Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
MERCADO DE CAPITAIS NO FINANCIAMENTO PRIVADO
DE INFRAESTRUTURA
FIESP CONSELHO SUPERIOR DE ESTUDOS AVANÇADOS
(CONSEA)
17 DE AGOSTO DE 2015 CARLOS A . ROCCA
INDICE1. Importância do investimento em infraestrutura para recuperar
atividade e apoiar ajuste fiscal 2. A necessidade de um novo modelo de financiamento 3. Mercado de capitais no financiamento de
investimentos em infraestrutura3.1 Debentures incentivadas: experiência recente é favorável 3.2 Falta atrair os investidores institucionais 3.3 Governo tem elevado taxas de retorno para remunerar riscos; falta mitigar riscos de construção e de operação
4. Conclusões
1 Importância do investimento em infraestrutura para recuperar atividade e apoiar ajuste fiscal
Crescimento é importante para ajuste fiscal e queda da carga da divida bruta /PIB
1. Ajuste fiscal:• Manutenção do “investment grade”• Sustentabilidade da divida publica • Medio prazo: controle da inflação, redução de taxa de juros• Recuperação da confiança
2. Desafios além da falta de apoio politico a. Impacto recessivo de curto prazo b. Sem crescimento é muito difícil evitar aumento da divida bruta/PIB:
a. Despesas rígidas, muitas indexadasb. Queda de receita compensada por aumento de impostos e da carga tributária c. Superavit primário insuficiente para evitar crescimento da Divida bruta /PIB
1. Queda de 6,9% do investimento (FBCF‐ 4 trimestres terminados em 1T 2015) 2. Forte redução da rentabilidade e lucros retidos das empresas 2010/2014 3. Financiamento e custo de capital :
a. Taxas de juros mais elevadas: SELIC, (juros EUA): custo de capital próprio e de dívida
b. Menor facilidade de acesso ao mercado financeiro internacional;c. BNDES: redução de desembolsos, elevação da TJLP
4. Confiança empresarial: índices em recorde de baixa 5. Expectativas PIB: recessão 2015 e baixo crescimento próximos anos
Condições desafiadoras para investimentos privados e seu financiamento
5
6
Fatores de recuperação do nível de atividade
1. Exportações, substituição de importações : cambio; aparecem primeiros sinais
2. Investimentos:a. Recuperação de margens e rentabilidade ‐ cambio‐ correção de preços administradosb. Investimentos em infraestrutura
2. A necessidade de um novo modelo de financiamento
Investimento em infraestrutura:
a. Não tem problemas de insuficiência de demanda; questãoé insuficiência de oferta
b. Curto prazo: efeito multiplicador: mais renda e emprego;c. Médio e longo prazo: menos custo, mais produtividade,
melhor qualidade de vida;d. Impacto positivo em longa cadeia de oferta industriale. Componente estratégico para aumentar investimentos e
retomar crescimento.
Investimentos em infraestrutura e retomada do crescimento
10
Participação do setor privado é essencial
1. Limitações do setor público:a. Não tem recursos para financiar: poupança negativa,
dívida bruta /PIB crescendo;b. Execução de projetos nos últimos anos: menos de 50%
do orçamento existente.2. Participação do setor privado é essencial:
a. Recursos de poupançab. Capacidade de execuçãoc. Melhor governança
11
Modelo de concessões tem reforçado dependência de recursos públicos
1. 2013: Execução do programa de concessões em rodovias, aeroportos foi acelerada;
2. Mas modelo não favorecido financiamento privado:a. Dominância do critério de modicidade tarifaria impõe tarifas
inferiores ao custo de produção;b. Taxas de retorno inferiores às de mercado; participação do
Tesouro direto e via crédito subsidiado : cerca de 70%c. Qualidade dos projetos e insegurança jurídica e regulatória
aumentam premio de risco e elevam taxa de retornorequerida por investidores privados e tarifas do serviço.
12
Desafio: Novo modelo de financiamento de infraestrutura
1. Criar modelo de concessão que permita: a. Maior aumento de investimentos de infraestrutura nos
próximos anos;b. Participação preponderante de poupança e investidores
privados: sustentável a preços de mercado;c. Respeitar critérios de modicidade tarifária, equidade e
eficiência econômica;d. Concessão de subsídios: com transparência no
orçamento quando existir (PPP).
13
2. Compatibilizar modicidade tarifaria com retorno de mercadoa. Induzir forte concorrência nos leilões;b. Mitigar riscos para reduzir taxa de retorno e prêmios de
risco requeridos por investidores, tarifas menores eviabilizar modelo de project finance :i. projetos de alta qualidade, seguros garantiaii. marcos regulatórios funcionais;iii. segurança jurídica e regulatória: agencias reguladoras
3. Financiamento dos investimentos: otimizar sinergia de BNDES,bancos privados, cias. de seguros e instrumentos do mercado decapitais
Desafio: Novo modelo de financiamento de infraestrutura
14
3. Mercado de capitais no financiamento deinvestimentos em infraestrutura
3.1 Debentures incentivadas: Experiência recente é favorável
Emissões de debêntures incentivadas no âmbito da Lei
12.431/11
Número de Emissões desde Jun2012 até Jun2015
Valor R$ MM
Prazo em Anos ‐Soma(Valor de Face x Prazo)/Soma(Valor de
Face)
art.2o Infraestrutura 40 11.671,04 (*) 9,8
art.1o Não Residentes 9 5.032,70 9,1
Total lei 12.431 49 16.703,74 9,6
Demais Debêntures Não Leasing 664 175.907,26 5,2
Fonte: Secretaria de Acompanhamento Econômico MF Elaboração: CEMEC(*) Apenas 6,7% das demais debentures não leasing
Debentures incentivadas: sinais positivos
Investidor ICVM 400 ICVM 476Pessoas Físicas 57,2% 18,7%
Fundos de Investimento 10,8% 16,6%
Institucionais 4,9% 1,7%
Inst. Financeiras 23,5% 62,7%
Investidores Estrangeiros 2,8% 0,2%
Outros 0,8% 0,2%
Investidores: Predomínio de pessoa física (*) institucionais ainda não entraram no mercado
Fonte: Secretaria de Acompanhamento Econômico MF Elaboração: CEMEC
(*) Demanda de 2,5 a 3 vezes maior que oferta no bookbuilding
99,4%96,4%
84,9%77,7%77,7%
75,3%74,7%74,1%
70,5%70,5%
61,4%59,6%
56,6%54,2%
50,6%50,0%
47,6%47,6%
45,2%44,6%
42,8%42,2%42,2%41,6%
38,6%35,5%35,5%34,3%33,1%
29,5%
RDVT11‐CONCESSIONARIA RODOVIAS DO TIETE S/A
CART12‐CONCESSIONARIA AUTO RAPOSO TAVARES S/A
TSAE22‐TRIANGULO DO SOL AUTO ‐ ESTRADAS S/A
ODTR11‐ODEBRECHT TRANSPORT S.A.
TEPE31‐TERMELETRICA PERNAMBUCO III S.A.
ANHB15‐CONC. DO S. ANHANGUERA‐BANDEIRANTES S/A
VALE48‐VALE S/A
BNDP36‐BNDES PARTICIPACOES SA BNDESPAR
CVRDA6‐VALE S/A
CRIP13‐CONC.RODOV.INTERI.PAULISTA S/A
NRTB21‐NORTE BRASIL TRANS. DE ENERGIA S.A.
DVIX11‐DESENVIX ENER. RENOV. S.A.
TPIS24‐TPI ‐ TRIUNFO PARTIC.E INVESTIMENTOS S/A
SBESB7‐CIA SANEAMENTO BASICO EST. SP ‐ SABESP
TAEE33‐TRANS.ALIANCA DE ENERGIA ELETRICA S/A
Liquidez melhor que debentures comuns Presença em Pregão ‐ 2014 (*)
Debêntures IncentivadasDebêntures Não Incentivadas
(*) Turnover 0,68 – próximo do turnover das ações
Empresas Concessionárias de
Infraestrutura
NÚMERO DE EMPRESAS Abertas
e Fechadas
NÚMERO DE EMPRESAS emitiram
debêntures%
Concessão rodoviária 58 40 69,0%
Concessão portos 8 3 37,5%Concessão ferroviária 13 4 30,8%
Saneamento 65 21 32,3%
Energia elétrica 397 113 28,5%
Telecomunicações 76 11 14,5%
Fonte: VALORPRO ‐ Balanço das Empresas Elaboração: CEMEC
Concessionários usam debentures regularmente
Projetos com Portarias Autorizativas – art. 2o. Lei
12.431
Valor dos Investimentos (R$
milhões)
Valor das Debêntures (R$
milhões)%
Emitiram Debêntures 60.378,59 11.671,04 19,3%
Não Emitiram Debêntures 132.528,17
Total 192.906,76
Fonte: Secretaria de Acompanhamento Econômico MF Elaboração: CEMEC
Somente 1/3 dos projetos autorizados já emitiram debentures: financiam 19% dos investimentos;(Art. 2º lei 12431)
Emissões de debentures de infraestrutura e desembolsos BNDES R$ bilhões
Ano Deb.
Não
financ.
Deb
Outros
Deb Infra
estrutura
(1)
BNDES
Desembolso
(2)
(1)/(2)
%
2010 50,8 22,9 21,9 48,2 46%
2011 49,8 27,9 21,9 51,9 42%
2012 86,9 48,3 38,6 47,3 82%
2013 69,3 33.1 36,2 52,8 69%
2014 64,1 31,4 32,7 55,8 59%
Fundos de Infraestrutura Debêntures (Incentivadas)
Patrimônio Líquido
% Debêntures Incentivadas
FIRF‐IE TFO CSHG ‐ Infraestrutura 27.028,75 41.160,15 65,7%
FIRF‐IE Azienda 89.667,72 109.330,44 82,0%
FIRF‐IE CSHG Omega ‐ Infraestrutura 43.616,93 56.766,96 76,8%
FIRF‐IE CSHG 392 ‐ Infraestrutura 94.492,44 113.115,37 83,5%
FIRF‐IE XP Crédito Privado 36.777,51 44.011,28 83,6%
FIRF‐IE CSHG AS 7.7 Infraestrutura 18.131,02 22.477,09 80,7%
FIRF‐IE Bradesco 65.746,03 75.043,63 87,6%
Total Geral 375.460,40 461.904,92 81,3%
Surgem vários Fundos de Infraestrutura Lei nº 12.431/2011 R$ mil
De acordo com o disposto na Lei 12.431/11 os Fundos FIRF‐IE (Fundo de Investimento em Renda Fixa) deverão aplicar no mínimo 85% do PL. em ativos de Infraestrutura. Porém, nos dois primeiros anos contados da data da primeira integralização o percentual mínimo de ativos de Infraestrutura poderá ser mantido na casa de 67% do PL.O prazo máximo para esse enquadramento no percentual mínimo de investimento é de 180 dias contados a partir da primeira integralização.
7
4
2
6
4
12
32 2
1 1
10
1211
ANOS
Limitação: Maioria das debentures de infraestrutura vence até 12 anos
ANOSNúmero de emissões
Fonte: Secretaria de Acompanhamento Econômico MF Elaboração: CEMEC
3.2 Falta atrair os investidores institucionais
Institucionais tem quase 40% do estoque de Debêntures Corporativas 12/2014 – R$ milhões
Institucionais 124.804 39%Estrangeiros 11.215 4%Outros Não Financeiros 22.830 7%Instituições Financeiras (*) 158.971 50%TOTAL (CETIP) 317.820 100%
Fonte: PREVIC, SUSEP, CETIP Elaboração: CEMEC (*) Por residuo
Participação de debêntures corporativas na carteira de institucionais é de apenas 4.4% 12/2014 – R$ milhões
Entidades Carteira Debêntures %
Fundos de Pensão 706.848 22.498 3,2%
Seguradoras e Entidades Abertas de Previdência
578.503 8.788 1,5%
Capitalização 38.658 1.275 3,3%
Fundos de Investimento (sem FI institucionais)
1.502.489 92.243 6,1%
Institucionais 2.826.499 124.804 4,4%
Fonte: PREVIC, SUSEP, CETIP Elaboração : CEMEC
Debentures x NTN B Taxa Média + IPCA
Taxa Média exIR
Debentures Infraestrutura 7,03 7,03Título Público (NTN B) 5,57 4,73Spread b.p. 138 219
Debentures x LTN F Taxa Média Spread b.p.
Debentures Não Residentes 12,82 106
Título Público (NTN F) 11,64 ‐
Premio de risco de debêntures incentivadas favorece investidor pessoa física (IR=0); é insuficiente para atrair institucionais
Fonte: ANBIMA e Tesouro Nacional Elaboração: CEMEC –Taxas médias das emissões d e NTN‐B de 08/2012 a 11/2014
Fonte: ANBIMA e Tesouro Nacional Elaboração: CEMECTaxas médias das emissões e NTN‐F de 08/2012 a 11/2014
29
Programa de Investimentos em Logística (PIL 12/06/2015)
Volume de emissões de debentures previsto é pequeno
Inv. Total 69,2 bi Até 2018
Inv. por ano 23,1 bi Até 2018
Debentures (25%) 5,8 bi Por ano
AEROPORTOS 8,5PORTOS 37,4RODOVIAS 66,1FERROVIAS 86,4TOTAL 198,4
3.3 Governo tem elevado taxas de retorno para remunerar riscos; falta mitigar riscos de construção e de operação
TIR e taxas de retorno do capital próprio nas concessões rodoviárias ‐ Fonte: Min. Fazenda
TIR(a.a.) RETORNO (a.a.)Agosto 2012 5,50% 7,73%
Maio 2013 7,20% 10,63%
Julho 2015 9,20% 13,01%
Redução do custo de capital : melhor qualidade regulatória reduz taxa de retorno requerida Variáveis controladas: juros divida soberana, crescimento PIB
Amostra12 setores; 62 países; 35 emergentes;2009/2011
Qualidade regulatória
Banco Mundial
Relação Preço/Lucro
A. Damodaran
Taxa de retorno real do acionista implícita no P/L
Brasil 0,15 15,48 6,46%Média emergentes
0,33 19,51 5,12%
Variação +0,18 + 4,03 ‐1,34%Fonte: (2014) – Carrasco, V. ; Joaquim, G. e Pinho de Mello, J.M. ‐ Risco regulatório no Brasil: teoria e mensuração – em Pinheiro, A.C., Frischtak – Gargalos e soluções na infraestrutura de transportes –FGV – Editora IBRE.
Concorrência internacional: Investimentos em infraestrutura para retomada do crescimento inclusive na OECD (*)
Banco Mundial: Outubro/ 2014Global Infrastructure Facility – acordos com fundos de investimento e bancosmultilateraisPrivate Participation in Infrastructure (PPI)Project Data Base ‐ 5.000 projetos, 137 países, 25 anos
G20: 16/11/2014:Iniciativa de Infraestrutura Global (GII): investimentos do setor privado fator derecuperação da economia mundial; Centro de Infraestrutura Global (Australia);Investimentos 2015/2030: US$ 70 trilhões 4,0% a 4,5% PIB
(*) Governo anuncia facilidades para participação de empresas estrangeiras ‐ Folha SP 14/08/2015 – A222015: Obama propõe a criação do Banco de Infraestrutura dos EUA
4. Conclusões
Conclusões1. Investimento em infraestrutura é essencial para antecipar a
recuperação da economia 2. Diagnóstico mercado de capitais no financiamento de infraestrutura:
a. Experiência recente com debentures é positiva: demanda, prazos, melhor liquidez;
b. Uso rotineiro de concessionários c. Forte presença de pessoas físicas – isenção IR; premio de risco
insuficiente para institucionaisd. Volume até agora é pequena fração de emissões e estoque totale. Surgem fundos de debentures incentivadas e FIDCsd. Importante atrair institucionais e estrangeiros; institucionais tem 40% do estoque total de debentures; estrangeiros 20% tit.publicos
Conclusões
3. Novo PIL e Ajustes da politica de concessões:a. Novo PIL (06/2015) : pequeno volume de emissões
de debentures b. Governo eleva taxa de retorno para cobrir riscosc. Algumas ações necessárias:
i. Mitigar riscos de construção e de operação para reduzir prêmios de risco, taxas de retorno e tarifas
iii. Atrair investidores institucionais e estrangeiros:a. Ajustar estrutura de incentivos fiscais b. Qualidade institucional competitiva: marcos regulatórios agencias reguladoras do Estado, independentes
c. Liquidez no mercado secundário de divida corporativa Iv Otimizar sinergia entre BNDES, bancos privados e mercado de capitais; prioridades do BNDES ‐ Periodo de construcao debentures, prazos longos
OBRIGADO
[email protected] (11) 98255 2423