Upload
gabriela-costa
View
6
Download
3
Tags:
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Part Monster_ Performance de Gênero e a Espetacularização Do Eu _ Karla Bessa
Citation preview
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 1/16
Part Monster: performance de gnero e aespetacularizao do eu
Search... Log In Sign Up
Part Monster:performancede gnero e a espetacularizao do eu1KARLA BESSA2
Desbum guei
Em um dos retratos mais instigantes da cena gay brasileira, Joo Silvrio Trevisan
assim descrevia o que configurou o desbum guei dos anos 70 :
algum desbundava justamente quando mandava s favas- sob aparnciafreqente de irresponsabilidade_ os compromissos com a direita e aesquerda militarizadas da poca, para mergulhar na liberao individual,
baseada na solidariedade no-partidria e muitas vezes associada aoconsumo de drogas ou homossexualidade(ento, recatadamentedenominada de androginia(TREVISAN,2000 : 284)
Neste mesmo texto, Trevisan menciona a msica popular, o teatro, as artes plsticas
como sendo ncleos deflagadores do desbum guei, citando a irreverncia de Caetano
Veloso, Nei Matogrosso, Os Dzi Croquetes3e Hlio Oiticica. Este ltimo, ligado
investida no brasil-paradoxo, propunha uma arte feia, voltada menos para os olhos e
mais para o corpo como um todo : uma arte para ser vestida ou penetrada e, a partir da,
deixar de ser estritamente arte para tornar-se simplesmente inveno.
Ao citar o impacto publicitrio de um anncio de creme de leite que brincava com o
dbio sentido da palavra fresco , o autor ressalta que a partir de ento abriu-se umprecedente : no Brasil, j era possvel consumirgraas homossexualidade.
Retomei o trabalho de Trevisan para iniciar esta reflexo em primeiro lugar, por se
tratar de um ensaio pioneiro que problematiza as tramas complexas entre arte,
1. Agradeo FAPESP pela concesso da bolsa de pesquisa que permitiu o desenvolvimento deste ensaioe AFPU pelo apoio concedido para apresent-lo no XXVII Simpsio Nacional da ANPUH 2013.2Pesquisadora do Ncleo de Estudos de Gnero PAGU/UNICAMP. Coordenadora do CinePagu.3Quanto a este grupo, Trevisan faz uma descrio importante sobre sua relao inspiradora com osThe Cockettes de So Francisco (EUA), que misturavam nas vestimentas femininas, traos demasculinidade tal qual a barba mal feita, pelos expostos, etc. Para Trevisan, foram eles que trouxeram
para o Brasil o que de mais contemporneo e questionador havia no movimento homossexualinternacional, sobretudo americano_ antes que os saudososgender fuckers (rompe- gneros)fossemsubstitudos pela moda conformista dos gay machos da dcada de 1980 e das barbies dos anos 90. P.
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 2/16
1
substitudos pela moda conformista dos gay machos da dcada de 1980 e das barbies dos anos 90. P.288.
2
corporalidade, visualidade e subjetividade. Tambm por entender que o mesmo sugere
uma discusso mais ampla sobre como as representaes sobre homossexualidade
reiteram historicamente o vnculo entre corporalidade e consumo, em especial, consumo
de bens culturais. Alm disso, como me proponho neste texto a analisar um filme
produzido nos EUA no ano 2000 e que faz referncia cena gay e clubber novaiorquina
da dcada de 80, gostaria de manter aqui algumas linhas de dilogo entre estes dois
cenrios distintos, porm interligados pela velocidade das interaes culturais
caractersticas das sociedades globalizadas do final do sculo XX. Isso porque entendo
o filme como sendo um objeto produzido a partir da cultura visual de seu tempo, o que
joga com a necessidade de cotejarmos o que est em cartaz fora da tela que, ao
mesmo tempo, devorado por ela e transformado em cena.
A encenao de narrativas teatrais ou performticas com personagens dissonantes e drag
queens, como mencionou Trevisan, j fazia parte da vida urbana de algumas cidades
como So Francisco, Nova Iorque, Chicago, Londres, bem como So Paulo, Rio de
Janeiro, configurando um nicho prprio de produtos e bens culturais (filmes, livros,
peas teatrais), moda e setor de entretenimento, tais como bares, saunas, boates4. Se o
travestismo j foi considerado caso de polcia, marco histrico novaiorquino _
mundializado nas paradas do orgulho gay, os confrontos de Stonewall_ nos anos 80 e
90, a montagem para a vida noturna mudou muito no comportamento de jovens e
outros bomios, gerando um impacto nas consituties das fronteiras de gnero e na
instituio de um modo especfico de cuidado de si, uma estilizao da vida
cotidiana que visivelmente se liga ao que alguns cientistas sociais e historiadores
denominaram de diluio das fronteiras entre arte e vida5.Em se tratando de filme e decinema, isso visvel at mesmo pelos vrios tipos de suporte que disseminaram as
narrativas flmicas em diferentes telas, sendo hoje possvel assistir a um filme de um
ipad. No mais necessrio construir a distncia conferida pelo cinema com a grande
tela, suas poltronas, o escurinho, enfim, o espetculo.
O que foi considerado trgico nesta diluio de fronteiras justamente o fato de que
tanto a arte perdeu seu espao e sacralidade, reverenciamento e especificidade
4Parker (2002), Fry (1982); GREEN (1999); Nunan(2003); Frana (2012).
5Reporto-me aqui sobretudo aos trabalhos de Harvey, 1994; Featherstone, 1995 e Jameson 1993.
karla Bessa 1of 2:Party_Monster_... 18 Info DownloadUploaded by PDF
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 3/16
3
(Benjamin, 1987), quanto a vida voltada para a preocupao esttica s ganhou em
superficialidade. David Harvey um dos tericos que destaca a estreita relao entre
diminuio da dimenso tica nas relaes polticas e sociais e o aumento da estetizao
(aparncia, retrica) da vida pblica e privada como um marco da ps-modernidade. Em
sintonia com esta importante problemtica, prossigo neste debate colocando a seguinte
questo: seriam as relaes entre tica e esttica um paradoxo vitalizado na via da
proporo inversa, ou seja, quanto maior a tica menor preocupao esttica e vice-
versa? Em outras palavras, seria esta a tnica da relao tica-esttica nos objetos
culturais inseridos na cultura de consumo? Afinando esta questo geral com o recorte
especfico deste texto, poderamos indagar: o quanto e o modo no qual o filme Party
Monster _ a partir de seu contedo narrativo e plstico (Wall 2007), ou seja, em sua
realidade flmica constituda de fluxos simblicos na medida em que faz circular
representaes e imaginrio_ atualiza ou desestabiliza essa aparente aporia entre tica e
esttica.Para refletir sobre essa questo, passarei anlise do filme, iniciando pelos seus
arredores.
Ferveo, Fantasia, mundo clubber
Ferveo, moda, msica eletrnica so dimenses quase sempre atreladas visibilidade
que ganha a cena gay-club na contemporaneidade. Mas antes de se tornar
majoritariamente permeada de seres andrginos, bissexuais, gays, trans e afins, talvez
seja interessante remontar emergncia do conceito de clube, que, diferente das
danceterias e discotecas, possua um carter underground, marcado pela musicalidadeda house-music, cujas caractersticas (da arquitetura, decorao, drinks
e drogas tpicas) proporcionavam aos frequentadores grandesexperincias sensoriais6.
Pegarei carona no subttulo dado por Palomino, Massivo- como se todo dia fosse
carnaval e no trecho da msica de Chico Buarque, quem te viu, quem te v , para
6Essa descrio foi realizada (embora pouco analisada) pela jornalista rika Palomino em Babado Forte.Moda, msica e noite na virada do sculo 21. So Paulo: Editora Mandarim. 1999. No livro a autoramostra como a prtica do after-hours combinava com o uso freqente de drogas como o speed(anfetamina) e o Ecstasy.
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 4/16
4
iniciar uma viagem lei do desejo7, ao universo hedonista (para alguns crticos do
filme escapista ) dos kids clubs, personagens principais de Party Monster8.
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classeDe dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasseEu no sei bem com certeza porque foi que um belo diaQuem brincava de princesa acostumou na fantasia
Chico Buarque comenta na msica cenas do samba e do carnaval, o uso de
costumes , a brincadeira e a fantasia invadindo o cotidiano, saindo da esfera do
divertimento controlado (Featherstone, 1995). Viver todos os dias montados como
para um baile de carnaval parece a descrio mais prxima do jogo de inverses
promovidos pelaspersonagensMichel Alig (Macaulay Culkin), James St. James (Seth
Green), Peter Gatien (Dylan McDermott) e Angel (Wilson Cruz). S que o cenrio no
o morro, mas clubes noturnos, por onde circulam DJs, jornalistas, artistas,
mauricinhos e patricinhas, bem como dois interioranos estadunidenses, deslumbrados
com o mundo hype de Nova Iorque. Antes de entrar em closeneste universo, gostaria decomentar a resenha que o site do Mix Brasil trouxe, convocando os espectadores do 11
Festival Mix da Diversidade Sexual, de 2003, a assistirem ao lanamento de Party
Monster.Est decidido. O filme que abrir o Festival Mix Brasil 11 no prximo dia13 de novembro em So Paulo Party Monster. A produo americana focana vida do mega top clubber novaiorquino Michael Alig - vivido por
Macaulay Culkyn - e tem participao de Marilyn Manson e Amanda Lepore,entre outros. Noite, moda, fama e drogas fazem parte do "caldeiro" da vidade Michael.9
Destaco a ltima frase da resenha (por sinal, annima) justamente por ser o mote que
interliga a trama do filme, as vidas que ele busca narrar (extra-campo) e a discusso
7Impossvel aqui deixar de fazer referncia ao maravilhoso filme de Almodvar La ley del deseo(1987), que, coincidentemente com o filme Party Monster, tambm trata de um assassinato, de drogas ede uma (outra) cena gay, menos glamorosa do que a festa clubber, mas vazada pela noo de romper oslimites entre o real e o fantstico, entre o eu e o outro, entre o desejo (visto como um instinto, compulsoe levado s ltimas consequncias, um egocentrismo ) e a cultura (coero, represso, disciplina do corpo,sentimentos, condutas).8Party Monster (2003). Direo de Fenton Bayle e Randy Barbato. USA. Baseado no Livro de James St.James Disco Boodbath . Os escritores e diretores do filme realizaram em 1998 um documentrio comentrevistas e cenas da noite novaiorquina, com os personagens do filme Party Monster, vividos pelosprprios na vida real.9http://mixbrasil.uol.com.br/festival/acervo.shl
sobre cultura de consumo e jogo de imagens que pretendo desenvolver neste paper. A
primeira e a ltima cena do filme so conduzidas pela personagem de James, embora
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 5/16
5
primeira e a ltima cena do filme so conduzidas pela personagem de James, embora
aos poucos e na maior parte da narrativa Alig tomao centro em torno do qual as outras
personagens giram. Alig apresentado ao espectador e aos acontecimentos que ir
viver, nesta sequncia : noite, moda, fama, drogas, e, aos poucos, esse conjunto compe
um jogo de sobreposies e cria um crculo vicioso, interrompido de forma trgica comduas mortes por overdose e um assassinato10. Interessante notar que nesta primeira parte
da resenha, no h um destaque sequer s caractersticas erticas (homo), ou
androgenia (ingnua como sugeriu Trevisan), nem sugesto de que o filme aborde ou
trate de uma temtica gay. Sim, j h pistas, para os entendidos , pois Amanda
Lepore uma conhecida transexual da noite novaiorquina e Marylin Manson um
msico nada convencional. Mas para, alm disso, quais seriam os outros motivos pelos
quais este filme fora escolhido para abrir o festival Mix Brasil ?Por trs dessa histria, quase documental, o filme mostra como se constremos mitos em torno de personalidades da noite. A montao, o fervo gay, amsica eletrnica, o esctasy, DJs, a pista de dana como templo jovem. Uma
das melhores cenas a que mostra um amigo que Alig conheceu na noite(James St. James, vivido por Seth Green), ensinando-o como ser um hype. hilrio, um manifesto sobre o caro11
10Para facilitar ao leitor que no assistiu ao filme, compilei a sinopse oficial que consta na contra-capa doDVD no Brasil e no site do IMDB para divulgao internacional: Baseado no livro auto-biogrficoDisco Bloodbath, de James St. James, e , no documentrio Party Monster, esse longa conta a histria dedois amigos: Michael Alig (Macaulay Culkin) e James St. James (Seth Green), que se conhece em NewYork nos meados dos anos 80 e revolucionam a vida noturna da cidade fazendo festas regadas a drogas esexo e vem seu sonho psicodlico destrudo por um crime. Vindo de uma cidade pequena, Alig seencanta com a megalpole. Porm, sua vida muda cometamente quando conhece St. James. Juntos, elesse reinventam e descobrem que mais fcil se esconder embaixo de uma pesada maquiagem e roupas
extravagantes a mostrar os verdadeiros sentimentos. A carreira de Alig como promoter ganha um impulsocom a ajuda de Peter Gatien, um rico proprietrio de casas noturnas, que acaba se tornando uma figurapaterna na vida de Alig. O empresrio banca todas as extravagncias do rapaz e, em troca, sua casanoturna se torna famosa. Conhecendo a fama e o glamour, o promoter perde o contato com a realidade epassa a viver no seu mundo de fantasia, repleto de drogas e sexo. Ele domina a cena. Mas ao conhecer otraficante Angel, o mundo de Alig desmorona, levando a cometer o seu maior erro O erro que noconsta nesta sinopse justamente o assassinato brutalmente cometido por Alig e um amigo do drogdealer, Angel. Tratarei da cena do assassinato no decorrer deste texto.11Com foi publicado no caderno Cotidiano da Folha de So Paulo, em 11 de Novembro de 1991, Caroquer dizer: fazer caro fazer pose, esnobar. Ter caro significa ser bonito; Ferver: se acabar na
pista. Uma das primeiras vezes em que este vocabulrio, que, segundo Palomino, se disseminou pelamdia clubber, foi publicado. Em 2003, como se pode perceber pela resenha publicada no site do FestivalMix, o vocabulrio utilizado sem necessidade de traduo.
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 6/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 7/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 8/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 9/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 10/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 11/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 12/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 13/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 14/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 15/16
01/06/2015 PartMonster:performancedegneroeaespetacularizaodoeu|karlaBessaAcademia.edu
http://www.academia.edu/5446366/Part_Monster_performance_de_g%C3%AAnero_e_a_espetaculariza%C3%A7%C3%A3o_do_eu 16/16
Job Board About Press Blog Stories Terms Privacy Copyright We're Hiring! Help Center
Academia 2015