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SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE CEARÁ HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ANA CECILIA SILTON TORRES NOGUEIRA DOR NA PERNA DO ATLETA: APRESENTAÇÃO DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS EM EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FortalezaCE 2016

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SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE CEARÁ

HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

ANA CECILIA SILTON TORRES NOGUEIRA

DOR NA PERNA DO ATLETA: APRESENTAÇÃO DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS EM EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Fortaleza–CE

2016

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ANA CECILIA SILTON TORRES NOGUEIRA

DOR NA PERNA DO ATLETA: APRESENTAÇÃO DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS EM EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital Geral de Fortaleza – HGF, como requisito parcial para conclusão da residência médica, sob orientação do Dr. Rodrigo de Castro Luna

FORTALEZA- CE

2016

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ANA CECILIA SILTON TORRES NOGUEIRA

DOR NA PERNA DO ATLETA: APRESENTAÇÃO DOS PRINCIPAIS

DIAGNÓSTICOS EM EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Análise de exames de Ressonância Magnética de atletas com relato clínico

de dor na perna, obtidos no período de 2010 a 2015. Realizado revisão bibliográfica

sobre os diagnósticos encontrados nos exames de imagem estudados, utlizando

artigos científicos publicados nos periódicos de maior relevância em Radiologia e

Diagnóstico por Imagem. Área de concentração: Radiologia

Aprovada em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________

Dr. Rodrigo Luna de Castro

Orientador

Radiologista com Especialização em Musculoesquelético

Preceptor da Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem do HGF

_____________________________________

Dr. Carlos Leite de Macêdo Filho

Radiologista- Coordenador da Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por

Imagem do HGF

_____________________________________

Dr. Daniel Gurgel Fernandes Távora

Radiologista- Preceptor da Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por

Imagem do HGF

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DEDICATÓRIA

A Deus, pela conquista de mais uma etapa em minha vida profissional.

À minha família, por todo apoio e incentivo durante minha caminhada pela

busca do conhecimento e realização profissional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador, Dr. Rodrigo de Castro Luna, pelos

ensinamentos transmitidos e pela paciência e disponibilidade a mim dispensadas.

Ao Dr. Carlos Leite de Macêdo Filho, coordenador da Residência Médica em

Radiologia e Diagnóstico por Imagem do HGF, por sua dedicação ao serviço e pelo

estímulo constante de seus residentes.

Aos demais preceptores do Centro de Imagem do HGF, por toda dedicação

e por todos os conhecimentos repassados.

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RESUMO

Dor na perna é uma condição frequente em atletas recreacionais ou

profissionais, apresentando amplo diagnóstico diferencial. Sua causa pode estar

relacionada a injúrias musculotendíneas, lesões de estresse ósseo, neuropatias,

além de causas tumorais.

A Ressonância Magnética (RM), método de escolha para avaliação do

sistema músculo esquelético, exerce um importante papel no diagnóstico diferencial

das possíveis causas de dor na perna do atleta, sendo necessária para determinar a

severidade (estadiamento) da injúria e com isso ajudar o planejamento da

terapêutica, bem como para controle das diferentes lesões durante e após o

tratamento, beneficiando o retorno do atleta às atividades esportivas.

Apresentamos uma revisão bibliográfica de como se manifestam, em

exames de RM, as principais patologias incluídas no diagnóstico diferencial de dor

na perna do atleta que podem ser diagnosticadas de forma precoce e precisa

através desse método de imagem.

Palavras-chaves: Dor na perna, atleta, Ressonância Magnética.

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ABSTRACT

Leg pain is a common condition in recreational and professional athletes,

which has a quite abroad differential diagnosis. It can be related to

musculotendinous injury, to the stress injuries to bone, neuropathies and tumoral

causes.

Magnetic Resonance Imaging (MRI), the imaging method of choice for

skeletal muscle, plays an important role in differentiating among the many possible

causes of leg pain and is necessary in determining degree of injury and thereby help

in planning the therapy and for control of different injuries during and after treatment

as well, benefiting the athlete's return to sports activities .

We present a literature review of imaging features in MRI of the principal

pathologies included in the differential diagnosis for leg pain in athletes, which can be

safe and early recognized by this method.

Keywords: Leg pain, athlete, Magnetic Resonance Imaging.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01--------------------------------------------------------------------------------p. 24

Figura 02--------------------------------------------------------------------------------p. 24

Figura 03--------------------------------------------------------------------------------p. 24

Figura 04--------------------------------------------------------------------------------p. 25

Figura 05--------------------------------------------------------------------------------p. 25

Figura 06--------------------------------------------------------------------------------p. 25

Figura 07--------------------------------------------------------------------------------p. 26

Figura 08--------------------------------------------------------------------------------p. 26

Figura 09--------------------------------------------------------------------------------p. 26

Figura 10--------------------------------------------------------------------------------p. 27

Figura 11--------------------------------------------------------------------------------p. 27

Figura 12--------------------------------------------------------------------------------p. 27

Figura 13--------------------------------------------------------------------------------p. 28

Figura 14--------------------------------------------------------------------------------p. 28

Figura 15--------------------------------------------------------------------------------p. 28

Figura 16--------------------------------------------------------------------------------p. 29

Figura 17--------------------------------------------------------------------------------p. 29

Figura 18--------------------------------------------------------------------------------p. 29

Figura 19--------------------------------------------------------------------------------p. 30

Figura 20--------------------------------------------------------------------------------p. 30

Figura 21--------------------------------------------------------------------------------p. 30

Figura 22--------------------------------------------------------------------------------p. 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01--------------------------------------------------------------------------------p. 23

Tabela 02--------------------------------------------------------------------------------p. 23

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

RM: Ressonância Magnética

FAT SAT: saturação de gordura

EV: endovenoso

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO-----------------------------------------------p. 11

2. OBJETIVO-----------------------------------------------------p. 12

3. METODOLOGIA---------------------------------------------p. 13

4. DISCUSSÃO--------------------------------------------------p. 14

5. ANEXO---------------------------------------------------------p. 22

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS--------------------p. 31

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INTRODUÇÃO

Dor na perna é queixa comum e recorrente em atletas profissionais e

recreativos que, diante do amplo diagnóstico diferencial para sua etiologia,

representa um importante desafio para o médico assistente. Injúrias

musculotendíneas, lesões de estresse ósseo, neuropatias, além de causas tumorais

podem se manifestar como dor na perna de atletas.

A avaliação da dor na perna, constante ou intermitente, deve ser bem

organizada e sistematizada, se iniciando com uma história clínica detalhada,

incluindo a característica, intensidade e a duração da dor. A seguir, o exame físico

minucioso pode ajudar a diferenciar as etiologias ósseas daquelas decorrentes de

lesões em partes moles¹. Contudo, mesmo para o médico experiente, chegar a um

diagnóstico final através da história clínica e do exame físico pode ser difícil, uma

vez que muitas das características clínicas podem ser comuns a mais de um

diagnóstico. Dessa forma, a avaliação por imagem é fundamental para estabelecer

um diagnóstico final nesses pacientes, além determinar a severidade da injúria,

auxiliar no planejamento cirúrgico de algumas condições e documentar a cura antes

do retorno do atleta às práticas esportivas.

O método de imagem escolhido deve ser seleccionado com base em sua

sensibilidade e especificidade, devendo ser indicado após a análise individual do

paciente, avaliando a capacidade do doente de se submeter a tais testes e a

presença de determinadas comorbidades que possam impedir a realização de certos

métodos². De acordo com a literatura, a radiografia convencional deve fazer parte

da investigação diagnóstica em quase todos os pacientes, e, para alguns deles,

outros métodos também devem ser indicados, principalmente a Ressonância

Magnética (RM) e a Tomografia Computadorizada, pois são aqueles com maior

sensibilidade e especificidade para os diagnósticos diferenciais de dor na perna do

atleta¹,².

Assim, o diagnóstico precoce através dos métodos de imagem,

determinando a etiologia da dor e permitindo um plano de tratamento oportuno,

permite um retorno mais rápido e sem complicações do atleta às atividades

esportivas.

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OBJETIVO

Apresentar uma revisão bibliográfica de como se manifestam, em exames de

RM, as principais patologias incluídas no diagnóstico diferencial de dor na perna do

atleta que podem ser diagnosticadas de forma precoce e precisa através desse

método de imagem, permitindo um tratamento e reabilitação específicos para

determinada condição, com menor prejuízo à performance esportiva do atleta.

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METODOLOGIA

Foram estudados exames de RM de pacientes praticantes de atividades

esportivas regulares, de caráter profissional ou recreativo, com queixa de dor na

perna, definida como sensação dolorosa que gera desconforto, localizada entre o

joelho e o tornozelo, apresentando início agudo ou insidioso, desencadeada durante

a realização de práticas esportivas.

Os exames foram adquiridos nos anos de 2005 a 2010, em aparelhos de RM

de 1,5 e 3,0 TESLAS (SIEMENS E GE). Foram realizadas sequências ponderadas

em T1 e T2, com e sem saturação de gordura, sem a administração de contraste.

Em casos específicos, foi utilizado contraste administrado por via endovenosa,

atravé de veia periférica.

Após a realização do exame, as imagens foram transferidas para uma

estação de trabalho e analisadas por um médico radiologista com especialização em

diagnóstico por imagem do sistema músculo esquelético com 15 anos de

experiência profissional.

Por fim, foi feita uma revisão bibliográfica sobre os diagnósticos obtidos nos

exames de imagem estudados, utlizando artigos científicos publicados no nos

periódicos de maior relevância em Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

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RESULTADOS

1. Síndrome do Estresse Tibial Medial

Conhecida como “canelite” ou “shin splint”, se refere ao espectro de lesões

de estresse que ocorrem na face medial da tíbia, decorrente de contínua

modificação óssea em resposta às cargas aplicadas, evoluindo com alterações

inflamatórias medulares até a fratura por estresse propriamente dita.

Trata-se de uma injúria desencadeada por esforço repetitivo, mais frequente

em corredores e saltadores, referida como dor localizada na superfície medial dos

dois terços distais da diáfise tibial que ocorre durante o exercício físico.

Diversos fatores de risco para a SETM foram identificados, se destacando:

hiperpronação, índice de massa corporal elevado, sexo feminino, rotação interna /

externa do quadril e hiperplantarpronação2.

A RM é considerada o método de maior sensibilidade (88%)3 para detecção

de reações de estresse tibial. A severidade dos achados nos exames de RM se

correlaciona com a gravidade do envolvimento clínico, se tornando importante

ferramenta para orientar a duração da reabilitação necessária antes do retorno às

prativas esportivas4 [Tabela 01].

A cortical anterior da tíbia é o local mais comumente envolvido na SETM4,

podendo as alterações encontradas nos exames de RM se apresentarem apenas

como edema periosteal nos casos iniciais (Figura 01), como edema periosteal

associado a acometimento da medular óssea (Figuras 02, 03 e 04), e, em casos

avançados, como alteração linear de sinal intracortical que se correlaciona com o

traço de fratura de estresse (Figura 04). O sistema de classificação de Fredericsson

para SETM em exames de RM gradua os achados de acordo com a severidade do

envolvimento tibial5 [Tabela 02].

2. Lesões Musculares

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As lesões musculares constituem causa frequente de dor na perna de

atletas, respondendo por aproximadamente 10-30% das injúrias nesses indivíduos6.

Mais frequentes em praticantes de atividades desportivas, as lesões decorrem, em

sua maioria, de movimento de hiperextensão, acomentendo principalmente os

músculos superificiais e as junções miotendíneas, e do trauma direto sobre o ventre

muscular, afetando primariamente a musculatura profunda nesses casos7. O

alongamento ativo ou passivo tem sido considerado estratégia de prevenção dessas

lesões, embora sua real eficácia venha sendo contestada em recentes artigos8.

A RM é considerada o melhor método para avaliação dessas injúrias6, uma

vez que permite o diagnóstico e a graduação da gravidade dessas lesões de forma a

proporcionar uma reabilitação efetiva, na tentativa de reduzir a severidade das

frequentes sequelas9.

O estiramento, as roturas musculares parciais ou completas são as formas

de apresentação das lesões musculares. Nos casos de estiramento ou lesão grau I,

não há rotura macroscópica de fibras, portanto não há descontinuidade do músculo

ou hematoma. O achado é de edema intramuscular nos exames de RM (Figura 06 e

07). As roturas musculares se apresentam como descontinuidade parcial, também

chamada de lesão grau II (Figura 08) ou total, também denominada lesão grau III,

dos músculos envolvidos, associado a sangramento e formação de hematoma no

local da lesão.

3. Lesão do Tendão Plantar Delgado

Localizado no compartimento póstero-superficial da panturrilha, o músculo

plantar delgado é composto por um pequeno e fino ventre muscular fusiforme,

situado posteriormente a cabeça do músculo gastrocnêmio lateral, e um longo

tendão plantar que se localiza ântero-medial ao tendão de Aquiles. Sua origem se dá

na linha supracondiliana lateral, imediatamente acima da fixação da cabeça do

músculo gastrocnêmio lateral, e sua inserção ocorre no calcâneo, no tendão de

Aquiles ou no retináculo dos flexores (Figura 09 e 10).

Apesar de ser considerado por muitos um músculo vestigial, estando

ausente em cerca de 10% dos indivíduos, a lesão do tendão plantar delgado fazer

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parte do diagnóstico diferencial de dor na perna do atleta, podendo ocorrer

isoladamente ou em associação com outras lesões do joelho, frequentemente do

ligamento cruzado anterior10.

A lesão do tendão plantar delgado resulta de uma carga excêntrica colocada

através do tornozelo com o joelho em uma posição estendida, ocorrendo mais

frequentemente durante impulsos rápidos ou saltos. Seu diagnóstico é feito através

de exames de RM que determinam a localização e a extensão do acometimento,

embora seu tratamento independa desses achados11.

Sua forma de acometimento mais branda se manifesta como alto sinal

anormal dentro ou adjacente às fibras musculares do plantar delgado. As lesões

proximais à metade superior do ventre muscular podem apresentar envolvimento de

estruturas adjacentes, se estendendo àquelas localizadas no aspecto póstero-lateral

do joelho. A junção miotendínea é o onde ocorre usualmente a rotura completa do

tendão plantar delgado (Figura 11), com retração proximal do músculo que pode se

associar, em casos agudos, a hematoma entre os músculos solear e a cabeça

medial do gastrocnêmio (Figura 12).

4. Lesão do Tendão de Aquiles

Os tendões dos músculos gastrocnêmio medial e gastrocnêmio lateral, ao

nível do terço médio da panturrilha, se aproximam da linha média, originando

gradualmente o tendão do gastrocnêmio. Cerca de 3-4 cm distalmente, as fibras do

músculo sóleo se inserem nesse tendão, originando, por fim, o tendão de Aquiles,

com aproximadamente 15 cm de comprimento, constituindo mais espesso e

resistente tendão do corpo humano.

Nos exames de RM, a espessura do tendão de Aquiles é de cerca de 6mm,

podendo ser mais espesso em pacientes altos, homens e em idosos12. Em cortes

axiais, seu contorno anterior deve ser côncavo ou plano (Figura 13), porém, ao nível

da inserção das fibras do músculo sóleo, uma convexidade focal em seu contorno

anterior pode ser vista13. Já em cortes sagitais verdadeiros através do tendão, suas

margens anterior e posterior devem ser paralelas.

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A tendinose do tendão de Aquiles decorre de degeneração intratendínea na

ausência de um processo inflamatório significativo. Nos exames de RM, se

manifesta como espessamento fusiforme do tendão, com aumento do seu sinal nas

sequências ponderadas em T1 e, em cortes axiais, com convexidade do seu

contorno anterior (Figura 14). Já as lesões do tendão do tendão de Aquiles podem

ser intersticiais, parciais (Figura 15) ou completas (Figura 16), sendo essas últimas

mais frequentes em atletas recreativos, com idade média de 36 anos13, resultante da

dorsiflexão do tornozelo associado a forte contração muscular da panturrilha. As

roturas intersticiais são aquelas que ocorrem paralelas ao eixo longo do tendão,

identificadas em exames de RM como linhas longitudinais de alto sinal

intratendíneas em sequências ponderadas em T2. As lesões parciais se

caracterizam por uma descontinuidade focal de fibras, que geralmente é ocupada

por um hematoma local. As lesões completas, por fim, se apresentam como uma

descontinuidade completa das fibras associada, frequentemente, à retração

tendínea dos cotos proximais e distais.

5. Neuropatia do Fibular Comum por compressão extrínseca

A neuropatia do fibular comum é a mononeuropatia mais frequente da

extremidade inferior14, ocorrendo principalmente ao nível do joelho, constituindo

causa infrequente de dor na perna do atleta, porém que, uma vez presente, deve ter

seu diagnóstico feito em exames de RM através de achados sutis que devem ser

reconhecidos pelo médico radiologista.

O nervo fibular comum é o ramo lateral da divisão do nervo ciático, se

originando no compartimento póstero-lateral da perna, no forame isquiático maior,

em torno do tendão da cabeça lateral do bíceps femoral e da cabeça da tíbia, se

dirigindo distalmente para o compartimento ântero-lateral15 (Figura 17).

A sua compressão extrínseca é observada mais comumente ao longo do seu

trajeto no colo fibular, devido a sua localização superficial nesse ponto, ou ao passar

internamente à origem do músculo fibular longo, podendo resultar de cirurgia prévia,

tumor, osteocondroma, cisto sinovial, gânglion, varizes, músculos aberrantes ou,

ainda, imobilização prolongada14.

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Achados direitos de neuropatia podem ser identificados em exames de RM,

como aumento no sinal intraneural em sequências sensíveis a líquido nos cortes

axiais, bem como, aumento do tamanho do nervo. Sinais de denervação da

musculatura do compartimento anterior e lateral da perna são achados indiretos que

se manifestam como edema em fases iniciais (Figura 18), e, caso a condução

nervosa não seja restabelecida, como atrofia e, em estágios finais, como

lipossubstituição irreversível da musculatura acometida.

6. Cisto de Baker roto

O cisto de Baker, também conhecido como cisto poplíteo, é a massa mais

comum da fossa poplítea, se formando a partir da distensão líquida da bursa

gastrocnêmia-semimembranosa16.

Na maioria das vezes, os cistos de Baker são assintomáticos,

representando achados incidentais em exames de RM do joelho, porém podem se

apresentar como massa ou dor na fossa poplítea em casos subagudos ou crônicos.

Em casos de rotura, se manifestam de forma aguda com dor e edema na perna,

entrando no diagnóstico diferencial de dor na perna do atleta.

Em exames de RM, o cisto de Baker é visto como uma formação cística

homogênea, localizada posteriormente ao côndilo femoral lateral, com um colo

localizado entre os tendões da cabeça medial do gastrocnêmio e o

semimembranoso, mantendo comunicação com o espaço articular17. Ocorrem

frequentemente no nível ou lobo abaixo da articulação do joelho. Nas roturas, os

achados são irregularidade da parede cística, edema de partes moles e conteúdo

líquido extravasado entre os planos fasciais, bem como, margeando os músculos

isquiotibiais e gastrocnêmio medial (Figura 19).

7. Lesões Tumorais

- Tumor de Células Gigantes da Bainha de Tendão

Os Tumores de Células Gigantes da Bainha de Tendão (TCGBT), também

conhecidos como Tumor Vilonodular Pigmentado da Bainha do Tendão ou Tumor

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Vilonodular Pigmentado da Bainha do Tendão Extra-articular, são neoplasias

benignas incomuns, de crescimento lento, que, embora tenham sido considerados

inicialmente como um dos espectros da sinovite vilonodular pigmentada e da bursite

vilonodular pigmentada, atualmente são considerados uma entidade específica com

características clínicas e patológicas próprias18.

Tipicamente, se apresentam como nodulações se originando do complexo

da bainha dos tendões das pequenas articulações das mãos e dos pés. Ocorrem

com mais frequência nas mãos, onde sua taxa de recorrência após excisão cirúrgica

chega a 45%19, entre a terceira e a quinta década de vida, com leve prevalência no

sexo feminino.

O exame de RM é, atualmente, considerado o melhor método diagnóstico

não invasivo na avaliação pré-operatória dos pacientes, fornecendo informações

precisas sobre o tamanho do tumor, extensão e invasão dos espaços articular e

tenossinovial adjacentes, de forma a orientar a melhor abordagem cirúrgica. Nesse

exame, eles se apresentam como uma tumoração, de limites bem definidos,

localizados excêntricamente em relação a um tendão, o envolvendo parcialmente ou

completamente. Apresentam hipossinal ou isossinal nas sequências ponderadas em

T1 e sinal heterogêneo, predominantemente baixo sinal nas sequências ponderadas

em T2, com baixo sinal nas sequências grandiente-eco, pelo acúmulo de

hemossiderina em seu interior, exibindo moderado a importante realce pelo meio de

contraste (Figura 20).

- Tumor de Bainha Neural

Os tumores benignos solitários da bainha de nervos periféricos são dividos

em dois grandes grupos: Schawanonas e Neurofibromas. A distinção entre esses

subtipos em exames de RM nem sempre é possível, embora classicamente os

Schawanomas tenham sido descritos como tendo uma localização excêntrica em

relação ao nervo periférico, porém no interior do epineuro, e os neurofibromas

localizados centralmente ou obliterando o nervo periférico20.

Nos exames de RM, os tumores de bainha neural, em sua apresentação

típica, se mostram de morfologia fusiforme, com extremidades afiladas, se

originando em uma localização anatômica de um nervo periférico, exibindo sinal

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hipointenso ou isointenso nas sequências ponderadas em T1 e hipersinal nas

sequências ponderadas em T2, o qual pode ser homogêneo ou apenas periférico,

circundando uma área central de hipossinal, constituindo o chamado sinal do alvo,

que representa a área central fibrosa, rica em colágeno, e a área periférica mixóide

desses tumores. Além dessas características, outros sinais também são descritos,

como o sinal da gordura dividida (Figura 21), melhor caracterizado nas imagens

ponderadas em T1, que corresponde a um halo incompleto de hipersinal nas

extremidades desses tumores, relacionado à localização intermuscular dessas

lesões; o sinal fascicular (Figura 22), apreciado em imagens ponderadas em T2, que

se caracteriza por mútliplas pequenas estruturas em forma de anel, exibindo alto

sinal periférico, representando os feixes fasciculares dentro dos nervos; além do

sinal do cordão (Figuras 21 e 22), que consiste em um “cordão” de partes moles

orientado verticalmente, se estendendo de uma ou ambas as terminações da lesão,

representando a entrada ou a saída do nervo normal em continuação com o tumor.

Por fim, também pode estar presente atrofia do grupo muscular relacionado ao nervo

periférico acometido21.

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CONCLUSÃO

Através desse estudo, buscamos enfatizar o papel da RM na avaliação de

atletas, profissionais ou recreativos, com queixa clínica de dor na perna, já que,

embora exista um amplo diagnóstico diferencial para essa condição, algumas de

suas causas mais frequentes apresentam características que, somadas a história e

exames clínicos, podem determinar o diagnóstico final desses pacientes.

Dessa forma, a maior disponibilidade de exames de RM, método que

apresenta índices mais altos de sensibilidade e especificidade para avaliação de

patologias musculoesqueléticas22, permitiu uma melhor avaliação desses atletas,

atuando de forma decisiva no prognóstico e manejo clínico desses pacientes.

Cabe ao radiologista, portanto, reconhecer, em exames de RM, os achados

que permitam definir o diagnóstico da causa da dor nesses pacientes, exercendo

papel fundamental na redução do impacto causado por essas injúrias em atletas.

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ANEXO

Tabela 01

GRAU STEM RM RETORNO AO

ESPORTE

1 Lesão no periósteo/ Periostite 3 meses

2 Periostite e edema medular subcortical

em imagens ponderadas em T2

6 meses

3 Periostite e edema medular subcortical

em imagens ponderadas em T1 e T2

9 meses

4 Periostite, edema medular subcortical e

alteração de sinal da cortical (focos de

reabsorção óssea ou traço de fratura

12 meses

Tabela 02

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE FREDERICSSON PARA SÍNDROME DE

ESTRESSE TIBIAL MEDIAL EM EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

SETM APRESENTAÇÃO NA RM

GRAU I Edema periosteal

GRAU II Edema periosteal e edema medular ósseo apenas

em imagens ponderadas em T2

GRAU III Edema periosteal e edema medular ósseo em

imagens ponderadas em T1 e T2

GRAU IV a Múltiplas áreas focais de alteração de sinal

intracortical

GRAU IV b Alteração linear de sinal intracortical

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Figura 01

Figura 02

Figura 03

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Figura 04

Figura 05

Figura 06

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Figura 07

Figura 08

Figura 09

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Figura 10

Figura 11

Figura 12

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Figura 13

Figura 14

Figura 15

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Figura 16

Figura 17

Figura 18

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Figura 19

Figura 20

Figura 21

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Figura 22

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