O uso do Flash na Publicidade On-line

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    O uso doFlash na Publicidade On-line 1

    Majane Silveira2

    Resumo

    Trata-se de um estudo sobre a publicidade na WWW, com o objetivo de analisar as razes quetm propiciado o uso do Flash nas publicidades da Internet, bem como ressaltar a importncia doequilbrio entre o carter tecnolgico e inovador do emprego do Flash. Salienta-se a necessidadedo cuidado com a esttica na elaborao da publicidade on-line, uma vez que a comunicaovisual tem a funo de construir uma imagem adequada identidade pretendida, de acordo com ocontexto do produto, da marca e da concorrncia.

    Palavras-chave

    Flash; Publicidade On-line; Web; Design; Comunicao Visual.

    Corpo do trabalho

    Este trabalho foi desenvolvido atravs de uma pesquisa exploratria (Gil, 1999) na qual foi

    utilizada a tcnica de pesquisa bibliogrfica para a obteno de dados representativos do objeto

    de anlise.

    Incide sobre um estudo sobre a publicidade na WWW, tendo como objetivos analisar as razes

    que tm propiciado o uso do Flash nas publicidades da Internet, bem como ressaltar a

    importncia do equilbrio entre o carter tecnolgico e inovador do emprego do Flash e anecessidade do cuidado com a esttica na elaborao da publicidade on-line.

    Aborda, tambm, os recursos do Flash que provocaram a popularizao desse formato,

    analisando as deficincias estticas, muitas vezes suplantadas pela m aplicao dos recursos

    tecnolgicos.

    O fato de a Internet ter crescido continuamente, nos ltimos anos, fez com que acontecessem

    mudanas que a transformaram em um negcio altamente profissional e rendoso. Tratando-se de

    1Trabalho apresentado Sesso de Temas Livres.2 Participante do Curso de Portfolio - Escola de Criao - ESPM (2003)Graduada em Comunicao Social - Publicidade e Propaganda pela PUCRS (2002)Participante do Programa Cgep Marie-Victorin - Montral - Dveloppement Communautaire et RelationsInterculturelles (2000)Integrante do Projeto Rondon Brasil /Jeunesse Canada Monde pela PUCRS (2000)

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    um novo e emergente veculo de comunicao publicitria com um grande potencial, ele atinge

    tanto enormes mercados nacionais e internacionais quanto segmentos especficos.

    O desenvolvimento de contedo publicitrio para a WWW uma prtica nova que ainda se

    encontra em estgio inicial. Nota-se que a publicidade est sofrendo uma adaptao ao meiovirtual, pois se trata de um processo de extenso a uma nova mdia, que envolve um grande

    nmero de tecnologias, ocasionando uma indagao para a qual necessrio encontrar respostas

    e orientaes que fundamentem a tomada de decises no processo de criao publicitria. O

    melhor curso de ao a ser tomado dentre os vrios possveis, na escolha de tecnologias de

    interface e sua aplicao, deve ser avaliado como uma varivel importante.

    O formato Flash vem sendo amplamente usado nas publicidades on-line. Trata-se de uma

    tecnologia muito eficiente, com grande poder de expresso e de criao, que oferece uma opo

    diferente das tradicionais pginas estticas da Internet. O Flash gera um arquivo baseado no

    formato grfico vetorial que lhe possibilita trabalhar com arquivos pequenos e com maior

    liberdade de formas e efeitos. O Flash cria uma arte independente da resoluo, com grficos

    redimensionveis dinamicamente e com a vantagem de executar um download rpido, fazendo

    com que sua animao se apresente da mesma maneira em qualquer tamanho de monitor; dessa

    forma, a arte produzida pelo designer no se altera de computador para computador, da maneira

    como acontece nos sites criados inteiramente emHTML.

    Em vista do exposto, percebe-se que o Flash foi uma grande contribuio para o

    aprimoramento da publicidade na Internet, uma vez que proporcionou a evoluo dos banners

    das primeiras formas estticas para os atuais anncios interativos, que oferecem ao usurio algum

    modo de funcionalidade.

    Entretanto, nota-se que dada uma demasiada importncia aos recursos tecnolgicos do

    Flash e deixa-se um pouco de lado a questo da conseqncia esttica de seu formato, do que

    resulta em uma publicidade que, muitas vezes, no corresponde ao contexto da campanha. O

    design deve ser trabalhado basicamente para agregar valor publicidade on-line, a fim de criarambientes diferenciados, funcionais e de sucesso.

    A Internet, como as outras mdias, tem suas caractersticas particulares e essas precisam ser

    respeitadas a fim de que a publicidade nela veiculada possa exercer o mximo de influncia sobre

    os compradores em potencial. Destaca-se a necessidade de o contexto tecnolgico ser relevante

    para a mensagem publicitria, bem como as funes e caractersticas que o compem.

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    Dessa forma, nota-se que a publicidade, por si s, alm de promover a Internet, poder

    aumentar sua receptividade junto ao pblico se apresentar um contedo de melhor qualidade,

    resultado da associao da tecnologia ao cuidado esttico.

    1 Definio de Campanha Publicitria

    Segundo o Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia (2001), a campanha publicitria

    consiste em um conjunto de mensagens e aes comunicativas, sejam elas anncios, promoes,

    eventos etc., com o objetivo de exaltar as qualidades de determinado produto ou servio

    comercial, para torn-lo vendvel, ou para tornar mais conhecido e aceito o nome de algum, a

    marca de uma empresa, um servio, uma idia, uma causa etc.

    Pinho (2000) afirma que a publicidade promove a fidelidade do consumidor ao explorar

    corretamente, em suas mensagens, os valores e sentimentos que permitem estabelecer um

    relacionamento de longo prazo com os usurios de um produto ou servio. Assim, pode ser criado

    um forte vnculo emocional que ser determinante para o estabelecimento da lealdade e do

    comprometimento do consumidor. O autor afirma, ainda, que a comunicao publicitria pode

    tambm evidenciar para o consumidor os possveis custos de determinada mercadoria, facilitando

    a comparao, no caso da troca por uma marca concorrente, em termos de tempo, de dinheiro ou

    de riscos.

    Segundo Galindo (2002), o grande desafio da comunicao estabelecer e manter uma

    constante sintonia entre o emissor e o receptor, garantindo o mximo de fidelidade e o mnimo de

    rudo entre ambos. Assim sendo, o objetivo bsico dessa comunicao tornar-se agente fluente,

    afetando o pblico alvo.

    Dessa forma, fica claro que a publicidade permite a construo global do conceito de

    qualidade, percebida pela divulgao eficiente e compreensvel dos argumentos e das alegaes

    referentes marca. A comunicao publicitria possibilita divulgar a um grande nmero de

    consumidores a qualidade do produto ou servio, revestindo ainda a sua mensagem de um fortecontedo emocional, que a torna altamente persuasiva. Outro papel desempenhado pela

    publicidade o de estabelecer e de promover agregaes diversas com a marca, de maneira

    constante e ininterrupta, ao longo dos anos, e, assim, adicionar valor ao produto e torn-lo

    diferente dos seus concorrentes. Uma marca bem conceituada ir ocupar uma posio estratgica

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    competitiva ao ser sustentada por associaes fortes, selecionadas de acordo com o contexto do

    produto, da marca e da concorrncia.

    A base mais efetiva para a construo de uma imagem de marca forte e consistente

    constituda pelos seus aspectos simblicos. Assim sendo, a publicidade, a fim de representar apersonalidade de cada empresa, vale-se das ferramentas de comunicao, sejam elas quais forem,

    desde que respeitem o contexto de cada cliente.

    Para Malanga (1965), a campanha equivale a uma srie de anncios, com temas idnticos.

    Salienta que, atravs de um mesmo tratamento temtico e grfico, a campanha publicitria, alm

    de projetar o anunciante e o produto, tem a vantagem de facilitar sua identificao, bem como a

    do anunciante.

    2 Unidade Esttica

    Em toda a manifestao publicitria no se pode perder de vista a necessidade de manter uma

    unidade esttica que proporcione ao pblico alvo uma perfeita e imediata identificao da

    essncia da campanha.

    Ressaltando o valor da esttica dentro do processo de comunicao, e apresentando as

    diversas maneiras de como isso se efetiva, vale-se de argumentos contidos nas manifestaes de

    diversos autores.

    Sfady (1973) afirma que uma das propriedades da publicidade, alm de divulgar um

    produto, criar uma representao. Isso se constitui na busca de uma soluo criadora, ou

    recriadora. O produto informativo publicitrio, sendo uma unidade autnoma, representa a

    afirmao de uma soluo esttica (recriao), concretizada numa mensagem.

    Malanga (1965) defende que certas caractersticas grficas do continuidade s campanhas e

    contribuem para estabelecer uma tradio e prestgio ao anunciante.

    De acordo com Abraham Moles, A grande regra de todas as regras para comunicar a de

    agradar e agradar significa, entre outras coisas, ter um valor esttico, ultrapassar a significao,criar, ao redor desta, um campo esttico explorado pelo artista. (1987, p. 55)

    O carter esttico no privilgio da obra de arte. Segundo Paviani (1996) o esttico

    ultrapassa o mbito da obra de arte. Esta apenas o lugar, a condio que possibilita sua

    manifestao. H, entretanto, uma solidria unio entre o fenmeno esttico e os meios de

    comunicao, que dele se valem nas diversas de formas de propaganda visando a atingir os

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    estratgias de comunicao para atrair consumidores mais exigentes em suas relaes de

    consumo.

    A publicidade deparou-se com a Web, segundo Pinho (2000), novo e emergente veculo, que

    pode atingir enormes mercados nacionais e internacionais, condio, tanto para uma divulgaoampla e macia de produtos e servios, como, com maior preciso, para alcanar segmentos de

    mercado especficos.

    A esse respeito Luli Radfahrer refere que Todo mundo estava feliz e satisfeito com a

    publicidade, o marketing direto e as vrias formas de comunicao de massa quando, sem ser

    convidada e sem pedir licena, surgiu a tal rede mundial e todos os seus servios, que at hoje

    pouca gente sabe quais so. (1998, p. 69)

    Na realidade, a publicidade ganhou um novo aliado com o meio on-line, e, com a descoberta

    de suas possibilidades tecnolgicas, est-se buscando explorar as vantagens que a Internet

    proporciona em prol de uma campanha publicitria mais efetiva.

    Jos Benedito Pinho destaca algumas vantagens da publicidade on-line consideradas, por ele,

    como ainda no potencialmente exploradas:

    ... a dirigibilidade, com a possibilidade de direcionar o foco da campanha a uma amplavariedade de pblicos-alvo; o rastreamento, que permite determinar o modo como osusurios interagem com suas marcas e localizar qual o interesse dos consumidores eprospects; a acessibilidade, por sua total disponibilidade; a flexibilidade, pois a campanhapode ser lanada, atualizada e mesmo cancelada em curto espao de tempo; ainteratividade, podendo o consumidor interagir com o produto, test-lo e, caso seja do seuagrado, compr-lo imediatamente. (2000, p. 292)

    Csar (2001) afirma que a comunicao est se tornando muito abrangente e, o mais

    individualizada possvel, atravs do ambiente on-line. Abrangente, pelo fato de ser possvel a

    difuso globalizada da informao para o mundo inteiro e, individualizada, porque visa a atingir

    um consumidor especfico. Dessa forma, constata-se que a rede mundial; entretanto, o

    atendimento tende a ser personalizado.

    Com a Internet, um sem nmero de novas possibilidades de utilizao da comunicao socriadas, derrubando paradigmas, fronteiras e limites legais, estabelecidos em favor de uma lgica

    compatvel com o ambiente virtual. Quando mal aplicadas essas possibilidades, a organizao se

    transforma em um caos, e, na maioria das vezes, o valor criativo sucumbe ao uso infundado de

    certos recursos tecnolgicos.

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    4 Recursos Estticos doFlash

    O proveitoso uso das ferramentas tecnolgicas depende da conscincia do usurio em relao

    s suas possibilidades e limitaes. Assim, o software, ferramenta a servio do profissional,cumprir seu papel. Suas limitaes, a fim de serem abrandadas, dependem de aperfeioamentos

    que partem da crtica e anlise do usurio. Entretanto, importante salientar que um software

    instrumento requerido prtica do profissional, sendo utilizado conforme sua criatividade e

    competncia.

    Diante dos recursos tecnolgicos disponveis no Flash, j analisados no segundo captulo,

    possvel observar duas tendncias na forma de elaborao de seus arquivos, sob o ponto de vista

    esttico.

    A primeira trata do uso circunstancial das ferramentas do Flash. Uma vez que este

    divulgado sob a definio de um formato vetorial, encontra-se uma limitao introdutria na

    conduta dos usurios diante das suas possibilidades de criao visual. Trata-se, contudo, de uma

    caracterizao verdadeira e imprescindvel para um bom conhecimento da essncia do Flash, mas

    excludente, tendo em vista que, a cada verso, o Flash incorpora novos recursos, a fim de se

    tornar uma ferramenta mais abrangente, em relao aos alcances da Web.

    No se discute ser vantajoso valer-se de recursos vetoriais, e acredita-se ser eficiente no

    momento em que possvel fundamentar a capacidade desses recursos proporcionarem aliberdade de criar o que se objetiva, de forma precisa, a fim de poder representar, visualmente, o

    conceito de uma campanha publicitria.

    Frente o exemplo (figura 1) da publicidade on-line da Imobiliria rea til, possvel

    identificar o uso de um recurso muito comum do Flash: seqncia de textos e imagens vetoriais.

    Figura 1: Animao Flash da publicidade on-line darea til

    Wilton Azevedo defende que Projetar levar em considerao as ferramentas que so usadas

    para a execuo de um pensamento, esse que d espao para a coisa que queremos fazer.

    (1994, p. 31)

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    Os recursos a serem utilizados, em um arquivo vetorial, baseiam-se em demarcadores, que

    geram pontos, linhas e planos, para ento originarem formas mais complexas. Tais elementos so

    preceitos do desenho; dessa forma, entende-se ser interessante investigar esses princpios a fim de

    estimular uma comunicao visual rica e eficiente.O advento do computador no s revolucionou os meios de processamento de informao,

    como tambm possibilitou novos mtodos para a criao do desenho.

    Wong (1998) afirma que a visualizao de uma forma demanda a aplicao de pontos, linhas

    e planos que representam seus contornos, caractersticas de superfcie e outros detalhes. Cada

    mtodo de tratamento resulta em um efeito visual diferente.

    Para o mesmo autor, uma linha criada no momento em que se move um instrumento

    adequado sobre uma superfcie, sendo fcil a visualizao de uma forma construda com linhas,

    que, se uniformes, podem ser utilizadas na criao do desenho. Um contorno a expresso bsica

    da informao visual. Em seu interior, possvel serem introduzidos detalhes que ofeream

    informao descritiva e reforcem as conexes e divises de elementos, o volume e a

    profundidade aparentes, a seqncia espacial do primeiro para o segundo plano da forma.

    Para Wong (1998), pontos podem ser agrupados como um plano para sugerir uma forma.

    Quando repetidos e usados para criarem planos, produz textura, que, segundo Munari (1968),

    pode ser criada, tambm, com linhas curtas, longas ou qualquer combinao desses elementos.

    A textura pode apresentar-se como um padro regular ou irregular, este, com leves variaes

    no formato ou no tamanho de elementos semelhantes. As texturas, em geral, acrescentam

    modificaes visuais aos planos e, s formas, caractersticas de superfcie. Modulaes de claro e

    escuro so tambm compatveis com a aplicao da textura ao estabelecer volume.

    A figura 2 exemplifica a possibilidade de sugerir textura irregular a partir de elementos

    vetoriais.

    Figura 2:BannerdaHPG

    De acordo com Sahlin (2002), alm das ferramentas de criao, h aquelas especficas para se

    fazer mudanas em formatos existentes. Pode-se alterar a direo, inverter imagens,

    redimensionar e reproporcionar, bem como, inclinar, aumentar e cortar.

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    Pode-se obter uma gama de efeitos visuais a partir do emprego de traos e formatos, assim

    como a explorao de outros instrumentos e meios. Nesse processo decide-se o que importante,

    tendo em vista o fim que se visa a atingir, seja, por exemplo, na textura ou na superfcie lisa.

    interessante criar reconhecendo previamente os problemas especficos que precisam ser tratados.Ao serem definidas as metas e os limites, analisam-se as situaes, consideram-se todas as

    opes disponveis, escolhem-se os elementos para sntese e se tenta propor as solues mais

    apropriadas. Em todas as decises visuais deve-se partir de um raciocnio sistemtico e objetivo,

    tendo presente a importncia da sensibilidade e do julgamento individual, tanto no que se refere

    beleza, quanto harmonia e ao interesse.

    Para Wong (1998), um bom desenho constitui a melhor expresso visual da essncia de algo,

    seja uma mensagem, seja um produto. Para executar esta tarefa de forma acurada e efetiva,

    importante que o desenhista procure a melhor maneira de elabor-lo, utilizando-o e relacionando-

    o com o ambiente. Assim, a sua criao ser no somente esttica, mas estar de acordo com a

    funcionalidade de seu contexto.

    Aps a abordagem da primeira tendncia relativa a forma de elaborao dos arquivos do

    Flash, passa-se agora, a segunda, que trata do uso de imagens de bitmap, obtidas por importao,

    constituindo-se outra maneira de expresso esttica possvel.

    Essas imagens de bitmap, segundo Sahlin (2002), so mais pesadas do que os arquivos

    vetoriais, aumentando, com isso, o tempo de download do filme publicado. Entretanto, em certos

    casos, apenas a imagem de bitmap tem condies de fornecer a definio e cor desejadas. O

    nome bitmap refere-se de uma utilizao genrica que abrande todas as imagens baseadas em

    pixels.

    De acordo com Niederst (2002), ao se pensar em imagens grficas adequadas para Web, com

    aplicao em documentos HTML, d-se relevncia capacidade de um rpido download, boa

    qualidade e adequao do formato.

    O uso de arquivos Flash desestimulou a aplicao dos GIF animados. Isso ocorreu pelo fatode, em termos de animao, o Flash ter um desempenho superior em relao a imagens com

    preenchimentos de cores lisas. O Flash, alm de gerar arquivos pequenos, permite animaes

    passveis de serem redimensionadas, sem perda de detalhes. Entretanto, em meio ao desinteresse

    por imagens GIF, os arquivos JPEG so ainda a melhor opo quando se procura um resultado

    fotogrfico, com gradaes de cores.

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    Na Web, a faculdade de lidar com imagens uma tarefa que exige prudncia e capacidade de

    julgar o que conveniente. De acordo com Radfahrer (1998), existem quatro tipos de funo que

    uma imagem pode realizar na Web, so elas: ilustrar, servir como um boto com link de

    hipertexto, agir como um mapa de imagem, com reas clicveis e ser como uma imagem defundo, disposta como um mosaico.

    Em um arquivo Flash a imagem vetorial incorpora mltiplas funes, pois nele, botes,

    fundos, ilustraes, textos e imagens podem ser representados atravs de curvas.

    Todos esses elementos, em forma de curvas, diminuem significativamente o tamanho do

    arquivo. Em vista disso, h, no Flash a possibilidade de converter bitmaps importados em objetos

    vetoriais. Trata-se de uma ao executada por um simples comando, chamado Traar Bitmap.

    De acordo com o manual Macromedia Flash 5 (2000), ao converter um arquivo bitmap em

    grfico vetorial, criam-se pequenas reas coloridas editveis, que reduzem, na maioria das vezes,

    o tamanho do arquivo. Doug Sahlin faz, contudo, uma advertncia: possvel traar um bitmap

    de maneira to fiel que os objetos vetoriais resultantes se parecero exatamente com o bitmap

    original. Traar um bitmap com esse grau de preciso cria muitos objetos vetoriais e pode

    produzir um tamanho de arquivo maior que o bitmap original. (2002, p.114)

    Dessa forma, a opo de transformar imagens bitmap para a concepo vetorial

    interessante, quando se tem um objetivo incisivo, como ao aplic-las em animaes. Diferente

    disso, tal prtica gratuita, com um emprego, acredita-se, meramente esttico, como vem sendo

    amplamente utilizado por muitos profissionais que se valem do software de animao da

    Macromedia.

    O excesso de uso desse recurso tornou-se marcante como resultado esttico dos arquivos

    criados em Flash. Por conseqncia, essa resoluo visual passou a ser muito aplicada em

    vinhetas televisivas e revistas, que objetivam difundir um conceito vinculado ao ambiente Web.

    Se o Flash vem ocupando grande espao na Web e vem consolidando-se como padro para

    interatividade, ele deve se encaminhar, conforme se espera, para uma pluralidade de estilo. Eespera-se que se dirija a isso. A Internet uma mdia hbrida, ou seja, composta de linguagens

    diversas que atingem pblicos diversos.

    5 O Uso doFlash e a Unidade Esttica da Campanha Publicitria

    Sfady faz uma abordagem concludente a respeito da mensagem publicitria:

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    ... o produto informativo publicitrio uma realidade em si, e com certa grandezaautnoma. A autonomia atribuda deriva, com certeza, do prprio aprimoramento dastcnicas de mercantilizao, cada vez mais sofisticadas; mas provm, tambm, daaprimorada qualificao tcnica dos veculos de comunicao coletiva, em funo dosquais a publicidade existe. Os recursos grficos, ticos e eletrnicos propiciaram

    informao publicitria sua configurao como unidade autnoma, de tal forma que amensagem publicitria pode partir para solues estticas cada vez mais requintadas, custa do embasamento tcnico propiciado pelos recursos aludidos operando comomultimeios. (1973, p. 59)

    A preservao da integridade da campanha publicitria depende dos procedimentos tomados

    pelos profissionais. Se a publicidade detm uma pluralidade de meios a fim de abranger e incisar

    sobre o publico alvo, a utilizao desses instrumentos a fim de divulgar um mesmo propsito

    deve ser feita com a condio de uma unidade esttica.

    Assim, o projeto de construo da publicidade on-line deve ser norteado pela definio de umconceito, de acordo com o restante da campanha e com o objetivo da pea veiculada, alm de

    considerar as caractersticas atuais de acesso do usurio rede.

    Galindo (2002) afirma que a mensagem que une o emissor e o receptor insere,

    necessariamente, elementos de um mesmo contexto, devendo, por isso, ser produzida pela

    estruturao de um cdigo comum.

    O bannerda Mon Bijou trata-se de uma adaptao do filme publicitrio da campanha. Apesar

    de usar as mesmas imagens, que foram importadas para o filme Flash, no se levou em

    considerao a mudana de estrutura. A direo de arte, que estava representativa no filme off-

    line, tornou-se ambgua no on-line: no se sabe se a criana est rindo ou chorando. No entanto,

    no restante das peas off-line, ilustradas nos anncios da figura 4, ntido o clima de bem-estar e

    de satisfao do beb.

    Figura 3:Bannerem Flash daMon Bijou

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    Figura 4: Anncios de revista daMon Bijou

    As figuras 5 e 6 fazem parte da campanha do produto Bom Bril Luxo. Seu conceito

    microondulado, fcil de pegar e j vem cortado. O Andride o personagem que vem divulgar

    essa inovao. muito interessante a continuidade da linguagem esttica dessa campanha,

    embora a linguagem tenha sofrido adaptaes ao migrar de meio.

    Figura 5: Filme publicitrio da campanha Andrides daBom Bril

    Figura 6:Bannerem Flash da campanha Andrides da Bom Bril

    Para Paviani (1996), os meios de comunicao, tambm meios de produo e consumo,

    devem se concentrar naquilo que transmitem, e no em si mesmos, uma vez que, isso ocorrendo,

    tornam-se um obstculo comunicao. Salienta o autor que seu poder, ou seja, a possibilidade

    de atingir as grandes massas, depende do emprego esttico de seus recursos tcnicos.

    A linguagem visual tem como propsito comunicar a mensagem, sendo, para isso,

    indispensvel o respeito ao cdigo do receptor. O segredo est na descontextualizao dos

    elementos do cdigo pr-existente, fazendo o que se chama de criao, possibilitando novos

    significados, ampliando o interesse do pblico.

    De acordo com Moreira (2000), o computador possibilita vivenciar a expanso das

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    possibilidades em desenho, entretanto, assinala para o fato de que, atualmente no dada a

    devida ateno linguagem e criao. A liberdade de criao pressupe, muitas vezes, um

    profissional j experiente, com domnio da base da comunicao visual e prvio conhecimento do

    cliente ao qual se destina seu trabalho.O Flash demonstrou valer-se de recursos que possibilitaram a pertinncia da publicidade on-

    line como uma proposta envolvente, no que diz respeito efetividade de uma forma diferenciada

    de comunicao, mesclando interatividade, personalizao, aproximao e convergncia.

    Constata-se que, mediante a variedade de aplicaes do Flash, tornou-se inevitvel a busca

    por uma fecundidade de recursos visuais que as validasse como uma forma eficiente de

    comunicao.

    Entretanto, por efeito da vastido de trabalhos criados no Flash com base nas tendncias da

    moda das produes correntes, inseriu-se no inconsciente global o fato de, nele, serem criadas

    rplicas de tudo que j havia sido visto. Surgem, ento, indagaes sobre o motivo dessa

    uniformizao de linguagem.

    Radfahrer (2000) alega, com pesar, que a postura que se tem em relao s tecnologias de

    comunicao digital ainda muito passiva: a maioria das pessoas v a Internet como algo pr-

    estabelecido, com dogmas slidos e inquestionveis e, por isso mesmo, no se do ao trabalho de

    question-los.

    De fato, existe um apego pelo usual, pelo conhecido. Entretanto, quando se est num contexto

    publicitrio, em que campanhas precisam ser criadas com base em seu pblico alvo, preciso

    pensar numa comunicao visual exclusiva. Se, para isso, a comunicao necessita de

    ferramentas tecnolgicas para serem efetivadas, as do Flash apresenta condies de faz-la.

    Toda linguagem tem sua sintaxe, que o conjunto de regras que a estruturam, e sua potica,

    que so idias criativas elaboradas a partir dessas regras. Se no se conhece a sintaxe, s se pode

    lanar mo ocasionalmente da potica. (RADFAHRER, 1998)

    Aquele que no sucumbe s ferramentas tecnolgicas capaz de ir alm e produzir o novo,sair dos padres, quebrar paradigmas e produzir para uma sociedade de consumo, com resultados

    menos bvios e mais duradouros.

    O mais interessante que se pode, e se deve, contar com a contemporaneidade como fator de

    renovao e no como fator determinante da tecnologia ao alcance de todos que nivelam as

    produes.

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    A pluralidade no design permite que as linguagens se alterem e evoluam, sendo gradualmente

    absorvidas, assimiladas e compreendidas, num ciclo infindvel que permitir ao pblico

    raciocinar e tomar parte do ato da criao.

    Consideraes Finais

    A explorao do tema visou a elevar a compreenso e conhecimento da rea em estudo, a

    partir de uma sustentao terica para a proposta. Foi preciso ter-se em mente definies que

    posicionassem a esttica como vnculo visual de uma campanha publicitria, assim como o uso

    do Flash no emprego da publicidade on-line. Alm disso, fez-se necessrio conceituar o ambiente

    tecnolgico em estudo e discorrer sobre possibilidades e limitaes que envolvem sua aplicao.

    importante que haja a preocupao com o efeito que a interface de uma publicidade on-line

    causar nas pessoas que a acessarem. Portanto, para garantir o envolvimento e a conseqente

    resposta do receptor on-line, tem-se que provocar determinada gama de estmulos apropriados

    mensagem que se quer transmitir, visto que cada projeto representa um universo particular de

    conceitos, pblico e objetivos.

    No discurso publicitrio, a comunicao visual tem a funo de construir uma imagem

    adequada identidade pretendida, cujo reconhecimento constitui-se o procedimento que

    potencializa o referido discurso.

    Refletir sobre as implicaes estticas das tendncias de mercado na comunicao torna-se,

    portanto, uma tarefa fundamental para o entendimento das relaes contemporneas, bem como

    de seus atributos simblicos.

    Diante da convergncia das aplicaes publicitrias e a fim de estabelecer conexo, contato e

    impacto, torna-se essencial a tecnologia, como dispositivo articulador de uma identidade social

    mais favorvel.

    O Flash tornou-se referncia em criao de plataformas de contedo multimdia e ambientes

    Web sofisticados, com animao. Dessa forma so pertinentes observaes quanto s aplicaesdesse formato, a fim de que sua presena seja fator essencial de uma eficiente utilizao.

    Com a necessidade de maior qualificao de contedo e planejamento estratgico na

    utilizao anncios on-line como extenso da campanha publicitria, deve-se buscar a real

    integrao dos conhecimentos tratados no presente trabalho. Para isso essencial possuir uma

    noo precisa dos fatores que caracterizam tanto a atuao de carter tecnolgico, quanto

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    esttico, bem como a conscincia do alcance da interveno de cada uma dessas reas, no

    resultado final.

    Cabe frisar que a pesquisa no buscou o significado atribudo a anncios particulares, mas a

    conexo e coerncia entre a campanha publicitria e suas aplicaes na Internet, que, sendo eloconceitual de mensagens, se estabelece, antes de tudo, a partir de configuraes simblicas que

    materializam os princpios persuasivos.

    Referncias bibliogrficas

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