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PROGRAMAÇÃO ARQUITETÔNICA DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SAÚDE Volume 4 - Apoio ao Diagnóstico e Terapia: Anatomia Patológica, Hemoterapia e Hematologia, Medicina Nuclear e Patologia Clínica MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília – DF 2014 PROGRAMAÇÃO ARQUITETÔNICA DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SAÚDE PROGRAMAÇÃO ARQUITETÔNICA DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SAÚDE Volume 4 – Apoio ao Diagnóstico e à Terapia: Anatomia Patológica, Hemoterapia e Hematologia, Medicina Nuclear e Patologia Clínica

Soma Sus Apoio Diagnostico Terapia Anatomia Vol4

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Soma Sus Apoio Diagnostico Terapia Anatomia Vol4Ministério da SaúdeProgramação Arquitetônica de Unidades Funcionais de Saúde

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  • Universidade

    Federal da Bahia

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    MINISTRIO DA SADE

    Braslia DF

    2014

    PROGRAMAO ARQUITETNICA

    DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE

    PROGRAMAO ARQUITETNICA

    DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE

    Volume 4 Apoio ao Diagnstico e Terapia: Anatomia Patolgica, Hemoterapia e Hematologia,

    Medicina Nuclear e Patologia Clnica

    Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade

    www.saude.gov.br/bvs

    Legislao em Sade

    www.saude.gov.br/saudelegis

  • MINISTRIO DA SADE

    Braslia DF

    2014

    PROGRAMAO ARQUITETNICA

    DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE

    Volume 4 Apoio ao Diagnstico e Terapia

    (Anatomia Patolgica, Patologia Clnica, Hemoterapia e Hematologia,

    Medicina Nuclear)

  • MINISTRIO DA SADE

    Secretaria-Executiva

    Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento

    Braslia DF

    2014

    PROGRAMAO ARQUITETNICA

    DE UNIDADES FUNCIONAIS DE SADE

    Volume 4 Apoio ao Diagnstico e Terapia

    (Anatomia Patolgica, Patologia Clnica, Hemoterapia e Hematologia,

    Medicina Nuclear)

  • 2014 Ministrio da Sade.

    Esta obra disponibilizada nos termos da Licena Creative Commons Atribuio No Comercial Compartilhamento pela mesma licena 4.0

    Internacional. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

    A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade:

    .

    Tiragem: 1 edio 2014 5.000 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaes:

    MINISTRIO DA SADE

    Secretaria-Executiva

    Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento

    Coordenao de Qualificao de Investimentos em Infraestrutura em Sade

    Esplanada dos Ministrios, bloco G, Edifcio Anexo, 4 andar, sala 465-B

    CEP: 70058-900 Braslia - DF

    Tels.: (61) 3349-8266 / 3315-3351

    Site: www.saude.gov.br/somasus

    E-mail: [email protected]

    Coordenao:

    Marcelo Sette Gutierrez

    Organizao:

    Antnio Pedro Alves de Carvalho coordenao/GEA-Hosp/UFBA

    Elaborao de texto:

    Grupo de Estudos em Engenharia e Arquitetura Hospitalar/UFBA

    Equipe Tcnica Desid/SE/MS

    Projeto grfico e capa:

    Camila Lustoza Dantas arquiteta/CQIS/Desid/SE/MS

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    Ilustrao:

    Grupo de Estudos em Engenharia e Arquitetura Hospitalar/UFBA

    Cooperao Tcnica:

    Renato Garcia Ojeda IEB UFSC

    Editora responsvel:

    MINISTRIO DA SADE

    Secretaria-Executiva

    Subsecretaria de Assuntos Administrativos

    Coordenao-Geral de Documentao e Informao

    Coordenao de Gesto Editorial

    SIA, Trecho 4, lotes 540/610

    CEP: 71200-040 Braslia/DF

    Tels.: (61) 3315-7790 / 3315-7794

    Fax: (61) 3233-9558

    Site: http://editora.saude.gov.br

    E-mail: [email protected]

    Equipe editorial:

    Normalizao: Christian Kill

    Reviso: Paulo Henrique de Castro

    Ficha Catalogrfica

    Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria-Executiva. Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento.

    Apoio ao diagnstico e terapia: Anatomia Patolgica, Patologia Clnica, Hemoterapia e Hematologia, Medicina Nuclear / Ministrio da Sade, Secretaria-Executiva,

    Departamento de Economia da Sade, Investimentos e Desenvolvimento. Braslia : Ministrio da Sade, 2014.

    188 p. : il. (Programao Arquitetnica de Unidades Funcionais de Sade ; v. 4)

    ISBN 978-85-334-2190-5

    1. Hospital. 2. Instituies de Sade. 3. Administrao em Sade. I. Ttulo. II. Srie.

    CDU 725.1:614.21

    Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2014/0069

    Ttulos para indexao:

    Em ingls: Support to Diagnosis and Therapy Pathological Anatomy, Clinical Pathology, Hemotherapy and Hematology, Nuclear Medicine

    Em espanhol: Apoyo al Diagnstico y a la Terapia Anatoma Patolgica, Patologa Clnica, Hemoterapia y Hematologa, Medicina Nuclear

  • Apresentao

    Espaos Fsicos Laboratoriais: Anatomia Patolgica e Citopatologia

    Guia para Elaborao de Projetos: Hematologia e Hemoterapia

    A Arquitetura da Unidade de Medicina Nuclear

    Arquitetura de Laboratrios de Patologia Clnica

    Unidade Funcional 4 Anatomia Patolgica e Citopatologia

    Fluxograma Anatomia Patolgica e Citopatologia

    Anatomia Patolgica

    SUMRIO

    09

    11

    19

    31

    41

    51

    53

    APA01

    APA02

    APA03

    APA04

    APA05

    APA06

    APA07

    Sala de recepo e classificao

    Sala de macroscopia

    Sala de tcnica

    Sala de imuno-histoqumica

    Sala de bipsia de congelao

    Sala de necropsia

    Arquivos de peas, lminas, blocos e fotografias

    Unidade Funcional 4 Hemoterapia e Hematologia

    Fluxograma Hemoterapia e Hematologia

    Hemoterapia e Hematologia

    HEM01

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    HEM09

    HEM10

    HEM11

    HEM12

    HEM13

    HEM14

    HEM15

    Sala para recepo, registro e espera de doadores

    Arquivos de doadores

    Sala/rea para triagem hematolgica

    Triagem clnica

    Sala para coleta de sangue de doadores

    Sala para recuperao de doadores

    Sala de processamento de sangue

    rea/sala de pr-estoque

    Sala de liberao e rotulagem

    Sala para procedimentos especiais (abertura do sistema, alicotagem,

    lavagem de hemcias etc.)

    Sala de distribuio/compatibilidade

    rea/sala de estocagem de hemocomponentes

    Laboratrio de controle de qualidade do produto final

    Sala de coleta de material

    Consultrio indiferenciado

    54

    56

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    100

  • HEM16

    HEM17

    Sala de transfuso

    Posto de enfermagem e servios

    102

    104

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    PAT01

    PAT02

    PAT03

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    PAT05

    PAT06

    PAT07

    PAT08

    PAT09

    PAT10

    PAT11

    PAT12

    PAT13

    PAT14

    PAT15

    PAT16

    PAT17

    Box de coleta de material

    Sala de coleta de material

    rea para classificao e distribuio de amostras

    Sala de preparo de reagentes

    Sala para lavagem e secagem de vidrarias

    Laboratrio de hematologia

    Laboratrio de parasitologia

    Laboratrio de urinlise

    Laboratrio de imunologia

    Laboratrio de bacteriologia ou microbiologia

    Laboratrio de micologia

    Laboratrio de virologia

    Laboratrio de bioqumica

    Laboratrio de biologia molecular: sala de preparo de solues

    Laboratrio de biologia molecular: sala de extrao de cidos nuclicos

    Laboratrio de biologia molecular: antecmara de paramentao exclusiva

    para acesso sala de PCR

    Laboratrio de biologia molecular: sala de PCR (amplificao)

    Unidade Funcional 4 Medicina Nuclear

    Fluxograma Medicina Nuclear

    Medicina Nuclear

    MNU01

    MNU02

    MNU03

    MNU04

    MNU05

    MNU06

    MNU07

    MNU08

    Laboratrio de manipulao e estoque de fones em uso

    Sala de decaimento (depsito de rejeitos radioativos)

    Box para coleta de material

    Laboratrio de radioimunoensaio

    Sala de administrao de radiofrmacos

    Sala de box pacientes injetados

    Sala de exames gama-cmara/cintilgrafo

    Sala de laudos e arquivos

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    Unidade Funcional 4 Patologia Clnica

    Fluxograma Patologia Clnica

    Patologia Clnica

  • Lista de equipamentos e mobilirio

    Referncias

    Equipe de desenvolvimento do SomaSUS

    171

    179

    183

    PAT18

    PAT19

    Laboratrio de biologia molecular: sala de revelao de gis

    Laboratrio de suporte UTI e UTQ

    Laboratrio de emergncia

    164

    166

    168

  • 9O presente trabalho parte dos resultados da pesquisa realizada pelo Ministrio da Sade

    com a consultoria do Geahosp (Grupo de Estudos em Arquitetura e Engenharia Hospitalar da

    Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia) e do IEB (Instituto de Engenharia

    Biomdica da Universidade Federal de Santa Catarina). Esta parceria deu maior visibilidade e

    contedo ao Sistema de Apoio Organizao e Elaborao de Projetos de Investimentos em

    Sade (SomaSUS), cujo portal na internet constitui-se, hoje, numa inestimvel fonte de

    pesquisas para todos os que trabalham com a infraestrutura de estabelecimentos assistenciais

    de sade.

    A edio das informaes mais visveis do sistema deve-se no somente consulta rpida

    e fcil do meio impresso, como tambm necessidade de maior disponibilidade do material

    levantado em regies onde no haja a possibilidade de acesso a computadores ou aos

    programas requeridos.

    Compem o presente volume, basicamente, as fichas funcionais de pr-

    -dimensionamentos dos ambientes mais comuns onde se desenvolvem aes de sade, das

    unidades de ambulatrio, emergncia e internao. Tomou-se como padro, para a escolha

    destes espaos, a Resoluo da Diretoria Colegiada n 50 da Anvisa (AGNCIA NACIONAL DE

    VIGILNCIA SANITRIA, 2004), bem como as informaes de outras normas e portarias.

    Complementou-se, ainda, com alguns artigos e referncias que, por certo, ajudaro em muito os

    pesquisadores da rea.

    Gostaramos de destacar, como fontes inestimveis para a elaborao desta publicao,

    os ensinamentos e modelos de fichas de pr-dimensionamentos fornecidos pelo prof. dr. Mrio

    Jlio Krger, grande introdutor da pesquisa em Programao Arquitetnica aplicada aos

    estabelecimentos assistenciais de sade no Brasil, nos cursos ministrados na UnB na dcada

    de 1980 e no seu livro Programao Arquitetnica de Biotrios (KRGER, 1986). Outra

    publicao com importante contribuio na rea o Manual para Elaborao de Projetos de

    Edifcios de Sade na Cidade do Rio de Janeiro, do Instituto Brasileiro de Administrao

    Municipal, ligado Prefeitura do Rio de Janeiro (RIO DE JANEIRO, 1996).

    Espera-se que a presente publicao cumpra um papel de relevo na induo do estudo da

    arquitetura e da engenharia de unidades de sade, sendo um fator de melhoria da qualidade das

    aes de infraestrutura, to carentes nos dias de hoje.

    Os organizadores

    Apresentao

  • 11

    A especialidade mdica Anatomia Patolgica o ramo da medicina responsvel pela

    anlise de rgos, tecidos e clulas, contribuindo para o diagnstico de leses, tratamento e

    prognstico das doenas, bem como para sua preveno. A anlise compreende o exerccio da

    histopatologia (bipsias, peas cirrgicas e exames pr-operatrios), da citopatologia

    (esfoliativa e aspirativa) e de autpsias (PORTUGAL, 2003, p. 05).

    A Citopatologia a rea de atuao da Patologia que estuda as doenas a partir de

    observao ao microscpio de clulas obtidas por esfregaos, aspiraes, raspados,

    centrifugao de lquidos e outros mtodos. Este procedimento laboratorial pode detectar

    alteraes da morfologia celular para o diagnstico (definitivo ou presuntivo) ou a preveno de

    doenas a partir do estudo do microscpio de esfregaos celulares, lquidos corpreos ou de

    amostras colhidas por escovaes, raspagens, imprints ou punes aspirativas.

    No Brasil, a infraestrutura desse tipo de unidade funcional comeou a ser regularizada

    pelo Manual de Laboratrio Cito-Histopatolgico em 1987. No referido manual, o Ministrio da

    Sade determinou a organizao e a administrao desses estabelecimentos, informando

    parmetros sobre ambientes mnimos e suas respectivas reas, as condies ambientais, os

    recursos laboratoriais, os mobilirios e os equipamentos. Hoje, a norma vigente a Resoluo

    da Diretoria Colegiada (RDC) n 50, com ltima reviso em 2004. H tambm um instrumento

    que contribui para o planejamento desta especialidade: o Manual de Diretrizes para Projetos

    Fsicos de Laboratrios de Sade Pblica (FUNDAO NACIONAL DE SADE, 2004), que tem

    como base a RDC Anvisa n 50/2002.

    Outro documento, elaborado em 2013, aps uma consulta pblica realizada pela

    Secretaria de Estado de Sade de So Paulo, informa alguns parmetros operacionais para

    este tipo de servio de sade. So eles: garantia de segurana dos resultados, procedimentos e

    diagnsticos; apreciao e aprovao dos comits de tica em pesquisa, quando os

    estabelecimentos envolverem atividades relacionadas pesquisa; alvar sanitrio e licena de

    funcionamento.

    Atribuio e Atividades

    A RDC Anvisa n 50/2002 classifica tal servio de sade como apoio ao diagnstico e

    terapia, no qual so realizadas tarefas diretamente ligadas s atividades-fim do estabelecimento

    assistencial de sade que envolvem o reconhecimento e a recuperao do estado de sade dos

    pacientes. Ou seja, seu papel na unidade hospitalar estabelecer diagnsticos de doenas, sua

    preveno e a avaliao da qualidade dos cuidados mdicos prestados.

    Espaos Fsicos Laboratoriais: Anatomia Patolgica e Citopatologia

    Camila Lustoza Dantas

  • J no Manual de Diretrizes para Projetos Fsicos de Laboratrios de Sade Pblica, a

    unidade inserida em laboratrios de especialidade de biologia mdica. Essas unidades tm

    como principal funo promover atividades voltadas vigilncia epidemiolgica e sanitria da

    populao, sendo que suas principais aes esto fundamentadas em critrios

    epidemiolgicos, tanto no campo da anlise clnica quanto na resoluo de problemas da sade

    pblica. Segundo o mesmo manual, os principais aspectos do planejamento de um laboratrio

    so: segurana do pessoal, proteo da amostra, preciso dos resultados, eficincia no fluxo de

    trabalho, assim como a proteo do meio ambiente e dos riscos provenientes das atividades

    realizadas no seu interior. As atividades desenvolvidas nas especificidades de Anatomia

    Patolgica e Citopatologia (FUNDAO NACIONAL DE SADE, 2004 p. 15) so as seguintes:

    1. Realizar anlises de amostras de tecidos, para diagnstico de doenas,

    em exames de monitoramento de pacientes e exames

    anatomopatolgicos.

    2. Receber amostra de material biolgico.

    3. Preparar as amostras (separar, parafinar, cortar e colorir lminas).

    4. Realizar anlise de microscopia.

    5. Armazenar lquidos volteis (como solventes e reagentes), blocos,

    lminas e registros.

    6. Descontaminar lavar, esterilizar e secar os materiais de uso

    exclusivo do laboratrio de patologia.

    7. Descontaminar lavar, secar ou acondicionar os materiais e resduos

    infectados a serem encaminhados para descontaminao em outro local.

    8. Realizar anotaes tcnicas, laudos e atividades administrativas.

    Programao Fsica e Setorizao

    A RDC Anvisa n 50/2002 define a programao fsica, informando parmetros para a rea

    mnima dos ambientes e a rea que ir depender das atividades a serem realizadas e dos

    equipamentos a serem utilizados. Segundo a mesma norma, o setor de Anatomia Patolgica e

    Citopatologia deve apresentar o seguinte programa mnimo:

    Sala de recepo e classificao: ambiente composto de duas reas rea para

    recepo e registro de material e rea para emisso e codificao de laudos. Deve ser

    individualizada e separada da rea tcnica. De acordo com a RDC Anvisa n 50/2002, sua rea

    mnima de 6,00 m.

    12

  • Sala de macroscopia: utilizada para realizar exames macroscpicos como bipsias e

    peas cirrgicas. Esta sala, com rea mnima de 6,00m, composta por dois ambientes: rea

    de descrio e clivagem e rea de armazenamento de peas.

    Sala de tcnica: esta sala possui duas reas: a rea histolgica, de incluso em parafina,

    microtomia, colorao e montagem; e rea citolgica de processamento e confeco de lminas

    para lquidos, colorao e montagem. Sua rea mnima de 12,00m.

    Sala de imuno-histoqumica: ambiente que contar com rea mnima de 6,50 m, que se

    destina rea de processamento, onde sero realizados exames macroscpicos e o

    processamento tcnico (clivagem descrio, capsulamento, fixao e armazenagem temporria

    de peas) do material a ser examinado.

    Sala de microscopia: destinada a realizar exames microscpicos de materiais teciduais

    ou citolgicos obtidos por coletas a partir de esfregaos, aspirados, bipsias ou necropsias.

    Essa sala contar com rea mnima de 6,00m.

    Sala de bipsia de congelao: este ambiente, quando existir, estar localizado no

    Centro Cirrgico e ter rea mnima de 3,60m. Nele sero realizados exames macroscpicos

    ou microscpicos de materiais teciduais ou citolgicos obtidos por coletas a partir de esfregaos,

    aspirados, bipsias ou necropsias.

    Sala de necropsia: como o prprio nome j diz, um ambiente utilizado para realizar

    necropsias. Possuir duas reas: a rea de exames (com 17,00m de rea e dimenso mnima

    de 2,80m, sendo que se podem acrescentar 8,50m por mesa adicional) e rea de guarda

    temporria de cadveres (cmara frigorfica, com rea de 3,00m, se houver cmara frigorfica).

    Arquivo de peas, lminas, blocos e fotografias: o ambiente destinado a manter a

    documentao fotogrfica cientfica, arquivo de lminas e blocos. Possui rea mnima de

    12,00m.

    As salas de imuno-histoqumica e a sala de biopsia de congelao no so obrigatrias na

    unidade. Outros ambientes que iro fazer parte do laboratrio so de apoio, como banheiros

    para funcionrios, depsito de material de limpeza, sala de utilidades e depsito de material

    (reagentes, parafina etc.) (BRASIL, 2002, p. 71).

    13

  • Fonte: Claudia Cury, Renata Granja e Cristina Gomes.

    14

    Figura 1 Unidade de Anatomia Patolgica e Citopatologia do Inpel (Instituto

    Nacional de Pesquisa do Envelhecimento e da Longevidade), parte do Projeto de Ps-

    Graduao em Arquitetura e Sistemas de Sade

  • Fluxograma

    De acordo com o Manual de Diretrizes para Projetos Fsicos de Laboratrios de Sade

    Pblica e a RDC Anvisa n 50/2002, a setorizao poder ser planejada de acordo com o

    seguinte fluxograma:

    Fonte: Elaborao do autor.

    15

    Figura 2 Fluxograma da Unidade de Anatomia Patolgica e Citopatologia

  • Condies de Conforto e Infraestrutura

    Os ambientes de uso laboratorial devem possuir certo cuidado com a utilizao dos

    materiais de revestimento, com a climatizao, com a circulao de ar e com a iluminao.

    De acordo com a RDC Anvisa n 50/2002, os materiais de revestimento de piso, teto e

    parede devem ser lavveis e resistentes ao uso da gua e do desinfetante. J as bancadas de

    manuseio das peas e amostras tambm devem ser de material resistente e no corrosvel, pois

    esto suscetveis a interaes com produtos qumicos. Essas bancadas so as principais reas

    de trabalho e, por isso, necessitam de iluminao artificial no campo de trabalho.

    Pode-se dizer que nessa unidade so realizadas atividades que produzem odores devido

    s amostras a serem examinadas e manipulao de componentes qumicos. Por isso, deve-se

    atentar para a devida exausto, climatizao e ventilao. Caso opte-se por climatizao

    central, no sero permitidas a recirculao do ar exaurido, a instalao de ar condicionado de

    janela ou split, e as portas devero ser mantidas fechadas por meio de dispositivo de fechamento

    automtico (SO PAULO, 2013, p. 1-3).

    A sala destinada macroscopia deve dispor de gua corrente; contentores apropriados e

    diferenciados para os distintos tipos de restos de tecidos, lquidos orgnicos e materiais

    perfurocortantes; armrios, caixas de conteno, contentores para o armazenamento dos

    recipientes com as peas operatrias; sistema adequado de esgotos, extrao de cheiros e

    vapores txicos ou irritantes, de forma a assegurar um ambiente saudvel. J as salas

    destinadas histopatologia e citologia devem: dispor de gua corrente, contentores

    apropriados e diferenciados para os distintos tipos de resduos produzidos; e possuir um sistema

    adequado de esgotos e extrao de cheiros e vapores txicos ou irritantes, de forma a assegurar

    um ambiente saudvel (SO PAULO, 2013, p. 3).

    Comparadas s outras reas de apoio e diagnstico, as instalaes deste tipo de unidade

    no demandam grandes consumos de energia, pois se utilizam de poucos equipamentos de

    considervel consumo energtico, por exemplo: microscpio, micrtomo, ar-condicionado,

    estufa e, em alguns casos, cmara frigorfica; no entanto, requerem um sistema de energia

    eltrica de emergncia.

    O servio de sade deve garantir a continuidade do fornecimento de energia eltrica nos

    equipamentos em situaes de interrupo pela concessionria de servio pblico, nos locais

    em que a energia eltrica considerada insumo crtico, por meio de um sistema de energia

    eltrica de emergncia (SO PAULO, 2013, p. 3).

    16

  • Resduos e seu Descarte

    Os servios de sade devem dispor de polticas para o gerenciamento de resduos

    gerados. Sua gesto deve ser realizada de forma a no colocar em risco a sade do trabalhador

    e no deve ser fonte direta de contaminao do ambiente.

    Os resduos gerados por laboratrios de anatomia patolgica so lquidos ou slidos,

    qumicos e com alto risco biolgico. Antes do descarte necessrio que haja local para

    armazenamento provisrio de resduos de servios de sade e descontaminao de todas as

    culturas, colnias e outros resduos, segundo as Diretrizes para Projetos Fsicos de Laboratrios

    de Sade Pblica (FUNDAO NACIONAL DE SADE, 2004, 2004, p. 72).

    O abrigo externo de resduos deve ser projetado e construdo em alvenaria com aberturas

    apenas para uma ventilao adequada, com tela milimtrica de proteo contra insetos. Esse

    ambiente deve ter piso, teto e paredes revestidos internamente de material resistente,

    impermevel e lavvel, com acabamento liso. O piso deve ser inclinado, com caimento

    indicando para canaletas. Deve possuir sistema de drenagem com ralo sifonado de tampa

    escamotvel para permitir a vedao. A porta dever ter proteo inferior para impedir o acesso

    de vetores e roedores. Caso o edifcio seja de uso comercial, pode-se prever abrigo temporrio

    em containers especficos (SO PAULO, 2013, p. 7).

    Consideraes Finais

    As unidades funcionais de anatomia patolgica e citopatologia so destinadas a realizar

    exames macro e/ou microscpicos em materiais teciduais ou citolgicos coletados para fins de

    diagnstico (BRASIL, 2013, p. 16).

    Possuindo atribuies complexas e nicas, esse tipo de unidade possui acessos restritos

    aos profissionais de sade, no havendo contato com o pblico, nem mesmo para coleta de

    material, j que esta realizada em outros setores do hospital.

    Suas atividades no podem ser comparadas nem confundidas com as atividades de um

    laboratrio comum. O tipo de diagnstico baseado no exame morfolgico dos rgos, dos

    tecidos e das clulas. Essas atividades possuem inter-relao com quase todas as outras

    especialidades mdicas e cirrgicas no estabelecimento do diagnstico e na identificao dos

    fatores de prognstico e preveno de doenas. Tem ainda uma interveno relevante na

    avaliao da qualidade dos cuidados mdicos prestados e do funcionamento hospitalar

    (PORTUGAL, 2003, p. 6).

    17

  • 19

    Introduo

    No mbito do Sistema nico de Sade (SUS), o Sistema Nacional de Sangue,

    Componentes e Hemoderivados (Sinasan) agrega o ordenamento da estrutura organizacional

    das Redes de Ateno Hemoterpica e Hematolgica (Hemorrede Nacional), formada pelos

    rgos gestores e organismos operacionais de captao e obteno de doao, coleta,

    processamento, controle e garantia de qualidade, estocagem, distribuio e transfuso de

    sangue, seus componentes e hemoderivados, de natureza pblica e privada, nos respectivos

    estados, funcionando de forma transversal a praticamente todas as demais reas da Sade,

    principalmente as de Alta Complexidade.

    Guia para Elaborao de Projetos: Hematologia e Hemoterapia

    Humberto Dias Xavier

    Fonte: CGSH.

    Figura 1 Ordenamento do Sinasan

  • A Coordenao-Geral de Sangue e Hemoderivados fomenta a estruturao fsica da

    Hemorrede Pblica, que tem como principais arcabouos legais a RDC n 50, de 21 de fevereiro

    de 2002 e a RDC n 189, de 18 de julho de 2003, cuja apresentao grfica de complexas

    visualizao e interpretao. Visando disponibilizao de ferramenta mais amigvel e

    fundamentada no Projeto SomaSUS, do Ministrio da Sade, a CGSH, em 2006, iniciou um

    projeto de pesquisa com o objetivo de atualizar as informaes inerentes s reas de

    Hematologia e Hemoterapia nos itens referentes estrutura fsica.

    Hemoterapia e Hematologia

    Com base no desenho de Hemorredes existentes e em funcionamento, com o amparo

    das RDC n 151, de 21 de agosto de 2012, RDC n 50, de 21 de fevereiro de 2002, e RDC n 189,

    de 18 de julho de 2003, foram pesquisados os diversos nveis de servios que as compem:

    Hemocentro Coordenador

    Entidade de mbito central, de natureza pblica, localizada preferencialmente na capital,

    referncia do Estado na rea de Hemoterapia e/ou Hematologia, com as finalidades de prestar

    assistncia e apoio hemoterpico e/ou hematolgico rede de servios de sade. Dever

    prestar servios de assistncia s reas a que se prope, de ensino e pesquisa, formao de

    RH, controle de qualidade, suporte tcnico, integrao das instituies pblicas e filantrpicas e

    apoio tcnico Secretaria de Sade na formulao da Poltica de Sangue e Hemoderivados no

    Estado, de acordo com o Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados (Sinasan) e o Plano

    Nacional de Sangue e Hemoderivados (Planashe) e em articulao com as Vigilncias Sanitria

    e Epidemiolgica.

    Hemocentro Regional

    Entidade de mbito regional, de natureza pblica, para atuao macrorregional nas reas

    Hemoterpica e Hematolgica. Dever coordenar e desenvolver as aes estabelecidas na

    Poltica de Sangue e Hemoderivados do Estado para cada macrorregio de sade, de forma

    hierarquizada e de acordo com o Sinasan e o Planashe. Poder encaminhar a uma central de

    triagem laboratorial de doadores as amostras de sangue para a realizao dos exames.

    20

  • Ncleo de Hemoterapia

    Entidade de mbito local ou regional, de natureza pblica ou privada, para atuao

    microrregional nas reas de Hemoterapia e Hematologia. Dever desenvolver as aes

    estabelecidas pela Poltica de Sangue e Hemoderivados no Estado, de forma hierarquizada e de

    acordo com o Sinasan e o Planashe. Poder encaminhar a uma central de triagem laboratorial

    de doadores as amostras de sangue para a realizao dos exames (BRASIL, 2001).

    Unidade de Coleta e Transfuso

    Entidade de mbito local, de natureza pblica ou privada, que realiza coleta de sangue

    total e transfuso, localizada em hospitais ou pequenos municpios onde a demanda de servios

    no justifique a instalao de uma estrutura mais complexa de hemoterapia. Poder ou no

    processar o sangue total e realizar os testes imuno-hematolgicos dos doadores. Dever

    encaminhar as amostras (para a realizao da triagem laboratorial dos marcadores para as

    doenas infecciosas) a um servio de hemoterapia de referncia (BRASIL, 2001).

    Unidade de Coleta

    Entidade de mbito local que realiza coleta de sangue total, podendo ser mvel ou fixa. Se

    for mvel, dever ser pblica e ligada funcionalmente a um servio de hemoterapia. Se for fixa,

    poder ser pblica ou privada. Dever encaminhar o sangue total (para processamento e

    realizao dos testes imuno-hematolgicos e de triagem laboratorial dos marcadores para as

    doenas infecciosas) a um servio de hemoterapia de referncia (BRASIL, 2001).

    Central de Triagem Laboratorial de Doadores

    Entidade de mbito local, regional ou estadual, pblica ou privada, que tem como

    competncia a realizao dos exames de triagem das doenas infecciosas nas amostras de

    sangue dos doadores coletado na prpria instituio ou em outras. A realizao de exames para

    outras instituies s ser autorizada mediante convnio/contrato de prestao de servio,

    conforme a natureza das instituies (BRASIL, 2001).

    Agncia Transfusional

    Localizao preferencialmente intra-hospitalar, com a funo de armazenar, realizar

    testes de compatibilidade entre doador e receptor e transfundir os hemocomponentes liberados.

    O suprimento de sangue a essas agncias realizar-se- pelos servios de hemoterapia de maior

    complexidade (BRASIL, 2001).

    21

  • Unidade Mvel de Coleta

    Entidade de mbito local que realiza coleta de sangue total, podendo ser mvel ou fixa. Se

    for mvel, dever ser pblica e ligada funcionalmente a um servio de hemoterapia. Se for fixa,

    poder ser pblica ou privada. Dever encaminhar o sangue total (para processamento e

    realizao dos testes imuno-hematolgicos e de triagem laboratorial dos marcadores para as

    doenas infecciosas) a um servio de hemoterapia de referncia.

    Estruturas Componentes da Hemorrede e seus Ambientes

    Ambientes Relacionados ao Atendimento ao Doador

    Fonte: Estudo e Pesquisa realizada junto a HEMORREDE PBLICA do Rio de Janeiro, 2009.

    22

    Quadro 1 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo de atendimento ao doador

  • Ambientes Relacionados ao Atendimento ao Paciente

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    23

    Quadro 2 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo de atendimento ao paciente

  • Ambientes Relacionados s Anlises Laboratoriais

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    24

    Quadro 3 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo de anlise laboratorial

  • Ambientes Relacionados s Atividades Administrativas, de Ensino, Pesquisa e

    Treinamento

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    25

    Quadro 4 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo das atividades administrativas

    Quadro 5 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo das atividades de ensino,

    pesquisa e treinamento

  • Ambientes Relacionados s Atividades de Apoio

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    26

    Quadro 6 Quadro com ambientes relacionados ao fluxo das atividades de apoio

  • O levantamento dos dados em campo, mediante a elaborao das plantas cadastrais,

    passa a identificar no apenas as questes voltadas estrutura fsica, mas inclui informaes

    sobre equipamentos, resduos de sade e recursos humanos.

    Uma vez compilados os dados, estes foram formatados dentro das premissas propostas

    pelo SomaSUS, aos quais inclumos como mtodo geral de descrio e encaminhamento dos

    trabalhos o fluxograma geral, demonstrado na figura 2, que h muito conhecido dos gestores e

    projetistas envolvidos com esta rea da Sade, uma maneira didtica de ilustrar e estabelecer os

    caminhos macros de atividades/ambientes.

    Para facilitar o entendimento, partindo do fluxograma, o estudo apresenta, para cada

    ambiente encontrado, a relao funcional com os ambientes a ele associados, o layout do

    ambiente, os equipamentos necessrios, a descrio do ambiente, com as caractersticas do

    espao fsico, as condicionantes ambientais, a infraestrutura complementar necessria, os

    resduos gerados e os recursos humanos sugeridos/necessrios.

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    27

    Figura 2 Fluxograma geral

  • Fluxo para Sala de Coleta de Sangue de Doadores

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    Fonte: Guia de Projetos Hematologia e Hemoterapia/CGSH.

    Fluxo para Sala de Coleta de Sangue de Doadores

    28

    Figura 3 Relao funcional

    Figura 4 Layout

  • Condicionantes Ambientais

    - Temperatura ideal: 20C a 23C (NR 17);

    - Umidade ideal: no inferior a 40% (NR17). Faixa recomendvel para os equipamentos: 45

    a 75% (NBREC601-1);

    - Nvel de iluminamentos: 150 a 300 lux geral / 300 a 700 lux mesa de trabalho;

    - rea mnima de ventilao/iluminao natural: ver cdigo de obras local;

    - Quanto ao risco de transmisso de infeco: rea crtica;

    - Atividades desenvolvidas: coleta de sangue total ou componentes por afreses; 4.9.18

    realizao de procedimentos de enfermagem; 4.9.6 prestao de cuidados mdicos aos

    doadores (RDC 50/2002- 4.9.18 e 4.9.6).

    Caractersticas do Espao Fsico

    - rea mnima: 4,00m por poltrona de doao. 2 a 4 poltronas por sala de triagem clnica

    (RDC 50/2002);

    - rea mdia: 51,40m (sala de coleta) e 19,00m (espera);

    - P direito mnimo: ver cdigo de obras local;

    - Piso: liso (sem frestas), resistente ao desgaste, impermevel, lavvel, de fcil

    higienizao e resistente aos processos de limpeza, descontaminao e desinfeco;

    - Parede: superfcie lisa e uniforme, de fcil higienizao e resistente aos processos de

    limpeza, descontaminao e desinfeco. No permitido o uso de divisrias;

    - Teto: deve ser contnuo, sendo proibido o uso de forros falsos removveis que interfiram na

    assepsia dos ambientes;

    - Porta: revestida com material lavvel. Vo mnimo de 1,10m. desejvel que possua

    visor;

    - Bancada: com pia de lavagem. Os materiais utilizados devem propiciar condies de

    higiene (sendo resistentes gua), sendo anticorrosivos e antiaderentes.

    29

  • Consideraes Finais

    A pesquisa evidencia que no basta apresentar um leiaute com a relao de

    equipamentos e caractersticas do espao fsico, mas possibilita verificar dimenses com reas

    mdias efetivas dos ambientes construdos, a capacidade de atendimento demanda regional

    de usurios do servio, o quantitativo e o tipo de recursos humanos em atividade por ambiente e

    os tipos de resduos gerados e seus respectivos recipientes de coleta e transporte.

    No quesito de equipamentos, passamos a oferecer uma relao especfica para a rea de

    Sangue e Hemoderivados, devidamente conciliada com o Hemosige (sistema de gesto de

    equipamentos da CGSH), com informaes abrangentes, facilitando em muito a tomada de

    deciso dos gestores dos servios, quando da especificao de suas caractersticas. Tambm

    surgem no mbito da pesquisa a identificao dos tipos de resduos por ambiente e sua devida

    conciliao com o Guia de Resduos, publicado pela CGSH.

    A compilao dos dados da pesquisa evidencia a enorme gama de informaes,

    superando a expectativa de atualizao do SomaSUS no que se refere infraestrutura dos

    servios especficos desta rea da Sade, que podem ser acessadas pelo endereo eletrnico

    . Portanto, entendemos que, alm de atualizar o SomaSUS,

    produzimos uma poderosa ferramenta interativa, destinada a profissionais projetistas e gestores

    desta rea, contribuindo significativamente com suas tomadas de decises, que passam a

    compor o Guia para Elaborao de Projetos Hematologia e Hemoterapia.

    A produo e a utilizao do SomaSUS/Sangue e deste Guia esto em consonncia com

    as diretrizes da Coordenao-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH), possibilitando a

    qualificao dos servios, o escopo do Programa Nacional de Qualificao da Hemorrede

    (PNQH) e a promoo de boas prticas de utilizao dos recursos pblicos.

    Ao orientar os profissionais envolvidos na elaborao dos projetos de servios de sade,

    com nfase em Hematologia e Hemoterapia, disponibilizando informaes aos usurios,

    esperamos promover significativa melhora na qualidade destes projetos. Assim, tanto o

    SomaSUS como o Guia para Elaborao de Projetos Hematologia e Hemoterapia so

    ferramentas estratgicas facilitadoras do planejamento, da gesto e da organizao de projetos.

    Agora, esperamos que sua utilizao produza ampla discusso que nos permita

    identificar melhorias nas ferramentas, na produo projetual e na gesto dos servios.

    30

  • A Medicina Nuclear a rea da Medicina que faz uso de pequenas quantidades de

    substncias radioativas para diagnosticar determinadas doenas. Essas substncias, tambm

    chamadas de traadores ou radiofrmacos, aps serem administradas, principalmente por via

    oral ou endovenosa, se dirigem para rgos ou grupos celulares especficos, dependendo das

    suas caractersticas qumicas. A realizao do exame baseia-se na aquisio de imagens

    geradas por um aparelho gama-cmara, cintilgrafo, Spect (single-photon emission computed

    tomography) ou PET (positron emission tomography) que capta a radiao emitida pelo corpo

    do paciente aps a administrao do radiofrmaco. O PET-CT j associa esta prtica a estudos

    tomogrficos, trazendo maior sensibilidade e preciso na localizao de leses.

    Devido ao uso de elementos radioativos, torna-se importante saber de que forma o

    espao fsico pode contribuir para tornar esta unidade mais segura para seus usurios, sejam

    eles pacientes, visitantes ou funcionrios. Os riscos inerentes ao uso dessa tecnologia devem

    ser gerenciados para a minimizao dos efeitos causados pela radiao ionizante. A arquitetura,

    neste contexto, tem o importante papel de planejar este espao fsico, contribuindo para

    proporcionar condies adequadas para a realizao das atividades com segurana e conforto

    para os usurios.

    O Brasil experimenta, na atualidade, um aumento do nmero de idosos como resultado

    do crescimento da expectativa de vida da populao. Seu perfil epidemiolgico indica as

    cardiopatias como a primeira e as neoplasias como a terceira maiores causas de morte, com

    maior incidncia na faixa etria a partir dos 50 anos (BRASIL, 2010). Como estas so patologias

    cujo diagnstico precoce tem grande importncia, h uma demanda crescente por estes

    servios, que tm papel destacado em sua preveno. A unidade de medicina nuclear, em

    particular, por no realizar procedimentos invasivos, possui perspectiva de aumento de

    utilizao.

    Usos da Medicina Nuclear

    Os radioistopos empregados na Medicina Nuclear so frequentes emissores de

    radiao gama originada do prprio ncleo atmico. Para estudos diagnsticos, desejvel que

    a energia da radiao esteja em uma faixa adequada aos sistemas de deteco e que o istopo

    apresente um rpido decaimento para a forma no radioativa (o tempo que leva para a metade

    dos tomos passar da forma radioativa para a forma estvel denominado de meia vida).

    A Arquitetura da Unidade de Medicina Nuclear

    Antnio Pedro Alves de Carvalho

    Maria Amlia Cmara de Oliveira Zu

    31

  • O tecncio-99m preenche estes critrios, tendo meia vida de 6 horas e emitindo radiao

    gama com energia de 140keV, caractersticas que permitem a efetivao de exames com boa

    qualidade e baixa dose de radiao. Isso faz com que o tecncio-99m seja um istopo muito

    empregado, podendo ser administrado sob a forma qumica de pertecnetato de sdio ou ligado a

    outras molculas (MEIRA, 2007). No caso do PET-CT, o radiofrmaco mais utilizado o FDG ou

    Flor-18, que consiste em uma molcula de glicose marcada com flor radioativo. A meia vida

    desta molcula de 110 minutos, o que obriga que a unidade de medicina nuclear esteja prxima

    a um ciclotron, que o aparelho acelerador de partculas que produz os radioistopos (OMENA,

    2011).

    Aps a administrao, os radioistopos ou os compostos aos quais esto acoplados

    (radiofrmacos) tm um comportamento biolgico idntico ao de similares no radioativos. Este

    comportamento determinado pelas caractersticas fsico-qumicas do composto e, tambm,

    pelo estado funcional dos diferentes tecidos ou tipos celulares que podem estar envolvidos. A

    distribuio e o grau de concentrao do elemento radioativo nos diversos rgos so avaliados

    por meio de imagens obtidas nas cmaras de cintilao (chamadas de cintilografias) ou por

    outros sistemas de deteco de radioatividade. A concentrao do radiofrmaco, que

    observada pela cintilografia, reflete no s a morfologia como a funo do rgo ou tecido.

    Dentre as especialidades mdicas que mais utilizam a medicina nuclear destacam-se a

    endocrinologia, a gastroenterologia, a nefrologia, a neurologia, a pneumologia e os diversos

    estudos do sistema esqueltico, da cardiologia e dos processos inflamatrios e tumorais. A

    unidade de medicina nuclear tem sido utilizada para a realizao de procedimentos inovadores

    da chamada radiocirurgia no invasiva. Experincias tm sido realizadas em tumores malignos

    no crebro com a utilizao de raios gama cuidadosamente direcionados exatamente sobre o

    local afetado, manipulando-se os istopos radioativos com um acelerador linear (MILLER;

    SWENSSON, 2002).

    Localizao e Setorizao

    A localizao preferencial da unidade de medicina nuclear ser em pavimento trreo ou

    em subsolos, onde haja facilidade de isolamento de outros ambientes mais frequentados e de

    instalao dos equipamentos, que contribuem com elevada carga estrutural. Como toda

    unidade de diagnstico, se instalada em hospitais, ela deve estar prxima de reas como a

    emergncia, o centro cirrgico e a UTI. Pode receber ainda fluxo significativo de pacientes

    acamados da internao.

    Sua setorizao deve obedecer aos nveis de proteo radiolgica estabelecidos pelas

    normas da Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os ambientes da unidade, portanto,

    podem ser classificados como pertencentes a reas controladas, supervisionadas e livres.

    32

  • A rea ser considerada controlada [...] quando for necessria a adoo de medidas

    especficas de proteo e segurana [...] (BRASIL, 2011, p.16). Essas medidas devem englobar

    o controle de acesso, o uso de paramentao adequada, a sinalizao e a utilizao de materiais

    de acabamento que permitam a fcil limpeza e manuteno. Alimentos no so permitidos em

    zonas controladas (ROSTENBERG, 2004, p. 290). Os espaos da unidade que podem ser

    classificados como reas controladas so: salas de exame (inclusive comando), salas de

    administrao de radiofrmacos, laboratrios, salas de rejeitos radioativos, espera de pacientes

    internados, com seu sanitrio privativo, e salas de limpeza. As reas controladas devem estar

    sinalizadas com o smbolo internacional de radiao ionizante, acompanhado de um texto

    descrevendo o tipo de material, equipamento ou uso relacionado (BRASIL, 2011).

    A rea supervisionada aquela que [...] embora no requeira a adoo de medidas

    especficas de proteo e segurana [...] (BRASIL, 2011, p. 16), deve ser alvo de avaliaes

    rotineiras para a determinao do seu nvel de periculosidade. So os espaos de acesso s

    reas controladas e de eventual uso de pacientes, como as circulaes.

    Os demais ambientes da unidade podem ser classificados como de acesso livre, como as

    reas de recepo e espera geral, os sanitrios para funcionrios, os arquivos, os consultrios, a

    sala administrativa e os depsitos, entre outros. A classificao dos ambientes deve ser feita

    pelo titular do servio.

    O acesso unidade de medicina nuclear deve ser independente de outros setores. Ela

    deve estar localizada de forma que pessoas de outras unidades no circulem por estes

    ambientes desnecessariamente. Embora esta no seja uma exigncia normativa, os fsicos

    responsveis pelo servio habitualmente preferem esta condio como uma forma de oferecer

    maior segurana aos usurios.

    Necessidade do Espao Fsico

    A RDC n 50/2002 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004, p. 42)

    relaciona as atividades desenvolvidas em uma unidade de medicina nuclear: receber,

    armazenar e fazer o fracionamento dos radioistopos, receber e proceder coleta de amostras

    de lquidos corporais para ensaios, realizar ensaios com as amostras coletadas utilizando

    radioistopos, aplicar radioistopos no paciente pelos meios injetvel, oral ou inalvel, manter o

    paciente em repouso ps-aplicao, realizar exames nos pacientes aplicados, realizar o

    processamento da imagem, manter em isolamento o paciente ps-terapia com potencial de

    emisso radioativa, emitir laudo dos atos realizados, manter documentao e zelar pela

    proteo e segurana dos pacientes e operadores.

    33

  • Esta resoluo estabelece, ainda, os ambientes que devem fazer parte desta unidade:

    laboratrio de manipulao e estoque de fontes em uso, sala de decaimento, box para coleta de

    material, laboratrio de radioimunoensaio, sala de administrao de radiofrmacos, sala ou box

    de pacientes injetados, sala de exames, sala de laudos e arquivos, quarto para internao com

    banheiro exclusivo (quando aplicada dose de iodo-131 acima de 1,11 Gbq), in loco ou no.

    A unidade de medicina nuclear, na classificao desta Resoluo, faz parte da unidade

    funcional de apoio ao diagnstico e terapia. importante ressaltar que, para o funcionamento

    desta unidade, imprescindvel a existncia dos chamados ambientes de apoio tcnico e

    logstico. Fazem parte desses ambientes de apoio: depsito de material de limpeza (DML), rea

    de recepo e espera para pacientes e acompanhantes, sanitrio para pacientes exclusivo da

    unidade, sala de utilidades e rouparia.

    A norma CNEN-NE-3.05 (COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1996, p. 9)

    coloca como indispensvel os seguintes ambientes para um servio de medicina nuclear: sala

    de espera de pacientes, sanitrio exclusivo de pacientes, local para armazenamento de rejeitos

    radioativos, laboratrio de manipulao e armazenamento de fontes em uso, sala de

    administrao de radiofrmacos, sala de exame, quarto para internao de paciente com dose

    teraputica com sanitrio privativo (quando forem aplicadas doses teraputicas de iodo-131).

    Diferentemente da RDC 50/2002, esta norma no estabelece valores para as reas dos

    ambientes.

    Quando houver aplicao de doses teraputicas de iodo-131, o quarto destinado

    internao de pacientes deve possuir paredes e piso construdos com materiais impermeveis,

    que permitam a fcil descontaminao, e mais: cantos arredondados, sanitrio privativo, biombo

    blindado junto ao leito, sinalizao e acesso controlado. No caso de dois pacientes no quarto

    teraputico, obrigatrio o uso de barreira protetora entre os leitos (biombo blindado)

    (COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1996, p.10).

    Quanto ao dimensionamento dos acessos, os corredores destinados circulao de

    pacientes devem possuir corrimos em, pelo menos, uma parede lateral a uma altura de 80cm a

    92cm do piso e com finalizao curva. Os corredores de circulao de pacientes ambulantes ou

    em cadeiras de rodas, macas ou camas devem ter a largura mnima de 2,0m, no podendo ser

    utilizados como reas de espera.

    Conforme a RDC n 50/2002, todas as portas de acesso a pacientes devem ter

    dimenses mnimas de 0,80 (vo livre) x 2,10m, inclusive os sanitrios. As portas de acesso aos

    ambientes com equipamentos de grande porte tm de possuir folhas ou painis removveis, com

    largura compatvel com o tamanho do equipamento, permitindo, assim, sua sada para

    manuteno ou troca. Todas as portas utilizadas para a passagem de camas/macas das salas

    de exame ou terapias tm de possuir dimenses mnimas de 1,20 x 2,10m.

    34

  • A seguir, sero apresentados os ambientes que compem uma unidade de medicina

    nuclear, conforme relao da RDC n 50/2002 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA

    SANITRIA, 2004) e as normas do CNEN, relacionando as atividades realizadas em cada um

    deles com o mobilirio e o equipamento necessrios, bem como as condies ambientais e de

    instalaes.

    Laboratrio de Manipulao e Estoque de Fontes em Uso

    Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC 50/2002:

    receber e armazenar os radioistopos e fazer o fracionamento dos radioistopos, tendo como

    rea mnima 8,0m. Este ambiente usualmente chamado de sala quente. Dever ser previsto

    ponto de gua fria no acesso para instalao de lava-olhos e chuveiro de emergncia, alm de

    sistema de exausto.

    Este laboratrio deve ser construdo com material de acabamento impermevel que

    permita a fcil descontaminao; deve ter piso e paredes com cantos arredondados; bancadas

    com cuba de, no mnimo, 40cm de profundidade e torneiras sem controle manual. Nos casos de

    fontes volteis de iodo-131 ou de servios que realizem estudos de ventilao pulmonar,

    necessrio um sistema de extrao de ar isolado (BRASIL, 1996).

    Quanto ao nvel de risco de ocorrncia de eventos adversos sade por exposio ao ar

    ambiental, este ambiente classificado, conforme a NBR 7256 (ASSOCIAO BRASILEIRA

    DE NORMAS TCNICAS, 2005), como de nvel 1. No nvel 1 esto as reas onde no foi

    constatado risco de ocorrncia de agravos sade relacionados qualidade do ar.

    Para este ambiente exigido o controle da temperatura, que deve variar entre 21 e 24C,

    e da umidade relativa, que deve variar entre 40 a 60%. O controle das condies

    termoigromtricas necessrio para, alm de propiciar condies gerais de conforto para os

    pacientes e profissionais da rea da Sade: a) manter condies termoigromtricas ambientais

    favorveis a tratamentos especficos; b) inibir a proliferao de micro-organismos, favorecida

    por umidade alta; c) propiciar condies especficas de temperatura e/ou umidade para

    operao de equipamentos especiais. A categoria e a eficincia mnima requerida de filtragem

    do ar variam em funo da classe de risco e/ou dos procedimentos desenvolvidos. Para este

    ambiente exigido o filtro de ar da sala de decaimento ou do depsito de rejeitos radioativos.

    Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC n 50/2002:

    receber e armazenar os radioistopos, tendo como rea mnima 4,0m. Sua funo pode ser

    assumida por um recipiente blindado, acondicionado no laboratrio de manipulao, exceto

    quando a unidade possuir mais de trs equipamentos de diagnstico e/ou ao menos um quarto

    teraputico. Deve ser previsto o controle do agente radiolgico (ASSOCIAO BRASILEIRA

    DE NORMAS TECNICAS, 2005).

    35

  • Sala de Decaimento ou Depsito de Rejeitos Radioativos

    Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC n 50/2002:

    receber e armazenar os radioistopos, tendo como rea mnima 4,0m. Sua funo pode ser

    assumida por um recipiente blindado, acondicionado no laboratrio de manipulao, exceto

    quando a unidade possuir mais de trs equipamentos de diagnstico e/ou ao menos um quarto

    teraputico.

    O local para armazenamento de rejeitos radioativos (qualquer material resultante de

    atividades humanas que contenha radionucldeos em quantidades superiores aos limites de

    iseno especificados e para o qual a reutilizao imprpria ou no prevista) deve ser

    constitudo de compartimentos que possibilitem a segregao por grupo de radionucldeos com

    meias vidas prximas e por estado fsico. Deve ainda possuir blindagem adequada, ser

    sinalizado e localizado em rea de acesso controlado (BRASIL, 1996). A norma CNEN-NE-6.05

    (COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR, 1985) tem como objetivo estabelecer

    critrios gerais e requisitos bsicos relativos gerncia de rejeitos radioativos. Nela os rejeitos

    so classificados em categorias, considerando-se o estado fsico, a natureza da radiao, a

    concentrao e a taxa de exposio.

    Box para Coleta de Material

    Neste ambiente realizada a atividade, conforme a RDC n 50/2002: receber e proceder

    coleta de amostras de lquidos corporais para ensaios. Deve ser prevista a quantidade de um

    box para cada 15 coletas por hora no servio. Cada box deve ter rea mnima de 1,50m, sendo

    um para a maca. A existncia deste ambiente est relacionada com os procedimentos de

    medicina nuclear in vitro, quando necessria a coleta de sangue do paciente. Devem ser

    previstas, ainda, instalaes para lavatrio.

    Laboratrio de Radioimunoensaio

    Neste ambiente realizada a seguinte atividade, conforme a RDC n 50/2002: realizar

    ensaios com as amostras coletadas utilizando radioistopos, tendo como rea mnima 6,00m.

    Poder estar situado fora da unidade.

    Conforme a NBR 7256 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2005),

    quanto ao nvel de risco, este ambiente classificado como de nvel 1, sendo exigido o controle

    da temperatura, que deve variar entre 21 e 24C, bem como da umidade relativa, que deve variar

    entre 40 a 60%. exigido o filtro de ar da classe G3. Devero ser previstos sistema de exausto,

    pontos hidrulicos para a pia e lavatrio para as mos, alm de instalaes eltricas

    diferenciadas.

    36

  • Sala de Administrao de Radiofrmacos

    Neste ambiente realizada a atividade, conforme a RDC 50/2002, aplicar radioistopos

    no paciente pelos meios: injetvel, oral ou inalvel, tendo como rea mnima 5,50 m2, com

    dimenso mnima de 2,20m. Para a radioproteo, na administrao de doses teraputicas na

    rea de manipulao, deve ser previsto adequado sistema de exausto de ar e instalaes

    hidrulicas, assim como, para a bancada de manipulao, material liso, de fcil

    descontaminao, recoberta com plstico e papel absorvente.

    Sala e Box de Pacientes Injetados

    Neste ambiente realizada a seguinte atividade, conforme a RDC n 50/2002: manter o

    paciente em repouso ps-aplicao. Este ambiente usualmente denominado de espera

    quente. Para o seu dimensionamento, devem ser considerados, no mnimo, 0,90m por cadeira,

    sendo obrigatria a existncia de, no mnimo, um box para a maca com rea mnima de 3,00m.

    Aconselha-se, neste ambiente, a colocao de bebedouro e televiso. A ingesto de

    gua ajuda na circulao e a televiso entretm os pacientes enquanto eles esperam. O

    paciente dever utilizar a espera para que o radiofrmaco circule no organismo e, depois de

    terminado o exame, at o trmino da ao radioativa do produto. Este ambiente deve possuir

    blindagem adequada e deve ser sinalizado e estar localizado em rea de acesso controlado, por

    se tratar de rea potencialmente perigosa. Embora neste local no acontea a manipulao de

    elementos radioativos, a proteo necessria devido emisso de radiao por parte dos

    pacientes injetados.

    Sala de Exames

    Neste ambiente ocorre a atividade, conforme a RDC n 50/2002, de realizar exames nos

    pacientes aplicados. Seu dimensionamento depende do equipamento que ser instalado,

    devendo-se respeitar as distncias mnimas entre as bordas ou extremidades do equipamento e

    todas as paredes da sala. Das bordas laterais deve haver 1,00m e 0,60m das demais bordas ou

    extremidades do equipamento. Alm disso, devem-se obedecer s distncias mnimas

    informadas pelo fabricante, considerando-se o trajeto de suas partes mveis.

    A cabine de comando deve ter dimenses e blindagem que proporcionem atenuao

    suficiente para garantir a proteo do operador. A localizao desta cabine deve permitir ao

    operador eficaz comunicao e observao visual do paciente.

    37

  • Sala de Administrao de Radiofrmacos

    As dimenses e a disposio do equipamento na sala de exame dependem do seu tipo e

    da marca. Os prprios fabricantes sugerem um leiaute tpico, que deve ser adequado para cada

    local onde ser instalado. Para a instalao do equipamento, deve-se observar a rota de

    transporte (portas e vias de acesso), que precisa possuir dimenses suficientes, conforme o seu

    tamanho. Tambm se deve considerar, no clculo da estrutura do edifcio, o seu peso.

    Quanto aos gases medicinais, conforme a RDC n 50/2002, necessrio um ponto de

    oxignio para cada sala de exame, no sendo exigidos xido nitroso, ar comprimido ou vcuo

    clnico. Quanto s instalaes eltricas, a sala de exames de medicina nuclear classificada no

    grupo 1, classe 15.

    Conforme a NBR 7256 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2005),

    quanto ao nvel de risco, este ambiente classificado como de nvel 1, sendo exigido o controle

    da temperatura, que deve variar entre 21 e 24C, bem como da umidade relativa, que deve variar

    entre 40 a 60%. Para este ambiente exigido o filtro de ar da classe G3. Deve ser previsto o

    controle do agente radiolgico. O ar condicionado dever funcionar 24 horas, e seu insuflamento

    no poder ser posicionado diretamente sobre o equipamento. No recomendado o uso de

    desumidificadores mveis.

    As vibraes externas ou os choques afetam o equipamento e podem degradar a

    qualidade da imagem durante a realizao do exame. Nas trs orientaes de espao, a

    vibrao do edifcio no deve exceder faixa de frequncia pr-estabelecida pelo fabricante.

    Este mais um motivo para a instalao da unidade com apoio direto ao solo.

    Sala de Laudos e Arquivos

    Neste ambiente so realizadas as seguintes atividades, conforme a RDC n 50/2002:

    emitir laudo dos atos realizados e manter documentao, tendo como rea mnima 6,0m. Este

    ambiente deve estar localizado em setor de acesso livre, para permitir a entrada de pessoas que

    venham buscar resultados para distribuio.

    Exemplo de Projeto

    Na figura 1 v-se uma proposta de uma unidade de medicina nuclear, com destaque dos

    setores controlado, supervisionado e livre. O setor controlado composto por todos os

    ambientes que possam abrigar pessoas ou objetos que tenham alguma radiao. A sala de

    exames o ponto principal, onde ser colocado o paciente quando j injetado pelos

    radiofrmacos e aps o tempo necessrio para que o produto tenha sido absorvido pelas clulas

    a serem examinadas ou simplesmente esteja na corrente sangunea, para os exames

    circulatrios. A sala de comando considerada espao controlado por pertencer ao conjunto da

    sala de exame.

    38

  • 39

    Fonte: elaborao dos autores.

    Figura 1 Exemplo de unidade de medicina nuclear estudo de zoneamento

  • 40

    As reas de administrao de radiofrmacos, laboratrio e DML foram localizadas na

    parte mais interna do servio.

    Esta situao contribui para que as pessoas que frequentam a unidade se exponham

    menos radiao. Por exemplo, o mdico que emite os laudos no passa em frente aos

    ambientes de maior risco de radiao.

    Quanto aos fluxos de pacientes, funcionrios e insumos radioativos, observa-se que

    existe concentrao de trnsito na circulao principal da unidade, que foi projetada com grande

    largura para permitir a passagem sem maiores conflitos, evitando-se desconforto ou acidentes.

    Constam, neste projeto, os ambientes mnimos solicitados pelas normas, exceto o

    laboratrio de radioimunoensaio, pois este servio no realiza procedimentos in vitro. Quanto

    aos ambientes de apoio, esta unidade possui todos os recomendados pela RDC n 50/2002:

    DML exclusivo, sala de utilidades, sala de espera, recepo, rouparia e local para roupa suja e

    resduos. Foi observado o correto dimensionamento das portas de acesso para macas,

    pacientes e equipamentos. A porta do sanitrio de paciente injetado abre para fora do ambiente,

    com vo livre de 80cm. A porta de acesso sala de exame permite a eventual sada dos

    equipamentos e entrada de macas, possuindo vo livre de 1,5m.

    Consideraes Finais

    Tendo em vista o risco de exposio desnecessria radiao, a cuidadosa anlise

    funcional destas unidades possui fundamental papel na organizao dos espaos. As reas

    controladas, onde o risco de exposio maior, devem preferencialmente ficar prximas entre si

    e o mais afastado possvel das demais. Dentro da unidade podem-se, igualmente, criar

    condies de minimizar a exposio dos funcionrios a riscos.

    Mais do que qualquer atividade profissional de sade, o uso das radiaes ionizantes exige

    regras de segurana restritas e rigorosas. Quando um acidente ocorre numa atividade comum, o

    impacto social e ambiental pode ser contornado e compromete uma pequena parte da

    populao e do meio. No caso de um acidente nuclear, no entanto, as consequncias podem ser

    catastrficas para toda a sociedade e para o meio ambiente. Poder haver impactos importantes

    que comprometam as vidas no somente de indivduos no perodo em questo, mas tambm

    das geraes futuras.

  • 41

    A Patologia Clnica, ou Medicina Laboratorial, cuida da anlise de fluidos orgnicos, como

    sangue, fezes, urina e outras secrees, constituindo-se em um dos mais importantes auxiliares

    no diagnstico de doenas. A arquitetura desses laboratrios vem experimentando notveis

    avanos nos ltimos anos, no somente pelo natural desenvolvimento tecnolgico, mas pelo

    surgimento de novos exames e procedimentos. De acordo com Del Nord (2011, p. 495), h uma

    tendncia de concentrao das atividades de anlise clnica em grandes laboratrios devido,

    principalmente, a razes econmicas e de maiores exigncias de qualidade dos procedimentos.

    Os pequenos laboratrios tornam-se insustentveis economicamente pela crescente

    sofisticao e pelo alto custo dos equipamentos de anlise, que possuem um ciclo de vida curto

    e exigem uma escala de uso elevada para que se tornem viveis. A questo de preparo dos

    recursos humanos tambm refora esta tendncia, pois h a necessidade de alta

    especializao e multidisciplinaridade da equipe, resultando em investimento proibitivo para

    instituies de pequeno porte. O que se tem notado um crescimento da quantidade de pontos

    de coleta, dando maior comodidade ao usurio, e a montagem de uma eficiente rede de

    transporte e conservao das amostras, permitindo que grandes instituies localizadas em

    centros estratgicos atendam regies cada vez mais extensas. Os laboratrios de patologia

    clnica de menor porte vo se limitando s anlises emergenciais, comumente em hospitais, ou

    de quantidade muito reduzida e baixa complexidade. Em termos de estrutura arquitetnica,

    observa-se o desaparecimento das unidades de mdio porte como resultado desta evoluo. Os

    desafios para a soluo espacial destes laboratrios, no entanto, permanecem, impondo aos

    profissionais que trabalham em seus projetos permanente atualizao e compreenso dos

    desafios que cada caso particular envolve.

    Os principais aspectos do planejamento de um laboratrio so: segurana do

    pessoal, proteo da amostra, preciso dos resultados, eficincia no fluxo de

    trabalho, assim como a proteo do meio ambiente e dos riscos provenientes

    das atividades realizadas no seu interior (AGCIA NACIONAL DE

    VIGILNCIA SANITRIA, 2004a, p. 7).

    Principalmente a proteo ambiental dever ser destacada neste planejamento, pois

    afeta toda a comunidade onde o laboratrio for localizado. A preservao de mananciais e o

    correto descarte de resduos slidos contaminados devem ser uma preocupao constante nos

    projetos deste equipamento, criando-se uma estrutura adequada para que suas rotinas de

    segurana aconteam da forma mais eficiente possvel.

    Arquitetura de Laboratrios de Patologia Clnica

    Antnio Pedro Alves de Carvalho

  • O laboratrio de manipulao outro ambiente onde h cuidado especial, por receber o

    material radioativo, que ser preparado para ser injetado no paciente. Este espao tambm

    guarda as sobras de material e utenslios contaminados em depsitos especiais blindados. O

    controle de todo o material radioativo oferece mais segurana quando est no laboratrio, pois

    se encontra sob a responsabilidade direta de funcionrios treinados. A sala de administrao

    dos radiofrmacos deve estar prxima ao laboratrio, de onde receber o produto pronto para

    ser aplicado no paciente.

    Dever ser prevista a possibilidade de entrada do paciente acamado ou em cadeiras de

    rodas. Depois de injetado o produto radioativo na sala de administrao de radiofrmacos, o

    paciente poder encaminhar-se diretamente para a sala de exame ou aguardar por um perodo

    na espera de pacientes injetados, a depender do procedimento que ser executado. Aps

    efetuado o exame, o paciente sempre dever aguardar na espera at que transcorra o tempo

    necessrio para que o contraste no apresente mais radioatividade, podendo ento ser liberado.

    A espera deve dispor de sanitrio para uso exclusivo dos pacientes injetados. O sanitrio poder

    estar ligado ao esgotamento geral, contanto que haja cuidados necessrios para o

    monitoramento de qualquer radioatividade residual. O banheiro possui chuveiro para uso no

    caso de contaminao acidental. Quanto ao vestirio de pacientes, a troca de roupa, quando

    necessria, pode ser realizada dentro da sala de exame. O boxe de coleta deve ser utilizado por

    pacientes que iro executar testes de imunoensaio.

    Os ambientes de apoio (como DML, de roupa suja, resduos slidos e utilidades) devero

    sofrer estrito controle, pela eventualidade de abrigarem resduos radioativos. A sala de

    utilidades, em especial, deve possuir pia de despejo, pois pode ser ponto de descarte de fluido

    ainda radioativo proveniente de pacientes recm-injetados.

    Deve-se destacar que todo o cuidado de preveno e controle deve estar resumido ao

    perodo de meia vida das substncias radioativas aplicadas e que esta radioatividade

    extremamente baixa. O maior risco ser sempre relativo aos prprios funcionrios da unidade,

    que estaro continuamente sob a possibilidade de exposio. Por esta razo, o treinamento e

    fiscalizao de suas rotinas so tarefas das mais importantes.

    A circulao de acesso aos ambientes pode ser considerada rea supervisionada, tendo

    acesso restringido por porta sinalizada. As demais reas mostradas na figura 1, como de espera,

    recepo, rouparia, sala de arquivos e laudo, so consideradas livres ao acesso. Observa-se

    que o leiaute apresentado permite a entrada e sada de macas sem atravessar a espera dos

    pacientes e acompanhantes quando ainda na recepo.

    A unidade foi idealizada para localizar-se dentro de um hospital, de forma a permitir o

    acesso apenas a pessoas e pacientes do servio. Esta localizao contribui para minimizar os

    riscos de exposio radiao. Pode-se observar que as reas controladas esto contguas e

    que existe clara sequncia dos diversos setores internos, indo da menos para a mais controlada.

    42

  • 43

    Programa Arquitetnico

    Para o estabelecimento do programa arquitetnico de um laboratrio de patologia clnica,

    ser necessria a determinao precisa do perfil da unidade, comumente determinado pelas

    atividades desenvolvidas no seu setor tcnico. A variedade de procedimentos que podem ser

    efetuados neste tipo de equipamento muita extensa, implicando situaes completamente

    diversas para cada caso. Dentre as especialidades de anlises listadas pela RDC Anvisa n

    50\2002 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004a, p. 63), destacam-se as

    seguintes:

    hematologia, parasitologia, uranlise, imunologia, bacteriologia, virologia,

    micologia, bioqumica e biologia molecular. Cada um destes servios, por sua

    vez, possui suas prprias subespecialidades, implicando estudos de

    programao altamente complexos. A partir das principais atividades

    definidas no setor tcnico, sero dimensionados os setores de atendimento

    ao cliente e de apoio.

    O setor de atendimento ao cliente, tambm chamado de coleta, deve possuir, pelo menos

    minimamente, reas para espera, balces de atendimento e registro, salas de coleta (que

    podem estar organizadas em boxes com cadeiras ou macas) e sanitrios. Se a instituio

    realizar exames que exijam jejum, dever ser prevista copa e/ou lanchonete. A espera, quando

    possvel, dever prever local prprio para crianas. Os setores de coleta tm sido

    desmembrados, como foi ressaltado, constituindo-se em uma rede distribuda, devendo ser

    colocados prximos s demandas. Caso eles se apresentem de forma isolada, ser preciso

    acrescentar-se ao seu programa os ambientes de apoio necessrios, que dependero do porte e

    dos procedimentos efetuados. Existem, ainda, os casos dos laboratrios de maior porte, que

    tero outros menores ou centros de coleta como clientes. Em situaes como essas, dever

    estar previsto o recebimento de grande quantidade de amostras com entregas efetuadas por

    veculos especializados.

    O setor de apoio dever constar de rea administrativa, vestirios, sala de estar de

    pessoal, centro de material esterilizado, lavagem e secagem de utenslios, depsitos, utilidades,

    laudos e quarto de planto. A rea administrativa ser dimensionada conforme o porte e a

    estrutura do laboratrio, mas poder constar de: chefia, secretaria, espera e sanitrios. A chefia

    poder ser subdividida em reas de pessoal, tcnica, de compras, entre outros espaos. Como

    em qualquer estabelecimento de sade, este setor dever ser planejado para admitir frequentes

    modificaes em sua distribuio. O conforto do pessoal precisar ser especialmente

    dimensionado nos casos de utilizao de plantes ou de horrios de grande fluxo nas ocasies

    de trocas de turno.

  • Quando a unidade for localizada em hospitais, poder prescindir de central de

    esterilizao de materiais, mas a lavagem, a secagem (de vidrarias) e a estocagem continuaro

    sendo necessrias. Os depsitos sero dimensionados e projetados de acordo com a previso

    de sua guarda, com o cuidado especial para o caso do estoque de substncias inflamveis,

    explosivas ou radioativas. Os resduos slidos, bem como roupas contaminadas, devero, da

    mesma forma, ter o destino corretamente equacionado.

    O setor tcnico, como foi dito, possui uma grande variedade programtica, a depender

    dos tipos de anlises que sero efetuadas. Na figura 1, pode-se observar o exemplo de um

    laboratrio de anlises clnicas com o programa tcnico mais comum para hospitais de porte

    mdio quanto ao nmero de leitos de internao, UTI e emergncia. O setor, neste caso,

    composto por reas para uranlise, bioqumica, hematologia, bacteriologia e parasitologia. Nas

    reas de parasitologia e bacteriologia foram previstos o fechamento e a presso negativa, alm

    das cabines de segurana biolgica. As demais reas compem um salo aberto, dividido por

    bancadas. Esta unidade no prev a coleta direta, possuindo apenas uma recepo de

    amostras e sua classificao. Os espaos para DML, utilidades, lavagem e esterilizao foram

    colocados ao final do corredor para maior resguardo das atividades ligadas limpeza. A rea

    administrativa se resume chefia, pois toda a infraestrutura deste setor ser compartilhada com

    o hospital.

    44

  • Fonte: GEA-Hosp (2013), baseado em estudo de Acho e Raposo (2005).

    45

    Figura 2 Exemplo de laboratrio hospitalar de anlises clnicas

  • Biossegurana

    Os cuidados relativos biossegurana so essenciais nos laboratrios de patologia

    clnica, havendo extenso arcabouo de normas e orientaes que devem ser obrigatoriamente

    obedecidas (CARVALHO, 2006). As contenes primrias so as relativas proteo dos

    funcionrios e das pessoas em geral que utilizam os laboratrios. As contenes secundrias

    buscam proteger o meio ambiente onde o equipamento est inserido. Os nveis de

    biossegurana obedecem a uma escala crescente de um a quatro, a depender da forma de

    transmisso dos agentes biolgicos trabalhados. Os laboratrios de nvel de biossegurana I

    so os de baixo risco de contaminao ao ser humano e possuem as seguintes exigncias

    ambientais: acessos restritos, lavatrios em posies estratgicas, sinalizao, esquadrias

    protegidas contra a entrada de insetos e materiais de acabamento de mobilirio, armrios,

    bancadas, pisos, paredes e tetos que permitam a fcil limpeza. O nvel de biossegurana II

    adequado para trabalhar com agentes bioqumicos de risco moderado. O nvel de

    biossegurana III para laboratrios de estudos e pesquisas e manipulao de agentes de

    grande periculosidade. Os laboratrios de nvel de biossegurana IV so reservados para casos

    de agentes biolgicos com grande risco e que ainda no possuem formas de tratamento

    conhecidas. Na figura 2, pode-se observar o leiaute de um laboratrio com nvel de

    biossegurana 3, que possui o acesso controlado por outro laboratrio com nvel de

    biossegurana 2.

    Fonte: GEA-Hosp (2013).

    46

    Figura 3 Exemplo de leiaute de laboratrios de nveis de biossegurana 2 e 3

  • Instalaes

    As instalaes eltricas, hidrossanitrias, de gases e outras necessitam de planejamento

    cuidadoso, no caso de laboratrios. Para que possam atender frequentes mudanas de leiautes

    e equipamentos, devem possuir distribuio que possibilite fcil expanso e reordenamento.

    Quando possvel, deve-se prever a colocao de tubulaes em canaletas devidamente

    fechadas, para que se preserve a flexibilidade e o asseio. De acordo com Bicalho (2010):

    A exposio direta de tubulaes pe em risco a segurana das instalaes, bem como

    do ambiente, principalmente no caso de instalaes de gases, isto porque estes tubos

    so frgeis e podem se danificar quando da limpeza, ocorrendo assim vazamentos

    indesejveis e perigosos (BICALHO, 2010, p.107).

    A parte eltrica deve admitir circuitos com folga conveniente (30%, segundo AGCIA

    NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004b, p. 68) e disjuntores apropriados para o tipo de

    equipamento previsto. A disponibilidade de tomadas com tenses 110v ou 220v deve percorrer

    todas as bancadas e paredes. Os refrigeradores, de uma forma geral, devem estar ligados a

    geradores, bem como outros equipamentos de uso frequente ou de emergncia. Deve-se prever

    a potncia adequada para os pontos que so reservados para estufas, refrigeradores,

    autoclaves, muflas, chapas aquecedoras e destiladores.

    A qualidade da gua utilizada dever estar monitorada, para que no interfira nas

    anlises. A previso de deionizadores e destiladores normal, podendo haver a necessidade de

    equipamentos de maior porte com esta funo, a depender dos tipos de anlises efetuadas ou

    do porte do laboratrio. As tubulaes de esgotamento sanitrio devero ser resistentes aos

    produtos qumicos que sero utilizados, podendo haver a necessidades de pr-tratamento de

    efluentes em alguns casos. As tubulaes de gases que provoquem combusto, como GLP ou

    oxignio, devero atender estrita obedincia s normas.

    Todo laboratrio dever possuir projeto especfico de segurana adaptado s suas

    rotinas. A previso de rotas de fuga, extintores apropriados, sprinklers, chuveiros, lava-olhos,

    cabines de segurana e ambientes de presso controlada do ar constitui-se em providncia

    comum neste tipo de projeto. Por mais simples que sejam as anlises a serem efetuadas, exige-

    se um grande esforo de coordenao de projetos que compatibilize as diversas especialidades

    envolvidas, de modo a no provocar situaes de risco ou sem a devida funcionalidade.

    47

  • Materiais de Acabamento

    O acabamento externo de pisos, paredes, tetos, forros, bancadas e armrios de

    laboratrios dever estar adaptado s peculiaridades dos procedimentos previstos, mas

    algumas diretrizes gerais podem ser consideradas. Os pisos devero permitir a fcil limpeza, ser

    antiderrapantes e resistentes abraso. Devem-se evitar juntas mais baixas, largas ou que

    absorvam a umidade. As paredes devero ter acabamento fosco e que permita a lavagem. No

    aconselhvel a utilizao de forros que absorvam a umidade ou que no permitam o asseio

    com pano mido. As bancadas devem resistir umidade e aos produtos qumicos utilizados,

    permitindo o asseio constante, no possuindo juntas ou reentrncias. Os armrios, sempre

    confeccionados at o teto, devem ser executados com revestimento que facilite a limpeza,

    sendo de cor clara e lisos. Os prensados melamnicos e as pinturas base de epxi ou

    automotiva so os acabamentos mais utilizados.

    Alguns materiais de uso comum em estabelecimentos de sade devem ser aplicados

    com cuidado em laboratrios. As cermicas somente sero usadas quando forem de alta

    resistncia e quando seus rejuntamentos mnimos e base de epxi estiverem no mesmo nvel

    das peas. So desaconselhados pisos base de PVC, como mantas vinlicas, pois so

    marcados por produtos qumicos, como iodo, cidos e bases, alm de no resistirem ao atrito

    intenso. Os emborrachados sero adotados apenas quando a resistncia e a porosidade forem

    adequadas. As resinas autonivelantes base de epxi ou poliuretano atendem necessidade

    quanto funcionalidade, mas so de alto custo, justificando-se em laboratrios de maior porte.

    Os pisos de alta resistncia so muitos utilizados, sendo ideal que possuam cores claras e

    tenham manuteno adequada.

    No aconselhvel a utilizao de cermicas ou azulejos em paredes devido s suas

    juntas. O prensado melamnico pode ser uma boa opo, devendo-se tratar adequadamente

    suas emendas, cuidando-se para que no recebam umidade excessiva, o que pode provocar

    seu descolamento. Este tipo de acabamento ideal para divisrias. As pinturas de base acrlica

    so indicadas, mas necessitam de boa manuteno. O mesmo se pode dizer das pinturas

    base de epxi, que possuem maior resistncia limpeza constante. As bancadas em ao inox

    so as mais utilizadas em laboratrios, apesar de serem facilmente riscadas. Ser preciso, em

    cada caso, realizar uma correta especificao das ligas metlicas que as constituem, para que

    possuam a resistncia adequada aos produtos qumicos a que podem estar submetidas. As

    chamadas superfcies slidas minerais (SSM), base de resinas sintticas, apresentam grande

    resistncia e no possuem emendas, mas so de custo elevado. Os granitos e outros tipos de

    pedras naturais devem ser utilizados com os devidos cuidados, pois a maioria apresenta grande

    absoro da umidade e muito heterognea. Em relao aos prensados melamnicos, vale o

    que foi dito em relao s paredes.

    48

  • As esquadrias devem ser escolhidas entre modelos que apresentem fcil manuteno e

    limpeza. A incidncia solar direta no aconselhvel em ambientes de laboratrio, embora a

    iluminao natural seja desejvel. A orientao do posicionamento das janelas, portanto, deve

    ser alvo de estudo detalhado, podendo ser utilizados brises externos. Se houver ventilao

    natural, ser necessria a colocao de telas que evitem a entrada de insetos, alm de impedir o

    excesso de umidade e as formas diversas de poluio do ar e sonora. As portas devem dispor de

    molas de fechamento automtico e visores. A proteo contra choques de carrinhos desejvel.

    Como pode ser observado, a especificao de materiais de acabamento de laboratrios no

    uma tarefa simples, exigindo, por parte do arquiteto, domnio das atividades a serem

    desempenhadas em cada ambiente.

    Resduos Slidos

    De acordo com a RDC Anvisa n 302/2005 (AGCIA NACIONAL DE VIGILNCIA

    SANITRIA, 2005), todo laboratrio de unidades de sade dever possuir Plano de

    Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade (PGRSS) adequado para seu tipo de

    funcionamento. Os resduos gerados por laboratrios de patologia clnica podem ser

    constitudos por materiais que apresentam risco de infeco, qumicos, radioativos, comuns ou

    perfurocortantes, devendo obedecer s diretrizes da RDC Anvisa n 306/2004 (AGCIA

    NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2004b) e Resoluo Conama n 358\2005

    (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2005). Em relao arquitetura, dever ser

    previsto local para a guarda segregada dos materiais com caractersticas diversas. Em unidades

    de pequeno porte, com pouca diversificao de procedimentos, pode ser reservada rea prpria

    dentro da sala de utilidades. Em instituies maiores, contudo, ser aconselhvel reserva de

    espao exclusivo para a guarda temporria dos resduos, revestido com materiais de fcil asseio

    e manuteno e que disponha de lavatrio e ponto de gua prximos. Ser aconselhvel a

    previso de sala de tratamento de resduos slidos contaminados mediante a esterilizao em

    especial para materiais que entraram em contato com sangue. Em unidades pequenas e

    mdias, estes resduos podem ser levados a locais especializados. O destino dos expurgos

    tambm deve ser estudado, para que no provoquem contaminao em vizinhanas.

    Consideraes Finais

    O projeto arquitetnico de laboratrios de patologia clnica deve ser implementado com o

    mximo rigor tcnico, para que os ambientes projetados possam abrigar corretamente

    mobilirio, equipamentos e pessoas em fluxos e atividades devidas. Para tanto, no ser

    suficiente o conhecimento limitado de normas e padres, mas uma real vivncia da realidade do

    seu dia a dia. Seus espaos abrigam rotinas nos quais a segurana constitui-se em fator

    essencial, implicando indicaes precisas e de adoo obrigatria, sendo um desafio para os

    seus planejadores.

    49

  • Unidade Funcional 4

    Anatomia Patolgica

    e Citopatologia

  • 53

    Registro

    Ambulatrio

    Atend. Imediato

    Internao

    Apoio ao Diag. e

    Terapia

    Apoio

    Administrativo

    Apoio

    Logstico

    (Necrotrio)

    Anatomia Patolgica

    Anlise

    Preparo e Guarda

    de Reagentes

    Arquivo de Peas,

    Fotos e Lminas

    Material/informao

    Cadver

    Fluxograma Anatomia Patolgica

    e Citopatologia

    Guarda e

    Conservao

    de Cadver

    Laudo

    Preparo de

    Peas e Cadveres

    LEGENDA

  • APA01 Sala de recepo e classificao

    RELAO FUNCIONAL

    LEIAUTE

    54

    SALA DE

    MICROSCOPIA

    SALA DE BIPSIA

    DE CONGELAO

    SALA DE TCNICA

    0 30 60 90 120 cm

    M004

    M009

    M1

    M009

    M006 M006

    E054

    M019

    M013

    M015M019

    M006

    M006

    M035

    M012

    M002

    M026

    M015 E043

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    SALA DE RECEPO

    E CLASSIFICAO

    E043 - Impressora

    E054 - Microcomputador

    M002 - Armrio

    M004 - Balde cilndrico porta-detritos

    com pedal

    M006 - Cadeira

    M009 - Cesto de lixo

    M012 - Mesa para impressora

    M013 - Mesa para microcomputador

    M015 - Mesa tipo de escritrio com gavetas

    M019 - Cadeira giratria com braos

    M026 - Mesa de trabalho tipo bancada

    M035 - Balco de atendimento

  • Ver condies de conforto.

    Ver condies de conforto.

    200 a 500 lux (geral). ***

    Podem ser utilizadas ventilao e exausto direta ou

    indireta. Ver cdigo de obras local. *

    Pode ser utilizada iluminao natural ou artificial. Ver

    cdigo de obras local. *

    rea semicrtica. *

    6,00m *

    15,85m

    Ver cdigo de obras local.

    Liso (sem frestas), de fcil higienizao e resistente aos

    processos de limpeza, descontaminao e desinfeco. *

    Lisa (sem frestas), de fcil higienizao e resistente aos

    processos de limpeza, descontaminao e desinfeco. *

    Deve ser resistente lavagem e ao uso de

    desinfetantes. *

    Revestida com material lavvel.

    No se aplica.

    CARACTERSTICAS DO ESPAO FSICO

    ATIVIDADES

    INFRAESTRUTURA NECESSRIA

    CONDICIONANTES AMBIENTAIS

    CARACTERSTICAS DO ESPAO FSICO

    ATIVIDADES

    55

    * RDC-50/02 (ANVISA, 2004).

    *** NBR-5413 (ABNT, 1992).

    APA01 Sala de recepo e classificao

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    4.4.1 Receber e registrar o material para anlise (peas, esfregaos, lquidos, secrees e cadveres).

    4.4.2 Fazer a triagem do material recebido.

    4.4.7 Emitir laudo dos exames realizados.

    4.4.8 Fazer a codificao dos exames realizados. *

    rea mnima:

    rea mdia:

    P direito mnimo:

    Piso:

    Parede:

    Teto:

    Porta:

    Bancada:

    Temperatura ideal:

    Umidade ideal:

    Nvel de iluminamento:

    Condies de ventilao:

    Condies de iluminao:

    Quanto ao risco de transmisso de infeco:

    Sem necessidade especfica.

    Sem necessidade especfica.

    Instalao-padro (sem requisitos especficos).

    No se aplicam.

    Ver cdigo de obras local.

    Sem recomendao especfica.

    No se aplicam.

    Instalaes eltrica e eletrnica:

    Instalaes de climatizao:

    Instalaes de proteo contra descarga eltrica:

    Instalaes hidrulicas e sanitrias:

    Instalaes de preveno e combate a incndio:

    Instalaes eltricas de emergncia:

    Instalaes fluido-mecnicas:

    rea mnima:

    rea mdia:

    P direito mnimo:

    Piso:

    Parede:

    Teto:

    Porta:

    Bancada:

    Temperatura ideal:

    Umidade ideal:

    Nvel de iluminamento:

    Condies de ventilao:

    Condies de iluminao:

    Quanto ao risco de transmisso de infeco:

  • APA02 Sala de macroscopia

    RELAO FUNCIONAL

    LEIAUTE

    56

    SALA DE

    MACROSCOPIA SALA DE TCNICA

    0 30 60 90 120 cm

    E334

    M004E197

    E363

    Armrio

    suspenso

    E016

    M026

    M005M005

    Un

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    SALA DE

    IMUNO-HISTOQUMICA

    SALA DE RECEPO

    E CLASSIFICAO

    ARQUIVO DE PEAS, LMINAS,

    BLOCOS E FOTOGRAFIAS

    E016 - Geladeira

    E197 - Capela de fluxo laminar

    E334 - Micrtomo de congelao

    E363 - Balana eletrnica

    M004 - Balde cilndrico porta detritos com pedal

    M005 - Banqueta giratria/mocho

    M026 - Mesa de trabalho tipo bancada

    Equipamentos complementares: E072, E455.

  • INFRAESTRUTURA NECESSRIA

    CONDICIONANTES AMBIENTAIS

    CARACTERSTICAS DO ESPAO FSICO