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Conexão Food Safety As diferentes variáveis do Controle de Qualidade Uma visão do laboratório Edição 15 - Dezembro 2018

Food Safety · 2019-10-15 · Salmonella (MDS®) para Sanidade Animal: Amostra Swab de arrasto. Aluna: Maiara Cristine Titon Orientadora: Alessandra Farias Millezi Instituição:

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Conexão

Food Safety

As diferentes variáveis do Controle de Qualidade Uma visão do laboratório

Edição 15 - Dezembro 2018

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Na visão deles

Nesta edição, abordamos como tema principal, as diferentes variáveis do controle de

qualidade na visão dos laboratórios. Confira quais são eles nas páginas 6 e 7. Também

trazemos um artigo sobre a nova versão da ISO 17025:2017.

Em “Carreira em Foco”, convidamos Donizeti Cerazi, gerente executivo da Nestlé, para nos

contar sobre a sua carreira.

Veja ainda como foi o 5º Simpósio Internacional 3M Food Safety

e conheça a REC: placa para contagem rápida 3M Petrifilm

E. coli/coliformes, que simplifica a rotina dos laboratórios.

Boa leitura!

Janaina Branco

Especialista de Marketing

3M do Brasil

Publicação trimestral da divisão de Food Safety da 3M do Brasil

Gerente: Luciana Bueno

Supervisão: Lúcia Ziliotti – MTb 22.901

Colaboradores: Daiane Martini, Leonardo Zanovello, Mauricio Monarin, Sylnei Santos e Vanessa Tsuhako

Contato: [email protected] www.3mfoodsafety.com.br (19) 3838 7322 / 0800 013 2333

Todos os direitos reservados. © 3M 2019. Por favor, recicle. Impresso no Brasil. Tiragem: 2.000 exemplares

Redação e editoração: Serifa Conhecimento e Comunicação www.serifa.com.br

Imagens: Arquivo 3M (exceto quando explicitamente creditadas)

3mfoodsafety.com.br 3m.com.br/cultivandotalentos

Facebook.com/3mdoBrasil

Revisão técnica

Vanessa Tsuhako

Microbiologista e

especialista de

Desenvolvimento

de Aplicação

3M Food Safety Brasil

Acesse o nosso site e confira o conteúdo da 15ª edição

www.3mfoodsafety.com.br

Conversando com o especialista

3M™ Health Care Academy

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Cultivando talentos | 3M Food Safety | 3

Confira os selecionados do ano

Para saber mais, acesse 3m.com.br/cultivandotalentos

Cultivando Talentos 20183M™ Health Care Academy

Nome do Projeto: Modelagem matemática do crescimento de bactérias, bolores e leveduras em queijo muçarela fatiado quando armazenado sob refrigeração

Aluna: Renata Rodrigues dos Santos

Orientadora: Ilana Racowski

Instituição: Faculdade de Tecnologia Termomecânica - SP

1º EtapaNome do Projeto: “Caracterização microbiológica do queijo minas artesanal maturado comercializado em São Paulo: segurança, higiene e diversidade microbiana”

Aluna: Josisleine Recalde Allaion Ferreira

Orientadora: Dra. Bernadette Dora G. de Melo Franco

Instituição: USP/SP

2º EtapaNome do Projeto: “Modelagem matemática do crescimento de bactérias, bolores e leveduras em queijo muçarela fatiado quando armazenado sob refrigeração”

Aluna: Renata Rodrigues dos Santos – Iniciação Científica

Orientadora: Ilana Racowski

Instituição: Faculdade de Tec. Termomecânica – FTT/SP

3º EtapaNome do Projeto: “Validação do uso de Petrifilm™ BAL para enumeração de bactérias láticas em Queijos do Serro”

Aluna: Thaiza Almeida

Orientador: Luis Augusto Nero

Instituição: Universidade Federal de Viçosa – UFV/MG

4º EtapaNome do Projeto: validação do ensaio de detecção molecular – Salmonella (MDS®) para Sanidade Animal: Amostra Swab de arrasto.

Aluna: Maiara Cristine Titon

Orientadora: Alessandra Farias Millezi

Instituição: Inst. Federal Catarinense – Campus Concórdia/SC

Categoria Patrocínio

Categoria Reconhecimento

Prêmio dessas etapas: Patrocínio de produtos 3M Food Safety, no valor de R$ 4.000,00

Prêmio dessa categoria: R$ 12.000,00 (pagamento de despesas) para participação do International Association for Food Protection Annual Meeting (IAFP), edição 2019.

Cultivando talentos | 3M Food Safety | 3

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FOOD SAFETY: Qual a sua formação?

DONIZETI CEZARI: Sou bacharel em Química, com posterior especialização em Engenharia da Qualidade e MBA em Administração de Negócios. Fiz diver-sos outros cursos de especialização em Qualidade de Alimentos e em Gestão da Qualidade.

FOOD SAFETY: Como foi a sua traje-tória profissional?

DONIZETI CEZARI: Comecei minha carreira em Laboratório de Controle de Qualidade como analista, assumin-do, posteriormente, o cargo de ges-tor, executando diversas atividades de análise e pesquisas, sempre dentro da área de Controle de Qualidade. Tem-pos depois, iniciamos uma fase de im-plementação do conceito de Garantia da Qualidade, com um controle mais próximo do processo produtivo. Foi necessário desenvolver métodos de respostas rápidas e, trabalhei então, na liderança desse projeto.

Mais adiante, liderei o projeto foca-do no desenvolvimento de programas de Food Safety, responsável pela im-plementação e desenvolvimento do HACCP/APPCC. Em seguida, fui res-ponsável pela Gestão de Qualidade Di-visional e também de R&D na linha de produtos refrigerados (iogurtes e su-cos), alimentos e bebidas. Tive ainda a oportunidade de sair do país como ex-patriado responsável regional de Quali-dade no Norte da África e Oriente Mé-dio, com abrangência em nove países.

Carreira em focoDonizeti Cezari é gerente executivo na Nestlé e conversou com a equipe da Conexão Food Safety sobre sua trajetória profissional. Confira.

Antes de retornar ao Brasil, passei ain-da pelo Centro da Empresa na Suíça. Finalmente, desde 2004, estou como responsável pela área de Gestão da Qualidade da Nestlé no Brasil, onde temos 30 unidades de manufatura e mais de 22 mil colaboradores. A Nestlé Brasil é o quarto mercado mundial em faturamento.

FOOD SAFETY: Quais foram os princi-pais aprendizados até agora?

DONIZETI CEZARI: Manter-se atuali-zado e de preferência alguns passos à frente dos seus concorrentes é um de-les. Também aprendi que não podemos perder as oportunidades que apare-cem, pois elas trazem amadurecimento e nos preparam melhor para a próxima fase. Além disso, é importante inserir a família em suas movimentações e to-madas de decisões. Ela é o ponto de equilíbrio em sua vida profissional.

FOOD SAFETY: Na sua avaliação, como está o mercado atual para quem quer fazer carreira na área?

DONIZETI CEZARI: Qualidade, seja em produtos ou em serviços, certamente continuará sendo de suma importância para continuidade e crescimento das empresas. Penso que sempre haverá es-paço para profissionais que gostam des-sa área de atuação. É necessário se pre-parar, pois a diversidade de assuntos que ele terá que lidar é grande e não rotineira. Haverá sempre coisas novas que lhe tra-rão motivação para construir seu legado.

FOOD SAFETY: Qual mensagem dei-xaria aos jovens profissionais?

DONIZETI CEZARI: Uma das coisas que não mudará nunca, a meu ver, é estar sempre preparado e atualizado em sua área de atuação. Portanto, continue sua preparação por meio de autoconheci-mento. Hoje, poucas são as empresas que investem em novos profissionais, mas se você quer crescer, invista em seu aprimoramento continuamente. En-contre um mentor que possa apresentar possíveis caminhos. Isso poderá acelerar o seu crescimento profissional. Você cer-tamente encontrará trilhas difíceis, mas não desista de suas convicções e sonhos. Faça sempre o melhor que puder e cele-bre cada conquista, mesmo as menores. Elas darão energia para continuar.

4 | Carreira em foco | 3M Food Safety

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Compartilhar as boas práticas por meio do conhecimento foi o foco principal do encontro que reuniu, no dia oito de maio, em São Paulo, as principais autoridades do mercado em Segurança na produção de alimentos e bebidas, Gestão de qua-lidade de produtos e processos e Prote-ção à marca de indústrias alimentícias.

Com palestras nacionais e internacio-nais, os participantes conferiram as principais tendências de mercado, além de acompanharem o trabalho da 3M para ajudar as empresas a serem prota-gonistas da segurança dos alimentos da mesa da família brasileira.

5º Simpósio Internacional 3M Food Safety

Como destaques da programação – e bem avaliadas pelos presentes – es-tiveram as apresentações da Dra. Bernadette Franco, da USP, com o assunto “Velhos patógenos, novos in-cidentes”; da Dra. Lone Jespersen, da Suíça, falando sobre “Implemen-tação de Cultura Food Safety” e “Re-call em Food Safety”; e do Ph.D. Ken Davenport, da 3M Estados Unidos, que abordou o monitoramento ambiental (ATP) e análise de alergênicos.

As perspectivas brasileiras do mercado para cárneos e as tendências regulató-rias em alimentos no âmbito da saúde

pública também foram abordados, res-pectivamente pelo Dr. José Luiz Pimen-ta Júnior, da ABPA e Dra. Deise Marsi-glia, do instituto Adolfo Lutz.

O encerramento ficou por conta do filó-sofo e professor Leandro Karnal, com o tema Protagonismo.

Acesse o QR-code ao lado e confira o vídeo com os melhores momentos do 5º Simpósio Internacional 3M Food Safety.

As boas práticas através do conhecimento

Simpósio | 3M Food Safety | 5

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O desafio da detecção do patógenoDentro do estudo de caso considerado, a análise de Salmonella sp. e Campylobacter em aves pode ser especialmente desafiadora devido à complexa natureza das matrizes. A detecção destes pató-genos é frequentemente performada em nível de produção primária, nas carcaças da ave de corte e/ou enxágue das partes de aves e em sua carne crua. A microflora competitiva em todos estes ti-pos de amostra, pode impactar no crescimento da população de Salmonella sp. suficiente para a detecção na maioria dos métodos culturais. Além disso, o procedimento de confirmação torna-se complexo quando associado à microflora compe-titiva que também é recuperada na maioria dos ágares seletivos de Campylobacter e Salmonella. Por esta razão, o uso de métodos moleculares baseados na amplificação do DNA permite, para os laboratórios de análises na indústria, avaliar rá-pida e precisamente a presença de Salmonella e Campylobacter.

Especificamente, o patógeno Campylobacter sp. foi avaliado pelo FSIS (e ou agências regula-doras de outros países), quanto aos métodos de análise de enumeração e pesquisa. Enxerga-se a tendência nestes outros países, para a pesquisa de Campylobacter sp. no lugar da enumeração deste patógeno, uma vez que a recuperação do patógeno, quando há enriquecimento da amostra no procedimento de análise, é mais assegurada.

Ainda há que se considerar que os microrganis-mos se distribuem de forma heterogênea tanto na amostra quanto no lote em si, desta forma a amostragem apresenta-se como variável crítica no processo de análise.

A preocupação com a segurança dos alimentosComo estudo de caso, avaliando-se a produção de aves e seus de-rivados, dois patógenos muito significativos são a Salmonella sp. e Campylobacter sp.

A salmonelose é a enfermidade de origem alimentar mais comumente reportada. De acordo com o Center of Disease Control and Prevention (CDC), 1,4 milhões de casos de doenças e mais de 450 mortes são atri-buídas, anualmente, por infecções por Salmonella sp. nos EUA.

Campilobacteriose é a segunda causa mais frequentemente relatada de doença de origem alimentar, sendo Campylobacter jejuni a espé-cie mais comum. O CDC estima que 1,3 milhões de casos de campilo-bacteriose são reportados anualmente.

A maioria das doenças de origem alimentar destes patógenos ocorre da ingestão destes provenientes da manipulação imprópria ou do fran-go insuficientemente cozido. Mas, onde estes podem se contaminar originalmente? Produtos de frango cru podem ser contaminados com Salmonella e Campylobacter durante as operações de abate, incluin-do-se a este fator, o contaminante da fazenda, pode espalhar-se para as instalações do processamento, tendo se originado na bactéria pre-sente na pele. Consequentemente, operações sanitárias apropriadas são necessárias para minimizar a contaminação que ocorre durante a etapa de abate e também quando as carcaças passam pelas etapas de corte e são separadas e/ou trituradas em produtos (isto é, moída ou carne mecanicamente separada não pronta para o consumo).

Diariamente, a indústria de alimentos brasileira tem estabelecido programas de monitoramento ambiental e programas de autocon-trole que aprimoram suas medidas preventivas, contribuindo assim, para o amadurecimento da cultura de segurança dos alimentos no cenário nacional.

Diferentes pontos de vista fazem parte da detecção de patógenos para garantir a inocuidade dos alimentos. Dentre eles podem ser considerados:

As diferentes variáveis do Controle de Qualidade – uma visão do laboratório

6 | Conversando com o especialista | 3M Food Safety

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As diferentes variáveis do Controle de Qualidade – uma visão do laboratório

Vanessa Tsuhako

Especialista de Aplicação e Microbiologista 3M Food Safety Brasil

Colaboração de terceiros: escolhendo o método analítico e estabelecimento de parcerias produtivasAlém das validações e reconhecimentos que o método possui, é muito importante que o método candidato seja desafiado com as matrizes provenientes da planta, para determinar-se a melhor condição de implementação, como por exemplo, o melhor tem-po de incubação dentre o range validado no método, em popula-ções baixas, com microflora interferente, que represente a reali-dade do site. Para isso, um suporte qualificado do fornecedor se faz necessário, estabelecendo uma parceria de confiança.

Por exemplo, recentemente o sistema 3M MDS 2 Salmonella sp foi escolhido como método do USDA FSIS, após rigorosa avalia-ção dentre diversos métodos disponíveis. A aprovação estende--se para Listeria monocytogenes e E. coli O157 (incluindo H7), além de contar com validações AOAC OMA e AFNOR. Não bas-taria que este método possuísse estas validações, como também é importante contar com o suporte técnico especializado do for-necedor para verificar desempenho, implementação otimizada e treinamento adequado, além da contribuição do mesmo para capacitação da equipe em assuntos de interesse, como Boas Práticas de Laboratório, Normas de Qualidade, Aperfeiçoamen-to de processos, etc., pois contar com a colaboração de terceiros para a capacitação da equipe otimiza o orçamento interno com o aprimoramento dos colaboradores.

Gestão de recursosO aumento no rigor do controle traz um impacto posi-tivo na prevenção de doenças de origem alimentar, no entanto, o laboratório, que realiza as análises de Con-trole de Qualidade da indústria, quando adota méto-dos clássicos, tem sua rotina de trabalho aumentada, muitas vezes enfrentando dificuldades na absorção desta demanda.

Uma solução segura seria a adoção de métodos rápi-dos, que reduzem drasticamente o tempo de resulta-do da análise de alimentos comparando-se ao méto-do clássico.

Neste cenário, laboratórios têm procurado por manei-ras consistentes de gerenciar seus recursos e perma-necer dentro de seus orçamentos. A adoção de méto-dos rápidos é uma maneira efetiva de corte de custos.

Um estudo de terceira parte, encomendado pela 3M, realizado em 2016 em um laboratório prestador de serviços acreditado em ISO 17025, demonstrou es-sas otimizações de atividades, comparando métodos rápidos entre si, entre eles o 3M Molecular Detection Assay 2. Este apresentou a maior otimização dentre os comparados, tomando por base tempo de atividades técnicas, etapas de incubação de amostras e tempo de corrida dos instrumentos dos diferentes métodos.

Resultados de um novo estudo realizado em janeiro de 2017, utilizando o 3M Molecular Assay – Salmonella sp., o qual analisou 10 mil amostras, concluiu que este método otimizaria entre 132 a 312 horas de ativida-des técnicas, “de bancada”, anualmente, mais de 2,6 vezes mais rápido, resultando em uma redução de custos de US$ 6.240 no laboratório avaliado. Consi-derando-se que a avaliação foi realizada em somente um microorganismo alvo, o potencial de redução de custos utilizando-se o 3M MDS 2 para outros patóge-nos poderia gerar eficiência ainda maior.

Por fim é válido ressaltar o valioso trabalho feito pelos laboratórios que são observadores da produção de forma indireta, sinalizando através do resultado o andamento da Qualidade nas plantas processadoras.

Conversando com o especialista | 3M Food Safety | 7

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Sempre que se discute a implementa-ção de uma norma, como por exemplo a ISO 17025:2017, é muito importante desmitificá-la, ou seja, tratar com natu-ralidade as melhorias de processo que ela pode trazer, mesmo porque, muitos dos requisitos provavelmente já são realizados pelo laboratório, bastando torná-los “oficiais” dentro do Sistema de Gestão do Laboratório.

Sinônimo de qualidade em laborató-rios de ensaio, a nova versão da norma “ABNT NBR ISO/IEC 17025 – Requi-sitos gerais para competência de la-boratórios de ensaio e calibração”, foi publicada em dezembro de 2017. Muito aguardada, esta versão traz mudanças significativas na estrutura e uma abor-dagem com foco nos processos. Em um primeiro olhar, pode parecer que a norma ficou mais flexível por reduzir requisitos de políticas e procedimentos. Mas o quanto isso, de fato, flexibiliza o controle do sistema de gestão?

Pode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que a Norma está voltada mais para a “validade” do resultado. Está mais di-nâmica, preocupando-se mais com o resultado da ação e menos em como esse resultado foi alcançado. Ou seja, “cabe ao laboratório demonstrar como atende ao requisito”. Ao delegar ao la-boratório a responsabilidade de “como

fazer”, também transfere a ele a respon-sabilidade de demonstrar o seu atendi-mento em auditoria. Em outras palavras, o laboratório decide como fazer e como registrar, desde que consiga demons-trar em auditoria que a forma escolhida é válida e garante o resultado.

No entanto, a principal mudança desta versão é a introdução à “mentalidade de risco”. Apesar de ser citado em um item único, a abordagem de risco abrange toda a norma, pois é necessário avaliar todos os requisitos para garantir que o resultado emitido ao cliente é fidedigno. Uma abordagem de riscos e oportuni-dades aumenta a eficácia do sistema de gestão por trabalhar na prevenção das não conformidades. O laboratório é res-ponsável por decidir quais são os riscos e oportunidades que precisam ser le-vantados. A Norma não traz uma orien-tação de como fazer, diz apenas que é necessário fazer. Não é obrigatório po-lítica ou procedimento. O foco é no re-sultado, ou seja, quais são os riscos que comprometem o resultado ao cliente?

Após levantar os riscos, é importante avaliar o grau de impacto que possuem e planejar ações para preveni-los ou mitigá-los. Se não há como prevenir, o laboratório pode “aceitar o risco”. Por exemplo, “qual o risco de ocorrer

ISO 17025:2017 – Uma nova abordagem baseada em “mentalidade de risco”

uma contaminação cruzada das amos-tras pelas cepas utilizadas no controle de qualidade do ensaio?” E caso isso ocorra, “qual o impacto disso para o resultado emitido ao cliente?”; “quais ações podem ser/já são realizadas para que isso não aconteça?” Ao fazer essa análise, pode ocorrer de o laboratório perceber que já possui ações para evi-tar a maioria dos riscos levantados, mas que estas ações não estavam ligadas a um problema denominado como risco. Neste caso, a ação a ser tomada é re-gistrar o risco, seu impacto e pontuar as ações já existentes.

Quando forem levantadas situações que podem ser consideradas um risco, mas que o laboratório escolheu não considerar, estas podem ser justifica-das. Uma justificativa bem embasada é importante para que seja possível de-fender essa opinião durante uma audi-toria. Não há regras, mas cada decisão, seja para elencar um risco, tratá-lo ou desconsiderá-lo, deve ser defendida. Durante uma auditoria, se um auditor observar a existência de um risco que não foi considerado pelo laboratório, ele pode apontá-lo em relatório como uma NC, deste modo, forçando o labo-ratório a tratá-lo.

É muito importante lembrar que a ava-

8 | Artigo técnico | 3M Food Safety

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Daiane Martini Serviços Profissionais 3M Food Safety

liação de riscos deve ser constantemen-te atualizada. Por exemplo, entende-se que uma vez ocorrida uma não confor-midade, se puder ocorrer novamente, é um risco a ser levantado e tratado. Além disso, a avaliação de risco abrange o conceito de melhoria contínua, pois toda ação levantada na avaliação de ris-co consiste em uma melhoria no siste-ma de qualidade do laboratório.

Várias ferramentas podem auxiliar no levantamento e processo de avaliação dos riscos, por exemplo, matriz SWOT, árvore decisória. Pode ser realizada pela gerência do laboratório, mas pode incluir todos os técnicos envolvidos no processo de ensaios. Uma sugestão é utilizar-se de um quadro com gestão a vista, para estimular os colaboradores a participarem do processo com su-gestões de riscos e ações. A avaliação também pode ser feita por processo do laboratório, por requisito de norma... Mais uma vez, não há regras. Cabe ao laboratório tomar a decisão, e lidar com as consequências.

Além dos riscos ao resultado que está implícito em todo o documento, a nor-

ma também traz um requisito específico para avaliação dos riscos à imparcialida-de (item 4). Apesar de a imparcialidade constituir um risco ao resultado, este cri-tério deve ser tratado separadamente dos demais. É imprescindível que o laborató-rio demonstre que consegue emitir um resultado imparcial. Para isso, deve ana-lisar suas atividades e as de sua organiza-ção e os relacionamentos do seu pessoal (interno e externo) e de sua organização, para garantir que o resultado seja idôneo. Caso sejam identificados riscos à impar-cialidade, o laboratório deve tomar ações para mitigá-los ou eliminá-los.

Para auxiliar os laboratórios na transi-ção para a versão 2017, o INMETRO publicou em março deste ano, o “DOQ--CGCRE 087, com Orientações Gerais sobre os requisitos da ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017”. Este documento traz uma tabela na qual explica de maneira bastante simples cada requisito da nova versão, e como aplicá-lo. É uma refe-rência indispensável para quem está realizando a alteração do sistema de gestão da qualidade do laboratório.

Para finalizar, tópicos importantes em re-

lação aos termos descritos em norma, que nos sinalizam a criticidade de cada item:

• “deve” indica um requisito;

• “convém” indica uma recomendação;

• “pode” indica uma permissão, possi-bilidade ou capacidade.

Desde maio de 2018, as auditorias de certificação e manutenção da norma já estão sendo realizadas de acordo com a versão 2017, o que representa mais uma evolução na maturidade no Sistemas de Gestão dos Laboratórios do país, uma vez que se enxerga a tendência das normas de qualidade envolverem cada vez mais a avaliação de risco em seus processos, seja na indústria, seja no laboratório.

Então, boa avaliação de processos e boa auditoria a todos!

Artigo técnico | 3M Food Safety | 9

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Fácil de usar, ler e interpretar. Com a nova placa 3M Petrifilm, não há tempo a perder com produtos parados em estoque enquanto se espera os resulta-dos das análises microbiológicas. O lançamento per-mite antecipar a liberação, sem deixar a segurança de lado, aumentando a produtividade.

A placa para contagem rápida 3M Petrifilm E. coli/coliformes permite a realização de dois testes con-fiáveis em uma placa conveniente: análise de orga-nismos de Escherichia coli e coliformes. Além disso, proporciona flexibilidade com desempenho validado em temperaturas ISO e BAM/FDA e possui um tem-po de incubação único para Escherichia coli e coli-formes. Tudo isso visando sua maior conveniência, praticidade e segurança.

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10 | Soluções 3M | 3M Food Safety

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Soluções 3M | 3M Food Safety | 11

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Quer conhecer os profissionais que fazem parte da nossa equipe brasileira? Confira.

Nós somos Food Safety

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Nome: Mauricio Monarin

Cargo: gerente de contas

Formação: Engenharia Química

Nós somos Food Safety

Entrei na 3M em maio de 2013 para atuar na área comercial da divisão Food Safety. Adquiri ao longo

desses cinco anos, respeito e confiança do mercado de alimentos e bebidas, uma vez que a empresa me

deu a oportunidade para apresentar seus produtos com excelente portfólio e com flexibilidade para que

o próprio vendedor execute sua estratégia de vendas. A 3M sabe quais são os desafios do mercado e,

pensando na segurança de alimentos, desenvolveu produtos de alta tecnologia e qualidade para liberação

com segurança, acuracidade e responsabilidade, melhorando a qualidade de vida.

Me sinto lisonjeado e realizado em fazer parte deste time. É uma experiência única estar ao lado do cliente

para fazer negócios com ética e impulsionar sua economia, uma vez que a educação de mercado por meio

de visitas, eventos, webinar e treinamentos, fazem a diferença no dia a dia dele.”

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As boas práticas através do conhecimento

6º Simpósio Internacional 3M Food Safety

Vem aí!

3 de abril de 2019

Local: Hotel Transamérica

Av. das Nações Unidas, 18.591

Vila Almeida, São Paulo/SP

Acesse o QR Code abaixo ou digite em seu navegador:

www.go.3M.com/6simposiofoodsafety

e inscreva-se agora mesmo!

3MSM Health Care Academy

O sucesso do seu dia a dia começa em mais um evento de alto nível da 3M Food Safety.

A sexta edição do Simpósio Internacional 3M Food Safety já tem data marcada! O próxi-mo encontro acontecerá no dia 3 de abril de 2019, à partir das 8h no Hotel Transamérica em São Paulo. Um evento que vai reunir você com as principais autoridades do mercado em Segurança na Produção de Alimentos e Bebidas, Gestão da Qualidade de Produtos e Processos e Proteção à Marca. Uma oportunidade única para ampliar seus conhecimen-tos e se atualizar com as principais tendências do mercado.