35
1 TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO PACIENTE COM TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO LEVE AUTORIA: Departamento de Trauma e Neurointensivismo da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia AUTORES: Almir Ferreira de Andrade, Eberval Gadelha Figueiredo, Rafael Pereira Monteiro, Saul Almeida da Silva, Wanderley Marques Bernardo, Wellingson Paiva, Robson Amorim, Leonardo Moura Junior, Ricardo Botelho, Nelson Saade, Italo Capraro Suriano, Gustavo Cartaxo Patriota, Rodrigo Moreira Faleiro, Ruy Castro Monteiro da Silva Filho, Marcelo Batista Chioato dos Santos, Carlos Vinicius Mota de Melo, Angelo Maset, Modesto Cerioni Junior, Manoel Jacobsen Teixeira DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DAS EVIDÊNCIAS Foram avaliados os artigos considerados de melhor qualidade metodológica e os mais citados nos livros clássicos sobre neurotraumatologia. Grau de recomendação e força de evidência A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência C: Relatos de casos (estudos não controlados) D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. Objetivos 1. Definir traumatismo cranioencefálico (TCE) leve (“mild”ou “minor”) 2. Definir TCE mínimo (“minimal”) 3. Definir conceitos fisiopatológicos da comoção cerebral. 4. Descrever alterações celulares e moleculares do TCE leve. 5. Estabelecer diretrizes gerais para o médico da equipe de emergência relacionadas ao atendimento, à necessidade da utilização de exames radiológicos e aos critérios de internação prolongada e alta para o paciente com TCE leve e TCE mínimo. Desse modo, diminuindo a exposição dos

TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

1

TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO PACIENTE COM TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO LEVE

AUTORIA: Departamento de Trauma e Neurointensivismo da Sociedade Brasileira

de Neurocirurgia AUTORES: Almir Ferreira de Andrade, Eberval Gadelha Figueiredo, Rafael Pereira Monteiro, Saul Almeida da Silva, Wanderley Marques Bernardo, Wellingson Paiva, Robson Amorim, Leonardo Moura Junior, Ricardo Botelho, Nelson Saade, Italo Capraro Suriano, Gustavo Cartaxo Patriota, Rodrigo Moreira Faleiro, Ruy Castro Monteiro da Silva Filho, Marcelo Batista Chioato dos Santos, Carlos Vinicius Mota de Melo, Angelo Maset, Modesto Cerioni Junior, Manoel Jacobsen Teixeira

DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DAS EVIDÊNCIAS Foram avaliados os artigos considerados de melhor qualidade metodológica

e os mais citados nos livros clássicos sobre neurotraumatologia.

Grau de recomendação e força de evidência A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência

B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência

C: Relatos de casos (estudos não controlados)

D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos

fisiológicos ou modelos animais.

Objetivos 1. Definir traumatismo cranioencefálico (TCE) leve (“mild”ou “minor”)

2. Definir TCE mínimo (“minimal”)

3. Definir conceitos fisiopatológicos da comoção cerebral.

4. Descrever alterações celulares e moleculares do TCE leve.

5. Estabelecer diretrizes gerais para o médico da equipe de emergência

relacionadas ao atendimento, à necessidade da utilização de exames

radiológicos e aos critérios de internação prolongada e alta para o paciente

com TCE leve e TCE mínimo. Desse modo, diminuindo a exposição dos

Page 2: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

2

pacientes à radiação ionizante e reduzindo o custo aos órgãos públicos e

planos de saúde.

FISIOPATOLOGIA DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO: MECANISMOS

DA LESÃO DIFUSA CEREBRAL Imediatamente após a lesão biomecânica ao cérebro, acontece uma

liberação abrupta indiscriminada de neurotransmissores e aumento do fluxo iônico.

Os neurotransmissores excitatórios como glutamato e aspartato se ligam aos

receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) levando à despolarização neuronal e

posterior influxo de cálcio e efluxo de potássio celular. Essa alteração iônica causa

mudanças agudas e subagudas na fisiologia celular.

Agudamente, em um esforço para restaurar o potencial de membrana

neuronal, a bomba Na+/K+ ATPase é sobrecarregada, necessitando de

quantidades crescentes de ATP deflagrando um dramático aumento no

metabolismo da glicose. Esse hipermetabolismo ocorre em um contexto de fluxo

sanguíneo cerebral diminuído e a disparidade entre suprimento e demanda

promove uma crise celular energética. Essa crise é um mecanismo em potencial

para a vulnerabilidade pós-concussional tornando o cérebro menos capaz de

responder a lesões secundárias, levando a déficits mais duradouros29.

Alguns pacientes vítimas de TCE leve, especialmente concussões leves

repetitivas, desenvolvem uma encefalopatia lentamente progressiva. Vários

estudos indicam que um processo chamado imunoexcitotoxicidade pode

desempenhar um papel central em muitas doenças neurodegenerativas incluindo

a encefalopatia traumática crônica. As interações entre os imunorreceptores do

sistema nervoso central e os receptores de glutamato deflagram uma série de

eventos como a geração de radicais livres de oxigênio e nitrogênio, acúmulo de

produtos da peroxidação de lipídios e ativação de prostaglandinas. Esses eventos

levam à retração dendrítica, lesão sináptica, lesão de microtúbulos e insuficiência

mitocondrial.

Page 3: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

3

A micróglia é um conjunto de células de origem mesodérmica, difusamente

presentes no sistema nervoso central, compreendendo de 10 a 20% do número

das células gliais no cérebro dos mamíferos. Essas células são descendentes dos

monócitos que entram no SNC nos períodos pré e pós-natal precoce e

subsequentemente, transformam-se em micróglia30. Em condições normais, em

repouso, tem forma ramificada e papel crucial na lesão neuronal. Lesões

sequenciais no TCE leve ocasionam alerta “priming”, ativação da micróglia e

neurodegeneração progressiva.

As citocinas, que são pequenas proteínas produzidas pela micróglia,

neurônios e astrócitos, agem como fatores de crescimento e mediadores

inflamatórios: IL -10. Quantidades elevadas de citocinas pró-inflamatórias IL-1β; IL

-6; TNF-α que existem no cérebro normal em quantidades desprezíveis, atuam

como substâncias neurotrópicas, não conseguem causar lesão neuronal se não

estiverem na presença da micróglia28. As excitotoxinas glutamato, aspartato e

ácido quinolínico, lançadas pela ativação microglial parecem ser os componentes

mais tóxicos liberados pela mesma.

O alerta (“priming”) microglial ocorre quando esta foi sensibilizada por uma

agressão traumática inicial, situação intermediária entre o estado de repouso e o

estado ativado. Há alterações morfológicas como encurtamento dos processos

celulares e abaulamento do corpo celular, além da expressão de marcadores de

superfície, porém sem a liberação das citocinas quimiocinas: citocinas indutoras

de migração de células inflamatórias ou outras moléculas reativas.

Uma vez alertada, a micróglia submetida a subsequente agressão

traumática, adota um estado plenamente ativado, com a liberação de níveis

elevados de citocinas, quimiocinas, interferons, radicais livres de oxigênio e

nitrogênio, produtos de peroxidação de lipídios, prostaglandinas, de atividade pró

e anti-inflamatórias, além de três excitotoxinas: glutamato, aspartato e ácido

quinolínico. Esse processo produz lesões consideravelmente maiores aos

neurônios, dendritos e sinapses, circunjacentes ao local de lesão do que

ocorreriam na ausência de micróglia alertada “primed” pré-existente.

Page 4: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

4

Mecanismos homeostáticos da imunidade inata cerebral permitem que a

migróglia ativada saia de um estado neurodestrutivo para um estado de

neurorreparação, uma vez que a agressão cessa. Na neurodegeneração microglial

crônica por traumatismos repetitivos, essa mudança não ocorre, levando a lesão

neuronal progressiva e prolongada (Diagrama1)28.

MECANISMOS DO AUMENTO DA LESÃO FOCAL INTRAPARENQUIMATOSA: A ativação pelo TCE, do sistema de proteínas do complemento: via

clássica, alternativa e lecitina, está relacionada a lesões cerebrais secundárias e

formação de edema cerebral traumático, via complexo de ataque à membrana

celular e levando ao acúmulo de células inflamatórias30.

As metaloproteinases de matriz (MMP-2, MMP-9) estão envolvidas na

fisiopatologia do TCE por aumentar a permeabilidade da barreira hemato-

encefálica e exacerbar o edema cerebral pós-traumático33 e conversão

hemorrágica, decorrente do ataque à lâmina basal dos capilares cerebrais31, 32.

A cascata do ácido aracdônico faz parte do aumento da lesão focal

isquêmica cerebral e perpetuação desta através da produção do tromboxano A2 e

prostaglandinas vasoconstrictoras D2, E2, F2α, produtos da ação da ciclooxigenase

2.

DEFINIÇAO Concussão cerebral leve é definida como o paciente que após TCE por

aceleração e/ou desaceleração encefálica, apresenta desorientação têmporo-

espacial, amnésia de 5 a 10 minutos prévia ao evento traumático, amnésia pós-

traumática e que têm sua gravidade relacionada com a sua duração27;

Concussão cerebral moderada, perda de consciência menor do que 5

minutos ou amnésia pós-traumática maior de 30 minutos e menor que 24 horas51;

Concussão cerebral grave é aquela em que o paciente apresenta perda da

consciência por 20 minutos testemunhada ou até 6 horas em estado de coma,

além dos sintomas e do mecanismo de trauma descrito acima27.

Page 5: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

5

São considerados pacientes com TCE mínimo (“minimal”) aqueles

admitidos com ECGla de 15 pontos com baixo, moderado e alto risco de ter lesão

intracraniana, podendo apresentar sintomas reversíveis tais como cefaléia24, as vezes de forte intensidade e progressiva, tonturas, náuseas, vômitos, vertigens, convulsão, borramento visual, diplopia, plenitude acústica, zumbido, distúrbios da pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca; em

crianças apresentam choro motivado. Mostram imagens da ressonância

magnética com espectroscopia (RNM), tomografia computadorizada (TC) ou

radiografia simples (RX) de crânio sem lesões cranioencefálicas à admissão

hospitalar5,6 realizados apenas se persistirem os sintomas (B) (figura1). Como a

definição de TCE mínimo ou leve depende da não ocorrência ou de lesões no Rx

simples de crânio ou TC, a classificação de um doente como sendo portador de

TCE mínimo ou leve só poderá ser realizada após os referidos exames7 (A).

São considerados pacientes com TCE leve (“mild” or “minor”) aqueles que

sofreram traumatismo cranioencefálico com mecanismo de aceleração e

desaceleração podendo apresentar desorientação têmporo-espacial, amnésia

retrógrada de 5 a 10 minutos, amnésia pós-traumática e perda da consciência por

até 20 minutos testemunhada, admitidos com nível de consciência de 13, 14 15

pontos na ECGla (escala de coma de Glasgow à admissão)1 (C). Podem estar

presentes sinais: Cefalohematoma, hematoma de couro cabeludo, hematoma

subgaleal, sinal Battle, guaxinim, rinorragia, rinoliquorreia, otorragia, otoliquorreia,

déficits de nervos cranianos: II, III, IV, VI VII, VIII, e sintomas clínicos geralmente

reversíveis tais como cefaleia, as vezes de forte intensidade e progressiva,

tontura, náuseas, vômitos, vertigens, convulsão, que constituem a grande maioria

das admissões por TCE, cerca de 80%2,3(B). Entretanto, não podemos subestimar

este quadro, pois um subgrupo pode ter lesões intracranianas potencialmente

letais, na maioria das vezes, evitáveis com o o tratamento precoce e apropriado4

(B).

AVALIAÇÃO INICIAL A avaliação inicial do paciente vítima de TCE leve consiste na obtenção da

história clínica, exame físico geral e avaliação neurológica através da ECGla. Esta

Page 6: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

6

avaliação fornece informações básicas para estratificação de risco de um paciente

ter ou desenvolver lesão cirúrgica. Os fatores de risco incluem: mecanismo de

trauma com baixa, média e alta energia cinética, idade do doente superior a 60

anos, perda da consciência, amnésia, vômitos, cefaleia, convulsão, déficit focal ou

alterações neuropsicológicas e a presença de fratura no RX de crânio ou lesões

intracranianas na TC7 (A). Embora a TC ofereça maior sensibilidade, a realização deste exame em

todos os pacientes que sofreram TCE leve é impraticável e não é recomendada como rotina por alguns autores7,8 (A). Em alguns casos selecionados e com a

indisponibilidade da realização desse exame é necessário o estabelecimento de

um período de observação ou internação. É importante ressaltar que, a despeito

de uma triagem clínica, a possibilidade do desenvolvimento de lesões

neurocirúrgicas tardias torna necessária uma folha de orientações básicas para o

paciente ou seu acompanhante no momento da alta hospitalar (figura 2). ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E CONDUTA INICIAL

Baseado nas evidências disponíveis e considerando as particularidades

regionais existentes em nosso país, classificamos o TCE mínimo de acordo com

o nível de consciência, ECGla de 15 pontos, e pelos sintomas na admissão do

Pronto Socorro de Neurocirurgia (PSNC) fatores de baixo, moderado e alto risco

(figura1). Os pacientes sem sintomas (grupo A) receberão alta hospitalar com o

protocolo de Orientação ao Paciente e Familiares após avaliação Médica.

Nos pacientes com 1 sintoma (grupo B) ficarão em observação PSNC por

12:00 horas, se sintomas cessarem, ele recebe alta; se permanecerem, ficará em

observação PSNC por mais 12:00h, serão submetidos à TC de crânio que deve

ser realizada desde que disponível ou Rx simples de crânio que se normal recebe

alta hospitalar; se mostrar fratura de crânio deverá ser transferido para ser

submetido à TC de Crânio que se normal: alta hospitalar após melhora dos

sintomas e avaliação do neurocirurgião. Se mostrar lesão intracraniana ficará

internado para conduta específica neurocirúrgica.

Shaffer et al. 2003, descreveram cinco crianças vítimas de TCE mínimo:

sem perda de consciência, com choro motivado, que desenvolveram hemiparesia

Page 7: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

7

completa ou incompleta de horas a dias após o traumatismo, todas com

recuperação excelente dos déficits motores. Verificaram que os possíveis

mecanismos incluem alteração do fluxo sanguíneo cerebral nos ramos perfurantes

da artéria cerebral média, traumatismo da íntima e trombose subsequente ou

espasmo arterial induzido pelo traumatismo40.

Os pacientes com 2 sintomas persistentes, fatores de moderado risco ou 3

sintomas persistentes, fatores de alto risco, serão submetidos ao mesmo

diagnóstico e conduta de preferência submetidos à TC de Crânio. É importante

ressaltar que, em todas as possibilidades, no momento da alta, o paciente e seus

familiares devem receber o Protocolo de Orientação ao Paciente e Familiares

(Quadro 1). A utilização de sintomas como preditores de lesões

intracranianas cirúrgicas e não cirúrgicas tem alta sensibilidade e

especificidade11 (A). A análise epidemiológica e demográfica deste

grupo é dificultada pela reduzida procura desses doentes aos serviços

de saúde. A falta de documentação científica da evolução dos

pacientes com TCE mínimo dificulta a afirmação sobre seu

prognóstico. Um estudo bem estruturado deverá ser realizado para

investigação do prognóstico deste grupo. Com esta finalidade

elaboramos um protocolo para avaliação desses pacientes no

ambulatório do TCE da nossa Instituição, figura. 1.

Nos pacientes com TCE leve, a presença de um dos critérios clínicos a

seguir indica a necessidade da realização da TC de crânio: ECGla inferior a 15,

duas horas após o traumatismo; crise convulsiva; suspeita de fratura craniana

aberta; qualquer sinal de fratura de base do crânio ou fístula liquórica; déficit

neurológico focal, 2 ou mais episódios de vômitos; pacientes com 60 anos ou

mais; amnésia retrógrada maior que 30 minutos e mecanismo de traumatismo com

alta energia cinética. Outros critérios clínicos também podem ser incluídos:

cefaleia; intoxicação por drogas ou álcool; amnésia anterógrada persistente e

traumatismo visível acima da clavícula7, 11, 12, 13 (A).

Page 8: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

8

Kieslich et al. 2002, estudaram oito crianças vítimas de TCE leve com ou

sem perda da consciência que evoluíram com hemiparesia completa ou

incompleta. Verificaram em tomografia e/ou ressonância magnética infartos dos

núcleos basais. O acidente vascular cerebral traumático ocorre geralmente após a

dissecção dos grandes vasos extracranianos ou intracranianos, levando a embolia

cerebral disseminada. As forças de estiramento e distorção nos ramos finais das

artérias cerebrais intraparenquimatosas podem causar lesões da íntima seguidas

por trombose oclusiva. Traumatismos cranianos leves com ou sem perda da

consciência podem ser causa e cofator na etiologia de acidente vascular cerebral.

A frequência dessa entidade pode ser subestimada. História clínica detalhada dos

precedentes à manifestação do acidente vascular cerebral podem identificar mais

acontecimentos traumáticos41.

Os pacientes com ECGLa 13, 14, 15 associados a déficits motores

completos ou incompletos, com TC de crânio normal e déficits neurológicos

inexplicáveis devem ser submetidos a investigação de lesão vascular oclusiva de

carótida ou vertebral. Essa investigação deve ser feita através de angiografia,

angiotomografia, ou ressonância magnética por espectroscopia de prótons.

Nos pacientes com TCE leve de baixo risco (figura 2) 0,4% apresentam

fratura de crânio ao Rx Simples de crânio sendo que nenhum desses pacientes

desenvolvem hematoma intracraniano10 (B). Doentes com TCE leve de moderado risco (figura 3) apresentam 4,2 % de fratura craniana que, na avaliação através

de TC, foram identificados 4% com hematomas intracranianos10 (B). Nos doentes

com TCE leve de alto risco (figura 4) em 29 % ocorreram fraturas no Rx simples

de crânio e a TC revelou 25,5% de hematomas intracranianos10 (B). Estima-se

que para um paciente alerta (ECGla 15), sem uma fratura craniana, o risco de

desenvolver um hematoma intracraniano é cerca de 1:6000. Comparado a um

risco de 1:4 (25%) com um paciente em que o nível de consciência está alterado e

que tem fratura craniana10(B). Existe portanto uma correlação positiva entre a

presença de fratura ao RX de crânio e a possibilidade de lesão intracraniana6 (B).

Page 9: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

9

A evolução de pacientes com TCE leve sem lesão cranioencefálica

geralmente é favorável. No entanto, os pacientes com TCE leve com lesão podem apresentar piora neurológica em 3 % dos casos com evolução que varia de

óbito a todas as graduações da escala de evolução de Glasgow13 (B). Podem

ainda apresentar investigação por ressonância magnética (RM) convencional ou

funcional normais mas com persistência da síndrome pós-concussional. Essa

investigação pode incluir a RM por espectroscopia, para avaliar a relação de N-

acetilaspartato-creatina25,26, a RM por difusão, tratografia, eletrencefalograma e

magnetencefalografia14,15,16 (A).

Dos pacientes com TCE leve submetidos à TC sem lesão cranioencefálica imediata ou durante a observação hospitalar, nenhum

desenvolveu lesão intracraniana5 (B). A principal dúvida do médico da equipe de

emergência é discernir quais os pacientes que devem ser submetidos à TC de

crânio. Há evidências que pacientes com TCE mínimo sem sintomas, podem ser

selecionados para realizar TC de crânio baseado em critérios clínicos7 (A).

A TC de crânio é a estratégia com custo benefício mais adequado na

investigação por imagem dos doentes com TCE leve e mínimo com fatores de

risco. Quando normal na admissão, indica que a evolução geralmente ocorrerá

sem complicações neurológicas7,15,16,19 (A). Apesar desse fato, devemos

considerar que existe uma grande heterogeneidade no nosso país em relação à

disponibilidade da realização desse exame.

No momento da admissão, a quantificação do risco permite uma avaliação

de prognóstico em relação ao desenvolvimento de lesões nos exames de imagem.

A classificação de risco refere-se ao mecanismo do traumatismo e a possibilidade

destes doentes apresentarem piora na ECGl e ter lesões cranioencefálicas. No

paciente com TCE leve com fatores de risco baixo, médio e alto, estão

incluídos os pacientes cujo mecanismo de traumatismo envolve baixa energia cinética (Ex: queda com autodefesa da própria altura), com ocorrência de lesão

nesses doentes corresponde a 6,7 a 18,5 % dos casos6,7 (A), média energia cinética (Ex: queda sem defesa da própria altura) e alta energia cinética (Ex:

Page 10: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

10

queda de alturas). Os pacientes com TCE leve com baixo risco (figura 2), podem não ter sintomas ou apresentar sintomas clínicos leves como: cefaleia de

pequena intensidade não progressiva, um episódio de vômito, vertigens,

desorientação têmporo-espacial transitória, amnésia anterógrada por 5 a 10

minutos ou amnésia pós-trauma por até 20 minutos sem perda da consciência.

Existe afirmação da literatura de que a frequência da TC normal nesses pacientes

atinge 92,3 %7 (A). O grupo TCE leve de moderado risco (figura 3) é

constituído pelos pacientes sem ou com sintomas e em cuja anamnese ou exame

físico observa-se qualquer um dos seguintes fatores: mecanismo de traumatismo

de média energia cinética; inconsciência transitória; intoxicação por álcool ou

drogas; amnésia anterógrada persistente; amnésia pós-traumática de 2 a 4 horas;

cefaleia progressiva; idade entre 40 e 60 anos; edema ou hematoma ou ferida que

necessite de sutura no couro cabeludo. Os pacientes com baixo e médio risco com

lesão cranioencefálica deverão ser acompanhados pelo neurocirurgião.

O TCE leve 15 com alto risco de ter lesão intracraniana (figura 4) está

associado a um dos fatores a seguir: mecanismo de traumatismo com grande

energia cinética (ex. atropelamento, colisão auto x moto), desorientação têmporo-

espacial persistente, amnésia pós-traumática de mais de 4 horas, vômitos

persistentes, perda da consciência por 20 minutos ou até 6h, criança espancada,

hemofílica ou prévia deficiência mental, gestante, portadores de coagulopatia ou

doentes que fazem uso de anticoagulante e anti-agregante plaquetário; sinais de

fratura de base de crânio (equimose órbito-palpebral, retroauricular, fístula

liqüórica, otorragia); múltiplas lesões corporais e lesão facial grave. Mesmo esses

doentes com fatores de alto risco podem não apresentar sintomas á admissão. Os

pacientes com fratura de crânio, à radiografia, mesmo se assintomáticos, são

considerados de alto risco. Estes pacientes devem ser sempre submetidos à TC

de crânio e avaliados pelo neurocirurgião. Geralmente estes pacientes necessitam

de internação.

No grupo com ECGla de 15 pontos e com lesão no Rx simples de crânio, a

TC de crânio está indicada e o doente deve permanecer internado até o

encaminhamento a um serviço onde o exame está disponível. A ocorrência de

Page 11: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

11

lesão na TC de crânio nesse grupo exige uma avaliação especializada que vai

também definir a necessidade da realização de um exame de controle. Os

doentes admitidos com ECGla de 13 ou 14 pontos sem lesão na TC devem

permanecer internados por até 72 horas. Caso haja melhora neurológica e não

haja sintomas o doente recebe alta com o Protocolo de Orientação ao Paciente e

Familiares.

Pacientes vitimas de TCE em ECGla 15, que foram submetidos à TC de

crânio e que apresentam lesões tem sua conduta definida pelo tamanho das

lesões e a presença de sintomas ou sinais associados.

Pacientes em ECGla 15, com ou sem sinais e sintomas, que foram submetidos à TC de crânio e possuem lesões com volume ≤ 30cm3 supratentorial (ST); ≤16cm3 infratentorial (IT), e desvio das estruturas da linha mediana(DLM) <5mm: Se lesões focais isoladas como hemorragia subdural

aguda (HSDA), hematoma contusional, laceração cortical ou tumefação cerebral

hemisférica (TCDH) associada à lesão axonial difusa (LAD), esses pacientes

devem ser internados para observação neurológica e tomografias de controle. Se

a lesão é um hematoma epidural (HED) com estes volumes, há duas

possibilidades: Internação e observação com seguimento tomográfico admissão, 6

horas, 5 dias, e 15 dias, ou preferencialmente arteriografia com embolização de

ramos da artéria meníngea média (71% com lesões vasculares com sangramento

ativo, 29% com pseudoaneurismas)20. Se ocorrem lesões associadas como

HSDA com HED, hematoma contusional com HED; TCDH com HED, HSDA com

Laceração cerebral, é necessário que se faça a triagem não invasiva da pressão

intracraniana (PIC) com ultrassom da bainha do nervo óptico, e será indicada a

cirurgia, figura 6.

Pacientes em ECGla 15, sem sinais e sintomas que foram submetidos à TC de crânio e lesões potencialmente cirúrgicas com volume ≥ 30 - 50cm3 (ST); ≥16 - 23cm3 (IT)34, e DLM ≥5mm: Se as lesões focais isoladas como HSDA,

hematoma contusional, laceração cortical ou TCDH associada à LAD, esses

pacientes devem ser internados para observação neurológica e tomografias de

controle se houver aumento do volume das lesões devem ser submetidos à

Page 12: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

12

cirurgia. Caso ocorram lesões associadas como HSDA com HED; Hematoma

contusional com HED; TCDH com HED; HSDA com Laceração cerebral, é

necessário que se faça a triagem não invasiva da PIC com ultrassom da bainha do

nervo óptico para indicação da cirurgia (figura 7). Atenção especial deve ser dada ao HED que, com esses volumes, são sempre

cirúrgicos. O HED tem pico de reexpansão no 5º e 15º dia após o trauma. Caso

ocorra um HED pequeno contralateral, deve ser embolizado.

Pacientes em ECGla 15, com sinais e sintomas que foram submetidos à TC de crânio e possuem lesões com volume ≥ 30 - 50cm3 (ST); ≥16 - 23cm3

(IT), e DLM ≥5mm: São sempre cirúrgicos.

Os pacientes admitidos com ECGla de 13 ou 14 pontos devem ser sempre

submetidos à TC de crânio e, na indisponibilidade desse exame, deve ser

encaminhados a um serviço onde essa investigação é disponível. Na admissão,

três possibilidades podem ser consideradas após a realização do Rx simples de

crânio e/ou TC de crânio: 1. pacientes com ECGla de 15 pontos com lesão nos

exames, sem ou com sintomas (Figura. 6); 2. com ECGla de 13 ou 14 pontos sem

lesão na TC, sem ou com sintomas; e com ECGla de 13 ou 14 pontos com lesão

na TC. Os pacientes com lesão no Rx simples de crânio e/ou TC de crânio são

sempre internados e submetidos à avaliação especializada (figura 8). Pacientes em ECGLa 15 com HED pequeno localizado na ponta do lobo

temporal na imagem tomográfica, podem apresentar na janela óssea os seguintes

sinais radiológicos: fratura de base de crânio (91%), fratura lateral da órbita: (74%)

e fratura de arco zigomático: (60%). Estas fraturas são responsáveis por lesão de

nervos cranianos isolados, ou associados, como a síndrome da fissura orbital superior II; III; IV; V; VI. Se ao acompanhamento tomográfico essas lesões não

aumentem constituindo espessura do hematoma (EH) cirúrgica (>32mm)36, devem

ser submetidos à arteriografia com embolização de ramos da artéria meníngea

média. Se aumentar a EH >32mm36, devem ser operadas (figura 10). Pacientes em ECGLa 15 com HED uni ou bilateral pequeno localizado no

vértex na imagem tomográfica podem apresentar na janela óssea os seguintes

sinais radiológicos: fratura linear sobre o seio sagital superior (SSS) e fratura em

Page 13: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

13

afundamento sobre SSS. Esses pacientes podem apresentar lesão do SSS em

40,7%39, e se bilaterais, apresentam mortalidade de 18-50%38. Por isso devem ser

submetidos à angiotomografia ou angioressonância venosa para avaliação do

seio venoso. Devem também ser submetidos à triagem com ultrassom de bainha

do nervo óptico e Doppler transcraniano (observando índice de pulsatilidade > 1),

caso piora clínica associada à anormalidade desses exames, ser submetidos à

cirurgia especializada (figura 11). Independente da condição neurológica (os pacientes com 13 ou 14) a

radiografia de coluna vertebral deve ser solicitada se os pacientes referirem ou

apresentarem dor ao exame físico da região acometida. A TC da coluna vertebral

também será realizada se o paciente referir nucalgia, se, ao exame físico, há

suspeita de lesão da coluna espinhal ou se houver lesão no Rx simples da coluna.

Geralmente, os pacientes com ECGla de 13 e 14 pontos sem lesão

intracraniana apresentam uma melhora para 15 pontos e prognóstico neurológico

favorável se a TC de crânio for normal (figura 5A). Esses pacientes também não

evoluem com lesão intracraniana se realizado TC de controle5 (B), portanto, não é

necessária a sua repetição.

Os pacientes admitidos com ECGla de 13 ou 14 pontos com lesão na TC

devem ser internados para definição de conduta específica e repetir a TC de

crânio em 6 horas ou imediatamente caso haja piora neurológica17(A), o que

ocorre em 3% dos casos, condição na qual esses pacientes podem ser

considerados como TCE moderado recebendo a conduta apropriada para esse

tipo de classificação18,19 (B). A ocorrência de determinadas condições como, por

exemplo, o aumento do volume de um hematoma intracraniano, justifica esse tipo

de conduta20 (A) (figura 5B).

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO LEVE NO IDOSO

A Organização Mundial de Saúde constatou que 45% dos acidentes com a

população mundial ocorrem dentro de casa. Na Inglaterra, metade dos acidentes

Page 14: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

14

domésticos é fatal. Nos EUA, o ambiente doméstico responde por 25% de todas

as mortes causadas por acidentes42.

No Brasil em um estudo envolvendo 778 pacientes 154 ocorreram em

pacientes com mais de 65 anos, as quedas foram causa do TCE em 60,7% dos

casos, e desses, 69,4% sofreram TCE leve. A mortalidade geral pós- operatória

(hematoma subdural crônico) foi de 0%43.

Maeda et al, estudaram 500 casos consecutivos de hematoma subdural

crônico, com idade média de 67,3 anos. Nessa população a etiologia foi por TCE

leve em 260 pacientes. Foi encontrada mortalidade geral de 1,2%44.

Quigley et al., estudaram 209 pacientes com média de idade de 80,6 anos,

admitidos por TCE leve, em 94,2% dos casos. Obtiveram mortalidade intra-

hospitalar de 16,7% dos casos45 .

Dentre os pacientes idosos, a queda é o mais grave e frequente acidente

doméstico que ocorre e a principal etiologia de morte acidental em pessoas acima

de 65 anos46. Os idosos caem principalmente por tropeços e escorregões, com

frequência que chega a 59%47,48,49 . O local da queda mais frequente é o

dormitório (46%)49 e a maior parte das quedas ocorre pela manhã e tarde,

chegando a 81% 47, 50. González et al, estudaram 571 pacientes idosos dos quais 64% tinham

sofrido uma queda e 36% duas ou mais. As quedas ocorreram em sua maioria

(57%) fora de casa, em pacientes com mais de 75 anos49.

ACOMPANHAMENTO NEUROLÓGICO

O paciente com TCE leve sintomático com TC normal, após a melhora dos

sintomas, pode receber alta com segurança em 12 horas ou menos. A alta

hospitalar deve ser dada mediante a presença de um acompanhante.

Recomendamos que cada centro de atendimento ao paciente com TCE tenha

disponível a Folha de Orientação ao Paciente e Acompanhante, que deve ser

entregue no momento da alta hospitalar, quadro 1.

Page 15: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

15

EVOLUÇÃO – DESFECHO

A evolução não favorável no TCE leve incluindo morte, estado

minimamente cognitivo (estado vegetativo persistente) e sequelas graves, é

relatada em cerca de 0,2 a 3,4%21, 22, 23 (B). A mortalidade é extremamente baixa e

pode ser quase que totalmente evitada com o diagnóstico e tratamento precoces.

Para a adequada avaliação de complicações e sequelas do TCE leve (por

exemplo: síndrome pós-concussional, hematoma intracraniano traumático tardio,

infecções, etc.) e TCE mínimo, os pacientes que retornam ao ambulatório com

sintomas devem repetir a TC e, se disponível, devem realizar um exame

neuropsicológico. Quando a TC de crânio é normal e o paciente não tem evidência

de infecção relacionada ao traumatismo, o paciente recebe alta com prescrição de

sintomáticos e encaminhamento para seguimento ambulatorial especializado do

PSNC da Instituição.

Muitos pacientes com TCE leve ou TCE mínimo podem vir a apresentar

cefaleia, vertigem, irritabilidade, dificuldade de concentração, fadiga e alterações

de memória. Este quadro, quando persistente, pode ser chamado de síndrome pós-concussional ou síndrome pós-traumática. Na maioria das vezes esses

sintomas são autolimitados, mas uma parcela da população pode apresentar

prejuízos funcionais graves, com comprometimento das atividades do cotidiano4

(B). O acompanhamento multidisciplinar ambulatorial incluindo neurologista,

neurocirurgião, psiquiatra, psicólogo e enfermagem é fundamental na avaliação de

pacientes selecionados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Estas diretrizes para o atendimento ao TCE leve e TCE mínimo constituem-

se em orientações gerais que não devem estar acima da impressão clínica do

Page 16: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

16

médico assistente, devendo-se considerar as condições disponíveis para

atendimento, investigação, transporte e conduta.

Page 17: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Rimel RW, Giordani B, Barth JT, Jane JA. Moderate head injury: completing the

clinical spectrum of brain trauma. Neurosurgery 1982; 11: 344-51. (C)

2. Kraus J, Nourjah P. The epidemiology of mild, uncomplicated brain injury. J

Trauma 1988; 28:1637-43. (B)

3. Stiell IG, Wells GA, Vandemheen K, Laupacis A, Brison R, Eisenhauer MA, et

al. Variation in ED use of computed tomography for patients with minor head

injury. Ann Emerg Med 1997; 30:14-22. (B)

4. Dacey RG, Alves WM, Rimel RW, Winn R, Jane JA. Neurosurgical

complications after apparently minor head injury. J Neurosurg 1986; 65: 203-

10. (B)

5. Stein SC, Ross SE. The value of computed tomographic scan in patients with

low-risk head injuries. Neurosurgery 1990; 26: 638-40.(B)

6. Hsiang JN, Yeung T, Yu AL, Poon WS. High-risk mild head injury. J Neurosurg

1997; 87: 234-8. (B)

7. Saboori M, Ahmadi J, Farajzadegan Z. Indications for brain CT scan in patients

with minor head injury. Clin Neurol Neurosurg 2007 109: 399-405. (A) 8. Ibañez J, Arikan F, Pedraza S, Sánchez E, Poca MA, Rodriguez D, Rubio E.

Reliability of clinical guidelines in the detection of patients at risk following mild

head injury: results of a prospective study. J Neurosurgery 2004: 825-834. (A)

9. Masters SJ, McClean PM, Arcarese JS, Brown RF, Campbell JA, Freed HÁ, et

al. Skull X-ray examinations after head trauma. N Engl J Med 1987; 84-91.(B)

10. Mendelow AD, Teasdale G, Jennet B, Bryden J, Hessett C, Murray G. Risks of

intracranial haematoma in head injured adults. Br Med J 1983; 287:1173-6. (B)

11. Smits M, Dippel DW, de Haan GG, Dekker HM, Vos PE, Kool DR, et al.

External validation of the Canadian CT Head Rule and the New Orleans Criteria

for CT scanning in patients with minor head injury. JAMA 2005; 1519-25.(A)

Page 18: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

18

12. Stiell IG, Clement CM, Rowe BH, Schull MJ, Brison R, Cass D, et al.

Comparison of the Canadian CT Head Rule and the New Orleans Criteria in

patients with minor head injury. JAMA 2005; 294: 1511-8. (A)

13. Smits M, Dippel DW, Steyerberg EW, de Haan GG, Dekker HM, Vos PE, et al.

Predicting intracranial traumatic findings on computed tomography in patients

with minor head injury: the CHIP prediction rule. Ann Intern Med 2007; 146:

397-405. (A)

14. Lewine JD, Davis JT, Sloan JH, Kodituwakku PW, Orrison Jr W.

Neuromagnetic assessment of pathophysiologic brain activity induced by minor

head trauma. AJNR 1999 20: 857-866. (A)

15. Af Geijerstam JL, Oredsson S, Britton M, OCTOPUS Study Investigators.

Medical outcome after immediate computed tomography or admission for

observation in patients with mild head injury: randomised controlled trial. BMJ

2006; 333: 465.(A)

16. Smits M, et al. Outcome after complicated minor head injury. AJNR 2008 29:

506-513 (A)

17. Brown CVR, Zada G, Salim A, Inaba K, Kasotakis G, Hadjizacharia P,

Demetriades D, Rhee P. Indications for routine repeat head computed

tomography (CT) stratified by severity of traumatic brain injury. J Trauma 2007

62: 1339-1345. (A)

18. Williams DH, Levin HS, Eisenberg HM. Mild Head Injury Classification.

Neurosurgery 1990; 27: 422-8.(B)

19. Andrade AF, Almeida AN, Shu EBS, Lourenço L, Mandel M, Marino Jr, R. The

value of cranial computed tomography in high-risk, mildly head-injured patients.

Surg Neurol 2006 (Suppl 1) 65: 10-13 (B).

20. Andrade AF, Figueiredo EG, Caldas JG, Paiva WS, De Amorin RLO, Puglia P,

Frudi M, Teixeira MJ. Intracranial vascular lesions associated with small

epidural hematomas. Neurosurgery 2008 62: 416-421 (A)

21. Miller JD, Jones PA, Dearden NM, Tocher JL. Progress in the management of

head injury. Br J Surg 1992; 79:60-4.(B)

Page 19: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

19

22. Jeret JS, Mandell M, Anziska B. Clinical predictors of abnormality disclosed by

computed tomography after mild head trauma. Neurosurgery 1993; 32:9-16. (B)

23. Servadei F, Ciucci G, Loroni L, Cuscini M, Piola C, Arista A. Diagnosis and

management of minor head injury: a regional multicenter approach in Italy. J

Trauma 1995; 39:696-701.(B)

24. Stiell IG, Wells GA, Vandemheen K, Clement C, Lesiuk H, Laupacis A,

McKnight RD, Verbeek R, Brison R, Cass D, Eisenhauer MA. The

Canadian CT Head Rule for patients with minor head injury. The Lancet.

2001 May 5;357(9266):1391-6.

25. Cecil KM, Hills EC, Sandel ME, Smith DH, McIntosh TK, Mannon LJ,

Sinson GP, Bagley LJ, Grossman RI, Lenkinski RE. Proton magnetic

resonance spectroscopy for detection of axonal injury in the splenium of

the corpus callosum of brain-injured patients. Journal of neurosurgery.

1998 May;88(5):795-801.

26. Garnett MR, Blamire AM, Rajagopalan B, Styles P, Cadoux-Hudson TA.

Evidence for cellular damage in normal-appearing white matter correlates

with injury severity in patients following traumatic brain injury. Brain. 2000

Jul 1;123(7):1403-9.

27. Gennarelli,T.A. Cerebral concussion and diffuse brain injuries,

in Cooper P.R. (ed.), Head Injury, William sand

Wilkins, Baltimore, 1993, pp. 137–158.

28. Blaylock RL, Maroon J. Immunoexcitotoxicity as a central mechanism in

chronic traumatic encephalopathy—a unifying hypothesis. Surgical

neurology international. 2011;2.

29. Giza CC, Hovda DA. The neurometabolic cascade of concussion. Journal

of athletic training. 2001 Jul;36(3):228.

Page 20: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

20

30. Bellander BM, Singhrao SK, Ohlsson M, Mattsson P, Svensson M.

Complement activation in the human brain after traumatic head injury.

Journal of neurotrauma. 2001 Dec 1;18(12):1295-311.

31. Vilalta A, Sahuquillo J, Rosell A, Poca MA, Riveiro M, Montaner J.

Moderate and severe traumatic brain injury induce early overexpression

of systemic and brain gelatinases. Intensive care medicine. 2008 Aug

1;34(8):1384-92.

32. Vilalta A, Sahuquillo BJ, Poca MA. [Matrix metaloproteinases in

neurological brain lesions: a new therapeutic target?]. Revista de

neurologia. 2010 Jul;51(2):95-107.

33. Simard JM, Kent TA, Chen M, Tarasov KV, Gerzanich V. Brain oedema

in focal ischaemia: molecular pathophysiology and theoretical

implications. The Lancet Neurology. 2007 Mar 31;6(3):258-68.

34. Narayan RK, Kishore PR, Becker DP, Ward JD, Enas GG, Greenberg

RP, Da Silva AD, Lipper MH, Choi SC, Mayhall CG, Lutz III HA.

Intracranial pressure: to monitor or not to monitor? A review of our

experience with severe head injury. Journal of neurosurgery. 1982

May;56(5):650-9.

35. Pasqualin A, Cerebral Metabolism. 455-481 Chapter 18. Vol.1. Youmans

Neurological Surgery 4th edition. Ed. Saunders. 1996.

36. Gean AD et al.Benign Anterior Temporal Epidural Hematoma:indolent lesion

with a characteristic CT imaging appearance after blunt head trauma. 2010

Radiology.

37. Yanagawa Y et al. Clinical features of temporal tip epidural hematomas. 2007. J

Neurosurgery.

Page 21: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

21

38. Miller DJ, Steinmetz M, McCutcheon IE. Vertex epidural hematoma:

surgical versus conservative management: two case reports and review

of the literature. Neurosurgery. 1999 Sep 1;45(3):621.

39. Delgado Almandoz JE, Kelly HR, Schaefer PW, Lev MH, Gonzalez RG,

Romero JM. Prevalence of traumatic dural venous sinus thrombosis in

high-risk acute blunt head trauma patients evaluated with multidetector

CT venography. Radiology. 2010 Apr 8;255(2):570-7.

40. Shaffer L, Rich PM, Pohl KR, Ganesan V. Can mild head injury cause

ischaemic stroke?. Archives of disease in childhood. 2003 Mar 1;88(3):267-9.

41. Kieslich M, Fiedler A, Heller C, Kreuz W, Jacobi G. Minor head injury as

cause and co-factor in the aetiology of stroke in childhood: a report of eight

cases. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry. 2002 Jul 1;73(1):13-6.

42. Del Ciampo LA, Ricco RG, Muccillo G. Acidentes domésticos na infância na

área de Vila Lobato (Ribeirão Preto-SP). Pediatria (Säo Paulo). 1997

Mar;19(1):38-42.

43. Sousa EB, Brandão LF, Tavares CB, Borges IB, Neto NG, Kessler IM.

Epidemiological characteristics of 778 patients who underwent surgical

drainage of chronic subdural hematomas in Brasília, Brazil. BMC surgery. 2013

Mar 1;13(1):1.

44. Mori K, Maeda M. Surgical treatment of chronic subdural hematoma in 500

consecutive cases: clinical characteristics, surgical outcome, complications,

and recurrence rate. Neurologia medico-chirurgica. 2001;41(8):371-81.

45. Miranda LB, Braxton E, Hobbs J, Quigley MR. Chronic subdural hematoma in

the elderly: not a benign disease: clinical article. Journal of neurosurgery. 2011

Jan;114(1):72-6.

46. Fuller GF. Falls in the elderly. American family physician. 2000;61(7):2159-68.

Page 22: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

22

47. Berg WP, Alessio HM, Mills EM, Tong C. Circumstances and consequences of

falls in independent community-dwelling older adults. Age and ageing. 1997 Jul

1;26(4):261-8.

48. Lord SR, Ward JA, Williams P, Anstey KJ. An epidemiological study of falls in

older community-dwelling women: the Randwick falls and fractures study.

Australian journal of public health. 1993 Sep 1;17(3):240-5.

49. González G, Marín PP, Pereira G. Características de las caídas en el adulto

mayor que vive en la comunidad. Revista médica de Chile. 2001

Sep;129(9):1021-30.

50. Overstall PW. Falls. Reviews in Clinical Gerontology. 1992 Feb 1;2(01):31-8.

51. Cantu RC. Guidelines for return to contact sports after a cerebral

concussion. Physician Sports Med 1986; 14: 75-83

Page 23: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

23

FIGURAS

Diagrama 1: A CONVERSÃO DE UMA MICROGLIA EM REPOUSO NO CÉREBRO NORMAL PARA UMA MICROGLIA ALERTA APÓS A PRIMEIRA CONCUSSÃO . SUBSEQUENTES CONCUSSÕES MESMO SEPARADAS POR PERÍODOS PROLONGADOS PODEM DEFLAGAR UMA HIPERREAÇÃO PELA MICROGLIA ATIVADA PLENAMENTE. ISTO RESULTA EM UMA REAÇÃO IMUNOEXCITOTÓXICA MAIS INTENSA

Blaylock RL, Maroon J; 2011

Cérebro normal -----------------------------------à Micróglia ramificada (estado de repouso)

Primeira concussão-----------------------------------à Micróglia alertada (estado de alerta)

Concussões subsequentes--------àMicróglia cronicamente ativada (estado hiperreativo)

Níveis 3 vezes maior de -1β; IL -6; TNF- αGrande liberação de glutamato/ ácido quinolínico

Micróglia em alerta

Page 24: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

24

TCE FATOR BAIXO RISCO (BAIXA ENERGIA CINÉTICA)

ALTA SEM SINTOMA -

AMBULATÓRIO

GRUPO B 1 SINTOMA

PERSISTENTE

GRUPO A SEM SINTOMA

OBS PSNC 12 HORAS

ALTA SEM SINTOMA

AMBULATÓRIO

COM 3 SINTOMAS PERSISTENTES

TCE FATOR MODERADO RISCO (MODERADA

ENERGIA)

COM 2 SINTOMAS PERSISTENTES

TCE FATOR ALTO RISCO (ALTA ENERGIA)

Fig. 1:PROTOCOLO DE CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO TCE MÍNIMO 15

OBS PSNC 12 HORAS

ALTA SEM SINTOMA

AMBULATÓRIO

OBS PSNC 12 HORAS

ALTA SEM SINTOMA

AMBULATÓRIO

OBS PSNC 12 HORAS COM

SINTOMA

NORMAL

OBS PSNC 12 HORAS COM

SINTOMA

OBS PSNC 12 HORAS COM

SINTOMA

ALTA SEM SINTOMA

RX CRÂNIO SE TC NÃO DISPONÍVEL

NORMAL FRATURA

TOMOGRAFIA DE CRÂNIO

ANORMAL INTERNAÇÃO

Page 25: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

25

Rx de crânio fratura 0,4% TC normal

Sem lesão Observação 12h

Alta hospitalar com folha de orientação ao doente e familiar

Medidas Clínicas Básicas e TC normal

TC ou Rx de crânio normal

Fig.2 CLASSIFICAÇÃO E MANUSEIO DO TCE LEVE 15 BAIXO RISCO DE TER OU DESENVOLVER LESÃO INTRACRANIANA

1-Mecanismo do TCE de baixa energia cinética. Perda da consciência até 20 min. Desde sem sintomas, distúrbio memória. TC ou Rx crânio a critério médico, alta. 2-Cefaléia de pequena intensidade, vômitos, tonturas, vertígens ou amnésia a)

se cessar quadro clínico, TC ou Rx normal alta b) Se não cessar o quadro clínico, TC ou Rx coluna cervical normal, após observação, idade >60anos, alta.

3-Rx crânio fratura, TC ou coluna cervical normal, após observação, alta. Se lesão intracraniana, ou coluna espinhal, Internação e após tratamento alta hospitalar com folha de orientação ao doente ou familia.

1

a

b

2 3

Page 26: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

26

MÉDIO RISCO SEM OU COM SINTOMAS

BAIXO RISCO SEM OU COM SINTOMAS

Rx DE CRÂNIO SIMPLES: FRATURA CRANIANA (29%) = TC CRÂNIO LESÃO INTRACRANIANA (25.5%) Tomografia de Crânio e/ou da Coluna Cervical

revelam lesões : Internação até 48 h

Medidas Clínicas Básicase Específicas

Alta - Orientações

ALTO RISCO SEMOU COM SINTOMAS

CLASSIFICAÇÃO E MANUSEIO DO TCE LEVE 15 PONTOSCOM LESÃO CRANIENCEFÁLICA

TCE de alta energia cinética é importante mesmo sem sinais ou sintomasneurológicos, perda da consciência por até 20 minutos ou coma até 06 horas.criança espancada; exame físico: equimose orbital, retro-auricular; saída de LCR,sangue: ouvido, nariz; lesão facial grave, desorientação têmporo-espacial,amnésia retrógrada, pós-traumática, distúrbios do comportamento: internar

Fig.4: CONDUTA NO PACIENTE COM TCE LEVE 15 COM ALTO RISCODE TER O DESENVOLVER LESÃO CRANIOENCEFÁLICA.

22 1

Fig. 3: CLASSIFICAÇÃO , MANUSEIO DO TCE LEVE 15 MODERADO RISCO DE TER OU DESENVOLVER LESÃO INTRACRANIANA

TC de crânio fraturaPneumocrânio-HSAt

TC Hematoma Intracraniano em 4%Internação

TC de crânio normal ou fratura em 4.2%Sem lesão, Observação 12hs

Medidas Básicas ouEspecíficas-TCE Moderado

Alta hospitalar com folha de orientação ao paciente e familiar

Medidas ClínicasBásicas e TC normal

TCE de média energia cinética; perda momentânea da consciência; cefaléia progressiva; vômitos; convulsão; intoxicação por álcool ou drogas ilícitas; Exame neurológico; neuropsicológico:desorientação têmporoespacial, amnésia retrógrada, amnésia pós-traumática, distúrbios comportamento; atenção: Internar1. Sempre TC e Rx da coluna cervical se normais, observação alta ambulatórial2. Se apresentar lesão na TC ou coluna cervical Internação; tratamento; alta

Page 27: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

27

Fig.%5A:%

Page 28: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

28

ECGla14 %

ECGla13

Rx FRATURA CRANIANA (29%) = TC CRÂNIO LESÃO INTRACRANIANA (25.5%): HED pequeno;Contusão dinâmica cerebral; Tumefação cerebral difusa

hemisférica bilateral; Tumefação cerebral difusa hemisférica com ou sem HSDA

MEDIDAS CLÍNICAS OU CIRÚRGICAS(10%)

FALA E PIORA TCE LEVE COM LESÃO

ALTA – PROTOCOLO DE ORIENTAÇÕES

ECGla15

FALA E MORRE

CRITÉROS DE CLASSIFICAÇÃO E MANUSEIO DO TCE LEVE ALTO RISCO

DE TER LESÃO INTRACRANIANA (10%- 18%cirurgia)

TCE de alta energia cinética é importante mesmo sem sinais ou sintomas neurológicos, perda da consciência por até 20 minutos ou coma até 06 horas. criança espancada; exame físico: equimose orbital, retro-auricular; saída de LCR, sangue: ouvido, nariz; lesão facial grave, desorientação têmporo-espacial, amnésia retrógrada, pós-traumática, distúrbios do comportamento: internar

Fig.%5B%

Page 29: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

29

HSDA; Hematoma contusionalLaceração corticalTCH + LAD

ECGla: Escala de coma de GlasgowTca: Tomografia de crânio à admissãoHSDA: Hematoma subdural agudoHED: Hematoma epiduralHIP: Hematoma intraparenquimatosoTCH: Tumefação cerebral hemisféricaST/IT: Supratentorial/ infratentorialLAD: Lesão axonial difusa.HED ponta temporal ou temporal lateral

Cirúrgico : monitoração Ultrassom Diâmetro Bainha Nervo Óptico

Lesões associadas: HSDA + HEDHematoma contusional + HED ; TCH + HEDHSDA + Laceração cerebral

Fig. 6: PACIENTE CONSCIÊNTE ECGLa=15 COM OU SEM SINTOMAS OU SINAIS NEUROLÓGICOS COM LESÃO TCa=DLM ≤ 5mm; VOLUME ST ≤ 30-cm3 ou IT≤ 16cm3

Não cirúrgico

HED = observação 5° ao 15° dia ou embolização artéria meningea média

HED = observação 5° ao 15° dia ou embolização artéria meningea média

SINTOMAS: cefaleia, amnésias, insônia, distúrbio comportamento, nauseas, vômitos vertigens,zumbidotonturas,convulsão,anosmia, ageusia, alteração da acuidade visual, hipoacusia , anacusia

SINAIS :Cefalohematoma, hematoma de couro cabeludo, hematoma subgalealBattle, Guaxinim, rinorragiarinoliquorréia, otorragiaotoliquorréia, défcits de nervos cranianos: II, III, IV, VI VII, VIII

Page 30: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

30

HSDA; Hematoma contusional;Laceração corticalTCH + LAD

Cirúrgico : monitoração Ultrassom Diâmetro Bainha Nervo Óptico

Fig. 7: PACIENTE CONSCIÊNTE ECGLa=15 SEM SINTOMAS OU SINAIS NEUROLÓGICOCOM LESÃO Tca=DLM ≥ 5mm; VOLUME ST ≥ 30-50cm3 ou IT≥ 16-23cm3

Não cirúrgico

Lesões associadas: HSDA + HED;Hematoma contusional + HED ; TCH + HED; HSDA + Laceração cerebral

HED = Cirúrgico reexpansão5° ao 15° dia ( temporal, frontal e parietal)

HED pequeno contralateral = obs. 5° ao 15° diaEmbolização artéria meningea média

ECGla: Escala de coma de GlasgowTca: Tomografia de crânio à admissãoHSDA: Hematoma subdural agudoHED: Hematoma epiduralHIP: Hematoma intraparenquimatosoTCH: Tumefação cerebral hemisféricaST/IT: Supratentorial/ infratentorialLAD: Lesão axonial difusa.HED ponta temporal ou temporal lateral

SINAIS :Cefalohematoma, hematoma de couro cabeludo, hematoma subgalealBattle, Guaxinim, rinorragiarinoliquorréia, otorragiaotoliquorréia, défcits de nervos cranianos: II, III, IV, VI VII, VIII

SINTOMAS: cefaleia, amnésias, insônia, distúrbio comportamento, nauseas, vômitos vertigens,zumbidotonturas,convulsão,anosmia, ageusia, alteração da acuidade visual, hipoacusia , anacusia

Page 31: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

31

Page 32: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

32

SINAIS RADIOLÓGICOS:Fratura de base de crânio (91%)Fratura lateral da órbita: (74%)

Fratura de arco zigomático: (60%)

Fig. 9: PACIENTE ECGLa 15 HEMATOMA EPIDURAL PEQUENOLOCALIZADO NA PONTA DO LOBO TEMPORAL: SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS

SINAIS CLÍNICOS DECORRENTES DAS FRATURAS:Défcits: Anisocoria (III); Ptose(III); Oftalmoplegia (III, IV, VI);

Perda dos reflexos corneano (V), à luz( II-III), consensual (III), e acomodação(III)SÍNDROME DA FISSURA ORBITAL SUPERIOR

(II; III; IV; V ; VI)

EMBOLIZAÇÃO SELETIVA DA ARTÉRIA MENINGEA MÉDIA

SEM AUMENTO DA LESÃOAUMENTO DA LESÃO

CIRÚRGICO

Page 33: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

33

Page 34: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

34

Page 35: TÍTULO: ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO E CONDUTA NO …alfaurgenciaeemergencia.provisorio.ws/wp-content/uploads/... · 2018-12-13 · trauma com baixa, média e alta energia cinética,

35