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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL PARTIÇÃO DE ASSIMILADOS E ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE EM ARROZ DE TERRAS ALTAS FRANCES NUNES DE OLIVEIRA GURUPI-TO DEZEMBRO DE 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

PARTIÇÃO DE ASSIMILADOS E ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE EM

ARROZ DE TERRAS ALTAS

FRANCES NUNES DE OLIVEIRA

GURUPI-TO

DEZEMBRO DE 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

CURSO DE AGRONOMIA

PARTIÇÃO DE ASSIMILADOS E ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE EM

ARROZ DE TERRAS ALTAS

FRANCES NUNES DE OLIVEIRA

GURUPI-TO

DEZEMBRO DE 2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Produção Vegetal da Universidade

Federal do Tocantins, em 19 de dezembro de 2013,

como parte das exigências para a obtenção do título de

Mestre em Produção Vegetal.

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Trabalho realizado junto ao Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Produção Vegetal da

Universidade Federal do Tocantins sob orientação do Professor Dr. Tarcisio Castro Alves de

Barros Leal.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________

Profº. Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal Professor da Universidade Federal do Tocantins

(Orientador)

___________________________________________

Dr. Rogério Lorençoni

Técnico da Universidade Federal do Tocantins

(Co-orientador)

___________________________________________

Profº. Dr. Rodrigo Ribeiro Fidelis

Professor da Universidade Federal do Tocantins

(Avaliador)

___________________________________________

Profº. Dr. Marcelo Ribeiro Viola

Professor da Universidade Federal do Tocantins

(Avaliador)

Dissertação apresentada em Dezembro de 2013 como parte das exigências para a obtenção

do título de Mestre em Produção Vegetal.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço:

À Universidade Federal do Tocantins (Programa de pós-graduação em Produção

Vegetal), pela oportunidade de realizar o Mestrado;

Ao meu orientador, Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal pela orientação e

dedicação prestada durante o curso;

À Professora Dra. Susana Cristine Siebeneichler pelo auxílio acadêmico e pessoal

prestado durante o período em que fui aluno da Universidade Federal do Tocantins;

Ao aluno de Doutorado Edimar Vinícius e à Professora Dra Aurenívia Bonifácio da

Universidade Federal do Tocantins pelo auxílio nas análises estatísticas;

Aos funcionários e servidores da Universidade Federal do Tocantins pela dedicação e

carinho com que tratam os interesses dos alunos da Universidade;

Aos professores do Curso de Agronomia da Universidade Federal do Tocantins que

dedicam suas vidas à nobre arte de ensinar e aprender com seus alunos, contribuindo na

formação de profissionais e cidadãos responsáveis;

Aos meus amigos de pós-graduação, Ronice Alves Veloso, Wanderson Pereira Lima,

Gisele Sales e Adriana Araujo pelo carinho e auxílio prestado durante meu Mestrado;

À Embrapa Arroz e Feijão, e ao pesquisador Paulo Hideo Nakano pela disponibilidade

de sementes;

Ao Dr. Thiago Gledson Rios pelo auxílio durante a condução dos experimentos;

Ao Dr. Rogério Lorençoni pelo auxílio acadêmico prestado nas diversas etapas do

meu Mestrado;

À CAPES, pela disponibilização da Bolsa de Estudos.

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À Deus por ter me dado vida, paz e saúde além do dom

mais precioso, o “pensar”. À minha mãe, Maria do

Carmo Nunes, pelos ensinamentos, carinho e amor

prestados durante minha formação, além do apoio e

incentivo para que eu pudesse atingir mais esse objetivo;

Ao meu orientador Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros

Leal, pela confiança depositada em mim durante meu

Mestrado.

Ao meu co-orientador Dr. Rogério Lorençoni pelo

auxílio prestado.

Aos meus amigos: Wanderson Pereira Lima, Ronice

Alves Veloso, Giseli Sales e Adriana Araújo, pelo

auxílio prestado durante a condução do experimento.

DEDICO

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................. 8

ABSTRACT .............................................................................................................................. 9

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 13

2.1. O Arroz (Oryza sativa L.) ............................................................................................ 13

2.2. Importância social e econômica da cultura do arroz ............................................... 14

2.3. Restrições ao aumento da área de produção de arroz no Rio Grande do Sul ....... 15

2.4. O arroz de terras altas ................................................................................................ 17

2.5. O estresse hídrico ........................................................................................................ 19

2.6. Alterações fisiológicas sob deficit hídrico .................................................................. 21

2.7. Partição de assimilados sob deficit hídrico ................................................................ 22

3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 25

3.1. Descrição geral do experimento ................................................................................. 25

3.2. Dados meteorológicos .................................................................................................. 26

3.3. Semeadura e transplante ............................................................................................ 26

3.4. Manejo da irrigação .................................................................................................... 26

3.5. Manejo da adubação ................................................................................................... 27

3.6. Delineamento experimental ........................................................................................ 28

3.7. Características avaliadas ............................................................................................ 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 32

4.1. Número de perfilhos produtivos ................................................................................ 34

4.2. Esterilidade de espiguetas ........................................................................................... 35

4.3. Massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis ...................................................... 37

4.4. Número de espiguetas por panícula ........................................................................... 38

4.5. Produtividade de grãos ............................................................................................... 40

4.6. Índice de susceptibilidade a seca (ISS) ...................................................................... 41

4.7. Comprimento do ciclo ................................................................................................. 43

4.8. Concentração de pigmentos ........................................................................................ 44

4.9. Massa de matéria seca de raiz, folha e colmo ........................................................... 46

4.10. Comprimento radicular .............................................................................................. 49

4.11. Curvas de partição de assimilados ............................................................................. 51

5. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 54

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estimativa da área plantada, produção e produtividade da cultura do arroz no

Brasil e no Estado do Rio Grande do Sul entre os anos de 2001 a 2012...................... 17

Tabela 2. Análise química e física do solo utilizado no experimento ...................................... 27

Tabela 3 - Resumo do quadro de análise da variância para as seguintes variáveis:

Número de perfilhos produtivos (NPP); esterilidade de espiguetas (ES; %);

massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis (ME; g.planta-1); número de

espiguetas por panícula (NEP); produtividade (P; g.planta-1); teor de clorofila

total (µg. g-1 massa seca; CT); teor de carotenoides (µg. g-1 massa seca; CA);

massa seca de raiz (MSR; g.planta-1); massa seca da folha (MSF; g.planta-1);

massa seca do colmo (MSC; g.planta-1) e comprimento radicular (CR; cm); dos

cultivares em relação a variação da condição hídrica com duração do deficit

hídrico de 5 dias............................................................................................................ 33

Tabela 4 - Resumo do quadro de análise da variância para as seguintes variáveis:

Número de perfilhos produtivos (NPP); esterilidade de espiguetas (ES; %);

massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis (ME; g.planta-1); número de

espiguetas por panícula (NE); produtividade (P; g.planta-1); teor de clorofila

total (µg. g-1 massa seca; CT); teor de carotenoides (µg. g-1 massa seca; CA);

massa seca de raiz (MSR; g.planta-1); massa seca da folha (MSF; g.planta-1);

massa seca do colmo (MSC; g.planta-1) e comprimento radicular (CR; cm); dos

cultivares em relação a variação da condição hídrica com duração do deficit

hídrico de 10 dias.......................................................................................................... 33

Tabela 5 Valores médios do número de perfilhos produtivos das variedades cultivadas

em relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica ......... 34

Tabela 6 Valores médios do percentual da esterilidade de espiguetas (ES - %) das

variedades cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e

da condição hídrica ....................................................................................................... 35

Tabela 7 Valores médios da massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis (g.planta-1)

das variedades cultivadas em relação à variação da duração do período de

estresse e da condição hídrica....................................................................................... 37

Tabela 8 Valores médios do número de espiguetas por panícula das variedades

cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e da condição

hídrica ........................................................................................................................... 39

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Tabela 9 Valores médios de produtividade (grãos. planta-1) das variedades cultivadas

em relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica ......... 40

Tabela 10 Valores médios do índice de susceptibilidade a seca (ISS) das variedades

cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e da condição

hídrica ........................................................................................................................... 42

Tabela 11 Alteração do comprimento do ciclo produtivo das variedades cultivadas de

arroz terras altas em relação à variação da duração do período de estresse e da

condição hídrica............................................................................................................ 43

Tabela 12. Valores médios do teor de clorofila a, b, total e carotenoides (µg. g-1 de

massa de matéria seca), das variedades cultivadas em relação à variação da

duração do período de estresse e da condição hídrica .................................................. 45

Tabela 13 Valores médios da massa de matéria seca (g.planta-1): da raiz, folhas e

colmos das variedades cultivadas em relação à variação da duração do período

de estresse e da condição hídrica .................................................................................. 47

Tabela 14 Valores médios do comprimento radicular (cm) das variedades cultivadas em

relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica ............... 50

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Valores diários da Temperatura (média e máxima; ºC) e umidade relativa do

ar (%) durante o período de condução do experimento ................................................ 36

Figura 2 - Curvas da partição de assimilados das variedades cultivadas de arroz em

relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica

aplicada. Cada curva foi construída utilizando-se o valor médio do percentual

dos respectivos órgãos de cada genótipo, para cada uma das condições hídricas.

Os valores do tratamento testemunha (sem estresse) representam a média obtida

das testemunhas de cinco e 10 dias para cada uma das variedades cultivadas. (A)

variedade cultivada Catetão na condição sem estresse; (B) variedade cultivada

BRS-Primavera na condição sem estresse; (C) variedade cultivada Catetão na

condição com estresse por período de 5 dias; (D) variedade cultivada BRS-

Primavera na condição com estresse por período de 5 dias; (E) variedade

cultivada Catetão na condição com estresse por período de 10 dias; (D)

variedade cultivada BRS-Primavera na condição com estresse por período de 10

dias ................................................................................................................................ 53

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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

ISS Índice de susceptibilidade a seca

kPa Kilo Pascal

V2 Estádio fisiológico (segunda folha expandida)

V5 Estádio fisiológico (quinta folha expandida)

V7 Estádio fisiológico (sétima folha expandida)

V9 Estádio fisiológico (nona folha expandida)

R1 Estádio fisiológico (diferenciação da panícula)

R4 Estádio fisiológico (antese)

R9 Estádio fisiológico (maturidade fisiológica)

MSF Massa de matéria seca de folhas

MSC Massa de matéria seca de colmos

MSR Massa de matéria seca de raízes

CR Comprimento radicular

CT Teor de clorofila total

CA Teor de carotenoides

NE Número de espiguetas por panícula

NPP Número de perfilhos produtivos

P Produtividade

CC Comprimento do ciclo

ES Esterilidade de espiguetas

PA Partição de assimilados

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RESUMO

Partição de assimilados e índices de produtividade em arroz de terras altas

Com o objetivo de determinar características de produtividade e partição de

assimilados de duas variedades cultivadas contrastantes de arroz de terras altas (BRS-

Primavera e Catetão) submetidos a duas condições de disponibilidade hídrica (com e sem

restrição hídrica), dois experimentos foram conduzidos em casa de vegetação no Campus de

Gurupi da Universidade Federal do Tocantins, sendo que um simulou um período de estresse

hídrico de cinco dias e outro um período de estresse hídrico de 10 dias. As variedades

cultivadas foram cultivados em vasos e mantidos sem restrição hídrica até a emissão da folha

bandeira, sendo posteriormente submetidos a condições de restrição hídrica (manutenção da

umidade do solo entre a saturação e a capacidade de campo e manutenção da umidade do solo

equivalente a uma tensão de 80 KPa). Durante diferentes fases do desenvolvimento

fenológico, foram realizadas seis coletas de três plantas em cada estádio avaliado, onde foram

determinadas as massas de matéria seca de folhas, colmos, raiz e panículas para a

determinação das curvas de partição de assimilados. Na ultima coleta, foram determinados o

comprimento radicular, teor de pigmentos (clorofila a, b, total e carotenoides), produtividade,

massa de matéria seca de 100 espiguetas, número de perfilhos produtivos, esterilidade de

espiguetas, número de espiguetas por panícula, índice de susceptibilidade a seca e duração do

ciclo. Observa-se que apesar da variedade cultivada BRS-Primavera alterar a partição de

assimilados da parte aérea para as raízes, seus índices produtivos sofreram maiores reduções

em relação ao Catetão, que não apresentou alterações na sua partição de assimilados. A

variedade cultivada Catetão apresentou aumento do ciclo superior ao BRS-Primavera com o

aumento do período de estresse, permitindo-o maior capacidade de adaptação e menores

reduções de produtividade.

Palavras chave: Oryza sativa, efeito fisiológico, deficit hídrico

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ABSTRACT

Partition of assimilates and productivity indices in upland rice

With the propose to determine characteristics of productivity and partition of

assimilate in two contrasting genotypes of upland rice ( BRS-Primavera and Catetão)

submitted at two water availability conditions (with and without water restriction), two

experiments were conducted in a greenhouse at the Campus of Federal University of

Tocantins, localized in Gurupi, where with a simulated period of water stress for five days

and other period for 10 days. The genotypes were grown in pots and kept without water

restriction until the issue of the flag leaf , and subsequently subjected to conditions of water

restriction (Maintenance of soil water availability equivalent to a stress of 80 kPa and

maintenance of soil water availability equal of pots capacity) . During different stages of

phenological development, 6 samples of plants were collected, tress were performed in each ,

where the masses of dry leaves, stems, roots and panicles were given to characterize the

partition of assimilates. In last collection, we determined the root length , content of pigments

( chlorophyll a, b, total and carotenoids), productivity, dry weight of spikelet, number of

productive tillers, spikelet sterility, number of spikelets per panicle, index of dry susceptibility

and cycle time. It is observed that although the genotype BRS-Primavera change the partition

of assimilates from shoots to roots, their production rates experienced greater reductions in

relation to Catetão, which not showed changes in the partition of assimilates. The Catetão

genotype showed increased cycle above the BRS-Primavera with increasing of period stress,

allowing it greater adaptability and smeller productivity reductions.

Keywords: Oryza sativa; Physiological effect; Water deficit

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1. INTRODUÇÃO

O arroz (Oryza sativa L.) é considerado o principal alimento para mais da metade da

população mundial, assumindo grande importância nos países em desenvolvimento, como o

Brasil (WALTER et al., 2008). A partir de meiados da ultima decada, o consumo de arroz no

Brasil tem superado o incremento da produção (BARATA, 2005), evidenciando a necessidade

de aumento na produtividade e/ou nas áreas de produção.

De acordo com dados do IBGE (2011), na safra 2010/2011, o Brasil produziu nos dois

sistemas de produção (varzeas inundadas e terras altas) cerca de 13,4 milhões de toneladas de

arroz em uma área plantada de 2,75 milhões de hectares, obtendo rendimento médio de 4,88

t.ha-1

. A produção brasileira concentra-se na região sul, merecendo destaque o Estado do Rio

Grande do Sul, maior produtor nacional, onde o arroz é produzido essencialmente sob sistema

de várzeas irrigadas (inundação), sendo responsável pela produção de aproximadamente 10

milhões de toneladas de grãos em área plantada de 1,36 milhões de hectares, suprindo mais de

70% da demanda nacional do cereal.

No entanto, durante a ultima década, a produtividade média do arroz irrigado no Rio

Grande do Sul estabilizou-se no patamar de seis a sete t.ha-1

. O aumento nas áreas de

produção nesta região também vem sendo impossibilitado por medidas socioambientais que

visam garantir a disponibilidade hídrica das industrias e domicílios (FERREIRA, 2004) e

restringir a contaminação dos recursos hídricos, onde o cultivo do arroz é a maior fonte

poluidora (ANA, 2009).

Surge assim a necessidade de expansão das áreas de produção de arroz para outras

regiões. Autores como Lorençoni et al. (2009) e Heinemann et al. (2011) também mencionam

a necessidade da descentralização da produção no Rio Grande do Sul, argumentando que a

eventual ocorrência de fatores climáticos desfavoráveis à boa produtividade local resultaria no

desabastecimento interno do cereal.

Nesse sentido, a alternativa mais promissora seria a expansão da cultura para a região

dos cerrados, onde o arroz já vem sendo cultivado sob o sistema de produção de terras altas

(sequeiro).

O arroz de terras altas, quando cultivado em lavouras bem conduzidas e favorecidas

quanto à precipitação pluviométrica, pode alcançar produtividades superiores a quatro t.ha-1

, e

em nível experimental, pode-se obter até seis t.ha-1

. No entanto, a média nacional de

produtividade do arroz de terras altas é de aproximadamente duas t.ha-1

(PINHEIRO, 2003).

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Tal diferença de produtividade é atribuída, em geral, à frequente ocorrência de

pequenos períodos de deficit hídrico durante a estação chuvosa (veranicos) nas regiões

produtoras. Segundo Castro et al. (2011) o estresse causado pelo deficit hídrico é o principal

fator limitante ao cultivo e produtividade do arroz de terras altas, tornando-se ainda mais

severo quando consideradas as condições dos solos do cerrado brasileiro.

Assim, a busca por cultivares mais adaptadas a diferentes condições ambientais por

meio de melhoramento genético surge como estrátegia promissora e eficiente, podendo aliviar

a insegurança alimentar causada pelas variações climáticas nas regiões produtoras de arroz

(HEINEMANN et al., 2011). No entanto, o processo de melhoramento para a seleção dessas

cultivares é complexo e demorado, pois a produtividade envolve interações de inúmeros

processos fisiológicos relacionados entre o balanço de carbono e hídrico da cultura (TURNER

et al., 2000). Todavia, a obtenção de plantas mais adaptadas às condições de deficit hídrico

por meio do melhoramento genético pode ser otimizada quando as respostas fisiológicas das

plantas às variações dos fatores ambientais são conhecidas (MACHADO et al., 1996),

fornecendo, assim, suporte aos melhoristas na identificação de características fisiológicas que

permitam melhor adaptação das plantas às condições de campo (CABUSLAY; ITO;

ALEJAR, 2002).

Quando se trata da obtenção de cultivares mais tolerantes ao deficit hídrico, deve-se

priorizar estudos dos mecanismos que permitam às plantas sobreviverem ao período de seca,

mantendo níveis desejáveis de produtividade ao final do cultivo (FUKAI; COOPER, 1995;

OUK et al., 2006; TERRA, 2008). O índice de susceptibilidade à seca (ISS), têm sido

recomendado na classificação quanto a tolerância ao estresse hídrico, pois apresenta estreita

relacão com a estabilidade produtiva. No Brasil, o ISS foi utilizado com sucesso por Terra

(2008) que classificou quanto a tolerância ao estresse hídrico 100 cultivares de arroz de terras

altas submetidos à diferentes disponibilidade hídrica.

Dentre os mecanismos fisiológicos de tolerância à seca, destacam-se os relacionados

ao uso moderado da água pela planta, redução da área foliar, controle da perda de água pelas

folhas e habilidade das raízes em explorar camadas mais profundas do solo. Contudo, muitos

desses mecanismos apenas permitem que as plantas sobrevivam por um determinado período

de seca, não resultando, obrigatoriamente, em maiores produtividades.

A produtividade do arroz sob condições de deficit hídrico pode ser derterminada tanto

pela capacidade de produção de fotoassimilados (FALQUETO, 2008) quanto pela capacidade

de particioná-los entre os diferentes orgãos da planta (SANTOS; CARLESSO, 1998).

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O aumento no percentual de assimilados particionados para as raízes de plantas de

arroz quando submetidas ao deficit hídrico tem sido sugerido como um bom indicativo

fisiológico de tolerância a seca e correlacionado com o aumento do índice de produtividade

(JORDAN, 1983; SANTOS; CARLESSO, 1998; GUIMARÃES et al., 2011). Tal ideia está

associada ao aumento do volume e comprimento radicular que pode resultar no aumento da

capacidade de absorção de água do solo, mesmo sob disponibilidade hídrica reduzida,

possibilitando assim a manutenção de maiores taxas fotossintéticas em relação às plantas

destituídas de tal mecanismo.

No entanto, esse padrão de resposta parece ser resultante de características genéticas

intrínsecas, apresentando variabilidade entre diferentes cultivares. Asch et al. (2005), ao

avaliarem as alterações no particionamento de assimilados entre raiz e parte aérea em arroz de

terras altas em função do estresse hídrico, não observaram alterações na partição em plantas

submetidas a diferentes teores de umidade do solo. Resultados semelhantes também foram

relatados por Azhiri Sigari et al. (2000), avaliando o cultivo do arroz de sequeiro em áreas de

várzea sob estresse hídrico. Assim a variabilidade genotípica da partição de assimilados na

tolerância ao estresse hídrico em arroz permanece uma incógnita, merecendo uma verificação

aprofundada.

Diante do exposto, objetvou-se com este trabalho avaliar e comparar possíveis

alterações relacionadas à produtividade de grãos e partição de assimilados de duas variedades

cultivadas de arroz de terras altas contrastantes quanto ao índice de susceptibilidade a seca

(ISS) submetidos a diferentes condições de disponibilidade hídrica.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. O Arroz (Oryza sativa L.)

O arroz (Oryza sativa L.) é uma gramínea de ciclo anual, aquática, pertencente à

família Poaceae, subfamília Pooideae, tribo Oryzeae, gênero Oryza, seção Sativa

(FORNASIERI FILHO; FORNASIERI, 2006). Em regiões tropicais, algumas variedades de

planta de arroz podem sobreviver como plantas perenes, permitindo o cultivo da soca

(MAGALHÃES JUNIOR et al., 2004).

Presume-se que o arroz seja originário da Ásia. De acordo com alguns historiadores,

seu centro de origem é provavelmente o sul da Índia, local onde encontram-se condições

favoráveis ao seu cultivo (MAGALHÃES JUNIOR et al., 2004).

O gênero Oryza apresenta vinte e sete espécies de arroz, das quais apenas duas são

cultivadas: O. Glaberrima Steud. e O. sativa L. (IRRI, 2012). De acordo com Khush (1997),

a primeira espécie citada é cultivada apenas no Oeste da África e Ásia, enquanto que a outra

espécie é cultivada em todo mundo.

O arroz cultivado pode ser classificado quanto ao tipo de cultivo (irrigado ou de terras

altas) e arquitetura de plantas (tradicional ou moderno). As plantas de arquitetura tradicional

caracterizam-se por apresentar altura superior a 105 cm, baixa capacidade de perfilhamento,

folhas longas e decumbentes, possuem grãos curtos, médios e longos com casca de coloração

variando do palha claro ao marrom escuro. Seu ciclo de cultivo pode variar de precoce a

tardio. Apresentam alto vigor e boa capacidade competitiva com plantas invasoras. No

entanto acamam sob alta fertilidade natural ou quando recebem doses elevadas de nitrogênio.

Muitas cultivares deste grupo apresentam maior tolerância ao estresse hídrico, apesar de seus

índices de produtividade de grãos serem inferiores aos observados nas plantas do tipo

moderno (ALONÇO et al., 2005).

Plantas de arquitetura moderna caracterizam-se por possuir baixo porte, inferior a 100

cm, folhas curtas e eretas podendo ou não apresentar pilosidade. Apresentam alta capacidade

de perfilhamento e maior resistência ao acamamento e degrana do cacho. Seu ciclo de cultivo

pode ser de precoce a tardio e os grãos, principalmente, do tipo longo e fino (agulhinha) com

casca lisa ou pilosa. Sua arquitetura permite maior adensamento de cultivo e elevados índices

de produtividade de grãos, apresentando, porém, grandes decréscimos de produção sob

condições de deficit hídrico (ALONÇO et al., 2005).

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2.2. Importância social e econômica da cultura do arroz

O arroz destaca-se como um dos alimentos mais importantes para a segurança

alimentar, sendo o alimento básico de aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas no mundo

(LUZZARDI et al., 2005), assumindo grande importância nos países em desenvolvimento,

como o Brasil (SANTOS; RABELLO, 2008). Devido à sua elevada rusticidade, esta espécie

apresenta grande potencial de aumento de produtividade, podendo tornar-se,

consequentemente, a maior fonte de alimento para o combate à fome mundial (BARATA,

2005).

A cultura do arroz desempenha papel social e econômico estratégico, tanto para a

alimentação, quanto para a economia brasileira (WALTER; MARCHEZAN; AVILA, 2008),

pois, além de apresentar alta concentração de amido, é excelente fonte de energia, contendo

vitaminas, proteínas, e minerais. Seu cultivo é de grande importância para o agronegócio

brasileiro, representando volume expressivo da produção de grãos no país e sendo

responsável por significativa parcela de renda de grande número de produtores rurais

(VIANA; SOUZA, 2006)

O Brasil encontra-se entre os dez principais produtores mundiais de arroz, e apesar de

ser grande produtor ele também encontra-se entre os dez principais importadores, sendo

responsável por 5% do volume exportado mundialmente, possuindo consumo médio de 74 a

76 kg habitante/ano (EMBRAPA, 2005).

De acordo com Prabhu e Filippi (2006) o arroz é cultivado em todos os Estados

Brasileiros, por pequenos e grandes produtores, sendo produzido sob os dois sistemas de

produção: de terras altas (sequeiro) e irrigado (várzeas inundadas).

Segundo dados do IBGE (2011), a produção brasileira de arroz foi de

aproximadamente 13,5 milhões de toneladas, em área plantada de 2,75 milhões de hectares,

com redimento médio de 4,8 ton.ha-1

, destacando-se a região Sul, onde predomina o cultivo

do arroz irrigado, produzindo aproximadamente 10,1 milhões de toneladas em área plantada

de 1,35 milhões de hectares, perfazendo a produtividade média de 7,43 t.ha-1

, o que

representou 75,1% da produção nacional durante a safra 2010-2011. Nessa região, o Estado

do Rio Grande do Sul assume papel de destaque, sendo o maior produtor nacional e

responsável por aproximadamente 70% da produção Brasileira.

Durante o ano de 2012, o arroz foi um dos principais produtos agrícolas do Brasil,

ocupando nono lugar, com o valor bruto de produção de aproximadamente 6.665 milhões de

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15

reais, ficando atrás somente da cultura da soja, cana de açúcar, milho, café, algodão, banana,

feijão, laranja respectivamente (IBGE 2012).

De acordo com o International Rice Research Institute (IRGA) e Secretaria da

Agricultura Pecuária Agronegócio Rio Grande do Sul (2011), somente no ano de 2011, no

Estado do Rio Grande do Sul existiam 266 indústrias beneficiadoras de arroz, distribuídas em

133 municípios, contribuindo para geração de 232 mil empregos diretos e indiretos,

proporcionando uma arrecadação de 400 de milhões de reais só de ICMS.

Quanto ao cultivo do arroz de terras altas, a região Centro-Oeste é a maior produtora

nacional, sendo destaque os Estados do Mato Grosso e Goiás, com produtividade média de

2,7 t.ha-1

(IBGE, 2012). Segundo Santos e Rabello (2008), o cultivo de arroz de terras altas, é

responsável por apenas 25% da produção nacional, e ocupa uma área total de 55% enquanto

que o arroz irrigado possui 45% da área total.

2.3. Restrições ao aumento da área de produção de arroz no Rio Grande do Sul

De acordo com Gomes (2013), estima-se que existam cerca de 1,4 milhões de

quilômetros cúbicos de água, no mundo, entretanto, somente 2,5% deste total são de natureza

doce, o que torna necessária a preservação deste recurso. Segundo o mesmo autor, dentre toda

a água doce presente nos rios, lagos e reservatórios do planeta, a humanidade utiliza cerca de

10% de seu volume total para seu consumo direto, 23% para as indústrias e 67% para a

agricultura irrigada

A irrigação é de suma importância na agricultura, pois ela é responsável pelos maiores

incrementos na produção mundial de alimentos. De acordo com Goellner (2012), estima-se

um aumento significativo do número de habitantes nas próximas décadas, causando maior

competição pela água entre os centros urbanos e as áreas de produção agrícola irrigadas,

podendo ocasionar, assim, a diminuição da produtividade mundial de alimentos. O mesmo

autor também menciona que entre 15 e 35% da água global utilizada na irrigação é extraída de

forma insustentável, sendo aproximadamente 50% dessa água desperdiçada.

No Brasil, o quesito água assume maior destaque, pois o país apresenta

aproximadamente 12% da água doce disponível no planeta, algo em torno de 1,5 milhões de

m³.s-1

(GEO BRASIL, 2007). No entanto, conforme dados da Agência Nacional de Águas

(ANA, 2009), somente no Brasil são retirados, a cada segundo, dos mananciais de água doce,

cerca de 1.840 m³ de água, dos quais 17% são destinados às indústrias, 26% aos domicílios e

47% à irrigação.

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16

Dentre todos os cultivos irrigados realizados no Brasil, o arroz irrigado é, sem dúvida,

o maior consumidor de água. Segundo Pires et al. (2008), a região Sul, principalmente o

Estado do Rio Grande do Sul por apresentar a maior área de produção de arroz irrigado,

representa o maior consumo de água. Nesse Estado, a cultura do arroz necessita de grande

quantidade de água, pois o arroz permanece a maior parte do ciclo sob condições de

inundação (ANA, 2009), consumindo, aproximadamente, cerca de 15 bilhões de m3 de água

por safra (IRGA, 2008).

De acordo com a EMBRAPA (2005), o arroz irrigado em várzea requer cerca de 2000

litros de água para produzir 1 kg de grão com casca, tornando esta cultura a mais exigente

quanto ao consumo de recursos hídricos. Atualmente, a utilização dos recursos hídricos para

cultivo do arroz irrigado vem sendo restringida por fatores socioambientais, os quais visam

reduzir a contaminação dos mananciais e priorizar a utilização da água no abastecimento dos

centros urbanos, acarretando diminuição do percentual de água disponível para irrigação no

local (FERREIRA, 2004; ANA, 2009; GOMES, 2011).

Ainda conforme a EMBRAPA (2005), a lavoura de arroz irrigado (inundado)

apresenta alto potencial poluidor, além de representar elevado consumo dos recursos hídricos,

gerando inúmeros conflitos quanto ao uso da água. O cultivo de arroz conduzido sob regime

de irrigação no Rio Grande do Sul tem gerado grande preocupação quanto aos possíveis

impactos ambientais (GRÜTZMACHER, 2008).

Tavares (2009) menciona que no Estado do Rio Grande do Sul algumas bacias

hidrográficas apresentam graves problemas quanto à disponibilidade de água, desencadeando

a grande valorização dos recursos hídricos, mobilizando vários agentes envolvidos neste

processo, levando a criação de comitês de gestão das bacias hidrográficas, de maneira a

gerenciar a utilização dos recursos hídricos locais.

Outro fator importante para a descentralização do cultivo de arroz no Estado do Rio

Grande do Sul é o risco de desabastecimento deste cereal caso ocorram fatores climáticos

desfavoráveis à produtividade local (LORENÇONI, 2009). Segundo dados do IBGE (2012),

durante a safra 2011/2012 no Estado do Rio Grande do Sul, a estiagem provocou o atraso do

plantio, redução da área plantada e a perda total de aproximadamente 5% do total de arroz

plantado.

Vale também ressaltar que a produtividade no Estado do Rio Grande do Sul não

apresentou incrementos significativos durante a década anterior. Segundo levantamentos do

IBGE (2012), a produtividade média de arroz nos 12 anos mais recentes estabilizou-se no

patamar de 6,3 t.ha-1

(Tabela 1).

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Tabela 1: Estimativa da área plantada, produção e produtividade da cultura do arroz no Brasil

e no Estado do Rio Grande do Sul entre os anos de 2001 a 2012

ANO

Brasil Rio Grande do Sul

Área Produção Produtividade Área Produção Produtividade

(Ha-1

) (t) (kg.ha-1

) (Ha-1

) (t) (kg.ha-1

)

2001 3.171.300 10.184.185 3,211 953.583 5.256.301 5,512

2002 3.171.955 10.445.986 3,293 983.178 5.486.333 5,580

2003 3.193.936 10.334.603 3,236 962.210 4.697.151 4,882

2004 3.774.215 13.277.008 3,518 1.056.098 6.338.139 6,001

2005 3.999.315 13.192.862 3,299 1.055.229 6.103.289 5,784

2006 3.010.169 11.526.685 3,829 1.023.330 6.784.236 6,630

2007 2.915.316 11.060.741 3,794 942.151 6.340.136 6,729

2008 2.869.285 12.651.465 4,409 1.065.633 7.336.443 6,885

2009 2.905.202 12.651.144 4,355 1.110.601 7.977.888 7,183

2010 2.778.173 11.235.986 4,044 1.101.311 6.875.077 6,243

2011 2.855.312 13.476.994 4,720 1.169.849 8.940.432 7,642

2012 2.501.003 11.448.937 4,578 1.053.166 7.371.000 6,999

Média 3.095.43 11.790.55 3,857 1.039.695 6.625.535 6,339

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2012.

Portanto, uma alternativa viável para o aumento da produção nacional de arroz seria a

expansão de seu cultivo para a região dos cerrados, onde o arroz já vem sendo cultivado sob o

sistema de produção de terras altas a várias décadas.

2.4. O arroz de terras altas

O cultivo de arroz no Brasil é conduzido sob diferentes condições e/ou sistemas de

produção. No sistema de terras altas (sequeiro), o arroz é conduzido sem irrigação (depende

de chuva) ou com irrigação por aspersão, enquanto que no sistema de várzea, ele é cultivado

essencialmente sob inundação controlada (ALVAREZ et al., 2006). De acordo com Lorençoni

(2009), o arroz de terras altas pode ser produzido em solos com boa drenagem, topografia

moderada a suave ondulada, podendo ou não utilizar irrigação suplementar por aspersão,

enquanto que no sistema de várzea irrigada, o arroz é cultivado essencialmente em solos

hidromórficos, utilizando-se irrigação por inundação e/ou subirrigação.

O cultivo do arroz de terras altas teve maior destaque como cultura pioneira durante o

processo de ocupação agrícola na região dos cerrados, no inicio da década de 60 (PINHEIRO,

2003). Naquela década, o arroz proveniente de cultivos de terras altas era o mais aceito pelos

consumidores brasileiros, alcançando maior cotação do que o arroz proveniente de cultivo

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irrigado por inundação. No entanto, nos meados do ano de 1970, o arroz irrigado começou a

dominar a preferência nacional passando a obter maiores cotações no mercado. Neste mesmo

período foi desencadeado o processo de ocupação de novas áreas nos cerrados e na Amazônia,

ocasionando o aumento na área de cultivo de arroz de sequeiro, ocupando área superior a 4,8

milhões de hectares no ano de 1987 (FERREIRA et al., 2005).

Inicialmente, o cultivo do arroz de terras altas nos cerrados apresentava baixo custo de

produção, porém, com rendimento médio em torno somente de 1 t.ha-1

, fato decorrente da

utilização de práticas culturais inadequadas, plantios tardios, e, principalmente da ocorrência

de veranicos (PINHEIRO, 2003).

O veranico é um fenômeno que se caracteriza por períodos deficit na precipitação

durante a estação chuvosa. A influência do veranico sobre a produtividade das culturas pode

ser acentuada, principalmente quando coincide com a fase na qual a planta é mais sensível à

deficiência hídrica. No cerrado, o veranico coincide, muitas vezes, com o período reprodutivo

da planta, reduzindo drasticamente a produtividade, pois esta é a fase mais sensível das

culturas (CARVALHO et al., 2000).

Segundo Pinheiro (2003), houve expressiva redução na área cultivada de arroz de

terras altas (em torno de 50%), o que hoje perfaz aproximadamente 2,2 milhões de ha-1

. No

entanto, a produção manteve-se nos mesmos níveis da década de 70, devido ao aumento na

produtividade para duas t.ha-1

.

Este aumento da produtividade é bastante animador, estando, porém, ainda muito

aquém do potencial de produção. De acordo com Pinheiro (2003), em lavouras bem

conduzidas e favorecidas quanto à precipitação, como no Centro-Norte do Mato Grosso, o

arroz de terras altas pode alcançar produtividades superiores a quatro t.ha-1

, enquanto em nível

experimental, pode-se obter até seis t.ha-1

.

A baixa tecnologia utilizada no sistema de terras altas, aliada ao deficit hídrico e a alta

demanda evapotranspiratória da cultura durante seu ciclo, reduz a produtividade, podendo

ocasionar a perda total da lavoura (ARF et al., 2000). De acordo com Crusciol et al. (2003), os

períodos de deficit hídrico durante o ciclo da cultura, podem resultar em perdas significativas

de matéria seca e produtividade.

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2.5. O estresse hídrico

O estresse é definido a partir do fator externo exercendo influência negativa sobre as

plantas, tais como fatores ambientais desfavoráveis (altas temperaturas, falta de chuvas, solos

pobres), e/ou fatores bióticos causados por predação de insetos, plantas daninhas, doenças, etc

(TAIZ; ZEIGER, 2004).

Segundo Larcher (2004) o estresse consiste em significativo desvio das condições

ideais para manutenção da vida da planta, originando mudanças e respostas nos organismos

em vários níveis fisiológicos e anatômicos. Tais respostas podem ser reversíveis ou

permanentes, dependendo da intensidade e duração do estresse. Portanto, sob condições de

estresse intenso e prolongado, pode ocorrer à diminuição da vitalidade da planta, resultando

na perda da capacidade de auto ajuste, deixando o dano de ser latente para tornar-se

irreversível.

Segundo Neumann (2008), dentre os diferentes estresses ambientais (abióticos) os

quais ocasionam limitações de produtividade, o deficit hídrico é considerado o principal

redutor de produtividade.

O estresse hídrico pode ser definido como o efeito resultante da falta de água em um

vegetal, abrangendo as respostas morfofisiológicas da planta em resposta à desidratação. O

estresse causado pelo deficit hídrico ocasiona diversas respostas bioquímicas, fisiologicas e

morfológicas nas plantas. Dentre as inúmeras respostas ao deficit hídrico, destacam-se a

limitação da expansão foliar, fechamento estomático, diminuição na taxa de fotossíntese,

abscisão foliar (senescência) e alteração da partição de assimilados (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Segundo Crusciol et al. (2003) as plantas de arroz submetidas ao deficit hídrico

tendem a apresentar diminuição da massa de matéria seca total e consequentemente de

produção. Sob condições de deficit hídrico, as plantas tendem a reduzir o consumo de água

mediante a redução ou fechamento da abertura estomática, aumentando a resistência a difusão

de dióxido de carbono (CO2), utilizado no processo fotossintético, promovendo,

consequentemente, redução na capacidade produtiva (SHINOZAKI; YAMAGUCHI-

SHINOZAKI, 2007).

Conforme Farooq et al (2009), os efeitos do estresse hídrico também podem variar de

acordo com o variedade cultivada, estádio fenológico, intensidade e duração do estresse.

Pinheiro et al. (2000), ao avaliar a tolerância ao estresse hídrico em quatro grupos de

cultivares de arroz de terras altas submetidos a condições de deficit hídrico, observaram a

maior resistência ao estresse hídrico nas plantas tradicionais em relação às plantas modernas.

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Stone et al. (1986), ao avaliarem a produtividade do arroz afetada pelo veranico, observaram

que as plantas de arroz submetidas ao estresse hídrico de quatro e oito dias durante a fase

reprodutiva promoveu a redução de 60 e 87% na produtividade, respectivamente. Boonjung e

Fukai (1996), ao avaliar o efeito do estresse hídrico sobre plantas de arroz em diferentes

estádios de desenvolvimento, relatam que o estresse ocorrendo na fase vegetativa pode

resultar em reduções de até 30% do rendimento final, atribuindo tal fato a redução do número

de panículas e espiguetas por panícula.

Conforme Terra (2008), o genótipo, o estádio de desenvolvimento das plantas e a

intensidade, duração e natureza do estresse podem causar complexas respostas fisiológicas,

morfológicas e moleculares nas plantas. O conhecimento dessas respostas pode facilitar a

identificação de mecanismos relacionados à tolerância ao estresse hídrico. O desenvolvimento

de cultivares mais tolerantes a períodos de deficit hídrico, bem como o desenvolvimento de

tecnologias que auxiliem as plantas a tolerar períodos prolongados de estiagem, são essenciais

para a manutenção da produção agrícola Brasileira e mundial em níveis capazes de alimentar

a população em constante crescimento (NEPOMUCENO et al., 2001).

A busca por cultivares de arroz mais adaptadas a diferentes condições ambientais, por

meio do melhoramento de plantas, é a estratégia mais promissora e eficiente para aliviar a

insegurança alimentar causada pelas variações climáticas nas regiões produtoras

(HEINEMANN et al., 2011). Contudo, o processo de melhoramento para a seleção dessas

cultivares é muito complexo, pois a produtividade envolve interações de inúmeros processos

fisiológicos relacionados com a assimilação de CO2 e transpiração das culturas (TURNER et

al., 2000).

As chances de sucesso de um programa de melhoramento são aumentadas se as

respostas fisiológicas das plantas às variações dos fatores ambientais forem conhecidas (O’

TOOLE, 1986), fornecendo assim, suporte aos melhoristas na identificação de características

fisiológicas que permitam melhor adaptação das plantas às condições de campo

(CABUSLAY et al., 2002).

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2.6. Alterações fisiológicas sob deficit hídrico

A ocorrência de deficit hídrico em plantas cultivadas afeta o crescimento e o

desenvolvimento das plantas em geral (SANTOS; CARLESSO, 1998). Sendo que um dos

principais fatores causadores de redução no desempenho da cultura do arroz é o estresse

hídrico, decorrente da menor disponibilidade hídrica do solo, cuja ocorrência vem aumentado

em todo mundo (Bao et al, 2009). De acordo com Stone et al. (1986), a redução da

disponibilidade hídrica causa significativos decréscimos na produtividade da cultura do arroz.

No entanto, para Price et al. (2002) e Rangel (2008), as plantas são capazes de

minimizar, recuperar-se ou até mesmo evitar os efeitos do estresse hídrico, utilizando para

tanto, alterações em mecanismos anatômicos ou fisiológicos.

Dentre estes mecanismos, destacam-se os seguintes:

a) Ajustamento estomático: processo no qual a planta controla a entrada de CO2 e

saída de H2O da folha. Segundo Passioura (1982), este é o mecanismo que a planta dispõe

para se ajustar rapidamente às variações ocorrentes no ambiente, refletindo diretamente na

produção de fotoassimilados. De acordo com Jackson et al. (1981), sob condições de deficit

hídrico, o ajustamento estomático proporciona redução na abertura dos estômatos, reduzindo,

assim, a transpiração foliar.

b) Alteração da elongação foliar: processo no qual ocorre a alteração da pressão de

turgor celular. Sob condições de redução do conteúdo hídrico foliar, a membrana plasmática

pode se contrair e reduzir a pressão de turgidez que mantém as células expandidas, podendo

levar à murcha do tecido. A inibição da elongação celular tem como efeito reduzir a área

foliar e diminuir a interceptação luminosa, reduzindo, assim, a sua temperatura.

c) Aumento da abscisão foliar: processo que promove a redução da área foliar pelo

aumento da taxa de senescência das folhas. Resulta da longa exposição da planta a condições

de deficit hídrico, adequando a planta a esta condição (TAIZ; ZEIGER, 2004). Auxilia na

manutenção dos tecidos jovens por meio da translocação de metabólitos dos tecidos velhos

em senescência. Também pode promover a redução da temperatura do dossel por diminuir a

área de interceptação de luz.

d) Ajuste osmótico: processo que resulta do acúmulo de solutos (íons, açúcares e

aminoácidos) pelas células. É o processo pelo qual o potencial hídrico celular pode ser

reduzido mantendo o volume celular em condições próximas da turgidez. De acordo com

Vieira Junior et al. (2007), é uma estratégia eficaz para manter a turgidez celular, permitindo a

manutenção da abertura estomática em condições de deficit hídrico. Segundo Boyer (1996),

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plantas em condições de deficit hídrico, são capazes de acumular íons no vacúolo celular

aumentando a capacidade de as plantas extraírem água, mesmo sob condição de

disponibilidade hídrica reduzida. Clifford et al. (1998), também observaram aumentos

significativos nas concentrações de açúcares (hexoses), ciclitol e prolina em plantas de

Ziziphus mauritiana. Queiroz et al.(2008) observaram aumentos de trealose e prolina em

diferentes cultivares de cana-de-açúcar submetidas a condições de estresse hídrico. Calin e

Santos (2009) relataram aumento de 26,4% na concentração de glicina betaína, em plantas

jovens de cana-de-açúcar sob estresse hídrico.

e) Alteração da partição de assimilados: processo pelo qual as plantas tendem a

aumentar a eficiência de absorção de água em solos com reduzida disponibilidade hídrica.

Algumas espécies podem aumentar o comprimento e/ou a superfície radicular, aumentando a

capacidade de absorção da água em condições de deficit hídrico. Segundo Jordan (1983), o

deficit hídrico afeta a utilização de carboidratos pela planta, alterando a sua distribuição entre

as diferentes partes, evidenciando, assim, possível resposta de tolerância ao estresse hídrico.

Para Guimarães et al. (2011), a avaliação do sistema radicular de plantas de arroz é uma

importante ferramenta para a caracterização fenotípica de materiais mais tolerantes ao deficit

hídrico, e as cultivares de arroz de terras altas mais tolerantes tendem a apresentar maiores

volumes radiculares. Conforme Santos e Carlesso (1998), a produtividade do arroz sob

condições de deficit hídrico pode ser determinada pela capacidade de partição de assimilados

entre os diferentes orgãos da planta. No entanto, esta é uma resposta variável, de acordo com

a cultivar, fase fenológica, duração e intensidade do estresse hídrico.

2.7. Partição de assimilados sob deficit hídrico

Sob condição de restrição do conteúdo de água do solo, as plantas podem promover

inúmeras alterações morfofisiológicas visando melhorar a capacidade de absorção de água

(SANTOS; CARLESSO, 1998). De acordo com Pereira (2010), algumas plantas sob estresse

hídrico tendem a expandir seu sistema radicular para zonas mais profundas do solo,

alongando a raiz principal e expandindo as raízes secundárias, em detrimento à expansão da

parte aérea. Portanto, a diminuição da razão entre a biomassa da parte aérea e raiz sob

condições de estresse hídrico, pode indicar que parte dos fotoassimilados disponíveis pela

parte aérea foram translocados para as raízes, resultando na expansão do sistema radicular.

Para que as plantas apresentem melhor absorção de água sob condição de deficit

hídrico, o aumento do volume do solo explorado e a maior efetividade de contato entre a

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superficie da raiz e o solo adjacente são essenciais. Constata-se, assim, que o aumento do

volume e comprimento radicular melhoram a capacidade de absorção de água do solo, mesmo

sob disponibilidade hidrica reduzida, possibilitando assim a manutenção de maiores taxas

fotossintéticas em relação as plantas que não apresentam tal mecanismo.

Segundo Rodrigues et al., (1993), o aprofundamento radicular é uma ferramenta

morfológica que evidencia maior tolerância ao estresse hídrico. Falqueto (2008) menciona a

produtividade das plantas de arroz sob condições de deficit hídrico como sendo determinada

tanto pela capacidade de produção de fotoassimilados quanto pela capacidade de particioná-

los entre os diferentes orgãos da planta.

Guimarães et al. (2011), ao avaliarem o sistema radicular de plantas de arroz de terras

altas sob condição de deficit hídrico em colunas de solo, em casa de vegetação, identificaram

diferença na densidade do sistema radicular entre as cultivares avaliadas, relatando que a

densidade radicular correlacionou-se positivamente com a tolerância à deficiência hídrica

destas cultivares em condições de campo. Davatgar et al. (2009), mencionam que a ocorrência

de um estresse hídrico moderado em plantas de arroz na fase de florescimento, aumentou a

matéria seca de raiz em aproximadamente 50% com relação às plantas não estressadas.

Yoshida e Hasegawa (1982) observaram grande variabilidade genotípica para

densidade radicular em arroz, relatando que as linhagens com maior altura e menor

perfilhamento apresentam sistema radicular mais profundo, principalmente nos cultivares

tradicionais de arroz de terras altas. Pinheiro et al. (2000), ao avaliar quatro grupos de

cultivares de arroz de terras altas submetidos ao deficit hídrico, observaram que as plantas

tradicionais de sequeiro apresentaram maior resistência ao estresse hídrico do que as plantas

modernas.

No entanto, Asch et al. (2005), ao avaliarem as alterações no particionamento de

assimilados entre raiz e parte aérea em arroz de terras altas em função do estresse hídrico, não

observaram alterações na partição em plantas submetidas a diferentes teores de umidade do

solo. Em contra partida, as plantas apresentaram maior percentual de massa de matéria seca

de raizes nas camadas mais profundas do solo. Azhiri Sigari et al. (2000), avaliando o cultivo

do arroz de sequeiro em áreas de várzea sob estresse hídrico também relataram não observar

alterações na partição de assimilados (raiz/parte aérea).

A associação da alteração de partição de assimilados como resposta de tolerância ao

deficit hídrico em arroz permanece uma incógnita. Parece provável que tal resposta possa

representar variação genotípica. Assim, a avaliação de cultivares de arroz de terras altas

contrastantes quanto à arquitetura das plantas (moderno e tradicional) e a tolerância ao deficit

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hídrico (mais produtivo e menos produtivo sob estresse hídrico) faz-se necessário, pois poderá

auxiliar na identificação do envolvimento ou não da partição de assimilados na tolerância ao

deficit hídrico.

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25

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Descrição geral do experimento

Para a caracterização da partição de assimilados e determinação de índices fisiológicos

relacionados a produtividade de variedades cultivadas contrastantes de arroz de terras altas

dois experimentos foram conduzidos em casa de vegetação na Estação Experimental de

Pesquisa da Universidade Federal do Tocantins no campus Universitário de Gurupi

(coordenadas geográficas: 11º43’45” de latitude e 49º04’07” de longitude e altitude média de

280 m), sendo que um simulou um período de estresse hídrico de cinco dias e outro um

período de estresse hídrico de 10 dias. Os experimentos tiveram duração de seis meses, sendo

conduzido entre os meses de maio a outubro de 2013, para garantir o estresse hídrico,

evitando assim o período chuvoso.

Foram utilizados nos experimentos duas variedades cultivadas de arroz de terras altas

contrastantes quanto à tolerância ao deficit hídrico, duração do ciclo, número de perfilhos,

potencial produtivo, tipo de grão e arquitetura de planta. Das duas variedades cultivadas

utilizadas, uma é caracterizada como pertencente ao grupo moderno (BRS-Primavera) e a

outra do grupo tradicional (Catetão).

As variedades cultivadas foram mantidas em vasos com tamanhos distintos e

submetidos a diferentes condições de disponibilidade hídrica. Durantes as fases iniciais de

desenvolvimento das plantas (V5 e V7) foram utilizados vasos com volume de 7,8 litros, nas

fases V9, R1 foram utilizados vasos com volume de 14,1 litros, a partir da fase V9 e nas fases

R4 e R9 foram utilizados vasos com volume de 34 litros.

A utilização dos menores vasos nas primeiras fases de desenvolvimento é decorrente

do menor volume radicular apresentado pelas plantas e facilidade para a condução do

experimento.

O solo utilizado para preencher os vasos foi um Latossolo Vermelho-Amarelo

distrófico, coletado em uma profundidade de 20 cm.

A casa de vegetação apresentava coberta plástica transparente e sombrite preto com

filtragem de 50% instalado verticalmente nas laterais.

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26

3.2. Dados meteorológicos

Os dados meteorológicos de temperatura (máxima e média) e umidade relativa do ar

foram monitorados diariamente por meio de estação meteorológica portátil automatizada

instalada a 400 metros da casa de vegetação. Os valores diários observados durante a

condução do experimento são apresentados na (Figura 1).

3.3. Semeadura e transplante

Na fase de formação de mudas, as sementes foram plantadas em bandejas de isopor

contendo 200 células, utilizando-se como substrato o produto comercial Plantmax. Foram

semeadas uma semente por célula. Após as plântulas atingirem segunda folha expandida, foi

realizado o transplante de três mudas para cada vaso. Após as plantas atingirem a quarta folha

expandida, realizou-se o desbaste, deixando-se apenas uma planta por vaso que foi conduzida

até o final do experimento. Os vasos utilizados foram preenchidos com solo previamente

adubado.

3.4. Manejo da irrigação

Durante a fase de formação das mudas (bandejas de isopor), a irrigação foi realizada

por meio de aplicação de três lâminas diárias de água, mantendo o substrato entre a saturação

e a capacidade de campo (Potencial matricial = potencial gravitacional). Após o transplante

das mudas, cada vaso recebeu novamente a aplicação de três doses diárias de água, mantendo

a umidade do solo entre a saturação e capacidade de campo.

Quando as plantas atingiram o estádio (R1) início da fase reprodutiva, os vasos que

receberam os tratamentos com menor disponibilidade hídrica passaram a receber a aplicação

de doses diárias de água necessária para manter a umidade do solo equivalente à tensão de 80

kPa durante os períodos de cinco e 10 dias. A tensão da água no solo foi monitorada por meio

de tensiômetros instalados no centro de cada vaso. Para a determinação da tensão várias

leituras diárias foram realizadas, utilizando-se um tensímetro digital (Bringer Pressure

Gauge), até os tensiômetros atingirem uma tensão de 80 ± 3 kPa.

Quando a tensão estabelecida era atingida, os tensiómetros eram retirados e os vasos

pesados em balança digital. Durante o período em que os vasos foram submetidos ao estresse,

os mesmos foram pesados três vezes ao dia, aplicando-se a quantidade de água necessária

para reestabelecer a umidade do solo correspondente a tensão de 80 kPa.

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27

Após o término dos períodos de cinco e 10 dias de estresse, os vasos que receberam os

tratamentos com menor disponibilidade hídrica passaram a receber novamente a aplicação de

três doses diárias de água, de maneira a manter a umidade do solo, entre a saturação e

capacidade de campo do solo até o termino do experimento.

Paralelamente, os vasos dos tratamentos que não receberam estresse (Testemunha)

foram mantidos durante o mesmo período sob condições hídricas sempre entre a saturação e a

capacidade de campo do solo utilizado.

3.5. Manejo da adubação

Os vasos foram adubados no plantio e posteriormente em coberturas.

A adubação de plantio foi realizada de acordo com a análise química do solo utilizado

(Tabela 2), utilizando-se as doses de 4,5 kg do formulado N-P-K (5-25-15) para cada m3 de

solo.

As adubações de cobertura foram realizadas de duas maneiras. Quando as plantas

apresentaram a 6º, 8º, 9º e 10º folha expandida, foram aplicados 90 ml de solução nutritiva

contendo as concentrações (mL. L-1

) dos seguintes fertilizantes: 1 ml de NH4H2PO4; 2 ml de

MgSO4; 4 ml de Ca(NO3)2; 6 ml de KNO3; 1 ml de Fe-EDTA; e 1 ml de H3BO3;

CuSO4.5H2O; MnCl2.4H2O; (NH4) 6Mo7.4H2O; ZnSO4.7H2O respectivamente, e quando as

plantas apresentaram a folha bandeira expandida foram aplicadas as doses de 10 g (NH4)2SO4

e 3 g de KCl.

Tabela 2. Análise química e física do solo utilizado no experimento

Análise do solo

------------ccmol. dm-3

------------ ------mg. dm-3

----- --%-- ---- -----Textura (%)-----

Ca Mg Al H+Al K K P(Mel) M.O. pH Areia Silte Argila

2,45 0,45 0,29 2,66 0,07 28,9 2,1 2,79 4,92 70,45 6,22 23,11

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28

3.6. Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado para nos dois experimentos (período de cinco e

dez dias estresse) foi inteiramente casualizado, arranjado em esquema fatorial (2x2) com três

repetições, sendo os tratamentos constituídos por duas variedades cultivadas (BRS-Primavera

e Catetão) e duas condições de disponibilidade hídrica (manutenção da umidade do solo entre

a saturação e a capacidade de campo e manutenção da umidade do solo equivalente a uma

tensão de 80 KPa). Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias

comparadas pelo teste de Tukey a 5% probabilidade de erro.

3.7. Características avaliadas

Foram realizadas 6 avaliações em diferentes fases fenológicas das plantas (V5, V7,

V9, R1, R4 e R9), sendo que em todas as fases foram determinadas as seguintes variáveis:

Massa de matéria seca das folhas (MSF; g.planta-1

): determinada em todas as

folhas apresentadas pelas plantas em cada um dos estádios fenológicos avaliados.

Determinado por meio da secagem em estufa com circulação de ar forçado em temperatura

constante de ±75 ºC até atingir-se a massa constante. A massa foi quantificada em uma

balança digital semi-analítica (Marte; AL 500C).

Massa de matéria seca do colmo (MSC; g.planta-1

): determinada em todos os

colmos apresentados pelas plantas em cada um dos estádios fenológicos avaliados. Realizado

de maneira semelhante a determinação da massa de matéria seca das folhas.

Massa de matéria seca da raiz (MSR; g.planta-1

): determinado nas raízes

apresentadas pelas plantas em cada um dos estádios fenológicos avaliados. Realizado de

maneira semelhante a determinação da massa de matéria seca das folhas.

Comprimento radicular (CR; cm): determinado por meio da medição do

comprimento máximo das raízes apresentadas pelas plantas em cada um dos estádios

fenológicos avaliados. Realizado com auxílio de régua graduada (cm).

Teores de pigmentos (clorofila a, b e total): determinado de acordo com

metodologia proposta por Moran (1982), utilizando-se um pedaço do mesófilo das folhas

bandeiras expandidas de cada planta, cuja área foi determinada por meio de um Integrador de

Área Foliar (CID, Inc, modelo CI-202). Os pedaços de tecido foliar foram posteriormente

limpos com algodão embebido em água deionizada. Após a limpeza, cada pedaço foi picado e

acondicionados em um tubo de eppendorf com volume de 1,5 mL, sendo posteriormente

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29

adicionado 1,0 mL de N,N-Dimetilformamida. Os tubos permaneceram em repouso por um

período de 72 horas em ambiente escuro. Após este período, foram retirados 1,0 mL da

solução de cada eppendorf e adicionados a 2,0 mL de água deionizada contida dentro de

cubetas de cristal de quartzo, compondo uma alíquota de 3,0 mL. A concentração dos

pigmentos (clorofila a e clorofila b) foi então determinada por meio da absorbância

espectrofotométrica. Os valores obtidos foram então aplicados as seguintes equações:

1

2

3

Onde: Clorofila a corresponde a concentração de clorofila a presente na alíquota;

Clorofila b corresponde a concentração de clorofila b presente na alíquota; Clorofila total

corresponde a soma das concentrações de clorofila a e b presente na alíquota; ABS 664

corresponde ao valor de absorbância determinado para o comprimento de onda de 664 nm;

ABS 648 corresponde ao valor de absorbância determinado para o comprimento de onda de

648 nm.

Teores de carotenoides: seguiram os mesmos procedimentos para a determinação dos

teores de clorofila a e b, exceto quanto ao comprimento de onda utilizado, que foi de 470 nm.

A partir da leitura da absorbância, as concentrações dos carotenoides foram determinadas de

acordo com a seguinte equação:

4

Onde: ABS 470 corresponde ao valor da leitura da absorbância para o comprimento de

onda de 470 nm.

Número de espiguetas por panícula (NE): realizado por meio da amostragem da

massa de 100 espiguetas cheias e vazias. Determinado pela seguinte equação:

(

) (

)

5

Onde: NE corresponde ao numero total de espiguetas por panícula, Ma corresponde a

massa total de matéria seca das espiguetas (férteis); Mb corresponde a massa de matéria seca

de 100 espiguetas férteis; Mc corresponde a massa total de matéria seca de das espiguetas

estéreis; Md corresponde a massa de matéria seca de 100 espiguetas vazias e NPP

corresponde ao número de perfilhos produtivos.

Número de perfilhos produtivos (NPP): determinado por meio da contagem das

panículas que apresentavam espiguetas férteis em cada uma das plantas avaliadas.

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30

Massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis: realizado por meio da

determinação da massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis em cada uma das plantas

avaliadas.

Produtividade de grãos (P): determinação da massa de matéria seca total de grãos

cheios em cada uma das plantas avaliadas.

Comprimento do ciclo (CC): determinado por meio da contagem do número de dias

compreendidos entre o transplante das mudas (V2) até a fase de maturidade fisiológica (R9).

Índice de susceptibilidade à seca (ISS): foi determinado de acordo com o modelo

matemático descrito por Fischer e Maurer (1987), estimando-se os rendimentos de grãos em

ambientes com e sem deficit hídrico. Os valores foram calculados de acordo com a seguinte

equação:

(

) 6

Onde: Yce = produtividade do genótipo com estresse, Yse = produtividade do genótipo

sem estresse.

A intensidade do estresse aplicado foi calculada de acordo com a seguinte equação:

(

) 7

Onde: Mce = média da produtividade do tratamento sob estresse e Mse = média da

produtividade do tratamento sem estresse.

Esterilidade de espiguetas (ES): realizado por meio de amostragem utilizando-se

como base o número de total de espiguetas (cheias e vazias) em cada uma das plantas

avaliadas. Determinado por meio da seguinte equação:

8

Onde: EV = corresponde ao percentual de espiguetas estéreis por planta e TE = número

total de espiguetas (cheias e vazias) por planta.

Curvas de partição de assimilados (PA): determinado por meio da construção de

curvas do percentual da massa de matéria seca dos órgãos (folha, colmo, raiz e panícula) em

relação à massa de matéria seca total de cada planta em cada um dos estádios fenológicos

avaliados. Os respectivos percentuais de cada órgão em cada fase fenológica foi determinado

de acordo com a seguinte equação:

9

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31

Onde: PA corresponde ao percentual da massa de matéria seca do respectivo órgão em

relação à massa de matéria seca total da planta; Wa corresponde a massa de matéria seca do

respectivo órgão e Wb corresponde a massa de matéria seca total (todos os órgãos) da planta.

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32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resumo das análises de variância das variáveis, número de perfilhos produtivos,

esterilidade de espiguetas, massa de matéria seca de 100 espiguetas, número de espiguetas por

panícula, produtividade de grãos, massa de matéria seca de raiz, massa de matéria seca da

folha, massa seca do colmo, comprimento radicular realizados no final do ciclo da cultura nos

períodos de cinco e 10 dias de estresse hídrico e teor de clorofila total e teor de carotenoides

realizados após a aplicação do estresse hídrico nos períodos de cinco e 10 dias, encontra-se na

(Tabela 3 e 4).

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33

Tabela 3 - Resumo do quadro de análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos produtivos (NPP); esterilidade de

espiguetas (ES; %); massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis (ME; g.planta-1

); número de espiguetas por panícula (NEP);

produtividade (P; g.planta-1

); teor de clorofila total (µg. g-1

massa seca; CT); teor de carotenoides (µg. g-1

massa seca; CA); massa seca

de raiz (MSR; g.planta-1

); massa seca da folha (MSF; g.planta-1

); massa seca do colmo (MSC; g.planta-1

) e comprimento radicular (CR;

cm); dos cultivares em relação a variação da condição hídrica com duração do deficit hídrico de 5 dias

Causa da variação GL Quadrado médio

NPP ES ME NEP P CT CA MSR MSF MSC CR

Genótipo(G) 1 154** 261 ns

0,76** 17328** 54 ns

719075* 75382 ns

1341 ns

4704** 4051** 95 ns

Cond. Hídrica (E) 1 10 ns

4107** 0,16* 1541 ns

7677** 222305 ns

5954 ns

10,6 ns

46 ns

275 ns

15 ns

G x E 1 80 ns

0,33 ns

0,10 ns

1121 ns

654* 6500 ns

5457 ns

181 ns

208 ns

51 ns

23 ns

Resíduo 8 27 141 0,03 608 135 144155 16764 311 59 160 21

Média - 32 47 2,44 127 51 916 322 42 46 81 74

CVexp (%) - 16,3 24,9 7,1 19,3 22,5 41,4 40,1 41,5 16,6 15,6 6,2 ns

valor não significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo teste de Tukey. * e ** valor significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade de erro,

respectivamente pelo teste de Tukey. GL = graus de liberdade, CV exp = coeficiente de variação experimental, Cond = Condição hídrica

Tabela 4 - Resumo do quadro de análise da variância para as seguintes variáveis: Número de perfilhos produtivos (NPP); esterilidade de

espiguetas (ES; %); massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis (ME; g.planta-1

); número de espiguetas por panícula (NE);

produtividade (P; g.planta-1

); teor de clorofila total (µg. g-1

massa seca; CT); teor de carotenoides (µg. g-1

massa seca; CA); massa seca

de raiz (MSR; g.planta-1

); massa seca da folha (MSF; g.planta-1

); massa seca do colmo (MSC; g.planta-1

) e comprimento radicular (CR;

cm); dos cultivares em relação a variação da condição hídrica com duração do deficit hídrico de 10 dias

Causa da variação GL Quadrado médio

NPP ES ME NEP P CT CA MSR MSF MSC CR

Genótipo(G) 1 720** 18 ns

0,55** 20501** 242 ns

2039813** 215632** 1938** 6500** 8432** 174 ns

Cond. Hídrica (E) 1 18 ns

3502** 0,59** 8427** 8215** 2020235** 184909** 62 ns

85 ns

264* 12 ns

G x E 1 90 ns

0,75 ns

0,04 ns

2028 ns

203 ns

644543** 45436** 123 ns

200 ns

428** 15 ns

Resíduo 8 37 52 0,02 820 90 36635 4017 73 42 45 40

Média - 36 63 2,34 124 40 1106 360 44 52 89 74

CVexp (%) - 16,7 11,4 5,2 22,9 23,6 17,2 17,6 19,4 12,4 7,5 8,5 ns

valor não significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro, pelo teste de Tukey. * e ** valor significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade de erro,

respectivamente pelo teste de Tukey. GL = graus de liberdade, CV exp = coeficiente de variação experimental, Cond = Condição hídrica

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34

4.1. Número de perfilhos produtivos

Ao comparar-se ambas as variedades cultivadas foram observadas diferenças

significativas quanto ao número de perfilhos produtivos nas condições de menor

disponibilidade hídrica nos dois períodos de estresse aplicados (Tabela 5). Observa-se que na

condição de boa disponibilidade hídrica as variedades cultivadas apresentam número de

perfilhos produtivos semelhantes, no entanto, nas condições de menor disponibilidade o BRS-

Primavera passa a apresentar os menores valores. Terra et al. (2013); ao avaliar a tolerância de

diferentes cultivares de arroz de terras altas submetidos a condições de estresse hídrico,

também observaram uma redução no número de perfilhos.

Tabela 5 Valores médios do número de perfilhos produtivos das variedades cultivadas em

relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

BRS-Primavera 32±3,6 Aa 25±7,9 Ab 30±4,0 Aa 27±1,0 Ab

Catetão 34±2,6 Aa 37±5,1 Aa 40±6,2 Aa 48±9,5 Aa Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

As reduções apresentadas pela variedade cultivada BRS-Primavera foram de 22 e

10%, para os períodos de cinco e 10 dias de estresse, respectivamente. Crusciol et al. (2003),

ao avaliar o genótipo de arroz de terras altas Caiapó, observaram que a condição de deficit

hídrico limitou a diferenciação da gema vegetativa em reprodutiva, em função da degeneração

do primórdio da panícula, resultando em menor número de perfilhos férteis. Resultados

semelhantes também são relatados por Pinheiro et al., (1985); Silva, (2012).

No entanto, embora não significativo, a variedade cultivada Catetão apresentou

aumento do número de perfilhos produtivos nas condições de menor disponibilidade hídrica.

O aumento observado foi de 8 e 16% para os períodos de cinco e 10 dias de estresse,

respectivamente. Tal comportamento não era esperado, uma vez que a redução do número de

perfilhos produtivos sob condições de estresse é uma resposta amplamente conhecida, e de

acordo com Crusciol et al. (2003) é considerada por ser uma das principais causas de redução

da produtividade do arroz submetido ao estresse hídrico.

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35

4.2. Esterilidade de espiguetas

Ao comparar-se as variedades cultivadas em todas as condições de disponibilidade

hídricas, não foram observadas diferenças significativas (Tabela 6). No entanto, ao analisar-se

cada variedade cultivada nos dois períodos de estresse, observa-se que ambos apresentam

aumentos significativos da esterilidade de espiguetas nas condições de menor disponibilidade

hídrica (Tabela 6).

Tabela 6 Valores médios do percentual da esterilidade de espiguetas (ES - %) das variedades

cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e da condição

hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE

CE SE CE

BRS-Primavera 34±2,9 Ba 71±22,7 Aa 45±2,8 Ba 79±2,6 Aa

Catetão 25±2,9 Ba 61±5,9 Aa 47±13,8 Ba 82±2,8 Aa Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

Serraj et al. (2008), menciona que o deficit hídrico pode causar diversas perturbações

funcionais e estruturais nos órgãos reprodutivos, resultando em insuficiência de fecundação

e/ou aborto prematuro das sementes. De acordo com Boonjung e Fukai (1996), o estresse na

fase reprodutiva reduz a viabilidade dos grãos de pólen, causando esterilidade de espiguetas.

Analisando-se cada variedade cultivada nos dois períodos de estresse, observa-se que

ambas apresentaram aumentos da esterilidade das espiguetas com o aumento do período de

estresse aplicado. A variedade cultivada BRS-Primavera apresentou valores de 71 e 79%, para

os períodos de cinco e 10 dias de estresse, respectivamente, e o Catetão valores de 61 e 82%

para os períodos de cinco e 10 dias de estresse, respectivamente. Evidencia-se assim que a

severidade do estresse aumentou conjuntamente com o período de estresse. Terra (2008) ao

avaliar a resposta de 100 cultivares arroz de terras altas sob duas condições hídricas (com e

sem estresse) observou que as plantas mantidas sem estresse apresentaram 28% de espiguetas

estéreis, ao passo que nas plantas estressadas os valores médios foram de 58%.

No entanto, também, no presente trabalho, foi constatadas elevado percentual de

esterilidade de espiguetas na condição sem estresse, sendo que o Catetão apresentou valores

de 25 e 47 % de esterilidade para os períodos de cinco e 10 dias de estresse, respectivamente,

e o BRS-Primavera apresentou 34 e 45 %, para cinco e 10 dias, respectivamente. Tal

comportamento pode estar relacionado com as elevadas temperaturas máximas ocorridas

durante a floração de ambas as variedades cultivadas (Figura 1). Segundo Wade et al. (1999),

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36

e Jagadish et al. (2007), o aumento da temperatura durante a floração ocasiona distúrbios

fisiológicos, contribuindo para a má formação dos grãos de pólen, tornando-os estéreis,

aumentando o percentual de esterilidade das espiguetas. De acordo com Peng et al. (1995),

temperaturas altas nas regiões tropicais reduzem a produtividade, devido o aumento da

esterilidade de espiguetas durante o florescimento.

Os valores da temperatura máxima ocorridos no período de floração em ambas as

variedades cultivadas foram de 37±1 ºC (Figura 1). De acordo com Lorençoni et al. (2009) ao

avaliar o comportamento da variedade cultivada de arroz de terras altas BRS-Primavera em

diferentes regiões produtoras do Brasil, constataram que temperaturas acima de 32ºC são

capazes de promover a redução da produtividade do arroz. Essa redução de produtividade é

atribuída principalmente ao aumento da esterilidade das espiguetas. Aggarwal et al. (2006),

também menciona que sob temperaturas acima de 35ºC ocorrem aumentos significativos da

esterilidade de espiguetas em arroz de terras altas.

Figura 1 - Valores diários da Temperatura (média e máxima; ºC) e umidade relativa do ar

(%) durante o período de condução do experimento

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Um

idad

e re

lati

va d

o a

r (%

)

Tem

per

atu

ra (

ºC)

TEMP MÉD

TEMP MÁX

UR

BRS-Primavera Catetão

INÍCIO DA FASE REPRODUTIVA

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37

4.3. Massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis

Ao comparar-se os valores da massa de matéria seca de 100 espiguetas entre as

variedades cultivadas, foram observadas diferenças significativas para todas as condições de

disponibilidade hídrica (Tabela 7).

Tabela 7 Valores médios da massa de matéria seca de 100 espiguetas férteis (g.planta-1

) das

variedades cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e da

condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

BRS-Primavera 2,22±0,01 Ab 2,17±0,11 Ab 2,29±0,03 Ab 1,97±0,15 Bb

Catetão 2,91±0,20 Aa 2,49±0,26 Ba 2,84±0,10 Aa 2,27±0,16 Ba Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

A variedade cultivada Catetão apresentou os maiores valores em todas as condições

hídricas. Tal comportamento está relacionando com o tipo do grão dessa variedade (curto e

grosso) em comparação ao BRS-Primavera (fino e longo). De acordo com Adorian (2010) ao

avaliar características fenotípicas de 95 cultivares de arroz de terras altas submetidos a

diferentes condições de disponibilidade hídrica, verificou que a massa dos grãos tipo curto e

grosso é sempre superior em relação à massa dos de tipo fino e longo independente da

condição de disponibilidade hídrica.

Assim, parece provável que os maiores valores de massa de 100 espiguetas observados

no Catetão seriam decorrentes de suas características genéticas. Evidencias semelhantes são

relatadas por Yoshida (1981), argumentando que a massa está relacionada com o tipo de grão

de cada genótipo, sendo essa uma característica estável e determinada geneticamente.

Guimarães (2008) observou que o genótipo tradicional Guarani apresentou maior massa de

100 grãos em relação aos cultivares modernos por ele avaliados, relatando que a massa de 100

grãos pode ser uma característica dos cultivares tradicionais.

Analisando-se a mesma variedade cultivada nos dois períodos de estresse, observa-se

que ambas as variedades cultivadas apresentaram reduções significativas das massas de 100

espiguetas nas condições de menor disponibilidade hídrica, exceto o BRS-Primavera aos 5

dias de estresse (Tabela 7). Reduções semelhantes também foram observadas por Arf et al.

(2001), Rodrigues et al. (2004) e Crusciol (2012), em diferentes cultivares de arroz de terras

altas submetidos a diferentes condições de disponibilidade hídrica.

Embora ambas as variedades cultivadas tenham apresentado reduções da massa de 100

espiguetas, as maiores reduções médias ocorreram no Catetão (14 e 20% aos cinco e 10 dias,

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38

respectivamente), ao passo que no BRS-Primavera essas reduções médias foram de 2 e 14%

nos períodos de cinco e 10 dias, respectivamente (Tabela 7).

Tal resposta pode ser decorrente da diferença na capacidade de alterar o

particionamento de assimilados entre as variedades cultivadas. Parece provável que o BRS-

Primavera foi capaz de particionar melhor os assimilados dos colmos para os grãos, como

também pôde ser observado para as raízes (Tabela 12). Evidências de que o colmo pode

redistribuir parte de suas reservas de carboidratos para o enchimento dos grãos em plantas de

arroz sob deficiência hídrica foram relatados por Machado et al (2009). Respostas

semelhantes também foram relatadas por Westgate e Boyer (1985), Machado et al (1990 e

1992) e Silveira e Machado, (1990).

Assim, parece provável que as maiores reduções da massa de 100 espiguetas

apresentadas pelo Catetão podem estar relacionadas à sua menor capacidade de alterar a

partição de assimilados dos colmos para os grãos.

4.4. Número de espiguetas por panícula

Ao comparar-se as variedades cultivadas em todas as condições de disponibilidade

hídrica, foram observadas diferenças significativas quanto ao número de espiguetas por

panícula para todas as condições avaliadas, com BRS-Primavera apresentando valores médios

significativamente superiores ao Catetão em todas as condições (Tabela 8). Tal

comportamento parece ser decorrente de características genéticas intrínsecas de cada

genótipo. Segundo Yoshida (1981) o número de espiguetas por panícula é uma característica

determinada geneticamente, podendo apresentar variações devido a condições adversas do

meio externo durante a fase reprodutiva. Guimarães et al. (2008) ao comparar o número de

espiguetas por panícula de um genótipo tradicional com cultivares modernos, observou que os

modernos apresentaram maior número de grãos por panícula em relação ao tradicional.

A superioridade observada no BRS-Primavera está relacionada ao seu maior potencial

produtivo em relação ao Catetão. De acordo com Cepea, 2002; Pinheiro, 2003; e Crusciol

2003 a superioridade da produtividade dos cultivares de arroz modernos em relação aos

tradicionais tem sido amplamente relatada no Brasil.

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39

Tabela 8 Valores médios do número de espiguetas por panícula das variedades cultivadas em

relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE

CE SE CE

BRS-Primavera 186±48 Aa 144±7 Aa 206±53 Aa 127±4 Ba

Catetão 91±4 Ab 88±8 Ab 97±19 Ab 70±11 Ab Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

Ao analisarmos cada variedade cultivada nas duas condições de disponibilidade

hídrica e dois períodos de duração observamos que ambas as variedades cultivadas

apresentaram reduções no número de espiguetas por panícula nas condições de menor

disponibilidade hídrica, no entanto, reduções significativas ocorreram apenas no BRS-

Primavera na condição de 10 dias de estresse (Tabela 8). Crusciol (2003), também observou

um decréscimo no número de espiguetas por panículas em cultivares de arroz de terras altas

com a redução de laminas de irrigação, no entanto, os valores não diferiram

significativamente.

A variedade cultivada Catetão apresentou as menores reduções (Tabela 8). As

reduções apresentadas pelo BRS-Primavera foram de 22 e 38% para os períodos de cinco e 10

dias de estresse respectivamente, e no Catetão, foram de 3 e 27% para os períodos de cinco e

10 dias de estresse, respectivamente (Tabela 8). Tal comportamento evidencia que a redução

de espiguetas aumenta a medida que o período de estresse se prolonga. Evidencias

semelhantes são descritas por (GUIMARES e STONE, 2009).

Assim, pode-se constatar que a variedade cultivada BRS-Primavera apresenta maior

susceptibilidade ao deficit hídrico em relação ao Catetão. Terra (2008), também encontrou

resultados semelhantes ao avaliar o efeito do estresse hídrico sobre uma população de 100

cultivares de arroz de terras altas, mencionando que o cultivar BRS-Primavera apresentou as

maiores reduções do número de espiguetas por panícula em relação ao Catetão. Tal

comportamento evidencia que apesar do maior potencial produtivo, as variedades cultivadas

modernas de arroz de terras altas podem apresentar significativos decréscimos de

produtividade quando submetidas a condições de deficit hídrico, conforme também observado

por (CRUSCIOL et al., 1999; ARF et al., 2000; CRUSCIOL et al., 2003). De acordo com

Terra (2013), cultivares susceptíveis ao deficit hídrico tendem a apresentar as maiores

reduções no número de espiguetas por panícula em relação a cultivares mais tolerantes.

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40

4.5. Produtividade de grãos

Ao comparar-se as variedades cultivadas em todas as condições hídricas aplicadas

observa-se que não ocorreu diferenças significativas (Tabela 9). Entretanto, ao comparar-se a

mesma variedade cultivada sob as duas condições de disponibilidade hídrica, diferenças

significativas foram observadas nos dois períodos de estresse aplicado (Tabela 9). Reduções

de produtividade de cultivares de arroz de terras altas sob condições de submetidos ao deficit

hídrico durante o início da fase reprodutiva também são relatadas por (CRUSCIOL, 2003;

ARF et al., 2001; SILVA, 2012).

Tabela 9 Valores médios de produtividade (grãos. planta-1

) das variedades cultivadas em

relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

BRS-Primavera 86±16,5 Aa 21±13,8 Ba 74±8,0 Aa 14±3,5 Ba

Catetão 67±5,4 Aa 31±7,1 Ba 58±16,7 Aa 13±2,7 Ba Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

Embora as reduções de produtividade sejam observadas em ambas variedades

cultivadas, o BRS-Primavera apresenta as maiores reduções (75 e 81%) nos períodos de cinco

e 10 dias de estresse, respectivamente, em relação ao Catetão (Tabela 9). Já as reduções do

Catetão foram da ordem de 53 e 77% para os períodos de cinco e 10 dias de estresse,

respectivamente. Reduções semelhantes as aqui observadas foram relatadas por Stone et al.,

(1986), que ao avaliar o comportamento de um genótipo de arroz de terras altas (IAC 47)

encontra reduções na produtividade da ordem de 60 e 87 % em plantas submetidas a um

período de quatro e oito dias de estresse hídrico, respectivamente.

As reduções de produtividade das plantas observadas no presente trabalho parecem

estar fortemente associadas ao estádio fenológico em que a cultura se encontrava no momento

do estresse (início da fase reprodutiva), resultando na redução do número de panículas

produtivas e no aumento da esterilidade de espiguetas (Tabela 5 e 6). Segundo Heinemann e

Stone (2009) e Nunes et al. (2012), ao avaliar-se a produtividade de diferentes cultivares de

arroz de terras altas relatam que a ocorrência de estresse hídrico durante o inicio da fase

reprodutiva pode ocasionar reduções significativa de produtividade, resultante principalmente

do aumento da esterilidade de espiguetas e redução no número de panículas. Relatos

semelhantes também são apresentados por Stone e Silva et al. (1998); Jongdee et al. (2002);

Crusciol et al. (2003); Yue et al. (2006); Serraj et al. (2009); e Terra et al. (2013).

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41

De acordo com Fukai e Cooper (1995), e Terra (2008), plantas que apresentam

menores reduções de produtividade, ou seja, maior estabilidade de produção sob diferentes

condições hídricas são mais tolerantes ao deficit hídrico. Dessa maneira, constata-se que o

genótipo Catetão apresenta maior tolerância ao deficit hídrico em relação ao BRS-Primavera.

Constatação semelhante foi demonstrada por Terra (2008) ao avaliar a tolerância ao deficit

hídrico de 100 cultivares de arroz de terras altas por meio da determinação do índice de

suscetibilidade a seca (ISS), mencionando que a variedade cultivada Catetão apresentou

elevada tolerância em relação aos demais. Elevada susceptibilidade da variedade cultivada

BRS-Primavera também é relatada por Lorençoni (2013), que ao avaliar o efeito do estresse

hídrico por um período de oito dias sobre a taxa fotossintética durante o início da fase

reprodutiva, observou que o cultivar BRS-Primavera apresenta as maiores reduções em

relação aos cultivares tradicionais avaliados, argumentando que a ocorrência de menores taxas

fotossintéticas durante esse período pode reduzir significativamente a produtividade da

cultura.

4.6. Índice de susceptibilidade a seca (ISS)

Segundo Pantuwan et al. (2002), os cultivares que apresentam menores ISS, podem

possuir características morfofisiológicas que lhes permitem tolerar melhor o deficit hídrico,

indicando que o baixo valor deste índice está associado à melhor manutenção da

produtividade nos dois ambientes (com e sem estresse). No entanto, quando se trata da

obtenção de cultivares mais tolerantes ao deficit hídrico, deve-se priorizar a obtenção de

mecanismos que permitam as plantas não só tolerar melhor o período de seca, mas manter

níveis desejáveis de produtividade de grãos ao final do cultivo (FUKAI; COOPER, 1995;

TERRA, 2008).

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Tabela 10 Valores médios do índice de susceptibilidade a seca (ISS) das variedades

cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e da condição

hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

CE CE

BRS-Primavera 1,168±0,16 Aa 1,229±0,06 Aa

Catetão 0,801 ±0,18 Ab 1,127±0,19 Aa Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

De acordo com os dados obtidos só foi observado diferença significativa entre as

variedades cultivadas quanto ao ISS no período de cinco dias de estresse, onde variedade

cultivada Catetão apresentou os menores índices em relação ao BRS-Primavera (Tabela 10).

Embora no período de 10 dias de estresse não tenha ocorrido diferenças significativas,

observa-se que o Catetão também apresentou o menor índice.

Nota-se que, embora o Catetão tenha apresentado menores valores médios de

produtividade em relação ao BRS-Primavera em ambos os períodos de duração do estresse

(exceto para cinco dias) e condições de disponibilidade hídrica (Tabela 9), suas reduções de

produtividade na condição com estresse foram menores do que as observadas no BRS-

Primavera (Tabela 9). Considerando-se que o calculo do ISS leva em conta os valores da

produtividade obtido nas condições com e sem estresse, não é de se estranhar que o Catetão

tenha apresentado menor ISS. O menor ISS do Catetão demonstra sua maior tolerância ao

deficit hídrico em relação ao BRS-Primavera. Tal fato pode ser constatado ao analisarmos a

produtividade de ambas as variedades cultivadas, onde, embora não significativo, o Catetão

apresenta valores superiores para os cinco dias de estresse e valores semelhantes ao BRS-

Primavera no período de 10 dias de estresse (Tabela 9).

Terra (2008), ao ranquear 10 cultivares de terras altas quanto ao ISS, observou que o

cultivar Catetão apresentou o menor ISS e uma boa produtividade em condições com e sem

estresse, ao passo que o cultivar BRS-Primavera obteve um dos maiores índices,

demonstrando menor susceptibilidade do Catetão ao defict hídrico.

Tal comportamento parece estar relacionado com a maior susceptibilidade ao deficit

hídrico dos cultivares modernos em relação aos tradicionais, como relatado por (PINHEIRO,

2003; CRUSCIOL, 2003, 2009). De acordo com Lorençoni (2013), ao comparar-se a taxa

fotossintética da folha bandeira de diferentes cultivares de arroz de terras altas (modernos e

tradicionais) submetidos a condições hídricas semelhantes às utilizadas nesta pesquisa

experimental, foi observado que o cultivar BRS-Primavera apresentou a maior limitação

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metabólica à taxa de fotossíntese em relação aos demais, mencionando também que tal efeito

pronunciou-se de maneira superior nos cultivares modernos do que nos tradicionais por ele

avaliados.

Segundo Yoshida (1975) e Murchie et al., (1999) a maior parte do carboidrato contido

nos grãos de arroz tem origem a partir da fotossíntese ocorrida na folha bandeira. Dingkuhn et

al., (1989) ressaltam que fatores que venham a reduzir a taxa de assimilação de CO2 da folha

bandeira durante esse período podem limitar potencialmente o rendimento de grãos da

cultura. Assim, levando-se em conta que o estresse aqui aplicado pode ter acarretado redução

superior da taxa fotossintética da variedade cultivada moderno BRS-Primavera em relação ao

tradicional Catetão, não é de se estranhar que as quedas de produtividade da variedade

cultivada BRS-Primavera foram superiores as do Catetão.

4.7. Comprimento do ciclo

Ao compara-se as variedades cultivadas nos dois períodos de estresse plicados, foram

observadas diferenças nas duas condições de disponibilidade hídrica nos dois períodos de

estresse. O genótipo BRS-Primavera apresentou um aumento médio de seis dias no

comprimento do seu ciclo, tanto para a o período de estresse de cinco, quanto para o de 10

dias (Tabela 11). Já a variedade cultivada Catetão apresentou aumento médio de 20 e 34 dias

em decorrência do estresse de cinco e 10 dias, respectivamente. Observa-se assim que,

embora o número de dias tenha variado entre as variedades cultivadas, o aumento do ciclo foi

uma resposta comum para ambos. Heinemann e Stone (2009), ao avaliarem quatro cultivares

de arroz de terras altas submetidas ao estresse hídrico durante o início da fase reprodutiva

também relataram o aumento do número de dias até a maturação fisiológica de ambos os

cultivares.

Tabela 11 Alteração do comprimento do ciclo produtivo das variedades cultivadas de arroz

terras altas em relação à variação da duração do período de estresse e da condição

hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

BRS-Primavera 152 158 152 158

Catetão 161 181 161 195

Os valores apresentados representam a média de três observações

Tal comportamento indica que o aumento do ciclo pode ser uma resposta adaptativa

das variedades cultivadas de arroz ao estresse hídrico. Xu et al. (2005) e Pantuwan et al.

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(2002) mencionam que o período de florescimento pode ser usado como mecanismo de

escape à seca, onde as plantas seriam induzidas a retardar o inicio do florescimento para tentar

escapar do período de deficit hídrico, aumentando assim o número de dias do seu estádio

reprodutivo. Ouk et al. (2006) ao avaliarem as respostas das interações de diferentes cultivares

de arroz submetidos ao ambiente de cultivo em terras altas em diferentes locais, observaram

que nos ambientes onde havia incidência de seca com maior intensidade ocorria também um

acréscimo médio de 17 dias no período reprodutivo. Terra (2008) ao avaliar 100 cultivares de

arroz de terras altas sob estresse hídrico também observou prolongamento do ciclo.

Os maiores valores apresentados pelo Catetão podem indicar uma maior eficiência do

mecanismo de escape do período de estresse. Considerando-se que o aumento do número de

dias de seu ciclo (20 e 34, para os períodos de cinco e 10 dias, respectivamente) foram muito

superiores aos períodos em que as plantas foram submetidas ao estresse hídrico pode explicar

as menores reduções de produtividade (Tabela9), número de espiguetas por panícula (Tabela

8) e o número de perfilhos produtivos (Tabela 5) em relação ao BRS-Primavera. Já o aumento

médio de 6 dias do BRS-Primavera, por não ter sido superior ao período de estresse aplicado

de 10 dias, podendo explicar as elevadas reduções observadas na produtividade (Tabela 9),

número de espiguetas por panícula (Tabela 8) e o número de perfilhos produtivos (Tabela 5)

aos 10 dias de estresse.

4.8. Concentração de pigmentos

Ao comparar-se as variedades cultivadas quanto à concentração de pigmentos em

todas as condições de disponibilidade hídrica, foram observadas diferenças significativas nas

condições sem e com estresse no período avaliado (10 dias), exceto para o teor de clorofila a

na condição de menor disponibilidade hídrica. A variedade cultivada BRS-Primavera

apresentou os maiores valores para as concentrações de clorofila a, b, total e carotenoides

(Tabela 12).

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Tabela 12. Valores médios do teor de clorofila a, b, total e carotenoides (µg. g-1

de massa de

matéria seca), das variedades cultivadas em relação à variação da duração do período

de estresse e da condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

Teor de clorofila a

BRS-Primavera 993,2±301,4 Aa 719,0±293,9 Aa 1521,4±158,2 Aa 595,4±138,7 Ba

Catetão 558,9±290,2 Aa 402,3±149,5 Aa 623,9±81,1 Ab 363,8±117,3 Ba

Teor de clorofila b

BRS-Primavera 327,8±124,4 Aa 283,2±108,3 Aa 639,9±87,0 Aa 281,8±72,4 Ba

Catetão 226,0±138,3 Aa 156,9±74,6 Aa 249,3±31,4 Ab 152,3±54,2 Ab

Teor de clorofila total

BRS-Primavera 1321,0±425,7A a 1002,0±402,1 Aa 2161,3±244,9 Aa 877,2±211,1 Ba

Catetão 784,9±428,5 Aa 559,2±223,9 Aa 873,2±112,5 Ab 516,1±171,3 Ab

Teor de carotenoides

BRS-Primavera 445,0±76,9 Aa 357,8±168,0 Aa 679,8±39,4 Aa 308,5±91,4 Ba

Catetão 243,9±141,7 Aa 241,9±113,4 Aa 288,7±57,6 Ab 163,5±53,4 Bb Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

As maiores concentrações de clorofila observadas no BRS-Primavera estão de acordo

com os valores de produtividade de grãos, que foram superiores ao Catetão na mesma

condição de disponibilidade hídrica, exceto no período de cinco dias na condição de menor

disponibilidade hídrica (Tabela 9). De acordo com Falqueto et al. (2007), ao comparar-se a

taxa fotossintética de dois cultivares de arroz irrigado com potenciais produtivos contrastantes

(alto e baixo), perceberam que a diferença de produtividade entre os cultivares parece ter sido

determinada em princípio por diferenças na eficiência com a qual a energia luminosa foi

absorvida. Assim, parece provável que os maiores conteúdos de pigmentos presentes no BRS-

Primavera podem contribuir para um melhor aproveitamento da energia luminosa, resultando

em maiores produtividades.

Ao analisarmos cada variedade cultivada nas duas condições de disponibilidade

hídrica e períodos de estresse, observa-se que, embora BRS-Primavera tenha apresentado

menor redução dos teores de clorofila total (24%) aos cinco dias de estresse em relação ao

Catetão (28%), o BRS-Primavera apresentou as maiores reduções de clorofila total (59%) aos

10 dias de estresse, enquanto que o Catetão reduziu 40% (tabela 12). Observa-se também que

apenas o BRS-Primavera apresentou reduções significativas do conteúdo de clorofila a, b e

total na condição de 10 dias de estresse. Esse comportamento indica que o aumento do

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46

período de estresse pode ter promovido aumento da taxa de senescência foliar e foto-oxidação

da clorofila em relação ao Catetão.

Ao comparar-se os teores de carotenoides de cada variedade cultivada nas diferentes

condições de disponibilidade hídrica, observa-se que ambas as variedades cultivadas ocorrem

reduções, no entanto, com menor intensidade no Catetão (1 e 43% aos cinco e 10 dias,

respectivamente) do que no BRS-Primavera (19 e 54% aos cinco e 10 dias, respectivamente).

As menores reduções dos teores de carotenoides do Catetão indica maior capacidade de

proteção de suas moléculas de clorofila (a e b) contra os danos causados pelo excesso de

energia luminosa (fotooxidação). Tal resposta pode explicar as menores reduções dos teores

de clorofilas total do Catetão em relação ao BRS-Primavera. Considerando-se que a maior

eficiência na absorção e transferência da energia luminosa sob condições de estresse hídrico

pode representar uma vantagem fisiológica, portanto, não é de se estranhar que as menores

quedas de produtividade tenham sido observadas no Catetão.

4.9. Massa de matéria seca de raiz, folha e colmo

Ao se avaliar a massa de matéria seca de raiz na mesma variedade cultivada nas duas

condições de disponibilidade hídrica, não foram observadas diferenças significativas entre os

períodos de cinco e 10 dias de estresse (Tabela 13). Comparando ambas as variedades

cultivadas sob a mesma condição de disponibilidade hídrica, observam-se diferenças

significativas na massa de matéria seca de raiz entre o BRS-Primavera e o Catetão para a

condição sem e com estresse no período de 10 dias (Tabela 13). No entanto, embora as

diferenças significativas ocorram apenas no período de 10 dias de estresse, o Catetão

apresentou maiores valores médios da massa de matéria seca de raiz em relação ao cultivar

BRS-Primavera em todas as condições hídricas avaliadas. Tal resposta pode indica a

superioridade do Catetão em relação ao BRS-Primavera.

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Tabela 13 Valores médios da massa de matéria seca (g.planta-1

): da raiz, folhas e colmos das

variedades cultivadas em relação à variação da duração do período de estresse e da

condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

Massa de matéria seca da raiz

BRS-Primavera 29±5,5 Aa 35±7,5 Aa 32±1,8 Ab 31±3,4 Ab

Catetão 58±33,5 Aa 48±6,1 Aa 51±6,2 Aa 62±15,6 Aa

Massa de matéria seca das folhas

BRS-Primavera 29±4,5 Ab 24±8,1 Ab 31±4,0 Ab 28±1,2 Ab

Catetão 60±1,2 Aa 72±12,3 Aa 69±10,2 Ba 83±7,2 Aa

Massa de matéria seca de colmos

BRS-Primavera 70±12,8 Ab 56±16,3 Ab 74±9,1 Ab 53±4,9 Bb

Catetão 102±10,9 Aa 97±9,6 Aa 115±6,3 Aa 118±6,1 Aa Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

Observa-se que a variedade cultivada BRS-Primavera apresentou um pequeno

aumento relativo da massa de matéria seca de raiz (17%) em relação à condição sem estresse

aos cinco dias, e estabilidade no período de 10 dias. Esse comportamento está em

conformidade com as alterações ocorridas no comprimento radicular (Tabela 14).

Comportamento contrario foi observado na variedade cultivada Catetão, o qual

apresentou redução relativa da massa de matéria seca de raiz da ordem de 17% na condição de

cinco dias sob estresse, e um aumento relativo de 18% no período de 10 dias. Esse aumento

relativo da massa de matéria seca de raiz, embora pequeno, pode ter proporcionando as

menores reduções relativas da produtividade do Catetão em relação ao BRS-Primavera. A

maior massa de raiz parece estar relacionado ao maior volume radicular, permitido maior

exploração da água disponível no solo em relação ao BRS-Primavera. Fukai e Cooper (1995)

atribuem melhores desempenhos produtivos sob condições de estresse à cultivares que

apresentam melhor capacidade de promover o aumento do volume radicular.

Observa-se que a variedade cultivada BRS-Primavera é capaz de promover o aumento

da massa de matéria seca de suas raízes apenas quando o estresse é aplicado por período de

cinco dias, não sendo observado aumento no período de 10 dias. Essa resposta indica que o

crescimento radicular do BRS-Primavera pode ter paralisado na medida em que o período de

estresse aumentou. Segundo Asch et al. (2005), o aumento da severidade do estresse hídrico

(período e/ou intensidade) nas plantas de arroz, pode acarretar na redução ou a paralisação do

crescimento radicular.

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48

Na variedade cultivada Catetão, observa-se a ocorrência de aumentos de massa de

matéria seca de raízes em função do período de estresse aplicado, indicando que este

mecanismo parece ser ativado apenas quando o estresse torna-se severo, embora tenham

ocorrido reduções significativas de produtividade. Tal comportamento parece estar

relacionado com a maior tolerância ao deficit hídrico dos cultivares tradicionais em relação

aos modernos. Pinheiro et al. (2000), ao avaliar a tolerância ao estresse hídrico em quatro

grupos de cultivares de arroz de terras altas submetidos a condições de deficit hídrico,

observaram uma maior resistência das plantas pertencentes ao grupo tradicionail em relação

às plantas do grupo moderno. Conforme Adorian (2010), embora os cultivares tradicionais de

arroz de terras altas apresentem menor potencial produtivo, estes apresentam maior tolerância

ao estresse hídrico em relação aos modernos.

Ao comparar-se os valores da massa de matéria seca de folhas entre as variedades

cultivadas , foram observadas diferenças significativas entre as condições hídricas avaliadas

(Tabela 13), tendo a variedade cultivada Catetão apresentado os maiores valores médios em

ambas as condições. Ao comparar-se a massa de matéria seca de folhas na mesma variedade

cultivada dentro de cada período de estresse, foram observadas diferenças significativas

apenas na variedade Catetão para o período de 10 dias (Tabela 13), ocorrendo um aumento na

massa meteria seca de folhas.

Embora, diferenças significativas não tenham sido observadas nas variedades

cultivadas para as demais condições hídricas, os valores médios apresentados pelo BRS-

Primavera nos dois períodos de estresse (cinco e 10 dias) foram inferiores (17 e 10%,

respectivamente) aos observados na condição sem estresse para os períodos de cinco e 10

dias, respectivamente Essa redução pode estar relacionada à alteração da partição de

assimilados para o sistema radicular da planta em detrimento da parte aérea, como discutido

anteriormente.

Comportamento contrário foi observado na variedade cultivada Catetão nos dois

períodos de estresse, onde ocorreram aumentos médios da massa de matéria seca das folhas

da ordem de 17% nas duas condições. Tal resposta pode estar associada aos maiores valores

da massa de matéria seca das raízes (Tabela 13) e a prolongação do ciclo (Tabela 11). Parece

provável que os maiores valores médios da massa de matéria seca das raízes apresentado pelo

Catetão (40%) em relação ao BRS-Primavera em todas as condições hídricas avaliadas

(Tabela 13), permitiram uma maior absorção de água, possibilitando assim um aumento da

capacidade de manutenção das folhas e redução da senescência. O aumento do ciclo também

pode ter favorecido esse aumento de massa foliar (Tabela 11), tal fato fica evidente ao

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49

analisarmos o numero de perfilhos produtivos, onde o Catetão apresentou aumento para os

dois períodos de estresse (Tabela 5).

Ao comparar-se as variedades cultivadas nas condições hídricas avaliadas, foi

observada a superioridade do genótipo Catetão para todas as condições quanto à matéria seca

dos colmos (Tabela 13). Tal comportamento está em conformidade com a massa de matéria

seca de folhas e raízes, que também foram superiores ao BRS-Primavera em todas as

condições (Tabela 13).

Ao comparamos a mesma variedade cultivada nas duas condições hídricas e dois

períodos avaliados, observa-se que o BRS-Primavera apresentou reduções da massa de

matéria seca dos colmos da ordem de 20 e 28% aos cinco e 10 dias respectivamente, em

relação à condição sem estresse, entretanto, significância só foi observada no período de 10

dias de estresse (Tabela 13). As reduções de massa de matéria seca de colmo apresentadas

pelo BRS-Primavera estão em conformidade com os valores da massa de matéria seca das

folhas (Tabela 13). Tal comportamento pode ser decorrente da alteração da partição da

assimilados para as raízes em detrimento da parte aérea, conforme discutido anteriormente.

Segundo Pereira (2010), plantas sob estresse hídrico tendem a expandir seu sistema radicular

para zonas mais profundas do solo, aumentando o volume e o comprimento das raízes para

regiões mais profundas do solo em detrimento da expansão da parte aérea.

Na variedade cultivada Catetão, comportamento diferenciado foi observado, onde

pequenas reduções (da ordem de 5%) ocorreram apenas no período de cinco dias de estresse,

sendo observado um aumento relativo de 2,5% no período de 10 dias de estresse (Tabela 13),

constatando-se menores reduções da massa de matéria seca dos colmos do Catetão em relação

ao BRS-Primavera aos cinco dias de estresse. Isto pode ser decorrente de sua maior

capacidade de absorção de água (maior massa de raízes, Tabela 13) como discutido

anteriormente. Já o aumento de massa ocorrido aos 10 dias de estresse pode ser atribuído ao

prolongamento do ciclo (Tabela 11), que resultou no aumento do número de perfilhos (Tabela

5).

4.10. Comprimento radicular

Ao analisar ambas as variedades cultivadas em todas as condição de disponibilidade

hídrica e períodos de estresse, não foram observado diferenças significativas (Tabela 14).

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50

Tabela 14 Valores médios do comprimento radicular (cm) das variedades cultivadas em

relação à variação da duração do período de estresse e da condição hídrica

Genótipo

Período de estresse

5 dias 10 dias

SE CE SE CE

BRS-Primavera 68,9±6,3 Aa 74,0±3,1 Aa 70,3±3,5 Aa 70,5±2,7 Aa

Catetão 77,3±5,8 Aa 76,8±1,3 Aa 80,2±7,0 Aa 75,9±9,6 Aa Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna dentro de cada período de estresse

não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey

Embora não tenham sido constatadas diferenças significativas entre as variedades

cultivadas, o Catetão apresentou maiores valores médios do comprimento radicular em todas

as condições hídricas avaliadas. Tal resposta parece estar relacionada a variações de

característica genética entre as variedades cultivadas, demonstrando tendência de

superioridade da variedade cultivada Catetão em relação ao BRS-Primavera. De acordo com

Guimarães (2011), cultivares que possuem maior comprimento radicular tendem a apresentar

melhores resultados sob condições de deficit hídrico moderado. Evidencia-se assim que o

maior comprimento radicular do Catetão pode ter sido determinante nas menores reduções de

produtividade em relação ao BRS-Primavera (Tabela 9). De acordo com Fukai e Cooper

(1995), um sistema radicular mais robusto e profundo é característico de cultivares melhor

adaptados às condições de sequeiro.

Ao analisar a alteração do comprimento radicular de cada variedade cultivada na

condição de menor disponibilidade hídrica, observa-se que embora os valores do BRS-

Primavera não tenham diferido significativamente, apresentaram maiores aumentos relativos

(6,9 e 1,8%) em relação ao Catetão, para os períodos de cinco e 10 dias de estresse,

respectivamente. No caso do Catetão, comportamento contrário foi observado, onde, embora

não significativo, o comprimento radicular relativo médio reduziu (0,6 e 5,3%) sob condição

hídrica limitante, para os períodos de cinco e 10 dias de estresse, respectivamente.

Essa diferença de comportamento parece estar relacionada às variações genotípicas da

partição de assimilados para as raízes entre as variedades cultivadas avaliadas. Observa-se que

a variedade BRS-Primavera apresenta aumento da massa de matéria seca das raízes aos cinco

dias de estresse, e estabilidade aos 10 dias (Tabela 13), estando em conformidade com os

valores do comprimento radicular. Conjuntamente também foram observadas reduções

relativas da massa de matéria seca das folhas e colmos nos dois períodos de estresse (Tabela

13).

Já na variedade cultivada Catetão tal comportamento não é evidente. Os valores do

comprimento radicular apresentaram pequena diminuição ao passo que a massa de matéria

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seca da raiz diminuiu apenas aos cinco dias de estresse (Tabela 13). A massa de matéria seca

de folhas aumentou aos cinco e 10 dias, já a massa do colmo diminuiu aos 5 dias e aumentou

aos 10 dias de estresse (Tabela 13). Parece provável que o deficit hídrico aplicado ao Catetão

não promoveu alterações da partição de assimilados, demonstrando que outros mecanismos

podem estar associados a tal resposta. Mecanismos de tolerância ao estresse hídrico

relacionado ao melhor controle do uso de água na parte aérea, através do fechamento

estomático e/ou enrolamento foliar foram relatados por Dingkuhn (1999), mencionando que

estes mecanismos atuariam independentes de alterações no sistema radicular.

Resultados semelhantes aos observados na variedade cultivada Catetão também são

relatados por Guimarães et al. (2011), que ao avaliar o sistema radicular de arroz de terras

altas observando não ter havido alteração na partição de assimilados entre parte aérea e raízes.

De acordo com os resultados aqui obtidos, embora a variedade cultivada BRS-

Primavera tenha promovido pequenos aumentos do comprimento radicular e massa da matéria

seca das raízes, tais alterações não foram suficientes para evitar as maiores reduções de

produtividade em relação ao Catetão.

4.11. Curvas de partição de assimilados

Ao analisarmos as curvas de partição de assimilados de ambas as variedades

cultivadas na condição sem estresse, observa-se que o BRS-Primavera apresenta o maior

percentual da massa de matéria seca de panículas em relação ao Catetão (Figura 2A). Tal

comportamento está em concordância com a maior produtividade apresentada pelo BRS-

Primavera (Tabela 9). O maior percentual da massa de matéria seca de panículas do BRS-

Primavera em relação ao Catetão na condição sem restrição hídrica pode ser decorrente dos

maiores potencias produtivos apresentados pelos cultivares modernos em relação aos

tradicionais (PINHEIRO, 2003; CRUSCUIOL et al., 2009; ARF et al., 2003). O índice de

colheita (IC) dos cultivares modernos também tem sido considerado como superiores aos

tradicionais. No caso do BRS-Primavera o IC foi de 40% ao passo que no Catetão foi de 21%

(Figura 2). O variação do IC é uma das características que mais proporcionaram o aumento de

produtividade nos cultivares modernos em relação aos tradicionais (FAGERIA et al., 2006;

FAGERIA et al., 2007; ).

Observa-se também que o BRS-Primavera apresentou menores percentuais (13%) para

a massa de matéria seca das raízes em relação ao Catetão (19%). Tal resposta pode estar

relacionada com o processo de melhoramento genético do BRS-Primavera e o ambiente

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utilizado para sua seleção. De acordo com Lorençoni (2013), o objetivo principal do processo

de melhoramento dos cultivares modernos de arroz de terras altas era o aumento de

produtividade, de maneira que a avaliação e seleção dos materiais ocorreram sob condições

hídricas favoráveis, de maneira a favorecer a expressão do máximo potencial produtivo dos

mesmos. Assim, parece provável que foram selecionadas as plantas que apresentavam

características genéticas relacionadas com maior percentual de massa de matéria seca dos

órgãos produtivos em detrimento das raízes, uma vez que sob condições hídricas favoráveis

não haveria a necessidade de grandes volumes radiculares. Segundo Price et al., (1997) os

cultivares modernos de arroz tendem a apresentar um sistema radicular reduzido em relação

aos tradicionais.

Ao comparar-se as duas variedades cultivadas nos dois períodos de estresse, observa-

se que o BRS-Primavera apresentou maior percentual de massa de matéria seca de raízes no

estresse aplicado por cinco dias, e valor semelhante ao Catetão no estresse de 10 dias (Figura

2). Esse comportamento parece estar relacionado com uma possível variação genotípica da

partição de assimilados existente entre as variedades cultivadas. Observa-se que juntamente

com o aumento relativo da massa de matéria seca das raízes do BRS-Primavera aos cinco dias

de estresse ocorreram reduções da massa de matéria seca de folhas e colmos (Figura 2),

indicando que parte dos assimilados presente nas raízes podem ter sido translocados das

folhas e colmos. Aos 10 dais de estresse, embora o BRS-Primavera não tenha apesentado

aumentos significativos da massa de matéria seca das raízes (Tabela 13), reduções da massa

de folhas e colmos também foram constatadas (Tabela 13). Tal comportamento não é

constatado no Catetão, onde, embora a massa de matéria seca das raízes tenha aumentado aos

10 dias (Tabela 13), não foram observadas reduções da massa de matéria seca de folhas e

colmos (Tabela 13).

Comparando-se o percentual da massa de matéria seca da panícula das variedades

cultivadas nos dois períodos de estresse observa-se que o BRS-Primavera apresenta os

maiores valores em relação ao Catetão. Tal comportamento é decorrente dos maiores valores

da massa de matéria seca de grãos (Tabela 9) e menores valores de folhas, colmos e raízes

(Tabela 13) apresentados pelo BRS-Primavera, ou seja, maior IC em relação ao Catetão.

Ao comparamos a mesma variedade cultivada nas duas condições de disponibilidade

hídrica e dois períodos de estresse, observa-se que embora o BRS-Primavera tenha

apresentado valores percentuais de massa de panículas superiores em relação ao Catetão, suas

as reduções relativas foram superiores. Tal comportamento evidencia uma maior

susceptibilidade do BRS-Primavera ao estresse hídrico. Maior susceptibilidade dos cultivares

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modernos em relação aos tradicionais tem sido bem relatada (TERRA, 2008; ADORIAM,

2010; LORENÇONI, 2013).

Figura 2 - Curvas da partição de assimilados das variedades cultivadas de arroz em relação à

variação da duração do período de estresse e da condição hídrica aplicada. Cada

curva foi construída utilizando-se o valor médio do percentual dos respectivos órgãos

de cada genótipo, para cada uma das condições hídricas. Os valores do tratamento

testemunha (sem estresse) representam a média obtida das testemunhas de cinco e 10

dias para cada uma das variedades cultivadas. (A) variedade cultivada Catetão na

condição sem estresse; (B) variedade cultivada BRS-Primavera na condição sem

estresse; (C) variedade cultivada Catetão na condição com estresse por período de 5

dias; (D) variedade cultivada BRS-Primavera na condição com estresse por período

de 5 dias; (E) variedade cultivada Catetão na condição com estresse por período de

10 dias; (D) variedade cultivada BRS-Primavera na condição com estresse por

período de 10 dias

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5 6 7

Ma

ssa

de

ma

téria

sec

a (

%) A

Folha

Colmo

Raiz

Panícula

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5 6 7

Ma

ssa

de

ma

téria

sec

a (

%) B

Folha

Colmo

Raiz

Panícula

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5 6 7

Ma

ssa

de

ma

téria

sec

a (

%) C

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5 6 7

Ma

ssa

de

ma

téria

sec

a (

%) D

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5 6 7

Ma

ssa

de

ma

téria

sec

a (

%)

Estádio fenológico

E

0

10

20

30

40

50

60

0 1 2 3 4 5 6 7

Ma

ssa

de

ma

téria

sec

a (

%)

Estádio Fenológico

F

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54

5. CONCLUSÕES

A variedade cultivada BRS-Primavera apresenta alteração da partição de assimilados e

as maiores reduções relativas, quanto à produtividade, indicando maior susceptibilidade ao

estresse hídrico.

A variedade cultivada Catetão, não apresenta alteração na partição de assimilados e

menores reduções relativas quanto à produtividade (maior tolerância);

Observa-se que a alteração da partição de assimilados não resultou em maior

tolerância ao deficit hídrico, indicando que outros mecanismos fisiológicos podem estar

envolvidos nas respostas de tolerância dos cultivares avaliados.

O menor índice de susceptibilidade a seca ISS do Catetão indica sua maior tolerância,

resultando em menores reduções de produtividade sob condições de deficit hídrico.

As menores reduções ocorridas no Catetão são resultantes do aumento do número de

dias do ciclo reprodutivo.

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55

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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