Maria na comunhão dos santos

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    lizabeth A. Johnson

    Nossaverdadeira

    irmTc o lo i f i a de Ma r ia n a c o m u n h o d o s s a n t o s

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    TITULO ORIGINAL:

    Tmly Our Sister: A Theology

    of Mary in lhe Communion of Saints

    2003 by Elizabeth A. Johnson

    Tbo Continuum International Publishing Group. Ene

    370 Lcxington Avcnuc. New York. NY 10017 ISBN: 0-

    8264-1473-7

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    I

    PKI I',\KA(. AO: Maurcio B. Leal DIAGRAMAAO: Ronaldo

    llidco Inoue Ri.vis\: Renato da Rocha

    A*; citaes bblicas foram iirada> da Hiblia Traduo

    Ecumnica - TEB. 5. cd.. So Paulo. Loyoia. agosto dc

    1997.

    Edies Loyoia

    Rua 1822 n 347 -

    Ipiranga 04216-000So Paulo. SP

    Caixa Postal 42.335 - 04218-970 So Paulo. SP ( I I ) 6914-

    1922

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    Toda% PS direitos iBfnWw. Nenhuma parle desta abra

    pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma

    e/ou quaisquer meios (eletrnico ou mecnico, inchando

    fotocpia e gruwcuotOU arquiwida em qualquer sistema

    ou banco de dados sem permisso escrita da Editora.

    ISBN: 85-I5-034I4-X

    Novo: 978-85-15-

    03414-7

    EDIES LOYOLA. Silo Paulo. Brasil, 2006

    H821 Nossa Vefd3deif.il rrna p65

    SUM

    http://vefd3deif.il/http://vefd3deif.il/
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    AGRADECIMENTOS Li

    INTRODUO13

    AS VOZES DAS MULHERES EM NOVO TOM / 9

    / FftAfiMFNTOS NO FNTUI HO_____________U

    V

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    I

    cria

    Re

    teol

    -2 O TRABALHO TEOLGICO DAS MULHERES 39

    O gelo se quebra 39

    Crticas 44

    Interpn-taes criativas 6 1

    j u i r f ^/

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    CAMINHOS

    NO

    ESCOLHIDOS

    7/ 3 BECO SEM

    SADA: O

    ROSTO IDEAL

    DA MULHER 73

    Uma nica raa humana 73

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    Fuga para o campo 95

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    1Escavao de um rico veio101Sondagens histricas /03

    Retorno: comea a migrao / / ^

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    M.iri.i c o feminino patriarcal82 M.iri.i c o feminino patriarcal

    82

    Julgamento pastoral 12 3

    parte ^

    UM CAMINHO PARA A FRENTE 12 7

    5 UMA PROPOSTA MODESTA 1 2 9

    De smbolo transcendente a pessoa histrica 1 2 ' )

    Teologia pneumatolgica de Maria 13 6

    Problemas de interpretao 1 3 9

    PRFCFDFNTFStU

    Dois milnios, dois modelos / )/

    Vaticano II: embate de tits /d l

    W - mt-dianermul.-lo_______________/ d d

    "Nossa verdairm.V

    _______________LL

    parte

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    RETRATODEUMMUNDO / 75

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    riarcal 8 2 M.iri.i c o feminino patriarcal 8 2

    7 GAULIA: O MUNDO POLTICO E ECONMICO

    Retrato de um mundo /

    77

    A configurao da terra 180

    Estruturas econmicas

    1 85

    Governantes polticos / 9 2

    S JUDASMO DO SEGUNDO TEMPLO: O MUNDO RELIGIOSO 207

    O que ser judeu 20 7

    Na Galila___________212

    Subida a lerusalm217Cristos judeus/judeuscristos 224

    177

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    SUMAftO

    9 MULHERES: O MUNDO

    SOCIOCULTURAI 233

    Contraste

    pernicioso 233

    Casamento c

    famlia 23 9

    Vida cotidiana

    25 0

    MARIA NA COMUNHO DOS SANTOS 259

    1 0 A PERIGOSA MEMRIA DE MARIA: UM MOSAICO 2 6 1

    Memria teolgica 2 6 1

    Do lado de iora Marco* 3.20-21 e 31-35) 2 6 9

    a companhia das antepassadas no-eonvencionais ^Mau-m

    1.1-17) 2 74

    Escndalo e o esprito ;MJICS 1.18-25) 279

    Sabedoria do Oriente Nhtms 2.1-12 29 4

    Relugiados do massacre (Macau 2.13-23) 297

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    Anunciao: chamado do proleta Lu..i> l.2-s >0J

    Visitao: alegria na revoluo de Deus (Lucas 1.39-56) 31 4

    "Ela deu luz" (Luc-2.1-20) 332

    Cumprimento daTor Lu..- 2.2I-4H 1 3 7

    Perda e encontro

    (I.UM* 2.41-52) 341

    Vinho nas npcias

    (Joo2.I-Il) 3 45Perto da cruz (Jo3o 19.25-27) 352

    Iodos hcaram repletos do Esprito Santo" Au>s 1.14-15:2.1-21

    ^ *> 7

    / / MARIA, AMIGA DE DEUS E PROFETA 36 5

    O Esprito que cria laos de famlia 36 5

    A graa dos vivos 368

    Nuvem de testemunhas 3 7 1

    Figuras paradigmticas 37 3

    O modelo de

    companheirismo 375

    Companheiros na memria e tia esperana ^NO

    Orao para um tempo

    de luta 3 83

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    AGRADECIMENTOS

    um prazer agradecer s muitas pessoas e instituies que contriburam para esta obra. Meus

    princ ipais agradec imentos so para a Fordham Univers ity. que . com suas generosas e

    esclarecidas diretrizes sabticas, propiciou o tempo para pesquisar e redigir. A equipe da

    biblioteca da universidade, dirigida por [ames McCabe. deu uma ajuda esplndida e contnua.

    Minhas pesquisadoras de ps-graduao, Antoineite Gutzler, Kathryn Lilla Cox, Patricia Houiihan

    e Gloria Schaab, ajudaram-me com generosidade e alegria, por isso merecem meus sinceros

    agradecimentos. Gloria Schaab, em especial, digna de apreo por lanar um penetrante olhareditorial no texto final e nas notas.

    1 l mais de vinte anos dou cursos de ps-graduao nesta disciplina em universidades e

    escolas de teologia. A John Ford. chefe do Departamento de Teologia da Catholic University ol

    America, cabe o mrito de meu comeo, ao insistir que eu planejasse e lecionasse tal curso,

    apesar de minha relutncia inicial. As perguntas e observaes de catlicos mais jovens e de

    estudantes de tradies protestantes e anglicanas, c de modo especial das mulheres, tm

    enriquecido e questionado meu modo de pensar, como qualquer professor sabe. Estou sincera e

    alegremente em dvida com minhas alunas. Como membro do dilogo entre luteranos e catlicos

    nos Estados Unidos, part ic ipei de um cic lo de oi to anos a a-speito de Mar ia e dos santos,

    pesquisei intensamente fontes catlicas oficiais e da Reforma e empenhei-me em estudar os

    aspectos ecumnicos. Foi um trabalho estimulante e enriquecedor, e aprendi muito com meus

    colegas de dilogo.

    Calorosos agradecimentos s colegas Marv Cathcrine I I i lkeri , Nancv Dall .i-valle, Ellen

    Umanskv e Mary Y Maher, e a John Pcrry, que leram e criticaram cap tulos deste texto quando em

    andamento. De modo especia l, Anthony L. Rubsys, estudioso bbl ico, mestre e amigo,

    acompanhou-me com crticas c incentivos pelas

    E

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    O1 passagens bblicas que formam o centro deste livro. Nossas conversas, pouco antes J da

    concluso da obra e, o que no sabamos, pouco antes de sua morte, levaram 1 a uma recomposio

    geral d.i lluncia do argumento do livro. Reverencio esta I dvida impagvel. Outros amigos supriram-

    me com material importante sobre o assunto: Constance Fttzgerald, rhomas Shellcv, Aristotle

    Papanikolaou, Connie Loos e Jade Hcalv. Por e-mails c outros comunicados, Terrence Tilley, Catherine

    Palten, Margaret Galiardi, Robert Sadowski, John Cabrido, Miguel Lambino, Ginnv Gerace e Kathryn Ltlla

    Cox enviaram-me valiosas perguntas, sugestes e sua p rpria sabedoria.

    Nas primeiras etapas, este trabalho pde ser ouvido como linha diretriz em uma palestra

    do 26 Instituto deTeologia da Villanova Universitv. A meio caminho, algumas de suas idias

    loram apresentadas no Congresso de Educao Religiosa de Los Angeles. Quando estava em uma

    etapa mais adiantada, a aula expositva John Courmey Murrav, patrocinada pelo peridico

    America, propiciou outra demonstrao, com um pblico perspicaz. Agradeo aos organizadoresdesses eventos a oportunidade de interessar a um pblico mais amplo, com resultados benficos

    para meu modo de pensar, Frank Oveis, meu editor, apoiou este trabalho com elegncia,

    sagacidade e refinamento. Seu incentivo pessoal, cheio de humor, animou longos dias de

    redao; seu interesse profissional assegurou a publicao de uma lorma mais que conveniente.

    Ele um aliado maravilhoso, e minha gratido no tem limites. Minha comunidade religiosa, as

    Irms de So Jos, em Brentwood, nunca deixou de apoiar meu trabalho, inclusive este livro; sou

    profunda e continuamente grata. Por fim, agradeo a todas as mulheres de diversas partes do

    mundo que me relataram suas histrias, lutas e descobertas quanto f, que duraram anos,

    verbalmente e por escrito. Nosso dilogo constante despertou este livro para a ao. E a elas

    que dedico esta obra.

    INTRODUO

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    ste l ivro sugere que um modo prof cuo de abordar a teologia de Mar ia , a me de Jesus, a

    Tbeotokos ou Me de Deus, imagin-la como mulher real de nossa histria que caminhou com o

    Esprito.Tendo conservado a l enquanto viveu, ela agora est entre os que a Escritura chama de

    grande "nuvem de testemunhas" que cerca de estmulo a Igreja na terra. Esta proposta tem como

    conseqncia imaginar seu mundo histrico e refletir nos vislumbres teolgicos de sua vida na

    Escr itura, para lembr-la hoje como nossa i rm. e la mesma amiga de Deus e profeta na

    comunho dos santos. Em livro anterior, FrienJs oj Gotl atui Prophets: A Feinin isl Tbtologi ReaJtttg oj

    lhe Communion oj Sainls [Amigos de 1 )eus e dos prole-las: uma leitura teolgica feminista da

    comunho dos santos] (New York, Con-t inuum. 1998). j examinei a histria e a teologia do

    grande smbolo doutrinai da comunho dos santos, a comunidade de geraes dos vivos e dos

    mortos que se estende pelo tempo e pelo espao e formada de todos os que o Esprito de Deus

    faz santos. Aqui examino o entendimento intelectual, prtico e espiritual que resulta quando

    colocamos Mirim de Nazar na companhia dos bem-aventurados. Como FnenJs oj Go aiui Ptoplxts

    forma o contexto teolgico deste livro, os dois se complementam. Ao mesmo tempo, como as

    idias principais esto repelidas aqui, esta obra pode ser lida independentemente da anterior.

    Embota recorra histria da doutrina e da devoo marianas e nela busque o precedente

    para minha proposta, esta uma obra de teologia construtiva. Convencida de que a histria o

    lugar de encontro com Deus, no comeo, como faz muita mariologia contempornea, pensando

    em Maria como smbolo religioso. Em vez disso, procuro entender seu significado como pessoa

    especial que tem de constituir sua prpria vida. fi la tem sido simbolizada de um modo extra-vagante to separado de sua histria smbolo do rosto materno de Deus, do

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    IhROOUCO

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    | eterno leminino, da Igreja idealizada que irat-la como

    um ser humano real | surpreende-nos com a descoberta de

    que tambm ela lutou, de que a viagem de sua vida, na (rase

    potica do Vaticano II, foi uma peregrinao de l que incluiu

    uma passagem pela noi te escura da l. Ao lembr- la na

    grande nuvem de testemunhas que cerca a comunidade de

    discpulos, tiramos fora das "lies de encorajamento" que

    fluem de sua vida.

    Ao procurar interpretar desse modo o significado

    de Maria dentro do logos de f para o nosso tempo,

    esta obra apresenta-se como parte da onda mais am-

    pla de mulheres que lazem teologia, um fenmeno

    novo.

    Em todo o mundo, as mulheres , em grande

    nmero, esquivam-se dos laos do controle masculino

    e buscam, em vez d isso, uma parcer ia que honre a

    igua l d ignidade que lhes convm como pessoas

    humanas. Esse movimento l ibertador, que mais que

    nunca sinal de nosso tempo, repercute na teologia,

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    1"2E

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    como em outras discipl inas, quando traz novas vozes

    para a mesa de debates. Quando o assunto Maria, o

    julgamento das mulheres decididamente ambguo.

    Por um lado, a tradio manan.i atua negativamente

    para p romover uma no. lo idealizada da mulher

    obediente, uma interpretao que justif ica a posio

    subalterna da mulher na Igre ja . Por out ro lado, a

    lembrana viva dessa mulher atua positivamente parainspi rar a luta pela justia de Deus. compassiva e

    libertadora. Ao separar essa beno e essa desgraa, a

    mariologia feita por mulheres nas lt imas dcadas

    oferece uma crt ica revolucionria e tambm novas

    interpretaes criativas. Descobertas particularmente

    r icas emanam de mulheres em s ituaes de grave

    sof rimento causado pela in just ia . Em s ituaes

    culturais diversas de pobreza, de preconceito racial e

    tnico e de violncia, elas eonsisteniemente encon-

    tram l igaes com a narrativa bbl ica de Mr iam de

    Nazar, tambm ela mulher pobre, "algum como ns".

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    Formam uma aliana com ela, a companheira rui luta,

    para ler voz e plenitude de vida. Por ter uma dvida

    imensa com esses estudos e estar comprometido com

    eles. este l ivro junta-se ao esforo para dar voz a uma

    teologia de Maria que promova a prosperidade das

    mulheres e, assim, todas as relaes e comunidades

    das quais elas fazem parte.

    O contexto em que escrevo, uma cultura ps-industr ia l quase sempre caracter izada como ps-

    moderna, propicia uma introduo interessante para a

    acolhida desta abordagem a uma teologia de Maria.

    Por vrias razes, essa cultura no tem tempo para

    s mbolos de f configurados para suscetibi lidades

    medievais ou pr-modernas. Um sinal visvel disso c a

    diminuio da devoo tradic ional a Maria nos anos

    que se seguiram ao Concil io Vaticano II na Igreja cat -

    lica dos l istados Unidos. Nem Maria, nem, na verdade,

    o resto da comunho dos santos encontram um lugar

    adequado no modelo de f contemporneo, o que

    lm*COur>0

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    wrdadc principalmente para as geraes

    nascidas e criadas depois do concil io. De fato, o

    tema de Marta chega a ser considerado

    irrelevante para as excitantes questes

    religiosas da poca, a principal delas a busca de

    Deus em um mundo de Sofrimento e

    secular idade. Minha posio soc ia l, que est

    precisamente nesse contexto, impede-me de.para interpretar Maria, recorrer tradio de

    venerao de antepassados, como se (az na

    teologia alr icana, ou a tradies vibrantes da

    religio popular inerentes .1 l da Vmric.i I .

    11111.1 e de comunidades luspni cas dos

    listados Unidos, ou a costumes locais de grupos

    tnicos imigrantes. Essas fontes de rellexo ma

    ria na no s merecem respeito, mas tambm

    tm muito a ensinar, como demonstram os

    estudiosos que delas fazem parte. Porm, essas

    no so as experincias de muitos que vivem

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    suas v idas e expressam sua f na tendncia

    atual ps-industnal. Este livro procura encontrar

    o sentido de Maria, para examinar as exigncias

    do discipulado precisamente nesse ambiente e

    atrair as pessoas a uma amizade mais profunda

    com o corao do mistrio divino e volt-las para

    a prxis de justia e compaixo pelo mundo,

    tanto pelos seres humanos como pela terra. Eminha teor ia que o t raba lho das mulheres a

    respeito de Maria como amiga de Deus e profeta

    faz exatamente isso e , ass im, uma parte da

    tradio crist contempornea que se perde na

    cul tura ps-moderna encontra um meio de

    perdurar para o futuro.

    Nossa verdadeira i rm: essa proposta

    elaborada em c i n c o passos. Meu ponto de

    partida o coro global de vozes das mulheres

    hoje, que ouvido em toda a plenitude oferece

    interpretaes teolgicas crticas e criativas da

    tradio mariana Parte 1). Contraposta a esta, a

    par le seguinte analisa dois t ipos de teologia

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    mariana androcniriea que formam a principal

    alternativa ao enfoque libertador das mulheres c

    julga-os caminhos a ser evitados (Parte 2). Assim

    forta lecida e a lertada, a Parte 3 examina de

    modo prel iminar a proposta deste l iv ro e os

    precedentes para e la na teolog ia antiga e

    recente e no ens inamento da Ig re ja . Agora

    comea o centro do l ivro, que lembra Maria demaneira teolgica e prat icamente fecunda. A

    Parte 4 descreve o mundo que ela habitava,

    inclusive as condies polt icas, econmicas,

    rel igiosas e culturais que repercutiam em sua

    vida. Isso forma o contexto para a Parte 5, que

    se empenha em rigorosa interpretao de treze

    passagens bblicas nas quais Maria se apresenta.

    Essas narrativas codificam a memria teolgica

    da Igre ja primi tiva , que inscreveu Mar ia no

    acontecimento de f da salvao vinda de Deus

    em Jesus pelo poder do Espr i to. Cada relato

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    como um fragmento de pedra colorida. Reunidos,

    formam um mosaico dessa mulher repleta do

    Espri to, que, em companhia de outras impor-

    tantes pessoas do Evangelho, associou-se obra

    redentora de Deus. Retrocedendo e

    contemplando o mosaico como um todo, o

    ltimo captulo situa Maria na

    6821 Nossa Verdadeira Irmp5 1 51 10.11.06.1539

    IhROOUCO

    nuvem ioda de testemunhas que acompanham a Igreja

    no seguimenio de Jesus J e termina com sua prece

    revolucionria, o Magnificat.

    A teologia hoje no ser nada se no lor multicultural c

    plura lista. Ressal to | logo no incio que esta proposta

    apenas um de diversos enfoques fecundos na atual teologia

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    I

    amigos de Deus e profetas, este l ivro e labora uma

    teologia mariana enraizada na Escri tura l ida pelos

    olhos das mulheres com mtodos hermenuticos femi-

    nistas. Procura um vislumbre da real idade histrica

    pura, na maior parte desconhecida, da judia Mirim de

    Nazar, em uma soc iedade rstica do sculo I , re-

    lat ivamente pobre e pol it icamente oprimida. Tenta

    entender a presena, o chamado, o desafio e acriatividade do Esprito de Deus em sua vida e tambm

    na vida de todos os que crem e amam por todos os

    sculos. Liga sua vocao singular, que inclua, mas

    no se l imitava, a ser me do Messias, s narrativas

    das discpulas e dos discpulos de Jesus naquele tempo

    e agora e encontra desafio e incentivo para os

    discpulos de hoje. Em suma, esta proposta convida

    Maria a descer do pedestal onde tem sido

    homenageada durante sculos e a se reunira ns na

    comunidade de graa e luta na h istria. Longe de

    insult-la, esta l igao respeita-a e a toda a comunho

    dos santos de uma forma l ibertadora apropriada a

    nosso tempo e nosso lugar.

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    II

    Enquanto pesquisava para este l ivro, requisitei,

    da bibl ioteca de minha universidade em um campus

    irmo, Nos&t Senhora ,le Ciuhhilupe, de Jeannette

    Rodriquez. Quando o l ivro chegou, o aluno de planto

    avisou-me pelo telefone e mencionou, como

    costume, o t tulo do l ivro. Eis o que ouvi em minha

    secretria eletrnica: "Dia. Johnson. Nossa Senhora de

    Guadalupe chegou e a aguarda na recepo". Uma deminhas colegas, a quem contei esse recado engraado,

    hesitou um mo-

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    l FRAGMENTOSNOENTULHO

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    VALIOSA TAPEARIA

    judia do sculo I chamada Mriam de Nazar,

    me de Jesus , tambm pro-i \ c lamada na l

    como Thectokos, Me de Deus, a figura religiosa

    feminina mais celebrada na tradio crist. Que

    interpretao de Maria seria teologieamen-tc

    segura, ecumenicamente fecunda,

    esp ir itua lmente lo rtaleeedora. eticamente

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    polmica e socialmente libertadora para o sculo

    XXI? Que importncia Mar ia tem luz da f

    cr is ta no indulgente mis trio de Deus? Que

    diferena faz na vida da Igreja e na sociedade

    lembr- la juntamente com todos os amigos de

    Deus e profetas? Em especial, como explicar sua

    imagem para que ela seja fonte de bnos em

    vez de in fluncia ma l fica para a v ida dasmulhe res em lermos religio sos e tambm

    polticos?

    Essas perguntas aludem a uma figura de

    Maria extraordinariamente complexa. Seja ela

    estudada do ponto de v is ta da teolog ia , da

    espiritual idade ou da cultura, essa gal i lia tem

    sido interpretada e expli cada, imaginada e

    rejeitada, amada e reverenciada de maneiras to

    diversas a ponto de ser impossvel sistematiz-

    las1

    . A diversidade comea na Escri tura, onde

    cada um dos quatro evange-

    1 O melhor compndio dessa tradio continua a8821 Nossa Verdadeira Irmp5 21

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    II

    ser Hilda GRAfcK Maty; A History of Dotnne mi

    Pmm. London. Shccd & Ward, Wcstminsrcr. Md,

    Christian Classics, 1999; orig. 2 v.. 1963. 1965.

    Hxcelcntes roteiros temticos dessa tradio

    incluem: de teologia, George H. TAVARH,

    ThThusaih Faies oj thVirgm Afiiry. Miehacl Glazicr

    Book. Collcgevillc. Minn.. Liturgieal Press.

    1996; de espiritualidade. Sally CuNfcEN, In

    Seard of Man,1: Th Mmmi and th S\mhl, New York.

    Ballantine Books, 1996j de cultura. Jaroslav

    PELIKAN, Marytiwtgt th Csntuws; Her Plact in th

    llstory tf Cuture, New I lavcn/London, Yalc

    Universitv Press. 1996. Marina WARNER, cm

    hm of At lier Sfx; Th Mxth an th Cult of lh Virgin

    Mary\ New York, Knopf, 1976, proporciona uma

    riqueza de detalhes histricos unida a crtica a

    partir de uma perspectiva feminista. Ver uma

    anlise histrica mais concisa

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    Ihos a descreve de um modo diferente, conforme a

    perspectiva teolgica dos J evangel istas. Essa diferena

    bbl ica to real que em crculos ecumnicos serve para

    explicar a variedade de modos de ver em seitas rel igiosas

    di ferentes. Tradic ionalmente, os protestantes seguem a

    avaliao um tanto negat iva que Marcos faz da me de

    Jesus; os catlicos adotam a viso personalista e positiva deLucas , que a v che ia da graa e da proteo de Deus ,

    mulher que cooperou com a faanha div ina de t razer ao

    mundo o Redentor em forma humana; e os or todoxos

    aproximam-se de Maria na maneira s imbl ica, icnica, de

    Joo2

    .

    Do sculo V em diante, artistas criativos

    passaram a usar a imaginao para descrever Maria

    em pintu ras, esculturas e cones, compos ies

    musicais de motetos clssicos a simples hinos ,

    poesia, dana, arte dramtica e filmes con -

    temporneos que refletem cul turas to d iferentes

    quanto a b izantina, o barroco europeu e a lat ino-

    americana. Catedrais sublimes, igrejas paroquiais e

    capelas s ingelas em metrpoles e no inter ior so

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    ded icadas a 1 )eus em nome dela . D ias de festas

    l itrgicas anuais, juntamente com uma profuso de

    sermes, prticas religiosas e oraes pessoais que

    incluem o Rosrio, trazem sua memria para o meio da

    comunidade da Igreja cm diferentes tempos e lugares.

    Meditaes e l i lanias em seu louvor, crena em suas

    aparies e seus milagres, peregr inaes, lendas,

    costumes folc lr icos e fest ivais de rua tornam st ia

    figura acessvel gente comum, at a quem tem uma

    ligao no muito forte com a Igreja institucional.

    Quando essa devoo transforma-se em teologia

    erudita e doutrina da Igreja, continua a ser verdade

    que, como diz Eis Maeckelberghe, "Maria"

    substantivo coletivo

    1

    . De Efrm a Agostinho, de IIi ldegarda a Juliana de Norwich, de Toms de Aquino a

    Lutero, de Rahner a Ruether, geraes de pensadores

    nas Igtvjas do Oriente e do Ocidente e nos continentes

    setentr ionais e meridionais apresentaram diversas

    explicaes do sentido da v ida de Mar ia para a

    comunidade de f. Usaram categorias coerentes com

    as di ferentes teologias de sua poca, fossem elas o

    escolasticismo, a sola graini da Reforma, o tomismo

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    transcendenta l ou as id ias escla recedoras da

    libertao e do feminismo. Nos sculos XIX e XX, exer-

    ccios do poder papal acrescentaram outra dimenso

    quando definiram como doutrina que Deus

    generosamente concedeu ddivas a Maria quando ela

    veio ao

    c sistcmnca rm "Man", in Handboolt of CattoLTheology,

    Wolfgjng Bl-lNERT & Francis STHSSI.ER FJORENZA,

    orgs.. Nrw York. Crossroad. 1995. 444-472.

    a xese dc Gcorg KRETSCHMAR & Rcnc LAURENTIN,

    "The Cult of thc Saints", in Conjttstng One Faith; A fott

    Cmnienlary ou the Mgmig Confesstov b\ LutherM au

    Catkche Thologians, Gcorge FoRELL James McCuE,

    ocgs.. Minne.ipolis. Augsluirg. 1982. 279-280.

    lils MAECKEI-RERCiHE* Dfsperatrk Seeltmg \tary; A

    Femmist Approprialion of a 7W' . Religious Symbol,

    Kampon.Tho Ncrhcrbnds. Kok Pharos, 1991. 42.

    RtAChCHTOS tO &IIUHO

    mundo a Imaculada ( ionceio e quando dele

    partiu (a Assuno' :, enquanto praticamente

    todos os papas da poca moderna tambm

    exortaram de vrias maneiras os fiis a cultivar

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    a devoo apropriada a Maria.

    Nas ltimas dcadas, o dilogo ecumnico

    entre protestantes, catlicos e cristos ortodoxos

    tem procurado uma raiz comum na Bbl ia e nos

    credos para entender a importncia de Maria,

    todos defendendo a coerncia com a Escritura de

    seus modelos de pensamento e orao

    tradicionalmente distintos

    1

    . O d i logo entre oscristos e os membros de outras re ligies do

    mundo amplia ainda mais a ex tenso da

    diversidade em assuntos marianos. O Qur\m do

    islamismo d a Maria, chamada Marivam, uma

    posio relativamente importante como me do

    profeta Jesus que ela concebeu do Esprito. Ela

    mesma um dos escolhidos de Deus na linha dos

    grandes profetas. No incomum que os

    muulmanos venerem a me de Jesus , (a tor

    realado no chamado sem precedentes do

    Vat icano I I ao entendimento mtuo: " I lonram

    Mar ia , Sua me v irg inal , e at a invocam s

    vezes com devoo"* '. Ao falar das grandes

    religies da sia, os estudiosos chamam a aten-

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    o para paralelos pietricos e devocionistas que

    surgiram quando pessoas com uma longa

    tradio de venerar Kaniton ou Kwan ) in, a

    imagem leminma budista da compaixo no Japo,

    ou Guanyin, a divindade chinesa popular que se

    entrega para a salvao dos outros, ou sakti, 0

    princpio feminino divino de poder no hindusmo,

    interpretam o signif icado de Maria no contextodelas mesmas

    6.

    O quadro hca ainda mais complexo luz

    dos estudos recentes que esclarecem como essa

    imagem mariana adaptvel atua para promover

    determinados programas soc iopo lt icos . Em

    Constantinopla, a Virgem Thtotokos; protegia o

    cetro dos

    A cuidadosa obra bblica dc uma equipe dc

    biblistas ecumnicos dirigidos por Raymond R.

    Brown, k.ul Paul Donfricd. Joscph A. Fitzmvcr cJohn Rcumann continua fundamental; ver Man m

    lhe Srw Testamcnt, )ohn REUMANN et a l n . orgs.,

    New York. Paulist; Philadclpnia, Fortress. 1978.

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    I

    Dois dos mais importantes estudos em dilogo

    so: Th One MfJiaior, th Satntt, and Man; Luthrans and

    Cathlus ut Dialogue VI11, Gcorgc ANOERSON. Francis

    STAPFORP & joscph BURGUESS, org*.. Min-

    neapolis. Aufisburg. Fortress 1992; c GROI .'PS

    DS DoMRHS, Marie Jaus le dessem de Dieu et li

    iomimunon aes satnts. Paris. Bayard

    ditions/Centurion, 1999. * VATICANO M.

    Declarao Nostn aetate sobre as Relaes da

    Igreja com as religies no-cristas. 3. Todas as

    citaes do Concilio Vaticano II foram tiradas do

    Compndio do Vatuano 11. 18. ed- Frei Boavcnmra

    Kl.OffENfUlRCi, O.F.M., org., Petropolis, Vozes.

    1986. Ver a concepo islmica dc Maria cm

    TAVARO, Thotisand Fa.es of ih I \rgin Mary, 32-45

    ("Manyam of Arbia"); R. |. MCCARTHY. "Mary m

    Islam". inMan 's Plaee m Cknstian Dialogue.

    AlbcricStaepoolc, org.. Wilton. Conn., Morehouse-Barlow,

    1982, 202-213: c Alah SCHLEIFER, "Manam in

    Morisco Literaturc", UnrffQjmiuJ 36 (1992). 242-

    261.

    b Maria Rl.lS-l IAMTO. "Maria-Kannon; I lu* Moiher

    of God in Buddhist Disguise", Manan Siudies 47

    (1996), 50-64; Kmfc Put-LAN. Chuiese Home miChnstuvuly. Atlanta. Ga.. Scholars Press,

    1992.29-64; c Judirh MARTIN. Thcologics of

    Fcmininc hfaUUon". Joitmal of Dhanna 6(1981),

    384-397.

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    O

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    FflACjMHTOS to &IIUHO

    um.) tlc.xibilid.idc que permite imaginao crista criar teologias e smbolos marianos bastante

    variados em relao a necessidades espirituais e sociais.

    Uma tradio viva suscita novas interpretaes em harmonia com os con textos histricos

    em constante transiormao. Agora, artistas e telogos precisam lazer para o nosso tempo o que

    pocas anteriores hzeram para o delas. Como esta gerao, que vive em uma Igreja multicultural

    no incio de um novo milnio, inierpreta e reverencia Mirim de Nazar em um contexto de f e

    com que resultados sociais e polticos? Obviamente, possvel mais de uma resposta. I loje a

    diversidade histrica quanto a Maria reflete-se geograficamente ao redor do mundo, j que

    Igrejas locais em continentes diversos expressam a importncia dela conlorme suas prprias

    culturas. O mesmo lazem comunidades locais em naes pluralistas como os Estados Unidos,

    onde, por exemplo, as prticas hispnicas de religio popular reverenciam Mana de maneira

    calorosa, pitoresca e identificadora, enquanto entre a maioria dos anglo-americanos at as festas

    marianas principais tm celebraes comedidas.

    OUVEM-SE AS VOZES DAS MULHERES

    Em meio a esse pluralismo, um fato genuinamente novo ocorre em todo o mun do: a elevao do

    tom de voz das mulheres. E um sinal dos tempos que a mu lher, marginalizada durante milnios

    em culturas dominadas pelos homens, conscientize-se cada vez mais de seu valor humano e no

    tolere mais, nas palavras do papa Joo XXIII, "ser tratada como um objeto ou um instrumento;

    reivindica direitos e deveres consentneos com sua dignidade de pessoa, tanto na vida lamiliar

    como na vida social"3

    . Como parte dessa conscientizao emergente, pela primeira vez na

    histria as mulheres, em pblico e em conjunto, interpretam a ligura de Maria da perspectiva da

    luta que travam para ser independentes, lortes, cheias de energia e santas, isto , a partir de

    sua opo por uma dignidade humana plena. Elas lazem crticas maneira como as idealizaestradicionais dos privilgios e perfeies de Maria so usadas para ilustrar a busca de integridade

    pelas mulheres. Elas tambm lazem movimentos criativos para reivindicar essa mulher como

    aliada do progresso das mulheres. Agora a tapearia da tradio mariana fica ainda mais valiosa

    medida que as mulheres do sculo XXI tecem suas intuies no grande pano.

    1J JOO XXIII. Rum mTento, 41. m Doamnmk fado XXIE S2o Paulo. Mim, 1998 (Documentos dl IG^H- V- 2).

    A5 VOZES DAS WULrfKS EM rOvO lv.

    A herana que as mulheres receberam e da qual parlem no deixa de ser ambgua. Por um

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    I

    lado, Mana loi, durante sculos, a nica figura feminina permitida no aliar ou perto dele. Isso

    manteve bem visvel a imagem de uma mulher, mulher importante c com freqncia poderosa,

    que no s contrabalanava uma viso fortemente patriarcal de Deus. mas tambm conseguia

    espao para promover o respeito pela dignidade das mulheres. Involuntariamente, o papel de

    Maria serviu de maneira subversiva para indicar o poder e a potencial idade das mulheres. A

    histria da espiritualidade revela que as mulheres encontraram na orao e na companhia de

    Maria uma fome de inspirao, consolo e tora, precisamente como mulher e especialmente em

    tempos de tribulao.

    Por outro lado, as imagens oficiais de Maria lotam moldadas pelos homens em um contexto

    patriarcal e atuaram intensamente para definir e controlar a vida das mulheres. As mulheres no

    foram consultadas nem tiveram permisso para trazer o conhecimento que possuam da vida

    delas mesmas diante de Deus para esse reirato oficial. De maneira quase inevitvel, o smbolo

    mariano tornou-se o de uma mulher idealizada, criada como ato da definio masculina das

    mulheres, que tiveram suas vozes oficialmente silenciadas. A forte nfase na obedincia, na

    virgindade e na importncia primordial de Maria como me moldou um smbolo religioso que

    satisfazia as necessidades de uma psique masculina monstca ou eclesistica de forma mais

    adequada do que servia busca espiritual ou s capacidades sociais das mulheres. Pelos sculos

    afora isso no esgotou a interpretao, pois os que no estavam dentro dos crculos dc poder

    tinham descries prprias. Percebemos o poder oculto e reprimido da mulher tvvelando-sc na

    devoo popular, como salientou Rosemarv Radford Ructher:

    existe a Maria dos monges, que a veneram primordialmente como virgem e constrem as

    doutrin.is referentes a cl .i em um molde anti-sexual. Mas existe .1 Maria do povo, que ainda

    c a me-terra e venerada por seu poder sobre o segredo da fe-cundidade natural. E ela

    que ajuda a mulher durante as dores di> parlo, que assegura ao lavrador novas safras,

    novas chuvas, novas ovelhas, hla a imagem maierna do divino que entende a gente

    comum em sua desdita14

    .

    Entretanto, o smbolo mariano oficial perdurou como fruto de uma hist ria da interpretao

    socialmente poderosa que os homens Ia/iam da mulher ideal.

    1 J Rosemarv Rdfbcd RUETHhR, "Mistross of I cavcn:The Meaning of Mariology", in JYAV Woman,

    New Ear; Sexist laeologtts atui Ifamait Likratwu San l:rancisco, 1 larper & Kow, 1975, 50; que eu sai-

    ba, essa c a mais antiga anlise feminista sistemtica do assunto.

    FltAChCHTOS to &IIUHO

    Em suma. esse ideal hincionou eficazmente para manter as mulheres no lugar subordinado autoridade

    patriarcal cjue lhes loi pr-designado.8821 Nossa Verdadeira Irmp5 25 1 10.11.06.1539

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    Os ventos do fortalecimento feminino que sopram em toda a terra tumultuam esse sistema tradicional.

    Ao provocar uma mudana drstica na definio que as mulheres do a si mesmas, esses ventos trazem

    bai la os novos entendimentos da natureza, das apt ides, do papel e da posio das mulheres, e do

    relacionamento que elas tm com os homens e as estruturas criadas pelo homem. A medida que as mulheres

    de hoje assumem o controle de suas vidas, sua busca do que preciso para se tornar um ser humano

    completo e liberado em relao aos outros leva a uma rejeio crtica de amplas conseqncias e tambm a

    uma imaginao criativa de vrios aspectos da tradio mariana. Algo novo est ocorrendo no encontro entre

    as mulheres e a figura de Miriam de Nazar.

    CRTICAS

    No surpreende o tato de muitas expressarem avaliaes negativas, embora com relutncia.

    Na frica do Sul. uma idosa, Margarel Cuthbcrt, contou um incidente que aconteceu em seu grupo

    feminino de orao. Elas se encontravam toda semana para recitar o Rosrio e a Ladainha de Nossa Senhora,

    tradicional resumo de louvores a Maria. Certo dia, depois de muita discusso e com um pouco de angstia,

    decidiram omitir para sempre dois dos louvores da Ladainha: "Mae imaculada, Me intacta". Eis o raciocnio

    delas: se Maria me imaculada porque concebeu sem ter relaes sexuais, ento somos maculadas, porque

    tivemos relaes sexuais. Entretanto, a experincia que temos de nossos corpos, de fazer amor com nossos

    maridos e de dar fi lhos luz, no nos macula, mas , apesar do sofrimento, fonte de alegria c favor divino.

    Esses louvores de Maria nos insultam; no fazem sentido, ento ns os omitimos1

    -. A incongruncia cognitiva

    entre a experincia de Deus que as mulheres tm atualmente e o smbolo mariano tradicional estabelece um

    conflito no qual inevitvel que o smbolo perca.li Margarct Cuthbcrt. Cape Town. frica do Sul.

    Durante um encontro de orao da comunidade crist de Oaxaca, no sul do Mxico, Sabina Lopcz de I

    lernandcz refletiu com o grupo sobre a forte reao que um sermo recente provocara nela. A leitura do

    Evangelho descrevera

    A5 VQZtS DAS WULKJK EM ftO^O IGu

    Maria aos ps da cruz. O sacerdote disse que ela ficara de p ali conforme a von-J lade de Deus, livremente

    oferecendo o filho pela salvao do mundo. Como me, I Sabina achou isso abominvel. Toda me, at a

    mulher de t, quer que o filho | viva, no que seja morto. As outras no pensavam assim? Pensavam. Esse

    pregador no entendia o corao das mes. A discusso piedosa voltou- se para a idia de que o Deus da vida

    abomina ardentemente que as pessoas matem ou magoem umas s outras. A violncia da cruz no c* o que

    salvfieo em si mesmo e por si mesmo. A idia existente h muito tempo de que Maria participou espontanea -

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    '3

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    I

    mente de um plano divino para o so frimento de seu filho foi rejeitada1

    '1

    .

    A escritora britnica Marina Warner fez um estudo conciso brilhantemente intitulado Alone oj

    A l i Htr Sex, que analisa o malefcio causado s mulheres pela idealizao de Maria, a nica entre as

    mulheres a ser reverenciada como imaculada e privilegiada. No fim da pesquisa, ela se viu na catedral

    de Notre Dame, cm Paris, chorando, dividida entre seu corao, que ainda estava tocado pelo amor de

    Maria , e sua nova descoberta de que "at mesmo na celebrao da mulher humana perfe ita a

    humanidade e tambm as mulheres eram insidiosamente difamadas"1

    ' . Seu estudo do sublime mito

    mariano, com seu culto, suas imagens, suas oraes e seus efeitos prticos, conclui:

    A Virgem M.iri. i tem inspirado parte da arquitetura mais grandiosa, alguns dos poemas mais

    comoventes, algumas das telas mais belas do mundo; ela enche homens e mulheres de profunda

    alegria e ardente f; a imagem do ideal que fascina c incita homens e mulheres s mais nobres

    emoes de amor, devoo e reverncia. Mas .1 realidade que seu mito descreve acabou; o cdigo

    moral que ela afirma esgotou-se1*.

    Marina Warner desconfia que a lenda continue a viver em seu lirismo, mas que pendeu o poder

    de curar e prejudicar, pois agora as mulheres no se deixam en ganar pelo mito c o rejeitam.

    Uma histria contada pela professora Man* 1 lines em uma escola de teolo gia de Washington

    DC. revela que essa experincia no exclusiva de umas poucas

    16 Sabina Loprz dc Hcrnandcz, Oaxaca, Mxico.

    17 WARNER.Alone of Ali HerSex. xxi. O ttulo foi tirado dc um poema dc Cclio Sc Jlio (sculo V):

    "Ela... no unha igual

    Nem cm nossa primeira me nem cm nenhuma das mulheres Que

    ainda viriam. Mas. nica de todo o seu sexo Bla agradou ao Senhor".

    Ibidcm. 33a FdACMHTOS HO &IIUHO

    mulheres i so ladas. No incio de um semcsirv, c ia descobr iu que todos os a lunos

    matriculados no curso de teologia de Maria dado |n>r ela eram jovens do sexo mas culino; todos

    OS a lunos de seu curso de teologia feminista eram mulheres. Quando lhes foi pedido que

    explicassem a escolha, os homens disseram que era porque no sabiam praticamente nada a

    respeito do ensinamento da Igreja sobre Maria, mas como ministros ordenados esperava-se que

    soubessem. Por outro lado, as mulheres evitaram o curso por causa dos sentimentos negativos a

    respeito do que j sabiam. "Algumas responderam com um sentimento de traio e desiluso,

    outras com uma sensao de desassossego indefinido, [*] outras ainda disseram que era

    simplesmente demais para elas concentrar o interesse no estudo de Maria."Ao refletir sobre a

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    II

    experincia das mulheres nas Filipinas. I It lda Buhay. O.S.B., comenta que, durante o perodo

    colonial espanhol, a mulher flipina ideal era a Maria Clara, uma jovem com qualidades femininas

    de pureza, docilidade e encanto comparveis s de Maria, Esse perodo j passou, "mas nossa

    sociedade ainda incentiva as mulheres hlipinas submisso, obedincia cega e passividade-

    Assim, quando imitada, Maria passa a ser um meio extremamente til para subjugar as mulheres

    e outras pessoas oprimidas"1920

    .

    Uma jovem cr ist da ndia , Astr id Lobo, expressa a f rustrao de muitas de suas

    companheiras que acham Maria sublime demais, santa demais e inocente demais para ajud-las

    no desenvolvimento espiritual.

    Coino ser humano em luta constante com escolhas difceis, no encontrei nenhum consolo

    nessa dcil Maria que com tanta faci lidade dizia "Sim" a Deus. Como jovem mulher que

    enfrentava o desafio de assumir meu legtimo papel na sociedade, eu simplesmente no

    entendia essa Mana enli.ula dentro de quatro paredes. Ela era l "virgem castssima" com

    quem eu nunca poderia partilhar a emoo de minha florescente sexualidade. O que essa

    mulher sem pecado entenderia de minhas fraquezas e deficincias?"'

    Ao refletir sobre a idia prevaleccntc dc Maria na Igreja ortodoxa. Elisabcth Behr-Sigcl

    lamenta a excluso das mulheres da criao da teologia mariana. "Essa

    ! Man- HlNKS Whdtrver HappettfJ to Miy?, Notre Damc, Ind-, Ave Maria Press, 2001, 8.

    1 lilda BUHAY, OS&* "'Who is Maryr", in Wmm anJ Rehgiou; A CoOmim of Essayt, Pcrsoual Histories, mi

    OmrifimftlW hturgirs, Man John MANANZAN, org., Manila. St. Scholasticas College. 1992. 55.

    ;i Citado em Cluing I Ivun KVUNG, Struggjc to Be the Sun Agam; IntroJueingASIMI WomenI Tkeology, Mary-

    knoll. N.Y.. Orbis. 1994, 124. nota 12.

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    IAS VOZES DAS WULKK5 M rOvO lOM

    1 tem sido em grande parte a prerrogativa dos homens, que, talvez inconscientemente, deixaram nela

    a marca de seus sonhos. Da a viso da mulher ideal, estreitamente ligada maneira como as mulheres

    rea is eram desprezadas ou desva lo -| r izadas nas soc iedades em que preva leciam as normas

    patriarcais."2

    " Se algum pensa que essa idealizao de Maria redunda em benefcio para as outras

    mulhe-J res, basta observar as conseqncias prticas: "De fato, as mulheres idealizadas so mantidas

    tora de funes na Igreja que subentendem autoridade e envolvem a tomada de decisesM2

    *\

    Ao tratar de problemas dc identidade e amor-prprio das mulheres hispnicas nos

    Estados Unidos, as psiclogas Rosa Maria Gil e Carmen Inoa Vaz-quez ensinam as cl ientes a

    reconhecer o conjunto de comportamentos socialmente aprendidos chamado manamsmo, o

    reverso do machismo dos homens. Ao tomar como modelo de perfeio a prpria Virgem Maria, o

    inariamsmo cultiva a noo de superioridade espiritual feminina e ensina as mulheres a levarem

    uma vida de abnegao a fim de satisfazer os homens. Seus "Dez Mandamentos" incluem: no se

    esquea do lugar da mulher; no fique solteira, no tenha independncia financeira nem seja

    auto-suficiente; no se esquea dc que o sexo para lazer filhos, no para ter prazer; no fique

    descontente com seu homem, nem o critique por maus-tratos verbais ou fsicos; no conteste as

    coisas que a fazem infeliz. Na terra natal, a recompensa para essa entrega total de si mesma era

    uma certa medida de proteo e poder na famlia. Mas na Amrica do Norte de hoje a idia trans -

    forma-se em opresso que liga as latinas a um comportamento derrotista e infelicidade. Essas

    psiclogas fazem um chamado estimulante: "Abra seu corao, sua mente, sua alma e seu

    espr ito aos ventos da mudana, enquanto voc v ia ja a lm do mariamsmo, atravs da

    aculturao, at o amor-prprio para, por fim, se tornar a mulher que voc quer ser'*21

    .

    Ao falar em nome de uma gerao de mulheres, a romancista americana Marv (iordon

    observou admiravelmente que em sua escola secundria catlica "Maria era uma vara para bater

    nas garotas espertas. Seu exemplo era exibido constantemente: exemplo de si lncio, de

    subordinao, do prazer de ficar em se-

    - Elisabcth BFMH-SIGKI . "Mary anJ Womrn", Solornost; Faslern Ckurrhs Review 23 (2001), 25. MJbidcm.

    32.

    :4 Rosa MARIA GiL & Carmen INOA VAZQUBZ, Th Mana ftlWwx, How Latmas Can Mergr Old World Tra-dmon

    wm New World Setf-Esteem. New York, Puniam. 1996, 266; Os Jez mandamentos na pgina H. Ver

    tambm Bvelyn STfcVKNS. "Marianismo; The Other Face of Machismo in Latin America", in Female

    and Mate m Ijin Amema, Ann !>ESCATELLO, org.. Pitrsbutgh, University of Piusburgh Press,

    1973.89-101.

    FltAChCHTOS to &IIUHO

    gtindo plano". Ao descrever a mudana ieita por inmeras outras, ela contnua: "Para

    1 Nossa Verdadeira Ittna P65

    1

    30

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    II

    mulheivs como eu, era necessrio rejeitar a imagem de Maria a fim de apegar-se Irgil

    esperana de avano intelectual, independncia de identidade, realizao sexual"25

    .

    dilcil subestimar a profundidade da repugnncia, existencial e tambm intelectual,

    sentida pelas mulheres que tornam conscincia das maneiras negativas pelas quais o

    smbolo mariano as influencia. Interpretada em grande parte pela imaginao dos homens,Maria descrita como um tipo de mulher em vez de outro e apresentada por pregadores

    e lderes da Igreja do sexo masculino como o ideal para as virtudes e os papis sociais das

    mulheres. O smbolo de Maria funciona efetivamente para isso. Grande parte da teologia

    tradicional laz dela um meio dc manter as mulheres em seu lugar subordinado, pois, como

    afirma Rosemarv I Iaughton, "com toda a sua glria, ela sempre obediente, ela no

    'ordenada', a auxiliar paciente e sofredora, atarelada mas submissa, que intercede mas

    no decide"

    26

    .Engajadas em uma lula histrica pela igualdade nas estruturas polticas e familiares

    e pela l ibertao do domnio masculino com suas mais que trequentes manifestaes

    fisicamente violentas, as mulheres acham esse modelo mariano engendrado pela tradio

    decididamente intil. Mulheres negras que resistem ao preconceito racial que assola suas

    comunidades, mulheres economicamente po bres que lutam diariamente para criar os filhos

    em ruas miserveis, mulheres de orientao sexual diferente que buscam respeito para a

    vida que levam, mulheres heterossexuais que acham o prazer sexual fonte de satisfao e

    graa: agora essas e muitas outras consideram esse smbolo def iciente. Note que a

    acusao no de Maria ser irrelevante, crtica originria de fontes culturais. E antes que

    a f igura de Maria prejudicia l c atua de modo que apoia a opresso patriarcal das

    mulheres. A tradio mariana acusada de desvirtuar a real idade das mulheres, de

    estimular um ideal restritivo da realizao humana, de diminuir os papis sociais das

    mulheres, de bloquear o acesso delas s bnos divinas na plenitude de suas vidas. Essa

    tradio preside o mal do sexismo em vez de contest-lo.

    A anlise, usada com freqncia, dc PaulTillieh sobre a maneira como um smbolo

    atua lana uma luz proveitosa nessas vozes crticas das mulheres2

    '. Todo smbolo origina-

    se de uma dimenso do esprito humano que no est sob controle racional imediato.

    Nasce e cresce das profundezas da psique e lana razes

    :i Man GOKDON. "Corning to Tcrms wiih Mary". Cmmonwral (25 jau. 1982), 11. 2t Rosemarv I

    IAUHTON. TW Re-creation of E\r, Springfeld. III-, Templegate. 1985, 119. O Paul TlLlIfH.Tktolog? of Culturr. NewSork. Oxford University Press. 1964. 53-67.

    A5 VQZtS DAS WULKJK EM ftO^O IGu

    | cm circunstncias histricas determinadas na medida em que alimenta a iome humana de

    sentido transcendente. Assim como no criado por uma deciso convencional, o smbolo

    1 Nossa Verdadeira Ittna P658821 Nossa Verdadeira Ittna P6530

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    A5 VQZtS DAS WULKJK EM ftO^O IGu

    1 Ao falar nao como mulher branca nem como homem negro, mas como

    J algum que comb ina gnero e raa oprimid os em uma n ica pessoa, a af ro -ame-"I ri cana Diana

    Hayes insiste na semelhana entre a vida de Maria como judia sob a opresso romana e a existncia

    pobre e marginalizada das negras em nossas so-z

    ciedade e nossa Igreja racistas. Como a mulher

    galilia, as mulheres negras con-J tinuam a perseverar apesar do preconceito c dos tempos difceis e

    do luz o futuro com as prprias vidas. O que recomenda Maria no a passividade, do tipo

    elassicamente ineulcado nas mulheres escravas, mas o modo como ela serve de modelo de um

    comportamento resoluto e virtuoso em aliana com a justia libertadora de Deus para o pov o dela.

    Hayes faz um grande elogio tirado da co munidade negra e a descreve como "feminina" .

    As mulheres das comunidades hispnicas dos Estados Unidos analisam como as figuras

    de Maria em vrias tradies Nossa Senhora de Guadalupe no Mxico. Nossa Senhora da

    Caridade em Cuba contribuem para incentivar um orte sentimento de individualidade nas

    mulheres que, sob outros aspectos, a sociedade deprecia. Jeanette Rodriguez descobriu que o

    vnculo que as mulheres mexicano-americanas imaginam com Nossa Senhora de Guadalupe

    influencia-lhes a vida para melhore lhes proporciona uma forma espir itual de resistncia

    marginalizao na sociedade e na Igreja. Ao refletir no misericordioso rosto materno de Deus

    para mulheres que tm sua humanidade sistematicamente denegrida, este cone lhes oferece a

    experincia de ser aceitas, abraadas e amadas por algum do mais alto valor. Desse modo,

    aumenta seu sentimento de que so pessoas dignas e valiosas: "ela , com certeza, fonte de

    fortalecimento' . Essa corrente de reflexo continua, a despeito da ambigidade mencionada por

    outros estudiosos, j que a devoo a Maria no l iberta as mulheres hispnicas da opresso

    sexual ou econmica35

    .

    Duiu I IAYES. And Whcn Wc Spcak; T Be Black. Catholic and Wununit . in Taking Down Our Harps;

    f/a/t Catioius m th t mlc Slalcs, Diana HAYKS & Cvpnan DAYIS, orgs.. Marvknolt, N.Y., Orbis, 1998.

    113-114.

    Jeaneue RODfUGUEZ* Our Lay of Cua, < fatth aiu Empowtrmtnt among Mrxitan-AmtritttHpmrn,

    u&tn, University of Texas. 1994. xxi; ver tambm Adi Maria ISAM-DAZ f YolanJa TAKANO.

    Hnp.wu Hjfcri; Prophtu Vota w th Chunh Towar a Hispanw Womtns hhration TMcgy, San hYancis-co.

    Harpcr Row. 1988.

    Mary DEGOCK. "Our Ladv oi Guadalupe. Symbol of Liberation", in Afarv aaordmg to Womm, Caro!

    francis JfcGEN. org.. Kansas City, Mo. Lcawn Press. 1985. 113-141- A questo torna-se mais com-

    plexa quando sao levadas em coma as diferenas cristas: Nora Loz VNODAZ, "Ignored Virgin or

    Unwarc Women; A Mcxican-American Protestam KcHection on thc Virgin of Guadalupe", in AReadrr m LtffaM Femnust TU&ff, Maria PlLAR AOUINO. Daisy MA< HADO & Jeannetre RODRIGUEZ,

    orgs., Austin. Tex.. Universirv of Texas Press. 2002. 204-226.

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    ingl. Edward QuiNN. New York. Crossroad. 1983. 217.

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    AS VOZES DAS WULKK5 EM rOvO lOM

    1 direitos, recursos e mtluncia. As variaes do patriarcado so muitas, e ele tem se translormado e

    se adaptado em toda a histria em resposta a presses e exigncias femininas . Ainda assim, sua

    rede de regras jamais concede s mulheres d irei tos iguais ou oportun idades iguais de

    participao e tomada de decises.

    KyriarcaJo Senhorio , domn io do amo c senhor. Mais amplo que o pat riarcado, este

    neologismo abrange toda a sr ie de exp loraes praticadas no mundo todo sempre que

    determinadas pessoas poderosas assumem o direito de controlar indivduos ou grupos que podem

    benefici-las. Relea^-se a camadas de opresso interestruturadas e multifaeetadas, baseadas em

    gnero, raa, classe, afil iao tnica, situao colonial, orientao sexual, idade, deficincia e

    outros indicadores usados para denegrir a dignidade humana das pessoas. Esse conceito

    analtico deixa claro que. embora todas as mulheres sejam marginalizadas pela lei e pelos costu -

    mes em sistemas Iryrianms, em alguns casos as prprias mulheres se beneficiam custa de

    outras mulheres pense-se nas mulheres brancas no sul dos Estados Unidos durante a

    escravido, ou nas consumidoras do primeiro mundo que compram roupas feitas por mulheres

    que recebem baixos salr ios e t rabalham em ms condies ambientais nos pases em

    desenvolvimento. Na verdade, "o pleno poder opressivo do kyriarcailo manifesta-se na vida e nas

    lutas das mulheres c dos homens mais pobres e mais oprimidos que vivem no lundo da pirmide

    k y r t a r c a f ' * .

    Sexo refere-se s caratersticas biologicamente distintas do corpo masculino e feminino que

    funcionam na reproduo, uma constante f is iolgica que em geral precisa de interveno

    cirrgica para ser mudada.

    Gnero no um dado no mesmo sentido. a expectativa socialmente formada de como

    pessoas sexualmente corporificadas devem agir, que caractersticas cada uma deve desenvolver

    e que papis sociais tm permisso de desempenhar. Como escreve Gerda Lerner, gnero "a

    definio cultural do comportamento que apropriado para os sexos em determinada sociedade

    em determinada poca'" .

    7 Gcrda LfcRNfcR. The Cmmm of Patnareky, New York. Oxford University Press. 1986. 239.

    8 ElfZabtth ScHSSLER FlORENZA, "TO Follow thc Vision; The Jesus Movemem as Raxileia

    Movement", in Liberating Esehtolegy; Fssay m Honor of/v/rv M. Russet, Margarct FARLEY & Seercne

    JONES, orgs., Louisville, Ky.. Westminstcr John knox, 1999. 127; Schsslrr Fiorcnza criou o

    neologismo Ir/riar-ife Ver a mordaz anlise crtica de M. Shawn CoPELANO, "Towjrd a Criticai

    Chnstian Fcminisr Thcology of Solidariry". in Women mi Theology; Mary Ann HlNSTWLE & Phyllis

    KAMINSKI, orgs.. Maryknoll, N.Y., Orbis. 1995, 3-38; c Elizabeth SPELMAN. fnessentiai Wowan;

    Prollemsof Exduston tn Fmimsi Though, Boston. Bcacon, 1988.

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    1

    2

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    " LKRNHR. Gmtim tf Putnary. 238. Ver tambm Joan \V. ScOTT. "ender; A Useful Catcgon of I lis-

    roncai Analysis".Amenean Hist&neal Review 71 (1986), 1.053-1.075; e JoNES, FernmislTheor, atiJ Chru-

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    1 7 TfcRTULlANO, Detultu fenunamnt (O traje das mulheres), in Corpns ChntUanorun, Series Ijilma,

    Turnliolt, Typographia Brcpols. 1954. 343.

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    AS VOZES DAS WUUW. EM rOvO ICw

    O crescimento autnomo como seres humanos faz com que as mull icrcs J achem esse

    modelo cada vez mais intolervel, kari Borresen fala por muitas quan-i do afirma ser um absurdo

    fazer de Maria um modelo se no se rompe a ligao

    3 essencial entre femini l idade e subordinao. Somente quando j no se imaginar o divino em

    metforas predominantemente masculinas e somente quando a de-

    4 pendncia humana dc Deus nao lor dehnida em termos dc subordinao femi-nina autoridade

    mascul ina, a f igura de Maria deixar de ser "um construeto patr iarcal: virgem, esposa e me,

    acessrio do homem"25

    .

    As mulheres a fro -ameri eanas que herdam o l egado da esc ravido t razem novo

    discernimento a essa crtica. Clarice Marin observa que a palavra grega Joittos/Joul, traduzida na

    passagem da Anunciao como "serva", signif ica l i teralmente "escrava". 1:1a relaciona os

    avil tamentos da escravido, inclusive a v io lncia, o que complica bastante seu uso para a

    metfora da relao com Deus26

    . Alm disso, a experincia da escravido era diferente para

    mulheres e homens, na medida em que o corpo das mulheres tinha de estar disponvel para

    servir s necessidades fsicas dos homens da casa, no s para aliment-los e fazer a l impeza,

    mas tambm para servi-los sexualmente. A anlise que Delores Will iams faz dos papis coercivos

    da "mucama" no sul dos Estados Unidos, que tinha de ser ama-de-leitc, eoncubina e reprodutor,

    para o senhor, el imina toda possibi lidade de glorihcar a posio de serva27

    . Shavvn Copeland

    afirma que o ensinamento e a pregao crist nas fazendas procurava prender as escravas a sua

    condio, "inculcando caricaturas das virtudes cardeais de pacincia, resignao, temperana,

    amor": quanto mais submissa a mulher, melhor8

    . Hoje essas virtudes esto sendo reavaliadas

    luz das necessidades que as mulheres tm de integridade, um novo modo de pensar que envolve

    a hermenutica da dvida para subverter o valor da submisso. A promoo rel ig iosa da

    submisso e da humilde

    K.ui BORRESEN, "Mary in Catholic Thcology", in Afary i th Churekts. I lans KuNG & Jrgen

    Moi.TMANN. org*., Edinburgh. T & T Clark; New York. Srabury. 1985, 55.

    26 Clarice MARTIN. "VVomanist Interpretarions of thc New Tcsramcnt"./tJwrruof Ffnunmc Stuia ui

    Re-hgton 6 (1990),41-66; ver, da mesma autora. "The hlaustafAn (Household ("odes) in African

    American Biblical Intcrprctation: "Frcc Slaves" and 'Subordinatc Women"'. in Ston\ th RoaJ II** TroJ;

    Afrwan Amcrnan hibWal Itttrrprrtation, Cain I lope FELDER, org-, Minneapolis, Fortress. 1991. 206-

    231.

    17 Delores \\*M IIAMS, Sisten u\ t h Wihbnwss; Th Challenjk- of Womatust God-Tallc, Maryknoll. N.Y.. Orbis,

    1993. Ver a lcida anlise filolgica devse termo aplicada a textos marianos por Manannc

    SWVICKJ, Seemg th Lor; Rsurreaion aiui Earh Chnttiau Pratlues. Minneapolis. Fortress, 1994, cap. 5,

    "Son of Gods Slavcwoman", 95-118.

    -* Shawn COW*ELANI>, "Wading lhrough Many Sorrows: Toward a rheology of Suffering in Womanist

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    Perspective", in A Troublmg m Av Souk Womatust Perspeitives on Evtl mm Sujfsrutg, limilic TOWNES,

    org.. Marvknoll. N.Y.. Orbis, 1993.' 122.

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    I

    I conversa para partes mais amplas da mente. Uma das

    interpreiaes mais signih-I cativas c a de Rosemarv Radford

    Ruether. que prellgura uma mariologia da libertao baseada

    no Evangelho de Lucas. O texto primordial o hino de Maria,

    o Magnit cat (Lc 1.46-55}. Aqui , com a declarao de que

    Deus expulsa os poderosos de seus t ronos e exalta os

    humildes, Maria proclama o poder salv f ico que entra na

    histria para reverter a ordem atual de poder c impotncia.

    Como mulher oriunda das classes mais pobres de um povo

    colonizado, ela prpria "representa a comunidade oprimida

    que deve ser exal tada e coberta de bens na revo luo

    messinica"5

    *. Sua histria expressa a opo preferencial de

    Deus pelos pobres e desafia as pessoas favorecidas

    economicamente a se converterem a essa causa. Na medida

    em que Maria representa a Igreja como humanidade

    redimida, surge um novo paradigma. Km vez da tipologia de

    Cristo como homem dominante e da Igreja como mulher

    submissa, agora temos o poder divino do Cristo da quenose

    que se esvazia a si mesmo e assume a condio humana de

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    sof rimento e esperana, e a Igre ja que for ta lecida e

    exaltada como a comunidade transformada dos pobres e dos

    que so solidrios com eles. Juntos, Cristo e a

    Igreja/Maria/ns mesmos comeamos a viver a inverso de

    valores caracterstica do reinado de Deus que h de vir.

    Embora haja quem crit ique essa interpretao porque ela

    continua a usar o gnero como categoria bsica, sua fora

    est em t ransformar a re lao de Mar ia com Cri sto emsmbolo libertador em vez de repressivo.

    A fascinante sugesto de Man* Jo Weaver que

    pratiquemos um ato de integrao s imblica que

    combine todas as mu lheres chamadas Mar ia no

    NovoTes-tamento em uma nica figura heterognea, o

    que corrigi ria a separao de Maria das ou tras

    mulheres e atuaria como cone poderoso para

    feministas Outra sugesto, apresentada por

    Elisabeth Moltmann-Wendel, restabelecer e reveren-

    ciar a tradio da amizade das mulheres com Jesus,

    em vez da maternidade de Maria. Essa teloga critica

    a maneira como a tradio prevalecenie transformou

    Maria de Nazar "de me ativa, sensvel, irada e mal-

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    A5 VQZtS DAS WULKJK EM ftO^O IGu

    1 como vimos, depreciam sutilmence a sexualidade, a santidade e a independncia J das mulheres.

    Na estrutura patriarcal da Igreja, elas permitem que uma nica "I mulher gloriticada atue, o que inibe

    a plenitude da vida para as outras mulhe-| res. "Somente quando Maria j no for a exceo, mas sim

    a regra para a posioz

    socioeclcsial das mulheres, seu culto ser verossmil e sua imagem ganhar

    po-^ der transformador para a solidariedade, a justia e a libertao"67

    Finalmente, o mtodo ullual-

    eapintual da religio popular apela no tanto razo e doutrina quanto emoo, ao desejo de

    segurana e experincia ntima da presena divina. Por meio de dias de fes ta e altares particulares,

    velas e flores, vises e peregrinaes. Maria celebrada como nossa me amorosa, Rainha do Cu, de

    modo que seja a medianeira de uma experincia de bondade divina e poder redentor em forma

    feminina. O problema aqui a teologia oficial insistir que esse suposto "tOStO feminino do divino"

    precisa permanecer subordinado a uma idia de Deus anloga ao varo dominante. Mesmo quando o

    recurso interressao da misericordiosa me Maria incentivado, seu smbolo permanece arraigado em

    um cosmos patriarcal e at o refora, ao tornar possvel uma postura mais terna, mais suplicante para

    com o Deus patriarcal. A estrutura toda permanece presa a u m contexto de masculinidade c

    feminilidade baseadas no sexo, o que no apresenta um caminho que avance em direo libertao das

    mulheres. Schssler Fiorenza conclui que s a transformao genuna das estruturas e da retrica

    eclesisticas em direo a uma genuna comunidade do discipu lado de iguais proporcionar o contexto

    no qual o discurso mariolgico ser verdadeiramente libertado para o benefcio das mulheres.

    Uma terceira tentativa de organizar a profuso do trabalho das mulheres a tese de

    doutorado da estudiosa belga Eis Maeekelberghe, publicada como )-perately Seeking Mary1*, que

    relaciona onze abordagens diferentes cm trs continentes. Primeiro, ela examina o trabalho de

    Ctharina I lalkes, que se serve de vrias disciplinas como religio comparada, histria da

    religio, psicologia da religio e teologia para produzir lampejos de descobertas da Maria

    histrica, a base para a Maria simblica que revela a Ma gn a Maler, a grande me divina. De uma

    forma teolgica mais sis temtica, Rosemarv Radford Ruether desconstri e em seguida reconstri

    a idia de Maria em relao s mulheres e humanidade redimida libertada do patriarcado.

    Concentrando-se na tradio, Elisabeth Schssler Fiorenza analisa o mito de Maria para descobrir

    suas funes psico lgicas e ecles io lgicas, perguntando se essa h istria a lguma vez

    proporcionou s mulhe-

    "7 Ibidem. 174.

    w Eis MAECKELERGHE. Dnperauly Stjm Ma ry (ver cap. I, now 3),

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    1 fatos do progresso das mulheres nesse campo1

    . Nessa concepo da raa hu-J mana, a diferena

    sexual tem importncia vital, mas no o nico indicador "f essencial da identidade humana da

    pessoa. Mais exatamente, o sexo combina com outras constantes antropolgicas com o raa, classe,

    relaes familiares, es-" truturas sociais, poca histrica c posio geogrfica c cultural para definir

    as j pessoas como indivduos singulares. Aqui Mana assume seu lugar como a pessoa caracterstica

    que ela , solidria com outras mulheres e homens em toda a sua diversidade.

    Antropologia dualista

    Essa concepo da raa humana, que inf luencia sculos de teologia mariana. parte das

    diferenas biolgicas bvias entre mulheres e homens. Ao pensarem termos binrios, ela eleva a

    diferena sexual a um princpio ontolgieo que divide a raa humana em dois tipos de pessoas

    radicalmente diferentes: homens que tm natureza masculina e mulheres que tm natureza

    feminina. Cada t ipo vem equipado com um conjunto dist into de caracterst icas. A natureza

    masculina marcada por razo, independncia e a capacidade de analisar, tomar iniciativas e

    fazer julgamentos, enquanto a natureza feminina marcada por emoo, receptividade e a

    capacidade de dar carinho, demonstrar compaixo e sofrer por amor. Portanto, o dualismo de

    gnero extrapola as qualidades endmicas de cada natureza para atribuir a homens e mulheres

    papis sociais diferentes desempenhados em campos de ao rigidamente predeterminados, o

    que, alega-se, est de acordo com a lei de Deus estabelecida na natureza.

    Esse padro de pensamento tem longa linhagem histrica. Apareceu pela primeira vez na

    teologia quando autores cristos primitivos procuraram lalar de maneira inteligvel a respeito da

    l e recorreram filosofia helensiica de sua cultura. A apropriao medieval do pensamento

    grego clssico deu a esse dualismo mais primitivo novas esperanas. Em cada caso a teologia

    utilizou uma filosofia que dividiu toda a realidade em duas esferas, esprito e matria. Tambm

    classif icou essas esferas em ordem de importncia, com o espr ito, que expressa o domnio

    superior da luz e da vida eterna, valorizado acima da matria, que denota o reino interior das

    trevas, da mudana e da morte. Tudo que existe Ia/ parte diurna ou outra esfera. Quanto aos

    seres humanos, os homens classificam-se com

    In th EMlMof GoJ; Fcmimst Approaihs toTholegwalAntkwpotcgr, Ann G'l Iara GkAlK org.. M.mknoll,

    N.Y.. Orbis, 1995: e Jane KOPAS. "Bcyond More Gendcr: TransformingTIu-ological Anthropol-ogy*\

    m Hmc/i and Thology. 216-233 (ver cap* 2. nota 8).

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    CAVWOS IIOE5COLH0O5

    Usando o mesmo recurso, Catherine LaCugna eco. essa emoo cm l inguagem

    contempornea: "A v ida de Jesus Cristo est em desacordo com a teo logia sex ista da

    complementaridade, a teologia racista da superioridade branca, a teologia clerieal de privilgio

    cultuai, a teologia poltica de explorao e injustia econmica e a teologia patriarcal do domnio

    e controle masculino"'. A teloga britnica Janet Soskice transmite uma resposta mais intuitiva.

    Para a esmerada elaborao do bispo de Londres de que o "masculino" est associado a dar e o

    "feminino" a receber, ela retruca que essa "uma interpretao de gnero to intolervel para

    os homens quanto desonesta a respeito das mulheres e, entre estas ltimas, est sujeita a

    produzir alguma hilaridade nas que esto cnseias e so eloqentes a respeito de seu papel para

    assegurar o bem-estar dos homens sem nenhuma f irme expectativa de que o contrr io

    prevalea"*. O riso sinal de rejeio. As mulheres sabem que equiparar a feminil idade

    dependncia privi legia inevitavelmente os homens em termos de poder social , pol tico e

    espiritual, enquanto deixa para as mulheres o trabalho cotidiano que sus tenta a vida.

    Passando teoria, a antropologia igualitria de parceria segue a indicao do primeiro

    captulo do l ivro do Gnesis, onde Deus cria a humanidade sua imagem e segundo a sua

    semelhana, "macho e fmea" ( 1 ,26-27)*' . Os estudiosos notam que aqui no h nenhuma

    especificao de qualidades masculinas ou femininas, mas apenas a plenitude de serem pessoas

    humanas imagem de Deus na sexualidade inconfundvel de cada um, macho ou fmea. Somos

    uma nica raa humana e precisamos prestar ateno ao que temos historicamente em comum

    como espcie. Da maneira mais bsica, todas as pessoas humanas compartilham o fato de serem

    espritos encarnados no mundo, concebidos, pelo menos at o momento em que isto est sendo

    escrito, quando o vulo e o esperma se unem para produzir um organismo em crescimento que,

    por fim, partejado do corpo da mulher. Pelo corpo, iodos os sercs humanos ligam-se terra em

    uma comunidade ecolgica que inclui todas as outras criaturas vivas na interdependncia mtua

    dos sistemas do planeta que sustentam a vida. Para permanecer vivos, todos os seres humanos

    tm necessidades comuns de ar respirvel, gua potvel, alimentao e sono. A teoria feminista

    dedica ateno importncia vital

    Carhcrine LACUGNA, "God in Communion with Us;ThcTriniry", in FmmgThology;TkrEamtih of

    Theology m Fnnmist Persptrnw, Catherine LACUGNA, org.. San Francisco. HarpcrSanFrancisco,

    1993.99.

    Jancl SOSKICE, "Thc Virgin Mar)' and thc Ixminist Quest", inA/ter Evt; Wmen, IWtgy,

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    a comunidade amigvel entre os sexos torna-se possvel

    em escala ampla sem de-J t r imento das relaes intensas

    que surgem quando um homem e uma mulher formam laos

    COlljugais. Rosemarv Radlord Ruether descreveu lindamente

    as jornadas de converso que preciso fazer para chegar a

    esse tipo de relacionamento. Lim uma sociedade sexista, as

    mulheres p recisam fazer o percurso da in fe rioridade

    socializada e da falta dc amor-prprio em direo a uma

    pessoalidade repleta de auto-estima. Os homens precisam

    fa/er o percurso do orgulho mascu lino presun-oso em

    direo a uma persona lidade esc larecida repleta de

    humildade. Ento, eles podero se dar as mos na lula para

    criar um meio de ficarem juntos em rnutua-lidade inteligente

    para humanizar o mundo e salvar o planeta1

    *.

    MARIA E O FEMININO PATRIARCAL

    Freqentemente, o padro fundamental do dualismo de

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    I

    gnero lo rma uma grade para in terpretar Mar ia .

    Obviamente, a teologia coloca-a no lado feminino da

    diviso humana, imaginando-a como a personificao

    ideal da essncia feminina. Hnto. quer sua perfeio

    sirva para depreciar as outras mulheres, quer para

    inspir-las, sua imagem materna obediente e

    compreensiva atua na comunidade como norma para

    as mulheres em contraste com os homens. Quandocombinado a um entendimento de Deus e Cristo como

    essencialmente masculinos, o resultado reproduz na

    teologia, na espiritual idade e no sistema de governo

    da Igre ja nada menos que a ordem pat riarcal do

    mundo, agora com sano div ina. A amostra dc

    autores a seguir demonstra a natureza problemtica

    da mar io logia fei ta nessa est rutura de femin ino

    patriarcal e esclarece por que as interpretaes de

    Maria baseadas na antropologia dualista levam a um

    beco sem sada em vez de a um caminho para a frente.

    Leonardo Boff

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    Ao fazer teologia no contexto lat ino-americano de

    enorme devoo popu la r a Maria , Bo ff p rocura

    interpretar essa mulher luz do que ele considera um

    acontecimento contemporneo significativo que ocorre

    apenas uma vez em alguns mil

    RUETHER. Socism mm God-Talk, 159-192 (ver cap. 2.

    nou 2). O alarme inicial foi de Valerie SAIVING, que,

    em seu ensaio a respeito do pecado c da graa

    experimentados de modo dilereme por mulheres e

    homens, foi a pioneira dessa mudana de

    paradigma: "The I luman Situation: A Feminine

    View".Journal o f Rrlyon 40 (1960). 100-1 12.

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    Dcmn) dessa estrutura, Balthasar relido sobre passagens dos evangelhos o in-1 terpreia Maria

    com virtudes tipicamente femininas: ela silenciosa, modesta, obe-"I dece com amor etc. As npeias

    em Can servem de exemplo. Maria nota a embaraosa falta de vinho e a relata .1 |esus, o que revela a

    conscincia das necessidades dos pobres e a intuio de que seu filho podia, de alguma forma, ajudar.

    A cami-J nho de sua hora. Jesus procura dissuadi-la. Mas a maneira como ela reage, dizendo aos que

    serviam: "Fazei tudo o que ele vos disser" Qo 2,5), simboliza a Igreja na sua melhor forma. Kxprime

    "seu completo desinteresse e a rendio vontade dele. mas tambm sua esperana segura; e

    precisamente por no fazer estardalhao, por no ser voluntariosa, que ela vence e a hora da cruz

    antecipada". Ao apelar a Jesus, apesar de a princpio ele ter ignorado seu pedido, explica Balthasar,

    Maria d provas da simplicidade e da sensibilidade da me que sabe como partir do nvel de justia em

    Deus para o nvel mais profundo da misericrdia; e ela est convencida de agir certo de uma forma

    mais profunda que a ditada por toda a justia abstrata elaborada pelos homens para a condio deles".

    Balthasar homenageia com um enemio que uma das declaraes mais primorosas que j encontrei:

    "Sendo mulher, ela tinha o corao onde deveria estar e no no crebro"21

    . A tradicional dicotomia

    entre feminino e masculino, equiparados a corao e cabea respectivamente, e tambm equiparados a

    misericrdia e justia, revela-se aqui plenamente. Desafia o bom senso interpretar o fato de Maria

    tomara iniciativa nesta histria como falta dc voluntariosidade, sua influncia sobre o filho como rendi-

    o vontade dele c sua sensvel observao da necessidade como amor separado da inteligncia.

    Contudo. Balthasar mais lgico que Boff. e o esteretipo femi nino que governa essa interpretao no

    permite outra coisa.

    A complementar idade do homem e da mulher tambm governa o uso simblico que

    Balthasar faz de Maria. Junto com um grupo de outras figuras histricas, que incluem Pedro, Joo

    e Paulo, cia c compelida ao servio para representar o que ele chama de "dimenses" da Igreja*2

    .

    A dimenso mais importante a espir itual de resposta ao dom divino da graa, o que Maria

    simbol iza dramaticamente. Seu sim a Deus na anunciao assinala o incio da Igre ja . O

    compreensivo consentimento humano dessa serva, um dos attawim de Israel, simboliza o mis-

    -M Hans Urs VON BALTHASAR, Afjr> forTodaw irad. ingl. Rohm NOWELL. San Francisco. Ignanus

    Press. 1987. 62-63. 74.

    - I l.ms Urs VON BALTHASAR. Th Cbry of th fo r j; A TheologicalAesthlKS. v. 1: Sceing th Form. tra J. ingl-

    rasmo LHIVA-MBRIKAKIS, San I-raiuisco. Igntiui Press: New York. Crossroad, 1982. 338-365. Ver

    uma anlise perspicaz em Walter BRHNNAN. "The Issue of Archetypes in Marian [Vvotion .

    Mjna num ; Ephmenafs Manologia52 (1990). 17-41

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    I ,im,ir"2

    . Isso c assim no por causa dc personalidade ou condies econmicas, J ou qualquer outra

    circunstncia social, mas por causa da natureza: "Isto se refere a todas as mulheres e a cada uma

    delas, independentemente do contexto cultural em que cada uma se encontra e das caractersticas

    espirituais, psquicas c corporais, como, por exemplo, a idade, a instruo, a sade, o trabalho, o fato

    de ser casada ou solteira". Consistente com a tradio dessa dicotomia, o papa tambm adverte as

    mulheres para que nao se afastem de sua riqueza essencial, mesmo quando hzerem "justa oposio" ao

    domnio pecaminoso dos homens, o que "no pode, sob pretexto algum, conduzir 'masculinizao' das

    mulheres", ele adverte. limbora nunca explique exatamente o que s