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    CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

    Curso de Comunicação Social – Jornalismo

    DÉBORAH DE FRANCO ABRAHÃO

     A ESCOLA MANDA NOTÍCIA: PROGRAMA DE RÁDIO SOBRE

    EDUCOMUNICAÇÃO EM FORMATO PODCAST

    CURITIBA

    2014

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    DÉBORAH DE FRANCO ABRAHÃO

     A ESCOLA MANDA NOTÍCIA: PROGRAMA DE RÁDIO SOBRE

    EDUCOMUNICAÇÃO EM FORMATO PODCAST

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentadocomo requisito parcial para obtenção do grau debacharel em Comunicação Social com Habilitaçãoem Jornalismo ao Centro Universitário

    Internacional UNINTER.

    Orientador: Me.Luis Otávio Dias 

    CURITIBA

    2014 

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    RESUMO

    O presente Trabalho de Conclusão de Curso pretende dar visibilidade a projetos

    práticos de educomunicação por meio de podcasts do programa de entrevistas “Aescola manda notícia”, onde o público poderá ouvir experiências de projetos, seusresultados e desafios. Utilizando o suporte de um site, o programa tambémdisponibilizará ao público conteúdos complementares aos programas e materiais deeducomunicação.

    PALAVRAS-CHAVE: podcast ;educomunicação ; entrevistas ; rádio

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    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    Imagem 1- Página inicial do site ................................................................................ 26

    Imagem 2- Segunda página do site ........................................................................... 26

    Imagem 3-Terceira página do site ............................................................................. 26

    Imagem 4- Ultima página do site .............................................................................. 27

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    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO  ......................................................................................................... 5 

    2- OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NA ESCOLA ...................................................... 7

    2.1-EDUCOMUNICAÇÃO: SEUS OBJETIVOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO .................. 8 

    3- UMA PEQUENA RETROSPECTIVA SOBRE O RADIO ...................................... 12

    3.1- O RÁDIO NO BRASIL ........................................................................................ 13 

    4- PROGRAMA DE ENTREVISTA: UM GÊNERO DE

    JORNALISMO NO RÁDIO........................................................................................ 17 

    5 -A RADIO NA WEB, A RADIO DIGITAL E O PODCAST...................................... 19 

    6 - METODOLOGIA  .................................................................................................. 23 7- DESCRIÇÃO DO PRODUTO  ............................................................................... 24

    7.1- CUSTOS E MATERIAIS ..................................................................................... 24

    7.2-EQUIPAMENTOS ............................................................................................... 24

    7.3-ESTAPAS DE PRODUÇÃO ................................................................................ 24

    7.4 -PÚBLICO ALVO ................................................................................................ 25

    7.5-VEÍCULAÇÃO......................................................................................................25

    7.6 – ENTREVISTAS................................................................................................. 26 8 – CONSIDERAÇÃO FINAIS...................................................................................27

    9 - REFERÊNCIAS................................................................................................... 28

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    1 INTRODUÇÃO

    A escola representa uma grande parte das lembranças de infância de todos

    nós. É na escola, que ainda crianças aprendemos, não só português, matemática e

    ciências, mas o próprio convívio em sociedade. Ao entrar na escola, a criança deixa

    o microcosmo familiar, para se relacionar com outros como cidadã, gerenciando

    conflitos, estabelecendo relações de cooperação e se colocando no mundo. Nesse

    contexto expressar-se e compreender as diferentes formas de expressão que o

    cercam, é fundamental para o aluno.

    Para desempenhar a tarefa de compreender o mundo e se colocar nele,

    nada mais adequado que explorar os meios de comunicação que direta ouindiretamente fazem parte da vida da criança desde os primeiros anos,

    principalmente nas últimas décadas em que a tecnologia avança desenfreadamente,

    colocando em nossas mãos equipamentos e tecnologias de comunicação que não

    eram acessíveis em gerações passadas.

    Muitos educadores e comunicadores tem estudado o papel da comunicação

    na escola e as suas várias formas da manifestação. Por meio de projetos e

    pesquisas tem se verificado resultados positivos no uso da comunicação para aconstrução do aprendizado e da cidadania. Apesar de servirem de inspiração e

    exemplo, muitas vezes essas iniciativas não chegam ao conhecimento da

    sociedade. O pouco apelo comercial, e a falta de investimento na divulgação

    resultam em pouco espaço para esses projetos nos meios de comunicação

    tradicionais. 

    É neste viés que o presente Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo

    do Centro Universitário Uninter se Insere, com o desafio de dar visibilidade aprojetos de Educomunicação. O objetivo dos podcasts  “A escola manda notícia” é

    divulgar, por meio de entrevistas, as experiências e resultados obtidos por alunos,

    professores e comunicadores com o uso de ferramentas e canais de comunicação e

    suas ferramentas dentro do contexto escolar. Ao vincular os podcasts  a um site

    próprio, procuraremos colocar também à disposição do público, links, bibliografias e

    vídeos complementares, que junto com as entrevistas em si, representarão um

    espaço onde poderão ser obtidas informações sobre projetos existentes e

    possibilidades de construções de novos projetos.

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    No primeiro capítulo deste trabalho serão abordados os estudos feitos sobre

    a relação comunicação e educação e o conceito de educomunicação como uma

    nova área de atuação e pesquisa. O capítulo dois apresentará uma breve

    retrospectiva do meio rádio, precursor do formato podcast utilizado no programa “A

    escola manda notícia”. O terceiro capítulo trará as novas possibilidades do rádio na

    era digital e web, assim como o conceito de podcast e as possibilidades que o

    formato representa em termos de veiculação e mobilização. Por fim os dois últimos

    capítulos falarão sobre a metodologia utilizada e a descrição das etapas de

    produção do programa “A escola manda notícia” e os resultados atingidos.

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    2-OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NA ESCOLA

    As mídias ocupam um lugar de destaque na vida da sociedade,

    principalmente no que Orofino (2005, p.29) chama de “paisagem cultural” de

    crianças e jovens. Na América Latina, entre os pioneiros na investigação da relação

    comunicação e educação estão os pesquisadores da educação como Paulo Freire e

    Celestán Freinet e da comunicação como Mário Kaplun e Jesus Martin Barbero. E

    mais recentemente Ismar de Oliveira Soares, que resgatando a ideia desses

    pesquisadores tem desenvolvido o conceito de educomunicação como uma nova

    área de atuação além da simples interface comunicação e educação

    Entre os primeiros projetos latino– americanos que procuravam potencializara articulação entre comunicação e a educação a pesquisadora Denise Cogos

    destaca: o PLAN–DENI (Programa de Educação Alternativa para a Formação do

    Receptor desde a Infância) no Uruguai, iniciado em 1968, Pedagogia da

    Comunicação na Costa Rica, que se desenvolve a partir de 1973, e os projetos de

    Educação para a Comunicação implementados pelo CENECA (Centro de

    Indagacion y Expresión Cultural y Artística) no Chile iniciados em 1992.

    No Brasil, a UCBC (União Cristã Brasileira de Comunicação) é a principalorganização no início da década de 70 que busca projetar iniciativas no campo da

    educação para a comunicação, em tempos de ditadura militar no Brasil. Nos anos de

    1990 as iniciativas da UCBC tomam fôlego e passam a se chamar PEC (Programa

    de Educação para a Comunicação)

    “Da mesma forma que o movimento popular, também o sistema escolar torna-seprioridade para o projeto UCBC, que passa a se sustentar a teórica e

    pedagogicamente nos pressupostos de Paulo Freire e nos fundamentos da TeoriaCrítica da Comunicação. Foi também da UBC em parceria com as edições Loyola,a iniciativa de editar os Cadernos de Leitura Crítica ( ‘LCC cadernos”), com oobjetivo de socializaras discussões sobre a problemática da educação para acomunicação a partir da realidade brasileira.” (COGO, 2011, p.37).

    A atenção dos pesquisadores nesses projetos e o objetivo das ações

    realizadas eram incluídos no âmbito da recepção crítica, ou o que o pesquisador

    português Victor Tomé chama de “Educação para os média”, e que segundo ele

    representam várias vantagens em relação às “capacidades e aptidões intelectuais,

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    tendo por isso efeitos nos indivíduos ao nível da relação com os média  e seus

    conteúdos, do desempenho escolar, mas também do desempenho social, cultural e

    profissional dos cidadãos” (TOMÉ, 2009,p 5).

    Porém mesmo apresentando tantos aspectos positivos a relação

    comunicação educação vai além do consumo crítico dos meios como escreve a

    educadora Maria Isabel Orofino, que vê a própria produção de mídias como um

    desafio para a qualidade da educação atual:

    “E então o desafio que se coloca para nós, educadores críticos, diante destaproblemática, é o de nos lançarmos_ junto com crianças e adolescentes_ àdescoberta, à aventura de produzir respostas junto a presença massiva eideologicamente mercantil que a mídia desempenha em nossos diferentescontextos culturais.” (OROFINO, 2005 p.28).

    Dos estudos de recepção, outras perspectivas se desenvolvem no encontro

    comunicação e educação. O pesquisador uruguaio e autor do termo

    Educomunicação, Mário Kaplun, enfatiza que “Comunicação Educativa” justifica-se

    pela “ possibilidade de proporcionar à educação métodos e procedimentos para

    formar a competência educativa” (KAPLUN in COGO, 2011, p.38).

    Resgatando as ideias de Kaplun e Paulo Freire, o professor Ismar OliveiraSoares, coordenador desde 1996 do NCE (Núcleo de Comunicação e Educação) da

    USP coordenou entre 1997 e 1999 uma importante pesquisa que conceituou o termo

    “Educomunicação”, de autoria do pesquisador uruguaio, assim como traçou o perfil

    do profissional da nova área surgida da interface entre comunicação e educação,

    como veremos a seguir.

    2 .1 – A EDUCOMUNICAÇÃO, SEUS OBJETIVOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO

    Segundo a pesquisa coordenada por Soares, a Educomunicação pode ser

    entendida como o conjunto das ações voltadas ao planejamento, implementação e

    avaliação de programas e projetos destinados à criação e desenvolvimento de “

    ecossistemas comunicativos abertos e criativos em todo espaço educativo,

    mediados pela gestão participativa dos processos e tecnologias da informação.”

    (SOARES, 2000, p.01).

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    Não há dúvida que as tecnologias da informação são hoje acessíveis e de

    fácil uso. Produzir um vídeo, um programa de rádio, um site e até mesmo um jornal,

    tarefas distantes da realidade do cidadão e reservadas somente às empresas de

    comunicação algumas décadas atrás, hoje podem ser realizadas, em sua maioria,

    por meio de um simples aparelho de telefone celular. Porém Soares assinala em seu

    artigo “Educomunicação, um espaço de mediações”¹, que a questão–chave não está

    apenas nas tecnologias, mas no próprio sistema de comunicação adotado. O

    pesquisador afirma ainda a necessidade de repensar profundamente o “sentido da

    ação comunicativa presente no ato educativo.” (1999, p.2).

    Portanto podemos afirmar que a educomunicação aplicada à escola não se

    trata apenas de educar através das ferramentas que a comunicação utiliza, mas depromover a busca do conhecimento, através do uso da comunicação. Por meio da

    leitura crítica dos meios comunicativos, como faziam os projetos latino-americanos

    pioneiros, assim como por meio da produção de comunicação, do diálogo efetivo

    entre os diferentes atores do universo escolar, onde o aluno pode retratar seu

    universo, sua comunidade, produzir e compartilhar cultura desenvolvendo–se como

    indivíduo e ajudando a própria escola a se desenvolver.

    Paulo Freire, um dos inspiradores de Soares, aponta a comunicação e odiálogo como fundamentais para a construção da educação ideal e o

    reconhecimento do educando como ser “do mundo e no mundo” pois

    reconhecendo–se assim, e dessa forma sendo reconhecido, se torna participante da

    construção da educação libertadora. (FREIRE, 1987 p.40).

    Porém, ser reconhecido, ser visível como membro participante da

    construção do conhecimento em um sistema educacional que “se vê condicionada a

    sistemas e métodos adotados pelo estado e difundidos através de currículos rígidose metodologias padronizadas,” pode ser um desafio (SOARES, 2000, p.18)

    A Educomunicação nesse contexto não deve ser entendida como uma

    simples junção dessas duas áreas, porque em si carrega características próprias.

    Mais uma vez nos valemos da pesquisa de Soares para elucidá–las, citando de três

    pontos principais aos quais a educomunicação se destina:

    1 - integrar às práticas educativas o estudo sistemático dos sistemas de

    comunicação

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    2 - criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos (o

    que significa criar e rever as relações de comunicação na escola, entre direção,

    professores e alunos, bem como da escola para com a comunidade, criando sempre

    ambientes abertos e democráticos.)

    3 - melhorar o coeficiente expressivo e comunicativo das ações educativas.

    A Educomunicação portanto traz em suas propostas, práticas educacionais

    que utilizem as especificidades da comunicação de maneira que essas colaborem

    com a promoção de processos educativos construídos através do diálogo e da

    democracia. Assim como a formação de sujeitos aptos a construir o próprio

    conhecimento, consumindo e produzindo informação de maneira crítica, a

    Educomunicação auxilia os processos educativos e a sua compreensão por meio deações comunicativas realizadas de forma horizontal, contudo, sem que estejam

    necessariamente ligadas a escola. Essa relação comunicação e educação pode

    acontecer em vários outros núcleos, onde haja a multiplicidade de vozes a se

    fazerem ouvidas como clubes, associações e vários outros espaços culturais ou

    interativos. Trata-se de um novo paradigma de relacionamento entre a comunicação

    e a educação, em qualquer lugar em que esta ocorra.”

    Soares defende, assim como Freire que todos os atores envolvidos sãoparte do processo de construção do conhecimento, que se faz resultado de uma

    contribuição coletiva “A educação autêntica não se faz de “A” para “B” ou de “A”

    sobre “ B”, mas de “A” com “B” mediatizados pelo mundo.” (FREIRE, 1987, p 48).

    Nesse contexto é possível utilizar-se da educomunicação como metodologia

    que promova esse reconhecimento do aluno com o mundo em que está inserido, do

    qual nos fala Paulo Freire (1987).

    Para organizar um campo tão vasto e complexo como a Educomunicação,os pesquisadores do NCE da USP, delimitaram quatro áreas ou níveis em que a

    Educomunicação atua. São eles:

    1 – Área de educação para a comunicação: constituída pelas reflexões em

    torno da relação entre os polos vivos do processo de comunicação, produtores,

    processo produtivo e recepção de mensagens. Estão nesse campo os programas de

    formação de receptores críticos dos meios;

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    2 – Área da mediação tecnológica na educação: abrange a compreensão

    dos procedimentos e das reflexões em torno dos vários usos das tecnologias de

    informação na educação;

    3 –  Área da gestão da comunicação no espaço educat ivo: voltada ao

    planejamento, execução dos processos e procedimentos que se articulam no âmbito

    da Comunicação/Cultura/ Educação, criando ecossistemas comunicacionais;

    4 - Área de reflexão epistemológica sobre a inter-relação comunicação

    educação como fenômeno cultural emergente: No campo acadêmico, essa área

    corresponde a pesquisas e estudo das práticas em torno da educomunicação, que

    colaboram para a legitimação da nova área. As próprias pesquisas de Soares,

    Adilson Citelli e demais pesquisadores da USP estão inseridas nessa categoria.Estão inseridos na terceira área, (gestão da comunicação no espaço

    educativo) os dois projetos tema dos episódios em podcast  produzidos para esse

    trabalho. Porém dentro dos podcasts “A escola manda notícia” cabem, em caso de

    continuidade do projeto, a divulgação de iniciativas de todas as quatro áreas da

    educomunicação. 

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    3 – UMA PEQUENA RETROSPECTIVA SOBRE O RADIO 

    Os podcast têm em sua estrutura tecnológica muito pouca semelhança com

    o rádio analógico tradicional, porém muitas produções como o programa “A escola

    manda notícia” buscam se inspirar em sua linguagem e em seus formatos. Isso se

    dá, pela proximidade e a sensação de empatia que a linguagem radiofônica

    representa aos ouvintes. Portanto antes de falarmos em podcasts é imprescindível

    que retomemos um pouco da história do rádio e suas peculiaridades.

    Ao olharmos retrospectivamente para o desenvolvimento do rádio como

    veículo de comunicação, podemos notar em sua missão inicial aspectos

    semelhantes aos da missão jornalística. Segundo Nelson Traquina, o jornalismopode ser entendido como a resposta que se dá para perguntas como: “o que está

    acontecendo no mundo”? “O que está acontecendo com o meu país?” Ou seja, o

     jornalismo é a informação que responde de forma mais fiel e rápida possível aos

    questionamentos sobre o que está acontecendo, sobre fatos reais em várias esferas

    da vida. (2005, p 24).

    Foi também a necessidades de respostas rápidas e trocas de informações

    que moveu pioneiros do rádio como o italiano Guglielmo Marconi na Inglaterra nofinal do século XIX ,e outros como A.S. Popoff (1859 – 1906) na Rússia, Edouard

    Branly (1844-1940) na França e Augusto Righi (1850- 1920) na Itália. (Buke, Briggs ,

    2006)

    Nos últimos anos do século XIX Marconi e Popoff concentraram-se em

    experimentos para a comunicação dos navios das frotas britânicas e russas

    respectivamente. Assim o rádio teve como função primeira, a comunicação militar e

    a troca de notícias de guerra entre navios e postos de comando (Buke, Briggs, 2006,p.155).

    O uso civil do rádio teve início pouco tempo depois. Em 1912 haviam

    aproximadamente 122 clubes de transmissão sem fio na América (Burke, Briggs,

    2006, p. 157). A maior parte das rádio transmissões feitas por radioamadores eram

    de concertos musicais, sendo o rádio visto nesse momento como um veículo com

    potencial educativo e cultural. Porém, não demorou para que o jornalismo, a

    publicidade e o entretenimento tomassem o interesse dos transmissores e ouvintes.

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    Lee Foreste, radioamador nato e visionário, inovou ao deixar de lado os

    concertos e transmitir em 1916, nos Estados Unidos, uma partida de futebol

    americano entre Yale e Havard. Indo mais longe, naquele mesmo ano, Forest

    manteve por 6 horas no ar a cobertura da disputa eleitoral que levou Woodrow

    Wilson à presidência dos Estados Unidos (Burk, Briggs, 2006)

    Segundo os historiadores Peter Burke e Asa Briggs muitos não

    compartilhavam o entusiasmo de Forest em transmitir notícia, e viam esse uso do

    rádio com desconfiança. Entre os que não estavam convencidos do uso futuro das

    rádio transmissões imaginado por Forest, estavam a maior parte dos especialistas

    britânicos, inclusive nomes proeminentes da Sociedade de Radiotelegrafia de

    Londres.(2006, p.161)

    “Não estava “muito claro”, um deles escreveu em 1913, “de que região viria aprimeira demanda efetiva”. No entanto no mesmo ano, a Illustrated London Newsmostrava fotografias de ouvintes britânicos em roupas de noite e com fones deouvido, absorvidos em ouvir não palavras ou músicas, mas informações sobre otempo.” (BURK, BRIGSS, 2006, p. 161). 

    3.1 – O RÁDIO NO BRASIL 

    No Brasil, o rádio chegou em 1922, sendo apresentado no dia da

    inauguração da Exposição Nacional preparada para as comemorações do

    Centenário da Independência Brasileira, onde ouvintes maravilhados puderam,

    desfrutar de trechos da Ópera “O Guarani”. No ano seguinte, graças aos esforços de

    Roquette Pinto e Henrique Morize, foi estabelecida a Rádio Sociedade do Rio de

    Janeiro, tornando-se esta a primeira emissora de rádio do país. (BARBOSA FILHO,

    2009,p.39).

    No final da década em que chegou no país, o rádio brasileiro buscava

    profissionalização. Novas empresas foram formadas anunciando projetos

    revolucionários e procurando transmitir uma programação diária com novos modelos

    que prometiam conquistar o ouvinte.

    Entre essas empresas de rádio, estava , por exemplo a Radio Sociedade

    Recorde, fundada em 1928 e vendida em 1931 para Jorge Alves Lima, João Batista

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    do Amaral e Paulo Machado Carvalho. A nova diretoria que tinha como objetivo

    produzir uma programação que levasse ao público paulista “uma rádio jornalística,

    de prestação de serviço e com muito entretenimento” (CALABRE, 2004, p.17).

    É importante lembrar também que no ano de 1931, dois decretos do governo

    Getúlio Vargas definiriam as regras de operação e transmissão do rádio como

    explicam Alves, Fontoura e Antoniutti (2011, p. 42).: “Um dava somente ao estado o

    direito de conceder os serviços de comunicação a empresas particulares, enquanto

    o outro liberava a exploração comercial”. Foi também em meados de 1930, durante

    o governo de Getúlio Vargas que aconteceu a criação do programa “A Hora do

    Brasil”, no ar até os dias de hoje.

    Em 1937, Vargas criou o DIP (Departamento de Imprensa e Publicidade) etrês anos mais tarde, incorporou a patrimônio da União, a Rádio Nacional, futura

    porta–voz do governo (CALABRE, 2004, ALVES, FONTOURA e ANTONIUTTI,

    2011, BARBOSA FILHO, 2009).

    Apesar da grande repressão e censura, dos fechamentos de várias

    emissoras e monitoramento constante das restantes, Alves, Fontoura e Antoniutti

    destacam que “a fase Getulista é considerada por muitos historiadores como a de

    maior ascensão dos meios de comunicação” (2011, p. 42).Entre musicais, programas de variedades, radionovelas, publicidade e

    programas esportivos, o ouvinte recebia notícias mais rapidamente do que nunca.

    Essa capacidade fez com que o rádio ultrapassasse o impresso, sendo o mais veloz

    a noticiar o que acontecia naquelas primeiras décadas do século XX, segundo

    Calabre.

    As emissoras de rádio por sua vez eram ligadas a grupos de comunicação

    que agregavam jornais e revistas. Calabre escreve sobre os grupos de mídia daépoca:

    “O maior dos conglomerados de empresas de comunicação foi o dos Diários eEmissoras Associados, seguido pela Tupi de São Paulo, que ao ser inauguradaem 1937, com seus transmissores de 26 kw, tornou-se a emissora mais potenteda América Latina. No final da década de 40 a rede dos Diários e EmissorasAssociados contava com vinte jornais, cinco revistas e as rádios Tupi do Rio deJaneiro e de São Paulo, Mineira e Guarani de Belo Horizonte, Sociedade da Bahiaem Salvador, Educadora do Brasil no Rio de Janeiro, e Farroupilha em PortoAlegre” (CALABRE, 2004, p.42)

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    Apesar do rádio estar, desde a sua criação, ligado ao ato de informar, os

    programas noticiosos ganharam força e se tornaram fundamentais a partir do início

    da II Guerra Mundial em 1939. Em agosto de 1941, foi ao ar pela Rádio Nacional,

    aquele que seria um modelo para os jornais radiofônicos e televisivos que o

    seguiram, o Repórter Esso.

    Nascido no período da ditadura do Estado Novo, sob a forte censura imposta

    pelo DIP, como vimos anteriormente, o jornalístico Repórter Esso tinha, no início,

    entre as principais e mais frequentes pautas os conflitos que se desenrolavam na

    Europa deixando de lado pautas que poderiam desagradar o estado nacional. O

    programa foi ao ar pelo rádio até 1968 e na TV foi apresentado de 1952 à 1970.

    (CALABRE, 2004, p.44)Calabre frisa a importância do Repórter Esso para o jornalismo brasileiro:

    “Sem dúvida, o programa foi um dos responsáveis pela criação do hábito cotidiano

    de se ouvir notícias, por transformar em necessidade a prática de se manter

    informado” (2004 p.46).

    Com a chegada da TV no Brasil nos anos 50 e seu fortalecimento nas

    décadas seguintes, o jornalismo do rádio foi perdendo um pouco do seu espaço,

    ficando a cargo da televisão as coberturas de notícias nacionais. Para as emissorasde rádio ficaram as notícias regionais, fortalecendo o rádio jornalismo local,

    estreitando os laços regionais e afirmando o caráter comunitário do rádio (Barbeiro,

    2003). 

    Inovações como a invenção do transistor, em 1956, a expansão das FMs

    (Frequência Modulada), na década de 70, o aumento do número de rádios

    comunitárias nos anos 80 e as redes de rádio com satélites, que levaram a

    segmentação de público nos anos 90 marcaram o rádio na segunda metade doséculo XX.

    Dentre os caminhos apontados para o reposicionamento do rádio como mídia,além do investimento em pesquisa, surge a proposta da segmentação dasprogramações das rádios e a implantação das redes. A ideia do rádio como mídiasegmentada tem alcançado adeptos. Na capital paulista por exemplo háemissoras direcionadas a determinados gêneros musicais como rock, MPB,samba, tendo como meta alcançar um público de perfil bem delimitado (SILVA,1999, p. 26). 

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    O satélite colocou o rádio em rede nacional, assim como a TV, favorecendo

    uma programação musical ou jornalística que abrangesse todo o país. (BARBEIRO,

    2003, p.49).

    Também o jornalismo no rádio passou por inovações. Heródoto Barbeiro

    explica os modelos de rádio jornalismo em redes existentes desde então:

    “Existem basicamente dois modelos de redes de radiojornalismo. Um é a emissãode alguns programas diários, geralmente jornais nas pontas do dia; o outro é omodelo all news , ou seja, o jornalismo 24 horas. Os dois modelos são negociadoscom emissoras de todo o Brasil, e têm afiliadas geralmente em cidades grandes emédias. São emissoras próprias pertencentes a um mesmo grupo de comunicaçãoou independentes que se associam.” (BARBEIRO, 2003, p. 48).

    Apesar das poucas variações no modelo de programação noticiosa, vale

    lembrar que dentro do gênero jornalístico existem vários formatos a serem

    explorados pelo rádio como crônicas, programas esportivos, cobertura de eventos

    radiojornal, mesas redondas, debates e programas de entrevistas, como o utilizado

    nesse trabalho, entre outros.

    Nos podcasts  “A escola manda notícia”, a entrevista se mostrou a melhor

    forma de abordar o assunto, pois por meio desse formato temos o relato deexperiências dos profissionais envolvidos com os projetos de comunicação na

    escola, os desafios encontrados, as surpresas no processo, e outras informações

    impossíveis de serem acessadas de outras formas, que não, da própria fala do

    entrevistado.

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    4 – PROGRAMA DE ENTREVISTA: UM GÊNERO DE JORNALISMO NO RÁDIO 

    Para entender melhor a escolha do programa de entrevistas como formato

    para os podcasts  “A escola manda notícia” é necessário uma pequena reflexãosobre as suas peculiaridades.

    O programa de entrevistas utiliza como ponto central uma ferramenta que é

    presença constante no fazer jornalístico, uma vez que a entrevista é algo

    fundamental ao jornalista de rádio, televisão, jornal, revista ou site, pois

    “representam uma das principais fontes de coleta de informação de um jornal e está

    presente, direta ou indiretamente, na maioria das matérias jornalísticas” (BARBOSA

    FILHO, 2009, p.93).São das entrevistas que nascem as histórias, e que se esclarecem aspectos

    de um fato noticiado, por exemplo. Portanto é importante destacar que além de um

    formato possível de programa jornalístico, a entrevista é antes de tudo uma

    ferramenta do jornalista.

    De acordo com Heródoto Barbeiro (2009) os programas de entrevista no

    rádio agregam informações subjetivas que podem não ser captadas no meio

    impresso: “A entrevista em rádio tem o poder de transmitir o que o jornalismoimpresso nem sempre consegue: a emoção” (BARBEIRO, 2003 p.59).

    No episódio do podcast  “A escola manda notícia” sobre o jornal escolar em

    Araucária Pr, podemos notar essa emoção sobre a qual escreve Barbeiro na fala do

    estudante Wesley Franco, quando conta como foi mostrar à sua família o primeiro

     jornal do qual participou. A fala de Wesley poderia ser reproduzida em um texto

    escrito, porém perderíamos as informações contidas no seu tom de voz.

    A entrevista apesar da versatilidade de usos dentro do jornalismo, e do

    grande potencial informativo, deve adotar alguns procedimentos específicos como

    alertam Chantler e Harris: “A despeito dos usos variados, os princípios de uma boa

    entrevista são os mesmos” (CHANTLER E HARRIS,1998, p 100).

    Entre os cuidados recomendados por Chantler e Harris, estão a pesquisa

    prévia de informações sobre o tema e o entrevistado, as perguntas que evitem ter

    como respostas sim e não, e a flexibilidade em mudar o assunto caso as respostas

    apresentem um tema não previsto e de maior relevância.

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    Sobre a postura do entrevistador em relação ao entrevistado, tanto Chantler

    e Harris como Barbeiro concordam que é importante não haver interrupção das

    respostas: “Não interrompa o entrevistado sem que ele conclua o pensamento. A

    interrupção no meio da resposta irrita o ouvinte e prejudica a edição” (BARBEIRO,

    2003 p. 60). “As interrupções geralmente não soam bem para o ouvinte e são

    difíceis de editar, principalmente quando as entrevistas são feitas para boletins

    curtos” (CHANTLER e HARRIS, 1998 p.106). 

    Um grande ponto a favor dos podcasts em relação a interrupções, é que por

    ser um arquivo individual de áudio não tem um limite específico de duração, como

    um programa que está inserido dentro de uma grade e que divide tempo de

    programação com outros, o que muitas vezes leva o entrevistado a um limite detempo de resposta. Nos pocasts “A escola manda notícia” as gravações ocorreram

    sem nenhuma interrupção das respostas, ficando a cargo da edição selecionar o

    melhor recorte do que foi dito pelo entrevistado, sem perder a essência da resposta.

    A duração de um programa de entrevistas pode variar, dependendo da

    proposta do programa. Nas rádios não é incomum encontrarmos programas de

    entrevistas de até 1 hora de duração, onde o ouvinte participa com comentários ou

    enviando perguntas ao entrevistado. Porém a participação, que antes dependia dotelefone, se tornou muito mais abrangente, ágil e rápida com a popularização

    constante da internet, pois os ouvintes conseguem participar em tempo real

    interagindo via chats por meio de redes sociais e outros aplicativos online.

    Os podcats, por serem programas gravados, não permitem essa interação

    em tempo real, porém outras possibilidades podem ser exploradas. No caso de “A

    escola manda notícia”, o ouvinte pode interagir usando um espaço específico para

    mensagens no site do programa onde podem ser enviados comentários, sugestõese questionamentos.

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    5–O RÁDIO NA WEB, O RÁDIO DIGITAL E O PODCAST 

    A internet  auxiliou a interatividade nos programas de rádio, porém outros

    formatos também foram beneficiados com as imensas possibilidades de troca deinformação que a web representa. Um exemplo são os radiojornais em rede

    principalmente os modelos all news, pois deu novas ferramentas as redações, assim

    como facilitou o envio de reportagens e materiais entre as emissoras filiadas e a

    emissora cabeça de rede. Segundo Barbeiro, isso diminui os custos, preservando a

    qualidade e abrindo mais condições aos repórteres: “Esse método aposenta o

    interurbano, as fitas, os cartuchos, os arquivos de áudio, libera o trabalho dos

    técnicos para outras atividades e chega diretamente no endereço dos editores,âncoras ou produtores que editam as reportagens que vão ao ar” (BARBEIRO, 2003,

    p. 46).

    No início do século XXI, tanto a rádio analógica se beneficia da interatividade

    e praticidade do compartilhamento de conteúdo representadas pela internet, como o

    próprio meio rádio se expande para novos formatos, digital e online. Isso representa

    avanços nas transmissões e barateamento dos custos de se fazer rádio como frisam

    Alves, Fontoura e Antoniutti (2011). Os podcasts  são frutos desses avançostecnológicos, uma vez que sem a tecnologia da web, o compartilhamento dos

    programas dependeria de um espaço dentro da grade de programação de alguma

    rádio.

    A Rádio na internet, chamada de rádio online, ou ainda rádio web, surgiu no

    fim da década de 1990 e ganhou força nos primeiros anos do novo milênio. As

    rádios na internet nada mais são do que um serviço de transmissão de áudio via

    streming². Usando essa tecnologia é possível gerar áudio em tempo real permitindo

    a veiculação de programas gravados ou ao vivo, sem limites de alcance

    (BOTENTUIT e COLTINHO, 2008).

    A rádio web, uma vez conectada pode ser ouvida em qualquer lugar do

    mundo. Para isso é necessário um servidor de codificação e transmissão

    (broadcast). Em geral os custos de produção da rádio online são menores do que os

    das tradicionais rádios analógicas. Essa é uma vantagem que coloca ao podcast “ A

    escola manda notícia” as condições de ser produzido e divulgado sem depender de

    patrocínios ou grandes investimentos financeiros.

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    As emissoras de rádio brasileiras, em sua maioria ainda utilizam a

    transmissão analógica por ondas de rádio, o que representa um alcance limitado de

    sinal , enquanto incorporam a tecnologia digital, buscando ampliar seu alcance.

    O sistema de rádio digital possibilita um grande salto na qualidade do som

    transmitido e uma cobertura maior de sinal, além de trazer ao ouvinte novas

    possibilidades como a de pausar um programa ao vivo ou voltar o programa a um

    determinado ponto se assim o desejar. Para tanto é necessário um aparelho

    receptor apropriado. Existe atualmente na Anatel uma longa fila de emissoras a

    espera do sinal digital, segundo Barbeiro (2003)

    O autor vê neste ponto mais uma vantagem para as rádios web, segundo

    ele a internet abre possibilidades a quem quer ter uma rádio, visto que não há anecessidade de autorização do governo ou de equipamentos caros acessíveis

    apenas para grupos econômicos além de possuírem um alcance global:

    “A propagação da rádio via internet globaliza o meio. Basta digitar o endereçoeletrônico e a pequena rádio de Taiaçubepa, por exemplo, cujo alcance através daantena FM é de apenas um quilômetro de raio em volta da praça da vila, é ouvidaem qualquer lugar do mundo, de Pequim a Cabo Frio, de Angola a Wladiwostock,com todas as características desse tipo de comunicação, inimaginável na era daantena e das ondas eletromagnéticas.” (BARBEIRO, 2003, p. 47).

    Bottentuit e Coltinho (2008) destacam porém que apesar das facilidades da

    rádio web, ela ainda apresenta um certo custo que pode tornar inviável a grupos que

    não dispõem de recursos financeiros para o investimento, como por exemplo, ongs,

    associações de bairro e escolas. Nesse sentido, os autores apontam como uma

    alternativa se trabalhar com “episódios de rádio”(2008,p.105) em formato de

    podcasts, ”arquivos que permite a cópia direta e automática de uma mídia digital.”

    (AlVES, FONTOURA e ANTONIUTTI, 2011, p. 30).

    A popularização dos podcasts aconteceu ao mesmo tempo em que

    explodiram pelo mundo as vendas dos tocadores de arquivos em mp3, dessa

    relação surgiu inclusive o termo que nomeou esses tipo de arquivo de áudio como

    explicam Bottentuit e Coltinho: “o termo podcast resulta da soma das palavras ipod (

    dispositivo de reprodução de áudio/vídeo da  Apple) e broadcast  ( método de

    transmissão ou distribuição de dados).” (2008 p.105).

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    Desde então os podcasts têm crescido em quantidade e formas de uso,

    devido a sua praticidade, baixo custo, possibilidades de distribuição e, como

    destacam os pesquisadores Herchmann e Kischinhevsky, potencial mobilizador:

    Atores e lideranças de grupos sociais e/ou comunitários têm reiterado em vários trabalhos e

    relatos seu empenho em utilizar o enorme potencial de mobilização social de produtos

    midiáticos como redes peer-to-peer serviços de compartilhamento de arquivos digitais),

     podcasts, webtevês, entre outros. Entre estas experiências, chama a atenção o crescimento

    acelerado do podcasting. Nãohá números precisos sobre o número destas estações, mas uma

    rápida pesquisa nos principais diretórios da web indica que já estão na casa das centenas de

    milhares. (HERCHMANN E KISCHINHEVSKY, 2008, p.102)

    Por meio do podcast há uma facilidade de expressão e divulgação deconteúdo inimaginável na era do rádio analógico. Enquanto nas emissoras de rádios

    tradicionais eram necessárias equipes inteiras de produção a realidade do podcast é

    representa uma realidade onde a facilidade de produção possibilita a livre expressão

    de quem não tem um espaço nas mídias analógicas tradicionais como compara Alex

    Primo.

    “Um podcast, por outro lado, pode ser produzido por uma única pessoa tendo

    como recurso apenas um microfone ou gravador digital, um computadorconectado na Internet e algum servidor na rede para armazenamento de seusprogramas e do recurso RSS. Essa produção oferece um contato muito próximode seu produto, em contraste com a produção de programas radiofônicosmassivos, em que muitos atores do processo produtivo acabam tendo pouco (ouaté mesmo nenhum) contato com o produto final. Mesmo as produções caseiraspodem ter alta qualidade sonora e custo baixo. Existe uma grande oferta naInternet de software para gravação e edição digital de áudio, além de vinhetas emúsicas de uso livre.” (PRIMO, 2005 p. 09)

    Desta forma, podemos perceber que o podcast  é um formato de áudioacessível tanto para a produção como para a veiculação, além de possibilitar o

    dowload do arquivo, o que dá a gravação mobilidade e facilidade de reprodução em

    vários tipos de equipamentos. Por todas essas características, o podcast se mostra

    ideal quando o objetivo é a divulgação de uma ideia, ou mesmo de um conteúdo

    formador ou educativo pois é produzido de forma simples, como também é simples

    de ser acessado, sem exigir de quem o produz um grande conhecimento técnico ou

    um grande investimento financeiro, o que possibilita temas como a Educomunicação

    que possuem pouco apelo comercial, chegarem até o público

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    6 – METODOLOGIA

    Este trabalho tem início a partir de uma pesquisa bibliográfica acerca dos

    estudos sobre teorias da educação, comunicação e sua interface conceituada por

    Ismar de Oliveira Soares como Educomunicação, procurando trazer ao trabalho as

    conclusões a que chegaram alguns pesquisadores sobre a relação entre essas duas

    áreas e a contribuição da comunicação na formação pedagógica e social de crianças

    e adolescente. Ida Regina Stumpf escreve que “a literatura é uma atividade

    constante e contínua em todo o trabalho científico, que vai desde a formulação do

    problema à análise dos resultados.” (STUMPF, 2009, p. 52). Esse trabalho também

    recorreu a pesquisa bibliográfica para resgatar um pouco da história do rádio e oresultado das transformações tecnológicas sobre os programas jornalísticos em

    formato de áudio.

    Também houve uma pesquisa na internet para identificar projetos de

    educomunicação existentes e que estão sendo aplicados em Curitiba e Região

    Metropolitana.

    Uma vez identificados os projetos existentes e escolhidos os temas dos dois

    programas feitos para esse trabalho, foram realizadas entrevistas em profundidadecom os responsáveis pelos projetos a fim de elaborar as pautas dos programas.

    Entre as características da entrevista em profundidade Jorge Duarte destaca a

    “flexibilidade de permitir ao informante definir os termos da resposta, e ao

    entrevistador ajustar livremente as perguntas” (DUARTE, 2009, p. 63) 

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    7- DESCRIÇÃO DO PRODUTO

    Os episódios em podcasts da série “A escola manda notícia” são programas

    de entrevistas de linguagem radiofônica, que têm como tema central projetos de

    educomunicação

    7.1 – CUSTOS E MATERIAIS

    Foram utilizados nesse trabalho: programa de edição de áudio Mixcraft 5 

    para o acabamento dos podcasts. Para a veiculação dos podcasts foi usado ummodelo de site  gratuito do criador de sites pt.wix .com/, que foi posteriormente

    personalizado. Para personalizar o site foram usadas imagens gratuitas disponíveis

    no site br.freepik.com/ 

    Cada CD teve o custo R$ 0,80 (oitenta centavos), totalizando R$ 1,40 (um

    real e quarenta centavos)

    Sendo estes os únicos custos do projeto.

    7.2 – ESTAPAS DE PRODUÇÃO

    O primeiro passo para a criação dos podcasts  foi a identificação dos dois

    projetos mostrados nos programas. A partir de então foram feitas duas pautas

    constando as principais informações sobres os projetos apresentados, como fontes,recortes e possíveis perguntas. Depois das pautas foram feitas pré–entrevistas que

    auxiliaram a produção do texto da introdução e das perguntas que seriam feitas na

    gravação do programa. A partir daí foram escritas as laudas que orientariam a

    gravação dos programas. Uma vez gravados, os programas foram editados e

    hospedados no site Soundcloud (https://soundcloud.com/), que possibilita o dowload 

    (cópia) dos arquivos. Por último foi produzido o site onde os podcasts  e as

    informações complementares sobre os programas foram publicados.

    https://soundcloud.com/https://soundcloud.com/https://soundcloud.com/https://soundcloud.com/

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    7.3 – PÚBLICO ALVO

    Estudantes de comunicação e pedagogia, professores, alunos e pessoas em

    geral interessadas em educomunicação.

    7.4 – VEÍCULAÇÃO

    Para a veiculação dos programas foi construído o site

    (http://aescolamandanoticia.wix.com/quem ), onde o público pode, além de ouvir os

    podcasts, ser direcionado a outros sites relacionados aos projetos apresentados

    assim como para livros, textos, vídeos e outros materiais sobre educomunicaçãodisponíveis na web.

    Na parte inicial do site, teremos o nome dos programas e uma breve

    descrição do conteúdo do site, para que o visitante possa ter um conhecimento

    prévio do tipo de material disponível em cada página.

    Imagem 1

    Na página “Podcast”, o internauta poderá ouvir os programas e também ser

    direcionado ao link para dowload dos arquivos.

    Imagem 2

    http://aescolamandanoticia.wix.com/quemhttp://aescolamandanoticia.wix.com/quemhttp://aescolamandanoticia.wix.com/quemhttp://aescolamandanoticia.wix.com/quem

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    Na aba “Saiba Mais” ficarão ao acesso do visitante, links complementares

    dos programas, textos, arquivos, vídeos e outros materiais sobre comunicação e

    educação.

    Imagem 3

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    O site também conta com a seção “Mande Notícia”, onde o público pode

    deixar em um formulário, opiniões, sugestões e mensagens para o programa.

    Também ficará à disposição, na mesma página, o e-mail:

    quemmandanotí[email protected],  para onde poderão ser enviadas sugestões de

    pauta para o programa.

    Imagem 4

    7.6 – ENTREVISTAS 

    Podcast : Projeto de Jornal Escolar em Araucária/PR

    Entrevistados: 

    Diretor do Jornal O Paraná - Carlos Vale

    Professora responsável pelo projeto de jornal do programa Mais Educação do

    Colégio Estadual Helena Wysocki – Andreia (não quis divulgar o sobrenome)

    Aluno no 7º ano do Colégio Estadual Helena Wysocki – Wesley Franco

    Podcast: Radio Escolar do Colégio Manoel Ribas:

    Entrevistados: 

    Coordenador substituto do NCEP (Núcleo de Comunicação e Educação Popular) da

    UFPR – Guilherme Carvalho

    mailto:quemmandanot%C3%[email protected]:quemmandanot%C3%[email protected]:quemmandanot%C3%[email protected]

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    Aluna do curso de jornalismo da UFPR e bolsista da NCEP – Bruna Letícia

    Junskowski

    Professora de “Mídias e Suas Linguagens” do Colégio Estadual Manoel Ribas – Ana

    Claudia de Oliveira

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    8 – CONSIDERAÇÃO FINAIS

    As tecnologias de comunicação e informação atuais possibilitam a produção

    de material jornalístico sobre temas, que apesar de relevantes, possuem pouco

    apelo comercial e consequentemente espaço nos meios de comunicação

    tradicionais voltados ao mercado.

    Dos primeiros avanços do rádio até a as tecnologias mais recentes de

    transmissão e compartilhamento de áudio, os grandes meios de comunicação ainda

    estão ligados à interesses de grandes empresas e grupos políticos. Tanto quanto a

    escola ainda está ligada a antigas metodologias que não conseguem competir com a

    tecnologia disponível, por um espaço na mente dos jovens.

    A educomunicação, enquanto teia de relações (ecossistema) inclusivas,democráticas, midiáticas e criativas – não emerge espontaneamente num dadoambiente. Precisa ser construída intencionalmente. Existem obstáculos que temque ser enfrentados e vencidos. O obstáculo maior é, na verdade, a resistência àsmudanças nos processos de relacionamento no interior de boa parte dosambientes educativos , reforçada, por outro lado , que prioriza, de igual forma, omodelo disponível da comunicação vigente, que prioriza, se igual forma, a mesmaperspectiva hegemonicamente verticalista na relação entre emissor e receptor.(SOARES, 2011, p. 37)

    Quando utilizamos os recursos tecnológicos de produção de mídia,

    disponíveis atualmente, para trazer ao público projetos que contribuem para a

    formação do cidadão e estimulam o pensamento crítico desde a infância, como são

    os projetos de educomunicação, estamos cumprindo um dos papéis fundamentais

    do jornalismo, que é o de apresentar a sociedade fatos e notícias que podem ser de

    alguma forma motivadoras de mudanças e avanços sociais. Projetos como: os

     jornais escolares do Colégio Estadual Helena Wysocki e outros em Araucária (PR) e

    a rádio Manecão do Colégio Manoel Ribas apresentados nos podcasts  “A escola

    manda notícia”, podem servir de exemplo para o surgimento de iniciativas

    semelhantes.

    Ao realizar esse trabalho notamos que a periodicidade ideal para os a

    atualização do site com novos podcasts é semanal, devido ao tempo de gravação,

    edição e pesquisa de links complementares. Outra conclusão alcançada durante a

    produção do trabalho, foi a de que apesar do pouco apelo comercial, poderíamos

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    encontrar possíveis anunciantes para financiar o projeto, visto que o próprio site

    pode ser um suporte de espaço publicitário e a produção do programa tem um custo

    próximo à zero, o que resultaria em um espaço de propaganda que custaria um

    preço abaixo do mercado. Estão entre possíveis anunciantes, os novos cursos de

    graduação e pós-graduação voltados para a interface comunicação e educação,

    editoras de livros sobre educomunicação e mídia escola e outras empresas que

    ofereçam serviços e produtos ao público alvo do programa, como materiais culturais,

    cursos e treinamentos. 

    Também percebemos que alguns pontos podem ser aprimorados com o

    tempo e a manutenção do projeto , como o próprio ritmo e locução dos programas.

    Diante disso, podemos dizer que o projeto tem possibilidades de continuar aser colocado em prática e ser constantemente aprimorado.

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    SOARES, Ismar de Oliveira – Educomunicação : o conceito, o profissional, a

    aplicação: contribuições pra a reforma do ensino médio. São Paulo: Paulinas2011

     ________________________ Educomunicação: um campo de mediações. Comunicação & Educação, São Paulo, nº19: 12 a 24, set./dez. 2000. Disponívelem: http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/download/36934/39656  . Acessoem: 12/05/2014.

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    ALVES, Marcia Nogueira; FONTOURA, Mara; ANTONIUTTI, Cleide Luciane . Mídiae produção audiovisual : uma introdução. 2. Curitiba: Ibepex,2011

    BRIGGS, Asa; BURKE,Peter. Uma história social da mídia. 2. Rio de Janeiro:Zahar, 2006.

    DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa emComunicação.2. São Paulo: Atlas , 2009

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    CHANTLER, Paul ; HARRIS, Sim. Radiojornalismo. São Paulo: Sumus , 1998

    BARBEIRO, Heródoto. Manual de radiojornalismo: produção, ética e internet.7.Rio de Janeiro: Elsevier , 2003

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