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II. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA (ES)
1. CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS E DEMOGRÁFICAS
Vitória, localizada na região Sudeste do Brasil, integra a micro-região da Grande-Vitória
em conjunto com os municípios de Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. Possui uma
população de 292.304 habitantes com alta densidade demográfica: 3.284,31 hab/km2. A
população é totalmente urbana, composta majoritariamente por mulheres (53%) e por
jovens (53%) que possuem até 29 anos de idade.
A população na faixa etária de 20 a 49 anos representava, em 2000, 48% do total e aqueles
com 60 anos e mais correspondiam aproximadamente a 9% dos residentes.
O crescimento da população no período de 1996-2000 foi em média 2,5% ao ano,
mantendo a predominância feminina.
Quadro 1 – Características demográficas de Vitória (ES), 2000
Características Demográficas N %
População Total 292.304
População Urbana 292.304 100,0
População Rural 0 0,0
População Masculina 137.938 47,2
População Feminina 154.366 52,8
Área (Km2) 89
Densidade Demográfica (Hab/Km2) 3.284,31
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000
Tabela 1 – Distribuição da população por faixa etária em Vitória (ES), 2000
Faixa etária N %
0 a 4 anos de idade 22.436 7,7
5 a 9 anos de idade 22.464 7,7
10 a 19 anos de idade 56.673 19,4
20 a 29 anos de idade 53.391 18,3
30 a 39 anos de idade 46.506 15,9
40 a 49 anos de idade 40.848 14,0
50 a 59 anos de idade 23.842 8,2
60 anos ou mais de idade 26.144 8,9
Total 292.304 100,0
Fonte: IBGE – Cidades@ - Censo 2000
2. CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS
O Estado do Espírito Santo experimentou, nas últimas décadas, uma grande transformação
em sua economia. O café, principal fonte de sustentação, viveu uma grande crise
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 2
provocada pela superprodução e conseqüente queda de preço do produto. A
institucionalização do Programa de Erradicação dos Cafezais que objetivou minimizar os
prejuízos, ocasionou a liberação de um grande contigente de mão-de-obra para os centros
urbanos. A partir daí, iniciou-se um processo de transformação econômica que veio alterar
radicalmente a economia capixaba, principalmente com a dinamização da indústria. Nos
anos 70, a economia do estado em consórcio com o capital externo possibilitou a
implantação dos chamados Grandes Projetos na região da Grande Vitória, surgindo então
maiores expectativas de emprego para as cidades que compõem esta região.
Vitória conta com 13.665 unidades locais (empresas com CGC) e nenhum estabelecimento
agropecuário. É uma cidade constituída majoritariamente por unidades locais de micro e
pequeno porte (67%) onde trabalham até quatro pessoas. Dados do IBGE (Censo 96)
revelaram que em cerca de 85% do total das unidades trabalhavam até nove pessoas. As
unidades que ocupavam quinhentos ou mais pessoas representavam em 1996 somente
0,2% do total.
Tabela 2 – Unidades locais por número de pessoas ocupadas, Vitória (ES), 1996
Unidades locais por pessoas ocupadas N %
Unidades locais – 1 a 4 pessoas ocupadas 8.649 67,4
Unidades locais – 5 a 9 pessoas ocupadas 2.237 17,4
Unidades locais – 10 a 19 pessoas ocupadas 1.049 8,2
Unidades locais – 20 a 29 pessoas ocupadas 319 2,5
Unidades locais – 30 a 49 pessoas ocupadas 252 2,0
Unidades locais – 50 a 99 pessoas ocupadas 171 1,3
Unidades locais – 100 a 249 pessoas ocupadas 108 0,8
Unidades locais – 250 a 499 pessoas ocupadas 27 0,2
Unidades locais – 500 a 999 pessoas ocupadas 16 0,1
Unidades locais – 1000 ou mais pessoas ocupadas 12 1,0
Total 12.840 100,0
Fonte: IBGE – Contagem da população/1996
Por outro lado, foram as grandes unidades locais, com 500 ou mais pessoas ocupadas, as
empregadoras de 37% da população ocupada em 1996.
As receitas orçamentárias de Vitória em 1996 foram 11% menores que as despesas
orçamentárias, sendo que as receitas originaram-se significativamente das transferências, o
que indica que o município depende dos recursos repassados pelo governo federal e por
outras transferências.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 3
Quadro 2 – Receitas e despesas de Vitória (ES), 1996
Receitas e despesas Mil reais (R$)
Receitas orçamentárias realizadas – 1996 190.610
Despesas orçamentárias realizadas – 1996 211.669
Receitas orçamentárias realizadas correntes – tributárias – 1996 61.893
Receitas orçamentárias realizadas correntes – transferências – 1996 112.193
Despesas orçamentárias realizadas correntes – custeio – 1996 152.951
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM – 1998 17.405.400
Fonte : IBGE – Cidades@, Contagem da População/1996
Em Vitória, a renda familiar per capita média expressa em salários mínimos, segundo o
ICV-Renda, apesar de apresentar uma redução no período de 1980 –1991 (de 2,7 para 2,6),
manteve-se nas últimas décadas superior às médias nacional, regional e estadual. Contudo,
aproximadamente 22% da população de Vitória vivia com renda insuficiente, isto é, com
renda familiar per capita inferior a 50% do salário mínimo de 1º de setembro de 1991. Vale
ressaltar que em Vitória, o percentual de pessoas que vivia em 1991 com renda insuficiente
é significativamente menor que o do estado do Espírito Santo (47,93%) e do Brasil
(45,46%).
Tabela 3 – Indicadores do ICV – Renda, Vitória, Espírito Santo, Região Sudeste e
Brasil, 1970, 1980, 1991
Região Renda familiar
Per capita média
(sal. min. set / 91)
Grau de
desigualdade
(Theil – L)
Porcentagem de
pessoas com renda
insuficiente (P0 )
Insuficiência
média de
renda (P1 )
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Vitória 1,1 2,7 2,6 0,7 0,6 0,7 49,0 16,3 22,0 0,2 0,1 0,1
Espírito Santo 0,4 1,2 1,1 0,6 0,6 0,7 79,7 40,7 47,9 0,5 0,2 0,2
Sudeste 0,9 2,0 1,8 0,6 0,6 0,7 50,6 22,7 29,7 0,3 0,1 0,1
Brasil 0,6 1,4 1,3 0,7 0,7 0,8 67,9 39,5 45,5 0,4 0,2 0,2
Fonte: PNUD/IPEA/Fund. João Pinheiro/IBGE – Atlas do Desenvolvimento Humano, 1999
3. CARACTERÍSTICAS SOCIAIS
Nas últimas décadas, Vitória vem melhorando expressivamente seu Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)1 que passou de 0,641 em 1970 para 0,813
em 1991, superior aos indicadores apresentados pelo estado do Espírito Santo (0,704),
região Sudeste (0,775) e Brasil (0,742). O IDH - Longevidade (0,679 em 1991) apesar de
apresentar o menor índice quando comparado às outras dimensões: IDH – Educação (0,796
em 1991) e IDH – Renda (0,965 em 1991), passou de baixo para médio nível de
desenvolvimento humano nas últimas décadas.
1 IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal é composto por três dimensões: Longevidade
(esperança de vida ao nascer), Educação (taxa de analfabetismo e número de anos de estudo) e Renda (renda
familiar per capita)
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 4
Tabela 4 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e dimensões em Vitória,
Espírito Santo, Região Sudeste e Brasil, 1970, 1980, 1991
Região IDH-M IDH-M
Longevidade
IDH-M
Educação
IDH-M
Renda
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Vitória 0,641 0,753 0,813 0,437 0,553 0,679 0,669 0,738 0,796 0,815 0,970 0,965
Espírito Santo 0,415 0,673 0,704 0,461 0,565 0,647 0,495 0,582 0,661 0,289 0,873 0,804
Sudeste 0,570 0,718 0,775 0,457 0,544 0,658 0,584 0,652 0,713 0,668 0,958 0,954
Brasil 0,462 0,685 0,742 0,440 0,531 0,638 0,501 0,577 0,645 0,444 0,947 0,942
Fonte: PNUD/IPEA/Fund.João Pinheiro/IBGE – Atlas do Desenvolvimento Humano, 1999
O ICV 2 – Índice de Condições de Vida – também apresentou melhores níveis na década de
90 (0,823), mantendo-se superior às médias nacional, regional e estadual.
Apesar da Educação aparecer como a dimensão menos desenvolvida no município,
manteve-se superior às médias do Espírito Santo, Sudeste e Brasil. A habitação (0,877 em
1991) é a dimensão mais desenvolvida em Vitória e também revela uma situação superior à
do Espírito Santo, região Sudeste e do Brasil.
Tabela 5 – Índice de Condições de Vida e dimensões em Vitória, Espírito Santo,
Região Sudeste e Brasil, 1970, 1980, 1991
Região ICV ICV – Longevidade ICV – Educação
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Vitória 0,656 0,763 0,823 0,561 0,682 0,797 0,588 0,679 0,759
Espírito Santo 0,541 0,684 0,741 0,587 0,694 0,769 0,400 0,495 0,585
Sudeste 0,627 0,723 0,785 0,582 0,673 0,779 0,491 0,569 0,643
Brasil 0,532 0,655 0,723 0,528 0,632 0,742 0,415 0,497 0,576
Fonte: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro/IBGE – Atlas do Desenvolvimento Humano, 1999
Tabela 6 – Índice de condições de vida e dimensões em Vitória, Espírito Santo, Região
Sudeste e Brasil, 1970, 1980, 1991
Região ICV– Infância ICV– Renda ICV– Habitação
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Vitória 0,774 0,804 0,836 0,750 0,859 0,846 0,606 0,793 0,877
Espírito Santo 0,709 0,714 0,802 0,446 0,799 0,742 0,562 0,716 0,807
Sudeste 0,745 0,760 0,817 0,673 0,853 0,834 0,644 0,761 0,853
Brasil 0,655 0,665 0,747 0,524 0,816 0,793 0,538 0,663 0,758
Fonte: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro/IBGE – Atlas do Desenvolvimento Humano, 1999
2 ICV – Índice de Condição de Vida é composto pelas dimensões acima citadas que incluem outros
indicadores: Longevidade (taxa de mortalidade), Educação (porcentagem da população com menos de 4 anos
de estudo, porcentagem da população com menos de 8 anos de estudo e porcentagem da população com mais
de 11 anos de estudo), Renda (índice L de Theil – desigualdade de renda, porcentagem da população com
renda insuficiente, insuficiência média de renda e grau de desigualdade na população com renda
insuficiente).O ICV incorpora duas novas dimensões: Infância (porcentagem de crianças que não freqüentam
a escola, defasagem escolar média, porcentagem de crianças com mais de um ano de atraso escolar e
porcentagem de crianças que trabalham) e Habitação (porcentagem da população vivendo em domicílios com
densidade superior a 2 pessoas por dormitório potencial, porcentagem da população vivendo em domicílios
duráveis, porcentagem da população vivendo em domicílios com abastecimento adequado de água e
porcentagem da população vivendo em domicílios com instalações adequadas de esgoto).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 5
O percentual de escolarização da população de Vitória, vem apresentando crescimento
entre os anos 1970 e 1991. Os indicadores apontam uma situação educacional
expressivamente superior a do estado do Espírito Santo, região Sudeste e Brasil,
principalmente no que se refere à parcela da população com mais de 11 anos de estudo,
que em Vitória passou de 6,74% em 1970 para 20% em 1991.
Tabela 7 – Porcentagem da população de 15 anos e mais de idade, por anos de estudo
em Vitória, Espírito Santo, Região Sudeste e Brasil, 1970, 1980, 1991
Região Menos de 4 anos de estudo Menos de 8 anos de estudo Mais de 11 anos de estudo
1970 1980 1991 1970 1980 1991 1970 1980 1991
Vitória 44,4 31,5 20,5 74,6 60,2 44,6 6,7 14,4 20,1
Espírito Santo 76,5 57,8 41,2 93,5 84,7 72,3 1,4 3,8 5,7
Região Sudeste 58,8 46,0 33,3 87,4 78,9 67,0 2,9 6,6 9,8
Brasil 69,0 55,6 42,3 91,2 83,3 72,1 2,0 5,0 7,5
Fonte: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro/IBGE – Atlas do Desenvolvimento Humano, 1999
Vitória reduziu significativamente a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou
mais de idade, passando de 15% em 1970 para 7,2% em 1991, percentual que revela uma
situação superior a do Espírito Santo (17%), Sudeste (12%) e Brasil (19%).
Tabela 8 – Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais, e número médio de
anos de estudo da população de 25 anos e mais, Vitória, Espírito Santo,
Região Sudeste e Brasil, 1970, 1980, 1991
Região Taxa de analfabetismo da população de15 anos
e mais (%)
Número médio de anos de estudo
(pop. De 25 anos e mais)
1970 1980 1991 1970 1980 1991
Vitória 15,2 10,4 7,2 4,7 6,4 8,0
Espírito Santo 32,8 24,0 17,0 2,1 3,4 4,8
Região Sudeste 22,9 16,5 11,8 3,2 4,3 5,6
Brasil 33,0 25,3 19,4 2,4 3,6 4,9
Fonte: PNUD/IPEA/Fundação Pinheiro/IBGE – Atlas do Desenvolvimento Humano, 1999
A maioria (72%) dos domicílios particulares são chefiados por homens, com 28% das
unidades chefiadas por mulheres.
Tabela 9 – Chefia de domicílios particulares por gênero, Vitória (ES), 1996
Gênero do chefe de domicílio N %
Chefes homens 53.170 72,1
Chefes mulheres 20.578 27,9
Total 73.748 100,0
Fonte: IBGE – Cidade@, Contagem da População/1996
Cerca de 30% dos chefes de família (homens e mulheres) em 1996 não tinha nenhuma
instrução ou possuíam até quatro anos de estudo, tendo abandonado os estudos no primeiro
segmento do ensino fundamental, enquanto 21% concluíram o ensino médio. Vale ainda
ressaltar que 24% da população possuem 12 anos ou mais de estudo.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 6
Tabela 10 – Chefia de domicílios particulares por anos de estudo, Vitória (ES), 1996
Anos de estudo do chefe de domicílio N %
Chefes sem instrução ou menos de 1 ano de estudo 4.574 6,3
Chefes – 1 ano de estudo 1.992 2,7
Chefes – 2 a 3 anos de estudo 6.182 8,5
Chefes – 4 anos de estudo 9.167 12,5
Chefes – 5 a 7 anos de estudo 8.545 11,7
Chefes – 8 anos de estudo 7.067 9,7
Chefes – 9 a 10 anos de estudo 2.819 3,9
Chefes – 11 anos de estudo 15.543 21,3
Chefes – 12 a 15 anos de estudo 9.807 13,4
Chefes – 16 anos ou mais de estudo 7.439 10,2
Total 73.135 100,0
Fonte: IBGE – Cidade@, Contagem da População/1996
Os domicílios em Vitória eram habitados predominantemente por quatro (24%), três (22%)
e dois (18%) moradores. Vale ainda ressaltar que 11% dos moradores habitavam
domicílios com seis ou mais pessoas.
Tabela 11 – Número de moradores por domicílio particular permanente em Vitória
(ES), 1996
Número de moradores N %
1 morador 7.357 9,9
2 moradores 13.568 18,4
3 moradores 16.063 21,8
4 moradores 17.612 23,9
5 moradores 10.757 14,6
6 moradores 4.614 6,3
7 moradores 1.903 2,6
8 moradores 937 1,3
9 moradores 433 0,7
10 ou mais moradores 504 0,7
Total 73.748 100,0
Fonte: IBGE – Cidade@, Contagem da População/1996
O ICV-Habitação cresceu de 0,606 em 1970 para 0,870 em 1991, revelando investimentos
nesta área. O censo 2000 registrou que a grande maioria (99%) dos moradores de Vitória
possuía abastecimento de água com canalização interna ligada à rede geral. Esta situação
se mantém entre as famílias cadastradas pelo PSF, pois segundo os dados do SIAB, 99,7%
dos domicílios possuía abastecimento de água por meio de rede pública (Quadro 3).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 7
Tabela 12 – Número de moradores segundo o tipo de abastecimento de água, Vitória
(ES), 2000
Abastecimento de água N %
Rede geral canalizada em pelo menos um cômodo 281.538 96,8
Rede geral canalizada só na propriedade ou Terreno 7.434 2,6
Poço ou nasc.canalizada em pelo menos um cômodo 1.045 0,4
Poço ou nasc. S/ canaliz. Int. (só na propriedade ou terreno) 56 0,0
Poço ou nasc. S/ canalização interna 179 0,1
Outra foram: canalizada em pelo menos um cômodo 79 0,0
Outra forma: canalizada só na propriedade ou Terreno 101 0,0
Outra forma: não canalizada 448 0,2
Total 290.880 100,0
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2000
Em 2000, 90% da população possuíam instalação sanitária por rede geral de esgoto ou
pluvial. Vale ainda ressaltar que cerca de 8% ainda dispunha de fossa séptica. Entre as
famílias cadastradas pelo PSF, a situação quanto ao esgotamento sanitário vem melhorando
gradativamente, pois o percentual de domicílios que possuíam sistema de esgoto passaram
de 84% em 1999 para 97% (Quadro 3).
Tabela 13 – Número de moradores segundo o tipo de instalação sanitária, Vitória
(ES), 2000
Instalações sanitárias N %
Rede geral de esgoto ou pluvial 261.263 89,8
Fossa séptica 22.375 7,7
Fossa rudimendar 1.083 0,4
Vala 470 0,2
Rio, lago ou mar 2.930 1,0
Outro escoadouro 406 0,1
Não sabe o tipo de escoadouro 0 0,0
Não tem instalação sanitária 2.353 0,8
Total 290.880 100,0
Fonte : IBGE – Censo Demográfico 2000
A coleta por serviço de limpeza e caçamba atendia a maioria dos moradores do município
(76%), sendo que 17% dos habitantes ainda queimavam o lixo. Entre as famílias
cadastradas pelo PSF em 2001, 99% dos domicílios possuíam coleta pública de lixo.
(Quadro 3).
Tabela 14 – Número de moradores segundo a forma de coleta de lixo, Vitória (ES),
2000
Coleta de lixo N %
Coletado por serviço de limpeza 2.168.286 70,5
Coletado por caçamba de serviço de limpeza 164.837 5,4
Queimado (na propriedade) 532.705 17,3
Enterrado (na propriedade) 22.538 0,7
Jogado em terreno baldio ou logradouro 156.673 5,1
Jogado em rio, lago ou mar 10.987 0,4
Outro destino 20.977 0,7
Total 3.077.003 100,0
Fonte : IBGE – Censo Demográfico 2000
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 8
Quadro 3 – Características dos domicílios das famílias cadastradas pelo PSF, Vitória
(ES), 1999 a 2001
Situação 1999 2000 2001
Nº % Nº % Nº %
Tipo de casa
Tijolo / Adobe 2.900 80,3 11.120 85,3 26.197 89,0
Taipa Revestida 69 1,9 113 0,9 184 0,6
Taipa Não Revestida 83 2,3 119 0,9 166 0,6
Madeira 396 11,0 1.439 11,0 2.520 8,6
Material Aproveitado 20 0,6 104 0,8 184 0,6
Outros 142 3,9 147 1,1 182 0,6
Abastecimento de água
Rede Pública 3.573 99,0 13.005 99,7 29.347 99,7
Poço ou Nascente 19 0,5 19 0,2 42 0,1
Outros 18 0,5 18 0,1 44 0,2
Tratamento de água no domicílio
Filtração 2.594 71,9 10.250 78,6 24.829 84,4
Fervura 99 2,7 176 1,4 310 1,1
Cloração 800 22,2 1.163 8,9 1.378 4,7
Sem Tratamento 117 3,2 1.453 11,1 2.916 10,9
Energia elétrica
Casas Cobertas 3.128 86,7 12.182 93,4 24.873 84,5
Destino do lixo
Coleta Pública 3.455 95,7 12.182 98,6 29.118 98,9
Queimado / Enterrado 85 2,4 108 0,8 193 0,7
Céu Aberto 70 1,9 81 0,6 122 0,4
Destino de Fezes / Urina
Sistema de Esgoto 3.050 84,5 12.457 95,5 28.640 97,3
Fossa 44 1,2 52 0,4 162 0,6
Céu Aberto 516 14,3 533 4,1 631 2,1
Total de domicílios 3.610 100,00 13.042 100,00 29.433 100,0
Fonte: SAS / COSAC, DATASUS – SIAB, Elaboração NUPES/ENSP/FIOCRUZ
4. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
No período entre 1996 a 1999 os cinco principais grupos de doenças responsáveis pelos
óbitos em Vitória mantiveram-se estáveis, com as doenças do aparelho circulatório
ocupando o primeiro lugar.
Quadro 4 – Mortalidade geral por grupos de causas, Vitória (ES), 1996 a 1999
1996 1997 1998 1999
1º Doenças do Aparelho
Circulatório
Doenças do Aparelho
Circulatório
Doenças do Aparelho
Circulatório
Doenças do Aparelho
Circulatório
2º Neoplasias Neoplasias Neoplasias Neoplasias
3º Causas externas de
morb. E mortal.
Causas externas de
morb. e mortal.
Causas externas de
morb. e mortal.
Causas externas de
morb. e mortal.
4º Doenças do ap.
respiratório
Doenças do ap.
respiratório
Doenças do ap.
respiratório
Doenças do ap.
respiratório
5º Sint, sin. e ach. Anorm.
clín. E lab., NCOP
Sint, sin. e ach. Anorm.
clín. E lab., NCOP
Sint, sin. e ach. anorm.
clín. e lab., NCOP
Sint, sin. e ach. anorm.
clín. e lab., NCOP
Fonte: DATASUS/SIM
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 9
O grupo de causas responsável pelo maior número de óbitos em 1999 foram as doenças do
aparelho circulatório (26%), seguido pelas neoplasias (20%). Em terceiro lugar,
apareceram as causas externas de morbidade e mortalidade (14%), principalmente as
agressões, e no quarto lugar as doenças do aparelho respiratório (7,%). Em quinto lugar
encontravam-se os sintomas, sinais e achados anormais clínicos e laboratoriais não
classificados em outra parte (6,%).
Tabela 15 – Óbitos por grupos de causas, Vitória (ES), 1996 a 1999
Principais grupos de causa 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 1.071 25,4 1.006 25,5 1.045 25,3 1.088 25,6
Neoplasias 756 18,0 708 18,0 749 18,2 828 19,5
Causas externas de morbidade e mortalidade 560 13,3 576 14,6 576 14,0 582 13,7
Doenças do aparelho respiratório 316 7,5 249 6,3 262 6,4 307 7,2
Sint, sinais e ach. Anorm e clín. e lab. 312 7,4 216 5,5 292 7,1 270 6,4
Demais causas 1.194 28,4 1.185 30,1 1200 29,0 1.699 27,6
Total 4.209 100,0 3.940 100,0 4.124 100,0 4.244 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Tabela 16 – Óbitos por causas freqüentes nos principais grupos de causas, Vitória
(ES), 1996 a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 1.071 1.006 1.045 1.088
Doenças cerebrovasculares 449 41,9 408 40,6 420 40,2 454 41,7
Neoplasias 756 708 749 828
Neopl malig da traquéia, brônquios e pulmões 95 12,6 76 10,7 76 10,1 114 13,8
Causas externas de morb. e mortalidade 560 576 576 582
Agressões 223 39,8 277 48,1 287 49,8 293 50,3
Doenças do aparelho respiratório 316 249 262 307
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 126 39,9 103 41,4 98 37,4 120 39,1
Sint, sin e ach anorm clín e lab. 312 216 292 270
Rrest sint., sin. e ach. Anorm clín. e lab. 189 60,6 114 52,8 123 42,1 148 54,8
Fonte: DATASUS/SIM
No período entre 1996 a 1999, o maior número de óbitos ocorreu nas faixas etárias de 15 a
49 anos (28,9%) e com 70 anos e mais de idade (28,7%) .
Tabela 17 – Óbitos por faixa etária, Vitória (ES), 1996 a 1999
Faixa Etária 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Menor 1 ano 412 9,8 382 9,7 386 9,4 372 8,8
1 a 4 anos 86 2,0 75 1,9 75 1,8 58 1,4
5 a 9 anos 46 1,1 32 0,8 43 1,0 36 0,8
10 a 14 anos 33 0,8 44 1,1 41 1,0 52 1,2
15 a 49 anos 1.231 29,2 1.242 31,5 1.249 30,3 1.227 28,9
50 a 59 anos 496 11,8 485 12,3 511 12,4 553 13,0
60 a 69 anos 682 16,2 588 14,9 675 16,4 730 17,2
70 anos e mais 1.216 28,9 1.088 27,6 1.144 27,7 1.216 28,7
Idade ignorada 7 0,2 4 0,1 0 0,0 0 0,0
Total 4.209 100,0 3.940 100,0 4.124 100,0 4.244 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 10
Em menores 1 ano verificou-se que as afecções originadas no período perinatal
representaram o principal grupo de causas (47,%). O segundo maior grupo de causas nesta
faixa etária foi a malformação congênita e anomalias cromossômicas (23%). O terceiro
lugar foi ocupado pelas doenças infecciosas e parasitárias (11%), seguido por doenças do
aparelho respiratório (5%) e pelas doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (3,5%).
Tabela 18 – Óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas, Vitória (ES), 1996 a
1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Algumas afec. originadas no período
perinatal
200 48,5 166 43,5 194 50,3 175 47,0
Malf. cong. deformid. e anomalias
cromossômicas
78 18,9 100 26,2 74 19,2 84 22,6
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 51 12,4 34 8,9 44 11,4 40 10,8
Doenças do aparelho respiratório 21 5,1 19 5,0 22 5,7 20 5,4
Doenças endócrinas, nutricionais e
metabólicas
9 2,2 20 5,2 17 4,4 13 3,5
Demais causas 53 12,9 43 11,2 35 0,9 40 10,7
Total 412 100,0 382 100,0 386 100,0 372 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Na faixa etária de 1 a 4 anos as doenças por malformação congênita, deformidades e
anomalias cromossômicas, as doenças do aparelho respiratório, e as neoplasias
representaram, cada uma, 16% em 1999 do total de óbitos na faixa etária. Já as doenças do
sistema nervoso foram responsáveis por 14% dos grupos de causas, seguidas das causas
externas de morbidade e mortalidade (3%).
Tabela 19 – Óbitos em menores de 1 a 4 anos por grupos de causas, Vitória (ES), 1996
a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Malf. cong def.anom. cromossômicas 9 10,5 10 13,3 12 16,0 9 15,5
Doenças do aparelho respiratório 17 19,8 7 9,3 7 9,3 9 15,5
Neoplasias 7 8,1 12 16,0 9 12,0 9 15,5
Alg. doenças infec. e parasitárias 22 25,6 9 12,0 13 17,3 7 12,1
Doenças do sistema nervoso 7 8,1 6 8,0 10 13,3 8 13,8
Causas ext. de morbid. e mortalidade 11 12,8 11 14,7 8 10,7 2 3,4
Demais causas 13 15,1 48 26,7 16 21,4 14 24,2
Total 86 100,0 75 100,0 75 100,0 58 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Em 1999 os cinco principais grupos de causas responsáveis pelos óbitos na faixa etária
entre 5 a 9 anos foram: neoplasias (31%), causas externas de morbidade e mortalidade
(17%), doenças do sistema nervoso (14%), algumas doenças infecciosas e parasitárias
(11%), malformação congênita e deformidades e anomalias cromossômicas (11%) e
doenças do aparelho respiratório (6%).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 11
Tabela 20 – Óbitos em crianças de 5 a 9 anos por grupos de causas, Vitória (ES), 1996
a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Neoplasias 7 15,2 6 18,8 11 25,6 11 30,6
Causas externas de morb. e mortal. 17 37,0 12 37,5 15 34,9 6 16,7
Doenças do sistema nervoso 3 6,5 3 9,3 3 7,0 5 13,9
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 7 15,2 3 9,3 5 11,6 4 11,1
Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 3 6,5 3 9,3 4 9,3 4 11,1
Doenças do aparelho respiratório 2 4,3 1 3,1 3 7,0 2 5,6
Demais causas 7 15,3 4 12,7 2 4,6 4 11
Total 46 100,0 32 100,0 43 100,0 36 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Na população entre 10 a 14 anos as causas externas de morbidade e mortalidade
representavam 40% dos óbitos em 1999. Os demais grupos de doenças foram: neoplasias
(21%), malformação congênita, deformidades e anomalias cromossômicas (6%), doenças
infecciosas e parasitárias (10%), doenças do aparelho circulatório (4%) e doenças do
sistema nervoso (2%).
Tabela 21 – Óbitos em crianças de 10 a 14 anos por grupos de causas, Vitória (ES),
1996 a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Causas externas de morb. e mortal. 9 27,3 9 20,5 12 29,3 21 40,4
Neoplasias 7 21,2 13 29,5 4 9,8 11 21,2
Malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 5 15,2 7 15,9 3 7,3 3 5,8
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 3 9,1 5 11,4 0 0,0 5 9,6
Doenças do aparelho circulatório 1 3,0 2 4,5 5 12,2 2 3,8
Doenças do sistema nervoso 0 0,0 4 9,1 5 12,2 1 1,9
Demais causas 8 24,2 4 9,1 12 29,2 9 17,3
Total 33 100,0 44 100,0 41 100,0 52 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Na faixa etária de 15 a 49 anos as causas externas de morbidade e mortalidade (36%)
ocuparam, em 1999, as primeiras causas entre o total de óbitos. As neoplasias
representaram 16% do total de óbitos, seguidos por doenças do aparelho circulatório
(15%), doenças infecciosas e parasitárias (8%), sintomas e achados anormais de exames
clínicos e laboratoriais (7%), e doenças do aparelho digestivo (5%).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 12
Tabela 22 – Óbitos na faixa etária de 15 a 49 anos por grupos de causas, Vitória (ES),
1996 a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Causas externas de morbidade e mortalidade 402 32,7 426 34,3 415 33,2 444 36,2
Neoplasias 185 15,0 182 14,7 200 16,0 198 16,1
Doenças do aparelho circulatório 167 13,6 207 16,7 165 13,2 187 15,2
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 146 11,9 145 11,7 112 9,0 101 8,2
Sint sinais e achad anorm clín e lab. 91 7,4 65 5,2 109 8,7 81 6,6
Doenças do aparelho digestivo 80 6,5 63 5,1 68 5,4 64 5,2
Demais causas 160 12,9 154 12,3 180 14,5 152 12,5
Total 1.231 100,0 1.242 100,0 1.249 100,0 1.227 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Entre os 50 e 59 anos, os óbitos mais freqüentes foram causados por doenças do aparelho
circulatório (31%). Em segundo, terceiro e quarto lugares apareceram respectivamente,
neoplasias (31%), sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e laboratoriais
(8%) e causas externas de morbidade e mortalidade (7%). Eram ainda mais freqüentes as
doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (4%).
Tabela 23 – Óbitos na faixa etária de 50 a 59 anos por grupos de causas, Vitória (ES),
1996 a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 156 31,5 141 29,1 148 29,0 173 31,3
Neoplasias 152 30,6 131 27,0 152 29,7 171 30,9
Sint sinais e achad anorm clín. e lab. 42 8,5 37 7,6 47 9,2 42 7,6
Causas externas de morb. E mortal. 40 8,1 45 9,3 44 8,6 37 6,7
Doenças do aparelho digestivo 32 6,5 35 7,2 33 6,5 36 6,5
Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 19 3,8 30 6,2 23 4,5 24 4,3
Demais causas 55 11 66 12,4 64 12,5 70 12,7
Total 496 100,0 485 100,0 511 100,0 553 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
Na faixa etária de 60 e mais anos o principal grupo de causas de óbitos em 1999 foi o das
doenças do aparelho circulatório (37%), seguido pelas neoplasias (22%). As doenças do
aparelho respiratório (11%) apareceram em terceiro lugar (11%), e em quarto lugar, os
sintomas, sinais e achados anormais e exames laboratoriais (7%). Foram ainda freqüentes
também as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (6,5%).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 13
Tabela 24 – Óbitos na faixa etária de 60 e mais anos por grupos de causas, Vitória
(ES), 1996 a 1999
Principais grupos de causas 1996 1997 1998 1999
N % N % N % N %
Doenças do aparelho circulatório 739 38,9 644 38,4 720 39,6 717 36,8
Neoplasias 395 20,8 361 21,5 371 20,4 426 21,9
Doenças do aparelho respiratório 215 11,3 170 10,1 177 9,7 210 10,8
Sint sinais e achad anorm clín. e lab. 162 8,5 106 6,3 124 6,8 137 7,0
Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 103 5,4 102 6,1 125 6,9 127 6,5
Demais causas 284 15,1 293 17,6 302 16,6 329 17
Total 1.898 100,0 1.676 100,0 1.819 100,0 1.946 100,0
Fonte: DATASUS/SIM
5. SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE
A constituição do sistema de saúde na cidade de Vitória foi marcada, até fins dos anos 70,
pela forte presença do INAMPS, responsável por grande parte da oferta de serviços de
saúde local. Nos anos 80, já em função das mudanças no padrão da política de saúde em
âmbito nacional, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Espírito Santo passou a ter uma
participação importante no perfil da oferta de serviços no município, atendendo não apenas
à população residente no município mas constituindo um centro de referência para todo o
estado. Vale destacar ainda a importância do hospital universitário, ligado à Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES) na composição do sistema de saúde local. A expressiva
participação dos entes supranacionais no setor saúde do município está relacionada a sua
condição de capital estadual.
Devido a dificuldades de ordem político-organizacional, as unidades ambulatoriais
estaduais só foram municipalizadas em 1995. De acordo com o SMS, com a
municipalização houve uma série de conflitos com outros municípios que dependiam dos
serviços ofertados na capital.
O município não chegou a ser habilitado em nenhuma das condições de gestão da NOB93,
sendo habilitado na NOB96 em 11/02/1998, na condição de gestão plena de atenção
básica. Segundo os gestores municipais, há a perspectiva de que até fins de 2002 o
município passe à condição de gestão plena do sistema.
Desde 1995, o município adotou a estratégia de Sistemas Integrados de Serviços de Saúde
(SISS)3, constituindo 6 regiões de saúde e 24 territórios. As regiões de saúde são as
seguintes: Continental, Maruípe, Centro, Santo Antônio, São Pedro e Forte São João.
A Secretaria Municipal de Saúde é composta por duas subsecretarias: Secretaria Adjunta
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 14
de Administração em Saúde e Secretaria Adjunta de Política de Saúde. A Secretaria
Adjunta de Administração em Saúde é composta formalmente por dois departamentos e
um núcleo. O Departamento de Administração em Saúde é responsável pelos serviços
gerais e suprimentos. O Núcleo de Recursos Humanos compreende as ações de
administração e desenvolvimento de pessoal e relações trabalhistas. O Departamento de
Avaliação e Controle acompanha as atividades de assistência hospitalar, incluindo a
normatização e o conjunto dos recursos financeiros do SIA/SUS. Em função da
importância que o PSF vem ganhando no município, foi constituído no interior da
Secretaria Adjunta de Administração em Saúde o Departamento de Ações e Serviços de
Saúde que é responsável pelo PACS/PSF e pelos demais serviços da rede básica. A
Secretaria Adjunta de Política de Saúde é composta por um departamento e seis
Administrações Regionais de Saúde. O Departamento de Política de Saúde é composto
pela Divisão da Vigilância em Saúde responsável pela Vigilância Sanitária, Vigilância
Epidemiológica e Vigilância Ambiental. As seis Administrações Regionais de Saúde são
compostas por um coordenador, responsável pela administração de cada área.
No organograma da SMS, o Conselho Municipal de Saúde e a Comissão Permanente de
Licitação estão vinculados diretamente ao Secretário Municipal de Saúde.
Distritalização do SUS
A implantação e expansão da estratégia de saúde da família tem como objetivo ampliar o
acesso da população do município aos serviços de saúde, além de ser a base do processo de
reorganização da atenção básica por meio da constituição de Sistemas Integrados de
Serviços de Saúde (SISS). Neste sentido, foram criadas seis regiões de saúde subdivididas
em 24 territórios. Todas as regiões de saúde, com exceção da Região IV Santo Antônio,
contam com USF (PMV/SMS, 2001).
Na Região VI (São Pedro) está sendo desenvolvida a primeira experiência de integração
dos serviços de saúde (SISS) com a finalidade de oferecer atendimento integral à
população desta região. O SISS São Pedro é composto por 3 USF e uma Policlínica.
Atenção ambulatorial
A rede de serviços ambulatoriais do SUS em Vitória (ES) nos diversos níveis de
complexidade é composta por 89 estabelecimentos segundo dados do cadastro no DATASUS
___________________ 3 O SISS é uma estratégia para integração dos serviços de saúde de uma mesma região que tem como
objetivo possibilitar o atendimento integral à população.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 15
de dezembro de 2001. Os postos e centros de saúde representam 30,3% da rede, as
policlínicas 12,3%, enquanto que as unidades de saúde da família representam 13,5% do
total. O número de unidades ambulatoriais aumentou 15,6% entre 1998 e 2001, sendo que
as unidades de saúde da família cresceram em 50% nesse período, passando de 8 para 12
unidades.
Tabela 25 – Rede ambulatorial do SUS, Vitória (ES), 1998 a 2001
Rede ambulatorial 1998 1999 2000 2001
Outros Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia 26 26 25 25
Centro de Saúde 17 18 15 23
Policlínica 8 11 11 11
Unidade de Saúde da Família 8 6 11 12
Posto de Saúde 3 4 4 4
Ambulatório de Unidade Hospitalar Geral 3 2 2 2
Ambulatório de Unidade Hospitalar Especializada 2 5 5 5
Clínica Especializada 2 3 3 3
Posto de Assistência Médica 1 0 0 0
Ambulatório de Unidade Hospitalar Pediátrica 1 0 0 0
Maternidade 1 0 0 0
Clínica Odontológica 1 0 0 0
Consultório Odontológico 1 0 0 0
Clínica de Fisioterapia e Reabilitação 1 0 0 0
Centro/Núcleo de Atenção Psicossocial 1 1 1 1
Ambulatório de Entidade Sindical 1 1 0 0
Unid. Móvel Terr. Prog. Enfrent. às Emergências e Traumas 0 1 1 1
Unidades de Vigilância Sanitária 0 0 2 2
Total 77 78 80 89
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
Do total de unidades ambulatoriais 64% são estabelecimentos públicos e 35% privados
conveniados ao SUS. As unidades estão divididas da seguinte forma: 47 municipais, 24
privados conveniados ao SUS, 8 estaduais, 6 filantrópicos, 2 universitários públicos e 2
sindicais.
Tabela 26 – Rede ambulatorial do SUS por tipo de prestador, Vitória (ES), 1998 a
2001
Tipo de prestador 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N %
Municipais 33 42,9 34 43,6 38 47,5 47 52,8
Privados 26 33,8 25 32,1 24 30 24 27,0
Estaduais 6 7,8 8 10,3 8 10 8 9,0
Filantrópicas 6 7,8 6 7,7 6 7,5 6 6,7
Universitários Públicos 3 3,9 2 2,6 2 2,5 2 2,2
Sindicais 3 3,9 3 3,8 2 2,5 2 2,2
Total 77 100,0 78 100,0 80 100 89 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
Segundo dados do DATASUS referentes a dezembro de 2001, do total de 89 unidades que
compõem a rede ambulatorial de Vitória, aproximadamente 70% (62) encontram-se sob
gestão municipal. Deste conjunto, a maior parte (37%) das unidades é composta por
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 16
centros de saúde. As unidades de saúde da família representam 19% e as policlínicas 18%
das unidades ambulatoriais sob gestão do município.
Tabela 27 – Rede ambulatorial do SUS sob gestão municipal, Vitória (ES), 2001
Tipo unidade Municipal
N %
Centro de saúde 23 37,1
Unidade de saúde da família 12 19,4
Policlínica 11 17,7
Posto de saúde 4 6,5
Ambulatório de unidade hospitalar pediátrica 4 6,5
Outros serviços auxiliares de diagnose e terapia 3 4,8
Ambulatório de unidade hospitalar geral 2 3,2
Unidades de vigilância sanitária 2 3,2
Centro/núcleo de atenção psicossocial 1 1,6
Total 62 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
De acordo com a SMS, este número precisa ser qualificado pois algumas unidades de
saúde são cadastradas duplamente4, inclusive sob orientação do Ministério da Saúde, como
forma de garantir o repasse de recursos financeiros. De acordo com as informações
fornecidas pela SMS, a capacidade instalada do sistema ambulatorial do município de
Vitória, sob gestão municipal pode ser visualizada no quadro abaixo. O município é
responsável principalmente por UBS e Centros de Referência Especializados.
Quadro 5 – Capacidade instalada ambulatorial sob gestão municipal – Vitória (ES),
abril de 2002
Tipo de serviço N
USF 13
USB 9
Policlínica – UBS com especialista 7
PACS 3
Unidade de Vigilância Sanitária 3
Centro de referência do idoso 1
SADT (Laboratório Central) 1
Centro de Atenção Psicossocial 1
CPT – Toxicômano 1
Total 39
Fonte: SMS/Vitória, 2002
O município de Vitória possui também uma rede de serviços complementares contratados e
conveniados à SMS. Esta rede de serviços é responsável por aproximadamente 20% do
total de procedimentos/consultas realizados (PMV/SMS/Vitória, 2001a).
4 O “duplo cadastro” acontece para que o município possa informar atividades de diferentes níveis de
complexidade realizadas em uma mesma unidade de saúde.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 17
Quadro 6 – Rede de serviços complementares contratada e conveniada, Vitória (ES),
2001
Unidades N
Públicas Estaduais -
Hospital São Lucas 1
Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória 1
Centro de Referência de Especialidades de Vitória 1
Ambulatório de Saúde Mental 1
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador 1
Públicas Universitárias -
Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes 1
Instituto de Odontologia da UFES 1
Filantrópicas -
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Vitória 1
Maternidade Pró-Matre 1
APAE de Vitória 1
Associação Feminina de Combate ao Câncer 1
Total 11
Fonte: SMS/Vitória – Plano Municipal de Saúde: 2002-2005.
A rede ambulatorial pode ser classificada segundo níveis de hierarquia, englobando
serviços de diferentes níveis de complexidade. Em Vitória, cerca de 2% das unidades
correspondem ao nível 1, que inclui ações básicas de atenção à saúde. A maioria das
unidades ambulatoriais, cerca de 80%, correspondem aos níveis 2, 3 e 4 que incluem
algumas ações de média complexidade. Apenas pequena parte das unidades ambulatoriais
(6) oferece serviços de alta complexidade, sendo classificadas no nível 75.
Tabela 28 – Rede ambulatorial do SUS por nível de hierarquia, Vitória (ES), 2001
Nível Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 6 Nível 7 S/Orç. NH
indevido Total
Unidades 2 23 22 26 1 6 8 1 89
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
Em 2001 os procedimentos ambulatoriais6 somaram 7.408.986 ações, sendo 30,5% ações
de atenção básica, 45% procedimentos especializados e 25% procedimentos de alta
complexidade. O aumento da produção ambulatorial do ano de 2000 para 2001 foi de
aproximadamente 24%. O número de procedimentos ambulatoriais por habitante/ano
5 O nível 1 inclui unidades de menor complexidade do sistema, que executam as atividades básicas de
atenção em saúde. O nível 2 inclui também procedimentos de média complexidade e/ou Serviços Auxiliares
de Diagnose e Terapia (SADT) de menor complexidade. O nível 3 oferece assistência especializada, podendo
ou não incluir as atividades dos níveis 1 e 2. O nível 4 inclui ações de maior complexidade em nível
ambulatorial. O nível 5 inclui ambulatórios de hospitais que oferecem além das atividades do nível 1 e 2,
internações nas especialidades básicas. O nível 6 inclui ambulatórios de hospitais que além dos
procedimentos dos níveis 1, 2, 3 e 5 inclui consultas em especialidades médicas e odontológicas e SADT de
média complexidade. O nível 7 inclui as atividades dos níveis 1, 2, 3, 4 e 6 e SADT de alta complexidade. O
nível 8 é composto por ambulatórios de hospitais que são referência nacional, ambulatórios de hospitais de
ensino e referência para transplantes ou referência estadual para procedimentos de alta complexidade. 6 São analisados apenas os anos de 2000 e 2001, pois a categoria Grupo de Procedimentos sofreu mudanças
em sua classificação a partir de outubro de 1999.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 18
sofreu aumento de cerca de 22% do ano de 2000 para 2001, passando de 20 para 25
procedimentos.
Tabela 29 – Produção ambulatorial do SUS*, Vitória (ES), 2000 e 2001
Produção Ambulatorial 2000 2001
N % N %
Procedimentos de atenção básica 1.672.661 27,9 2.257.568 30,5
Procedimentos especializados 3.148.246 52,6 3.322.114 44,8
Procedimentos assistenciais alta complexidade 1.167.188 19,5 1.829.304 24,7
Total 5.988.095 100,0 7.408.986 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
*Quantidade aprovada
Em 2001 foram realizados 2.257.568 procedimentos ambulatoriais de atenção básica. As
ações realizadas por profissionais de enfermagem e de nível médio representaram 42% do
total, seguidas pelas ações médicas básicas (27%) e as ações básicas em odontologia
(26%). Neste ano observa-se um importante aumento de 35% do número total de
procedimentos ambulatoriais de atenção básica em relação a 2000. As ações básicas em
odontologia tiveram um grande crescimento nesse período (218%). Os procedimentos
básicos em vigilância sanitária também apresentaram aumento de aproximadamente 100%.
As ações de enfermagem e outros profissionais de saúde de nível médio também tiveram
um incremento de cerca de 26% nesse período. Houve uma pequena redução das ações
básicas executadas por outros profissionais de nível superior (5%) e das ações médicas
básicas (1%).
Tabela 30 – Produção ambulatorial de atenção básica do SUS*, Vitória (ES), 2000 e
2001
Procedimentos de Atenção Básica 2000 2001
N % N %
Ações Enfermagem/Outros de Saúde Nível Médio 750.050 44,8 943.671 41,8
Ações Médicas Básicas 615.557 36,8 609.793 27,0
Ações Básicas em Odontologia 182.722 10,9 581.564 25,8
Ações Executadas P/Outros Prof. Nível Superior 120.564 7,2 114.969 5,1
Procedimentos Básicos em Vigilância Sanitária 3.768 0,2 7.571 0,3
Total 1.672.661 100,0 2.257.568 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
*Quantidade aprovada
Os procedimentos realizados pelo PACS e PSF7 em 2001 somaram 2.257.568
procedimentos, correspondendo a 22% do conjunto de ações de atenção básica produzidos
neste ano. As atividades executadas por ACS representaram 67% do total de
procedimentos do PACS/PSF no mesmo ano e sofreram aumento de cerca de 31% entre
7 A participação dos procedimentos ambulatoriais do PSF no total de procedimentos ambulatoriais realizados
pela rede municipal de saúde foi definido como um indicador de eficácia em estudo de avaliação da
formulação e implementação do Programa de Saúde da Família (Viana & Dal Poz, 1998).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 19
2000 e 2001. As consultas médicas do PSF e consulta de atendimento de enfermeiros na
unidade corresponderam a 25% e 7% respectivamente, com um crescimento de 73% e
118% no mesmo período.
Tabela 31 – Produção ambulatorial de atenção básica do PACS/PSF, Vitória (ES),
2000 a 2001
Procedimentos de Atenção Básica – PACS/PSF 2000 2001
N % N %
Ativ. execut. p/Agente Comunitário Saúde- PACS 253.554 73,1 331.777 66,6
Consulta médica do PSF 70.680 20,4 122.435 24,6
Ativ. educ. c/grupos na comunidade (PACS/PSF) 367 0,1 573 0,1
Cons./atend.enfermeiro na unidade (PACS/PSF) 16.608 4,8 36.159 7,3
Cons./atend.domicil.enfermeiro (PACS/PSF) 5.601 1,6 7.017 1,4
Total 346.810 100,0 497.961 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
Vitória apresentou para o ano de 2001 produção de 3.322.114 procedimentos ambulatoriais
especializados, correspondentes a 45% do total de ações ambulatoriais realizadas no ano.
Está nesse grupo a maior concentração da produção ambulatorial do município. Deste
conjunto, metade (50%) foram referentes a procedimentos de patologia clínica e 30% a
procedimentos especializados realizados por médicos ou outros profissionais de nível
médio. O número de procedimentos de média complexidade aumentou em seu conjunto
aproximadamente 6% entre 2000 e 2001. As maiores altas no período podem ser
observadas em relação aos procedimentos de anatomopatologia e citopatologia (31%),
cirurgias ambulatoriais especializadas (15%) e procedimentos especializados realizados
por médicos ou outros profissionais de nível médio (13%). Os procedimentos de órteses e
próteses foi a modalidade entre os especializados que apresentou maior decréscimo (52%).
Tabela 32 – Produção ambulatorial de procedimentos especializados do SUS, Vitória
(ES), 2000 e 2001
Procedimentos especializados 2000 2001
N % N %
Patologia clínica
Proced.espec.profis.médicos, out.nível sup./méd
1.621.350
877.549
51,5
27,9
1.648.315
987.308
49,6
29,7
Radiodiagnóstico 241.731 7,7 256.466 7,7
Anatomopatologia e citopatologia 97.003 3,1 126.937 3,8
Procedimentos traumato-ortopédicos 60.661 1,9 67.238 2,0
Fisioterapia (por sessão) 54.201 1,7 57.142 1,7
Diagnose 46.199 1,5 50.611 1,5
Cirurgias ambulatoriais especializadas 28.118 0,9 32.203 1,0
Próteses e órteses 64.671 2,1 31.331 0,9
Ações especializadas em odontologia 23.865 0,8 28.997 0,9
Anestesia 8.599 0,3 12.907 0,4
Terapias especializadas (por terapia) 11.549 0,4 12.564 0,4
Exames ultra-sonográficos 12.750 0,4 10.095 0,3
Total 3.148.246 100,0 3.322.114 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 20
Em 2001 foram realizados 1.829.304 procedimentos de alta complexidade em Vitória dos
quais a maior parte foi representada pelos medicamentos 8 (75%) e hemoterapia (16%). A
produção de alta complexidade apresentou um aumento de aproximadamente 56,7% do
ano de 2000 para o ano de 2001. As maiores altas percentuais neste período podem ser
observadas em relação aos medicamentos (91%), ressonância magnética (82%) e
quimioterapia (43%). Os procedimentos de medicina nuclear (43%), tomografia
computadorizada (21%) e hemodinâmica (20%) sofreram as maiores quedas entre os
procedimentos de alta complexidade entre 2000 e 2001. Ressalta-se a inclusão a partir de
2001 do procedimento de busca de órgãos para transplante e acompanhamento de
pacientes.
Tabela 33 – Produção ambulatorial de alta complexidade do SUS, Vitória (ES), 2000
e 2001
Procedimentos de alta complexidade 2000 2001
N % N %
Medicamentos 718.489 61,6 1.369.767 74,9
Hemoterapia 287.616 24,6 297.708 16,3
Radioterapia (Por Especificação) 78.838 6,8 74.530 4,1
Terapia Renal Substitutiva 53.450 4,6 55.434 0,8
Quimioterapia – Custo Mensal 10.630 0,9 15.207 0,8
Tomografia Computadorizada 6.889 0,6 5.465 0,3
Medicina Nuclear - In Vivo 8.874 0,8 5.090 0,3
Busca de Órgãos para transplante
Hemodinâmica
0
1.829
0,0
0,2
3.579
1.464
0,2
0,1
Ressonância Magnética 572 0,0 1.042 0,1
Acompanhamento de Pacientes 0 0,0 18 0,0
Radiologia Intervencionista 1 0,0 0 0,0
Total 1.167.188 100,0 1.829.304 100,0
Fonte: DATASUS – SIA/SUS
Vitória apresentou para o ano de 2001 a média de 4,5 consultas médicas por habitante ano.
Esta taxa manteve-se estável de 1996 a 2000, com exceção do ano de 1997 que apresentou
o maior número de consultas per capita/ano do período – 4,89. Ressalta-se que o número de
consultas médicas por habitante/ano apresentada pelo município de Vitória é
significativamente maior que a média nacional (2,3) e a média do estado do Espírito Santo
(2,4) para o ano de 2001.
Quadro 7 – Consultas médicas do SUS por habitante/ano, Vitória (ES), 1996 a 2000
Município 1996 1997 1998 1999 2000
Vitória 4,5 4,8 4,6 4,5 4,5
Fonte: DATASUS – IDB/SUS
8 O grupo dos Medicamentos é integrado por 27 subgrupos compostos por 60 tipos de medicamentos. 9 Esta relação provavelmente está superestimada pois refere-se a consultas realizadas para residentes e não
residentes. Vitória por ser capital é pólo de atração para assistência médica, sobretudo de média e alta
complexidades.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 21
Atenção Hospitalar
De acordo com dados do cadastro do DATASUS de dezembro de 2001, o SUS em Vitória
conta com 11 hospitais, sendo 4 privados contratados, 3 estaduais, 2 filantrópicos e 2
universitários, o que representa uma proporção de 64% estabelecimentos privados e 36%
estabelecimentos públicos. Todas as unidades hospitalares encontram-se sob gestão
estadual, de acordo com dados de dezembro de 2001, com exceção do hospital
universitário. Chama atenção o fato de a SMS não ter nenhuma unidade hospitalar sob sua
gestão, uma vez que não existem hospitais da rede própria municipal ou municipalizados.
Tabela 34 – Rede hospitalar do SUS por natureza, Vitória (ES), 1996 a 2001
Natureza 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Privado 5 4 4 4 4 4
Estadual 3 3 3 3 3 3
Filantrópico 2 2 2 2 2 2
Universitário 2 2 2 2 2 2
Total 12 11 11 11 11 11
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
A rede hospitalar do SUS dispõe de um total de 1.504 leitos, dos quais 39% são privados,
34% universitários e 27% públicos (dezembro de 2001). Pode-se observar uma diminuição
do número total de leitos de aproximadamente 20%, no período compreendido entre 1996 e
2001. A participação de leitos privados no total foi proporcionalmente maior que a de
leitos públicos em todo o período. Constata-se, entre os anos de 1996 e 2001, maior
decréscimo do número total de leitos universitários (38%) e de leitos públicos (8%).
Observa-se que embora 64% da rede hospitalar seja privada, apenas 39% dos leitos são
privados, o que pode indicar que as unidades hospitalares privadas são de pequeno porte.
Tabela 35 – Leitos vinculados ao SUS por regime, Vitória (ES), 1996 a 2001
Regime 1996 1997 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N % N % N %
Público 440 23,5 440 24,8 440 24,8 440 24,5 392 26,8 404 26,9
Privado 609 32,5 507 28,6 507 28,6 518 28,9 558 38,2 588 39,1
Universitário 827 44,1 827 46,6 827 46,6 837 46,6 512 35,0 512 34,0
Total 1.876 100,0 1.774 100,0 1.774 100,0 1.795 100,0 1.462 100,0 1.504 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
A relação leitos por mil habitantes em dezembro de 2000 foi de 5,7, estando acima da
média da região Sudeste (3,0), da média nacional para o mesmo ano (2,9) e do
recomendado pelo MS (3 a 4 leitos por mil habitantes). Em Vitória, esta taxa sofreu
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 22
importante decréscimo de 15% entre 1999 e 200010, embora se mantenha acima das médias
nacional e da região Sudeste.
Quando classificados por especialidade, as maiores proporções de leitos correspondem à
clínica cirúrgica (41%), clínica médica (23%), pediatria (17%) e obstetrícia (9%) segundo
dados de dezembro de 2001.
Quadro 8 – Indicadores da atenção hospitalar, Vitória (ES), 1996 a 2000
Indicadores 1996 1997 1998 1999 2000
Internações SUS/100 hab. 4,8 5,4 5,5 5,8 4,9
Leitos SUS/1000 hab. 7,5 6,7 6,6 6,6 5,7
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
No ano de 2001 foram realizadas 49.186 mil internações pelo SUS, aproximadamente 4%
a mais que em 1996. A taxa de internações pelo SUS por 100 habitantes em Vitória
apresentou decréscimo percentual de 15,6 do ano de 1999 para 2000, passando de 5,8 para
4,9. As taxas de internação no município estão abaixo da média da região Sudeste (6) e da
média nacional (7) para o período de 2001.
A grande maioria das internações em 2001 foi realizada em estabelecimentos hospitalares
privados contratados (40%), seguida pelo setor universitário (31%). As internações no
setor público corresponderam a 29% do total de internações no mesmo ano. No ano de
2001 as especialidades de pediatria e cirurgia foram responsáveis por cerca de 66% das
internações realizadas no período. O número de internações aumentou em quase todas as
especialidades entre 1996 e 2001, exceto em obstetrícia e clínica médica que apresentaram
decréscimo de 38 % e 9% respectivamente nesse período.
Tabela 36 – Internações hospitalares do SUS por especialidade, Vitória (ES), 1996 a
2001
Especialidades 1996 1997 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N % N % N %
Cirurgia 17.496 36,9 20.504 39,7 22.052 41,0 23.080 42,9 23.382 45,3 22.662 46,1
Pediatria 8.020 16,9 8.901 17,2 9.798 18,2 8.807 16,4 8.917 17,3 9.783 19,9
Clínica Médica 9.285 19,6 9.883 19,1 10.517 19,6 10.395 19,3 10.132 19,6 8.432 17,1
Obstetrícia 12.354 26,1 11.784 22,8 10.683 19,9 10.961 20,4 8.495 16,5 7.705 15,7
Psiquiatria 197 0,4 436 0,8 577 1,1 561 1,0 567 1,1 501 1,0
Tisiologia 67 0,1 131 0,3 131 0,2 48 0,1 118 0,2 103 0,2
Total 47.419 100,0 51.639 100,0 53.758 100,0 53.852 100,0 51.611 100,0 49.186 100,0
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
As principais causas de internações hospitalares em Vitória no ano de 2001, foram
gravidez, parto e puerpério (16%), seguidas das doenças do aparelho respiratório (12,5%),
10 Os dados que compõem os Indicadores e Dados Básicos para a saúde (IDB), utilizados para a construção
da série histórica de indicadores da atenção hospitalar, estão disponíveis até o ano 2000.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 23
doenças do aparelho digestivo (11%) e neoplasias (9%). Neste ano, 9% das internações
foram devido a causas externas.
Tabela 37 – Número de internações por grupos de causas, Vitória (ES), 1998 a 2001
Grupo de causas 1998 1999 2000 2001
N % N % N % N %
XV. Gravidez parto e puerpério 10.768 20,0 11.089 20,6 8.562 16,6 7.748 15,8
X. Doenças do aparelho respiratório 6.772 12,6 5.882 10,9 6.094 11,8 6.151 12,5
XI. Doenças do aparelho digestivo 5.261 9,8 5.282 9,8 5.465 10,6 5.411 11,0
II. Neoplasias (tumores) 3.993 7,4 4.585 8,5 5.329 10,3 4.648 9,4
XIX. Les., enven, alg out conseq causas externas 4.270 7,9 4.757 8,8 4.232 8,2 4.336 8,8
IX. Doenças do aparelho circulatório 4.016 7,5 4.067 7,6 4.114 8,0 3.528 7,2
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 3.394 6,3 3.396 6,3 3.169 6,1 2.791 5,7
VII. Doenças do olho e anexos 3.300 6,1 3.502 6,5 3.099 6,0 2.691 5,5
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 2.689 5,0 2.902 5,4 2.940 5,7 3.368 6,8
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 1.333 2,5 1.619 3,0 2.239 4,3 2.482 5,0
VI. Doenças do sistema nervoso 1.109 2,1 1.068 2,0 1.103 2,1 1.005 2,0
XVI. Algum. afec originadas no período perinatal 1.052 2,0 938 1,7 910 1,8 897 1,8
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 809 1,5 920 1,7 774 1,5 861 1,8
XVII.Malf cong def. e anomalias cromossômicas 847 1,6 825 1,5 685 1,3 805 1,6
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 841 1,6 779 1,4 718 1,4 500 1,0
V. Transtornos mentais e comportamentais 647 1,2 629 1,2 604 1,2 523 1,1
XXI. Contatos com serviços de saúde 545 1,0 438 0,8 534 1,0 570 1,2
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 1.224 2,3 231 0,4 238 0,5 145 0,3
III. Doenç. sangue órgãos hemat e transt imunitár 420 0,8 452 0,8 425 0,8 461 0,9
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 438 0,8 453 0,8 338 0,7 211 0,4
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 30 0,1 38 0,1 39 0,1 54 0,1
Total 53.758 100,0 53.852 100,0 51.611 100,0 49.186 100,0
Fonte: DATASUS– SIH/SUS
Em relação ao valor médio das internações, as especialidades de clínica cirúrgica,
tisiologia e pediatria apresentaram os custos mais elevados, enquanto as internações em
obstetrícia e clinica médica foram as de mais baixo custo.
Tabela 38 – Valor médio das internações, por especialidade, Vitória (ES), 1996 a 2001
(valores em R$)
Especialidade 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Clínica cirúrgica 474,06 454,18 578,83 723,62 720,40 799,85
Tisiologia 460,02 520,57 619,75 769,39 557,24 564,81
Pediatria 388,64 373,37 476,98 554,22 517,94 492,00
Psiquiatria 561,15 344,17 414,91 404,42 398,60 491,19
Clínica médica 329,36 311,37 382,95 439,30 385,23 398,55
Obstetrícia 169,90 173,33 235,54 299,76 237,13 251,86
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
O tempo médio de permanência em internação hospitalar vem apresentando uma redução
em algumas especialidades (clinica cirúrgica e pediatria). Clínica médica e tisiologia
apresentaram aumento da média de permanência entre 1996 e 2001. Observa-se que a
maior redução do tempo médio de permanência se deu na especialidade de psiquiatria,
passando de uma média de permanência de 34,4 dias em 1996 para 16,4 em 2001.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 24
Tabela 39 – Média de permanência em internação hospitalar por especialidade,
Vitória (ES), 1996 a 2001
Especialidade 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Clínica cirúrgica 6,0 5,6 5,9 6,2 5,5 5,2
Obstetrícia 2,7 2,7 2,8 2,9 2,8 2,8
Clínica médica 9,8 9,4 9,7 9,9 10,5 10,4
Psiquiatria 34,4 15,4 15,6 14,4 14,3 16,4
Tisiologia 15,6 15,8 14,6 11,8 15,7 17,3
Pediatria 7,6 6,9 6,7 7,3 6,8 6,3
Fonte: DATASUS – SIH/SUS
Sistema de referência
Desde 1995 o município de Vitória busca implantar um modelo de organização de serviços
baseado na concepção de sistema integrado de serviços de saúde (SISS). O SISS pode ser
definido como “uma reforma dos sistemas de saúde, empreendida no nível local, voltada
para a gestão dos riscos populacionais e da oferta e utilização dos serviços e realizada
através de uma rede integrada de unidades de saúde, que presta uma atenção contínua a
determinadas populações” (PMV/SMS,2001a:43). Dentro desta concepção, a organização
da atenção primária à saúde seria a base sobre a qual o SISS se estrutura, sendo os outros
níveis de atenção organizados a partir da Atenção Primária.
Assim, o modelo de organizações dos serviços de saúde adotado no município pressupõe a
estrutura de uma rede de atenção básica como porta de entrada ao sistema, constituindo
uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada.
Dentro desta perspectiva, o município instituiu 6 regiões de saúde territorialmente
delimitadas, cada qual dispondo de unidades de saúde do primeiro nível de atenção de
forma a possibilitar o acesso direto da população a um atendimento o mais resolutivo
possível.
A rede básica de saúde municipal é constituída por UBS e USF. Todas estas unidades
trabalham com população adscrita e oferecem os serviços básicos de curativos, injeções,
nebulizações, vacinação, odontologia, eletrocauterização, coleta de material para análises
laboratoriais, incluindo preventivo do câncer uterino e atenção farmacêutica. As USF
contam com consultas médicas realizadas por generalistas, e de enfermagem e as UBS
oferecem consultas nas 3 clínicas básicas: pediatria, gineco-obstetrícia e clínica médica.
No nível secundário de atenção, a rede própria municipal dispõe de centros de referência
especializados em Saúde Mental, toxicomanias, orientações ao exercício físico, atenção ao
idoso, vigilância ambiental e controle de zoonoses, saúde do trabalhador e DST/AIDS,
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 25
concentrados nas regiões Centro e Forte São João. Estes centros especializados constituem
a primeira referência secundária do município. A SMS dispõe de uma pequena estrutura de
marcação de consultas, que recebe semanalmente os encaminhamentos das UBS e USF
para os serviços de média complexidade conveniados com a SMS.
Por ser sede da capital do estado, o município de Vitória possui uma ampla rede de
serviços estaduais, que são referência para todo o estado. Dada a condição de Gestão Plena
da Atenção Básica do município, a SMS tem sob sua responsabilidade toda a rede básica
enquanto que os serviços de nível secundário e terciário permanecem sob gestão estadual.
Para os gestores da SMS de Vitória a condição de gestão dificulta o estabelecimento de
fluxos de encaminhamento para a média e alta complexidade.
A SES dispõe de uma central de marcação de consultas que serve a todo o estado, sem
ingerência da SMS de Vitória. Os agendamentos são feitos uma vez por mês, com
estabelecimento de quotas por unidades de saúde. Em relação às internações, não há uma
central de regulação, sendo o contato informal o mecanismo mais utilizado para viabilizá-
las. A referência municipal para urgências e emergências são as policlínicas, o Hospital da
Polícia Militar e o Hospital das Clínicas. Nas UBS e USF são reservadas vagas diárias para
pronto-atendimento.
A SMS dispõe ainda de um laboratório central, sendo que cada UBS ou USF conta com
posto de coleta de material e quota diária de exames. Já no tocante aos mecanismos de
contra-referência, estes só são realizados em poucos hospitais, por iniciativa de alguns
médicos, não podendo ser considerado como um efetivo sistema de referência e contra-
referência.
Saúde suplementar
Em relação à cobertura por planos/seguros privados de saúde, a região Sudeste apresenta
cobertura de 33% e o estado do Espírito Santo cobertura de 23% para o ano de 1998,
segundo dados do Suplemento Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –
PNAD/1998. Todavia, o Cadastro de Beneficiários da Agência Nacional de Saúde de
dezembro de 2000 aponta um percentual de cobertura por planos de saúde para a região
Sudeste de 26% da população e para o estado do Espírito Santo de 17%. No município de
Vitória a taxa de cobertura por planos/seguros privados de saúde, segundo dados do
Cadastro de dezembro de 2001 é de 58%, média consideravelmente superior às médias
nacional, da região sudeste e estadual (MS, 2001a).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 26
6. CONSELHO MUNICIPAL DE SAUDE
No município de Vitória o Conselho Municipal de Saúde (CMS) foi criado pela lei
municipal 3.712/91 com caráter deliberativo, constituindo a instância máxima do
município de Vitória no planejamento e gestão do sistema municipal de saúde (conforme o
artigo 184 da Lei Orgânica Municipal). A composição, organização interna, normas de
funcionamento e atribuições do CMS são determinadas pelas leis municipais 3.712 e 3.719
de 1991 e pelo Regimento Interno aprovado pelo decreto 9.728 de 28 de outubro de 1995.
Cabe ao CMS deliberar sobre o estabelecimento, o acompanhamento e avaliação da
política e diretrizes municipais de saúde; aprovar, acompanhar e avaliar a execução do
Plano Municipal de Saúde e convocar de dois em dois anos a Conferência Municipal de
Saúde e propor novas diretrizes municipais de saúde; propor o equacionamento de questões
de interesse municipal, aprovar as prestações de contas dos recursos do SUS no âmbito do
município e aprovar contratos e convênios com a rede complementar do nível municipal;
supervisionar o funcionamento dos serviços da rede complementar de saúde, determinando
a intervenção nos mesmos no sentido de garantir as diretrizes do SUS; e, elaborar o seu
Regimento Interno (PMV, Lei de Criação do CMS, 1991).
O Regimento Interno do CMS de Vitória foi aprovado pela prefeitura municipal por meio
do decreto 9.728 de 17 de janeiro de 1991. Segundo o Regimento Interno o CMS é um
órgão integrante do Poder Executivo Municipal, possuindo função deliberativa, normativa,
fiscalizadora e consultiva.
O Conselho tem como objetivo básico o estabelecimento, acompanhamento, avaliação, e
controle da política e diretrizes municipais de saúde, constituindo-se o Colegiado máximo,
responsável pela coordenação do SUS municipal. O Conselho deverá seguir as diretrizes
traçadas nas conferências municipal, estadual e nacional de saúde (CMS/Vitória,
Regimento Interno, 1991).
Composição
O formato previsto pela lei municipal 3.712/91 incluía além de usuários indicados pelo
Conselho Popular de Vitória11 (CPV), a representação das centrais sindicais. Com o
advento da lei municipal 3.719/91 somente o CPV ficou com a responsabilidade de indicar
representantes dos usuários, permanecendo a obrigatoriedade da escolha ser realizada em
assembléia geral convocada exclusivamente para este fim, e posterior encaminhamento da
11 O CPV congrega a grande maioria das entidades populares do município, segundo Oliosa (1999: 61).
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 27
cópia da ata à Secretaria Municipal de Saúde de Vitória. A lei de criação vedou a
acumulação de representação por uma mesma pessoa e a repetição de categorias
profissionais ou de entidades (PMV, Lei de Criação do CMS, 1991).
A alteração ocorreu no art. 3º da lei de criação do CMS, aumentando o número de
componentes, inicialmente de 12 membros efetivos e 12 suplentes, sendo que a
composição atual é de 24 membros efetivos e igual número de suplentes. Há controvérsias
quanto à paridade entre usuários e os demais segmentos componentes do CMS. Conforme
Oliosa12 (1999:76):
“A determinação legal do CPV para proceder a escolha dos representantes dos usuários
traz em si uma ambigüidade. Por um lado, o processo de escolha é democrático, pois não
sofre interferência direta do governo que restringe-se a homologar os nomes indicados
pela entidade. Por outro, contudo, a representação desse segmento encontra-se, na
prática, circunscrita aos limites desta organização, exceto no caso de instituições
religiosas que são convidadas a participar, evidenciando, o envolvimento da Igreja com o
movimento popular de Vitória e em canais de participação.”
Além da representação usuária, os demais segmentos que fazem parte do CMS de Vitória
são em número de 8, sendo respectivamente 4 representantes efetivos e 4 suplentes, quais
sejam: Poder Público Municipal (indicados pelo chefe do Poder Executivo, por meio de
Portaria); prestadores de serviço do SUS localizados em Vitória, indicados pela Associação
de Hospitais do Espírito Santo, pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes
(HUCAM), pelas entidades filantrópicas de saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde; e,
entidades representativas dos profissionais de saúde com sede em Vitória. Quanto aos
profissionais de saúde devem ser escolhidos em assembléia geral, convocada
exclusivamente para esse fim, devendo ser também ser encaminhada cópia da ata à
Secretaria Municipal de Saúde (CMS/Vitória, Regimento Interno, 1995).
12 Oliosa é autora da dissertação de mestrado de 1999 (ENSP/FIOCRUZ) utilizada como referência para a
análise do CMS/Vitória: “Municipalização da saúde em Vitória-ES: uma experiência participativa”. Esta
dissertação procura demonstrar a relação entre a formulação e implementação da política municipal de saúde
e a institucionalização da participação popular em Vitória, utilizando o CMS como um caso exemplar.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 28
Na gestão 1999-2001, o Conselho Municipal de Saúde de Vitória possuía tal composição:
4 representantes do governo municipal, sendo todos da SEMUS e o presidente do mesmo, o
secretário de saúde; 4 representantes dos profissionais de saúde – SINODONTO (entidade de
classe dos odontólogos de Vitória), SINDSAÚDE (entidade intersindical de saúde), Sindicato
dos Farmacêuticos do Espírito Santo (SINFES) e Sindicato dos Servidores Municipais de
Saúde de Vitória (SISMUSV); 4 representantes de prestadores de serviço – SOCOR (privado),
Hospital Santa Rita (filantrópico) e Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo
(Instituto Estadual de Saúde Pública – IESP, público); além de 11 representantes dos
usuários serem indicados pelo CPV, uma vaga foi cedida por esta entidade à Pastoral da
Saúde.
Já na gestão 2002-2004, houve significativa mudança em relação à anterior no quadro de
conselheiros em todos os segmentos. Representando o governo municipal, 2 eram da
Semus, dentre estes, o secretário municipal de saúde, 1 da Secretaria Municipal de Ação
Social (SEMAS) e um da Secretaria Municipal de Educação (SEME). Os representantes dos
profissionais de saúde são o Conselho Regional de Serviço Social, novamente o
SINDSAÚDE, o Conselho Regional de Enfermagem e o Conselho Regional de Odontologia.
Não ocorreu mudança na representação dos prestadores de serviço. Na representação dos
usuários, o CPV continuou com 11 indicados, cedendo 1 vaga para o Diretório Acadêmico
de medicina da UFES.
Organização interna
De acordo com a lei que instituiu o CMS no município de Vitória, deu-se um prazo de 30
dias após a instalação do mesmo para que o Regimento Interno fosse elaborado, e houvesse
conseqüente homologação por decreto. Entretanto, isto somente ocorreu após 4 anos. Cabe
destacar, que a Secretaria Municipal de Saúde deve fornecer a infra-estrutura necessária
para o funcionamento do Conselho, e que as prestações de contas de quaisquer entidades,
só deverão ser analisadas com a presença de seu representante oficial no CMS.
A estrutura do CMS é composta por conselheiros municipais, o secretário executivo e o
presidente do Conselho. O assento nas reuniões do CMS fica assegurado a um membro do
Poder Legislativo, na condição de observador, sem direito a voto, devendo ser credenciado
pela presidência da Câmara e ouvida a Comissão de Saúde. Em caso de impedimentos
legais e eventuais dos conselheiros efetivos assumirão os respectivos suplentes. Os
representantes do Poder Público Municipal serão indicados em número de 2 efetivos e 2
suplentes, e o mesmo deve ocorrer com os prestadores de serviços do SUS (PMV, Lei de
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 29
Criação do CMS, 1991).
No que diz respeito ao Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde de Vitória, as
entidades que compõem o CMS deverão, obrigatoriamente, substituir seus representantes
oficiais, quando os mesmos faltarem a 2 reuniões ordinárias consecutivas ou 5 alternadas,
sem justificativa, até 5 dias após a reunião do Conselho, por escrito. Os membros do CMS
indicados pelas respectivas entidades serão designadas pro ato do prefeito para o mandato
de 2 anos, permitida a recondução ao cargo. O mandato não trará nenhum ônus para a
municipalidade, devendo ser considerado serviço relevante para o município.
O Regimento Interno estipulou mais uma série de atribuições, mantendo a terceira e a
quarta (já citadas) previstas na lei de criação, quais sejam:
– Fiscalizar os Conselhos Diretores das Unidades de Saúde do município, bem como
participar, através de representantes, da elaboração das eleições dos diretores dos mesmos;
– Garantir a participação e o controle popular, através da sociedade civil organizada, nas
instâncias colegiadas gestoras das ações de saúde;
– Possibilitar o amplo conhecimento do SUS à população e às instituições públicas e
entidades privadas;
– Apreciar e deliberar a incorporação ou exclusão, ao Sistema de Saúde, de serviços
privados e/ou pessoas físicas, de acordo com as necessidades de assistência à população do
respectivo sistema local e da disponibilidade orçamentária;
– Solicitar, para conhecimento, cópias dos balancetes mensais e anuais, dos órgãos
integrantes do SUS;
– Fiscalizar a alocação dos recursos econômicos, financeiros, operacionais e de recursos
humanos dos órgãos institucionais do SUS, para que assim possam os mesmos melhor
exercitar suas atividades e atender eficientemente às necessidades populacionais nesta área;
– Ter integral acesso a todas as informações de caráter técnico-administrativo, econômico-
financeiro, orçamentário e operacional, de recursos humanos, convênios, contratos e
termos aditivos que digam respeito à estrutura e pleno funcionamento de todos os órgãos
vinculados ao SUS;
– Convocar os dirigentes dos órgãos, vinculados ao SUS, sempre que entender necessário,
para debater o encaminhamento de assuntos de interesse coletivo e relacionado diretamente
às suas atividades específicas;
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 30
– Coletar e divulgar amplamente dados e estatísticas, relacionados com a saúde;
– Elaborar sua proposta orçamentária anual;
– Analisar, com base em parâmetros de cobertura, cumprimento das metas estabelecidas,
produtividade, recomendando mecanismos claramente definidos para correção das
distorções, tendo em vista o entendimento pleno das necessidades populacionais;
– Solicitar, através de sua secretaria executiva, aos órgãos integrantes do SUS, a
colaboração de servidores de qualquer graduação funcional, para participarem da
elaboração de estudos, no esclarecimento de dúvidas, para proferir palestras técnicas ou
ainda prestarem esclarecimento sobre as atividades desenvolvidas pelo órgão a que
pertence; e
– Pronunciar-se sobre as prioridades orçamentárias, operacionais e metas estratégicas, a
serem implementadas com recursos do Fundo Municipal de Saúde.
O Regimento Interno reafirma que cabe à Secretaria Municipal de Saúde fornecer a infra-
estrutura necessária para o funcionamento do Conselho.
O presidente do CMS é o secretário municipal de saúde de Vitória. Em caso de
impedimentos legais e eventuais do secretário municipal de saúde, assume a presidência do
Conselho o seu substituto legal e imediato na SEMUS. Ao presidente do CMS compete:
indicar o secretário executivo do CMS; coordenar o SUS; e, cumprir e fazer as resoluções
do Conselho.
As atribuições do secretário executivo do Conselho, são as seguintes: encaminhar e
divulgar as deliberações tomadas; comunicar aos seus componentes a convocação de
reuniões ordinárias e extraordinárias; assinar expedientes oriundos do Ministério da Saúde
(Conselho Nacional de Saúde) e do Conselho Municipal de Saúde; e, divulgar aos
membros do CMS, cronograma de reuniões, local e horário das mesmas. O secretário
executivo fará parte das reuniões do CMS, sem direito a voto, e será responsável pelas atas
das mesmas.
As reuniões do CMS são realizadas uma vez por mês ordinariamente, todas as segundas
quinta-feiras, não necessitando convocação prévia, obedecendo calendário previamente
definido, e em caráter extraordinário quando convocado pelo presidente do Conselho ou
por, no mínimo, 1/3 dos membros do efetivo do Conselho. As reuniões extraordinárias
serão convocadas para deliberar sobre matéria urgente e inadiável, devendo ser
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 31
confirmadas a cada componente, com antecedência mínima de 48 horas.
O quorum para instalação das reuniões do CMS será de metade mais um dos seus membros
efetivos na primeira chamada, no horário estipulado para início de reunião, e com segunda
chamada 15 minutos após. As deliberações do CMS serão aprovadas por maioria absoluta
(2/3) dos membros efetivos presentes em primeira convocação e maioria simples em
segunda convocação, registrada em ata, lavrada em livro próprio e dado conhecimento
imediato aos Conselho Regional de Saúde e Estadual de Saúde, como órgão de decisão
regional, através do estrato de cada ata ás suas respectivas secretarias executivas. As
deliberações do CMS serão formalizadas através de resoluções conjuntas de seus membros,
presentes à reunião que deliberou, devendo ser acatada por todos os conselheiros, as quais
deverão ser publicadas.
Nos afastamentos legais e eventuais dos membros efetivos, assumirão os respectivos
suplentes, que passarão a ter direito a voto. Além disso, as prestações de contas de
quaisquer entidades, assim como quaisquer solicitações apresentadas, somente serão
analisadas com a presença de seu representante oficial ao CMS.
O Regimento Interno poderá ser alterado total ou parcialmente, através de proposta
expressa por qualquer um dos membros titulares do CMS, devendo ser apreciada em
reunião extraordinária de plenário, com convocação, com antecedência mínima de cinco
dias, e aprovadas por maioria absoluta de seu plenário deliberante. As propostas de
alteração deverão ser encaminhadas por escrito, com antecedência de cinco dias de reunião
extraordinária (CMS/Vitória, Regimento Interno, 1995).
Ação e consolidação do Conselho Municipal de Saúde
Segundo um dos documentos analisados13, o Relatório da II Conferência Municipal de
Saúde do município de Vitória, realizada em 29 de junho de 1996 teve como temas
desenvolvidos, questões pertinentes à X Conferência Nacional de Saúde e aspectos da
construção de um modelo local de saúde para Vitória. O tema central foi “Sistemas Locais
de Saúde: construindo a Saúde que queremos”. O referido documento foi estruturado desse
modo: Introdução; Desenvolvimento das Discussões (Problematização); Propostas
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 32
(Municipalização, Financiamento, Sistemas Locais de Saúde, Controle Social e Recursos
Humanos); e, Indicativos.
No item Problematização foram 10 pontos levantados, concentrando-se em críticas a
aspectos da implantação do SUS, como a remuneração dos procedimentos, deficiências na
área de recursos humanos, multiplicidade de ações nas diferentes esferas de governo,
entraves à municipalização e a falta de cobrança por parte da comunidade (controle social)
por desconhecimento.
Com relação as doze propostas de municipalização podem ser destacadas: dar ênfase no
encaminhamento do código municipal de saúde promovendo a revisão da proposta
existente, com a participação da população e sua posterior implantação; e, a que o
Conselho Municipal de Saúde deverá articular com os diversos setores afins um grande
projeto de discussão e divulgação dos SUS e seus desdobramentos com os Sistemas Locais
de Saúde (SILOS), junto à população. Quanto as do Financiamento que foram oito, cabe
citar a seguinte: que a arrecadação gerada pelos serviços da Secretaria Municipal de Saúde
seja creditada diretamente no Fundo Municipal de Saúde gerenciado pela SEMUS.
Tanto as propostas referentes aos Sistemas Locais de Saúde quanto as de Controle Social
foram em número de oito. Foram incluídas na parte de Sistemas Locais de Saúde: que a
SEMUS tenha como diretriz política, técnica e administrativa a implementação dos Sistema
Locais de Saúde, garantindo o planejamento participativo e ascendente dos SILOS ao nível
central; implantação do projeto de agentes comunitários de saúde, integrando-os à equipe
dos SILOS; que sejam efetivadas estratégias de articulação junto ao Conselho Municipal de
Saúde, Conselhos Locais (regiões de saúde) e Conselhos Gestores de Unidades, a fim de
garantir a implementação dos SILOS; regulamentar o processo de distritalização e SILOS; e,
assegurar a participação dos representantes de cada região de saúde e do Conselho
Municipal de Saúde na comissão, para implementação do modelo de atenção à saúde.
Já as do Controle Social mais relevantes foram citadas a seguir: que seja garantida a
formação de Conselhos Gestores de Unidades, conforme a Lei Orgânica Municipal de
Vitória; que seja garantida a formação de Conselheiros Locais de Saúde em cada uma das
___________________ 13 A caracterização do Conselho Municipal de Saúde de Vitória fundamentou-se em documentos oficiais do
CMS e da SEMUS e também nas informações obtidas por meio de entrevistas realizadas com dois
Conselheiros Municipais de Saúde representantes dos usuários do SUS. Conselheiro 1: representante do
Conselho Popular de Vitória (CPV), participa do Conselho há 7 anos, homem com idade entre 45 e 54 anos,
possui o 2º Grau Completo e é aposentado. Conselheiro 2: também é representante do CPV, participa do
Conselho há 4 anos, homem com idade entre 35 e 44 anos, possui o 1º Grau completo e é funcionário
público.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 33
áreas de saúde, com a representatividade dos territórios, garantindo a gestão participativa;
que o Conselho Municipal de Saúde tenha seu papel garantido na aprovação e
acompanhamento das políticas de saúde conforme legislação vigente; que sejam
reavaliados os critérios para eleição dos membros do Conselho Municipal de Saúde,
garantido que os conselheiros sejam efetivamente representantes de seus segmentos no
âmbito em Vitória.
Com maior número de propostas (16), a parte de Recursos Humanos também enfatizou de
forma geral a necessidade de envolvimento com o controle social, capacitação via
Universidade e através da SEMUS: o Conselho Municipal de Saúde como formulador maior
de políticas de saúde, deverá priorizar um plano municipal de educação em saúde que entre
outras decisões privilegie a criação de um núcleo de estudos de educação em saúde com
papel de aprofundar, formular e decidir estratégias que busquem abordagens simples e
efetivas na interlocução; definir instrumentos para mobilizar a sociedade em geral e a
Universidade em particular para redefinir seu modelo formador na área de Saúde,
aproximando seu currículo do perfil da saúde coletiva; e, capacitar e qualificar os recursos
humanos envolvendo-os na proposta de reformulação do modelo garantindo treinamento
de ingresso e educação continuada, na área técnica e de relações interpessoais.
Os Indicativos em número de 6, trataram de reafirmar os princípios e diretrizes do SUS,
preparação para futuras conferências, o papel dos hospitais estaduais e envio à Câmara
Municipal de Vitória do anteprojeto do Código Municipal de Saúde (SEMUS-PMV/Vitória,
Relatório, II Conferência Municipal de Saúde, 1996).
O Plano de Ação (1997-2001) da SEMUS em seu Projeto XI, - “Implantação e
implementação dos conselhos locais de saúde”, teve como objetivo: garantir a participação
da população no processo de implementação das políticas públicas, do âmbito dos
territórios, através dos conselhos locais promovendo o acompanhamento e avaliação das
ações, possibilitando a proposição de medidas que solucionem os problemas de saúde
enfrentados. Tal projeto foi considerado prioritário de governo (integrado) e setorial.
De acordo com os dados deste Plano de Ação, tinha-se como metas em 1997: estudo e
elaboração de critérios básicos para a criação dos Conselhos Locais de Saúde. O que
ocorreu em todas e regiões e em 26 bairros do município de Vitória. No ano de 1998, as
metas eram a eleição e criação dos CLS nos territórios, tendo sido feito em todas as regiões
e em 24% dos territórios. Em 1999, 2000 e 2001 objetivava-se o acompanhamento e
avaliação dos CLS mas não houve nenhum indicador informado nestes anos.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 34
A programação para a implementação CLS previu como principais etapas: “Estruturação e
normatizar os CLS”, iniciando em junho de 1998 e terminando em junho de 1999;
“Mobilização e eleição do CLS”, com início em julho de 1998 e término em dezembro de
1999; “Capacitação dos conselheiros”, começando em dezembro de 1988 e finalizando-se
em dezembro de 2001; e por fim, “Acompanhamento e avaliação dos CLS”, que deveria
ser iniciada em dezembro de 1998 e concluída em dezembro de 2001.
O valor global do projeto com fontes próprias de recursos, teve previsão para o ano de
1998 de 6.000 reais, para 1999 – 8.000, para 2000 – 2.500, e para 2001 – 2.500, ou seja, ao
todo 19.000 reais. As ações programadas deveriam sempre ter como responsável o
sanitarista da região, e foram assim discriminadas: elaborar normas para o CLS (jan./1998;
reunião com o Conselho Municipal de Saúde (fev./1998); reunião com os coordenadores
de unidade de saúde (mar./1998); reunião com os gerentes, projetos de Saúde e população
(abr./1998); organização do processo eleitoral (abr./1998); e, organização do censo para
conselheiros de Saúde (maio/1998) (SEMUS/Vitória, Plano de Ação, 1997-2002).
De acordo com as atas pesquisadas no município de Vitória, observou-se que foi mais
freqüente a atuação do CMS no sentido de aprovar as prestações de contas da Secretaria
Municipal de Saúde, por unanimidade e com pouquíssimas restrições. Os conselheiros
questionaram-na em poucas oportunidades, sendo que quando isto foi feito, deu-se
pontualmente, sofrendo relativa desqualificação por parte dos representantes do governo
municipal. Um dos questionamentos mais acentuados referiram-se ao PSF.
Isto refletiu-se na leitura das atas e nas entrevistas dos dois Conselheiros representantes
dos usuários e é recorrente no CMS de Vitória desde a sua origem, ou seja, “(...)
predominam ‘informações’ [grifo da autora], sobre os projetos, programas e campanhas a
serem implantados e/ou implementados pelo governo, além dos temas que, legalmente,
necessitam de aprovação como prestações de contas, plano municipal de saúde, condição
de gestão, PACS e PSF etc. (Oliosa, 1999:97).
Quanto à discussão do PSF, em abril de 1997 foi realizado o Seminário “O Programa
Saúde da Família e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde – estratégias para
organização da Atenção Básica à Saúde”. Tal evento foi uma iniciativa do governo do
estado do Espírito Santo e uma promoção da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) para o qual os conselheiros foram
convidados a participar.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 35
De acordo com a Ata da Assembléia Geral Ordinária do Conselho Municipal de Saúde de
Vitória de 8 de maio de 1997, por iniciativa presidente do CMS, foram aprovadas as
prestações de contas da SEMUS referentes aos convênios com a Pró-Matre, Hospital
Universitário Cassiano Antônio de Moraes (com ressalvas), Fundação Ceciliano Abel de
Almeida (Projeto “Cada Doido com a sua Mania”) e Fundação de Assistência Escolar
(Projeto “Saúde Escolar”). O presidente do CMS pediu também que o Conselho aprovasse
de forma solene o repasse de recursos do MS para à construção da unidade mista da
Grande São Pedro. O CMS aprovou ainda, a conclusão da primeira etapa da construção da
unidade mista da Grande São Pedro, a conclusão da unidade de Castro Alves e a
construção da unidade do Bairro da Penha.
Quanto ao PSF, a referida Ata relata que a chefe do Núcleo de Recursos Humanos da
SEMUS apresentou o Projeto do Programa de Agentes Comunitários de Saúde/Programa
Saúde da Família, uma vez que este dependeria de aprovação do CMS. O relato esclareceu
que um conselheiro municipal de saúde, representante dos usuários, questionou a
implantação no bairro Consolação, em razão de que a informação era de que a implantação
do Projeto Terra seria no bairro São Benedito. Em resposta, a chefe do Núcleo de Recursos
Humanos declarou que a informação seria verificada e que o PACS/PSF seria implantado
de acordo com o Projeto Terra. E, que isto deveria basear-se na informação do Núcleo, na
qual, as equipes seriam formadas por seis agentes comunitários de saúde.
Uma conselheira questionou os critérios de escolha dos agentes comunitários de saúde, ao
que a representante do governo municipal afirmou não haver nada definido até aquele
momento mas que os critérios seriam amplamente discutidos e divulgados. Após
discussões o projeto foi aprovado por unanimidade dos votos pelo Conselho Municipal de
Saúde (CMS/Vitória, Ata de Sessão Ordinária, 8 de maio de 1997).
O Plano Municipal de Saúde (1988) do município de Vitória, no tocante à
municipalização, propunha criar o Conselho Gestor de Unidade e a Câmara Técnica para
subsidiar o Conselho Municipal de Saúde; capacitá-lo; e, fazer a articulação com diversos
setores afins para que se pudesse criar um grande projeto de discussão e divulgação do
SUS e seus Sistemas Locais de Saúde junto à população por meio do CMS. No que diz
respeito aos “Sistemas Locais de Saúde” acentuou a necessidade de implementá-los,
garantindo o planejamento participativo e ascendente dos Sistemas Locais de Saúde até ao
nível central. Além disso, efetivar estratégias de articulação junto ao Conselho Municipal
de Saúde, conselhos locais (regiões de saúde) e conselhos gestores de unidades, a fim de
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 36
garantir a implantação e a implementação dos SILOS; e, assegurar a participação dos
representantes de cada região de saúde e do Conselho Municipal de Saúde na comissão
municipal, para implementação do modelo de atenção à saúde proposto.
Especificamente no Controle Social, o Plano Municipal de Saúde (1998) destacou como
importante a ação do poder público no sentido de garantir a formação dos Conselhos
Gestores de Unidades (conforme Lei Orgânica Municipal de Vitória), criar os Conselhos
Locais de Saúde14 (CLS) em cada uma das áreas de saúde, com a representatividade dos
territórios, garantindo a gestão participativa. E, também garantir que o Conselho Municipal
de Saúde exerça seu papel na aprovação e acompanhamento das políticas de saúde
(conforme legislação vigente), e as determinações da 33ª Resolução do Conselho Nacional
de Saúde, no item sobre atribuições da Secretaria, referente à formação/capacitação dos
conselheiros; estabelecer mecanismos de sensibilização da população para proposta de
implantação dos SILOS, facilitando a compreensão do processo de adscrição de clientela e
a adesão ao mesmo.
Ainda segundo o mesmo documento, deveria-se criar mecanismos para melhoria da
comunicação entre os Conselhos de Saúde (local, municipal, estadual e federal), garantir,
na composição do Conselho Municipal de Saúde os seguintes critérios de representação:
usuários - 50%; servidores de saúde - 25%; e gestores + prestadores - 25%, reavaliar os
critérios para eleição dos membros do Conselho Municipal de Saúde, garantindo que os
conselheiros sejam efetivamente representantes de seus segmentos no âmbito do Município
de Vitória. E, no tangente aos recursos humanos, propor ao Conselho Municipal de Saúde
um plano municipal de educação em saúde que, entre outras decisões, privilegie a criação
de um núcleo de estudos de educação em saúde, com papel de aprofundar, formular e
decidir estratégias que viriam a buscar abordagens simples e efetivas na interlocução
(SEMUS/Vitória, Plano Municipal de Saúde, 1988).
No Projeto de Implantação do PSF/PACS no município de Vitória, um dos objetivos
específicos do controle social seria estimular a participação da comunidade como co-
responsável na promoção da sua saúde e no controle social, assim como suas diretrizes
operacionais que previam atribuições básicas paras os ACS nas áreas territoriais de
abrangência.
Também estava previsto no tópico: “Avaliação do projeto”, o estímulo ao controle social e
14 Os Conselhos Locais de Saúde (CLS) são órgãos sociais com sede nas próprias unidades de saúde, que
conjugam a participação da comunidade onde estão inseridos e da respectiva equipe dos profissionais.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 37
à participação popular dos usuários na avaliação e melhoria dos serviços prestados, através
do CMS, Pastorais da Criança e da Saúde (SEMUS/Vitória, Projeto de Implantação do
PACS/PSF, 1998).
Na data de 10 de junho de 1999 da Sessão Ordinária do CMS de Vitória, que teve 4 pontos
de pauta: 1 – Eleição dos delegados para a III Conferência Estadual de Saúde; 2 –
Apresentação e aprovação do Relatório da Auditoria, exercício de 1998 e primeiro
quadrimestre de 1999 (transferido para a reunião seguinte); 3 – Indicação de representantes
para compor o Grupo de Trabalho de elaboração da proposta de regulamentação dos
colegiados locais de saúde de Vitória; e, análise dos pareceres dos relatores da prestação de
contas. O subsecretário municipal de saúde, representando o presidente do CMS, criticou
o fato de que o processo de aprovação das prestações de contas não seriam de
conhecimento de todos os conselheiros.
Na sessão informes15 deu-se o fato mais relevante da sessão, isto é, a exposição do
“Relatório de Visitas”, elaborado individualmente por um conselheiro representante dos
usuários que visitou algumas unidades de saúde do município de Vitória no período de
maio a junho de 1999. A exposição em 12 pontos trouxe denúncias e suscitou diversas
intervenções por parte dos membros do Conselho, geralmente em tom de apoio mas por
vezes, representantes do governo municipal procuraram descaracterizar a relevância dos
problemas levantados, afirmando serem os mesmos “administrativos” e de “gerência”. O
representante dos usuários questionou ainda o fato de ter tomado conhecimento, por um
jornal local, da contratação de médicos do PSF para territórios menores em detrimento de
outros.
O décimo ponto do Relatório de Visitas tratou especificamente do PSF, denunciando que o
funcionamento do Programa estava apresentando falhas no bairro Cruzamento, que só
teriam 2 agentes de saúde atendendo à comunidade, o que seria insuficiente para à
demanda local. Além disso, providências teriam sido solicitadas aos profissionais das
unidades de saúde da área mas não foram atendidas. A coordenação do Programa teria
também, recusado-se a atender a comunidade (CMS/Vitória, Ata de Sessão Ordinária, 10
de junho de 1999).
15 A estratégia utilizada por este conselheiro foi o único meio de “furar o bloqueio” da pauta, já que a
elaboração da mesma é de domínio da representação governamental. Cf. Oliosa (1999: 94): “(...) a
centralização do governo na elaboração da pauta, na prática, privilegia assuntos de seu interesse e relega a
participação dos demais segmentos ao momento dos informes, contribuindo para a manutenção do caráter
reivindicatório da participação social no CMS/Vitória.”
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 38
A Assembléia Geral Ordinária de 8 de julho de 1999, foi na verdade uma resposta às
denúncias do Relatório de Visita exposto na sessão ordinária anterior. Por solicitação do
subsecretário de saúde, a coordenadora do PACS/PSF prestou esclarecimentos a respeito
da situação do programa e da seleção dos ACS e concluiu convidando os conselheiros para
participarem da seleção. O autor do relatório insistiu nas denúncias, sublinhando que os
ACS do bairro Cruzamento estariam agindo como marcadores de consulta, com o
agravante de estarem excluindo alguns moradores. A gerência e a coordenação do
programa não reconheceram as denúncias como verdadeiras, mesmo assim, afirmaram que
iriam conversar com a comunidade a respeito dos problemas levantados.
Outro fato relevante foi a composição de três comissões após indicação pessoal dos
próprios conselheiros, que foram as seguintes: Comissão de Divulgação e Incentivo à
Participação Social; Comissão de Acompanhamento da Execução do Plano Municipal de
Saúde, Plano de Ação e Orçamento da Saúde; e, Comissão de Análise e Parecer de
Prestação de Contas. Todas as comissões contaram com 5 membros cada uma.
A Região de São Pedro constitui-se em “comunidade piloto” para a implantação do PSF no
município de Vitória. Desse modo, baseada na implantação dos territórios do PACS e do
PSF, na intersetorialidade e na participação popular criou-se a policlínica São Pedro que
integra a rede de Serviços da região, tendo como princípio a construção dos sistemas locais
de saúde (SEMUS/Vitória, Projeto São Pedro – Estruturação do Sistema de Saúde da
Região: da utopia a ousadia, 1999).
De acordo com o Projeto de Implantação do Sistema Integrado de Serviços de Saúde na
Região de São Pedro (1999), o município destaca-se por uma gestão pública voltada para a
qualidade de vida e a construção da cidadania, e no setor saúde, vem construindo um
modelo assistencial voltado para a consolidação dos Sistemas Locais de Saúde, possuindo
como princípios: participação da população; descentralização; democratização;
territorialização; intersetorialidade; e, prática da Vigilância à Saúde.
O mesmo documento apontou que na busca da construção e consolidação deste modelo o
município desenvolveu vários processos. O primeiro passo foi a constituição16 dos
Conselhos Locais de Saúde nas Unidades Básicas e início do processo de territorialização,
com a definição das áreas de abrangências das Unidades. Anteriormente à implantação dos
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 39
Conselhos Locais de Saúde “as Unidades Básicas (em número de 4), funcionavam com
perfil tradicional, atendendo a livre demanda, contando com médicos ginecologistas,
pediatras e clínicos gerais” (SEMUS/Vitória, Projeto de Implantação do Sistema Integrado
de Serviços de Saúde na Região de São Pedro, 1999).
A idéia de criação dos Conselhos Locais de Saúde representou uma das iniciativas mais
importantes para a reorientação do sistema de saúde no município de Vitória. Houve
grande mobilização da população e dos profissionais, inclusive com a participação da
administração regional e de uma ação intersetorial, na qual foram discutidos os caminhos e
possibilidades de Implantação de modelo. Por meio de reuniões com os profissionais, a
comunidade e os Conselhos Locais de Saúde, culminando com uma Conferência Regional
de Saúde.
Nesse sentido, consensou-se que a estratégia para chegar-se ao modelo de saúde desejado,
deveria ter como base a implantação do Programa de Saúde da Família em toda a Região
(Idem, Ibidem).
Outra importante discussão sobre o PSF realizou-se na Assembléia Geral Ordinária do
Conselho Municipal de Saúde de Vitória em dezembro de 1999, que teve como pontos de
pauta: 1 - Apresentação da equipe gerencial da SEMUS; 2 - Leitura e aprovação da ata
anterior; 3.1 - Alteração de horário das reuniões; 3.2 – Reorganização dos serviços de
saúde da SEMUS na lógica da Estratégia de Saúde da Família; 3.2.1 - Remanejamento de
pessoal; 3.2.3 - Seminários; 4 - Informes; 4.1 - Mudanças gerenciais; 5 - Aprovação de
processo distribuído; 6 - Prestação de contas; (recursos SEMUS/FUNDES – meses maio/99 a
setembro/99); 6.2 - prestação de contas final do convênio 272/97 – Programa de Controle
da Tuberculose – FNS/SEMUS; e, 6.3 - Prestação de contas parcial convênio 093/99 e
aditiva (período 01/99 a 06/99 – PMV/MS) – Erradicação do Aedes aegypti.
Quanto à reorganização dos serviços de saúde o subsecretário municipal de saúde declarou
que o município possuía até então, 5 equipes de PSF distribuídas em alguns bairros e
equipes do PACS, contando com 30 agentes comunitárias de saúde, e que a Semus já vinha
recebendo a assessoria do consultor Eugênio Villaça para a elaboração e implantação do
Sistema Integrado de Saúde (SISS). O subsecretário destacou que o projeto piloto seria
testado na região de São Pedro para ser posteriormente expandido para todas as regiões do
___________________ 16 Segundo informações obtidas no trabalho de campo, até abril de 2002 os CLS não funcionavam
oficialmente no município de Vitória, pois careciam de regulamentação específica. Cabe citar, que há neste
sentido uma Minuta de Lei Criação com 21 artigos, contendo apenas no espaço para a data, a inscrição do
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 40
município em caso de êxito inicial. A coordenadora municipal do PSF complementou
algumas informações e sanou algumas dúvidas dos conselheiros sobre o funcionamento,
atendimento e visita dos profissionais que atuavam no PSF.
O responsável pelo Núcleo de Recursos Humanos informou que a SEMUS realizaria um
processo seletivo interno - com uma banca formada por instituições universitárias e pela
Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (SESA) -, para profissionais concursados,
celetistas e municipalizados, abrangendo médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem
“da casa” que tivessem interesse em trabalhar neste módulo do PSF. Por fim, propôs-se
que fosse realizado um seminário com as comunidades, Conselhos Locais de Saúde,
entidades de classe, CPV e CMS de Vitória e outras instituições, para ajudar na
implantação do modelo PSF. Além disso, foi eleita uma comissão para organizar o evento.
O representante da Pastoral de Saúde questionou o fato da entidade encontrar-se à época
excluída do CMS e ofereceu-se para compor a comissão de organizar o evento supracitado,
entendendo que o trabalho da Pastoral de Saúde seria muito importante para o trabalho das
equipes (CMS/Vitória, Ata de Sessão Ordinária, 9 de dezembro de 1999).
Na Assembléia Geral Ordinária de 6 de julho de 2000 do Conselho Municipal de Saúde de
Vitória, não foram relatados conflitos entre as opiniões dos conselheiros presentes, a sessão
foi utilizada pelo presidente do mesmo para dar informes destacando-se o referente ao
prêmio oferecido pelo CONASEMS17
e UNICEF18
- “Município Amigo da Criança”, recebido
pelo governo municipal de Vitória; e, à procura do Departamento de Medicina do Centro
Biomédico (CBM) da UFES feita à SEMUS com o objetivo de envolver-se com o PSF e o
SISS. Nessa Sessão Ordinária houve 5 pontos de pauta, quais sejam: 1 – Aprovação das
atas das reuniões ordinárias e extraordinária de junho; 2 – Composição da mesa diretora; 3
– Indicação de dois conselheiros para acompanhar a seleção de agentes comunitários de
saúde; 4 – Programação Pactuada Integrada – deliberação da programação municipal de
Vitória; e, Deliberação dos Relatórios das ações de desenvolvidas pelas Divisões de
Controle e Avaliação e Análise de Contas, referentes ao exercício de 1999 e primeiro
trimestre de 2000.
A secretária executiva procedeu a leitura de correspondência encaminha ao CMS pela
coordenadora municipal do PACS/PSF, que tratava da seleção de agentes comunitários de
___________________
ano de 2001. 17 CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. 18 UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 41
saúde programada para o período de 17 a 19 de julho de 2000 para os bairros Consolação,
Jaburu, São Benedito, Horto, Santa Marta, Joana D’Arc e Santa Luiza. Para tanto,
solicitou-se a indicação de dois conselheiros para acompanhar a aplicação das provas.
Após esclarecimentos prestados pela própria coordenadora municipal, indicou-se um
conselheiro representante dos usuários e outro dos trabalhadores de saúde (CMS/Vitória,
Ata de Sessão Ordinária, 6 de julho de 2000).
A 3ª Conferência Municipal de Saúde - “Efetivando o SUS: acesso, qualidade e
humanização na atenção à saúde com controle social”, realizada no período de 10 a 12 de
novembro de 2000 no Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (CEFET),
foi convocada pelo prefeito municipal de Vitória, por meio do Decreto Municipal 10.696,
em conformidade com a Lei Orgânica do município e Lei Orgânica da Saúde, objetivando
avaliar a situação de saúde municipal e propor diretrizes gerais para a política de saúde em
Vitória.
A fase preparatória deu-se em formato de Pré-Conferências nas 6 Regiões de Saúde
municipais, envolvendo 617 participantes, no período de 21 a 31 de outubro de 2000. A
realização das Pré-Conferências contemplou a participação de usuários, profissionais de
saúde, prestadores de serviços e representantes do governo de todas as regiões, dando
oportunidade a eleição de 80% dos delegados para a 3ª Conferência Municipal de Saúde
(conforme previsto no Regimento Interno). O critério de escolha dos delegados nas Pré-
Conferências, discutido e aprovado previamente pela plenária do Conselho Municipal de
Saúde.
Com o intuito de avaliar a situação de saúde e contribuir na formulação de propostas a
serem implementadas no município de Vitória nos 4 anos seguintes, o conjunto de debates
teve como referência as diretrizes preconizadas pelo SUS. A conferência de abertura
trouxe o tema: “Dez anos de SUS em Vitória – avaliação e perspectivas”, proferida pelo
secretário municipal de saúde da época.
No segundo dia de Conferência, foram expostos em forma de palestras os temas: Modelo
Assistencial e Gestão; Financiamento; Recursos Humanos; e, Controle Social. Na Plenária
Final foram votadas as propostas que resultaram dos trabalhos de grupo, consolidadas
pelos relatores, compondo o relatório final com as deliberações da 3ª Conferência
Municipal de Saúde de Vitória. Foram Também votadas moções e um manifesto. Durante
os trabalhos da Plenária Final transcorreu a votação dos delegados à Etapa Estadual da 11ª
Conferência Nacional de Saúde, sendo os candidatos agrupados por segmentos, para serem
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 42
votados por seus pares, cujos delegados eleitos foram apresentados no encerramento da
Plenária Final (SEMUS-PMV/Vitória, Relatório Final da 3ª Conferência Municipal de
Saúde de Vitória, 2000).
As deliberações foram consolidadas a partir dos temas. O tema Modelo Assistencial e
Gestão foi subdividido desse modo: “Modelo Assistencial – Atenção Primária”,
“Secundária e Terciária”; “Modelo de Gestão”; “Relação entre os municípios da Região
Metropolitana”; “Urgência x Emergência”; “Assistência Farmacêutica”; “Política de
enfrentamento das doenças crônico-degenerativas”; “Sistema de informação em saúde,
captura da diversidade dos problemas de saúde e contribuição da epidemiologia para o
planejamento, gestão, cuidado e proteção da qualidade de vida”; “Vigilância Sanitária/
Ambiental; e, Saúde do Trabalhador”.
No subtema “Modelo Assistencial – Atenção Primária, Secundária e Terciária” houve 10
deliberações, entre estas pode-se destacar em relação ao PSF as seguintes: garantir a
implantação do projeto Sistema Integrado de Serviços de Saúde – SISS em todo o
município tendo como base na organização a atenção primária através da estratégia Saúde
da Família, implantando o PSF no município; que o município faça uma avaliação objetiva
da atuação do Programa Saúde da Família antes de continuar a implantação, adote a
avaliação contínua de satisfação do usuário como proposta de melhoria de implantação da
estratégia; e, fazer a divulgação da estratégia do PSF à comunidade, numa linguagem
acessível à mesma, especificando o papel de cada membro da equipe e especialmente o
papel dos ACS, garantindo a inserção na mídia como forma de massificar a informação.
O subtema “Modelo de Gestão” apresentou apenas duas deliberações, quais sejam: garantir
mudanças do modelo de gestão para Plena do Sistema e o cumprimento da Programação
Pactuada Integrada (PPI) pelo estado e favorecer a implantação da homeopatia na rede
municipal. Implantar o consórcio metropolitano e garantir a consolidação da Programação
Pactuada Integrada pertenceu ao subtema “Relação entre os municípios da Região
Metropolitana”.
No ponto “Vigilância Sanitária e Ambiental”, elaborou-se 9 deliberações, destacando-se a
terceira: trabalho educativo junto a comunidade, Associações de Moradores, Conselho e/ou
Comissões Locais de Saúde, de forma que os mesmos possam estar contribuindo para
manutenção dos serviços de limpeza pública e conservação da cidade; e a sexta:
socialização das informações relevantes de Vigilância Sanitária e Ambiental através da
imprensa e divulgar para a sociedade.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 43
A área de Financiamento contou com 12 deliberações, sendo que a última tratou
especificamente de uma das atribuições do Controle Social, ou seja, garantir ao Conselho
de Saúde a participação na elaboração e aprovação das políticas públicas de saúde,
considerando o prazo mínimo de 30 dias para a efetiva apreciação dos mesmos. Esta
medida seria para facilitar a apreciação mais adequada das aplicações dos recursos.
No que diz respeito aos Recursos Humanos houve 15 deliberações, sendo que não se
obteve o consenso quanto à inserção dos recursos humanos nas SMS fazendo com que no
texto do Relatório Final constasse duas propostas. Uma proposta defendia que a admissão
de servidores pela Semus deveria se dar obrigatoriamente através de concurso público,
podendo ser utilizadas outras formas de admissão apenas em caso de urgência, justificadas
e aprovadas pelo CMS. A outra proposta reafirmava que o ingresso no quadro de pessoal
da SEMUS fosse mediante concurso público. Mais ainda, que a necessidade de avaliação de
desempenho periódico com incentivo ao desempenho profissional dos servidores deverá
levar em conta o parecer dos Conselhos Gestores, Conselhos Locais de Saúde e Conselho
Municipal de Saúde. Uma outra atribuição neste aspecto, será que o CMS deverá fazer com
que o Plano de Cargos e Carreiras e Salários (PCCS) seja implantado no município de
Vitória. Cabe também à SEMUS (12ª proposta), promover a capacitação permanente dos
membros do Conselho Municipal de Saúde e dos Conselhos Locais de Saúde, como forma
de aperfeiçoamento do Controle Social.
Por fim, o tema Controle Social no SUS, com maior número de deliberações, (25),
variando em torno da necessidade de efetivar o CMS como um canal para encaminhamento
de questões e da democratização do acesso e da escolha dos conselheiros. Como forma de
ilustrar esta afirmação, destaca-se: criar Conselhos Regionais de Saúde (por Região de
Saúde) e regulamentar os Conselhos Locais de Saúde; garantir a capacitação dos
conselheiros locais, regionais e municipal, no início da gestão, bem como de lideranças
comunitárias e pessoas interessadas nas questões da saúde, como pré-requisito para o
exercício do mandato.
As outras recomendações foram: a capacitação deveria ser promovida pela Secretaria
Municipal de Saúde/Prefeitura Municipal de Vitória e comunidades (Conselhos Locais,
Associações de Bairro etc.); recomendar aos conselhos de saúde que respeitando o critério
de paridade na sua composição, garantir-se nos segmentos, o míninimo de 30% de um dos
sexos como cota de gênero; democratizar a escolha dos conselheiros através das
assembléias convocadas para este fim; recomendar ao CMS promover alternância entre os
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 44
segmentos na presidência dos conselhos de saúde; criação de Conselhos Gestores em todas
as unidades públicas de saúde de todos os níveis de hierarquia no sistema de saúde de
Vitória; e, criação de Fóruns regionais e municipal como mobilização da sociedade civil
para a discussão, formulação das políticas de saúde, formação e ampliação das redes,
recursos e parceiras com controle social (SEMUS-PMV/Vitória, Relatório Final da 3ª
Conferência Municipal de Saúde de Vitória, 2000).
De acordo com o Relatório de Gestão (2001), a participação popular na gestão municipal
deverá se dar no planejamento local de atenção à saúde, nos fóruns de debates e por meio
do Conselho Municipal de Saúde. O mesmo documento reafirma que o CMS possui 24
membros e que a representação é paritária entre usuários (50%), poder público,
trabalhadores da saúde e prestadores de serviços ao SUS municipal, distribuídos entre os
50% restantes.
Em 2001 o Conselho Municipal de Saúde realizou 18 reuniões, 11 foram reuniões
ordinárias e 7 extraordinárias, sendo que houve a formulação de 16 resoluções e além
disso, 8 prestações de contas. A programação previa a capacitação de 5% dos conselheiros,
entretanto, foram capacitados 12 conselheiros em 2 módulos previstos para aquele ano,
totalizando 62,5% dos conselheiros. Os conselheiros estiveram presentes no XVII
Congresso Nacional de Secretários Municipais de Saúde e no Seminário de Planejamento
Estratégico da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória.
No tópico referente ao Fundo Municipal de Saúde apresentou-se como acontecimentos
importantes na área de controle social, a IV Plenária Estadual de Conselhos de Saúde, a II
Plenária de Conselhos de Saúde da Região Sudeste, o Fórum Municipal de Vigilância
Sanitária, a X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde e o Encontro de representações
dos secretários executivos dos Conselhos de Saúde (SEMUS/PMV, Relatório de Gestão,
2001).
Para o Plano Municipal de Saúde (2002-2005), o CMS constitui-se na instância máxima do
município de Vitória no âmbito do planejamento e gestão do sistema municipal de saúde, a
prefeitura municipal deveria assumir a responsabilidade de garantir a continuidade na
realização de Conferências Municipais de Saúde, fóruns ampliados de participação social,
e, também se comprometia a ampliar a participação social, por meio dos Conselhos Locais
de Saúde, os quais deveriam abranger 100% dos Territórios e Regiões de Saúde.
De acordo com o plano, como estratégia para a horizontalização do poder decisório,
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 45
estavam sendo instituídos os Colegiados de Gestores em todas as Regiões de Saúde do
Município e o Conselho Diretor da Secretaria Municipal de Saúde. Estes Colegiados terão
representação no Conselho Diretor da SEMUS, constituído pelo Gabinete do secretário, que
se fará representar pelo secretário municipal de saúde; como seu presidente, subsecretário
de Políticas de Saúde, assessores técnicos; diretores de Departamento; chefes de Núcleos;
chefe da Unidade de Apoio Setorial; secretários executivos dos Colegiados Regionais de
Saúde e, enquanto estes não se organizam em todas as regiões, pelos Coordenadores dos
Fóruns Regionais.
O Conselho Diretor da SEMUS terá como função primordial a discussão, formulação e
deliberação colegiada da Política Municipal de Saúde, que será levada à apreciação do
Conselho Municipal de Saúde. O Colegiado de Gestores da Região de São Pedro foi criado
em outubro de 2000, constituído pelos seguintes membros: coordenador da Policlínica de
São Pedro III, um representante da Policlínica; coordenador da Unidade de Saúde de São
Pedro V, um representante de São Pedro V; coordenador da Unidade de Saúde de Ilha das
Caieiras, um representante de Ilha das Caieiras; coordenador da Unidade de Saúde de
Resistência, um representante de Resistência; coordenador da Unidade de Saúde de Santo
André, um representante da Unidade de Saúde de Santo André e da Secretária Executiva
do Colegiado Local (SEMUS-PMV/Vitória, Plano Municipal de Saúde, 2002-2005).
O ponto de vista dos Conselheiros representantes dos usuários sobre o funcionamento
e atividades do Conselho Municipal de Saúde
Houve relativa convergência entres os Conselheiros representantes dos usuários
entrevistados, principalmente quanto à influência e o papel do Conselho Municipal de
Saúde de Vitória , mas as divergências também mostraram-se significativas.
O Conselho Municipal de Saúde reúne-se, segundo os Conselheiros, regularmente uma vez
por mês. Em relação as reuniões extraordinárias do CMS, o Conselheiro 1 disse que
acontecem poucas vezes e sua convocação é para tomar decisões de urgência do CMS ou
da SMS e para a aprovação de algumas medidas. Já o Conselheiro 2, afirmou que
acontecem muitas vezes e a razão de sua convocação seria a aprovação de verbas para
convênios de prestação de serviços (contratos). E, também para aprovação de verbas
extraordinárias para à questão da epidemia da dengue.
Para ambos os Conselheiros, o período de duração do mandato é de 2 anos, e a manutenção
do mesmo conselheiro em mais de uma gestão ocorre sempre ou muitas vezes. Em relação
a rotatividade dos membros do CMS, os Conselheiros divergiram, pois o Conselheiro 1
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 46
declarou ser ocasional, ou seja, depende de circunstâncias pessoais ou da entidade. Já para
o Conselheiro 2 a rotatividade é regular, muda um ou mais integrantes a cada 6 meses.
Outra divergência ocorreu em relação ao mecanismo de aprovação das deliberações: o
Conselheiro 1 informou que o voto é aberto e que sempre as decisões do CMS são
transformadas em resoluções, enquanto o Conselheiro 2 afirmou que o voto é aberto
nominal, mas que poucas vezes as decisões do CMS são transformadas em resoluções.
Quanto a essas resoluções do CMS serem homologadas pelo Executivo, ambos
concordaram que ocorre muitas vezes.
De acordo com os Conselheiros entrevistados, o poder de controle do CMS sobre as ações
da Secretaria Municipal de Saúde é de apenas legitimar decisões já tomadas pelo governo
municipal. Também para ambos, o CMS sempre recebe do Executivo material informativo
sobre os temas a discutir que apoia suas deliberações, e informação suficiente para o
exercício de suas funções. Discordam discretamente, quando o Conselheiro 1 afirmou que
os conselheiros sempre têm facilidade em entender as informações fornecidas, enquanto o
Conselheiro 2 colocou diz ser muitas vezes. Na opinião dos dois, nas reuniões do CMS, os
diversos representantes sempre têm possibilidades de expressar suas posições livremente e
defender os interesses de seus representados.
Para ambos os conselheiros, sempre há interesses comuns dentre o conjunto de
representantes do CMS, e sempre ou muitas vezes dentre o conjunto de representantes dos
usuários do CMS. Sempre ocorrem negociações das diversas propostas, e encontra-se uma
solução em comum acordo entre os diferentes interesses representados. A respeito da
formação de blocos de representantes: o Conselheiro 1 respondeu que sempre há formação
de blocos entre os representantes de gestores e prestadores, enquanto o Conselheiro 2 que
poucas vezes há formação de blocos de representantes, sendo que quando ocorre é entre os
representantes de usuários e prestadores de serviços do SUS.
Em relação ao intercâmbio entre o CMS com outros colegiados e órgãos de controle social
e defesa do consumidor, os Conselheiros convergiram quando afirmaram que sempre o
CMS estabelece intercâmbio com os Conselhos Locais de Saúde e poucas vezes com o
Ministério Público. Também concordaram que nunca o CMS estabelece intercâmbio com
órgãos de Defesa do consumidor, Órgãos Governamentais de Proteção Ambiental, ONGs
Proteção Ambiental, Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Defesa de
Trabalhadores Rurais, Defesa e Proteção de Grupos Vulneráveis – Mulheres, Negros e
Índios e Movimentos Sindicais fora da área de saúde.
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 47
Contudo, os Conselheiros divergem quando referem-se ao intercâmbio do CMS com o
Conselho Municipal de Assistência Social e o Conselho Municipal de Educação, pois para
o Conselheiro 1 o intercâmbio ocorre poucas vezes e para o Conselheiro 2, nunca houve
intercâmbio.
Representatividade dos conselheiros
Quanto à representatividade, o Conselheiro 1 ocupa cargo de direção na sua
associação/entidade há 9 anos. A mesma é filiada a outra organização maior que é a
Federação Estadual do Movimento Popular do Espírito Santo (FAMOPES), a qual indica
representantes para outros conselhos municipais, que não o de saúde, como os Conselhos
Municipais de Educação, Meio Ambiente e Plano Diretor Urbano. Já o Conselheiro 2 não
ocupa cargo de direção na sua associação/entidade.
Em relação a representação da entidade no CMS, os conselheiros dizem que sempre
recebem orientações das suas entidades para sua atuação no CMS, assim também como
suas entidades muitas vezes se interessam por tal atuação e dão apoio. As suas entidades
sempre informam os associados sobre assuntos importantes que estejam em discussão no
CMS.
Os conselheiros entrevistados divergem em algumas questões: o Conselheiro 1informa que
sempre mantém a sua entidade informada sobre os trabalhos no CMS, sempre discute com
sua entidade os assuntos que estão em discussão no CMS, sempre participa das reuniões e
atividades promovidas pela sua entidade, enquanto para o Conselheiro 2 isso ocorre poucas
vezes. Outra divergência é que enquanto o Conselheiro 1 poucas vezes consulta sua
entidade antes de tomar posição nas questões discutidas no CMS, o Conselheiro 2 o faz
sempre.
Sempre comunicam-se com as organizações de base e com os Conselhos Locais de Saúde
de suas entidades. Divergem discretamente quando segundo o Conselheiro 1 informou que
poucas vezes comunica-se com as organizações estaduais de sua entidade e nunca
comunica-se com vereadores e órgãos de defesa do consumidor ou de proteção de grupos
vulneráveis, enquanto o Conselheiro 2 declarou que nunca há comunicação com as
organizações estaduais de sua entidade e poucas vezes comunica-se com vereadores e com
órgãos e defesa do consumidor ou de proteção de grupos vulneráveis. E divergiram
completamente quando o Conselheiro 1 colocou que não existem organizações municipais
de sua entidade e o Conselheiro 2, que existem, e que sempre comunica-se com as
VITÓRIA (ES) – CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 48
organizações municipais de sua entidade.
Divergiram quando se referiram a instância ou lugar de decisão são definidas as diretrizes
de sua atuação como Conselheiro do CMS, para o Conselheiro 1 é no próprio CMS, já para
o Conselheiro 2 é na sede do Conselho Popular de Vitória.
Quanto a participação em encontros e conferências de saúde, o Conselheiro 1 informou que
sua entidade participa da Plenária Regional e da Plenária Nacional de Conselhos de Saúde.
Sendo que sua entidade não participou da X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde.
Informou também que poucas vezes costuma participar das Conferências de Saúde
(municipal, estadual, nacional), mas participou e sua entidade também, da última
Conferência Municipal de Saúde. Participou da última Conferência Estadual de Saúde, mas
sua entidade não participou. Não participou também, nem sua entidade da 11ª Conferência
Nacional de Saúde.
O Conselheiro 2 informou que sua entidade participa da Plenária Regional e da Plenária
Nacional de Conselhos de Saúde e participou da X Plenária Nacional de Conselhos de
Saúde. Informou também que sempre costuma participar das Conferências de Saúde
(municipal, estadual, nacional), mas participou e sua entidade também da última
Conferência Municipal de Saúde e da última Conferência Estadual de Saúde.