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PATRICIA KAMYLA ALVES TAVARES TOXICIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA DO MELOEIRO A Chrysoperla externa (HAGEN, 1861) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE) MOSSORÓ-RN 2013

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PATRICIA KAMYLA ALVES TAVARES

TOXICIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA

CULTURA DO MELOEIRO A Chrysoperla externa

(HAGEN, 1861) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE)

MOSSORÓ-RN

2013

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PATRICIA KAMYLA ALVES TAVARES

TOXICIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA

CULTURA DO MELOEIRO A Chrysoperla externa (HAGEN,

1861) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE)

Dissertação apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido, como parte

das exigências para obtenção do título de

Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

ORIENTADOR: Prof. D.Sc. ELTON LUCIO DE ARAUJO

CO-ORIENTADOR: Prof. D.Sc. MAURÍCIO SEKIGUCHI GODOY

MOSSORÓ-RN

2013

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C231t Tavares, Patrícia Kamyla Alves.

Toxicidade de inseticidas utilizados na cultura do meloeiro a

Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera:Chrysopidade). /

Patrícia Kamyla Alves Tavares -- Mossoró: 2013..

57f.: il.

Dissertação (Pós-graduação em fitotecnia) – Universidade

Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Ensino e Pesquisa.

Orientador: Profº. D. Sc. Elton Lucio de Araujo

Co-orientador: Prof°. D. Sc. Maurício Sekiguchi de Godoy.

1.Cucurbitaceae. 2.Seletividade. 3.Predador. 4.Controle biológico.

I. Título.

CDD:635.611

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação

da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo

CRB–5/1033

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PATRICIA KAMYLA ALVES TAVARES

TOXICIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA

CULTURA DO MELOEIRO A Chrysoperla externa (HAGEN,

1861) (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE)

Dissertação apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido, como parte

das exigências para obtenção do título de

Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

APROVADA EM: 19 de Março de 2013

BANCA EXAMINADORA

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A Deus, pela vitória.

A minha mãe.

Ao meu amado filho Miguel.

Ao meu esposo.

Dedico

Aos meus sogros.

A minha família.

Ofereço

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por caminhar comigo, por todo amor e por me erguer quando mais

precisei;

Á minha família, pelo exemplo, incentivo, força, confiança e amor;

Ao Prof. D. Sc. Elton Lucio de Araujo, pela orientação, ensinamentos,

amizade que cultivamos há vários anos, confiança e pela oportunidade da

realização deste trabalho;

Ao Prof. D. Sc. Maurício Sekiguchi Godoy, pela coorientação, estímulo,

dedicação, incentivo, amizade, sugestões e correções, que contribuíram para o

desenvolvimento desse trabalho;

Ao M. Sc. Carlos Eduardo Souza Bezerra, pelas análises estatísticas, pela

irmandade, confiança, ajuda, conselhos e ensinamentos;

Aos Profs. D. Sc. Adrian José Molina-Rugama e Rui Sales Junior, pela

contribuição para com este trabalho;

A Ewerton Marinho, por sua amizade e ensinamentos;

Às estagiárias, Bárbara, Débora e Mayara, pela amizade e pelo apoio na

condução dos experimentos e tabulação dos dados;

Aos meus amigos do curso de Pós-graduação que estiveram diariamente

ultrapassando barreiras, obrigada pelo apoio e incentivo constante;

À amiga, Ana Paula Rodrigues, pela amizade firmada e por sua imensa

bondade;

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À toda equipe do Laboratório de Entomologia Aplicada da UFERSA, pela

dedicação aos trabalhos e pela amizade;

Às colaboradoras do prédio de Fitossanidade, pela força, ajuda e amizade;

À Prof. D. Sc. Jailma Suerda, pela amizade de longas datas e por seu exemplo

de luta e dedicação;

À Prof. D. Sc. Márcia Michelle, pelas conversas nos intervalos de trabalhos e

pela amizade construída;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),

pela concessão da bolsa de estudos;

A Universidade Federal Rural do Semi Árido (UFERSA) e ao Programa de

Pós-graduação em Fitotecnia, pela oportunidade de realização do curso e

ampliação dos meus conhecimentos;

E por fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste trabalho.

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RESUMO

TAVARES, Patricia Kamyla Alves. Toxicidade de inseticidas utilizados na

cultura do meloeiro a Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera:

Chrysopidae). 2012. 57f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) –

Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2013.

A região Oeste do Estado do Rio Grande do Norte é a maior produtora e exportadora

de melão (Cucumis melo L.) do Brasil, sendo responsável por uma parcela

considerável da produção nacional, fazendo desse cultivo um dos principais segmentos

da cadeia do agronegócio regional. No entanto, são vários os problemas fitossanitários

enfrentados em áreas comerciais dessa olerícola, principalmente em decorrência de

insetos-praga, sendo um fator limitante da produção, além de ser responsável pelo

aumento expressivo no uso de agrotóxicos. Levantamentos da entomofauna realizados

no semiárido Norte Rio Grandense constataram que a espécie Chrysoperla externa

(Hagen, 1861) é um predador comum em cultivos de meloeiro, alimentando-se de

larvas de mosca minadora e ninfas de mosca branca, tornando a sua preservação de

extrema importância para o produtor. Desta forma, a presente pesquisa teve como

objetivo, avaliar em condições de laboratório, o impacto de inseticidas utilizados em

meloeiro sobre ovos e pupas de C. externa. Investigando, inclusive, os possíveis efeitos

subletais nas fases subsequentes aos insetos contaminados. Para tal, utilizou-se de um

delineamento experimental inteiramente casualizado, com dez tratamentos (nove

produtos químicos: clotianidina [Focus WP – 0,1 g i.a./ L], pimetrozina [Chess

500 WG – 0,25 g i.a./ L], lambda-cialotrina [Karate Zeon 50 CS – 0,025 g i.a./

L], clorantraniliprole [Premio – 0,0025 g i.a./ L], indoxacarbe [Rumo WG –

0,036 g i.a./ L], piriproxifem [Cordial 100 – 0,1 g i.a./ L], beta-ciflutrina +

imidacloprido [Connect – 0,0625 + 0,5 g i.a./ L], imidacloprido [Evidence 700

WG – 1,05 g i.a./ L], beta-cipermetrina [Akito – 0,04 g i.a./ L] e uma testemunha

constituída de água destilada) e um variado número de repetições, de acordo com as

fases dos insetos inicialmente intoxicadas. As pulverizações dos compostos foram

realizadas diretamente sobre o crisopídeos por meio de pulverizador manual, calibrado

para depositar 1,5±0,5 mg de calda química/ cm2. Após a pulverização, os espécimes

foram mantidos em sala climatizada a 25±2°C, UR de 70±10% e fotofase de 12 horas.

Avaliou-se duração, viabilidade dos ovos e sobrevivência das pupas, e viabilidade dos

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ovos produzidos pelos adultos provenientes dos insetos tratados. Com base na

toxicidade obtida pelo cálculo do efeito total, os produtos foram enquadrados em

classes de toxicidade conforme escala proposta pela IOBC. Clorantraniliprole e

imidacloprido foram levemente nocivos, e os demais produtos inócuos aos ovos do

predador. Para pupas, imidacloprido foi levemente nocivo e os outros compostos

inócuos. Em função da baixa toxicidade para ovos e pupas, pimetrozina e piriproxifem

podem ser recomendados em programas de manejo integrado de pragas do meloeiro,

visando à conservação dessa espécie de predador.

Palavras chave: Seletividade, Cucurbitaceae, predador, controle biológico.

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ABSTRACT

TAVARES, Patricia Kamyla Alves. Toxicity of insecticides used in melon

crop to Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae).

2012. 57f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade

Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2013.

The western region of the State of Rio Grande do Norte is the largest producer and

exporter of melon (Cucumis melo L.) in Brazil, accounting for a considerable portion

of domestic production, making this crop a major regional segment of the agribusiness

chain. However, there are several pest problems faced in commercial areas of this

vegetable crop, mainly due to insect pests, being a limiting factor of production, as

well as being responsible for the significant increase in the use of pesticides. The

entomological surveys conducted in the semiarid of Rio Grande do Norte found that

the species Chrysoperla externa (Hagen, 1861) is a common predator in melon crops,

feeding from leafminer larvae and nymphs of whitefly, making its preservation

extremely important for the producer. Thus, the present study aimed to evaluate in

laboratory conditions, the impact of insecticides used in melon crop on eggs and pupae

of C. externa, also investigating the possible sublethal effects on subsequent phases of

the contaminated insects. For this, we used a completely randomized design with ten

treatments (nine chemicals: clothianidin [Focus WP - 0.1 g ai / L], pymethrozine

[Chess 500 WG - 0.25 g ai / L] lambda-cyhalothrin [Karate Zeon 50 CS - 0,025 g ai /

L], clorantraniliprole [Premio - 0.0025 g ai / L], indoxacarb [Rumo WG - 0,036 g ai /

L], pyriproxyfen [Cordial 100 - 0.1 g ai / L], beta-cyfluthrin + imidacloprid [Connect -

0.0625 + 0.5 g ai / L], imidacloprid [Evidence 700 WG - 1.05 g ai / L], beta-

cypermethrin [Akito - 0.04 g ai / L]) and a control consisting of distilled water) and a

varied number of repetitions according to the stages of insects initially intoxicated. The

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spraying of the compounds was carried out directly on the lacewings through sprayer

calibrated to deposit 1.5 ± 0.5 mg per cm2. After spraying, the specimens were kept in

a room at 25 ± 2 °C, RH 70 ± 10% and photoperiod of 12 hours. We evaluated

duration, egg viability and survival of pupae, and viability of eggs produced by adults

from the treated insects. Based on toxicity obtained by calculating the total effect, the

products were grouped in classes of toxicity according to recommendations of IOBC.

Clorantraniliprole and Imidacloprid were slightly harmful, and the other products were

considered safe to eggs of the predator. For pupae, imidacloprid was slightly harmful

and the other compounds were innocuous. Due to the low toxicity to eggs and pupae,

pymethrozine and pyriproxyfen can be recommended in programs of integrated pest

management of melon, aiming at the conservation of this species of predator.

Keywords: Selectivity, Cucurbitaceae, predator, biological control.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 15

2.1 POSIÇÃO TAXONÔMICA DOS CRISOPÍDEOS................................................ 15

2.2 BIOLOGIA DOS CRISOPÍDEOS.......................................................................... 16

2.2.1 Fase de ovo .......................................................................................................... 16

2.2.2 Fase de larva ....................................................................................................... 17

2.2.3 Fases de pré-pupa e pupa .................................................................................. 18

2.2.4 Fase adulta .......................................................................................................... 18

2.3 IMPORTÂNCIA DOS CRISOPÍDEOS ................................................................. 19

2.4 POTENCIAL DE USO DOS CRISOPÍDEOS ....................................................... 20

2.5 CARACTERÍSTICAS GERAIS DE SELETIVIDADE DE PRODUTOS

FITOSSANITÁRIOS A ORGANISMOS BENÉFICOS .............................................. 23

2.6 SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS CRISOPÍDEOS 25

3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 27

3.1 PROCEDÊNCIA DOS INSETOS .......................................................................... 28

3.2 CRIAÇÃO DE MANUTENÇÃO DE C.externa .................................................... 28

3.3 PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AVALIADOS ............................................... 29

3.4 EFEITO DOS INSETICIDAS SOBRE OS OVOS DE C. externa ........................ 30

3.5 EFEITO DOS INSETICIDAS SOBRE PUPAS DE C. externa ............................. 32

3.6 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS COM BASE NOS

PADRÕES ESTABELECIDOS PELA IOBC .............................................................. 33

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS BIOLÓGICOS AVALIADOS ............ 34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 35

4.1 EFEITO DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS A OVOS DE C. externa ........ 35

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4.2 EFEITO DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS ÀS PUPAS E FASES

SUBSEQUENTES DE C. externa ................................................................................ 41

5 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Os Estados do Rio Grande do Norte e Ceará formam a maior região produtora

e exportadora de melão (Cucumis melo L.) do Brasil, sendo responsáveis por cerca de

80% da produção nacional, o que faz do cultivo do meloeiro um dos principais

segmentos da cadeia do agronegócio nesses estados (IBGE, 2012). Não obstante,

vários são os problemas fitossanitários enfrentados pelos produtores para o cultivo em

larga escala dessa olerícola, destacando-se o ataque da mosca minadora Liriomyza spp.

(Diptera: Agromyzidae) e da mosca-branca Bemisia tabaci (GENNADIUS, 1889)

Biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae), como principais entraves na produção dessa

cucurbitácea nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará (ARAUJO et al., 2007;

GUIMARÃES et al., 2008; LIMA et al., 2012).

O controle destas pragas é realizado basicamente por meio da aplicação de

inseticidas, o que pode ocasionar, dentre outros fatores, o desequilíbrio biológico no

agroecossistema (LIMA et al., 2012). Dessa forma, torna-se necessário a busca por

formas alternativas de controle ao uso do controle químico para estas duas pragas.

O uso indiscriminado de inseticidas pode causar contaminação ambiental, bem

como prejudicar artrópodes benéficos, como os inimigos naturais de insetos-pragas e

polinizadores. Por isso, o conhecimento da seletividade de inseticidas é fundamental

para implementação de programas de manejo integrado de pragas (MIP)

(CARVALHO et al., 2007). Desta maneira, é imprescindível a utilização de produtos

seletivos, os quais são prejudiciais às pragas e pouco tóxicos aos organismos benéficos

(RIPPER et al., 1951).

De acordo com estudos recentes, os crisopídeos, um dos principais agentes de

controle biológico de pragas, conhecidos pela sua eficiência predatória, são uma das

medidas alternativas. Em levantamentos realizados em algumas regiões do nordeste

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brasileiro, constatou-se que Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera:

Chrysopidae) é bastante comum em cultivos de meloeiro, predando larvas de mosca

minadora e ninfas de mosca branca, permanecendo no campo mesmo durante períodos

secos e de altas temperaturas (BEZERRA et al., 2010).

Ao se considerar a potencialidade das espécies de Chrysopidae para o controle

de pragas do meloeiro, torna-se necessário o uso de práticas racionais e efetivas que

possam combater os insetos-praga e ao mesmo tempo preservar esses inimigos

naturais.

No Brasil, umas das espécies de crisopídeos mais estudadas é C. externa,

especialmente pela sua grande ocorrência em diversos cultivos agrícolas, onde já foi

constatada alimentando-se de vários tipos de presas. Este predador tem alcançado cada

vez mais destaque no contexto do controle biológico natural e em programas de

liberações inundativas (GRAVENA, 1980). Ao se estabelecer um programa de manejo

integrado de pragas (MIP) na cultura do melão, a preservação de crisopídeos e de

outros inimigos naturais devem ser considerada. Isso dependerá da compatibilidade

com outros métodos de controle, principalmente o controle químico.

Dessa forma, estudos que busquem informações a respeito do impacto de

produtos fitossanitários sobre agentes benéficos devem ser desenvolvidos, tendo em

vista que a utilização de produtos seletivos é uma estratégia viável para a proteção e

conservação dos inimigos naturais em agroecossistemas.

A fim de gerar subsídios para o MIP na cultura do meloeiro, e considerando o

potencial e importância de C. externa como organismo regulador de populações de

insetos-praga. Este trabalho foi realizado com o objetivo de estudar os efeitos tóxicos

de inseticidas utilizados no controle de pragas do meloeiro, sobre ovos e pupas e de C.

externa, observando inclusive, os efeitos nas fases subsequentes do desenvolvimento

dos estágios contaminados do predador.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 POSIÇÃO TAXONÔMICA DOS CRISOPÍDEOS

Os crisopídeos pertencem a Ordem Neuroptera, Superfamília Hemerobioideae

e Família Chrysopidae. Esta família possui um importante número de gêneros relatados

para a região Neotropical, a saber: Chrysoperla Steinmann, Ceraeochrysa Adams,

Plesiochrysa Adams, Chrysopodes Navás, Leucochrysa Mclachlan, Loyola Navás,

Nacarina Navás, Meleoma Fitch, Vieira Navás, Berchmansus Navás, Gonzaga Navás

(BROOKS; BARNARD, 1990; FREITAS, 2001) e Ungla Navás (MONSERRAT;

FREITAS, 2005; FREITAS, 2007).

No Brasil, são relatadas 82 espécies da família Chrysopidae associadas aos

agroecossistemas, as quais se encontram distribuídas em sete gêneros, alocados em três

tribos: Belonopterygini Navás, Chrysopini Schneider e Leucochrysini Adams, sendo a

tribo Chrysopini a mais bem representada na entomofauna brasileira, encontrando-se,

inclusive, o gênero Chrysoperla (FREITAS; PENNY, 2001; FREITAS, 2003;

FREITAS, 2007). Uma característica marcante desse gênero é o fato de que suas larvas

não utilizam os restos de detritos e os exoesqueletos das presas para se camuflar como

fazem os demais crisopídeos (FREITAS; PENNY, 2001).

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2.2 BIOLOGIA DOS CRISOPÍDEOS

Os crisopídeos são insetos holometabólicos, ou seja, suas larvas diferem

radicalmente das formas adultas, tanto na aparência como nos hábitos, fator que lhes

confere grande vantagem evolucionária, visto que exploram diferentes nichos

ecológicos (FREITAS, 2001).

2.2.1 Fase de ovo

Os ovos são esféricos, com comprimento variando entre 0,7 e 2,3 mm e são

colocados na extremidade de um pedicelo cujo tamanho oscila entre 2 e 26 mm. Sua

coloração varia do amarelado ao verde-azulado quando ovipositados, mas escurecem à

medida que o embrião se desenvolve (FREITAS, 2001).

Segundo Canard e Principi (1984), a duração da fase de ovo depende da

espécie, e para uma mesma espécie, varia de acordo com a temperatura. A umidade

relativa na faixa de 20 e 80% não apresenta influência na duração dessa fase. Para ovos

de C. externa, Aun (1986) verificou que ao utilizar temperaturas na faixa de 18 a 32oC,

houve decréscimo de 11,2 até 3,0 dias respectivamente, sendo que, a 25oC a duração

foi de 4,7 dias. Estudos realizados por Albuquerque et al. (1994) também evidenciaram

decréscimo nesse período quando a temperatura se elevou, verificando-se uma duração

média de 5,0 e 4,0 dias a 23,9oC e 26,7

oC, respectivamente.

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2.2.2 Fase de larva

O desenvolvimento larval apresenta três instares, nos quais as larvas são

predadoras (CANARD; PRINCIPI, 1984). Em C. externa, as larvas recém-eclodidas

apresentam uma coloração marrom-acinzentada ou amarelo-palha, adquirindo, ao

longo do seu crescimento, uma coloração amarelada ou marrom-clara. As larvas são

campodeiformes, terrestres e não possuem o hábito de cobrirem-se com detritos

diversos ou com suas próprias exúvias, como acontece frequentemente em outras

espécies de crisopídeos. O corpo é relativamente estreito, alongado, fusiforme e

achatado dorsoventralmente, com o abdome não globoso (SOUZA, 1999).

Segundo Canard e Principi (1984) as larvas de crisopídeos apresentam

canibalismo, predando ovos e larvas da mesma espécie, porém, larvas saciadas nunca

se tornam canibais. De acordo com Ribeiro (1988) o canibalismo constitui uma relação

intraespecífica muito peculiar à fase de larva de C. externa. As larvas, logo após a

eclosão, podem predar ovos da mesma postura que estariam próximos de eclodir e, na

falta de alimento, outras larvas recém-eclodidas.

Venzon e Carvalho (1992), alimentando larvas de C. cubana com ovos de

Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae), obtiveram duração da fase

larval de 15,53 dias a 25°C. Maia et al. (2000) verificaram que a 24 oC a duração da

fase larval de C. externa, alimentada com o pulgão Schizaphis graminum (Fitch, 1856)

(Hemiptera: Aphididae), foi de 3,5±0,3; 3,3±0,3 e 3,8±0,4 dias, respectivamente, para

o primeiro, segundo e terceiro instares.

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2.2.3 Fases de pré-pupa e pupa

A larva de terceiro instar, após completar seu desenvolvimento, tece um casulo

esférico, feito de seda, produzida nos túbulos de Malpigh e excretada pelo ânus, onde

empupa. Algumas horas antes da ecdise imaginal, o adulto farato emerge da pupa

(CANARD; PRINCIPI, 1984). A duração e a sobrevivência das fases de pré-pupa e

pupa também são influenciadas pela temperatura, constatando-se uma acentuada

redução na sua duração em função de aumentos deste fator climático (AUN, 1986;

ALBUQUERQUE et al., 1994).

A fase de pré-pupa corresponde ao período que vai do início da confecção do

casulo até a última ecdise larval ocorrida no seu interior, podendo ser constatada pela

presença da exúvia, vista como um disco enegrecido em uma das extremidades do

casulo (RIBEIRO, 1988; SILVA, 1999). Segundo Nuñez (1988), a pupa é do tipo

exarada e de cor verde. Ao completarem o seu desenvolvimento, os adultos faratos

abandonam o casulo por meio de uma abertura circular, em geral na extremidade

oposta àquela que contém a última exúvia larval (BARNES, 1975; ABID et al., 1978).

2.2.4 Fase adulta

Ao abandonar o casulo pupal, o adulto farato, ou pré-imago, passa por uma

fase crítica do seu ciclo de vida, onde para transformar-se em adulto, ou imago, precisa

retirar as longas e finas antenas da queratoteca usando as mandíbulas, remover as asas

não expandidas da pteroteca e, finalmente, o terceiro par de pernas da podoteca. Após

esse processo ele está apto a mover-se independentemente e a procurar uma superfície

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onde possa descansar. As asas tornam-se completamente expandidas após um período

médio de meia hora. Depois disso, o adulto libera todos os restos metabólicos

acumulados na fase de larva sob a forma de mecônio, pois as larvas apresentam o canal

alimentar funcionalmente fechado entre o intestino médio e o posterior (CANARD;

PRINCIPI, 1984).

Segundo Hagen (1976), a qualidade do alimento ingerido pelas larvas pode

afetar, posteriormente, a reprodução dos adultos. De acordo com as afirmações de

Rousset (1984), ocorrendo uma deficiência alimentar durante a fase de larva, esta não

pode ser compensada pela melhor dieta do imago, pois a pré-vitelogênese inicia-se na

fase de pupa e, para o crescimento dos ovários, a fêmea utiliza reservas acumuladas na

fase larval. Quanto à longevidade dos adultos, Canard e Principi (1984) afirmam que

isto é uma característica inerente a cada espécie, e dentro da mesma espécie, é

dependente dos fatores ambientais, como temperatura, umidade relativa, luz, qualidade

e quantidade do alimento consumido. Kuznetsova (1969) obteve em seus

experimentos, que a maior longevidade (80 a 82 dias) e fecundidade em C. carnea

ocorreram na temperatura de 20°C e 80% de umidade relativa.

2.3 IMPORTÂNCIA DOS CRISOPÍDEOS

Os crisopídeos são predadores muito vorazes e ocorrem em diversos cultivos de

importância agrícola, sendo capazes de se alimentar de grandes quantidades de suas

presas (FREITAS, 2001). No Brasil, estudos avançados sobre a biologia desses insetos

restringem-se a poucas espécies, com destaque para C. externa e Ceraeochrysa cubana

(Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae), visando sua inclusão nos programas de

controle integrado de pragas (FIGUEIRA et al., 2000).

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Canard e Principi (1984) relacionaram crisopídeos como predadores de insetos

de várias ordens e famílias, como afídeos, tripes, cochonilhas, cigarrinhas, moscas-

brancas, psilídeos, ovos e larvas de coleópteros, dípteros, outros neurópteros, ovos e

lagartas neonatas de lepidópteros, além de ácaros. Ribeiro et al. (2007) relataram a

predação de larvas de C. externa sobre ovos e lagartas do minador-dos-citros

Phyllocnistis citrella Stainton (Lepidoptera: Gracillariidae).

Em cultivos de algodão, as primeiras referências sobre o uso de crisopídeos

como agentes de controle de insetos-praga foram feitas por Ridgway e Jones (1968,

1969) e Ridgway (1969), que relataram a utilização de Chrysoperla carnea (Stephens)

(Neuroptera: Chrysopidae) no Texas, visando o controle de Heliothis virescens

(Fabricius) e Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae). Segundo os autores,

duas liberações do predador, totalizando 726.464 larvas por hectare, reduziram as

populações dessas pragas em até 96%.

De acordo com Freitas (2001), os crisopídeos além de se alimentarem de vários

tipos de presas, são encontrados tanto em ambientes naturais, ou seja, aqueles que não

sofrem ação direta do homem, como em diversos agroecossistemas, evidenciando

assim a grande plasticidade ecológica desses insetos. Crisopídeos têm despertado a

atenção quanto ao seu uso no controle de insetos e ácaros-praga desde o final do século

XX, e seu potencial de uso como agentes de controle biológico cresceu à medida que

se passou a conhecer melhor sua biologia (FREITAS, 2001).

2.4 POTENCIAL DE USO DOS CRISOPÍDEOS

De acordo com Freitas (2001) os crisopídeos são predadores extremamente

vorazes. Murata et al. (2006) ao testarem a capacidade de consumo de larvas de C.

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externa sobre ovos de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera:

Crambidae), S. cerealella e A. kuehniella, verificaram que cada larva consumiu um

total de 567,39, 930,62 e 1.553,09 ovos da presa, respectivamente, para completar o

seu ciclo.

Figueira e Lara (2004), ao estudarem a relação predador/presa em liberações

inundativas de C. externa para o controle do pulgão-verde Schizaphis graminum

(Fitch, 1856) (Hemiptera: Aphididae) em genótipos de sorgo (Sorghum bicolor L.),

verificaram as relações 1:5 e 1:10, no genótipo suscetível BR007B, reduziram a

população do afídeo a apenas 3,2 e 3,8 indivíduos por planta, respectivamente,

enquanto que na testemunha, sem liberações de C. externa, a densidade de S.

graminum foi de 435,0 indivíduos por planta.

Pessoa et al. (2004) alimentando larvas de C. externa com Aphis gossypii

(Glover, 1877) (Hemiptera: Aphididae) em quatro diferentes cultivares de algodoeiro,

verificaram que o consumo total por larva de C. externa foi em torno de 500 ninfas de

terceiro e quarto instares do afídeo. Ribeiro et al. (2007) avaliando a capacidade

predatória de larvas de C. externa sobre Phyllocnistis citrella Stainton, 1856

(Lepidoptera: Gracillariidae), verificaram que larvas de primeiro instar do crisopídeo

apresentaram predação de 21,1% para ovos da lagarta, enquanto que larvas de segundo

instar do predador tiveram maior predação sobre lagartas de segundo instar da presa

(34,8%) e larvas de terceiro instar do crisopídeo mostraram maior índice de predação

sobre lagartas de terceiro instar da presa (43,2%).

Liao et al. (1985) verificou que larvas de Chrysoperla rufilabris (Burmeister,

1839) (Neuroptera: Chrysopidae) chegam a predar 82,2 exemplares de Monellia

caryella (Fitch, 1855) (Hemiptera: Aphididae) por dia. Já Ribeiro (1988) e Moraes

(1989) observaram que larvas de C. externa não passaram do segundo instar, e larvas e

C. cubana do terceiro instar, quando foram alimentadas com Toxoptera citricida

(Kirkaldy, 1907) (Hemiptera: Aphididae), o pulgão-dos-citros. Segundo Burke e

Martin (1956) larvas de Chrysopa oculata (Say,1839) (Neuroptera: Chrysopidae),

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alimentadas com pulgões-do-algodoeiro, consumiram em média 256,6 pulgões durante

seu desenvolvimento, enquanto adultos da mesma espécie chegaram a consumir 453,0

pulgões em dez dias.

Em seringueira (Hevea brasiliensis), o combate do percevejo-de-renda

Leptopharsa heveae (Drake & Poor, 1935) (Hemiptera: Tingidae) utilizando

crisopídeos já foi estudado. Os experimentos demonstraram que em condições de

laboratório uma única larva de Ceraeochrysa cincta (Schneider, 1851) (Neuroptera:

Chrysopidae), durante o seu período larval chegou a consumir 2.949 ninfas de L.

heveae de primeiro instar; 1.651 de segundo instar; 938 de terceiro instar; 509 de

quarto instar; 229 de quinto instar e ainda 130 adultos (SCOMPARIN, 1997).

De acordo com Freitas (2001) em plantios de roseiras, onde os pulgões são

insetos-pragas preocupantes, com destaque à espécie Rhodobium porosum (Sanderson,

1900) (Hemiptera: Aphididae), formado grandes colônias nos botões florais e brotos

novos sugando a seiva e causando sérios prejuízos, os crisopídeos apresentam alto

potencial para controlar essa praga. De acordo com o mesmo autor, a espécie C.

externa foi capaz de predar 192 pulgões durante seu desenvolvimento, alimentando-se

de aproximadamente 20 pulgões por dia e larvas de C. cincta consumiram em torno de

139 pulgões durante seu ciclo de desenvolvimento. Freitas (2001) relatou que

liberações de larvas de segundo instar de Chrysopa carnea (Stephens) (Neuroptera:

Chrysopidae) em plantios de pimenta (Capsicum spp) controlaram com sucesso a

infestação de Aphis craccivora Koch (Hemiptera: Aphididae), havendo controle

populacional de 98% após seis dias da liberação. Malet et al. (1994) obtiveram sucesso

em liberações de larvas de segundo instar de Chrysoperla lucasina (Neuroptera:

Chrysopidae) na relação 1:20 no controle de A. gossypii em plantio de melão, com

indução de infestação do afídeo no sul da França, relatando ainda que, somente o

controle biológico foi suficiente para controlar essa praga.

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2.5 CARACTERÍSTICAS GERAIS DE SELETIVIDADE DE PRODUTOS

FITOSSANITÁRIOS A ORGANISMOS BENÉFICOS

Para proteção dos inimigos naturais em um ecossistema agrícola é essencial o

uso de inseticidas eficientes contra a praga e relativamente seguros em relação aos

agentes de controle biológico. Portanto, na interação entre os controles químico e

biológico, é necessário conhecer as formas de seletividade e as condições de uso de um

inseticida para reduzir, minimizar ou mesmo eliminar o seu impacto sobre os

organismos benéficos (GRAVENA; LARA, 1976).

Os inseticidas podem apresentar dois tipos de seletividade: a fisiológica e a

ecológica. A seletividade fisiológica consiste na maior toxicidade de um inseticida à

praga do que a seus inimigos naturais, em fase das variações fisiológicas na

sensibilidade desses organismos aos produtos fitossanitários. Já a seletividade

ecológica é obtida através do uso de técnicas de aplicação do inseticida que minimizem

a exposição do inimigo natural ao produto (PEDIGO, 1989).

Gazzoni (1994) também definiu seletividade como sendo a capacidade do

pesticida em controlar uma determinada praga, causando o mínimo efeito sobre outros

componentes do ecossistema. Para proteção dos inimigos naturais e sucesso de

programas de MIP, é essencial o uso de produtos fitossanitários eficientes contra as

pragas e que não afetem as espécies benéficas. Por essa razão, são chamados de

seletivos (BROADENT; PREE, 1984; DEGRANDE; GOMEZ, 1990).

A utilização de produtos fitossanitários de alta toxicidade, largo espectro de

ação e com efeito residual prolongado, são reconhecidas por diversos autores como a

principal causa de desequilíbrios biológicos em agroecossistemas. Eles provocam

fenômenos como ressurgência de pragas, aumento de pragas que normalmente são

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secundárias e seleção de populações de insetos resistentes (FRANÇA, 1984;

GRAVENA, 1984; PREZOTTI, 1993; VELLOSO, 1994).

Uma das formas para evitar, ou mesmo retardar esses fenômenos, seria a

utilização de produtos químicos seletivos (CROCOMO, 1984). Dessa forma, testes de

avaliação de toxicidade de compostos sobre inimigos naturais vêm aumentando a cada

dia nas diferentes partes do mundo (HASSAN, 1988; HASSAN et al., 1988; HASSAN,

1992; HASSAN et al., 1994; REIS, 1996). Em alguns países da Europa, testes de

seletividade de produtos fitossanitários a organismos benéficos são considerados pré-

requisitos para seus registros comerciais (FRANZ et al., 1980), o que auxilia na

implantação do MIP (DEGRANDE, 1996).

Testes de seletividade vêm se tornando obrigatórios em vários países, exigindo

o desenvolvimento de técnicas padrões aprovadas internacionalmente, permitindo o

intercâmbio de resultados entre pesquisadores de diversos países e economizando

recursos utilizados na duplicidade de testes (HASSAN, 1997).

A “International Organization for Biological and Integrated Control of

Noxious Animals and Plants (IOBC), West Paleartic Regional Section (WPRS)”

possui um grupo de trabalho desde 1974, conhecido como “Working Group Pesticides

and Beneficial Organisms”. Esse grupo vem trabalhando para desenvolver métodos

padronizados de testes de laboratório, semi-campo e campo, para avaliar a seletividade

de produtos fitossanitários a organismos benéficos (HASSAN, 1994).

Considerando que um único método de avaliação de seletividade não fornece

informações suficientes para verificar os efeitos prejudiciais dos pesticidas aos

organismos benéficos, os pesquisadores do grupo de trabalho da IOBC recomendam a

condução de uma sequência particular de testes. Inicia-se em condições de laboratório,

posteriormente em semi-campo e terminando em campo. Devido à impossibilidade de

se avaliar todas as espécies de inimigos naturais existentes nos agroecossistemas,

recomenda-se selecionar um número limitado de espécies. O processo de seleção da

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espécie a ser avaliada deve se basear, principalmente, na sua relevância dentro do seu

hábitat.

As principais técnicas utilizadas para bioensaios de seletividade são: a) contato

com superfícies contaminadas (HASSAN, 1977; HASSAN et al., 1987; HASSAN et

al., 1991 e 1994; BRANCO; FRANÇA, 1995), b) imersão em caldas tóxicas (SOUZA

et al., 1987; PREZOTTI et al., 1996; CARVALHO, 1998) , c) análise residual ou de

persistência (JACOBS et al., 1984; YU et al., 1984; PAUL; AGARWAL, 1989;

KRING; SMITH, 1995) e d) pulverização direta (HOHMANN, 1991; PREZOTTI,

1993; CARVALHO et al., 1994).

2.6 SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS

CRISOPÍDEOS

Diversos trabalhos científicos disponíveis na literatura têm retratado os efeitos

de seletividade de compostos químicos recomendados ou utilizados em um grande

número de culturas de interesse econômico no Brasil e no mundo. Como resultado,

pode-se observar que a seletividade sofre variações em função de inúmeros fatores,

como a forma de exposição ao composto ou da fase de desenvolvimento em que o

pesticida é ministrado sobre os predadores (GODOY et al., 2004a; GODOY et al.,

2004b; FERREIRA et al., 2005; SILVA et al., 2005; FERREIRA et al., 2006; SILVA

et al., 2006; MOURA, 2007).

Um dos estádios de desenvolvimento dos insetos mais resistentes à ação de

produtos fitossanitários é a fase de ovo (GRAFTON-CARDWELL; HOY, 1985). Patel

e Vyas (1985) relataram que a ação toxicológica dos inseticidas para ovos deve estar

relacionada à sua habilidade de penetração através do córion.

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Estudos de efeitos de compostos sobre ovos de crisopídeos predadores têm

evidenciado que, nesta fase, o inseto apresenta-se mais tolerante à maioria dos

compostos já avaliados (BUENO; FREITAS, 2001; CARVALHO et al., 2002;

GODOY et al., 2004b; FERREIRA et al., 2005). Por outro lado, observou-se ainda,

que alguns compostos interferem no desenvolvimento embrionário, reduzindo a

viabilidade de ovos tratados (FERREIRA et al., 2005). Rocha (2008) estudando os

efeitos de compostos sobre ovos, também encontrou resultados em que não houve

efeito prejudicial na duração do período embrionário, entretanto, o inseticida

imidacloprido reduziu a viabilidade dos mesmos. Silva et al. (2012) verificaram que os

produtos aplicados na fase de ovo também não se mostraram prejudicial quanto a

duração.

A suscetibilidade da fase larval de crisopídeos a diferentes produtos

fitossanitários varia em função da espécie e do grupo químico do composto. Lingren e

Ridgway (1967) verificaram que larvas de segundo e terceiro instares de C. carnea

foram altamente tolerantes aos organofosforados triclorfom e demetom. Plapp e Bull

(1978) pesquisando os efeitos de diferentes grupos de inseticidas para larvas de C.

carnea, observaram que os organofosforados foram os mais tóxicos, enquanto que os

piretróides sintéticos apresentaram toxicidade intermediária.

Em condições de laboratório, os produtos lufenurom e deltametrina foram

considerados nocivos às larvas de C. externa, enquanto que abamectina, óxido de

fenbutatina, tiaclopride e tebufenozide mostraram-se seletivos (GODOY et al., 2004b).

As larvas de C. externa apresentam o período de desenvolvimento dividido em três

estádios larvais. Trabalhos têm demonstrado significativa diferença de seletividade

entre estes estádios. Larvas de terceiro instar tem sido relatadas com maior frequência

com maior tolerância a vários compostos químicos em relação às demais

(CARVALHO et al., 2003; GODOY et al., 2004b; SILVA et al., 2005; FERREIRA et

al., 2006).

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Para a fase de pupa Moura et al. (2009) obteve resultados onde triclorfom,

enxofre e abamectina prolongaram o estágio de desenvolvimento apenas para a

população de C. externa proveniente de Vacaria, RS, o qual diferiu daquele obtido para

a população proveniente de Bento Gonçalves, RS. Para os demais compostos, não

foram observadas diferenças na duração dessa fase de desenvolvimento entre as duas

populações de C. externa estudadas. Esses resultados possivelmente confirmam as

hipóteses relatadas por Croft (1990), que comentou existir respostas diferenciadas para

os produtos mesmo entre populações de mesma espécie, principalmente aquelas

provenientes de habitats distintos, com seleção de espécimes tolerantes ou não a

determinados produtos.

De acordo com trabalhos realizados com diferentes espécies de crisopídeos, os

adultos desse predador são bastante sensíveis aos produtos fitossanitários. Silva et al.

(2006) constataram elevada toxicidade de clorpirifós e betaciflutrina para adultos

expostos. Ainda em relação aos espécimes de adultos, estudos realizados por Moura

(2009) revelaram mortalidade de 100% para adultos tratados com carbaril, fenitrotiom

e metidatiom, quando aplicados sobre espécimes de C. externa oriundos de Bento

Gonçalves, RS.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios foram desenvolvidos no Laboratório de Entomologia Aplicada do

Setor de Fitossanidade do Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal

Rural do Semi-Árido–UFERSA. Os experimentos foram realizados de acordo com a

metodologia padrão da “International Organization for Biological and Integrated

Control of Noxious Animals and Plants” (IOBC) (HASSAN et al., 1985; HASSAN et

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al., 1991 e 1994; HASSAN; DEGRANDE, 1996; SAMSOE-PETERSEN et al., 1989;

IOBC/WPRS, 1992).

3.1 PROCEDÊNCIA DOS INSETOS

Adultos de C. externa foram coletados em plantios comerciais de meloeiro

com auxílio de rede entomológica, acondicionados em sacos plásticos no campo e em

seguida transportados ao Laboratório de Entomologia Aplicada da UFERSA para

obtenção de uma criação massal de manutenção para ensaios de toxicidade.

3.2 CRIAÇÃO DE MANUTENÇÃO DE C.externa

Realizada a identificação e sexagem, os mesmos foram separados e criados em

gaiolas de cloreto de polivinila (PVC) cilíndricas, com 10 cm de diâmetro e 20 cm de

altura, revestidas internamente com papel sulfite, utilizado como substrato de

oviposição. Os adultos foram alimentados com lêvedo de cerveja + mel (1:1)

(BIAGIONI; FREITAS, 2001), pincelada em fita plástica com 1,0 cm de largura e 5,0

cm de comprimento, fixada no interior da unidade de criação, e sendo trocada a cada

dois dias. Na parte superior de cada gaiola foi colocado um eppendorff de capacidade

para 1 mL contendo um chumaço de algodão saturado com água destilada, trocado

diariamente. De dois em dois dias, os adultos eram transferidos para outra gaiola,

retirava-se o papel sulfite e coletavam-se os ovos com o auxílio de uma tesoura de

ponta fina. Os ovos coletados foram individualizados em tubos de vidro 2,0 cm de

diâmetro e 8,0 cm de altura até a eclosão das larvas, esse procedimento é realizado a

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fim de impedir o canibalismo entre as larvas e facilitar a manipulação das mesmas.

Durante o período larval foram alimentadas, a cada dois dias, com ovos de Anagasta

kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae). Os ovos de A. kuehniella foram

provenientes da biofábrica Insecta Agentes Biológicos, Lavras - Minas Gerais.

Os tubos de vidro contendo larvas individualizadas foram acondicionados em

bandejas de plástico com dimensões de (20 cm de largura x 40 cm de comprimento) e

colocados em prateleiras de aço até as larvas atingirem o estágio adulto. Após a

emergência, os adultos foram sexados, observando-se a genitália externa sob

microscópio estereoscópio. Foram, então, transferidos para novas gaiolas de PVC para

acasalamento e obtenção de novos ovos, dando continuidade à criação de manutenção.

As condições de temperatura e umidade relativa da sala de criação foram de 25 ± 2ºC e

70 ± 10%, respectivamente, com fotofase de 12 horas.

3.3 PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AVALIADOS

Para os testes de toxicidade foram utilizados produtos fitossanitários

recomendados para controle de insetos-pragas da cultura do meloeiro. Os produtos

foram aplicados nas maiores concentrações recomendados pelos fabricantes. Os

compostos com seus respectivos nomes comerciais, ingredientes ativo, concentrações

utilizadas (dose) e grupos químicos estão apresentados na Tabela 1. O tratamento

testemunha foi constituído somente de água destilada. As pulverizações foram

realizadas por meio de um pulverizador pressurizado manualmente, com capacidade de

500 mL e vazão de 0,58 mL/s e taxa de aplicação média 1,5±0,5m de calda

química/cm².

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Tabela 1. Nome comercial, ingrediente ativo, dose e grupo químico dos produtos

fitossanitários utilizados na cultura do meloeiro, em testes de toxicidade sobre

diferentes fases de desenvolvimento de C. externa em condições de laboratório.

Nome

comercial

Ingrediente

Ativo

Dose

(g i.a./ L de

água)

Grupo

Químico

Focus WP Clotianidina 0,1 Neonicotinóide

Chess 500WG Pimetrozina 0,25 Piridina Azometina

Karate Zeon 50 CS Lambda-Cialotrina 0,025 Piretróide

Premio Clorantraniliprole 0,0025 Antranilamida

Rumo Indoxacarbe 0,036 Oxadiazina

Cordial 100 Piriproxifem 0,1 Eter Piridiloxipropilico

Connect Beta-

Ciflutrina/Imidacloprido 0,0625+0,5 Piretróide/Neonicotinóide

Evidence 700 WG Imidacloprido 1,05 Neonicotinóide

Akito Beta-Cipermetrina 0,04 Piretróide

3.4 EFEITO DOS INSETICIDAS SOBRE OS OVOS DE C. externa

Trinta ovos de C. externa com até vinte e quatro horas de idade provenientes

da criação de manutenção, para cada tratamento, foram colocados em placas de Petri

de 10 cm de diâmetro e pulverizados com inseticidas, sendo o tratamento testemunha

constituído somente de água destilada (item 3.3). Após a pulverização, as placas foram

mantidas à sombra por 2h para diminuição da umidade da superfície dos ovos. Em

seguida, os ovos foram individualizados em tubos de vidro de 2,0 cm de diâmetro por

8,0 cm de altura, vedados na sua parte superior com filme plástico de cloreto de

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polivinila (PVC) e mantidos em sala climatizada a 25 ± 2ºC, UR 70 ± 10% e 12h de

fotofase.

De doze em doze horas, foram realizadas avaliações de toxicidade nos ovos,

até a eclosão das larvas. Após eclosão, as larvas foram alimentadas ad libitum com

ovos de A. kuehniella (item 3.2) até se transformarem em pupas. As pupas

permaneceram nos tubos de vidro até a emergência de adultos, onde foram sexados,

agrupados em casais e distribuídos na proporção de um casal por gaiola de PVC de 15

cm de diâmetro por 10 cm de altura, totalizando no mínimo cinco e no máximo 15

casais por tratamento. As mesmas eram revestidas internamente com papel sulfite,

utilizado como substrato de oviposição, e alimentados com lêvedo de cerveja + mel

(1:1) (BIAGIONI; FREITAS, 2001; CARVALHO; SOUZA, 2000), pincelada em fita

plástica com 1,0 cm de largura e 5,0 cm de comprimento, fixada no interior da unidade

experimental, sendo trocada a cada dois dias. Na parte superior de cada gaiola foi

colocado um eppendorf com capacidade de 1 mL contendo um chumaço de algodão

saturado com água destilada, que era trocado diariamente.

Após o período de pré-oviposição, durante quatro semanas consecutivas e três

vezes por semana, foram retirados os ovos de cada gaiola e realizada a contagem. Em

cada contagem de ovos, eram individualizados aleatoriamente, 100 ovos por

tratamento, com o auxílio de um pincel de ponta fina, em compartimentos de placa de

microtitulação usadas em testes ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay),

fechados com PVC laminado e, mantidos em sala climatizada nas mesmas condições

citadas anteriormente (item 3.2). O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado com dez tratamentos (item 3.3) e dez repetições, sendo a

parcela constituída de três ovos.

Os parâmetros biológicos avaliados foram à duração e sobrevivência da fase

imatura, a razão sexual dos adultos provenientes dos ovos tratados, como também a

oviposição média total/ fêmea no período avaliado e a viabilidade dos ovos da

progênie.

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3.5 EFEITO DOS INSETICIDAS SOBRE PUPAS DE C. externa

Para realização deste bioensaio, trinta pupas com até 48h de idade de C.

externa por tratamento (item 3.3), provenientes da criação de manutenção (item 3.2),

foram transferidas para em placas de Petri de 10 cm de diâmetro para serem

pulverizadas. Após aplicação dos inseticidas, as pupas foram individualizadas em

tubos de vidro (2,0 cm de diâmetro x 8,0 cm de altura), e mantidas em sala climatizada

regulada a 25±2ºC, UR 70±10% e 12h de fotofase. Avaliações foram realizadas

diariamente até a emergência dos adultos. Em seguida, os adultos foram agrupados em

casais e distribuídos na proporção de um casal por gaiola de PVC de 15 cm de

diâmetro x 10 cm de altura, totalizando no mínimo cinco e no máximo 15 casais por

tratamento. As gaiolas eram revestidas internamente com papel sulfite, utilizado como

substrato de oviposição, e alimentados com lêvedo de cerveja + mel (1:1) (BIAGIONI;

FREITAS, 2001; CARVALHO; SOUZA, 2000), pincelada em fita plástica com 1,0 cm

de largura e 5,0 cm de comprimento, fixada no interior da unidade experimental, sendo

trocada a cada dois dias. Na parte superior de cada gaiola foi colocado um tubo

eppendorff com capacidade de 1 mL contendo um chumaço de algodão saturado com

água, que era trocado diariamente. Durante quatro semanas consecutivas e três vezes

por semana, realizou-se a contagem do número de ovos ovipositados de cada fêmea.

Em cada contagem eram selecionados e individualizados aleatoriamente 100 ovos de

cada tratamento, os quais eram acondicionados em compartimentos de placa de

microtitulação usadas em teste ELISA, fechadas com PVC laminado e mantidas em

sala climatizada, nas mesmas condições citadas anteriormente.

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O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com dez

tratamentos (item 3.3) e dez repetições, sendo cada parcela constituída de três pupas.

Avaliou-se a duração e sobrevivência da fase de pupa, razão sexual, mortalidade de

adultos e viabilidade dos ovos da progênie.

3.6 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS COM

BASE NOS PADRÕES ESTABELECIDOS PELA IOBC

A mortalidade total dos insetos (desde a fase testada até a emergência dos

adultos) foi corrigida pela fórmula de Abbott (1925). Para adultos provenientes de

ovos ou pupas tratadas, foi avaliado o número de ovos até 30 dias após o período de

pré-oviposição. Após avaliação da toxicidade, os produtos foram enquadrados em

classes (Tabela 1), em função da redução da capacidade benéfica e mortalidade do

predador, que foi obtida pela fórmula de efeito total de Overmeer e Van Zon (1982),

conforme proposto por Vogt (1992), sendo:

E= 100% - (100% - M%) x R1 x R2

onde:

E= efeito total (%);

M%= mortalidade corrigida em função do tratamento testemunha (Abbott, 1925);

R1= razão entre a média diária de ovos ovipositados por fêmea tratada e não tratada;

R2= razão entre a média de ovos férteis e ovipositados por fêmea tratada e não tratada.

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Tabela 2. Classe de toxicidade de produtos fitossanitários para C. externa, em função

do efeito total (E), em testes de laboratório.

Classe* Grau de toxicidade E (%)

1 Inócuo < 30

2 Levemente nocivo 30 a 79

3 Moderadamente nocivo 80 a 99

4 Nocivo >99

*Classe de toxicidade, segundo Hassan e Degrande (1996).

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS BIOLÓGICOS AVALIADOS

A análise dos dados foi realizada utilizando-se o software livre R (R CORE

TEAM, 2012). Os valores de viabilidade, sobrevivência e duração das fases foram

verificados quanto à normalidade dos dados e homogeneidade das variâncias, e

transformados nos casos necessários para arcoseno (viabilidade e sobrevivência) e

log10 (duração), sendo então submetidos à análise de variância e tendo as médias

separadas pelo teste de Scott-Knott. Nos casos em que mesmo sob transformação os

dados não obedeceram às pressuposições de normalidade e homogeneidade, estes

foram analisados pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. A razão sexual foi

calculada pelo teste de x2 para igualdade de proporções, assumindo a razão padrão de

1:1.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 EFEITO DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS A OVOS DE C.

externa

O contato dos inseticidas com ovos de C. externa não resultou em efeito

prejudicial ao período embrionário, com as médias variando de 3,9 a 4,0 dias (Tabela

3). Esses resultados assemelham-se aos obtidos por Silva et al. (2012), que realizaram

aplicação em ovos de C. externa com o piretróide betaciflutrina (0,013 g i. a./L) e com

o de Vilela et al. (2010a), para outro piretróide fenpropatrina (0,15 e 0,3 g i. a./L).

Rocha (2008) aplicando dois inseticidas do grupo dos neonicotinóides, tiametoxam

(0,50 g i. a./L) e imidacloprido (0,70 g i. a./L) também verificou que os compostos não

foram prejudiciais ao período embrionário.

A viabilidade média foi de 63,3%±2,65, não diferindo entre os tratamentos.

Esse resultado ocorreu, possivelmente, devido às diferentes camadas do córion, que

devem ter atuado como uma barreira físico-química à entrada das moléculas dos

produtos. Godoy et al. (2004b) também encontraram resultados onde a viabilidade não

foi afetada, com médias variando de 70,0% a 90,0%.

Com relação à razão sexual, o inseticida lambda-cialotrina aumentou

significativamente a emergência das fêmeas em relação aos demais tratamentos

utilizados (Tabela 3). Dessa maneira, ovos que receberam a aplicação de lambda-

cialotrina apresentaram uma razão sexual média de 0,75, enquanto que, para os demais

tratamentos, variou de 0,38 a 0,63. A maioria dos trabalhos de pesquisa com

crisopídeos caracteriza a variação na razão sexual em virtude dos alimentos fornecidos

às fases jovens dos insetos (Bezerra et al., 2006), não existindo trabalhos a respeito

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dessa variação biológica relacionada aos produtos fitossanitários em que os insetos são

expostos.

Tabela 3 – Duração (dias) da fase de ovo, larvas de primeiro, segundo e terceiro

instares, pré-pupa e pupa, e razão sexual (média ± erro padrão) de C. externa,

provenientes de ovos submetidos aos tratamentos.

Tratamento

Duração (Dias ± EP) Razão

Sexual 2 ovo

1

instar 1

instar 1

instar 1

Pré-

pupa 1

Pupa 1 Total

1

Controle 4,0±0,06

a

3,1±0,05

a

2,6±0,05

a

3,3±0,17

b

3,1±0,09

a

6,5±0,09

a

22,5±0,19

b 0,43

Clotianidina 4,0±0,06

a

3,0±0,08

a

2,7±0,09

a

3,0±0,10

b

3,0±0,06

a

6,5±0,08

a

22,1±0,13

b 0,44

Pimetrozina 4,0±0,05

a

3,0±0,04

a

2,6±0,05

a

3,1±0,07

b

3,1±0,12

a

6,4±0,09

a

22,2±0,14

b 0,63

Lambda-cialotrina 4,0±0,05

a

3,1±0,07

a

2,7±0,09

a

3,2±0,11

b

3,3±0,09

a

6,3±0,06

a

22,6±0,15

b 0,75*

Clorantraniliprole 3,9±0,05

a

3,1±0,08

a

2,6±0,08

a

3,2±0,17

b

3,2±0,10

a

6,4±0,11

a

22,5±0,31

b 0,38

Indoxacarbe 4,0±0,03

a

3,0±0,00

a

2,7±0,09

a

3,8±0,18

a

3,1±0,13

a

6,4±0,15

a

23,0±0,26

a 0,53

Piriproxifem 4,0±0,07

a

3,2±0,10

a

2,8±0,13

a

3,9±0,20

a

3,1±0,06

a

6,5±0,10

a

23,2±0,25

a 0,61

Beta-ciflutrina

+Imidacloprido

4,0±0,02

a

3,5±0,28

a

2,8±0,15

a

3,3±0,12

b

3,2±0,10

a

6,4±0,08

a

22,7±0,30

b 0,47

Imidacloprido 3,9±0,04

a

3,2±0,07

a

2,5±0,08

a

3,5±0,18

a

3,2±0,19

a

6,5±0,08

a

22,5±0,22

b 0,43

Beta-cipermetrina 4,0±0,04

a

3,2±0,08

a

2,9±0,10

a

3,5±0,18

a

3,1±0,06

a

6,5±0,13

a

23,1±0,27

a 0,65

1Valores nas colunas acompanhados da mesma letra não diferem pelo teste não paramétrico de

Kruskal-Wallis ao nível de significância de 0,05. 2Valores na coluna acompanhados de um “*” diferem estatisticamente da razão esperada de 1:1

pelo teste de x2 para igualdade de proporções, ao nível de significância de 0,05.

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Uma das hipóteses para a variação promovida pelo produto lambda-cialotrina,

possivelmente esteja associada a alterações comportamentais e/ou fisiológicas nos

insetos durante a fase jovem. Tais alterações, provenientes da contaminação das larvas

com os resíduos do produto presente no córion do ovo quando da sua eclosão, poderia

estar comprometendo à alimentação dos insetos, contudo, novos trabalhos deverão ser

realizados com intuito de obter tais informações.

Silva et al. (2012) quando aplicaram o piretróide betaciflutrina (0,013 i. a./L)

em ovos de C. externa encontraram a razão sexual de 0,39. Essa diferença em relação a

presente pesquisa, possivelmente esteja associada às diferenças de ingredientes ativos e

dosagens utilizadas nos experimentos realizados.

A oviposição média total no período avaliado foi de 563,7±36,73 não diferindo

entre os tratamentos, assim como o período de pré-oviposição de 5,5±0,20 dias

também não diferiu estatisticamente, desta forma, os produtos nas dosagens testadas

não alteraram a fertilidade das fêmeas oriundas de ovos tratados. Torres et al. (2009)

avaliaram o efeito dos piretróides fempropatrina e zetacipermetrina sobre C. externa,

observaram que não houve diferença significativa na média de oviposição. Silva

(2004) ao avaliar o efeito do piretróide betaciflutrina sobre C. externa, também

observou que não houve diferença significativa na média de oviposição. Isto pode ser

explicado pelo fato de C. externa possuir tolerância a alguns piretróides, conforme

relatado por Grafton-Cardwell e Hoy (1985).

A viabilidade dos ovos dos adultos provenientes de ovos contaminados com

inseticidas diferiu para os tratamentos clotianidina, pimetrozina, lambda-cialotrina,

indoxacarbe, piriproxifem, beta-ciflutirna+imidacloprido e imidacloprido. Esses

produtos reduziram a viabilidade os ovos, ocasionando, consequentemente, uma

redução no número de insetos da geração subsequente (Tabela 4).

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Tabela 4 - Viabilidade dos ovos da progênie (± EP) provenientes de ovos de C. externa

contaminados com inseticidas em condições de laboratório.

Tratamento Viabilidade de ovos da progênie (±EP)

Viáveis1 Inviáveis

1 Inférteis

1

Controle 89,0±3,0a 9,0±3,0a 2,0±1,0b

Clotianidina 78,0±4,0b 15,0±3,0a 7,0±2,0a

Pimetrozina 78,0±4,0b 16,0±4,0a 5,0±1,0a

Lambda-cialotrina 79,0±4,0b 17,0±3,0a 3,0±1,0b

Clorantraniliprole 80,0±4,0a 15,0±4,0a 3,0±1,0b

Indoxacarbe 74,0±4,0b 19,0±5,0a 7,0±2,0a

Piriproxifem 73,0±5,0b 24,0±5,0a 4,0±1,0b

Beta-Ciflutrina/

Imidacloprido 69,0±5,0b 28,0±4,0a 4,0±1,0b

Imidacloprido 75,0±6,0b 20,0±6,0a 5,0±1,0a

Beta-cipermetrina 85,0±4,0a 13,0±4,0a 3,0±1,0b 1Valores nas colunas acompanhados da mesma letra não diferem pelo teste de Scott-

Knott ao nível de significância de 0,05.

Para os produtos aplicados sobre ovos de C. externa, verificou-se que os

compostos clotianidina, pimetrozina, lambda-cialotrina, indoxacarbe, piriproxifem,

beta-ciflutrina+imidacloprido e beta-cipermetrina foram inseridos na classe 1, como

inócuos (E < 30). Já os inseticidas clorantraniliprole e imidacloprido se enquadraram

na classe 2, como levemente nocivos (30 ≤ E ≤ 79%) (Tabela 5).

O efeito de imidacloprido sobre C. externa foi avaliado por Bueno & Freitas

(2001), os quais observaram que o produto foi nocivo para ovos e larvas de primeiro

instar e levemente nocivo quando aplicados sobre larvas de segundo e terceiro instares

desse predador. Rocha (2008) constatou que tiametoxam e imidacloprido, compostos

pertencentes ao mesmo grupo químico dos neonicotinóides, apresentaram efeito

semelhante aos encontrados nesta pesquisa, classificando-os como levemente nocivos a

fase de ovo. Carvalho et al. (2002) trabalhando com os piretróides esfenvalerate e

fempropatina também classificou os produtos como inócuos, corroborando para os

resultados aqui encontrados. Godoy et al. (2004b), avaliando o efeito do piretróide

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deltametrina, classificou como levemente nocivo, resultado divergente dos encontrados

neste trabalho, onde todos os piretróides avaliados foram classificados como inócuos a

fase de ovo. Essa divergência de resultado pode estar relacionada às metodologias

empregadas pelos autores (diferentes técnicas de aplicação, dosagens, espécies e

origem das populações avaliadas).

Não foram encontrados trabalhos na literatura com resultados para comparar o

efeito do clorantraniliprole quando aplicados a fase de ovo dos crisopídeos. Como se

trata de um produto com modo de ação por ingestão e contato e que atua nos receptores

de rianodina, modulando os canais de Ca+ intracelulares presente nos músculos e

neurônios, possivelmente as larvas ao eclodirem se contaminaram com resíduos do

produto que havia na superfície externa do ovo ocasionando os índices de mortalidade

larvais observados (Tabela 5).

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Tabela 5 - Porcentagem de mortalidade provocada pelos tratamentos, quando aplicados sobre ovos de C. externa, número

médio de ovos/dia/fêmea, fertilidade dos ovos (%), e o efeito total (E) seguido pela classificação de toxicidade dos

compostos, pela IOBC.

Tratamentos

População

Inicial

(ovos)

Ovos

Inviáveis

Larvas

Neonatas

Mortas

Larvas

mortas

Pupas

Mortas

Adultos

faratos

mortos

M%¹ MC%² R1³ R2%⁴ E%⁵ Classe*

Controle 30 01 0 3 0 03 23,33 - 1 1 - -

Clotianidina 30 05 06 01 0 0 40,00 21,74 1,09 0,87 25,78 1

Pimetrozina 30 05 0 01 0 03 30,00 8,69 0,97 0,87 22,94 1

Lambda-

cialotrina 30 03 04 01 0 02 23,33 0,01 0,99 0,88 12,88 1

Clorantraniliprole 30 07 0 02 0 05 46,66 30,44 0,95 0,90 40,52 2

Indoxacarbe 30 03 0 01 0 06 33,33 13,05 1,04 0,83 24,94 1

Piriproxifem 30 04 0 01 0 03 26,66 4,35 0,94 0,81 27,17 1

Beta-ciflutrina 30 04 05 01 0 01 36,66 17,39 1,41 0,76 10,55 1

Imidacloprido

Imidacloprido 30 08 01 03 02 01 50,00 34,78 0,99 0,84 45,59 2

Beta-

cipermetrina 30 03 05 01 0 01 33,33 13,05 0,92 0,94 24,13 1

1 Mortalidade (%) acumulada de insetos até a emergência de adultos.

2 Mortalidade (%) acumulada de insetos até a emergência de adultos, corrigida pela fórmula de Abbott (1925).

3 N° médios de ovos/dia/fêmea durante quatro semanas consecutivas, a partir do início de oviposição.

4 Viabilidade (%) dos ovos durante quatro semanas consecutivas.

5 Efeito total dos compostos (%).

6 Classe de toxicidade da IOBC: classe 1= inócuo (<30% ), classe 2= levemente nocivo (30 ≤ E ≤ 79%).

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4.2 EFEITO DOS PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS ÀS PUPAS E FASES

SUBSEQUENTES DE C. EXTERNA

A duração da fase de pupa de C. externa que receberam aplicações dos

produtos, de um modo geral não foi afetada, com média variando de 4,6 a 4,9 dias.

Apenas beta-cipermetrina apresentou uma duração média estatisticamente diferente,

com 5,4 dias (Tabela 6).

Tabela 6 - Duração (dias ± erro padrão) e razão sexual de C. externa, provenientes de

pupas submetidas aos tratamentos.

Tratamento Duração1 Razão Sexual

2

Controle 4,7±0,14a 0,45

Clotianidina 4,8±0,14a 0,59

Pimetrozina 4,8±0,14a 0,43

Lambda-cialotrina 4,6±0,15a 0,57

Clorantraniliprole 4,7±0,15a 0,48

Indoxacarbe 4,9±0,13a 0,70*

Piriproxifem 4,8±0,15a 0,43

Beta-ciflutrina/imidacloprido 4,9±0,15a 0,59

Imidacloprido 4,8±0,14a 0,62

Beta-cipermetrina 5,4±0,11b 0,62

1 Valores na coluna acompanhados da mesma letra não diferem pelo teste não

paramétrico de Kruskal-Wallis ao nível de significância de 0,05. 2 Valores acompanhados de um “*” diferem da razão esperada de 1:1 pelo teste de x

2

para igualdade de proporções.

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A sobrevivência das pupas não foi afetada, com média de 91%. Possivelmente,

devido ao impedimento físico-químico e mecânico proporcionado pela seda do casulo,

indicando que os produtos não apresentaram capacidade de transpor esta barreira e

atingir a pupa. Além disso, essa fase de desenvolvimento apresenta um baixo

metabolismo, o que, possivelmente, dificulta o encontro dos produtos com os seus

sítios de ação. Dessa forma, podem ser degradados no sistema circulatório antes de

atuarem negativamente no inseto.

Em estudos realizados por Rocha (2008), foi verificado que a duração da fase

pupal não foi afetada pela aplicação dos compostos. Silva et al. (2006) pulverizando

pupas com betaciflutrina, obtiveram uma sobrevivência de 97,5%, não sendo afetada

pela ação do produto, assemelhando-se aos resultados obtidos por Godoy et al. (2004a)

quando pulverizaram pupas de C. externa com deltametrina, esfenvalerato e

fenpropatrina, produtos pertencentes ao grupo dos piretróides.

Com relação à razão sexual, o composto indoxacarbe aumentou

significativamente a emergência das fêmeas em relação aos demais tratamentos

utilizados (Tabela 6). Dessa maneira, pupas que receberam a aplicação de indoxacarbe

apresentaram uma razão sexual média de 0,70, enquanto que, para os demais

tratamentos, variou de 0,43 a 0,62. Considerando tais resultados, estudos a respeito de

possíveis alterações fisiológicas nos insetos, provenientes de ação de inseticidas,

induzindo a um aumento no número de fêmeas, deve ser incentivado.

Com relação à viabilidade dos ovos coletados de adultos provenientes de pupas

tratadas com inseticidas, pode-se observar que clotianidina, lambda-cialotrina,

indoxacarbe e imidacloprido afetaram esse parâmetro biológico (Tabela 7).

Possivelmente, fêmeas ou machos ao emergirem se contaminaram com resíduos dos

produtos, fazendo com que os mesmos atuassem na ovogênese ou espermatogênese

dos mesmos, respectivamente, alterando a fertilização da população.

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Tabela 7 – Viabilidade (%) (± EP) de ovos de C. externa coletados durante quatro

semanas, quando as pupas foram submetidas ao tratamento.

Tratamento Viabilidade dos ovos da progênie (± EP)

Viáveis Inviáveis Inférteis

Controle 83,0±2,0a 12,0±2,0b 4,0±2,0b

Clotianidina 75,0±2,0b 20,0±1,0a 5,0±1,0b

Pimetrozina 84,0±0,02a 12,0±1,0b 4,0±1,0b

Lambda-cialotrina 76,0±4,0b 17,0±3,0a 8,0±2,0a

Clorantraniliprole 86,0±2,0a 4,0±1,0b 10,0±2,0b

Indoxacarbe 73,0±2,0b 19,0±2,0a 8,0±1,0a

Piriproxifem 86,0±2,0a 8,0±0,01b 6,0±1,0b

Beta-ciflutrina/Imidacloprido 84,0±2,0a 12,0±2,0b 4,0±1,0b

Imidacloprido 73,0±3,0b 15,0±3,0a 12,0±2,0a

Beta-cipermetrina 86,0±1,0a 7,0±1,0b 7,0±1,0a 1Valores nas colunas acompanhados da mesma letra não diferem pelo teste de Scott-

Knott ao nível de significância de 0,05.

Levando-se em consideração o efeito total (E) dos inseticidas, verificou-se que

todos os produtos, com exceção do imidacloprido, foram enquadrados na classe 1 de

toxicidade, sendo considerados levemente nocivos (E<30%). Imidacloprido foi

classificado como moderadamente nocivo (30 ≤ E ≤ 79%), classe 2 (Tabela 8).

Rocha (2008), ao avaliar os efeitos de tiametoxam e imidacloprido, inseticidas

do grupo dos neonicotinóides sobre pupas de C. externa, classificou os produtos como

inócuos, divergindo dos resultados encontrados no presente trabalho. Essa variação na

toxicidade entre os compostos, possivelmente seja decorrente da menor dosagem

utilizada pelo autor, sendo três vezes menor que a utilizada na presente pesquisa.

Vilela (2010b) trabalhando com a menor dosagem de fenpropatrina (0,15 g i.

ai./L), produto do grupo dos piretróides, classificou o mesmo como inócuo (classe 1),

corroborando com os resultados encontrados. No entanto, o dobro da dosagem desse

mesmo composto classificou-o como levemente nocivo (classe 2), mesmo

considerando várias camadas de seda do casulo dos crisopídeos (CANARD;

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44

PRINCIPI, 1984) e que, nas primeiras 24 horas da fase de pré-pupa, nem todas as

camadas estão ainda formadas. Essa característica pode ter contribuído para maior

penetração dos compostos, tornando os insetos mais suscetíveis aos seus efeitos.

Salienta-se que, o dobro da dose sobre o inseto acarretou em uma maior concentração

do ingrediente ativo do inseticida em contato com a fase de pupa, o que pode ter

proporcionado sua classificação como levemente nocivo.

Tabela 8 - Porcentagem de mortalidade provocada pelos tratamentos, quando aplicados

sobre pupas de C. externa, número médio de ovos/dia/fêmea, fertilidade dos ovos (%),

e o efeito total (E) seguido pela classificação de toxicidade dos compostos.

Tratamentos

População

Inicial

(pupas)

Pupas

mortas

Adultos

faratos

Mortos

M%¹ MC%² R1³ R2%⁴ E%⁵ Classe*

Controle 30 0 1 3,33 - 1 1 - -

Clotianidina 30 0 0 0 0 1,03 0,90 6,78 1

Pimetrozina 30 1 1 6,66 3,44 0,91 1 11,16 1

Lambda-

cialotrina 30 0 1 3,33 0 0,99 0,90 9,46 1

Clorantraniliprole 30 1 0 3,33 0 0,98 0,92 9,57 1

Indoxacarbe 30 0 0 0 0 0,86 0,88 23,96 1

Piriproxifem 30 0 0 0 0 0,90 1,03 7,17 1

Beta-ciflutrina 30 0 1 3,33 0 0,90 1 10,01 1

Imidacloprido

Imidacloprido 30 1 0 3,33 0 0,45 0,87 60,75 2

Beta-cipermetrina 30 1 1 6,66 3,44 1,05 1,03 5,20 1

1 Mortalidade (%) acumulada obtida ao longo do desenvolvimento do predador.

2 Mortalidade (%) corrida pela fórmula de Abbott (1925).

3 Número de ovos/dia/fêmea

4 Fertilidade (%) dos ovos coletados no período de quatro semanas.

5 Efeito total (%) dos tratamentos ao longo do desenvolvimento do predador.

*Classe de toxicidade preconizada pela IOBC (Hassan & Degrande, 1996), sendo classe 1=

inócuo (E<30% de mortalidade) e classe 2= levemente nocivo (30% ≤ E ≤ 79% de

mortalidade).

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5 CONCLUSÕES

- Os inseticidas testados não prejudicaram a duração do período embrionário e não

afetaram a sobrevivência da fase imatura.

- O inseticida lambda-cialotrina interferiu na razão sexual média de C. externa.

- Clotianidina, pimetrozina, lambda-cialotrina, indoxacarbe, piriproxifem, beta-

ciflutrina/imidacloprido e imidacloprido reduziram a viabilidade dos ovos da

progênie de fêmeas oriundas de ovos de C. externa tratados.

- De acordo com a escala da IOBC, clorantraniliprole e imidacloprido foram

classificados como levemente nocivo (classe 2) à fase de ovo de C. externa.

- Os inseticidas não afetaram a viabilidade pupal de C. externa.

- Beta-cipermetrina aumentou à duração da fase pupal de C. externa.

- A aplicação de indoxacarbe sobre pupas de C. externa interferiu na razão sexual

média.

- Clotianidina, lambda-cialotrina, indoxacarbe e imidacloprido reduziram a viabilidade

dos ovos da progênie de fêmeas oriundas de pupas de C. externa contaminadas.

- De acordo com a escala da IOBC, imidacloprido foi considerado levemente nocivo

(classe 2) a pupas de C. externa.

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