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SETEBAN– SEMINÁRIO DE TEOLOGICO BATISTA NACIONAL CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA DISCIPLINA – MONOGRAFIA O EVANGELISMO E A AÇÃO SOCIAL MARIA ASSIS DO NASCIMENTO.

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SETEBAN– SEMINÁRIO DE TEOLOGICO BATISTA NACIONALCURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIADISCIPLINA – MONOGRAFIA

O EVANGELISMO E A AÇÃO SOCIAL

MARIA ASSIS DO NASCIMENTO.

Teresina – PI2012

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MARIA ASSIS DO NASCIMENTO

O EVANGELISMO E A AÇÃO SOCIAL

Monografia apresentada para cumprir os requisitos da disciplina de Monografia, em cumprimento parcial das exigências do Curso de bacharel em Teologia do Seminário Teológico Batista Nacional.- SETEBAN, desenvolvido sob a orientação da professora Jesus Freitas.

Teresina – PI2012

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SETEBAN– SEMINÁRIO DE TEOLOGICO BATISTA NACIONALCURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIADISCIPLINA - MONOGRAFIA

Nascimento, Maria Assis do.O Evangelismo e a Ação Social/ Nascimento, Maria

Assis do, Teresina - PI. – 2012.50 f.

Orientador: Prof. Maria de Jesus Freitas Leal

TCC (Graduação), Seminário Teológico Batista Nacional - SETEBAN, Departamento de Orientação ao TCC, 2012.

1. O Evangelismo e a Ação Social. 2. Inter-Relacionamento do Evangelismo e a Ação Social. 3. Análise das Parcerias entre Evangelismo e Ação Social. 4. As diversas interpretações de Evangelização e Ação Social. 5. O Propósito de Deus quanto a Evangelização e a Ação Social. 6. Igrejas: Visão e ação no quesito Ação Social e Evangelismo. 7.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de deixar registrado aqui que a realização deste trabalho só foi possível com a contribuição de várias pessoas que compartilharam esse período comigo. Por isso gostaria de agradecer, em especial: meu filho Rubens que tem me dado total apoio.

Aos meus professores e coordenadores: Pr. Robson Wendell, Pr. Luís Gonzaga ajudaram na aprendizagem;

À minha imprescindível mãe, que me fez existir;À minha família, os meus filhos que apoiaram, Rubens, Dario, Catiana Régia,

Tatiana Regina, Luan Hither com amor.Aos meus amigos irmãos: que me ajudaram na realização deste trabalho;Aos meus colegas de turma, que me ensinaram muito com a diversidade de

saberes trocados;As amigas, Eclésia, Neuzilene, pela compreensão da minha ausência para concluir

este trabalho que é uma produção individual e solitária;Aos professores do curso, que compartilharam o conhecimento e despertaram

curiosidades.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho de Conclusão de Curso é refletir sobre a evangelização na ação social. O trabalho é dirigido a todos que se preocupam com a evangelização social na atualidade. Pretende se em empreender aqui uma discussão que desperte o interesse entre as pessoas para esse antigo espaço de construção de sentido, os sistemas religiosos. Ou seja, pretende se chamar a atenção para um dos processos de transformação de um conjunto de dispositivos físicos, mentais, espirituais e intelectuais responsáveis por parte da construção do mundo social, implantando uma doutrina evangelizadora e socializadora.

Palavras- chave: evangelização, ação social, mundo social

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 72.O EVANGELISMO E A AÇÃO SOCIAL 8 2.1. Definição de evangelismo 8 2.2. Definição de ação social 83.INTER-RELACIONAMENTO DO EVANGELISMO E A AÇÃO SOCIAL 10 3.1. Ação social é uma ponte para o evangelismo 10 3.2. O evangelismo proclama a ação social11 3.3. O evangelismo parceiro da ação social124.ANÁLISE DAS PARCERIAS ENTRE EVANGELISMO E AÇÃO SOCIAL 135.AS DIVERSAS INTERPRETAÇÕES DE EVANGELIZAÇÃO E AÇÃO SOCIAL

156. O PROPÓSITO DE DEUS QUANTO A EVANGELIZAÇÃO E A AÇÃO SOCIAL

177. IGREJAS: VISÃO E AÇÃO NO QUESITO AÇÃO SOCIAL E EVANGELISMO

198.CONCILIANDO EVANGELIZAÇÃO E AÇÃO SOCIAL NA IGREJA DE HOJE

21 8.1.Dificuldades para conciliação na igreja 21 8.2. Vantagens da conciliação para a igreja 239. MOBILIZAÇÃO DA IGREJA PARA A AÇÃO 2510. UMA IGREJA INTEGRAL PARA AS NECESSIDADES HUMANAS 2711. PROPOSTAS DE PROJETOS EVANGELÍSTICOS-SOCIAIS 2812. A IGREJA X ESTADO PARA UMA EVANGELIZAÇÃO SOCIAL 3013. AÇÕES SOCIAIS E A IGREJA 3214. AÇÃO SOCIAL, EVANGELIZAÇÃO, IGREJA E RENOVAÇÃO SOCIAL3415. OBJEÇÕES FINAIS A SEREM CONSIDERADAS 36

O MUNDO ANTES E APÓS A REFORMA RELIGIOSAA idade média é considerada por cristãos reformados como o período negro da

igreja. A igreja católica exercia grande domínio sobre a religião e a política. O domínio não se limitava ao espaço religioso; podemos afirmar que através da religião, a igreja alcançava vários segmentos da sociedade, por exemplo, ela consagrava os reis e na cerimônia de consagração era exigido que o novo rei jurasse lealdade a igreja católica e ao pontífice.

Como o objetivo de se manter no poder, a interpretação da bíblia era proibida, senão pelo próprio pontífice. Toda e qualquer descoberta científica deveria antes ser avaliada pelo clero e então poderia ser publicada. Caso a experiência não estivesse de acordo com os padrões ditados pela igreja, o cientista deveria rever seus estudos ou até mesmo eliminar sua frente de pesquisa. Caso contrário poderia ser queimado na fogueira como herege.

A reforma religiosa do Séc. XVI trouxe mudanças muito além do âmbito da religião. As ideias revolucionárias de homens como John Huss, Martinho Lutero e João Calvino, alcançaram lugares onde nenhum deles poderia imaginar. As libertações dos dogmas da igreja católica foram muito além do religioso e abriu portas para o desenvolvimento das artes, da filosofia e da ciência. Livres da opressão e repressão

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católica a comunidade científica se viu livre para exercer suas atividades científicas sem medo de serem queimados na fogueira.

A partir de então são abertas as portas para o desenvolvimento da filosofia, das artes e,

especialmente da ciência. É destacado o surgimento da teoria da evolução, pois, se admitida a possibilidade do surgimento da vida de modo espontâneo, e da formação dos seres através da evolução, os princípios bíblicos da criação devem ser ignorados e considerados apenas como um conto religioso sem o menos amparo científico.

Salientamos então a importância da reforma protestante não só do ponto de vista religioso, mas também pelo caráter libertário da reforma protestante em todos os âmbitos sociais e científicos. Incluindo a liberdade de não se acreditar em religião alguma e\ou buscar explicação científica para todas as dúvidas e curiosidades. Somente a pós a reforma foi possível debater vários assuntos científicos e entre eles a teoria da evolução.

16. CONCLUSÃO 1. INTRODUÇÃO

Vivemos num mundo em ebulição. A transformação promovida pela globalização é algo inquestionável. Ao invés de apenas facilitar processos, ela, a globalização, tem aumentado a crise. A miséria tem mostrado sua cara feia, como em poucos momentos da história. O abismo entre uns poucos que têm muito e a maioria que não possui o suficiente tem aumentado no mundo. Entendo que, diante do aumento da pobreza, do aumento da violência e da criminalidade que testemunham o caos estabelecido no mundo, a compreensão da prática de Jesus diante do sofrimento humano poderá, não apenas nos desafiar, mas, nos dará bases para que encontremos o paradigma para uma Ação Social da Igreja. É por causa do caos estabelecido que me sinto impulsionado a refletir sobre a responsabilidade social da igreja, de maneira especial. O “Objetivo Específico” deste estudo é mostrar a importância do evangelismo na ação social em nossos dias e apresentar uma introdução ao empenho evangelístico da igreja. Incluirá tanto uma discussão da teoria quanto da prática do evangelism

abrangerá perspectivas bíblicas, teológicas, das ciências sociais e do próprio ministério da igreja. Esta pesquisa é importante, com grande relevância social para a sociedade, por causa da crise geral do momento. Nunca houve tanta fome, desemprego, falências, etc. Pretende-se que seja uma contribuição importante para os dias atuais com idéias práticas acerca do equilíbrio na Missão da igreja.38 2. O EVANGELISMO NA AÇÃO SOCIAL

Para o desenvolvimento deste tema primeiramente será feita a conceituação de evangelização e ação social respectivamente para encontrar o equilíbrio entre ambas. Na conciliação desses dois pontos é que poderemos compreender o desenvolvimento do trabalho e a importância do evangelismo na ação social.

2.1 Definição de Evangelismo

É a ação de transmitir o evangelho. Usa-se o termo evangelização, sempre que a mensagem de Cristo está em ação. Os métodos, os resultados, o objetivo neste processo

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continua a ser a conversão a Jesus Cristo. “Ao se anunciar o evangelho, já está acontecendo a evangelização independente dos resultados”. Existem diversas maneiras usadas pela igreja para efetivar a evangelização, mas basicamente, divide-se em evangelização pessoal e de massa: 1) A evangelização pessoal acontece quando grupos pequenos realizam evangelismo pessoal, entre si, nos relacionamentos diários, como em casa, no estudo, no trabalho, etc. Jesus dava exemplo desse tipo de evangelização quando ia onde estava o pecador e iniciava um diálogo evangelístico, era incisivo na conversa e falava da urgência da salvação. 2) A evangelização de massa, acontece quando se usam os recursos disponíveis para alcançar o maior grupo, com o menor tempo. Esse tipo de evangelização é feito através de tvs, rádios, conferências evangelísticas e outros.

2.2 Definição de Ação Social

A ação social procura ir às causas da violência, desigualdades sociais, desrespeito aos direitos humanos, desemprego, concentração de terras, rendas, e tudo que colaborar com a miséria social e econômica. Quando há remoção das necessidades humanas, transformação das estruturas da sociedade e luta pela justiça, então ocorre a ação social.

Ação social é exatamente o amor que se compromete com a vida, não é você prestar um serviço meramente assistencial protecionista, onde você olha a pessoa de cima, um pobrezinho, você vai fazer uma caridade, é um termo até pejorativo chamar isso de caridade, então a verdadeira caridade promove, ela é o amor, ela se doa.

A ação social é você participar da vida da pessoa, não ali naquele momento crucial, extremo, mas ter uma vida relacionada a essas questões, então se você vê que a pessoa não tem casa, é você também estar lutando para que aquela pessoa tenha uma casa, é você também estar junto para que todas as pessoas tenham direito á casa.

3. INTER-RELACIONAMENTO DO EVANGELISMO E A AÇÃO SOCIAL

Agora que as denifinições de evangelismo e ação social foram feitas, serão exemplificados abaixo os três tipos de relações que podem ser feitas entre ambos. São elas: A ação social é uma ponte para o evangelismo; O evangelismo proclama a ação social; O evangelismo parceiro da ação social.

3.1 A Ação Social é uma ponte para o Evangelismo “O evangelismo existe somente onde há preocupação social. Sem ela pode haver propaganda, proselitismo, mas dificilmente boas novas”.(Emilio Castro). Qualquer forma de atuação social, que seja alimentar o faminto, dar remédio para o doente, educar o analfabeto, ou reacilitação de refugiados, é visto como um meio para um fim, ou seja, o evangelismo e a conversão. Visto deste ângulo, considere-se, por exemplo, o princípio de passar do conhecido para o desconhecido, da necessidade sentida para a real, do material para o espiritual, a exemplo disso temos o ensino do Senhor Jesus Cristo a respeito de si mesmo como o verdadeiro pão da vida logo após alimentar cinco mil pessoas com o pão material.

O serviço prestado á sociedade pode destruir preconceitos e desconfianças, abrir portas fechadas e ganhar a atenção das pessoas para o Evangelho. A ação social é um meio para o evangelismo. O primeiro dá visibilidade ao último. A ação social pode até ser considerada como um “sacramento do evangelismo”, isto é,

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uma forte precedente para a visão no ministério de Jesus Cristo, cujas palavras e ações foram como duas irmãs gêmeas. O trabalho social também se dá em função da necessidade de atender as determinações da bíblia, onde está a palavra de Deus, para amparar os mais desafortunados, mas, uma atenção centrada nos problemas individuais, tendo a oração e a fé como instrumentos para a “batalha” contra o inimigo que venha a impedir a solução dos problemas A igreja é interdisciplinar. Ela interessa a todas as ciências. Portanto, deve impregnar toda a atividade, tanto a científica quanto a prática dos cristãos e, sobretudo, dos católicos. Então, quem pratica ação social faz, ao mesmo tempo, evangelização. Jesus percorria o país alimentando famintos, curando doentes, aconselhando, açoitando poderosos e exploradores... Assim fazendo, evangelizava. Até já se tentou separar os dois aspectos; um grave erro, porque a salvação é integral. Ela envolve o homem todo e todos os homens. 3.2 O Evangelismo proclama a Ação Social

Os velhos reavivamentos reinvidicavam, sem qualquer dúvida e com extraordinária clareza, a salvação pessoal, mas eles também reivindicam uma ação social conseqüente. O ser humano não realiza boas ações ocasionalmente, mas porque as viram como parte das boas novas de Cristo. Deus usou os envolvidos nos reavivamentos para produzir os resultados duradouros, não somente em termos da salvação individual, mas também da atividade social, testemunhando em palavras e obras (Rf. 2:10). A responsabilidade social torna-se um aspecto não somente da missão cristã. É impossível ser verdadeiramente convertido ao nosso próximo. No ministério de Jesus as suas palavras explicam suas obras, as obras são ambíguas, elas necessitam serem interpretadas pela proclamação do evangelho. O evangelismo é o maior instrumento de mudança social, porque o evangelho muda pessoas, e pessoas mudadas podem mudar a sociedade. O evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças! A evangelização é um meio pelo qual Deus produz nas pessoas um novo nascimento; e esta nova vida se manifesta nos serviços prestados aos outros, a evangelização implica necessariamente a ação social. Há uma dimensão de missão, há um mandato cultural na vivência do evangelho que provoca alterações nas estruturas e nos relacionamentos pessoais. Transformados pela relação com Deus para provocar transformações nos relacionamentos sociais. 3.3 O Evangelismo parceiro da Ação Social

O evangelismo e ação social são duas ações que compõe a nossa missão nesse mundo, onde cada um precisa ser evidenciado pelo amor de Deus em nós diante das necessidades dos nossos semelhantes. Nem sempre a missão humana será expressa com o evangelismo. Haverá circunstâncias em que as necessidades mais eminentes do homem serão sociais, psíquicas, etc. Por outro lado, haverá momentos em que as necessidades espirituais precisarão ser supridas com o evangelho de Deus, é nesse momento em que o evangelismo precisa ser pregado. Esta visão leva a pensar que ação social e evangelismo nem sempre precisam andar juntos, mas este pensamento tem criado sicotonomia desnecessária que, enfraquece o testemunho verbal da igreja pelo evangelismo, isso não somente impede o crescimento da igreja, mas prova-se autodestrutivo no sentido de que os filhos potenciais do reino não estão reunidos.

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Ação social e evangelismo são duas coisas distintas, contudo fazem parte da missão humana. Não se pode ser apenas evangelista, é preciso atenção para as necessidades espirituais e sociais e até mesma política dos nossos irmãos, além das espirituais.

Há um modo de expressar a relação entre o evangelismo e a ação social, o saber, de que a ação social é “uma parceira do evangelismo”. Como parceiros os dois pertence um ao outro e, todavia, são independentes um do outro. Cada um pertence de pé por si mesmo e existem em seus próprios direitos como uma expressão de amor cristão. 4. ANÁLISE DAS PARCERIAS ENTRE EVANGELISMO E AÇÃO SOCIAL

Até agora ficou bem claro que evangelização e ação social não se relacionam de uma só maneira, mas, pelo menos, de três formas válidas, o fato é que as duas primeiras relações: a ação social é uma ponte para a evangelização e o evangelho proclama a ação social ainda são um pouco argumentadas, como veremos a seguir: 1) Quando se afirma que a ação social pode ser uma ponte para o evangelismo, conclui-se que as ações sociais são uma dissimulação das verdadeiras intenções humanas. Acaba-se fingindo o amor na tentativa de pregar o evangelho; 2) Quando se afirma que o evangelho proclama a ação social, entende-se também que o evangelismo é o mesmo que uma restauração estrutural da sociedade através de ações sociais. Sendo assim, vestir os nus, dar comida aos pobres, lutar por justiça social e política são um cumprimento somente da ação cristã nesse mundo. A verdade é que o evangelho e a ação social devem seguir em parcerias sem um se sobrepor ao outro, pois as três relações não ocorrem necessariamente separadas uma da outra, mas chegam a se fundir de tal maneira que se torna difícil separá-las. As relações mencionadas unem-se através do Evangelho. O Evangelho é a união da qual brotam a evangelização e a ação social. Existe a necessidade de um reconhecimento triplo sobre o evangelismo e a ação social:

* Um reconhecimento de que os dois são parceiros na missão cristã...parceiros distintos, todavia iguais. Nem um é uma escusa para o outro, um manto para o outro, ou um meio para o outro. Cada um existe em seu próprio direito como uma expressão de amor cristão. Ambos devem estar inclusos em algum grau no programa de toda igreja local.* Um reconhecimento de que ambos são responsabilidades de todo cristão como um indivíduo. Todo cristão é uma testemunha, e deve usufruir de todas as oportunidades que tiver. Todo cristão é também um servo, e deve responder aos convites para servir, sem considerá-las como meramente ocasiões para evangelismo. Todavia, a situação existencial freqüentemente irá atribuir prioridade a uma ou outra das duas responsabilidades. Por exemplo, o ministério do bom Samaritano para a vítima dos salteadores não foi encher seus bolsos de tratados, mas derramar óleo em suas feridas. Porque isto era o que a situação demandava.* Um reconhecimento de que, embora ambos sejam parte dos deveres da igreja e dos cristãos, todavia, Deus chama pessoas diferentes para ministérios diferentes e as capacita com dons apropriados. Esta é uma dedução necessária da natureza da igreja como o corpo de Cristo. Embora possamos resistir a polarização entre evangelismo e ação social, não devemos resistir a especialização. Todos não podem fazer tudo. Alguns são chamados para serem evangelistas, outros para serem funcionários públicos, outros para ser ativistas políticos.

5. AS DIVERSAS INTERPRETAÇÕES DE EVANGELIZAÇÃO E AÇÃO SOCIAL

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A verdadeira missão é uma atividade abrangente, que integra evangelização e ação social, recusando-se a divorciá-las uma da outra.Pelo menos durante os últimos trinta anos, a começar na comunidade ecuménica, porém mais recentemente também no mundo evangelical, tem havido uma considerável divergência no que concerne a estas duas responsabilidades. Essa divergência tem sido expressa de diferentes maneiras: como a tensão "entre a ação de Deus na igreja e através desta e tudo o que Deus vem fazendo no mundo aparentemente independentemente da comunidade cristã"; "entre a interpretação vertical do evangelho — como essencialmente preocupado com a ação salvadora de Deus na vida dos indivíduos — e a sua interpretação horizontal — como estando interessado principalmente nas relações humanas no mundo"; entre a busca de Deus pela justificação dos pecadores e a busca de Deus pela justiça nas nações e entre estas; entre redenção e providência, a salvação da alma e o aperfeiçoamento da sociedade. Às vezes a diferença entre estes pontos de vista se evidencia não apenas em tensão, mas até em uma linha divisória entre evangelicais e liberais, cada um deles manifestando uma reação exagerada em relação à posição do outro. Os primeiros tendem a concentrar-se exclusivamente na evangelização, negligenciando a necessidade social, seja ela comida para os famintos ou libertação e justiça para os oprimidos. Os últimos vão para o extremo oposto, tendendo a negligenciar a evangelização ou tentando reinterpretá-la em termos de ação sociopolítica, tais como a humanização de comunidades ou a libertação dos oprimidos. Assim, o estereótipo evangelical tem sido espiritualizar o evangelho, negando suas implicações sociais, enquanto que o estereótipo ecumênico tem sido politizá-lo, negando sua oferta de salvação para os pecadores. Este dualismo tem sido um desastre para toda a sociedade. A maioria dos cristãos (embora nem todos eles) está de acordo quanto a ser a nossa responsabilidade tanto evangelística como social. Por exemplo, em sua palavra de abertura no Congresso Mundial de Evangelização em Berlim, em 1966, o Dr. Cari Henry enfatizou que os cristãos evangélicos têm uma mensagem duplamente relevante para a presente crise social... pois eles conhecem o Deus da justiça e da justificação... Sempre que o Cristianismo é forte na vida de uma nação, ela demonstra interesse tanto na lei como no evangelho, tanto no estado como na igreja, na jurisprudência assim como na evangelização. Ou, usando uma imagem mais forte: "Nós, cristãos, somos o único povo da terra que tem uma vis nos capacita a lidar com o desenvolvimento de sistemas de esgoto e com a salvação de almas com o mesmo prazer." A verdade é que há dificuldade em definir, primeiro, qual é a relação entre evangelização e responsabilidade social, e, segundo, qual o vocabulário que deveríamos usar para expressar essa relação.ão de mundo que integra matéria e espírito, a qual 6. O PROPÓSITO DE DEUS QUANTO A EVANGELIZAÇÃO E A AÇÃO

A partir deste capítulo será abordado o comportamento das igrejas ao longo dos séculos, com respeito á maneira em como ajudaram os necessitados. estudaremos até que ponto um bom trabalho de assistência social pode ser um testemunho prático do amor de Deus na vida dos crentes para com os descrentes. Nas escrituras no Antigo Testamento é descrito que no decorrer da história, Deus sempre demonstrou um grande e especial interesse pelos mais pobres e menos favorecidos, pessoas essas com problemas sociais. Através da leitura do Antigo Testamento Deus não só ordenava o cuidado com os mais necessitados, como inclusive ele diz que julgará a todos que se opuserem a eles:

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Assim diz o Senhor dos Exércitos: Executai justiça verdadeira; mostre bondade e misericórdia cada um a seu irmão. Não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão no seu coração. E eles porem não quiseram atender, e me deram o ombro rebelde, e taparam os ouvidos, para que não ouvissem. Sim fizeram os seus corações duros como diamantes, para que não ouvissem a lei, nem as palavras do senhor dos exércitos enviara pelo seu espírito mediante os profetas que nos precederam. Por isso veio a grande ira do senhor dos exércitos. (Eze. 7:9-12). A preocupação de Deus com os menos favorecidos e as ordens dadas por ele em relação ao cuidado para com essas pessoas leva a ver isso se cumprindo de certa forma por Jesus Cristo. Deus deu aos homens uma grande lição de humildade e de amor pelos pobres, ele enviou seu filho da maneira mais humilde e este veio para cumprir tudo que seu pai ordenara que o povo de Israel fizesse.

O ministério de Jesus, conforme relatado nos evangelhos como memória de fé das primeiras comunidades cristãs, evidencia a primazia da fé em ação, da prática das boas obras, ou seja, da ação social. Um forte exemplo da importância da ação social está na parábola do último julgamento (Mt 25, 31-46), onde Jesus aponta com clareza quem participará do reino preparado desde a fundação do mundo: “Vinde, benditos de meu pai, recebei o reino (...), pois tive fome e me destes de comer, tive sede e me deste de beber, era forasteiro e me recolhestes, estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viste ver-me” (mt 25,35 e 36). Portanto, a relação com Deus “implica conhecê-lo, amá-lo e serví-lo”. Sendo assim, a ação social, como uma das dimensões da fé em ação, é essencial para vivência do evangelho.

Jesus iniciou o seu ministério citando as palavras do profeta Isaías 6.1, dizendo: “O espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me urgiu para evangelizar os pobres, enviou-me para pregar, liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos. (Lucas 4:18)”. Nesta citação, quando Jesus falava da evangelização, parecia que ele cria que esses tipos de pessoas estariam mais sensíveis e perceptíveis a aceitar o evangelho. Jesus foi realmente um grande exemplo para nós, ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de outros, quando aos que mais precisam, estamos tendo a oportunidade de resgatar também o próximo assim como Jesus o fez. Para finalizar essa secção gostaria de frisar que Deus não somente se preocupa com a nossa pureza e santidade, mas também nos exorta a cuidar dos mais desfavorecidos e necessitados. Essa é sem dúvida para Deus uma parte importante da verdadeira religião, ou seja, uma religião não é pura ou verdadeira se não existe amor prático para com os que precisam. Atualmente as igrejas estão muito preocupadas com cultos e rituais, e esquecem que religião não é somente isso e que Deus espera muito mais de nós. Deus é muito crítico quanto á “religião” que se limita a cerimônias religiosas divorciadas da vida real, do serviço em amor e da obediência moral que brota do coração. “E Jesus falava claramente isto: Dar a vara e mandar pescar e não dar o peixe. Então o que Jesus queria dizer, vocês têm que partilhar, porque partilhando, as pessoas vão se sentir amadas. Resgatar a dignidade da pessoa. Ele não quer viver de esmolas. Ele quer ter também”.7. IGREJAS: VISÃO E AÇÃO NO QUESITO AÇÃO SOCIAL E EVANGELISMO.

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A partir de agora será desenvolvida a ação da igreja quanto ao quesito evangelismo e ação social. Para um melhor entendimento é importante destacar que há outros termos que são constantemente confundidos, como sendo sinônimos de ação social. Assistência social e serviço social, por exemplo, têm definições próprias e não podem ser confundidos ao conceito essencial de ação social. Pode-se explicar isto numa breve ilustração bem antiga, que não se sabe quem é o autor. Assistência social é dar um peixe a alguém, serviço social é ensinar-lhe a pescar e ação social é despoluir o rio para que nunca faltem peixes para a pescaria. A tendência geral da igreja tem sido a de “eclesiastizar” seus membros, tornando-os meros cumpridores de programas ou freqüentadores de reuniões. Em geral, nossa evangelização visa “tirar o homem do mundo”, mas nos esquecemos que devemos devolvê-lo ao mundo, transformando, com novas convicções e novos padrões. Isto significa que a igreja deve repensar sua atuação na sociedade, como instrumento de transformação da realidade social que a cerca. O fato é que a maioria das igrejas está realizando somente as seguintes ações beneficentes ra 1) assistência social é a beneficência, que objetiva atender as necessidades imediatas dos seres humanos. Nessa ação é realizada uma evangelização espiritual, sem preocupação e envolvimento com questões sociais, acreditando que o ato simplista de “aceitar Jesus” resolverá todos os problemas do indivíduo; 2) serviços sociais são os projetos que vão além do pão para cada dia. Iniciativas comunitárias, projetos assistenciais, cooperativas, entidades para-eclesiásticas que visam ao crescimento, restauração e recuperação do ser humano. Proporcionar profissão para uma pessoa. Nessa ação é realizada uma evangelização social, que se preocupa com os problemas materiais e omite a necessidade de uma conversão verdadeira, que transforme a natureza do homem. Como igreja do Senhor somos chamados não apenas a desenvolver uma preocupação social e para prestar serviços sociais, mas também para uma ação social efetiva. Este, porém não é um caminho fácil. Alguns cristãos conservadores consideram o evangelismo como a missão exclusiva da igreja. A maioria dos missionários saiu para o mundo unicamente como arrebatadores de almas e plantadores de igrejas. O fato atual é que muito deles estão muitas vezes envolvidos em atividades sociais que são consideradas secundárias. Precisamos nos livrar da miopia que tem prejudicado nossa missão nesse mundo. Na maioria das vezes, quando pensamos em nossa missão como igreja do Senhor vemos apenas o aspecto evangelístico como nossa missão. Em conseqüência, matemos uma dívida com o mundo que sofre de fome e com toda sorte de injustiças sociais. O fato é que as igrejas não se omitem a realizar serviços sociais e respondem com iniciativas, como a criação de instituições sócio-econômicas e promoção de solidariedade. Todavia, a ação das igrejas na esfera sócio-assistencial gerou novos questionamentos: Em que medida a população deve enquadrar-se nas normas e critérios estabelecidos pela instituição filantrópica mantida pelas igrejas, que defendem e pregão princípios doutrinários e valores e espiritual? E até que ponto o atendimento á população carente não está condicionada aos princípios e valores religiosos dos voluntários e/ou funcionários que pautam suas ações de caridade? 8. CONCILIANDO EVANGELIZAÇÃO E AÇÃO SOCIAL NA IGREJA DE HOJE

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A igreja, para cumprir sua missão integral, deve procurar as carências do mundo que a cerca para suprí-las com uma ação social eficiente, consistente e duradoura. Em termos de missão integral da igreja, a prioridade é a evangelização. Essa prioridade, porém, não exclui outras facetas. Alguns radicalizando essa visão partiram para exclusivamente evangelizar, porém sem a ação social temos uma realização de missão, mas não integral. Missão integral é mais do que evangelismo e assistencialismo é saber utilizar ambos para atingir tudo o que Jesus tinha em mente, quando fundou a igreja. Quando se pensa em missão integral da igreja, deve-se enxergar suas duas facetas, evangelização e ação social e vice-versa. Portanto, a ação social não pode ser vista ou compreendida apenas como dever, no sentido de uma obrigação formal e farisaica, pois ela é parte integrante da missão da igreja e deve ser acolhida como fruto natural de uma fé integrante. Quando houver plena conciliação, será observado que essas duas funções da igreja de Cristo, são partes de um mesmo conjunto, voltado ás necessidades integrais do ser humano, porém é preciso vencer as dificuldades e mostrar as vantagens dessa união. 8.1 Dificuldades para conciliação na igreja

Não é uma tarefa simplória realizar a conciliação proposta entre evangelização e ação social, a história cristã demonstra isso. Situações cômodas, onde se tem que mudar atitudes, profeticamente combater a injustiça, proclamar a verdade, é preciso ter disposição real de mudança. As igrejas vivem em eterna concorrência para atrair e ganhar fiéis e usam a ação social para atrair pessoas, embora a ação social precisa andar junta, de mãos dadas com a evangelização, não deve ser usada como isca, atrativo. O maior problema hoje, entretanto, está na ação social. É muito raro ver igrejas ou crentes verdadeiramente envolvidos numa ação social. Em geral a igreja se omite e mesmo desencoraja seus membros a cerca de envolvimentos em causas políticas que visem modificar ou mesmo derrubar estruturas injustas. Precisamos abrir nossos olhos para o mundo miserável em que vivemos. A igreja do Senhor não pode ver os homens de forma reduzida, como se eles necessitassem apenas de salvação. A salvação supre apenas uma das necessidades do homem (e a mais importante): a sua paz com Deus, entretanto, não podemos pregar a salvação sem dar a mínima para a fome que lhe atormenta. Nossa piedade precisa ser expressa com amor. Precisamos levar a paz sem nos esquecer de saciar as necessidades dos homens (cf. Tiago, 2:15, 16). Muitos cristãos ainda realizam a caridade, como possibilidade de demonstrar perante a sociedade um caráter nobre e bondoso e não, como possibilidade de fortalecer os laços de solidariedade entre os membros de uma comunidade. Além dos citados acima, muitos são os fatores que impedem um maior envolvimento da igreja com as questões sociais, e vão desde a falta de compromisso dos crentes até a falta de conversão verdadeira, porém, três fatores merecem destaque: o fanatismo religioso, a religião secularizada e as segundas intenções: 1) O fanatismo religioso: o homem religioso é aquele que aprendeu a valorizar os significados espirituais que possui dentro de si, porém, quando esses significados passam a tomar sentido tão elevado, a ponto de fazê-lo se esquecer ou ignorar as outras áreas de sua vida, surge então o fanatismo. A isso também chamamos de alienação social. A alienação social é ainda motivada por dois fatores: - Medo de castigos espirituais caso não sigam todas as orientações da igreja;

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- Fascinação descontrolada pelas coisas espirituais, que impede a pessoa de enxergar outras áreas da vida. Muitos aderentes desta visão consideram o envolvimento social como uma mudança indevida de legitimar o ilegítimo. O mundo para eles é mau e irrecuperavelmente corrupto. Os crentes devem afastar-se dele para evitar a contaminação. A alienação social é ainda motivada por dois fatores: - Medo de castigos espirituais caso não sigam todas as orientações da igreja; - Fascinação descontrolada pelas coisas espirituais, que impede a pessoa de enxergar outras áreas da vida. Muitos aderentes desta visão consideram o envolvimento social como uma mudança indevida de legitimar o ilegítimo. O mundo para eles é mau e irrecuperavelmente corrupto. Os crentes devem afastar-se dele para evitar a contaminação.

8.2 Vantagens da conciliação para igreja

Ao colocar-se em prática, um equilíbrio entre evangelização e ação social, vários resultados serão imediatamente percebidos, tanto no individual quanto no coletivo. O futuro será resultado de um evangelho balanceado com evangelização e ação social, o debate da igreja hoje, não pode ser questões já discutidas por teólogos há anos. As questões de angeologia, detalhes sobre o céu e outras teologias embaçadas são secundárias, a questão hoje, do aqui e agora é a violência, a arbitrariedade, exploração do trabalho e outras questões que estão nas manchetes dos jornais. Isso sim deve permear os sermões, estudos, palestras, isso é contemporaneidade, grande vantagem de se vivenciar um evangelho balanceado. A sociedade atual necessita da pregação de um evangelho comprometido com questões vivenciais, não apenas teórico. O Evangelho para a atualidade há de manifestar-se através de uma nova forma, como um lêvedo nas questões humanas e sal da terra verdadeiramente, um poder consciente, efetivo e responsável, na vanguarda social, em contato direto com a causa do homem no mundo, na batalha dos valores fundamentais da vida. Quando a igreja equilibra a evangelização com a ação social, trabalhará conseqüentemente com pessoas e realizará sua missão com bastante propriedade. O reconhecimento da comunidade virá á igreja que não só prega o Evangelho, mas o pratica através de um plano de ação consistente. Isso é uma grande vantagem advinda da correta realização da missão multifacetada da igreja.

9. MOBILIZAÇÃO DA IGREJA PARA AÇÃO

Analisando as questões acima, fica claro que as vantagens compensam as dificuldades e mais ainda estimulam a que se busque equilíbrio, afim de não se tornar uma igreja doente, sem vida, apática com as questões e dificuldades do homem moderno. Foram apresentadas as dificuldades e as vantagens da conciliação entre evangelização e ação social.Agora será analisado como efetivamente realizar, ou tentar realizar, na prática para que essa conciliação dê certa. A princípio, para desenvolver uma mentalidade sócia responsável a igreja terá que, primeiramente, evitar tanto fanatismo quanto a secularização, isto é, deve exercer

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influência na vida comum sem se tornar socialmente alienada. Abaixo serão apresentados outros fatos para ação da igreja:

9. MOBILIZAÇÃO DA IGREJA PARA AÇÃO

Analisando as questões acima, fica claro que as vantagens compensam as dificuldades e mais ainda estimulam a que se busque equilíbrio, afim de não se tornar uma igreja doente, sem vida, apática com as questões e dificuldades do homem moderno. Foram apresentadas as dificuldades e as vantagens da conciliação entre evangelização e ação social.Agora será analisado como efetivamente realizar, ou tentar realizar, na prática para que essa conciliação dê certa. A princípio, para desenvolver uma mentalidade sócia responsável a igreja terá que, primeiramente, evitar tanto fanatismo quanto a secularização, isto é, deve exercer influência na vida comum sem se tornar socialmente alienada. Abaixo serão apresentados outros fatos para ação da igreja:

9. MOBILIZAÇÃO DA IGREJA PARA AÇÃO

Analisando as questões acima, fica claro que as vantagens compensam as dificuldades e mais ainda estimulam a que se busque equilíbrio, afim de não se tornar uma igreja doente, sem vida, apática com as questões e dificuldades do homem moderno. Foram apresentadas as dificuldades e as vantagens da conciliação entre evangelização e ação social.Agora será analisado como efetivamente realizar, ou tentar realizar, na prática para que essa conciliação dê certa. A princípio, para desenvolver uma mentalidade sócia responsável a igreja terá que, primeiramente, evitar tanto fanatismo quanto a secularização, isto é, deve exercer influência na vida comum sem se tornar socialmente alienada. Abaixo serão apresentados outros fatos para ação da igreja:

9. MOBILIZAÇÃO DA IGREJA PARA AÇÃO

Analisando as questões acima, fica claro que as vantagens compensam as dificuldades e mais ainda estimulam a que se busque equilíbrio, afim de não se tornar uma igreja doente, sem vida, apática com as questões e dificuldades do homem moderno. Foram apresentadas as dificuldades e as vantagens da conciliação entre evangelização e ação social.Agora será analisado como efetivamente realizar, ou tentar realizar, na prática para que essa conciliação dê certa. A princípio, para desenvolver uma mentalidade sócia responsável a igreja terá que, primeiramente, evitar tanto fanatismo quanto a secularização, isto é, deve exercer influência na vida comum sem se tornar socialmente alienada. Abaixo serão apresentados outros fatos para ação da igreja: Carências diferentes, mensagem diferente, mas com a mesma essência, Jesus Cristo é o salvador e único Senhor. Ricos e pobres possuem as mesmas necessidades físicas, espirituais e emocionais. Por isso deve-se pregar ao espírito, mas também aos doentes psicossomáticos, traumatizados pelo passado psicóticos, neuróticos, portanto necessidades que não podem ser preenchidas somente com cultos e outras atividades “espirituais”.

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Emprego, casa, transporte, comunicação, alegria, saúde, são necessidades que não podem ser ignoradas pela igreja na sua pregação que envolva evangelização e ação social. Somente sendo igreja no seu sentido mais completo, bíblico, no molde de Jesus Cristo, será viabilizado algo que trabalhe essa realidade sempre com evangelização e ação social. Diante do exposto, a igreja há que ser total, pois o homem é total. A concepção do indivíduo, enquanto pessoa, e a tutela do valor da dignidade de cada um não se podem sustentar, sem que sejam fundadas sobre a idéia de Deus “. Ora, o homem é a via da igreja. A igreja deve aprender do homem, mas ele não se compreende a si mesmo senão em Cristo e, sem ele, (o homem) não consegue construir a própria cidade”.A doutrina social da igreja, que desabrocha do ser da igreja, desabrocha também do ser do homem e, na unidade sintética da vida, essa representa um extraordinário instrumento de diálogo entre a igreja e o mundo.

11. PROPOSTAS DE PROJETOS EVANGELÍSTICOS-SOCIAIS

Como já foram abordadas as definições e as bases da evangelização e ação social, suas dificuldades e vantagens no equilíbrio de sua aplicabilidade, o destinatário (o ser humano) e sua integralidade e da sua necessidade de também ser integral o agente, no caso a igreja, neste ponto final, a ênfase será na prática. As obras sociais ofertadas e assistidas pela igreja devem priorizar os necessitados. Há alguns grupos que merecem destaque: 1) Idosos: Por valorizar apenas o produtivo, os “velhos” são considerados um transtorno. Ás vezes são tratados como se fossem um peso insuportável para a família. A sensação se inutilidade provoca até enfermidades, levando-os a morrerem antes do tempo. A igreja diante disso, deve enxergar uma grande possibilidade de se desenvolver nos ministérios de terceira idade. O evangelismo com o idoso deve enfocar suas necessidades psicológicas e físicas. 2) Encarcerados - É desumana a superlotação das prisões brasileiras. Com isso, há fugas, pactos de morte, rebeliões, destruição do patrimônio público e constantes ameaças aos funcionários, fazendo-os de reféns. A igreja poderia contribuir muito com advogados membros e outros que se disponham a ajudar visando; assistência médica, sistema penal adequado à recuperação, principalmente quando se tratar de menores, lutar por agilidade nas decisões judiciais e pela igualdade da justiça para todos. 3) Prostituídos - Hoje é normal encontrar em classificados, tanto homens como mulheres oferecendo serviços sexuais com normalidade. Essa atividade os expõe a doenças e todo tipo de abuso. Como causa, podem ser citados: pobreza, violência familiar, falta de orientação familiar, desemprego, experiências sexuais traumáticas e outros. Sempre haverá prostituição, porque há uma grande demanda. A sociedade cultua 4) Enfermos - Como se não bastasse o sofrimento da doença em si, o enfermo sofre com o abandono, sentimento de inutilidade, medo e principalmente com a falência do sistema público de saúde no Brasil. Há hospitais filantrópicos, evangélicos, mas são poucos para cooperar efetivamente. Pode-se evangelizar através de boas obras no sentido de socorrer ambulatorialmente necessitados que estejam enfermos e trabalhar educativa e profilaticamente.o erótico, o machismo, a falta de educação sexual e a igreja devem se levantar contra isso e se colocar á disposição dos que desejarem sair dessa atividade. 5) Deficientes - Todas as dificuldades para os deficientes, advém principalmente do preconceito. A oportunidade de amá-los gratuitamente é uma chance da igreja mostrar o amor de Jesus. Evangelizar através do amor é uma proposta para

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alcançar deficientes. Não esquecendo de ter propostas práticas para facilitar a vida dos deficientes ao alcance da igreja local. 6) Alcoólatras e drogados – Os estado tem reconhecido oficialmente o trabalho dos evangélicos na recuperação de drogados e alcoólatras em diversas instituições. Elas estão no caminho certo, conciliador entre a pregação e a prática.

A questão é que há poucas instituições e muitos necessitados. Deve-se expandir esses projetos e consolidá-los como solução às drogas, já outras propostas práticas como recolocação no mercado de trabalho, auxílio com alimentos a desempregados, cursos de idiomas e informática dentre outros. 5) Deficientes - Todas as dificuldades para os deficientes, advém principalmente do preconceito. A oportunidade de amá-los gratuitamente é uma chance da igreja mostrar o amor de Jesus. Evangelizar através do amor é uma proposta para alcançar deficientes. Não esquecendo de ter propostas práticas para facilitar a vida dos deficientes ao alcance da igreja local. 6) Alcoólatras e drogados – Os estado tem reconhecido oficialmente o trabalho dos evangélicos na recuperação de drogados e alcoólatras em diversas instituições. Elas estão no caminho certo, conciliador entre a pregação e a prática.

A questão é que há poucas instituições e muitos necessitados. Deve-se expandir esses projetos e consolidá-los como solução às drogas, já outras propostas práticas como recolocação no mercado de trabalho, auxílio com alimentos a desempregados, cursos de idiomas e informática dentre outros. A igreja deve manter o seu status ao chamar as autoridades políticas para ajudar na promoção da verdadeira religião e até mesmo para reforçar a disciplina aclisiástica. Calvino defendia o encorajamento do estado pela igreja para defender os pobres e fracos contra ricos e poderosos. Este ponto é muito importante para nós nos dias atuais porque coloca a igreja contra toda injustiça econômica e torna claro que a pregação do evangelho está ligada com a demanda para uma justiça social. Um justo e bem equilibrado governo será distinguido por manter os direitos dos pobres e dos aflitos. Na nossa igreja nós seguimos a palavra de Jesus nosso mestre, então nós temos que lutar por isso também. Pela igualdade social para tosar as questões que envolvem os problemas sociais, a fome, a falta da moradia, o problema da terra. As pessoas interpretam mal e dizem que a igreja não devia se envolver com isso, que a igreja não deve se envolver em política, mas deve sim, porque a igreja tem que ter seus representantes lá dentro da política também.Segundo a proposta do governo, é necessário que a sociedade se torne parceira do Estado, partilhando com ele o enfrentamento das desigualdades sociais. Essa parceria deve envolver a solidariedade de organizações não-governamentais e populares, sindicatos, universidades, igrejas e empresas. O Estado perde a primazia na responsabilidade da questão social. As instituições eclisiásticas são o que é chamado em administração pública, administração descentralizada, ou seja, são criadas para fazer algo que o estado não tem tempo e recursos para fazer. Quando este trabalho, propor a igreja fazer, não significa necessariamente instituição local, burocrática e sim o crente enquanto participante do reino de Deus.Dessa forma, em nome da caridade foram, e ainda são, construídas associações filantrópicas como asilos, albergues, creches, cujo fundamento são os valores quer da filantropia, quer da caridade cristã, com este espírito, presta-se assistência material áqueles que nada possuem. Muitas dessas associações filantrópicas institucionalizaram-se formulando estatutos, adotando normas e critérios para o atendimento, em busca de

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recursos da comunidade e do Estado, tais como doações e isenções de impostos, para ampliação dos seus serviços. São muitas as dificuldades e nunca conseguiremos mobilizar a igreja toda, e de modo satisfatório, mas podemos envolver uma grande parcela da igreja e de maneira crescente. A área “Social” é um excelente meio de envolver pessoas e levá-las a desenvolver os seus dons. Deus nos tem dado a graça de envolver um número enorme de crentes que amam a obra social e que oferecem parte do tempo e talentos para o Senhor.

13. AÇÕES SOCIAIS E A IGREJA A seguir serão citados alguns exemplos de obras cristãs que contribuem para o desenvolvimento social: Ação comunitária Batista; Amparo ao Menor Carente; Associação beneficente Evangélica da Floresta imperial; Associação Evangélica beneficente Luterana; Associação beneficente Luterana de Pelotas; Associação beneficente de São Paulo; Centro Educacional para deficientes auditivos; Centro integrados de Missões; Diaconia; Federação de órgãos de assistência social e educacional; Fundo cristão para crianças; Instituição Bethesda; Instituto Paulista de promoção humana; ABU (secretaria de diaconia); Algumas merecem destaque pelo muito que realizam:VISÃO MUNDIAL - A Visão Mundial é uma instituição humanitária cristã, presente em mais de 100 países, que atua no Brasil há 22 anos através de projetos sociais desenvolvidos junto a comunidades pobres, nos quais a criança é o foco principal. Neste tempo, a Visão Mundial já beneficiou diretamente mais de 60 mil crianças e, mais de 3,5 milhões de brasileiros com seu trabalho. Através do sistema de apadrinhamento (R$ 25,00), no qual qualquer pessoa pode patrocinar o desenvolvimento de uma criança empobrecida, a Visão mundial levanta recursos que são aplicados na comunidade onde a criança está inserida. Mantém escolas, médicos, ensina ofícios e dá todo o suporte necessário para o desenvolvimento humano integral beneficiando, diretamente, não só as crianças apadrinhadas, mas toda a comunidade. PROJETO AMOR - Idealizado pelo Pr. Veloso ainda na sua juventude, funciona desde 1978 recuperando drogados. Segundo o Pr. Veloso, 60 % dos 5.000 jovens que por lá estiveram, foram recuperados. Também foi implantado ambulatório médico e dentário, além de ambulâncias para remoções gratuitas, na região sul paraibana. Há duas escolas de informática com cerca de mil alunos que melhoram suas perspectivas quanto ao futuro em aulas grátis de informática.AVIÃO HOSPITAL DA OPERAÇÃO BÊNÇÃO - A OPERAÇÃO BÊNÇÃO no Brasil, realizou em 10 dias de trabalho, um atendimento a 12 mil pessoas. Com 128 profissionais envolvidos, 5 milhões de dólares investidos e 70 toneladas de remédios e equipamentos, realizou 800 cirurgias. Pertence à entidade americana dirigida pelo Pastor Pat Robertson - pregador mundialmente conhecido graças ao programa de TV Clube 700 - e ficou estacionada num hangar do Aeroporto de Recife entre os dias 24 de maio e 06 de junho.

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A OPERAÇÃO BÊNÇÃO é uma entidade sem fins lucrativos que proporciona ajuda humanitária (alimentos, remédios, roupas e assistência financeira) para socorrer pessoas carentes e vítimas de desastres no mundo inteiro, movimentando quase US$ 500 milhões em donativos e fundos complementares de outras organizações. Atendem mais de 130 milhões de pessoas em 71 países. VINDE - A VINDE atua em atividades de cunho social e assistencial, como o projeto Atitude e Solidariedade, que levava alimentos e roupas para a população de rua, e a campanha pelo desarmamento no Rio. Como fruto dessa visão, patrocinou a Casa da Paz, Centro Comunitário instalado no local onde vivia uma família de evangélicos assassinada na Chacina de Vigário Geral, em 1993. O maior projeto social-evangélico já executado no Brasil, é realizado pela VINDE. A Fábrica de Esperança, inaugurada em dezembro de 1994, que se tornou um marco de Ação Social Cristã, tem apresentado frutos consistentes. A parceria entre a sociedade e a iniciativa privada, tem sido bem sucedida. Atua com mais de 50 projetos simultaneamente. Creches, oficinas profissionalizantes, consultórios médicos e cursos. Estes projetos são apenas alguns exemplos de instituições que conseguiram enxergar a necessidade da Missão Integral da igreja. E que a evangelização e a ação social, equilibradamente, conciliada, sejam realidades constantes, para o cumprimento fiel da Missão dada por Jesus Cristo à sua Igreja.14. AÇÃO SOCIAL, EVANGELIZAÇÃO, IGREJA E RENOVAÇÃO SOCIAL

São muitas as dificuldades e nunca conseguiremos mobilizar a igreja toda, e de modo satisfatório, mas podemos envolver uma grande parcela da igreja de maneira crescente. Todos nós temos dificuldades diante de mudanças e precisamos estar muito abertos para aceitar novos paradigma. Toda mudança implica rompimento com modelos anteriores, muitos bem firmados e amplamente comprovados nas experiências diárias. Por isso tememos mudanças, e elas geram medo, insegurança e muitas vezes preferimos nos aquietar que previamente temos estabelecido. Mas, nem sempre esses modelos devem permanecer, e deve haver uma mente aberta para se ver um novo e melhor modelo.

O problema é que a nossa mente tende a pensar como verdadeira e melhor a primeira idéia e não nos damos conta do fato que pode haver uma idéia melhor. Precisamos estar abertos para novos modelos na mobilização do povo de Deus, e mesmo na forma de ser como igreja de Cristo. Precisamos, no entanto, de muita sabedoria para administrar estas mudanças, nunca nos esquecendo do amor cristão que deve ditar a nossa maneira de agir como líderes. Mudanças abruptas e impostas trarão mais malefícios do que benefícios, ainda que o modelo seja excelente. Não podemos, querer que, num momento, toda a igreja veja o que nós estamos vendo, mas trabalhar paciente e perseverantemente para levá-la a enxergar o que estamos enxergando. Mas acima de tudo é na Doutrina da Graça que encontramos um impulso decisivo na influência da igreja numa sociedade marcada pela concorrência, pela competição, pelo salve-se quem puder. Perante uma cultura em que o ter e o fazer têm prevalência sobre o ser e em que este está á mercê daqueles, o Evangelho não é apenas um enunciado de boas intenções ou o discorrer de uma filosofia própria de contos de fadas, de utopias ou de mitologias. O Evangelho é próprio de Deus, criador dos Céus e da Terra, o Senhor de todo o Universo, entrando na história dos homens, despindo-se da sua glória,

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esvaziando-se de todo o seu esplendor, abrindo mão dos seus atributos de omnisciência, omnipotência e omnipresença, para viver entre nós como homem e entre nós privilegiar nos seus contatos e amizades os mais pobres, os mais negligenciados, os mais rejeitados, amaldiçoados, injustiçados, oprimidos, esmagados. Esta sim é quanto a nós a marca por excelência da influência cristã na sociedade pré-moderna, moderna e pós-moderna. “(...) Quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.(Coríntios 10:31) “E tudo que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graça a Deus Pai”.(Colossenses 3:17) “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não para homens”.(Colossenses 3:23) Não hesito em dizer que uma igreja fora do mundo é uma igreja que desertou. Não hesito em afirmar que o lugar da igreja é no mundo, bem como insisto em dizer que é necessário trazer o mundo pra dentro da igreja. Porque só a igreja como instrumento da graça de Deus tem recursos para salvar o mundo, ou seja, a política, a indústria, a lavoura, o trabalho e tudo que é do homem. Porque no momento há uma situação grave, periclitante no grande conflito entre o reino de Deus e o reino das trevas: o princípio do mal está usando aquilo que é do homem – o comércio, a política, o magistério e outras coisas mais – para degradar, destruir e explorar o homem. A igreja tem a obrigação de trazer todas essas coisas para junto de si e resgata-las para o serviço do Senhor, para o benefício da salvação e felicidade do homem. Não estou dizendo que a igreja tem que entrar no comércio, na indústria e na política ou em qualquer outra atividade humana, mas que o crente tem que ser homem dentro do mundo, fazendo suas atividades do homem para exercê-las como instrumentos da vida, alegria, libertação e felicidade, e não de morte e degradação do homem. Se fosse para ficarmos alheios, o Senhor não teria pedido ao Pai: “Não rogo que os tires do mundo mas que os livre do mal. 15. OBJEÇÕES FINAIS A SEREM CONSIDERADAS

Embora a base bíblica para a parceria entre evangelização e responsabilidade social pareça estar bem estabelecida, levantam-se contra ela diversas objeções. A seguir serão apresentadas cinco objeções que serão analisadas, desenvolvidas e respondidas por cristãos:

1) Não seria melhor os cristãos se conservarem longe da política? Nossa resposta a esta primeira objeção depende em grande parte da conotação que dermos à palavra "política". Se a tomarmos em sua definição mais restrita (no sentido de políticas e programas em favor de mudanças legislativas, desenvolvidos por partidos políticos), então os cristãos não deveriam se envolver, a menos que estejam preparados para desempenhar esse papel. Política é coisa para políticos que já têm a experiência necessária. Não existe coisa mais embaraçosa do que ver um cristão dando palpites sobre questões políticas sem ter conhecimento do assunto. A definição mais ampla de "política", porém, refere-se a vida da polis, a cidade, e à arte de viver juntos em comunidade. Neste sentido, todos nós estamos envolvidos em política, uma vez que Jesus nos chama a viver no mundo secular. Aí temos de admitir que só serviço social não basta. Batalhar (e mesmo promover agitações) em favor de mudanças legislativas é uma expressão essencial de amor ao próximo. 2) Isto não seria voltar ao velho "evangelho social”?

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Não, não é. Nós precisamos estabelecer uma distinção entre o evangelho social do liberalismo teológico desenvolvido por Walter Rauschenbusch e seus amigos no começo deste século e as implicações sociais do evangelho bíblico.

O "evangelho social" tentava identificar o reino de Deus com a sociedade socializada, e então falava de ação sociopolítica em termos de "construir o reino de Deus na terra". Era uma visão orgulhosa, autoconfiante e utopista. Mas as implicações sociais do evangelho bíblico são diferentes. Uma vez que passamos a ser novas criaturas em Cristo, tornando-nos membros de sua nova sociedade, recebemos dele a responsabilidade de impregnar 3) Essa preocupação social não é o mesmo que "teologia da libertação"? Não, mais uma vez, não é. Nossa principal crítica à teologia da libertação, é que ela pretende igualar a libertação social, política e econômica dos seres humanos com a "salvação" que Cristo veio conquistar com sua morte e ressurreição. Além disso, ela tende a endossar as teorias marxistas (especialmente a sua análise social) e desposar a violência. Tendo dito isto, a completa libertação do ser humano de tudo aquilo que o oprime, diminui ou desumaniza é certamente agradável a Deus, o seu Criador, mas colocar "libertação" material e "salvação" no mesmo nível de igualdade é distorcer e deturpar a Escritura.a velha s 4) Não seria impossível esperar uma mudança social sem que as pessoas se convertam? Mais uma vez, a resposta é não. Evidentemente, nós queremos que as pessoas se convertam. Mas Jesus Cristo, através de seu povo, tem tido uma influência enorme sobre a sociedade como um todo. A legislação pode garantir melhorias na sociedade, embora ela não converta as pessoas ou as torne boas. Até os seres humanos caídos guardam suficientes vestígios da imagem divina, a ponto de preferirem a justiça à injustiça, a liberdade à opressão e a paz à violência. Martin Luther King estava certo ao dizer: A moralidade não pode ser legislada, mas o comportamento pode ser regulado. Os decretos judiciais podem não mudar o coração, mas podem impor limites a quem não tem coração... A lei não pode fazer um empregador me amar, mas pode impedi-lo de recusar-se a empregar-me por causa da cor da minha pele.

5) Será que o comprometimento com a ação social não irá nos desviar da evangelização? Sim, pode até ser; mas não é preciso. Nós certamente precisamos nos precaver quanto a esta possibilidade.Mas se nós vivermos a luz da morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, os motivos que nos movem a evangelizar serão continuamente renovados nessa fonte perene. E principalmente o fato de Cristo ter sido elevado ao supremo lugar de honra nos haverá de inspirar, fazendo-nos ansiar que lhe seja dada a glória devida ao seu nome. E então a ação social, longe de desviar-nos da evangelização, irá torná-la mais efetiva, conferindo ao evangelho mais visibilidade e mais credibilidade.ociedade, funcionando 16. CONCLUSÃO

Depois de ter feito este estudo, baseado em uma pesquisa feita a Palavra de Deus e também a vários livros, escritos por autores consagrados ao evangelho, concluiu-se que

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Evangelização é, portanto, a ação de transmitir Evangelho, que é basicamente “boas novas” e Evangelismo é todo o sistema utilizado no processo evangelístico. Como vimos Deus sempre se interessou por a causa dos pobres e oprimidos, desde os primeiros homens até aos nossos dias. Jesus mesmo veio de entre os pobres para anunciar a salvação a todos os homens, e ele não buscava para seus discípulos, somente pessoas ricas ou capacitadas, mas também homens que eram pobres e humildes, mas que tinham nos seus corações um grande desejo de servir. Eu creio que Deus ordena à sua igreja e a todos os cristãos, a que ajudem e preguem o evangelho aos pobres, não só pelas necessidades grandes que eles têm, mas também porque são pessoas mais prontas a aceitar o evangelho. Creio que não precisamos ir longe de nossas casas e igrejas para por este ministério em prática, o mundo hoje é um grande campo missionário neste sentido e nós só temos que seguir o exemplo que Jesus nos deixo para esta como sal e Que este trabalho desperte e sirva para que entendamos a necessidade que as igrejas têm de pôr este ministério em funcionamento, e com certeza que, se isso acontecer em nossas igrejas, acredito que a acção social, pode ser usada por Deus como um ministério de despertamento do evangelho para o nosso país. Concluiu-se que Evangelização é, portanto, a ação de transmitir Evangelho, que é basicamente "boas novas" e Evangelismo é todo o sistema utilizado no processo evangelístico. Definiu-se Ação Social como mais profunda que Assistência social e Serviço social, procurando ir às causas da violência, desigualdades sociais, desrespeito aos direitos humanos, desemprego, concentração de terras, rendas, e tudo que colaborar com a miséria social e econômica . Confirmou-se que Missão integral é mais do que evangelismo e assistencialismo. É saber utilizar ambas para atingir tudo o que Jesus tinha em mente, quando fundou a Igreja. A Missão integral da Igreja implica a comunhão dos redimidos, a adoração, a edificação, a evangelização e o serviço enquanto ações concretas de amor ao próximo. No decorrer do trabalho foi tratado de como realizar a conciliação entre evangelização e ação social, suas dificuldades e vantagens. luz. A Missão integral da Igreja implica a comunhão dos redimidos, a adoração, a edificação, a evangelização e o serviço enquanto ações concretas de amor ao próximo. No decorrer do trabalho foi tratado de como realizar a conciliação entre evangelização e ação social, suas dificuldades e vantagens.

Mas as dificuldades, embora reais, foram colocadas em segundo plano, diante das excelentes vantagens surgidas do correto balanceamento da evangelização e ação social. As vantagens compensam as dificuldades e mais ainda, estimulam a que se busque equilíbrio, afim de não se tornar uma igreja doente, sem vida, apática com as questões e dificuldades do homem. 17. REFERÊNCIAS

BECKTT, Fran. Traduzido do manual "Love in Action". Londres: The Shaftesbury Society.

CAVALCANTI, Robinson. Igreja: agencia de transformação histórica. São Paulo: Vinde, 1987.

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Comissão de Lausanne. Tive fome um desafio a servir a Deus no mundo. São Paulo: ABU. 1983. 10 v., v.1.

Comissão de Lausanne. Evangelização e responsabilidade social. (Evangelism and social responsability). Trad. José Gabriel Said. São Paulo: ABU. 1983. 10 v., v.2. .

FOLCH, G. Cirilo. Antologia dos santos padres. 2ª ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1979

GALLARDO, José. O caminho Bíblico da justiça. (The Way of Biblical Justice). Trad. Michele Rae Rizoli. Campinas-SP: Associação evangélica Menonita, 1983.

SNYDER, Howard. Vinho novo odres novos. (The Problem of Wineskins Today). Trad. Norio Yamakami, Lucy Hiromi Kono Yamakami e Daniel Yoshmito. São Paulo: ABU,