Relatório de monitorização do projecto QuaLife+portal-chsj.min-saude.pt/uploads/writer_file/document/... · 2016. 7. 19. · Este documento foi elaborado pela Unidade de Nutrição

- 1 - CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO, E.P.E. (Sede) Alameda Professor Hernâni Monteiro 4202-451 Porto T+351 225 512 199 F+351 225 025 766 E [email protected] W www.hsjoao.min-saude.pt

Orgãos de Apoio | Unidade de Nutrição e Dietética

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1. Objetivos

Monitorizar os indicadores do projeto QuaLife+ (45NU5) – Maio 2016.

2. Âmbito

No âmbito do projeto QuaLife+ (45NU5), ao abrigo da candidatura do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) aos

EEA Grants são monitorizados mensalmente os indicadores definidos (UND-IM038) para o projecto QuaLife+.

3. Siglas e definições associadas

MNA-SF – Mini Nutritional Assessment – Short Form

UAG – unidade autónoma de gestão

4. Documentos associados

MNA-SF, Nestlé, 1994, Revision 2009. N67200 12/99 10M

UND-IM038 Indicadores de monitorização do projecto QuaLife+

5. Responsabilidades

Este documento foi elaborado pela Unidade de Nutrição e Dietética e pelo Centro de Epidemiologia Hospitalar.

6. Metodologia

Na presente análise são considerados os doentes com idade igual ou superior a 65 anos, que foram internados, entre

01 de Maio de 2016 e 31 de Maio de 2016, num serviço do hospital, excepto se internados exclusivamente em

unidades de cuidados intensivos ou intermédios. Consideram-se também não elegíveis para rastreio os doentes

internados no serviço de Neurologia uma vez que neste serviço está a ser aplicada outra escala de rastreio

nutricional (MUST), desde 2010.

Os resultados estão organizados por tipo de indicadores: indicadores de execução do rastreio, indicadores de

execução da avaliação nutricional e indicadores do estado nutricional dos doentes idosos internados. A definição de

cada um dos indicadores assim como a forma de os calcular estão descritas no documento intitulado “Indicadores de

monitorização do projecto QuaLife+” (UND-IM038).

Relatório de monitorização do projecto QuaLife+



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7. Resultados

No mês de Maio foram internados no hospital 1363 doentes elegíveis para rastreio com idade média de 76,3 anos,

dos quais 50,o% eram homens. Na tabela 1 apresentam-se os dados referentes ao número de doentes elegíveis

para rastreio por serviço físico.

Tabela 1. Número de doentes elegíveis para rastreio por serviço físico

Total 1363

UAG de Medicina

Cardiologia 55

Doenças Infecciosas 8

Endocrinologia 8

Gastrenterologia 22

Hematologia Clínica/ UD Neutropénicos 4

Medicina Interna 384

Nefrologia 5

Pneumologia 19

UAG de Cirurgia

Cirurgia Cardiotorácica 78

Cirurgia Geral 215

Cirurgia Plástica 38

Cirurgia Vascular 23

Neurocirurgia 39

Oftalmologia 71

Ortopedia e Traumatologia 82

Otorrinolaringologia 24

Urologia 111

Clínica da Mulher

Ginecologia 24

Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental

Psiquiatria 6

Pólo de Valongo

Medicina Física e Reabilitação 2

Psiquiatria 0

Outros serviços¹ 144

¹ Doentes cujo primeiro serviço físico do internamento foi uma unidade de cuidados intensivos ou intermédios mas que estiveram internados noutro(s) serviço(s)



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Indicadores de execução do rastreio (MNA-SF)

Dos 1363 doentes elegíveis, foram rastreados 761 (55,8%) com MNA-SF completo e 68 (5,0%) com MNA-SF

incompleto. No gráfico 1 apresentam-se os resultados referentes à proporção de doentes elegíveis e que foram

rastreados em cada serviço físico. Na análise por serviço, apresentam-se apenas os resultados dos serviços com um

número de doentes elegíveis para rastreio superior a 5.

Dos doentes que estiveram internados durante mais de uma semana e que foram classificados como nutridos no

primeiro MNA-SF realizado (n=124), 42,7% foram reavaliados novamente durante o internamento.



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Na tabela 2 apresentam-se os resultados dos indicadores relativos ao número de doentes não elegíveis rastreados,

número de doentes sobre-rastreados e número de riscos sem alerta. Na análise por serviço, apresentam-se apenas

os resultados dos serviços com um número de doentes elegíveis para rastreio superior a 5.

Tabela 2. Indicadores de execução do rastreio

Número de não elegíveis

rastreados Número de sobre-rastreados¹

Número de rastreados mal classificados por terem itens concorrentes preenchidos2

Total3 63 66 10

UAG de Medicina

Cardiologia 0 4 0

Doenças infecciosas 0 0 0

Endocrinologia 0 1 0

Gastrenterologia 1 0 0

Medicina Interna 27 16 3

Pneumologia 0 1 0

UAG de Cirurgia

Cirurgia Cardiotorácica 0 4 0

Cirurgia Geral 4 2 0

Cirurgia Plástica 3 7 1

Cirurgia Vascular 4 0 1

Neurocirurgia 1 1 0

Oftalmologia 3 3 1

Ortopedia e Traumatologia 3 3 0

Otorrinolaringologia 0 2 0

Urologia 8 12 1

Clínica da Mulher

Ginecologia 2 0 0


Psiquiatria 1 1 0 1 Doentes em risco de desnutrição ou desnutridos rastreados mais do que uma vez e doentes nutridos rastreados mais do que uma vez num período inferior a uma semana

2 Doentes com dois itens do MNA-SF preenchidos (circunferência da perna e índice de massa corporal) e que por isso não foram classificados como em risco de desnutrição ou desnutridos 3 Total de todos os serviços analisados



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Dos 761 doentes que têm pelo menos um MNA-SF completo a demora média até ao rastreio foi de 3 horas, sendo

que 90,9% dos doentes foram rastreados nas primeiras 48 horas do internamento (Tabela 3). Na análise por serviço,

apresentam-se apenas os resultados dos serviços com um número de doentes rastreados superior a 5.

Tabela 3. Indicadores de execução do rastreio

Demora média até ao rastreio Proporção de rastreados nas primeiras 48h

(Horas) (%)

Total1 3 90,9

UAG de Medicina

Cardiologia (n=9) 3 100,0

Doenças infecciosas (n=3) 9 100,0

Endocrinologia (n=4) 3 100,0

Gastrenterologia (n=10) 2 100,0

Medicina Interna (n=305) 3 100,0

Pneumologia (n=13) 3 100,0

UAG de Cirurgia

Cirurgia Cardiotorácica (n=33) 3 100,0

Cirurgia Geral (n=46) 6 100,0

Cirurgia Plástica (n=34) 3 100,0

Cirurgia Vascular (n=8) 3 100,0

Neurocirurgia (n=4) 22 75,0

Oftalmologia (n=45) 4 100,0

Ortopedia e Traumatologia (n=47) 2 100,0

Otorrinolaringologia (n=11) 2 100,0

Urologia (n=91) 2 90,9

Clínica da Mulher

Ginecologia (n=14) 2 100,0


Psiquiatria (n=4) 4 100,0 1 Total de todos os serviços analisados



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Indicadores de execução da avaliação nutricional

Dos 761 doentes rastreados, 384 eram elegíveis para avaliação nutricional. Na tabela 4 apresentam-se os dados

referentes ao número de doentes elegíveis para avaliação nutricional por especialidade médica (serviço

responsável).

Tabela 4. Número de doentes elegíveis para avaliação nutricional por especialidade médica

Total 384

UAG de Medicina

Cardiologia 1

Doenças Infecciosas 1

Endocrinologia 4

Gastrenterologia 7

Hematologia Clínica/ UD Neutropénicos 8

Medicina Interna 187

Nefrologia 6

Oncologia 9

Pneumologia 13

UAG de Cirurgia

Cirurgia Cardiotorácica 9

Cirurgia Geral 17

Cirurgia Plástica 4

Cirurgia Vascular 11

Neurocirurgia 1

Oftalmologia 2

Ortopedia e Traumatologia 29

Otorrinolaringologia 1

Urologia 22

Clínica da Mulher

Ginecologia 1


Psiquiatria 5

Pólo de Valongo

Medicina Física e Reabilitação 1

Psiquiatria 0

Outros serviços ¹ 42

¹ Doentes cujo primeiro serviço responsável do internamento foi uma unidade de cuidados intensivos ou intermédios mas que estiveram internados noutro(s) serviço(s)



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Dos 384 doentes elegíveis, 269 (70,1%) doentes foram avaliados pelas nutricionistas. Para 42 (10,6%) doentes a

avaliação nutricional não foi aplicável devido a morte, alta hospitalar, transferência para UCI/ UC Intermédios ou

avaliação feita previamente por nutricionista do serviço (Gráfico 2). Na análise por serviço, apresentam-se apenas os

resultados dos serviços com um número de doentes elegíveis para avaliação superior a 3.



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Dos 269 doentes que foram avaliados pelas nutricionistas, a demora média até à avaliação foi de 34 horas, sendo

que 74,3% dos doentes foram avaliados nas primeiras 72 horas do internamento (Tabela 5). Na análise por serviço,

apresentam-se apenas os resultados dos serviços com um número de doentes avaliados superior a 3.

Tabela 5. Indicadores de execução da avaliação nutricional

Demora média até à avaliação Proporção de avaliados nas primeiras 72h

(Horas) (%)

Total1 34 74,3

UAG de Medicina

Endocrinologia (n=2) 71 50,0

Gastrenterologia (n=4) 17 100,0

Hematologia Clínica (n=7) 50 57,1

Medicina Interna (n=132) 25 96,2

Nefrologia (n=1) 177 0,0

Oncologia (n=5) 48 80,0

Pneumologia (n=10) 60 50,0

UAG de Cirurgia

Cirurgia Cardiotorácica (n=6) 27 100,0

Cirurgia Geral (n=13) 27 84,6

Cirurgia Plástica (n=3) 27 66,7

Cirurgia Vascular (n=6) 93 50,0

Ortopedia e Traumatologia (n=27) 26 85,2

Urologia (n=3) 22 66,7


Psiquiatria (n=0) - - 1 Total de todos os serviços analisados



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No gráfico 3 apresentam-se os resultados relativos à proporção de doentes com intervenção gerada após avaliação

nutricional. Na análise por serviço, apresentam-se apenas os resultados dos serviços com um número de doentes

avaliados superior a 3.

Relativamente à intervenção gerada após avaliação nutricional, 27,9% dos doentes tiveram intervenção e 67,3% não

tiveram intervenção porque já existia intervenção adequada, a equipa médica optou por uma abordagem diferente, o

doente estava com medidas de conforto ou tinha alta prevista a curto prazo. Para além disso, 0,7% dos doentes

avaliados não tiveram intervenção mas não têm justificação para a ausência de intervenção e 4,1% não têm registo

sobre a intervenção.



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Das intervenções geradas após avaliação nutricional, 4,0% dos doentes tiveram prescrita dieta de alta, 29,3% dieta

hospitalar, 2,7% nutrição entérica, 0,0% nutrição parentérica, 52,0% suplementos entéricos orais, 9,3% suplementos

alimentares e 1,3% tiveram prescritas mais do que uma intervenção. No gráfico 4 apresentam-se os resultados

relativos à proporção de doentes por tipologia de intervenção gerada após avaliação nutricional.



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Indicadores do estado nutricional dos doentes idosos internados

Dos 761 doentes rastreados com MNA-SF completo 48,2% estavam nutridos, 32,5% estavam em risco de

desnutrição e 19,3% estavam desnutridos (Gráfico 5). Dos doentes que estiveram internados durante mais de uma

semana e que foram classificados como nutridos no primeiro MNA-SF realizado, 53 foram reavaliados e destes

69,8% mantiveram o estado nutricional inicial. Na análise por serviço, apresentam-se os resultados apenas para os

serviços com número de doentes rastreados superior a 5.

Dos doentes rastreados e que estavam em risco de desnutrição ou desnutridos, 30,5% foram classificados como

nutridos na avaliação nutricional (falsos positivos) e 33,9 % foram cados como desnutridos (verdadeiros positivos)

(Tabela 6).

Tabela 6. Concordância entre os resultados do MNA-SF e a avaliação nutricional

Resultado da avaliação nutricional n (%)

Resultado do MNA-SF

Nutrido Desnutrido¹ Não

classificável Não aplicável Não avaliado

Em risco de desnutrição

90 (38,0) 57 (24,1) 8 (3,4) 31 (13,1) 51 (21,5)

Desnutridos 27 (18,4) 73 (49,7) 14 (9,5) 1 (7,5) 22 (14,0)

Em risco de desnutrição/ Desnutridos

117 (30,5) 130 (33,9) 22 (5,7) 42 (10,9) 73 (19.0)

¹Inclui desnutrição leve, moderada e severa



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8. Considerações finais

A proporção de doentes elegíveis rastreados foi de 55,8%, sendo que em apenas dois serviços (Urologia e

Cirurgia Plástica) essa proporção atingiu os 80%.

O MNA-SF foi preenchido de forma incorrecta em duas situações diferentes:

o MNA-SF com itens por preencher;

o MNA-SF com os itens relativos ao índice de massa corporal e à circunferência da perna preenchidos

simultaneamente, o que fez com que estes doentes tivessem uma pontuação mais elevada do que

aquela que deveriam ter e por isso alguns doentes em risco não foram sinalizados para a avaliação

nutricional.

Alguns doentes foram rastreados indevidamente:

o 63 doentes não cumpriam os critérios de elegibilidade para o rastreio, sendo que a maioria destes

doentes tinham idade inferior a 65 anos;

o 66 doentes foram sobre-rastreados (doentes em risco de desnutrição ou desnutridos rastreados mais

do que uma vez e doentes nutridos rastreados mais do que uma vez num período inferior a uma

semana);

A grande maioria dos doentes (90,9%) foram rastreados nas primeiras 48 horas do internamento.

Os serviços com maior proporção de doentes em risco de desnutrição ou desnutridos são Gastrenterologia e

Medicina Interna.

A proporção de doentes elegíveis para avaliação nutricional avaliados é de 70,1%, sendo que em três

serviços a proporção de doentes não avaliados é igual ou superior a 50%.

Três quartos dos doentes com avaliação nutricional foram avaliados nas primeiras 72 horas do internamento.

Das intervenções nutricionais realizadas a maioria foram suplementos entéricos orais (52,0%) e dieta

hospitalar (29,2%).

Dos doentes rastreados e que estavam em risco de desnutrição ou desnutridos, 33,9% foram de facto

classificados como desnutridos na avaliação nutricional.

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