Upload
vuongliem
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
200
820
09
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
F O R T I S S I M O N º 2 3 2017
30 N OV01 D E Z
VOCÊ E S T Á AQUI
PrestoVeloce
FOTO
: B
RU
NA
BR
AN
DÃ
O
FOTO
: B
RU
NA
BR
AN
DÃ
O
FOTO
: M
AR
IAN
A G
AR
CIA
5 e 6 out17 e 18 ago
14 mai e 13 jun
20 a 24 fev
4 mar
Pinchas Zukerman O palco da Sala Minas Gerais transbordou musicalidade com a presença de um dos maiores violinistas do nosso tempo. Zukerman solou e conduziu Mozart, regeu Beethoven e esteve no centro do palco, acompanhado da violoncelista Amanda Forsyth e de Marcos Arakaki, no Concerto Duplo de Brahms.
200
820
09
2010
2011
2013
2014
2015
2016
2017
LINHA DO TEMPO — 12 de 12 Em cada programa de concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. Ao longo do ano, relembramos nosso percurso até a décima temporada.
2012
Gravando MahlerAo gravar a Quinta e a Sexta de Mahler, a Filarmônica iniciou o registro das sinfonias desse compositor que, de forma visceral, alcançou a alma humana com sua música. As gravações aconteceram em fevereiro e outubro.
Shostakovich e a Revolução No ano do centenário da Revolução Russa, a Filarmônica apresentou pela primeira vez em Belo Horizonte a Sinfonia nº 12 de Shostakovich, uma homenagem do compositor a Lênin. Regência de Fabio Mechetti.
Um Barroco fora de série
Ao abraçar esse repertório incomum, a Filarmônica
trouxe à tona algumas paixões explícitas, como
Vivaldi e Bach, e tesouros escondidos, como outros
compositores italianos e alemães, além de
brasileiros e portugueses que criaram maravilhas por aqui, especialmente
em Minas Gerais. Uma nova e rica experiência para músicos e público.
Clássicos na PraçaConcertos ao ar livre são sempre momentos de beleza descontraída. Em frente à Sala Minas Gerais, na manhã do Dia das Mães, as trilhas de cinema eletrizaram o público. E, no campus da UFMG, foi um honra para a Filarmônica fazer parte das comemorações dos 90 anos dessa universidade cuja importância vai muito além das fronteiras do nosso estado. Os dois concertos tiveram regência de Marcos Arakaki.
FOTO
: M
AR
IAN
A G
AR
CIA
Q U E M A P R E C I A A M Ú S I C A , A J U D A A P R O M O V Ê - L A .
FO
TO
: E
UG
ÊN
IO S
ÁV
IO
E QUEM PROMOVE A NOSSA FILARMÔNICA É MUITO IMPORTANTE:
O PÚBLICO QUE NOS HONRA COM SUA PRESENÇA E ENTUSIASMO,
OS AMIGOS DA FILARMÔNICA E OS PARCEIROS QUE CONTRIBUEM
DIRETAMENTE COM A PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA.
A TODOS, NOSSO MUITO OBRIGADO.
C A : 0 0 2 0 / 0 0 1 / 2 0 1 6
Caros amigos e amigas,
F A B I O M E C H E T T IDiretor Artístico e Regente Titular
deixou marcante influência na vida desta
cidade. Sua música é de grande vitalidade e
força rítmica, transitando facilmente entre
elementos tradicionais e exploratórios, em
uma assinatura estética própria e autêntica.
Também de grande vitalidade, impulsão e
riqueza orquestral é o Arco-íris Repentino
do compositor Joseph Schwantner,
um dos mais respeitados criadores da
música norte-americana da atualidade.
Experimentar essa obra de cores vivas e
complexas é buscar imersão num imenso
caleidoscópio sonoro: da suavidade
de um pálido amarelo ao ofuscante
brilho de um vermelho intenso.
A música de Tchaikovsky é sinônimo
daquilo que melhor define o ápice
da música sinfônica romântica: força
dramática, grandes gestos estruturais,
uma rica e diversificada paleta
orquestral, melodias e harmonias que
invadem nossos corações. Dentre as
seis sinfonias escritas pelo compositor
russo, a Quarta dá início a uma
trilogia de obras-primas com poucos
paralelos entre os compositores de
então. Do fatalismo representado
pelo ritmo inicial nos metais à sua
exuberante e desenfreada conclusão,
essa Sinfonia é certamente uma das
obras mais inspiradas de toda a
geração romântica, e é com alegria
que a revisitamos na noite de hoje.
Ao concluirmos as séries Presto e Veloce
da Temporada 2017, gostaria de
agradecer a todos aqueles que nos
prestigiaram ao longo do ano, esperando
que esse compartilhamento de
experiências continue no ano que vem.
A todos Boas Festas e um 2018 com
menos contraponto e mais Filarmonia.
A família mineira Álvares produziu
dois músicos da maior competência e
importância para a música erudita local
e nacional: o compositor Eduardo e
seu irmão, o pianista Paulo. Há tempos
radicado na Alemanha, onde desenvolve
brilhante carreira, Paulo Álvares apresenta
nesta noite obra escrita pelo seu irmão,
que, apesar da morte triste e inesperada,
FOTO
: A
LEX
AN
DR
E R
EZEN
DE
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico
e Regente Titular da Orquestra Filarmônica
de Minas Gerais, sendo responsável pela
implementação de um dos projetos mais bem-
sucedidos no cenário musical brasileiro. Com
seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra
mineira nos cenários nacional e internacional
e conquistou vários prêmios. Com ela,
realizou turnês pelo Uruguai e Argentina
e realizou gravações para o selo Naxos.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu
recentemente como Regente Principal
da Orquestra Filarmônica da Malásia,
tornando-se o primeiro regente brasileiro a
ser titular de uma orquestra asiática. Depois
de quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos,
atualmente é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular da Sinfônica
de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.
Desta última é, agora, Regente Emérito.
Foi regente associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington e com ela dirigiu
concertos no Kennedy Center e no Capitólio
norte-americano. Da Orquestra Sinfônica
de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de
Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica
de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras
orquestras norte-americanas, como as de
Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix,
Columbus, entre outras. É convidado
frequente dos festivais de verão nos
Estados Unidos, entre eles os de Grant Park
em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México,
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as
orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo
e Hiroshima. Regeu também a Orquestra
Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra
da Rádio e TV Espanhola em Madrid,
a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia,
e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.
Vencedor do Concurso Internacional de Regência
Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige
regularmente na Escandinávia, particularmente
a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de
Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua
estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica
de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra
Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com
a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica
Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras
de Porto Alegre e Brasília e as municipais de
São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com
artistas como Alicia de Larrocha, Thomas
Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori,
Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.
Igualmente aclamado como regente de
ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo
a Ópera de Washington. No seu repertório
destacam-se produções de Tosca, Turandot,
Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte,
La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro
de Sevilha, La Traviata e Otello.
Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado
em Regência e em Composição pela
prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Fabio MechettiD I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R
FOTO
: A
LEX
AN
DR
E R
EZEN
DE
FABIO MECHETTI , regente
PAULO ÁLVARES , piano programa
Presto e Veloce
*
*Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité apresentam
J O S E P H S C H W A N T N E R
E D U A R D O G U I M A R Ã E S Á L V A R E S
30 / NOV e 1 / DEZ
A Sudden Rainbow
intervalo
P I O T R I L I T C H T C H A I K O V S K Y
Sinfonia nº 4 em fá menor, op. 36• Andante sostenuto
• Andantino in modo di canzona
• Scherzo: Pizzicato ostinato
• Finale: Allegro con fuoco
O livro dos seres imaginários• Prelúdio
• Cadenzas
• A dança do Manticora
• Poslúdio
Paulo Álvares é professor de música de
câmara contemporânea e improvisação
na Escola Superior de Música de
Colônia, Alemanha, e fundador do
Ensemble for Aleatoric Music.
O artista é requisitado como pianista
solo e camerista, particularmente
em música contemporânea. Mineiro,
nascido em 1960 e formado pela
Universidade de São Paulo, estudou
nos Estados Unidos com Caio Pagano
e Steven de Groot, concluindo mestrado
pela Universidade Cristã do Texas.
Paulo Álvares frequentou, com bolsa
do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio
Acadêmico), a Escola Superior de
Música de Colônia, onde estudou com
Aloys Kontarsky e Hans Ulrich Humpert.
Recebeu o Prêmio de Música Kranichstein
no Darmstadt New Music Courses.
Paulo Álvares trabalhou com regentes
e compositores como Mauricio Kagel,
Helmut Lachenmann, Luciano Berio,
Earle Brown, Tristan Murail, Emmanuel
Nunes, Peter Eötvös, Dieter Schnebel
e Gerhard Stäbler. Ele se apresentou
com orquestras como a Sinfônica WDR
de Colônia, Sinfônica de Gürzenich,
Sinfônica Bochumer e Saarländisches
Rundfunk Orchester, além de colaborar
com diversos grupos de música nova.
P A U L O Á L V A R E SFO
TO:
DIV
ULG
AÇ
ÃO
Em 1982, a fim de reaproximar
compositores contemporâneos,
grandes orquestras e o público de
concerto norte-americano, o programa
Meet the Composer selecionou cinco
importantes compositores para dois
anos de residência em cinco das
maiores orquestras dos Estados Unidos:
Jacob Druckman colaboraria com a
New York Philharmonic, John Adams
com a San Francisco Symphony, John
Harbison com a Pittsburgh Symphony
Orchestra, Robert Xavier Rodriguez com
a Dallas Symphony Orchestra e Joseph
Schwantner com a St. Louis Symphony.
Regida por Leonard Slatkin, a St. Louis
Symphony mostrou-se um fecundo
laboratório, e a colaboração com Slatkin
rendeu a Schwantner não apenas as
encomendas de A Sudden Rainbow,
Magabunda e From Afar..., concerto
para violão e orquestra, mas também
a estreia de seu Concerto para piano.
Schwantner graduou-se pelo American
Conservatory of Music de Chicago em
1964 e obteve os títulos de mestrado
e doutorado pela Northwestern
University respectivamente em 1966 e
1968. Vencedor do prêmio Pulitzer de
música em 1979 pela obra Aftertones
of Infinity, o compositor desfrutava
enorme sucesso profissional quando
se afastou da Eastman School of
Music para aceitar o convite junto à
St. Louis Symphony. Sua produção,
embora frequentemente comparada
aos trabalhos de Bartók, Berg, Berio,
Debussy, Messiaen e Rochberg, é
bastante idiossincrática. E seu estilo
sintetiza uma diversidade de influências
que se estendem do impressionismo
e vanguardas francesas às percussões
africanas, das explorações tímbricas
de George Crumb às tendências
minimalistas e estéticas serialistas.
Estreada em 1 de fevereiro de 1986,
A Sudden Rainbow foi indicada ao
Grammy de Melhor Composição de
Música Clássica Contemporânea de
1987 e premiada com o terceiro lugar
no Kennedy Center Friedham Awards.
Embora uma peça para orquestra sem
solista, a exploração temática e formal
de seções isoladas da orquestra faz
da obra um exemplo daquilo que se
poderia chamar de um concerto para
orquestra. Em movimento único, a
peça apresenta uma estrutura formal
simétrica, inspirada na figura do
arco-íris. Descrito pelo compositor
como um ofuscante fenômeno visual,
de beleza luminosa e prismática, o
“arco-íris contém as cores puras do
espectro visual em faixas consecutivas
e é formado no céu pela refração,
reflexão e dispersão dos raios do sol na
chuva ou na neblina”. Analogamente,
A Sudden Rainbow “frequentemente se
desdobra em camadas estratificadas
de cores orquestrais”, modeladas
“pelo equilíbrio de forças tímbricas
e espaciais em jogo na obra”. Com
um conjunto orquestral expandido, a
peça joga com as texturas dos sopros,
metais e cordas, que são enriquecidas
pelas interferências do piano, celesta,
harpa e, principalmente, percussão.
A Sudden Rainbow engendra uma
“profusão de ricas e vívidas sonoridades
e texturas”, subitamente oferecendo
aos ouvidos um equivalente daquilo
que o arco-íris oferece aos olhos.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, celesta, cordas
EDITORA Schott MusicREPRESENTANTE EXCLUSIVO
Barry Editorial
PARA OUVIR CD Schwantner – Angelfire; Beyond Autumn; September Canticle; A Sudden Rainbow – Dallas Symphony Orchestra – Andrew Litton, regente – Hyperion CDA 67493 – 2005
1986
Chicago, Estados Unidos, 1943
J O S E P H S C H W A N T N E RA Sudden Rainbow
15 min
IGOR REYNER Pianista, Mestre em
Música pela UFMG, Doutor em Literatura
pelo King’s College London e colaborador
do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, celesta, cordas.
EDITORAÇÃO do autor
PARA LER Jorge Luis Borges – O Livro dos Seres Imaginários – Companhia das Letras – 2007
A música fixou-se logo como a forma dileta
de expressão de Eduardo Álvares, bem
como o fio condutor de uma proposta
estética que tem origem nas artes plásticas
e estende-se ao universo da dança, teatro,
cinema e literatura. Um projeto igualmente
heterogêneo revela-se no campo de suas
associações estético-musicais. Como
afirma o irmão e pianista Paulo Álvares,
“Eduardo era fascinado por compositores
que tinham na estrutura molecular de
suas linguagens uma heterogeneidade
consciente, produtiva, como Messiaen,
Debussy, Stravinsky, Ives, Ligeti”.
Após graduar-se em Composição pela USP,
onde foi aluno de Willy Corrêa de Oliveira
e Gilberto Mendes, Álvares assumiu
a coordenação dos Ciclos de Música
Contemporânea em Belo Horizonte.
Ali, coordenou ainda o Festival Articulações
e atuou como presidente da Fundação
Clóvis Salgado. Em 1996 mudou-se para
São Paulo e assumiu a coordenação do
XXXIII Festival Música Nova e do Festival
Intermídia. Estabeleceu-se mais tarde
como diretor da Rádio Cultura FM
e da Orquestra Sinfonia Cultura e,
em 2005, assumiu o cargo de professor
de Composição da EMESP Tom Jobim.
Sua vasta produção musical agrupa-se
em três períodos. A fase de formação
e de experimentação reúne obras de
orientação surrealista e dramática,
frutos da acumulação do trabalho com
massas sonoras e harmonias dissonantes,
linguagem serialista e espetáculos
cênico-musicais. A segunda fase
estende-se de 2001 a 2007, período
no qual o compositor reorientou sua
produção em direção a um pós-tonalismo
mais convencional. A fase final retoma
elementos da fase inicial, de caráter
experimental, e assimila variações
polimodais e tonais, linguagens calcadas
no uso de clusters e elementos musicais
mais ásperos, dissonantes e dramáticos.
A obra O livro dos seres imaginários
foi estreada por Paulo Álvares junto à
Banda Sinfônica do Estado de São Paulo
sob a regência de Dario Sotelo, em agosto
de 2006, na versão original para piano
e sopros. Foi arranjada para piano e
orquestra em razão do concerto da
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais
em homenagem a Álvares, em junho
de 2007. Inspirada no livro homônimo
de Jorge Luis Borges, trata-se de uma
homenagem à música latino-americana
primitivista de Villa-Lobos e Revueltas
e sinaliza o fim do segundo período
composicional de Álvares. Composto
em quatro movimentos, o concerto
joga com desníveis de linguagem e
rejeita o “nacionalismo melódico e
sentimental” em favor de uma força
selvagem, percussiva e não europeia.
O Prelúdio explora materiais neotonais
ao estilo de Ligeti num jogo de pergunta
e resposta entre os grupos orquestrais.
Cadenzas, a despeito de suas passagens
improvisatórias, é rigorosamente
estruturado a partir de séries
dodecafônicas. A Dança do Manticora,
única referência explícita a Borges,
é o movimento mais violento, no qual uma
politonalidade áspera e ritmos explosivos
evocam a “dança frenética, monstruosa e
grotesca” da figura com rosto de homem,
corpo de leão e cauda de escorpião.
O Poslúdio, introduzido por uma longa
cadência, recapitula o material do
Prelúdio. Nas palavras de seu dedicatário
e intérprete, Paulo Álvares, O livro dos
seres imaginários “retrata o universo
poético de Borges em toda sua estranheza,
sua violência atávica e magmática, seu
primitivismo moderno revisitado e sua
aureolada matéria sonora em fusão”.
2006
Uberlândia, Brasil, 1959 Belo Horizonte, Brasil, 2013
E D U A R D O G U I M A R Ã E S Á L V A R E SO livro dos seres imaginários
22 min
IGOR REYNER Pianista, Mestre em
Música pela UFMG, Doutor em Literatura
pelo King’s College London e colaborador
do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
A composição da Sinfonia nº 4 está
intimamente ligada ao aparecimento, na
vida de Tchaikovsky, da viúva Nadezhda
Filaretovna von Meck. Musicista amadora
e excelente administradora, mantinha
um grupo de músicos à sua disposição.
Em 1876 encomendou a Tchaikovsky
uma peça para violino e piano, que ele
prontamente atendeu. Nascia aí um amor
platônico e obsessivo e um caso duradouro
de mecenato. Mme. von Meck depositava
mensalmente uma soma considerável de
rublos na conta do compositor, destinada
a liberá-lo de dar aulas para sobreviver,
dedicando-se inteiramente às viagens
e à composição. Os dois trocaram mais
de mil cartas nesse período e a única
imposição de Mme. von Meck foi de que
nunca se encontrassem pessoalmente.
Os primeiros esboços da Sinfonia nº 4
datam de fevereiro de 1877 e a obra só
começaria a ser orquestrada em agosto.
Nesse meio tempo, além de ocupado com
a composição da ópera Eugene Onegin,
Tchaikovsky embarcara em um
casamento desastrado com sua antiga
aluna Antonina Miliukova. A orquestração
dos três primeiros movimentos foi
concluída em Veneza e, em 7 de janeiro
de 1878, em San Remo, Tchaikovsky
completava sua amada Quarta Sinfonia.
Considerada pelo compositor como uma de
suas melhores obras, a Sinfonia nº 4 foi
naturalmente dedicada a Mme. von Meck.
A estreia se deu em Moscou, em fevereiro
de 1878, sob a regência de Nikolai
Rubinstein. Músicos e público tiveram
dificuldade em compreender uma
obra que ia muito além das fronteiras
estéticas tradicionais. Só após a estreia
em São Petersburgo, nove meses depois,
a Sinfonia nº 4 começaria a conquistar
seu lugar no repertório sinfônico.
O primeiro movimento dura cerca de
metade da obra. Inicia-se com uma
introdução nas trompas e fagotes,
seguidos dos trombones, tuba,
trompetes e madeiras. O primeiro
tema é apresentado nas cordas, em
movimento de valsa. O segundo, nas
madeiras, é introduzido pelo clarinete.
O movimento se desenvolve com
inúmeras repetições dos dois temas
principais e do tema da introdução e
termina com uma coda majestosa.
O segundo movimento é uma triste
canção russa com dois temas: o
primeiro, mais melancólico, é executado
pelo oboé e prontamente repetido
pelos violoncelos; o segundo, mais
esperançoso, é apresentado nos violinos.
O Scherzo é extremamente leve e gracioso.
A primeira seção destina-se às cordas,
que tocam em pizzicato durante todo
o movimento. A seção central contém
um momento destinado às madeiras e
outro aos metais. O movimento termina
calmamente com o pizzicato das cordas.
Tchaikovsky compôs um Finale grandioso
para a Quarta Sinfonia. O primeiro
tema, vivo e brilhante, dá o caráter
do andamento. O segundo, executado
primeiramente pelo oboé e fagote,
apresenta um pouco de calma no tumulto
orquestral, mas não por muito tempo:
o caráter agitado do primeiro tema
logo contagia o segundo. À medida
que caminhamos para o fim ouvimos,
novamente, o tema da introdução do
primeiro movimento. Uma grande
coda fecha a Sinfonia, à maneira dos
desfechos imponentes de Tchaikovsky.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, cordas.
EDITORA Breitkopf & Hartel
PARA OUVIR CD Tchaikovsky – Symphonies 4, 5, 6 – Wiener Philharmoniker – Valery Gergiev, regente – Decca – 2005
CD Tchaikovsky – Symphony no. 4; Romeo and Juliet – Chicago Symphony – Daniel Baremboim, regente – Teldec – 1997
PARA ASSISTIR Wiener Philharmoniker – Herbert von Karajan, regenteAcesse: fil.mg/tsinf4
PARA LER Anthony Holden – Piotr Ilitch Tchaikovsky: uma biografia – Record – 1999
GUILHERME NASCIMENTO
Compositor, Doutor em Música pela
Unicamp, professor na Escola de Música
da UEMG, autor dos livros Os sapatos
floridos não voam e Música menor.
1877/1878
Votkinsk, Rússia, 1840 São Petersburgo, Rússia, 1893
P I O T R I L I T C H T C H A I K O V S K Y Sinfonia nº 4 em fá menor, op. 36
44 min Última apresentação desta obra — 28 ago 2012Fabio Mechetti, regente
FOTO
: B
RU
NA
BR
AN
DÃ
O
Informaçõeswww.filarmonica.art.br
(31) 3219-9009
A partir de R$ 203 (meia-entrada para 9 concertos)
FAÇA PARTE,ASSINE!
DÊ DE PRESENTE
AssinaturasNovas
T E M P O R A DA 2 0 1 8
Até 27/01/2018Este período poderá ser reduzido
caso os assentos disponíveis
para Assinaturas se esgotem.
CONSELHO ADMINISTRATIVO
PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman
PRESIDENTE Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS Angela GutierrezArquimedes BrandãoBerenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello BrancoMauricio FreireOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena
DIRETORIA EXECUTIVA
DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira
DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira
DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé
DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers
EQUIPE TÉCNICA
GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado
GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães
ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICALGabriela de Souza
PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe
ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo Mariana GarciaRenata GibsonRenata Romeiro
ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira
ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOS Itamara KellyMariana Theodorica
ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez
EQUIPE ADMINISTRATIVA
GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho
GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva
ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi
ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho
SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes
ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis
ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo
RECEPCIONISTAMeire Gonçalves
AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida
AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoRose Mary de Castro
MENSAGEIROSBruno RodriguesDouglas Conrado
JOVEM APRENDIZYana Araújo
SALA MINAS GERAIS
GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas
GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia
TÉCNICOS DE ÁUDIO E DE ILUMINAÇÃOPedro ViannaRafael Franca
ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio MechettiREGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta
Orquestra Filarmônica de Minas GeraisGOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Andrade
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Angelo Oswaldo de Araújo Santos
SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS João Batista Miguel
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003
Instituto Cultural Filarmônica
FORTISSIMOnovembro / dezembro — nº 23 / 2017ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina Godinho DelgadoEDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale
ILUSTRAÇÕESMariana SimõesFOTO DE CAPAEugênio Sávio
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla associadoAra Harutyunyan – Spalla assistenteAna Paula SchmidtAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoJoanna BelloRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Hyu-Kyung Jung ****Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMatheus BragaRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna Druzd Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *Robson Fonseca ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesLina RadovanovicLucas BarrosWilliam Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *André Geiger ***Marcelo CunhaMarcos LemesPablo Guiñez Rossini ParucciWalace Mariano
FLAUTASCássia Lima*Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *Públio Silva ***Israel MunizMoisés Pena
CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia TrindadeJosé Francisco dos SantosLucas FilhoFabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa
TUBAEleilton Cruz *
TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas *
PERCUSSÃORafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira
HARPACleménce Boinot *
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar
FILARMÔNICA ONLINEWWW.FILARMONICA.ART.BR
VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA
filarmonica.art.br/concertos/agenda-de-concertos
CONHEÇA TODAS AS APRESENTAÇÕES
filarmonica.art.br/filarmonica/sobre-a-filarmonica
Concertos — dezembro
DIA 1, 20h30VELOCE
SchwantnerE. ÁlvaresTchaikovsky
DIA 9, 18hFORA DE SÉRIE /
BACH E CIA.
J. L. BachW. F. BachC. P. E. BachJ. C. BachJ. S. Bach
DIAS 14 E 15, 20h30ALLEGRO / VIVACE
IvesC. FacóHolst
Contribua para o programa Amigos da Filarmônica
ÚLTIMOS DIASContribuindo até 29/12 você ajuda a realizar os Concertos Didáticos, Concertos para a Juventude, Festival Tinta Fresca e Laboratório de Regência.
Juntos podemos mudar a vida de milhares de jovens.
Para contribuir ou para mais informações,
acesse o site www.filarmonica.art.br/amigos
ou ligue para 3219-9029.
ASSESSORIA DE RELACIONAMENTO (31) 3219-9009 | [email protected]
AMIGOS DA FILARMÔNICA (31) 3219-9029 | [email protected]
para melhor apreciar um concerto
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEONão são permitidas
durante os concertos.
CONVERSA
O silêncio é o espaço da música. Por
isso, evite conversas ou comentários
durante a execução das obras.
CRIANÇAS
Não é recomendável a presença de menores
de 8 anos nos concertos noturnos. Caso traga
crianças, escolha assentos próximos aos
corredores para que você possa sair rapidamente
se elas se sentirem desconfortáveis.
COMIDAS E BEBIDAS
Não são permitidas no interior da sala de concertos.
TOSSE
A tosse perturba a concentração. Tente
controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.
PONTUALIDADE
Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de
acesso à sala de concertos serão fechadas.
APARELHOS CELULARES
Não se esqueça de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho eletrônico. O som e
a luz atrapalham a orquestra e o público.
CUIDADOS COM A SALA
Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira.
Também evite balançar-se nela, pois, além de
estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.
APLAUSOS
Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no
programa o número de movimentos de cada uma
e fique de olho na atitude e gestos do regente.
RUA PIUM-Í, 229
CRUZEIRO
RUA JUIZ DE FORA, 1.257
SANTO AGOSTINHO
RUA LUDGERO DOLABELA, 738
GUTIERREZ
Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.
/filarmonicamgWWW.FILARMONICA.ART.BR
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070
Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
Sala Minas Gerais
CO
MU
NIC
AÇ
ÃO
IC
F
PATROCÍNIO MÁSTER PATROCÍNIO
MANTENEDOR
APOIO INSTITUCIONAL
REALIZAÇÃO
CA: 0020/001/2016
DIVULGAÇÃO
Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil
APOIO