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arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços ano XIII | nº 62 | abr/mai 2012 | www.construirnordeste.com.br R$ 12,90 | € 5,60 RCN Editores Associados Entrevista Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades: tudo ao mesmo tempo agora MARANHÃO PAC RIO ANIL REDESENHA SÃO LUÍS Um dos Estados que mais recebem investimentos no Nordeste ganha obras de mobilidade Mercado imobiliário Novos bairros planejados nascem a partir de condomínios em Pernambuco VIDASUSTENTÁVEL Telhados verdes levam a natureza às alturas

Revista Construir Nordeste

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STRUIR N

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ESTEEdição 62 | abril/m

aio 2012

arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços

ano XIII | nº 62 | abr/mai 2012 | www.construirnordeste.com.br

R$ 1

2,90

| €

5,60

RCN

Edito

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Asso

ciad

os

Arquitetura sustentável se destaca na Bahia | Com

plexo de Suape avança em infraestrutura

EntrevistaAguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades: tudo ao mesmo tempo agora

MARANHÃO

PAC RIO ANIL REDESENHA SÃO LUÍS

Um dos Estados que mais recebem investimentos no Nordeste ganha obras de mobilidade

Mercado imobiliárioNovos bairros planejados nascem a partir de condomínios em Pernambuco

VIDASUSTENTÁVELTelhados verdes levam a natureza às alturas

SUMÁRIO

| ABR/MAI 20128 |

CAPA | 66MARANHÃO GANHA OBRAS PARA NÃO PARAR

SEÇÕES18 PALAVRA

24 RESPONSABILIDADE SOCIAL

26 DIA A DIA NA OBRA

28 PAINEL CONSTRUIR

32 VITRINE

54 BOAS PRÁTICAS

64 COMO SE FAZ

87 INSUMOS

93 ONDE ENCONTRAR

ENTREVISTA | 20Aguinaldo RibeiroO ministro das Cidades tem mais trabalho que recursos

VIDASUSTENTÁVEL | 56

O deputado federal Alfredo Sirkis fala da Rio + 20

DIA A DIA NA OBRA

26 A cearense Diagonal constrói a política da segurança

ARQUITETURA & INTERIORES

38 Antônio Caramelo coloca a Bahia na vanguarda da sustentabilidade

ARQUITETURA & INTERIORES

42 Hospital da Unimed, no Recife, alia conceitos de hotel às normas de saúde

TECNOLOGIA

72 Pisos inovadores para áreas de alto tráfego

ECONOMIA & NEGÓCIOS

74 Desenvolvimento leva mercado a criar bairros planejados em Pernambuco

SÉRIE INFRAESTRUTURA

80 Complexo de Suape adianta demandas do seu plano diretor

COLUNAS16 SHARE – Asaph Sabóia

30 TRENA – Etiene Ramos

46 CONSTRUIR DIREITO

44 D&A – Ricardo Castro

52 VISTO DE PORTUGAL – Renato Leal

78 INDICADORES IVV – André Freitas

83 CONSTRUIR ECONOMIA – Mônica Mercês

SUMÁRIO

| ABR/MAI 20128 |

CAPA | 66MARANHÃO GANHA OBRAS PARA NÃO PARAR

SEÇÕES18 PALAVRA

24 RESPONSABILIDADE SOCIAL

26 DIA A DIA NA OBRA

28 PAINEL CONSTRUIR

32 VITRINE

64 COMO SE FAZ

87 INSUMOS

93 ONDE ENCONTRAR

ENTREVISTA | 20Aguinaldo RibeiroO ministro das Cidades tem mais trabalho que recursos

VIDASUSTENTÁVEL | 56 ENTREVISTAO deputado federal Alfredo Sirkis fala da Rio + 20

DIA A DIA NA OBRA

26 A cearense Diagonal constrói a política da segurança

ARQUITETURA & INTERIORES

38 Antônio Caramelo coloca a Bahia na vanguarda da sustentabilidade

42 Hospital da Unimed, no Recife, alia conceitos de hotel às normas de saúde

TECNOLOGIA

72 Pisos inovadores para áreas de alto tráfego

ECONOMIA & NEGÓCIOS

74 Desenvolvimento leva mercado a criar bairros planejados em Pernambuco

SÉRIE INFRAESTRUTURA

80 Complexo de Suape adianta demandas do seu plano diretor

COLUNAS16 SHARE – Asaph Sabóia

30 TRENA – Etiene Ramos

46 CONSTRUIR DIREITO

44 D&A – Ricardo Castro

52 VISTO DE PORTUGAL – Renato Leal

78 INDICADORES IVV – André Freitas

83 CONSTRUIR ECONOMIA – Mônica Mercês

50 Eu Digo 54 Boa Práticas 58 Capa

2222

CARO LEITOR

| ABR/MAI 201210 |

Caro leitor,

A Construir NE vai ampliando seu voo na região que mais cresce no Brasil. Na capa desta edição, a reportagem da editora assistente Cristina França mostra o impulso que a capital do Maranhão, São Luís, vai ganhar com a conclusão das obras do PAC Rio Anil. Mo-radia, mobilidade e ação para melhorar a vida de pelo menos 150 mil pessoas. Tudo com a participação dos moradores, mostrando que o social não foi aterrado.Na sequência da série sobre infraestrutura, mostramos as mudan-ças que o plano diretor do Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, trará para um dos maiores polos de de-senvolvimento econômico do país. A proposta é manter o cresci-mento com sustentabilidade, tema mais do que recorrente para o urbanismo moderno.É com esse foco que trazemos a entrevista do deputado federal Al-fredo Sirkis (PV/RJ), presidente da subcomissão da Rio + 20 e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, no caderno Vida Sustentável. Ele mostra que defenderá, na conferência que acontece em junho, no Rio de Janeiro, suas ideias sobre cidades mais viáveis e sustentáveis. Por aqui, a Construir NE, em parceria com o Sinduscon/PE e o Governo de Pernambuco, continua pro-movendo as propostas sustentáveis para a construção civil com o Movimento Vida Sustentável, que trouxe, em abril, o especialista em energia solar Carlos Café para falar de soluções com empresá-rios e outros atores da sociedade.Na entrevista especial, o ministro das Cidadses, o deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro revela grandes investimentos para tratar das principais questões da sua pasta, tais como mobilida-de, habitação e ainda as obras para a Copa 2014. Tudo ao mesmo tempo!Nas seções de Tecnologia e Arquitetura, mostramos as novidades para ambientes de alto tráfego, que precisam de pisos de alta per-formance, e o que os hospitais estão fazendo para manter um am-biente acolhedor e saudável com a ajuda de arquitetos.A reportagem especial de arquitetura vem da Bahia. Nosso cor-respondente Pacheco Maia Filho apresenta as inovações com viés ambiental que o arquiteto Antônio Caramelo está trazendo para o Nordeste, inclusive o primeiro empresarial da região com o Selo de Alta Qualidade Ambiental (Aqua) do Green Building do Norte/Nordeste.Nossa reverência à natureza, que vem reconquistando seu espaço com a consciência empresarial da preservação, aliada ao desenvol-vimento da construção sustentável.

Boa leitura.

Elaine Lyra

Diretora GeralElaine Lyra

RCN Editores Associados

EXPEDIENTE

Conselho EditorialAdriana Cavendish, Alexana Vilar, Augusto Santini, Bruno Ferraz, Celeste Leão,

Clélio Morais, Eduardo Moraes, Elaine Lyra, Haroldo Azevedo, Professor Joaquim Correia,José G. Larocerie, Mário Disnard, Renato Leal, Ricardo Leal, Risale Neves,

Serapião Bispo e Carlos Valle.

Conselho TécnicoProfessores:

Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eder Carlos Guedes dos Santos, Eliana

Cristina Monteiro, Emília Kohlman, Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette, Simone Rosa da Silva, Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas

PUBLISHER | Elaine Lyra

[email protected]

EDITORA EXECUTIVA | Etiene [email protected]

EDITORA ASSISTENTE | Cristina França

[email protected]

REPORTAGEMRecife | Cristina França | Asaph Sabóia

Ceará | Hugo Renan NascimentoBahia | José Pacheco Maia Filho

COLUNISTAS

Danielle Monteiro| Mônica Mercês| Renato Leal | Ricardo Castro

REVISÃO DE TEXTO | Betânia Jerônimo

FOTOGRAFIA | Alexandre Albuquerque | José Alves | Divulgação

DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÃO | Samuca

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Tatiana Feijó | [email protected] Chateaubriand | [email protected]

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REDAÇÃO/SUGESTÕES DE [email protected] Avenida Domingos Ferreira, 890, sala 704, Empresarial Domingos Ferreira Pina | Recife | PE | CEP: 51 011-050

ATENDIMENTO AO [email protected]: + 55 81 3038-1045 e 81-3038-1046Segunda a sexta-feira, das 8h às 12h

e das 14h às 18h

CARTASAvenida Domingos Ferreira, 890/704, - Empresarial Domingos Ferreira Pina | Recife | PE | CEP: 51 011-050

AGENDA

Meu edifício está muito degradado e o consultor que contratei me falou que precisa-ria fazer um projeto de reabilitação. O que realmente contém um projeto como este?

Um projeto de reabilitação para estruturas de concreto armado defi ne as intervenções mais adequadas, a serem executadas para cada caso, com o máximo de detalhamento possível, e especifi ca também o sistema de proteção para, depois de realizada a intervenção, garan-tir uma durabilidade maior para a reabilitação. Uma das coisas principais desse projeto é defi nir os prazos para as intervenções e, principalmente, a escala de prioridades, já que muitas vezes a estrutura está apresentando problemas sérios, que poderiam levar ao co-lapso. Na verdade, esse é um documento imprescindível para a obtenção de orçamentos adequadamente balizados entre as empresas de execução dos serviços.

*Profa. Dra. Eliana Barreto Monteiro PEC/Poli/UPE

Como os construtores podem implementar a reutilização de resíduos da construção civil nos canteiros de obras?(Clarissa Alcântara, estudante de Engenharia Civil - UPE/Poli - 4º período)

Uma gestão diferenciada dos Resíduos da Construção e Demolição (RCD) traz opções para os construtores que vão além da simples reutilização desses materiais. Lembremos que a reutilização pode ser defi nida como o emprego de uma dada peça – uma porta, por exemplo – em outra obra sem que, para isso, ela tenha passado por um processo de benefi ciamento. Uma gestão efi ciente proporciona também redução e reciclagem de RCD. A redução ocorre por meio da otimização de projetos e processos construtivos dentro do canteiro de obras. Com isso, tem-se a diminuição do desperdício de insumos e, consequentemente, do volume gerado de RCD. A terceira opção consiste na reciclagem. Os resíduos que inevitavelmente foram gerados no canteiro de obras podem ser destinados para usinas de reciclagem, de acordo com as suas classes (A, reutilizáveis como agregados; B, recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papéis, madeira etc). Após o processo de benefi ciamento, os Resíduos de Construção e Demolição Reciclados (RCD-R) podem ser aplicados na cons-trução civil, substituindo os agregados naturais na execução de pavimentos, fabricação de blocos de concreto, construção de estruturas de solo reforçado, entre outras opções.

*Prof. Dr. Éder Carlos Guedes dos Santos PEC/Poli/UPE

Redesign 2012Data: 24 e 25 de maio de 2012Local: World Trade Center - São Paulo/SPwww.redesign2012.com.br

M&T Expo 2012 – 8ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e 6ªFeira Internacional de Equipamentos para MineraçãoData: 29 de maio a 2 de junho de 2012Local: Centro de Exposições Imigrantes - São Paulo/SPwww.mtexpo.com.br

Sobratema CongressoData: 30 de maio a 1 de junho de 2012Local: Centro de Exposições Imigrantes - São Paulo/SPwww.sobratemacongresso.com.br

Construmetal 2012Data: 14, 15 e 16 de agosto de 2012Local: Frei Caneca Shopping & Convention Center - São Paulo/SPwww.abcem.org.br/construmetal/

6º Fórum Urbano MundialData: 1 a 7 de setembro de 2012Local: Nápoles - Itáliawww. www.unhabitat.org

Construir Bahia – Feira Internacional da ConstruçãoData: 12 a 15 de setembro de 2012Local: Centro de Convenções da Bahia - Salvador/BAwww.feiraconstruir.com.br/bahia

30th International NO-DIG 2012 São PauloData: 12 a 14 de novembro de 2012Local: Transamérica Expo Center - São Paulo/SPwww.nodigsaopaulo2012.com.br

| ABR/MAI 201214 |

| FEVEREIRO 201216 |

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Asaph Sabóia

CARUARU: CALÇADAS EM DEBATE

| ABR/MAI 201216 |

C aruaru, a capital do Agreste pernambucano, recebeu, no dia 24 de maio, a segunda edição do Fórum Construir. Com o

tema “Cidade mais bonita, cidade cidadã”, o evento, no Teatro Di-fusora, teve recorde de público e cobertura completa do Portal Construir NE e das mídias digitais. Caruaru, a 130 quilômetros do Recife, tem mais de 300 mil habitantes e experimenta um for-te crescimento econômico, sendo polo do setor de confecção de Pernambuco.

Engenheiros, arquitetos, professores, políticos e um grande nú-mero de estudantes (Caruaru conta com cinco instituições de Ensino Superior) debateram o tema Calçadas, com ênfase na mobilidade ur-bana. A arquiteta e urbanista Ângela Carneiro Cunha, consultora em Acessibilidade, ressaltou a importância das leis no processo de criação

ALTERNATIVASEduardo Moraes, engenheiro e gerente do Norte/Nordeste da Associação Brasileira de Cimen-to Portland (ABCP), apresentou tecnologias para pavimentação de calçadas, a exemplo do ladri-lho hidráulico e da placa de con-creto. Na apresentação, Moraes deu ênfase ao piso intertravado, de manutenção fácil e elevada re-sistência ao tráfego de pessoas e veículos. “A utilização dessa téc-

nica cumpre os requisitos de qualidade, segurança e beleza do passeio público”, afi rmou.Moraes acentuou a versatilidade, durabilidade e custo do piso intertra-vado. “Além de tudo, tem a grande vantagem de ser facilmente removido e recolocado para intervenções no subsolo, sem desperdícios. Ou seja, é uma das melhores opções para uma cidade como Caruaru”, acrescentou.

MAIS EXPERIÊNCIAS POSITIVASA Prefeitura de São José dos Campos, em São Paulo, tem um trabalho interessante em relação às calçadas do município. Veja vídeo no site da Urbanizadora Municipal (Urbam), sociedade de economia mista fundada em 1973. Acesse www.urbam.com.br.

RESULTADOS IMEDIATOSConfi rmando a importância do debate na transformação dos espaços públicos, tivemos a informação ofi cial da administração do Shopping Difusora, onde está loca-lizado o teatro que rece-beu o Fórum Construir Caruaru 2012, que obras de acessibilidade foram iniciadas em caráter de emergência - o palco do teatro vai ganhar rampa de acesso.

de uma cidade para todos. O engenheiro Antônio Valdo, diretor de Manutenção Urbana do Recife, compartilhou as experiências que ocorreram na cidade, devido a mudanças nas calçadas.

Esnandes Quirino, representante da Associação de Portadores de Defi ciência de Caruaru (Apodec), destacou a participação das pessoas com mobilidade reduzida em debates deste tipo. “Foi muito importan-te podermos participar deste fórum. É uma parceria importante para termos uma cidade mais acessível”, disse.

A cobertura feita pelo Portal Construir NE contou com o reforço da TV Criativa (www.tvcriativa.com), que transmitiu on-line todo o evento. O Portal Construir NE não para de crescer. Em maio de 2012, registou recorde de acessos, com um aumento aproximadamente de 600% em nossos page views.

DEZEMBRO 2011 | | 17

PALAVRA

João Recena

C âmara Cascudo dizia que “o Brasil não tem problemas, só soluções adiadas”.

Como exemplo, resolver as mazelas dos por-tos do Brasil é só uma solução adiada. Pro-blema mesmo é conviver com o sistema de castas da Índia. Quais são, então, as soluções adiadas mais importantes do Brasil? Nove entre dez brasileiros acreditam que uma é o investimento em educação. Quais seriam as outras? Reduzir o Custo Brasil, controlar a corrupção, garantir o crédito e o que mais? Talvez dez entre dez acreditem que o país tem que investir em infraestrutura. Aí está o exemplo de Suape. Desde que, em 9 de mar-ço de 1535, Duarte Coelho Pereira, acompa-nhado de dona Brites, chegou a essas terras para desenvolver a “valerosa” capitania de Pernambuco, pouca coisa foi planejada e rea-lizada que se equipare em importância a este porto. Refi naria, estaleiro, polo petroquími-co, Fiat, nada disso viria para cá se não fosse Suape. E conforme o seu plano diretor, Suape deve nos atender ainda por muitas décadas. Para isso, será necessário investir algo da or-dem de R$ 2,5 bilhões em canais e berços de atracação. Vem aí um segundo terminal de contêineres e, em seguida, os terminais de minérios e grãos. O terminal de granéis líqui-dos, para atender à refi naria, já está pronto, caso raro em que a infraestrutura fi cou dis-ponível antes de se tornar um gargalo para a produção.

Para continuar com as estatísticas, nove entre dez brasileiros acreditam que houve um complô das montadoras de ônibus e ca-minhões contra a construção de ferrovias. Mas a verdade é que o país ainda vai ter que investir muito em estradas. É o caso do Arco Metropolitano, um novo contorno viário do Recife, uma das obras mais importantes para a região. E seria importante liberar o emprego das atuais linhas férreas urbanas para o transporte de passageiros, adequan-do a malha ferroviária de modo a permitir a

PERNAMBUCO – INFRAESTRUTURA PARA O DESENVOLVIMENTO

transferência do centro de cargas ferroviário do Cais José Estelita para Suape.

Em termos aeroportuários, o Guararapes é muito bem localizado e ainda pode servir à Região Metropolitana do Recife por mais algum tempo, mas não muito. Em breve, sua estação de passageiros estará saturada e precisará de expansão, o mesmo ocorrendo com o setor de cargas. O aeroporto só tem uma pista e a construção da segunda exigiria a transferência da base aérea para outro sí-tio. O Guararapes poderia reter o tráfego de passageiros e exportar a base aérea e a movi-mentação de cargas. Natal está construindo o seu segundo aeroporto e o Ceará almeja construir um aeroporto de cargas junto a Pe-cém. Não podemos nos arriscar a fi car para trás. Resta ainda desenvolver a malha aero-portuária do interior.

Em matéria de ferrovia, vem aí a Trans-nordestina. Deve fi car pronta em um ou dois anos. Vai ligar, como se sabe, a região de plan-tio de grãos, no sul do Piauí e Maranhão, com Suape e Pecém. Falta pensar melhor sobre a sua exploração econômica. Um trem de soja, milho e gesso, passando lotado ao longo de todo o Estado de Pernambuco, não vai fazer muito efeito. Esse trem terá que parar em plataformas logísticas que permitam receber grãos oriundos da hinterland e cargas, tais como fertilizantes e combustíveis, do por-to. Só como exemplo, sempre se disse que o Agreste e o Sertão têm uma grande vocação para a produção avícola e a pecuária leiteira. Um dos gargalos é o suprimento de ração. Até há pouco tempo, o Nordeste não produzia proteína. Agora produz no Piauí e Maranhão. E a distribuição de ração barata ao longo da

Transnordestina pode ser um grande alento para a avicultura e a produção leiteira.

Em termos ferroviários, o que mais se pode pretender? Por exemplo, conectar a Transnordestina à ferrovia norte-sul e à hidro-via do São Francisco. A norte-sul está planeja-da para se tornar o backbone do sistema fer-roviário nacional. Estar conectado a ela pode ser fundamental. A outra ligação do Nordeste com o Sul, através das linhas de bitola métrica antigas, vai depender de planos que considera-rão interesses da Bahia, de Minas Gerais e do Sul. Vai ser difícil defendermos sozinhos esse investimento. Para o deslocamento de cargas em paralelo ao litoral, talvez tenha mesmo é que se investir em navegação de cabotagem, no que estamos bastante atrasados. Mas porto, mais uma vez, já temos.

Pernambuco tem agora a chance de de-senvolver diversos sistemas de abastecimento d’água, a partir da transposição do São Fran-cisco. No oeste, em conjugação com o Canal do Sertão, podem-se implantar 50.000 novos hectares irrigados. Na área de infl uência do ramal leste da transposição, será possível ins-talar a adutora do Agreste, uma das maiores obras hídricas para abastecimento humano já planejada no país, bem como concluir a adu-tora do Pajeú, recuperar o perímetro irrigado de Ibimirim e implantar mais 6.000 hectares irrigados na região.

Para concluir, Mário de Andrade, em Ma-cunaíma, afi rmava que “muita saúva, pouca saúde, os males do Brasil são”. Adotando o viés positivo, poderíamos dizer que promo-ver a educação de qualidade, conter a corrup-ção, garantir o crédito e investir em infraes-trutura, as prioridades do Brasil são. É difícil duvidar desta receita.

João Recena é diretor da Projetec, professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE, foi secretário de planejamento do Governo Miguel Arraes

| ABR/MAI 201218 |

FEVEREIRO 2012 | | 19

ENTREVISTA

MINISTÉRIO DAS CIDADES VAI INVESTIR R$ 200 BILHÕES ATÉ 2014

O ministro das Cidades, o paraibano Aguinaldo Ribeiro, é mais um nordestino no governo federal a tocar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas com uma missão mais abrangente: arregimentar forças para atender às grandesdemandas dos municípios brasileiros por moradia, saneamento, mobilidadee transporte urbano. Tudo para ontem! O Brasil corre na reforma das suas cidades praticamente no último minuto do segundo tempo, diante da proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos grandes investimentos econômicos que demandamampliação da infraestrutura. São problemas que, se não resolvidos, criarão outros, maiores. Os recursos, segundo ele, podem chegar a R$ 200 bilhões até 2014, mas ainda são insufi cientes para atender os prefeitos brasileiros. Administrador e engenheiro civil formado na Paraíba, o ministro, que deixou a Câmara Federal para assumir o cargo em fevereiro deste ano, tem muito trabalho pela frente. Nesta entrevista à Construir NE, ele deixa claro que não vai ser só no Nordeste. Os bons projetos serão priorizados em todo o país.

Etiene Ramos

| ABR/MAI 201220 |

ENTREVISTA

R$ 600 milhões já foram contratados para contenção de encostas

Défi cit habitacional, de saneamento, mais carros nas ruas e, consequentemente, mais problemas de mobilidade continuam como grandes problemas urbanos no Brasil. Diante de tantas urgências nestes setores, qual ou quais serão prioridades do Minis-tério das Cidades em 2012?

O Ministério das Cidades desenvolve alguns projetos para melhorar a qualidade de vida da população brasileira. A previsão de inves-timentos até 2014 é de R$ 199,7 bilhões em saneamento, habitação e mobilidade urbana. Na área de habitação, o Programa Minha Casa Minha Vida tem como meta construir 2,4 milhões de moradias, um investimen-to de 125,7 bilhões nesse período. Além de oferecer moradia digna à população de baixa renda, o programa gera empregos e renda. Desde 2009, quando foi criado, o MCMV contratou 1,6 milhão de moradias. Em fe-vereiro de 2007, o Governo Federal lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saneamento. Na primeira fase do pro-grama, houve investimento de R$ 40 bilhões até 2010, recurso repassado aos Estados e municípios responsáveis pela execução das obras. Entre elas, abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas plu-viais, saneamento integrado, manejo de resí-duos sólidos, desenvolvimento institucional, além de estudos, projetos e planos de sanea-mento. Para este ano, o investimento previsto é de R$ 2,64 bilhões. Na área de Transporte e da Mobilidade Urbana, o PAC Mobilida-de Grandes Cidades tem novos projetos de metrô, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e corredores de ônibus, que irão benefi ciar os moradores de cidades com população acima de 700 mil habitantes. Do total de R$ 32 bi-lhões investidos, já foram anunciados mais recursos para os metrôs de Belo Horizon-te (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e a melhoria dos sistemas de transporte público do Recife (PE) e do Rio de Janeiro (RJ). O Ministério das Cidades também desenvolve o Progra-ma Gestão de Áreas de Risco e Respostas a Desastres Naturais. Os recursos não são para ações emergênciais, mas para prevenção. Neste ano, serão investidos R$ 404.723,893.

Quanto será destinado para as prioridades escolhidas este ano?

Para o ano de 2012, o Ministério das Cidades pretende investir em seus principais progra-mas R$ 17,4 bilhões, sendo R$ 2,64 bilhões para o PAC Saneamento, aproximadamente R$ 405 milhões no PAC Contenção de Ris-cos, R$ 4 bilhões no PAC Mobilidade e, ain-da, R$ 11 bilhões no Programa Minha Casa, Minha Vida.

Com a presença de um ministro paraiba-no, o Nordeste pode ter mais esperança de avançar nas questões urbanas?

O Ministério das Cidades prioriza os bons projetos, independente da região/estados e opção partidária dos seus governantes. A se-leção das propostas do Programa Minha Casa Minha Vida para municípios de até 50 mil

habitantes priorizou as regiões com maior défi cit habitacional e índice de pobreza. Por isso, das 107.348 moradias previstas para esta etapa, 60.287 serão construídas no Nordeste, com subsídio de R$ 25 mil cada, somando investimento de R$ 1,5 bilhão. Também há investimentos de R$ 11,54 bilhões até 2014 em projetos de metrô, VLT e BRT no Nor-deste, recursos do PAC Mobilidade Gran-des Cidades, lançado pela presidenta Dilma Roussef, no último dia 24 de abril. Já na área de saneamento, a previsão de investimento, neste ano, é de R$ 624 milhões. Nas obras de contenção de encostas, os recursos são de R$ 1 bilhão, sendo que R$ 600 milhões já foram contratados.

O crescimento da construção civil em todo o Brasil impulsiona a economia, mas traz a tona impedimentos e difi culdades dos construtores que esbarram em muitas

exigências legais – tanto antigas quanto no-vas. O Ministério das Cidades tem alguma ação para resolver estas questões?

Nem o Ministério das Cidades, nem as cons-trutoras, podem agir em desacordo com a legislação vigente.

O Ministério das Cidades promete ampliar a interface com prefeitos de todo o Brasil. Hoje, eles estão preparados para receber os recursos disponíveis que podem ajudar na construção ou reestruturação de moradias, sistemas de saneamento e soluções para mobilidade?

O Ministério das Cidades está à disposição dos prefeitos e gestores municipais para tirar dúvidas técnicas e legais na elaboração de projetos para acesso aos programas da pasta.

O que o Ministério planeja para ampliar a participação dos prefeitos na obtenção de recursos?

Será criada a “Sala das Prefeituras”, com o objetivo de ampliar o contato com essas au-toridades. Nela, os prefeitos e seus assesso-res poderão obter mais informações sobre o repasse de recursos do MinCidades para os municípios. Além disso, lançamos em João Pessoa, na Paraíba, em maio, o Seminário Cidades em Cidades – Integração para o Desenvolvimento com o objetivo de infor-mar como os Estados e municípios podem ter acesso aos programas do ministério. Os próximos estão previstos para acontecer em Alagoas e Piauí.

A demanda por recursos é maior do que a disponível ou há sobras de caixa por fal-ta de projetos adequados às exigências de convênios?

Assim que tomei posse no Ministério das Cidades, em fevereiro, iniciei uma série de estudos para colocar em prática medidas que possam aumentar a execução orçamentária do ministério. A demanda é sempre maior que o volume de recursos disponível. Os projetos de qualidade terão acesso a estes recursos.

Mobilidade é um dos assuntos que mais se discutem no momento, quando grandes

ABR/MAI 2012 | | 21

| FEVEREIRO 201222 |

De 7 de julho a 3 de de dezembro não serão liberados recursos

capitais enfrentam congestionamentos di-ários e procuram soluções para evitar mais problemas na Copa 2014. Houve prepara-ção para esta realidade ou o governo está trocando o pneu com o carro andando para resolver os problemas de mobilidade?

As obras da Copa do Mundo passaram a ser discutidas pelos governos estaduais, munici-pais e federal desde a defi nição pela Fifa das cidades sedes dos jogos, em maio de 2009. Foi criada uma Matriz de Responsabilidade em que obras de mobilidade urbana fi caram a cargo dos Estados e municípios. O Governo Federal abriu linha de crédito exclusiva para fi nanciamento dessas obras na Caixa. Vamos iniciar, ainda este mês, visitas às cidades se-des da Copa 2014 para verifi car como a equi-pe técnica do Ministério das Cidades poderá colaborar para o andamento das obras.

As PPPs podem ser uma alternativa

apoiada pelo Ministério das Cidades para obras de mobilidade ou de saneamento?

O Ministério das Cidades não trabalha com Parcerias Público Privadas. Os recursos do ministério são repassados para a Caixa Eco-nômica Federal e o Banco do Brasil para exe-cução das obras, conforme propostas dos Es-tados e municípios. As PPPs são feitas pelos entes estaduais e municipais e as empresas privadas.

Construtores reclamam da morosidade da Caixa Econômica Federal para liberar pro-jetos do Minha Casa Minha Vida. Como o Governo pode agilizar os processos?

Já fi zemos várias reuniões com a direção da Caixa e, em breve, anunciaremos novas me-didas para acelerar a liberação de recursos para as obras do programa Minha Casa Mi-nha Vida.

Estamos num ano eleitoral, quando mui-tos políticos procuram executar projetos às pressas a fi m de se reelegerem ou favo-recer seus candidatos com inaugurações de obras. Como o Ministério das Cidades pode evitar que isto aconteça sem parecer que faz retaliações a aliados ou à oposição?

Como havia dito anteriormente, o Ministé-rio das Cidades apoia quem apresenta bons projetos, independente de partido político. Estamos preocupados em fazer uma gestão

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produtiva para benefi ciar toda a população. A Lei nº 9.504/97, conhecida como Código Eleitoral, determina a suspensão do repasse de recursos para os municípios e Estados três meses antes e três meses depois das eleições. O ministério cumprirá a lei. Portanto, a par-tir do dia sete de julho até o dia três de de-zembro não serão liberados recursos.

A sustentabilidade é outro tema que vem ganhando espaço com a evolução de sis-temas construtivos e do arcabouço legal. Como o Ministério das Cidades atua para desenvolver uma postura sustentável na construção?

No programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, são desenvolvidas ações para garantir a sustentabilidade, como provisão habitacional em consonância com os planos diretores municipais. Tudo para garantir a sustentabilidade social, econômica e am-biental aos projetos, de maneira integrada a outras intervenções ou programas da União e demais esferas de governo. Também há a promoção de condições de acessibilidade a todas as áreas públicas e de uso comum. Temos como exemplo, a disponibilidade de unidades adaptáveis ao uso por pessoas com defi ciência, mobilidade reduzida e idosos, além do atendimento às diretrizes do Progra-ma Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). Esse programa diz respeito à promoção da qualidade, produti-vidade e sustentabilidade na área habitação.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Oprojeto Casa da Criança, em parceria com o governo do Japão, apoia a refor-

ma e expansão da creche Lar Esperança, na comunidade da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Diante da extrema necessidade de uma reforma da instituição e da difi culdade para levar arquitetos voluntá-rios para uma área de difícil acesso, foi via-bilizado o projeto arquitetônico, sendo ele apresentado ao consulado japonês, dando início à virtuosa parceria.

A reforma da creche foi aprovada no edital de Assistência a Projetos Comunitários e de Segurança Humana (APC), um programa do governo do Japão destinado a auxiliar, com fi nanciamento a fundo perdido, entidades que atuam no desenvolvimento de atividades de atendimentos das necessidades humanas básicas. Com isso, a creche recebeu, em mar-ço, uma doação de R$ 173.500,00 para cus-tear parte da reforma da ala educacional. “O escritório consular do Japão no Recife sente--se muito satisfeito pela concretização desse apoio. A entidade vem realizando um impor-tante trabalho de acolhimento e educação de crianças muito carentes da comunidade de Muribeca, pela necessidade de provê-la de um espaço mais adequado para o bem-estar e o desenvolvimento das crianças atendidas”, afi rma o cônsul Tadayoshi Mochizuki.

A obra contará com as empresas parceiras da Casa da Criança na doação de produtos necessários à humanização, além do impor-tante apoio do empresário Eduardo Vieira, que ajuda na gestão da instituição desde

Do lixão à educação

“Desde que conheci Dona Cristina e o seu esforço para atender àquelas crianças tão carentes, ciente de que graças à inicia-tiva dela muitas foram retiradas do lixão, tive certeza que aquele lugar merecia todo o nosso empenho, no sentido de contri-buir com a qualidade do atendimento oferecido. Esse é um momento de grande emoção. O consulado do Japão está pro-porcionando um grande salto qualitativo nos serviços dessa creche, que resultará

CASA DA CRIANÇA APOIA EXPANSÃO DA LAR ESPERANÇA

2008. “O sonho é antigo, transformá-lo em realidade só foi possível, em primeiro lugar, pelo exemplo de vida e luta de Dona Cristina, e também pela colaboração de muitos que ajudaram de diferentes formas, que sempre se lembram de ajudar as crianças, viabilizan-do o sonho de um futuro melhor”, comenta Eduardo.

Desde 2009, a creche é apoiada pelo Pro-grama Cia dos Anjos, da Casa da Criança, realizando treinamento e capacitação para profi ssionalizar e oferecer maiores oportuni-dades às crianças nas áreas de educação, saú-de, lazer, arte e cultura. A instituição é manti-da pelos esforços de Cristina Rodrigues, com o apoio de diversos empresários.

numa melhor formação educacional, pois o recurso será destinado à ala educacio-nal”, comenta Patrícia Chalaça, presidente do projeto Casa da Criança.

Crianças da Muribeca ganham ajuda do Japão

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DIA A DIA NA OBRA

P roteger o trabalhador da construção civil contra acidentes e danos físicos é

uma obrigação regida por lei que as constru-toras devem respeitar. A cearense Diagonal é um bom exemplo dessa prática, indo mais além das normas contidas na legislação. A construtora mantém um programa de segu-rança no trabalho diversifi cado e amplo.

Um dos diferenciais é a contratação de um técnico de segurança full-time em to-dos os canteiros de obra. Para dar suporte ao trabalho, há ainda um auxiliar em segurança que acompanha este profi ssional. O técnico de segurança ainda é responsável por preen-cher o Diálogo Diário de Segurança (DDS). Nele estão incluídos registros de informações referentes à segurança.

A supervisora de Qualidade da Diagonal, Samara Holanda, todos os meses está nas obras para inspecionar, entre outros itens, a segurança no trabalho. Detalhando os pro-jetos na área de segurança da Diagonal, ela ressalta que a empresa tem este compromisso

DIAGONAL INVESTE EM SEGURANÇA NO TRABALHO

Hugo Renan do Nascimento

com os trabalhadores e mantém um ambula-tório com um técnico de enfermagem - ação não exigida por lei. O treinamento deste pro-fi ssional passa pelos cursos que a Diagonal realiza nos canteiros de obra.

Samara Holanda também acrescentou à lista de diferenciais da empresa a exigência interna de câmeras de segurança nos ele-vadores de carga. O monitoramento é feito também por um técnico que impede a uti-lização desse elevador pelos trabalhadores da obra. “Todos os equipamentos são devi-damente monitorados e sinalizados dentro da norma. A gente trabalha duro com isso. Toda a parte de segurança é padronizada”, completa.

A Diagonal mantém uma política de fi s-calização constante em relação à segurança do trabalhador: a Semana Interna de Pre-venção a Acidentes (Sipat) conta com ações de prevenção, informação, atividades lúdi-cas, programas de saúde e beleza, além de simulações de acidentes e incêndios.

A Diagonal ainda disponibiliza um pla-no mensal de ações. Um dos seus destaques é a segurança. Holanda destacou o Plano de Gestão de Obra (PGO) com todo o histórico da obra, incluindo a legislação de segurança (NR 18). No PGO ainda há checklist com os itens relacionados aos equipamentos de segurança. Também informa se as normas estão sendo seguidas. E todos os meses a empresa avalia os componentes obrigatórios de segurança. Segundo Holanda, a média de acidentes caiu muito nos últimos anos. Hoje, de acordo com ela, há dois acidentes por mês, contando todos os canteiros da Diagonal. A construtora mantém atualmente 10 obras em Fortaleza e outras três em Natal. A meta é fa-zer com que este índice seja zero.

A importância que a Diagonal dá ao item segurança também é medida a partir de trei-namentos introdutórios oferecidos aos novos trabalhadores. Neles cada setor da empresa é responsável por ensinar o valor da segurança no trabalho.

Construtora cearense Diagonal : segurança registrada diariamente

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PAINEL CONSTRUIR

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ESPERAVAM MAIS A Associação Brasileira da Indústria de Ma-teriais de Construção (Abramat) esperava vendas melhores no primeiro trimestre deste ano. O Índice ABRAMAT de vendas defl aciona-das da indústria mostra um crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2011. Em comparação ao mês anterior (fevereiro), houve um crescimento de 13% em março. O estudo mostra que nos últimos 12 meses, referentes à abril/11 a março/12, houve um aumento de 3,2% na comparação com os 12

meses anteriores (abril/10 a março/11). Com a evolução mais tímida, o presidente da Abramat, Walter Cover, afi rma que vai continuar buscando medidas de defesa comercial para garantir maior isonomia competitiva dos produtos no mercado nacional e impulsionar as exportações.

PRA CAIXA VOCÊ TAMBÉM

O antigo slogan vem à mente diante da redução das taxas de juros que a Caixa Econômica Federal está oferecendo aos seus clientes. O Programa CAIXA Melhor Crédito prevê uma redução de até 21%, sobre a taxa de juro efetiva, nas condições do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As novas taxas valerão para os novos fi -nanciamentos, contratados a partir do 8º Feirão da Casa Própria, em maio e junho. Para imóveis de até R$ 500 mil, dentro do SFH, os juros passam de 10% a. a. para 9% a. a. para todos os clientes. Com relaciona-mento e conta salário a taxa cai ainda mais, para 7,9% a.a. Se fi nanciar imóvel de até R$ 170 mil, nas regras do FGTS, e possuir relacionamento e conta salário na Caixa, a taxa máxima será de 7,9% a.a. E cairá para 7,4% a.a. se o cliente for também cotista do FGTS, inclusive para os fi nanciamentos enquadrados no Programa Minha Casa Mi-nha Vida (PMCMV), na faixa de renda acima de R$ 3.100. Houve redução até para imó-veis fora do SFH (valor superior a R$ 500 mil): de 11% a.a. para 10% a.a. e quem tem relacionamento e conta salário na Cai-xa, vai pagar só 9% a.a.

QUEIROZ GALVÃO SLIM A previsão da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI), por meio de sua marca Slim, é duplicar o número de imóveis entregues em 2012. No ano passado, a empresa regis-trou 384 apartamentos prontos e entregues e, para este ano, a expectativa é ultrapassar 780 imóveis. Até o primeiro trimes-tre foram entregues 128 unidades Slim que mantém acelerado o ritmo de três empreendimentos nas cidades de Paulista e Abreu e Lima e no Barro, no Recife.

ADIT INVEST EM SAMPA Em sua sétima edição, o Adit Invest, promovido pela Associa-ção para o desenvolvimento imobiliário e turístico do Brasil (Adit Brasil) chega a São Paulo. Programado para os dias 21 e 22 de junho, o evento muda de formato, ajustando o foco em funding para empreendimentos imobiliários e hoteleiros, li-gando sempre o mercado fi nanceiro ao setor imobiliário. O presidente da Adit Brasil, Felipe Cavalcante, adianta outra mudança na maior ênfase ao capital já presente no Brasil. “Continuaremos promovendo o Brasil no exterior a captar investimentos internacionais, mas entendemos que a nossa maior missão hoje é colocar em contato os incorporadores e empresários de todo o Brasil com o capital disponível no País, seja equity ou débito”, explica Cavalcante. O evento será realizado no Hotel InterContinental, em dois dias, com Conferência, Rodada de Negócios e o Speed Networking.

PAINEL CONSTRUIR

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VERDE QUE TE QUERO

MANUAL PARA IMPORTADASA entrada no país de muitos equipamentos e máquinas importadas, le-vou a Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manu-tenção (Sobratema) a desenvolver um manual para disciplinar a com-pra de equipamentos e máquinas utilizadas no setor de construção e em obras de infraestrutura. É o primeiro manual de normatização de equipamentos para construção para identifi cação de não conformida-

des e é baseado nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) sobre emissões defi nidas pelo Mi-nistério do Meio Ambiente. “Entendemos que todos os equipamentos vendidos no Brasil precisam obedecer às mesmas normas já obede-cidas por quem produz aqui os equipamentos”, justifi ca o presidente da Sobratema, Afonso Mamede.

KNIJNIK CHEGA AO RECIFEImpulsionada pelo crescimento do mercado imobiliário no Nordeste, a Knijnik Engenharia, especialista em projeto estrutural de residenciais e mercado corporativo de médio e alto padrão, além de hotéis e sho-ppings centers, instalou escritório no Recife, em abril. A expectativa da companhia é elevar para 20% suas vendas na região que, em 2011, res-ponderam por 05% dos negócios da Knijnik. Com mais de 40 anos de atuação, a empresa tem corpo técnico formado por mais de 50 en-genheiros distribuídos entre a sede, em São Paulo, e as fi liais do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. En-tre seus principais clientes estão as incorporadoras Rossi, Brookfi eld, Odebrecht, Cyrela, João Fortes, Gafi -sa e Moura Dubeux.

O Brasil ocupa o quar-to lugar no ranking de empreendimentos re-gistrados no sistema de certifi cação LEED (Lea-dership in Energy and Environmental Design), atrás apenas dos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e China. Até abril, o país já havia certifi cado 51 empreendimentos e ti-nha 474 pleiteando o selo que garante a sustentabi-lidade a escritórios, hos-pitais, escolas, agências

bancárias, lojas e estádios, entre outros. O Green Building Coun-cil Brasil, organização responsável por fomentar o setor de cons-truções sustentáveis no país e representante ofi cial do selo ame-ricano no território brasileiro, vem observando um crescimento recorde na história do mercado brasileiro destas construções. “Mais de um empreendimento é registrado por dia útil no siste-ma de certifi cação LEED. Isso demonstra que em ano de Rio+20 o Brasil está despontando no movimento de mitigar os impactos ambientais da construção civil”, explica Marcos Casado, gerente técnico do Green Building Council Brasil.

Etiene Ramos

TRENA

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TEM, MAS ESTÁ FALTANDO

PARA AMERICANO VEREm tempos em que o planejamento urbano volta a ter status por aqui, a Adit Brasil levou empresários de dez Estados da indústria imobiliária para um curso sobre as experiências americana e brasileira, no desenvolvimento de comunidades planejadas. Em parceria com a Universidade de Miami e a DPZ Architects, o curso ocorreu na própria sede da universidade, com a apresentação de conceitos tradicionais de planejamento e urbanismo do es-pecialista André Duany, fundador da DPZ.

A recente pujança da construção civil no Brasil pode tropeçar num velho problema que já virou bordão entre os empre-

sários de todos os setores: a elevada carga tributária do país. Na Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), no primeiro trimestre de 2012, ela aparece como o principal problema para 53,7% das empresas pesquisadas no Brasil; para 60,7%, no Nordeste; e para 62,5%, nas pernambucanas – quase 10 pontos acima da média nacional. Es-panta este índice num Estado onde a chegada de grandes empre-endimentos industriais em vários polos econômicos traz um im-pacto para lá de positivo para as construtoras, refletindo-se numa expectativa positiva para os próximos seis meses. Em Pernambu-co, os bons ventos sopram na espera por novos empreendimentos e serviços, atingindo 59,7 pontos na escala de 0 a 100 pontos da

pesquisa. No Nordeste, chega a 62,2%, superando a estimativa nacional de 60,5 pontos. Os resultados mostram que o nordes-tino é, antes de tudo, um otimista. Consegue manter esse humor mesmo quando o segundo maior problema que enfrenta é o alto custo da mão de obra, pedra no sapato para 43,8% das empresas de Pernambuco, 41,2% das brasileiras e 31,1% das nordestinas. A falta de capital de giro aparece em terceiro lugar, para 43,8% das construtoras pernambucanas, mais que o dobro dos 20,5% da média nordestina e quase o triplo da brasileira, que corresponde a 15,4%. Fechamos assim o primeiro trimestre do ano, com indi-cadores que apontam para uma realidade inusitada: não falta tra-balho, falta dinheiro para pagar impostos e mão de obra. E ainda: fazer girar a roda dos negócios. Onde está o crédito para azeitar as máquinas da construção?

NOVO DISTRIBUIDOR 3M A 3M do Brasil tem um novo distribuidor de películas para vidros Window Film no Reci-fe - a RCA Design. Especializada em fornecer soluções elétricas para as áreas de arquitetura e construção em toda a região, a RCA Design passa a trabalhar com toda a linha de películas com o objetivo de reduzir o calor e aumentar a segurança e proteção dos ambientes. As pe-lículas Window Film prometem bloquear até 99,9% dos raios ultravioleta, que danifi cam a saúde, em carpetes, pisos e móveis.

RIOMAR GANHA AQUACom previsão de abrir suas portas no próximo dia 30 de outubro, o Riomar Shopping conquistou o Selo Aqua, uma certifi cação internacional concedida pela Fundação Vanzo-lini, que atesta a sustentabilidade do empreendimento. Ins-pirada no sistema francês Haute Qualité Environemental, o Aqua observa quatro fases do empreendimento - da cons-trução à operação, tendo o shopping recebido a certifi cação nas etapas de programa, concepção (projeto) e realização (obra). O Riomar recebeu nível de desempenho excelente em oito das 14 categorias avaliadas. O centro de compras também recebeu nota máxima na gestão de água e resíduos e no canteiro de obras com baixo impacto ambiental.

VITRINE

CAMAS DE NOVELAA Madeira Bonita, especializada em mobiliários para quartos, aposta no eterno romantismo da linha de camas artesanais, com vários acabamentos de madeira. Entre elas, a Diane, uma sofi sticada homenagem à princesa de Gales. A peça tem cabeceira alta e peseira, numa referência aos móveis dos castelos.

A Linea Mobili criou soluções de iluminação para armários e closets que garantem melhor visualização e destacam detalhes de prateleiras, gavetas e nichos. A marca utiliza microlâmpadas em LED, que economizam energia e não produzem calor. Elas podem ser acionadas por sensores que acendem com movimentos de pessoas ou por interruptores em prateleiras de vidro com iluminação embutida.

ESQUADRIAS CERTIFICADASA Ulimax apresenta esquadrias feitas com madeiras tropicais nobres e certifi cadas pelo Ibama, submetidas a um rígido controle de poda e extração. Adequadas a projetos sustentáveis, são produzidas sob medida e chegam na obra prontas para ser instaladas por técnicos treinados pela empresa.

LEÃO DUPLA FACEA Acta Design, conhecida por transformar placas de MDF em animais em 3D, criou um leão exclusivo para a By Kamy, com detalhes de estampas clássicas de tapetes impressas diretamente na madeira. São desenhos universais que vão das formas geométricas à arte consagrada dos ikats. O resultado é uma escultura que simboliza a união dos valores com a cultura.

NEM PAU, NEM PEDRA A linha StoneWood, da Lanzi, une as texturas e sensações do concreto e da madeira em um só produto. Contemporânea e indicada para projetos que prezam pela inovação, é produzida em porcelanato nos formatos 25cmx103cm e 51cmx103cm e nas cores Arena, Moka e Antracita, para aplicação em pisos, paredes e fachadas de espaços comerciais ou residenciais.

LUZ NOS ARMÁRIOS

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ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE GESTÃO MAIS SUSTENTÁVEL EM CANTEIROS DE OBRA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE*

* Tese de doutorado do engº Luiz Priori Júnior, desenvolvida no Departamento de Engenharia Civil da UFPE, sob a orientação do prof. Dr José Jeferson Rego Silva e a coorientação da prof. Drª Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado. O trabalho completo pode ser consultado na sede do Sinduscon/PE ou no banco digital de teses da biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco ( http://www.biblioteca.ufpe.br/pergamum/biblioteca/).

RESUMOO estudo defende a tese de que os princípios da sustentabilidade podem promover uma melhoria na gestão de obras. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma simples – mas coerente e consistente – ferramenta através do resul-tado de discussões e propostas de ações advindas de soluções práticas e indicadores de avaliação, com a fi nalidade de suscitar recursos técnicos viáveis para uma construção mais sustentável e ênfase no papel dos mercados emer-gentes do mundo em desenvolvimento, dentro do prisma econômico, ambiental e social, como força propulsora do desenvolvimento sustentável.

ESPAÇO ABERTO

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A Construir NE amplia sua parceria com o meio acadêmico a partir desta edição com o Espaço Aberto, uma nova seção destinada à publicação de artigos, resumos de teses e outros textos acadêmicos. Na estreia, o engenheiro Luiz Priori Júnior.

INTRODUÇÃOA construção civil em Pernambuco é um setor que ainda emprega métodos praticamente artesanais de produção, em que o desenvolvimento sustentável é encarado principalmente como um ônus, e não como uma nova oportu-nidade de negócio para a organização. Avaliando as condições históricas regionais, pode-se observar a infl uência da forma de colonização a que a região em estudo foi submetida. O Brasil, por ser um país de extensão continental, apresenta diferenças econômicas regionais bastante acentuadas, refl etindo na forma de gestão das empresas. A originalidade desta tese não está apenas em revelar novos conhecimentos, mas juntar essas ideias numa síntese, resultando num processo que oferecerá ferramentas e novos conceitos sobre sustentabilidade, dentro de uma nova perspectiva que desafi e convenções preconcebidas. Todavia, a abordagem do processo construtivo foi direcionada para a realidade regional, tendo como área de estudo a Região Metropolitana do Recife. Esta tese engaja-se na proposição de que para melhorar a sustentabilidade na construção civil, deve-se tentar encontrar soluções que considerem os aspectos regionais. A proposição deste trabalho visa a sugerir um modelo gerencial – para canteiros de obra – mais sustentável à realidade das empresas e adaptado ao dia a dia dos canteiros locais. Entretanto, mesmo que o estudo tenha sido desenvolvido tendo como base uma realidade local, este fato não impede que os resultados alcançados não pos-sam ser aplicados a empresas de outras regiões, porém sujeitos às devidas adaptações. O desconhecimento de profi ssionais gestores de obras a respeito da infl uência que a adoção de ações de responsabilidade socioambiental – muitas vezes de fácil aplicação – pode trazer para a melhoria da produtividade dos funcionários e no sistema organizacional do canteiro justifi cou a realização deste estudo.

CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVAS DA PESQUISAEste estudo fundamentou-se na confl uência dos seguintes temas: a infl uência do processo de colonização na sus-tentabilidade, a relação entre o crescimento econômico e o desenvolvimento socioambiental, a responsabilidade socioambiental corporativa e o perfi l do trabalhador da construção civil em Pernambuco. Tendo a construção civil como linha–mestra condutora, o trabalho apoiou-se no pressuposto de que as regiões em desenvolvimento não necessitam seguir os mesmos modelos dos Estados desenvolvidos, mas podem optar por nortear o seu futuro através de soluções próprias e projetos sustentáveis, que atendam às necessidades regionais (FURTADO, 2008; RANDS, 2011; SEN, 1999).O Brasil é um país de grande extensão territorial, com uma diversidade ambiental ímpar e distintas linhagens étnicas (que contribuíram para a sua colonização), munindo a nação de uma multiculturalidade que difi culta a uniformização do processo de desenvolvimento sustentável. Contudo, o rápido processo de urbanização e a con-sequente limitação de recursos urgem intervenções sustentáveis imediatas. A construção civil é um dos setores “mais caóticos da economia brasileira” (ALMEIDA, 2009, p.67). Num con-texto, o conceito de construção sustentável é, ainda, relacionado basicamente à preservação do meio ambiente. Faltam ações de melhoria na qualidade de vida dos indivíduos e da comunidade, envolvidos no processo constru-tivo, que visem a suprir às suas necessidades e demandas, dentro do que seria ecologicamente possível (PRIORI JR & RÊGO SILVA, 2008).Todavia, na construção civil, a adoção de práticas construtivas mais sustentáveis ainda é vista, por muitos em-presários da região, como um ônus (às práticas normais), gerando aumento nos custos e redução nos lucros das empresas do setor.

HIPÓTESES E OBJETIVOS DO TRABALHO Este trabalho defende a tese de que os princípios da sustentabilidade podem promover uma melhoria na gestão de obras. O desenvolvimento desta pesquisa se deu a partir das hipóteses de que:

• É possível promover uma gestão mais sustentável nos canteiros de obra, a partir da implantação de ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas de acordo com as prioridades, condições e limitações regionais.• Não seria possível atestar a sustentabilidade de um empreendimento (produto) sem avaliar a forma como foi gerida a sua edifi cação (processo).

ESPAÇO ABERTO

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O objetivo principal deste trabalho é confi rmar as hipóteses formuladas e propor um guia de práticas de respon-sabilidade socioambiental para a gestão de canteiros de obra.

METODOLOGIAO trabalho foi dividido em quatro etapas: a parte teórica, que constitui a primeira etapa do estudo, e a parte prática da pesquisa, contida na segunda, terceira e quarta etapas do trabalho. Como não foi encontrado, na bibliografi a pesquisada, um método que pudesse ser aplicado no desenvolvimento global do estudo, dessa forma está sendo proposto um modelo original, construído através da adaptação de processos teóricos existentes.A primeira etapa (teórica) consistiu no levantamento e na consulta do arcabouço bibliográfi co sobre os temas condutores do estudo, além dos sistemas de gestão e processos de avaliação da sustentabilidade. A segunda, ter-ceira e quarta etapas constituem a parte prática da pesquisa. A segunda etapa do trabalho pode ser dividida em duas pesquisas exploratórias, realizadas no intuito de investigar a situação das empresas de construção civil, com atuação na RMR, quanto aos aspectos da sua gestão. A primeira investigação, denominada de Pesquisa de Caracterização do Perfi l Profi ssional das Empresas Constru-toras, visou, através de entrevistas com gerentes e/ou diretores, a identifi car as construtoras do setor de edifi cações quanto ao número, localização e tipo de obra em execução, como também aos sistemas de gestão implantados e certifi cados (ou em implantação) – e a sua visão sobre a responsabilidade socioambiental corporativa. A segunda investigação – que também compõe a segunda etapa do trabalho – consistiu de uma pesquisa explora-tória sobre as variáveis que podem infl uenciar no gerenciamento mais sustentável de canteiros de obra na RMR. Foi avaliado o desempenho de 100 variáveis advindas da bibliografi a escrutinada e da experiência do autor deste trabalho, através de um questionário com respostas fechadas, direcionadas aos engenheiros gestores da obra. A terceira etapa deste trabalho compreende a proposta de diretrizes e formulação de soluções que foram propos-tas através da realização de 20 encontros com dois grupos (10 com cada grupo) de especialistas (engenheiros e arquitetos) em gestão de canteiros de obra, em que foram debatidas exaustivamente as 100 variáveis analisadas (10 em cada encontro), segundo pesquisa da segunda etapa. As propostas serviram como base para a confi guração do Guia de Práticas de Responsabilidade Socioambiental para a Gestão mais Sustentável de Canteiros de Obras (GPS/CO). A quarta etapa transcorreu em duas fases: a primeira correspondeu à elaboração do guia propriamente dito, que teve como bases as variáveis pesquisadas na segunda etapa, enriquecido com o resultado das discussões e propos-tas de ações através de soluções práticas e indicadores de avaliação (terceira etapa), no intuito de suscitar recursos técnicos viáveis para uma construção mais sustentável, de acordo com as premissas básicas:

1. viabilidade de execução; 2. custo acessível;3. promoção de resultados tangíveis.

Esse guia foi formulado de modo a poder ser incorporado aos sistemas de gestão já implantados nas empresas, cujo principal expoente é o sistema de gestão da qualidade, de acordo com a NBR ISO 9001:2008. A segunda fase correspondeu a dois estudos de caso que serviram para avaliar o GPS/CO, através da sua implanta-ção em canteiros de obra. Esse processo durou seis meses, durante os quais o guia foi implantado e seus resultados acompanhados nos dois canteiros de obra pertencentes a duas construtoras locais, que se ofereceram de forma voluntária para participar desse projeto.

GUIA DE PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL PARA A GESTÃO MAIS SUSTENTÁVEL DE CANTEIROS DE OBRA O GPS/CO é um guia para uma gestão mais sustentável (econômica, social e ambiental) de canteiros de obra, o que signifi ca dizer que é composto de orientações e recomendações. Essencialmente foi fundamentado para atin-gir três objetivos básicos de grande relevância, advindos da opinião dos engenheiros de obras:

ESPAÇO ABERTO

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• minimizar a produção de resíduos e a geração de perdas nos canteiros; • melhorar as condições e a qualidade de vida dos trabalhadores nas obras; • promover a racionalização e reutilização de recursos naturais.

A determinação das ações que compõem esse guia seguiu algumas premissas básicas como:

• viabilidade de execução – foram propostas ações que, baseadas na opinião de especialistas e na experiência como gestor de obras do autor deste trabalho, podem ser implantadas em praticamente qualquer tipo de canteiro de obras; • custo acessível – levou em consideração que as empresas com atuação na RMR são, na sua maioria, pe-quenas e médias e, desta forma, têm pouca disponibilidade de recursos para investir em melhorias técnicas e certifi cações;• promoção de resultados tangíveis – uma das preocupações desse guia é com a efi cácia do sistema.

CONCLUSÕESO GPS/CO foi elaborado de acordo com as sugestões dos especialistas e respeitando as premissas de ser viável de execução praticamente em qualquer canteiro de obra de edifi cação vertical urbana (com as devidas adapta-ções); de ter um custo acessível em nível do empreendimento e de promover resultados tangíveis, procurando minimizar a produção de resíduos e a geração de perdas nos canteiros, enquanto contribuição para a preservação do meio ambiente através da promoção da racionalização e reutilização de recursos naturais; e de melhorar as condições de trabalho e vida dos funcionários no canteiro.Através do acompanhamento da implantação do GPS/CO nos dois canteiros de obra pesquisados, concluiu-se – quanto à validade do guia em atingir seus objetivos básicos em relação à sustentabilidade econômica, ambiental e social – que a implantação do GPS/CO contribuiu para a melhoria da sustentabilidade econômica, através de seus refl exos na redução da produção de resíduos e na geração de perdas nos canteiros; em termos ambientais, para a capacitação dos trabalhadores para a preservação do meio ambiente, com a promoção da racionalização e reutilização de recursos naturais; no aspecto social, para a melhoria das condições de trabalho e vida dos funcio-nários no canteiro de obras. Um ponto preocupante repousou na constatação de uma certa desmotivação dos profi ssionais gestores de obras na busca por novos conhecimentos e capacitação, uma vez que as suas responsabilidades não lhes propõem novos desafi os no campo tecnológico. A vinculação do engenheiro à execução de tarefas de menor demanda capacitiva corrobora para que não haja um planejamento consistente e nem interesse em buscar inovações, evidenciando a continuidade na adoção de antigos métodos de gerenciamento e construção, frente à preterição de novas técnicas construtivas geralmente mais sustentáveis.Por fi m, espera-se confi antemente que esta tese possa contribuir para uma gestão mais sustentável nos canteiros de obra, com refl exos diretos na qualidade de vida dos trabalhadores e na efi cácia dos programas de gestão da qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional e responsabilidade social, adotados por empresas cons-trutoras. E que, além de uma referência, este trabalho venha a se constituir numa ferramenta de efetiva aplicação prática por empresas da construção civil.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, Ricardo (coord.). 2009. Pernambuco competitivo. Recife: Editora INTG. FURTADO, Celso. 2008. Criatividade e dependência na civilização industrial. São Paulo: Companhia das Letras.PRIORI JR, Luiz; RÊGO SILVA, José Jeferson. 2008. Considerações sobre a construção sustentável no Brasil. Construir Nordeste, v. 47, 48 – 49.RANDS, Alexandre. 2011. Desigualdades regionais no Brasil. Rio de Janeiro: Campus.SEN, Amartya. 1999. Desenvolvimento com liberdade. São Paulo: Companhia das Letras.

ESPAÇO ABERTO

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A indústria da construção civil tem vi-venciado um momento de crescimento

vertiginoso e a competitividade existente ra-tifi ca a necessidade de melhoria das práticas construtivas tradicionais, uma vez que a si-tuação vigente também tem gerado preocu-pações, tais como o atendimento aos prazos para a entrega de obras e os custos previstos no orçamento.

A fi m de garantir a sustentabilidade dos negócios e de atender adequadamente à demanda de mercado, as empresas cons-trutoras precisam se mobilizar, buscando mais efi ciência através da racionalização das tecnologias construtivas. Para tanto, deve-se monitorar o processo de produção, verifi cando os fatores que reduzem a sua efi ciência, com vistas a obter um constante

Dentre os resultados preliminares, foi possível constatar perdas medianas para o concreto estrutural de 12,42% (pilar) e 10,95% (viga + laje), com um consumo mediano de argamassa industrializada de 40,76 l/m². Além destes, verificou-se que a produtividade da mão de obra para con-cretagem de pilares variou entre 2,94Hb/m³ e 13,03 Hh/m³; já para concretagem

ESPAÇO PEC

Estrutura de concreto

Alvenaria de vedação

Emboço de fachada

Item

Perdas de concreto (%)

Produtividade da concretagem Pilar (Hh/m³)

Produtividade da concretagem Viga + Laje (Hh/m³)

Perdas de Blocos/tijolos (%)

Perdas de Argamassa Industrializada para assentamento (%)

Produtividade da elevação da alvenaria (Hh/m²)

Perdas de Argamassa Industrializada para emboço (%)

Produtividade do revestimento de emboço de fachada (Hh/m²)

Mínimo

2

---

0,70

0,60

3

---

26

---

0,51

5

---

0,40

Mediana

9

---

2,00

1,54

13

---

115

---

0,71

90

---

0,79

Média

9

---

---

---

17

---

115

---

---

99

---

---

Máximo

23

5

5,13

4,23

48

5 (blocos)10 (tijolos)

205

20

0,98

209

25

2,60

Fonte

Agopyan et al. (1998)

TCPO 13 (2008)

Agopyan et al. (1998)

TCPO 13 (2008)

Agopyan et al. (1998)

TCPO 13 (2008)

Agopyan et al. (1998)

TCPO 13 (2008)

TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS À BASE DE CIMENTO

aumento da produtividade dos serviços, bem como redução do retrabalho e dos desperdí-cios e custos envolvidos.

Dentro desse contexto, o Progride foi desenvolvido, no âmbito da comunidade da construção do Recife, em Pernambuco, re-presentada pela Associação Brasileira de Ci-mento Portland (ABCP), sob a coordenação do Politech (Programa de Tecnologia e Ges-tão da Construção de Edifícios), da Escola Politécnica de Pernambuco, para implantar um sistema de indicadores relativos às per-das, consumo de materiais/componentes e produtividade da mão de obra das tecnolo-gias construtivas: concretagem da estrutura, elevação da alvenaria de vedação e revesti-mento de argamassa de fachada. Busca-se ainda a identifi cação dos principais fatores

infl uenciadores dos indicadores monitora-dos e a caracterização das melhores práticas (benchmarking) adotadas pelas empresas construtoras envolvidas.

A metodologia de trabalho contempla as seguintes etapas: defi nição de indicadores e da metodologia de coleta de dados padroni-zados, reunião inicial de sensibilização (15 construtoras participantes), reuniões para discussão e apresentação da metodologia de apropriação da coleta de dados, reuniões para apresentação de experiências de moni-toramento dos indicadores, coleta de dados propriamente dita, validação de resultados e workshops de discussão.

Na Tabela abaixo estão discriminados os principais valores de referência adotados para a comparação dos resultados obtidos.

de vigas e lajes, entre 0,94Hh/m³ e 3,19Hh/m³; e, para a execução do revestimento de fachadas, a produtividade oscilou entre 1,48Hh/m³ e 2,08Hh/m².

No presente momento, as atividades em curso incluem apropriação de dados em campo pelas construtoras, validação de re-sultados e identificação e caracterização de melhores práticas.

Eng. Alberto Casado Lordsleem Jr., Pós-Doutorado pela Escola Politécnica da USP, Docente da Escola Politécnica da UPE, Consultor de empresas e entidades setoriais da Construçã[email protected]

Engª. Suenne Correia Pinho, Mestranda da Escola Politécnica da [email protected]

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ARQUITETURA & INTERIORES

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O VERDE QUE A BAHIA TEM

O arquiteto Antônio Caramelo alia arquitetura sustentável à tecnologia e trouxe para a Bahia a primeira certifi cação Aqua de um empresarial do Norte/Nordeste

sendo projetados os green buildings ou pré-dios verdes. Quando se trata da construção civil, então, a questão da sustentabilidade ganha relevo e impõe atitude. O setor e sua cadeia produtiva são dos mais críticos, no que diz respeito aos impactos ambientais, pois são responsáveis por cerca de 50% do CO2 lançado na atmosfera e quase metade da quantidade de resíduos sólidos gerados no mundo, além de grandes consumidores de recursos naturais.

Para o arquiteto baiano Antônio Carame-lo, diante dessa realidade, a sustentabilidade é hoje irreversível. “Você não pode projetar nada que seja novo ou que se proponha a ser de vanguarda ou avançado sem ser susten-tável”, afi rma. É dele o projeto arquitetônico

do primeiro empreendimento empresarial totalmente “verde” do Norte/Nordeste: o Syene Corporate, um empreendimento dife-renciado, vencedor do International Proper-ty Awards 2010, uma das mais conceituadas premiações da construção civil do mundo.

A fi cha da sustentabilidade caiu para Cara-melo quando ele participou, em 2008, de um seminário em Chicago, nos Estados Unidos. “Ali eu comecei a me inteirar do avanço que já existia na busca da economicidade, da apli-cação desses conceitos de sustentabilidade, do ganho que isso poderia proporcionar com o reuso de materiais de construção. Eles estavam fazendo seleção de restos de material de cons-trução para a produção de outros materiais de revestimento, pavimento e coisas assim”.

José Pacheco Maia Filho

Sustentabilidade é o ponto de interseção entre os negócios e os interesses da so-

ciedade e do planeta”. A definição é do es-critor Andrew Savitz, autor de “A empresa sustentável”. Já o Programa Ambiental das Nações Unidas define desenvolvimento sustentável como aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem com-prometer a capacidade de atender às ne-cessidades das gerações futuras.

Isso implica planejamento e reconheci-mento de que os recursos naturais são fi ni-tos. Signifi ca a substituição da quantidade pela qualidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos, porém aumento da reutilização e da reciclagem.

É dentro desses princípios que estão

ARQUITETURA & INTERIORES

ABR/MAI 2012 | | 39

PRÊMIO PARA O NORDESTEEntusiasmado com a experiência pró-

pria da construção sustentável, Caramelo, em 2010, já estava envolvido com o Syene Corporate, uma iniciativa da incorporadora Syene, braço imobiliário no Brasil do grupo espanhol Copasa. O arquiteto destaca que o projeto do empreendimento pioneiro é con-sequência da visão inovadora dos dirigentes da empresa, principalmente do líder, Alberto Lorenzo.

O vislumbre do futuro irreversível moti-vou Caramelo, antes mesmo de ele desenvol-ver o projeto do Syene Corporate, a aplicar o conceito da sustentabilidade na nova sede de seu escritório em Salvador, que se encontra em fase de conclusão. “Eu comecei a minha sede quando eu voltei de lá, em 2009. Foi quando eu dei partida para a construção. E aqui eu apliquei todos os recursos. Ou seja, automação, iluminação em LED, tratamento de água, aproveitando águas pluviais. Auto-mação de todo o sistema. Eu tenho gerencia-mento de tudo por um sistema de automação com protocolo Bailey”.

Caramelo se empolga ao falar do projeto da sua sede. “Todo o controle é feito por esse sistema. A iluminação natural é medida por fotossensores que captam o fl uxo luminoso e medem a iluminação que entra. Faço isso para estabelecer o grau de iluminação. Há claraboias laterais na cobertura e pisos de vi-dro na mesma projeção, de forma que toda iluminação que entra tem o fl uxo luminoso medido pelos fotossensores, que depois en-viam a medição para o computador. De dia, a iluminação artifi cial por LEDs dimerizáveis é complementar”, explica.

No projeto do novo escritório, o vidro como auxiliar da iluminação natural

Caramelo: “as demandas humanas são crescentes e os recursos naturais fi nitos”

O arquiteto “high tech” entende que a sustentabilidade e a tecnologia caminham de mãos dadas. “Uma complementa a outra, às vezes. Os recursos, quando controlados por sistemas automáticos e computadorizados têm mais precisão, exatidão e bastante eco-nomia”. Na nova sede de seu escritório, 90% dos materiais são recicláveis. “Em torno de 90% deles são reciclados e recicláveis. Eu es-tou com uma estrutura de ferro que é reciclá-vel, com o termoplástico reciclável. Minhas pastilhas são recicladas, meu piso é recicla-do”, exemplifi ca.

“As demandas humanas são crescentes e os recursos naturais fi nitos. Não dá mais para adiar o equacionamento dessas variá-veis confl itantes. A Syene não adota a gestão sustentável por uma contrapartida, mas por uma consciência realmente responsável. O Syene Corporate é uma prova disso”, afi rma Lorenzo.

Concebido como empreendimento co-mercial pioneiro e desbravador, o Syene Cor-porate foi projetado no novo centro fi nan-ceiro e comercial de Salvador, onde estão as sedes das maiores e mais modernas empresas da cidade: a Avenida Tancredo Neves.

Além da proximidade do aeroporto, a apenas 15 minutos, na localidade do Syene Corporate existe uma grande variedade de serviços, afora o acesso fácil e rápido aos principais pontos da cidade.

De acordo com Caramelo, muitos aspec-tos compõem a lista de exigências para o pioneiro projeto, certifi cado pelo Selo Aqua e em processo de certifi cação pelo Leed. “No Syene Corporate, tudo foi pensado, pesado e quantifi cado à exaustão, desde a escolha do terreno, do método construtivo, dos mate-riais a serem utilizados, do tratamento e uso de recursos estruturais, do gerenciamento e da destinação de resíduos, até o comprome-timento com a economicidade e, sobretudo, com a sustentabilidade”.

Tudo se iniciou com uma ampla pesqui-sa que, a partir do briefi ng, buscou atender às necessidades do mercado voltadas para os empreendimentos comerciais. Portanto, além dos quesitos relativos à tecnologia de pon-ta, todo esforço foi envidado na tentativa de tornar o Syene Corporate um complexo sus-tentável, certifi cado como “edifício do setor de serviços – processo Aqua (Alta Qualidade Ambiental)”.

O projeto é composto por uma grande nave com 32 pavimentos, assim distribuídos: cinco níveis de garagens sobre o pavimento térreo, com 17 lojas para comércio e serviços, três garagens no subsolo, centro de conven-ções e área técnica para refrigeração, deck parking no terraço e fi tness, além de seis sa-las por andar até o 18º pavimento e, a partir daí, sete salas. Na laje de cobertura da grande nave, o heliponto e o teto verde, totalizando uma área construída fi nal de 80.540,29 me-tros quadrados em 226 unidades imobiliárias.

A proposta para o partido adotado respei-ta o sítio, classifi cado como centro metropo-litano de Salvador, povoado em sua grande maioria por torres comerciais de escritórios

ARQUITETURA & INTERIORES

| ABR/MAI 201240 |

e torres corporativas, odontomédicas, fl ats, shopping centers e, recentemente, dois gran-des complexos residenciais. “Assim, busca-mos tirar partido do comprimento do nos-so terreno, fazendo a implantação de todo o índice de utilização em uma única torre, que situamos na extremidade voltada para a via marginal da Tancredo Neves, de modo a minimizar os impactos visuais e de insoleja-mento em relação aos edifícios do entorno”, explica Caramelo.

Segundo ele, o Syene Corporate lastreou--se em princípios e componentes impor-tantes para a avaliação da viabilidade, bem mais fl exíveis e justos com a comunidade instalada, respeitando recuos, orientação e tratamentos externos, de modo a preservar a privacidade e reduzir a ideia de massa com o uso de transparências e refl exões.

O sistema de implantação em escalona-mento dos deck parkings possibilita o atendi-mento à grande solicitação de vagas para es-tacionamento no empreendimento, evitando transtornos nas vias e na relação com os vi-zinhos. Drenagem e permeabilidade também receberam igual atenção, evitando problemas para a vizinhança, o que pode ser constatado nos projetos complementares.

“Buscamos com nossos projetos uma for-ma correta de implantação, que não produza agressões topográfi cas prejudiciais ao meio físico, tenham uma disposição volumétrica que não cause prejuízos visuais ou de insole-jamento às edifi cações contíguas, disponham de um estudo de tráfego e acessos que não gere transtornos à acessibilidade dos empre-endimentos adjacentes, criem área para carga e descarga, uma vez respeitada a ordem so-nora ou olfativa dos vizinhos, dentre outros cuidados”, descreve o arquiteto.

Para Caramelo, o Syene Corporate, a cada instante de elaboração dos projetos, buscou a economicidade consciente. “Reciclamos, otimizamos processos e elaboramos soluções que alongassem a vida útil do empreendi-mento com manutenções compatíveis e ra-cionais; execução e custos; inovações tecno-lógicas, dentre outros temas”.

No atendimento às premissas da sus-tentabilidade, foram alargadas galerias, re-dimensionados elevadores (com admissão de parcelamento em estágios de percurso). “Promovemos o uso de revestimento em placas fotovoltaicas para fachadas e criamos condições para que o cliente fi nal pudesse optar pelo sistema individual de refrigeração. Também criamos uma área específi ca para a coleta seletiva do lixo para cada pavimento, disponibilizando instalações sanitárias indi-viduais e especiais para clientes e visitantes, além das privativas normais nas salas”.

Todo o projeto se volta para o propósito de humanização das instalações com eco-nomia de recursos, mas ao mesmo tempo com funcionalidade e segurança. “O Syene Corporate já nasce sendo um exemplo de sustentabilidade, promovendo o uso racional

Por trás das linhas elegantes e modernas do Syene, os

conceitos de sustentabilidade

dos recursos naturais”, destaca o empresário Alberto Lorenzo.

Após rigorosa avaliação, a iniciativa conquistou o Selo Aqua (Alta Qualidade Ambiental), concedido pela Fundação Van-zolini, sendo o primeiro empreendimento sustentável do Norte/Nordeste a receber tal certifi cação.

Para Caramelo, fazer o novo é um com-promisso com a necessidade de surpreender. “No Syene Corporate, são muitas as surpre-sas, sobretudo quando da revelação de novos espaços e das perspectivas inesperadas. Com essas inovações, facilmente o usuário se dei-xará envolver, conquistado por signifi cativas possibilidades de uso que começam a fazer parte dos empreendimentos concebidos para uma vida moderna, simples, prática e sem mistérios.

ARQUITETURA & INTERIORES

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Começam, no mês de maio, as obras da nova sede do Sindicato da Indústria da Cons-trução Civil do Estado da Bahia (Sinduscon/BA). O projeto seguirá os conceitos de sus-tentabilidade e prevê a escolha integrada de processos e materiais construtivos, e o uso de sistemas para redução de resíduos, além de levar em conta aspectos como a relação har-mônica do edifício com o seu entorno.

A nova sede do sindicato vai marcar o conceito de desenvolvimento sustentável no setor da construção civil do Estado e servi-rá de exemplo para todo o Brasil, já que vai refl etir o engajamento do segmento com o crescimento sustentável.

Para isso, serão adotadas medidas como a implantação de medidores individuais de água, o uso de energia solar para iluminação de áreas comuns do prédio, o isolamento tér-mico de paredes externas e a implantação de sistemas inteligentes de gerenciamento.

Também serão implantados terraços ve-getalizados, de forma a aumentar o verde e permitir uma alteração no entorno e na arquitetura urbana. Além de contar com equipamentos que minimizam o impacto da edifi cação no meio ambiente, será oferecida uma estrutura confortável e inovadora.

A área total construída é de aproximada-mente 2.750 metros quadrados, distribuídos entre oito salões, um espaço multiuso e dois

Entrada imponente do

empresarial, alia sofi sticação à

tecnologia

Sinduscon-BA mostra engajamento e dá

exemplo ao construir nova sede com

os princípios da sustentabilidade

SINDUSCON/BA: OUTRO EXEMPLO DE SUSTENTABILIDADE

pavimentos de garagem. Serão 37 vagas para veículos, o que reduz consideravelmente o problema de estacionamento.

Merece destaque no projeto do novo edi-fício o acesso principal, que terá plataforma para portadores de necessidades especiais do nível da rua até o térreo. “A ideia de incorpo-rar tantas novidades ao projeto é refl etir, na nova sede - seja na fachada ou na aplicação das inovações trazidas pela construção sus-tentável, uma imagem atual e ecologicamente correta que traduza a forte atuação do Sin-duscon/BA no setor da construção civil”, afi r-ma o presidente do sindicato, Carlos Alber-to Vieira Lima. Segundo ele, o projeto será submetido ao processo de certifi cação Aqua, que consiste na legitimação do desempenho ambiental de empreendimentos.

ARQUITETURA & INTERIORES

UM HOTEL PARA A SAÚDEO conceito de hotelaria hospitalar, ou hospitalidade, envolve a oferta de ambientes aconchegantes além de funcionais nos quesitos higiene e limpeza

O terceiro hospital da rede Unimed no Recife tem ambientes amplos e iluminados. A ambientação, a cargo da arquiteta paraibana Patrícia Lago, é minimalista e conforme as exigências de um espaço que precisa ser, antes de tudo, limpo. Segundo dados da Associação Nacional de Biossegurança, os índices de contaminação nas unidades de saúde alcançam 15%, quando o recomendável é de apenas 5%. A Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar defende a participação intensa de arquitetos e engenheiros no combate às infecções através de projetos voltados para favorecer ao máximo a higienização.“Enaltecer a amplitude e a funcionalidade foi a nossa principal linha de ação. Na recepção, usamos porcelanato de dimensões maiores para evitar ao máximo o rejunte, poltronas de linhas retas, detalhes nas paredes em laminado imitando madeira e plantas artifi ciais. Quem entra deve se sentir em um ambiente acolhedor, pensado para dar a sensação de bem-estar”, diz a arquiteta Patrícia Lago.

O pavimento emborrachado e a máxima ausência de rejuntes no porcelanato, presente também no hall dos andares, têm a função de

facilitar a limpeza e evitar a presença de bactérias. A tinta utilizada nas paredes é lavável e com componentes antibactericidas

| ABR/MAI 201242 |

Cristina França

ARQUITETURA & INTERIORES

Nos móveis modulados dos quartos, a mesma preocupação com as linhas retas, sem texturas e reentrâncias. “Há empresas que oferecem poltronas e sofás anatômicos já direcionados para o setor de saúde. Nossa função é montar o espaço completo, propondo detalhes que aumentem o conforto do paciente”, diz a arquiteta.

Registro para as barreiras físicas, como a que separa o centro cirúrgico do vestiário dos profi ssionais do setor, e para a presença de pias para higiene das

mãos – o procedimento mais importante e barato para evitar a transmissão de infecções em ambientes de saúde. Em todas as áreas do hospital, as

sinalizações são em português e inglês.

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A presença de janelas traz uma iluminação natural diurna que pode ser controlada com as cortinas roll-on, fáceis de limpar. “Nossa função é montar o espaço completo, propondo detalhes que aumentem o conforto do paciente, como uma iluminação discreta e direcionada, especialmente para as medicações noturnas”, afi rma Patrícia.

DECORAÇÃO & ARQUITETURA

Ricardo Castro

LIFE STYLE A Planc chegou à marca da 70ª obra residencial concluída e entregue com o Residencial Life Style, no último dia 20 de abril. A construtora comemora 5.382 unidades residenciais,

entre lotes e apartamentos entregues em quatro Estados nordestinos. Para a diretoria da empresa, a sua credibilidade está construída com base no sonho de mais de cinco mil famílias que receberam e já residem nessas unidades.

NEWLuciana e Aloísio Rocha, que comandam a loja Trianon Iluminação, adquiriram recentemente a franquia da loja New Móveis Planejados, da Av. Edson Ramalho. A marca de modulados possui um excelente padrão de qualidade, com soluções para todos os ambientes e ótimo custo-benefício, ou seja, qualidade aliada a preço e condições ao alcance de todos. A novidade vem reforçar e movimentar ainda mais o segmento de móveis planejados na cidade, afi nal Luciana e Aloísio são ótimos administradores e, com certeza, a loja vai ressurgir com força total.

PREMIAÇÃO ADOs diretores do Circuito AD, associação que integra empresários e profi ssionais da arquitetura, do design e da decoração paraibana, receberamconvidados na Casa Roccia para celebrar o sucesso e premiar os vencedores na categoria master da campanha de pontuação 2011/2012. Os contemplados ganharam viagens para a Escandinávia, Itália e São Paulo, onde visitarão a Casa Cor SP.Henrique Santiago, André Pinheiro, Geórgia Suassuna, Leonardo Maia e Leila Azouz foram os profi ssionais que mais pontuaram na campanha. A noite foi de festa para todo o Circuito AD.

ULTRAMARE O grupo Alliance reuniu convidados, na noite de 17 de abril, no Altiplano, para a entrega do Ultramare - Class Club Residence, projeto do arquiteto Germano Romero que apresenta o novo conceito “residencial club” - um conjunto de itens que privilegia o lazer, o bem-estar e a qualidade de vida dos seus condôminos. O clima foi de confraternização entre os novos moradores, ao som do quarteto Paraíba Jazz. O diretor executivo do Alliance, Raul Henrique Barreto Lins,recepcionou os convidados, que conferiram a infraestrutura das áreas comuns, entregues totalmente equipadas e decoradas. Na fotos, o Conselho do Grupo Alliance

(esquerda) e os proprietários da Construtora Alliance, Clóvis Cavalcante, Marcos Ramos e Constantino Júnior (direita).

ESTANDEConvidada para projetar o estande da Construtora Andrade Marinho LMF, na Campi Móvéis 2012, feira especializada em construção civil de Campina Grande, na Paraíba, a arquiteta Katiuscia Diniz montou um espaço agradável que fez o cliente se sentir em um escritório da construtora. Com linhas retas e contemporâneas, seguindo o estilo sofi sticado da profi ssional, o estande traduziu todo o potencial da construtora para a feira.

| ABR/MAI 201244 |

Aaquisição de imóveis é, na maioria das vezes, o primeiro passo para a imple-

mentação de qualquer grande empreendi-mento. Entretanto, esta operação, se não for precedida de uma análise jurídica sobre o ris-co da compra, pode gerar muita dor de cabeça para o empreendedor ou, pior do que isto, um enorme prejuízo ao empresário que venha a adquirir o imóvel.

Essa análise que precede a aquisição deve levar em conta os passivos não apenas do alie-nante, como também de todos os antigos pro-prietários do imóvel objeto da negociação nos últimos 20 anos, especialmente sob o enfoque de dívidas civis, tributárias e trabalhistas. Além disso, é também importante fazer uma avaliação em relação a possíveis passivos am-bientais do imóvel, tema que merece ser tra-tado em um artigo próprio, dada a relevância que vem recebendo nos últimos anos.

A importância dessa análise de risco é pa-tente, tendo em vista que, caso o alienante se torne insolvente após a referida venda, ou mes-mo já esteja nesta condição, ou seja, não tenha patrimônio sufi ciente para saldar suas dívidas, poderá a referida alienação ser declarada frau-dulenta e, posteriormente, anulada, hipótese em que o comprador poderá perder o imóvel em benefício do credor, ainda que já tenha pago ao vendedor todo o preço da compra.

Nos termos do Art. 593, do Código de Processo Civil, considera-se fraude de exe-cução a alienação ou oneração de bens por devedor contra o qual corria, à época da alie-nação, demanda capaz de reduzi-lo à insol-vência. Da mesma forma, a redação original do Art. 185, do Código Tributário Nacional, presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens por contribuinte em débito com a Fa-zenda Pública, por débitos tributários em fase de execução, quando o devedor já tiver sido citado em execução fi scal.

CONSTRUIR DIREITO

Rafael Aciolly

O RISCO NA COMPRA DE IMÓVEIS

Dessa forma, para garantir a segurança da aquisição bastava ao proprietário obter, junto aos distribuidores dos fóruns da Justi-ça estadual, federal e do trabalho, uma certi-dão de feitos ajuizados contra o vendedor, de modo a atestar a inexistência de cobranças ou execuções contra o alienante, informação que deve, inclusive, ser certifi cada na escri-tura pública pelo tabelião competente, como disposto na Lei nº 7.433/85.

Além disso, o Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ), buscando dar maior proteção ao adquirente de boa-fé e consolidando seu entendimento acerca da matéria, publicou, em 30/3/2009, a súmula nº 375, na qual es-tabelece que “o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do

terceiro adquirente”, ato que passou a garan-tir mais segurança jurídica ao comprador, em relação às dívidas civis do vendedor e dos an-tigos proprietários do imóvel.

No entanto, com a edição da Lei Comple-mentar nº 118, de 9 de fevereiro de 2005, que entrou em vigor em 9 de junho de 2006 e al-terou a redação do Art. 185 do Código Tribu-tário Nacional, passou a ser considerada frau-dulenta a alienação ou oneração de bens por sujeito passivo com débito tributário inscrito em dívida ativa, independentemente da referi-da dívida estar em fase de execução fi scal.

E mais, de acordo com a atual jurispru-dência do STJ, consubstanciada em inúmeros julgamentos, a presunção de fraude, em rela-ção ao devedor que possuía débitos tributá-rios inscritos em dívida ativa à época da ven-da do imóvel, é absoluta, ou seja, independe do prévio conhecimento do adquirente ou da prática de qualquer outro ato pela Fazenda Pública, podendo a referida venda ser decla-rada nula e, o referido bem, utilizado para pagamento do débito fi scal, pelo simples fato do vendedor ter débitos perante a Fazenda Pública e não ter como saldá-los.

Sendo assim, para que possa o compra-dor do imóvel ver afastado o risco de ter sua aquisição declarada fraudulenta e perder a propriedade do imóvel adquirido, ainda que já tenha registrado a escritura no Cartório de Registro de Imóveis e transferido a proprie-dade do bem para o seu nome, é necessário que a análise da operação vá além da docu-mentação exigida pelo tabelião do Cartório de Notas, se possível com o assessoramento de advogados com experiência no assunto.

Rafael Accioly éé advogado da área de Direito Imobiliário do escritório Queiroz Cavalcanti, graduado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco

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ano II | nº 11 | abril / maio 2012

JARDINS MAIS PERTO DO CÉUTendência ainda distante do Nordeste, os telhados verdes levam a natureza para o topo dos edifícios

Visto de Portugal

O colunista Renato Leal aponta a consolidação das certifi cações na construção

Entrevista | ALFREDO SIRKIS

Às vésperas da Rio + 20, o deputado federal pelo PV/RJ fala sobre a evolução das cidades

Divulgação

48|2

EXPEDIENTE

SUMÁRIO

CONSELHO EDITORIALAna Lúcia Rodrigues

Carlos ValleInez Luz Gomes

José Lucas SimonKilvio Alessandro Ferraz

Ozeas OmenaRenato LealRicardo Leal

Serapião Bispo

PUBLISHERElaine Lyra

[email protected]

EDITORA EXECUTIVAEtiene Ramos

[email protected]

REPÓRTERCristina França

COLABORAÇÃO TÉCNICARoberta Marques Feijó | gestora ambiental

REVISÃO DE TEXTOBetânia Jerônimo

[email protected]

FOTOS (CAPA)André Prietsch

Caro leitor,

O nosso caderno Vida Sustentável está atento à movimentação da sociedade por cidades mais organizadas, mais verdes, mais sustentáveis. Projetos e no-vas visões expandem-se à medida que o desenvolvimento aponta a necessi-dade de se pensar na melhor distribuição do espaço urbano, na mobilidade, na qualidade de vida das pessoas.Nesta edição, o deputado federal Alfredo Sirkis, que esteve no Recife para uma reunião preparatória da Rio + 20, fala das mudanças que uma visão sus-tentável pode trazer para uma cidade, inclusive com um olhar positivo para a verticalização.Na coluna Boas Práticas, notícias sobre ações empresariais acerca do meio ambiente. E o Movimento Vida Sustentável, encampado pela Construir NE, Governo do Estado e Sinduscon/PE, continua trazendo temas que envolvem os construtores e outros atores ligados ao mundo da construção.Em abril, o especialista em energia solar Carlos Café apresentou sua visão sobre a exigência do programa Minha Casa, Minha Vida em relação a projetos com esta alternativa para o aquecimento da água do banho, uma demanda ainda baixa no Nordeste.Já em maio, uma lei pernambucana, que obriga os empresários a pensarem na reutilização da água, entrou na pauta do movimento. Mas não vou contar mais nada. Vire a página!

Boa leitura.

54 BOAS PRÁTICAS

56 ENTREVISTAAlfredo Sirkis, o deputado “verde” e presidente da subcomissão da Rio + 20, defende a verticalização das cidades

58 CAPATelhados verdes começam a mudar a paisagem de grandes cidades

62 MOVIMENTO VIDA SUSTENTÁVELO Fórum Sustentável do Sinduscon/PE abre espaço para discussão das exigências de energia solar no MCMV e do reuso da água em Pernambuco

AGENDA

ECOLOGIA URBANAAcontece na Universidade Nacional de General Sarmiento (UNGS), em Buenos Aires, Argentina, nos dias 12 e 13 de junho, o I Congresso Latino-Americano de Ecologia Urbana – Desafios e Cenários de Desenvolvimento para as Cidades Latino-Americanas. Logo em seguida, nos dias 14 e 15, no mesmo campus, o I Curso Internacional de Ecologia Urbana. Entre os temas dos eventos, cidades de baixo carbono; gestão de resíduos; transporte; cidades e regiões metropolitanas; planejamento urbano sustentável; megaconstruções e ambiente e gestão do espaço público; biodiversidade urbana; mudanças climáticas, catástrofes e cidades; e gestão da água. Informações: www.ungs.edu.ar/areas/eco_urbana_inicio/1/i-congreso-latinoamericano-de-ecologa-urbana.html.

RECICLAÇÃO EM CURITIBAA 7ª Feira Brasileira de Reciclagem & Meio Ambiente Industrial (ReciclAção) acontece de 27 a 30 de junho, no Centro de Eventos Expo Unimed Curitiba, e quer aproximar a comunidade científi ca do setor empresarial para estimular o desenvolvimento sustentável através da reciclagem e reutilização de resíduos recuperáveis industriais, e do uso de energias alternativas e renováveis. O objetivo é gerar negócios, inclusão e consciência socioambiental. Paralelamente à feira serão realizados os cursos “Plano de gerenciamento de resíduos sólidos” e “Introdução ao mercado de reciclagem”, abordando aspectos econômicos e sociais do mercado de reciclagem de papel e papelão, vidros, metais, plásticos, construção civil, pneus e madeira. Informações: http://www.montebelloeventos.com.br/reciclacao.

CIDADES E CAMPOS SUSTENTÁVEIS A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia, recebe, de 8 a 13 de julho, o II Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental (II Cobesa), cujo tema central é “Cidade, campo e sustentabilidade socioambiental”. Com 85% da população brasileira vivendo em cidades e áreas rurais carentes de serviços básicos, o congresso vai discutir sistemas urbanos, economia e estilo de vida, além de como promover o equilíbrio com a natureza de forma sustentável. Os vários subtemas abordam abastecimento de água e efluentes; tecnologia e manejo de resíduos sólidos; políticas e gestão, responsabilidades e participação social; energia, saneamento e meio ambiente; clima, urbanização, conforto e saúde ambiental. Informações: www.cobesa.com.br.

EU DIGO

50|4

As cidades e suas necessidades de cria-rem comunidades sustentáveis, através

de um planejamento baseado em um am-biente urbano sustentável, são um tema que necessita não só de uma defi nição estratégi-ca indispensável para a concretização do de-senvolvimento sustentável, como demonstra que a sustentabilidade é uma responsabili-dade que tem de ser partilhada.

A cooperação nos diferentes níveis das organizações públicas e privadas é um ele-mento essencial em prol da sustentabilidade das cidades. É facilmente entendida a neces-sidade de mudança na gestão territorial sus-tentável, mas é difícil defi nir a “quantidade” de sustentabilidade necessária e, mais difícil ainda, é torná-la operacional.

Tenho o prazer desse ser o meu estímulo todos os dias do ano. Sei que a curto, médio e longo prazos teremos todos de ir ao encon-tro da sustentabilidade - e que esta requer grandes mudanças de atitude e das políticas públicas, da sociedade, do funcionamento das economias e da infl uência do pensamen-to econômico.

A criação de cidades sustentáveis é um processo de aprendizagem contínuo, que pode ser defi nido como “aprender fazendo”.

O tema das cidades sustentáveis como um todo é uma utopia - nem mesmo uma ci-dade criada consegue ser 100% sustentável em todas as áreas e vetores da sustentabi-lidade. Ela poderá e deverá ser sustentável numa ou noutra área, com características em potencial a explorar. Contudo, o marketing e o poder dos conceitos têm essa mágica de criação de nomenclaturas que, muitas ve-zes, são usadas e não traduzidas para uma realidade técnica e consistente. Eu também fui arrastada por elas, caso contrário não me conseguiria fazer entender ou exprimir.

O PRINCÍPIO DE CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS

Isabel Santos

Os padrões organizativos e sistemas ad-ministrativos das prefeituras deverão ter uma estratégia holística e fazer uma refl exão ecossistêmica. São os governos que indireta-mente criam a vida das pessoas. E não posso deixar de lembrar que integração, coopera-ção, subsidiariedade e sinergia são conceitos fundamentais para a gestão das prefeituras, com vistas à vida sustentável. Elas devem co-nhecer e analisar as experiências em termos de ensino e formação profi ssional, trabalho multidisciplinar, parcerias e redes, participa-ção da comunidade local e mecanismos edu-cativos inovadores, aumentando o conheci-mento e a criação das verdadeiras cidades sustentáveis - e de uma consequente vida sustentável.

A gestão sustentável das cidades exige uma abordagem integrada para fechar os ci-clos dos recursos naturais, da energia e dos resíduos.

Os objetivos dessa abordagem deverão incluir a redução do consumo de recursos naturais, especialmente dos não renováveis; a redução da produção de resíduos pela reu-tilização e reciclagem; a redução da polui-ção do ar, do solo e da água; e o aumento da

proporção de áreas naturais e da diversidade biológica nas cidades.

Esses objetivos serão mais fáceis de atin-gir em pequena escala (comunidades), motivo pelo qual os ciclos ecológicos locais podem ser ideais para a introdução de políticas mais sustentáveis para as comunidades urbanas.

O poder local desempenha um papel cru-cial na gênese dessas comunidades. Sugiro que os poderes regionais e locais explorem as formas de criação de emprego através de medidas de proteção ao ambiente, promo-vam um melhor comportamento ecológico nas empresas existentes e fomentem a ado-ção de uma abordagem ecossistêmica pela indústria.

O Nordeste, ao crescer mais do que a mé-dia do Brasil, deve ter um pensamento ainda mais acentuado sobre essa temática. Tem ainda a oportunidade de não cometer erros do passado e ser considerado um exemplo em alguns cases que pode criar. Fica aqui o desafi o de fazer do Nordeste a região mais sustentável do país.

Isabel Santos é presidente da Ecochoice Brasil.

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VISTO DE PORTUGAL

Renato Leal

CERTIFICAÇÕES: UMA TENDÊNCIA QUE VEIO PARA FICAR

C omeçamos a ouvir falar, cada vez mais, das certifi cações energéticas de edifi -

cações em congressos, feiras e exposições. Nomes como Aqua, Procel Edifi ca, Leed, Bre-eam já fazem parte do dia a dia de arquite-tos, engenheiros e empresários da constru-ção civil. Empresas – potenciais clientes das construtoras - já pressionam para que seus escritórios funcionem em prédios certifi ca-dos. Os próprios governos, nos seus diferen-tes níveis, já começam a ver os benefícios políticos e de custeio que a sustentabilidade representa hoje e em um futuro próximo. A sociedade lentamente informa-se e pressio-na. Empresas de materias e equipamentos lançam seus produtos no mercado com este apelo. O que esses sinais querem nos dizer?

- que o setor da construção civil está no meio de um processo de virada. E, por pressão do mercado, da legislação, das nor-matizações e da própria mentalidade que começa a se formar nas universidades e na sociedade em geral, terá que começar a dotar seus projetos e edifi cações de preo-cupações com a sustentabilidade e a efi ci-ência enegética;- que cada vez mais pessoas e empresas serão obrigadas a pensar e agir de forma mais sustentável, em função das próprias restrições do nosso planeta;- que essa preocupação é uma tendência já consolidada nas sociedades mais de-senvolvidas. E a aspiração do Brasil de se tornar também um país desenvolvido e a sua abertura para o mercado internacional induzirão fortemente o mercado nesta di-reção. Teremos que, paulatinamente, nos globalizarmos nas questões de sustentabi-lidade e efi ciência energética e ambiental;- que cada vez mais as construtoras têm que qualifi car seus quadros para trabalha-rem sob novas orientações e padrões cul-turais e profi ssionais;

- que as questões ambientais farão cada vez mais parte do dia a dia da construção - tais tendências são irreversíveis e a sua uti-lização é cada vez mais intensiva nas obras.

Isto posto, surge outra pergunta: Em que isso afeta as empresas de construção? A meu ver, abre-se um leque bastante abrangente de oportunidades para as empresas de cons-trução, ou seja:

- em termos de marketing, a adoção des-ses critérios e certifi cações passará a ser determinante na avaliação e diferenciação das edifi cações. Surge uma oportunidade de posicionamento de mercado daquelas empresas que apostarem nesses conceitos. Por outro lado, a não adoção poderá signi-fi car perda de clientes, principalmente no setor empresarial;- quando falamos em custos, o que vemos

é que, cada vez mais, ser sustentável não é sinônimo de ser mais caro. Mas poderá ser sinônimo de preços de venda diferencia-dos e de atendimento a nichos de mercado mais exigentes das empresas multinacio-nais, em função das diretrizes de suas ma-trizes sediadas em países onde tais princí-pios já estão consolidados e aceitos;- será possível e relevante, daqui para fren-te, falarmos na redução de custos da fatura energética como argumento de venda dos seus empreendimentos. E não só. Também nas questões relacionadas ao próprio con-forto térmico, qualidade do ar e reaproivei-tamento das águas;- elas têm de preparar seus quadros para trabalharem nesse novo ambiente e essa preparação trará muitos benefícios, em termos de procedimentos de projeto e de atuação nos canteiros de obra;- haverá cada vez menos resíduos em fun-ção do seu aproveitamento nas obras e isto terá impacto na melhoria da mobilidade nas cidades e na redução de custos tam-bém nos canteiros; - à medida que a sustentabilidade se con-solida, empresas mais avançadas tenderão a ser mais procuradas por melhores qua-dros profi ssionais.

Poderíamos concluir que, por pressões internacionais – de clientes e/ou organismos ambientais; alterações em normas e legisla-ções específi cas; ou pressão da sociedade, é tempo de pensar na construção sustentá-vel e na melhoria da efi ciência energética. Só assim passaremos a frequentar o rol das nações desenvolvidas. E caberá às empresas ser arrastadas por essa onda ou ser protago-nistas dessa mudança de paradigma.

Renato Leal estrutura negócios, atuando no Brasil e em [email protected]

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BOAS PRÁTICAS

PASSADO AO LADO As construtoras pernambucanas A.C. Cruz e Cosil preservam construções que fazem parte dos bairros do Recife. Nas Graças, por exemplo, o empreendimento Villa D’Almeida, da A.C. Cruz, restaurou uma antiga casa com vitrais e combogós para abrigar o salão de festas e o espaço gourmet. A Cosil Construções e Incorporações manteve, no Residencial Torres do Mirante, no bairro da Caxangá, o antigo mirante de um quartel demolido nos anos 80, que servirá como mais um item de lazer para os futuros moradores.

EXEMPLO INESPERADO Soluções sustentáveis podem estar presentes onde menos se espera. O Nexos Hotel, misto de hotel e motel, de olho na demanda por hos-pedagem no Grande Recife, empregou placas cimentícias aparentes como acabamento, criando um ambiente diferenciado para apaixo-nados e hóspedes em geral. O processo de fabricação das placas cimentícias utiliza materiais descartados em outras indústrias, criando um produto 100% livre de amianto, formol e amônia, que não depen-de de estufas para a secagem, dispensando o uso de combustíveis no processo. A construtora BLB Engenharia, responsável pela obra, assegura que a economia de tempo na construção é de 50%.

CANTEIROS DO CEARÁ O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon/CE) tem, desde 2003, o Programa Qualidade de Vida na Construção (PQVC), que realiza ofi cinas periódicas nos canteiros de obra dos seus associados. Este ano, o PQVC já levou ofi cinas de valorização do trabalhador para 16.550 operários. Matemática, português, construção virtual e sustentável, saúde do homem, prevenção contra tabagismo, álcool e outras drogas também

são temas de encontros. O PQVC disponibiliza, inclusive, unidades odontológicas para os operários, sem custo para o construtor.

CERÂMICAS & EUCALIPTOSA Associação das Cerâmicas Vermelhas de Itu e Região (Acervir),localizada no interior de São Paulo, espera distribuir, até o fi nal do ano, 400 mil mudas de eucalipto. De janeiro a abril, foram entregues 280 mil mudas para seis municípios. A responsável pelo Acervir Florestal, Cândida Zacarias, informa que 90% dos 70 associados fazem o refl orestamento previsto em lei. O cálculo de quanto a empresa deve repor de produto fl orestal extraído é baseado nas notas fi scais de compra de lenha Proprietários de terras onde é feito o refl orestamento vendem o eucalipto para as cerâmicas realizarem a queima dos produtos. Para garantir o investimento efetivo, três meses após a entrega e o plantio das mudas, é realizada uma vistoria na área refl orestada para a reposição de mudas que não tenham sobrevivido.

ENTREVISTA

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Como estão hoje as cidades brasileiras em relação a outros países, no que diz respeito à ocupação do solo urbano e ao aquecimento global?Do ponto de vista de uma economia de bai-xo carbono, você tem um momento prévio à ação da iniciativa privada: o planejamento e a legislação urbana. Está claro que depois de muitos erros no passado, em outros países e no Brasil, as cidades que nós precisamos ter são cidades densas com usos múltiplos dos bairros, que não onerem o sistema de trans-porte com exigências de deslocamentos longos em transporte individual. Realmente precisamos de cidades compactas, de alta densidade, onde de fato as pessoas preferen-cialmente usem o elevador - e não o carro. Isto no Brasil não é um problema tão grave assim, porque nossas cidades têm um pouco desta característica. É um problema grave nos Estados Unidos, onde a classe média foi morar em subúrbios distantes dos centros urbanos. No Brasil, este modelo chegou a ser esboçado em algumas áreas - no Rio, na Barra da Tijuca; em São Paulo, no Alphaville. Tudo

Alfredo Sirkis

MAIS ELEVADORES, MENOS CARROS

Entre os dias 13 e 15 de abril, o Recife recebeu a reunião preparatória para a Rio/Clima (Rio Climate Challenge), que acontecerá de 14 a 17 de junho, como parte da Rio+20. O objetivo do encontro foi defi nir a metodologia e a agenda de trabalho de junho, tomando como ponto de referência para as propostas o limite de concentração de gases do efeito estufa na atmosfera abaixo de 450 partes por milhão (ppm). Um dos facilitadores foi o deputado federal pelo Partido Verde (PV/RJ)Alfredo Sirkis, presidente da subcomissão Rio+20 e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Sirkis, que já foi secretário de Meio Ambiente e Urbanismo do Rio de Janeiro, falou à Construir NE sobre o modelo de cidade amiga do clima.

Cristina França

ocorreu entre os anos 70 e 80, mas não é o modelo dominante no Brasil. Nós partimos, então, com uma certa vantagem.

Então a crítica que se faz à verticalização das cidades não é válida?Do ponto de vista climático, sem sombra de dúvida a verticalização é uma vantagem. Do ponto de vista paisagístico, existem áreas que essa tipologia, de fato, agride. Na cida-de do Rio de Janeiro, na década de 70, houve uma proliferação de prédios que provocaram uma certa agressão paisagística, o que mar-cou muito a classe média, que passou a ter uma relação bastante antagonizada com o segmento da construção civil. Esse antago-nismo deu origem ao termo “espigão” como coisa negativa e à especulação imobiliária como sinônimo da construção civil, tentando obter valorização de alguma maneira. Mas hoje se chegou a uma situação onde cultu-ralmente se considera especulação imobi-liária qualquer empreendimento. Isto tem a ver com esse confl ito e esse trauma da clas-se média do Rio com uma arquitetura de má

ENTREVISTA

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qualidade, agredindo a paisagem que, no caso, é um elemento fundamental. São Pau-lo não tem o mesmo problema em relação à verticalização. Ela é feita de uma forma mui-to mais natural. Do ponto de vista de preser-vação do espaço verde e de emissões mais baixas, não resta dúvida que a verticalização comporta vantagens e você pode, de fato, ter uma densidade maior, diminuindo o automó-vel e incrementando as viagens de elevador.

E a verticalização do ponto de vista do pro-cesso construtivo? Na sua opinião, o setor da construção civil está atento às tecnolo-gias limpas?Como todo setor econômico, tem uma van-guarda, um meio de campo e uma retaguar-da. Há o investidor que busca um produto de qualidade e incorpora o conceito de uma arquitetura, digamos, verde, com o conceito de uma arquitetura sustentável, que leva em conta vários fatores, tais como a econo-mia de água e energia elétrica, um sistema de ventilação que prescinda ao máximo da refrigeração, a posição em relação ao sol, os regimes de vento. Ou seja, é necessário con-siderar a relação do prédio com o seu entor-no natural e a qualidade do ponto de vista estético. Há o meio de campo que tenta fa-zer isso, desde que não onere em demasia o preço. Você tem uma retaguarda que insiste numa arquitetura caça-níquel da pior quali-dade, tanto interna quanto externamente, e com um grande desperdício de energia (pré-dios insalubres, muitas vezes). Você tem de tudo na construção civil do Brasil.

As boas leis podem favorecer as cidades e a baixa renda?Vamos trabalhar em cima de uma legislação federal com a experiência do Rio. Porém é muito mais fácil aprovar alguma coisa na Câmara de Vereadores do Rio do que no Congresso Nacional, onde há uma série de lobbies. Claro que temos que ter um certo cuidado, oferecer incentivos e não apenas exigir, tudo é um jogo de uma certa comple-xidade. De qualquer maneira, eu acho que é uma tendência. Em relação à baixa renda, acho importante pontuar que durante déca-das e séculos, o contingente de pobres da sociedade brasileira esteve completamen-te excluído do mercado imobiliário formal. A mensagem que a sociedade e o Estado

brasileiros enviavam para os pobres, em matéria de habitação, era “você vai se vi-rando por aí”. Isto, na verdade, deu origem às favelas e aos loteamentos irregulares. Só muito recentemente, no Governo Lula, com o Minha Casa, Minha Vida, está se atenden-do uma classe média baixa e começando a se chegar, pouco a pouco, a uma população de baixa renda ao mesmo tempo em que se tenta a urbanização das favelas, a fi m de transformá-las em bairros, inclusive criando uma legislação específi ca.

O MCMV é extensivo. Não é uma contradição em termos de uma verticalização ambien-talmente correta?Historicamente a experiência de moradia de baixa renda em prédios altos, rompendo muito com os padrões de hábito dessa po-pulação, não foi muito bem-sucedida. Isso aconteceu em várias ocasiões, notadamen-te nas décadas de 50 e 70. No Rio, conheço vários edifícios que terminaram degradados e transformados em verdadeiras favelas ver-ticais. As unidades unifamiliares são mais próximas da realidade dessas pessoas. Em sendo prédios, eles são baixos.

Então a verticalização da baixa renda será deixada para o futuro, com um tecido social mais qualifi cado?Sim. Outra geração terá hábitos urbanos diferentes. É uma questão de tempo. A construção das cidades para o bem ou para o mal joga muito com o fator tempo. Erros cometidos no campo do urbanismo são du-radouros. Na macroeconomia, demoram-se cinco anos para corrigir; em política, demo-ram-se quatro, cinco, até um governo. Em urbanismo, demora-se mais de um século. Como você vai consertar a estrutura mo-dernista da Barra da Tijuca, no Rio, com seu paradoxo - sensação de saturação apesar da baixíssima densidade, o que dificulta viabilizar economicamente um transporte de massa de qualidade. O número de au-tomóveis por família é superior aos EUA. Usa-se carro para qualquer coisa. As pesso-as não conseguem andar meio quarteirão para comprar pão.

Com as cidades pequenas, como conjugar densidade e preservação?A primeira coisa é não descaracterizar. Um amontoado de caixinhas iguais, com esqua-drias de alumínio formando um conjunto que poderia estar em qualquer lugar do mundo, é ruim. Precisamos de espaços públicos que tornem a cidade única, preservando sua his-tória e cultura, e atendendo às necessidades da população. O critério de buscar maior densidade e menos carro é uma exigência climática, mas precisa da triangulação demo-crática com a prefeitura, o setor produtivo e a sociedade organizada para alcançar melho-res soluções.

“Do ponto de vista climático, sem sombra de dúvida a verticalização das cidades é uma vantagem”

O setor da construção civil é aberto a uma legis-lação nesse sentido, ou o verde é caro mesmo?Acho que não dá para generalizar e conheço apenas Rio e São Paulo. Tive fases de confl ito com esse setor quando assumi a Secretaria de Urbanismo do Rio. Foi preciso muito di-álogo reunindo governo, associações de mo-radores e construtoras para chegar a acordos de ocupação de Áreas de Proteção do Am-biente Cultural (Apac) no Jardim Botânico, em Botafogo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Busquei a abertura de novas fronteiras imo-biliárias, antes restritas à zona sul e à Barra da Tijuca; e abri terreno em termos de mu-dança da legislação para bairros das zonas oeste e norte, onde hoje há o grande boom da construção civil carioca. Coibia na zona sul e estimulava em outras áreas. Os em-preendedores não queriam investir nas áreas portuária e central, que eram prioridade para usos múltiplos. Hoje em dia não se pode ter área dotada de infraestrutura completamente abandonada de noite e nos fi nais de semana. Tem que se trazer moradia. Tive que atrair in-vestidores de São Paulo para investir na Lapa, no porto, onde temos agora empreendimen-tos para uma nova classe média.

CAPA

Cristina França

P ropostas para diminuir a aridez e a sen-sação de calor das cidades são sempre

bem-vindas. Tecnologias para colocar em prática essas propostas, conjugando custo e benefício, já estão nas prateleiras da sus-tentabilidade. Uma delas, a cobertura verde sobre laje, enumera benefícios como melho-ria da paisagem, redução de calor e absorção de águas pluviais, agregando defensores entusiasmados e empresários cautelosos. “O telhado verde é visto como uma solução para cidades onde faltam áreas verdes. No Recife, é um tema restrito ao meio acadêmi-co, mas acredito que seja hora não apenas de manter o verde que ainda temos, mas de começar a pensar e agir para ampliá-lo”, diz o engenheiro civil e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/PE) Arnaldo Cardim.

O diretor de Tecnologia e Custos da Asso-ciação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi/PE), Lucian Fragoso, não está convencido que o telhado verde

UM NOVO OLHAR SOBRE A LAJE

seja mais interessante que uma área de la-zer, na cobertura de um prédio de 30 anda-res. “Acho a opção de jardins elevados até a altura do segundo pavimento muito mais integrada à paisagem, mas acredito que num horizonte curto teremos telhados verdes por aqui. É uma tecnologia que se integra ao tema amplo da sustentabilidade ambiental e pode dividir espaço com painéis fotovol-taicos para gerar energia solar, por exemplo. Mas precisamos avaliar custo de instalação e manutenção”, pondera.

Na maior metrópole do Brasil, a situação, aparentemente, não é diferente. O diretor de Sustentabilidade Condominial do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi/SP), Ge-raldo Bernardes, afi rma desconhecer inicia-tivas de implantação de telhados verdes em condomínios do Estado. Um projeto do depu-tado federal Tadeu Mudalen (DEM/SP) sobre a concessão de benefício tributário pelo uso de telhado verde foi arquivado. Há projeto semelhante em discussão na Câmara de São

Paulo, de autoria da vereadora Sandra Tadeu (DEM/SP). A sede da Prefeitura de São Paulo e o Conjunto Nacional, na Av. Paulista, são os poucos exemplos com cobertura vegetal na laje na cidade mais vertical do Brasil. Na Alemanha, edifi cações a partir de mil metros quadrados são obrigadas por lei a ter telha-dos verdes.

Feijó, presidente da ATV: ideia plantada

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Jardins e até pequenos pomares no teto de edifícios chegam aos grandes centros

CAPA

Numa chácara no

Rio Grande do Sul, gramínea

no telhado - mais fácil de

manter

O terreno ainda pode até parecer infértil, mas, na opinião do presidente da Associação de Telhados Verdes (ATV) e também proprie-tário da empresa gaúcha Ecotelhado, o agrô-nomo João Manuel Linck Feijó, o panorama nas alturas vai mudar. “Estamos em franca expansão como ideia e como empresa em São Paulo, Rio, Minas Gerais, Brasília, Goiás, Mato Grosso e até Amazônia. Empreendi-mentos que foram especifi cados há quatro ou cinco anos estão sendo entregues agora e, cada vez mais, escritórios de arquitetura e grandes construtoras estão atentos às tecno-logias verdes”, sinaliza Feijó. A ATV reúne 20 empresas em todo o Brasil e tem no merca-do corporativo seus maiores clientes. Nesse otimismo, Feijó busca apoio em dados do Green Building Council Brasil, que promove o sistema de certifi cação Leed para empre-endimentos sustentáveis – hoje o Brasil é o quarto país no ranking mundial de constru-ções verdes com 46 prédios certifi cados e 506 em processo de certifi cação.

Fora do ambiente corporativo, Feijó diz que a associação aposta no lobby político e no convencimento das construtoras inclu-ídas no programa Minha Casa, Minha Vida para expandir o uso do telhado verde, tendo como principal bandeira a absorção de calor

pela vegetação. “Podemos ter casas ter-moefi cientes espalhadas por todo o Brasil. Especialmente no Nordeste, pode ser uma solução viável, inclusive potencializando o tratamento sanitário com o reuso da água”, argumenta.

A Ecotelhado oferece o sistema de hidro-jardinagem, que consiste em 20 centímetros de lâmina d’água entre a laje impermeabi-lizada e uma camada de substrato de argila expandida, o que possibilita o cultivo de gra-míneas. Em período de chuvas, a água acu-mula e vai sendo consumida pela planta por evapotranspiração; sem chuva, a irrigação está garantida e o sistema pode reutilizar a água de banhos, por exemplo.

Feijó adverte que não se fala de matas suspensas ou jardins bucólicos. Gramíneas são bem mais factíveis, em termos de insta-lação e manutenção. Os próprios pássaros se encarregam da semeação. “Num condomí-nio pronto, é muito mais interessante fazer a manutenção do teto com cobertura verde (tipo pasto), cuja durabilidade chega a 40 anos e reduz o calor para quem mora na co-bertura. As lajes suportam sem problemas os 200 litros por metro quadrado que nosso sistema de hidrojardinagem pode acumular, além de ser uma contribuição signifi cativa

para a diminuição de enchentes, por reter a água das chuvas no teto”.

Na Paraíba, a ATM Consultoria está entu-siasmada com o mercado que se descortina para os telhados verdes. João Pessoa, a capi-tal verde do Brasil, tem potencial na opinião do sócio da empresa, o engenheiro civil e doutor em Recursos Hídricos e Meio Ambien-te Laudízio Diniz. Em parceria com a também engenheira civil e professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Claudiana Leal, a ATM organizou recentemente um curso teórico sobre telha-dos verdes e juntou 30 arquitetos, engenhei-ros, biólogos e construtores interessados no assunto. “Somos de vanguarda, gostamos de novidades”, antecipa de modo promissor o presidente do Sindicato da Indústria da Cons-trução Civil de João Pessoa, Irenaldo Quintans.

A engenheira Claudiana Leal, também doutora em Sustentabilidade, vai utilizar telhado verde e outras tecnologias susten-táveis na própria casa, que está sendo cons-truída em um condomínio. “Mas meu grande laboratório é a cidade de Alagoa Grande, a 110 quilômetros de João Pessoa. Os gestores locais são sensíveis ao tema e vamos implan-tar o primeiro município sustentável da Para-íba com telhados verdes incluídos”, anuncia.

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CAPA

Projetos especiais com árvores frutíferas prometem ser outro nicho de mercado. Em Salvador, o engenheiro agrônomo Anderson Pedreira, dono da Terra Viva Paisagismo, diz que a cidade ainda não tem tetos verdes, por-que se argumenta que coberturas são para antenas, caixas de máquinas de elevadores e reservatórios de água. “Mas vejo isso como uma questão de tempo”. Para contornar o

Em paralelo ao TeCobI Expo 2012, evento internacional de telha-dos, coberturas e impermeabilização, a se realizar no Expo Center Norte, em São Paulo, entre 18 e 20 de junho, acontece o TeCobI Summit/TeCobI Eco, um programa de conferências que inclui temas sustentáveis como telhado verde, telhado branco (cool roofi ng) e painéis fotovoltaicos apli-cáveis nos topos das construções. Palestrantes vão mostrar técnicas e benefícios, visando à certifi cação Leed, e também discutir o projeto da vereadora Sandra Tadeu (DEM/SP) sobre telhados verdes.

O Instituto Brasileiro de Imper-meabilização (IBI) estará presente com dez palestras sobre “Imperme-abilização: tendências, inovação e soluções”. Uma delas diz respeito diretamente aos telhados verdes – “Soluções em impermeabilização x coberturas verdes e isolação térmica”. No mercado existem produtos im-permeabilizantes como as linhas An-chortec quartzolit, da Weber Saint--Gobain, e Hyperlast, da Dow.

Qualquer teto serve

Em Salvador, espaço verde no teto do salão de festas e da guarita

TeCobI Summit/TeCobI Eco vai discutir o tema

peso de uma maior quantidade de terra ve-getal necessária para plantas de maior porte – 2,5m a 3m de altura, ele utiliza o substrato orgânico Skygarden, desenvolvido no Japão e já fabricado no Brasil. “Posso ter mais de 50 centímetros deste substrato sobre uma manta impermeável, o que seria impossí-vel se fosse terra vegetal. É mais caro, po-rém abre a possibilidade de ter jabuticaba,

pitanga e até araçá no telhado”, garante.Em um de seus projetos, em Salvador, ele

evitou as frutíferas devido aos fortes ventos, mas fez uma cobertura verde sobre 380m² de teto, da área de lazer de um prédio, usando grama e plantas baixas. “Criei um jardim contemplativo que ameniza a temperatura nos apartamentos dos primeiros andares, podendo ser visto pelos moradores de suas janelas”, explica.

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MOVIMENTO VIDA SUSTENTÁVEL

| ABR/MAI 201262 |

USO DO SOL E REUSO DA ÁGUA ENTRAM EM PAUTAAs edições do Fórum Pernambucano de Construção Sustentável, evento promovido pelo Sinduscon/PE em abril e maio, trataram da expansão da energia solar e da obrigatoriedade, em Pernambuco, do reaproveitamento da água

Cristina França

A presença obrigatória de aquecedores solares em unidades unifamiliares com

renda de zero a três salários mínimos do Mi-nha Casa, Minha Vida 2 (MCMV 2), progra-ma da Caixa Econômica Federal, foi tema da palestra do engenheiro Carlos Café, sócio--fundador do Studio Equinócio, no Fórum Pernambucano de Construção Sustentável de abril, reunindo construtores e especialis-tas na sede do Sinduscon/PE, no Recife. Es-pecialista em energia solar, Café revelou que, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2006, o chuveiro elétrico está presente em 20% das residências nordestinas. “Não se sabe se este percentual é por questões econômicas ou culturais, mas vamos ter que esperar até 2013 para analisar socialmente o impacto dessa obrigatoriedade no Nordeste”, afi rmou. Até 2014, o MCMV 2 pretende construir dois milhões de casas e apartamentos em todo o país. E quantos, deste total, terão que ter aquecedores solares?

De acordo com Carlos Café, o Studio Equinócio teve uma experiência positiva em 150 unidades de interesse social em Vi-tória da Conquista, na Bahia. No entanto, registrou-se um uso frequente da água quen-te para desengordurar panelas e diminuir o tempo de cozimento dos alimentos. Para ele, talvez se chegue à conclusão de que no Nordeste é mais útil incentivar a geração fo-tovoltaica para ligar a TV e fazer funcionar a geladeira, do que pensar apenas em chu-veiro elétrico. Nas unidades multifamiliares, a instalação de aquecedores é opcional para o construtor. O incentivo é de R$ 2.000,00 por apartamento. “Poderia ser a metade, se o sistema de aquecimento e reservatórios fosse central, mas a baixa renda tem proble-mas em administrar coisas assim”, relatou o engenheiro, ressaltando que a aceitação e o uso correto de aquecedores solares depen-dem da educação. “Lembro que, em 1998, em Belo Horizonte, onde temos o terceiro kW/h mais caro do Brasil, quisemos doar

100 aquecedores solares e ninguém aceitou. Dizia-se que água aquecida pelo sol dava câncer de pele. Fomos à escola da comuni-dade explicar como funcionava e aí tivemos aceitação”, relata.

Em unidades multifamiliares no Rio de Janeiro e em São Paulo, a experiência de ade-quação aos aquecedores solares de prédios do MCMV já construídos, instalando tubu-lações externas e chuveiros com backup para uso de energia convencional (durante dias de chuva, por exemplo), comprova, segundo Café, que os moradores realmente compra-ram a ideia da economia na conta de luz, pro-piciada pelo aquecedor solar. “Eles preferem tomar banho frio a pagar mais pela energia”, diz. As caixas d’água são individuais, o que demanda atenção das construtoras na fase de projeto dos prédios, a fi m de que sejam feitos telhados condizentes com o peso dos reser-vatórios. “A presença das caixas d’água e dos aquecedores no teto pode ser questionável, do ponto de vista da paisagem, mas o ganho

Café: aquecedor solar é incógnita no Nordeste

MOVIMENTO VIDA SUSTENTÁVEL

LEI PROMOVE A ÁGUA PARA FINS NOBRES

ABR/MAI 2012 | | 63

econômico e ambiental é inegável”, afi rma o engenheiro. Que o diga a China, maior mer-cado do mundo na área.

O engenheiro Ricardo Souza, da Cumu-lus, fabricante de sistemas de aquecimento solar, lembrou que muito se fala em pou-par evitando o chuveiro elétrico, mas existe uma série de aplicações que não são explo-radas. Segundo ele, produtores de frutas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, utilizam o sistema de aquecimento solar na

Asaph Saboia

Desde o dia 3 de julho de 2011, no Estado de Pernambuco, todas as edifi cações residen-ciais e não residenciais com mais de 70 me-tros quadrados devem ser construídas com sistema de reaproveitamento da água de chu-va e das águas servidas. É o que determina a Lei 14572/2011, do deputado estadual Tony Gel, que ainda prevê multa de R$ 1 mil a R$ 100 mil a quem não seguir as regras. “A lei foi criada para diminuir o desperdício e cons-cientizar a população, bem como empresá-rios, construtoras, arquitetos e engenheiros. É também uma forma de estimularmos a sustentabilidade”, comentou o assessor do deputado Tony Gel, Felipe Jar.

Por meio de nota da sua assessoria, Tony Gel justifi cou a lei partindo das preocupa-ções com a escassez dos recursos naturais, que aumentam à medida que o globo ter-restre sofre os efeitos danosos e destrutivos da ação exploratória humana. “Os refl exos são reais e atingem todos de forma genera-lizada. Considerando a água como o bem natural mais precioso que possuímos, tem--se que o Brasil detém 13,7% de toda a água doce superfi cial da Terra. Parece ser muito, mas 80% estão localizados na Amazônia e os 20% restantes se distribuem, desigualmente, pelo país para atender cerca de 95% da po-pulação. Nesse contexto, surge a necessidade de encontrarmos meios para que a água seja usada apenas com fi ns “nobres” (para beber ou para banho)”, disse o deputado.

Durante o Fórum do Movimento Sus-tentável do mês de maio, a reutilização da água foi o tema central das discussões. A abordagem diz respeito a um momento onde enfrentamos uma crise hidráulica mundial. “As pesquisas são preocupantes. Temos 1,1 bilhão de pessoas sem água potável e 90% dos esgotos gerados no mundo não são ade-quadamente tratados”, disse a doutora em Tecnologia Ambiental Simone Souza.

Ela também destacou a importância da reutilização da água no âmbito econômico. “Além do benefício para o meio ambiente, pois estaremos preservando um recurso fi nito e importante como a água, também chamo a atenção para o benefício econômico, pois pa-garemos menos pelo metro cúbico de água. É imprescindível que a população também

esterilização de frutas para exportação. A questão da formação da mão de obra, gar-galo no crescimento do mercado de energia solar, foi abordada pelo professor José Bione, da Escola Politécnica de Pernambuco. “Em parceria com o Programa Nacional de Con-servação de Energia Elétrica, teremos cursos com foco na formação para este mercado que consideramos, indiscutivelmente, viável sob todos os aspectos”, adiantou.

Os aquecedores solares estão no caminho

da aceitação pelo mercado pernambucano. O especialista Carlos Café, além de partici-par do fórum, realizou o segundo curso de Introdução a Projetos de Sistemas de Aque-cimento Solar, dirigido a construtores, ar-quitetos, projetistas e funcionários da Caixa Econômica Federal. “Foi uma grata surpresa ver que os participantes foram mais qualifi -cados do ponto de vista da tomada de deci-são. Não foram apenas técnicos interessados nessa tecnologia”, disse Café.

participe desse processo, que tem como obje-tivo principal preservar a água”, afi rmou.

Para o diretor do Sinduscon/PE, Se-rapião Barbosa, o evento afi rmou que a abordagem traz benefícios para a socieda-de, além de capacitar profi ssionais da área de construção. “Debater e aprofundar o conhecimento sobre a reutilização da água foi um grande passo que demos. Tivemos a oportunidade de ver os benefícios, en-tender sobre a lei e as consequências dessa prática”, afi rmou Serapião, concluindo que o fórum trouxe mais uma vez a oportuni-dade de levar conhecimento às pessoas que fazem a construção civil e à população sobre as ações desenvolvidas que visam ao cresci-mento com responsabilidade.Simone Souza, lembra que reuso da água é ganho

econômico

A lei é para combater o desperdício em todos os setores da sociedade, diz Felipe Jar

COMO SE FAZ

A HORA DA BANHEIRA

O mercado está aquecido quando o assunto é relax na água no ambiente aconchegante do quarto ou até da sala. Basta seguir as regras na hora da instalação

Cristina França

Representantes, lojas e assistentes téc-nicos andam felizes com o crescente

desejo da alta renda por banheiras de hidro-massagem. Uma das marcas mais famosas deste segmento está vendendo 40 unidades por mês, no Recife, quantidade considerada bem satisfatória e ascendente. As construto-ras, em sintonia com este desejo, oferecem hoje estrutura para suportar 600 quilos por metro quadrado. Há casos de apartamentos com banheira em cada suíte e na varanda, e até spas para seis pessoas que suportam 1.300 quilos - incluindo os ocupantes e a água - na sala de estar.

A arquiteta Ana Amélia Velloso, respon-sável por um projeto peculiar (a banheira está no próprio ambiente do quarto, sem divisórias) em um prédio antigo, diz que, teoricamente, qualquer pessoa com espaço disponível pode ter uma banheira, mas o cui-dado com a instalação precisa começar pelo cálculo do efeito do peso sobre a estrutura. “Defi nida a questão estrutural, o próximo passo é garantir a qualidade do produto e o

acompanhamento de um instalador indicado pelo fabricante, que vai fazer o trabalho com os materiais corretos”, enumera.

No projeto de Ana Amélia, a estrutura de al-venaria que suporta a banheira é recoberta por uma falsa madeira feita com pneus reciclados, respondendo bem à convivência com a água. O ambiente molhado exige materiais como grani-to, mármore e porcelanato, fáceis de enxugar. Se a opção for madeira mesmo, que seja com tratamento naval. Ana Amélia aconselha, caso a pessoa não esteja fazendo a reforma comple-ta, impermeabilizar pelo menos um metro de pavimento para os lados da banheira e uns 80 centímetros de parede acima.

Os fabricantes oferecem a estrutura de suporte do mesmo material da banheira - a resina acrílica, mas a arquiteta garante que os clientes preferem sempre materiais mais nobres. “O suporte do fabricante já é todo adaptado e tem custo igual ou superior às outras opções”, afi rma, ressaltando que o importante quando se decide personalizar é deixar um acesso para o motor que aciona a hidromassagem. E, se for o caso, para o boiler que ajusta a temperatura da água.

Arquiteta Ana Velloso: banheira precisa de engenheiro, arquiteto e instalação profi ssional

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COMO SE FAZ

O assistente técnico Marcos Augusto está coordenando a instalação de uma banheira em um apartamento totalmente em reforma. A banheira vai fi car em um ambiente que está sendo inteiramente impermeabilizado com manta asfáltica de borracha, separado da área de dormir. O suporte da banheira será em al-venaria com acabamento ainda não defi nido. “Teremos uma banheira para dois, assentada para se apoiar em apenas dois centímetros sobre o suporte, o que facilita a sua retirada em caso de manutenção, criando uma late-ral que pode servir para produtos de toilet-te”, explica. O local era um banheiro e nele há o detalhe importante de um ralo auxiliar de 100mm para escoamento da água perifé-rica, que pode se infi ltrar entre a banheira e a estrutura de suporte, apesar da vedação de silicone a ser retocada a cada três meses.

Ana Amélia chama a atenção para a ne-cessidade de ter um bom eletricista para realizar a parte elétrica, que precisa estar o mais distante possível da parte hidráulica e ser toda isolada, evitando curtos-circuitos e choques. Na hora de comprar, a arquiteta aconselha as banheiras totalmente em resina

acrílica e cores básicas, resistindo-se à ten-tação das banheiras coloridas, que recebem uma cobertura de gel menos resistente. Tais banheiras apresentam fi ssuras com mais frequência, o que facilita a aglomeração de bactérias. Em média, a instalação leva cerca de um mês.

Impermeabilizar é fundamental, assim como deixar acesso para possíveis manutenções no motor da hidromassagem

Modelo de banheira básica e retrô para os pequenos

ABR/MAI 2012 | | 65

CAPA

Cristina França

Quando festejar 400 anos em 8 de se-tembro, São Luís vai comemorar tam-

bém a posição de capital de um Estado que ocupa o sexto lugar no ranking nacional dos que mais receberão investimentos até 2016, segundo pesquisa realizada pelo consultor Brian Nicholson, da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manu-tenção (Sobratema). Para realizar o estudo “Equipamentos de construção do mercado brasileiro (2011-2016): demanda e frota”, Nicholson mapeou os investimentos anun-ciados em todo o Brasil e chegou à soma de R$ 66,3 bilhões para o Maranhão, com uma previsão de 351 obras no valor médio de R$ 189 milhões. No Nordeste, o Maranhão é o terceiro colocado, atrás do Ceará e da Bahia.

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A ILHA QUER MOBILIDADEPara acompanhar os investimentos econômicos no Estado, São Luís demanda infraestrutura de transportes. O PAC Rio Anil é parte de um conjunto de obras que promete fazer a capital andar para todos os lados

A IV Centenário e seus 3,8 quilômetros para carros, bicicletas e pedestres

R$ 364 milhões é o valor do projeto Rio Anil, sendo R$ 245 milhões do PAC

“Esses investimentos jogaram holofotes em problemas de mobilidade que vinham sendo desenhados desde a década passada. Felizmente chegamos a um consenso polí-tico e há um conjunto de obras que deve atender, ainda que parcialmente, às neces-sidades da população”, analisa o consultor e professor assistente do Departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão Felipe de Holanda. A Avenida IV Centenário, uma homenagem aos qua-tro séculos da cidade, é um desses proje-tos. “Pelas suas características sociais, a IV Centenário é a obra viária mais importante de São Luís”, destaca o secretário das Ci-dades e Desenvolvimento Urbano, Pedro Ribeiro.

CAPA

ABR/MAI 2012 | | 67

A IV Centenário integra o projeto Rio Anil, orçado em R$ 364 milhões, sendo R$ 245 milhões advindos de recursos do go-verno federal, via Ministério das Cidades, dentro do Programa de Aceleração do Cres-cimento I (PAC I). Com 3,8 quilômetros de extensão - cada pista com duas faixas de ro-lamento, passeio de pedestres e ciclovia, qua-tro pontes e um elevado, a obra interessa di-retamente comunidades que serão retiradas das palafi tas localizadas em quatro bairros à margem do rio Anil. Estão sendo construí-dos oito conjuntos residenciais, somando 2.700 apartamentos. Destes, 1.104 devem criar um novo bairro, não distante do centro da cidade. “A IV Centenário é uma obra im-portante para a região central da ilha e traz um ponto positivo: conjuga mobilidade e ha-bitação. Não é o que vemos, por exemplo, em conjuntos habitacionais que estão previstos em áreas dos municípios limítrofes de São José do Ribamar e Paço do Lumiar, desco-nectados da malha de transportes”, explica Felipe de Holanda.

O gestor da unidade executora do PAC Rio Anil, Artur Boueres, ressalta suas

preocupações sociais de garantir que os be-nefi ciados com as novas moradias não vol-tem a viver em situação de risco. Por isso, a posse dos apartamentos é dada à mulher e o bem é de família, só podendo ser vendido com autorização judicial. “Esta é uma par-te da cidade que começou a ser ocupada na década de 60. Fizemos o possível para deixar as pessoas no ambiente onde estão habitu-adas. Também foi preciso avaliar a situação daqueles que não estavam em palafi tas e que

O secretário Pedro Ribeiro une mobilidade e habitação

Conjuntos residenciais terão síndicos preparados para gerir a nova realidade

2.700 apartamentos para os moradores do entorno das obras

CAPA

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poderiam ter que sofrer desapropriação e in-denização, em função da avenida e dos novos conjuntos habitacionais”, diz Boueres.

Ele adianta que seis mil melhorias habi-tacionais estão em curso em oito bairros da capital, com a regularização fundiária de aproximadamente oito mil imóveis e a im-plantação de equipamentos urbanos, além da recuperação ambiental. “O que mais preocu-pa quem está sendo relocado é o lugar onde vai morar. Nem todos vão fi car por aqui e, quem ainda não recebeu seu apartamento, tem receio do aluguel social não cobrir o cus-to de uma casa, enquanto se espera a nova moradia”, fala Ana Tereza Amorim, uma dos 12 membros da comissão de acompanha-mento da obra. “Somos o canal de comuni-cação dos moradores, levando e trazendo necessidades dos dois lados. Temos certeza que estaremos em um lugar melhor, mas as pessoas fi cam com medo até tudo se ajeitar. Durante a obra, tivemos de ter a garantia do acesso de viaturas policiais e ambulâncias às comunidades. A questão da violência é muito forte aqui”, relata Ana.

No total, o PAC Rio Anil benefi cia cerca de 150 mil pessoas. “Resgataremos os bair-ros para a cidade, especialmente os quatro mais diretamente atingidos pela obra - Cam-boa, Liberdade, Fé em Deus e Alemanha”, informa o urbanista e secretário adjunto de

Mais de 100 grupos culturais identifi cados nos quatro bairros diretamente afetados pelas obras

O resgate social em curso é essencial, diz o adjunto Burnett

Desenvolvimento Urbano, Fred Burnett. Foi feito um mapeamento, em parceria com a Secretaria de Cultura, que catalogou mais de 100 grupos culturais; já em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, está em andamento um novo modelo de policiamen-to com Unidades de Segurança Comunitária mais próximas das comunidades. Os síndicos dos conjuntos habitacionais poderão fazer cursos para aprender a administrar e manter o espaço integrado aos bairros. “Os primei-ros conjuntos tinham escadas internas, mas mudamos o projeto para escadas externas e, desta forma, os moradores controlam quem sobe e quem desce. É mais segurança para quem mora e quem frequenta os equipamen-tos de lazer e saúde oferecidos”, diz Burnett.

A última grande obra viária de São Luís, uma ponte ligando o oeste ao leste da ilha, onde fi ca o centro histórico, foi feita na déca-da de 80. Além da IV Centenário, o Governo do Estado também prevê entregar, até o ani-versário da cidade, a primeira fase da Via Ex-pressa, obra de mais de R$ 100 milhões sob o comando da Secretaria de Infraestrutura. A entrega da segunda fase está marcada para o fi nal do ano, quando serão completados os nove quilômetros de sua extensão, passando por mais de 20 bairros e desafogando o tráfe-go na maior avenida da cidade - a Jerônimo de Albuquerque.

A governadora Roseana Sarney em visita ao canteiro do Rio Anil - infraestrutura para crescer

CAPA

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A rotina da moradora Ana Tereza Amorim mudou com as obras do PAC Rio Anil. Integrante da Comissão de Acompanhamento da Obra (CAO), ela passou a conviver e dialogar com o gestor Artur Boueres quase que diariamente. A tarefa de cada um deles é conciliar as demandas de ambos os lados, sem falsas expectativas. “É difícil, às vezes, explicar por que um pedido foi negado, por que alguém tem que morar em outro local. A gente aposta que vai melhorar de vida e tenta passar esta certeza para os outros”, diz Ana. “Ela não pode me ver chegar por aqui que vem conversar. Conseguimos criar o clima de confi ança, fundamental num projeto que envolve tanta gente. A CAO tem sido uma experiência positiva de gestão democrática”, fala Boueres.

Sistema de contenção de terra armada para ‘segurar’ o rio

Dantas, da Egesa: uso de tecnologia para uma obra que vai conviver com a comunidade

A Avenida IV Centenário tem seus 3,8 quilômetros de extensão praticamente em aterro hidráulico, explica o engenheiro que chefi a a obra, Fábio Dantas, da Construtora Egesa. “O difícil acesso à margem esquerda do rio com o método construtivo tradicional (aterro com argila) era impossível, primeiro por causa das palafi tas e, segundo, porque material de jazida aqui em São Luís tem pou-co. Então iniciamos a obra dragando areia do Rio Anil e bombeando para a área de confi -namento do aterro, que viria a ser a avenida propriamente dita.”

O aterro hidráulico terá um sistema de con-tenção de terra armada – placas de concreto com fi tas com escamas – para a margem do rio. O atrito da areia com as fi tas faz com que as placas fi quem seguras. Fora isso, haverá outra contenção, tipo molhe, de pedras graníticas de grande diâmetro, entre 90cm e 1,1m, que vai se apoiar em terreno fi rme vencendo a lâmina de lama. “A contenção substituiu as paliçadas de madeira cobertas com uma manta geotêxtil, usadas inicialmente. Por um erro de avaliação, não consideramos a variação da maré, que sai do nível zero do rio para sete metros de altura, a cada seis horas. As paliçadas frágeis deixavam a areia ir embora. Então trocamos por pedras que comprovadamente são um sucesso na con-tenção do corpo do aterro”, justifi ca Dantas.

AVENIDA EM ATERRO HIDRÁULICOPara o lado seco do aterro, a contenção

vai ser feita com a tecnologia “terramesh”, ou seja, com gabiões escalonados cujas pedras serão, com o tempo, tomadas por vegetação. Segundo o chefe da obra, o propósito foi ofe-recer para os moradores da área uma solução visualmente agradável - e não um paredão de concreto como barreira.

Além do aterro hidráulico, a avenida terá quatro pontes e um elevado, tudo em concre-to convencional. As pontes serão feitas com estacas tipo raiz e camisas metálicas que che-gam a 30 metros de profundidade, vencendo uma camada inicial de água de quase cinco metros de altura, além de 20 a 30 metros de lama, em alguns pontos, até alcançar o terre-no fi rme. “Teremos uma ponte de 80 metros, uma de 20 e duas de 40 metros, além do ele-vado de 900 metros com estaca encamisada com diâmetro de 310mm e injeção de arga-massa de cimento que consome 600 quilos por metro cúbico. Já fi zemos mais de 1,2 mil estacas”, relata Dantas.

A plataforma total da avenida terá prati-camente 28 metros de largura, sendo duas pistas de 7,4 metros com duas faixas de ro-lamento (cada) - uma faixa apenas para pe-destres, de um lado, com três metros e, do outro, uma faixa para pedestres e ciclovia, com seis metros.

CAPA

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Outro grande investimento do Governo do Estado é a Avenida Metropolitana, ao cus-to de R$ 429 milhões (recursos do PAC Mo-bilidade e do Ministério das Cidades). A Me-tropolitana vai circundar a ilha, começando na BR-135, próximo ao aeroporto (também em obra), facilitando o acesso aos municípios limítrofes da capital: Raposa, Paço do Lumiar e São José do Ribamar. “Este último já é a quarta cidade do Maranhão, com 160 mil ha-bitantes. É uma área de expansão imobiliária que só tende a crescer”, diz o consultor Felipe de Holanda.

Com oito faixas de tráfego, a avenida terá corredor exclusivo para ônibus nos dois sen-tidos. A primeira etapa, de 2,5 quilômetros, que é, na verdade, a duplicação de parte da já saturada Avenida dos Holandeses, está em processo de licitação e prevista para começar ainda este ano. No total, a avenida terá 26,5 quilômetros, a serem entregues em três anos.

Por parte da Prefeitura de São Luís tam-bém há investimentos. Na opinião do con-sultor Holanda, o mais importante é o Novo Corredor de Transporte Urbano, que rece-beu aporte de R$ 169 milhões do PAC Mo-bilidade. O projeto terá custo total de R$ 430 milhões, infl uenciando 44 bairros e 450 mil habitantes. Serão 12,37 quilômetros de vias, com 10 estações de embarque e desembarque,

O consultor Holanda vê coerência nos investimentos em vias e transporte público

Avenida Metropolitana vai desafogar o trânsito entre a capital e seus vizinhos

PELO CENTRO E PELA MARGEM

Cerca de 150 mil pessoas benefi ciadas pelo PAC Rio Anil

passarelas, uma estação de transbordo, ciclo-vias, 11 bicicletários, corredores exclusivos de ônibus e estrutura de elevação. O prazo de conclusão é de dois anos e as obras devem começar ainda este ano.

A prefeitura também anunciou que vai re-tomar as obras de prolongamento da Avenida Litorânea, na região oeste da capital, apesar da mesma estar embargada por questões am-bientais. A ilha também espera pela duplica-ção de outra via importante – a Avenida dos Portugueses, que dá acesso à Universidade Federal do Maranhão e ao porto do Itaqui.

FEVEREIRO 2012 | | 71

TECNOLOGIA

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PISOS PARA DURARLocais de alto tráfego exigem pisos diferenciados, com alto grau de abrasão.

Cristina França

O Shopping Center Recife, na zona sul do Recife, está na sua quinta etapa, inau-

gurada em abril. No total já são 86 mil me-tros quadrados de área bruta locável e 62 mil consumidores cadastrados. É o típico local que precisa de um piso de alta resistência à abrasão, sem aspereza ou saliências que difi -cultem a limpeza. O engenheiro coordenador de desenvolvimento do shopping, Ricardo Vasconcelos, escolheu um piso cimentício em placas vibroprensadas. “É o mesmo tipo

que implantamos na quarta etapa há 14 anos e que vamos colocar nas três primeiras, de acordo com a revitalização geral a ser con-cluída em meados de 2013. O fabricante é a Tecnogran, que consegue oferecer hoje um produto um pouco mais fi no, porém mais resistente. Uma opção ao granito, mais caro, que utilizamos em detalhes junto com a ma-deira Cumaru”, explica Vasconcelos. A ma-deira Cumaru se adapta bem a ambientes de alto tráfego por ser pesada e dura ao corte,

além de resistente a fungos e cupins.A resistência à abrasão ou desgaste é o

mais importante requisito de um piso que vai ser “pisado” por um incontável número de pessoas. Foi para este mercado que a a Bian-cogrés desenvolveu e patenteou a tecnologia ‘alta performance’: porcelanato de altíssima resistência, durabilidade e limpabilidade que reproduz a aparência e textura das pe-dras naturais. “Uma peça classifi cada como PEI 5, maior coefi ciente que mede o grau

Thiago Medeiros

Shopping Center Recife: mall com piso cimentício vibroprensado

TECNOLOGIA

ABR/MAI 2012 | | 73

de abrasão, é submetida a testes com 12 mil giros realizados por uma esfera de aço. Nós submetemos estas peças a 30 mil giros”, relata o gerente de Engenharia da Biancogrés, Ival-dino Xavier. Ele acrescenta que a linha tam-bém resiste a rupturas por ter baixa absorção de água. Com relação a ser antiderrapante, a Biancogrés tem classifi cação própria: parte de AD1, para salas e quartos em residências, à AD4, para bordas de piscinas.

Há produtos para as mais variadas ne-cessidades. Enquanto a Biancogrés exalta a baixa absorção de água, a Solarium aposta justamente nisto com a linha Drenaggio. “Nossa proposta é cobrir grandes áreas com um produto que é 95% permeável e ao mesmo tempo resistente. Temos as versões de 5 centímetros e de 8 centímetros, esta para lugares com grande movimentação de carros e até veículos pesados como cami-nhões”, declara a presidente da Solarium, Ana Cristina Gomes. Ela frisa que a linha Drenaggio deve ser aplicada em solo com-pactado, tipo 10 centímetros de areia, sem contra piso de concreto.

PNEUS RECICLADOSPerformance no alto tráfego e reciclagem

de pneus é o apelo da Aubicon. “Nosso pro-duto chega a ter aplicações bem específi cas como, por exemplo, em rampas de acessibi-lidade, pelas características antiderrapantes”, diz a gerente comercial Cássia Bretone. Ela fala da manta Impactsoft Roll que recicla um pneu a cada metro quadrado e tem 5mm de espessura, disponível nas cores branca, ama-rela e azul. O produto também é usado entre lajes e contrapisos para diminuir ruídos entre os apartamentos.

Além da manta, o fabricante oferece pisos com espessuras variando de 5mm a 50mm. Este último recicla sete pneus por metro qua-drado. As peças são intertravadas e interliga-das por pinos (por isso drenantes). Podem ser colocadas diretamente na brita ou no contra-piso. “Estamos em creches municipais do Rio de Janeiro e em playgrounds do conjunto ha-bitacional Heliópolis, projeto do arquiteto Ruy Ohtake”, revela Cássia Bretone. A tecnologia da Aubicon veio da Alemanha e Itália.

Manta da Aubicon : o pneu vira piso antiderrapante

Ana Cristina Gomes, da Solarium, alia

drenagem à resistência. Ao lado, o porcelanato

ultratestado da Biancogrés

Roberto Pereira

ECONOMIA & NEGÓCIOS

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DESENVOLVIMENTO GERA NOVAS CIDADESNovos polos econômicos de Pernambuco levam o mercado imobiliário a investir pesado em complexos que reúnem moradias, lazer, comércio e serviços

Adriana Guarda

O s novos polos de desenvolvimento de Pernambuco vão turbinar o mercado

imobiliário do Estado nos próximos anos. Bairros e cidades planejados vão despontar nas regiões que abrigam empreendimentos estruturadores como o território de Suape, o litoral norte e a zona oeste do Grande Recife. Pelo menos cinco projetos já foram anun-ciados para os municípios do Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata, Camara-gibe e Goiana, somando investimentos de R$ 13 bilhões. Outros três complexos imobiliá-rios têm previsão de lançamento até o fi nal de junho.

Morar próximo ao trabalho, ganhar qua-lidade de vida e fugir dos gargalos da mobi-lidade são argumentos que justifi cam a febre dos complexos planejados no Estado. Aten-tas à explosão de empregos no Complexo

de Suape, as construtoras Moura Dubeux e Cone estudaram e desenharam, ao longo dos últimos cinco anos, o projeto Convida Sua-pe, a primeira cidade planejada do Nordeste.

Estudo encomendado pelos empreen-dedores ao Ibope Inteligência apontou uma projeção de 142 mil novos empregos na re-gião de Suape até 2017 (hoje este contingente é de 70 mil profi ssionais). Para atender essa população, seria necessária a construção de 60 mil residências. “O público do projeto será formado pelos atuais habitantes do ter-ritório de Suape, profi ssionais que trabalham nas empresas da região e migrantes que vão desembarcar no Estado”, destaca o presiden-te da Cone, Marcos Roberto Dubeux.

Com investimento de R$ 6,5 bilhões, o complexo será implantado no Cabo de San-to Agostinho, numa área de 4,7 milhões de metros quadrados, que antes pertencia a um

engenho de cana-de-açúcar. A cidade será dividida em dez bairros e vai abrigar uma população de 100 mil pessoas (superior ao número de habitantes de Ipojuca). A área destinada às unidades habitacionais será de 2,1 milhões de metros quadrados e terá 25 mil residências. A construção será executa-da em quatro etapas, com conclusão prevista para 2022.

A cidade planejada terá área de comér-cio e serviços, polo educacional, hospitais, biblioteca, academias, parques, áreas verdes, shopping, supermercado, hospital, centro comunitário, edifícios públicos, hotel, ciclo-vias e outros equipamentos. Quando estiver em plena operação, o empreendimento vai gerar 17 mil empregos diretos. O Convida Suape vai oferecer imóveis para diversas fai-xas de renda, com preços entre R$ 70 mil e R$ 500 mil.

Convida Suape: uma cidade para um porto

ECONOMIA & NEGÓCIOS

ABR/MAI 2012 | | 75

Nome Empreendedores Investimento Localização

Outro bairro planejado vai brotar na re-gião de Suape pelas mãos da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (QGDI), da Cyrela Brazil e da Usina Ipojuca. Batizado provisoriamente de Cidade Nova, o com-plexo vai totalizar um investimento de R$ 5 bilhões no município de Ipojuca. “O empre-endimento vai contribuir para suprir o pro-blema histórico de moradia naquela região, que comemora a chegada das indústrias, mas sofre com a ocupação urbana desordenada”, observa o diretor-superintendente da Cyrela no Nordeste, André Phyton.

O Cidade Nova será instalado em 230 hectares pertencentes à Usina Ipojuca. A pri-meira etapa poderá ter até dez edifícios, com 600 unidades habitacionais. Phyton adianta que os preços poderão variar de R$ 150 mil a R$ 300 mil. Sem precisar data, o executivo garante que o empreendimento será lançado em breve.

Também na “agulha” para ser apresen-tado ao mercado está o bairro planejado da Rio Ave Empreendimentos no Cabo de San-to Agostinho. O diretor comercial, Alberto

Ferreira da Costa Júnior, adianta apenas que a proposta é construir de 10 mil a 14 mil uni-dades habitacionais na região. O prefeito do município, Lula Cabral, comemora a chega-da dos empreendimentos, lembrando que a

cidade tem um défi cit habitacional de 25 mil unidades. “Hoje as pessoas vêm trabalhar no Cabo, mas gastam dinheiro em outras cida-des. Com essa nova população permanente, a renda vai fi car no município”, defende.

O negócio dos bairros e cidades planejadas

Convida Suape

Cidade Nova*

Northville

Atlântica

Reserva São Lourenço

Cidade da Copa

Ainda será divulgado

Moura Dubeux e Cone S.A

Cyrela Brazil Realty e Queiroz Galvão

AWM Engenharia, São Bento Incorporações e CA3 Construtora

Cavalcante Petribu, GL Empreendimentos, Moura (Baterias) eQueiroz Galvão

Pernambuco Construtora

Odebrecht Participações e Investimentos

FMSA Carrilho, A.B Côrte Real, Romarco, Casa GrandeEngenharia, Consulte e Masf

R$ 6,5 bilhões

R$ 5 bilhões

R$ 1 bilhão

ainda será divulgado

ainda será divulgado

R$ 2 bilhões

R$ 1 bilhão

Cabo de Santo Agostinho

Ipojuca

Goiana

Goiana

São Lourenço da Mata

São Lourenço da Mata

Camaragibe

* Nome preliminar ou que ainda será divulgadoFonte: Empresas

Cidade Nova nasce no coração do desenvolvimento do Litoral Sul

ECONOMIA & NEGÓCIOS

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O litoral norte de Pernambuco foi içado à condição de nova região de desenvolvi-mento, ancorado pela montadora da Fiat e pelo polo farmacoquímico, no município de Goiana. Só a fábrica de automóveis vai investir R$ 4 bilhões e gerar 4,5 mil empre-gos diretos. Será outra ilha de progresso no Estado a receber uma grande população de migrantes. Mais uma vez, os grandes em-preendimentos abrem as portas aos proje-tos imobiliários.

O primeiro a se antecipar à demanda foi o empresário Alexandre Mirinda, presidente da AWM Engenharia. Junto com as empre-sas São Bento Incorporações e CA3 Constru-tora, criou o Consórcio Paradigma, que vai construir em Goiana o complexo imobiliário Northville. O investimento na iniciativa está estimado em R$ 1 bilhão.

A proposta é dar vida a um bairro com 2.220 residências distribuídas em dois con-domínios, shopping, hotel e setores comer-ciais, empresariais, de saúde, educacional e esportivo, além de muita área verde. A ques-tão da sustentabilidade é uma das principais

características nos projetos de bairros e ci-dades planejadas. Uma das primeiras etapas a sair do papel será um hotel executivo com 120 apartamentos e investimento calculado de R$ 20 milhões. A ideia é aproveitar o trân-sito de profi ssionais de fora do Estado duran-te a implantação dos empreendimentos dos polos automotivo e farmacoquímico.

Um dos condomínios será voltado para o programa Minha Casa, Minha Vida, com 32 unidades de dois quartos cada, em edifícios de quatro pavimentos; o outro terá 42 apar-tamentos de três quartos em prédios de sete andares; e o último terá 97 casas em 10 hecta-res de terreno. “Queremos entregar o primei-ro hotel até 2014, ano da Copa e do início da operação da Fiat. As demais fases do projeto serão determinadas pela demanda”, comenta Mirinda.

QGDI EM GOIANAUma das maiores cidades planejadas de Per-nambuco também vai se instalar em Goiana. Juntos, os empreendedores Cavalcante Petri-bu, Moura Baterias, GL Empreendimentos e

Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobili-ário (QGDI) se preparam para apresentar o projeto. Numa estratégia de marketing, o gru-po faz suspense para aguçar a curiosidade do mercado. A única pista foi um anúncio de três páginas nos principais jornais do Estado, prenunciando a Atlântica Cidade Planejada.

O complexo será instalado numa área de 600 hectares (terreno equivalente ao da Refi naria Abreu e Lima, em Suape), nas ter-ras da Usina São José, em Goiana. O diretor regional da QGDI, Múcio Souto, diz que o projeto será implementado por partes e vai se basear numa pesquisa de mercado para levantar as demandas da região, a exemplo do Convida Suape.

“A QGDI decidiu investir em desenvolvi-mento urbano. Em Goiana, queremos apro-veitar a movimentação das pessoas que vão precisar morar na região por conta do polo automotivo, alavancado pela montadora da Fiat”, comenta. O conceito do empreendi-mento prevê moradia, comércio, serviços, infraestrutura, esportes, lazer, saúde, educa-ção, hotelaria e cultura.

Condomínio Northville: o bairro que surge com a montadora Fiat

De olho na Copa 2014, três grupos do se-tor imobiliário também vão entrar no jogo e lançar bairros planejados nos municípios de São Lourenço da Mata e Camaragibe. O pri-meiro a ser anunciado foi a Cidade da Copa, capitaneada pela Odebrecht Participações e Investimentos. O que no início se imaginava ser apenas um estádio cresceu e se transfor-mou numa cidade dentro de São Lourenço da Mata. As obras do complexo, deixaram de ser uma maquete e ganharam viga e concreto.

Na futebolística cidade será erguida, ain-da, a Reserva São Lourenço, pela Pernambu-co Construtora. O empreendimento fi cará localizado na BR-408, a 1,5km da entrada do município e a 3km da Cidade da Copa. Terá 64 torres distribuídas em 17 condomínios in-dependentes, cada uma com oito pavimentos (térreo e outros sete andares). Cada torre terá quatro apartamentos por andar, totalizando 2.048 unidades.

Aproveitando a proximidade com a Cidade da Copa, o município de Camaragibe vai entrar na rota dos bairros planejados. O empresário

Antônio Carrilho, da FMSA Carrilho, junto com outras cinco empresas, vai construir um complexo imobiliário na área da antiga indús-tria têxtil Braspérola. “O diferencial do nosso projeto é que a primeira etapa a ser construída será um shopping”, destaca Carrilho.

O projeto habitacional será construído a

médio prazo, depois que a primeira fase for concluída. A ideia é que a área habitacional ocupe 150 mil metros quadrados da área total de 400 mil. O projeto inicial prevê a construção de 16 edifícios. Diante de tanta demanda, a tendência dos bairros planejados parece irreversível.

Lançamento da Reserva São Lourenço que começa por um shopping

ECONOMIA & NEGÓCIOS

| ABR/MAI 201278 |

INDICADORES IVV

S abe-se que a construção civil vem ditan-do o ritmo da atividade industrial no

país. Especifi camente em Pernambuco, vê--se claramente o destaque do macrossetor da construção, quando nos últimos resultados trimestrais do PIB estadual, divulgados pela Agência de Planejamento de Pernambuco (Condepe/Fidem), a construção civil cresceu acima dos outros setores. No terceiro trimes-tre de 2011, por exemplo, enquanto a indús-tria de transformação recuou mais de 3%, a da construção civil cresceu 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Quando comparado o ano de 2011 com 2010, a indús-tria de transformação cresceu 2,5% e, a da construção, 10,5%.

Utilizando-se de outras fontes como o Mi-nistério do Trabalho e Emprego, os resulta-dos corroboram também com a pujança da atividade da construção. Enquanto a indús-tria de transformação cresce, em número de empregos formais, de 2007 para 2012 (até fevereiro), pouco mais de 14%, a da constru-ção civil cresce mais de 160%, passando dos 54.190 empregos formais, em 2007, para mais de 140 mil em 2012.

Resta patente a dinâmica da indústria da construção. Em Pernambuco, para se ter uma ideia, acaba de sair um estudo (Condepe/Fi-dem) afi rmando que para cada R$ 1 milhão investido na fase de construção dos grandes empreendimentos (Hemobrás, estaleiro, pe-troquímica, refi naria), eleva-se em mais de R$ 600 mil o valor adicionado da economia e em mais de R$ 200 mil o rendimento médio da população, além da geração de oito postos de trabalho. Signifi ca dizer que até o fi m da fase de construção desses empreendimentos, Pernambuco terá acrescido à sua economia R$ 15 bilhões e elevado o rendimento médio

André Freitas

A CONSTRUÇÃO AINDA VAI RENDER MUITO

da população em R$ 6 bilhões, gerando algo em torno de 185 mil postos de trabalho.

Mas nem tudo são fl ores - a falta de mão de obra tem preocupado sobremaneira a indústria da construção civil. O setor não consegue contratar um número sufi ciente de trabalhadores, a fi m de atender razoavel-mente às necessidades do mercado. Segundo um levantamento da Fiepe, na Sondagem da Indústria da Construção, o problema de fal-ta de trabalhador qualifi cado vem ganhando destaque ao longo dos meses. Como exem-plo, no início de 2010, este problema elenca-do não tinha grande repercussão, mas hoje já passou a ser citado como o segundo maior empecilho para o setor.

É bem verdade que há esforços do setor privado e do governo para o fortalecimen-to e a criação de condições para setores

prioritários da economia local, a exemplo da instalação de cursos técnicos específi cos por parte do Serviço Nacional de Aprendi-zagem Industrial (Senai). No entanto, o nú-mero de profi ssionais ainda não é sufi ciente para atender às necessidades do mercado. Ademais, segundo os próprios empresários, outro ponto de destaque é a difi culdade em encontrar profi ssionais experientes.

Portanto, é sabido, através da teoria eco-nômica, que nenhum segmento cresce inin-terruptamente ao longo do tempo. Há ciclos de crescimento. Pernambuco entrou em um novo patamar de evolução, como vem ocor-rendo com o macrossetor da construção civil, e agora urge a necessidade de serem diagnosticados os gargalos, a fi m de que o Estado possa usufruir efetivamente desses ciclos favoráveis de crescimento.

| ABR/MAI 201280 |

SÉRIE INFRAESTRUTURA

Cristina França

O plano diretor de Suape, concluído em 2010 com a assessoria do porto de Ro-

terdã, previa, em um cenário otimista, que um segundo terminal de contêineres seria necessário em 2018. No momento, o primeiro terminal utiliza a área privada do Cone Suape para a manutenção e guarda de contêineres vazios, não só para otimizar a operação, mas por falta de espaço mesmo. O processo de li-citação do segundo terminal está em fase fi -nal de aprovação junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a licitação deve acontecer em julho. O custo das obras ci-vis no cais seis e sete e dos equipamentos será de aproximadamente R$ 600 milhões.

PORTO DE SUAPE ACELERA PLANO DIRETORInvestimentos em infraestrutura previstos no plano diretor são antecipados para atender ao crescimento do Complexo Industrial e Portuário de Suape

“Os cenários econômicos mais favoráveis nos obrigaram a antecipar algumas ações e investimentos previstos para evitar gargalos a curto e médio prazos, mas sempre manti-vemos nosso planejamento e cronograma de execução das obras compatíveis com a realidade do complexo”, afi rma o diretor de Planejamento e Urbanismo do Complexo In-dustrial e Portuário de Suape, Jaime Alheiros. O segundo terminal de contêineres será en-tregue em 2015, mas até agosto de 2013 serão feitos a bacia de manobras e o dique do canal um (onde será instalado o estaleiro Promar), a dragagem do canal de acesso ao canal dois (reservado ao estaleiro CMO), o reforço dos

cabeços da entrada do canal interno e o canal de acesso externo, os quais representam um investimento total de R$ 762 milhões.

Na ilha de Cocaia, que foi defi nitivamen-te aforada ao Governo de Pernambuco, será construído o terminal de minérios (granéis sólidos) em uma área de 75 hectares. A construção do cais e a dragagem do canal de acesso do terminal fazem parte da segunda fase do Plano de Aceleração do Crescimen-to (PAC 2). O terminal será arrendado pela Antaq após aprovação dos estudos de viabi-lidade técnica e econômica. Aos arrendatá-rios caberão a terraplenagem e as obras ci-vis, que devem ser concluídas até o primeiro

O Porto de Suape, no litoral sul de

Pernambuco, é o imã da economia

do Estado

DEZEMBRO 2011 | | 81

SÉRIE INFRAESTRUTURA

semestre de 2014. Também a ilha de Tatuo-ca, onde está localizado o cluster naval, foi aforada ao governo.

À exceção da área do cluster naval, que é passível de venda por estar fora do porto organizado, as áreas restantes das duas ilhas serão objeto de arrendamento, segundo cri-térios previstos no Plano Diretor 2030. Esses critérios recomendam a redução do número e do tempo dos terrenos com opções e reser-vas para expansão. O arrendamento é uma das fontes de recursos para investir na infra-estrutura do porto. Atualmente 110 empre-sas já operam no complexo e mais 50 estão em fase de implementação.

O terminal de minérios está diretamen-te ligado à entrada em operação da ferrovia Transnordestina, cujo trecho ligando a ci-dade de Eliseu Martins, no Piauí, ao por-to de Suape foi prometido pela presidente Dilma Rousseff para o final de 2013. Na operação minérios, Suape tem como direto concorrente o porto do Pecém, no Ceará, que será interligado à ferrovia em 2014. A possível concorrência do porto de Cabede-lo, na Paraíba, que investe no aprofunda-mento do calado para 11 metros e na cons-trução de um terminal de múltiplo uso e de um berço de atracação, não preocupa Jai-me Alheiros. “Enxergamos apenas Pecém como concorrente no escoamento de mi-nérios de ferro e outras cargas pela Trans-nordestina, em função da competitividade que apenas Suape e Pecém oferecem. Ou-tros pontos cruciais são a infraestrutura ferroviária e o padrão das composições de minérios operados pela Transnordestina, compatíveis com bitola larga. Todo o ra-mal norte (que leva à Paraíba) é de bitola métrica, o que implica um transbordo ou

a integração de bitola, acarretando em uma operação mais onerosa”, explica.

GRÃOS, GRANÉIS LÍQUIDOS E AÇÚCAR

Até 2014, também estará pronto o ter-minal de grãos, que irá operar o cais oito e nove, mediante esteiras transportadoras. O investimento nos dois cais será em torno de R$ 300 milhões, que poderão ser usados também para carga geral. “Estamos estu-dando a viabilidade desse investimento ser absorvido pelo arrendatário do terminal de grãos, nos moldes do segundo terminal de contêineres. O carregamento da Transnor-destina e a geração de carga serão consoli-dados ao longo de 2014, quando ambos os terminais - de minérios e grãos - estarão concluídos”, garante Alheiros. O Plano Dire-tor 2030 preconiza a Transnordestina como fundamental para favorecer o porto de Sua-pe através da ligação com o potencial do in-terior de Pernambuco. “Sem conexão fl uvial com o interior, Suape depende da ferrovia para trazer produtos e levar insumos. O Vale do São Francisco e a região produtora de grãos do Piauí vão ganhar competitividade”, opina o economista Valdeci Monteiro, sócio

da Ceplan Consultoria e Planejamento.Além disso, depois que a Transnordes-

tina interligar o interior da região aos por-tos marítimos de Pecém e Suape, a próxima etapa desta ferrovia será interligar a conexão ferroviária norte/sul do Brasil. Essa conexão permitiria aos produtores/exportadores do interior escolher entre Pecém e os portos no Norte do país, tais como o porto de Itaqui, no Maranhão, o maior exportador de miné-rio de ferro do Brasil.

A infraestrutura portuária até 2015 completa-se com a construção dos píeres de granéis líquidos (A e B). Quantos aos empreendimentos, consta também o ter-minal de açúcar, no cais cinco, arrendado pela AD&F Man, com operação prevista para a safra 2012-2013, além de novos pá-tios públicos de veículos e carga geral no cais quatro, novos pátios alfandegados, um novo moinho de trigo e a expansão das áreas de tancagem para granéis líquidos. “A iniciativa privada precisa correr atrás da gente”, brinca Alheiros, ressaltando a im-portância das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e das concessões na conservação e melhoria da oferta da infraestrutura do complexo.

Alheiros: infraestrutura para dar suporte à Transnordestina integrando litoral e sertão

O sobrecarregado terminal de contêineres alia-se à iniciativa privada e espera ‘irmão’ até 2015

| ABR/MAI 201282 |

SÉRIE INFRAESTRUTURA

Investimentos para criar a infraestrutu-ra portuária direta estão correndo em para-lelo aos que vão dar condições de chegada e permanência de pessoas ao porto de Suape. A Concessionária Rota do Atlântico (CRA) - formada pela Odebrecht Transport, em sociedade com o Fundo de Infraestrutura do FGTS, e pela Invepar, composta pelos fundos Previ, Funcef, Petros e o grupo OAS - prevê entregar, até junho de 2013, a cons-trução e requalificação de 43 quilômetros do Complexo Viário e Logístico de Suape.

Esse trecho inicia-se na BR-101 (sul) e termina no distrito de Nossa Senhora do Ó, na cidade de Ipojuca, sendo uma op-ção para a PE-60 como acesso às praias. As obras começaram em novembro do ano passado e estão orçadas em R$ 450 milhões. Serão construídos viadutos e implantados o Centro de Controle Operacional, postos de pesagem, dois pátios logísticos (ainda em estudo hospedagem e alimentação para caminhoneiros), cinco postos de pedágio e um posto para a Polícia Militar Rodoviária. A concessão é de 35 anos.

Para a própria administração do porto, será construída uma nova sede via permuta de terreno, no qual a vencedora da licita-ção, a Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário, irá erguer em 14,4 hectares a Zona Central de Serviços. Primeiro virá o edifício administrativo de 11 andares com heliponto, com entrega até 2014, e em se-guida virão um hotel com 192 quartos e o Complexo Office Park, com shopping de serviços e seis torres empresariais. A se-gunda fase sai até 2016. Por último, mais quatro empresariais de nove pavimentos até 2020. “Será um espaço funcional para o público de Suape, com bancos, correios e praça da alimentação. Não será um es-paço de lazer para a região, até porque te-mos níveis de segurança que precisam ser respeitados. “Futuramente estão previstos mais hotéis, centro de convenções e zona de serviços médicos com hospital”, diz o diretor de Planejamento e Urbanismo do Complexo Industrial e Portuário de Suape, Jaime Alheiros.

A Cone S/a (Condomínios de Negó-cios S/A) completa a estrutura de apoio

INVESTIMENTOS PARALELOS

O PORTO DE SUAPE

O Complexo Industrial e Portuário de Suape foi planejado na década de 70 para substituir o porto do Recife, na perspectiva de oferecer sinergia entre um parque industrial e um moderno porto. Está localizado a 40 quilômetros da capital pernambucana, no litoral sul de Pernambuco, na costa leste do Brasil, ocupando uma área de 15.000,00 hectares, dos quais cerca de 50% são reservas ecológicas. A posição geográfi ca do Estado, no centro da Região Nordeste, potencializa Suape como porto internacional concentrador de cargas (hub port) para toda a América do Sul.

ao porto de Suape. A companhia está nas mãos da Conepar, composta pelos acionis-tas da Moura Dubeux Engenharia, que de-tém o seu controle, e pelo Fundo de Infra-estrutura (FI-FGTS), sob a gestão da Caixa Econômica Federal. Os

investimentos incluem a construção de uma cidade voltada não apenas

para as necessidades geradas por Suape e, especificamente, para a oferta de estrutu-ra e logística do Cone Suape - os recursos são da ordem de R$ 2 bilhões, 80% destes aplicados até 2016. Estão dentro do Cone, em uma área de 12 milhões de metros qua-drados contíguos ao porto, o serviço mul-timodal (concluído até o final de 2012), a Zona de Processamento de Exportação (ZPE/Suape), o Plug & Play, a Zona de Pro-cessamento de Aço (ZPA/Suape) e o Cone Multicenter, além do Cone Concierge, uma assessoria burocrática e financeira para as

empresas interessadas na região.O Cone Suape disponibiliza hoje

170.000 m² de armazéns, com previsão de mais 75.000m² até junho e 112.000m² de pátio mais 30.000m² também para junho. O diretor de Planejamento e Urbanismo do porto de Suape, Jaime Alheiros, reconhe-ce o apoio desta estrutura privada para as operações do porto. “Tem sido importante, especialmente para o Terminal de Conte-neires I, que no momento utiliza uma área para os contêineres vazios ou que deman-dam tempo de pátio”, diz. A área de arma-zenagem do Cone Suape tem 80 hectares e ficará totalmente pronta até o final de 2013, informa o presidente do Cone Suape, Marcos Roberto Dubeux. Ele acrescenta que estão confirmados dois hotéis, soman-do 514 quartos com a bandeira espanhola Eurostars, restaurante do grupo Spettus e shopping de serviços compacto.

Obras da Rota do Atlântico abrem caminho para o porto e o turismo

CONSTRUIR ECONOMIA

Durante muitos anos, os consumidores fi caram impossibilitados de ter acesso

aos fi nanciamentos bancários direcionados para a compra de imóveis. No início da déca-da de 90, o volume ofertado era mínimo e ex-cludente, pois poucos, muito poucos, conse-guiam alcançá-lo. Era um misto de escassez, regras proibitivas e traumas do passado do antigo BNH e seus saldos impagáveis. Como alternativa, os empresários começaram a ofertar seus produtos através do financia-mento direto com o incorporador, uma modalidade que transformava as empresas incorporadoras/construtoras também em agente financiador: bancos!

Os consumidores foram aderindo a essa modalidade e, em pesquisa realizada no iní-cio de 2003, há praticamente dez anos, o per-centual dos consumidores na Região Metro-politana do Recife (RMR) que optavam por adquirir imóveis direto com o incorporador atingiu 53% de preferência. Aos poucos, os bancos reassumiram seu verdadeiro papel nesse processo e os consumidores foram perdendo o medo de se endividar, endivida-mento que começou com o mercado automo-bilístico. O brasileiro nem tinha acesso a fi -nanciamentos para moradia, nem para carro novo – uma fi xação do nosso povo, compro-vada pelos altos índices de veículos que circu-lam hoje nas diversas vias do nosso país. No início, muitos vão lembrar, os veículos eram fi nanciados em dólar!!! Vi muitos amigos torcendo, com o “carnê de 36 parcelas” em mãos, para que um novo plano econômico não fi zesse o dólar disparar, levando com ele o carro alienado.

A última pesquisa feita, também com po-tenciais consumidores de imóveis na mesma RMR, por ocasião do 5º Salão Imobiliário da Associação das Empresas do Mercado Imo-biliário de Pernambuco (Ademi/PE), em

CONSUMIDOR ACULTURADO AO FINANCIAMENTO BANCÁRIO

março de 2012, já apontou que 77% deles preferem fi nanciar com bancos. Isto de-monstra uma nova postura desse público, aculturado à prática de fi nanciar bens di-ferentemente de um passado recente. Pou-cos citam traumas passados com o Sistema Financeiro, até mesmo em função de boa parte dos novos consumidores serem jo-vens e não terem vivenciado os problemas do passado. E que fi quem no passado ape-nas como registro histórico, pois novamen-te estatísticas recentes de outro importante movimento concentrado de venda de imó-veis (Feirão da Caixa Econômica Federal) dão conta que num só fi nal de semana (4 a 8/5/12) o evento alcançou R$ 4,63 bilhões em 30.925 contratos assinados e encami-nhados, com atendimento de 200.743 pes-soas nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Todas essas informações retratam as mu-danças econômicas no Brasil e em sua eco-nomia. Recentemente o governo resolveu alterar regras da caderneta de poupança, fonte diretamente ligada ao mercado imo-biliário, fruto da constante redução da taxa Selic. Alguns apontam que isso deverá pro-vocar impactos negativos na captação da poupança, mas por outro lado também já se discute que todas essas alterações chegarão, em breve, aos juros dos fi nanciamentos imo-biliários, baixando-os para que mais e mais consumidores consigam ter acesso à compra de imóveis. Muito bom perceber que, defi ni-tivamente, a atenção merecida pelo setor da construção, enfi m, aconteceu, pois seu po-der de geração de emprego e renda dispensa qualquer justifi cativa para que nele sejam in-vestidos não só recursos, mas também medi-das que favoreçam a sua dinâmica.

Mônica Mercês

DEZEMBRO 2011 | | 83

CUB – Custo Unitário Básico da Construção - Janeiro | 2012

OBSERVAÇÕES: Os valores acima referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº.

4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos

memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a designação de CUB/2006”.

“Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especifi cações cor-respondentes a cada caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros; playground (quando não classifi cado como área construída); obras e serviços comple-mentares; urbanização, recreação (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III); impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador.”

Os preços unitários dos insumos constantes do lote básico foram cotados no período de: 1 à 24 de Março de 2012. A partir de fevereiro/2007, com a entrada em vigor da NBR 12.721/2006, adotamos o projeto-padrão R-16-N como o novo CUB PADRÃO do SINDUSCON/PE, e passamos a divulgar os valores referentes a materiais, mão de obra, despesas administrativas e equipa-mentos, que formam este CUB Padrão, bem como suas variações percentuais no mês, no ano e em 12 meses.

| ABR/MAI 201284 |

PADRÃO DE ACABAMENTO PROJETOS PADRÕES R$/M2 MENSAL ACUMULADO NO ANOACUM. EM 12 MESES

VARIAÇÃO PERCENTUAL

PROJETOS

R-1 (Residência Unifamiliar) PP-4 (Prédio Popular)

R-8 (Residência Multifamiliar)

R-16 (Residência Multifamiliar) PIS (Projeto de Interesse Social) RP1Q (Residência Popular) COMERCIAIS

CAL-8 (Comercial Andares Livres)

CSL-8 (Comercial Salas e Lojas) CSL-16 (Comercial Salas e Lojas) GI (Galpão Industrial)

Baixo

Normal

Alto

Baixo

Normal

Baixo

Normal

Alto

Normal

Alto

Normal

Alto

Normal

Alto

Normal

Alto

R-1-B

R-1-N

R-1-A

PP-4-B

PP-4-N

R-8-B

R-8-N

R-8-A

R-16-N

R-16-A

PIS

RP1Q

CAL-8-N

CAL-8-A

CSL-8-N

CSL-8-A

CSL-16-N

CSL-16-A

GI

1.006,67

1.219,65

1.563,99

933,57

1.149,64

883,39

987,04

1.256,77

963,56

1.241,34

667,65

950,57

1.113,31

1.222,05

947,09

1.068,45

1.262,03

1.423,18

539,51

0,24%

0,43%

0,58%

0,21%

0,32%

0,20%

0,29%

0,49%

0,30%

0,17%

0,39%

0,06%

0,12%

0,35%

0,10%

0,52%

0,10%

0,50%

0,34%

1,74%

1,74%

1,85%

1,08%

1,93%

1,11%

1,41%

1,92%

1,34%

1,20%

1,66%

0,05%

1,19%

1,55%

1,22%

1,95%

1,08%

1,81%

0,81%

11,93%

12,49%

12,24%

10,65%

12,37%

10,62%

11,42%

12,30%

11,18%

10,07%

10,74%

9,60%

9,99%

10,36%

10,17%

11,31%

10,07%

11,18%

10,52%

ABR/MAI 2012 | | 85

| FEVEREIRO 201286 |

ABR/MAI 2012 | | 87

INSUMOS

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0,57 5,72

0,420 20,80 1,02

40,99 0,39

15,71 0,31

12,50 1,30 6,50

1,55

1,75

2,07

2,40

3,02

54,33

57,63

70,33

71,00

73,00

2,80

4,20

4,90

4,20

14,33 15,00

15,50 8,17

27,33

29,33

32,00

34,33

33,67

36,67

31,67

12,60 19,12 27,92 35,68 55,25 105,30 154,60

204,50 43,06 54,99 67,68

100,43 180,79 241,55 444,01 12,68 5,01

5,35

3,85

4,08

3,59

3,88

3,65

3,91

3,93

4,19

79,02 129,43 253,26

4,30 4,30

49,90

49,90 28,44 28,44 28,44

114,57 148,74 200,63 198,54 231,42 185,15 414,16 458,00 506,02 568,93

6,91 12,75 12,70

114,52 155,95 176,44 24,50 30,70 36,60 42,85 48,50 29,60 37,10 44,00 51,50 60,31 39,50 49,70

59,50 69,70 79,90

42,50 45,00 36,67 21,67 37,50 43,33 70,00 70,00 68,33 66,67 63,33 64,00 49,33 0,43 8,50

5,04 0,25 9,82 0,49

18,93

23,21

10,11 4,59 5,15

39,91 1,00

51,44 1,29

5,64 5,87 6,46 6,71 8,23 6,62

118,14 190,53 98,64

185,57

496,67 561,67 594,67 792,67 852,67 694,07 821,53 997,50 483,33 547,67 641,33 153,67 157,00 187,67 44,00 44,73

11,23

AGLOMERANTESCal hidratado Calforte NardukCal hidratado Calforte Narduk (saco com 10 kg)Cimento PortlandCimento Portland (saco c/ 50 kg)Cimento branco específi co NardukCimento branco específi co Narduk (saco com 40 kg)Gesso em pó de fundição (rápido)Gesso em pó de fundição (rápido) (saco com 40kg)Gesso em pó para revestimento (lento)Gesso em pó para revestimento (lento) (saco com 40kg)Gesso Cola Gesso Cola (saco com 5kg)

ARTEFATOS DE CIMENTOBloco de concreto p/alvenaria vedação c/9x19x39cm(2,5MPa)Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/12x19x39cm(2,5MPa)Bloco de concreto p/alvenaria vedação c/14x19x39cm(2,5MPa)Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/14x19x39cm(4,5MPa)Bloco de concreto p/alvenaria estrutural c/19x19x39cm(4,5MPa)Caixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU’s aberta 60x40x40cmCaixa de concreto p/ar condicionado 7.000 BTU’s fechada 60x40x50cmCaixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU’s aberta 70x50x40cmCaixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU’s aberta 70x45x60cmCaixa de concreto p/ar condicionado 10.000 BTU’s fechada 70x45x60cmElemento vazado de cimento Acinol-CB2/L com 19x19x15cmElemento vazado de cimento Acinol-CB6/L/Veneziano 25x25x8cmElemento vazado de cimento Acinol-CB7/L/Colmeia com 25x25x10cmElemento vazado de cimento Acinol-CB/9/Boca de Lobo 39x18x9cmLajota de concreto natural lisa para piso de 50x50x3cmLajota de concreto natural antiderrapante para piso de 50x50x3cmMeio fi o de concreto pré-moldado de 100x30x12cmNervura de 3,00m para laje pré-moldada com SC=200kg/m2Piso em bloco de concreto natural “Paver” de 6cm c/25MPa (48pç/m2)Piso em bloco de concreto natural “Paver” de 6cm c/35MPa (48pç/m2)Piso em bloco de concreto pigmentado “Paver” de 6cm c/25MPa (48pç/m2)Piso em bloco de concreto pigmentado “Paver” de 6cm c/35MPa (48pç/m2)Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/25 Mpa (34pç/m2)Piso em bloco de concreto natural Unistein de 8cm c/35 Mpa (34pç/m2)Piso de concreto vazado ecológico (tipo cobograma)Tubo de concreto simples de 200mm classe PS1Tubo de concreto simples de 300mm classe PS1Tubo de concreto simples de 400mm classe PS1Tubo de concreto simples de 500mm classe PS1Tubo de concreto simples de 600mm classe PS1Tubo de concreto simples de 800mm classe PS1Tubo de concreto simples de 1000mm classe PS1

Tubo de concreto simples de 1200mm classe PS1Tubo de concreto armado de 300mm classe PA2Tubo de concreto armado de 400mm classe PA2Tubo de concreto armado de 500mm classe PA2Tubo de concreto armado de 600mm classe PA2Tubo de concreto armado de 800mm classe PA2Tubo de concreto armado de 1000mm classe PA2Tubo de concreto armado de 1200mm classe PA2Verga de concreto armado de 10x10cmVigota treliçada para laje B12 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 4,00mVigota treliçada para laje B12 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 4,00mVigota treliçada para laje B16 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 6,00mVigota treliçada para laje B16 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 6,00mVigota treliçada para laje B20 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 7,00mVigota treliçada para laje B20 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 7,00mVigota treliçada para laje B25 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 8,00mVigota treliçada para laje B25 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 8,00mVigota treliçada para laje B30 com SC=150kgf/m2 p/vão de até 9,00mVigota treliçada para laje B30 com SC=300kgf/m2 p/vão de até 9,00m

ARTEFATOS DE FIBROCIMENTOCaixa d’água cônica CRFS de 250 litros c/tampa BrasilitCaixa d’água cônica CRFS de 500 litros c/tampa BrasilitCaixa d’água cônica CRFS de 1000 litros c/tampa BrasilitCumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX superior BrasilitCumeeira articulada Fibrotex CRFS TTX inferior BrasilitCumeeira articulada TKO superior para Kalhetão CRFS BrasilitCumeeira articulada TKO inferior para Kalhetão CRFS BrasilitCumeeira normal CRFS TOD 5G 1,10m BrasilitCumeeira normal CRFS TOD 10G 1,10m BrasilitCumeeira normal CRFS TOD 15G 1,10m BrasilitTelha Kalheta 8mm de 3,00m BrasilitTelha Kalheta 8mm de 4,00m BrasilitTelha Kalheta 8mm de 5,50m BrasilitTelha Kalheta 8mm de 6,00m BrasilitTelha Kalheta 8mm de 6,50m BrasilitTelha Kalhetão 8mm de 3,00m CRFS Brasilit Telha Kalhetão 8mm de 6,70m CRFS BrasilitTelha Kalhetão 8mm de 7,40m CRFS BrasilitTelha Kalhetão 8mm de 8,20m CRFS BrasilitTelha Kalhetão 8mm de 9,20m CRFS BrasilitTelha Fibrotex CRFS de 4mm com 1,22x0,50m BrasilitTelha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,13x0,50m BrasilitTelha Fibrotex CRFS de 4mm com 2,44x0,50m BrasilitTelha Maxiplac de 6mm com 3,00x1,06m BrasilitTelha Maxiplac de 6mm com 4,10x1,06m BrasilitTelha Maxiplac de 6mm com 4,60x1,06m BrasilitTelha Residencial CRFS de 5mm com 1,22x1,10m BrasilitTelha Residencial CRFS de 5mm com 1,53x1,10m BrasilitTelha Residencial CRFS de 5mm com 1,83x1,10m BrasilitTelha Residencial CRFS de 5mm com 2,13x1,10m BrasilitTelha Residencial CRFS de 5mm com 2,44x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,22x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,53x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 6mm com 1,83x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,13x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 6mm com 2,44x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,22x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,53x1,10m Brasilit

Telha ondulada BR CRFS de 8mm com 1,83x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,13x1,10m BrasilitTelha ondulada BR CRFS de 8mm com 2,44x1,10m Brasilit

AGREGADOSAreia fi naAreia grossaSaibroBarro para aterroBarro para jardimPó de pedraBrita 12Brita 19Brita 25Brita 38Brita 50Brita 75Pedra rachãoParalelepípedoMeio fi o de pedra granítica

ARGAMASSA PRONTAArgamassa Megakol AC-I Narduk uso interno (saco 20kg)Argamassa Megakol AC-I Narduk uso internoArgamassa Megafl ex AC-II Narduk uso externo (saco 20kg)Argamassa Megafl ex AC-II Narduk uso externoArgamassa Megafl ex AC-III Narduk alta resistência (saco 20kg)Argamassa Megafl ex AC-III-E Cinza Narduk alta resist. (saco 20kg)Massa para alvenaria (saco 40kg)Reboco pronto Reboduk Narduk interno (saco 20kg)Reboco externo pronto (saco 20kg)Rejunte aditivado interno (saco 40kg)Rejunte aditivado interno NardukRejunte aditivado fl exível externo (saco 40kg)Rejunte aditivado fl exível externo Narduk

ARAMESArame galvanizado nº 10 BWG liso 3.40mmArame galvanizado nº 12 BWG liso 2.76mmArame galvanizado nº 14 BWG liso 2.10mmArame galvanizado nº 16 BWG liso 1.65mmArame galvanizado nº 18 BWG liso 1.24mmArame recozido 18 BWG pretoArame farpado “Elefante” - fi o 2,2mm - rolo com 250mArame farpado “Elefante” - fi o 2,2mm - rolo com 400mArame farpado “Touro” - fi o 1,6mm - rolo com 250mArame farpado “Touro” - fi o 1,6mm - rolo com 500m

BOMBAS CENTRÍFUGASBomba centrífuga trifásica de 1/2 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 3/4 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 1 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 1 1/2 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 2 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 3 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 5 CV SchneiderBomba centrífuga trifásica de 7,5 CV SchneiderBomba centrífuga monofásica de 1/4 CV SchneiderBomba centrífuga monofásica de 1/2 CV SchneiderBomba centrífuga monofásica de 3/4 CV SchneiderChave de proteção magnética trifásica até 5CV WEGChave de proteção magnética trifásica até 7,5CV WEGChave de proteção magnética trifásica até 10CV WEGBóia para bomba com 10 amperesBóia para bomba com 20 amperes

CARPETESCarpete Flortex Tradition Grafi te da Fademac com 3mm

m2

m3m3m3m3m3m3m3m3m3m3m3m3

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hmêsmêsmêsmêsmêsmêsmêsmêsmêsmêsmêsmêsmês

12,15

231,50 237,50 245,50 249,00 257,50 268,67 275,00 283,00 292,50 295,00 305,00 32,50

311,67 264,17 249,00 361,03

203,26 233,76 135,38 18,37 38,76 90,87 31,12 38,98 86,13

59,33 65,37

250,33 20,67 60,00

113,00 444,33 94,27

110,93 146,00 177,00 265,00 375,00 730,00 795,00 142,33 217,33 65,17

45,08 45,74 46,41 49,66 63,02 66,55 74,02 84,44

119,63 139,40 175,66 166,43 112,00 112,00 160,88

126,59 142,59 167,33 194,33 45,33

90,66

55,00

75,83 10,33

330,57 356,67 688,08 377,77 201,67 280,47 72,50 75,30 77,87

170,00 6,33

186,88

3,21 3,22 3,30 3,51 3,49 3,34 3,16 3,16 3,16 3,08 3,05 3,22 3,22 3,28 3,19 2,61 5,44

5,42

5,39

8,26

5,17

9,29

5,53

12,13

4,50 2,43 9,00

11,37 11,07 7,73 8,37

4,31

4,55

8,74

75,86 58,33 56,08 56,31 46,41 46,41 73,87 49,67 54,59

127,63 101,49 101,49

11,80 0,32

151,97

19,93 23,95 16,50 79,75

108,30 111,00 200,77 29,70 35,33 24,67 91,84 61,80

159,34 22,77 27,50 19,00

68,04 295,10 31,18

139,02 37,80 32,52

130,04

23,60 120,41 56,49

224,18 16,73 64,78 44,40

150,00 25,70 37,36

142,65 67,93

212,86 56,97

136,43 201,48 170,01

Carpete Revifl ex Diloop Grafi te da Fademac com 4mm

CONCRETO USINADOConcreto usinado FCK=10MPaConcreto usinado FCK=15MPaConcreto usinado FCK=15MPa bombeávelConcreto usinado FCK=20 MPaConcreto usinado FCK=20 MPa bombeávelConcreto usinado FCK=25 MPaConcreto usinado FCK=25 MPa bombeávelConcreto usinado FCK=30 MPaConcreto usinado FCK=30 MPa bombeávelConcreto usinado FCK=35 MPaConcreto usinado FCK=35 MPa bombeávelTaxa de bombeamento

ESQUADRIAS DE ALUMÍNIOJanela de alumínio com bandeiraJanela de alumínio sem bandeiraJanela de alumínio tipo basculante 0,60x1,00mPorta de alumínio com saia e bandeira

ESQUADRIAS DE FERROGradil de ferro c/cantoneira L de 1.1/4” e barras de 1”x1/4”Portão de ferro em chapa preta nº 18 (cant.)Portão em tela de ferro quadrada 13mm e fi o 12Tubo de ferro preto de 2”Tubo de ferro preto de 4”Tubo de ferro preto de 6”Tubo de ferro galvanizado de 2”Tubo de ferro galvanizado de 2.1/2”Tubo de ferro galvanizado de 4”

EQUIPAMENTOS CONTRA-INCÊNDIOAdaptador de 2.1/2”x1.1/2”Adaptador de 2.1/2”x2.1/2”Caixa de incêndio com 75x45x17cm para mangueira predialChave StorzEsguicho Jato sólido de 1.1/2”Extintor de água pressurizada 10 litrosExtintor de CO2 de 6kgExtintor de pó quimico 4kgExtintor de pó quimico 6kgExtintor de pó quimico 8kgExtintor de pó quimico 12kgMangueira predial de 1.1/2” x 15m com uniãoMangueira predial de 1.1/2” x 30m com uniãoPorta corta fogo P90 de 0,80x2,10mPorta corta fogo P90 de 0,90x2,10mRegistro Globo 45° de 2.1/2”Tampa de ferro fundido de 60x40cm “incêndio”Tampão cego de 1.1/2” T.70 articulado

ESQUADRIAS DE MADEIRAPorta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03mPorta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03mPorta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03mPorta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03mPorta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAIPorta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAIPorta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAIPorta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAIPorta em fi chas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03mPorta em fi chas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03mPorta em fi chas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03mPorta em fi chas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03mPorta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03mPorta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03mPorta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m

Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03mPorta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03mPorta em amolfadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03mPorta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03mGrade de canto em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalteGrade de caixa em massaranduba até 1,00x2,10m para pintura esmalteGrade de caixa em Jatobá até 1,00x2,10m para verniz ou cera

EQUIPAMENTOSRetroescavadeira 580H, 4x4 (com operador)Andaime tubular de 1,5x1,0m (2peças=1,00m)Betoneira elétrica de 400L sem carregadorCompactador CM/13 elétricoCompactador CM/20 elétricoCortadora de piso elétricaFuradeira industrial Bosch ref. 1174Guincho de coluna(foguete)Mangote vibratório de 35mmMangote vibratório de 45mmMotor elétrico para vibradorPistola fi nca pinosPontalete metálico regulável (1 peça)Serra elétrica circular de bancada

FERROSFerro CA-25 de 12,5mmFerro CA-25 de 20mmFerro CA-25 de 25mFerro CA-50 de 6,3mmFerro CA-50 de 8mmFerro CA-50 de 10mmFerro CA-50 de 12,5mmFerro CA-50 de 16mmFerro CA-50 de 20mmFerro CA-50 de 25mmFerro CA-50 de 32mmFerro CA-60 de 4,2mmFerro CA-60 de 5mmFerro CA-60 de 6mmFerro CA-60 de 7mmFerro CA-60 de 8mmTela de ferro c/malha 15x15cm c/fi o de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fi o de 3,4mm tipo Q61 (0,972kg/m2)Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fi o de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)Tela de ferro c/malha 15x15cm c/fi o de 4,2mm tipo Q92 (1,480kg/m2)Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fi o de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fi o de 3,8mm tipo Q113 (1,803kg/m2)Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fi o de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)Tela de ferro c/malha 10x10cm c/fi o de 4,2mm tipo Q138 (2,198kg/m2)

FORROS, DIVISÓRIAS E SERVIÇOS DE GESSOBloco de gesso com 50x65x7,5cm para parede divisóriaPlaca de gesso lisa para forro com 65x65cmRodateto de gesso - friso com largura de até 6cm aplicadoRodateto de gesso - friso com largura de até 15cm aplicadoRodateto de gesso - friso com largura de até 20cm aplicadoJunta de dilatação de gesso em “L” de 2x2cm aplicadaJunta de dilatação de gesso em “L” de 3x3cm aplicada

FERRAGENS DE PORTADobradiça em aço cromado de 3”x2.1/2” sem anéis ref. 1500 LaFonteDobradiça em aço cromado de 3”x2.1/2” sem anéis ref. 1410 LaFonteDobradiça em latão cromado de 3”x2.1/2” sem anéis ref. 90 LaFonteConjunto de fechadura de cilindro ref. 521 E-CR LaFonte Conjunto de fechadura interna ref. 521 I-CR LaFonte Conjunto de fechadura para WC ref. 521 B-CR LaFonte Conjunto de fechadura de cilindro ref. 436E-CR LaFonteConjunto de fechadura interna ref. 436I-CR LaFonteConjunto de fechadura para WC ref. 436B-CR LaFonteConjunto de fechadura de cilindro ref. 2078 E-CR LaFonteConjunto de fechadura interna ref. 2078 I-CR LaFonteConjunto de fechadura para WC ref. 2078 B-CR LaFonteConjunto de fechadura de cilindro ref. 608E-CR LaFonteConjunto de fechadura interna ref. 608I-CR LaFonteConjunto de fechadura para WC ref. 608B-CR LaFonte

GRANITOSGranilha nº 02 (saco com 40kg)Granilha nº 02Bancada em granito cinza andorinha de 60x2cm c/1 cuba, test.e esp.Divisória de box em granito cinza andorinha de 7x2 cmSoleira de granito cinza andorinha de 15x2 cmRodapé de granito cinza andorinha com 7x2cmLajota de granito cinza andorinha de 50x50x2cmLajota de granito preto tijuca de 50x50x2cmLajota de granito preto tijuca de 15x30x2cmBancada de granito preto tijuca de 60x2cmDivisória de box em granito preto tijuca 7x2 cmSoleira de granito preto tijuca de 15x2 cmRodapé de granito preto tijuca de 7x2cmLajota de granito verde ubatuba de 50x50x2cmLajota de granito verde ubatuba de 15x30x2cmBancada de granito verde ubatuba de 60x2cmDivisória de box em granito verde ubatuba 7x2cmSoleira de granito verde ubatuba de 15x2cmRodapé de granito verde ubatuba de 7x2cm

IMPERMEABILIZANTESAcquella (galão de 3,6 litros)Acquella (lata de 18 litros)Bianco (galão de 3,6 litros)Bianco (balde de 18 litros)Compound adesivo (A+B) (2 latas=1kg)Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (galão de 3,6 litros)Desmol CD - líquido desmoldante p/concreto (balde de 18 litros)Frioasfalto (galão de 3,9 kg)Frioasfalto (balde de 20kg)Neutrol (galão de 3,6 litros)Neutrol (lata de 18 litros)Vedacit (galão de 3,6 litros)Vedacit (balde de 18 litros)Vedacit rapidíssimo (galão de 4 kg)Vedacit rapidíssimo (balde de 20kg)Vedafl ex (cartucho com 310ml)Vedapren preto (galão de 3,6 litros)Vedapren preto (balde de 18kg)Vedapren branco (galão de 4,5 kg)Vedapren branco (balde de 18kg)Sika nº 1 (balde de 18 litros)Igol 2 (balde de 18kg)Igol A (balde de 18kg)Silicone (balde de 18 litros)

ABR/MAI 2012 | | 89

Bucha de alumínio de 1/2”Bucha de alumínio de 3/4”Bucha de alumínio de 1”Bucha de alumínio de 1.1/4”Bucha de alumínio de 1.1/2”Bucha de alumínio de 2”Bucha de alumínio de 2.1/2”Bucha de alumínio de 3”Arruela de alumínio de 1/2”Arruela de alumínio de 3/4”Arruela de alumínio de 1”Arruela de alumínio de 1.1/4”Arruela de alumínio de 1.1/2”Arruela de alumínio de 2”Arruela de alumínio de 2.1/2”Arruela de alumínio de 3”Caixa de passagem em PVC de 4”x4”Caixa de passagem em PVC de 4”x2”Caixa de passagem sextavada em PVC de 3”X3”Caixa de passagem octogonal em PVC de 4”X4”Soquete para lâmpada (bocal) com rabichoSoquete para lâmpada (bocal) sem rabichoCabo de cobre nú de 10mm2Cabo de cobre nú de 16mm2Cabo de cobre nú de 25mm2Cabo de cobre nú de 35mm2Cabo fl exível de 1,5mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 2,5mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 4mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 6mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 10mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 16mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 25mm2 com isolamento plásticoCabo fl exível de 35mm2 com isolamento plásticoFio rígido de 1,5mm2 com isolamento plásticoFio rígido de 2,5mm2 com isolamento plásticoFio rígido de 4mm2 com isolamento plásticoFio rígido de 6mm2 com isolamento plásticoFita isolante de 19mm (rolo com 20m)Disjuntor monopolar de 10A PialDisjuntor monopolar de 15A PialDisjuntor monopolar de 20A PialDisjuntor monopolar de 25A PialDisjuntor monopolar de 30A PialDisjuntor tripolar de 10A PialDisjuntor tripolar de 25A PialDisjuntor tripolar de 50A PialDisjuntor tripolar de 70A PialDisjuntor tripolar de 90A PialDisjuntor tripolar de 100A PialDisjuntor monopolar de 10A GEDisjuntor monopolar de 15A GEDisjuntor monopolar de 20A GEDisjuntor monopolar de 25A GEDisjuntor monopolar de 30A GEDisjuntor tripolar de 10A GEDisjuntor tripolar de 25A GEDisjuntor tripolar de 50A GEDisjuntor tripolar de 70A GEDisjuntor tripolar de 90A GEDisjuntor tripolar de 100A GEQuadro de distribuição de energia em PVC para 3 disjuntoresQuadro de distribuição de energia em PVC para 6 disjuntoresQuadro de distribuição de energia em PVC para 12 disjuntoresQuadro metálico de distribuição de energia para 12 disjuntores

Kit barramento p/quadro de distribuição de energia com 12 disjuntoresQuadro metálico de distribuição de energia para 20 disjuntoresKit barramento p/quadro de distribuição de energia com 20 disjuntoresQuadro metálico de distribuição de energia para 32 disjuntoresKit barramento p/quadro de distribuição de energia com 32 disjuntoresConjunto ARSTOP completo (tomada + disjuntor) de embutirConjunto ARSTOP completo (tomada + disjuntor) de sobreporConjunto 4”x2” com 1 interruptor simples Pial PratisConjunto 4”x2” com 2 interruptores simples Pial PratisConjunto 4”x2” com 3 interruptores simples Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 interruptor paralelo Pial PratisConjunto 4”x2” com 2 interruptores paralelos Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial PratisConjunto 4”x2” c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial PratisConjunto 4”x2” c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 tomada de corrente universal 2P Pial PratisConjunto 4”x2” com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial PratisConjunto 4”x2” c/1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial PratisConjunto 4”x2” c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial PratisConjunto 4”x2” c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 botão pulsador para campainha Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 botão pulsador para minuteria Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 saída para antena de TV/FM Pial PratisSuporte padrão 4”x2” Pial PratisSuporte padrão 4”x4” PialPlaca cega 4”x2” Pial PratisPlaca cega 4”x4” Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 interruptor simples Pial PlusConjunto 4”x2” com 2 interruptores simples Pial PlusConjunto 4”x2” com 3 interruptores simples Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 interruptor paralelo Pial PlusConjunto 4”x2” com 2 interruptores paralelos Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 interruptor simples + 1 paralelo Pial PlusConjunto 4”x2” c/1 interruptor simples + 1 tomada univ. 2P Pial PlusConjunto 4”x2” c/2 interruptores simples+1 tomada univ. 2P Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 tomada de corrente universal 2P Pial PlusConjunto 4”x2” com 2 tomadas de corrente universal 2P Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 tomada de corrente c/aterramento 2P+T Pial PlusConjunto 4”x2” c/1 tomada de corrente c/aterramento 3P Pial PlusConjunto 4”x2” c/1 tomada de corrente p/chuveiro elétrico 3P Pial Plus

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71,74 78,05 8,93

29,50 48,58 44,02 1,73 5,68 2,77 4,11 5,61 8,09

2.345,67 26,93 18,39 9,53 4,74

14,88

28,53

38,97 43,98 51,66 60,85 75,50 14,31 22,89 26,99 34,96 41,41

1,12 1,53 3,84

5,35

8,88 10,83

13,53

17,30 36,58

44,20 0,88

1,07

1,63 2,65

3,08

5,10 12,40

14,33 0,41 0,66 0,89 1,40 1,78 2,80 8,00 9,68

0,30 0,43 0,62 0,84 1,01 1,89 2,40 2,93 0,19 0,28 0,48 0,64 0,80 1,02 1,65 3,15 3,06 1,79 2,82 3,35 1,53 1,75 3,78 5,38 7,41

10,96 0,46 0,74 1,31 1,83 3,46 6,09

10,40 13,26 0,46 0,72 1,36 2,03 6,79 8,48 6,78 7,11 8,14 7,11

43,15 42,38 44,84 69,40 69,09 69,09 5,38 5,25 5,50 5,50 5,50

45,00 41,25 42,00 68,60 60,00 60,00 12,84

40,24

65,90

108,23

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123,50

46,33

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28,90

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4,92 9,84

12,24

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7,38 8,90

10,55

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5,45

10,61

0,61

1,23 1,91 4,34 8,00

13,98 18,45 10,36 19,00 16,40

14,33

18,75

7,24

16,13

14,50

11,03

10,50

7,17

MADEIRASAssoalho de madeira em Ipê de 15x2cmAssoalho de madeira em Jatobá de 15x2cmRodapé de madeira em Jatobá de 5x1,5cmLambri de madeira em Angelim Pedra de 10x1cmFolha de “Fórmica” texturizada branca de 3,08x1,25mFolha de “Fórmica” brilhante branca de 3,08x1,25mEstronca roliça tipo litroBarrote de madeira mista de 6x6cmSarrafo de madeira mista de 10cm (1”x4”)Tábua de madeira mista de 15cm (1”x6”)Tábua de madeira mista de 22,5cm (1”x9”)Tábua de madeira mista de 30cm (1”x12”)Madeira serrada para coberta (Massaranduba)Peça de massaranduba para coberta de 7,5x15cmPeça de massaranduba para coberta de 6x10cmBarrote de massaranduba para coberta de 5x7,5cmRipa de massaranduba para coberta de 4x1cmPrancha de massaranduba para escoramento de 3x15cmPrancha de massaranduba para escoramento de 5x15cmChapa de madeira plastifi cada de 10mm c/1,10x2,20mChapa de madeira plastifi cada de 12mm c/1,10x2,20mChapa de madeira plastifi cada de 15mm c/1,10x2,20mChapa de madeira plastifi cada de 17mm c/1,10x2,20mChapa de madeira plastifi cada de 20mm c/1,10x2,20mChapa de madeira resinada de 6mm c/1,10x2,20mChapa de madeira resinada de 10mm c/1,10x2,20mChapa de madeira resinada de 12mm c/1,10x2,20mChapa de madeira resinada de 15mm c/ 1,10x2,20mChapa de madeira resinada de 17mm c/1,10x2,20m

MATERIAIS ELÉTRICOS E TELEFÔNICOSEletroduto em PVC fl exível corrugado de 1/2”Eletroduto em PVC fl exível corrugado de 3/4”Eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 1” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 2” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2” (vara com 3m)Eletroduto em PVC rígido roscável de 3” (vara com 3m)Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2”Curva 90° para eletroduto em PVC rígido roscável de 3”Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1/2” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3/4” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/4” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 1.1/2” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 2.1/2” Luva para eletroduto em PVC rígido roscável de 3”

Joelho 90° de PVC soldável para água de 85mmJoelho 90° c/visita de PVC soldável para esgoto de 100x50mmJoelho 90° de PVC soldável para esgoto de 40mmJoelho 90° de PVC soldável para esgoto de 50mmJoelho 45° de PVC soldável para esgoto de 50mmJunção simples de PVC soldável para esgoto de 100x50mmRegistro de gaveta Targa 1509 C40 de 3/4” CR/CR DecaRegistro de gaveta Targa 1509 C40 de 1.1/2” CR/CR DecaRegistro de gaveta Targa (base 4509+acab. C40 710 CR/CR) 1” DecaRegistro de gaveta Bruto B1510 de 1.1/2” FabrimarRegistro de pressão Targa 1416 C40 de 3/4” CR/CR DecaTê de PVC roscável de 1/2” Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC roscável de 3/4” Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC roscável de 1” Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC roscável de 1.1/4” Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC roscável de 1.1/2” Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC roscável de 2” Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC soldável de 25mm Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC soldável de 60mm Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC soldável de 75mm Fortilit/Akros/Amanco/TigreTê de PVC soldável de 85mm Fortilit/Akros/Amanco/TigreTubo de ligação para bacia de 20cm com anel branco AstraTubo de PVC roscável de 1/2” CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC roscável de 3/4” CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC roscável de 1” CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC roscável de 1.1/4” CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC roscável de 1.1/2” CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC roscável de 2” CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 25mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 32mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 40mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 50mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 60mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 75mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC soldável de 85mm CL15 Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/ 6m)Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 40mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 50mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 75mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 100mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre(vara c/6m)Tubo de PVC p/esgoto Sanifort 150mm PBV Fortilit/Akros/Amanco/Tigre (vara c/6m)Válvula de retenção horizontal com portinhola de 2” DocolVedação para saída de vaso sanitárioAdesivo para tubos de PVC (tubo com 1 litro)Solução limpadora para tubos de PVC (tubo com 1 litro)

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18,60 0,24 0,45 0,77 0,91 1,14 1,54

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83,56

155,99

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602,50

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10,55

16,66

17,08

4,64 1,09 1,20

1,23 1,45 3,45 6,68 1,78 0,85 1,52 2,27 5,72 6,73

13,30 0,29 0,45 1,22 2,77 2,93

13,74 45,25

54,91 8,45

0,96 1,55 1,97 9,45

59,95 89,50 42,24

48,33 62,40 1,16 1,73 4,07 9,03

11,47 18,00 0,63

17,23 30,97 50,60 4,45

17,42

22,57

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73,03 114,28

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23,80

37,59

46,00

74,68

112,33

142,93

20,30

32,87

40,07

52,13

181,88

145,50

4,57

23,32 22,80

Conjunto 4”x2” com 1 botão pulsador para campainha Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 botão pulsador para minuteria Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 saída para antena de TV/FM Pial PlusSuporte padrão 4”x2” Pial PlusPlaca cega 4”x2” Pial PlusPlaca cega 4”x4” Pial PlusHaste de aterramento Copperweld de 5/8”X2,40m com conectoresConjunto 4”x2” com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 tomada para telefone RJ11 Pial PratisConjunto 4”x2” com 1 tomada p/telefone 4P padrão Telebrás Pial PlusConjunto 4”x2” com 1 tomada para telefone RJ11 Pial PlusCabo telefônico CCI 50 - 1 parCabo telefônico CCI 50 - 2 paresCabo telefônico CCI 50 - 3 paresCabo telefônico CCI 50 - 4 paresCabo telefônico CCI 50 - 5 paresCabo telefônico CCI 50 - 6 paresQuadro metálico de embutir para telefone de 20x20x13,5cmQuadro metálico de embutir para telefone de 30x30x13,5cmQuadro metálico de embutir para telefone de 40x40x13,5cmQuadro metálico de embutir para telefone de 50x50x13,5cmQuadro metálico de embutir para telefone de 60x60x13,5cmQuadro metálico de embutir para telefone de 80x80x13,5cmQuadro metálico de embutir para telefone de 120x120x13,5cm

MATERIAIS HIDRÁULICOSCaixa sifonada de PVC de 100x100x50mm c/grelha branca redondaCaixa sifonada de PVC de 100x125x50mm c/grelha branca redondaCaixa sifonada de PVC de 150x150x50mm c/grelha branca redondaCaixa sifonada de PVC de 150x185x75mm c/grelha branca redondaRalo sifonado quadrado PVC 100x54x40mm c/grelhaAdaptador de PVC para válvula de pia e lavatórioBucha de redução longa de PVC soldável para esgoto de 50x40mmCurva de PVC soldável para água de 20mmCurva de PVC soldável para água de 25mmCurva de PVC soldável para água de 32mmCurva de PVC soldável para água de 40mmJoelho 90° de PVC L/R para água de 25mm x 3/4”Joelho 90° de PVC roscável para água de 1/2”Joelho 90° de PVC roscável para água de 3/4”Joelho 90° de PVC roscável para água de 1”Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/4”Joelho 90° de PVC roscável para água de 1.1/2”Joelho 90° de PVC roscável para água de 2”Joelho 90° de PVC soldável para água de 20mmJoelho 90° de PVC soldável para água de 25mmJoelho 90° de PVC soldável para água de 32mmJoelho 90° de PVC soldável para água de 40mmJoelho 90° de PVC soldável para água de 50mmJoelho 90° de PVC soldável para água de 65mmJoelho 90° de PVC soldável para água de 75mm

ABR/MAI 2012 | | 91

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127,95

236,44

460,63

286,55

460,95

172,45

391,95 676,95 10,62

116,87 483,20 201,20 63,07 54,00 41,67 68,33 56,67 15,50 23,50 58,50 18,33 29,00

64,57 25,90

113,63 23,00 96,90 11,00 30,57 23,20 90,40 42,76 56,80 21,40 90,97 38,47

164,97 45,40

225,70 51,03

189,60 21,97 95,80 48,29 39,90 62,80 65,17 52,77 41,64 64,50 31,60

144,00 124,40 15,57 0,45

0,38 0,96 1,92 4,72 4,05 0,76 2,98 5,75

60,69 96,82

114,33 203,25 376,78

74,95 38,40 22,06

220,54

163,90 256,58

266,45

104,65 236,83 67,68

117,95 120,60 177,35 185,75 42,90 43,95 76,00

69,45

55,55

130,45

71,28 49,45 2,00

17,22

2,38

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5,80

12,20

8,13 46,95 71,50

6,52 1,50

257,00

70,40 174,00

71,00 163,45

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45,88 60,90

69,35

230,10 371,80

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53,88

52,12 86,85 55,50

175,25

181,75 92,30

153,10 146,95 25,25 37,85 1,94 2,33

13,78 3,82 4,03 0,56

33,63 7,43

206,06

386,67 186,50 318,72 407,72 474,39 605,00 400,00

417,50 420,00 700,00 950,00

2.050,00 1.640,00

1.285,80

0,72 50,00

720,00

Lixa para madeiraLixa d’águaLixa para ferroEstopa para limpezaÁcido muriático (litro)Cal para pinturaTinta Hidracor (saco com 2kg)Massa plástica 3 Estrelas (lata com 500gramas)

MATERIAIS PARA INSTALAÇÃO DE ÁGUA QUENTETubo de cobre classe “E” de 15mm (vara com 5,00m)Tubo de cobre classe “E” de 22mm (vara com 5,00m)Tubo de cobre classe “E” de 28mm (vara com 5,00m)Tubo de cobre classe “E” de 35mm (vara com 5,00m)Tubo de cobre classe “E” de 54mm (vara com 5,00m)

MATERIAIS SANITÁRIOSAssento sanitário Village em polipropileno AP30 DecaAssento sanitário almofadado branco TPK/A5 BR1 AstraAssento convencional branco macio TPR BR1 em plástico AstraBacia sanitária c/caixa descarga acoplada Azálea branco gelo CeliteConjunto bacia com caixa Saveiro branco CeliteBacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena branco gelo Deca Bacia sanitária c/caixa descarga acoplada Ravena cinza real DecaBacia sanitária convencional Azálea branco gelo CeliteBacia sanitária convencional Targa branco gelo DecaBacia sanitária convencional Izy branco gelo DecaBacia sanitária convencional Ravena branco gelo DecaBacia sanitária convencional Ravena cinza real DecaBacia sanitária convencional Village branco gelo DecaBacia sanitária convencional Village cinza real DecaCuba de embutir oval de 49x36cm L37 branco gelo DecaCuba de embutir redonda de 36cm L41 branco gelo DecaCuba sobrepor retang. Monte Carlo 57,5x44,5cm L40 branco gelo DecaLavatório suspenso Izy de 43x23,5cm L100 branco gelo DecaLavatório suspenso Izy de 39,5x29,5cm L15 branco gelo DecaLavatório c/ coluna Monte Carlo de 57,5x44,5cm L81 branco gelo DecaLavatório de canto Izy L101 branco gelo DecaLavatório c/ coluna Saveiro de 46x38cm branco CeliteBolsa de ligação para bacia sanitária BS1 de 1.1/2” AstraCaixa de descarga sobrepor 8 lts. c/engate e tubo ligação Fortilit/Akros/TigreChicote plástico fl exível de 1/2”x30cm Fortilit/Akros/Amanco/LuconiChicote plástico fl exível de 1/2”x40cm Fortilit/Akros/LuconiChuveiro de PVC de 1/2” com braçoChuveiro cromado de luxo ref. 1989102 DecaParafuso de fi xação para bacia de 5,5x65mm em latão B-8 Sigma (par)Parafuso de fi xação para tanque longo 100mm 980 Esteves (par)Parafuso de fi xação para lavatório Esteves (par)Sifão de alumínio fundido de 1” x 1.1/2”Sifão tipo copo para lavatório cromado de 1”x1.1/2” EstevesSifão de PVC de 1” x 1.1/2”Fita veda rosca em Tefl on Polytubes Polvitec (rolo com 12mm x 25m)

Tanque de louça de 22 litros TQ-25 de 60x50cm branco gelo DecaColuna para tanque de 22 litros CT-25 branco gelo DecaTanque de louça de 18 litros TQ-01 de 56x42cm branco gelo DecaColuna para tanque de 18 litros CT-11 branco gelo DecaTanque de louça sem fi xação de 18 litros de 53x48cm branco CeliteTanque em resina simples de 59x54cm marmorizado ResinamTanque em resina simples de 60x60cm granitado MarnolBalcão de cozinha em resina c/1,00x0,50m c/1 cuba marmorizado MarnolBalcão de cozinha em resina c/1,20x0,50m c/1 cuba granitado MarnolMisturador para lavatório Targa 1875 C40 CR/CR DecaMisturador para pia de cozinha tipo mesa Prata 1256 C50 CR DecaMisturador para pia de cozinha tipo parede Prata 1258 C50 CR DecaTorneira para tanque/jardim 1152 C39 CR ref. 1153022 DecaTorneira para lavatório 1193 C39 CR (ref.1193122) DecaTorneira para pia de cozinha Targa 1159 C40 CR DecaTorneira de parede p/pia de cozinha 1158 C39 CR ref. 1158022 DecaTorneira de parede para pia de cozinha Targa 1168 C40 DecaTorneira de mesa para pia de cozinha Targa 1167 C40 Deca Torneira para lavatório Targa 1190 C40 CR/CR (ref. 1190700) DecaDucha manual Evidence cromada 1984C CR DecaVálvula de descarga Hydra Max de 1.1/2” ref. 2550504 DecaVálvula cromada para lavatório ref.1602500 DecaVálvula cromada para lavanderia ref. 1605502 DecaVálvula de PVC para lavatórioVálvula de PVC para tanque ou pia de cozinha

OUTROSCorda de nylon de 3/8”Tela de nylon para proteção de fachadaBucha para fi xação de arame no forro de gessoPino metálico para fi xação à pistola com cartuchoCola Norcola (galão com 2,85kg)Cola branca (pote de 1 kg)Bloco de EPS para laje treliçada

PRODUTOS CERÂMICOSTijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cmTijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cmTijolo cerâmico de 6 furos de 9x15x19cmTijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cmTijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cmTijolo cerâmico de 18 furos de 10x7x23cmTijolo cerâmico aparente de 6 furos (sem frisos) de 9x10x19cmTijolo cerâmico maciço de 10x5x23cmTelha em cerâmica tipo colonial (Dantas) - 35un/m2Telha em cerâmica tipo colonial (Itajá) - 32un/m2Telha em cerâmica tipo calha Paulistinha (Quitambar) - 22un/m2Telha em cerâmica tipo colonial Simonassi (Bahia) - 28un/m2Telha em cerâmica tipo colonial Barro Forte (Maranhão) - 25un/m2Tijolo cerâmico refratário de 22,9x11,4x6,3cmMassa refratária secaTaxa de acréscimo para tijolos paletizados(por milheiro)Bloco de cerâmica de 30x20x9cm para laje pré-moldada

MATERIAIS DE INOXPia aço inox lisa c/1,20m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke DouatPia aço inox lisa c/1,40m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke DouatPia aço inox lisa c/1,80m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke DouatPia aço inox lisa c/1,80m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke DouatPia aço inox lisa c/2,00m, 1 cuba, sem válvula, concretada, Franke DouatPia aço inox lisa c/2,00m, 2 cubas, sem válvulas, concretada, Franke DouatCuba em aço inox retangular, de 55x33x14cm, sem válvula, Franke DouatTanque em aço inox, de 50x40cm, com válvula, Franke DouatMictório em aço inox, de 1,50m, completo, Franke DouatVálvula para pia de aço inox, de 3 1/2”x 1 1/2”, Franke Douat

MÁRMORESBancada de mármore branco rajado de 60x2cmBancada de mármore branco extra de 60x2cm Bancada de mármore travertino de 60x2cmLajota de mármore branco extra de 30x30x2cmLajota de mármore branco rajado de 15x30x2cmLajota de mármore branco rajado de 30x30x2cmLajota de mármore travertino de 30x30x2cmLajota de mármore travertino de 15x30x2cmRodapé em mármore branco rajado de 7x2cmRodapé em mármore travertino de 7x2cmSoleira em mármore branco extra de 15x2cmSoleira em mármore branco rajado de 15x2cmSoleira em mármore travertino de 15x2cm

MATERIAIS DE PINTURAFundo sintético nivelador branco fosco para madeira (galão)Selador PVA(liqui-base) para parede interna (galão)Selador PVA(liqui-base) para parede interna (lata c/18 litros)Selador acrílico para parede externa (galão)Selador acrílico para parede externa (lata c/18 litros)Massa corrida PVA (galão)Massa corrida PVA (lata c/18 litros)Massa acrílica (galão)Massa acrílica (lata c/18 litros)Massa à óleo (galão)Solvente Aguarrás (galão c/5 litros)Tinta latex fosca para interior (galão)Tinta latex fosca para interior (lata c/18 litros)Tinta latex para exterior (galão)Tinta latex para exterior (lata c/18 litros)Líquido para brilho regulador (galão)Líquido para brilho regulador (lata c/18 litros)Tinta acrílica fosca (galão)Tinta acrílica fosca (lata c/18 litros)Textura acrílica (galão)Textura acrílica (lata c/18 litros)Impermeabilizante à base de silicone para fachadas (galão)Verniz marítimo à base de poliuretano (galão)Tinta antiferruginosa Zarcão (galão)Esmalte sintético acetinado (galão)Esmalte sintético brilhante (galão)Tinta à óleo (galão)Tinta à óleo para cerâmica (galão)Tinta acrílica especial para piso (galão)Tinta acrílica especial para piso (lata c/18 litros)Tinta epoxi: esmalte + catalizador (galão)Diluente epoxi (litro)Lixa para parede

kgkgun

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5,51 6,02 1,24

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0,17 0,12

0,10

17,52 14,45 36,24 31,66 23,65 28,73

21,65 17,17 16,41

12,33 13,33 14,67 21,03 26,33 26,42 15,33 26,00 33,00 16,33 17,00 17,67 20,33 27,00 15,56 16,00 18,33 20,67 26,00 32,50 27,67 33,00 38,00

37,57 44,56 46,70 22,10

26,75 98,25 22,50 82,10

24,72

26,82

115,63

30,40

25,53

31,73

40,43

44,73

67,92

77,15

135,65

171,93

209,52

45,12

70,49

109,50

139,59

38,34

65,86

89,81

109,16

57,66

84,54

130,39

102,60

126,31

134,71

10,01

0,40

1,30

5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 5,06 4,11 3,09

PREGOS E PARAFUSOSPrego com cabeça de 1.1/4”x14Prego com cabeça de 2.1/2”x10Parafuso de 5/16”x300mm em alumínio para fi xação de telhasArruela de alumínio para parafuso de 5/16”Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 5/16”Porca de alumínio para parafuso de 5/16”Parafuso de 1/4”x100mm em alumínio para fi xação de telhasParafuso de 1/4”x150mm em alumínio para fi xação de telhasParafuso de 1/4”x250mm em alumínio para fi xação de telhasParafuso de 1/4”x300mm em alumínio para fi xação de telhasArruela de alumínio para parafuso de 1/4”Arruela de vedação em borracha/plástico para parafuso de 1/4”Porca de alumínio para parafuso de 1/4”

REVESTIMENTOS CERÂMICOSCerâmica Eliane 10x10cm Camburí White tipo “A”Cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo “A” PEI4Porcelanato Eliane Platina PO(polido) 40x40cmPorcelanato Eliane Platina NA(natural) 40x40cmCerâmica Portobello Prisma bianco 7,5x7,5cm ref. 82722Cerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm ref. 14041Cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073Azulejo Eliane Forma Slim Branco BR MP 20x20cm Azulejo liso Cecrisa Unite White 15x15cm tipo “A”

REVESTIMENTOS DE PEDRAS NATURAISPedra Ardósia cinza de 20x20cmPedra Ardósia cinza de 20x40cmPedra Ardósia cinza de 40x40cmPedra Ardósia verde de 20x20cmPedra Ardósia verde de 20x40cmPedra Ardósia verde de 40x40cmPedra Itacolomy do Norte irregularPedra Itacolomy do Norte serradaPedra São Thomé CavacoPedra Cariri serrada de 30x30cmPedra Cariri serrada de 40x40cmPedra Cariri serrada de 50x50cmPedra sinwalita de corte manualPedra Sinwalita serradaPedra portuguesa (2 latas/m2)Pedra Itamotinga CavacoPedra Itamotinga almofadaPedra Itamotinga Corte ManualPedra Itamotinga SerradaPedra granítica tipo Canjicão AlmofadaPedra granítica tipo Rachão Regular de 40x40cmSolvente Solvicryl Hidronorte (lata de 5 litros)Resina acrílica Acqua Hidronorte (galão de 3,6 litros)

REVESTIMENTOS VINÍLICOS E DE BORRACHAPiso vinílico Pavifl ex de 30x30cm de 1,6mm com fl ashPiso vinílico Pavifl ex de 30x30cm de 2mm com fl ashPiso vinílico Pavifl ex de 30x30cm de 2mm sem fl ashPiso de borracha pastilhado Plurigoma de 50x50cm para colar

TELHAS METÁLICASTelha de alumínio trapezoidal com 0,5mmTelha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,5mmTelha de alumínio trapezoidal com 0,4mmTelha de alumínio trapezoidal de 1,265x3,00m com 0,4mm

VIDROSVidro impresso fantasia incolor de 4mm (cortado)

Vidro Canelado incolor (cortado)

Vidro aramado incolor de 7mm (cortado)

Vidro anti-refl exo (cortado)

Vidro liso incolor de 3mm (cortado)

Vidro liso incolor de 4mm (cortado)

Vidro liso incolor de 5mm (cortado)

Vidro liso incolor de 6mm (cortado)

Vidro liso incolor de 8mm (cortado)

Vidro liso incolor de 10mm (cortado)

Vidro laminado incolor 3+3 (cortado)

Vidro laminado incolor 4+4 (cortado)

Vidro laminado incolor 5+5 (cortado)

Vidro bronze de 4mm (cortado)

Vidro bronze de 6mm (cortado)

Vidro bronze de 8mm (cortado)

Vidro bronze de 10mm (cortado)

Vidro cinza de 4mm (cortado)

Vidro cinza de 6mm (cortado)

Vidro cinza de 8mm (cortado)

Vidro cinza de 10mm (cortado)

Espelho prata cristal de 3mm (cortado)

Espelho prata cristal de 4mm (cortado)

Espelho prata cristal de 6mm (cortado)

Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragens (cortado)

Vidro temperado de 10mm cinza sem ferragens (cortado)

Vidro temperado de 10mm bronze sem ferragens (cortado)

Tijolo de vidro 19x19x8cm ondulado

Junta de vidro para piso

Massa para vidro

MÃO DE OBRAArmadorAzulejistaCalceteiroCarpinteiroEletricistaEncanadorGesseiroGraniteiroLadrilheiroMarceneiroMarmoristaPastilheiroPintorSerralheiroTelhadistaVidraceiroPedreiroServente

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www.awmengenharia.com.br

Queiroz Galvão Desenvolvimento

Imobiliário

(81) 3464 1900

www.qgdi.com.br

Pernambuco Construtora

(81) 2121 6262

www.pernambucoconstrutora.com.br

Construtora Carrilho

(81) 3231 1703

www.carrilho.com.br

INFRAESTRUTURA

Complexo Industrial e Portuário de

Suape

(81) 3527 5000

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(81) 3823 5400

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