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R e v i s t a d o E d u c a d o r - PAEBES | Programa de ... · e Matemática do Programa de Avaliação da Educação ... para o ensino no 1º ano de escolaridade nestas ... de 1º

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EBE

S ALFA

Revista do Educador

2011 | 1ª ondaVol. II

I

PAEBESALFA

1ª Onda 2011

1° ano/1ª série do Ensino Fundamental

VOL. III

Avaliação Diagnóstica da Alfabetização doEstado do Espírito Santo

Governador do Estado do Espírito SantoJosé Renato Casagrande

Vice-governador do Estado do Espírito SantoGivaldo Vieira da Silva

Secretário do Estado da EducaçãoKlinger Marcos Barbosa Alves

Subsecretária de Estado de Planejamento e AvaliaçãoMércia Maria de Oliveira Pimentel Lemos

Gerente de Informação e Avaliação EducacionalAline Elisa Cotta D`Ávila

Subgerência de Avaliação EducacionalMaria Adelaide Tâmara Alves (Subgerente)

Denise Moraes e SilvaGloriete Carnielli

Marilda Surlo GraciottiSilvia Maria Pires de Carvalho Leite

Subgerência de Estatística EducacionalDenise Pereira da Silva (Subgerente)

Alisson Rodrigues VitorinoElzimar Sobral ScaramussaJuliana Barbatti Barcellos

1 Avaliação de Entrada do PAEBES-Alfa 2011 72 Resultados gerais em Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática 93 Padrões de desempenho observados para o 1º ano no PAEBES-Alfa – Entrada 2011

3.1 Padrões de desempenho observados em Alfabetização/ Língua Portuguesa 153.2 Padrões de Desempenho observados para o 1º ano na 1ª Onda 2010 em Alfabetização/ Língua Portuguesa

3.3 Padrões de desempenho observados em Matemática 15

Sumário

Equipe de CiênciasAnderson Kneipp DuarteCláudia Avellar FreitasMárcia Fernandes Pinheiro Hara (coord.)

Equipe de EditoraçãoBruno CarnaúbaClarissa AguiarEduardo CastroHenrique BedettiMarcela ZaguettoRaul Furiatti MoreiraVinícius Peixoto

Universidade Federal de Minas GeraisReitor: Ronaldo Tadêu PenaVice-Reitora: Heloisa Maria Murgel Starling

Pró-Reitoria de ExtensãoPró-Reitora: Ângela Imaculada Loureiro de Freitas DalbenPró-Reitora Adjunta de Extensão: Paula Cambraia de Mendonça Vianna

Faculdade de EducaçãoDiretora: Antônia Vitória Soares AranhaVice-diretor: Orlando Gomes de Aguiar Júnior

Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE)

Diretora: Francisca Izabel Pereira MacielVice-diretora: Maria Lúcia Castanheira

Equipe de Avaliação CEALEEquipe de Elaboração da Revista do EducadorPAEBES-Alfa 2009Gladys Rocha (Coordenadora)Kely Cristina Nogueira SoutoMaria José Francisco de SouzaNeiva Costa ToneliRaquel Márcia Fontes Martins

EstagiáriasPaula de Alcântara Silva LimaAnna Luiza Ianino Lima

Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora

Coordenação GeralLina Kátia Mesquita Oliveira

Coordenação TécnicaManuel Fernando Palácios da Cunha e Melo

Coordenação de PesquisaTufi Machado Soares

Coordenação de Análise e Divulgação de ResultadosAnderson Córdova Pena

Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoVerônica Mendes Vieira

Coordenação de Medidas EstatísticasWellington Silva

Coordenação de Produção VisualHamilton Ferreira

Equipe de Medidas EstatísticasAilton Fonseca GalvãoClayton VallePriscila Gregório BernardoRoberta de Oliveira Fávero

Equipe de Análise e Divulgação de ResultadosAndreza Cristina Moreira da Silva BassoAstrid Sarmento CosacCamila Fonseca de OliveiraCarolina de Lima GouvêaCarolina Ferreira RodriguesDaniel Aguiar de Leighton BrookeDaniel Araújo VignoliJoão Paulo Costa VasconcelosJuliana Frizzoni CandianLeonardo Augusto CamposLuís Antônio Fajardo PontesMichelle Sobreiro PiresRodrigo Coutinho CorrêaRogério Amorim GomesTatiana Casali RibeiroWagner Silveira Rezende

Equipe de Instrumentos de Avaliação

Cristiano Lopes da silvaJanine Reis FerreiraMayra da Silva Moreira

Equipe de Língua PortuguesaHilda Aparecida Linhares da Silva Micarello (Coord.)Josiane Toledo Ferreira Silva (Coord.)Adriana de Lourdes Ferreira de AndradeAna Letícia Duin TavaresDéa Lucia Campos PernambucoEdmon Neto de OliveiraMaika Som MachadoRachel Garcia Finamore

Equipe de MatemáticaBruno Rinco Dutra PereiraDenise Mansoldo SalazarMariângela de Assumpção de CastroPablo Rafael de Oliveira CarlosTatiane Gonçalves de Moraes (Coord.)

7PAEBES-Alfa

Professor, esta revista apresenta e analisa os resultados da Avaliação da Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática do Programa de Avaliação da Educação Básica do estado do Espírito Santo – PAEBES-Alfa, aplicada em abril de 2011, junto a alunos do 1º ano do Ensino Fundamental. Neste documento, após serem analisados dados gerais das duas áreas, são focalizados resultados específicos em Alfabetização/ Língua Portuguesa e, posteriormente, em Matemática.

Cabe ressaltar que a avaliação em destaque contou com a participação de alunos de todas as escolas estaduais e de escolas municipais de 78 municípios do Estado do Espírito Santo, e também com a participação de alunos de 24 escolas particulares ou privadas do estado que aderiram ao PAEBES-Alfa.

Pelo fato de essa avaliação ser aplicada no início do ano, ela é denominada como Avaliação de Entrada. Também, podemos nos referir a ela como sendo uma avaliação de 1ª onda, por ser a primeira de outras duas aplicações previstas para esses mesmos alunos que foram avaliados no início de seu 1º ano de escolaridade: uma aplicação no final deste ano (1º ano, 2ª Onda) e outra no final do próximo ano (2º ano/ série, 3ª Onda). Avaliações no término do ano são denominadas como Avaliações de Saída. Essa metodologia de várias aplicações com os mesmos alunos confere um caráter longitudinal ao PAEBES-Alfa, o que possibilita investigar o processo de aprendizagem, por exemplo, de um aluno ou de um grupo de alunos em um período avaliado.

É importante destacar que essa Avaliação de Entrada tem uma função diagnóstica, visando identificar o que os alunos sabem e também o que eles ainda não sabem em relação às expectativas de aprendizagem para todo o ano de escolaridade, no caso, para o 1º ano do Ensino Fundamental. Assim, os próprios padrões de desempenho observados tomam como referência a aprendizagem da criança até o final do ano. Vale observar, ainda, que, no 1º ano, a Avaliação de Entrada tem também o objetivo de conhecer como os alunos chegam à escola, considerando que, em geral, eles estão apenas iniciando a sua escolarização.

Um Padrão de Desempenho reúne níveis de proficiência, ou seja, conjuntos de habilidades que são parecidos em termos do grau de complexidade (habilidades mais ou menos complexas), em um determinado intervalo de proficiência. Esse tópico será tratado à frente.

1 Avaliação de Entrada do PAEBES-Alfa 2011

9PAEBES-Alfa8 Revista do Educador

2Resultados Gerais em Alfabetização/Língua Portuguesa e Matemática

A seguir, são apresentados e analisados os dados da Avaliação de Entrada do PAEBES-Alfa 2011. Veremos o que esses resultados indicam para o ensino no 1º ano de escolaridade nestas duas seções:

» 2. Resultados gerais em Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática;

» 3. Padrões de desempenho observados para o 1º ano no PAEBES-Alfa – Entrada 2011.

A seção 3 se divide em outras duas subseções:

» 3.1 Padrões de desempenho observados em Alfabetização/ Língua Portuguesa;

» 3.2 Padrões de desempenho observados em Matemática.

Destaca-se que a análise aqui realizada tem como principal objetivo oferecer subsídios para a prática docente, com vistas a garantir que o processo de alfabetização seja bem sucedido.

Os resultados de Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática apresentados e analisados, a seguir, se referem à Avaliação de Entrada do PAEBES-Alfa 2011. Destaca-se que são feitas análises comparativas desses dados com os resultados do PAEBES-Alfa – Entrada de 2010.

É importante notar que são avaliados, separadamente, os dados das Redes Estadual e municipais, e das escolas particulares participantes. Esses resultados são apresentados em termos dos padrões de desempenho

observados, os quais, como mencionado, reúnem conjuntos de habilidades com um grau de complexidade (habilidades mais ou menos complexas) semelhante, nos intervalos de proficiência definidos para cada padrão. A Tabela 1 apresenta os padrões de desempenho observados na Avaliação de Entrada ou de 1ª onda de 2011 para o 1º ano, em Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática, considerando que a Escala de Proficiência do PAEBES-Alfa vai de 0 a 1.000:

Tabela 1: Padrões de Desempenho para o 1º ano – Entrada 2011

Área Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Alfabetização/ Língua Portuguesa até 450 450 a 500 500 a 600 acima de 600

Matemática Até 375 375 a 475 475 a 575 acima de 575

A Tabela 1 demonstra os quatro Padrões de Desempenho adotados no PAEBES-Alfa em Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática: Abaixo do Básico, Básico, Proficiente e Avançado. Vale lembrar que esses padrões de desempenho tomam como referência a aprendizagem das crianças até o final do ano, de modo que tais padrões são os mesmos da Avaliação de Saída, prevista para os alunos no fim deste ano.

Como se observa na Tabela 1, os pontos de corte que definem os padrões são diferentes para as áreas de Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática. Para Alfabetização/ Língua Portuguesa, na Escala, o Padrão Abaixo do Básico compreende as proficiências abaixo de 450; o Padrão Básico, o intervalo de Proficiência de 450 a 500; o Proficiente, o intervalo de 500 a 600; e o Avançado, as proficiências acima de 600. Já para Matemática, o Padrão Abaixo do Básico abrange as proficiências abaixo de 375; o Padrão Básico, o

intervalo de 375 a 475; o Proficiente, o intervalo de 475 a 575; e o Avançado, as proficiências acima de 575.

Tendo como referência esses padrões, passemos propriamente à análise dos dados da Avaliação de Entrada do PAEBES-Alfa 2011 em Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática. Primeiramente, são feitas análises relativas às proficiências médias apresentadas nessas duas áreas e, em seguida, são apresentadas análises relativas aos percentuais de alunos por Padrão de Desempenho em cada área.

A primeira análise avalia as proficiências médias dos alunos de 1º ano emAlfabetização/ Língua Portuguesa e em Matemática, nas Avaliações de Entrada ou de 1ª onda aplicadas nos anos de 2010 e 2011, considerando as Redes Estadual e Municipais, e as escolas particulares participantes. Vejamos o Gráfico 1 com essa análise para a área de Alfabetização/ Língua Portuguesa Apenas:

11PAEBES-Alfa10 Revista do Educador

Gráfico 1: Proficiência Média – Alfabetização/ Língua Portuguesa – Entrada 2010/ 2011

459,8441,9440,1 427,8

531,1

300

350

400

450

500

550

600

Estadual Municipal Escolas ParticularesParticipantes

1ª Onda de 2010 1ª Onda de 2011

O Gráfico 1 demonstra que a proficiência média em Língua Portuguesa, na Entrada de 2011, tanto na Rede Estadual quanto nas Redes Municipais, é ligeiramente menor do que na avaliação de 1ª onda de 2010: cerca de 3% menor na Rede Estadual e de 4% nas Redes Municipais. Como essa pequena diferença é considerada praticamente insignificante do ponto de vista estatístico, pode-se afirmar que as habilidades demonstradas pelas crianças de 1º ano em 2011 é semelhante às das crianças que ingressaram no Ensino Fundamental no ano de 2010.

Vale ressaltar que as proficiências médias dos alunos de 1º ano de escolas estaduais e municipais – 440,1 e 427,8, respectivamente – se situam no desempenho Abaixo do Básico que é de até 450 (ver Tabela 1). Como dito, é preciso considerar que esse desempenho se relaciona à aprendizagem ao final do ano do 1º ano de escolaridade.

Quanto aos alunos das escolas particulares participantes, cabe destacar que só foi apresentado o dado de 2011, tendo em vista que foi a primeira vez que essas escolas participaram de uma Avaliação de Entrada no PAEBES-Alfa. Contudo, é importante notar que os alunos de tais escolas encontram-se no Padrão Proficiente com proficiência média de 531,1. Assim, percebe-se que as escolas particulares participantes têm alunos que ingressam no Ensino Fundamental com uma proficiência média significativamente maior (cerca de 18% maior) do que a proficiência média de alunos de escolas públicas. Esse dado deve continuar sendo investigado em outras edições do PAEBES-Alfa com a participação de um maior quantitativo de escolas particulares, considerando que ainda é pequeno o número de escolas privadas que participa dessa avaliação.

Vejamos, agora, proficiências médias dos alunos de 1º ano em Matemática, no Gráfico 2 a seguir.

Gráfico 2: Proficiência Média – Matemática– Entrada 2010/ 2011

436,5 421,7434,2 419,4

486,0

300

350

400

450

500

550

600

Estadual Municipal Escolas ParticularesParticipantes

1ª Onda de 2010 1ª Onda de 2011

O Gráfico 2 demonstra um resultado parecido com o de Alfabetização/ Língua Portuguesa, visto anteriormente. Contudo, a diferença entre as Avaliações de Entrada nos anos de 2010 e 2011, tanto para a Rede Estadual quanto para as Redes Municipais, é menor ainda (em torno de 0,5% para as duas redes), o que permite dizer que os alunos de 1º ano, nessas duas edições, apresentam comportamento muito parecido.

Vale ressaltar que, também em Matemática, as proficiências médias dos alunos de 1º ano de escolas estaduais e municipais – 434,2 e 419,4, respectivamente – se situam no desempenho Básico que é de 375 a 475 na escala (ver Tabela 1). Mais uma vez, deve-se considerar que esse desempenho refere-se a todo aprendizado esperado para o 1º ano de escolaridade do Ensino Fundamental.

Ainda também em matemática, nota-se que as escolas particulares participantes apresentam alunos que ingressam no Ensino Fundamental com uma proficiência maior do que a dos alunos de escolas públicas, mas, como mencionado, esse dado precisa continuar a ser investigado em edições futuras do PAEBES-Alfa, com a adesão de mais escolas particulares. Vale notar que a proficiência média de 486, apresentada pelas escolas particulares em Matemática, situa os alunos de tais escolas no padrão Proficiente que é de 475 a 575, considerando as expectativas de aprendizagem nessa área para o 1º ano.

Passemos, agora, a um outro tipo de análise muito importante que considera o percentual de alunos por Padrão de Desempenho em Alfabetização/ Língua Portuguesa e Matemática, nas Redes Estadual, Municipal e nas escolas particulares participantes, comparando-se as Avaliações de Entrada dos anos de 2010 e 2011. Vejamos, primeiramente, a análise para a área de Alfabetização/ Língua Portuguesa com os gráficos 3 e 4 e, em seguida, com o gráfico 5.

13PAEBES-Alfa12 Revista do Educador

Gráfico 3: Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho na Rede Estadual – Alfabetização/ Língua Portuguesa – Entrada 2010/ 2011

46,0

54,0

16,3

17,0

28,3

21,5

9,5

7,5

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

1ª Onda de 2010

1ª Onda de 2011

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Gráfico 4: Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho nasRedes Municipais – Alfabetização/ Língua Portuguesa – Entrada 2010/ 2011

53,3

59,1

15,5

15,3

23,9

19,1

7,3

6,5

0% 20% 40% 60% 80% 100%

1ª Onda de 2010

1ª Onda de 2011

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Os dados dos gráficos 3 e 4 apontam um resultado que demanda reflexões a médio prazo. Nas Redes Estadual (Gráfico 3) e municipais (Gráfico 4), houve uma redistribuição dos percentuais de alunos nos padrões de desempenho, de forma que, da Avaliação de Entrada de 2010 para a Avaliação de Entrada de 2011, aumentou o número de alunos no desempenho Abaixo do Básico: aproximadamente, mais 14% de alunos na Rede Estadual e mais 9% nas Redes Municipais. Esse dado precisa ser acompanhado em edições futuras do PAEBES-Alfa, contudo, ele já indica a necessidade de um investimento em levar os alunos desse padrão para padrões posteriores, progressivamente, para os padrões Básico, Proficiente e Avançado até o fim do ano letivo.

Quanto a esse resultado, é importante sinalizar que, na Entrada de 2011, é ainda grande o número de alunos no Padrão Abaixo do Básico, com mais da metade de alunos na Rede Estadual (54%) e também nas Redes Municipais (59,1). Assim, pode-se inferir que uma das metas desse primeiro ano de escolaridade é ampliar as habilidades apresentadas pelos alunos, a fim de possibilitar a eles a ampliação de seus conhecimentos, o que, em decorrência, reduz o número de alunos em tal padrão.

Vejamos, agora, com o Gráfico 5, resultados referentes ao percentual de alunos por Padrão de Desempenho nas escolas particulares participantes, ainda em Alfabetização/ Língua Portuguesa.

Gráfico 5: Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho nas Escolas Particulares Participantes– Alfabetização/ Língua Portuguesa – Entrada 2010/ 2011

17,0 36,1 26,820,1

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

1ª Onda de 2011

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Como se pode notar pelo Gráfico 5, a maior parte dos alunos das escolas particulares participantes (91,8% dos alunos) encontra-se nos padrões Proficiente e Avançado o que permite dizer que eles estão num percurso mais à frente em relação aos seus processos de alfabetização. Mais uma vez, é importante notar que não foi possível comparar os dados da Entrada de 2011 com a Entrada de 2010, por ser a primeira vez em que escolas particulares participam de uma Avaliação de Entrada ou de 1ª onda no PAEBES-Alfa. Assim, há apenas dados relativos ao ano de 2011, apresentados no Gráfico 5. Ainda sobre esses dados, é importante ressaltar que, mesmo que em número reduzido, há um percentual de 8,2% de alunos em padrões inferiores (Abaixo do Básico e Básico), sendo que tais alunos precisam ser levados a padrões superiores (Proficiente e Avançado) até o fim do ano.

Vejamos, agora, resultados relativos ao percentual de alunos por Padrão de Desempenho em Matemática. Os gráficos 6 e 7 e, em seguida, o gráfico 8 apresentam esses resultados.

Gráfico 6: Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho naRede Estadual – Matemática – Entrada 2010/ 2011

25,7

27,6

38,3

36,4

27,2

27,6

8,8

8,4

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

1ª Onda de 2010

1ª Onda de 2011

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

15PAEBES-Alfa14 Revista do Educador

Gráfico 7: Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho nasRedes Municipais – Matemática – Entrada 2010/ 2011

30,7

33,1

38,4

37,0

24,9

22,7

6,0

7,2

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

1ª Onda de 2010

1ª Onda de 2011

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Também em Matemática, nota-se que, da Avaliação de Entrada de 2010 para a Avaliação de Entrada de 2011, aumentou o número de alunos no desempenho Abaixo do Básico: em média, mais 6% de alunos na Rede Estadual e mais 7% nas Redes Municipais. No entanto, a área de Matemática apresenta uma distribuição de alunos nos padrões de desempenho um tanto diferente: nas duas redes, em torno de um terço dos alunos – e não metade, como em Alfabetização/ Língua Portuguesa – encontra-se no desempenho Abaixo do Básico. Mesmo assim é preciso, ao longo do período letivo, atenção aos alunos em Matemática, considerando que mais da metade deles encontra-se nos padrões Abaixo do Básico e Básico: 64% dos alunos da Rede Estadual e 71% dos alunos das Redes Municipais. Desse modo, é muito importante que se busque levar esses alunos para padrões superiores, os padrões Proficiente e Avançado, até o final do ano letivo.

Vejamos, neste momento, com o Gráfico 8, resultados referentes ao percentual de alunos por Padrão de Desempenho nas escolas particulares participantes, ainda em Matemática.

Gráfico 8: Percentual de Alunos por Padrão de Desempenho nasEscolas Particulares Participantes – Matemática – Entrada 2010/ 2011

33,8 36,0 19,310,9

0% 20% 40% 60% 80% 100%

1ª Onda de 2011

Abaixo do Básico Básico Proficiente Avançado

Como em Alfabetização/ Língua Portuguesa, nota-se, pela análise do Gráfico 8, que a maior parte dos alunos das escolas particulares participantes (75,6% dos alunos) encontra-se nos padrões Proficiente e Avançado. No entanto, diferentemente da área de Alfabetização/ Língua Portuguesa, há um considerável percentual de alunos nos padrões Abaixo do Básico e Básico: quase um terço dos alunos, mais especificamente, 24,5% de alunos. Assim, em Matemática, é importante, para as escolas particulares participantes, ter atenção a esse percentual de alunos, visando levá-los a padrões de desempenho superiores até o fim deste ano.

Finalizadas as análises de caráter mais geral para a Avaliação de Entrada do PAEBES-Alfa 2011, trataremos, na próxima seção, dos padrões de desempenho observados na 1ª onda ou Entrada de 2011 para o 1º ano do Ensino Fundamental, primeiramente, em Alfabetização/ Língua Portuguesa e, depois, em Matemática.

A seguir, analisamos os padrões de desempenho observados, para o 1º ano na Entrada ou 1ª onda de 2011, em Alfabetização/ Língua Portuguesa na subseção 3.1 e, em Matemática, na subseção 3.2. Nessas duas áreas, destacamos as principais habilidades, analisamos exemplos de itens e sugerimos intervenções pedagógicas adequadas aos alunos de cada padrão.

3Padrões de desempenho observados para o 1º ano no PAEBES-Alfa – Entrada 2011

3.1 Padrões de desempenho observados em Alfabetização/ Língua Portuguesa

Abaixo do Básico (Abaixo de 450)

Análise do Padrão de Desempenho

Quanto a habilidades relacionadas à apropriação do sistema de escrita, as crianças deste Padrão de Desempenho não apresentam conhecimento em relação ao uso da página na escrita, de forma que desconhecem as direções (de cima para baixo e da esquerda para a direita) e o alinhamento da escrita na língua portuguesa.

O destaque deste padrão é o reconhecimento da linguagem escrita, a identificação de letras do alfabeto e a diferenciação de letras em relação a outros sinais gráficos. Neste padrão, os alunos apenas começam a apresentar habilidades relacionadas à consciência fonológica.

No que se refere ao conhecimento sobre as direções da escrita na leitura, os aprendizes começam a ser capazes de identificar a primeira palavra de uma frase.

Os alunos deste padrão reconhecem uma palavra escrita, distinguindo-a de desenhos. Conseguem identificar letras ou sequências de letras do alfabeto

apresentadas isoladamente. São capazes de distinguir letras de outras sequências com números, com sinais de pontuação ou com outros sinais gráficos. As crianças deste padrão distinguem entre diferentes formas de traçar uma mesma letra, ainda que essa habilidade esteja restrita apenas à diferenciação entre letra de imprensa minúscula e maiúscula. Começam a identificar fonema inicial (fonema “p” que apresenta articulação mais externa e, portanto, aparente) e sílaba inicial consoante-vogal/ CV. Essa identificação ocorre, especialmente, em palavras dissílabas, paroxítonas e compostas por sílabas CV somente, o que indica que os alunos estão apenas iniciando o desenvolvimento da consciência fonológica com essas estruturas que são, em geral, mais facilmente aprendidas.

No que tange a habilidades de leitura, nota-se que os alunos ainda não lêem palavras convencionalmente, mas começam a identificar o gênero textual familiar a partir de sua configuração ou forma composicional.

Em relação à escrita, as crianças deste padrão não conseguem escrever nem ao menos palavras.

17PAEBES-Alfa16 Revista do Educador

Análise de itens do Padrão Abaixo do Básico

Vejamos, agora, dois itens que exemplificam o Padrão Abaixo do Básico. O primeiro item é apresentado a seguir.

Item ES.D2N1.02.0712

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS a instrução. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com as alternativas.

DIZER:

Risque o quadrinho onde aparece a letra F.

E

F

I

T

O item avalia a habilidade de identificar letras do alfabeto (Descritor 2). Mais especificamente, avalia se o aluno é capaz de identificar uma letra, no caso a letra F (alternativa B), entre outras letras apresentadas isoladamente. Note-se que, das alternativas incorretas, também chamadas de distratores, a primeira (alternativa A) apresenta a letra do alfabeto que, em caixa alta, mais se assemelha ao “desenho” de F: a letra E. As letras presentes nos outros distratores, I (alternativa C) e T (alternativa D), também guardam alguma semelhança com F, pelo fato de serem formadas por traços retos como a letra F. Vejamos, agora, a tabela, a seguir, que apresenta o número de alunos respondentes por alternativa no item em análise.

Tabela 1: Padrões de Desempenho para o 1º ano – Entrada 2011

A B (gabarito)1 C D

4% 92% 1% 1%

O alto percentual de alunos respondentes no gabarito (92%) indica que o item foi considerado fácil pelos alunos. O percentual de 4% de alunos respondentes na alternativa A pode ter relação com o mencionado fato de a letra E se assemelhar mais à letra F em termos de seu “desenho”.

1 - Recomenda-se a análise atenta dos percentuais de alunos respondentes por alternativa em cada item aqui comentado. Essa análise mais refinada possibilita depreender diferentes níveis de aprendizado dos alunos de acordo com a alternativa assinalada por eles. Destaca-se que, nesta e nas tabelas seguintes que apresentam os percentuais de alunos respondentes por alternativa em cada item, os percentuais restantes que não foram computados na soma dos percentuais das alternativas A, B, C e D se referem a respostas nulas e/ ou em branco.

O segundo item que caracteriza o Padrão Abaixo do Básico é o que se segue:

Item ES.D1N1.25.1077

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS as instruções. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com as alternativas.

DIZER:

Risque o “quadro” onde está escrita uma palavra.

ESCOLA

O item avalia a habilidade de reconhecer especificidades da linguagem escrita (Descritor 1), de forma que o aluno precisou identificar uma palavra escrita, distinguindo-a de “desenhos”. O gabarito do item é a alternativa D. Para acertar o item, o aluno teve de distinguir entre as imagens de um jogo da velha, de garatujas, de um desenho que guarda semelhança com a escrita em letra cursiva e a escrita da palavra ESCOLA. É importante destacar que essa é uma habilidade bastante elementar se considerado todo o processo de alfabetização. Certamente que ela deve ser trabalhada nos primeiros momentos de ensino na alfabetização. Vejamos o percentual de alunos respondentes por alternativa no item:

A B C D (gabarito)

8% 2% 1% 86%

19PAEBES-Alfa18 Revista do Educador

Nesse item também, o alto percentual de alunos respondentes no gabarito (86%) indica que o item foi considerado fácil pelos alunos. A alternativa A pode ter atraído por apresentar um jogo da velha com símbolos que também são usados na escrita: X e O, chamados no jogo, geralmente, de “xizinho” e “bolinha”.

Sugestões de intervenção na sala de aula

Tendo em vista que as crianças do Padrão de Desempenho Abaixo do Básico nem ao menos lêem palavras, é preciso investir consideravelmente, no desenvolvimento de habilidades relacionadas à relação à apropriação do sistema de escrita. Tendo em vista que os alunos não conhecem as direções e o alinhamento da escrita na língua portuguesa, é necessário trabalhar as regras de uso da página (da esquerda para a direita, de cima para baixo, mudança de linha...), com a escrita da exata frase a ser copiada. É preciso, também, trabalhar com o conhecimento de letras no contexto de palavra(s) e de textos escritos que circulam socialmente, ou seja, em suportes e gêneros textuais escritos, como: crachás, etiquetas, bilhetes, convites, listas, cartazes (de aniversariantes, de campanha de utilidade pública...), propagandas, rótulos, embalagens, contos, tirinhas etc. Ainda, é importante que as crianças consigam distinguir entre os variados tipos de letra (de forma, cursiva etc.).

Pelo fato de os alunos estarem apenas começando a desenvolver consciência fonológica, é importante intensificar o trabalho com esse aspecto essencial do ensino na alfabetização. Em um primeiro momento, deve ser focalizado o nível da consciência silábica, o qual tende a ser mais facilmente aprendido. Em seguida e até paralelamente, deve ser trabalhado o nível da consciência fonêmica, geralmente desenvolvida mais tardiamente, mas fundamental para a compreensão do princípio alfabético, segundo o qual a cada fonema (som) emitido na fala deve ser escrito um grafema (letra). Os alunos precisam saber contar sílabas e conhecer sílabas e fonemas no contato com palavras compostas por diversas estruturas: diferentes tamanhos (monossílabos, dissílabos, trissílabos, paroxítonos), acentos (monossílabos tônicos, oxítonos, paroxítonos e proparoxítonos) e tipos silábicos (sílabas CV, CVC, CCV, VC, V...). Inicialmente, as palavras devem ser, em sua maioria, mais frequentes na língua e mais familiares ao universo infantil. No entanto, com o avanço na aprendizagem, deve-se promover o contato dos alunos com palavras menos frequentes e familiares.

Considerando que a leitura é muito limitada neste padrão, é fundamental que o aluno interaja com as diversas estruturas de palavras no contexto de suportes e gêneros textuais como os que foram apontados. Inicialmente, deve-se levar o aluno a interagir com textos de gêneros também mais familiares e de maior interesse do público infantil. Vale lembrar que os gêneros devem ser tratados não somente em sua estrutura, como também em sua finalidade, em seu uso social. A leitura de histórias em sala de aula pelo professor, seguida do reconto oral de alunos, constitui-se com uma atividade importante para o desenvolvimento da leitura oral. O professor, nesse caso, desempenha o papel de leitor, servindo como modelo de leitor para os alunos, assim como os alunos desenvolvem a sua capacidade de interpretação e produção oral.

Com relação à escrita, como os alunos ainda não escrevem nem ao menos palavras, é importante que eles conhecerem diferentes unidades sonoras como sons (fonemas) e sílabas que se relacionam às letras que constituem as palavras na escrita. Assim, é essencial o desenvolvimento da consciência fonológica, com destaque para o desenvolvimento das consciências fonêmica e silábica. Para o desenvolvimento da consciência fonêmica, trabalhar com palavras que se diferenciam por apenas um som/ letra inicial – como rato, gato, mato e pato ou gato e galo, por exemplo – pode contribuir para que o aluno perceba a importância de se considerar cada som individualmente na escrita das palavras. Para o desenvolvimento da consciência silábica, é importante trabalhar com os diversos tipos silábicos (sílaba consoante/ vogal – CV, CVC, CCV, VC, V etc.) em diferentes posições na palavra, geralmente, nesta ordem: sílaba inicial, sílaba final e sílaba medial.

Para os alunos desse Padrão de Desempenho, são recomendas produções textuais orais e realizadas no coletivo da turma (recontos de histórias ouvidas, convites, bilhetes, listas etc.), tendo o professor como escriba. Ao escrever o texto no quadro, o professor deve discutir com seus alunos todas as decisões tomadas: desde aquelas relativas às direções e alinhamento da escrita, passando pela própria escrita das palavras, até a construção do gênero textual.

Básico (de 450 – 500)

Análise do Padrão de Desempenho

No que se refere a habilidades da apropriação do sistema de escrita, os alunos deste Padrão de Desempenho ainda não conseguem usar a página adequadamente: não respeitam as direções e o alinhamento da língua portuguesa. Distinguem entre diferentes formas de traçar uma mesma letra, identificando duas ou três palavras escritas com letras diferentes. Estão em desenvolvimento da consciência fonológica, com destaque para a consciência silábica.

Em relação à leitura, os aprendizes demonstram conseguir ler palavras de estruturas até mais complexas, e apenas começam a ler frases. Lêem oralmente palavra, mas ainda com dificuldades: a leitura oral é silabada e, na maioria das vezes, sem recuperação de significado. Na leitura oral, também ocorrem palavras com diferentes tamanhos (monossílabos, dissílabos, trissílabos e monossílabos), acentos (monossílabo tônico, oxítono, paroxítono e proparoxítono) e estruturas silábicas (CV, CVC, VC, CCV, V etc.).

A escrita das crianças deste padrão é bastante incipiente, de forma que elas começam a escrever palavra dissílaba constituída por sílaba CV apenas, contudo, apresentando uma escrita silábica.

Análise de itens do Padrão Básico

No Padrão Básico, veremos três itens que o caracterizam. O primeiro item é apresentado a seguir:

21PAEBES-Alfa20 Revista do Educador

Item ES.D10N2.25.0855

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno as instruções e as alternativas.Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com a figura e com as alternativas.

DIZER:

Observe a figura: porta.

Risque o quadrinho onde está escrito o nome da figura.

CORTA.

MORTA.

PORCA.

PORTA.

O item avalia a habilidade de ler palavras silenciosamente (Descritor 10), no caso, de ler uma palavra iniciada por sílaba consoante/vogal/consoante – CVC, a sílaba POR na palavra PORTA (alternativa D). Para acertar o item, o aluno teve de analisar a primeira letra de cada palavra nas alternativas, para distinguir PORTA de CORTA e MORTA, como também avaliou a penúltima letra para distinguir entre PORCA (alternativa C) e PORTA. A tabela seguinte apresenta o percentual de alunos respondentes por alternativa.

A B C D (gabarito)

25% 6% 13% 54%

O percentual de 54% de alunos no gabarito indica que o item foi considerado mediano pelos alunos. Destaca-se que, depois do gabarito, as alternativas A e C foram as que mais atraíram os alunos. O maior percentual de alunos na alternativa A pode estar relacionado ao fato de que é comum aos alunos que não dominam a habilidade marcar a primeira alternativa do item.

A seguir, é apresentado o segundo item que caracteriza o Padrão Básico.

Item ES.D10N3.25.1629

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS as instruções. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com a figura e as alternativas.

DIZER:

Observe a figura: chuveiro.

Risque o quadrinho onde está escrito o nome da figura.

CHURRASCO

CHUVEIRO

CHUVISCO

CHUVOSO

O item avalia a habilidade de ler palavras silenciosamente (Descritor 10), em específico, avalia a capacidade de ler palavra iniciada por sílaba consoante/consoante/vogal – CCV. Cabe ressaltar que a palavra do gabarito, CHUVEIRO, apresenta uma sílaba CCV se considerada em sua forma escrita. Se considerada em sua forma falada, a sílaba inicial de tal palavra é CV, já que a sílaba CHU, constituída pelo dígrafo CH, é pronunciada como “xu”. Note-se que esse item exige uma proficiência maior do aluno (ponto de ancoragem 487,1) do que o item analisado anteriormente, relativo à leitura da palavra PORTA (ponto de ancoragem 456,9). A formulação dos itens possivelmente contribuiu para isso. Diferentemente do item analisado antes, o item em foco apresenta, em todos os seus distratores, palavras que começam e terminam de modo muito parecido com a palavra do gabarito, CHUVEIRO. Esse pode ter sido um elemento dificultador para o aluno responder ao item. Agora, passemos ao percentual de alunos por alternativa com a tabela a seguir.

A B (gabarito) C D

37% 49% 5% 6%

23PAEBES-Alfa22 Revista do Educador

O percentual de 49% de alunos no gabarito indica que o item foi considerado mediano pelos estudantes. Ressalta-se que, depois do gabarito, a alternativa A foi, de longe, a que mais atraiu os alunos. Mais uma vez, o maior percentual de alunos nessa alternativa pode estar relacionado ao fato de que é comum aos alunos que não dominam a habilidade marcar a primeira alternativa do item.

O terceiro e último item a ser apresentado no Padrão Básico pode ser conferido a seguir.

Item ES.D5N1.25.2296

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS a instrução. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com as alternativas.

DIZER:

Risque o “quadro” onde a palavra está do modo como, normalmente, se utiliza a folha do caderno.

O item avalia a habilidade de reconhecer as direções e o alinhamento da escrita da língua portuguesa (Descritor 5). Especificamente, ele avalia se o aluno é capaz de identificar a direção (da esquerda para a direita, de cima para baixo) e o alinhamento da escrita, na “leitura” de pequenos textos. O gabarito é a alternativa C. É importante destacar que também essa é uma habilidade elementar no processo de alfabetização, necessitando ser trabalhada nos momentos mais iniciais desse processo. Vejamos o número de alunos respondentes por alternativa com a tabela a seguir.

A B C (gabarito) D

29% 12% 49% 7%

O percentual de 49% de alunos no gabarito indica que o item foi considerado também mediano pelos alunos. Depois do gabarito, as alternativas A e B foram as que mais atraíram os alunos. O maior percentual de alunos na alternativa A pode também estar relacionado ao fato de que é comum aos alunos que não dominam a habilidade marcar a primeira alternativa do item, mas também ao fato de que a opção A é a alternativa que apresenta uma escrita mais no alto da página, como o gabarito (alternativa C).

Sugestões de intervenção na sala de aula

É somente neste padrão que os alunos conseguem ler palavras, o que é uma habilidade mais simples se considerado todo o processo de aprendizagem da leitura. Dessa maneira, eles precisam interagir mais com gêneros textuais escritos diversos, vivenciando situações em que as atividades de leitura e escrita sejam demandadas, a fim de que consigam ler textos realmente. Além de materiais escritos que circulam no interior da escola, é fundamental que os alunos entrem em contato com outros materiais que circulam também fora da escola. Como sugestão, destacamos suportes textuais como livros, jornais, revistas, gibis, panfletos, etc.

Recomenda-se levar as crianças a bibliotecas, a bancas de revistas, a livrarias. Em caso de zona rural, podem ser feitas visitas a espaços em que a escrita circule como o posto de saúde ou o salão comunitário, para que elas conheçam esses locais importantes de circulação de textos em nossa sociedade, percebendo como são organizados os mais diferentes suportes da escrita. Excursões aos arredores da escola, em supermercados, mercearias, lojas e observações dentro da própria escola são interessantes, para que os aprendizes reconheçam a escrita de placas, de anúncios, outdoors, cartazes, avisos, etc.

Como as crianças deste Padrão de Desempenho se encontram praticamente no nível silábico na escrita de palavras, é fundamental levá-los a perceber que a escrita alfabética supõe a relação entre fonemas (sons) e grafemas (letras) e não entre sílabas e grafemas. Este é o momento adequado de ser intensificado o trabalho com o princípio alfabético, segundo o qual cada fonema (som) pronunciado (e não cada sílaba) é representado por um grafema (letra). Atividades lúdicas como cruzadinha e forca podem ser realizadas para que os alunos compreendam esse princípio.

Também aos estudantes deste padrão são indicadas atividades de escrita oral e coletiva (recontos de histórias ouvidas, convites, bilhetes, listas etc.), tendo o professor como escriba. Aos poucos, essa escrita coletiva deve ser associada à escrita autônoma de palavras, de frases e de até gêneros textuais, especialmente, os mais familiares aos alunos.

Proficiente (500-600)

Análise do Padrão de Desempenho

Em relação à apropriação do sistema de escrita, os estudantes deste Padrão de Desempenho ainda não usam adequadamente a página. Até escrevem a frase a ser copiada, mas não respeita as direções da escrita (de cima para baixo e da esquerda para a direita) e não obedecem às margens e à sequência da escrita – mudança de linha. Os alunos demonstram conseguir identificar o número de palavras de um texto de até 18 palavras. Começam a apresentar a habilidade de identificar sílaba CV final.

25PAEBES-Alfa24 Revista do Educador

No que se refere à leitura, os alunos interagem com frases e com textos curtos e de média extensão, de gêneros e temas familiares. São capazes de localizar informação explícita nesses textos. Também identificam personagem ou ação de personagem em narrativas. Inferem, ainda de modo inicial, informação em texto não verbal como uma cena de história em quadrinhos. Conseguem identificar assunto de frases e pequenos textos. Identificam gêneros textuais mais familiares, bem como apresentam a habilidade de identificar finalidade de texto de gênero também familiar. Começam a identificar o local de inserção de uma palavra na ordem alfabética e conseguem identificar portador (dicionário) que se organiza por essa ordem. Consolidam a leitura oral de palavras de tamanhos, acentos e estruturas silábicas diversas, recuperando o sentido da palavra lida.

Os alunos deste Padrão de Desempenho ampliaram suas habilidades de escrita. Conseguem escrever, de modo alfabético, palavras com dissílabas e trissílabas com sílaba CV, com interferência da maneira como fala, de seu dialeto, contudo, é possível compreender a escrita. Palavras com sílabas de outros tipos (CVC e CCV, por exemplo) começam a ser escritas de modo silábico ou silábico-alfabético ainda. Os alunos deste padrão em desenvolvimento da escrita de palavras apenas, de modo que não começaram a escrever frases e textos. É importante destacar que a escrita do gênero lista começa a se configurar neste padrão, especialmente no que diz respeito a aspectos discursivos desse gênero (como a sua forma composicional, com as palavras sendo dispostas uma abaixo em cada linha da página), mas quanto a aspectos linguísticos, a escrita é, de modo geral, silábico-alfabética.

Análise de itens do Padrão Proficiente

Veremos, agora, dois itens que caracterizam o Padrão Proficiente. O primeiro item é apresentado a seguir.

Item ES.D18N1.70.1533

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS a instrução. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com a frase e as alternativas.

DIZER:

Leia a frase e responda à questão.

A ARARA AZUL É UM ANIMAL DA FAUNA BRASILEIRA.

ESSA FRASE FALA SOBRE A

ÁGUIA DOURADA.

ARANHA NEGRA.

ARARA AZUL.

ARIRANHA BRASILEIRA.

O item avalia a habilidade de identificar assunto de frases e textos (Descritor 18). No caso, o aluno deveria identificar o assunto de uma frase relativamente curta. Para responder ao item, o aluno deveria, basicamente, reconhecer a palavra ARARA no gabarito (alternativa C), a qual se assemelha às palavras iniciais presentes nos distratores. Esse foi o elemento de plausibilidade dos distratores, tendo em vista que a formulação de distratores com itens que focalizam frase, geralmente, não pode ser feita somente com elementos da frase que apresenta material linguístico limitado para essa formulação. O percentual de alunos respondentes por alternativa é apresentado na tabela que se segue.

A B C (gabarito) D

22% 15% 46% 13%

O percentual de 46% de alunos no gabarito indica que o item foi considerado mediano pelos alunos. Destaca-se que houve uma distribuição maior dos alunos nas alternativas, o que aponta para o fato de que todos os distratores apresentaram elementos que atraíram os alunos.

27PAEBES-Alfa26 Revista do Educador

O segundo item que caracteriza o Padrão Proficiente é apresentado a seguir.

Item ES.D16N1.25.0980

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS a instrução. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com o texto e as alternativas.

DIZER:

Leia o texto e responda à pergunta.

A FESTA

O PREÁ CONVIDOU:– AMIGO SAPO, VAMOS NA FESTA DA CUTIA?– OBA! OBA!E O SAPO CONVIDOU:– AMIGO MACACO, VAMOS NA FESTA DA CUTIA?– É PARA JÁ! É PARA JÁ!NO DIA DA FESTA, NA HORA DA FESTA, AQUELA ANIMAÇÃO! O

JABUTI TOCAVA FLAUTA. A CORUJA TOCAVA SANFONA. O COELHO TOCAVA PANDEIRO. A BICHARADA DANÇAVA O TEMPO TODO.

Marques, Francisco. Floresta da Brejaúva. Belo Horizonte: Editora Dimensão, p.10, 1995. (Fragmento)

QUEM TOCAVA FLAUTA?

A CORUJA.

A CUTIA.

O COELHO.

O JABUTI.

O item avalia a habilidade de identificar elementos que constroem a narrativa (Descritor 16). Especificamente, avalia a capacidade de identificar personagem. Ressalta-se que a informação a ser localizada na narrativa encontra-se mais ao final do texto (alternativa D, O JABUTI), o que é um elemento dificultador para o aluno acertar o item. É importante notar a elaboração dos distratores do item se pautou na plausibilidade em relação ao texto: todas as expressões dos distratores – equilibradas do ponto de vista sintático e semântico (constituídas de artigo + substantivo, com uma simetria de dois elementos no feminino e dois no masculino) – estão presentes no texto. Vejamos, agora, o número de alunos respondentes por alternativa na tabela a seguir.

A B C D (gabarito)

28% 15% 13% 39%

O percentual de 39% de alunos no gabarito indica que o item foi considerado de mediano a difícil pelos alunos. Nesse item, também, houve uma distribuição maior dos alunos nas alternativas, o que aponta para o fato de que todos os distratores apresentaram elementos que atraíram os alunos.

Sugestões de intervenção na sala de aula

As crianças deste padrão, em relação a habilidades relacionadas à apropriação do sistema de escrita, demonstram que ainda não apresentam conhecimentos sobre as direções e o alinhamento da escrita na página. Assim, é fundamental que o professor continue apontando para elas as decisões tomadas ao escrever no quadro (lousa). Nessas ocasiões, ele pode indicar de que lado começou e escrever (da esquerda para a direita, de cima para baixo) e como procedeu ao chegar ao final da linha.

Deve continuar, também, a ler pequenos textos no quadro, com os alunos, apontando com a régua cada palavra lida. É importante, ainda, que ele mostre para os alunos os espaços existentes entre as palavras, o que leva a uma percepção da segmentação nos momentos em que realiza cópia ou uma produção escrita.

Considerando que as crianças deste padrão ainda não consolidaram habilidades relacionadas à consciência fonológica (não são capazes, por exemplo, de identificar sílaba medial de palavra), torna-se necessário, então, propor diferentes situações que permitam a elas operar com sílabas e fonemas (sons) semelhantes. Estes podem ser encontrados em textos curtos, rimados e ritmados, como parlendas, poemas e letras de músicas. A percepção dos sons e sílabas pode ser desenvolvida, também, por meio de diferentes situações lúdicas, jogos e brincadeiras, utilizando sílabas, que permitam ao aprendiz estabelecer relações com as palavras na oralidade.

Em relação à leitura, é necessário que os alunos interajam com textos de maior extensão. O trabalho com os gêneros deve continuar priorizando a diversidade de textos presentes na sociedade e não somente com gêneros que circulam no espaço escolar. O conhecimento quanto ao destinatário, finalidade, configuração gráfica, suporte e local de circulação do gênero precisa ser enfatizado com um trabalho mais sistemático.

É necessário propor atividades para ampliar os conhecimentos dos alunos em relação à escrita de palavras como a produção de listas (de brinquedos ou brincadeiras, animais, objetos escolares) etc. A correção das palavras escritas no quadro pode se constituir em excelente oportunidade para que elas reflitam sobre a sua própria escrita e percebam a relação entre o som da fala e a letra que o representa na escrita. Agora que os alunos deste padrão estão no nível alfabético, é necessário que eles compreendam que a escrita não é uma transcrição da fala. Há a ortografia que ora relaciona um som a uma letra (o som “pê” se relaciona somente à letra P somente como em porta), ora relaciona um som a mais de uma letra (o som “s” se relaciona a várias letras, como S, SS, Ç, em sapo, massa e maçã, respectivamente) e ora relaciona uma letra a vários sons (a letra X se relaciona aos sons “xê”, “zê” e “ksê” em xale, exato e táxi, respectivamente). Assim, este é o momento de se trabalhar a ortografia, em seus casos de regularidade (preferencialmente, em primeiro lugar) e irregularidade (inicialmente os casos de irregularidade envolvendo palavras mais frequentes na língua).

Avançado (Maior que 600)

Análise do Padrão de Desempenho

Este Padrão de Desempenho é o que apresenta crianças alfabetizadas. Muitas das habilidades relacionadas à apropriação do sistema de escrita estão em desenvolvimento mais avançado ou consolidadas. Os alunos ampliaram as habilidades de uso da página, respeitando a estética da escrita.

Quanto a habilidades de leitura, os alunos interagem ainda com textos curtos ou no máximo de média extensão, e textos de gêneros mais familiares. Continuam em desenvolvimento nas habilidades de identificar gênero e finalidade de gêneros textuais também mais familiares. Ampliaram a habilidade de identificar portador que se organiza pela ordem alfabética (dicionário e lista telefônica). Como os alunos do padrão anterior, identificam o local de inserção de uma palavra, considerando a ordem alfabética, tendo como referência a letra inicial apenas.

29PAEBES-Alfa28 Revista do Educador

Em relação à escrita, os aprendizes apresentam a habilidade de escrita de palavras com diferentes padrões silábicos, cometendo poucos ou nenhum erro ortográfico. Em relação à escrita de frases (referenciadas por uma cena ou ditadas), os alunos ainda escrevem frases geralmente curtas, grafando as palavras de modo alfabético e com erros ortográficos. Os alunos conseguem produzir textos dos gêneros lista e bilhete, contudo, além da apresentarem erros ortográficos, no gênero bilhete, por vezes não apresentam todos os elementos que compõem a sua forma.

Análise de itens do Padrão Avançado

A seguir, são analisados dois itens no Padrão Avançado. Vejamos o primeiro item.

Item ES.D19N2.74.1716

O item avalia a habilidade de formular hipóteses (Descritor 19), em específico, avalia a capacidade de formular hipótese sobre assunto de texto a partir do título. É importante destacar que essa é uma habilidade que pode ser trabalhada em momentos mais iniciais de aprendizagem da leitura, mas que aqui só se configura quando o aluno já lê textos. O gabarito é a alternativa B. Note-se que todos os distratores apresentam elementos do título apresentado. Vejamos o percentual de alunos respondentes por alternativa na tabela a seguir.

A B (gabarito) C D

31% 34% 11% 16%

O percentual de 34% de alunos no gabarito indica que o item foi considerado difícil pelos alunos. A alternativa A pode ter atraído quase o mesmo percentual de alunos da alternativa do gabarito, por apresentar em sua constituição mais palavras do (ou relacionadas ao) título.

O segundo item do Padrão avançado é apresentado a seguir.

Item ES.D11N3.09.1745

INSTRUÇÕES PARA O APLICADORATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS a instrução.Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com o texto e as alternativas.

DIZER: Leia o texto e responda à questão.

Por que a gente tem…

...ARREPIO?

O arrepio serve para manter o calor do corpo. Músculos da raiz do pelo fazem com que ele se levante para conservar o ar quente perto da pele. Num susto, os músculos são acionados por uma substância chamada adrenalina, liberada quando há perigo.

Revista Recreio: www.revistarecreio.com.br..

Segundo o texto, o arrepio

acontece antes do susto.

deixa os músculos fortes.

faz o pelo ficar quente.

mantém o calor do corpo.

O item avalia a habilidade de ler frases e pequenos textos, localizando informações explícitas contidas neles (Descritor 11). Especificamente, avalia se o aluno consegue localizar uma informação explícita em um texto curto, do gênero curiosidade. Vale ressaltar que esse é um gênero muito interessante para ser trabalhado no processo de alfabetização, por ser geralmente atrativo para crianças. O gabarito do item é a alternativa D. A informação explícita a ser localizada encontra-se bem no início do texto. A exigência de maior proficiência por parte dos alunos para responder ao item em análise pode estar relacionada a pouca familiaridade dos alunos com o gênero curiosidade. Vejamos, a seguir, o percentual de alunos respondentes por alternativa.

A B C D (gabarito)

38% 19% 10% 28%

31PAEBES-Alfa30 Revista do Educador

O percentual de 28% de alunos no gabarito indica que o item foi difícil para os alunos avaliados. Diante dessa dificuldade, os alunos podem ter marcado mais a alternativa A, pelo fato de tenderem a marcar a primeira alternativa quando não dominam a habilidade, como já mencionado.

Sugestões de intervenção na sala de aula

Tendo em vista que os alunos deste padrão apresentaram maior desenvolvimento ou mesmo consolidação de habilidades relacionadas à apropriação do sistema de escrita, faz-se necessário concentrar esforços no trabalho com habilidades de leitura e de escrita.

Assim, quanto à leitura, deve-se ampliar a habilidade de localizar informações explícitas, de modo que tais informações figurem em textos cada vez mais extensos, com temas e gêneros menos familiares também, e que o aprendiz seja capaz de encontrar as informações em diferentes posições no texto (início, meio e fim). A produção de inferências é também um exemplo de habilidade que precisa ser trabalhado, a fim de que os alunos ampliem sua competência leitura, apresentando habilidades de leitura mais complexas. Os alunos precisam produzir diversos tipos de inferência, como inferir o sentido de uma palavra ou expressão em um texto, ou inferir uma informação em um texto verbal, como em uma piada, e em textos que articulam elementos verbais e não verbais, como em uma tirinha.

Neste padrão, deve ser ampliada também a capacidade de se reconhecer o local de inserção de determinada letra/palavra, tendo em vista a sequência alfabética, considerando qualquer posição da letra nas palavras apresentadas.

É necessário ampliar, ainda, a habilidade de escrita de frases – que poderão ser ditadas pelo professor ou escritas a partir de uma cena – e a competência de produção de textos escritos, extrapolando os gêneros lista e bilhete. Antes de se propor qualquer atividade de escrita com um determinado gênero, recomenda-se desenvolver uma sequência didática com esse gênero, a fim de que as crianças tenham uma finalidade de escrita e subsídios para proceder à produção do texto. As atividades da sequência didática devem ser realizadas tendo como referência um propósito comunicativo específico, uma situação-problema. A sequência deve contemplar desde um diagnóstico sobre o conhecimento que os alunos têm sobre o gênero com uma produção escrita inicial, passando pela apresentação de diversos modelos/ exemplares do gênero em foco para as crianças, pela exploração dos variados aspectos funcionais e formais do gênero, pela revisão das versões preliminares produzidas nesse processo da sequência didática, chegando à produção escrita final do gênero.

Embora a total correção ortográfica não seja esperada nessa fase, é importante que sejam propostas situações que possibilitem aos alunos a reflexão sobre determinadas regras da língua, como o uso de letra maiúscula no início de frases e em nomes próprios e alguns sinais de pontuação (especialmente os sinais de final de frase). Em relação à reflexão sobre a ortografia, pode ser sistematizado o trabalho com algumas regularidades como o não uso de cedilha, de ss e de rr, por exemplo, para que os aprendizes já comecem a perceber que nem toda escrita é permitida dentro do nosso sistema de escrita.

Para saber mais sobre a sequência didática no trabalho com os gêneros textuais escritos e orais, como aqui abordado, sugere-se a leitura de:

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2004. 7-184. 248 p.

3.2 Padrões de desempenho observados em Matemática

Abaixo do Básico (até 375)

Análise do Padrão de Desempenho

As crianças desse Padrão de Desempenho, em relação a “Números e Operações”, demonstram habilidades iniciais de associar a contagem de coleções de objetos à representação numérica de suas respectivas quantidades. Associam um número ao seu nome. Sabem, também, comparar ou ordenar quantidades pela contagem, para identificar igualdade ou desigualdade numérica, assim como dão conta de resolver problemas que demandam ações de juntar, separar, acrescentar ou retirar quantidades com apoio de figuras. Reconhecem o último elemento de uma determinada sequência, dada alguma referência.

No que tange ao tema “Espaço e Forma”, os alunos são capazes de reconhecer e distinguir triângulos, entre outras figuras geométricas. Identificam um objeto que tem a forma de um cilindro. Identificam e localizam objetos no espaço – em cima, embaixo, acima, abaixo, em frente, atrás; e identificam a localização de objetos ou pessoas com relação ao próprio corpo.

Quanto ao tema “Grandezas e Medidas”, os aprendizes são capazes de identificar situações envolvendo desenhos de objetos ou personagens para estabelecer comparativamente: o maior, o menor, o mais alto, o mais baixo, o mais comprido, o mais curto. Identificam a cédula de dez reais do sistema monetário brasileiro.

Análise de item do Padrão Abaixo do Básico

O item apresentado a seguir avaliou a habilidade de comparar quantidades pela contagem, para identificar igualdades e desigualdades numéricas. Ele mostra a quantidade de bananas de quatro crianças. O aluno deveria contar as quantidades, compará-las e marcar o nome da criança que tem a maior quantidade de bananas.

33PAEBES-Alfa32 Revista do Educador

Item ESM.D3.69.1198

INSTRUÇÕES PARA O APLICADORATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS a instrução.Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com o texto e as alternativas.

DIZER: Leia o texto e responda à questão.

EDUARDA LÚCIA CLÁUDIARENATA

Segundo o texto, o arrepio

CLÁUDIA.

EDUARDA.

LÚCIA.

RENATA.

Vejamos a distribuição de alunos respondentes por alternativa nesse item na tabela a seguir:

A (gabarito) B C D

83,5% 4,2% 2,1% 7,2%

A alta porcentagem de acertos no gabarito, 83,5%, permite que se levante a hipótese de que as crianças já conseguem associar a contagem de objetos à representação numérica de sua respectiva quantidade.

Sugestões de intervenção na sala de aula

Tendo em vista que as crianças do Padrão de Desempenho Abaixo do Básico demonstram o desenvolvimento de habilidades iniciais de construção do conceito de número, é preciso investir consideravelmente no desenvolvimento de habilidades relacionadas ao conhecimento de números naturais: uso no dia-a-dia, contagem, ordenação, leitura e escrita. A criança vai construir o significado do número natural: observando os diferentes usos dos números no seu dia-a-dia (números para contar, para medir, para indicar ordem,

números usados como código: número do telefone, da linha de ônibus, etc.); produzindo escritas numéricas e observando as regularidades dessa escrita; registrando o resultado de uma contagem. A habilidade de contar objetos é desenvolvida pela criança mesmo antes de iniciar a sua vida escolar. Desde cedo, ela se interessa por contar objetos e pessoas à sua volta e aprende os nomes dos números. Também em suas atividades cotidianas, a criança conta e compara, estabelecendo a correspondência um a um. Assim, cabe ao professor aproveitar as oportunidades que aparecem em sala de aula para praticar essa contagem. Por exemplo, ele pode pedir que o aluno conte seus lápis, seus colegas, seus brinquedos, etc., não se restringindo aos limites de contagem de alunos, mas ampliando os tipos de contagem sempre que possível.

Ao iniciar o trabalho com a escrita numérica, o professor deve escolher códigos mais próximos da experiência dos alunos: datas, calendário, números de telefone, endereços. O professor pode, por exemplo, solicitar aos alunos que apontem situações do cotidiano nas quais os números estão presentes e ir fazendo, no quadro, uma relação dos números que aparecem nessas situações.

As atividades que estabelecem relações entre coleções diferentes conduzem à comparação de quantidades e, por isso, devem envolver materiais diversos e quantidades variadas para que o aluno desenvolva suas próprias estratégias de comparação. Para estabelecer relação de ordem entre números naturais de qualquer natureza, é necessário compreender as características do sistema de numeração decimal e a escrita convencional dos números, embora a construção desse conhecimento não seja fácil. Por isso, esse trabalho deve ter como ponto de partida a utilização de materiais concretos. Ao dar aos alunos certa quantidade de objetos de duas coleções diferentes e perguntar em qual das coleções há mais objetos, a correspondência um a um dos objetos das duas coleções ajuda o aluno a responder a essa pergunta. Assim, ao associar a quantidade de cada uma das coleções a um número natural, o aluno caminha para a construção do significado da ordenação de números naturais.

Resgatar o uso do ábaco também é interessante, pois agrupar e reagrupar são ações imprescindíveis para dar início à construção do princípio posicional do nosso sistema de numeração.

As ideias associadas a cada uma das quatro operações devem ser abordadas sempre em situações-problema simples que o aluno vai resolver utilizando estratégias de solução pessoais e registros não formais. O aluno só vai construir o significado das operações fundamentais se for desafiado com situações-problema envolvendo esses significados.

A adição envolve a ação de juntar, reunir, acrescentar. Já a subtração envolve as ideias de retirar, comparar e completar. Para trabalhar essas ideias, o professor pode propor: problemas com histórias, para que os alunos possam dramatizar e/ou desenhar; problemas formulados a partir de situações de sala de aula; problemas que possam ser resolvidos com material concreto e sempre envolvendo as duas operações citadas.

No que diz respeito ao tema ESPAÇO E FORMA, em uma abordagem informal e intuitiva, o professor, inicialmente, deve propiciar aos alunos atividades que desenvolvam a exploração/percepção do espaço à sua volta. Em um segundo momento, com uma abordagem ainda informal e com atividades de experimentação, os alunos passam a investigar então as formas geométricas planas (quadrado, triângulo, círculo, retângulo), as semelhanças e as diferenças entre elas.

As representações por meio de colagens e a interpretação de gravuras em que aparecem as figuras geométricas planas também oferecem oportunidades para construir essa habilidade. É o contato com as figuras geométricas que proporciona a caracterização dessas formas e conduz os alunos a um refinamento de seus conceitos geométricos.

O professor pode trabalhar com o TANGRAM que oferece um grande número de explorações interessantes como a sua construção pelos próprios alunos e a identificação e composição das figuras que o compõem. Além disso, outros materiais tais como o geoplano e o papel quadriculado podem e devem ser utilizados como complemento para o trabalho com as figuras planas.

35PAEBES-Alfa34 Revista do Educador

Básico (até 375 a 475)

Análise do Padrão de Desempenho

Em relação a “Números e Operações”, nesse padrão, as crianças são capazes de selecionar e contar, em um conjunto, um grupo de objetos pedidos. Associam símbolos numéricos às suas respectivas representações escritas na língua materna, lidas pelo professor. Comparam quantidade de objetos organizados de forma a facilitar a contagem. Reconhecem números ordinais do 1º ao 9º. Resolvem problemas simples que envolvam ações de juntar e separar com e sem apoio de imagem. Calculam adição de dois números, representada por fatos fundamentais. Resolvem problemas simples de multiplicação e divisão com apoio de figura.

Em “Espaço e Forma”, reconhecem a posição de um objeto ou personagem a partir de uma referência. Identificam retângulos e triângulos em uma figura composta por formas geométricas.

Quanto ao tema “Grandezas e Medidas”, os alunos são capazes de identificar e relacionar cédulas e moedas, além de identificar hora cheia em relógio analógico.

Em relação ao “Tratamento da Informação”, localizam informações Matemáticas em listas e quadros.

Análise de item do Padrão Básico

O item a seguir avaliou a habilidade de identificar informações contidas em um quadro. Nele, foram apresentados os brinquedos de uma criança com as suas respectivas quantidades. Nesse caso, o aluno teve que identificar o maior número de brinquedos.

Item ESM.D17.68.1035

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS as instruções. Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com a figura e as alternativas.

DIZER:

Observe a figura: ela mostra a quantidade de brinquedos que Caio possui em sua casa.

BRINQUEDO QUANTIDADE

4

2

7

5

Qual é o brinquedo que Caio tem em maior quantidade?

37PAEBES-Alfa36 Revista do Educador

Vejamos a distribuição dos alunos respondentes por alternativas nesse item, na tabela a seguir:

A B C (gabarito) D

2,6% 12,1% 65,6% 10,3%

A porcentagem de acertos no gabarito, 65,6%, permite que se levante a hipótese de que as crianças já conseguem selecionar uma informação contida em um quadro.

Sugestões de intervenção na sala de aula

No Padrão Básico, os alunos estarão trabalhando e consolidando o conhecimento de Números Naturais. Sendo assim, é importante propor atividades que envolvam o sistema de numeração e o uso dos números em diferentes situações. É preciso promover sequências didáticas e/ou projetos didáticos, nos quais as crianças precisem escrever os números (por exemplo, idade, telefone, numeração do calçado, peso, altura, etc.), o que auxilia para que se tornem observáveis as regularidades. É importante, também: criar oportunidades de contagens em situações de práticas sociais reais, por exemplo, usando coleções de objetos de interesse das crianças; possibilitar o uso de jogos de tabuleiro e de regras que necessitem marcar pontos (por exemplo: trilha, amarelinha, boliche etc.); criar oportunidades nas quais as crianças tenham que comparar quantidades de forma contextualizada. Ainda, é necessário levar a criança a fazer contagens orais de objetos usando a sequência numérica: comunicar quantidades, utilizando linguagem oral, notação numérica ou registros não convencionais. É fundamental promover atividades que possibilitem as crianças construírem procedimentos de agrupamentos, a fim de facilitar a contagem e a comparação entre duas coleções: indicar o número que será obtido se forem retirados objetos de uma coleção dada; indicar o número de objetos que é preciso acrescentar a uma coleção para que ela tenha tantos elementos quantos os de outra coleção dada.

As ideias associadas a cada uma das quatro operações devem ser abordadas sempre em situações-problema simples que o aluno vai resolver utilizando estratégias de solução pessoais e registros não formais. O aluno só vai construir o significado das operações fundamentais se for desafiado com situações-problema envolvendo esses significados. A adição envolve a ação de juntar, reunir, acrescentar. Já a subtração envolve as ideias de retirar, comparar e completar. Assim, para trabalhar essas ideias, o professor pode propor problemas com histórias, as quais os alunos possam dramatizar e/ou desenhar; problemas formulados a partir de situações de sala de aula; problemas que possam ser resolvidos com material concreto e sempre envolvendo as duas operações citadas.

Em Espaço e Forma, as crianças estão desenvolvendo habilidades de localização no espaço e reconhecimento de formas geométricas. É importante, nessa fase, propor situações em que a criança tenha que se situar no espaço, deslocar-se nele, dar e receber instruções de localização. É preciso propor também atividades em que as crianças possam representar a posição de um objeto e/ou pessoa estática ou em movimento. Ainda, é necessário promover situações nas quais as crianças tenham que: identificar pontos de referência para indicar sua localização na sala de aula; indicar oralmente a posição onde se encontra no espaço escolar e representá-la por meio de desenhos; indicar o caminho para se movimentar no espaço escolar e chegar a um determinado local da escola e representar a trajetória, por meio de desenhos. Quanto às formas geométricas, é importante continuar com uma abordagem ainda informal e com atividades de experimentação para que os alunos possam investigar e comparar as formas geométricas planas (quadrado, triângulo, círculo, retângulo), identificando as semelhanças e as diferenças entre elas. Colagens e interpretação de gravuras em que aparecem as figuras geométricas planas também oferecem oportunidades para construir essa habilidade. É o contato com as figuras geométricas que proporciona a caracterização dessas formas e conduz os alunos a um refinamento de seus conceitos geométricos. Os materiais trabalhados no nível anterior devem continuar a serem explorados: o TANGRAM, o geoplano e o papel quadriculado podem e devem ser utilizados como complemento para o trabalho com as figuras planas.

Com relação às habilidades desenvolvidas em Grandezas e Medidas, as crianças estão começando a identificar e relacionar cédulas e moedas. Sendo assim, é importante que vivenciem situações concretas com cédulas e moedas. Simular uma lojinha em que as crianças, utilizando notas e moedas de papel, fazem compras, pagam e recebem troco é uma boa forma de ajudá-las a adquirirem essa habilidade. Como nesse padrão os alunos estão iniciando o desenvolvimento da habilidade de ler hora cheia em um relógio, é importante propiciar a eles experências concretas com identificação e marcação de hora e meia hora em relogios analógicos e digitais.

Com relação ao Tratamento da Informação, as crianças iniciam o desenvolvimento da habilidade de localizar informações em listas e quadros. Para consolidar essa habilidade, é importante que sejam promovidas situações de leitura e interpretação de dados contidos em listas e quadros, e garantir que todas as crianças tenham espaço, em algum momento, para expor como estão entendendo os dados apresentados. Nesse caso, é importante criar situações em que ouçam as opiniões dos colegas e discutam essas opiniões. É preciso, ainda, propor situações em que as crianças tenham de organizar dados em listas e quadros como, por exemplo, registrar os pontos obtidos pelos alunos da classe em um jogo de boliche, no jogo da amarelinha, etc.

Proficiente (475 a 575)

Análise do Padrão de Desempenho

Nesse Padrão de Desempenho, além das competências apresentadas nos anteriores, as crianças apresentam uma nova habilidade relacionada ao tema “Número e Operações”, quer seja, identificar sequências numéricas em ordem crescente e decrescente. Também em relação a esse tema, resolvem problemas simples que envolvem as ideias da multiplicação, com apoio de figuras.

Em “Espaço e Forma”, os aprendizes reconhecem triângulos, quadrados, retângulos e círculos, por meio de seus desenhos, porém, eles passam a identificar essas figuras em composições mais complexas. Por exemplo, no desenho de uma casinha formado por figuras geométricas, o aluno identifica a janela como sendo um retângulo.

Em relação ao “Tratamento da Informação”, os alunos localizam informações em quadros e gráficos de coluna e identificam informações Matemáticas em um texto colocado em um cartaz.

Análise de item do Padrão Proficiente

No item apresentado a seguir, observa-se a imagem de 8 biscoitos e 4 bolos. A situação exige que o aluno tenha a habilidade para operar com a ideia/ noção da divisão com quantidades menores que 10 em dois conjuntos. A operação a ser realizada envolve a divisão, tendo em vista que o aluno deve compreender a proposição que faz referência ao fato de serem colocados um bolo e dois biscoitos em cada cesta. Nesse item, com o apoio das figuras (4 bolos e 8 biscoitos), o aluno vai demonstrar o desenvolvimento da habilidade de identificar de quantas cestas vai precisar.

39PAEBES-Alfa38 Revista do Educador

Item ESM.D10.69.1232

W

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS as instruções.Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com as figuras e as alternativas.

DIZER:

Observe os bolos e os biscoitos que a Vovó fez.

Ela vai colocar 2 biscoitos e 1 bolo em uma cesta.

Se ela fez 8 biscoitos e 4 bolos, de quantas cestas ela precisará?

Segundo o texto, o arrepio

2

3

4

12

A distribuição de alunos respondentes por alternativa nesse item é apresentada na tabela seguinte:

A B C (gabarito) D

18,1% 12,5% 39,6% 24,9%

A habilidade de operar com a ideia de divisão de uma quantidade menor que 10 em partes iguais, com uma complexidade maior (dividir dois conjuntos), está sendo construída pelos alunos, já que apenas 39,6% deles conseguiram acertar a resposta correta do item.

Sugestões de intervenção na sala de aula

No Padrão Proficiente, com relação a Números e Operações, é necessário: intensificar o trabalho com situações acerca das regularidades do sistema numérico; criar situações-problema envolvendo ações de transformar e acrescentar; propor situações problemas com e sem apoio de figuras que envolvam as ideias de adição e subtração; criar situações em que as crianças ouçam as soluções que os colegas acharam para os problemas, a fim de que reavaliem suas soluções, caso seja apropriado. É importante também dar oportunidade para que as crianças atribuam significado, produzam e operem números em situações diversas, de acordo com suas hipóteses. Ainda, é preciso ajudar as crianças a desenvolverem a habilidade de saber ouvir as explicações de seus colegas, respeitando as diferentes soluções encontradas.

Em Espaço e Forma, a identificação de figuras é uma habilidade que continua sendo desenvolvida. Por isso, é importante que sejam propiciadas às crianças situações que possibilitem o reconhecimento das formas geométricas em situações mais complexas, por exemplo, com a identificação, em um desenho composto por triângulos, quadrados e círculos, de quais são os triângulos.

Em relação a Grandezas e Medidas, os alunos apresentam pouco desenvolvimento de habilidades relativas à identificação e comparação, relacionamento e ordenação de grandezas. Sendo assim, é importante que o professor proponha atividades nas quais as crianças tenham que medir e/ou pesar usando instrumentos não convencionais e convencionais, tais como fita métrica, régua, balança, etc. É necessário apresentar situações em que as crianças precisem calcular, por exemplo, quantos passos é preciso dar para chegar a um determinado local, etc. Também, é preciso criar situações para que elas: pensem e desenvolvam estratégias próprias e/ou com colegas para medir, pesar e produzir representações dos dados encontrados; utilizem expressões que denotam altura, peso, tamanho; compararem tamanhos, estabeleçam relações. É importante ainda trabalhar frequentemente com o calendário para identificar o dia da semana, os meses do ano.

No que diz respeito ao Tratamento da Informação, as crianças então desenvolvendo a habilidade de localizar informações em listas, quadros e gráfico de colunas. Assim, é essencial dar a oportunidade para que os alunos vivenciem situações-problema nas quais tenha a oportunidade de identificar informações em um gráfico de coluna, por exemplo, reconhecendo qual é a maior e a menor frequência.

Avançado (maior que 575)

Análise do Padrão de Desempenho

Nesse padrão, além das habilidades apresentadas nos padrões anteriores, os alunos resolvem problemas que envolvam as ideias/ noções de adição e subtração, porém, de uma maneira muito mais complexa que nos padrões anteriores.

Análise de item do Padrão Avançado

No item apresentado a seguir, podemos verificar que a habilidade exigida foi a de identificar figuras geométricas planas. Nele, observa-se um bloco composto por retângulos e quadrados, tendo, a criança, que identificar quantos quadrados aparecem na figura.

41PAEBES-Alfa40 Revista do Educador

Item ESM.D12.67.1157

INSTRUÇÕES PARA O APLICADOR

ATENÇÃO:Ler para o aluno APENAS as instruções.Repetir a leitura, no máximo, uma vez.

MOSTRAR:Para o aluno o cartaz com a figura e as alternativas.

DIZER:

Observe a figura e responda à pergunta.

QUANTOS QUADRADOS APARECEM NESSA FIGURA?

5

6

7

8

Vejamos, na tabela a seguir, a distribuição de alunos respondentes por alternativa nesse item:

A (gabarito) B C D

44% 21,3% 23,1% 8,4%

A habilidade de identificar figuras geométricas não se configura como difícil. No entanto, o baixo índice (44%) observado na resposta correta permite que se levante a hipótese de que a habilidade de identificação de quadrados entre retângulos e quadrados ainda não foi consolidada por várias crianças.

Sugestões de intervenção na sala de aula

É nesse padrão que, em relação a Números e Operações, devem ser intensificados os trabalhos com a resolução de situações-problema. As ideias associadas a cada uma das quatro operações devem ser abordadas sempre em situações-problema simples que o aluno vai resolver utilizando estratégias de solução pessoais e utilizando registros não formais. O aluno só vai construir o significado das operações fundamentais se for desafiado com situações-problema envolvendo esses significados As ideias da adição e subtração devem ser retomadas, propiciando à criança experiências de ajuntar e separar com e sem apoio de figuras, com uma complexidade

maior que nos outros padrões. A multiplicação e a divisão são operações que não serão sistematizadas ou consolidadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental, mas as situações-problema propostas aos alunos desde o 1° ano devem envolver as ideias ligadas a essas operações e ser acompanhadas inicialmente de apoio gráfico. A multiplicação de dois números naturais deve ser trabalhada sob três aspectos:

» a) como soma de parcelas iguais, como por exemplo, em 3x5=5+5+5=15 ou no problema: uma bola custa 8 reais; quantos custarão 2 bolas?. Este é o aspecto mais explorado da multiplicação e pode estar presente nas situações-problema desde o 1° ano, sem a exigência do registro formal;

» b) como raciocínio combinatório, que envolve problemas interessantes de contagem. O mais comum se refere à combinação de blusas e saias, ou blusas e calças, formando um traje. Essa é uma ideia que pode estar presente em situações-problema desde o 1º ano, desde que não seja exigido o registro formal. Nesse nível de ensino, o professor pode propor as situações-problema por meio de desenhos ou mesmo com figuras recortadas. Por exemplo, o professor pode entregar para os alunos três blusas de cores diferentes e duas saias de cores diferentes e pedir que eles façam todas as combinações possíveis. Esta é uma boa oportunidade também de os alunos verbalizarem o que fizeram e como contaram para obter o resultado;

» c) como uma configuração retangular, aspecto que será importante para introduzir o cálculo de área do retângulo. O professor pode evidenciar este aspecto pedindo para os alunos calcularem quantas carteiras existem em uma sala com cinco filas de carteiras e com quatro carteiras em cada fila.

No que diz respeito à divisão (exata), temos duas ideias associadas:

» a) a ideia de repartir uma quantidade de objetos por um determinado número (por exemplo: tenho 36 bolas para repartir entre 9 crianças, quantas bolas cada um vai receber?);

» b) a ideia de medir, quando queremos saber quantos grupos podemos formar com uma determinada quantidade de objetos (por exemplo: quero distribuir em pacotes contendo 07 balas cada um. De quantos pacotes vou precisar?).

O Ábaco e com o Material Dourado, quando bem trabalhados, ajudam muito na compreensão e construção do sistema de numeração decimal. Nesse padrão, propõe-se a ampliação e a consolidação das habilidades que envolvem espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação.