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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Quedima Dias de Souza
A DIMENSAO PEDAGOGICA DA SISLlA
Curitiba2005
Quedima Dias de Souza
A DIMENSAO PEDAGOGICA DA SiSLIA
TrabJilho de Conduslo de cursaapresentado ao curso de Pedagogi., daFaculdade de Ciel"lCias Humanas Letras eArtes dOl Universidillde Tuiuti do Paranacomo requisito parcial para obten~o dogroru de Pedagoga.
Orientador Prof. Dr. Renate Gross
Curitiba2005
j£ Universidade Tuiuti do Parana~yFACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVA<;.1iO
NOME DO ALUNO: QUEDIMA DIAS DE SOUZA
TfTULO: A dimensao pedag6gica da BIb/fa
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTEN<;AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE
PEDAGOG lA, DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AV~I DORA:
PROF(a). RENATO GROSS ll.8').IY
ORIENTADOR(A)
ILVA MATTOS lA)JtAJ.,JJ~.'
MEMBRO DA BANCA
DATA: 06/12/200S
MEDIA: __'lLt _CURITIBA - PARANA
2005
Agrader;o a Deus par dar-me forc;as eiluminayao durante tada a caminhada. Sougrata ao meu orientador Professor ooutorRenata Gross, sem 0 qual nao conseguiriaa realiza9~10 desta pesquisa. A minhaprofunda gratidao a minha familia que compacil!ncia e amor, ajudou-me a superar osmomentos dificeis. Aos meus amigos quecompartilharam comigo auxiliando-mecom varios livros, informa90es, incentiv~ eora¢es.
-A exemplo da Biblia Hebraica, Homero e,ao mesmo tempo, escritura e livro deconhecimentos gerais, e tais obrascontinuam a ser 0 que ha de melhor emtextos educacionais ...~H. Bloom.
SUMARIO
1INTRODUCAO 072 HIST6RIA DO CANON SAGRADO............................... .092.1 0 ANTIGO TESTAMENTO... .. 102.2 0 NOVO TESTAMENTO 112.3 AS PRIMEIRAS TRADU<;:OES.. . 132.4 AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS 142.5 A BIBLIA E A ARQUEOLOGIA... .. 142.6 A BIBLIA EM PORTUGUt:S... . 172.7 A BIBLIA NO BRASIL.. . 192.8 A SOCIEDADE BIBLICA DO BRASIL.. .. 202.9 A BIBLIA NO MUNDO 213 A DIMENSAo CULTURAL E PEDAG6GICA DA BiBLlA 223.1 A BisLiA E OS REFORMADORES 243.2 A SISLIA E A CULTURA OCIDENTAL.. .. 253.2.1 Nas artes plasticas 263.2.2 Nas artes musicais... . ,' ' " 293.2.3 Nas ci~ncias.. .. 324 A SiBLIA NA VlsAo DE ELLEN G. WHITE 344.1 A CIt:NCIA E A SiSLlA... .. 354.2 VIDA COTIDIANA E A SISLlA.. . 354.3 SIOGRAFIAS SISLlCAS.. . . 364.4 POESIAS E MUSICAS........ . 364.5 A HISTORIA E A SISLlA... .. 375 CONCLUsAo 39REFERENCIAS 41AN EXOS................................................................................................... ..43ANEXO 1 Reprodu9Bo da Santa Ceia de Leonardo da Vinct.. . .44ANEXO 2 Reprodu9ao da Capela Sistina de Michelangelo.. .. 46ANEXO 3 Tr~s VersOes des Livres Siblices.. . . .. .48
RESUMO
Este trabalho procura demonstrar que a Biblia atraves dos seus valores que
serviram de base para a civiliza9Ao ocidental e crista tern, alern de sua dimensao
espiritual, urna aplicabHidade didtltico-pedag6gica. Vem descrever atraves da
pesquisa realizada, como a Biblia serviu de mala propulsora para a Reforma
Protestante e as seus resultados para a cullura ocidenta1. Relata como a Biblia foi
fonte de inspiraC;ao para as artistas e cientistas no perlocto da Idade Media. Aponta a
Biblia como urn agente educador fundamental na forma~o da crianya, do
adolescente e do adulto. Como fontes, utilizou~se a pesquisa bibliografica. 0 estudo
e relevante, pois vivemos numa sociedade na qual ha grande car~ncia de valores, e
a Biblia podera servir de grande apoio por meio das suas orienta~oes, auxiliando 0
educador na sua pratica pedag6gica.
Palavras chave: Biblia, pedagogia biblica, educa~ao crista.
1 INTRODUC;Ao
Sabe-se que a Biblia e urn livro de grande sabedoria, que desde a sua origem foi
considerado sagrado e de grande importancia.
Escolheu-se pesquisar sobre esse tern a par acreditar-se que a Biblia poderaservir de grande ajuda para professores e alunos no processo do ensino-aprendizagem.
Acredita-se tambem que a Biblia seja capaz de despertar e elevar os pensamentos dos
estudantes, ternando-os mais aptos intelectualmente e moralmente para a vida em
familia e na sociedade.
Este trabalho de pesquisa vern levantar 0 seguinte problema: A Biblia tern uma
dimensao que S8 restringe ao religioso e fins espirituais au ela tern tambem uma
dimensao cultural e pedag6gica?
Tern como objetivos ressaltar para a contemporaneidade tao carente de valares
que a Biblia, em ambos as Testarnentos pade servir de base para unir competencia e
atitudes num processo formativo integral dos estudantes. Contribuir no que se refere
aos temas transversa is como: artes plasticas, musica, etica, valores, e como as
mesmos pod em valer-se dos ensinos biblicos para serem desenvolvidos no caso de
familias que professam a religiao crista.
Para a desenvolvimento desta pesquisa fol feito a escolha do tema,
levantarnento bibliografico, leitura, analise e fichamento da bibliografia, elabora,ilo do
projeto de pesquisa e reda,ao final do relat6rio. Este trabalho apresenta a natureza de
uma pesquisa bibliografica, com metodologia pr6pria.
No capitulo dais descreve-se a Hist6ria do C~non Sagrado, sua origem I a divisao
do Antigo Testamento e Novo Testamento, as escritores, as tradu~oes. as primeiras
impressoes e a sua rela9ao com a arqueologia, sua trajetoria ao longo dos seculos e a
seu desenvolvimento no mundo conternpor/§neo como a livre mais lido, traduzido e
distribuido no mundo.
No terceiro capitulo relata-se a dimensao pedag6gica da Biblia, desde 0
momenta em que 0 cristianismo tornou-se urn fator de mudanc;a entre os povos, e tendo
como pan~metro as ensinos biblicos. Descreve-se tambem, como a Biblia atraves dos
4IO~,,<,-, .t:,~(~ '::'1'...,:~#
impulsionando·os a transpor grandes barreiras religiosas e politicas, influenciando de
forma decisiva a Reforma Protestante, inspirando artistas plasticos e musicais, e as
ci~ncias.
o quarto capitulo traz 0 relato da contribui~ao pedag6gica nas rnais diversas
areas do conhecimento como tambem orientat;Oes para a vida pratica, na visao da
escritora Ellen G. White.
2 A HISTORIA DO CANON SAGRADO
Este capitulo inicial tern par finalidade descrever 0 hist6rico do canon sagrado,
com 0 objetivo de conhecer as crite-rios que levaram os estudiosos e pesquisadores a
confirmar as origens deste livre considerado sagrado par milhOes de pessoas durante
milhares de anos.
Segundo a Biblia Tradugao Ecumenica (1994, p. 11.), a palavra canon provem
do grego (K~non) que significa "regra", isto porque 0 Canon Sagrado resulta de uma
seleyao de livros nos quais se reconhece autoridade e que neles estavam contidas as
normas de fe e da vida do pavo hebreu. Esta lista de livros sagrados recebeu mais
tarde a nome de Biblia. Pela sua leitura, fica-se sa bend a que Deus formou urn pavo
que tomou lugar na Hist6ria, com legisla9aO propria e normas de vida pessoal e
coletiva. Este povo foi Israel, que apareceu na Hist6ria por volta de 1250 a.C envolvido
com todos os pavos vizinhos, no entanto sua religiao 0 tornava um povo peculiar.
A Biblia e profundamente marcada pel a cultura de Israel, povo este, que teve
urn modo proprio de compreender a exist€mcia, 0 mundo que 0 circundava e a condic;:~o
humana. Exprime sua concepc;:ao do mundo, n~o uma tilosotia sistematica, mas em
costumes e institui90eS. A linguagem dos livros da Biblia foi modelada pela hist6ria
pr6pria de Israel, unica em seu g~nero (ibid, p.2).
De acordo com a Biblia versao pao Nosso (1982, p.13), a Biblia foi escrita
durante urn longo periodo, em torno de rna is de mil anos. Por volta do ana 1250 a.C.
iniciou-se a sua escrita, sendo concluida no primeiro seculo d.C. Antes del a ser escrita,
os seus ensinamentos eram transmitidos de uma gera<;ao para outra de forma oral.
Muitas pessoas deram a sua contribuic;:ao para que a Biblia fosse escrita, como:
sacerdotes, profetas, reis, pastores, poetas, homens e mulheres, pais e maes de
familia, agricultores, operarias, gente instruida e gente simples, pessoas de todas as
classes. Todas, parem, tinham algo em comum: eram israelitas, acreditavam pertencer
a urn pavo eleito, e com uma tirrne fe em urn Deus unico. Rodeados por povos e naC;:Oes
10
politeistas, Israel se distinguiu par ser monoteista e possuir de forma escrita os seus
mandamentos (BiBllA VERSAo pAo NOSSO, 1982, p. 13).
Segundo a Biblia de Jerusalem (1973, p.25.), a Biblia, ao longo da sua
etaborat;ao, foi escrita em muitos lug ares e paises. Grande parte do Antigo testamento
foi escrita na Palestina onde Jesus andou e onde nasceu a religiao crista. Outras partesdo Antigo Testamento foram escritas na Babil6nia, e outras no Egito. Ja 0 Novo
Testamento, foi escrito na Siria, na Asia Menor, na Grecia e Italia onde havia muitas
comunidades cristas fundadas por sao Paulo.
Segundo a Biblia de Jerusalem (1973, p.27), a Biblia foi escrita originalmente em
tres linguas: hebraico, aramaico e grego. A maior parte do Antigo Testamento foi escrita
em hebraico par ser a lingua usual da Palestina, Dutra parte pequena foi escrita em
aramaico par influencia do cativeiro a que as Israelitas foram submetidos. Todo a Novo
Testamento fai escrito em grego, par ser a nova lingua do comerclo e da cultura que
invadla a mundo daquele tempo, em virtude das conquistas de Alexandre Magno, no
sEkula IV a.C. No tempo de Jesus, a Palestina falava a aramaico em casa, estudava a
Biblia em hebraico e falava a grego no comercio e na politlca.
2.1 a ANTIGO TESTAMENTO
Para a Biblia versao Plio Nosso (1982, p.25), os livros do Antigo Testamento
foram escritos em pergaminhos e estao divididos em cinco partes: 0 Pentateuco,
Hist6ria, Poesia, Profetas majores e Profetas menores. 0 nome Pentateuco (do grego
cinco rolos ou Bvros) deslgna os primeiros cinco livros da Biblia. G~nesis, livro das
origens do mundo, ~xodo, Levitico, Nurneros, Deuteron6rnios, constitui 0 material
legislativo, que os judeus chamam de "Tom", poiS nele e expressa a vontade de Deus
para Israel. A tradi9ao judaica e crista: atribu; a autoria do Penlateuco a Moises.
Urn exame critlcD mostra que no Penlaleuco est30 recolhidas vitrias tradi90es
narrativas e legislativas que vaD desde a epoca dos patriarcas (sec. XVIII a.C)) ate 0
tempo de Esdras (sec. V a.C) que podem ser classificadas em quatro ciclos de
tradi¢es, denominadas Javista, Eloista, Deuteronomista e Sacerdotal (lbid,p.16-18).
II
o Pentaleueo se apresenta como hist6ria e lei, as Sal mas exaltam a Deus, as
livros Sapienciais visam it educac;:fto religiosa e moral do individuo, as Prefetas maiores
e men ores proclamam com autoridade a amor de Deus e denunciam com vigor as
pecados de Israel e do mundo. "A Lei escrita no Pentateueo e a pedagogia de Deus,
que constitui um povo para si, moldando a Sua imagem". (lbid,p.20).
Concluindo, temas assim 0 seguinte quadro dos Ilvros do Antigo Testamento:
Pentateueo
G"'neses~xodo
Hist6rico
Josue
Juizes
Rute
J6
Salmos
Poesias Profetas Maiores Profelas Menores
Isaias Ose;as
Jeremias Joel
Leviticos
Nilmeros
Deuteron6mios
Proverbios Lamenta,Oes
Esdras
Neemias
Ester
Cantares Daniet
Amos
Obadies
Jonas
Miqueias
Naum
Hebecuque
Soronias
Ageu
Zacarias
Melaquias
(BIBLIA THOMPSON,1993)
I e /I Samuel Eelesiastes Ezequiel
Apes esta breve visao panoramica dos livros do Antigo Testamento, abordar-se-
a 0 Novo Testamento.
2.2 a NOVO TESTAMENTO
A 8iblia Thompson (1993, p.1375), diz que houve um sil~ncio de 400 anos
aproximadamente entre a redac;:ao do Antigo Testamento e a Novo Testamento. 0 Novo
Testamento e a nome dado a colet~nea de vinte e sete livros inspirados da nova
alianl):a entre Deus e os Homens, estabelecida par Jesus Cristo. A partir do ano
cinqOenta do seculo I, surgiram os primeiros escritos do Novo Testamento. Estes
12
escritos consistiam das Epistolas de sao Paulo, cnde ele procurava responder aos
questionamentos dos problemas das comunidades as quais ele orientava e instruia.
Com a morte dos primeiros apostolos, as pessoas que haviam testemunhado a vida,
morte e ressurrei~ao de Jesus Cristo, sentirarn a necessidade de escrevef osensinamentos recebidos, e que muitos haviam cuvida e presenciado pessoalmente. No
final do 1° seculo a coletanea dos livros do Novo Testamento estava concluida, egazava na Igreja de autoridade igual a das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento.
(BIBLIA VERsAo pAO NOSSO, 1982, p.117S).
o Novo Testamento segundo a Biblia Thompson (1993,), e dividida em: livros
hist6ricos, didaticos e profetico, assim distribuidos:
Hist6ricos Didilticos Proletico
Mateus Romanos Hebreus Apocalipse
Marcos I e /I Corlntios Tiago
Lucas Galatas I e /I Pedro
Joao Efesios 1,liel/lJoeo
Atos Filipenses Judas
Colossenses
I e /I Tessalonicensses
I e /I Tim6teo
Tito
Filemon
A Biblia Thompson (1993, p.1377) relata que os judeus loram cativos do governo
da BabilOnia par setenta anos, e que em funyao da forte influencia aramaica, a lingua
hebraica enfraqueceu-se. No entanto, fiets a tradic;ao de preservar os oraculos em sua
propria lingua, as judeus nao permitiam que as livros sagrados fossem traduzidos para
Dutro idioma. Alguns seculos mais tarde, essa atitude ortodoxa e exclusivista dos
judeus, abrigou-os a dar lugar a um sensa mais pratico e liberal. A partir do ano 331 B.C
com 0 estabelecimento do imperio de Alexandre 0 Grande, a lingua grega popularizou-
se e tornau-se imprescindivel a traduc;ao das Sagradas Escrituras. Com essa abertura
13
iniciou-se 0 processo de tradu9~o, que sera 0 assunto a ser abordado no pr6ximo
tepico.
2.3 AS PRIMEIRAS TRADUt;:OES
De acordo com a Biblia Thompson (1993, p.1377) a primeira tradul'llo da Biblia
foi para a grego, feita par setenta e dais sa bios judeus, par esta razao tern 0 nome de
Septuaginta; essa tradu930 foi feita na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C a
pedido de Demetrio Folario, bibliotecario do rei Ptolomeu Filadelfo. Apes trinta e nove
anos de trabalho, foi concluida esta tradu9aO com a qual deu inicio a prepara930 do
rnundo para 0 advento de Jesus Cristo. A igreja primitiva conhecia e USBVB esse versao.Outra tradu9ao foi a Hexapla realizada no ano 228 d.C por Origenes, em razao
da Septuaginta nao ter sido uma tradul'llo bern feita. A tradu9ao Hex apia consistia
numa versao de seis colunas contendo a Septuaginta e as tres traduc;oes gregas do
Antigo Testamento. Esta obra era grandiosa, composta par cinqOenta volumes, mas,
perdeu-se toda ela, deduz-se que tenha side em decorr~nciada invasao de Cesareia
em 653 d.C. Uma outra tradu930 foi a Vulgata, em 382 d.C. S. JerOnimo foi
encarregado de traduzir da Septuaginta para 0 latim, mas par persegui9ao do novo
bispo da Igreja de Roma, S. JerOnimo mudou-se para Belem na Terra Santa e durante
trinta e quatro anos trabalhou na tradu930 de tada Biblia para 0 Latim. (Ibid, p.1377).
A partir do quarto seculo d.C as livros cristaos passaram a ser escrito ern codex
que consistia em uma tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete
metc~lico. Os mais importantes c6dices biblicos sao: os Sinaiticos produzldo em 325 d.C
e contem todo 0 Antigo Testamento grego, esta preciosidade que custou a Inglaterra a
quantia de cern mil libras esterlinas, encontra-se no museu Britanico desde 1933.
Outros famosos codices biblicos sao: 0 Vaticano, contendo 0 Antigo Testamento e a
Novo Testamento e esta na Biblioteca do Vaticano, 0 Efraemi que esta na Biblioteca de
Paris, 0 Baza encontra-se na Biblioteca de Cambridge, Inglaterra, e 0 c6dice
Washington que esta no museu Freer na capital dos Estados Unidos da America. (Ibid,
p.1377)
14
2.4 AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS
De acordo com 0 site (www.sbb.org).criado pela Sociedade Biblica do Brasil,
em meados do secule xv na Alemanha urn ourives chamado Johannes Gutemberg
criou a arte de fundir tipos metalicos m6veis, eo primeiro livro de grande porte impressa
em sua prensa foi a Biblia em [atim. Urn pouco antes de 1500 a Biblia foi impressa em
seis linguas, alemao, italiano, franc~s, tcheca, holand~s e catalao; e par meados do
seculo XVI foi impresso em espanhol, dinamarqu~s, ingl~s, sueco, hungaro, island~s,polones e finland~s.
2.5 A BiBLIA E A ARQUEOLOGIA
Os restas encontrados na superlicie sao pOUCOS, se comparados a abundanciado material desenterrado dos montes que cobrem as rulnas de cidades anti9a5. Parte
desse material foi descoberto par aeaso, mas na maiaria tern vindo a luz do dia amedida que se desenvolvem as ferramentas e as metodos adequados a esse trabalho,e se decifram os idiomas desconhecidos, permitindo assim determinar a cronologia de
cada objeto ou ruina encontrado. A arqueologia biblica tern avanc;ado gradativamente,
gra9as ao trabalho ,;rduo de pessoas de muitas nacionalidades e de diferentes
profiss5es e ocupaCOes: professores, linguistas, ch3rigos, militares, missionarios,
arquitetos, engenheiros, projetistas, fot6grafos, e muitos outros profissionais. Um dos
engenheiros de Napoleao Bonaparte encontrou a pedra de Rosetta no Egito, pr6ximo
da desembocadura do bra90 ocidental do Nilo. Esta pedra e um pilar de granito negro
de 114 cm de altura, 71 de largura e 28 de espessura. Em sua superficie havia palavras
escritas em tres linguas faladas pelos antepassados do vale do Nilo. Uma delas era 0
grego, mas as outras eram desconhecidas. Ap6s muitos esfon;os empregados para
decifrar as outras duas linguas, mas sem sucesso, urn jovem franc:!s chamado Jean
Charnpollion dedicou a sua vida para decifrar 0 conteudo das outras linguas escritas na
pedra. Finalmente em 1882 Champollion publicou as tradu90es completas da inscri9aO
trilingOe, colocando lado a lade 0 dem6tico e 0 hier6glifo com 0 grego, comprovando
que a pedra de Rosetta estava escrita em tres linguas usadas pelos faraDs e com as
15
quais as arque61ogos do futuro descobririam inumeraveis tesouros hist6ricos e literarios
do vale do Nilo, desconhecidos ate aquela data. (SISLIA THOMPSON, 1993,p.1503).
Dutro pesquisador foi a Henry C. Hawlinson, urn militar ingles que decifrou a
inscriC;8o de Behistum situada em urna eleva.y8o de 106,68 metros no precipicio das
montanhas Zagros, a sud oeste de Hamadan, Persia. Esta inscric;ao apresentava
palavras tarnbern em tr~s linguas usadas pelos antigos, desconhecidas pelos eruditos
modernos. Ap6s quatro Bnos Rawlinson conseguiu fazer urna capia completa das
inscric;Oes. S6 apas 18 anos de estudos ele conseguiu decifrar as tres linguas: a persa
cuneiforme antiga, a elamita e a cuneiforme babiiOnica. Com estas tres chaves,
Rawlinson e Qutros eruditas decifraram os preciosos segredos das civilizac;Oes
desaparecidas da Assiria, Babil6nia e Persia, nal):Oes cujos povos desempenharam
papeis importantes no desenvolvimento dos grandes epis6dios da Biblia.
(lbid,1993,p.1503).
o uso destas linguas na correspond~ncia e intercambio diplomatico foi revelado
em 1887 quando uma mulher beduina em busca de terra tertii para 0 seu jardim, cavou
no promont6rio de Tell el Amarma, a margem oriental do Nilo. A mulher encontrou
tabuinhas de barro com inscril):ces que depois do minucioso exame, comprovou~se que
eram registros diplomaticos oficiais do ministro das relal):Oes exteriores egipcio. Entre os
registros havia comunicar;Oes oficiais dos monarcas da Babil6nia. As tabuinhas de Tell
el Amarma t~m sido muito importantes nas investiga90es biblicas, tanto assim que
muitos as consideraram a descoberta mais importante ja realizada no Egito. 0
interesse nas descobertas arqueol6gicas havia se intensificado no tempo em que as
tabuinhas foram encontradas. A partir deste periodo varias convoca90es foram feitas
para que mais investiga90es topograficas e mais escavayOes fossem realizadas.
(SISLIA THOMPSON,1993, p.1503).
Houve urna resposta irnediata da Inglaterra, Alernanha, Fran9a e Estados Unidos
e outros paises. Os governos, as universidades, os museus e pessoas influentes,
financiaram as expedi90es e 0 trabalho prosseguiu sob a dire9a.o de homens e
mulheres competentes que descobriram como as ruinas das civilizayOes antigas
concordavam com 0 que a Biblia e outras fantes literarias antigas escreveram sabre
elas. Ap6s 200 anos de investiga90es topogrilficas e arqueol6gicas, pode-se dizer que
16
o grande exercito de eruditos tern recolhido as fios da vida primitiva escondido sob
mil hares de monticulos que ocultam antigas cidades e com eles construiu urn painel
que concorda perfeitamente com os acontecimentos e os personagens citados pela
Biblia. (lbid,1993,p.1504.).
De acordo com Orru (1993, p.17) a maior e mais significativa descoberta
arqueol6gica Dcorreu em 1947 na regi~ode Qumram, situada na margem noroeste do
Mar Morta, quando urn jovem pastor arabe sentiu falta de urna de suas cabras e foi
procuril-la. Enquanto procurava, observou urna pequena cavidade na rocha e curiosa,
pegou uma pedra e jogou dentro da caverna, ouviu urn baque surdo, jogou outra pedra
e pelo fuido parecia haver caida em jarros de barro. a jovem pastor voltou para casa e
contou ao irma.o mais velho Ahmed Muhammad, e no dia seguinte fcram ate a entrada
da caverna e encontraram oito vasilhas de barra. Em uma delas encontraram um
embrulho feito de panos de linho. Ao retirar os inv61ucros que protegiam os objetos,
constataram que haviam encontrado grandes pergaminhos. Foram a Beh~m para
negociar as sete rolos de couro de cabra, com esperanc;:a de vend~-Ios a um sapateiro
membro da Igreja Sina Ortodoxa. Este sapateiro comentou com outro membra da igreja
e este comunicou ao arcebispo do Mosteiro Sao Marcos em Jerusalem. 0 arcebispo
comprou quatro rolos e os outros tr~s foram comprados pel a professor Eliazer Lipa
Sukenik para a Universidade Hebraica de Jerusalem.
o arcebispo mor AYeshusamul transportou clandestinamente os quatro rolos
para os Estados Unidos, tendo dificuldade para vender, colocou urn pequeno anuncio
no jornal no inicio de 1954. Ap6s um mlls urn senhor desconhecido chegou a sede do
jornal e comprou os quatro rolos por U$$ 250,000 d6lares. Aquele estranho era 0
General Yigael Yadin, chefe do Estado Maior do Exercito Israelense e filho do professor
Eliazer Lipa Sukenik. (Ibid,1993, p.19).Dos sete rolos encontrados na gruta, um era 0 manuscrito completo do profeta
Isaias, conhecido como 0 Manuscrito de Isaias do Mosteiro Sao Marcos,ele era feito em
tiras de couro, costurado de ponta a ponta. 0 rolo esta notavelmente bern conservado.
o texto hebraico esta escrito em 54 colunas, conc1ui-se que esse manuscrito e do
ano100 a.G sendo, portanto, quase mil anos anterior a c6pia mais antiga do livre de
Isaias conhecida ate entao. Nos Qutros rolos foram encontrados os comentarios de
17
Habacuque, a Regra da comunidade dos essenios, 0 Manuscrito de Lameque, a Regra
da Guerra, os Hinos de A90es de Gra9as. Ap6s a descoberta da Gruta 1, a cerca de
1,500 metros da gruta, encontraram um sitio arqueol6gico que acreditam ser a sede da
anti9a comunidade dos essenios, sendo conhecido posteriormente como 0 Mosteiro de
Khirbet Qumram. Com a incansavel trabalho dos beduinos e arque6logos, (cram
descobertas mais dez grutas, e dentre muitos fragmentos de pergaminho, encontraram
urn documento particular registrado em folha de cobre e que chamou a atem;ao de
todos as pesquisadores. Este documento toi encontrado em 1952 e somente em
16/01/1956 foi desvendado 0 misterio. Os rolos de cobre sao documentos que registra
as esconderijos dos tesouros do grupo de Qumram. Somente alguns trechos dos rolas
fcram traduzidos e publicados. Mais da terr;a parte dos manuscritos encontrados sao
[lvros do Antigo Testamento, e sao pelo menes 1000 anos mais anti905 que as
primeiros manuscritos do Antigo Testamento ate agora conhecidos. (ORRU, 1993,
p.23).Os manuscritos e fragmentos encontrados nas onze grutas, indicam uma
verdadeira biblioteca de grande porte para a epoca, com cerca de 600 manuscritos, dos
quais grande parte e constituida par c6pias dos livros biblicos. Todos os livros do canon
hebraico, com exce~ao do livro de Ester, estavam representados na biblioteca do
Mosteiro de Khirbet Qumram. Esses manuscritos estiveram protegidos par 1900 anos
(68 AD 1945). Hoje eles sao fontes inesgotaveis para 0 estudo das Sagradas
Escrituras. (ORRU ,1993,p.29).
2.6 A BiBLIA EM PORTUGUES
Segundo 0 site (www.sbb.org.br). os mais antigos registros de tradu9M de
trechos da Biblia para 0 portugues datam do final do seculo xv. Porem, centenas de
anos se passaram ate que a primeira versao completa estivesse disponivel em tr~s
volumes, em 1753. Trata-se da tradU9aOde Joao Ferreira de Almeida. A primeira
impressao da Biblia completa em portugu~s, em urn unico volume, aconteceu em
18
Londres, em 1819, tambem na versao de Almeida. A seguir apresenta-se a cronologia
das principais tradu~6es da Biblia completa publicadas na lingua portuguesa.
Tradu~6es da Biblia
· 1753 - Publicactao da traduy030 de Joao Ferreira de Almeida, em tresvolumes.
· 1790 - Versiio de Figueiredo - elaborada a partir da Vulgata pelo Padrecat61ico Antonio Pereira de Figueiredo, publicada em setevolumes, depois de 18 anos de trabalho.
· 1819 - Primeira impressao da Biblia completa em portugues, em umunico volume. Traduyao de Joao Ferreira de Almeida.
· 1898 - Revisao da versao de Joao Ferreira de Almeida, que recebeu 0nome de Revista e Corrigida. A tradu~iio de Almeida foi trazidapara 0 Brasil pela Sociedade Biblica Britanica e Estrangeira, emdata anterior a funda~ao da SBB. Naquela epoca, a tradu~ao deAlmeida foi entregue a uma comissao de tradutores brasileiros,que fcram incurnbidos de tirar as lusitanismos do texto, dando aele uma feic;ao mais brasileira.
· 1917 - Versao Brasileira. Elaborada a partir dos originais, foi produzidadurante 15 anos par uma comissao de especialistas e sob aconsultoria de alguns ilustres brasileiros. Entre eles: RuiBarbosa, Jose Verissimo e Heraclito Grac;a.
· 1932 - Versao de Matos Soares, elaborada em Portugal.
· 1956 - Versao Revista e Atualizada, elaborada pela Sociedade Biblicado Brasil. Quando em 1948, a SBB foi fundada, uma novarevisao de Almeida, independente da Revista e Corrigida, foiencomendada a outra equipe de tradutores brasileiros. 0resultado desse novo trabalho, publicado em 1956, e 0 que hojeconhecemos como a versao Revista e Atualizada.
· 1959 - VersM dos Monges Beneditinos. Elaborada a partir dos originaispara 0 frances, na Belgica, e traduzida do frances para 0
portugues.
· 1968 - Versao dos Padres Capuchinhos. Elaborada no Brasil, a partirdos originais, para 0 portugues.
· 1988 - Biblia na Linguagem de Hoje. Elaborada no Brasil, pelaComissao de Tradu~o da SBB, a partir dos originais.
· 1993 - 2a Edi~ao da versao Revista e Atualizada, de Almeida,elaborada pela SBB.
19
. 1995- 2a Ediyao da versao Revisla e Corrigida. de Almeida, elaboradapela SBB.
. 2000 - Nova Traduyao na linguagem de Hoje. Elaborada pelaComissao de Traduyao da SBB (www.sbb.org.br)
2.7 A BIBLIA NO BRASIL
Segundo a Biblia Thompson (1993, p.1379) a primeira Iraduyao da Biblia no
Brasil ocorreu em 1847 na cidade de Sao Luiz do Maranhao, pelo frei Joaquim de
Nossa Senhora de Nazare, que traduziu 0 Novo Testamento baseado na Vugata. Em
1879 a Sociedade de lileralura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro, publicou "A
primeira ediyao brasileira" do Novo Teslamenlo de Almeida. Em 1898 foi Iraduzido 0
livro dos Salmos pelo hebraisla FR dos Sanlos Saraiva, cuja Iraduyao leve 0 nome de
"Harpa de Israel'. Desde 1847 ale 1917 a Biblia foi Iraduzida em poryoes. Em 1902 as
Sociedades Biblicas palrocinaram uma nova Iraduyao da Biblia para 0 portugues,
sendo concluida e publicada a Iraduyao complela em 1917. Em 1930, coube ao padre
Malos Soares realizar uma Iraduyao mais popular da Biblia baseado na Vulgata.
A Sociedade Biblica do Brasil organizou-se em 1948, delerminada a "Dar a Biblia
a Palria" fez duas revisoes do lexlo Iraduzido pelo padre Joao Ferreira de Almeida. Em
1967 a Imprensa Biblica Brasileira criada em 1940, publicou a sua Ediyao Revisada de
Almeida, colejada lexlos em hebraico e grego. Em 1988 a Sociedade Biblica do Brasil
Iraduziu e publicou a Biblia na linguagem de Hoje. Em 1990 a Edilora Vida publicou a
sua Ediqao Contemporiinea da Biblia Iraduzida por Almeida. A ediyao da Biblia
Thompson em portugues foi preparada por uma comissao de eruditos em grego,
hebraico, aramaico, e portugues, sob 0 patrocinio da Sociedade Biblica Internacional. A
Biblia de Jerusalem e uma das traduyoes digna de referencia, traduzida pela escola
biblica de Jerusalem, e edilada no Brasil em 1981 par Ediyoes Paulinas.
(lbid,1993,p.1379)
20
2.8 A SOCIEDADE BIBLICA DO BRASIL
o site (www.sbb.org.br) diz que em 56 anos de exist~ncia a Sociedade Biblica do
Brasil, ja distribuiu 54,2 milhOes de exemplares da Biblia. Em 2004 foram distribuidos
3.789,040 exemplares da Biblia completa, do Novo Testamento 295.400 e SelegOes
Biblicas 144.835,000 .A Sociedade Biblica do Brasil exporta para 34 paises das
Americas, Africa, Asia e Europa produzindo Escrituras em idiomas que vao desde 0
espanhol, ingl~s, frances ate em ioruba idioma falado na Nigeria, Benin e Togo, paises
africanos.
A Sociedade Biblica do Brasil ainda dispOe de um museu da Biblia onde sao
encontradas algumas edi~Oes das mais raras do mundo. As originais destas obras
encontrarn-se em renomadas bibliotecas e instituic;Oes nacionais e internacionais.
A SBB disponibiliza as seguintes Biblias
Biblia - Edigao Revista e Corrigida
Biblia - EdigM Revista e Atualizada
Biblia de estudos
Novo Testamento
Biblia Online
Biblia Infanto Juvenil
Biblia Audio, Video e CD Rom
Biblia Braile
Em 2001 a SBB intensificou 0 seu programa de cooperagao com as instituigOes
que tern 0 abjetivo de traduzir a Biblia para linguas minorittuias a lingua dos pavos
indigenas. Hit 15 anos foi traduzido a Novo Testamento na lingua nativa da triba Kaiwa,
localizado no Mato Grosso, essa triba tern cerca de 23 mil indios. 0 projeto continua
dando prosseguimento com a tradugao do Antigo Testamento, 0 livro de Salmos e
Proverbios ja estao traduzidos e impressos.(WWIN.sbb.org.br)
Outro projeto que esta sendo desenvolvido pela SBB e a indusao do deficiente
visual e estao previstos a produgt!lo e distribuiyao gratuita de material biblico em
formatos especificos para esse publico. Incluem-se livros da Biblia em braile e
21
Escrituras em audio (cassates e cds) e cd-rom doados a deficientes visuais,
cadastrados no pregrama. Em 2002 loi produzida a primeira Biblia completa em braile
em portugues, gra,as II implanta,ao da Impressa Braile.(www.sbb.org.br)
2.9 A BIBLIA NO MUNDO
A Biblia e um dos livres mais lidos de toda a hist6ria da humanidade. Somente
no secula passado mais de urn bilhao e quinhentos milhoes de exemplares da BibHa
loram impressos e divulgados no mundo inteiro. (BIBLIA VERSAo pAo
NOSSO,1982,P.11)
De acordo com 0 site (www.sbb.org.br). a Biblia e 0 livro mais lido, traduzido e
distribuido no mundo, desde a sua origem, toi considerada sagrada e de grande
importimcia. A necessidade de difundir seus ensinas atraves dos tempos e entre as
mais variados pavos resultou em inumeras tradug6es, para varias linguas e dialetos.
Hoje e possivel encontrar a Biblia completa ou em por,oes, em 2.261 linguas
dilerentes. Em todos os continentes a Biblia tem side dilundida gra,as ao trabalho das
Sociedades Biblicas. Sao 137 Sociedades Biblicas que atuam em mais de 200 paises e
territories. Fai criado em 1942 na Inglaterra, a fraternidade mundial de entidades, dando
origem as Sociedades Biblicas Unidas, com 0 prop6sito de promover uma maior
distribuiy80 passivel da Biblia, numa linguagem em que as pessoas pudessem
compreender e com pre90 que as pessoas pudessem pagar.
Percebe-se que a Biblia e um livro por excelencia de grande valor e que muito se
tern feito para que todos ten ham acesso, tanto ricos como pobres, cultos ou incultos,
po is e um compendio que traz na sua essencia princlpios, orienta90es que contribuirao
para 0 bem da humanidade. E sabre a influencia que a Biblia trouxe ao mundo
ocidental, em varios segmentos da sociedade , que trataremos no pr6ximo capitulo.
22
3 A DIMENSAO CULTURAL E PEDAGOGICA DA BiBLIA
Para que se possa mensurar a dimensao cultural e pedagogica da Biblia, faz-se
necessario um olhar ao inicio do mih'nio passado onde segundo Gross (2004, p.48)
surgem novas e radicais ideias, que vieram modificar 0 curso da Hist6ria e contribuir
profundamente com a cultura ocidental pelos seculos que se seguiram. A religi30 crista
tern 0 seu inicio na Judeia e na Galih3ia, sob uma atrOl persegui930 ramana nos dois
primeiros seculos; mesmo sob tais circunstancias 0 cristianismo floresee e expande-se
rapidamente. 0 mundo classico transformou-se pela conlJerg~ncia de sua mensagern,
et com a conversao de Constantino, as barreiras ainda existentes foram removidas e a
expansao do cristianismo foi decisiva.
o cristianismo recebe a sua heran9a religiosa dos judeus para as quais os fins
religiosos ocupam um lugar preeminente na vida e na educa~ao. Dois fatores
determinantes preporcionaram 0 grande desenvolvimento religioso dos judeus: as
excelencias de sua lei, os Dez Mandamentos (~xodo 20) um dos documentos mais
eficazes que a Hist6ria preduziu para pautar as rela~Oes humanas. Outre tator era a
organiza~ao familiar, com 0 respeito a mulher cuja infiulmcia era primordial na
educayao dos filhos. (LARROYO,1970, p.251 ,252)
Sabe-se que a primeira escola da crianya judia era no seu lar e a mae a primeira
professora. Outro lugar de ensino era a sinagoga, lugar de culto, on de os infantes
aprendiam os preceitos da Tora: Sinagoga - lugar de ensino, e Rabino: professor. Esta
cosmovisao judaica Ihe proporcionou 0 titulo de "povo do livre". Nota-se que os judeus
sempre se preocuparam com 0 estudo da Lei, desde 0 seu estabelecimento em Canaa,
vindo a atingir seu climax muitos seculos ap6s, na era crista. (GROSS, 2004,p.51)
Nota-se que, como as crianyas judias, Jesus tambem recebeu a sua educa~ao
por meio da Tara.
23
o Antigo Testamento fol a (mica Blblia de Jesus e da Igreja primitiva. Comolivro da educat;ao judaica, de algum modo, moldou a alma de Jesus. EsleaS5umiu as valores do Antigo Testamento como fundamentos do seuevangelho: naD veio para' ab-rogar' a Lei e os profetas, mas para cumpri-Ios',Cumpri-Ios era prlmeirclmente leva-los a um ponto de perfeiyao no qual 0sentido primitivo dos textos se superasse a si mesmo, para traduzir em suaplenitude 0 misterio do Reina de Deus. Cumpri-k>sera t2lmbem fazer entrar naexpe~ncia humana 0 conteOdo real das promes~! que polarizam ae!lperan~ de Israel. Era desvendar 0 sentido definitivQ de uma his tOri a ligada auma eclucayOOespiritual, mostrando sua relac;;a.ocom 0 ministerio da salvacao,consumado pela cruz e ressurrei~ de Jesus. (Blblia, Tradu~ Ecuml!nica,Introduca.oao Antigo Testamento, p.13-14).
No dizer de Gross (2004, p. 54) a Tora amplia-se para a Novo Testamento e a
Biblia crista passa a exercer tambem uma fun~o formadora e paid~utica.
Os primeiros pais cristaos ( LARROYO, 1970,p.261) tinham uma terna solicitude
em transmitir a instrw;:ao religiosa aos seus filhos na mais tenra idade, par meio de
narrac;oesfamiliares das Escrituras, como as hist6rias dos patriarcas,dos profetas,de
Jesus e dos ap6stolos. Na medida em que as crianc;:asse desenvolviam os pais
passavam a ensina~las a recitar passagens selecionadas das Escrituras. Num curto
espac;o de tempo as comunidades cristas ampliam-se saindo do circulo familiar da
evangeliza<;ao,originando as primeiras escolas cristas.
A educa~o crista abriu caminho no proprio seio da Paideia grega e dahumanita romana. Conforme a orientayao de Jesus a seus discfpulos, quelevas-sem0 Evangelho a todo mundo, iniciou-se a metoda de calequese queconsistia a ensino de viva voz de forma planejada e mediante perguntas erespostas. Dutro forma de ensino utilizado era 0 Didaqu~ que consistia numacol~o de instruc;Oesonde eram utilizados os ensino5-dos pr6prios ap6stolos,percebendo-se urn esboc;odOldoutrina crista,onde e percebido intencionalidadepedag6gica. (LARROYO, 1970,p.261 ,passim).
Segundo Larroyo (1970, p.253) a cristianismo portanto, supera a concep,8o
judaica, pais pastula nos seus ideais uma religiao universal, proclamando que todos as
homens sao iguais perante Deus, sustentados pela primeira vez os ideais de
fraternidade e igualdade social. Sempre tendo ambos os Testamentos como base e
justificativa para a Ie.
24
Esses t~o preciosos idea is do cristianismo ao serem incorporados na vida dos
reform adores no seculo XVI, proporcionaram urna revoluC;:80 de grande dimensao,
quebrando barreiras socia is, culturais e reli9i05a5 ate entao intransponiveis.
3.1 A BiBLIA E OS REFORMADORES.
A Reforma do seculo XVI foi 0 acontecimento de mais amplo e profundo alcance
da hist6ria da civiliza9ao ocidental, pois abrangeu transformac;6es politicas,
econOmicas, reli9i05a5, morais, fil056fica5, literarias, institucionais de carater definitiv~.
(EBY ,1976 p. 1)
Dentre os educadores da reforma, esta em lugar de destaque a figura de
Martinho Lutero que apas concluir seus estudos na Universidade de Erfurt na
Alemanha, ternou-se mange ag05tiniano e foi convidado para ensinar na Universidade
de Winttenburg, onde teve acesso as Escrituras Sagradas. Descobriu verdades ate
entaD desconhecidas, descobriu que a salvac;:ao vern por meio da fa e nao de obras, e
esta convicyao ternou-se 0 motivo principal da sua vida. Lutero nega a autoridade do
Papa, e admite autoridade somente das Escrituras, levantou 0 estandarte de que todos
deveriam ser livres para examina-Ia e interpreta-Ia segundo a sua consciencia. (EBY,
1976, p.54)
Verifica-se que a partir desses novos ideais humanistas de Lutero, htJ uma
mudan9a de paradigma.
A Reforma, pois, coloca a instrucOOa serv*> da cren~ re..••elada; 0 saber, aoamparo da f~. Tal atitude se chama teismo pedagOgico, visto como ..••e nasrela¢es com Deus e sua revela~o (a Biblia) 0 prop6sito final do processoeducati..••o. N:io obstante, a id~ia de aplicar a propri!! raIao a ..••erdade divinacontida nos E..••an.gelhos trouxe como resultado 0 exigir de todos a leitura daBfblia e 0 exerclcio da r8z!o pessoal, e isto apresentou as institui¢esdocentes 0 problema de uma educaryaogeral, para tados, sem distingao deidade, classe social, raya e sexo. (LARROYO, 1970, p.381)
Mavida par suas canvicyOes religiosas tendo como ancora a Biblia, Lutero
revolucionou a Alemanha e foi a primeiro reformadar moderna a defender a educac;ao
obrigat6ria, defendeu a abertura de escolas para meninas, reformau 0 ensina superior e
os curriculos em todos os niveis. Porem a maior e mais profunda contribuic;ao para a
educac;;:lo do povo alemao concedida par Lutero, toi a sua prirneira tradugao das
Escrituras Sagradas originais, para 0 Alern8o. Com esta obra Lutero elevou a lingua
alema de um merc dialeto a urna lingua de poder e beleza classica, dando ao povo
germanico um elo unificador (EBY, 1976, p. 68)
A Bfblia toi 0 elernento motivador para a reforma de Martinho Lutero, que atraves
do seu trabalho proporcionou tao grande contribui,80 a educa,ao do povo germanico.
Ver-se-a a seguir como a BibBa contribuiu para 0 desenvolvimento da cultura ocidental,
sendo uma fonte de inspiraC;ao para varios segmentos da sociedade.
3.2 A SiSLIA E A CUL TURA OCIDENTAL
Segundo (0 lIVRO ...,1997, p.2), durante a Idade Media 0 homem vivia no temor
a Deus, submetido a onipresen,a da igreja. A arte geralmente mostrava 0 ceu e os
santos, e tinha pouca relac;ao com a que estava acontecendo na terra. A partir do
seculo XIV, 0 horn em comegou a perceber sua importancia e sua atuagao no mundo.
Esse renascimento cornegou a refletir na arte: as figuras tornararn-se rna is vivas, 0
espa<;:omais real e a historia do cristianismo comec;ou a ser contada do ponto de vista
humano. Ao longo das decadas, os artistas tornaram-se capazes de recriar 0 mundo em
paineis, afrescos e retabulos com tacilidade cada vez maior. Iniciando com as obras
estilizadas de Giotto e Mosaccio. A Renascenc;;a culminou com as criac;Oes
monumentais de Leonardo, Rafael e Michelangelo. Embora a Renascenc;a sempre
esteja associada a Italia, ela desenvolveu-se tambern por outras partes da Europa.
A Renascenga Florentina e urn esforc;o de sintese espiritual e artistica cujos
promotores sao Cristo e Platao. Para que uma renascenc;a espiritual seja possivel, em
Atenas, em Florenc;a, em Paris, sempre se faz necessaria que 0 homem possa
desenvolver a sua dignidade, isto e, que seja livre em espirito. (BERENCE, 1972, p.24).
3.2.1 A Biblia nas artes visuais
E nesse clima de primavera espiritual que nasceu urn dos maiores artistas
plasticos da hist6ria, Leonardo da Vinci, que segundo Berence (1972, p.11), nasceu em
15/04 de 1452 no interior da Italia, tendo a sua primeira iniciayao ainda em crian9a,
onde aprendeu que os perfumes e as cores e os sons correspondem uns aos Qutros.Acomunhao com a natureza proporcionou a Leonardo grande aprendizado ternando
sensivel, reflexivo, curioso. revelando-se mais e mais uma crian<;:a desejosa de
aprender tudo.
Leonardo desenvolveu-se intelectualmente de forma tao excepcional que mais
tarde segundo (0 PENSAMENTO ... 1986, p.56), tomou-se, engenheiro, musico,
arquiteto, cart6grafo, matematico e fil650fo, porern a sua paixao era a pintura.
Essa paixa.opela pintura foi expressa atraves das suas obras de grande beleza eextraordinaria significayao, e muito da sua arte teve como fonte de inspirayao a Biblia.
Berence (1972, p.135), relata que uma das obras-primas de Leonardo e a Ultima Ceia,
que representa a obra crista par excelencia. Essa obra foi solicitada pelo duque de
Milao, Ludovico, e foi pintada no refeit6rio do convento de Santa Maria das Gra9as. De
acordo com Burns (1981. pAD?) essa obra e um estudo das rea9DeS pSicol6gicas. Um
Cristo sereno, resignado com seu incrivel destin~, acaba de anunciar aos seus
discipulos que sera traido por urn deles. 0 prop6sito do artista e retratar urn rnisto de
emoyOes de surpresa. harror e culpa que transparecern nas fisionomias dos disci pulos
a medida que comeyam a perceber a sentido de afirmayao do mestre.
Segundo Berence (1972, p.135), Leonardo tinha uma intimidade com a Biblia,
que costumava consulta-ta l1luitas vezes como 0 Fedm e 0 Banquete de Platao. Essa
intimidade e retratada em suas palavras:
A antiguidade deu ao corpo uma expressoo que n30 e passivel ultrapass,ar.Mas, desde que no Oriente morreu um homem que 0 Ocidente chora toda!> assextas-feiras apareceu uma nOlla beJeza com a nova lIerdade. grande milagreque veia renollar a fonte da arte, e arte nOll3 pede rillalizar com a antiga. Saquiserdes Mtudar, representar 0 Cristo segundo um mode40, nao chegareis aum reslJltado satisfat6fio. E preciso ler primeiro 0 Evangelho e criar a pouco epouoo uma imagem do Homem-Deu5, e depois escolher 0 momento maispr6ximo para pOr em releva e55a imagem, determinar a sua atitude. compor 3$personagens e 0 local que devem rodea-Ia. (Ibid, 1972, p. 135).
27
Assim como a Biblia tai urn livre de grande inspiraC;ao para as obras de Leonardo
da Vinci, foi tambem para Michelangelo Buonarroti, 0 que se percebe atraves de sues
obras, nas quais sempre esteve presente urn olhar de inspirac;ao biblica.
Segundo Harris (1997, p.5) Michelangelo nasceu no dia 6 de maio de 1475 na
Cidade de Caprese na regiao de Toscana na Italia. Com a mudan,a da familia para
Floren,a que era 0 centro cultural da Renascen,a, Michelangelo teve 0 privilegio de ser
aprendiz de Domenico Ghuslandaio 0 mais importante pinter de afrescos da epoea.
Porern a escultura tomou lugar de destaque nas suas ambiyOes. Encontrando
dificuldade para permanecer em Floren,a, Michelangelo vai para Roma em 1496 e com
ajuda financeira recebida, passa a criar SUBS primeiras obras. Ele desenvolveu~se tao
rapidamente como artista que com menes de trinta anos jei havia atingido tao grande
forma que as autoridades de Florenrra comparavam-no ao grande mestre da gerac;ao
anterior Leonardo da Vinci.
Dentre as grandes obras que criou destaca-se a extraordininia obra da Capela
Sistina. Esta obra foi solicitada em 1508 pelo Papa Julio 1\que era sobrinho do Papa
Sisto IV cujo nome foi dado a Capela em sua homenagem par haver sido quem
ordenou a sua constru,80 em 1475. (www.artcanal.com.br).
Os temas do Antigo e Novo Testamento sa:o as pontos de partida das imagens
imortais da Capela Sistina. Novos paineis com cenas do Velho Testamento se alinham
ao longo do centro do teto da capela. Dispostos em tr~s canjuntas de tres,
representando a cria,ao do cosmos, a queda de AdiJo e Eva e a hist6ria de Noe. Na
sequencia ocupando 0 segundo lugar na seqO~ncia dos epis6dios biblicos no teto da
Capela Sistina esta 0 afresco do DilCivio que, ultrapassado somente pela obra 0 Juizo
Final produzido mais tarde. (HARRIS,1997, p.19-23)
Segundo Harris (1997, p.27), ap6s concluir os tr~s episodios baseados na vida
de Noe, Micheiingelo criou a Triade A Queda, a Cria,ilo de Eva e A Cria,ao de Adi!Jo,
nao seguindo a ordem cronal6gica conforme esta na BibJia, mas dando mais valor ao
simbalismo par ele atribuido. No extrema do alto da capela sistina encontram-se as
cenas do Velho Testamento onde culminaram tres episodios de grande inspira,ao
divina: Deus Separando a Terra das Aguas, Deus Separando a Luz das Trevas e entre
28
Outras cenas do Velho Testamento pintadas no teto servem para completar os
afrescos executados por Qutros artistas nas paredes abaixo, representando a vida de
Moises e de Cristo. A narray~o pict6rica da capela que recenta a revelaC;ao estava
completa, porem vinte anos depois Michelangelo foi requisitado para pintar 0 fim da
historia com 0 trabalho 0 Juizo Final para a parede do altar da capela. (HARRIS, 1997.
p.62).
o Juizo Final. conforme Harris (1997, p.63). diferencia quanto ao estilo e a
atmosfera das pinturas anteriores no teto da capela, pois reflete 0 crescente aspecto
religioso sombrio e as pr6prias preocupa90es espirituais de Michelangelo. Em 0 Juizo
Final, Cristo e representado como a incorporac;ao da autoridade, a sua mao para eima
demonstrando poder que levantou os rnortos e decidiu 0 destino das almas humanas.
Michelangelo retfata as mortos deixando as sepulturas e reencarnando-se, encorajadas
por um grupo de anjos que tocam a trombeta do Julzo Final.
De acordo com (MESTRE....1977. p.19) segundo 0 historiador de arte Harnold
Hanser 0 tern a 0 JuizQ Final retrata 0 drama da humanidade. Na.o e urn momento de
beleza e perfei~o, mas 0 reflexo de confusao e desespero, um grito por socorro e uma
reden~o a partir do caos que repentinamente parece tragar as coisas terrestres e
humanas. 0 JUIZO Final e a obra com que Michelangelo se torna a mais significativa
influencia pict6rica de seu tempo. 0 Maneirismo e 0 estilo que melhor une a inspira980
da fe em Deus as concep90es personallssimas do genio artistico. Nesse Mural da
Capela Sistina ele estrutura pleno significado. tal ideologia de composi~o. chegando
ao ponto maximo de toda sua obra.
as grandes artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo, retrataram em suas
obras a fonte de inspira.yao que a Biblia Ihes proporcionou. Relataremos a seguir como
da mesma fonte se abeberaram os grandes artistas musicais na realiza980 de obras
colossais, executadas e ouvidas ao longo dos seculos.
3.2.2 A Biblia nas artes musicais
Segundo Chain (1998. p.9) os cantos religiosos sao artes musicais da primitiva
Idade Media. Sob Constantino 0 Grande. 0 cristianismo deixa de ser reprimido e e
29
declarada a religiao ofidal do Imperio Romano. As cerimOnias se tornam publicas e
desenvolve-se urn cerimonial de servi90 cnde se mesclam as rites e os cantos.
Os cantos tornam-se tao importantes para 0 culto cristao, que 0 seu
desenvolvimento se da simultaneamente: 0 canto e 0 rito liturgico tornam-se
inseparaveis. A Igreja Crista, desde as suas praticas mais anti9a5, utilizava 0 canto
como urn meio de transmitir as palavras sagradas do espirito aDs cristaos.
Chain (1998, p.136) retrata na obra do grande artista Johann Sebastian Bach, a
sua relac,;;ao com as Escrituras Sagradas. Bach nasceu em 21 de Mar90 de 1682 em
Eisenach, Alemanha. Ele foi urn dos mais importantes compositores do periodo barrace
e de toda a hist6ria musical. Bach a maior nome de uma familia de musicos que se
espalharam pela Alemanha desde 0 5eculo XVI, enriquecendo 0 sin6nimo musical por
mais de 300 anos. Durante sua vida, Bach adquiriu uma s6lida reputa~o como
organista. Par ser admirada e respeltada a sua obra par um eireulo restrito, fo;
praticamente negligeneiada ate cerea de 1830, quando alguns musicos e compositores
alemaes se empenharam em apresentar e publicar as suas composi90es, vindo a
influenciar grandes mestres de todos os periodos e escolas musicas que se seguiram.
Fundou,se entao a Sociedade Bach na Alemanha e em 1850 foi comemorado 0
centenario de sua morte, e foi publicada sua obra completa.
Conforme Chaim (1998, p.137), Bach e autor de grande obra vocal e
instrumental, principalmente voltada para a Igreja, abrangendo quase todos os generos.
Bach sintetizou e enriqueceu os principais estilos e formas da Renascen<;a e do periodo
Barroco. Suas cantatas missas, orat6rias e paixOes sao obras colossais e
incomparaveis em sua devo98o religiosa e magnitude dramatica.
Para Pablo Casals,
o milagre de Bach nao surgiu em nenhuma outra parte. Oespir a naturezahumana ate revelar !eUS atributos divin~s, dar asas de eternidade aquilo que eef~mero, fazer humanas as coisas divinas e divinas as coisas humanas, isto eBach, 0 maier e mais pure momento dll musica em todos os tempos. (CHA1M,1998, p.137)
Dentre inumeras obras de Bach, destaca-se "A PaixiJo segundo Silo Mateus",
que conforme Harnoncourt (1993, p.205) Bach projetou toda a profundidade de seus
30
sentimentos mais intimos e comovido com 0 prop6sito da morte do Cristo. Nunea antes
urn texto para coral fo; traduzido musicalmente em harmonia tao carregada de emoyao.
o coral juntamente com as palavras das pessoas em volta do centuriao "em verdade,
este homem era a Filho de Deus"; atraves das palavras musicadas, mostra nitidamente
que 0 surgimento e a significa9a.O da fe crista sa.o resultados do desenvolvimento da
Paixao a qual S8 tornou 0 cerne da obra.
Na Paix§o segundo S§o Mateus, Harnoncourt (1993.,p.207) diz que a obra tem
urn carater de dialogo onde a escrita do coro duple nao e meramente urn jogo sonoro,
mas do ponto de vista musical e ret6rico ela tem a func;ljo de dar ao texto da Paixao,
bern como ao dialogo poetica, a forma de uma magnifica conversao musical entre dais
grupos sonoros. 0 texto narrado da Paixao segundo sao Mateus e um dialogo
contemplativo entre a filha de Siao e os crentes.
A filha de Siao, que personifica Jerusalem no Antigo Testamento (Livro de
Isaias), e considerada pelos cristaos como 0 simbolo da Igreja, a esposa de Cristo. 0
texto da Paixllo segundo Slio Matells, se situa em tres pianos: a palavra biblica, a
poesia contemplativa de Piconder, e os corais protestantes. Estes corais simbolizavam
a participa9ao dos fieis no desenvolvimento da Paixao. 0 texto biblico e contado por um
evangelista narrador. Entre as dais coros sao distribuidos as solos representando
Cristo, Pedro, Pilatos e Judas. Aos corais sao inseridos os pap;,is dos discipulos, dos
judeus e dos sumos sacerdotes. (HARNONCOURT ,1993, p.208).
Como todas as grandes obras de Bach, a Paixao Segundo Sao Mateus;, repleta
de simholismo, descric;Oes sonoras, e enigmas numericos. A musica de Bach
predomina a profundidade, a introspec~o e 0 misticismo religioso.Assim como Bach, Chaim (1998, p.163) diz que George Frideric Handel foi um
dos grandes compositores do periodo Barroco. Ele nasceu em 23 de Fevereiro de 1685
em Halle-na-der-SaUe, Sax6nia, alemao par nascimento e mais tarde naturalizou-se
ingll!s. Mestre absolute de tecnicas e estilos universais, ele conseguiu em suas obras
sintetizar a melodia das obras italianas, a polifonia religiosa alema e 0 espirito das
danC;8sfrancesas. Handel deixou em sua obra rica em urn colorido orquestral, gracioso
e triunfal, diferente do seu contemporaneo Bach, que transmitia em sua obra um
espfrito contemplativo e introspectivo.
31
sintetizar a melodia das obras italianas, a polifonia religiosa alem~ e 0 espirito das
danc;as francesas. Handel deixou em sua obra rica em urn colorido orquestral, gracioso
e triunfal, diferente do seu contempora.neo Bach, que transmitia em sua obra urn
espirito contemplativQ e introspective.
Chaim (1998, p.163), declara que Handel comp6s magnificos oratorios, operas,
composigOes instrumentais, de uma expressividade e lirismo tao profunda que
influenciou as obras de grandes compositores do periodo classica, como Mozart,
Bethaven, e Qutros. Liszt disse que Handel era grande como 0 mundo.
Handel segundo Cande (2001, p.600.), se volta para a oratorio biblico, criando
obras magnificas baseadas nos dramas biblicos sem encenaryao, criando urn tipo novo
de oratorio inglE!s.
Entre as muitas obras-primas de Handel, destaca-se 0 Messias, considerada
segundo Cande (2001, p.600) a magnifica saga crista, cuja grandeza, graya e ternura
na.o cessaram desde 0 momento em que foi executado em 1742 ate os nossos dias.
De acordo com Ellmerich (1973,p.231) a oratorio Messies e dividido em tr~s
partes, onde na primeira parte ilustra a ansia do mundo pelo Messias, profetiza a sua
vinda e anuncia 0 seu nascimento. as principais trechos sao: cantado pelo cora "todos
os vales serao exaltados", area do tenor, .. A gloria do Senhor sera revelada", a core ..
Gloria a Deus, Regosijai-vos·, area do soprano e contralto .. Ele alimentara 0 seu
rebanho" A segunda parte expressa 0 sofrimento, morte e exaltac;ao de Cristo e
desenvolve a triunfo final do Evangelho. Principais trechos: area do contralto "Ele foi
desprezado" cora "Certamente ele sentiu as nossas aflic;Oes"; coro a capela "Pelas suas
pisaduras obteremos salvayaG"; area do tenor "Atentai e vede se ha alguma tristeza";
area do tenor "mas tu nao Ihe deixaste a alma no inferno"; area do soprano "0 Senhor
deu a palavra", coro "Como sa.o belos os pes", area do soprano "Tu os quebraras" area
do tenor "Cora de Aleluia".A terceira parte ilustra a fe na exist~ncia de Deus a crenya na
ressurreic;ao e na felicidade eterna. Principais trechos: area do soprano "Sei que 0 meu
Redentor vive·, area do baixo "A trombeta saara", core "Grac;as a Deus".
Em sua obra 0 MessiBs, Handel expressa a grande inspirac;ao tirada das paginas
das Sagradas Escrituras. A exempla das grandes obra citadas nas artes visuais e
musicais, as quais permaneceram ao lango dos seculos sendo admiradas e apreciadas
32
por quase tada a humanidade, tendo como fonte de inspira9aO a Bibtia. Veremos
tambem a sua importancia na vida do grande cientista Isaac Newton.
3.2.3 A Biblia nas ciencias
Isaac Newton, (GAROllO,1974, p.10) reatiza as primeiras experi~ncias de 6tica
e comec;a a formular a Lei da Gravitac;ao Universa em 1665, descobrindo 0 calculoinfinitesimal. Recebeu 0 mais atto grau acad~micc "Master of Arts". Em 1668 constr6i 0
seu primeiro telescopio de reflexao.
Garozzo (1974, p. 10), diz que Newton foi respeitado peto mundo cientifico,
politico e religioso, pel as suas magnfficas descobertas. Fai nomeado membra da Royal
Society em 1672, recebeu 0 convite do bispo Tennyson para ser diretor do Trinity
College, mas nao aceitou. Fai indicado para representar a Universidade de Cambridge
em Londres numa disputa com 0 Rei James II. Fai eleito deputado da ConvenC;aoNacional, eleito deputado do Parlamento, e nomeado posteriormente Inspeter da Casa
da Moeda, e realiza reforma monetaria na Inglaterra. Em 1703 Newton e eleito
Presidente da Royal Society. Um ana ap6s a sua elei9ilo e publicada a sua obra sobre
6tica, e em 1707 e publicada a obra Aritmelica Universal. A partir deste periado Newton
afastou-se do ambiente cientifico e dedica seu tempo a redagao de obras teol6gicas ate
a sua morte em 20 de Mar90 de 1726.
Garrozo (1974, p.152). declara que 0 mais intrigante em Newton, e que ele
considerou as suas obras teol6gicas mats importantes e merecedoras de ilustrar seu
genio do que as obras das suas descobertas.
Sabe-se que Newton nasceu em 1642 e morreu 1726, descobriu 0 conhecimento
da 6tica, mecanica, calculo e gravita<;ao. Ele tinha grande conhecimento biblica, pais,
segundo 0 site (www.dialogue.adventist.org) dedicou bastante tempo e esfor90 acronologia biblica e a interpreta9aOda profecia.
o mesmo site registra a rela<;ao das descabertas de Newton, cam as Sagradas
Escrituras, a partir das suas declara<;oes:
Nenhuma ci!ncia e melhor oonfirmada do que a Bfblia(NEWTON,apud www.dialogue.adventist.org)
33
Preci:samos erer que hot! um 50 Deus au monarca supremo a quem podemo5temer e gu:ardar Suas leis e dar-Ihe honra e gl6riaDevem05 crer que Ele e 0 Pai de quem vi! todas as coi5as, eom poderirresi~trvel e itimitado domlnio, do qual nao pocIemos esperar escapar, se nosrebelamos e seguimos a OUtr05 deuses, ou $e transgredirmos as suas leis desoberania, e de quem podemos esperar grandes recompensas se fizermos asua vontade. Devemos erer que Ele ~ 0 Deus dos Judeus, que criou os eeus ea terra e tudo que neles ha, como expresso nos Dez Mandamenlos, de modoque podemos agradecer-Ihe pele nosso ser e par todas as ~nya.os dest., vida,e guardar -nos de usar Seu nome em v~ ou adarar a ima.Qens de oulrosdeuses.
(NEWTON, apud www.dialogue.adventist.org)
Isaac Newton transmitiu em suas obras a rela9ao que 0 ensino biblico tinha com
as suas descobertas cientlficas. A Biblia foi fonte de inspiragao dos mais
representativos artistas e cientistas, especiall11ente no periodo da Idade Media e do
Renasclmento. A pr6pria mentalidade escolastica da epoca induzia a que assim fosse,
alem do tato de que a pr6pria 19reja era a grande mecenas que, com seus fundos e seu
prestigio protegia e incentivava as artes. Quanto aos clentistas 0 me5mo ocorria, desde
que sua "Ieitura ••de rnundo e da natureza 5e coaduna5se com as doutrinas. Veja- se 0
caso de Galileu Galilei e Giordano Bruno. Ha que se ressaltar, todavia que Newton
viveu e produziu na lnglaterra, urn pais nao cat6lico.
Ap6s pesquisar 0 quanto a Biblia foi fundamental fonte de estudo para a
realiza9ao das obras de grandes hornens, nas mais diversas areas do conhecimento.
ver-se-a no pr6ximo capitulo como a escritora e educadora norte americana Ellen G.
White. tern nos ensinos da Biblia uma visao pedagOgica para todos os fins da vida
humana.
34
4 A BiBLIA NA VlsAo DE ELLEN G. WHITE.
Ellen G. White nasceu em Gorham. estado de Miami. nos Estados Unidos da
America do Norte, no dia 26 de Novembro de 1827, era casada e teve quatro filhos. Ela
era educadora, conferencista e escritora, escreveu cerca de 100 mil paginasmanuscritas no campo da religi~o,vida familiar, saude, educac;:a.o, nutric;:iloe psicologia.Sua carreira como escritora iniciou~seem 1851 e 56 parou com a sua morte em 1915.
Durante a sua carreira como educadora esteve envolvida na formar;:ilo do Colegio
Avondale na Australia e das Universidades de Lorna Linda e Andrews nos Estados
Unidos . (www.centrowhite.org.br).
Conlorme Patzer (2004, p.16), Ellen G. White e 0 quarto autor mais traduzido na
hist6ria da literatura, a escritora mais traduzida na hist6ria mundial e 0 escritor norte-
americana mais traduzido.White (2001, p.124), considera a Biblia como urn agente educador, e como meio
para 0 preparo intelectual de crian.yas e jovens e inigualavel. Para ela a Biblia possui
temas grandiosos, declarar;Oes nobres e simples, belas imajJens que despertam e
elevam as pensamentos. Nela encontram-se uma vasta serie de estilos e assuntos,
confirm ado em suas palavras:
"A Biblia tern algo para interessar a todo espirito e apelar a cada cora9ao.
Encontra...se em suas paginas as mais antigas historias, as mais fieis biografias,
principios governamentais para a orientac;a.o de Estados, para a direc;ao do lar,
principios estes que a sabedoria humana jamais igualou. Contem a mais profunda
filosofia, a poesia rnais doce e sublime, mais apaixonada e patetica" (WHITE, 2001 p.
125).
Oiz ainda que a Biblia e urn livro para disciplinar, fortalecer 0 intelecto,
enobrecer, purificar e relinar 0 carater. (WHITE, 2000, p. 422)
35
4.1 A CIENCIA E A SiSLIA
De acordo com White (2000, p. 128) deve-se aproveitar toda ocasiao de adquirir
cultura, as faculdades das crianc;as e jovens, devem ser fortalecidas pelo exercicio, a
mente deve ser culta e ampliada par meio de esfon;:ado estudo. Ao adquirir 0
conhecimento das ciencias, os alunos encontrarao urna convergencia entre a livre da
natureza e a Blblia.
Quanto mais profundamente forem estudados os misterios da natureza, (WHITE,
2000, p.133), mais 0 estudante tera plena consci~ncia de sua pr6pria ignorancia e
fraqueza, compreendera que ha profundidades e alturas inatinglveis, segredos e vastos
campos impenetrtJveis, chegando a dizer como Isaac Newton "Pare90-me como a
crianya na praia, procurando peixes e conchas, enquanto 0 grande oceano da verdade
jaz per descobrir diante de mim".
4.2 VIDA COTIDIANA E A SiSLIA
A Biblia, segundo White (2001, p.135), e um guia para qualquer ramo de neg6cio
lieitD, pais as seus principios de diligencia, honestidade, economia, temperanya e
pureza, sao a segredo do verdadeiro exito. Esses principios encontrados no Iivro de
Proverbios, sao tesouros milenares de sabedoria. Pode...se citar como exemplos:
"Em todo 0 trabalho ha proveito, mas a palavra dos llibios s6 encaminha para a pobreza~
Prov~rbios 14:23"Ande com 0 sabia e seras sabia" Proverbios 13:20. 0 que se _pressa a enriquecer ni!o ficara sem castigo" Praverbios 28:20·0 que toma emprestada ~ sevo do que empresta" Proverbios 22:7
Todo 0 cicio de nossas obriga90es de uns para com os outros, e compreendido
segundo (WHITE, 2001, p. 136) , nas palavras do grande mestre Jesus Cristo: "Tudo 0
que vas quereis que os homens vos fa9am, fazei-Iho tambem". S. Mateus 7: 12.
Tais principios que dizem respeito ao bem-estar da sociedade, dao seguran9a apropriedade e it vida. Vive-se hoje uma paixao pela aquisi~o do dinheiro, numa
36
concorrencia grande, onde os metodos tao pouco escrupulosos e que (WHITE, 2001, p.
137), diz que para a jovem que inicia a vida, a integridade, a diligencia, a temperanya. a
pureza e a economia, constitui-se urn melhor capital do que dinheiro.
4.3 SIOGRAFIAS SiSLICAS
Ainda conforme White (2001, p.146), para fins educativos nenhuma parte da
Biblia e de maior valor do que as suas biografias, por serem absolutamente fieis. Oiz
ela:
"Nenhuma verdade a Biblia ensina mais claramente do que aquela segundo a qual 0 Que fazemos e 0
resultado do que somas. Em grande parte, as experi!ncias da vida sao 0 fruto de nossos proprios
pensamento5 e a90es.M (WHITE, 2001, p. 146).
E acrescenta que cada aC;:;o se refiete sobre aquele que a pnltica (WHITE,2001,
p. 147). Jamais 0 ser humano pade deixar de reconhecer, nos males que Ihe advem a
vida, as frutos daquilo que ele mesma serneau. Estes registros biograficos servem de
advertencia e exemplo para a crianya e 0 jovem, auxiliando-os na sua formayao. Ao
estudarem as experi~ncias de Jose, Moises, Daniel, Davi, Salomao, J6, poderao fazer
comparayoes e refletir sabre suas ayOes e conseqU{mcias, tiranda destes exemplas,
lil'Oes para suas pr6prias vidas.
4.4 POESIAS E MUSICAS
White ainda lembra que as mais antigas e sublimes expressOes poeticas, estao
na Biblia como a que foi registrada nas palavras de Deus a J6:
"Onde estava5 tu, quando Eu fundava a Terra? ..
Ou quem encerrou 0 mar com porta5.
Quando ele transbordou,
Quando Eu pus a5 nuvens par sua vestidura,
E a escuridao por envolvedouro?
37
Quando passer sabre Ble 0 Meu decreta,
E the pus portas e ferrolhos,
E disse: At~ aqui viras, e n:.o mats adiante,
E aqui se quebrar~o as tuas ondas empoladas?"
(J6 38:4 a 11)
A beleza de express30 descrita por Salom30 na chegada da Primavera.
~ Eis que pclSSOU 0 inverno;
A chuva cessou e S8 for;
Aparecem as flores na terra,
o tempo de canter chega,
E a voz da rala ouve~se em nossa terra;
A figueira ja deu as seus figuinho5,
E as vides flor
Exalam 0 seu aroma;
LevantOil-le, amiga minha, formosa minha, e vern"
(Cantares 2:11-13)
White (2001, p. 159), diz que a Biblia est" repleta de sugestOes quanto ao uso e
beneficios da musica e do canto. A musica corretamente empregada pod era enobrecer
as pensamentos e inspirar e elevar a alma. De acordo com as palavras de White:
"0 cantico tern urn maravilhoso poder. Tem poder para subjugar as naturezas
rudes e incultas; poder para suscitar pensamentas e despertar simpatia, para promover
a harmonia de a980 e banir a tristeza e os maus pressentimentos, as quais destroem e
debilitam 0 esfor90" (WHITE, 2001, p.168).
4.5 A HIST6RIA E A BiBLIA
Para White, a Biblia e a hist6ria mais antiga e campreensiva que as homens
possuem. Nela esta a relata aut~ntica da origem das nac;oos, a seu crescimento, °
38
levantamento e a queda de imperios. A Biblia revela a verdadeira filosofia da Hist6ria.
Nas palavras belas e ternas proferidas pelo ap6stolo Paulo aos sabios de Alenas. Ele
"de um s6 fez toda a gera9ao dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra,
determinando os tempos ja dantes ordenados, e os limites da sua habita9ao; para que
buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, 0 pudessem achar.M Atas 17:26 e 27.
Atrav';s do estudo da hist6ria das na90es relatadas na Biblia, os estudantes
poder~o perceber 0 levantamento e queda dos grandes imperios mundiais como:
Babil6nia, Media-Persia, Grecia e Roma, e como cada qual teve seu periodo de
opul~ncia e de queda; como esmaeceu sua gl6ria passou-se-Ihe 0 poder e 0 lugar foi
ocupado por outra na9aO.(WHITE, 2001, p. 177).
A epoca atual segundo (WHITE, 2001, p. 179), e de absorvente interesse para
todos. Governadores, estadistas, homens que ocupam posi90es de confian9a e
autoridade. homens e mulheres pensantes de todas as classes, tern fixado a sua
aten~ao nos fates que se desenrolam ao nossa redor. Observam-se rela90es tensas
entre as na(:oes. Uma grande inquietat;:ao envolve 0 mundo e reconhecem que 0
mundo se encontra a beira de uma crise.
E nesse contexte de crise mundial que a Biblia podera servir de bussola aos
educadores e educandos, proporcionando-Ihes uma visao mais clara dos
acontecimentos atuais e par meio da hist6ria fazendo uma conexao com a presente e a
futuro. Olha 0 passado para melhor diagnosticar e prognosticar 0 percurso da
humanidade e des hom ens.
39
5 CONSIDERAC;:OES FINAlS
Este trabalho proporcionou-me grande conhecimento da amplitude pedagOgica
que a Biblia trouxe ao mundo cristao, desde as prim6rdios iniciando com 0 povo judeu
ate as nossos dias. Como ela influenciou com as seus ensinamentos, a reis, estadistas,
artistas plasticos e musicals, cientistas, professores, arquitetos, pessoas de todas as
classes sociais e de todos os credos, rayas e linguas.
Fez-me compreender que a BibHa e urn livre incomum e que a despeito de ter
side escrito he. muitos seculos, traz em seu conteudo ensinamentos tao atuais que S9
fcrem observados pelo mundo contemporaneo, poderiamos ter familias mais
equilibradas, sociedades mais integradas, governos mais justos, consequentemente urn
mundo melhor.
Ao pesquisar 0 que pensavam grandes homens sobre a Biblia encontrei 0 seguinte:
o presidente as Estados Unidos, Ronald Reagan disse: "Na verdade, e urn fato
indisputitvel que todas as complexas e horrendas questOes que nos confrontam,
tanto no lar como ao redor de todo 0 mundo, tern suas respostas naquele livre
sing ular~. (http://dialogue.adventist.org)
• Napoleao Bonaparte: "Ele nao e um mere livre, mas e, sim, uma criatura vivente,
que conquista todos os que Ihe fjcam face a face". " (http://dialogue.adventist.org)
Isaac Newton: "Nenhuma ciencia e melhor confirmada do que a Biblia"
(http://dialogue.adventist.org)
• Leon Tolstoi: "Nao hit um livre como a Biblia, para abrir urn mundo novo ao aluno
e fazer com que ele, sem conhecimento, venha a amar 0 conhecimento. Falo
mesmo daqueles que nao encaram a Biblia como uma revelac;ao. Ao menos, nao
hit obra que eu saiba que una todos os lados do pensamento humano de uma
forma tao sucinta e poetica como se acha na Biblia. Todas as questoes sobre os
fen6menos naturais sa.o explicadas por esse livre; todas as relac;Oes primitivas
40
dos homens uns com as Qutros, da familia, do Estado, da reli9i:'0, sao pet a
primeira vez conscientemente reconhecidos nesse livro" (http://dialogue.adventist.org)
Assim como Toistoi cria que a Bfblia deveria ser utilizada para a educa.yclo das
crian9as, 0 pastor Gilberto Estevao movido pelo mesmo sentimento criou em 1985 em
Curitiba-PR, um Metodo de Aifabetiza9M pela Biblia, mediante 0 qual 0 aluno aprende
a ler, escrever e contar. Este metoda contempla crianc;:as, adolescentes e
adultosDesde a sua implanta~o, 0 Programa de Aifabetiza9aOpela Biblia jil organizou
5.674 nucleos, tendo capacitado mais de 30.000 monitores e professores em 77
denomina90es cristas no Brasil e exterior. (www.alfabetiza9Mpelabiblia.com.br)
A pesquisa realizada vern descortinar a dimensclo pedag6gica da Biblia, trazendo
em seu conteudo urna visao ampla, atraves de orientayoes para a vida pratica.
principios educativos e morais, fente de inspirac;:clo para artistas, cientistas e estudiosos.
Efetivo instrumento de reconhecimento de preceitos, norm as e regras para urna
conviv~ncia equilibrada. Referencial inquestionavel para a aprimoramento da pratica
educativa.
41
REFERENCIAS
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BiBLIA. Portugues, A Biblia Pao Nosso. Rio de Janeiro: Vozes, Santuario, 1982.
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42
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www.sbborg.br/historia/originais.asp Acesso em: 27 mar. 2005
43
ANEXOS
Anexo 1
Reprodugao da Santa Ceia de Leonardo da Vinci
"uc::>'""o"E'"c:oQ)-'Q)
"'""iiiu.l!lc:'"(/)<{
Anexo 2
Reprodu98o da Capela Sistina de Michelangelo
46
Anexo 3
Tres Vers6es dos Livros Biblicos
48
HEBR/\\CII
TRES v iRSOIES DOS UVROS SIBUCOS~ROTESTANTE CATOLCA
TORA- A LEI~nesi5E>OdolNhiCoNu~~teronOmlo
NEVIM - OS PROF ETASJow<"'f>es, Som.,..2Som""l~s21~sI~lisJ~lemi'sEz.equielOtI!'lits10,1
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Atosdof.ap6yolo1RomfftO!,1 CorlOlIcK2Corlntio\G4bt.)$E~FiIIP':f\ieSCp!onenInlTKHlonic;rr'IKS1Tnalonicl!nW!lnm¢'!!91nm6I':9n