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MINI SfERI O DA EDUCAÇXO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RI O GRANDE DO SUL PROGRAMA DE POS-GRADUAÇXO EM ENGENHARIA MECANI CA SI MULAÇXO NUMERI CA DO ESCOAMENTO EM TORNO DE UM PERFI L AERODI NAMI CO Jorge Antonio Villar Alé DissertaçBo para obtençBo do Titulo de Mestre em Engenharia Porto Alegre 1990 !JCoLA DE ENGENHARIA BIBLl OTECA ...

SI - UFRGS

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Page 1: SI - UFRGS

MINI SfERI O DA EDUCAÇXO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RI O GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇXO EM ENGENHARIA MECANI CA

SI MULAÇXO NUMERI CA DO ESCOAMENTO EM TORNO DE UM

PERFI L AERODI NAMI CO

Jorge Antonio Villar Alé

DissertaçBo para obtençBo do Titulo de

Mestre em Engenharia

Porto Alegre

1990

!JCoLA DE ENGENHARIA BIBLl OTECA

...

Page 2: SI - UFRGS

SI MULAÇ~O NUMERI CA DO ESCOAMENTO EM TORNO DE UM

PERFIL AERODINAMICO

Jorge Antonio Villar Al6

Engenheiro Mecânico

DissertaçKo submetida ao Corpo Docente do Programa de

P6s-graduaçKo em Engenharia Mecânica, PROMEC, da Escola de

Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como

parte dos requisitos para a obtençKo do titulo de

MESTRE EM ENGENHARIA

Area de ConcentraçKo - Fenômenos de Transporte

Aprovado por:

Prof. Dr. Vilson C. da S. Ferreira <Orientador>

Prof. Dr. Prof. Debi Pada Sadhu

Prof. Dr. Joaquim Blessmann

Coordenador do PROMECs

Prof. Dr. Vilson c. da S. Ferreira

Porto Alegre, 26 de Outubro de 1990

I

Page 3: SI - UFRGS

AGRADECIMENTOS

A minha mulher • companheira destes caminhos por seu

apoio sincero. limpido e constante.

Ao Pro~. Dr. Debi Pada Sadhu. pela orientação.

estimulo. e por seus ensinamentos muito mais que acadêmicos.

Ao Pro~. Dr. Vilson C. da S.Ferreira, pela orientação

e discussões na montagem do trabalho.

Ao Pro~. Dr. Arno Krenzinger, pela sua gentil

colaboração.

Ao Pro~. Dr. Sergio Viçosa Hóller pela sua disposição

na revisão do trabalho.

Ao companheiros Hsc. Adans Harroquin e Hsc. Nicolau

Prianle por seu constante estimulo na continuidade e conclusão

deste trabalho.

Ao Pro~. Hsc. Gilnei Ocácia e ao colega Jorge Zabadal.

por suas sugestões no trabalho.

Aos colegas e pessoal do Grupo de Energia Solar, pela

disposiç5o e apoio.

A lodos os ~uncionarios e colegas do Promec que

ajudaram indiretamente na conclução deste trabalho.

Ao Grupo de Energia Eólica e seu espaço ~isico ond~ se

desenvolveu este trabalho.

A bibliotecária. Juliana Costa Zarl Bonilha por seu

gentil apoio na elaboração das re~erências bibliográ~icas.

A CAPES pela ajuda ~inanceira que possibilitou o

desenvolvimento desta disserlaç5o.

II

Page 4: SI - UFRGS

III

NÃO APRENDO A LIÇÃO

A liçao de conviv&r.

s&nao de sobreviver

no m."Undo feroz dos h.om.ens.

m.e &ns i na que na o con~m.

Pf~rm.i t ir q"Ue o tempo inj"USto

e a v i da i n1 Q"Ua m.e i m.peç am.

de dormir tranq"Ui lamente.

Pois S"UCede Q"Ue nao d"Urmo.

Frente à verdade ferida

pelos çuardiães da inj"USt iça.

ao escârpio da Op"Ulência

e o poderio do"Urado

C"Ujo esplendor se alim.enta

da fome dos h"Um.i lhados.

o melhor é acostumar-se.

o m."Undo foi sempre assim..

Cont"Udo. nao me acost"Um.o.

A lição persiste sAbia:

convém. cabeça. C"Uidado.

q"Ue as en6rena6em.s esm.a6am.•

o sonho q"Ue não se S"Ubm.ete.

E q"Ue a razão prevaleça

Vi6ilante e nao conceda

espac;os de emoção.

Perante a vida ofendida

não vale a indi~ão.

Complexas são as ca"USas

do desamparo do povo.

Has nao aprendo a l içao.

Concedo q"Ue m.e comovo.

CThia6o de Hello~

CHorm.aço na Florest~

Page 5: SI - UFRGS

SUM.'.RIO

1 . I NTROOOCÇÃO ............................................ 1

1.1 Secções aerodinâmicas das pàs de HAWT e VAWT ...... 1

1.2 Limi~açOes na escolha de perfis aerodinâmicos

para as ~urbinas eólicas .......................... 3

1.3 De~erminação das carac~eris~icas aerodinâmicas

em aerof6lios ..................................... 4

1.4 Descrição geral do obje~ivo do ~rabalho

apresen~ado ....................................... 5

2. FUNDAMENTOS DA TEORIA DE FLUXO PASSANTE ................ 9

2.1 Descrição da ~eoria de fluxo passan~e .............. 11

3. FORMULAÇÃO DAS EQUAÇõES QUE GOVERNAM O ESCOAMENTO ...... 16

3.1 Carac~eris~icas do escoamen~o ...................... 16

3.2 EquaçOes que definem o escoamen~o no problema ...... 19

3.3 Condições de con~orno e dominio do escoamen~o ...... 20

4. FORMULAÇÃO N~RICA DO PROBLEMA ........................ 23

4.1 Dis~ribuição da malha no dominio ................... 24

4.1.1 Densidade da malha ............................. 26

4.2 Aproximação das equaçOes por diferenças fini~as .... 26

4.2.1 Derivadas parciais discre~izadas ............... 26

4.2.2 De~erminaç&o dos coeficien~es de diferenciação.29

4.3 Solução numérica da equação principal .............. 29

4.3.1 SoluçAo numérica do campo de escoamen~o ........ 31

4.4 FunçOes das subro~inas u~ilizadas .................. 36

5. RESULTADOS DAS SIMULAÇõES EFETUADAS .................... 37

5.1 Dis~ribuição de pressão CCp) ....................... 37

5.2 Carac~eris~icas dos dados experimen~ais

e numéricos ........................................ 38

5.3 Verificação numérica do modelo ..................... 39

5.4 Comparação dos resul~ados de Cp .................... 40

5.4.1 Resul~ados de Cp para ângulo de a~aque de zero

grau ........................................... 40

5.4.2 Resul~ados de Cp para ângulo de a~aque, o

O( = 4 ......................................... 40

5.4.3 Resul~ados de Cp para ângulo de a~aque, o

01: = e ......................................... 41

IV

Page 6: SI - UFRGS

~.4.4 Resul~ados de Cp para Angulo de a~aque. o

OI c: 12 ........................................ 41

~.4.~ Resul~ados de Cp para Angulo de a~aque. o

OI = 14 ........................................ 41

~.5 Analise de resul~ados .............................. 42

O. CONCLUSOES E RECOMENDAÇOES ............................. 49

REFEReNCIAS BIBL~AFICAS .................................. ~~ APeNDICE ................................................... 60

LISTA DE ILUSTRAÇOES ....................................... VI

LISTA DE SíMBOLOS .......................................... VII

RESUMO ..................................................... X

ABSTRACT ................................................... XI

v

Page 7: SI - UFRGS

LISTA DE I LUSTRA COES

Figw-a

2.1 - Represen~aç&o das superficies de corren~e ........ 10

2.2 - Represen~aç&o do sis~ema local de coordenadas .... 10

3.1 - Superficie cilindrica e desenvolvimen~o

no plano x-z ..................................... 19

3.2- Dominio do sis~ema ~ipo casca~a no plano x-z ..... 19

4.1 -Malha para ângulo de a~aque de zero grau ......... 25

4.2- Malha para ângulo de a~aque diferen~e de

zero grau ........................................ 25

4.3- Dis~ribuição dos pon~os na aproximação ........... 30

4.4 -Fluxograma do programa u~ilizado ................. 34

5.1 - Dis~ribuição de velocidade para ângulo de

a~aque de zero grau .............................. 42

5.2- Dis~ribuiç&o de pressão para ângulo de

a~aque de zero grau .............................. 43

5.3- Dis~ribuição de pressão para ângulo de

a~aque de qua~ro graus ........................... 44

5.4- Dis~ribuição de pressão para ângulo de

a~aque de oi~o graus ............................. 45

5.5- Distribuição de pressão para ângulo de

a~aque de doze graus ............................. 46

5.6- Distribuição de pressão para ângulo de

a~aque de quatorze grau .......................... 47

6.1 -Variação da dis~ribuição de velocidade pela

modificação da relação passo/corda ............... 53

6.2- Esquema da malha com densidade variável .......... 54

6.3- Coeficien~e de sus~entação em função

do ângulo de a~aque .............................. 54

VI

Page 8: SI - UFRGS

LISTA DE Sl MBOLOS

Ai = Representaçao do somatório na equaçao A.11

At.Az.Aa.A•.~ = Coeficientes da Equaçao 4.1 que define a

coordenada normal à corda no perfil aerodinâmico

a.b.c.d =Constantes da Tabela 4.1

a

B

B

= Fator de relaxaçao

= Fator de integraçao ou parâmetro da espessura da

superficie de corrente.

= Representaçao geral dos coeficientes de diferenciaçao

das derivadas de primeira e segunda ordem da funçao

corrente

Cd = Coeficiente de arrasto

c1

= Coeficiente de sustentação

Cp = Coeficiente de pressão

c = Corda do perfil aerodinâmico (m)

D

D l5l

F

= Vetor da força de dissipaçao viscosa por unidade de

massa C Kgf /Kg)

= Derivada subtancial

= Vetor da força de corpo por unidade de massa CN/kg)

F • F • F = Componentes da força de corpo em coordenadas r u z

f

H

h

I

cilindricas nas direções radial. circunferencial e

axial respectivamente. CN/kg)

= Função real

= Entalpia total por unidade de massa. h + 1/2y2

CKJ/kg).

= Entalpia estática por unidade de massa~ u + p/p

CKJ/Kg).

= Entalpia total modificada para escoamento das pás em

rotacão com cambia da distancia! radial a partir do

eixo de uma turbomáquina. ou Rotalpia CKJ/Kg).

Ni = Número de pontos internos da malha

n = Vetor normal á superficie de corrente

n .n .n = Componentes do vetor normal à superfície de corrente r u z

nas direções radial. circunferencial e axial e

respectivamente.

VII

Page 9: SI - UFRGS

n

q

p

p

p •

R

R e

Rm

rp ep z

S1

S2

s s

s,n,N

T

t,

u •

u ,u

u

v

= Número de pont-os usados na aproximaçAo por diferenças

finit-as

= Alguma quant-idade diferenciável na superficie

de corrent-e

= Press5o est-át-ica CN/m2)

z = Press5o ao longo da superficie de corrent-e CN/m ).

= Press5o da corrent-e livre CN/m2)

= Cost-ant-e real dos gases

= Número de Reynols

= Erro residual da série de Taylor

= coordenadas cilíndricas

= Superficie de corrente ent-re pás

figura 2.1

= Superflcie de corrent-e cubo-pont-a

figura 2. 1

definida

definida

= Ent-ropia por unidade de massa C KJ/kg. K)

= Passo ent-re pás (m)

pela

pela

= Sist-ema local de coordenadas da superficie de

corrent-e definida pela figura 2.2

= Temperat-ura CK)

= Espessura do perfil aerodinâmico (m)

= Velocidade da corrent-e livre Cm/s)

= Velocidade ao longo da superfície do perfil Cm/s)

= Energia int-erna por unidade de massa CKJ/Kg)

= Vet-or velocidade absolut-a das pás Cm/s)

V , V , V = Component-es da velocidade absolut-a em coordenadas r u z

cilindricas Cm/s)

Vx,Vz =Component-es da velocidade na direção x e z em

coordenadas cart-esianas Cm/s)

w = Vet-or de velocidade relat-iva à pás Cm/s)

W , W , W = Component-es da velocidade relat-iva em coordenadas r u z

cilindricas Cm/s)

x,y,z = Coordenadas cart-esianas

x/c = Dist-ância adimensional ao longo da corda do perfil

X ,y n n

aerodinâmico

= Coordenadas que definem a dist-ribuição da espessura

do aerofólio na Eq.4.1

VIII

Page 10: SI - UFRGS

Z = Número de p•s. n

a = Agulo de ataque

a. = Coeficientes de diferenciação de primeira ordem da l

função corrente

(1j = Coeficientes de diferenciação de primeira ordem da

função corrente

r = Valor utilizado no criterio de convergência

6 = Valor utilizado na condição de Kutta

~. = Coeficientes de diferenciação de segunda ordem da l

função corrente

À = Ângulo local da superficie de corrente

~ = Ângulo local da superficie de corrente 8

p = Massa espesifica do fluido CKg/m)

r = Tensor das tensões CN/m2)

~ = Função corrente

w = Velocidade angular

9 = Operador vetorial

Derivadas Especiais

cJq = Derivada q em relação a z na superficie de CJz corrente quando se mantém constante e e r.

-cJq = Derivada de q em relação a e na superficie de rãe corrente quando se mantém constante z e r.

IX

Page 11: SI - UFRGS

RESUMO

O presente trabalho tem por f' i nal i da de determinar

numericamente o campo de escoamento potencial bidimensional num

perf'il aerodinâmico para dif'erentes ângulos de ataque visando a

posterior avaliaç~o das caracteristicas aerodinâmicas de

aerof'ólios para sua aplicação no projeto de pás de turbinas

eólicas.

O modelo empregado baseia-se na teoria de escoamento

passante CThrough-f'low theory). sendo utilizadas as equações

que def'inem o escoamento numa superf'icie de corrente entre pás

C bl ade to bl a de) . Na solução numérica é aplicado um método

implicito de dif'erenças f'initas determinando-se os valores da

f'unç~o corrente de todo o dominio. Num procedimento iterativo a

solução do problema converge para valores satisf'atórios.

A distribuiç~o de velocidades no dominio é obtido por

dif'erenciação numérica da !'unção corrente. Posteriormente. a

distribuiç~o de pressão ao longo da corda do aerof'ólio é obtida

e comparada com dados experimentais da ref'êrencia consultada.

Os resultados obtidos apresentam uma boa concordância com os

dados experimentais até próximo do ângulo de ataque critico do

perf'il CEsto!). Divergências da distribuição de pressão são

detectadas na regi~o da borda de ataque quando comparadas com

os resultados experimentais. sendo isso atribuído à baixa

densidade da malha. O modelo potencial não é adequado para

ângulos que excedem o ângulo de ataque critico CEstol). jã que

o campo de escoamento próximo da superf'icie é af'etado

adversamente pela viscosidade.

X

Page 12: SI - UFRGS

The aim or the

two-dimensional potencial

dirrerent angles or attack.

ABSTRACT

work

rlow

is to solve numerically a

rield around an airroil at

The numerical model is based on through-rlow theory.

using equations derined in the blade passage or turbomachine. A

rinite dirrerence implicit method to rind the stream runction

in the whole domain is applied. The iterative procedure

produces convergent data with a satisractory value.

The velocity distribution is obtained by

dirrerentiating the stream runction. The pressure distribution

along the airroil chord is round rrom the velocity rield and

· the resul ts show a good agreement when compared wi th

experimental results upto the stall angle. The largest

divergence or pressure distribution occurred on the leading

edge which may be due to the coarse mesh size. For angles or

attack greater than the stall angle the potencial model cannot

be applied as the flow rield on the surrace is severly arrected

by adversa pressure.

XI

Page 13: SI - UFRGS

1 • I NTRODUÇXO

Para o projeto de turbinas eólicas sAo requeridas as

forças aerodinâmicas dos elementos das pãs. as quais sAo • obtidas a partir de dados de aerofólios representados pelo

coeficientes de sustentaç5o CC1

) e de arrasto CCd). Os

aerofólios apresentam diferentes valores de cl e cd. e a

escolha destes afetarã a potência mãx:ima da turbina e sua

eficiência. A seleção dos aerofólios envolve geralmente uma

solução intermediar i a entre o projeto estrutural e o

aerodinâmico da turbina. sendo que a natureza do problema é

diferente para os diferentes tipos de turbinas. A pesquisa no

projeto e otimização dos aerofólios encontra-se em

desenvolvimento e a avaliaç5o das caracterlsticas aerodinâmicas

destes. aplicados às turbinas eólicas depende de estudos

teóricos e experimentais.

1.1 Secçees aerodinAmicas das pAs de HAWT e VAWT

Nas turbinas de eixo horizontal CHAWD.

da teor i a de elemento da pá com a teor i a da

a combinação

quantidade de t movimento fornece uma boa aproximação na determinação de suas

características. As forças aerodinâmicas são determinadas num

elemento diferencial • e a principal suposição é de que não

existe interferência entre sucessivos elementos da pá. Deste

modo. os dados do elemento diferencial são obtidos a partir das

caracteris~icas dos aerofólios para ângulos de a~aque e número

de Reynolds especificos. O torque da turbina é então

determinado pela integração das forças aerodinâmicas ao longo

das pãs. As pãs podem conservar uma corda constante com ângulo

picador constante. ou também a corda pode variar ao longo do

comprimento juntamente com o ângulo picador. sendo requeridos

dados de aerofólios para cada condição particular do elemento

de pã.

1

<•> termo utilizado como einanimo de perfil cerodinâmic:o

Page 14: SI - UFRGS

2

As exigências estruturais das pâs nas HAWT. s&o

f'reqUentemente diferentes das exigências aerodinAmicas. Estas

sXo engastadas a partir do eixo do rotor, ficando submetidas às

tensões produzidas pelas f'orças aerodinâmicas. O nivel de

tensão é inversamente proporcional à secção transversal.

exigindo maior espessura, especialmente próximo ao cubo do

rotor. O tipo de perf'il que satisfaz estas exigências, estâ

geralmente associado com baixos coeficientes de sustentação e

altos coeficientes de

ef'iciência nas turbinas 2.

arrasto, conseqüentemente, baixa

Nas turbinas eólicas de eixo vertical CVAWT) as pás.

de corda geralmente constante, movem-se ao longo de um caminho

circular em torno do eixo, com variações de velocidade e

direção, experimentando com isto diferentes ângulos de ataque

na sua trajetória. Vários modelos teóricos têm sido

desenvolvidos. como por exemplo os de simp~es e múltiplos tubos

de corrente9'

4, mas não alcançam a sofistificação dos modelos

obtidos para as turbinas de eixo horizontal 1. Da mesma forma

que as HAWT • as f'orças da pâ são avaliadas à partir de dados

de aerof'ólios para apropriados ângulos de ataque e número de

Reynolds. O torque da turbina é então determinado por

integração das f'orças aerodinâmicas ao longo da pá. e para

todas as posições da pá durante uma revolução. Em operação. o

número de Reynol ds varia c i cl i camente em função da velocidade

relativa do vento sobre a pá. Em máquinas com pás curvas, como

na turbina Darrieus. o número de Reynolds varia também ao longo

do comprimento da pá. Desta forma são requeridos dados de

aer of' ól i os numa ampl a faixa de número de Reynol ds • a f' i m de

determinar localmente o ângulo de ataque.

As condições aerodinâmicas e estruturais destas

turbinas são dif'erente das HAWT. Por exemplo, na turbina

Darrieus, o eixo f'orma uma coluna central vertical submetida a

compressão, onde as pâs são f'ixas nos extremos numa

conf'iguração geométrica mais favorâvel que as HAWT. As f'orças

aerodinâmicas atuando nas pás variam ciclicamente, sendo f'unção

da posição ao longo das pâs e da posição Angular do circulo

varrido pela secção numa revolução.

Page 15: SI - UFRGS

3

1. 2 Lilfti taçOes na escolha de perfis aerodinAndcos para as

turbinas eólicas

Pelo exposto anterior mente pode-se cone! ui r • que em

ambos os tipos de turbinas CHAWT e VAW!J, o projeto ótimo está

assoei ado com a

caracteristicas

aer o!' ól i os.

informaçSo qualitativa e quantitativa

aerodinâmicas de diferentes tipos

das

de

SSo númerosas as questOes que devem ser resolvidas

para a otmização das turbinas, como por exemplo: quais os

aero!'ólios mais apropriados para os diferentes tipos de

turbinas; quais as espessuras mais adequadas; quais sSo os

efeitos oscilatórios e de dinâmica de Estol (efeito de perda de

potência da turbina por fenômenos de instabilidade

aerodinâmica); quais são os efeitos das forças centrifugas nas

caracter 1 sti c as dos per f i s. Todas estas questões dependem de

uma pesquisa sistemàtica envolvendo estudos teóricos e

experimentais nos quais se possa identificar os requerimentos

de desenho. O desenvolvimento de novas secções de aerofólios e

avaliação das caracteristicas por simulação com programas

adequados tornam-se importantes. Tambem é importante o análise

e testes em túneis aerodinâmicos de novos aero!'ólios ou

configurações já existentes mas nSo testados nas condiçOes

apropriadas para as turbinas eólicas.

Em geral. os dados das caracteristicas aerodinâmicas

dos aerofólios provêm principalmente de trabalhos experimentais

direcionados para aplicação na indústria aeronáutica~'~' 7 , onde

as faixas do número de Reynolds sSo elevadas. São necessárias

portanto, informações das características dos perfis.

orientados às condições de funcionamento das turbinas eólicas

que envolvem principalmente baixos números de Reynolds e amplas

faixas de ângulos de ataque, o que tem motivado trabalhos

experimentais recentes com tal orientação, tais como os das

referências8 ,P,to.u A simulaçSo computacional é uma

alternativa para a avaliação de aerofólios, permitindo ampliar

a in!'ormação com rapidez e custo reduzido. A validade destes

resultados dependem das 1 i mi taçOes do modelo matemático

utilizado. Por isto, um ótimo projeto é sujei to à adequada

combinação de métodos experimenta! s e si mul açeses numéricas.

Page 16: SI - UFRGS

1.3 Deter~naçSo das características aerodinA.tcas de

aerof6lios

As caracteristicas aerodinâmicas dos aerofólios podem

ser obtidas experimentalmente ou numericamente, pela

determinaçAo do campo de escoamento ao redor dos t2,t8,t4 t d it li - j t d ~ mesmos • en o mu as ap caçves, como no pro e o e p ... s

em hélices, em turbomáquinas, asas de aviAo etc. A determi naçAo

a si mul açl.o experimental em túneis t~.tcs aerodinâmicos , e

numérica via computador do escoamento subsônico e supersônico

sobre perfis aerodinâmicos é uma tarefa que vem despertando

interesse por anos a pesquisadores de diferentes paises.

Na teoria de perfis aerodinâmicos de espessura finita, ta, t4 empregando funções potenciais complexas é possivel

determinar o campo do escoamento ao redor de uma secção

aerodinâmica por meio de uma transformação conforme, quando

conhecido o campo de escoamento ao redor de um cilindro com

circulação numa corrente uniforme.

O tratamento numérico par a determinar o escoamento

incompressivel sobre um aerofólio para ângulo de ataque igual à

zero grau, é estudado e descrito em termos da função corrente t7 no trabalho de Vooren e Labrujere para um perfil tipo

Zhukovsky. Uma equação tipo Poisson é resolvida iterativamente

empregando uma técnica variacional de elementos finitos.

Tzabiras t8 al. , determinam numericamente o

escoamento de per f i s NACA 0012 e 4412 num escoamento viscoso

incompressivel. Neste trabalho é utilizado o método de volumes

f i ni tos , empregando os al gor 1 tmos PISO e SI MPLE. t: empregada

uma malha curvilinea ortogonal gerada por transformação

conforme t9 Vezza e Galbraith determinam o escoamento potencial

nAo permanente ao redor de um aerofólio NACA 0012, onde a

técnica desenvolvida é baseada no método dos painéis.

O estudo do escoamento viscoso, não permanente, em

aerofólios

utilizando

oscilatórios é descrito

elementos finitos para a

por Bratanow

integraçAo

20 e Ecer •

numérica da Zt equação de vórticidade de Helmhotz. McCroskey , emprega um

método implicito por diferenças finitas para a soluçAo numérica

Page 17: SI - UFRGS

5

das equaçOes integrais da camada limite.

Trabalhos experimentais no mesmo assunto. mais

direcionados ao comportamento oscilatório de aerofólios em 22 turbina eólicas são realizados por Ly e Chasteau e Mckinney e

Delaurier 28.

tratado

O compor lamento

numericamente

i mpli c i to por diferenças

Navier -St.okes.

de aerofólios próximos

por Hodge 2 • empregando

finitas na solução das

do estol é

um método

equaçOes c;;le

No estudo do campo de escoamento em aerofólios alguns

modelos numéricos envolvem o acoplamento de um modelo potencial

e um viscoso. Deste modo é feito por exemplo no trabalho de

01 er et Al ~!S. com o inter esse de investigar os efeitos de

dinâmica de estol na regulagem de turbinas Darreius. Neste

t-rabalho é empregando um modelo potencial com a técnica de

painéis, e um modelo viscoso baseado na determinação numérica

das equaçOes integrais da camada limite. Estes autores

determinam. o pont-o de separação num escoament-o não permanent-e

sobre um aerofólio para um ângulo de ataque constante.

1.4 Objetivos e descriçSo do trabalho

No presente t-rabalho é determinado numéricamente o

escoamento

diferent-es

potencial num perfil

ângulos de a t-aque. Os

aer odi nAmi co simétrico par a

dados gera dos poderão ser

ut-ilizados posteriormente num modelo viscoso obtendo-se uma

solução completa do escoamento. Deste modo será possivel

det-erminar as caracterlsticas aerodinâmicas de diferentes

aerofólios visando o projet-o de turbinas eólicas.

As equações que governam o escoamento em

são aplicadas num dominio onde um único

aerofólios

perfil é

id d 17.26.27 cons era o ou, pode-se assumir o perfil isolado a 2a zs:> part-ir de um sistema tipo cascata • • no qual o escoamento é

obt-ido pela condição de afastamento ent-re perfis até não

existir int-erferência do campo de escoament-o ent-re eles.A opção

por este últ-imo método foi seguida neste trabalho, com a

vant-agem de ser possivel avaliar posteriormente a interferência

Page 18: SI - UFRGS

e

ent.re pã.s pela aproximação do espaçamento ent.re elas,

tornando-se apropriado por exemplo, no cAlculo de aerorólios de

turbinas eólicas com grande quantidade de pás Calt.a solidez)

onde as caract.erist.icas dos aerorólios isolados podem dar

resultados err0neos 28.

O modelo empregado baseia-se na teoria de fluxo

passant.e para t.urbomã.quinas CThrough-flow Theory), desenvolvida !tO por Wu , na qual se obt.ém o escoamento tridimensional

compressivel, permanente através de uma fileira de pã.s em

rotação. Nest.a análise, as equações que governam o escoamento

t.r i dimensional são desenvolvi das e aplicadas a dois t.i pos de

superricies de corrente dentro da t.urbomáquina. A solução

completa do escoamento tridimensional é obtida por um processo

it.erat.ivo ent.re est.as duas t.ipos de superricies.

o programa desenvolvido baseia-se no programa 81 originalmente escrito por Goulas • o qual utiliza a teoria de

Wu, incorporando ao modelo o lermo de dissipação viscosa 88 desenvolvido por Bosman and Marsh para escoamento

82 irreversivel. O programa de Goulas foi aplicado por Ferreira

em turbinas de medição de vazão dando resultados satisfatórios.

No presente trabalho são empregadas as equações do modelo

numérico que governam o escoamento para um dos t.ipos de

superficie de corrente ent.re pã.s CBlade-t.o-Blade),

correspondente ao sistema t.ipo cascata. A determinação do

escoamento potencial bidimensional incompressivel, simplirica a

solução numérica da equação de'Poisson do modelo original, para

uma equação de Laplace.

Na simulação realizada o perril é posicionado

inicialmente num campo de escoamento com ângulo de ataque de

zero grau. Posteriormente est.e ângulo é variado. Para cada nova

posição do perril uma nova malha é gerada, adaptando-se às

novas condições de escoamento. Foi simulado o escoamento em um

per f i 1 NACA 0012, mas o programa pode ser ut.i 1 i zado sem

restrições para t.oda a familia de perfis simétricos NACA OOXX,

geralmente empregados em turbinas 84 • eólicas • . Com algumas

modificações na subrotina de geração de malha pode-se simular

outros t.ipos de perfis.

O modelo numérico baseia-se no método de diferenças

Page 19: SI - UFRGS

7

finitas, e pela deformaçSo que sofre a malha nos diferentes

Angul os de ataque se uti 1 i za um método apropriado a malhas

irregulares. Emprega-se a expansSo da série de Taylor para

funçOes múltiplas, sendo a malha formada por moléculas com nove

pontos. O método implicito empregado requer a soluçAo matricial

de um sistema de equaçOes 1 i neares onde as i nc6gni tas sAo os

valores da funçAo corrente em todos os pontos do dominio

discretizado. A soluçAo do problema é determinada

i ter ativamente após satisfazer c r i tér i os de convergência

estabelecidos. Para acelerar o procedimento iterativo é

empregado um fator de relaxaçSo. Por diferenciação numérica da

função corrente do dominio é obtida a · distribuição de

velocidades no campo de escoamentop e posteriormente é

calculada a distribuição de pressão ao longo da superficie do

aerofólio. Os resultados obtidos em termos do coeficiente de

pressão CCp) do perfil, são comparados com os dados

experimentais da Ref. [111, obtidos em túnel aerodinâmico para o

perfil NACA 0012, orientados às condiçOes das turbinas eólicas.

O trabalho apresenta uma descrição do realizado, tendo

ele a seguinte estrutura:

No capitulo 2 é descrito brevemente uma revisão dos

conceitos básicos da teoria de fluxo passante. Estritamente são

descritas as equaçOes mais significativas para a compreensão do

d 1 di d 1 fê i 80,81,82,88 i mo e o, e xan o uma amp a re rene a para o ma or

aprofundamento da mesma.

No capitulo 3, são formuladas as equaçOes que governam

o escoamento do problema aqui tratado, especificando as

caracteristicas do escoamento, o dominio empregado, e as

condiçOes de contorno.

A formulação numérica do problema é apresentada no

capitulo 4, definindo-se o tipo de malha empregada, e o método

utilizado na aproximacSo numérica das equações diferenciais que

regem o problema. O procedimento da solução numérica é

apresentado mostrando num diagrama de bloco a estrutura do

programa computacional utilizado.

No capitulo !5,

simulaçOes efetuadas e

experimentais da Ref.11.

sSo

as

apresentados os

comparações com

resultados das

os resultados

Page 20: SI - UFRGS

8

Finalmente. no capitulo 6 sSo comentadas as conclusOes • e apresentadas recomendaçOes para o aperfeiçoamento dos

resultados em futuras simulações.

Page 21: SI - UFRGS

2. FUNDAMENTOS DA TEORIA DE FLUXO PASSANTE

As equaçOes que governam o escoamento no interior de

lurbomáquinas são geralmente referidas a um sistema de

coordenadas relativo, em movimento com relação a um sistema

absoluto de coordenadas 8:5'

86'87

'88

. O sistema de coordenadas

relali vo gira com o rolor em torno do eixo da máquina, e o

sistema de coordenadas absoluto é fixo às partes eslacionârias

ou carcaça da máquina. Em operação normal, o rolor é

considerado girando com velocidade angular constante. A

determinação do escoamento tridimensional não viscoso é obtida

pelas equações de continuidade, balanço de quantidade de

movimento, balanço de energia e pela equaçao de estado. Estas

seis equações Clrés da quantidade de movimento) são necessârias

para determinar as propiedades do fluido: densidade, enlalpia, 88 entropia; e as três componentes da velocidade .

Na teoria de fluxo passanle CThrough-flow lheory),

Wu80 introduziu a idéia de obter a solução do problema

tridimensional por uma apropriada combinação de dois

escoamentos bidimensionais, definindo dois tipos de

superficies de corrente, uma, pâ a pá Cblade-to-blade),

indicada por S1 e outra, cubo-ponta Chub-lo-shroud), indicada

por SG. As duas superficies são representadas na Fig.2.1.

Em cada uma destas superficies, tratadas

separ adamenle, a equação da conli nui dade é combinada com a

equação da quantidade de movimento através da função de

corrente definida na superficie, resultando assim, uma equaçao

geral que governa o campo de escoamento. A solução completa do

problema tridimensional é obtida por um processo iterativo que

relaciona os dois tipos de superficies de corrente.

Pela definição de superficie de corrente, o vetor

velocidade é sempre tangente a lodos os seus pontos. Uma

equação a mais é então introduzida para relacionar o vetor

9

Page 22: SI - UFRGS

10

r S2

Sl

FIGURA 2.1 Represen~açSo das supeticies de corren~e

n

Figura 2.2 Represen~açSo do sis~e.a local de coordenadas

Page 23: SI - UFRGS

11

velocidade com a superf'icie . Esta equação é substi tuida por

uma das equações da quantidade de movimento f' i c ando entl.o o

escoamento def'inido apenas por duas equações da quantidade de

movimento. Com base nesta teoria. Marsh8r> estabeleceu uma

solução matricial aplicada no c'-lculo do escoamento de uma

turbomáquina arbitr'-ria. O modelo f'oi aperf'eiçoado por Bosman e

Marsh88 introduzindo a idéia de !'orça de dissipaçl.o viscosa que

mais tarde f'oi 81 equacionada por Goulas com o tensor tensl.o.

Com isto. uma da equações da quantidade de movimento é

satisfeita automaticamente utilizando-se para determinar a

força de disipassão viscosa. A teoria de fluxo passante f'ica

então definida principalmente por uma equaçl.o de quantidade de

movimento. esta. na direçl.o normal ás linhas de corrente88.

2.1 DescriçBo da teoria de fluxo passante

Na soluçl.o numérica do problema apresentado neste

trabalho !'oram empregadas as equações que definem o escomento

na superfície de corrente S1 Cblade-to-blade). e que serl.o

apresentadas de maneira resumida. O detalhamento pode ser

encontrado na Ref. [31]. As equações que definem o escoamento na

superf'icie de corrente S2 Chub-to-shroud) tem tratamento

similar. e podem ser encontradas nas referências80'81

'88

'8

r>. SP Considerando o modelo de forças dissipativas

portanto com escoamento adiabático irreversível. e

simplificando a equação de energia. Goulas 81 e também Bosman e 88 Marsh mostraram que o escoamento numa superfície de corrente

pode ser determinado num sistema 1 ocal de coordendas s-N-n

CFig. 2.2). pelas seguintes equações :

1. Equação da continuidade

V'[p w ] = o <2.1)

2. Equação de quantidade de movimento na direção N

N. w X (V' X V) = N. ( V'I - 1VS - D) (2. 2)

Page 24: SI - UFRGS

Onde:

12

3. Equação de quantidade de movimento na direç&o s

s. w X c 9 X V) = s. c VI - 1VS - 0)

4. CondiçAo geométrica

W F = O

5. Equação da energia

DI _ O 15[-

6. Equação de estado

p = pRT

81 I é a rotalpia. definida por

I =h+~WZ-T-z

!tO F é a força de corpo. definida por

F = 1 1 ~p

n P 8r n r

81 D é a força de dissipaç&o, definida por

1 D =-VCú

p

C2. 2)

C2. 4)

C2. 5)

C2. 6)

C2. 7)

C2. 8)

C2. 9)

No sistema de coordenadas s-N-n a força de corpo F que

é normal â superficie de corrente. não tem componentes na

direções s e N; e a força dissipativa D. definida na mesma

direção ao vetor velocidade mas. em sentido contrário. não tem

componentes na direção N nem n. Isto simplifica as equações

uma vez que na equação de quantidade de movimento na direção N

não aparecem as forças de corpo CF) nem as dissipativas CD).

As equações são utilizadas para uma superficie de

Page 25: SI - UFRGS

13

corrente definida por:

S1 (r • e. z) ~ o (2. 10)

que é relacionada com o vetor unitãrio normal ã mesma n, por

meio das derivadas parciais

= = (2. 11)

A variaçAo de uma certa quantidade q, é definida pelas

derivadas especiais ao longo da superficie de corrente, onde a

coordenada r é expressa em termos de e e z. r = fCe,z).

Jq 8q n 8q z 3Z = 3Z "6; n C2. 12a)

r

1 CJq 18q n c)q u - 'Je = r::cJe "6; r n C2.12b)

r

As equações da continuidade e da quantidade de

movimento:

'V'[p w l = o (2. 13)

W X (V X V) = (V! - 1VS - 0) (2.14)

sAo expressas em termos das derivadas parciais especiais

definidas pelas Eqs. 2.12.

Para obter a equaçAo de quantidade de movimento na

direçAo N é tomado o produto escalar da Eq. 2.14 pelo o vetor

FxW que é normal a N. A equaçAo assim obtida é simplificada

pela introduçAo dos ângulos À e ~ que definem a geometria local

da superficie de corrente81'82

:

n F TanÀ z z

~- = r-n C2. 15a)

r r

n F Tan~

u u =- = r-n

(2. 15b) r r

Page 26: SI - UFRGS

14

Pela condiçS.o geométrica CEq. 2. 4). e usando a Eq.

2.15. as três componentes da velocidade relativa sAo

relacionadas por:

W + W Tan~ + W Tan~ • O r u z

C2.Hn

A equaçAo da continuidade obtida em lermos das

derivadas especiais é escrita como:

(2. 17)

onde B é def'inido como um f'alor de inlegraçAo proporcional á 81 espessura da superf'icie de corrente .

A f'unçao corrente que salisf'az

continuidade CEq.2.17), é enlAo def'inida por.

= - BpW u

= BpW z

a Equaçao da

C2.18a)

C2. 18b)

Pela equaç Ao de energia se r el acionam as derivadas

parciais da rotalpia com relaçAo a z e a e ao longo de uma 81 linha de corrente já que no escoamento adiabático a rotalpia

permanece constante ao longo das linhas de corrente81• I =IC~).

logo:

ir E=

di~

dViCJZ

1 CJI ;:-c;e=

di 1 CJy, dvir8e

C2. 19a)

C2.19b)

Finalmente empregando as Eqs. 2.16 e 2.18 a equaçAo da

quantidade de movimento na direçAo N pode ser expressa em 8t termos da f'unçAo corrente:

Page 27: SI - UFRGS

15

!. !:Y' J'I-Y' w -a lzcsp) + CpB)z di + z CBp) - w (2. 20) = - ~ dvi rz«< llzz r u

- :!!~>[!. ;cwz - W TanX.) - :;cwu - W, Tan1-0 I + wz r r

+ IIW W

TanX. - ~ Tan~ - [~ + 2w} TanÃ]

Es~a equação não linear pode ser resolvida pela solução

i~era~iva da equação quase-linear da forma:

+ fCe.z) (2. 21)

A solução é ob~ida a par~ir da Eq. 2.21 para um dado

valor de fC8,z) corrigido a par~ir do valor calculado de Y' . O

processo é repe~ido a~é sa~isfazer um cri~ério de convergência.

No próximo capl ~ulo, a Eq. 2. 20 é simplificada pelas

condições de escoamen~o ado~adas.

apropriada é descri~a no capl~ulo 4.

e a solução numérica

Page 28: SI - UFRGS

3. FORMULAÇXO DAS EQUAÇOES QUE GOVERNAM O ESCOAMENTO

A de~erminaçAo do escoamen~o num perfil isolado,

desenvolvida no presen~e ~rabalho baseia-se na ~eoria de fluxo ao

passan~e CThrough-flow-lheory). aplicada A superficie de

corren~e S1 CFig.2.1) do sislema ~ipo casca~a. Esla formulaçAo

pode ser utilizada considerando-se que o escoamen~o num perfil

aerodinâmico isolado pode ser ~ralado como o limi~e do

escoamento de um sislema lipo cascala quando o passo enlre pás

~ende para o infini~o. A vantagem do esludo do perfil lralado

num sis~ema ~ipo casca~a é que, posleriormen~e. pode-se simular

in~erferência en~re pás numa ~urbina pela variaç~o do passo.

3.1 Carac~erís~icas do escoamento

As caracleris~icas do escoamento estudadas

correspondem àquelas de um aerofólio empregado em ~urbinas

eólicas. A hipótese de escoamento incompresslvel do ar em t.orno

do aerofólio, é uma aproximação acei la no lralamenlo

aerodinâmico de ~urbinas eólicas 1. Ao se considerar escoamen~o

incompresslvel, es~amos ~ralando por definiçAo de um fluido com

~empera~ura constan~e e portanto adiabático. Se desprezarmos

~ambém os efeilos das forças viscosas. o escoamento é

adiabático reverslvel. Restringimos então o problema a um

·tratamento isentrópico.

Simplificações no tratamento das equações do modelo

descri~o no capl~ulo ~. são realizadas a seguir, para o

escoamento de um per f i 1 isolado, uli 1 i zando as consi der açôes

comen~adas acima:

Escoamen~o numa superficie cilindrica

Pás formando par~e de um esla~or

Fluido incompressivel

Escoamen~o po~encial

16

Page 29: SI - UFRGS

17

1) Escoamen~o numa superflcie cillndrica

Considera-se o escoamen~o na superflcie S1 como o

sendo ao longo de uma superflcie cillndrica CFig. 3.1). O ve~or

normal à superflcie de corrente aponta radialmen~e A mesma. nao

~endo componen~es nas direçOes e e z. A força de corpo a~ua

perpendicularmen~e á superflcie sendo nulas suas componentes

nas direçOes e e z. Des~a forma ~em-se:

n = n = O u z

F = F = O u z

C3. 1. a)

(3.1. b)

Es~a consideraç~o é impor~an~e. pois os ângulos que

definem a geometria local da superficie de corrente dados pela

Eq. 2.15 tornam-se nulos :

Tan~ = n /n z r

Ta.n,_, = n /n u r

= o = o

(3. 2. a)

(3. 2. b)

Des~a forma. as derivadas especiais definidas pela

Eq. 2.12 ~ornam-se derivadas parciais ordinArias. Relacionando

Eq.3.2 e 2.16 pode-se no~ar que a componente radial da

velocidade relativa é nula CW =0). r ao Segundo Wu .o fa~or de in~egraç~o B. definido como

proporcional à espessura da superficie de corren~e. pode ser

~ornado igual a 1 C 8=1) numa superflcie cilindrica. pois não

exis~e variação radial da velocidade.

2) Pás formando parte de um estator

Considerado-se as pás como formando par~e de um

es~a~or. a velocidade angular é nula Cw = 0), e des~a forma as

velocidades rela~ivas podem ser subs~i~uidas pelas velocidades

absolu~as:

Vr = Wr • Vu = Wu • Vz = Wz (3. 3)

Além disso, o ~ermo de ro~alpia CEq. 2. 7) fica reduzido à

en~alpia ~o~al de es~agnaç&o. I = H.

Page 30: SI - UFRGS

I

I

\

18

FIGURA 3.1 Superfície cilíndrica e desenvolvi.ento no plano x-z

Ue --7

t

X

z 1------------------· ------------>

Refthô:'o non-to.nte

~--- tkl '-11 Reg-tCio lp i ~~e entre po.s I Regiüo :

'-11 'o. 1 Ue lls I Juso.nte · ~

I '''· : TJ

FIGURA 3.2 Do~nio do sis~e.a ~ipo casca~a no plano x-z

s

Page 31: SI - UFRGS

1Q

3) Fluido Incompressivel

Esta restriçJ:o leva a considerar o escoamento como

adiabático. Alem disso. um fluido incompressivel tem massa

espesifica constante Cp ~constante). e todas as suas derivadas

são nulas Cbp/~8=0.bp/~=0).

4) Escoamento Potencial

Num fluido incompressivel não viscoso os gradientes de

entropia são nulos (6.5/~ =O ,6.S/r8e = 0). o que simplifica a

equação principal do escoamento CEq.2.20). Além disso. a força

de dissipação viscosa empregada por 81 Goulas no modelo para

escoamento adiabático irreversivel torna-se nula CD=O).

Especificando que a pressão total permanece constante

em cada linha de corrente. a equação de Bernoulli pode ser

aplicada40 .Assim. na linha de corrente que define a superficie

do perfil aerodinâmico a equação de Bernoulli é dada por:

p - p C3. 5) •

Onde P e U representam a pressão e velocidade da corrente • •

livre,P. e U. representam a pressão e velocidade na superficie J J

do aerof6lio. A equação 3.5 é apropiada para a posterior

determinacão da distribuição de pressão em torno do aerof6lio.

3.2 Equaç~es que definem o escoamento no problema

O sistema de coordenadas cilindricas é frequentemente

utilizado em problemas de turbomáquinas. No presente trabalho

isto não é considerado necessário porque se deseja determinar o

escoamento num perfil isolado de envergadura unitária. Um

sistema de coordenadas cartesianas é portanto adotado Como

escoamento foi reduzido ao dado numa superficie cilindrica, a

coordenada radial. r, permanece constante, transformando-se o

problema num sistema bidimensional com a susbtituição da

coordenada x por re. permanecendo a coordenada z inalterada. Na

Figura 3.1 representa-se o desenvolvimento da superficie

Page 32: SI - UFRGS

20

cilindrica no plano x-z. Com as considerações anteriormente

descritas. a Eq, 2.20 nas coordenadas adotadas fica reduzida à

forma:

- o (3. 0)

Determinada a funçAo de corrente que satisfaz a expressAo

laplaciana dada pela Eq. 3.6. as velocidades Vx. Vz do campo de

escoamento são obtidas pela expressAo 2.18

Vx • -~ C3. 7a)

Vz = (3. 7b)

O fluxo através de um sistema tipo cascata com

superficie de corrente S1 considerada como cilindrica, 6 desta

for ma i dénti co ao escoamento potencial bi dimensional de um

fluido incompressivel através de um sistema retilineo de pAs.

A equaçAo :3.6 pode ser obtida diretamente. aplicando 17 as equações de escoamento potencial a um per f i 1 isolado com

diferentes condições de contorno. As equações são também

equivalentes ás determinadas num sistema retilineo de pás96.

3.3 Condiç~es de contorno e domínio do escoamento

A solução do escoamento no problema estabelecido

envolve um sistema de equações diferenciais nas variáveis Cx.z)

Desta forma é necessário definir o dominio do campo de

escoamento com suas fronteiras e as respectivas condições de

cont.orno.

No dominio. t.al como apresent.ado na figura 3.2.

exist.em t.rés regiões bem definidas. A região à mont.ant.e, a

regiAo à jusant.e e a regiAo ent.re pás. São denominados lados de

sobrepressAo e sucçAo respect.ivament.e as front.eiras do lado do

perfil As front.eiras paralelas ao eixo x que delimit.am o

dominio são denominadas front.eiras jusant.e e mont.ant.e.

Page 33: SI - UFRGS

a) Condiç5o nos con~ornos sólidos

Os

sobrepressão

condiç&o:

con~ornos sólidos

e sucç5o do perfil

b) Condiç5o à mon~an~e e à jusan~e

li m1 ~ados pelos

são ~ra~ados pela

21

lados de

seguin~e

(3. 8)

As fron~eiras das regiOes à mon~an~e e à jusan~e do 88 campo de escoamen~o são ~ra~adas como condições no infini~o .

-No infini~o. à mon~an~e

=o =Ue (3. 9)

Onde Ue é a velocidade de corren~e livre no infini~o paralela

á direção z.

A dis~ribuiç5o da funç5o de corren~e na região à

mon~an~e é de~erminada in~egrando-se a equacão diferencial

~/82 • empregando um valor ~o como cons~an~e inicial.

~monlo.nie= f Ue dx + (3. 10)

-No infini~o.à jusan~e

= o =Ue c 3. 11)

A dis~ribuiç5o da função de corren~e na fron~eira à

jusan~e é de~erminada da mesma forma que à mon~an~e:

~- l JU8Ciof'l e = f u. dx + ~. (3.12 )

Onde ~ C ver Fi g. 3. 2) é de~er m1 nada a par ~i r do valor da •

funç5o de corren~e na fron~eira do lado de sobrepress5o.

Num sis~ema ~ipo casca~a com passo fini~o. o fluido é

defle~ido pelas pás afe~ando o campo de escoamen~o na regi5o à

ESCOLA DE ENGENHARIA BIBLIOTECA

Page 34: SI - UFRGS

acs jusan~e . Es~a condiç&o à jusan~e é por~an~o a que direrencia

os ~ipos de escoamen~os en~re pãs com passo rini~o e inrini~o.

d) Condiç&o de periodicidade

Nas rron~eiras la~erais do donúnio, onde nl:o existem

os contornos sólidos do perril, a condição de periodicidade · ao deve ser satisreita .Em coordenadas cilindricas esta condição

estabelece que pontos com iguais coordenadas z e r mas

direrindo em e por 2n/Zn ,onde Zn é o número de pãs, devem ter

as mesmas propriedades no escoamento. Em coordenadas

car~esianas is~o signirica que as coordenadas Cx,z) e Cx+s,z)

onde "s" é o passo entre pãs,devem ter as mesmas propriedades.

O valor da runção corrente para rronteiras no lado de

succão do perfil pode então ser determinado a partir das

rronteiras do lado de sobrepressão. pela relação:

c 3. 13)

Onde: ~b. ~ t represen~am o valor da função corrente nos

extremos do con~orno lateral, superior e inferior.

YJ1 .~ represen~am, respectivamente,o valor da função

p le corren~e nos contornos sólidos do lado de sobrepressão e sucção

do perfil.

Os valores de ~ ~~ l. p

são deter mi nados a partir da

runção corrente na entrada a qual é obtida pela condição à

jusante no infinito.

O valor de ~ le é determinado a par ti r

relação de rluxo de massa entre eles.

d) Condicão de Kut~a

de ~ pela l p

Es~a condição adicional empregada em aerorólios

isolados 18, ou em sistema ~ipo cascata86,es~abelece que o ponto

de es~agnação coincide com a borda de ruga do perril, de ~al

modo que as velocidades nessa região sejam finitas e continuas.

No t..ra~amento numérico ~al condiçl:o é veriricada em runç&o da

direrença de pressão es~ã~ica próximo do bordo de ruga no lado

de sobrepressão e sucç&o do perril.

Page 35: SI - UFRGS

4 FORMULAÇ~O NVMERI CA DO PROBLEMA

Tendo sido formuladas as equações que governam o

escoamento. e as condições de contorno. ser á apresentado a

seguir o procedimento para resolver estas equações

empregando-se um método de aproximação por diferenças finitas.

O primeiro passo na formulação numérica do problema

consiste na escolha da malha formada por um conjunto de pontos

discretos, no 1 ugar da regi Ao continua das variáveis

independentes do problema diferencial original. O segundo passo

será a substituição das equações diferenciais parciais por

expressões algébricas provenientes da formulação por diferenças

finitas.

4. 1 Distribuiç:lo da malha no domínio

No dominio definido e apresentado na Fig. 3.1, será

gerada a malha que terá a configuração diferente conforme o

ângulo de ataque do perfil. Os parâmetros básicos para a

geração da malha utilizada são:

-Angulo de ataque do perfil, ~

-Coordenadas de origem do perfil,Cx ,z) o o -Afastamento entre pás, s

-Corda do perfil, c.

-Relação t/c,onde t é a espessura máxima do perfil

-Comprimento da região à montante e à jusante.

As coordenadas absolutas x ,y que definem a T'l T'l

distribuição de espessura do aerof6lio. são obtidas pela

equação 4.1~ válida para perfis simétricos NACA de quatro

digitos~:J

+ y n = t C A + A + A + A + A )

~o o t z s • (4.1)

23

Page 36: SI - UFRGS

24

A 0.29690 t/Z "" X Onde:

o n

A "" -0.12600 X t n

A -0.35160 z .. X z n

A 0.28430 • = X • n

A -0.10150 .. = X .. n

Na Eq. 4. 1. t, é a espessura máxima do perfil expressa em

porcent.agem do compriment.o da corda.

As coordenadas do perfil referent.es ao sist.ema de

coordenadas escolhidas s~o definidas pela t.ransformaç~o:

Lado de press~o xb = X c os OI + Yn sen OI + X n o

zb = X sen OI - Yn c os OI + z n o

(4. 2)

Lado. de succ~o X = X c os OI - Yn sen OI + X + s t. n o (4. 3)

z = zb t.

C xb. zb) cor respondem às coordenadas da front.ei r a do 1 ado de

press5o e Cxt..zt.) correspondem às front.eiras do lado de sucç~o.

As coordenadas das front.eiras da regi~o à mont.ant.e e

à jusant,e s~o det.erminadas por relações geomét.ricas ent.re o

ângulo de inclinaç~o do perfil com a linha que se ext.ende a

part.ir da corda a mont.ant.e e a jusant.e. Dest,e modo é definido o

dimensionament.o dos cont.ornos do dominio.

Os pont.os int.ernos da malha s~o formados por linhas

paralelas ao eixo x e. e a seguir, é dist.ribuida em cada uma

das linhas um conjunt.o de pont.os igualment.e espaçados. A malha

gerada segundo est.e procediment,o é most.rada na Figura 4.1 para

ângulo de at.aque igual a zero grau. e na figura 4. 2 para um

ângulo diferent.e de zero grau.

Para a det.erminaç~o do espaçament.o s, fixou-se a

prior! um valor igual ao compriment.o da corda. Post.eriorment.e

est.e valor é modificado para sat.isfazer as condições de

escoament.o em t.orno do perfil isolado. Ist,o é, não pert.urbação

do escoament.o no caminho medio ent.re pâs.

Page 37: SI - UFRGS

,- ----.

'-

FIGURA 4.1 Malha para Angulo de a~aque de zero grau

FIGURA 4.2 Malha para Angulo de ataque distinto de zero grau

Page 38: SI - UFRGS

4.1.1 Densidade da .alha

Para se alcançar uma maior precis~o no cAlculo

numérico é desejAvel uma malha de al~a densidade de pon~os. no

en~an~o. is~o proporciona um aumen~o no ~empo e

consequen~emen~e represen~a uma 1 i rni ~açao na capacidade de

memória do compu~ador. A escolha ó~i ma do ~amanho da malha é

geral men~e de~er rni nada a par ~i r da ver i f i caçao numérica 41

Nogo~ov . Num primeiro momen~o o problema é resolvido

u~ilizando-se uma malha de baixa densidade. O cAlculo é

repe~ido sucessivamen~e para uma malha cada vez mais densa e os

resul~ados s&o comparados. Se a comparaç&o mos~rar grandes

diferenças, o processo é repe~ido a~é que a soluçao se

es~abilize. O procedimento comen~ado an~eriormen~e foi seguido,

iniciando com uma densidade uniforme da malha Câx=Az),

empregando-se um ~o~al de ~rezentos pontos.

4.2 AproximaçSo das equaç~es por di~erenças ~ini~as

Para um cer~o problema diferencial, existem vArios

esquemas possiveis empregando diferenças fini~as. Os mé~odos

mais u~ilizados envolvem esquemas explici~os e 42 48 44 . implicitos ' ' . Nos esquemas explic1~os a soluç~o numérica

pode ser de~errninada passo a passo, a par~ir de uma dada

equaç~o diferencial. conhecidas as condições iniciais e de

con~orno. Nos esquemas explici~os as incógnitas s~o

de~erminadas a par~ir de um sistema simultâneo de equações no

qual s&o inseridas as condições de contorno. No presen~e

~rabalho emprega-se um esquema impllci~o. onde as aproximações

por diferenças fini~as s~o formuladas empregando a expans~o da 4~ série de Taylor .

4.2.1 Derivadas parciais discre~izadas

As derivadas parcias da funç~o de corren~e Y' , num o

pon~o ··o" da malha podem ser expressa como funç&o de n pon~os

81 ao redor des~e. da seguin~e forma :

n n C4. 4) =E

i=1

Page 39: SI - UFRGS

27

=J:,q,lp, j=t I I

- lp o I:

i=t

C4. 5)

Da mesma forma o laplaciano da funçAo de corrente pode

ser aproximado pela expressão

.. E~. lf'. - Yl I I O

n=t I: ~.

. I n= 1

onde a .• ,q .• ~. ,são os coeficientes de diferenciação. I I I

(4. 6)

Para resolver as Eqs. 4.4. 4.5. 4. e devem ser

determinados os coeficientes de diferenciaçAo a. • I

,q. e ~. os I I

quais dependem da configuração da malha e do número de pontos

tomados ao redor do ponto "0". A obtençAo destes coeficientes

envolve a solução de um sistema de equações lineares.

Para se escolher o número de pontos n para a

aproximação. deve-se considerar o campo do escoamento. a

exatidão desejada e o tempo computacional. como segue:

Dominio do campo de escoamento

No modelo empregado. a malha sofre deformações na

região das pás, acompanhando a configuração destas Quando o

ângulo de ataque aumenta. a malha torna-se cada vez menos

ortogonal. Por isto. é necessário considerar uma molécula

computacional com mais do que quatro pontos.

empregados na discretização de malhas retangulares.

Exatidão desejada

geralmente

Quanto maior for o número de pontos tomados na

aproximação. maior será a exatidão nos resultados, contudo isto

compromete o tempo computacional.

Tempo computacional

O tempo computacional impõe um 1 imite na escolha do

número de pontos.

aumento de n. Há

pois este cresce em relaçAo direta com o

portanto um dependencia entre o grau de

precisão desejada e o tempo computacional.

No presente modelo, empregou-se nove pontos para a

Page 40: SI - UFRGS

28

discretizaç&o Cn•9). tomando como refer6ncia o trabalho de 81 Goulas . A aproximaçSo é, neste. caso de quarta ordem.

4.2.2 DeterminaçKo dos coeficientes de diferenciaçSo

~ando se substitui a expansKo da série de Taylor nas

Eqs. 4.4. 4.5. e 4.6 se obtém um sistema de equaçOes lineares

onde as incógnitas sao ex. 1

~. 1

e TJ . • 1

Na forma genérica,

B. 1

a um dos denotando por três coeficientes definidos

anterior mente. o seguinte sistema de equaçOes é obtido pela

expansao da série de Taylor:

n=9 E B Cx- X ) = a

i=l 1 i i o

n=9 E B Cz- z ) "" b

i=l z i i o

n=9 E B .ex.- X )z = c

i=l 9 1 1 o

n=9 E B Cz- z )2 = d

i=l • i i o

n=9 E B Cx- x )Cz.- z ) = o C4. 7)

i=l !5i . o 1 o

n=9 E B Cx- X )9= o

i=l 6 i i o

n=9 E B Cz- z )8 =O

i=l ? i i o

n=9 E B Cx- z

) o xo) Czi- z = i=l 8 i i o

n=9 E B Cx- xo)Czi- z )z = o

i=l 9 i i o

A tabela 4.1 apresenta os valores de a.b.c,d

dependentes das derivadas obtidas nas equaçOes 4.4. 4.5. 4.6.

Page 41: SI - UFRGS

29

TABELA 4.1 Resumo dos ~ermos da Eq. 4.7

B. a b c d l

ltyl/itx oc. 1 o o u l

ltyl/ltz ~i o 1 o o #V'/itxz+ #'Y'/ilzz .,.

l o o 2 2

No apêndice A, encon~ra-se uma comple~a descriç&o do

procedimen~o que leva a formulação da equaç&o 4.7.

O sis~ema de equações lineares CEq. 4. 7) é resolvido

para cada um dos ~rês ~ipos de coeficien~es Coe .• ~ .. .,.) por meio l l l

do algorl~mo de eliminaç&o de Gauss apresen~ado no lrabalho de 81 Goulas . A solução dos ~rês sis~emas de equações con~endo nove

equações lineares é da forma:

Onde:

[CJ[BJ E [KJ (4. 8)

[CJ: Ma~riz com os valores Ax e Az dos nove ponlos em

~orno ao pon~o ''O".

[BJ: Ve~or com os nove coeficien~es a de~erminar para

o pon~o ''O" em consideração.

[KJ: Ve~or com os coeficientes dados na ~abela 4.1.

Par a cada pon~o i nler no da malha C excluindo os dos

con~ornos) de~erminam-se os coeficien~es oc.. ~- e .,. . São l l l

armazenados 3xCNixn) dados onde Ni é o número de pon~os

in~ernos da malha, e n o número de pon~os ao redor do pon~o a

ser calculado Cnove).

Nas figura 4. 3a, b, c. apresen~am-se as di s~r i bui ções

dos nove pon~os ao redor do pon~o O segundo o ~ipo de

fron~eira.

4.3 Solução numérica da equação principal

Como foi analisado no capl~ulo 3, a formulação

ma~emá~ica que governa o escoamen~o na superflcie de corren~e

Page 42: SI - UFRGS

30

a) Fronteiras a .antante e jusante

b) Fronteiras sólidas

c> Interior do do-'nio

FIGURA ~3 DistribuiçSo dos pontos na aproxi .. çSo

Page 43: SI - UFRGS

31

do problema especificado ~em a forma da Eq. 3.6.

A susb~i~uiçAo da Eq. 4.6 pelo laplaciano escrilo como

aproximaçAo de diferenças finilas para cada ponlo do dominio

discrelizado forma um sislema de equaçOes lineares que pode ser

representado genericamente como :

Onde

[AHytl "' [Fl C4. 9)

[Al: Malriz de coeficientes

[ytJ: Velor coluna dos valores da funçAo de correnle

para cada ponlo inlerno da malha.

[FJ: Ve~or coluna com o produ~o dos coeficientes de

diferenciaçAo multiplicado pela funçAo de

correnle dos ponlos que envolvem as fronteiras

No caso da formulaçAo de uma superficie de correnle S1

sem as considerações fei las para o problema aqui lralado a

soluçAo matricial se apresenta da mesma forma que a expressAo

4.9. com a diferença que o velor coluna [FJ comporla oulros

~ermos diferenciáveis do lado esquerdo da equaçAo 2.21.

A soluçAo do si s~ema é fei la empregando-se o

procedimento de eliminação pivolal de Gauss que transforma a

malriz banda [AJ em uma malriz ~riangular superior. Por 81

sus~iluição para alrás são determinados os valores de [ytJ .

4.3.1 Solução numérica do campo de escoamento

O procedimento geral para a solução numérica do

problema é i lera~i vo e os passos que envolvem a solução são

descri~os a seguir.

Ca) SAo especificados os parâmetros para a geração da

malha Cc,t.s.oD. Determinando-se os coeficientes de

diferenciaçAo ex .• (r.Y'/. pela Eq.4.8. l l l

Cb) SAo estabelecidas as condições de conlorno:

Page 44: SI - UFRGS

- Nas f'ront..eiras sólidas CEq.3.8)

- Na front..eira à mont..ant..e CEq. 3. 10)

- Na front..eira à jusant..e CEq. 3. 12)

- Nas front..eiras com periodicidade CEq. 3.13)

C c) Obt..ém-se a dist..ribuiçao inicial de [ 1pl i=o, para

t..odos os pont..os i nt..er nos a par t..i r das condi çeies de cont..or no

calculadas no it..em Cb). O indice "i" represent..a a ordem de

i t..eraçAo.

Cd) Obt..ém-se o vet..or [Fl at..ravés da Eq. 4.6 aplicada

aos pont..os da malha que envolvem valores de Y' conheci dos nas

front..eiras.

Ce) Resolve-se o sist..ema dado pela Eq. 4.9 e obt..ém-se

um novo valor da função de corrent..e em t..odo o dominio [lf) i=1

i=1 C f) O novo valor de [ 1pJ é comparado com o valor

ant..erior at..raves do crit..ério de convergência:

[ lp) i (4. 10)

onde y é um valor pequeno. Pode ser adot..ado segundo as> Marsh ,ent..re 0,001 - 0,0001. No present..e t..rabalho ut..ilizou-se

81 y = 0,005, valor recomendado por Goulas .

Cg) Não sat..isfeit..o o crit..ério de converg~ncia o

procediment..o é reiniciado com um novo valor de [ 1pl calculado

segundo a expressão:

[ Y'l i+t = a[ Y'l i-1 + C 1 -a) [ Y'l i c 4. 11)

Na equação acima "a" é o fat..or de relaxaç~o. t..omado nest..e caso

çomo 0,5 segundo a Ref.31.

Ch) Volt..a-se ao it..em Cd) e o processo é repet..ido at..é

sat..isf'azer o crit..ério de convergência.

Ci) Quando a

verifica-se a condiçao

solução é considerada

de Kut..t..a no bordo de

convergent..e,

f'uga. Se a

dif'erença da pressao est..At..ica nos lados de sobrepressão CPu) e

de sucção CPa) exceder a expressão dada por:

Page 45: SI - UFRGS

33

I Pu - Pe I < 6 (4. 12)

onde 6 6 a ~olerância. (considerada no programa como 0.001).

o valor de~. CVer Fig. 3.2) é modificado. e apar~ir des~e. o

valor da funçAo corren~e nas fron~eiras. O processo é

reiniciado a par~ir do i~em Cd).

Cj) Se a condiçAo em Ci) for sa~isfei~a verifica-se a

condiçAo de con~orno à mon~an~e. a~raves da seguin~e expressAo:

CVx ) /U < 6• (4. 13) • •

Onde Vx • é uma média da velocidade na direçAo x da primeira •

fileira do dominio após a fron~eira de en~rada. O valor de 6• é

igual a 0.001. Caso não seja sa~isfei~a a condição da Eq. 4.13.

modifica-se o valor ~lp• e des~e modo um novo valor da função

corren~e é ob~ida no donúnio. O processo é en~ão reiniciado a

par~ir do i~em Cd).

Ck) Se o i~em Cj) for sa~isfei~o considera-se que o

úl~imo valor de [~) calculado é o que governa o escoamen~o na

superficie de corren~e. A diferenciaçAo numérica da funçAo de

corren~e pelas Eq. 4. 4 e 4. 5 com rel açAo a x e z é en~Ao

efe~uada. de~erminando-se os valores das componen~es das

velocidades Vz e Vx em ~odo o donúnio. Por in~erpolaçAo linear

é de~erminada a velocidade po~encial na superficie do perfil. A

di s~r i bui ção de pressão ao 1 ongo da super f 1 c i e é de~er minada

a~raves da Eq.3.9.

No diagrama de fluxo da Fig.4.4 é apresen~ado o

procedimen~o i~era~ivo para a solução do problema. jun~amen~e

com as diferen~es subro~inas empregadas.

. --· ...

Page 46: SI - UFRGS

34

INICIO )

EN!RADA DE DADOS

Subrot.ina GERAMALHA

Subrot.ina FUNCOINICIAL

Subrot.ina CALCOEFIC

Subrot.ina SOLCOEFIC

Ret.orno <1>·

Det.ermina-se Y'b,Y't.CF1g.3.2)

Subrot.ina DERIVAFUNCO

Subrot.ina SOLDERIVA

(2)

FIGURA 4.4a Fluxogra.a do progra.a utilizado

Page 47: SI - UFRGS

(2)

Subrotina MATCOEF'IC

Subrotina VETF'RONT

Subrotina SOLMATRICIAL

sim

sim

sim

Subrotina SAI DADOS

F'IM

nl:o

na o

nl:o

35

Eq.4.11

(1)

(1)

i ca-se ~lpCF'ig.3.2)

(1)

FIGURA 4.4b Con~inuaç&o do fluxogra.a

Page 48: SI - UFRGS

4.4 Funç~s das subrotinas utilizadas

1. Subrotina Geramalha: Gera a malha determinando-se as

coordenadas para lodos os pontos do dominio.

2. Subrotina Funcoinicial: Determina a funç5o corrente inicial

de lodos os pontos da malha.

3. Subrotina Calcoefic: Armazena os 9 valores de x e z tomados

ao redor de cada ponto do dominio.

4. Subrotina Solcoefic: Determina para cada ponto interno da

malha os coeficientes de diferenciaç~o correspondestes à.s

derivadas e ao laplaciano da funç~o corrente.

5. Subrotina Derivafunco: Armazena os valores da funç~o

corrente do 9 pontos empregados na diferenciação para cada

ponto do dominio.

6. Subrotina Solderiva: ~o calculadas as derivada~ da funç~o

corrente pela aproximaç~o por diferencias finitas.

7. Subrotina Malcoefic: Determina a matriz dos coeficientes [AJ

para todos os pontos do dominio

8. Subrotina Velfronl: Determina-se o vetor [ FJ. que comlém o

produto dos coeficientes de diferenciação do

laplaciano,pelos valores da função corrente conhecidos na

fronteiras.

9. Subrotina Solmalricial: efetua-se a soluação matricial do

sistema de equações, obtendo-se o vetor da função corrente,

[~J. de lodos os pontos internos da malha.

10. Subrotina Sai dados: ~o colocados em arquivos de dados o

valor da funçAo corrente final. as velocidades e

coeficiente de pressAo na superficie do perfil.

Page 49: SI - UFRGS

5. RESULTADOS DAS SI MULAÇOES EFETUADAS

5.1 Dis~ribuiçBo de press5o

Um dos parâmet.ros mais import.ant.es a det.erminar no

est.udo de um perfil aerodinâmico é a dist.ribuiç5o da pressão,

jã que pela int.egraç5o dest.a na superficie do aerofólio, ~

possivel det.erminar o coeficient.e de sust.ent.aç!:o, e o

coeficient.e de arrast.o devido à forma 14.

perfil

Experiment.alment.e, a

aerodinâmico é obt.ido

dist.ribuição

em t.úneis

de press5o num 1~ 16 aerodinâmicos ' •

geralment.e por meio de t.omadas de pressão, inst.aladas ao longo

da superficie do perfil. Os valores das pressões são medidas

quando o perfil é submet.i do a um escoament.o. Os resul t.ados 11 experiment.ais ut.ilizados para comparação com os result.ados

obt.idos pelo programa desenvolvido foram det.erminados segundo

est.e procediment.o.

Num modelo numérico, a dist.ribuição de pressão pode

ser det.erminada após conhecer o campo de velocidades em t.orno

do perfil 19 ,z 6,

46. Est.udando um aerofólio num campo de

escoament.o incompressivel com uma velocidade da corrent.e livre

U ,e uma •

pot.encial,

det.ermi nar

pressão P no infinit.o, à •

pode-se, aplicando a

a di st.r i bui ção de pressão

mont.ant.e numa corrent.e

equação de Bernoulli,

num pont.o qual quer do

aerofólio, conhecendo-se a velocidade local U. e a pressão P 1

do mesmo. Geralment.e, a dist.ribuição de pressão é definida em

forma adimensional pelo coeficient.e de pressão, Cp, que é a

razão ent.re a pressão sobre a superficie do perfil, e a pressão

dinâmica da corrent.e li vre13'40

:

Cp = p - p

i •

Uz

t/ZP •

z = 1 - cu /U ) i •

37

(5.1)

Page 50: SI - UFRGS

38

Os resultados numéricos da dislribuiçKo de pressKo,

obtidos a partir da expressao 5.1, nl.o levam em conta os

efeitos da viscosidade do fluido, enquanto que as medições

experimentais sKo efetuadas na superficie do perfil, dentro da

camada limite. Apesar desta diferença as comparaçOes podem ser 18,40 realizadas já. que demonstra-se ,a parti r das equações de

Navier Stokes dentro da camada limite, que a distribuiçKo de

pressão pode-se admi li r igual a aquela no contorno da camada

limite, proveniente do anâ.lise de um fluido ideal.

5.2 Características dos dados experimentais e numéricos

No programa, foi determinado o campo de escoamento

para diferentes ângulos de ataque no aerof6lio NACA 0012. A

partir da distribuição da velocidade obtida em cada simulação,

foi calculada a distribuição de pressão em termos de Cp

determinado pela Eq. 5.1, e comparados com os dados

experimentais obtidos na referência 11, determinados para serem

utilizados na anâ.lise de turbinas eólicas, nas seguintes

condições:

Numero de Reynolds ................ 0.76x10 cs

Dimensões do tunel de vento ....... 1.4x1.8m

Comprimento da pá ................. O 34m

Corda ............................. O. 20m

Material da pá .................... Aluminio polido

Número de tomadas de pressão ...... 32

As pâ.s de turbinas eólicas de pequeno e médio porte, cs operam com Reynolds menores que 1x10 Pela consideração de

escoamento potencial na simulação numérica empregado no

programa, o número de Reynolds somente lem significado ao se

introduzir posteriormente um modelo viscoso.

O domi ni o ulili zado nas simulações leve as segui nles

caraclericlicas geométricas:

Page 51: SI - UFRGS

5.3

dos

39

Comprimen~o do perfil ..................... Corda Cc)

Comprimen~o da região à mon~an~e .......... 1c

Comprimen~o da região à jusan~e ........... 1c

Espaçamen~o en~re pAs ..................... 1.4c

Verificac•o numérica do modêlo

O modêlo foi inicialmen~e verificado com a comparação ~

resul~ados anall~icos da dis~ribuição da velocidade do

perfil Naca 0012 para ângulo de a~aque de zero grau.

Nos primeiros resul~ados ob~idos, apesar de apresen~ar

sime~ria nos lados de sucção e sobrepressão, o compor~amen~o

das curvas ob~idas numéricamen~e diferiam no~órimen~e dos

resul~ados anall~icos, especialmen~e na região do bordo de

a~aque, e do bordo de fuga. A par~ir dis~o se ~rabalhou em

diversas ~es~es numéricos, o~imizando o número de pon~os da

malha e sua dis~ribuição no domlnio discre~izado. As seguin~es

conclusões preliminares des~es ensaios foram:

-0 aumen~o do número de pon~os na malha

en~re pAs melhora os resul~ados.

na região

-Com um passo superior à corda os resul~ados numéricos

~endem a aproximar·-se dos anall~icos.

-Excedido um passo de mais de cinco vezes a corda, a

di s~r i bui ção ob~i da. não represen~a ma! s o campo de

esoamen~o do perfil.

A par~ir des~es resul ~ados foi de~erminada uma malha

com al~a densidade de pon~os co~cen~rados em 20% do perfil. O

espaçamen~o en~re pás foi fixado, en~ão, em um valor 1.4 veses

maior que a corda. A malha empregada ficou com um ~o~al de 990

pon~os in~ernos; 55 pon~os ao longo das fron~eiras da pá, e 19

pon'los ao 1 ongo do passo en~re pAs C 18x55) Dos 55 pon'los.

'lrin'la foram dis'lribuidos na região ao longo do perfil, sendo

que 20 dis'lribuidos nos 20% a par'lir do bordo de a'laque, e os

ou'lros 10 uniformement-e dis'lribuidos nos res'lan'les 80% do

perfil. Na figura 5.1 apresen'la-se os resul 'lados da

dis'lribuição da velocidade no perfil para ângulo de a'laque de

zero grau nas condições comen'ladas.

Page 52: SI - UFRGS

40

5.• ComparaçSo dos resul~ados de Cp

5 ••• 1 Resul~ados de Cp para Angulo de a~aque de zero grau

Na Fig.5.2 são apresentados, e comparados os

resultados obtidos no presente trabalho e os experimentais da

Ref. 11. Como se observa, apesar da concentração de pontos na

região do bordo de ataque, a diferença dos resultados é

evidente. Somente após os 30% da corda, os valores do

coeficiente de pressão dos dados experimentais e numéricos o coincidem. O primeiro ponto para o = O , que corresponderia ao

ponto de estagnação do perfil nos resultados experimentais

CCp=1) • provém de uma velocidade nula. No modêlo numérico não

é possl vel ser calculado, pois a determinação da velocidade

para a posterior distribuição da pressão no perfil provém de

uma interpolação de valores finitos nos pontos da malha

próximos à fronteira do aerofólio. Este ponto pode ser forçado

ao resultado experimental, já que a posição do ponto de

estagnação para o = O pode ser considerado coincidente com o

bordo de ataque.

5 ••• 2 Resul~ados de Cp para ângulo de a~aque o= 4°.

Nos resultados apresentados na figura 5.3, ve-se que

as diferenças entre os valores numéricos e experimentais na

região do bordo de ataque manifestam-se agora mais

pronunciadamente no lado de sucção do perfil. Isto significa

que a distribuição da velocidade obtida numericamente nesta

região, no lado de sucção, é inferior à dos valores

experimentais. Observa na fig 5. 3, que as curvas obtidas nas

simulações tendem-se aproximar das experimentais a par ti r de

18% da corda ~pós a borda de ataque, mantendo-se até o borda de

fuga. Isto se verifica, mais acentuadamente, nas curvas de

sobrepressão que nas de sucção. Nos resultados numéricos ,o

máximo Cp obtido no lado de sução é de -0,86 em 10% da corda,

já nos resultados experimentais, o coeficiente de pressão

máxima é de -1,2 CCpmax =-1,2) apresentando-se em uma posição a

2,5% da corda.

Page 53: SI - UFRGS

o 5.4.3 Resultados de Cp para Angulo de ataque, Q E e .

41

As diferenças das curvas experimentais e numéricas

mostradas na figura 5. 4 são semelhantes às apresentadas nos

resultados para Q = O valor do coeficiente de pressão

máximo. na curva de sucçao obtida numericamente. é -1,8 em uma

posição à 0.48% da corda. e na curva experimental é de -2.e à

0,25% da corda. Em comparação com os dados obtidos para Q = 4°,

a posição do máximo da curva nos resul lados numéricos

aproxima -se da posição do máximo experimental • no entanto.

ambos os resul lados de Cpmo.x C numérico e experimental) diferem

substancialmente. Considerando o máximo da curva experimental

em 0.25% da corda, observa-se que os máximos de Cp diferem em

100%. Isto mostra a grande dificuldade do modelo numérico em

aproximar-se dos valores experimentais na região do bordo de

ataque.

o 5. 4. 4 Resultados de Cp para ângulo de ataque, Q = 12 .

Os resultados mostrados na figura 5.5 apresentam, como o o nos casos anteriores. para os ângulos Q =4 e Q =8 as mesmas

tendências de comportamento: um afastamento notório nas regiões

do bordo de ataque especialmente no lado de sucção, e uma

aproximação das curvas após a região cilada. A posição do

máximo valor de Cp no lado de sucção aproxima-se ainda mais que o no caso obtido para Q= 8 . Neste caso o valor máximo obtido de

Cp na curva dos resulados numéricos é de -2,6 em 2,5% da corda,

enquanto o máximo na curva experimental é de -3,68 em 2,3% da

corda. Os coeficientes de pressão máximos nestas curvas

apresentam uma diferença de aproximadamente 70%.

5.4.5 Resultados de Cp para ângulo de ataque, Q = 14?

Os resul lados para ângulo de ataque igual a quatorze

graus. apresentados na figura 5. e. mostram como as curvas do

lado de sucção diferem em seus comportamentos. Isto é explicado

pelas caracteristicas do modelo potencial o qual não pode

predizer os efeitos provenientes do descolamento da camada

li m1 te quando o per f i 1 super a o ângulo de estol • que num

aerofólio NACA 0012 é próximo doze graus~.

ESCOLA Dê H~~,c:.:HARIA ~-..,J31BLIOTECA

Page 54: SI - UFRGS

5.5 Analise dos resultados

Os

comparaç&o

resultados obtidos no presente

com os dados experimentais da

observar que:

trabalho. e a

Ref. 11 • per mi te

1. As curvas do coeficiente de press&o. obtidas pelo

modelo numérico. mostram um comportamento semelhante

às curvas experimentais nas diferentes situações

efetuadas. excepto para o ângulo de ataque de quatorze

graus.

2.Comparando os resultados numéricos com os

experimentais verifica-se haver simetria em relação à

linha média do aerof6lio para o ângulo de ataque de

zero grau.

3. As maiores di vergéncias dos resultados numéricos

quando comparados com os resultados experimentais

ocorrem próximo do bordo de ataque no lado de sucç&o

do perfil. isto é. onde ocorrem os maiores gradientes

de velocidades.

4. Os pontos de máximo valor para o coeficiente de

press&o obtido na simulação numérica nos diferentes

ângulos de ataque não coincidem com os pontos máximos

obtidos experimentalmente. O coeficiente de pressão

máxima obtido numericamente é sempre menor do que

aquele obtido experimentalmente.

Page 55: SI - UFRGS

1.50

u/Ue

1.00

0.50

0.00 0.00

43

- Solucao Analítica Ref.s

Simulação o Pressão 6 Sucção a= o

Numérica

NACA 0012 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I TT I I I I I

0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

x/c

FIGURA 5.1 - Dis~ribuiçSo da velocidade para Angulo de

a~aque de zero grau

Page 56: SI - UFRGS

1.00

0.50

c p 0.00

-0.50

Experimental Ref. 11 o Sobrepressão 6 Sucção

Simulaçqo Numérica * Sobrepressão * Sucção a == o·

NACA 0012 - 1 . O O ~-r-r-~~m-,--,-mJT""rrr.,.....rrr-rrmJTm-rrm-rrTTrT TTl

0.00 0.20 0.40 0.60 1 .00

x/c

FIGURA 5. 2 - Dist.ribuiçSo do coef'icient.e de pressSo para

Angulo de at.aque de zero grau

Page 57: SI - UFRGS

1.00

0.50

0.00

Cp

-0.50

-1.00

Experim~ntal Bef.11 o Sobrepressao 6 Sucção

Simulação numérica * Sobrepressão * Sucção a =4·

o

NACA 0012 - 1 , 5 O -h-'T""'T""'T~r-r-r-T""T""T"..,.,.....,..,..,.--r-r-r-m"T"T1-r-r-r-rT"m"'"T""T"1r-T""T""T""T""T"--r-r1-r-r-r-r-1

o.oo 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

x/c

FIGURA 5.3 - Dis~ribuiç•o do coeficien~e de press•o para

Angulo de a~aque de qua~ro graus

Page 58: SI - UFRGS

, .00

0.00

Cp

-1.00

-2.00

-3.00

Exºerimental Ref .11 o Sobrepressão 6 Sucção Simulação Numérica * Sobrepressão * Sucção a = 80

40

- 4. O O .-..+-r-T"T""rm,-r-r-r-TJr-T"T""~mmTT"T-r-r-T--rTir-T"T""r-T""T"mm-r-r-t.....-t~ o.oo 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

x/c

FIGURA 5.•- DistribuiçSo do coeficiente de pressSo para

Angulo de ataq~ de oito graus

Page 59: SI - UFRGS

2.00

1.00

0.00

-1.00

Cp -2.00

-3.00

-4.00

Experimental Ref.11 o Sobrepressão 6 Sucção Simulação numérica * Sobrepressão * Succão ex = 1•2o

NACA 0012

47

- 5 • O O --+-T.,...,...T'""r"1r-,l__,.l..,...l ,_, -r-1 r-11 ,,...,,.,.., ,_, -r-1 T""""t Jr-IJ..,.J-ra -r-a -r-1 r-11 ,,...,,__,., -r-1 -r-1 T""11 ,,....,.,__,.,..,..., ,_, -r-a r-11 , ....... ,-;-,..,..., ,_, "t-1 , ......... ,rr,.,.., -r11 1

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 I

X/C /

FIGURA 5.5 - DistribuiçSo do coeficiente de pressSo para

Angulo de ataq\8 doze graus

Page 60: SI - UFRGS

2.00

1.00

0.00

Cp -1.00

-2.00

-3.00

Experimental Ref.U o Sobrepressão 6 Sucção Simulacão Numérica • Sobrepressão • Sucção a= 14·

NACA 0012 - 4 . o o -+-rT"T-T"T""T"T"T""T"T"T""T"T"T""T"T"T""T"T"'T""T"T"T""T"T"T"'T"T""T"T"T"T'T"'T'"T"T"T"T""T"T"T"'T"T""T"'T"T""T'T"'T""T'"T'T"T'T"'T""T""T""T-r-,

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20

x/c

FIGURA 5.6 - Dis~ribuiçSo do coeficien~e de pressão para

Angul.o de a~aqt» de qua~orze graus

Page 61: SI - UFRGS

6. CONCLust>ES E RECOMENDACOES

Os resultados obtidos na si mul aç&o do escoamento em

torno de um perfil aerodinâmico para diferentes l.ngulos de

ataque, comparados com resultados experimentais da referência

[ 11] • mostraram as limitações que a seguir s~o expostas

juntamente com recomendações para o desenvolvimento de

trabalhos futuros.

a) Limitações na relação passo-corda

Teoricamente a relaç~o passo-corda s/c, deve tender ao

i nf i ni to na deter mi naç~o do escoamento num per f i 1 isolado a •i d d li d á 8!5,80,88 N par .... r e uma gr a e near e p s . um trabalho

numérico, s tem um valor finito, pois forma parte de um donúnio

discreto e o aumento da relaç~o s/c no donúnio formado por um

número finito de pontos compromete a exatidão da sol uç~o. Os

resultados numéricos são dependentes de uma malha de alta

densidade, sobretudo nas regiões do bordo de ataque, onde

apresentam-se os maiores gradientes de velocidades. Quando se

aumenta o parâmetro s/c a relaç~o máxima entre intervalos da

malha Câx/Az)max também aumenta, fazendo com que a densidade de

pontos da malha diminua. A partir de um grade de pás, Boletis 28 et Al. ,obtêm por exemplo, com uma relação s/c = 10, resultados

para a distribuição de velocidade próximos aos obtidos num

perfil isolado, mas nesse trabalho não se faz refêrencia à

quantidade de pontos empregados na malha e os comprimentos das

regiões à montante e à jusante.

Para se encontrar a relação s/c que representa o

escoamento de um perfil isolado, realizou-se uma verificaç~o

numérica que consistiu na comparaç~o dos resultados da

distribuiç~o da velocidade obtidos pelo programa para l.ngulo de o ataque igual a O , com os anal i ticos da referência [ 6]. O

programa foi executado para valores crescentes de s/c. Após

49

Page 62: SI - UFRGS

50

várias simulações, foi adotado s/c '"'1,4, CFig. 5.1) que pelo

número de pontos na direçAo do passo C18) apresentou uma boa

apr oxi maçA o do escoamento do per f i 1 isolado, apesar de que a

velocidade no centro do escoamento supera ligeiramente a

velocidade da corrente livre. Na Fig.0.1 apresenta-se a

variaçAo da distribuição de velocidade na superficie do perfil

NACA 0012 para ângulo de ataque de zero grau quando modificada

a relacão s/c. Observa-se na Fig.6.1 a depêndencia dos

resultados quando

mesmo número de

relação s/c=20 a

constante.

se aumenta a relação passo/corda para um

pontos da malha. Verifica-se que para a

distribuição de velocidade torna-se quase

No presente trabalho a relaçAo s/c foi tambem limitada

pela capacidade de memória do microcomputador empregado,

restringindo o número máximo de pontos da malha: para se

aumentar o afastamento entre pás de 1,4 vezes a corda Ctal como

empregado no programa). para cinco vezes o tamanho da corda,

conservando-se !:J.x igual a O. 077 C correspondente a 1 • 4/18 ) •

dever-se-ia aumentar de 18 para 64 pontos a malha na direção x,

o que daria um tamanho de 3520 pontos C64x55) • sendo o máximo te conseguido no programa de 990 pontos C18x55). Tzabiras et Al. ,

empregam por exemplo para determinar o escoamento de um perfil

isolado uma malha com 3600 pontos C60x60), tendo 80 pontos na

superficie do perfil.

Melhores resultados nas regiões do bordo de ataque

poderão ser obtidos fazendo a malha com densidade variável na

direçAo do passo. Um maior número de pontos aumentando a

densidade até o centro do escoamento C Passo médio) e depois

diminuindo simetricamente, tal como representado na Fig. 6. 2

Esta alternativa obriga a modificação do programa, já que nele

considera-se uma distribuição da funçAo corrente uniformemente

espaçada na direção x.

A obtenção do escoamento de um perfil isolado a partir

do sistema tipo cascata aqui apresentado, depende do número

máximo de pontos utilizados no programa, e da distribuiçAo dos

mesmos no dominio. Assim, para se avaliar a interfêrencia entre

pás, devem-se superar as limitações comentadas.

Page 63: SI - UFRGS

51

b) Limitaçôes de ortogonalidade pelo plano flsico da malha

A geraçAo de uma malha com elevado grau de

ortogonalidade é condi çAo fundamental par a o sucesso de uma

soluçAo numérica• 7 .0 alto grau de ortogonalidade torna-se muito

mais importante ainda nas vizinhanças do aerof6lio, onde sAo

determinadas as velocidades que influem na distribuiçAo de

pressAo ao longo do perfil. A geraçAo da malha no plano flsico

apresenta um baixo grau de ortogonalidade, especialmente

próximo das fronteiras do aerof6lio. Isto acentua-se com o

aumento do ângulo de ataque, desfavorecendo a soluçAo do

problema dependente do domlnio discretizado. Um outro tipo de

malha, na qual se efetue a

1 . 1.6 •• 8 p ano computac~ona

ortogonalidade, favorecendo

transformação daquele plano num

poderá aumentar o grau de

a solução numérica com outras

vantagens, como por exemplo a utilização da superflcie do

aerof6lio como uma fronteira do plano computacional, .7 simplificando assim o tratamento das condições de contorno .

c) Limitações no ângulo de ataque pelas caracterlsticas

potenciais do modelo

O modelo potencial tem sua utilização restrita a

campos de escoamento com ângulos de ataque menores do que o

ângulo cr lti co C Estol). Isto

incapaz de predizer a perda

descol amento da camada 1 imite,

por que o modelo não viscoso é

de sustentação provocada pelo

e a circulação apresentada no

bordo de fuga nos perfis aerodinâmicos com ângulo de ataque

maior que o ângulo critico. Na Fig. 6.3 apresenta-se a

comparação do coeficiente de sustentação CCl) a partir dos

resultados numéricos e dos dados experimentais da Ref.ll para

ângulos menores que o ângulo de estol. Observa-se que o

coeficiente de sustentação obtido numericamente é sempre menor

que aquele determinado a partir dos dados experimentais. ·Isto

explica-se por que estes resultados são obtidos a partir da

integração dos coeficiente de pressão, e como foi observado. os

valores de Cp obtidos nas simulacões apresentaram menores picos

que os obtidos nos resultados experimentais.

Page 64: SI - UFRGS

d) Limi~açOes na de~erminaç&o da funç&o corren~e

O valor da funç&o corren~e arbi~rada inicialmen~e no

bordo de a~aque. que define ·pos~eriormen~e o valor da funç&o

corren~e ao longo da superficie do perfil no lado de

sobrepress&o. ~em especial impor~ância na aceleraç&o da

convergência no processo i ~era~i vo. Por i s~o. alguma rel aç~o

que permi~a a definiç&o des~e valor a priori deve ser

u~ilizada. Para ~al obje~ivo. no ~rabalho apresen~ado foi

empregada uma relaç~o linear en~re o valor da funç~o corren~e

do primeiro pon~o da malha na fron~eira de press~o com o ângulo

de a~aque . Trabalhos experimen~ais• 9 onde apresen~a-se

visualizaç&o do escoamen~o de aerofólios para diferen~es

ângulos de a~aque podem servir por exemplo. para fornecer

i nfor maçOes de como o pon~o de es~agnaç~o vai se desl ceando

para a~rás na superficie de sucç~o a par~ir do bordo de a~aque.

Conclusões gerais

Nes~e ~rabalho foi desenvolvido um programa para a

simulaç&o do escoamen~o em aerofólios o qual pode ser u~ilizado

para ângulos de a~aque a~é próximo do ângulo de a~aque cri~ico

CEs~ol). e an~es de ocorrer separaç~o. Trabalhos onde se

comparam dois modelos numa grade de pás~? um po~encial e ou~ro

viscoso. mos~ram que uma análise po~encial bas~a para descrever 18

geralmen~e o escoamen~o. No ~rabalho de Tzabiras e~ al. .a.

pesar de empregar um modelo viscoso. apresen~am discrepâncias

com os resul~ados experimen~ais para ângulos próximos do Es~ol.

indicando-se que os fenômenos de ins~abilidade observados. por o exemplo. para ângulo de a~aque de de 14 num perfil NACA 0012.

n&o podem ser previs~os pelo mé~odo. Is~o mos~ra as

dificul ~ades mesmo com modelos viscosos em descrever o

escoamen~o dos aerofólios para ângulos superiores ao ângulo

cri ~i co.

O programa por~an~o poderá ser empregado para a

de~erminaç&o das carac~eris~icas aerodinâmicas de aerofólios em

~urbinas eólicas em regime permanen~e. e para Angulos de a~aque

inrerior ao ângulo cri~ico . • 1- .

Page 65: SI - UFRGS

1.50

u/Ue

1.00

0.50

0.00 0.00

63

Solução Analítica Ref.5 Simulação Numérica + S/C - 0.5 0 S/C = 4 * S/C = 20

ex =O NACA 0012

FIGURA 6.1 VariaçSo da dis~ribuiçSo da velocidade pela

modificaçSo da relaçSo passo/corda.

Page 66: SI - UFRGS

FIGURA 6.2 Esquema de malha com densidade variável

1.20

C!

0.80

0.40

* Experimental Ref.11 o Solução numérica

o . o o ...,.-r-r-r-r.--r-,-,-.,.-,;Tõ".,....,-.-r-r--õ-r-r-T""Tõr-T"1-r-r-r-r.--r-,-,-.,...,r--r--.

54

0.00 . 4.00 8.00 12.00 16.00

ex FIGURA 6.3 Coeficiente de sustentaçao en funçao do

Angulo de ataque.

Page 67: SI - UFRGS

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Page 72: SI - UFRGS

APENDICE

Page 73: SI - UFRGS

61

APROXIMAÇXO DE EQUAÇOES DIFERENCIAIS POR EXPANSXO DA

SERI E DE TAYLOR

Nas aproximações com diferenças finitas emprega-se

geralmente, uma malha retangular, obtendo-se desta forma uma

express~o simplificada da interdependência dos pontos da malha.

A escolha do número de pontos na aproximaç~o depende do grau de

deformação da malha, da precis~o requerida, e do tempo

computacional. Pelas caracteristicas do dominio, no presente

trabalho, a malha sofre deformação e o espaçamento da mesma é

modificado conforme a curvatura das paredes s6lidas.Isto

provoca uma perda da ortogonalidade na malha, afetando a

exatidão dos resultados. Há, portanto, necessidade de se

utilizar maior quantidade de pontos na aproximaç~o das equações

que os utilizados normalmente em malhas regulares. Neste caso,

foram empregados nove pontos. A seguir é apresentado o

procedimento para aproximar por diferenças finitas as equações

diferenciais empregando a expans~o da série de Taylor.

A.l Série de Taylor com funções mú1tiplas

A expans~o da série de Taylor para funções múltiplas é

dada por~ 2

n M fC>ti,X2, .. ,xn) = fCat,az, ... ,an) + E . .a..,

1. Cxi - ai)

vx at. a2 •.. as

n n +1 'r 'r

3! "' "' i=tj=t

l=t

Cxi - ai)Cxi-aj) at,az, ... ,an

C xi - ai) C xi - aj)C XJc - ale) at,az, ... ,an

+ RmC >ti, X2, ... , Xn) CA.l)

I!SCOLA DE ENGENHARIA BIBLIOTECA

Page 74: SI - UFRGS

Onde: f'(Xt,xz, ... ,xn) é uma f'unçâo real na qual todas as

derivadas parciais de ordem m existem e são continuas

em ai < xi < bi ( i=1,Z, ... ,n) .

RmCXt,xz, ... ,xn) é o lermo residual da série,

1 m Rm • - d f' m!

A.2 AproximaçSo das equaç~es dif'erenciais

CA. 2)

Seja Cxo, yo) o ponto da malha onde se f'ará a

aproximaçâo, então, n pontos ao redor

expressos por:

C Xt, yt) = C xo+ht, yo+st)

C xz, yz) = C xo+hz, yo+sz)

Cxn,yn) = Cxo+hn,yo+sn)

Onde hi,si são constantes que satisfazem

deste,

o < hi < h , 0 ( Si ( S C i=t,Z, ... ,n)

podem ser

CA. 3)

CA. 4)

que devem estar dentro das fronteiras do dominio,e representam

as distAncias 1 ocai s entre o ponto C xi, yi) e o ponto C xo, yo>,

nas direções x e y respectivamente.

Se tomarmos nove pontos Cn=9) ao redor do ponto "0", e

numerados tal como representa a figura A.l, a derivada parcial

de uma função Y' no ponto "0", pode ser escrito como4~

n=9

E i=O

OI . Y' . 1 1 CA. 5)

Sendo n+t coef'icienles de dif'erenciação cxi, são necessarias n+t

relaçOes para a sua solução.

Page 75: SI - UFRGS

E~endendo o somálorio da expressão A.5

~ = Qo ~ Cxo.yo) + QS ~ Cxs.ys) + ... + Q9 ~ CxP.yP) u.x o s 9

CA. 0)

Tomando o primeiro lermo. ~ C xs. y1) e subsli lui ndo-o 1

na expansão da sé r i e de Taylor de ler cei r a ordem dada pela

equação A.l

1 z ~ Cxt.y1) = ~ + ~ Cxs-xo) + ~ Cy1-yo) + ~ Cxs-xo) +

1 o )( y z )()(

1 1 1 z + ~ Cxs-xo)Cy1-yo) + ~ Cys-yo)Cxs-xo) +- ~ <y1-yo> Z xy z yx z yy

1 a z z + - ~ Cxs-xo) + - ~ Cxs-xo) Cy1-yo) +

a! xxx a! xyx

z z - 1 ~ Cy1-yo) Cxs-xo) 8. xyy

1 z -

1 ~ Cy1-yo) Cxs-xo)

8. yyx

+

+

1 z -

1 ~ Cy1-yo)Cxs-xo)

a. yxx

1 a - 1 ~ Cy1-yo) + ... +R• 8. yyy

+

CA. 7)

Onde R• representa o lruncamenlo da série na quarta ordem .

Agrupando os lermos como:

~ C xs. yt) = ~o + ~ C Xt -xo) + ~ C yt -yo) + !.. ~ C xs -xo3 + 1 x y z! xx

Onde

1 z 1 a + - 1 ~ Cy1-yo) + ~ Cxs-xo)Cy1-yo) + - ~ Cxs-xo) + z. yy · xy 8! xxx

t 8 + - ~ Cyt-yo) +

a! YYY t z ~ C Xt -xo) C yt -yo) +

Z xxy

t z + ~ Cxs-xo) Cyt-yo) Z xyy

CA. 8)

Da mesma ~orma são encontrados os valores para

~scxs. ys) • ...• ~PCXP. yp).

~ Cxz.yz). z

Page 76: SI - UFRGS

Substituindo cada lermo tp.Cxi.yi) na forma da Eq. A.6. l

e. reagrupando obtem-se:

= lp (Qo+Qt+ ... +Qp) + o

'P CruCXt-xo)+oczCxz-xo) + ... + ()(S)(XP-xo)) X

'P (rue yt-yo) +ocz( y2-xo) + ... + ()(S)( yp-yo)) y

1 'P CruCXt-xo3 + oczCxz-xo3 + ... + or9CXP-xo3 )

2 XX

t 2 2 2 'P CruCyt-yo) + oczCyz-yo) + ... + eu>Cyp-yo) )

2 yy

'P CruCXt-xo)Cyt-yo) + oczCxz-xo)Cyt-yo) + xy

+ or9C XP-xo) C yP-yo))

t 8 8 8 -,'P (QtCxt-xo) + Q2CX2-xo) + ... + QPCxP-xo) 8, XXX

8 8 8 t 'P CQtCyt-yo) + Q2Cy2-yo) + ... + QPCyp-yo) ã! yyy

t 2 2 'P CruCXt-xo) Cyt-yo) + oczCxz-xo) Cyt-yo) +

8 xxy

2 + CX9C XP-xo) C yp-yo))

t 2 2 'P C rue Xt -xo) C yt -yo) + oczC xz-xo) C yt -yo) +

a xyy

2 + CX9CXP-xo) Cyp-yo) )

Escrevendo cada lermo na forma de somatório:

'Po

n=P

E i=O

+ V' X

n=P n=P E C( C x i -xo) + ~ . E

i=t l l=t

n=P n=1

Q Cyi-yo) +

+ Y'xx E Q. <Xi-xo) 2

+ 'PYY E O(. c yi-yo) 2

+ i=t

1 i=1

1

CA. 9)

Page 77: SI - UFRGS

n=9 + 'Y' E 0«. <Xi-xo)C yi-yo)

xy i =t l YY

n=9

+ 'Y' XXX

n=9 8

+ 'Y' E O(. C yi-yo) yyy i-=t l

+ 'Y' E O« (xi-xo)8Cyi-yo) +

xxy i=t 1

n=9 + 'Y'x E 0« C yi-yo)

2 C xi-xo)

yyi=t l

Denominando cada expressão do somatório, como Ai

'Y' Ao + o

'Y' At + 'Y' Az + 'Y' Aa + 'Y' A4 + X y XX yy

+ 'Y' A6 + 'Y' A7 + 'Y' Ae XXX yyy XXY

'Y' As> Xyy

CA.10)

CA. 11)

A equação A. 11 é válida para todas as funções de 'Y' Os

correspondentes valores de Ai, sabendo-se que illp/itx. = 'Y' , par a X

satisfazer a equação devem ser iguais a:

+ 'Y' o + 'Y' o + 'Y' o + 'Y' o xy xxx yyy xxy

Portanto :

'Y' o Xyy

CA. 12)

Ao=O, At=1, A2=0, As=O, A4=0, A~=O, A6=0, A7=0, Ae=O, As>=O

Substituindo-se cada constante Ai

somat.ór i o:

por

Para Ao,

então:

n=9 EO«. =Ao

i =o 1

0(0 = n=9 EO«.- Ao i=t l

seu correspondente

CA.13)

CA.14)

Page 78: SI - UFRGS

O coeficiente ao pode ser explicitado. pois o termo Ao. sempre

é igual a zero.

Para Ai. Ci=1.z •..• P):

p

E a. C xi-xo) i: 1 I

p

E a. C yi-yo) . 1 1 = 1

p 1 E a.Cxi-xo;>

2

z . 1 1 = 1

p s 2 z E a.Cyi-yo)

. 1 1=1

p s - E a. Cxi-xo)Cyi-yo) 2 . 1

1 = s p

:, E aiCxi-xo)3

i= s p

~! E a. C yi-yo) 3

i= s 1

p

!. E a. C Xi -xo) 2

C yi-yo) 3 . 1

1 = s p

: E a.Cyi-yo)2Cxi-xo)

. 1 I= S

= As

= Az

= As

= A c CA.15)

= A':5

= Aó

= A7

= Aa

= AP

Conheci dos os valores de Ai. pode-se então resolver o sistema

de equações A.15 e obter-se os coeficientes ai os quais

serão empregados para determinar finalmente a expressão A. 5.

que junto com a Eq. A.14 pode ser expressa como:

ltyl _ n=P

~ - E a.V'. 0X . I 1

1=1

n=9

Y' E a. 0. I

1 = s CA.16)

Pelo mesmo procedimento pode-se obter os valores dos

coeficientes:

ltyl - n=S> ~-E~ V'. uy . 1 1

1=1

CA.17)

Page 79: SI - UFRGS

e7

Aqui o coeficiente Az é igual a 1, e todos os outros

Ai s&o nulos.

Na aproxi maç&o do laplaciano leremos:

iJzV' "2Y! n=t> n=t>

+ = E Y>iV'i V'oEY>i (A.18) ltx2 1Jy2 i=' i='

Os coef'icienles dos lermos V' e V' s&o iguais a 1, isto é XX yy

A3=1, A•=1, e os demais iguais a zero.

Desta for ma é possi vel resumir os valores dos

coeficientes Ai da equaç&o A.15 para as aproximações das

equações A.16,A.17,A.18 tal como representado na tabela A.1.

TABELA A.1 Resumo dos termos Ai

AJ. Az As A• ~ ••• Ar>

ltyl/ltx Q(_ 1 o o o o I

ltyl/ity ~- o 1 o o o I

éJZVJ/~ + 8 z VJ/ ityz Y). I

o o 2 2 o

I I

e

Figura A.1 Pontos da aproximaçSo