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FACULDADE ADVENTISTA DE HORTOLÂNDIA CAMPUS HORTOLÂNDIA CLOTILDE LAÍS DOS SANTOS JÉSSICA CAROLINE DA SILVA SMART GRID PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DO COMPARTILHAMENTO DE RECEITA DAS REDES INTELIGENTES HORTOLÂNDIA 2013

Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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Smart Grid: Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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Page 1: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

FACULDADE ADVENTISTA DE HORTOLÂNDIA CAMPUS HORTOLÂNDIA

CLOTILDE LAÍS DOS SANTOS JÉSSICA CAROLINE DA SILVA

SMART GRID

PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DO COMPARTILHAMENTO DE RECEI TA DAS REDES INTELIGENTES

HORTOLÂNDIA 2013

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CLOTILDE LAÍS DOS SANTOS JÉSSICA CAROLINE DA SILVA

SMART GRID PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA DO COMPARTILHAMENTO DE RECEI TA DAS

REDES INTELIGENTES

Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade Adventista de São Paulo do Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, sob orientação do Prof. Dr. Fuad Gattaz Sobrinho.

HORTOLÂNDIA 2013

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Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade Adventista de São Paulo, do curso

de Bacharelado em Sistemas de Informação, apresentado e aprovado em (dia) de

19 de junho de 2013.

Prof. Dr. Fuad Gattaz Sobrinho

Prof. Mr. Adriana Aparecida Carnevalli Demetrio

Prof. Mr. Júlio César de Lemos

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Dedicado a Deus, à família e a todos que

contribuíram para que este trabalho pudesse

ser concretizado.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos concedido o privilégio de concluir o

Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação no Instituto Adventista de São

Paulo, assim como por prover saúde, condições financeiras e pessoas amigas para

nos apoiar.

Agradecemos a nossa família em especial. Eu, Jéssica C. Silva, agradeço a meu

pai, Sr. José A. Silva, a meu marido, Tadeu A. L. S. Gessoli, a minha avó, Sra. Aurea

E. C. Silva, a meu avô, Sr. Geraldo C. Cruz, a minha mãe, Sra. Márcia C. Silva, a

meu irmão, William E. Silva e a minha irmã, Mirielle M. Silva, por terem influenciado

direta e indiretamente, desde o que diz respeito aos princípios morais até ao apoio

nos momentos difíceis. Também eu, Clotilde L. Santos, agradeço a minha mãe, Sra.

Neuza S. Silva, e a meu pai, Sr. Edson L. Correia, meus irmãos, e meu noivo, Luiz

H. Gotti, pela formação caráter e princípios, pelo apoio e ajuda a cada barreira a

superar, e tomando as decisões corretas.

Agradecemos especificamente à Fundação CPqD – Centro de Pesquisa e

Desenvolvimento em Telecomunicações, pela idealização “Smart Grid”, de onde

surgiu nosso interesse em aprofundar o conhecimento, que culminou na criação da

presente monografia e de artigos referentes ao assunto Prospecção Tecnológica do

Compartilhamento de Receita das Redes Inteligentes. Agradecemos a todos os

colaboradores que juntos constituem o CPqD e, especialmente, a Oclair Prado,

Edson Kowask Bezerra, José Felício Frezza, Lara Schibelsky Godoy Piccolo,

Elisabete da Fonseca, Juliana Cristina Fernandes Pereira, Rafael Faria de Carvalho,

Sofia Perpetuo Cunha e Tadeu Aparecido L. Secco Gessoli.

Agradecemos a Odair Marcondes por compartilhar os seus conhecimentos técnicos

e pontos de vista diversificados de Smart Grid conosco.

Agradecemos ao Instituto Adventista de São Paulo, na pessoa de cada profissional

que nos ajudou e nos atendeu sempre prontamente, desde a recepcionista até

nossa querida Coordenadora, Encarnação de Lourdes Bassoli Andreo Gonçalves,

aos professores que com muita paciência nos ensinaram que uma grande muralha

sempre começa com a primeira pedra. A eles, Adriana Aparecida Carnevalli

Page 6: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

Demetrio e Fuad Gataz Sobrinho, somos especialmente gratas por cada etapa

vencida.

Page 7: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

EPÍGRAFE

“Não é apenas como general que se

conquista o mundo, subjugando-o, mas

também como filósofo, penetrando nele, e

como artista, acolhendo-o em si e recriando-

o.” (Christian Hebbel).

Page 8: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

RESUMO

O conceito de compartilhamento de receita das redes inteligentes é tão importante como a convergência de prestação de serviços e produtos baseados nas leis estabelecidas, utilizando-se apenas um canal de transmissão e de tarifação, telefonia, TV digital, Internet banda larga e energia elétrica. Estes parâmetros são pontos chaves para a iniciativa de regras e definições que serão implantadas no medidor inteligente e sistemas atrelados a rede de comunicação entre os diversos recursos de infraestruturas utilizados na integração das tecnologias, o que contribui na formação das chamadas redes elétricas inteligentes – Smart Grids. A análise panorâmica do sistema de distribuição de energia elétrica atual e a identificação de seus déficits relatam as consequências e os prejuízos do atual quadro de distribuição de energia elétrica no Brasil e mostram os pontos a serem reformulados para que as necessidades básicas de abastecimento sejam sanadas, bem como as redes inteligentes sejam implantadas. O principal problema é a ambiguidade e falta de completeza na representação do processos de um sistema de produção para se desenvolver os medidores para que sendo processados respeitem o contexto, a eficácia e a eficiência da rede inteligente (Smart Grid). Esta representação servirá para o compartilhamento da receita e no desenvolvimento dos medidores. Fatores de riscos também são determinantes para o sucesso ou fracasso de um projeto, não sendo diferente para as redes inteligentes. Novos sistemas de medição de energia elétrica, vulnerabilidade de dados, entre outros pontos, são abordados com cautela, ainda se fazendo necessária a realização de mais estudos a este respeito. O posicionamento do Brasil diante da tecnologia Smart Grid e as medidas que precisam ser tomadas para que as redes inteligentes sejam uma realidade para a população já começaram a ser implementadas em algumas regiões do Brasil. No entanto, são necessários mais esforços, tendo em vista que países desenvolvidos já estão injetando recursos nesta área, visando o que este novo sistema de distribuição de energia representará para a economia. Como consequência, as redes inteligentes impactarão no desenvolvimento socioeconômico do país, trazendo emprego e melhor qualidade de vida para a população, contribuindo para a informatização e a inclusão digital. Palavras-chaves: energia elétrica; comunicações através de linha de força; redes inteligentes; medidor inteligente.

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ABSTRACT The concept of revenue sharing of smart grids is as important as the convergence of services and products based on the laws offered using only one transmission channel and charging, telephony, digital TV, broadband Internet and electricity. These parameters are key points for the initiative of rules and definitions that will be deployed on the smart meter systems linked to communication network between the various resources infrastructures used in integration of technologies, which contributes to the formation of so-called smart grids. The panoramic analysis of the distribution system and current electricity identify their deficits reported consequences and losses of the current framework for electricity distribution in Brazil and the link points to reformulate so that the basic needs of supply to be remedied and smart grids are deployed. The main issue is the ambiguity and lack of completeness of representation procedures a production system to develop gauges for being processed respect the context, the effectiveness and efficiency of the smart grid. This representation will serve to revenue sharing and the development of the meters. Risk factors are also critical for the success or failure of a project, no different for smart grids. New measurement system electricity, vulnerability data, among others, is addressed cautiously, still making necessary to perform further studies in this regard. The position of Brazil on the Smart Grid technology and measures need to be taken so that smart grids are a reality for population already being implemented in some regions of Brazil. However further efforts are needed, given that countries injecting resources are already developed in this area, in order that this new Power distribution system to represent the economy. As consequently, the smart grid will impact on the socioeconomic development the country, bringing employment and better quality of life for the population, contributing to the computerization and digital inclusion. Keywords: electric power; power line communication; smart grid; smart meter.

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Lista de Ilustrações

Figura 3: Corpo humano observado à distância ........................................................ 21

Figura 4: Subsistemas do corpo humano – Corpo observado a distância ................ 22

Figura 5: As três fatias da visão desse documento ................................................... 23

Figura 6: Poste quebrado – Cenário atual ................................................................. 25

Figura 7: Poste caído – Cenário Smart Grid.............................................................. 26

Figura 8: Power Line Communication ....................................................................... 33

Figura 9: Smart Meters X Medidores de Energia elétrica .......................................... 35

Figura 10: Novo modelo de distribuição de energia das redes inteligentes .............. 37

Figura11: Gerenciamento de Comunicação de Rede do Medidor Inteligente ........... 39

Figura 12: Camadas de soluções tecnológicas M2M e Telemetria. .......................... 41

Figura 13: Arquitetura simples M2M e Telemetria ..................................................... 43

Figura 14: Convergência na prestação de serviços – Comparação da rede

convencional X Smart Grid ........................................................................................ 47

Figura 15: Processo de Gestão de produtos e serviços da Smart Grid ..................... 49

Figura 16: Modelo de Prestação de serviços das redes inteligentes ........................ 58

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Lista de Abreviaturas

ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica

ANATEL: Agência Nacional de Telecomunicações

CEMIG: Companhia Energética de Minas Gerais S.A.

IASP: Instituto Adventista de São Paulo

LIGHT: Light Serviços de Eletricidade S.A.

M2M: Machine-to-Machine

PLC: Power Line Communication

TIC: Tecnologias da Informação e Comunicação

Page 12: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

Sumário

1 INTRODUÇÃO ÀS REDES INTELIGENTES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

ELÉTRICA E COMPARTILHAMENTO DE RECEITA ............................................... 13

2 METODOLOGIA ............................................................................................... 18

3 DESENVOLVIMENTO CENTRADO EM COMPARTILHAMENTO DE RECEITA

E O CENÁRIO DAS REDES INTELIGENTES .......................................................... 20

3.1 TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO CONCEITUAL ........................................ 23

3.1.1 REGULAMENTAÇÃO .................................................................................. 30

3.1.2 ATRATIVO COMERCIAL ............................................................................. 31

3.1.3 POWER LINE COMMUNICATION: INTEGRAÇÃO COM AS REDES

INTELIGENTES ........................................................................................................ 32

3.1.4 OS MEDIDORES INTELIGENTES............................................................... 35

3.1.5 AS TECNOLOGIAS WiMAX, 4G E 5G, SER UMA AMEAÇA AO PLC? ...... 37

3.1.6 SOLUÇÕES DE M2M E TELEMETRIA APLICADAS NO PLC, WiMAX, 4G E

5G UTILIZANDO OS MEDIDOR INTELIGENTE ....................................................... 41

3.2 COMPARTILHAMENTO DE RECEITA: DESAFIOS E OPORTUNIDADES DO

CENÁRIO TARIFÁRIO .............................................................................................. 43

3.2.1 MODELOS DE COBRANÇAS DE FATURAMENTO DE ENERGIA

ELÉTRICA INTELIGENTE ........................................................................................ 51

3.2.2 VISÃO SISTÊMICA DAS REDES INTELIGENTES...................................... 55

3.2.1 DESAFIOS E RISCOS COM A IMPLANTAÇÃO DOS NOVOS RECURSOS

COM AS REDES INTELIGENTES ............................................................................ 60

3.3 REDES INTELIGENTES PARA O BEM COMUM DA POPULAÇÃO .............. 64

3.3.1 O CONSUMIDOR E AS REDES INTELIGENTES ....................................... 67

3.3.2 AS REDES INTELIGENTES TRARÃO FACILIDADES NA INCLUSÃO

DIGITAL .................................................................................................................... 69

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 71

5 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 74

Page 13: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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1 INTRODUÇÃO ÀS REDES INTELIGENTES DE DISTRIBUIÇÃO

DE ENERGIA ELÉTRICA E COMPARTILHAMENTO DE

RECEITA

Este projeto é embasado em pesquisas e explana o conceito de Smart

Grid ou redes elétricas inteligentes, mostrando de forma objetiva sua proposta, bem

como seus conceitos, suas áreas de implementação e suas funcionalidades,

voltadas ao processo de adaptação e modernização das redes elétricas atuais,

seguindo critérios de otimização de recursos, eficiência, sustentabilidade,

capacidade e confiabilidade.

As redes inteligentes têm na convergência de produtos e serviços uma de

suas principais características, a agregação de funcionalidades em um único canal.

A rede trará um grande desempenho de qualidade de fornecimento e alto alcance

em termos de cobertura, como, por exemplo, TV a cabo, Internet banda larga,

telefonia e uma pluralidade de fontes de energia, o que abrirá um leque muito

grande para as energias renováveis.

Outro foco é a infraestrutura voltada ao bem comum da população. Antes,

as tecnologias eram consideradas inacessíveis por questões monetárias, ou falta de

alcance de redes variadas, agora se tornam acessíveis pelo fato de poderem ser

barateadas, e sua extensão de rede, muito mais abrangente e inteligente, pois,

haverá uma única rede sendo suficiente para todos os serviços.

Isso trará potencialidade na manutenção da rede e qualidade na melhoria

dos serviços prestados para a população. Em consequência, irá trazer à população

a inclusão tecnológica e social em alta escala, além de contribuir para a formação de

pessoas mais bem informadas.

As redes inteligentes, possuirão um modelo de compartilhamento de

receita integrado. Ou seja, podendo haver diversos serviços descriminados em uma

única conta, facilitando assim, a forma de pagamento. Trata-se de uma forma de

convênio vantajoso tanto para a concessionária quanto para o consumidor, visto que

os lançamentos de produtos e serviços são concentrados em apenas um “lugar”,

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facilitando assim sua administração para pagamento, para negociação e para

acompanhamento.

A receita compartilhada das redes inteligentes, consiste na cobrança

baseada em leis levando em consideração o consumidor e suas classes sociais,

essa cobrança será feita de maneira diferente do que acontece no sistema atual, e

os medidores farão o mapeamento do consumo em cada estabelecimento.

Hoje a cobrança da energia elétrica é voltada para grupos de

consumidores e empresas. No entanto, as considerações usadas para o calculo do

medidor inteligente em cada posto de consumo, baseia-se nas distintas aplicações

tarifárias, ponderando as diferentes classes sociais de cada consumidor ou

empresa.

Essa cobrança inteligente, possuirá o detalhamento do consumo do uso

de energia e o detalhamento do uso dos serviços e produtos oferecidos na rede e

usados pelo consumidor ou empresa. Isso será feito em tempo real, e todo o fluxo

do processo de faturamento das redes inteligentes será orientado a atividade,

colocando o medidor no resultado, para comprometer a entrega de ambas as partes.

A isenção da cobrança do equipamento medidor deverá estar na mão do

governo. Com isso, hoje os medidores inteligentes possuem um custo muito alto

para serem aplicados em todos os pontos de consumos ou vendidos para os

consumidores.

Os medidores analógicos estão baseados na cobrança fixa e por grupos,

isso muda com a chegada do medidor inteligente. Além da forma de cobrança

passar por mudanças, toda a infraestrutura terá de ser reavaliada e modificada

atendendo o novo mecanismo de transmissão de energia e informação. Contudo,

isso é um problema tecnológico, inclusive a o novo conceito de cobrança, conforme

apresenta a Figura 1.

Page 15: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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Figura 1 - Modelo de comunicação entre medidor e a distribuidora de energia

A lei é referência das redes inteligentes e para o seu compartilhamento de

receita deve-se ter a cobrança pela sincronia dos elementos das regências,

insumos, infraestrutura e resultado.

O smart grid é uma rede multidimensional, de valores adicionados à

organizações sociais utilizando-se de protocolos (conteúdo, interface, sistema e

transmissão) multiplataformas em sincronia e associado a um determinado

composto.

As redes inteligentes também contribuirão para a modernização da rede

de distribuição de energia, fazendo com que o país ocupe uma posição competitiva

diante de um mercado globalizado. Se forem estabelecidos processos em três

segmentos, basicamente seriam: Serviços e Produtos, Gerenciamento e

Infraestrutura, conforme mostra a Figura 2 a seguir.

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Figura 2 - Segmentos da Smart Grid

Serviços e Produtos

Os serviços e produtos mencionados neste documento são de comunicação

de dados, transmissão das redes elétricas, telecomunicações e entregas, através da

tecnologia de distribuição das redes analógicas e digitais.

Através da utilização do sistema de serviço de transmissões de processos de

localização eletrônicas e elétricas que utiliza meios de comunicação digital e

analógica de sinais, como Internet, vídeo e voz, empregando a tomada que liga os

eletrodomésticos como um ponto de rede de dados, por exemplo, para uma

provedora de Internet ou de TV Digital.

Page 17: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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Gerenciamento

São considerados gerenciamentos os tipos de controles para objetos que

recebem monitoramento em seu plano estrutural com proteção física e lógica em

uma rede, podendo ser repartidos em vários ambientes geográficos próximos ou

não. Os gerenciamentos mencionados são sensores e medidores inteligentes de

energia elétrica, os chamados Smart Meters.

Infraestrutura

Infraestrutura, neste caso, basicamente aborda um conjunto de elementos

estruturais que emolduram e permitem estruturação da rede elétrica e de

telecomunicações, podendo também ser conhecida por designar as tecnologias da

informação, canais de comunicação formais ou informais, infraestrutura de

desenvolvimento de software, de redes políticas e de redes sociais.

As infraestruturas citadas neste documento são os elementos de geração e

distribuição de energia.

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2 METODOLOGIA

Através do método indutivo ou indução, foi dado um raciocínio considerando um

número particular de casos onde foi concluída uma verdade geral sobre o

compartilhamento de receita das redes inteligentes para a fundamentação deste

documento.

No entanto, esta é uma pesquisa científica baseada no levantamento de dados e

hipóteses, problemas e possíveis soluções, partindo de questões reservadas e

isoladas, para uma aplicação ampliada do conceito de solução voltado as

tecnologias das redes inteligentes.

Para o desenho do processo das redes inteligentes baseado na visão de

distribuição do serviço e produto, foi utilizada a ferramenta de processos PArchitect,

conforme explica Gattaz (2001) e Sobrinho (2001 e 2013).

No entendimento e elaboração de processos foi buscado entendimento baseado

na estratégia de projetos de pesquisas apontados por Gil (2012).

Para a metodologia do trabalho, buscou-se entendimento dos métodos

explicados por Marconi e Lakatos (2000, 2004 e 2011).

Observando estes dois extremos, além dos vários fatores que diferenciam o

cenário atual brasileiro, com cenário mundial, podem é possível definir um conceito

funcional, enquadrando a possibilidade de implantação das redes inteligentes no

Brasil, apontando conceitos em princípio voltados para a comodidade dos

brasileiros, a confiabilidade do abastecimento da energia elétrica, e a

competitividade brasileira perante o mundo.

Redes inteligentes é um tema que vem sendo discutido há cerca de dez anos

apenas, e, assim sendo, o referido tema, Prospecção tecnológica do

compartilhamento de receita das redes inteligentes, é ainda mais recente dentro do

novo conceito de redes inteligentes.

Assim, muitos artigos foram publicados, com diferentes pontos de vista e

também de várias fontes e lugares. Tendo isso em vista, a pesquisa sobre o

Page 19: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

19

conceito de compartilhamento de receita teve como base as várias áreas do

conhecimento através de documentos, sendo que as normas de aplicação foram

decisivas quando repensadas, o que pôde dar impulso ao presente trabalho de

pesquisa.

Page 20: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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3 DESENVOLVIMENTO CENTRADO EM COMPARTILHAMENTO

DE RECEITA E O CENÁRIO DAS REDES INTELIGENTES

Grid pode ser traduzido por grade ou rede. Para fazer uma analogia, uma rede

pode ser de pescaria, de comunicação com um conjunto de nós ou componentes

interligados, assim como também pode ser elétrica, com postes, transformadores e

outros elementos de um sistema de distribuição de energia elétrica.

Neste caso será chamada de grid de energia elétrica, desprovida de inteligência.

Sendo assim, quando uma falha ocorre em um ponto, todo o sistema irá sentir seus

efeitos. Se a rede fosse inteligente, suas tecnologias integradas amenizariam o

impacto das consequências da falha.

O fato é que diante da possibilidade de ocorrência de falhas em diferentes

cenários, sem uma rede inteligente o sistema todo sentiria o efeito de pequenas

falhas, como no caso de um transformador explodir, um poste ser danificado ou um

gerador de uma usina hidrelétrica parar de funcionar por algumas horas.

Smart pode ser traduzido por esperto ou inteligente. Alguém ou algo inteligente é

capaz de analisar informações e também deve chegar a alguma conclusão após

essa análise, e, quando recebe uma parte pequena de informações, consegue

chegar a grandes ou expressivos resultados, normalmente surpreendendo as

pessoas a sua volta com os resultados alcançados.

Conforme explicado em Ampla (2012) Smart Grid é um conceito resultante da

integração de sistemas gerenciais que operam através das redes, buscando e

levando informações em cada um de seus nós, informações imediatas para

resultado em tempo real. Um sistema é muito mais do que uma rede elétrica, um

sistema pode conter uma rede em sua infraestrutura.

As redes inteligentes são complexas porque são compostas de vários

subsistemas diferentes que interligam pessoas, processos e tecnologias a um

mesmo objetivo. Baseado em Bourscheit (2012), essas redes inteligentes, em sua

essência, são formadas pela integração de TICs (Tecnologias da Informação e

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21

Comunicação) aos sistemas elétricos. Elas detectam de maneira independente

falhas ou alterações na transmissão de energia e se autoconfiguram por meio de

sistemas de infraestrutura de rede automática que se comunicam.

Figura 1: Corpo humano observado à distância

Fonte: Clip-art Word (2010)

Um exemplo é o corpo humano, que parece simples quando observado a certa

distância, conforme Figura 3, porém, quando se analisa internamente percebe-se

que é muito complexo porque é composto de vários subsistemas, como: sistema

respiratório que é diferente do sistema circulatório e assim sucessivamente,

conforme Figura 3. A maioria desses subsistemas são interligados e

interdependentes.

Page 22: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

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Figura 2: Subsistemas do corpo humano – Corpo obser vado a distância

Fonte: http://www.auladeanatomia.com/site/

A Figura 4 mostra o corpo humano que, em uma visão aprofundada, é

composto de três partes diferentes, ossos, músculos e veias, sendo que cada uma

dessas partes forma um subsistema.

Logo, pode-se dizer que a Figura 5 ilustra o tripé de definição das redes

inteligentes, a partir do qual será abordado o assunto como um todo e mais

especificamente o compartilhamento de receita.

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Figura 3: As três fatias da visão desse documento

3.1 TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO CONCEITUAL

Conforme explica Tecmundo (2009), smart grid (ou redes inteligentes) é um

novo conceito totalmente inovador dentro do ramo de fornecimento de energia

elétrica.

O termo Smart Grid foi usado pela primeira vez em um artigo publicado na

revista IEEE P&E, por S. Massoud Amin e Bruce F. Wollenberg (2005), com o título

de “Toward a Smart grid: power delivery for the 21st century””. Muitas definições

foram lançadas no mercado, porém, o que é comum a todas é o fato de as redes

que transportam energia serem utilizadas também para transportar dados para que

possa haver comunicação.

Os dados possivelmente enviados por essas redes são tratados e transformados

em informação para que possam servir de base para auxiliar no controle e na

operação do sistema como um todo.

Page 24: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

24

No entanto, para que seja possível a implementação da metodologia conforme

Toledo (2012), é necessário que haja toda uma infraestrutura, que, por sua vez,

implica a modernização de toda a rede elétrica, por meio do desenvolvimento e da

implantação de software, no que diz respeito à sua capacidade de processar os

dados captados – ponto-chave no conceito de redes inteligentes –, e que se

modifique a forma de comercialização para que se obtenha maior adesão por parte

de usuários.

Nesse processo, alguns pontos terão que ser levados em conta e tratados de

forma cautelosa para que o projeto represente uma modernização na rede elétrica

brasileira: confiabilidade; eficiência; segurança; aspectos ambientais;

competitividade.

O primeiro passo que o governo brasileiro está tomando considerando-se a

implantação das redes inteligentes é a substituição de relógios de luz por medidores

eletrônicos, ou Smart Meters. Os Smart Meters terão uma nova utilidade além

daquele antigo pensamento de apenas medir a quantidade de energia gasta.

Os medidores inteligentes possuem uma conexão de transmissão de dados de

consumo para as distribuidoras. Além do consumo, a tecnologia também trará uma

informação muito importante: o desempenho da energia – fator que será decisivo

para um futuro traçado de meta, cujo objetivo é melhorar o desempenho no

fornecimento energético, através do reconhecimento de pontos com falhas, sejam

elas com excesso ou falta de abastecimento.

De início, as redes inteligentes terão maior importância e visibilidade para o

sistema de distribuição de energia elétrica. Mas a tecnologia é apenas um dos

muitos sistemas envolvidos. Existe também o sistema de medição de consumo de

energia elétrica, o sistema de faturamento de energia elétrica, o sistema de

supervisão de energia elétrica.

Além do setor energético, existem outras áreas que disponibilizam serviços

através de várias tecnologias, as quais serão abordadas mais adiante, que passarão

Page 25: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

25

a utilizar a infraestrutura de boa qualidade da rede inteligente para oferecer seus

produtos. A dimensão deste assunto é no mínimo sem precedentes.

A seguir, serão apresentadas as Figuras 6 e 7, de maneira comparativa a um

evento de falha no abastecimento de energia panorâmica, mostrando o cenário atual

e o cenário com as redes inteligentes.

Como se pode observar, no cenário atual, sem as redes inteligentes, quando há

algum evento que causa a falta de energia em uma determinada área, toda a área é

afetada, sendo que a falha só pode ser reparada após a chegada dos técnicos da

concessionária para efetivar o ligamento do ponto.

Figura 4: Poste quebrado – Cenário atual

Fonte: Rafael Faria Carvalho (2013)

As reses inteligentes poderão apresentar características de um conjunto

complexo e harmônico de muitos subsistemas com inteligência suficiente para

detectar falhas e outros tipos de problema.

Page 26: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

26

Haverá também meios com capacidade para tomar ações que minimizarão os

efeitos das falhas em sua área de atuação. Como mostra a Figura 6, por exemplo,

quando um veículo desgovernado bater em um poste e danificar um transformador,

o sistema deverá ser capaz de detectar rapidamente este fato e também deverá

buscar maneiras de montar rotas estratégicas para que a energia chegue ao máximo

de unidades consumidoras próximas ao evento da falha.

Figura 5: Poste caído – Cenário Smart Grid

Fonte: Rafael Faria Carvalho (2013)

Atualmente, quando ocorre uma interrupção no fornecimento de energia elétrica,

é necessário entrar em contato com a concessionária fornecedora de energia e

informar a falha, para que seja realizado o reparo.

Já com a rede inteligente, quando a falha ocorrer, a concessionária fornecedora

será informada em tempo real através do sistema de gerência da rede, melhorando

o tempo hábil para atendimento e reparo da rede. Outro possível exemplo é a

ocorrência de uma falha em um ponto da rede, em que uma grande área seja

afetada. Nesse caso, o sistema reconhece o problema e refaz a rota de

abastecimento, diminuindo assim o impacto da falha.

Page 27: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

27

Considerando ainda a segurança dos equipamentos que compõem a rede

elétrica, a rede inteligente, através de sensores instalados de forma estratégica,

pode inibir a ação de ladrões e vândalos, melhorando ainda mais um aspecto do

fornecimento de energia elétrica.

Com isso, os aparelhos domésticos e industriais serão ainda mais eficientes e

inteligentes. Uma funcionalidade muito viável como forma de racionamento de

energia diz respeito à possibilidade de programar os aparelhos domésticos e

industriais para serem ligados em horários em que a energia é mais barata. Além

disso, existe a possibilidade de mensurar quanto aquele equipamento gasta de

energia por mês, o que é impossível nos dias atuais, com os sistemas de medição

tradicionais. Assim como na telefonia já existem horários de tarifas mais baratas, ou

mais caras, de telefonia, de acordo com o fluxo de demanda, assim será com as

redes inteligentes, o que gerará um novo perfil de consumidor – aqueles que optam

pelo consumo consciente.

As redes inteligentes incluem conceitos tecnológicos baseados nas tecnologias de

automação, computação e comunicação para monitoração e controle da rede

elétrica, que permitem a implantação de estratégias de controle e melhoramento da

rede de forma a ser apresentado um novo modelo de fornecimento de energia.

Atualmente é utilizado um meio de comunicação de mão única, das redes saindo

das empresas geradoras de energia para as residências. Com a rede inteligente, os

consumidores e as concessionárias terão um meio de comunicação ainda mais fácil.

Os medidores, Smart Meters, transmitirão os dados e facilitarão a contagem de

consumo de energia, mitigando os furtos de energia e as cobranças indevidas,

causadas por fatores como contagem incorreta do volume gasto de energia. Esses

dados chegarão ao consumidor com todo o detalhamento necessário para que ele

possua um controle eficaz de seus gastos com energia elétrica. O consumidor terá

conhecimento inclusive de qual equipamento está consumindo mais energia e qual

horário será mais favorável à utilização deste equipamento (com maior economia de

energia).

Page 28: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

28

Desse modo, será mais fácil controlar e melhorar o uso de energia, possibilitando o

acompanhamento de possíveis alterações dos gastos de energia no decorrer do dia

e o conhecimento do horário de uso que consome mais energia.

Haverá diversos meios de comunicação para consultar as informações relacionadas

ao consumo e os gastos de energia, como, por exemplo, através da TV digital, de

celulares e da própria Internet. No caso de queda de energia ou defeito em algum

ponto de transmissão, as concessionárias terão acesso ao controle mais

eficazmente, pois os sensores avisarão ou, até mesmo antes da falha, apresentarão

um índice de alto risco de queda de energia no possível ponto de falha. Assim, com

a ajuda dos meios de comunicação, as concessionárias poderão informar o

problema ocorrido em determinada área aos consumidores envolvidos. Os pontos

inconsistentes poderão ser solucionados automaticamente diminuindo o período de

falta de energia e impedindo que o problema se expanda.

Outro ponto interessante é a permissão de uso de energias renováveis que gerará

ainda mais economia e dará liberdade para o consumidor gerar energia utilizando,

por exemplo, a energia solar e a eólica. Até os carros serão preparados e

melhorados para receberem abastecimento elétrico em casa, trazendo uma nova

realidade para as pessoas e diminuindo o uso de combustíveis (CEMIG, 2012).

Algumas considerações do projeto que representam a modernidade na rede elétrica

brasileira: confiabilidade, eficiência, segurança, fatores ambientais e competitividade.

EVOLUÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

Conforme explica CPFL (2012), desde a pré-história, os homens têm feito

descobertas e inventos que ajudaram na evolução dos seres humanos, que podem

ser percebidas por meio de melhorias em: alimentação, segurança, conforto e até na

diminuição de esforços com equipamentos altamente sofisticados e que não

necessitam de praticamente nenhuma interação humana. Foi assim com a

descoberta do fogo, da roda, das possibilidades de uso da força da água e do vento

como fontes renováveis de energia e que não degradam o meio ambiente. O homem

domesticou cavalos e bois para auxiliá-lo em suas tarefas que exigiam muita força.

Page 29: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

29

Depois disso, o homem começou a perceber a necessidade de fabricação em

maior escala para otimizar os seus lucros. Começou, então, a era da revolução

industrial, e com ela, as máquinas a vapor.

Após as máquinas a vapor, surgiu a necessidade de encontrar outras fontes

de combustível, que até hoje são responsáveis por intensas pesquisas de evolução

e descobrimento de novas fontes. Em paralelo, a energia elétrica foi se mostrando

de suma importância na vida da população.

Hoje com o uso contínuo da energia elétrica, a humanidade, com exceção de

poucas pessoas, tem-se mostrado totalmente dependente dela. Em consequência, a

falta de energia elétrica gera prejuízos em alta escala.

Em 1802 Thomas Edison inventou a lâmpada. De lá para cá pouco se tem

mudado no conceito de transmissão de energia elétrica. Por outro lado, de 25 anos

pra cá, a população tem evoluído muito e se aglomerado em grandes centros

urbanos.

O fato de que há um aumento muito rápido na densidade demográfica em

centros urbanos, e as redes de distribuição energia elétrica não acompanharam o

mesmo ritmo da demanda, demonstra a necessidade de uma inovação em todo o

setor.

Por outro lado, tem-se uma esperança nas tecnologias voltadas às

telecomunicações para as redes elétricas, que juntas estão apontando para um

marco na história da energia elétrica. Tal transformação representa um novo

horizonte para a então estagnada rede elétrica atual, tornando-a integrada,

inteligente e interligada a outras tecnologias, como a rede de telecomunicação.

Porém, a distribuição de energia e o compartilhamento de receita da rede

inteligente ainda necessitam de estudos avançados em áreas do conhecimento, tais

como engenharia, tecnologia, telecomunicações entre outras.

A tecnologia da informação é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial,

em razão de sua capacidade de distribuir a força da informação por todo o domínio

Page 30: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

30

da atividade humana. “A Galáxia Internet: reflexões sobre a Internet, negócios e a

sociedade, 7st (2003)”.

Com essa afirmação, é demonstrada a necessidade de a tecnologia ser

embasada dentro da energia elétrica, para que se obtenha de fato uma revolução

nesta área tão precária.

3.1.1 REGULAMENTAÇÃO

• ANATEL

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL, 2013)

Resolução nº527/2009, foi aprovado o uso da tecnologia PLC, através de condições

de uso de sistemas de banda larga por intermédio de redes de energia elétrica

(BPL), definindo a zona entre 1.705 kHz e 50 MHz para diligência.

Observando a regra, entende-se que foi estipulado um limite das "radiações

indesejadas", para frequências abaixo de 30 MHz, e os filtros para evitar

interferências devem ser capazes de atenuar as radiações indesejadas a um nível

de, pelo menos, 20 dB abaixo dos limites especificados, e para frequências acima de

30 MHz, o nível mínimo é de 10 dB abaixo dos limites do regulamento.

Pela regra da Anatel, o sistema deverá dispor de um mecanismo que

possibilite desligar, remotamente, a partir de uma central de controle, a unidade

causadora de interferência prejudicial, caso outra técnica de mitigação não alcance o

resultado esperado, o que exigirá autorização do Serviço de Comunicação

Multimídia ou do Serviço Limitado Privado.

• ANEEL

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2012). Foi

aprovada a Resolução nº 375/2009, que regulamenta o serviço de banda larga

através da rede elétrica, para que este possa ser comercializado no país. A ANEEL

é responsável por administrar a relação entre os serviços e produtos relacionados às

redes elétricas.

Page 31: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

31

Com isso, a principal vantagem é de que o PLC deva causar impacto positivo

no fornecimento e na qualidade da energia elétrica. Além disso, as concessionárias

do setor não poderão atuar diretamente na oferta de banda larga, mas deverão criar

uma empresa à parte ou firmar contratos de compartilhamento de rede com as

prestadoras do serviço e produtos de internet e outros que forem oferecidos através

do meio de tecnologia PLC.

O regulamento da agência diz que as concessionárias de energia elétrica

poderão vender banda larga e também televisão por assinatura através da

eletricidade, porém, essas empresas não poderão permitir que a qualidade do

fornecimento de energia elétrica seja prejudicada.

A ANEEL também informa que há necessidade de provedores e serviços, e

que parte dos ganhos obtidos pelas concessionárias de energia elétrica será levada

em conta durante os reajustes periódicos da tarifa da eletricidade, o que poderá

causar uma queda no preço de fornecimento de energia elétrica.

3.1.2 ATRATIVO COMERCIAL

A competitividade comercial no mundo globalizado tem criado um novo perfil

de empresas, que analisam e levam em consideração aspectos específicos para a

implantação de uma indústria em uma região.

As organizações visam metas, lucros, e sustentabilidade no mercado atual, e

para atingir estes objetivos é analisada a concessão de benefícios e incentivos

fiscais. Há requisitos qualificadores para que uma região seja considerada adequada

para implantação de uma empresa, entre eles: acesso rápido e facilitado de

rodovias, aeroportos, portos náuticos, ferrovias, presença de mão de obra

especializada em uma determinada região, espaço físico, abastecimento energético

e infraestrutura.

O aspecto do abastecimento energético, muitas vezes, é um ponto decisivo

para a definição da escolha da região para ser implantada uma empresa. Com as

redes inteligentes, haverá uma boa contribuição na decisão da escolha de várias

empresas em favor da região que possuir esta nova tecnologia. Tendo em vista a

Page 32: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

32

melhora na rede de distribuição de energia elétrica, e o sistema de gerenciamento

de toda a rede inteligente.

Conclui-se então que as redes inteligentes virão apenas somar ao cenário

brasileiro de indústria, mudando um requisito desfavorável, por vários momentos na

história, para um fator atrativo, que será de total acessibilidade de informação e

gerenciamento do abastecimento energético A qualidade de abastecimento garantirá

a melhoria contínua em relação às falhas de abastecimento energético, com a

correção das poucas vezes em que estas ocorrerem, pelo fato do redirecionamento

de dados, informação da rede em tempo real e manutenção remota da rede.

3.1.3 POWER LINE COMMUNICATION: INTEGRAÇÃO COM AS R EDES

INTELIGENTES

A tecnologia Smart Grid já é uma realidade cada vez mais próxima do

cotidiano dos brasileiros, o que melhorará, e muito, o desempenho energético do

país e proporcionará o aumento de sua competitividade econômica no âmbito

mundial. Para tanto, é importante integrar novas tecnologias para que as redes

inteligentes sejam cada vez mais funcionais. Para tanto, uma possibilidade

inovadora é sua integração com a tecnologia PLC, também conhecida como

comunicação através de linha de força, em infraestrutura de redes elétricas

conforme mostra a Figura 8.

Page 33: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

33

Figura 6: Power Line Communication

Fonte: http://plugtek.com/networking-comparison-tut orial.shtml

Segundo a TELECO, a importância do PLC no mundo está crescendo, pois,

em 2004, houve mais de 100 iniciativas, em mais de 40 países e 600 empresas. Em

2001 e 2003, várias tentativas de produção tiveram resultados com a tecnologia

PLC, gerando requisitos para determinar uma imagem comercial.

No Brasil, o PLC é uma opção para a inclusão social, conforme expressam as

duas empresas governamentais, a Agência Nacional de Telecomunicações

(ANATEL) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Segundo Carvalho e Alexandria (2011) há dois tipos de PLC, a Indoor e a

Outdoor. A transmissão Indoor consiste em uma transmissão realizada usando a

rede elétrica interna de um apartamento ou de um prédio. A transmissão Outdoor é

uma transmissão que consiste na realização de uso da rede pública exterior de

energia elétrica.

Carvalho e Alexandria (2011) afirmam também que a junção do fio de energia

elétrica com o fio de rede de Internet pode ocorrer pelo fato de os dois sistemas

usarem diferentes frequências. A frequência dos sinais de comunicação de dados é

Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito,Inglês (EUA)

Código de campo alterado

Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito,Inglês (EUA)

Código de campo alterado

Page 34: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

34

da ordem de milhares de Hz [5] (1 a 30 MHz), e a energia elétrica é da ordem de

dezenas Hz (50 a 60 Hz). Contudo, concluem que os dois sinais podem conviver

juntos e que, até mesmo na falta de energia elétrica, o sinal da rede PLC não será

interrompido.

Um dos atrativos para o uso do PLC, segundo mostram Carvalho e Alexandria

(2011), é que qualquer ponto de energia elétrica é um potencial ponto da rede PLC.

Para usar a rede de dados do PLC, basta conectar seu equipamento, por exemplo,

um modem à tomada.

Tipos de serviços oferecidos pela rede PLC:

• Acesso em Banda Larga à Internet;

• Automação Residencial;

• Monitoramento;

• Telefonia de voz sobre IP VoIP;

• Serviços de Monitoração e Vigilância;

• Serviços de Monitoramento de Trânsito (Câmeras e Comandos);

• Vídeo sob Demanda.

Estudos da TELECO (2013) mostram que na Europa foi realizada uma

pesquisa de comparação para economia, utilizando a tecnologia PLC e outras três

tecnologias de acesso banda larga, a saber ADSL, HFC e FWA.

Esses estudo também indicam que a tecnologia PLC se apresenta

economicamente competitiva e com uma forte vantagem por diminuir os custos de

equipamentos decorrente do desenvolvimento de mercado. O suporte de tensões e

sua utilização, em média na área metropolitana, torna esta relação bastante

tendenciosa.

Apesar da burocracia e disputas de interesses, o PLC é aguardado pelo

público, pois traria velocidades de pelo menos 10 Mbps a preços até 50% menores

que o DSL ou a Cabo.

Outro ponto positivo é o fato de que haverá cobertura quase total, visto que

98% das residências têm energia elétrica, o que não acontece com o serviço de

telefonia, que pelo plano de geral de metas para expansão do fornecimento do

serviço espera a chegar a 62% de alcance.

Page 35: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

35

Conforme explica Carvalho e Alexandria (2011) os testes com o PLC no Brasil

iniciaram-se com a Cemig (MG), Copel (PR), AES Eletropaulo (SP) e Celg (GO).

3.1.4 OS MEDIDORES INTELIGENTES

Smart Meters ou Medidores Inteligentes possuem qualidade funcional e

competência de transmissão bidirecional. Trata-se de um sistema de coleta

automática de dados de medidores de energia e transferência para um sistema

concentrado de verificação de dados.

Possibilita avaliar a demanda e auxiliar na solução de erros e falhas, por meio

de recebimento e envio de informações em tempo real conforme mostra a Figura 9.

Figura 7: Smart Meters X Medidores de Energia elétr ica

Fonte http://www.tecmundo.com.br/3008-smart-grid-a- rede-eletrica-inteligente.htm

Considerando a implantação das redes elétricas inteligentes no Brasil, alguns

medidores analógicos foram substituídos por medidores eletrônicos, que passaram a

ter uma nova utilidade. Os medidores inteligentes fazem muito além do que o atual

pensamento de apenas medir a quantidade de energia gasta.

Os medidores inteligentes estarão ligados através da rede para transmitir às

concessionárias informações pertinentes ao gerenciamento da rede e ao consumo,

além de fornecer informações importantes sobre o desempenho da energia.

Page 36: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

36

A característica dos medidores é decisiva para a implementação das redes

inteligentes, que mudarão o cenário atual e permitirão otimizar o fornecimento de

energia elétrica.

O medidor elétrico é instalado em um poste ligado à casa do consumidor por

cabos que são conectados a um mostrador (display) de leitura que fica dentro da

casa, onde o consumidor acompanha o seu consumo de energia. Este aparelho

contém um chip que registra o consumo em quilowatts e envia as informações

diretamente para o sistema da concessionária, permitindo que o consumidor tenha a

energia reestabelecida em tempo reduzido e a concessionária de energia tome as

providências em casos de queda de energia (e outros casos) sem precisar deslocar

um técnico ao local, conforme mostra a Figura 10.

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37

Figura 8: Novo modelo de distribuição de energia da s redes inteligentes

A diferença entre os Smart Meters e o Relógio Medidor de energia atual é que

o relógio convencional não possui uma tecnologia que transfira a comunicação de

dados para a concessionária. É necessário que um técnico faça a leitura do

consumo registrado no relógio e informe a concessionária do que foi gasto. Já os

Smart Meters são um equipamento de medição automática, que realiza a medição e

transfere informações de medição automaticamente para a concessionária.

3.1.5 AS TECNOLOGIAS WiMAX, 4G E 5G, SER UMA AMEAÇA AO PLC?

O conceito tecnológico de rede sem fio permite aumentar a oferta de serviços

baseados na internet de alta velocidade. Com isso, as tecnologias de rede por

cabeamento como a ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line), a cabo, PLC e

outras, serão apenas mais um meio de se ter a Internet. No futuro, estes meios por

cabeamento serão apenas usados na infraestrutura de distribuição e comunicação

entre os equipamentos das Operadoras da World Wide Web (Rede de Alcance

Mundial).

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38

Em países como o Japão tem-se Internet por um custo muito mais acessível e

de velocidade superior ao existente no Brasil. Já com as novas tecnologias de

distribuição de rede, 4G, 5G, WiMAX e PLC, será um grande desafio para países

como o Brasil levar a infraestrutura convencional de telecomunicações a lugares

distantes, ou de relevo complicado, conforme mostra a Figura 11

Page 39: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

39

Figura9: Gerenciamento de Comunicação de Rede do Me didor Inteligente

Page 40: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

40

O PLC já será um grande avanço pois, os consumidores de energia elétrica

que não tem acesso à Internet terão este serviço chegando via cabo de energia. Já

a tecnologia WiMAX será um grande avanço também através da infraestrutura aérea

onde todos que possuírem um equipamento como: celular, computador, medidor

inteligente e outros, poderão reconhecer este tipo de tecnologia por quilômetros.

Muito diferente do WiFi que é por metros. A tecnologia 4G e 5G será também, um

avanço em termos de velocidade. Ou seja, o mundo caminha para que todos

possuem acesso a Internet.

Porém a baixa espessura demográfica de locais com difíceis acessos a

Internet, muitas vezes torna financeiramente inviável investir em redes com fio, de

par trançado ou cabo.

Sem contar, que sem os serviços de banda larga, os impulsos para fomentar

a inclusão digital no país, ficam seriamente incursos. Ocorrendo ausência de

potenciais no mercado para serviços como os de triple play, quem são serviço que

combina voz, dados e multimídia sob um único canal de comunicação de banda

larga

São esses aspectos que as tecnologias de banda larga sem fio assumem

importância cada vez maior, com sua rápida evolução nos últimos anos,

especialmente com a estandardização e com interoperabilidade, o que trazendo sua

adoção em todo o mundo.

As soluções para as redes inteligentes é real e imediata no mercado e pode

agilizar a chegada da próxima geração de mobilidade no país. Ansioso pelo esforço

das normalizações da Aneel, para a implantação dos medidores inteligentes, os

apagões, as reclamações dos consumidores e os próprios recursos da rede, em

virtude de atitudes ilegais de terceiros.

As concessionárias de energia elétrica estão buscando, iniciativas que

contemplem tanto a melhoria dos seus próprios recursos como o maior controle de

uso da eletricidade pelo consumidor. E este fato demonstra que a 4G ultrapassa o

mundo das telecomunicações e caminha à vias a comunicação M2M.

Page 41: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

41

Através dos meios para as demandadas viabilizadas pelas concessionárias,

há necessidade de tecnologias que fogem dos recursos de PLC, pois necessitam de

soluções sem fio. Assim, é necessário estudos voltados a transmissão de sinais,

dados e outros, via rádio WiMAX e WiFi voltadas para as redes inteligentes.

3.1.6 SOLUÇÕES DE M2M E TELEMETRIA APLICADAS NO PLC , WiMAX,

4G E 5G UTILIZANDO OS MEDIDOR INTELIGENTE

Haverá camadas de soluções na comunicação entre medidor inteligente e o

sistema da central de distribuição de serviços oferecidos através das redes

inteligentes, conforme Figura 12 a seguir.

Figura 10: Camadas de soluções tecnológicas M2M e T elemetria.

A solução tecnológica Machine-to-Machine (M2M) é uma tecnologia que

capacita sistemas, com ou sem fio, a se comunicarem com outros dispositivos, para

assim ter controle ou visualização de indicadores.

Page 42: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

42

O serviço M2M permite o tráfego de dados wireless para interligar sistemas e

dispositivos remotos, de forma eficaz e econômica, e assim possibilitar o

funcionamento de soluções de segurança, rastreamento, telemetria, telecomando,

etc.

Com isso, os medidores inteligentes poderão se comunicar com as centrais

de sistemas através da tecnologia M2M.

A solução tecnológica de telemetria é uma tecnologia que permite a medição

e comunicação de informações de interesse da concessionária de energia. Atuando

através de uma medição remota, o sistema que necessita de instruções e dados

enviados a ele para que sejam operados, requer o correspondente a telemetria, o

telecomando.

A vantagem da utilização da solução de telemetria é que atualmente ela é

muito utilizada nos sistemas de monitoramento com diversas aplicações, como nas

corridas de Fórmula 1, Dragsters e em qualquer outro tipo de esporte

automobilístico. Também é muito usada em indústrias de monitoramento, sendo que

normalmente funciona via transmissão cabeada até 30 metros ou sem fio (sinal de

rádio), daí o nome telemetria conforme representa a Figura 13.

Page 43: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

43

Figura 11: Arquitetura simples M2M e Telemetria

Fonte: http://www.cardinalus.com/blog/m2m-and-geosp atial-technologies-is-there-synergy/

Em muitos lugares, o uso em conjunto do Datalog que é a função de gravar

um período de tempo da leitura dos canais da telemetria. O sistema também é

utilizado para recolhimento de dados meteorológicos. Isso será muito importante na

aplicação dos medidores inteligentes.

3.2 COMPARTILHAMENTO DE RECEITA: DESAFIOS E

OPORTUNIDADES DO CENÁRIO TARIFÁRIO

O modelo de compartilhamento de receita usado atualmente é uma solução

concebida com base no aproveitamento de recursos dispostos para um mesmo fim,

para cobrança e recebimento de serviços e produtos convergentes. Sua utilização é

voltada para o aspecto financeiro (faturamento).

Page 44: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

44

Forma de cobrança tradicional:

Medição atual – Medição anterior x Tarifação = Fatu ra do mês

Forma de cobrança com o Smart Grid:

Medição em tempo real x Tarifação = Fatura do mês

É uma forma de convênio vantajoso tanto para a concessionária quanto para o

consumidor, visto que os lançamentos de produtos e serviços são concentrados em

apenas um “lugar”, facilitando assim sua administração para pagamento, negociação

e acompanhamento. Por outro lado, o pagamento de uma receita está vinculado ao

pagamento de outra, pois, para os consumidores que agregarem novos serviços em

sua fatura, será bem difícil escolher um produto apenas.

Assim como o modelo de compartilhamento de receita já é utilizado em vários

ramos de negócios, com as redes inteligentes não será diferente. Ao que tudo

indica, este será o caminho a se trilhar para se obter um meio de contribuição e

alcançar ganhos comuns.

Para a implantação do compartilhamento de receita, é necessário que haja

um cenário definido, sendo que o modelo das redes inteligentes será implementado

no médio prazo, convergindo energia elétrica, TV a cabo, internet e telefonia.

Todos esses serviços serão cobrados em uma mesma fatura, a qual retém o

pagamento e o reverte para as suas respectivas prestadoras de serviços. Seguindo

os mesmos conceitos, a cobrança é centralizada no mesmo local, assim como todos

os outros processos administrativos.

Assim como o perfil do cliente, dados, reclamações, dúvidas, solicitações são

concentrados em uma única central de relacionamentos, o que representa um ganho

expressivo, no histórico do cliente, no controle e tratamento de perfil de usuário.

Além disso, as redes inteligentes proporcionarão condições exatas de

mapeamento das necessidades de melhoria da rede, ou mesmo de expansão, e

Page 45: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

45

tomada de decisão exata para aplicação de investimento, com melhor desempenho

de resultado.

Todo o fluxo de dados para o compartilhamento de receita de vários

segmentos convergirá em um sistema único de gerenciamento, e, através deste

sistema, que poderá ser até mesmo uma empresa inteira, surgirá integração com os

sistemas das prestadoras provenientes do produto/serviço, os quais terão transição

de informação e receita. Este sistema de gerenciamento será como um filtro, no qual

todos os critérios serão processados. Todo este trabalho de unificação, concebido

com foco no consumidor, lhe trará muitos benefícios, pois proporcionará

transparência da oferta de produtos e serviços, na forma de cobrança e no acesso

facilitado.

Porém, este conceito pode ser levado muito além do que apenas o conceito

do compartilhamento de receita sendo utilizado para unificação de gerenciamento

tributário (quem em sua tese já é um conceito muito vantajoso). A Figura 14 mostra

como é a infraestrutura do modelo convencional de serviços básicos, e o cenário de

redes inteligentes de serviços básicos.

• Modelo convencional de serviços básicos

No atual modelo convencional de serviços básicos, para cada tipo de serviço

prestado são necessárias infraestruturas separadas, que por sua vez chegam a ser

subutilizadas.

• Modelo de abastecimento da concessionária

A análise interna de cada empresa mostra que seu fluxo de trabalho em um

determinado momento segue os mesmos passos das outras, como, por exemplo, o

faturamento, a geração da fatura (cálculos e controle de tributos), o endereçamento

ao consumidor, SAC, entre outros processos.

Estes serviços tidos como retrabalho podem perfeitamente ser centralizados a

apenas a uma empresa responsável, facilitando, melhorando e aproveitando ao

máximo seus recursos (redes, cabeamentos, antenas externas).

Page 46: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

46

São várias estruturas construídas em paralelo e subutilizadas, gerando gastos

desnecessários, quando, por exemplo, da necessidade de se fazer uma expansão

da rede, manutenção, ou até mesmo uma detecção de falha.

A demanda de mão de obra é muito grande, assim como gastos com insumo

e toda engenharia necessária para disponibilizar um serviço com qualidade e

segurança para a população. Chega-se então à conclusão de que, dispor destes

recursos e esforços por quatro vezes, de acordo com a Figura 14, para um mesmo

fim, é redundante, podendo ser considerado uma perda de tempo e dinheiro. Tais

recursos, por sua vez, poderiam ser investidos em melhoramentos mais relevantes

para esses setores, senão primordiais, como é o caso do setor de energia elétrica.

• Infraestrutura de recepção do consumidor

Quando se chega ao consumidor, o esforço segue o mesmo princípio de

retrabalho: são vários tipos de recepção de produtos e serviços, com relógios e

estruturas caras e subutilizadas para cada produto separadamente (redes,

cabeamentos, antenas internas).

A rede para transmissão é quadriplicada, onerando tanto a montagem de

estruturas quanto a manutenção e ampliação, já que se trata de produtos básicos à

população.

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47

Figura 12: Convergência na prestação de serviços – Comparação da rede convencional X Smart Grid

• Modelo das redes inteligentes de serviços básicos

Já com o novo modelo de rede inteligente de serviços básicos, os recursos

sempre serão aproveitados ao máximo, sendo possível obter o melhor desempenho.

• Modelo de abastecimento da concessionária

Todas as empresas conveniadas à central de gerenciamento de

convergências de produtos e serviços da rede inteligente, fazem sua administração

interna de serviços e produtos prestados preparando-os para a entrega final.

Após a liberação dos produtos e serviços, as empresas conveniadas

repassam os produtos e serviços à central de gerenciamento, ao qual irá dar

continuidade ao processo de atendimento às solicitações realizadas pelo

consumidor.

Uma vez passadas todas as necessidades das empresas à central de

gerenciamento, esta executará as atividades para o bem comum, e não mais

individualmente. Se houver melhoria no fornecimento de energia, todos os outros

produtos e serviços terão as melhorias compartilhadas. Quando as faturas de

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48

consumo mensal forem enviadas, elas apresentarão o valor total de tudo que o

consumidor precisará pagar, ou até mesmo contestar.

• Infraestrutura de recepção do consumidor

Os relógios medidores, Smart Meters, terão múltiplas funcionalidades, uma

vez que estarão preparados para a integração de uma ou mais funcionalidades. Seu

sistema permitirá toda a manutenção emergencial da rede.

Dentro da residência do consumidor não será diferente. Toda a estruturação

de cabos e tomadas será unificada, o que trará ganhos de detecção de falha,

melhoramentos e aumento de alcance. Uma tecnologia em processo de

desenvolvimento já pensada para este cenário é o PLC.

• Novo conceito de cobrança para as redes inteligente s

Com base no trabalho de Frezza e Bastos (2007) que explica os modelos de

faturamento em telecomunicações decorrentes da convergência de redes e serviços,

no caso das redes elétricas inteligentes, o modelo de faturamento é parecido, pois

hoje a cobrança da energia elétrica é feita através de leitura dos medidores

analógicos, que será substituído pelo medidor inteligente para uma melhor cobrança

possuindo um detalhamento ainda melhor do consumo de energia e serviços

prestados.

Para que a cobrança da rede inteligente seja feita de forma concisa, o sistema

deverá considerar a sincronia dos valores, sendo eles:

• Referências

• Insumos

• Infraestrutura

• Aspectos sociais

• Aspectos econômicos

• Aspectos culturais

Uma empresa, uma comunidade ou um grupo de pessoas tem suas características

comuns, que devem ser consideradas, para que seja possível estabelecer um perfil

Page 49: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

49

de consumidor diferenciado e coerente à realidade de cada indivíduo. Desse modo,

será possível garantir que cada pessoa seja cobrada adequadamente (pagamento

justo) pelo produto e serviço disponibilizado, considerando ainda que as redes

inteligentes utilizarão protocolos multiplataformas (de conteúdo, de interface e

transmissão), todos associados a um determinado contexto de realidade.

• Esquema demonstrativo da arquitetura das redes inte ligentes

A Figura 15 mostra a arquitetura da rede inteligente aplicada a um contexto de um

cenário específico.

Este esquema foi desenvolvido em PArchitect (um programa desenvolvido para

demonstração de processos), para que fosse possível demonstrar a sinergia entre

os insumos, as referências e infraestrutura, sob os quais todo o processo da rede

inteligente está submetido, e demonstrado com clareza.

Figura 13: Processo de Gestão de produtos e serviços da Smart Grid

Page 50: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

50

Processo de gestão de produtos e serviços

da rede inteligente.

Page 51: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

51

3.2.1 MODELOS DE COBRANÇAS DE FATURAMENTO DE ENERGI A

ELÉTRICA INTELIGENTE

PRÉ-PAGAMENTO

O pré-pagamento da energia elétrica começou a ser utilizado na Inglaterra em

1901. Nessa época utilizava-se um medidor com moeda (CPqD, 2012a).

No Brasil, o conceito de pré-pagamento já existe para as telecomunicações.

Primeiro, com os telefones públicos operando com fichas, mais conhecidos como

orelhões, depois com a utilização dos cartões, e, mais recentemente, com os

celulares, nos quais é possível solicitar o serviço de pré-pagamento para as

operadoras de serviços de telecomunicação.

Com base nesses moldes existentes de pré-pagamentos em telecomunicações,

pode-se pensar em um caminho ágil para chegar ao controle de tarifação para o

ramo da energia elétrica. Nesse contexto, algumas das tecnologias que poderão

compor as áreas futuras de atuação das redes inteligentes são: Internet, Wireless

Local Loop (WLL), TV por assinatura, telefonia fixa comutada (STFC), telefonia IP e

voz sobre IP, softphones, PABX Asterisk; entre outros.

Observando-se os meios utilizados que muitas vezes possibilitam fácil acesso

para o pagamento de receita e com a evolução das telecomunicações será possível

realizar ou agendar pagamentos, por exemplo, utilizando a Smart TV ou mesmo a

Internet.

Segundo Frezza e Bastos (2007), na área de telecomunicações o usuário do

serviço pré-pago realiza a operação de inclusão de créditos na plataforma de

controle de serviços, geralmente através de procedimentos automatizados utilizando

o mesmo meio de acesso ao serviço de um terminal fixo ou móvel ou do

atendimento ao cliente. Isso será possível também para as redes inteligentes, por

meio da qual o consumidor poderá ter acesso aos seus créditos de energia elétrica,

utilizando o mesmo meio de cobrança existente para outros serviços.

Page 52: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

52

Para a compra dos créditos que serão inseridos nos medidores inteligentes,

espera-se que tenha diversas formas para realizar a compra dos créditos, como nas

casas comerciais de atacado ou postos credenciados, o consumidor adquira um

cartão com senha no valor do crédito desejado, e ao receber os créditos, o medidor

inteligente enviará os dados à plataforma da concessionária via comunicação de

dados assumindo através do sistema a liberação de créditos; nas máquinas

disponibilizadas pelas prestadoras de energia elétrica; nos bancos, que

disponibilizam os serviços de pré-pagamento de energia elétrica inteligente, pela

própria Internet e utilizando cartões de crédito.

O usuário pode realizar consultas de crédito, utilizando diversos dispositivos,

(smartphones, iPad, tablets, smart TV), pela própria tela do medidor, entre outros,

por meio de serviços, como mensagens SMS, Internet, e-mail ou, ainda, acessando

o site da própria concessionária de energia elétrica inteligente.

No momento em que o consumidor utilizar um serviço da rede inteligente, a

plataforma verificará o saldo e as demais características do consumidor, liberando

ou não os créditos, dependendo do serviço solicitado. Contudo, monitorará a

utilização do serviço em tempo real, realizando a tarifação do tempo de utilização de

acordo com o plano contratado e debitando os valores tarifados do saldo do

consumidor.

Quando o saldo terminar, o fornecimento dos serviços será interrompido. Ou

seja, haverá corte de energia e de outros produtos e serviços contratados que

dependem do pagamento ou da compra de créditos pré-pagos.

Diferentemente dos casos existentes no meio das telecomunicações que

possuem serviços, como, por exemplo, chamada em roaming, é uma chamada feita

por de um aparelho celular móvel fora da sua área de cobertura, onde a zona que

abriga a cobertura é administrada por outra prestadora, que tecnicamente fica muito

complexo o monitoramento em tempo real de utilização da chamada, pela

Operadora da qual o consumidor é cliente.

Page 53: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

53

A energia elétrica inteligente fará cobranças em pontos fixos, levando em

conta a classe socioeconômica de cada indivíduo, considerado pelas leis através

dos perfis de consumidores.

Os medidores inteligentes farão o gerenciamento dos serviços on-line,

gerando os registros de uso de serviços e enviando esses registros às

concessionárias de energia, uma vez que esses registros são utilizados por diversos

outros sistemas, tais como: sistema de geração de faturamento, interconexão,

Internet, fraude, geração de demonstrativo de utilização, data warehouse, entre

outros.

PÓS-PAGAMENTO

O processo de faturamento pós-pago possuirá serviços (off-line), que são os

serviços cobrados após a sua utilização, enviando aos consumidores uma fatura

com a discriminação dos serviços e respectivos valores utilizados em um

determinado período.

O sistema de tarifação pós-pago deve ser capaz de diferenciar qualquer tipo

de produto e serviço, bem como, gerar faturas de cobrança com base no perfil de

cada consumidor, oferecendo serviços e valores diferenciados para cada classe

socioeconômica, levando em conta a localidade, a quantidade de pessoas que

moram em cada residência e outros fatores que implicam o conhecimento específico

de cada consumidor. Todos esses dados deverão ser levantados pelas

concessionárias para que elas possam analisar quais áreas e quais os tipos de

consumidores residem em determinada cobertura de fornecimento de energia.

Os serviços das redes inteligentes serão classificados em três categorias:

recorrentes, não recorrentes e de uso. Serviços recorrentes são aqueles faturados

periodicamente, sendo essa periodicidade, em geral, mensal, como, por exemplo,

assinaturas e aluguéis.

Os serviços recorrentes são faturados com base nas informações dos perfis

dos consumidores, fornecidas pelos sistemas de atendimento a clientes, como

produtos e serviços contratados, planos de serviços associados e informações

Page 54: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

54

relacionadas ao último faturamento; serviços eventuais ou não recorrentes são os

faturados uma única vez, por exemplo: instalação e manutenção.

São serviços faturados a partir de informações da conclusão do

aprovisionamento dos serviços através do encerramento das ordens de serviços.

Os serviços de uso são os faturados em atribuição de seu uso, como:

chamadas via medidor inteligente e as centrais e volume de dados trafegados.

Estes serviços são cobrados voltados ao processamento dos arquivos de

aplicação dos serviços, denominados Call Detail Record (CDR) para serviços de voz

e XDR para arquivos que detalham o uso de qualquer outro serviço. O 3GPP está

redefinindo a sigla CDR para abranger quaisquer tipos de serviços como Charged

Detail Record (CDR).

COMPARAÇÃO DOS MODELOS DE COBRANÇAS DE FATURAMENTO

DE ENERGIA ELÉTRICA INTELIGENTE E VANTAGENS PARA A

CONCESSIONÁRIA E PARA O CONSUMIDOR

Com base nos conceitos de pré-pagamento e pós-pagamento, pode-se dizer

que o faturamento do modelo pré-pago será voltado para consumidores que

necessitam de um controle maior de seus gastos mensais ou para consumidores

que utilizam pouca energia elétrica.

Já o modelo de faturamento pós-pago será voltado para os consumidores que

utilizam da energia elétrica com mais frequência e que não necessitam de um

controle maior dos gastos com energia elétrica.

Este modelo é mais vantajoso para consumidores com este perfil, porque é

voltado para o consumidor que mais utiliza a energia elétrica e pretende economizar

no uso dela e dos outros serviços e produtos oferecidos pela rede inteligente, pois

para aqueles que possuem vários eletrodomésticos e que, por sua vez, consomem

mais energia, a mensalidade será mais barata do que se optassem pelo modelo de

pré-pagamento de energia.

Page 55: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

55

3.2.2 VISÃO SISTÊMICA DAS REDES INTELIGENTES

Atualmente os processos de gestão de energia e de TICs atuam de forma

independente. Entretanto, ao desenhar o processo da grid, entende-se que TICs e

gestão de energia elétrica serão interlaçados, conforme explica os cenários abaixo:

• Operação de serviços da concessionária:

A concessionária é responsável por disponibilizar energia ao consumidor e

prestar serviços a ele (reparação na rede, leitura do relógio de consumo de

energia, entre outros).

• Consumidor:

O consumidor é responsável por requisitar e contratar um serviço de energia.

Logo após a instalação de todo o recurso para utilização da energia elétrica, a

energia é utilizada através de seus equipamentos elétricos (geladeira, televisão,

máquina de lavar roupas, entre outros). Uma vez por mês o técnico se dirige à

residência do consumidor para fazer a medição em seu relógio de energia e

encaminha os dados para que seja realizado o cálculo e gerada a fatura para

pagamento.

Após receber a fatura, o consumidor cabe ao consumidor pagá-la ou não,

porém se ele não efetuar o pagamento, pode ocorrer o corte de energia em sua

residência. Diante da falta de energia, o consumidor pode optar por fazer “gatos

de energia” nos postes para ter acesso à energia elétrica, porém tal prática é

ilegal, e o consumidor correrá o risco de ser processado e preso por utilizar

energia elétrica da concessionária sem pagar por ela.

• Faturamento e arrecadação da concessionária:

Após o técnico registrar o consumo de energia elétrica de cada residência,

esses dados são contabilizados e é gerada a fatura para o consumidor pagar.

Assim, essa fatura é emitida, mas duas situações podem ocorrer: a empresa

pode receber ou não o pagamento.

Page 56: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

56

Se a empresa recebe o pagamento, o fluxo continua o mesmo, caso

contrário o setor de cobrança é informado da falta de pagamento, o que pode

levar ao corte de energia elétrica. Vale ressaltar que todo este processo é

realizado manualmente. É necessário disponibilizar técnicos para efetuar o

desligamento da energia na casa do consumidor, assim como para efetuar a

leitura do consumo de energia elétrica.

Este cenário atual, não dispõe de muitos recursos tecnológicos e, por isso,

são necessárias melhorias para desenvolver um novo modelo de geração de energia

que integre as novas tecnologias, que facilitam a vida de todos. Para o próximo

passo, o processo futuro de gestão de serviços das redes inteligentes trará diversas

melhorias no que diz respeito à integração dos sistemas atuais e à visão do

consumidor sobre cada tecnologia disponível em sua casa.

• Consumidor:

Após aceitar a oferta de serviços de energia, o consumidor terá uma ampla

oportunidade de contratar novos serviços, como, Internet e outros conteúdos que

serão agregados à sua fatura de energia, fazendo com que os serviços

contratados sejam unificados em uma mesma fatura que terá todos os serviços

descriminados, e após o pagamento, o valor será rateado para cada serviço

contratado, sem que o consumidor tenha que se preocupar em fazer essa

separação.

Com a unificação dos diversos serviços em uma única fatura, o

consumidor terá mais controle dos seus gastos, visualizando-os por picos de uso.

Vale ressaltar que dependendo do horário o consumo de energia elétrica

poderá ser mais barato ou mais caro.

Além disso, o consumidor terá acesso à informação de quais

equipamentos estão consumindo mais energia.

• Concessionária de energia elétrica:

Page 57: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

57

A concessionária de energia oferecerá os serviços de energia inteligente e

receberá do consumidor a solicitação de contratação dos novos serviços que

serão agregados à fatura de energia elétrica.

Ou seja, depois que a concessionária solicitar os serviços de Internet e de

conteúdo, as empresas prestadoras executarão os serviços e encaminharão uma

fatura para a concessionária.

A concessionária, por sua vez, gerará a fatura de energia Inteligente para o

consumidor, contendo o valor total dos serviços realizados pelas prestadoras e

de sua utilização no período.

Uma vez efetuado o pagamento da fatura pelo consumidor, a concessionária

realizará um rateio de valores para cada empresa que prestou serviços ao

consumidor, inclusive a concessionária.

• Empresas provedoras (Internet e conteúdo):

As empresas provedoras serão responsáveis por oferecer os seus serviços à

concessionária. Ao serem contratadas e prestarem o serviço, as empresas

provedoras gerarão as faturas referentes ao serviço prestado e ao uso desse

serviço e as encaminhará para a concessionária, responsável pelo pagamento

dessa fatura, conforme apresenta a Figura 16.

Page 58: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

58

Figura 14: Modelo de Prestação de serviços das red es inteligentes

Nesse contexto, em um cenário de não pagamento da fatura, o corte da

energia será automático, uma vez que a concessionária não dependerá da

equipe de técnicos e dos equipamentos que hoje eles utilizam para o corte de

energia. Por meio da comunicação dos sistemas, a concessionária poderá

cancelar, diretamente na central de energia, a distribuição de energia para a

residência do consumidor que não realizou o pagamento de sua fatura.

Com relação à questão da leitura do consumo de energia, também não será

mais necessário que um técnico venha até a residência do consumidor, afinal, o

medidor inteligente (Smart Meter), se comunicará com os sistemas das redes

inteligentes e fornecerá os dados da medição do consumo dos equipamentos

elétricos em tempo real.

O consumidor também se beneficiará em relação aos equipamentos elétricos,

pois, com este uso inteligente, através de um computador ligado à Internet, o

consumidor poderá programar qual o melhor horário para que o seu equipamento

seja ligado automaticamente, evitando assim que o equipamento seja utilizado em

horários em que a energia custará mais caro.

Page 59: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

59

3.2.2.1 MONITORAMENTO E BALANCEAMENTO DE GERAÇÃO E

FORNECIMENTO DE ENERGIA

Para a geração de energia elétrica, são necessárias forças naturais, como:

baixo nível de água nas usinas hidrelétricas, baixa emissão de raios de Sol para os

painéis de captura de energia solar, entre outros, sobre as quais os seres humanos

não possuem controle. Essa vulnerabilidade é notada na imprevisibilidade na

geração e no fornecimento de energia.

Diante da possibilidade de ocorrer falhas no fornecimento e da instabilidade

de rede, cenário inevitável, a rede inteligente traz algumas funcionalidades

aplicáveis. Mas quando entra em questão o conceito da rede inteligente, logo se

pensa nas suas funcionalidades aplicáveis a vários cenários, e a este também.

A solução de maximização de desempenho na transmissão e na distribuição

de energia, juntamente com o armazenamento de energia elétrica, em pontos

específicos, são medidas que para o modelo de rede inteligente serão possíveis e

que juntas resolverão vários desses problemas rotineiros.

A rede de transmissão permitirá que a concessionária poupe energia e a

libere gradativamente, quando o sistema de distribuição de energia informar que

alguma unidade consumidora está necessitando de recebimento de energia, pois

nos casos de pré-pagamento a energia é liberada após a compra dos créditos de

consumo, já para o pós-pagamento a energia é liberada constantemente, porém,

além desses dois meios de adquirir energia existem as energias renováveis e formas

de reciclar energia, onde o consumidor também terá meios de abastecer o seu

medidor inteligente, que poderá apresentar o limite de uso de energia liberado para

o consumidor.

Ou seja, este controle monitora as fontes fornecedoras de energia e as

unidades consumidoras que estão necessitando de eletricidade, e faz um balanço

que permite um aproveitamento muito melhor desse recurso.

As tecnologias de distribuição de energia atuais estão um tanto quanto

equivocadas, porque a forma de cobrança não é feito em tempo real fazendo com

Page 60: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

60

que haja problemas técnicos na geração das faturas para o consumidor pagar e

trazendo para as concessionárias perda de dinheiro, nos casos dos consumidores

que fazem gatos, entre outros, de forma que os sistemas apresentam um nível de

confiabilidade incompatível com as necessidades modernas. Além do mais, construir

redes no modelo obsoleto das usinas de grande porte tem alto preço ambiental.

3.2.1 DESAFIOS E RISCOS COM A IMPLANTAÇÃO DOS NOVOS

RECURSOS COM AS REDES INTELIGENTES

Há cerca de dez anos, o tema redes inteligentes vem sendo debatido na

comunidade científica. Observa-se que para a melhoria e a evolução sem

precedentes do abastecimento de energia (que influenciam diretamente na

qualidade de vida da população), além das tecnologias voltadas às redes

inteligentes, as tecnologias similares também podem ser adotadas, adaptadas, ou

apenas terem seus conceitos aplicados às novas tecnologias, influenciando

diretamente na qualidade de vida da população.

Logo, se o Brasil, país com dimensões continentais, investir e tiver seu sistema

de energia elétrica totalmente modificado, poderá apresentar um grande

desempenho em questões de competitividade, mostrando-se altamente preparado

em termos de infraestrutura, espaço físico e mão-de-obra qualificada.

Como infraestrutura, o desenvolvimento e a implantação de softwares para que

haja capacidade de processar os dados captados, que é um dos pontos chaves no

conceito das redes inteligentes, além de investimentos e mudanças no que diz

respeito à comercialização a fim de se obter maior adesão por parte dos

consumidores.

Os smart meters também possuem uma comunicação bidirecional entre a

concessionária e o consumidor, ou seja, permitem que sejam enviadas informações

referentes ao consumidor para a concessionária, e também que a concessionária

realize medições periódicas, suspensão e religação remotas.

Embora todas essas tecnologias sejam inovadoras, ainda existem riscos, uma

vez que os dados estarão vulneráveis em uma rede de dados pública.

Page 61: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

61

A seguir serão abordados alguns aspectos de riscos que poderão ocorrer na

implantação da rede inteligente:

• Riscos de desconforto, resistência e preconceito: na ocorrência de mudanças

e modificações em procedimentos rotineiros. Embora processos de inovação e

mudança signifiquem melhoria contínua e benefício para a vida das pessoas, é

sabido que as pessoas têm certa resistência à mudança, pois tudo que é novo

traz certo desconforto até que haja a adaptação. Além disso, o período de

mudança pode ser um tanto penoso porque erros e acertos são comuns nesta

fase.

• Riscos de implantação e implementação: diante da cultura de utilização do

sistema atual, porém antiquado, de geração da energia, as concessionárias e os

consumidores ainda não possuem a devida preparação para aderir totalmente

as redes inteligentes, por exemplo, um medidor inteligente – que será

desenvolvido para transmitir automaticamente informações para as

concessionárias, possibilitando gerar melhores métodos de tratamento de dados

e mitigando possíveis falhas nas redes, como falta de energia, ou mesmo,

excesso do que representaria desperdício.

• Riscos de invasão de privacidade e existência de “pragas” virtuais: com o

melhoramento do controle dos gastos com a energia, os consumidores poderão

ter seus dados enviados através de redes e juntamente com a comunicação

através da Internet, transmitida pela rede elétrica, poderá atrair pragas virtuais

como vírus, monitoramentos de invasores, hackers e outros invasores que terão

acesso aos aparelhos e/ou dados inicialmente desprotegidos. Por exemplo, uma

transação bancária realizada através da TV digital conectada via rede elétrica

torna este um meio de acesso que necessita de grande segurança, podendo

representar um risco para o consumidor.

Possíveis riscos para as concessionárias: Com a tecnologia das redes

inteligentes, na qual o consumidor poderá gerar e armazenar a sua própria

energia para utilizar no horário que necessitar, o dia a dia da população irá

melhorar muito no que diz respeito à redução nos gastos mensais com energia

elétrica, pois haverá picos no consumo de energia, ou seja, as empresas

Page 62: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

62

fabricantes dos eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos serão forçadas a

criar equipamentos ainda mais inteligentes e que atendam às necessidades

dessa nova geração de consumidores interessados em saber o que realmente

estão pagando e se os valores cobrados estão sendo justos, não só com a

energia elétrica, mas com todos os serviços de consumo. Isso se deve às novas

gerações de consumidores cada vez mais “antenados” e familiarizados com as

novas tecnologias, úteis e, aos poucos, indispensáveis na vida do ser humano.

Uma situação hipotética a respeito dos equipamentos eletrônicos

“inteligentes” que podemos citar é a geladeira que poderá ser controlada através

dos meios de comunicação e Internet.

O consumidor poderá programá-la para ligar e desligar no horário em que o

custo da energia é mais barato, já nos horários de pico de uso, ela se manterá

ligada mesmo sem a alimentação de energia por algumas horas, por conta de

uma bateria interna que armazenará a carga de energia para ser utilizada

durante os horários de maior custo. Ou seja, para os consumidores isso será um

grande auxílio para economizar na sua fatura de energia elétrica, porém para as

concessionárias isso será uma desvantagem gerando um risco de diminuição

dos gastos de energia.

Não obstante, esse recurso das redes inteligentes poderá abrir uma brecha

no que se diz respeito ao fornecimento seguro e adequado das redes elétricas

inteligentes. Basta imaginar o caso de venda clandestina de energia elétrica

para áreas afastadas das metrópoles ou de difícil acesso, como periferias típicas

brasileiras, que, em sua maioria são controladas por facções criminosas.

Uma pessoa agindo de má fé terá a oportunidade de criar uma rede

clandestina de fornecimento de energia para um determinado grupo de pessoas,

fazendo assim que as suas leis e custos sejam válidos naquela localidade,

ocasionando uma perda nos lucros para as operadoras de energia.

Assim também nas áreas mais afastadas das grandes metrópoles, onde o

fornecimento de energia é precário, poucas pessoas têm o “privilégio” de ter

Page 63: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

63

energia elétrica, essas pessoas poderão criar uma “mini rede” de distribuição

para as pessoas da localidade e seguir a mesma ideia do fornecimento

clandestino das periferias.

• Riscos de direitos de acesso à informação do consumidor: com base no

conceito de informação pública e privada pode-se imaginar uma situação em

que uma pessoa de má índole, como, por exemplo: invasão de hackers, ou tipos

de vírus para acessar os dados do consumidor, ou até mesmo uma pane no

sistema da concessionária de energia, fazendo com que as informações dos

usuários fiquem acessíveis para terceiros, saiba que uma casa que gaste acima

de 500 kWh provavelmente tem aparelhos caros e resolva, por esse motivo,

fazer uma visita no período da noite, podendo até mesmo furtar seus

equipamentos.

Ou ainda, deduz que uma pessoa que tenha uma ou várias tomadas

inteligentes foi capaz de fazer elevados investimentos e, provavelmente, por isso

tem recursos para pagar um resgate ou algo parecido. Essa pessoa pode utilizar

as informações disponíveis para ameaçar os moradores da casa.

Pensando na questão acima, entende-se que as concessionárias deverão

separar as informações públicas das privadas, protegendo as privadas para que

isso não seja uma ameaça ao consumidor, uma vez que as concessionárias

terão acesso a informações que podem ou não ter o consentimento do

consumidor para uso ou abastecimento da base de dados daquela residência.

Contudo, o consumidor deverá ter conhecimento que algumas informações

serão liberadas na rede e caberá à empresa concessionária listar o que será ou

não ser liberado na rede para acesso do público e do próprio consumidor. Já

com relação à concessionária, poderá haver consumidores que, agindo de má

fé, consigam burlar o sistema através da rede, e, com isso, poderão tanto liberar

informação, quando invadir e utilizar as informações para más ações.

Tendo isso em mente, para proteger seus clientes, a concessionária terá

que investir em procedimentos de detecção de riscos, a detecção e a correção

de oscilações e falhas na rede se darão por meio de softwares capazes de

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64

realizar a leitura da base de dados e estabelecer ajustes imediatos. Esse

processo garante que um problema seja corrigido antes mesmo que seja

percebido pelo usuário.

• Monitoramento de alteração de perfil de consumo

Quando o sistema detectar uma alteração sensível no consumo médio da

unidade consumidora, ele poderá enviar um e-mail, uma mensagem SMS ou outro

tipo de alarme.

As mensagens SMS podem ser utilizadas, por exemplo, para monitoramento de

alteração de perfil de consumo para deficientes visuais e pessoas analfabetas (com

dificuldade para leitura), utilizando uma tecnologia para converter a comunicação

escrita para o formato de áudio dependendo das opções que serão escolhidas no

aplicativo do celular.

Assim o usuário final poderá decidir se quer ouvir a mensagem falada ou se

prefere ler a mensagem em formato texto.

3.3 REDES INTELIGENTES PARA O BEM COMUM DA POPULAÇÃ O

Ao longo dos anos, desde uma das piores crises de energia elétrica, o cenário

tem passado por várias fases que demonstram claramente a importância de energia

de qualidade para a população, principalmente, tratando-se de um país em

desenvolvimento (FINEP, 2013).

Pode-se fazer uma analogia da expressão “em desenvolvimento”, a analogia

de um ser crescendo, como é o caso de uma criança. Quando alguém ou alguma

coisa está em desenvolvimento, o primordial, aquilo que proporciona este

crescimento, não pode faltar. Para uma criança, os nutrientes e a hidratação são

primordiais. Se houver deficiência desses recursos, ela até cresce, mas não se

desenvolve perfeitamente e, com o passar do tempo, ela certamente apresentará

uma fragilidade em algum aspecto.

No caso de um país em desenvolvimento, a energia é a locomotiva que puxa

os vagões da indústria, que, por sua vez, leva o país e seus habitantes para frente,

Page 65: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

65

então este é o principal ponto para um crescimento sólido! É fato que o setor

energético brasileiro tem sido alvo de investimentos por meio de ações e planos

governamentais desde a crise do apagão, em 2001, (BRASIL ESCOLA, 2013),

porém de forma bem tímida. E, para um país em desenvolvimento, o melhor cenário

seria o de expressivos investimentos em energia de qualidade juntamente com o

melhor modelo de gestão de energia da atualidade, a rede inteligente.

A rede inteligente possibilitará a reutilização de energia, a compensação entre

áreas que estão com escassez energética e áreas que estão com subutilização

deste recurso.

Possibilitará também a reativação em áreas de apagões regionais, por eventos

isolados, com o conceito de redirecionamento de fluxo. Trata-se de benefícios que

farão parte do dia a dia de uma população em desenvolvimento. Além dessas

características, a rede inteligente, se bem implantada, trará ao país a credibilidade e

a confiabilidade necessárias para o investimento de empresas estrangeiras. Vale

ressaltar que embora os investimentos vindos de fora sejam importantes, a simples

possibilidade de se evitar o prejuízo já representa um grande ganho (Brasil Escola,

2013).

Em Búzios (RJ) um modelo de rede inteligente já começa a ser realidade (G1,

2012) por meio do lançamento do projeto Cidade Inteligente. Búzios pode ser a

primeira da América Latina a gerar energia de forma sustentável. As universidades

federais e a concessionária de energia elétrica estão instalando aerogeradores e

medidores inteligentes em vários locais do município. Com esses aparelhos, vai ser

possível gerar toda a iluminação das ruas por meio da energia eólica. O

funcionamento pleno do projeto está previsto para 2014.

O investimento é de aproximadamente R$ 40 milhões, dos quais R$ 18 milhões

são do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL. O sistema é

desenvolvido atualmente em duas cidades da Espanha e outras duas da Itália.

Segundo a G1 (2012), aos poucos, os medidores novos serão instalados nas

casas dos moradores. Contudo, mesmo os moradores com os novos aparelhos

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66

ainda não estão recebendo as contas detalhadas, com o consumo de energia

separado por aparelho.

Com o novo conceito de distribuição de energia, surge também um novo perfil

de consumidor: o consumidor inteligente tanto físico como jurídico, que receberá

muito mais informação do que é habitual, e ciente de todas informações

demonstrando com mais exatidão qual é o seu perfil de gasto e consumo.

Esse novo perfil poderá desencadear também uma nova era de consumidores

mais exigentes e participantes, no que se refere à qualidade no serviço prestado,

tendo em vista os aspectos que dizem respeito a infraestrutura, tarifação, qualidade

e eficácia no abastecimento energético e pluralidade nas funcionalidades que a rede

como um todo poderá oferecer, explorando-se assim a rede em todo seu potencial,

para uma melhor qualidade de vida, facilitando a inclusão por meio da facilidade e

simplificação de acesso a todo o cidadão a serviços essenciais como a Internet é

hoje. Além disso, os consumidores serão recompensados pelo seu esforço na

economia de energia elétrica.

O consumidor também será beneficiado com a facilidade de gerenciamento e

correção da rede elétrica de forma remota, diminuindo o tempo de falha. Tendo em

vista uma empresa com dezenas, ou centenas de linhas de produção, na qual uma

hora parada significa prejuízos inestimáveis; ou mesmo uma UTI, em que pacientes

necessitam de aparelhos para estabilidade de vida, os prejuízos que a falta de

energia pode causar serão irreversíveis. É fato que os geradores de energia são

uma alternativa, porém existem falhas em todo ramo de conhecimento, e quanto

mais seguro se tornarem os sistemas melhor.

• Redes inteligentes e as Concessionárias

As concessionárias de energia elétrica atuais terão um longo caminho a percorrer e

terão um papel importantíssimo em âmbito nacional. Apenas com alguns pontos

citados já se pode notar a importância que elas terão para que todo o processo se

torne uma realidade funcional e totalmente aproveitada, no que se diz respeito à

provisão de serviços para a sociedade brasileira.

Page 67: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

67

Seguem alguns pontos a serem observados e tratados com clareza e

qualidade:

• Infraestrutura da rede: são as novas torres, centrais de subestações,

cabeamento e/ou fiação, geradores, relógio medidores, ao aproveitamento de tudo

que já está presente, e também o melhoramento e customização para perfeito

funcionamento uma estrutura totalmente diferente.

• Sistema Gerenciador: inovação, e fabricação de novos sistemas que sejam

padronizados através de normas regulamentadoras, evitando o retrabalho e

possibilitando o uso de bases já prontas para dar continuidade a novos aplicativos

que venham melhorar o que já existe ou mesmo acrescentar novas funcionalidades

de necessidade específica.

• Hardware: equipamentos robustos que tenham capacidade de

processamento de dados suficiente para cada funcionalidade, porém em seu

requisito técnico esteja presente sua principal característica, o tempo de vida útil,

aplicando esses hardwares com os sistemas que deverão ser muito bem planejados

e analisados, com base em erros e acertos de tantas outras áreas do conhecimento

já existente.

3.3.1 O CONSUMIDOR E AS REDES INTELIGENTES

O consumidor terá controle total de seus gastos, sendo que o consumo será

mensurado através de faturas mais detalhadas. Também terá controle de seus

gastos com eletrodomésticos, programando-os para ligar em horários em que a

tarifa seja menor.

Conforme explica CPqD (2012b), os perfis de um consumidor residencial ou

mesmo de um grupo de pessoas são diferenciados de acordo com sua situação

econômica e seu estilo de vida.

Page 68: Smart Grid Prospecção Tecnológica do Compartilhamento de Receita das Redes Inteligente

68

De modo geral, no curto prazo, as mudanças dizem respeito à questão

monetária; no médio prazo, a melhora será drástica no fornecimento de energia

elétrica; e no longo prazo, o consumidor perceberá a facilidade de aquisição de

novos produtos e serviços, a custos relativamente baixos, bem como de instalação e

manutenção em tempo real. Com a infraestrutura da rede inteligente, além de

mudanças funcionais, como, por exemplo, a ampliação da prestação de serviço,

ocorrerão mudanças mais importantes, que serão as mudanças culturais.

As fontes de energia limpa passarão a fazer parte da vida dos consumidores,

introduzindo o conceito de sustentabilidade. Porém, isto somente será possível

através de campanhas de conscientização e propagandas, que farão com que a

geração de energia limpa seja não somente boa ambientalmente mas também

acessível para a população. O conceito é ainda mais amplo, na medida em que o

consumidor poderá atuar como fornecedor de energia excedente.

A princípio, essas mudanças poderão causar uma certa resistência por parte

dos consumidores. Porém, a primeira vantagem a ser notada após a solidificação da

migração para a rede inteligente será a possibilidade de abastecimento de energia

elétrica, autocontrole de gastos e facilidade de interpretação dos dados de uso.

Em um segundo momento, a implantação de redes inteligentes repercutirá

internacionalmente, à medida que permite que novos setores da indústria se

desenvolvam e gerem novas oportunidades de emprego.

As pessoas poderão se alimentar melhor, oferecer a seus filhos qualidade

estudo e cultura, melhor moradia, acesso à informação, melhor saúde, entre tantos

outros aspectos.

Em um terceiro momento, será visível a facilidade que outras tecnologias

incorporadas à rede inteligente proporcionarão as pessoas. O consumidor poderá,

por exemplo, através da TV a cabo, pagar sua conta e contratar serviços de táxi. Ou

seja, a implantação das redes inteligentes fará com que a facilidade esteja ao

alcance de todos.

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69

Para que a implantação seja bem-sucedida, será necessário muito esforço

por parte de todos os envolvidos: o governo, os pesquisadores e, em uma primeiro

momento, as concessionárias de energia elétrica.

De início, o governo brasileiro precisa se atentar ao fato de que países

desenvolvidos estão despontando com a tecnologia. Entretanto, o momento é muito

favorável para o Brasil, que dispõe de mão de obra e está especializada, o que é

propício à instalação de novas empresas.

Para os pesquisadores, cabe o mapeamento do cenário em que a rede

inteligente será implementada como um todo, que inclui desde as tecnologias a

serem desenvolvidas até os materiais para a infraestrutura do projeto e as

campanhas de informatização e de conscientização da população.

Por fim, será necessário que as concessionárias de energia elétrica sejam

capazes de executar o processo como um todo, juntando as pontas do processo.

Com todo o esforço empreendido, as redes inteligentes no Brasil

representarão um marco na vida dos brasileiros, trazendo qualidade de vida,

comodidade e acesso a todos.

3.3.2 AS REDES INTELIGENTES TRARÃO FACILIDADES NA I NCLUSÃO

DIGITAL

No cenário das redes inteligentes, um dos pontos principais será o acesso a

serviços que antes tinham custos relativamente altos e que com infraestrutura

convergente terão custos reduzidos.

A rede inteligente, através de sua flexibilidade dos serviços, não só dará

oportunidade de acesso à Internet ao consumidor, como também TV de qualidade

digital, telefonia, entre tantos outros meios de comunicação e informação, que antes

era acessado por poucos.

Conforme explica Bourscheit (2010) As redes inteligentes será uma tecnologia

que irá beneficiar a população como um todo, colocando-a em patamar de igualdade

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de competição, com outras classes sociais e elevando a população brasileira ao

nível de conhecimento, tornando o país competitivo diante do mundo.

Esta mudança de cultura, claro terá que ser apoiada entre as escolas de

todos os níveis, bem como faculdades professores, e todos os multiplicadores de

conhecimento, e com esta mobilização para mudança de cultura, espera-se que seja

sentido toda absorção deste benefício em médio e curto prazo.

Este dentre todos os benefícios observados neste presente documento, é o

mais importante.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos conceitos abordados nesta monografia, se conclui que o objetivo

deste trabalho foi realizar um estudo abrangente sobre o desenvolvimento da rede

inteligente, Compartilhamento de Receita e Riscos que se enquadra perfeitamente

nas grandes políticas energéticas mundiais, mais especificamente da União

Europeia.

Este estudo levou a refletir como um segmento importante de crescimento e, por

isso, como uma oportunidade estratégica de primeira linha para avanços na

tecnologia das Redes Elétricas e Redes de Comunicação.

O primeiro passo do trabalho foi identificar através de estudos sobre aplicações

orientadas a serviços e produtos envolvidos à Rede, as características que podem

ser consideradas relevantes na construção da Rede Inteligente. Um conjunto de

características foi identificado e em seguida, estudado isoladamente. Buscou-se

também, diferenciar o conceito de serviços, componentes e de compartilhamento

dos mesmos, e concluiu que são conceitos similares, mas que se integram para uma

finalidade. Identificou-se que o termo “serviço” é empregado de formas distintas na

literatura acadêmica e na literatura não acadêmica. Os resultados desses estudos

deram origem ao capítulo dois deste trabalho.

Os estudos da revolução na rede elétrica apontam para uma consequência com

aspecto bastante positivo, porém preocupante na segurança e proteção dos dados,

podem resultar também em um grande crescimento econômico, e com ele uma

significativa melhora social, como uma reação em cadeia, nas áreas de educação,

saúde, laser, cultura, e enfim na qualidade de vida das pessoas em geral.

As Redes Inteligentes trarão conforto e comodidade a todos os consumidores,

acrescido de credibilidade e satisfação, porém para que isso aconteça e seja seguro

o seu uso, deve se fazer levantamentos e considerações das possíveis

vulnerabilidades para prevenção dos possíveis riscos, até a implantação dos

projetos e enfim o aprimoramento e melhoria dos processos de segurança dos

dados trafegados. Essa implantação trará inicialmente desconforto, barreiras

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continentais e culturais a serem vencidas, porém todo esforço aplicado será de

grande valia.

Pelo que foi estudado, entende-se que para muitos esse conceito ainda caminha

por passos lentos. Foram encontradas várias teorias distintas para o conceituar as

redes inteligentes, e até o momento não é identificado soluções para o

Compartilhamento da Rede Inteligente. Ainda assim, o resultado esperado é a

integração das informações, que se mantem hoje ainda separadas, num conteúdo

único para que possa passar aos especialistas o conceito entendido até o momento.

Ao explorar sobre este assunto envolvente foram abertos os horizontes para

duas ideias que possivelmente serão grandiosas para o seguimento deste projeto.

A primeira é: Monitoramento de alteração de perfil de consumo. O sistema envia

e-mail ou outro tipo de alarme quando detectar alteração sensível na medida do

consumo da unidade consumidora ou no equipamento disjuntor de energia.

A segunda é: Mensagens SMS para monitoramento de alteração de perfil de

consumo para deficientes visuais e pessoas analfabetas que possuem dificuldade

para leitura, utilizando o Testo Fala - Criado pelo CPqD. Após o sistema enviar

mensagens SMS's ou outro tipo de alarme quando detectar alteração sensível no

consumo média da unidade consumidora ou no equipamento disjuntor de energia

haverá uma tecnologia que converterá a comunicação em Testo fala obtendo as

opções faladas e escritas do que será escolhido no aplicativo do celular, assim,

escolherá se quer ouvir a mensagem falada ou ler a mensagem escrita.

Este trabalho trouxe uma experiência avassaladora para todos os envolvidos,

além das grandes oportunidades que foram surgindo ao avanço dele. Entende-se

que esta tecnologia é ampla e unirá diversos recursos que hoje são distribuídos

isoladamente e não se integram, mas que no futuro na visão dos consumidores será

entregue como um só meio e será mais fácil de acompanhar o que ele quer e o que

ele já possui como serviço e produto. Já para as empresas, terão um meio melhor

de vendas de seus produtos e serviços, também terão de unificar os seus sistemas a

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uma metodologia maior onde este fará toda a inteligência de negócio para que o

consumidor tenha o esperado. Tudo isso será com mais eficiência em melhor prazo.

A redes inteligentes será um grande avanço em nossa era, fazendo um marco

na história e tornando as vidas mais práticas. Tudo isso é o resultado de muito

empenho e determinação tornando a integração dos recursos e sistemas um único

meio para chegar à casa inteligente onde os aparelhos serão programados ao

horário mais apropriado e em melhor custo de tempo para começar a funcionar,

diminuindo desperdícios e aumentando o controle e cuidado de todos com o meio

ambiente e tudo que se tem para se explorar.

Ao mesmo tempo em que a redes inteligentes é um assunto complexo e

abrangedor ela também facilitará e modernizará ainda mais os nossos recursos, pois

isso é o futuro e o futuro será hoje se houver empenho, dedicação, esperança e foco

para que se tenha um mundo ainda melhor.

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