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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E CONCENTRAÇÕES DO CORTISOL EM
IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE: UM ESTUDO TRANSVERSAL
MAYLE ANDRADE MOREIRA
Natal
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E CONCENTRAÇÕES DO CORTISOL EM
IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE: UM ESTUDO TRANSVERSAL
MAYLE ANDRADE MOREIRA
Natal
2013
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte –
Programa de pós-graduação em
Fisioterapia, para obtenção do título de
Mestre em Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Campos
Cavalcanti Maciel.
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E CONCENTRAÇÕES DO CORTISOL EM
IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE: UM ESTUDO TRANSVERSAL
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel - Presidente - UFRN
Prof.ª Dra. Leani Souza Máximo Pereira - UFMG
Prof.ª Dra. Aline do Nascimento Falcão Freire - UFRN
Aprovada em ___/___/___
v
Dedicatória
Aos idosos que passaram em minha vida deixando experiências, alegrias,
sonhos e lembranças.
vi
Agradecimentos
Agradeço a Deus, que em todos os momentos esteve comigo, por cada bênção
e cada dificuldade nessa trajetória, que foram essenciais para o meu
amadurecimento.
Aos meus pais, Aldemir e Ely, por todo o amor e dedicação. Obrigada por me
ensinarem os verdadeiros valores da vida e me incentivarem a estudar desde
os primeiros passos até hoje.
Aos meus irmãos, Myrli e Daniel, que sempre me deram apoio e carinho. Pelo
companheirismo, experiências divididas e conversas em momentos de alegria
ou angústia.
Ao meu namorado, Lucas, por ser meu companheiro e incentivador em todos
os momentos desde a graduação. Obrigada pela compreensão e amor.
Aos meus familiares, em especial a meus avós, que sempre me ensinaram da
forma mais simples que pudesse existir. Minha eterna gratidão.
Ao meu orientador, Prof. Álvaro, por todos os ensinamentos transmitidos, pela
confiança e paciência. Por sempre me passar a tranquilidade que eu precisava
diante das dificuldades.
Aos membros da banca: Prof.ª Dra. Leani Souza Máximo Pereira (UFMG) e
Prof.ª Dra. Aline do Nascimento Falcão Freire (UFRN) por aceitarem nosso
convite e por todas as considerações feitas. Obrigada pela atenção.
Ao Prof. Ricardo Guerra, Aline, Ana Carolina e Dimitri, pelo apoio e por todas
as oportunidades de aprendizado e momentos de reflexão compartilhados.
À Prof. Elizabel e Vanessinha, por todos os conselhos e ensinamentos durante
o estágio à docência.
À equipe de coleta, em especial Marília e Cristiano, por todos os momentos
vivenciados juntos, seja de cansaço ou descontração.
Aos amigos do ―Lab7‖, em especial Juja, Jú, Gaby e Cris, pelas conversas e
vii
troca de experiências. Cada cafezinho sempre vinha acompanhado de
desabafos, dúvidas e soluções.
Aos amigos da turma do Mestrado, ―Turma Fernando Macêdo‖, por cada um ter
se tornado especial nessa trajetória.
Às minhas amigas da graduação, ―Mulheres de quinta‖, que sempre me
deixaram mais leve a cada encontro. Agradeço pela amizade e torcida, em
especial, à Juja, Gabi e Lia que acompanharam mais de perto cada momento
desses dois anos.
Aos amigos de infância do Colégio das Neves, por me ensinarem, desde
pequena, o verdadeiro valor da amizade. Apesar de ter diminuído a frequência
de encontros, estão sempre presentes em minha vida. Obrigada!
Aos funcionários do departamento, em especial Patrícia, que sempre estiveram
disponíveis a ajudar.
Aos idosos, pelos ensinamentos dos simples valores da vida e pela
disponibilidade e confiança em participar da pesquisa.
Por fim, a todos que contribuíram e torceram para que essa conquista se
tornasse realidade. Tenho certeza que não conseguiria sem a presença de
cada um de vocês em minha vida. Muito obrigada!
viii
Sumário
Dedicatória................................................................................................... V
Agradecimentos........................................................................................... VI
Lista de abreviaturas e siglas...................................................................... IX
Lista de figuras............................................................................................. X
Lista de tabelas............................................................................................ XI
Resumo........................................................................................................ XII
Abstract........................................................................................................ XIV
1- INTRODUÇÃO.............................................................................. 1
1.1- Justificativa.................................................................................... 6
1.2- Objetivos........................................................................................ 7
1.2.1- Objetivo geral................................................................................ 7
1.2.2- Objetivos específicos..................................................................... 7
2- MATERIAIS E MÉTODOS............................................................. 8
2.1- Caracterização do estudo.............................................................. 9
2.2- Local do estudo............................................................................. 9
2.3- População...................................................................................... 9
2.4- Amostra......................................................................................... 10
2.5- Variáveis do estudo....................................................................... 11
2.6- Instrumentos de coletas de dados................................................. 13
2.7- Procedimentos............................................................................... 14
2.8- Análise estatística.......................................................................... 16
2.9- Aspectos éticos............................................................................. 16
3- RESULTADOS............................................................................... 18
4- DISCUSSÃO................................................................................. 23
5- CONCLUSÃO................................................................................ 31
6- REFERÊNCIAS............................................................................. 33
Apêndices
ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
HPA - Hipotálamo-Pituitária-Adrenal
ACTH - Hormônio Adrenocorticotrófico
CAR - Cortisol Awakening Response – Resposta do cortisol ao acordar
AUC - Area Under the Curve – Área sob a curva
SNC - Sistema Nervoso Central
USF - Unidade de Saúde da Família
PCL - Prova Cognitiva de Leganés
CES-D- Center for Epidemiologic Studies of Depression
IMC - Índice de Massa Corporal
SPSS - Statistical Package for the Social Science
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Exemplo de padrão diurno da secreção do cortisol
salivar.............................................................................................
3
Figura 02 - Localização do Bairro das Rocas................................................... 9
Figura 03 - População total do Bairro das Rocas segundo dados do IBGE
2008...............................................................................................
10
Figura 04 - Quadro de variáveis do estudo...................................................... 12
Figura 05 - Níveis do cortisol em uma amostra de idosos em relação à
presença e ausência da sintomatologia depressiva, Natal – RN,
2011................................................................................................
21
Figura 06 - Níveis do cortisol em uma amostra de idosos em relação ao
sexo, Natal – RN, 2011..................................................................
22
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 01- Caracterização da amostra em relação às variáveis
independentes, de acordo com o sexo, Natal-RN,
2011............................................................................................
20
xii
RESUMO
Introdução: Vem sendo crescente o número de pesquisas que buscam o
entendimento das relações entre os desfechos adversos à saúde e as
concentrações do cortisol salivar, o qual é um marcador de estresse biológico.
O cortisol parece seguir dois estágios de resposta: em situações de
baixo/moderado estresse ocorre ativação do eixo Hipotálamo-Pituitária-
Adrenal, aumentando o nível do cortisol, entretanto, quando o estresse
persiste, o eixo HPA parece tornar-se hipoativo. A sintomatologia depressiva
parece ter relação com as concentrações do cortisol, no entanto, essa relação
é controversa na literatura.
Objetivo: Analisar a relação entre sintomatologia depressiva e concentrações
do cortisol em uma amostra de idosos do Nordeste brasileiro, residentes na
comunidade.
Métodos: Estudo observacional analítico, de caráter transversal, em uma
amostra de 256 idosos (≥ 65 anos), residentes na comunidade. A
sintomatologia depressiva foi avaliada pela versão brasileira da Center for
Epidemiologic Studies-Depression Scale (≥ 16) e as concentrações do cortisol
através da coleta salivar (ao acordar, 30 minutos após acordar, 60 minutos
após acordar, às 15 horas e antes de dormir), além de medidas compostas.
Como co-variáveis foram avaliadas condições sociodemográficas e de saúde.
Para análise das medidas do cortisol entre idosos com e sem presença da
sintomatologia depressiva, e entre os sexos, foi realizado o teste t de Student.
Para verificar as diferenças entre as medidas do cortisol em cada curva foi
utilizada a Análise de Variância (ANOVA) de medidas repetidas, com teste post-
hoc de Bonferroni.
Resultados: Houve diferença significativa para a medida de cortisol salivar ao
acordar, entre os idosos com presença e ausência da sintomatologia
depressiva (p=0,04). Não houve significância em relação ao sexo. Na análise
entre as medidas de cada curva, foi observado que nos idosos com
sintomatologia depressiva a 1ª medida não teve diferença significativa em
relação à 2ª e 3ª medidas. Além disso, não houve diferença significativa da 4ª
medida em relação à 5ª, demonstrando um maior nível noturno de cortisol para
os idosos com sintomatologia depressiva, sem declínio, com aspecto plano da
xiii
curva.
Conclusão: Parece existir relação entre sintomatologia depressiva e
hipocortisolismo. Entretanto, no Brasil, as condições adversas de vida podem
levar ao estresse crônico e serem fatores fortes suficientes para sobrepor
maiores diferenças que pudessem existir em relação à presença da
sintomatologia depressiva.
Palavras-chave: Cortisol, envelhecimento, sintomas depressivos, Brasil.
xiv
ABSTRACT
Introduction: The number of studies that search to understand the relation
between the adverse health outcomes and the salivary cortisol concentrations,
which is a marker of biological stress, has been increasing. The cortisol seems
to follow two stages of response: in situations of low/moderate stress occurs
activation of HPA axis increasing the level of cortisol, however, when the stress
persists, the HPA axis seems to become hypoactive. The depressive
symptomatology seems to be related to cortisol concentrations, however, this
relationship is controversial in the literature.
Objective: Analyze the relationship between depressive symptomatology and
cortisol concentrations in a sample of elderly from Brazilian Northeast, living in
the community.
Methods: Observational, analytical, cross-sectional study, in a sample of 256
elderly, residents in the community. The depressive symptomatology was
assessed by the Center for Epidemiologic Studies-Depression Scale (≥ 16) and
the cortisol concentrations obtained by the saliva collections (upon awakening,
30 minutes after waking, 60 minutes after waking, at 3 p.m. and at bedtime),
besides composite measures. As covariates were evaluated sociodemographic
and health conditions. For analysis of the measures of cortisol among older
adults with and without presence of depressive symptomatology, and among
sexes, the Student's t test was performed. To verify the differences between the
measures of cortisol in each curve was used variance analysis of repeated
measurements (ANOVA RM) with the Bonferroni post-test.
Results: There was significant difference for the measure of cortisol upon
awakening between the elderly with and without presence of depressive
symptomatology (p = 0.04). There was no significance in relation to sex. It was
observed in the analysis between the measures of each curve that for the
elderly with depressive symptomatology, the 1st measure had no significant
difference in relation to 2nd and 3rd measures. Furthermore, there was not
difference between the 4th and 5th measures, demonstrating a higher nocturnal
cortisol level, without decline, with flatness of the curve for older people with
depressive symptoms.
Conclusion: There seems to be a relation between depressive
xv
symptomatology and hypocortisolism. However, in Brazil, adverse living
conditions can lead to chronic stress and overlap major differences that might
exist in relation to the presence of depressive symptomatology.
Keywords: Cortisol, aging, depressive symptoms, Brazil.
1- INTRODUÇÃO
2
O processo de envelhecimento é algo dinâmico e progressivo, que
acarreta uma série de mudanças de ordem morfológica, funcional e bioquímica.
Assim, tais mudanças diminuem a capacidade individual para enfrentar a
demanda necessária à manutenção de uma vida saudável(1).
Durante o envelhecimento, vários processos fisiológicos se modificam,
ocorrendo mudanças e adaptações nos diversos sistemas do organismo(2).
Nesse contexto, vem sendo crescente o número de pesquisas que buscam o
entendimento das relações entre os desfechos adversos à saúde e o eixo
Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA), o qual é um dos principais sistemas que
controlam a resposta ao estresse e parece ser crítico para sobrevivência e
adaptação(3–5). Esse sistema age através da liberação do hormônio cortisol,
produzido pelo córtex da adrenal, após ser estimulado pelo hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), liberado pela hipófise(3,4,6).
A principal função do córtex da adrenal, que ocupa cerca de 90% da
glândula, consiste em produzir hormônios glicocorticóides e
mineralocorticóides(7). Ele é dividido em três zonas: glomerular, que produz
aldosterona; reticular; e fasciculada — as duas últimas ocupam em torno de
75% da glândula e são responsáveis pela produção do cortisol e androgênios.
O hormônio cortisol desempenha um papel crítico no metabolismo das
proteínas, com ação catabólica através da gliconeogênese, além do
metabolismo dos lipídeos, propiciando energia ao organismo, sendo essenciais
à vida, sobretudo, em situações de estresse(8). Além disso, suporta respostas
vasculares mantendo a pressão arterial, atua na função muscular, na resposta
imune e anti-inflamatória(7,8).
A concentração do cortisol flutua naturalmente ao longo do dia, seguindo
um ritmo circadiano, caracterizado pela maior concentração (50-75%) entre 30
e 45 minutos após acordar, seguido de declínio ao longo do dia, com níveis
mais baixos à noite(4,6,9–12), como mostra a figura 01.
3
Figura 01. Curva padrão diurna da secreção do cortisol salivar. Fonte:
Heaney, 2010.
Diante disso, pesquisas mostram que a melhor forma de verificar essas
concentrações é a partir do cortisol salivar, pois esse representa a fração de
cortisol livre e se correlaciona muito bem com a quantidade de cortisol no
sangue(5,13–15). Além disso, a coleta da saliva pode ser realizada em domicílio,
no contexto de atividades regulares, permitindo que sejam realizadas repetidas
amostras para análise das concentrações do cortisol ao longo de um dia, o que
representam vantagens estabelecidas em relação às medidas de cortisol
realizadas através de sangue e urina(11,16). De acordo com estudos prévios, as
principais medidas avaliadas através do cortisol salivar são: ao acordar, CAR
(Cortisol Awakening Response), declínio do cortisol diário (Diurnal slope), nível
noturno e a área sob a curva (AUC - Area Under the Curve), que se utiliza das
medidas realizadas ao longo do dia(11,14). Tais medidas são estabelecidas como
capazes de identificar a dinâmica do eixo HPA e a capacidade de retorno aos
níveis normais ao final do dia(11,14,17).
O cortisol parece seguir dois estágios de resposta após exposição ao
estresse: em situações de baixo/moderado estresse ocorre ativação do eixo
HPA aumentando o nível do cortisol (hipercortisolismo), entretanto, tem sido
hipotetizado que o eixo HPA reage com hiperatividade temporal, mas quando o
estresse persiste, o eixo HPA parece tornar-se hipoativo(18).
4
Nos últimos anos, estudos mostram que dentre algumas desordens e
doenças, tais como os distúrbios relacionados ao estresse, ansiedade(3),
desordens do sono e síndrome da fadiga crônica(19), a depressão parece
também influenciar a dinâmica do eixo HPA(4,5,12,20).
A depressão é considerada a doença psiquiátrica mais comum entre os
idosos, afetando principalmente sua qualidade de vida. Ela se caracteriza por
manifestações de queixas físicas relacionadas às doenças crônicas e
degenerativas, principalmente aquelas que levam à dependência física e perda
de autonomia e que, geralmente induzem a hospitalização e/ou
institucionalização(21,22). De fato, frequentemente se observa que o idoso
deprimido passa por uma considerável piora do seu estado geral e por uma
redução da sua qualidade de vida(23).
Sobre a sua etiologia, nenhuma teoria explica satisfatoriamente a forma
como o processo se inicia. Alterações no sistema nervoso central, maior
susceptibilidade biológica e fatores sociais são as explicações mais aceitas(22).
No aspecto biológico, ocorrem alterações no Sistema Nervoso Central (SNC),
que acarretam disfunções neuroendócrinas e neuroquímicas, somada a
modificações vasculares, que interferem na estrutura e na função desse
sistema(22). Nas dimensões psicológicas e sociais, existe uma gama de eventos
vivenciados especialmente pelos idosos que os submetem a estressores, tais
como: declínio social, perda de papéis produtivos, solidão, perda de pessoas
queridas e empobrecimento financeiro(21). A abordagem do curso da vida, em
epidemiologia, propõe que pessoas podem desenvolver doenças, como a
depressão, pelo fato de terem sido expostas a maiores situações de estresse e
condições precárias, que levam a um processo cumulativo ao logo do curso da
vida(24).
Todavia, a relação entre a sintomatologia depressiva e as concentrações
do cortisol ainda não é bem estabelecida na literatura, mas sim controversa,
apresentando perfis de cortisol inconsistentes. Hinkelmann et al. (2009)(5)
observaram que os pacientes depressivos apresentavam maior nível de cortisol
salivar diurno, comparado ao grupo controle, além da tendência de uma maior
área sob a curva(5). Da mesma forma, Cowen (2009)(25) e Gillespie & Nemeroff
(2005)(26) estabelecem a associação da depressão com elevados níveis de
cortisol salivar(25,26). Entretanto, existem evidências contraditórias, as quais tem
5
encontrado a depressão relacionada a perfis planos de cortisol diurno, ou seja,
sem a presença do pico de secreção desse hormônio(18,27), associado a
menores respostas de cortisol ao acordar, níveis diurnos brandos e menores
áreas sob a curva(3,4,12). Além disso, associado a elevados níveis de cortisol
noturno, sem declínio ao longo do dia, o que também caracteriza um nível
plano de secreção, característico do hipocortisolismo(28). Por fim, Knorr et al.
(2010)(29) investigaram, através de uma revisão sistemática e meta-análise, se
existia diferença entre pacientes depressivos em relação a controles, a partir da
análise do cortisol salivar, e concluíram que não havia evidência de diferenças
consistentes entre os dois grupos e, por isso, o cortisol era incapaz de
discriminar pessoas com ou sem depressão(29).
Diante disso, alguns fatores que podem estar envolvidos nessa relação
são os problemas de saúde e hábitos de vida. Estudo aponta que a curva do
cortisol diário com declínio típico, acentuado, se associa com melhor saúde
física e psicossocial(11) e que baixas respostas ao acordar são associadas com
problemas crônicos de saúde(14). Alterações nas concentrações do cortisol
relacionadas aos sintomas depressivos em idosos podem depender dos
problemas de saúde presentes. De fato, o declínio do cortisol e CAR foram
inalterados em uma pequena amostra de idosos sem problemas de saúde
adicionais(4). Já em um estudo de coorte, com idosos da comunidade, a
presença de sintomas depressivos foi associada à alterações nos níveis do
cortisol, porém o hipocortisolismo foi presente naqueles idosos com mais
problemas de saúde(30).
Além disso, deve-se levar em consideração a diferença entre homens e
mulheres, pois eles têm experiências diferenciadas na trajetória do curso da
vida, assim como possuem diferentes respostas biológicas a situações
potencialmente estressoras(31). Entretanto, poucos estudos em idosos têm
levado em consideração diferenças nas características de saúde e sexo para
avaliação da relação da sintomatologia depressiva com as concentrações do
cortisol.
Por fim, no Brasil não existem estudos analisando a relação da
sintomatologia depressiva com as concentrações do cortisol, em idosos, com
uma amostra representativa, considerando a presença de doenças crônicas e a
diferença entre os sexos, como o presente estudo se propõe.
6
1.1- Justificativa O aumento considerável no número de idosos tem feito com que esta
parcela da população tenha um destaque crescente na atenção à saúde.
Diante desse fato, importantes estudos têm sido desenvolvidos a fim de
compreender melhor essa população e garantir uma melhor qualidade de vida,
reduzindo os impactos deletérios do envelhecimento. Entre as condições que
vêm afetando essa população encontra-se a sintomatologia depressiva, a qual
pode alterar a função neural, hormonal e imunológica, aumentando assim a
susceptibilidade à doença e posterior declínio na saúde cognitiva e física.
Nesse contexto, atualmente discute-se a relação da sintomatologia
depressiva com as concentrações do cortisol em pessoas idosas, porém ainda
não é bem estabelecido na literatura. Considerando que haja alterações nas
concentrações do cortisol, pela presença da sintomatologia depressiva, as
quais podem levar a alterações endócrinas e maior susceptibilidade a doenças,
incapacidade e morte, a Fisioterapia poderá atuar no tratamento e prevenção
de maiores complicações, principalmente, através de exercícios que melhoram
a qualidade de vida e reduzem a ocorrência da sintomatologia depressiva.
Entretanto, deve ser observado o perfil de cada idoso para estabelecer
atendimento adequado ás suas necessidades. Estudos que abordam o perfil do
cortisol em pessoas idosas são escassos e vêm sendo realizados em
populações de alta renda, além de não considerarem a presença de doenças
crônicas e diferenças entre homens e mulheres, o que pode influenciar seus
resultados, já que são fatores que podem intermediar esta relação.
Logo, como forma de aprimorar o conhecimento, é importante observar o
perfil epidemiológico do grupo populacional em questão, identificar os fatores
de risco, aos quais estão expostos, e neles intervir de forma apropriada. Neste
sentido, estudos que objetivam traçar este perfil e conhecer os fatores de risco
envolvidos no processo saúde, doença, incapacidade e morte são instrumentos
válidos na inserção de uma prática contínua de avaliação do planejamento e
implementação de programas e ações na área da saúde do idoso.
Portanto, faz-se necessária a realização de estudos que abordem as
concentrações do cortisol e a possível influência da sintomatologia depressiva
nessas concentrações, entre homens e mulheres, em populações de baixa
7
renda, com um número amostral significativo e que tenha controle de possíveis
fatores de confusão. Deste modo, acredita-se que o presente estudo, através
da utilização de instrumentos válidos, é de fundamental importância para o
aprimoramento das ações em geriatria, fornecendo subsídios para o
planejamento da atenção à saúde do idoso.
1.2- Objetivos 1.2.1) Objetivo geral - Analisar a relação entre a sintomatologia depressiva e as concentrações do
cortisol em uma amostra de idosos da população do Nordeste brasileiro,
residentes na comunidade.
1.2.2) Objetivos específicos - Analisar as curvas das concentrações do cortisol da amostra de idosos em
estudo;
- Analisar a presença da sintomatologia depressiva na amostra em estudo;
- Analisar se existe diferença entre os sexos, quanto às concentrações cortisol;
- Analisar a relação entre as concentrações do cortisol e aspectos sócio-
demográficos e clínicos.
8
2- MATERIAIS E MÉTODOS
9
2.1 - Caracterização do estudo Esta pesquisa caracteriza-se por ser de natureza epidemiológica, do tipo
observacional analítico de caráter transversal. Esse tipo de pesquisa é
realizado quando o pesquisador tem a intenção de fornecer um diagnóstico
instantâneo da situação de saúde de uma população, com base na avaliação
individual do estado de saúde de cada um dos membros do grupo. Tal tipo de
estudo epidemiológico, no qual fator e efeito são observados num mesmo
momento histórico, tem sido bastante empregado atualmente(32).
2.2 - Local do estudo
O estudo foi realizado na cidade de Natal, capital do estado do Rio
Grande do Norte, com idosos residentes no bairro das Rocas, o qual é um dos
bairros mais antigos da cidade e considerado de baixa classe social, localizado
no distrito Leste (Figura 02).
Figura 02. Localização do Bairro das Rocas. Fonte: Mapa elaborado pela
SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, 2009.
2.3 - População A população desse estudo foi constituída por mulheres e homens idosos
com idade igual ou superior a 65 anos, residentes no bairro das Rocas. De
10
acordo com a população total residente no bairro (Figura 03), no ano 2008,
segundo o IBGE, tinha-se como total da população nas Rocas 11.061
habitantes, destes 1.056 são indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos,
correspondendo a aproximadamente 10% da população total que reside neste
bairro. Os dados dos indivíduos cadastrados na Unidade de Saúde da Família
das Rocas mostraram que aqueles com idade a partir de 65 anos de ambos os
sexos e que não estavam restritos ao leito foram de 547 idosos.
Figura 03. População total do Bairro das Rocas segundo dados do IBGE 2008.
2.4 - Amostra A partir da identificação da população do estudo, os idosos foram
recrutados, compondo uma amostra populacional, por critérios de
representatividade estatística.
O cálculo do tamanho amostral foi realizado considerando que a
probabilidade do idoso que apresenta sintomatologia depressiva apresentar
alteração nos níveis do cortisol é o dobro daqueles que não apresentam
sintomatologia depressiva. Foi admitido um α=0,05 para erros do tipo I e
β=0,20 para erros do tipo II. Dessa forma, obteve-se um n amostral de 279
indivíduos. Os idosos foram selecionados de forma randomizada, de acordo
com a lista existente no Programa de Saúde da Família das Rocas, através de
11
sorteio simples. Dos 547 indivíduos, cadastrados na USF-Rocas, 313 foram
avaliados.
Os critérios de inclusão adotados foram: o idoso deveria ser da
comunidade, apresentar idade igual ou superior a 65 anos, assinar o termo de
consentimento livre e esclarecido (Apêndice 1) e não apresentar déficit
cognitivo grave que impedisse a realização do questionário e coleta da saliva,
avaliado pela Prova Cognitiva de Leganés (PCL), que apresenta validação
nacional e tem como ponto de corte um total de 22 pontos(33,34).
Foram excluídos do estudo idosos que se recusaram em participar de
alguma fase da pesquisa ou que não conseguiram, por algum motivo, concluir
a entrevista e coleta da saliva, como também aqueles que apresentaram coleta
insuficiente de saliva para análise do cortisol ou presença de alguma
intercorrência como doenças ou uso de medicamentos no período de coleta.
Dessa forma, 57 indivíduos foram excluídos por não terem completado todas
as fases da pesquisa por recusa ou coleta insuficiente de material laboratorial,
ficando nossa amostra restrita a 256 idosos.
2.5 - Variáveis do estudo
A variável independente é a sintomatologia depressiva. Para o rastreio dos
sintomas depressivos foi utilizada a versão brasileira da CES-D (Center for
Epidemiologic Studies-Depression Scale)(35), a qual será abordada no item
instrumentos de coletas de dados.
A variável dependente é expressa pelas concentrações do cortisol, obtidas
através da coleta de saliva, considerando as seguintes medidas: ao acordar, 30
minutos após acordar, 60 minutos após acordar, às 15 horas e antes de dormir.
Além dessas, foram consideradas as seguintes medidas compostas: CAR,
que é a diferença entre o valor da média dos 30 minutos após acordar (pico) e
a média ao acordar; declínio do cortisol diário, que é a diferença entre o valor
da média antes de dormir e a média do pico; e a área sob a curva (AUC), que
se utiliza das medidas realizadas ao longo do dia(11,14), sendo calculada a área
das medidas do cortisol relativas à zero, usando o método trapezóide aplicado
em todos os pontos do gráfico(36). As medidas do cortisol são expressas em
nmol/L e calculado o logaritmo de cada medida para normalização da
12
distribuição dos dados do cortisol(11,13,28).
Como co-variáveis foram avaliadas: as condições sócio-demográficas
(idade, sexo, estado civil e escolaridade) e condições de saúde (hábito de
fumar, IMC, doenças crônicas e função cognitiva).
Figura 04. Quadro de variáveis do estudo.
Nome Descrição Tipo
Variável independente
Sintomatologia
depressiva
Avaliada pela CES-D
≥16: com sintomas depressivos
<16: sem sintomas depressivos
Categórica
ordinal
Pontuação na CES-D Quantitativa
discreta
Variável dependente
Cortisol salivar Medidas das concentrações do cortisol
salivar diurno (Ao acordar, 30 minutos após
acordar, 60 minutos após acordar, 15h,
antes de dormir, CAR, declínio do cortisol
diário e AUC)
Quantitativa
contínua
Co-variáveis
Idade Idade do idoso em anos Quantitativa
contínua
Sexo Masculino e feminino Categórica
nominal
Estado Civil Solteiro, casado, viúvo/divorciado Categórica
nominal
Escolaridade Anos de estudo Quantitativa
contínua
Hábito de fumar Não fuma/nunca e fuma/já fumou Categórica
nominal
Índice de massa
corporal
IMC = Kg/m2 Quantitativa
contínua
13
Doenças
crônicas
Presença de doenças crônicas: sim ou não Categórica
nominal
Número de doenças crônicas Quantitativa
discreta
Função
cognitiva
Avaliada pela PCL (Prova Cognitiva de
Leganés)
Categórica
ordinal
2.6 - Instrumentos de coletas de dados
Foi elaborado um questionário estruturado (Apêndice 2) que consta dos
seguintes itens: Identificação (nome, endereço e telefone), função cognitiva,
características antropométricas (peso e altura), pressão arterial, aspectos
sócio-demográficos, condições de saúde e sintomatologia depressiva (CES-D).
Dentre os instrumentos utilizados, em relação à avaliação da função
cognitiva foi utilizada a Prova Cognitiva de Leganés (PCL). A Prova Cognitiva
de Leganés é um teste de rastreio cognitivo desenvolvido por Zunzunegui et al.
(2000)(34), na cidade de Leganés, na Espanha. O teste possui 32 questões,
agrupadas em 07 categorias: orientação temporal (3 pontos); orientação
espacial (2 pontos); informações pessoais (3 pontos); teste de nomeação (6
pontos); memória imediata (6 pontos); memória tardia (6 pontos); e memória
lógica (3 pontos). A PCL tem validação nacional e possui a pontuação de 22
como ponto de corte(33,34).
Para a medida da massa corporal foi utilizada uma balança Felizona,
Série 3.134, com divisões de 100g; e para a tomada da altura, fitas métricas da
"fiber glass" com divisões de 1 mm. A pressão arterial foi mensurada por um
monitor de pressão arterial automático de braço, Omron, validado clinicamente
pela BHS (British Hypertension Society) e a AAMI (Association for the
Advancement of Medical Instrumentation)(37,38).
As condições sócio-demográficas incluíram: idade, de acordo com o ano
de nascimento; sexo; nível de escolaridade em anos de estudo; e estado civil
(solteiro, casado, viúvo/divorciado).
Para avaliar as condições de saúde, foram utilizadas questões do
Women’s Health on Aging Study(39), o qual avalia as condições crônicas,
14
incluindo enfermidades como hipertensão, diabetes, câncer, artrite, doença
cardíaca e acidente vascular cerebral, que foram diagnosticadas por um
médico e auto-relatada pelo entrevistado; o hábito de fumar, onde o idoso
respondia sim para ―fuma/já fumou‖ ou não para ―não fuma/nunca fumou‖; a
medida do IMC, através do peso e altura; e a função cognitiva avaliada pela
PCL.
Para o rastreio dos sintomas depressivos, foi utilizada a versão brasileira
da CES-D(35), composta por 20 itens sobre humor, sintomas somáticos,
interações com os outros e funcionamento motor. Esses itens comportam a
avaliação da frequência de sintomas depressivos vividos na semana anterior à
entrevista. As respostas são pontuadas de acordo com uma ordem de
frequência de sintomas (0 - nunca ou raramente, 1 - poucas vezes, 2 – às
vezes e 3 – quase sempre ou sempre), podendo o escore final variar de 0 a 60
pontos. O ponto de corte adotado foi o que é aceito internacionalmente,
proposto em uma versão norte-americana, em que escores iguais ou maiores
que 16 revelam a presença de sintomas depressivos(40).
Para coleta das concentrações do cortisol salivar, foram utilizados cinco
tubos, por cada idoso, denominados salivettes®(11), que foram etiquetados com
seus respectivos horários (ao acordar, 30 minutos após acordar, 60 minutos
após acordar, às 15 horas e antes de dormir) na sequência de 1 a 5. Junto aos
tubos, foi entregue um guia com explicações detalhadas sobre horário da
coleta e armazenamento do material coletado, além de algumas perguntas
sobre humor, sono e alimentação que deveriam ser respondidas no momento
da coleta (Apêndice 3).
2.7 - Procedimentos O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Onofre Lopes obtendo parecer favorável CEP/HUOL
481/10, como parte de um estudo de caráter epidemiológico denominado
―Carga alostática, fragilidade e funcionalidade em idosos‖ (Apêndice 4). Após a
aprovação, os idosos foram selecionados de forma randomizada, de acordo
com a lista existente no Programa de Saúde da Família das Rocas, através de
sorteio simples. Em seguida, os entrevistadores foram devidamente treinados
15
para padronização da aplicação do protocolo de entrevista, através de vídeos,
e para a inserção dos dados nos bancos computadorizados.
Os dados foram coletados por cinco entrevistadores e a coleta dos
dados ocorreu na própria residência do idoso. Os entrevistadores se
apresentaram com crachá, folhetos, instrumentos necessários e documentação
do comitê de ética, ao qual o projeto foi submetido.
Antes de começar a entrevista com cada idoso, foi lido o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE), o qual esclarece os objetivos e todos
os procedimentos da pesquisa. Aqueles idosos que aceitaram participar do
estudo, e que estavam de acordo com os critérios de inclusão propostos,
assinaram o TCLE.
Após a obtenção da assinatura do TCLE, foi iniciada a entrevista, com
questões de identificação e função cognitiva. Uma vez que o idoso não
apresentasse declínio cognitivo, avaliado pela PCL, o mesmo participaria do
estudo e responderia ao questionário estruturado, o qual foi detalhado
anteriormente (Apêndice 2).
Ao término da entrevista, foram explicados os procedimentos para a
coleta da saliva, referente à mensuração do cortisol salivar (Apêndice 3). Cada
participante recebeu cinco (5) tubos para coleta de saliva, que foi realizada no
próximo dia que o idoso estivesse em casa nos horários da coleta. Para a
realização da coleta da saliva, os participantes receberam um guia, explicando
todo o procedimento, horários de coleta, bem como sobre o armazenamento do
material. Além disso, a cada coleta de saliva, os indivíduos preencheram o
formulário citado, com os horários da coleta e questões sobre humor, sono e
alimentação.
No quarto ou quinto dia após a entrevista, o mesmo entrevistador
retornou a casa do participante para o recebimento do material coletado
(saliva), já que toda a coleta foi realizada no domicílio do participante. Ocorreu
esse intervalo entre a entrevista e o recebimento do material, já que alguns
dias os idosos realizavam algumas atividades fora do domicílio ou tinham
outros compromissos que impediam a realização da coleta. Por fim, as
amostras de saliva para mensuração do cortisol foram enviadas ao laboratório
para serem analisadas, através do método imunoensaio competitivo que
recorre à técnica de quimioluminescência direta, onde foram obtidas todas as
16
medidas necessárias.
2.8 - Análise estatística
A análise dos dados foi realizada através do programa SPSS 20.0
(Statistical Package for the Social Science) atribuindo-se o nível de
significância de 5% (p<0,05) para todos os testes.
Inicialmente foi calculado o logaritmo de base 10 de cada medida do
cortisol para normalização da distribuição dos dados. Para verificar a
normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Para a
estatística descritiva foram utilizadas medidas de tendência central e dispersão
para variáveis quantitativas e frequências absolutas e relativas para variáveis
categóricas. Esta analise é apresentada por tabelas e figuras.
Para verificar diferença entre as médias das medidas do cortisol entre
idosos com e sem presença de sintomatologia depressiva e entre os sexos foi
realizado o teste t de Student. Para analisar a associação entre variáveis
categóricas e o sexo foi utilizado o teste Qui-quadrado e para análise da
relação entre o cortisol e variáveis quantitativas foi realizado o teste de
Correlação de Pearson.
Na análise das curvas do cortisol segundo o sexo e a presença de
sintomatologia depressiva, as diferenças entre as medidas em cada grupo
foram verificadas pela Análise de Variância (ANOVA) de medidas repetidas,
com teste post-hoc de Bonferroni.
2.9 - Aspectos éticos Considerando-se os aspectos éticos referentes a pesquisas envolvendo
seres humanos, o presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte do
estudo de caráter epidemiológico denominado ―Carga alostática, fragilidade e
funcionalidade em idosos‖ obtendo o parecer favorável - CEP/HUOL 481/10.
No momento da aplicação dos instrumentos, os participantes da
pesquisa foram informados previamente a respeito dos objetivos e
procedimentos desta, assim como do seu anonimato e da confidencialidade de
suas respostas.
17
Foi solicitada, aos participantes, a leitura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, de acordo com o determinado pela Resolução 196/96, do
Conselho Nacional de Saúde (CNS). Este documento deixa explícito o convite
aos idosos para participação no estudo, por via escrita, informando ainda, que
este consentimento garante ao entrevistado o direito de interromper sua
colaboração na pesquisa a qualquer momento, caso julgue necessário, sem
que isso implique em constrangimento ou prejuízo de qualquer ordem.
O presente estudo se utiliza de informações obtidas por meio da
entrevista realizada na residência do idoso. As fichas permanecem em poder
do pesquisador, após a coleta dos dados, e, em nenhum momento, os
entrevistados foram identificados ou suas informações pessoais foram
disponibilizadas para outros objetivos.
18
3 – RESULTADOS
19
A amostra foi composta por 256 idosos, sendo 88 (34,4%) homens e 168
(65,6%) mulheres com média de idade de 74,0 (±7,0) anos, não existindo
diferença significativa entre homens e mulheres (p=0,38).
A tabela 01 mostra a caracterização da amostra em relação às variáveis
independentes de acordo com o sexo. Foram encontradas diferenças
significativas para as variáveis índice de massa corporal (IMC) (p=0,01), estado
civil (<0,01) e presença de doença crônica (p=0,001). Dentre as comorbidades
autorrelatadas, as mais prevalentes foram a hipertensão (65,6%), artrite/artrose
(48,4%) e diabetes (32,8%).
Quanto ao hábito de fumar, o consumo de tabaco foi maior nos homens
do que nas mulheres, onde 51,1% dos homens fumam ou já fumaram em
relação a 38,0% das mulheres (p= 0,04). Os dados referentes à presença da
sintomatologia depressiva avaliada pela CES-D mostraram que a prevalência
da sintomatologia depressiva foi de 39,1%. Entre os homens, 23 (26,1%)
apresentaram sintomatologia depressiva em relação a 77 (45,8%) mulheres,
existindo diferença significativa em relação à média de pontuação da CES-D
total (p=0,01), com as mulheres apresentando maior média nos escores.
As médias das concentrações do cortisol foram as seguintes: ao acordar
(12,35 nmol/L), 30 minutos após acordar (14,11 nmol/L), 60 minutos após
acordar (11,71 nmol/L), 15 horas (5,44 nmol/L) e antes de dormir (4,44 nmol/L).
A figura 05 apresenta as curvas de cortisol salivar diurno, considerando
as cinco medidas ao longo do dia, entre aqueles idosos com presença e
ausência da sintomatologia depressiva. Existiu diferença significativa entre as
curvas para a medida do cortisol ao acordar (p=0,04), onde os idosos com
sintomatologia depressiva apresentaram menor média do que os que não
apresentavam sintomatologia depressiva. As demais medidas apresentaram
comportamento semelhante, ou seja, sem diferenças significativas entre as
curvas.
20
Tabela 01 – Caracterização da amostra em relação às variáveis independentes,
de acordo com o sexo, Natal-RN, 2011.
Sexo
Masculino Feminino
Média ±dp n % Média ±dp n % Total p
Idade (anos) 73,6 6,5 88 74,4 6,9 168 0,38
IMC (Kg/m2) 25,8 3,6 88 27,6 6,0 168 0,01
Número de doenças
crônicas 1,8 1,3 88 2,1 1,3 168 0,06
Anos de estudo 5,6 4,6 88 4,4 3,3 168 0,03
PCL total 27,1 3,9 88 27,5 3,1 168 0,43
Sintomatologia
depressiva 11,8 9,6 88 16,4 12,2 168 0,01
Estado civil
Solteiro 9 10,2 32 19,0 41 16,0
Casado 70 79,6 52 31,0 122 47,7 <0,01
Viúvo/
Divorciado 9 10,2 84 50,0 93 36,3
Doenças
crônicas
Não 14 15,9 7 4,2 21 8,2 0,001
Sim 74 84,1 161 95,8 235 91,8
HAS Não 32 36,4 56 33,3 88 34,4
Sim 56 63,6 112 66,7 168 65,6 0,62
Diabetes Não 62 70,5 110 65,5 172 67,2
Sim 26 29,5 58 34,5 84 32,8 0,42
Câncer Não 81 92,0 156 92,9 237 92,6
Sim 7 8,0 12 7,1 19 7,4 0,81
Artrite Não 59 67,0 73 43,5 132 51,6
Sim 29 33,0 95 56,5 124 48,4 <0,01
Doença
cardíaca
Não 65 73,9 143 85,1 208 81,2
Sim 23 26,1 25 14,9 48 18,8 0,03
AVC Não 79 89,8 153 91,1 232 90,6
Sim 9 10,2 15 8,9 24 9,4 0,73
Hábito de
fumar
Não/nunca 43 48,8 104 61,9 147 57,4 0,04
Sim/já fumou 45 51,1 64 38,0 109 42,6
Em relação à análise da variância (ANOVA) de medidas repetidas, foi
observado que para os idosos sem sintomatologia depressiva não houve
diferença significativa entre a 1ª (ao acordar) e a 2ª medida (30 minutos após
acordar), porém houve diferença significativa da 3ª (60 minutos após acordar),
21
4ª (15h) e 5ª medida (antes de dormir) em relação a todas as outras.
Já para os idosos com sintomatologia depressiva a 1ª medida não teve
diferença significativa tanto em relação à 2ª medida, como também em relação
a 3ª, demonstrando o aspecto plano da curva. Além disso, não houve diferença
significativa da 4ª (15h) em relação à 5ª medida (antes de dormir), o que
demonstra um maior nível noturno de cortisol para os idosos com
sintomatologia depressiva, sem declínio, com aspecto plano da curva.
Figura 05. Níveis do cortisol em uma amostra de idosos em relação à presença
e ausência da sintomatologia depressiva, Natal – RN, 2011.
A figura 06 mostra as curvas de cortisol salivar diurno em relação ao
sexo. Não houve diferença estatística significativa entre as médias das
concentrações de cortisol, porém observa-se o maior achatamento da curva ao
amanhecer no sexo feminino, como também a ausência do pico do cortisol,
normalmente presente 30 minutos após acordar. Através da análise de cada
curva separadamente, pela análise da variância (ANOVA) de medidas
repetidas, foi observado que tanto para o sexo masculino, quanto para o
feminino, não houve diferença significativa entre a 1ª e a 2ª medida,
22
caracterizando a ausência do pico (30 minutos após acordar). Porém, houve
diferença da 2ª medida em relação à 3ª e da 4ª e 5ª em relação a todas as
outras medidas (declínio).
Figura 06. Níveis do cortisol em uma amostra de idosos em relação ao sexo,
Natal – RN, 2011.
Quanto às médias do CAR (Cortisol Awakening Response) em relação
ao sexo e à sintomatologia depressiva não houve diferença significativa
(p=0,21 e p=0,17, respectivamente). Assim também ocorreu na análise do
declínio do cortisol diário (p=0,40 e p=0,22) e para a variável área sob a curva
(p= 0,55 e p=0,43).
Quanto às demais variáveis independentes categóricas (sócio-
demográficas e clínicas) e quantitativas (idade, anos de estudo, número de
condições crônicas, PCL total e IMC) não foram encontradas, respectivamente,
diferenças significativas entre as médias e correlações com nenhuma das
medidas do cortisol.
23
4- DISCUSSÃO
24
O objetivo desse estudo foi analisar a relação entre a sintomatologia
depressiva e as concentrações do cortisol salivar em uma amostra de idosos
residentes na comunidade do Nordeste brasileiro. A amostra foi composta por
256 idosos, onde o número de mulheres foi quase o dobro em relação aos
homens. Essa proporção segue aproximadamente a mesma proporção dos
dados da população do bairro das Rocas nessa faixa etária (Figura 03).
Em relação à sintomatologia depressiva, a prevalência encontrada
(39,1%) foi acima do descrito em alguns estudos(41,42), porém se aproxima da
prevalência de estudo realizado na mesma região(43) e do estudo de Penninx et
al. (2009)(30), o qual encontrou prevalência de 31% avaliando também pela
utilização da escala CES-D(30).
Essa diferença pode ser justificada pelo fato dos idosos envolvidos na
presente pesquisa estarem inseridos em um bairro localizado na periferia da
cidade e ser considerado de baixa classe social, onde as condições de moradia
e saúde são deficientes, já que o ambiente no qual o idoso vive possui
importante impacto na apresentação dessa enfermidade(44). Problemas de
saúde e fome durante a infância, bem como a falta de escolaridade, foram
associados com a depressão em homens e mulheres latino-americanos(41).
Além disso, um grande percentual da amostra é constituído por mulheres, as
quais estão relacionadas à maior prevalência de sintomas depressivos e
depressão(43,45).
De fato, houve diferença significativa entre os sexos em relação à
presença da sintomatologia depressiva e à média da pontuação na escala
CES-D, com prevalência e pontuação maiores para as mulheres (p<0,01). Há
um paradoxo, rotineiramente demonstrado nas estatísticas de resultados de
saúde, considerando que as maiores taxas de morbidade e utilização dos
serviços de saúde são encontradas no sexo feminino, enquanto que as maiores
taxas de mortalidade são encontradas nos homens(46). Então, apesar das
mulheres viverem 6 a 8 anos mais do que os homens, elas apresentam pior
estado de saúde, considerando doenças crônicas(46). Além disso, por viverem
mais, tem mais chances de se tornarem viúvas e vivenciarem sentimentos de
luto e perda, que podem levar à sintomatologia depressiva e depressão(45). No
presente estudo o número de mulheres que afirmaram serem viúvas ou
divorciadas foi quase cinco vezes mais do que o número de homens (50% vs
25
10,2%).
Em relação ao cortisol, muitos estudos têm buscado o entendimento de
desfechos adversos à saúde e suas concentrações. A secreção típica do
cortisol diurno segue um ritmo circadiano com valores elevados após acordar,
mostrando um pico de elevação 30 minutos após acordar, o qual é um
fenômeno chamado ―resposta do cortisol ao acordar‖ (CAR)(4,6) característico
do eixo HPA. Curva de cortisol diário com declínio típico, acentuado, tem sido
associada com melhor saúde física e psicossocial(11) e baixas respostas ao
acordar com problemas crônicos de saúde(14).
Com base nos resultados encontrados, pode-se observar que as
concentrações de cortisol salivar dos idosos avaliados foram inferiores quando
comparadas a outros estudos populacionais em idosos(14,47,48). A média do
cortisol ao acordar, no presente estudo, foi de 12,35 nmol/L, com pico de 14,11
nmol/L e 4,44 nmol/L antes de dormir.
Entre os estudos avaliados, na metanálise de Gardner et al. (2012)(47), a
média do cortisol salivar variou de 15,8 nmol/L a 23,3 nmol/L pela manhã, o
que é uma média alta em relação ao presente estudo. Entretanto, em relação
ao valor da noite, foi observada uma variação entre 2,4 nmol/L a 3,9 nmo/L(47),
o que é inferior à média encontrada. Essa mesma relação é observada no
estudo de Peeters et al. (2008)(48), onde se tem uma média pela manhã de 15
nmol/L, superior à encontrada, e à noite de 3 nmol/L, inferior(48). Além disso, no
estudo de Dowd et al. (2009)(14) foi observado um pico de secreção de 17
nmol/L, o que foi superior ao verificado.
Alguns estudos têm encontrado a depressão relacionada a perfis planos
de cortisol diurno, sem a presença do pico de secreção, característico aos 30
minutos após acordar(18,27), associada a níveis diurnos brandos(3,4,12) e ainda a
elevados níveis de cortisol noturno, sem declínio típico ao longo do dia, o que
também caracteriza um nível plano de secreção, considerado característico do
hipocortisolismo(28).
No presente estudo, houve diferença significativa apenas em relação à
primeira medida do cortisol salivar, ao acordar, entre os idosos com presença e
ausência da sintomatologia depressiva, onde os idosos com sintomatologia
depressiva apresentaram menor média. Entretanto, ao analisar as curvas
separadamente, pôde-se verificar que existem características diferentes entre
26
elas.
Nos idosos com sintomatologia depressiva não existiu diferença entre as
três primeiras medidas (ao acordar, 30 minutos após acordar e 60 minutos
após acordar), caracterizando a ausência do pico de secreção e declínio, além
de não apresentar diferença entre a quarta e quinta medida (15h e antes de
dormir), o que indica ausência do declínio típico ao longo do dia e manutenção
de maiores concentrações noturnas. Enquanto que os idosos sem a
sintomatologia depressiva apresentaram diferença da terceira, quarta e quinta
medida em relação a todas as outras, isto é, com declínio ao longo do dia e à
noite.
Tais características da curva dos idosos com sintomatologia depressiva
podem sugerir que não houve uma atividade dinâmica do eixo HPA, ou seja,
sem grandes variabilidades dos níveis de cortisol ao longo do dia, o que
corrobora achados de alguns estudos que encontraram sintomas depressivos e
estressores relacionados a um padrão plano do cortisol diurno, relacionado a
níveis reduzidos pela manhã e/ou maiores níveis noturnos (4,12,49,50).
Um estudo recente realizado no Brasil em uma pequena amostra de
jovens e idosos mostrou que idosos com sintomatologia depressiva foram
associados com declínio reduzido e maiores níveis noturnos(51). Em uma meta-
análise, observou-se que, em geral, indivíduos com e sem depressão
apresentavam níveis de cortisol similares, porém os idosos depressivos
exibiam um padrão diurno plano e os idosos não depressivos apresentavam
um padrão de resposta dinâmico com maior resposta e rápida recuperação ao
stress(52).
Uma hipótese relatada em alguns estudos é o fato de que possa existir
uma ativação crônica a longo prazo do eixo HPA podendo levar à atenuação e
sub-ativação, com baixas respostas desse eixo(18,53). Isso pode ocorrer devido
à hipótese de que o hipocortisolismo reflete a exaustão do eixo HPA, como
resultado de stress crônico, traumas psicológicos e prolongados períodos de
stress no trabalho(54).
Não obstante, apesar das condições anteriores de vida e na infância não
terem sido avaliadas, sabendo que se trata de um bairro da periferia da cidade,
estas situações podem ser motivos para justificar a atenuação do cortisol
nesses idosos do nordeste brasileiro, diferente de uma população de alta renda
27
avaliada em país desenvolvido(55). Estudo comparativo de população do Brasil
e Canadá mostrou que os idosos brasileiros com sintomatologia depressiva
apresentaram menores níveis de cortisol ao amanhecer e maiores médias
noturnas, enquanto os idosos canadenses apresentaram maior nível de cortisol
associado à presença da sintomatologia depressiva(55). Parece que viver em
área subdesenvolvida está relacionado ao menor nível do cortisol(55,56).
Portanto, tais fatores podem ser fortes suficientes para sobrepor diferenças
significativas que poderiam existir devido à presença de sintomatologia
depressiva ou diferença de sexo no presente estudo.
O cortisol parece seguir dois estágios de resposta: em situações de
baixo/moderado estresse ocorre ativação do eixo HPA aumentando o nível do
cortisol (hipercortisolismo), entretanto, existe a hipótese de que haja
hiperatividade temporal, ou seja, quando o estresse persiste, o eixo HPA
parece tornar-se hipoativo(18). Em um estudo prospectivo, observou-se que
pacientes tinham um aumento do nível do cortisol inicial, mas que níveis baixos
de cortisol ocorriam em pacientes no período de remissão e previam a
recorrência da depressão(57). Tais alterações do eixo HPA podem ser
determinadas por uma biossíntese reduzida do cortisol ou dos hormônios
liberadores envolvidos (CRF e ACTH), acompanhada de subsequente
diminuição da estimulação de sua liberação; pela hipersecreção anterior e sub-
regulação posterior dos receptores alvo ou pelo aumento da sensibilidade do
feedback negativo de glicocorticoides(18).
Apesar das diferenças encontradas ao analisar cada curva, a medida
que apresentou diferença significativa entre os idosos com e sem
sintomatologia depressiva foi a medida ao acordar. O estudo de Vreeburg et al.
(2012)(58) mostra que menor nível do cortisol ao acordar está associado ao
maior risco de uma trajetória desfavorável, de um curso crônico da depressão
e/ou desordens de ansiedade por dois anos(58). Entretanto, existem estudos
contraditórios na literatura mostrando maiores níveis de cortisol, característico
do hipercortisolismo, em pessoas com depressão(5,25,59,60), inclusive com
maiores áreas sob a curva, indicando maiores níveis gerais de cortisol ao longo
do dia(5). Por outro lado, Knorr et al (2010)(29), em sua metanálise, concluíram
que o cortisol não é capaz de discriminar pessoas com e sem depressão(29),
assim como o estudo de Zverová et al. (2013)(61), o qual afirma que baixas e
28
altas concentrações de cortisol podem estar associadas com maior prevalência
da sintomatologia depressiva(61). Alguns estudos afirmam que a secreção do
cortisol pode variar com maior ou menor atividade do eixo HPA em pacientes
depressivos dependendo do perfil específico da sintomatologia(62–64) e dos
problemas de saúde presentes(30).
Pesquisas em relação à resposta do cortisol ao acordar têm mostrado
um CAR atenuado associado a problemas crônicos de saúde, estresse
psicossocial(19,65), depressão, fadiga e exaustão(19,66,67). O mesmo foi visto no
estudo de Stleter & Miller (2005)(12), que mostrou um CAR atenuado em
participantes deprimidos(12). Entretanto, no presente estudo, apesar de ser
observado um CAR atenuado, não houve diferença significativa para nenhuma
das medidas compostas avaliadas entre os idosos com presença e ausência da
sintomatologia depressiva. Percebe-se que na literatura há estudos
contraditórios aos citados, nos quais participantes que estavam deprimidos,
atualmente ou anteriormente, ou que tiveram mais sintomas depressivos
exibiram um CAR elevado(60,68,69) e maior área sob a curva(70).
Uma explicação para essa divergência pode ser a existência da
ansiedade em quem está deprimido(69). Por exemplo, no estudo de Vreeburg et
al. (2009)(69), os participantes deprimidos com presença de ansiedade tinham
um CAR superior em comparação àqueles que tinham apenas a depressão,
sugerindo que a ansiedade pode elevar os valores do CAR em pacientes
deprimidos(69).
Entre as curvas das concentrações do cortisol e os sexos não houve
diferença significativa, como no estudo de Heaney et al. (2010)(4), apesar de no
sexo feminino ter sido observado um perfil plano de secreção entre as três
primeiras medidas avaliadas do cortisol, caracterizando menor média pela
manhã. Entretanto, no estudo de Bagley et al. (2011)(71), os resultados
demostraram que houve uma resposta diferenciada entre homens e mulheres,
onde as mulheres que tinham apresentado depressão mostraram uma reduzida
resposta de cortisol, enquanto que os homens mostraram maior nível de
cortisol(71).
Em geral, nos idosos avaliados nesse estudo, foi observada menor
resposta do cortisol salivar; e o impacto de um padrão de cortisol diurno
alterado pode ser importante, já que mudanças nas funções endócrinas são
29
associadas a distúrbios imunes, função física e independência(4). Uma resposta
dinâmica do eixo HPA com aumento dos níveis em situações de stress,
fornecendo ao organismo uma energia necessária para lidar com desafios,
seguido de um retorno adequado às condições basais, seria considerada a
melhor resposta e adaptação(72).
Por outro lado, a ação de imunossupressão do cortisol previne efeitos
tóxicos dos mecanismos primários de defesa ativados com o estresse. Assim, a
falta permanente do efeito protetor do cortisol em pessoas com estresse
crônico pode promover a desinibição das funções imunes, resultando em
aumento da vulnerabilidade para o desenvolvimento de desordens imunes,
inflamatórias, síndromes de dor crônica, alergias e asma(73). Os glicocorticoides
parecem equilibrar a função imune e vários mecanismos podem contribuir para
má adaptação da função imune em pessoas com hipocortisolismo(73).
Por fim, não foi encontrada nenhuma diferença significativa entre as
variáveis sócio-demográficas e clínicas avaliadas em relação a nenhuma
medida do cortisol, inclusive em relação ao déficit cognitivo avaliado pela PCL.
O estudo de Comijs et al. (2010)(74), utilizando-se de amostra sanguínea,
corrobora o presente estudo, já que concluem que altos níveis de cortisol não
estão associados com o declínio cognitivo ao longo de 6 anos, apesar de estar
associado à menor memória(74). Diferente de outros estudos que viram relação
entre o déficit cognitivo e altos níveis de cortisol(5,20,75).
Portanto, acredita-se que condições adversas de vida dos idosos,
avaliados no Nordeste do Brasil, possam ser fortes suficientes para sobrepor
diferenças significativas, que poderiam existir devido à presença de
sintomatologia depressiva ou diferença de sexo no presente estudo(55,76,77).
Dentre as limitações do nosso estudo, uma delas é o fato de ter sido
realizado apenas um dia de coleta do cortisol salivar. Apesar de terem sido
coletadas cinco medidas em um dia, tornando possível a análise da curva de
concentrações ao longo do dia, a realização das coletas em dois dias permitiria
a obtenção mais real da variabilidade do cortisol. Além disso, observou-se
como limitação o fato de não ter sido considerado o uso de antidepressivos, os
quais podem ter alguma influência nos resultados. Outra limitação é a
subjetividade da escala CES-D para rastreio da sintomatologia depressiva e a
possibilidade de reação a eventos estressores que culminam com a elevação
30
temporária de sintomas depressivos, apesar de ser uma escala validada e
amplamente utilizada nessa área de conhecimento. Por fim, o diferencial do
nosso estudo é que este foi o primeiro estudo a analisar a relação entre
sintomatologia depressiva e concentrações de cortisol em uma amostra
representativa de idosos de um centro urbano do nordeste brasileiro,
considerando cinco medidas de cortisol salivar e medidas compostas, como
CAR, AUC e declínio do cortisol diário.
Sugerimos que estudos longitudinais sejam realizados, já que são
necessários para estabelecer relações de causalidade e que o uso de
medicações seja controlado não apenas no período da coleta, já que
medicações podem ter efeitos prolongados.
31
5- CONCLUSÃO
32
Os resultados desse estudo revelaram alta prevalência da
sintomatologia depressiva entre idosos do nordeste brasileiro com diferença
entre as curvas das concentrações do cortisol em relação à sintomatologia
depressiva, mas não ao sexo. Uma vez que, os idosos que apresentavam
sintomatologia depressiva apresentaram menor média do cortisol ao acordar e
aspecto plano da curva. Portanto, parece existir relação entre a sintomatologia
depressiva e o hipocortisolismo. No Brasil, entretanto, as condições adversas
de vida podem ser fatores fortes suficientes para sobrepor maiores diferenças
que pudessem existir, nas concentrações de cortisol, em relação à presença da
sintomatologia depressiva.
33
6-REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TÍTULO DA PEQUISA: CARGA ALOSTÁTICA, FRAGILIDADE E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS
INVESTIGADORES: Aline do Nascimento Falcão Freire
Prof. Orientador Ricardo Oliveira Guerra
NOME DO PARTICIPANTE: _______________________________________________________________
Este termo de consentimento livre e esclarecido poderá conter palavras que você não entende. Peça a uma pessoa da equipe de estudo para explicar qualquer palavra ou informação que você não tenha entendido claramente.
OBJETIVO DO ESTUDO
Você está sendo convidado a participar de um estudo de caráter transversal. O objetivo desse estudo é analisar as relações associativas entre carga alostática, através dos fatores sociais estressores e marcadores biológicos do estresse, com a fragilidade e o estado funcional de populações idosas residentes na comunidade.
DESENHO DO ESTUDO
A população selecionada para participar das atividades será composta por idosos de ambos os sexos, com idade acima de 65 anos, residente na comunidade na cidade de Natal/RN.
PROCEDIMENTOS
Se você concordar em participar do estudo, será submetido a uma avaliação utilizando alguns questionários. Primeiramente, responderá ao questionário contendo informações sobre o curso de vida, estado de saúde, nível cognitivo, incapacidade funcional. Após, será dadas as orientações para a coleta da saliva, urina e sangue a ser realizada nos dias consecutivos.
CUSTOS
Todos os serviços profissionais exigidos como parte deste estudo serão gratuitos.
CONFIDENCIALIDADE
Sua identidade será preservada em todas as situações que envolvam discussão, apresentação e/ou publicação dos resultados da pesquisa. Somente suas iniciais identificarão as informações coletadas sobre você. Os registros que identificam você e este termo de consentimento poderão ser inspecionados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRN, além do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes. Não haverá qualquer forma de gratificação pela participação no experimento e os resultados obtidos a partir dele serão propriedade exclusiva dos pesquisadores, podendo ser divulgados de quaisquer formas (escrita e oral), a critério dos
mesmos.
PARTICIPAÇÃO/RETIRADA VOLUNTÁRIA DO ESTUDO
Sua participação é voluntária. Você é livre para aceitar participar deste estudo ou poderá retirar-se a qualquer momento.
QUEM CONTACTAR EM CASO DE DÚVIDA
Se você tiver alguma dúvida sobre este estudo ou algum problema relacionado à pesquisa, deverá entrar em contato com a investigadora do estudo, Aline do Nascimento Falcão Freire, rua dos Tororós, n 2310, Lagoa Nova; telefone (84) 8804-5941; e-mail: [email protected].
Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes no endereço Av. Nilo Peçanha nº 620, Petrópolis, Natal/RN, CEP: 59012-300, telefone:3342-5003. *Não assine nem date este formulário a menos que você tenha tido a oportunidade de esclarecer suas dúvidas e tenha recebido respostas satisfatórias a todas as suas perguntas.
CONSENTIMENTO INFORMADO
Li e entendi as informações acima. Perguntei e discuti os detalhes do estudo com uma pessoa da equipe de pesquisa. Concordo em participar deste estudo baseado nas informações fornecidas. Entendo que receberei uma cópia assinada e datada deste termo de consentimento.
Participante da pesquisa: Nome:_______________________________________________________ Data:____/____/____ ____________________________________________________________ Assinatura Pesquisador responsável: Nome: Professor Doutor Ricardo Oliveira Guerra Endereço: Centro de Ciências da Saúde – Departamento de Fisioterapia Av. Senador Salgado Filho, 300, Campus Universitário, CEP: 59078-970, Natal-RN, 2ª andar. Telefone: 3342-2002. E-mail: [email protected]
Assinatura Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes: Av. Nilo Peçanha, nº 620, Petrópolis, CEP: 59012-300, Natal-RN, telefone: 3342-5003.
Apêndice 2 – Questionário estruturado I) INFORMAÇÕES PESSOAIS
Identificação do participante (No.)
Nome completo
Endereço completo
Nº do telefone
Pessoa de contato
Relação com o participante
Nome
Endereço completo
No. de telefone
II) DECLÍNIO COGNITIVO (PCL) ―Problemas de memória preocupam muitos idosos e seus médicos, mas algumas pessoas reclamam desses problemas quando, na verdade, têm boa memória. Temos um teste elaborado com uma série de perguntas que ajudam a detectar problemas de memória. Você concordaria em respondê-las?‖
SIM NÃO
―As questões a seguir devem ser respondidas por você sem a ajuda de nenhuma outra pessoa.‖
Qual a data de hoje?
Ano Mês Dia
Certo 1 Errado 0
Que horas são? : H Min
Certo 1 Errado 0
Que dia da semana é hoje?
Certo 1 Errado 0
Qual seu endereço completo?
Certo 1 Errado 0
Em que cidade estamos?
Certo 1 Errado 0
Qual a sua idade? Certo 1 Errado 0
Qual sua data de nascimento?
Ano Mês Dia
Certo 1 Errado 0
Qual era o nome Certo 1 Errado 0
de solteira da sua mãe?
Escore Total ________ ________ ―Agora, eu vou lhe mostrar algumas figuras e você vai me dizer o que são.‖ Mostre ao participante cada figura e marque se ele respondeu certo ou errado.
Vaca Certo 1 Errado 0
Navio Certo 1 Errado 0
Colher Certo 1 Errado 0
Avião Certo 1 Errado 0
Garrafa Certo 1 Errado 0
Caminhão Certo 1 Errado 0
Escore Total ________ ________ ―Por favor, repita os objetos que você viu e tente memorizá-los porque eu vou pedir que você os repita mais tarde. Repita-os, por favor.‖
Vaca Certo 1 Errado 0
Navio Certo 1 Errado 0
Colher Certo 1 Errado 0
Avião Certo 1 Errado 0
Garrafa Certo 1 Errado 0
Caminhão Certo 1 Errado 0
Escore Total ________ ________ ―Vou contar a você uma história curta. Por favor fique atento (a) porque só poderei ler uma vez. Quando eu terminar, vou esperar alguns segundos e então vou pedir que você me conte o que lembra. A história é assim (leia devagar): Três crianças estavam sozinhas em uma casa, e a casa começou a incendiar. Um bravo bombeiro foi capaz de entrar pela janela e levar as crianças para um lugar seguro. Exceto por alguns cortes e arranhões, as crianças ficaram bem.” (Dê ao participante pelo menos dois minutos para contar o que ele/ela lembra da história)
Três crianças Certo 1 Errado 0
O incêndio na casa Certo 1 Errado 0
O bombeiro entrou Certo 1 Errado 0
Crianças foram resgatadas
Certo 1 Errado 0
Alguns cortes e arranhões
Certo 1 Errado 0
Ficaram bem Certo 1 Errado 0
Escore Total ________ ________
Cinco minutes após mostrar as figures (durante esse tempo você pode mensurar a pressão arterial) ―Você pode me dizer quais as figurar que lhe mostrei há alguns minutos?‖
Vaca Certo 1 Errado 0
Navio Certo 1 Errado 0
Colher Certo 1 Errado 0
Avião Certo 1 Errado 0
Garrafa Certo 1 Errado 0
Caminhão Certo 1 Errado 0
Escore Total ________ ________
III) Características antropométricas e pressão arterial
Pressão arterial (1) A Pressão arterial não é medida nos seguintes casos : A) Erupções cutâneas ou incisões nos dois braços Sim Não B) Outras razões, especifique em seu formulário de triagem Pressão arterial foi medida em: A) Braço direito B) Braço esquerdo Primeira medida da pressão arterial (antes do questionário):
1)________/_________mmHg 2)________/________mm
Hg 3)________/________mm
Hg
Pressão arterial (2)
Pressão arterial foi medida em: A) Braço direito B) Braço esquerdo Segunda medida da pressão arterial (durante o questionário):
1)________/_________mmHg 2)________/______mmHg 3)________/______mmHg
Medidas Antropométricas O peso não foi mensurado pelas questões seguintes :
A) A pessoa não consegue ficar em pé na balança Sim Não
B) Outras rezões, especificar (olhar o formulário de triagem)_______________
A altura não foi mensurada pelas questões seguintes :
A) A pessoa não consegue ficar em pé sobre a estadiômetro Sim Não
B) Outras razões , especificar (olhar o formulário de triagem)_______________
Peso(Kg):_______
Altura(m):_______
IV) Dados demográficos
1 Data de nascimento do participante
Ano Mês Dia
2 Idade do participante
3 Sexo do participante
Colocar sem perguntar
1 □ Homem
2 □ Mulher
4 Qual é o seu estado civil? 1 Solteiro (a)
2 Casado ou vive com
cônguje
3 Viúvo (a)
4 Separado/divorciado
5 Religioso
5 Quantos anos você vive em:
*Rocas
Anos
V) ESCOLARIDADE
1 Quantos anos você estudou?
2 Você sabe ler e escrever? 1 Não, nem sei ler nem escrever
2 Entendo o que leio mas não sei
escrever
3 Sim, sei ler e escrever
3 Qual o seu nível de
escolaridade?
1 0-4 anos
2 0-8 anos
3 1º grau incompleto
4 1ª grau completo
5 2º grau incompleto
6 2º grau completo
7 Nível superior
8 Pós-graduação
9 Não sei
VI) HÁBITO DE VIDA
1 Atualmente você fuma? 1 Não (Ir para questão 4)
2 Sim, ocasionalmente 3 Sim, regularmente 4 Não, mas já fumei
2 Quantos cigarros você fuma por dia?
3 Faz quantos anos que você fuma?
VII) DOENÇAS CRÔNICAS
“Eu vou fazer algumas perguntas sobre a sua saúde”
1 Você diria que sua saúde é excelente, muito
boa, boa, mais ou menos, ou ruim?
1 Excelente
2 muito boa
3 Boa
4 mais ou menos
5 Ruim
6 Não sei
7 Não tenho resposta
2 Algum médico ou enfermeiro disse que você
tem pressão alta ou sofre de hipertensão?
Se uma outra pessoa responder pelo
participante, referir ao participante que a
resposta é dela.
1 sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
3 Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que
você sofre de diabetes, ou tem um nível
elevado de açúcar no sangue?
1 Sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
4 Algum médico ou enfermeiro disse que você
sofre de câncer ou de um tumor maligno, ou de
um câncer benigno na pele?
1 Sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
5 Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que
você sofre de alguma doença pulmonar
1 Sim
2 Não
crônica, como bronquite crônica, enfisema ou
asma?
3 Não sei
4 Não tenho resposta
6 Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que
você teve um ataque cardíaco, doença
coronária, sofre de angina, de insuficiência
cardíaca ou outros problemas cardíacos?
1 Sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
7 Algum médico ou enfermeiro já lhe disse que
você sofreu de embolia cerebral, de acidente
vascular cerebral (AVC), de um ataque ou
trombose?
1 Sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
8 Algum médico ou enfermeiro disse que você
sofre de reumatismo, de artrite ou artrose?
1 sim
2 não
3 Não sei
4 não tenho resposta
9 Algum médico ou enfermeiro disse que você
sofre de depressão?
1 Sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
10 Algum médico ou enfermeiro disse que você
sofre de alguma doença? (não mencionar
nenhuma) Qual :_________
1 Sim
2 Não
3 Não sei
4 Não tenho resposta
VIII) SINTOMAS DEPRESSIVOS
« Agora eu vou ler algumas frases para você e você me diz se teve ou se
sentiu durante última semana. Tem que me dizer se foi frequente, ou se foi
alguns dias, ou no inicio ou no fim da semana.»
« Para as respostas você deve me dizer de que maneira sentiu se nunca, se as
vezes, se frequentemente, se todo dia, se alguns dias, durante a última
semana. »
Ler cada questão completamente incluindo todas as categorias de respostas.
Rarame
nte ou
nunca
(menos
que 1
dia)
Poucas
vezes
(1-2
dias)
Às
vezes
(3-4
dias)
Quase
sempre
ou
sempre
(5-7
dias)
1 Eu me chateei por coisas que geralmente
não me chateavam
2 Não tive vontade de comer; estava sem
apetite
3 Sinto que não consegui me livrar da tristeza
mesmo com a ajuda da minha família e
meus amigos
4 Eu me sinto tão bem quanto as outras
pessoas
5 Eu tive problemas para manter a
concentração (prestar atenção) no que
estava fazendo
6 Eu me senti deprimido
7 Sinto que tudo que eu fiz foi muito custoso
8 Eu me sinto com esperança em relação ao
futuro
9 Eu pensei que minha vida tem sido um
fracasso
10 Eu me senti com medo
11 Meu sono esteve agitado
12 Eu estive feliz
13 Eu conversei menos que o normal
14 Eu me senti sozinho
15 As pessoas não foram amigáveis
16 Eu me diverti
17 Eu tive crises de choro
18 Eu me senti triste
19 Eu senti que as pessoas não gostam de mim
20 Eu me senti desanimado
Par a nos ajudar a terminar essa entrevista você tem alguma pergunta.
Você nos dá a permissão para entrar em contato com você durante 2 ou 3
anos, caso seja preciso refazer novas perguntas para essa pesquisa?
1 SIM
2 NÃO
Você nos dá permissão para recontactar para outras pesquisas?
1 SIM
2 NÃO
Apêndice 3 – Guia de recolhimento da saliva
Estudo sobre o stress, a saúde física e a memória. Segue algumas instruções.
É muito importante não escovar os dentes, não comer ou beber 30 minutos antes de pegar a amostra da saliva. Você pode lavar a boca com água 15 minutos antes de pegar uma amostra. No lugar indicado, você escreve a hora exata que você recolheu a saliva (hora da retirada) e a hora que você preencheu a folha de roteiro (hora atual). Por favor coloque as amostras na geladeira assim que possível após recolher a saliva. Se você alguma pergunta pode nos encontrar neste número:
Telefone :____________ OBRIGADO
Guia de recolhimento da saliva
1. Retirar o algodão de dentro do tubo correspondente ao horário.
2. Colocar na boca e deixar por 2 minutos mexendo de um lado para o
outro. É importante não morder.
3. Na folha com o nome « Folha de Roteiro – Amostra », escrever a hora exata do recolhimento da saliva.
4. É importante completar a folha de roteiro ao mesmo tempo de cada
recolhimento da saliva.
5. Colocar todos os tubos dentro da geladeira o mais rápido possível. Se por acaso não puder colocar imediatamente após a coleta, você continua a coleta e coloca na geladeira na mesma noite se possível. Enquanto espera, evitar as possíveis variações de temperatura intensas e conservar a coleta em temperatura ambiente.
6. Não deixe de nos comunicar se tiver alguma dúvida.
Horário das coletas
Código Hora da coleta Instrução especial
Coleta-1
Saliva Ao acordar
Não usar escova de dentes, nem beber ou comer antes da coleta
Coleta – 2
Saliva
30 minutos após acordar
Não usar a escova, beber ou comer entre a 1ª e a 2ª coleta
Coleta – 3
Saliva
60 minutos
após acordar
Não usar a escova, beber ou comer entre a 1ª e a 2ª coleta
Coleta – 4
Saliva
Depois do meio dia :
Às 15h
Não comer ou beber pelo menos 30 minutos antes da coleta
Coleta – 5
Saliva Antes de dormir
Não comer ou beber pelo menos 30 minutos antes da coleta
Folha de roteiro da amostra Dia 1 - 1
Dia 1: (dia) / (mês) / ______(ano)
Atenção : Você não deve nem comer, nem beber, nem escovar os dentes, nem usar a dentadura 30 minutos antes de fazer o recolhimento da saliva, se possível.
Dia 1 - 1 :
Ao acordar Hora da coleta (HH:MM) :_________________Hora atual (HH:MM) :
1. Para as atividade seguintes indique o que você fez nessas últimas horas (escrever 1 para sim e 2 para não)
Sim Não
a) Você comeu nas últimas horas? 1 2
b) Você tomou alguma bebida alcoolica nas últumas horas? 1 2
c) Você fez algum exercício nas últimas horas? 1 2
d) Você tomou algum medicamento ou vitamina nesses últimas horas? Se sim, quais? _______________________________________
1 2
2. A quem horas você se deitou ontem a noite? (HH:MM) _______ 3. A que horas você se levantou hoje de manhã? (HH:MM) ____________ 4. Quantas horas de sono você tev a noite passada? _ hora(s) minuto (s) 5. Qantas vezes você se levantou ontem à noite? _________ vezes Por favor, se for possivel preciso saber quais razões você precisou se
levantar.(ex. : urinar, etc)_________________________________________________________
6. Como você dormiu a noite passada? (Escolher somente uma resposta) Muito bem..............................1 Mal..............................3
Bem.......................................2 Muito mal.....................4
7. Por favor, para cada item nomeado abaixo, marcar a resposta que define melhor coo você se sentiu esses últimos 30 minutos.
Não muito
Um pouco
Moderadamente Muito Extremamente
a) Sonolento(a) 1 2 3 4 5
b) Bom humor 1 2 3 4 5
c) Depressivo(a) 1 2 3 4 5
d) Contente 1 2 3 4 5
e) Estressado(a) 1 2 3 4 5
Por favor, colocar a coleta da saliva na geladeira assim que possível
Folha de roteiro- Amostra Dia 1 - 2
Você não deve comer, nem beber, se possível, entre as coletas da saliva.
Dia 1 - 2 :
30 minutos depois de acordar Hora da coleta (HH:MM) : Hora atual (HH:MM) :
1. Para as atividade seguintes indique o que você fez nessas últimas horas (escrever 1 para sim e 2 para não)
Sim Não
a) Você comeu nas últimas horas? 1 2
b) Você tomou alguma bebida alcoolica nas últumas horas? 1 2
c) Você fez algum exercício nas últimas horas? 1 2
2. Por favor, para cada item nomeado abaixo, marcar a resposta que define melhor
coo você se sentiu esses últimos 30 minutos.
Não muito
Um pouco
Moderadamente Muito Extremamente
a) Sonolento(a) 1 2 3 4 5
b) Bom humor 1 2 3 4 5
c) Depressivo(a) 1 2 3 4 5
d) Contente 1 2 3 4 5
e) Estressado(a) 1 2 3 4 5
Por favor, colocar a coleta da saliva na geladeira assim que possível
Folha de roteiro- Amostra Dia 1 - 3
Você não deve comer, nem beber, se possível, entre as coletas da saliva.
Dia 1 - 3 :
60 minutos depois de acordar Hora da coleta (HH:MM) : Hora atual (HH:MM) :
1. Para as atividade seguintes indique o que você fez nessas últimas horas (escrever 1 para sim e 2 para não)
Sim Não
a) Você comeu nas últimas horas? 1 2
b) Você tomou alguma bebida alcoolica nas últumas horas? 1 2
c) Você fez algum exercício nas últimas horas? 1 2
2. Por favor, para cada item nomeado abaixo, marcar a resposta que define melhor
coo você se sentiu esses últimos 30 minutos.
Não muito
Um pouco
Moderadamente Muito Extremamente
a) Sonolento(a) 1 2 3 4 5
b) Bom humor 1 2 3 4 5
c) Depressivo(a) 1 2 3 4 5
d) Contente 1 2 3 4 5
e) Estressado(a) 1 2 3 4 5
Por favor, colocar a coleta da saliva na geladeira assim que possível
Folha de roteiro- Amostra Dia 1 – 4
Você não deve comer, nem beber, se possível, entre as coletas da saliva.
Dia 1 - 4 :
Entre o meio-dia e 15 horas Hora da coleta (HH:MM) : Hora atual (HH:MM) :
1. Para as atividade seguintes indique o que você fez nessas últimas horas (escrever 1 para sim e 2 para não)
Sim Não
a) Você comeu nas últimas horas? 1 2
b) Você tomou alguma bebida alcoolica nas últumas horas? 1 2
c) Você fez algum exercício nas últimas horas? 1 2
2. Por favor, para cada item nomeado abaixo, marcar a resposta que define melhor
coo você se sentiu esses últimos 30 minutos.
Não muito
Um pouco
Moderadamente Muito Extremamente
a) Sonolento(a) 1 2 3 4 5
b) Bom humor 1 2 3 4 5
c) Depressivo(a) 1 2 3 4 5
d) Contente 1 2 3 4 5
e) Estressado(a) 1 2 3 4 5
Por favor, colocar a coleta da saliva na geladeira assim que possível
Folha de roteiro- Amostra Dia 1 - 5
Você não deve comer, nem beber, se possível, entre as coletas da saliva.
Dia 1 - 5 :
Antes de dormir Hora da coleta (HH:MM) : Hora atual (HH:MM) :
1. Para as atividade seguintes indique o que você fez nessas últimas horas (escrever 1 para sim e 2 para não)
Sim Não
a) Você comeu nas últimas horas? 1 2
b) Você tomou alguma bebida alcoolica nas últumas horas? 1 2
c) Você fez algum exercício nas últimas horas? 1 2
2. Por favor, para cada item nomeado abaixo, marcar a resposta que define melhor
coo você se sentiu esses últimos 30 minutos.
Não muito
Um pouco
Moderadamente Muito Extremamente
a) Sonolento(a) 1 2 3 4 5
b) Bom humor 1 2 3 4 5
c) Depressivo(a) 1 2 3 4 5
d) Contente 1 2 3 4 5
e) Estressado(a) 1 2 3 4 5
Por favor, colocar a coleta da saliva na geladeira assim que possível
Apêndice 4 – Certificado do CEP/HUOL