Dissipation curve of imazapyr in irrigation water drain subsequently to its application to control cattail

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  • Planta Daninha, v. 14, n. 2, 1996. 127

    CURVA DE DISS IPA O DE IMAZAPY R EM GUA DE DREN OS DE IRRIGAO,APS APLICAO PARA CONTROLE DA TABOA1.

    HLIO T. PRATES 2, JOO B. SILVA2, JOS D. FABRIS 2, GERALDO A. L. FERREIRA 3, CARLOS E. P. LEITE 2 e MANUEL J.

    BATISTA4.

    RESUMO

    O herbicida sistmico imazapyr foi usadono controle da taboa (Typha subulata Crespo &Peres-Moreau f.) em drenos de irrigao, comoalternativa ao controle mecnico. O resduo doprincpio ativo do herbicida na gua foi analisadopor cromatografia lquida de alta performance(HPLC) . A curva de di ss ipao de imazap yrmostrou que o herbicida pode ser usado para o

    contro le de taboa em drenos de irr igao , semcausar danos a culturas vizinhas, desde que a guaseja usada, no mnimo, depois de 1,6 a 3,7 dias daaplicao das doses de 500 a 1500 g ha-1,respectivamente.

    Palavras chave: resduo, herbicida,monito ramento ambiental , impacto ambiental ,planta daninha.

    ABSTRACT

    Dissipation curve of imazapyr in irrigation water drain subsequently to its application to controlcattail.

    Imazapyr, a systemic herbicide, was usedto control cattail (Typha subulata Crespo & Peres-Moreau f.) in irrigation project drains as analternative for mechanical control. Residue of thisher bi ci de wa s an al yz ed in wa ter by hi ghperformance liquid chromatography (HPLC).Imazapyr dissipation curve with applied doses

    ranging fro m 500 to 150 0 g ha -1 showed tha tit could be used to control cattail without injuringneighbor crops, as long as water drain be used atleast 1.6 to 3.7 days after application.

    K e y w o r d s : h e r b i c i d e , r e s i d u e ,environmental monitoring, environmental impact,weeds.

    INTRODUO

    No Bras i l , o co nsumo apare nte deprodutos fitossanitrios (herbicidas, inseticidas,fungicidas) no controle de pragas perfaz um totalanual de 60.188 toneladas de ingrediente ativo ,sendo 32,3 % devidos a inseticidas, 25,0 % afungicidas e 42,7 % a herbicidas. Na cultura domilho, por exemplo, foram gastos, em 1991, US$

    1 Recebido para publicao em 16/02/96 e na forma revisada em14/12/96.2 EMBRAPA/CNPMS, Caixa Postal 151; CEP 35.701-970, Sete Lagoas-MG.3 Consultor independente em anlise de resduos de pesticidas, ex-Professor Titular do Depto. de Qumica da UnB.4 CODEVASF, SGAN, Quadra 601, Lote 1, CEP 70.830-010, Braslia-DF.

    4, 4 mi lh e s em in se ti ci da s, US $ 40 mi l emfu ngic id as e US$ 49 mi lh e s em he rb ic id as .Assim, o uso intensivo de produtos fitossanitriosto rn a essas reas de grande ri sco, no que di zr e s p e i t o q u a l i d a d e d o me i o -a mb i e n t e(ANURIO, 1993).

    Ap es ar de os pr od ut os fi to ss an it r io sserem comumente usados com o objetivo de seobter maior produtividade e melhor qualidade do

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    H. T. Prates et al.

    produto agrcola, so reconhecidos os riscos deacmulo de resduos com o tempo trazendoconseqncias ambientais nem sempre previsveis.Os produtos de decompo sio dos pri nc piosativos se dist ribuem diferentemente no solo , nagua e na biota associada. O monitoramento deresduos desses produtos torna -se indispensvelpara est abe lecer um me lhor progn s t icoagronmico da rea, tais como alterao namicroflora, contaminao de outras culturas epredio de possveis desastres ecolgicos.

    No ambiente aqutico os resduos deherbic idas , alm dos po ss veis danos biotaaqutica, podem afetar culturas vizinhas irrigadas,tais como milho, feijo, banana, hortalias, etc.Apesar de a gua do dreno no ser recomendadapa ra us o em ir r iga o ou pu lve ri za o deagroqumicos, muitas vezes essa gua utilizadapara tais finalidades e a presena de resduos deh e r b i c i d a p o d e c o m p r o m e t e r c u l t u r a sestabelecidas nas reas adjacentes.

    A taboa (Typha subulata Crespo & Peres-Moreau f.) uma planta daninha perene, aqutica-e me r e n t e o u pa l u s t r e , c a p a z d e f o r ma rpovoamentos densos em beiras de drenos, lagoas eoutros depsitos rasos de gua. Em drenos deir ri ga o a ta bo a co mp ro mete se ri am en te oescoamento da gua, causando a elevao do nveldo lenol e o assoreamento das reas marginais. Ocontrole mecnico dessa planta daninha, alm dedispendioso, nem sempre eficiente por causa desua capacidade de regenerao a partir de rizomas esementes. O controle da taboa com herbicidassistmicos capazes de atingirem os rizomas , tem -se revelado promissor , tanto do ponto de vis tatcnico quanto econmico (Kissmann, 1991).

    Imazapyr um herbic ida em faseexperimen ta l par a o amb iente aqut ico e temmostrado caractersticas agronmicas desejveispara o controle da taboa, pela mobilidade e efeitoresidual prolongado na planta, sendo rapidamentedecomposto no meio aqutico, principalmente porfotlise.

    Imazapyr o cido nicotnico-2-(4isopropil-4-metil-5-oxo-imidazolidino-2-ilo), cujo tempo demeia-vida (t1/2) da decomposio

    fotoltica em gua destilada com pH 9 de 1,3 dia.Os quat ro produtos de decomposio relatadosso: 2,3-piridinodicarboxl ico (ou cido quinol-nico), a 2,3-piridino-dicarboxamida (ou quinolini-mida), a furo[3,4-b]piridina-5(7H)-ona e a 7-hidroxi-furo[3,4-b]piridina-5(7H)-ona (Mangels,1991).

    Os obj eti vos do pre sente est udo foramavaliar a ao do imazapyr no controle de taboa,em gua de dreno de irrigao, e estimar o tempode permanncia do princpio ativo no ambienteaq uoso , para co nhecer o perodo residual deutilizao da gua para fins agrcolas.

    MATERIAL E MTODOS

    A fase ex per ime ntal de camp o foirealizada na Estao Experimental da EPAMIG,Projeto Gorutuba, Porteirinha, MG, que apresentaas se gu in te s co nd i e s: la ti tu de : 15 4 7' S;longitude: 4318'W; altitude: 516m; precipitaomdia anual: 900mm; temperatura mdia anual:23C; temperatura mxima mdia anual: 29C;temperatura mnima mdia anual: 17C; umidaderelativa mdia anual: 65%; insolao mdia anual:2.700 h.

    Foram instalados dois ensaios seqenciais:o pr imei ro co m o pr ops it o de pe rmit ir umaaval ia o pr v ia da a o de tr s he rb ic id as ,ima zap yr, glyph osate e dalapon , e a remo omec nica da taboa; o segundo apenas com oimazap yr que se most rou mais promis sor nocontrole desta planta.

    O ensa io pre l iminar de camp o foiinstalado em dreno estreito de trs metros de boca,no del ine ame nto expe r ime ntal de bl oco scasualizados com 10 tratamentos e trs repeties,n a r e a d a F a z e n d a E x p e r i m e n t a l d aEMBRAPA/CNPMS, Porteirinha, MG. Foramava liados os tratamentos, que consis ti ram naaplicao do produto comercial Arsenal NA, nasdoses equ iva len tes de imazap yr a 1000, 15 00,2000 e 1000 + 1000 g ha-1, sendo esta ltima doseapli cada 120 dias aps a primeira; glyphosa te a24 00 , 48 00 e 24 00 + 24 00 g ha -1 , se nd oes ta ltima dose tambm aplicada 120 dias aps a

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    Curva de dissipao de imazapyr em gua de drenos de irrigao, aps aplicao para controle da taboa.

    pr im ei ra ; da la po n a 18 00 0 g ha -1 (p ad r o) ;remo o mec ni ca, man ual e tes temun ha. Asparcelas experimentais eram consti tu das desees de dreno com 10m de extenso, separadaspor barragem de tela e carvo vegetal, eaproximadamente 1,30 m na base do mesmo, parauma rea total de 13m2 por parcela. A taboa haviasido previamente podada e a pulverizao foi feitaquando as plantas apresentavam de 30 a 50cm dealtura. Os tratamentos qumicos foram aplicadoscom um conjunto de dois pulverizadores manuaisde 20 1 interl igados por uma barra de seis bicosem leque APJ 110.R, com uma vaz o de 3201/ha-1. A populao de taboa foi a caractersticabsica usada na avaliao do efeito do herbicida.

    Para testar o efeito residual dos herbicidasaplicados para controle da taboa, coletou-se dosdrenos amostras de gua entre 20-40cm deprofundidade, 0,25; 24; 48; 96 e 240 horas apsapl ica o dos mes mos . Est as amo str as for amento pulverizadas sobre plantas jovens de feijo emil ho cul tivad as em ban dej as, e dis pos tas nomesmo ar ra njo ex perimental desc ri to para oensaio de campo. A avaliao do efeito herbicidafoi feita atravs da determinao do peso seco daparte area e razes dessas plantas.

    O estudo da diss ipao de imazapyr emgua corrente foi conduzido por ensaio de campo,tambm na Estao Experimental da EPAMIG,Porteirinha, MG. O imazapyr foi pulverizado naforma de Arsenal NA (250 g 1-1) sobre a folhagemda ta bo a ad ul ta , em do se s eq ui va le nt es a 0( tes tem un ha ); 50 0; 10 00 e 15 00 g ha * Asparcelas mediam 10m de extenso e cerca de 4,5md e la r gu ra , i n s t a l adas no de l i ne a men toexperimental de blocos casualizados, com trsrepet ies , separ ada s por bar rei ras de car vovegetal e apresentavam populao mdia de 25plan ta s/m-2. Os tr at amentos qumic os fo ra maplicados com um pulverizador manual de 10 I ,pressionado a CO2, com uma barra de nove bicosem leque APJ 110.R, na vazo de 360 1 ha-1.

    O efeito residual foi medido pela concen-trao do princpio ativo do herbicida na gua.Para avaliar resduos de imzapyr amostras de guade aproximadamente 2 1 foram coletadas de 20 a

    40 cm de pr of un di da de , an te s da ap li ca o(testemunha absoluta), 0,25; 8; 24; 30 e 48 horasap s a apl ica o, aco ndi ciona das em gar rafasplsticas de 2 1, protegidas contra a ao da luz, eguardadas em geladeira, para posterior anlise emHPLC.

    Mtodo de anliseA metodologia de anlise de imazapyr

    utilizada consist iu em tcnica descrita por Liu etal. (1992).

    Reagentes e materiais: padro analti code imazapyr ou cido nicotnico-2-(4-isopropil-4-metil-5-oxo-im idazolidino-2-ilo), grau analtico,forne cido pel a Cya namid Qumi ca do Brasi l.Solventes com pureza para UV/HPLC: metanol eacetonitrila, marca Grupo Qumica. cido acticoglacial, marca Synth. Filtros para amostras tipoMillex, com dimetro de poro de 0,22m; filt roem membrana filtrante dimetro de 45mm, comdime tro de por o de 0,45m; gu a pur ifi cadaatravs do sistema Milli-Q.

    Preparo de solues: a) soluo estoque de50g m1-1: foram pesados 5mg de imazapyr,transferidos para balo volumtrico de 100m1,co mp le ta nd o-se o vo lu me co m me ta no l; b)solues de fo rtifi cao (preparadas no dia deuso): foram pipetadas alquotas de 0,1; 1,0 e 5,0ml da soluo estoque (5014 m1-1), trans feridaspara balo volumtrico de 50m1, completando-se ovolume com gua com pureza para HPLC. Nosbales de solues padro foram anotadas asconcentraes obtidas de 0,1; 1,0 e 5,0g ml-1.

    Fase mvel para cromatografia lquida(HPLC): misturou-se 45 ml de acetonitrila, 60 mlde metano l, 390 ml de gua e 5 ml de c id oact ico (9: 12: 78: 1) . Fil trou-se em membr anafil trant e com di met ro de 45m m, dime tro deporo de 0,45m.

    Apar elhos e equipamentos : ba lanaanalt ica, preciso de 0,1 mg, microsseringa de50 l, cromatgrafo lquido de alta performance(H PL C) ma rc a Sh im ad zu , mo de lo LC-10 A,ad ap tado co m bomba de fl ux o cons tante LC-10AD, forno CTO-10A, injetor de amostra comvlvula modelo Reodyne com "loop" de 20l e

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    H. T Prates el al.

    coluna Shim -pack CLC-ODS(M), fase reversacom 4,6mm x 25cm em ao inox e 5m dedimetro de poro. O sistema controlado pelo"soft ware" Class -LC I OA atravs decontrolador CBM-10A.

    Condies de anlise no HPLC:tempe ratura da coluna: 40C, fase mvel :acetonitr ila: metanol: gua: cido act ico(9:12:78:1), fluxo: 1,0 ml min. -1, comprimento

    de on da do de te to r: 24 0n m, qu an ti da de deamostra: 20l, tempo de reteno: 12,5 min. (k'=5,0).

    Taxa de recuperao: nos nveis deconcentr ao util izados na curva de calibrao:0,1; 1,0 e 5,0.g m1-1, a fortificao do princpioativo na testemunha absoluta, mostrou taxa dere cu pe ra o de 97 ,7 a 10 7 % da quan ti da deadicionada (Tabela 1).

    TABELA 1. Taxa de recuperao de imazapyr em gua de dreno de irrigao.

    Anlis e das amostras: as amostras degua foram passadas em fi lt ro de 0,221. tm einjetadas em cromatgrafo HPLC utilizandomicrosseringa, para quantificao do teor residualde imazapyr. Para isso foi utilizada a tcnica dopadro externo, com curva de calibrao traadacom padro analtico, nas seguintes condies deoperao: coluna Shim-pack CLC-ODS(M), fasereversa com 4,6mm x 25cm em ao inoxidvel e 5p.m de dimetro de poro; temperatura da coluna40C; fase mvel, acetonitrila:metanol:gua:cidoac t ic o (9 :1 2: 78 :1 ); fl ux o, 1, 0 ml mi n. - 1;co mp ri me nt o de on da do de te tor , 24 0n m;quantidade de amostra, 20l e tempo de reteno,12,5 min (k' = 5,0). Um cromatograma tpico mostrado na Figura 1.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    No ensaio preliminar, aps um ano, aspar cel as trata das com ima zapyr apr ese nta ramtodas as plantas mortas, sem haver diferena entreas doses. A remoo mecnica foi consideradaineficiente, reduzindo apenas 15 % da populaoinicia l. Ver ifi cou -se, tamb m, nas parcelas decampo tratadas com imaza pyr que as planta smortas continuavam de p, impedindo o fluxo dagua. Na avaliao do efeito residual do herbicida,decorridos 14 e 28 dias aps a pulverizao, nofoi observada, em relao testemunha, nenhumadiferena significativa de peso da parte area secade pl an ta s de mi lh o e fe ij o . Ta mpouco , fo iregi strado qual quer sintoma de dano visvel aomilho ou ao feijo.

    As concentraes mdias de imazapyrencontradas nas amostras de gua coletadas nasparcelas do segundo ensaio de campo, 0,25; 8; 24;

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    Cuna de dissipao de imazapyr em gua de drenos de irrigao, aps aplicao para controle da taboa.

    30 e 48 horas aps a pulverizao, estoapresentadas na Tabela 2. A concentrao deimazapyr encontrada nas amostras de guacoletadas das parcelas testemunha, aps 8 horas daaplicao, pode ser explicada pelo fato de a coletater sido feita em gua corrente e algumas parcelastestemunha estavam a jusante daquelas tratadas.Houve, certamente, passagem de imazapyr pela

    bar rei ra de carvo, j que o her bic ida mui tosolvel em gua, com Kow (coeficiente de partiooctanol -gua) = 1,3 muito baixo para a retenopelo carvo (Ahrens, 1994).

    Os resultados encontrados mostram umadependncia do tempo de dissipao com aconcentrao (Figura 2) . 0 te rmo diss ipao ,neste caso, deve incluir a fotlise do herbicida em

    TABELA 2. Resultados de anlise de resduo de imazapyr (em g ml-1) em amostras coletadas em guacorrente no dreno de irrigao.

    gua com pH alcalino, a var iao de vazo dodreno ou qualquer outro fator individualmente oucombinados. Os valores de pH das amostras degua , determinado em laboratrio, variaram de6,95 a 9,64. Admiti ndo o mecani smo cin ti cogl obal de pr ime i ra o rdem de diss ipaoir rever svel do imazapyr (Mangel s, 1991), omodelo , na sua forma in tegrada, dado pelaequao:

    onde C representa a concent rao do princpioativo a um tempo t, Co a concentrao inicial ato e t112 (tempo de meia -vida) o temponece ssrio para que C atinja a metade daconcentrao inicial. Este modelo foi ajustadoaos dados expe rimentais simultaneamente paraCo = 329, 429 e 737 g l -1 e Cg = 51, 44 e 94g l -1, por logar timo dos mnimos quad radosno -linear (Marquardt, 1959; 1963). A Figu ra 2most ra os valo res medidos e os est imados paraa funo ajustada, que resu ltou em (t1/2 ) global= 2,4 h. Este valo r muito abai xo de t1/2 31 hmedido para a fotlise do imazapyr, em meioaquoso alcalino (Mangel s, 1991). Os efeitos

    da corrente de gua , no presente trabalho deca mp o, res po nd em pe la gr an de di fer en aobservada, em relao fotlise medida em guaparada.

    Po r es tes res ul tad os , se ad mi t ida aconcentrao mnima de Cmin de imazapyr, a guado dreno pode ser considerada praticamente isentade efeito residual do herbicida, para fins agrcolas,aps um tempo

    Para o caso do imazapyr, com Co = 329,429 e 737g l -1 e Cmin = 10g l-1, o efeito residualse prolongaria por 1,6; 2,1 e 3,7 dias,respectivamente.

    Observou-se, tambm, que nas doses de500 a 1500 g ha-1 o imazapyr pode ser usado parao controle de taboa em drenos de irrigao, semperigo de causar danos a culturas vizinhas aps 24horas da aplicao. Considerando asconcentraes encontradas no trabalho cujo valormximo foi de 1062 g l-1 na dose aplicada de1500 g ha-1 e os valores registrados na literaturapara efeito toxicolgico em peixes e Daphnia (>100 mg l-1) (Gagne et al., 1991), depreende-se que

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    FIGURA 1. Cromatograma HPLC tp ico de uma amostra de gua de dreno tra tada com imazapyr(primeiro grfico) e a curva de dissipao de imazapyr em gua corrente de dreno.

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    Curva de dissipao de imazapyr em gua de drenos de irrigao, aps aplicao para controle da taboa..

    o imazapyr nas doses e nas condies aplicadasprovavelmente no devem causar dano fauna dodreno.

    O presente estudo ps ainda em evidncia,questes metodolgicas que devem serconsideradas em trabalhos semelhantes tio futuro:(i) as coletas de amostras de gua devem, tantoquanto possvel, ser feitas em intervalos de tempomenores, no sentido de se obter um contorno maisdetalhado da curva de dissipao de imazapyr como tempo; (ii) a granulometria do carvo usado tiabarreira deve ser controlada, tio sentido de se obtermaiores informaes sobre a eficincia de retenodo princpio ativo e de seus produtos dedecomposio; (iii) a coleta de amostras de guadeve ser feita a profundidades constantes e (iv) aintensidade de luz gessas profundidades deve sermonitorada.

    Resumidamente, foi possvel concluir que(i) o herbicida imazapyr foi muito eficiente tiocontrole de plantas adultas da taboa e que osresduos encontrados na gua tratada estavamabaixo do nvel mnimo de tolerncia de plantasjovens de milho e feijo; (ii) o tempo de meia-vidaestimado para a curva de dissipao do imazapyrno meio aqutico, por um modelo cintico deprimeira ordem, foi de 2,4 h; (iii) algumas questesmetodolgicas importantes emergiram do presenteestudo, que incluem a exigncia de menor intervalode tempo na coleta de amostras de gua, controleda granulometria da barreira de carvo emonitoramento da intensidade de luz naprofundidade de colt ta na lmina d'gua do canaldo dreno.

    AGRADECIMENTOS

    Este trabalho foi financiado pelo BIRDatravs de Convn o EMBRAPA/CODEVASF.Agradecemos Cyanamid Qumica do Brasil pelagentil cesso do padro analtico.

    LITERATURA CITADA

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