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    Semana 10 – Abril, 1: Variación dialectal: portugués europeo.Conceptos de Morfología y Sintaxis.

    Português Europeu

    Tipologias de línguas

    Baseando-se na morfologia distinguiram-se três tipo principais de línguas:- 

    isolantes, cujas unidades morfológicas são invariantes e não-analisáveis (como o Mandarimou o Vietnamita);

    flexionais, de morfologia complexa, que são caracterizadas pela combinação de radicais e deafixos, distintos entre si e com informação própria (morfemas de modo, tempo e pessoa[verbos] e morfemas de género e número [nomes e adjectivos] (como em Português,Castelhano ou Latim);

    aglutinantes, caracterizadas pelo facto de radicais e afixos se sucederem sem que a suajustaposição implique alteração dos morfemas (como o Filandês e o Turco).

    Em Português Europeu encontram-se muitas sequências de consoantes em ataque de sílaba,formando grupos inesperados quer no início quer no interior da palavra. Neste aspecto a variedadebrasileira distingue-se claramente da variedade portuguesa, dado que na generalidade dos dialectos,em palavras como – afta, pacto, absurdo – os grupos de consoantes são desfeitos pela introdução da vogal [i]: [ -a-fi-t" ], [ -pa-ki-tu], [a-bi--sur-du]. Em consequência, a primeira consoante do grupo passaa ser o ataque da nova sílaba criada na palavra.

    2. Regras fonológicas

    2.1. S e contexto fonético

     Assim como /s/ em fim de palavra pode ser pronunciado de distintas formas consoante o contextofonético, também no interior de palavra, quando se segue uma consoante, o /s/ se vai realizar como:

    -  /+/ antes de consoante vozeada (b, d, g, v, z, +, m, n,  (, l, ,, r, R  ) = mesmo /me+mu/-  / * / antes de consoante não vozeada (p, t, k, f, s,  *  ) = pasta /pa * t"/

     Também a consoante /l/ pode ser pronunciada de duas formas se em início de sílaba /l/ e no finalde sílaba /2/.

    2.2. Regra do vocalismo átono:

     As vogais [ # ] e [e] acentuadas estão em distribuição complementar com [ ! ] em sílaba não acentuada,isto é, a diferença entre [ # ] e [e] é neutralizada em sílaba átona:

     Tónicas Átonasfesta [ # ] festejo [ ! ]dedo [e] dedada [ ! ]milho [i] milheiral [i]

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     porta [ $ ] porteiro [u]sopa [o] so peira [u]furo [u] furar  [u]

    Esta característica mediante a qual, na realização das vogais átonas, se dá uma elevação e um recuo

    em relação aos segmentos fonológicos de base, é uma característica do Português Europeuconhecida como regra do vocalismo átono.

    3. Sujeito nulo lexical e flexão verbal

    Noam Chomsky distinguiu entre as línguas humanas aquelas que como o português, o castelhano, oitaliano, o galego, entre muitas outras, que se caracterizam como línguas de sujeito nulo, de outrascomo o francês, o inglês que exigem que o sujeito esteja sempre explicitado.O Português como língua de sujeito nulo permite a não realização lexical do sujeito, seja elereferencial ou não.

    1)  Estou muito cansado.2)  Chove muito durante o inverno.

     Já o Francês consitui uma excepção no quadro das línguas Românicas, pois nessa língua a realizaçãolexical do sujeito é obrigatória:

    1)   Je suis très fatigué.2)  Il pleut beaucoup pendant l’hiver.

     A correlação entre a riqueza dos paradigmas flexionais do verbo e a ocorrência do sujeito nulo temsido um dos aspectos mais enfatizados na tentativa de caracterizar a natureza das chamadas línguasde sujeito nulo (  prop-drop ).

    4. Morfologia

    É uma disciplina linguística que tem a palavra por objecto, e que estuda, por um lado, o modo comoessa estrutura reflecte a relação com outras palavras, que parecem estar associadas a ela de maneiraespecial. Nesse estudo inclui-se a análise das unidades que são usadas nas alterações sofridas, como,por exemplo, afixos flexionais e derivacionais, bem como as regras que são postuladas para dar contadessas alterações.O morfema  é a unidade mínima de significado que tem uma forma física (fonológica e fonética) e umsentido, ou função, no sistema gramatical.Os morfemas podem ser divididos de acordo com a sua possibilidade de constituir, por si só, umapalavra independente, ou de terem necessariamente de acompanhar outros morfemas. Assim, osprimeiros são denominados morfemas  livres  (como as palavras mãe   e lápis  ) e os segundos são

    designados morfemas presos (como –mos  em bebemos ou –aria  em pastelaria  ). Já bebemos um café naquela pastelaria da esquina.

    Os morfemas livres podem ser de duas categorias:(1) lexicais – café , esquina ;(2) gramaticais /funcionais – um , de.

    Os morfemas presos podem ser de duas categorias:

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     A vogal temática marca a conjugação do verbo (A, E, I, nos verbos falar , comer , partir  ).

     Morfemas Temporais

     Tempo Morfema

    Presente Ind. ØPerfeito Ind. ØImperfeito Ind. va (1ª conj.) a (2ª e 3ª conj.)Futuro Ind. r+e, r+aMais q Perf. Ind. raPresente Conj. e (1ªa conj.) a (2ª e 3ª conj.)Imperfeito Conj. sseFuturo Conj. reCondicional r+iaInfinitivo reParticípio Passado doGerúndio ndo

     Morfemas de Pessoa

    Pessoa Tempo Morfema

    1ª Singular Presente Indicativo oPerfeito Indicativo iFuturo Indicativo iOutros Tempos Ø

    2ª Singular Perfeito Indicativo steImperativo ØOutros Tempos s

    3ª Singular Perfeito Indicativo uOutros Tempos Ø

    1ª Plural Todos os Tempos mos

    2ª Plural Perfeito Indicativo stesOutros Tempos (d)es

    3ª Plural Perfeito Indicativo ramOutros Tempos m

    Derivação

     As regras de flexão, as regras de derivação  por prefixação e as regras de sufixação avaliativa mantêm a categoria sintáctica da palavra sobre a qual operam

    aluno [N] aluna [N]escritor [N] escritores [N]disse [V] disseram [V]humano [ADJ] desumano [ADJ]fazer [V] refazer [V]dedo [N] dedão [N]pequeno [N] pequenino [N]

     As regras de derivação e as regras de composição determinam a categoria sintáctica das palavrasgeradas:forma [N] formal [ADJ]formal [ADJ] formaliza [Tema Verbal]formaliza [Tema Verbal] formalização [N]mesa redonda [Sintagma Nominal] mesa-redonda [N]quebra nozes [Sintagma Verbal] quebra-nozes [N]

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    Composição 

     A composição requer a utilização de mais do que uma unidade lexical  plena (isto é, mais do queum morfema livre) e distingue-se em processos de justaposição e processos de aglutinação.

    Sintaxe

    Uma frase básica em Português – como a frase “O jornalista contou a novidade aos amigos” – podecaracterizar-se sintacticamente, numa primeira abordagem, como uma sequência em que:

    1)  cada constituinte tem uma dada relação gramatical;2)  os constituintes ocorrem segundo uma dada ordem linear.

    Uma oração contém dois termos fundamentais: o  predicado, o constituinte ou sequência deconstituintes formado pelo predicador e pelo(s) argumento(s) interno(s), e o sujeito  que é oargumento externo do predicador.

    Na oração ‘O miúdo comeu um gelado’, o predicado é constituído pelo predicador verbal (= comeu  ) epelo seu argumento interno (= um gelado ).