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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Tecnologia THAÍS CHEMINSKI Preparação de Nanomateriais Derivados do Óxido de Grafeno, Caracterização e sua Aplicação na Purificação de Águas Preparation of Nanomaterials Derived from Graphene Oxide, Characterization and its Application in Water Purification Limeira - SP 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Tecnologia

THAÍS CHEMINSKI

Preparação de Nanomateriais Derivados do Óxido de Grafeno,

Caracterização e sua Aplicação na Purificação de Águas

Preparation of Nanomaterials Derived from Graphene Oxide,

Characterization and its Application in Water Purification

Limeira - SP

2018

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THAÍS CHEMINSKI

Preparação de Nanomateriais Derivados do Óxido de Grafeno,

Caracterização e sua Aplicação na Purificação de Águas

Dissertação apresentada à Faculdade de

Tecnologia da Universidade Estadual de

Campinas (FT/UNICAMP), como parte dos

requisitos exigidos para obtenção do título de

Mestra em Tecnologia, na área de Ambiente.

Orientadora: Profª Drª Patrícia Prediger

Este exemplar corresponde à versão final da

dissertação defendida pela aluna Thais

Cheminski e orientada pela Profª Drª Patricia

Prediger.

Limeira - SP

2018

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Abaixo se apresentam os membros da comissão julgadora da sessão pública de defesa de

dissertação para o Título de Preparação de Nanomateriais Derivados do Óxido de Grafeno,

Caracterização e sua Purificação de Águas em Tecnologia na área de concentração de Meio

Ambiente, a que submeteu a aluna Thaís Cheminski, em 19 de julho de 2018 na Faculdade de

Tecnologia- FT/ UNICAMP, em Limeira/SP.

Prof. (a). Dr (a) Patricia Prediger

Presidente da Comissão Julgadora

Profa. Dra. Carolina Siqueira Franco Picone

Faculdade de Engenharia de Alimentos - Unicamp

Dra. Rubia Figueiredo Gouveia

Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida

acadêmica da aluna na Universidade.

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Dedicatória

Dedico este trabalho de pesquisa a Deus, quem me criou e me acompanhou

durante todos esses anos de estudo e dedicação. Na hora da insegurança e das

inúmeras dificuldades, Ele quem estava ao meu lado.

Agradeço a Ele, pois em meio a pesquisa e ao estudo pude ver cada vez mais

claro sua mão como criador e cientista (o maior de todos os cientistas)!

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Agradecimentos

Agradeço à minha mãe, que com muito carinho e dedicação me ajudou a trilhar

esse caminho. Também a admiro muito como professora e agradeço todo o suporte

emocional e financeiro que me deu todos estes anos.

Agradeço à minha avó, Geni, por desde meus 3 anos e meio ter me ensinado

a ler e a escrever, e com isso ter me mostrado o caminho do saber e a me apaixonar

pelos estudos.

Agradeço ao meu irmão, Diogo, Stephanie e Sophie, por terem sido um porto

seguro nos momentos que precisei de família próximo de mim.

Agradeço a minha amiga-irmã Luana Degraf por ter sido sempre presente

nesses anos de mestrado, mesmo à distância, e por todas as palavras de carinho e

por ter vindo até Limeira me visitar quando foi necessário.

Agradeço à minha orientadora e amiga Profª Drª Patrícia Prediger por ter me

ensinado a pesquisar, a ser uma profissional mais qualificada, pela paciência e pelas

oportunidades.

Agradeço aos demais familiares por terem feito toda diferença: tio Adilson, vô

Arnaldo, tio Carlos e família, vó Ilca, primos e demais tios, muito obrigada!

Agradeço aos professores: Profª Drª Teresa Pinho e Melo (Portugal), Prof° Dr

Renato Falcão Dantas, Profª Drª Gisela Umbuzeiro, Prof° Dr Carlos Roque (IQ –

Campinas).

Agradeço aos colegas que fiz no grupo LAQOM: Tauany, Lívia, Karen, Thatiely,

William, Nathália, Josiane e Anjaína.

Agradeço aos amigos que tornaram minha vida mais feliz: Suzane, Tamires,

Angelita, Kahlil, Maria Gracia.

Agradeço aos amigos que fiz no intercâmbio (Portugal): Carla, Zaida, Ana

Lúcia, Cláudia, Márcia, João, Bruno, Nelson, Ana Maria, Ana Coste, Ramona.

Agradecimento especial para: CNPEM e LNNano pelas análises, ao Santander

pela bolsa de intercâmbio, à Fapesp – projeto 2015/033-7, à Universidade de Coimbra

pelo acolhimento e estrutura oferecida durante o intercâmbio, ao laboratório de

toxicologia LAEG -Unicamp, à FUNCAMP e Faepex pela bolsa, à Unicamp pela

estrutura, Instituto de Química (Unicamp), Cnpq e Capes pelo apoio financeiro.

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Resumo

Um dos maiores desafios da atualidade, resultante das mudanças climáticas e

do crescimento populacional, é garantir água potável para o funcionamento de todo

ecossistema. Neste contexto, o óxido de grafeno (GO) surge como um potencial

agente adsorvente de poluentes em soluções aquosas. Com o intuito de potencializar

a capacidade de adsorção do GO, planejou-se a inserção de grupos funcionais

coordenantes, como o polietilenoglicol (PEG) através da reação de graftização com

sais de diazônio, para obter o GO-PEG. As sínteses de GO, óxido de grafeno reduzido

(rGO) e GO-PEG foram realizadas, juntamente das respectivas caracterizações para

determinação das estruturas e composição dos nanomateriais. Experimentos

envolvendo a remoção dos surfactantes TX-100 e DTAB foram otimizados variando-

se aspectos como: tempo, massa do nanomaterial, temperatura, pH, quantidade de

surfactante e tempo de ultrassom. Também foram realizados testes de adsorção

utilizando o rGO para a remoção do inseticida lambda-cialotrina seguido de teste de

ecotoxicidade utilizando Daphnia similis para avaliar o potencial de remoção. Durante

o estágio na Universidade de Coimbra foi realizada a síntese e as caracterizações de

um derivado de GO contendo unidades altamente coordenantes de nitrogênio, o rGO-

clorina.

Palavras-chave: óxido de grafeno; adsorção; TX-100; DTAB; lambda-cialotrina; clorina

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Abstract

Nowadays one of the greatest challenges, resulting from climate change and

population growth, is to guarantee the supply of drinking water to the population. In this

contexto, graphene oxide (GO) appears as a potential adsorbent agente for pollutants

in aqueous solutions. In order to potentiate the adsorption capacity of GO, it was

plenned the insertion of coordinating functional groups, such as polyethylene glycol

(PEG) through the graphitization reaction with diazonium salts, to obtain GO-PEG. The

synthesis of GO, reduced graphene oxide (rGO) and GO-PEG were performed

togheter with the respective characterizations for determination of the structures and

composition of the nanomaterials. Tests involving the removal nanomaterial mass,

temperature, pH, amount of surfactant and ultrasound time. Adsorption tests were also

performed using rGO for removal of the lambda-cyhalothrin insecticide followed by

ecotoxicity test using Daphnia similis to evaluate the removal potential. During the

stage at the University of Coimbra, the synthesis and characterization of a derivative

of GO containing highly coordinating units of nitrogen, rGO-chlorine, was performed.

Keywords: graphene oxide; adsorption; TX-100; DTAB; lambda-cyhalothrin; chlorine

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Valores utilizados para testes de remoção de TX-100 com variação de

massa de nanomaterial. ............................................................................................ 48

Tabela 2 - Condições para teste de remoção com variação de TX-100 e DTAB. ..... 50

Tabela 3 - Condições para teste de remoção com variação de tempo de ultrassom.

.................................................................................................................................. 51

Tabela 4 - Composição percentual das ligações envolvendo os átomos C e O do GO-

PEG ........................................................................................................................... 62

Tabela 5 - Parâmetros cinéticos de adsorção calculados ao testar os surfactantes TX-

100 e DTAB para o nanomaterial GO-PEG ............................................................... 76

Tabela 6 - Tabela com resultados para modelos de isoterma encontrados para TX-

100 e DTAB ............................................................................................................... 79

Tabela 7 - Resultados obtidos no experimentos realizados com nanomateriais e LC.

.................................................................................................................................. 82

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Lista de Figuras

Figura 1 - Fórmula estrutural do grafeno. ................................................................. 17

Figura 2 - Modelo conceitual da estrutura do grafeno (a) por MET (b) MEV (c) imagem

de monocamada de grafeno por MET (d) a borda indica o início da folha de grafeno.15

.................................................................................................................................. 17

Figura 3 - Estrutura química do GO e rGO. .............................................................. 19

Figura 4 - Estruturas químicas dos diferentes tipos de surfactantes.38 ..................... 20

Figura 5 - Estrutura química do surfactante TX-100. ................................................ 22

Figura 6 - Estrutura química do surfactante DTAB ................................................... 24

Figura 7 - Inserção de grupo amino ao GO via graftização ...................................... 25

Figura 8 - Supostas interações entre GO-PEG e o surfactante TX-100 ................... 26

Figura 9 – Supostas interações entre GO-PEG e o surfactante DTAB .................... 27

Figura 10 - Estrutura de sensibilizadores tetrapirrólicos. Em vermelho - porfirina, em

preto- clorina e em cinza - bacterioclorina83 .............................................................. 28

Figura 11 – Estrutura de sensibilizadores tetrapirrólicos. Em vermelho – porfirina, em

preto – clorina e em cinza - bacterioclorina ............................................................... 30

Figura 12 – Estrutura química de clorina monoácida ............................................... 31

Figura 13 – Estrutura provável da rGO-clorina. ........................................................ 32

Figura 14 – Reação de tosilação do tetraetilenoglicol .............................................. 35

Figura 15 - Reação de alquilação do 3-nitrofenol ..................................................... 36

Figura 16 – Redução do grupo nitro ......................................................................... 37

Figura 17 – Reação de diazotação para preparação do GO-PEG ........................... 37

Figura 18 – Reação de síntese de rGO .................................................................... 38

Figura 19 – Rota sintética para obtenção de rGO-clorina 1 via clorina diálcool ....... 39

Figura 20 – Rota sintética para obtenção de rGO-clorina 1 via clorina diálcool ....... 40

Figura 21 - Rota sintética para obtenção de GO-clorina 2 via clorina monoácida .... 41

Figura 22 – Curva analítica do TX-100 usada para leitura dos testes de adsorção . 46

Figura 23 – Curva analítica do DTAB utilizada nos testes de adsorção ................... 46

Figura 24 – Rota sintética para obtenção de GO-PEG. ............................................ 54

Figura 25 – Manchas em placa de CCD mostrando produtos e subprodutos da reação

para obtenção do produto 2 ...................................................................................... 55

Figura 26 - Manchas em placa de CCD mostrando produtos e subprodutos da reação

para obtenção do produto 3 ...................................................................................... 55

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Figura 27 – Manchas em placa CCD mostrando a obtenção do produto 4 .............. 56

Figura 28 – Difração de raios-X das amostras de grafite, GO, rGO e GO-PEG ....... 57

Figura 29 – Espectro Raman das amostras de GO, GO-PEG e rGO ....................... 59

Figura 30 - Espectros XPS de (a) GO e (b) GO-PEG ............................................... 60

Figura 31 - Espectros XPS de alta resolução C1s para GO-PEG ............................ 61

Figura 32 – Espectros XPS de alta resolução O1s para GO-PEG ........................... 61

Figura 33 – Espectro infravermelho de GO (preto) e GO-PEG (vermelho) .............. 63

Figura 34 – Análise TGA do GO e GO-PEG............................................................. 64

Figura 35 - Imagens de MEV dos nanomateriais (1) GO; (2) rGO; (3) GO-PEG ...... 65

Figura 36 – Imagens de MET dos nanomateriais (1) GO-PEG; (2) GO; (3) rGO. .... 65

Figura 37 – RMN de 13C dos nanomateriais.. ........................................................... 66

Figura 38 - Variação da concentração de TX-100 e DTAB de acordo com o tempo de

contato. Dosagem do nanoadsorvente GO-PEG: 0.2 g/L, concentração inicial dos

surfactantes: 400 mg/L, agitação: 150 oscilações/min, pH 6 e temperatura ambiente..

.................................................................................................................................. 68

Figura 39 - Variação da concentração de nanomaterial GO-PEG. Dosagem do

adsorvente GO-PEG: 0,05 – 1 g/L, concentração inicial dos surfactantes: 400 mg/L,

150 oscilações/min, pH 6 e temperatura ambiente. .................................................. 69

Figura 40 - Variação de temperatura. Concentração de GO-PEG: 0,2 g/L,

concentração inicial dos surfactantes: 400 mg/L, 150 oscilações/min, pH 6 a

temperatura variável de 25 a 55 °C. .......................................................................... 70

Figura 41 - Variação de pH. Dosagem do GO-PEG: 0,2 g/L, concentração inicial dos

surfactantes: 400 mg/L, 150 oscilações/min, pH variável de 2-12 e temperatura

ambiente.................................................................................................................... 71

Figura 42 – Variação do tempo de sonicação. Concentração do GO-PEG: 0,2 g/L,

concentração inicial de surfactante: 400 mg/L, 150 oscilações por minuto, pH 6 e

temperatura ambiente. .............................................................................................. 73

Figura 43 – Modelo de cinética pseudo-segunda ordem para TX-100 ..................... 75

Figura 44 - Modelo de cinética pseudo-segunda ordem para DTAB ........................ 75

Figura 45 - Isotermas de adsorção de TX-100 e DTAB por GO-PEG a 25 °C sob

condições otimizadas (concentrações do surfactante de 100 – 800 mg/L, dosagem do

adsorvente de 0,2 g/L, pH 6 e 1 h de sonicação). ..................................................... 77

Figura 46 - Espectro de ¹H (250 MHz, 25 °C) da lambda-cialotrina purificada. ........ 81

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Figura 47 - Espectro de ¹³C (400 MHz, 25 °C) da lambda-cialotrina purificada. ....... 81

Figura 48 - Esquema para síntese de rGO-clorina 1 ................................................ 83

Figura 49 - Suspensão aquosa do material rGO-clorina 1 sob luz branca (à esquerda)

e sob radiação UV com comprimento de onda de 366 nm (à direita). ....................... 85

Figura 50 - Reação da síntese da rGO-clorina 2 ...................................................... 86

Figura 51 - Difratograma de raios-X do GO em preto e do material rGO-clorina 2 em

vermelho.................................................................................................................... 87

Figura 52 - Espectros de absorção no UV-Vis (acima) e emissão de fluorescência

(abaixo) da porfirina em preto, da clorina em rosa, do material rGO-clorina 2 em azul

e do GO em vermelho, em DMF, usando um comprimento de onda de excitação de

528 nm. λem (clorina monoácida) = 652 nm; λem (rGO-clorina 2) = 653 nm; λem

(porfirina) = 650 e 712 nm. ФF (clorina monoácida) = 0.12 ± 0.02; ФF (rGO-clorina 2)

= 0.08 ± 0.02; ФF (porfirina) = 0.07. .......................................................................... 88

Figura 53 - Espectro de Raman do GO em preto (ID/IG=1,32), da clorina em vermelho

e do material rGO-clorina 2 em azul (ID/IG=1,42) ....................................................... 89

Figura 54 - Imagem de Raman mapping 2-D (point-by-point) do material rGO-clorina

2, onde as áreas mais claras mostram a funcionalização com a clorina e as áreas mais

escuras mostram as partes não-funcionalizadas do nanomaterial ............................ 91

Figura 55 - Espectro de Raman do material rGO-clorina 2, evidenciando a diferença

entre as porções não funcionalizadas em preto e funcionalizadas em vermelho ...... 91

Figura 56 - Espectro de absorção no UV-Vis do GO em preto, da clorina em vermelho,

do material rGO-clorina 2 em azul e da clorina recuperada em rosa ........................ 92

Figura 57 - Imagens de microscopia eletrônica de varredura do GO (à esquerda) e do

material rGO-clorina 2 (à direita), observadas com ampliações de 2500x (acima),

10000x (no meio) e 20000x (abaixo) ......................................................................... 93

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Lista de Abreviaturas

ATG – Análise Termogravimétrica

CCD – Cromatografia em Camada Delgada

DRX – Difração de Raios-X

DMF – Dimetilformamida

DMSO – Dimetilsulfóxido

DTAB – Lauril trimethylammonium bromide

FTIR – Infravermelho com transformada de Fourier

GO – Graphene Oxide

GO-PEG – Graphene Oxide funcionalizado com polietilenoglicol

IR – Espectroscopia de Infravermelho

LC – Lambda-cialotrina

LD50 – Dose letal mediana

MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura

MET – Microscopia Eletrônica por Transmissão

MFA – Microscopia de Força Atômica

MS – Meio de cultura

MWCNT – Multiwall carbon nanotubes

NTU – Nephelometric Turbidity Unit

pH – Potencial Hidrogeniônico

PVDF – Polyvinylidene difluoride

Rf – Ratio to front

rGO – Reduced Graphene Oxide

RMN – Ressonância Magnética Nuclear

RPM – Rotações por minuto

OECD – Organisation for Economic Co-operation and Development

THF – Tetraidrofurano

TFD – Terapia fotodinâmica

TX-100 – Triton X-100 (octil fenol etoxilado)

UV – Ultravioleta

XPS – X-Ray Photoelectron Spectroscopy

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Sumário

1. Introdução e Revisão Bibliográfica ..................................................................... 16

1.1 O uso de nanomateriais como tecnologia para purificação de águas .......... 16

1.2 Grafeno e seus derivados ............................................................................ 16

1.2.1 Óxido de grafeno (GO) e óxido de grafeno reduzido (rGO) ................... 18

1.3 Síntese de GO-PEG e sua aplicação na remoção de surfactantes .............. 20

1.3.1 Surfactantes .............................................................................................. 20

1.3.2 Preparação do GO-PEG ........................................................................... 24

1.4 Estudo da remoção do inseticida lamba-cialotrina através de adsorção em

derivados de óxido de grafeno ............................................................................... 27

1.4.1 Lambda-cialotrina ...................................................................................... 28

1.5 Preparação e caracterização de óxido de grafeno reduzido funcionalizado

com unidades clorina (rGO-clorina) ....................................................................... 30

2 Objetivos ............................................................................................................ 33

2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 33

2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 33

3 Materiais e Métodos ............................................................................................... 34

3.1 Síntese de GO-PEG ......................................................................................... 35

3.1.1 Síntese de GO .......................................................................................... 35

3.1.2 Síntese da anilina 2 ................................................................................... 35

3.1.3 Reação de diazotação e graftização para funcionalização do GO ............ 37

3.2 Síntese de rGO ................................................................................................ 38

3.3 Síntese do rGO-clorina ................................................................................. 38

3.3.1 Tentativa de síntese do rGO-clorina a partir da clorina diálcool ................ 39

3.3.2 Tentativas de síntese rGO-clorina via clorina monoácida ......................... 41

3.4 Caracterizações ........................................................................................... 42

3.4.1 Difração de Raios-X (DRX) ....................................................................... 42

3.4.2 Espectroscopia de Absorção Ultravioleta .................................................. 42

3.4.3 Espectroscopia de Emissão de Fluorescência .......................................... 43

3.4.4 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FT-IR) . 43

3.4.5 Espectroscopia de Massas de Alta Resolução (HR-MS) .......................... 43

3.4.6 Espectroscopia Raman ............................................................................. 43

3.4.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ............................................. 44

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3.4.8 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) ......................................... 44

3.4.9 Microanálise Elementar ............................................................................. 45

3.4.10 Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 13C ...................................... 45

3.5 Testes de remoção de TX-100 e DTAB ....................................................... 45

3.5.1 Testes de remoção utilizando GO-PEG .................................................... 45

3.6 Remoção de lambda-cialotrina por GO e rGO ............................................. 51

3.6.1 Purificação da lambda-cialotrina ............................................................... 51

3.6.2 Cultivo da Daphnia similis ......................................................................... 52

3.6.3 Testes de toxicidade utilizando Daphnia similis com GO .......................... 52

3.6.4 Testes de toxicidade utilizando Daphnia similis com rGO ......................... 53

4 Apresentação e Discussão dos Resultados ........................................................... 54

4.1 Preparação do GO-PEG .................................................................................. 54

4.1.1 Síntese ...................................................................................................... 54

4.1.2 Caracterizações ........................................................................................ 56

4.2 Otimização da Adsorção de TX-100 e DTAB por GO-PEG ............................. 67

4.2.1 Influência do tempo de contato ................................................................. 67

4.2.2 Variação da concentração de nanomaterial GO-PEG ............................... 68

4.2.3 Variação da temperatura ........................................................................... 69

4.2.4 Variação de pH ......................................................................................... 71

4.2.5 Variação do tempo de sonicação .............................................................. 72

4.3 Estudo da cinética e da isoterma de adsorção dos surfactantes TX-100 e DTAB

por GO-PEG .......................................................................................................... 73

4.3.1 Estudos da Cinética de Adsorção de TX-100 e DTAB em GO-PEG ......... 73

4.3.2 Isotermas de Adsorção ............................................................................. 76

4.5 Testes de toxicidade utilizando D. similis com GO e rGO ................................ 80

4.6 Preparação do rGO-Clorina ............................................................................. 82

4.6.1 Síntese do rGO-Clorina ............................................................................. 82

4.6.2 Caracterizações ........................................................................................ 86

5 Conclusões ............................................................................................................. 95

6 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 97

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1. Introdução e Revisão Bibliográfica

1.1 O uso de nanomateriais como tecnologia para purificação de águas

A adaptação dos nanomateriais altamente avançados para os processos de

engenharia visam uma nova oportunidade para o desenvolvimento de tecnologias

aplicadas aos tratamentos de águas e efluentes. Os nanomateriais possuem

propriedades peculiares que estão relacionadas à sua área superficial, e com isso,

podem ser aplicados na remoção de poluentes em águas.1

Os nanomateriais são subdivididos em grupos com base em suas aplicações

em adsorção, as quais dependem de sua propriedade superficial e função exata do

material. Alguns exemplos de nanomateriais: nanopartículas metálicas2, óxido

metálico (trióxido de alumínio ou dióxido de titânio)3, óxidos mistos nanoestruturados4,

partículas magnéticas ferrosas5. Os nanomateriais derivados de carbonos são outro

grupo importante, pois incluem: nanotubos de carbono6, nanopartículas de carbono7,

nanofolhas de carbono8. Alguns outros materiais utilizados em adsorção são:

nanoargilas9, nanofibras10, nanomateriais baseados em polímeros e aerogéis.1

Os nanoadsorventes possuem grande área superficial e adsorvem compostos

orgânicos com velocidade superior aos adsorventes utilizados corriqueiramente, como

o carvão ativado. Sendo assim, os nanoadsorventes apresentam-se como grande

potencial para um novo, eficiente e rápido processo de remoção de poluentes

orgânicos e inorgânicos como metais pesados e micropoluentes em águas, fazendo

assim o processo de purificação destas.6

1.2 Grafeno e seus derivados

Dentre os materiais nanoadsorventes, pode-se destacar os derivados de

grafeno (Figura 1). O grafeno é constituído de folhas planas de átomos de carbono

hibridizados em sp2 densamente compactados em uma grade de duas dimensões. O

grafeno apresenta propriedades vantajosas como a alta condução de calor,

eletricidade e flexibilidade mecânica. Além disso, possui grande área superficial (em

torno de 2630 m2/g), tornando-o uma forte opção como adsorvente em purificação de

águas. Em se tratando de uma estrutura apolar formada apenas por átomos de

carbono, o grafeno é capaz de ligar-se aos compostos de água através de ligações

do tipo Van der Waals e “π-stacking”.11 As interações por π-stacking (também

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chamado de “empilhamento π – π”) referem-se às interações atrativas não-covalentes

(eletrostáticas) entre anéis aromáticos, uma vez que contém ligações π12 e as

interações do tipo Van der Waals são interações fracas que ocorrem devido à

interação eletrostática entre as moléculas.13

Figura 1 - Fórmula estrutural do grafeno.

O grafeno pode ser sintetizado por cinco métodos principais: clivagem

mecânica, crescimento epitaxial, deposição química por vapor, síntese orgânica e

método químico. A caracterização do nanomaterial (Figura 2) pode ser realizada por

microscopia eletrônica de varredura (MEV), ressonância magnética nuclear (RMN) de

1H e 13C, espectroscopia no infravermelho (FTIR), espectroscopia Raman,

determinação do potencial Zeta, microscopia de força atômica (AFM), entre outros.14

Figura 2 - Modelo conceitual da estrutura do grafeno (a) por MET (b) MEV (c) imagem de monocamada de grafeno por MET (d) a borda indica o início da folha de grafeno.15

O grafeno possui escala de átomos de carbono, e a partir desta podem ser

feitos materiais 2-D e 3-D.14 Este material possui alta mobilidade intrínseca (200 000

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cm² v-¹ s-1), condutividade térmica (~5000 Wm-1K-1), transmitância óptica (~97,7%) e

também possui excelente condutividade elétrica. Há também estudos realizados

envolvendo modificações químicas nos derivados de grafeno, com a intenção de

funcionalizar e potencializar ainda mais as propriedades do nanomaterial.16 Ainda

sobre a utilização do grafeno, há aplicações promissoras em engenharia17 e medicina.

As aplicações em medicina são muito interessantes, visto que ocorre desde a criação

de microchip para a captura de células cancerígenas em próstata18 até aplicações

neurológicas.19

O grafeno vem sendo estudado desde a década de 70, porém, nos últimos dez

anos com mais profundidade. Os derivados de grafeno apresentam grande potencial

na área ambiental, como pode-se ver nos exemplos a seguir: remoção de flúor em

água por adsorção utilizando GO (óxido de grafeno) modificado para remoção de fenol

e bisfenol A,20 remoção de metais pesados em água,21 síntese de grafeno-magnetita

para adsorção de íons de cromo (VI) da água potável,22 nanotubos de carbono

utilizados para remoção de surfactantes em água6, derivado de grafeno com

propriedade de adsorção de aerossóis.23

Quando se trata de tecnologias sustentáveis, também pode-se encontrar os

derivados de grafeno, como por exemplo: nanopartículas de grafeno incorporadas em

CuO para aplicação em células solares,24 criação de bateria para celular de alta

tecnologia com GO,25 nanocompostos derivados de grafeno/MnO2 para economia de

energia,26 dentre outros.

1.2.1 Óxido de grafeno (GO) e óxido de grafeno reduzido (rGO)

O óxido de grafeno possui a estrutura diferente da estrutura do grafeno, pois

apresenta grupos funcionais oxigenados como: hidroxilas, carboxilas e epóxi no plano

basal e nas bordas das folhas (Figura 3). A real estrutura do GO não é conhecida, pois

ela pode variar quanto ao grau de oxigenação e proporções entre as funções

oxigenadas. Diferentes estruturas vêm sendo propostas, todas elas contendo as

funções acima citadas.14 Um dos métodos mais utilizados para a obtenção do GO é o

método de Hummers, que consiste na oxidação do grafeno utilizando permanganato

de potássio, ácido sulfúrico e nitrato de sódio.27

O GO é considerado promissor na área de adsorção de contaminantes em

água, pois seus grupos funcionais podem ligar-se a íons metálicos28 e compostos

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orgânicos6, através de interações eletrostáticas29 fazendo com que os poluentes

sejam removidos. Na última década, o GO se tornou um dos mais estudados

nanomateriais e apresenta um enorme potencial no campo da química ambiental, em

especial, na purificação de água. Diversos artigos têm relatado sua potencial eficiência

como adsorvente na remoção de metais pesados e poluentes orgânicos.30; 31; 32

Em 2017, Chen e colaboradores desenvolveram um compósito de agar-agar,

composto fortemente gelatinoso extraído de algas marinhas, e GO. O nanomaterial foi

testado quanto à sua capacidade de adsorção de azul de metileno. Verificou-se que a

capacidade máxima de adsorção foi de 578 mg/g e o processo termodinâmico seguiu

a isoterma de Langmuir. Os estudos cinéticos revelaram que a adsorção pode ser

explicada pelo modelo de pseudo-segunda ordem. Os parâmetros termodinâmicos

indicaram que a adsorção foi um processo endotérmico e espontâneo.33

Figura 3 - Estrutura química do GO e rGO.

Já o óxido de grafeno reduzido (rGO) pode ser obtido pelo tratamento do GO

com agentes redutores como hidrazina monohidratada34 e boroidreto de sódio,35 ou a

partir de redução térmica do GO por aquecimento em atmosfera de nitrogênio.36 A

redução do GO faz com que o sistema de ligações seja restituído nas porções

internas das folhas, restando as funções oxigenadas nas bordas (Figura 3).34

Em 2016, Luo e colaboradores desenvolveram um nanomaterial adsorvente de

rGO funcionalizado com zircônio (rGO-Zr). Este material foi utilizado para adsorção

de fosfatos em ambiente aquoso. Os resultados das caracterizações mostraram que

o ZrO2 foi inserido com sucesso nas folhas de rGO. Observou-se que a adsorção de

fosfato não foi sensível ao aumento de pH enquanto que o aumento da temperatura

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influenciou o processo de adsorção. Os ótimos resultados obtidos sugerem que o

adsorvente rGO-Zr tem potencial para realizar a purificação de águas contaminadas

por fosfatos.37

1.3 Síntese de GO-PEG e sua aplicação na remoção de surfactantes

1.3.1 Surfactantes

Os surfactantes, ou tensoativos, são compostos orgânicos que possuem

estrutura anfifílica, ou seja, contém grupamentos hidrofílicos (cabeça) e hidrofóbicos

(cauda) em suas cadeias carbônicas (Figura 4). Os surfactantes podem ser divididos

de acordo com suas estruturas químicas em catiônicos (Fig. 4a), aniônicos (4b),

zwitteriônicas (4c) e não-iônicos (4d).38

Figura 4 - Estruturas químicas dos diferentes tipos de surfactantes. (a) catiônicos, (b) aniônicos, (c)

zwitteriônicos e (d) não-iônicos.38

Em função destas características peculiares dos surfactantes, eles são capazes

de alterar as propriedades superficiais e interfaciais de um líquido. Estas propriedades

tornam os surfactantes muito atrativos para uma ampla gama de aplicações

industriais, chegando, em 2014, a uma produção mundial de aproximadamente 16

milhões de toneladas.39 Os principais produtos industrializados que utilizam

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surfactantes são os detergentes, os emulsificantes, os lubrificantes, os espumantes,

os molhantes, os solubilizantes e os dispersantes.40

Um fator preocupante com relação ao uso de surfactantes é que parte deles

são despejados no meio ambiente, através de lixiviação do solo urbano e rural, dos

esgotos domésticos e industriais, entre outros. A presença de surfactantes em águas

de abastecimento e efluentes é um problema ambiental, podendo causar doenças de

pele em humanos,40 comprometendo o metabolismo de microrganismos,41 plantas42 e

peixes43.

Do mesmo modo, quando presente em estações de tratamentos de efluentes,

os surfactantes causam decréscimo na eficiência da etapa biológica, pelo efeito tóxico

e pela formação de espumas. Dependendo das concentrações, muitos dos

surfactantes podem ser biodegradados,44 contudo, os protocolos muitas vezes

apresentam baixas eficiências45 e elevados tempos de exposição.46 Além disso, foi

verificado que em estações de tratamento anaeróbias, os surfactantes são inibidores

severos da digestão, sendo somente parcialmente removidos.43 Outro dado

interessante, é que alguns surfactantes geram, no processo de degradação,

metabólitos que apresentam maiores toxicidades que o composto de origem.47

Adicionalmente, nos processos físico-químicos de tratamentos de águas, os

surfactantes reduzem a capacidade de floculação e consequentemente a

sedimentação de sólidos presentes nos efluentes.48

Levando-se em conta a enorme produção de surfactantes e por consequência,

sua disposição no meio ambiente, o Ministério da Saúde, através da Portaria MS 2914

de 2011 que versa sobre água para consumo humano, definiu que a quantidade

máxima permitida de surfactante, como o sulfonato alquilbenzeno linear (LAS),** é 0,5

mg/L. Segundo João Aparecido Edo, coordenador das ETA’s 1 e 2 da Sociedade de

Abastecimento de Água e Saneamento S/A (SANASA) de Campinas, os surfactantes

são um dos poluentes mais difíceis de se remover de águas.49

Em virtude disso, a necessidade de tecnologias que removam estes poluentes

nos recursos hídricos é de suma importância. Os métodos comumente empregados

nas estações de tratamento de efluentes, tal como floculação, decantação, cloração e

biodegradação, não são totalmente eficientes na remoção de tensoativos, gerando

custos excessivos às indústrias ou empresas de saneamento.50 Novas técnicas para

** Sigla do inglês “Linear Alkylbenzene Sulphonate”. O LAS é um tensoativo sintético de maior produção mundial,

dado o seu emprego na formulação de uma elevada percentagem de detergentes sintéticos.

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a degradação de surfactantes vêm sendo desenvolvidas como a oxidação

eletroquímica foto-assistida,51 a ozonização seguida por biodegradação,52 oxidação

via eletro-Fenton.51 No entanto, estes processos ainda possuem aplicações restritas,

sendo que seu emprego para remoção de surfactantes está em fase experimental,

havendo necessidade de rotas mais econômicas para geração de radicais livres, no

intuito de reduzir os custos e garantir processos que levem os compostos até a

conversão completa em CO2, água e sais minerais.

Neste contexto, protocolos envolvendo a adsorção de surfactantes têm se

mostrado muito atrativos em função da eficiência de nanoadsorventes, da rapidez e

da economia de reagentes.53 No início de 2016, Gao e colaboradores publicaram um

trabalho envolvendo a remoção dos surfactantes brometo de cetil trimetilamônio

(CTAB), Triton-X 100®,†† e dodecilbenzeno sulfonato de sódio (SDBS) através do uso

de nanotubos de carbono.54 Foi feita a caracterização do nanomaterial, estudos

cinéticos e de isotermas de adsorção. Foi observado que a eficiência de remoção dos

surfactantes ocorreu na seguinte ordem: TX-100 (52,3%)> SDBS (26,2%)> CTAB

(3,8%). Segundo os autores, TX-100 foi mais prontamente removido por MWCNTs

(multiwall carbon nanotubes) do que SDBS e CTAB devido à sua cadeia alifática mais

longa em comparação com SDBS e CTAB.

1.3.1.1 Surfactante Triton-X 100 (TX-100)

O TX-100 (Figura 5) é um surfactante não-iônico, possuindo aplicações nos

campos de tintas e vernizes, papel e celulose, campo petrolífero, indústria têxtil,

agroquímicos e fluidos para trabalhos em metais.55

Figura 5 - Estrutura química do surfactante TX-100.

O TX-100 é solúvel em água, miscível na maioria dos solventes orgânicos

polares e hidrocarbonetos aromáticos. É insolúvel em hidrocarbonetos alifáticos,

quimicamente estável em soluções alcalinas ou ácidas e é compatível com

surfactantes aniônicos, catiônicos e outros surfactantes não-iônicos.55

†† Surfactante não iônico, terc-octilfeniléter polietileno glicol.

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A remoção do surfactante TX-100 foi estudada por diferentes grupos de

pesquisas, dentre eles por Ncibi e colaboradores em 2015.6 Esta pesquisa baseou-se

na utilização de nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNT) para a

remoção de surfactantes em água, dentre eles o TX-100. Para investigar o processo

de remoção, foram variados diversos parâmetros, como pH, temperatura, variação da

quantidade de surfactante e de nanomaterial, tempo de remoção e tempo de

ultrassom. Foi feita a caracterização do nanomaterial e também estudos cinéticos e

de isotermas de adsorção. Foi observado que, com o auxílio de ultrassom, a

capacidade de adsorção dos nanotubos de carbono foi aumentada e o melhor pH para

remoção de TX-100 foi 8, temperatura ideal entre 35 e 45 °C, uso de ultrassom

também aumentou a eficiência de remoção, que no caso foi de 359 mg/g para o TX-

100.6

Um outro trabalho de Gao e colaboradores (2016) também mostra a

capacidade de remoção de nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNTs)

para remover TX-100 e outros surfactantes. Nesse caso foi determinado uma razão

de concentração de surfactantes e MWCNTs fixas e foi estabelecido uma relação

entre razão de concentração inicial de surfactantes e o nanomaterial, e estabeleceu-

se a eficiência de remoção. Neste trabalho o máximo removido de TX-100 foi 134

mg/g.54

Em 2018, um trabalho publicado por nosso grupo pesquisas teve como objetivo

a preparação, caracterização dos nanomateriais GO e rGO e sua aplicação na

remoção de TX-100. Neste trabalho foi efetuada a otimização do processo de

adsorção através da variação de alguns parâmetros como tempo de adsorção,

concentração do nanomaterial e do surfactante, pH, entre outros. Os resultados

encontrados foram muito bons quando comparados a outros já publicados sendo que

sob condições otimizadas para GO e rGO, respectivamente, a capacidade de remoção

foi de 1203 e 1683 mg/g, respectivamente.56

1.3.1.2 Surfactante Brometo de dodecil trimetilamônio (DTAB)

DTAB (Figura 6) é um surfactante catiônico pertencente à classe de sais

amônio quaternários (QAC’s), a qual é formada por compostos contendo o cátion de

nitrogênio quaternário substituído por cadeias alquílicas lineares de vários

comprimentos.57 Estes compostos são usados como biocidas, desinfetantes,

pesticidas, entre outros.58 DTAB tem sido detectado em águas,59 lodo de esgoto,60

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entre outros. Não há relatos na literatura de trabalhos que estudaram especificamente

a remoção deste surfactante em águas, entretanto, seu análogo mais conhecido

brometo de cetiltrimetilamônio (CTAB) tem sido extensivamente estudado.57; 59; 61 Em

trabalho publicado por Ncibi e colaboradores, foi reportado o uso de nanotubos de

carbono para remoção de CTAB em água. A capacidade máxima de adsorção para

este surfactante foi de 159 mg/g.6

Figura 6 - Estrutura química do surfactante DTAB

Não há nenhum trabalho descrito na literatura que tenha investigado a

adsorção de DTAB em águas. No entanto, Krivova e colaboradores (2013), estudaram

a adsorção de alguns surfactantes de estrutura química muito próximas do DTAB.

Neste trabalho foi realizada a adsorção de surfactantes em soluções aquosas

utilizando três diferentes tipos de carvão ativado como adsorventes. Observou-se que

carvões ativados com pequenos poros de 0,56-0,77 nm se mostraram mais eficazes

para a remoção dos surfactantes. Segundo os autores, um potencial eletrostático

negativo na interface dos carbonos parece aumentar a adsorção de surfactantes

catiônicos. A maior taxa de adsorção sob condições otimizadas para CTAB

encontrada neste trabalho foi de 180 mg/g.62

O trabalho de Yalcin e colaboradores (2004) também tratou da remoção de

surfactantes parecidos estruturalmente com o DTAB. O estudo investigou a cinética

de adsorção do CTAB (brometo de cetiltrimetilamônio) utilizando o PAC (carbono em

pó ativado) em solução aquosa. Neste caso, sob condições otimizadas a capacidade

de adsorção encontrada foi de 50 mg/g.63

1.3.2 Preparação do GO-PEG

Uma forma de aumentar a capacidade de adsorção do GO é efetuar a sua

funcionalização através da formação de ligações covalentes com os oxigênios64 ou

via adição de radicais livres aos carbonos hibridizados em sp2.65 Este tipo de

funcionalização é chamado de graftização, que é uma reação na qual uma ou mais

espécies reativas são conectadas à cadeia principal de uma macromolécula,

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formando uma cadeia lateral que contém características diferentes daquelas

verificadas na cadeia principal.

Um interessante trabalho que fez uso da química de sais de diazônio na

preparação de um nanoadsorvente foi desenvolvido por Liu e colaboradores.66 O

estudo relatou a funcionalização de folhas óxido de grafeno e sua aplicação na

remoção de íons cobalto II em água (Figura 7). A funcionalização de GO foi feita

através da graftização com o sal de diazônio 1, fornecendo o material GO-NH2 de

forma eficiente. A velocidade de adsorção de Co2+ pelo GO-NH2 2 em experimentos

do tipo “batch” foi muito alta, sendo que em 5 minutos de contato, 90% dos íons tinham

sido adsorvidos. A capacidade de adsorção verificada foi de 116 mg de Co2+ por grama

de GO-NH2. Este valor é superior aos encontrados para outros materiais filtrantes, tais

como o GO não funcionalizado67, GO reduzido misturado com ciclodextrina,68 carvão

ativo,69 resina de troca catiônica IRN77,70 entre outros71. Após o uso, o nanomaterial

GO-NH2 pôde ser reutilizado, através da lavagem do mesmo com solução fortemente

ácida (HCl, pH = 0,8). Segundo os autores, a inserção de grupamentos amino no GO

facilitaram as interações do tipo eletrostáticas com os íons metálicos e foram

fundamentais para a eficiência da adsorção.

Figura 7 - Inserção de grupo amino ao GO via graftização

Em função da grande utilização de surfactantes e da enorme dificuldade

relacionada à remoção destes compostos em água, planejou-se o desenvolvimento

de um nanomaterial material derivado de óxido de grafeno e sua aplicação na

adsorção de surfactantes. Tendo como base a estrutura química do surfactante TX-

100 (Figura 5), planejou-se realizar a funcionalização do GO com unidades de

polietilenoglicol (PEG), semelhante ao TX-100, para se potencializar sua capacidade

de adsorção.

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O nanomaterial sintetizado por GO e polietilenoglicol (GO-PEG) apresenta um

design que traz em sua estrutura dois principais centros de interação com o

surfactante TX-100 (Figura 8). A primeira é a unidade de poliéter, que possui unidades

de repetição (CH2CH2O). Os centros GO-PEG altamente coordenantes podem induzir

a formação de micelas de TX-100 na superfície do GO-PEG, aumentando assim sua

capacidade de remoção. Além disso, a estrutura funcionalizada por GO contém

grupos hidroxila e carboxila que também podem contribuir para a adsorção do

surfactante poliéter. O segundo ponto são os anéis aromáticos presentes na estrutura

do nanoadsorvente. Neste caso, interações de empilhamento π entre os anéis

aromáticos do surfactante e o GO-PEG podem contribuir para a adsorção do mesmo

ao nanomaterial adsorvente.

Figura 8 - Supostas interações entre GO-PEG e o surfactante TX-100

Além do surfactante poliéter TX-100, planejou-se também a remoção do DTAB.

Por se tratar de um surfactante catiônico, interações eletrostáticas entre a cabeça

catiônica do DTAB (Figura 9) e os centros ricos em elétrons do GO-PEG poderiam

aumentar a capacidade de remoção deste surfactante, quando comparado ao GO sem

funcionalização.

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Figura 9 - Supostas interações entre GO-PEG e o surfactante DTAB

1.4 Estudo da remoção do inseticida lamba-cialotrina através de

adsorção em derivados de óxido de grafeno

A utilização de inseticidas é considerada importante e indispensável para a

produção de alimentos e áreas destinadas à agricultura, visto que os insetos são

responsáveis por grandes perdas que ocorrem durante a produção de alimentos.

Garantir a produção de alimentos em quantidade e qualidade adequados para a

população tem sido um grande desafio de especialistas em todo mundo.72 Fato tal,

que contribuiu para que no Brasil fosse alcançada, em 2014, a produção de 914

toneladas apenas em inseticidas.73

Muitos destes compostos tiveram seu uso proibido pois possuíam alta

toxicidade e persistência no meio ambiente.74 Consequentemente, as indústrias

agroquímicas vêm desenvolvendo projetos e formulações de moléculas que

degradem-se mais facilmente e que mesmo assim possuam efeito inseticida.74

Desta forma, os inseticidas sintéticos piretroides são usados atualmente na

agricultura e no controle de pestes em aplicações de produtos. Estes compostos são

utilizados com alternativa ao uso de organoclorados, os quais são muito persistentes

no meio ambiente, aos carbamatos e organofosforados que apresentam alta

toxicidade. Os piretroides são muito utilizados atualmente, visto que apresentam baixo

impacto ambiental, são efetivos contra maioria dos insetos e são necessárias baixas

quantidades para exercer sua ação.74; 75 Porém são conhecidos por causarem

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malefícios ao sistema nervoso de mamíferos, como a perturbação da consciência e

convulsões e disfunções endócrinas. 74; 75

Os piretroides são derivados sintéticos das piretrinas, os quais são ésteres

tóxicos isolados das flores das espécies de Chrysanthemum cinerariaefolium.72; 76 O

uso dos piretroides sintéticos acentuou-se na década de 70 após modificação

estrutural com a intenção de se obter substâncias com maior estabilidade e potencial

inseticida. Para isso, adicionou-se, na estrutura das piretrinas, átomos de nitrogênio,

enxofre e halogênios.77; 78 Os inseticidas derivados de piretrinas agem nos insetos

rapidamente, causando paralisia imediata e mortalidade, efeito de choque

denominado “knock down”‡‡.79

1.4.1 Lambda-cialotrina

A lambda-cialotrina (LC) é comercializada como uma mistura de 1:1 de (Z)-(1R,

3R)-3-(2-cloro-3,3,3-trifluoroprop-1-enil)-2,2-dimetilciclopropanocarboxilato de (S)--

ciano-3-fenoxibenzila e (Z)-(1S,3R)-3-(2-cloro-3,3,3-trifluoroprop-1-enil)-2,2-

dimetilciclopropanocarboxilato de (R)--ciano-3-fenoxibenzila). É um inseticida

piretroide muito utilizado na agricultura80 e foi relatado, pela primeira vez, em 1984,

por Robson e Crosby.80 É um sólido que pode ser incolor ou bege com odor muito

sutil, possuindo muito baixa solubilidade em água e baixa volatilidade. A LC tem seu

funcionamento rompendo o sistema nervoso dos insetos causando paralisia e morte.

A estrutura da LC é mostrada na Figura 9.80

Figura 10 - Estrutura química da lambda-cialotrina

O inseticida LC é ligeira a altamente tóxico para organismos terrestres e

aquáticos. A dose letal mediana (LD50), que é a dose necessária de uma dada

substância para matar 50% dos organismos no teste, relatada para Daphnia similis

‡‡ A tradução de knock-down, do inglês, significa “derrubar”.

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foi menor que 1 µg.L-1, indicando uma altíssima toxicidade para estes

microcrustáceos.81; 82

Os pesticidas em geral apresentam uma alta toxicidade e mesmo em

baixas concentrações podem causar efeitos adversos nos organismos vivos.83

Alguns são suspeitos (e outros são comprovados) de serem disruptores

endócrinos84 e de desequilibrar o sistema antioxidante, causando distúrbios no

sistema imunológico ou da função reprodutiva.85

Embora existam alguns processos para tratar a água e remover ou

degradar os pesticidas, a maioria possui alto custo ou consegue remover

parcialmente estes poluentes.83 Uma alternativa que tem chamado atenção da

comunidade científica nos últimos anos é a remoção através da adsorção

utilizando nanomateriais.

Dentre os trabalhos realizados para adsorção de lambda-cialotrina,

destaca-se a pesquisa de Zeng e colaboradores (2013), onde foram utilizadas

como adsorvente microesferas macroporosas de poli metacrilato de metila

(MPMMA) sintetizadas por polimerização. Neste método, partículas de

poliestireno sulfonado (SP) foram usadas como estabilizadores para se obter uma

emulsão estável em óleo e água. Os polímeros MPMMA preparados foram

denominados microesferas do tipo "pólen de dente-de-leão", o diâmetro das

microesferas MPMMA foram de 7 µm a 9 µm. Utilizou-se o MPMMA para adsorção

de lambda-cialotrina e a capacidade de adsorção foram 241,12 µmol.g-1, 222,67

µmol.g-1, 164,62 µmol.g-1 a 25 °C, 35 °C, 45 °C, respectivamente.86

Liu e colaboradores, publicaram, em 2018, um estudo de adsorção de

lambda-cialotrina utilizando nanopartículas de sílica modificadas onde a cinética

foi rápida (60 minutos) e a quantidade máxima de adsorção para lambda-cialotrina

foi de 120,8 µmol.g-1 em uma temperatura de 35 °C.87

Em função da grande relevância do inseticida LC e de não haver ainda

descrito na literatura sobre sua remoção por adsorção em derivados de GO,

planejou-se estudar a remoção deste pesticida através da adsorção em

nanomateriais derivados de grafeno como o GO, rGO e GO-PEG.

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1.5 Preparação e caracterização de óxido de grafeno reduzido

funcionalizado com unidades clorina (rGO-clorina)

Porfirinas, clorinas e bacterioclorinas são estruturas fluorescentes

tetrapirrólicas muito estudadas no campo da terapia fotodinâmica (TFD) (Figura 10).88

Figura 11 - Estrutura de sensibilizadores tetrapirrólicos. Em vermelho - porfirina, em preto- clorina e em cinza - bacterioclorina88

A TFD foi descoberta há mais de 100 anos e desde então tornou-se um estudo

para o câncer e outras doenças não malignas, incluindo infecções. TFD usa

fotossensibilizadores que são ativados por absorção de luz visível para inicialmente

sofrer reações fotoquímicas na presença de oxigênio para formar espécies reativas

de oxigênio que pode destruir células cancerígenas, micróbios indesejados ou tecidos

epiteliais doentes. Estruturas tetrapirrólicas com adequada funcionalização têm sido

amplamente investigados em TFD.88

Na literatura há alguns artigos que aplicaram o grafeno e seus derivados

funcionalizados com clorinas no desenvolvimento de fotossensibilizadores e TFD.89;

90; 91; 92 Os estudos científicos relacionando funcionalização de GO ou rGO com clorina

ainda é muito inovador, visto que não há artigos ainda publicados. Porém há artigos

em que foi realizada a funcionalização de GO com porfirinas ou outros macrociclos

similares. Pode-se observar a pesquisa de Wang e colaboradores (2018) onde estes

realizaram a funcionalização de nanotubos de carbono (CNTs) e de grafeno com

porfirinas e ftalocianinas. Os materiais obtidos foram avaliados quanto às interações

eletrônicas intraconjugadas entre porfirinas/ftalocianinas fotoexcitadas e

grafeno/CNTs onde são classificadas por transferência de energia, transferência de

elétrons e transferência de carga e aplicações optoeletrônicas.93

Outro trabalho muito interessante de Peng e colaboradores (2018) versava

sobre a complexação entre porfirinas e íons Mg2+ por nanomateriais de grafeno

dopados com nitrogênio (NGQDs). O mecanismo proposto mostra o uso dos

macrociclos porfirínicos ligados com Hg2+ para atacar íons metálicos como o Mg2+

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(ocorre a substituição de cátions). A formação da metaloporfirina é acompanhada pela

absorção para o vermelho e a extinção da fluorescência das porfirinas. Assim, os

métodos de fluorescência para detecção de Hg2+ foram propostos com base nas

mudanças espectrais de absorção/fluorescência distintas, onde apresentam aplicação

potencial em condições ambientais e biológicas complexas. No caso deste trabalho,

observa-se uma grande importância do uso de heterociclos como quelantes para a

tentativa de remoção de metais em água.94

Durante o mestrado foi realizado um intercâmbio de 5 meses na Universidade

de Coimbra, onde pretendeu-se a geração de rGO funcionalizado com moléculas do

tipo clorina (Figura 11) através do estabelecimento de ligações covalentes. Estes

conhecidos macrociclos tetrapirrólicos apresentam uma larga variedade de

aplicações, por exemplo, em biomedicina (imagiologia95, terapia fotodinâmica e

fotodiagnóstico de câncer96, foto-inativação de micróbios97) e ciência de materiais

(sensores moleculares98, conversão de energia solar99, optoeletrônica100), entre estas

incluem-se forte absorção molecular na região espectral do vermelho e infravermelho

próximo, e propriedades redox afináveis de acordo com a utilização pretendida.101

Figura 12 – Estrutura química de clorina monoácida

Esta parte do trabalho teve como objetivo estudar a geração e proceder com a

caraterização de rGO contendo unidades clorina a partir da funcionalização do GO.

Na literatura, não há nenhum relato da geração de derivados de óxido de grafeno

funcionalizados com clorina. Sabe-se que a presença destas unidades de macrociclos

em materiais pode potencializar a capacidade de remoção de diversos poluentes, em

especial, metais pesados.102

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Figura 13 – Estrutura provável da rGO-clorina

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2 Objetivos

2.1 Objetivo geral

Sintetizar óxido de grafeno e derivados, caracterizá-los e avaliar suas

capacidades de remoção de poluentes em água.

2.2 Objetivos específicos

• Preparar o GO e a partir deste promover sua redução para a obtenção do rGO;

• Sintetizar a anilina contendo a unidade tetraetilenoglicol e a partir dela, realizar a

funcionalização do GO, gerando o óxido de grafeno funcionalizado com

polietilenoglicol (GO-PEG);

• Realizar a preparação da rGO-clorina a partir do GO;

• Efetuar as caracterizações dos nanomateriais sintetizados através das seguintes

técnicas:

1) Morfológicas: Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Microscopia

Eletrônica por Transmissão (MET), Microscopia de Força Atômica (AFM),

Espectroscopia Raman;

2) Estruturais: Difração de Raios-X (DRX), Ressonância Magnética Nuclear (RMN)

de C13, Espectroscopia em Infravermelho (IV), Análise Termogravimétrica

(TGA), Espectroscopia Fotoeletrônica de Raios-X (XPS), Análise Elementar

CHN;

• Com relação ao GO-PEG, planejou-se estudar a remoção dos surfactantes TX-100

e DTAB. Objetivou-se a otimização do processo de adsorção dos surfactantes

avaliando-se diversos parâmetros como a quantidade de nanomaterial, pH,

temperatura, quantidade de surfactante e tempo de ultrassom; Investigou-se as

isotermas e cinéticas envolvidas nos processos de adsorção dos surfactantes pelos

nanomateriais;

• Estudar o processo de remoção do inseticida lambda-cialotrina em água através da

adsorção nos nanomateriais preparados, utilizando testes de toxicidade como

bioindicadores.

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3 Materiais e Métodos

Os reagentes utilizados nas sínteses foram adquiridos pelos fornecedores

Sigma Aldrich, Acros, Alfa Aesar, Fluka, Synth, Vetec, Nacional Grafite. As reações

envolvendo condição anidra foram realizadas sob atmosfera de nitrogênio, em balão

previamente seco e flambado. Tetraidrofurano (THF) foi tratado com hidreto de cálcio

e após sódio metálico e benzofenona, sendo destilado imediatamente antes do uso.

Cloreto de tosila (TsCl) foi tratado com solução aquosa de bicarbonato de sódio e

extraído com acetato de etila, e seco em alto vácuo. Os demais reagentes foram

utilizados sem tratamento prévio. Todas as reações, extrações e colunas

cromatográficas foram conduzidas em capelas bem ventiladas.

A purificação dos compostos foi realizada por cromatografia de adsorção em

coluna (cromatografia “flash”) utilizando-se sílica-gel Aldrich (230 - 400 mesh).72 Os

eluentes empregados estão descritos nas respectivas preparações. O

acompanhamento reacional foi realizado por cromatografia em camada delgada

(CCD) em cromatofolhas com sílica gel 60 F254 suportadas em placas de alumínio

Merck (com revelador para UV e espessura de 0,2 mm). A visualização dos compostos

foi feita em lâmpada de UV, com reveladores de ácido fosfomolíbdico 5% em etanol,

iodo, ninidrina em etanol, permanganato de potássio em etanol.

Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN de 1H) e

de carbono (RMN de 13C) foram obtidos nos aparelhos Bruker 250, Bruker 300 e

Bruker 500. Os deslocamentos químicos (δ) foram expressos em partes por milhão

(ppm) e referenciado pelo sinal do solvente deuterado empregado. A multiplicidade

dos sinais dos hidrogênios nos espectros de RMN de 1H foi indicada segundo a

convenção: s (singleto), sl (sinal largo), d (dubleto), t (tripleto), td (triplo dubleto), q

(quarteto), dd (duplo dubleto), ddd (duplo duplo dubleto), dt (duplo tripleto), ddt (duplo

duplo tripleto) e m (multipleto).

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3.1 Síntese de GO-PEG

3.1.1 Síntese de GO

Para a síntese do GO, foram utilizados 20 g do grafite mineral Micrograf 99507

UJ, Nacional de Grafite Ltda. Primeiramente foi realizada uma etapa de pré-oxidação,

adicionando 120 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado, 10 g de perssulfato de

potássio (K2SO4) e 10 g de pentóxido de fósforo (P2O5). A mistura foi agitada durante

6 h a 80 °C. Em seguida, o aquecimento e a agitação foram cessados, até que o meio

reacional chegasse a temperatura ambiente e vagarosamente adicionou-se água

ultrapura, em banho de gelo.28

Após a obtenção do grafite pré-oxidado, o GO foi sintetizado pelo método de

Hummers modificado. Foram adicionados 400 mL de H2SO4 concentrado ao grafite

pré-oxidado, lentamente e sob agitação em banho de gelo. Foi adicionado também

10,0 g de nitrato de sódio (NaNO3) e 60 g de permanganato de potássio (KMnO4). O

meio reacional foi mantido sob agitação durante 4 h, evitando-se que a temperatura

ultrapassasse 40 °C. Então, foi adicionado 2 L de água destilada e 100 mL de solução

aquosa de peróxido de hidrogênio (H2O2, 3% v/v). A mistura ficou sob agitação durante

15 min a 100 °C. O produto obtido foi filtrado a vácuo, sendo que o óxido de grafite

retido no filtro foi lavado repetidas vezes (em torno de 1 mês de lavagem) com solução

aquosa H2SO4 3% v/v, HCl 10%, peróxido de hidrogênio (H2O2) e depois com apenas

água ultrapura até atingir pH próximo de 5. Para a lavagem do GO foi utilizado em

torno de 40 L das soluções e água ultrapura.

O GO foi armazenado em suspensão em água, com concentração entre 0,7 e

1,08 mg/L, em geladeira. O título foi calculado retirando-se 5 mL de suspensão

homogênea em triplicata e então foi realizada uma média aritmética.

3.1.2 Síntese da anilina 2

3.1.2.1 Tosilação do tetraetilenoglicol

Figura 14 - Reação de tosilação do tetraetilenoglicol.

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Em um balão reacional, sob agitação magnética e atmosfera normal,

adicionou-se o NaOH (0,125 g, 3,12 mmol) previamente dissolvido em 0,8 mL de H2O,

tetraetilenoglicol (1) (3,0 g, 20,5 mmol) e tetraidrofurano (THF) (2 mL). A mistura foi

resfriada a 5 °C. Em seguida, adicionou-se uma solução do cloreto de tosila (0,381 g,

2 mmol) em THF (2 mL) gota a gota (1 h de adição). Deixou-se a reação agitando por

2 h a 5 °C. Em seguida, a reação foi colocada em um béquer contendo gelo. O meio

reacional foi transferido para um funil de extração líquido-líquido e lavou-se o bruto

reacional com diclorometano para a remoção do produto. Então, secou-se a fase

orgânica, levou-se ao rotaevaporador e bomba de alto vácuo.

3.1.2.2 Alquilação do 3-nitrofenol

Figura 15 - Reação de alquilação do 3-nitrofenol

A reação descrita na Figura 15 foi realizada em um tubo selado, sob agitação

magnética. Passou-se fluxo de N2 e selou-se o sistema. Adicionou-se os seguintes

reagentes: tetraetilenoglicol tosilado (2) (1 g, 2,85 mmol), nitrofenol (0,59 g, 4,27

mmol), K2CO3 (0,59 g, 4,27 mmol) e dimetilformamida (DMF) seco (16 mL) e deixou-

se reagir por 24 h. A camada orgânica foi lavada com água e então com solução de

NaCl. A fase orgânica foi seca utilizando MgSO4 e o solvente foi retirado

completamente com o auxílio de rotaevaporador e bomba vácuo. Ao colocar o balão

em bomba vácuo, foi necessário colocá-lo em banho-maria a 50 °C para melhorar

remoção de DMF.

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3.1.2.3 Redução do grupo nitro

Figura 16 - Redução do grupo nitro

A reação descrita na Figura 17 foi realizada em um balão sob atmosfera de N2,

adicionou-se o metanol (39 mL), reagente 3 (0,5 g, 1,58 mmol), Pd/C 10% (10% mol,

0,158 g) e purgou-se o sistema com H2 e a atmosfera foi mantida por 2 h.

3.1.3 Reação de diazotação e graftização para funcionalização do GO

Figura 17 - Reação de diazotação para preparação do GO-PEG

Em um béquer de 50 mL com agitador magnético, foi adicionada a anilina (2,8

g, 10,4 mmol). Depois disso, o conjunto foi colocado em agitação em banho de gelo,

sal e água e assim o sistema foi mantido a 0° C. Adicionou-se H2O (2 mL) e HCl (5

mL). Então em outro recipiente pesou-se o NaNO2 (0,720g, 10,4 mmol), o qual foi

dissolvido em H2O (3 mL) e este conjunto foi adicionado lentamente (gota a gota) ao

meio reacional, cuidando-se para a temperatura não ultrapassar 5o C (cerca de 1h de

adição). O termômetro foi colocado dentro do meio reacional. Deixou-se reagir por 2

h a 0 °C para a geração do sal de diazônio (4).

Então, em outro béquer, contendo GO disperso em água (500 mg, 410 mL com

= mg/mL) foi levado por 1 minuto ao ultrassom e em seguida passou-se o

conteúdo do frasco reacional contendo o sal de diazônio gerado para o béquer

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contendo GO. O sistema ficou em agitação durante 48 h. A reação foi descrita na

Figura 19.

Depois o bruto reacional foi filtrado, lavado com 1 L de metanol, 1 L de acetona,

1 L de água até parar de sair resíduo colorido (alaranjado). O material coletado no

papel filtro foi suspenso em água (300 mL).

Para determinar o título do GO-PEG (5), foram retiradas, em triplicata, alíquotas

de 5 mL e cada alíquota foi inserida separadamente em balões de fundo redondo

(previamente pesados). Então a água foi removida por rotaevaporação e em seguida

através de bomba a vácuo (2 dias de secagem). Pesou-se os balões para saber a

massa de amostra que continha em cada balão e foi calculada a média entre eles, e

o título encontrado foi de 0,70 mg/L.

3.2 Síntese de rGO

Figura 18 - Reação de síntese de rGO.

A suspensão de GO em água (2 g, aproximadamente 2 L, =1,51 mg/L) foi

colocada em ultrassom por 1 minuto. Então a suspensão foi transferida para um balão

de 2 L, contendo condensador de refluxo, sob agitação magnética. Foi adicionada a

hidrazina monohidratada (NH2NH2.H2O) gota a gota e o sistema foi aquecido a 100

°C. A reação permaneceu a esta temperatura por 24 h. Foi realizada a filtração a

vácuo, utilizando um kitassato e funil de Büchner. O produto, um sólido preto em

suspensão aquosa, foi lavado com aproximadamente 2 L de água, 1 L de metanol e 1

L de acetona e também foi colocado em ultrassom por 30 minutos. Depois disso, o

nanomaterial foi suspenso em 1 L de água e armazenado em geladeira.35 A reação

foi descrita na Figura 20.

3.3 Síntese do rGO-clorina

As clorinas utilizadas nesse projeto foram sintetizadas e desenvolvidas em

parceria pelo aluno de pós-doutorado Bruno Nascimento da Universidade de Coimbra,

do grupo da Profª Drª Teresa Pinho e Melo.

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3.3.1 Tentativa de síntese do rGO-clorina a partir da clorina diálcool

A primeira tentativa de síntese da rGO-clorina foi realizada conforme esquema

na Figura 21.

Figura 19 - Rota sintética para obtenção de rGO-clorina 1 via clorina diálcool

Em um balão de 100 mL adicionou-se 60 mg de GO, 40 mL de SOCl2 e 1 mL

de DMF, deixando-se em refluxo por 24 h sob atmosfera inerte de N2. No final da

reação, os solventes foram removidos por evaporação e isolou-se o nanomaterial

intermediário (GOCl) lavando-se com éter etílico seco e filtrando sob vácuo. Em outro

balão de 50 mL, pesou-se 35 mg de GOCl e 35 mg da clorina diálcool e adicionou-se

também 10 mL de DMF e 1 mL de TEA. A mistura reacional foi deixada em agitação

por volta de 80 ºC, durante 72 h, sob atmosfera inerte de N2.

Para o isolamento, utilizou-se um béquer contendo cerca de 200 mL de éter

etílico, o qual vertido o bruto reacional previamente em temperatura ambiente, de

modo a precipitar o produto. Depois dividiu-se a suspensão em 5 tubos falcons de 50

mL e colocaram-se na centrífuga a 8000 rpm durante 30 min. Após decantação dos

sobrenadantes, separou-se o precipitado em tubos falcons de 15 mL e foi adicionado

em torno de 11 mL de acetona em cada um deles. Após novo ciclo de centrifugação

(8000 rpm durante 15 min) e decantação, lavou-se mais 6 vezes da mesma forma e

na última lavagem o sobrenadante ficou de cor marrom-clara. Em todas as lavagens

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foi realizado o acompanhamento da diminuição das bandas espectrais da clorina não-

ligada por meio de espectroscopia de absorção no UV-Vis. Seguiu-se então lavagem

com água, tendo sido efetuados 3 ciclos. De início, os tubos falcons ficaram 3 min em

banho de ultrassom, sendo depois levados a centrifugar (8000 rpm durante 15 min);

como não houve uma boa precipitação do produto, repetiu-se o procedimento.

Finalmente, suspendeu-se novamente em acetona, seguindo-se a secagem em estufa

a 40 °C por 72 h e mais 48 h de secagem sob vácuo, obtendo-se um total de 18 mg

de material denominado rGO-clorina 1. De acordo com algumas caracterizações, a

rGO-clorina 1 não apresentou resultados satisfatórios, por isso seguiu-se na tentativa

da síntese, conforme descrito a seguir.

Em um balão de 50 mL adicionou-se 30 mg de GO, 20 mL de SOCl2 e 0,5 mL de

DMF, deixando-se em refluxo por 24 h sob atmosfera inerte de Ar. No final da reação,

os solventes foram removidos por evaporação e secou-se sob vácuo o nanomaterial

intermediário (GOCl) durante cerca de 1 h. Adicionou-se então 10 mL de DMF, 0,5 mL

de TEA e 30 mg de clorina diálcool, ficando a mistura reacional em agitação a 130 ºC,

durante 72 h, sob atmosfera inerte de N2.

A terceira tentativa realizada ocorreu conforme mostra o esquema na Figura 22.

Figura 20 - Rota sintética para obtenção de rGO-clorina 1 via clorina diálcool

Em um balão de 50 mL adicionou-se 20 mg de GO, 10 mg de DCC e 10 mL de

DMF, colocando a suspensão resultante num banho de ultrassom, à temperatura

ambiente, durante 30 min e depois a 80 ºC, durante 24 h, sob atmosfera inerte de N2.

Adicionou-se então 10 mg de DMAP e 20 mg de clorina diálcool, ficando a mistura

reacional em agitação a 60 ºC, durante 48 h, sob atmosfera inerte de N2.

Para o isolamento, ocorreu de forma semelhante ao descrito anteriormente para

o material rGO-clorina 1, isto é, precipitou-se o bruto reacional arrefecido em cerca de

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150 mL de éter etílico, dividiu-se a suspensão em falcons e centrifugou-se por

períodos de 15 min a 8000 rpm, decantando-se o sobrenadante no final. Lavou-se em

seguida com acetona por 5 vezes, com metanol 1 vez e com água também 1 vez,

repetindo-se as sequências de centrifugação e decantação, nunca esquecendo de

analisar os vários sobrenadantes por espectroscopia de absorção no UV-Vis. Após

secagem na estufa a 40 °C e na bomba de vácuo durante vários dias, foi obtido um

total de 18 mg de material rGO-clorina 1. Os resultados das caracterizações para este

nanomaterial também não foram satisfatórios, sendo assim, tentou-se um novo tipo

de síntese.

3.3.2 Tentativas de síntese rGO-clorina via clorina monoácida

A primeira tentativa de se sintetizar o rGO-clorina 2 através de clorina

monoácida está apresentada na Figura 23.

Figura 21 - Rota sintética para obtenção de GO-clorina 2 via clorina monoácida

Para esse procedimento, em um balão de 50 mL foi adicionado 2,58 mL (aprox.

5 mg) do GO e 1,25 mL de etilenodiamina, colocando-se a suspensão resultante

primeiro num banho de ultrassom, à temperatura ambiente, durante 30 min e depois

a 90 ºC, durante 24 h. Seguidamente, adicionou-se 10 mg de DCC e 20 mg de clorina

monoácida 8 em 2,5 mL de NaOH aquoso 0,1 M, mantendo-se a reação a 90 °C

durante 24 h (Figura 23).

Para o isolamento, colocou-se o conteúdo reacional em um tubo falcon e lavou-se

5 vezes com água, pré-suspendendo no ultrassom durante 5-10 min e colocando na

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centrífuga a 8000 rpm durante períodos de 15-20 min. Foi-se retirando o sobrenadante

e efetuando análises UV-Vis para acompanhar a diminuição da quantidade de clorina

conforme o produto ia sendo lavado/isolado. Seguidamente, lavou-se mais 6 vezes

com acetona, intercalando novamente com centrifugações a 8000 rpm e intervalos de

15-20 min, notando-se que na 6ª lavagem uma grande redução da cor para muito

levemente amarelado. O produto isolado foi colocado para secagem em estufa a 40

°C por 3 dias e depois em bomba a vácuo por mais 2 dias, obtendo-se um total de 7

mg de material rGO-clorina 2.

Como os resultados de caracterização foram promissores, pretendeu-se repetir a

reação com maiores quantidades. Em um balão de 100 mL colocou-se 10,33 mL

(aprox. 20 mg) de GO e 5 mL de etilenoadiamina, colocando a suspensão resultante

primeiro num banho de ultrassom, à temperatura ambiente, durante 30 min e depois

a 90 ºC, durante 24 h. Seguidamente, adicionou-se 10 mg de DCC e 20 mg de clorina

monoácida em 2,5 mL de NaOH aquoso 0,1 M, mantendo-se a reação a 90 °C durante

24 h.

O isolamento foi feito de maneira semelhante ao descrito anteriormente, ou seja,

primeiramente o bruto reacional foi lavado com água até pH 7, utilizando a centrífuga

(8000 rpm e períodos de 15-20 min), sendo necessárias 5 lavagens. Contudo, não foi

utilizada qualquer pré-dispersão em ultrassom nesta etapa. Seguidamente, efetuou-

se a regular sequência de lavagem/centrifugação/decantação utilizando acetona, num

total de 5 vezes, analisando o sobrenadante por UV-Vis até que as bandas espectrais

da clorina deixaram de ser observáveis. O produto isolado foi deixado a secar em

estufa a 40 °C durante 72 h, aproximadamente, e depois abundantemente em bomba

de vácuo.

3.4 Caracterizações

3.4.1 Difração de Raios-X (DRX)

Os difratogramas foram obtidos utilizando um difratômetro de raios X Shimadzu

XRD-7000, com voltagem 40 kV, corrente 30 mA, irradiação de Cu (ʎ = 1,542 Å) com

detector de cintilação. As medidas foram realizadas diretamente sobre as amostras em pó.

Fez-se varredura modo contínuo de 2°/min, passo 0,02° a temperatura ambiente.

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Os difratogramas também foram obtidos utilizando um difratômetro Brucker D8

Advance, equipado com um gerador de 3 kW, irradiação de Cu-Ni (ʎ = 0,1542 nm) e um

detector 1D LynxEye. Todos os dados foram coletados na geometria de Bragg-

Bretano com fenda de divergência de 0,3°, varredura contínua de 1°/min e

temperatura ambiente.

3.4.2 Espectroscopia de Absorção Ultravioleta

Os espectros de absorção ultra-violeta (UV-vis) foram obtidos utilizando um

espectrômetro Hitachi U-2001 ou Shimadzu UV-2100.

3.4.3 Espectroscopia de Emissão de Fluorescência

Os espectros de emissão de fluorescência foram adquiridos com um

espectrômetro Perkin Elmer LS 45. Os rendimentos quânticos de fluorescência foram

determinados usando o pacote de software OriginPro 8.1.

3.4.4 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FT-

IR)

Os espectros de FTIR foram registrados com um espectrômetro FTIR Cary 630

da Agilent Technologies, equipado com uma interface de amostra de cristal de

diamante Attenuated Total Reflectance (ATR).

3.4.5 Espectroscopia de Massas de Alta Resolução (HR-MS)

Os espectros de massa de alta resolução (HR-MS) foram registrados com um

espectrômetro Thermo Scientific Q Exactive, usando o ESI como método de

ionização.

3.4.6 Espectroscopia Raman

A análise de espectroscopia Raman foi realizada em um espectrômetro Raman

confocal T6400, Jobin Yvon equipado com um detector CCD (charge coupled device)

e um microscópio Olympus BX41. A fonte de laser foi de 632,8 nm, fazendo-se a

varredura de detecção entre 800 e 3400 cm-1. A fenda utilizada foi 100 µm esta fornece

uma resolução de 2 cm-1. Foi usado o filtro n°1 o qual permite uma potência do laser

na amostra em torno de 1 mW.

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Os espectros Raman também foram obtidos usando um espectrofotômetro

Horiba LabRam HR Evolution, equipado com um detector Synapse CCD, um

microscópio confocal BXFM de alta estabilidade e uma grade de 600 g/mm, com uma

excitação de laser He-Ne de 663 nm. Emtodos os experimentos, a potência do laser

na amostra foi fixada em aproximadamente 2 mW, o tempo de exposição entre 20 e

60 se o número de acumulações foi entre 2 e 5. Foi usada lente objetiva de aumento

de 50x, dando um diâmetro de 0,8 atm na amostra. Todos os espectros foram obtidos

com resolução de 1,5 cm-1.

3.4.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A morfologia e os tamanhos dos nanomateriais foram determinados com o

microscópio eletrônico de varredura Jeol, modelo J6360 LV.

Para o preparo das amostras, a concentração dos nanomateriais utilizada foi

de 0,05 mg/L em etanol. Deixou-se em ultrassonicação durante 30 minutos e em

repouso por 2h. Com uma pipeta Pasteur retirou-se o sobrenadante. Deixou-se o

sobrenadante por 15 minutos em ultrassom e então esta amostra foi utilizada para a

análise em grade Holey Carbon Films com 300 mesh.

As imagens de microscopia também foram realizadas com o microscópio

Tescan Vega3 SBH, utilizando-se de uma fonte de elétrons de filamento W (5 kV) e

um detector de elétrons secundários (tipo Everhart-Thornley, cristal YAG).

3.4.8 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)

A Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) foi usada para observar a

morfologia dos nanomateriais. As análises foram feitas no microscópio JEM-2100F,

operando a 200 kV e modo convencional (feixe paralelo). O tipo de câmera digital

utilizado foi a câmera CCD ES 500W.

Parte das análises também foram realizadas no microscópio TEM, Zeiss Libra

120, operando a 80 KV) acoplado a um espectrômetro utilizando filtro Ômega.

Para o preparo das amostras, a concentração dos nanomateriais utilizada foi

de 0,05 mg/L em etanol. Deixou-se em ultrassonicação durante 30 minutos e em

repouso por 2h. Com uma pipeta Pasteur retirou-se o sobrenadante. Deixou-se o

sobrenadante por 15 minutos em ultrassom e então esta amostra foi utilizada para a

análise em grade Holey Carbon Films com 300 mesh.

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3.4.9 Microanálise Elementar

A determinação elementar quantitativa de carbono, hidrogênio, nitrogênio,

enxofre e oxigênio (por exclusão) foi realizada com um equipamento Elementar Vario

Micro Cube.

3.4.10 Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 13C

Os espectros de ressonância magnética nuclear de carbono (RMN de 13C)

foram obtidos nos aparelhos Bruker 300 e Bruker 500. Os deslocamentos químicos

(δ) foram expressos em partes por milhão (ppm) e referenciado pelo sinal do solvente

deuterado empregado.

3.5 Testes de remoção de TX-100 e DTAB

3.5.1 Testes de remoção utilizando GO-PEG

Os testes de remoção foram realizados variando os seguintes parâmetros:

tempo, massa de nanomaterial, temperatura, pH, quantidade de surfactante e tempo

de ultrassom. Para todos os testes considerou-se o título () do GO-PEG igual a 0,7

mg/L.

3.5.1.1 Curva analítica do TX-100

A curva analítica (Figura 24) foi feita com as seguintes concentrações de TX-

100 usadas como padrão: 0,2; 0,4; 0,6; 32; 52; 72; 100 mg.L-1. O valor de R2

encontrado foi de 0,99927, o limite de detecção (LD) encontrado foi de 1,704 mg.L-1 e

o limite de quantificação (LQ) foi de 5,680 mg.L-1. A equação da reta utilizada foi: A =

0,01632 C + 0,00382. O equipamento utilizado foi o GBC Cintra, no comprimento de

onda 224 nm e cubeta de quartzo, a temperatura ambiente.

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Figura 22 - Curva analítica do TX-100 usada para leitura dos testes de adsorção.

3.5.1.2 Curva analítica do DTAB

A curva analítica (Figura 25) foi feita com as seguintes concentrações de DTAB

usadas como padrão: 1; 2,5; 5; 10; 20; 30 mg.L-1. O valor de R² encontrado foi de

0,9996, o limite de detecção (LD) 0,54 mg.L-1 o limite de quantificação (LQ) 1,80 mg.L-

1. A equação da reta utilizada foi Y = 0,032x + 0,1038. O equipamento utilizado foi o

GBC Cintra, no comprimento de onde de 200 nm e cubeta de quartzo, a temperatura

ambiente.

Figura 23 - Curva analítica do DTAB utilizada nos testes de adsorção

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

so

rbân

cia

(n

m)

Concentração (mg/L)

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3.5.1.3 Variação de tempo

Para a execução destes experimentos para remoção de surfactantes (TX-100

e de DTAB) foram realizadas as seguintes etapas:

1) Preparo da suspensão de GO-PEG para remover surfactante: Adicionou-se

28 mL da suspensão de GO-PEG em água previamente homogeneizada e misturou-

se a 52 mL de água ultrapura, totalizando 80 mL.

2) Preparo das soluções de surfactantes: Em um balão volumétrico de 100 mL

foi preparada uma solução de 2000 mg/L de cada surfactante testado e passou-se

exatamente 20 mL destas soluções para uma para cada béquer de 50 mL.

3) Estudo da adsorção dos surfactantes ao GO-PEG: A suspensão de GO-

PEG preparada no item 1 foi levada para o ultrassom durante 2 minutos. Em seguida,

o béquer contendo esta suspensão foi levado para um shaker orbital a 150 rotações

por minuto (rpm) e a ele foram adicionadas as soluções dos surfactantes preparada

no item 2 (20 mL). Foram retiradas alíquotas de 4 mL nos tempos de 30”, 10’, 20’, 30’,

60’, 90’, 120’, 150’, 180’, 240’ e 300’. Neste caso, a concentração inicial dos

surfactantes para este experimento foi de 400 mg/L e de GO-PEG foi de 0,2 g/L. As

amostras foram centrifugadas por 15 minutos (a 4000 rpm), seguido de filtração com

filtro de seringa PVDF. Então as amostras foram diluídas adequadamente para

posterior leitura em espectrofotômetro. Todos os experimentos foram realizados em

triplicatas.

3.5.1.4 Variação de massa de GO-PEG

Para a execução destes experimentos para remoção dos surfactantes foram

realizadas as seguintes etapas:

1) Preparo da suspensão de GO-PEG: A suspensão de GO-PEG foi preparada

variando a massa e a quantidade de água ultrapura conforme Tabela 1, totalizando 8

mL.

2) Preparo das soluções de surfactantes: Em um balão volumétrico de 50 mL

foi preparada uma solução de 2000 mg/L de cada surfactante e passou-se exatamente

2 mL destas soluções cada uma para um béquer de 25 mL.

3) Estudo da adsorção de surfactante ao GO-PEG: A suspensão de GO-PEG

preparada no item 1 foi levada para o ultrassom durante 2 minutos. Em seguida, o

béquer contendo esta suspensão foi levado para um shaker orbital a 150 rotações por

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minuto (rpm) e a ele foi adicionada solução de surfactante preparada no item 2 (2 mL).

Neste caso a concentração inicial de surfactante para este experimento foi de 400

mg/L. Foram retiradas alíquotas de 2 mL no tempo de 30” iniciais até o sistema chegar

no equilíbrio e a concentração do surfactante no meio permanecer constante. As

amostras foram centrifugadas por 15 minutos (a 4000 rpm), seguido de filtração com

filtro de seringa PVDF. Então as amostras foram diluídas adequadamente para

posterior leitura em espectrofotômetro. Todos os experimentos foram realizados em

triplicatas.

Tabela 1 - Valores utilizados para testes de remoção de TX-100 com variação de massa de nanomaterial.

Massa de GO-PEG (mg)

Volume de suspensão de GO-PEG para TX-100

(mL)

Volume de suspensão de GO-

PEG para DTAB

[GO-PEG] (g/L)

[TX-100 ou DTAB] (mg/L)

1,25 0,71 + 7,291 0,36 + 3,641 0,05

400

2,5 1,43 + 6,571 0,71 + 3,281 0,1

5 2,85 + 5,151 1,43 + 2,571 0,2

10 5,72 + 2,281 2,85 + 1,151 0,4

202 28,57 mL 2 5,71 mL 4 0,8

252 37,31 mL 3 7,14 mL 5 1

1 Volume de água utilizado; 2 O volume final do experimento foi 25 mL (20 mL de suspensão de GO-PEG + 5 mL solução de TX-100). 3 O volume foi reduzido em rotaevaporador a menos de 20 mL e o volume completado com água até 20 mL em balão volumétrico. 4 O volume final do experimento foi 5 mL (4 mL de suspensão de GO-PEG + 1 mL solução de DTAB). 5 O volume foi reduzido em rotaevaporador a menos de 4 mL e o volume completado com água até 4 mL em balão volumétrico.

3.5.1.5 Variação de temperatura

Para a execução destes experimentos para remoção dos surfactantes TX-100 e

DTAB foram realizadas as seguintes etapas:

1) Preparo da suspensão de GO-PEG: Adicionou-se exatamente 2,85 mL da

suspensão de GO-PEG em água previamente homogeneizada e misturou-se a 5,15

mL de água ultrapura, totalizando 8 mL.

2) Preparo das soluções de surfactante: Em um balão volumétrico de 50 mL foi

preparada uma solução de 2000 mg/L dos surfactantes e passou-se exatamente 2 mL

destas soluções cada uma para um béquer de 25 mL.

3) Estudo da adsorção de surfactante ao GO-PEG: Foram realizados 4

experimentos para cada surfactante alterando-se a temperatura. A suspensão de GO-

PEG preparada no item 1 foi deixada durante 15 minutos dentro do shaker com a

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temperatura definida por experimento para equilíbrio da temperatura da suspensão.

Então o béquer foi levado ao ultrassom durante 2 minutos. Em seguida, o béquer foi

levado para um shaker orbital a 150 rotações por minuto (rpm) e a ele foi adicionada

solução de surfactante preparada no item 2 (2 mL). Neste caso a concentração inicial

de TX-100 e DTAB para estes experimentos foi de 400 mg/L e de GO-PEG foi de 0,2

g/L. Foram retiradas alíquotas de 2 mL no tempo de 30” iniciais até o sistema chegar

no equilíbrio e a concentração do surfactante no meio permanecer constante. As

amostras foram centrifugadas por 15 minutos (a 4000 rpm), seguido de filtração com

filtro de seringa PVDF. Então as amostras foram diluídas adequadamente para

posterior leitura em espectrofotômetro. Todos os experimentos foram realizados em

triplicatas.

3.5.1.6 Variação de pH

Para a execução destes experimentos foram realizadas as seguintes etapas:

1) Preparo da suspensão de GO-PEG: As soluções de GO-PEG foram feitas

variando os diferentes pH (2, 4, 6, 8, 10 e 12) utilizando HCl para baixar o pH e NaOH

para aumentar o pH.

2) Preparo das soluções de TX-100 e DTAB: Em um balão volumétrico de 50

mL foi preparada uma solução de 2000 mg/L de cada surfactante e passou-se

exatamente 2 mL destas soluções para um béquer de 25 mL cada.

3) Estudo da adsorção dos surfactantes ao GO-PEG: A suspensão de GO-

PEG preparada no item 1 foi levada para o ultrassom durante 2 minutos. Em seguida,

o béquer foi levado para um shaker orbital a 150 rotações por minuto (rpm) e a ele foi

adicionada solução de cada surfactante preparada no item 2 (2 mL). Neste caso a

concentração inicial de TX-100 e DTAB para este experimento foi de 400 mg/L e de

GO-PEG foi de 0,2 g/L. Foram retiradas alíquotas de 2 mL no tempo de 30” iniciais

até o sistema chegar no equilíbrio e a concentração do surfactante no meio

permanecer constante. As amostras foram centrifugadas por 15 minutos (a 4000 rpm),

seguido de filtração com filtro de seringa PVDF. Então as amostras foram diluídas

adequadamente para posterior leitura em espectrofotômetro. Todos os experimentos

foram realizados em triplicatas.

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3.5.1.7 Variação de quantidade de surfactante

Para a execução destes experimentos para remoção de TX-100 e de DTAB foram

realizadas as seguintes etapas:

1) Preparo da suspensão de GO-PEG: Adicionou-se exatamente 2,85 mL da

suspensão de GO-PEG em água previamente homogeneizada e misturou-se a 5,15 mL

de água ultrapura, totalizando 8 mL.

2) Preparo da solução dos surfactantes: As soluções de surfactantes foram

realizadas conforme as descrições na Tabela 4.

3) Estudo da adsorção dos surfactantes ao GO-PEG: A suspensão de GO-

PEG preparada no item 1 foi levada para o ultrassom durante 2 minutos. Em seguida, o

béquer foi levado para um shaker orbital a 150 rotações por minuto (rpm) e a ele foi

adicionada solução de surfactante preparada no item 2 (2 mL). Foram retiradas alíquotas

de 2 mL no tempo de 30” iniciais até o sistema chegar no equilíbrio e a concentração do

surfactante no meio permanecer constante. As amostras foram centrifugadas por 15

minutos (a 4000 rpm), seguido de filtração com filtro de seringa PVDF. Então as amostras

foram diluídas adequadamente para posterior leitura em espectrofotômetro. Todos os

experimentos foram realizados em triplicatas.

Tabela 2 - Condições para teste de remoção com variação de TX-100 e DTAB.

Quantidade de GO-PEG

(mg)

Volume de solução GO-PEG

(mL)

[GO-PEG] no experimento

(g/L)

[TX-100] (mg/L)

preparada

[TX-100] (mg/L) no

experimento

[DTAB] (mg/L)

preparada

[DTAB] (mg/L) no

experimento

0,002 2,85 + 5,151 0,2

250 50 1000 200

500 100 1500 300

1000 200 2000 400

1500 300 2500 500

2000 400 3000 600

2500 500

1Volume de água ultrapura adicionado.

3.5.1.8 Variação do tempo de ultrassom

Para a execução destes experimentos para remoção do TX-100 e de DTAB foram

realizadas as seguintes etapas:

1) Preparação da suspensão de GO-PEG: Adicionou-se exatamente 2,85 mL da

suspensão de GO-PEG em água previamente homogeneizada e misturou-se a 5,15 mL

de água ultrapura, totalizando 8 mL.

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2) Preparação da solução de surfactante: Em um balão volumétrico de 50 mL

foi preparada uma solução de 2000 mg/L de cada surfactante e passou-se exatamente

2 mL destas soluções uma para cada béquer de 25 mL.

3) Estudo da adsorção de surfactante ao GO-PEG: A suspensão de GO-PEG

preparada no item 1 foi levada para o ultrassom (70 W) alterando-se o tempo conforme

o experimento, como mostrado na Tabela 5. Em seguida, o béquer foi levado para um

shaker orbital a 150 rotações por minuto (rpm) e a ele foi adicionada solução de

surfactante preparada no item 2 (2 mL). Neste caso a concentração inicial de surfactante

para este experimento foi de 400 mg/L e de GO-PEG foi de 0,2 g/L. Foram retiradas

alíquotas de 2 mL no tempo de 30” iniciais até o sistema chegar no equilíbrio e a

concentração do surfactante no meio permanecer constante. As amostras foram

centrifugadas por 15 minutos (a 4000 rpm), seguido de filtração com filtro de seringa

PVDF. Então as amostras foram diluídas adequadamente para posterior leitura em

espectrofotômetro. Todos os experimentos foram realizados em triplicatas.

Tabela 3 - Condições para teste de remoção com variação de tempo de ultrassom.

Tempo (min) Volume de

suspensão GO-PEG (mL)

[GO-PEG] no experimento (g/L)

[Surfactante] (mg/L)

0

2,85 + 5,151 0,2 400 30

60

90 1Volume de água ultrapura adicionado.

3.6 Remoção de lambda-cialotrina por GO e rGO

3.6.1 Purificação da lambda-cialotrina

A lambda-cialotrina foi extraída do produto comercial “Resolva Inseticida

Hidrossolúvel®”, da marca Syngenta, a qual, de acordo com o rótulo do produto,

continha 10% de lambda-cialotrina e 90% de outros componentes.

A extração da lambda-cialotrina ocorreu da seguinte forma: pesou-se 3 g do

produto Resolva® e diluiu-se em 100 mL de água ultrapura. Transferiu-se para um

funil de extração líquido-líquido e lavou-se 3 vezes com acetato de etila e foi separada

a fase orgânica. As fases orgânicas foram secadas por rotaevaporação seguido de

bomba a vácuo.

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A purificação do produto foi feita através de coluna cromatográfica em sílica gel

utilizando o eluente 30% acetato de etila/hexanos, na qual foi obtido um produto

transparente, em torno de 21 mg.

RMN de 1H (400 MHz, CDCl3, 25 °C) = 7,35 – 7,28 (m, 3H); 7,18 – 7,16 (m,

1H); 7,12 – 7,06 (m, 2H); 7,0 (dd, J = 10,3 Hz, 17,3 Hz, 1H); 6,97 – 6,95 (m, 2H); 6,75

(dd, J = 8,6 Hz, 1H); 6,31 (s, 1H); 2,21 (t, J = 8,4 Hz, 1H); 1,97 (d, J = 9,1 Hz, 1H); 1,23

(s, 3H) ; 1,14 (s, 3H).

RMN de 13C (400 MHz, CDCl3, 25 °C) = 168,2; 158,2; 156; 133,5; 130,6;

130,0; 128,7 (q, J = 4,5 Hz, 1C); 124,1; 122,9 (q, J = 37,8 Hz, 1C); 122,0; 120,2 (q, J

= 272, 1C); 120,1; 119,4; 117,5; 115,7; 62,4; 31,9; 31,6; 29,7; 28,1; 14,8.

3.6.2 Cultivo da Daphnia similis

O cultivo da D. similis e os testes de toxicidade aguda foram realizados de

acordo com a norma técnica ABNT NBR 12.713 (2009) com a colaboração da Profª

Drª Gisela de Aragão Umbuzeiro e a doutoranda Josiane Vendemiatti e foram

desenvolvidos no Laboratório de Ecotoxicologia e Microbiologia Ambiental Profº Abílio

Lopes (LEAL). Os organismos foram mantidos em meio MS com dureza entre 40 a 48

mg.L-1 CaCO3, pH entre 6 e 8 e oxigênio dissolvido entre 5 e 9 mg.L-1.

3.6.3 Testes de toxicidade utilizando Daphnia similis com GO

Os testes de toxicidade aguda com D. similis foram realizados com solução de

LC, suspensão de GO em água, e com solução de LC após exposição em GO para

avaliação da capacidade de adsorção do GO de acordo com o protocolo da OECD

202 (Guideline for testing of chemicals).74

Devido à baixa solubilidade em água, a solução estoque de LC de 100 mg.L-1

foi preparada em solvente dimetilssulfóxido (DMSO). Três testes independentes foram

realizados em quatro réplicas com cinco organismos por réplica. Os controles

negativos foram feitos em meio de cultivo MS e o com DMSO na máxima concentração

testada (100 mg.L-1). O ensaio foi realizado em incubadoras com fotoperíodo (16/8 h:

luz/escuro) e a temperatura variou entre 21 °C e 22 °C. Para a validação dos testes,

a porcentagem dos organismos imóveis não excedeu 10%. A partir da solução

estoque de LC, foi preparada uma solução de 150 µg.L-1 em água ultrapura. Para isto

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foram transferidos 25 mL dessa solução para um béquer contendo 100 mL de uma

suspensão de GO (0,010 g) previamente ultrassonicado por 1 hora.

Neste caso, a concentração de LC ficou 30 µg.L-1 e de GO, 80 mg.L-1. A mistura

ficou sob agitação em shaker a 150 RPM por 60 minutos. Após este período, foram

retiradas alíquotas e foram preparadas as diluições adequadas com água ultrapura.

Foram preparadas soluções 0,05; 0,1; 0,5; 1 e 5 µg.L-1 de LC (esses valores são

teóricos, tratando-se como se fosse antes do teste de remoção).

3.6.4 Testes de toxicidade utilizando Daphnia similis com rGO

Os testes de toxicidade aguda com D. similis foram realizados com solução de

LC pura, suspensão de rGO em água e com solução de LC após exposição em rGO

para avaliação da capacidade de adsorção do rGO de acordo com o protocolo da

OECD 202 (Guideline for testing of chemicals).74

Devido à baixa solubilidade em água, a solução estoque de LC de 100 mg.L-1

foi preparada em solvente dimetilssulfóxido (DMSO). Três testes independentes foram

realizados em quatro réplicas com cinco organismos por réplica. Os controles

negativos foram feitos em meio de cultivo MS e o com DMSO na máxima concentração

testada (100 mg.L-1). O ensaio foi realizado em incubadoras com fotoperíodo (16/8 h:

luz/escuro) e a temperatura variou entre 21 °C e 22 °C. Para a validação dos testes,

a porcentagem dos organismos imóveis não excedeu 10%. À partir da solução

estoque foi preparada uma solução de 150 µg.L-1 em água ultrapura. Foram

transferidos 25 mL dessa solução para um béquer contendo 100 mL de água ultrapura,

concentração final de 30 µg.L-1 e duas soluções de rGO, sendo elas 40 e 8 mg.L-1,

previamente ultrassonicado por 1 hora. A mistura ficou sob agitação em shaker a 150

RPM por 60 minutos. As diluições testadas foram 0,05; 0,1; 0,5; 1 e 5 µg.L-1.

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4 Apresentação e Discussão dos Resultados

4.1 Preparação do GO-PEG

4.1.1 Síntese

Para síntese do GO-PEG (Figura 26), primeiramente, foi realizada a

monotosilação do tetraetilenoglicol 1 e o produto 2 foi isolado em 60% de rendimento.

Em seguida, efetuou-se a alquilação do 3-nitrofenol com o tosilado 2, com rendimento

de 70%. Na etapa 3 foi realizada a redução do grupo nitro, com rendimento de 100%.

Finalmente foi realizada a reação de diazotação seguido de graftização com o sal de

diazônio 5 para a funcionalização do GO, originando o nanomaterial GO-PEG (6).

Figura 24 - Rota sintética para obtenção do GO-PEG

O produto 2 foi purificado utilizando apenas o eluente acetato de etila e a Figura

24 ilustra placa de Cromatografia em Camada Delgada (CCD) mostrando os produtos

e subprodutos da reação. O produto 2 foi obtido na forma de uma substância oleosa

incolor com rendimento de 60%. Após a purificação, o material de partida

tetraetilenoglicol (1) foi recuperado e o subproduto ditosilado teve um rendimento de

14%.73

Rf = 0,53;

Revelador: ultravioleta, iodo e ácido fosfomoblídico;

Fase móvel: 100% acetato de etila

RMN de 1H (250 MHz, CDCl3, 25 °C) = 7,82 (d, J = 7,8 Hz, 2H); 7,34 (d, J = 8,6 Hz,

2H); 4,19 – 4,14 (m, 2H), 3,73 – 3,64 (m, 15H), 2,45 (s, 3H). RMN de 13C (500 MHz,

CDCl3, 25 °C) = 145,0; 133,0; 130,0; 128,0; 72,6; 70,4; 70,1; 69,0; 68,4; 21,3.

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Figura 25 - Manchas em placa de CCD mostrando produtos e subprodutos da reação para obtenção do produto 2

O produto 3 foi purificado por coluna cromatográfica (Figura 25) utilizando

apenas acetato de etila ou 5% metanol em clorofórmio. O produto foi obtido na forma

de um óleo amarelado, com rendimento de 70%.

Figura 26 - Manchas em placa de CCD mostrando produtos e subprodutos da reação para obtenção do produto 3

Rf = 0,50;

Revelador: ultravioleta, iodo e ácido fosfomoblídico.

Fase móvel: 100% acetato de etila ou 5% metanol em clorofórmio.

RMN de 1H (250 MHz, CDCl3, 25 °C) = 7,83 – 7,76 (m, 2H), 7,42 (t, J = 8,0 Hz, 1H);

7,30 – 7,24 (m, 1H); 4,24 (t, J = 4,0 Hz, 2H); 3,89 (t, J = 4,0 Hz, 2H); 3,73 – 3,67 (m,

10 H); 3,6 (t, J = 4,0 Hz, 2H); 3,62 – 3,58 (m, 2H).

RMN de 13C (400 MHz, CDCl3, 25 °C) = 159,3; 149,1; 129,9; 121,7; 115,8; 108,0;

72,5; 70,8; 70,6; 70,5; 70,2; 69,4; 68,1; 61,6.

Para gerar o produto 4, foram utilizadas plaquinhas de CCD (Figura 26),

utilizando a fase móvel de 5% de hexano em acetato de etila. Depois, foi feita a

filtração sob celite e sob vácuo no kitassato. Não foi necessário purificar, visto que a

reação possui rendimento de aproximadamente 100%. O produto foi obtido na forma

de um óleo viscoso rosa-claro.

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56

Figura 27 - Manchas em placa de CCD mostrando a obtenção do produto 4

Rf = 0,18; Revelador: a mancha referente ao produto 3 pôde ser revelada no

ultravioleta e a mancha referente ao produto 4 pode ser revelada por ninidrina.

RMN de 1H (250 MHz, CDCl3, 25 °C) = 7,06 – 7,00 (m, 1H), 632-6,26 (m, 3H); 4,08

(td, J1 = 4,0 Hz, J2 = 4,0 Hz, 2H); 3,84 – 3,80 (m, 2H), 3,73 – 3,66 (m, 12H); 3,63 –

3,58 (m, 2H). 13C NMR: 161,2; 150,1; 130,9; 110,0; 106,6; 103,3; 77,7; 71,8; 71,7;

71,6; 71,5; 71,0; 68,4; 62,3.

4.1.2 Caracterizações

4.1.2.1 Difração de Raios-X (DRX)

A técnica de Difração de Raios X (DRX) permite a obtenção de informações

sobre os planos cristalinos do grafite, quando este é submetido ao processo de

oxidação (GO), ou submetido ao processo de inserção de grupos funcionais

coordenantes (GO-PEG) e posterior redução química (rGO).

O cálculo da distância interplanar foi realizado por meio do uso da equação

regida pela Lei de Bragg (𝑛𝜆 = 2𝑑𝑠𝑒𝑛ϴ), sendo que “λ” corresponde ao comprimento

de onda da radiação incidente (neste caso, a fonte de raios X do cobre possui λ =

1,542 Å), “n” a um número inteiro (ordem de difração), “d” à distância interplanar para

o conjunto de planos hkl (Índice de Mueller) da estrutura cristalina e “” ao ângulo de

incidência de raios X.103

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Figura 28 - Difração de raios X das amostras de grafite, GO, rGO e GO-PEG

Analisando-se os padrões de difração de raios-X (DRX) na Figura 27, pode-se

verificar o sinal forte do grafite puro (em roxo) em 26,5o. Segundo a lei de Bragg, este

ângulo 2 = 26,5o corresponde a um espaçamento intercamadas de 0,335 nm. Por

outro lado, o padrão de DRX para o GO (em marrom), mostra o sinal mais largo em

11,78o, o que indica um espaçamento intercamadas de 0,750 nm. Isto se deve,

principalmente, à presença de grupos funcionais oxigenados como epóxidos e

hidroxilas que foram inseridos após a oxidação e que por repulsão aumentam o

espaçamento entre as camadas. O padrão DRX para o rGO (verde) mostra um sinal

fraco em 25,5o, o qual indica um espaçamento entre as camadas de 0,348 nm. Este

resultado sugere que o sistema conjugado de carbonos sp2 foram reestabelecidos

durante a etapa de redução, diminuindo o número de grupos oxigenados e

aproximando as camadas do nanomaterial.

No caso do GO-PEG, os padrões de difração de raios-X (em azul) mostram um

pico em 9,5o. Este deslocamento do sinal do GO-PEG (9,5o) quando comparado ao

GO puro (11,78o) pode ser atribuída à presença do polietilenoglicol (PEG) na região

intercamadas do nanomaterial. Segundo a lei de Bragg, este ângulo 2 = 9,54o

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Inte

nsid

ad

e (

a.u

)

Grafite

rGO

GO

GO-PEG

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corresponde a um espaçamento intercamadas de 0,925 nm, valor consideravelmente

superior ao GO puro (0,750 nm). A repulsão causada entre os átomos de oxigênio

PEG e do GO, contribuem para o aumento da distância intercamadas. Além disso, no

difratograma do GO-PEG pode-se verificar a presença de outro sinal, na região de 2

= 18,0o que pode ser atribuída a presença do PEG amorfo ligado às folhas de GO.

Tendo como base o artigo pulicado por Wang e colaboradores, onde compósitos

contendo GO e quantidade de PEG 6000 inferior a 40%, sinais do PEG amorfo em

torno de 19o.104

4.1.2.2 Espectroscopia Raman

A espectroscopia Raman tem sido utilizada como um método promissor para

análise rápida e não destrutiva de amostras. A técnica baseia-se na medição de

modos vibratórios fundamentais de ligações químicas e podem ser obtidas

informações estruturais e químicas quantitativas e qualitativas de uma dada amostra.

Além disso a preparação de amostra é mínima ou nenhuma, o que facilita bastante a

análise com esta técnica.105

O espectro Raman (Figura 28) para a amostra de GO mostra dois modos

vibracionais nas posições 1621 cm-1 e 1350 cm-1. O modo vibracional próximo de 1621

cm-1, denominado como banda G, está relacionado ao modo vibracional E2g referente

aos átomos de carbono sp2 fortemente acoplados nas camadas hexagonais e pode

ser usado para determinar o grau de graftização. Porém o modo vibracional em torno

de 1350 cm-1, conhecido como banda D, possui uma relação com a presença de

defeitos dentro da estrutura hexagonal, ou seja, correspondem aos modos

vibracionais dos átomos de carbono com hibridização do tipo sp3.106; 107

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Figura 29 - Espectro Raman das amostras de GO, GO-PEG e rGO

Comparando-se o deslocamento das bandas D e G para GO, GO-PEG e rGO,

observa-se que há diferença entre os deslocamentos. A relação entre a intensidade

da banda D (ID) e da banda G (IG) é utilizada como um parâmetro para correlacionar

o grau de desordem da estrutura do material carbonáceo.

Comparando GO e rGO, percebe-se que para o GO, os deslocamentos das

bandas D e G são: 1350 e 1621 cm-1, já para o rGO, 1436 e 1679 cm-1. A relação ID/IG,

para o GO é igual a 1,10 sugerindo uma redução dos domínios da hibridização sp2

que ocasiona o aumento dos defeitos estruturais da amostra, possivelmente devido

ao processo de oxidação do grafite. Após a redução, que gera o rGO, a relação ID/IG

é 1,17. O processo de redução gera fragmentações ao longo dos grupos reativos, o

que leva à formação de folhas menores, porém em grande quantidade, o que resulta

em um grande número de bordas. Esse efeito explica a presença da banda D com

intensidade considerável, mesmo após o processo de redução por hidrazina.108; 109 A

diminuição da intensidade da banda G está associada com a não restauração da

estrutura cristalina primitiva do grafite.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

80

0

93

5

10

70

12

06

13

41

14

76

16

11

17

47

18

82

20

17

21

52

22

87

24

23

25

58

26

93

28

28

29

63

30

99

32

34

33

69

Inte

ns

ida

de

(a

.u.)

Deslocamento Raman (cm-1)

D

D

D

G

G

G

GO-PEG

GO

rGO

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Ao comparar-se GO e GO-PEG, percebe-se que a relação entre a intensidade

da banda D e da banda G são semelhantes, apesar de possuírem as bandas em locais

diferentes, sendo que para o GO, a banda D fica em 1350 cm-1 e a banda G fica em

1621 cm-1. Já para o GO-PEG as bandas encontram-se em 1361 cm-1 e em 1651 cm-

1, respectivamente. Para o GO, a relação ID/IG é igual a 1,10 e para GO-PEG a relação

ID/IG é igual a 1,11. A proximidade dessa relação é aceitável, visto que as folhas do

nanomaterial não foram alteradas no processo de graftização.

4.1.2.3 Espectroscopia de Fotoelétrons Excitados por Raios-X (XPS)

Os espectros de XPS survey do GO e GO-PEG são mostrados na Figura 29.

Ambos os espectros mostraram picos característicos como C (1s) centralizados em

285,4 e 286,2 eV para GO e GO-PEG, respectivamente. Em relação ao oxigênio, o

pico O (1s) foi verificado centralizado em 533,0 eV para GO e 533,2 eV para GO-

PEG. Além disso, foi possível calcular a composição elementar para os dois

nanomateriais, sendo a porcentagem de carbono em GO e GO-PEG 74% e 69%,

respectivamente; em relação ao oxigênio, a composição foi de 26% e 31% para GO

e GO-PEG, respectivamente. Esses resultados indicam que a incorporação das

cadeias de PEG, como formada por C e O, não alterou significativamente a

composição elementar desses nanomateriais.

Figura 30 – Espectro XPS de (a) GO e (b) GO-PEG

200 300 400 500 600

Inte

ns

ida

de

(a

.u.)

Energia de ligação (eV)

O (1s)

(a)

200 300 400 500 600

Inte

ns

ida

de

(a

.u.)

Energia de Ligação (eV)

C (1s)

O(1s)

C (1s)

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Análises de XPS de alta resolução do GO-PEG foram realizadas e os

resultados são apresentados na Figura 30. Em relação aos espectros de carbono,

o C1s de alta resolução revelaram 4 sinais centrados em 283,6 eV (C1, carbonetos),

285,2 eV (C2, C-C / C = C); 287,2 eV (C3, C-O de hidroxilas, epóxidos e ácidos

carboxílicos) e 289,1 eV (C4, O-C = O de grupos carboxila) (Figura 30).

No caso dos espectros de oxigênio Figura 31, um pico pode ser verificado

em 531,0 eV, que se refere aos grupos C = O. O pico centrado em 533,1 eV está

relacionado às ligações C-O dos epóxidos, fenóis ou grupos carboxílicos.110

Finalmente, o pico em 535,7 refere-se aos átomos de oxigênio da água ou espécies

oxigenadas.111

Figura 31 - Espectros XPS de alta resolução C1s para GO-PEG

Figura 32 - Espectros XPS de alta resolução O1s para GO-PEG

280 282 284 286 288 290 292 294

Inte

nsi

dad

e (

a.u

.)

Energia de ligação (eV)

C-C/C=C (C2)

C-C/C=C

C-O (C3)

C-O (C4)

528 530 532 534 536 538 540

Inte

nsi

dad

e (

a.u

.)

Energia de ligação (eV)

C-O (O2)

O-H (O3)C=O (O1)

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Tabela 4 - Composição percentual das ligações envolvendo os átomos C e O do GO-PEG

Átomo Tipo de ligação Percentual (%)

C1 carbídico 1,9 C2 C-C/C=C 49,0 C3 C-O 41,2 C4 O-C=O 7,9

O1 C-O 95,9 O2 C=O 2,0 O3 C-OH 2,1

A Tabela 4 mostra a composição percentual das ligações envolvendo os

átomos C e O do GO-PEG. Pode-se observar que, no caso do carbono, 49% dos

títulos presentes referem-se ao carbono grafitado (C-C e C=C), seguido por

ligações C-O (41,2%). Quando comparado ao GO não modificado, a composição

foi de 24,5% das ligações C-O, indicando um aumento no número de ligações C-O,

o que provavelmente se deve à inserção de grupos PEG. Em relação à composição

percentual de oxigênio, 95,9% é devido às ligações C-O e o restante à presença de

carbonilas, água e OH dos álcoois.

4.1.2.4 Espectroscopia de Infravermelho (FTIR)

O espectro FTIR de GO (linha preta) e GO-PEG (linha vermelha) são mostrados

na Figura 32. Em geral, ambos espectros mostram picos e deslocamentos

semelhantes, no entanto, os espectros GO-PEG apresentaram menores intensidades.

Os espectros de GO e GO-PEG mostram um amplo pico entre 3700 - 3000 cm-1, o

que pode ser atribuído à presença de grupos hidroxila, com contribuições de COOH,

lactóis de cinco membros e água112. Em relação ao espectro de GO-PEG, as bandas

ligeiramente mais pronunciadas em 2954 e 2870 referem-se à vibração de

alongamento assimétrica e simétrica da cadeia –CH2- da cadeia PEG, indicando a

inserção bem-sucedida com sal de diazônio.

Sinais referentes aos grupos cetona foram observados em 1747 e 1752 cm-1

para GO e GO-PEG, respectivamente, sendo o pico GO-PEG com mais baixa

intensidade. Os picos de COOH/H2O foram atribuídos aos sinais em 1639 cm-1 para

o GO e 1646 cm-1 para o GO-PEG. Os epóxidos (C-O-C) foram visualizados em 1258

cm-1 para o GO e um pico fraco de 1251 cm-1 para o GO-PEG.113 Em geral, pequenas

mudanças foram observadas entre os espectros GO e GO-PEG.

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Figura 33 - Espectro infravermelho de GO (preto) e GO-PEG (vermelho)

4.1.2.5 Análise Termogravimétrica (TGA)

A estabilidade térmica de GO e GO-PEG foi medida usando análises TGA sob

atmosfera de nitrogênio e os resultados são mostrados na Figura 33. GO mostra uma

perda de aproximadamente 19% em massa a temperaturas abaixo de 150 °C, o que

pode ser atribuído à perda de água adsorvida moléculas na superfície do GO.114 Com

o aumento da temperatura, houve uma perda acentuada (~ 20%) na faixa de 160 -

220 °C. Esse comportamento é devido à presença de grupos de oxigênio, como

epóxidos, carbonilas, hidroxilas e ácidos carboxílicos.114 No final do aquecimento

(1000 °C), a perda de massa total de GO foi de 77%. Com relação ao comportamento

do GO-PEG, pode-se observar uma perda de aproximadamente 10% nas

temperaturas abaixo de 150 °C, indicando a presença de moléculas de água menos

adsorvidas, já que o GO-PEG é menos hidrofílico que o GO. Então, entre 150 - 220

°C, foi constatada uma perda de 10% da massa, que pode ser atribuída aos grupos

oxigenados. Acredita-se que em temperaturas mais altas (500 - 600 ºC) a perda de

massa é devido à liberação de unidades de PEG.

5001000150020002500300035004000

Tran

smit

ânci

a

Comprimento de onda (cm-1)

GO

GO-PEG

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Figura 34 - Análise TGA do GO e GO-PEG

Além da estabilidade térmica dos nanomateriais, a análise da TGA pode

estimar a concentração das unidades de PEG a partir da graftização. No final do

aquecimento (1000 °C), um resíduo de massa de aproximadamente 23% e 11% foi

verificado para GO e GO-PEG, respectivamente. Esta diferença de 12% deve-se

provavelmente à presença de grupos PEG ligados covalentemente às folhas de

grafeno por graftização do sal de diazônio.115 Considerando o peso molecular da

unidade PEG (270 g/mol) e a área superficial medida pelo método de Brunauer,

Emmett e Teller (BET) do GO (268,6 m²/g), podemos estimar a concentração de PEG

de 1,4 x 10-10 mol/cm². Este valor está de acordo com dados obtidos na literatura para

a graftização com sais de diazônio com grafite116 e com nanotubos de carbono.117

4.1.2.6 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

Na Figura 34 podemos verificar a micrografia por MEV dos nanomateriais GO

e rGO. A caracterização do GO-PEG está sendo realizada. Através da análise por

MEV pode-se verificar a presença de folhas levemente “amassadas”, apresentando

ranhuras.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Pe

rda

de

mas

sa (

po

rce

ntu

al)

Temperatura (oC)

GO-PEG GO

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Figura 35 - Imagens de MEV dos nanomateriais (1) GO; (2) rGO; (3) GO-PEG

4.1.2.7 Microscópio eletrônico de transmissão (MET)

A Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) tem sido muito utilizada no

campo científico pois através deste equipamento pode-se obter informações como

forma e tamanho dos nanomateriais.118 Também é possível detectar defeitos e

imperfeições nas folhas de grafenos e seus derivados.119 Analisando-se a Figura 35,

verifica-se que os três nanomateriais apresentam caráter estruturado (folhas

transparentes com finas rugas), obtendo-se imagens de nanofolhas dispersas.

Figura 36 - Imagens de MET dos nanomateriais (1) GO-PEG; (2) GO; (3) rGO

4.1.2.8 RMN de 13C

Observa-se na Figura 36 o espectro de RMN de 13C de CPMAS (Solid-state

Cross-Polarization Magic Angle Spinning Carbon). Esta é uma técnica qualitativa onde

verifica-se a presença dos átomos de carbono em amostras sólidas. No caso do

espectro do GO, observa-se a presença de sinais entre 50-80 ppm referentes aos

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66

átomos de carbonos ligados à átomos de oxigênio. Já entre 120-150 ppm aparecem

os sinais atribuídos aos carbonos de duplas ligações e aromáticos. No caso do

espectro do GO-PEG (em Azul), pode-se observar espectro muito semelhante. A

inserção das unidades de PEG no GO não modificam de maneira significativa o

espectro, já que se tratam de sinais de carbono ligados a oxigênios e de carbono sp2.

Entretanto, ao analisar-se o espectro de 13C do rGO (em verde) verifica-se

mudança mais significante. Quando o GO é reduzido pra rGO, o número de ligações

C-O diminuem consideravelmente, o que pode ser evidenciado com a ausência do

sinal em torno de 50-80 ppm. Além disso, pode-se perceber que os sinais referentes

aos domínios sp2 aparecem em uma faixa maior, entre 90-160 ppm. Este espectro

afirma que o processo de redução foi bem-sucedido.

Figura 37 - RMN de 13C dos nanomateriais. A linha marrom corresponde ao GO; linha verde ao rGO; linha azul ao GO-PEG

C=C C-O

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4.2 Otimização da Adsorção de TX-100 e DTAB por GO-PEG

4.2.1 Influência do tempo de contato

Considerando o processo de adsorção, a influência do tempo de contato é um

fator relevante visto que este parâmetro indica o comportamento cinético da adsorção

para um determinado adsorvente numa determinada concentração inicial do

adsorvato.120 O Qe se refere à quantidade máxima de surfactante removida por 1

grama de nanoadsorvente, calcula-se segundo a equação abaixo:

𝑄𝑒 =(𝐶 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝐶𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙). 𝑉(𝐿)

𝑚 (𝑔)

Onde Cinicial e Cfinal são as concentrações de surfactante inicial e final, V é o

volume da solução em litros e m é a massa do nanoadsorvente em gramas. As

concentrações iniciais e finais das soluções de surfactantes testadas foram

determinadas a partir da curva analítica.

A influência do tempo de contato foi estudada e os resultados mostraram que

a adsorção de surfactantes TX-100 e DTAB pelo GO-PEG ao longo do tempo não

apresentou valores muito diferentes do qt (Figura 37). Assim, pode-se dizer que a

adsorção de surfactantes ocorreu imediatamente após o contato entre GO-PEG tanto

com TX-100 quanto com DTAB. O qt observado foi muito alto, sendo o intervalo entre

1060 -1110 mg/g para TX-100 e 636 - 750 mg/g para DTAB. Recentemente, relatamos

a adsorção de TX-100 em GO puro e o qt observado foi em torno de 765-939 mg/g.115

Mostrando que GO-PEG mostrou capacidade de remoção superior quando

comparado ao GO. Em relação à adsorção de DTAB por GO, os resultados obtidos

por nosso grupo de pesquisa encontraram um qt de 268 – 385 mg/g, indicando que a

capacidade de remoção de DTAB por GO-PEG é duas vezes maior ao comparar com

GO. Além disso, pode-se verificar que o TX-100 foi adsorvido de forma eficiente que

o DTAB. Acredita-se que as interações do tipo -stacking entre os anéis aromáticos

do TX-100 e do GO-PEG sejam responsáveis por esta discrepância nas adsorções.

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Figura 38 – Variação da concentração de TX-100 e DTAB de acordo com o tempo de contato. Dosagem do nanoadsorvente GO-PEG: 0.2 g/L, concentração inicial dos surfactantes: 400 mg/L,

agitação: 150 oscilações/min, pH 6 e temperatura ambiente.

4.2.2 Variação da concentração de nanomaterial GO-PEG

O desempenho de adsorção de TX-100 e DTAB foi avaliado em diferentes

concentrações de GO-PEG (0,05 a 1,0 g/L, Figura 38). Analisando os resultados

obtidos para o TX-100, verificou-se um aumento na adsorção de TX-100 com o

aumento da quantidade de nanomaterial. A remoção foi de 20% (qe = 1581 mg/g) na

menor concentração de GO-PEG (0,05 g/L) e gradualmente aumentada para

aproximadamente 70% na concentração mais alta (1 g/L). Provavelmente, a presença

de unidades de PEG corrobora com a remoção do TX-100 através de interações de

empilhamento π e hidrofóbicas.

Os resultados obtidos para remoção de DTAB utilizando concentrações

diferentes do nanomaterial GO-PEG são mostrados também na Figura 38. Observa-

se que na concentração de GO-PEG igual a 0,05 g/L, foi observada uma capacidade

de adsorção de 2836 mg/g, indicando 34% de remoção de DTAB. Com o aumento da

concentração de GO-PEG, o percentual de remoção variou entre 27 e 33%, exceto

para os experimentos com concentração de GO-PEG de 0,8 e 1,0 g/L, onde não houve

remoção. Nestes casos, acredita-se que na presença do DTAB e sob altas

concentrações de nanomaterial o mesmo se aglomere formando pequenos grumos,

prejudicando o processo de remoção. Quando foi usado GO sem substituição sob

altas concentrações de nanomaterial também não foi verificada remoção.

0

200

400

600

800

1000

1200

0 50 100 150 200 250 300

qt

(mg/

g)

Tempo (min)

TX-100

DTAB

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69

Em função de o surfactante DTAB não possui um anel aromático em sua

estrutura, fato que exclui a possibilidade de interações de empilhamento π, reduzindo

as interações de atração entre o GO-PEG e surfactante, culminando em menores

capacidades de remoção quando comparado aos surfactantes que possuem anéis

aromáticos. Neste caso, provavelmente, acredita-se que as forças de atração entre

DTAB e GO-PEG sejam principalmente hidrofóbicas e eletrostáticas.

Figura 39 - Variação da concentração de nanomaterial GO-PEG. Dosagem do adsorvente GO-PEG: 0,05 – 1 g/L, concentração inicial dos surfactantes: 400 mg/L, 150 oscilações/min, pH 6 e temperatura

ambiente.

4.2.3 Variação da temperatura

A Figura 39 mostra a variação da capacidade de adsorção do GO-PEG na

remoção de TX-100 e DTAB a diferentes temperaturas (25 – 55 °C). Nos processos

de adsorção, o sistema geralmente é influenciado por mudanças de temperatura, o

que afeta principalmente a taxa constante de adsorção. O aumento da temperatura

pode causar um aumento da energia cinética e na mobilidade das espécies

adsorventes, causando o aumento da taxa de difusão entre as folhas de nanomateriais

e surfactantes. Além disso, o aumento de temperatura pode afetar a solubilidade e o

potencial químico dos surfactantes.121 Sendo assim, a variação de temperatura pode

levar a uma mudança na capacidade de adsorção do TX-100, uma vez que sua

concentração micelar crítica (CMC) de 0,20 mmol/kg122 tende a diminuir com o

aumento da temperatura.123 Por outro lado, o CMC do DTAB (15,6 mmol/kg)124

aumenta com o incremento na temperatura. Em todas as experiências realizadas

34%

37%

33%

27% []% []%

19%

33%63%

65%67% 70%

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

qe

(mg/

g)

Cooncentração de nanomaterial (g/L)

DTAB TX-100

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nesse estudo, a concentração do tensoativo foi superior à CMC para TX-100 e abaixo

para DTAB, exceto nos experimentos de variação de TX-100.

Os resultados mostrados na Figura 39 indicam que quando a temperatura da

solução foi de 25 ºC houve maior adsorção, cerca de 60% (qe = 1042 mg/g) para TX-

100 e cerca de 34% (qe = 735 mg/g) para DTAB. Entretanto, quando a temperatura

foi elevada para 35 e 45 ºC, observou-se uma diminuição na capacidade de remoção

de surfactantes por GO-PEG, sendo cerca de 50% (qe = 977 e 984 mg/g,

respectivamente) para TX-100 e 18% (qe = 414 e 335 mg/g, respectivamente) para

DTAB. Adicionalmente, quando a temperatura foi aumentada para 55 ºC, a

capacidade de adsorção diminuiu e a eficiência de remoção do TX-100 ficou em torno

de 47%.

Em relação ao TX-100, a mudança de temperatura não variou

significativamente o desempenho de remoção, porém a remoção do DTAB apresentou

considerável sensibilidade. O DTAB não apresentou remoção em 55 ºC, sugerindo

que o processo de adsorção GO-PEG/DTAB seja exotérmico, pois neste tipo de

adsorção as interações entre as moléculas adsorbato e adsorvente são fracas,

baseadas nas forças de Van der Waals e/ou interações eletrostáticas. Normalmente,

este tipo de adsorção ocorre a baixas temperaturas, rapidamente e é reversível.125

Figura 40 - Variação de temperatura. Concentração de GO-PEG: 0,2 g/L, concentração inicial dos surfactantes: 400 mg/L, 150 oscilações/min, pH 6 a temperatura variável de 25 a 55 °C

0

200

400

600

800

1000

1200

25 35 45 55

qe

(mg/

g)

Temperatura (°C)

TX-100 DTAB

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71

4.2.4 Variação de pH

O pH é um importante fator a ser monitorado em um processo de adsorção. No

caso do estudo de adsorção dos surfactantes, a mudança de pH pode gerar cargas

diferentes nas moléculas de surfactante e dos nanomateriais tornando a adsorção um

processo mais fácil ou mais difícil de ocorrer.6

De acordo com a Figura 40, percebe-se que, para o TX-100, a remoção em pH

ácido ficou em torno de 1111 mg/g e em pH neutro obteve-se o melhor qe, de 1270

mg/g. Os grupos hidroxilas e carboxilas do GO-PEG ficam protonados em meio ácido,

podendo ligar-se com mais facilidade ao TX-100, além do tradicional π-stacking,

através de ligações de hidrogênio.

No pH básico, as carboxilas do GO-PEG se encontram, provavelmente,

desprotonadas, o que pode causar uma repulsão entre os oxigênios do GO-PEG e do

TX-100 ricos em elétrons, o que diminui a capacidade de remoção. Nos pHs básicos

as remoções ficaram constantes, com o qe em torno de 818 mg/g.

Figura 41 - Variação de pH. Dosagem do GO-PEG: 0,2 g/L, concentração inicial dos surfactantes: 400 mg/L, 150 oscilações/min, pH variável de 2-12 e temperatura ambiente.

Pode-se observar na Figura 40 os resultados para DTAB, onde percebe-se que

em pH ácido a remoção é baixa, com o qe em torno de 433 mg/g, provavelmente por

conta de as soluções serem mais instáveis e por conta de as suspensões das folhas

de GO-PEG decantarem muito rápido em meio ácido.126 Em pH básico, observa-se

que não houve remoção de DTAB, provavelmente pelo mesmo motivo citado ao

contextualizar o TX-100 (por conta de as carboxilas estarem desprotonadas).

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2 4 6 8 10 12

qe

(mg/

g)

pH

TX-100 DTAB

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Entretanto observa-se que em pH 6 ocorre a melhor remoção de DTAB, com qe de

703 mg/g.

4.2.5 Variação do tempo de sonicação

O estudo desse parâmetro foi realizado para “expandir” o volume ocupado pelo

nanomaterial, o que aumentaria a possibilidade de interação entre o adsorbato e o

adsorvente. De acordo com a Figura 41, no caso do TX-100, verificou-se que a

adsorção foi potencializada deixando-se a suspensão de GO-PEG até 60 minutos em

sonicação antes de se realizar o teste de adsorção (qe obtido de 1683 mg/g). Ao se

realizar o teste de adsorção sem submeter o nanomaterial à sonicação, percebeu-se

que a adsorção foi menor, cerca de 46% (787 mg/g). A irradiação ultrassônica durante

o tempo de 30 e 60 minutos promoveu aumento na capacidade de remoção do TX-

100 pelo GO-PEG, atingindo 54% (1238 mg/g) e 74% (1683 mg/g) de remoção,

respectivamente. Para o GO, nas mesmas circunstâncias, o valor encontrado foi de

1022 mg/g. Isso mostra que a presença das unidades PEG do GO-PEG auxilia na

processo de adsorção.

Ao se realizar o teste deixando a suspensão GO-PEG por 90 minutos no

ultrassom, observou-se que houve um decaimento na adsorção, atingindo apenas

40% de adsorção. Uma provável explicação para esse ocorrido é que as folhas do

nanomaterial podem ter sido rasgadas, perdendo sua estrutura original, durante o

longo tempo de exposição às ondas ultrassônicas.127

Ao observar o resultado encontrado para DTAB, percebe-se que o qe

encontrado sem o uso de ultrassom 657 mg/g (34%). Porém ao realizar a sonicação

de apenas 2 minutos, percebe-se um melhor qe, de 713 mg/g (36%), por conta de as

folhas se espalharem de maneira mais homogênea para a realização do teste de

remoção. Ao realizar a sonicação de 30 minutos, encontrou-se 412 mg/g (21%),

decaindo para 91 mg/g (8%) ao realizar o mesmo procedimento durante 60 minutos.

Ao realizar o teste deixando a suspensão de nanomaterial por 90 minutos no

ultrassom, observa-se um ligeiro aumento de qe para 182 mg/g (11%), porém continua

sendo inferior relacionando o não uso de ultrassom para remoção de DTAB.

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Figura 42 - Variação do tempo de sonicação. Concentração do GO-PEG: 0,2 g/L, concentração inicial de surfactante: 400 mg/L, 150 oscilações por minuto, pH 6 e temperatura ambiente.

4.3 Estudo da cinética e da isoterma de adsorção dos surfactantes TX-

100 e DTAB por GO-PEG

4.3.1 Estudos da Cinética de Adsorção de TX-100 e DTAB em GO-PEG

Para análise dos dados dos testes de adsorção realizado entre GO-PEG e cada

surfactante, foi utilizada a cinética de pseudo-primeira ordem,128 pseudo-segunda

ordem129 e modelo de difusão intrapartícula130.

4.3.1.1 Equação de pseudo-primeira ordem

A forma linear da equação da pseudo-primeira ordem é dada pela equação de

Lagergren,128 em 1898:

log(𝑄𝑒 − 𝑄𝑡) = 𝑙𝑜𝑔𝑄𝑒 − 𝑘1/2,303. 𝑡

Sendo Qe e Qt as quantidades de cada surfactante adsorvido (mg/g) no

equilíbrio e no tempo t (min), respectivamente; k1 é a constante de velocidade de

adsorção (min-1) e t é tempo (min). Os dados cinéticos obtidos em experimentos com

diferentes concentrações iniciais de surfactante foram plotados na equação da forma

linear de pseudo-primeira ordem, sendo log(Qe - Qt) versus t. A constante k1 pôde ser

calculada a partir da inclinação da reta do gráfico log (Qe – Qt) versus t.

4.3.1.2 Equação de pseudo-segunda ordem

A equação de pseudo-segunda ordem expressa por Ho e McKay,129 em 1999

é dada por:

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

0 2 30 60 90

qe

(mg/

g)

Tempo de sonicação (minutos)

TX-100 DTAB

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𝑡

𝑄𝑡=

1

ℎ+

1

𝑄𝑒𝑡 ℎ = 𝑘2𝑄𝑒²

Onde k2 é a constante de velocidade de pseudo-segunda ordem (g/mg-min),

Qe e Qt são as quantidades de surfactante adsorvida (mg/g) no equilíbrio e no tempo

t (min). Os dados cinéticos experimentais obtidos em diferentes concentrações iniciais

de cada surfactante foram plotados na forma linear da equação de pseudo-segunda

ordem t/Qt versus t. Para a equação de pseudo-segunda ordem ser aplicável aos

processos de adsorção de DTAB e TX-100 por GO-PEG, os gráficos mencionados

devem originar uma reta perfeita e Qe, k e h poderão ser determinados pelo coeficiente

angular e linear, respectivamente.

4.3.1.3 Equação de difusão intrapartícula

Além dos dois modelos citados anteriormente para remoção de DTAB e TX-

100, foi avaliado também o modelo de difusão intrapartícula.

O processo de adsorção em um sólido poroso envolve 3 etapas: (1)

transferência da massa externa do adsorbato (surfactante) através do líquido à

superfície externa do adsorvente (nanomaterial), que é a adsorção externa (ou difusão

pela camada de fronteira).131 (2) Transporte do adsorbato a partir da camada externa

até os poros ou capilares da estrutura interna do adsorvente, o que é chamado de

difusão intrapartícula. (3) Adsorção do adsorbato nos sítios ativos da superfície interna

ou externa do adsorvente.132 A terceira etapa ocorre de maneira muito rápida e não

pode ser considerada como etapa determinante na velocidade de adsorção. A

adsorção, geralmente, é controlada pela difusão na camada externa, interna ou

ambas.

O modelo cinético da difusão intrapartícula pode ser empregado quando os

modelos citados acima mostrarem bons resultados. De acordo com Weber e Morris130,

se a difusão intrapartícula for um fator determinante da velocidade, a remoção do

adsorbato varia com a raiz quadrada do tempo. Sendo assim, o coeficiente de difusão

intrapartícula (kdif) pode ser definido pela equação:

𝑄𝑡 = 𝐾𝑑𝑖𝑓 t1/2 + C

Sendo que Qt é a quantidade de surfactante adsorvida (mg/g), t é o tempo de

agitação (min) e C (mg/g) é uma constante relacionada com a resistência à difusão.

O valor de kdif (mg/g-min0,5) pode ser obtido da inclinação e o valor de C da intersecção

da curva do gráfico Qt versus t0,5.

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4.3.1.4 Avaliação do melhor modelo cinético para adsorção de TX-100

e DTAB em GO-PEG

Para se avaliar qual o modelo cinético explica melhor o processo de adsorção

do DTAB e do TX-100 foram feitos experimentos de adsorção, variando-se as

concentrações iniciais dos surfactantes (200-500 mg/L) e acompanhando-se a

adsorção com o passar do tempo, conforme Figura 42 e Figura 43. Os resultados

obtidos foram aplicados aos modelos cinéticos descritos anteriormente. Os dados

estão apesentados na Tabela 5.

Figura 43 – Modelo de cinética pseudo-segunda ordem para TX-100

Figura 44 – Modelo de cinética pseudo-segunda ordem para DTAB

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0 10 20 30 40 50 60

t/q

e

t (min)

200 mg/L 300 mg/L 400 mg/L 500 mg/L

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1 2 3 4

t/Q

e

t (min)

200 mg/L 300 mg/L 400 mg/L 500 mg/L

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Tabela 5 - Parâmetros cinéticos de adsorção calculados ao testar os surfactantes TX-100 e DTAB para o nanomaterial GO-PEG

Concentração de TX-100 (mg/L) Concentração de DTAB (mg/L)

200 300 400 500 200 300 400 500

Qe experi- mental

402,5214 683,6023 1082,0962 1162,1011 547,5700 629,4360 858,3233 404,4134

Pseudo-primeira ordem

k-1 0,04841 0,05391 0,0572 0,0547 0,0092 0,0092 0,0115 0,0037

qe 58,3040 44,4110 30,9521 33,3121 5,38393 11,9129 106,7333 177,3373

R2 0,4956 0,5972 0,6364 0,0105 0,9974 0,0317 0,9898 0,9817

Pseudo-segunda ordem

k-1 0,0208 0,0450 0,0811 0,0405 0,0008 0,0009 0,0007 0,0002

qe 400,0923 666,6624 1111,11 1111,11 555,5555 625,0523 833,3359 370,3789

R2 1,0000 1,0000 1,0000 1,0000 0,9993 0,9989 0,9994 0,9922

Difusão intra-

partícula

k-1 0,9439 1,2947 2,0765 1,0723 0,1474 0,1039 0,1913 -0,0006

R2 0,6095 0,7446 0,8833 0,5463 0,6542 0,4970 0,9038 0,0006

*A linha em negrito mostra melhor valor para R²

A análise de dados relacionados mostrou que a equação de pseudo-segunda

ordem é o modelo de melhor adaptação para cinética envolvendo dois surfactantes,

TX-100 e DTAB. Neste modelo foram encontrados os maiores R² com valores entre

0,9922-1,000. Além disso, as capacidades de remoção teóricas calculadas pelo

modelo de segunda ordem são muito próximas aos encontrados experimentalmente.

Por outro lado, o modelo de pseudo-primeira ordem não apresentou uma boa

correlação (R² = 0,010 - 0,636 para TX-100 e R² = 0,421 - 0,989 para DTAB).

4.3.2 Isotermas de Adsorção

A isoterma é uma curva que descreve a adsorção de uma molécula em

um sólido em diferentes concentrações e é considerada a ferramenta mais importante

para acessar informações sobre a mobilidade dessa molécula no ambiente.133 Assim,

a quantidade de TX-100 e DTAB adsorvido (qe) de acordo com a concentração de

equilíbrio (Ce) foi plotada e os resultados são mostrados na Figura 44. Em relação à

isoterma de TX-100, em baixas concentrações de surfactante foram verificadas

densidades de adsorção moderadas. Nesta região inicial da isoterma, quando a CMC

não foi atingida, as moléculas foram adsorvidas como monômeros e não interagiram

entre si. De 100 a 200 mg/L de Ce, observou-se um acentuado aumento na inclinação

da isoterma, sugerindo que a adsorção foi baseada na atração eletrostática entre TX-

100 e GO-PEG e a associação de cadeias de hidrocarbonetos às hemimicelas.134 Em

seguida, acima de um Ce de 200 mg/L, onde a CMC do TX-100 foi atingida, verificou-

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se uma diminuição na inclinação seguido por um patamar de estabilização. Acima de

270 mg/L do Ce, as capacidades de remoção de TX-100 mantiveram-se estáveis a ~

1200 mg/g.

Figura 45 - Isotermas de adsorção de TX-100 e DTAB por GO-PEG a 25 °C sob condições otimizadas (concentrações do surfactante de 100 – 800 mg/L, dosagem do adsorvente de 0,2 g/L, pH

6 e 1 h de sonicação).

A adsorção de TX-100 mostrou uma isoterma do tipo S2,135 indicando que a

adsorção se torna mais fácil à medida que a concentração de surfactante aumenta.

Entretanto, assim que o GO-PEG é coberto por moléculas de TX-100, outras

moléculas de surfactante são adsorvidas mais facilmente, até atingir o máximo de

adsorção. Além disso, a presença de funções oxigenadas e unidades PEG ligadas no

GO-PEG dificultam as interações planas com moléculas de surfactante, que preferem

a orientação vertical na superfície do adsorvente. Consequentemente, o surfactante

TX-100 foi adsorvido nas bordas das nanofolhas GO-PEG, como verificado

recentemente para adsorção de TX-100 em GO.56

Em relação ao DTAB, à medida que a concentração de equilíbrio aumenta, a

capacidade de remoção do surfactante aumenta até atingir um patamar em torno de

um Ce de 166 mg/L (Figura 44). Após este ponto, a remoção do DTAB foi estabilizada,

variando entre 650-715 mg/g. A curva isotérmica de DTAB refere-se a um

comportamento típico de L2 seguindo a classificação de Giles.135 O gráfico da Figura

48 fornece uma curva côncava e a curva sugere a saturação dos locais de interação

em GO-PEG.133 Sendo assim, as moléculas de DTAB são adsorvidas na superfície de

GO-PEG135 e as porções hidrofóbicas das moléculas de surfactantes estão orientadas

em paralelo com as nanofolhas de GO-PEG.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

0 100 200 300 400 500 600 700 800

qe

(m

g/g)

Ce (mg/L)

TX-100

DTAB

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A análise dos dados de equilíbrio foi realizada usando os modelos de

Langmuir,136 Freundlich,137 Fowler-Guggenheim138 e Frumkin139.

4.3.2.1 Modelo de Langmuir

O modelo de adsorção de Langmuir estuda a adsorção assumindo que o

adsorbato comporta-se como um gás em condições isotérmicas.136 A equação de

Langmuir pode ser descrita como:

𝑞𝑒 =𝑞𝑚. 𝑏. 𝐶𝑒

1 + 𝑏. 𝐶𝑒

Onde qe é a quantidade de soluto adsorvido por unidade de peso do adsorvente

no equilíbrio (mg.g-1), Ce é a concentração do soluto na solução no equilíbrio (mg.L-1),

qm é a capacidade de adsorção máxima (mg.g-1) e b é a constante relacionada à

energia livre de adsorção (L.mg-1).136

4.3.2.2 Modelo de Freundlich

A equação de Freundlich é uma das primeiras equações empíricas utilizada

para descrever dados de equilíbrio, o nome da isoterma originou devido à intensa

utilização por Erwin Freundlich (1932). A equação abaixo ilustra a equação de

Freundlich.137

𝑞𝑒 = 𝐾𝐹𝐶𝑒1/𝑛

Onde qe é a quantidade de adsorvato adsorvida, KF é a constante de Freundlich,

Ce é a concentração de adsorvato no equilíbrio. O parâmetro n depende da

temperatura e geralmente é maior que 1. Quanto maior o valor de n, mais a isoterma

se desvia da forma linear.137

4.3.2.3 Isoterma de Frumkin

A isoterma de Frumkin assume como hipótese de que existam interações

laterais entre as moléculas adsorvidas e, consequentemente, a energia livre de

adsorção é função linear do grau de cobertura.140 Neste caso, a isoterma de Frumkin

pode ser modelada por:

𝑙𝑛𝜃

(1 − 𝜃). 𝐶= ln 𝐾𝑎𝑑𝑠 + 𝑔𝑎. 𝜃

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Na equação, ga é o coeficiente de interação lateral; um valor positivo para este

coeficiente indica atração entre as moléculas, enquanto um valor negativo indica

repulsão.141 C é a concentração do adsorbato expressa em termos de fração molar,

ϴ é o grau de cobertura do adsorbato na superfície e Kads é a constante de equilíbrio

de adsorção.140

4.3.2.4 Isoterma de Fowler-Guggenheim

A isoterma de Fowler-Guggenhein leva em consideração as interações entre

as moléculas adsorvidas.142 O modelo de isoterma de Fowler-Guggenhein segue a

equação abaixo:

𝑎 = 𝑎𝑚

𝐾𝐹−𝐺𝑐 exp(𝛼 𝑎𝑎𝑚⁄ )

1 + 𝑘𝑐 exp(𝛼𝑎𝑎𝑚⁄ )

Onde k é a constante de adsorção do processo, am é a adsorção máxima, c é

a concentração no equilíbrio e 𝛼 é a constante que descreve interações entre as

moléculas na camada de adsorção.

4.3.2.5. Avaliação do melhor modelo de isoterma para adsorção de TX-

100 e DTAB em GO-PEG

Os parâmetros ajustados de cada modelo são mostrados na Tabela 6. A

adsorção de TX-100 e DTAB no adsorvente GO-PEG revelou que o modelo de

Frumkin ofereceu melhor ajuste aos dados experimentais (R2 = 0,9946 e 0,9997,

respectivamente). Seguido por Langmuir (R2 = 0,9992) e Freundlich (R2 = 0,9876) para

TX-100 e Fowler-Guggenheim (R2 = 0,9420) e Freundlich (R2 = 0,9394) para DTAB.

Tabela 6 - Tabela com resultados para modelos de isoterma encontrados para TX-100 e DTAB

Modelo de Isoterma TX-100 DTAB

Langmuir

qL (mg/g) 138,8889 -

KL (L/mg) 0,0115 -

R2 0,9912 <0.9

Freundlich

KF [(mg/g)*(L/mg)(1-n/n)] 1,4707 1,0580

N (dimensionless) 0,9687 0,0638

R2 0,9876 0,9394

Fowler-Guggenheim

KFG (L/mg) 0,2153 0,1853

W (kJ/mol) -0,2679 -0,3246

R2 0,9792 0,9420

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Frumkin

KF 0,6946 0,3445

a (mg/g) 2,7201 3,7569

G0ads (kJ/mol.K) -7,8800 -8,5700

R2 0,9946 0,9997

O modelo de Frumkin tem sido utilizado para descrever a adsorção de

surfactantes em materiais sólidos, uma vez que neste modelo as interações laterais

entre moléculas adsorvidas na monocamada não são negligenciadas. O parâmetro a,

o coeficiente de interação, foi 2,7201 e 3,7569 para TX-100 e DTAB, respectivamente.

Valores positivos obtidos para o parâmetro a indicam a presença de interações de

atração entre os adsorvatos. A energia livre de adsorção pode ser calculada com base

na seguinte equação:

∆𝐺𝑎𝑑𝑠 = −𝑅𝑇 ln 55.5𝐾

onde R é a constante universal de gás e T é a temperatura (K).

A espontaneidade da adsorção dos surfactantes no GO-PEG foi calculada e

foram encontrados valores negativos, ΔG = -7,88 e 8,08 kJ/mol.K para TX-100 e

DTAB, respectivamente. Estes resultados indicam que o processo de adsorção é um

processo espontâneo pois o valor para a energia livre padrão de adsorção é negativo.

Além disso, esses resultados também sugerem que a camada adsorvida de

surfactante no GO-PEG é estável e os baixos valores de ΔGads confirmam a adsorção

física em ambos casos.143

4.5 Testes de toxicidade utilizando D. similis com GO e rGO

O produto Resolva® foi purificado e os respectivos espectros de RMN são

mostrados nas Figura 45 e Figura 46.

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81

Figura 46 - Espectro de ¹H (250 MHz, 25 °C) da lambda-cialotrina purificada.

Figura 47 - Espectro de ¹³C (400 MHz, 25 °C) da lambda-cialotrina purificada.

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82

Foram realizados testes agudos com Daphnia similis juntamente com

nanomateriais e os resultados obtidos encontram-se listados na Tabela 7.

Tabela 7 - Resultados obtidos nos experimentos realizados com nanomateriais e LC.

Organismos imóveis (total de 20 por concentração)

Lambda-cialotrina (µg/L)

Nanomaterial CE50 (µg/L) 0,05 0,1 0,5 1 5

Nenhum 0,5 7 3 9 14 15

GO (80 mg.L-1) 0,32 0 1 16 17 20

rGO (8 mg.L-1) - 0 0 1 6 8

rGO (40 mg.L-1) 3,05 1 0 1 1 14

A LC é um inseticida altamente tóxico para microcrustáceos como D. similis,

apresentando CE50 de 0,50 µg.L-1 (este valor é da literatura, porém foi confirmado

pelos testes de ecotoxicidade em laboratório). Verificou-se que os nanomateriais

quando em contato com os microcrustáceos, não apresentam toxicidade pois nenhum

organismo ficou imóvel neste teste. Porém verificou-se a alta toxicidade da LC,

quando em contato com os organismos visto que houve uma alta taxa de imobilidade.

No teste em que foi misturado GO + LC, obteve-se uma CE50 de 0,32 µg.L-1

(0,23 – 0,43) e foi observada baixa remoção do inseticida. No entanto, quando tratado

com rGO em duas concentrações independentes de nanomaterias, não foi observada

toxicidade. Não foi possível calcular a CE50 no experimento em que o rGO foi usado

na concentração de 8 mg.L-1 pois não houve imobilidade de organismos considerável

para realizar o cálculo. As elevadas capacidades de remoção observadas para rGO

provavelmente se devem às interações π-stacking entre o nanomaterial e LC.

4.6 Preparação do rGO-Clorina

4.6.1 Síntese do rGO-Clorina

Com o objetivo de se preparar o rGO-clorina, foram avaliadas diversas rotas

sintéticas

Tentativa 1: “two-pot, two-step” a partir da clorina diálcool.

A primeira tentativa realizada para a síntese da rGO-clorina foi uma via

alternativa “two-pot, two-step” experimentada para a funcionalização do óxido de

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grafeno onde consistiu na reprodução das condições experimentais de Zare-Dorabei

et al,144 mas com a estequiometria reportada por Xu et al.145 Deste modo, procedeu-

se, conforme Figura 47, a transformação das funcionalidades ácido carboxílico do GO

nos respectivos cloretos de ácido via excesso de cloreto de tionila numa primeira

etapa.

Figura 48 - Esquema para síntese de rGO-clorina 1

Em seguida, foi realizada a substituição nucleofílica por parte da clorina diálcool

9 na presença de TEA numa fase posterior e se pormenoriza em seguida. Esse

nanomaterial, denominado rGO-clorina 1, não teve resultados de caracterizações

conclusivos à partir das análises de UV-vis e infravermelho. Já a análise Raman

apresentou uma razão entre os índices (ID/IG) = 1,03 para o GO e (ID/IG) = 0,93 para o

nanomaterial. Essa variação é muito pequena, podendo concluir que não houve

mudanças significativas na superfície das folhas de GO. Além disso, era esperado um

amento na razão ID/IG, uma vez que a redução do GO aumenta a intensidade da banda

D, relacionada à presença de defeitos no sistema sp2, como resultado do abrasivo

processo de redução.109 Adicionalmente, a análise de DRX do rGO-clorina 1 mostrou

o pico do nanomaterial deslocado pra direita em relação ao GO, indicando que houve

restituição das duplas (formação do rGO) e diminuição do espaço intercamadas. Em

função de as análises realizadas não terem sido conclusivas, decidiu-se partir para

novas tentivas, mas com resultados inconclusivos das outras análises de

caracterização.

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Tentativa 2: “two-pot, two-step” a partir da clorina diálcool sem isolamento do

GOCl.

Para a realização da rGO-clorina 1, uma vez que suspeitamos que o isolamento

do nanomaterial GOCl na sequência sintética anterior tenha sido pernicioso para o

seu desempenho na segunda etapa reacional. Acredita-se que tenha ocorrido a

descarboxilação dos cloretos de ácido formados na etapa de isolamento.

Sendo assim, decidiu-se repetir a reação bi-etápica conforme mostrada no

modo “one-pot, two-step”, ou seja, sem proceder ao isolamento do GOCl

intermediário, e seguindo todas as condições experimentais descritas por Xu et al. 145

Além da modificação no isolamento do GO-Cl, a temperatura reacional foi mais

alta no segundo passo (130 °C). Os resultados das caracterizações foram

inconclusivos.

Tentativa 3: a partir da esterificação do GO seguida com reação com clorina

diálcool.

Para a síntese da rGO-clorina 1, finalmente, optou-se por explorar uma

metodologia sintética bastante simples e atraente, que passava pela esterificação

direta do óxido de grafeno com a clorina diálcool. Neste caso, utilizou-se

primeiramente DCC como espécie ativadora das funcionalidades ácido carboxílico do

GO e, posteriormente, DMAP como catalisador. Para tal, procedeu-se a uma

adaptação do trabalho de Salavagione et al.146 Foram obtidos 18 mg desse

nanomaterial.

Os resultados obtidos para a rGO-clorina 2, através da análise espectroscópica

de UV-Vis e infravermelho podem ser considerados inconclusivos, exatamente pelos

mesmos motivos encontrados para rGO-clorina 1. Pela análise de Raman observou-

se o aumento do índice ID/IG de 1,03 para 1,30, quando comparado com o GO inicial,

o qual confirma a restituição das ligações duplas no centro das folhas do nanomaterial.

Já o difratograma de raios-X mostra um deslocamento para a esquerda, o que é

indicativo de um incremento do espaço intercamadas. Sendo assim, podemos afirmar

com alguma confiança que as ligações duplas foram restituídas como no caso

anterior, mas que como o espaçamento intercamadas aumentou, a inserção da clorina

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pode ter ocorrido. Porém, estes dados não permitem avaliar se houve ou não a

funcionalização covalente que se pretendia.

Em função de a clorina apresentar fluorescência, verificou-se se o material

rGO-clorina 1 preparado emitia fluorescência. Desta forma, verificou que o rGO-clorina

apresentou fluorescência no comprimento de onda de 366 nm. A imagem que mostra

fluorescência, na Figura 48, do nanomaterial rGO-clorina 1. Entretanto, não se pode

afirmar que a fluorescência é emitida pelo nanomaterial em si ou pelas clorinas que

não se ligaram ao GO.

Figura 49 - Suspensão aquosa do material rGO-clorina 1 sob luz branca (à esquerda) e sob radiação UV com comprimento de onda de 366 nm (à direita).

Tentativa 4: a partir da amidação do GO seguida com reação com clorina

monoácido

Para a síntese da rGO-clorina 2, a primeira via ensaiada para a funcionalização

do GO passou pela adaptação da metodologia aquosa ”one-pot, two step”

recentemente publicada por Chen et al.147 Assim sendo, procedeu-se inicialmente a

introdução de um espaçador do tipo amina nas funcionalidades ácido carboxílico do

GO, gerando-se unidades amidas como pode ser visto na estrutura do GONH2 (Figura

49). Em seguida, realizou-se a reação de amidação entre GONH2 e a clorina

monoácida na presença de DCC (N,N’-diciclohexilcarbodiimida).

Atendendo à pequena quantidade de material rGO-clorina 2 isolado (7 mg), e

também ao fato de se observar no espectro de UV-vis uma diminuição na intensidade

da banda de absorção típica da clorina a 650 nm, provavelmente indicativa oxidação

não desejada ao longo do processo de funcionalização, foi decidido repetir a reação

ilustrada na Figura 49 com apenas ligeiras alterações estequiométricas.

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Figura 50 - Reação da síntese da rGO-clorina 2

O procedimento para síntese da rGO-clorina 2 foi repetido pela via ensaiada

para a funcionalização do óxido de grafeno, onde passou pela adaptação da

metodologia aquosa ”one-pot, two step” recentemente publicada por Chen et al.147

Assim sendo, procedeu-se inicialmente a introdução de um espaçador do tipo amina

nas funcionalidades ácido carboxílico do GO, seguindo-se a funcionalização do

mesmo com a clorina monoácida na presença de DCC (N,N’-diciclohexilcarbodiimida),

como se sistematiza na Figura 49. A massa obtido de rGO-clorina 2 foi de 16 mg e as

caracterizações realizadas indicaram o sucesso da rota sintética executada. Sendo

assim, as caracterizações do rGO-clorina 2 são detalhadas a seguir.

4.6.2 Caracterizações

4.6.2.1 Difração de Raios-X (DRX)

A análise de DRX do GO de partida e do rGO-clorina 2 obtido é apresentada

na figura Figura 50. O padrão de DRX para o GO puro mostrou, em preto, um sinal

em 11,5 ° relativo a uma distância intercamadas de 0,750 nm, de acordo com a lei de

Bragg. Esse espaçamento é relacionado à presença de grupos funcionais oxigenados

encontrados na superfície e borda da folha de GO, que por repulsão, casa o

distanciamento entre as folhas. No caso da rGO-clorina 2, o pico aparece com uma

intensidade muito menor e em torno de 22,5°, o que corresponde a um menor espaço

intercamadas, 0,395 nm. Isso ocorreu, provavelmente, devido às restituições das

ligações duplas na parte interior das folhas de GO, por conta das condições reacionais

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redutivas. Com a restituição das ligações duplas, uma redução do espaçamento

intercamadas é verificado.103; 148

10 20 30 40 50 60

0

50

100

150

200

250

300

350In

ten

sity (

a.u

.)

2 (º)

GO-Al3-Lt2

TC-13

Figura 51 - Difratograma de raios-X do GO em preto e do material rGO-clorina 2 em vermelho

4.6.2.2 Emissão de Fluorescência

Inte

nsid

ade (

a.

u.)

10 20 30 40 50 60

-5

0

5

10

15

20

25

Inte

nsity (

a.u

.)

2 (º)

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600 650 700 750 800

Flu

ore

sce

nce

In

ten

sity (

a.u

.)

Wavelength (nm)

TPP

BFON-57

TC-13

GO-Al3-Lt2

400 500 600 700

Ab

so

rba

nce

Wavelength (nm)

TPP

BFON-57

TC-13

GO-Al3-Lt2

Figura 52 - Espectros de absorção no UV-Vis (acima) e emissão de fluorescência (abaixo) da

porfirina em preto, da clorina em rosa, do material rGO-clorina 2 em azul e do GO em vermelho, em

DMF, usando um comprimento de onda de excitação de 528 nm. λem (clorina monoácida) = 652 nm;

λem (rGO-clorina 2) = 653 nm; λem (porfirina) = 650 e 712 nm. ФF (clorina monoácida) = 0.12 ± 0.02; ФF

(rGO-clorina 2) = 0.08 ± 0.02; ФF (porfirina) = 0.07.

Ao examinar o resultado de espectroscopia de absorção no UV-Vis (Figura 50),

percebe-se que o espectro do nanomaterial isolado apresentou mudanças

consideráveis comparativamente ao GO inicial. Pode-se verificar que o espectro rGO-

clorina 2 apresentou claramente as bandas espectrais típicas da clorina monoácida

utilizada na reação, confirmando o sucesso de sua inserção. Relativamente à

Inte

nsid

ade d

e F

luore

scência

(a.

u.)

Comprimento de onda (nm)

Comprimento de onda (nm)

Absorb

ância

)

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espectroscopia de emissão de fluorescência, pode concluir-se que os resultados

obtidos estão em concordância com o que tem vindo a ser majoritariamente descrito

na literatura científica para casos semelhantes. O GO inicial não apresenta emissão

de fluorescência, entretanto, o nanomaterial obtido após a reação de funcionalização

com a clorina monoácido emitiu num comprimento de onda de 653 nm, apresentando

um rendimento quântico de fluorescência (ФF) de 0,08±0,02. Por outro lado,

comparando com a clorina pura observado na Figura 51 (λem = 652 nm e ФF =

0,12±0,02), verificou-se que no produto rGO-clorina 2 ocorreu uma acentuada

supressão da emissão de fluorescência da clorina após funcionalização com o GO, a

qual se deve a processos de transferência eletrônica foto-induzida e/ou transferência

de energia entre o estado excitado da clorina e o óxido de grafeno.

4.6.2.3 Espectroscopia Raman

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Inte

nsity (

a.u

.)

Wavenumber (cm-1)

GO-Al3-Lt2

BFON-57

TC-13

Figura 53 - Espectro de Raman do GO em preto (ID/IG=1,32), da clorina em vermelho e do material rGO-clorina 2 em azul (ID/IG=1,42)

Na análise de Raman do produto rGO-clorina 2, percebe-se nitidamente que o

espectro adquirido consiste numa mescla entre os picos característicos e mais

intensos da clorina e as bandas D e G típicas do GO puro, o que constitui uma forte

evidência de que ocorreu uma funcionalização covalente (Figura 53). Comparando

GO e rGO-clorina 2, percebe-se que para o GO, os deslocamentos das bandas D e G

são: 1300 e 1596 cm-1, já para o rGO-clorina 2, 1331 e 1587 cm-1. A relação ID/IG para

Inte

nsid

ade

(au

)

Comprimento de onda (nm)

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o GO é igual a 1,32 e após a redução e funcionalização do nanomaterial, gerando a

rGO-clorina 2, a relação ID/IG é 1,42. A intensidade considerável da banda D é

explicada pela geração do rGO, onde o processo reacional para a produção deste leva

à formação de folhas menores, porém em grande quantidade, o que resulta em um

grande número de bordas.109

Ao analisar o espectro da rGO-clorina 2, na Figura 60, observa-se que há um

desdobramento na banda G, um pico mais baixo em 1541 cm-1 provavelmente

proveniente da clorina, como pode-se perceber no espectro em vermelho (clorina

monoácida) onde há o mesmo pico. Esse desdobramento é uma evidência

considerável que pode ser considerada na formação da rGO-clorina 2.

A Figura 53 mostra que em torno de 1700 cm-1 (bandas G) há uma maior

frequência no espectro Raman, frequência esta atribuída à vibração da ligação C=O

do substituinte do anel pirrólico. Esta vibração é causada não apenas pelas

frequências experimentais, mas também pelo fato de que, entre todas as ligações

C=O em três grupos carboxila, a ligação do anel substituinte é a mais próxima do

macrociclo e, portanto, pode ser observado nos espectros Raman devido à interação

com macrociclo ou interações com os elétrons deslocalizados das ligações π. Nas

frequências acima de 1500 cm-1.149

Também interessante é a imagem de Raman mapping 2-D (Figura 54) obtida

para o material rGO-clorina 2, onde se podem observar zonas pixelizadas em azul

claro, reveladoras de um elevado grau de funcionalização com a clorina, e áreas

pixelizadas em azul escuro, indicativas de pouca ou nenhuma funcionalização, a qual

pode ser devida, pelo menos parcialmente, à possibilidade de alguns dos pontos de

amostragem selecionados se encontrarem no centro das folhas de GO, onde, a

princípio, não deveria existir nenhuma funcionalização (Figura 55).

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Figura 54 - Imagem de Raman mapping 2-D (point-by-point) do material rGO-clorina 2, onde as áreas mais claras mostram a funcionalização com a clorina e as áreas mais escuras mostram as partes

não-funcionalizadas do nanomaterial (cada pixel tem a área de 3 µm²).

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Inte

nsity (

a.u

.)

Wavenumber (cm-1)

TC-13 (unfunctionalized)

TC-13 (functionalized)

Figura 55 - Espectro de Raman do material rGO-clorina 2, evidenciando a diferença entre as porções não funcionalizadas em preto e funcionalizadas em vermelho

Número de onda (cm-1)

Inte

nsid

ade (

au)

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4.6.2.4 Espectroscopia de UV-vis

300 400 500 600 700

0

1

2

3

Ab

so

rba

nce

Wavelength (nm)

GO-Al3-Lt2

BFON-57

TC-13

BFON-57 (recovered)

Figura 56 - Espectro de absorção no UV-Vis do GO em preto, da clorina em vermelho, do material rGO-clorina 2 em azul e da clorina recuperada em rosa

Ao examinar o resultado de espectroscopia de absorção no UV-Vis (Figura 56),

percebe-se imediatamente que o espectro do nanomaterial isolado apresentou

mudanças consideráveis comparativamente ao GO inicial, onde podem ser

observadas claramente as bandas espectrais típicas da clorina monoácida 9 utilizada

na reação.150 Ao observar o espectro da clorina monoácida, podemos perceber as

bandas sórates e as bandas satélites.

Após a síntese da rGO-clorina 2, percebemos ainda as mesmas bandas,

principalmente a banda mais sensível em 650 nm.88 Também podemos observar que

não houve redução da clorina por não haver nenhum desdobramento dos picos em

torno de 470 cm-1.

Ao observarmos o espectro do GO, conclui-se que este foi completamente

alterado, provavelmente originando o composto rGO-clorina 2.

Inte

nsid

ade (

au)

Comprimento de onda (nm)

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4.6.2.5 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Figura 57 - Imagens de microscopia eletrônica de varredura do GO (à esquerda) e do material rGO-clorina 2 (à direita), observadas com ampliações de 2500x (acima), 10000x (no meio) e 20000x

(abaixo)

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Ao analisarmos o resultado de microscopia na Figura 57, percebe-se que houve

uma alteração na superfície do material rGO-clorina 2, relativamente ao GO não-

funcionalizado; este mostrava-se como folhas inteiras e com algumas rugas e, após a

funcionalização, houveram mudanças consideráveis e não foi mais possível observar

as folhas como foram vistas de início.

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5 Conclusões

No presente trabalho foi possível a síntese de nanomateriais como o óxido de

grafeno (GO), óxido de grafeno reduzido (rGO) e de um novo nanomaterial contendo

unidades de polietileno glicol, o GO-PEG. Estes nanomateriais foram caracterizados

por diversas técnicas, as quais confirmaram as estruturas propostas.

Durante o desenvolvimento do projeto foi possível a otimização do processo de

adsorção dos surfactantes TX-100 e DTAB ao GO-PEG. Os resultados experimentais

mostraram que a variação de pH, temperatura e ultrassom causaram mudanças e

variações no processo de adsorção. Observou-se que o tempo de irradiação por

ultrassom ideal foi de 60 minutos. Quando se utilizou mais tempo, a taxa de remoção

diminuiu consideravelmente, concluindo que provavelmente as folhas do nanomaterial

rasgaram-se, fazendo com que não fosse possível o processo de adsorção.

Tratando-se de pH, percebeu-se que o ideal para adsorção, foi o pH 6 (o qual

condiz com pH neutro de amostras reais presentes no meio ambiente). Conclui-se

também que a temperatura de 25 °C foi ideal para o processo de adsorção. O

resultado sugere que o processo de adsorção do GO-PEG/TX-100 seja um processo

exotérmico, visto que neste tipo de adsorção as interações entre as moléculas de

adsorvato e adsorvente são fracas, com ligações baseadas em forças de Van der

Waals e/ou de interações eletrostáticas. Normalmente, este tipo de adsorção ocorre a

baixas temperaturas, rapidamente e é reversível. Verificou-se também que a adsorção

ocorreu instantaneamente, não havendo considerável mudança ao longo do tempo.

Sob condições otimizadas, o GO-PEG demonstrou uma ótima adsorção do

surfactante TX-100 e DTAB, chegando a um qmáx de 1683 e 713 mg/g para TX-100 e

DTAB, respectivamente. Este resultado se mostrou superior ao GO, que sob

condições otimizadas obteve qmáx de 1342 mg/g e 354 mg/g para TX-100 e DTAB,

respectivamente. Entretanto, pode-se verificar que o TX-100 foi adsorvido de forma

mais eficiente que o DTAB. Acredita-se que as interações do tipo -stacking entre os

anéis aromáticos do TX-100 e do GO-PEG sejam responsáveis por esta discrepância

nas adsorções.

Ao analisar qual seria o melhor modelo cinético para adsorção de TX-100 e

DTAB em GO-PEG, conclui-se que a equação de pseudo-segunda ordem é o modelo

de melhor adaptação para a cinética ao envolver os dois surfactantes em questão.

Nesse modelo foram encontrados os melhores valores para R², com valores entre

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0,9922 – 1,000. As capacidades de remoção calculadas pelo modelo de segunda

ordem foram muito próximas aos encontrado experimentalmente. Conclui-se também

que o modelo de Frumkin foi o melhor modelo de isoterma para os dois surfactantes

testados. Os resultados indicaram que o processo de adsorção é um processo

espontâneo pois o valor encontrado para energia livre padrão de adsorção é negativo.

Os resultados também sugerem que a camada adsorvida de surfactante no GO-PEG

é estável e os baixos valores de ΔGads confirmam adsorção física em ambos casos.

Os testes de remoção do pesticida lambda-cialotrina com GO e rGO

demonstraram que houve uma adsorção superior pelo rGO. Forma usados testes de

toxicidade com D. similis como bioindicadores da remoção do pesticida. A pesquisa

de remoção de lambda-cialotrina com nanomateriais é pioneira na ciência, não

havendo outros até a data presente. Os nanomateirais testados não apresentaram

toxicidade para o microcrustáceo avaliado.

Contudo, o uso dos nanomateriais GO, rGO e GO-PEG mostraram-se bastante

promissores para remover surfactantes e inseticidas em meio aquoso. A aplicação

destes nanomateriais para remoção dos poluentes foi eficiente, espontâneo, estável,

sendo assim satisfatórios.

Também obteve-se o resultado esperado ao realizar a síntese da rGO-clorina

2 durante o intercâmbio na Universidade de Coimbra. Os resultados de

caracterizações encontrados foram muito satisfatórios e também o fato de realizar

apenas uma reação “one-pot, two step” para geração de rGO e funcionalização com

a clorina foi mais um resultado de pesquisa muito interessante e inovador.

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ANEXO 1

1. Disciplinas cursadas no mestrado

• FT054 – Pesquisa Científica: Concepção, Desenvolvimento e Publicação

Prof. (s): Patrícia Prediger, Ieda Geriberto Hidalgo e Carolina Siqueira Franco Picone.

Conceito: B

• FT046 – Análises Físico-Químicas e Biológicas de Amostras Ambientais

Prof. (s): Peterson Bueno de Morais, Maria Aparecida Carvalho de Medeiros e Cassiana Maria Reganhan Coneglian.

Conceito: B

• FT055 – Inovação e Transferência de Tecnologia

Prof. (s): Cristiano de Mello Gallep e Renato Falcão Dantas

Conceito: A

• FT056 – Gestão, Qualidade e Sustentabilidade Socioambiental

Prof. (s): Gisleiva Cristina dos Santos Ferreira e Marta Siviero Guilherme Pires

Conceito: A

• FT025 - Estudos Dirigidos I

Profª Drª Patrícia Prediger

Conceito: A

• FT026 – Estudos Dirigidos II

Profª Drª Patrícia Prediger

Conceito: A

• CD003 – Estágio de Capacitação Docente – PED C

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Profª Drª Patrícia Prediger

Conceito: A

Coeficiente de rendimento: 3,66

2. Estágio docente

• Química Orgânica (Faculdade de Engenharia Ambiental e Tecnologia em

Controle Ambiental, Unicamp), 4h semanais, de agosto a dezembro de 2016.

• Química Geral (Faculdade de Engenharia Ambiental e Tecnologia em Controle

Ambiental, Unicamp), 4h semanais, de fevereiro a julho de 2017.

3. Participação em eventos

• VII Workshop da Pós-Graduação da faculdade de Tecnologia da Unicamp, 28

de setembro de 2016. Apresentação do trabalho: “Preparação de

nanomateriais baseados em óxido de grafeno, caracterização e sua aplicação

na purificação de águas” (pôster).

• XV Brazilian MRS Meeting, de 25 a 29 de setembro de 2016. Apresentação de

trabalho: “Ultrasound-assisted dispersion of graphene oxide: highly eficiente in

anionic and non-ionic surfactantes removal from water” (pôster).

• 18th International Symposium on Toxicity Assessment, de 16 a 21 de julho de

2017. “The use of ecotoxicity tests with Daphnia similis to evaluate the efficiency

of graphene nanomaterial in the removal of Lambda-Cyhalothrin”

(Apresentação oral).

• 12th National Organic Chemistry Meeting (12 ENQO) and 5th National

Medicinal Chemistry Meeting (5ENQT), de 17 a 19 de janeiro de 2018, em

Coimbra, Portugal. Apresentação de trabalho: “Graphene oxide-based

nanomaterial: preparation, characterization and application on water

purification” (Pôster)

4. Prêmios

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• Best Oral Flash Presentation Award, 18th International Symposium on Toxicity

Assessment (08/2017)

5. Artigos

• “Graphene oxide nanomaterials for the removal of non-ionic surfactant from

water”, publicado pela revista: Journal of Environmental Chemical Engineering,

em 02/02/2018.

6. Intercâmbio

• Intercâmbio possibilitado pela atribuição de bolsa mobilidade internacional de

pós-graduação (Programa Santander de Mobilidade Internacional), que

ocorreu de novembro/2017 até abril/2018, na Universidade de Coimbra,

Portugal, com o tema “Preparação de Nanomaterial Baseado em Óxido de

Grafeno Funcionalizado com Clorina e sua Caracterização”, sobre orientação

da Profª Drª Teresa M. V. D. Pinho e Melo do Depto de Química, Faculdade de

Ciências e Tecnologia.