Upload
mustafa-dalate
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 1/67
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 2/67
Surnario
~'1'llODU(;,AO ....".............................................................. 11
. pftulo 1 - NATUREZATEORICO-pRATlCA
DAPESQUISACIENTIFlCA "........ 15
1 ,,,ftulo 2 - TIPOS DE PESQUISA 21
2.1.A pesquisa acadernica ,.. 23
2.2, A pesquisa "de ponta" 24
2.3. Canactecizacao das pesquisas ,...................... 25
.2.3.1. Caraoterizacdo das pesquisas
segundo os objetioos
[Exploratorias; descririvas, cxplicativas] 26
2.3.2. Caracterizacdo das pesquisas segundo '
asprocedimentos de coleta
[Pesquisa experimental; pesquisa ex-post-facto;
levantamento; estudo de caso; pesquisa-acao: pesquisa
bibliografica: pesquisa documental] 27
2.3.3. Caracterizacao das pesquisas segundo
as fontes de informacao[Campo;. laboratorio; bibliografia] 30
apitulo 3 - .FORMASBAslCAS .
DE APRESENTA<;Ao DE TEXTOS 33
'3.1. Resenha
[Idenuficacao da obra; credenciais do autor;
conte'udo; concLus6es; crftica] 34
3.2. Relat6rio
[Tntroducao; referencial teorico; metodologia;
apresentacao dos resultados; analise dos resultados;
sugestocs/recornendacoes: conclusao] 36
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 3/67
3.3. Monografia
[lutrodu~ao; corpo: conclusao] .
,3.4.l>isserta~ao , .
3.5. 'Tese ' ' ,..'" '.
S.6. Sinopse e resumo .
3,.7•Ar,tigocientifico ..
3.,8.Artigo-relatorio (ou re1atode experfencia) .
3.9. Paper ou cODlunica~aocientifica ..
3.10. lnforDle cientifico .
3.11. Ensaio ciendfico .
'a:p(tuLo4 ~ FASES DA PESQUISA CIENTIFICA .
4.1.,PEe-.projeto .4.1.1. Escotha do tema
[(}8sm pessoal, prepare tecriico e tempo disponfvel;
i:mpoli~ncia ou utilidade do terna: existencia de fontes] .
4.1 ..2. Revisao de lsteratura .' .
4.1.3. Problematizafao .
4.1.4. Selefiioldelimitafiio do assunto .4.1.5. Gerafiio de hip6tese(s) ..
4.2. Projeto .
4.2.1. Tema especifico .4.2.2. Objetivo geral
[Estagio de conhecimento; esffigiode cornpreensao;
estagio de aplica~ao~estagro de analise; estagio de sfntese;
estiigio de avalia~ao] ..
4.2.3. Objetivos especificos , , , .
4.2.4. Procedimentos " .
4.2.5. Recursos .
4.2.6. Area de pesquisa .
4.2.7. Temageral ..4.2.8. Justificativa ..
4.2.9. Fontes ..
4.2.10. Cronograma " " " ..
4.3,.Coleta de dados " " "" .
4.3 .1. Coleta de dados empesquisas de campo e laboratOrio
4.3.2. Coleta dedados em pesquisas bibliogrdficas .4.3.2.1. Texto tecnico
[Fato; dado; signo] ".............................. 77
63
66
67
69
70
70
71
72
74
74
76
37
39
40
41
4142
43
44
45
47
48
49
51
53
5556
59
59
60
4.3.2.2. Leitura do texto tecnico
[Divisao; analise textual; analise ternatica] .
4-3.3. Anotaqoes .
4.4.R:eda~ao do texto dentffico ..
4.4. .1 . Selecdoe orgamizacdodas inforrtUlfOeS ..
4.4.2. Redaciio inicial do texto cientifico ..
, 4.4.2.1. Utilizacao de citacties e notas explicativas[Citacao literal; citacao literal indireta; .
citacao de texto oral; citacao emlingua esrrangeira:
parafrase; notas explicativas] ..
4.4.3. Correcao do texta e redacao definitiva .
4.4.4. Estilo e propriedades da redacdo tecnica .
4.4.4.1. Estilo[B'revidacle; concrctude; consistericia; decoro: franqi.t~~a;
Huerrcia ; frescor ; impessoalidade; linguagem po~lt~va;
Iogica; moder acao ; modest ia; naturalidade. preClsao;
simp licidade ] .
4.4.4.2. Propriedades do texto[Acabarnerito; autoridade; clareza: c~erenci~; c~ntrole;
dignidade; direcao: cticalidade; fidelidade: mrcrrcza:
. objetividade: seletividade: taro; veracid~de] ,.:.:. ..
- L ' " • . . . . . . . ' p~"c.le·~... '~~C,4.5. Apresenta~ao gra:.ucanos rraoaanos ~~.._~~ .
4.5.1. Aspectos grdficos em geral[Formato do papel; tipos graficos/fontes;
ma:rgens e espacamento, paginacao: encadernacao] .
4.5.2. Corpo dos trabalhos
[TIrulos e subutulos: posicao dos titulos: citacoes] ..
4.5.3" Conclusdo ..
4.5.4. Introducdo ..
4.5.5. Bibliografia .
4.5.5.1. Aspectos graficos especificos
[Ponto; virgula; dois pontos: barra; hffen: colchete] ..
4.5.5.2. Apresentaciio de autor(es) .[Nome; auroria em revista, periodicos e boletms;
autoria em congressos, simposios e reuriioes;
autoria de enridades.p ublicas: autorra de artigos em
revistas e jonnais: autor iade ensaios ou trechos
de obras] ..
4.5.5.3. Apresentaciio de titulo(s)/edifiio ..
82
87
89
90
91
92
96
98
99
101
102
104
106
117
119
121
121
123
127
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 4/67
4.5.5.4. Apreseruaeaoda imprenta
[Local de edicao; editora; data; descricao flsica] .
4.5.5.5. Casos especiais .
4.5.6. Capa , , .4.5.7. Folha de rosto4.5.8. Sumdriol indi~·~···'·····'··········'················'······'··.'.,.
4.5.9. Outroselementos·~~~I;~d~~~·~~~.~~~·~;·;~~~~ .. ·.. ·[~istico; dedicatoria; agradecjmentos; lista de tabelas e iJustrac;6es;
Iista de abreviaruras, siglas esfmbolos; resume au abstract;
BIBLI~;;;;;::; apendicesl .
_ IA .
I'
128
130
130
132
134
136
141
Introducao
todologia cientifica, rnetodologia da
p .squisa cientifica, metodologia do trabalho
ientifico, E agora Metodologia cientifica - a
a do conhecimento. E tudo a mesma coisa? -
, 'l, parte nao.
ntinuamos, sim, interessados na forma correta
mtar urn texto tecnico-cientifico, nasmedidas
ns na encaderna~ao bern feita, na paginacao
. Mas"nao e mais 0foco principal. Estarriosssados hoje na ger acao de autoriornia
a "capacidade de pensar com a propria
ser possibilitada aos estudantes e
, specialmente aqueles em formacao, ou
m nivel superior. Nivel superior e
o mais alto grau de formacao em certa. E, pelo nurnero ainda rcduzido desse
n tn.}<;aornnosso meio, constitui-se ernuma
t ,[ tual, convjd.ad a a ser urn grupo de
1111 t u r s-profissionais". Afinal, se 0medico nao
I t H ' It " 'P n ar Medicina, quem 0fara? Se0pedagogo
n : 1 1 ' " P dagogia, quem pensara? Se0engenheiro
,1pl' para.do para pensar Engenharia, quem 0
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 5/67
12Metodologia cientifica - a constru,ftio do conhecimento
A.hist6ria recente da nossa producao permitiu
que 0sIstema.educacional sedescuidasse da gera~ao e
do desenvolvlm~~to de capacidades, e sepreocupasse
apenas co~ habIl~ta~6es,com diploma~oes. Chegarnos
a d~senvolver a tnstefigura do "analfabeto funcional",
~ drplornado que desconhece sua arte. Afinal, nossosistema produtivo era protegido por lei, contra as
"amea~as" e "agressoes" daconcorrencia internacional.
Forarn quase vinte ecincoanos deproducao protegida,
qua~do apre~de~os aproduzir pouco, comqualidade
sofrfvel, e, pnnclpalmente, a vender caro. Economia
trans'r.0r~ou-se em finan~as. A produ~ao estagnou,quantItatIva e qualitativamente.
. AA.escola transformou-se em agente dessas
e:ogenClas. ~ perfil esperado de nos, profissionais de
nfvel superror, se compunhamais ou menos assim:capac.idade para assumir rotinas profissionais,
capa~ldade de subordina~ao a urn organograma
funciorral, conhecimentos instrumentais bons 0
b~s:ante para darem conta dos dois pt"imeiros.
Vivtarnos na empresa e na escola, em grande parte
por causa da ernpresa, a era da razao instrumental.
Repentinamente, fornos confrontados com a
abertu:a com~rcial, com 0produto estrangeiro, com
necessldades Impostas pela economia globalizada.Passado 0susto inicial, hora de reacao. Qualidade
transformou-se em palavra de ordern. Concorrencia
moStrou-se obrigatoria. Valores individuais sao
~olicitados, cacados, bern pagos. A era do capitalIntelectual.
? perfil profissional atual pede iniciativa,capacidarle.de decisao,possibilidade de fazerdiferen~a.
I
J II
tntroducao 13
Emoutros termos, nao apenas "capacidade de assumir
rotinas funcionais", mas t.arnbem capacidade de
contribuicao autonoma.; n.ao apenas "capacidade de
s1llbordina~aofuriciorial' ,mas tambern dominie cultural
(geral e tecriico), logico (saber pens~r e resolver ), e
tlsicoZ6gico (profissional de nfvel su~enor tern q~e fazerjus a esse nivel). Nao basta mars _0 conheclmen~o
instrumental. E urgente a gera~ao da sabedona
cierrtffica, ou seja, nao basta ter dados, e necessariosaber 0que fazer com eles.
.. Aprender a aprender, a construir inforrnacao
senlpre nova. Na fase pedag6gica _das pr~!iss?es de
nlve1 superior, pede-se a construcao de crericra: urn
conteudo bdsico, instrumental, cuja validade pode ser
facilrnente superada pela velocidade da geracao denovas iriforrnacoes; eumhdbito: 0habito de pensar com
as propr ias pernas, de buscar corrteuclos novo~, ~e
investigar, de pesquisar, Afinal, 0que sustenta a ideia
deuniversidade, desde 0seculo XIII, na Europa
M~aieval, quando 0modele surgiu, e que ela sejaumaorpo'racao autorioma de professores e a~~nos~ue se
ericar-reg'uern de recolher; orgnnizar; transmutr e crtar; se}a
descobrindo, seja inoentamdo, aciericia. Talvezmrnca antes
em nossa hist6ria tenha sido tao urgente pessoas que
PO~SaUlassimilar, criucar'e apriIllorar/c~encia,para Slueesta sejaefetivamente abase docxer'crcrode profissoes.
Este NOSSO trabalho tern urn objeto simples, mas
urnobjetivo pretensioso: contribuir, d~alguma .forma,
para a forma~ao do Irabitode cons~rulr corrhecirnerrto
pessoal, e quica, conhecimento urriversal.
Iniciamos com algumas reflexoes sobre a teoria
e a pratica, com 0intuito de resgatar a grandeza da
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 6/67
14M.erodologia Cientffka - a construcao do conhecimento
teoria. Na sequ,encia, terita-se esclarecer terminologias
a respeito de pesquisa cientffica e Sua forma de
apresentac;ao escrita. Deterno-nos mais longamente rias
fases do trabalho de investiga<;ao,com uma proposta de
metoda para a construftio do conhecimento cientifico, que
ousamos propor em cinco fases simpIificadas. E rrossacontribuic;ao. Terminamos repetindo as regras cormrns
da boa apresenta&ao g'rafica, previstas pe1aAssociac;ao
Brasileira deNorrnas Tecnicas (ABNY); corno ultimaetapa.
. ~ unca foi nossa inten<;;ao nos contrapormos a
nmguem. Ao conrrarto.v, objetivo e expor, e aornesmotempo, expor-nos. Este, alias, salvo me1hor jUlzo, e urnitem essencial do trabalho atuaI do professor. Toda
crftica e Sugestao serao rnotivos de alegria e, aomesmo
tempo, oportunidade de reflex6es" correc;6es eaprimoramentos. E a primeira r'egra e condi~ao de
possibilidade para a construc;ao do conhecimento,
minhaambi~a.Q e, espero, a sua.
Urn abra<_;oe boa leitura.
oAutor
Capitulo1
N.atureza teorico-pratica
dapesquisa cientifica
Ape: squisa C,ie.nti1iC,a,'Od.e~e,r,car.a,'ct,c,Ti,l,zadacom,'0atividade inte.lect ual intencion.al que VIsa
responder as nec.essidades humanas. Ha aquidois conceitos a elucidar: 0que se entende por
neeessidades humanas e 0quese entende por atividade
irrteleetual.
As necessidades humanas basieas, percebidas no
injltvfd.uo corno sensacao permanente d.ernsatisfacao
c~m 0e~tado atuaI ern que se encontra, sao a rnola
proorpulsora d.a atividade humana. Pb: perccbe r-se
iricomp'leto, 0 horpem serite que pre~lsa,razer algo
conaigo rncsmo ..E 0enearregado pruneJro de se_u
apnrirnorarnento e r'ealizacao. Te:a, P/ort.ant~ ~ue agll-
para complementar-se e~ tres ruveis basico s deca~encias: 0bio16gico, 0social e 0transcendental.
Caracterizado como animal racional e
Ifl!aturahnente dorado de voruade erazao, ao ser lrumano
sa:opo;siveis duas esferas de ativi~ade: pra~ic~, oriunda
de suas habilidades como animal; teo rrca, a ser
desenvolvida a partir de suacorrstit.uicao raeional.
Animais sao capaze:s de dois rnecanismos basicos,
pr-odutor es de respostas as suas nece ssi dad es: 0
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 7/67
16 Metodologia cientffica - a construcdo do conhecimento
mecanismo instintivo e 0rnecanismo autornatico au
reflexo. 0rnecanisrno instintivo funciona at.raves do
conjunto de impulsos naturais de que os animais sao
dotados. Animais comem, bebern, dormem, percebem
o cio,0mais apto, etc., independente de aprendizadoindividual. "Aprendem" como especie urn conjunto de
rotirras delimitadas e adaptadas segundo as
possibilidades sugeridas pelo meio ambiente.
oanimal humarioe tarnbern capaz de atividades
instintivas e rotineiras. E o. que constitui 0nivel
existencial, pratico da vida hurnana. De faro, para 0
homem, a rotina e urn conjunto bem-vindo de
atividades, escolhidas no meio cultural. Sao mantidas
ou rejeitadas conforme °grau de eficiericia/eficacia que
derno'nstrern ern.rclacao as respostas que se tern quedar asnecessidades concretas da vida. Imagine-se, por
exemplo, se 0 conjunto de atividades que sao
desenvoividas pela manna, ntre0acordar e0sair de
casa, tivesse que ser diariamente pensado.
Seres racionais, por-ern, sao capazes de pensar.
Isto e, sao capazes de transformar necessidades
sentidas em problemas. A capacidade de questionarintencionalmente e a rnarca maior de racionalidade.
E 0que permite ao ser racional ir alern das respostas
naturais, uriicas, para suasnecessidades, irnpostas peloinstinto/arnbiente/rotina, e diversificar. A razao
rnanifesta-s.ena diversidade das respostas.
Questionamentos pedem sof ucoes. Levantar
problemas e para eles gerar solucoes e0que se charrraatividade intelectual ou "teorica" .treorizar e levantar urnproblema e gerar solucoes possiveis
jDesriecessar-io
dizer que cada problema riao tern uma solucao, mas
infinitas possibilidades de solucao...
Natureza teorrco-pratica da pesqutsa cientffica17
o proximo passo e escolher, entre. as var ias
sohacoe.s posslveis, amais adequada ao supnme~to da
necessidade geradora inicial.De forma esquematIzada,
a atividade humana e assim:
animal
!sente
!
ra.cional
{pensa
~!2. problemas
)1.necessidades
(4. respostas 3. solU(;toes
!~ !w;;iiointelectualf{ao instintiva/
rotmeira
~nfvel pratico
I. .nivel teorico
Como sepercebe, a<;aote6rica e acao pratica sao
indissociaveis no homem da mesma forma que s,:a
anrmalidade e racionalidade. Na verdade. a ~un~~o
ssencialda razao hurnana eme1horar avida; da teorra,
aprimorar a pr'at.ica; da racionalidade, melhorar 0
animal·humano.
Pesquisar e 0exerdcio intencional cla_~~ra
atividade intelectual, visando melhorar as condl<;oes
praticas de existericia. Pinto! expljca que:
IA. V. PINTO. Ciencia e existencia: probiemasJilos6ficos da pesquisa cientlfua. P: 425.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 8/67
18 Metodologia cientlfica - a construaio do conhecimento
A pratica, que e cr'irerio para a proposicao de finalidades e
para a verificacao de verdades, nao e cega, mecanica ou
ocasional. Ao contrario, guia-se pela soma de toda a
exper ierrcia anterior do individuo e da humanidade, esta
u,ltima absor vida na forma de heranc;a cultural. A pcsquisa
cientffica rrao constitui uma atividade acidental dopr-ocedirnenro humano, rrias urna forma de acao que the enatural, porque realiza uma exigencia de sua essericia, a
de se apel~feic;oaT,a de progredir no desenvolvimento de
'--suahumanizac;ao,jungindo as forcas cegas da natureza aos
seus designios conscierites.
Daf parque nada e mais util e pratico para a
animal racianal do que uma boa tearia. Resultada do
esforco individual e coletivo para dar significacao arealidade, a tearia e a geradora e arganizadara das
cierrcias e da cultura. Qualquer de rrossas ciencias
cornpoe-se deurn conjunta tnetodicamente organizado
de problemas e solucoesja Ievanrados, au atualmente
erndesenvolvimento, relativos auma dada necessidade
humana. Isto e: a tearia cientffica e urn instrurnentaavaricado da prarica existencial. Corn efeito,
o Irorrrern riao se disp6e a conhecer 0mundo poJque 0
percebe COInO urn enigma que the daria "gosto" resolver.
Exp licacoes que apelam para a "vontade de d.ecifr-acao de
urn rrrister'io", de espanto em face das maravilhas da
realidade (Plarao), de vontade de poder (Nietzsche) sao
irueir-amenre ingenuas, siruarn-se fora de qual.quer baseobjetiva. A sirnp les e prosaica afir macao de Arist6teles, no
prearnbulo da Metafisica, ao dizer que 0homem eurn animalnaturalmente desejoso de conhecer, tern a superioridade
de concardar cam a situacao de fato, embora faIte explicar-
nos par que isto acantece. A explicacao ar istotelica riao
funda a epistemologia da pesquisa cientffica porque serve
apertas para reconhecer urn fato inicial, riao oferecerido a
explicacao dele, que deveria ser 0ponto de partida de todas
as cagitac;oes subsequentes. Tal ponto de partida nos 0
encantramos, se riao estamos equivocados, na teoria
Natureza teortco-pratica da pesquisa cientifica19
draletica da existerrcia, ao considerar a homem nao urn ser
(rio sentido aristotelico), urn animal dorado de atributa~
irrvar iaveis, mas urn e-xisterire em processo de fazer-se a Sl
mesmo, 0que corisegue pelo enfrentamento das Qbstruc;6es
que 0meio naturallhe opoe e pe1a vit6r~a.sobre eles, gra<;as
ao descabrimento das forcas que 0hosrifiza rn e dos modos
de ernpregar umas para anular a efeito de out~as, que 0
molestam, 0 destroem, 0 i.rnpede.rn de reahzar seus
prop6sitos. 0 hornern na? c.onh~ce, nao investiga a natu~ez~{-para-misfazer urn desejo irnotivado , mas para se realizar,
na corrd.icao de ente humana.2
'.ibidem, P: 426-427.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 9/67
------ . . ,
Capitulo 2
Tipos de•pe sqursa
Anecessidadehumana deconhecer fazahistoria,
gravada nos resultados, avances e terrtativasfracassadas,oselementos formadores dacultura
(I n qM,a!gcracoes seberieficiarn. Cada avarrco cientificoeI Im pequeno podaco da hist6ria de uma necessidade
hurnarra, divididae reconhecida por meiodosdiferentes
t iornes com que seidentificamas diversas ciencias.
Este conjunto eaprimeira referericia organizada
sobr-e aquilo que a humanidade ja conseguiu. POT
c·xempl()., a agronomia r-eririe, como seu coriteuclo, os
.',van~o~&. respeito da necessidade humana de cultivar
a I. r'ra para produzir alirneritos vegetais; a zootecnia
upresenra como coriteudo 0que ja se sabe a resp eitocia utilidade dos outros animais para 0Iromern; a
meclicina apresenta como corueudo as possibilidades
i~'ionseguidas demarrutcncao, qiralificacao e extcrrsaoe t a vida biol6gica do ser hurnarro; 0direito apresenta-Hecomo 0 corrjurito de acordos mfnirnos de corivi-v 'ncia,gaI'antia de justic:,;;amjnirna para urna dada
xocie-dade: a filosofia, comp6e-se do conjuntoorganizado de sugest6es a r'espeito de COJTIO "errxergar
urn palrno diante do proprio nari:z,0q~ riao e tao
Hicl]nCIn tao irirrtil como muitos pensarn","
~R. COMES, Critica lrazdo tupiniquim, p. 18.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 10/67
22 Metodologia Cieritfflca- a construcao do conhecimento
A cultura anterior, por em, aoapresentar as
diversas ciericias,esta aoferecer resultados daatividade
intelectual e existencial ja previamente desenvolvidas
e, ao ruesrno tempo, 0exemplo e incentivo para novas
tentativas de amplia~ao. Naturalmente "cavaclor de
respostas", 0 ho-mernnega-se, quarido se acornoda arotina de uma_ci~ciaja__gesenvolvida. Ir a escola, lerurn livro, estudar uma cierrcia,e receber urn presente
~ ~ ao mesmo tempo aceitar urn compromisso corno
, esafio. De presente recebem-se os resultados ja
conseguidos; 0compromisso e continuar a perseguiras necessidades, questionar os rnoclelos, aprender a
aprender para stiper-art-se). Nenhuma geracao pode
dar-se por satisfeitacomurnmundo de segunda mao...Por isso,
nao i.m agin.e 0 universitario que ele seja urn simples
estudante e nao urn eientista; que, em deeorrencia disso,
nao preeisa eonheeer ametodologia dapesquisa cientifiea;
que ern seus trabalhos rifio tera, portanto, pretensao de
r'ealizarpesquisa cientifiea. Nao saopoueos osuniversitanios
que seacomodam a sornbra desse sofisrna. E bern verdadeque '0 estudante universitario nao e aquele cienrista, ja
for'rrrarfo,ja amadureeido, ja experimentado e integrado
rrurna e.qurpc de pesquisadores, que trabalham nos grandes
templos da eieneia, movidos pelo objetivo da descoberta
eapaz de aurnerrtar 0€onhec:imentoe0domfnio douniverso
por parte da Humanidade.Os reeursos desses cieritistas,suas condicoes de trabalho, 0porte e a relevancia de suas
pesquisas, que visam ao avarrco da ciencia e ao progresso
daHumanidade tornam, de fato, a sociedade dos cierrtistas
distinta da classe des estudan t.es, Os estudantes
universirarios treiriarn passosnocaminho da ciericia. Isto e
verdade. Mas, para treinar passos no caminho da ciericia,
devem irnbuir-se nao so de esptr iro cienttfico e de
mentalidade cientifica, mas tambern .iristrumerrtar-xe e
habilita.r-se a trabalhar em criterios de cierrcia. Devern,
Tipos de pesquisa 23
ainda, estar em corrdicoes de realizar os trabalhos de
pesqu.isa que Ihes forem seridogradativamente solicitados,
de acordo com as normas da metodologia cieritjfica."
Pode-se, portanto, localizar a atividade de
pesquisa em duas frentes fundamentais, que
('aracterizam dois rriveis: a pesquisa acadernica e apesquisa "de ponta".
2 .1. A pesquisa acaclerrrica
Aed ucacao escolar, a fase pedag6gica da vida
mo.de rraa, corisiste no coritato sistematico, organizado
C' ativo com os resultados julgados rnelhor-es entre
nqueles ja conseguidos ate hoje pelos seres humanos.
( :onsiderando os limites da capacidade de assirnilacao(las varias faixas etarias, p'rirneiro, segundo e terceiro
Jo(raus sao passeios pelo que de melhor ja se
r loserrvolveu em relacao as necessidades humanas
« I , . marrurericao, preservacao e r-eproclucao da vida
hio16gica,forrnacao das individualidades, convivericia
(,Dn os outros, com a r-ealiz.acaodo ser humano e
c'onvivencia com os miste'rios que "sobrarn" ao redor.
I':mbol-a obviarnente Iimiados, os con t.eudos
.1IHeseneados pelos programas escolares sao 0 rrrurrdo
('onhecido/desconhecido pelos seres humanos,,11)1' sentado a apreciacao de cada iridivfd uo, para q~ed · 1 ' seapr opr-ie, e tarribern0torne seu. E urn convue
.1 sUf>erac;;aoe alargamento da rrrurrd ivisao pessoal.
I~ 'presenta 0resultado doesfor'code todos oshomens
'Ill 'aquij;:i lidararn para fornecer acada unico homem
!J. 1\. RlLHZ, Metodologia cienzifica: guia jJam eficiencia nosestudos, P: 49.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 11/67
24 Metodologia Cicntffica - a construcao do conhecimento
que chegou agor:a, urn pedac;o daquilo que, ern seu
tempo, conseguiram perceber da realidade.
Para 0 racional, porem, a assirnilacao de
conhecimentos, assimcomoavisaodomundo aoredor ,
e pura provocacao. Coriteridos assimilados precisam
de critica e aprimoramento. Mais ue 0coruerido
assimilado__"0s,uecont';l e0efelto desse cont~o sobre
?_onteD' 0cr~.!icoe criativo do sujeito~.:q~a fo~
Junto corn a rnfor macao transmitida e assimilada,
geraaora-<fe uma rotina cientifico-p;ofi~sionaf, v~m~~ ~ ~ .
corrvrte a negaC;ao-superac;ao da mesma rotina. Daf airnpor tancia do desenvolvirnento do esprrito de busca,
da irrdagacao intencional, da pesquisa.
A pesquisa acaclemica e , pois, uma atividade
pedag6gica que visa despertar 0espirito de buscaintelectual arrtoriorna. E uecessario ql!e se a rendam
as forrnas deEro_l>!.~1aliza.rnecessida.!!es, solucionar
problemas, indicar respostas adequadas ... A p~squisa
acadernica e , antes de tudo, exerdcio, pr-ep.aracao.
o resultado mais impor tarrte nao e a oferta de uma
resposta salvadorapara ahumanidade, mas a aquisicao
d.oespfrito e rrreroclopara a irrdagacao mtcriciorial.
2.2.Apesquisa "deponta"
A fase acadernica da formacao profissiorial, ern
nosso sistema de ensino, culmina ,com0terceiro grau,
ja que 0pais carece da t.radicao de forrna<;aotecnica
de segundo grau. Ou seja, e ao final do terceiro grau
que se{ernurn profissiorial de nivel superior. Alguern
que, pelo menos em tese, tenha aprendido a assimilar,
Tipos de pesquisa25
riticar e aprimorar infor'rnacoes em grau maximo, ja
que superior e urn superlativo ...
Esseriivelde forrnacao profissional, pela aquisic;ao
dos resultados ofertados pelas ciencias estudadas epelo
('oncornitante preparQ construido para critica-Ias e
rpr'irnor'a-Ias de rnaneira rnet6dica e intencional~ e
oonsiderado 0mais apto a desenvolver novas solucoes
para velhas necessidades. Ou seja, ? profis~ional denfvel superior e naturalrnente corrviclado a mtegrar-
N • na pesquisa "de ponta" , a lidar com a. ro lema-
I'iza~ao, a solu_ao e espasta~ pc;cessldad~,t:;9..ue
ill' ~r_duram: seja porque sirn~lesrne.nt.e nao
(!spondidas, seja porgue 'nao satlsfatonaITlente
,rabalhadas.· Desta forma, a pesquisa de ponta
(aracteriza-se comoaatividade tipicado indrviduo que,
rcndo dominado asrespostas corrrurrsvja incorporadas, totina de uma ciericia ou profissao, parte em busca
do novo, do ignorado, COITlintcrrcao e met od.o.
t\ pesquisa "de ponta" e tentativa de negacao/
,upera-<;ao-cierrrifica e existencial.
2.3. Caracteriza~aodas pesquisas
Os pesquisadores sao freqiie~temente solicita~?s
, e-aracterizar seus trabalhos, espeClalmente por ocasiaocla leitura por ter.ceiros de qualquer etapa dos
I .sul1;:ados.Tres crtter ios podern ser utilizados para
idcntificar a naturezametodol6gica dos trabalhos de
1 ) ·squisa. Podem-se caracterizar as.pesquisas seg~ndo
(,bjetivos, segundo procedimentos de coleta, ou alnda,
S 'gundo as fontes utilizadas na coleta de dados.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 12/67
M,erotLolctgia Cientif ica - aconstrU§iio do conhecimenm 'rlP0s ,d·e pesqulsa
2.3.1. Caracterieocdo dasp. esqu..sas d~ segum ,'D osobfetiuos
. '. 0 objetivo _maior de qualq,uer rnovimen.to
l:nt?le.ctual ~ s~p!pre alngir a :Ronta, IStot : ~~stagl(:'_ d~ ofe~ de rt;:sp~stas a u.r'ia ne ......;;;;.;;....:d;;;;;e~.·
ill,umana.,. ES.te estagio por'ern dep ende d - -. , '.~. '" -, .' '" ' ., -e passosInteFme iarros em rela~ao aos fatas e fenornenos
estlJLd~dos: Por iss~,. dependendo do grail -d e
_ap)!OK~rma~aoperrn!ltldo pelo nfvel conceitual do
pesqulsad'or em rela~ao 210 fenomeno est d. d -,." -- u .a 0 asp~e~qui)_sas~~errl. ser caracterizadas como explora-to rras, descntIVas au explicativas.
__ _E?,plor~t6rias- Ex_plo.rare tipicamcnn- aprimeira
a'Pr.~.xl,~a~ao de urn tema e visa cria-r rn.aioi-
famihandade em,relacao aurn.fatoou fenorneno. Quasesernp~e.busca-seessafamiliaridade pela prospeq;ao de
~atena~s qt_lepossa~1..nformar ao pesquisador a real
~por.tapcla do problema, °estagio em que se
e~~?mtrarn as Inforiiia~oesJadis .ornveisa resp~ito do
:~~, ~ a . 'lTreSD10;"'''-I eve ar ao pesquisaaoT" @~as
forrtes de lnfor.tn~c;ao.Pot" isso, apesquisa explorat6ria e
quase ~ernpre feita Cb~O levantamento bibliografico,
~ntrev~s~ascom profisslonaisque estudalll/atuam naarea, vrsrtas a web sites etc.
. . ~escritivas ~-,Ap6~ a pr inaeira aproxima~a()(pesquisa exploratona), 0 l.tJ.teresseedescrevertim fato
oufenorneno. Por isso apesquisa descritivae urn Ievanta-~ent@~as caracter'~sticas9Qnhecidas, COITlponentesdo
fato/fenorneno/problema. Enormalmente feitanaforma
de ~evantamentos au obse:rva~oessisrematicas do -faro/fenomeno/problerna escolhido.
.27
Explicativas - Cria.r Ulna teor'a a.cei.ta.ve.la
r speito de urn fato au feriorneno ccmstiru.i a pesquisa
t·xplitcativa. Esta se ocnpa com os porques de fatos/
Icnolftilenosque preenchem a realidade, isto e, co:maiderrtificacao dos fatores que contribuem ou deter-
minarn.a ocorrencia, ou amarieira de ocorrer dos fatos
(.teocaOmenos. Nao e .demaisafirrnar que as inforrnacoesmais importantes., corrrporierrtesdas var'ias ciericias, saoorieginarias deste tip a de pesqui.sa, ja que visa
IFH'ofrundar0conhecimento da r-ealiclad e para alern
c las aparencias dos seus fen6rnenos. E, por natureza,
~uvdlve -0 pesquisador rrurn .nfvel tarrrbcrn unais elevado
.h. t€sponsabilidade para com resultados obuidos ...
.3..2. Caracterizacdo das pesquisas segundo os
In"ocedimentos de coletaProcedirnentos de coleta sao osmetodos pr aticos
IlIiJllzadospaFa jantar as iriforrnacoes, riecessar-ias ac'ollstrus;ao dos raciodnios ern tor-no de um fato/1,'u8meflo/problerna, Na ver-dade, - a €oIeta de dados
cl,t' 'ada pesquisa tera peculiaridades ade-quadas aquilo
till" se quer descobr ir, Mas, e possivel aporrtar algunsPI'O :edimentos-padrao, comumente utilizados, aos
IPiais sefazern asadaptacoes de espaco/ternpo/matdria,
uecessarias as exigencias de cada caso.
As forrrra.s rna.is comuns de se coletarem'U'fbrma<;oessao:
!Experim¢nto - E quando urn fato ou, fen6meno
Iia realidade e re,produzido de forma corrtrolada, corn
« , obj,etivode descabrir os fatores que 0procluzern ou
c 1:lle pone le sao produzidos. Norrrralrnerrte. procede-
~ 'lJ),ssim: clecicle-sesabre urn "fato/ferrornerio' (0objeto
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 13/67
28Metodologia Cientffica - a construcao do conhecimento Ttpos de pesquisa 29
de estudo); selecionarn-se "variaveis" (fatores naturais
ou artificiais que possam provocar variacoes no paclrao
observado do fato/fenomerio), escolhem-se os "irrstr'u-
mentes' (maneiras de ·cont~olar e de observar os efeitos
do processo a ser provoca.do).
" Experi~.ent?s sao geralmente feitos por
arnostragem .astoe, escolhe-se dentro de urn "universo"
~atotali_?adedo fato/fenorneno/problema), quasesempre
I~P?sslv~1 de ser totalmente conternplado, urn conjunto
slgnificaovo de individuos, que cornpor'ao a amostra. Os
res~ltados que se rnostrarem validos para uma ou urn
C<?ToIjuntoe amostras, consideram-se, por indu<;;ao,
vahdos rarnbem para 0universo.
. Levantamento - I t a pesquisa que busca
lnformac;ao diretarnente com urn grupo de interesse arespeito dos dados que se deseja obter. Trata-se de
urn procedirnento uril, especialrnente ern pesquisas
explorat6rias e descritivas. E geralrnente desenvolvido
eITl,~resetapas: seleciona-se trrna arnostra significativa,
a.pIic arn -se questionarios, ou fo r rnu la rios, ou
entrevistam-se diretarnente os individuos; os dados sao
eritao tabulados e analisados quantitativamente, corn
o auxHio de calcu los estatfsticos; os resultados
conseguidos com essa(s) amostra(s) sao, en tao ,
ap lica dos, com margem de erro estatisticarnenteprevista, ao universo gerador da amostra.
Estudo de caso - Selecionar urn objeto de
pesquisa restrito, com0objetivo de aprofundar-Ihe os
aspectos caractedsticos e 0estudo de caso, cujo objeto
pode ser qualquer fato/fen6meno iridividual ou urn, ,de seus aspectos. E tambem comum a utilizac;ao do
estudo de caso quando se trata de reconhecer rrurn
.aso, urn padr ao cientifico ja delineado, no qual possa
".or enquadrado. Por Iidar com fatos/,fen6~enos
normalrnente isolados, 0estudo de caso eXlge do
p squisador grande equililirio intelectual e cap~cida~e
de observac;ao ("olho clirrico"), alern de parClmonla
cluant:o a generalizac;ao de resultados.
Pesquisabibliografica - 0 conjunto de materiais
ts ritosfgravados, mecanica ou eletronicarneute, que
l'onterninformac;6es ja elaboradas e publicadas por
outr o.s a.uto re s e uma bibliografia. Sao Fontes
hihJiQgra.ficas os livros (de leitura corrente ou de
l't'feTen'{;~a, tais como d.icionar.ios , encicl.op ed.ias,
m.uanios etc.), as pubhcacoes peri6dicas (jor'rra is,
rcvistas, panfletos etc.), fitas gravadas de audio e video,
p{tgimasde web sites, relat6rios de simp6sios/seminarios,
unais de congressos etc. A iatilrzacao total ou parcial de
qu aisqu er destas Fontes e 0que caracteriza uma
pcsquisa como brbfiog'rafica.
. PesquisadocuD1ental-Docurnerrtos sao as forites
(le irrferrnacao que ainda nap receberam orgarrizacao,
t ra tarne.rrt.o analftico e p ublica.cao. Sao fontes
documentais as tahelas estatisticas, relat6rios de
r-nrpresas, documentos informativos arquivados em
•('partic;oes publicas, associac;;6es, igrejas, .h?sP.itais,
indicatos; fotografias, ep itafios, obras or rgrnars dequa1lq-tler natureza, correspondencia pessoal ou
('ornercia! etc. A pesquisa documental e a que se serve
d zssas fontes.
Peaqudsa-aeao, pesquisa participante, pesquisa
~-post-facto, pesquisa quantitativa, pesquisa
qual,it·ativa - Sao as vezes apr~esentada~ ~_orno
proceclirnerrto de coleta de dados. E nossa oplnlao de
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 14/67
oMetodologia Cien.tffica - a construcao db conhecimento
que realmente .naose trata deprocedimentos riovos, mas
sim de modalidades de ap licacao dos rnesmos
procedirnentos ja vistos, Com efeito, se utilizariam de
algum(ns) procedimento(s) padrao(6es), por'ern, dentro
de alguma condi<;aoespecifica.Apesquisa-acao aconteoo
quando qualquer -dos processos e desenvolvido
envolvendo pesquisador es e pesquisados no mesmo
~rab~o,ja que aambos.interessaria acriacaoderespostas
irnediaras para uma certa necessidade. A pesquisa
participante e aquela emque0pesquisador e, elemesmo,urn dos dados pesquisados. Pesquisaex-post-faetoe aquela
que examina em fato/fen6meno que ja esta pronto,
anterior aocontrole dopesquisador. Quantitativa eaquelapesquisa onde e importante a coleta e a analise
quantificada dos dados, e, de cuja quantifica~ao,
resultados automaticamente aparecam. Qualiuativa eaquela pesquisa cujos dados s6fazem sentido atr'aves de
urn tratamento 16gicosecurirlario, feitopelo pesquisador.Emoutros terrnos, apesquisa quantitativa tern resultados
que se imp6em como evidcncia empirica imediata. Os
resultados dapesquisaqualitativanecessitado tratamento
logico, resultante do "olho clinico" do pesquisador.
2.3.3. Caracterizacao das pesquisas segundo asfontes de informaaio
. Chamam-se Fontes de informa~ao os lugares Isrruacoes de onde se extraem os dados de que se
precisa, As Fontes de dados sao tr-es: 0campo, 0
Iaborat6rio, a bibliografia.
Carrrpo - Lugar natural onde acontecem os fatos
e fenomenos. A pesquisa de campo e a que recolhe os
" , , 0 de pcsquisa 31
clado in natura, como percebidos pelo pesquisador.
Normafmente a pesquisa de campo .se faz por
I,1.1'01rvacao direta, Ievarrtarrrerrto ou estudo de caso.
Laborat6rio - Espacoe rnorrierito deuma pesquisa
" IIa'terizada por duas siruacoes: a interfe~-en.ci":r~ficial
IIII p'roclucao do fato/ferrorrrerio ou a artlfiClahza~aodeuu leicur'a, geralmente melhorando as capacid.adcs
1 uuHanas naturais de per'cepcao. Corn efeito, os fatos/h'uOmenas que acontecern na realidade, no campo,
inuiuas vezes escapam ao padrao desejave.I ~e
« 1 1 , 1 ' 1 ·r\1a~ao.Por issosaoreprod uzidos de forma artificial
f' C '(mtrolada, e permitem assimcaptacao adequad": para
dc·:;cri§ao e analise. Ourras vezes, as mecanlsm~sWit urais de observacao se mostram insuficientes, seJa
.'111 alcance, seja em acuidade. Daf a necessidade de
,nIlicializar 0ambiente ouosrnecanismos de percepcao,
",Ira que 0fato/ferrornerio seja produzido/percebido
Ie Icquadarnente.
Bibliografia - Os da.dosque sec;aptam.no cam~~
c·:110 lalaoratorjo, por quaisquer dos procedlm~n:o~ Ja
~lr-scrjtos, sao sempre materia-prima para raCIOCIHIOS
t" conctusoes a respeito dos fatos/feriornerios. pados,
I.,clodnios e conclus6es sao geralrnente escrrtos na
lonna de livros, peri6dicos, e outros, para que deles
c' I me conhecimento.
A bibliografia constitui-se numa precios~ fontelie inforrnacoes, com dados ja organizados e anab~ados.
Na atualidade, praticamenl!.e qualquer riecesaid ade
I.,nwana, conhecida ou pressentida, possui alga escrito
.1 S u respeito. Por ISS0a pesquisa com base em uma
hibliografia deve encabecar qualquer processo de busca
(ientffica que se inicie.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 15/67
33
Capitulo 3
Forrrras bastcas de
apr'cserrtacao de t.ext.os
necessidade de comunicacao de diferentes
coriteudos culturais leva a fonrnas diversas de
expr-essao escrita. Podem-se distinguir tres
randes grupos de textos escritos, produzidos por
dilcren~es tecrricas de r-ed'acao: Iiterar ios: oficiais e
I(.merciais; cientificos.
As' formas Iiterarias tern objetivo artfstico. Nao
• 4 > ape.nas t.ran.smissao de pensarnentos, mas 0
.' ~rcicio da arte da palavra. Mais do que expressar aI('aJidade, 0objetivo db texto literario e a rccriacao, a
un .rp retacao da realidade pelo artista. Sao formas
111t'n:iriasquelas simples como a anedota, a fabula, a
').fa ou Ierrda, ou, aquelas mais cornplexas como 0
onto, a cr6nica, a novela, 0romance, 0poema.
As formas oficiais e comerciais sao textos
I roduzielos com0objetivo de estabelecer corrruriicacao,.u'rnal edocurnentada em ambientes de trabalho. Sao
t i, ios comuns de texto oficiale comercial0memorando,
• I C ,Ucio,o aviso,0requericrnento,0parecer, 0memorial,
•orclemde service, a carta cornercial."
I'ma mais detalhes (inclusive modelos) a respeito destas formas de texto,
1I~1'I'imos corrsutrar AVERBUCK, L. M. "Tecnicas redacionais". In: Dici01UiT1.0
, , t ,;U) ,'BO (S. Paulo: Ed. Clobo S/A, ,j99,1,19.ed.).
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 16/67
34 Mctodologta Cientifica -(1. construaio do conhecimento t'UIIIlIIS b.hic:as de apresentacao de textos 35
As for mas de textos cierrtificos tern preocu pacao
central corn a cor rccao, a exaticlao e a autenticidade
dos dados e dos raciocinios d.es'errvol'viclos. Escrever
textos cientfficos e, antes de tudo, "co.munica r
cor retarnenre dad os corretos". Daf a irnportancia do
rigor ria ur.ilizacao de tecrricas e rneroclos de pesquisae produc,;;ao de textos cierrtfficos,
A natureza do fa to/fc no mcn.o estudado, os
procedimentos utilizados, as fontes, a irrterrcao do
pesquisador ou a exig encia de uma irrstit.uicao ou
discip lin a, determinam formas diferentes de
aprese nta.cao escr ita dos resultados oriundos da
irrvestig'acao cientffica. Os formatos e clerrorniriacoes
variam de a.cordo com as inte n.coe s mesmas ou
exigericias acadernicas. Sao rnais ou menos complexas
e expressam a aurorrorni a intelectual de quem. os
escreve.
- 3.1. Resenha
De modo geral, reserrhar consi~examiB.nr
e ~r~entar 0 con reudo de o.br a pr_ontas,
acompaf.i~_?do ou riao de avaliacao critica. E talvez_o
nivel mais eLe rne nta r de p e squisa cie.ntffica,_e
caracter iza-se apenas como pesquisa .explorat6.ria; pois,ernbora possa conter uma critica, 0te xto base ja esta
pronto. Como trabalho de po nta, e norrnalmente feita
par pessoas corn s61idos conhecimentos na area,ja que
C ? trabalho de critica demanda "olho clinico" apurado.
E, tarnbern, excelente exercfcio inicial de autonornia
intelectual, uma vez que 0exame de obras ja prontas
oportuniza treinamento de compr eensao e crftica, alem
do coritato rnais aproximado com bons autores e com
u pt'nsarnento ja elaborado, 0que, para 0iniciante,
('.'vir'a, de Jfil?odelointeressante de p roclucao cierrtffica.
As partes esserrciais de uma resenha sao:
Identificac;ao da obra _ Fichamento, que inclui:,,,101', titulo, irnprenta, total de paginas resenhadas.
Crede.nciais do autor _ Os creclitos: Forrnacao,
puhli '<lgoes,ativid acles desenvolvidas na area .
Gonteudo - As icleias principais, porrnenores
uuportantes, pressupostos para 0entendimento do
.IUlltO.
Cottc~usoes _Localizacao (onde se encontram na
. 1 . . a) e breve expficacao das coriclusoes do autor.
Critica - Derer.miriacao hist6rica e metodo16gica
( C'IHltLca,jornalistica, didatica) da obra, coritr ibu.icoes
UilIH)l~tantes, estilo, forma, rrre.rit.os, considerac,;;6es
I (lifo;.
Resenh_a..s_podem ser feitas com ob iet.ivos
II It,. .nres. ~m sendo, urn levantamentQ bibliograficG
fill It·visao_d.e_liteLaDlra, em que. pelo .e.xarue.cr.itico, e
I t l'( spectivode varia~sobras, Qroc:_ura-se demonstrarC " In stagio de de_senvolvimento em torno de urn fato/
h-II rrreeio (tema, problema) deriormna-se "resenha
h blcic)gnHica". ~ urn trabalho comparativo, exselente
J . , ! o j , ' para 0desenvolvimento aurorrorno de urn terna,
j 1'1 1'1"3.'0 to ver ifica 0tratarnento ja dado ao assun to por
unll'OS autores. Caracteriza-se pela quantidade e
a t vc-rsiclacle das obras cbnsultadas. Critica e a "resenhaII., texto", geralmenlle feita por especialistas com enfase
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 17/67
36 Metodolcgia Cientiftca - a construaio do conhecimento I't 1'111s basicas de apresenracao de textos 37
na critica. Pressup6e conhedmentos .ap rofurrd ados na
area. Leva em consideracao, aleru das ideias levantadas,
a drvisao, a disposicao da obra, a estrutura, forma e
estilo do autor, rnerodo de abordagem, linguagem
empre,gada etc.
3.2. Relat6rio
Relatar e basicarnerite "contar 0que seobservou".E.tipicamente 0prirneir'o texto produzido ap6s uma
pe squisa de campo ora de laborat6rio. Ernbo.ra seja
mais cornplexo do que uma resenha, 0rdat6rio epornatureza descritivo. E daro que a confiabilidade e
validade dos relat6rios de pesquisa dependem em
grande parte do not6rio saber, da capacitacao e do
"olho clmico" do pesquisador,
As partes essenciais de urn relat6rio de pesquisa
sao:
Lrrtr-o du.cao - Descreve-se a importancia ou
relevancia (social,cientifica ou acadernica) do assunto,
como foi problem.atizado e quais sao os objetivos do
autor.
Referencial te6rico - E a texto resultante de
levantamento bibliografico, de qualquer exterisao, queindica ao Ieitor 0tratamento cientifico atual do terna/
problema. Inclui definicao de conceitos, a rriencao de
trabalhos ja realizados a respeato do assunto, a teoria
que da susterrtacao ao trabalho realizado.
Metodologia - Faz-se a descri.;ao detalhada e
rigorosa dos procedimentos de campo ou de
I h( raco r io utilizados, bern como dos recursos
huma.uos e materiais envolvidos, 0universo da
It sq.uis.a, criterios p~ra a seIecao da amostra,
III lrumentos de coleta, metoclos de tratamento dos
.1 ulos etc.
ApFesentac;ao dos resultados - Sao expostos os, Itltados obtidos e ordenados pelos objetivos da
p I quisa. Visto ressaltar rrorrnalrrrerrte os aspectos
I"irrtitat.ivos, e comum a utifizacao abundante de
I Ii os, tabelas e "pizzas" que ilustrem esses aspectos.
Analise dos resultados - E feita uma interpre-
, I ' 0 analjrica dos dados obtidos, considerando Q
, 1ft rencial te6rico, que posicionou 0problema
It · quisado, e os resultados a que se chegou.
Sugestoes/recoIllendac;oes - Sao n.eccssar iasquando a pesquisa realizada visa a solucao de urn
I"'tIbfelna concreto ou a resposta a urna necessidade
uu-rliata.
Comclusao - Devem constar, de forma ain.tetica,
tI ('1 merrtos desenvolvidos no dccor rer do corpo do
I'ihalho (itleias essenciais do referencial te6rico, da
uu-todotogia, dos resultados, da analise etc.). Condui-
t cornpa rarrdo esses dados ao objetivo geral que
1101'1. ou tocla a pesquisa, estabelecendo-se 0 quanto
lui conseguido em rclacao ao .objetivo proposto.
.,_ . Monografia
Monografia e 'u.rn texto de primeira mao
•('sllitante de pesquisa cientifica e que cont.ern a
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 18/67
38 Metodologia Cterrtffica -.a construcdo do conhecimento
I
I I
ide ntificacao , 0p csrcroriarne nto , 0 tratamento e 0
fechamento competentes de urn. tema/problema.
Essencialmente analitica, ern que 0objeto (0tema, 0
problema) e ger-allllente bern delimitado em.extensao,
a monografia permite 0aprofundamento do estudo.
Fundamenta-se na or'garrizacao e na irrte.r pr-etacao
analftica e avaliativa de dados, conforme objetivos (linhasde raciodnio) preestabelecidos. A materia-prima do
radodnio sao os dados, que basicamente se constituem
de axiomas cientificos (verdades aceitas por drversas
cicricias), da autoridade de autores consagrados,
ilustracoes, testemunhos e, ate rnesrno, da experiencia
pessoal coerente do pesquisador. 0raciocinio edese nvolvido de forma indutiva (parte-se de
e.xper'iericias e observacoes particulares para se chegar
a urn principio geral), ou de forma dedutiva (parte-se
de urn principio geral para verifioa-Io ern casosparticularea)."
A estrutura geral das monografias ecomo segue:
Introduc;ao - Consta de exposicao da irrrpor'tancia
ou r-elevaricia dQassurrto, rnencao de outros trabalhos
desenvolvidos a respeito do tema , exp osicao dos
objetivos do trabalho.
Corpo - Conj u.nro de partes, geralmente
nominadas como capftulos, ja planejados e pre-
ordenados na fase de projeto, como objetivos especfficos.
6 Deve-se t.er especial cuidado para riao incor-r-er em falaci.as ou sofisrnas.
A inexatidao pode ser causada pelo erro de raciocinio, por observacoes enganosas,
ignoraricia decausas, falsas comparacoesetc. Cf. a prop6sito SANTOS, A. R.
"Conhecer ou nao conhecer: eis a diferenca". In: CORDI, C. Pamfilosofar; e
BASTOS,. C. L. e KELLER, V. Aprendendo Logica, Petr6poJis: Vozes, 1991..
39
Olilc!usao - C o nt.em a s i te s e d a s i e i a . s
uriais rleserrvolvida.s ern cada urn dos capftulos.
" rliza-se corn 0par'agrafo conclusivo, onde junta-se
• lorrua avaliativa os raciodnios desenvolvidos dos
pUul.os,com 0objetivo geral que norteou a pesquisa.
• Di.ssertac,;ao
l'ara a obtericao do grau acad.emico de Mestre
H('-s lima d isse r tacao . Dependendo da area
'ul fica onde re desenvolvida e da natureza da
It t c sliga~ao, apresenta-se ou na forma de nelator io
Il ta l nco ou de rnonog:rafia.
1\ disser tacao tern como caracterfstica principal'
'pl'ofundamento. 0exto deve identificar, situ.ar,
'I ,I '" e feclaar uma q'uest.ao cientffica de manelra
I IlIlp.terite e profunda.
Sao carateristicas de uma dissertacao:
• Ser elaborada por p6s-graduando, vinculado a
u.m programa stricto sensu, de uma escola
superior cleviclarnen.te credenciada;
• Situar-se dentro de uma area espedfi.ca de
conhecimento, indicada pela in stitui.cao
tuteladora;
• Desenvolver-se sob a or ieritacao de urn doutor
acaclernico, aceito pela irist.ituicao tuteladora;
• Revelar domfnio e capacidade de sintese de
conhecimentos e.specificos e aprofundados,
dentro da area de conhecimento/atua<;ao;
• Ser apresentada e defendida pubhcamente,
ante uma banca acadorrrica de pelo menos tres
doutores.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 19/67
40 Mcrcdologia Cientifica - aconstruciio do conhecimento .' rmns basicas de aprescntacao de textos
3.5. Tese
Como corrd'icao para obter 0grau acaclernico de
Doutor, bern COIIlO os tft.u los 'urriversita.rios de
catedr'arico e de livre-docente exige-se a defesa de uma
tese.Assimcomo adrssertacao, a tese assume0formataou de uma monografia o'ude urn relat6rio cieritffico,
conforme a area de ci.encia ou a natureza da
investiga<_;aodesenvolvida.
Cabe a trrua boa tese identificar, situar, tratar e
fechar uma q'uestao cientifica de maneira cOlllpetente,
profunda e irredita. A caractedstica essencial de uma
tese e 0que ela coritem de irieclitoem certa area de
ciericia, eaquilo cornque pode contribuir de forma nova
para 0corihecirnenro humano. 0 inecliro apresentado
em uma tese tanto pode ser algo completamente novo,
como aspectos riovos de algoja velho.
Sao ainda caracterfsticas da tese:
• Serelaborada por p6s-graduandos, regularmente
vinculados a urnprograma de doutoramento de
uma iristituicaode erisino superior;
• Restringir-se, nesta elabora<_;ao,a urna area
especifica de concentr acao , definida pela
Inst.itu icao:
• SeI' produzida sob a tutela de urn doutor
orientador;
• Revelar dornrnio e sintese de conhecirnentos
especificos e originais dentro da ar ea de
conhecime nto/aruacao em que e desenvolvida;
• Ter 0texto apresentado e defendido publica-
mente, enquanto avaliado por uma banca
acarlernica, constituida dedoutores (geralment
seis), corroborados pela instituicao tuteladora.
6.Sinopseeresumo
Sao textos reduzidos. A sinopse e urn pequenoj. to (25 a 50 Iiribas), geralmente redigido peIo ~utor
I"()editor de uma obra. A caracteristica e.sserrcial da
hlOpseea apr-eserrtacao concisa dos tracos ge:ais, ?as
r urdes linhas da obra. Normalmente vern iriaer iclo
' ' 0 inido dos textos publicados e e muito util para a
t ,Iizi:u_;aoe levantamentos bibliognlficos.
oresume, normalmente urn texto maislongo (10%
t I r , r Y t ; do texto original), levanta as ideias essenciais do
, ro-base e deve manter 0espirito do autor. Procuram-
P" .servar as inrencoes e erifases, ~ratando com mais
d,'l .the aquilo que 0autor trata mats longamente.
Enquanto na sinopse se permite alguma
, , 1 « l'()l'eta~ao,no resumo procura-se guardar absoluta
I clt-lidade ao texto original.
7.Artigo cientifico
Visa publicar resultados de urn estud~. ~mbor~., IIha formato reduzido (entre 5 e 10 paglnas), e
,'u'pre urn trabalho completo, urn texto integral.
'5: geralmente utiliz~dos com<:>ublica<_;6ese~
,c .ixt s especializadas, seJa para divulgar co~heCl-
uu "lOS, seja para comunicar resultados ou rroviclacles
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 20/67
42Metodologta Cientifica - (I, construcao do conhecimento
a respeito de urn assunto, como ainda, para contestar,
refutar ou apresentar outras solucoes de trrna, situacaocontrovertida. A semelhanc;:a das rnonografias, deve
conter urna introduc;:ao, urn corpo (Com subtitulos,porcrn nao corn capitulos) e uma conclusao.
DoFormato aconselhado de apresentacao devem.constar:
• Titulo (subtitulo);
•Autol'(es);
• Creditos do(s) autor(es) (forrnac;:ao, outras
publicac;:6es,atividades importantes desenvoI-
vidas ou ern desenvolvimento relativas aoassunto apresentado);
• Sinopseou resumo do texro;
• Introdu~ao;
.0 corpo do artigo (com subtftulos, por ern rraoCOm capitulos);
• Conclusao;
•Referencias bibliograficas (0 elenco dos
rnateriais escritos utilizados como fontes de
informac;;aona confecc;:aodo te-xto,apresentadosconforme nor-masda ABNT).
3.8.Artigo-relatorio
(ourelato deexperiencia)
Tern a rnesm.afinalidade e caracterfsticas gerais
do artigo cientifico. Como os relat6rios em geral, 0
artigo-relat6rio resulta da intencao de publicar
resultados de pesquisas de campo ou de laborat6rio.
43
() formate sugerido para 0artigo-reIat6rio deve
I tu lu ir :
•Titulo (subtitulo):
•Autor(es);
•Greditos do(s)autor(es);
•Sillopseou resumo;
• Tntr-oduoao;
•Corpo do relat6rio (referencial te_6rico,
metodologia e materiais, .ap rese ntacao dos
resultados, analise e inte rp reta.cao dos
resultados, recomendac;:6es e sugest6es, se for
o caso);
• Ooricfusao;
• Refer-enc ias bjbfiogj-aficas .
.. ().Paper ou corrrurrioacao cientifica
Destina-se a urna comuriicacao oral em curses,
IIngressos, simp6sios, reuni6es cientfficasetc. Corrtern
I'll)media entre duas e dez paginas, estruturadas no
1U'(~deloe artigo cientifico ou artigo-relat6rio, para
Iioxte'r ior publicacao ern atas e anais dos event~s
Ikntfficos ern que for arn apresentados. Podem'parecer publicados na integra ou na forma de
rr-s umos e sinopses. Ernbora contenha a mesma
('strutura rntelectual dos artigos (iritr-oducao, corpo e
(0ncl'usao), nao apresenta subdivis6es: e Ull texto
IInitar io.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 21/67
44 Metodol.ogia Cientifica - a construciio do conhecimento
ofor mato recomendado de ap reseritacao e:
• Titulo (subtitulo);
• Autor(es);
• Credenciais does) autor(es);
• Sinopse;
• Texto (sem subdivis6es, embora tenha como
coriteudo uma iritr.oducao, urn corpo e Ulna
coriclusao);
• Refer-enc'ias brbfiog'raficas.
3.10. Lnforme cientifico
Utilizado para. comunicar resultados parciais depesquisas em andamento, ou os resultados finais de
'urn est.ag io de irive st igacao cientffica, 0informe
cientifico e sirrtetico , Divulga as primeiras descobertas
realizadas, as dificuldades encontradas ou previstas,
descreve proceclirne ntos utilizados, seja de campo, de
laborat6rio ou b'ibfiograficos. Deve tarribern incluir a
data de realizacao dos estudos e os resultados. Maritern
a estrutura intelectual e grafica dos artigos cieritfficos
e artigos de relat6rio, em relacao aos elementos
necessaries a inforrnacao que se quer transmitir.
Aconselha-se 0seguinte formato grafico:
• Tfrufo (subtftulo);
• Periodo de r-eal'izacao da Irrvcsfigacao;
• Autor(es);
• Credenciais does) autor(es);
II ~I~')S tc apresentacao de'textos45
• Sinopse;
.Introdu~ao;
• Cocpo (no formato relat6rio ou monografico,
nforme 0caso);
• Conclusao (mesmo parcial, se houver).
.1 1 '.Ensaio cientifico
Ensaio e0texto cientifico que desenvolve uma
,u,.~osta pessoal do autor a re speit o de um
h1c r-rruirraclo assunto. Embora emcerre 0pressuposto
, ('onhecimentos adquiridos no meio cientifico
OlllnID, 0 ensaio pretende expressar a visao do autor,
r • mesmo de forma independente com relacao ao
pcnsamerito cientfflCo·e comum a respeito do assunto.
I 'ncl. -se pensar 0ensaio cientffico ~()rno "urn conjunto
.le. imprcssoes do especialista". E claro que 0valor
•1('lltifico do ensaio depende do respeito da comuni-
.Iudecientffica pela autoridade e pelo notorio saber
d C ) risaista.
A estrutura intelectual e grafica do ensai o zi
idt?:nt!icaa estrutura intelectual e grafica da rnonografia
nil do artigo cientifico.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 22/67
Capitulo 4
Fases da
pesquisa cientifica
atividade intelectual caracteristica da pesquisa
visa a con.st.ruca.o do conhecimento. Esta
constr ucao pode significar descoberta ou' I u;o para a cierrcia ou a descoberta e avarico doH , 1 i . irnerrto do aprendiz, na rned ida ern que se
pi ()IU't2l, individualiza, torna seu, 0conhecimento ja
I e ' cuvokvido e tornado disponfvel pe las diversas• ucias,Nos doiscasos, apostura e0metodo cientifico
c. iudispensaveis. Ruiz? aponta muito bern para essas
tit" 'to isiclacles comuns entre os doisnfveis da pesquisa,
lO dizer que
Adiferenca entre ostrabalhos doscientistase0dosestudantes
urriver'si.tarios nao deveria residir no rrreroclo, mas nos
prop6sitos. Oscientistas ja estao trabalhando com 0intuito
de prOlTIOVer0avarico ciaciencia para a Humanidacle; os
estudantes ainda estao trabalhando para 0crescimerrto de
sua ciencia, Ambos, porern, devem trabalhar cientificamente.
Os estudantes trabalham cierrtificarnerrte quando r-ea.lizarn
pesquisas dentro dos prindpios estabelecidos pela
:metodologia cientffica, quando adqtrirern a capacidade nao
so de conhecer as conclusoes que lhes foram transmitidas,
mas se habilitam a recoristituir, a refazer as diversas etapas
do carnirrho percorrido pelos cierrtistas.
" RU'tZ,J. A., op , cit., 1986, pA9.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 23/67
48 Metodologia cient ff lca - a corl.5t'l1/{r70 do amhsc imeruo
o trabalho de pesquisa visando a construcao do
conhecimento desenvolve-se por eta] tLS que se
constituem num metodo, Hum camirrhofa ilitadordo
processo. As' cin co fases d'a con str-ucao do
conhecimento estao diluidas em tres mom nt s.Opri-projeto e0 rojeto (planejamento da p squisa primeiro
mornento); coleta de dados e r dad 10 texto
(execucao, segundo momento); apr nta<,, ;ao grafica
(a datilografia/digitaoao, terceiro mom '111 ).
4.1. Pre-prejeto
A pesquisa cientffica bj tiva, em (iii ima analise,
responder as necessida I s humanas, I~'"] orern, uma
atividade te6rica, racional. Dove port.uu o, d de 0
infcio, assumir a format de ativicladc int 1 ctual
planejada.
o p re-pr ojeto e a pr-ime! I'~I a tivi lade de
planejamenro, 0qv.e se pretend ',.' Iartit de urn
tema, gerar uma ou.mais hipotes s. All' . .ssidade de
pesquisar, de investigar, s6 toma f rma, ,011"1"- tiza-se,
diante de urna hip6tese, pois temas ap nailanunciam
a presenc,;a de uma necessidade humana qualquer,
Aatividade intelecrual propriamente ditain i.ia-s pela
pcrcepcao e problematizacao da n c ssidad . Dai
pode-se dizer que sern hipotesefs) nfio i h it p e squisa.
Ahipotese pede ser caraeterizada €Ol1ilO as0111lc,;ao
possivel para urn problema. C001. I as e em
conhecimentos previamente adquiridos tid S omo
seguros, 0pesquisador prev-e verdades P ssfveis a
respeito de urn tema qualquer, E , dessa forma, uma
Fases da pesquisa cientffica 49
tentativa a pr io r i de explicacao. Seu enunciado e uma
afirrnacao provisoria de verdade, a opiniao inicial do
pesquisador,
E funcao ciahipotese ser a.genese do processc>
posterior de invesrigacao, ou seja, o trabalho de
pesquisar consiste em procurar evidericias que
comprovem (sustentem ou refutem) a verdade
anunciada na hipotese. Alem disso, e a hip6tese que
impora diretriz e finalidade a todo 0processo posterior
de investigacao e busea, pois 0pesquisador nao deve
buscar informacoes ao sabor do acaso, mas com
definicao de onde quer chegar, Afinal, s6encontra algo
aquele que sabe 0que esta procurando ...
E claro que hip6teses nao surgem do vazio.
Surgirao a 'partir da observacao das necessidades
hurnanas, confrontadas com a experiencia teorica ja
desenvolvida e apreendida p.el o pesquisaclor.
o surgimento de hipoteses e dependente do "olho
clfnico" com que seobserva a realidade.
Pode-se dividir a atividade de pre-projeto em
cinco passos basicos: escolha do tema, revisao de
11er atura, problernatizacao, selecao/ delimi tacao,
geracao da(s) hipotesets).
4.1.1. Escolha do lema
Inicia-se aquia uma oaminhada cientimca, cujo
con teudo e su'cessc dependem basrante dest emomento. Alern disso , diante da vasr idao das
possibilidades de ternas sugeridos pela atividade
humana, sabe-se, por experiencia, da dificuldade eate
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 24/67
50
mesmo da angustia diante da escolha d- urn tema, €)
que implica sempre no abandono de Ol1lX ,tambern
,iateressantes.
. Sugerem-se alguns criterios qu ajudarao na
escolha adequada de urn terna de pesquisa:
Gosto pes,soal, preparo teC111C() e tempo
disponivel- Urn tema da prefcren .i: do I .squisador
gera ernpatia, entusiasmo e favor € a pcrs vera:ID{,;a.
A formacao culrur al e a vivericia ] 5so'IJga'I"tntirao 0
infcio bern sucedidodo pnocesso le bu s .a; o ~ell!lpOpara dedicacao garantira a contin ui lad . d processo
ate Q ponto necessario/desejado,
Importancia ou utilidad do t rna,- Q desen-
volvirnento do conh cirnento ' r 'nl[ r . ben 'f.fLco.Deve
estar daro para 0pesquisador a r ··1V :1 J I .iad urn tema,que possa diwigir-segenericam 'nt';.1. tr"·s I ; l ) neficiarios:
a sociedade, a ciencia, a eseola. Urn rema 1 . m r levancia
social quan do 0 desenvolvim -nto ,,11), enclusoes
acenam com uma contribuicao dir ~t,'ll ara a sociedade.
:J!stoque); dizeF que pode c .e m tr ib ui1 " I at" r 'spo:nder a
lima necessidade social concreta. Relev: n .i: ienrffica
.~ caractertstica daqirele ILema qu (]I1·senvclvido,
contrib ui para m.elhor e.sclar ec 1'/1' s lver urn
problema deteceado em pr'eviste no curso I. " UlTI estu€lQ
QU pesquisa cientffica. Relevanci a aca lernica ecaracrenistica do terna qu@, deserivolvid.o, com:tJTihmi
para o. ensino/aprendizado a resp it de urna
necesaid ade/p'rob.leraa hurna no. E claro que a
impor tanci a em uma d.essas areas era motivo
suficiente para caracterizar como relevantecert0 tema.
Fases da pesquisa cienr iflca 51
Existencia de fontes - E coridicao essencial,
E ate possivel pesquisar alga desgostoso ,eirrelevante;
e impossfvel pesquisar sern fontes de dados. Relern-
brando, as fontes possfveis de pesquisa sao tres: uma
bibliografia a respeito do terna; urn campo onde se
possa observar ; urn laboratorio onde sepossa recriar,
Em resumo, 0tema ideal para pesquisa . e aqueleque preenche as tres caracterfsticas: atende ao gosto,
aptidao e tempo do pesquisador ; e relevante ou paraurna sociedade, ou para lima ciencia ou para a : escola:
e sobre ele e possfvel obterern-se dados.
Suponha-se que 0terna que se escolha seja: "As
gr<;lndes viagens de descoberta do seculo XV". As
questoes iniciais a serem respondidas sao: (a) '''Go_sto
deste assunto? Tenho conhecimento e aptidao para apesquisa historica? Tenho tempo para desenvolvc-la?"
(b) "Qual e a importancia do desenvolvimento deste
tema? 0 deserrvo l.virnermo dele' contribu i' para a
sociedade, ou para a ciencia ou para 0 ensirio da
his~6ria?'" em ainda: "Vouaprender .mais a respeito dos
descobrirncntos?" (c) "Existem fontes?" (obviamente
serao fontes &,ibliGgra:ficasjdocumentais). A resposta a
este conjunto de questoes e que torriara 0tema born
ouyuim paFao pesquisador, . .
4.1.2. Revisa.o de literatura
Urna vez escolhido 0 terna, 0 prnxim» passo eprOCl'.lTar materiais escritos q,ue tratern do assunto.
Embora sejaverdade que aoescolhermos determinado
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 25/67
52 Mctodologia cientfflca - a , c o n :sM1 J ,£ r ,i ( )do (JonhJ;c i? l ,enti i J'
t e r n . a , a l g a dele ja. nose c o n hecido., a r e le it u aa
exploratoria tern0mer-itode aurnentar a xtensao ea
profm.ndidade dos conteudos conhecidos. A : lemrra
inici al a respeito do assunto em d'icionar icrs.,
ericiclo ped ias , intr oduco.es e rnanua is lidatico.s
perrnitira, ao merios, ,que se apurem 0 s ntido depalavr as-chave, defirricoes , sit.uacao historica do
problema, classificacoes genericas etc. Al In disso, 0
conhecimento generico obtido par ill ids econrato
inicial, ajudara a distingnir 0secund I fr to do essencial
e facilicara a -delirnitacao docoat ud d s ternas a
investigar,
Aop.Focurar materiais escritos a rc 1 ito do terna
proposto, (descobrern-se mat rials m fi lUlrios de
bibliotecas, nas indicacoes bibli g ',;Hi.as ql!leconstam
ao final de artigos e livros, pergunLan 10aprof ssores e
colegas da.area etc.), encontram-s aigun , que claamam
a atencao: a revista S up er In teressarue (~ Paulo: Abril)
1'1. '2, ,fe-v.~99:$.p.36-45) trazia urn arturo com 0 t~tult)
"A Cruzada do Descobrimento". Ao fin .J do artigo,
indicava dois livros que tratarn do rn sma assunto:
A missao templaria 'nOS descobrimentos (Raini 'tr Daehnhardt;
Lisboa: Nova Acr6pole, 1993), e Colombo a cabala e 0
deliria (Liriz de Lancastre e Tavera: L1boa: Quetzal,
1991). AEnciclopedia Barsa {edic;;aode 1997, novolume
I da Micropodia) indica que trata de "descobrimenios"
(\II01s:5 p.119; ?p ..351; 9 p. 25~; lOp. 4:01; ~2 $ 1 > . 2'9~b),
alem de outras indicacoes. Ao que par· C , material
inicial de pesquisa para Q tenia existe. E [ni iar a leituraexploratoria, levantando curiesidades, coa eitos .novas"
mar-cando defiriicoes , nornes, datas que pare<_;am
importances para ~plcDftJndarm.entGposterior, tra<_;at:ldo"
Fases dapesquisa cientifica 53
. e n f i m , a s I i n h a s gerais d o assu n t o a partir d a s
inforrnacees contidas naqueles textos,
4.1.3. Problematizacdo
Os assuntos ou temas que se escolhem sao
necessidades htrmarias recorihecidas e arrunciad as.
Existiu (a necessidade Imrnana) do "Descobrirnento
de novas terras" ..Existe (a necessidade hurnana de
conbecer como foi feito) 0"Deseobrirnento- do Brasi]".
Para responder a essa segunda necessidade, serao
n.ecessar ios clados, irifor'macoes, com os quais se
desenvo lver.ao os r-ac.iocfn.ios formadores do
conhecimento. Isto e " a necessidade exige urn trata-
mente teorioo, cientffico, racional.
A problernatizacao e a transforrnacao de uma
necessidade humana em problema, que por sua vez
define-se corno "necessid ade b.lJlooana, quando,
pensada". 0 que se faz, na realidade, e dividir a
necessidade em seus aspectos componentes julg-ado$
importantes. Segue-se aquilo que fai aconselhado por
Rene Descartes: divide-se urn problema em tantas
partes quantas necessarias para bem resolve-lo."
Sugere-seo "qncsticnario" como instrumento
de problernatizacao. Com base na curiosidade pessoal,
l(Ll~spertadapelos ·clados que se tern, au que se .reforcon
a partir das leituras explorat6rias, criarn-se perguntas
e r-espostas a respeito do assunto. 0 numer o e a
8 Cf DESCARTES, IR.DiSCll.r1;O do metoda. Colecao Pensadnres (Descartes I). Sao
Paulo: N.(!JV3 Cm,lrural, 1987. p.37-38.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 26/67
54 Metodologia cientffica - a constru.r;iilJdo conhecimento
qualidade das questoes e respostas varia emfuncao da
extensao e profundidade do dominio ja existente a
respeito do assunto.
Asrespostas devernser colocadas em uma frase
unica, que indique aquilo que 0pesquisador sabecomo
resposta naquele momento a respeito do assunto. Cabecomo resposra ate mesrno urn "nao sei". Evitam-'se,tambern, perguntas de respostas patentes eja fechadas,e privilegiam-se perguntas e respostas que revel em
possibilidades de mais exploracao e pesquisa,
A resp cito das "Grandes viage n s de
descobrimento do seculo XV", pode riam surgir
quest6es como:
P: 0 que saoasgrandes viagens de descoberta do
seculo XV?
R: Saoviagensmaritimas realizadas comaintencao
de descobrir novas rotas cornerciais.
P: Por que foram realizadas essas viagens?
R: Para descobrir novas rotas corne rcrais e
eventualmente novas terras,
P: Que paises se iriteressaram mars por essas
viagens?
R: Portugal e Espanha,
P: POI' que as viagens em oceano aberto nao se
r'eahzararn antes?
R: Pelo ternor despertado por estorias aterrori-
zantes a respeito dos oceanos abertos.
Fases dapesquisa cientifica 55
P: 0 Brasil foi realmente descoberto por Cabral?
R: Ha evidencias de que nao.
E claro que muitas outras questoes, ligadas aessasou nao, poderiam ainda ser levantadas, 0 assume eimensamente amplo, 0que leva para apr6xima etapa.
4.1.4. Selecdo/delimitacao do assunto
As pesquisas podem considerar a extensao e a
profundidade do assurrto, isto e, podem ser feitas
privilegiando amultiplicidade de aspectos conhecidos
que compoem urn tema, seusaspectos "hor izoritais", a
extensao doassunto. Podern tambem conceritrar-se em
aspectos "verticais". Terideria, neste caso, a dirninui r
a extensao do assunto, sua multiplicidade horizontal,para possibilitar 0aprofundarnento.
o progresso cientffico quase sempre surge do
aprofundamento de aspectos de uma necessidade, isto
e, estuda-se mais detidamcnte "pedacos" dela por vez.
Dai a importancia da delimitacao. Deve-se escolher 0
"pedaco" do problema que se quer ou se pr ecisa
estudar, para estuda-lo em profundidade.
Na. pratica, selecao/delimitacao de urn assurrto
corisistem em escolher, entre os var ios aspectosanteriormente levantados, aquele que rnerecera estudo
e investigacao neste momento. De qualquer maneira,
mesmo que todos os aspectos fossem considerados
irnportantes,: seriam tratados urn por vez. Aoescolher
urn deles, mesmo que provisoriarnente, abandonam-se
os outros. E , porern, urna imposicao de mecodo. POI'exernplo, dosvariosaspectosque foram levantados para
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 27/67
56
o terna "As g:r.andes viageris de descehremento do
seculo XV" ,poder-sc-ia escolher: 0 Brasil lei TfH;timeIf lte
d es co b er to p ar Cabral em 1500? us eoidencias.de que nQ,e' .
Ou seja, 0 pesquisador vai abandnnar seu assunto
irricial para co.n.cent.rar -se , ruesmo "1ue tere.po-rariarnente, apenas neste aspecto, qmejulga importante
para 0conhecimento do tema.
4.1.5. Geracao de hip6tese(s)
Hipotese e caracterizada como uma "verclade,provis6ria". E fuadamental para qualquer processode
investigacao cientifica, pois consiste no lancamento de
uma afirmacao a.respeito de algo ainda desconhecido,
ou pelo menos, nao satisfatoriamente conhecido. Em
pesquisas de ponta, lanca-se uma afilFtnac,;ao a re.speitQdo desconhecido, COm base no conheciraentoque a
humarridade construiu e pnblicou a r speito do tema.
Em pesquisas academicas, faz-se amesma coisa, poremcom base n~ co nheeirn errto ja consta-ufd o pele
pesquisador. E a partir de urna "base conhecida" <que
se lancara um. novo desafio de conquista il'lteJ:eGtu,al.
A hipotese com que se vai trabalhar SU'l'iedas
questoes ja levantadas a Yespcito do temav rnais
especificarnente, da questao escolhida no peocesso de
selecao/delimitacao. Aquestao lecantada.juntocom a
resposta que se deu, e 0indicative do estagio de
conhecimento do pesquisador a .respeito do. assunto
do qual, irievitavelmertte, pavtjra Sua investigacao.
Em fu.ncao disto, hipareses 8.3.0 in.divieluai.s ,
partioulare:s, pais representaen pontos de partida cam
base na extensao e profundidadedo conhecimento-ja
Pases ciapesquisa cicntffica 57
adquir ido pOl' indivtduos/pesquisadores, corihcci-
mentocsse indicado nas perguntas e respostas que
forrnulou.
Na pratica , gera-se a hipotese juntando 0
conteudo da pergunta com 0 conteudo dar esposta,
em "urna frase afirrnativa unica". Esta afirmacao telaum co nteudo posi tivo , negativo 0\1 duvidoso,
dependendo do con.te udo de conhecimento do
pesquisador, ao responder a pergunta. Sera, porem,
sempre" urna afirmacao.
Alem disso, aship6teses devemser razoaveis, isto
e, nao podern implicar em contradicao aberta. Deverntambernser verificaveis, i8110 e, podern-se deserivolvertestese verificacoes empiricas ouintelectuaisa respeito
delas.
Aquestaot'O Brasil foirealmente descoberto porCabral em 150Q?" recebeu a Tesposta "Ha evidcncias
de que nao", suger e ao pesqu lsad or a seguint€
hip6tese: "Ha evidencias de que 0Brasil nao 'lle:nha
sido realmerite descoberto por Cabral em 1500". Ou. . ,.,fi _" I" "d" id "seJa., urna anrrnacao que evanra uma .UVI. a a
respeito de rlados Jaistor icos. a ser ern novamerite
investigados.
Resumindo: 0 pre-projeto para 0 terna que f0 1
inicialrnente escolhido, poderia torrrar 0seguinte.formate:
1. Tema: As gra~des viagens de descoberta do seculo
xv:
2. Problematizacdo:
P: 0 que sao as grandes \aagens de descoberta do
seculo XV?
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 28/67
58 Merodologla cientfflca - a censtruciio do conhecimento
R: SaOasgrandes viagens maritimas que descobrjramnovas terras ..
P:Que paises envolveram-se de modo especial fiestasviagens?
R: Portugal e Espanha.
P:Por que tais viagens foram organizadas?
R:Para facilitar o cornercio da Europa com 0Orientee para descobrir novas terras.
P: As datas hist6ricas relativas aos descobrimentos saodef1nitivas e verdadeiras? ... .
R: Aoque parece, sao contestaeeie.
P:0Brasil foireahnente descobertopOT Cabral em 1500?
R: Ha evidencias de que nao.
• Outras.
3. Delimitacdo:
•0Brasil foi descoberto realmente por Cabral em1500? Ha evidencias de que nao,
4. Hip6tese:
• Ha evidencias de que 0Brasil nao foi realmentedescoberto por Cabral em 1500,.
Observe-se que 0 camiriho tracado e urn roteiro
tematico tracado. pelo pesquisador. Os problemas
levant ados sobre 0terna, bern como as respostas aeles,poderiam ter outra extensao e outra profundidade,
isto e, poderiam se.rcompletamente diferentes. Para
esta pcsq'uisa, porern , a partir deste ponto, vai
inter essar apenas ahip6tese levantada. 0rabalho de
investiga<;aotera como norte averificacao da validade
da afirrnacao: "Ha evidencias de que 0Brasil nao foi
descoberto realmente pOl'Cabral em 1500".
Eases da pesquisa cientifica 59
4.2. Projeto
Para 0 e xi to d.a atividade intelectual, a
importancia do planejamento e indiscutivel. A etapa
de planejamento se completacom a montagem do
projeto de pesquisa, que traca 0c am in ho i ru el ec tu al
inicial de todo 0processo posterior. A coleta de~dadose a redacao final do trabalho e planejada aqui. E claro
que, como em qualquer planejamento, 0projeto que
se monta pode ser mudado, ajustado conforme
necessidades e disponibilidades constatadas
poster iormerite, no decorrer do processo.
Sugerern-se como indispcnsaveis (e que devem
estar absolutamente claros para 0pesquisador), 0
planejamento de cinco itens: tema espec i fi c o , ob j e ti v o geral,
ob j e ti v os e spec i fi c os (ou variaveis, quando se trata deprojeto
de relatorro), procedimentos e recursos, Como, porern,projetos sao tambem submetidos a leitura e apreciacaode terceiros, devern-se agregar algumas inforrnacoes
adicionais, especialmente mais estes cinco itens: a re a d e
p e sq ui sa , t em a g er al , j us ti fi ca ti va , [ an te s e cronograma.?
Na pratica, a montagem do projeto parte da
hip6tese levantada no pre-projeto e se inicia pela
montagem dos cinco itens essenciais,
4.2.1. Tema especifico
E criado a partir da hipotcse. 0 terna especfficosera 0 titulo do futuro texto escrito. Em trabalhos -
9 itclaro queo projeto podera ter outros itens, Sf! forern do interesse dainstituicao
ou pessoa que solicita urn projeto de pesquisa. Nocaso, S a o agregadas aoprcjetotodasas outras informacoes necessarias ou solicitadas.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 29/67
60 Metodologia cientIfica - a conslruciio do conhecimento
cientfficos, os titulos devem obrigatoriamente indicar
oconteudo desenvolvido. Como0cont~udo estasendo
planejado no curso de uma hip6tese, nada melhor do
que ela para fornecer tarnbem0titulo.
Na pratica, criar 0tema especffico consiste em
transformar a "hip6tese", que e uma "afirrnacao" arespeito do assunto, em urn tema, que e apenas urnanuncio doassunto, mantendo fidelidade aocontetrdo
expresso na hip6tese ..
Exemplo: Uma pesquisa a respeito do assunto
"A cura pelas plantas", gerou a seguinte hip6tese:
"0 limao e eficaz no combate aos resfriados" ..Tal
hip6tese poderia gerar temas como: "A cura do
resfriado pelo limao" ou "A eficacia do Iirnao no
combate aos resfriados" etc.
4.2.2. Objetivo geral
. 0 objetivo geral de urn projeto de pesquisa
cientffica e sua "espin ha dorsal". Deve expressar
claramente aquilo que 0pesquisador pretende
conseguir com sua investigac;ao. Nao e 0que de "vaifazer" (isto se preve nos procedimentos), mas 0que
pretende conseguir como resuItado intelectual final
de sua investigacao. Saoos objetivos de uma pesquisaque delimitam e dirigem os raciocfnios a serem
desenvolvidos. Fornecem, atemesmo, 0 "calibre" dos
dados que serao necessarios para 0 desenvolvimento
dos argumentos.
oenunciado de objetivos inicia-sepor urn verbo
no infinitivo. No caso da pesquisa cientffica, que se
Fases da pesquisa cientifica 61
caracteriza como "atividade intelectual", 0 verbo que
abre os objetivos deve ser verbo que indique "acao
intelectual", mensuravel, isto e, cujo "prod uto final"possa ser verificado.
Sabe-seque0cerebro humano ecapaz de estagios
ou estados cognitivos diversos, com graus tamberndiversos de corriplexidade. Sao eles: conhec imento ,
c o mp r ee ns ii o , a p li ca r; ao , a na li se , s in te se e a o al ia cd o . 0 grau
de complexidade (e nao necessariamente de
dificuldade) da atividade intelectual aumenta do
anterior para 0posterior. Com efeito, a atividade de
avaliacaopressupoe sinteses, que pressupoern analises,
que pressup6em compreens6es (havendo ou naoentre
elas a atividade de ap licacao), que pressup6em
conhecimentos, istoe, aposseinicialdedados. Por outro
angulo, 0conhecimento, aposseindividual de dados, ebasepara acompreensao (0"encaixe" deurn novodado
no esquema cerebral ja existente). S6 quem
compreendeu algopode aplica-lobern navida pratica.
Aplicada ou nao , a infor maca« compreendida e
analisada (0julgamento do cerebro a respeito de sua
nova coridicao, agora com 0 dado recentemente
compreendido). Dai surge uma novasintese: 0cerebro
decide 0 que fica como resultado, se mantem a nova
inforrnacao compreendida, ou se a descarta. Com as
sintesescerebrais finaise que seavalia, sejulga, sevive.Cada urn. desses estagios cognitivos possibilita
atividades ou acoes intelectuais, expressas por verbos
espedficos.
Estagio de conhecimento - Se expressa em
verbos como a po n ta r; c ita r; c la ss ific ar , c on he ce r, d efi nir ,
d es c re ve r, i de n ti fi ca r, r ec o n he ce r; relator.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 30/67
62
MetOdo]bgia cientffica - a cons17-Ufiio do conhecimento
Estagio de compreensao - Em verbos comocompreender; concluir; deduzir. demonstrar. d t ..dit. . di ., ) e ermznar.
1 :1 erenczar, zscutzr, interpretar, localizar, reafirmas. '
Estagio de aplica~ao - Em verbos como aplicar.
delsen:volver,empregar, estruturar, operar, organizar. pratica:'se ecwnar, trocar. ' ,
. Estagio de analise.- Em verbos como analisar,
~ompa.rar,criucan debater,diferenciar, discriminar, examinar.znvestzgar, provar. '
E~tagio de sintese - Em verbos como compor.
Pcondstru.zr,ocumentar: especif icar; esquematizar, formula;'ro uzzr,propor, reurur; szntetizar.
Estagio de avalia~ao - Em verb os como
~rlgumenta~ aval~ar, contrastar, decidir, escolher, estimar.
J U gar, medzr, seleczonar. . ,
Na ~rat!c~, montar 0 objetivo geral consiste em
~ntepor a hlpotese urn verbo que ex resse a ao
m~.le~tual, da escolha dopesquisador. It ~ma escoihasu ~etIva, e~ que se procura 0 verbo que melbor
intelccm aquilo que de fato se quer como resultado
~tehectual, e 9ue, evid~nte~ente, possa ser realizado.
ben a-se 0c~ld.a~odemsenr asparticulas que ajustem
em 0verbo ahipotese, tornando 0enunciado correto.
Exemplo·Ah' ,t "I'.. IpOese 0rrnao e eficazno combateaos resfriados" pode ser transformada em objetivos
de dlvet'sos graus de complexidade "R l tlim- , fi . e a ar que 0ao e e icaz no combate aos resfriados" e
complexo do que "analisar se 0lirrrao e efi~:~~combate aos resfriados" que e p
, ,or sua vez, menos
PIS 's da pesquisa cientifica 63
complexo do que "avaliar se 0 limao e eficaz nocornbate aos resfriados". Com efeito, 0 volume de
inforrnacoes eo grau de elaboracao intelectual exigido
para urn relato, e menor do que aquele exigido para
uma analise, que, por seu turno, e menor do que para
lima aval iacao. Ou seja, e 0verbo escolhido que"calibra'' a atividade a ser desenvolvida. Qualquer dos
tres, por ern, seria urn born objetivo de pesquisa
.ientifica. Se for tornado como objetivo geral, a titulo
de exemplo, "analisar se 0 limao e eficazno combateaos resfriados", este sera 0micleo do coriteudo a ser
desenvolvido. A analise do conteudo sera 0 resultado
rnensuravel, palpavel, para essapesquisa.
4.2.3. Objetivos especificos"Analisar se 0 lirnao e eficaz no combate aos
resfr iados" acaba de se tornar, por escolha do
pesquisador, urn problema intelectual a ser tesolvido.
Como se sabe, os problemas intelectuais podem (e
devem) ser divididos emtantas partes quantas possiveis
ou necessarias para bern resolve-los. Por esta razao, 0
problema expresso como objetivo geral sera
subdividido em tantos objetivos espedficos quantos
necessaries para 0estudo e solucao satisfat6ria do
problema contido no objetivo geral. E claro que serade grande utilidade a revisao de literatura ja feita, pois
e 0que ajudara avislumbrar osaspectos cornponentesdo problema a ser resolvido. Cada urn dos objetivos
espedficos sera uma parte distinta da futura redacao
(urn capitulo, urn segmento). Ou seja, os objetivos
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 31/67
64 Mctodologia cientiflca - a constnuiio do conhecimento
es ecificos indicam as Eartes do conteudo do futuro
texto, a serproduzid2._na fas~da r~da~ao.
Na pratica, sugere-se a montagem de objetivos
espedficos em quatro mementos.
. 1. Levantamento dos aspectos componenteslDlpo.rt~ntes do problema - Examina-se 0 problema
(0 ob~etIvogeral), procurando nele divisoes possiveis,
ou seJa,os aspectos que 0pesquisador considera como
componentes relevantes do objetivo geral.
. Exemplo: Para 0 objetivo geral"analisar se 0
Iirnao e eficaz no combate aos resfriados" 0
con.h~cimen~oantenor.ja ~dquirido emelhorado ~ela
~evlsao de literatura, indica aspectos componentes
irnp ortan tes, tais como: "0virus do resfriado"·
"compo~entes quimicos do limao"; "reacoes do viru~
do resfnado aos componentes quimicos do limao" etc.
2'. Transformacao de cada urn dos aspectos
escol~ldos em urn objetivo - Antep6e-se a cada
eriunciado urn verbo que indique acao intelectuaI.
A escolha e feita com base na natureza do assunto, na
extensao eprofundidade com que0pesquisador julga
querer/precisar trata-lo.
Exernplo: Pode-se decidir que os aspectos
levan~ados ,~rans.formem-se nos seguintes objetivos
especfficos: analisar 0virus doresfriado": "identificar
os componentes quimicos do limao"; "analisar as
re~c;~es do ~irus do resfriado aos componentes
qUlmlcosdo limao",
65
" /I CS do pesquisa cientifica
3. Verifica~ao da suficiencia dos objetivos
.8pecificos propostos - 0conjunto d0s. ~bjetivos
('1'11' dficos deve ser suficie~tepara que 0ob~et1vogeral
N :jn preenchido. 0pesqulsador deve venficar se QS
J.otnponentes (objetivosespedQco~)propostos, quando
c l 'senvolvidos, cumprem a tarefa mtelectual apontada
p .10 objetivogeral.0onjunto dosobjetivoses~e~ificos
n r , o deve , por outro lado, extrapolar a auvldade
proposta pelo objetivo geral.
4. Decisae quanto a melhor seqiienc~a l?gica -, nsiclerando que os objetivos espedfi~os mdlca,~ ~s
partes do futuro texto, deve-~e ter.0c~.lldadodeJa te-
los na melhor sequencia logica. Slgnlfica estabelecer
desdeja quais assuntos deve~ pre~ede: aoutros, tanto
para 0desenvolvimento da lnvesuga<;ao,quanta para
a futura leitura do texto.
Exemplo: Parece que a melhor sequencia no
.xemplo proposto e:
a)identificar oscomponentes quimicos dolimao;
b) analisar 0virus do resfriado;
c) analisar as rea<;6esdo virus aos componentes
quimicos do limao.
otrabalho de investigac;aopassara a ser feito emtorno dos objetivos espedficos propostos, qu~ na
verdade, saoproblemas espedficos aserem reso~vl~OS,
Busca-se realizar diretamente cada urn dos obJeuvos
espedficos, para que, indiretamente, resolva-se a
proposta do objetivo geral.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 32/67
66 Merodologia cientifica - a COl1Stl1t.1,aO do conhecimento
4.2.4. Procedimentos
Deriominam-se procedimentos (ou metodologia)
as atividades praticas necessarias para a aquisicao dos
dados com os quais se desenvolverao os raciocinios
(previstos nos objetivos especificos), que resultarao emcada parte do trabalho final, ou seja, planeja-se aqui,
de forma concreta, a coleta de dados, que se iniciara ao
final do projeto. A pergunta .que norteia a montagem
de procedimentos e: "Que atividades concretas devo
desenvolver para obter as inforrnacoes necessarias para
o desenvolvimento de cada objetivo especifico?"
Cada procedimento (ou grupo de proccd i-
mentos) e planejado em furicao de cada urn dos
objetivos espedficos estruturados. Isto
e ,pensa-se a
coleta de dados para cada problema levantado na
forma de objetivo especffico.
Na pratica, a ideritificacao dos procedimentos e
feita indicando-se as atividades de coleta que serao
desenvolvidas (pesquisa bibliografica, experimento,
levantamento, estudo de caso, pesquisa documental-
cf. capitulo 2), tendo 0cuidado de manter a
identificacao alfa-nurnerica com 0 objetivo especffico
a que se vinculam. Tomern-se como exemplo os
objetivos especfficos apresentados logo acima:
a) identificar os componentes qufmicos do limao;
b) analisar 0VIrusdo resfriado;
c) analisar as reacoes do virus do resfriado aos
componentes quimicos do limao.
67
~ _ ( I. ) J) squisa cientifica
'P r decisao do pesquisador, poderiam
piupo'tos os seguintes procedimentos:
a) pesquisa bibliografica:
b) pesquisa bibliognifica e experimento;
c) estudos de caso.
C-0 do procedimento bibliogniflco,
om excec;aid . d esmo padrao todos
('IHIredesenvqlvl 0segun 00 m . 'utros procedimentos devem ser segUldos de uma
CI d . - (5 a 10 [inhas). Embora osI.. "ve escricao " . - os'1'0 'edimentos tenham um padrao co~u~ ~ue.
~.:tracteriza, cada coleta de dados tera eXlgenClaS
pr6prias, que deverao ser especificadas.
Adescric;aodos procedimentos pode tamber~ ser
(.nriquecida pOl' detalhes praticos. Alias, em projetos
I" relat6rios, costuma-se solicitar detalhamento
t, 1idadoso de todos os proced~~entos a serem
d senvolvidos em campo/laboratono. Detalha-se 0
ti 0de tratamento que as\miverso, a amostra, 0 'P .
- , berao: d crevem-se osmstrumentosinformac;oes rece erao, es- .
de coleta, a margelTIde acuidade prevlsta etc.
se r
4.2.5. RecursosRecursos (oumateriais) e a listagem q~~ntitativa
de tudo aquilo que se pretende utI.hzar no
desenvolvimento dos procediment~s ..Por lSSO~ca~a
d recursos cleve ser identdicado por alfa-grupo ~ .' dente aquela dosprocedimentos.numerac;aocon espon
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 33/67
68 Merodologia cientifica -a construcdo do conhecimeruo
Exceto por solicita<;a.oespecffica nao ha 'd dd d" , . , necesSI a ee IS.tI?gUl-Ios,dividindo-os em recursos humanos
materrais e financeiros. '
d~a verdade, quando 0pesquisador delineia os
proce ,lmentos de uma pesquisa.ja 0fazcontando com~erto npo e volume de recursos. Planejar os recurs os
: ~s~egurar, ~om0maior detalhe possfvel, a suficiencia
~nIClal dos Hens necessar ios para a aquisicao d
informacoes desejadas (ver quadro abaixo). as
P
No exemplo apresentado, temos tres obietivos
ara cada urn dele d idir J. s se ecr IU pOl' certos procedi-
~~ntos e, para_Ieva-Iosa efeito, buscaram-se recursos
eJacomo se vmculam: '
Objetivos Procedimentos Recursos
(a) identificar os pesquisa bibliogra- 3 livros, 2 artigos.
componentes fica,
quimicos do li-
mao,
(b) analisar 0virus pesquisa bibliogra- 2 livros, 2 re1at6rios.
do resfriado. ficaeexperimento. 5 individuos com
. resfriado, 100ml de
reagente X, urnmi-
crosc6pio, etc.
(c) analisar as rea- estudo de caso. I microsc6pio, 25<_;6esde virus
do resfriado
placas de cultura
aoscomponen-
200 ml de corant~
tesqufmicos do
Y,etc,
,limao,
69
~l' rI.1pesquisa clent if'ica
om estes cinco primeiros itens devidamente
tabdecidos, 0pesquisador tern urn plano possivel
cit. trabalho Porem projetos sao normalmente lidos
, or teTceiros. Acrescente-se, por isso, a este plano
h lsi 0, area de pesquisa, tema geral, justificativa, fontes e
trmwgrama.
-/.2.6. Area de pesquisa
E muito imp6rtante que sedefina aarea do saber,
I ' c:iencia, de cujo conteudo se extrairao os dados
.'ss nciais e sob cujo ponto de vista se desenvolverao
e}li raciodnios e conclus6es da investiga<;ao que se
pI' .tende. Com efeito, as ciencias se distinguem pelo
('onjunto de dados que privilegiam, pelos raciocinios
corn eles construidos e pelas conclus6es queI l . I resentam. Arigor, qualquer assunto pode ser tratadop r qualquer ciencia. Por exemplo, "joelho humano" ,
u-atado pe1a ortopedia, tera urn tipo X de dados e
raciocinios, certamente diferentes daqueles que seriam
utilizados pela antropologia da religiao ou da estetica
'orporal.
A decisao a respeito da area de pesquisa e feita
c nsiderando qual e0objetivo geral do projeto.
Nao se deve confundir area de pesquisa (urnaciencia) com linha de pesquisa, que se entende como
certa area de uma ciencia a respeito da qual urn
pesquisador, ou uma institui<;ao,manifestam interesse
especial de investigac;;ao.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 34/67
70 Metodologia cientffica - a construciio do conhecimento
4.2.7. Tema geral
Escolhido no InlClO do pre-pr ojeto, chama-se
tema geral por ser assunto amplo, abrangente econter,
como urn dos aspectos, 0 tema espedfico. Contrasta,
pois com 0 tema especifico, cujo nascedouro foi uma
hip6tese, levantada apartir de uma pergunta-resposta,nascida do tema geraL
4.2.8. ] ustificativa.
Justificar e oferecer razao suficiente para que algotenha acontecido ou aconteca. Ajustificativa de urn
projeto consisteem apresentar motivos bons0bastante
para 0desenvolvimento de pesquisa arespeito do tema
.espedfico (ou do objetivo geral) escolhidos.
oconteudo de umajustificativa deve contemplar
dois aspectos: importancia ou relevancia do tema;
abrangencia do assunto, isto e, 0relato do interesseda comunida e umana, especialmente no resente,
em relacao ao tema que se quer pesquisar.. -
Urn tema pode ter importancia social, cientffica
ou academica. 0 desenvolvimento dele pode trazer
beneficio direto para a sociedade em geral, ou para
urn grupo social espedfico, ao resolver ou encaminhara solucao para uma necessidade ali instalada. Pode
tambem beneficial' de imediato uma ciencia,
contribuindo com inforrnacoes para 0avarice de
determinado estudo cientifico. Pode, ainda, beneficial'
o processo acadernico, facilitando ou inovando 0
ensino-aprendizado de urn assunto.
71Fases da pesquisa clenufica
Aabrangencia do tema e mostrada aome~ci?nareventos sociais, ou cientificos, ou acad emicos ,
comprovadores da importancia que se_anunciou ~ara
o tema. Tais eventos podem ser amencao referenciada
de publicacoes (livros, revistas, jornais que trataram
ou tratam do assunto e de que forma tratam),
programas sociais desenvolvidos ou em desenvol-vimento; outras pesquisas da area, congressos,
simp6sios, semiriarios etc., emque de algUlna forma 0
assunto foi abordado.
oque ~ retende, e.Jlfim,na 'ustifi~ativa, ~ qu~
o Teitor ad uira conviccao semelhante a do
.:pes uisador: 0 tema e r~a~-e- ~br~n_g?nte 0
bastante ara merecer uma mvestlg~\?-oClen~~flca.
4.2.9. Fontes
Um provavel leitor/avaliador estara interessado
em saber a origem das irrfor-macoesque se p:"etende
obter. Edisto que trata este item do proJeto ...~s
provaveis fontes aserem identificadas sa~ osmateriars
escritos, ou os peritos que poderao fornecer
informa\oes prontas a respeito do assunto.
As fontes escritas sao identificadas pelos padr6es
estabelecidos pela Associacao Brasileira de Normas
Tecnicas (ABNT), comoqualquer listagembibliografica
(confira item4.5.5. BibliografUl). Constam normalmente
de tres corpos, nesta ordem: autor, titulo da obra e
imprenta (osdados relativos a edicao da obra).
As fontes "humanas" devem ser identificadas pelo
nome, formacao, atividade. 0 nome entra sempre pelo
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 35/67
72 Merodologia cieruffica - a construaio do conhecimento
sobrenome, em caixa alta, podendo 0prenome ser
abreviado au nao. "Formacao" enteride-se 0 grau
acade mico m.ais elevado do perito. "Atividade"
entende-se a atividade mais importante ja exercida.
Estes dois ultimos sempre relativos :i t area de interesse
clapesquisa. Constarao emordem alfabetica, namesma
sequencia das obras escritas.
Exemplos:
BASTOS,. C. L. Doutor em semi6tica - PUC-SP.
Professor de L6gica da PUC-PRo
RUlZ,]. A.Metodologia cientifica:guia para eficiencia nos
estudos. Sao Paulo: Editora Atlas, 1986.
SANTOS, A. R. Etica: caminhos da realizacdo humana.
Sao Paulo: Editora AveMaria, 1997.
SANTOS, M. C. Mestra em educacao - PUC-PRo
Professora de PsicologiaOrganizacional- PUC-PRo
4.2.10., Cronograma
Em urn projeto de pesquisa, fazer urn crono-
grama e relacionar as atividades ao tempo disponivel,
isto e, planejar 0 tempo em funcao das atividades
previstas para a conclusao do trabalho proposto.
o referencial de atividacle sao as fases sugeridaspara apesquisa. E claro que 0cronograma de pesquisa
dispensa atividades ja realizadas. A esta altura 0 pre-
projeto ja foi feito e0projeto esta no final. Planeja-se,
entao, as atividades a serem desenvolvidas a partir do
projeto (acoleta de dados, a redacao e a apresentacao
Pases da pesquisa cienufica73
grMica ou a digitacao) em funcao do tempo prev~sto
ou disponivel. A referencia de prazo e a data prevrsta
para a "entrega", seja hi 0que tal signifique.
Exemplo: No mes de janeiro, ao fazer seu
cronograma, 0pesquisador sabe que seu prazo final
de entrega e 15de dezembro.
Embora amontagem do projeto sefacana ordern
apresentada, sugere-se que a prepar.a<_;aog~afica .do
.projeto, aapreserrtacfio para que tercerros 0eiam, slga
a seguinte ordern:
1. Area de pesquisa
2. Tema Geral
3. Tema espedfico
4. Justificativa
5. Objetivo geral
6. Objetivos especificos7. Procedimentos
8. Recursos
9. Fontes
10. Cronograma
• Coleta de dados
• Redacao
• Apresentacao gr.ffica
• Entrega
au~julho.
ate outubro.
ate lOde dezembro.
15 de dezembro.
onivel de detalhe dos cronogra:mas pode variar,Pode-se, por exemplo, planejar ~ tempo em ~~ta~
exatas para cada etapa. Pode-se airida (0 que alias e
sugerido) planejar as atividades de coleta de dados,
redacao e aprese ntacao grMica para cada u~ .dos
objetivos espedficos previstos, 0que prorluzir ia 0
seguin te cronograma:
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 36/67
74 Metodologia cientifica - a construaio do couheciniento
Objetivo 1
Objetivo 2
Conclusaolhuroduoio
Entrega
4.3. Coletade dados
Goleta _1_1-
_1_1-edacao
Apresenta~ao_I_I_
Coleta_1_1-
_1_1-edacao
Apresentacao _1_1_
_1·- 1_
_1_1-
d Coletar ~ados ejuntar as inforrnacoes necessariasao. ~senvolvlmento dos raciocinios previstos nos
objetivos. ~o casod.euma monografia, areferencia ara
~ col:t~ sao os o?je~ivos especificos. No caso depurn
Ielatorio, as referencias de coleta sao oobieti . 1., . J vogera e
as v~navels que sedesejem testar para a hip6tese n~le
contl~a. De resto, como se fara a coleta de dad " f .planejado no item de projeto " di os,ja OI
,. . J proce irricntos". Naprauca, a coleta de dados consisrira em Ad .' por eman. ~mento os proce dirnentos planejados para os
objeu,:,os,obedecendo aocronograma estabelecido pelopesquisador, .
4.3.1. ,C?leta de dados em pesquisas de campo elaboratono
C ? S procedimen,to.s para a pesquisa de campo e
pesquisa de laboratono sao tipicamente empfricos.I I
I tl1 '~I 'N da pesquisa cientffica75
( s dados sao coletados atraves da montagem elOll
c ) 1)serva~aode situacoes fisicas,materiais. Por isso, e x i g "In
HUla carga extra de trabalho, que e amontagem/escolha
casituac;aoprodutora dos fatosque interessam. Exigem,
u l "ITI disso, a montagem/escolha dos instrumentos d '
capta.:_;ao afericao dos dados que serao obtidos.
E possivel, pOl'urnlado, 0delineamento depadroescomuns aos procedimentos tipicamente utilizados em
campo ouemlaborat6rio. AUseja, urnexperimento, urn
\cvantamento, urn estudo de caso etc., serao desen-
volvidos seguindo urn caminho tipico, possivel de ser
r .corihecido , e que sempre caracterizara aquele
Inocedimento. Por outro lado, cada experimento,
, 'vantamento, estudo de caso, eoutros, serao efetuados
em funcao de objetivos pr6prios, originais de cada
pesquisador. Isto significaque cadaprocedimento tera
letalhes empiricos diferenciados, em fu ncao da
inevitavel diferenca causada pela originalidade de cada
nbjetivo criado pelo pesquisador.
Em razao disto, 0pesquisador deve, e claro,
apreender itens basicos, componentes dopadrfio decada
procedimento. Deve, porern, detalhar procedimentos
segundo exigencias pr6prias de seus objetivos.
De modo geral, a coleta de dados realizada em
campo ou em laborat6rio, tera como padrao comum:
• Objetivos e variaveis delimitados e daros.
• Escolha/montagelu dos instrumentos de coleta.
• Pre-teste e aferic;aodos instrumentos de coleta.
• Selec;ao/escolha do fato gerador (sujeitos.
amostra etc.).
• Desenvolvimento das atividades.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 37/67
76 Metodologia cientifica - a constructio do conhecimento
• Tratamento quantitativo e/on qualitativo dos
dados, na forma de resultados.
• Analise dos resultados, em funcao dos objetivos.
• Montagem do relat6rio, como sugerido,
Quanto as formas-padrao de montagem dosvar ios procedimentos, sugere-se a consulta abibliografia especializada em tecnicas de coleta. 10
4.3 .2. Coleta de dados em pesquisas bibliograficas
Entende-se que a pesquisa bibliografica merece
tratamento destacado ..Primeiro, porque estara
presente em qualquer processo de pesquisa. Com
efeito, arespeito de quase tudo que sedeseje pesquisar,
algoja foi pesquisado de forma maisbasica, ou identica
ou cor relata. Ha, portanto, outras percep«;oes e
posicoes que podem servir, seja para embasamento,
sejapara comparacoes ou mesmo para 0conhecimento
daquilo que sepretendia pesquisar sozinho. Segundo,
porque a pesquisa bibliografica e mais simples e
confortavel, ja que disp-ensa todo 0 trabalho de
montagem/escolha/testagem/relato de dados. Osdados
ja estao prontos, organizados, publicados.
Percebe-se, porern, em certos meios acadernicos,uma tendencia a tratar 0dado bibliografico como
secundario, como inforrnacao de segunda categoria.E urn equfvoco.
10 Sugel-e-se, por exernplo, GIL, A.C. Como elaborarprojetos depesquisa, que utiliza
os capltulos V-XII pal-a exp licar em detalhes a rnontagern de cada urn dosprocedimentos mencionados.
Fases dapesquisa cientffica 77
E verdade que a pesquisa bibliog rafica nao
costuma oferecer dados ineditos, como a pesquisa de
campo ou de laborat6rio. Ressalte-se, porem, que em
nada compromete apossibilidade de originalidade dos
raciocinios que, a partir deles, possam ser desenvol-
vidos. A bern da verdade, dados ja publicados podem,
mesmo, possihilitar raciodnios ineditos, ja que 0
conceito de "inedito" nao se restringe a "realidade
nova." Pode tambern significar "pensamento novo" a
respeito de "realidade velha".
A pesquisa bibliografica tern como instrumento
essencial a habilidade de leitura, isto e, a capacidadede extrair inforrnacoes a partir de textos escritos.
Entretanto, nao e segredo que a leitura e urn dos
habitos acadernicos pouco desenvolvidos em nosso
meio. Geralmente, le-se pouco. Motivo: nao ha gosto
pela leitura, provavelmente porque nao se sabe ler.
4.3.2.1. Texto tecnico
Para aprender a ler, e necessario, primeiro, queseentenda 0que e que sedenomina urn texto tecnico.
Fato: Denomina-se "realidade" 0conjunto de
todos os "fatos" (do latimfactum: aquilo que esta feito,
posto, pronto). A arvore e urn fato,0
ceue urn fato,uma cor e urn fato. Fatos sao de acesso publico, isto e,qualquer urn que tenha os sentidos fisicos em born
funcionamento, tern livre ace sso aos fatos que
cornpoem a realidade.
Dado: Sempre que urnser humano capta urnfato,
sua condicao racional mais desenvolvida transforma tal
fato em urn. "dado", isto e, 0 fato passa a "habitar"
79
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 38/67
78 Metodologia cienttfrca - a constn«(;/io do conhecimento
intelectualmente esse individuo. 0 conjunto dos dados
queaLguerh.po$sui eo sen "conhecimento". Se,por urn
lado, a.reabdade e seus fatossao meacesso publico, 0
conhecimento e seas dados sao de ambito ptivado: QS
dados que alguem possui sao apenas dele.
Este carater privative do conhecimento aponta
para urn entrave, Com efeito, se todos construassern 0
conhecimento apenas pelo contato com a realidade, Q
d e.se.nvo l v i r n e n t o h u m a n o estaria seriarne n e
comprometido. Cad a individuo ter ia que in iciar
pessoalmerrte, sozinho, ahistoria ciaciericia, oumelhor,
~.h/isl?ria de sua ciencia, oontatamdo reaJidades sernpre
ined.itas e rran.sfor-man.do-as nos dados de seu
corihecirneritc. Teria, alern disso, que consrr.uir sua
ciencia limitado se.mpre a reahdade circunvizinha, 0
q u e i e v i t .a v e l m . e n ae r esur i gir-ia ru io s u a . s
possibilidades de pr<D'gresso.
. Sig;no: Dai a im.po ruancra fundame ntal do
"s~gno", alga fisico e presente, que pode representaTfisicarnente urna realidade ausente, sejauma realidade
nao I:r6xima, seja urn conhecimento (abstr ato) a
r~spe1tDdessa realidade. Urn conjunto-organizado de
slgnos charna-se. "linguagern". .
. .Pod em-se distinguir tres grandes grupos de
sIgnos: Icones, indices e sinais corrvencionais. Sao leones
os s ignos que guardam semelltancas fisicas com a
realidade: Sag indices aqueles signos que apresentam
uma qualidade marcante ciarealidade representada.
Os sinais crrnvencionais sao combinadas, "convencio-
nados", e nao guardam necessariamente semelhancas
fisicas ou qualitativas com a realidade que representam.
Ent.re os sinais convejrcionais, destacam-se as
linguas moder nas. Orais oui escritas, as linguas se
Fases da pesquisa cientffica
compoem de sinais sonoros (lingua falada) ou graficos(lingua escrita), cuja represemtatividadeeconvenci:onada,
forrnartdo-se assirn osvar ios c6cHigos de cornunicacao,
as diversas Hnguas,0 mesmo faro, Po'r e.xernplovo
ruesrno "bicho que mu ge , pasta e cia leire" serachamado de "vaca" ou"cow'l" -demaneira puramente
convencional.
Estabclccido, PQi$,o que e urn fato, urn dado e
UIn signo, entende-se 0 que e e como interagern a
realrdade, o conhecimento e a linguagem, .
Na realidade existern "fates" que sa o "comuns".Isto e, objetes e fenomenosque se :apresentam corn
g:r;:andefrequencia ao cotidiamo das pescSoas. "Cabelo","-,,h "", /" - -,; "'h - :,;, " lh "_,., :"!" fc .uva ,arvore) omelll, 'mu ex, saoatos
cor riqueires, estao presentes qU2lsetodo 0tempo para
quase rodas as pessoas. 0corttato racional com, esses
natos comuns gerara "dados" C!J,uesao tambem"comuns"'. Ou seja, fatos corriqueiros, cotidiartos, seraoapreendidos como dados cerrjqueiros. N a G e por acasoque os fatos cornuris se torriararn familiarcs. Gonvivem
externaeinternamente conosoo qruase0tempo, todo ...
Quando representados por signos, os fatos e os
dados comunsse mostrarao pot signes comuns. E, . se
tal repr-esentacao se fizer pm- meio de urna Iingua, seja
oi-a'l, .seja escrita, os sons ou sinais graficos serao
C01'l1UnS,corriqueiros. A decodifica&ao dessessigrios,
istoe, 8 .. transformacaodos sinais novamerite em dados/fr'arcos, 0 entell,c1imeflto d a lingua, s-er a quase;,)l.:tltom<itiuo.final, Q ouvinte/leitor esta familiarizado
Corn 0 conjunto fato/dado/signo ali utilizado.
Por outr o Ia.do, existem "fat os" que sao
"incomuns". Existem coisas e fenomenos que nao se
apresentam corr-iqueir'amerrte aocotidia.no,damaioria
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 39/67
80 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento
das pessoas. "Sinapses neuronais", "movimentos
diast6licos", "fissao atomica", "fenornenos/nournerios",
nao SaO fatoscorriqueiros, nao estaoquase todo 0 tempo
presentes para quase todasaspessoas.0 contato racional
com os fatos incomuns, gerarao dados tarnbern
"incomuns". Isto e, dados que nao saocorriqueiros, por
issomesmo, POllCO familiares, pois pouco seconvivecomeIes.Tambem ossignosque eventualmente representem
taisdados, serao incomuns ..Nocasode utilizacaode uma
lingua, oral ou escrita, aspalavras representantes de tais
fatos/dados serao incomuns. E claroque adecodificacaodessa Iinguagem torna-se mais diflcil, uma vez que 0
conjunto fato/dado/signo e pouco familiar.
o conjunto dos dados comuns formam 0
conhecimento em nivel vulgar, 0 chamado "senso
cornum". 0 senso comum e formado peIo conjunto
familiar dos dados, por aquilo que todos conhecem.Naverdade, e 0conjunto maior dos dados individuais.
Esses dados sao adquiridos nos contatos informais,
empfricos, com arealidade. Aprende-se senso comum
pela observacao dos resultados surgidos da interacao
homem/realidade, peIa atividade pratica da vida. Por
isso, para ser apreendido, senso comum nao requer
qualquer sisternatizacao ou metodologia.
o conjunto dos dados incomuns forma 0
conhecimento cientifico, que secaracteriza justamente
por nao ser familiar, por nao ser conhecido de todos.
(Semduvida0conhecimento cientificoternvocacaoinata
para tornar-se senso comum, uma vez que a ciencia
desenvolve-se como auxiliar da vida; a teoria como
tentativa de meIhorar a pratica). Isto faz com que a
construcao doconhecimento cientificosejamais exigente.
Primeiro, os dados devem estar sistematizados, isto e,
Fases da pesquisa cientifica 81
organizados segundo criterios cu1turais e 16gicos,que
facilitem sua captacao e entendimento. Segundo, 0
aprendizado doconhecimento cientificoemet6dico, isto
e, exige caminhos apropriados de captacao, indicados
peIapr6pria formadesistematizacao. Construir/aprender
cienciaemaistrabalhosodoqueaprender sensocomum...
o conjunto de materiais escritos que lida com 0
senso comum, pode ser genericamente chamado de
"literatura geral". E literatura geral 0 jornal, 0
romance, a novela, a revista de atualidades etc.
Literatura cientifica ou tecnica e 0conjunto de
materiais escritos que lida com 0 conhecimento
cientifico. E literatura tecnica 0 texto de anatomia, 0
artigo de arquitetura, 0livro de filosofia.
Por transmitirem conhecimentos de naturezas
diferentes, textos tecnicos sao diferentes de textos de
literatura geral. Para a leitura e entendimento desses
textos, algumas diferencas sao importantes:
Literatura geral Literatura cientifica
Sao escritos/lidos com vistasa Sao escri tos/lidos com 0
proporcionar lazer e infor- objetivo de ensinar/aprender.
macae geral.
Os textos lidam com conhe- Os textos lidam com conheci-
cime nt.os assis.tematicos e mentos sistematizados emet6-
a-met6dicos. dicos. Por isso, a divisao e a
distribuicao das inforrnacoes
saodistintas.
Por ser tratar de textos com- Sendo textos tecnicos, que se
I postos com base emfatos cor- compoern de dados nao coti-
riqueiros, conrern palavras/ dianos, tendem acenter pala-
ideias/raciodnios tambe m vras/ideias/raciocinios menos
familiares. familiares,
}
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 40/67
82 Metodologia cientffica - a c o n st ruc ii o do c o n hec im ent o
Ou seja, a "divisao logica", 0 "vocabulario'' e as
"ideias" desenvolvidas emurn texto de Iiteratura geral
sao normalmente de facil apreensao. Nao e 0 caso da
literarura cientffica.
4.3 ..2.2. Leitura do texto tecnicoA leitura do texto tecnico e, pois, diferente da
leitura do texto de literatura geral. Primeiramente, nos
textos tecnicos, nurica sedevem dispensar inforrnacoes
gerais a respeito daquilo que se vai ler. Examirie-se
sempre parte do material pre-textual (capa, folha de
rosto) e p6s-textual (orelhas, contracapa), para uma
nocao a respeito de autoria e data da publicacao das
inforrnacoes. Aquilo que esta escr'ito, afinal, nao vale
por si s6. Ha que sever, aomenos, por quem equando.
Divisao: 0 proximo passo e tomar conhecimentoda divisao 16gicado texto, resultante da sistematizacao
dos dados. A divisao 16gica e normalmente pre-
organizada, e aparece na divisao grafica. As partes do
assunto tratado saoindicadas graficamente por titulos e
subtitulos. Se 0material ja possui urn sumario (que e 0esquema 16gicodo texto), este e 0 primeiro item a ser
estudado. 11 Se,porem, 0material nao apresentar sumario
pronto (urn artigo, urn capitulo isolado de livro etc.), 0
leitor deve faze-laoFolheia-se 0 texto, reconhecendo as
diversas partes indicadas pelos titulos e subtitulos,
criando/complementando, ao mesmo tempo, a
identificacao alfa-numerica." Cria-se, entao, 0sumario,
utilizando-se das porcoes alfa-nurneradas do texto,
IIRessalte-se a necessidade de seprestar atencao a tltulos de trabalhos cieutificos.
Nestes materials, titulos deuem obrigatoriamente indicar a corueiulo do segmento
abaixo deles.
12 Utilizam-se nurneros (arabicos e/ou rornanos) e letras doalfabeto (minusculas/
maiusculas) para indicacao de sequencia, justamente POI- serern sequericias
universalmente conhecidas,
I.ISCSda pesquisa cientifica83
o que se pretende descobril' neste exarne _e aestrutura 16gicado texto, istoe, aspartes que compoem
o texto; quais sao as partes que se complementam;
quais partes se seqiienciam. N~rm~lm.ent~, e nao
necessariamente, os textos contem indicacoes alfa-
numericas que indicam a sequencia e a .perten~a (guais
.onjuntos menores "pertencem" a conJu?to~ maioresde ideias) dos segmentos de texto. Na ausencia de alfa-
I)umer acao, atente-se para os tipos graficos dos titulos
. subtitulos. 'Titulos "irmaos'Tsequencia) tern 0mesmo
t ipo gra:f1co. Cuide-se tarrrbern da utilizacao ~as
se.qiiencias de numeros e de letras em srsterna UnICO.
Por exemplo, se urn subtitulo for marcado como I, 0
subtitulo sequente devera ser II (nunca B, b etc.).
o estudo atento dos indices produz dois efeitos
benefices. Primeiro, a sensacao de familiaridade com 0
assurrto, mesmo sem te-lo, de fato, lido. Segundo, afacilitacao daescolhadaunidade deleitura13 que interessa
trabalhar, ja que todos os segmentos estarao diante do
leiter, designados por urn titulo indicative de conteudo.
Analise textual: Escolhida uma unidade de
leitura, a pr6xima etapa e a superacao de barreiras
lingiiistico-culturais que0texto possa apresentar. ~omo
se sabe, os fatos/dados sao representados por signos.
No texto tecnico escrito ha fatos nao corriqueiros,
representados por paIavras cujas significac,;;6esnem
sempre sao familiares.
Esta e a fimcao da analise textual: a descoberta e
o aprendizado dos ter~os que ~ponta~ ? S fatos ~aciencia com que seesta hdando, aliascondicao essencial
1$ Nocao importantissima. Em tese, cada segmento do texto e urna "unidarlcautonoma de pensamento", e pode ser lida/entendida Isoladamente. A mcnor
unidade de leitura de um texto e 0paragrafo.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 41/67
84 Metodologia cientffica - a construaio do conhecimentn
para aconstrucao/entendirnento deargumentos/ideias.
Quando se faz necessaria, e uma atividade essencial.
Na pratica, e a primeira leitura que se faz da
uriidade escolhida. E uma leitura rapida, na qual 0
unico objetivo e anotar as palavras desconhecidas que 0
texto apresentar. Nao se deve grifar ou destacar nada,ainda. Sugere-se a anotacao no pr6prio texto (se tal
for permitido, e claro), no inicio ou no final da linhaonde seencontre 0 termo desconhecido. Aofinal desta
coleta, procure-se resolver os termos desconhecidos,
utilizando-se dedicionarios, enciclopedias, professores,
colegas ou qualquer outro meio disponfvel.
A analise textual pretende ser uma etapa
provis6ria da leitura, Considere-se que os termos que
indicam os fatos particulares contemplados por certaciencia sao de nume ro bastante limitado, isto e,constituern urn percentual bastante reduzido do
conjunto de palavras em uso em uma Hngua. Se
gradualmente resolvida, a leitura de textos relativos a
certa ciencia apresentara urn volume cada vez menor
de barreiras lingufstico-culturais. Alerndisso, aumenta
consideravelmente 0dominio do leitor em relacao a
essa ciencia...
Analise tematica: Quando nao ha mais barreiras
lingufstico-culrurais no texto, procura-se entender asideias apresentadas pelo autor, expressas nasfrases que
comp6em 0texto: e a analise ternatica. Pode-se dizerque cada frase!" encerra uma ideia completa.
14 "Grupe de palavras oudeoracoes ligadas grarnati.calmente e[ormando U7I! sentido
complete." (Cr. "Frase". In: Diciondrio Caldas Aulete) - grifo n05SO. .
I' '$ da . pesquisa cientifica85
As ideias que comp6em urntexto agrupam-se em
panigrafos.15 0 paragrafo e amenor porcao aut6noma, . urn texto e, portanto, a menor unidade de leitura.
Nos paragrafos de urn texto encontram-se ~ois tipos
d ideias: ideia principal e ideiats) secundana(s). Ler
. mtender urn texto consiste, aprincipio, em entender
()conjunto de suas ideias principais.
Ideias principais sao encontradas uma em cada
paragrafo. Sao as "ideias importantes" que 0autor
r -solveu transmitir. 16As ideias principais visam alargar
o conhecimento do assunto anunciado pelo titulo.
Forarn previamente escolhidas e sequenciadas pelo
autor, emfuncao de urn objetivo(expresso pelos tltulos/
subtitulos), de forma que 0 conjunto de paragrafos,
derivados dessas ideias, formem uma sequencia 16gica,
uma unidade. 0 entendimento do texto resolve-se,portanto, no estudo de cada urn de seus paragrafos.
Reconhecer a ideia principal de urn paragrafo et.arefarelativamente facil.
No paragrafo, a ideia principal e expressa pela
frase em funcao da qual estao escritas as outras frases
que 0comp6em. Ou seja, as ideias secundarias sao
escritas "ao redor" de uma ideia principal. A funcao
das ideias secundarias e melhorar 0entendimento da
ideia principal. Elas explicam, exempli~icam,sclarecern, a ideia principal. Pense-se num sistema
IS "Pequena parte ou seccaode urn discurso, capitulo, etc..fonnando sentido complete
omdependetue". (cr. ibidem) - grifo n0550 .
•6: Observe-se que nao n a uma ideia que seja principal ousecundaria pOl"si.mesma.
E escolha de quem escreve,
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 42/67
86 Metodoiogia cientifica - a C011 .St ,"u( :aodo conheciuunuo
planetario, com urn sol no centro e planetas "em
funcao" do soL. Sugere-se, alem disso, na procura pela
ideia principal, especial atencao a primeira frase dos
paragrafos: quase sempre ja expressa a ideia principal.
Se nao est.iver ali, observe-se a ultima frase do
paragr afo. Em outros termos, pr este-se especial
atencao asextremidades dos paragrafos.
De inicio, e a ideia principal de cada paragrafo,
a frase inteira, que se deve destacar, grifar. Com certa
pratica, e possivel destacar tambern inforrnacoes-chave
deideias secundarias, Ainformacao-chave e0conjunto
siritatico demaiOl- peso em uma frase, isto e, airifor macao mais importante de certa frase. POl'
exemplo, ao dizer "Pedro foi a Curitiba de carro
ontem", nota-se que 0conjunto de sete palavras
(morfologia) transmite cinco inforrnacoes (sintaxe):Pedro/ foil a Curitiba/ de carro/ ontem. 0 mesmo
conjunto de palavras pode ter comoinforrnacao-chave
qualquer dos cinco conjuntos sintaticos. No texto
falado, alteracoes na velocidade e/ou intensidade da
voz indicarao para 0ouvinte a inforrnacao-chave. No
texto escrito, depende-se do contexto. Ou seja, ideias
secundar ias recebem contexto da ideia principal.
Ideias principals, por seu turno, recebem contexto dos
tftulos identificadores do conteudo dos paragrafos.
A leitura do texto tecnico se faz, portanto:
• Considerando a sequencia logica do texto
(divistio);
• Resolvendo os elementos desconhecidos, as
barreiras lingufstico-culturais (analise textual);
I liNes da pesquisa cient ifica87
• Entendendo as ideias pr incipais do autor
(analise temdtica).
·~.3.3.Anotacoes
Anotar
erecolher pOl' escrito os elementos de
interesse resultantes do desenvolvimento de urn dos
IH·ocedimentos.
No casu do procedimento bibliografico, anotar
pede ser apenas recolher as ideias importa~tes do
uutor. 0 resumo e uma boa forma de anota<;ao_p.ara
'irnazenagem. Resumir e redigir, como texto uruco,
as ideias principais de um autor,. g.uardando a
!'Ieqiiencia original das i~eias .. R~dqpr ape~as,.as
informa<;6es-chave das ideias prmcrpais e das .ldelas
secundarias, dando-lhes for-mato grafico hie rar-quizado, em~ntar urn esquema.
Alem destes formatos simples, resumos e
squemas podem ser interpretativos ou crft~cos.
Interpretativos sao os esqtrernas e resumos que Iece-
hem aadicao deelementos complementares, correlatos
aotexto.ja conhecidos do leitor. Crtticos saoosresumos
esquemas que, alern da a~ic;aode oU,trose1~mentos,
recebem avaliacoes do leitor. Isto e, 0le~tor tece
comentarios a respeito da clareza, propnedade e
validade das ideias apresentadas pelo aut or,conn-ontando 0 autor com ideias prop rias.
A anotacao com finalidade de reda<;aoposterior
de um texto proprio, como e0casu da anotacao que
se faz em pesquisas, deve ser feita em funcao dos
objetivos espedficos da irivestigacao.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 43/67
88 Metodologia cientifica - a c o n sn u ai o d o c o n he ci m et uo
Nocasodacoletabibliografica, apreocupacao nao
e mais entender 0 texto (ideiasprincipais). Sup6e-se 0
textoja entendido. Anotam-se todasasideiasprincipaisl
secundarias que, dequalquer forma, poderao ajudar 0
desenvolvimento (e posterior redacao) dos raciocinios
previstos nos objetivos cspecificos.Apresen<:;;alara do
objetivo cspecifico para 0 qual se estao anotando
inforrnacoes e 0que dirige e limitaa coleta, mantendo-aapenas emtorno de inforrnacoes necessarias, Embora
muitoselementos deurn texto possamser interessantes,
registra-se apenas 0necessario, segundo 0objetivo.
Para anotar com vistas a posterior redacao,
sugerem-se alguns cuidados basicos:
• Ter sempre 0 objetivo espedfico em questao
escrito no alto da folha de anotacoes:
• Identificar a fonte de forma a facilitar0retorno
a ela, senecessario:
• Identificar a(s) paginais) de onde se extraiu 0
texto;
• Anotar como resumo, esquema, parafrase ou
c6pia;
• Marcar com aspas os trechos copiados, para
futura referenciacao, casosejamposteriormenteutilizados na redacao do texto.
Em coletas de campo e laborat6rio, ao final das
quais norrnalmente se produzem relat6rios, deve-se
ter 0cuidado de anotar tambern os detalhes do
processo de coleta, para posterior descr icao da
metodologia de trabalho utilizada.
( In s e s da pesquisa cientifica
Aofinal da atividade de coleta de dados, espera-
s que ° pesquisador tenha anotado urn conjunto
diversificado de observacoes e ideias, em torno dos
objetivos espedficos, ou do objetivo espedfico, com0
qual trabalha no momento. E com esses ~a~os 9 -ue
construira osargumentos previstos pelos objetivos, isto
e , 0conteudo do seu texto.!"
4.4. Redacao do texto cieritifico
Esta e uma fase de extrema importancia. E 0
memento da montagem do textoescrito a partir das
inforrnacoes obtidas, organizadas segundo osobjetivos
do projeto. Redigir consiste essenci31lmente em
"alinhar" dados conforrne os objetivos. E aqui que os
objetivos dopesquisador transformam-se emcapltulos
para urn leitor...
Considerada por muitos uma etapa
extremamente diflcil, vale lembrar que, para escrever
textos tccn icos , segue-se basicamente 0 mesmo
raciodnio utilizado para sua leitura. Se quem le
procura ideias, quem escreve deve apreserita-Ias. Para
a montagem do texto cieritffico, sugerem-se alguns
cuidados facilitadores.
1'1 Aos interessados emaprerider mais a respeiro decomo fazer anotacoes, sugere-
seo estudo apresentado por Gerard HOFFBECK eJacques WALTER, c : on w tomar
n ot as r ap id am eru e e b er n, com traducao de Oswaldo Louzada Filho, publicado pela
Editora Nobel, s. Paulo.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 44/67
90 Metodologia cientiflca - a constaucao do conhecimento
4.4.1. Seleaio e orgamizaaio das informacoes
A coleta de dados realizada em torno de urn
objetivo especifico, a partir do desenvolvimento de
qualquer dos procedimentos ja mencionados,normalmente resulta em uma "rnassa" de dados.
? que se tern ao final da coleta e urn conjunto de
~nforma<_;5esanotadas, que apresentam/descrevem
info rm aco es/i deias , julgadas pertinentes ao
desenvolvimento do raciocinio previsto no objetivo.
, A primeira providericia e realizar urna selecao
de dados. No decorrer dos procedimentos de coleta
m~itos elementos sao anotados. Deve-se agora estuda;
as inforrnacoes, considerando sernpre 0objetivo para
? qual foram coletadas. 0 estudo visa separar asmform~<_;~es julgadas realmente riecessarias para a
CO~posl<_;aodo texto previsto pelo objetivo, separando
as infor macoes semelhantes, repetidas ou, numa
segunda olhada, irrelevantes.
Com 0conjunto de dados anotados efetivamente
"limpo", deve-se agora organiza-lo. Primeiramente
cabe verificar sea rnassa de dados pode ser visualizada
em "blocos de assunto", isto e, se ha possibilidade de
agr~pamentos maiores de ideias, e que possam caber
~ba~xo de urn titulo cornum (titulos devem semprein.dicar 0coriteuclo). Se tal divisao iriicial nao for
pos~ivel, organiza-se subtitulos na melhor sequencia,
,mdlcada pelo objetivo do capftulo.
o proximo passo e a tentativa inicial de
"hierarq,:izar" ideias. Se a rnassa de dados permite 0
estabelecimerito de blocos, a hierarquizacao das ideias
e feita em cada urn dos blocos, utilizando-se 0titulo
I\I~,C$da pesqu isa ciemifica9]
do bloco para nortear a melhor sequencia. Seja para
hlocos, seja para 0objetivo principal, as ideias a serem
sscolbidas serao aquelas que 0pesquisador classifique
como as mais importantes, entre todas as que tern
ariotaclas. Sugere-se que tenha a sequencia em que
devam aparecer identificadas por rrurrier os ou letras,
no todo ou nos blocos menores.
Resumindo: A reda<_;aoinicia-se pela "limpeza"
(selecao) dos dados; segue-se a organiza<_;aode blocos
de ideias ; faz-se a hierarquiza~ao das ide iasimportantes. Agora as inforrnacoes estao prontas para
serem redigidas.
4.4.2. Redaaio inicial do texto cientificoAs ideias consideradas importantes serao asideias
pr incipais dos paragrafos. Como ja se encontram
escolhidas e hierarquizadas pelo pesquisador, agora eescreve-Ias, considerando-as nucleos de paragrafos.
lnicie-se, eritao, a reda<_;aodo primeiro paragrafo
do capitulo (ou divisao/bloco do capitulo). Nao se deve
perder de vista que urn paragrafo comp6e-se de uma
ideia principal, cujo sentido pode ser melhorado por
ide ias secundarias. Escr eve-s e ra primeira id.eia
importante, procurando dar a fr ase a melho rexpressao, segundo 0objetivo que setern. Em seguida,
completa-se 0 paragrafo com todas as ideias
secundarias que sejulgue necessarias e suficientes para
to r nar a ide ia principal clara" patente. Ldeias
secundarias explicam, exemphficam, esclarecem a
id.eia principal. Passa-se ent.ao a segunda ideia
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 45/67
92 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento
importante, compoe-se 0segundo paragrafo. E assim
sucessivamente com todas as ideias importantes
previamente escolhidas e hierarquizadas.
Importante lembrar que todos os dados
c1assificados na seleca o previa como menos
importantes, podem eventualmente vir a ser utilizados
na cornposicao de ideias secundarias,
4.4.2.1. Utilizacao de citacoes e notas explicativas
Citacao e a transcricao literal de ideias alheias,
reconhecidas e identificadas (referenciadas) como tal.
Textos tecnicos devem lancar mao de citacoes
referenciadas, por dois boris motivos. 0 primeiro e
que, normalmente, citam-se autores de outros textosja publicados, isto e , autores cujas ideias foram
publicamente expostas, submetidas ao juizo e
reconhecimento da comunidade de leitores e da
comunidade cientifica. Se as ideias permanecem (e da
forma como permanecem), seu autor merece merrcao,
como conhecedor do assunto exposto, como
"autoridade cientffica". Segundo, ao referenciar certo
autor, faz-se, a urn s6 tempo, urn ate de just ica
intelectual (atribui-se a ideia a seu "dono"), e urn ato
de honestidade cientffica/acadernica (0 autor que cita
e referencia reconhece que a ideia nao e sua).
Citacoes sao normalmente utilizadas como ideias
secundarias nos paragrafos, ou seja, ideias de outros
autores sao utilizadas como reforco, esclarecimento,
explrcacao, para ideias pr6prias ..Por isso, citacoes
raramente encabccam parag rafo s como ideias
Pnses da pesquisa clent ifica 93
principais. "As citacoes frmciorrarao como suporte a.onstrucao dos argumentos no corpo do trabalho" .18
Na.o ha regras que determinem qual e a
qu.antidade adequada de citacoes a serem usadas em
urn texto original. Devem-se evitar extremos. Urn texto
construido apenas com ideias pessoais de urn autorcorre 0risco de ser meramente opinativo, urn ensaio
cientifico, cuja validade se respaldaria apenas no
not6rio saber do autor. Careceria de apoio explicito e
ideritificado de outras autoridades. Por outro lado, 0
excesso de ci tacoes, com pouca ou nenhuma
contribuicao pessoal, causa a imp ressao de colcha de
retalhos. E, alias, apropriada a indicacao de Nunes, ao
dizer que
Epreciso usa-las com born senso. Tambern se deve mistura-
las com argumentos pr6prios. Nao e de boa tecnica fazervar ias cit.acoes seguidas sem uma amar racao pessoal
intermediar.ia. Nem e adequado apresentar um trabalho
com uma quantidade muito grande de citacoes e uma
pequena contribuicao pessoal. A excecao fica (...) para os
textos analiticos/crtticos de obras especificasou de producao
cientffica de determinado autor. Neste caso sao admitidas
em maior numero. As poucas citacoes ou a ausencia delas
nao e caracterfstica dos trabalhos cientfficos. Nestes, espera-
se que a pesquisa bibliografica feita aparec_;:ano trabalho.
Admite-se [entretanto), texto com poucas ou nenhuma
citacao em trabalhos tecnicos, cuja funcao eorientar a acao
do leitor ou textos didaticos que buscam transmitir
conhecimentos diretos com simplicidade., e que
demonstrem a experiencia e/ou conhecimento pessoal do
autor. 19
1.8 NUNES, T.A.R.Manual da monografia juridica. Sao Paulo: Saraiva, 1997. p. 89.
19 Ibidem, mesma pagina. Omitimos duas noms explicativas relativas ao trecho,
constantes do texto original.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 46/67
94 Merodologia cientifica - a construaio do conhecimento
. Os tipos comuns de citacao sao a citacao literal,
a citacao literal indireta, a citacao de texto oral, acitacao
em lingua estrangeira e a parafrase.
Citacao literal - Copia integral, da ideia e dos
termos que a expressam .. Deve ser transcritaliteralmente, sem acrescimos ou ornissoes, exatamente
como no original, e devidarnente referenciada.s''
. ~Cita~ao literal indireta - Citacao de uma citacao,
isto e, no texto que esta sendo utilizado existe uma
citacao que se quer aproveitar. Ernbora 0ideal seja
buscar a fonte original citada, pode-se utilizar 0 trecho
ja citado, que sera referenciado em forma propria.
Citacao de texto oral - Referericia a trechos de
p~lestras, aulas, conferencias. It a transcricao, de formadireta ou indireta, de urn texto nao escrito. Afidelidade
ao que foi dito e essencial, bern como a correta
refere nciacao.
. .. Cttacao em lingua estrangeira - Seja direta,
inclireta, de texto escr ito ou oral, deve sempre receber
tradu\a_o. Pode-se citar na lIngua original e apresentar
traducao no. rodape. Ou, ao contr ar io, pode-se
apresentar a citacao ja traduzida, fazendo cons tar como
nota de rodape 0texto original.
Parafrase - Apresentacao do conteudo de ideiasde outrem, porern, com palavras pr6prias. Mantern-
se0conreudo, -mas rnodifica-se a forma de trarismiti-
10. I?ois elementos sao essenciais em parafrases:
fidehdade a ideia original; ~, que a parafrase nao se
20Aforma de referenciacao para asvaries tipos decitacoesesta explicada no item
4.5.2., infra.
l'lls(,'s da pesquisa cientifica 95
c:aracterize como plagio. Para 0primeiro caso, deve-
setel' certeza de que a ideia original foi cornpletamente
'ntendida, antes de montar 0refraseamento. Para 0
segundo, deve-se buscar born dorrunio de linguagem,
de forma a expressar a .mesma ideia em hnguagem
. arranjo originais. Nao havendo tais condi\oes, emelhor citar literalrnente.
Evite-se, pOl' fim, apresentar como citacao aquilo
que e cientifica ou academicamente "obvio". 0 obvio
aqui mencionado podem ser verdades consagradas,
patentes, que todos no meio acadernico ou cientifico
.onhecem. Ou, ao men os, deveriam conhecer. Ao
mencionar, pOl'exemplo, a maxima cartesiana Cogito,
( ! '1 'gosum (Penso, logo existo) em urn texto de filosofia,
presume-se que 0Ieiror/filosofo saiba do que/de quem
se trata. Nao ha pOl'que citar e referir Rene Descartes
.orno dono da ideia. Ou, para afirmar que "excesso
de chuvas em epoca .de colheita de trigo cornpromete
lit qualidade dos graos", nao se precisa da autoridade
de urn agronomo que tenha escrito e publicado a frase,
para apoia-la, It algo obvio.
Notas explicativas - Sao ampliacoes, comple-
meritacoes, explicacoes, consideradas importantes
porque ajudariam a clarear 0sentido de ideias do texto
para 0leitor. Porern, se constassem no corpo do texto,
prejudicariam a leitura e 0entendimento do texto,
quebrariam a sequencia dos argtrmerrtos constantes no
texto principal, porque distrairiam a atencao do leitor.
Por esta razao sao feitas geralmente no rodape, como
opcao de leitura complementar.
Devem ser utilizadas mais ou menos com 0
mesmo criterio indicado para as citacoes, Alern elisso,
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 47/67
96 Metodoiogia cientifica - a construciio do conhecimento
evita-se notas explicativas muito longas. A funcao das
notas e "limpar" 0texto, isto e, retirar do texto
conteridos interessantes, mas secundar ios..Se passam
a concorrer com 0texto em extensao, provavelmente
nao sao tao secundarias. Talvez merec;;am, no
planejamento do texto, urn lugar como urn subtftulo,
ou, eventualmente, como aperidice do texto principal.
4.4.3. Correaio do texto e redaaio definitiva
otexto que resulta da atividade anterior deve serconsiderado provis6rio. Na verdade, 0que se fez foi
organizar dados de forma original, sem muia
preocupacao com 0leitor, 0 texto deve ser corrigido,
para que receba uma redacao que efetivamente garanta
a expr essao das ideias do autor, e que possam ser
captadas pelo leitor com relativa facilidade. A primeira
correcao e a correcao vertical. Aqui seexamina 0 texto
produzido para verificar se a sequencia 16gica
originalmente dada as ideias principais e, de fato, a
melhor possfvel. Pois, embora 0conjunto das ideias
importantes tivesse sido previamente hierarquizado,
pode acontecer que, ap6s amontagem dos paragrafos,
isto e, ap6s aquelas ideias terem sido compostas com
ideias securidarias, a sequencia melhor sejaoutra. Altera-
se, entao, a sequencia original de paragrafos,
omesmo cuidado se deve manter no interior de
cada paragrafo. Pode-se rnudar a vontade a posicao
das ideias secundarias. Sugere-se, entretanto, que a
ideia principal seja mantida nas extremidades dos
paragrafos, iniciando (quase sempre) ou finalizando
paragrafos,
J<nsesda pesquisa cientifica 97
A segunda correcao e a correcao horiz~n~al do
texto, que considerara os aspectos morfologicos e
sinraticos da rcdacao.
A cor recao morfol6gica visa a adcquacao dos
terrnos utilizados aos dados que se quer comunicar.Ou seja, deve-se verificar se 0que se quis transmit~r
esta realmente expresso com as palavras mars
adequadas. Importante ressaltar que, dif~rent:ment~
do texto falado, 0autor do texto escnto nao esta
dispon.ivel diante do lei tor para eventuais
esclarecimentos. Logo, a comunicac;;ao deve ser clara
o bastante, permitindo entendimento ao pr imeiro
contato. Por exemplo, "junta" e "arricu.lacao" sao
termos que designam 0mesmo fato. Para 0texto "x",
qual e 0melhor?
A correcao sirrtatica visa a correta articulacao
das inforrnacoes, dos elementos sintaticos das frases.
Cuida, tarnbern, da correta articulacao gramatical entre
as varias frases que eventualmente componham urn
paragrafo. Atente-se, a principio, par~ o.acerto de
elementos si.ntaricos como concordanCla verbal,
concordancia nominal, utilizacao correta de pronomes,
urilizacao adequada de tempos verbais entre frases do
mesmo periodo, uso de voz passiva e ativa dos verbos,
extensao das frases (frases curtas sao melhores) etc.
E comum, especialmente no meio academico,
"pagar" a alguem para "corrigi.r 0 por tugues".
E not6rio que a rnaioria de nos tern dificuldades quanto
a urilizacao correta da lingua portuguesa, 0que
frequenternente nos obriga a solici~ar ajuda. Sugere-
se, entretanto, que esta situacao seJa encarada como
urn desafio. Corrigir 0pr6prio texto (mesmo qu ,
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 48/67
98 Metodologia cientffica - a construcdo do conhecimento
poste~i~rmente, se necessario, seja solicitada ajuda
especializada) e uma oportunidade para descobrir, e
e:e~tualmente superar, essa deficiericia, Na pior das
hipoteses, 0trabalho de cor recao horizontal deveria
ser feito em conjunto, para que 0autor tenha
oportunidade de melhorar0
que conhece ...
Por ultimo, mas nao menos importante, a
cor recao ortografica do texto (grafia e acerituacao de
palavras, porrruacao) e, ja, presumida.
4.4.4. Estilo epropriedades da redacdo tecnica
Escrever bern e uma arte, que se aprimora com
o habito. 0 habito de escrever bern eo que possibilitara
a producao de textos bons. Alem dos aspectos de
cor recao 16gicae lingiifstica, urn texto deve considerar
aspect~s de estilo e algumas propriedades, 0que 0
tornara urn born texto ou urn texto ruim.
o que se apresenta a seguir e urn quadro ideal.
~ que seespe~ae, peIomenos, que0estudo deste quadro
ajude 0pesqmsador-autor adescobrir eprocurar resolver
aqueles "tres defeitos" grandes, que, afinal, todos temos
em nos~os tex~os. Espera-se, tambern, que ajude a
descobnr e apnmorar as "tres virtudes" maiores, que,
certarnente, todos tarnbem temos ao escrever,
Os itens de estilo e propriedades dos textos, aqui
apresentados, sao uma sumula adaptada do trabalho
de TT?RNE,~, Rufus P . Technical report writing. San
FrancIsc~o:Rinehart Press, 1971, p. 8-14. Encontra-se
e~ E~~IRITO SANTO, A.Delineamentos de metodologiaCientifica. Sao Paulo: Loyola, 1992.
I'~ da pesquisa cieruffica I I,
4.4.4.1. Estilo
Brevidade - Afir mat.ivas compactas, clar as.
()htem-se com palavras, frases e paragr afos curtos.
Lcrubre-se, entre tanto, que e melhor uma frase longa
(. clara, do que Ulna curta e confusa.
Concretude - Dizer claramente, minimizando
uuerp retacoes. Ob tern-s e evitando substantivos
ubstratos, sentericas vagas e eufemismos.
Consistencia - Termos correntes e aceitos.
Obtem-se pela utilizacao uniforme da terrrrinologia.
Decoro- Nao vulgarizar nem inovar termino-
logia irresponsavelmente. Obtem-se evitando portu-
gues coloquial, girias, profanidades (palavr6es).
Franqueza- Chegar ao ponto objetivamente, sem
dcsvios ou contornos politicos. Obtern-se evitando
circu.nloqu ios e digress6es.
Ffuencia - Utilizar com desenvoltura vocabu-
I{trio, gramatica, pontuacao e cornposicao. Obtern-se
pela leitura de bons textos, usa do drcio nar io e de
jarg6es aceitos. Procure sempre pela melhor palavra.
Frescor - Evitar estilo gasto e esteril, abusar da
individualidade, com sabor de novidade. Obrern-se
fugindo de cliches e de estilos de terceiros.
.Impessoaljdade - Apresentar visao objetiva dos
fen6menos, sem envolvimento pessoal. Ob.tern-se
vitando prenomes, primeira pessoa. Abuse da voz
passiva, do pronome "se".
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 49/67
100 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento
Linguagem positiva- Procurar sempre a forma
positiva do verbo. Obtern-se evitando sempre que
possivel, 0que ruio e pelo que e . Compare: "0reu deu
urn fraco sinal de arrependimento" com "0reu ruio
deu urn forte sinal de arrependimento".
Logica - Ter born senso, conclus6es que surjam
das evidencias apresentadas. Obtern-se pela adequacao
da exp ressao grafica ao raciocinio. Evite frases
dependentes para expressar situ aco es que sao
independentes.
Modera~ao- Restringir-se de tendencias pessoais,
segurar emocoes, evitar exageros. Obtern-se evitando
palavras de coriotacao emocional ou que emitam juizos
de valor (born, mau, indigno, superior, inferior).
Modestia - Construir urn meio termo entre a
arrogancia/vaidade e subserviencia/autodeprecia~ao.
Ob tem-se evitando express6es audaciosas ou
infundadas, utilizando a voz passiva verbal. S6 utjlize
primeira pessoa. quando inevitavel para aceitacao de
responsabilidade au culpa.
Naturalidade - Libertar-se de artiffcios de
linguagem, de sofismas. Obtern-se evitando a retorica
vazia, a falsa elegancia da linguagem, alusoes classicas,
palavras desnecessaria~ em lingua estrangeira. -
Preoisao - Usar linguagem precisa. Obtern-se com
atencao a mecanica da lingua portuguesa e a estreitacorrespondencia entre a linguagem e0fato comunicado.
Simplicidade - Livrar 0exto de complicacoes e
longas explicacoes. Obtern-se fugindo de palavras
) '. ),,' N ";'- pouco usadas e sentencas complicadas.,
.,
I'''M.·~da pesquisa cientiflca.10[
4.4.4.2. Propriedades do texto
Acabamento - Trabalho bern acabado, com born
polimento final. Obtem-se com repetidas revis6es e
(,:orre~6es
Autoridade - 0 autor sabe do que esta falando,
inspira confianca. Obtem-se apo~ando dev~damente as
afirmacoes, sendo concreto, 16glCOe preClso.
Clareza - Ap resentacao clara, reclacao com
sentido normalmente captado na primeira leitura.
Obtern-se sendo breve, concreto, direto e simples.
Coenerrcra - As partes do texto sao claramente
interligadas. Obtern-se pelo uso corret~ de exp ressoes
de transicao (porern, por isso, com efeito etc.).
Controle - 0texto comunica dados, nao expressa
ernocoes de urn autor nem quer despeTt~-I~s no. leitor.
Obtern-se com atencao ao decoro e rriodestia, evitarido
exageros e subentendidos.
Dignidade - Mostra compostura e auto-respeito,
refletindo a dignidade da profissao de quem escreve
sem desrespeitar 0leitor. Obtern-se com aten~~o aos
elementos autoridade, fluencia, frescor, naturahdade
e precisao, componentes do born estilo.
Drrecao - 0 texto deve indicar 0 caminho que
vai seguir. Obtern-se buscando organiza~ao, inteireza,
unidade de pensamento. 0 leitor deve ser 0tempo
todo informado "para onde vamos agora".
Eticalidade - Demonstrar responsabilid ad .
moral. Obtern-se escrevendo em confor macao com 1i
costumes e normas da boa redacao tecnica,
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 50/67
102Metodulogia cientffica - a construqao do conhecimenia
Fidelidade - 0 texto deve preencher 0contrato
implicito com 0leitor, cumprir 0que prometeu.
Obtem-se com at.encao a inteireza, unidade,
organizac;ao, consistencia e 16gica.
Inteireza - Apresenta urn produto acabado, semqualquer parte abreviada, velada ou subentendida.
Obtern-se com 0acabarnento de cada parte, evitando
ornissoes e fragrnentaeo-s.
Objetividade - Apresenta ponto de vista
imparcial. Obt.em-s e por meio de redacao semteridencias pessoais.
Seletividade - Re tem apenas mater raj s
importantes. Obt ern-se com enfase no material
principal, e menos enfase em materiais securidarios.
Tato- 0 texto nao ofende. Obtem-se pelo exerdcio
da arte de nao .reprimir, nao acusar, nao depreciar.
Veracidade - 0 texto nao engana nem falseia,
pois a verdade e a alma de qualquer ciencia, Obtern-
se evitando evasivas e equfvocos, atendo-se aos fatos.
4.5. Apresenta~aografica
dos trabalhos cientificos
No capitulo 3 foram apresentados, como formas
principais de textos cientificos, a resenha, 0relat6rio
e amonografia. A corrstr'ucao de qualquer destes textos
e resultante de investigacao cientifica.
Para 0desenvolvimento da pesquisa/invesrigac;ao
cientffica, sugeriram-se cinco fasesdistintas: pre-projeto/
Ilases da pesquisa cientifica II,
projeto (ver 4.1/4..2).,que respondem.pdo plaruj.uru-unda atividade intelectual, esp ecia lme nt POJ"(I'IC'
preenchem as necessidades de deli~i~a<;ao d~ It:II.1!1
geracao de hip6tese(s) e criacao d~ objetivos (racio IllU)S
a serem desenvolvidos). A parur do planejam ru.o,
i.nicia-se a execucao da atividade intelectual. A col ta
de dados (ver 4.3) oferece a oportunidade dejuntar as
infor macoes necessarias ao desenvolvimento dos
raciocinios previstos nos objetivos. Estes racio~fnios sao
entao, sistematizados, organizados metodicamente,
redigidos (ver 4.4), para produzir urn texto tecnico,
E 0momenta de apresentar, de "public~r", de
oferecer os resultados a urn eventual leitor. Edisto
que trata a apresentacao grafica (ver 4.5), a organizacao
e digitacao/datilografia do texto '.,
A ap reseritacao grafica de textos cientfficos e
regulamentada pela Associacao Brasileira de Norm~s
Tecnicas (ABNT) que, por sua vez, segue 0padrao
basico internacional, 0qual padroniza e permite a
identificacao de formas e origens de textos cientificos
em todo 0mundo.
A ap rese ntacao dos trabalhos cientificos, no
modele relat6rio (ver 3.2) ou no modele monografia
(ver 3.3), consta de sete partes essenciais e indispen-
saveis, que aparecem para 0eitor na seguinte ordern:
capa, folha de rosto, surnario/Indice, inrroducao, corpo,
conclusao, bibliografia.
Porern, podem-se tambern incluir os seguintes
complementos: folha de avaliacao, dedi~at6ria/dl~ticos,
agradecimentos, lista de tabelas, Iista d~ s1g1asl
abreviaturas, abstracts/resumo, anexos/apendice, folha
final em branco,. Indice remissivo.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 51/67
104 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento
4.5.1. Aspectos graficos em geral
'. ~o~ato de_>apel - 0 papel a ser utilizado para
a ~hgltac;ao/datllografia e 0A4 (210 X 297mm).
A impressao e feita em laudas, isto e, utiliza-se apenas
urn dos lados da folha. Cada folha sera uma pagina.
Tipos graficos/fontes - No caso de digitacao,
onde_ha abundancia de fontes a escolher, sugere-se a
a~oc;ao de fontes com formato de facil leitura (Arial,
Times New R O ' 1 1 U J , n etc.), que seaproximern dos forrnatos
mais comuns de impressao. 0amanho recomendado
eo doze (12). Se, porern, seutilizam tipos/fontes menos
encorpadas ou mais encorpadas, fontes 10 a 14 sao
aceitaveis.
. . M~rg~ns e, eap aca me nro - A datilografia/
digit aca o e sempre feita em esp a co duplo (2).Eventualmente, para evitar 0desdobramento de obra
longa ~~ mais de urn volume, 0espac;amento 1,5pode
ser utihzado. Nao, por ern, em espac;o urn (1), exceto
para Ace~taspartes especificas como a nota de grau
acadernico (folha de rosto), notas de roclape e abstracts/
resumos. 0texto em geral guarda as seguintes
margens, a partir das bordas da folha:
Margem Tamanho
Superior 3cm
Esquerda 3cm
Inferior 2cm
Dir'eita 2cm
,"Slin pesquisa cientifica105
Pagina~ao - SaO admitidos dois sistemas de
paginaC;ao.
No primeiro, as paginas sao contadas a partir da
[olha de rosto (inclusive), mas s6 comec;am a ser
graficamente numeradas a partir da primeira pagina
ciaintroducao- 0 riurnero vai grafado em algarismosarabicos, no canto superior direito da pagina, a altura
do limite da margem direita, a 2 ern da borda superior
cia folha e a Lcrnda primeira linha do texto.
No segundo sistema, utilizado especialmente nos
casos que apresentem urn conjunto longo de paginas
pre-textuais (folha de rosto, dedicatorias, dtsticos,
agradecimentos, sumario, listas de tabelas, abreviaturas
e siglas etc.), pode-se comecar a contar e numerar a
partir das paginas textuais (introduC;ao em diante),
utilizando-se do primeiro sistema.As
paginas pre-
textuais teriam, enta o contagem propria e a
nurneracao seria grafada em algarismos romanos
minusculos, no centro da margem inferior, a I em da
borda do papd e I ern da ultima linha do texto.
Encaderna~ao - A principio, encadernar nao e
uma obrigaC;ao.Obrigatorio e, sim, que todo texto com
mais de uma folha, apresente-se com todas as folhas
juntas. Bastaria, portanto, urn grampo em diagonal,
no canto superior esquerdo, para manter as folhas
juntas e em sequencia.Por outro lado, urn texto encadernado no modelo
broehura (capa em cartolina plastifieada ou capa dura,
rniolo eosturado e colado, lombada quadrada, com capa
e lombada gravadas em dourado ou prata) g r a
exeelente impacto inicial. Pode-se tambern encadernur
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 52/67
106 Metodologia cientifica - a construaio do conhecimento
por urn dos sistemas oferecidos, como espiral, garras,
canaletes, grampos, etc. Nestes casos, a capa deve ser
transparente (os elementos de capa sempre devem
aparecer) e a contracapa na cor que se quiser. Sugere-
se adequar a encader nacao a ut.ilizacao futur a. Por
exemplo, encaderriacao com canaletes e de manuseio
mais diflcil, alern de soltar mais facilmente as paginas.
Em trabalhos acadernicos comuns, a encaderriacao com
espiral parece a mais adequada.
4.5 ..2. Corpo dos trabalhos
Urn texto tecnico e urn conjunto de paragrafos,
cad a urn deles composto a partir de uma ideia
importante, cujo conteudo e quase sempre melhorado
por urn grupo de idcias secundarias,
o paragrafo deve ser indentado, .istoe,aprimeiralinha deve estar recuada da margem esquerda
aproximadamente 1,5 cm. 0 esp acarrie nto entre
paragrafos e 0mesmo que se utiliza entre as dernais
linhas do texto (espaco 2 ou, eventualmente, espaco
1,5).
Titulos e subtitulos - Urn grupo de paragr afos
e identificado por titulos e subtitulos que anunciam 0
conterido daqueIe bloco de ideias, alern de organizare delimitar a extensao do bloco de ideias. Para 0eitor,
e uma aritecipacao do corrtetrdo e uma oportunidade
de facilmente perceber 0esquema 16gico do texto,
Titulos e subtitulos devem estar alfa-numerados,
marcados por letras e rrurner os, como indicativos de
i111SCS dapesquisa cientifica 107
s qi.iencia e perten~a de idcias. Ha pel~ men~s duas
Iorrnas usuais de se numerarem cap ittrlos , itens e
subitens.?'
a) a que mistura algarismos romanos com
arabicos.
b) a que utiliza somente arabicos.
Na primeira utiliza-se 0algar~smo roma?o para
designar capitulo e0arabico para itens e subite ns.
Exemplo:
IV. As fases da pesquisa cientifica.
IV.I. 0 pre-projeto.
Na segunda, utilizam-se apenas algarismos
arabicos.
4. As fases da pesquisa cientifica.
4.1. 0 pr'e-p rojeto.
Preferimos 0 segundo modelo, que tern
apresentacao rnais unifor~~. Alern disso, nao e~iste
qualquer motivo para se utilizar 0romano p~ra titulo
e subtirulo do capitulo e0arabico nos dernais casos.
E permitida a abertura de subitens (por exemplo,
4.1.1.; 4.1.1.1.) Contudo, nao se deve passar de quatroalgarismos.
11 It tarnbem nosso entendimento que a forma proposta par NUNES (o / J " . Cit . p,
153-155), seja a mais adequada, ernbora haja outras posstvers. POI' ISSO II
transcrevemos aqui, praticamente ua integra.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 53/67
108Metodologia cienunca - a COnst11u ; aO do conhecimenm
Exemplo incorreto:
4.
4.1.
4.1.1.
4.1.1.1.
4.1.1.1. 1. (cinco algarismos)
.S~,porem, 0rabalho comportar varias subdivis6es
e extst.rr necessidade da quinta subclivisao, deve-se
recorr~r a letras: a), b), c) etc., ou entao, coloca-se0titulo
do capitulo em romano e, assim, seganha maisuma casa.
Exemplos corretos:
4. As fases da pesquisa cientffica.
4.2. Projeto.
4.2.8. Recursos.
4.2.8.1. Recursos Materiais ..
4.2.8.2. Recursos Finaneeiros.
a) de bancos
b) de vendas
c) de particulares
IV. As fases da pesquisa cientffica.
2 . Projeto.
2.8. Recursos.
2.8.1. Reeursos Materiais
2.8.2. Recursos Financeiros.2.8.2.1. de bancos
2.8.2.2. de vendas
2.8.2.3. de particulares
I!(tscs da pesquisa cientffica '109
De qualquer maneira, deve-se evitar uma
subdivisao maior do que as tratadas. E necessario urn
.sforco de imagrnacao neste sentido.
As entradas da rrurrier acao e dos titulos dos
capitulos, dos itens edos subitens saoiguais asdo sumario.
Alem disso, no titulo dos capitulos usam-se maiusculas.Notitulo dos itenscomeca-seapenas com.aprime ira letra
em rnaiuscula easdemais em rninusculas (exceto, eclaro,
das palavras que devem iniciar em maiusculas).
Se houver uma segunda e terceira subdivisao, os
tftu los pod erao ter tipos e tamanhos diferentes.
Manteriha-se porern uniformidade na escolha. Se a
escolha foi de utilizar italico-negrito em divisoes de
dois algarisrnos (1..2), mantenha-se 0mesmo para 1.3,
bern como para 2.3; para 3.2 etc., dos outros capitulos.
A postcao dos titulos - T'itulos de capitulos ou
das partes de urn relat6rio sernpre se iniciam em nova
folha, Sao posicionados na margem esquerda (3 cm
da borda esquerda da folha), iniciando-se pela
ideritificacao numerica, Pode-se tambern fazer constar,
no caso da monografia, a palavra "capitulo", seguida
do algarismo arabico ou romano correspondente.
Neste caso, sera ela a primeira linha, na posicao
indicada. Logo abaixo (urn espac;o duplo), na rnesrna
margem, cons tara 0titulo, que em qualquer dos casos
dcvera ser grafado em maiusculas, preferencialmentedestacado por negrito, caso haja 0recurso.
Titulos de partes de capitulo (subitens) seguem
a mesma margem esquerda (3em da borda da folha).
Entre 0texto (ou titulo) anterior e os sub trtu los
I',\~ '5da pesquisa cientifica1I1
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 54/67
110 Merodologta cienrffica - a construcao do conhecimento
seg~intes. deixam-se dois espa~os duplos. Entre
subtitulos e texto (primeira linha do paragrafo), deixa-
se apenas urn espa~o duplo.
.Cita~6es - Citacoes curtas (ate 5 linhas) entram
no :hnhamento normal do texto, como parte de urn
paragrafo, entre aspas. Citacoes longas (mais de 5 linhas) ,devem s/erdestacada~ do paragrafo (3 espa~os simples
dos paragrafos antenor e posterior), adentradas (mais
ou men~s 2,5 em da margem esquerda), digitada em
espa~o. /srmples e, se possivel, com tipo menor. Se 0
texto Ja apresentar aspas, ao ser citado, elas transfor-
mam-se em aspas simples.
Exemplo de citacao curta:
(...)0/D~reito apresenta-se como 0conjunto de
ac?~dos rmmrnos de convivencia, garantia de justi<;a
rruruma p~ra uma dada sociedade; a Filosofia, cornpoe-
se do ~~IlJunto organizado de sugest6es a respeito de
como _en:er?"ar ~~ palmo diante do proprio nariz, 0
que nao e tao facil nem tao inu til como muitos
pensam".
Exemplo de citacao longa:
.. (...) ~esquisar e 0exerdcio intencional da pura
atl;I?adeInte~ec:ua~, visando melhorar as condicoes
praticas de exrstericra. Pinto explica que
a pratica, que e criterio para a proposicao de finalidades
e pa~a a verificacao de verda des, nao e cega, mecanica ou
ocasI(~~al.. Ao contrario, guia-se pela soma de toda a
~xl?enencIa a~tenor do individuo e da humanidade, esta
u.ltlm~ absor~lda na fo:m~ de heranca cultural. A pesquisa
CIentlfi.ca nao corrstrtur uma atividade acidental de
procedirnento humano, mas uma forma de ac;aoque lhe
e natural, porque realiza uma exigencia de sua essericia,
a de se aperfeicoar, a de progredir no desenvol-virnento
de sua humanizac;ao,jungindo as forcas cegas da natureza
aos seus desfgnios conscientes .
Pela sua natureza, a par'afr ase se incor pora
scmpre ao conjunto do texto original do autor.
As citacoes devem ser referenciadas. Ha tress,istemas aceitos para a referencia~ao hibliografica:
referencias de rodape, referencias pelo sistema autor-
data e notas de r'eferericia em pagina separada. Apenas
urn deles deve ser utilizado no mesmo texto.
A referencia de rodape deve conter apenas os dados
minimos necessarios a identificacao da fonte, isto e, 0
nome do autor (em ordem direta), 0titulo da obra, a
pagina ou paginas utilizada(s), separados par virgulas.
Os dados completos da obra, constarao na bibliografia
final. Se, por algum motivo., a obra nao aparecer nabibliografia (obra correlata, de referencia secundaria
etc.) faz-se entao a referencia completa. Se a referencia
for a respeito de mais de uma pagina, pode-se indica-
las de forma espedfica (p. 5-8), ou de forma sequencial
(p. 5s, istoe, pagina 5 e seguintes).
Par exemplo, observe-se a nota de rodape desta
citacao:
Pesquisar e 0exer cicio intencional da pura atividade
intelectual, visando melhorar as corrd.icfies praticas de
existencia. A prarica, que e criterio para a proposic;ao de
finalidades e para a verificacao de verdades, nao e cega,mecanica ou ocasional. Ao contra.rio, guia-se pela soma de
toda a exper iencia anterior do individuo e da humanidade,
esta ultima absorvida na forma de he rauca cultu ral.
A pesquisa cientifica nao constitui uma atividade acrde nta l
de procedimento humano, mas uma forma de acao q'u .
lhe e natural, pOl'que realiza uma exigencia de sua essen ia,
112 Metodologia cientifica - a construaio do conhecimento Fllisesda pesquisa cientifica I I
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 55/67
a de se aperfeicoar, a de progredir no desenvolvimento de
sua humanizacao.jungindo as forcas cegas da natureza aos
seus designios conscientes."
Citacoes indiretas (citacao de citacao) tern outro
formato de refe reric ia, pois as obras citadas
indiretamente nao aparecerao na bibliografia. Deve-
se primeiro referenciar a obra indiretamente citada,
de forma completa; depois os dad os basicos para
reconhecimento da obra diretamente citada, ligados
por apud.
Exernplo:
HEGENBERG, Leonidas. Explicacoes cientificas:
Introduaio a filosofia da ciencia. 2. ed. Sao Paulo:
EPU/EDUSP, 1974. 374 p., apud BASTOS &
KELLER, Aprendendo a aprender: introducdo ametodologia cientifica, p. 82.
Parafrases, embora nao estejam entre aspas, por
nao serem Iiterais, devem ser referenciadas normal-
mente. E, por clareza, ate mesmo explicadas.
Exemplo:
No livro Etica: caminhos da realizacao humana, na
pagina 38 encontra-se a nota 16, que diz:"Utilizamos
aqui 0texto de HILDEBRAND, Dietrich von, Atitudes
eticas fundamentais. Colecao Circulo de Leitura, n. 30.
Sao Paulo: Quadrante, 1988." 0 autor esta a indicar
22 PI NTO, Ciencia e existencia, p.426-427. Esta e a referencia mfnima necessaria.
Os dados cornpletos paJ'a esta obra estarao na b:ibliografia final, pois e obraimportante para este texto, U\ consta:
PINTO, Alvaro Vieira. Ciencia eExistencia: problem.asfilos6ficos da pesquisa cieniifica.2. ed. SaoPaulo: Editora Paz e Terra, ]979.537 p.
que 0exto foi parafraseado, isto e, as ideias ss 'lIdais
que 0 livro traz, neste p-ed aco, nao sao pr6pl-iasmHs
ideias refraseadas de von Hildebrand, consignadas ua
obra indicada.
Citacoes de textos orais devem ser referenciadas corn
os elementos que permitam identificar claramente a
forate.
Citacoes repetidas, se do mesmo autor, mas de outra
obra, usa-se 0ermo "idem", seguido do nome da obra
e da(s) paginats).
Exemplo:
BASTOS, KELLER. Aprendendo a aprender: introduf;ao
a metodologia cientifica, p. 82.
Idem. Aprendendo l6gica, p. 38.
Se da mesma obra do mesmo autor, usa-se 0
termo"ibidem" (ouibid.), seguido da(s) pagina(s)
citada(s).
Exemplo:
SANTOS, A. R. Etica: caminhos da realizacdo humama.
p.98.
Ibidem, p. 38-42.
Se do mesmo autor, mesma obra emesma pagina,
usa-se "Ibidem, mesma pagina". Pode-se ainda, no cas
da mesma obra do mesmo autor, fazer constar 0nom
do autor (ordem direta) com a exp ressao op. ci t. (opu»
citatum) e a(s) pagina(s) citada(s).
Exernplo:
RUIZ, Metodologia Cientifica: guia para eficiencia 1'/,OS
estudos, p. 24-39.
114 Metodologia cientifica - a construcdo do conhecimento F,ases da pesquisa cierrtff'ica 115
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 56/67
RUIZ, op. cit., p. 48.
Se 0autor ou a obra ja estiverem mencionados
no corpo do texto, para a entrada da citacao, nao
devem ser repetidos na referericia.
Exemplo:
Se0exto a seguir tivesse sido apresentado assim:
Pesquisar e 0exercicio intencional da pura
atividade intelectual, visando melhorar as condicoes
pr aticas de existencia. Pinto, na sua obra Ciencia e
Existencia: problemas filosoficos da pesquisa cieniifica,
explica que:
a pratica, que e criterio para a proposicao de finalidades e
para a verificacao de verdades, nao e cega, mecanica ou
ocasional. Ao coritr-ario, guia-se pela soma de toda a
cxperiencia anterior do individuo e da humanidade, estaultima absorvida na forma de heranca cultural. A pesquisa
cierittfica nao constitui urna atividade acidental de
procedimento humano, mas uma forma de acao que Ihe e
natural, porque realiza uma exigencia de sua essencia, a
de se aperfeicoar, a de progredir no desenvolvimento de
suahurnanizacao.ju ngindo as forcas cegas da natureza aos
seus desfgnios conscientes ..3
Sua refererrcia correta seria como mostra a nota
22, no rodape.
As referencias podem ser ainda internas. Isto e,o autor deseja comparar ou cotejar esta parte do texto
com outra qualquer domesmo texto. A nota e feita
•23 Ver p. 426-427.
entao com expressoes como "Ver a respeito 0item 'x',
supra." (se 0trecho indicado estiver arras), "Ver a
respeito 0item 'y', infra." (se0trecho estiver adiante).
Se a comparacao ou cotejamento e com outra obra,
lJIS4-Se a expressao "Confira", ou "Cf.", seguidos da
referencia necessaria.
o sistema autor/data e uma tecnica de referericia
bastante comum. Ap6s 0trecho citado, nos forrnatos ja
mencionados, escreve-se: 0nome do autor em
maiusculas (normalmente, s60sobrenome, exceto nos
casos de hom.onirnia}, 0 ana da pub licacao ,
preferencialmente do original, e a(s) pagina(s)
referenciada(s). 0 ana e separado do autor por virgula.
A(s)pagina(s) e(sao) separada(s) do ana por dois pontos.
Exemplo:
"Aeducacao auteritica, repitamos, nao se faz de'Npara 'B' ou de 'Nsobre 'B', mas de 'Ncom 'B',
mediatizados pelo mundo" (FREIRE, 1970: 98).
Se 0autor ja tiver sido mencionado no corpo do
trabalho, suprime-se.
Exemplo:
Segundo Paulo FREIRE, "a educacao autentica,
repitamos, nao se faz de ' P i . para 'B' ou de ' P i . sobre 'B',
mas de ' P i . com 'B', mediatizados pelo mundo" (1970: 98).
Para descobrir a obra referenciada, 0leitor ira abibliografia final. Aconselha-se, neste caso, que a
bibliografia seja montada com enfase autor/data. .
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 57/67
116 Metodologia cientiflca - a construaio do conhecimento
Exemplo:
SANTOS, Antonio Raimundo dos. 1997. Repensando a
Filosofia: Pr6logo do comenuirio de Guilherme de
Ockham as Sentencas, Questao 1 ( 1 . Colecao Filosofia
59. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.
Se houver mais de uma obra do mesmo autor,
no mesmo ano, citadas no mesmo trabalho, elas serao
identificadas, tanto na citacao quanto na refer'encia,
por letras ap6s 0 ano.
Exemplo:
SANTOS, Antonio Raimundo dos.1997a. Repensando
a Filosofia: Pr6logo do comentdrio de Guilherme de
Ockham as Sentencas, Questao 1G . Colecao Filosofia
59. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.
SANTOS, Antonio Raimundo dos.1997b. Etica:
caminhos da realizaaio humana. Sao Paulo: Editora
Ave Maria, 1997.
Aoutilizar0sistema autor/data, asnotas explicativas
coritinuarao a aparecer norrnalmente no rodape.
Especialmente nos casos de trabalhos
datilografados, por facilitacao, pode-se ainda utilizar
o sistema de notas de referencia empagina separada.
No corpo do capitulo constarao apenas nurneros dechamada, sobrescritos (por exemplo, (12»), para as
citacoes. Aofinal do capitulo, numa pagina com0titulo
de "Netas de Referencia", escrevem-se todas as notas,
antepondo a cada uma delas, entre pare ntes es. 0
numero de chamada que esta no texto.
Fases da pesqutsa ctenufica 117
4.5.3. Conclusiio
Conclusao e fechamento, encerramento do texto.
E normalmente produzida logo ap6s a redacao do corpo
do trabalho. Dois elementos sao essenciais para a
moritagem da conclusao: sintese das priI_Icipaisid~ias;
paragrafo conclusivo (ou conclusao propnamente dita).
As principais ideias deverao ser sin~e:i.zadas .a
partir dos capftulos. Isto e, recolhem-se as ideias mars
importantes desenvolvidas em cada capitulo e, com elas,
montam-se paragrafos, Normalmente, cada capitulo gera
urn paragrafo de conclusao, Se0t~xtoyver 0fo~m~to
de relatorio, 0principio e0mesmo. Sintetizam-se asIde~as
essenciais de cada parte (referencial teorico, metodologia,
resultados, analise de resultados) em urn paragrafo.
oparagrafo conc]usivo
e0fecham~n~o.do texto,
propriamente dito. E naturalmente iniciad o por
express6es do tipo:
"Diante disto, condui-se que ..."
"Tendo emvista0acima exposto, conclui-se que "
"Considerando as ideias acima, condui-se que "
Faz-se eritao 0 fechamento, a conclusao, em
furrcao do objetivo geral da invest.igacao qu~ se
desenvolveu e que foi proposto la arras, no proJeto.
Afinal, foi 0 objetivo geral que norteou todo 0
raciodnio do trabalho. Note-se que a coriclusao ebaseada nos dados levantados no decorrer da
irrvestigacao enos raciodnios com eles desenvolvido .
Jamais se forca uma conclusao e nem sempre se pod"
conduir na direcao prevista anteriormente.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 58/67
118 Metodologia cienrifica - a construaio do conhecimento
Por exemplo, suponha 0seguinte objetivo geral
e espedficos de certo trabalho:
• Objetivo geral: provar que Iimao cura resfriado.
• Objetivos espedficos:1. identificar os componentes quimicos
do Iimao.
2. analisar 0virus do resfriado.
3. analisar as r eaco es do virus do
resfriado ao limao.
Os capitulos desse texto foram escritos em torno
dos objetivos especfficos, que saoaspectos componentes
do objetivo geral. as dados que foram coletados, os
raciocinios que puderam ser feitos e que determinaram
se0objetivo geral foi atingido, ou quanto dele se pedeatingir. Neste caso, aconclusao poderia ser: "Examinados
estes dados, conclui-se que 0Iimao, de fato, cura
resfriado"; ou, "Tendo emvista0acirna exposto, conclui-
se que 0Iirnao nao cura resfriado"; ou, ainda,
"Considerados os dados acima, conclui-se que 0limao
cura resfriado, em casos como X,Y,e Z. Em casos como
A,Be C, porern, apresenta eficacia reduzida" etc.
Se 0pesquisador quiser, pode adicionar urn
paragrafo de abertura do tema. Com efeito, esta
pesquisa iniciou-se apartir de urn tema geral (0assuntodo pre-projeto, 0 tema geral do projeto), do qual se
extraiu urn aspecto para estudo (a hipotese, 0tema
especffico, 0objetivo geral). Podern-se mencionar os
outros aspectos relativos ao assunto desenvolvido, que
foram deixados para tras, na delirnitacao do assunto,
ou, mesmo, outras tentativas depesquisa.ja conhecidas,
que indiquem novas possibilidades de investigacao.
Fases da pesquisa cientifica 119
4.5.4. Iruroduaio
as textos sao escritos para que outros os leiarn ..
Introduzir urn texto e oferecer ao leitor urn panoramageral a respeito daquilo que encoritrara durante a
leitura.?" Embora a introducao seja a primeira parte
importante do texto que 0leitor ericontrara ao ler (as
outras serao 0 corpo e a conclusao do trabalho), e a
ultima das tres a ser redigida. Isto porque, para que
se escreva a respeito do texto, e necessario que esteja
pronto, concluido.
Uma boa introd.ucao deve conter alguns
elementos basicos, que porcrn, nao se coristiruirao em
subntulos.
Inicia-se com urn relato a respeito da importdncia eabrangencia do tema. Ressalte-se primeiro para 0leitor a
area de interesse humano para a qual 0 trabalho
contribui. Urn texto final de pesquisa pode ter relevancia
social, cientifica o~ academica, como ja visto no item
"[ustificativa", atras, em "Projeto". Pode ainda ser
importante para urn grupo humano especifico, ou como
auxiliar no desenvolvimento de certa ciencia, ou, ainda,
pode contribuir para0ensino/ aprendizado deurn tema.
Na sequencia, deve-se mencionar eventos (sociais,
cientificos, acadernicos) desenvolvidos, em desenvolvi-
mento ou, mesmo, a serem desenvolvidos, que guardem
qualquer relacao com 0tema investigado, e que, afinal,
24 Nao se deve confunclir introduciio com prefacio (au prdlogo'; ou apreseruoaio,geralmente encontrados em livros. Iruroducoes sao, normalmente, escritas pclo
mesmo autor do texro que se lera, e tern finalidade intelectual. Prefacios .
apresentacoes sao, normal mente, escritos por urn terceiro, quase sernprc mni,
conhecido/respeitado 11 a comunidade a que se destina a obi-a, e cumprc rlln<;:Ii)
basicamente "comercial".
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 59/67
120 Metodologia cientffica- a construaio do conhecimento
demonstrern a importancia que se disse ter 0assunto.
E fundamental a mericao de puhlicacoes (livros,
peri6dicos etc.) que, de alguma forma, demonstraram
interesse pela mesma ternatica, e que tipo de interesse
foi demonstrado. Isto situa 0leitor quanto ao status
cientifico do tema, 0estado da arte.
Apresentam-se, agora, ao leitor, os objetivos
iniciais da pesquisa. Prirneiro, 0objetivo geral, que
quase sernpre e apresentado abrindo urn paragrafo,
assim: "0 presente trabalho pretende ... + objetivogeral" .
Por exernplo: "0 presente trabalho pretende
provar que limao e eficaz no combate a resfriados".
Embora nao seja uma exigencia, podem-se aqui
tecer cornentarios a respeito de como se chegou a esse
objetivo, isto e, qual foi 0 tema geral e sua
problernatizacao, que originou qual hip6tese, da qual
se extraiu 0objetivo geral.
Apresentam-se em seguida os objetivos
espedficos, porern, ja com 0nome de capftulos, nos
quais foram transform ados.
Exemplo:
"No primeiro capitulo se ident ificar a a
composicao qufrnica do Iimao. 0 segundo capitulo ira
analisar 0virus do resfriado. 0 terceiro capitulo tratara
de analisar as reacoe s do virus do resfriado em
presen<,;ado limao".
Pode-se tambem fazer uma descricao sucinta da
rnetodologia utilizada na coleta das informacoes, Alias,
, II I,
Fases da pesquisa cientifica 12]
teriha-se especial cuidado quando seestiver introduzindo
urn relat6rio, pois, em relatorios esta parte e muitoimportante. Finalrnente, evitam-se quaisquer
come ntar ios pessoais a respeito das "agruras"
encontradas no decorrer dotrabalho. E,principalmente,
jamais seadiantam quaisquer conclus6es.
4.5.5. Bibliografia
E a relacao das Fontes escritas efetivamente
consultadas durante amontagern da investigacao. Deve
obrigatoriamente constar ao final dos textos cientificos.
A forma de apresentacao da bibliografia e norrnatizada
pela Assocracao Brasileira de Normas T'ecn icas
(ABNT) , mais especificamente pela NBR 6023, de
agosto de 1989, a qual se incorporou a errata n. 1,.de
outubro de 1989.
Alern de alguns aspectos graficos espedficos, a
apresenracao de obras escritas considera tres aspectos
importantes: autor, titulo, imprenta.
4.5.5.1. Aspectos griificos especificos
Deve-se utilizar na bibliografia os mesmos tipos
e corpos utilizados no restante do texto. E importante
que semantenha auniformidade, de modo que oleitorentenda 0padrao utilizado. Duas situacoes especiais:
deve-se utilizar caixa-alta (MAIlJSCULAS) na palaura .
de entrada da obra (nome do autor, ou outro term
que ira iniciar a identificacao da obra). 0 italico d .v '
ser utilizado no titulo da obra. Se for parte de 11 rn a
122 Metodologia cienrifica - a construfllo do conhecimento Pases da pesquisa cientifica J I
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 60/67
obra, reserva-se 0italico para 0titulo da obra maior,
cuja parte se esta referenciando. Por exemplo, vai em
italico 0titulo do livro, e nao 0do capitulo utilizado
(que ira entre aspas); ou 0nome do jorrial, da revista,
e nao 0titulo do artigo (que ira entre aspas).
Exemplos:
SANTOS, Antonio Raimundo dos. "Conhecer ou nao
conhecer: eis a diferenca". In: CORDI, Cassiano
etal. Para Filosofar. 4. ed. Sao Paulo: Scipione, 1994.
SILVA, Jose da. "Receita Federal aperta 0
contribuinte". Gazeta da Manhii. Rio Branco, 30
abr. 1998.
As obras sao apresentadas por ordem alfabetica
das palavras de entrada, normalmente os nomes de
autores, pessoas fisicas oujuridicas.
Quantoa pontuacao, observe-se 0seguinte:
Ponto=-Alern das exigencias de pontuacao tipicas
da lingua portuguesa (abreviatur as, finais de texto
etc.), e utilizado ap6s 0nome completo do autor e ap6s
o titulo completo da obra.
Virgula - Usa-se antes do prenome do autor, ap6s
a editora, ap6s 0nurnero da edicao; entre volume/
caderrio, nurnero e paginas utilizadas, e os titu.los, no
caso de revistas ejornais.
Dois pontos - Para separar titulo e subtitulo da
mesma obra, antes da editora, e depois de "In",quando
se referencia parte de obra.
Barra - Para indicar os periodos de publicacao
de fasciculos (por exemplo, abr./jul.; 1996/98; n. 9/12)
Hifen - Usa-se para separar micio . ('inal do
conjunto de paginas (por exernplo, p. 158-16H).
Colchete - Utilizado para indicar ornisso ·S. S·
nao consta 0dado, mas dele se tern certeza, pod -s \
inseri-Io entre colchetes. Serve tamb em panl
referenciar obras em que nao constem data [s.d.],
editor [s.n.], local [s.1.].
Varios elementos podem aparecer abreviados.
Nao devem, porern, ser abreviaturas aleat6rias, ao
gosto do autor. As abreviaturas mais comumente
utilizadas sao as seguintes:
amp. (ampliada)
ed. (edicao)
rev. (revista)
v. (volume)
s.l. (sem local
=sine loco)
aum, (aumentada)
org. (organizador)
resp. (responsavel)
s.d. (sem data)
s. (seguintes)
coord. (coordenador)
P: (paginars)
t. (tomo)
s.n. (sem editor-
sine nomine)
4.5.5.2. Apreseruaaio de autor(es)
Nome - Em maiusculas, seguido do prenome,
em minusculas, ap6s virgula. Deve-se escrever 0nome
integral.
Exemplo:
JULlATTO, Clemente Ivo.
A melhor forma e apresentar 0autor como econhecido ou como ele se apresenta. Os nomes clevem
ser escritos tais quais estao na obra. Nomes de autor s
estrangeiros devem ser escritos na grafia de orig I'll,
exceto aqueles classicos que 0uso ja transform u.
124 Metodologia cientffica- a construcdo do conhecimento Fases da pesqu:isacientffica 125
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 61/67
Se ha duas ou mais obras do mesmo autor, nao e
necessar'io repetir 0nome. Na posicao, ao inves, faz-se
apenas urn traco horizontal:
SANTOS, A. R. Etica: caminhos da realizaaio human a(etc.)
______ .Repensando a filosofia. Pr6logo aocomentdrio de Ockham a s Sentences ... (etc.)
Ate tres autores, indicam-se todos na entrada, na
ordem em que aparecem na obra:
BASTOS, Cleverson Leite; KELLER, Vicente.
Aprendendo L6gica (etc.)
TAFNER, Jose; BRANCHER, Almerindo; TAFNER,
Malcon A. Metodologia (etc.)
Se hamais de trts autores,
indicam-se ate os tres
primeiros, seguido(s) de "et al.":
CORDI, Cassiano; SANTOS, Antonio Raimundo dos
et al. Parafilosofar. (etc.)
Se ha udrios auto res e trabalhos diversos na mesma
obra, entra como autor 0organizador ou coordenador,
ou qualquer outro titulo que indique sua
responsabilidade pela obra, desde que tal venha
indicado na publicacao. Ap6s 0nome, coloca-se entre
parcnteses a sigla correspondente (org., coord., dir.
etc.):
HUBBARD, Dean L. (org.) Continuous quality
improvement. (etc.) (indica que Dean L. Hubbard
organizou e editou esta coletanea, que envolve
textos independentes de 44 auto res diferentes).
Se 0 autor e antmimo , entra-se c m"ANONIMO" .24
ANONIMO. A sociedade brasileira. Sao Paulo: Tirnetis,
1997.
Autoria em revistas, periodicos e boletins
Mesmo que haja urn coordenador, editor ou
autor, estes materiais terao entrada na bibliografia pelo
nome da pub licacao. Pode-se ainda indicar entre
colchetes a editora ou entidade que produz 0material,
para acentuar sua origem:
JORNAL da APPUC [Associacao dos Professores
da Pontiflcia Universidade Cat6lica do Parana].
Curitiba, n. 03,jun./juL 1997.
Autoria em congressos, simposios e reunioes
A entrada e feita peIo titulo do evento, numero,
data, local, titulo do texto (anais, conclus6es etc.),
seguido de reticerrcias, a imprenta e demais dados:
SIMP6sIO Brasileiro de Terapias Alternativas, 2Q ,
1997, Porto Alegre. Conclusoes ... Associacao
Brasileira de Terapeutas Alternativos, 1997.
24 Estamos aqui com aindicacao deNunes. op. cit., p. 114, que diz: "Anorma NBR6023diz que quando 0autor e anonirno, deve-se dar entrada nabibl.iogra:fiapelotitulo. Contudo, esta ruio parece ser a melhor orientaaio". (grifo nosso). Em prirneiro
lugar, diga-se que a praxe e entrar com "anonirno" ria bibliografia, Depois, •
evidente que :a anotacao d.e "an-animo" facilita a busca do leitor, que pelo 11'1 I:! 11os
logo identifica de que se trata. 0itulo nao e 0 rnelhor designativo pa ra o t.cXLO
que nao tern autoria.
126 Metodologia c.ientifica - a construaio do conhecimento Fases da pcsquisa cientifica I 7
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 62/67
Autoria de enridades ptiblicas
Entidades publicas de ambito nacional, com
personalidade jurfdica, tern entrada pelo seu nome:
MINISTERIO da Educacao e Cultur a. + (titulo/
imprenta)
Se e um 6rgao desprovido de personalidade juridicapropria, precede-Ihe 0orgao superior a que pertence,
precedido do estado, ou da uriiao:
BRASIL. Ministerio do Trabalho. Delegacia Regional
do Trabalho. + (titulo/irnprenra)
Se se tratar de organismo estrangeiro, estadual oumunicipal, coloca-se 0pais/estado/municipio apos 0
nome, entre pareriteses ..
Exemplo:
FEDERAL Bureau of Investigation (USA).+ (titulo/
imprenta).
SECRETARIAMunicipal de Obras Publicas (Curitiba).
+ (titulo/imprenta)
Autoria de artigos em revistas ejornais
Se sao artigos ruio assinados, entra-se pelo titulo
do artigo, com indicacao do titulo da obra, revista,
jornal (em. italico), local, rnirnero, data:
JOGADAS Politicas. Hebdomadario, Cur itiba, ano 1,n.3,
1998, p. 5.
Se sao artigos assinados, entra-se pelo autor, titulo
do artigo, titulo do peri6dico (em italico), local, volume/
nurnero/fascfculo, paginas utilizadas, data:
MONDIN, Batista. A etica num sim pos io
interdisciplinar. Presenca Filos6fica.[Socieda c
Brasileira de Filosofos Cat6licos]. Rio de Janeiro:
SBFC, v.VI, n.04: 3-5, out./dez. 1980.
Autoria de ensaios ou trechos de obras
A entrada e feita pelo nome do autor, seguido do
titulo do artigo, ensaio ou trecho. Apos "In" , iridica-se
o autor ou resporisavel pela obra maior, 0titulo da
obra maior em italico e os demais elementos:
SANTOS, Antonio Raimundo dos."Conhecer ou nao
conhecer: eis a diferenca''. In: CORDI, Cassiano et
al, Para Filosofar. 4. ed. Sao Paulo: Scipione, 1994.
Se se tratar de enciclop edias au dicioruirios
especializados, entra-se peIo nome ~o aU,to:,0 titl~l? .do
verbete. Ap6s "In", 0nome da enciclopedia em italicoe os demais dados:
PRETI, Giulio. "Logica", In: ABBAGNANO, Nicola.
Dicionario de Filosofia. Sao Paulo: Mestre Jou, 1970.
4.5.5.3. Apresentacda de titulo(s)/edifiio
Os titulos devern ser escritos de forma integral,
em italico, com letras minusculas, exceto nos casos de
exigencia propria da lingua, tais como0
riicio do tituloe nomes proprios.
Os subtitulos podem ser suprimidos, exceto se
forem essenciais como fonte de inforrnacao. Aoescr v"-
10, vai ap6s 0 titulo, apos os dois pontos:
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 63/67
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 64/67
134 Metodologta cientifica - a construcdo do conhecimento Fases da pesquisa cientifica II
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 65/67
o indice transforma a obra num manual de
consuitas imediatas a inforrnacoes que passam pelo
conjunto do trabalho assim como indicacao deobjetividade com que ideias e conceitos sao tratados.
4.5.8. Sumario / indice
Sumacio (Tabuada materia) - E uma organizacaosistematica (enumerada) dos coriteudos/rnater ias da
estrutura de urn trabalho.Possui funcao top 016gica,
quer dizer, transcricao nao alfabetica de tftu los e
subtitulos na ordem da apresentacao e, se possivel, naforma hierarquizada que 0autor tenha proposto.
Afuncao do sumario e fornecer ao leitor/cliente numa
surnula do conjunto geral da obra com os principais
conreudos e seu objetivo e a obra em sicomo urn todo.
Indice - Consiste numa listagem alfabetica dos
assuntos que se queiram destacar: nomes, lugares,
conceitos, datas, fatos e outros.
Sumario
Introducao ..............................................................•................... ,. 6
I.. Natureza teOricaepratica dapesquisa cient1fica 10
2. Tipos de pesquisa 14
2. j.A pesquisa acadernica 17
2.2..A pesquisa de ponta 19
2.3. Caracterizacao das pesquisas 21
2.3.I.CaTacterizac;ao das pesquisas por
objetivos 22
2.3.2.Cal'acteriza~ao das pesquisas
pelas forues 25
2.3.3.CaracteTizac;aodas pesquisas
pelos procedimentos 29
3. Forrnas basicas de apreseutacao de
textos resultantes da pesquisa cientifica 32
3.1. Resenhas 33
3.2. Relatorios 35
3.3. Monografias 41
4. etc ...Coriclu sao l02
Bibliografia I 08
l36 Metodologia cientffica - a construcdo do conhecimento Fases da pesquisa cientifica
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 66/67
4.5.9. Outros elementos que podem constar no texto
Veja, primeiro, por esta sequencia de encader-
nacao, 0que mais, alern dos elementos essenciais, pode
constar no texto:
• Capa
• Folha de rosto
• Folha de avaliacao
• Distico ou dedicat6ria
• Agradecimentos
• Sumario
• Lista de tabelas ou ilustracoes
• Lista de siglas, abreviaturas e sfmbolos
• Resumo/sinopse/abstract
.IntrodU(;ao
• Corpo
• Conclusao
• Anexos/apendice
• Bibliografia
• fndice
• Folha. em branco/contracapa.
E claroque todos oselementos que forem inclufdos,
e que estejam ap6s 0 sumdrio, deverao ser mencionados
como partes do trabalho, como todas as outras.
Na folha de avaliacao coristara 0termo deaprovacao e a assinatura da banca examinadora. Edis-perisavel na maioria dos trabalhos de graduacao.
E exigida em todos os trabalhos de pos-graduacao. Consta
o autor, 0titulo, 0terrno de aprovacao, a identificacao
dos membros da banca examinadora, 0 local e a data.
Modelo da folha de avaliacao:
Miriam Carnasciali dos Santos
A mudanqa organi%acionala servifo da
qualidade nas instituifoes de ensino superior.
Dissertacao aprovada como requisite parcial para a obtencao do
grau deMestre noCurso de Pos-graduacao emEducacao da Pontificia
Universidade Cat6Jica do Parana. pela banca examinadora formadapelos professores:
Orientador: Prof. Dr. €lemenre IvoJuliano.
Prof. Dr.Eder Paschoal Pinto.
Prof. Dr. Victor Meyer Jr .
Curitiba, 28 demaio de 1998.
8/4/2019 Metodologia Cientifica - Antonio Raimundo Dos or
http://slidepdf.com/reader/full/metodologia-cientifica-antonio-raimundo-dos-or 67/67