O O

Uma ação pré-jogo com torcedoras na rodada do Campeonato Paulista. Um trio de arbitragem de uma partida profissional de basquete masculino só com mulheres. Transmissões de futebol internacional feita por elas...

O esporte brasileiro deu, em 2020, espaço como nunca às mulheres durante as celebrações do Dia Internacional da Mulher, neste último final de semana. Emisso-ras, entidades esportivas e patrocinadores decidiram usar a efeméride para colo-car mais luz sobre a figura feminina dentro do ambiente esportivo.

A ação mais expressiva aconteceu dentro do basquete. O NBB Caixa fez do jogo entre Pinheiros x Pato Basquete uma partida 100% feminina fora das quadras. O duelo no clube paulista contou pela primeira vez na história do torneio com um

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR REDAÇÃO

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1450 - SEGUNDA-FEIRA, 9 / MARÇO / 2020

de dólares deve deixar de faturar o Japão caso haja o cancelamento das Olimpíadas de Tóquio, segundo análise da SMBC Nikko Securities75bi

Esporte abre espaço à mulher em celebrações

trio de arbitragem só formado por mulheres. Além disso, a mesa de estatísticas foi 100% feminina. Na transmissão do jogo pelo Facebook do NBB, narradora, repór-ter e comentarista também eram mulheres, a exemplo do que ocorreu em 2019.

Quem também decidiu abrir espaço na transmissão de uma partida para elas foi a Fox Sports. O canal adotou narração e comentários de mulheres no jogo Mainz x Dusseldorf, partida válida pelo Campeonato Alemão. A iniciativa foi também um reforço do projeto "Narra quem sabe", ação feita em 2018 para contratar uma narradora que transmitisse jogos da Copa do Mundo pelos canais Fox Sports.

No futebol brasileiro, uma parceria da Federação Paulista de Futebol (FPF) com a Sicredi deu às torcedoras um protagonismo antes de cada uma das oito partidas da rodada deste final de semana, que se encerra na noite desta segunda-feira (9).

Em todos os jogos da nona rodada do Paulistão Sicredi 2020, os jogadores foram a campo acompanhados de mulheres, em vez das tradicionais crianças.

Elas vestiam uma camisa na cor lilás, com a inscrição #OAPITOÉDELAS na parte frontal. Além disso, as 22 torcedoras que entraram com os times estavam com um apito e, após a execução do hino nacional, elas foram até o centro do gramado e fizeram um "apitaço". A escolha do artefato utilizado pelo árbitro foi, também, uma referência ao utensílio que é símbolo da luta da mulher contra o assédio.

A iniciativa reforça o novo posicionamento que a FPF adotou em relação às mu-lheres. No começo do Paulistão, a entidade lançou a campanha "Elas no Estádio", que procura incentivar a presença de mulheres nos jogos de futebol. O protago-nismo, porém, veio apenas neste final de semana de celebração do Dia da Mulher.

I M A G E M D A S E M A N A

FORTALEZA USA CÂMERA

PARA ALERTAR SOBRE ASSÉDIO

O Fortaleza usou a Câmera do Beijo no estádio do Castelão para alertar sobre o assédio às mulheres;

quando a câmera focalizou um casal

no estádio, o homem tentou beijar à força a mulher, que recusou. Ele, então, passsou a agredi-la; a cena foi filmada por atorres

O P I N I Ã O

Protagonismo datado reforça erro

É muito legal ver o esporte abrir espaço para as mulheres em meio às cele-brações do Dia Internacional da Mulher. Não deixa de ser uma espécie de mea culpa dos dirigentes que historicamente sempre foram homens e que

pouco espaço deram para que elas se destacassem num ambiente tão masculinizado.O problema é que estamos permitindo o protagonismo das mulheres dentro do

esporte apenas quando há alguma efeméride relacionada a elas. Por que não tornar mais natural e presente a figura feminina no esporte? Ou isso só pode ser feito quando houver um motivo para se falar da importância da mulher na vida das pessoas?

Num mundo em que a propagação da informação está relacionada diretamente ao que as pessoas buscam na internet, e não mais ao que de fato pode ser notícia, estamos começando a dar importância demais a momentos específicos, sem olhar o

todo. Especialmente no Brasil, o esporte parece que só se mobiliza para alguns te-mas quando há uma data comemorativa.

Vai ser assim no Dia das Mães, no das crianças, no da Consciência Negra, no dos Pais, etc. Olhamos para um determinado típico de público apenas nas datas come-morativas. Com raras exceções, os gestores esportivos parecem não ter entendido que dar protagonismo a alguém apenas numa data especial é um reforço de um erro his-tórico. Como agora no caso das mulheres.

Nesta semana, a Globo iniciou uma espécie de "autoanálise". Em vez de seguir o comportamento de praxe de cobertura sobre o Dia Internacional da Mulher, a emis-sora olhou para dentro e passou a ver como a própria empresa olha para a mulher. Isso gerou um interessante debate crítico sobre a forma como a atleta mulher era relatada na cobertura e trouxe uma nova luz sobre como somos responsáveis no meio disso.

É muito difícil mudarmos um comportamento enraizado em nossa sociedade. O veto da prática de esporte à mulher já é um tema que conseguimos mudar ao longo dos anos. Na mídia, há cerca de dez anos que o cenário começou a ser diferente. Ago-ra, temos de cada vez mais inseri-las no ambiente da gestão esportiva.

É um alento ver que o esporte já tem visto mais ações desse tipo, mas é reforçar um erro histórico darmos protagonismo às mulheres apenas durante datas comemo-rativas. Deveria ser natural termos árbitras, narradoras e comentaristas nas partidas, torcedoras sem assédio nos estádios, mulheres cada vez mais presentes nos bastidores.

O esporte precisa aprender a deixar de ser tão masculino. Não só por um dia.

Mobilização pelas mulheres não pode

ser restrita à data comemorativa, mas

se tornar um processo natural no país

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

Panini cria evento para ativar novo álbum da NBA

O surto de coronavírus causou o primeiro cancelamento de um tor-neio de tênis. Na noite de domingo (8), os organizadores do ATP 1000 de Indian Wells anunciaram que o evento que começaria nesta segun-da-feira foi adiado para evitar que o vírus se espalhasse, após a confirma-ção de um caso na região.

A nova data de realização não está definida e precisa ser recolo-cada no calendário da ATP, o que pode implicar no cancelamento da edição de 2020 do torneio.

Essa hipótese é a mais provável. A organização do torneio já infor-mou que os torcedores que estavam com ingressos poderão pedir reem-bolso ou mantê-los para 2021.

C O R O N AV Í R U S F O R Ç A I N D I A N W E L L S A A D I A R T O R N E I O

A marca de cerveja Corona decidiu aumentar o investimento que faz no

surfe brasileiro com o apoio a uma mulher pela primeira vez na história

da marca no país. A escolhida foi Chloé Calmon, atual campeã pan-

americana e que já está há 11 anos no circuito mundial, chegando a ser vice-campeã por dois anos (2016 e 2017).

Ela se junta a Gabriel Medina como embaixadora da marca, que per-tence ao grupo Ab-Inbev, para realizar

também ações no Brasil.

CORONA REFORÇA

APOSTA NO SURFE COM BRASILE IRA

POR REDAÇÃO

A editora Panini, produtora do álbum de figurinhas da NBA, fará um evento no próximo sábado, dia 14, para ativar a venda do produto. Aproveitando a reta final da temporada regular da liga americana de basquete, a empresa se asso-ciou à NBA para promover um evento gratuito para os fãs.

O Hoops Park, na zona central de São Paulo, terá quadras livres para realizar partidas de basquete e troca de figurinhas do álbum NBA 2019-2020. O evento será das 10 às 16h.

Para reforçar o conhecimento sobre a NBA, será feito um quiz em que o público testará conhecimentos sobre a liga e os principais atletas. Também será realizada uma oficina sobre o esporte, para pais e filhos aprenderem um pouco mais sobre o jogo de basquete. O espaço ainda terá uma quadra específica para crianças, equipada com minicestas de basquete eletrônico e entrada para crianças de até 12 anos.

Haverá, ainda, um espaço para a troca de figurinhas, procu-rando atender aos colecionadores fã da NBA.

O evento tem como objetivo atender o projeto da Panini com o álbum da liga. Em fevereiro, quando apresentou o produto, a editora afirmou que a ideia era, a partir do álbum de figurinhas, atingir consumidores de diferentes idades.

"Buscamos sempre atender a todo tipo de público. É muito bom podermos lançar também aqui, no Brasil, o livro ilustra-do de uma das principais ligas de esporte, que tem conquis-tado cada vez mais fãs e colecionadores por todo o país", disse José Eduardo Martins, presidente da Panini Brasil.

Patrocinadora do Paris Saint-Germain, a Nivea usou a popularidade da equi-pe francesa para lançar sua nova linha de produtos. Usando os jogadores Neymar, Marquinhos, Thiago Silva, Navas e Sarabia, a empresa criou um

vídeo para falar sobre os atributos de sua linha Nivea Men Deep.Na peça, que será veiculada em televisão em propagandas com 30s, 15s e 5s de

duração, os jogadores mostram os produtos que compõem a nova linha: desodo-rante, espuma de barbear e loção pós-barba. Com um fundo musical, as imagens são complementadas com frases que falam sobre características dos produtos.

A ideia, de acordo com a empresa, é focar "o poder de atitude ressaltando a performance superior", daí a ideia de utilizar os jogadores de futebol do time pa-trocinado para criar a ação. A produção da peça foi feita pela agência FCB.

Com o nome de "Vá além", a campanha reforça a utilização do PSG para a co-municação da linha de produtos Nivea Men no Brasil. Em 2018, com a chegada de Neymar ao clube francês, a empresa decidiu expandir o acordo com o PSG para poder trabalhar a imagem do clube no país. Desde então, anualmente uma campanha é lançada com atletas do PSG no Brasil e, também, algumas ações de incentivo de vendas são realizadas. No ano passado, consumidores brasileiros de Nivea foram assistir a uma partida do PSG durante o Campeonato Francês.

Atualmente, Nike, Accor, Nivea e Renault são parceiros comerciais do PSG que podem utilizar a marca do clube em ações voltadas exclusivamente para o merca-do brasileiro. O PSG tem hoje um departamento comercial radicado em Nova York que é responsável por realizar negócios para a região das Américas.

Nivea recorre a PSG para lançar produtos

5

POR ERICH BETING