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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Metodologias para a Detecção de Faltas de Alta Impedância em Redes de
Distribuição
Francinei Lucas Vieira
Itajubá
2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Francinei Lucas Vieira
Metodologias para a Detecção de Faltas de Alta Impedância em Redes de
Distribuição
Monografia apresentada ao Instituto de
Sistemas Elétricos e Energia, da Universidade
Federal de Itajubá, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.
Orientador: José Maria de Carvalho Filho
Itajubá
2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
iii
Agradecimentos
Aos meus pais, Francisco e Joana, pelo grande esforço concedido à educação dos filhos,
pelo apoio incondicional e paciência nos momentos que eu mais precisei.
Ao professor José Maria de Carvalho Filho, pela pronta orientação e dedicação a este
trabalho. Aos professores membros da banca, Paulo Márcio da Silveira e Frederico de Oliveira
Passos, pelas sugestões e conhecimentos transmitidos.
Aos amigos e colegas do QMAP – Centro de Estudos em Qualidade da Energia e Proteção
Elétrica – pela boa convivência e por terem proporcionado um ambiente fértil e agradável de
desenvolvimento. Em especial, ao Marino Piazza Leite, pela prontidão em auxiliar na
modelagem digital do caso-teste deste trabalho.
A todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram na execução desta dissertação.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
iv
Não tente ser uma pessoa de sucesso. Tente ser uma pessoa de valor.
– Albert Einstein
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
v
Resumo
VIEIRA, Francinei Lucas. Metodologias para a Detecção de Faltas de Alta Impedância em
Redes de Distribuição. 73 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia
Elétrica). Instituto de Sistemas Elétricos e Energia, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá,
Minas Gerais. 2017.
O sistema elétrico de distribuição está sujeito a ocorrência de faltas, a maioria delas devido à
sua topologia normalmente aérea. Dentre essas faltas, ressalta-se as faltas de alta impedância,
que apresentam grande dificuldade de identificação devido às suas características de baixa
magnitude de corrente. Com o avanço das redes inteligentes e da automação da distribuição,
associada a infraestrutura de comunicação com religadores e medidores ao longo da rede,
permitem a detecção de distúrbios antes não perceptíveis nas subestações de distribuição. Este
trabalho estuda métodos de detecção de faltas de alta impedância a partir de medidores
instalados em pontos estratégicos do alimentador de distribuição e de unidades consumidoras,
utilizando abordagens clássicas como desequilíbrio de tensão e corrente. As metodologias
foram avaliadas através de simulações no MATLAB e Simulink, com foco na detecção de faltas
de alta impedância série. Pelo desequilíbrio de tensão foi possível identificar rompimentos e
quedas de condutores, tanto caídos pelo lado da carga como pelo lado da fonte, além da falta
shunt sólida. Já com o desequilíbrio de corrente foi possível detectar faltas shunt sólidas ou de
baixa impedância, porém é um método pouco sensível à resistência de falta elevada. Se
comprovada a viabilidade técnica e econômica, estes métodos poderão auxiliar nos
procedimentos de restabelecimento das condições normais de operação das redes de
distribuição.
Palavras chave: desequilíbrio de tensão e corrente, detecção de faltas, faltas de alta
impedância, sistemas de distribuição de energia.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
vi
Abstract
The electrical distribution system is subject to the occurrence of faults, most of them due to its
normally aerial topology. Among these faults, the high impedance faults are highlighted, which
present great difficulty of identification due to their characteristics of low current magnitude.
The advance of smart grids and distribution automation, coupled with the communications
infrastructure with reclosers and meters along the network, enable detection of previously
unnoticeable disturbances in distribution substations. This work studies detection methods of
high impedance faults from smart meters placed in strategic points on the feeder and consumer
units, using classical approaches such as voltage and current unbalance. The methodologies
were evaluated through simulations in MATLAB and Simulink, focusing on the detection of
high impedance series faults. By voltage unbalance, it was possible to identify broken
conductors and falls to the ground, both by the load side or by the source side, as well as the
solid shunt fault. With current imbalance, it was possible to detect solid or low impedance shunt
faults, but it is a method that has low sensitivity to high fault impedance. Once technical and
economic feasibility is proven, these methods can assist energy distribution utilities in restoring
the normal operating conditions of distribution networks.
Key words: fault detection, high impedance faults, power distribution systems, voltage and
current unbalance.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
vii
Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
1.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 12
1.2 Objetivos ................................................................................................................... 14
1.3 Apresentação do trabalho ....................................................................................... 15
2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 18
2.1 Principais Características de uma FAI .................................................................. 18
2.2 Classificação das Faltas de Alta Impedância ........................................................ 20
2.2.1 Faltas ativas série ................................................................................................ 20
2.2.2 Faltas ativas shunt ............................................................................................... 21
2.2.3 Faltas passivas .................................................................................................... 21
2.3 FAI no Contexto de Redes Inteligentes .................................................................. 22
2.4 Métodos de Detecção de Faltas de Alta Impedância (FAI) .................................. 23
2.4.1 Fabricante Asea Brown Boveri (ABB) ............................................................... 23
2.4.2 Fabricante General Electric (GE) ....................................................................... 23
2.4.3 Fabricante Schweitzer Engineering Laboratories (SEL) .................................... 24
2.4.4 Transformada Wavelet ....................................................................................... 25
2.4.5 Detecção por Monitoramento de Amplitude e Ângulo de Fase da Corrente de 3º
Harmônico ........................................................................................................................ 25
2.4.6 Análise de Carga ................................................................................................. 26
2.4.7 Detecção por Monitoramento de Tensão ............................................................ 26
2.5 Problemas Operacionais dos Métodos de Detecção de Faltas de Alta
Impedância .............................................................................................................................. 30
2.6 Abrangência dos Métodos de Detecção .................................................................. 32
3 MODELAGEM TEÓRICA ........................................................................................... 35
3.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 35
3.2 Análise de Desequilíbrio de Tensão ........................................................................ 35
3.3 Análise do Desequilíbrio de Corrente .................................................................... 37
3.4 Metodologia Proposta para Identificação de Falta de Alta Impedância ............ 39
3.5 Considerações Finais ............................................................................................... 43
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
viii
4 ESTUDOS DE CASO ..................................................................................................... 44
4.1 Considerações Iniciais ............................................................................................. 44
4.2 Sistema Utilizado ...................................................................................................... 44
4.3 Casos Simulados ....................................................................................................... 46
4.3.1 Caso 1 – Sistema operando em condições normais ............................................ 47
4.3.2 Caso 2 – Um condutor rompido em 4-7, sem contato com o solo ..................... 48
4.3.3 Caso 3 - Um condutor rompido no trecho 2-3 .................................................... 49
4.3.4 Caso 4 – Condutor rompido no trecho 4-5 ......................................................... 51
4.3.5 Caso 5 – Rompimento de condutor no trecho 2-6 .............................................. 54
4.3.6 Caso 6 – Dois condutores rompidos no trecho 4-7 ............................................. 58
4.3.7 Caso 7 - Dois condutores rompidos no trecho 7-TR05 ...................................... 59
4.3.8 Caso 8 - Dois condutores rompidos no trecho 3-4 ............................................. 60
4.3.9 Caso 9 – Falta shunt ........................................................................................... 62
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 64
5.1 Síntese do Trabalho ................................................................................................. 64
5.2 Propostas para Trabalhos Futuros ........................................................................ 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
APÊNDICE A – Modelagem do Alimentador no Simulink ................................................ 70
APÊNDICE B – Interface de Leitura e Exibição de Dados no Microsoft Excel ............... 72
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
ix
Lista de Figuras
Figura 1 – Espaçador losangular aplicado em rede compacta .................................................. 13
Figura 2 – Principais características na corrente de uma FAI .................................................. 19
Figura 3 – Influência da classe de tensão na corrente de falta com arco .................................. 21
Figura 4 – Exemplo da disposição dos sensores (Δ) na rede ................................................... 27
Figura 5 – Tipos de faltas de alta impedância .......................................................................... 32
Figura 6 – Campo de detecção de FAIs com um único método ............................................... 34
Figura 7 – Campo de detecção de FAIs com três métodos de detecção integrados ................. 34
Figura 8 – Exemplo de falta shunt ............................................................................................ 38
Figura 9 – Fluxograma de localização de FAI ......................................................................... 41
Figura 10 – Diagrama de blocos da estrutura do algoritmo proposto ...................................... 42
Figura 11 – Desenho esquemático do alimentador-teste de distribuição ................................. 45
Figura 12 – Diagrama de localização de falta no trecho 4-7 .................................................... 49
Figura 13 – Diagrama de localização de falta no trecho 2-3 .................................................... 50
Figura 14 – Diagrama de localização de falta no trecho 4-5 .................................................... 54
Figura 15 – Diagrama de localização de falta no trecho 2-6 .................................................... 57
Figura 16 – Diagrama de localização de falta de 2 condutores no trecho 4-7 .......................... 58
Figura 17 – Diagrama de localização de falta 7-TR05 e TR03 desligado ................................ 60
Figura 18 – Diagrama de localização de falta de 2 condutores no trecho 3-4 .......................... 61
Figura 19 – Topologia do caso-teste no Simulink .................................................................... 70
Figura 20 – Representação de carga, transformador e suas medições...................................... 71
Figura 21 – Parâmetros do transformador ................................................................................ 71
Figura 22 – Modelo de abertura série da linha ......................................................................... 71
Figura 23 – Leitura de corrente na subestação ......................................................................... 71
Figura 24a – Planilha Excel de parâmetros e resultados .......................................................... 72
Figura 24b – Planilha Excel de parâmetros dos condutores e instruções gerais ...................... 73
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
x
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Comparação entre a rede atual e redes inteligentes ................................................ 22
Tabela 2 – Local das faltas de acordo com a atuação dos sensores .......................................... 28
Tabela 3 – Aplicação dos métodos de detecção de FAI ........................................................... 33
Tabela 4 – Casos e subcasos de faltas simuladas ..................................................................... 46
Tabela 5 – Cálculos para o caso 1A ......................................................................................... 47
Tabela 6 – Cálculos para o caso 1B .......................................................................................... 48
Tabela 7 – Cálculos para o caso 2 ............................................................................................ 48
Tabela 8 – Cálculos para o caso 3 ............................................................................................ 50
Tabela 9 – Cálculos para o caso 4A ......................................................................................... 51
Tabela 10 – Cálculos para o caso 4B ........................................................................................ 52
Tabela 11 – Cálculos para o caso 4C ........................................................................................ 52
Tabela 12 – Cálculos para o caso 4D ....................................................................................... 53
Tabela 13 – Cálculos para o caso 4E ........................................................................................ 53
Tabela 14 – Cálculos para o caso 5A ....................................................................................... 55
Tabela 15 – Cálculos para o caso 5B ........................................................................................ 55
Tabela 16 – Cálculos para o caso 5C ........................................................................................ 56
Tabela 17 – Cálculos para o caso 5D ....................................................................................... 56
Tabela 18 – Cálculos para o caso 5E ........................................................................................ 57
Tabela 19 – Cálculos para o caso 6 .......................................................................................... 58
Tabela 20 – Cálculos para o caso 7 .......................................................................................... 59
Tabela 21 – Cálculos para o caso 8 .......................................................................................... 60
Tabela 22 – Cálculos para o caso 9A ....................................................................................... 62
Tabela 23 – Cálculos para o caso 9B ........................................................................................ 62
Tabela 24 – Cálculos para o caso 9C ........................................................................................ 63
Tabela 25 – Eficácia dos métodos na localização dos trechos sob falta................................... 65
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
xi
Lista de Abreviaturas e Siglas
ABB Asea Brown Boveri
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ATP Alternative Transients Program
ATP Draw Interface gráfica pré-processada do ATP
CIGRÉ Conselho Internacional de Grandes Sistemas Elétricos, sede em Paris
DEC Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
DIC Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora
DMIC Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora
DNP3 Distributed Network Protocol version 3.0
EPE Empresa de Pesquisa Energética
FAI Falta de Alta Impedância
FEC Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
FIC Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora
GPRS General Packet Radio Services
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
ISEE Instituto de Sistemas Elétricos e Energia
MATLAB MATrix, LABoratory, software de computação numérica da MathWorks
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
SCADA Supervisory Control and Data Acquisition
SEL Schweitzer Engineering Laboratories
SIN Sistema Interligado Nacional
TFG Trabalho Final de Graduação
UNIFEI Universidade Federal de Itajubá
USP Universidade de São Paulo
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações Iniciais
Em todo o mundo, a expansão dos sistemas elétricos de potência tem sido verificada e
vinculada, principalmente, ao aumento da atividade produtiva. Essa expansão traz novos
desafios para a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, principalmente quando
se trata da continuidade de serviço e da capacidade de atendimento à demanda de energia. E o
crescimento da demanda deve continuar, pois no período entre 2017 e 2021 estima-se que o
consumo no SIN crescerá à taxa média de 3,5% anuais [1].
No Brasil, há uma constante cobrança em relação aos fabricantes de equipamentos,
empresas de transmissão e distribuição de eletricidade para adotar soluções com o objetivo de
minimizar a frequência e duração de interrupções, assim como reduzir os custos devido às faltas
no sistema. São exigências que vêm tanto por parte de consumidores como pela Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
A ANEEL vem constantemente revisando os Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST [2]. Neste documento, há a definição de
indicadores de continuidade para grupos de consumidores, como o FEC, DEC, FIC, DIC e o
DMIC. E a partir desses indicadores que são mensurados vários aspectos da qualidade do
serviço prestado pela concessionária, os quais, quando não cumpridos, são passíveis de multas
ou descontos nas faturas dos clientes (ressarcimento ao consumidor). Nesse contexto, se faz
necessário o desenvolvimento de técnicas cada vez mais velozes e confiáveis para o diagnóstico
de faltas em alimentadores responsáveis pela distribuição elétrica.
As linhas de distribuição podem ser aéreas, sendo de uso mais comum, devido à fatores
econômicos. E podem também ser linhas subterrâneas, normalmente usadas nos grandes centros
urbanos, por questões estéticas, de segurança e de confiabilidade na continuidade do
fornecimento, porém possuem custo ainda elevado.
Uma prática que está acontecendo cada vez mais é a migração do sistema de distribuição
em rede aérea convencional para o sistema em rede compacta, pois o sistema convencional fica
mais exposto às intempéries (vento, descargas atmosféricas, umidade, salinidade em regiões
litorâneas, arborização, etc.), apresentando maiores taxas de falhas na distribuição [3].
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
13
Observando a Figura 1, uma rede compacta é formada por condutores com proteção de
material polimérico, espaçadores em formato de losango, entre outros equipamentos. Por serem
condutores encapados, não há corrente de fuga quando ocorre contato com materiais aterrados
ou objetos estranhos (galhos, animais, pipas, etc). Porém, o custo de instalação é mais elevado
se comparado a uma rede convencional, com cabos nus. No entanto, o custo de manutenção é
bem menor.
Figura 1 – Espaçador losangular aplicado em rede compacta
Contudo, apesar dos constantes investimentos realizados no sistema elétrico, a rede de
distribuição está passível a alguns tipos de falta de difícil detecção, devido a sua topologia
normalmente aérea. Dentre essas faltas, a falta de alta impedância é um tipo específico que
apresenta certa dificuldade para ser detectada, uma vez que é comum os dispositivos de
proteção por sobrecorrente tradicionalmente utilizados – fusíveis, religadores e relés de
sobrecorrente – não detectarem nenhuma anormalidade [4], pois, ao contrário da falta franca,
que drena uma corrente considerável do sistema, a corrente de uma falta de alta impedância se
confunde com aquela correspondente ao funcionamento normal do sistema.
Uma falta de alta impedância ocorre quando um condutor energizado entra em contato
com uma superfície de valor resistivo considerável, podendo-se citar galhos de árvores,
estruturas civis, asfalto, solo, dentre outros. Com a dificuldade de ter o contato efetivo com o
terra, a corrente de falta fica limitada a valores inferiores àqueles normalmente detectáveis pela
proteção de sobrecorrente.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
14
Usualmente a falta de alta impedância não causa danos nos equipamentos do sistema de
distribuição, mas a sua não detecção representa uma séria ameaça à pessoas e animais, além da
possibilidade do arco elétrico provocar combustão de certos materiais e, consequentemente,
incêndios. Uma demora na detecção e localização deste tipo de falta na rede deixam, de um
lado, consumidores expostos a riscos e insatisfeitos. Por outro lado, as multas às concessionárias
podem ser bastante elevadas.
Diferentes métodos foram propostos ao longo dos anos para identificar a ocorrência de
faltas de alta impedância em sistemas de distribuição. Esses métodos variam desde simples relés
de sobrecorrente até sofisticados esquemas de proteção, incluindo relés digitais micro
processados com algoritmos utilizando inteligência artificial. No entanto, os modelos até aqui
desenvolvidos representam casos particulares de faltas de alta impedância, ou seja, não
representam o fenômeno em sua totalidade [5].
Com a modernização das tecnologias de geração, transmissão, distribuição e uso final
da energia elétrica, novas possibilidades podem ser traçadas. Uma rede de eletricidade poderia
utilizar tecnologia digital para monitorar e gerenciar o fluxo de eletricidade, de forma a otimizar
a utilização e operação do sistema, mantendo aspectos de confiabilidade, resiliência e
estabilidade. Essa é uma boa definição das redes elétricas inteligentes, ou smart grids. É uma
modernização que já acontece, porém de forma lenta e gradual, com redes mais inteligentes
funcionando concomitantemente com redes convencionais de eletricidade.
1.2 Objetivos
O trabalho proposto nesta monografia tem como objetivo a pesquisa e documentação
das diversas metodologias e técnicas de detecção de faltas de alta impedância em sistemas de
distribuição, assim como avaliar as principais vantagens e desvantagens de utilização de alguns
destes métodos.
A modelagem de um alimentador de distribuição será realizada para comprovar o
desempenho de algumas metodologias, diante da simulação de diversos modos de ocorrência
de faltas de alta impedância. Este modelo servirá como teste de efetividade do algoritmo de
detecção de faltas de alta impedância em redes de distribuição, assim como para a localização
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
15
das mesmas. Mais detalhes sobre a simulação do sistema pelo Simulink e Excel podem ser
encontrados nos Apêndices A e B.
Também será considerado o emprego de componentes de fase para a medição dos
desequilíbrios de tensão, por meio de uma formulação proposta pelo CIGRÉ. O procedimento
será comparado com o usual cálculo feito utilizando componentes simétricas.
Como benefícios da aplicação de tais técnicas pode-se constatar o aumento da eficiência
de equipes de manutenção para a extinção de faltas no sistema, uma vez que o diagnóstico
indicará com maior precisão o provável local de ocorrência da falta. A identificação e
localização de faltas de maneira rápida e confiável podem ter como resultados a melhora dos
índices de qualidade e confiabilidade dos serviços das concessionárias de distribuição de
energia elétrica.
Configurar e descrever sistemas de distribuição para simulação é um trabalho que
dispende um tempo considerável, dada a complexidade dos sistemas e suas ramificações e
diferentes tipos de cargas. Visando facilitar o estudo de faltas de alta impedância, este trabalho
propõe a utilização do algoritmo no ambiente MATLAB / Simulink, com disposição e exibição
dos resultados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel, com o objetivo de reunir as
informações do sistema em uma interface amigável e de fácil compreensão.
1.3 Apresentação do trabalho
O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica dos principais métodos
existentes, através de uma pesquisa sobre o estado da arte sobre as metodologias de detecção
de faltas de alta impedância através de leitura de artigos, dissertações e teses encontradas em
diversas bases de pesquisa nacionais e internacionais, como o IEEE, Elsevier, Scielo, biblioteca
de teses e dissertações da USP, dentre outros.
Em adição, simulações de falta em um alimentador típico serão realizadas utilizando as
seguintes metodologias:
• A medição de tensão ao longo do alimentador, como em pontos de conexão com
unidades consumidoras, que vem se tornando economicamente viável com o avanço da
tecnologia de medidores, da automação de redes e das smart grids. Serão abordados
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
16
aspectos de desequilíbrio de tensão para a detecção de faltas série, ou seja, rompimento
de condutores, podendo ter condutores tocando o solo pelo lado carga ou lado fonte de
um alimentador radial.
• A medição da corrente de falta 3.I0 quando há a ocorrência de faltas shunt,
especialmente na rede de distribuição em média tensão.
As metodologias serão testadas com a finalidade tanto para a detecção de faltas de
impedância série, quanto para análise de faltas shunt.
A organização dos capítulos desta monografia contempla:
O capítulo 1, que é uma introdução sobre o tema, apresenta a motivação, a relevância e
uma revisão sobre o tema da monografia. Os objetivos da monografia e uma breve descrição da
metodologia também são apresentados.
O capítulo 2 aborda o estado da arte sobre faltas de alta impedância disponíveis na
literatura especializada, suas características, os métodos de detecção mais utilizados, os
principais problemas operacionais, com relação à detecção e localização das faltas no sistema
de distribuição. Além disso, tratará da abrangência e confiabilidade dos métodos de detecção
utilizados para modelagem deste tipo de falta e das oportunidades que surgem com a utilização
de medidores trifásicos inteligentes com capacidade de processamento de sinais.
No capítulo 3, seguindo a evolução dos estudos feitos sobre falta de alta impedância,
retrata a modelagem teórica dos métodos de detecção por desequilíbrio de tensão de sequência
zero (V0) e sequência negativa (V2) nos lados de baixa e média tensão de transformadores de
distribuição. Conhecendo-se a topologia da rede do alimentador, o algoritmo de detecção
proposto avalia os níveis de desequilíbrio de tensão em transformadores instalados a jusante
para detectar o provável ponto de falta. Também, é tratado sobre o método de análise pela
medição da corrente de falta de sequência zero (3.I0), no bay de saída da subestação.
No capítulo 4 é feita uma abordagem pelos estudos de caso e análise experimental dos
métodos aplicados em um alimentador típico de distribuição. O caso teste será modelado no
programa MATLAB / Simulink, com entrada de parâmetros e saída de dados a partir de
planilhas Microsoft Excel. Detalhes sobre a simulação e parâmetros utilizados são apresentados
nos apêndices A e B.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
17
No capítulo 5 são discutidos e concluídos os resultados da análise, se os métodos
cumprem o papel efetivo na detecção de faltas de alta impedância, e se não atuam para outros
distúrbios, como por exemplo, devido ao desequilíbrio natural que pode ocorrer em sistemas de
distribuição. Além disso, há a sugestão de novos trabalhos e futuras melhorias que podem ser
desenvolvidas tanto na modelagem quanto na apresentação dos resultados.
As referências utilizadas nesta monografia são disponibilizadas na sequência do último
capítulo, assim como os apêndices.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
18
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Principais Características de uma FAI
A principal característica de uma FAI é a baixa amplitude da corrente de
falta, que é normalmente da mesma ordem de grandeza da corrente
provocada por outros fenômenos, tais como energização de cargas e
chaveamento de banco de capacitores, o que dificulta os ajustes do
sistema de proteção por sobrecorrente. (SANTOS, 2016, p.8).
Faltas de alta impedância são classificadas em um grupo de distúrbios no sistema de
potência que não provoca fluxo de corrente suficiente para atuação de componentes de proteção
tradicionais. No contexto de FAI, arcos elétricos possuem impedância de falta
predominantemente resistiva, enquanto em outros fenômenos, como em arcos no interior de
disjuntores, possuem uma forte característica indutiva. Outro fato importante, trata das
superfícies de contato, pois não são superfícies homogêneas e possuem camadas de diferentes
resistividades. São considerações que afetam diretamente a característica não-linear da falta.
Quando o valor de tensão reduz, considerando sua forma senoidal, a resistência
vinculada ao dielétrico com a superfície de contato aumenta, reduzindo o valor de corrente e
gerando descontinuidades próximo a passagem pelo zero, distorcendo a forma de onda [5]. Há
também comportamentos relacionados com a porosidade e a umidade (assimetria), a
acomodação do condutor no solo (buildup), reignição de arco elétrico em função da variação
de umidade do solo (intermitência).
Em resumo, as características típicas encontradas em correntes de FAI são aquelas
exibidas na Figura 2.
• Assimetria na forma de onda da corrente: diferenças de amplitude entre semiciclo
positivo e negativo. Há relações com a umidade e material do solo, formando uma
“mancha catódica” que emite elétrons quando aquecida, favorecendo o rompimento do
dielétrico durante uma tensão positiva [6];
• Não-linearidade: a curva característica da tensão em função da corrente é não-linear.
Este comportamento está relacionado ao arco elétrico e depende das características de
resistividade do solo, ionização de moléculas do ar e do campo elétrico;
• Buildup: a corrente cresce gradualmente até seu valor máximo. Está relacionado à
acomodação física do condutor no solo, durante o estágio inicial da FAI;
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
19
• Shoulder: intervalos constantes no buildup durante alguns ciclos;
• Intermitência do arco: alguns ciclos que o condutor energizado interrompe o contato
com o solo. A superfície ao redor do arco perde umidade, forçando-o à extinção. A
umidade de outra área pode difundir-se, provocando a reignição do arco.
Figura 2 - Principais características na corrente de uma FAI [4]
As características são funções de condições geométricas, espaciais, ambientais e
elétricas do sistema [4]. Como consequência, a variação destas condições provoca a
aleatoriedade das grandezas elétricas durante a falta, sendo necessário uma boa compreensão
do fenômeno para poder desenvolver soluções de detecção de FAI.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
20
2.2 Classificação das Faltas de Alta Impedância
As FAIs podem ser classificadas em dois grupos: faltas ativas e faltas passivas. Nas
faltas ativas ocorre a aproximação de um condutor energizado a um objeto qualquer, com a
formação de um arco elétrico entre eles. Pode ser subdividida em faltas série (ocorre o
rompimento da corrente de carga) ou faltas shunt (há contato do condutor com um objeto
qualquer, sem ocorrem o rompimento do mesmo).
Já nas faltas passivas “ocorre o rompimento do condutor sem contato com nenhum outro
material próximo, interrompendo o fornecimento de corrente a partir do ponto onde ocorreu a
falta” [7]. São mais frequentes em redes de distribuição protegidas, onde os cabos fases ficam
suspensos pelo cabo de aço guia (cabo mensageiro) e por acessórios isolantes, podendo ficar
suspenso sem tocar nenhum objeto.
2.2.1 Faltas ativas série
As faltas ativas série podem ter condutores caídos ao solo. Quando o condutor se rompe
e o lado do condutor vindo da subestação cai ao solo, se refere a uma falta série com o condutor
caído pelo lado fonte. Caso o lado do condutor que vai ao solo é do lado da carga, o fenômeno
é chamado de falta série com condutor caído pelo lado carga.
A magnitude de corrente é bastante influenciada pelas condições do local, pois depende
do tipo de solo, umidade, etc. Experiências também mostram que a maioria das FAI ocorrem
em tensões de distribuição da classe de 15 kV, e ressalta-se que a detecção se complica à medida
que a classe de tensão diminui [7]. Acredita-se que numa classe de tensão baixa, a corrente
fluiria apenas durante um período menor que meio ciclo de tensão, e assim, restringindo o nível
de corrente. A Figura 3 exemplifica o que seria os níveis de corrente para duas classes de tensão
diferentes.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
21
Figura 3 – Influência da classe de tensão na corrente de falta com arco Adaptado de: FARINA, 2012 [7]
2.2.2 Faltas ativas shunt
Neste caso, não há rompimento do condutor energizado, apenas o contato ou
aproximação de algum objeto de alta impedância, como um galho de árvore. Portanto, não há
interrupção da corrente de carga da fase atingida pela falta.
A magnitude da corrente depende da impedância do objeto de contato, e pode ocorrer
um desequilíbrio de corrente significativo.
2.2.3 Faltas passivas
Uma falta passiva se assemelha a uma abertura monopolar ou bipolar indesejada, pois
haverá o rompimento do condutor e a consequente interrupção da corrente de carga. Porém, o
condutor não toca o solo ou objeto algum, mantendo-se suspenso. Assim, há o desequilíbrio de
tensão a jusante do ponto de falta.
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22
2.3 FAI no Contexto de Redes Inteligentes
Com o avanço da tecnologia de computação, automação e telecomunicações, é esperado
num futuro próximo que todos os equipamentos elétricos sejam supervisionados e
interconectados, permitindo assim o monitoramento dos sistemas de transmissão, distribuição
e centros consumidores em tempo real.
A possibilidade de detecção e localização automática de distúrbios na rede permitirá a
realização do diagnóstico em tempo real, reduzindo o tempo de restabelecimento do sistema e
a melhoria dos índices de continuidade [4].
A Tabela 1 apresenta um quadro comparativo das principais características entre os
sistemas de distribuição atuais e as redes inteligentes.
Tabela 1. Comparação entre a rede atual e redes inteligentes Fonte: [4]
Características Sistema
Atual Redes Inteligentes
Relés de Proteção Eletromecânicos Digitais
Comunicação Sentido único Sentido Duplo
Número de Sensores Poucos Muitos
Pontos monitorados Poucos Muitos
Restabelecimento do sistema Manual Automático
A funcionalidade de detecção do desequilíbrio de tensão pode estar incorporada em
medidores inteligentes em unidades consumidoras. A identificação do medidor estará associada
à unidade consumidora, assim como a localização geográfica e a disposição do medidor com
relação aos transformadores e à rede de distribuição.
A medição do desequilíbrio de tensão da rede primária de distribuição (V2/V1) pode ser
feita indiretamente pelo lado de baixa tensão dos transformadores, dispensando assim a
necessidade de transformadores de potencial adicionais. Tendo um canal de comunicação
adequado, a concessionária poderá localizar trechos de faltas de alta impedância com maior
facilidade e rapidez [8].
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23
2.4 Métodos de Detecção de Faltas de Alta Impedância (FAI)
O problema da detecção de FAIs é conhecido pelas indústrias do setor elétrico e várias
técnicas foram propostas na literatura desde o final da década de 1970, incluindo testes de
hipóteses estatísticas, redes neurais, ângulo de correntes de falta de 3º harmônico, árvores de
decisão, decomposição wavelet, lógica fuzzy, dentre outros métodos [9].
Em 1988, segundo [10], a performance de quatro algoritmos diferentes para a detecção
de FAIs foram avaliadas usando um teste de falha por estágios, ou seja, offline. Os algoritmos
utilizavam relés proporcionais, relés de corrente harmônica de segunda e terceira ordem e relés
de terra. Os resultados demonstraram que alguns algoritmos tinham uma melhor performance
que os outros, sob determinadas condições [11].
Em [6] foram realizadas diversas medidas de correntes harmônicas em situações de
faltas de alta impedância em solo arenoso de uma subestação de energia, durante uma semana.
O objetivo foi avaliar até que ponto a corrente harmônica poderia ser utilizada para a detecção
de uma FAI, e foi concluído que a monitoração da corrente de segundo harmônico poderia
contribuir para esse objetivo.
2.4.1 Fabricante Asea Brown Boveri (ABB)
Em [12], foi desenvolvido um algoritmo para detecção de arcos elétricos utilizando as
tensões de barra e harmônicos ímpares de alta ordem. Em [13] é apresentado um algoritmo
baseados em transformadas discretas de wavelet, redes neurais artificiais e análises estatísticas,
utilizado em um relé da ABB para detecção de FAIs em redes de média tensão. O
funcionamento exato dos algoritmos não é apresentado por constituir um segredo comercial.
O algoritmo wavelet produz uma descrição das correntes de carga de como elas variam
de acordo com o tempo e em diferentes escalas, onde escalas largas são associadas à
componentes de baixa frequência e escalas curtas são associadas à sinais de alta
frequência. (STOUPIS, 2004, p. 30-1, tradução nossa).
2.4.2 Fabricante General Electric (GE)
Em [14] há uma apresentação de um método de detecção de FAIs que mensura o ângulo
de fase da corrente de terceiro harmônico com relação a tensão fundamental. Existe uma
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24
diferença do fasor da corrente de terceiro harmônico e a tensão da fase sob falta. Um dispositivo
calcula e armazena valor médio do fasor de terceiro harmônico, e quando a falta ocorre, o novo
fasor de terceiro harmônico é subtraído vetorialmente do fasor previamente armazenado. A falta
de alta impedância é identificada caso a magnitude estiver acima do valor configurado e o
ângulo corresponde a um valor predeterminado para um condutor caído.
O método de monitoramento aprimorado do alimentador, também descrito em [14],
utilizava a amostragem de corrente em 32 amostras / ciclo em conjunto com um processador de
alta performance para obter a resposta em frequência necessária a detecção de FAIs. Testados
desde 1992, o método foi incorporado em um sistema completo de nove algoritmos de energia
para detecção de FAIs, sendo um sistema desenvolvido pela Texas A&M University e utilizado
pela General Electric em seus relés. São basicamente algoritmos fundamentados na análise de
mudanças bruscas de energias de alta frequência, aleatoriedade de sinais, comportamento de
carga e padrões de arco na corrente de neutro [15].
2.4.3 Fabricante Schweitzer Engineering Laboratories (SEL)
Posteriormente, em 2006, semelhante ao caso em [14], em [10] há uma apresentação de
um algoritmo de detecção de FAIs baseado nas diferenças de correntes harmônicas do
alimentador discretizadas em 32 amostras a cada ciclo e somadas. Para formas de ondas
senoidais, o cálculo resultante na saída é zero. No entanto, para uma corrente causada por uma
falta de alta impedância, o algoritmo revela a atividade típica do arco elétrico da falta, processo
de comportamento aleatório. Um ajuste adaptativo mantém o histórico de funcionamento
normal do alimentador, sendo possível fixar automaticamente uma margem para a detecção de
arco. Quanto maior a diferença, maior a probabilidade de estar ocorrendo um arco elétrico no
sistema [14].
É um algoritmo que utiliza de componentes harmônicas e inter-harmônicas, onde as
técnicas de inteligência artificial foram substituídas por contadores e comparadores,
simplificando a implementação das funções de proteção. O método foi adaptado à uma
tecnologia chamada de Arc Sense, que é patenteada e utilizada em relés da fabricante SEL [16].
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25
2.4.4 Transformada Wavelet
Em [17] foi utilizada a transformada wavelet discreta para analisar reignição de arcos
elétricos associados à FAIs causadas por inclinação de árvores. A baixa corrente observada e a
periodicidade de reignição do arco foram condições que favoreceram a utilização da
transformada wavelet para a análise deste fenômeno com boa precisão. Em [18] também
utilizaram a transformada wavelet e redes neurais artificiais para a detecção de FAIs em
alimentadores de distribuição, dessa vez, considerando as alterações na forma de onda causadas
pelas faltas assim como o efeito do chaveamento normal do sistema. Os resultados obtidos
validaram a efetividade da metodologia proposta e a diferenciação entre FAIs e operações
transitórias causadas por chaveamento.
Na revisão feita em [19], é mencionada a contribuição de [20], que propôs uma
morfologia matemática para detecção e distinção de faltas de alta impedância utilizando sinas
de tensão medidos na subestação, simplificando a identificação dos distúrbios.
Ao contrário de grande parte das técnicas propostas, essa utiliza os sinais de
tensão medidos na subestação e não os sinais de corrente. Segundo Gautam
(2012), essa diferença se deve ao fato de que as características das distorções
nos sinais de tensão, no momento da falta de alta impedância, independem da
corrente de pré-falta, o que não ocorre com os sinais de corrente. (FARIAS,
2013 p.20).
2.4.5 Detecção por Monitoramento de Amplitude e Ângulo de Fase da Corrente de 3º
Harmônico
O uso das correntes de fase de terceiro harmônico mencionado por [21] baseia-se no
comportamento não-linear da corrente de arco elétrico que gerava harmônicos de 3ª ordem
durante a falta de alta impedância.
Para sistemas com transformadores ligados em estrela aterrado no lado primário, um
detector indicaria falta caso ocorresse os seguintes eventos:
• Deslocamento mínimo de 15 graus da componente de terceiro harmônico da corrente
de uma fase com relação às correntes de terceiro harmônico das outras duas fases;
• Aumento da corrente em uma fase de no mínimo 15 Ampères, de modo a evitar
operações incorretas em condições normais do sistema;
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26
• As duas condições acima persistirem no mínimo 5 segundos.
Para sistemas com transformadores em delta no primário, o deslocamento de fase é difícil
de medir, devido à filtragem de harmônicos ao lado secundário e à baixa magnitude. Assim, o
aumento percentual da magnitude da corrente de terceiro harmônico seria um critério substituto
ao deslocamento de fase.
2.4.6 Análise de Carga
Os métodos de detecção por monitoramento de corrente com arco elétrico não são
capazes de detectar faltas de alta impedância com condutores rompidos caídos ao solo
do lado da carga. Já aqueles que incorporam mecanismos para avaliar variações
súbitas de carga ou grau de desequilíbrio podem ser sensíveis a esse tipo de falta.
(OLIVEIRA JUNIOR, 2006, p.48).
Um algoritmo de análise de carga para monitorar padrões de corrente de carga pode
complementar as técnicas de detecção por corrente de condutores rompidos. Se há rompimento
do condutor, então parte da corrente total do alimentador é perdida. Uma combinação de
eventos onde há perda repentina de corrente de carga, indicação de arco ou de algum outro
algoritmo de detecção de falta traria maior confiabilidade à detecção de condutor rompido.
2.4.7 Detecção por Monitoramento de Tensão
Técnicas de detecção de quedas e interrupção de tensão vêm sendo desenvolvidas, muito
devido ao problema que tais efeitos causam em cargas sensíveis à variação de tensão, como em
alguns equipamentos eletrônicos. Estes métodos se fundamentam na identificação da queda de
tensão e se esse distúrbio ocorre em um ponto a jusante ou a montante de um medidor,
permitindo a identificação do trecho sob falta [22].
O método proposto por [23] descreve que, após o rompimento de um condutor, existe
um desequilíbrio de tensão considerável nos pontos a jusante do ponto de ruptura, e pode ser
detectado a partir do monitoramento das componentes de tensão de sequência negativa ou
sequência zero, com relação a sequência positiva. As grandezas G0 e G2 foram definidas para
quantificar o grau do desequilíbrio de tensão, conforme equações (1) e (2).
𝐺0 % = |𝑉0|
|𝑉1|∙ 100 (1)
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27
𝐺2 % = |𝑉2|
|𝑉1|∙ 100
(2)
Sendo:
V0 – a componente de sequência zero da tensão;
V1 – a componente de sequência positiva da tensão;
V2 – a componente de sequência negativa da tensão.
Para a eficácia deste método, é necessário a instalação de sensores em pontos
estratégicos do alimentador, principalmente em cada extremo da rede, como indicado na Figura
4. Tal sensor é sensível ao campo elétrico gerado pelos condutores energizados do alimentador,
logo não necessita estar em contato com o condutor. Os sensores apresentam resultante próxima
de zero caso o sistema esteja com tensões balanceadas.
Entretanto, caso uma das fases se romper, as tensões serão desbalanceadas e o campo
elétrico resultante induzirá uma tensão no circuito eletrônico do medidor. A atuação dos
sensores em cada trecho do alimentador é exibida na Tabela 2.
Figura 4 - Exemplo da disposição dos sensores (Δ) na rede [23] Fonte: MALAGODI, 1997
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28
Tabela 2 - Local das faltas de acordo com a atuação dos sensores [23]
Região sob falta Sensor ativado
4-5 A
4-6 B
2-4 A, B
2-3 C
1-2 A, B, C
A comunicação com o Centro de Operação da Distribuição (COD) pode ser feita
utilizando um sistema SCADA, redes GPRS, ou pelo power line carrier (PLC) para sistemas
de distribuição convencionais sem um sistema de comunicação disponível, sendo estes os
fatores limitantes para a implantação economicamente viável deste método [21].
Em [24] menciona-se que a comunicação por meio de GPRS tem seu custo diretamente
relacionado à quantidade de dados transmitidos, e sugere a limitação de dados utilizando o
telecomando em intervalos regulares de 3 a 5 minutos, que é possível com a adoção do protocolo
de comunicação DNP3.
A operação mantém as características de controle em tempo real, pois o protocolo
permite a priorização de eventos de forma quase instantânea, como informações sobre a
abertura ou fechamento de religadores. Essas configurações limitam o consumo de dados e
mantêm a comunicação em um patamar de baixo custo.
Já o nível de proteção do alimentador dependerá de sua topologia e da quantidade de
sensores instalados [4]. Na análise simulada no programa ATP Draw, foram considerados os
seguintes aspectos [23]:
Dois tipos de conexões de transformadores de distribuição: transformadores trifásicos
com os enrolamentos primários conectados em delta e transformadores monofásicos
conectados entre fase e neutro;
Várias condições de carga no sistema;
Condições diferentes de contato do condutor rompido ao solo: contato do lado fonte,
contato do lado carga, e diferentes valores de impedância de contato.
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29
Rompimento de um e dois condutores da rede primária;
Sistema com e sem banco de capacitores conectados.
E chegou-se às seguintes conclusões, também em [23]:
a) No caso de rompimento de uma das fases, o percentual de sequência negativa, assim como
de sequência zero, nas tensões de fase à jusante do ponto da falta estão na faixa de 50 a 100
%;
b) No caso de rompimento de duas fases, para sistemas com transformadores
trifásicos conectados em delta, quando o contato do cabo caído com o solo ocorre do lado
da carga, estes percentuais variam entre 50 e 100 %. Entretanto, no caso de o contato ocorrer
no lado da fonte, somente a componente de sequência zero existirá e, por isso, somente o
monitoramento da componente de sequência negativa não permitirá a detecção da falta;
c) Para sistemas em operação normal, apenas com cargas desequilibradas, indicam que as
tensões percentuais de sequência negativa e zero dificilmente excedem 5 %.
Há também uma alternativa de detecção utilizando o desequilíbrio de tensão, proposta em
[19] e chamada de tensão referencial relativa, que pode ser obtida através da equação (3):
𝛥𝑉𝑑 = |𝑉𝑑 − 𝑉𝑑0|
|𝑉𝑑0| 𝑝𝑢 (3)
Sendo:
ΔVd – tensão diferencial relativa, em pu;
Vd – tensão de sequência positiva num ponto de monitoramento a jusante do ponto de
falta, em volts;
Vd0 – tensão de sequência positiva num ponto de monitoramento a montante do ponto de
falta, em volts;
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30
A análise deste método foi feita considerando a tensão de sequência positiva a montante
no ponto de falta, igual ao módulo de tensão fase-neutro da fonte. Comparando os três índices
(K0, K2 e ΔVd), obteve-se algumas conclusões:
Definiu-se um limiar de 30% para a sensibilização do sensor, com boa margem de
segurança entre cargas desequilibradas e FAIs;
Notou-se pouca influência do lado de rompimento dos condutores nos mesmos
parâmetros;
Demonstrou-se a importância e suficiência de K0, frente aos outros parâmetros para
a detecção das FAI.
Ainda foi utilizado um algoritmo com uma “Matriz de Percurso de Rede” para a
informação de todas as barras contidas no caminho série de qualquer barra do alimentador,
facilitando a localização da falta [21].
O grande desafio deste tipo de proteção é a confiabilidade para a distinção entre um
rompimento de cabo com alta impedância e uma abertura monopolar de um equipamento de
proteção a montante do local de rompimento de cabo, no caso de uma falta de baixa impedância
[23]. Além disso, um fator limitante para implantação economicamente viável desse método é
a definição do sistema de comunicação entre os sensores e o centro de operação.
2.5 Problemas Operacionais dos Métodos de Detecção de Faltas de Alta
Impedância
Os métodos de detecção baseados no monitoramento de corrente são usualmente
aplicados em relés de subestações. No caso de uma acusação de falta, haverá dúvidas na decisão
de trip ou alarme, pois o trip desligará todo o alimentador.
Outra questão é que grande quantidade de rompimento de condutores ocorre em ramais
de condutores nus e seções reduzidas, e não em troncos de alimentadores. A perda de corrente
vista pela subestação é pouco significativa, tornando a detecção complexa, a menos que haja
indícios de perda de carga ou sobrecorrente detectados antes do início do arco [21]. Também,
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31
as linhas de distribuição e transformadores de corrente agem como filtros passa-baixa,
limitando parte das informações de uma corrente típica de uma FAI obtida em subestações [24].
Para os métodos por monitoramento de tensão, os problemas anteriores não ocorrem, pois
sua sensibilidade é local, com medidores ao longo do alimentador, sendo possível detectar a
falta através de um sistema de comunicação eficiente. Um problema que pode ocorrer é a
“abertura monopolar de equipamentos de proteção a montante do ponto de medição, indicando
incorretamente uma falta de alta impedância” ([21], p. 73). A tendência é que com o avanço das
redes inteligentes e da automação da distribuição exista um monitoramento remoto de chaves-
fusíveis e religadores, permitindo conhecer seu estado operativo.
Em [22] é mencionado um estudo da concessionária TaiPower sobre a viabilidade do
investimento em automação em sistemas de distribuição. As medidas de automação incluídas
no estudo foram:
• Sistemas de supervisão e aquisição de dados;
• Detecção, isolamento e restauração do defeito;
• Banco de capacitores controláveis;
• Armazenamento e recuperação de informações;
• Planejamento de interrupções;
• Sistema de processamento de chamadas relacionadas a reclamações;
• Simulador para treinamento dos operadores.
De acordo com este estudo, a implantação de tais medidas permitiu diminuir o tempo
médio de reparo de um defeito de 76,2 minutos, para 32 minutos, além da diminuição
do custo deste reparo ao consumidor de 11,43 $/kW para 4,37 $/kW. Concluiu-se que,
neste caso, a relação custo benefício dos investimentos em automação de sistemas de
distribuição justifica sua implantação e é maior quanto maior forem as taxas de falha
e os custos de interrupção. (TRINDADE, 2013, p.8-9).
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32
2.6 Abrangência dos Métodos de Detecção
Pode-se resumir a aplicabilidade dos métodos citados anteriormente a cada tipo de FAI
identificado nas Figuras 5a a 5d:
a. Falta ativa série com condutor caído ao solo do lado fonte;
b. Falta ativa série com condutor caído ao solo do lado carga;
c. Falta ativa shunt;
d. Falta passiva.
(c) Falta ativa shunt
(d) Falta passiva (sem contato com nenhuma
superfície)
Figura 5 - Tipos de faltas de alta impedância Fontes: NAKAGOMI, 2006 [5] e IURINIC, 2016 [15]
Os métodos de detecção são classificados em cinco categorias:
Grupo A – Monitoramento de corrente de sequência zero
Grupo B – Monitoramento de tensão
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33
Grupo C – Monitoramento de sinais de correntes diferentes de 60 Hz
Grupo D – Aplicação e processamento de sinais
Grupo E – Aumento da corrente de falta
A aplicabilidade das categorias dos métodos de detecção com relação aos tipos de faltas
de alta impedância é sintetizada na Tabela 3.
Tabela 3 - Aplicação dos métodos de detecção de FAI
Fonte: OLIVEIRA JUNIOR, 2006 [21]
Grupos de métodos de
detecção
Tipos de faltas de alta impedância
1 2 3 4
Grupo A X X
Grupo B X X X
Grupo C X X
Grupo D X X X
Grupo E X X
É interessante observar que integrando algumas categorias de métodos de detecção é
possível cobrir todos os tipos de faltas de alta impedância, como por exemplo, monitoramento
de tensão em conjunto com monitoramento de correntes diferentes de 60 Hz (B + C).
Porém, é conveniente ressaltar que a sensibilidade dos métodos de detecção está
intimamente relacionada com a distinção de condições entre falta e não-falta, podendo ocorrer
FAIs que um método não consiga detectar, além de falsas detecções em condições que não
caracterizam uma falta. A Figura 6 representa bem essa situação.
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34
Figura 6 - Campo de detecção de FAIs com um único método
Fonte: OLIVEIRA JUNIOR, 2006 [21]
A utilização integrada de vários métodos pode aumentar a faixa de detecção de faltas,
mas também aumentaria a probabilidade de falsas detecções, como pode ser observado no
desenho da Figura 7.
Figura 7 - Campo de detecção de FAIs com três métodos de detecção integrados
Fonte: OLIVEIRA JUNIOR, 2006 [21]
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35
3 MODELAGEM TEÓRICA
3.1 Considerações Iniciais
Constata-se que os métodos de detecção de FAI são variados. São abordagens que fazem
uso da medição de tensão, corrente ou tempo de propagação de pulsos aplicados ao alimentador
[21], porém este último representa uma forma de análise que aumenta a complexidade do
método utilizado. Métodos heurísticos microprocessados de sinais, redes neurais, ondas
viajantes, árvores de decisão apresentam certa complexidade e necessitam de estudos
adicionais, tanto da metodologia quanto da viabilidade dentro do contexto de redes inteligentes.
O principal problema de faltas de alta impedância é a segurança do público e de
propriedades, pois um cabo partido do circuito primário energizado e caído ao solo numa área
com alta densidade populacional representa um grande risco à vida de pessoas. Entretanto, é
importante distinguir uma falta de fase de um desequilíbrio acentuado de carga, o qual pode ser
uma situação incomum, porém aceitável no sistema de distribuição.
Neste contexto, esta monografia será dedicada ao estudo dos métodos baseados no
desequilíbrio de tensão e corrente, pois são de simples compreensão. O método por
desequilíbrio de tensão pode ser implementado mediante a adição de nova funcionalidade aos
medidores inteligentes em unidades consumidoras, para detecção e localização de condutores
rompidos na rede primária de distribuição, proposto em [8]. A medição de corrente de sequência
zero será medida na saída da subestação, para verificar a possibilidade de detecção de falta
shunt juntamente com os efeitos da impedância de falta.
Também será abordado nesta monografia a proposição de um valor de desequilíbrio
ótimo, que permita distinguir valores de desequilíbrios esperados para uma rede de distribuição
em condições severas de operação com cargas desequilibradas daqueles valores típicos da
ocorrência de abertura de chaves monopolares ou rompimento de condutores.
3.2 Análise de Desequilíbrio de Tensão
Para quantificar o desequilíbrio de tensão, há dois principais métodos empregados,
representados pelo fator K. O primeiro método utiliza as componentes simétricas de tensão, e
o grau de desequilíbrio é representado pela relação entre os módulos de tensão de sequência
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36
negativa (V2) e da tensão de sequência positiva (V1), conforme equação (4). Também, será
utilizado a relação entre a tensão de sequência zero (V0) e a tensão fase-neutro nominal do
sistema em regime normal de operação (VFN), como é mostrado em (5) e proposto por [19].
𝐾0 % = |𝑉0|
|𝑉𝐹𝑁|∙ 100 (4)
𝐾2 % = |𝑉2|
|𝑉1|∙ 100
(5)
Numa abertura bipolar a montante de transformadores ligados em delta no primário, as
tensões de sequência negativa são zero, impossibilitando o cálculo do fator K2 ([21], [23]).
Portanto, a detecção do desequilíbrio de tensão através do monitoramento do fator de sequência
zero (K0) é o mais indicado nesta condição.
O segundo método é proposto pelo CIGRÉ, apresentando o mesmo resultado obtido
pelo método das componentes simétricas. Porém, sua forma de cálculo é diferente, pois utiliza
apenas os módulos das tensões de linha do sistema [8]. Este método utiliza as equações (6) e
(7). A vantagem seria a facilidade de obter as tensões entre fases, ressaltando que as
componentes de tensão de sequência zero não poderão ser utilizadas por esse equacionamento.
Portanto, a equação (6) representa uma alternativa equivalente a equação (5).
𝐾2 % = √1 − √3 − 6𝛽
1 + √3 − 6𝛽∙ 100 (6)
Onde 𝛽 = 𝑉𝐴𝐵
4 +𝑉𝐵𝐶4 +𝑉𝐶𝐴
4
(𝑉𝐴𝐵2 +𝑉𝐵𝐶
2 +𝑉𝐶𝐴2 )²
(7)
Há uma tendência de instalação de medidores inteligentes nos pontos de consumo, sendo
possível assim escolher alguns medidores para serem utilizados na identificação do local da
falta. Para viabilizar a implementação proposta neste trabalho será necessário incluir uma nova
funcionalidade nos medidores inteligentes trifásicos, que corresponde a realização dos cálculos
de desequilíbrio, conforme procedimento proposto pelo CIGRÉ.
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37
Através de simulações no programa computacional ATP em [23], verificou-se que a
medida de desequilíbrio de tensão é uma maneira segura para detectar a ruptura de condutores,
principalmente devido à presença de transformadores de distribuição. Na análise, os seguintes
aspectos foram considerados:
Dois tipos de conexões de transformadores de distribuição: transformadores
trifásicos com os enrolamentos primários conectados em delta e transformadores
monofásicos conectados entre fase e neutro;
Várias condições de carga no sistema;
Condições diferentes de contato do condutor rompido ao solo (contato do lado
fonte, contato do lado carga e diferentes valores de impedância de contato).
Rompimento de um e dois condutores da rede primária;
Sistema com e sem banco de capacitores ligados.
Com o conhecimento prévio da posição elétrica dos medidores inteligentes, seus
respectivos transformadores de distribuição e comparando-se os fatores de desequilíbrio
calculados por diversos medidores, a montante e a jusante no local onde ocorreu a falta, é
possível elaborar uma metodologia de identificação do local de uma falta série. A identificação
da falta série é possível, pois a condição de um cabo rompido energizado resulta em um
desequilíbrio de tensão muito elevado a jusante do ponto de falta, influenciando também as
cargas a jusante do trecho.
3.3 Análise do Desequilíbrio de Corrente
A tradicional proteção por sobrecorrente apresenta uma simplicidade de aplicação em
sistemas elétricos, principalmente em redes de distribuição. Porém, faltas de alta impedância
podem não produzir o nível de sobrecorrente mínimo capaz de sensibilizar a proteção, uma vez
que a magnitude da corrente de falta é geralmente menor que as correntes de carga.
Faltas ativas série tocando ou não objetos externos ou o solo, produzem desequilíbrio
de corrente à montante do ponto de rompimento, os quais podem ser utilizados para a indicação
de faltas de alta impedância.
Quando ocorre uma falta fase-terra em uma rede de distribuição aterrada, a corrente
tende a retornar para a fonte de alimentação pelo solo ou por condutores de neutro, sendo esta
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38
uma corrente de sequência zero. Então, para faltas shunt haverá desequilíbrio de corrente e será
analisado a possibilidade de detecção de FAIs shunt por meio da medição da corrente de
sequência zero do alimentador no ponto de saída da subestação de distribuição, conforme
mostrado na Figura 8.
Figura 8 - Exemplo de falta shunt
Fonte: MALAGODI, 1997 [23]
Utilizando as condições de contorno associadas a Figura 8, é realizada a decomposição
em componentes simétricas para uma falta shunt na fase A [26], pelas eq. (8) a (11):
𝐼𝑎0 = 𝐼𝑎1 = 𝐼𝑎2 (8)
Sendo
𝐼𝐴 = 𝐼𝑎0 + 𝐼𝑎1 + 𝐼𝑎2 (9)
E também,
𝐼 = 𝐼 = 0 (10)
Tem-se que:
𝐼 + 𝐼 + 𝐼 = 3 ∙ 𝐼𝑎0 (11)
Logo, o aparecimento 3.I0, medido na saída da subestação seria um indicativo da
ocorrência da falta no sistema shunt na fase A do sistema mostrado na Figura 8. É importante
ressaltar que redes de distribuição apresentam um considerável desbalanço de correntes, seja
pelo uso de transformadores monofásicos, em delta aberto ou por correntes dispersas em
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isoladores sujos e defeituosos. Portanto, será avaliado se essa medição representa corretamente
as situações de falta no sistema elétrico de distribuição.
Para evitar que a proteção contra FAI atue indevidamente para uma condição normal de
operação, será realizada uma avaliação dos graus de desequilíbrio em sistemas desequilibrados,
comparando-as as situações de operação normal com situações de faltas na rede.
3.4 Metodologia Proposta para Identificação e Localização de Falta de Alta
Impedância
O procedimento proposto utiliza os conceitos apresentados nos capítulos 2 e 3 sobre
desequilíbrio de tensão e de corrente.
A identificação de uma falta pelo método de corrente se baseia na sensibilização da
proteção de corrente de neutro no alimentador, medida a partir da subestação. Não é capaz de
localizar os trechos sob falta, apenas de identificar uma sobrecorrente anormal, que seria um
indicativo de falta.
O processo de identificação e localização da ruptura do condutor consiste em analisar a
mudança de perfil de tensão causada pelo desequilíbrio de tensão de uma falta série e diferenciá-
las do desequilíbrio de cargas desbalanceadas em operação. Em [8], foi considerado um
desequilíbrio de tensão máximo de 7,8 % em cargas desequilibradas no primário, na condição
de operação normal da rede, ou seja, sem abertura de fases. Os métodos analisados são descritos
a seguir.
1. Fator de desequilíbrio de tensão utilizando medidores inteligentes em pontos de carga,
ou seja, no lado de baixa tensão de transformadores do tipo Dy1. Serão analisados os
casos utilizando a fórmula do CIGRÉ e a relação de componentes simétricas 𝑉2/𝑉1.
2. Fator SQ0, representado pela relação 𝑉0/𝑉𝐹𝑁. Para este método, as tensões são medidas
no lado de média tensão dos transformadores de distribuição.
3. Corrente 3𝐼0 medida no bay de saída da subestação de distribuição.
Os métodos 1 e 2 serão dedicados principalmente a detecção de faltas séries, com 1 ou
2 cabos rompidos, e para localizar o possível trecho de falta. O método 1 pode ser implementado
como uma nova função em medidores inteligentes, principalmente a equação de cálculo do
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40
CIGRÉ, pois utiliza tensões de linha para o cálculo do fator de desequilíbrio, mas não impede
a análise do desequilíbrio em coordenadas simétricas, caso o medidor inteligente tenha uma
capacidade de processamento que permita esse cálculo. O transformador de distribuição
também funcionará como transformador de potencial, sendo este um ponto favorável na questão
de viabilidade financeira para implementação deste método.
O método 2 utiliza a tensão de sequência zero em seu cálculo. Deste modo, tanto a
conexão delta-estrela do transformador, quanto a medição das tensões fase-fase na baixa tensão
impedem a medição da sequência zero pelo medidor inteligente no lado do consumidor.
Portanto, este método será empregado medindo-se as tensões fase-terra no lado de média
tensão, sendo necessário o uso de transformadores de potencial.
Já o método 3 é uma proposta de detecção de faltas shunt e sua viabilidade diante de
resistências de contato no ponto de falta. É um teste complementar, portanto, não será um dos
focos deste trabalho.
Os cenários simulados envolvem situações de abertura de 1 ou 2 condutores, podendo
estas serem faltas passivas, com condutores caídos no lado carga ou lado fonte. Também foi
analisado o caso de falta shunt. Os casos consideram a operação de cargas desequilibradas em
até 30 % no secundário dos transformadores de distribuição.
Em regime permanente senoidal, o desequilíbrio de tensão a jusante do ponto de ruptura
do cabo é análogo à abertura manual ou defeito de uma chave-fusível, por exemplo. Portanto,
o operador da rede de distribuição deve conhecer os trechos sob manutenção para não ser
induzido a classificar trechos desligados para manutenção de rede como trechos que houveram
rompimento de condutores. Cabe ao operador da rede a decisão de abertura ou não do circuito
e outros fatores deverão ser verificados para sustentar essa decisão [8].
Existência ou não de chave fusível no trecho informado;
Posição geográfica do trecho informado, ou seja, se está localizada em regiões
urbanas ou rurais, proximidade de igrejas, centros comerciais, escolas, praças, áreas
de preservação ambiental, região de criação de gado de raça, etc...
Registro de ordem de serviços de manutenção na região identificada;
Existência de condições emergenciais devido a tempestades ou enchentes.
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41
Um algoritmo associado a um diagrama sinótico de representação visual de uma rede de
distribuição é utilizado para a localização de faltas série, tanto monofásica quanto abertura
bifásica.
O fluxograma da Figura 9 representa a metodologia básica do algoritmo de localização
de faltas implementado no programa Excel. Já o diagrama de blocos da Figura 10 explicita a
estrutura geral do algoritmo proposto aqui.
Figura 9 – Fluxograma de localização de FAI
Fonte: LEITE, 2017 [27]
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42
Ocorrência de FAI na
rede em estudo
Fim
Início
FAI identificada para fator de desequilíbrio maior que
valor ajustado ou sua indeterminação representando
falta de duas ou três fases
Cada medidor inteligente de energia, instalado no
secundário dos transformador de MT/BT, calcula
seu respectivo fator de desequilíbrio de tensões
Dados são enviados para o COD
Algorítimo no Excel é carregado com o fator de
desequilíbrio de todos os medidores inteligentes
do alimentador.
Com a topologia já registrada no algorítimo, gera-se os
Diagramas Sinóticos de localização das faltas através de
comparações dos respectivos fatores de desequilíbrio de tensão
no secundário dos transfomadores elétricamente mais próximos.
Este processo deverá ser repetido até que se encontre um
secundário de transformador sem indicação de desequilíbrio
além do limite estabelecido
O trecho comum com desequilíbrio além do limite estabelecido
ou indeterminados, representará o trecho provável da FAI. Para
facilitar a interpretação este trecho será apresentado em vermelho
e os trechos a jusante, que também foram afetados, serão
apresentados em amarelo
FAI localizada
Análise dos sinóticos gerado, junto com outras
informações do alimentador, auxiliarão a tomada de
decisões pelo operador do COD
Figura 10 - Diagrama de blocos da estrutura do algoritmo proposto
Fonte: LEITE, 2017 [27]
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43
3.5 Considerações Finais
Neste capítulo, foram apresentadas as metodologias para detecção de faltas de alta
impedância em redes primárias de distribuição. A utilização do fator de desequilíbrio e das
componentes simétricas dos sinais de tensão e corrente são fundamentais para a aplicação dos
métodos aqui propostos.
Para dar prosseguimento a este trabalho, um caso teste contemplando um sistema de
distribuição típico foi modelado no MATLAB / Simulink com apresentação dos resultados em
tabelas no Microsoft Excel. Foram simuladas faltas séries passivas, ativas com contato de
condutores no lado carga ou lado fonte, além de faltas shunt, aplicando-se os métodos de
identificação de FAI mencionados.
Conhecendo-se a topologia da rede de distribuição e os nós onde estão conectados os
transformadores de distribuição, pode-se realizar o processo de localização da falta. Neste
alimentador-teste foi aplicado um procedimento para a localização dos trechos sob falta,
utilizando como base a metodologia de desequilíbrio de tensão nos transformadores e fazendo
uma análise comparativa de pontos a montante e a jusante da falta para detectar o trecho de
rompimento de 1 ou 2 fases do alimentador.
Os fatores de desequilíbrio mínimos para a identificação de faltas no sistema de
distribuição podem ser modificados pela concessionária, uma vez que cada alimentador
apresenta características próprias de extensão, condutores e carregamento distintos entre si.
Portanto, a personalização dos fatores de desequilíbrio para cada alimentador é uma prática
recomendável. As metodologias propostas serão analisadas no próximo capítulo.
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44
4 ESTUDOS DE CASO
4.1 Considerações Iniciais
Este capítulo tem como objetivo aplicar as metodologias de identificação e localização
de faltas de alta impedância apresentadas no Capítulo 3.
As metodologias propostas serão testadas e validadas utilizando um modelo de
alimentador com 7 nós e 8 transformadores de distribuição. O algoritmo foi implementado no
MATLAB / Simulink, com entrada de dados e representação dos resultados feitos em planilha
Excel.
4.2 Sistema Utilizado
O sistema de distribuição utilizado, apresentado na Figura 11, é constituído de
condutores de alumínio simples 4/0 AWG, 7 nós, afastados entre si de um quilômetro, com 8
transformadores trifásicos de distribuição, potência de 45 kVA, conexão Dyn1 – delta no
primário (MT) e estrela solidamente aterrada no secundário (BT) – carregados com 50 % da
capacidade nominal com carga desequilibrada em até 30 %. Há, em cada secundário, um
medidor inteligente de energia trifásico instalado.
Estão sendo mensurados os fatores de desequilíbrio pela equação do CIGRÉ e pela
relação das componentes simétricas V2/V1, este por ambos os lados de baixa (BT) e média
tensão (MT) dos transformadores de distribuição.
Também estão apresentados os resultados calculados pela relação de tensão de
sequência zero pela tensão fase-neutro nominal do sistema, representada por V0/VFN e medidos
pelo lado de média tensão dos transformadores. Como não há uma denominação padronizada
para este cálculo, nesta monografia será denominado de Fator SQ0.
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45
Figura 11 - Desenho esquemático do alimentador-teste de distribuição
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46
4.3 Casos Simulados
Foram testados 9 casos e 14 subcasos, conforme Tabela 4, para verificar o desempenho
do algoritmo. A impedância de 40 Ω é um valor típico para análise de corrente de curto-circuito
fase-terra mínima em redes de distribuição, e 8 kΩ é um valor que corresponde a uma corrente
de falta fase-terra de aproximadamente de 1 Ampère para um sistema de tensão em 13,8 kV.
Tabela 4 - Casos e subcasos de faltas simuladas
Casos Trecho de Falta Descrição
1 1A -- Sistema sem FAI, carga equilibrada
1B -- Sistema sem FAI, carga desequilibrada
2 Trecho 4-7 Um condutor rompido
3 Trecho 2-3 Um condutor rompido
4
4A
Trecho 4-5
Um condutor rompido
4B Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado fonte
4C Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado fonte
4D Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado carga
4E Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado carga
5
5A
Trecho 2-6
Um condutor rompido
5B Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado fonte
5C Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado fonte
5D Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado carga
5E Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado carga
6 Trecho 4-7 Dois condutores rompidos
7 Trecho 7-TR5 e TR3 Desligado Dois condutores rompidos
8 Trecho 3-4 Dois condutores rompidos
9
9A
Trecho 2-3
Falta shunt sólida
9B Falta shunt - R = 40 Ω
9C Falta shunt - R = 8000 Ω
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47
4.3.1 Caso 1 – Sistema operando em condições normais
Para a situação sem falta de fase, os desequilíbrios foram calculados via simulação e
apresentados nas Tabelas 5 e 6. É possível observar que não há desequilíbrio de tensão na
situação de carga equilibrada (caso 1A). Para o caso 1B, o desequilíbrio de tensão de 1,17 %,
dentro do limite de desequilíbrio máximo de 2 %, recomendado pelo PRODIST.
A – Sistema operando em condição normal (sem FAI) e carga equilibrada
Tabela 5 - Cálculos para o caso 1A
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn
(MT)
TR01 211,79 211,85 211,82 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR02 211,44 211,51 211,49 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR03 211,27 211,34 211,32 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR04 211,24 211,31 211,30 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR05 211,24 211,31 211,30 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR06 211,27 211,34 211,32 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR07 211,50 211,57 211,55 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
TR08 211,53 211,60 211,57 0,02% 0,01% 0,01% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
Como o sistema é equilibrado, não há presença de desequilíbrio de tensão no sistema e
nem de corrente de sequência zero na saída da subestação.
Para o caso 1B, é possível verificar o desequilíbrio de tensão em baixa tensão na Tabela
6, porém com efeitos reduzidos quando calculados para a média tensão. A corrente 3I0 também
não é influenciada pelo grau de desequilíbrio deste caso.
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48
B – Sistema operando em condição normal (sem FAI) e carga desequilibrada
Tabela 6 - Cálculos para o caso 1B
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,70 210,47 210,31 1,05% 1,08% 0,03% 0,00%
TR02 208,85 211,87 212,69 1,10% 1,11% 0,04% 0,00%
TR03 213,24 212,62 211,27 0,55% 0,57% 0,05% 0,00%
TR04 211,34 213,19 212,48 0,51% 0,50% 0,05% 0,00%
TR05 211,76 212,57 208,57 1,16% 1,16% 0,06% 0,00%
TR06 213,25 209,94 209,79 1,07% 1,11% 0,06% 0,00%
TR07 208,89 211,95 212,74 1,11% 1,11% 0,04% 0,00%
TR08 211,98 212,90 208,84 1,16% 1,17% 0,04% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
4.3.2 Caso 2 – Um condutor rompido em 4-7, sem contato com o solo
Pelo rompimento de 1 condutor entre os nós 4 e 7 são identificados grandes
desequilíbrios de tensão nos transformadores a jusante do ponto de falta (TR05 e TR06). O
diagrama sinótico da Figura 11 localiza o trecho de falta corretamente.
Tabela 7 - Cálculos para o caso 2
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,71 210,53 210,45 1,02% 1,05% 0,03% 0,00%
TR02 208,82 212,03 212,94 1,18% 1,18% 0,06% 0,00%
TR03 213,19 212,83 211,57 0,46% 0,48% 0,07% 0,00%
TR04 211,29 213,41 212,78 0,59% 0,58% 0,07% 0,00%
TR05 183,67 184,87 1,34 99,45% 100,54% 100,00% 49,83%
TR06 184,89 183,69 1,34 99,44% 99,46% 99,99% 49,83%
TR07 208,88 212,06 212,93 1,16% 1,17% 0,04% 0,00%
TR08 211,97 213,01 209,04 1,12% 1,13% 0,04% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
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49
Figura 12 – Diagrama de localização de falta no trecho 4-7
O caso 2 apresenta valores consideráveis do fator de desequilíbrio e do fator SQ0 nos
transformadores a jusante do ponto de falta, sendo possível identificar e localizar a falta por
estes métodos. A corrente 3I0 não apresentou resultados satisfatórios.
4.3.3 Caso 3 - Um condutor rompido no trecho 2-3
Este caso representa o rompimento de 1 fase entre os nós 2 e 3, afetando um número
considerável de transformadores (TR02 ao TR06). O diagrama sinótico da Figura 12 indica o
trecho da falta série corretamente
Pela Tabela 8, é possível verificar que o fator de desequilíbrio e o fator SQ0 identificam
e localizam a falta corretamente, como no caso anterior.
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50
Tabela 8 - Cálculos para o caso 3
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 214,00 210,51 210,44 1,11% 1,15% 0,09% 0,00%
TR02 13,10 188,88 179,96 91,38% 91,38% 90,69% 47,58%
TR03 15,47 189,14 178,03 90,36% 90,36% 90,67% 47,58%
TR04 14,50 189,98 179,80 90,79% 90,79% 90,67% 47,58%
TR05 16,61 189,12 176,86 89,95% 89,94% 90,65% 47,58%
TR06 15,48 186,69 175,65 90,17% 90,17% 90,66% 47,58%
TR07 209,32 211,98 212,97 1,03% 1,03% 0,13% 0,00%
TR08 212,40 212,92 209,08 1,14% 1,15% 0,13% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
Figura 13 – Diagrama de localização de falta no trecho 2-3
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51
4.3.4 Caso 4 – Condutor rompido no trecho 4-5
Este caso representa o rompimento de condutor no trecho 4-5, com variações de
resistências de contato e situação de queda no lado carga e lado fonte do sistema. O caso A não
há contato com o solo. Os casos B e C representam faltas série com condutores caindo pelo
lado da fonte, com diferentes resistências. Os casos D e E fazem a mesma situação anterior,
porém, com o condutor caindo pelo lado da carga.
O diagrama sinótico novamente detecta o trecho de ocorrência da FAI corretamente, em
vermelho na Figura 13.
A - Um condutor rompido no trecho 4-5, sem contato com o solo ou objeto
Tabela 9 - Cálculos para o caso 4A
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,82 210,49 210,35 1,07% 1,11% 0,05% 0,00%
TR02 209,07 211,88 212,81 1,06% 1,06% 0,09% 0,00%
TR03 13,66 188,09 178,96 90,86% 90,86% 91,17% 47,60%
TR04 12,73 188,95 180,74 91,29% 91,28% 91,17% 47,60%
TR05 212,03 212,58 208,73 1,14% 1,15% 0,12% 0,00%
TR06 213,53 209,94 209,95 1,14% 1,17% 0,12% 0,00%
TR07 209,06 211,97 212,82 1,08% 1,08% 0,07% 0,00%
TR08 212,15 212,92 208,93 1,15% 1,16% 0,07% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
52
B - Condutor rompido no trecho 4-5, caindo pelo lado fonte e impedância de contato a 40
Ω
Tabela 10 - Cálculos para o caso 4B
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 208,44 206,83 211,17 1,22% 1,24% 1,78% 3,80%
TR02 194,90 205,41 212,43 4,97% 4,98% 3,88% 10,26%
TR03 13,66 188,10 178,97 90,86% 90,86% 91,17% 56,14%
TR04 12,73 188,95 180,74 91,29% 91,28% 91,17% 56,14%
TR05 193,13 204,31 207,72 4,34% 4,35% 5,02% 13,52%
TR06 194,51 201,68 208,68 4,06% 4,07% 5,02% 13,52%
TR07 199,36 206,91 213,10 3,85% 3,86% 2,78% 7,02%
TR08 202,26 207,72 209,18 2,03% 2,05% 2,78% 7,02%
Corrente 3I0 na SE [A] 155,36
C - Condutor rompido no trecho 4-5, caindo pelo lado fonte e impedância de contato a 8
kΩ
Tabela 11 - Cálculos para o caso 4C
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,79 210,46 210,36 1,07% 1,10% 0,04% 0,02%
TR02 208,98 211,84 212,81 1,09% 1,09% 0,07% 0,07%
TR03 13,66 188,09 178,96 90,86% 90,86% 91,17% 47,66%
TR04 12,73 188,95 180,74 91,29% 91,28% 91,17% 47,66%
TR05 211,91 212,52 208,73 1,11% 1,12% 0,11% 0,09%
TR06 213,41 209,89 209,94 1,11% 1,14% 0,10% 0,09%
TR07 209,00 211,93 212,83 1,09% 1,09% 0,06% 0,04%
TR08 212,09 212,88 208,93 1,14% 1,15% 0,06% 0,04%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,99
As Tabelas 10 e 11 exibem a influência da resistência de falta nos métodos. O fator de
desequilíbrio não apresentou alterações. O fator SQ0 teve uma pequena redução, mas ainda é
possível localizar o provável ponto de falta, já que o fatores nos pontos a montante estão
próximos de zero. A corrente 3I0 reduziu consideravelmente com o aumento da impedância.
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53
D - Condutor rompido no trecho 4-5, caindo pelo lado carga e impedância de contato a 40
Ω
Tabela 12 - Cálculos para o caso 4D
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,81 210,49 210,35 1,07% 1,10% 0,05% 0,01%
TR02 209,05 211,88 212,80 1,07% 1,07% 0,08% 0,03%
TR03 71,21 187,33 186,10 49,66% 49,67% 50,03% 33,25%
TR04 70,34 188,32 187,77 50,40% 50,40% 50,03% 33,25%
TR05 212,00 212,58 208,71 1,14% 1,15% 0,12% 0,04%
TR06 213,50 209,94 209,93 1,13% 1,17% 0,11% 0,04%
TR07 209,04 211,96 212,81 1,08% 1,08% 0,07% 0,02%
TR08 212,13 212,91 208,92 1,15% 1,16% 0,07% 0,02%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,49
E - Condutor rompido no trecho 4-5, caindo pelo lado carga e impedância de contato a 8
kΩ
Tabela 13 - Cálculos para o caso 4E
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,81 210,49 210,35 1,07% 1,10% 0,05% 0,01%
TR02 209,06 211,88 212,81 1,07% 1,07% 0,09% 0,02%
TR03 46,05 195,60 173,51 68,31% 68,31% 68,62% 40,78%
TR04 45,02 196,42 175,24 68,92% 68,93% 68,62% 40,78%
TR05 212,01 212,57 208,72 1,14% 1,14% 0,12% 0,02%
TR06 213,51 209,94 209,94 1,13% 1,17% 0,12% 0,02%
TR07 209,05 211,96 212,82 1,08% 1,08% 0,07% 0,01%
TR08 212,14 212,91 208,92 1,15% 1,16% 0,07% 0,01%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,26
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
54
Figura 14 – Diagrama de localização de falta no trecho 4-5
O caso 4 apresenta diversos subcasos. O desequilíbrio de tensão e o fator SQ0
identificaram e localizaram corretamente a falta em todos os subcasos. A corrente 3I0 apresenta
valores suficientes para sensibilizar uma proteção de sobrecorrente de neutro quando há contato
do condutor ao solo pelo lado fonte, porém é sensível à impedância de contato.
Nota-se também que os três métodos têm magnitudes reduzidas quando a falta ocorre
com contato ao solo pelo lado carga, como pode ser verificado nas Tabelas 12 e 13.
4.3.5 Caso 5 – Rompimento de condutor no trecho 2-6
Os casos referentes ao rompimento no trecho 2-6 são análogos ao caso 4, considerando
situações com diferentes resistências de falta e quedas de condutores, e estão representados nas
Tabelas 14 a 18. O digrama sinótico apresentado na Figura 14 fornece o local da falta
corretamente.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
55
A - Um condutor rompido no trecho 2-6, sem contato com o solo ou objeto
Tabela 14 - Cálculos para o caso 5A
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,83 210,48 210,37 1,08% 1,11% 0,05% 0,00%
TR02 209,03 211,87 212,80 1,07% 1,07% 0,08% 0,00%
TR03 213,42 212,61 211,38 0,56% 0,58% 0,09% 0,00%
TR04 211,52 213,19 212,60 0,46% 0,45% 0,09% 0,00%
TR05 211,94 212,57 208,68 1,14% 1,15% 0,10% 0,00%
TR06 213,44 209,93 209,90 1,12% 1,15% 0,10% 0,00%
TR07 9,35 188,01 180,77 94,59% 94,55% 93,91% 48,36%
TR08 12,97 188,45 177,86 93,18% 93,15% 93,90% 48,36%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
B - Condutor rompido no trecho 2-6, caindo pelo lado fonte e impedância de contato a 40
Ω
Tabela 15 - Cálculos para o caso 5B
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 207,93 206,35 211,38 1,43% 1,46% 2,00% 4,26%
TR02 198,31 206,14 213,26 4,19% 4,20% 3,13% 7,86%
TR03 202,47 206,72 211,74 2,59% 2,61% 3,13% 7,86%
TR04 200,67 207,37 213,05 3,45% 3,46% 3,13% 7,86%
TR05 201,03 206,68 209,11 2,32% 2,34% 3,12% 7,86%
TR06 202,48 204,04 210,12 2,28% 2,31% 3,13% 7,86%
TR07 9,35 188,01 180,77 94,59% 94,55% 93,91% 53,12%
TR08 12,97 188,45 177,86 93,18% 93,15% 93,90% 53,12%
Corrente 3I0 na SE [A] 174,08
O fator SQ0 na Tabela 15 apresenta valores próximos à 8 % nos transformadores a
montante da falta. São números que devem ser considerados para definir a fronteira que
classifica o trecho de falta de um trecho que não houve falta.
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56
C - Condutor rompido no trecho 2-6, caindo pelo lado fonte e impedância de contato a 8
kΩ
Tabela 16 - Cálculos para o caso 5C
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,80 210,45 210,38 1,07% 1,10% 0,05% 0,02%
TR02 208,97 211,83 212,80 1,09% 1,09% 0,07% 0,04%
TR03 213,36 212,58 211,38 0,54% 0,57% 0,08% 0,04%
TR04 211,46 213,16 212,60 0,47% 0,46% 0,08% 0,04%
TR05 211,88 212,53 208,68 1,12% 1,13% 0,09% 0,04%
TR06 213,38 209,90 209,90 1,10% 1,14% 0,09% 0,04%
TR07 9,35 188,01 180,77 94,59% 94,55% 93,91% 48,39%
TR08 12,97 188,45 177,86 93,18% 93,15% 93,90% 48,39%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,99
D - Condutor rompido no trecho 2-6, caindo pelo lado carga e impedância de contato a 40
Ω
Tabela 17 - Cálculos para o caso 5D
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,82 210,48 210,36 1,07% 1,11% 0,05% 0,02%
TR02 209,01 211,87 212,79 1,07% 1,08% 0,08% 0,03%
TR03 213,41 212,61 211,37 0,56% 0,58% 0,09% 0,03%
TR04 211,50 213,19 212,58 0,46% 0,45% 0,09% 0,03%
TR05 211,92 212,57 208,67 1,14% 1,15% 0,10% 0,03%
TR06 213,42 209,93 209,88 1,11% 1,15% 0,09% 0,03%
TR07 69,19 187,50 187,96 50,97% 50,99% 50,03% 33,27%
TR08 71,25 187,64 184,75 49,56% 49,58% 50,02% 33,27%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,61
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57
E - Condutor rompido no trecho 2-6, caindo pelo lado carga e impedância de contato a 8
kΩ
Tabela 18 - Cálculos para o caso 5E
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,83 210,48 210,37 1,08% 1,11% 0,05% 0,01%
TR02 209,02 211,86 212,80 1,07% 1,08% 0,08% 0,01%
TR03 213,41 212,61 211,37 0,56% 0,58% 0,09% 0,01%
TR04 211,51 213,19 212,59 0,46% 0,45% 0,09% 0,01%
TR05 211,93 212,56 208,68 1,14% 1,15% 0,10% 0,01%
TR06 213,42 209,93 209,89 1,11% 1,15% 0,10% 0,01%
TR07 41,93 197,80 172,44 73,28% 73,28% 72,44% 42,25%
TR08 45,46 198,43 169,62 72,03% 72,02% 72,44% 42,25%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,32
Figura 15 – Diagrama de localização de falta no trecho 2-6
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
58
4.3.6 Caso 6 – Dois condutores rompidos no trecho 4-7
O caso 6 representa a abertura de 2 fases do sistema entre os nós 4 e 7. O diagrama
sinótico, da Figura 15, detecta corretamente o trecho de falta 4-7. O fator de desequilíbrio se
mostra indeterminado de calcular (INDET) nesta situação.
Tabela 19 - Cálculos para o caso 6
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,80 210,61 210,45 1,03% 1,07% 0,02% 0,00%
TR02 209,03 212,16 212,94 1,13% 1,13% 0,04% 0,00%
TR03 213,47 212,98 211,57 0,54% 0,56% 0,04% 0,00%
TR04 211,56 213,56 212,78 0,55% 0,54% 0,04% 0,00%
TR05 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,72%
TR06 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,72%
TR07 209,03 212,17 212,93 1,13% 1,13% 0,04% 0,00%
TR08 212,12 213,12 209,04 1,16% 1,16% 0,04% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
Figura 16 – Diagrama de localização de falta de 2 condutores no trecho 4-7
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
59
4.3.7 Caso 7 - Dois condutores rompidos no trecho 7-TR05
Dois condutores rompidos no trecho 7-TR05, sem contato com o solo ou objeto. TR03
desligado
Este caso representa uma situação onde o transformador 03 está desligado para
manutenção, e ocorre uma dupla ruptura de condutores no trecho 7-TR05. O diagrama sinótico
considerou erroneamente o trecho 5-TR3 como ocorrência de FAI, além do próprio trecho 7-
TR05 que está sob falta.
Tabela 20 - Cálculos para o caso 7
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFN (MT)
TR01 213,80 210,59 210,45 1,04% 1,07% 0,02% 0,00%
TR02 209,03 212,13 212,96 1,13% 1,13% 0,02% 0,00%
TR03 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,69%
TR04 211,59 213,56 212,84 0,54% 0,53% 0,03% 0,00%
TR05 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,69%
TR06 213,50 210,29 210,14 1,04% 1,07% 0,02% 0,00%
TR07 209,03 212,15 212,94 1,13% 1,13% 0,03% 0,00%
TR08 212,12 213,09 209,05 1,15% 1,16% 0,03% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
Numa possível solução para este caso, o operador da rede, de posse do cronograma de
manutenções da rede, identificaria os trechos sob manutenção ou que tiverem suas chaves-
fusíveis abertas manualmente para outras finalidades. Logo, eliminando os trechos conhecidos,
restariam os trechos onde ocorreu a falta, que estariam identificados corretamente.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
60
Figura 17 – Diagrama de localização de falta 7-TR05 e TR03 desligado
4.3.8 Caso 8 - Dois condutores rompidos no trecho 3-4
O caso 8 demonstra a simulação de ruptura de 2 condutores entre os nós 3 e 4, tendo o
diagrama sinótico indicado corretamente o trecho sob falta, na Figura 17.
Tabela 21 - Cálculos para o caso 8
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,92 210,73 210,58 1,03% 1,06% 0,02% 0,00%
TR02 209,25 212,39 213,19 1,13% 1,14% 0,03% 0,00%
TR03 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,86%
TR04 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,86%
TR05 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,86%
TR06 0,00 0,00 0,00 INDET INDET INDET 99,86%
TR07 209,20 212,34 213,12 1,13% 1,13% 0,04% 0,00%
TR08 212,29 213,29 209,22 1,15% 1,16% 0,03% 0,00%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,00
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
61
Figura 18 – Diagrama de localização de falta de 2 condutores no trecho 3-4
A indeterminação do fator de desequilíbrio pode ser um indicador de ruptura de 2 ou 3
condutores nos trechos onde essa situação ocorrer. Por outro lado, o fator SQ0 indica um valor
mensurável e considerável, comparado aos pontos à montante da falta.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
62
4.3.9 Caso 9 – Falta shunt
O caso 9 simula a situação de falta shunt no trecho 2-3. Não há rompimento de
condutores neste caso. Foram consideradas impedâncias de contato no valor de 0 Ω, 40 Ω e
8000 Ω.
A - Falta shunt sólida monofásica no trecho 2-3
Tabela 22 - Cálculos para o caso 9A
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 191,95 207,53 155,11 16,59% 16,61% 16,61% 30,44%
TR02 184,47 197,43 119,87 27,80% 27,81% 27,81% 56,17%
TR03 188,92 199,31 119,08 28,74% 28,76% 28,76% 56,17%
TR04 186,97 199,16 119,75 28,33% 28,35% 28,35% 56,17%
TR05 187,89 199,28 117,44 29,38% 29,41% 29,41% 56,17%
TR06 188,92 197,35 118,33 28,67% 28,68% 28,68% 56,17%
TR07 184,51 197,50 119,90 27,80% 27,82% 27,82% 56,17%
TR08 188,10 199,56 117,60 29,38% 29,41% 29,41% 56,17%
Corrente 3I0 na SE [A] 1244,02
B - Falta shunt monofásica no trecho 2-3, com resistência de contato de 40 Ω
Tabela 23 - Cálculos para o caso 9B
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 209,62 211,58 204,36 2,06% 2,06% 2,03% 4,25%
TR02 203,09 212,16 201,78 3,20% 3,21% 3,20% 7,85%
TR03 207,53 212,94 200,38 3,51% 3,54% 3,19% 7,85%
TR04 205,61 213,49 201,58 3,40% 3,42% 3,20% 7,85%
TR05 206,16 212,90 197,84 4,23% 4,26% 3,19% 7,85%
TR06 207,54 210,33 198,90 3,33% 3,34% 3,19% 7,85%
TR07 203,13 212,24 201,83 3,21% 3,22% 3,21% 7,85%
TR08 206,38 213,23 198,11 4,24% 4,28% 3,20% 7,85%
Corrente 3I0 na SE [A] 173,86
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
63
C - Falta shunt monofásica no trecho 2-3, com resistência de contato de 8000 Ω
Tabela 24 - Cálculos para o caso 9C
Identificação dos Trafos
Tensões entre fases de cada TRAFO (V) - Baixa Tensão (BT)
Fator de Desequilíbrio
Fator SQ0
VAB VBC VCA CIGRÉ (BT) V2/V1 (BT) V2/V1 (MT) V0/VFn (MT)
TR01 213,68 210,47 210,28 1,05% 1,08% 0,03% 0,02%
TR02 208,81 211,87 212,63 1,10% 1,10% 0,05% 0,04%
TR03 213,21 212,62 211,21 0,56% 0,58% 0,06% 0,04%
TR04 211,30 213,20 212,42 0,52% 0,51% 0,06% 0,04%
TR05 211,73 212,58 208,51 1,17% 1,18% 0,07% 0,04%
TR06 213,22 209,94 209,73 1,07% 1,11% 0,06% 0,04%
TR07 208,86 211,95 212,68 1,11% 1,11% 0,06% 0,04%
TR08 211,95 212,90 208,78 1,18% 1,18% 0,05% 0,04%
Corrente 3I0 na SE [A] 0,99
Para o caso 9A, há um forte desequilíbrio, tanto a montante quanto a jusante do ponto
de falta. Porém, o desequilíbrio ainda é maior nos transformadores a jusante. Os trechos dos
transformadores TR07 e TR08 são identificados como trecho sob falta, erroneamente. A
corrente de sequência zero na saída da subestação é suficiente para sensibilizar a proteção de
sobrecorrente de neutro.
No caso 9B, pela Tabela 23, 3I0 também é suficiente para sensibilizar a proteção de
sobrecorrente de neutro, no bay da subestação de distribuição.
Com o aumento da impedância de falta no caso 9C, os desequilíbrios e a corrente de
sequência zero diminuem e vão se tornando de difícil detecção. Para esta situação a corrente
3I0 não sensibilizará a proteção de sobrecorrente de neutro do alimentador.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
64
5 CONCLUSÕES
5.1 Síntese do Trabalho
Diversos métodos de detecção de faltas de alta impedância foram abordados nesta
monografia, com destaque para as principais características, vantagens e desvantagens.
Também, foi abordado os principais métodos utilizados pelos fabricantes de relés e de sistemas
de proteção de redes de distribuição.
As metodologias propostas têm grande potencial de detecção de faltas de alta
impedância, desde que implantadas e trabalhadas de forma adequada. Foram utilizados a
equação de desequilíbrio do CIGRÉ, o fator de desequilíbrio por componentes simétricas
(V2/V1), a fator SQ0 (V0/VFN) e a medição de corrente 3.I0 na saída da subestação.
Como principais conclusões destacam-se:
O fator de desequilíbrio e o fator SQ0 detectou satisfatoriamente todas as faltas série
com rompimento de um 1 condutor no sistema, inclusive para quedas pelo lado fonte e lado
carga. O fator de desequilíbrio é indeterminado quando há rompimento de 2 condutores, ao
contrário do fator SQ0, que pode ser calculado.
É possível também indicar a abertura de chaves-fusíveis e religadores, já que há a
interrupção de uma ou mais fases nessas situações. Conhecendo-se o estado operacional dos
equipamentos antes dos clientes reclamarem a falta de energia, a concessionária pode tomar as
medidas cabíveis para restabelecer a rede mais rapidamente e garantir uma melhoria nos
indicadores de continuidade (FEC e DEC).
Para faltas shunt com resistências de falta elevadas, o fator de desequilíbrio e o fator
SQ0 apresentaram dificuldades para serem implementados, pois as diferenças de desequilíbrio
a jusante e a montante são pequenas, dificultando a estipulação de um limiar entre trecho sob
falta e trechos em operação normal. Um resumo sobre a eficácia do fator de desequilíbrio e do
fator SQ0 na localização dos trechos sob falta é apresentado na Tabela 25.
A detecção da corrente 3.I0 na saída da subestação pode ser utilizada para faltas shunt
sólidas ou de baixa impedância, além de rompimento de condutores com queda no lado fonte,
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
65
também com baixas impedâncias de contato. Não é eficaz para faltas de alta impedância e
rompimento de condutores com queda no lado carga.
Tabela 25 – Eficácia dos métodos na localização dos trechos sob falta
Baseado nos resultados da simulação, recomenda-se adotar um V2/V1 mínimo de 20 %
para este sistema-teste, podendo detectar faltas série de condutores, além de faltas shunt sólidas.
O fator SQ0 também possui sensibilidade para detectar faltas série, porém possui dificuldades
em detectar faltas shunt com a mesma exatidão. Um SQ0 de 32 % retrataria bem as condições
de FAI, exceto a falta shunt.
Casos Situação
Localização correta?
Fator de Desequilíbrio Fator SQ0
2 Um condutor rompido SIM SIM
3 Um condutor rompido SIM SIM
4
4A Um condutor rompido SIM SIM
4B Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado fonte SIM SIM
4C Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado fonte SIM SIM
4D Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado carga SIM SIM
4E Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado carga SIM SIM
5
5A Um condutor rompido SIM SIM
5B Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado fonte SIM SIM
5C Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado fonte SIM SIM
5D Um condutor rompido, com resistência
de contato 40 Ω no lado carga SIM SIM
5E Um condutor rompido, com resistência
de contato 8000 Ω no lado carga SIM SIM
6 Dois condutores rompidos INDETERMINADO SIM
7 Dois condutores rompidos INDETERMINADO SIM
8 Dois condutores rompidos INDETERMINADO SIM
9
9A Falta shunt sólida SIM SIM
9B Falta shunt - R = 40 Ω NÃO NÃO
9C Falta shunt - R = 8000 Ω NÃO NÃO
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O acesso a informações de sinais de tensão e corrente em sistemas de distribuição
modernos tem sido favorecido pelos recentes avanços em tecnologias de medição,
monitoramento, comunicação e controle. O fator de desequilíbrio utilizando a fórmula do
CIGRÉ possui a vantagem de ser implementada em medidores inteligentes trifásicos em
unidades consumidoras, reduzindo o custo de implementação.
O cálculo de SQ0 na média tensão exige necessariamente a instalação de
transformadores de potencial, o que aumenta o custo de sua utilização.
5.2 Propostas para Trabalhos Futuros
• Implantação da metodologia em simulação em tempo real e testes em campo.
• Análise dos efeitos de geração distribuída na efetividade de detecção dos métodos
aplicados.
• Automatização do algoritmo de simulação para aplicação de faltas série e shunt em
qualquer ponto da rede de distribuição.
• Estudar maneiras de detectar aberturas de chaves-fusíveis de rompimento de
condutores.
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67
Referências
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2021. [S.l.], p. 2. 2016. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/mercado/Paginas/
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Energia: Recomposição Automática de Redes de Distribuição. 2014. 89 f. TCC
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Análise de sistemas elétricos. Universidade Federal de Itajubá, Campus Itabira. 2015.
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Medidores Inteligentes. 2017. 110 f. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica – UNIFEI
70
Apêndice A – Modelagem do Alimentador no Simulink
Figura 19 - Topologia do caso-teste no Simulink
71
Figura 20 – Representação de carga, transformador e suas medições
Figura 21 – Parâmetros do transformador
Figura 22 - Modelo de abertura série da linha
Figura 23 – Leitura de corrente na subestação
72
Apêndice B – Interface de Leitura e Exibição de Dados no Microsoft Excel
Figura 24a - Planilha Excel de parâmetros e resultados
73
Figura 25b - Planilha Excel de parâmetros dos condutores e instruções gerais