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RB CONSULTORES AUDITORES E ASSOCIADOS São Paulo, 14 de Março de 2011. Aos Senhores: Ing. Biomédico Santiago Esteban Aguirre Ramirez - ABD – DERMOCOMPRESA Sr. Odair dos Santos – CBS – Distribuidora de Produtos Hospitalares Sr. Walter Costa Neto – Cirúrgica Brasil Sr. Fábio Garcia – Farmacêutico Bioquímico e Industrial. Referente ao complemento do Ofício Nº 20110204 do IBRESP – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas expedido pelo Sr. Mauricio Judice – Presidente. O referido ofício trata da viagem para a Cidade de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, com a finalidade de avaliarmos as Dermocompressas produzidas por Laboratórios ABD. A Dermocopressa é utilizada primordialmente para cicatrização de diversos tipos de ulceras de várias etiologias tais como queimaduras de 1º, 2º e 3º grau, diabetes, lacerações, amputações, escaras (ulcera de decúbito), entre outras. Trata-se uma compressa de malha com tecido tipo “pele sintética” embebido em nitrofurazona. Detalhando melhor a nitrofurazona é um antibacteriano ou antibiótico com potencial bacteriano generalizado, no Brasil existem medicamentos de ação local em soluções ou pomadas com este medicamento, como por exemplo, o Furacin® utilizado para queimaduras e transplantes de pele. Entrevistamos alguns profissionais da empresa em tela, o Sr. Santiago presidente da ABD com seu pessoal técnico: Sr. Juan, Sr. Alejandro, Sr. Salomón, Sr. Luiz, Sr. Domingos, este último médico brasileiro que trabalha na Bolívia e pesquisa as Dermocompressas. A sinergia existente entre a malha e a nitrofurazona promove um grande potencial cicatrizante conforme os slides, pessoas entrevistadas e documentos acessados. Ainda com relação a esta cicatrização, segundo o Sr. Santiago a mesma ocorre em média de 3 a 5 centimetros por dia! No caso da dermocompressa temos este tecido tipo “pele sintética”, caracterizando uma malha com tipo específico de torção nos fios em Z e S conforme foto 01abaixo.

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RB CONSULTORES AUDITORES E ASSOCIADOS

São Paulo, 14 de Março de 2011.

Aos Senhores:

Ing. Biomédico Santiago Esteban Aguirre Ramirez - ABD – DERMOCOMPRESA Sr. Odair dos Santos – CBS – Distribuidora de Produtos Hospitalares Sr. Walter Costa Neto – Cirúrgica Brasil Sr. Fábio Garcia – Farmacêutico Bioquímico e Industrial.

Referente ao complemento do Ofício Nº 20110204 do IBRESP – Instituto Brasileiro de

Estudos e Pesquisas expedido pelo Sr. Mauricio Judice – Presidente.

O referido ofício trata da viagem para a Cidade de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, com a finalidade de avaliarmos as Dermocompressas produzidas por Laboratórios ABD. A Dermocopressa é utilizada primordialmente para cicatrização de diversos tipos de ulceras de várias etiologias tais como queimaduras de 1º, 2º e 3º grau, diabetes, lacerações, amputações, escaras (ulcera de decúbito), entre outras. Trata-se uma compressa de malha com tecido tipo “pele sintética” embebido em nitrofurazona. Detalhando melhor a nitrofurazona é um antibacteriano ou antibiótico com potencial bacteriano generalizado, no Brasil existem medicamentos de ação local em soluções ou pomadas com este medicamento, como por exemplo, o Furacin® utilizado para queimaduras e transplantes de pele. Entrevistamos alguns profissionais da empresa em tela, o Sr. Santiago presidente da ABD com seu pessoal técnico: Sr. Juan, Sr. Alejandro, Sr. Salomón, Sr. Luiz, Sr. Domingos, este último médico brasileiro que trabalha na Bolívia e pesquisa as Dermocompressas. A sinergia existente entre a malha e a nitrofurazona promove um grande potencial cicatrizante conforme os slides, pessoas entrevistadas e documentos acessados. Ainda com relação a esta cicatrização, segundo o Sr. Santiago a mesma ocorre em média de 3 a 5 centimetros por dia! No caso da dermocompressa temos este tecido tipo “pele sintética”, caracterizando uma malha com tipo específico de torção nos fios em Z e S conforme foto 01abaixo.

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FOTO 1

Malha de Democompressa com o tipo de torção em Z e S, o que segundo seu fabricante exerce o

efeito de absorver e isolar as secreções purulentas. (slide)

A malha para sua aplicação deve ser respeitada uma determinada posição ou lado específico, em função de sua costura e torção dos fios em Z e S, uma vez isto corretamente realizado promove certa absorção de secreções purulentas (pus), isolando da ferida e promovendo uma limpeza acentuada dos tecidos ulcerados. Após alguns dias de uso da malha em feridas com muitas secreções, observamos nítida redução destas, assim como uma importante granulação dos tecidos lesados indicando cicatrização. Estivemos no Hospital Japonês na Cidade de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, no qual pudemos avaliar 2 casos clínicos de ulcerações em tratamento. No primeiro caso trata-se de um paciente com 14 anos (foto 2), com ulceras na perna esquerda originadas num episódio de natação. Esta mesma foto já demonstra um tecido bem vascularizado com boa coloração indicando importante regeneração após o uso da malha. Muito importante ressaltar praticamente a ausência de dor que este paciente demonstrava, considerando todo o processo de limpeza e introdução das malhas. Segundo relato da equipe deste hospital, o paciente NÃO estava sobre efeito de qualquer tipo de analgésicos, assim como o prontuário médico não indicava este uso, Não necessita ser especialista para constatar as dimensões das feridas e tamanha dor que a mesma deveria causar, simplesmente fantástico!

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FOTO 2

Paciente de 14 anos em tratamento com Dermocompressa . Conforme relato da equipe do ABD, este paciente de 14 anos deu entrada no hospital com muita secreção purulenta e necrose das feridas. Importante dizer que seu quadro beirava a septicemia, conforme foto tirada do slide (foto 3) abaixo.

FOTO 3 Slide no começo do tratamento da ulcera na perna do paciente de 14 anos, observar tecido necrosado (escuros) e a presença de secreção purulenta (amarelada).

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Quando tivemos contato com este paciente podemos observar a troca de curativos, conforme foto 4, 5 e 6.

FOTO 4Dermocompressa (malha) retirada da ulcera do menino de 14 anos na troca de curativo.

FOTO 5 Introdução da dermo compressa (malha) no interior da ulcera do paciente de 14 anos.

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FOTO 6 Paciente de 14 anos utilizando a dermo compressa (malha).

Importante dizer que se deve ter cautela no tratamento de pacientes com

função renal comprometida, conhecida ou suspeita, que requeira grande quantidade de

medicamento a base de nitrofurazona a ser aplicado em extensas áreas do corpo devido a

sua nefrotoxicidade. Ainda segundo o Sr. Santiago, esta nitrofurazona sofre um processo

de transformação química em seus radicais eliminando praticamente esta nefrotoxicidade.

Entretanto, o Sr. Santiago guarda esta modificação dentro do segredo industrial

não revelando como realiza este processo.

No prontuário deste paciente de 14 anos, buscamos pelos exames clínicos

laboratoriais e avaliamos a função renal e se mostrava dentro dos parâmetros normais

para uréia e creatinina, pesquisamos o hemograma em busca de eventual anemia e os

valores estavam dentro da normalidade, apenas lembrando que os rins produzem a

eritropoetina que é um hormônio responsável pela formação de glóbulos vermelhos ou

hemácias, sua ausência é caracterizada por determinar anemias. Não havia prova de

funções hepáticas no prontuário do paciente em questão.

Observar na foto 7 abaixo a evidente melhora do tecido sem secreção ou necrose,

além de muito boa irrigação sanguínea notadamente pela boa cicatrização e coloração

vermelho vivo.

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FOTO 7

Paciente de 14 anos com ulceração tratada com Dermocompressa (malha), notar ausência

de secreções purulentas e o tecido revitalizado (cor vermelho vivo).

No outro caso trata-se paciente feminino entre 40 e 50 anos de idade com histórico

para entrada no hospital com ulcera na perna em estágio adiantado de infecção e necrose,

durante o tratamento desenvolveu escara (ulcera de decúbito), a qual também infeccionou

e necrosou.

Observar a seqüência de fotos abaixo, neste caso não acessamos o prontuário médico

da paciente.

No caso desta paciente, a informação que nos forneceram é de que ela também não

fez uso de antibióticos exceto a malha com nitrofurazona.

Observamos por slide o começo do tratamento desta paciente, conforme foto 8 abaixo

mostrando a ulcera na perna. Na foto 9 na seqüência observamos escara decúbito com

extensa área de secreção purulenta. Na foto 10 observamos a Dermocompressa no interior

da escara. Na foto 11 notar a ausência de secreções e ainda a franca cicatrização.

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FOTO 8 Dermo compressa utilizada na ulcera da perna de senhora, que posteriormente apresentou escara

de decúbito. Slide fotografado

FOTO 9 Slide fotografado de escara decúbito em paciente feminino entre 40 e 50 anos de idade com muita secreção antes do uso da Dermocompressa (malha).

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FOTO 10 Escara decúbito da mesma paciente com Dermocompressa em seu interior.

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FOTO 11 Mesma ulcera já tratada com dermo compressa (malha), observar ausência de secreções, evidenciar a notável cicatrização.

Algumas considerações importantes, durante nossa visita ao Hospital Japonês conversamos com o Dr. Gutierrez médico de renome internacional, afirmou tratar por aproximadamente 15 anos os pacientes que necessitam das Dermocompressas sendo taxativo em dizer que os pacientes que não recebem esta malha apresentam infecções e aqueles que as recebem não apresentam este quadro. O Sr. Santiago e sua equipe afirma que nas culturas para bactérias das secreções dos pacientes é muito comum a presença da bactéria Pseudomonas sp, e após o uso das malhas estas bactérias somem, assim como as outras. Notadamente no ambiente hospitalar é comum a presença das Pseudomonas. Outra curiosidade é que o Hospital Japonês trata as feridas com solução de vinagre hábito comum nesta região, estranhando o procedimento perguntamos se este era preparado com ácido acético como no Brasil, fomos informados que sim. Informei que isto no Brasil não é praticado, uma vez que uma solução de ácido acético nas concentrações do vinagre é muito pouco eficaz como antimicrobiano.

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Junte-se aos fatos que o leito do Hospital Japonês, não apresentava condições adequadas para um procedimento de limpeza e assepsia de feridas, além das condições precárias de higiene, existiam outros pacientes com patologias diversas no mesmo local, e ainda conforme observado nas fotos do ofício Nº 20110204 do IBRESP – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas existiam várias pessoas em volta do paciente de 14 anos no momento da limpeza de suas feridas favorecendo um ambiente insalubre e com grandes chances de contaminações. Nos slides observamos outros pacientes que utilizaram as malhas em situações de feridas em amputações e aparentemente com êxito. Ainda nos mesmos slides observamos um paciente sendo tratado das feridas em sua humilde residência com as malhas e pela equipe do Sr. Santiago, que após um período recuperou-se. Importante destacar que naquela residência não existia qualquer possibilidade de se criar um ambiente asséptico. Nesta fase terminamos o acesso aos slides, pacientes e prontuários médicos. Ressaltamos certa precariedade no formato de atendimento aos protocolos de pesquisas clínicas, onde a documentação é essencial para fundamentação destes estudos, as filmagens apresentadas foram realizadas de forma amadora e os slides sem a datação devida, porém, isto não chega exatamente a compromete a credibilidade, mas poderia ter sido mais bem executado propiciando melhor lastro para este credito. Após estas apresentações seguimos para conhecer as instalações do Laboratórios ABD, onde a Dermocompressa é fabricada. Neste local além das compressas também se fabrica soluções parenterais de grande e pequeno volume (injetáveis). No local após as paramentações ingressamos onde há salas limpas e observamos que a Dermocompressa é feita praticamente numa sala onde tem estufas nas quais estas malhas são impregnadas com a solução de nitrofurazona e embaladas neste mesma sala. As Dermocompressas não sofrem qualquer tipo de esterilização após o processo de fabricação, o Sr. Santiago afirma que devido à temperatura elevada acima de 170ºC e mais o tempo que estas malhas permanecem na estufa estas ficam “semi-estéreis”. O produto em comento apresenta registro junto à Autoridade Sanitária da Bolívia, que reconhece suas propriedades terapêuticas. O Sr. Santiago defende que além do poder antibiótico e cicatrizante de sua malha a mesma apresenta ainda ação coagulante e analgésica. A título de curiosidade a nitrofurazona também é utilizada para tratamento da doença de chagas pela ação conta o Trypanosoma cruzi o parasita responsável pela patologia, porém, isto não faz parte do escopo deste trabalho. Foram tiradas aproximadamente 60 fotos de todo o evento que compõe um CD com arquivos de imagem. Para finalizar gostaria de agradecer o Sr. Santiago e sua equipe pela forma muito cordial que nos acolheu e nos prestou todas as informações ao meu assessor Farmacêutico Fábio Garcia pelo seu eficaz trabalho e ainda ao amigo Maurício Júdice pelo apoio e confiança depositada em nosso trabalho. Sem mais para o momento,

Atenciosamente, Roberto Barbirato - RB AUDITORES ASSESSORES e ASSOCIADOS LTDA.

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