19
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DECOL - DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA LILIAN FRANCIELLE O. DA FONSECA VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO CAMPUS CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE NATAL-RN JUNHO DE 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DECOL - DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA

LILIAN FRANCIELLE O. DA FONSECA

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE PAINÉIS

FOTOVOLTAICOS PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

NO CAMPUS CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE

NATAL-RN

JUNHO DE 2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

LILIAN FRANCIELLE O. DA FONSECA

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO DE PAINÉIS

FOTOVOLTAICOS PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

NO CAMPUS CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE

Trabalho de conclusão, do curso de

graduação em Ecologia do Departamento

de Ecologia, Centro de Biociências da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, apresentado como requisito para a

obtenção do título de Bacharel em

Ecologia.

Orientador: Prof. Dr. José Luiz de

Attayde.

Banca Examinadora: Mestre Alexandre

Oliveira Filippo Lopes; Profª Drª Priscila

Fabiana Macedo Lopes.

NATAL-RN

JUNHO DE 2016

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

RESUMO:

O Brasil vem investindo em tecnologias alternativas para geração de energia elétrica com

baixas emissões de carbono em função das preocupações ambientais das últimas décadas

quanto às mudanças climáticas. Dentre as fontes de energias renováveis, o uso de energia

solar fotovoltaica vem crescendo por ser considerada ambientalmente mais limpa que a

geração por energia hidráulica e eólica. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a

viabilidade econômica da implantação de painéis fotovoltaicos para a geração de energia

elétrica no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), visando

a redução dos impactos ambientais e das contas de energia elétrica, que apresenta atualmente

um consumo médio mensal de 2.070.756 KWh. No sistema de transformação de energia

proposto, apenas 10% da área de cobertura de telhado das edificações seriam utilizados, o que

implicaria na implantação de 11.597 painéis fotovoltaicos, com potência de 300Wp cada e

geração de potência elétrica total de 3.479 KWp que representaria uma demanda de consumo

atual anual de 31%. O investimento inicial seria de R$ 26.092.500,00, sendo 1% deste valor

destinado para manutenção e operação dos painéis. A economia anual gerada pelo sistema

seria de R$1.314.867,00 com redução de energia de R$ 172,58 MW/h. O período de retorno

simples do investimento daria-se em aproximadamente 11 anos, enquanto a vida útil do

conjunto de painéis fotovoltaicos é de 25 anos. Portanto, a utilização de painéis fotovoltaicos

para geração de energia elétrica no campus central da UFRN apresenta-se economicamente

viável e reduziria os impactos ambientais causados pela demanda de energia da instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Energia Fotovoltaica. RETScreen. Viabilidade Econômica.

ABSTRACT:

With environmental concerns that has emerged in recent decades as climate change, Brazil is

investing in alternative technologies to create power with low carbon emissions. Among the

renewable energy sources, the use of photovoltaic solar energy is expanding because it is

considered a cleaner technology to create electricity than hydro and wind. In this context, the

aim of this study was to evaluate the economic feasibility of the implementation of

photovoltaic panels to produce electricity in the central campus of the Federal University of

Rio Grande do Norte (UFRN), with the idea of reducing environmental impacts and their

electric bills, which currently has an average monthly consumption of 2,070,756 KWh. In the

proposed energy transformation system, only 10% of the buildings roof coverage area would

be used, which would require the deployment of 11,597 photovoltaic panels, with 300W of

power creation and total electrical output of 3,479 kWp. The initial investment is R$

26,092,500.00, 1% of this amount allocated for maintenance and operation of the panels. The

annual savings produced by the system was R $ 1,314,867.00 with an energy reduction of R$

172.58 MW/h. The simple payback period of the investment would be in about 11 years, the

life of the set of photovoltaic panels is of 25 years. Therefore, the use of photovoltaic panels

to make electricity in central campus of UFRN presents economically viable and it reduces

the environmental impacts caused by the institution's energy demand.

KEY WORDS: Photovoltaics. RETScreen. Economic Viability.

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

1

INTRODUÇÃO

A energia fornecida pelo sol é responsável por diversos processos que ocorrem na

terra, desde a fotossíntese realizada pelas plantas até os fenômenos atmosféricos. Por meio da

energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES,

2009). Inicialmente a tecnologia de energia fotovoltaica era utilizada apenas em lugares

remotos nas quais as linhas de transmissão das empresas do setor de telecomunicações não

chegavam (LOPEZ, 2012). Posteriormente, foi impulsionada pela corrida espacial,

levantando, assim, a importância da utilização das células para satélites (LOPEZ, 2012).

Contudo, atualmente, esta tecnologia, se mostra como uma grande alternativa de substituição

das fontes energéticas de origem fósseis, que liberam CO2 na atmosfera, um dos gases

causadores do efeito estufa. Desta forma, vários países vêm adotando políticas de incentivo ao

uso de fontes alternativas em virtude da necessidade de combater o aquecimento global

(SILVA, 2015).

A crise energética é uma questão muito debatida e desafiadora para a sociedade como

um todo (CABRAL, 2012). Com as preocupações ambientais que vêm aumentando nas

últimas décadas por causa das mudanças climáticas e, principalmente, após a crise energética

que ocorreu no Brasil no ano de 2001, surgiram alguns incentivos à autoprodução de energia

elétrica. Temos como exemplo, a publicação da Resolução nº 482/2012 da ANEEL (Agência

Nacional de Energia Elétrica), que estabeleceu conforme seu artigo 1º - “as condições gerais

para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de

energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica, que são gerados créditos de

energia que podem ser utilizados para abater o consumo nos meses subsequentes por um

período de até 36 meses (NAKABAYASHI, 2015). Dentre as fontes de geração de energia

elétrica, a geração por hidrelétricas historicamente domina a matriz de energia elétrica

brasileira. Recentemente, a importância relativa das termoelétricas e das fontes eólicas tem

crescido, contribuindo para essa diversificação. Por meio da energia fotovoltaica, o

estabelecimento da geração distribuída no país pode ser fortalecido, permitindo uma maior

variação na matriz energética brasileira (SANTOS, 2013).

A tecnologia fotovoltaica é muito promissora (SANTOS e JABBOUR, 2013). Na

última década nota-se um crescimento expressivo da energia solar fotovoltaica no mundo,

especialmente na Europa, em que há aplicação de uma forte política de tarifas fixas e de

incentivos (NAKABAYASHI, 2015). No final de 2009, a capacidade instalada de sistemas

fotovoltaicos estava próxima a 23 GW, enquanto em 2013 havia quase 139 GW de capacidade

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

2

instalada de sistemas fotovoltaicos instalados no mundo, uma evolução de 10.000% em um

período de 13 anos (2000 a 2013), (NAKABAYASHI, 2015). Nesses países, o aumento da

demanda e da escala de produção e o desenvolvimento tecnológico proporcionaram a redução

de preços e, em decorrência disso, a expansão do uso dessa fonte de energia alternativa

(Esposito&Fuchs, 2013). Segundo o pesquisador da Universidade de Stuttgart, em Baden-

Wurttemberg, Camilo Michalka, um grande incentivo dado nesses países desenvolvidos foi

referente ao valor pago pela energia gerada através das placas, que chega a ser maior do que a

energia que o estabelecimento consome da rede elétrica. No Brasil, atualmente, existem 95

empreendimentos com construção não iniciada e 39 em operação nos quais utilizam a fonte

fotovoltaica (ANEEL, 2016).

O referido país é um dos poucos do mundo, que recebe uma insolação (número de

horas de brilho do Sol) superior a 3000 horas por ano (LOPEZ, 2012), apresentando um ótimo

índice de radiação solar, principalmente na região Nordeste, que conta com uma incidência

média diária entre 4,5 a 6 kWh e com valores de insolação descritos como potência, típicos

entre 1752 kWh/m² a 2190 kWh/m² por ano (LOPEZ, 2012). Para comparação, a França

recebe entre 1000 kWh/m² e 1500 kWh/m² e o deserto do Saara cerca de 2600 kWh/m²

anualmente (LOPEZ, 2012). Apesar do elevado potencial para desenvolvimento de energia

solar no Brasil, ainda há obstáculos institucionais e tributários que bloqueiam o seu

crescimento (SILVA, 2015). Mesmo assim, a energia solar vem ganhando um espaço

significativo no país nos últimos anos, ainda que atualmente conte com pouco investimento.

O emprego de painéis fotovoltaicos em edificações requer um elevado investimento

inicial e tende a não ser atrativo economicamente em um primeiro momento. Em

contrapartida, quando analisado num período de tempo mais longo, o uso de painéis

fotovoltaicos se torna economicamente viável como fonte alternativa à rede tradicional de

energia, proporcionando ao consumidor uma redução de gastos com a conta mensal do

consumo de energia elétrica distribuída pelo sistema convencional (CABRAL, 2012). As

condições para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica estão cada vez mais

favoráveis, visto que apresenta uma trajetória de custos decrescentes ano após ano e, ao

mesmo tempo, que a energia elétrica gerada pelas fontes convencionais apresenta uma

trajetória de custos crescentes (NAKABAYASHI, 2015).

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN é um exemplo de uma

instituição com grande potencial para usufruir das vantagens da utilização de painéis

fotovoltaicos. Abriga atualmente uma comunidade acadêmica de 37.000 estudantes

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

3

(graduação e pós-graduação), 3.146 servidores técnico-administrativos e quase 2 mil docentes

efetivos em uma área de 123 hectares (PORTAL UFRN). Com essas dimensões detém um dos

maiores consumos energéticos da cidade. O Campus Central da UFRN fica localizado em

Natal/RN, cidade litorânea do nordeste brasileiro que apresenta elevados níveis de radiação

solar (5.500 a 5.700 KWh/m² diariamente) durante todo o ano (ATLAS, 1998).

Diante desses aspectos abordados, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade

econômica da geração de energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos para redução de

custos no consumo de energia do Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN). Espera-se com este trabalho fornecer subsídios técnicos para o planejamento

energético e a gestão ambiental desta instituição que é uma das maiores da região Nordeste e

a maior em ensino e pesquisa do RN.

MATERIAIS E MÉTODOS

Descrição do Local de Estudo:

O estudo foi realizado no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), Natal/RN. Nele observamos, que a demanda de consumo energético é muito

elevada, por este motivo é classificada dentro do Grupo “A” da COSERN (Companhia

Energética do Rio Grande do Norte), que caracteriza os grandes consumidores. Este

grupamento é composto por todas as unidades consumidoras com fornecimento de tensão

igual ou superior a 2,3KV, em que o modelo de tarifação aplicado é binomial. O subgrupo é

A4, ou seja, a tensão varia de 2,3 a 25KV (COSERN, 2016) e sua classificação tarifária é do

tipo horo-sazonal verde, dividida em dois períodos: o período seco, que abrange as leituras de

consumo e demanda, extraídas entre os ciclos de faturamento de maio a novembro; e o

período úmido, que abrange as leituras entre os ciclos de faturamento de dezembro a abril

(COSERN, 2016).

As contas do Campus Central são lançadas através do consumo ativo na ponta e fora

de ponta, mediante a concessionária local, COSERN. O horário de ponta trata-se do intervalo

de 17h30min às 20h30min de cada dia, isto é, o horário de 3 horas consecutivas determinado

pela concessionária, exceto sábados, domingos e feriados nacionais. Nesse horário, a demanda

e o consumo de energia elétrica têm preços mais elevados. Já o horário fora de ponta é

formado pelas 21 horas restantes de cada dia, bem como, às 24 horas dos sábados, domingos e

feriados nacionais (COSERN, 2016). O maior pico de consumo de energia ocorre no período

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

4

de 09h às 10h da manhã, segundo dados coletados no setor de infraestrutura, sendo esta

característica vantajosa para a instalação das placas solares, devido à utilização dos

equipamentos ocorrerem no período de insolação.

Coleta de Dados:

Para a realização desse estudo foram coletados dados sobre o consumo de energia

elétrica e suas tarifas nas duas contas contratos (Central I e II) que representam as leituras de

demanda e consumo respectivamente das zonas 1, 2 e 3 e da zona central, 4 e 5, levando em

consideração o período de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016. Por meio dessas contas, foi

verificado um consumo médio mensal de 2.070.756 KWh, sendo que os menores consumos

de energia ocorreram nos meses correspondentes às férias da universidade, janeiro e julho, e

os maiores, nos meses de março e maio (Figura 1).

Figura 1: Histórico do consumo ativo (MWh) de energia elétrica nas duas contas contrato (Central I e II) do

Campus Central da UFRN entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016. Fonte: Contas da COSERN de consumo

de energia elétrica da UFRN.

Também foram analisadas as características das subestações, que são definidas como

um conjunto de equipamentos industriais interligados entre si com o objetivo de controlar o

fluxo de potência, modificar tensões e alterar a natureza da corrente elétrica, assim como

garantir a proteção do sistema elétrico. Em outras palavras, elas servem basicamente como

ponto de controle e transferência em um sistema de transmissão elétrico, direcionando e

controlando o fluxo energético (OLIVEIRA, 2012). A COSERN envia uma tensão

correspondente a 13.8KV para as duas subestações da UFRN (Central I e II), que rebaixam

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

5

esta tensão inicial para a tensão usual de 220V e 380V, ainda este ano, entrará em operação a

subestação 69KV.

Na superintendência de infraestrutura da UFRN, foram obtidos os dados de área de

cobertura de telhado das edificações do campus central, os quais são apresentados por zonas

administrativas, segundo levantamento realizado até março de 2015 (Tabela 1). Estas

informações são necessárias para dimensionar a quantidade de painéis fotovoltaicos que serão

necessários para atender a demanda de eletricidade da instituição pelo sistema proposto.

Tabela 1 - Dados de área de cobertura de telhado por zonas administrativas e área total disponível,

para implantação dos painéis fotovoltaicos, segundo levantamento realizado até março de 2015.

ZONA ÁREA DE COBERTURA (m²)

ZONA CENTRAL 16.758,39

ZONA 1 28.410,49

ZONA 2 29.390,09

ZONA 3 63.257,11

ZONA 4 34.437,21

ZONA 5 59.704,52

TOTAL 231.957,81

Fonte: Setor de Infraestrutura UFRN

Para os cálculos de viabilidade econômica do projeto, foi considerada uma área

equivalente a 10% do total da cobertura de telhado. A aplicação desta porcentagem facilita, na

avaliação do potencial de expansão para envolver, se possível, toda área. Também foi

contabilizado a tarifa de consumo da COSERN mais recente, equivalente a R$ 0,34381 por

KW/h. A cotação dos equipamentos foi realizada com a empresa Rio Solar, resultando em um

valor de 7.500 R$/kWp instalado. O módulo fotovoltaico utilizado possui as seguintes

especificações técnicas: geração de 300Wp, contendo 72 células de 156x156mm de material

semicondutor dopado de silício multi-cristalino, pesando 28kg, cada unidade fotovoltaica

dimensionando 2m² e com vida útil no sistema de 25 anos.

Geração de dados:

Para a realização desse estudo, utilizou-se o software livre RETScreen 41,

desenvolvido pelo governo do Canadá em parceria com instituições como NASA, PNUMA e

1Disponível gratuitamente para download no site: http://www.nrcan.gc.ca/energy/software-tools/7465

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

6

Bando Mundial. O software é uma ferramenta de planejamento baseada em Excel, que vem

sendo utilizada na análise de projetos para ajudar os tomadores de decisão, de forma rápida e

barata, a determinar a viabilidade técnica e econômica do potencial de energia renovável,

eficiência energética, como também projetos de cogeração. Atualmente, tem sido empregado

por mais de 340 mil usuários em todos os países do mundo e em mais de 400 universidades e

faculdades de ensino e pesquisa.

Na planilha inicial do software foram inseridos alguns dados gerais a respeito do

projeto como o tipo de geração, o tipo de método escolhido, o fator de capacidade, o tipo de

grid, o poder calorífico de referência e a localização dos dados climatológicos (Tabela 2). No

modelo energético, foram inseridos os valores dos parâmetros do modelo energético proposto

(Tabela 2). A potência elétrica do projeto foi calculada pelo produto da quantidade de painéis

solares e da potência individual do painel selecionado. A quantidade de painéis solares foi

calculada dividindo-se a área disponível, equivalente a 10% da cobertura de telhado das

edificações do Campus, pela dimensão de 2m² correspondente a cada painel. Na análise de

custo, o investimento inicial foi calculado pelo produto da potência elétrica e o custo cotado

do equipamento instalado. Também foi previsto o custo de 1% anual do investimento inicial

para custos de operação e manutenção.

Na planilha análise de emissões, estimou-se a redução anual das emissões de GEE

(Gases de Efeito Estufa) decorrentes do uso da tecnologia proposta, com base no fator de

emissões de GEE expresso em TCO2/MWh com Exclusão de T&D (Redes de Transmissão e

Distribuição). Para o cálculo, tomou-se como base o dado do SIN (Sistema Único Nacional)

com projeção de 2017 e do consumo de eletricidade na rede por classe do mesmo ano. Os

mesmos foram coletados a partir do plano Decenal de Expansão de Energia da Empresa de

Pesquisa Energética (EPE), que mostra a evolução das emissões de GEE no Brasil na

produção e no uso de energia.

A análise financeira é o elemento mais importante desse estudo, pois mostra a

viabilidade do sistema proposto. A economia de energia obtida pela substituição do sistema

foi calculada por meio do preço da tarifa paga pela universidade subtraída pelo custo nivelado

da energia2. A vida útil do projeto é definida em 25 anos. Não foi contabilizada na proposta a

taxa de desconto, porque a UFRN é uma instituição sem fins lucrativos. Como resultado da

análise financeira obteve-se a taxa interna de retorno, o valor presente líquido e o payback do

2 O custo nivelado da energia produzida ou LCOE (Levelized Cost of Eletricity) relaciona os custos envolvidos e

a energia gerada pelo empreendimento, ao longo de sua vida útil. (NAKABAYASHI, 2015).

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

7

investimento proposto. Por fim, a Análise de Sensibilidade e Risco mostrou as condições

viáveis do projeto.

Tabela 2 – Tabela dos parâmetros inseridos no Software RETScreen 4, para a análise de viabilidade do

projeto proposto.

Geração de energia elétrica: situação proposta

Abas do RETScreen 4 Parâmetros importantes

Início

Informações sobre o

projeto

Tipo de projeto Produção de eletricidade

Tecnologia Fotovoltaica

Fator de capacidade 25%

Tipo de grid Rede Isolada

Poder calorífico de referência PCI

Tipo de Método 2

Condições de

referência do

software

Localização dos dados climáticos Natal/Augusto Severo

Modelo

energético

Sistema de

eletricidade do caso

proposto

Potência elétrica 3.479 KWp

Eletricidade gerada anualmente 7.619 MWh

Preço da eletricidade demandada 343,81 $MWh

Análise de custo

(método 1)

Custos iniciais Cotação dos equipamentos 7.500R $/Kwp

Custo Inicial R$ 26.092.500

Custo anual em

O&M Definido pelo usuário 1% dos custos iniciais

Análise de

Emissões Geral

Fator de emissão GEE (Excl. T&D) 0,047tCO2/MWh

Total fator de emissão de GEE

0,058tCO2/MWh

Perdas T&D 19%

Taxa de desconto Não consideramos

Vida do projeto 25 anos

Fonte: Lopes, A. 2015, (Adaptado).

RESULTADOS

O investimento necessário para o sistema proposto é de R$ 26.092.500,00 e consiste

na instalação de 11.597 painéis fotovoltaicos com as especificações técnicas descritas na

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

8

metodologia. O sistema proposto irá gerar aproximadamente 7.619MW/h, o que representa

31% do consumo atual de energia elétrica da UFRN.

Os resultados da análise de viabilidade financeira mostram que o preço da tarifa paga

pela UFRN (R$ 343,81MW/h) menos o custo nivelado da energia do projeto proposto (R$

171,23MW/h), geraria uma economia de R$ 172,58 por cada MWh não consumidos da

COSERN, ou seja, R$ 1.314.867,00 ao longo de um ano (Tabela 3). Neste caso, a UFRN

deixaria de consumir energia elétrica da COSERN (R$ 0,34/kWh) para utilizar a dos painéis

com custo menor (R$ 0,17/kWh) possibilitando a viabilidade econômica do projeto pela

substituição da fonte geradora.

Tabela 3 – Resultado da análise de viabilidade financeira da proposta.

ANÁLISE FINANCEIRA

DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR

Taxa interna de retorno (TIR) % 7,6

Retorno do capital próprio Ano 11,1

Valor Presente Líquido (VPL) R$ 32.871.671

Economia anual do ciclo de vida R$/ano 1.314.867

Razão Custo-Benefício C-B 2,6

Custo da geração de energia R$/MWh 171,23

Custo da redução de GEE R$/tCO2 2.974

Fonte: RETScreen 4.

Neste tipo de projeto é essencial estimar o valor presente líquido (Tabela 3), que nada

mais é do que a diferença entre os benefícios gerados pelo projeto e seus custos (BREALEY;

MYERS; ALLEN, 2011). Para o cálculo do VPL, os fluxos de caixa do projeto são trazidos a

valor presente, descontados a uma determinada taxa de juros (ASSAF NETO, 1994). A taxa

interna de retorno (TIR) definida como uma fórmula matemática-financeira, utilizada para

calcular a taxa de desconto que teria um determinado fluxo de caixa para igualar a zero seu

valor presente líquido, foi de 7,6%, o custo-benefício 2,26, isto é, com a substituição da fonte,

o custo-benefício da utilização das placas fotovoltaicas torna-se maior que à paga atualmente

para concessionária local. Os custos iniciais com o investimento seriam amortizados em 11

anos e um mês (retorno do capital próprio), ou seja, o tempo de retorno sobre o investimento

será pago antes do prazo de vida útil do sistema que é de 25 anos, tornando o projeto viável

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

9

economicamente e proporcionando uma economia anual para a UFRN de R$ 1.314.867,00 ao

longo de todo o ciclo de vida do projeto.

Como não existe um valor fixo para o custo da tarifa de energia elétrica, optou-se por

utilizar a tarifa mais recente, mas é preciso reconhecer que existe incerteza no valor desta

tarifa. Da mesma forma, também existe incerteza quanto aos custos iniciais do projeto, que

dependerão do orçamento da empresa que ganhar a licitação para a venda dos equipamentos

com as mesmas especificações técnicas. Para avaliar o impacto das variações no custo dessa

tarifa sobre os resultados do modelo, foi realizada uma análise de sensibilidade da TIR,

variando a tarifa e também os custos iniciais do investimento em até 30% (Tabela 4).

Tabela 4 - Análise de sensibilidade do projeto com variações da TIR de impostos em até 30%.

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Análise de performance - TIR após impostos – capital

Fx. de sensibilidade 30%

0 % Limite

Preço Eletricidade Demandada

Custos Iniciais $

18.264,750 22.178,625 26.096,500 30.006,375 33.920b,250

$MWh Fx de

sensibilidade

-30% -15% 0% 15% 30%

240,67 -30% 7,0% 5,0% 3,4% 2,2% 1,2%

292,24 -15% 9,7% 7,4% 5,6% 4,2% 3,1%

343,81 0% 12,2% 9,5% 7,6% 6,1% 4,8%

395,38 15% 14,6% 11,6% 9,4% 7,8% 6,4%

446,95 30% 16,9% 13,6% 11,2% 9,4% 7,9%

Fonte: RETScreen 4.

Após a análise das contas de energia da COSERN durante o período de estudo,

verificou-se que houve um aumento de aproximadamente 26% no valor da tarifa durante o

ano. Como a tarifa cobrada pela COSERN sempre aumenta anualmente, a taxa interna de

retorno do capital será obtida em menos tempo do que o tempo previsto de 11 anos. A análise

de sensibilidade do retorno do capital próprio demonstra bem essa variação (Tabela 5). De

acordo com a análise de sensibilidade, se houvesse um aumento de 30% no preço da

eletricidade consumida da COSERN, isto é, passando atualmente de R$ 343,81/MWh para R$

446,95/MWh, haveria uma redução no tempo de retorno do capital inicial para 8 anos e 3

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

10

meses, tornando o projeto ainda mais viável e atrativo economicamente, já que se pagaria em

menos tempo.

Tabela 5 - Análise de sensibilidade do projeto com variações do retorno do capital próprio em até

30%.

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Análise de performance - Retorno do capital próprio

Fx. de sensibilidade 30%

25 Anos Limite

Preço Eletricidade Demandada

Custos Iniciais $

18.264,750 22.178,625 26.096,500 30.006,375 33.920,250

$MWh Fx de

sensibilidade

-30% -15% 0% 15% 30%

240,67 -30% 11,6 14,1 16,6 19,1 21,6

292,24 -15% 9,3 11,3 13,3 15,3 17,3

343,81 0% 7,7 9,4 11,1 12,7 14,4

395,38 15% 6,6 8,1 9,5 10,9 12,3

446,95 30% 5,8 7,1 8,3 9,5 10,8

Fonte: RETScreen 4.

Por fim, a implantação dessa proposta reduziria as taxas de emissões dos Gases de

Efeito Estufa (GEE) em até 442,1 toneladas de CO2 anualmente. Para chegar neste valor,

calculou-se a eletricidade exportada para a rede (7.619MWh), multiplicada pelo total do fator

de emissão de GEE de 0,058tCO2/MWh. Convertendo esse dado em hectares de floresta,

observaria uma preservação de 40,7 hectares.

DISCUSSÃO

Os resultados mostram que o sistema proposto de geração de energia elétrica no

Campus Central da UFRN por meio de placas fotovoltaicas é economicamente viável. Sua

viabilidade é observada, devido à grande demanda de energia elétrica consumida pela

universidade. A implantação dessa proposta teria uma relevante contribuição na porcentagem

de sua auto-produção de energia, amenizando a sobrecarga da rede concessionária.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

11

O consumo médio anual em 2015 foi de 24.849,82 MWh. A partir deste dado foi

realizada uma simulação de representação de demanda de energia consumida pela

universidade utilizando a geração pela COSERN e por placas fotovoltaicas. Nesta análise

obteve-se 17.230MW/h emitidos pela concessionária que representa 69% da demanda total de

consumo de energia da UFRN, enquanto a FV representaria um valor de 7.619 MW/h

equivalente a 31%.

Contudo, se apenas 10% da área de telhado supre 31% da demanda, expandindo esse

potencial de geração, tem-se que a Universidade passaria de uma grande consumidora para se

tornar uma grande geradora, ao passo que já possui toda uma estrutura elétrica, técnica e

científica. Se essa proposta for posta em prática em todo telhado, a UFRN passaria a se tornar

um centro de referencia fotovoltaico, chegando a ser o maior do Brasil.

Uma aplicação prática da implantação fotovoltaica foi realizada na fábrica de sorvetes

e água mineral, Ster Bom, especificamente em sua filial Água Natal, localizado no Distrito

Industrial de Parnamirim/RN, na qual inaugurou no início do ano passado (2015) o maior

estacionamento solar do Brasil superando o implantado na Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ). Corresponde a uma área total de 2.871m², sendo 1.884 m² instalados no

estacionamento, que pode chegar a abrigar até 150 veículos e engloba 1.296 painéis solares.

Além do estacionamento ainda há uma área que também utiliza a mesma técnica de captação

de energia, totalizando assim, 1728 painéis fotovoltaicos na empresa (PORTAL SOLAR,

2016). O investimento inicial foi de cerca de 3 milhões com capacidade energética instalada

de 475.20 KWp e o payback do retorno do capital próprio será obtido em cerca de 6 anos. A

empresa que ganhou a licitação e promoveu a implantação foi a Energia Zero presente em

Natal/RN.

O Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN de Natal/RN, também aderiu à

utilização de placas fotovoltaicas para geração de energia elétrica em janeiro do ano corrente

através de 825 painéis solares, em uma área aproximada de 1.290m² instalados sobre o teto

dos blocos das salas de aula. Estima-se que para esse sistema serão gerados 26.200kWh

mensalmente, suprindo cerca de 11% do consumo, o que representa uma economia de R$

116,3 mil anual para o Campus, como também uma redução de 28 toneladas na emissão de

CO2/ano. Outros 6 Campus (Canguaretama, São Paulo do Potengi, Ceará-Mirim, Currais

Novos, Parelhas e São Gonçalo) e a Reitoria do IFRN já possuem usina de energia solar

caracterizando um grande avanço no Estado do RN (PORTAL IFRN, 2016).

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

12

As vantagens desse tipo de tecnologia são inúmeras, pois exerce um papel

complementar às hidrelétricas e outras fontes, além de aliviar o aumento do pico da demanda

de energia durante o dia. No Brasil, esses picos de consumo nos meses de verão ocorrem à

tarde, entre 12h e 17h, devido à grande demanda do uso de sistemas de ar condicionado e

refrigeração. Nestas situações, sistemas FV instalados atuam como redutores de carga na rede,

pois o horário de pico de consumo coincide com a produção de energia. Adicionalmente,

como essa geração pode ser feita no local de consumo, também reduz a necessidade de novas

linhas de transmissão e aumenta a segurança energética, além de reduzir os impactos

ambientais ao longo da cadeia produtiva (WWF-Brasil, 2015).

Os benefícios ambientais associados ficam mais evidentes quando comparamos à

energia solar com fontes não renováveis, referindo-se aos custos de extração, geração,

transmissão, distribuição e uso final. Além de não haver emissões de CO2 e outros gases

poluentes, líquidos ou sólidos, durante a geração de energia elétrica com sistemas

fotovoltaicos, os volumes de emissão nas etapas industriais desse setor são baixos. A

produção de energia ao longo da vida útil desses módulos é de 8 a 17 vezes maior que a

energia consumida em sua fabricação. No processo final do ciclo de vida, mais de 85% de

seus componentes podem ser reciclados e reaproveitados, de forma que os impactos

ambientais, já bastante reduzidos, tendem a se tornar ainda menores com o passar do tempo

(WWF-Brasil, 2015).

. Um dos avanços almejados para uma maior adesão dessa tecnologia foi dado em abril

de 2015 pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), o qual definiu o

Convênio ICMS 16, de 22 de abril de 2015, autorizando alguns estados a isentar de ICMS as

operações internas no que diz respeito à circulação de energia elétrica. Desta forma, o estado

do Rio Grande do Norte, por meio da adesão ao Convênio 16/15, possibilitou uma grande

chance de obter maior economia para que o investimento inicial do cliente seja convertido em

rendimentos mais rapidamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em resumo, a utilização de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica no

Campus Central da UFRN apresenta-se economicamente viável, devido ao período de retorno

simples do investimento obter-se em aproximadamente 11 anos, proporcionando uma

economia em energia elétrica de R$ 172,58 por cada MW/h não consumidos ou uma

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

13

economia ao longo do ciclo de vida de R$ 1.314.867,00 anual, bem como uma diminuição das

emissões de GEE de aproximadamente 442,1 toneladas ou 40,7 hectares de CO2. A

implantação desse sistema reduziria tanto a sobrecarga de consumo da concessionária, como

também os impactos ambientais gerados pela demanda de energia da instituição. A

concretização desse projeto torna-se ainda mais viável, através da supramencionada isenção

de ICMS. Para viabilizar a aquisição dos sistemas fotovoltaicos, ainda é necessária uma maior

adequação às isenções fiscais e tributárias, assim como maiores incentivos governamentais,

como, por exemplo, através de linhas de financiamento. Entretanto, o que atualmente

demanda maior atenção, refere-se às formas de divulgação, incentivando assim o processo de

autoprodução de eletricidade, uma vez que muitos desconhecem sua importância. O

desenvolvimento de tecnologias adequadas para a produtividade dos painéis em escala

nacional é essencial para o melhor aproveitamento das placas fotovoltaicas no projeto

analisado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Capacidade de geração do Brasil - BIG banco de

informação geração. Disponível em: <

http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>. Acesso em: 10 de maio

de 2016.

ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Resolução Normativa nº 482/2012. Brasília:

ANEEL, 2012.

ASSAF NETO, A., Matemática financeira e suas aplicações. São Paulo: Editora Atlas, 1994.

BREALEY, R. A.; MYERS, S. C. F. ALLEN , 2011, Principles of Corporate Finance.

CABRAL, Isabelle; VIEIRA, Rafael. Viabilidade econômica x viabilidade ambiental do uso de

energia fotovoltaica no caso brasileiro: uma abordagem no período recente. In: III Congresso

Brasileiro de Gestão Ambiental. 2012.

COLLE, Sergio; PEREIRA ENIO, B. Atlas de Irradiação Solar do Brasil. 1998(Adaptado). Editada

por INMET.

CONSELHO MUNDIAL DE ENERGIA (2001); Comitê Brasileiro. Dicionário de Terminologia

Energética 2001. 3ª ed. Rio de Janeiro: CBCME. (324 p.).

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

14

COSERN - Companhia Energética do Rio Grande do Norte. Disponível em:

<http://servicos.cosern.com.br/residencialrural/Pages/Alta%20Tens%C3%A3o/opcoes-

tarifarias.aspx>. Acesso: 03 de março de 2016.

DE OLIVEIRA MUZY, Gustavo Luiz Castro. Subestações Elétricas. 2012. Tese de Doutorado.

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em:

<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10005233.pdf>. Acesso 26 de março de 2016.

EMPRESA, DE PESQUISA ENERGÉTICA. Plano Decenal de Expansão de Energia

2022. Brasília: MME/EPE, 2013. Pg. 42 e 346. Disponível em:<

http://www.usp.br/mudarfuturo/cms/wp-content/uploads/09-CPFL-Emisso%CC%83es-de-Gases-de-

Efeito-Estufa-e-o-Setor-Ele%CC%81trico-Brasileiro-%E2%80%93-O-Caso-CPFL-Energia.pdf>.

Acesso em: 13 de maio de 2016.

ESPOSITO, Alexandre Siciliano; FUCHS, Paulo Gustavo. Desenvolvimento tecnológico e inserção

da energia solar no Brasil. Revista do BNDES, v. 40, dez/2013, pp. 85-114. Disponível em:

<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento

/revista/rev4003.pdf. Acesso em 20 de março de 2016>.

JUNIOR, Jair. Introdução a Energia Solar Fotovoltaica e o SFVCR do Escritório Verde da

UTFPR. Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR Instituto de Engenharia do

Paraná – IEP. Dez 2014. Disponível em: <http://www.iep.org.br/semana_engenharia14/wp-

content/uploads/Energia-Solar.pdf>. Acesso em: 25 de maio de 2016.

KANNENBERG, André. Estudo da Viabilidade Econômica da Implantação Residencial de

Painéis Fotovoltaicos como Opção para a Redução do Consumo de Energia Elétrica

Convencional. Disponível em:<http://sites.unifebe.edu.br/~congressoits2010/artigos/artigos/078_-

_ESTUDO_DA_VIABILIDADE_ECONOMICA_DA_IMPLANTACAO_RESIDENCIAL_DE_PAI

NEIS_FOTOVOLTAICOS....pdf>. Acesso em: 03 de março de 2016.

KIRCHHOFF, V. W. J. H. Ozônio e Radiação UV – B. São José dos Campos: Transtec, 1995. 73p.

LISITA, O. Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede: Estudo de caso – 3 kWp instalados no

estacionamento do IEE-SP. São Paulo: USP, 2005. 87 p. Tese (Mestrado) – Instituto de Física,

Programa de Mestrado em Energia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

LOPES, A. Avaliação Econômica do Aproveitamento de Resíduos Sólidos Orgânicos Portuários

para Geração de Energia Elétrica, Estudo de Caso: Porto de Paranaguá. Dissertação de

Mestrado, Programa de Planejamento Energético, PPE/COPPE/UFRJ. 2015.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

15

LOPEZ, Ricardo Aldabó. Energia solar para produção de eletricidade. 1ª Edição, São Paulo, SP:

Artliber, 2012.

MANUAL DE TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA, PROCEL - Programa Nacional de

Conservação de Energia Elétrica. 1ª edição - maio/2001. Disponível em:

<http://www.sef.sc.gov.br/sites/default/files/manual_de_tarifacao.pdf>. Acesso: 10 de maio de 2016.

MARTINHO, Lara. Canadá – O RETSCreen avalia a viabilidade financeira, mede a emissão de

gases de um projeto e ajuda a minimizar os impactos climáticos. O criador do software, Gregory

Leng, fala dos benefícios do software e suas perspectivas para o mercado brasileiro. Portal Procel

Info,2012.Disponível em: < http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7B8D1AC2E8-F790-

4B7E-8DDD-CAF4CDD2BC34%7D&Team=&params=itemID=%7B7974BF6F-F8B1-4AD5-870D-

84B671839E86%7D;&UIPartUID=%7BD90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C8898%7D>.

Acesso: 20 de março de 2016.

MENEZES NETO, Otacilio Leandro De; COSTA, Alexandre Araújo; RAMALHO, Fernando Pinto.

Estimation of solar radiation by mesoscale atmospheric modeling applied to the northeast Brazil

region. Revista brasileira de meteorologia, São Paulo v. 24, n. 3, p. 339-345, 2009. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-77862009000300007&script=sci_arttext>. Acesso em:

15 de maio, 2016.

MINISTÉRIO DA FAZENDA, CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária. Disponível

em:<https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/2015/convenios-icms-44-15>. Acesso

em 25 de maio de 2016.

NAKABAYASHI, Rennyo. Microgeração Fotovoltaica no Brasil: Viabilidade Econômica,

Instituto de Energia e Ambiente da USP Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos. Março 2015.

Disponível em:< http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/mifoto.pdf>. Acesso em: 15 de maio de

2016.

NATURAL RESOURCES CANADA, Disponível em: <http://www.nrcan.gc.ca/energy/software-

tools/7465>.

PENAFIEL, Rafael. Cenários de Geração de Eletricidade a partir de Geradores Heliotérmicos no

Brasil: a Influência do Armazenamento de Calor e da Hibridização. Dissertação de Mestrado,

COPPE UFRJ. Disponível em: <http://www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/soria.pdf>. Acesso em:

03 de maio de 2016.

PEREIRA, André Belmont; VRISMAN, Augusto Leandro; GALVANI, Emerson. Estimativa da

radiação solar global diária em função do potencial de energia solar na superfície do solo. Sci.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE …...energia solar é possível gerar energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. (MENEZES, 2009). Inicialmente a tecnologia

16

agric. (Piracicaba, Braz.), Piracicaba, v. 59, n. 2, p. 211-216, June 2002. Available from

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

90162002000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 maio 2016.

PORTAL, IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: <

http://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/noticias/campus-natal-central-comeca-a-produzir-energia-

solar>. Acesso em: 07 de maio de 2016.

PORTAL SOLAR. Estacionamento Solar em Fábrica de Sorvetes, pensamento verde. Disponível

em: < http://www.portalsolar.com.br/blog-solar/curiosidades-sobre-energia-solar/estacionamento-de-

energia-solar-em-fabrica-de-sorvetes.html>. Acesso: 07 de maio de 2016.

PORTAL, UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em:

<http://www.sistemas.ufrn.br/portal/PT/institucional/historia/#.VzkYzJErLIV>. Acesso em: 02 de

março de 2016

SANTOS, Juliane Barbosa dos; JABBOUR, Charbel José Chiappetta. Photovoltaic solar energy in

hospitals: review of literature and some international experiences. Saude soc., São Paulo, v. 22, n.

3, p. 972-977, set. 2013. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

12902013000300026&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 15 de maio de 2016.

SILVA, R. M. Energia Solar no Brasil: dos incentivos aos desafios. Brasília: Núcleo de Estudos e

Pesquisas/CONLEG/Senado, Fevereiro/2015 (Texto para Discussão nº 166). Disponível em:

www.senado.leg.br/estudos. Acesso em 14 de maio de 2016.

WWF-Brasil, 2015. Desafios e Oportunidades para a energia solar fotovoltaica no Brasil:

recomendações para políticas públicas Disponível em:<

http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/15_6_2015_wwf_energ_solar_final_web_3.pdf>.

Acesso em: 20 de maio de 2016.