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7/31/2019 O Brasil no cinema e no rdio
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Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoXXXI Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao Natal, RN 2 a 6 de setembro de 2008
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O Brasil no cinema e no rdio1
Doris Fagundes Haussen2
Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, PUCRS
ResumoEste artigo revela a sociedade brasileira registrada pelo cinema e o rdio. Neste sentido,
de um total de 109 filmes em que o rdio faz parte do enredo, foram selecionadas seispelculas nacionais para verificar o olhar do cinema sobre o rdio e a prpriasociedade nacional. Os filmes analisados referem-se ao perodo dos anos 40 at os 2000,e so: Rdio Auriverde, A estrela sobe, O escorpio escarlate, A hora mgica, Sesegura malandro e Uma onda no ar. A seleo foi feita com base nos filmes em que ordio tem um papel central e cujo enredo represente perodos importantes vividos peloveculo na histria nacional.Palavras-chave: rdio; cinema, sociedade brasileira.
IntroduoNuma pesquisa realizada por esta autora sobre os filmes brasileiros que trazem o
rdio em seu enredo3 foram identificadas e analisadas 109 pelculas. De acordo com a
metodologia utilizada, a seleo foi feita a partir dos filmes que contivessem a palavra
rdio no ttulo ou que aludissem a esse veculo na sua sinopse, alm da indicao de
professores de cinema e cineastas. O material para o presente artigo, assim, foi extrado
deste estudo mais amplo.
Quanto dcada de produo dos filmes, constatou-se que de 2000 a 2007
houve a maior produo, com 33 filmes identificados, seguida pela dcada de 50, com
24 filmes. Por outro lado, a dcada que mais foi retratada foi a dos anos 50, com 28
filmes, seguida pela dos anos 2000, com 18.
Quanto ao gnero dos filmes brasileiros que trazem o rdio no enredo
predominam os dramas (51 filmes) e as comdias (35). Quanto aos diretores, aqueles
que mais enfocaram o rdio na trama foram Watson Macedo, com seis filmes, Bruno
Barreto, com cinco, e Nelson Pereira dos Santos com trs.
1 Trabalho apresentado ao NP de Rdio e Mdia Sonora, no VII Nupecom Encontro dos Ncleos de Pesquisas emComunicao, evento componente do XXXI Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao.2 Prof. Dr. do Programa de Ps-Graduao em Comunicao Social da PUCRS e Pesquisadora do CNPq. E-mail:[email protected] da pesquisa a Bolsista de Iniciao Cientfica PUCRS/CNPq, Michele Bicca Rolim.3 O relatrio da pesquisa, encaminhada ao CNPq, consta de um texto de 191 pginas onde esto: a relao dos f ilmescom a indicao de gnero, sinopse, ficha tcnica, descrio de como o rdio aparece no filme, indicao de
elementos da identidade nacional presentes, alm da anlise.
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O rdio, o cinema e a sociedade4
A importncia do papel desempenhado pelo rdio no Brasil, ao longo de sua
trajetria, inegvel. Inmeros estudos, principalmente a partir da dcada de 90, tm se
preocupado em registrar este fato5. No entanto, uma reflexo sobre como o cinema tem
se ocupado do rdio e como ambos tm registrado a sociedade ainda no foi feita.
Assim, neste artigo procura-se responder a esta questo atravs da anlise de seis filmes
nacionais em que o rdio tem papel destacado e que representam perodos importantes
vividos pelo veculo na sua trajetria no contexto da sociedade brasileira.
Dos seis filmes analisados, dois foram produzidos na dcada de 70; trs nadcada de 90 e um nos anos 2000. Sobre as dcadas a que se referem os enredos, doisremetem aos anos 40, dois aos 50, um aos anos 70 e um aos 80/90. Quanto ao gnero,
so trs dramas, duas comdias e um documentrio. Para fins de anlise da sociedadebrasileira, adotou-se a obra de Boris Fausto (2002), que classifica a histria do pasatravs de sete perodos: a Colnia, o Imprio, a Repblica, a Era Vargas, o BrasilDemocrtico, o Regime Militar e a Redemocratizao. Em relao tecnologia,utilizou-se a tese de Cunha (2001) que analisa o horizonte de expectativas dassociedades sobre esta evoluo6. A autora destaca quatro fases nesta evoluo(explicitadas adiante), das quais duas foram detectas nos filmes analisados: a segunda(1925-1950), em que o rdio se consolida como veculo de massa no pas, e a terceira(1950-1975), quando os descobrimentos tecnolgicos (transstor e FM) soincorporados e provocam alteraes nas emissoras e nos usos: a segmentao deprogramaes e pblicos (o jovem), a portabilidade do aparelho e as rdios piratas e
livres.A seguir so relacionados os filmes, com os seus dados, sinopses e um resumo da
participao do rdio e os elementos em destaque:-Rdio Auriverde Diretor: Sylvio Back; lanamento: 1991; perodo a que se refere o
enredo: anos 40. Sinopse: Atravs das musicalmente alegres e debochadas transmisses
de uma rdio clandestina, tema-tabu entre os pracinhas, o filme acaba tambm
4 Esta parte do artigo tambm se encontra em outro texto produzido pela autora denominadoA sociedade brasileiraatravs do rdio e do cinema e que ser publicado na Revista da Alaic em 2008.5 Um levantamento desta produo, relativa ao perodo entre 1991 e 2001, foi realizado por esta autora e encontra-sedisponvel no site da Famecos/PUCRS www.pucrs.br/famecos/vozesrad A pesquisadora Sonia Virginia Moreiratambm publicou recentemente sobre o tema, o artigoPesquisa de Rdio no Brasil: a contribuio da Intercom(1997-2004). So Paulo, Intercom, 2007.6 A autora apia-se na teoria daEsttica da Recepo, de Jauss, para definir o conceito de expectativas tecnolgicas.Segundo Zilberman, in Cunha (2001:34), a Esttica da Recepo procura entender os efeitos das obras eacontecimentos do passado desde a perspectiva do leitor contemporneo, sobre quem ainda repercutem os efeitos dosmovimentos ocorridos em outras pocas. Para chegar ao resultado, necessrio construir o horizonte de expectativas
perante o qual foi criado e recebido um texto no passado, para formular as perguntas a que deu uma resposta. Comisso, a teoria busca inferir como o leitor pode entend-lo. Essa reconstruo faculta igualmente determinar a diferenaentre a compreenso da obra no passado e hoje. Neste sentido, ao aproximar esta questo do rdio, Cunha(idem:39) considera para o seu trabalho que leitor e texto ou audincia e rdio dialogam dentro de um mesmohorizonte histrico, conforme a proposta de Jauss para a literatura, e que importante verificar as caractersticasespecficas do objeto a ser estudado. Para a autora, oralidade e palavra escrita so suportes do rdio e da literatura edevem ser reconhecidos em suas diferenas, mas tambm por sua insero na cultura, definindo-se pela linguagem,
relacionados a regras da tradio narrativa. O ser humano, por sua vez, parte deste processo, envolvido pelas marcasdestas regras, dentro dos diferentes horizontes histricos.
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revelando as tragicmicas relaes entre os Estados Unidos e o Brasil durante a
Segunda Guerra Mundial. O filme penetra no universo da guerra psicolgica que
conturbou a participao do Brasil no conflito, apresentando imagens e sons inditos da
presena da Fora Expedicionria Brasileira na Itlia e, tambm, da cantora Carmem
Miranda.
Participao do rdio: Personagem principal, atravs da emissora fictcia clandestina,
chamadaRdio Auriverde.
Elementos em destaque: A denncia e a ironia so caractersticas do filme, sendo a
dominao norteamericana um dos seus principias temas. A falta de condies da FEB,
e a precariedade do exrcito brasileiro so alvos da crtica do rdio.
Horizonte de expectativa: Segundo (1925-1950)
Perodo histrico: Era Vargas
- A estrela sobe Diretor: Bruno Barreto; lanamento: 1974; anos a que se refere o
enredo: 40.Sinopse: O filme baseia-se na obra de mesmo ttulo, de Marques Rabelo.
Leniza Meyer, a personagem central, participa de um programa de TV e apresentada
pelo animador como um patrimnio da msica popular brasileira. Ela , agora, a
veterana a dar notas aos candidatos carreira de cantor. Ainda que uma diferena de
muitos anos a separe dos calouros a enfrentar os microfones, a cmera, o pblico e ojri, ela v na moa de hoje, a Leniza de ontem. O filme volta ao passado: sua primeira
apario como caloura, a rotina na penso da me, a ligao amorosa com Mrio Alves,
em quem v algum interessado em penetrar no meio radiofnico; a revolta contra a
baixeza dos bastidores do rdio. Leniza faz bem os testes e avana na carreira pouco a
pouco. Passa a cantar na melhor estao de rdio do Rio de Janeiro, faz shows no
Cassino da Urca e dana em filmes musicais. Vendo a felicidade dos calouros com o
primeiro triunfo, Leniza relembra o caminho da glria.
Participao do rdio: Papel principal. Aparecendo em cenas internas e externas, a
Rdio Metrpolis a responsvel pela ascenso da personagem principal.
Elementos em destaque: O imaginrio correspondente ao rdio naquela poca, o sonho
de ascenso social de uma classe. Dentro da trama encontra-se a figura do malandro que
sobe na vida atrs de pequenos golpes. Como por exemplo, a protagonista, que para
conseguir mais destaque acaba se envolvendo com um rico dono de sapatarias. Alm
disso, tambm se envolve com uma famosa cantora de rdio, que a ajuda a conhecer o
meio e cobre suas despesas.
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Horizonte de expectativa: Segundo e Terceiro (1925-1950 e 1950-1975)
Perodo histrico: Era Vargas eBrasil Democrtico
- O escorpio escarlate Diretor: Ivan Cardoso; lanamento: 1990; perodo a que se
refere o enredo: anos 50. Sinopse: Atravs de uma ouvinte de rdio, a jovem desenhista
de moda, Glria, os heris radiofnicos ganham vida. A fantasia mistura-se com a
realidade, transformando o cotidiano de todos. O filme se passa na dcada de 50, na
cidade do Rio de Janeiro. Glria aficionada por radionovelas, em especial a que est
no ar. Os captulos so apresentados por dois locutores, que dizem:Diretamente dos
seus estdio de radioteatro, bem na praa Mau, no corao da cidade maravilhosa,
Cashmere Bouquet, com o perfume que traz o amor at voc, apresenta a eletrizante
Aventuras do Anjo, com mais um captulo da srie o Escorpio Escarlate, de lvaroAguiar. Uma das caractersticas da radionovela a continuidade dos captulos, com
hora e dia marcado, como se observa na fala do locutor: Continuem ouvindo de
segunda a sexta-feira neste mesmo horrio As aventuras do Anjo. A personagem
acaba trocando o real pelo imaginrio e sendo perseguida pelo vilo Escorpio
Escarlate, j que associa os crimes que vm acontecendo na cidade com aqueles que
escuta na radionovela. A personagem , ento, convidada a trabalhar na emissora, a
Rdio Nacional, a mesma que transmite o seriado. Ela conhece o personagemAnjo, e seenvolve amorosamente com ele.
Participao do rdio: Papel fundamental, aparecendo em diversas cenas do filme,
principalmente nos bastidores da rdionovela As Aventuras do Anjo, transmitida pela
Rdio Nacional.
Elementos em destaque: O papel da rdionovela na sociedade brasileira, misturando
fico e realidade.
Horizonte de expectativa: Terceiro (1950-1975)
Perodo histrico: Brasil Democrtico
-A Hora Mgica Diretor:Guilherme de Almeida Prado; lanamento: 1998; perodo a
que se refere o enredo: anos 50. Sinopse: Em 1950, a Rdio Brasil (RB) recebe seus
artistas para algumas dublagens, outros tantos comerciais e, principalmente, interpretar
seus papis na radionovela Um Assassino Est Entre Ns. Tito Balcrcel d voz s
peripcias do gal em filmes de gneros variados, ao lado da estrela Lyla Van e
interpreta o mordomo Matias. Este vive s voltas com suas fantasias folhetinescas at
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apaixonar-se por Lcia, jovem ambiciosa, indiretamente envolvida num crime, que
colocar o romntico Tito no centro de uma teia rodeada de pequenos mistrios. Som e
imagem apontam um caminho nada comum nas diferentes histrias vividas pelo
protagonista deA Hora Mgica.
Participao do rdio: Papel Fundamental, abordando as radionovelas dos anos 50.
Elementos em destaque: O rdio, em seu perodo ureo, atravs das radionovelas,
desempenha um forte fator de coeso social. A sociedade nacional compartilha seus
sentimentos atravs da fico radiofnica. Os esteretipos do vilo e do heri esto
muito presentes.
Horizonte de expectativa: Terceiro (1950-1975)
Perodo histrico: Brasil Democrtico
- Se segura malandro Diretor: Hugo Carvana; lanamento: 1977; perodo a que se
refere o enredo: anos 70. Sinopse: Um instrumento de poder e tecnologia, a estao
clandestina de rdio conta a histria tropical do final de sculo XX. de l que Paulo
Otvio comanda o espetculo e as histrias vo se encadeando. O programa no pode
sair do ar: est a mil no corao do Brasil, e Paulo Otvio aciona sua reprter Cali
Volante na direo de outros acontecimentos. Os impasses no terminam e so
engraados na mesma medida em que so trgicos.Participao do rdio: elemento fundamental, tanto que o ttulo do filme o nome
do programa.
Elementos em destaque Vrios elementos da identidade carioca aparecem no filme,
como a malandragem, o marido trado, o funcionrio insatisfeito que enlouquece e
seqestra o elevador ameaando uma velha. Tambm enfocado o casal vindo do
interior que acaba caindo na criminalidade e roubando cachorros para pegar a
recompensa, assim como o ladro que corre pela praia. Tudo com humor e satirizando a
realidade. No filme a malandragem usada como uma forma de driblar a falta de
oportunidade, presente na vida dos brasileiros. Por se tratar dos anos 70, o filme faz
uma critica ao sistema tocando em assuntos polmicos como a falta de trabalho e de
oportunidades, e ao final os reprteres so presos.
Horizonte de expectativa: Terceiro (1950-1975)
Perodo histrico: Regime Militar
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- Uma Onda no Ar Diretor: Helvcio Ratton; lanamento: 2002; perodo a que se
refere o enredo: anos 80. Sinopse: Jorge, Brau, Roque e Zequiel so quatro jovens
amigos que vivem em uma favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rdio que
seja a voz do local onde vivem. Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao
criar aRdio Favela, que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excludos,
mesmo operando na ilegalidade. O sucesso da rdio comunitria repercute fora da
favela, trazendo tambm inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a represso
policial e a extino da emissora.
Participao do rdio: o personagem principal, a Rdio Favela, que denuncia e
protesta contra injustias e presta servios comunidade.
Elementos em destaque: A favela como ambiente narrativo, caracterizada como um
lugar em que a maior parte da populao formada por gente pobre, honesta,trabalhadora e esperanosa. O personagem principal do filme Jorge, um lutador que
abre caminho no sistema social, que tende a marginaliz-lo. Elementos como raa e
malandragem , violncia e excluso social podem ser identificados no filme.
Horizonte de expectativa: Quarto (1975-2000)
Perodo histrico: Redemocratizao
O rdio e as suas fasesO rdio foi a tecnologia de comunicao que percorreu todo o sculo XX, no
mundo inteiro, tendo passado por diversas transformaes em seu contedo e sua forma
tecnolgica. Seu desaparecimento foi anunciado vrias vezes, principalmente quando a
televiso se fez presente, em particular aps os anos 60 e, novamente na atualidade, com
o advento da internet.
possvel identificar na trajetria do rdio quatro fases, que podem ser
chamadas de horizontes de expectativas, segundo Cunha (2001). A primeira situa-se
entre 1890 a 1925, perodo em que no considerado um meio massivo, e sim uma
experincia de transmisso de sinais a distncia. A pergunta que se coloca naquele
momento, a respeito da tecnologia : como comunicar distncia?. O segundo
horizonte, de 1925 a 1950, quando o veculo se organiza e se consolida como meio
massivo, e a questo tecnolgica : para que servem as invenes?. O terceiro
corresponde ao perodo de 1950 a 1975, quando finda o seu perodo ureo e sofre
modificaes para concorrer com a televiso, tornando-se porttil pela inveno do
transistor. A tecnologia, neste perodo, aponta para as experincias das rdios piratas e
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livres, a segmentao de pblico (e de programao), possibilitada pela inveno do
transstor e da Freqncia Modulada (FM) e impulsionada pela concorrncia da TV,
alm de uma ateno ao pblico jovem. E finalmente o quarto horizonte, conforme a
autora, inicia-se em 1975 e chega passagem do sculo XXI, quando o veculo comea
a se adaptar tecnologia digital e internet, num contexto de globalizao da economia
e mundializao da cultura.
Apenas ao final da primeira fase que o rdio inicia sua trajetria no Brasil. Em
1922 realizava-se a primeira emisso radiofnica oficial no Pas, com um discurso do
ento presidente Epitcio Pessoa, durante a exposio comemorativa do centenrio da
Independncia no Rio de Janeiro, atravs de alto-falantes. Em 1919, no entanto, a Rdio
Clube de Pernambuco j realizava experincias iniciais, e em 1923, instalava-se a Radio
Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquette Pinto, e que se transformaria, em1936, na rdio do MEC. As primeiras programaes do rdio no Brasil tinham
propostas educativas e culturais, como a da Rdio Sociedade do Rio de Janeiro.
As condies sob as quais operava a Rdio Sociedade eram, na verdade, comuns s
emissoras de ento que, num primeiro momento, funcionaram mais como associaes ou
clubes seletos, onde ao ouvinte cabia tambm a funo de programador musical. Com base
nesses dados, torna-se evidente o papel do rdio naquela que podemos considerar a sua
primeira fase no Brasil: um meio de comunicao voltado principalmente para a transmisso
de educao e cultura (Moreira ,1991: 16).
O mundo vivia a Primeira Guerra Mundial que marcaria uma mudana decisiva nocampo radiofnico. Segundo Cunha (2001), em 1919, aps o trmino da PrimeiraGuerra Mundial, que os estudiosos comeam a pensar em tirar proveito do que, atento, era considerado um defeito grave no rdio. O defeito era, neste horizonte, apossibilidade de captar com relativa facilidade as mensagens que, da estaoemissora, eram endereadas a um determinado destinatrio. O Brasil vivia, ento, ummomento classificado por Fausto (2002) como oPerodo Republicano, marcado pelapoltica do caf com leite, com o predomnio poltico e econmico de dois estados,So Paulo e Minas Gerais, e pela imigrao, e vigente entre o final do sculo XIX e1930, com a chegada de Getlio Vargas ao poder.
A segunda fase do rdio caracterizada pela introduo da propaganda naprogramao radiofnica e pela consolidao do veculo como meio massivo.Conforme Cunha (2001), em 1930 existem aproximadamente 500 mil aparelhos.
Pesados, volumosos, dependendo de eletricidade e antena, os rdios de vlvula esto
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nas cozinhas ou nas salas de jantar, em geral sobre um guarda-loua ou umaprateleira. Desta forma, as informaes chegam s famlias quando elas estoreunidas, normalmente, na sala principal da residncia.
Na dcada de 1940, de acordo com Moreira (1991:24) o quadro predominante
na rea da publicidade radiofnica sofre duas mudanas fundamentais: em maro de1940, a estatizao da Rdio Nacional do Rio de Janeiro altera o equilbrio de foras no
rdio brasileiro. A partir daquele ano, transformada em emissora estatal, mas com o
direito de continuar a veicular anncios, a Nacional inicia, assim, a sua trajetria como
lder de audincia. Para a autora, o segundo fator decisivo para as mudanas ocorridas
poca no rdio brasileiro foi a chegada, em 1941, de representantes do Bir
Interamericano, que comea a divulgar no Brasil o american way of life, ou seja, um
estilo de vida compatvel com o consumo de produtos tipicamente norte-americanos. A
partir dessa experincia, os patrocinadores passam a ter suas marcas e produtos
associados aos ttulos dos programas. Segundo Moreira, a alterao ocorrida na
programao radiofnica atingiu principalmente as radionovelas que desde o inicio da
dcada de 1940 constituam um dos grandes atrativos do rdio no Pas (idem:25).
Em 1941, a Rdio Nacional do Rio de Janeiro transmitia a primeira edio do
Reprter Esso, informativo que permaneceu no ar durante 27 anos e que transformou o
padro dos jornais-falados, vigente at ento no rdio brasileiro. A cobertura jornalstica
era voltada para a Segunda Guerra. Conforme Moreira, no perodo anterior aolanamento do Reprter Esso, o radiojornalismo brasileiro caracterizava-se pela
ausncia de um tratamento redacional especfico para o veculo, ou seja, as notcias
eram selecionadas e recortadas dos jornais e lidas ao microfone pelo locutor que
estivesse presente no horrio (1991:26). Esta fase, com incio em 1930, foi classificada
por Fausto (2002) como a Era Vargas, assinalada por mudanas na legislao
trabalhista e pela imposio do Estado Novo (1937-1945) comandado por Getlio
Vargas.O perodo seguinte, denominado por Fausto (2002) de Brasil Democrtico,
estende-se de 1945 a 1964 e marcado por altos e baixos. a poca de ouro do rdio,
que termina com a implantao e o desenvolvimento da televiso. O Brasil vive um
intenso perodo poltico, Getlio Vargas volta ao poder, em 1951, atravs de eleies
diretas, e passa a enfrentar grandes dificuldades, gerando-se uma crise com o
acirramento da luta poltica. Em 1954 Vargas suicida-se e novas eleies ocorrem em
1955, quando chega presidncia Juscelino Kubitschek, com seu lema 50 anos em 5.
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Nas eleies de 1960 vence Jnio Quadros (UDN), com o vice Joo Goulart (PTB).
Jnio renuncia e Joo Goulart assume o governo com feies populistas. As Foras
Armadas decidem derrubar Jango do poder e do o golpe de Estado, terminando o
perodo do BrasilDemocrtico e comeando a fase denominada por Fausto (2002) de
Regime Militar.
No campo da comunicao, para Zuculoto (2004:37) era um momento propcio aodesenvolvimento do radiojornalismo, j que se tratava de um perodo deatribulaes polticas e o pblico estava vido por notcias. Com a chegada dateleviso ao Brasil, o rdio sofre um declnio, perdendo audincia, elencos e contaspublicitrias. De acordo com Moreira, dadas as novas circunstncias, o rdiobrasileiro passou a carecer de readaptaes e reformulaes, a partir da metade dadcada de 1950. Isto porque como j no podia contar com um pblico cativo, oveculo de sucesso dos anos anteriores passou a procurar outras formas de identidadecom o ouvinte. Ali comeava a ser delineada a presente funo do rdio: a de
companheiro de qualquer cidado (1991:30).O veculo modifica a condio da escuta, com a introduo do transistor.
Segundo Cunha (2001), em 1962, praticamente todos os aparelhos fabricados so
transistorizados. O transistor logo transforma o rdio em um meio individual, mudando
tambm o uso social, pois cada um tem a possibilidade de andar com seu aparelho. A
poca tambm marcada pela segmentao do pblico e a censura do governo militar.
A maior parte da quarta fase do rdio marcada pelo fim ditadura no Brasil, no
perodo assinalado por Fausto (2002) como Redemocratizao, caracterizado poreleies diretas. Esta etapa de grandes transformaes tecnolgicas e adaptaes do
veculo. Sem perder o seu formato original, as estaes de rdio criam sites na Web.
Para Cunha, o meio alcana o sculo XXI encontrando o fenmeno da internet, capaz
de colocar o mundo em rede e com grande poder de abrangncia. As ondas radiofnicas,
por sua vez, passaram a ser digitais e o rdio entendeu que deveria estar na internet.
Segundo ela o tempo e espao, assim, deixam de ser barreira, pois possvel ouvir uma
rdio de qualquer lugar do planeta, no momento em que mais interessar (2004:11).
Conforme a autora, o desafio da permanncia do rdio, ao longo do horizonte de
expectativas da sociedade brasileira, tem sido vencido devido s caractersticas do
veculo e s modificaes tecnolgicas e de contedo que tem introduzido.
Os filmes e as fases do rdio
Os seis filmes analisados enquadram-se em diferentes perodos da histria
brasileira, de acordo com Fausto (2002). No perodo denominado pelo autor de Era
Vargas (1930-1945) situam-se Rdio Auriverde e A estrela sobe. Este ltimo tambm
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compreende parte do perodo Brasil Democrtico (1945-1964). Desta fase tambm
fazem parte Escorpio Escarlate e A Hora Mgica. J Se segura malandro situa-se na
fase do Regime militar (1964-1985) e Uma onda no ar enquadra-se no perodo da
Redemocratizao (1985 atualidade).
Rdio Auriverde reflete com clareza o perodo da Segunda Guerra mundial, a
participao do Brasil no conflito e a possibilidade tcnica do rdio em transmitir na
clandestinidade, atravs de ondas curtas. Ao mesmo tempo traz elementos da cultura
brasileira, como a msica de Carmen Miranda e o humor caracterstico do brasileiro. A
estrela sobe, por sua vez, embora o enredo inicie na dcada de 60, situa-se mais
especificamente nos anos 40, remetendo juventude da personagem principal.
Sobre a programao radiofnica desses anos, Sola Pool (1992:87) lembra que:
As radionovelas ou shows de variedades, ainda que ruins,
tambm eram bastante melhores do que a mdia do que se
podia ver no teatro de bairro realizado por grupos itinerantes,
na pera local ou nas salas de espetculos; as cadeias de rdio
ofereciam a possibilidade nacional de poder escolher. Sem
dvida, melhor ou pior, o rdio era diferente. Estava em casa;
era ideal para o stio isolado ou para o igualmente isolado
habitante urbano, para quem os seus vizinhos eram estranhos.
Era uma atividade individual ou familiar, e no compartilhada
com a comunidade ou a igreja.
A sociedade brasileira desse perodo elaborava a incorporao das novas
tecnologias (cinema e rdio) ao seu cotidiano. Sevcenko (1999:38) salienta o fato de que
a populao brasileira do incio do sculo XX, em sua maioria, analfabeta, teve que dar
um grande salto para se ajustar a uma nova ordem, centrada nos estmulos sensoriais
das imagens e sons tecnicamente ampliados. Para o autor,
Expostas de um lado s presses de um mercado intrusivo e de
outro s intervenes das elites dirigentes, empenhadas em
modelar as formas e expresses da vida social, as pessoas e
grupos se viram forados a mudar, ajustar e reajustar seus
modos de vida, idias e valores sucessivas vezes.
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Nessa poca, Getlio Vargas, em seu primeiro perodo (1930-1945) governava o
pas e influenciava fortemente o rdio, e tambm o cinema, atravs de sua poltica para
os meios de comunicao, que inclua a regulamentao da publicidade, o incentivo ao
cinema de propaganda e o controle da informao divulgada. Para isto, contava com a
ao do DIP Departamento de Imprensa e Propaganda, criado em 1939. Em sua
organizao, o DIP inclua uma Diviso de Radiodifuso e outra de Cinema e Teatro, e,
todos eles sofriam a ao da censura do governo (Haussen, 2001).
Vargas, no entanto, mantinha um bom relacionamento com os artistas populares,
por ter sido autor do Decreto Legislativo (ainda como deputado estadual pelo Rio
Grande do Sul, em 1928) que estabelecia o pagamento de direitos autorais por parte das
empresas que atuassem com msica. Alm disso, tinha um bom entendimento desta
relao, conforme suas prprias palavras:
O anedotrio do meu povo foi meu guia, indicando-me o
caminho certo atravs do sorriso amvel e do suave veneno
destilado pelo bom humor dos cariocas ... foi este respeito
profundo inteligncia popular que criou a identidade de
nossos espritos e a comunho entre a ao do governo e a
vontade do povo (Vargas in Skidmore, 1969:61).
Este, portanto, era o esprito da poca em que se desenrolam os dois filmes
analisados. Os outros dois,Escorpio Escarlate eA Hora Mgica j se situam nos anos
50 e se inserem na fase Brasil Democrtico (1945-1964), conforme a categorizao de
Fausto (2002), e no terceiro horizonte de expectativas tecnolgicas, (1950-1975), de
acordo com Cunha (2001).
Os dois filmes, em que o rdio tem um papel central, abordam a questo da
fantasia relativa a personagens novelescos. Em O Escorpio Escarlate, os personagensda radionovela ganham vida atravs da imaginao da ouvinte, e emA Hora Mgica, os
atores do vida a personagens da radionovela policial. A curiosidade o que o prprio
personagem do mordomo da novela vive s voltas com as suas fantasias folhetinescas,
ou seja, a fico dentro da fico. Os dois filmes retratam, portanto, o envolvimento da
sociedade brasileira com o rdio, atravs de suas novelas, mostrando a importncia do
veculo no imaginrio da poca. Da mesma maneira, refletem uma certa ingenuidade da
sociedade de ento.
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O Brasil desse perodo era novamente governado por Getlio Vargas, agora
como presidente eleito, e vivia um momento diferenciado daquela primeira etapa, com
novas dificuldades e outra insero no contexto mundial. O rdio, como aponta Cunha
(2001), vivia o seu terceiro horizonte de expectativas, em que a televiso j dava seus
primeiros passos e comeava a fazer parte do cenrio dos prprios filmes. EmA estrela
sobe, por exemplo, o enredo inicia com a atriz principal nos anos 60, em um programa
de auditrio de televiso, selecionando candidatos. O que a remete ao incio da sua
carreira, nos anos 40, no rdio.
O filme Se segura malandro situa-se nos anos 70, j no perodo denominado
por Fausto (2002) de Regime militar (1964-1985) e no terceiro horizonte de
expectativas tecnolgicas, conforme Cunha (2001). Uma rdio clandestina faz uma
stira da sociedade carioca (e brasileira) atravs da sua programao, e h uma crtica falta de trabalho e de oportunidades, indicando o momento que vivia o pas. Por outro
lado, a reprter que percorre a cidade de bicicleta em busca de notcias, indica as novas
possibilidades tecnolgicas de mobilidade do rdio. A participao da TV em uma
cobertura jornalstica tambm mostra a importncia do novo veculo na sociedade
nacional.
O ltimo filme analisado, Uma onda no ar, insere-se no perodo de
Redemocratizao (1985-2000), proposto por Fausto (2002), e no quarto horizonte deexpectativas tecnolgicas, conforme Cunha (2001). Trata-se de uma emissora
comunitria, clandestina, que quer ser a voz dos excludos da favela, reforando a
anlise da autora sobre a proliferao deste tipo de emissora, no mundo inteiro, nesta
fase. O motivo seria a possibilidade tecnolgica e o perodo vivido pela sociedade
brasileira que buscava romper com todos os tipos de cerceamento s liberdades, aps o
perodo ditatorial.
Consideraes finais
A anlise dos seis filmes com o rdio no enredo revela um amplo panorama da
sociedade brasileira, ao longo do sculo XX. Os perodos apontados por Boris Fausto
desta trajetria do pas so perfeitamente identificados nas pelculas. Da mesma forma,
alguns dos horizontes de expectativas tecnolgicas propostos por Cunha tambm so
possveis de ser detectados nos filmes analisados que se situam no segundo e no terceiro
perodos registrados pela autora. Por outro lado, destaca-se o fato de o cinema abordar o
rdio em seu perodo ureo, dos anos 40 e 50, bem como o dos anos 70 e 80, com o
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fenmeno das rdios piratas e livres. No entanto, o cinema ainda no chegou a registrar
o rdio dos anos 2000, incorporando as novas tecnologias ligadas digitalizao e
internet.
Neste sentido, pode-se concordar com Sarlo (1997:132), quando a autora se
refere s experincias com as tecnologias e o seu significado (tanto tcnico quanto
mtico):
A aura tcnica um fenmeno novo, que se produz apenas
quando uma rea da tecnologia est suficientemente prxima
para que outra parea distanciada e inalcanvel. Nesta
defasagem entre o efetivamente incorporado vida cotidiana e
o que apenas uma promessa, instala-se a imaginao
ficcional, qual interessam menos as explicaes detalhadas
dos processos do que o relato do que estes processos tornaro
possvel quando os dominemos por inteiro7.
Desta forma, segundo a autora (p.134), o continuum fonografia-rdio-cine-
televiso (e acrescentamos agora a internet) tem uma base no realmente produzido e
uma tenso em relao ao que ainda no existe como possibilidade real dentro dos
marcos tecnolgicos de cada poca. Assim, em relao aos filmes analisados neste
artigo constata-se que este continuum pode ser encontrado nos seus enredos, naquiloque j foi efetivamente incorporado ao imaginrio coletivo, e no que h de expectativas.
Da mesma forma que a sociedade brasileira captada, o desenvolvimento das
tecnologias de comunicao tambm pode ser percebido em sua trajetria. Cinema e
rdio unem-se, nestas produes, contando histrias tanto do cotidiano da sociedade
nacional como do desenvolvimento de suas tecnologias e da apropriao e o uso das
mesmas pela comunidade.
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7 Traduo da autora.
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