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JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992. 1 CAPÍTULO 3 DEMANDA E OFERTA DE PEIXE A maioria das decisões de produção que um produtor de peixe toma é influenciada pelas forças de oferta e demanda. Por exemplo, a decisão do que produzir é determinada por questões tais como se o produto é vendável e se é da preferência do produtor individual. A lucratividade da fazenda é determinada pela demanda por seu produto e qualquer custo de produção que afeta a oferta. Porém, não importa quão eficiente o processo de produção seja, e quão inteligente um produtor gerencie um viveiro de peixe, ou mesmo que produto seja preferido, o negócio não pode ser operado lucrativamente a menos que exista demanda para o produto. Demanda do consumidor é definida como as várias quantidades de um bem particular um consumidor está disposto e é capaz de comprar à medida que os preços do bem variam, quando outros fatores afetando a demanda são mantidos constantes. Note aqui, a frase, “um consumidor está disposto e é capaz de comprar”. Querer peixe não é o mesmo que demandar peixe. Demanda efetiva é o termo usado para distinguir desejos e necessidades da demanda propriamente dita. A quantidade de peixe adquirido do mercado sob todas as imperfeições que existem numa situação específica é a demanda existente. A relação de demanda pode ser vista como especificando a máxima quantidade de peixe um indivíduo ou grupo deseja e é capaz de comprar a um dado preço; ou o preço máximo por unidade que um individuo ou grupo está disposto e é capaz de pagar por uma dada quantidade de peixe. DEMANDA DO CONSUMIDOR Programação de Demanda Demanda de mercado ou do consumidor é um reflexo da disposição expressa de comprar bens e serviços de acordo com as condições de preço prevalecente. Portanto, cada indivíduo tem dilemas com relação ao preço e quantidade comprada. Portanto, uma programação de preços e quantidades pode ser determinada para cada individuo. Para bens normais, quando o preço é elevado, poucas unidades do bem são compradas. Quando o preço é baixado, uma grande quantidade é consumida. Quando o mercado inteiro é considerado, a disposição de comprar expressada por todos os indivíduos é somada em cada nível de preço. Isto é, a quantidade que os indivíduos A, B, ou C irão comprar aos vários preços é adicionada para determinar a quantidade de mercado. A Tabela 3-1 representa a programação de demanda para a quantidade de peixe adquirido aos diferentes preços. Uma olhada na programação mostra que quanto menor o preço do peixe, maior a quantidade que é demandada. Os dados da Tabela 3-1 são usados para desenhar uma curva de demanda individual, com declividade negativa na Figura 3-1. A curva de demanda é geralmente negativamente inclinada da esquerda para direita. Curva de Demanda A curva de demanda é uma representação gráfica da programação de demanda. Portanto, a curva de demanda para uma bem particular pode ser definida como um lócus de pontos, cada um mostrando a quantidade máxima da mercadoria que será comprada num dado mercado, a um dado preço, a um preço particular. A curva representa uma tentativa de relacionar a taxa de um fluxo de quantidade ao preço de num dado momento no tempo. TABELA 3-1. Programação de Demanda Hipotética para Peixe Quantidade de Peixe Comprada em libras Preço $ 5 5,00 10 4,00 15 3,50 20 3,00 25 2,50 30 2,00 35 1,50 40 1,00 A Lei da Demanda estabelece que mais de uma mercadoria é consumida quanto seu preço cai, todas as outras coisas permanecendo constante (ceteris paribus 1 ). Em outras palavras, o preço e quantidade demandada são inversamente relacionados. Isto assume que na realidade os consumidores têm conhecimento 1 Ceteris paribus significa “assumindo tudo o mais é mantido constante”.

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New ... · A distribuição da população pode dar uma indicação do número daqueles que amam peixe, ou o número de pessoas

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JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

1

CAPÍTULO 3

DEMANDA E OFERTA DE PEIXE A maioria das decisões de produção que um produtor de peixe toma é

influenciada pelas forças de oferta e demanda. Por exemplo, a decisão do que produzir é determinada por questões tais como se o produto é vendável e se é da preferência do produtor individual. A lucratividade da fazenda é determinada pela demanda por seu produto e qualquer custo de produção que afeta a oferta. Porém, não importa quão eficiente o processo de produção seja, e quão inteligente um produtor gerencie um viveiro de peixe, ou mesmo que produto seja preferido, o negócio não pode ser operado lucrativamente a menos que exista demanda para o produto.

Demanda do consumidor é definida como as várias quantidades de um bem particular um consumidor está disposto e é capaz de comprar à medida que os preços do bem variam, quando outros fatores afetando a demanda são mantidos constantes. Note aqui, a frase, “um consumidor está disposto e é capaz de comprar”. Querer peixe não é o mesmo que demandar peixe. Demanda efetiva é o termo usado para distinguir desejos e necessidades da demanda propriamente dita.

A quantidade de peixe adquirido do mercado sob todas as imperfeições que existem numa situação específica é a demanda existente. A relação de demanda pode ser vista como especificando a máxima quantidade de peixe um indivíduo ou grupo deseja e é capaz de comprar a um dado preço; ou o preço máximo por unidade que um individuo ou grupo está disposto e é capaz de pagar por uma dada quantidade de peixe.

DEMANDA DO CONSUMIDOR

Programação de Demanda

Demanda de mercado ou do consumidor é um reflexo da disposição

expressa de comprar bens e serviços de acordo com as condições de preço prevalecente. Portanto, cada indivíduo tem dilemas com relação ao preço e quantidade comprada. Portanto, uma programação de preços e quantidades pode ser determinada para cada individuo. Para bens normais, quando o preço é elevado, poucas unidades do bem são compradas. Quando o preço é baixado, uma grande quantidade é consumida.

Quando o mercado inteiro é considerado, a disposição de comprar expressada por todos os indivíduos é somada em cada nível de preço. Isto é, a quantidade que os indivíduos A, B, ou C irão comprar aos vários preços é adicionada para determinar a quantidade de mercado.

A Tabela 3-1 representa a programação de demanda para a quantidade de peixe adquirido aos diferentes preços. Uma olhada na programação mostra que quanto menor o preço do peixe, maior a quantidade que é demandada. Os dados da Tabela 3-1 são usados para desenhar uma curva de demanda individual, com declividade negativa na Figura 3-1. A curva de demanda é geralmente negativamente inclinada da esquerda para direita.

Curva de Demanda

A curva de demanda é uma representação gráfica da programação de

demanda. Portanto, a curva de demanda para uma bem particular pode ser definida como um lócus de pontos, cada um mostrando a quantidade máxima da mercadoria que será comprada num dado mercado, a um dado preço, a um preço particular. A curva representa uma tentativa de relacionar a taxa de um fluxo de quantidade ao preço de num dado momento no tempo.

TABELA 3-1. Programação de Demanda Hipotética para Peixe

Quantidade de Peixe Comprada em libras

Preço $

5 5,00 10 4,00 15 3,50 20 3,00 25 2,50 30 2,00 35 1,50 40 1,00

A Lei da Demanda estabelece que mais de uma mercadoria é consumida

quanto seu preço cai, todas as outras coisas permanecendo constante (ceteris paribus1). Em outras palavras, o preço e quantidade demandada são inversamente relacionados. Isto assume que na realidade os consumidores têm conhecimento

1 Ceteris paribus significa “assumindo tudo o mais é mantido constante”.

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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perfeito do mercado para as mercadorias. Porém, existe uma distinção entre demanda existente e demanda teórica. Demanda existente é a quantidade de um produto adquirido no mercado sob as imperfeições que existem em qualquer situação. Demanda teórica é a quantidade do produto que seria comprado sob circunstâncias idealizadas se numerosos compradores e vendedores tivessem conhecimento perfeito dos preços e bens disponíveis, e adequada oferta de bens competitivos, suplementares e complementares.

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

5 10 15 20 25 30 35 40

Quantidade em lbs / Tempo

Pre

ço

($)

FIGURA 3-1. Curva de Demanda Hipotética de Peixe

Demanda e Quantidade Demandada

Uma distinção deve ser feita entre “demanda” no sentido de programação

e “demanda” no sentido de quantidade demandada. O termo demanda é usado quando referencia é feita às forças de não-preço que modelam a demanda individual. O termo quantidade demandada é usado quando referencia é feita a uma quantidade particular a um preço determinado. Isto é, estamos nos movendo ao longo da curva de demanda. Quantidade demandada é um conceito estático no qual a resposta da quantidade ao preço é considerada, e todos outros fatores (renda, gostos e preferências pessoais, e preços de produtos competitivos) são considerados constantes.

Mudança na demanda ocorre ao longo do tempo é um conceito dinâmico. Mudanças na demanda são usualmente associadas com mudanças na renda, população, ou outras variáveis influenciando a demanda e que ocorrem com a passagem do tempo. Uma mudança em qualquer dessas variáveis podem resultar numa mudança no padrão de compra ainda que o preço permaneça constante. Portanto, referencia é feita a uma mudança na demanda.

Fatores Afetando a Demanda por Peixe e Produtos Derivados

Alimentação de peixe é considerada excepcionalmente valiosa do ponto

de vista nutricional, principalmente por que contém uma elevada percentagem de proteínas animais de pronta digestão. A demanda por peixe, porém, é determinada por muitos outros fatores além das considerações nutricionais. O peixe poderia ser apenas um produto intermediário na indústria e sua demanda seria influenciada pelas condições dos mercados do produto final. Os fatores influenciando a demanda por peixe poderiam ser agrupados sob quatro categorias:

1. Tamanho da população e sua distribuição por idade e área geográfica; 2. Renda do consumidor e distribuição; 3. Gostos e preferências dos consumidores; e 4. Preços e disponibilidade de substitutos para o peixe.

Tamanho e Distribuição da População

A população tende a ter um impacto, não apenas na demanda total, mas

também na demanda per capita, por causa das diferenças nos padrões de consumo entre regiões, sexos, grupos de idade, unidades familiares de tamanhos diferentes, religião, e tradições sociais. A distribuição da população pode dar uma indicação do número daqueles que amam peixe, ou o número de pessoas numa categoria, que consome peixe e a quantidade de peixe que é consumida por cada grupo. Nos Estados Unidos espera-se que a demanda por peixe seja maior em áreas altamente povoadas com pessoas de descendência asiática. O consumo per capita de peixe para as pessoas asiáticas é maior do que aquela para as pessoas de outros grupos étnicos (Pavelec, 1989).

As práticas culturais e religiosas numa dada sociedade são poderosos determinantes de demanda. Bell (1968) mostrou os efeitos das crenças religiosas no consumo de peixe. Por exemplo, a Igreja Católica exige que seus devotos se abstenham de comer carne durante o período de Páscoa. Por que o peixe é

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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considerado um bem substituto para a carne, esta prática tem o efeito de aumentar a demanda para peixe durante tais períodos. É possível mostrar quantitativamente a magnitude substancial da mudança na demanda para peixe durante a Páscoa. Existe clara evidência que durante este período, indivíduos substituem carne por peixe deslocando suas curvas de demanda para várias espécies de peixe para a direita.

A curva de demanda D0D0 na Figura 3-2 mostra uma mudança para a direita até a curva de demanda D1D1. A mudança da curva de demanda ilustra os efeitos das características da população na demanda. A demanda para peixe variou por causa do número de católicos encontrados no Estado da Nova Inglaterra, e a disponibilidade de mercadorias substitutas. Em 1966, os católicos americanos deram um fim à obrigatoriedade de abstinência a carne nas sextas-feiras. Esta mudança teve o efeito de reduzir a demanda de várias espécies à medida que os indivíduos substituíram peixe por carne. Quando a proibição católica contra comer carne as sextas terminou em dezembro de 1966, o consumo de bacalhau caiu em 29,0 mil libras. O consumo de hadoque (peixe semelhante ao bacalhau) caiu por em torno de 7,1 mil libras depois de dezembro de 1966 quando as regras foram relaxadas. Esta redução no consumo de peixe e a conseqüente mudança na demanda podem ser representadas pela curva D2D2 na Figura 3-2.

FIGURA 3-2. Ilustração de uma Mudança na Demanda

Apesar da mudança nas restrições de consumo de carne durante a Páscoa, alguns católicos ainda continuam comendo peixe às sextas. Dellenbarger et al. (1988), num estudo conduzido em Louisiana, descobriu que as famílias católicas tinham maior preferência por garoupa do que outras preferências religiosas. Naquele estudo também, eles descobriram que a ocupação não tinha nenhuma significância em explicar os gastos com garoupa; porém a raça tinha, uma vez que os negros tinham gostavam mais de garoupa.

Rupp et al. (1980) indicou que a idade e localização da residência eram os principais fatores na quantidade de peixe consumida. A freqüência de consumo de peixe aumentou com a idade. Também, as pessoas vivendo nas regiões costeiras mostraram um maior consumo de moluscos e peixes marinhos do que aqueles residindo nas regiões centrais dos Estados Unidos. Os residentes vivendo nas regiões centrais consumiam mais peixe de água doce do que a média nacional.

Renda e Distribuição do Consumidor

A renda e demanda são positivamente relacionados. Isto é, um aumento

na renda tipicamente desloca a curva de demanda para a direita. Ainda, para poucas mercadorias o reverso é verdadeiro. Se a alimentação é um bem normal então um aumento na renda irá resultar num deslocamento da curva de demanda para a direita. Questão: O que dizer para os alimentos que um indivíduo possa considerar inferior?

Em países com renda relativamente elevada, a renda per capita tem comparativamente menos impacto nos níveis de consumo de alimentos do que países de baixa renda. A quantidade física de todos os alimentos consumidos por pessoa, por exemplo, é relativamente fixa nos países de renda elevada. Os estudos de demanda indicam que em muitos países desenvolvidos a quantidade de peixe consumida relativo à carne vermelha tem tendido a declinar.

Mudanças na demanda pode também ocorrer à medida que a renda é redistribuída dos ricos para os pobres. É possível aumentar a demanda por truta ou camarão por meio da transferência de renda para famílias próximas ou abaixo da linha de pobreza, sem mudar o nível total ou médio da renda. Nos Estados Unidos, cupons de alimentação tornam isto possível para as famílias de renda mais baixa que os usam para compra de truta, camarão, ou espécies mais caras. Kinnucan e Wineholt (1989) descobriram que a renda do consumidor não tinha um efeito claro na demanda por garoupa. O efeito da renda negativa que eles mencionaram foi devido a um problema de imagem reconhecida pela indústria. Garoupa sempre foi visto como uma mercadoria de baixa renda, ou um bem inferior. O estudo de

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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Dellenbarger et al. mostrou mais claramente que a elasticidade renda para garoupa indicava que o consumo de peixe diminuiu com níveis crescentes de renda. Preços e Disponibilidade de Substitutos

A demanda para uma mercadoria está em função não apenas de seu

próprio preço, mas dos preços de muitos outros bens e serviços. Uma mudança no preço de um bem pode resultar numa mudança na demanda por outras mercadorias. Se, por exemplo, o preço de tainha cai a níveis relativamente menores do que o preço da garoupa, então a curva de demanda para garoupa irá se deslocar para a esquerda.

Para produtos complementares, a mudança no preço de mercadorias relacionadas e a mudança na demanda são usualmente inversamente relacionadas. Os resultados de vários estudos de demanda indicam a substituição entre carne vermelha, porco, e peixe, embora as influências dos substitutos sejam fracas.

Gostos e Preferências dos Consumidores

As preferências dos consumidores são formadas ao longo do tempo e

refletem a disponibilidade e regularidade da oferta local, e a forma no qual o peixe é ofertado para venda. Mudanças nas preferências e demanda pode ocorrer quando uma nova condição de disponibilidade de oferta persiste por longos períodos, ou quando o consumidor fica acostumado com um novo produto. Já que os hábitos alimentares não mudam facilmente, novos produtos podem raramente ser introduzidos sem propaganda substancial e outros esforços promocionais.

A mudança nos países desenvolvidos no sentido de dietas melhoradas com baixo teor de colesterol foi uma das forças que fizeram as mudanças de demanda de frutos do mar e produtos aquícola. Dietas mais saudáveis envolvem algumas substituições de carnes vermelhas, que possuem elevados teores de gorduras saturadas, por porco e peixe, que possuem menores teores de gorduras saturadas.

ELASTICIDADE DA DEMANDA

Elasticidade Preço da Demanda

A elasticidade da demanda é o grau de ajustamento da quantidade

demanda às mudanças no preço. Em cada ponto numa curva de demanda de

mercado, a elasticidade preço da demanda é diferente. A definição matemática da elasticidade preço da demanda (no arco) é:

Q

Q

P

P

P

P

Q

Q

E p

∆=

= .

onde:

Q = quantidade do bem P = preço do bem ∆ = uma pequena mudança Uma equação alternativa para definir elasticidade preço é dada pela

seguinte fórmula:

10

10

10

10

10

10

10

10

.PP

PP

QQ

QQ

PP

PP

QQ

QQ

E p−

+

+

−=

+

+

=

O coeficiente elasticidade preço da demanda (Ep) para qualquer bem

pode ser interpretada como uma mudança percentual na quantidade devido a uma mudança percentual no preço daquele bem, outros fatores mantidos constantes (ceteris paribus). A elasticidade não determina a forma da curva de demanda, embora exista alguma relação com sua forma.

Se a demanda é perfeitamente elástica, a curva de demanda será uma linha reta paralela ao eixo X (Figura 3-3). Se a demanda é perfeitamente inelástica a curva de demanda será perpendicular ao eixo X, ou seja, paralela ao eixo Y (Figura 3-4). Entre essas duas situações existem um infinito número de possibilidades. Uma demanda relativamente elástica pode ser representada por uma curva de demanda levemente inclinada (Figura 3-5), e uma demanda relativamente inelástica pode ser representada por uma curva de demanda fortemente inclinada (Figura 3-6). Porém, deve-se relembrar que a declividade não é o mesmo que elasticidade.

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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FIGURA 3-3. Curva de Demanda Perfeitamente Elástica.

FIGURA 3-4. Curva de Demanda Perfeitamente Inelástica.

Elasticidade preço varia de zero a infinito. Se o valor absoluto (omitindo o sinal) do coeficiente for maior do que 1, a demanda é dita elástica. Isto é, a mudança percentual na quantidade demandada é maior do que a mudança percentual no preço. A quantidade é dita sensível às mudanças nos preços. Se o valor absoluto é menor do que 1, a demanda é inelástica. A mudança percentual na quantidade é menor do que a mudança percentual correspondente no preço. A quantidade demandada é relativamente insensível às mudanças nos preços. Um coeficiente de 1 representa o caso da elasticidade elástica. A mudança percentual na quantidade iguala à mudança percentual no preço.

O coeficiente de elasticidade varia ao longo da curva de demanda para muitas formas funcionais da curva. Na Figura 3-7, vemos que no ponto onde a curva de demanda se aproxima do eixo Y, temos elasticidade infinita. No centro da curva de demanda temos elasticidade unitária e no ponto onde a curva de demanda toca o eixo X temos elasticidade zero. Note que a declividade é constante na Figura 3-7, mas a elasticidade varia ao longo da curva.

FIGURA 3-5. Uma Curva de Demanda Relativamente Elástica

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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FIGURA 3-6. Uma Curva de Demanda Relativamente Inelástica

FIGURA 3-7. Elasticidade ao Longo da Curva de Demanda

Cálculo da (Própria) Elasticidade Preço da Demanda

Da Tabela 3-1 no início deste capítulo, suponha que exista uma mudança

no preço (∆P) de $5,00 para $4,00; a mudança resultante na quantidade demandada será de ∆Q. Se a mudança no preço (∆P) for muito pequena, pode-se computar a elasticidade da demanda no ponto:

P

P

Q

Q

E D

D

p ∆

=

51

5.

5

5

00,5

00,400,5

5

105

−=−

=−

=pE

ou 5 já que estamos considerando em valor absoluto.

A elasticidade preço é – 5, que significa que um aumento de 10% no preço resultará numa diminuição de 50% na quantidade demandada.

TABELA 3-2. Quantidade Demandada e Despesas com Peixe a Vários Preços

Preço Quantidade Demandada Despesas Totais 1,00 100.000 100.000 0,50 300.000 150.000 0,25 600.000 150.000 0,10 1.000.000 100.000 Considere outro exemplo, da Tabela 3-2. Suponha uma queda no preço

de $1,00 para $0,50, a quantidade demandada aumenta de 100.000 para 300.000, e P x Q ou os gastos totais aumentam para $150.000. Então, a elasticidade preço da demanda é:

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

7

( )( )

45,0

2

00,1$/50,0$00,1$

000.100/000.300000.100−=−=

−=

=

P

P

Q

Q

E p

O coeficiente é maior do que 1. Mas cautela deve ser tomada. Q e P são

conhecidos por certo, mas suponha que o preço aumente de $0,50 para $1,00, a quantidade muda de 300.000 para 100.000. O preço varia por $0,50. Agora tente os outros valores de P e Q.

( )

( )67,0

00,1

67,0

50,0$/00,1$50,0$

000.300/000.100000.300−=

−−=

−=pE

A demanda parece ser inelástica. A dificuldade é que a elasticidade foi computada ao longo do arco da

curva de demanda, mas avaliado num ponto específico. Podemos obter uma melhor aproximação ao usar os valores médios de P e Q ao longo do arco. Isto é, para grandes mudanças tais como esta, devemos computar Ep como:

01

01

01

01

PP

PP

QQ

QQ

E p

+

+

=

onde os subscritos 1 e 0, referem-se aos preços novos e iniciais e quantidades demandadas. Usando esta fórmula, obtemos

( ) ( )

( ) ( ) 2

3

50,0$00,1$/50,0$00,1$

000.300000.100/000.300000.100−=

+−

+−=pE

A demanda parece ser elástica. Essas diferenças não são um problema maior quando as elasticidades

são calculadas empiricamente, já que a curva de demanda é usualmente

representada por uma equação algébrica. Portanto, a equação de demanda pode ser representada por: Q = F(P1, P2, Y1), onde: P1 é o preço do bem e P2 o preço do bem substituto, e Y refere-se ao nível de renda. Portanto, no cálculo da elasticidade da demanda no ponto usa a forma derivada:

Q

P

dP

dQE p .=

dQ representa uma mudança infinitesimal. A declividade da curva de demanda é representada por dQ/dP. Assuma

agora que a curva de demanda para o camarão no país X é representada pela equação:

csds PPopYPQ 500.105,0000.1000.3 +++−=

onde: Qds = a quantidade média de camarão em kg comprado em 1986 Ps = o preço médio de mercado por kg de camarão em francos franceses Y = renda disponível per capita no país Z em francos franceses Pop = população em milhares Pc = o preço médio em francos franceses por kg de garoupa em libras em

1986. (Taxa de conversão: 1 kg = 2,2 libras) A mudança na quantidade de camarão comprada resultante da mudança

no preço é a derivada parcial:

000.3−=dP

dQ

Usando a formula para a elasticidade preço da demanda:

s

s

d

s

s

d

pQ

P

dP

dQE .=

E calcular a elasticidade em dois pontos na curva de demanda hipotética:

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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onde P1 = $3.000 e Q1 = 9.500.000 e (2) onde P2 = $3.500 e Q2 = 8.000.000 obtemos:

(1) ( ) 95,0000.500.9

000.3000.3 −=−=pE

(2) ( ) 3,1000.000.8

000.3000.3 −=−=pE

No primeiro ponto, uma mudança percentual de 1% no preço do camarão

resultará numa mudança de 0,95% na quantidade demandada (inelástica). No segundo ponto na curva de demanda, uma mudança de 1% resulta numa mudança de 1,3% na demanda (elástica).

Determinantes da Elasticidade Preço

Existem três causas principais para as diferenças nas elasticidades preço: 1. A extensão em que um bem é considerado uma necessidade; 2. A disponibilidade de bens substitutos; e 3. A proporção da renda gasta no produto. Se o bem é considerado uma necessidade básica, a elasticidade preço da

demanda será altamente inelástica. Isto é, uma mudança em 1% no preço resultará numa mudança menor do que 1% na quantidade demandada. A disponibilidade de bens substitutos aumentará a elasticidade preço da demanda. Se o preço é aumentado, todos os outros fatores permanecendo constantes, e os substitutos estando disponíveis, os consumidores irão mudar de bens com preços relativamente elevados para bens com preços relativamente baixos. Quanto maior a proporção da renda gasta no bem maior a elasticidade preço da demanda. A elasticidade preço da demanda para peixe varia com o tipo de peixe e a forma no qual o produto é apresentado.

O peixe é considerado uma necessidade para os consumidores em países desenvolvidos, portanto, a demanda é inelástica. A pesquisa conduzida com peixes marinhos mostrou que o consumo de produtos do mar não está fortemente

relacionado com o consumo de carne vermelha e porco. Portanto, o efeito substituição é fraco.

Elasticidade da Renda

A elasticidade renda da demanda é uma medida de sensibilidade da

quantidade comprada às mudanças na renda, outros fatores mantidos constantes. A elasticidade renda pode ser representada por:

Y

Y

Q

Q

Y

Y

Q

Q

E

s

ss

s

d

dd

d

y∆

∆=

= .

onde:

Y = renda; Q = quantidade demandada. Esta equação mede a mudança percentual na quantidade

correspondendo a uma variação de 1% na renda, outros fatores mantidos constantes. Das nossas equações anteriores:

csd PPopYPQs

500.105,0000.1000.3 +++==

A mudança na quantidade resultante de uma mudança na renda é a

derivada parcial:

000.1+=dY

dQsd

A fórmula para elasticidade renda da demanda é:

Q

Y

dY

dQE s

y .=

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A elasticidade renda da demanda no ponto Q = 8.000.000 e renda (Y) = 10.000 é:

25,1000.000.8

000.10000.1 +=+=yE

Isto significa que uma mudança de 1% na renda resultará numa mudança

de 1,25% na quantidade demandada (renda elástica). Em muitos casos, o coeficiente é positivo já que é esperado que à medida que a renda aumenta os consumidores irão comprar mais.

Uma elasticidade renda negativa denota que o consumidor comprará menos e menos do bem à medida que a renda aumenta. O bem é, portanto dito inferior. Em muitos países do oeste africano, a garoupa capturada nos rios e correntes é considerada inferior. Apenas consumidores de baixa renda compram garoupa e à medida que a renda aumenta, os consumidores compram outras espécies tais como tainha e tilapia. A elasticidade renda para garoupa nessas áreas é esperada ser negativo. Nos Estados Unidos, a elasticidade renda para garoupa foi estimada ser de valor negativo por Dellenbarger et al. Um bem como uma elasticidade renda entre 0 e 1 é dito normal, e um bem com uma elasticidade renda maior do que 1 é dito superior. Camarão é considerado um bem superior por consumidores de todos os estratos; a elasticidade renda para camarão é usualmente maior do que 1.

Elasticidade Preço Cruzada

A elasticidade preço cruzada mede a resposta da quantidade demandada

de um bem a mudanças no preço de um bem relacionado, todos os outros preços permanecendo constantes. A elasticidade preço cruzado do camarão resultante das mudanças no preço da garoupa é:

s

c

c

s

c

c

s

scQ

P

P

Q

P

P

Q

Q

E∆

∆=

=

onde: Qs = quantidade do camarão comprado Pc = preço da garoupa Da equação nas páginas 47 e 50:

csd PPopYPQs

500.105,0000.1000.3 +++−=

a elasticidade preço cruzada para o camarão onde Qs = 9.500.000 e Pc = 3.5000 é:

( )000.500.9

500.3500.1+=scE

55,0+=scE

Isto significa que 1% de aumento no preço da garoupa resultará numa

mudança de 0,55% na quantidade demandada de camarão. Portanto, a garoupa e camarão podem ser considerados como substitutos neste caso.

Existem três tipos de relação cruzada: os bens podem ser substitutos, complementares ou independentes. O efeito substituição (elasticidade preço cruzada) é positivo para bens substitutos e negativo para bens complementares. O efeito substituição é zero para bens independentes.

Uma Curva de Demanda Aplicada para Garoupa

A quantidade demandada da garoupa processada em nível de atacado

para os Estados Unidos foi estimada, usando dados de séries temporais mensais de janeiro de 1980 a dezembro de 1989. O modelo proposto foi:

( )IYPfQD cc ,,=

onde:

QDc = per 1000 capita de peixe comprado em libras. Pc = preço real médio no atacado de garoupa processada em dólares Y = renda real disponível per 1000 capita de 1980 a 1989 I = per 1000 capita de garoupa processada importada

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10

O modelo obtido foi:

( ) ( ) ( ) ( )

73,0

06,0*07,11*17,430,3

35,058,1092,2394,61

2=

−−

++−−=

R

IYPQD cc

* significância em nível de probabilidade de 0,05 Os resultados do modelo indicaram que a quantidade demandada é

inversamente relacionado ao preço. A elasticidade preço da demanda na média foi – 9,08, que significa que 1% de aumento no preço resultará numa mudança de 1,08% na demanda. O preço é dito elástico neste caso. O modelo também mostra que a demanda per capita é positivamente relacionada à renda disponível. A elasticidade renda da demanda foi 3,66 em média, que indica que a garoupa processada pode ser considerada um bem superior. Uma mudança de 1% na renda resultará numa mudança de 3,7% em quantidade de garoupa processada.

ELASTICIDADE, RENDA TOTAL E MARGINAL

No restante do livro, a preocupação será focada na receita derivada do

cultivo de peixe. Portanto, uma breve revisão da forma como a receita é medida faz-se necessário. Já que a receita está relacionada com a demanda, uma digressão adicional da elasticidade e demanda faz-se também necessário.

A receita total (RT) de uma fazenda de piscicultura é a venda total ao longo de um período de tempo, assumindo que a fazenda de piscicultura está engajada apenas na produção e venda de peixe. Se todo o peixe produzido fosse vendido ao mesmo preço, a receita total seria obtida pela multiplicação do preço (P) pela quantidade total vendida (Q).

QPRT .=

Receita Média e Marginal

Receita média (RMe) é a quantidade de dinheiro recebida por unidade

vendida. É igual a receita total dividida pela quantidade vendida:

Q

RTRMe =

Receita marginal (RMa) é a taxa de mudança da receita total com relação á mudança na quantidade vendida. É calculada por:

Q

RTRMa

∆=

ou, dita de outra forma: RMa é a primeira derivada da RT. Uma olhada na Tabela 3-3 mostra a RT, RMe e RMa para quantidades de

garoupa vendida durante um dado período de tampo. A tabela mostra a receita total anual, receita média, receita marginal e elasticidade preço. O estudante astuto deve ser capaz de expressar a relação entre essas medidas de receita na forma gráfica. Qual será a RMa quando a RT estiver em seu ponto máximo?

Vemos que os valores absolutos das elasticidades foram decrescendo à medida que a quantidade comprada aumentou e os preços diminuíram. Os cálculos da elasticidade foram feitos ao longo do arco. Portanto a fórmula:

10

10

10

10 .PP

PP

QQ

QQE p

+

+

−=

foi usada para calcular as elasticidades. A elasticidade é 1,0 em algum ponto entre a RT igual a 1250 e 1200. Isto é, o valor absoluto da elasticidade é 1,0 onde RT é máxima. O valor absoluto da elasticidade é menor do que 1,0 depois do ponto onde a RT é máxima e RMa é menor do que 0. TABELA 3-3. Receita Total Anual, Receita Média, Receita Marginal e Elasticidade Preço para Venda de Garoupa Processado (Dados Hipotético)

Quant. Q

Kg

Preço P $

Receita Total RT=P.Q

$

Receita Média RMe =

RT/Q = P

Receita Marginal RMa =

∆RT/∆Q

Elasticidade

0 5,00 0 - - - 100 4,50 450,00 4,50 4,50 -19,00 200 4,00 800,00 4,00 3,50 - 5,66 300 3,50 1.050,00 3,50 2,50 - 3,00 400 3,00 1.200,00 3,00 1,50 - 1,86 500 2,50 1.250,00 2,50 0,50 - 1,22 600 2,00 1.200,00 2,00 -0,50 - 0,82

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FIGURA 3-8. Relações entre Elasticidade Preço, Receita Marginal e Receita Total

De acordo com a Figura 3-8, na porção elástica da curva de demanda,

receita total está aumentando. Alcança o máximo na elasticidade unitária, em seguida declina na porção inelástica da curva de demanda. A receita marginal é maior do que 0, mas declina na porção elástica da curva de demanda. Alcança 0 no ponto de elasticidade unitária, e é menor do que 0 na porção inelástica da curva de demanda.

O que isto significa para a piscicultura? Se a demanda for elástica, um decréscimo no preço do peixe resultará numa expansão mais que proporcional da quantidade demandada. Um aumento no preço do peixe resultará no declínio mais que proporcional da quantidade demandada. Portanto, uma estratégia de marketing baseado no preço pode ser determinada. Portanto, se a demanda é elástica, um

decréscimo no preço aumentará a receita total por que a quantidade demanda aumenta proporcionalmente mais do que o preço declina, e um aumento no preço resultará em menos receita total por que a quantidade demandada cai proporcionalmente mais do que o preço aumenta. O reverso é verdadeiro para uma curva de demanda inelástica. Um aumento nos preços ou uma redução na quantidade ofertada resultará num aumento na receita total.

Demanda de Mercado

A demanda de mercado é definida em termos de quantidades alternativas

de uma mercadoria que todos os consumidores num mercado particular estão desejosos e capazes de comprar à medida que o preço varia e todos os outros fatores são mantidos constantes. Como indicado inicialmente, uma curva de demanda de mercado pode ser pensado como um somatório das relações de demanda individual.

Se existem dois compradores individuais de um bem, a curva de demanda de mercado pode ser expressa como:

BAt qqq +=

onde: qt = quantidade demandada total pelos indivíduos A e B qA = quantidade demandada pelo indivíduo A qB – quantidade demandada pelo indivíduo B É sempre verdadeiro que A e B estarão confrontando o mesmo preço

relativo do bem.

DEMANDA DERIVADA

Demanda derivada é a demanda para um produto que ocorre devido a uma demanda para um produto primário. Por exemplo, a demanda por garoupa numa indústria de processamento é derivada de produtos tais como filé, nuggets de peixe e bolinhas de peixe produzidas de garoupa. A demanda por terra, trabalho e capital usados para produzir peixe é derivada da demanda por produtos de peixe.

Nos estudos de mercado de peixe, é algumas vezes difícil estimar diretamente as elasticidades preço da demanda para um produto em pontos diferentes na cadeia de mercado. Também, as elasticidades são prováveis de serem diferentes a nível de varejo e fazenda. É possível, porém, com o

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conhecimento das margens de mercado e da elasticidade em um nível (p.ex. no varejo) estimar a elasticidade em outro nível (p.ex. na fazenda).

A relação exata entre as elasticidades depende de quão relacionados estão as curvas de demanda primária e derivada. Já que as duas curvas estão separadas pela programação das margens de mercado, o problema é como se comportam as margens de mercado.

Neste caso existem duas curvas de demanda paralelas que significam que a margem é constante independentemente da quantidade comercializada. A elasticidade é calculada usando a fórmula:

=

r

d

rdP

PEE

onde:

Pd = preço na demanda derivada a nível de fazenda Pr = preço na demanda primária (mercado) Se a margem decresce com os menores preços à medida que a

quantidade comercializada aumenta, a elasticidade da demanda derivada é dada agora por:

( )

−−=

r

rdPb

aEE

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já que M = a + b.Pr onde:

M = margem a = constante b = coeficiente da regressão A elasticidade de demanda derivada é menos elástica, ou mais inelástica,

do que a curva de demanda relacionada.

OFERTA DO PRODUTOR

A oferta de peixes e moluscos para consumo humano pode ser expandida por meio da descoberta de novos recursos, exploração de recursos conhecidos, introdução de tecnologia melhorada de pesca, ênfase crescente em cultivo, e melhoria do manejo de capturas para reduzir perdas por meio do desperdício. A oferta de produtos de aqüicultura pode ser ampliada pelo aumento da alocação dos recursos para produção de peixe e melhoria da tecnologia de produção de peixe. Produção e tecnologia poderiam, por outro lado, ser aumentadas pela elevação nos preços reais para várias espécies.

Oferta pode ser definida em termos análogos à demanda. Oferta é uma programação das quantidades alternativas de bens ou serviços oferecidos para venda a preços diferentes. É a quantidade do bens e serviços que os produtores estão desejosos e capazes de ofertar no mercado a preços específicos. Oferta pode ser representada por uma programação de quantidades e preços, ou graficamente por uma curva, ou por uma função algébrica.

A Tabela 3-4 mostra como uma firma típica poderia se comportar quando ofertando bens e serviços a preços variados. A firma está desejosa e é capaz de vender mais a preços maiores, dentro de certos limites.

A programação de oferta para tilápia mostra que a quantidade e preço aumentam ou decrescem na mesma direção. A Figura 3-9 mostra uma curva de oferta para tilapia que corresponde a Tabela 3-4. A curva de oferta tem uma declividade positiva que indica que mais de uma mercadoria será colocada no mercado quando seus preços relativos aumentam, todas as outras variáveis permanecendo constante. Note que a curva na Figura 3-9 é “ajustada” aos dados usando a regressão mostrada ao invés do desenho preciso dos pontos mostrados na Tabela 3-4. Este procedimento permite ver uma curva suave da oferta ao longo do tempo.

Quantidade Ofertada e Oferta

Como no caso da demanda, a quantidade ofertada é um conceito estático.

Mostra um movimento ao longo de uma curva à medida que as quantidades e preços variam. Oferta é um conceito mais dinâmico. Mudança de oferta revela uma mudança na curva de oferta da direita para esquerda ou da esquerda para a direita. A Figura 3-10 mostra uma mudança na curva de oferta da direita para esquerda (S0S0 para S1S1) que é uma diminuição na oferta. Uma mudança da curva de S0S0 para S2S2 significa um aumento na oferta.

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TABELA 3-4. Programação de Oferta Hipotética para Tilápia

Preços/kg ($)

Quantidade (1.000 kg)

4,00 250 3,50 190 3,00 140 2,00 100 1,50 0

FIGURA 3-9. Curva de Oferta Hipotética para Tilápia

Fatores Afetando a Oferta de Peixe e Produtos Derivados Os fatores podem ser agrupados em cindo principais categorias:

1. Mudanças no preço dos insumos (fatores de produção) 2. Mudanças na lucratividade dos bens substitutos; 3. Mudanças na produção e tecnologia de markeging;

4. Mudanças nos preços dos produtos conjuntos (mercadorias que são produzidos conjuntamente); e

5. Mudanças institucionais e ambientais tais como programas de governo.

Mudanças nos Preços dos Insumos

Um aumento no preço da ração, sementes e água podem resultar na

diminuição na quantidade de peixe ofertada no mercado, todas as coisas permanecendo constante. Uma queda no preço dos insumos pode resultar no aumento na oferta de peixe, todas outras coisas permanecendo constante. Uma queda no preço dos alevinos e ração tem efeitos positivos nas quantidades de garoupa ofertada. Um aumento no custo do viveiro, por outro lado, tem um efeito negativo na quantidade de peixe ofertado.

FIGURA 3-10. Mudanças na Curva de Oferta.

Mudanças em Lucratividade dos Bens Substitutos

Os produtores provavelmente estão dispostos a alocar mais recursos para

empreendimentos competitivos que resultam em maiores lucros, todas as coisas permanecendo constante. Nos Estados do Delta do Mississipi, os produtores aumentaram a área de terra devotada à garoupa enquanto diminuíram as terras utilizadas para produção de arroz e algodão. Na Jamaica, onde a cana-de-açucar

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tem sido produzida apenas para retornos marginais, os produtores realocaram terras de cana-de-açucar para produção de tilápia. Mudanças na Produção e Tecnologia de Mercado

Mudanças em tecnologia trouxeram ganhos rápidos para a indústria da

aqüicultura. Por exemplo, desenvolvimento na produção de alevinos resultará na produção de estoques por cada fazendeiro ao invés de depender de um fornecedor central. Também, a tecnologia de reprodução de peixe aumentou a produção de tilápias macho que permite um crescimento mais rápido da tilápia em alcançar o tamanho comercializável.

Nos anos 1950s, a aqüicultura mundial produziu menos que 20.000 toneladas métricas (20.320 US) de tilápia por ano. No ano 1983, mais 10.000 toneladas métricas (10.160 US) foram produzidoas, principalmente na Ásia. Vinte anos atrás, a tilápia Java (Oreochromis mossambicus) se tornou reconhecida internacionalmente, mas sua aparência e produtividade eram pobres. A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) logo provou ser superior, porém um peixe híbrido de crescimento ainda mais rápido foi obtido quando duas espécies foram cruzadas. A tilápia do Nilo foi então cruzada com a tilápia azul (Oreochromis aureus) para produzir apenas híbridos machos, que aceleraram o crescimento ainda mais. Finalmente, os pesquisadores cruzaram a tilápia do Nilo com a tilápia Java albina e obtiveram uma variedade vermelha de crescimento ainda mais rápido. Este híbrido foi comercialmente produzido no final dos anos 70s. Subsequentemente, a produção de tilápia cresceu mais de 100 vezes.

Novos métodos de colheita, processamento, preservação e estocagem de peixe também resultaram no aumento da oferta de peixe. O uso de tratores no arrasto das redes reduziu as dificuldades na despesca, especialmente no processamento do peixe, tais como defumação, envasamento, pré-empacotamento, irrigação, e congelamento a seco, aumentaram a quantidade de peixe disponível a qualquer tempo. Novos desenvolvimentos em biotecnologia podem mudar a curva de oferta para a direita à medida que taxas mais rápidas de crescimento por período de tempo resultam da engenharia genética.

Mudanças nos Preços dos Produtos Conjuntos

Mudanças nos preços de produtos conjuntos terão também um efeito

positivo ou negativo na oferta de peixe. Por exemplo, um aumento no preço de ovas de peixe terá um efeito positivo no preço do peixe ovado. Cultivo de pérolas resulta

na produção de conchas de madrepérola e carne de ostras. A ostra madrepérola de concha negra, Princtada magaritifera, tem sido muito valorizada e coletada por seu nácar de alta qualidade. Um aumento no preço da pérola afetará a quantidade de ostras produzidas, e um aumento na demanda por curva de ostras afetará a quantidade de madrepérola produzida.

Mudanças Institucionais e Ambientais

Os problemas institucionais e ambientais podem ter efeitos positivos ou

negativos na oferta de peixe. Os programas de governo tais como disponibilidade de crédito, subsídios e desenvolvimento de infra-estrutura da mesma forma causam impactos na oferta de peixe. Regulamentação governamental limita as espécies que podem ser introduzidas num país, portanto afetando o potencial bem como as ofertas realizadas. Se novas espécies altamente produtivas de elevada qualidade não forem introduzidas, estoques existentes podem ser esgotados mais rapidamente. Por outro lado, introduzindo espécies exóticas tem causado prejuízo nos estoques nativos em muitos casos. Os fatores ambientais tais como doenças e poluição hídrica geralmente têm impactos negativos na oferta de peixe por reduzir a qualidade ou estoques de peixes.

ELASTICIDADE DA OFERTA

Elasticidade Preço da Oferta

A elasticidade preço da oferta expressa a mudança percentual na

quantidade ofertada em resposta a uma mudança de 1% no preço, outros fatores permanecendo constante. Em termos algébricos, é expresso como segue:

Q

P

P

Q

P

P

Q

Q

Es∆

∆=

=

onde:

Q = quantidade ofertada P = preço

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Elasticidade zero significa que a oferta é fixa. Neste caso, a oferta é dita perfeitamente inelástica e a curva de oferta seria uma linha vertical no ponto de oferta total. Não existe mudança na quantidade sem estar relacionada à mudança no preço. A oferta relativamente inelástica refere-se ao intervalo de elasticidade entre 0 e 1. A quantidade ofertada é relativamente insensível às mudanças nos preços.

Uma oferta elástica refere-se a uma situação em que o coeficiente da elasticidade da oferta é maior do que 1. Isto significa que uma mudança de 1% no preço resultará numa mudança percentual na quantidade ofertada maior do que 1. A Figura 3-11 ilustra as curvas de oferta com três níveis diferentes de elasticidades.

Para todas as linhas passando pela origem, Es = 1. Para linhas que cortam o eixo Y (eixo do preço) num valor positivo, Es > 1. As linhas que cortam o eixo Y (eixo do preço) num valor negativo ou eixo X positivo (eixo da quantidade) tem Es < 1.

Cálculo das Elasticidades da Oferta

Se ∆P não for tão pequena, a elasticidade da oferta no arco pode ser calculada pelo uso da fórmula similar àquela mostrada na discussão da demanda. Isto é:

2121PP

P

QQ

QEs

+

∆÷

+

∆=

21

21

QQ

PP

P

QEs

+

∆=

Suponha que se queira calcular a elasticidade preço da oferta para tilápia

a partir da Tabela 3-4 quando o preço muda de $4,00 para $3,50; a elasticidade da oferta no arco é:

( )( )

( )( )190250

50,300,4*

50,300,4

190250

+

+

−=sE

04,2440

50,7*

50,0

60==sE

04,2=sE

FIGURA 3-11. Curvas de Oferta Mostrando Elasticidades Diferentes Portanto, uma mudança de 1% no preço resultará numa mudança de

2,04% na quantidade ofertada. A curva de oferta é usualmente representada pela equação algébrica

como: ( ),...,

21PPfQs =

onde:

Qs = quantidade ofertada P1 = preço do peixe P2 = preço dos fatores de produção

JOLLY, C.M; CLONTS, H.A. Economics of Aquaculture. New York:Food Products Press, 1992.

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Portanto, a elasticidade da oferta para uma pequena mudança no preço é:

s

sQ

P

dP

dQE *=

Dada a função teórica de oferta para garoupa:

fcc PPQ 2530 −+=

A elasticidade preço da oferta em Pc = 4 e Qc = 30 é computada usando a

fórmula:

s

sQ

P

dP

dQE *=

e encontramos

66,030

4*5 ==sE

Isto significa que a função de oferta de garoupa é relativamente inelástica neste ponto; Isto é, uma mudança percentual de 1% resultará numa mudança percentual de 0,66 na quantidade ofertada.

A elasticidade da oferta devida a uma mudança no preço da ração quando Qc = 30 e Pf = 20 é :

cf

c

sQ

P

dP

dQE *=

33,130

20*2 −=−=

Portanto, um aumento no preço da ração tem um efeito negativo na quantidade ofertada de garoupa. Um aumento de 1% no preço da garoupa resultará num decréscimo de 1,33% na quantidade de garoupa ofertada.

Uma Curva de Oferta Aplicada para Garoupa

Uma curva de oferta foi determinada usando dados de séries temporais

coletada de janeiro de 1980 a janeiro de 1989. O modelo foi expresso como:

( )IMPPfQS fcc ,,=

onde: QSc = quantidade vendida em libras de garoupa processada, 1980 a 1989 Pc = preço real na fazenda de garoupa em dólares, 1980 a 1989 Pf = preço da ração em dólares por libra, 1980 a 1989 IM = per 1000 capita de garoupa processada importada O resultado obtido foi:

( ) ( ) ( )

54,0

82,0*82.,1*86,1

39,052,041,2548,31

2=

+−+=

R

IMPPQS fcc

* significante ao nível de probabilidade de 0,10. Esses dados mostram que a quantidade ofertada é relativamente positiva

para o preço de peixe.

Flexibilidade do Preço Flexibilidade do preço é usualmente tratada como o inverso da

elasticidade preço. O coeficiente de flexibilidade dá a mudança percentual no preço associada a uma mudança de 1% na quantidade, outros fatores mantidos constante. A flexibilidade do preço pode ser calculada:

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P

Q

Q

P

Q

QP

P

Fp *∆

∆=

=

O coeficiente de flexibilidade implica que o preço é uma função da

quantidade de um produto particular bem como das quantidades dos substitutos. A flexibilidade de preços é comum nos estudos de oferta de pescados marinhos onde indica a sensibilidade das mudanças no preço devido a mudanças na quantidade ofertada.

Curvas de Oferta de Curto- e Longo-prazo

Geralmente, quanto maior o período de tempo envolvido, maior o grau de

elasticidade da oferta. Alfred Marshall, notável economista inglês, ilustrou três tipos diferentes de curvas de oferta de acordo com o período de tempo envolvido. Seu exemplo lidar com o mercado de peixe em Londres. Os barcos poderiam sair apenas uma vez por dia, portanto, não poderiam ajustar a quantidade ofertada em resposta ao preço. Esse resultado deixa a elasticidade de oferta aproximadamente igual a zero. No curto prazo, os produtores poderiam responder mais às mudanças de preços mandando ao mar mais (ou menos) trabalhadores dentro dos limites de seus complementos fixos (no curto prazo) de equipamentos (veja Figura 3-12).

Portanto, um maior grau de elasticidade ou resposta às mudanças de preços seria esperado que ocorresse aqui do que no período de mercado. No longo prazo, um grau ainda maior de elasticidade seria esperado já que a firma teria a habilidade de construir novo equipamento de capital tais como barcos, redes e até mesmo portos e frigoríficos. Portanto, considerável oportunidade existiria para ajustamentos.

EQUILÍBRIO DE MERCADO COMPETITIVO

Equilíbrio no mercado é um estado que depende e satisfaz condições

existentes de demanda e oferta num determinado momento no tempo. Implica uma situação de repouso, ou ausência de mudança, ao longo de um período de tempo. A Figura 3-13 ilustra um equilíbrio simples num mercado em que a oferta e a demanda são iguais.

FIGURA 3-12. Curvas de Oferta Mostrando Elasticidade Relativa ao Tempo

FIGURA 3-13. Uma Ilustração do Equilíbrio de Mercado Competitivo

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Ao preço de Pe, os vendedores vendem exatamente a quantidade que os compradores desejam comprar. O mercado fica claro neste preço. Se o preço fosse aumentado de alguma forma para P1 existiria um excesso de oferta. Os produtores de peixe estariam dispostos a ofertar a quantidade Q3 enquanto os consumidores estariam dispostos a comprar as quantidades Q2. O excesso de oferta seria a quantidade Q2Q3. Por outro lado, se o preço fosse baixado de alguma forma para P2 haveria uma escassez de oferta. Os consumidores de peixe estariam dispostos a comprar Q4, mas os produtores de peixe estariam prontos para ofertar somente a quantidade Q1. Haveria uma escassez de oferta Q1Q4. Num mercado livre, isto é, aquele em que nenhuma força externa interfere, o mercado tenderá a estabilizar o preço no nível de equilíbrio. Os governos podem interferir por meio de vários programas que poderiam ter efeitos sérios nos preços e quantidades de mercado.

Poucos exemplos ilustram a inter-relação da demanda e oferta. Com uma dada curva de demanda, um aumento na oferta tende a baixar o preço de equilíbrio. Na Figura 3-14, uma ilustração de um aumento na oferta é dada no qual o preço decresce de P1 para P2 numa área de demanda inelástica. A receita total para o vendedor é drasticamente reduzida, sendo medido pelo retângulo 0, P2, E2, Q2. Antes do aumento na oferta, a receita total era P1, E1, Q1, 0. É irônico, de alguma forma, que quando a natureza coopera oferecendo uma oferta abundante de certo produto, pode ser um desastre para os vendedores em termos de receita total. (Nota: Relembre, uma mudança na oferta é um movimento da curva de oferta como um todo. Uma mudança na quantidade ofertada é um movimento ao longo de uma dada curva de oferta).

Nos países em desenvolvimento, a demanda por certas espécies de peixe tais como tilápia é inelástica para um dado segmento da população. Se for assumido que os produtores estão conscientes da natureza da demanda elástica, estariam desejosos em adotar uma nova tecnologia que iria duplicar a oferta de tilápia? Vamos assumir que um jovem extensionista tenha aprendido com um nutricionista que existe um novo tipo de ração protéica que deslocaria a curva de oferta para a direita. Da Figura 3-14, a curva de oferta S1S1 seria deslocada para S2S2. Sem saber nada sobre o custo da ração, fica aparente pela figura que a receita total dos fazendeiros iria ser reduzida. Se os fazendeiros fossem usar compostos orgânicos para fertilizar os viveiros (assumindo que o preço dos compostos é zero), mas foram orientados a usar a nova ração que aumentaria a oferta dentro de um dado período de tempo; o produtor deveria ficar relutante em adotar esta nova tecnologia, a menos que a nova ração fosse reduzir custos e a curva de demanda fosse ser deslocada significativamente para a direita. Por outro lado, se a demanda fosse elástica, ou se a oferta se deslocasse dentro da porção

elástica da curva, como na Figura 3-15, a receita total do produtor provavelmente aumentaria de 0, Q1, E1, P1 para 0, Q2, E2, P2. Este fenômeno ajuda a explicar por que os produtores são mais prováveis de adotar nova tecnologia quando produzem peixe com elasticidade preço da demanda elevada do que espécies com baixa elasticidade preço.

Se a oferta é altamente elástica, um dado aumento na demanda pode afetar somente o preço em pequena proporção, como mostrado na Figura 3-16. Se a oferta é altamente inelástica e a demanda aumenta, a magnitude do aumento do preço será percebida claramente (veja Figura 3-17). O aumento na receita total mostrada na Figura 3-17 pode ser significativo. Os governos dos países em desenvolvimento são mais rápidos para regular o preço de espécies com ofertas inelásticas, especialmente quando uma grande porção da população é dependente desta espécie como uma fonte de proteína.

FIGURA 3-14. Aumento da oferta na Amplitude da Demanda Inelástica.

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FIGURA 3-15. Aumento da Oferta na Amplitude da Demanda Elástica.

FIGURA 3-16. Mudança de Preços com Aumento da Demanda: Oferta

Elástica.

FIGURA 3-17. Mudança de Preços com Aumento da Demanda: Oferta

Inelástica.