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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAClaudia Aparecida de Oliveira Martins
PLANEJAMENTO DlDATlco: INSTRUMENTO DE ORGANIZA<;:AO DOTRABALHO DOCENTE
Curitiba2005
Claudia Aparecida de Oliveira Martins
PLANEJAMENTO DIDATICO: INSTRUMENTO DE ORGANIZAC;AO DOTRABALHO DOCENTE
Trabalho de Concluslo de Curso aprese-ntado comorequisito p:.1Ircial P.3r.1obtenyto do gtau de ticenciiJturoplena em PeodilSogiZi. da F.aculd.ade de Ci~ncia,Humanas. Letras e Artes da Uni\lerstdadl! Tuiuti doPallmj..
ProfeslOtO:l Orientadora: RosAngela Guidelli
).," I
Curitiba2005
SETORIAl BAP.!GUI
tff Universidade Tuiuti do Parana
FACULDADE DE ClENCIAS HUMAN AS, LETRAS E ARTES
Cursa de Pedagagia
TERMO DE APROVA~AO
NOME DO ALUNO: CLAUDIA APARECIDA DE OLIVEIRA MARTINS
TITULO: 'Planejamento D,datico: instrumento de organizarao do trabalhodocente"
TRABALHO DE CONCLUsAo DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTEN~Ao DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE
PEDAGOGIA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
~BROS DA COMiSsAo AVALIADORA:
l/ lr.n)C- C G~;blllP~~ROSANGELA CRISTINA GUIDELLI
ORIENTADORA
\i1l}v~AProf'. CAlcos AL"VES ROCHA
MEMBRO DA BANCA
~JJI/~~£~'Prof'. MARISTELA fiElUEMANN IAROZINSKI
MEMBRO DA BANCA
DATA: 07/07/2005.
MEDIA: :J,,_~ _
CURITIBA - PARANA
2005
DEDICATORIA
A Deus por fodas as conquistas que
me tem proporcionado.
Aos meus filhos Marcos e Juliana ao
meu esposo Jolla Cleber, cujo apaio,
paci~ncia e dedica9~o, arnor e encorajamento
{oram fundamentais.
Aos mellS pais CltJudio e Claires por
estarom sempre aD meu lado me
acompanhando nesta caminhad8.
AGRADECIMENTOS
Agradeyo a todos as meus mestres que de certa forma contribuiram para 0
meu crescimento profissional, a minha amiga e colega de sala Fabiani, peto carinho e
conselhos que 56 contribuiram com meu trabalho e, principalmente, a professora
Rosangela Guidelli que corn paci~ncia e dedica9ao me orientoll, sem ela eu nao teria
concluido este trabalho.
Agradeyo tarnbem a Oire93o da Escota Sol de Ouro e as professoras que
permitiram a realizaya.o da minha pesquisa.
'Alguns terntftufos de
doutores, mas saoreprodutores deconhecimento,repetem 0 que
estudaram, fa/amo que os outrosproduziram.
Precisamos depoetas da vida
nos recdnditos dasociedade.Precisamos
surpreender aspessoas e ajuda-las a mudar osalicerces da sua
histaria".
(Augusto Cury)
RESUMO
o objetivo deste trabalho e verificar 0 conhecimento do professor sabre a import~nciado planejamento de ensina aprendizagem e suas dificuldades de elaborar 0 mesmo. Ametodologia usada para a realizay:io do trabalho foi uma pesquisa de campo comaplica9ao de urn questionario com seis professoras do ensine fundamental. as auto resque embasaram 0 trabalho concordam em dizer que 0 planejamento deve serurgentemente resgatado, pois, e urn processo que instrumentaliza e da sentido aotrabalho do professor. E este deve estar articulado ao projeto politico pedag6gico daescola, dando assim firmeza e autonomia a tarefa do professor. Atraves doplanejamento 0 professor pode refletir sua pratica, antecipar e antever situayoes dasatividades didaticas nao permitindo que ele fique no improviso e caia na rotina. Sendoassim, 0 planejamento e uma das atividades didaticas que organiza e orienta 0 trabalhodo professor, tambem taz dele urn pesquisador, tendo que refletir constanternente sobresua prcfitica pedag6gica. Os resultados encontrados neste trabalho sugerern que osprofessores sujeitos da pesquisa percebem, a importancla do planejamento de ensinoaprendizagem para a etetiva!t3o do seu trabalho, porem, apresentam uma vi saolimitada do ate de planejar.
Palavras chaves: Projeto Politico Pedag6gico, Planejamento ensino-aprendizagem, eprot;ca pedag6g;ca.
SUMARIO
1 INTRODUCAO 08
2 OS DIFERENTES ENFOQUES ATRIBUiDOS AO PLANEJAMENTO.. 13
30 PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO ORGANIZADOR DO TRABALHO
DOCENTE 19
4 DESCRICAO E ANALISE DE DADOS 26
5 CONSIDERACOES FINAIS 33
REFERENCIAS 35
ANEXO........ .. 36
1 INTRODU9AO
o tema deste trabalho foi escolhido a partir de minhas inquietac;;6es como
professora dos anos inieials do ensine fundamental e da educac;;t§o infantil. Tais
inquieta<;:Oes surgiram quando atuei em escolas diferentes em suas form as de agir.
Trabalhei por muito tempo em uma escola que ofere cia ao professor apoio
pedag6gico para realizar e discutir 0 planejamento de ensino~aprendizagem. Resolvi
conhecer outras realidades, pois cada escola tern a sua, e foi a[ que come90u a minha
preocupa9ao, pois por cnde passei nao foi me exigido nenhum planejamento, nem
plano de a~o e tambem nao tive acesso ao projeto pedag6gico das escolas.
o professor precisa ter lim instrumenta que oriente, norteie e fundamente seu
trabalho com as crianc;as, uma vez que,
° carater pedag6gico da pratica educaliva 5e verific3 como acao consciente,inlencion2l1 e plilne}2da no proceuo de formac;:ao humllnll, alraves de objelivose meios esl~belecidos par criterios socialmenle determinados e que indicllm 0tipa de homem a formar, par~ qual sociedade, com que pr0p6sitos (UeANEO,1994, p. 25).
Assim, 0 professor e a escola precisam ter clareza de que 0 ate de planejar
requer uma reflexa.o de suas OP90es e a¢es.
A falta de reflexao do trabalho do professor tem sido constante, devido ao
monop61io das apostilas, ma formac;ao do docente, descomprometimento dos
profissionais da educac;a.o com 0 seu trabalho entre outros. Segundo Vasconcellos
(1999), no cotidiano das escolas, 0 ate de planejar se resume a preencher formularios
com objetivos, conteudos, estrategia, avalia9a.o e indica9ao de livros didatico5. Outras
vezes, os professores sa.o convidados a refletir sobre a proposta pedag6gica da escola.
Poram, 0 que se observa e que os profissionais realizam essas atividades de forma
medinica e vazia de sentido.
Oepoimentos de professores de escolas publicas e privadas de diferentes
partes do pais, apud Vasconcellos (2000), revelam 0 ponto de vista deles sobre 0
planejamento de ensino-aprendizagem, como podemos observar a seguir:
Para muitos professores a realidade da escola e muito dintlmica per isso nao e
possivel planejar, "Planejar e tentar prever 0 imprevisivel. E querer brincar de Deus.
N~o da para planejar com tantos valores diferenciados: familias, escola, sociedade.
mo se tem como planejar com diversas posturas (... )".(VASCONCELLOS, 2000, p.17).
Para outros nao ha condi¢es, nao tem jeito mesmo, e inutil, 0 processo nao
acontece, relatam tambem a falta de condic;:6es minimas favoraveis para a elaborac;:ao
do planejamento. Dizem:
Como 'IOU plane;ar com 60 aulas semanais? 0 professor esla sobrecarregadocom aulas ou outras atividades particulares paralelas para poder se auslentar.N!o de para pl.mejar se lenho que cumprir tinlim par tinlim 0 que }3 verneslabelecido.( ... ). (VASCONCELLOS, 2000, p.17).
Qutros ainda demonstram 0 determinismo enraizado -(. .. ) De que adianta
planejar, se nada vai acontecer mesmo? Nao da! Eu ja tentei muitas vezes e nao
deu!".(VASCONCELLOS, 2000, p.18).
Ressaltam tambern a inutilidade do planejarnento:
~oplanejamento a uma estruturac;:ao inuti!. Emera burocracia. Serve apenas
para cumprir as exigencias ( ..) Nao adianta planejar: sao tantos alunos, cada urn com
seu ritmo e jeito de aprender ..".(VASCONCELLOS, 2000, p.18).
10
"(,',) 0 plano e cobrado formalmenle e nem se quer e lido",(VASCONCELLOS,
2000, p,19),
Relatam tambem que planejar limita 0 trabalho do professor ah~m de ser muito
complicado: ~Planejar e se amarrar, e perder a liberdade. Escraviza a trabalho do
professor; camisa de fOf98. Pade-nos podar, coibir a nossa criatividade e as
necessidades do aluno e da classe",(VASCONCELLOS, 2000, p,19),
"Exige mutto dos professores. Temas dificuldades de colocar no papel 0 que
pensamos",(VASCONCELLOS, 2000, p,19),
E ainda outros nao v~em necessidade de p[anejar.M Ja sei 0 que you ensinar,
esta tude no livro. Eu sempre fiz assim. Em educayao 0 que conta e 0 amor, a arte, nao
precisamos deslas coisas lecnicas .. ,", (VASCONCELLOS, 2000, p, 20),
Constata-se nos relatos dos professores a falta de sentido do planejamento e 0
descomprometimento que 0 professor tern em relayao a sua profissao.
Segundo Vasconcellos (2000) a aliena9ao nao e privilegio somenle dos
professores, mas de Qutras camadas e setores da sociedade devido a organiza9~o da
mesma. A aliena9~o dos professores caracteriza-se pela falta de compreens:io e
dominio na tarefa educativa. Para ele ha atgum tempo 0 professor tinha 0 controle do
seu fazer, pois era ele quem selecionava as conteudos e trabalhava da forma que Ihe
convinha.
Com base nesse quadro tornou-se impartante responder a seguinte pergunta:
Qual a importttncia do planejamento didatico para 0 trabalho do professor? 0 objetivo
deste trabalho e analisar 0 entendimento dos professores do ensino fundamental sabre
a tema proposto bern como suas dificuldades em planejar.
II
Para isse buscou-se respaldo na teoria e na rala de professores que atuam em
uma escoia da rede de ensina particular da regiao metropotitana de Curitiba.
A metod alogia utilizada para a realiza~o deste trabalho foi 0 levantamento das
fontes bibliograficas sobre 0 tern a proposto, bern como a leitura e fichamento do
material utilizado.
Os autores que contribuiram com as analises fcram: Freire (1987, 2001),
Vasconcellos (2000), Luck (1991), Carvalho (1987), Lib"neo (1994), Veiga (1997, 2000)
e Damis (1997).
A partir do referendal teorico utilizado foi realizado levantamento de dados
atraves de questionario com perguntas fechadas, com respostas unicas (sim, nao e as
vezes) e abertas (nao definindo respostas), verificando 0 entendimento do professor
sobre tema proposto.
A coleta de dados foi realizada em uma escola particular e com professores que
atuam com as series iniciais. As QuestOes foram aplicadas com seis prof"essoras do
ensino fundamental de 1i11 a 48 serie e com a coordenadora pedagogica da escola.
Todas tern 0 curso de magisterio do nivel medio e a maioria esta cursando Pedagogia,
uma delas Filosofia, outra ja e formada e fez especializa9~o em lnclusao, a
coordenadora pedagogica passu! especializaQAo em Gestao e Organiza9ao das
lnstituigOes Educacionais
Esta escola foi fundada em fevereiro de 2001, contando com duas sedes, e
esta em processo de amplia<;:ao, atuando na educagAo infanti! e series iniciais. E
composta aproxirnadarnente por 170 alunos e tern urn Quadro de funcioniuios cornposto
par urna diretora, urna auxiliar adrninistrativa, urna coordenadora peda.gOgica, duas
12
secretarias, seis professores de ensina fundamental, uma professora de danc;a, urn
professor de ingles, um professor de educaC;ao fisica, um professor de taekwondo,
sendo que destes, a maiaria tem curso superior au esta cursando. uma atendente de
portao, uma cantineira, uma zeladora, uma cozinheira e uma auxiliar geral. A escola
conta tambem com transporte escolar propria.
Este trabalho esta estruturado da seguinte forma: 0 primeiro capitulo traz
alguns enfoques do tratamento da questao do planejamento. 0 segundo capitulo trata
de conceitos sobre a planejamento e da visao deste como instrumento organizador do
trabalho docente. No terceira capitulo sao apresentados e analisados as resultados
obtidos a partir das res pastas das professoras ao questionario. Encerra·se a trabalho
com algumas consideravOes finais sabre as resultados obtidos.
13
2 OS OIFERENTES ENFOQUES ATRIBUioos AO PLANEJAMENTO
Na historia recente da educa<;a.o brasileira dais enfoques distintos foram dados
a questao do planejamento. Um deles resultou da tendencia tecnicista predominante a
partir da decada de 60. Nesta enfatizava·se a necessidade e importancia do
planejamento, 0 qual viria solucionar a falta de produtividade na educa<;ao escolar.
Parern, nao se questionava fatores sociais, econ6micos e politicos. 0 professor passou
a ocupar posic;ao secunda ria no processo de ensino, se tornando mere executor. A
concepC(Ao, planejamento, coordenac;ao e contrale fica ram sob a responsabilidade de
especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais. A centralizac;:ao
do planejamento nas maos dos especialistas fazia, de acordo com Vasconcellos, "parte
de uma ampla estratt~gia de expropriayao do que fazer do educador e do esvaziamento
da educac;:.ao como forc;:.a de conscientiza9aO, levando a urn crescente processe de
alienac;:.:.ioe centrale exterior da educa9:.io~.(2000, p.29).
De acordo com Marx, apud Vasconcellos, "Assim sende, 0 trabalhador, nao
domina seu proprio trabalho, na medida em que nao sa be e que produz, como produz,
sendo, pois, alienado nao s6 do produto, mas tambem do precesso~.( 2000, p.24).
o autor caracteriza a alienayao pela falta de compreensao e dominio nos varios
aspectos da tarefa educativa ..
Anim, percebemos que no educador falia clareza com rela900 a re.alidade emque ele vive, nao dominando, por exemplo como as fatos e fen6menoschegaram ao ponto em que eilio hoje(dimensAo lociol6gico,hist6rico·procenual); falla clareza quanla 6 finahdade daquilo que ele faz: educ~o praquil', a favor de quem, conlra quem, que tipo de homem e de sociedade formar,elc.(dimensoo politica, filos6rtea), e , finlilmente, falla clareza. como apontarnosBntes, a iua a~o mai, especifica em sala de aula (dimensao pedag6gicB)Efetivarnente, fallando urna vi,ao de realidade e de finalidade, rICa dificil para 0
14
educador oper.JcionoltZor 3K)UImI prJ.tica lrQnsform~dora. jtJ que nao sabEl oemcode estu. nem para onde quer ir. (VASCONCELLOS, 2000, p.2S)
Muitos dos problemas hoje referentes ao planejamento t~m sua origem nesta
epoca ate mesma no processo de divisao de trabalho entre as que pensam, dec idem e
as que executam.
o professor perde paulatinamente a confian93 no seu trabalho e cria~se entao
urn mito de que 0 sucesso estava em torno do planejamento, "como se planejar leva sse
necessariamente a acontecer, 0 fato de se ter feito urn born plano 'garantia
automaticamente 'uma boa pr;itica pedag6gica".(VASCONCELLOS, 2000, p.30).
Segundo Damis (1997) outro momenta acontece no final da decada de 70,
onde houve uma negac;ao ao processo de planejar a pratica educativa. Esta nega9ao
se da devido a critica da forma como 0 planejamento era conduzido, pais 0
planejamento era uma reproduyao de modelos e que atendiam os interesses de uma
sociedade capitalista. Esta tendencia priorizou 0 enfoque sociolOgico, historico e
filosofico do processo educativo e descartou a abordagem tecnica do processo de
planejar.
Este momento e uma negay030 aos processos de reprodu9~o que a escola se
submetia. Hoje foi posslvel ampliar a compreensao da importancia e necessidade do
planejamento para a escola e para 0 trabalho do professor.
Oeste ponto de vista 0 planejamento passa a ser um instrumento importante e
necessaria, que capacita a trabalho do professor no processo de ensina e
aprendizagem. A escola deixa de ser compreendida apenas camo meio reprodutor da
sociedade. "Ela passou a ser, tambem 0 meio que contribui para reproduzir-criticar os
15
interesses e as necessidades de manuten<;:ao-supera<;:a.o da sociedade. da ciencia, da
tecnalagia etc". (DAMIS, 1997, p.173)
Assim ultrapassado 0 momento da critica pela critica e a necessidade de se
buscar novas formas alternativas de se fazer educa<;:ao, surge entre Qutros enfoques
urn que concebe 0 ato de planejar a partir da consciencia, intencionalidade e
participayao. ~Aqui 0 planejamento e entendido como urn instrumento de intervenyao no
real para transforma-Io na dire<;:ao de uma sDciedade mais justa e
salidaria".(VASCONCELLOS, 2000, p.31).
Vasconcellos (2000) nos apresenta algumas finalidades do planejamento de
ensine aprendizagem que sao relevantes:
Possibflitar a retlf!xao e a (re) signjficay~o do trabalho; resgatar 0 e$payo decriatividade do educador: f'l'vorecer a pe~quisa sobre a propria pralice;organizar adequadamente 0 curriculo, rolCionatizendo as eXpefi~nci&lS deaprendizagem, tendo em vista tornar a ~o pedag6gica mai~ eflCaz eerlCiente; estabelecer; a comunical;:io com outros professOfes e atullOs; ajudara resgatar 0 movimento conceitual e a organizar 0 flU)co dll exprenao sobre 0objeto de conhecimento; nAo desperdiy.u atividades e oportunidades deaprendizagem; ser elemento de automavflo do professor; na medida em quepossibilila 0 pensar mais sistematicamente sabre a realidade, sobre aproposta, sabre a priltica, ajudando, pois, a diminuir a distAncia teoria-pratica,evilando a rotina viciada e a improvis8'Ylio; resgatar 0 saber docente, a culturepedagOgica do grupo; 'uperar 8 expropriayoo a que 0 professor foi submetidoem rela¥oo 3 concepyio e ao dominic do seu quefazer, resgatando suacondivio de sujeito de tmnsformayoo. (VASCONCELLOS. 2000, p.61-62).
Concordando com 0 autor ao nao elaborarmos 0 planejamento de ensino-
aprendizagem estamos nos desvalorizando, e negando nossa propria tarefa educativa.
Pode-se assim ligar estas finalidades aas pensamentas de Paulo Freire (1997)
que fala que 0 professor pede mediar, construir, auxiliar e produzir conhecimento,
desde que sua participalY2Io seja voltada para ° desenvolvimento do aluno, desta forma
o professor estara concretizando seu papel fazendo com que as alunos se apropriem
16
do saber, construindo um compromisso social e politico, sendo assim 0 planejamento
deve ser muito bem elaborado e fundamentado para a exito do trabalho do professor.
Lib~lneo (1994) afirma que 0 planejamento e um processo de analise,
estruturayao e coordenac;~o da ac;ao docente. Professores e alunos estao interligados
nas relac;6es sociais, pais tudo 0 que acontece na escola de certa forma passa par
influencias sociais, culturais e econ6micas.~lsso significa que as elementos do
planejamento escolar - objetivos, conteudos, metodos - estao recheados de
implica90es sociais, tern urn significado genu inamente politico". (liSANEO, 1994,
p.222).
o ato de planejar e, portanto, uma a~o concreta, consciente e fundamenta~se
na realidade social, ou seja, nos problemas socia is, culturais, econ6micos e politicos.
E p~r is so que Freire (1997) nos fala que 0 educador esta em constante
processo de aprendizagem, e tem condic;Oes de organizar e orientar a espa90 educativo
respeitando as individualidades.
o professor pede fazer com que 0 aluno descubra que a melhor maneira de
estar no mundo e com a mundo e intervir e conhece-Io, ou seja, e tao importante
conhecer os conhecimentos existentes, quanto estar aberto para produzir mais
conhecimento.
Deve-se correr 0 risco de aceitar 0 novo sem, no entanto esquecer 0 velho,
evitando qualquer tipo de preconceito, estando aberto a novas ideias e pensamentos.
A escola e urn espa90 on de os sujeitos que nela participam devem ter um
dialogo constante, a comunica.yao entre educador e educando deve ser permanente.
17
8em ele 0 trabalho pedag6gico fica interrompido nao ha desenvolvimento 8em
comunica9aO.
As diferenc;as culturals, socia is e poeticas fazem do espac;:o escolar uma
riqueza de valores, au seja, e urn meio fantastico para a aprendizagem e permite 0
crescimento do individuo.
A troca dos saberes, as pesquisas em grupo, as buscas e as questionamentos
fazem parte do processo pedag6gica, e neste processo que acontece a interac;:ao e
para isto a comunicac;::io 5e faz importante.
Como educadores devemos estar sempre refletindo, repensando as praticas e
metodologias, percebendo sua efici~ncia ou nao, dando, assim, a chance de mudar a
proposta pedagogica da escola. "Neste sentldo e que tacta investigac;:ao tematica de
carater conscientizador se taz pedag6gico e toda aut~ntica educayao se faz
investiga<;ao do pensar" (FREIRE, 1997, p.102).
A investigayao da prcHica pedagogica e fundamental para 0 sucesso da
educayao, pOis e a partir dela que se toma consciencia do ato pedagogico.
Neste sentido, um dos elementos que podem ajudar 0 professor e 0
planejamento de ensino.
E incrivel que mesmo com a evoluyao da tecnologia. ende professores
poderiam enriquecer seu trabalho com novos recursos, muites professores ainda
parecern satisfeitos, alienados, nao sentindo necessidade de mudanyas e
aperfeiyoamento. Para Vasconcellos, a questao do planejamento e desafiadora, pois,
·Seres alienados nao precisam planejar!" (2000, p.39).
1M
"0 que constatamos com frequencia e que ha uma descrenc;:a anterior e mais
profunda, qual seja, nao com 0 planejamento enquanto tal, mas com a propria
educal'~o (... )".(VASCONCELLOS, 2000 p.37).
Para ele a importancia esta no resgate, na necessidade de mudar, somar
fon;:as, pois a professor enquanto educador e tambem sujeito de transformayoes. 0
desejo de mudar deve partir do professor que precisa ver a necessidade de valorizar-
se como profissional da educac;:a.o.
~ precise ressaltar que 0 planejamento de ensino-aprendizagem pouco senti do
tera se n~o estiver articulado ao projeto politico pedag6gico da escola. Neste consta a
organizac;:ao da escola como urn todo.
Veiga (2000) diz que para urn projeto funcionar e necessario que haja firmeza,
solidariedade, etica e autonomia, eo justamente a projeto da escola que norteara as
desafios cotidianos das tarefas que a professor encontra no seu dia-a-dia, par isso que
ele precisa conhecer de forma detalhada 0 projeto politico pedagogico, pais ele e
organizado, sistematizado e tem um fundamento teorico, possibilitando assim dar
seguran<;a ao planejamento e ao trabalho do professor.
o projeto politico pedag6gico. lIIO Ie construir em proceuo democratico dedecisOes. preocupa-se em instaurar uma forma de organiza~ao do trabalhopedag6gico que lupere os conflilol, buscando eliminar al rela¢>escompelilivas, corporativas e autoritaritls, rompendo com a rotina do m.ndoimpeuoal e rllcionalizado da burocracia que permeia as rela~6es no intariar daes~a( .. .).Des.se modo a projeto politico pedag6gico tem n vef com a organiza<;ao dotrabalho ped~g6gico em dais niveis: como org~niza<;:bo da escola como umtodo e como organiza<;<1o da ula de aula (... ) bUlca a organiza~o do trabalhopedQg6gico dil elcola na sua globalidade. (VEIGA, 2000, p.13-14)
19
3 0 PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO ORGANIZADOR DO
TRABALHO DOCENTE
Neste capitulo sao abordados alguns conceitos sabre 0 planejamento Que de
certa forma se interligam a medida em que a planejamento de ensina e vista como
instrumento do Qual a professor pode e deve utilizar para exercer sua pratica.
"Planejar e antecipar mentalmente uma aC;ao a ser realizada e agir de acordo
com 0 previsto; e buscar fazer algo incrivel, essencialmente humane: 0 real ser
comandado pelo ideal".(VASCONCELLOS, 2000, p.35).
Se 0 profissional da educac;:ao nao perceber e nao se comprometer com 0 que
idealizou e planejou, como e que 0 planejamento podera provocar uma transformac;:ao?
"Planejar ajuda a concretizar aquilo que se almeja".(VASCONCELLOS, 2000, p.35).
Atraves do planejamento pode-se interferir na realidade do aluno relacionando
teoria e pratic3.
o planejarnento e politico, e hora de tomade de decis6es, de resgate dOlprincipias que embilSlIm a pr;lic-a pedag6gicil. Mas pllra chegllr a isto. eprecise atribuir-Ihe valor, ilcreditar nele, senlir que pl.mejar faz sentido, que epreciso. (VASCONCELLOS, 2000, p.41).
Segundo Schmitz KO planejamento e a colocaC;ao dos objetivos da escola
dentro de uma situac;ao con creta de aprendizagem. A escola alcanr;:a os seus objetivos
a partir desse planejamento".(1984, p.95).
20
Para tanto eo necessaria relacionar as interesses da escola juntamente com as
dos alunos, respeitando sua Gultura, enfim proporcionar todas as possibilidades para
que 5e alcancem as objetivos pretendidos.
PlDneiar nlo signifies, pois, estilbelecer modelos a serem s\!guidosmecanicamente, signffica estar com a mente abert,a constanlemenle - antes,durante e ap6s 0 processo educativo-buscando cada vez mail a amplitude desue signifi~o. (LOCK, 1991, p. 5"1).
Para Carvalho, planejar a seu trabalho e urn dever do educador face a
importancia da tarefa que realiza. uO planejamento didatico defender-nas-a da
improvisa9~O: proteger-nos-a contra a repeti<;ao rotineira; dar-nas-a seguranya e
efici~ncia em nossa trabalho, tornando-o rnais rico, completo, continuo e
integrado".(1987, p.71).
Gandin enfatiza que:
Pl3nejar ~ conslruir a realidade desejada. Nao e 16 Ofganizar a realidadeexistenle e mantt!·la em funcionOlmento (ilto 5eria apenas 0 planejamentooperacional, a adminislratyio), mas e Irtmsformar esla realidade. con~truindoumD nova.(1994, p.58)
De acordo com libaneo (1994) 0 planejamento assegura as dire<;Oes e os
meies para 0 trabalho do professor garantindo as exig~ncias do contexto social e a
participayao de todos as envolvidos na educaC;ao. Nele se express a a pensamento
socia-politico da comunidade e as principais necessidades. 0 professor organiza as
conteudos, as meios, as formas e diferentes maneiras de se produzir conhecimento.
"0 planejamento escolar e uma tarefa docente que inclui tanto a preparac;ao
das atividades didaticas em termos da sua organiza9ao e coordenayao em face dos
objetivos propostos (...)".(LlSANEO, 1994, p.221).
21
o planejamento e urns atividllde de renex~o acerca dss no"as QP90el ea¢es, Ie nao pensarmos detidalTK'!nle sobre a rume que devemos dar aonosw tmbalho, ficaremos entregues 30$ fumos estabelecidos pelO!> interessesdominanles na lociedade.(LleANEO. 1994, p.222).
Quando nao existe urn planejamento corre-se 0 risco da retina e da falla de
motivac;ao do mecanismo, acarretando urn processo ainda maior de alienaC;8o, como ja
fal comentado no primeiro capitulo.
o planejamento e 0 alicerce da constru9~o, prodU(;~o de sa beres, evjtando
assim tropec;os futures dando firmeza, coerencia e unidade ao trabalho do professor.
Ete permeia a ayao do professor com as seguintes perguntas: 0 que ensinar? Para
que? A quem? Como? Que avalia9aO utilizar? Desta forma 0 planejament.o que 5e faz
anualmente propicia a reflexao constante sobre as prioridades e aperfeic;oamento a se
fazer, nos conhecimentos a se produzir e principairnente nas tecnicas para estimular e
motivar 0 aprendizado. Assim pode-se facilitar a preparac;~o de novas aulas separando
os recursos didaticos em tempo para a execuc;ao das tarefas, tambem replanejando,
pois sempre aparecem situac;6es novas no decorrer do ana letlvo, fazendo assim 0
professor rever sua metodologia de trabalho.
o planejamento n~o deve ser rigido ou absoluto, ao contrc'Hio deve ser flexivel e
estar em constantes reformulac;Oes, mas e nele sim que se ordena 0 trabalho, pois todo
o conhecimento deve seguir uma ordem progressiva.
Ao planejarrno5 0 proceno de ensino, a escola e os profenores devem, poister d~reza de como 0 InllbzriltlQ docente pode preslar um efetivo servilto apopulat;:10 e saber que conteUdo3 respondem as exiglmcias profissionais,politicCls e culturais pOl.lal pelf uma !Sociedade que ainda nao alcam;:ou ademocracia plena.(UBANEO, 1994, P.227).
Libaneo (1994) diz que escola e professores devell1 ter clareza sobre os
conteudos necessarios para dar ao aluno condiyOes de se inserir na comunidade sendo
Lltil e tambem transformando-a num espa90 profissional.
Oiz ainda 0 autor que todos os elementos de urn planejamento escolar est~o
baseados nas implicayOes socia is e culturais e por esta raz:Jo 0 planejamento implica
a930 e muita reflexao, para ele a ay:to de planejar na.o se reduz ao simples ato de
planejar e, portanto, uma atividade consciente reflexiva sendo urn guia de metas pre-
estabelecidas com ordenayao para se alcan~ar os objetivos.
Para planejar 0 professor precis a conhecer os processos didaticos e
metodol6gicos para recriar a sua propria pratica e desta forma pocter avaliar 0 seu
trabalho.
Libaneo (1994) diz que ern nenhum momenta 0 professor pode justificar 0
fracasso dos alunos pela falta de interesse, participa9aO, por falta de imaturidade,
desvantagens sociais ou Qutros argurnentos, pOis, 0 professor ao planejar deve
conhecer e preparar todos os meios e recursos para oferecer condiyoes mfnimas a
seus alunos para a aprendizagern. Este e um dos pontos de partida para se fazer urn
born trabalho docente.
o professor deve envolver os alunos de forma que estes se interessem por
suas aulas e por isso que a planejamento deve ser construido pel0 professor e
juntamente com todos que fazem parte da escola. Assim sendo, 0 planejamento e urn
dos principais instrumentos de organizayao do trabalho didatico.
o professor que planeja esta estudando, pensando, pesquisando, refletindo e
decidindo a melhor maneira de realizar, executar e avaliar seu proprio trabalho. a
planejal11ento e hoje tarela indi.pensavel em todos 06 setores da atividade hum ana.
23
ConseqOentemente, as elementos que regem urn planejamento de ensino,
projeto au urn plano de aula sao as mesmos, a que as diferencia e a tempo em que
estes sao elaborados e praticados, a plano de ensino pode ser anual au semestral, a
projeto quinzenal, mensal, bimestral au anual e a plano de aula pode ser semanal au
diario. Mas todos eles t~m alguns elementos em comum: conteudos, objetivos,
metodologia e avalia<;ao.
A importancia dada pelos autores ao planejamento e bastante clara, pais,
concordando~se com suas idaias, acredita·se que a planejamento e urn dos
instrumentos norteadores da tarefa do professor e que pade ser at raves dele que se
podera auxiliar 0 aluno na compreensa.o da realidade, pois, como diz Freire em
Pedagogia do Oprimido "A grande generosidade esta em lutar para que cada vez rnais,
estas maos, sejam de homens au de povos, se estendam menos, em gestos de
suplicas".(FREIRE, 1997, p.31).
o verdadeiro papel do educador a a de lutar para que as hom ens fiquem cada
vez mais lange da humilha<;ao, pais. a educa<;ao e urn dos meios que as oprimidos tern
para libertar·se das garras do opressor. Deve·se, como educador, engajar ~se nesta luta
mostrando-Ihes que e pelo aprendizado e pela conscientiza<;ao que conseguira.o sair
das malhas deste modelo que ai se encontra, a capitalismo e a neoliberalismo, onde
nem sempre as oportunidades sao i9uais.
Somente atraves da troca, au seja, do dialogo, solidariedade e conquistas em
grupo, a povo conseguira transformar a mundo num lugar melhor.
Os educadores devem estar a tempo todo pensando e repensando sua pratica,
para fazer del a um meio pelo qual 0 povo possa se apropriar dos conhecimentos,
fazendo deles um instrumento para a sua libertac;:ao, sendo urn participante ativo e
critico da sociedade.
Oesta forma, 0 planejamento e com certeza urn instrurnento que 0 professor
tern para organizar 0 seu trabalho para que este ofere~a subsidios aos alunos, tendo
como armas conhecimentos para acreditar na liberdade e tambem ter criticidade para
avaliar a sua contribuil;:~o enquanto individuo que atua no mundo. Esta seria uma das
missOes da tarefa do professor.
Mais do que sistematizar. organizar e disponibilizar os meios e recursos e
preciso romper barreiras e apontar 0 planejamento como sendo urn dos principais
instrumentos de trabalho tanto pessoal quanto para prove ito da coletividade. 0
planejamento precisa deixar de ser visto como in'itrumento burocratico, formal e
autoritario. a professor precisa resgatar 0 planejamento e assumi-Io como meio de
organizac;:a.oe superar;a.o das suas atividades.
Quando se planeja alguma coisa na vida e porque se quer mudar, e na.o se
medem esfon;:os para alcanc;:ar os objetivos, e assim deve ser tambem na edLlcac;:ao,a
planejamento muitas vezes pode ate parecer tradicional e uttrapassado, mas depende
unicamente da vontade do professor em querer fazer algo diferente e que aconte9a
Para planejar e necessario ter em mente sempre 0 que se quer, COOlO fazer e
pra que fazer.
Se a inten9ao e ter alunos mais preparados, tem-se urg~ncia em mudar a visao
de que planejar e coisa antiga e tradicional. muito pelo contrario, atualrnente planejar e
sin6nimo de organizayAo e de ~xito no trabalho pedag6gico, portanto, deve-se refletir
seriamen1e sabre este momenta. Rever posturas, a90es e envoi vim ento, pOis, a cada
ano que passa os alunos esta.o em contato com novas fentes de conhecimento,
exemplo e 0 computador, a Internet. etc. 0 professor deve proporcionar e dar condi90es
ao aluno de seguir em frente com aulas bem planejadas. criativas e rnotivadas.
o numero de professores que nao faz seu planejamento esta aumentando a
cada ano e acontece mais ou menes desta forma: 0 professor recebe a turma, a
quantidade de aluno, a apostila que vai trabalhar e urn breve curso oferecido pela
editora da mesma, e no qual sugere, na maioria das vezes, tecnicas e metodologias
que 0 professor devera lIsar bem como as conteudos, nao dando a oportunidade de
verificar se aqueles conteudos e tecnicas sao (Iteis e realmente importantes para
aquele publico.
De acordo com os autores estudados neste trabalho fica clara a importancia e
necessidade do planejamento como instrumento organizador do trabalho docente.
Parem, e necessaria inferir que naa e 0 planejamento que ira resolver todos os
problemas da educa9ao, mas sem ele ficamos amerce da improvis39aO e
desorganizac;:ao e as pressOes exteriores. Como nos alerta Vasconcellos:
o planejarncnlo n{to e '....9rinha de oond30', na;o lem 'superpoderes'. Noentanto, se 0 enfrentamento da situ~ao e penolo com um planej:emento.cert~mente .er~ bEm piof .em ele, vi,lo que ficariamos a deiorganiz39rdOinterior e as prenO~s exteriore.s.(VASCONCELLOS, 2000, p. 63·
:6
4 DESCRlf;:AO E ANALISE DE DADOS
o question aria (ver anexo) foi elaborado com 0 intuito de coletar dados
referentes a forma~~10 do professor e seu conhecimento quanta ao planejamento. Fai
aplicado em professoras atuantes no ensina fundamental de 13 a 4~ serie de uma
escola particular da regiao metropolitana de Curitiba.
o questionario passui sete perguntas. tres fechadas e quatro descritivas
proporcionando ao professor expressar sua opiniao.
Apos a organizayao dos dados chegou-se aos seguintes resultados:
GRAFIC01. FORMACIIo DOS PROFESSORES - 2005
IC&ur>9fiCf.C\lr&.llildo
FONTE: CLAUDIA MARTINS
E passivel observar que a maiaria das professoras esta buscando
conhecimento e se atuaiizando. po is 71% estao cursando 0 ensina superior, 29% ja tern
formay30 superior e tamtrem p6s - gradua9ao. A partir das respostas pode-se inferir a
27
preocupa~ao das professoras com sua carreira profissional, pais todas estao se
capacitando, indo em busca de crescimento tanto pessoal quanta profissional.
GRAFleO 2 NECESSIDADE au NAo DE SE FAZER PLANEJAMENTO - 2005
Desnecessario0%
o Necessario
• Desneceniuio
Necessario100%
FONTE - CLAUDIA MARTINS
As respostas das professoras, mostra que elas consideram 0 planejamento
necessaria, concordando que 0 mesmo e um instrumento de organiza<;:'o para a pratica
educativa.
28
GRAFICO 3. ELABORA9Ao DO PLANEJAMENTO - 2005
[!! 0 pl6prio professor de cal:b tunm
Nlo flz pbnej:llnenlo,~OfT1Itnle plano de aub,,,.
• Tern COfrO ~ llPostitn do
pMitilioo Nlo flz pmne~to, 1000000nk!
p/aflo de aulJ
o prOprio prof.nor de
C~.llurrm
''''TemcOO"Ofl'1C)(!eIo
'po&lilas do POS~HO,.,.
FONTE - CLAUDIA MARTINS
Quando perguntadas sabre como e elaborado 0 planejamento na escola na
qual trabalham, 57% relatam que e a proprio professor quem elabora, 29% segue a
pro posta da apostila e 14% nao faz planejamento, faz somente 0 plano de aula.
E passivel perceber a dificuldade da compreensao sobre 0 que e fazer urn
planejamento didi.Hico, pais nenhuma respondeu que faz em conjunto com Qutros
colegas, tambem, nao mencionaram a importtlncia de realizar 0 planejamento ligando a
realidade da escola e da comunidade com a qual trabalham, ou seja, articulando 0
planejamento ao projeto politico pedag6gico da escola.
19
GRAFteO 4. DIFtCULDADE PARA ELABORAR 0 PLANEJAMENTO - 2005
• Prep'flr .1i'lid~H que~r~em e prendJm.3 III~odo.Juno
Preverooo\eudos IIMr~m IriltxWhad<n
(fur.;lnt.O;:lno
14~
N501~mdjr<cvldad<!,."
Prcp;!rarahvidlkle-l quo
~<)ra<SemI p!'tnJafll'::tlvm;Jo 00 lJ!:mo,.,.
Fait. de ~po;op003mico"..
OPreVficcnwuciolII Mlt""nIrabalhlldo.OUfilnt90'IlO
FONTE - CLAUDIA MARTINS
Conforme 0 grafico acima, ohserva-se que as professoras apresentam as
seguintes dificuldades para elaborar seu planejamento: prever as conteudos a serem
trabalhados durante 0 ana, falta de recursos didilticos, elaborar aulas criativas para as
alunes e principalmente a falta de apoio pedag6gico.
Pode-se sugerir que tais dificuldades sao originadas pela falta ou poueo
conhecimento das professoras sabre as objetivos da escola onde trabalham e de seu
projeto politico pedag6gico.
o planejamento de ensino deve ser elaborado numa perspectiva de inteIVen9ao
na realidade, pais Veiga alerta que, ~Ao construirmos as projetos de nossas escolas,
planejamos a que temos inten9~o de fazer, de realizar. Lan9amo-nos para diante, com
30
base no que ternos, buscando 0 passiveL ~ antever urn futuro diferente do
presente".(VEIGA, 2000, p.12).
Veiga (2000) enfatiza que a projeto politico pedagogico busea urna aC;ao
coletiva, urn compromisso que deve ser assumido par todos e par isso e politico pelo
compromisso que assume na forma9~o do cidadao participativQ na sociedade.
GRAFleO 5. OPINIAo SOBRE 0 PLANEJAMENTO - 2005
Reprod~lo;Msneceutlno.chllto
""
RigiM,nlilico,imu'6wl
""
laOrQ.njZ~o.loIJ9UflIoya, l!.tito• ReprodllQlO;desoK:ecdrio, chllioORlQjdo. esllillico, imuUivol j
Orgalliulf;.io.se<,lur;)~.bilo100';'
FONTE - CLAUDIA MARTINS
Para todas as professoras 0 planejamento representa organizac;ao, seguranc;a e
exito.
31
GRAFICO 6. AP010 PEDAG6GICO - 2005
Sim29~
lO~im
."""oAsvez~
71~
FONTE - CLAUDIA MARTINS
Aqui fica claro a falta de apoio pedag6gico, uma vez que, a maiaria das
professoras respondeu naD ter apoio pedag6gico. E necessaria a acompanhamento
pedagogico, pois este pode corrigir determinados erros que 0 professor comete, muitas
vezes sem perceber. Dar a importancia do papel do pedagogo no trabalho com a
professor.
Heloisa LOck (1991) diz 5er necessaria que a pedagogo conhe9a todos as
processos da escola e deve estar sempre em cantata com 0 trabalho do professor naD
como supervisor, mas como cooperador auxiliando 0 professor sempre que houver
necessidade.
QUESTAo 7.
Pra voce a que e fazer planejamento? Qual e a sua concep921o de
planejamento?
Esta quest~o teve varias interpretayoes tais como:
~Para mim planejar e um momenta interessante e envolvente. 0 contato
anteriormente com as contelJdos e fundamental para 0 born andamento do trabalho.
Planejamento e apoio, guia e segurar19a para 0 professor!~.(professora V).
UPlanejarnento seria 0 planejamento amral, todos os conteudos a serern
trabalhados, as festas e eventos, assim como os temas a serem trabalhados durante 0
ano ( ..r.(professora B)
bO planejamento e feito no inicio do ana juntamente com a pedagoga e
professores, onde e planejado 0 projeto e 0 cronograma anual"" (professora A).
Assim percebe-se que as professoras sujeitos da pesquisa apresentam uma
visa.o limitada do ato de planejar.Pois de acorda com Vasconcellos (2000) planejar eo ir a
busca de algo incrivel, e trabalhar corn 0 real para proporcionar 0 ideal, devendo haver
comprometimento, e consci€!ncia de sua tarefa educativa.Temos que concretizar a que
planejamos para podermos interferir na realidade.
o professor que planeja torna-se um pesqllisador conforme as ideias de
Libaneo (1994) e esta sempre estlrdando, refletindo e avaliando as diferentes meios
para realizar 0 seu trabalho.
A ~lIo de pianejaf. portanto, njo se reduz eo simple$, preenchimento deformularies par3 CQntrole adminiltf.tivo; e ante5, 8 slividade consciente deprevisoo dlls 84j:t'>esdocftnlt!-$, fundamentadi'l' em ~ po/itiC3s-pedagOgicas,e t~ndo como referenda permanenti!'!li a"5 sjtu~s did81ices concretas (isto e, OJproblemal1ca social, econ6mica. polftica e cultural que envol\'e a escola, osprOfe!l.!lOft',S, ow all/nos, os r>atS, .• comunidade, que int~l1!gem no proceuo deensino) (UBAltlEO,1994, p.222)
5 CONSIDERAC;;OES FINAlS
Trabalhei par dez al105 em uma escola on de pensava ser urn ensina tradicionaL
pOis, tude na escola era feito com antecipa((ao e discussilo dos temas e Genteudos Na
epoca pensavamos ser a diretora alguem muito autoritaria e par isso, as coisas eram
feitas daquela forma.
Ao sair da escola deparei-rne com varias Qutras realidades e fiquei bastante
chocada, muitas escolas privilegiam 0 aluno, au seja, sao os alunos e as pais que
determinam 0 trabalho da escota, ele paga, ele pade. Outras n~o t~m mesma 0 projeto
politico pedag6gico, e nao e exigido nenhuma atividade do professor, como por
exemplo 0 plano de aula. 0 professor chega jii tern folhas de atividades prontas, e 56
dar para a crian9a. Estas escolas sao charnadas entre alguns profissionais da
educa9ao como ~dep6sitos de crian9as·, e a indisciplina impera nesses tipos de
Institui90es.
Fai enta.o que passei a me perguntar a que e que estaria faltando? A principia
optei pela indisciplina na sala de aula, mas, fazenda uma analise da minha experiencia
profissional na qual nunce tive este tipa de problema, pensei que seria a metodologia
que 0 professor usa em sala de aula que determinaria tais comportamentos. foi entaa
que decidi fazer um questionamento sobre a planejamento como urn instrumento que
organiza a pratica do professor.
Durante a realizarya.o deste trabalho busquei na prMica subsidios para a
realiza9aO do mesmo, Ii e reli varios autores que trabalham com 0 tema, percebi que a
maioria dos profes50res entende que a planejamento de ensino e importante para a
34
organiza<;Ao da tarefa pedagOgica, mas, tambem senti uma falta de consci~ncia dos
profissiona;s da educal;aO referente ao ata de planejar, quando tive oportunidade para
conversar com outros colegas de profissao senti uma resistencia em debater sabre a
forma que e feito hoje 0 planejamento, pois, cad a profissional faz 0 seu, quando nao,
segue Dutro. Muitos tambem acreditam que a plano de aula e a planejamento.
Ap6s a leitura de varios autores e a aplicayao do questionario ficou claro para
mim que 0 professor hoje entende que e importante planejar, 0 planejamento com
certeza e urn instrumento que organiza a sua pratica. Ficou claro tambem, que esta
faltando auxilio na discuss:io de planejar juntamente com 0 projeto politico pedag6gico
da escola, bem como, a falta de apoio pedag6gico.
o interessante foi a gratifica9ilo encontrada ao fazer este trabalho, 0 prazer que
me deu, tambem as angustias, as irritayOes e outros sentimentos que este trabalho me
proporcionou.
Porem, 0 mais importante foi concluir que estou no caminho certo, pais, amo
minha protissilo e com certeza seguirei adiante mesmo com todas as dificuldades que
eu encontrar. Continuarei procurando, pesquisando sobre 0 tema e quem sa be ainda
tazer um mestrado, propondo uma dissertayilo sobre 0 mesmo.
35
REFERENCIAS
CARVALHO, l. M. 0 Processo Didatico; 6Aed. Rio de Janeiro: Editora da Fundar;ao
Getulio Vargas, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17a ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessarios a pratica educativa. 18a
ed. Sao Paulo: Paz e Terra, 2001.
GANDIN,D. A pratica do Planejamento Participativo: na educa~ao e em outras
instituir;6es, grupos e movimentos dos campos cultural, social, politiCO, religioso e
governamental. 113ed. Petropolis: Vozes, 1994.
LlsANEO. J. C., Didatica, Sao Paulo: Cortez, 5"ed, 1994.
LOCK, H. Planejamento em Orienta'ifao Educacional; saed.Petropolis: Vozes, 1991.
SCHMITZ, E. F. Didatica Moderna: fundamentos; Rio de Janeiro: LTC, 1984.
VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: projeto de ensino - aprendizagem e
projeto politico - pedag6gico - elementos metodo16gicos para elabora<;:ao e realiza<;:ao.
7' ed., Sao Paulo: Lebertat, 2000.
DAM IS, O.T. Planejamento escolar: Expressao Tecnico-Politica de Sociedade: In
VEIGA, L P. A. Didiltica: 0 ensino e suas relac;:5es.Campinas, S,P: Papiru5 3a ed,
1997.
VEIGA, I. P. A (org.) Projeto Politico-Pedagogico da Escola: uma constru,ao
possivel.Campinas, S.P.: Papirus,2000.
QUESTIONARIO: TRABALHO DE CONCLUSAo DE CURSO
1. Qual e a sua formayao?
2. Na sua opiniao 0 planejamento e:
( ) Necessaria( ) Desnecessario
3. Quem elabora a planejamenlo de ens ina aprendizagem na sua escola, e como efeito?
4. Quais as dificuldades que voce encontra para elaborar 0 planejamento didatico?
5. Qual das alternativas abaixo se enquadra a sua opiniao sobre 0 planejamentodidatico:
) Organiza9ao, seguranya, exito) Reproduyao; desnecessario, chatc.) Rigida, estatice, imutavel.
6. Voce tern acess6ria pedag6gica ao fazer seu planejamento didatico:
( )Sim( ) Naa( ) As vezes
7. Pra voc~ 0 que e fazer planejamento? Qual e a sua conceP9ao de planejamento?