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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros VALLE, TGM., and MELCHIORI, LE., orgs. Saúde e desenvolvimento humano [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 257 p. ISBN 978-85-7983-119-5. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org >. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. Sexualidade e corporeidade Imagem corporal em mulheres com depressão Gislaine Lima da Silva Sandro Caramaschi

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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros VALLE, TGM., and MELCHIORI, LE., orgs. Saúde e desenvolvimento humano [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 257 p. ISBN 978-85-7983-119-5. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.

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Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.

Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

Sexualidade e corporeidade Imagem corporal em mulheres com depressão

Gislaine Lima da Silva

Sandro Caramaschi

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2IMAGEM CORPORAL EM MULHERES

COM DEPRESSÃO

Gislaine Lima da SilvaSandro Caramaschi

Introdução

A imagem corporal é um aspecto considerado importante pelosindivíduos desde os povos primitivos. Na sociedade atual, sua im-portância está diretamente relacionada a transtornos alimentares,na sua percepção e distorção, interferindo na autoestima e promo-vendo o adoecimento psíquico quando há obsessão pela magrezaestimulada pela mídia, pelas relações sociais e pela família. Namaioria dos casos, alterações na percepção corporal estão associa-das à depressão e a outros aspectos psicopatológicos (Tavares,2003).

Schilder (1999) apresentou contribuições que englobam aspec-tos fisiológicos, psicanalíticos e sociológicos na análise da imagemcorporal. As sensações e a experiência visual participam da for-mação da imagem corporal, que pode sofrer modificações conti-nuamente, considerando-se as emoções e as mudanças sociais pos-sibilitadas pela moda, pela dança e pela ginástica.

Do ponto de vista antropológico, Assumpção Jr. (2004) faz umlevantamento detalhado considerando diferentes momentos histó-ricos que demonstram a preocupação com a imagem corporal, deaspectos físicos e de dimensões corporais até o uso de pinturas e aces-

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sórios. Ao longo desses momentos, existiu uma alternância da valo-rização entre mulheres magras e aquelas de formas arredondadas.

Hopwood (1993) desenvolveu uma escala para avaliar a ima-gem corporal de mulheres com câncer, considerando um valor atri-buído ao corpo no geral, doente ou não, e um valor atribuído aocorpo doente. Observou que a perturbação da imagem corporalpode ser severa e, às vezes, aparentemente desproporcional à de-formação observada.

No Brasil, alguns trabalhos sobre imagem corporal podem sercitados, porém pesquisas realizadas associando imagem corporal aotema depressão são relativamente escassas. As investigações, mui-tas vezes, restringem-se a grupos específicos, como funcionários deuma universidade entre 22 e 59 anos (Veggi et al., 2004), mulheresentre vinte e sessenta anos atendidas por diferentes serviços de saú-de ambulatoriais (Almeida et al., 2005), praticantes de caminhadas(Damasceno et al., 2005) e estudantes universitários, de ambos ossexos (Kakeshita & Almeida, 2006), ou apenas universitárias (Secchiet al., 2009).

Considerando os aspectos antropológicos, os trabalhos de pes-quisadores brasileiros indicam que avaliar a imagem corporal emtermos de satisfação/insatisfação, percepção/alterações e desejos demudança é avaliar o modo como as pessoas percebem-se, valorizam-se, o conceito que possuem de si, ou seja, sua autoestima.

Autoestima é um conceito intimamente ligado à percepção daimagem corporal, à satisfação ou insatisfação, e interfere nas rela-ções sociais. O termo autoestima sofreu modificações ao longo dahistória da humanidade. Ele foi associado ao autoconhecimento porSócrates. No senso comum, recebeu conotações individualistas e pordécadas foi desconsiderado pela ciência. Atualmente, apresentaconotações de responsabilidade do indivíduo por si mesmo e de suarelação consigo e com os demais (Assis, 2004).

A percepção da imagem corporal pode estar profundamente al-terada quando aspectos da autoestima e a valorização de si estão per-turbados, tanto por transtornos alimentares (anorexia, bulimia)quanto do humor (depressão, ansiedade).

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A depressão é um transtorno de humor grave e frequente. O hu-mor tem uma função adaptativa para a sobrevivência dos seres huma-nos. No humor normal, as reações a determinados eventos são ade-quadas aos estímulos ambientais. No transtorno de humor, a pessoainterpreta o ambiente de forma distorcida (Nardi, 2006).

A depressão pode ser considerada como a mais comum das doen-ças tratadas pela psiquiatria na atualidade. É muito possível que aspessoas confundam estados normais de tristeza, a partir da experiên-cia diária, com depressão, assim como acreditam na depressão comouma doença incurável, quando na verdade ela pode ser um estadomomentâneo que, tratado adequadamente, pode ser revertido.

A depressão pode ser analisada por meio de referenciais médicos epsicológicos. O referencial médico é descrito pela CID-10 (Classifi-cação de Transtornos Mentais e de Comportamento – OMS, 1993), eo referencial psicológico é descrito por Seligman (1977) e Beck (1997).

Seligman (1977) apresenta seis sintomas de desamparo aprendi-do que tem seu correspondente na depressão: dificuldade na inicia-ção de respostas voluntárias, tendência cognitiva negativa, curso tem-poral, redução da agressividade, perda de apetite e alteraçõesfisiológicas.

Beck (1997) cita o conceito de tríade cognitiva para explicar a de-pressão. O primeiro componente da tríade gira em torno da visãonegativa que o paciente tem de si mesmo. Ele vê a si próprio comodefeituoso, inadequado, doente ou carente. O segundo é a tendênciada pessoa deprimida a interpretar suas experiências atuais de formanegativa. Ele vê o mundo como fazendo exigências exorbitantes so-bre ele e/ou apresentando obstáculos insuperáveis para atingir suasmetas de vida. O terceiro componente consiste em uma visão negati-va de futuro. Geralmente, a pessoa faz projeções antecipando seu so-frimento ou dificuldades, espera frustrações e privações incessantes.

Os tratamentos farmacológicos para depressão devem ser utili-zados como complementares às diversas formas de psicoterapia. Omedicamento proporciona recuperação inicial para que o pacienteadquira condições de submeter-se à psicoterapia que irá ampliar seuautoconhecimento e ajudá-lo na reintegração social e na retomada

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de sua individualidade. O tratamento psicoterápico é indispensávelpara a compreensão da depressão (Nardi, 2006).

Os distúrbios alimentares podem apresentar comorbidades psi-cológicas ou psiquiátricas, como a depressão, a esquizofrenia, ou dis-túrbios obsessivos compulsivos. Pacientes com depressão podemestar tão deprimidos que não querem comer, outros excedem na ali-mentação em virtude da depressão e adquirem peso (Tannenhaus,1994). Os transtornos alimentares mais evidentes são a anorexia ner-vosa, a bulimia nervosa e a obesidade, tanto pelo aumento do núme-ro de casos, quanto pela maior divulgação e informação sobre o pro-blema, além de maior exposição por meio de figuras públicas quenarram seu drama (Nakamura, 2004).

Os sintomas comuns dos principais distúrbios alimentares são:preocupação extrema com a aparência, a imagem ou o tamanho docorpo; medo exagerado de ficar gorda; exagero do tamanho e dos de-feitos do corpo; e cada vez maior rigidez de pensamento e afastamen-to das atividades normais (Tannenhaus, 1994).

A insatisfação com a imagem corporal pode estar presente emoutros quadros psiquiátricos, como transtorno dismórfico corporal,delírios somáticos, transexualismo, depressão, esquizofrenia e obe-sidade. É nos transtornos alimentares que seu papel sintomatológicoe prognóstico é mais relevante (Saikili et al., 2004).

Também estão associados à obesidade o transtorno alimentar semespecificação e o transtorno de compulsão periódica. Outros trans-tornos podem estar associados à compulsão periódica, como o trans-torno obsessivo compulsivo e o transtorno de ansiedade generaliza-da (Mattos et al., 2003).

O obeso é objeto de grave discriminação. A baixa autoestima podelevar a um círculo vicioso, causando depressão, superalimentaçãocomo fuga, vergonha e falta de ânimo para a prática de atividadesfísicas, aumento de peso, rejeição social e diminuição da autoestima(Cunha, 1999).

Mello (2008), em um trabalho de intervenção com crianças emcondição de sobrepeso e obesidade, observou que situações debullying (caracterizadas por atitudes agressivas e preconceituosas)

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constituem fator de estresse para elas. Os relatos das crianças refle-tiam um autoconceito negativo mensurado pelo peso e pela estrutu-ra corpórea fora dos padrões culturais estéticos, segundo elas, e umdesejo de “fugir” das contrariedades sociais ocorrentes em forma dezombarias e insultos, por exemplo.

Para avaliar se o indivíduo é obeso utiliza-se o Índice de MassaCorporal (IMC), dividindo-se o peso (em quilos) pelo quadrado daaltura (em metros). Esse método é utilizado por ter fácil aplicação edemonstrar forte correlação desse índice com o risco de morbiletali-dade em diversas populações avaliadas. O método falha em não di-ferenciar massa gorda e massa magra (Burd, 2004).

O aumento de peso pode ocorrer na depressão branda. Já na de-pressão grave pode ocorrer tanto o emagrecimento quanto o aumentode peso. Por outro lado, alterações de massa corporal podem deixara pessoa deprimida. O aumento de peso pode ser provocado por hi-potireoidismo, que causa depressão, porém geralmente é causadopelo exagero na ingestão de alimentos (Gillett, 1996).

Sintomas depressivos e ansiosos são comuns em obesos. A sín-drome depressiva parece ser frequente nos gravemente obesos. Pa-cientes obesos emocionalmente instáveis podem vivenciar umaumento de ansiedade e depressão quando fazem dietas. Os aspectosemocionais e psicológicos podem ser identificados como consequên-cias e como mantenedores da condição do obeso, concomitante a umacondição clínica e alimentar alterada (Cordás & Azevedo, 2005).

Stunkard & Wadden (1992) estudaram pessoas que apresenta-vam obesidade severa antes de cirurgia bariátrica e observaram quenão há um tipo específico de personalidade que caracteriza o obesosevero, não apresentam níveis de psicopatologia maiores do que osdas pessoas que controlam o peso, entretanto as complicações espe-cíficas da obesidade severa incluem depreciação da imagem corpo-ral e o comer compulsivo. Estudos realizados com indivíduos de-pois de tratamento cirúrgico e de perda de peso indicaram aumentodo amor próprio e das emoções positivas e diminuição das deprecia-ções com a imagem corporal. O aumento na satisfação matrimonialocorreu apenas quando já havia uma medida de satisfação antes da

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cirurgia, e o comportamento de comer com melhor qualidade nutri-cional melhora dramaticamente.

Depressão, imagem corporal e transtornos alimentares são di-mensões da experiência pessoal que podem estar intimamente in-terligadas. A depressão pode estar associada à ansiedade e, com isso,promover o aumento de peso, sem esquecer que o aumento de pesoapresenta multideterminações associadas: aspectos genéticos, uso demedicamentos antidepressivos, hábitos alimentares inadequados,sedentarismo, entre outros.

Baptista et al. (2008) avaliaram 82 pacientes obesos mórbidos,de ambos os sexos, maiores de 18 anos. Destes, 43 eram pacientescandidatos à cirurgia de obesidade (Grupo A) e 39 participantes erampacientes pós-cirúrgicos (Grupo B), ambos os grupos com predo-minância de mulheres. No Grupo A, aproximadamente 40% apre-sentou sintomatologia moderada e severa de depressão. No GrupoB, apenas 10%.

A presente investigação foi realizada com mulheres que realiza-vam tratamento para depressão em um CAPs III de uma cidade dointerior de São Paulo e faziam uso de antidepressivos. O objetivo dotrabalho foi o de investigar a percepção da imagem corporal por meioda Figure Rating Scale (FRS) e do Body Shape Questionnaire (BSQ)em mulheres em tratamento para depressão com uso de antidepres-sivos (Grupo com Depressão) e em mulheres que não fazem uso deantidepressivos (Grupo de Comparação).

Método

Participantes

Participaram sessenta mulheres divididas em dois grupos, o Gru-po com Depressão (n = 30), com idades variando entre 21 e 58 anos,com escolaridade mínima de nível fundamental, e o Grupo de Com-paração (n = 30), com idades variando de 25 a 63 anos, com escola-ridade mínima de nível médio.

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Foram excluídas do Grupo com Depressão mulheres com diag-nóstico de esquizofrenia (F-20 e variantes de acordo com CID-10),por apresentarem disfunção da percepção característica da doença.Do Grupo de Comparação foram excluídas mulheres com queixade depressão ou em tratamento com antidepressivos. Excluíram-setambém indivíduos do sexo masculino por apresentarem númeroreduzido na população em tratamento no período.

Encontra-se na Tabela 1 a caracterização das participantes desteestudo em função de idade e IMC (baixo peso: IMC < 18,5 kg/m²;peso normal ou eutrófico: IMC de 18,6 a 24,9 kg/m²; sobrepeso:IMC de 25 a 29,9 kg/m² e obesidade: IMC > 30 kg/m²). O teste dequi-quadrado aplicado à amostra não demonstrou diferença signifi-cativa entre os grupos tanto em relação à idade (X² = 4,667; gl = 4 ep = 0,3231) como ao diagnóstico nutricional (X² = 4,67; gl = 3 e p =0,1976).

Tabela 1 – Caracterização da amostra (n = 60) em função da idade edo Índice de massa Corporal (IMC).

Participantes DiagnósticoIdade Grupos Baixo peso Normal Sobrepeso Obesidade Total

21-30 Depressão 2 3 1 1 7Comparação 1 1 0 1 3

31-40 Depressão 1 0 4 3 8Comparação 0 4 4 1 9

41-50 Depressão 0 4 4 0 8Comparação 0 7 2 4 13

51-60 Depressão 0 2 4 1 7Comparação 0 0 1 3 4

> 60 Depressão 0 0 0 0 0Comparação 0 1 0 0 1

Parcial Depressão 3 9 13 5 30Comparação 1 13 7 9 30

Total 4 22 20 14 60

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Materiais e instrumentos

Além de um formulário para assinatura do consentimento livre eesclarecido para a participação nesta pesquisa, foi utilizado um ro-teiro semiestruturado de entrevista para levantamento de dadossociodemográficos (nome, idade, estado civil, escolaridade, númerode filhos e questões sobre hábitos em relação à alimentação, exercí-cios físicos e mudanças corporais desejadas) e anotação de medidasantropométricas (peso e altura) das participantes.

A FRS foi utilizada para verificação da imagem corporal atual eideal das mulheres participantes. Foi proposta originalmente porStunkard et al. (1983) e adaptada para o português por Scagliusi &cols. (2005). A escala é composta por nove cartões com figuras comsilhuetas corporais, que podem ser relacionadas aos diferentes índi-ces de massa corporal (Almeida et al., 2005). Uma figura representabaixo peso; duas, a eutrofia; duas, o sobrepeso; e duas, a obesidade.

O BSQ, de Cooper & cols. (1987), traduzido por Di Pietro et al.(2003), foi utilizado para verificar a distorção da imagem corporaldas participantes. O BSQ é um questionário autoaplicativo que apre-senta 34 perguntas. Cada questão apresenta seis possibilidades deresposta: (1) Nunca, (2) Raramente, (3) Às vezes, (4) Frequente-mente, (5) Muito Frequentemente e (6) Sempre.

Análise de dados

A análise quantitativa consistiu na avaliação do IMC, caracteri-zando a porcentagem de indivíduos obesos, com sobrepeso,eutróficos e abaixo do peso ideal, descritos na caracterização dasparticipantes. Foram tabulados os resultados obtidos no BSQ comrelação ao grau de distorção da imagem corporal, se leve, moderadaou intensa. O mesmo foi feito com relação ao FRS, caracterizando ograu de distorção entre a imagem corporal dada pelo IMC (Real), apercebida pelas participantes (Atual) e a imaginada como desejável(Ideal) pelas participantes. A discrepância foi verificada por meioda comparação correlacional entre a escolha ideal e a atual.

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A distorção da imagem corporal pode ser considerada como umestado subjetivo no qual se verifica alteração na percepção da ima-gem corporal, resultante direta da discrepância nos valores numéri-cos relativos à autoavaliação. Ou seja, quanto maior a discrepância,maior a distorção.

No nosso caso específico, a distorção da imagem corporal foimedida pela diferença entre a imagem escolhida por meio do FRScomo atual e o IMC como valor real.

Resultados

Imagem corporal

Na Tabela 2, encontram-se os dados obtidos a partir da aplica-ção do BSQ nos dois grupos envolvidos na pesquisa.

O teste qui-quadrado calculado entre os grupos foi de X² =14,103; gl = 3 e p = 0,0028, indicando que há diferença significativaentre os dois grupos com relação à insatisfação com a imagem cor-poral.

Observando-se os resultados, é possível considerar que diantedo adoecimento há um aumento significativo no grau de exigênciaem relação a aspectos da imagem corporal relacionado à diminuiçãoda autoestima, característica da depressão.

Na Tabela 3, pode-se verificar a satisfação ou insatisfação com aimagem corporal das mulheres dos dois grupos. Considerou-se comoinsatisfação quando a imagem escolhida como atual era diferente daideal, obtida no FRS.

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GS.)

Tabela 2 – Comparação dos diagnósticos nos dois grupos, com Depressão e de Comparação.

Grupos Depressão Comparação

(BSQ) Sem Leve Moder. Grave Sem Leve Moder. Grave

Obeso —— —— 3,3% (1) 13,3% (4) 20% (6) 6,7% (2) 3,3% (1) ——

Sobrepeso 16,7% (5) 3,3% (1) 6,7% (2) 16,7% (5) 10% (3) 10% (3) 3,3% (1) ——

Eutrofia 13,3% (4) 13,3% (4) —— 3,3% (1) 36,7% (11) 6,7% (2) —— ——

Baixo peso 3,3% (1) 6,7% (2) —— —— 3,3% (1) —— —— ——

Total 33,3% (10) 23,3% (7) 10% (3) 33,3% (10) 70% (21) 23,3% (7) 6,7% (2) ——

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SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO 43

Tabela 3 – Satisfação ou não com a imagem corporal em mulheresdos dois grupos (com e sem depressão).

Grupos Depressão Comparação

(FRS) Satisfação Insatisfação Satisfação InsatisfaçãoObeso - - - - - 16,7% (5) 6,7% (2) 23,3% (7)Sobrepeso - - - - - 43,3% (13) - - - - - 23,3% (7)Eutrofia 10% (3) 20% (6) 13,3% (4) 30% (9)Baixo Peso - - - - - 10% (3) - - - - - 3,3% (1)

Total 10% (3) 90% (27) 20% (6) 80% (24)

O teste qui-quadrado calculado foi de X² = 3,569, gl = 3 e p =0,3119, indicando que não houve diferença significativa entre os doisgrupos com relação à insatisfação com a imagem corporal.

Tabela 4 – Comparação dos resultados por meio do teste de correla-ção de Spearmann para os dados obtidos mediante o IMC (Real) e oBSQ. Valores significativos indicados por * para p < 0,05.

Grupos Depressão Comparação

Correlação Rs p Rs pReal/Atual 0,7230 0,0001* 0,7167 0,0001*Real/Ideal 0,4002 0,0283* 0,5553 0,0014*Atual/Ideal 0,4270 0,0189* 0,6444 0,0001*

Foi realizada outra análise para verificar se havia diferença entreos grupos utilizando-se o Teste de Correlação de Spearmann a par-tir dos dados brutos. Os resultados são apresentados na Tabela 4.

Constatou-se com os resultados do Teste de Spearmann que exis-tem correlações positivas significativas em todas as análises efetua-das. Verifica-se, entretanto, que as correlações entre a imagem real(IMC) e a atual (autoimagem) foram de maior magnitude nos doisgrupos, indicando que todas as participantes apresentam uma per-cepção corporal bastante próxima da realidade.

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As correlações que envolveram a dimensão referente à imagemdesejada (Ideal) apresentaram valores numéricos bem menores, prin-cipalmente no grupo com Depressão (rs = 0,4002 e rs = 0,4270),indicando uma maior distância entre a imagem corporal (Real eAtual) com a idealizada (Ideal). Cabe ressaltar que no Grupo comDepressão tais correlações foram menores do que no Grupo de Com-paração, refletindo uma maior insatisfação com o próprio corpo emenor autoestima.

Figura 1 – Comparação da distorção da imagem corporal encontrada nos dois grupos (Reale Atual).

Os resultados obtidos acerca da distorção de imagem corporalnos dois grupos são apresentados na Figura 1.

O teste qui-quadrado calculado foi de X² = 0,662, gl = 2 e p =0,7181, indicando que não há diferença significativa entre os doisgrupos em relação à distorção da imagem corporal.

Verificou-se que 40% (12) das participantes do Grupo com De-pressão apresentaram escolhas sem distorção. Considerando-se as60% (18) que apresentaram distorção, 40% (13) subestimaram o pesoe 20% (5) superestimaram.

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SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO 45

No Grupo de Comparação, 30% das participantes apresentaramescolhas sem distorção. Das 70% das mulheres que apresentaramdistorção, 50% subestimaram o peso (30% eram mulheres obesas,10% apresentavam sobrepeso e 10%, eutrofia) e 20% superestima-ram o peso (todas com eutrofia).

Constata-se que escolhas com distorção apareceram com altoíndice nos dois grupos. No Grupo com Depressão deste estudo, ob-servou-se que grande parte das mulheres com sobrepeso e obesassubestimou o peso, enquanto as eutróficas superestimaram. O mes-mo verificou-se no Grupo de Comparação.

Uma das formas de minimizar a dissonância entre a imagem atuale a ideal seria a realização de cirurgias estéticas. No geral, ambos osgrupos relataram não ter dinheiro para fazer cirurgia ou não fariampor medo. Apenas 0,3% em ambos os grupos relatou que vai fazercirurgia bariátrica por apresentar obesidade Grau 3.

Nesse estudo, o Grupo de Comparação apresentou índice maiorde risco genético para obesidade porque apresentou um maior nú-mero em que um dos genitores ou ambos tiveram diagnóstico deobesidade ou sobrepeso ao longo da vida. Esse grupo apresentoutambém maior número de participantes obesos em relação ao gru-po com depressão. Porém, na somatória de obesos/sobrepeso nãohá diferença entre os grupos. Deve-se lembrar que a genética estásempre associada a fatores ambientais na determinação da obesi-dade, assim como de outros transtornos. Nos grupos avaliados, aosfatores genéticos podem ser acrescentados a inadequação alimen-tar e o sedentarismo.

Algumas doenças tipicamente encontradas em pacientes obesosforam encontradas no grupo com depressão, como hipertensão, dia-betes, hipotireoidismo, alta taxa de colesterol e hiperlipidemia. NoGrupo de Comparação, foram encontradas doenças vasculares e hi-pertensão com menor incidência.

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Discussão

Os dados encontrados por meio da aplicação do BSQ revelamque as pacientes em tratamento para depressão e as participantes doGrupo de Comparação estão insatisfeitas com sua imagem corpo-ral, verificando-se diferenças significativas entre os dois grupos.Diante do adoecimento há um aumento significativo no grau de exi-gência com relação à imagem corporal, considerando os resultadosdo BSQ.

Observou-se que, de forma geral, o IMC apresenta uma relaçãodireta com a insatisfação. Assim, quanto maior o IMC, maior a in-satisfação, embora o índice de insatisfação tenha sido maior no gru-po com sobrepeso do que no grupo de obesos, nas pacientes comdepressão. Esses resultados também foram diferentes no Grupo deComparação, com insatisfação tanto em obesos como naquelas comsobrepeso, sendo menor em comparação ao Grupo com Depressão.

Considerando-se os dados obtidos por meio da FRS, no geralconstatou-se insatisfação em ambos os grupos e independente doIMC. Esses dados coincidem com os de diversos autores, como Al-meida (2003) e Almeida et al. (2005), Kakeshita & Almeida (2006),que obtiveram resultados indicando que a insatisfação independedo IMC, porque a percepção subjetiva que uma pessoa tem de seucorpo pode ser mais importante do que a realidade objetiva.

A distorção da imagem corporal, uma medida subjetiva da per-cepção que a participante tem de sua imagem corporal, revelou graude distorção significativo em ambos os grupos. Embora houvesseuma diferença numérica maior no Grupo de Comparação, não severificou diferença estatisticamente significativa entre os grupos.

Considerações finais

A imagem corporal constitui um tema amplo, suas possibilida-des de distorção apresentam aspectos multifatoriais e pode serindicativo de diversas patologias. Constitui tema de grande impor-

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tância para a sociedade contemporânea e notadamente para pacien-tes depressivos.

O presente trabalho teve o objetivo de investigar aspectos da ima-gem corporal e o diagnóstico nutricional de dois grupos, um em tra-tamento com antidepressivos e outro que não faz uso de tais medi-camentos. Foram investigados os hábitos de vida em relação à práticade atividades físicas, a dieta e a mudanças corporais para avaliar arelevância de algum aspecto no aumento do peso na concepção dasparticipantes.

Os resultados do diagnóstico nutricional com essa amostra in-dicaram tendência ao aumento do contingente de obesos/sobre-peso no Brasil, como relataram Cordás & Azevedo (2005). A obe-sidade é considerada, atualmente, um problema de saúde públicae vem aumentando alarmantemente (Cunha, 1999).

A equivalência de obesidade/sobrepeso nos dois gruposdesmistifica a relevância da medicação no aumento de peso, em-bora seja um aspecto interveniente. A alimentação inadequada ea ausência de prática de exercícios físicos parecem ser fatores im-portantes. Podemos constatar que, diante desses resultados, o tra-balho contribuiu para desmistificar o medicamento como únicoaspecto interferindo no aumento de peso.

Mattos & cols (2003) consideram a interação de fatores na de-terminação da obesidade. Burd (2004) considera a herança gené-tica relevante, mas acrescenta fatores culturais como participati-vos. Sichieri & Souza (2006) destacam o consumo de alimentoscalóricos e o baixo encorajamento para a prática de atividades fí-sicas. Kaplan & Sadock (2007) salientam a redução da atividadefísica.

Os dois grupos caracterizaram-se por apresentarem insatisfaçãocom a imagem corporal, evidenciando dados em conformidade coma literatura. Para Queiroz & Otta (2000), a beleza é tão importantepara as mulheres que a insatisfação com o peso apresenta impactonegativo sobre sua autoestima.

Diferenças significativas entre os grupos foram encontradas nosaspectos insatisfação e distorção da imagem corporal. O grupo com

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depressão apresentou maior número de representantes com distor-ção da imagem corporal.

Nesta pesquisa, tanto no Grupo com Depressão quanto no Gru-po de Comparação, as mulheres com sobrepeso e obesas subestima-ram o peso, e as eutróficas, superestimaram. Constatou-se uma par-ticipante com diagnóstico de anorexia apresentando escolha de figuracom distorção característica do diagnóstico sugerido. Kakeshita &Almeida (2006) observaram que mulheres eutróficas e com sobre-peso tendem a superestimar seus pesos, ao contrário das obesas, quesubestimam o peso. Resultados semelhantes foram encontrados nosdois grupos.

A pesquisa realizada caracterizou-se como uma contribuição paraa compreensão dos aspectos envolvidos na percepção corporal demulheres com depressão. Investigações mais aprofundadas poderãoenvolver outros aspectos da comunicação não verbal envolvidos nocontexto dessa psicopatologia.

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