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parte da China moderna entre cerca de 1750 a.C. a 1111
a.C. Neste ano, os Zhou, um povo
súdito dos Shang, derrotaram-nos e fundaram uma dinastia
que durou até 255 a.C. Seguiram-se
tempos agitados, que terminaram com a primeira unificação
verdadeira da China, no ano 221
a.C.
Isto foi conseguido pelos Ch’in, um dos quatro ou cinco
povos diferentes, mas bastante
próximos, que habitavam a região. O rei adotou o nome Shih
Huang-ti: “Primeiro imperador
soberano”. Seu domínio definiu a China a partir dessa
altura. Em épocas posteriores, por vezes
a China dominou outros territórios, mas as terras de Shih
Huang-ti permaneceram a área
indivisível da China.
O novo imperador começou imediatamente a consolidar a sua
vantagem. O primeiro grande
projeto foi construir uma rede de estradas. O segundo
envolveu a ligação e o fortalecimento das
muralhas que protegiam as fronteiras do norte. Centenas de
milhares de homens trabalharam no
que talvez tenha sido o mais grandioso projeto de
construção alguma vez levado a cabo. A
muralha, que se estendia por cerca de 2.500 quilômetros
desde o golfo de Chihli até o Tibete,
foi completada em pouco mais de dez anos. Ao longo de dois
milênios, na mente dos chineses, a
Grande Muralha definia a fronteira entre a civilização e o
barbarismo.
A mais importante mudança realizada por Shih Huang-ti teve
a ver com a organização social.
De um só golpe, aboliu o feudalismo que moldara a
sociedade chinesa durante mil anos e
substituiu-o por uma complexa burocracia estatal, baseada
nos princípios de Confúcio.
Confúcio nasceu em 551 a.C. e morreu em 479. Membro da
nobreza empobrecida, ficou
órfão e cresceu pobre. Embora em grande parte tenha sido
autodidata, ficou para a história
como o homem mais erudito do seu tempo. Apesar deste feito
e de seus outros méritos, não
conseguiu obter uma posição que desse margem de manobra
para seus talentos. Assim, reuniu
um grupo de discípulos à sua volta e começou a ensiná-los.
Acabou por ser o mais famoso
professor de história chinesa e um dos homens mais
influentes de todos os tempos.
A doutrina de Confúcio é complexa e mudou bastante ao
longo dos séculos. Um princípio
básico não mudou, que é o de toda a eminência se dever
basear unicamente no mérito. Segundo
Confúcio, são a capacidade e a excelência moral, e não o
nascimento, que tornam um homem
adequado à liderança. O mérito baseava-se na erudição. Em
séculos posteriores, quando o
confucionismo se tornou a ortodoxia do Estado, baseava-se
no conhecimento dos textos de
Confúcio.
Shih Huang-ti estava cheio de ensinamentos confucianos e
baseou a nova burocracia no seu
princípio de excelência moral. A entrada na burocracia
devia basear-se apenas no mérito,
exceto no que dizia respeito aos cargos mais elevados,
reservados à família do imperador.