Fanzine Novos suportes imateriais

Henrique Magalhães

A mutação dos fanzines: Experimentação de novos suportes. Gazy Andraus criou o Fitazine, programa de rádio inspirado nos fanzines. Veiculação na Rádio Universitária AM, de Goiânia, em março de 2000.

Quadrinhos e música: fanzine em

fita cassete

Quadrinhos metafísicos de Gazy a partir da audição de músicas: Prokofiev, Vivaldi, Canto Gregoriano, Phillip Glass, Black Sabbath.

A expressividade dos quadrinhos poéticos de Gazy

Adaptação de HQ para o rádio, narração pontuada de trilha sonora. Gênero que denominou MusicaHQ, ou HQ Radiofônica.

HQ de Xalberto utilizada na

experiência do programa radiofônico

José Nogueira criou o Delírio Audiozine, gravado em fita cassete: Entrevistas e divulgação do meio underground. Com o videasta Marcelo Bolzan lançou o Arquivo Geral Videozine, reunindo o meio impresso com o vídeo. Com José Salles, criou a 2 Josés Produções.

O Arquivo Geral Vídeo Zine transformava o fanzine em

audiovisual

 

Arquivo Geral Videozine: Entrevistas com editores de fanzines e músicos de bandas de rock. Gravação de shows, curtas-metragens independentes. Aspecto sujo e artesanal, produção amadora, despojada. Exposição do meio, camaradagem própria dos fanzines.

A cultura zine encontra sua expressão visual no Arquivo Geral Vídeo Zine

 A década de 1990 tem a revolução telemática. Novas ferramentas. Resistência dos fanzineiros puristas. Simplificação do processo produtivo e melhorias estéticas. Facilidades e extravagâncias.

QI, de Edgard Guimarães e Chá com cannabis, de Lanusse

Castro: conteúdo e requinte gráfico

 Computador: de instrumento a veículo. Rhereck Magazzine, pelo cartunista Célus, em 1995. Produzido em disquete para ser lido no computador. Estratégia de difusão: incentivo à reprodução não autorizada.

Rhereck Magazzine foi um dos pioneiros fanzines digitais

  A partir de 1995 surgem os fanzines virtuais, ou e-zines. Circulação ampla e imediata. Formato newsletter: Ackzine, da banda Ack. Impressos e na rede: Brujeria e o El Espresso Cucaracha.

Brujeria, de Bruno Privatti, transição do impresso ao meio virtual

 

Aquário, Esfera e London Burning,

exemplos de fanzines na internet

Exclusivos do mundo virtual: Aquário, E-fanzine, Esfera, London Burning, Electric head. Diversidade temática: música, quadrinhos, moda, modo de vida, passatempos, literatura.

 Migração dos impressos para a internet: barateamento dos custos, mas acesso restrito. Resistência dos impressos: fanzine é para ser folheado, lido e guardado com carinho.

A editora Marca de Fantasia firmou-se com a divulgação na internet.

 

Os nerds preferem os sites profissionais, complexos, detalhados. Didier Bourgoin, diretor da Fanzinothèque de Poitiers: Internet é um instrumento de comunicação econômico, rápido, prático e sobretudo complementar ao papel. Vantagem da interatividade, fórum de discussão.

La Fanzinothèque de Poitiers é a mais notável do gênero

 Cartunistas criam sítios e blogs para a divulgação de seu trabalho. Revistas em evidência: Tarja Preta, F e Mosh!, do Rio de Janeiro; Ragú, de Recife; Quase, de Alegre, ES; Areia Hostil, de Rio Grande, RS. Dez Pãezinhos, de São Paulo. Internet facilita uma eficiente rede de contatos pessoais.

10 Pãezinhos, e Ragú marcam a nova produção

independente

 

Estímulo a novas produções impressas com divulgação na internet. Matias Maxx, do fanzine Tarja Preta, realça a retomada de publicações independentes. Publicações mais elaboradas e projetos editoriais mais consistentes.

Tarja Preta, de Maxx, desponta entre os

independentes

 Lobo, editor de Mosh!: criação de um projeto anti-falência. Formato de bolso para redução de custos e facilitar a venda em shows e festas. Mosh! teve a espetacular tiragem de 5 mil exemplares e mais de 200 pontos de venda em todo o Brasil.

Mosh! projeto editorial arrojado e bem sucedido

 Fanzine Slam!, de Rovel, gravado em CD-Rom em 1998/1999. Primeiro fanzine em quadrinhos em versão digital. Compilação de cinco anos do fanzine impresso, 360 páginas de HQ brasileiras e estrangeiras.

Slam! Compilação do fanzine impresso em CD-Rom

 Para Rovel, no limite, basta um mimeógrafo para se fazer um fanzine impresso. Para se fazer um webzine, é necessário o acesso a um grau sofisticado de tecnologia. O e-zine é aberto, tem um público que cresce a cada dia, mas carece de mobilidade.

Uma das seções de Slam!, primeiro fanzine brasileiro em CD-Rom

 Fanzines eletrônicos: novas possibilidades estéticas, inserção de cores, som e animação. Edgar Franco: ruptura da hegemonia das grandes editoras. Soluções logísticas: promoção e venda dos trabalhos autorais. Êxito de pequenas tiragens para venda online.

A obra de Edgar Franco encontra-se disponível no

sítio Ritual’art

 Desafios para os fanzines virtuais: Transposição de versões impressas para a internet. O Espírito - Informativo de Quadrinhos do Ceará Empobrecimento gráfico e textual. Baixa velocidade como limite à estética das páginas. Busca-se um formato próprio para a edição de fanzines virtuais.

A versão on-line de O Espírito

não superou a versão impressa

 Cedraz: ampla divulgação de quadrinhos na internet. Projeto visual bem elaborado para o meio eletrônico. Sítio como um meio à parte: informativo e formativo.

Cedraz encontrou uma boa solução para a

divulgação de sua obra na internet

 Calazans e o Videotexto no início da década de 1990. Semelhanças com o Minitel francês. Estímulo ao diálogo via teclado do computador. Instalação de subliminares no programa Videozine, de Paula Prata, no Laboratório de Telemática da Unisantos. A participação do público transformou o programa em um Mural Eletrônico.

Calazans utilizou os meios eletrônicos de forma pioneira

e inovadora

 Edgar Franco e as HQtrônicas: quadrinhos com animação e som. Experimentação acadêmica com quadrinhos de inspiração filosófica. Em seu sítio, os fundamentos de suas pesquisas e dos quadrinhos eletrônicos.

Edgar Franco é um dos protagonistas das novas

linguagens digitais

 Sítio Nona Arte, de André Diniz: divulgação das publicações impressas. Disponibilização do conteúdo em arquivos virtuais. HQ em PDF, para leitura on-line ou download. Fonte de recursos e ferramentas para edição de fanzine virtual.

A editora Nona Arte notabilizou-se por disponibilizar quadrinhos na internet

 Bancazine e Universo HQ: especializados em

quadrinhos. Bancazine: informativo do grupo Pada, de Recife. Universo HQ: referência em atualidade dos quadrinhos, de São Paulo. Cobertura da produção comercial e visibilidade ao meio independente.

O Universo HQ já ganhou vários prêmio HQ-Mix de

melhor sítio especializado

 Divulgação de trabalhos acadêmicos.

NPHQ, na ECA/USP. Revista eletrônica Agaquê.

O meio acadêmico se organiza para estudar os quadrinhos

 Fanzine na contramão. Fanzine Pitomba, em 1999, com Marcelo Garcia, Antonio Éder e outros. Versão impressa após o lançamento da versão virtual. Pitomba, o fanzine, menos abrangente que o e-zine. Utilização dos recursos da internet.

Pitomba: do meio virtual ao

impresso

 CyberComix: sítio de quadrinhos profissionais com abertura à participação dos leitores. Adaptação para o veículo impresso, com boa qualidade, mas com menos conteúdo.

CyberComix: experiência bem sucedida no meio virtual

 Quadrinhos e fanzines invadem outras mídias. Banca de Quadrinhos, Comic Show: Programas de TV produzidos para a internet.

A internet abriu novas possibilidade de

comunicação