson.

Outro dos painéis existentes é o painel para análise cinética, ou seja, o painel onde é

possível exportar as variáveis cinéticas para um ficheiro Excel, que é acedido através do

botão “Analisar dados” do painel principal. Este painel é constituído por uma caixa, onde

são listados todos os utilizadores introduzidos no sistema, e por um botão para efetuar a

exportação das variáveis cinéticas. Quando se carrega no utilizador desejado são

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calculadas as variáveis cinéticas para o utilizador escolhido, guardando-as num vetor de

valores. Ao premir o botão para efetuar a exportação é possível escolher o nome do

ficheiro e a diretoria onde se deseja guardar este ficheiro e, depois disto, este é guardado

com o referido vetor de valores das varáveis e a sua respetiva legenda. Quando o

utilizador escolhido é um doente de Parkinson (DP), são exportadas para o ficheiro as

variáveis para o teste cinético efetuado sem medicação (off) e, à frente destas, as variáveis

cinéticas para o teste efetuado com medicação (on).

Figura 43 - Painel para exportação das variáveis cinéticas.

Como já foi referido, é através do painel principal que é possível aceder aos restantes

painéis. Este é constituído, para além dos já referidos botões para a introdução de novo

utilizador e para análise de dados, por uma caixa, onde são listados todos os utilizadores

introduzidos, por um botão “Eliminar utilizador”, que elimina o utilizador selecionado na

referida caixa, por um botão de reset, que apaga todos os dados até então introduzidos,

por um botão para sair da aplicação e, por fim, por um botão para fazer gráficos. Este

último botão ativa a parte gráfica da aplicação onde é possível escolher o tipo de gráfico

a traçar.

Assim, quando é premido o botão “Fazer gráfico”, é traçado o gráfico para os

utilizadores selecionados na caixa do painel, sendo possível analisar graficamente um

máximo de sete utilizadores em simultâneo. São 4 os menus de gráficos, onde é possível

escolher o tipo de gráfico a traçar. O primeiro menu é constituído por gráficos que podem

ser traçados para todas as provas, ou seja, é possível escolher uma das 14 provas cinéticas

existentes e para a prova escolhida visualizar uma de cinco variáveis: pitch, roll, distância

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em x ou distância em y, em relação ao tempo da prova, ou então traçar o gráfico “dx vs.

dy”, que permite visualizar o movimento no plano transversal. O segundo menu consiste

na análise gráfica das provas efetuadas com e sem supressão visual. Para a prova

selecionada pode ser escolhida uma de duas variáveis: velocidade ou distância à origem

em relação ao tempo. Nestes gráficos são traçadas as provas sem supressão visual e com

supressão visual em conjunto no mesmo referencial, o que permite comparar as provas e

o efeito que fechar os olhos provoca no equilíbrio da pessoa. No terceiro menu apenas é

possível analisar um utilizador de cada vez, pois é o menu onde é possível comparar as

distâncias percorridas no plano transversal (dx vs. dy) de duas provas diferentes. Por fim,

o último menu permite, também, a comparação da distância percorrida no plano

transversal (dx vs. dy), mas entre grupos de doentes, ou seja, é somado o total de

utilizadores pertencentes a cada grupo e, traçado o gráfico deste total para cada grupo,

permitindo a comparação entre diferentes tipos de utilizadores. A figura 44 ilustra todas

as comparações possíveis na aplicação.

Por fim, sempre que existe um gráfico, está ativa, no topo da aplicação, uma barra

de tarefas que permite guardar, efetuar zoom, rodar ou arrastar o gráfico, possibilitando

assim uma melhor e mais detalhada análise visual.

Figura 44 - Menu para comparação gráfica entre grupos.

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57

CAPÍTULO 7

7 Procedimento experimental

Este capítulo é dedicado à apresentação dos resultados obtidos no âmbito desta

dissertação. Em primeiro lugar é descrito o procedimento e os resultados obtidos nas

calibrações dos sensores e, depois são apresentados os resultados obtidos nos testes

efetuados com os sensores. O terceiro ponto deste capítulo apresenta uma pequena análise

cinética de três indivíduos da população em estudo, utilizando a componente gráfica da

aplicação desenvolvida. Por fim, é neste capítulo que são apresentadas as variáveis e

provas cinéticas significativas para a diferenciação entre as patologias em estudo, obtidas

através da análise estatística.

7.1 Calibrações

O primeiro passo no procedimento experimental passou por um processo de

calibração, ou seja, um estudo do comportamento dos sensores quando estes se encontram

em condições previamente conhecidas. Assim, é possível comparar a resposta dos

sensores com a resposta prevista e verificar a existência ou não de erros, nomeadamente

os erros sistemáticos e de calibração.

O processo de calibração dos sistemas de medida inercial é um processo chave na

performance do sistema. Tradicionalmente, esta calibração é feita utilizando plataformas

mecânicas específicas para o efeito, pois submetem os sensores a acelerações e rotações

muito precisas, contudo, um sistema com estas características é normalmente caro. Por

isso, foi necessário procurar outra solução para este projeto, que mesmo com o

inconveniente de ser de menor exatidão, garante precisão suficiente para uma boa

calibração do sistema.

7.1.1 Calibração do giroscópio

Para a calibração do giroscópio era necessário ter uma plataforma que girasse a

velocidade constante e que essa velocidade fosse previamente conhecida. Desta forma foi

utilizado um antigo gira-discos da Philips e colocou-se o sensor o mais próximo possível

do eixo de rotação. Com o gira-discos a rodar a 198 º/s foram adquiridos valores para os

três eixos do sensor e cada eixo deste foi colocado a rodar em dois sentidos, ou seja, foram

medidos valores para 198 º/s e -198 º/s. Para cada um dos eixos de rotação a aquisição de

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dados durou um minuto. A figura 45 mostra o gira-discos utilizado e a tabela 7 os valores

médios das medições de cada eixo do giroscópio do COM em cada teste efetuado. Em

anexo encontram-se os resultados das calibrações para os restantes módulos utilizados.

Figura 45-Gira-discos utilizado para calibração.

Tabela 8 – Saídas para calibração do giroscópio do módulo do COM.

Eixo/rotação -198 º/s 0 º/s 33 º/s

x -26691 -108.115 26552

y -26440 -341.414 25574

z -26788 -797.292 25535

Com os valores obtidos e assumindo a linearidade nas saídas do giroscópio foi

possível traçar o gráfico para cada um dos eixos.

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Figura 46 – Velocidade angular (º/s) vs. Saída dos eixos do giroscópio.

Através dos gráficos apresentados é possível chegar à equação de saída para cada um

dos eixos.

𝑆 = 𝑚 ∗ 𝜔 + 𝑏 (52)

𝜔 =

𝑆 − 𝑏

𝑚 (53)

Onde S representa a saída do sensor, m representa o fator de escala da sensibilidade,

bem como o declive da reta, ω a velocidade angular e b o zero, ou seja, o valor de saída

quando o sensor está parado. Assim, para o eixo z, por exemplo:

𝜔𝑧 =

𝑆𝑧 − (−797.292)

𝑚𝑧 (54)

Com,

𝑚𝑧 =

25535 − (−26788)

198 − (−198)≅ 132.129 (55)

Comparativamente ao fator de escala que vem no datasheet [30] verificamos uma

diferença que depois se traduzirá em erros. Por exemplo, para uma velocidade de 198 º/s

o sensor coloca na saída 25535. Utilizando o fator de escala original obteríamos assim

uma velocidade de 195º/s. Em suma, é possível concluir que a calibração é fundamental

para a redução dos erros do sistema.

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60

7.1.2 Calibração do acelerómetro

Para calibrar o acelerómetro é necessário expô-lo a uma aceleração conhecida. Isto

pode ser facilmente conseguido através de uma das forças fundamentais da natureza, a

força da gravidade. Assim, quando o sensor está parado, a força gravítica atua apenas no

eixo que está em paralelo com esta, enquanto os restantes eixos, que são perpendiculares

à força da gravidade, medem 0 g.

Utilizando um pendulo construído para o efeito (figura 47), foi possível colocar o

sensor nos 0 º, ±45 º e ±90 º, onde se conseguiu obter -1 g, 0 g e 1 g em todos os eixos.

A tabela 9 representa os resultados obtidos para o acelerómetro utilizado no COM.

Em anexo encontram-se os resultados para os restantes módulos utilizados.

Figura 47 - Pêndulo construído para calibração do acelerómetro.

Tabela 9 - Saídas para calibração do acelerómetro do módulo do COM.

Eixo/Aceleração -1 g 0 g 1 g

x -15869 -551.27 16802

y -16358 -964.21 16715

z -16937 257.61 16505

Com os valores obtidos foi possível traçar os respetivos gráficos:

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Figura 48 – Aceleração (g) vs. Saída de cada um dos eixos do acelerómetro.

Tal como na calibração do giroscópio, através da equação da reta é possível obter a

equação de saída para cada eixo do sensor, assumindo a sua linearidade.

Assim para saber a aceleração medida:

𝑎 =

𝑆 − 𝑏

𝑚 (56)

Onde,

𝑚 =

𝑎𝑐𝑐𝑚𝑎𝑥 − (𝑎𝑐𝑐𝑚𝑖𝑛)

1 − (−1) (57)

Também como na calibração do giroscópio é possível verificar diferenças entre o

fator de escala de origem (datasheet) e o fator de escala (m) verificado.

7.2 Medições com os sensores

O primeiro teste efetuado teve como objetivo perceber a resposta dos sensores

quando estão a medir uma aceleração, no caso do acelerómetro e, uma variação angular,

no caso do giroscópio. Assim, para o acelerómetro, foram recolhidos dados com o módulo

parado em cima de uma mesa e, para o giroscópio, com o módulo a rodar, a velocidade

constante, num gira-discos. A figura 49 representa o gráfico da resposta dos três eixos do

acelerómetro e a figura 50 a resposta dos três eixos do giroscópio.

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Figura 49 - Gráfico da resposta dos três eixos do acelerómetro com o módulo parado em cima da mesa durante

25 segundos.

Figura 50 - Gráfico da resposta dos três eixos do giroscópio com o módulo parado em rotação num gira-

discos a 198 º/s.

Nos gráficos acima representados é possível verificar a existência de ruído nas

respostas dos sensores. A aplicação dos filtros passa-baixo, referidos na secção 4.3,

permite a redução destes ruídos, tornando a resposta dos sensores mais fiável para o

sistema. As figuras 51 e 52 representam a resposta do acelerómetro e do giroscópio,

respetivamente, para as condições de experimentação acima referidas.

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Figura 51 - Gráfico da resposta dos três eixos do acelerómetro após filtro e calibração, com o módulo

parado em cima da mesa durante 25 segundos.

Figura 52 - Gráfico da resposta dos três eixos do giroscópio após filtro e calibração, com o módulo

parado em rotação num gira-discos a198 º/s.

Analisando os gráficos é possível verificar a redução do ruído na resposta dos

sensores e que as forças atuam nos eixos “z” destes. No acelerómetro, os eixos

perpendiculares à aceleração gravítica estão perto de zero e o eixo paralelo a esta mede

uma aceleração de aproximadamente 1 g. O giroscópio mede a velocidade angular de 198

º/s no eixo de rotação, o eixo “z”.

Apesar de ser possível reduzir o ruído, este não é completamente eliminado, o que

leva a uma redução da precisão dos sensores, em particular do giroscópio. Como a saída

deste sensor é integrada de forma a transformar velocidade angular em ângulos, esta

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integração leva a uma acumulação do erro ao longo do tempo, ou seja, existe drift na saída

do giroscópio. A figura 53 apresenta um gráfico onde é possível verificar o drift na saída

do giroscópio depois do cálculo do ângulo roll, quando o módulo cinético está parado.

Assim, é possível concluir que o giroscópio tem precisão em situações dinâmicas, mas

possui um erro que vai crescendo com o tempo. No caso do acelerómetro, como é

utilizada a aceleração da gravidade para a determinação dos ângulos, a sua imprecisão

surge em situações dinâmicas, uma vez que outras acelerações são lidas pelo sensor,

tornando-o impreciso no cálculo dos ângulos, contudo, o acelerómetro é uma fonte segura

a longo termo.

Figura 53 - Gráfico representativo do drift no cálculo do angulo Roll com o giroscópio.

De forma a aproveitar as melhores vantagens dos dois sensores foi efetuada a fusão

sensorial através do filtro complementar explicado na secção 4.3.2. Utilizando o pêndulo

construído para a calibração do acelerómetro (figura 47), foi testada a capacidade do

sistema medir ângulos. O primeiro teste consistiu na medição de uma variação do ângulo

pitch de zero para 90º, decrementando-se de seguida 45º e depois mais 135º, colocando o

módulo nos -90º; depois disto, foram incrementados 45º duas vezes até ao módulo voltar

ao ponto inicial. A figura 54 ilustra a resposta do sensor, seguindo os movimentos

efetuados. São ilustrados os ângulos calculados pelo acelerómetro, giroscópio e filtro

complementar. É possível verificar o drift do ângulo obtido apenas com o giroscópio e

que, como o movimento foi executado de forma lenta, o ângulo calculado pelo

acelerómetro não sofre influência de elevadas acelerações que levem ao erro.

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65

Figura 54 - Gráfico da variação angular pitch no movimento do pêndulo.

A figura 55 ilustra um dos testes efetuados com o pêndulo de forma a testar a variação

angular roll. A saída obtida no módulo segue a variação angular efetuada no pêndulo. É,

assim, possível concluir que o algoritmo cinético implementado consegue medir

variações angulares com precisão tanto em pitch, como em roll.

Figura 55 - Gráfico da variação angular roll no movimento do pêndulo.

7.3 Resultados cinéticos

Neste ponto do trabalho são apresentados alguns gráficos exemplos dos resultados

cinéticos obtidos. Para isso, foram escolhidos 3 indivíduos da população em estudo: um

controlo, um doente de Parkinson e um doente de Alzheimer. As figuras seguintes

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66

ilustram o desempenho destes três sujeitos para a prova de Romberg com os olhos abertos

(figura 56) e com os olhos fechados (figura 57).

Figura 56 - Distâncias percorridas no plano transversal na prova Romberg- OA. DP vs. DA vs. C.

Figura 57 - Distâncias percorridas no plano transversal na prova Romberg- OF. DP vs. DA vs. C.

A análise destes gráficos permite verificar uma maior instabilidade postural no

decorrer da prova cinética no doente de Parkinson, comparativamente aos outros dois. É

ainda possível verificar que na prova de Romberg, com os olhos abertos, existe uma maior

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67

centralidade no centro de massa do controlo, ou seja este indivíduo manteve-se perto do

ponto zero, ao contrário dos outros dois indivíduos aqui apresentados, o que indica que,

como seria de esperar, o controlo tem uma maior estabilidade postural comparativamente

aos doentes de Alzheimer e Parkinson aqui representados.

Comparando agora as diferenças do desempenho dos três sujeitos entre as duas

provas é visível uma maior instabilidade postural na prova com os olhos fechados, o que

indica que manter uma referência visual durante a prova é importante para estes três

indivíduos.

Nas figuras 58 e 59 são apresentados os desempenhos destes três indivíduos nas

provas da Plataforma com os olhos fechados virados de costas e de frente para a entrada

da plataforma. Nestes gráficos é possível verificar que a estabilidade do controlo

praticamente não é alterada por estas adversidades (plano inclinados e olhos fechados),

enquanto que nos outros doentes há um aumento de instabilidade, verificado graficamente

e comprovado pelo aumento verificado nas variáveis cinéticas relativamente à prova de

Romberg de olhos fechados.

Figura 58- Distâncias percorridas no plano transversal na prova da plataforma OF+vdc. DP vs. DA vs.

C.

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68

Figura 59 - Distâncias percorridas no plano transversal na prova da plataforma OF+vdf. DP vs. DA vs.

C.

Os gráficos seguintes representam a análise cinética para um dos indivíduos em

estudo nos pontos anteriores, neste caso do doente de Alzheimer, que neste trabalho foi

atribuído o número 32. Esta análise foi efetuada através da componente gráfica da

aplicação standalone desenvolvida (capitulo 6), de forma a comprovar as conclusões

obtidas com os gráficos das distâncias no plano transversal. Assim, as figuras 60 e 61

representam a velocidade e a distância da origem, respetivamente, na prova de Romberg.

Os primeiros trinta segundos representam a prova com os olhos abertos e os seguintes a

prova com os olhos fechados.

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69

Figura 60 - Velocidade de oscilação de um doente de Alzheimer na prova de Romberg (OA+OF).

Figura 61 – Distância em relação à origem de um doente de Alzheimer na prova de Romberg (OA+OF).

A figura 62 representa a comparação das distâncias no plano transversal entre a prova

com os olhos abertos e com os olhos fechados. A análise destes três gráficos permite

verificar um aumento da velocidade média, um aumento da distância a que o sujeito se

encontra da origem e um aumento da distância percorrida na prova com os olhos fechados,

comparativamente à prova com os olhos abertos. Estes resultados permitem verificar a

conclusão assumida anteriormente de que a ausência da visão é proporcional a um

aumento da instabilidade postural para este indivíduo.

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70

Figura 62 -Distâncias percorridas no plano transversal. Comparação da prova de Romberg OA com

Romberg OF.

7.4 Variáveis significativas

A análise cinética efetuada a todos os elementos da população em estudo permitiu

chegar a uma base de dados com todos os sujeitos em estudo e, para cada um deles, todas

as variáveis cinéticas obtidas para as provas efetuadas. A análise estatística referida na

secção 5.3 permitiu chegar aos parâmetros significativos para a comparação entre

Doentes de Parkinson, Doentes de Alzheimer e controlos. Nesta secção serão, então,

expostos os resultados estatísticos obtidos para a definição das variáveis significativas. A

tabela seguinte expõe as variáveis significativas para a comparação entre todos os grupos

em estudo.

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71

Tabela 10 - Variáveis significativas para diferenciar todos os grupos em estudo (DP vs. DA vs. C).

Prova cinética Variável

Estabilização depois de levantar de cadeira Ângulo Roll Médio

Tempo Quadrante 2

Romberg olhos abertos

Distância Percorrida

Velocidade Média

Tempo Quadrante 4

Romberg olhos fechados

Distância Percorrida

Máximo em Y

Velocidade Média

Romberg olhos abertos e supressão auditiva

Distância Percorrida

Distância Média

Máximo em Y

Velocidade Média

Romberg olhos fechados e supressão auditiva

Distância Percorrida

Distância Máxima

Raio Dispersão

Máximo em Y

Velocidade Média

Plataforma virado de frente e olhos fechados

Distância Percorrida

Distância Máxima

Velocidade Média

Tempo Quadrante 1

Depois foram encontradas as variáveis significativas para a diferenciação entre as

doenças em estudo e os controlos. A tabela 11 expõe as variáveis significativas entre DA

e controlos.

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72

Tabela 11 - Variáveis significativas para diferenciar DA e controlos.

Prova cinética Variável

Estabilização depois de levantar de cadeira Ângulo Roll Médio

Tempo Quadrante 2

Romberg olhos abertos

Distância Percorrida

Máximo em Y

Velocidade Média

Minímo Roll

Tempo Quadrante 3

Romberg olhos fechados

Distância Percorrida

Distância Máxima

Distância Média

Raio Dispersão

Máximo em Y

Velocidade Máxima

Velocidade Média

Romberg olhos abertos e supressão auditiva

Distância Percorrida

Distância Média

Raio Dispersão

Máximo em Y

Velocidade Máxima

Velocidade Média

Ângulo Roll Médio

Romberg olhos fechados e supressão auditiva

Distância Percorrida

Distância Máxima

Distância Média

Raio Dispersão

Máximo em Y

Velocidade Média

Romberg sensibilizado (pé direito) olhos abertos

Distância Média

Máximo em Y

Tempo Quadrante 2

Romberg sensibilizado (pé direito) olhos fechados Velocidade Média

Plataforma virado de costas e olhos abertos

Distância Percorrida

Máximo em Y

Velocidade Média

Plataforma virado de costas e olhos fechados

Distância Percorrida

Máximo em Y

Média em Y

Média em X

Velocidade Média

Ângulo Pitch Médio

Plataforma virado de frente e olhos abertos

Distância Percorrida

Velocidade Máxima

Velocidade Média

Plataforma virado de frente e olhos fechados

Distância Percorrida

Distância Máxima

Distância Média

Máximo em Y

Média em Y

Velocidade Média

Tempo Quadrante 1

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73

Por fim, a tabela 12 representa os parâmetros cinéticos significativos para a

diferenciação entre doentes de Parkinson e controlos.

Tabela 12 - Variáveis significativas para diferenciar DP e controlos.

Prova cinética Variáveis

Estabilização depois de levantar de cadeira

Máximo em Y

Velocidade Máxima

Ângulo Roll Médio

Tempo Quadrante 1

Tempo Quadrante 2

Romberg olhos abertos

Média em X

Média em Y

Velocidade Máxima

Minímo Roll

Ângulo Pitch Médio

Tempo Quadrante 4

Romberg olhos fechados

Distância Percorrida

Máximo em Y

Velocidade Máxima

Velocidade Média

Romberg olhos abertos e supressão auditiva

Distância Percorrida

Distância Média

Máximo em Y

Velocidade Média

Tempo Quadrante 3

Tempo Quadrante 2

Romberg olhos fechados e supressão auditiva Distância Percorrida

Velocidade Média

Romberg sensibilizado (pé direito) olhos

abertos Velocidade Máxima

Plataforma virado de costas e olhos abertos Minímo Roll

Tempo Quadrante 3

Plataforma virado de frente e olhos abertos

Distância Percorrida

Velocidade Máxima

Velocidade Média

Plataforma virado de frente e olhos fechados

Distância Percorrida

Distância Máxima

Máximo em Y

Velocidade Média

Em anexo são apresentadas todas as tabelas da análise estatística para todas as

variáveis da base de dados.

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74

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75

CAPÍTULO 8

8 Conclusão e trabalho futuro

O objetivo deste trabalho centrou-se no desenvolvimento de um sistema de medição

baseado em sensores inerciais, para a avaliação da estabilidade postural de uma população

em estudo. Para este trabalho foram utilizados módulos sensoriais desenvolvidos na

Universidade do Minho, baseados no MPU6000, um SMI que contém um acelerómetro e

um giroscópio. Foram mostradas todas as adaptações efetuadas no sistema existente para

o moldar às necessidades do projeto e foi, ainda, mostrada a importância da aplicação de

filtros nas saídas dos sensores, de forma a melhorar a resposta do sistema, uma vez que

este tipo de sensores demonstra uma grande vulnerabilidade a perturbações de ruído.

Os testes efetuados com o pêndulo construído permitiram concluir que a resposta do

algoritmo inercial desenvolvido é bastante satisfatória, quer para o estado de repouso,

quer para estados dinâmicos.

A aplicação, desenvolvida em ambiente gráfico Matlab, permite efetuar uma análise

dos dados recolhidos com os módulos sensoriais e a exportação das variáveis cinéticas

para uma base de dados.

Com o sistema calibrado e o algoritmo cinético testado e a funcionar, foram efetuadas

as provas cinéticas em todos os indivíduos da amostra de população em estudo. Com estes

testes foram encontradas variáveis e provas cinéticas significativas para a identificação e

diagnóstico das doenças em estudo. As provas com a plataforma e as provas de Romberg

com supressão auditiva e/ou visual revelaram se bastante diferenciadoras, mais

especificamente através da variável distância percorrida, o que indica uma maior

instabilidade postural dos doentes quando expostos a adversidades (plano inclinado, visão

reduzida ou audição reduzida). Assim, é possível concluir, que o uso de provas de teste e

das variáveis cinéticas significativas encontradas podem ajudar significativamente no

diagnóstico de um doente de Parkinson ou de Alzheimer quando comparado com um

controlo (indivíduo sem registo patológico).

Em suma, os objetivos deste trabalho, que passavam pelo desenvolvimento de um

sistema de medição inercial que permita a análise cinética do equilíbrio dos indivíduos

em estudo, pela determinação de variáveis cinéticas com os dados obtidos e pela

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76

associação desses parâmetros às patologias em estudo foram alcançados. O sistema é

capaz de efetuar medições nas provas cinéticas definidas e, com o software desenvolvido,

é possível analisar o desempenho de cada indivíduo e construir a base de dados das

variáveis cinéticas com toda a população em estudo. A análise estatística efetuada

permitiu verificar que existem variáveis significativas na comparação entre os grupos em

estudo. Conclui-se que os sensores inerciais são uma boa solução para a medição e

caracterização do movimento humano.

Como limitações deste sistema, é importante referir que a metodologia de recolha de

dados é morosa, o que acabou por limitar o número de doentes em estudo. No futuro esta

metodologia deverá ser melhorada com a eliminação das provas cinéticas menos

significativas e que exigem um maior esforço aos sujeitos que a realizam, como a prova

de Romberg sensibilizado.

Ainda relativamente ao trabalho futuro, este deverá passar pela redução do tamanho

do módulo cinético e pelo aumento da duração da bateria, de forma a tornar o sistema

mais autónomo, possibilitando assim um monitoramento do paciente durante as suas

atividades diárias. Na análise do movimento, um possível melhoramento passará pela

inclusão de um algoritmo para análise da marcha, o que permitirá a extração de novas

variáveis cinéticas (tamanho do passo, velocidade, cadência).

Como nota final, é importante referir que serão desenvolvidos dois artigos

científicos, com o objetivo de comprovar e publicitar o trabalho realizado. O primeiro

aborda a metodologia descrita nesta dissertação, com a aquisição dos dados e o cálculo

de variáveis cinéticas. Já o segundo aborda o trabalho efetuado pela equipa (que deu

origem a outra dissertação) com o objetivo de desenvolver um sistema para o diagnóstico

de doenças neurodegenerativas, utilizando estas variáveis em redes neuronais.

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77

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80

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Anexos

Calibrações giroscópio

Saídas para calibração do giroscópio do módulo da Coxa Direita.

Eixo/rotação -198 º/s 0 º/s 198 º/s

x -26314 -347.827 26133

y -26341 -183.717 25748

z -26665 37.473 26284

Saídas para calibração do giroscópio do módulo da Canela Direita.

Eixo/rotação -198 º/s 0 º/s 198 º/s

x -26216 -301.927 26057

y -26566 -262.599 25906

z -26685 -181.552 25810

Saídas para calibração do giroscópio do módulo da Coxa Esquerda.

Eixo/rotação -198 º/s 0 º/s 198 º/s

x -26422 31.282 26015

y -26119 -345.509 25553

z -26397 -50.998 26321

Saídas para calibração do giroscópio do módulo da Canela Esquerda.

Eixo/rotação -198 º/s 0 º/s 198 º/s

x -27399 -1609 24482

y -25884 -127.251 25586

z -26440 -76.075 26267

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Calibrações acelerómetro

Saídas para calibração do acelerómetro do módulo da Coxa direita

Eixo/Aceleração -1 g 0 g 1 g

x -15848 -471.27 16790

y -16620 -99.08 16422

z -17248 -566.51 16115

Saídas para calibração do acelerómetro do módulo da Canela direita

Eixo/Aceleração -1 g 0 g 1 g

x -16336 117.14 16570

y -16488 -37.95 16414

z -14380 2039 18998

Saídas para calibração do acelerómetro do módulo da Coxa esquerda

Eixo/Aceleração -1 g 0 g 1 g

x -16182 351.21 16882

y -16217 76.11 16365

z -17190 -645.29 15911

Saídas para calibração do acelerómetro do módulo da Canela esquerda

Eixo/Aceleração -1 g 0 g 1 g

x -15761 542.67 16947

y -16219 89.13 16388

z -19418 -2605.87 14080

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Análise estatística

Nota: As variáveis significativas estão assinaladas com um asterisco (*).

Idade

DA, DP e Controlo *Idade

Chi-Square 9.991

df 2

*Asymp. Sig. .007

DA e Controlo *Idade

Mann-Whitney U 120.000

Wilcoxon W 351.000

Z -2.859

Asymp. Sig. (2-tailed) .004

*Exact Sig. (2-tailed) .004

*Exact Sig. (1-tailed) .002

Point Probability .000

DP e Controlo Idade

Mann-Whitney U 202.000

Wilcoxon W 433.000

Z -.466

Asymp. Sig. (2-tailed) .641

Exact Sig. (2-tailed) .649

Exact Sig. (1-tailed) .325

Point Probability .004

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Sexo

DA, DP e Controlo Value Approx. Sig. Exact Sig.

Nominal by Nominal Phi .264 .101 .104

Cramer's V .264 .101 .104

N of Valid Cases 66

DA e Controlo Value Approx. Sig. Exact Sig.

Nominal by Nominal Phi -.290 .051 .071

Cramer's V .290 .051 .071

N of Valid Cases 45

DP e Controlo Value Approx. Sig. Exact Sig.

Nominal by Nominal Phi -.022 .887 1.000

Cramer's V .022 .887 1.000

N of Valid Cases 43

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Estabilização depois de levantar de cadeira

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

Distância Percorrida .739 2 .691

Distância máxima 1.410 2 .494

Distância média 1.023 2 .600

Raio dispersão 1.216 2 .545

Máximo em Y 3.538 2 .171

Máximo em X 1.170 2 .557

Média em Y 1.098 2 .578

Média em X .369 2 .831

Velocidade máxima 2.516 2 .284

Velocidade média 1.091 2 .580

Máximo Roll 3.482 2 .175

*Ângulo Roll médio 11.823 2 .003

Minímo Roll 1.701 2 .427

Máximo Pitch 3.065 2 .216

Ângulo Pitch médio .434 2 .805

Mínimo Pitch .831 2 .660

Tempo Quadrante 1 6.233 2 .064

Tempo Quadrante 4 .163 2 .922

Tempo Quadrante 3 5.165 2 .076

*Tempo Quadrante 2 7.420 2 .024

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 223.000 476.000 -.681 .496 .503 .251 .003

Distância máxima 188.000 441.000 -1.045 .296 .305 .153 .006

Distância média 223.000 476.000 -.194 .846 .857 .428 .009

Raio dispersão 190.000 443.000 -.996 .319 .329 .164 .006

Máximo em Y 179.000 410.000 -1.263 .206 .213 .107 .004

Máximo em X 217.000 470.000 -.587 .557 .569 .284 .008

Média em Y 201.000 454.000 -.729 .466 .477 .239 .007

Média em X 230.000 483.000 -.024 .981 .990 .495 .010

Velocidade máxima 228.000 481.000 -.073 .942 .952 .476 .010

Velocidade média 201.000 454.000 -.962 .336 .345 .173 .006

Máximo Roll 232.000 485.000 -0.235 .814 .825 .413 .009

*Angulo Roll médio 125.000 378.000 -2.746 .006 .005 .003 .000

Minímo Roll 192.000 423.000 -.948 .343 .353 .177 .006

Máximo Pitch 235.000 488.000 -.164 .869 .880 .440 .009

Angulo Pitch médio 228.000 459.000 -.073 .942 .952 .476 .010

Mínimo Pitch 176.000 429.000 -1.549 .121 .125 .63 .003

Tempo Quadrante 1 200.000 453.000 -.754 .451 .462 .231 .007

Tempo Quadrante 4 230.000 461.000 -.024 .981 .990 .495 .010

Tempo Quadrante 3 155.000 386.000 -1.648 .099 .102 .051 .003

*Tempo Quadrante 2 125.000 378.000 -2.575 .010 .009 .005 .000

Page 112: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

86

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 198.000 451.000 -.802 .423 .434 .217 .007

Distância máxima 222.000 453.000 -.219 .827 .838 .419 .009

Distância média 192.000 423.000 -.948 .343 .353 .177 .006

Raio dispersão 212.000 465.000 -.462 .644 .656 .328 .009

*Máximo em Y 134.000 344.000 -1.982 .047 .048 .024 .001

Máximo em X 204.000 457.000 -.892 .372 .382 .191 .006

Média em Y 188.000 441.000 -1.045 .296 .305 .153 .006

Média em X 211.000 464.000 -.486 .627 .639 .319 .009

*Velocidade máxima 142.000 352.000 -1.774 .076 .078 .039 .002

Velocidade média 198.000 451.000 -.802 .423 .434 .217 .007

Máximo Roll 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

*Ângulo Roll médio 101.000 354.000 -3.159 .002 .001 .001 .000

Minímo Roll 218.000 471.000 -.316 .752 .764 .382 .009

Máximo Pitch 176.000 429.000 -1.549 .121 .125 .063 .003

Ângulo Pitch médio 211.000 464.000 -.486 .627 .639 .319 .009

Mínimo Pitch 209.000 462.000 -.775 .439 .449 .225 .007

*Tempo Quadrante 1 136.000 389.000 -2.310 .021 .020 .010 .001

Tempo Quadrante 4 210.000 441.000 -.510 .610 .622 .311 .008

Tempo Quadrante 3 146.000 356.000 -1.669 .095 .098 .049 .003

*Tempo Quadrante 2 134.000 365.000 -1.983 .047 .048 .024 .001

Romberg olhos abertos

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

*Distância Percorrida 6.875 2 .032

Distância máxima .340 2 .844

Distância média .917 2 .632

Raio dispersão .187 2 .911

Máximo em Y 2.533 2 .282

Máximo em X .739 2 .691

Média em Y 2.050 2 .359

Média em X 3.461 2 .177

Velocidade máxima 5.020 2 .081

*Velocidade média 6.875 2 .032

Máximo Roll 1.410 2 .494

Angulo Roll médio 5.171 2 .075

Minímo Roll 3.282 2 .194

Máximo Pitch 1.023 2 .600

Angulo Pitch médio 3.172 2 .205

Mínimo Pitch 1.216 2 .545

Tempo Quadrante 1 .699 2 .705

*Tempo Quadrante 4 7.068 2 .029

Tempo Quadrante 3 3.400 2 .183

Tempo Quadrante 2 3.509 2 .173

Page 113: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

87

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 133.000 386.000 -2.559 .011 .010 .005 .000

Distância máxima 217.000 470.000 -.587 .557 .569 .284 .008

Distância média 232.000 485.000 -.235 .814 .825 .413 .009

Raio dispersão 235.000 488.000 -.164 .869 .880 .440 .009

*Máximo em Y 151.000 382.000 -1.748 .080 .083 .041 .002

Máximo em X 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Média em Y 204.000 457.000 -.892 .372 .382 .191 .006

Média em X 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Velocidade máxima 176.000 429.000 -1.549 .121 .125 .063 .003

*Velocidade média 133.000 386.000 -2.559 .011 .010 .005 .000

Máximo Roll 211.000 464.000 -.728 .467 .478 .239 .007

Angulo Roll médio 209.000 462.000 -.775 .439 .449 .225 .007

*Minímo Roll 144.000 375.000 -1.924 .054 .055 .028 .002

Máximo Pitch 212.000 465.000 -.704 .481 .492 .246 .007

Angulo Pitch médio 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Mínimo Pitch 236.000 489.000 -.141 .888 .898 .449 .009

Tempo Quadrante 1 211.000 464.000 -.728 .467 .478 .239 .007

Tempo Quadrante 4 212.000 465.000 -.704 .481 .492 .246 .007

*Tempo Quadrante 3 161.000 414.000 -1.901 .057 .058 .029 .002

Tempo Quadrante 2 236.000 489.000 -.141 .888 .898 .449 .009

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 159.000 390.000 -1.330 .183 .190 .095 .004

Distância máxima 227.000 458.000 -.097 .923 .933 .466 .010

Distância média 199.000 452.000 -.777 .437 .448 .224 .007

Raio dispersão 208.000 461.000 -.559 .576 .588 .294 .008

Máximo em Y 193.000 446.000 -.923 .356 .366 .183 .006

Máximo em X 227.000 458.000 .097 .923 .933 .466 .010

*Média em Y 135.000 345.000 -1.956 .050 .051 .026 .002

*Média em X 157.000 388.000 -1.798 .072 .074 .037 .002

*Velocidade máxima 142.000 395.000 -2.162 .031 .031 .015 .001

Velocidade média 159.000 390.000 -1.330 .183 .190 .095 .004

Máximo Roll 199.000 452.000 -.777 .437 .448 .224 .007

Angulo Roll médio 151.000 382.000 -1.539 .124 .128 .064 .003

*Minímo Roll 172.000 403.000 -1.433 .152 .157 .078 .004

Máximo Pitch 208.000 461.000 -.559 .576 .588 .294 .008

*Angulo Pitch médio 162.000 393.000 -1.676 .094 .096 .048 .002

Mínimo Pitch 193.000 446.000 -.923 .356 .366 .183 .006

Tempo Quadrante 1 226.000 457.000 -.121 .903 .914 .457 .010

*Tempo Quadrante 4 136.000 367.000 -2.308 .021 .021 .010 .001

Tempo Quadrante 3 209.000 462.000 -.535 .593 .605 .302 .008

Tempo Quadrante 2 169.000 422.000 -1.506 .132 .136 .068 .003

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88

Romberg olhos fechados

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

*Distância Percorrida 9.728 2 .008

Distância máxima 4.211 2 .122

Distância média 2.294 2 .318

Raio dispersão 2.107 2 .349

*Máximo em Y 7.122 2 .028

Máximo em X 3.538 2 .171

Média em Y .261 2 .877

Média em X .529 2 .768

Velocidade máxima 5.912 2 .052

*Velocidade média 9.728 2 .008

Máximo Roll 1.098 2 .587

Angulo Roll médio 2.393 2 .302

Minímo Roll 2.246 2 .325

Máximo Pitch .369 2 .831

Angulo Pitch médio .536 2 .765

Mínimo Pitch 2.516 2 .284

Tempo Quadrante 1 .823 2 .663

Tempo Quadrante 4 3.405 2 .182

Tempo Quadrante 3 .082 2 .960

Tempo Quadrante 2 1.958 2 .376

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 118.000 371.000 -2.911 .004 .003 .002 .000

*Distância máxima 153.000 406.000 -2.089 .037 .037 .018 .001

*Distância média 148.000 379.000 -1.824 .068 .070 .035 .002

*Raio dispersão 153.000 384.000 -1.698 .090 .092 .046 .002

*Máximo em Y 131.000 384.000 -2.605 .009 .009 .004 .000

Máximo em X 176.000 407.000 -1.336 .181 .187 .094 .004

Média em Y 238.000 491.000 -.094 .925 .935 .468 .009

Média em X 221.000 474.000 -.493 .622 .634 .317 .008

*Velocidade máxima 163.000 416.000 -1.854 .064 .065 .033 .002

*Velocidade média 118.000 371.000 -2.911 .004 .003 .002 .000

Máximo Roll 172.000 403.000 -1.433 .152 .157 .078 .004

Angulo Roll médio 228.000 481.000 -.329 .742 .754 .377 .009

Minímo Roll 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Máximo Pitch 226.000 457.000 -.121 .903 .914 .457 .010

Angulo Pitch médio 220.000 473.000 -.516 .606 .617 .309 .008

Mínimo Pitch 209.000 462.000 -.535 .593 .605 .302 .008

Tempo Quadrante 1 219.000 472.000 -.540 .589 .601 .300 .008

Tempo Quadrante 4 216.000 469.000 -.611 .541 .553 .276 .008

Tempo Quadrante 3 239.000 492.000 -.070 .944 .949 .474 .004

Tempo Quadrante 2 228.000 481.000 -.329 .742 .754 .377 .009

Page 115: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

89

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 135.000 388.000 -2.332 .020 .019 .010 .001

Distância máxima 177.000 430.000 -1.312 .190 .196 .098 .004

Distância média 194.000 447.000 -.899 .369 .379 .189 .006

Raio dispersão 204.000 457.000 -.656 .512 .524 .262 .008

*Máximo em Y 160.000 413.000 -1.725 .085 .087 .043 .002

Máximo em X 169.000 422.000 -1.506 .132 .136 .068 .003

Média em Y 212.000 465.000 -.462 .644 .656 .328 .009

Média em X 219.000 472.000 -.292 .771 .782 .391 .009

*Velocidade máxima 139.000 392.000 -2.235 .025 .025 .013 .001

*Velocidade média 135.000 388.000 -2.332 .020 .019 .010 .001

Máximo Roll 194.000 425.000 -.899 .369 .379 .189 .006

Angulo Roll médio 169.000 400.000 -1.506 .132 .136 .068 .003

Minímo Roll 216.000 469.000 -.364 .716 .727 .364 .009

Máximo Pitch 215.000 468.000 -.389 .697 .709 .355 .009

Angulo Pitch médio 194.000 425.000 -.417 .676 .689 .345 .009

Mínimo Pitch 196.000 449.000 -.850 .395 .406 .203 .007

Tempo Quadrante 1 194.000 425.000 -.900 .368 .379 .189 .006

Tempo Quadrante 4 193.500 446.500 -.911 .362 .369 .185 .003

Tempo Quadrante 3 218.000 471.000 -.316 .752 .759 .379 .004

Tempo Quadrante 2 189.000 420.000 -1.021 .307 .317 .158 .006

Romberg olhos abertos e supressão auditiva

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

*Distância Percorrida 9.330 2 .009

Distância máxima 4.651 2 .098

*Distância média 8.895 2 .012

Raio dispersão 4.511 2 .105

*Máximo em Y 8.850 2 .012

Máximo em X 1.091 2 .580

Média em Y 1.377 2 .502

Média em X 1.170 2 .557

Velocidade máxima 3.482 2 .175

*Velocidade média 9.825 2 .007

Máximo Roll 1.701 2 .427

Angulo Roll médio 3.065 2 .216

Minímo Roll .831 2 .660

Máximo Pitch .434 2 .805

Angulo Pitch médio 1.151 2 .562

Mínimo Pitch .163 2 .922

Tempo Quadrante 1 1.870 2 .393

Tempo Quadrante 4 1.379 2 .502

Tempo Quadrante 3 4.336 2 .114

Tempo Quadrante 2 1.811 2 .404

Page 116: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

90

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 133.000 386.000 -2.381 .017 .017 .008 .001

Distância máxima 154.000 385.000 -1.461 .144 .149 .075 .004

*Distância média 127.000 380.000 -2.527 .012 .011 .005 .000

Raio dispersão 155.000 386.000 -1.435 .151 .157 .078 .004

*Máximo em Y 145.000 398.000 -2.089 .037 .037 .018 .001

Máximo em X 224.000 477.000 -.170 .865 .876 .438 .009

Média em Y 196.000 449.000 -.850 .395 .406 .203 .007

Média em X 191.000 444.000 -.972 .331 .341 .170 .006

Velocidade máxima 182.000 435.000 -1.191 .234 .241 .121 .005

*Velocidade média 129.000 382.000 -2.478 .013 .013 .006 .000

Máximo Roll 202.000 433.000 -.705 .481 .493 .246 .008

Angulo Roll médio 191.000 444.000 -.972 .331 .341 .170 .006

Minímo Roll 196.000 449.000 -.850 .395 .406 .203 .007

Máximo Pitch 187.000 418.000 -1.069 .285 .294 .147 .006

Angulo Pitch médio 192.000 445.000 -.948 .343 .353 .177 .006

Mínimo Pitch 202.000 455.000 -705 .481 .493 .246 .008

Tempo Quadrante 1 199.000 452.000 -.777 .437 .448 .224 .007

Tempo Quadrante 4 215.000 446.000 -.389 .697 .709 .355 .009

*Tempo Quadrante 3 152.000 383.000 -1.919 .055 .056 .028 .002

*Tempo Quadrante 2 146.000 377.000 -1.669 .095 .098 .049 .003

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 122.000 375.000 -2.817 .005 .004 .002 .000

Distância máxima 157.000 388.000 -1.597 .110 .114 .057 .003

*Distância média 133.000 386.000 -2.559 .011 .010 .005 .000

*Raio dispersão 139.000 392.000 -2.418 .016 .015 .008 .000

*Máximo em Y 116.000 369.000 -2.958 .003 .003 .001 .000

Máximo em X 230.000 461.000 -.024 .981 .990 .495 .010

Média em Y 193.000 446.000 -1.150 .250 .258 .129 .005

Média em X 213.000 466.000 -.681 .496 .507 .254 .007

*Velocidade máxima 162.000 415.000 -1.878 .060 .062 .031 .002

*Velocidade média 120.000 373.000 -2.864 .004 .004 .002 .000

Máximo Roll 202.000 433.000 -.705 .481 .493 .246 .008

*Angulo Roll médio 164.000 417.000 -1.831 .067 .069 .034 .002

Minímo Roll 240.000 493.000 -.047 .963 .972 .486 .009

Máximo Pitch 205.000 458.000 -.632 .528 .539 .270 .008

Angulo Pitch médio 214.000 467.000 -.657 .511 .522 .261 .008

Mínimo Pitch 194.000 425.000 -.899 .369 .379 .189 .006

Tempo Quadrante 1 188.000 441.000 -1.268 .205 .211 .106 .004

Tempo Quadrante 4 187.000 440.000 -1.291 .197 .203 .101 .004

Tempo Quadrante 3 172.000 425.000 -1.643 .100 .103 .052 .002

Tempo Quadrante 2 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Page 117: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

91

Romberg olhos fechados e supressão auditiva

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

*Distância Percorrida 8.568 2 .014

*Distância máxima 7.584 2 .023

Distância média 6.414 2 .040

*Raio dispersão 7.448 2 .024

*Máximo em Y 7.026 2 .030

Máximo em X 5.165 2 .076

Média em Y 1.386 2 .500

Média em X .023 2 .989

Velocidade máxima 2.039 2 .361

*Velocidade média 9.798 2 .007

Máximo Roll .340 2 .844

Angulo Roll médio 1.969 2 .374

Minímo Roll 1.955 2 .376

Máximo Pitch .907 2 .632

Angulo Pitch médio .044 2 .978

Mínimo Pitch .187 2 .911

Tempo Quadrante 1 2.606 2 .272

Tempo Quadrante 4 1.439 2 .487

Tempo Quadrante 3 .038 2 .981

Tempo Quadrante 2 1.815 2 .404

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 116.000 347.000 -2.794 .005 .005 .002 .000

*Distância máxima 112.000 343.000 -2.891 .004 .003 .002 .000

*Distância média 120.000 351.000 -2.697 .007 .006 .003 .000

*Raio dispersão 119.000 350.000 -2.721 .007 .006 .003 .000

*Máximo em Y 136.000 367.000 -2.308 .021 .021 .010 .001

Máximo em X 176.000 429.000 -1.549 .121 .125 .063 .003

Média em Y 182.000 413.000 -1.191 .234 .241 .121 .005

Média em X 229.000 460.000 -.049 .961 .971 .486 .010

Velocidade máxima 180.000 411.000 -1.239 .215 .222 .111 .005

*Velocidade média 106.000 337.000 -3.037 .002 .002 .001 .000

Máximo Roll 179.000 432.000 -1.489 .139 .144 .072 .003

Angulo Roll médio 173.000 426.000 -1.409 .159 .164 .082 .004

Minímo Roll 183.000 436.000 -1.166 .244 .251 .126 .005

Máximo Pitch 238.000 491.000 -.094 .925 .935 .468 .009

Angulo Pitch médio 229.000 460.000 -.049 .961 .971 .486 .010

Mínimo Pitch 221.000 474.000 -.493 .622 .634 .317 .008

Tempo Quadrante 1 165.000 418.000 -1.604 .109 .112 .056 .003

Tempo Quadrante 4 187.000 418.000 -1.070 .285 .293 .147 .006

Tempo Quadrante 3 224.000 455.000 -.170 .865 .871 .436 .005

Tempo Quadrante 2 175.500 428.500 -1.349 .177 .181 .091 .002

Page 118: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

92

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 140.000 371.000 -2.025 .043 .043 .022 .001

Distância máxima 191.000 422.000 -.742 .458 .470 .235 .008

Distância média 191.000 422.000 -.742 .458 .470 .235 .008

Raio dispersão 201.000 432.000 -.491 .624 .636 .318 .009

Máximo em Y 164.000 395.000 -1.421 .155 .160 .080 .004

Máximo em X 228.000 481.000 -.329 .742 .754 .377 .009

Média em Y 207.000 438.000 -.340 .734 .746 .373 .009

Média em X 217.000 448.000 -.088 .930 .940 .470 .010

Velocidade máxima 219.000 450.000 -.038 .970 .980 .490 .010

*Velocidade média 140.000 371.000 -2.025 .043 .043 .022 .001

Máximo Roll 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Angulo Roll médio 212.000 443.000 -.214 .831 .842 .421 .010

Minímo Roll 210.000 441.000 -.264 .792 .803 .402 .010

Máximo Pitch 220.000 474.000 -.516 .606 .617 .309 .008

Angulo Pitch médio 214.000 445.000 -.164 .870 .881 .441 .010

Mínimo Pitch 219.000 472.000 -.540 .589 .601 .300 .008

Tempo Quadrante 1 181.000 412.000 -.994 .320 .327 .163 .003

Tempo Quadrante 4 183.000 414.000 -.943 .345 .352 .176 .003

Tempo Quadrante 3 217.000 448.000 -.088 .930 .936 .468 .005

Tempo Quadrante 2 187.000 418.000 -.843 .399 .410 .205 .007

Romberg sensibilizado (pé direito) olhos abertos

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

Distância Percorrida 2.288 2 .319

Distância máxima 2.596 2 .273

Distância média 2.673 2 .263

Raio dispersão 1.916 2 .384

Máximo em Y 3.065 2 .216

Máximo em X 2.533 2 .282

Média em Y .579 2 .749

Média em X .493 2 .781

Velocidade máxima 3.173 2 .205

Velocidade média 2.912 2 .233

Máximo Roll 2.050 2 .359

Angulo Roll médio 2.959 2 .228

Minímo Roll .649 2 .723

Máximo Pitch 3.461 2 .177

Angulo Pitch médio .614 2 .736

Mínimo Pitch 5.020 2 .081

Tempo Quadrante 1 1.408 2 .495

Tempo Quadrante 4 1.274 2 .529

Tempo Quadrante 3 .300 2 .861

Tempo Quadrante 2 5.735 2 .057

Page 119: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

93

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 182.000 435.000 -1.408 .159 .164 .082 .004

Distância máxima 173.000 426.000 -1.620 .105 .108 .054 .003

*Distância média 167.000 420.000 -1.760 .078 .080 .040 .002

Raio dispersão 218.000 471.000 -.563 .573 .585 .292 .008

*Máximo em Y 151.000 382.000 -1.748 .080 .083 .041 .002

Máximo em X 216.000 469.000 -.611 .541 .553 .276 .008

Média em Y 209.000 462.000 -.775 .439 .449 .225 .007

Média em X 223.000 476.000 -.446 .656 .667 .334 .008

Velocidade máxima 213.000 466.000 -.681 .496 .507 .254 .007

Velocidade média 175.000 428.000 -1.573 .116 .119 .060 .003

Máximo Roll 239.000 492.000 -.070 .944 .949 .474 .004

Angulo Roll médio 179.000 432.000 -1.479 .139 .144 .072 .003

Minímo Roll 238.000 491.000 -.094 .925 .935 .468 .009

Máximo Pitch 228.000 481.000 -.329 .742 .754 .377 .009

Angulo Pitch médio 221.000 474.000 -.493 .622 .634 .317 .008

Mínimo Pitch 177.000 430.000 -1.312 .190 .196 .098 .004

Tempo Quadrante 4 193.000 446.000 -1.150 .250 .258 .129 .005

Tempo Quadrante 2 196.000 449.000 -1.080 .280 .289 .144 .005

Tempo Quadrante 2 240.000 493.000 -.047 .963 .967 .484 .004

*Tempo Quadrante 4 142.000 395.000 -2.347 .019 .018 .009 .001

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 231.000 462.000 .000 1.000 1.000 .505 .010

Distância máxima 216.000 469.000 -.364 .716 .727 .364 .009

Distância média 215.000 468.000 -.389 .697 .709 .355 .009

Raio dispersão 200.000 431.000 -.753 .451 .463 .231 .007

Máximo em Y 214.000 467.000 -.413 .680 .691 .346 .009

Máximo em X 194.000 447.000 -.899 .369 .379 .189 .006

Média em Y 228.000 481.000 -.073 .942 .952 .476 .010

Média em X 201.000 454.000 -.729 .466 .477 .239 .007

*Velocidade máxima 140.000 350.000 -1.826 .068 .070 .035 .002

Velocidade média 231.000 462.000 .000 1.000 1.000 .505 .010

Máximo Roll 204.000 457.000 -.656 .512 .524 .262 .008

Angulo Roll médio 227.000 458.000 -.097 .923 .933 .466 .010

Minímo Roll 189.000 442.000 -1.020 .308 .317 .158 .006

Máximo Pitch 212.000 465.000 -.462 .644 .656 .328 .009

Angulo Pitch médio 197.000 450.000 -.826 .409 .420 .210 .007

Mínimo Pitch 219.000 472.000 -.292 .771 .782 .391 .009

Tempo Quadrante 1 228.000 459.000 -.073 .942 .952 .476 .010

Tempo Quadrante 4 203.000 456.000 -.680 .496 .508 .254 .008

Tempo Quadrante 3 208.000 439.000 -.559 .576 .588 .294 .008

Tempo Quadrante 2 165.000 396.000 -1.604 .109 .112 .056 .003

Page 120: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

94

Romberg sensibilizado (pé direito) olhos fechados

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

Distância Percorrida .829 2 .661

Distância máxima 1.946 2 .378

Distância média 2.398 2 .302

Raio dispersão 3.076 2 .215

Máximo em Y 1.747 2 .417

Máximo em X 5.171 2 .075

Média em Y 1.551 2 .461

Média em X .213 2 .899

Velocidade máxima 1.876 2 .391

Velocidade média 4.214 2 .122

Máximo Roll 3.282 2 .194

Angulo Roll médio .928 2 .629

Minímo Roll 1.564 2 .457

Máximo Pitch 3.172 2 .205

Angulo Pitch médio .236 2 .889

Máximo Pitch .699 2 .705

Tempo Quadrante 1 1.790 2 .409

Tempo Quadrante 4 1.964 2 .375

Tempo Quadrante 3 1.779 2 .411

Tempo Quadrante 2 1.029 2 .598

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 219.000 450.000 -.038 .970 .980 .490 .010

Distância máxima 198.000 429.000 -.566 .571 .584 .292 .009

Distância média 207.000 438.000 -.340 .734 .746 .373 .009

Raio dispersão 186.000 417.000 -.868 .385 .396 .198 .007

Máximo em Y 177.000 408.000 -1.094 .274 .283 .141 .006

Máximo em X 169.000 400.000 -1.506 .132 .136 .068 .003

Média em Y 176.000 407.000 -1.119 .263 .271 .136 .005

Média em X 220.000 451.000 -.013 .990 1.000 .500 .010

Velocidade máxima 166.000 397.000 -1.371 .170 .176 .088 .004

*Velocidade média 140.000 371.000 -2.025 .043 .043 .022 .001

Máximo Roll 216.000 469.000 -.364 .716 .727 .364 .009

Angulo Roll médio 179.000 410.000 -1.044 .297 .306 .153 .006

Minímo Roll 199.000 430.000 -.541 .589 .601 .300 .009

Máximo Pitch 220.000 473.000 -.267 .789 .801 .400 .009

Angulo Pitch médio 216.000 447.000 -.113 .910 .921 .460 .010

Mínimo Pitch 194.000 425.000 -.900 .368 .379 .189 .006

Tempo Quadrante 1 191.000 422.000 -.743 .458 .469 .235 .008

Tempo Quadrante 4 193.000 424.000 -.692 .489 .501 .250 .008

Tempo Quadrante 3 168.000 399.000 -1.322 .186 .193 .096 .004

Tempo Quadrante 2 185.000 416.000 -.893 .372 .382 .191 .007

Page 121: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

95

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 175.000 406.000 -.913 .361 .372 .186 .007

Distância máxima 172.000 382.000 -.991 .322 .332 .166 .006

Distância média 163.000 373.000 -1.226 .220 .228 .114 .005

Raio dispersão 165.000 375.000 -1.174 .241 .249 .124 .005

Máximo em Y 166.000 376.000 -1.148 .251 .260 .130 .005

Máximo X 193.000 446.000 -.911 .362 .369 .185 .003

Média em Y 172.000 403.000 -.991 .322 .332 .166 .006

Média em X 189.000 420.000 -.548 .584 .597 .298 .009

Velocidade máxima 177.000 408.000 -.861 .389 .401 .200 .007

Velocidade média 171.000 402.000 -1.017 .309 .319 .159 .006

Máximo Roll 218.000 471.000 -.316 .752 .759 .379 .004

Angulo Roll médio 188.000 419.000 -.574 .566 .579 .289 .009

Minímo Roll 180.000 411.000 -.782 .434 .446 .223 .008

Máximo Pitch 189.000 420.000 -1.021 .307 .317 .158 .006

Angulo Pitch médio 189.000 420.000 -.548 .584 .597 .298 .009

Mínimo Pitch 202.000 433.000 -.705 .481 .493 .246 .008

Tempo Quadrante 1 157.000 388.000 -1.382 .167 .171 .085 .002

Tempo Quadrante 4 190.000 421.000 -.522 .602 .610 .305 .004

Tempo Quadrante 3 173.000 383.000 -.966 .334 .344 .172 .007

Tempo Quadrante 2 198.500 408.500 -.300 .764 .772 .386 .005

Plataforma virado de costas e olhos abertos

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

Distância Percorrida 4.010 2 .135

Distância máxima .548 2 .760

Distância média .144 2 .930

Raio dispersão .816 2 .665

Máximo em Y 4.875 2 .087

Máximo em X 3.400 2 .183

Média em Y 2.679 2 .262

Média em X 2.938 2 .230

Velocidade máxima 2.145 2 .342

Velocidade média 4.278 2 .118

Máximo Roll 4.211 2 .122

Angulo Roll médio .933 2 .627

Minímo Roll 4.502 2 .105

Máximo Pitch 2.294 2 .318

Angulo Pitch médio 2.703 2 .259

Mínimo Pitch 2.107 2 .349

Tempo Quadrante 1 2.255 2 .324

Tempo Quadrante 4 .739 2 .691

Tempo Quadrante 3 4.782 2 .092

Tempo Quadrante 2 .053 2 .974

Page 122: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

96

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 165.000 396.000 -.676 .499 .512 .256 .009

Distância máxima 166.000 397.000 -.648 .517 .530 .265 .009

Distância média 180.000 411.000 -.254 .800 .813 .406 .011

Raio dispersão 161.000 392.000 -.789 .430 .443 .221 .008

Máximo em Y 175.000 406.000 -.394 .693 .707 .353 .010

Máximo em X 202.000 433.000 -.705 .481 .493 .246 .008

Média em Y 142.000 313.000 -1.324 .185 .192 .096 .005

Média em X 130.000 301.000 -1.662 .096 .100 .050 .003

Velocidade máxima 169.000 400.000 -.563 .573 .587 .293 .010

Velocidade média 165.000 396.000 -.676 .499 .512 .256 .009

Máximo Roll 195.000 426.000 -.875 .382 .392 .196 .007

Angulo Roll médio 160.000 331.000 -.817 .414 .426 .213 .008

*Minímo Roll 114.000 285.000 -2.113 .035 .035 .017 .001

Máximo Pitch 203.000 456.000 -.680 .496 .508 .254 .008

Angulo Pitch médio 131.000 302.000 -1.634 .102 .106 .053 .003

Mínimo Pitch 206.000 459.000 -.607 .544 .555 .278 .008

Tempo Quadrante 1 134.000 305.000 -1.549 .121 .126 .063 .003

Tempo Quadrante 4 160.000 331.000 -.817 .414 .426 .213 .008

*Tempo Quadrante 3 113.000 344.000 -2.141 .032 .032 .016 .001

Tempo Quadrante 2 182.000 353.000 -.197 .844 .856 .428 .011

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 137.000 368.000 -1.904 .057 .058 .029 .002

Distância máxima 188.000 419.000 -.574 .566 .579 .289 .009

Distância média 195.000 426.000 -.391 .696 .708 .354 .010

Raio dispersão 198.000 429.000 -.313 .754 .767 .383 .010

*Máximo em Y 124.000 355.000 -2.243 .025 .025 .012 .001

Máximo em X 220.000 451.000 -.013 .990 1.000 .500 .010

Média em Y 198.000 408.000 -.313 .754 .767 .383 .010

Média em X 179.000 389.000 -.809 .419 .430 .215 .008

Velocidade máxima 159.000 390.000 -1.330 .183 .190 .095 .004

*Velocidade média 134.000 365.000 -1.982 .047 .048 .024 .001

Máximo Roll 177.000 408.000 -.609 .542 .555 .278 .009

Angulo Roll médio 178.000 388.000 -.835 .404 .415 .208 .007

Minímo Roll 158.000 368.000 -1.356 .175 .181 .091 .004

Máximo Pitch 168.000 399.000 -1.322 .186 .193 .096 .004

Angulo Pitch médio 177.000 387.000 -.861 .389 .401 .200 .007

Mínimo Pitch 175.000 406.000 -.394 .693 .707 .353 .010

Tempo Quadrante 1 174.000 384.000 -.939 .348 .358 .179 .007

Tempo Quadrante 4 192.000 402.000 -.469 .639 .651 .326 .009

Tempo Quadrante 3 168.000 399.000 -1.095 .273 .282 .141 .006

Tempo Quadrante 2 205.000 415.000 -.130 .896 .908 .454 .010

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97

Plataforma virado de costas e olhos fechados

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

Distância Percorrida 5.606 2 .061

Distância máxima .832 2 .660

Distância média .489 2 .783

Raio dispersão 2.378 2 .305

Máximo em Y 4.875 2 .087

Máximo em X .261 2 .877

Média em Y 2.679 2 .262

Média em X 4.400 2 .111

Velocidade máxima .428 2 .807

Velocidade média 5.606 2 .061

Máximo Roll .529 2 .768

Angulo Roll médio .919 2 .632

Minímo Roll .022 2 .989

Máximo Pitch 5.912 2 .052

Angulo Pitch médio 4.210 2 .122

Mínimo Pitch 2.393 2 .302

Tempo Quadrante 1 3.069 2 .216

Tempo Quadrante 4 1.831 2 .400

Tempo Quadrante 3 .316 2 .854

Tempo Quadrante 2 2.411 2 .300

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 123.000 354.000 -2.072 .038 .039 .019 .001

Distância máxima 177.000 408.000 -.609 .542 .555 .278 .009

Distância média 181.000 412.000 -.501 .616 .630 .315 .009

Raio dispersão 168.000 399.000 -.853 .394 .405 .203 .008

*Máximo em Y 134.000 365.000 -1.774 .076 .078 .039 .002

Máximo em X 202.000 433.000 -.705 .481 .493 .246 .008

*Média em Y 110.000 341.000 -2.424 .015 .015 .007 .001

*Média em X 133.000 364.000 -1.801 .072 .074 .037 .002

Velocidade máxima 176.000 366.000 -.636 .524 .537 .269 .009

*Velocidade média 123.000 354.000 -2.072 .038 .039 .019 .001

Máximo Roll 183.000 414.000 -1.166 .244 .251 .126 .005

Angulo Roll médio 168.000 358.000 -.853 .394 .405 .203 .008

Minímo Roll 196.000 427.000 -.095 .924 .936 .468 .011

Máximo Pitch 176.000 429.000 -1.336 .181 .187 .094 .004

*Angulo Pitch médio 135.000 366.000 -1.747 .081 .083 .042 .002

Mínimo Pitch 203.000 456.000 -.680 .496 .508 .254 .008

Tempo Quadrante 1 161.000 392.000 -1.043 .297 .307 .153 .006

Tempo Quadrante 4 164.500 395.500 -.948 .343 .350 .175 .004

Tempo Quadrante 3 190.500 380.500 -.244 .807 .815 .408 .006

Tempo Quadrante 2 142.000 332.000 -1.558 .119 .122 .061 .002

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98

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

Distância Percorrida 151.000 382.000 -1.071 .284 .294 .147 .006

Distância máxima 184.000 355.000 -.141 .888 .900 .450 .011

Distância média 182.000 353.000 -.197 .844 .856 .428 .011

Raio dispersão 169.000 340.000 -.563 .573 .587 .293 .010

Máximo em Y 180.000 351.000 -.254 .800 .813 .406 .011

Máximo em X 216.000 447.000 -.355 .723 .730 .365 .005

Média em Y 156.000 327.000 -.930 .353 .364 .182 .007

Média em X 186.000 357.000 -.085 .933 .945 .472 .011

Velocidade máxima 173.000 344.000 -.451 .652 .666 .333 .010

Velocidade média 151.000 382.000 -1.071 .284 .294 .147 .006

Máximo Roll 225.000 478.000 -.146 .884 .890 .445 .005

Angulo Roll médio 184.000 355.000 -.141 .888 .900 .450 .011

Minímo Roll 184.000 415.000 -.141 .888 .900 .450 .011

Máximo Pitch 176.000 407.000 -1.336 .181 .185 .093 .002

Angulo Pitch médio 183.000 354.000 -.169 .866 .878 .439 .011

Mínimo Pitch 193.000 446.000 -1.150 .250 .258 .129 .005

Tempo Quadrante 1 158.000 329.000 -.874 .382 .394 .197 .008

Tempo Quadrante 4 173.500 344.500 -.437 .662 .670 .335 .005

Tempo Quadrante 3 175.000 406.000 -.394 .693 .707 .353 .010

Tempo Quadrante 2 184.000 355.000 -.141 .888 .900 .450 .011

Plataforma virado de frente e olhos abertos

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

Distância Percorrida 4.055 2 .132

Distância máxima .100 2 .951

Distância média .032 2 .984

Raio dispersão .733 2 .693

Máximo em Y 1.092 2 .579

Máximo em X 2.246 2 .325

Média em Y 2.212 2 .331

Média em X .431 2 .806

Velocidade máxima 4.793 2 .091

Velocidade média 5.678 2 .058

Máximo Roll .536 2 .765

Angulo Roll médio .378 2 .828

Minímo Roll .076 2 .963

Máximo Pitch .823 2 .663

Angulo Pitch médio .442 2 .802

Mínimo Pitch 3.405 2 .182

Tempo Quadrante 1 1.063 2 .588

Tempo Quadrante 4 1.442 2 .486

Tempo Quadrante 3 .162 2 .922

Tempo Quadrante 2 .309 2 .857

Page 125: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

99

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 158.000 389.000 -1.774 .076 .078 .039 .002

Distância máxima 222.000 453.000 -.219 .827 .838 .419 .009

Distância média 230.000 483.000 -.024 .981 .990 .495 .010

Raio dispersão 195.000 426.000 -.875 .382 .392 .196 .007

Máximo em Y 189.000 420.000 -1.020 .308 .317 .158 .006

Máximo em X 213.000 466.000 -.681 .496 .507 .254 .007

Média em Y 180.000 411.000 -1.239 .215 .222 .111 .005

Média em X 218.000 449.000 -.316 .752 .764 .382 .009

*Velocidade máxima 152.000 383.000 -1.919 .055 .056 .028 .002

*Velocidade média 137.000 368.000 -2.284 .022 .022 .011 .001

Máximo Roll 240.000 493.000 -.047 .963 .972 .486 .009

Angulo Roll médio 217.000 448.000 -.340 .734 .745 .373 .009

Minímo Roll 221.000 474.000 -.243 .808 .819 .410 .009

Máximo Pitch 214.000 467.000 -.657 .511 .522 .261 .008

Angulo Pitch médio 219.000 450.000 -.292 .771 .782 .391 .009

Mínimo Pitch 188.000 441.000 -1.268 .205 .211 .106 .004

Tempo Quadrante 1 193.000 424.000 -.923 .356 .366 .183 .006

Tempo Quadrante 4 207.500 438.500 -.571 .568 .576 .288 .004

Tempo Quadrante 3 214.500 467.500 -.401 .688 .696 .348 .005

Tempo Quadrante 2 220.000 451.000 -.267 .789 .801 .400 .009

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 145.000 376.000 -1.695 .090 .093 .046 .003

Distância máxima 200.000 431.000 -.261 .794 .806 .403 .010

Distância média 201.000 411.000 -.235 .814 .826 .413 .010

Raio dispersão 189.000 420.000 -.548 .584 .597 .298 .009

Máximo em Y 208.000 439.000 -.052 .958 .969 .485 .010

Máximo em X 187.000 440.000 -1.291 .197 .203 .101 .004

Média em Y 159.000 390.000 -1.330 .183 .190 .095 .004

Média em X 184.000 415.000 -.678 .498 .510 .255 .008

*Velocidade máxima 140.000 371.000 -1.826 .068 .070 .035 .002

*Velocidade média 145.000 376.000 -1.695 .090 .093 .046 .003

Máximo Roll 172.000 425.000 -1.643 .100 .103 .052 .002

Angulo Roll médio 207.000 417.000 -.078 .938 .949 .474 .010

Minímo Roll 208.000 439.000 -.052 .958 .969 .485 .010

Máximo Pitch 191.000 444.000 -1.197 .231 .239 .119 .005

Angulo Pitch médio 183.000 414.000 -.704 .481 .494 .247 .008

Mínimo Pitch 196.000 449.000 -850 .395 .406 .203 .007

Tempo Quadrante 1 179.000 410.000 -.809 .419 .430 .215 .008

Tempo Quadrante 4 169.000 400.000 -1.069 .285 .294 .147 .006

Tempo Quadrante 3 199.500 409.500 -.274 .784 .792 .396 .005

Tempo Quadrante 2 201.000 411.000 -.235 .814 .826 .413 .010

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100

Plataforma virado de frente e olhos fechados

DA, DP e Controlo Chi-Square df Asymp. Sig.

*Distância Percorrida 7.233 2 .027

*Distância máxima 7.001 2 .030

Distância média 4.180 2 .124

Raio dispersão 3.199 2 .202

Máximo em Y 4.850 2 .088

Máximo em X .082 2 .960

Média em Y 3.605 2 .165

Média em X 1.506 2 .471

Velocidade máxima 1.018 2 .601

*Velocidade média 8.256 2 .016

Máximo Roll 1.958 2 .386

Angulo Roll médio 1.934 2 .380

Minímo Roll .315 2 .854

Máximo Pitch 4.651 2 .098

Angulo Pitch médio 1.703 2 .427

Mínimo Pitch 1.377 2 .502

*Tempo Quadrante 1 6.549 2 .038

Tempo Quadrante 4 .917 2 .632

Tempo Quadrante 3 3.389 2 .184

Tempo Quadrante 2 3.006 2 .222

DA e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 125.000 356.000 -2.402 .016 .016 .008 .001

*Distância máxima 129.000 360.000 -2.302 .021 .021 .010 .001

*Distância média 145.000 376.000 -1.899 .058 .059 .029 .002

Raio dispersão 156.000 387.000 -1.623 .105 .108 .054 .003

*Máximo em Y 146.000 377.000 -1.874 .061 .062 .031 .002

Máximo em X 191.000 444.000 -.972 .331 .341 .170 .006

*Média em Y 142.000 373.000 -1.975 .048 .049 .025 .001

Média em X 173.000 404.000 -1.195 .232 .240 .120 .005

Velocidade máxima 211.000 442.000 -.239 .811 .823 .411 .010

*Velocidade média 125.000 356.000 -2.402 .016 .016 .008 .001

Máximo Roll 182.000 435.000 -1.191 .234 .241 .121 .005

Angulo Roll médio 174.000 405.000 -1.170 .242 .250 .125 .005

Minímo Roll 207.000 438.000 -.340 .734 .746 .373 .009

Máximo Pitch 196.000 449.000 -.850 .395 .406 .203 .007

Angulo Pitch médio 168.000 399.000 -1.321 .187 .193 .096 .004

Mínimo Pitch 192.000 445.000 -.948 .343 .353 .177 .006

*Tempo Quadrante 1 125.000 356.000 -2.403 .016 .015 .008 .000

Tempo Quadrante 4 203.000 434.000 -.440 .660 .667 .334 .004

Tempo Quadrante 3 156.000 387.000 -1.623 .105 .108 .054 .003

Tempo Quadrante 2 191.000 422.000 -.742 .458 .470 .235 .008

Page 127: Vítor Manuel Bravo Fernandes - · PDF file4.1.1 Especificações dos sensores ... 7 Procedimento experimental ... Sistema para análise do movimento da mão baseado em fibra ótica

101

DP e Controlo

Mann-

Whitney U

Wilcoxon

W

Z Asymp. Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(2-tailed)

Exact Sig.

(1-tailed)

Point

Probability

*Distância Percorrida 128.000 359.000 -2.139 .032 .032 .016 .001

*Distância máxima 125.000 356.000 -2.217 .027 .026 .013 .001

Distância média 152.000 383.000 -1.513 .130 .135 .067 .003

Raio dispersão 172.000 403.000 -.991 .322 .332 .166 .006

*Máximo em Y 138.000 369.000 -1.878 .060 .062 .031 .002

Máximo em X 199.000 452.000 -.777 .437 .448 .224 .007

Média em Y 184.000 415.000 -.678 .498 .510 .255 .008

Média em X 206.000 416.000 -.104 .917 .928 .464 .010

Velocidade máxima 186.000 417.000 -.626 .531 .544 .272 .009

*Velocidade média 113.000 344.000 -2.530 .011 .011 .005 .000

Máximo Roll 215.000 446.000 -.389 .697 .709 .355 .009

Angulo Roll médio 163.000 394.000 -1.226 .220 .228 .114 .005

Minímo Roll 187.000 397.000 -.600 .549 .561 .281 .009

Máximo Pitch 185.000 438.000 -1.118 .264 .272 .136 .005

Angulo Pitch médio 208.000 418.000 -.052 .958 .969 .485 .010

Mínimo Pitch 212.000 443.000 -.462 .644 .656 .328 .009

Tempo Quadrante 1 186.000 417.000 -.626 .531 .539 .270 .004

Tempo Quadrante 4 173.000 383.000 -.965 .335 .345 .172 .007

Tempo Quadrante 3 170.000 380.000 -1.043 .297 .306 .153 .006

Tempo Quadrante 2 172.000 403.000 -.991 .322 .332 .166 .006

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