L A " A F R E N T A D E C O R P E S " , N O V E L A PSICOLÓGICA

Pese a los cazadores p r o f e s i o n a l e s de t ó p i c o s y m o t i v o s t r a d i c i o ­

nales , a los precept is tas y a q u i e n e s n i e g a n p e r s o n a l i d a d est i l íst ica a

los poetas q u e n o h a n t e n i d o l a fortuna de n a c e r antes de 1 8 0 0 , h o y

y a n o es n e c e s a r i o j u s t i f i c a r e l e s t u d i o de u n a e p o p e y a p r i m i t i v a y

m e d i e v a l e n c u a n t o f r u t o de l a i n s p i r a c i ó n i n d i v i d u a l y c o m o e jem­

p l o de e x p r e s i ó n p e r s o n a l . E s e v i d e n t e q u e las r e s t r i c c i o n e s i m p u e s ­

tas p o r l a t r a d i c i ó n , las reglas y e l d e s p o t i s m o e s p i r i t u a l n o h a n

p o d i d o i m p e d i r l a a p a r i c i ó n de u n a p o e s í a a u t é n t i c a e i n m e d i a t a .

Y hasta m e a t r e v e r í a a a f i r m a r q u e e l ar te , e n c u a n t o t a l , n u n c a l o

h a s i d o m á s g e n u i n a m e n t e q u e c u a n d o h a b r o t a d o de u n s e n t i m i e n t o

r e l i g i o s o , a u n q u e este s e n t i m i e n t o sea extra-art í s t ico p o r d e f i n i c i ó n .

L o s e p i s o d i o s p o c o m e n o s q u e i n v e n t a d o s q u e l l e n a n l a s e g u n d a

m i t a d d e l p o e m a h i s t ó r i c o d e l C i d — l a s " B o d a s " , l a " A f r e n t a de C o r -

p e s " y las " C o r t e s " — h a n s i d o a n a l i z a d o s , c o m o t o d o e l Poema, p o r

v a r i o s cr í t i cos m o d e r n o s (y e n t r e e l los , a l g u n o s d e los m á s a u t o r i z a ­

dos) desde e l p u n t o de v i s t a estét ico , o sea c o m o o b r a d e ar te . E n

m i o p i n i ó n , e l q u e h a l o g r a d o acercarse c o n m á s t i n o a l secreto de

l a " u n i d a d p o é t i c a " de esos e p i s o d i o s es e l c h i l e n o E l e a z a r H u e r t a ,

p o r m á s q u e s u l i b r o n o p a r e z c a gozar de a p r e c i o e n l a b i b l i o g r a f í a

m á s r e c i e n t e 1 . H u e r t a , p e r c a t á n d o s e de l a a s o m b r o s a c a p a c i d a d i n ­

t r o s p e c t i v a d e l j u g l a r , u t i l i z a c o n c e p t o s d e l a p s i c o l o g í a m o d e r n a

p a r a h a c e r r e s a l t a r las i n t e n c i o n e s d e l p o e t a m e d i e v a l : " . . . l o s i n f a n ­

tes proyectan s u r u i n d a d sobre los m e j o r e s , a q u i e n e s e n v i d i a n " ; " l a

e n v i d i a y e l o d i o de ra íz i n d i v i d u a l se enmascaran b a j o l a s o c o r r i d a

f ó r m u l a d e o r g u l l o d e casta" , e tc . 2 A d e m á s , H u e r t a ve a l C i d — a u n ­

q u e n o s i e m p r e — e n s u h u m a n i d a d y n o e n s u s o b r e h u m a n i d a d ,

s e g ú n e l e j e m p l o d e l m a e s t r o M e n é n d e z P i d a l 3 . P o r m i p a r t e , y a

1 ELEAZAR HUERTA, Poética del "Mió Cid", Santiago de Chile, 1948; cf. E .

D E CHASCA, Estructura y forma en el "Poema de mió Cid", Iowa City, 1955,

pp- ns-ns-2 Op. cit., pp. 188-189; insiste igualmente en que la cobardía de los Infantes

no es sino accesorio de su lacra moral básica, el egoísmo (pp. 177-178, 209). 3 Dice don RAMÓN MENÉNDEZ PIDAL, El Cid Campeador, Buenos Aires, 1950,

pp. 312-313, refiriéndose al C i d de la historia: " M u y lejos de creer que toda la vida ambiente no tiene otro fin sino preparar el advenimiento del superhom­bre, siente que nada es la más fuerte individualidad del hombre sin el pueblo

292 ULRICH LEO N R F H , XIII

pesar de m i a v e r s i ó n a l e m p l e o de c o n c e p t o s m o d e r n o s c o m o m e d i o

de c o m p r e n s i ó n de l o a n t i g u o , m e v e r é o b l i g a d o a r e c u r r i r a l " c o m ­

p l e j o de i n f e r i o r i d a d " p a r a t r a t a r d e e x p l i c a r l a s u b e s t r u c t u r a secre­

ta de l a " n o v e l a p s i c o l ó g i c a " i n t i t u l a d a " A f r e n t a de C o r p e s " .

P e r o , se m e o b j e t a r á : ¿por q u é h a c e r u n a i n t e r p r e t a c i ó n ps ico­

l ó g i c a , s i e n d o tantos los p e l i g r o s q u e se c o r r e n — a pesar de las p r e ­

c a u c i o n e s q u e p u e d a n t o m a r s e — a l a p l i c a r ese m é t o d o a u n t e x t o

p r i m i t i v o ? S i n tales i n t r u s i o n e s , e l pasaje q u e nos o c u p a n o es s i n o

u n c u e n t o e n e l c u a l n o h a y n a d a q u e c o m e n t a r , u n a vez q u e l o

a c e p t a m o s c o m o e p i s o d i o i n g e n u a m e n t e s e n s a c i o n a l , escr i to p o r u n

p o e t a de a s p i r a c i o n e s p o c o re f inadas ( c o m o c o n v i e n e a s u é p o c a y

a s u s i t u a c i ó n ) . Y t a m b i é n se m e o b j e t a r á q u e los e p i s o d i o s i n v e n ­

tados — l a s " B o d a s " y l a " A f r e n t a " — n o p u e d e n p a r a n g o n a r s e c o n

las partes d e l Poema basadas e n l a r e a l i d a d h i s t ó r i c a p r ó x i m a .

P e r o l a r a z ó n i n t e r i o r p o r l a c u a l acogemos u n a i n t r o s p e c c i ó n

q u e nos p e r m i t a p e n e t r a r a través d e l a c o r t e z a de l o q u e , l e í d o i r r e ­

flexivamente, parece t a n sólo u n c u e n t o a l g o p u e r i l , es l a d i g n i d a d

m i s m a d e l p o e t a — a u n q u e sea ' ' p r i m i t i v o ' ' — , d i g n i d a d q u e y a se

para el cual vive". Y Huerta, hablando del C i d del Poema: " . . .sigue siendo de carne y hueso, . . . n o puede convertirse en la estatua de sí mismo" (p. 176).

Verdad es que Huerta, pese a intuición tan sana, usa y abusa de la "dimensión m í t i c a " del C i d en las pp. 170 ("rango mítico, sobrehumano"), 187, 196 et passim, punto de vista que, por su exclusividad, resta méritos a la interpretación de don AMÉRICO CASTRO, "Poesía y realidad en el Poema del Cid", artículo de 1935 reimpreso en sus Semblanzas y estudios españoles, Princeton, 1956, pp. 3

ss. Yo, por mi parte, oponiéndome a D E CHASCA , para quien el C i d del Poema tiene carácter suprapersonal de "héroe nacional" (op. cit., pp. 122 ss.), me sumo a quienes opinan que el C i d alcanza su fama y dimensión de héroe precisamente gracias al retrato personalísimo que de él se hace en el Poema. Dice también Menéndez Pidal que "por fuerza hemos de volver siempre los ojos [al Poema] cuando deseamos conocer algo de la vida íntima del C i d " (op. cit., p. 275). E l talento del juglar estribaba en la introspección psíquica, en la evocación, tan sucinta y escueta como conmovedora, de situaciones humanas, y no en la pers­pectiva pública e histórica. N o tiene idea clara, por ejemplo, de la verdadera importancia de Yusuf y su movimiento almorávide. Para él, este Yusuf (series 88 ss.) no es sino uno de tantos, un comparsa más que contribuye a hacer resaltar la persona del héroe central a quien —eso sí— todo lo que es público (batallas, etc.), le sale inevitablemente bien en el Poema, según el estilo de tantas epopeyas y de tantas novelas populares, de tiempos pasados y presentes. " N o habla de cruzada, pero la siente", dice acertadamente HUERTA , p. 187; y se puede afirmar que, de tal modo, cobra un poco de dignidad hasta el obispo don Je-rome, ejemplar repulsivo del tipo anfibio del clérigo batallador, con su "sabor que avía de algún moro matare" (vs. 2368 ss.). ¿Y cómo podría pedirse de un juglar del siglo xn —aunque poeta genial— la perspectiva histórica de un estu­dioso moderno, si ni aun el cronista c o n t e m p o r á n e o de cultura latina sabe mucho más que los nombres, y ni siquiera se da cuenta cabal de la importancia pública de lo que habla, cuando dice: "Interim vero audiuit quod Juzef rex hysmaelitarum et a l i i . . . uenerant obsidere castrum.. . quem christiani tune possidebant" (Historia Roderici, cap. 32, apud MENÉNDEZ PIDAL, La España del Cid, 4* ed., Madrid, 1947, p. 933)?

N R F H , XIII LA "AFRENTA DE CORPES" NOVELA PSICOLÓGICA 293

nos h a i m p u e s t o e n l a p r i m e r a p a r t e d e l Cantar, y q u e q u i s i é r a m o s

e n c o n t r a r t a m b i é n e n l a s e g u n d a . L a s e x t r a o r d i n a r i a s dotes de p s i ­

c ó l o g o q u e r e v e l a e l j u g l a r y a h a n s i d o señaladas p o r estudiosos

c o m o M e n é n d e z P i d a l , C a s t r o , D e C h a s c a y S p i t z e r , los cuales h a n

v i s t o c ó m o l a i r a d e l r e y se v a c a m b i a n d o e n a m o r y respeto p o r e l

C i d , y c ó m o e l h é r o e m i s m o se v a d e s a r r o l l a n d o , desde l a d e s v e n t u ­

r a d a s i t u a c i ó n de d e s t e r r a d o hasta e l p a p e l i l u s t r e de " c a s i - r e y " de

V a l e n c i a . E n c u a n t o a l a t e r c e r a g r a n secc ión — l a s " C o r t e s " — n o

t e n e m o s n a d a q u e a ñ a d i r o q u e e c h a r de m e n o s ; y s i n e m b a r g o , t a m ­

b i é n las C o r t e s están " i n v e n t a d a s " , y a q u e n o s o n s i n o l a c o n s e c u e n ­

c i a d i r e c t a d e l c u e n t o i n v e n t a d o de las " B o d a s " y l a " A f r e n t a " 4 .

E s e l C i d — y n o los I n f a n t e s — q u i e n v u e l v e a o c u p a r e n las C o r t e s

e l c e n t r o de l a a c c i ó n , d i r i g i é n d o l a p o r m e d i o de s u " s a n t i d a d m a ­

l i c i o s a " . C o n u n a m e z c l a ú n i c a de r a z ó n c a l c u l a d o r a y de e l e m e n t a l

p a s i ó n , sabe r e f r e n a r l a f u r i a y " r e n c o r " hasta e l m o m e n t o e n q u e

s u d e s a h o g o p u e d a s e r v i r a l a causa q u e d e f i e n d e (vs. 3253 ss.). M e

r e f i e r o a las tres " d e m a n d a s " y a s u g r a d u a c i ó n , m a g i s t r a l m e n t e p r e m e ­

d i t a d a , desde l o m a t e r i a l y c o m e r c i a l hasta l o p a t é t i c o y c a b a l l e r e s c o .

P u e s b i e n : cabe s u p o n e r q u e u n p o e t a q u e h a l e í d o t a n p r o ­

f u n d a y s u t i l m e n t e e n e l a l m a de s u h é r o e p r i n c i p a l , l o h a y a h e c h o

t a m b i é n e n l a d e los dos a n t i h é r o e s q u e le o p o n e , a u n q u e e l r e s u l -

4 Sobre lo poco que podría considerarse como real en todo cuanto a los Infantes se refiere, véase MENÉNDEZ PIDAL, El Cid Campeador, pp. 276-277, y su gran edición del Poema, t. 2, s. v. " C a m ó n " (véase infra, nota 13). Sin embar­go, en su art ículo "Filología e historia", ZRPh, 64 (1944), 228-229, insiste en la posibilidad de que las "Bodas" tengan base en la realidad histórica. LEO SPITZER, "Sobre el carácter histórico del Cantar de mió Cid", NRFH, 2 (1948), 105-117, hace resaltar el aspecto novelístico de la "Afrenta", parte orgánica de un poema que es, según él, "biografía epopeyizada".—Mi amigo Joe Gulsoy, de la Univer­sidad de Chicago, me ha comunicado (en carta del 4 de diciembre de 1958) su idea del Poema, en la cual va implícita una justificación de sus partes inventadas y no históricas. Para mostrar su aceptable visión de la "unidad estructural" del Poema de mió Cid, copio unas frases de esa carta: " M e parece que será muy pertinente una explicación de por qué incluyó el poeta este episodio [del crimen de Corpes]; así podremos explicarnos también esa abrupta conclusión de las bodas con reyes. . . T o d o el Poema se basa en el conflicto entre el C i d , un «infanzón», y los nobles, «ricos homes»; su destierro, la pérdida del amor del rey y de su honor, fueron causados por los nobles . . . E l C i d t r i u n f a . . . recobrando su honra, y muchos críticos dicen que el Poema debió terminar ahí. Pero el poeta prosigue su relato para hacer que el C i d triunfe sobre sus adver­sarios los nobles; por eso añade el episodio de los Infantes de Carrión, y así los ridiculiza ante los escuderos del C i d y hace de ellos unos odiosos criminales. A l final, cuando se reúnen las Cortes, el crimen de los Infantes. . . se convierte en preocupación de los familiares de éstos, es decir, de los nobles, los antiguos enemigos del C i d . . . T o d a la segunda parte del Poema se funda en la trama de venganza del C i d , y el poeta no podía tener mejor ocasión para dar remate dramático a su propósito. Creo que así se entiende mejor por qué las embajadas entran de golpe en la corte. L a venganza se realiza a s í . . . no sólo sobre los In­fantes, sino sobre los nobles en general, enemigos del héroe épico" .

294 U L R I C H L E O N R F H , XIII

t a d o de s u i n t r o s p e c c i ó n p s í q u i c a n o h a y a q u e d a d o t a n c l a r o , a través

de l a p r e s e n t a c i ó n p o é t i c a , e n e l caso d e los I n f a n t e s c o m o e n e l d e l

C i d . T a l d i f e r e n c i a — d i f e r e n c i a e n c u a n t o a l a e x p r e s i ó n , n o e n

c u a n t o a l a i n t u i c i ó n — e s t r i b a e n l a m a y o r d i f i c u l t a d y e l m e n o r

e n t u s i a s m o c o n q u e se d e v e l a n los secretos d e dos personajes c r i m i ­

na les y m e z q u i n o s , f r e n t e a l a s i m p a t í a c o n q u e , n a t u r a l m e n t e , se

h a b l a de u n a l m a h e r o i c a . A l l e c t o r , p o r l o t a n t o , l e c o r r e s p o n d e

s u p l i r , c o n s u p r o p i a i n t u i c i ó n s e c u n d a r i a m e n t e c r e a d o r a , l a m o t i ­

v a c i ó n p s í q u i c a q u e e n e l caso de los I n f a n t e s h a d e j a d o e l p o e t a e n

e l s u s t r a t o de s u c u e n t o , s u g i r i é n d o l a m á s q u e p r e s e n t á n d o l a . Y aña­

d a m o s y a q u e , p a r a c o m p r e n d e r este a p a r e n t e d e s c u i d o o despre­

o c u p a c i ó n d e l j u g l a r , n o nos bastará e s t u d i a r e l c o m p o r t a m i e n t o de

los I n f a n t e s e n l a " A f r e n t a " , s i n o t a m b i é n e n e l e p i s o d i o de las

" C o r t e s " , p o r m á s q u e e n éste v u e l v a n a o c u p a r u n s e g u n d o p l a n o 5 .

C o m e n c e m o s p o r h a c e r u n esbozo d e l e p i s o d i o de l a " A f r e n t a " ,

t a l c o m o se l e m u e s t r a a u n l e c t o r i n g e n u o y n o r e f l e x i v o , n o pre­

o c u p a d o p o r l a " u n i d a d p o é t i c a " de l o q u e lee. P a r a él , los h e c h o s

se r e s u m e n c o m o s igue: D o s j ó v e n e s condes q u e n o a p r e c i a n s i n o

l a p r o p i a n o b l e z a y q u e , p o r l o t a n t o , d e b e r í a n c u i d a r s o b r e t o d o

de s u b u e n a f a m a , c o m o gente de " n a t u r a t a n a l t a " (v. 3 2 7 5 ) , n o

sólo h a n r e v e l a d o s u c o b a r d í a a n t e u n c í r c u l o de c a b a l l e r o s y sol­

d a d o s q u e n a d a e s t i m a n f u e r a de l a v a l e n t í a ; n o s ó l o se h a n c o m p r o ­

m e t i d o , cegados p o r l a r i q u e z a y e l p o d e r de u n h o m b r e de m á s

b a j o n a c i m i e n t o , a casarse c o n sus h i j a s , s i n o q u e a d e m á s , h e r i d o s

e n s u s u s c e p t i b i l i d a d c o b a r d e , p r o p i a de p e r s o n a s q u e p r e f i e r e n

e c h a r e n espaldas ajenas las c o n s e c u e n c i a s de sus defectos, d e c i d e n

h u i r c o n sus m u j e r e s e n g a ñ a n d o l a m a g n a n i m i d a d i n g e n u a , l a "ce­

g u e r a v o l u n t a r i a " d e l p a d r e ; y , h a b i e n d o h u i d o , p o n e n e n p r á c t i c a u n

p l a n p r e m e d i t a d o e n q u e n o p a r e c e h a b e r l a m e n o r h u e l l a de sen­

t i d o c o m ú n , l a p r u d e n c i a m á s e l e m e n t a l , cosa r a r a e n i n d i v i d u o s q u e

sólo h a b í a n o b e d e c i d o a l a m á s fr ía y c a l c u l a d o r a p r u d e n c i a a l c o n ­

t r a e r m a t r i m o n i o c o n u n a s m u j e r e s a q u i e n e s a h o r a , t a n i r r a c i o n a l ­

m e n t e , v a n a r e p u d i a r . E n u n a p a l a b r a , los I n f a n t e s a c t ú a n e n e l

r o b l e d o d e C o r p e s c o m o u n o s insensatos q u e , a l entregarse a u n a

f u r i a d e s m e s u r a d a , o l v i d a n sus idea les de " h o n r a y f a m a " , f o m e n ­

tados c o n t a n t o c u i d a d o antes y — c o m o v e r e m o s — t a m b i é n d e s p u é s .

E n u n m o m e n t o d e s t r u y e n l o q u e d u r a n t e largos meses h a b í a n e d i ­

ficado: u n f u t u r o de v i d a r i c a y segura . E s o b v i o q u e los d i n e r o s

5 A ú n más se debe decir respecto de la estrecha relación de todo el episodio inventado de los Infantes —desde las "Bodas" hasta las "Cortes"— con la idea básica e histórica del Poema, o sea el antagonismo entre los "ricos homes" y el " infanzón" , la lucha al fin victoriosa del C i d contra los nobles. (Véase la nota anterior). Esa "unidad" del Poema, como síntesis de crónica y "novela", es una consideración que en sí misma queda al margen del presente estudio, pero que no debemos perder de vista.

N R F H , X I I I LA "AFRENTA DE CORPES" NOVELA PSICOLÓGICA 295

q u e l l e v a n c o m o r e g a l o d e l C i d n o les s e r v i r á n p a r a n a d a , pues éste

se c o n v e r t i r á i n m e d i a t a m e n t e de p r o t e c t o r e n e n e m i g o (v. 2894). M á s

a ú n : n i s i q u i e r a d e s p u é s de h a b e r c o m e t i d o u n c r i m e n t a n b r u t a l

c o m o e s t ú p i d o — y es l a e s t u p i d e z e l p u n t o q u e a q u í i m p o r t a —

a c t ú a n c o m o se esperar ía de gente d e s u t i p o : n o c o n v i e n e n e n c a l l a r

l o h e c h o n i t a m p o c o a p r e s u r a n s u v i a j e a C a r r i ó n , d o n d e estarán

p r o t e g i d o s e n e l c í r c u l o de sus f a m i l i a r e s . P o r e l c o n t r a r i o , " a l a b á n -

dos ' i v a n i fantes de C a r r i ó n " (v. 2763), p r e g o n a n e n v o z a l t a l o q u e

d e b i e r a n o c u l t a r , n o s i e n d o , s e g ú n sus a c t i t u d e s p r e c e d e n t e s y s e g ú n

l o q u e sobre e l los nos i n d i c a e l j u g l a r , h o m b r e s de í n d o l e q u i j o t e s c a ,

s i n o — a pesar de s u c o n d a d o — los m á s b u r g u e s e s q u e se p u e d a i m a ­

g i n a r , y q u e v o l v e r á n a ser lo c u a n d o y a r e s u l t e t a r d e .

T a h e s , e n l íneas generales , l a i m p r e s i ó n q u e de l a " A f r e n t a d e

C o r p e s " d e b e t e n e r u n l e c t o r a l a vez s i n c e r o y d e s p r e o c u p a d o . N u e s ­

t r o e p i s o d i o sería , así, e j e m p l o p r í s t i n o de u n g é n e r o l i t e r a r i o p o c o

a p r e c i a b l e , p e r o c u l t i v a d o hasta n u e s t r o s días : e l d e l a n o v e l a c r i m i ­

n a l e n q u e las acc iones o b e d e c e n a i m p u l s o s a n o r m a l e s s i n m o t i v o ,

caracter ís t icas q u e , e n e l Cid, d e s e n t o n a r í a n p o r c o m p l e t o c o n e l resto

d e l p o e m a . P e r o esta i m p r e s i ó n i n g e n u a n o p u e d e ser l a a c e r t a d a ,

c o m o n o s l o d e m u e s t r a y a u n d e t a l l e a q u e antes h e m o s a l u d i d o : e l

m a l t r a t o i n f l i g i d o a d o ñ a E l v i r a y d o ñ a S o l n o es efecto s ú b i t o d e

u n a t a q u e d e s a d i s m o , a l g o c o m o u n " c o n t r a g o l p e " p s í q u i c o d e s p u é s

de u n a n o c h e de l u j u r i a , s e g ú n p o d r í a n h a c e r l o s u p o n e r a l g u n a s

i n d i c a c i o n e s (vs. 2703, 2720 s., 2735 ss.). N o : e l m a l t r a t o es a b s o l u ­

t a m e n t e premeditado (2547 s.¿ 2551), es e l e m e n t o i n t e g r a n t e d e u n

p l a n p a r a h u i r de l a c o r t e d e l C i d . D e b e m o s p r e g u n t a r n o s , pues ,

q u é i m p u l s ó a los I n f a n t e s a a d o p t a r esa a c t i t u d t a n c a l c u l a d a .

N o r e c u e r d o h a b e r e n c o n t r a d o , e n l a b i b l i o g r a f í a y a bastante ex­

tensa s o b r e e l Cid c o m o o b r a de ar te , u n a s o l a i n t e r p r e t a c i ó n q u e

salve l a " u n i d a d p o é t i c a " d e l e p i s o d i o e n sí m i s m o y e n c u a n t o p a r t e

d e l Poema. N o v i e n e a l caso, p o r e j e m p l o , h a b l a r a m p u l o s a m e n t e d e l

Grollen ( " e n c o n o " ) de los I n f a n t e s 6 , y a q u e esta p a l a b r a se ref iere a

u n a r e a c c i ó n " l e o n i n a " y h e r o i c a m á s q u e a l a d e s c r i t a e n e l episo­

d i o . M o t i v o m u c h o m á s s u s t a n c i a l sería e l " e g o í s m o " , r e c o n o c i d o

p o r H u e r t a c o m o i m p u l s o b á s i c o de t o d a l a a c t i t u d d e los I n f a n t e s .

P e r o t a m p o c o así l l e g a m o s a l m e o l l o , y a q u e e l e g o í s m o , p o r d e f i n i ­

c i ó n , i m p u l s a a c u i d a r de los p r o p i o s intereses v i t a l e s , m i e n t r a s q u e ,

p o r e l c o n t r a r i o , l o q u e e n este e p i s o d i o h a c e n los I n f a n t e s es o l v i d a r

p a s a j e r a m e n t e t o d o l o q u e i m p o r t a a s u e x i s t e n c i a , e n c u a n t o exte­

r i o r y " b u r g u e s a " . E l s i m p l e e g o í s m o n o n o s a y u d a a c o m p r e n d e r ­

los . H a b r á q u e p e n s a r e n u n e g o í s m o patológicamente exagerado, q u e

c o n v i e r t e a l h o m b r e e n e n e m i g o d e sí m i s m o y d e s t r u c t o r d e sus

p r o p i a s c o n s t r u c c i o n e s . U n e g o í s m o " i n t r o v e r t i d o " p o r c a u s a de u n

6 E. R . CURTIUS en ZRFh, 58 (1938), p. 171.

296 ULRICH LEO N R F H , XIII

" c o m p l e j o de i n f e r i o r i d a d " , c o m o h o y se d i c e : t a l es, a m i p a r e c e r ,

e l estado a n í m i c o de los I n f a n t e s , e l q u e m o t i v a y u n i f i c a sus a c t i ­

tudes , t a n s e n s i b l e m e n t e a n t a g ó n i c a s a su a c t i t u d m o r a l ; es eso l o q u e

los m u e v e a c o m e t e r l a s e v i c i a d e l R o b l e d o , y l o q u e t a n a m a r g o s

r e m o r d i m i e n t o s les causará c u a n d o r e c o b r e n e l s e n t i d o c o m ú n .

¿ C u á l p u d o ser l a e x p e r i e n c i a v i v i d a p o r los I n f a n t e s —desde

q u e e n t r a n e n l a escena d e l Poema—, q u e t a n funestas c o n s e c u e n c i a s

t e n d r á p a r a s u v i d a , p l a n e a d a hasta e n t o n c e s c o n t a n t o c u i d a d o y

t a n t a f r i a l d a d ? E s , s i n d u d a , l a e x p e r i e n c i a d e l " l e ó n " (serie 112).

M u c h o m á s v e r g o n z o s a , a d e c i r v e r d a d , h a s i d o s u c o n d u c t a e n l a

b a t a l l a c o n t r a B ú c a r , e n l a c u a l e n t r a n a causa de s u s u s c e p t i b i l i d a d

a n t e las p a l a b r a s b i e n i n t e n c i o n a d a s d e l C i d (ser. 116 s.). T a m b i é n

e n esta o c a s i ó n h u b i e r a p o d i d o fijarse e n e l los u n " c o m p l e j o " , d a d a

s u p e c u l i a r m e n t a l i d a d r e t o r c i d a q u e , " p r o y e c t a n d o " i n f a l i b l e m e n t e

sobre otras personas sus p r o p i o s defectos, les hace sospechar , e n c a d a

p a l a b r a q u e se les d i r i g e , u n v e n e n o o c u l t o . C u a n d o e l C i d , " m a g ­

n í f i c a m e n t e c i e g o ante c iertas p e q u e n e c e s " ( H U E R T A , op. cit., p . 176),

y e n g a ñ a d o a d e m á s s i n m a l i c i a p o r M i n a y a , los r e c i b e tras l a b a t a l l a

c o n f e l i c i t a c i o n e s s inceras a u n q u e n o m e r e c i d a s , e l p o e t a a ñ a d e c o n

p e r s p i c a c i a p s i c o l ó g i c a : " P o r b i e n l o d i x o e l Q i d , m a s e l los l o t o u i e -

r o n a e s c a r n i o " (v. 2 4 6 4 ) ' . S i n e m b a r g o , F e r r a n d o se ve l i b r e de l a

v e r g ü e n z a p ú b l i c a , e n e l caso de l a b a t a l l a , gracias a l s i m p á t i c o gesto

de P e r o V e r m ú d e z (ser. 115), y así e l c o m b a t e n o es p a r a e l los e l

r e c u e r d o m á s h u m i l l a n t e , p o r m á s q u e , t a m b i é n e n este caso, "vassa-

l l o s de m i ó Q i d sediense s o n r r i s a n d o " , " . . .e las n o c h e s e los días

t a n m a l los e s c a r m e n t a n d o " (vs. 2 5 3 2 , 2 5 3 6 ) . E n c a m b i o , l a a v e n t u r a

d e l l e ó n los h a e x p u e s t o a l l u d i b r i o p ú b l i c o ; p o r l o t a n t o , es e l l a

l a q u e h a q u e d a d o , e n s u e s p í r i t u s u s c e p t i b l e p o r f r í o y c e r r a d o ,

c o m o r e c u e r d o de " p l a n c h a " i r r e m e d i a b l e . L o q u e a a m b o s les h i e r e ,

p r i v a d o s c o m o están de t o d o s e n t i d o c a b a l l e r e s c o , n o es l a c o n s c i e n c i a

de l a v e r g ü e n z a m i s m a , s i n o sólo e l r e c u e r d o de l a " p u b l i c i d a d " q u e

h a t e n i d o . D e ahí q u e , e n e l c u r s o d e l a " A f r e n t a " , n i n g u n o d e e l los

l l e g u e a r e f e r i r s e a l a b a t a l l a : l o ú n i c o q u e m e n c i o n a n es " l a d e l

l e ó n " , y n o u n a , s i n o c u a t r o veces, antes y d e s p u é s de l a e j e c u c i ó n

d e l c r i m e n : " a n t e q u e nos r e t r a y a n l o q u e c u n t i ó d e l l e ó n " (v. 2 5 4 8 ) ,

7 Debo hacer constar aquí una discrepancia mía con la interpretación de HUERTA, op. cit., pp. 183-184. Para él, las palabras del C i d , dirigidas a sus yernos antes de la batalla contra Búcar , intentan excusarlos, sinceramente, de participar en ella, y los Infantes, para no "quedar por debajo del héroe" , y casi desobe­deciendo a su "consejo", le piden "la delantera" (vs. 2331 ss., ser. 115). Para mí, en cambio, las palabras del C i d , dichas con ironía bondadosa y muy velada, tienen carácter pedagógico: el Campeador parece dispensarlos de la pelea, pero en realidad los provoca a entrar en ella, y de ese modo acaba por conseguir lo que secretamente había intentado. Este modo de interpretar el pasaje en cues­tión nos permite relacionarlo con la alabanza posterior (2462 s.), la cual asimis­mo es de índole pedagógica, aunque no de índole irónica.

N R F H , X I I I LA "AFRENTA DE CORPES" NOVELA PSICOLÓGICA 297

" a n t e s q u e nos r e t r a y a n l o q u e £0 d e l l e ó n " ( 2 5 5 6 ) , " n o s v e n g a r e m o s

a q u e s t a p o r l a d e l l e ó n " ( 2 7 1 9 ) , " l a d e s o n d r a d e l l e ó n assí s'irá v e n ­

g a n d o " ( 2 7 6 2 ) : c o m o u n a obses ión, e n t r a el león e n l a serie de las

" p a l a b r a s - g u í a s " q u e , s e g ú n v e r e m o s , p o n e n s u se l lo e x p r e s i v o e n

esta escena. T o d a l a c u l p a e n " l a d e s o n d r a d e l l e ó n " h a s i d o de los

I n f a n t e s m i s m o s . H u b i e r a n p o d i d o r e u n i r s e c o n los d e m á s caba l le ­

ros — q u e t a m p o c o a c o m e t e n a l l e ó n — a l r e d e d o r d e l escaño d e l C i d ,

e l c u a l , c o m o Jesús e n l a b a r c a d u r a n t e l a t e m p e s t a d , s igue d u r ­

m i e n d o (ser. 112) 8 . P e r o n o l o h i c i e r o n así. E l l o s h a n s i d o sus p r o ­

p i o s ofensores, y n a d i e más . S i n e m b a r g o , g u a r d a n p a r a sí t a n sólo

l a o fensa y r e c h a z a n t o d a c u l p a , h a c i é n d o l a recaer sobre los q u e

l u e g o se r e i r á n de e l los (vs. 2 3 0 7 ss.). Y a e n a q u e l m o m e n t o , e l p o e t a ,

a n t i c i p a n d o l o q u e t e n d r á q u e n a r r a r m á s t a r d e , c o n c l u y e l a serie

d i c i e n d o : " F i e r a cosa les pesa desto q u e les c u n t i ó " (v. 2 3 1 0 ) .

¿ P o r q u é , pues, y a q u e q u i e r e n vengarse, n o se v e n g a n de sus

supuestos "ofensores"? P o r q u e s o n u n o s cobardes , q u e n o osan r e t a r

a h o m b r e s fuertes y c u r t i d o s e n l a g u e r r a . E l d é b i l , p a r a sent irse

f u e r t e — y así q u i s i e r a n sent irse los I n f a n t e s — , b u s c a a u n o m á s

d é b i l . E j e r c e r á n , pues, su v e n g a n z a e n las ú n i c a s v í c t i m a s q u e n o

p o d r á n o p o n e r l e s res is tenc ia , o sea e n dos flacas m u j e r e s . P o r su­

p u e s t o , p a r a p o d e r gozar de t a l v e n g a n z a c o n a b s o l u t a s e g u r i d a d , l o

p r i m e r o q u e d e b e n hacer es alejarse de l a c o r t e . A s í , b a j o l a p r e s i ó n

de u n a i d e a fi ja, u n " c o m p l e j o de i n f e r i o r i d a d " q u e les e x i g e i m p e ­

r i o s a m e n t e l a p r o p i a d i s o l u c i ó n , p o r a b s u r d a q u e sea, es c o m o nace

e l p l a n d e t a l l a d o e n los vs. 2 5 4 0 ss. E s u n p l a n p r e m e d i t a d o , sí, p e r o

p r e m e d i t a d o ba jo e l i m p a c t o de u n estado p s í q u i c o a n o r m a l .

Q u i s i e r a i n s i s t i r e n l o a b s u r d o d e l estado p s í q u i c o , d e l q u e sólo

a l g o a b s u r d o p o d í a b r o t a r . E l e g o í s m o n o r m a l de los Infantes n o

b a s t a r í a p a r a hacer les t o m a r t a l d e c i s i ó n , antes b i e n se o p o n d r í a a

e l l a ; e r a p r e c i s o u n e g o í s m o e n f e r m i z o , c o n s e c u e n c i a de u n a h u m i ­

l l a c i ó n q u e los h u m i l l a d o s t r a n s f o r m a r o n e n ofensa. Só lo así p o d í a n

p e r d e r e l c o n t a c t o c o n e l a m b i e n t e e n q u e t a n t o t r a b a j o h a b í a n

e m p e ñ a d o p a r a arra igarse , o sea l a c o r t e d e l C i d . Y a n o v e n o t r a cosa,

n i p i e n s a n s i n o e n vengarse de u n a " o f e n s a " q u e n o existe , y verí-

8 U n a vez más, me parece insatisfactoria una interpretación por lo visto generalmente aceptada: la que supone que los caballeros, al acudir en torno al C i d , tratan de protegerlo. L o que yo creo es que ellos —que "en grant miedo se vieron" (v. 2283)— acuden al C i d para protegerse a sí mismos, sintiéndose más seguros en la proximidad de quien es superior a todos, hasta cuando duerme. Cuando el C i d despierta, dirán: "rebata nos dio el león" (v. 2295),

palabras de quienes buscan protección, no de quienes la ofrecen. Me parece evidente la analogía con el maravilloso episodio evangélico (Lucas, 8:22 ss.).

aludido en el texto. Es verdad que Pero Vermúdez más tarde, al recordar la escena, dirá: "Nos cercamos el escaño por curiar nuestro señor" (v. 3335),

pero no olvidemos que él está hablando pro domo, y que busca la "mayor gloria" de sí mismo y de sus compañeros .

298 ULRICH LEO N R F H , X I I I

garse c o n q u i e n e s m e n o s p r e t e x t o les h a n d a d o p a r a sent irse o f e n ­

d i d o s . D o ñ a E l v i r a y d o ñ a S o l n o se h a n b u r l a d o de e l los , c o m o "se

b u r l ó " B e a t r i z d e l j o v e n D a n t e (Vita nuova, X I V , 7), y s i n e m b a r ­

go, e n ellas v e n g a n las b u r l a s de otros .

A s í m e parece q u e c o b r a s e n t i d o p l e n o u n d e t a l l e d e l Poema q u e , e n m i o p i n i ó n , t a m p o c o p u e d e e n t e n d e r s e b i e n s i n u n a e x p l i ­

c a c i ó n ps ico lógica . L l a m a l a a t e n c i ó n e l h e c h o de q u e e l m o r o A b e n -

g a l b ó n , a n f i t r i ó n generoso de los I n f a n t e s d u r a n t e s u paso p o r M o ­

l i n a , y fiel a m i g o d e l C i d , n o o b s t a n t e q u e se e n f r e n t a a e l los y los

m a l d i c e a l d e s c u b r i r e l p e r v e r s o p l a n de sus dos h u é s p e d e s de m a t a r ­

l o a t r a i c i ó n , y n o o b s t a n t e q u e p r e v é l a suerte d e p l o r a b l e de d o ñ a

E l v i r a y d o ñ a S o l (ser. 1 2 6 - 1 2 8 ) , n o saque a las hi jas d e l C i d de

e n t r e las garras de sus abyectos m a r i d o s , s i n o q u e pasa t o d o p o r a l t o

c o n u n a d i s c u l p a q u e m á s b i e n es u n p r e t e x t o : " S i n o l o d e x á s ' p o r

m i ó ( J i d e l de B i v a r . . . , l u e g o l e v a r í a sus fijas a l C a m p e a d o r l e a l "

(vs. 2 6 7 7 ss.). D e n u e v o es i m p o s i b l e c o n t e n t a r s e c o n u n a e x p l i c a c i ó n

e s t r i c t a m e n t e f o r m a l : d e h a b e r s a l v a d o e l m o r o a las dos m u j e r e s ,

l a " n o v e l a " se h a b r í a a c a b a d o ; n o h a b r í a h a b i d o n i " A f r e n t a " n i

" C o r t e s " . E s así, s i n d u d a ; p e r o cabe p r e g u n t a r : ¿por q u é u n poeta

t a n seguro de sí m i s m o h a esbozado u n e p i s o d i o — l a c u e s t i ó n e n t r e

los I n f a n t e s y A b e n g a l b ó n — q u e l u e g o n o p o d r í a d e s a r r o l l a r ? C r e o

q u e e l j u g l a r se h a p r o p u e s t o s u b r a y a r de n u e v o e l carácter r u i n de

los dos ant ihéroes , o p o n i é n d o l o s u n a vez m á s a u n h o m b r e de s i tua­

c i ó n m o d e s t a c o m p a r a d a c o n l a suya, p e r o s u p e r i o r a e l los física y

m o r a l m e n t e ( " m u c h o e r a b u e n b a r r a g á n " , v . 2 6 7 1 ) 9 . A l d e c i r e l m o r o

a los Infantes , f r a n c a y b r u t a l m e n t e , l o q u e p i e n s a de e l los — c o s a

q u e " a los i fantes n o n p l a z e " (v. 2 6 7 6 ) — , p o n e e l ú l t i m o rasgo e n l a

c a r a c t e r i z a c i ó n q u e e l p o e t a y a h a b í a c o m p l e t a d o antes, y p r e p a r a

a l l e c t o r p a r a l a escena q u e h a b r á de d e s a r r o l l a r s e e n e l r o b l e d o .

E l mal t ra to de las hijas d e l C i d , que a p r i m e r a vista podría i m ­

p r e s i o n a r n o s c o m o u n a e x p l o s i ó n de s a d i s m o s e x u a l (véase supra, p .

2 9 5 ) , se r e v e l a así c o m o a l g o m á s d i g n o d e l p o e t a , t a n r e s e r v a d o ,

s o b r i o y casto; y, m e a t r e v o a d e c i r , c o m o a l g o s i m b ó l i c o . L o s i n f a n ­

tes, a l azotar a sus m u j e r e s , se b r i n d a n l a i l u s i ó n d e l r e g o d e o q u e

h a b r í a n e x p e r i m e n t a d o a l vengarse e n los c a b a l l e r o s d e l C i d , cosa

9 HUERTA, op. ext., pp. 180-181, señala cómo los Infantes, modelos de bajeza,

están separados por una enorme distancia moral no sólo del C i d , dechado de

sublimidad, sino también de sus vasallos (un Muño Gústioz, por ejemplo). Se­

gún el mismo autor, el sarcasmo con que hablan Muño y otros denota envidia

y odio (vs. 2326 ss.), mientras que el humorismo del C i d —y también de un

personaje como el Conde Berenguer— presupone una desenvoltura espiritual,

por encima de las pasiones. Sin embargo, también el C i d puede hablar con

sarcasmo ("ondra", v. 2831): ne quid nimis! Y no está exento de fallas huma­

nas: ha preferido ser buen vasallo a ser buen padre, y no ha resistido a la

seducción que suponía el honor de emparentar con una familia más noble

que la suya (vs. 2084 ss.); más tarde lo confesará él mismo a las dos pobres

N R F H , XIII LA "AFRENTA DE CORPES" NOVELA PSICOLÓGICA 299

q u e n i s i q u i e r a h a n osado i n t e n t a r . C a d a g o l p e de espuelas y de

" c i n c h a s c o r r e d i z a s " (v. 2 7 3 6 ) q u e cae s o b r e esos c u e r p o s indefensos

r e e m p l a z a , p a r a el los, o tros tantos go lpes d e espada o de l a n z a q u e

q u i s i e r a n haberse a t r e v i d o a d a r a sus supuestos "o fensores" , los

h o m b r e s de l a m e s n a d a d e l C i d . E n l a r e p u l s i v a escena se p u r g a n ,

p u e s , d e l " c o m p l e j o de i n f e r i o r i d a d " b a j o c u y o d o m i n i o e x c l u s i v o

l a h a n p r e p a r a d o . S i n p e n s a r e n las m a l a s consecuenc ias q u e su a c t i ­

t u d h a b r á de acarrearles , g o l p e a n y g o l p e a n , i m p u l s a d o s sólo p o r e l

deseo s u b c o n s c i e n t e de r e c o b r a r e l s e n t i m i e n t o de su s u p e r i o r i d a d ,

p e r d i d a y a r r u i n a d a e n l a h u m i l l a c i ó n de " l a d e l l e ó n " . Ser ía e r r ó n e o

p e n s a r q u e , a l m a l t r a t a r a d o ñ a E l v i r a y d o ñ a S o l , t u v i e r a n l a i n t e n ­

c i ó n d e o f e n d e r in absentía a l p a d r e , a l C i d . T a l i n t e n c i ó n s u p o n d r í a

c i e r t o á n i m o va leroso , p e r o e l los n o s o n s i n o cobardes . M á s b i e n

p o d e m o s d e c i r q u e , de h a b e r l e s v e n i d o esa i d e a , se h a b r í a n s e n t i d o

c o h i b i d o s p o r e l m i e d o y n o h a b r í a n s e g u i d o g o l p e a n d o . A c t ú a n s i n

n i n g u n a " i n t e n c i ó n " r a c i o n a l ; e l m a l t r a t o se hace p o r sí m i s m o , só lo

c o m o m a n i f e s t a c i ó n de u n estado p a t o l ó g i c o q u e q u i e r e curarse .

C o m p a r e m o s sus otras a c t i t u d e s , v e c i n a s a ésta. E l p l a n de asesi­

n a r a l m o r o h o s p i t a l a r i o n a d a t i e n e q u e v e r c o n e l " c o m p l e j o " : b r o t a

de s u c o d i c i a , de su estado n o r m a l de n o - c a b a l l e r o s ; l o h a b r í a n c o n ­

c e b i d o a u n s i n l a h u m i l l a c i ó n q u e les c o r r o e e l a l m a . D e l m i s m o

m o d o , v u e l t o s y a a su s e n t i d o c o m ú n , p l a n e a r á n m á s t a r d e l a m a ­

t a n z a i n s i d i o s a de los c a b a l l e r o s d e l C i d e n C a r r i ó n (vs. 3 5 3 8 ss.), i m p u l s a d o s esta vez n o p o r l a c o d i c i a , s i n o p o r e l m i e d o de e n f r e n ­

tarse c o n sus adversar ios e n u n d u e l o p ú b l i c o . E s u n p l a n d i g n o de l a

í n d o l e n o r m a l de los dos, y t a m p o c o p r e s u p o n e e n e l los n i n g ú n

estado p s í q u i c a m e n t e e x t r e m o , d a d a s u m a n e r a de ser, p r e s e n t a d a ya

p o r e l p o e t a c o n todos los p o s i b l e s rasgos des favorables , a fin d e

c o n t r a s t a r l a p e r f e c t a r u i n d a d c o n l a p e r f e c t a n o b l e z a de á n i m o , per­

s o n i f i c a d a e n e l C i d . Y p a r a h a c e r r e s a l t a r m á s c l a r a m e n t e a ú n e l

c o n t r a s t e e n t r e e l c r i m e n i r r a c i o n a l d e l r o b l e d o y las a c t i t u d e s " r a ­

c i o n a l e s " o n o r m a l e s de los I n f a n t e s , f i j é m o n o s e n u n h e c h o reve la­

d o r : e l asesinato d e l m o r o y d e los tres c a b a l l e r o s se p l a n e a p e r o

n o se e jecuta . ¿Y p o r q u é no? P o r q u e v e l a b a n e n el los , i m p i d i é n d o ­

les l a c o n s u m a c i ó n d e l p l a n , sus g u í a s n o r m a l e s e n l a v i d a : e l sen-

víctimas de su ambición: "Yo tomé el cassamiento, mas non osé dezir ál" (v.

2891). N o se puede insistir lo bastante en el hecho de que el encanto de la

personalidad del C i d en el Poema consiste precisamente en que es hombre

natural (véase supra, nota 3), humanamente imperfecto, aunque —eso sí— su­

perior en todos los sentidos a su ambiente. N i es "mítico", ni "sobrenatural",

ni "santo", ni "héroe nacional" —si queremos escuchar lo que el juglar nos

sugiere en cada página de su Poema. Sobre la envidia, defecto ingénito caste­

llano, véase también MENÉNDEZ PIDAL, El Cid Campeador, pp. 311-312. E n más

de u n sentido, el C i d del Poema tiene parentesco espiritual y moral con el

Goffredo del Tasso, tema que he tratado en mi libro Ritterepos-Gottesepos. Torquato Tassos Weg ais Dichter, Kóln, 1958, cap. 10.

300 ULRICH LEO N R F H , XIII

t i d o c o m ú n , l a p r u d e n c i a , l a c o b a r d í a . " E l c o m e t e r fue m a l o , que lo al no s'enpegó, j ca grana miedo ovieron a A l f o n s s o e l de L e ó n " ,

d i c e e l p o e t a (vs. 3 5 4 2 s.), c o n u n a de esas f o r m u l a c i o n e s suyas t a n

escuetas c o m o c o n t u n d e n t e s , re f i r iéndose a l s e g u n d o de los dos p l a ­

nes. E n c a m b i o , l a " a f r e n t a " n o sólo se p l a n e a , s i n o q u e se e jecuta ,

p o r q u e e n esa o p o r t u n i d a d ú n i c a n a d a v e l a e n el los s i n o e l " c o m ­

p l e j o " q u e acaba c o n t o d o c u a n t o e n e l los es " r a c i o n a l " .

Y h e a q u í e l ú l t i m o paso de este d e s a r r o l l o p s í q u i c o , y e l m e n o s

c o m p r e n s i b l e s i n o p e n s a m o s q u e a c t ú a n ba jo e l efecto de u n a espe­

c ie de p e s a d i l l a : los I n f a n t e s n o t r a t a n de o c u l t a r s u f e c h o r í a , s i n o

q u e l a p r e g o n a n y "se a l a b a n " de e l l a . P a r a q u e dos h o m b r e s de

o r d i n a r i o t a n cautelosos l l e g u e n a p u b l i c a r u n a b r u t a l i d a d t a n p e l i ­

grosa p a r a el los m i s m o s , d e b e n de h a b e r estado f u e r a de s u estado

n o r m a l , y p o d e m o s d e c i r q u e e n este s e n t i d o se s u p e r a n a sí m i s m o s

p o r u n m o m e n t o . E l l o s q u e , e n g e n e r a l sólo p l a n e a n y n o r e a l i z a n

los actos de c o b a r d í a , a h o r a n o sólo e j e c u t a n e l más c o b a r d e de todos ,

s i n o q u e l o p r e g o n a n . E l p o e t a , d e s c u b r i d o r de a l m a s , sabe l o q u e

hace c u a n d o nos d i c e tres veces seguidas: " p o r los m o n t e s d o i v a n ,

e l l o s ívanse a l a b a n d o " (v. 2 7 5 7 ) ; " a l a b á n d o s ' i v a n i fantes de C a r r i ó n "

( 2 7 6 3 ) ; " a l a b á n d o s ' s e d í a n i fantes d e C a r r i ó n ; / p o r todas essas t ie­

r r a s estas nuevas sabidas s o n " ( 2 8 2 3 s.). ¿A q u é i m p u l s o o b e d e c e n ,

pues , a l c o m p o r t a r s e a t a l g r a d o c o n t r a sus p r o p i o s intereses práct i ­

cos? L a respuesta m e parece e v i d e n t e . P a r a a c a b a r de l i b e r a r s e d e l a

" h u m i l l a c i ó n " q u e t a n t o les escuece, n o les basta c o n haberse " v e n ­

g a d o " : d e b e n t o d a v í a h a c e r d e l d o m i n i o p ú b l i c o u n a v e n g a n z a q u e ,

p a r a e l los , h a t e n i d o e l carácter " s i m b ó l i c o " de u n a l u c h a v i c t o r i o s a

c o n t r a sus ofensores e n l a c o r t e d e l C i d .

L o q u e t ra to de p r e s e n t a r c o m o i m p u l s o secreto de los dos acto­

res p r i n c i p a l e s e n l a escena m o n s t r u o s a d e l r o b l e d o , e l p o e t a m i s m o

n o s a y u d a a c o m p r e n d e r l o m e d i a n t e u n r e c u r s o c o n o c i d o c o n e l

n o m b r e de Leitworte, o sea c o n e l e m p l e o de c iertas " p a l a b r a s - g u í a s "

q u e , r e a p a r e c i e n d o a m e n u d o y e n f á t i c a m e n t e , d e n u n c i a n e n e l a u t o r

o e n sus personajes u n estado a n í m i c o q u e de esa m a n e r a se e x p r e s a ,

a u n a pesar suyo. A s í nos e n c o n t r a m o s , e n b o c a de los I n f a n t e s , c o n

v a r i a s p a l a b r a s q u e u s a n r e i t e r a d a m e n t e e n este solo e p i s o d i o , m i e n ­

tras e n las escenas p o s t e r i o r e s e l uso de esas p a l a b r a s c a m b i a de m a ­

n e r a i n t e r e s a n t e . Y a h e m o s h a b l a d o de l a r e p e t i d a a l u s i ó n a l león, m a n i f e s t a c i ó n i r r e s i s t i b l e , e n sus p r o p i o s l a b i o s , d e l i m p u l s o p r i n c i p a l

— n o p o r v e r g o n z o s o , s i n o p o r p ú b l i c o — q u e los h a i n d u c i d o a su

p e r v e r s o p l a n . A d e m á s , e x p r e s a n tres veces, d u r a n t e l a " A f r e n t a " ,

l a i d e a de venganza, e l s e n t i m i e n t o q u e h a i n u n d a d o todos sus p e n ­

s a m i e n t o s y q u e , e n e l f o n d o a n í m i c o , d e s c o n o c i d o p o r e l los m i s m o s ,

es u n a v e n g a n z a d i r i g i d a c o n t r a s u p r o p i a n a t u r a l e z a m i s e r a b l e : "nos

v e n g a r e m o s a q u e s t a p o r l a d e l l e ó n " (v. 2 7 1 9 ) , " d e n u e s t r o s casa­

m i e n t o s a g o r a somos v e n g a d o s " ( 2 7 5 8 ) , " l a d e s o n d r a d e l l e ó n assí

N R F H , XIII LA "AFRENTA DE CORPES" NOVELA PSICOLÓGICA 301

s ' irá v e n g a n d o " ( 2 7 6 2 ) . O t r a p a l a b r a - c l a v e , q u e d e l i m i t a e l t i p o de l a

" v e n g a n z a " , es escarnir, e m p l e a d a t a m b i é n tres veces e n e l e p i s o d i o :

" e s c a r n i r e m o s las fijas d e l C a n p e a d o r " ( 2 5 5 1 ) , "assí las e s c a r n i r e ­

m o s . . . " ( 2 5 5 5 ) , " a q u í seredes escarnidas e n estos fieros m o n t e s "

( 2 7 1 5 ) . ( N o o l v i d e m o s q u e e l los m i s m o s , v . 2 4 6 4 , y a " t o u i e r o n a es­

c a r n i o " u n a s p a l a b r a s b i e n i n t e n c i o n a d a s q u e se les h a b í a n d i r i g i d o ;

d e m o d o q u e estamos ante u n a " v e n g a n z a " m o l d e a d a e x a c t a m e n t e

s o b r e l a " o f e n s a " , c u a n d o e l los , p o r s u p a r t e , " e s c a r n e c e n " a sus m u ­

jeres) . Y a ñ a d a m o s e l alabarse y a c o m e n t a d o , p a l a b r a q u e r e p i t e n

n o los Infantes , s i n o e l p o e t a , p a r a d e s i g n a r l a m a n i f e s t a c i ó n d e f i n i ­

t i v a d e l " c o m p l e j o de i n f e r i o r i d a d " .

C u a t r o palabras-guías , todas b r o t a d a s d e l s e n t i m i e n t o de ofensa,

deseo de v e n g a n z a , especi f icac ión de l a v e n g a n z a y gozo después de

h a b e r l a r e a l i z a d o ; y n i n g u n a q u e p u e d a s u g e r i r q u e h a y a , e n l a

" A f r e n t a " , a l g o c o m o u n a sat is facción sádica y s e x u a l . E l f e n ó m e n o

est i l ís t ico q u e h e m o s o b s e r v a d o nos a y u d a , pues, a desechar l a p r i ­

m e r a i m p r e s i ó n d e l l e c t o r s u p e r f i c i a l , y a s u s t i t u i r l a p o r l a q u e , desde

todos los p u n t o s de v i s t a , h e m o s s e n t i d o s u g e r i d a y a p o r e l p o e t a .

É l los d e j a i r " a l a b á n d o s e " y, p o r e l m o m e n t o , n o se o c u p a m á s

d e e l l o s : " M a s y o vos d i r é d ' a q u e l F é l e z M u ñ o z " (v. 2 7 6 4 ) . D e b e m o s

i m a g i n a r n o s , s i n su d i r e c c i ó n , c ó m o los Infantes , a l v o l v e r a sus t ie­

rras , v u e l v e n t a m b i é n a s u estado n o r m a l de e g o í s m o p r u d e n t e y co­

b a r d e , e n c o n t r á n d o s e s i n d u d a c o m o q u i e n d e s p i e r t a después de u n a

n o c h e de b o r r a c h e r a . A t r á s h a q u e d a d o l a l o c u r a q u e , de m a n e r a

e x c e p c i o n a l , t u r b ó s u s e n t i d o c o m ú n a c o s t u m b r a d o . N o nos los

m u e s t r a e l p o e t a e n e l m o m e n t o e n q u e h a n d e b i d o darse c u e n t a ,

c o n susto, de l a d i f í c i l s i t u a c i ó n a q u e s u d e s v a r í o los h a l l e v a d o .

P e r o nos a y u d a a a d i v i n a r l o c o n otras señales, p o r m e d i o de las

" p a l a b r a s - g u í a s " y a n o presentes, s i n o ausentes10. F i j é m o n o s e n esa " a u s e n c i a " e x p r e s i v a . A l defenderse de las re­

c r i m i n a c i o n e s d e l C i d a n t e las C o r t e s , F e r r a n d o y D i e g o n o a l e g a n

s i n o su " n a t u r a d e c o n d e s d e C a r r i ó n " (series 141, 145) y l a c o n s i ­

g u i e n t e i m p o s i b i l i d a d de u n m a t r i m o n i o c o n m u j e r e s de más b a j o

n a c i m i e n t o , s e g ú n sus p r e j u i c i o s . N o m e n c i o n a n las h u m i l l a c i o n e s

i n f l i g i d a s a s u c o b a r d í a e n l a c o r t e d e l C i d ; h a c e n c o m o s i n o h u -

1 0 L a "ausencia expresiva" de ciertas palabras —lo que podríamos llamar negative Leitworte— hace recordar los "silencios" —palabras "ausentes"— de cierta lírica moderna, tratados por Amado Alonso. Véase el art ículo notable aunque algo unilateral de CLAUDIO GUILLEN, "Estilística del silencio", RHM, 33 ,(1957)» especialmente pp. 263-264, y otros trabajos de la nueva escuela esti­lística española. Séame permitido, sin embargo, referirme a lo que yo mismo, hace treinta años, traté de explicar sobre el carácter estilístico de las "conver­saciones silenciosas" ("Schweigegespráche") (Fogazzaros Stil una der symbo-listische Lebensroman, Heidelberg, 1928, en especial pp. 97 ss.). Por lo visto, los pregoneros del movimiento dinámico español tienen un poco el prejuicio de que, antes de ellos, no hubo nada de estilística.

g02 ULRICH LEO N R F H , XIII

b i e r a a c o n t e c i d o n a d a de l o q u e — c o m o h e m o s v i s t o — les h a i m p u l ­

sado a c o n s u m a r l a a f r e n t a . S i las cosas s i g u i e r a n s e g ú n l o d e s e a r í a n

e l los , " l a d e l l e ó n " c o n t o d o e l resto q u e d a r í a s e p u l t a d o y a e n e l

o l v i d o . Y esto, c o n s i d e r a d o e n s u aspecto p s i c o l ó g i c o , q u i e r e d e c i r

q u e l a " c o s t r a " o " c o r a z a " q u e e n v u e l v e sus a l m a s , r o t a p o r p o c o

t i e m p o e n v i r t u d de s u " c o m p l e j o " , y a se h a r e s t a u r a d o . S o n a h o r a

l o q u e antes h a b í a n s i d o : dos j ó v e n e s aristócratas p r e s u m i d o s q u e

q u i s i e r a n p e r s u a d i r s e a sí m i s m o s y h a c e r c r e e r a sus a d v e r s a r i o s

q u e " m á s nos p r e c i a m o s , sabet, q u e m e n o s n o " (v. 3 3 0 0 ) , y q u e

" p o r q u e las d e x a m o s , o n d r a d o s somos v e n i d o s " (v. 3 3 6 0 ) . T a m p o c o

r e p i t e n l o d e l " e s c a r n i o " n i h a b l a n de " v e n g a n z a " ; n o m e n c i o n a n

n i n g ú n d e t a l l e de l a a f r e n t a , pues a h o r a — a pesar de s u f a c h a d a or-

g u l l o s a y s a t i s f e c h a — q u i s i e r a n n o h a b e r l a c o m e t i d o n u n c a . L o q u e

se o c u l t a tras l a f a c h a d a , nos l o hace v e r e l p o e t a c u a n d o d i c e q u e a l

C i d " n o l p u e d e n c a t a r de v e r g ü e n z a i fantes de C a r r i ó n " (v. 3 1 2 6 ) .

N o sólo h a n d e s a p a r e c i d o de b o c a de los I n f a n t e s las " p a l a b r a s -

g u í a s " de l a " A f r e n t a " ; t a m p o c o e l p o e t a d i c e y a q u e "se a l a b a n " .

L o q u e a h o r a d i c e y r e p i t e nos c o n f i r m a e n l a i m p r e s i ó n de q u e , d u ­

r a n t e a q u e l e p i s o d i o , e l l o s se e n c o n t r a b a n m e n t a l m e n t e f u e r a d e sí

m i s m o s y q u e a h o r a , d e m a s i a d o t a r d e , h a n v u e l t o e n s í 1 1 : " Y a les

v a p e s a n d o . . . " (v. 2 9 8 5 ) , " a q u í v e r i e d e s q u e x a r s e i fantes de C a ­

r r i ó n " ( 3 2 0 7 ) , " m u c h o e r a n r e p e n t i d o s los i f a n t e s . . . " ( 3 5 5 7 ) , " y a

se v a n r e p i n t i e n d o i fantes de C a r r i ó n ; / de l o q u e a v i e n fecho, m u ­

c h o repisos s o n ; / n o l o q u e r r i é n a v e r f e c h o p o r q u a n t o h a e n C a ­

r r i ó n " ( 3 5 6 8 ss.). E n l u g a r d e " a l a b a r s e " , t e n e m o s a h o r a repentirse, quexarse. H u e l g a d e c i r q u e n o es éste u n a r r e p e n t i m i e n t o q u e

i n d i q u e a l g o c o m o u n c a m b i o m o r a l e n e l los . L o q u e pasa es sólo

q u e , d e s p u é s de h a b e r p r o c e d i d o c o m o c o b a r d e s y egoístas s i n s e n t i d o

c o m ú n , y a h a n v u e l t o a ser egoístas y c o b a r d e s c o n s e n t i d o c o m ú n ,

y q u e , p o r l o t a n t o , n a d a a n h e l a r í a n t a n t o c o m o p o d e r r e n e g a r de

sí m i s m o s , b o r r a r s u c o n d u c t a insensata . E l j u g l a r d e l s i g l o x n h a l o ­

g r a d o h a c e r v i s i b l e y p e r s u a s i v o e n sus dos a n t i h é r o e s , desde las

" B o d a s " hasta las " C o r t e s " , u n e s t u p e n d o d e s a r r o l l o p s í q u i c o , de

c u e r d o s a locos , y l u e g o de locos a c u e r d o s ; d e s a r r o l l o q u e , e n c u a n t o

c o n c e p c i ó n art íst ica, n o es i n f e r i o r a o t r o d e l m i s m o t i p o , i m a g i n a d o

y e l a b o r a d o c u a t r o c i e n t o s años más t a r d e : l a l o c u r a y l a c o r d u r a de

O r l a n d o , vistas p o r A r i o s t o (Orlando furioso^ X X I I I , X X X I X ) .

A l g o de c o n s t e r n a c i ó n y n o sólo d e f u r i a y t r i s teza a n t e l o acon­

t e c i d o e n e l r o b l e d o se hace s e n t i r t a m b i é n e n las p r e g u n t a s q u e e l

C i d , a l i n i c i a r s e l a q u e r e l l a , d i r i g e a q u i e n e s f u e r o n sus yernos .

1 1 E l "arrepentimiento" de los Infantes, dice HUERTA, op. ext., pp. 209-210,

encaja en la "mitificación de las espadas del C i d " ; y añade que las expresio­nes del juglar, al referirse al arrepentimiento, están variando: prueba de la vitalidad con que se le ha presentado este rasgo.

N R F H , XIII LA "AFRENTA DE CORPES" NOVELA PSICOLÓGICA 303

E n l u g a r de echar les s i m p l e m e n t e e n c a r a s u c r i m e n , les p r e g u n t a

— y r e p e t i d a s veces, c o n énfasis a n a f ó r i c o — " p o r q u é " l o h a n h e c h o :

"¿A quém descubr iestes las telas d e l c o r a z ó n ? . . . ¿Por qué las sacá-

vades de V a l e n c i a . . .? ¿A qué las firiestes a c i n c h a s e a e s p o l o n e s ? "

( 3 2 6 0 ss.). E l C i d p r e g u n t a c o m o l o hace u n h o m b r e d u e ñ o de sí

m i s m o , i n c a p a z de c o m p r e n d e r l o q u e h a n h e c h o u n o s mentecatos .

¿Y a q u e l l a s " p a l a b r a s - g u í a s " q u e h a b í a n a c o m p a ñ a d o a los dos

m a l v a d o s d u r a n t e l a " A f r e n t a " , s i m b o l i z a n d o s u estado m e n t a l , y

q u e n o p r o n u n c i a n y a después q u e h a n v u e l t o a " e n c o n t r a r s e a sí

m i s m o s " ? L o q u e o c u r r e a h o r a es q u e q u i e n e s u s a n esas p a l a b r a s

s o n sus a d v e r s a r i o s . L o s I n f a n t e s y a n o m e n c i o n a n " l a d e l l e ó n " : es

P e r o V e r m ú d e z e l q u e a h o r a les hace r e c o r d a r t o d a l a h i s t o r i a r i ­

d i c u l a y h u m i l l a n t e ( 3 3 3 0 ss.), y M a r t í n A n t o l í n e z l a r e p i t e u n a vez

m á s ( 3 3 6 3 ss.). Y a e l los n o h a b l a n de haberse " v e n g a d o " : a h o r a , l a

" v e n g a n z a " c o r r e s p o n d e a l p a d r e o f e n d i d o , a l C i d : " D e m i o s yernos

de C a r r i ó n D i o s m e faga v e n g a r " ( v . 2 8 9 4 ) , "assí s ' i rán v e n g a n d o d o n '

E l v i r a e d o ñ a S o l " ( 3 1 8 7 ) , " g r a d o a l r e y d e l c i e l o , m i s fijas vengadas

s o n " ( 3 7 1 4 ) . Y e n c u a n t o a l " e s c a r n i o " , es e l p o e t a m i s m o , e l adver­

s a r i o m á s e n c a r n i z a d o de los Infantes , q u i e n les t o m a r á esta p a l a b r a

de los l a b i o s , y d i r á e n e l l u g a r p r o m i n e n t e d o n d e f o r m u l a l a " m o ­

r a l e j a " de su h i s t o r i a : " Q u i b u e n a d u e ñ a escarnece e l a d e x a des-

p u ó s , / a t a l le contesca o s i q u i e r p e o r " ( 3 7 0 6 s.). N o t e m o s , de paso,

q u e c o n estas ú l t i m a s p a l a b r a s l a " A f r e n t a " c o b r a c a r á c t e r de " e j e m ­

p l o " p a r a " i l u s t r a r " e l " c a s o " de l a m u j e r m a l t r a t a d a p o r descor­

tesía, y d e l cast igo q u e c o r r e s p o n d e a los c u l p a b l e s , — u n a p r u e b a

m á s de q u e n u e s t r o e p i s o d i o es " n o v e l a " y n o " c r ó n i c a " .

E s t e p u n t o — q u e , p o r l o d e m á s , n o p e r t e n e c e d i r e c t a m e n t e a l

t e m a a q u í e s t u d i a d o — t i e n e s u c o n f i r m a c i ó n e n o t r o h e c h o : h a y t a m ­

b i é n , e n e l Poema, u n a s b o d a s histór icas; y o c u r r e q u e éstas se c u e n ­

t a n d e m a n e r a m u y d i s t i n t a de c o m o se n a r r a n las " b o d a s " i n v e n t a ­

das. S a b e m o s c ó m o , p a r a e n a l t e c e r más e l b i e n m e r e c i d o t r i u n f o d e l

C i d , e n m e d i o d e l a t e r c e r a " d e m a n d a " p u e s t a p o r los d e l C i d a

los I n f a n t e s , c o n m o t i v o de l a " r e n c u r a m a y o r " (v. 3 2 5 4 ) , e l p o e t a

hace l l e g a r a las C o r t e s , c o m o ca ídos d e l c i e l o , a dos e m b a j a d o r e s de

reyes q u e le p i d e n a l C i d l a m a n o de sus a t r i b u l a d a s h i j a s ( 3 3 9 2 ss.). E l e p i s o d i o t i e n e carácter de i n g e n u o happy end. E l l e c t o r n o pre­

p a r a d o d i r í a p r o b a b l e m e n t e q u e s o n éstas las b o d a s i n v e n t a d a s , y las

de los I n f a n t e s las h i s t ó r i c a s 1 2 . N i se p r e s e n t a n los dos p r e t e n d i e n t e s

n u e v o s , n i h a y l a m e n o r c o m p l i c a c i ó n ; e n pocos versos ( 3 3 9 2 - 3 4 2 8 )

y a se h a a c a b a d o e l e p i s o d i o . L o s " d o s c a v a l l e r o s " n o l l e g a n a h a b l a r

p o r sí m i s m o s : e l p o e t a r e s u m e e n pocas frases sus p a l a b r a s ; d i c e

a d e m á s q u e le " b e s a n las m a n o s " a l r e y y nos hace saber sus n o m b r e s ,

1 2 Véase, sin embargo, mi nota 4, donde llamo la atención sobre la relación interna de las "segundas bodas" con la idea central del Poema. Es sabido que el poeta trata también con libertad las "bodas históricas".

304 ULRICH LEO N R F H , XIII

q u e M e n é n d e z P i d a l h a l o g r a d o i d e n t i f i c a r e n los d o c u m e n t o s 1 3 .

P o r q u e l o q u e sucede es q u e — a pesar de las a p a r i e n c i a s antes seña­

l a d a s — estas segundas bodas les l l e v a n a las p r i m e r a s l a ú n i c a v e n ­

taja de q u e t i e n e n " r e a l i d a d h i s t ó r i c a " y n o " r e a l i d a d p o é t i c a " 1 4 . E n

l o d e m á s s o n m u c h o m e n o s interesantes ; só lo s o n u n p r e t e x t o estruc­

t u r a l q u e s i r v e a l p o e t a p a r a r o d e a r d e u n ú l t i m o r e s p l a n d o r a sus

a m i g o s d e l Poema — l o s ú n i c o s a q u i e n e s d e j a l a p a l a b r a e n este e p i ­

s o d i o — y p a r a p o n e r e l se l lo d e f i n i t i v o e n l a i g n o m i n i a de sus ene­

m i g o s : " . . . m a s n o n plaze a i fantes de C a r r i ó n " (v. 3 4 2 8 ) .

H a b í a dos razones p a r a q u e e l j u g l a r t r a t a r a t a n s u p e r f i c i a l m e n t e ,

cas i c o m o s i m p l e a d o r n o , estas segundas b o d a s q u e e n l a r e a l i d a d

h i s t ó r i c a f u e r o n , c o n t o d a p r o b a b i l i d a d , las ú n i c a s . P r i m e r o , n o que­

r í a r e p e t i r s e : de " b o d a s " h a b í a h a b i d o bastante e n s u Poema. Se­

g u n d o , a u n de h a b e r q u e r i d o i n t r o d u c i r deta l les , n o p o d í a esta vez

s i n o r e p r o d u c i r c o n c u i d a d o l o r e a l m e n t e a c o n t e c i d o , p u e st o q u e las

b o d a s histór icas e r a n de fecha r e c i e n t e y l a m a y o r í a de los p a r t i c i ­

pantes s e g u í a n v i v i e n d o c u a n d o él escr ib ía . L a f u e r z a de l a i n v e n c i ó n ,

l a p e r s p i c a c i a de s u m i r a d a p s i c o l ó g i c a , s u fantas ía y e x p r e s i v i d a d

h a b í a n t e n i d o l i b r e j u e g o e n las bodas i n v e n t a d a s , e n l a " n o v e l a " ,

e n l a r e a l i d a d p o é t i c a ; e n las bodas histór icas h a b r í a t e n i d o q u e

r e f r e n a r , e n f a v o r de l a r e a l i d a d a c o n t e c i d a , esas dotes poét icas — s u s

dotes m á s c a r a c t e r í s t i c a s — , hasta sofocarlas o p o c o m e n o s .

A s í , pues , e n este caso c o m o e n otros , u n g r a n p o e t a h a t e n i d o

e l p o d e r de i m p o n e r s u v i s i ó n e n l u g a r de l o h i s t ó r i c a m e n t e r e a l .

L o s " I n f a n t e s " — a s í d e l i n e a d o s , c o n f o r m e a las i n t e n c i o n e s d e l j u ­

g l a r — p o d í a n r e s u l t a r l e t a n persuas ivos y v i v o s s o l a m e n t e porque e r a n f r u t o de l i b r e i n v e n c i ó n , e n c u a n t o a s u carácter . Y p o r cons i ­

g u i e n t e , las h i j a s d e l C i d l l e v a n p a r a l a p o s t e r i d a d e l s e l l o de " m a l

casadas", a pesar d e q u e e n l a r e a l i d a d n o l o e r a n , y de q u e e l

m i s m o p o e t a , a f u e r de c r o n i s t a fiel, m e n c i o n a esa r e a l i d a d a l final

d e s u Poema. D e m o d o q u e , a pesar d e t o d o , h a n p r e d i c h o l a v e r d a d

los m i s e r a b l e s I n f a n t e s c u a n d o u n o de e l los p r o c l a m a b a : " L o q u e les

fiziemos seer les h a r e t r a y d o " (v. 3 3 5 9 ) . P e r o n o es D i e g o G o n z á l v e z ,

es e l p o e t a m i s m o e l r e s p o n s a b l e de esto.

U L R I C H L E O

University of Toronto.

1 8 Gran edición del Poema, t. 2, s. vv. "Oiarra" y " Y é n e g o Siménez" (con adiciones en la 4* ed., pp. 1217 s.). A propósito de los nombres, es verdad que Menéndez Pidal ha logrado probar también la historicidad de los dos Infantes (véase supra] nota 4). T a n sólo menciono aquí una complicación que —para el Poema— surge de los dos matrimonios de las hijas del C i d , el ficticio y el real: ¿cómo pueden ellas —en el Poema— casarse con los dos nuevos pretendientes, estando ya casadas —je indisolublemente!— con los Infantes?

1 4 Sobre esto, cf. el último ensayo de mi libro Sehen und Wirklichkeit bel

Dante, Frankfurt, 1957 ("El problema de la historia de la literatura").