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Christine Feehan – Celebração Sombria Traduzido e Revisado por Romance com Tema Sobrenatural: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18008059 _______________________________________________________________________________________________ CELEBRAÇÃO SOMBRIA Dark Gold Christine Feehan Série Sombria Livro 17 Digitalização: Jossi Borges Revisão: Ceila Sarita Este Livro faz parte, da união de pessoas que gostam da leitura e o repasse, sem fins lucrativos, de fãs para fãs. A comercialização deste produto é estritamente proibida. 1

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CELEBRAÇÃO SOMBRIA

Dark Gold

Christine Feehan

Série Sombria

Livro 17

Digitalização: Jossi BorgesRevisão: Ceila Sarita

Este Livro faz parte, da união de pessoas que gostam daleitura e o repasse,

sem fins lucrativos, de fãs para fãs. Acomercialização deste produto é

estritamente proibida.

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Para minha querida filha, Cecilia quem sempre nos dá uma razão paracelebrar!

Agradecimentos

Muito obrigado a Diana Trudeau por sua ajuda com as receitas. CherylWilson, sabe que é invaluable. Denis, Manda e Brian, obrigado por seuincansável apoio e por todo o trabalho que fazem para me ajudar a juntarestes livros.

Queridos leitores:

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Nos últimos anos recebi milhares de cartas perguntando por umareunião dos personagens Cárpatos. Resisti à idéia durante muito tempo,insegura de como transmitir em um mesmo livro tantos personagens tãovívidos e intensos. Parecia uma tarefa desalentadora. Então, uma tarde,estava sentada perto do fogo do lar, conversando com outros amigos,também autores, sobre o desastre de comida que faríamos para jantar.Tínhamos alugado a casa juntos, para trabalhar, mas infelizmente, algunsde nós somos um pouco relaxados com as aptidões culinárias. (Nãomencionarei nomes aqui nem levantarei minha mão, mas alguns dosdesastres refletidos neste livro ocorreram de verdade, bastante lamentáveldizê-lo). Rimos muito, mas a idéia de uma festa Natalina onde os Cárpatoscozinhassem para seus amigos, havia nascido.

Dava a idéia a meu editor, como um presente especial deagradecimento num livro Natalino para meus leitores. Estava muito excitadapara escrever um livro divertido e alegre. Estava encantada com a idéia deacrescentar sobremesas escuras e muita gente maravilhosa de todo o mundoenviou riquíssimas receitas. O conceito era completamente distinto dequalquer outro que tenha concebido e se converteu em algo divertidísimo!Então me sentei, e comecei a escrever...

Primeiro, não tinha me ocorrido que não haveria herói nem heroína eque teria que encontrar uma forma de que a transição entre cada capítulofosse suave. E segundo e mais importante, eu não escrevo sobre coisasalegres e divertidas. Meus personagens tendem a se apoderar do livro edeixar levar por este livro não ia ser uma exceção. Não importou o quantoque tentasse, o livro se voltou... se, tornou... Escuro!.

Quando chamei a minha editora para avisá-la de que o livro haviaseguido seu próprio caminho e assumi que não poderia entregar o livroalegre que havíamos combinado, pude permitir aos personagens quereinassem livremente. Eles se apoderaram do livro e Celebração Escura seconverteu numa grande parte da rica hostória do mundo Cárpato. Diverti-me retomando os personagens e descobrindo como interagiam entre eles, oque era de suas vidas como casais, assim como da sociedade Cárpata comoum tudo.

O livro se transformou em algo inesperado, mas honestamente,desfrutei completamente escrevendo-o e certamente espero que você odesfrute, lendo-o. Quando escrevo, os personagens definitivamente ditam a

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história, alguns deles aparecem freqüentemente, mas outros ficam atrasadosmais do que eu gostaria. Contudo, acredito que capturamos um vislumbre de“velhos amigos” e suas vidas juntos. Encontrei-me sorrindo muito, enquantoo escrevia e espero que você tenha a mesma reação, lendo-o.

Carinhosas saudações,

Christine

CAPÍTULO I

As estrelas brilhavam no céu noturno, e a lua, espalhava sua luz iluminandoas árvores e transformando suas folhas em brilhante prata. Uma coruja fêmeapassou roçando a canopia descendo lentamente para diminuir velocidadeatravés do labirinto de árvores, antes de voltar a subir para evitar um grossogalho. Uma segunda coruja, bem maior, a perseguia, formando um grandecírculo acima do bosque, na margem de uma clareira onde se assentava umacasa de pedra. A fêmea se lançou para o telhado, com as garras estendidaspara a chaminé detendo no ultimo instante para escapar do macho, batendo asasas silenciosamente, o vento acariciando suas iridescentes plumas.- Raven! - Mikhail Dubrinsky falou para sua companheira.- Estava muitoperto.- É estimulante.- Raven, vai cansar. - Havia um toque de admoestação na voz de Mikhail,como se um lobo se escondesse dentro do corpo da coruja.O sorriso dela borbulhou suave e cálido em sua mente, numa comunicaçãotelepática. - Já não sou uma novata, Mikhail e após todos estes anos, acredito queadministro bem quando vôo. Eu adoro. É meu passatempo favorito. Algumavez superará esse teu lado de ser tão superprotetor?- Não acredito que seja superproteção vigiar à mulher de meu coração e deminha alma. Sempre se arrisca quando voa, bem do que deveria.Ele podia estar certo, mas Raven não ia admitir. Uma vez no corpo de umave, queria ficar assim durante longos períodos de tempo.

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- Sinto-me tão livre.Do momento de sua conversão, de humana a Cárpato, a única coisa que atinha intrigado e enchido-a de alegria em sua nova vida, era a capacidade devoar. Podia se elevar muito acima da terra e ver milhas de preciosos bosques,de frios lagos e profusos campos de flores silvestres. A beleza a rodeavaenquanto mantinha a forma de uma coruja, fazendo-a esquecer, pelos menospor alguns momentos, a maravilha e responsabilidade de ser a companheirado príncipe dos Cárpatos.Fez um pequeno silêncio. - Raven, você se sente livre quando está comigo? Nunca te enjaulei, apesarde que algumas vezes senti que seria o mais seguro.A coruja fêmea se voltour marcando um círculo, para se situar sob a asadireita do macho. - É claro que não, tolo. Você não gosta de voar?O ventonão te leva, enquanto o terreno embaixo parece tão mágico?Havia um sussurro de amor em sua voz e em sua mente. Mikhail tinhachegado a depender de sua firmeza, da absoluta resolução de seu amor. –Sim. Se alguma vez se desesperar por minha natureza, queria que me fizessesaber isso. Sinto sua tristeza em algumas ocasiões, meu amor. Sinto a dor emseu coração.- Não, Mikhail. Não por sua causa ou por nossa causa. Como qualquermulher que encontrou seu verdadeiro companheiro, quero filhos. Não mequeixo. Temos uma filha, Savannah, muito querida para nós dois e com maisdons que qualquer outra de nossas mulheres. Se nunca tivermos outra, tereisido o bastante feliz tendo uma filha do único homem que poderia me fazerfeliz. Você e Savannah são suficiente para mim.Mikhail desejou que estivessem em casa onde poderia abraçá-la e beijá-la.Morria de amor por ela mais do que lhe preocupava admitir e podia ouvir esentir seu desejo de estreitar um bebê em seus braços. Esse era seu maiorfracasso, não só por sua esposa, mas também por sua gente. Depois decentenas de anos, ainda não podia proteçõesr sua gente da maior ameaça, nãodos vampiros ou da sociedade moderna, nem mesmo de sua a falta deemoções depois de duzentos anos e a ameaça da escuridão subindo por suasalmas. Não podia protegê-los do que estava começando a parecer o princípioda extinção de sua espécie.- Mikhail. - Raven sussurrou em sua mente. Um som suave transbordante deamor e compaixão. - Encontrará as repostas para nossa gente. Já conseguiu

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muito reunindo a todos esses peritos para que juntos solucionem o problema.E três bebês sobreviveram nos últimos anos. Conservamos Savannah.Francesca e Gabriel têm Tamara e agora a filho de Corrine e Dayan,Jennifer. Três meninas, meu amor. Ainda há esperança.Mikhail estava quieto, desejando clamar de seu desespero aos céus. Trêsmeninas quando muitos dos homens de sua espécie estavam desesperançados.Para sobreviver, para manter sua honra, não deveriam ter que escolher eencontrar uma mulher que completasse sua alma. Luz de sua escuridão. Semuma mulher não restava mais que uma eternidade de existência vazia.- Não é assim. - Negou Raven. - Alguns encontraram suas companheirasentre minha gente.- Sorte, Raven. Porquê não posso encontrar a resposta quando tenho tantosgrandes cérebros trabalhando no problema. Precisamos de mulheres e filhosou nossa espécie deixará de existir.Depois da tentativa de assassinato, Mikhail, mais que nenhum outro, temiaseus inimigos e se dava conta do quanto frágil a raça dos Cárpatos se tornara.Com tanto a seu contrário, estava claro que a verdadeira vulnerabilidade daraça Cárpata estava na ausência de mulheres e filhos. Apesar de que todos osataques haviam sido dirigidos contra os homens, antes ou depois, seusinimigos se dariam conta de que para eliminar sua espécie, somente deviammatar suas mulheres e filhos.A idéia de que Raven, sua bem amada companheira ou sua preciosa filhaSavannah, pudessem ser consideradas como objetivos, era muito mais do quepodia suportar, apesar de ser inevitável. O inimigo estava se aliando com amagia negra e haviam encontrado uma forma de ocultar sua presença,fazendo duplamente perigoso. Nunca mas os Cárpatos poderiam confiar emsua capacidade para ler suas mentes e sentir a ameaça. Deveriam estar bemmais vigilantes que até agora. Mesmo neste momento ele estava escaneandoo bosque com receio, incapaz de relaxar completamente.- Mikhail, você fechou sua mente à minha.Mikhail forçou seus pensamentos a voltar para a conversa. Já erasuficientemente errado que não pudesse consolar sua companheira por perderum bebê, para deixá-la só no transcurso de tão importante conversa.- Você vive conosco só cinqüenta anos e já sofreu a perda de um filho. Podeimaginar a grande tristeza em cem, duzentos anos? Nossas mulheres nãosofrem essas perdas sem repercussões severas.

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- Shea acredita que ela e Gary estão muito perto de encontrar a resposta.Gabrielle está lhes ajudando também. - Lembrou-lhe Raven. Gary erahumano e Gabrielle também havia sido. Recentemente, para salvar sua vida,Gabrielle passara pela conversão, mas cvontinuava trabalhadoincansavelmente, até mais que antes da mudança, para ajudar Shea aencontrar a causa pela qual as mulheres dos Cárpatos sofriam tantos abortosespontâneos. - Com toda a bagagem de Shea como médica humana e suasaptidões naturais como curadora Cárpato, é um recurso fantástico paranossa gente. Ela trabalha com Gabrielle, Gary e Gregori para encontrar aresposta do porquê de nossas mulheres não podem terimar uma gestação. Os poucos bebês nascidos raramente sobreviviam a seu primeiro ano. Ravenestava agradecida de ter tido um aborto e haver conseguido se livrar daterrível dor de dar uma vida, cuidar de um bebê durante um ano e depoisperdê-lo.- Shea já descobriu muitas coisas e desentranhará este mistério.Mikhail acreditava que seria Shea quem descobriria o milagre. Ela haviaprovado sua tenacidade e coragem trazendo de volta o irmão de Mikhail,Jacques, de beira da loucura, mas também temia que as respostas chegassemmuito tarde para sua gente. Seus inimigos estavam organizados, golpeandocada vez mas perto. O pior, parecia ser que seus mais antigos e cruéisinimigos ainda continuavam com vida. Xavier, o mago escuro e seu neto,Razvan, estavam ajudando o não-morto, com seu conhecimento ancestral.Raven rompeu seu toque voando mais longe com seu costumado abandono,se aproximando muito da canopia de árvores. O coração de Mikhail quasepara e lhe custou uma tremenda disciplina não ordenar que ela voltasse paraseu lado onde estaria a salvo. Não poderia encadeá-la, como nenhum dosoutros Cárpatos podia fazer com suas companheiras, mas a necessidade e odesejo estavam aí, pulsando nele com desumana tentação.Mikhail se colocou em marcha, com um estalo de velocidade, alcançando àmulher que completava sua alma, com seus agudos olhos escaneando oterreno abaixo. Podia sentir a felicidade que irradiava dela e isso o ajudou amitigar a carga que suportava seu coração.- Sabe, meu amor, - Raven lhe falou, zombeteiramente, que terá que sevestir da Santa Claus, de Papai Noel, na festa de Natal para todos ascrianças, não é?

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Mikhail perdeu a imagem da coruja de sua mente pela primeira vez emcentenas de anos. Seu corpo caiu como chumbo, por mais de vinte metros,quase chocando com as copas das árvores antes de se recuperar do choque.Mesmo dentro do corpo de coruja, estremeceu. - Pode esquecer essa idéia de uma vez.

Raven voou em espiral, descendo graciosamente para seu lar, tomando terra adois passos do caminho que conduzia ao alpendre, como se estivesse em suanatureza voar. Mikhail a seguiu aterrissando diretamente em frente a ela,detendo sua fuga. As linhas de seu rosto endureceram numa feroz olhar,tentando intimidá-la. - Esta conversa não terminou. – Ele não pôde evitar opequeno calafrio que lhe percorreu o corpo. - Há coisas que nunca deveriapedir a um homem que faça.Raven piscou. - As crianças esperarão que Papai Noel faça sua aparição. Esta é nossaprimeira grande festa de Natal, realmente a primeira e as mulheresconcordaram em cozinhar, então os homens devem fazer sua parte. Você temque fazer, Mikhail.- Acredito que não. - Mikhail, replicou. Sua expressão podia amedrontar omas perigoso dos vampiros ou caçadores de vampiros, mas certamenteparecia não surtir efeito em sua companheira.Raven, bateu pé no chão, exasperada.- Não seja criança. Os homens humanos fazem sempre isso.Voce está commedo!- Não tenho medo.A sobrancelha dela se elevou, algo que sempre o intrigava, mas desta vezparecia suspeito. Era como se ela estivesse rindo dele.- Oh! Tem sim. Parece aterrorizado e pálido.- Estou pálido porque gastei energia voando sem ter me alimentado. Sou opríncipe dos Cárpatos, não Santa Claus ou Papai Noel... Ou, sei lá mais oquê..- Isso não é uma desculpa. Como líder de nossa gente é seu dever participarcomo Papai Noel. É a tradição.- Não uma tradição Cárpata. Não é digno, Raven.

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- Mikhail recolheu o negro cabelo na parte baixa da nuca e o prendeu comuma estreita tira de couro. Seus olhos negros brilharam para ela, tentandointimidá-la, para submetê-la.Ela estalou em gargalhadas, sem compaixão e certamente sem temor. - Má sorte, Peixe-gordo. É seu trabalho. Seja tradição Cárpata ou não, vocêprometeu que teríamos uma grande festa de Natal para todos. Nossa genteveio dos Estados Unidos, da América do Sul e de muitos outros países paraparticipar de nossa celebração. Não pode falhar com eles.

- Não falharei com ninguém, mas não faço essa coisa tão ridícula.A risada dela se aprofundou num rico e sensual som que lhe percorreu acoluna e fez com que seu ventre se contraísse. Só Raven podia conseguirisso. Só Raven podia fazer com que ele fizesse de tudo no mundo, paraagradá-la.- Acredite Mikhail, a raça Cárpata inteira se verá defraudada se não poderemte ver no papel da Santa Claus. – Ela acariciou-lhe a face, com a ponta dosdedos. - Uma bonita barba. - Sua mão lhe percorreu o peito até o abdomem. -Uma bonita e arredondada barriga...- Isto não tem graça, Raven. – Reclamou Mikhail, mas fez todo o possívelpara não gargalhar com ela.- Você me prometeu que faria todo o possível para que nossa primeirareunião natalina fora um êxito.- Não pensei no que dizia. Estava distraído. - Resmungou ele.- Estava? - Perguntou Raven, fechando os olhos inocentemente. - Nãorecordo.Mikhail estendeu os braços para Raven e a aproximou de seu corpo.Mordiscou-lhe o pescoço, notando sua pulsação, sentindo sua resposta cheiade excitação e sabendo que sempre seria desta forma para eles dois. Raven.Pensou que não poderia amá-la mais, pois cada dia a emoção se fazia masforte. Algumas vezes, quando ela não estava olhando, podia sentir lágrimasde sangue lhe encher os olhos. Quem poderia acreditar que o poderosopríncipe dos Cárpatos pudesse estar tão apaixonado por sua mulher.Havia nascido com as palavras rituais vinculantes impressas em sua mentecomo qualquer dos outros homens de sua espécie. Foi uma comoçãodescobrir que não só as mulheres humanas podiam se converter emcompanheiras, mas também podiam ser convertidas a sua espécie. Mais

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chocante que o completo assombro por tudo, foi o irrefreável amor e a paixãoque sentia por sua esposa, que se tornava forte a cada momento quecompartilhavam. Olhar para ela, podia lhe tirar o fôlego. - Você sempre cheira tão bem.Raven se inclinou para trás para lhe abraçar o pescoço, inclinando a cabeçapara tráz, para poder beijá-lo. No mesmo momento que seus lábios tocaramos dela, o fogo explodiu em seu interior, percorrendo seu sistema até que seusangue se espessou e sua pulsação ficou evidente. Pressionou seu corpo masperto do dela para que ela sentisse a evidência de seu desejo.Ela riu brandamente.- Você sempre faz com que esqueça o que estou fazendo. Acredito quedeveria estar cozinhando o peru. Faz já tanto tempo e quero estar segura deque não cometerei nenhum engano. Convidamos os Ostojics. Os outrosconvidados se hospedarão na estalagem. Precisamos de comida humana e jáque tive a idéia, não posso deixar que o prato principal de nosso menu nãoesteja em seu ponto.- Sim. Pode cuidar do peru. - A voz de Mikhail se tornou matreira, derepente.Raven, passeou pelo escritório de seu companheiro, com uma expressãocompletamente inocente. - O que está acontecendo, Mikhail?- Estou pensando como dever ser um simpático Santa Claus.Raven colocou as mãos no quadril, moveu a cabeça e o olhou de soslaio. –Você está tramando alguma coisa muito errada. Posso sentir sua risada. Oque é tão divertido?- Me acaba de ocorrer que tenho um genro.Lentamente, um amplo sorriso encheu o rosto de Raven, enquanto um gritoafogado obstruía sua garganta e sua mão procurou-a.- Ele não pode. Gregori não. Assustará as crianças. Ele não poderia pareceralegre mesmo que tentasse.- Nós deixamos que ele levasse nossa filha. - Disse Mikhail. - Acredito quesendo seu sogro, ele passará um mau bocado tentando rechaçar a idéia. - E você diz que eu tenho um malvado senso de humor. - Acusou-lhe Raven.- E acha que eu tenho? - Disse Mikhail, com uma voz que beirava o suspiro.A resposta familiar lhe formigou através da coluna. Raven adorava a formaem que cada toque de Mikhail parecia tão íntimo.

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- Ele nunca aceitará. Nem em um milhão de anos e você ainda deverá fazê-lo, mas eu gostaria de ver sua cara quando você fizer o pedido. - Não tenho intenção de lhe pedir. - Negou Mikhail, levantando. - Sou seupríncipe além de seu sogro e ele é o segundo homem depois de mim e é meugenro. É seu dever fazer estas coisas.- Não pode lhe ordenar que seja Santa Claus. - Raven tentavadesesperadamente ocultar a risada que teimava em sair. Gregori era um doshomens mas intimidantes que havia conhecido. A idéia de considerá-lo comoSanta Claus era hilariante e absurda ao mesmo tempo. - Acredito que posso, Raven. - Mikhail disse, solenemente. - Você meordenou e eu sou o príncipe.Raven sorriu. – Acredito que preferiria que me prostrasse a seus pés.Suas mãos lhe emolduraram o rosto, se inclinando para tomar posse de suaboca. Adorava seus lábios, seu sabor... Sua resposta instantânea. – Eu poderiate beijar o tempo todo. - Muito bem, já que você chutou, gritou e me arrastou a seu mundo. Ravenfechou os olhos e se deixou arrastar pela magia de seus beijos. Rodeou-lhe opescoço com os braços abandonando a ele, esperando sentir a forma de seucorpo tão real e vivo contra o seu. Houvera muitas tentativas de assassinato contra Mikhail. Recentementehaviam perdido um de seus homens numa batalha feroz lutando contra asforças combinadas de Razvan, um mago e vampiros. Nunca se tinha ouvidodizer que vampiros se aliassem entre eles ou com outras espécies.Assustava-lhe pensar que houvesse uma conspiração para matar Mikhail. Seutemor em lhe perder era em parte a razão de que tivesse sugerido uma enormecelebração natalina. Precisava de alguma coisa para afastarmomentaneamente de sua mente os crescentes medos por sua segurança.Mikhail levantou a cabeça, retendo a posse de seu rosto. - Não precisa temerpor minha segurança, Raven. O sorriso se escureceu em Raven, enquanto ela dava um passo para trás,afastando de seu companheiro. - Terá que se cuidar, Mikhail. – Ela olhouatravés do bosque, com um sobressalto. – Vem alguém.- É somente uma jovenzinha Raven, ninguém se assustará dela. - Mikhailaproximou a mão dela dos lábios e beijou-a. - Nunca o vi tão nervosa.- Estou tentando aceitar que nós não mudamos Mikhail, mas com o passardos anos, o perigo para você aumentou. Tento viver a vida o mais normal

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possível, mas agora não posso, quando é imperativo te proteçõesr, superarrepulsa de descansar na terra. Meu terror de ser enterrada viva nos faz masvulneráveis que nunca. - Envergonhada, ela abaixou a cabeça, evitando seusolhos.- Raven, meu amor. – Mikhail baixou a cabeça mais uma vez para ela e seuslábios roçaram os dela com uma ternura que encheu de lágrimas seus olhos. –Faço uma promessa a você e a manterei. Nunca mas terá que dormir sob aterra. A terra nos rejuvenesce em nossa casa não precisa sentir que de algummodo minha vida está em perigo. Você é minha vida. Não poderia nunca tecolocar em perigo. Se acha que dormir em nossa casa é perigoso, encontrareioutro lugar.Os olhos dela procuraram os seus e sua mente se estendeu até a dele aomesmo tempo, procurando a verdade. Ela sabia que Mikhail havia levantadofortes proteções para protegê-los, mas ainda sentia medo por eles devido asua aversão a ir para a terra.O rumor das folhas no solo, do caminho de sua casa os alertou, Mikhailmoveu sigilosamente seu corpo para ocultar sua companheira. Uma jovememergiu do meio das árvores frondosas. Parecia assustada, mas decidida. Eraproporcionalmente alta, com o cabelo negro despenteado e com mechasvermelhas. Tinha a pele de uma jovenzinha mas os olhos de alguém muitomais velha.- Skyler. - Mikhail a identificou para Raven. Gabriel e Francesca aadotaram-na. Os dois, deram-lhe seu sangue.- Ela é humana, mas carga comuma poderosa linha de sangue. É uma psíquica muito poderosa.Raven sorriu para a adolescente. – Ela está preocupada que os homensCárpatos possam reclamá-la agora que tem dezesseis anos. É muito jovempara se preocupar com essas coisas.—Você deve ser Skyler. Que bem que veio nos visitar. Possivelmente queiravir comigo e conversar enquanto comprovo o peru.—Não vejo Gabriel com você. - Mikhail a saudou mordazmente. Esta garotarepresentava a esperança de sua raça e estava passeando pelo bosque semescolta.- Mikhail! não a assuste.- Há lobos no bosque assim como a possibilidade de inimigos.Skyler parou abruptamente e seu olhar encontrou o de Mikhail. Por ummomento seus olhos escuros chocaram desafiantes, com os olhos negros dele

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- Gabriel confia em mim para vir a sua casa. Não sou uma menina.

- Posso notar. Eu sou Mikhail e esta é minha companheira Raven. Gabriel eFrancesca falam de você freqüentemente, sinto-me como se a conhecesse. Meperdoe se me mostrei preocupado por uma jovenzinha a qual a vejo comoparte de minha família.Um breve sorriso saiu da boca de Skyler—Tenho que admitir, Senhor Dubrinsky, isso deveria ter me feito sentircomo um verme, mas não é assim. Estou aqui porque quero deixarabsolutamente claro de que eu não sou uma companheira para ninguém.Uma sombra passou acima da lua, ocultando brevemente a luz que seespalhava pelo bosque. Os morcegos revoavam, inundando num insalubrefrenesi pelo céu noturno.Mikhail permaneceu de pé, procurando no bosque de ao redor com seussentidos sobrenaturais. Gesticulou imperiosamente para a porta que Ravenmantinha aberta. Seguiram Skyler para dentro.—Está segura disto?O aroma do peru enchia a casa e Mikhail ocultou sua natural repulsão aosaromas da carne cozinhando. Os aromas do passado freqüentementereconfortavam Raven. Aconteciam inconscientemente, mas ele sentia suafelicidade, como se o peru no forno fosse uma parte importante de sua vida,uma boa lembrança de sua infância, então ele tomava cuidado de não lhearruinar essa ilusão. Raven lhe lançou um pequeno sorriso como se tivesseouvido ou lido seus pensamentos, apesar de seu grosso escudo. Tinha queficar esperto. As aptidões e poderes dela cresciam diariamente.Skyler olhou aos altos tetos e o espaço aberto antes que seu olhar pousassenas três enormes janelas de vidraças coloridas. Sua face se elevou ecaminhou para elas.- Este é um trabalho de Francesca, não são maravilhosas? Ajudei-a com esta.– Ela virou a cabeça para estudar as vibrantes cores. - Ainda não aprendi acolocar as salvaguardas no vidro. Posso fazê-las nas colchas, mas no vidro émuito mas complicado. —Olhou para Raven. - Já permaneceram sob o sol do ocaso e sentido seu conforto?—Skyler semoveu uma polegada à esquerda. - Aqui mesmo. Se permanecerem aquineste ponto, quando acontecem os últimos raios de luz, sentirão.

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—É um trabalho precioso. - Disse Raven - Se pudesse, eu gostaria de ter cadajanela com o trabalho de Francesca. Não sabia que você a ajudava.—Tenho algum talento, nem de perto tão poderoso como o dela, mas ela estáme ensinando a desenvolvê-lo. Espero ser sua colaboradora algum dia. - Osorriso a abandonou, deixando seus olhos sombrios. Ele colocou as mechasde seu cabelo negro para trás, revelando uma pequena e crescente cicatriz emsua têmpora e outras cicatrizes em suas mãos e antebraços. Skyler parecia serconsciente de seus nervosos movimentos e juntou as mãos. Seu queixo seelevou um pouco. —Ouvi rumores de uma festa que acontecerá, onde os homens se reunirãopara ver se conseguem ser compatíveis com alguma das mulheres...—Não temos mulheres. – Particularizou, Mikhail. —Não há festas e nãovirão homens quando não há mulheres.A boca de Skyler se fechou numa linha rebelde e ela seguiu o casal à cozinha.—Gabriel e Francesca me tratam como se fosse da família.Mikhail assentiu.—Querem-na como se fosse sua filha. – Ele inalou profundamente, levando afragrância dela a seus pulmões. – Você leva seu sangue através damor. Porsangue ou qualquer outro caso, você é filha deles.—Ofereceram-me se converter quando estiver com vinte e um anos e estouconsiderando o caso, mas quero a segurança de que o Senhor não me obrigaráa ficar com um homem... Com qualquer homem.—Ninguém a forçará a nada. - Disse Raven. —Gabriel é um homempoderoso, não acha que ele possa te proteger?—É obvio que me protegerá. Não quero que Gabriel ou Francesca tenhamque me proteger. Se passo pela conversão não quero que ninguém tente mereclamar.—É consciente da premente situação de nossa gente? De nossos homens? —Exigiu Mikhail.Raven colocou uma mão em seu braço. —Sente, Skyler. Vou traer alguma coisa de comer ou beber? Tenho suco nageladeira.Sem romper o contato visual com o Mikhail, a adolescente se sentou em umacadeira com um assentimento quase régio.—Sim, obrigado. Suco estaria bem.- Ela está aterrorizada, Mikhail, mas decidida que você a ouça.

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Havia admiração... E advertência na suave mensagem de Raven a seucompanheiro. Raven serviu um copo de suco de laranja e o colocou diante deSkyler. A cabeça de Mikhail se elevou alerta e ele se aproximou da janela, seu olharera inquieto enquanto buscava na escuridão. Sentia a presença de lobos ecorujas que caçavam em busca de presas, mas nada disso causaria aintranqüilidade que sentia retorcer em suas vísceras. Baixou o olhar para aadolescente desafiante, provando gentilmente sua mente... E suas lembranças.Encontrou os escudos de Francesca e Gabriel que ajudavam a distanciar àgarota da brutalidade de sua vida antes que estivesse a seu cargo, masinclusive com esse amparo, as lembranças da maligna crueldade e violênciacontra Skyler o adoeceram.Mikhail olhou fixamente para Raven e viu lágrimas brilhando em seus olhosquando compartilhou o passado de Skyler... quando sentiu sua dor edesespero... a absoluta desesperança de uma menina que não poderia escaparde um mundo adulto depravado. Raven foi apressadamente para o forno paracomprovar o peru.—Cheira bem. - Disse Skyler.—Usei um recheio de arroz silvestre. - Disse Raven. – Lembro-me de minhainfância. Levou um pouco de tempo acertar a receita, mas deve estar bem,embora há tempo que não cozinho nada.—Francesca me deixa cozinhar sempre que quero. Ela confia em mim paraque tome minhas próprias decisões. —Skyler olhou fixamente para Mikhail.—É consciente do que acontece a um homem dos Cárpatos sem suacompanheira? - Perguntou Mikhail, sua voz foi exigente.Skyler assentiu.—Gabriel e Francesca me explicaram isso. Perdem as cores e as emoções.Depois de centenas de anos a honra pode desaparecer e se tornam perigosos,especialmente os caçadores, qualquer que se cobre vidas. E finalmente seconvertem em vampiros, a mais perversa das criaturas.—E abandonaria seu companheiro a esse destino? Seria tão cruel edesumana? Deveria ele sofrer mais do que já sofreu, pelo que você faça?- Mikhail! - Raven se voltou, com surpresa na face. - É uma menina. Comopôde? Entregar nossa filha a Gregori quando não era mais que umaprincipiante já foi bastante ruim, mas esta menina sofreu muito. E não temosforma de saber se é a companheira de algum de nossos homens.

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- Ela é muito amadurecida para seus anos humanos, Raven. Deixe-aresponder.Skyler colocou cuidadosamente o copo na mesa e ficou em pé, cruzando osbraços enquanto enfrentava Mikhail diretamente.—Não, é claro que não. Não gostaria que ninguém sofresse, mas não possome sobrepor a certas coisas de meu passado. – Ela manteve suas mãostrêmulasr ante ela. - Não me sinto cômoda na presença de homens. Não soucapaz de ser a companheira de ninguém e não gostaria ser forçada a umaposição onde não tenha escolha ou nada a dizer sobre minha vida. Nãocheguei a esta conclusão rapidamente. Quero bem a Gabriel eindubitavelmente não gostaria de pensar nele morto ou sofrendo ou seconvertendo em vampiro, mas sei que não posso voltar atrás, para ver-meimpotente. Os homens dos Cárpatos são muito dominadores e eu meencontraria deslizando de volta a esse escuro lugar onde Francesca meencontrou pela primeira vez.Mikhail franziu o cenho.—Acrtedita que nossas mulheres precisam de poder? É assim como vêFrancesca?Skyler sacudiu a cabeça.—Francesca é amada e corresponde esse amor. Ela pode fazer o que eu nãoposso... E nunca poderei fazer. Gabriel me prometeu... E Luciantambém...Que nunca deixaria que ninguém forçasse minha conformidade,mas sei que um homem dos Cárpatos tem a capacidade de unir a ele, umamulher dos Cárpatos. Quero ser completamente a filha de Gabriel eFrancesca, mas não quero estar sujeita às leis de seu mundo.- Ela não sabe que seu companheiro poderia uni-la a ele em seu estadohumano.- Mikhail se estendeu para Raven, sem saber de repente o que fazerou dizer a esta menina-mulher. - Por que Francesca e Gabriel e mesmoLucian ocultaram dela esta informação?- Skyler – ele disse em voz alta - um homem dos Cárpatos coloca suacompanheira acima de tudo. Ele cuidará de suas necessidades e terápaciência contigo. É jovem ainda. Não tem nem idéia de como se sentirádaqui a algins anos.

— Eu sei.

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—E sentenciaria um homem dos Cárpatos, um que entregou várias vidas deserviço à morte... Ou pior... A não-morte, por seu medo?—Suas decisões não tem nada a ver comigo.—E a raça dos Cárpatos? Nossa espécie está quase extinta. Não podemoscontinuar existindo sem mulheres e filhos. Uma mulher pode ser a diferença.Uma mulher pode salvar um homem e dar a luz a um filho. —Vejo Francesca lutar para ser fiel a sua natureza e ela é uma mulher forte.Gabriel é muito protetor e se desgosta que ela vá a nenhum lugar sem ele.Mikhail levantou de repente uma barreira em sua mente para impedir queRaven a lesse. Gabriel estava preocupado porque seus inimigos podiamagredir as mulheres, mas havia permitide Skyler andar nos bosques. Ou não?—Você mencionou a abriel que vinha nos ver?Skyler arrastou a ponta de sua bota sobre o assoalho da cozinha.—Pode ser que eu tenha esquecido. Ele estava ocupado ajudando a Francescaa assar pão de gengibre para a casa que estamos fazendo para as crianças.Raven removeu o peru em silêncio, dando voltas aos medos de Skyler, emsua mente.—Contra o que luta Francesca, Skyler? —Perguntou.Skyler encolheu os homens.—Contra o que luta você?Mikhail ficou ligeiramente surpreso pela réplica da adolescente humana.Soava muito amadurecida para sua idade e isso era um perigo que não haviaconsiderado. Se Gabriel e Francesca tivessem pensado nos riscos potenciaisantes de levar Skyler a sua terra natal, teriam mencionado sua maturidade aele. Ela somente tinha dezesseis anos... Quase um bebê para seus padrões,mas suas experiências a fizeram crescer além de seus anos físicos. Parecia...E falava... Como uma adulta. Sua voz dispararia as terríveis necessidades doshomens dos Cárpatos? Se ela eraassim e restaurava a cor e a emoção para seucompanheiro antes de poder enfrentar as necessidades deste, poderia serperigoso para o homem, já que ela não estava pronta para ficar com ele. Comfreqüência, ser um companheiro... E a intensa consciencia sexual e anecessidade... Vinham antes damor e mesmo do afeto.

Raven tocou sua mão... Um pequeno gesto, mas foi suficiente para aliviar seuespírito. Ela sorriu para a adolescente.

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—Luto com a terrível carga de que tantas vidas que dependem de meucompanheiro e com o conhecimento de tantos que o desejam morto. E lutocom minha própria inépcia. Ainda há muitos aspectos da vida Cárpato quenão posso aceitar e isso é um perigo a mais para meu companheiro.Ela sorriu para Mikhail. O puramor que brilhava em seus olhos fez com queformasse um nó na garganta.- Nunca, nenhuma só vez e em nenhum momento, me arrependi de ser acompanheira deste homem. Acredito que você subestima suas própriascapacidades, Skyler. É uma jovenzinha muito valente. É muito jovem paracontemplar e aceitar um homem dos Cárpatos, mas cedo ou tarde alcançaráseu pleno poder e potencial. A maioria dos homens não têm idéia de em queirão se meter. – Ela piscou um olho à garota. - Leva tempo desenvolverhabilidades e poder e a maioria de nós somos muito jovens, mas aprendemosrapidamente utilizando o vínculo mental.Skyler assentiu.—Gabriel e Francesca me ensinaram compartilhando informaçãotelepáticamente e o acho bem mais detalhado que a conversa. Posso ver comoaprenderia muito mais rapidamente.—Como está o bebê? - Houve um sobressalto na voz de Raven e ela não seatreveu a olhar Mikhail. É obvio que ele notaria... Sempre o notava.O olhar dele encontrou o seu... Agudo... Consciente, deslizando sobre seucorpo com muito conhecimento. Não lhe havia dito que poderia ficargrávida... o momento era ótimo e se deixavam passar a oportunidadepoderiam acontecer anos antes que acontecesse novamente. Envergonhadapor ter medo, pela dor e a culpa que acompanhava perder semelhanteoportunidade, Raven afastou o olhar dele.—E às vezes, Skyler, luto contra minha própria debilidade e meus medos,mas nunca... Nunca... Contra ser a companheira de Mikhail.Skyler, obviamente empática, se aproximou de Raven, como se sua cercaniapudesse reduzir a tristeza dela.—Acho que todos nós fazemos isso, não é? - Ela olhou para Mikhail, embusca de confirmação.

Mikhail tocou o cabelo de Raven e seus dedos eram gentis. Raven, seu amor.Sua voz na mente dela foi imensamente terna. Todos os homens dos Cárpatossabiam quando sua companheira podia conceber. - Você é tudo o que sempre

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desejei. Quando estiver preparada... Somente quando estiver preparada...Tentaremos novamente. – Ele sorriu a Skyler, enquanto seu olhar acariciavasua companheira.—É uma jovenzinha muito sábia.Nuvens escuras passaram sobre a lua, obscurecendo momentaneamente oscéus e lançando sombras macabras ao interior da enorme cozinha. A silhuetade um grande lobo passou diante da janela, como se uma enorme criatura searrastasse até o alpendre e passeasse lá fora.Eles viraram instintivamente para a segunda janela que estava sobre a pia.Skyler soltou um gritamortecido quando uma grande cabeça de pelagemnegra e olhos que brilhavam quase vermelhos, olhana para eles através docristal.—Fique aqui dentro. - Ordenou Mikhail, enquanto brilhava... Primeiro até atransparência... E depois dissolvendo em vapor, flutuando pela cozinha paradeslizar sob a porta, até a noite.O lobo desapareceu bruscamente deixando às duas mulheres olhando àescuridão.—Pode ter side Gabriel ou Lucian me comprovando. - Aventurou Skyler. -Com freqüência tomam a forma de um lobo.Raven sacudiu a cabeça.—Teriam entrado na casa, falado com Mikhail e lhe teriam feito saber queestavam preocupados.Skyler colocou-lhe uma mão consoladora no braço, algo difícil para ela quenão gostava ser tocada ou tocar alguem.—Há uma dúzia de homens dos Cárpatos nos arredores, se o príncipeprecisar de ajuda, só tem que chamar.Raven lhe sorriu, com uma mão na garganta.—É claro que pode fazê-lo. O que está aí fora não me parece que seja umaameaça. —Na forma de um animal, seria bastante fácil para um Cárpatohábil... Ou vampiro... Ocultar suas intenções, mas Raven não ia reconhecerisso ante Skyler. - Mikhail nos fará saber se algo está errado. Enquanto isso,tenho esse peru no forno. Alguma vez assou um peru? Faz muito tempodesde que fiz um parecido e você poderia me ser de boa ajuda.

Skyler riu.

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—Temos um agovernanta. Ela quem cozinha, mas me deixa entrar por lá devez em quando, mas na verdade, ela não gosta que ninguém se entremeta.Finge que não a incomoda, mas eu sei que sim.—É claro que sabe. É empática, pode sentir o que ela sente. Isso deve ser umincômodo para você. —Gabriel e Francesca estão me ensinando a aprender a isolar a mim mesma.Por ora não domino, mas acredito que cedo ou tarde serei bastante boa nisso.Francesca me ajuda a me proteçõesr quando está acordada.—Por que quer que a convertam?—Eles são minha família. Quero estar com eles.—E ambos intercambiaram sangue contigo?Skyler assentiu.—Só precisará de um único intercâmbio de sangue para a conversão. Gabrielme explicou, mas ele quer que eu espere até que seja maior. Acredita queprecido de mais tempo para pensar, mas eu sei o que quero. Enquanto opríncipe não insistir em que eu tome um homem dos Cárpatos comocompanheiro, seguirei tentando que Gabriel faça logo que seja possível.—É difícil para seu corpo, Skyler. - Advertiu Raven. - Há uma muita dorcontra a qual não podem te proteger.—Posso sentir que está nervosa, Raven. Há algo que não me está contando.Raven tinha sido completamente humana, igual a Skyler e possuia um fortetalento psíquico. Podia sentir que o sangue Cárpato já aumentava aconsciencia e os sentidos de Skyler. A garota era pronta e tinha poder comseus talentos psíquicos bem desenvolvidos. Raven ainda se lembrava dessesdias, da sensação de alguém se impondo sobre as suas, aguda e terrível.Havia um ar de maldade e depravação e alguém tão empático como Skylerdevia ser protegido do assalto contínuo. Não a surpreendia que Gabriel eFrancesca tivessem dado seu sangue para ajudar a protegê-la.—Acredito que já sabe o que não te estou contando, Skyler. Veio aqui nãopara pedir segurança a Mikhail, mas para lhe fazer consciente de suas fortesobjeções. Francesca e Gabriel nunca tentariam te ocultar a verdade... Que seuautêntico companheiro pode te unir a ele seja humana ou Cárpato. Se for aoutra metade de sua alma, pode uni-los para sempre. Sabia disso, não é?Skyler se ruborizou enquanto assentia com a cabeça.

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—Sinto muito, não deveria ter mentido. Às vezes aprendo mais fingindoignorância. A maioria das pessoas não dá crédito a uma adolescente, quanto ainteligência ou maturidade. Posso pedir amparo contra ele, certo?Raven estudou seus olhos muito velhos.—Conheceu seu companheiro?- Skyler sacudiu a cabeça e seu olhar se afastou, veloz.—Tenho pesadelos. Às vezes ouço vozes e tenho medo. —Ela pensou. -Quando era pequena e os homens me faziam coisas, gritava e gritava emminha mente. Ouvia uma voz que me chamava. Às vezes simplesmentepensava que estava ficando louca. Mas, sei que ele está aí fora em algumaparte e está me procurando. – Ela esfregou o ponto entre os olhos. - Nãoqueria vir às Montanhas dos Cárpatos porque estava medo de que ele pudesseestar aqui, mas Gabriel e Francesca não iriam me deixar para trás. Gabrieldisse que eu precisava de amparo todo o tempo.O coração de Raven saltou no peito.—Ele disse isto?Skyler assentiu.—Ele se tornou estranho ultimamente e não quer que nem Francesca nem euvamos a parte alguma sem ele. Posso ver que ela está irritada, mas não diznada. Trabalha no hospital e em alguns dos refúgios e eu a acompanho comfreqüência, mas ele já não gosta que ela vá.Raven se ocupou do peru, virando-o outra vez, embora não havianecessidade.—Quando começou a incomodar Gabriel, de vocês saírem sozinhas? —Elamanteve a voz casual, mas captou o olhar agudo da garota.—Depois do ataque ao príncipe.- Não há nada que temer aqui, Raven. Um dos homens estava dando umavolta pelo bosque, mas notou que tínhamos companhia. Vou ver meu irmão.Não deixe que Skyler volte para bosque sem uma escolta. - Deveria me preocupar com algo, Mikhail?Raven sentiu uma breve duvida. - Não sei. Estou intranqüilo mas não hárazão real para estar. - Tome cuidado, Mikhail. Se assegure. O que vai discutir com Jacques?Raven sentiu a súbita diversão dele. A imagem de Gregori vestido de SantaClaus e rodeado de crianças.

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CAPÍTULO II

Mikhail se inclinou para beijar a Shea Dubrinsky na face.—Parece você um pouco grávida, senhora.Sua cunhada soprou, afastando as mechas de brilhante cabelo vermelho dorosto.—Você acha? Se não ter este bebê logo, juro que vou explodir.—Também parece preocupada. Algo está errado? - Olhou ao redorprocurando seu irmão. Jacques raramente se afastava do lado de suacompanheira.Um lento sorriso iluminou a face de Shea.—Está na cozinha... Assando.As sobrancelhas de Mikhail se elevaram, rapidamente.—Acredito que não a ouvi claramente.—É verdade. Minhas costas estiveram doendo intermitentemente toda a noitee estou tendo problemas com essa receita. O pior é que Raven, Corrine, e euconseguimos a maior parte das receitas, para todo mundo. Eram as favoritasda infância de Raven e umas poucas que eu me lembrava. Corrine preencheuo resto e agora não posso com esssa. É um pouco humilhante admitir, maspareço estar muito sensível. Acabei chorando assim Jacques se ocupou emassar.Mikhail se engasgou e se virou para esclarecer cortesmente a garganta. -Jacques está cozinhando!!!O sorriso dela se ampliou.—Bem... Está tentando. Não tivemos muito êxito até o momento e acreditoque ele está aprendendo novas palavras. – Ela inclinou a cabeça e o brilhantecabelo vermelho caiu ao redor de seu rosto, enfatizando sua estrutura ósseaclássica. - Possivelmente poderia lhe dar uma mão. Vamos entre, ele sealegrará em te ver. —Ela ergueu os olhos, num gesto de enfado. - SuaMajestade está me dando instruções para que brinque um momento.

Mikhail lhe dedicou uma careta feroz.

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—Então faça imediatamente, Shea. Não está em trabalho de parto, está?Chamarei Francesca e Gregori para que lhe examinem.—Sou médica, Mikhail. – Lembrou-lhe, Shea. - Saberia se estivesse. Estouperto, possivelmente a ponto... Mas não está acontecendo ainda. —Elaondeou a mão enquanto se aproximava da porta oculta que conduzia aoporão. - Te prometo que os chamarei se precisar. Nunca arriscaria queacontecesse algo a meu bebê. Só estou cansada.Mikhail a observou desaparecer antes entrar na espaçosa casa, até a cozinha.Parou bruscamente na soleira da porta, para olhar seu irmão com surpresa.Uma nuvem de partículas brancas carregava o ar e caía no chão, como flocosde neve. O pó estava em todas partes, no chão, nos pratos, nas tigelas quecobriam os balcões e na pia. Jacques estava de pé ante o mostrador, com umavental sobre a roupa e uma fina camada de pó branco sobre o rosto, nassobrancelhas, seus olhos e seu cabelo negro como a meia noite.Mikhail estalou em gargalhadas. Mesmo com Raven, que constantemente odivertia, raramente soltava uma risada profunda, mas a visão de seu irmãonormalmente anti-social coberto de farinha e suando muito foi demais paraele.Jacques se voltou e seus olhos brilhavam com uma advertência ameaçadora...A fisionomia tão feroz que teria intimidado ao mais forte e valente dosguerreiros. Uma fina cicatriz branca rodeava sua garganta e marcava suaqueixo e um dos lados da face, mostrando a evidência de seu passado. Eraextremamente estranho ver cicatrizes num corpo Cárpato, já que se curavamfacilmente, mas o corpo de Jacques mostrava a evidência de uma torturabrutal e provavelmente sempre teria. A fina cicatriz ao redor de sua gargantae a marca profunda em seu peito indicavam onde a estaca havia sidointroduzida no interior de seu corpo.—Não é divertido.—É muito divertido. - Insistiu Mikhail. Era a primeira vez que Mikhail podiase lembrar de seu irmão com aspecto desconcertado. Shea não só havia lhesalvado a vida e a prudência, mas também o trazido de volta à vida, com suaalegria e humor. Mikhail compartilhou a imagem de seu irmão com Raven. Seu riso lhe encheu a mente e verteu sobre ele com amor. Ele possuía tantaintimidade com Raven, uma intimidade que sabia que seu irmãocompartilhava com Shea... E isso havia salvado a vida de Jacques. Por isso

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Mikhail sempre apreciaria sua cunhada. – Até Raven está achando a situaçãodivertida.—Raven. Não pronuncie seu nome agora. Ela foi quem me meteu nisto. -Jacques soprou para cima com a esperança de tirar a farinha das pálpebras.—Acredito que é a Shea que ela está ajudando. - Assinalou Mikhail, o sorrisose negava a abandonar seu rosto.—Shea estava aqui chorando. Chorando, Mikhail. Estava sentada no meio dochão e chorando por uma estúpida receita de pão. —Jacques franziu o cenhoe olhou ao redor, baixando a voz. - Não pude suportar vê-la assim.Por um momento, Jacques pareceu completamente indefeso, em vez doperigoso caçador que Mikhail sabia que era.—Quem pensaria que o pão pudesse explodir? A massa se elevou e seconverteu num vulcão, derramando e cruzando o mostrador, até pensei queestava viva. - Jacques sacudiu uma parte de papel coberto de farinha. – É areceita e diz para cobrir com um pano de cozinha. O pano de cozinha nãoserve muito para conter essa horrível beberagem borbulhante.Mikhail pressionou uma mão contra o lado. Não ria tanto há centenas deanos.—Só posso dizer que me alegro de não ter visto.—Deixe de rir e entre aqui para me ajudar.— Havia um fio de desespero navoz de Jacques. - Por alguma razão isto não tem para mim nenhum sentido eShea está decidida a fazer este pão para a festa. Ela ao quer em barras ecolocado no forno. Este é minha terceira tentativa. Eu acreditava que aspessoas iam às lojas e comprava esta coisa.—Eu caço vampiros, Jacques. - Disse Mikhail. - Fazer de pão não pode sertão difícil.—Diz isso agora, porque não tentou fazer. Vêm aqui e feche a porta. -Jacques passou o braço pelo rosto, deixando mais farinha por toda parte. -Tenho que falar com você, mesmo. – Ele tocou a mente de Shea para seassegurar de que ela estava a distância. Seu olhar voltou para a massa,evitando os olhos penetrantes de seu irmão. - Shea esteve se correspondendocom uma mulher que acredita que pode ser uma parente longínqua.O sorriso empalideceu o rosto de Mikhail.—Desde quando?—Perto de um ano. A mulher encontrou fotografias em seu apartamento eaparentemente está em sua genealogia. Escreveu a Shea lhe perguntando se

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poderiam ser aparentadas. Acredita que Shea é a neta de Maggie em vez desua filha. Shea queria as fotos de sua mãe e lhe respondeu.Mikhail afogou o gemido que ameaçava surgir.—Jacques. Você é mais preparado que isso. Em primeiro lugar como elaencontrou Shea? Tomamos cuidado em não deixar rastro.—Agora com os computadores não é difícil Mikhail e Shea precisa deles parainvestigar seus trabalhos. Os atalhos a levam a muitos lugares.—Nunca deveria ter respondido ao contato.—Eu sei. Não deveria ter permitido, mas ela renunciou a tanto para estarcomigo. Eu não sou como o resto de vocês e nunca o serei. Sabe disso.— Eleafastou o olhar de seu irmão e a dor que ondeava no ar entre eles. - Elamerece algo melhor e eu quis lhe oferecer um pequeno presente. Escrever aalguém com quem poderia estar aparentada e que afirmava ter fotos de suamãe... Como poderia resistir? E não pude me obrigar a negar-lhe.—Sabe que é perigoso. Sabe que não podemos deixar rastros de papel.Qualquer contato com humanos é arriscado, especialmente um desse tipo.Coloca a todos nós em perigo. A todos.Jacques golpeou a massa com força sobre o balcão.—Shea esteve investigando por que perdemos bebês, mesmo enquanto estágrávida de nosso filho. Ela investigou a morte de trinta crianças de menos deum ano. O que acha que lhe faz isso? - Seu punho se estrelou contra a massa.– Ela está a ponto de dar a luz e está amedrontada. Tenta ,e ocultar isso masnunca fui capaz de lhe permitir sequer uma privacidade limitada. —Aadmissão de debilidade o envergonhava, mas Jacques queria que seu irmãosoubesse a verdade. – Ela suporta a carga de minha prudência a cadamomento de sua existência.—Jacques, você ama Shea.—Ela é minha vida, minha alma. E você sabe, disso Mikhail, mas isso nãotorna mais fácil viver comigo. Não posso suportar que outros homens seaproximem. Sempre sou uma sombra em sua mente e quase enlouqueço a nósdois, me preocupando com sua gravidez... Me preocupando com ela. Se algolhe acontecer...—Shea dará a luz e a criança será sadia. - Disse Mikhail, elevando uma precesilenciosa para que fosse verdade. - Francesca e Gregori se ocuparão de queShea esteja bem de saúde. Tenho fé absoluta em que não permitirá queaconteça nada a sua companheira enquanto isso.

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—Ele me suplicou que prometesse que ficaria no mundo e criaria nosso filhose algo ocorresse. —Jacques elevou seus olhos angustiados para seu irmão. –Após sua terrível infância, poderá entender por que precisa de semelhantetranqüilidade de mim. — Ele esfregou o rosto, com aspecto de estar cansadoe afligido pela dor. - Sabe que não posso existir sem ela. Ela é minhaprudência. É a único coisa que me pediu e não posso prometer com todasegurança, por mais que deseje reconfortá-la.—O que sabe dessa mulher?Era a única desculpa que Jacques podia dar a seu irmão. Ao permitir queShea correspondesse com uma desconhecida, uma humana que não conheciasua espécie, havia aberto a porta, colocando em perigo a toda a raça. Amulher, Eileen Fitzpatrick, havia enviado a Shea numerosas fotos de Maggie.A mãe de Shea e uma mulher que Eileen afirmava era meia irmã de Maggie.Aparentemente a meio irmã era a avó de Eileen.—Como encontrou aShea?Jacques se encolheu de ombros.—Internet. Shea investiga genealogias todo o tempo.A sobrancelha de Mikhail se elevou.—Por que? Já não é mais humana, mas Cárpato.—E aparentemente ainda precisa da genealogia para sua investigação,Mikhail. - Disse Jacques. - Não só a de Shea, mas a de Raven, Alexandra eJaxon... De todas elas e de nossas famílias. Gregori e Francesca se ocupam dagenealogia Cárpato necessária para a investigação das mortes de nossosfilhos.—E esta Eileen a encontrou através do lugar sobre genealogia no qual Sheaestava trabalhando? —Animou Mikhail.Jacques assentiu, totalmente consciente da contínua censura de Mikhail.—Eileen nasceu na Irlanda, mas se mudou para os Estados Unidos. Pedi aoAidan que desse uma olhada discretamente nela. Ela possui uma livraria emSão Francisco e passa grande parte de seu tempo investigando a história desua família na biblioteca, utilizando seus computadores.—Pelo menos essa mulher está longe. —Enquanto falava, Mikhail franzia ocenho, suas sobrancelhas escuras se uniam e uma interrogação marcou suaface. Ele leu a verdade na face de Jacques. – Ela está aqui?

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—Estará na estalagem esta noite. Eileen perguntou a Shea, o que ela faria noNatal e Shea pensou que era natural para um humano estar cozinhando paraos filhos e celebrar uma festa de Natal, Então mencionou.Mikhail observou Jacques passar pau de macarrão de madeira sobre a massa,para aplaná-la.—Eu não gosto de nada desta festa. Deveria ter dito a Raven que não fizesse.Ultimamente tem me ocorrido, que uma hora ou outra nossos inimigospegarão nossas mulheres e filhos. Que melhor momento que agora, comtantos de nos reunimos num só lugar?—Raven tinha razão, Mikhail. Depois do último atentado contra sua vida,todos precisamos de alguma coisa que alivie nossos espíritos. Admitirei queestou mais intranqüilo que o normal, mas suspeito que seja porque Shea estáa ponto de dar a luz.—Possivelmente... —disse Mikhail. - Possivelmente.—Não acredito que nossos inimigos sejam capazes de se congregar tãorapidamente para lançar outro ataque concentrado contra nós Mikhail, mas éclaro tomaremos todas as precauções. —Jacques estirou a massa com maisentusiasmo que habilidade e atirou um punhado de farinha sobre ela,enviando outra nuvem de partículas brancas no ar.Mikhail não podia afastar seu olhar fascinado do desastre que seu irmãoparecia estar fazendo.—Onde está Shea agora? — Ele baixou a voz.—Deveria estar deitada. Não está se sentindo muito bem.—É possível que os vampiros não possam se congregar, mas a sociedade quetrabalha contra, sempre nos encontrou aqui nas montanhas. Têm espiões e écompletamente possível que tenham ouvido falar desta reunião. Um ou maisdos habitantes da localidade têm que estar a seu serviço. E é claro, nuncapodemos esquecer que o mago escuro ainda está vivo.Os olhos negros de Jacques brilharam ameaçadores, frios como o gelo eperigosos, recordando a Mikhail que mesmo com Shea para lhe estabilizar,Jacques era um homem ameaçador e letal. A farinha branca que cobria suaface e suas pálpebras não fazia nada para suavizar a ameaça que emanavadele. - Deveríamos fazer varreduras regulares pelo povoado e as áreas circundantese ver o que podemos obter.

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Mikhail inalou profundamente e imediatamente começou a tossir quandopartículas de farinha entraram em seus pulmões. Gostava da maioria daspessoas do povoado, possuía amizade genuína com alguns deles e a idéia deinvadir continuamente sua privacidade o repugnava, embora sabia que eranecessário.Jacques olhou para ele.—Posso me ocupar disso.—Sabe tão bem como eu que nossos inimigos foram capazes de encontraruma forma de evitar que os detectemos. Escanear continuamente e tomarsangue deliberadamente para monitorá-los somente roubará de nossosvizinhos, a privacidade a que têm direito. Nós não desejaríamos semelhanteinvasão deliberada de nossa privacidade. - Era uma velha discussão, mas umaque sempre fazia recordar a si mesmo, o que estava bem e o que estava mau.- Trata de algo mais que os direitos de um homem, temos o dever de protegernossas crianças, Mikhail e eu não deveria ter que te dizer isto. Quase perde aRaven três vezes já. Mikhail conteve a sua própria fera interior que já se elevava, não farianenhum bem converter esta inútil discussão numa briga. Jacques tinha umargumento válido, igual a Mikhail e no final, fariam o que fosse necessáriopara proteçõesr de sua raça.Mikhail estudou a face retorcida de seu irmão. Jacques estava a beira daloucura quando Shea o resgatou e depois de todos os anos passados com ela,os demônios ainda o espreitavam, bem perto da superfície. No menor indíciode perigo para Shea, o monstro se elevava rapidamente e tudo o que estivesseperto de Jacques podia estar em perigo.—Jacques?Ambos se viraram, ao som da voz de Shea. Estava em pé na soleira da porta,seu cabelo vermelho brilhante caía ao redor de sua face, atraindo a atençãosobre seus olhos verde esmeralda e os círculos escuros sob eles. - Senti queprecisava de mim. O que aconteceu, homem selvagem?- Ela soavagentilmente divertida, enquanto o envolvia em sua calma e amor.Jacques respirou e acalmou sua mente, súbitamente consciente de queinadvertidamente tinha apertado sua garra sobre Shea. - A outras pessoaspareço muito cordato, embora ainda estou fragmentado sem você. Sinto terte incomodado.- Sua voz era íntima e gentil. um fluxo de emoções enquantoacolhia amor de sua vida. Algo suavizou em seu interior, aliviando o rugido

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dos demônios que se elevavam e da profunda raiva que nunca o abandonava,não importasse o quanto lutasse para sobrepor a seu passado. Nunca ficariacômodo em companhia de humanos, como seu irmão ficava e não podiasuprimir de todo a idéia de que essa invasão da privacidade bem podia valer apena não só por sua própria paz mental, mas também por sua necessidade demanter a esta mulher a salvo, por toda a eternidade.—Você está bonito. - Disse ela.Jacques piscou, evitando os olhos de seu irmão. —Os homens dos Cárpatos não são bonitos, Shea. Somos perigosos. Pareçoperigoso sempre.—Não, céu. - Insistiu Shea, roçande Mikhail ao passar por ele, quando entrouna cozinha. - Parece muito bonito, eu gostaria de tirar uma foto e mostrar atodos outros para que vejam o quanto você é doce, na verdade. Jacques virou para ela, pegando-a nos braços antes que ela pudesse protestar,atraindo-a, de forma que a farinha espalhou sobre ela, parecendo neve em seubrilhante cabelo, cobrindo sua roupa e lhe polvilhando o queixo. Escondeu orosto em seu pescoço, roçando-a enquanto esfregava o nariz contra a maciezde sua pele nua, mordiscando-a. Shea riu, seu braço envolveu seu pescoço, protestando mesmo enquanto oabraçava. A estatura bem maior de Jacques a diminuiu e seu cabelo longopreso na nuca, caía-lhe pelas costas. Ela enredou os dedos nele, numa suavecaricia. Mikhail sentiu a emoção prenchê-lo, estrangulando-o. Uma rajada de afeto,de genuíno respeito e amor, tomou Mikhail e ele compartilhou esse pequenomomento com Raven. Shea Ou'Halleran não só salvara a vida e a prudênciade seu irmão, mas também com Gregori, havia salvade Raven e a sua filha.Shea parecia tão frágil, com seus pequenos e delicados traços e seu ventrearredondado, mas ele conhecia a absoluta coragem e compromisso, a vontadede ferro que vivia e respirava dentro dela. Como humana, ela fora umarenomada cirurgiã e investigadora. Uma mulher brilhante como humana, eagora, como Cárpato, investia todas as suas habilidades em seu empenho portentar salvar a sua espécie da extinção.—Para ser totalmente honesta Jacques, a farinha e o avental diminuem aimagem de predador perigoso. - Disse Mikhail, unindo forças com elaimediatamente, zombando de seu irmão mais novo, embora risos ebrincadeiras eram estranhas entre eles nesses dias.

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Jacques voltou as costas para seu irmão, bem mais relaxado do que estiverasegundos antes. A influência calmante de Shea fazia com que as chamasvermelhas retrocedessem em seus olhos e a marca da fúria abandonasse seuslábios.—Não a anime. – Ele protestou.Mikhail piscou um olho para Shea. Ela permanecia nos braços de seu irmão,com a cabeça recostada contra seu peito, sem se preocupar com a farinha queos cobria.—Não acredito que precise de ânimo. Disse Mikhail. - Deixarei você comseu pão e vou embora. Quero falar com Aidan e Julian.- Vai comprovar a mulher que afirma ser parente de Shea.Mikhail a penas inclinou a cabeça.—Julian foi amigo de Dimitri uma vez, não foi?—Várias centenas de anos atrás. – Respondeu Jacques, com olhossúbitamente alertas. - Por que?Mikhail encolheu os ombros.—Não vi Dimitri em sua autêntica forma, em décadas. Enquanto esteve aqui,permaneceu no corpo de um lobo. Muitos dos caçadores utilizam corpos deanimais para se ajudar, quando estão perto de se converter.- Você está nervoso Jacques esfregava o nariz contra o pescoço de Shea e pressionava um beijogentil sobre sua pulsação.- Um pouco. Só estou sendo cuidadoso. Todos estamos um pouco nervososcom esta reunião inédita. Muitas de nossas mulheres e crianças num únicolugar me faz sentir como se fôssemos todos vulneráveis. Quero que Julianfique em contato com ele, para restabelecer sua amizade.

- É difícil monitorar os amigos da infância- Sim, demais. - Mikhail conbcordou, com um suave suspiro.—Jacques! Nosso bebê está chutando muito forte. Estava tão tranqüilo ontemà noite, que cheguei a ficar preocupada.Jacques colocou a palma da mão sobre o ventre arredondado, para sentir obebê. Sorriu-lhe.—é assombroso. Um pequeno milagre.—Verdade? —Shea virou o rosto para a dele para um breve e terno beijo.—Não posso evitar me preocupar. Estive falando tanto com todos outros sobre

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o problema de nossa gente para manter vivos os bebês e todos temos teoriasdiferentes.—Qual é sua teoria, Shea? — Perguntou Mikhail, seus olhos escuros pediamuma resposta.Ela afastou o cabelo do rosto e virou a cabeça para olhar para ele. Suafisionomia parecia cançada, de repente. A tensão se mostrava no fundo deseus olhos.—Gregori e eu acreditam que uma combinação de coisas causam os abortos eas mortes. A terra é nosso suporte principal. Rejuvenesce-nos e nos cura esem ela não podemos existir muito tempo. Temos que ficar nela, nospermitirmos ser enterrados completamente ou não. A composição da terratem mudado ao longo dos anos. Neste lugar, menos que em outros, mas osprodutos químicos e as toxinas diminuíram a riqueza de nosso mundo comoaconteceu com outras espécies, acredito que isso está afetando a nossacapacidade de ter filhos.Mikhail tentou não reagir. Terra. Sua gente não podia existir muito sem terra.Mesmo os que abandonavam as Montanhas dos Cárpatos procuravam o solomais rico possível em outras terras, mas havia sentido. Os pássaros tinhamproblemas com seus filhotes por causa da contaminação, por que não osCárpatos? Suprimiu um gemido... Ao se estender súbitamente para Raven.Queria que ela tentasse ter outro filho... Precisava tentar novamente... Paradar exemplo às mulheres que tanto haviam sofrido. O que não queria eradesanimá-la, quando era uma vez mais capaz de conceber. O momentochegava tão raramente e uma oportunidade desperdiçada significava muitosanos perdidos.

—Esteve examinando nossa terra? —Ele perguntou.Shea assentiu.—Há poluentes mesmo aqui Mikhail, em nosso santuário. Examinamos cadaum de nossos mais ricos depósitos para encontrar a melhor terra possível paranossas mulheres grávidas. E essa é somente um item de um problema muitocomplexo.Ouvindo a nota de ansiedade em sua voz, a mão de Jacques subiu paraenredar no cabelo de sua nuca.—Fez assombrosos progressos, Shea. E encontrará as respostas.

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—Acredito que sim. – Ela concordou, - mas não estou tão segura de quepossamos fazer muito para rebater os problemas. E não estou segura de quepossa juntar todas as peças do quebra-cabeças e as respostas, a tempo paranos fazer bem. —Sua mão descansou sobre o ventre.Era a primeira vez que os homens viam Shea soar tão derrotada. Ela eramuito decidida e muito analítica. Sempre determinada a seguir avançando,acreditando que a ciência proporcionaria respostas.- Ela está cansada, Mikhail. Nunca se renderá.Mikhail forçou um pequeno sorriso, decidindo que com a Shea tão perto domomento de ter seu filho, não seria boa idéia trazer a baila, o assunto sobre ataxa de mortalidade infantil. Precisava uma mudança para um assusntoseguro.—Esqueci de mencionar um detalhe muito importante nas festividades deesta noite. Raven me informou que era meu.... Dever como príncipe de nossagente representar Santa Claus.Jacques se engasgou. Shea tossiu atrás de sua mão.Mikhail assentiu.—Exatamente. Não tenho intenção de colocar uma barba branca e um trajevermelho de elfo. Entretanto... — Ele sorriu malignamente.—Do que está brincando, Mikhail? —Perguntou Jacques, alerta. —Porque seestá pensando em passar essa desagradável tarefa a seu irmão...O meneio de cabeça de Mikhail foi lenta e deliberada, seus olhos escurosdançavam, peraltas.—Decidi que depois de tudo é tarefa para um genro. Informarei meu queridofilho de seu dever de vestir o traje vermelho.Jacques abriu a boca para falar, mas não saiu nada. Shea pressionou a mãocom força contra os lábios, com os olhos totalmente abertos pela surpresa.—Gregori, não. Ele assustará as crianças. – Ela sussurrou como se Gregoripudesse ouvi-la—. Na realidade, você não vai pedir a ele, vai? Nenhum dosirmãos Daratrazanoff pode ser Papai Noel. Seria... errado.O sorriso de Jacques se ampliou e Mikhail sentiu o coração apertar com forçaem seu peito.- O que está acontecendo, meu amor? Irei até você, se precisar. - A vozsuave de Raven encheu a mente de Mikhail de ternura e calor.- Nada, agora que me tocou. - Mikhail a tranqüilizou através de seu vínculotelepático.

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—Quero ser um pequeno camundongo , bem no cantinho, observandoquando pedir a ele, - decidiu Jacques. – Me avise quando for a sua casa.Shea olhou fixamente a seu companheiro.—Não o anime. Gregori é o homem do saco, dos Cárpatos. O bicho papão.Mesmo agora, as crianças sussurram seu nome e se escondem quando ele seaproxima. Não estou segura de ter visto esse homem sorrir.—Eu não sorriria se estivesse usando um traje vermelho e uma barba branca.- Assinalou Mikhail.—Mas você é amável, Mikhail, e Gregori é... — Shea franziu o cenhotentando encontrar uma palavra que não fosse considerada ofensiva.—Gregori... – Ajudou-a, Jacques. - É uma idéia maravilhosa, Mikhail. Tempensado contar a seus irmãos? Eles também gostarão de estar lá, quando falara ele sobre o importante papel que fará nas atividades desta noite.Shea ofegou.—Não estão falando a sério? Brincar é uma coisa, mas Gregori como PapaiNoel aturde a mente.—Devo ter algum prazer com tudo isto, Shea. - Assinalou Mikhail. – Só dever sua reação quando eu lhe disser que será sua tarefa vestir esse ridículodisfarce é suficiente para melhorar meu humor grandemente apesar dasfestividades.Shea colocou as mãos nos quadris.—Os homens dos Cárpatos são tão infantis.- Vou ver o Aidan. - Anunciou Mikhail. - Boa sorte com o pão, Jacques. –Ele percorreu a cozinha com o olhar. - Confio em que não tenha que usarmétodos humanos para limpar o desastre.Shea riu e o despediu com a mão.—O pão ficará maravilhoso. —Quande Mikhail deixou a casa, Shea se viroupara enfrentar Jacques. Um lento sorriso iluminou sua face a travessuradançou em seus olhos.— Você se diverte conversando os segredinhos viris Cárpatos com seuirmão? Porque sabe que vai me contar tudo o que ele disse, não vai?—Seriamente? —Jacques a virou completamente nos braços. - Posso sentir oquanto está cansada e as costas ainda te dói. Deveria estar descansando. – Elea mimou com pequenos beijos no rosto e no canto de sua boca. Tudoenquanto seu corpo a empurrava sutilmente fazendo com que ela retrocedessepara a porta da cozinha.

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—Não vai se livrar de me contar, não importa o quanto tente ser encantador.– Ele advertiu. - E estou ficando branca. Como conseguiu salpicar toda essafarinha pela cozinha? Parece uma região de guerra.—É uma região de guerra. – Jacques, queixou. - Não sei como as pessoasfazem isto regularmente. – Ele continuou empurrando-a gentilmente atravésdo salão, para o quarto, preocupado pela forma em que seu corpo... E suamente estavam esgotados.—Prometi a Raven que teria o pão para a festa e o faria ao modo humano. –Ela lembrou. - Não posso decepcioná-la.—Primeiro de tudo, pequena - Jacques a levantou nos braços, está a ponto deter um bebê e Raven não se importaria que não pudesse assar o pão.Felizmente, você me tem e o farei. Nem que seja a última coisa que faço.Shea sorriu ante a determinação de sua voz, relaxando contra ele.—Você adora os desafios.—Os humanos fazem este tipo de coisas todo dia. Eu deveria ser capaz defazer, sem problema. – Ele se queixou e se moveu com velocidade através dacasa, para o túnel que conduzia a câmara subterrânea.A câmara era formosa, iluminada com a luz cintilante de cristaismulticoloridos que cobriam as paredes. A terra era escura e rica, a melhorque haviam encontrado, importada de uma das cavernas de cura. Além de tero chão de terra e um grande espaço para descansar nela, a o aposento pareciaum dormitório normal. Havia velas nos candelabros das paredes que titilavamcom dezenas de luzes, enchendo o quarto de uma fragrância consoladora.Jacques flutuou à profunda depressão no chão e colocou Shea gentilmente narica terra. Deitou-se junto a ela e se inclinou para beijar repetidamente, seuventre arredondado. O bebê chutou sua boca e ele riu em voz alta.Shea entesourava o som de sua risada, a ternura de seus olhos e amor naspontas de seus dedos e seus lábios, quando animava o bebê a chutar maisvigorosamente. Seus dedos se enredaram no longo cabelo de Jacques quandoele pousou a cabeça contra seu ventre para falar com bebê, como fazia cadanoite.- Saia e se una a nós, filho. Esperamos o bastante.—Mais que bastante. - Disse Shea. - Quero ter você aqui e poder lhe abraçar,tê-lo em meus braços. Quero te contar uma história noturna para você dormir.Jacques beijou novamente a barriga boleada.

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—Sua mãe diz que já é suficiente. Terá que aprender os códigos que asmulheres usam quando falam com os homens.—Não temos códigos. - Protestou Shea com um pequeno sorriso. Fechou osolhos, saboreando a sensação da força de Jacques. Segundos depois, seusorriso decaiu. - Realmente tenho medo. Seriamente. Não posso suportar aidéia de perdê-lo. Ele já é tão parte de mim, Jacques. E temo que seja eu queesteja atrasando o processo, não ele. Ele quer nascer e eu quero mantê-lo asalvo.Jacques elevou a cabeça para fitá-la, esfregando o nariz contra seu corpo,respirando calidamente sobre suas mãos.—Levou-o contigo quando pensávamos que era impossível. Ele quersobreviver. Temos um vínculo forte com ele. Sabe que não podemosalimentar nossos filhos da forma em que faziam nossos ancestrais edesenvolveste uma fórmula que manteve à filha de Gabriel e Francesca viva,igual a à pequena de Dayan e Corrine. Fez grandes progressos, Shea.Ela pressionou os dedos sobre os olhos.—Eu acreditava que Raven estava sendo muito egoísta por não desejar tentarnovamente, depois de perder seu bebê, mas agora a entendo. Nossos filhos semovem, chutam e mais ainda, sinto-o decifrar coisas. Podemos noscomunicar com ele. Não sabia que podíamos fazer isso... Chegar a lheconhecer antes que nascesse. Ele nos conhece, igual nós a ele. Se operdêssemos agora, seria tão difícil, Jacques... Tão difícil... Talvezinsuportável, como sei que foi para Raven e todas a mulheres que vieramantes que nós.—Não faça isto com você mesma. Nosso bebê nascerá sadio e sobreviverá.Shea escondeu o rosto no peito de Jacques, fechando novamente os olhoscontra a dor de seu coração.—De verdade? Uma vez que abandone o refúgio de meu corpo, sobreviverá,Jacques? E se sobreviver, que tipo de futuro enfrentará?—Tamara parece estar bastante bem, assim como Jennifer.—E enquanto nós vamos para a terra, outra pessoa tem que cuidar de nossosfilhos. Isso tem sentido para você? Por que nossos filhos não podem ir para aterra como deveriam? Mesmo que a terra contenha alguns tóxicos, nãodeveriam ser capazes de tolerar a mesma coisa da qual terão necessidade?

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Jacques lhe jogou o cabelo para trás, sentindo o crescente medo nela. A dorpersistente de suas costas lhe dizia que o nascimento se aproximava... Erainevitável.Ela não poderia proteger seu filho, muito mais.—Nossa gente espera com alegria esta ocasião, Shea. – Ele beijou sua suavepele, suas mãos eram ternas quando continuaram nos cabelos brilhantementecoloridos. - Cada Cárpato, perto ou longe, tem um único propósito nestemomento... Cuidar da vida de nosso filho. Ele sobreviverá. O sangue dalinhagem ancestral corre em suas veias.Ela esfregou o rosto sobre o coração de Jacques.—Eu sei. Cada dia penso em como você sobreviveu aqueles sete anos... Presotão perto da terra que o teria salvado, faminto, torturado e tão sozinho... Masse negou a sucumbir. – Ela elevou a cabeça, para olhar os olhos escuros eatormentados. - Ele tem seu sangue, meu amado homem selvagem. E suavontade de ferro. Estou muito agradecida de que seja meu companheiro,Jacques. Se algo manterá nosso filho vivo, será porque você é seu pai. —Elese virou de lado e lhe emoldurou o rosto com as mãos. – Sinto-o, nele.Ele gemeu brandamente, um leve sorriso flertava em sua boca.—Então que Deus nos ajude quando ele for adolescente, Shea. Alguma vez játe apresentaram a Josef?—O sobrinho de Byron? O jovem raper?—Esse mesmo. Temo que nos concedeu uma breve olhada a nosso futuro.Shea riu, a preocupação abandonou seus olhos.—Oh! Querido. Acredito que Josef esteve praticando para atuar esta noite.—Será quase tão bom como ver a cara de Mikhail anunciando a Gregori quese espera que ele seja o Santa Claus de Raven.Shea sacudiu a cabeça, seus olhos verdes brilhavam.—Você é um homem muito mau, Jacques.—E eu sigo dizendo isso, mas você insiste em pensar que sou bonito ebrando.O desejo e a fome em seus olhos lhe tirou o fôlego e Shea rodeou o pescoçodele com os braços e beijou o canto de sua boca. —Siga fingindo na frentedos outros, Jacques, se isso te faz sentir melhor, mas quando estivermossozinhos terá que agüentar quando digo que você é extraordinariamentebonito e terno.

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Ele soltou um suspiro e o riso a diversão apareceu nas profundezas de seusolhos.—Não tenho nem idéia de como existi antes que entrasse em minha vida.Seu sorriso em resposta lhe iluminou a face.—Eu sinto o mesmo por você, Jacques. — Ela pousou a cabeça em seu peitosobre o coração. - Não seria capaz de passar por isso sem você. Nunca deixode ter medo, mas você me estabiliza.Ele acariciou a longa e sedosa cabeleira.—E eu todo este tempo pensando que era ao contrário. —Sobre a cabeçadela, o sorriso empalideceu em seu rosto, deixando linhas profundas e seusolhos uma vez mais obscurecidos pela preocupação. - Esta mulher, a qualonheceremos esta noite, Shea... — Jacques pensou, tentando escolher suaspalavras cuidadosamente. - Devemos ser muito, bem cuidadosos. Nãopodemos deixar que ela suspeite nem por um momento que você não é maisuma humana.Shea virou, se afastando dele com uma pequena amostra de temperamento.—Sabia Jacques, que nem todos os humanos são monstros. Olhe Slavica,Gary e Jubal. Por que ela iria suspeitar que não sou humana? Acha que amaior parte das pessoas andam por aí acreditando que há vampiros eCárpatos no mundo? Eu acreditei ter uma estranha desordem sangüíneadurante anos e sou médica.Os dedos dele lhe moldaram o pescoço.—Não se incomode, Shea. Tenho o dever de proteger nossa gente.—Quer dizer que Mikhail não gostou que eu contatasse com ela.—Quero dizer que eu não gostei. Possivelmente te tive para mim todos estesanos e a idéia de te compartilhar com uma desconhecida me faz rilhar osdentes.Ela virou a cabeça a tempo para ver seus dentes brancos se apertarem,lembrando-a muito um lobo. Começou a rir novamente.—Quero você demais, Jacques Dubrinsky. Seriamente. Ela acariciou seurosto. – Você vai superar essa estúpida veia ciumenta?—Isso é o que é? Eu acreditava que era a sensação de ser inadequado... Deque poderia despertar de repente uma manhã e compreender que dou maisproblemas do que valho. — Jacques virou a cabeça para roçar seus dedoscom um beijo.

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—Isso nunca acontecerá, Jacques. Nem em um milhão de anos. Não sepreocupe por Eileen Fitzpatrick. Saberei se ela está me mentindo.—Você deseja tanto uma família, Shea. Talvez não seja capaz de dizê-lo.—Tenho uma família, Jacques. Você é minha família. Você e nosso filho,Mikhail e Raven e Gregori e Savannah. Não estou sozinha. E apesar de meushormônios loucos, não colocarei em perigo as pessoas que amo por umadesconhecida, mesmo que seja uma parente. Tenho a esperança de que elatenha histórias da infância de minha mãe, mas se não for assim, somenteficarei decepcionada, não devastada.Jacques afastou o rosto. A alegria explodiu nele, como a inesperada erupçãode um vulcão. —Volte-se. – Ele instruiu bruscamente. – Vou massagear suas costas. —Nãopodia fitá-la, não podia enfrentá-la, quando sua vulnerabilidade estaria tãorigorosamente nua. Simplesmente os homens não deveriam depender tanto desuas mulheres. Squer os companheiros.—Tenho uma bola de praia no ventre, Jacques. – Assinalou, Shea. - Nãoconsigo me virar de costas.

—De lado então. – Ele, sugeriu.Shea ficou em silêncio um longo momento antes de segurar seu rosto entre asmãos e lhe obrigar a fitá-la.—Você também é minha vida, Jacques. Meu mundo. Todas essas coisas quesente por mim... Eu também sinto por ti.—Mesmo que eu não possa me separar de você e sempre ser uma sombra emsua mente? —Jacques se obrigou a a fitá-la nos olhos... No coração... Para lersua mente.Encontrou amor incondicional.—Especialmente porque você fica comigo. Entesouro isso em você. - Shealhe acariciou os lábios com a ponta de um dedo. - Uma mulher gosta de seramada, Jacques e você sabe como me amar.

CAPÍTULO III

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—O que é esse terrível escândalo? —Disse Mikhail como saudação, quandoAidan Savage abriu a porta da grande cabana. Mikhail não o via há váriosanos e não pôde evitar sorrir enquanto estreitava o antebraço de Aidan nasaudação do guerreiro.

Os olhos incomuns de Aidan brilhavam como duas antigas moedas deouro.—Sua presença é uma honra para nós, Mikhail.—Por favor me diga que o sobrinho do Byron, Josef, não está já aqui devisita. — Mikhail parou na soleira da porta. As linhas de seu rosto seaprofundaram, com desaprovação.—Este parece ser o lugar da reunião. Josh tem um novo videojogo queAlexandria desenhou e todo mundo quer jogá-lo. Josef está definitivamenteaqui. - Acrescentou como advertência, enquanto retrocedia para permitir aentrada de Mikhail.Mikhail parou, com um pé no alto.—Talvez deveríamos fazer com que Byron o chamasse imediatamente.

Aidan sorriu, abertamente.

—Você fala como se ele fosse um vampiro.—Preferiria enfrentar um vampiro. Eu esperava que ele ficasse na Itália.Provavelmente Byron o trouxe como brincadeira pesada.—É bastante divertido, quando ele deixa a um lado suas exuberantesmaneiras. - Disse Aidan.

As sobrancelhas escuras de Mikhail se uniram.—Ele atrai a atenção sobre si mesmo e não pratica nem a mais básica denossas habilidades.—Vi ele descer do teto esta noite e quando mudou de forma, só o fezparcialmente.—Parece divertido. – Falou Mikhail, com um suspiro. - Está com vinte anos.Já não podemos permitir que nossos filhos tomem tantos anos para crescer.A idan sacudiu a cabeça.—Ele ainda é um adolescente para nossos anos, Mikhail. Vivemos tantotempo no mundo dos humanos, que já começamos a pensar como eles.Nossos filhos merecem uma infância, Mikhail. Eu desfruto observando ojovem Joshua crescer. Josef é feliz e é sadio.

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—Joshua é humano e Josef não. E o mundo se tornou bem mais perigosopara nossa raça, Aidan. – Assinalou, Mikhail. - Estamos rodeados deinimigos e nossas mulheres e crianças são os mais vulneráveis. Precisamos deJosef e para assegurar sua segurança, ele deve aprender os costumes de nossagente. Sequer pode tecer suas próprias salvaguardas?

Aidan assentiu.—Tem razão, é obvio. Estive preocupado por causa do golpe concentradocontra nós, da tentativa de assassinato contra você... Porque nossos inimigospodem decidir golpear nossas mulheres e crianças. Falarei com Byron sobre otreinamento de Josef, assegurarei-me de que o ensine adequadamente paraque esteja preparado, em caso de ataque.—Me ocorreu que nossas mulheres devem ser preparadas também. —Mikhailbaixou a voz, pegando Aidan pelo braço e o conduzindo-o a um cantoseparado da animação do salão. - Sempre protegemos às mulheres.—Elas são da luz. – Falou Aidan. - Não têm a escuridão necessária paramatar.—Isso nós todos pensamos, mas a autoconservação e os caçadores cada vezmais diminuídos podem provocar novas necessidades. Os tempos mudam,Aidan e francamente, enfrentamos à extinção. Não podemos confiar nosvelhos métodos. Temos que estar preparados para enfrentar os novos desafioscom novas idéias.—Os antigos pode não gostar de suas idéias progressistas.

Um pequeno sorriso suavizou a dura linha da boca de Mikhail. —Acredito que os antigos são muito mais progressistas e flexíveis em suasidéias, que nós. Entretanto, preocupa-me um pouco esta festa de Natal, queRaven insistiu.—Alexandria também acredita que é boa idéia. - Disse Aidan. - Lhe dá aoportunidade de se reunir com as outras mulheres. Também está disposta aajudar a Shea no parto. Com tantos de nós aqui, há mais possibilidades deque o criança sobreviva.—Shea está perto. Será esta noite ou na seguinte. Raven, como Alexandria,pressente que a festa criará uma sensação de família entre os casais deCárpatos e dará esperanças aos homens que restam, especialmente com asmeninas e Shea tendo um parto bem-sucedido.—Alexandria está na cozinha. Joshua e Josef inventaram uma batedeira dealta velocidade para ajudá-la a preparar o prato que está fazendo para o

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evento desta noite. Acredito que queriam se livrar de cortar batatas. Terá queentrar e conhecê-la, embora esteja com um pouco de medo de te conhecer.—A mim? —Mikhail franziu o cenho. - Por que teria medo de me conhecer?—Ouviu dizer que você pode ser intimidante. - Disse Aidan, com umpequeno sorriso.

O sorriso de Mikhail foi lenta em aparecer.—Estas mulheres. —Sacudiu a cabeça. Depois parou, olhando ao redoresperançado. - A menos que fosse Josef...

Ele observou a furiosa batalha que estava acontecendo na tela datelevisão. O irmão de Alexandria, Josh, cujos cachos inquietos saltavam emsua cabeça, enquanto utilizava um comando. Ele gargalhou quando seupersonagem acertou o de Josef. Josef, dirigindo seu personagem com amente, fez com que o homem se voltasse tão rápido que quase tropeçou comseus próprios pés.—Alexandria ideou este jogo? É boa prática para Josef... Para muitos dosnossos. – Mikhail se pronunciou. - Como fez algo assim?—Josh e nós gostamos de jogar videojogos e fazemos com que a pobre Alexnos observe o tempo todo. Ela ainda faz gráficos para uma companhia equando compreendeu que eu podia dirigir aos personagens com a mente,ideou este jogo para Josh e para mim, como presente de Natal.—É uma mulher muito inteligente. Está pensando em comercializar estesjogos?—Sim. Assim muitos dos outros o verão e podem querer. Alexandria já temidéias para mais alguns deles. Já que temos Josh, que é humano e Falcon eSara tem as sete crianças que adotaram, ela está planejando preparar o jogopara que eles possam usar os comandos, se for necessário. Dá mais coisascom as quais interactuar e aparentar ser humano. Poderemos jogar onlinecom outra pessoa também.—É uma idéia maravilhosa. Com sorte, nos ajudará a se aproximar, já quevivemos tão longe. —Mikhail esfregou o queixo. - Tenho que falar com seuirmão, sobre Dimitri. Pelo que me lembro, Julian e Dimitri eram bastanteamigos na juventude.—Eram, sim. – Respondeu, Aidan. - Dimitri está aqui?—Ele deixou os bosques da Rússia para se unir a nós, embora permaneça naforma de um lobo a maior parte do tempo e ronda pelo bosque. Se você verJulian antes que eu, faça com que o contacte. Acredito que ele conhece

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Dimitri melhor que nenhum outro Cárpato. Podem ter compartilhado sanguee quero que ele o monitore enquanto está tão perto de nossas mulheres.

A cabeça de Aidan se elevou, alerta.—Se preocupa que Dimitri tenha se convertido?—Já não podemos contar com a leitura das mentes e sinto a perturbação depoder e maldade. Os vampiros poderiam ter colocado um inimigo entre nós.Não acredito que Dimitri tenha se convertido, mas estou preocupado porqueestá lutando contra isso. Com tantas mulheres perto dele, é possível que tenhaa esperança suficiente para continuar sua luta ou que o empurre na direçãoerrada. É melhor ser cuidadoso.—Ele lutou muito tempo contra os vampiros, só em sua região. – concordou,Aidan—. Tantas mortes às vezes afetam negativamente ao caçador.

Mikhail suspirou.—Não posso salvar a todos, Aidan.—Não, mas faz o necessário para salvar nossa gente, Mikhail e isso é tudo oque pode pedir a si mesmo. Venha conhecer minha companheira.

Mikhail seguiu Aidan pelo longo salão, para a cozinha.—Raven me pediu que me vestisse de Santa Claus. Papai Noel. Já sabe.Aquele personagem do traje vermelho com a barba branca.

Aidan parou tão bruscamente, que mesmo com seus fluidos e graciosospassos Mikhail, quase o derrubou.—Vai fazer Santa Claus?

Mikhail sacudiu a cabeça e um malicioso sorriso, cheio de diversão fezseus olhos brilharem . —Isso eu deixo para meu genro.—Gregori? —Os dentes brancos de Aidan brilharam. As nuvens se moverame a luz da lua se espalhou sobre o Cárpato convertendo seu cabelo e seusolhos em ouro velho. - Tenho que estar lá quando você falar com ele.—Suspeito que a casa estará infestada de aranhas, ratos e alguns pássaros. -Disse Mikhail com evidente satisfação. – E eu adorarei conhecer suatalentosa companheira. Abra caminho. A idéia de ver Gregori com esseridículo disfarce aliviou meu humor grandemente. Alexandria não me acharáintimidante de jeito nenhum.

Aidan pensou.—Alexandria conheceu nossa raça pela primeira vez através dos vampiros.Foi capturada junto com seu irmão. O vampiro a encadeou e se alimentou

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dela. Queria que ela matasse seu irmão e assim ambos se alimentariam dele.Ainda tem pesadelos. Capto ecos deles quando está entre o sonho e a vigília.Joshua já não se lembra, mas ela não quer lhe ocultar o que somos. E issosignifica que tem que saber que estamos sendo perseguidos. Foi muitovalente da parte dela vir aqui... Colocar de lado seus medos e conhecer asoutras mulheres.— Já conversaram sobre ter filhos?

Aidan sacudiu a cabeça.—Ela é bem consciente da taxa de mortalidade de nossos crianças.

Mikhail assentiu.—Gary mencionou que é possível que quanto mais próximo seja onascimento da conversão, é menos provável que o percamos. Acredita quequanto mais tempo as mulheres são Cárpatos, mais provável é que ocorra oaborto e menas possibilidade do bebê ser uma menina. Mas sobre o por quenão temos resposta, especialmente quando Francesca teve uma filha.—Ao menos temos Joshua, que é mais um filho que um irmão paraAlexandria. Até agora ela foi incapaz de conceber, então para nós não háoutra escolha.

Mikhail continuou olhando-o, diretamente nos olhos, numa ordemimplacável e decidida. Aidan suspirou.—Discutirei o assunto com ela.—Faça-o. Nossa gente precisa de cada criança, de cada mulher quepossamos conseguir. Nossos caçadores estão se desesperando, Aidan.—Eu fui um dos desesperados, Mikhail. - Disse Aidan, tranqüilamente. -Conheço meu dever para com nossa gente.—Aidan! —Joshua apareceu atrás dele e lhe segurou o braço. - Não vai jogarconosco? Josef colocou o jogo em pausa para que pudéssemos te esperar.

Aidan revolveu afetuosamente o cabelo do criança.—Num minuto, Josh. Alexandria não conheceu Mikhail ainda. Ele é o líderde nossa gente, um homem muito importante.

Os olhos de Josh se abriram e ele levantou o olhar para o príncipe.Mikhail baixou a vista para o criança, com sua magra constituição e sua

cabeça cheia de cachos, quando a mão de Aidan afastou um cacho teimosoque caía na pequena face e sentiu uma súbita dor no peito. Queria outro filho.Um que olhasse para ele como este criança estava olhando para Aidan.

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Queria uma casa cheia de crianças, com suas risadas e seus brilhantes olhos.Com a esperança reluzindo em seus rostinhos.

Seu olhar descansou em Josef, que havia seguido Joshua e pela primeiravez sentiu amabilidade para com o moço. Josef havia ganhado algunscentímetros de altura, parecendo mais ao aspecto dos homens dos Cárpatoscom seus ombros largos, mas ainda estava fraco, magro e com o cabelo negrocortado com pontas agudas. Ele parecia um estranho espantalho, com aspontas dos cabelos tingidas de azul.—Olá, Josef. Encantado vê-lo, novamente.

O criança pareceu assustado por um momento, mas depois forçou umsorriso arrogante.—Eu também, Sua Alteza Real. Acha que temos que nos inclinar?

Aidan cutucou no rapaz, com um baixo grunhido de advertência eMikhail franziu o cenho. Seus olhos negros brilharam com repentina ameaça.A casa pulsou com súbita energia e as paredes se ondularam.

Josh abriu de um empurrou a porta da cozinha e fugiu.—Alex! Há alguém aqui.

Ante o medo na voz de seu irmão e o perigo que cintilava na casa,Alexandria se voltou com velocidade sobrenatural. A batedeira de altavelocidade estava entre suas mãos, ainda ligada.

Alho, queijo e purê de batatas salpicaram as paredes e o teto. Umemplastro golpeou Mikhail diretamente na face esquerda. Alexandria ofegoue ficou congelada, sujeitando a batedeira no alto... Enviando mais batataspela cozinha. Seu olhar horrorizado permaneceu fixo no príncipe.

Por um longo momento só existiu o som da batedeira e as batatasbatendo nas superfícies, por toda a cozinha... E o peito do príncipe.

Josh soltou uma pequeno sorriso. Josef deixou escapar uma tosseestrangulada. Logo, os dois se dobraram em risos. O som colocou Aidan emação. Ele ondeou a mão para desligar o botão da batedeira e atravessou acozinha com assombrosa velocidade, para tirar o aparelho das mãos deAlexandria, colocando-se entre sua companheira e seu príncipe.

Por um momento se ouviu somente as risadas das crianças. Alexandriaretorceu os dedos no bolso de atrás do jeans de Aidan. -Não posso acreditar que fiz isto. O que ele estará pensando de mim?

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Era óbvio que ela estava tentando conter sua própria risada, emboraestivesse mortificada.

Aidan se virou ligeiramente para roçar os dedos gentilmente por seurosto, enquanto mantinha um olho precavido sobre o príncipe. - Foi umpequeno acidente, nada mais. - Tranqüilizou-a. Podia sentir sua própriarisada borbulhando. Era difícil ficar quieto e manter a fisionomia séria, comemplastros de batatas com queijo e alho sobre a roupa e a face esquerda dopríncipe.

A boca de Mikhail se retorceu e ele cobriu os lábios com a mão.—É desnecessário que se coloque diante de sua companheira, como se eupudesse incinerá-la no ato, por decorar minha roupa, Aidan.—Isso é o que parece? —As sobrancelhas de Aidan se elevaram.

Josh assentiu, ainda rindo.—Como se fosse bater em alguém.

Aidan sustentou a batedeira no alto, apontando para Josh.—Eu estou pensando isso.—Aponte para o Josef. – Sugeriu, Mikhail.

Alexandria pigarreou, tentando soar sincera quando na verdade, queriagargalhar.—Lamento terrivelmente. - Disse em voz alta para Mikhail. - A batedeiraescapou de minha mão.—Parece estar fazendo um grande trabalho com seu irmão —assinalouMikhail enquanto tranqüilamente limpava as batatas do rosto e do peito. -Felizmente, sou Cárpato e estas coisas têm poucas conseqüências... Além deproporcionar diversão a nossas crianças. —Seus olhos negros se estreitaram,tornando-se perigosamente verde amarelados... Os olhos de um lobo, quandose olhar seu pousou em Josef. Um grunhido baixo retumbou através dacozinha, tornando impossível dizer de onde chegava, mas inconfundível detodos os modos.

Josef engoliu a risada e se endireitou, afastando de Mikhail. O príncipemanteve o rosto sério como uma pedra, embora o riso ameaçasse explodir.Quanto tempo havia passado desde que ouvira som de uma risada infantil?Tinha que passar mais tempo com os filhos adotivos de Falcon e Sara. Ajuventude sempre proporcionava esperança e a capacidade de ver comtranquilidade o excitante mundo que os rodeava. Precisava de outra criança

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em sua casa, pendurado em sua perna e olhando-o como Joshua estavaolhando para Alexandria.- Mikhail. Skyler quer ir a casa. Você virá escoltá-la ou terei que ir? - A vozde Raven interrompeu seus pensamentos. Ele tinha muito que fazer, masRaven também.—Esperava poder conversar mais contigo, Aidan, mas Skyler está em nossacasa e precisa de escolta para voltar. Voltarei logo que me assegure de queestá a salvo.—Eu ia ver Desari. - Disse Alexandria, rapidamente. - Posso acompanharSkyler até sua casa. Eu gostaria de tomar ar fresco. Sou uma péssimacozinheira.

Joshua riu dissimuladamente.— Ela sempre foi ruim na cozinha.Queima tudo.

Alexandria puxou um de seus cachos em represália, sorrindobrandamente.—Tristemente certo. Sou uma terrível cozinheira, mas talvez Aidan e vocêpossam resgatar as batatas.

A mão de Mikhail parou ato de sacudir o último do emplastros debatatas. —Eu? Cozinhar?—Eu posso cozinhar. – Disse, Josef. - Estava desejando experimentar abatedeira. Olhe isto, Josh. — ele ondeou a mão e a travessa de purê de batatasse elevou no ar. A terrina se sacudiu, passou junto a Aidan para Josef eMikhail, quase ao nível da cabeça do príncipe.

Aidan a pegou antes que pudesse fazer algo mais que atravessar ametade da cozinha.—Alexandria trabalhou duro nesta... Ah... Coisa.—Coisa? —Repetiu Alexandria.— E se aacredita que eram Josh e Aidan quetinham que resgatar as batatas.

Mikhail retrocedeu e se virou para olhar Josef.—Espero que não estava pensando em deixar cair isso sobre minha cabeça.

Joshua estalou em outro ataque de riso.—Se foi Alex que fez. Coisa é boa palavra para chamá-la, Aidan.—Hey, basta! —Alexandria lhe lançou outro olhar fingido. - Cale ou serávocê que vai para a cozinha.

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- Eu posso escoltar a jovem Skyler de volta. - Ofereceu Aidan.- Preciso de um pouco de paz. – Disse, Alexandria. - Adoro Josh, mas osvideojogos, o purê de batatas e Josef são muito para mim. - Sua mente roçoua dele com amor e carinho. - Estou perfeitamente bem. - Não eracompletamente certo. Era impossível ocultar alguma coisa de seucompanheiro e Aidan era bem consciente de que ela tinha esperado a chegadaàs Montanhas dos Cárpatos, com trepidação.- Meu únicamor. Irei contigo.- Você ficará e entreterá o príncipe. Realmente preciso de um pouco detempo a sós. - Amava ao Aidan com todo seu coração, com cada célula deseu corpo e com sua alma, mas às vezes era difícil para ela aceitar que elepodia conhecer cada um de seus pensamentos. Já era bastante ruim se sentirinadequada às vezes e muito suspicaz para os outros Cárpatos. Isso aenvergonhava. Odiava que Aidan soubesse dessas picuinhas.

- Não são picuinhas. Tem muita razão ao temer pela segurança de Joshua.Poucos foram capturados por um vampiro e sobreviveram. - Aidan seinclinou para beijar sua nuca. - Você é meu mundo.- Como você o meu.- Alexandria lançou um pequeno sorriso para o príncipe.—Foi uma honra te conhecer... Mesmo coberto de purê de batata. Por favorfique e converse com Aidan. Há tempo ele estava esperando passar algumtempo contigo. Eu me ocuparei de que Skyler volte a salvo. - Antes que oshomens pudessem protestar, ela sorriu brilhantemente para Josh. - Vocêgostaria de vir comigo? —Ela resistiu a urgência de lançar uma compulsãopara que ele não aceitasse. Realmente precisava da tranqüilidade da noite.—Josef e eu estamos jogando o novo jogo, Alex. - Disse Josh. - É realmentegenial.—Me alegro de que você goste, pensei que gostaria.—Alexandria... —A voz de Aidan desvaneceu. Não queria envergonhá-lamais, protestando porque sairia sozinha. Era um curto passeio até a casa deMikhail, e já que muitos Cárpatos haviam voltado e estavam escaneandocontinuamente em busca de inimigos, ela deveria estar a salvo mas... —Aidan suspirou. Não gostava que ela saísse de sua vista. - Não me importariade passear contigo.

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- Só preciso de um pouco de ar. Não sei por que estou tão nervosa ao redorde todo mundo, mas estou. Tenho que ajeitar as coisas por mim mesma destavez...Por favor, Aidan...Entenda. - Alexandria lhe enviou um fluxo de cálidatranqüilidade.

Amava ao Aidan com todo seu coração, mas sempre havia sido muitoindependente. Em São Francisco, ele tinha parecido mais tranquilo e fácil delevar, mas desde que tinham chegado a sua terra natal, ele estava só nervos.Joshua e Alexandria estavam tendo pesadelos. Josh em sonhos e Alexandriatambém quando estava acordada. Eram sonhos aterrorizantes queaumentavam seus próprios medos e isso estava excitando os instintosprotetores de Aidan, fazendo-o tentar mantê-los mais perto. Saudou opríncipe com a cabeça, soprou um beijo a Aidan e rodeando as crianças,colocou sua caçadora e as luvas, apressando-se a sair pela porta antes queAidan pudesse mudar de opinião.

Alexandria respirou o ar frio e crespo e virou o rosto para os céus.Pequenos flocos de neve caíam revoando, flutuando em preguiçososredemoinhos, tornando branco o céu e amortecendo os sons que os rodeavam.Estendeu as mãos e abriu a boca para deixar que os flocos caíssem sobre sualíngua. A vida com Aidan era incrível. Ele tratava Josh como seu própriofilho e a ela como a uma rainha. Não fazia nem idéia do por que, mas desdeque chegara a terra natal dele, sentia triste e inadequada.

Pior que isso era seu crescente medo. Era tolo e muito impróprio dela,mas às vezes se encontrava procurando entre as sombras, com o coraçãopalpitando de medo. Devia ser os pesadelos, a repulsão que sentia quandorecordava a sensação do tato do vampiro, quando lembrava da língua dele lheraspando a pele e a dor de seus dentes quando ele havia dilacerado seupescoço. Pressionou a mão sobre o ponto que lhe ardia na garganta. Eleestava morto. Aidan o matara e ele nunca voltaria. Nem por Josh e nem porela. Então por que lhe palpitava a garganta no ponto exato onde o vampiro amarcara?

Alexandria sacudiu a cabeça para limpar a mente. Era Natal. E teriamum precioso Natal branco e Joshua estava emocionado por estar nasMontanhas dos Cárpatos. Havia conhecido a tantos dos homens, pelocomputador, que não podia esperar vê-los em pessoa. Não iria arruinar atodos, por causa de alguns estúpidos pesadelos.

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Decidida, afastou as lembranças muito vívidas e começou a percorrer oatalho que conduzia à casa do príncipe. Conhecia o caminho, vira-o centenasde vezes na cabeça de Aidan e lembrava de cada passo. Ele queria que ela sesentisse cômoda em sua terra natal e havia compartilhado com ela cadalembrança, lhe proporcionando um mapa virtual para que pudesse se moverfacilidade.

O vento lhe tocou a face com dedos gentis, os flocos de neve cobriramseu cabelo. Deveria fazer colocado o capuz, mas se sentia livre, excitada porestar passeando na noite, rodeada pela espessa extensão do bosque erespirando o ar fresco e crispado. A paz se estabeleceu nela.

Skyler estava esperando impacientemente no alpendre.—Acho ridículo que Gabriel e Lucian não queiram que eu vá sozinha. – Eladisse. – Consegui chegar aqui por meus próprios meios, antes que ninguémnotasse que havia saído. Ninguém faz Josef esperar uma escolta. – Elaenvolveu o cachecol em volta do pescoço e atirou as pontas sobre seusombros com um pequeno gesto dramático. - Não estou disposta a ter alguémme dizendo o que tenho que fazer todo o tempo. Gabriel e Lucian sãohorríveis!

Alexandria franziu o cenho.—Josef andou conversando contigo e zombou de você por isso, não foi?—Chamou-me bebê. Cheguei até aqui por mim mesma e decisivamenteposso voltar por mim mesma. – Ela passou uma mão pelo rosto. —Josef pode ser bem irritante, não é? Acredito que deveria ser para vocêuma prioridade lhe pedir que lhe mostre como se converte em coruja.

Skyler avaliou Alexandria com um olhar súbitamente pensativo.—Seriamente? Acredita que acharei divertido?

Alexandria assentiu.—Acredito que te alegrará o dia.

Um lento sorriso iluminou a face de Skyler.—Obrigado pelo conselho. Raven manda um abraço a você. Acho que seuperu em molho não está saindo como ela queria.—Tampouco meu purê de batatas. Neste momento, o príncipe está selimpando dele. Skyler parou bruscamente e piscou para Alexandria.—Você atirou batatas no príncipe? —Um lento sorriso transformou seu rosto.- Desejaria ter visto. Estar lá...

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—Eu não queria ter estado lá, naquele momento. Josh correu para mimassustado e me voltei, esquecendo que tinha uma batedeira de alta velocidadenas mãos. Uma batedeira que Josh e Josef haviam acelerado para mim. Asbatatas salpicaram todas sobre Mikhail.

Ela encontrou o olhar de Skyler e ambas estalaram em gargalhadas. Osom foi à deriva pelo bosque, elevando-se para encontrar aos flocos de neveflutuantes. Em alguma parte uma coruja ululou e o som saiu solitário. Umlobo respondeu e o uivo durou muito tempo e se apagou, como se eleestivesse chamando uma alcatéia desaparecida.—Alexandria... - Disse Skyler e bruscamente ficou em silêncio.

Algo em sua voz captou imediatamente a atenção de Alexandria.—O que acontece?

Skyler tentou parecer casual.—Uma pergunta estúpida, na realidade. Alguma vez você ouviu a terragritar?—Gritar? À terra? — Repetiu Alexandria.—Sei que soa amalucado. Não deveria ter dito nada, mas às vezes... — Nãoia admitir que com freqüência desde que estava nas Montanhas dos Cárpatos,ouvia. - Ouço a terra gritar.

Alexandria sacudiu a cabeça.—Nunca ouvi isso. Já falou com Francesca, disso?Skyler encolheu os ombros.—Provavelmente seja uma tolice. Acontece-me bastante este tipo de coisas.Reminiscências da infância.

O lobo uivou outra vez e desta vez outro lhe respondeu. Soava comoum desafio. Alexandria olhou para o interior escurecido do bosque e umpequeno estremecimento percorreu sua espinha. Começou a caminhar maisrápido.—Joguei seu novo videojogo. - Disse Skyler. - Foi assombroso. Josh, Josef eeu jogamos online, já tarde da noite. Alguns dos homens se unem também.Sou tão rápida como Josef. Gabriel acredita que é porque ele e Francesca mederam seu sangue, mas eu acredito que é porque posso enfocar muito bem.Tenho a capacidade de me internar em minha mente e é assim como jogo.Josh me disse que você está trabalhando em algo especial para nós. Já estáterminado?

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Alexandria pressionou uma mão sobre a ardente garganta. A feridainexistente pulsava como se ainda estivesse fresca e o frio pudesse lhe afetar.—Quase. Esperava dar a Josh pelo Natal, mas quis aperfeiçoá-lo um poucomais. Os gráficos são quase reais. Acredito que posso baixar um pouco otom. Joga com outros Cárpatos pela Internet? —Ela sabia que Joshua queriajogar também, mas ela não lhe permitia contactar com ninguém através daInternet, além dos Cárpatos que Aidan conhecia.—Josef joga. Joga com pessoas do mundo todo. Tem um ranking realmentebom. É realmente bom com os computadores também. Pode hackear... Bem,ele diz que pode. Uma vez ele hackeou um lugar russo e jura que era umacentral de mensagens para um grupo de assassinos.

Alexandria franziu o cenho.—Ele está contando essas histórias a Josh?—Provavelmente. Em realidade Josh o admira porque é muito bom com osvideojogos.—Genial. E isso é minha culpa.

As folhas sussurravam e os ramos se batiam com um rangidamortecido.O som provocou um tremor em Alexandria. O atalho à casa onde Gabriel eFrancesca estavam era pouco utilizado e muito mais longo que o atalho queconduzia à casa do príncipe. Alexandria tentava vigiar o bosque, mas haviarochas e grandes arbustos que tornavam o terreno irregular e traiçoeiro. SeSkyler não estivesse com ela, teria empreendido vôo e voltado para casa.—Josef vai se meter em problemas. Aos hackers podem lhe rastrear.—Eu já disse a ele. - Skyler pisou deliberadamente numa pequena poça deágua, esmagando o fino gelo ficasse sob seu pé e se estendessem veias para oespaço de terra coberto de neve. Depois saltou sobre a seguinte salpicandogelo e terra sobre a neve. – Ele acredita que porque é Cárpato é invencível.—Bem, não é. —Alexandria tentou não olhar para o barro salpicado sobre aneve antiga. Parecia muito a um longo braço sombrio estendido para ela...Procurado vítimas.Como em seus pesadelos. Respirou fundo, tentandoesmagar o crescente medo que já lhe era familiar. Um movimento captou suaatenção e olhou uma vez mais para o bosque. Estava segura de que vira umgrande lobo avançando paralelamente a elas.—O que está acontecendo? —Perguntou Skyler, que súbitamente ficou emsilêncio também e seu olhar percorreu o bosque como se também tivessepressentido o inimigo.—Não sei carinho, mas pegue minha mão.

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Skyler engoliu com força, olhando fixamente à mão enluvada.—Sinto muito. Não posso. Nunca toco às pessoas. Sinto tudo o que eles estãosentindo e me sobrecarrego.

Alexandria deixou cair o braço a seu lado.—Sou eu quem sinto. Não pareça tão afligida. Deveria ter me lembrado.Fique perto de mim. Gabriel ou Francesca já voaram contigo alguma vez?—É obvio. Isso não me dá medo. Eu gosto de voar. Viu alguma Coisa? - Não estou segura, mas quero poder me lançar ao ar rapidamente.

Skyler olhou cuidadosamente ao redor.—Eu não vejo nada.—Nem eu... Agora. - Aidan. Estou um pouco nervosa. Acredito que vi... Umlobo, mas não estou segura. Estou escoltando Skyler mas se reúna comigo nacasa de Gabriel. Não quero voltar sozinha.- Logo estarei lá. - A voz de Aidan foi suave e tranqüilizadora. - Não searrisque, Alexandria. Gabriel ou Lucian irão encontrar-se contigo.- Não os conheço. – Ela enviou seus sentidos sobrenaturis sobre o lugar,tentando descobrir algo que pudesse ser o aroma de um inimigo. Os loboseram muitos no bosque, mas se mantinham longe dos Cárpatos. Muitos doshomens tinham preferência de se mudar em lobos. Ver um deles não deveriaser suficiente para disparar seu sistema de alarme, mas este estavaincomodando.—Desafiamos os homens para um jogo... – Começou Skyler, continuandoavançando para a cabana. - Foi idéia de Josef e deveria ser divertido, masJosh e eu não podemos mudar de forma e tampouco as outras crianças. Dissea Francesca que precisamos de regras. Como não mudar e não comunicarentre os homens. De outro modo, terão muita vantagem, não acha?

As folhas sussurraram novamente. Somente um murmúrio. Um ramoquebrou e Alexandria virou a cabeça para o som. —Não há vento. Algo ou alguém estava se movendo entre as árvores a nossaesquerda, Skyler. Acredito que deveríamos elevar vôo. Acredito ter vistonovamente um lobo entre as árvores. Era bastante grande e se movia a nossopasso, mas pode ter sido minha imaginação.—Bem, então nós duas estamos imaginando o mesmo. – Falou, Skyler,aproximando-se mais de Alexandria. - Algumas vezes posso sentir as coisasque estão perto. Deixe-me ver...

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—Não! —Disse Alexandria, agudamente. - Não tem como saber se é umamigo... Ou um monstro. Se abrir sua mente, poderia lhe conduzirdiretamente até você. Chamei Aidan e ele enviou Gabriel também. —Alexandria falava enquanto Skyler pisava em outra poça coberto de gelo. Orangido foi forte apesar dos flocos de neve e a água lamacenta salpicou numlongo jorro.

Uma sombra caiu sobre a neve. Uma mancha escura que a Alexandriapareceu bem familiar. Um braço procurando... Se estendendoobscenamente... Crescendo como se fosse de borracha. Insubstancial...Somente sombras, mas podia vê-lo avançar para Skyler, reptando sobre asrochas e os arbustos, como uma serpente. Se não estivesse nevando, nunca otinha visto, mas com o fundo branco, os dedos da mão pareciam ossudos enodosos, uma mão velha com garras no lugar das unhas.

Para seu horror, a água suja moveu também, circundado uma árvore altacomo um escuro nó corrediço, cortando o tronco como se fosse uma tocha.—Skyler! —Alexandria saltou para frente, mas Skyler saltou instintivamentepara trás. A árvore estilhaçou e rangeu, a terra se moveu sob elas. Alexandriapoderia ter se dissolvido em vapor, mas se negava a deixar a adolescenteexposta. Lançou-se para a garota, com intenção de usar sua velocidade, parase elevar com segurança, mas a terra se abriu, afastando Skyler de sua mão.O melhor que pôde fazer foi empurrar Skyler tão longe dela como foipossível, esperando evitar que fosse esmagada pela árvore que caía.

Embora a árvore gemeu e a terra se moveu, houve um terrível somquando a árvore partiu pela metade, deixando cair a copa e dirigindo osgrandes e pesadas galhos diretamente para elas.

Alexandria sentiu o golpe em sua cabeça. O galho bateu nela e a jogoulonge, com uma força alarmante. Por um momento acreditou ouvir vozesmurmurando bastante perto, num idioma estrangeiro, mas não pôde captar oque diziam. Tentou virar a cabeça, para ver onde estava Skyler, mas omovimento provocou dor e uma neblina de estrelas que se desvaneceram edeixaram um negro e tremendo vazio.—Alexandria? —Skyler tentou corajosamente controlar o tremor de sua voz.- Gabriel! Francesca! – Ela chamou sua família, com um grito destroçadoque percorreu a noite. - Estamos chegando.

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Ela estava sob um pesado galho e suas pernas estavam presas. Doíatanto que tinha que lutar contra as nauseias.- Carinho. Já vamos. Agüenta, por favor. - Era Gabriel, sua voz era forte evibrante, uma rocha em que se apoiar.- Está ferida? - O tom de Francesca era amável e consolador. - Me diga se égrave.

Eles estavam tentando tranqüilizá-la, distrai-la, mas Skyler sentia umafome rodeando-a, pressionando para ela com uma presença sufocante. Suaperna estava sangrando, derramando se sangue vermelho sobre a neve.Quando se moveu, os ossos roçaram e ela sentiu uma dor execrável,irradiando através de seu corpo inteiro. Começou a suar.

Algo moveu entre os arbustos, bastante perto dela. Não podia virar paraver o que se aproximava. Um hálito quente explodiu em sua nuca e ele gritou,tentando ficar fora de seu alcance. Uma pelagem roçou sua face, quando umlobo enorme abriu passo através do labirinto de galhos, para inspecionar suaferida.

Skyler ficou congelada, conteve a respiração quando o animal se viroupara fitá-la. Os olhos eram de um brilhante azul gelado, cintilando no meioda espessa pelagem negra.—Conheço você. – Ela sussurrou em voz alta, com o coração na garganta. –Já te vi antes, não é?

O lobo mudou. O corpo peludo e musculado deu passo a um homemalto e de ombros largos, com brilhante cabelo negro caindo por suas costas.Sua fisionomia era severamente sensual. Uma escultura de pedra com linhasprofundamente esculpidas, um forte queixo e uma boca profundamentemasculina. Seus olhos eram tão azuis que pareciam arder sobre ela.—Por que lhe deixaram sair sozinha? —Ele perguntou. - Foi estúpido de suaparte. Se não a protegerem melhor, não permitirei que fique com eles.

Enquanto falava, seu olhar sustentava o dela, mas Skyler podia ver queele já havia se separado de seu corpo, convertendo num forte espíritodominante. Sentiu sua presença no instante em que ele entrou em seu corpo.Quis gritar, evadir seu espírito, mas ele se moveu através dela comvelocidade e propósito, reparando o ferimento em sua artéria, o osso efinalmente a carne de sua perna. Todo o momento ela compartilhou suamente. Conhecia suas lembranças e sua implacável resolução.

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Dimitri. O incansável caçador de vampiro. Protetor dos lobos ecompanheiro... De Skyler.—Não! —Sacudiu a cabeça vigorosamente, em negação. Não seria acompanheira de ninguém e muito menos deste homem com seus ardentesolhos e sua natureza dominante. Não podia conceber estar com um homemtão duro e tão completamente seguro de si mesmo. As emoções se verteramsobre ela em cores vívidas e brilhantes, tão brilhantes que ela temeu ficarcega... Ou talvez fosse medo dele, de suas cores e de suas emoções. Nãopodia se separar dele. Era como se ele ao entrar em seu corpo para curá-la,tivesse se envolvido a seu redor. Enterrando-se profundamente até encontrarsua alma.

A mente dele se abriu, compartilhando com ela centenas de anos delidar com a morte, sem remorsos. Atuava veloz e violentamente... Comabsoluta resolução. Se essas mortes eram parte de sua dolorosa solidão eterrível dor, ela não podia dizer. Este não era um homem em cujo caminhoalguém atravessaria. Ele perseguia seus inimigos com tenacidade epersistência cruel. A violência era seu mundo e ela nunca... Nunca voltariapara esse tipo de vida. Não sobreviveria. Junto a tudo isso, justo roçando suamente e encontrando a escuridão, estava o demônio enroscado à espera edisposto, para golpear. Era tão aterrador que ela desejou retroceder ao lugarseguro de seu interior aonde ninguém mais podia entrar.—Não fará isso. - Ele decretou, saindo de seu corpo e voltando para –próprio. – Você precisa de sangue.

Ela sacudiu a cabeça.—Gabriel e Francesca me darão.

Ele virou seus frios olhos azuis para ela. Seu olhar eram tão frio que lhequeimou a pele. Skyler estremeceu, incapaz de afastar o olhar dele, muitoassustada. Do que... Não estava segura. De que este homem mudasse sua vidapara sempre. De que a consumisse, de que a engolisse inteira. De que fosserude e inquebrável, um homem sem compromisso. Skyler tinha lutado duropara pertencer a algum lugar, por voltar para a vida quando se retraira tãolonge. Dimitri não era malvado, não como seu pai, mas era um homem deviolentas e fortes emoções e paixões, embora capaz de apagá-las e não sentirnada, absolutamente.

Voltou atrás afastando dele, quando ele se estendeu procurando suamente. Skyler sentiu a pressão firme e implacável e tentou construir uma

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parede, grossa e feita de aço, impenetrável. Mas ele estava muito concentradoe era muito forte. Skyler elevou os braços defensivamente quando ele seestirou para aproximá-la dele. Um pequeno som de medo lhe escapou antesde sucumbir a seu controle.

Dimitri a trouxe para seus braços, permitindo que a emoção estalasseatravés dele, em consolo e paz. Em centenas de anos, nunca havia esperadoencontrá-la. A necessidade o tornara frio, brutal até, mas a calidez do corpodela, o som de sua voz e a suavidade de sua pele trazia esperança quando jánão havia nenhuma. Não podia mais ver, com as cores tão brilhantes... Nãopodia mais pensar com as emoções que não experimentava em séculos.

Despiu seu peito e sussurrou uma ordem. Seu sangue substituiria o queela havia perdido e ajudaria a uma rápida cura. Sentia os outros seaproximando rapidamente mas fechou os olhos e se entregou ao êxtase daboca dela movendo sobre sua pele, tomando o que lhe oferecia, forjando umvínculo mais forte entre eles. Já que tinha tão pouco tempo, inclinou a cabeçapara seu pescoço e tomou o que era seu por direito... Não o suficiente paraconverter... Somente o necessário para encontrá-la sempre, para sempre sercapaz de alcançar sua mente.Levantou a cabeça e olhou para os olhos de Gabriel Daratrazanoff. Uma Umalenda. Rápido, desumano e assassino.

CAPÍTULO IV

Gabriel deixou escapar um longo e lento vaio de fúria.—Como se atrave a tocá-la? É uma menina e está sob meu amparo.

Dimitri mudou lentamente o peso de seu corpo, sussurrando uma ordempara que seu sangue deixasse de fluir para o interior de Skyler. Elevou-se emtoda sua estatura, com sua companheira nos braços.—Ela não é uma menina ou teria sido incapaz de restaurar cores e emoçõesem mim. É minha companheira e está sujeita às leis de nossa gente.—É humana... Uma adolescente, não tem dezesseis anos. - Disse Francesca. -É certo que eles maturam mais rapidamente que nossas crianças, mas elaainda é muito jovem. —Francesca roçou corpo de Gabriel com uma mão

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contenedora e estendeu os braços. – Dê-me ela, antes de tirá-la de seuencantamento. Não quero que desperte assustada.

Gabriel se adiantou, seus olhos negros brilhavam com uma ameaçaletal.—Lembro-me de você. Era um moço que fugia de nós há longos anos.

Dimitri virou a cabeça para olhar o legendário gêmeo. Seus olhos sechocaram com os negros, como punhais afiados.—Já não sou um moço e não fujo de nada... Nem de ninguém.

A terra se moveu, ondulando ligeiramente.—Tome cuidado, Gabriel. - Exclamou Mikhail materializando com Aidan aseu lado. - Alexandria está presa sobre esses galhos. – Ele procuroufreneticamente através dos galhos da árvore caída, para vislumbrarAlexandria.

Aidan simplesmente irrompeu no labirinto, pulverizando a madeira atéque a alcançou. Ela jazia imóvel e pálida, com a face voltada para ele.Gotejava sangue de sua têmpora, manchando seu cabelo loiro.

O coração de Aidan quase deixou de pulsar. Por um momento se fez umsilêncio, como se o próprio mundo tivesse deixado de respirar. Imagens deAlexandria encheram sua mente. Ela sorrindo, com o olhar cheia de amor,sua voz ao brincar com ele, o tato de seus dedos sobre a pele quando eledespertava primeiro e enfrentava o momento no que lembrava sua vida antesdela.

Correu como um louco, atravessando os galhos como se não fossemmais que palitos, sua garganta estava apertada e seu coração palpitavafortemente. A pele de Alexandria parecia translúcida, fria, seus lábiosestavam azuis e ela estava completamente imóvel, tanto que não podiadetectar fôlego ou batimento de seu coração. Ela devia estar morta. Aidanparou bruscamente, com a mão sobre o próprio coração. Nenhum ar moviaatravés de seus pulmões. Seu peito se negava a trabalhar. Seu coraçãogaguejou.

Não podia seguir adiante sem ela. Não havia vida sem ela e nemfelicidade. Nada exceto noites intermináveis que avançavam lentamente atéum negro vazio interminável. Não podia fazer tudo novamente, voltar paralugar onde vivia antes de encontrá-la.

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—Aidan! —Mikhail lhe segurou o braço e lhe deu uma pequena sacudidela. -Parece que está em transe. Temos que tirar de cima dela, os ramos maispesados.

Alexandria gemeu. O som foi apenas discernível, mas o suficiente pararomper os medos gelados que enfeitiçavam Aidan. Ele saltou para frente,para abrir passo até seu lado, esperando por Mikhail para poder fazer flutuarfacilmente os galhos que ainda estavam sobre o corpo.

Agachando-se, Aidan moveu velozmente as mãos sobre ela,agradecendo que ela respondesse a seu toque, tentando abrir os olhos. Seusolhos se abriram de repente e ele se encontrou hipnotizado por seu olhar.—Aidan. Eu sabia que viria. Skyler está a salvo? Tentei, mas... —Alexandriase interrompeu num tentativa de virar a cabeça para a adolescente, masgemeu e suas pálpebras baixaram.

Uma vez mais, o coração de Aidan reagiu, vacilando. Mais uma vez oar ficou preso em seus pulmões.—Ela tem uma contusão. - Disse Mikhail gentilmente, pousando uma mãotranqüilizadora sobre Aidan. O homem parecia a ponto de sofrer um ataquedo coração. – Vamos curá-la facilmente, Aidan. Francesca está aqui conoscoe é uma de nossas maiores curadoras, não deve ter problema. —Mikhaillutava evitando correr para Raven, seguro de que seus piores medos se viamconfirmados. Seus inimigos estavam atacando a suas mulheres e crianças.Requereu-lhe a disciplina de séculos permanecer onde estava. Estavaligeiramente surpreso de que Francesca não se apressara até eles, oferecendoseus serviços como curadora, em vez de estar bloqueando o passo de Dimitrie tentando lhe tirar à garota.

Aidan acariciou o cabelo de Alexandria. Não queria que nenhum outroa tocasse. Tinha falhado ao protegê-la. Ela, seu maior e mais prezado tesouro.Precisava fundir com ela e abraçá-la. Precisava observá-la mais atentamentee comprovar que nenhum mal lhe sobreviesse.

Aidan olhou sobre a cabeça de Alexandria para os dois homens queestavam perto, o calor da discussão brilhavam no ar ao redor deles. Fechou osbraços protetoramente ao redor de Alexandria e deixou que seu corpodeslizasse, deixando somente a branca e ardente energia, puro espíritoaltruísta. Andou através dela num exame rápido antes de encontrar oferimento já inchando e o sangue pulsando e empurrando para atravessar.Reparou o mal, assegurando-se de que ela estava completamente curada antes

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de voltar uma vez mais a seu próprio corpo e à furiosa discussão que estavaacontecendo tão perto dele.

Aidan sujeitou Alexandria em seus braços, balançando-a gentilmenteenquanto mantinha um olho precavido sobre os dois combatentes.Gabriel deu outro passo agressivo para Dimitri.—Poderia nos dizer exatamente como aconteceu isto e como é que estavaaqui nesse momento?

Dimitri despiu os dentes.—Não empurre Gabriel ou a levarei comigo agora.

A mão de Gabriel saiu disparada, seus dedos se fecharam ao redor dagarganta de Dimitri.—Não me ameace. Nem mim e nem a minha família.

Dimitri não fez muito mais que uma careta. Seu olhar se concentrou naface de Skyler.—É minha companheira. - Sua voz saiu rouca, mas saiu de todos os modos.—Alto! Alto, Dimitri. Gabriel solte-o, agora mesmo. —Francesca segurou obraço de Gabriel. – Ele tem um vínculo de sangue. Antes que possa matá-lo,poderia levá-la com ele. Por favor, Gabriel. Mostre um pouco de sentidocomum.—Gabriel. - A voz de Mikhail era tranqüila. Ele estava em pé junto a Dimitri.- Libere o companheiro de sua filha. É obvio que se sente protetor com ela,mas este homem é a outra metade da alma de sua filha. Se matar, a condena auma meia vida. Seja razoável.

Gabriel não se sentia razoável. Queria destroçar a garganta de Dimitri.Este homem estava roubando a sua menina. O demônio se elevou rápido eveloz, rugindo para se liberar. Podia sentir a raiva crescente de Dimitri, emproporção direta à sua.—Todos temos que nos acalmar. - Disse Francesca. – Dimitri, me entregueela. Agora é minha filha e você não tem idéia das coisas que sofreu.

A face de Dimitri se retorceu de angústia, de tortura, mas somente umafração de segundo e depois, uma vez mais pareceu uma escultura de pedra.—Sei exatamente o que ela passou. É minha outra metade e quando gritavade medo, de raiva e desespero, eu tentava seguir o caminho até ela, masestava muito longe e ela era somente uma menina e não podia saber que euestava tentando ajudá-la. Lutava contra mim, bloqueando cada um de meusesforços. Quando ela sofria, me acredite, eu era bem consciente do que estava

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sofrendo e minha tortura, minha humilhação era mais do que podia suportar,por ser incapaz de ajudá-la.

Homens tocando-a. Abusando dela, lhe fazendo mal. Seu frágil espíritoretraindo até que não pôde mais encontrá-la. As lembranças o perseguiriampor toda a eternidade, piores que qualquer morte que tivesse levado a cabo.Seu fracasso em protegê-la era seu único dever, seu privilégio. Tinha estadotão seguro de que Gabriel poderia ocupar da segurança de Skyler que semanteve afastado, assegurando-se de não disparar a necessidade do demôniode um reclamação tão logo, mas Gabriel tinha falhado em seu dever, também.—Não a protegeu adequadamente. – Ele disse acusador.Gabriel e Dimitri estavam rosto a rosto, com Skyler ainda nos braços deDimitri, contra seu peito.—O que aconteceu aqui? — Exigiu Gabriel.—Acha que eu fiz isto? —Perguntou Dimitri.—Não fez? —Contra-atacou Gabriel. Os ramos ao redor deles tremeram e oar se espessou.—Não. Ela quebrou a perna e estava perdendo muito sangue. Curei-a tãorapidamente como foi possível e estava lhe dando o sangue necessário parasubstituir o perdido... Não que te deva uma explicação.—Por favor. - Francesca suplicou novamente, lutando para não chorar. Suaslágrimas tirariam Gabriel dos eixos, como nada mais poderia fazer. Asituação era explosiva. - Dê minha filha.—Não deixe que ela lhe peça novamente. – Disse, Gabriel.

A face de Dimitri se obscureceu.—Está pensando em mantê-la longe de mim?

A terra voltou a ondear e as árvores em volta estremeceram. Pequenaschamas vermelhas começaram a titilar nos olhos de Gabriel.—Ela escolhe não ficar contigo.—É muito jovem para saber o que quer. Não é questão de escolha e você bemsabe disso. Se insistir, Gabriel, reclamarei o que é meu agora e a unirei amim.

Francesca ofegou.—Dimitri, não. Ela não pode ir contigo agora e sofreria mais sem você. Nãopode ser tão cruel.—Não permitirei que a afastem de mim.

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Uma vez mais, a mão de Gabriel saiu disparada e rodeou o pescoço deDimitri, seus dedos se apertaram em advertência.—Entrega minha filha a sua mãe. — Cada palavra foi acompanhada de umvaio.

Dimitri não soltou Skyler, mas a liberou do encantamento para quedespertasse sob tumulto que a rodeava. Instantaneamente ela foi conscientede que acontecia.—Basta! O que acontece com todo mundo? —Gritou Skyler. Ela esfregou amão como se lhe doesse. - Ninguém pode senti-lo? Alexandria? Francesca?Há algo aqui conosco e posso sentir a onda de poder. Dimitri, desça-me.Alexandria empurrou de repente Aidan para longe dela, Estava cambaleandoe se repondo, com uma mão pressionada contra a cabeça palpitante. —Skyler tem razão. Há algo aqui. —Olhou ao redor, para os homens comsuas fisionomias sombrias e furiosas. - Ninguém pode sentir? Francesca?Ainda gotejava sangue de um lado da cabeça de Alexandria quando estaescolheu seu caminho através dos ramos, para Francesca. Aidan permaneceuperto dela, mantendo um olho precavido sobre os outros. A postura de seucorpo eram mais que protetora e agressiva.

Mikhail se abaixou para estudar a terra ao redor e logo se endireitoulentamente e elevou uma mão pedindo silêncio.

A neve continuava caindo, suaves flocos flutuantes que os cobriam.Pequenos roedores faziam sussurrar as folhas ao passar por perto, numesforço de encontrar um lugar oculto. Não havia vento, mas os ramos dasárvores a seu redor se balançavam sutilmente. Gabriel tomou posiçãoimediatamente diante das mulheres, com Aidan e os outros do outro lado,para protegê-las. Dimitri ofereceu Skyler a Francesca, como se estivessefazendo uma oferta de paz.

Francesca baixou ao Skyler ao chão, abraçando-a para consolá-la. - Eusinto também, Gabriel. É um poder sutil perturbando o fluxo natural danatureza a nosso redor.—Meus pesadelos consistem somente numa coisa. A sombra de um braçocom longas garras estendendo para mim. - Sussurrou Alexandria. – e eu o vino chão, procurando Skyler.

Dimitri se encurvou mais em reação e titilavam chamas em seus olhos.Lhe escapou um suave grunhido de advertência.

Alexandria sacudiu a cabeça.

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—Deve ser uma ilusão. O que mais eu temia. Sinto o poder nos alimentando,realçando nossos medos. Gabriel está furioso, como Dimitri e a energia estáalimentando essa fúria.

Francesca assentiu, lançando um olhar cauteloso ao redor.—Eu posso senti-lo também. É muito sutil. Não posso rastreá-lo de volta.Você pode, Alexandria?

Alexandria sacudiu a cabeça, com frustração.—Sinto-o também. - Disse Gabriel. - Através de Francesca. Reconhecerei-onovamente se cruzar com ele.—Poderia ser uma das crianças praticando? —Perguntou, Mikhail—.Acostumamos a cometer todo tipo de enganos sempre e os acidentesacontecem. Embora se for Josef, tenho intenção de lhe arrancar as orelhas.

Fez um pequeno silêncio. Skyler respirou fundo e se abraçou mais fortea Francesca, enquanto esfregava a mão pela coxa.

—Estão bloqueando o sangue Cárpato. Isto é difícil porque levo o sangue,mas não sou completamente Cárpato. O fluxo chega da estalagem. – Ela seinterrompeu, a cor desapareceu de sua face. – Eu sinto. Pegaram-me e parou.Deveria ter sido mais cuidadosa. Não sou nenhuma criança. estive fazendoisto toda a vida e posso lhes dizer que seja quem for, é muito bom nisso, masnão posso dizer se era homem ou mulher.—Não pode notar a diferença normalmente? —Perguntou Aidan.

Skyler assentiu.—O toque é diferente, mas isto era muito sutil... Peculiar. – Skyler pensou. –Talvez mais de uma pessoa.—Por que diz isso? —Perguntou Mikhail.

Ela encolheu os ombros.—Partes da onda se sentiam diferentes, como se mais de uma mão a tivessetecido ou como se a pessoa estivesse dividida em mais de uma personalidade.Sinto muito, pilharam-me e não consegui suficiente informação, mas sejaquem for é um poderoso psíquico e me tocaram. – Ela olhou fixamente paraGabriel. – Eles sabiam que eu estava ali.

Gabriel proferiu uma maldição Cárpato, baixinho.—Sabemos que nossos inimigos se uniram, magos e igualmente vampiros. Ea sociedade dedicada a matar vampiros se estendeu por todo mundo.—Puderam te identificar ? —Exigiu Dimitri de Skyler.

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Ela permaneceu em silêncio um longo momento, mas os frios olhosazuis queimavam seu interior, forçando uma resposta.—Sim. – Ela retrocedeu afastando dele, seu pequeno corpo tremia. Elevouuma mão como autodefesa e as cicatrizes de toda uma vida de torturasficaram a vista. As físicas e as mentais.

A face de Dimitri se endureceu até formar uma máscara. somente seusolhos estavam vivos e brilhando com tanta intensidade que Skyler teve queafastar o olhar.—Não faça isso. - Ele disse. Não há razão para me temer. Nossos inimigosnos rodeiam e você foi marcada, reconhecida, mas se volta contra a únicapessoa que tem todo o direito de te proteger.—Dimitri. —Francesca pronunciou seu nome alto, para conseguir suaatenção. - Agora não é momento para isto. É bem-vindo a visitar nossa casaconversar sobre essas coisas. Sei que tem uma grande reserva de lobos e quecuida de várias alcatéias. Skyler está muito interessada nos lobos eprovavelmente desfrutará ouvindo alguma de suas histórias.- Francesca! Este homem está ameaçando nos tirar nossa filha. - Gabriel seencrespou, embora na verdade, estava envergonhado por ter ficado tão presoem encantamento, quase havia matado um homem. E não a qualquerhomem... Mas o companheiro de sua filha.- E você não fez o mesmo para me unir a você? Está atuando por instinto.Ela disparou sua resposta e que mais pode fazer exceto tentar protegê-la euni-la a ele? Não pode lhe proibir que a veja. Depois, ele será nosso genro.

Gabriel respondeu. - Não se estiver morto. Se ele colocar uma mãonela, arrancarei-lhe o coração. - Agora era uma ameaça vazia e ele sabia.Na verdade não podia culpar Dimitri, embora não acreditasse que ninguémseria o bastante bom para sua filha.

Francesca suspirou. - Deveríamos ter tido filhos homens. Ele é seucompanheiro, Gabriel. Curou sua perna e lhe deu sangue quando precisava.Não a uniu a ele nem a tocou inapropiadamente. Deixe de tentar lheintimidar.

Gabriel lhe lançou um baixo e retumbante grunhido de advertência, maspermaneceu em silêncio.—Não tem mais escolha que cancelar a celebração desta noite. - DisseDimitri. - Skyler não pode ir à estalagem quando foi identificada. E cadauma de suas mulheres estariam em perigo.

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—Mikhail. - Protestou Alexandria. - Não pode cancelar nosso Natal. Ascrianças estão muito excitados. Podemos tomar precauções. Vivemos sobameaça cada dia de nossas vidas. Nem sequer sabemos o que é isto.—Exatamente por issi. - Disse Dimitri. - Não sabemos.

Mikhail sacudiu a cabeça.—Temos que nos acalmar e pensar com claridade. Skyler, se esta pessoa oupessoas usarem novamente seu talento psíquico, poderá notá-lo ou podem tebloquear agora que sabem que está perto?—Duvido que possam evitar que sinta a perturbação na natureza, mas eutambém levo o sangue Cárpato. Não senti nada estranho quando Alexandria eeu passeávamos pelo bosque. Ela soube que algo estava errado, antes que eu.—Não exatamente. - Disse Alexandria. - Senti os efeitos e acreditei na ilusãoque minha mente tinha criado, mas não compreendi que estava sendomanipulada.

—Skyler não pode se aproximar dessa estalagem. - Decretou Dimitri,olhando fixamente para Gabriel. A postura de seu corpo ameaçavaclaramente o outro homem.

Antes que Gabriel pudesse responder, Mikhail elevou a mão.—Enviarei ao Jubal à estalagem. É humano e um psíquico muito forte.Manolito Da Cruz irá com ele. Seus ferimentos já curaram e ele é um caçadormuito poderoso. Juntos possivelmente, possam captar alguma sinal detraição. Todos estaremos em guarda. Quanto a Skyler, ela tem Lucian,Gabriel e você Dimitri, para se ocuparem dela. Duvido que com vocês trêsprotegendo-a, alguém possa lhe fazer mal.

Mikhail indicou a adolescente, que se aproximasse dele.—Entende o perigo no qual está? Já que nossos inimigos poderiam sercapazes de te encontrar, todo mundo em sua casa está em perigo. Deve serprotegida todo o tempo. Francesca, sugiro que fale com ela do que sofre umhomem dos Cárpatos quando está sozinho, sem sua outra metade. Deveriaentender a situação. Dimitri, você aprenderá a conhecer esta jovenzinha, oque ela sofreu, o trauma de sua vida e também te virá bem o conhecimentode Raven sobre as crianças humanos. - Mikhail converteu numa ordem,enfatizando aquilo do que sabia que Dimitri era bem consciente. Dimitri tinhaque entender que a garota era muito jovem e tinha passado por muito paraque a unisse a ele agora. - Skyler tem frio e Alexandria precisa voltar para

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sua casa. Obrigado, Alexandria, por sua rápida reação ao empurrar Skyler.Ela seria bem ferida, o que é pior.

O olhar de Alexandria foi para o rosto do príncipe.—Como sabe?

Ele assinalou à terra.—Posso ler os sinais tão bem como qualquer um de vocês. Você a empurroupara longe dos ramos maiores.—Obrigado, Alexandria. - Disse Gabriel. - Temos uma grande dividacontigo.—A dívida é com Dimitri. – Alexandria, reparou. – ele lhe salvou a vidadetendo a hemorragia. —Ela se apoiou em Aidan, em busca de apoio. - Quemquer que seja capaz de me colocar a beira das lágrimas fez um bom trabalho,eu estava muito assustada.—O que fez cair a árvore? —Perguntou Mikhail em voz alta.

—Houve um pequeno terremoto antes que a terra começasse a gretar. Sentia terra mover. - Disse Dimitri. - Não senti a onda de poder. Me pareceunatural, mas não posso saber com segurança. —Eu estava tão assustada que acredito que imaginei a maioria das coisas. -Confessou Alexandria. - Estava segura de que um vampiro nos caçava, masSkyler não o sentia. —Não pôde me conter, tinha que examinar a base daárvore. Não havia nenhum sinal de tocha, sombra ou nenhuma outra coisa. Otronco permanecia impoluto e sólido, a copa se gretou e caiu pelo frio.Levantou o olhar para Aidan. - Foi minha imaginação. Deveria terreconhecido o fluxo de poder. Sinto-me tão tola.

A mão dele se arrastou até sua nuca.—Não há nada tolo em você. Gabriel e Dimitri quase se matam e nenhumdeles reconheceu o fluxo de poder que alimentava sua fúria. E quando a viestendida tão quieta e coberta pelos galhos, minhas emoções saíram fora decontrole. Por um momento, quis procurar o amanhecer, pensando em me unira você.

A respiração dela ficou presa na garganta.—Aidan. – Ela passou ponta de um dedo pelo rosto dele. Acreditou mesmoque estava morta?—Esse é meu pior medo. – Ele admitiu, prendendo seu dedo na boca. -Sempre temo te perder.

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—Bem, pois não perderá. Sou forte, Aidan e minhas habilidades crescem diaa dia. Me teria convertido em vapor, mas tinha que tirar Skyler do perigo.Parece que a empurrei a uma fratura múltipla.—Se ela tivesse ficado onde estava, teria morrido. – Disse, Dimitri. - A partemais pesada do tronco caiu diretamente sobre onde estava. Devo-te muito. –Ele se inclinou ligeiramente, para Francesca. - Me desculpe por te causardesassossego. Não senti a sutil perturbação na natureza e deveria ter sentido.Eu estava consumido pela necessidade de proteger Skyler.—Não se pode colocar às mulheres em uma redoma de vidro, para protegê-las, Dimitri. - Assinalou Francesca. - Temos nossas vidas igual aos homens.

Mikhail interrompeu quando Dimitri abria a boca, obviamente em outroprotesto.

—Não podemos cancelar a festa de Natal. Se o fizermos nossos inimigospoderiam supor quem nesta região é humano e quem é Cárpato. Cozinhandoe "comendo" comida, aparentaremos ser tão normais como outros que nosrodeiam. Agora que sabemos que há perigo ao alcance da mão, poderemosmanter nossas amadas a salvo.

As presas de Dimitri refulgiram quando ele despiu os dentes e deu umpasso para Skyler.—Ela já sofreu bastante nas mãos dos humanos. Não permitirei isto.

Skyler se pressionou contra Francesca, reunindo coragem para desafiarum homem que parecia muito alto, muito forte e muito invencível com suaexpressão dura e seus olhos frios.- Não alimente a fúria de Gabriel contra Dimitri, Skyler. - AconselhouFrancesca. – Deixe-nos dirigir isto . Ela sorriu a Dimitri.—Todos as crianças esperam uma celebração como esta. Certamente poderávigiá-la conosco e conceder sua oportunidade de relaxar e desfrutarconhecendo outros, como tanto desejou. Precisa cada boa lembrança, cadaoportunidade de rir e desfrutar da infância como pode ter. Lembre-se,Dimitri, que isso a roubou quando era jovem.—Não há forma de que eu o esqueça. - Cuspiu ele, entre dentes. Voltou todaa intensidade de seus brilhantes olhos para Skyler. - É importante para você?Não é um ato de desafio porque seu companheiro não quer que vá?

Ela respirou fundo, sentindo o impacto de seu olhar até os dedos dospés. Nunca poderia estar com este homem. Desejou gritar sua negativa. Não

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seria a companheira de nenhum Cárpato e muito menos deste homem. Eleaterrorizava-a. O desespero a encheu de pânico.

Ante o suave grunhido de advertência de Gabriel, Francesca lhe apertouo ombro.

Skyler forçou ao ar a atravessar seus pulmões e segurou mais forte amão de Francesca.—Eu gostaria de muito ir. - Não pediria permissão. Já tinha tido de suplicaraos homens, o suficiente. De menina, havia realizado atos vis e asquerosos,por comida. Tinha que pedir permissão para dormir, para ir ao banheiro emesmo para falar. Sua vida tinha sido um inferno e não voltaria para isso.Preferia estar morta.- Isso nunca, pequena. - A voz de Francesca lhe sussurrou na mente. Umapromessa de amor puro e incondicional que sempre se manteria. - Ninguémnunca te voltará a fazer mal e viverá para contar. Agora eu sou sua mãe e teprotegerei com cada fibra de meu ser. Dimitri parece cruel e insensível, masna verdade, suas emoções estão a ponto de lhe fazer perder o controle,então, para se proteger joga seus sentimentos para o lado e se converte numrude guerreiro. Isso é o tudo o que sabe fazer.- E quem é ele. - Disse Skyler. - É a violência personificada. Vi sua mente.Ele fundiu-se comigo e pude lhe ver matar sem pensar e sem remorso. Achaque pode me controlar, me obrigar fazer o que ele diz.- Todo os homens dos Cárpatos pensam assim. São fora do controle. Mesmonosso amado Gabriel. É muito jovem e embora todos os instintos dele lheempurram ate tomar agora, ele está tentando se conter e te conceder... Seutempo.—Confessarei que eu não gosto, mas talvez esteja sendo superprotetor. Nãoposso suportar vê-la... Te sentir sofrer. —Dimitri se inclinou ligeiramente,num gesto antigo de cumprimento. - Então deve ir.

Skyler engoliu sua réplica. Teria ido de todo o jeito. Não precisava queele... Que um completo desconhecido, lhe dissesse o que podia ou não podiafazer.—Estava a caminho para ver Julian. - Anunciou Mikhail, decidindo que era omomento de aliviar a óbvia tensão. - Sei que adora desfr bom momento equeria lhe alertar sobre a surpresa principal de esta noite.—Há uma surpresa? —Gabriel soou pensativo.

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—Raven quer que Santa Claus apareça, vestido de vermelho. - Disse Mikhail,com ar satisfeito. – As crianças estão esperando-o.

Francesca mordeu o lábio, suprimindo um súbito sorriso quandoGabriel deu um passo atrás dela, realmente em busca de amparo. - Bebêgrande.- Mikhail está tramando alguma coisa. Eu não vou me vestir de malhasvermelhas.

Francesca estalou em gargalhadas.—Santa Claus não se veste de malhas vermelhas, tolinho.

Mikhail lhe lançou um sorriso.—Não acredito que Gregori saiba disso? Depois, ele é meu genro e tem odever de fazer o que eulhe peça. As malhas vermelhas poderiam lhe sentarmuito bem.

—Não... Não o faria. - Disse Gabriel, um lento sorriso se estendia por seurosto.

Dimitri arqueou uma sobrancelha.—Gregori? O bicho papão dos Cárpatos?—Ele assustará as crianças, Mikhail. – Objetou, Francesca. - Não vai pedir aele que seja Papai Noel, vai?—É obvio que sim.e.—Eu quero estar lá. Acredito que Lucian e eu temos que visitar nossoirmãozinho. - Disse Gabriel. - Assegure de me fazer saber quando vai a casadele, quero estar lá.—Isso é simplesmente mesquinho. – Arreliou, Francesca entre risos. - E nãose atreva a lhe dizer que vista malhas vermelhas. Só a idéia de Gregori emmalhas já é o bastante para assustar a qualquer um.—Há benefícios em ser príncipe, depois de tudo. - Disse Mikhail.

Skyler pigarreou.—Isto é uma brincadeira... Não é?Mikhail pareceu presumido.—Uma boa brincadeira as custas de Gregori, pequena. Deveria ir. Tenhomuitas coisas a fazer. Dimitri, enviei mensagens a todos os outros, de quenossas mulheres e crianças devem ser protegidos todo o tempo,especialmente nossa Skyler.

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Skyler jogou a cabeça para trás para olhar Dimitri. Apesar de tudo,tinha que admitir que ele era bonito, com rosto de um homem, não de umrapaz novo. Seus olhos estavam tão vivos e eram tão profundamente azuisque podiam queimar ou congelar. Ele elevou uma das mãos e passou pelosedoso cabelo negro, afastando-o do rosto. Seus músculos se flexionaram eondearam. Ele estava em pé e longe dela, mas Skyler sentia seus dedos, comose estivessem tocando seu próprio cabelo, deslizando através das sedosasmechas de forma lenta e íntima. Seu ventre deu um curioso salto. Nadistância ouviu o uivo de um lobo. Dimitri virou a cabeça para o som.—Soa tão triste... Tão solitário. - Murmurou Skyler. O triste uivo provocousua instantânea simpatia. Desejou, quase precidou encontrar o animal econsolá-lo. —Ele está sozinho. - Disse Dimitri. Depois, tirou um cordão negro dopescoço. Peço a você que ande com isto, Skyler. Por mim.

Skyler deu um passo atrás, mas seu olhar caiu sobre o colar que eleoferecia. O diminuto lobo era lindo, com a cabeça arremessada para trás, apelagem negra e brilhante e olhos de um profundo azul, como safirasresplandecendo para ela. Pensou somente um momento e sua mão moveulentamente para a dele, até que as pontas de seus dedos se tocaram. O calorpercorreu seu corpo, esquentando-a apesar do frio.

Em vez de deixá-lo cair em sua mão, Dimitri passou o cordão por seupescoço, levantando seu cabelo e deixando que ele caísse ao redor de seusombros. O cordão ainda estava quente pela pele dele e o pequeno lobodescansou entre seus peitos. Dimitri estendeu a mão atrás dela, onde não elapôde ver que fazia e imediatamente a envolveu em uma suave capa vermelha.O frio amainou, instantaneamente.—Agora você parece a Pequena Chapeuzinho Vermelho. - Ele murmurouenquanto se inclinava para lhe colocar o capuz sobre o cabelo.

Ela inalou sua fragrância, selvagem, masculina e inesperadamentefamiliar. Sentiu o contato de seus lábios sobre a face, que imediatamentedeixou um rastro ardente descer para o canto de sua boca e seu corporespondeu com um estranho formigamento, uma consciência intensificada,estendendo para ele. Enquanto ele estava ainda rodeando-a com seus braços,sentiu algo em seu interior elevando para ele. Antes que pudesse se liberar eresponder, ele mudou, uma vez mais para lobo, afastando deles rapidamente,

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para se internar no fundo do bosque. Skyler pegou o pequeno pendente dolobo em sua mão e o apertou.

Desejou segui-lo. Chamá-lo de volta. Seus pulmões se apertaram e seucoração gaguejou. Sabia que não queria um homem dos Cárpatos. Toda suavida tinha soubera o que as pessoas sentiam realmente, o que pensavam. E amaior parte disso não era bom. Gabriel e Francesca lhe proporcionavam umapausa, um refúgio seguro, mas Dimitri lhe tiraria isso. Respirou fundo e seseparou do caminho que ele havia tomado.—Quero ir para casa, Francesca. - Disse brandamente, sentindo uma covarde.- Por favor me leve para casa.—É claro, céu. - Francesca a abraçou com capa e tudo e elevou o vôo,deixando que Gabriel as defendesse dos olhos curiosos.—Muito longe. - Murmurou Skyler. De volta a Paris. —Skyler levantou orosto para a neve que caía em interminável silêncio. O mundo pareceu cheiode cintilantes pontas quando a luz da lua se abriu sobre os cristais de gelo eos flocos de neve. Ela se concentrou na copa das árvores e as antigassuperfícies, enquanto voavam para casa, com o Gabriel seguindo-as de perto.—O bebê sempre te consola. - Disse Gabriel. - Por que não vai ver comoestá? —Sua babá e a governanta de confiança tinha vindo com eles e ficavacom a menina durante o dia. Manteve sua mão sobre Francesca para evitarque se afastasse dele.

Skyler beijou os dois ainda envolta na capa, foi abraçar Tamara. Assimque saiu do aposento, Gabriel se virou para sua companheira, comimpaciência.—Viu isso? Viu como ele a beijou? Como a tocou? Não tocou simplesmentesua pele, deixou sua marca nela. Não vou agüentar isto, Francesca.—Gabriel. – Ela acariciou o braço dele gentilmente. – Ele partiu.—Não partiu, marcou-a, deu-lhe seu sangue, tomou o dela. Pode não ter sidoum intercâmbio, mas você e eu sabemos que ele deixou uma advertência paraque todos outros homens a deixem em paz.—Como devia fazer. Como você ou qualquer outro homem teria feito comsua companheira.

Gabriel franziu o cenho.—Ela deveria ter uma infância completa. Ele pode esperar duzentos anoscomo todos os Cárpatos fizeram no passado. Ela tem dezesseis anos. Quemouviu algo semelhante?

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—Savannah tinha vinte e três quande Gregori a reclamou. – Lembrou-lheFrancesca. - É um mundo diferente e Skyler não é completamente Cárpato.Se Dimitri esperar duzentos anos, ela estaria morta.

Gabriel franziu o cenho.—A trará completamente a nosso mundo. É nossa filha.—Dissemos-lhe que era sua decisão. Os intercâmbios de sangue a ajudaram asobrepor ao trauma, não a privamos de sua escolha. Você soa tão mal, comoDimitri.—Ela é nossa filha. Não vou deixar fazer uma estupidez por medo. Nego-mea perdê-la pelo envelhecimento humano ou por esse caipira, que, por certo,não é o bastante bom para ela. Ela é nossa, Francesca. Quero-a tanto comoquero a Tamara e está sob meu amparo. Toda esta liberdade da qual vocêfala é ridícula. Todos vivemos sob certas regras,e Skyler também.

—Dimitri mostrou grande contenção não fazendo um intercâmbio completocom ela. Poderia ter aproveitado e não o fez. Nossas mulheres, até Savannah,não são sexualmente amadurecidas tão rapidamente. Ela é Gabriel, vocêgoste ou não. —Francesca levantou a mão quando ele ia protestar. - É obvioque é muito jovem para se unir a ele, mas isso não significa que tecnicamentenão pudesse acontecer. Tem que superar seu passado e quem sabe será capazde fazê-lo. Tem cicatrizes na mente que nem sequer eu posso curar. Nemsequer posso encontrar as lembranças de sua infância antes que começassemas atrocidades. Ele tem que saber. Tem que estar preparado para ser gentil,amável e paciente com ela. É inevitável que estejam juntos, Gabriel.

Ele se virou afastando-se dela, com os punhos apertados. Quando sevoltou, Francesca captou o brilho de presas e como de repente ele abria asmãos e seus dedos se curvaram em garras letais. Gabriel jogou a cabeça paratrás e rugiu de raiva. O som sacudiu a casa e no quarto ao lado, Tamaracomeçou a chorar. Se voltou novamente para enfrentar a Francesca.—Ela não vai ser forçada por este... Este homem lobo... A nada.

Francesca ofegou ante o insulto.—Está atuando como um louco, Gabriel. É assim que será com todas nossasfilhas?—Nenhuma filha minha vai ser forçada a nada. – ele deu as costas. Seusolhos negros flamejavam de fúria.—Como fui eu? —Francesca lhe imobilizou com o olhar.

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—Isso foi completamente diferente.—Por que? Porque foi você? Gabriel, tem que ser razoável. Temos quedirigir isto muito bem, pelos dois. Skyler não vai ser capaz de lhe aceitar,especialmente se você se comporta como um pai louco mostrando as presas.—Gabriel? Francesca? Tudo está bem? —Skyler entrou carregando o bebênos braços. - Tamara está preocupada. Nunca antes tinha ouvido seu paiassim e eu tampouco. —Parecia a ponto de chorar. – Vocês estão brigandopor mim? Vós nunca brigam. Nunca. Farei o que queiram que eu faça.

Francesca foi imediatamente até ela e passou o braço ao redor dosombros da garota, com bebê e tudo.—É claro que discutimos, Skyler. Só que não em voz alta. Lamento quetenhamos lhe incomodado. Os adultos com freqüência têm diferenças deopiniões.

—Não teríamos se você não discutisse tudo o que digo. - Se queixou Gabriel.Francesca ergueu os olhos para Skyler e sorriu.

—Ignore-o. Eu sempre tenho razão e nós dois sabemos disso. E agora, temoscoisas a fazer que têm a ver com a diversão. Diversão, Gabriel. —Lançou-lheum pequeno olhar de advertência. - Skyler, venha me ajudar a fazer essascasas de gengibre para o jantar desta noite. Gabriel vai nos ajudar.

Gabriel deu uma profunda e tranqüilizadora respirada, obrigando o ar amover através de seus pulmões, e eliminar a raiva que parecia ferver em suasveias e agitar suas vísceras. Deixou-o escapar e tentou encontrar seu centro.O último queria era alterar mais ainda Skyler ou fazer o bebê chorar.—Isso é chantagem. - Se queixou, mas piscou os olhos para Skyler. Estendeuos braços para o bebê, pegando-a e se inclinando para beijar a cabeça deSkyler. - Não estávamos discutindo sobre você, pequena humana, mas sobreo que era melhor para você. E não era uma briga, simplesmente umadiscussão acalorada. Ambos estamos de acordo. Nenhum homem vai ser obastante bom para você e terá que ficar conosco para sempre.

O olhar alarmado de Skyler empalideceu e ela estalou em gargalhadas.—Sempre? Acredito que quando eu tiver oitocentos anos vai me querer jogarfora.—Nunca, céu. – Tranqüilizou-a Francesca, afastando as mechas de cabelo daface de Skyler. Tocou uma das cicatrizes em forma de meia lua que somentehavia empalidecido, mesmo com o sangue Cárpato, ao curar. E as piores

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cicatrizes de Skyler estavam onde ninguém podia vê-las. - Sempre será nossaamada filha.—Quer lamber a tigela em vez de me dar isso, certo? —Zombou, Skyler—Muita açúcar para você. Disse Francesca, sorrindo. - Vamos, não temosmuito tempo para acabar com tudo. Espero que as instruções sejam fáceis. Naverdade nunca construí uma casa de gengibre antes e Raven quer várias parausá-las como centros das mesas.—A pressão segue subindo. – Zombou, Gabriel. Beijou Tamara e lhe piscouos olhos um olho. - Vejamos como trabalham os membros femininos destacasa.—Que consta que você vai nos ajudar. - Disse Skyler lhe pegando pela mão epuxando-o. - Vou pintar teu rosto enquanto faço as casas. Tamara adorará,não é, pequena?

A fúria havia desaparecido, mas a apreensão ante o futuro havia tomadoseu lugar. Gabriel fingiu relutância enquanto sua companheira e suas filhas oarrastavam para a cozinha. O riso borbulhava a seu redor e afastava umpouco o medo de perdê-las.

Skyler entrou na cozinha, inalando o aroma do gengibre. As peçastinham já a forma das paredes e os tetos das casas. Somente precisava uni-las.

Não houve nenhuma advertência, absolutamente. Enquanto tirava astijelas de várias cores do refrigerador, uma dor devastadora quase a atirou dejoelhos. Manteve a porta aberta para evitar que Francesca e Gabriel vissem aslágrimas que emanavam de seus olhos. A culpa era aguda e dolorosa, umalâmina de faca que lhe atravessava o coração. Tinha a garganta torcida e ador pareceu expandir e ocupar cada célula de seu corpo, até que desejouchorar incontrolavelmente. A raiva chegou pouco a pouco, escura e terrível,uma selvagem necessidade de vingança, necessidade jogar uma das tigelas,de fazê-la em pedaços.—Skyler? —Francesca chegou num momento, envolvendo seus braços aoredor da cintura de Skyler e afastando-a do cristal.

A tigela era vermelha e com pedaços de cristais incrustados. A Skylerpareceu neve sangrenta. Sentiu a urgência de correr à janela e comprovar quenão havia ninguém ferido lá fora. Seu fôlego preso na garganta e elapressionou uma mão sobre o dolorido coração. Ninguém não... Dimitri.Conectou-se a ele. Estava segura e estava sofrendo.

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—Francesca? Tenho que encontrá-lo. Tenho que encontrar Dimitri. - Sua vozfoi apenas um sussurro. Não fazia idéia de que corriam lágrimas por seurosto, até que Francesca lhe tocou a face. - Está... É tão terrível. Não possoexplicar. Tenho que ir com ele. Você tem que ir lá e aliviar seu sofrimento.—Sinto muito, céu, somente posso aliviar o seu. Ele tem que encontrar aforma de viver com as emoções que agora está sentindo. Antes sabia, masnão podia sentir emoção. – Ela se inclinou aproximando-se de Skyler, paramurmurar suavemente, para aliviar sua carga. - Posso te proporcionardistancia e isso ajudará.

Skyler se afastou bruscamente.—Não. — Ela sacudiu a cabeça. - Gabriel e você sempre me estãoprotegendo. Desta vez não. Se eu estou lhe fazendo isto, quero poder sentirtambém. Tenho que saber estas coisas Francesca. Sou realmente Cárpato emmeu coração. Preciso do conhecimento, igual à emoção.

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CAPÍTULO V

Mikhail fluiu através do bosque, num rastro de vapor branco camuflado pelaneve que permanecia alto entre as árvores, enquanto rastreava o lobo quesaltava no chão sob ele. Mikhail sabia que, apesar de tomar a forma de lobo,Dimitri tinha problemas. O lobo parava de vez em quando, cambaleando dedor, a espessa pelagem, normalmente brilhante e espessa, estava apagada eúmida pelo suor. Apesar da forma animal, ondas de dor emanavam dohomem e para horror de Mikhail, pequenas gotas de sangue ficavam nosrastros das patas sobre a neve branca e pura.Mikhail desceu através da canopia, para cair mais gentilmente com o sentidodos flocos de neve enquanto se aproximava do homem dos Cárpatos,cautelosamente. Dimitri havia suportado um inferno nos bosques da Rússiacom seus amado lobos. Açoitado por vampiros e mortais, assediado porbandidos e gente supersticiosa, havia enfrentado séculos intermináveis paraproteger os humanos e os lobos, sozinho. Não tinha o consolo de seu paísnatal, da terra ou de sua gente.O lobo parou de correr, a cabeça para baixo e lágrimas vermelho sanguegotejando sobre a neve. De repente jogou a cabeça para trás e uivou suainterminável dor aos céus e a qualquer deidade que pudesse lhe ouvir.Quando as notas tristes se desvaneceram na noite, reassumiu sua própriaforma. O lobo desapareceu para revelar o homem. Dimitri cobriu o rostoenquanto se sentava sobre uma rocha.—Está sentindo sua dor . - Disse Mikhail, brandamente. - É de uma vez ummilagre e uma maldição para você. Dimitri se levantou de um salto, virando para enfrentar o príncipe, com aspresas expostas num grunhido e os olhos brilhando com o resplendorvermelho de uma chama. Ficou de pé na postura de um guerreiro, com asmãos elevadas. O ar que os rodeava carregou de eletricidade e de perigo.—Não tinha idéia de que não estava sozinho. - Disse Dimitri. - Não teriamostrado tanta emoção.—Permita-me convocar Gregori. - Ofereceu Mikhail. - Poderia ajudar aaliviar este sofrimento.

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—Ninguém aliviou a dela. – Resmungou, Dimitri. - Eu sabia quandopousavam suas mãos asquerosas sobre ela e sabia quando lhe faziam mal,quando a agrediam e a cortavam. Inclusive sabia quando a queimavam, masnunca senti. Nem a dor, nem a raiva e nem seu desespero. Quando a toquei,quando a abracei e fundi meu espírito com o dela, ali estava, após as paredesque Francesca e Gabriel construíram para distanciá-la disso. Mas ali estava edesta vez, que Deus me ajude, Mikhail... Desta vez senti tudo. Cada agonia,cada humilhação e cada depravação. A raiva e a culpa e a ouvi suplicar, rogarque alguém a salvasse. E onde eu estava?—Estava cumprindo com seu dever, Dimitri, como todos nós. Skyler é forte ese faz mais forte a cada dia. Não vou fingir entender por que alguns homensabusam brutalmente de mulheres e crianças. Nunca compreenderei algosemelhante, mas sei que é comum. Agora ela está a salvo e feliz. Gabriel eFrancesca se ocupam de sua educação e finalmente a introduzirãocompletamente em nosso mundo.Dimitri passou a mão pelo rosto. —Quando a vi, parecia um anjo, Mikhail. Nunca soube o que queriam dizerquando ouvia a descrição, mas havia pureza e bondade nela. Preciso dela. Aescuridão se fecha sobre mim e duvido de minha capacidade, para fazer omais honorável.—Todos temos momentos de fraqueza, Dimitri. Skyler é sua companheira ecomo tal, deve fazer o melhor para ela. Sobreviver e agüentar até aomomento em que seja capaz de vir a você. Trabalhe com Gabriel e Francesca,não contra eles. Raptá-la ou uni-la a você só fará mal aos dois e acredito quesabe disso. Ao menos tem esperanças quando tantos outros não têm nada.—Esperanças? Quando é uma menina e devo voltar para vazio de minhaexistência? Quando sei que se ficar reclamarei? Quando posso sentir cadabrutalidade que lhe infringiram e sou incapaz de apagar? — Dimitri sentoumais uma vez sobre a rocha e sacudiu a cabeça. - Estou perdido, Mikhail.Mikhail se agachou a seu lado.—Não pode se perder. Ela deve viver com o que lhe aconteceu e como seucompanheiro, você também deve fazer. —Envergonhado por toda a eternidade por não ter conseguido protegê-la?

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—Você está sentindo raiva. Raiva impotente por você, não por ela. Deveriaesquecer a vingança, renunciar à justiça, mas sendo a carga e as cicatrizes aúnica seqüela desses terríveis crimes, rabia aos céus por sua incapacidadepara protegê-la. Ela era uma menina e você estava a milhares de quilômetrosde distância. Não sabia de sua existência. É um caçador do vampiro econhece o dever e a honra. Se comporte de forma honorável. Corteje-a comoela merece. Lhe permita se curar com Francesca e Gabriel para que venha avocê completa e por sua própria vontade. Esse é o presente que pode lheoferecer e é muito mais do que a maioria de nós fizemos por nossascompanheiras.Dimitri respirou fundo.—Eu estava acostumado a olhar as estrelas cada noite e imaginar que elaestava em alguma parte do mundo olhando as mesmas estrelas. Tentavaimaginá-la, construir uma imagem em minha mente, mas era muito elusiva. Eentão a vi com sua pele suave e seus formosos olhos e soube que nuncapoderia tê-la invocado, por mais vívida que fosse minha imaginação.—Permitirá que Gregori o ajude? —Repetiu Mikhail.Dimitri passou as mãos pelo cabelo escuro e empapado de suor.—Tenho que superar isto por mim mesmo, Mikhail. Até agora estive sozinhonove séculos e é difícil para mim interactuar com ninguém, nem sequer comminha própria gente. Passei muito tempo na forma de lobo, correndo livrecom minha alcatéia.—Há perigo nisso de aceitar a forma de vida selvagem.Dimitri assentiu.—Se a carga tivesse sido muita eu já teria procurado o Escuro. Não possosuportar estar longe dela enquanto estou aqui.—Não provoque Gabriel.—Ele não deveria provocar a mim. Já não sou a criança tímido que eleacredita que sou. Esse criança há muito que abandonou este mundo. - Dimitriestendeu as mãos e fechou as mãos em dois punhos apertados. - Sou umassassino e estou maldito para sempre. Ela viu isso em mim, sabe. Sentiu aescuridão e se retirou.—Você é um caçador. Um dos melhores que tenho. - Corrigiu Mikhail. -Nunca pense nenhuma outra coisa. Skyler é agora sua responsabilidade e estápresa a seu destino. Não pode procurar o amanhecer nem pode abraçar o mal.Deve agüentar até que ela seja maior e o bastante forte para aceitar sua

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reclamação. —Ele se endireitou e levantou o olhar para o céu. - Vou verJulian Savage. Era um de seus amigos da infância. Possivelmente vocêgostaria de me acompanhar? —Seus dentes brilharam, mas o sorriso nãoalcançou seus olhos. Podia sentir pela por Dimitri e tentar lhe ajudar, masnunca esqueceria que Dimitri era um perigo e sempre seria até que se unisse asua companheira. - Acredito que ele, entre todos os Cárpatos, será o que maisgostará de saber que tenho intenção de que Gregori vista o ridículo trajevermelho de Santa Claus.—Julian sempre adorou uma boa brincadeira. – Admitiu, Dimitri. - Mas lhevisitarei depois, quando estiver mais controlado. Não é sua companheiraparente de Gregori?Mikhail assentiu.—Desari é a irmã caçula de Gregori. Tem muito talento.—Conhece o homem que os manteve vivos, quando pensávamos quehavíamos perdido? —Perguntou Dimitri. - Deve ser um Cárpato poderoso.Mikhail assentiu.—Ah! Darius. Ele é elusivo, calado. Diz o que pensa. Poucos pensariam emcruzar em seu caminho. Parece muito a seus irmãos. Crédulo em suashabilidades e poderes. É interessante ver juntos os irmãos Daratrazanoff. Nãohá competência pela liderança. Cada um é seu próprio chefe, mas se dão bemuns com outros. É uma forte linhagem.—Ouvi dizer que Dominic dos Caçadores de Dragões voltou. —Estava gravemente ferido por causa de nossa última batalha com osvampiros e o mago, Razvan. Dominic ainda descansa na terra. Francesca eGregori gostariam de muito celebrar uma sessão de cura com ele antes queela vá para Paris.Dimitri ficou em pé, quadrando os ombros.—Diga a Julian que o verei logo, na festa. Patrulharei o bosque e tentareicaptar a essência de nossos inimigos. Os lobos podem ter informação paramim.—Tenha muito cuidado, Dimitri. Seguiram o rastro de energia de volta atéSkyler, mas se o sangue os chama, lembre-se que você também leva afragrância dela, como ela a tua. Também pode estar marcado.A boca de Dimitri endureceu numa linha cruel.—Agradecerei à oportunidade de conhecê-los. Não me encontrarão umobjetivo tão fácil como Skyler.

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Antes que Mikhail pudesse responder, Dimitri se virou e se afastou correndo,mudando para as quatro patas sem perder o passo. O movimento foi tãogracioso e fluídico, que Mikhail soube que ninguém podia lhe igualar. Aonda de poder tirou seu fôlego,e Mikhail olhou o ponto onde Dimitri haviamudado sobre a neve. Num momento um homem e no seguinte, o lobo. Aadmiração o golpeou como acontecia com freqüência, mas como sempre,essa maravilha desapareceu sob a inevitável carga da responsabilidade.- Meu amor. Você está preocupado. - Raven tocou sua mente. Logo umaonda de amor encheu sua mente lhe proporcionando consolo. - Não é nada. Vou ver Julian e Desari. Gostaria de se unir a nós?- Não posso. Eu não gosto do aspecto deste molho. Está... grudento.

Mikhail se encontrou sorrindo, ante o mal-estar de sua voz.Se essa coisa não se comportasse Raven ia jogá-la fora e a usaria como

alvo em suas práticas de tiro. A mulher não tinha muita paciência eaparentemente o ato de cozinhar não estava indo muito bem.- Não acho sua diversão útil, no mínimo.

- Diversão? - Mikhail elevou o vôo, seu corpo mudou à forma de umacoruja. Planejou sobre o bosque para a casa onde Julian estava hospedando. -Estou seguro de não me sentir o mínimo divertido por suas ameaçasmurmuradas ao molho humano que não vai consumir você mesma.

Se fez um silêncio que durou em pulsar de coração. O alarme seestendeu através dele. - Raven? Não vai tentar consumir comida humana,vai?- Estou considerando se isso ajudaria ou não à ilusão de que somoshumanos. Alguns dos habitantes do povoado estarão lá, como um convidadoou dois.

Mikhail inalou agudamente, suas asas batiam ferozmente enquanto seinundava entre as árvores, com flocos de neve sobre as plumas. – Você vaimuito longe com estes teus estúpidos medos, mulher.

Como represália a diversão dela o banhou, proporcionando-lhe umfluxo de calidez. Somente Raven zombava dele assim, inesperada eamorosamente, em meio a fúria do príncipe dos Cárpatos. Enviou-lhe aimpressão de presas nuas, mas isso não a intimidou muito. Ela somente sorriue voltou para seu molho grudento.

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Sob ele, Mikhail divisou Julian Savage correndo pela neve, com seulongo cabelo loiro como o de seu irmão Aidan, flutuando atrás dele. Levavaalguma coisa sob o braço, enquanto uma mulher o perseguia e outro homemlevantava a mão, gritando. Julian lançou o objeto no ar e o homem o pegou,ondeando-o triunfante sobre a cabeça. Mikhail aterrissou sobre o passamanesda casa de Julian e mudou a sua forma normal.—Não tem graça, Julian. - Gritou a mulher com um pequeno grito dedesdém. – É para o jantar de meia-noite. – Ela fulminou com o olhar o outrohomem. - Barack, me dê isso agora mesmo.—Ninguém poderia comer isso, coração. —Julian a rodeou, cuidando-se demanter fora de seu alcance, - A menos que planejem usá-lo como couro parasapatos.

Barack lançou-lhe um sorriso.—Poderíamos começar uma moda com esta coisa, Desari. Você faz o assadoe nós fazemos as solas dos sapatos e depois de caminhar com eles ummomento e prová-los, não terão mais fome.—Eeeca! Isso é simplesmente asqueroso, Barack. Você esteve ao redor deJulian muito tempo.—Sério, carinho, É bem melhor usar como bola.—Não me venha com essa coração e Julian, - protestou, Desari. - Não possodeixar que as pessoas comam esse assado depois que você andou atirando-opor aí. —Ela fulminou os dois homens com o olhar, com as mãos nosquadris.—Venha, mais um passe. - Dirigiu Barack a Julian.

Julian se pôs a correr e Barack lançou o assado alto no ar. Julian saltoue o pegou, empurrando-o contra seu peito. Antes que pudesse aterrissar,Desari começou a cantar e as notas dançaram prateadas no ar ao redor deJulian, apanhando-o numa rede. Ele ricocheteou como se estivesse sobre umtrampolim e caiu na terra, aterrissando com força, numa postura nadaelegante.

Barack se dobrou na risada, mas ileso, Julian elevou o assado secosobre a cabeça, em sinal de triunfo.—Touchdown!

Desari cantou umas poucas notas mais. As notas prateadas e douradasdançaram engastando para formar um nó corrediço que deslizou sobre acabeça de Julian. O fôlego de Mikhail ficou preso em sua garganta. Na

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escuridão, com a neve caindo, as notas musicais eram formosas, brilhavam ereluziam com vida e energia. Todo o tempo, a voz de Desari pulsava atravésde seu corpo, fazendo com que seu coração e sua mente brilhassem comcalidez, felicidade e acima de tudo, com amor que sentia por seucompanheiro.

Desari virou a cabeça de repente e sorriu a Mikhail. Ela era linda e suavoz se desvaneceu na noite, como parte da natureza. —Acho que não deveria estrangular meu companheiro diante do príncipe,não é? — Ela perguntou. Não havia vergonha em sua voz, só riso e boasvindas. - Desari é uma autêntica Daratrazanoff. Exsuda confiança. - Compartilhoucom Raven a imagem da mulher dos Cárpatos com seu cabelo flutuando, seussuaves traços e sua voz musical e as dançantes notas prateadas e douradaslançando um nó corrediço ao redor do pescoço de seu companheiro.- Ela é formosa!

Não havia fio no tom de Raven, mas Mikhail lhe sorriu através de seuvínculo telepático. - Possivelmente deveria vir e se unir a mim e deixar essemolho aos insetos, embora que envenenar a qualquer criatura nunca é boacoisa.- Você é tão divertido, meu príncipe.

Mikhail fez uma careta. Raven nunca se referia a ele como príncipe amenos que estivesse a ponto de se meter em problemas. Sorriu a Desari.—Sempre quis estrangular Julian.—Como meu irmão, Darius. - Disse Desari, caminhando até ele, cada um deseus movimentos era gracioso.

Um lento sorriso suavizou a boca de Mikhail.—Posso imaginar muito bem se Darius se parecer com Gregori. Julian estavaacostumado a fazer com que Gregori subisse pelas paredes. Mesmo de moço,Julian tinha pouco medo. Seguia seu próprio caminho e se metia em maisproblemas dos que a maioria de nossas crianças nunca pudesse conceber.

Julian passou o braço ao redor da estreita cintura de Desari.—Não lhe escute. Não era a criança má dos Cárpatos. Somente independentee por uma boa razão. Possuía um vampiro me usando como espião de nossagente. Não podia estar sempre no meio deles.—E depois que destruíste o vampiro? —Perguntou Mikhail.

Julian assentiu.

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—Eu o tinha lhe idealizado como se fosse muito poderoso. Como criança,para mim, parecia. Mas como a maioria dos monstros de nossas vidas, umavez que me converti em adulto, resultou que não era tão poderoso como lherecordava. Olhando para trás, deveria ter contado a um adulto epossivelmente eles poderiam ter lhe caçado e destruído, me devolvendominha infância, mas pensei que faria mal a nossos caçadores.

Mikhail encolheu os ombros.—É fácil olhar para trás e dizer o que devíamos ter feito, mas é porque temosmais informação e, é claro, o conhecimento sempre muda nossas decisões.

Julian lançou um débil sorriso.—Teria desejado recuperar esses anos com Aidan. Ele os viveu muito bem,mas sei que o feriu, o fato de que estivéssemos separados.

Desari estendeu a mão procurando a dele, como oferta de consolo.—Agora lhe vemos com tanta freqüência como é possível, Julian. – Ela lherecordou e depois afastou a mão para esfregá-la contra a coxa. - Está tudoengordurado.—O infame assado. - Disse Julian, apresentando o grande pedaço de carneressecado ante ela, com uma pequena reverência.

Mikhail cobriu sua reação com uma pequena tosse, afastando o rosto,enquanto Desari olhava para seu companheiro.—Está tudo mexido, Julian. Você arruinou meu assado. O que vou fazeragora? Tenho que contribuir com alguma coisa oara o jantar desta noite.—Peça ajuda a Corrine. - Sugeriu Barack. – Ela disse ao Dayan que cozinhoumuito antes que ele a reclamasse.—Não há nada ruim nesse assado. - Protestou Julian. – Ele se converteu emcouro.

Desari lhe fez uma careta e depois ao assado.—Coisa asquerosa. Acho que pedirei a Corrine que me ajude a fazer algumaoutra coisa.

Barack estendeu as mãos.—Atire-o, Desari. Podemos terminar nossa partida.

Mikhail sacudiu a cabeça.—Queria lhes fazer saber que Alexandria e a jovem Skyler tiveramproblemas há alguns minutos. Todos temos que estar alerta e proporcionaramparo extra a nossas mulheres e crianças.

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—Syndil está em casa, acreditava que poderia preparar algo para a festa. Ireivê-la, saber como está. Se me estender a ela, simplesmente diz que está bem.—Barack esboçou uma pequena saudação e imediatamente elevou o vôo.

O sorriso esmaeceu no rosto de Julian, que se aproximou mais deDesari.—Que tipo de problemas? Aidan não enviou mensagem de que Alexandriaestivesse ferida.—Agora ela está bem, mas ela e Skyler sentiram a presença de um fluxo sutilde poder, realçando as emoções ao ponto da irracionalidade. InclusiveGabriel se viu afetado, perdendo os nervos com Dimitri.—Sabia que Dimitri tinha chegado. - Disse Julian. - Posso sentir a escuridãonele, crescendo a cada hora. Está instável e temos que encontrar uma formade lhe manter a salvo. Gregori me encarregou de uma tarefa que me fezseguir adiante, quando eu já pensava em acabar com minha existência.Talvez se desse uma a Dimitri... —Julian suspirou. – Ele está sozinho,matando com mais freqüência do que deveria um caçador e isso está lhedestruindo lentamente.—Skyler é sua companheira. - Declarou Mikhail.

Desari ofegou.—Oh! Céus! Ela ainda é um bebê. Está seguro?—Restaurou as cores e as emoções em Dimitri.—Isso não pode ser bom. – Falou, Julian. - No melhor dos casos pode serdifícil de dirigir e nesta situação quando se abusou tanto dela, ele deve estarpassando um inferno. Deveria vê-lo. – Ele, acrescentou, - para ver o queposso fazer. Desari tem um poder assombroso com sua voz. Isso poderia lheajudar a passar por isso.—Ele não pode uni-la a ele. - Protestou Desari, com a mão na garganta. - Éjovem demais e pelo que diz Francesca, muito frágil. Foram necessários osesforços unidos de Gabriel e Francesca para distanciá-la-o suficiente de seupassado para lhe permitir sua mente funcionar com normalidade. Sabiam queela não tinha lembranças da infância em sua mente, de onde pudessem tirar aluz para ajudá-la? Deve ser muito difícil para Dimitri sentir de repente todasessas coisas. Por um tempo, estará ferido e em carne viva com as velhascicatrizes dela.—É uma situação muito perigosa. – Concordou, Mikhail. Se Dimitri ficarperto dela, continuará lutando com sua necessidade de reclamá-la. Se

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escolher voltar para a Rússia, o perigo para ambos incrementará. —Eleesfregou as têmporas, sentindo-se de repente velho. A carga de suasresponsabilidades pesava muito mais nestes dias escuros.

Em meio a estação natalina, quando deveria estar sentido alegria eesperança, sentia cansado e a beira do desespero. Como salvaria-os? Duas outrês crianças não eram suficiente. Mesmo se Shea desse a luz uma menina e obebê sobrevivesse, passariam anos antes que um homem pudesse ser salvo.Muito tempo para esperar na escuridão. Eram muitos homens e uma ou duascompanheiras não evitariam a extinção da espécie, especialmente quandoseus inimigos se aliavam e se ornavam mais e mais atrevidos em seusataques.—Tivemos vantagens durante muito tempo. - Murmurou em voz alta. -Podíamos escanear e conhecer os pensamentos de nossos inimigos, masagora eles encontraram uma forma de nos bloquear. Podemos sentir o maucheiro maligno do vampiro, sentir a presença de uma abominaçãosemelhante, mas já não poderemos confiar em que nossos próprios sentidosnos guiem. —Ele estendeu os braços. - Antes, nunca teriam nos perseguidoaté aqui, temiam nosso poder, mas agora nos atacam quase que diariamente.Nossos inimigos nos ultrapassam em número e quanto mais nos debilitamos,mais eles se fortalecem.

Desari olhou fixamente para Julian. Os olhos âmbar dele parecerambrilhar quando se adiantou para colocar sua mão sobre o ombro do príncipe.Parecia mais que nunca um guerreiro e ela não pôde evitar a pequena rajadade orgulho que sentiu por ele.—Nos fortaleceremos também, Mikhail. Sob sua liderança, unimo-nosquando antes estávamos espalhados e distantes. Trabalhaste incansavelmentepara conseguir notícias de cada um de nossos antigos e ainda continuaprocurando a qualquer um que esteja perdido, como Desari e outros.—As mulheres estão relutantes em ficar grávidas e dar a luz. - AssinalouMikhail, sacudindo a cabeça. - Sem crianças, Julian, não importa nossalongevidade, nossa espécie não sobreviverá.

Desari lhe sorriu.—Sobreviveremos, Mikhail. Onde está sua fé?

Fez-se um pequeno silêncio. As linhas duras do rosto do príncipe sesuavizaram.

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—Possivelmente esta celebração de Raven é justo o que preciso pararestaurar minha fé, Desari. Se Josef resolve nos oferecer sua interpretação dequalquer canção de Natal, por favor, se ofereça de voluntária para cantar. Épossível que suas notas dançarinas possam amordaçar a criança.—A reputação de Josef lhe precede. - Disse Desari com uma pequeno sorriso.- Tenho entendido que é bastante difícil.—Digamos simplesmente que não invejo Byron e Antonietta por tentar vigiara criança. Dizem que é bastante inteligente, mas não muito diligente quandose trata de dominar nossas práticas. Acredito que lhe mimaram muito epermitiram-lhe se misturar tanto com crianças humanas, que ele esqueceu seudever para com sua gente.

Julian lançou a Desari um sorriso secreto ante a severidade da voz deMikhail. Quando criança, com freqüência ouvira o mesmo fio no tom doshomens adultos.—Converterá-se num bom homem. —Tranqüilizou-o, Julian. - Possivelmentenão num caçador, mas precisamos que nossa sociedade volte a progredir umavez mais. Precisamos de homens que se ocupem dos negócios e das artes eespecialmente das ciências.—Não me resta dúvida de que Josef terá êxito em algo que faça. - DisseMikhail, secamente. - Mas o resto de nós pode não sobreviver a suajuventude. —Acredito me lembrar de Gregori dizendo o mesmo sobre mim., muitasvezes. —Julian lhe sorriu, seus olhos extranhamente coloridos, brilhavamcomo o ouro. - Esse homem necessita senso de humor. Agora, sou seucunhado. O destino está acostumado a nos pregar pequenas brincadeiras.

Um lento sorriso de resposta iluminou a face de Mikhail.—Devo confessar, Julian, que não tinham pensado nisso, absolutamente. Seucunhado. Também é meu genro e como seu Velho Pai, acredito é o momentode que ele se ocupe de alguns deveres familiares. Ele estará perfeito no papelda Santa Claus esta noite.

As sobrancelhas de Julian se elevaram.—Meu príncipe. —Ele se agachou numa reverência. - Reconheço que é oprofessor neste jogo que com freqüência jogamos com o Escuro.

Desari olhou de um homem a outro.—Não posso imaginá-lo pedindo a Gregori que seja o Papai Noel e se forJulian quem endossa o pedido, má coisa.

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—Vejo que ela te conhece bem, Julian. - Observou Mikhail.Desari descansou a cabeça sobre o peito de Julian.

—Foi uma criança má enquanto crescia? Posso imaginar bem como deve tersido.

Mikhail sacudiu a cabeça.—Independente e com uma boca solta. Adorava o conhecimento e tinhapouco medo. Mas não... – Ele, franziu o cenho. - Havia um jovem, poucosanos mais velho que Julian, que Gregori tinha que vigiar o tempo todo. Eramuito pior do que Josef poderia ser. Sempre questionava a autoridade.—Lembro-me dele. - Disse Julian. - Era assombroso com as armas apesar detão jovem. Tiberius Bercovitz. Não ouvi e nem havia pensado nele emséculos. Será que ele virá à celebração? Era bom amigo de Dimitri.

Não havia inflexão real na voz de Julian, mas Mikhail captou umacentelha de cautela nos olhos do caçador. O homem se moveu sutil masprotetoramente para sua companheira.—Nisto se converteram nossas vidas. - Murmurou Mikhail em voz alta. - Nãopomos confiar em nossos amigos, homens que dedicaram suas vidas à honra,a salvar a Cárpatos e humanos. Tratamos os nossos melhores caçadores comcautela.—É a forma em que vivemos sempre. - Remarcou Julian.

Mikhail sacudiu a cabeça.—Houve um tempo, Julian, há muito, no que somente a natureza nosequilibrava. Havia harmonia e paz em nosso mundo e fazíamos celebraçõescomo estas com freqüência.—E temos uma esta noite. - Assinalou Desari. - Uma reunião com todos osCárpatos convidados a participar, celebrando e fortalecendo nossa amizadecom cada um dos outros, igual a cada um de nossos amigos humanos. Nãotemos feito algo assim em séculos. Isto envia a nossa gente, a mensagem deque uma vez mais estamos unidos e uma mensagem a nossos inimigos de queestamos fortemente unidos e continuaremos nos fortalecendo. É umprincípio, não acha? Você nos proporcionou esse presente, Mikhail.

Um pequeno sorriso brincou nos lábios do príncipe.—Raven nos proporcionou este presente. Os Cárpatos nunca antescelebraram o Natal, mas ela usa esta época do ano como desculpa para nosreunir a todos. Eu acreditava que estava errada, mas vejo que eu é quemestava.

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—Temos a oportunidade de conhecer uns aos outros. - Disse Desar. - Minhafamília, bom, não os Daratrazanoff ou meu companheiro Julian, quero dizernossa banda, os Trovadores Escuros.... Se criou sem outros Cárpatos e esta éverdadeiramente uma oportunidade única. Nem sequer acostumamos a usar omesmo vínculo mental comum, como todos outros Cárpatos.—Seu irmão, Darius, tem que ser um trabalhador verdadeiramente milagrosopara manter vivos a tantas crianças, quando ele mesmo era apenas um bebê.Shea e Gregori querem lhe conhecer e discutir que ervas e plantas ele usou,para lhes manter vivos.

Desari assentiu.—Os três estiveram se reunindo nas primeiras horas da manhã, desde quechegamos. Acredito que só fizeram uma pausa na investigação agora queShea não está se sentindo bem. Deve estar muito assustada por ter um bebêquando nossa mortalidade infantil é tão alta.

Desari lançou um rápido olhada a Julian, que tentou devolver-lhe, masela se negou a encontrar seu olhar. Julian estendeu a mão para pegar a dela,levando-a ao coração. - Se decidir não ficar grávida esta noite, que assimseja, Desari. Nunca te tiraria a escolha.

Desari escondeu o rosto do príncipe e limpou as lágrimas esfregando aface contra o ombro de Julian. - Não sei se este ano é especial ou se estámudando nossa hora, causando um salto na fertilidade, mas muitas dasmulheres podem ficar grávidas, embora poucas desejam tentar. - Desari, teremos filhos quando você quiser que ocorra e acredito queacontecerá. Falo sério. – Julian lhe enviou uma onda de amor. - Assim será.Ele não era homem de se render.

Desari não queria arriscar a lhe romper o coração por não cumprir comsua tarefa, nem decepcionar a sua gente. Sorriu para ele, pois sabia que elenunca a empurraria. Amava-o ainda mais por sua paciência e fé nela.—Julian, peço a você que se aproxime de Dimitri. Vou falar com Darius.Quero saber mais sobre como manteve a todos com vida.

Julian assentiu e observou como Mikhail se tornava transparente eflutuava em direção à casa que Darius escolhera para se hospedar. Deixoucair a mão dos ombros de Desari lhe afastando o cabelo.—Enfim, sós..

Um lento sorriso curvou a boca dela.

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—Sério? —Arqueou uma sobrancelha para ele. - Pode ser que estejamossozinhos, mas já que arruinaste minha contribuição para o jantar desta noite,tenho que cozinhar. Ou melhor ainda, você deveria cozinhar.

Os olhos dourados brilharam para ela.—Faço o que quiser para lhe agradar. – Ele a abraçou, depois colocou-asobre o ombro como se ela não pesasse mais que uma pluma e correu para acasa.—Julian! Selvagem! —Ele se segurou em sua cintura enquanto ele passavasobre o corrimão e abria a porta, com um chute. – Deixe de se comportarcomo um homem das cavernas.—Há, há, há —Ele passou a mão por seu traseiro que se retorcia enquantoatravessava casa a passos, para o quarto. - Pelo que me lembro, tecnicamentevocê também é uma Savage. Portanto, também uma selvagem.

Ela sorriu e abraçou deliberadamente sua cintura, deslizando os dedossobre a frente da calça jeans, numa carícia. A ação o distraiu imediatamentefazendo que quase tropeçasse em seus longos passos. Desari aproveitou aoportunidade para se dissolver, deixando-o abraçar o ar vazio, enquanto elafluía através da casa, num cometa de cintilantes cores. Sua risada suavebrincava com os sentidos dele, enquanto seus dedos pareciam lhe acariciar orosto e descer por seu peito.—Isso não está certo, Desari. - Objetou Julian, seguindo o prisma de cores,com um passo mais tranqüilo. – E foi definitivamente injusto.- Para trás, peixe gordo. - Advertiu-lhe, tentando dar a impressão de umgrunhido apesar de que o mesmo se convertera em risada. - Eu posso evitarque seja tão suscetível a um pequeno toque acidental?—Acidental? Eu não acredito. —Ele elevou as mãos e teceu um complicadopadrão no ar. O fluxo de cores se chocou contra uma rede sólida eimediatamente a forma natural de Desari aterrissou no chão. Ela sentou aseus pés ainda sorrindo, olhando-o sem se alterar, com o cabelo escuroesparramado em volta do rosto, tornando-a mais atraente que nunca.

O coração de Julian se apertou no peito. A sensação foi tão forte que elepressionou a mão sobre o peito dolorido, respirando fundo.—Cada noite acordado, penso que não é possível te amar mais, Desari. Ecada noite, quando você me olha, meu amor por ti aumenta ainda mais. Tantoque às vezes acredito que não poderei contê-lo.

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A brilhante risada desvaneceu quando ela estendeu a mão para ele, lhepermitindo levantá-la e aconchegá-la em seus braços.

Ela emoldurou-lhe o rosto com as mãos. Desari era alta, mas ele erabem mais, obrigando-a a levantar o rosto para encontrar seu ardente olhar.Seus olhos haviam passado do âmbar ao ouro brunido, a fome que havianeles lhe tirou o fôlego.—Você é meu amado, Julian. Sempre será meu amado.—Quando a sinto assim, a salvo em meus braços, com seu corpo encaixandotão perfeitamente ao meu, - ele virou a cabeça, envergonhado pela emoçãoque não podia nunca controlar apesar de todos seus séculos de disciplina. – ecanta para mim enquanto estamos deitados, não há nenhuma outra paz nomundo como a que você me dá.

Ela respirou fundo. Amor a sacudiu com sua força.—Quer um filho, Julian? Quer tentar, quando sabemos que o mais provável éque a dor nos espere? Está disposto a se arriscar ao major dos pesares... Queperder nosso filho ou filha... Nos tire o que temos? —Ela tinha que saber averdade antes de tomar a decisão. Havia uma parte dela que desejava umfilho, um criança com brilhantes cabelos loiros e olhos dourados. Umacriança que lhe faria brincadeiras e zomaria dela, recordando-lhe muito ohomem que era sua outra metade. Mas o preço era muito alto. Muito alto.—É nisso que acredita, Desari? Que se perdermos nosso filho, perderemos oque há entre nós? —Ele meneou a cabeça. - Nunca. É impossível.—Nossamor é tão forte Julian, que as emoções são muito intensas. O pesarde perder um filho seria devastador. - O nó de sua garganta ameaçavaestrangulá-la. - Qualquer pai sabe que perder um filho é devastador. - Replicou Julian,gentilmente. – A dor seria grande, mas se está me perguntando se um riscodesse pesar vale a pena pela oportunidade de ter um filho ou uma filha comseus olhos e seu sorriso, então tenho que dizer que para mim valeria a pena,sim. Mas a decisão é sua. Você é suficiente para minha felicidade. Umcriança seria um milagre, mas sempre sobreviverei enquanto tiver você. —Não sou uma covarde, Julian, - disse Desari, seus dedos se enredaram entreo cabelo dele e descansou seu corpo contra o dele, pousando a cabeça sobreseu coração, escutando seu ritmo firme. - Não duvido por ser uma covarde.

Ele deixou uma carícia ao longo de seu brilhante cabelo negro.

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—Nunca, nem por um momento, poderia pensar que é uma covarde, céu.Teremos um filho quando estivermos preparados, nem um segundo antes.Cumpri com meu dever com minha gente, por mais de mil vezes e não tereium filho por dever. Nosso filho será concebido por amor e desejado mais quepor nenhum outro, por nós.

Seu coração igualou o ritmo do dele. O sangue se esquentou em suasveias. Ela elevou o rosto para beijá-lo.—Bem, então já que eu adoraria ter um bebê, digo que diante disso,tentaremos Julian e desfrutarei de cada momento da concepção e da gravideze não deixarei que a preocupação nos domine. Nosso filho seria o presente denatal nosso, um para o outro.

O corpo dele já se movia, seu sangue se esquentava para igualar o fogodo dela.—Está segura, Desari?

Sua boca tomou a dele, vertendamor junto com seu doce e aditivosabor. Cada célula do corpo de Julian, lhe respondeu. Elevou-a nos braçossem interromper o beijo. - O natal realmente pode trazer milagres.

A risada amada brincou com seus sentidos. - Não acha que isso oliberará de me ajudar a fazer alguma outra casa para a celebração destanoite.- A celebração desta noite está acontecendo agora. – Ele lhe respondeu.

CAPÍTULO VI

Darius Daratrazanoff olhava encolerizado para sua companheira,enquanto ela certeiramente atirava várias bolas de neve em seu rosto e seupeito.—Tempest, estou-te dando uma ordem direta. Volte aqui agora mesmo!

Tempest amassou a seguinte bola apertada e a lançou. —Você e suas estúpidas ordens diretas. – Ela jogou o cabelo para trás, numdesafio e o olhou com desdém. - Honestamente Darius, não sou um de seusirmãos ou irmãs que fazem tudo o que você diz. Você zombou de mim,

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serpente. Só porque fiz o forno explodir não significa que não possa cozinhar.– Ela atirou outro míssil bem amassado e fugiu. – Retire o que disse. - Não pode de cozinhar e a quem importa? Seguro que não a mim. O forno,entretanto, abriu um buraco bastante grande na casa e tenho que repará-lo.Então volte aqui onde eu possa te vigiar.—Retire o que disse. —Pelamor de Deus, céu! Você quase incendiou a casa! A cozinha inteira estánegra. O que acreditava que estava fazendo?—O forno não estava funcionando bem, então eu o arrumei.

Darius se esquivou de outra bola de neve.—Tempest, não está arrumado. Há um buraco do tamanho de nosso ônibusna parede e a cozinha está negra de fuligem. E aquela pegajosa beberagempúrpura que estava fazendo, agora está sobre o teto e as paredes.—Concordo. —Ela levantou as mãos, com indignação na face. - Isso não foide todo, minha culpa. O forno estava mal, abriu um buraco na panela eenviou sementes por todo o teto e as paredes. Não tive nada a ver com isso. Ese me pergunta, talvez teve algo a ver com o aquecedor do forno que fundiutambém. Então, retire-o. – Ela recolheu neve às pressas e a amassou embolas. Suas armas.—Se o forno foi para os ares, isso não tira o fato de que não sabe cozinhar.Nunca foi capaz de cozinhar. Nem quando se valia por si mesma. E se vocêcontinuar adiante e te perder de vista, se perderá instantaneamente. Sei quenão tem nenhum sentido da direção. Absolutamente.

As sobrancelhas vermelho-douradas se uniram, furiosas. —Primeiro me acusa de fazer voar a casa e incendiar a cozinha. Depois mediz que não posso cozinhar e agora diz que não tenho nenhum sentido deorientação! Tenho um sentido de orientação perfeitamente afinado.

Darius levantou o olhar para o céu, para ver se um relâmpago estava aponto de cair sobre sua companheira. Quando nenhum se aproximou, soltou arespiração e mudou o assunto, temendo que se continuassem ela falaria maisembustes como o último. Teriam relâmpagos para toda uma vida.—Para que era o molho púrpura que está sobre as paredes?—Bolo de nozes. Fiz dez deles e todos voaram. – ela o olhou. - Não esteverastreando o forno e nem disse a ninguém que o fizesse, certo?

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—Não me aproximei da cozinha. Foi uma idéia ridícula. Disse que se vocêqueria fazer essas estúpidas coisas, eu olharia a receita e a reproduziria paravocê. —A idéia era cozinhar... Você sabe, como uma humana.—Foi uma idéia estúpida, Tempest. – Ele disse, com persistente paciência—.Agora venha aqui, neste mesmo momento. —Ele estava começando a sesentir um pouco desesperado. Sua companheira parecia ser a única pessoacapaz de lhe fazer sentir assim. Havia vezes, como agora, em que enfrentariaum vampiro em vez de Tempest. Ela estava entre lágrimas e risos e issonunca era boa coisa.

Havia sido uma humana independente quase toda sua vida antes que elea convertesse e ele tinha sido o comandante único, a maior parte da sua. Forasempre o responsável pela segurança de sua família durante muito tempo, asurgências protetoras não podiam ser suprimidas. Na verdade, não teriadesejado suprimir. Tinha um bom sistema de alarme e este estava gritando,agora mesmo. Tentou injetar gentileza em sua voz.—Carinho, seriamente, importa tanto este jantar? Nem sequer vamos comer.—Todas as mulheres levarão um prato. – ela gesticulou através da neve paraa casa. —E acha que Barack e Julian vão guardar silêncio sobre este enormedesastre? Nunca deixarei de ouvir falar disso.

Darius amaldiçoou, baixinho. Teria que tentar algo diferente einesperado, para tomá-la completamente de surpresa e mudar seu humor.Rompeu a correr para ela, recolhendo neve enquanto corria, dando forma aosflocos em pequenos mísseis arredondados. Os olhos de Tempest se abriramenormemente, quando ele disparou sua munição. Mudou ainda correndo esua pequena e compacta figura tomou a forma de um leopardo das neves.Suave pelagem cinza adornada com manchas negras cobriu o corpo compactoe a longa cauda.—Tempest! O que está fazendo! —Darius a chamou bruscamente, antes deseu olhar negro se mover, inspecionando ao redor. Freqüentemente, quandoescaneava, não podia encontrar perigo, mas não podia sacudir do todo ainquietação, a necessidade de manter perto sua companheira. Sua estúpidatentativa de brincar com ela, saíra pela culatra. O humor dela era mercurialultimamente, passando de um extremo a outro, rapidamente.

O leopardo olhou para trás e saiu correndo. As longas patas peludasdeixavam ser fácil correr através da neve e pior ainda, com a forma que havia

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escolhido, poderosas patas a ajudaram a percorrer uma distância de dezmetros ou mais com facilidade.

Ele saltou no ar, já mudando e o leopardo das neves macho, aterrissouno lado mais pronunciado da costa longe das árvores, para seguir atentamenteo rastro da fêmea. Era bem maior e ele utilizou seu tamanho para empurrá-lana direção pela qual queria que fosse.

A fêmea grunhiu, mostrando seus dentes. Dentro do corpo do felino,Darius franziu o cenho. Poderia ter jurado que, apesar de que o leopardomostrava se temperamento, profundamente em seu interior, ela estavachorando.- Tempest, o que houve? Me conte. Certamente esses bolos não eram tãoimportantes, assim. Conte-me o que te deixa tão irritada. - Ele esfregou suapelagem pela dela, enquanto mudava de volta a sua forma humana, sentando-se na neve, sujeitando o leopardo fêmea em seu colo. Os dentes estavam apoucos centímetros de sua garganta, quando a olhou nos olhos, distinguindoalém do felino, sua companheira. - Você é minha vida. Tempest. Sabe quenão suporto ver você assim. Isto não pode ir além de minha capacidade paraarrumar. .

O felino mudou entre seus braços. A quente pelagem deu passo a suavepele deslizando sobre a dele e os cabelos sedosos caíram sobre seu rosto.Tempest lhe rodeou o pescoço com seus braços esbeltos.—Não sei, Darius. Não sei o que está errado, mas quero chorar todo o tempo.

Ele sentiu um pequeno estremecimento descer por sua espinha e aabraçou mais forte, regulando automaticamente a temperatura de seus corpos,para que não sentissem o frio. Seus dedos se fecharam entre o cabelovermelho.—Desde quando acontece isto e por que eu não soube?—Porque é uma estupidez, Darius. Nada está errado. —Ela esfregou o rostocontra o peito dele, como um felino, como se restos do animal ainda seaferrassem à mulher. - Não estou acostumada a estar com pessoas, entãotalvez só esteja nervosa.

Darius tocou o rosto dela e notou as lágrimas. Seu coração se espremeuno peito. Respirou fundo.—Vou dar uma olhada, Tempest. Não sabemos o que a conversão pode terfeito a seu corpo. Talvez esteja doente.

Ela escondeu o rosto em seu pescoço.

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—Possivelmente, sim. Não me sinto muito bem.Ele franziu o cenho e afastou o cabelo dela do rosto.

—Não quero que tome nada esta noite. Acredito que isto é por este jantar.Depois de todo este tempo, ainda te incomoda?—Não quando estou contigo. – Ela admitiu. – Só estou cansada, isso é tudo.Cansada e deslocada, acredito.—Não deveria ter tentado me ocultar isto. – Ele reclamou. —Não quero que se preocupe por mim, como está fazendo agora. Todo estetempo você esteve olhando ao redor, procurando na terra, nos céus e nasárvores, como se esperasse problemas. Já tem preocupações demais seocupando da segurança.—Algo que a preocupe é sempre minha primeira prioridade, Tempest. -Seique para você se ajustar a nossa forma de vida foi duro.

Ela sacudiu a cabeça.—Foi minha escolha, Darius. Queria estar com você. Escolhi a você e suaforma de vida, por mim mesma. Você teria escolhido outra coisa para mim,para nós. Gosto dos outros, Desari e Julian, Dayan e Corrine e Barack eSyndil. Estou me acostumando ver e tê-los por perto, mas isto. — Ela ondeoua mão para abranger as montanhas cobertas de neve e o bosque onde todas ascasas ficavam ocultas de olhos curiosos. - Isto ultrapassa.

Darius lhe acariciou o rosto, com a ponta do polegar.—Não temos que participar, pequena. Podemos nos afastar disto, ir paralonge e ficar juntos. Eu acreditava que queria vir.—Eu queria... - seu lábio inferior tremeu e seus olhos se encheram delágrimas. - Acreditava que queria.

Ele inclinou a cabeça para capturar seus lábios.—Não chore, Tempest. Preferiria sentir o calor de seu gênio. Suas lágrimasme rompem o coração.

Ela tentou uma suave risada em meio a seu beijo.—As lágrimas são normais.—Não em você. É mais provável que me atire uma bola de neve muito dura eme lance insultos, que chorar. Não é de você.

Ela beijou-a novamente e Tempest pôde saborear sua desesperadanecessidade de consolá-la. Envergonhava-se de não poder deixar de desejarchorar e isso não era próprio dela. Queria esconder-se num buraco e jogarterra sobre sua cabeça. Queria se segurar em Darius, outro traço impróprio

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dela. Ele simplesmente a abraçou, balançando-a gentilmente como se elafosse uma menina e quando levantou o olhar para seu rosto, os olhos negrosse moviam inquietos e incessantes, em sua vigília, em busca do perigo a seuredor.—Isto tudo é tão lindo, Darius. Não parece possível que estejamos em perigo.Gostaria que você pudesse relaxar e simplesmente desfrutar da vida, mesmose for somente por um dia ou dois enquanto estamos aqui.

Darius tocou uma lágrima errante com a ponta do dedo e a levou aoslábios. Tempest achou o gesto curiosamente sexy. Seu ventre deu umacuriosa contração, uma sensação a qual já estava se acostumando.Secretamente achava Darius o homem mais sexy e mais atraente do mundo,mas não ia deixar que ele soubesse. Não com seu jeito mandão. —Estou tranquilo. Estar vigilante não significa não poder relaxar. Quero teexaminar, Tempest. Não porque acho que algo está errado, mas para quenenhum dos dois se preocupe.

Um lento sorriso substituiu às lágrimas.—Quer dizer que você está preocupado. Adiante então. Eu não gosto que sepreocupe por minha culpa. —Ele era o ser mais protetor que já conheceu emtoda sua vida. Darius apenas suportava que ela se separasse de sua vista. Setivesse algum tipo de estranha enfermidade, nunca teria um momento semDarius a seu lado. Mesmo quando a banda tocava e ele estava trabalhando nasegurança, mantinha-a sempre a seu lado. Se precisava aliviar sua menteexaminando-a, por ela estava bem.

Darius não perdeu o tempo, seu corpo simplesmente se separou de seuespírito, de forma que se moveu em completa liberdade, numa ardente luz depura energia. Entrando nela facilmente, Darius demorou comprovando seusangue, seu coração e seus pulmões, antes de se mover para baixo. Pelaprimeira vez em sua vida perdeu a concentração e se encontrou de volta emseu próprio corpo, suando e com o coração palpitando. Olhou-a, com pâniconos olhos.—O que é?O que está errado?

O coração lhe troava nos ouvidos. Ela parecia tão ansiosa, seus olhosestavam enormes, mas haviam neles tanta confiança que isso o tranqüilizoucomo nada mais podia fazer.

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—Nada está errado. De fato tudo está bem. – Ele se roubou outro fôlegoprofundo e tranqüilizador, segurando suas mãos, sujeitando-a firmementecontra seu peito. - O que sabe sobre bebês?—Bebês? —Tempest se retirou, sacudindo a cabeça em negativa, inflexível. -Absolutamente nada e assim vai continuar. Nunca sequer peguei um bebê.Darius, não tive exatamente pais que me ensinassem o que fazer, assim sesentir um desejo repentino de ter filhos vai ter que pensar em encontrar outracompanheira. É claro, que eu começaria imediatamente a te arrancar partesdo corpo. Mas que demônios! Não o o queria para outra mulher, não é?—Nossas mulheres sempre sabem quando podem ficar grávidas...

Às sobrancelhas dela se elevaram.—Como?

Ele encolheu os ombros, com aspecto confuso.—Não sei. Acho que o comprovam. Deveria ter sido consciente de seu cicloreprodutor.—Ciclo reprodutor? —Havia horror no tom de Tempest. - Eu não tenho umciclo reprodutor. Isso é simplesmente asqueroso. Os Cárpatos não praticamcontrole de natalidade? Achei que você podia controlar isso. Controla todo oresto.—Se prestarmos atenção.—Bem, pois começe a prestar atenção. Se pode controlar o tempo e chamar orelâmpago, indubitavelmente pode evitar que tenhamos bebês. Eu soumecânica. Arrumo as coisas. Cada vez que Corrine vem com seu bebê, eusaio pela porta traseira ou não notou ainda?

Darius parou para respirar novamente, o ar frio. Reafirmou seu abraçosobre o Tempest.—Vivi durante séculos e em todo esse tempo nunca pensei uma só vez emnascimentos ou bebês. Uma vez que te encontrei, em tudo no qual podiapensar era no milagre que era para mim, não em comprovar ciclos.

Foi a vez de Tempest encolher os ombros.—Eu tampouco pensei nisso. Então agora seremos cuidadosos.—É um pouco tarde para tomar cuidado.

O silêncio foi total e rápido. Tempest se afastou ligeiramente para trás,para olhar os olhos escuros.—O que está dizendo?—Que você está grávida de nosso filho. – Anunciou, Darius.

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Ela o empurrou com força, saindo de seu colo, para se afastarcambaleando, lutando para ficar em pé. Depois, colocou as mãos nos quadris,olhando-o furiosa.—Concordo. Isto não tem graça. Nada de bebês, Darius. E não estou dehumor para que brinque sobre isso. – Ela apontou um dedo trêmulo para ele. -Nunca, nenhuma só vez, disse que queria filhos.—Tempest, nunca me ocorreria brincar sobre algo tão importante. Vocêcarreha nosso filho. Eu o vi em seu corpo, aconchegado, são e salvo,crescendo dia a dia. Deveria ter sido consciente instantaneamente, mas estivemais preocupado por nossa segurança e não considerei que algo semelhantepudesse acontecer.

Ela retrocedeu, parecendo aterrada.—Não posso ter um bebê, Darius. Seriamente. Não posso ser mãe. Sou umdesastre. —Tempest sacudiu a cabeça. – Você está errado. Tem que estarequivocado, isso é tudo.

Darius se sentou na neve avaliando-a com uma sobrancelha arqueada.—Raramente cometo enganos Tempest, e certamente não desta magnitude.Surpreende-me não ter notado nunca o batimento de seu coração. É muitoforte. Obviamente tenho que estar mais vigilante no que concerne a você. —Isso é tudo o que tem a me dizer? Darius! Acha que as mulheres dosCárpatos não ficam grávidas tão facilmente. Eu seria Cárpato depois deatravessar a conversão.—Pequena... —Sua voz era baixa, uma tranqüilizadora carícia aveludada. - Éobvio que você está grávida. Isso explica tudo.—Tudo?—Seu humor alterado, as lágrimas, o temperamento.Ouvi dizer que é fácilque aconteçam acidentes como o da cozinha.—Oh! Darius, é verdade? —Ela apertou os dentes. – Mas vai haver outroacidente aqui, agora mesmo, Darius. Eu não tenho mudanças de humor.Quanto ao temperamento, você é mandão demais e isso torna fácil umapessoa perder o juízo. —Comprove você mesma.

Seu tom tranqüilo e firme a fez rilhar os dentes. Somente por uma vezgostaria que ele estivesse errado e este era o momento perfeito para tanto.Precisava que ele estivesse equivocado. Certamente saberia se fosse ter um

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bebê, não? E ele teria sabido. Sempre sabia de tudo. Tempest respirou fundoe abandonou o mundo físico a seu redor.

Lá estava. Um diminuto coração pulsando, pouco mais que isso, masdefinitivamente uma nova vida. Tempest observou com total assombro etemor reverencial. Esta diminuta criatura vivia dentro dela. Era uma partedela e uma parte de Darius.—Como não soube?

Era apenas consciente de que Darius estava a seu lado, envolvendo osbraços a seu redor e sujeitando-a.—Eu deveria ter sabido. - Disse ele, gentilmente. - Era minharesponsabilidade cuidar de sua saúde, sempre. Estava muito ocupado mepreocupando com nossos inimigos, não me ocorreu pensar em concepção,mas deveria ter feito.

Tempest se apoiou nele, murmurando em voz alta, mais para si mesmaque para ele.—O que vamos fazer? Não tenho idéia de como cuidar de um bebê? —Olhou-o, temendo ser feliz, temendo amor e a alegria que já estavamcrescendo dentro dela. – Você me conhece, Darius. Além de você, nunca mesentido apegada a ninguém.—Isso não é completamente certo. Está apegada aos outros membros dabanda. Posso sentir seu afeto por eles.—Não é o mesmo que ter um filho. Poderia deixá-lo cair. E não tenho nemidéia de como ser uma Cárpato e menos uma mãe Cárpato. Isto é tãoarrepiante. O que vamos fazer? —Ela segurou a mão dele, sentindodesesperada.—Acho que vamos ter um bebê. – Ele encheu seu rosto de pequenos beijos. -Podemos fazer alguma coisa juntos, Tempest. Até que o bebê esteja conosco,podemos nos acostumar à idéia.—Você não está assustado? Nem um pouquinho, Darius?—Mantive viva Desari e Syndil. Cuidaremos bem dele.—Poucas coisas oassuatavam. A possibilidade de perder Tempest era a única coisa que podiapensar assim de improviso, que conseguiria. Nunca tinha pedido nenhuma sócoisa em sua longa e difícil vida, até que ela chegou. Com seu brilho, era ummilagre para ele. Estava tão viva, com seu humor mercurial. Seu riso, comfreqüência contagioso. Não havia existência sem ela e não a perderia, nempor um inimigo, nem por acidentes e certamente não no parto.

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Ela estava tremendo.—Acreditava que a conversão acabaria com tudo isso. Quero dizer, já nãotenho a regra, então simplesmente deixei de pensar nisso. E parecia queninguém nunca ficava incomodado. Corrine estava grávida antes de seconverter na companheira de Dayan. E não há alguma espécie de carênciapara os novatos?—Parece que não.—Você sequer está nervoso ou irritado. – Ela acusou. - Você é o homem. Ohomem sempre se irrita quando a mulher fica grávida. É virtualmente umatradição.

O rosto dele sempre parecia esculpida em pedra, uma face rudementesensual e sem expressão, com olhos que eram frios e duros e continham apromessa de morte, até que a olhavam. Tempest adorava o lento sorriso queocasionalmente curvava seus lábios e iluminava seus olhos. Especialmenteadorava a forma em que o via agora, com amor esquentando o frio ebanhando a de ternura.

Seus pulmões encontraram o ritmo dos dele. Seu coração pulsou emperfeita harmonia com o dele.—Não tem medo mesmo, Darius?

Ele sacudiu a cabeça.—Será algo bom. Nosso filho crescerá com a filha de Dayan. Nunca estarãosozinhos. É importante, especialmente se for um homem, assim há alguémcom quem pode contar, com quem tem um forte vínculo. Com o passar dosanos, algumas vezes só lembrança da amizade nos faz manter nossa honraquando estamos sem uma companheira.—Não diga a ninguém que tenho tanto medo. Tem que haver livros sobrematernidade. Simplesmente me sentarei devorarei-os, todos.

Ele levou suas mãos à boca e pressionou beijos ao longo de seus dedos.—Está tremendo. Deveríamos voltar para a casa.—Quer dizer antes que alguém note o enorme buraco na parede? — Tempestconseguiu formar um sorriso, separou dele e saiu correndo confiante,caminhando de volta em direção à casa, com os ombros retos, a cabeça noalto, decidida a compensar todos os seus defeitos. Se Darius podia direcionarcomo ter um bebê, então ela também. É claro que não ia tocar nele até quetivesse ao menos três anos de idade. Mordiscou nervosamente o lábio inferiore voltou o olhar para Darius. Ele estava em pé, sacudindo a cabeça.

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—O que? Já está lendo meus pensamentos novamente? Disse a você que nãofizesse isso nunca. Já é bastante ruim ter que seguir o fio de meuspensamentos. E é absolutamente justo que você dirija o bebê até que eletenha três anos, depois eu me ocuparei dele.—Seriamente? —Ele segurou-lhe a parte de atrás da caçadora e a fez sevoltar. - A casa está na direção oposta. Esse caminho conduz ao fundo dobosque.—Eu já sabia. Só estava assegurando de que você estava a par das coisas. —Sorriu-lhe abertamente. - A neve é um pouco desconcertante.

Darius segurou sua mão e a conduziu na direção correta.—Notei que você disse, "ele". Acha que teremos um menino?—Se formos seguir com isto Darius, tem que ser um menino.Definitivamente eu não saberia o que fazer com uma garota. E a pobrezinhaseria uma prisioneira. Nunca a deixaria afastar de sua vista e assustariaqualquer jovem que se aproximasse dela.

Ele grunhiu e Tempest estalou em gargalhadas.—Vê? Só a idéia já o irrita.—Eu nunca me irrito. É uma completa perda de energia.

Tempest se colocou diante dele, detendo-se tão bruscamente que seucorpo se chocou com o dela. Uma braço rodeou seu pescoço e ela pressionouseus seios contra o peito dele e elevou os lábios. Seu cabelo longo seespalhou sobre o braço dele, quando instantaneamente respondeu, fechandoos dedos ao redor de sua nuca para firmá-la, aprofundando o beijo até quepensou que poderiam derreter toda a neve ao redor. Tempest se afastou, comos olhos faiscando para ele.—Irrita-o.

O coração do Darius batia com força no peito. Uma sensação quesomente Tempest parecia provocar.—Perto de você, possivelmente.

Desta vez ela o esperou, tomando sua mão novamente, para quepudessem voltar a passear pela neve que caía, para a casa.—Alguém se aproxima. - Anunciou Darius quando emergiam das árvorespara a clareira onde estava a casa. Ele inalou profundamente. - É o príncipe.Fique atrás de mim, Tempest.

Tempest ergueu os olhos para o alto, ante o que considerava umamparo desnecessário. Deslizou a mão no bolso traseiro de Darius. - Eu

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acreditava que o príncipe era o líder dos Cárpatos. Acha que devemos temê-lo

O grunhido de advertência de Darius se fundiu com seu riso. Voltou oolhar para ela. - Não o conheço como outros e prefiro assegurar suasegurança. - Virou para saudar o príncipe, que parecia estar inspecionando aparede danificada da casa.—Mikhail, estava a ponto de arrumar a casa.

O príncipe arqueou uma sobrancelha negra.—Deveria perguntar o que aconteceu? —Melhor não. - Aconselhou Darius. - Algumas coisas é melhor que fiquemcomo mistérios. Me dê um minuto para reparar o dano e poderemos entrar,deixando a intempérie.—O buraco parece maior do que me lembrava. - Tempest apareceu ao redorde Darius para franzir o cenho para a ruína enegrecida da cozinha. - Acreditoque alguém esteve aqui aumentando os destroços. Não tinha este aspectoquando o deixamos. – Ela deu uma tentativa de sorriso para o príncipe. - Acasa é realmente agradável. Obrigado por nos emprestá-la.

Mikhail se virou para evitar que o casal visse o riso em seus olhos. Aidéia de Raven de fazer com que os Cárpatos cozinhassem o jantar para osconvidados da estalagem estava se tornando mais divertida do que haviaesperado.—Raven e eu estamos mais do que felizes de lhes emprestar uma de nossascasas. Espero que possam ficar para uma longa temporada e possivelmentever este lugar como seu lar, quando não estiverem viajando.—Obrigado. - Disse Darius cortesmente, sem se comprometer a nada.

Com as mãos nos quadris, Mikhail olhou fixamente o buraco aberto naparede de uma de suas moradas mais adoradas. - Sempre desejei umapequena abertura aqui. Acredito que a casa é muito quadrada e precisava deum lugar para uma conversa mais íntima.

Darius assentiu.—Acredito que tem razão e é muito fácil de fazer. É isto o que tinha emmente? — Ele ondeou as mãos e os lados da casa mudaram para uma série decurvas.

Mikhail estudou a estrutura e assentiu.

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—Algo assim. Mais nesta linha. —Ele aumentou as curvas, tornando-as maisserpentinas, fazendo com que a casa parecesse uma serpente gigante. - O quete parece?

Tempest sacudiu a cabeça enquanto os dois homens remodelavam acozinha. Estava parecendo mais uma competição que uma reparação.Suspirou e esfregou a mão sobre o ventre. A idéia de ter um filho nunca lhetinha ocorrido. Após ter passado pela conversão e de que suas funçõesbiológicas normais tivessem cessado, simplesmente não dedicou nem umpensamento ao controle de natalidade. Tinha sido um engano estúpido e umque não podia retirar.

Darius parecia de acordo com a idéia, talvez atpe feliz, mas a ele nadasurpreendia. Era um homem perigoso e letal, absolutamente crédulo em suashabilidades e a confiança era nascida da experiência. Ela vivera fugindo amaior parte de sua vida. Não tinha família e não sabia nada de crianças.- Nos sairemos muito bem. - Darius roçou sua mente com as palavras, comodedos acariciantes. Sua voz era tão suave e cálida que o sentiu dentro dela.- Não se continuarem mudando a casa. Está me enjoando. Isso para nãomencionar que é feio. Deixe de competir e entre. Jesus! Parecem doiscolegiais.

Darius pigarreou.—Tempest gostaria de entrar. Esta forma em particular não ficou boa, maspodemos viver com ela pelo breve tempo que passaremos aqui, se for isso oque deseja.

Mikhail começou a rir.—Está bem. Raven acreditaria que perdi a cabeça. Não pude resistir.

Darius pegou a mão de Tempest e seu polegar deixou uma sutil caríciasobre a face interna, enquanto entravam na casa.—Espero que não esteja aqui para comprovar como progride o ato decozinhar. Não estamos de todo preparados para a celebração de esta noite.—Não tenho interesse pela cozinha, embora acredite que os outros não estãomuito melhor que vocês dois. Vim somente para saber sua opinião sobrealgumas coisas.

Darius dirigiu Mikhail para a cadeira mais confortável.—O que posso fazer por você?—Bem, antes que entremos em questões mais sérias, acredito que poderiagostar de saber que Raven decretou que alguém deve fazer Santa Claus.

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Darius se esticou, mas sua face permaneceu inexpressiva.—O velhinho jovial de traje vermelho.—Exatamente. Posso ver que sua reação se parece muito à minha.Felizmente, tenho um genro e sinto que é seu dever se ocupar desta.... —eleparou, procurando a palavra correta.

Algo bem próximo à diversão titilou nas profundezas dos olhos deDarius.—Honorável tarefa. – Ele acrescentou.

Mikhail assentiu.—Eu não poderia ter encontrado uma descrição melhor.—Estarei mais do que feliz de te acompanhar quando for falar com meuirmão mais velho, que vai lhe outorgar tal privilégio.—Embora pareça mentira, alguns dos outros querem estar lá também.Tempest olhou de uma fisionomia solene, à outra.— Os dois estão loucos? Esse homem assustaria até mesmo o diabo.—Isso é o que dizem sobre mim.—Bom, você também poderia. - Assinalou Tempest. - Mas ele... E você nãovai fazer Santa Claus para um monte de crianças.—E sinceramente agradeço. - Disse Darius. A diversão desapareceu de seusolhos quando continuou estudando o rosto de Mikhail. – Você estápreocupado e não é porque meu irmão fará Santa Claus. O está acontecendo?—Estou inquieto pela reunião de nossas mulheres, no mesmo lugar. Emboraacredite que é boa idéia para todos nos reunir, me ocorreu que nossosinimigos saberão que não precisaria de muito esforço paravarrer a nossaespécie.

Darius assentiu.—Há bem poucas mulheres e crianças. Desfazer-se delas, os homens nãoterão mais esperança. Muito em breve o caos reinaria e muitos escolheriamviver como o não—morto. Á morte.

Mikhail assentiu.—É o que temo. Tivemos um incidente há pucos minutos nos bosques. Umasutil influencia que nenhum de nós sentiu imediatamente. Skyler tentouseguir o caminho de volta para o remetente, mas notaram que ela ia atrásdeles e suspenderam . Mas agora eles têm um caminho direto até ela.

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—E as outras mulheres? — Darius já estava comprovando e advertindoDesari e Julian, Dayan e Corrine e por último, Barack e Syndil. Cada umrespondeu com um rápido toque que lhe assegurou que não havia ameaçasobre eles nesse momento e que entendiam que teriam que serem maiscuidadosos e estar alerta.—Não houve outros incidentes e enviei homens para averiguarem àestalagem, para espantar nossos inimigos, mas devemos estar vigilantes emanter nossas mulheres e crianças por perto e protegidos.- Como se todos não o fizessem já? Genial, está se dando mais munição paraque fique mandão.

Darius a ignorou.—A menina... Skyler. Ela está a salvo? Gabriel e Lucian são meus irmãos desangue. Skyler é parente consangüínea.—Todos nós nos ocuparemos de sua segurança. Provavelmente não selembre de Dimitri. Ele era muito mais velho que você, mas voltou da Rússiae é o companheiro de Skyler. É uma complicação que não esperávamos.—Gabriel se mostra protetor com ela.- Sim, e muito. Como deveria ser. Ela é de valor incalculável para nós. -Mikhail se inclinou para ele. – Soube que esteve conversando com Gregori,Francesca e Shea sobre como manteve vivos as outras crianças após omassacre. Eram somente bebês. Você apenas estava com seis anos.—Infelizmente, não me lembro muito. Foi faz séculos. Estávamos em outrocontinente, num mundo que não nos era familiar. Não recordava muito deminha terra natal além da guerra e a massacre. Inadvertidamente inspirei ummedo nos outros, sobre estas montanhas e evitamos completamente a região.

Mikhail assentiu.—É compreensível, mas possivelmente não compreende o milagre queconseguiu. As maiores mentes, nossos curadores de mais talento, não sãocapazes de fazer o que você fez. Para que nossa espécie sobreviva, devemosencontrar as respostas do por que nossas mulheres sofrem abortos. Por quetantas de nossos crianças morrem em seu primeiro ano de vida. E por quetemos uma percentagem tão alta de nascimentos de homens, sobre mulheres.

Tempest ofegou e ficou completamente pálida.—Darius? —Ela emoldurou-lhe o rosto com as mãos, obrigando-o aencontrar seu olhar aterrado. - É certo isso? Sabia disto?—Sim. - Os companheiros não mentiam uns aos outros.

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—Abortos? Crianças mortas no primeiro ano de vida? — Ela negava-se aafastar o olhar dele, negando lhe permitir afastar o olhar do dela. - Sabia todoo tempo?—Nossa raça morre. - Disse Darius. - Temos poucas mulheres e menoscrianças.—Mas você disse... — Tempest se interrompeu, deixando cair as mãos comose tocar sua pele, a escaldasse. - Deveria ter me dito isso imediatamente.—Que bem teria feito? A decisão se tomou por nós. Nosso filho crescedentro de seu corpo. Já havíamos gerado uma vida. Não há alternativa paramim exceto assegurar que criança sobreviva. Nego-me a considerar outrapossibilidade. —Sua voz era surda, sua face esculpida em pedra. Seus olhosnegros não abandonaram os dela.—Deveria ter me dito. – Ela repetiu.—Várias de nossas mulheres deram a luz com êxito. —Disse Mikhail,ficando em pé. - Sempre há esperança. Especialmente agora. Terei quediscutir isto mais a fundo contigo, Darius. – Ele acrescentou.

Darius continuava sustentando o olhar ddeo Tempest.—Sim, claro. Estou a sua disposição. —Ele esperou até que o príncipe saísseantes de passar a mão pela massa de brilhante cabelo vermelho.—Não perderemos nosso filho.—Porque você decreta?—Se isso fizer a diferença. Minha vontade é inquebrável. Não perdi Desari,nem Syndil ou a Barack e Dayan. Eles vivem porque eu decretei, porque luteipor suas vidas e usei cada átomo de vontade e habilidade que possuía paraassegurar sua sobrevivência. Acha que faria menos por meu próprio filho?Por nosso filho?—Por isso todos têm tanta confiança em você. Por isso esperam tanto devocê. Sem você, todos teriam morrido.

Era a pura verdade. Estava somente com seis anos, mas seja o sangueDaratrazanoff já era forte nele e sua vontade cresceu até que se negou aadmitir a derrota em sua mente, sem se importar com as probabilidades.—Achei que queria ter um bebê, Darius. Agora, quando acredito que poderiaperdê-lo, sei que o desejo desesperadamente. Shea deve estar muitoassustada. Está perto de dar a luz. Se eu fosse ela, não queria deixar que obebê abandonasse a segurança de meu corpo.—Ela tem Jacques para lhes manter a salvo, Tempest. Você me tem .

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Tempest deslizou sobre seu regaço, apoiando a cabeça contra seu peito.—Então não vou me preocupar.

Ele a beijou gentilmente, amorosamente.—Acreditarei nisso quando ver.—Por isso, você pode assar você os bolos.—Bolos?—As coisas púrpuras e pegajosas. Você disse que qualquer coisa por mim epreciso que você assem esses bolos.—Crie que não posso fazer isso. —Acredito que será divertido vê-lo tentar. – ela se inclinou para outro beijo,a gargalhada começava a emanar, borbulhante.

CAPÍTULO VII

Com a forma de uma coruja, ele circundou a casa que estavamocupando. Não parecia haver perturbação, mas sentia o coração na garganta.Pressentia que algo não estava bem. Estendeu por seu privado e muito íntimovínculo telepático, mas ela não respondeu. Sentia sua presença, sentia suaconcentração, sua absoluta concentração em algum outro lugar. Um bomsinal já que Syndil teria estado difundindo onda de medo se tivesse estadoassustada.

Baixou com rapidez, mudando de forma e quase beteu no alpendre, napressa, precisando vê-la. Ela era ainda emocionalmente muito frágil e suarelação era muito dificil às vezes. Ela possuía a tendência de se retrair,inclusive dele. Do brutal ataque de Savon, um membro de confiança dafamília que se convertera em vampiro, ela tinha problemas com a confiança eespecialmente com a intimidade.—Syndyl! —Chamou-a, atravessando a passos rápidos, a pequena cabana.

Não houve resposta, somente o som de seu próprio coração lhetrovejando nos ouvidos. Inalou agudamente, cheirando os dois leopardos. Seimobilizou, lutando para se tranqüilizar. Inalou novamente. Sangue. E não eraqualquer sangue, mas o sangue do Syndil.

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Abriu abruptamente a porta do quarto, para encontrar os dois grandesfelinos, Sasha e Forest, sobre a cama. Ambos elevaram as cabeças e lhedirigiram uma longa e lenta avaliação. Sasha despiu seus dentes enquantoForest grunhia abertamente. O coração de Barack saltou. Os leopardossempre viajavam com a banda e nunca se mostravam agressivos para nenhummembro da mesma, nem quando estavam de mau humor.

Devolveu-lhes o grunhido, fechando a porta e virando, correndo devolta para a noite. Inalou outra vez e encontrou a fragrância dela, a direçãoque havia tomado. Imediatamente mudou à carreira tomando o ar, mais velozainda e com o coração palpitando de medo. Seguiu a fragrância através dobosque até que chegou a uma clareira de terra queimada. As árvores estavaminclinadas e retorcidos, as folhas enrugadas e em certos lugares a terra estavamarcada por queimaduras de ácido da mais malvada criatura, o não-morto.Captou a visão dela e o ar se imobilizou em seus pulmões.

Barack observou à mulher ajoelhada sobre a terra enegrecida, com osbraços totalmente abertos e as palmas das mãos revoando sobre a terra. Aneve caía suavemente sobre ela, cobrindo seu cabelo e roupa fazendo comque ela parecesse faiscar. De seu ângulo de visão, podia ver a concentraçãoem sua face, seus olhos fechados, as longas pálpebras que formavam duasespessas meia lua. Ela parecia serena, toda sua energia estava concentrada natarefa. Parecia formosa, um pouco mágica, seu cabelo negro brilhava sob acapa de neve, com flocos sobre suas longas pálpebras e seuspecaminosamente perfeitos lábios que sussurrava uma canção de esperança eânimo, à terra erma.

Ficou em pé, com o coração palpitando no peito, o terror de nãoencontrá-la a salvo em sua casa se amainava, enquanto amor o assaltava atéencher cada parte de seu coração e sua alma, que já não houve espaço paranenhuma outra emoção. Syndil. Sua companheira. É claro que ela estariacurando à terra. A ouvira gemer de dor, sentira o mal que se estendialentamente através, envenenando e queimando todo ser vivente.

Ela era a mulher mais formosa que já tinha visto, que nunca poderiaimaginar. Sob suas mãos, a vegetação verde surgiu atravessando a neve.Pequenos arbustos e árvores abriram passo para a superfície, enquanto elacantava suavemente, persuadindo-os a crescessem. Desari, com sua voz purae incrível, proporcionava paz às pessoas. Somente com sua voz podiaenvolver uma audiência em lençóis acetinados e luz de velas e os fazia

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recordar velhos amores e esperanças perdidas. A voz de Syndil tambémpossuía grande poder, mas a dela estava unida à terra. As terras marcadas edanificadas a chamavam. Ela nunca poderia ignorar suas chamadas. Poucospodiam ouvir os gritos e prantos como ela e menos ainda, podiam curar seusferimentos e lesões que jaziam sobre a terra.

Syndil o surpreendia com seu poder. Observou como ela se movia àesquerda, depois à direita, subindo a costa, tocando uma árvore gravementeprejudicada, incitando um novo broto, purgando os horrendos resultados queo não-morto tinha deixado na terra. Ficou em pé e se virou para o pequenoriacho onde a água já não corria, mas o leito estava ao máximo de suacapacidade. Escuras manchas marrons cobriam a superfície da água eestendiam tentáculos de uma bola de gelatina descolorida que alterava acomposição da água. Milhares de diminutos parasitas volteavam pelo globo emuitos usavam os tentáculos como diminutas artérias e veias, movendo-se deonde o resto estava congelado numa grande massa.

Elevando as mãos, Syndil começou a cantar, ignorando a presença deBarack, com toda concentração na terra danificada. Ele sempre sabia em quemomento ela estava perto, mas ela não tinha a mais ligeira idéia de que seucompanheiro estava nas cercanias. Isso deveria ter lhe incomodado, mas elenão podia evitar a onda de orgulho por ela. Quando ela se comprometia acurar a terra, estava total e inquestionavelmente concentrada e comfreqüência gastando bem mais energia da qual podia se permitir. Igual a umcurador de pessoas que ficava drenado e cambaleando de cansaço, Syndiltambém se sentia assim quando curava a terra.

Sua voz se encheu de poder e os parasitas se retorceram de dor. Amassa gelatinosa se sacudiu assustadoramente. Barack se moveu a umamelhor posição, para defender sua companheira. O ar estava saturado e ocheiro era tão nocivo apesar da neve que caía, que o horrendo odor quase oasfixiou. Barack se aproximou mais para olhar a massa congelada. Ascriaturas pareciam quase vermes, mas bem menores. O mau cheiro do maupermeaba a região inteira.

Olhou ao redor, escaneando a área com cada um de seus sentidos,procurando sinais de um inimigo. Eram estas as seqüelas dos vampiros quehaviam morrido durante a tentativa de assassinado do príncipe? Ou era outraameaça, bem mais recente? Aproximou-se de Syndil, estirando a mão paraela, mas quando sua voz encheu a noite com sua força, os pequenos parasitas

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começaram a explodir, como pipocas de milho, sendo expelidos da bola degelatina num esforço de se afastar dessa voz. Imediatamente ao se exporemao ar, explodiam.

A mão de Barack caiu para o lado. Olhou para as árvores, retorcidas,inclinadas e enegrecidas e para a seiva que fluía das numerosas lesões,congelada pelo mesmo gel marrom. Os parasitas explodiram em meia dúziade árvores para cair sem vida no chão. Barack ondeou a mão para o céu.Imediatamente o vento se levantou e o ar mudou, rangendo e chispando. Olátego de um relâmpago lambeu a capa de cadáveres sobre a neve,convertendo-os instantaneamente em cinzas negras. Com um uivo de fúria, ovento pulverizou os restos em todas as direções, enquanto a neve caía ecobria uma vez mais a terra com uma antiga manta branca.

Pela primeira vez, Syndil virou a cabeça, seus grandes olhos escuroseram quase líquidos. O fantasma de um sorriso curvou sua boca, atraindo aatenção para a formosa forma de seus lábios e fazendo com que suas víscerasse contraíssem e se fechasse tão duramente sobre ele, que lhe fez mal. Emtodos os anos que havia passado com ela, nenhuma só vez notara que elaincitava sua necessidade de sexo. Nenhuma só vez a tinha cuidado comonada mais que uma irmã de leite, embora todo esse tempo ela tinha mantidosuas emoções a salvo. Não era surpreendente que nenhuma só vez ouvesseficado satisfeito com outra mulher. Tornara-se ridículo com o passar dosséculos. Uma terrível necessidade o arranhava até que pensou que ficarialouco se não tocasse a pele de uma mulher, se não enterrava seu corpoprofundamente numa delas. Houveram muitas e todas dispostas, mas eleestava preso numa espécie de tortura enlouquecida. Precisava delas, masnenhuma podia saciar seus desejos.

Às vezes, Syndil ainda sentia que a tinha traído, mas entendia o círculointerminável no qual estivera preso. Fitá-la, inalar sua fragrância, roçar seucabelo ou um dedo convertia seu corpo numa dor pura que somente elapoderia aliviar. Estivera tão duro durante tantos anos que não podia contá-lose fitá-la somente fazia com que voltasse a acontecer novamente. Agora eradele e uma mulher amável e sexy que não merecia, mas que de algum modoconseguia lhe amar, de todos os modos.—No que está pensando, Barack? Parece triste.

Não mentia a sua companheira. Em qualquer caso, ela somente tinhaque tocar sua mente para saber. – Eu me lembrava do momento preciso em

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que compreendi que era você que excitava meu corpo até semelhante estadode dor. Você estava de pé junto a um riacho, escovando o cabelo. Eu oachava mais fascinante a cada passada da escova e desejei poder sentir seucabelo contra minha pele nua. Quis soltá-lo, eu mesmo e soube que tinhaque ser você a mulher que tanto desejava. Você a mulher que tinhaprocurado entre tantas.—Faz quanto tempo ?—Estávamos na França.—Isso foi a cinqüenta anos.

Ele assentiu.—Acreditei que o que sentia era errado. Crescemos juntos, como umafamília. Parecia... De mau gosto. Temi estar corrompido de alguma forma.Observava-a depois disso e cada movimento me parecia sensual e sedutor. Eodiava que os homens a observassem, que se aproximassem de você. —Mas ainda assim esteve com outras mulheres.

Ele sacudiu a cabeça.—Mantinha a ilusão, mas na verdade já havia tido noites de insatisfação,suficientes. Do que serviam? As outras mulheres já não me atraíam.Averigüei o que estava acontecendo.— Eu o vi. - Havia dor em sua voz, e isso o fez sobressaltar.—Meu viu flertar e ir embora logo. Tomava sangue e as deixava com falsaslembranças. As noites eram um tortura, Syndil. Algumas vezes acreditavaque estava no inferno. —Ele estendeu a mão para ela. - Possuia um terrívelsegredo e nunca ia poder compartilhá-lo com ninguém. Cobiçava-a a talponto que não podia deixar que se aproximasse de mim. Sempre temia quealguém descobrisse o que sentia por você. Naquela época teria dado tudopara que fosse somente luxúria, fácil de satisfazer. Era muito mais... É muitomais.—Por que não me disse isso?—Um homem dos Cárpatos sempre deveria controlar a si mesmo.Esgrimimos muito poder para controlar tudo, exceto nossos cérebros. Nãopodia controlar meu corpo nem meus pensamentos quando estava perto devocê, Syndil. Você inclina a cabeça ligeiramente quando está pensando separticipa ou não em uma conversa. Segura o lóbulo da orelha esquerdaquando está preocupada. Tem o sorriso mais lindo que já vi. Sei que é muitofrágil mas ao mesmo tempo, incrivelmente forte. — Um lento sorriso mudou

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seu semblante preocupado.— Sempre vou atrás de você no palco, quandoestou sozinho e posso sentir o balanço de seus quadris e o toque de seucabelo.—Nunca me tinha contado isto.

Ele se esfregou o queixo.—É um pouco humilhante admitir que estive obcecado por você. E quandosoube que já não podia agüentar mais, tive que admitir a verdade, mesmo queisso significasse abandonar nossa família. Mas você foi atacada pelo Savon,nosso irmão.

Syndil afastou o olhar dele, voltando-o para o arroio. A água corria friae limpa, todo rastro de veneno havia desaparecido. Barack seguiu seu olhar ecomo sempre, quando via os resultados de seu trabalho, sentiu-se humilde eorgulhoso dela.—Syndil, não há ninguém neste mundo que possa fazer o que você faz. Tema mínima idéia do quanto é admirável?

Ela percorreu com o olha,r as enegrecidas ruínas da batalha e a terramarcada.—Há muito o que fazer aqui. Nossos inimigos deixam seu veneno no solo,para abrir passo até a terra onde descansamos. Se puderem voltar a terracontra nós, ganharão.

A cabeça de Barack se elevou alerta. Ela estava cansada. A energianecessária para curar grandes seções de terra destruída pelo fogo ou opestilento vampiro era enorm, e ele tinha muito pouca idéia do que teria quepagar para aliviar o que o não-morto havia provocado com a extensão desemelhante devastação. Ela parecia pálida, seus olhos estavam enormes paraseu rosto e pressionava as mãos contra o peito como se o coração lhe doesse.—Syndil —Ele estendeu a mão para ela. – Venha aqui comigo.

Esperou. Seu coração palpitava, uma pequena parte dele suplicava queela desse um passo adiante, ansiando por seu contato, por sua ajuda, mascomo sempre, ali estava o diminuto e breve momento de dúvida, a cautela emseus olhos e a sombra em sua mente que já não podia lhe ocultar. Elaatravessou a distância até ele, estendendo a mão. Seus dedos se fecharam aoredor dos dela e ele a atraiu para si, com deliciosa gentileza. A pesar do fatode que os Cárpatos podiam regular sua temperatura corporal, ela estava fria etremia um pouco. Envolveu-a em seus braços, protegendo a da neve com sua

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figura maior e usando seu próprio calor corporal e energia, para esquentá-la.Atraiu a fragrância dela a seus pulmões e cheirou sangue.—O que aconteceu? —Pegou seu braço, para , poder vê-lo.

Ela franziu o cenho, seu corpo perdeu algo de sua rigidez, para entrarmais no dele.—Sasha e Forest estavam comigo na cama, dóceis como sempre e entãoSasha começou a se agitar. Em questão de minutos, Forest a seguiu.Começaram a passear, emitindo sinais de perigo. Escaneei, mas o mais quepude sentir foi um indício de poder no ar. Nem bom nem mau, simplesmentepoder.—Isso não explica estes arranhões, Syndil. São profundos. – Ele inclinou acabeça para seu braço nu e seus lábios beijaram, ligeiros como plumas, acimae abaixo sobre as lacerações. Sua língua passeou sobre os ferimentos,afastando a dor com sua saliva curadora. Beijou-lhe o braço novamente eelevou a cabeça. Com uma das mão segurou seu queixo para que ela nãopudesse afastar o olhar da censura de seus olhos. - Deveria ter me chamadoimediatamente. Seu bem-estar está antes de todo o resto.—Não havia nada que te contar. Com tantos Cárpatos reunidos num só lugar,há flutuações de poder no ar todo o tempo. Simplesmente assumi que osleopardos reagiram a uma sensação diferente. Estão acostumados a nós, masnão aos outros. Estavam bem comigo até que tentei abandonar a cabana.Sinto muito. Foi somente isso. Não pensava em nada mais que em me ocupardisto aqui. – Ela balançou a mão num arco gracioso, para abranger a terraenegrecida. – Ouvi os gritos da terra desde que despertei e já não podiaignorar mais a chamada. Sabia que seria difícil e exaustivo, mas nãoesperava... — Ela interrompeu e olhou sobre o ombro, para a enorme áreadestruída pela batalha com o não-morto. - É muito grande, Barack, muitomal.

Havia lágrimas em sua voz e em sua mente.—Só está cansada, coração. Tem que se alimentar. —Havia um sensualconvite e uma ordem dominante em sua voz, de uma só vez.

Tentava com força suprimir o lado rude de sua natureza, tanto como lheera possível, particularmente quando vinha acompanhado de algo sexual como Syndil. Ela estava com ele e isso era para ele, o bem mais importante domundo. Não importava quanto tempo precisasse para desenvolver suaconfiança nele. Anos, séculos, possivelmente mais, mas pouco importava.

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Poderia ter todo o tempo que precisasse, somente devia controlar a naturezadominante que tanto prevalecia nos homens de sua espécie. Não se arriscariaa arruinar a frágil confiança que estava se desenvolvendo entre eles.

Abriu a camisa com uma só idéia e Syndil virou o rosto para pressioná-lo contra seu peito. O toque da pele suave contra a dele, a sensação de seuslábios movendo sobre seu coração, seu cabelo lhe roçando como seda, tudose reuniu numa urgente necessidade que golpeou-o com força, para seacumular em seu interior, numa dolorosa sensação. Enredou os dedos entreseus cabelos e segurou sua cabeça no braço, seu corpo se enrijeceu emespera. Passou um batimento de seu coração... dois. E ela beijou seu peito,brincou com a língua, arranhou-o uma vez, duas vezes, com os dentes. Ocoração acelerou em seu peito. Seu corpo endureceu mais, vibrando comânsia.

Os dentes de Syndil cravaram profundamente em seu peito e a dor deupassagem instantemente ao prazer. Seu corpo flutuava em êxtase. Moveu-separa balançar o quadril contra o dela. O gesto inflamou mais seus sentidos.Inesperadamente Syndil, pela primeira vez sem que ele a animasse, fundiusua mente com a dele, alimentando seu próprio desejo sexual, a labareda decalor, o sangue quente, as imagens eróticas dela inclinada sobre ele, o cabelocaindo sobre sua pele enquanto ela...

Barack gemeu em voz alta. - Não pode me fazer isto e não esperarrepresálias.

A risada dela foi baixa e sensual, um convite definitivo. Fechou osolhos, saboreando sua resposta a ele e o conhecimento de que ela o desejava.Simplesmente a levantou, embalando-a contra seu peito enquanto sealimentava e elevou o vôo.

Syndil lhe lambeu o peito, fechando as diminutas aberturas e elevou aboca para o pescoço dele. Suas mãos se deslizaram dentro da camisa aberta.—Aonde vai com tanta pressa? —Murmurou contra sua pele. - Sempre quisfazer amor na neve. Do que serve poder controlar nossa temperatura se nãopudermos usá-lo para nossa diversão?

A Barack não importava onde estivessem. Se ela queria neve, este eraum lugar tão bom como qualquer outro e igualmente bem protegido doselementos. Baixou-a com rapidez, sua boca já buscando dela, o fogoflamejando entre eles. Sua necessidade dela era sempre ardente, mas manteveas mãos gentis e sua agressão controlada, não querendo assustá-la. Ele

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entrava em pânico quando estava sob ele e por isso ele nunca tinha assumidouma posição sexual dominante.

Syndil afastou sua camisa para um lado, baixando-a pelos braços comose sofresse um frenesi para lhe tirar a roupa, que tinha se esquecido que podiaafastar o tecido ofensivo, somente com a mente. Observou como o desejo seelevava em sua face, a ardente intensidade de seus olhos quando estendeubeijos por seu peito, por sua garganta, capturando sua boca e voltando paraseu peito com pequenas mordidas.

Nunca havia agido assim com ele e Barack não pôde evitar a respostade seu corpo. Seu próprio desejo cresceu mais rápido e mais quente quenunca. Syndil lhe desejando e iniciando o ato de amor era mais afrodisíaco doque nenhuma outra coisa podia ser. Ela nunca mostrava indícios da mesmaurgente necessidade que ele sempre sentia quando a tocava.- É claro que sinto. - Seus dentes mordiscaram sua orelha. Sua língua brincoue dançou sobre a pele dele. Passaria uma eternidade tentando eliminar atraição e a lembrança da violação de Savon e havia uma parte dele que nuncaperdoaria a si mesmo por não estar lá para protegê-la.- Demonstre-me então. – Ele colocou todo o feroz amor que tinha por ela emsua voz, em suas mãos que subiram até seu cabelo incrivelmente longo. Elesempre o prendia no alto da cabeça e ele soltou as presilhas para deixá-locair livre. Seu cabelo era sensual e agora com sua boca lhe fazendo coisaspecaminosas no corpo, desejava a cálida seda de seu cabelo espalhado sobreele. Não queria que ela parasse nunca mais, mas precisava lhe tirar a roupa.- Então me tire isso.

Sorriu ante a impaciência de sua voz. Sempre pedia permissão para nãoalarmá-la, mas possivelmente e com sorte, já o tinham superado. Ondeou amão e a teve em pé ante ele, completamente nua exceto por seu longo cabelo.Uma capa sedosa que emoldurava a suave pele e o corpo delicioso. Comosempre, quando a olhava, seu coração palpitou e seus pulmões se apertaram.Barack sentiu lágrimas ardendo em seus olhos. Ninguém nunca seria maisformosa para ele. Jamais.

Ela elevou a cabeça e a seguir lhe tirou a calça e os sapatos, lhedeixando nu na neve e rigorosamente excitado.—Quero superar isso. – Ela sussurrou. - Te quero muito, Barack e preciso sercapaz de lhe demonstrar. Mais que isso, preciso que você me demonstre isso.Sei que tem que se conter e não quero isso para você, para nós, nunca mais.

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Seus dedos deslizaram sobre a grossa ereção e ele reteve o fôlego, numarajada acalorada.—Nunca quis começar algo que não pudesse terminar. - Beijou seu caminhopara baixo, pelo ventre, suas mãos acariciaram até que Barack temeu perder acabeça. - Entende o que quero dizer?- Sempre a entendo, meu amor. Não há necessidade de me advertir.- Estavaorgulhoso dela por sua intrepidez, mas temia não poder sobreviver a estanoite. Ela estava lendo sua mente, sentindo o fogo que crescia em suasvísceras e fechou a mão em volta de seu membro e inclinou a cabeça pararespirar sobre ele.

Era a visão mais linda que ele já vira. Seu corpo perfeito, seus seioscheios e o longo cabelo negro em contraste brusco com a branca neve.

Quando notou suas intenções e viu a imagem erótica de sua mente, seucorpo endureceu mais ainda. Ondeou a mão para o alto e do céu caírampétalas de rosa junto com a neve.—Carinho, não tem que fazer isto.

Mas ela fez. Desejava, quase tanto como ele, podia notar em seu rosto.Somente uma vez, queria-a assim, desfrutando dele. Desejando seu corpotanto como ele desejava o dela. Não, mais que isso. Precisando dele, comoele a necessitava. Desesperada por lhe tocar, por lhe saborear, por sentir seucorpo movendo-se no dela, seu coração pulsando no mesmo ritmo. Precisavasenti-lo em cada toque de suas mãos. Precisava ver ânsia e o desfrute quandoa olhava.

Somente esta vez. Era tudo o que pedia.Fechou os olhos brevemente enquanto as pontas dos dedos dela

moldavam ligeiramente sua ereção, enviando pequenas descargas elétricasque atravessaram sua corrente sangüínea. Ela levantou o olhar e sorriuenquanto o acariciava com a língua, numa dança circular que elevou seussentidos a um nível inteiramente novo. Um gemido lhe escapou quando ela oarranhou com as unhas pela parte interna de sua coxa. Antes de poder secontrolar, estendeu as mãos e enredou os dedos no cabelo sedosoempurrando-a gentilmente pelos ombros. Baixar o olhar e vê-la ajoelhadaante ele, com esse pequeno sorriso inclinado na face e o olhar ardente, quasefoi sua perdição.

Acariciou-lhe os ombros suaves por um momento, aliviando a tensão desua nuca e depois deslizando as mãos sobre seus seios, enquanto respirava

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profundamente para manter o controle. Seus polegares encontraram osmamilos endurecidos, acariciando-os reverentemente. As carícias arrancaramde Syndil um gemido de prazer. Segurou-lhe os seios com as mãos e seusdedos os acariciaram com perícia, conhecendo seu corpo.

Syndil gritou de prazer quando as sensações a preencheram e comosempre ante o tato de suas mãos, estava ardendo. Sabia que ele podiadestroçá-la, levá-la a um ponto febril com uma só caricia de sua boca ou deseus dentes. Ele sabia tudo sobre seu corpo, cada forma de lhe dar agradar esempre o fazia desinteressada e incondicionalmente. Sempre colocava seuprazer antes do próprio. E não era justo. Desejava desesperadamente levá-loao mesmo ponto febril, lhe tomar com a mesma onda de paixão, proporcionaro tipo de êxtase que sempre ele lhe provocava.

Enredou os dedos no cabelo dele. Sua boca e suas carícias enviavamvibrações que cantarolavam através de seu sangue e aceleravam seu pulso.Seu útero se contraiu e sentiu a familiar urgência acumular profundamenteem seu sexo. Obrigou-se a voltar a controlar seu punho fechando-o sobre adureza de sua ereção, esquentando deliberadamente o ar sobre ele, paradistraí-lo.

Para Barack, o ar ficou preso em sua garganta e se endireitou, jogando acabeça para trás quando a boca de Syndil se fechou sobre ele. Sua línguadeslizou traçando círculos em torno de seu membro, enquanto mantinhafirme a sucção. Recompensou-a com um gemido, engrossando-se mais. ainda

O prazer a atravessou. Mantinha a mente firmemente fundida com adele, lendo cada um de seus pensamentos, vendo cada uma das imagem,ajustando-se para lhe provocar a um prazer ainda maior, até que lhe seguroufirme o cabelo e meneou os quadris impotentemente e deixou escapar umgemido gutural de sua garganta.

Sentiu como o corpo dele enrijecia e rajada de fogo se propagou dosdedos de seus pés, através de seu corpo, até o membro latejante. Tomou-omais profundamente ainda, encontrando o ritmo perfeito que fez queestremecer e dissesse o que nunca antes ouvira ele dizer.—Você está me matando. – Ele sussurrou, roucamente.

No bom sentido, Syndil sabia. Seu corpo inteiro reagiu ante oconhecimento de que estava levando Barack ao limiar de seu controle. Queriadestroçá-lo, fazer o que ele fazia a ela. O poder era incrível e a satisfaçãoainda mais. Estava quase eufórica de felicidade e subiu beijando seu ventre,

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subiu mais ainda até seu peito, depois sua garganta, urgindo-o frenética parasenti-lo profundamente em seu interior, que não podia pensar em nada maisque em lhe agradar, em sentir e dar prazer a si mesma.

Recostou na neve coberta de pétalas de rosas, levando-o com ela. Pelepressionada contra pele, corações pulsando ao mesmo ritmo. Sentiu o pesodele pousar sobre ela, suas mãos em seus quadris e seu joelho separando suascoxas. Ele penetrou-a com força, entrando em seu corpo e unindo-os comuma investida feroz e primitiva. Afundou as unhas em seus ombros.relâmpago atravessou seu corpo e sem se conter, gritou tomada de prazerafogado.

Barack moveu-se dentro dela, em duras e seguras investidas, enchendoseu vazio até que Syndil se sentiu como se estivesse voando livre. O cabelodele deslizou sobre sua pele, como seda sensual acariciando seus seios jáhipersensíveis. Seu corpo se enrijeceu, os músculos se apertaram e oprenderam enquanto seus quadris se elevavam ao mesmo ritmo rápido dele.Moveu ligeiramente, ajustando sua posição e as mãos dele a seguraram comforça, mantendo-a sob ele.

No momento foi consciente do que a rodeava, do homem em cima dela.Syndil levantou o olhar ao rosto quase selvagem em seu desejo, chamasvermelhas titilavam nas profundezas de seus olhos negros. Podia ver seusdentes, já alongando-se e os músculos claramente definidos em seus braços.Syndil tentou desesperadamente manter a paixão que sempre pareciaencerrada em seu interior. Surgia em ocasiões, mas em alguma lugar e dealgum modo, quando pensava qua havia conquistado seus medos, uma portase fechava de repente e reprimia suas necessidades, seus desejos físicos, atrásde um muro de terror. Lutou contra o crescente pânico e a lembrança dedentes mordendo-a, mãos brutais fazendo mal a ela. Lembrou-se de algoobsceno e antinatural rasgando-a, tomando sua virgindade sem amor e sempensar em sua inocência.

Ele tivera uma família, alguém que o amava, mas a atacara rasgandosua garganta, agredindo-a, violando-a de cada forma possível. Lutara até queos ossos de suas mãos foram tão quebrados, que sua carne ficou cheia desangue e pensou no que lhe faria.

Este não era Savon, seu atacante. Este homem era Barack, o homemque amava cima de tudo. Mas não podia separar os dois. Barack cobria seucorpo com o dele e a sujeitava. Não podia respirar, não podia pensar, não

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podia ouvi-lo tentando lhe consolar, somente podia sentir o peso deleesmagando-a, sentir o aperto de suas mãos e o brilho das chamas vermelhasem seus olhos.—Pare. - Sussurrou a palavra e começavam a formar lágrimas em seus olhos.Sua garganta inchou, ameaçando estrangulá-la. – Pare. Deus, Barack, vocêtem que parar. — Sua voz beirou a histeria quando seu controle se fez empedaços, sua mente pareceu se fragmentar e já não conseguiu distinguir entrepassado e presente. Começou a lutar mordendo com força, arranhando seurosto e empurrando seu peito.

Obteve seu sangue antes que lhe prendesse as mãos afastando-a,enquanto se inclinava. Barack sussurrou-lhe alguma coisa, mas ela não pôdelhe ouvir, presa mortalmente na ilusão da qual não parecia poder escapar.

Barack gemeu e rodou afastando dela, para ficar de barriga para cimaolhando os flocos enquanto estes caíam do céu. Colocou um braço sobre osolhos para ocultar sua expressão, defendendo sua mente para que ela nãopudesse ver a angústia e a frustração que o enchiam. Queria rugir de raiva aoscéus, mas ficou em silêncio, lutando para controlar seu corpo. Ouviu-a conterum soluço e virou a cabeça para ela.

Lágrimas brilhavam como diamantes em seus olhos e rolavam por suaface até a neve que cobria o chão.—Sinto muito, Barack. Sinto muito. O que acontece comigo? —Ela cobriu orosto com as mãos e chorou como se seu coração estivesse rompendo.—Syndil, não te acontece nada. —Barack ficou de joelhos e estendeu a mãoprocurando-a, mantendo seus movimentos lentos e gentis. – Venha aquicomigo, pequena. Deixe- me te abraçar.

Ela pôde ver os arranhões em sua face e em seu peito, por seu antebraçoe uma maior ainda em seu quadril. Diminutas gotas de sangue manchavamsua pele fazendo com que parecesse que ele tivesse sido atacado por um gato.—O que fiz? —Envergonhada, tentou lutar, soltar seu braço. - Tenho que ir.Não podemos fazer isto. Deixe ir, Barack. Voltarei para a forma do leopardoe ficarei na terra até que isto passe.—Não quero ouvir isso. Não vai me deixar. Você tem um dever com seucompanheiro e não é o sexo. Ficará sobre terra comigo e em sua formanatural. Ouviu-me, Syndil? Não espero nada menos de você. - Desta vez elenão ocultou o homem dos Cárpatos. Deu uma ordem e despiu os dentesbrancos para enfatizar que estava falando sério.

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—Por que? Por que você me quer? Não posso continuar fazendo isto comvocê e viver comigo mesma. Quanto mais vai agüentar sua paciência?Quanto mais antes que se volte para outra mulher, para as coisas que eu nãoposso te dar?—Outra mulher? —Ele repetiu, tão surpreso pela sugestão que o demonstrou.- Syndil, você fala sem sentido. Não há nenhuma outra mulher para mim. Oque não está me dando? Faço amor com você o tempo todo.—Você me faz amor. Eu deveria te corresponder.—Você me corresponde. – Ele passou a mão pelo cabelo escuro, claramenteagitado. – Somente tem um pequeno problema com... Com uma posição.Acha que isso me importa?

Ela não respondeu, simplesmente sacudiu a cabeça, cobrindo o rostofirmemente com as duas mãos. As lágrimas desciam abundantes por seu rostoe seus ombros se agitaram enquanto ela lutava para respirar entre os soluços.—Syndil, eu amo você. Você é minha vida. Temos anos, séculos para noslivrarmos disso. Você é que me importa, não o sexo. —Deu-lhe uma pequenasacudida. – Olhe para mim, Syndil. Se nunca me deixa me colocar sobrevocê, que assim seja. Por que é tão importante? Você não vê essa imagem emminha mente. Não me importa em que posição fazemos amor, nem agora,nem nunca. Demônios, olhe para mim.

Segurou-lhe as mãos e a fez afastar do rosto, olhando-a nos olhos.—Amo você mais que à vida. Então não podemos fazer amor comigo sobrevocê. Pronto. É uma espécie de medalha que te força a se colocar numaposição em que se sente ameaçada? Honestamente, por um momento, pensouque a posição é importante para mim?- É para mim. - Sussurrou ela, baixando a cabeça.- Sinto-me envergonhadade não poder amar meu companheiro como ele merece. Posso curar a terraapós a pior das batalhas, mas não posso curar a mim mesma. Não posso seruma companheira decente para você. Tento tanto, Barack. Realmente tedesejo. Adoro o modo em que me faz sentir como se eu fosse a única mulherdo mundo. Como se ninguém mais pudesse te agradar, mas não posso fazê-lo.

Barack pasou o braço pelos ombros dela e a puxou para ele.—Você é uma tola, Syndil. Você me ama e isso é tudo o que importa. O restosão somente tolices. Faria amor com você até sobre minha cabeça se fosse oque quisesse de mim. – Ele segurou seu queixo, para obrigá-la a levantar a

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cabeça. - Realmente acha que não posso olhar em sua mente e ver o quantome ama?—Mas sempre tem que suprimir sua própria natureza, Barack.

Ele estalou em gargalhadas.—Ser dominante e controlador não é sempre o melhor, Syndil. Não acha queDarius suprimiu em várias ocasiões, esse seu lado, por Tempest e que elapoderia fazer que o quisesse um pouco mais? E Julian definitivamente temtrabalhando com Desari. O mesmo acontece com Dayan e Corinne. Está emnossa natureza dar ordens, mas vocês são a luz de nossa escuridão. Aimplacável dominação deve ser equilibrada por vocês.—Mas você nunca é como Darius, Barack. Ele é mandão... —Elainterrompeu, mas havia esperança em seus olhos, quando Barack lheemoldurou seu rosto com as mãos.—Porque todos nós permitamos que Darius nos lidere, não significa que nãotenhamos esses traços naturais. Não os vê em mim porque nãocompartilhamos nossas mentes. Darius é um forte curador. Contentamos-noscom sua liderança. — ele lançou-lhe brevemente um pequeno sorriso. - Elefaz a maior parte do trabalho e a mim isso parece bem. Mas ao final, todostemos os traços naturais que nos ditam. A questão, minha linda, é que vocêcomo minha companheira, me proporciona equilíbrio.—Proporciono?Ele inclinou a cabeça para dar um pequeno beijo em cada pálpebra.—Sim. – Tranqüilizou-a, espalhando pequenos beijos por sua face, até ocanto da boca. - E te agradeço. A escuridão se estende e lutamos contra ela acada dia.—Mas não está em você. Não como nos outros. - Disse Syndil. —Por sua causa. Mesmo antes de estabelecer minha reclamação sobre você,já me proporcionava equilíbrio. Syndil, você não é somente minhacompanheira. É minha vida, meu único amor e meu mundo. Conheço-a desdebebê, vi você crescer até se converter numa mulher incrível com um talentoconsiderável. Olhe o que faz com ele. Quem mais pode realizar um milagresemelhante? —Ele beijou-lhe a ponta do nariz e roçou os lábios contra osdela, deslizando a língua ao longo do canto de sua boca. - Já estavaapaixonado por você muito antes de saber que era minha companheira.—Está seguro disso, Barack? —Ainda havia lágrimas brilhando em seusolhos, mas seus lábios se moveram contra os dele. - Tem que estar seguro.

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—Essa é a única coisa da qual estou seguro, Syndil. —Sua boca encontrou adela e ele a levantou gentilmente, colocando-a sobre seu colo, esperando queela se posicionasse sobre ele, como uma bainha sobre a espada.

A respiração de Syndil ficou presa. Encaixava-se tão apertada a ele,que o delicioso atrito enviou fogo uma vez mais através de suas veias. Nummomento estava chorando e no seguinte ele a elevava aos céus. Entrelaçou osdedos em sua nuca e jogou a cabeça para trás. Seu corpo se movia com umritmo familiar quando começou a cavalgá-lo. Não podia imaginar como haviapassado a vida sem ele. Barack podia fazê-la sentir-se tão formosa eextraordinária, quando estava segura de que não era.—Eu te amo, Barack. – Ela voltou o tronco para frente, a fim de olhar osolhos negros. - Realmente amo você.

A visão dela lhe roubou o fôlego. Seus seios cheios se moviamsensualmente, seus mamilos estavam rígidos num sexy convite. Sua pequenacintura e seus quadris arredondados, os olhos sonolentos e os lábios marcadospor seus beijos.—Eu sei. – Ele murmurou e beijou cada pálpebra. Mal podia falar com ocrescente calor que se elevava tão rápido e tão ferozmente, que a cadainvestida de prazer, mais dominante era sua posição. Deliberadamentecompartilhou sua mente, compartilhando o que ela fazia a seu corpo e a seucoração. – Você é minha vida, Syndil. Não quero que se esqueça novamente.

Syndil moveu-se com ele, rebatendo cada impulso, conduzindo o prazerdos dois mais alto. Barack era seu mundo e sua aceitação significava tudo.Talvez não pudesse ficar sob seu corpo, mas podiam desfrutar de outrasposições excitantes e ela podia fazer todas e cada uma delas.

Os braços de Barack se fecharam possessivamente sobre ela e umpequeno calafrio o percorreu quando ela não protestou, nem se afastou. Seusmúsculos o prenderam, apertando-o como uma mão, tão escorregadia, quentee apertada que não pôde se conter um segundo mais. Jogou a cabeça para tráse gritou de alegria para a noite, sentindo o corpo dela estremecer de prazerem torno do dele. Por um momento nenhum dos dois conseguiu respirarcorretamente, sequer falar... Somente sentir.

Barack se recuperou primeiro, beijando-a. —Amo você, Syndil.—Estou começando a acreditar que realmente me ama. – Ela disse elamaciamente, enquanto se levantava com sua graça costumeira. Estendeu-lhe

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a mão e ele ficou em pé a seu lado. Um homem alto e forte que a amava obastante para lhe dar espaço e tempo.

Vestindo-se da à forma especial de sua gente, passearam de mãos dadasentre a neve, para a pequena cabana. Esta parecia um pouco íntima eacolhedora e Syndil acelerou o passo, levando-o com ela.—Você me ajudará a cozinhar, não é? Corrine me assegurou que a receitaque me deu é rápida e fácil.—Tenho minhas dúvidas sobre isso. – Zombou, ele. - Mas estou disposto atentar. .

Enquanto percorriam o estreito atalho para a cabana, o sorrisodesapareceu de sua face. Barack franziu o cenho e deu um olhar meticulosoao redor. Rapidamente, sua nuca começara a picar, de inquietação. Parouantes de abrir a porta da pequena cabana, colocando Syndil atrás dele, com obraço.—Eu não gosto da sensação que tenho. Este silêncio.—Está nevando. Sempre há silêncio quando neva.—Talvez. —Mas algo estava errado. Fechou a porta firmemente e aempurrou longe da cabana.—Coloque-se a salvo, Syndil. Oculte-se no bosque até que eu averigúe o queestá acontecendo.—Os gatos estão bem? —Ela perguntou ansiosa.—Estou a ponto de averiguar.

Ela se segurou na na cintura da calça jeans dele, fechando seus dedoscom força.—Terei medo aqui fora sozinha. Vou entrar com ovce. Se alguma coisa nosespera aí dentro, prefiro estar contigo e saber o que está acontecendo.

Ele se amaldiçoou por ser tão débil. Não podia negar nada, quando elaestava com medo. —Fique atrás de mim, Syndil e faça exatamente o que eu falar.

Ela assentiu e se aproximou mais ainda dele.—Sente algum um vampiro?

Ele sacudiu a cabeça. Sentia perigo. Problemas. Algo estava fora desincronia.—Não em harmonia. - Disse Syndil de repente, ficando quieta. Apertou agarra sobre ele. - Na casa. Os gatos. Busquei-os e estão enlouquecidos.Ele se voltou, aproximando-a para tranqüilizá-la.

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—Está bem, céu. - Sentia os leopardos rondando entre as paredes da cabana,encolerizados por alguma razão que ele não podia definir. Tentou alcançá-loscomo fazia desde que eram jovens, para acalmá-los, mas nenhum respondeu.Tinha que colocá-los na jaula, por sua segurança e pela de qualquer pessoaque entrasse em contato com eles, até que pudesse averiguar o que estavaacontecendo.

Deslizou para dentro por debaixo da porta, flutuando como vaporatravés dos aposentos, até que encontrou os felinos, consciente de que Syndilestava atrás dele e na mesma forma.

Forest, o macho, esta sobre a cama, enquanto Sasha, a fêmea, passeavainquietamente. No momento em que entrou no dormitório, Sasha reagiugrunhindo, mostrando seus dentes e sacudindo a cauda enquanto passeava,seus olhos atravessaram o aposento quando ela detectou sua presença. Forestlançou seu corpo, passando de uma posição de ataque iminente a uma deataque absoluto, arranhando o vapor insustancial num esforço de chegar atéBarack.

Ele se afastou, saindo de seu alcance, tentando empurrar a mente dofelino de volta à prudência. Os leopardos eram famosos por seu gênio, maseste comportamento selvagem estava fora do caráter dos dois felinos. Osleopardos estavam com os Trovadores desde seu nascimento e nunca haviamse comportado assim. Sasha continuava olhando para a janela, como sepensasse que poderia atravessá-la, para escapar.- Está acontecendo algo terrível. - Disse a Syndil.- Não posso controlá-los.

Syndil permaneceu em silêncio, escutando à terra. - Há um fluxo sutilde poder, de energia. Ele altera aos leopardos. Há muitos Cárpatos aqui. Amaioria provavelmente usa energia para mudar e para outras tarefas.Possivelmente os gatos são muito sensíveis para estarem aqui.- Possivelmente. - Barack duvidava, mas ia enjaular os animais. - Vou fazerseguir para as jaulas. Não posso dirigi-los aqui dentro, então terei queenganá-los.- Como vai fazer? - Havia medo em sua voz.- Me servindo de isca.

Syndil conteve o fôlego agudamente, lutando para conter o protesto quefluía. – Temia isso. Tome cuidado, Barack.

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Ele tocou-a mentalmente e seu vapor envolveu o dela um momento,como se pudesse tocá-la, para tranqüilizá-la. Barack brilhou tenuemente atésua forma humana, justo sob o nariz da fêmea, mudando outra vezm quaseque imediatamente e flutuando através da casa, conduzindo os animais para odormitório menor, onde guardavam as robustas jaulas de viagem.

Estendeu o braço para abrir a porta da jaula, mudando somente algunssegundos para poder usar sua mão. Forest saltou, arranhando o braço deBarack antes que ele pudesse voltar a ser neblina. Ele flutuou para a parte deatrás da jaula, conduzindo para dentro os dois leopardos. Eles seguiram-lhe,arranhando-o.

Depois, ele ondeou para fechar a porta. Ambos se lançaram contra osbarrotes, grunhindo um protesto. Barack não esperou que se tranqüilizasseme enviou uma mensagem a Darius e aos outros membros da banda antes detomar sua forma natural. Syndil já estava se estendendo para ele, passando os dedos por seu braço,inclinando-se para usar sua saliva para curar os ferimentos.—Devia ser mais rápido. – Ela lhe disse. Seus grandes olhos o castigavam.

Um lento sorriso iluminou o escuro olhar dele.—Não sei, coração. Então não teria sua linda e sexy boquinha sobre mim,não é? —Suas sobrancelhas arquearam. —De fato, sim, talvez.CAPÍTULO VIII

Mikhail voou baixo sobre o bosque, fazendo explorando a região numesforço em identificar qualquer perigo que pudesse espreitar sua gente.Tocava a mente de Raven com freqüência e podia sentir sua felicidadeenquanto preparava o que estava fazendo para o jantar de celebração. Nãosabia ou sentira que ela esivesse sentido falta de cozinhar e isso oenvergonhava. Tinha sido seu companheiro durante anos, mas ainda estavadescobrindo coisas dela. Desfrutava da preparação de uma comida, para aapresentação e o prazer de outros ao recebê-la.Sentiu o toque mental dos dedos dela sobre sua pele. Sentiu seu sorriso e acalidez em seus olhos.

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- Se, gosto de estar cozinhando para os outros, mas te asseguro que não éalgo que necessite em minha vida, como você. Minha vida está completa,Mikhail e não me arrependo de nada.Sua voz lhe encheu a mente de amor, mantendo a raia as lembranças daterrível solidão. Nenhum homem dos Cárpatos que tivesse perdido asemoções e a capacidade de ver em cores e depois tivesse recuperado tudopara encontrar sua companheira, a deixaria nunca. Nesse momento, doeu-lhepor dentro, de tanto amor por ela. Isso ajudava a aliviar a terrível carga, desaber que alguns dos guerreiros sem companheira que haviam voltado para acelebração, homens de honra e integridade, finalmente perderiam sua batalhacom a escuridão.- Está preocupado por Dimitri.- Sinto-me... Inquieto. Há um problema no vento, mas não posso encontrá-lo.Dimitri não me preocupa. Nenhum de nós pode esquecer a solidão quesentíamos antes de encontrar nossas companheiras, mas ao mesmo tempo,também recordamos a escuridão que se estendia, tomando-nos, o demôniopedindo liberdade. - Havia preocupação e advertência em sua voz.- Dimitri estará bem porque tem que ficar. Você não pode fazer muito,Mikhail. Outros têm responsabilidades também. Você não pode criarespécies.- Não, mas deixaram minha gente em minhas mãos e tenho intenção de quefloresçam. Nego-me a permitir que a natureza ou nossos inimigos ou mesmonossa própria natureza triunfem sobre nós.

Raven seguiu em silencio por um momento, pensando. - Já o faz. Acha queos Cárpatos estão em vias de extinção simplesmente por um processonatural, não é? Porque o que causou isto não é natural.Mikhail sorriu para si mesmo. Raven sempre apoiava ferozmente a ele e a suagente. Mentalmente, passou-lhe os dedos meigamente pelo rosto enquantovoava alto sobre o bosque e começava a descer num círculo amplo e baixo. Aneve caía, mais ligeira agora, mas ainda firmemente tornando a paisageminteira de um resplandecente branco. Gostava da neve, sempre lhe recordavaà luz do sol, empurrando a noite para que brevemente o mundo brilhasse deum formoso prata.Mikhail sobrevoou a região de ruínas enegrecidas, agora coberta de neve, queuma vez havia sido as terras mais ricas. A batalha entre Cárpatos e vampiros

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tinha deixado o terreno prejudicado e cheio de cicatrizes. Ultimamentenotava que quando o não-morto abandonava uma região, deixava para trás osprincípios de uma árida devastação que às vezes parecia viva, avançando paradestruir as áreas circundantes. Uma coisa mais da qual teria que se ocupar. E,muito em breve.Os olhos atentos da coruja captaram algo, e ele desceu mais, para passarroçando entre as árvores e inspecionar o campo de batalha. Em uma seção,novos brotos diminutos haviam transpassado a neve que os cobria. As árvoresjá não estavam inclinadas e retorcidos, mas altas e orgulhosas, com seusgalhos se elevando para o céu. Surpreso, Mikhail aterrissou brilhando até suaforma humana. Onde olhava via pequenos brotos verdes aparecendo, comcaules saudáveis e que cresciam selvagens apesar da neve. Abaixou paraexaminá-los. Em vez da massa tóxica que havia, a terra estava escurecidapelos nutrientes. Virtualmente um milagre. O som da água captou suaatenção.Clara fria e limpa. Correndo sobre as rochas uma vez mais. Sentou junto aopequeno arroio, somente para ouvir o som da água. - Raven! - Não pôdeocultar a excitação em sua voz, o que a surpreendeu. – Isso me lembra deminha juventude. - Enviou-lhe a imagem. - Havia uma mulher em nossopovoado. Esquecemos os velhos costumes. Tínhamos uma sociedade deartesões, artistas e estudantes, igual de curadores. Não só tínhamoscuradores para nossa gente, mas também havia uma mulher. Só a vi uma veze eu era um jovem ainda. Lembro-me pouco, somente que o verdor brotava aseu redor por onde quer que fosse e estava presente em todos osnascimentos. Talvez Lucian possa me falar desta arte. Ele e Gabriel são osmais antigos entre nós. Poderiam se lembrar.Houve uma pequena dúvida por parte de Raven. - Uma curadora da terra?- Shea e Gregori parecem pensar que alguns dos problemas das mulheres ecrianças começam na terra. Se tivéssemos uma curadora da terra entre nós,poderíamos proporcionar as nossas mulheres grávidas, um refúgio seguropara descansar? Para dar a luz?- Era assim que se fazia no passado?Ele esfregou as têmporas tentando acessar suas lembranças de infância. Tinhahavia siso há tanto tempo e mesmo então, as coisas já estavam começando amudar quanto aos costumes de sua raça. Ele era uma criança, mas estavaseguro de ter visto a mulher. - A terra parece a mais rica que já vi. Quando

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afundo as mãos nela, posso sentir a diferença. – Ele tentou conter suaexcitação.- Quem será que fez isso?- Não sei, mas tenho intenção de averiguar. .-Mikhail. – Raven, pensou um pouco antes de falar. - Provavelmente soetolo, mas ontem à noite quando umas poucas de nós mulheres nos reunimosnas cavernas dos charcos, nadamos juntas, lembras-se? Falei disso a você. Ele se lembrava vagamente. Algumas das mulheres tinham se reunido em umesforço de conhecer umas às outras. - Disse que foi um bótimo momento.- Vamos lá com freqüência. É lindo e a terra como à água é rica erejuvenescedora, mas desta vez parecia bem mais. Eu me lembro de terpensado que a caverna parecia renovada e a terra mais escura e rica. Aágua era fantástica, mas pensei que era só eu que notava, que talvez estavaalegre por estar com todo mundo.- E?- Ele animou-a, ouvindo seus pensamentos.- Vai pensar que estou louca mas, quando despertei esta noite e soube quepodia conceber, meu primeiro pensamento foi que deveria ter permanecidofora da água.O coração de Mikhail saltou no peito. Estendeu-se para tocar um dos ramosem florações de uma árvore jovem que não estava ali horas antes. - Quemestava lá contigo?- Savannah foi comigo. Desari, Syndil e Tempest estavam lá e tambémCorrine e Alexandria. Sara ficou, mas brevemente. No que está pensando?- No impossível. - E porque precisava pensar mais antes de dar voz àesperança, mudou de assunto. - Como está indo tudo? - Sentia bem melhorsobre a celebração desta noite. Se pudesse encontrar uma mulher que pudessecurar a terra e aasim ajudar a proteger às mulheres grávidas e crianças,proporcionando aos curadores mais tempo para encontrar respostas, ficariaeternamente agradecido e sua espécie teria verdadeiramente algo a celebrar.E se... Só e se... Apenas atrevia a esperar que a água ou a terra tivessemanimado às mulheres a serem capazes de conceber. Não se atrevia a teresperança, mas de qualquer forma estava ali pela primeira vez há muito,muito tempo e se negava a ser suprimida.- Agora, melhor. O Natal sempre parece trazer milagres. Só temos quebuscá-los. Encontre essa pessoa, Mikhail. Se pode fazer o que diz, é maisvaliosa do que nenhum de nós compreende.

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Mikhail elevou o vôo uma vez mais, com o coração palpitando no peito.Longe, sob ele, captou um casal abraçado, ignorantes de tudo exceto um dooutro. Uma vez mais escaneou rapidamente a região, precisando assegurar-seda segurança de todos e de cada um dos seus. Novamente, acreditou sentir amesma sensação que continuava fazendo com que seu sistema de alarme oaguilhoasse. Não podia encontrar nada que indicasse que um inimigo estavatecendo uma armadilha. Enviou uma pequena advertência a seus homens,uma pequena espetada de censura para lhes lembrar que se mantivessemalerta em busca de inimigos e voou até que achou a pequena cabana remotaque Lucian havia escolhido para sua estadia. Vários lobos uivaram numaadvertência, quando mudou para sua forma natural e se aproximou docorrimão.Lucian se materializou quase em seu nariz e ainda, depois de todos os anosde poder e liderança que pesavam sobre seus ombros, Mikhail se sentiuatemorizado pelo homem. O cabelo negro flutuava por suas costas e seusombros estavam retos e seus olhos flamejavam com uma escura promessa demorte.Lucian e Gabriel Daratrazanoff eram gêmeos, lendas na história dos Cárpatose isso se mostrava nos ombros de Lucian e em fisionomia severa. Mikhailachava Gabriel bem mais acessível. Sempre achara divertido que outrosCárpatos temessem Gregori, o segundo ao comando de Mikhail, melhoramigo e genro, mas achava seus irmãos mais velhos tão acessíveis quandoeram igualmente perigosos, se não mais ainda.Lucian lhe segurou os antebraços na saudação do guerreiro. O irmão maisvelho de Gregori parecia em forma e forte, seus olhos brilhavam,atravessande Mikhail diretamente até a alma, como se pudessem ler dentro dequalquer homem.—É bom vê-lo novamente depois de todo este tempo, Mikhail. Converteu-senum líder poderoso desde a última vez que o vi. Seu pai ficaria orgulhoso.Mikhail estreitou os braços do homem, sentindo a força sólida que havia ali.—Já pode dizer a sua mulher que baixe sua arma.Um lento sorriso esquentou os olhos frios e duros.—Ela não gostará que a tenha divisado. É polícial e definitivamente estáorgulhosa de suas habilidades. Ser Cárpato só aumentou suas capacidades.

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—Na verdade não sei onde ela está. – Admitiu, Mikhail. – Só sei que estáperto e me apontando uma arma. Ouvi dizer que ela não fica em casa, ondepertence.Um som afogado surgiu sobre ele e uma jovem se materializou, com umaarma na mão, lançando adagas com os olhos, para Mikhail.—Onde pertence?Seu cabelo era da cor da platina e do ouro, um pouco mais curto que onormal na maioria das mulheres, mas atraente, emoldurando sua face deduende. Seus olhos eram escuros, um contraste surpreendente com sua pele ecabelo claros.Lucian tirou casualmente a arma de sua mão e se inclinou para colocar aarma em sua bota.—Não pode disparar no príncipe, Jaxon. Isso simplesmente não se faz.—Não ia disparar nele. - Objetou ela e lançou a Mikhail um rápido e travessosorriso. - A menos, se ele insistir em que as mulheres fiquem em casaenquanto os homens conseguem toda a diversão.—Chama a tarefa de matar o vampiro, de diversão? —Perguntou Mikhail.Ela encolheu os ombros.—Se não são tarefas domésticas, é divertido. Eu gosto da ação, não de mesentar em casa esperando meu herói.—Você gosta de se colocar em problemas. - Replicou Lucian, a diversãosuavizava sua voz. - Mas ao menos admite que sou seu herói.

Mikhail havia se esquecido da assombrosa e poderosa arma que era a voz deLucian. Tudo em Lucian parecia ser uma combinação de "compelidor" e"arma". A face do homem parecia ter sido esculpida em pedra, mas seusolhos eram mais vivos, mais intensos e mais letais do que Mikhail selembrava.—Alegra-me vê-lo novamente, Lucian. E me alegra que tenha encontrado suacompanheira. —Ele se dobrou numa ligeira reverência para Jaxon. - Nãopude resistir em brincar com você, já que ouvi dizer que é ferozmenteprotetora com Lucian, - Lhe disse. – Te agradecemos por isso. Ele é umalenda entre nós.—Ela insiste em me proteger. - Disse Lucian.

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—Bom, é claro. Qualquer caçador Cárpato que é baleado depois de seradvertido repetidamente que tomasse cuidado, precisa de uma babá ou umaguarda-costas.Lucian se inclinou para lhe roçar um beijo na cabeça.— E nenhum respeito. - O profundo amor na fisionomia de Lucian se refletiana de Jaxon.—Notei. – Reconheceu, Mikhail. A um nível profundo se alegrava pelo casal.Por tudo os casais,mas por este em particular. Lucian estivera sozinho muitotempo e havia lutado em muitas batalhas, se sacrificado muito. Este pequenoduende parecia frágil até que Mikhail olhou seus olhos escuros. Elavivenciara muito, era sábia além de sua idade e tinha a mesma força quepossuía seu companheiro.Ela lançou um cálido sorriso a Mikhail, enquanto seus dedos se enredavamcom aos de Lucian.—Obrigado por nos deixar usar uma de suas casas. A casa de Lucian estámuito entrada nas montanhas e teríamos passado todo o tempo voando daquipara lá e não teríamos conseguido fazer visitas.—Por favor entre. - Lucian manteve a porta aberta, afastando-se para deixarque Mikhail o precedesse. - Temos muito que discutir, em primeiro lugar,quando ouvi falar da celebração pensei que era uma indulgência das maisestúpidas e muito arriscada, mas agora vejo o quanto bom foi ver todo mundoe estar em casa outra vez. Estive longe muito tempo e uma vez mais há umasensação de comunidade.

—Espero que estejamos fazendo o certo. – Concordou, Mikhail entrando napequena cabana.Já havia passado anos desde que tinha entrara na velha casa pela ultima vez.As gretas na madeira que antes deixavam entrar o vento, foram reparadas.Lucian e Jaxon prepararam o interior deixando-o brilhante e acolhedor. Umfogo rangia no velho lar e a mobília era belíssima. Lucian lhe assinalou osofá e Mikhail se sentou no assento oposto ao de Lucian.Jaxon pensou brevemente, olhando para as janelas, a cautela se arrastava atésua expressão enquanto considerava se alguém poderia olhar para dentrofacilmente e vê-los através dos cristais.—Na verdade, eu não mordo. - Disse Mikhail e gesticulou para o extremovazio do sofá que ocupava.

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Jaxon se pendurou no braço da cadeira de Lucian, balançando um pé.—Estou perfeitamente cômoda aqui, mas obrigado.—Ela insiste em me proteger. - Explicou Lucian. – Pelo menos finge fazer. Aautêntica razão é que não pode suportar ficar separada de mim.O pé que balançava se arqueou um pouco mais e se deixou cair na perna deLucian. —Notei. - Disse Mikhail, secamente. - O certo é que Raven é igual.Repugna-lhe estar separada de mim. — Ele compartilhou a conversa com suacompanheira. Imediatamente, sentiu o calor de seu riso roçando as paredes desua mente. – E antes que me esqueça, acredito que você gostará de saber queprecisamos de alguém para que se faça de Santa Claus para as crianças.O sorriso desapareceu do rosto de Lucian, deixando seus olhos sombreados eprecavidos. Junto a ele, Jaxon se remexeu e colocou a mão em sua coxa paraevitar que ele falasse. - Não se atreva a me oferecer de voluntário.- Está com medo? São somente crianças.- É um traje vermelho e barba.- E estaria tão bonito e terno.Mikhail o tirou de sua miséria. Recostou em sua cadeira, com um sorrisoinclinado.—Acredito que meu genro seria o melhor homem para o papel. Como é seuirmão mais novo, diga-me o que te parece.

Jaxon conteve um pequeno som, que poderia estar entre o riso e o horror.Quase caiu do braço da cadeira, mas a mão firme de Lucian evitou que elaaterrissasse no chão.—Está brincando, não é? Gregori seria má escolha, assim como Lucian. Umolhar e as crianças fugirão como coelhos ou romperiam a chorar.O polegar de Lucian deslizou sobre o dorso de sua mão numa pequenacarícia.—Nunca subestime a um Daratrazanoff, pequena. Podemos crescer se fornecessário e estou seguro de que Gregori desfrutará do papel. – Ele lançou aMikhail um sorriso de lobo. – Me avise quando for contar que esta honra estáreservado a ele e eu adorarei te acompanhar.—Oh! Vocês são maus. - Disse Jaxon. - Vocês gostam de brincadeiras.Gregori fará os dois pagarem por isso, sabiam?

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O brilho de um sorriso percorreu os traços de Mikhail e despareceu. —Valerá a pena.Lucian assentiu e se estendeu para seu irmão gêmeo, compartilhandoautomaticamente a informação. Gabriel respondeu por seu vínculo mentalprivado. - Mikhail esteve aqui antes e não pude resistir a lhe deixar te dar anotícia. - Havia risos em sua voz. - Certamente decidiu estar presentequando nosso príncipe faz sua primeira exigência a seu genro.Os dedos de Lucian se apertaram ao redor dos de Jaxon. Esse pequenomomento de diversão, de amor e de riso, devia a sua companheira. Foraprivado de emoções durante muito tempo, amando seu irmão gêmeo mas semsentir nunca de fato a emoção. Ao longo dos séculos as lembranças haviamcomeçado a esmaecer e isso fora alarmante. Entrava na escuridão semesperança, até que ela chegou a sua vida.Jaxon se inclinou para roçar um beijo em sua cabeça, num estranho gestopúblico de afeto. Mesmo com seu padrasto morto, ainda não podia sobrepor àreticência que havia desenvolvido a mostrar carinho. Lucian era sempre o quefazia o primeiro movimento, que pegava sua mão, que a abraçava e seusinstintos sempre a faziam olhar ao redor com olhos precavidos e se afastar.Lentamente ele a fazia superar e cada demonstração de afeto com outros porperto era um passo a frente.Lucian esfregou o queixo.—Acredito que deveríamos comemorar o evento com fotos. Seria bom versemelhante documentação, lá adiante.

Mikhail se inclinou ligeiramente, seu pequeno sorriso suavizava as duraslinhas de sua face.—Certamente não está considerando... A chantagem.—Bem, de fato sim. Poderíamos ter isto pendendo sobre sua cabeça duranteséculos.—Pobre Gregori. Não é justo que se conspirem assim contra ele. - ObjetouJaxon. - Embora se pode pensar que poderia merecer, por ser um machochouvinista.As sobrancelhas de Mikhail se arquearam.—E Lucian não é?O sorriso travesso dela iluminou novamente seus olhos.—Desesperadamente, mas felizmente ele me tem para lhe endireitar.

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—Que sorte tenho. - Disse Lucian, secamente.Ela fez que seu pé balançar contra a perna dele, uma segunda vez.—Ele tem sorte, sim. Não deixo de lhe dizer isso mas ele continua seesquecendo.Lucian sorriu, tranquilamente. Mikhail nunca tinha visto o guerreiro rindo outranquilo e por alguma razão o som aliviou a carga de seus ombros um poucomais. Estava acontecendo coisas boas a sua espécie. Talvez não estavamacontecendo tão rápido como ele queria, mas havia mudanças.—Queria te perguntar algo que apenas me lembro, de séculos atrás. Eu eramuito novo e me lembro pouco. —Não posso prometer que me lembre, mas tentarei.—Antigamente havia uma mulher que vivia no povoado. Nem sequer melembro de seu companheiro ou se tinha um. Era muito jovem para que mepreocupar com tais coisas. Ela curava a terra. Lembra? Lucian franziu o cenho.—Eu não ficava muito no povoado. Nem quando criança, Mikhail. Lembro-me de uma pessoa, uma mulher... —Ele sacudiu a cabeça. - Os aldeãos,especialmente as mulheres, evitavam Gabriel e a mim. Freqüentementefugiam quando nos divisavam.—Tente, Lucian. – Urgiu, Mikhail. - Ela não teria fugido com medo devocês. Era poderosa por direito próprio. Caminhava e as flores e a ervacresciam sob seus pés. Poderia ser muito importante para nós.

Lucian assentiu lentamente e sua fisionomia se acentuou enquanto tentavaacessar às antigas lembranças. A aldeia cheia de pessoas que viviam suavidas. Uma vida que ele nunca pensara que pudesse ter. Famílias. Risos.Evitava isso, todo o possível.A mão de Jaxon deslizou por seu cabelo, brincando com o cabelo longo desua nuca, enviando um tremor de consciencia por sua espinha, estendendocalor através de seu corpo e seu coração.Ele forçou a sua mente a voltar para os velhos tempos, procurando através desuas doces lembranças até que encontrou o povoado onde viveram osDubrinsky. As crianças corriam em pequeno grupos. Muitos rostos sem nomeque tentavam se afastar dele sem serem notadas. Uma rosto sereno sorrindo eassentindo, reconhecendo-o enquanto os crianças a perseguiam. Vidabrotando de um nada sob seus pés, caules verdes, flores brilhantemente

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coloridas, uma rica cobertura se formava sobre o chão enquanto os pequenosolhavam com assombro.—Provinha de uma linhagem estranha e muita respeitada. Havia poucos comseu talento. Era formosa, com cabelos longos e escuros e sempre andava eretae olhava os homens nos olhos.Jaxon deu um tapinha leve na parte de atrás da cabeça de Lucian.—Duvido que Precise desses precisos detalhes. – Ela disse. - E por que não iaolhar você nos olhos?Mikhail tentou ocultar sua surpresa. Todo Cárpato vivente tinha medo destehomem, mas sua companheira o tratava... Bem, exatamente como Raventratava o príncipe dos Cárpatos. Ele engoliu o sorriso e afastou o olharquando Lucian pegou-a pela cintura e a levantou do braço da cadeira e acolocou no colo. Ela lutou durante um minuto e depois se rendeu, deixando-se abraçar.—Lembro-me de vê-la caminhar por um campo ermo. Em questão deminutos a folhagem brotava por toda parte a seu redor.—Ela atendia nos partos? Ou tratava a terra antes que a criança nascesse... oumesmo antes que fosse concebido? —Era um tiro no escuro, mas Mikhail jáse aferrava a mínima possibilidade.As sobrancelhas escuras de Lucian se arquearam.—No que está pensando, Mikhail?—Shea disse algo sobre a terra estar infestada de toxinas, antes desta mesmanoite. Quando estava sobrevoando o campo de batalha devastado eenvenenado pelo não-morto, notei que uma seção havia sido curada. A terraera a mais escura e mais rica que já tinha visto em séculos. E então Ravenmencionou que ela e várias mulheres foram ontem à noite aos charcosminerais e a terra e a água pareciam diferentes. Esta noite ela é capaz deconceber. Ouvi dizer que outras mulheres experimentaram a mesmo coisa.Os dois homens olharam para Jaxon. Ela elevou as duas mãos, com asPalmas para fora, sacudindo a cabeça inflexiblemente.—Eu não. Nem sequer pensem e além disso, ainda estou me acostumado aesta coisa de companheiros. E no caso de acharem que posso curar a terra,pensem novamente, pois matei cada planta que tentei cultivar antes e depoisda conversão. Não sou sua curadora da terra.

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—Ouviu alguma coisa sobre isto, Jaxon? —Perguntou Lucian. Seus dedos sefecharam na nuca dela numa lenta massagem. - Alguma das mulheresmencionou alguma coisa?—Não, mas posso perguntar a Francesca. Ela sempre parece saber de tudo.Não sei como consegue, com um bebê e uma adolescente para cuidar.Mikhail passou a mão pelo rosto, com aspecto repentinamente cansado.—Era um tiro no escuro, de todo modo. Não posso lembrar quem era amulher ou sua linhagem, nem me lembro se ajudava nos partos.—Perguntarei a meu irmão e aos outros antigos se por acaso se lembrammais alguma coisa desta mulher, mas na verdade, Mikhail, se houversemelhante mulher entre nós sozinho tem que lhe pedir que de um passo àfrente.—A resposta não pode ser tão simples.—Possivelmente é uma peça do quebra-cabeças que devemos resolver. Umapeça muito importante.—Se encontrarmos esta mulher e ela é tão importante como espero que seja,esta celebração seria o melhor que teríamos feito.—Você está preocupado. É sobre o ataque a Skyler e Alexandria?É claro que Gabriel teria mantido Lucian informado. Mikhail assentiu.—Estou intranqüilo há várias noites. Isto definitivamente me leva ao limite.—Nós saímos e demos uma olhada. - Disse Jaxon. - Alguém tinha vindo daestalagem num trenó e estava encoberto na neve. É uma pessoa inteligente.Deixou-o a meia milha de onde Skyler e Alexandria foram ferimentos. Asensação de poder permanecia, mas não parecia ser Cárpato. —Jaxon mordeuo lábio inferior.— Estive tentando seriamente conseguir uma sensação dosdiferentes campos de energia. Isso é tudo o que é na realidade, a magia dosCárpatos, uma manipulação de energia e para mim isto seria diferente.Um pequeno sorriso iluminou brevemente os olhos de Lucian ante a surpresana face de Mikhail.—Mencionei que Jaxon é uma grande polícial? Rastreia quase tão bem comoeu.—Diz que sentiu algo diferente. – Animou-a, Mikhail. - Um vampiro?—Havia uma mancha nociva nela. – Admitiu, Jaxon- Lucian o sentiu atravésde mim, mas não pôde por si mesmo e isso realmente me incomoda. Setiverem encontrado uma forma de bloquear as identidades dos caçadores,todo vocês poderiam ter um autêntico problema.

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—Estão fazendo há algum tempo. - Lhe lembrou Lucian. Suas mãosdeslizaram pela coxa de Jaxon num pequeno gesto tranqüilizador.—Não assim, Lucian. - Objetou ela. – Você sentiu a diferença. Não eracompletamente vampiro, mas ainda assim cheirava a maldade. - Haviapreocupação em seu tom.—Me ocorreu que se nossos inimigos investirem contra as mulheres e ascrianças. – confiou, Mikhail— terão mais possibilidades de erradicar nossaespécie de uma vez. Não sei quanto sabe do grupo de humanos dedicado aacabar com nossa espécie. Sempre nos referimos a eles como a sociedade. Osvampiros os enganaram, infiltrando-se em suas filas e os utilizam comomarionetes. O mago obscuro Xavier pode estar vivo também, assim como seuneto. Se for assim, Razvan seria o primeiro Caçador de Dragões que seconverte e seria algo ao qual nunca enfrentamos. Sua irmã, Natalia me disseque ele era um brilhante estrategista quando se tratava de planejar batalhas.Não duvido de que já teria chegado à mesma conclusão que eu e estejaesperando a melhor oportunidade de lançar o golpe mais devastador contranossa espécie.

Lucian assentiu.—Há algum tempo venho acreditando que é inevitável que comecem a sevoltarem contra nossas mulheres.—E ainda assim permite que sua companheira cace e destrua o vampiro.

Os dedos de Lucian se apertaram ao redor dos de Jaxon com umaadvertência, quando ela ia protestar.

—Que melhor forma de mantê-la a salvo, que lhe ensinando como sobreviverquando for atacada? Jaxon já tem habilidades e instinto natural. Seria umcrime evitar que aprendesse como matar o não—morto. E antes que coloqueobjeções, não acredito que todas nossas mulheres devam caçar vampiros.Mas Jaxon é um caso especial, como Natalya e Destiny. Não pode suprimirseus instintos e deixar que suas habilidades se desperdicem, assim faço o queposso para prepará-la para a caça.

Mikhail suspirou.—Nos velhos tempos, os homens que tinham companheiras não caçavamvampiro. Agora é necessário.

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—Eu estive caçando durante séculos, como a maior parte dos antigos eGregori. Já não conhecemos outra forma de vida. É mais que umanecessidade. É quem sou.—Por que ter companheira evitava que caçassem, se tinham maisexperiência? —Perguntou Jaxon.—Porque mesmo quando tínhamos mulheres e crianças, sabíamos o quantoeram preciosos. - Explicou Mikhail. - Se perdemos o homem, tambémperdemos à mulher e essa não era uma opção para nós. Agora pode ser quenão tenhamos outra escolha que permitir que nossas mulheres lutem também.—Não todas as mulheres, Mikhail. – Lembrou-lhe, Lucian. – Somente as quetenham as habilidades e o desejo de lutar. Mulheres como Jaxon e Destiny.

Mikhail suspirou.—E Natalya. Ela o viu de dentro. Contou-me que seu irmão gêmeo tiveravários filhos. Colby, a companheira de Raphael é uma de suas filhas.—As mulheres dos Caçadores de Dragões sempre foram imprevisíveis.Sempre serão. Se Razvan tiver outras filhas além de Colby, temos queencontrá-las e proteger. Indicarei para Dominic que parta logo que estejacurado, para que procure seus parentes.—Levará tempo para ele curar seus ferimentos. Mesmo com nossos melhorescuradores foi difícil. Francesca tentará logo e se encontrarmos esta mulherque pode curar a terra, talvez ela possa nos ajudar a enriquecer a terra ondeele está.

Mikhail ficou em pé. —Devo ir. A celebração é daqui a algumas horas e ainda tenho várias visitasa fazer. Sei que não há necessidade de lembrar a vocês que fiquem alerta,mas ainda assim, sinto que seria um engano não fazê-lo.

Lucian ficou de pé também e uma vez mais segurou os antebraços deMikhail num gesto de respeito.—Tem minha lealdade absoluta, Mikhail. Se houver necessidade, me chame.Lutarei a seu lado, sempre.

Um breve sorriso não chegou a afastar as sombras dos olhos dopríncipe. —A família Daratrazanoff sempre esteve ao lado dos Dubrinsky. Lutamoscomo um só.

Jaxon elevou uma mão para o líder dos Cárpatos quando este deixava acasa.

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—Parece muito triste, Lucian. – Ela, disse. - Sinto-me a ponto de chorar. E eununca choro. —Ela pressionou a mão sobre seu coração. – A dor dele estáfeito ondas.

Lucian a rodeou com seu braço.—Você é sempre muito sensível aos sentimentos de outros. Mikhail tem umapesada carga a suportar, como evitar a extinção de nossa espécie. Aindalembra dos os velhos costumes, já desaparecidas para sempre. Naquela épocanossa gente prosperava e viviam juntos numa sociedade. É suaresponsabilidade nos guiar a uma nova vida, uma onde possamos sobrevivere viver em harmonia com as outras espécies que nos rodeiam. Como eu, elenão pode evitar olhar atrás para o que tínhamos e olhar logo ao futuro, compreocupação. Não invejo sua tarefa. É um peso terrível para levar sobre osombros.— Acredita seriamente que nossos inimigos atacarão as mulheres e ascrianças? —Ela engoliu com força, fechando os olhos contra as lembrançasque fluíam de seu próprio irmão assassinado por um homem mentalmentedoente. Seu coração palpitou ante a idéia de encontrar a jovem Skyler ou aum dos pequenos brutalmente assassinados.—Velaremos por eles.—Mas já sabemos que Skyler é um objetivo. – Ela protestou. - Tento não mepreocupar com ela, mas é impossível. É maravilhosa e tão jovem e velha aomesmo tempo. Gabriel está preocupado porque Dimitri a quer e agora isto. –Ela passou a mão pelo cabelo, claramente agitada. - Sinto vontade de encerrá-la para mantê-la a salvo.

Lucian rompeu a sorrir, levando a mão dela aos lábios. —Agora já sabe como me sinto. Como se sentem todos os homens quanto aproteger a suas companheiras e filhos.

Jaxon fez uma careta. —Eu não preciso de amparo, Lucian. Sou capaz de cuidar de mim mesma.Skyler é uma adolescente. E se Dimitri tenta levar-lhe... —Dimitri é um amparo a mais para Skyler. Não entendo como ela disparouseus instintos a tão curta idade, mas o fez e ele não pode fazer outra coisa queassegurar seu bem-estar, segurança e felicidade. O que pode ser difícilenquanto conquista o demônio, mas tenho fé em sua vontade.—Por que?

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—Dimitri sempre valorizou a honra e a responsabilidade. Sempre seinclinava ante as normas, mesmo de jovem. Pode desejar levar-lhe mas nofinal, a menos que aconteã algo terrível, fará o certo por ela. —Ele mudou-ade posição em seus braços, abraçando-a mais para reconfortá-la ao notar quesuas lembranças eram frescas e inquietantes. - Por outro lado, sempre émelhor se assegurar.

Ela inclinou a cabeça para olhar para ele. Lucian sempre a fazia sesentir segura. Nunca conhecera a sensação até que ele entrou em sua vida,indubitavelmente não quando menina nem como jovem. Lucian haviamudado toda sua vida e lhe devolvido a esperança e a promessa de sonhos.Deslizou os braços a seu redor.—Quero para Skyler o que você me dá . Ela merece e precisa de felicidade esorte.

Lucian esfregou sua cabeça com o queixo.—Eu sei, pequena. Com o Gabriel e Francesca cuidando dela e nós doistambém, Skyler estará bem.

Jaxon envolveu os braços ao redor de sua cintura, pressionando-secontra o firme batimento de seu coração.—Eu já disse hoje que te amo?—Ainda não, mas estava a ponto de perguntar. Um pequeno aviso de minhaparte normalmente consegue resultados dos mais satisfatórios. – Ele inalou afragrância feminina. Jaxon. A mulher da qual nunca poderia prescindir. Elaera tão pequena de aparência e tão frágil, mas com a força de seis homens euma vontade de ferro.—Bem, pois o faço. - Replicou ela.—O que?—Sabe muito bem o que.

Lucian a levantou com facilidade, elevando-a até sua boca faminta.—Diga que me ama e diga agora mesmo, mulher.

Ela envolveu-lhe o pescoço com os braços e a cintura com as pernas.—Ou o que? Está ameaçando me castigar de algum modo inqualificável?

Os dentes dele mordiscaram a pulsação dela, enquanto sua línguadançava num ritmo sedutor.—Diga, mulher teimosa.—Sua cabeça já está muito cheia. —Ela acariciou-lhe os longos cabelos comos dedos. - Se uma pessoa mais o olhar como se eu fosse a bomba...

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—A bomba? —Suas sobrancelhas se arquearam. - De onde tira semelhantecoisa?—Estou na moda, pequeno. Totalmente na onda. —Jaxon riu de suaexpressão. - De fato, Skyler me disse que eu era a bomba e não podia esperarprová-lo contigo. —Seu sorriso se converteu numa careta. – Talvezdevêssemos procurá-la, nos assegurar de que está realmente bem.—Isso soa plano. Queria correr com os lobos de todo modo e se o fizermos,pode ser que tenhamos oportunidade de encontrar e conversar com Dimitri.—Por que há um "mas primeiro" em seu tom?

A roupa dela flutuou até o chão, deixando-a com os seios nuspressionados com força contra seu peito. Sua dura ereção estava pressionadacontra sua entrada já escorregadia.—Quero fazer amor com você. —Você sempre quer me fazer amor. E fez esta noite, três vezes. Acredito queprecisa de ajuda. É um sexomaniaco. Ela se retorceu pressionando seu sexocontra ele, esfregando-se lentamente para que ele a invadisse enquantobeijava sua garganta. Elevou seu corpo vários centímetros, para se colocarsobre ele.—Você me atacou esta manhã- Assinalou ele.—De verdade? Não me lembro. Bem, pode ser que sim. — Ela deslizou parabaixo, sentando-se no membro rijo, sentindo-o lentamente, centímetro acentímetro, invadindo-a, preenchendo-a. Começou uma cavalgada sedutora,movendo sobre ele, com os músculos tensos e quentes, escorregadios dedesejo.

Ele segurou seus quadris entre as mãos e acelerou o passo, fazendo comque seus movimentos estivessem perfeitamente sincronizados enquanto semoviam como um só e o fogo agora familiar crescia entre eles. Jaxon elevoua cabeça, desejando seu beijo, a doce explosão de sua boca exigente tomandoa sua, apertando cada músculo de seu corpo, enviando dardos de fogo acorrer por seu sangue.

Fazendo amor com o Lucian era uma das poucas ocasiões nas quaisrelaxava sua vigilância e sabia que era o mesmo quando ele a tocava. Seusdentes deslizaram sobre o lóbulo de sua orelha, enquanto a pressão crescia, osom de seus corações combinados era forte e a pesada respiração a penas eraaudível com o som da alegria que escapava da garganta de Lucian em forma

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de um gemido. Mas se ouvia. Ela sabia que ele ouvia. Os dedos dele sefecharam possessivamente quando ambos deslizaram a um mundo de purapaixão.

CAPÍTULO IX

—Skyler estava sentada no corrimão do alpendre e olhava o mundoresplandecendo de branco. A dor vibrava através de seu corpo e sua alma, atéque se sentiu tão esmagada por ela que não podia respirar. Dentro da casapodia ouvir Gabriel e Francesca rindo enquanto brincavam com o bebê,Tamara. De vez em quando sentia seu ligeiro toque, quando se asseguravamde que estava perto.

Ela seassegurava de que somente tocassem a superfície que lhesapresentava, de uma adolescente num novo lugar, estranho e excitante eansiosa pela celebração de Natal. O sangue Cárpato que haviamcompartilhado com ela tornava mais fácil manter a mente fechada e toda umavida de ocultar suas emoções a outros facilitavam ainda mais a tarefa.Mordeu com força o lábio inferior e estudou suas longas unhas. Mordia-astodo o tempo, mas elas voltavam a crescer rapidamente, mais fortes e maisbonitas. Agradecia sempre o sangue Cárpato que Gabriel e Francesca tinhamcompartilhado com ela. Ainda não podia tocar às pessoas sem ler suasemoções. Como se algo no sangue tivesse realçado suas habilidades e podiaser horrivelmente incômodo. Não gostava de ir à escola, preferia os tutoresque Francesca lhe proporcionava, embora sabia que seus pais adotivosacreditavam que ela precisava da companhia de gente jovem. Não era assim.Precisava estar sozinha.—Skyler? Você está bem?

A voz masculina fez com que levantasse bruscamente a cabeça. Josefestava de pé diante do corrimão, com as mãos nos bolsos.

Mordendo com força o lábio inferior, tomou cuidado de não deixar quea infelicidade se mostrasse em sua face. A dor estava fazendo com que lherevolvesse o ventre. Até sua visão parecia rabiscada.

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—Claro. —Respondeu logo que pôde conseguir soltar a palavra e não seincomodou em tentar lhe lançar um sorriso falso e alegre.

Não era sua, a dor. Em algum lugar no bosque, o homem que reclamavaser seu companheiro estava sofrendo uma agonia. Queria ignorá-lo, mas nãopodia. A culpa arranhava suas vísceras. Sentia a dor e o desesperointimamente. Apesar de tudo, sentia-se intrigada pelo homem. Era muitovelho, é claro. E muito dominador. Definitivamente esperaria que ela oobedecesse e esse não era seu estilo. Acomodava-se aos desejos de Francescae Gabriel porque os queria bem, não porque tivesse que fazê-lo.—Skyler. - A voz de Josef interrompeu novamente seus pensamentos. Elesaltou sobre o corrimão e se abaixou perto dela. – Olhe para mim.—Por que?

Ele tirou um lenço de seu bolso e limpou o rosto dela.—Está com pequenas gotas de sangue na testa. — Fingiu não notar que seseparara dele, negando-se a deixar que seus dedos roçassem sua pele. Ele alimpou, cuidando em não tocá-la e lançou um som no ar. – O que estáacontecendo?—Nada. —Como é que ele não podia sentir? Como podiam Francesca eGabriel não sentir a dor e a pena que tanto pesavam no bosque? Os lobossentiam. Podia ouvi-los na melodia dos uivos distantes que enchiam a noitede tristeza e desassossego. Josh tinha menos ouvido que os animais?

Skyler passou a mão pelo rosto, como se pudesse se livrar da verdade.Esse homem, de aspecto tão invencível, tão severo, frio e duro, um homemcom gelo nas veias e morte nos olhos, cuidadra-a diretamente e a tocara ondeninguém mais poderia ter feito. Se pressionasse a mão contra a cabeçadolorida, doía. Não deveria, mas a sensação era como um bisel fechando-acom uma firme e implacável pressão.—Como é "nada" quando está suando sangue, Skyler. Somos amigos, nãosomos? Pode me contar o que acontece.

Skyler não sabia se tinha amigos. Confiava em seus pais adotivos e emLucian e Jaxon. Além disso, nunca se permitia estar a sós com ninguém.Francesca acreditava que o tempo a curaria, mas Skyler duvidava. Parapreservar seu espírito e sua prudência, retraiu-se do mundo quando menina, epossivelmente ficara ali muito tempo. Não sabia como ser amiga ou colega.

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—Sim. É claro que somos amigos. – Respondeu, obrigada. Com o correr dosanos se encontrou dizendo justamente o que a pessoa esperava ouvir e elesficavam contentes e a deixavam em paz.

Josef relaxou visivelmente.—Por que não vem comigo a casa de Aidan para jogar o novo videojogo? Égenial.—Estava ajudando Francesca a fazer as casas de gengibre para esta noite. —

Ela envolveu os braços ao redor de si mesma, protectoramente.—Antonietta está fazendo algumas coisas geniais para o jantar desta noite.Deveria passar por lá e ajudar. —Encontrei-a uma dúzia de vezes já e a conheço da internet, mas nãoconheci Antonietta pessoalmente. É intimidante pensar em conhecê-la. É tãofamosa.—Pode tocar piano. – Concordou, Josef. - Mas não é presunçosa ,nem nada.Era cega antes de ficar com Byron, mas não acredito que enxergue melhor,sequer agora. —Ele sorriu e dentes brancos brilharam contra a linha escuraque ele usava ao redor dos lábios, para atrair a atenção para o piercing de suaboca e sobre o anel de seu lábio.—Eu acreditava que quando se convertiam, uma a uma, todas as cicatrizes eimperfeições desapareciam. – Ela tocou a cicatriz em forma de meia lua quetinha na face. – E como pode usar piercings? Seu corpo não se cura sozinho?

Josef suspirou.—É uma autêntica luta. Não os uso a maior parte do tempo, porque osburacos sempre estão se fechando em questão de minutos, mas tenho quemanter minha reputação, então me concentro nisso todo o tempo e possomanter os piercings sem problemas.

—Por isso a pele cresceu sobre o diamante de seu nariz? —Perguntou Skyler,esfregando o queixo sobre o alto dos joelhos erguidos. Olhou fixamente parao reluzente mundo branco. Parecia um conto de fadas, todo cristal e gelo.Frio, como ela estava. Fechou os olhos brevemente contra a dor que aesmagava, tentando ouvir aos lobos, tentando captar sua canção. Sempreadorara os lobos. Sempre tivera muita afinidade com eles e agora o somchamava algo solitário e primitivo nela.

Josef se pressionou a mão sobre o nariz.

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—Outra vez não! Espero que não foi quando o príncipe me viu. —Avaliou-acom um olhar semicerrado. – Você vem? Antonietta é realmente agradável.Byron também, mas não quer que eu saiba.

Skyler sacudiu a cabeça.—Agora não posso ir. Te pegarei mais tarde. —Precisava estar sozinha, parapensar nas coisas. Gostava de Josef, mas ele era uma distração e não faziaidéia de que ela estava irritada. Dimitri saberia. A idéia chegouinesperadamente e a encheu de vergonha e dor. De raiva.—Vamos, Skyler, não seja bebê. Só porque seus pais acham que precisa deuma babá não significa que não possa vir comigo. Tenho mais de vinte e umanos.

Ela olhou-o fixamente.—Seriamente? Achei que você tinha a idade de Joshua. Não vai meconvencer para que faça algo errado, Josef. —Algo que a fizesse sentir maisculpada. Ele podia não ser capaz de convencê-la, mas ela estava disposta adesobedecer seus pais. O terrível peso de seu peito aumentou e a dor quase aafogou. Tinha que fazer com que isto parasse... Fazer com que Dimitrientendesse que isto não ele ou de seu rechaço por ele. Não era pessoal. Teriarechaçado a qualquer outro. Tinha que ficar em movimento.—Você está furiosa porque eu me divirto sem ter que esperar um adulto parasair de casa. – Ele, disse. – Estava brincando. Não há necessidade de seincomodar.- Não sou um bebê. – Ela exclamou ela, pressionando as mãos sobre o ventreque se revolvia, de repente. Talvez, se vomitasse sobre Josef ele iria emvora.- Não precisa zombar de mim.—Claro que preciso. Para isso são os amigos.

A resposta a sobressaltou. Eram amigos e gostava de Josef. Mas nãogostava de ficar a sós com ele, com um homem. Com ninguém. Skylerpassou a mão pelo cabelo e tentou não chorar.

Josef, lendo sua expressão, tentou-a novamente. —O príncipe chegou enquanto eu estava em casa de Aidan e Alexandria edisse que ia fazer com que Gregori fosse o Santa Claus esta noite. Tio, issoassustará a todos as crianças. Acredito que será divertido. —Assustar um monte crianças pequenas não é divertido, Josef.Especialmente quando se trata de Papai oel. Poderia traumatizá-los.

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—Está começando a soar mais como Francesca. —Eu não vou traumatizá-los. Será Gregori e eu não o escolhi. Foi o príncipe.—Esta noite se assegure de não assustar as crianças, especialmente Tamara.

Olharam-se fixamente durante um longo momento de silêncio. QuandoJosef se afastou com uma expressão turva, ela pigarreou.—Você pode mudar de forma?

Ele estufou o peito.—É obvio

Skyler olhou para a casa.—Acha que alguém que é somente parte de Cárpato pode mudar realmentede forma? —Ela evitou seu olhar esfregando o queixo pensativamente sobreos joelhos, como se estivesse em profunda contemplação. Josef podia agircomo um tlo ao redor dos adultos, mas era tão agudo como um prego epoderia ser capaz de ler sua expressão.—Bem... —Ele fez uma careta. - Essa é uma boa pergunta. Natalya seconvertia em tigre, o que era como certo, mas nunca ouvi dizer que nenhumadulto mencionasse que ninguém mais pudesse mudar.—Como mudar?

Ele sacudiu a cabeça.—Nem sequer pense, Skyler. Não é tão fácil. Eu pratico todo o tempo e aindacometo enganos.—Não pratica todo o tempo. Você joga a videojogos todo o tempo. —Comoutro olhar de receoso para a casa, Skyler desceu do corrimão até a neve. Aocontrário de Josef, ela não podia regular sua temperatura corporal e estavatremendo por estar sentada fora de casa, no vento frio que se somava a seucalafrio. Pelo menos havia deixado de nevar. Ela levantou a vista para o céuameaçador, carregado de nuvens pesadas.

Josef lhe franziu o cenho.—Ey! Eu posso mudar. Olhe isto. – Ele retrocedeu poucos passos e ficou empé, com os braços estendidos. Começaram a brotar plumas de seu corpo, suaface mudou várias vezes até que seus traços passaram do branco escuro aocinza, bordeados de branco. Sua íris se tornaram de um brilhante amarelo elee desenvolveu um bico cinza esverdeado, com penachos de plumas ao redorda base. Seu corpo se compactou, mudou, encolhendo-se, até que ficousentado na neve com a forma de uma coruja pequena. O corpo da coruja era

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marrom cinzento com um intrincado padrão de raias e listas e até algunspontos em certos lugares.. Skyler ficou quieta. - O corpo era tão pequeno queela realmente respeitava como Josef o havia obtido. Os grandes olhospiscaram para ela.

Skyler passeou ao redor da diminuta criatura.—Assombroso, Josef. Como você acerta para ficar tão pequeno? Realmentepode voar? Ou só tem tudo isso por motivos ornamentais?

A coruja emitiu uma nota chorada e saltou várias vezes, estendendo asasas e batendo-as até que levantou vôo torpemente. Josef voou ao redor delavárias vezes, elevando-se mais alto e voltando a descer, diretamente para suacabeça.

Skyler levantou as mãos e correu pela neve, pegando-a e lançando noerrante pássaro.—Basta! Não tem graça, Josef.

O pássaro se elevou novamente e a rodeou, ganhando velocidade umavez mais, para o ataque. Skyler correu de volta para casa, perto da estrutura,enquanto o pássaro a acossava. Ela se abaixou, cobrindo a cabeça justoquando Josef se equilibrava sobre ela. A pequena coruja bateu na lateral dacasa e caiu como uma pedra no chão. O pássaro estava completamenteimóvel, seus diminutos apontavam diretamente para cima, como nosdesenhos animados.

Skyler deixou escapar o fôlego num lento vaio de desagrado.—Não tem graça, Josef. Levante. —Havia um silêncio detestável. Elevou acabeça e deu um passo para ele. Se ele estava tentando assustá-la, comonormalmente fazia, ia torcer-lhe o pescoço. O pequeno corpo permaneciaimóvel, com as patas rígidas. Sua mão revoou ao redor de sua garganta, omedo começou a surgir. Temia se mover, temia examinar à pequena criatura.

—Josef! —Apressou até ele, deixando cair de joelhos na neve ao alcance dacoruja. Na hora em que pegá-la, os enormes olhos se abriram de repente, obico se abriu de repente e as asas revoaram.—Peguei você! —Josef se sentou gargalhando.

Skyler saltou sobre seus pés, com o coração palpitando. Queria jogaralguma coisa na cabeça dele, mas nunca tivera tendências violentas. Bem,quase nunca. Josef somente brincava com ela. Ele adorava as brincadeiras eela parecia um objetivo genial.

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—Muito divertido.O sorriso desapareceu na face dele.

—O que está acontecendo contigo ultimamente, Skyler? As corujasfreqüentemente tropeçam contra coisas e se atordoam. As pessoas acreditamque estão mortas, mas somente estão nocauteadas. Li sobre isso uma vez epensei que te faria sorrir. Honestamente, você não é divertida. Ele se levantoude um salto e retrocedeu, afastando dela. - Ainda não somos adultos. Não hánada mau em rir das coisas.

E ele partiu sem olhar para trás. Ela disse a si mesma que se alegrava de em vê-lo partir, que Josef

estava sendo ridículo, mas sua solidão crescia. Não sorria como as outroscrianças, não sabia como fazê-lo. Quando estava online e conversava comJosef, ele podia ser diferente, ser algum outro. Ninguém podia vê-la ou tocá-la e ela podia simplesmente relaxar e se divertir. Mas aqui. todos estavamperto. Podia sentir cada emoção e isso lhe rasgava, arranhava seu coração atéque se sentia em carne viva. Pensava que simplesmente deixaria de existir.Algumas vezes, mesmo a terra parecia gritar de dor para ela.

Na distância, um lobo solitário uivou tristemente. A canção tinha umanota apagada que a feriu. O lobo estava tão sozinho que ela desejou estenderos braços e envolver os dedos ao redor do pingente entre seus seios. Derepente ao fazê-lo, sentiu calor, em vez do frio, quase pulsando em sua mão.Sabia. Se meteria em problemas se Gabriel e Francesca descobrissem quehavia saído, mas tinha que ir. Não podia se conter.

Skyler pegou seu casado branca revestido de pele e saiu correndo nadireção em que ouvira o lobo. Era Dimitri? Seu coração saltou ante a idéia.Seus olhos eram tão azuis, tão intensos e tão cheios de dor. Ela conhecia ador intimamente. Conhecia às pessoas. Elas escondiam terríveis inclinações,terríveis segredos sob rostos falsamente sorridentes. Ela era melhor que osoutros, deixando que o homem sofresse, porque estava com medo?

Estremeceu sob o casaco. Gabriel ficaria furioso e ela não gostavaquando ele se zangava seriamente. Normalmente ele lhe lançava um olharsevero, mas se ficasse furioso, insistia em castigá-la. Isso normalmentesignificava passar tempo com as outros crianças. Para outros teria sido fácil,mas para ela sempre era o mais temido dos castigos. Seus pés afundaram naneve e ela parou, olhando em direção à casa. Não podia ver ninguém e jpa

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havia entrado na linha das árvores O lobo uivou outra vez, numa notachorosa, como se ele também procurasse respostas.

Skyler ergueu os ombros e se colocou em caminho outra vez, abrindopasso através da neve que caía enquanto tentava seguir o atalho pouco usadoque serpenteava perto do leito do rio. A ponta de seu nariz e suas orelhasesfriavam. Baixou mais o capuz, tentando evitar o frio. Era impossível.Tropeçou e quase caiu. A ação brusca a sacudiu o bastante para que erguessea cabeça com força, tentando limpar os gritos lastimosos do lobo quesimplesmente não a deixavam em paz.

Durante muito tempo tinha pensado que sua resposta era viver nomundo dos Cárpatos, mas agora compreendia que não podia se relacionarcom ninguém deles, melhor do que podia no mundo humano. Secou aslágrimas que deveria ter em seus olhos, mas não havia nenhuma. Sentia-asarder profundamente em seu interior, presas como suas lembranças. SomenteFrancesca e Gabriel pareciam ser capazes de aceitá-la com todas suasdiferenças e com todos seus defeitos. Nunca iria se sobrepor a seu passado, asuas habilidades psíquicas. Podia ter mais controle do que acostumava,graças a seus pais adotivos, mas não era suficiente para lhe permitir ser comoos outros.

Tropeçou num galho coberto pela neve e e olhou ao redor surpreendidaao compreender que estivera caminhando todo o tempo e não fazia idéia deonde estava. Virou-se em círculo, franzindo o cenho. Em que direção estava acasa? Podia chamar Gabriel, mas ele se enfureceria com ela. Seria melhorencontrar seu próprio caminho de volta. Ainda assim ele se zangaria com elaquando soubesse, mas sua fúria estaria de algum modo moderada pelo fato deque estava a salvo.

Um grito de agonia, quase humano, rompeu a noite enviando arrepiospor sua espinha. O cabelo de sua nuca arrepirou e o sangue quase congelouem suas veias. Ofegou olhando ao redor. Era perto, tão perto que podia ouviros grunhidos de um lobo. Impulsionada por alguma coisa, além dela mesma,Skyler correu, deixando que a reverberação da luta a guiasse.

Sob uma árvore disforme, um enorme lobo macho de pelagemavermelhada, lutava com a armadilha que se fechava ao redor de sua pata.Havia sangue salpicado pela neve e o lobo mastigava sua própria pata numesforço para se liberar. Quando ela parou, a criatura se voltou para enfrentar à

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nova ameaça, com a boca retraídos num grunhido. Os olhos amarelosbrilhavam com malícia, enquanto a advertia.

Skyler retrocedeu, mantendo uma distância segura enquanto o animal seequilibrava para ela. A armadilha o reteve e ele mordeu a pata novamente,antes de se voltar para manter um olho precavido sobre ela. Seus corpo semoviam pesadamente e o suor tornava sua pelagem mais escura. Seu corpoestremecia. Podia sentir a dor percorrendo-o. Este não era Dimitri. O lobonão podia mudar ou teria liberado a si mesmo. Era um autêntico animalselvagem preso numa armadilha. Olhando em olhos, compreendeu queliberar-lhe era impossível mas seu espírito se negava a render. Grunhia paraela continuamente, mostrando seus dentes, com saliva gotejando de sua boca,e em todo esse tempo seus olhos amarelos nunca abandonaram sua face.

Partiria realmente quando este magnífico animal lutava corajosamente?Quando estava disposto a cortar sua própria pata para assegurar sualiberdade. Skyler não podia dar as costas à fera, pois sua compaixão seelevou rapidamente. Levantou uma mão, com a palma para fora.—Fique calmo. – Consolou-o, tentando acalmar o próprio coração quepulsava rapidamente.

O gemido do lobo retumbou profundamente em sua garganta, mas eledeixou de grunhir, assentindo como se estivessem conversando.—Isso. Está bem. —Às vezes podia conter um animal, mesmo um animalselvagem, enquanto curava seus ferimentos, mas nunca havia tentado sujeitarum lobo. Era uma união de dois espíritos e isso nunca era fácil na melhor dasocasiões.

O lobo se aquietou, olhando-a com olhos intensos. Ela se aproximoumais, sentindo o quente retinir que sempre se estendia através de sua mente eseu corpo, antes de se conectar solidamente, concentrando-se no animal,chamando silenciosa e implacavelmente, à essência da fera. Em seu ventre sefez inesperadamente um nó e sua garganta queimou. Havia um sabor amargoem sua boca e uma sombra roçou seu espírito. Era algo oleoso, engatusador emaligno. Sua alma estremeceu e ela se afastou para atrás.

Horrorizada, Skyler elevou a cabeça para olhar o lobo. Viu a patamudar de forma, o corpo do animal se retorcer e o focinho se alongar numahorrenda cabeça com forma de bala assentada sobre algo meio humano emeio lobo. A boca se abriu na paródia de um sorriso que mostrou dentesafiados e manchados.

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O ar congelou em seus pulmões. Não podia se mover, não podia darforma ao pensamento de chamar Francesca ou Gabriel. Só conseguiu ficaresperando que a morte viesse a ela.

Um grande lobo negro irrompeu das árvores, executando saltos quecobriam vários metros de uma vez. O animal a golpeou no ombro,conduzindo-a longe do vampiro. Olhos de um azul forte queimaram com umfrio glacial, quando o lobo se voltou no meio do ar e se lançou à garganta dovampiro que mudava. O lobo pesadamente musculoso lançou à criatura paratrás antes que ela tivesse oportunidade de mudar completamente de umaforma a outra. Poderosas queixos se fecharam sobre a garganta exposta e arasgaram.- Olhe para outro lado.

A ordem chegou clara e cristalina à mente de Skyler. Ela fechou osolhos com força, mas isso não eliminou os sons da carne rasgada, os gritosagudos e grunhidos e uivos do não—morto. A voz golpeou seu cérebro,cortando profundamente. Sentiu gotas como cinzas ardentes que queimaramsua pele através de suas luvas, até o osso. Foi impossível conter o pequenogrito de dor sobressaltada que lhe escapou

Os grunhidos se fizeram mais altos, os chiados mais violentos eterríveis. Skyler cobriu o rosto com as mãos para evitar olhar, mas não pôdeevitar o terror mórbido e abriu os dedos o bastante para olhar através deles.Dimitri era outra vez um homem, Não... não um homem. Era completamenteum guerreiro dos Cárpatos, pois seus olhos flamejavam de fúria e sua bocaestava reduzida a uma linha cruel e desumana. Os músculos ondearam emsuas costas e se incharam em seus braços quando ela passou o punho fechadoatravés do peito do vampiro e fechou os dedos ao redor do coraçãoenegrecido e murcho. Fez-se um terrível som de sucção e o grito se fez maisalto. O sangue salpicou num arco negro. As mãos de Skyler lhe protegiam orosto, mas esta vez o sangue salpicou o dorso de suas luvas, derretendo otecido e a pele, imediatamente.

Skyler ofegou de dor e colocou as mãos na neve vendo com horrorcomo Dimitri extraía o coração e o lançava a certa distância do vampiro. Onão—morto arranhava e mordia, lutando viciosamente, abrindo profundaslacerações na pele de Dimitri. O ácido veteaba o pescoço, o peito e os braçosdo caçador quando ele fez uma pausa e o relâmpago crepitou no alto.

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Um movimento captou sua atenção, e Skyler se separou da hipnóticavisão do vampiro para ver o coração enegrecido arrastando pelo chão cobertode neve num esforço por voltar para seu amo. Rodou pelo atalho de voltapara seu amo e se aproximou de onde suas mãos estavam enterradas na neve.Com um grito de terror ela tirou as mãos, virando com o ventre revolto antesemelhante abominação.

O látego de um relâmpago caiu do céu para incinerar o coração. Orelâmpago se separou no último momento, formando dois fios uma dos quaisgolpeou o vampiro enquanto o outro ia direto ao coração. Um odor nocivoencheu o ar e se elevou fumaça negra, quando o grito decaía junto com ovapor.

No silêncio resultante, Skyler ouviu seu próprio coração trovejandoforte nos ouvidos. Levantou o rosto, para encontrar o olhar de Dimitri e seucoração se saltou abruptamente um batimento. Ela parecia tão forte einvencível. Seus olhos eram tão frios, tão azuis, mas queimavam através delaaté seus ossos, marcando-a. Ele se moveu e ela piscou, quebrado o feitiçohipnótico. Skyler se afastou dele, a fúria a tomadas em ondas. Sua força eratão poderoso que a afligia, quase pondo a de joelhos. Um som dedesassossego lhe escapou da garganta, atraindo instantaneamente o olharintenso dele.

No momento a fúria dele desapareceu e ele lhe tendeu a mão.—Venha aqui comigo. Você está ferida. Não tenha medo, Skyler. Nãopoderia te fazer mal, sem importar as circunstâncias.

Ela engoliu com força e retrocedeu outro passo. Sua boca ficou secaquando ele encurvou um dedo para ela. Por que não podia gritar chamandoGabriel ou a Francesca? Eles eram sua âncora quando o terror a invadia e seuespírito se retraía. Fisicamente, era incapaz de fugir dele. Aprendera a muito,que toda resistência provocava uma rápida represália. Podiam agredi-la até asubmissão física, mas sua mente iria aonde ninguém mais podia segui-la.Podia estar a salvo, esconder-se longe, num lugar dentro de sua mente.

Dimitri pôde notar o medo extremo nos olhos de sua companheira.Todo vestígio de dor havia desaparecido de sua face, deixando-a tão pálidaque sua pele parecia translúcida. A fúria que estava contendo amainouquando os instintos protetores que não sabia que possuía, se elevaram rápidae agudamente. Desejou abraçá-la, abrigá-la nos braços, mas já podia sentir aalma dela fugindo da necessidade selvagem que havia nele. Nunca teria

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imaginado que alguém pudesse ser tão frágil. Aproximar-se dela requeriauma delicadeza que não estava seguro de possuir. —Ouça-me, pequena. – Ele fez um esforço supremo para suavizar sua voz.Raramente se aproximava das pessoas e sentia a garganta oxidada. - Nãodeveria ter presenciado isto. Matar um vampiro sempre é confuso e violento.Só quero curar as queimaduras de sua pele. Me deixará?

Ela não respondeu, simplesmente olhou-o, aterrada.Seu coração se removeu no peito.

—Se tanto te assusta, chamarei Francesca. Ela é uma grande curadora, masdeve fazer isso rápido. O sangue do vampiro queima como ácido. Este haviase convertido recentemente ou não foi tão fácil de... — Ele pensou um pouco,tentando evitar a palavra "matar" - Destruir.

Skyler engoliu várias vezes.—Como? —A palavra surgiu, apenas num sussurro.

Ele tocou sua mente, achando suas mãos palpitantes e ardentes. Elaparecia que desmaiaria, pois atá em sua mente, se sentia enjoada. - Nãodoerá. Serei bem cuidadoso.

Sktler respirou fundo e elevou o queixo num esforço de se obrigar a darum passo para ele. Seu corpo tremia visivelmente. Ele podia ver o esforçoque lhe custava, mas estava orgulhoso dela, pela tentativa. Não cometeu oengano de ir até ela. Ele era muito alto, sobre a diminuta figura e sabia quesomente a assustaria mais se saísse do lugar. Esperou, contendo a respiração,regulando tanto o batimento de seu coração como o dela, num esforço pormantê-lo firme. Ela deu um segundo passo e depois um terceiro, estendendoas duas mãos para que ele pudesse ver as queimadura do ácido, onde osangue do vampiro havia derretido o tecido de suas luvas. Suas mãostremiam quando as colocou abertas, nas dele.

—Preferiria que chamasse Francesca?Ela sacudiu a cabeça.

—Eles não sabem que segui a chamada do lobo. Se zangarão comigo. – Sedecepcionarão.

Sua chamada. Internamente, Dimitri se amaldiçoou. Ela ainda nãoestava unida a ele, mas seu sangue, seu coração e sua alma a chamavam. Éobvio que ela havia respondido. Nenhuma companheira podia resistir à

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necessidade de sua outra metade. E ele precisava dela desesperadamente.Fechou seus dedos ao redor dos dela.—Eu o farei então. Não posso chamar o relâmpago já que não écompletamente Cárpato, então usarei meus próprios poderes curadores. Podeser... Íntimo. Terá que confiar em que não me aproveitarei, em que fareisomente o que é necessário.

Baixou a cabeça, centímetro a centímetro, dando-lhe tempo suficientepara mudar de opinião. Seu olhar mantinha o dela cativo, negando-se permitirque ela afastasse os olhos do ato familiar que estava executando. Seus lábiosse moveram ao longo das queimaduras, ligeiros como plumas, somenteroçando pequenas carícias sobre elas. Sua língua acariciou suavemente e elasaltou e quase afastou a mão. Instintivamente, ele apertou os dedos,sujeitando sua mão contra os lábios.- Certamente sabe que nossa saliva é curativa.

Skyler assentiu, ainda incapaz de afastar o olhar das profundezas dodele. - Não é igual quando Francesca ou Gabriel me curam cortes. É...Intimo. - Muito íntimo. Sexy. Inclusive erótico. Um débil rubor apareceu emsuas bochechas ante seus pensamentos, não pôde controlar a rajada de calorem seu sangue ou o como seu ventre se contraiu com espera, quando oslábios dele tocaram a pele queimada. Estava tão hipnotizada por ele, quesequer notou que havia utilizado a forma mais intima de todas, de secomunicar. Mente a mente, por um vínculo privado que somente eles doiscompartilhavam.

A língua dele acariciou, eliminado o ardor das queimaduras. Pareciauma sedução, era como se ele estivesse lhe tirando sigilosamente algo maisdo que pretendia. Podia ver cada detalhe de seu rosto, o forte queixo e nariz,o formato de seus lábios e sobre tudo os glaciais olhos azuis dos quais nãopodia escapar. Suas pálpebras eram espessas e muito negras, tanto como ocabelo e as sobrancelhas. A cor de seus olhos sobressaía mais intensamente,em vivo em contraste. Skyler sentia quase aturdida, como se caísse em seuintenso olhar.

Atraiu o ar para seus pulmões e encontrou a fragrância dele. Seucoração igualava o ritmo do dele. Sua mente relaxou realmente e sua guardalhe permitiu deslizar para dentro. Sua alma roçou contra a dela, nãoempurrou, nem tomou, simplesmente a tocou, tão leve que logo que sentiu a

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fusão e sua alma se estendeu procurando instintivamente, desejando a dele,desejando ele.

Quis afastar a mão, lhe dizer que faria que Francesca a ajudaria depois,mas não conseguiu. Nunca havia sentido nada tão certo em sua vida. Nessebreve momento não teve acontecido ou futuro, somente o momento e estehomem.

Dimitri encontrou cuidadosamente cada queimadura em sua pele, cadarastro que o sangue do vampiro havia deixado. Podiam ser como esporos,engendrando as coisas mais maléficas na corrente sanguinea, se não fossemerradicados. Felizmente, o vampiro se convertera recentemente e ainda não seentregara completamente ao poder do mal. Dimitri demorou, roçando a pontado polegar ao longo da face interna d amão dela, saboreando a sensação desua pele e o fato de que neste pequeno momento, ela relaxara um pouco comele.

Foi com grande relutância que elevou a cabeça e deixou que as mãosdela deslizassem entre seus dedos.— Está bem, agora.—E seus ferimentos? Posso te curar.—Posso fazer isso, eu mesmo. —Mas não podia respirar sem ela. Afastou oolhar antes que ela lesse nele, a necessidade de pegá-la e levá-la para longeonde não tivesse outra escolha que lhe aceitar. A fera lutava para se elevar,exigindo sua companheira. Cruelmente, empurrou-a para baixo. Nadaarruinaria este momento com ela.—Quero vê-la novamente. Preciso falar contigo.

Ele se inclinou ligeiramente pela cintura e estendeu a mão com amesma lenta deliberação, lhe dando tempo suficiente para colocar suasobjeções. Quando ela não o fez, colocou-lhe uma mecha do cabelo loiro atrásda orelha.—Estou a seu serviço.

O sorriso dela foi uma tentativa. —Preciso te dizer que não é você. Sou eu. Sei o que é uma companheira eisto é um engano. Eu sou defeituosa. Não posso ser como as outras mulheres,nunca. – Ela baixou a cabeça, evitando seu olhar. Os olhos dele pareciam tãovivos que quase queimavam sua pele, mas tão frios que a faziam estremecer.- Requereu grande quantidade de coragem de sua parte, pequena, me dizerestas coisas. Agradeço-a por fazer o esforço. – Ele manteve a voz amável,

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resistindo a urgência de puxá-la para seus braços. Ela estava extremamenteadorável ali, frente a ele, tentando lhe rechaçar sem ferir seus sentimentos. -Todos estavam errados. Francesca e Gabriel e até Mikhail. Ela não era muitojovem. Mesmo agora, quando deveria ter sido não mais que uma jovemadulta emergindo de sua infância, ele sabia que ela já era uma adulta. Suaalma havia roçado a dela. Lhe tinha arrancado sua infância e a jovem quehavia ali era muito elusiva, simplesmente muito frágil. Muito maltratada,muito sensível por seu enorme talento psíquico, pelas atrocidades que foramcometidas contra ela e que tinham conduzido seu espírito tão profundamentee tão longe e era apenas capaz de permanecer no mundo. - O tempoesclarecerá isto por nós. Enquanto isso, me permita te escoltar de volta a suacasa.—Não está zangado comigo?—Por não estar pronta ainda para minha reclamação? —Segurou a mão delaentre seus dedos quentes e seguros, quando ela estava tão insegura. - É claroque não.

Caiu neve da árvore mais próxima e os doisse viraram para o som. Osramos balançaram e uma pequena coruja elevou o vôo estendendo as asas.Seu corpo bamboleou e ela se lançou diretamente para eles.

Dimitri saltou colocando seu corpo entre a criatura e Skyler. Calculouseu ataque, dando um tapa no pássaro no ar, quando ela gritou e o pânico sefez evidente em sua voz.—Não! É Josef. Tem que ser Josef. —Tentou rodear Dimitri, seu tomprotetor fez arrepiar a pelagem do lobo, disparando a resposta de sua feraante a idéia de que ela protegia outro homem. Moveu sem que parecesse,evitando que ela o rodeasse.

A coruja se sacudiu e seu movimento eram bobos. Braços apareceramonde as asas estavam e ela caiu na neve e um jovem ficou esparramado nochão, todo braços e pernas, com aspecto ligeiramente surpreso e muitoassustado mas decidido. Cambaleou até ficar em pé, apertando os punhos efulminando Dimitri com o olhar.—Deixe-a em paz.

Dimitri podia ter sobreposto os instintos de sua espécie, mas sentiu aresposta de Skyler ao desconhecido e o relâmpago instantâneo de diversãotingido de admiração. Despiu os dentes e um grunhido retumbouprofundamente em sua garganta, num desafio ao outro homem.

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Imediatamente a clareira se encheu de lobos, respondendo a seu grunhidocom uma agitação e agressão que igualavam as dele. O fogo ardia em suamente e em seu coração, rabiava em suas vísceras e isso se refletia em seusolhos, agora de um vermelho feroz.

Skyler tentou lhe empurrar para o lado, mas ele a segurou pelo braço.Seu toque apertava como de aço.—Quem é este homem para você?—Meu amigo. Não se atreva a lhe fazer mal. —Lutaria por Josef já que nãopodia lutar por si mesma.

Os lobos despiram os dentes, aproximando mais, estreitando o círculo.Skyler podia divisar os enormes animais peludos e todos saudáveis, todosconcentrados em Josef.—Você não precisa ter amigos masculinos. - Espetou Dimitri, seus fortesdentes brancos resplandeceram, mostrando um indício de seus caninosalongando-se iguais os incisivos. Seus músculos ondearam sob a pele,rangendo e avultando-se enquanto lutava com a mudança.

Assustada, Skyler começou a retroceder afastando-se dele, sentindo araiva selvagem que se elevava e o animal tomando o controle. Mas algumacoisa, talvez desespero, dor e pena, fez com que se detivesse. Tocou-o, com amão aberta sobre seu peito, olhando-o nos olhos. Mesmo com a aparência deum lobo seus olhos eram sempre azuis e agora eram turbulentos etormentosos.—Dimitri. Ele é meu amigo. Não meu noivo. —Não deveria ter quedesculpar mas não pôde evitar querer lhe consolar. A necessidade era bemmais urgente e forte que o desejo de fugir.

Ele pegou sua mão, levando-a aos lábios e ondeou a mão para os lobos.O círculo se abriu contra vontande.—Vá. Vá logo, - espetou - enquanto ainda tenha o controle.—Sinto muito. – Ela sussurrou.

Skyler e Josef correram, cuidando em não tocar um ao outro, Skylercom o coração pesado e a dor arranhando-a. Fugiu com lágrimas correndopor seu rosto e perguntando de onde vinham, sentindo-se inadequada ecovarde. Fugiu da dor de Dimitri e de seus próprios medos. Alguma vez teriaum refúgio seguro para ela?

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CAPÍTULO X

A música enchia os pequenos limites do aposento, espalhando-se peloscorredores e vagando para fora da casa. Antonietta Scarletti Justicano virou acabeça para o som. Duas pessoas se aproximando. Cheirou o ar, distinguindofacilmente a fragrância familiar de Josef e a desconhecida, de seuacompanhante. Uma mulher jovem e muito alterada. Levou um segundopassar acima do medo que irradiava a garota, para sentir o alarme Josef.Elevou os dedos das teclas de marfim e se virou para eles.—Josef? O que aconteceu?

Skyler compreendeu instantaneamente que Antonietta não podia vê-los,realmente. Era quase impróprio de um Cárpato ter qualquer defeito físico.Tentou se lembrar do que sabia da tia de Josef. Ela havia sido uma famosapianista antes que Byron a reclamasse e a convertesse. Fora cega a maiorparte de sua vida. Skyler se aproximou mais dela, numa tentativa de ficarmais acessível.—Sou Skyler Daratrazanoff, a filha de Francesca e Gabriel. —Não fazia adeclaração com freqüência, mas adorava dizer em voz alta.—Prazer em conhecê-lo, cara. - Disse Antonietta, sua voz era tão musical,como seus dedos. - Por favor me contem o que os alterou.—Um vampiro atacou Skyler. - Explodiu Josef.

Antonietta estendeu sua mão para ela. Instintivamente, antes deconseguir se conter, Skyler retrocedeu.—Estou bem. Dimitri o matou.—E depois a tocou. Lambeu-a. —Havia desgosto na voz de Josef. - Commuita dificuldade conseguimos sair vivos de lá. Tinha uma alcatéia de loboscom ele e os lobos queriam nos matar.

Byron! Antonietta convocou seu companheiro imediatamente.—Josef, algum de vocês está ferido? Chamou Gabriel?—Não! —Protestou, Skyler. - Por favor, não o faça. Nenhum de nós estáferido. O sangue do vampiro me salpicou as mãos e me queimou através das

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luvas. Dimitri estava curando as queimaduras quando Josef o viu. Josef ointerpretou mal.—Não interpretei mal que ele me mostrasse seus dentes, Skyler. - ExclamouJosef. - Você não o viu. Havia morte em seus olhos quando me olhou.—Ele salvou minha vida. - Declarou Skyler.—Seu coração está palpitando muito rápido e alto. – Assinalou, Antonietta. -Acredito que está bem mais assustada do que quer admitir.—Do vampiro. - Insistiu Skyler.

Um homem alto e bonito entrou em passos na sala.—Vampiro? – Ele olhou fixamente para seu sobrinho a sua companheira, erodeou a cintura de Antonietta com seu braço.

Imediatamente Antonietta pôde ver os ocupantes da sala. A maior partedo tempo, quando estava cansada, podia notar sombras e era o bastante paraque seus outros sentidos amplificados soubessem quem e o que a rodeava,mas às vezes simplesmente não se incomodava. Estava acostumada a ummundo sem visão e à mãos que Byron lhe proporcionasse olhos, era difícilrecordá-lo continuamente e manter sua visão. - Um vampiro atacou estajovenzinha e Josef parece pensar que Dimitri, quem a resgatou, secomportou inapropiadamente depois, embora ela diga que ele estavacurando suas mãos.

Byron se estendeu imediatamente para os outros Cárpatos por seuvínculo telepático, espalhando a notícia do ataque de um vampiro. A respostade Gabriel foi aguda e instantânea.—Seu pai está a caminho. - Anunciou Byron em voz alta, enquanto estendiao braço em busca das mãos de Skyler, pegando seus dedos antes que ela seafastasse e os levantou para sua inspeção. Velhas cicatrizes cruzavam suapele, subindo pelos antebraços no que obviamente eram ferimentosdefensivos. A visão de semelhante abuso em uma jovem o adoeceu. No dorsode suas mãos haviam marcas mais novas, recentemente curadas, débeis, masreveladoras.

Skyler afastou as mãos de um puxão, tremendo visivelmente.—Eu disse a vocês que ele curou minhas queimaduras. – Ele colocou as mãosnas costas, fora da vista de todos. - Foi horrível.

Gabriel se materializou sem preâmbulos, estendendo a mão para ela,puxando-a contra ele e deslizando as mãos sobre ela procurando danos.—Tem muito a que responder, Skyler Rose.

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—Ela levou um susto terrível. - Disse Antonietta, intercedendo.—Algum desconhecido estava sobre ela. - Disse Josef, franzindo o cenhocom desaprovação. Ergueu-se em toda sua estatura. – Eu a segui porqueatuava de forma divertida e um vampiro a atacou. Mas eu não pude fazernada.—Nada como me chamar? —Interrompeu Byron. - Não me lembro dechamadas ou gritos pedindo ajuda.—Eu tampouco. - Disse Gabriel, retendo o abraço sobre sua filha. A ameaçade um vampiro colocando suas mãos sobre Skyler era o bastante parabranquear seus cabelos. - O que estava fazendo fora de casa e desprotegida?Te adverti que estava em perigo, mas decidiu ignorar? Ignorou uma ordemdireta de sua mãe e minha.

Skyler se aferrou a ele. Em meio a um mundo tão caótico, ele era umatorre de força. Sempre e para sempre sua rocha.—Sinto muito. – Ela, sussurrou. - Não pude evitar de ir a ele. Havia tantodor. Eu conheço a dor e não podia ser a causa.

Um lento vaio escapou ao Gabriel. Seus dedos a acariciaram enquanto acastigava com sua fúria paternal. Parte dele queria sacudi-la e a outra partequeria abraçá-la, consolá-la, mantê-la a salvo. - Não pensou em confiar emFrancesca ou em mim? Poderia ter pedido ajuda para lidar com isto,Skyler.

Havia dor em sua voz? Era seu destino fazer mal a todos os que lheimportavam? —Sinto muito. - Disse uma segunda vez em voz alta. - Não podia pensar comclaridade. —Era a verdade e a única desculpa que tinha para oferecer.—Conte-nos exatamente o que aconteceu. - Disse outra voz. Skyler levantouo olhar para ver Mikhail e Lucian, perto. Ambos sombrios. - Se Dimitri teassaltou Skyler, deve contar-nos. - Acrescentou o príncipe.

—Não! – Ela gritou a palavra. Uma rajada de adrenalina atravessou suacorrente sangüínea. Todo mundo estava olhando-a, acossando-a. Não podiarespirar, não podia falar. – Ele tentou me curar. Por que não me ouvem?—Se valorizam suas vidas, - interrompeu outra voz – deixem em paz minhacompanheira. Pude sentir seu mal-estar irradiando do bosque e vocês estãoafligindo-a, pressionando-a para que lhes conte o que deveria ser perguntadoa um caçador. —Dimitri estava em pé, alto e ereto na soleira da porta aberta.

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Seu longo cabelo flutuava na ligeira brisa e alguns flocos de neve salpicavamsua cabeça e seus ombros.

Gabriel empurrou Skyler para Antonietta. - Acredito que aceitarei suaexplicação. - Disse a Dimitri entre os dentes apertados. - Antonietta, poderialevar minha filha a sua cozinha e se assegurar de que ela beba algo docecomo um suco de laranja. Tem que ser natural.—Gabriel. - Protestou Skyler.- Vá com ela. É meu dever e privilégio assegurar sua segurança e tenhointenção de fazer isso mesmo. Discutiremos isto logo.—Ele salvou-me a vida. - Disse Skyler desafiante, percorrendo com o olhar asala cheia de caçadores Cárpatos. - Ele me salvou a vida.

Antonietta ignorou a pequena resposta automática por parte de Skyler ecolocou um braço ao redor da garota.—Acredito que seu homem pode dirigir sozinho a este grupo. —Coloque-sede seu lado, Byron. Por favor. Ele parece muito sozinho. – Ela lançou umsorriso confiante para Skyler. - Posso ver quando me empenho. Não vou tedar algo como azeite de oliva para beber em vez de suco de laranja.

Skyler foi com ela, mas parou no corredor que conduzia à cozinha.Olhou atrás e seu olhar preocupado se encontrou com o de Dimitri.- Estarei bem, lyubofmaya, vá com a mulher e me deixe esclarecer as coisascom estes homens... E com seu pai.- Por favor não faça mal a ninguém e nem deixe que lhe façam mal. Nãopoderia suportar. - Olhou fixamente para Gabriel. Ele estava observando-a,não a Dimitri. Ela estava-lhe desobedecendo outra vez. Skyler baixou acabeça e se virou para seguir Antonietta.- Seu pai e eu chegaremos a um entendimento, Skyler. Agradeço que medefenda. E fique longe do rapazinho. Ele está com ciúmes e é capaz deprovocar problemas que não pode conceber.

Skyler não soube o que dizer. Josef tinha atuado como se estivesse comciume, mas não estava apaixonado por ela. Ela acreditava que era maisprovável que se sentisse solitário, como ela e não queria perder a uma amiga.

Estava escuro na cozinha e Antonietta esqueceu de acender as luzes,então Skyler tentou acendê-la, discretamente.—Gabriel está realmente zangado comigo desta vez. Saí como uma idiota,mas minha mente estava nebulosa. Só podia pensar em chegar ao lobo.

Antonietta tirou suco de laranja da geladeira.

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—Ao lobo? Ou a Dimitri?Skyler franziu o cenho, esfregando as têmporas.

—Não sei. Acreditava que a Dimitri, mas segui o uivo do lobo.—E Dimitri não era o lobo?

Skyler estremeceu e sacudiu a cabeça.—Não. O lobo parecia estar preso numa armadilha de aço e sua patasangrava. Quis lhe ajudar, mas então ele mudou para algo horrendo e Dimitrichegou e lutou com ele.—Deve ter sido terrível. - Antonietta comunicou a informação a Byron paraque ele dissesse aos outros. - Isso não soa bem, —informou a Skyler. –Sente-se. Ainda está trêmula.

Skyler puxou uma cadeira e se sentou, surpreendida de que suas pernasestivessem tão moles.—Tentei resistir mas não chamei Gabriel ou Francesca pedindo ajuda edeveria ter feito.

Antonietta se sentou frente a ela.—Sonha um pouco a compulsão, não acha? Mas como o vampiro teria teescolhido? Teria que ter acesso a sua mente, a seus pensamentos, para tetender a armadilha com algo que te fosse familiar.—Antes, tentei rastrear uma onda de poder. Chegava do hotel, então penseique era alguém de lá, mas quem fosse que estivesse usando a energia, pegou-me e possivelmente tocaram minha mente o bastante para saber que eu adoroos lobos. —Ela mordeu o lábio. - E que estava preocupada com Dimitri.- Não acreditam que se produziria um segundo ataque tão logo ou que fosseum vampiro. Acreditam que alguém da sociedade humana estava lhetendendo uma armadilha. Pelo menos essa é a explicação que estão dando aseu companheiro. Ele está zangado e com razão. Tem direito a exigir quevocê esteja protegidao tempo todo, resguardada mais que nenhuma outra selhe negarem seu direito de reclamá-la neste momento. Mikhail não tem outraescolha que acessar a seus desejos. - Byron trocou a informação comAntonietta, sabendo que ela não gostava que a mantivessem "na escuridão",sobre nada. Durante muito tempo sua família havia guardado segredos. dela.Ele se negava a fazer o mesmo. Sua companheira teria qualquerconhecimento que ele tivesse, sempre. Enviou-lhe ternura e amor, lheassegurando que a menina não sofreria dano.

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- Posso sentir como cresce seu medo, Byron. Todos têm que ser amáveis comela. - Aproximou mais o copo de suco de laranja à mão de Skyler.—Beba. Sentirá melhor.

Skyler lhe lançou um pequeno sorriso.—É fácil falar com você. Os outros gritam e não me ouvem. Josef foi valenteao interferir, mas não está dizendo exatamente a verdade. Não está mentindo,mas faz com que soe como se Dimitri fizesse algo errado.

Profundamente em seu interior, Skyler estremeceu, lembrando-se dasensação dos lábios de Dimitri contra sua pele, sua língua deixando caríciassobre suas ferimentos. O calor se apressou através de suas veias, enviandoconsciencia a seu mais profundo e adormecido centro feminino. Diminutasfaíscas de eletricidade deslizaram sobre sua pele e seus seios endureceram.Ela ruborizou, agradecendo que Antonietta não pudesse ver muito bem.—Você gosta de Dimitri? —Perguntou Antonietta.—Ele me confunde. Num momento parece o homem mais amável sobre aface da terra e ao seguinte é como um demônio perigoso e preparado paramatar num instante.—Quando estava lutando com o vampiro?

Skyler sacudiu a cabeça.—Acredito que poderia ter aceito isso, mas não, com o Josef. Josef é...Somente o Josef. É doce e divertido e bastante mais preparado do que agente acredita. Teria lutado por mim e Dimitri é grande e forte. Você o viu.Ainda assim, Josef pensou em me resgatar.—Ele deveria ter chamado Byron e você deveria ter chamado Gabriel. -Assinalou Antonietta.—Eu sei.—Josef está atravessando um período difícil de sua vida. Passa muito tempoem seus relacionandos com a Internet em vez das pessoas. Precisa melhorarsuas habilidades sociais. Ao conhecer depois de tantos meses decomunicação contínua, é como se já fosse seu amigo.

Skyler achava a Antonietta mais difícil de ler que à maioria das pessoas,mas estava segura de que a conversa era sobre ela e a forma em que seocultava da vida igual a Josef.—Bom, pelo menos não tenho que me preocupar com o vampiro. Agora estámorto. Estou segura e todo mundo, mesmo Josef, pode respirar tranqüilo.—

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Esperava que o fato de que Dimitri tivesse destruído a ameaça sobre elaevitaria que Gabriel se zangasse tanto.- Ela está muito segura de que a ameaça desapareceu. - CompartilhouAntonietta.- Duvido muito. Definitivamente ela era o objetivo e esta é a segunda vez.Dimitri diz que o vampiro se converteu somente a um mês ou menos, que nãohavia dominado seus poderes. A maioria dos vampiros novatos sãoutilizados como peões por um muito mais poderoso. Sabemos que estão nestaregião e nenhum novato o teria tentado com tantos Cárpatos por perto. Foienviado por algum outro para comprovar as águas.

A mão de Antonietta revoou graciosamente para sua garganta. - Entãoa jovem Skyler está mais em perigo que nunca. Certamente alguém dirá aela. É injusto deixar acreditar que está a salvo. Seriamente, Byron, eugostaria de saber.

Não duvido de que contarão quando esta confusão se esclareçer. Eunão gostaria me opor a Lucian e Gabriel, especialmente quando estãounidos, mas Dimitri cresceu em força para deixar se intimidar. Eleenfrentou os irmãos Daratrazanoff invocado seus direitos. Não cederáabsolutamente nem fará nenhuma concessão. Culpa a Gabriel por permitirque Skyler ficasse em perigo e na verdade, Antonietta, o que pode dizerGabriel em resposta? É sua exclusiva responsabilidade mantê-la a salvo,como sua filha e certamente como companheira de Dimitri. O que qconteceuno passar dos séculos, converteu Dimitri num guerreiro forte e letal. Poderiaforçar uma ordem de Mikhail ou levá-la com ele.- É muito jovem e está muito ferida. Precisa de tempo para se curar, Byron.- Acredito que Dimitri é consciente disso. Não está exigindo seu direito auni-la a ele, somente que cumpram com cada um de seus desejos.—Está falando com seu companheiro, não é? —Supôs Skyler, astutamente.—Byron. – Respondeu, Antonietta. – Sim. Ele está compartilhandoinformação comigo. Temos uma sociedade. Ele me prometeu que sempre metrataria como uma igual e o faz, mesmo quando outros acreditam que nãodeveria. Estou acostumada a uma certa forma de vida e Byron nunca mepediu que a deixe.—Ele te faz feliz?—Muitíssimo. Não posso imaginar minha vida sem ele. Não teria vida semele.

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—E o que está acontecendo lá? Estão todos bastante zangados. Nenhum delesestá trabalhando muito em bloquear suas emoções. —Skyler elevou seu olharaté a de Antonietta. A mulher estava lhe devolvendo o olhar e vendo-a.Vendo mais do que Skyler queria que alguém a visse alguma vez. - É pormim, não é?

O sorriso da Antonietta foi amável. Sacudiu a cabeça, atraindo aatenção para grossa trança de cabelo recolhimento intrincadamente.—É porque são homens. Um vampiro atacou uma de suas mulheres e tudodeve ser esclarecido, para planejarem uma estratégia. Principalmente, por quesão vários caçadores próximos uns dos outros. Deveriam te dizersimplesmente que tem que ser protegida a cada momento e apelar para seubom julgamento para saber que têm razão.—Mas, o vampiro não está morto? Vi Dimitri incinerar seu coração. —Seupulso estava palpitando outra vez. Não enfrentaria outro vampiro.—Aquele foi muito fácil de matar. Isso normalmente significa que outro oenviou como peão sacrificável. Se te pegar, perfeito, mas é uma distraçãopara atrair nossa atenção longe do ataque real.

Skyler tomou um pequeno gole do suco de laranja. Nunca era fácilcomer ou beber. A coisas sempre cheiravam bem, mas seu ventre se rebelavacom freqüência. —Obrigado por não me tratar como uma menina. Terei muito cuidado. Masjá sabe que, embora tenham me atacado por duas vezes, poderia ser porqueeu estava conveniente. Tinham um rastro até a mim. Sabiam queconseguiriam de mim uma resposta e a usaram. Todo mundo me ronda , maspoderiam ser pelo príncipe ou por algum outro importante.- Da boca de um bebê. - Respondeu Byron quando Antonietta lhe relatou ocomentário de Skyler.- Dobraremos a guarda sobre Mikhail. Não será fácil,pois ele não gostará.—É duro saber que há tanta maldade no mundo. - Disse Antonietta. -Acredito que a maior parte dos adultos protegem seus filhos tanto como épossível dessa verdade.

Skyler brincou com o copo, virando-o primeiro de um lado e depois dooutro.—Eu aprendi logo e não é como se pudesse voltar atrás e fingir que tudodesapareceu. Não quero fazer isto, esta coisa do Natal. Nunca tive um Natal.

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—Com uma árvore e a chegada da Santa Claus? —Antonietta estava atônita.- É muito divertido. Uma razão maravilhosa para unir toda a família ecelebrar a vida. Qualquer desculpa é genial e este é o momento perfeito doano.—Isso é o que diz Francesca. - Skyler apoiou o queixo na mão, com oscotovelos apoiados na mesa. - Gregori vai fazer Santa Claus. Conhece-o?—Eu o vi poucas vezes. Byron e Jacques são bons amigos e Gregori visitaShea com freqüência. Ela vai ter seu bebê a qualquer momento e todo mundoestá ansioso por isso. Não parece um candidato provável para fazer o papel.—Essa é uma declaração comedida. - Um pequeno sorriso escapou pelaprimeira vez e Skyler fez uma pequena careta. - Espere até que Sara eCorrine ouçam que Gregori vai fazer o Papai Noel. Elas estiveramconvencendo a todas as crianças para que se sentem no colo de Papai Noel.

Antonieta estalou em gargalhadas.—Oh! , querida. Isso pode ser mau.—Vai haver muitas crianças chorando esta noite. – Predisse, Skyler. Inalouprofundamente e pela primeira vez se relaxou o bastante para notar o que arodeava. – O que está cheirando assim? É maravilhoso.—Minha governanta me deu a receita de um prato de massa cremosamaravilhoso. - Antonietta riu provocantemente. - Josef e Byron me ajudarama prepará-lo. Deveria nos ter visto. Eu não podia ver realmente osingredientes, então Byron os lia e Josef me alcançava as coisas.—Oh! Não! - O sorriso de Skyler se mostrou novamente e desta vez, maisamplo, alcançando os olhos. - Provavelmente não sabia o que eram.—Nem Byron tampouco. Não acreditei que o fato de que não soubessem paraque eram os condimentos nem nenhuma outra coisa importasse muito. Nossaprimeira tentativa terminou num buraco no pátio traseiro.—Francesca e eu fizemos casas de gengibre e insistimos em que Gabriel nosajudasse. Foi divertido vê-lo tão indefeso. Sempre é tão invencível.—Isso é bom, Skyler. - Assinalou Antonietta. - Os homens terminaram comsua tranqüila e bem ordenada discussão.

Houve um momento de silêncio e depois as mulheres começaram asorrir. Skyler esperou um batimento de seu coração e Gabriel estava a seulado, lhe oferecendo a mão e ela tomou imediatamente.—Sinto muito, Gabriel. Seriamente não pude parar a mim mesma.

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—Eu sei, pequena. Não está metida em nenhuma confusão, embora eu estejapensando em te atar a meu lado. Francesca precisa vê-la. Está muito ansiosa.Skyler assentiu.—Onde está Dimitri? Não brigou com ele, brigou? Seriamente sabe que eleme salvou a vida?—É difícil para um Cárpato enganar outro. Dimitri diz a verdade. Pensou queera melhor não te incomodar mais. —Gabriel lançou um sorriso paraAntonietta, estendendo-se para lhe pegar a mão e inclinando sobre ela. -Antonietta, como sempre, foi um prazer vê-la. Obrigado por cuidar de minhafilha.—Foi um prazer. – Respondeu, Antonietta. – Será sempre bem-vinda.—Vamos te ouvir tocar esta noite?—Pediram-me que tocasse. Não estou segura de que as crianças gostarão,mas ouvi dizer que Gregori será Santa Claus e isto pode ser a única coisa queos console.

Josef entrou correndo na cozinha, tentando escorregar até parar eesbarrando em Gabriel, que o pegou pelo peitilho da camisa e o estabilizou.Josef não pareceu notar. .—Skyler! Temia que já tivesse ido. Paul e Ginny estão nos esperando em suacasa. Temos que nos apressar. Prometi a Sara que a ajudaria com os trajes.—Skyler terá que se encontrar contigo lá. - Disse Gabriel, firmemente. – Eu alevarei. - Acrescentou antes que ninguém pudesse protestar. - Francesca quervê-la.

Josef franziu o cenho.—Não acredita que possa cuidar dela?—Ninguém tem que me cuidar. - Protestou Skyler, fulminando Josef com oolhar. - Não sou um bebê.—Ele somente queria dizer te proteger de qualquer perigo. - InterveioAntonietta, apressadamente. - Josef, Skyler se encontrará contigo lá em unsminutos. Tome cuidado você também. —Sorriu para Byron quando este sematerializou junto a ela, depois de ter escoltado os homens. Ele passou obraço ao redor de sua figura curvilínea e ultra feminina e beijou sua cabeça.

Juntos, seguiram Gabriel e Skyler até a porta para se despedir. Byronpuxou Antonietta a seus braços.—O que é? Posso sentir como começa a se agitar, mas não posso ler o porque. —Suas mãos lhe emolduraram a face e os polegares deslizaram sobre a

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pele lisa. - Lamento que nossa casa fosse invadida justo quando estavacompondo. Sei que é muito importante para você ter silêncio enquantotrabalha.—Não é isso. E por outro lado, Josef nunca está calado. —O jovem Cárpatoficava com eles a maior parte do tempo. Desfrutava da Itália e do palácioonde residiam. Antonietta acreditava que ele admirava Byron e queria estarperto dele. Havia vezes em que tinha exatamente a mesma expressão no rostoe imitava os gestos de Byron. Byron lhe prestava atenção, trabalhava com eleem suas habilidades Cárpato e mostrava interesse.- Exaspera-me demais.- Você o ama e ele sente. Precisa de você.

Byron desabafou com um grunhido nada elegante.—Josef, se acreditar por um momento que sua vida está em perigo, chame-me e a todos outros homens dos arredores. Não tem sentido se ocupar de umvampiro com a sua idade. Tem coragem, mas ainda não habilidades. —Elefitou o jovem com olhar severo. - Tenho sua palavra?

Josef assentiu.—Sim. —Começou a sair pela porta, mas se voltou para Byron com lágrimasbrilhando em seus olhos por um breve momento antes de conseguir secontrolar. - Quase faço com que a matem, não é? Deveria ter chamado vocêno minuto em que vi o lobo preso mudar. Tudo aconteceu tão rápido. —Elebaixou a cabeça. - Não pude me mover. Absolutamente. Não tenho coragem,Byron. Tive medo.—Acha que tem que ter medo. Ninguém faz tudo bem em seu primeiroencontro com um vampiro. Dimitri é um caçador e um dosendemoniadamente bom. Esteve caçando durante séculos sem nenhumaajuda, mas posso te assegurar que com seu primeiro vampiro, certamenteficou tão congelado como você.—Você também?

Um sorriso fugaz cruzou a face de Byron.—Jacques e estávamos juntos e nos sentíamos bastante arrogantes até queessa coisa se materializou no ar e nos mostrou um bocado de dentes negros eafiados. Acredito que deu um ataque no coração de nós dois nesse momento.—Ele revolveu o cabelo de Josef. - Está bem. E fez o que pôde para protegê-la de Dimitri.—Não só a estava curando-a. — Disse Josef. - Foi uma flagrante sedução.

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—Ele é seu companheiro, Josef. Tem que respeitar isso.Josef franziu o cenho e fechou a porta de um golpe. Byron suspirou.

—Estou me fazendo de pai amável. Desejaria que minha irmã fizesse cargodesse criança.—Não, não é certo. —Antonietta se inclinou para ele, fazendo com que seusseios roçassem o peito dele, movendo os dedos através de seu cabelo. - Estáse saindo como um bom tio.—Ele deixa-me louco. Não posso me lembrar ter sido assim.

Antonietta entrelaçou os dedos com os dele enquanto se dirigiam devolta através da casa, até a acolhedora guarida onde desfrutavam juntos, depaz. Sua família na Itália era uma tremenda quantidade de responsabilidades.A família de Antonietta vivia com eles e era sempre um drama.—Sinto o jaguar, Byron. - Confessou Antonietta sem olhar para ele,pressionnando a mão sobre o peito. - Profundamente dentro de mim,respondendo a algo no ar. Está-me arranhando. Minha visão é pior que onormal, mas posso ver com os olhos do jaguar.

Byron sabia que a família Scarletti, os antepassados de Antoniettaprovinham de uma linha direta de pessoas jaguar. O felino sempre estarianela. Inclinou-se para frente e pegou as mãos dela entre as suas, para levá-lasaos lábios. —Quando começou isto?—Há algumas horas. A princípio só me senti inquieta e nervosa, mas agoraparece mais como um humor caprichoso, um desejo de atacar, umaselvageria, não posso explicar adequadamente. Acreditava ter acabado comtudo isso.—É Cárpato, Antonietta e o jaguar não é mau. Há algo que o faz assim, masagora, o mais importante é averiguar o que está removendo o felino em você.– Ela olhou pela janela, para as nuvens tormentosas. - Faltam algumas paranos encontremos com os aldeãos para esta festa na estalagem. Temos queestar preparados para qualquer perigo que apareça em nosso caminho.

Ela se passou uma mão pelo cabelo.—Sempre fui capaz de controlar o jaguar, mas ele está lutando comigo,tentando escapar, e acredito... —Seu olhar encontrou o dele. - Acredito que éperigoso.—Você nunca faria mal a ninguém, Antonietta. – Ele a tranqüilizou.—Não entende. Está tentando me fazer mal .Não a deixo sair e está furiosa.

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Os olhos de Byron quase se fecharam e ele se sentou reto. Enviou cadasentido de noite, escaneando, lendo, tentando encontrar um rastro sutil depoder influenciando a parte da Antonietta que era o jaguar. Podia sentir umapequena agitação no ar, mas com tantos Cárpatos juntos, era impossível dizerse a agitação estava manipulando o felino em sua companheira.—ouvi rumores de que os Trovadores Escuros estão tendo problemas com osleopardos que estão com eles. – Disse. - Os felinos atacaram um membro dabanda e ameaçaram a vários deles. Enjaularam-os. Nunca haviam ficadoassim. Até Darius está tendo problemas para controlar o comportamentodeles.

Antonietta franziu o cenho.—O que será isso? E outros? Um dos homens Cárpatos não tem uma mulherque é completamente jaguar? O que está acontecendo a ela?—Sim, Julietta. Também Natalya, a mulher de Vikirnoff. O tigre é fortenela. - Byron puxou Antonietta para seus braços, para consolá-la. – Venhacomigo.—Aonde? —Ele se movia para a porta e seu coração revoou de medo. -Byron, não quero me arriscar.—O felino saberá de onde chega o poder. Poderá rastreá-lo de volta a suafonte.—Mas não estou segura de ser o bastante forte para controlar o jaguar. —Emtodos seus anos humanos com o felino dentro de si, sempre lutando para sair,nunca havia temido o animal até agora. Estremeceu. A neve estavacomeçando a cair uma vez mais, mas era o medo mais que o frio o que a faziaestremecer.—Podemos controlá-la juntos. Mantenha sua mente fundida a minha todo otempo, mesmo se o felino resistir. – Ele disse.

Por alguma razão, lembranças da conversão a assaltaram. Foraparticularmente difícil e dolorosa e o jaguar tinha lutado com o sangueCárpato. Rompeu a suar.

—Byron, está seguro?—Se tiver medo de que não possamos controlá-la juntos, chamarei Jacques.Juntos, nada nos derrotará. Não podemos ir à festa sob uma influência daqual nada sabemos.

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Antonietta se estendeu para a mente de Byron com a própria, deslizandonela com facilidade. Era algo extremamente íntimo e como sempre seu corporeagiu à cercania. Era suficiente mulher para desfrutar dos pensamentos eimagens eróticas, a forma em que ele via suas curvas com luxúria em vez dedesejar uma mulher mais magra. Adorava seu cabelo, sua textura e cor.Desfrutava soltando a elaborada trança como acabava de fazer.

Levou um segundo para ajustar as duas mentes igualando a supremaciapara que se fundissem naturalmente e Antonietta se estendeu para abraçar ojaguar, permitindo-a se liberar. Brotaram garras em suas mãos, com umacaótica necessidade de saltar pelo prado coberto de árvores. Byron passeoufacilmente junto a ela ignorando as advertências que saíam retumbando dafêmea. Não ia permitir que Antonietta saísse de sua vista.

O jaguar fêmea reduziu o passo, colocando cada pata cuidadosamentena neve, mas entrando sem duvidas no fundo do bosque. Estavam semovendo na direção geral da estalagem que estava ainda a várias milhas dedistância. Que Byron soubesse, somente havia um par de casas na direção emque estavam. A casa de Gregori estava alta nas montanhas, rodeada por umarvoredo e grandes rochas. Era protegida do clima e dos inimigos por trêslados e mesmo um excursionista a quilômetros de distância podia serdivisado. Gregori tecera salvaguardas ao redor distorcendo a imagem paraqualquer inimigo potencial.

Jacques e Shea viviam na segunda casa. Esta também estava isolada.Jacques ainda precisava do espaço entre ele e o resto da população. Shea eSavannah eram boas amigas e visitavam uma à outra, mas suas casas estavama milhas de distância. Jacques havia construído uma casa muito elegantequase no interior da montanha. Mesmo do ar era impossível vê-la.

O felino elevou a cabeça e olisqueó o ar várias vezes. - Estouprocurando um aroma em particular.- O que é? - Byron podia sentir a urgente compulsão, mas não podiaencontrar o fio condutor.

Antonietta não lhe respondeu imediatamente e quando o fez mostroucerta relutância. - Está perseguindo sua presa.

O jaguar fêmea se impulsionou com as patas e saltou sobre um lenhocaído, detendo-se por um momento para olhar para as montanhas, para a casade Gregori, e depois virou a cabeça em direção à outra casa.

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Profundamente no corpo de jaguar, Antonietta ofegou. - Byron! Senteessa onda? A ansiedade?- O que persegue?- O bebê. Vai pelo bebê de Shea. Isso significa que os leopardos de Dariusestão sendo empurrados a atacar Shea. Quem quer que seja quem estáfazendo isso, não sabe nada de mim. A compulsão está dirigida aos felinos.

Byron se estendeu pelo vínculo privado que compartilhava com seuamigo da infância. – Jacques, me ouça. - Compartilhou a informação, ossentimentos que Antonietta tinha experimentado, igual a seus medos.- Temosque proporcionar esta informação a todos os Cárpatos, mas uma vez que ofaçamos, Shea ouvirá. Precisa de tempo para dar a noticia a notíciaamavelmente a ela?

Ao Byron desgostava aumentar o nível de estresse do casal. Ambosestavam aterrados pela cercania do parto e com razão. Agora tinham que sepreocupar com um inimigo que podia manipular a animais e que o estavafazendo com a intenção específica de fazer mal a seu filho.- Estenda a notícia, Byron. Devemos averiguar mais sobre inimigo antes queShea dê a luz. Temo que será esta noite. - Houve um pequeno silêncio, edepois Jacques suspirou. - Ela já está lutando contra isso, desejando manternosso filho a salvo dentro dela.- Está seguro de que é uma criança?- Sim. Tenho um filho. É forte e quer vir ao mundo, mas Shea está retendo-oe saber que um inimigo quer atacar especificamente a nosso filho, torna tudomais difícil. - Tem meu amparo também. Estarei a seu lado, preparado para lutar.- Agradecemos-lhe isso, velho amigo. - Havia cansaço na voz de Jacques. -Por favor, agradeça Antonietta. Deve ter sido difícil conseguir que o felinolhe revele esta informação. Sem seu esforço não saberíamos que um inimigoestá a ponto de atacar. Shea lhe envia seus agradecimentos também.

Byron compartilhou a resposta com sua companheira enquanto ambosexerciam pressão sobre o jaguar para que ele voltasse para a casa.

Imediatamente, a advertência chegou a todos os Cárpatos pelo vínculocomum de comunicação e ele sentiu uma onda de orgulho por Antonietta.

A fêmea grunhiu, resistindo à ordem. Byron se aproximou mais, eimediatamente Antonietta respondeu, captando seus pensamentos. Haviaformas muito mais prazerosas de distrair o felino da luta. Byron mudou de

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forma rapidamente. O macho jaguar empurrou à fêmea, lhe roçando amandibula pelo lombo e a fêmea se afastou correndo dele, lançando umolhar incitante sobre o ombro. Correram de volta à casa, o calor superava ànecessidade de caçar.

Quando mudaram de volta para suas próprias formas, estavamfirmemente entrelaçados um com o outro, as bocas soldadas e as mãos deledesmanchando a intrincada trança de seu cabelo.

CAPÍTULO XI

Juliette Da Cruz passeava inquietamente daqui para lá pela cozinhaazulejada. Sentia o corpo muito tenso em sua própria pele. Era impossívelcontrolar sua mente que mudava de canal, saltando caóticamente de assuntoem assunto. Não parecia poder se concentrar em nada absolutamente, nemsequer na salada de melão e fruta que estava fazendo para a celebração dessanoite.

Sentia falta da sua irmã e sua prima. Este seria o primeiro natal semelas. Convidara-as, mas como sempre, elas se negavam a ter alguma coisa a rcom os homens Da Cruz. Não era que as culpasse, mas Juliette teria gostadode sua companhia. Fora da janela, os flocos de neve caíam, convertendo omundo a seu redor num reino pacífico e tranqüilo, mas seu corpo e sua menteestavam fora de controle.

Havia calor. Muito calor. Desabotoou a blusa e atou os extremos numnó sob seus generosos seios. recolheu os cabelos no alto da cabaça passeounovamente pela cozinha. - Se não vir para casa logo, vou correr. Preciso...– Estendeu-se para seu companheiro, mas não sabia o que precisava. Seucorpo desejava o dele, mas sempre o desejava. Simplesmente não podia seacalmar.

Profundamente em seu interior, sentia o felino se movendo, lutandopela supremacia. Juliette era parte jaguar mesmo depois da conversão e seu

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felino era forte, mas sempre fora capaz de controlá-la. Agora, seu felinoqueria sair. Desejava a liberdade.- Respire. - A palavra foi sussurrada em sua mente. Suave, intima e calma. -Sempre se esquece de respirar.

Sabia que estava sozinha na cozinha. Seu amado companheiro, Riordan,tinha ido encontrar seus irmãos. Riordan e Juliette tinham viajado da Américado Sul e chegaram nas primeiras horas da manhã. Riordan ainda não tinhatido oportunidade de ver seu irmão Manolito que havia sido ferido numabatalha.- Estou respirando. Quero que venha aqui. - Havia um flagrante convite emsua voz. Riordan tinha sido muito hábil fazendo arder seu sangue com umsussurro de sua voz sedutora. - Estou fazendo salada de fruta. Acho quepoderia me ajudar. Seus seios pareciam pesados e doloridos. Tinha umafigura cheia e curvilínea. Sua cintura era pequena, mas seus seios e quadriseram generosos e agora, cada centímetro de sua pele ardia. Desejava-o.Agora mesmo. Neste mesmo momento. Ele tinha que voltar logo ou ela teriaque se lançar à neve para esfriar.- Estou a caminho. Deixe-me despedir. Deve ser a salada que está fazendo.Acho que a fruta te anima.- Só uma pessoa pode fazer isso. - Juliette riu, mas havia pouca diversão nela.Seu corpo estava muito tenso. Os irmãos Da Cruz pareciam criaturas muitosexuais e ela igualava as necessidades de Riordan, adorando cada criativaforma de fazer amor, mas nunca havia se sentido tão tensa, tão desesperada.

Molhou-se com um pouco de água e deixando que esta gotejasse entreseus peitos enquanto olhava fixamente pela janela. Não havia ninguém láfora. Estava completamente sozinha. Escaneava com freqüência comoRiordan lhe ensinara, mas ainda assim sentia que alguém a estavaobservando. Juliette tentava sacudir a sensação, temendo que fosse a paranóiaresidual dos dias de raptos de mulheres, por parte dos homens jaguar. Nuncase sobreporia à necessidade constante de vigilância, para permanecer a salvona selva.

Olhando pela janela, escaneou novamente, só para se assegurar,tomando muito cuidado em rastrear cada movimento perto da cabana,inclusive de animais, mas não havia nada perto da casa.- Juliette? Jacques envia mensagem de que alguém está tentando usarleopardos para atacar Shea e seu filho que vai nascer. Quem é que esteja

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fazendo isto não é consciente de que o jaguar corre forte em algumas dasmulheres. É forte em você. Está tendo problemas?

Juliette suspirou com alívio. Podia se arrumar com o jaguar se isso era oque estava deixando-a com um humor tão estranho, nervosa e paranóica. -Mas lido com meu felino toda a vida e posso controlá-la. - Quando seu felinose excitava, era especialmente difícil manter o controle e isso podia ser umproblema inesperado. - Deveria ter pensado nisso.- Tome cuidado, Juliette.

Sorriu para si mesma enquanto recolhia os restos de melão. É claro queele tinha que ter a última palavra, lhe dar alguma tipo de ordem. Ele haviapassado muito tempo a sós com seus irmãos na América do Sul, ou talvez osirmãos Da Cruz eram simplesmente mandões com suas mulheres. Bem, comtodos os que os rodeavam. Gostavam de mulheres submissas, embora nemela nem Colby, a companheira de Rafael, eram submissas, absolutamente. Desua perspectiva pelo menos, o fato produzia uma fogosa e muito interessanterelação sexual.

Levantando a tijela com as cascas do melão, levou-a para fora, à doespesso arvoredo que rodeava a casa. No momento em que saiu no arnoturno, o felino nela se removeu, despindo as garras e levantando o olharpara as montanhas, para a residência de Jacques. Reprimiu o felino com umgrunhido de advertência e o empurrou rudemente para dentro. O felino atentou novamente, arranhando suas vísceras, estendendo um fogo quesomente Riordan podia apagar.- Então é assim. Estamos a muito tempo sem nosso companheiro.

O cabelo lhe açoitou o rosto, com uma forte rajada de vento. Arrumouas espessas e escuras mechas e atirou as cascas do melão, fora. Tudo nela secongelou, o sorriso desapareceu bruscamente quando baixou o olhar e comhorror notou os rastro na neve. Sua boca ficou seca enquanto lançava umolhar cauteloso ao redor. Seu coração começou a palpitar com força e porum horrível momento, suas pernas se tornaram de borracha.- Riordan? Você ainda está longe?- O que está acontecendo? - Ele sentia seu medo e já estava atravessando apassos rápidos, a casa de seu irmão, chamando o resto dos homens,preparando-se para elevar o vôo.- Marcas de jaguar macho. Como pode ser? Eu estava atirando as cascas demelão fora e os rastros estão por toda parte ao redor da casa. Estava me

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olhando através da janela enquanto eu fazia a salada. - Juliette ficou quieta,quase temendo se mover, seu olhar esquadrinhou a região, prestandoparticular atenção às árvores.- Os Trovadores Escuros trouxeram seusleopardos, Juliette. - Sua voz era consoladora. - Possivelmente você seequivocou e um dos leopardos estava investigando nossa casa.

Ela apertou os dentes num grunhido brusco. - Não me tome por tola,conheço a diferença! Rastreei o jaguar toda minha vida e não cometoenganos. Conheço os rastros de um jaguar e sei quando um homem jaguarestá perto. Posso sentir seu cheiro, como ele o meu. Digo que um deles estáaqui, nas montanhas e só há uma razão para que esteja aqui.- Entre em casa. Estou a caminho, chegando já.- Não, os rastros saem para longe da casa. Vou seguí-lo. Antonietta tem ahabilidade de mudar para jaguar também. Não sei se alguma outra mulhertambém pode e poderiam estar muito mais em perigo que eu. Ainda resta apossibilidade de que várias delas tenham o sangue e possam mudar ou não eisso explicaria as fortes habilidades psíquicas.- Juliette. – Ele colocou uma advertência em sua voz, com desagrado.

Ela o ignorou como se não tivesse lhe ouvido. - Não posso acreditarque algum deles tenha vindo aqui com tantos Cárpatos perto. Devem estardesesperados. E se nos seguiram? E se trouxemos o perigo para esta gente?- Não entre em pânico. Estarei aí logo. Entre em casa. – Repetiu ele e destavez convertendo-a numa ordem. – Nem todos os homens jaguar pertencemao grupo que rapta mulheres.- Você e eu sabemos que se ele estava espreitando a casa está atrás de umamulher que possa mudar. Não vou permitir que o que aconteceu a minhairmã possa acontecer com ninguém mais. Vou atrás dele.

Ela já estava chamando o felino para a mudança. Antes de suaconversão a Cárpato, a mudança de humana para jaguar era lenta e dolorosa,mas agora era muito mais fácil. Antes podia chamar sua herança jaguar sódurante curtos períodos de tempo e mudar, mas era sempre difícil e era aindamais, manter por muito tempo a forma. Agora podia fazer sem esforçodurante horas sem fim.- Se alguém está influenciando os felinos para que tentem atacar Shea e seufilho, pode ser muito perigoso utilizar essa forma. Disse que estava tendoproblemas. – Ele usou a desculpa que lhe ocorreu, para detê-la.

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- Estou intranqüila e tensa e se meu jaguar está me arranhando para que asolte, nenhum homem jaguar poderia me influenciar assim.- Pode ser psíquico.- Eu saberia. passei a vida lutando com eles na selva, Riordan. Em qualquercaso, sou perfeitamente capaz de controlar meu felino. Fiz isso toda minhavida... Mesmo quando está tensa e precisava emparelhar. - Será melhor que nunca a solte quando precisar emparelhar. A menos quevenha para mim. Agora me espere.

Ela se estendeu para seu lado selvagem, deixando que o jaguar tomassecompletamente o controle de seu corpo. Uma pelagem pintalgada se estendeupor sua pele. Músculos e tendões se contraíram e estiraram, garras afiadascomo estiletes surgiram de suas mãos curvadas e sua face se alargou paraacomodar o focinho e os dentes do jaguar. Caiu sobre as quatro patas, jácorrendo facilmente. Os músculos tensos e uma espinha dorsal flexívelpermitiam que o musculoso jaguar saltasse uma rocha ou um tronco e atésaltasse aos galhos das árvores quando era preciso.- Eu a proíbo. - Riordan vociferou. O vaio de fúria entrou em sua mente comum negro redemoinho.- Que bom então que não tem ninguém ao redor que possa me dar ordens.

Juliette tinha lutado a maior parte de sua vida contra os homens jaguar.Eles raptavam mulheres com a habilidade para mudar e roubavam a qualquercriança resultante da união. Juliette havia permanecido no bosque,trabalhando com outras mulheres para tentar ajudar, mas no final tinhaperdera sua mãe e sua tia para os jaguares e finalmente eles haviam capturadoJasmine, sua irmã caçula. Não podia permitir que nenhuma mulher caísse emsuas mãos.

Riordan era um homem forte dos Cárpatos e tinha vivido duranteséculos na América do Sul, adotando a natureza possessiva e protetora latina,com as mulheres, o que combinava com os traços já dominantes de suaespécie. Sabia que ele estava furioso ante a idéia de que ficasse em perigo eele não estivesse com ela e também estava zangado com ela por sua negativade fazer o que lhe ordenava.- Rafael está comigo. Nós encontraremos esse homem.- Bem. Então terei reforços. Sugiro que se apressem.

Lhe enviou um grunhido baixo e a impressão de estar estrangulando-a.Juliette o ignorou e correu pela neve tão ligeiramente como foi possível,

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cobrindo os rastros do macho, farejando o ar do bosque. Seu jaguar lutoucom ela por um momento, tentando voltar em direção às montanhas, mas elamanteve o curso do felino, movendo rápido no esforço de alcançar o macho.

Durante quanto tempo ele estivera fora da casa observando-a fazer asalada de fruta para a festa? Ela havia insistido que Riordan fosse visitar seuirmão, já que Manolito estava ferido. Nunca lhe tinha ocorrido que pudesseencontrar um homem jaguar nas Montanhas dos Cárpatos. Especialmentecom tantos homens protetores rondando às mulheres e protegendo-as como sefossem apreciados tesouros.- São todas apreciados tesouros Juliette, embora esteja considerando baterem você, até a submissão.- Cortaria-o em pedacinhos enquanto dorme.- Isso seria um problema. - Apesar da gravidade da situação a diversão fluiuentre eles.

Juliette sentiu uma onda de amor. Nunca pensara que encontraria umhomem, bem, pelo menos um tão dominante, ao qual pudesse amar erespeitar. Sua vida tinha consistido em lutar com os homens, mas Riordan avalorizava e a apreciava. Sempre a colocava primeiro lugar em sua vida,inclusive quando estava tentando lhe dar ordens. Em realidade, era agradávelpoder confiar em alguém. Riordan era totalmente de confiança. Viria e trariaos outros.

Moveu com confiança, permanecendo abaixo, consciente de que ojaguar poderia estar atraindo-a para uma armadilha. Onde havia um, comfreqüência havia outros, especialmente se estavam atrás de uma mulher e issoera o mais provável. Ele virara para o sul, movendo rapidamente através dequalquer espaço aberto, tentando ficar na cobertura das árvores.- Não posso lhe detectar quando escaneio.

Riordan amaldiçoou. - Juliette, saia daí. Estou dizendo que abandoneesse lugar e nos espere. Estamos muito perto, mas poderia te colocar numaarmadilha.- Não posso permitir que ele se aproxime das outras mulheres. Agora estávirando e se dirigindo para a casa de Rafael. Volte Riordan. Colby tem seuirmão e irmã e seus amigos lá. - O pânico afiava sua voz. Ainda estava longee estava quase segura de que Riordan e Rafael vinham ao encontro dela.Passariam por cima do macho jaguar e ele teria livre acesso às mulheres eadolescentes que estavam na casa.

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- Colby protegerá as crianças. É consciente do perigo e está tomandoprecauções. Simplesmente fique onde está. - Rogou Riordan.

Juliette duvidou. O que seria melhor para assegurar que o macho nãopegasse ninguém? Virou ligeiramente, agachando-se mais, elevando a cabeçapara farejar novamente o ar. Instantaneamente o aroma do macho encheuseus pulmões. Sua cabeça virou na outra direção, mas já era muito tarde. Elefoi simplesmente um borrão, lançando sobre ela a toda velocidade. O machobem mais pesado a golpeou de lado e lhe rompeu as costelas derrubando-a.Estava sobre ela num segundo, já procurando sua garganta, lhe arranhandocom as garras, abrindo lacerações. Ela tentou usar os dentes, afundá-los napata do jaguar, mas por alguma razão, seus dentes não penetravam. Nãopodia lhe pegar. O sangue era quente e pegajoso e queimava dentro de suaboca e focinho.

Já havia lutado com muitos machos, mas este era incrivelmente forte.Mesmo com sua assombrosa agilidade, não podia sair debaixo dele. Mantevea garganta protegida, mas ele lhe rasgou o peito, esmagando seu ventre comas patas traseiras. Tentou rodar, tirar seu corpo debaixo do dele, mas osdentes lhe sujeitavam com força o ombro, os longos caninos lheatravessavam a pele rasgando o músculo.- Me submeta a ele.- Riordan exclamou a ordem.- Não! Nunca. – Ela forçou ao macho a matá-la primeiro. - Prefiro morrerque deixar que ele coloque suas asquerosas mãos sobre mim.

Riordan amaldiçoou e aferrou a sua mente, tomando rudemente ocontrole. Era bem mais forte do que ela esperara e forçou sua obediência, afêmea jaguar ficou estendida imóvel sob as garras e dentes do macho. – Olhepara ele. Olhe diretamente nos olhos.- Ele ordenou, obrigando-a a obedecer,ditando a seu cérebro o que queria que fizesse a fêmea jaguar.

Juliette ficou estendida na neve, sangrando por dúzias de ferimentos,seus flancos moviam pesadamente e suas costelas queimavam, olhando ostriunfantes olhos amarelos, do mal absoluto. Uma ardilosa inteligência lhedevolvia o olhar. Deixou que o terror submisso da fêmea jaguar se mostrasseem seus olhos, embora profundamente em seu interior sentia Riordanesperando o momento perfeito para atacar. Não estava sozinha, podia fazeristo. Riordan podia destruí-lo através dela. Um homem jaguar a menos paraaterrorizar às fêmeas. Esperou que o macho a tocasse, estremecendo de asco,mas disposta ao sacrifício, se Riordan podia acabar com sua vida.

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O macho jaguar se aproximou mais, inclinando-se sobre ela. Sua cara secontorceu, o peito e os braços começaram a mudar. O focinho retrocedeupara ser substituído por uma cabeça em forma de bala, com a pele estiradasobre a caveira. A navalhada da boca se abriu de par em par revelando dentesmanchados e afiados.

O coração de Juliette se saltou no peito e começou a palpitar de puroterror. Sentiu a surpresa de Riordan, ouviu sua advertência dirigida aos outrosCárpatos. Não era um jaguar. Era um vampiro. Instantaneamente elacomeçou a mudar, levantando as pernas para golpear com força. Seus pés, nomeio da mudança, golpearam o vampiro no peito. Não aconteceu nada. Elesequer retrocedeu. Foi como bater em cimento armado e a sacudidareverberou em todo seu corpo. Tentou se dele afastar rodando, mas uma mãoa segurou e garras afiadas atravessaram seu ombro como espinhos,sujeitando-a ao chão.

Ele se elevou sobre ela, numa coisa escura e oleosa de pura maldade,sorrindo zombeteiramente de forma macabra. Um dedo se alongou até formaruma garra. A coisa respirou e se inclinou, enquanto sorria com deliberadamaldade, cortando sua garganta. Sentiu o sangue correr por seu corpo edescer por seu peito. Depois começou o ardor, um ácido feroz invadiu suapele, inflando tanta dor até a agonia. O vampiro se inclinou e começou a lhelamber a garganta. Lambeu e depois mordeu com força, afundando os longosdentes em sua pele, grunhindo enquanto rasgava sua carne.

A dor lhe nublou a visão, mas Juliette não afastou o olhar da cabeça deseu atacante. Era a única parte dele que podia ver enquanto ele se inclinavasobre ela. Podia sentir Riordan concentrando, enroscado e preparado paragolpear. Sabia que havia outros perto, mas somente Riordan estava o bastanteperto. Sentia a energia se acumulando, crescendo até que o ar a seu redorrangeu com ela. Sob ela a neve começou a derreter. O vampiro estava muitoocupado, alimentando-se do efusivo poço que havia aberto.

Riordan atacou com tremenda força, num golpe duro e decisivo. Ocrânio do vampiro se abriu com longas linhas magras, dividindo-o com umterrível som de ruptura. Saíram vermes a torrentes e o vampiro gritou,saltando longe dela, com os olhos bordeados de vermelho e a face manchadapelo sangue de Juliette. Lançou-lhe uma cusparada enquanto se aproximavadela. Chutando seu corpo, enviou-a voando através do bosque. Ela bateu

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numa árvore e caiu como um fardo no chão. Não conseguia respirar e cadaparte de seu corpo parecia queimar.

Juliette tentou se levantar, sabendo que ele viria atrás dela. Não podiasentir as pernas, então tentou se afastar, arrastando-se para as árvores, quasesem discernimento.

Mãos lhe tocaram a garganta. Empurrando alguma coisa contra oferimento aberto. Levantou os olhos até o rosto de seu cunhado. Juliette nãopôde conter as lágrimas. Mordeu o lábio inferior para evitar chorar enquantoRafael a puxava para a segurança de seus braços.—Tudo está bem agora, irmazinha. Riordan o destruirá.

Levou-lhe um tremendo esforço virar a cabeça para o vampiro. Seucorpo e a garganta, a pesar do emplaste consolador que Rafael haviacolocado, estavam ardendo, mas precisava ver o vampiro ser morto ou este aperseguiria em seus sonhos para sempre.

Riordan se deixou cair do céu diretamente sobre o corpo do vampiro.A besta se elevou, grunhindo e lutando, um demônio vertiginoso de

garras e dentes, arranhando pele e tentando romper ossos. Riordan estavalonge de estar calmo. Fechou as pernas ao redor do pescoço do vampiro egolpeou com o punho abrindo um buraco nas costas dele, reto ao coração.

O não-morto se contorceu, tentando se converter em névoainsubstancial, mas Riordan já estava sobre ele. O vampiro se lançou para trás,jogando Riordan ao chão, quase lhe rompendo o pescoço. Riordan não teveoutra opção que se evaporar sob ele, flutuando e logo voltando a tomar formaenquanto afundava o punho no coração, desta vez atravessando o peito.

O vampiro tomou represálias do mesmo modo, desesperado porescapar, golpeando a parede do peito do caçador, rompendo ossos,atravessando a pele.

Juliette, unida a Riordan, sentiu o golpe em seu próprio corpo e a dor seestendeu com rapidez, lhe roubando o fôlego e a prudência. Bruscamente,cortou a conecção e ela já não estava mais unida a Riordan, mas sozinha coma agonia de seus próprios ferimentos e o medo por seu companheiro emprimeiro lugar em sua mente.

Chegou um segundo homem, depois um terceiro. Reconheceu os traçosfamiliares e soube que um dos homens devia ser Manolito, o irmão deRiordan. O outro era definitivamente Mikhail Dubrinsky, príncipe dosCárpatos. Tossiu, tentando falar.

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—Ajudem-no. - Estava segura de conseguiria que as palavras atravessassemsua garganta rasgada, mas ninguém se apressou em ajudar Riordan. Pareciammais preocupados com ela.—Estamos lhe ajudando. – Consolou, Rafael. - Sua vida é muito importantepara se arriscada e Riordan é bastante capaz de matar o vampiro.—Precisamos da terra mais rica possível. - Disse Mikhail. - Alguém curouuma área de terra onde aconteceu recentemente a batalha. A terra lá é escurae rica em minerais. Consigam essa terra e a levem à caverna curadora. Sealguém pode localizar à mulher com talento para curar a terra, que a tragatambém. Enviei mensagem a Gregori e Francesca. Encontrarão conosco lá.

Ninguém prestava atenção em Riordan e o vampiro. Juliette estavadesesperada por lhe alcançar, por tocá-lo com sua mente. Já não podia verseu companheiro, Rafael estava levando-a pelo ar a alguma caverna em quenão queria estar. Por mais que tentasse, não pôde voltar a encontrar sua voz enão se atreveu a distrair Riordan usando seu vínculo telepático.

Começaram a chegar Cárpatos, reunindo-se, respondendo à petição deajuda de um dos seus. Era aterrador ver tantos estranhos... Tantos homens.Era culpa dela e de sua forte natureza. O vampiro tinha utilizado o pior deseus medos e ela caíra diretamente na armadilha. Tinha difundido seussentimentos. Como ele soubera que ela seguiria um macho jaguar? E Riordanestava em perigo e ninguém parecia se importar. Empurrou Rafael, tentoulutar, mas seus braços pareciam de chumbo. Onde estava sua força? E porque sua visão era tão imprecisa? Tudo lhe parecia vago e longínquo.—Juliette! —A voz de Rafael era aguda e exigente.

Sempre pensara que seu cunhado era muito poderoso e arrogante e teriadito a ele, mas parecia estar à deriva, tudo se nublava.—Juliette. - Ele vaiou seu nome. - Riordan precisa de você. Volte, agora!

O chamado a avivou. É claro podia se concentrar em Riordan, mas porque Rafael estava retendo-a em vez de deixá-la ir até com seu companheiro?

Nada tinha sentido e a dor era muito grande. Fechou os olhos,desejando partir e se distanciar.—Já a tenho. – Era a voz de Riordan. Reconheceu a segurança de seusbraços, a calidez de seu corpo, a forma e o contorno de cada parte dele. Seucabelo longo lhe roçou o rosto quando ele se inclinou sobre ela, o tato sensualque lhe era tão familiar. Cheirou seu sangue e o sentiu se sobressaltar,quando chegou mais perto.

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- Parece um desastre. Tenho que me ocupar de seus ferimentos.- ElaSussurrou-lhe o convite, virando a cabeça num esforço de examinar seupeito.- O curador está aqui, meu amor. Ele cuidará disso para mim. Agora, fiqueunida a mim. - Riordan podia sentir como o espírito dela se afastava. Haviaperdido muito sangue, mas Rafael tinha fechado a ferida e estavampreparando a cerimônia do ritual curador. Não estava acontecendo orapidamente para ele. Ela estava muito pálida, sua mente estava confusa. Nãoparecia compreender que sua essência se afastava dele, debilitando-a mais emais a cada minuto que passava.—Se apressem, não temos muito tempo.

Gregori chegou. Um homem alto de ombros largos e com longo cabeloflutuante. Não havia nenhum traço suave na face do homem.

Ele se inclinou sobre Juliette sem preâmbulos e se voltou para olhar àmulher alta e esbelta que entrara na caverna atrás dele.—Francesca. Se apresse. Ela já está longe de nós.

Riordan quis protestar pela declaração, mas sabia que era certo. Estavasujeitando Juliette com pulso firme, enjaulando seu espírito quando estedesejava escorrer junto com a tremenda quantidade de sangue perdido.

Um ondeio da mão do curador e as velas aromáticas se acenderam aoredor deles. Riordan se sentou entre os dois curadores, com Juliette em seucolo, observando como o homem abandonava seu corpo e se convertia em luzbranca. A energia era forte, Riordan teve que virar a cabeça. Quaseimediatamente, Francesca fez o mesmo. Sentiu como entravam no corpo doJuliette, movendo-se rapidamente para seu pescoço e garganta, examinandoas grandes rasgões nas veias localizadas ali.- Ela perdeu muito sangue, Riordan e você mesmo tem que se curar. Tem seuirmão que pode doar o sangue. É um antigo e forte e seu sangue ajudará aacelerar o processo. - Opinou Gregori.

Rafael se adiantou imediatamente e ofereceu a mão. Riordan não tevemais escolha que obrigar Juliette. Estava muito fraca para se alimentar por simesma e duvidava que estivesse disposta a tomar sangue voluntariamente denenhum outro homem, sequer de seu irmão.

Raven, a companheira de Mikhail, começou a cantarolar suavemente eao redor dele, os Cárpatos que enchiam a caverna de cura e os que nãoestavam presentes se uniram a ela, para ajudar ao Juliette. As palavras

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ancestrais eram formosas e as vozes se elevavam num cântico melodioso.Riordan sabia que os curadores estavam profundamente concentrados porqueestavam utilizando o Grande Cântico Curador, feito para trazer de volta àsalmas perdidas que já avançavam para o outro mundo. Sentiu lágrimas nosolhos ao sentir o poder de todos, trabalhando unidos com um só propósito, detrazerem sua companheira de volta, trazerem sua irmã de volta. Sua voz seelevou com as outras, tantas agora, como nos velhos tempos, utilizando sualinguagem ancestral, uma linguagem secreta com rituais quase tão velhoscomo o tempo.- Ot sisarm ainqjanak hany, come.Me, ot sisarm kuntajanak, pirddak sisarm, gond é irgalom ture.Ou pus wdkenkek, ot oma 'sarnank, é ot pus funk, dlnak ekdmainajanak, pitdnak sisarm ainajanak eldvd. Ot sisarm sielanak paid. Ot ombo'c paldja juta alatt ou jiiti, kinta, is szelemek lamtijaknak. Ot em mekem namar kulkedak otti ot sisarm omboce pdlajanak.Rekature, saradak, tappadak, odam, k ou numa waramavaa owe ou lewl mahoz. Ntak ou numa waram, é mozdulak, jomadak. Piwtddak ot No Puwe tyvinak, ecidak alatt ou jiiti, kinta, is se meklamtijaknak. Fdzak, fdzak não ou saro. Juttadak ot sisarm ou akarataban, ousivaban, é ou sielaban. Ot sisarm sielanak kaqa engem. Kuledak é piwtddakot sisarm. Sagedak é tuledak ot sisarm kulyanak. Nendm com; ou kulytorodak. Ou kuly pel engem. Lejkkadak ou kagka salamaval. Molodak ot ainajakomakamal. Toja é moland. Hão ca8a.Manedak ot sisarm sielanak. Alsdak ot sisarm sielanak ou komamban. Alsdam ot sisarm numa waramra. Piwtadak ot No Puwe tyvijanak ás sagedak jdlleen ot eldvd atmajaknak. Ot sisarm l jalleen. Ot sisarm we'n'CA jalleen.

* * *

O corpo de minha irmã é um conglomerado de terra perto da morte.Nós, o clã de minha irmã, rodeamos-la com cuidado e direção.Nossa energia curadora, palavras ancestrais de magia e curacicatrizam o corpo de minha irmã, mantêm-na viva.Mas a alma de minha irmã é somente a metade.

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Sua outra metade vaga no mundo inferior. Meu grande propósito é este.Viajo para encontrar a outra metade de minha irmã.Dançamos, cantamos, sonhamos estáticamente, para chamar a meu espírito e abrir a porta do outro mundo.Monto meu pássaro espírito,começamos a nos mover,baixamos seguindo o tronco da grande Árvore,caímos ao mundo inferior. Está frio, muito frio.Minha irmã e eu estamos unidos em mente, coração e alma.A alma de minha irmã me chama.Ouço-a e sigo seu rastro.Encontro ao demônio que está devorando a alma de minha irmã.Furioso, luto com o demônio.Tem medo de mim.Golpeio sua garganta com um relâmpago.Rompo seu corpo com minhas mãos nuas.Ele se inclina e cai.Foge longe.Levanto a alma de minha irmã na palma de minha mão.Subo-a a meu pássaro espírito.Subo pela grande Árvore, voltamos para a terra dos vivos.Minha irmã vive novamente.Está completa de novo.

Francesca trabalhava em reparar os longos cortes das artérias e veiasenquanto Gregori ia atrás do espírito do Juliette. Riordan era relutante adeixá-la a seu cargo, temendo que ela tomasse a direção oposta e escapassede seu alcance para sempre.- Ela teme outros homens. O oculta-o bem, mas seu passado a ensinou queos homens não são de confiança.- Confia em mim?- Perguntou Gregori.

Riordan se tornou atrás. Gregori. O Escuro. Segundo ao comando dopríncipe. Era um assassino reconhecido, mas bom, não eram todos? Osirmãos Da Cruz sempre tinham questionado a autoridade, sempre lutandocontra as restrições e eram homens poderosos e dominadores. Esperavam e

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recebiam deferência de todos os que lhes rodeavam e eram sempre um poucomais duros com suas mulheres. Riordan sentia que fazia falta mulheresextraordinárias para suportar suas personalidades e fazia falta homensextraordinários para que os irmãos Da Cruz seguissem sua liderança. Gregoriera esse tipo de homem.- Tenho fé absoluta em você. - Não lhe permitirei nenhuma possibilidade de resistência.

Riordan não tinha problemas sendo rude. Deveria ter forçado suaobediência antes quando sabia que Juliette iria atrás do que ela acreditava serum homem jaguar. Se o tivesse feito, ela não estaria agora às portas da morte.

O espírito de Juliette se separou da forte personalidade de Gregori, daterrível luz branca e ardente que a iluminava fazendo-a voltar para dor e osofrimento. Retraiu-se, mas Riordan estava ali, bloqueando seu passo aooutro mundo, obrigando-a a voltar para o curador. Tentou lutar contraRiordan, doía-lhe ver que ele se colocara do lado de um desconhecido, masestava débil e era mais fácil ceder à força.

A dor a golpeou. Golpeou ele. Um ardor cru e feroz que rasgou seucorpo. Gritou e gritou, suplicando a Riordan que parasse. Lutou contra ele,seu espírito lutou contra ele, mas ele agüentou embora lágrimas vermelhosangue rolavam por sua face enquanto Gregori e Francesca faziam seutrabalho tão rápido como era possível no corpo que resistia e lutava.

O sangue deste vampiro não só levava o ácido, mas também parasitasque entraram nos ferimentos e aberturas de sua garganta depositando àshorrendas criaturas em seu sangue. Imediatamente haviam se movido parainvadir cada célula e cada órgão, num tentativa de destrui-la.- Gregori. A voz normalmente tranqüila de Francesca estava cheia de alarme.- Olhe onde se concentrou o ataque.

Riordan não podia ver, a luz era muito brilhante. Gregori amaldiçooubrandamente em seu idioma. - Digam-me o que está errado. - Exigiu Riordan.- Nossos inimigos estão se tornando mais sofisticados em seus ataques. Osparasitas estão indo para seus óvulos. - Gregori entregou a notícia aosCárpatos pelo vínculo comum de comunicação.

O canto decaiu quando a enormidade da notícia lhes golpeou. Oshomens olharam uns aos outros e vários colocaram seus braços ao redor desuas companheiras.

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—Podem salvar seus futuros filhos? —Perguntou Mikhail.Raven deslizou uma mão na de Mikhail esperando a resposta.

- Estamos tentando.Gregori deixou Francesca trabalhar nas costelas rotas e nas lacerações e

queimaduras enquanto ele atacava os parasitas, conduzindo-os para longe deseu prêmio. Era aterrador ver o mal que deixavam a sua esteira. Podia notarque o sangue de Rafael fazia uma diferença, dava às células famintas umapossibilidade, enchendo tecidos e órgãos de força para ajudar a combater oveneno do vampiro. Trabalhou rápido, destruindo os parasitas onde osencontrava, perseguindo-os quando fugiam.

Quande Gregori esteve seguro de ter matado o último deles, começou atrabalhar nos danos, primeiro reparando os ovários, assegurando de que nãoforam perfurados. Os parasitas se replicaram para se alimentar dos órgãosinternos. Tinham um apetite voraz. Pareceram passar horas antes que Gregoripudesse recuperar seu próprio corpo, quando na verdade foi menos com oscuradores trabalhando juntos. Conseguiram um milagre em tempo record.—Ela precisa de mais sangue e terra rica. - Disse Gregori. - Mas ficará bem.—Ele inspecionou Riordan. - Você, entretanto, precisa de um pouco deajuda.—A terra me ajudará. - Disse Riordan. - Não posso lhes agradecer o bastantepor salvar sua vida. Ela já estava longe de nós.

Mikhail elevou a mão pedindo silêncio.—Se há entre nós alguém capaz de curar a terra, dê um passo adiante?

Os Cárpatos olharam uns para os outros. No canto onde os TrovadoresEscuros se reuniram, Barack tomou a mão de Syndil e a conduziu para frente.—Syndil é capaz de curar a terra.

Mikhail deixou escapar o fôlego lentamente. A mulher era uma dasmeninas que Darius havia salvado e sua linhagem Cárpato era forte eautêntica. Parecia nervosa, mas estava em pé esperando tranqüilamente.Sorriu-lhe.—Então é você nossa trabalhadora milagrosa. Vi a terra depois de quetrabalhou nela.

Ela estendeu as mãos para frente.—É minha chamada. Um talento pequeno, mas forte.

O príncipe sacudiu a cabeça.

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—Eu não acredito que seja um talento pequeno. Entregaremos este casal àMãe Terra para que se curem. Se pudesse escolher onde os colocaria?—Aqui. - Syndil assinalou um ponto, sem titubear.—A terra aqui é rica e sem toxinas?

Ela franziu o cenho, mantendo as mãos sobre o ponto.—É a melhor nas cavernas, mas posso melhorá-la. —Olhou fixamente paraRiordan—. Se não se importa esperar.—Absolutamente —Replicou Riordan. Gregori estava curando enquantoMikhail observava à mulher preparar a terra. - Eu —. Lhe agradeço isso.Syndil se ajoelhou e fechou os olhos, com as Palmas para a terra. Cantoubrandamente, chamando à terra, animando aos minerais a multiplicar.

Mikhail apertou seus dedos ao redor dos de Raven. - Meu Deus, Raven.É autêntico. Ela pode enriquecer a terra para nós.- Cobra-lhe um preço. Olhe-a.

Syndil cambaleou, pálida, como Francesca e Gregori, quando ficou empé. Barack estendeu a mão para ela, lhe rodeando a cintura para estabilizá-la.

Mikhail assentiu. – Nós a ajudaremos, o melhor que pudermos.Syndil retrocedeu e sorriu a Mikhail.

—Aqui. A terra está pronta para ajudar os dois.Riordan, levando Juliette com ele, flutuou até a cama de rica terra. Em

torno deles, a terra os cobriu. Rafael se adiantou e começou a tecersalvaguardas enquanto os Cárpatos voltavam para suas casas.Mikhail se inclinou para o Syndil.—Se eu lhe pedisse, consideraria escolher o lugar do parto de Shea? Poderiaa levar por aí e você inspecionaria vários lugares que estamos considerando.Sua opinião seria de grande valor.—Eu não sei nada de partos.—Mas sabe muito de terra.

Syndil olhou para Barack, que assentiu.—É claro, embora duvide que tenha tempo para fazer alguma coisa para ojantar desta noite.—Acredite-me, isto é bem mais importante. - Assegurou Mikhail.

Raven concordou.—Tenho o jantar bem controlado. O parto de Shea é o mais importante enossa maior razão para celebrar.

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Acredito que esta mulher tão humilde é nossa maior razão para celebrar. -Declarou Mikhail.

CAPÍTULO XII

—Para isso estamos aqui, Ginny. - Disse Colby Da Cruz com um pequenosuspiro enquanto trançava o cabelo de sua irmã. - Agora Rafael ficará louco.Mal me deixa me afasto de sua vista em seu atual estado. Além disso estavafazendo progressos. —Lançou um rápido olhar a Rafael, seu companheiro,que passeava furiosamente pela sala, lançando-lhe de vez em quando umolhar de advertência, vermelho vivo.—Por que está tão molesto? —Perguntou Ginny.—Sua Tia Juliette está ferida.

Rafael se voltou e seus olhos escuros a olharam com fúria.—Sua Tia Juliette desobedeceu uma ordem direta de seu companheiro.Ignorou sua própria segurança e quase conseguiu que morressem os dois.

Ginny ofegou, e se levou uma mão à boca.—Eles estão bem, Rafael?—Estão bem. - Respondeu Colby, fulminando seu companheiro com o olhar.- Não há necessidade de tentar assustá-la. —Há muita necessidade, sim. - Declarou ele, estendendo uma mão paraenredá-la na massa do cabelo vermelho dourado que rodeava a face de Colby.- E por certo a esses pirralhos... E esse menino que está aí? O que sabemosdele?—Quer dizer Josef? —Perguntou Ginny. - É chato.

A fisionomia de Rafael se aprofundou. - Não tem necessidade depensar que esse menino é chato. Não a quero ao redor de meninos,absolutamente.

Colby suspirou. - Ginny ainda não está na puberdade e é humana. Nãoacredito que Josef vá olhá-la desse modo.- Eu olhei você desse modo.- Eu sou uma mulher adulta e em qualquer caso, Paul está com Josef. Sabeque seu irmão nunca permitiria nada impróprio.

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- Vou mostrar meus dentes a esse jovenzinho. Se souber o que lhe convém,irá para casa. Rafael saiu da sala. Seu rosto era uma máscara de linhasásperas e um queixo teimoso. - E deixe o cabelo solto esta noite, para essafesta. Eu gosto dele assim.

Colby ergueu os olhos para o alto, exasperada e depois olhou paraGinny.—Esse homem tem muita testosterona. Vai assustar Josef.—Por que?—Porque Josef poderia te olhar errado. Que Deus nos ajude quando for umamoça feita e começar a namorar, Ginny. Acredito que que colocará guarda-costas e todas femininas, em volta de você.—Todos osmeus amigos têm medo dele, mas ele sempre é doce comigo. EPaul passa muito tempo com Rafael.—Ei sei pequena, ele é realmente genial, mas adora nos dar ordens.—Não como seus irmãos. Bem, exceto pelo Tio Riordan. Ele é agradável,mas o resto deles me dá medo.

O sorriso despareceu do rosto de Colby.—Medo como? Nenhum deles te fez alguma coisa, fizeram? Eles juraramproteger a ti e Paul. Rafael me prometeu. —Era difícil integrar sua famíliahumana com a Cárpato, mas Colby acreditava que tudo estava indo bastantebem. Infelizmente, Rafael tinha cinco irmãos e somente Riordan haviaencontrado sua companheira. E isso fazia com que os outros três irmãosfossem extremamente perigosos. Manolito estava perto. Zacharias e Nicolasestavam no Brasil fiscalizando o rancho. Colby estava segura de que nenhumdeles confiava em si mesmo com tantos outros perto. Estavam muito perto dese converterem. —Não me fizeram nada. - Negou Ginny, apressadamente. - Simplesmentenão fico muito tempo perto deles. Me assustam. É agradável ter vindo para cáporque eles não vieram conosco. Sempre estão me observando.

Colby se sentou numa das cadeiras da mesa da cozinha.—Pequena, sabe que se for infeliz somente tem que me dizer e iremos paracasa, para nosso rancho nos Estados Unidos.—Não! Eu adoro o Brasil. Já posso até falar um pouco do idioma. Paul estáme ajudando e também meus tios. Eu adoro o rancho e o bosque e todos osanimais. Na verdade não quero voltar.

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—Hey, garotas. - Paul entrou e puxou o cabelo de sua irmã. - Por que seesconde aqui com a Colby? Todo mundo veio para nos conhecer. —Estão se divertindo? —Perguntou Colby.

Paul lhe sorriu.—Bem, agora que Rafael foi espantar o palhaço do Josef, sim. Está afiandouma faca, mas Josef não está prestando atenção e todos os meninos o achamdivertido.—Oh, céus.—Vou ver. - Disse Ginny alegremente e saiu correndo.

Paul se sentou em frente a Colby. Ela estudou seu rosto. Algumas daslinhas que não deveriam marcado o rosto do rapaz se alisaram novamente,mas ele ainda parecia muito velho para seus dezessete anos.—O que acontece, carinho?—Sabe o quanto mamãe era inteligente? Quero dizer realmente inteligente.Não com as coisas do rancho, mas com os livros. Química, física, esse tipo decoisa.—Coisa que você claramente herdou dela.—O que sabe de sua família? Há um homem aqui com o mesmo sobrenomeque nossa mãe e se parece com ela. Bem, ela era mais bonita, mas realmentese parecem e dizem que é realmente inteligente. É humano Colby, como eu.—Você acha ruim que eu seja Cárpato e você não? Rafael te permitiuconservar as lembranças porque isso era o que queria, mas se te faz sentirmuito diferente... —ela se interrompeu. Não havia forma de que Paul seconvertesse em Cárpato. Disso ela sabia. Ele não tinha habilidades psíquicasde nenhum tipo. Ginny não tinha mostrado nenhuma, tampouco. Colby tinhaum pai diferente que provinha de uma linhagem direta de Cárpatos.

Razvan. Não queria pensar nele, não queria sequer admitir que fosseseu pai biológico. Razvan era neto do mago escuro Xavier, mortal inimigo detodos os Cárpatos. Muito tempo atrás, Xavier, o mago mais poderoso, tomarauma estudante Cárpato muito dotada, Rhiannon. Havia assassinado seucompanheiro, raptado-a e a fecundado, inflamando uma terrível guerra.Nasceram gêmeos. Soren e suas duas irmãs já perdidas. Razvan e Natalyaeram os filhos de Soren. Razvan traíra seu sangue Cárpato, sangue dosfamosos Caçadores de Dragões nada menos e traído sua irmã gêmea,sucumbido aos atrativos da magia negra, aliando-se com os vampiros e osconduzira num complô para assassinar o príncipe. Envergonhava-a pensar

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que carregava os gens de Razvan, especialmente agora que tinha vindo àsMontanhas dos Cárpatos e conhecido tanto da gente de Rafael.—Não, eu gosto que seja Cárpato, Colby, é bastante chato. —Paul passou amão pelo cabelo. - E eu adoro onde vivemos e os irmãos de Papai, mas seeste homem, Gary Jansen, for de algum modo parente de mamãe, quero lheconhecer. E quero saber por que nunca soubemos dele.—Andou perguntando por ele?

Paul assentiu.—Rafael me disse seu nome e disse que era amigo de Gregori.Aparentemente, ele está fazendo uma investigação cientifica. Você é maisvelha que eu. Lembra que Mamãe tenha falado de sua família? Conheceualgum deles?

Colby passou as mãos pela espessa cabeleira, com agitação.—Lembro muito pouco Paul, e nada disso é bom.— Era doloroso recordar opassado, embora Colby pensasse que aqueles dias de sentir-se inadequadatinham passado para sempre, averiguar que Razvan era seu pai tinhaprovocado que tudo voltasse.—Em que sentido? —Insistiu Paul.

Rafael apareceu junto a Colby, alto e forte, sua face poderia ter sidocara esculpida de uma estátua, cinzelada com grande precisão ao redor de suaboca sensual. Cada noite quando despertava, quando o via assim, seuguerreiro e seu amante, sempre sentia uma intensa rajada de emoção. Rafaelparecia olhar o mundo com olhos gelados e a ela com desejo e amor. Parauma mulher que nunca tinha se encaixado de tudo em nenhuma parte, issoparecia um milagre. Agora seus braços a envolviam, levantando-a da cadeira,sua figura maior engolindo a dela quando a puxou para o refúgio de seucorpo.- Eu não gosto desses pensamentos. Você não fez nada errado e é melhornão pensar nessas coisas quando lhe provocam tanta dor.- Paul tem direito a saber certas coisas.

Sobre ela. Sobre seu pai. Sobre sua mãe. Apoiou a cabeça contra o peitode Rafael. Era tudo tão complicado e seus antecedentes eram bastantehumilhantes. Não queria que Paul se envergonhasse.

Fora ela que insistira que viessem às Montanhas dos Cárpatos para agrande celebração. Tinha acreditado que era importante conhecer outrosCárpatos e serem um pouco mais sociais. O rancho da América do Sul estava

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isolado. Era enorme e os irmãos Da Cruz eram tratados como a realeza. Eramtemidos, mas ainda tratados com muita deferência. Colby tinha acreditadoque seria bom levá-los aonde não eram os únicos no mundo com dons edeveres. Agora estavam se abrindo velhas ferimentos, justo quandocomeçava a pensar que seu lugar na comunidade se solidificava. Tinha querecordar o passado e contar a Paul a verdade sobre a família de sua mãe.

Rafael vaiou seu desagrado, em seu ouvido.—Não tem que provar a ninguém que vale a pena que pertença a um lugar.Seu lugar é comigo.—Sei disso. —Ela esfregou o rosto contra seu peito. - Só quero que Paul eGinny se sintam aceitos.

Rafael segurou seu queixo e lhe elevou o rosto.—Sempre se sentirão aceitos. Você lhes proporcionou isso quando ninguémmais o fez. Deu-lhes um lar, amor e segurança. Poucos teriam feito o quevocê a tão curta idade, fez.

Paul rodeou a mesa e abraçou os dois.—Colby, desgostei você com minhas perguntas? Não estou procurando outrafamília. Quero a que tenho. Não entendo o que acontece com você, por queparece tão molesta e intranqüila nas últimas horas. Estive temendo te deixar.—Ele olhou Rafael procurando confirmação.

Colby respirou fundo e pressionou as mãos contra o estômago revolto.—Todo mundo tem segredos, Paul. Nunca quis que se sentissem diferentes.Procurei em você e no Ginny sinais de algo incomum, especialmente emvocê, mas ambos parecem muito normais, sem dons psíquicos e semnenhuma habilidade para mudar.— Seus dedos aferraram a camisa de Rafael.

Ele lhe massageou a nuca. Dedos firmes lhe aliviaram a tensão. —Eu sempre pensei que mudar de forma era normal. – Ele disse.—Bem, não para nós. - - Comby estava a ponto de chorar. Paul tinha muito oque fazer ainda. Era um adolescente, mas tinha trabalhado num rancho quasetoda sua vida. Um trabalho duro e ininterrupto. Perdera sua mãe e finalmenteo pai num acidente e os três, sozinhos tinham mantido o rancho emfuncionamento.—Eu comecei a mostrar sinais de habilidade psíquica muito cedo. Podiasentir as coisas perigosas, especialmente se estava alterada. – Ela confessourapidamente. - Mamãe admitiu que meu pai era "diferente". Isso foi tudo oque disse a princípio. Mas depois, quando eu tinha perto de treze anos,

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contou-me que eu também era "diferente". E que tínhamos que ser muitocuidadosos. Nunca podia deixar que ninguém soubéssemos o que podíamosfazer e sempre tinha que te vigiar Paul, para me assegurar de que não secomportasse irresponsavelmente.—E isso significa o quê? —Exigiu Paul.

Colby respirou fundo.—Significa que temos o sangue do jaguar. Nossa família, há centenas deanos, mudam de forma. Os homens não ficavam com as mulheres efinalmente a espécie começou a morrer. Há poucos que possam mudarrealmente para seu felino, mas muita gente leva os gens. Alguns homens queainda têm a habilidade de mudar, caçam as mulheres para manter a linha tãopura como é possível. Não são homens muito agradáveis.—E Mamãe acreditava que eu podia ser um desses? —Paul estavaclaramente ofendido. - Eu respeito às mulheres. Sempre sou respeitoso.—Não queria dizer isso. Não estou explicando muito bem. Mamãe não estavacasada com meu pai quando me teve. A família de seu pai não queria ter nadaa ver com ela ou comigo, por causa disso. – Ela se interrompeu, bruscamente.

Rafael assumiu o controle.—Colby nunca se sentiu aceita por ninguém, Paul e não queria isso paravocê. Nem sua mãe. Sua mãe ocultou suas diferenças e Colby fez o mesmo.—Ele gesticulou a seu redor. - Aqui, ser atípico é normal.—De verdade acreditam que alguém se sente normal? —Perguntou, Paul. -Não sabia nada de tudo isto. De que tenho sangue jaguar, embora isso seriagenial especialmente agora. Mas olhem para Josef. É Cárpato, muda de formae faz todo tipo de coisas geniais. É brilhante. Deveriam ver as coisas que elepode fazer com um computador e é um freaky. Uma espécie que se dá bemcom todo mundo. Não se sente bem consigo mesmo. Sabe que os adultos nãogosta dele e se sente incômodo conosco, os adolescentes. Skyler é bonita masse sente incômoda também. Ginny e eu somos os únicos normais edeveríamos ser os deslocados. —Algumas vezes você é brilhante, Paul. – Exclamou, Colby.—Não acredito que importa muito o que somos ou onde vamos, Colby. –Replicou, Paul. - Acredito que todos nós nos sentimos incômodos quandosomos jovens.—Eu não —disse Rafael.

Colby bateu em seu peito.

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—Você é tão arrogante.—Não acredito que tenha sido jovem nunca, na realidade. - Disse Paul. -Estou seguro de que ninguém deu a luz a você. Te encontraram sob umarocha.

Rafael pegou Paul pelo pescoço e fingiu lhe estrangular. Colbyobservou os dois brincando e sentiu que a tensão desvanecia.- Fez um grande trabalho com este menino. - Disse-lhe Rafael.

Ela assentiu. – Ele é maravilhoso.—Então acham que a maioria dos psíquicos são descendentes de pessoas quepodiam mudar de forma? —Perguntou, Paul. - Poderia investigar. É claroque Josef me ajudaria.

Rafael encolheu os ombros.—É possível, mesmo inclusive provável, mas cada vez que se faz umainvestigação se deixa um rastro que alguém mais pode seguir. Somos muitocuidadosos não deixando rastros que conduzam ao descobrimento de nossaespécie. E está me fazendo sentir culpado por este rapaz, o Josef.

Paul lançou um sorriso a seu cunhado.—Não se preocupe. Ele não notou que você estava afiando sua faca em seubenefício. Disse-lhe, que em situações sociais não tem idéia. —Esle etalouem gargalhadas quando Rafael pareceu desiludido. - Eu o notei e tambémSkyler e Josh. Todos pensamos que você era muito aterrorizante.—Não soa convincente. - Se queixou Rafael.

Colby sorriu brandamente.—Deveria se alegrar de não ter assustado o menino.—Quero conhecê-lo. - Disse Paul bruscamente, como se acabasse de reunirsua coragem. - Se Gary Jansen for meu tio, quero lhe conhecer.—Não sabemos que seja. Muita gente tem o mesmo sobrenome. - AssinalouColby e o sorriso desapareceu de seu rosto. Instintivamente, se aproximoumais de Rafael. Seu corpo roçou o dele.—Mas é provável, Colby. Esta é uma comunidade pequena. Ele é parte dela.Bem poucas das mulheres daqui parecem ter o sangue jaguar. Possivelmenteele também tem e isso é o que lhe atraiu aqui, em primeiro lugar.

Rafael lhe esfregou o braço num gesto consolador.—Possivelmente. Concordo. Me dêm um pouco de tempo para terminar ascoisas aqui primeiro. - Disse Colby.

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De repente, a cozinha era muito pequena. Precisava de espaço aberto eum bom cavalo para montar. Sua mãe sempre temera o sangue jaguar, temiater um filho homem. Os homens jaguar nem sempre eram dos maisagradáveis e Colby não queria que Paul se expusesse a nenhum perigo moralou rechaço. E certamente não queria que ninguém o influenciasse na direçãoerrada. Definitivamente criar meninos não era fácil.

Paul se inclinou para beijá-la, depois saiu, chamando Josef e Ginny.—Não pode lhe proteger sempre. - Falou Rafael, amavelmente. Envolveuseus braços em volta dela, esfregando o queixo em sua cabeça.—Diz isso, mas você tenta proteger a mim e a Ginny. É que não quero queninguém lhe faça mal. Noto em seus olhos, às vezes. Não deixou que vocênem Nicolas eliminassem suas lembranças e lembra como o vampiro tomou ocontrole dele e tentou utilizá-lo para me matar. Sei que ainda tem pesadelossobre isso. Simplesmente não quero que aconteça nada de mau, Rafael. É umgrande menino.

Rafael ergueu o rosto dela para ele.—É um grande menino e está bem. Nos ocuparemos dele, juntos.

Seu olhar se afastou do dele.—Não pude suportar lhe falar de mim, de Razvan. Acreditei que seria boaidéia vir aqui, conhecer todo mundo, mas agora não estou tão segura. Alguémvai lhe contar quem é meu pai biológico.—Acha que a seu irmão importará isso? —Rafael olhou para ela. - Paul tequer por quem é, não por quem foi seu pai.—Você não entende. Ele está perguntando por seu passado pela primeira veze uma vez que comece a se aprofundar nele se inteirará sobre meu pai. Nãopoderia suportar que ele também me rechaçasse. E como poderia lhe culpar?Teve que confrontar muito por mim. Se não fosse por mim, Paul e Ginnyteriam sido aceitos pela família Chevez e teriam se criado num rancho daAmérica do Sul, nunca teriam sido expostos ao vampiro. Agora sabe dosangue jaguar e uma vez que averigue que não é tão chato, não estará muitocontente com isso, tampouco. E alguém vai lhe falar de Razvan. – Elaestremeceu, olhando ao redor e baixando a voz quando pronunciou o nome. -Não posso enfrentar às pessoas e muito menos a Paul e Ginny quandoaveriguarem o quanto é aterrador meu pai.

A mão de Rafael subiu para enterrar os dedos em seu cabelo.

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—Você foi sua vítima igual foi a irmã dele. Não se envergonhe por quem éseu pai. Você tem a marca do Caçador de Dragões e essa é uma vantagemincrível. O clã dos Caçadores de Dragões é uma das linhagens Cárpatos maisreverenciadas e você é desta linhagem. Espero que cada um de nossos filhosleve sua marca. Deveria estar orgulhosa e não envergonhada.—Meu pai provinha da mesma linhagem e tentou assassinar o príncipe. -Assinalou ela. - Traiu Natalya, sua irmã gêmea. Teve filhos, como eu,espalhados por todo mundo. Tentou nos utilizar como banco de sangue.Tenho família a qual não conheço, todos vítimas deste homem. Seu sanguecorre por minhas veias. Realmente acha que quero que Paul ou algum outrosaiba que estou aparentada com ele?

Rafael a aproximou mais dele. —Todos sabem que é parente dele. Os homens dos Cárpatos possivelmenteentendem melhor aqueles que se convertem completamente ao mal. É umcaminho que todos percorremos e no qual alguns avançam um pouco maisque outros. Antes que chegasse a minha vida Colby, nem sempre podia ver adiferença entre o bem e o mal.—Razvan quase matou o príncipe. – Ela repetiu. - Tomou sangue de meninaspequenas. Por isso deixou grávida minha mãe em primeiro lugar, para utilizarmeu sangue, para manter sua vida.

Rafael podia ouvir o horror em sua voz. Colby ainda tinha problemaspara aceitar o mal em seu mundo e ele a amava ainda mais por sua inocência.Tomo sua mão e puxou, levando-a da cozinha para as escadas que conduziamà privacidade de sua câmara subterrânea.—Não podemos deixar as crianças. – Protestou, Colby.—Sempre é tãoresponsável. Pedi a Paul que seja um bom anfitrião. Vocêprecisa de alguns minutos sem todo esse barulho.—Preciso de nosso rancho. Você não adoraria montar com toda esta neve?—É isso o que você gostaria de fazer?

Ela sacudiu a cabeça.—Não temos tempo. O jantar é dentro de poucos momentos. E se acreditamque temos que entreter as crianças.

Ele mudou de direção.—Se quer montar...

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—Está nevando, tolo. - Havia muito amor em sua voz. Rafael, com todas assuas maneiras dominadoras, sempre tentava lhe dar o que a fizesse feliz. - Eos cavalos não vêem muito bem a noite.

Ele sorriu e se inclinou para colocar os lábios contra seu ouvido.—Sou Cárpato pequena, e posso proporcionar tudo o que queira. Venhacomigo.

Colby foi porque nunca podia resistir a Rafael ou à forma em que seusolhos negros ardiam com tanto desejo por ela. Quando saiu, ele a envolveucom um casaco de capuz de pele e botas. Fora, de pé junto ao alpendre, umcavalo a esperava, ansioso para correr. O animal tinha pelo menos dezessetepalmos, com cascos feitos para correr pela neve. Rafael subiu em seu lombonu e lhe ofereceu a mão.—Esta é uma noite para montar, Colby e você adora correr.

Ela segurou sua mão, permitindo que ele a colocasse diante dele.—Vá rápido, Rafael. Esta noite quero voar sobre o solo.

Enjaulou-a em seus braços e inclinou seu corpo protetoramente sobre odela, sussurrando uma ordem ao animal. O cavalo o atendeu comseuspoderosos músculos se movendo quando saltou para frente. Após aprimeira explosão de velocidade, o cavalo seguiu num galope rítmico e elesgaloparam pelo campo aberto. A neve batia em seus rostos e o vento osaçoitava. Giravam nuvens no alto e devia estar escuro, mas a neve tornava omundo brilhante, reluzente como um lugar de sonho.—Esta terra tira o fôlego da gente. - Disse Colby. – É linda!—A princípio sim, mas estamos a tanto tempo no bosque pluvial, que o calore a umidade são nossas casas. Isto é formoso e maravilhoso para vir visitar,mas já não o sinto como meu lar.

Colby elevou o rosto para o céu noturno. Rafael adorava o bosque, masteria renunciado a isso, renunciado a viver com seus irmãos em seu rancho,se ela tivesse desejado ficar nos Estados Unidos. Embora não o acreditaraquando Rafael o assegurou a primeira vez, agora, conhecendo cada um deseus pensamentos, compreendia quando poder esgrimia quando se tratava deseu companheiro.

Lhe oferecia aceitação total e amor incondicional. Pressionou as costascontra ele deixando que o ritmo do cavalo a consolasse.

O animal conhecia o caminho e duas vezes saltou sem esforço sobre umtronco caído e salpicou no leito de um pequeno riacho. Reduzia a marcha

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quando se aproximava dos bosques e colinas, onde ela pôde ver samambaiase arbustos aparecendo através de vários centímetros da neve.

O mundo estava em silêncio. Somente suas respirações podiam serouvidas na noite. Só existia a sensação dos braços de Rafael ao redor e omundo de cristal com a neve caindo brandamente, quase surrealista.—Não parece possível que o perigo possa estar espreitando tão perto, não é?—Sussurrou ela, temendo que se falava muito alto, romperia o feitiço.—Só estamos nós dois, Colby. —Ele beijou-lhe a nuca. - Só nós, nestemundo. Nada perverso e nem vergonha, somente um homem que te amaacima de tudo, apesar de sua própria sensação de ser inadequado.

Colby encaixou seu corpo mais perto do dele. Por que se sentiainadequada? Era como Paul havia dito? A maioria das pessoas se sentiamassim? Ou era o fato de que alguma vez tinha tido uma infância? Se repentese sentou mais ereta.—Rafael, eu gosto de Josef.

Ele soprou, começando a se afogar, engasgando e tossindo ao mesmotempo.Colby se virou para lhe olhar sobre o ombro.—É sério. Nunca desenvolvi habilidades sociais. Trabalhava todo o tempo etinha que ocultar quem era. Não nota? Ainda o faço. Não quero que ninguémsaiba nada sobre Razvan, então que me oculto, me sentindo envergonhada.Não tenho que sair e conhecer toda essa gente. Gente a qual você conhece ecom a que cresceu. Gente que temo poderia perguntar por que alguém comtanto talento e tão dotado como você escolheria estar com alguém como eu.Sou uma adolescente, lutando por encontrar a mim mesma. Isso éfrancamente penoso. —Acredito que isto é toda uma conspiração para me fazer sentir maisculpado porque tentei assustar o menino. Não vou me desculpar com ele. Nãodeveria ficado olhando fixamente para Ginny.—Estou segura de que ele não a olhava. Quer que sejam amigos.—Os homens nunca querem ser amigos, Colby. —Suas mãos deslizaram sobo casaco dela, para lhe cobrir os seios e seus polegares esfregaram osmamilos. O cavalo virou de volta para a casa. - Nossas mentes estão muitoocupadas com coisas bem mais prazerosas que a amizade.

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Colby fechou os olhos e saboreou a sensação das mãos dele lheacariciando o corpo. Ambos eram ativamente sexuais e Rafael raramentepassava muito tempo sem deslizar as mãos possessivamente sobre seu corpo.Não passava perto dela sem que sua mão lhe acariciasse o traseiro ou roçasseseus seios. Algumas vezes, apoiava-se contra ele e se esfregavaincitantemente como uma gata, adorando a sensação de seu corpoendurecendo-se como um rocha e sabendo que era por ela. Como agora.

O movimento do cavalo criava um maravilhoso atrito entre suas pernasabertas. Seu olhar encontrou o dele e instantaneamente sentiu um calafriopercorrer sua espinha. Ele estava olhando-a com um desejo urgente, tãointenso, que tudo em seu corpo se estendeu em resposta. Inclinou a cabeçapara poder lhe mordiscar o queixo, provocando-o ainda mais.

Para uma mulher que não tinha feito nada mais em sua vida que serresponsável, era maravilhoso não ter nenhuma inibição, ser capazsimplesmente de fazer o que desejasse quando estava com Rafael. Estendeu-se para trás e roçou deliberadamente o duro vulto que estava se formando nafrente da calça dele.

Talvez não estivesse tão segura de si mesmo como outras, mas não eraesse o caso quando estava em sua própria casa. Rafael era um homemextremamente dominador, mas ela podia lhe fazer frente e sabia que sempreera amada e desejada. Tinha Ginny e Paul e ambos a queriam por ser quemera. Possivelmente era o momento de deixar de se esconder. Já não temia seupróprio poder. Sabia o que desejava e sabia que era o bastante forte edecidida para tanto. Razvan podia ter caído em desgraça, mas tinha passadoum legado de poderes que ela não podia negar. E também tinha sua mãe.Tinha que dar a Paul e Ginny a oportunidade de abraçar esses dons e nãofugir deles.—Fará o que é certo. - Murmurou Rafael contra seu ouvido. - Sempreencontra a resposta certa para eles. Os traços jaguar não são tão maus e vocêquer que eles amem essa parte de si mesmos. Podem ter grandes dons epodemos ajudar a desenvolvê-los e se houver coisas com as quais seja difícillidar, ambos sabemos delas também. Podemos guiá-los, Colby.—Obrigado. – Ela disse, brandamente. —Não tenho feito nada.—É obvio que sim. Sabia que tinha que fazer o correto pelos meninos e paraisso, tinha que acreditar em mim mesma.

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—Proporcionei-te um passeio a cavalo.—Deu-me um sonho.

Ele ficou em silencio por um momento, urgindo o cavalo a voltar paracasa, ouvindo os sons dos cascos dele esmagando a neve.—Falando deste outro menino. Este Josef. Me conte sobre ele.

Colby ocultou seu sorriso. Rafael gostava de ser um tipo duro, masprofundamente em seu interior era um doce.

Ele se inclinou para frente. - Captei isso e vou fazer você pagar porele.

A excitação percorreu seu corpo e esquentou seu sangue.- Sempredesfruto muito de seus pequenos castigos. – Ela virou a cabeça para elevarseus lábios até os dele. Era ruim beijar sobre um cavalo, mas elesconseguiram e como sempre, um fogo líquido correu por suas veias e o amorpareceu fluir em sua mente até o ponto de dominá-la.—Josef é o sobrinho de Byron. Parece jovem para sua idade. Acredito quemal está saindo da puberdade.—É um bebê segundo nossos padrões. - Assinalou Rafael, seus dedosbrincaram nos cabelos dela. - Onde Paul e Ginny conheceram?—Online. Pela Internet. Todos se escrevem. Skyler, Paul, Ginny, Josh eJosef. Alguns dos adultos também jogam videojogo com eles, online.Estavam ansiando se conhecerem pessoalmente. Acredito que Josef estápassando por um mau momento porque é um pouco maior, mas não maturou,embora todo mundo espera isso dele.

Rafael suspirou.—Acredito que não faria mal tentar conhecer alguma coisa sobre o menino.—Você é realmente um doce. – Zombou ela, sabendo que ele se vingaria.Desejando, ansiando-o. Seu corpo de repente pulsava de energia e de desejo.Rafael exsudava sexo, sua boca era pecaminosamente sensual, sua atitude eramaliciosamente masculina. Ela adorava a forma em que ele se vestia, seuduro abdomem e seus quadris. Seus olhos eram emoldurados por cíliosespessos e negros como a noite, que continham sedução.

Imediatamente se sentiu reaquecida e sensível, seu corpo se alagou deuma urgente necessidade. A mão dele lhe acariciou o pescoço, puxandosuavemente sua cabeça para trás para reclamar sua boca. Estava sentada bemperto dele e sua ereção pressionava firmemente seu traseiro e ele estava com

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o braço sobre seus seios. Sua boca era esfomeada, sua língua um ásperoveludo de excitação, acariciando e brincando, lambendo sua pele. Seus dentesmordiscavam gentilmente.

Logo seu corpo respondeu, o calor se estendeu como ouro líquidoatravés de suas veias. Desejava-o tanto que podia saboreá-lo.- Eu a desejo também. Mas merece sofrer um pouquinho.

Sob o casaco de pele, sua roupa desapareceu, deixando seu corpoexposto e vulnerável às mãos vagabundas dele. Deslizou-as dentro do casaco,guiando o cavalo com as pernas. A mão se deslizou ao longo de sua coxa e ofôlego ficou parado em sua garganta.—O que está fazendo?—O que quer que queira. —Sua voz se tornou áspera, quase rouca e o calorde seus dedos era um contraste direto com o frio do ar.

O sangue lhe esquentou instantaneamente, seu sexo pulsava comexcitação. Os dedos dele começaram um círculo lento e quase preguiçoso,roçando ocasionalmente seu ponto mais sensível. Um gemido baixo escapoude sua garganta. A pele dele deslizou sobre sua pele, sensibilizando suasterminações nervosas mais ainda. Rafael beijou-a novamente e elevou suacabeça e manteve o rosto para ele com uma mão, enquanto que com a outramovia os dedos em seu sexo. —Olhe para mim, querida. Continue me olhando. – Ele ordenou.

Colby amava isso, dele. Queria que ela soubesse quem a possuía, quema amava e quem a fazia perder a cabeça de prazer. E adorava olhar para ele ever sua fome feroz, seu puro desejo por ela e as linhas de luxúriaprofundamente esculpidas em seu rosto e o ardor em seus olhos quando atomava.

Os dedos a penetraram profundamente, extraindo seu mel.—Eu adoro quando você se põe tão molhadinha e pronta por mim. Sempretão apertada, quente e úmida. —Ele lambeu o dedo, lenta e sedutoramentecom a língua, sem afastar o olhar dela. Depois voltou enterrar os dedosprofundamente no sexo ardente.

O cavalo deixou de se mover. Simplesmente permaneceu imóvelenquanto Rafael empurrava seus dedos mais, enchendo-a tanto que Colbyofegou de prazer. Acariciou-a vezes seguidas, brincando com as apertadasdobras, acariciando o nó interno de terminações nervosas até que ela gemeu,pedindo a gritos o seu alivio, mas então os dedos malvados retrocederam.

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Ele pegou-a nos braços e desceu do cavalo. Colocou-a em pé e seubraço a mantinha junto a ele. Falou brandamente com animal e depois oenviou de volta. Observaram o cavalo galopar de volta às colinas.

Colby piscou e olhou a seu redor, ainda deslumbrada e ainda pulsandocom um terrível desejo. Desejava-o tanto que temia não poder dar um passo.Rafael simplesmente tomou-a em seus braços e se moveu com a assombrosavelocidade de sua raça através da casa, até sua câmara subterrânea.

O coração palpitava forte em seu peito quando ele a soltou, Colbypercorreu a câmara com o olhar. Ela fora arquitetada não só para dormir, mastambém para brincar. Ela estava pé em meio a cãmara vestida somente com ocasaco, já aberto para revelar seus seios cheios e os pelos vermelhos queescondiam seu sexo. Estava tão úmida, tão quente e precisando tando deRafael, que mal podia respirar de desejo.—Venha aqui, pequena. Já esperei muito por seu corpo. – Ele estendeu a mãopara ela.

Sempre se sentia hipnotizada por ele, tão disposta a fazer o que elepedisse. Adorava a sensação de suas mãos sobre ela.—Acredito que estou obcecada por você. – Ela colocou sua mão na dele, quea encostou contra a parede e prendendo-a entre seu corpo e a dura superfície.—É bom que esteja obcecada. —Seus dedos desceram por sua face, pelopescoço, para a garganta. As pontas de seus dedos brincaram com a pele nua,provocando pequenas chamas que dançavam por seu corpo.Sem advertência, afastou o casaco de seu corpo, expondo a suave e cremosacarne sob ele. —Sempre está com muita roupa.

O coração começou a palpitar em resposta a sua intensidade. Semprefazia assim. Acabar com seu equilíbrio quando se tratava de seus encontrossexuais.—Você gostaria que ficasse nua com toda a companhia que temos?

Ele grunhiu, despiu os dentes, depois se inclinou para frente e lhemordeu gentilmente o mamilo e depois sugando-o até que ela gemeu.—Se me saísse com as minhas, escolheria um momento na história em quepudesse simplesmente te encerrar, te manter a salvo e para mim mesmo, semte compartilhar nunca. —Sujeitou-lhe as mãos sobre a cabeça. – Eu amanteria presa, encadeada a minha cama, completamente nua esperando pormim. Sempre me esperando.

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Suas mãos lhe acariciaram demoradamente os seios enquanto inclinavaa cabeça para se perder neles. Sua boca estava já quente, sua língua aacariciava perversamente. A maior parte das vezes, ele cuidava em prestaratenção a cada matiz de sua mente, assegurando-se de que tudo o que faziaera exatamente do modo em que ela gostava. Mas às vezes, quando seusdemônios e ciúmes mesquinhos o assaltavam era um mais duro, permitia-se aa liberdade de tomar seu corpo como queria. Rápido, duro e rude.

A excitação sempre cruzava sua mente e talvez um pouco de medo. Elenunca lhe faria mal, mas sempre exigia submissão. Sempre a dominavasexualmente. E estava ávido dela. Queria saber que a amaria acontecesse oque acontecesse, que daria tudo, que não se reservaria a nada. Mas no final,nada lhe importava tanto como seu prazer e sempre, sempre o davamultiplicado.

Rafael se deixou cair de joelhos, suas mãos lhe separaram as coxas epuxaram seus quadris para frente, para que sua boca pudesse devorá-la. Sualíngua apunhalou profundamente, extraiu e começou a sugar enquanto osquadris dela se empurravam contra sua boca e suas mãos se enredavam emseu cabelo. Gritou quando a primeira onda a alcançou. Os sons quasedesesperados que ele fazia a fizeram transbordar o limite. Espasmo atrás deespasmo a percorreram.

Ele a atirou à cama, seguindo-a, pele com pele, empurrando o joelhoentre suas coxas para mantê-la aberta para ele. Penetrou-a com uma durainvestida, enterrando-se profundamente nela, conduzindo-se através dasdobras suaves. Inclinou-lhe os quadris, penetrando-a totalmente,profundamente, obrigando-a a tomá-lo todo. Ela gemeu quando seu corpo,tão apertado e quente, aferrou o dele, enviando línguas de fogo por seu corpo.

Rafael começou a conduzir seus quadris, profundamente no refúgio deseu corpo, celebrando a forma em que seus músculos o apertavam como umamão firme, lhe sujeitando a ela.

Tomou-a firmemente, uma e outra vez, ignorando as súplicas indefesasenquanto a levava mais e mais alto, aumentando o prazer até que a tevesuplicando alívio, rogando que ele a levasse ao limite.

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Ela começou a jogar a cabeça de um lado para outro, lutando contra aterrível tensão sexual, mas ele a manteve imóvel, mergulhando seu corpo nodela, levando-os a um ponto de febril necessidade.

Então ela gritou, seu corpo rompeu em volta do dele, enquanto jorros decalor a enchiam e seu útero se convulsionava com surpreendente prazer. Elese estendeu através dela como um tornado, tomando seu corpo por surpresa,atritando suas paredes vaginais.

Colby ficou estendida ofegando em busca de ar, olhando o homem queamava acima de tudo no mundo. Olhava ao homem que a amava e a aceitavapor ser quem era.

Com linhagem ou sem ela, Rafael amava a ela e isso era o bastante.Podia sentir confiança em si mesma, sem importar o que acontecesse. Ele aamava incondicionalmente.

CAPÍTULO XIII

O vento ganhou força, soprando neve ao redor quando esta começava acair com mais ardor. Mikhail pensou, fora da grande casa. Traian Trigovisehavia desenhado e construído a casa, não só para sua companheira Joie, mastambém para compartilhá-la com os irmãos desta, Jubal e Gabrielle. Agoraque o vampiro que tinha tomado o sangue de Traian havia morrido, ele sentiaque uma vez mais podia viver em companhia dos outros Cárpatos semcolocá-los em perigo.- Está commedo! - Zombou, Raven.- Os familiares da mulher Traian chegaram. E Gabrielle se elevou. Haverãoperguntas e eu preferiria não ter que responder nesta ocasião.- Porque ela está apaixonada por Gary Jansen.- Não exatamente.- Mikhail sabia que estava pensando nos riscos. Nãoqueria que Gabrielle e Gary estivessem apaixonados. Como humanos estavaperfeitamente bem, mas agora que Gabrielle se convertera, sabia que haveriatremendos problemas. E com os pais de Gabrielle ali para celebrar o Natal,haveriam mais perguntas que o normal. - Estou pensando em pular estavisita.

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- Mikhail Dubrinsky! Bata nessa porta. Como príncipe, seu dever é dar asboas vindas aos pais de Joie. E Gabrielle precisa de seu apoio também.- Minhas obrigações como príncipe parecem crescer e tornar-se maiscomplicas ao passar do tempo. Talvez devesse passar este dever a meuimediato.

Raven riu maciamente. - Não se atreva.Mikhail soltou um suspiro torturado e bateu na porta. Esta se abriu

imediatamente e uma mulher de olhos brilhantes e sorriso disposto o saudou.—Por favor, entre. Eu sou Marissa Sanders, a mãe de Joie, Jubal e Gabrielle.—Mikhail Dubrinsky. – Ele se identificou e enviou a Raven uma imagemdele estrangulando-a. - Preferiria enfrentar um vampiro em vez de umasogra. - A risada em resposta não foi nada simpática. - Vou ter que teexplicar os por menores do assunto de companheiros. Parece estar perdendoisso.

Ele se inclinou, ligeramente.—Oh! O príncipe. —A senhora Sanders retrocedeu para lhe indicar queentrasse. – Estou encantada de lhe conhecer. Tenho muitas perguntas.—Tentarei lhe responder na medida do possível.

Ela se deteve no vestíbulo tão bruscamente que quase fez com que opríncipe tropeçasse com ela.—Príncipe de que? Está no exílio? Todo mundo se refere a vocêsimplesmente como o príncipe, mas nunca dizem de que país. Imagino que hámuito poucos príncipes aos quais se despojara de sua realeza... —Ela paroubruscamente e depois voltou andar, para continuar percorrendo o vestíbulo.

Mikhail quase gemeu em voz alta, mas conseguiu suprimi-lo. - Traian!Emitiu a convocatória agudamente,e nesse momento não lhe importou umápice se a população inteira dos Cárpatos ouvisse o pânico em sua voz ounão. Não ia responder às perguntas da mulher.

Ela o introduziu no enorme salão e imediatamente tomou a cadeiraoposta a dele e se inclinou ansiosamente para frente.—Venho da casa de Sara. Se alegrará em saber que as costureiras estão emmarcha.—Costureiras? —Ele repetiu, ligeiramente. - Que costureiras, Raven?- Não faço idéia. Pergunte a ela.

Mikhail assentiu, tentando parecer como tanto.

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—Isso é bom, senhora Sanders. Uh... Er... E que costureiras seriam essas?Ela arqueou uma sobrancelha.

—Obviamente lhe caiu uma bola. Menos mal que eu estava lá para recolhê-la. Os meninos precisam de disfarces para o desfile.—Disfarces? —Parecia estar repetindo suas palavras, mas não podia evitar.Passou-se um dedo pelo pescoço da camisa. - Traian, venha logo aqui antes que faça algo... Como provocar umterremoto em sua casa.—Esperava produzir os trajes por arte de magia?—Suponho que assim era, sim.- Mikhail! - A voz de Raven o repreendeu agudamente antes que pudessefalar. - Não se atreva a dizer outra palavra. Essa mulher tem duas filhas queagora são Cárpatos.Merece um pouco de respeito.

Mikhail fechou os olhos brevemente. É obvio que merecia respeito, masele não teria que estar lidando com ela. Onde está meu genro? Seu trabalho éme proteger todo o tempo e me liberar destas tarefas ingratas.

Gregori soltou um som zombeteiro. - Acredito que você é capaz dedirigir uma mulher dessas. Neste momento tenho as mãos ocupadas com suafilha.

Mikhail lutou entre a autoconservação e a brincadeira. A brincadeiraganhou. Não ia mostrar suas cartas a seu genro. Podia dirigir esta mulher semimportar o que lhe lançasse. Valeria a pena ver Gregori dando saltos por alinum traje de Santa Claus.—Típico de um homem. Ordena uma enorme celebração e depois espera quetudo se faça por si mesmo. —A senhora Sanders cruzou os braços sobre opeito e o avaliou com olhar severo. - O que aconteceu exatamente comminha filha Gabrielle? Joie e Traian disseram que ela estava com você.Indubitavelmente espero que não seja o tipo de príncipe que acredita em terharéns porque e isto é sério. – Ela se inclinou para frente para lhe olhar nosolhos, inclinando-se intimidante sobre ele. - Não sou do tipo de mãe queagüentaria isso.

Mikhail se afogou. Tossiu. - Traian! Estou te ordenando que entrenesta sala imediatamente.- Sinto muito, Mikhail. Estou a caminho. Joie e eu estamos agora um poucoocupados.

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- Mikhail ouviu o riso de Raven ante a admissão. – Você não têm que estardesfrutando enquanto eu estou aqui com esta mulher.- Possivelmente estejam fazendo um bebê. Seriamente quer lhes incomodar?- Raven respirou em seu ouvido, brincando com seus sentidos e despertandoseu corpo.- Sim! E deixe de me provocar. Agora preciso de meu cérebro funcionandocom esta mulher por perto.- Estamos ocupados com Gabrielle. - Esclareceu Joie apressadamente,claramente envergonhada.- Mikhail suspirou. – Me perdoe. Deveria saber que estaria com sua irmã. -Não seria fácil para Gabrielle se elevar e saber que precisava de sangue parasobreviver. As recentemente converções Cárpatos sempre pareciam terdificuldades com o conceito. Ele nunca entenderia qual era o grandeproblema. Os Cárpatos não eram carnívoros como os humanos e nãomatavam como o vampiro, mas elas se sentiam insultadas por suanecessidade de sangue.—Não verei minha filha rebaixada ao status de uma... Uma... Concubina.Não permitirei. Sei que é você casado, então não se incomode em negar.Nem sequer tem um país pelo que posso ver.

Mikhail deixou escapar o ar lentamente e se estendeu em busca damente da mulher sem se preocupar com a cortesia. Podia fazê-la esquecertodo este sentido e simplesmente entrar na cozinha.

Sua mente se chocou com a dele, como se ela se estendesse para ele nomomento exato. O trovão soou. O relâmpago crepitou no céu e as nuvens seturvaram impresionantemente. As duas mentes impactaram, chocando-seuma contra a outra, golpeando as barreiras erguidas apressadamente. Asenhora Sanders saltou sobre seus pés, com o rosto pálida e sujeitando-acabeça com ambas as mãos, tomada pela dor.

Perplexo, Mikhail se levantou também e inclinou-se ligeiramente.—Me perdoe, senhora Sanders. —Levou-lhe um segundo para reconhecer ospadrões cerebrais pouco familiares. Não lhe surpreendia que seus filhosfossem tão dotados e fossem psíquicos tão fenomenais, os três. - Você temsangue não diluído do jaguar.

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—E você é Cárpato. —Ela percorreu a casa com o olhar, respirando fundo efechando os olhos por um momento. - É claro. Isso explica tudo. Traian éCárpato, certo?

Mikhail sentiu outra presença. O marido estava em pé silenciosamentena soleira da porta e sua mente tentava assimilar o que estava se falando ali.Obviamente a senhora Sanders era capaz de comunicação telepática. Suashabilidades psíquicas eram muito fortes e ela havia chamado seu marido emsua agitação. Mikhail continuou a conversa como se estivessem somente osdois. —É essencial para os Cárpatos passarem por humanos, sempre.

Ela se afundou numa cadeira.—Alguma vez ouvi dizer que um humano possa se converter em Cárpato,Joie é, não é? Por isso parece diferente. Uma diferença sutil, mas está. Erealmente iria fazer os disfarces por arte de magia.

Ante o alarme de Mikhail, ela pareceu como se fosse chorar.—Sinto muito, senhora Sanders. Acho que pode entender por que Traian nãopodia lhe dar simplesmente esta informação. É necessário proteger nossaespécie sempre. —Ele estudou sua face. – Você não havia revelado sualinhagem a seus filhos. Ele não têm idéia, certo?

Ela sacudiu a cabeça. —Não queria que soubessem. Temia por eles. Meu marido sabe, mas é muitoprotetor comigo. Quando preciso deixar sair o felino, ele vem comigo e rondaas pessoas pelas colinas. Ele fica perto para se assegurar-de que não ocorrenenhum acidente.—Pode algum deles mudar de forma?

Ela sacudiu a cabeça.—Nunca os ensinei. Vi todos eles se tornarem caprichosos e inquietos àsvezes, mas não queria que levassem essa carga. Não sei se fiz o correto ounão. Mas ter um filho e tentar lhe educar bem é uma grande responsabilidadequando ele é um jaguar. Seus instintos....—Jubal é um bom homem. É muito protetor com suas irmãs. —Mikhailestendeu uma mão e a tocou.

Imediatamente ela se acalmou, piscando para conter as lágrimas,recuperando o controle que acreditava perdido.—Os homens jaguar são muito perigosos.

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—Tenho séculos de idade, senhora Sanders. Admitirei que não tive muitocontato com sua espécie já que residimos em partes diferentes do mundo,mas lembro-me que muitos dos homens eram pessoas maravilhosas. Anecessidade e o medo com freqüência provocam que as pessoas façam coisasque normalmente não fariam. Jubal nasceu um bom homem e assim seguiráao longo de toda sua vida. Se por acaso se ver miserável em circunstânciasextremas, acredito que superaria a ocasião com sua mente, sua força e osdons que lhe deram. Ele não cairia no primitivismo.Ela tomou um profundo fôlego.—Obrigado por isso. Esse é o pior de meus medos.

Ela havia vislumbrado esse pequeno retalho de informação claramente,já que estivera em primeiro plano em sua mente antes que golpeasse abarreira.—Tem filhos notáveis, senhora Sanders. Joie é um tesouro que todos nósprocuramos proteger. Jubal esteve ajudando com uma investigação vital,igual a Gabrielle.—Gabrielle conheceu um jovem, Gary Jansen. Disse que estava trabalhandocom ele num grande projeto de investigação. Ele é Cárpato também?

O meio sorriso desapareceu da face de Mikhail.—Gary é humano. Um amigo sob o amparo de todos os Cárpatos. Sempre. —Se havia um humano no mundo pelo que os Cárpatos iriam à guerra, esse eraGary Jansen. Mas agora...—O que aconteceu a Gabrielle? —Perguntou a senhora Sanders. - Sei queestá acontecendo alguma coisa, mas Joie e Jubal se negaram a discutircomigo. —Ela sacudiu a cabeça. - Minha família tem muitos segredos,embora pareça que você os conhece todos. Gabrielle está viva, certo?

Mikhail passou a mão pelo rosto, odiando se ver em semelhanteposição. Este mulher merecia respostas. Merecia a verdade sobre suas filhas.—Igual a Joie, ela foi convertida a nossa espécie porque senão teria morrido.Gabrielle também foi convertida.

A senhora Sanders deixou escapar um pequeno som de desespero e sevirou para encontrar o olhar de seu marido. Ele estava em pé na porta, alto eereto. Sua face era uma máscara inexpressiva.—Rory! Oh, carinho! Sinto muito. Isto é minha culpa. Tudo é minha culpa.

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Ele se apressou a seu lado, deixando cair sobre um joelho para lhesegurar as duas mãos.—Não faça isso a sei mesma. Nada fez de errado.—É tão difícil para você saber que suas filhas são Cárpatos? - PerguntouMikhail. - Sempre serão entesouradas. Sempre as protegeremos.—Joie sim, mas e Gabrielle? Ela é diferente, não é tão aventureira como Joie.Adora seu trabalho e a casa. Esta vida não é para ela.—É vida, senhora Sanders. Teria morrido se não a tivéssemos iniciado a suanova vida. Está presa a um homem Cárpato com companheira, Vikirnoff VonSchrieder e a mim. Sempre cuidaremos de sua felicidade e segurança.

A senhora Sanders respirou fundo novamente e segurou a mão de seumarido.—Pelo menos não tenho que me preocupar de que um homem jaguar coloquesuas mãos sobre nenhuma de minhas filhas. Essa foi uma enorme carga,especialmente com Joie viajando tanto. —Ela tentou dar um pequeno sorrisopara seu marido. - Não me importa Cárpato ou humano, mas não sanguejaguar.—Acreditava que havia muito poucos.—Puro sangue é claro, mas há muitos descendentes e não quero quenenhuma de minhas filhas se aproxime de um homem jaguar.

Mikhail não assinalou que Jubal era um homem jaguar, ou que ele nãotolerava nenhum prejuízo para nenhuma raça ou espécie. A mulher temia oshomens jaguar e por boas razões. Tinha a impressão dela ter um passado quemantinha afastado. Mikhail estendeu a mão para o marido e apresentou a simesmo enquanto Traian e Joie se apressavam para Mikhail, que lhes relataraa conversa com o casal, urgindo-os a vir rapidamente para aliviar as lágrimasda senhora Sanders.—Mamãe! —Disse, Joie. - Sinto muito não ter te contado sobre Gabrielle.Queria contar, mas não sabia como.

A senhora Sanders abraçou sua filha, firmemente.—Você a viu? Ela está bem?

Joie mordeu o lábio e lançou um rápido olhar para Traian.—Ela sente-se apreensiva. E não é fácil para ela. Eu tive Traian para meguiar. E quando precisei me alimentar, ele proveu para mim e não foi tãoterrível. Mas Gabrielle está apaixonada por alguém que não é Cárpato e elenão pode lhe dar o que precisa.

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As mãos da senhora Sanders revoaram para a garganta.—Quem provê por ela?—O homem que a salvou se chama Vikirnoff Von Schrieder. Ele e suacompanheira Natalya, passaram muito tempo com o Gabrielle, conversandoe trabalhando com ela no fato de aceitar sua nova vida. Não toma sangue deTraian nem de mim, mas o faz dois. São bons com ela, Mamãe. E ela estátentando.—Quero vê-la.—Nós dois queremos. - Disse o senhor Sanders, firmemente.

Joie pensou.—Mamãe, ela está muito emotiva. Sua vida inteira mudou. Felizmente, háuma mulher de visita aqui conosco. Seu nome é MaryAnn Delaney. Éconselheira de mulheres maltratadas e também lidou com muitas vítimas detraumas. Gary está com ela e estão conversando com Gabrielle agora.Realmente acredito que é melhor deixar eles trabalharem com ela. Já conheceGabby, ela é uma lutadora. É somente o choque inicial de despertar tãodiferente.—Sou sua mãe. Deveria estar com ela.—Ela prometeu que viria aqui logo que fosse possível. —Joie levantou oolhar para Traian que passou o braço por seus ombros. O trauma de que suairmã quase morrera tinha afetado negativamente a Joie. Adorava Gabrielle e atinha prendido a esta vida, expondo-a a vampiros e Cárpatos e pesava sobreela o fato de que Gabrielle tivesse sido convertida.—Este homem Gary, é por ele que ela está tão louca? Pelo qual ficou aquinas montanhas para estar perto dele? —Perguntou a senhora Sanders.

Joie assentiu.—Ela não fala muito de sua relação, mas obviamente se sentem atraídos umpelo outro. Gary ficou a seu lado nisto e foi a seu lugar de.. Estar perto deladiariamente desde que isto aconteceu.

Mikhail se estendeu procurando o consolo de sua companheira. Preso aGabrielle como estava, podia sentir sua dor. Nenhum deles considerara aquestão global. Gabrielle era agora uma mulher dos Cárpatos por completo.Os outros homens estariam desesperados para que fosse a companheira deum deles. Os cuidados de Gary a ela não seriam bem vistos por nenhumdeles. Era possível que Gabrielle fosse a companheira de um dos homens sem

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estar apaixonada. O afeto com freqüência vinha depois, depois do cru desejosexual e a intimidade de ser companheiros. Era concebível que Gabriellepudesse amar Gary e ainda assim ser companheira de um homem dosCárpatos. Um problema potencialmente explosivo se forjasse dentro domundo já complicado dos Cárpatos.- Está apaixonada por ele. - A voz do Raven era gentil. - Ele se merece serfeliz depois de tudo o que tem feito por nós. Sabe que se ganhou um lugar emnosso mundo.

Mikhail suspirou pesadamente. – Eu sei, mas a lógica não rege umhomem perto do final de seu tempo. Se ela for uma companheira, deve sesobrepor a qualquer afeto que sinta por Gary e abraçar completamente suanova vida.Houve um pequeno silêncio. –Você obrigaria-a a escolher uma união semamor? Isso está errado.- Só existe um companheiro. Seu amor por Gary decairá com o tempo e serealmente der a sua nova vida uma oportunidade, encontrará a felicidadecom seu autêntico companheiro.

Raven bufou com exasperação. – Você não tem idéia do que fazer nestasituação, não é?

Mikhail passou uma mão pelo cabelo. - Ele a ama muito. Cada vez queestou com ele, sinto. E falou com Gregori com freqüência de seussentimentos por ela. Desde que quase morre, não abandonou seu lado,mantendo vigília até que ela despertou. Nenhum de nós conseguiu que sealimentasse. Isto vai ficar ruim, Raven.

Raven lhe enviou consolo, camaradagem e um toque consolador de seusdedos lhe roçando a face. Queria deixar esta casa e todas as suascomplicações e ir aonde havia alegria. Em meio a todos os problemas, comos inimigos chegando por todos lados, estava Raven e seu sorriso disposto,seu carinho e capacidade de proporcionar felicidade e riso a todos os que arodeavam.—Eles estão aqui! — Anunciou, Joie. - Mamãe, seja amável com ela. -Murmurou, segurando firmemente a mão de Traian.—Não tem que me dizer isso —disse a senhora Sanders.

Mikhail se levantou com a intenção de se desculpar quando Jubalentrou e lançou um longo olhar de advertência a sua mãe e seu pai e depoisavançou para permitir que Gabrielle entrasse na sala. Ela estava formosa,

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alta, moréia com olhos cinzas e uma boca cheia. Sua pele estava pálida e elatremia visivelmente, mas o homem que estava a seu lado deslizou o braço aseu redor para lhe proporcionar apóio.—Mamãe, Papai. É maravilhoso vê-los.— As lágrimas embaçaram osgrandes olhos de Gabrielle, tornando-os de carvão.

Seus pais se levantaram, dando vários passos para sua filha. Então asenhora Sanders parou bruscamente e a cor desapareceu de sua face. Elalevantou o rosto e olisqueó várias vezes, provando o ar. Uma mão se elevoudefensivamente e ela gritou, afastando-se do casal.

A pele de Gabrielle se tornou de um branco mortal e ela escondeu orosto contra o ombro de Gary ante o rechaço de sua mãe. Joie e Jubalcorreram a se colocar diante de sua irmã, lhe bloqueando a visão de seus pais.Mikhail se moveu com grande velocidade, colocando seu corpo entre a mãehistérica e sua filha. Gary puxou Gabrielle para seus braços, mantendo-aperto e Traian se colocou entre os pais de Joie e sua cunhada, protegendo-oscom seu grande figura.

A senhora Sanders caiu de joelhos, lançando um gemido que encheu acasa. O senhor Sanders tentou colocá-la em pé, mas ela lutou contra ele,sacudindo a cabeça de lado a lado, gemendo todo o tempo.—Mamãe! Controle-se. - Exclamou Jubal. - É Gabrielle que precisa que sejaforte, não se separe dela.

Traian e Mikhail trocaram um olhar apreensivo. Joie elevou o queixo.—Ela é como eu. Se não puder aceitar Gabrielle como Cárpato, será melhorque saiba que eu também o sou, igual a Traian. Nós estamos com Gabrielle.

O comportamento inteiro da senhora Sanders mudou. Ela se elevoulentamente sobre os pés e seus olhos se tornaram opacos, seu corpo derepente era fluidico e felino. Sua cabeça desceu numa clássica atitude deespreita.—Se afaste de minha filha. —Ela pronunciou cada palavra.—Marissa! - Repreendeu duramente o senhor Sanders. Ela grunhiu e um vaiomortal acompanhou à advertência. Seus dedos começaram a se curvar e seucorpo se estirou, alargando o focinho. Os ossos rangeram e sua espinha seinclinou.—Mamãe! —Joie soava horrorizada. - Mamãe, pare!

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Traian se colocou diante de sua companheira, seu corpo mais pesado aempurrou para trás. Ao mesmo tempo arrastou seu irmão atrás dele com umbraço poderoso.—Mamãe. —Jubal acrescentou sua súplica. - O que está fazendo?

Mikhail avançou para se colocar junto a Traian. Os dois Cárpatosestavam de pé ombro a ombro enfrentando à ameaça.—Senhora Sanders, —disse Mikhail tranqüilo, tentando alcançar a mente damãe de Gabrielle.

Encontrou uma vermelha neblina de fúria, um caldeirão de medo. Ascosturas do tecido se rasgaram. A pelagem estalou sobre a pele e ela já estavaa quatro patas completando o focinho. O senhor Sanders tentou acalmá-la,mas ela o arranhou com suas afiadas garras.

Traian deu um salto para frente, utilizando velocidade sobrenatural, umborrão de movimento, pegando o pai de Joie e empurrando-o para sua filha.O braço do senhor Sanders sangrava pelo longo e profundo arranhão e Joiesoluçava quando estendeu o braço apressadamente para seu pai.—Papai, que está acontecendo? Obviamente você sabe. Conte-nos.—O que é ela?—Jaguar. —Respondeu Traian, por ele. - É de uma linhagem pura jaguar.

O felino se agachou, a cauda se retorcia com agitação, com os olhossobre os homens dos Cárpatos que bloqueavam o caminho para seu objetivo.- Mikhail, retroceda. - Advertiu Traian. - Está a ponto de atacar.- É a mãe do Joie. - Recordou-lhe Mikhail. - Não podemos lhe fazer mal.- Não há um nós. Retroceda. - Traian se adiantou num esforço de proteger aMikhail, sua companheira e os outros.—Alguma vez fez isso quando estávamos na escola e se zangava com nossosprofessores? - Disse Jubal. - Que demônios acontece, papai? Você sabe?—Cale-se, Jubal. —Exclamou o senhor Sanders. - Não é momento parabrincadeiras. Ela é muito perigosa.—Você crie? Seu sangue goteja por todo o chão.—O que provocou isto? —Perguntou Mikhail, tranqüilamente.

O senhor Sanders sacudiu a cabeça.—Não tenho nem idéia. Pareceu aceitar tudo o que lhe disse.—Todos vocês saiam da sala. Vamos, Traian, senhor Sanders deixe que eume ocupe disto. - Ordenou Mikhail.

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- Estou a caminho, Mikhail. Me espere. - Gregori, como sempre, estavaperfeitamente tranqüilo.- Oh! Aagora quer ajudar, acredito que posso me ocupar de umamulherzinha.- Se conseguir que lhe fazer algo mais que um arranhão sua filha pediráminha cabeça numa bandeja. Por outro lado... Você está ficando velho elento.

Quando Joie, Jubal, Gabrielle e Gary começaram lentamente a sair dasala, o felino ficou mais agitado, saltando e correndo por volta dos doishomens dos Cárpatos, com um rugido de raiva que sacudiu a casa. Seusfilhos pararam.

O jaguar entrou em ação, saltando sobre a mobília até golpear Traiandiretamente no peito. Seu peso e a surpresa do ataque o fizeram cair para trás.O felino já procurava sua garganta, tentando cravar os dentes. Ele a segurouentre suas fortes mãos, mantendo a distancia, o felino que grunhia.

Gabrielle gritou.—Não lhe faça mal!- Essa é minha mãe! – Joie chorava.

Traian pensou e o felino lhe arranhou o peito com as patas traseiras,produzindo grandes lacerações, enquanto dirigia os dentes para sua garganta.De repente o felino mudou de tática. As garras arranharam o peito, afundandodurante uma fração de segundo enquanto acumulava poder, empurrando-secom as patas traseiras para saltar sobre Gary. Golpeou forte e rápido, paramatar.

Mãos poderosas lhe rodearam o pescoço, mantendo-a a distância e elese viu olhando nos olhos negros do príncipe. Mikhail movera-se comassombrosa velocidade, inserindo seu corpo entre o jaguar e sua presa.—Mamãe! Pare! —Havia pânico na voz de Joie. - O que está fazendo?

Traian não tinha escolha. Havia jurado, como todos os Cárpatos, emproteger seu príncipe. Rodeou o forte pescoço com uma chave, preparadopara rompê-lo se ele insistisse em seu ataque a Mikhail.

O jaguar lutou, utilizando sua espinha flexível, mas nenhum doshomens cedeu.—Por favor, Traian, não. Não pode matá-la. - Suplicou Joie, apressando-se alhe segurar o braço.

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Isso foi distração suficiente para que o jaguar se retorcesse, quaseescapando de Traian e suas garras arranharam Mikhail.—Chega! —A ordem trovejou através da sala enquanto um homem altoentrava a passos rápidos. Seus olhos prateados brilhavam com intenção letal.Ignorando as súplicas de Joie e Jubal, Gregori estendeu a mão passando juntoa Traian e virando a cabeça do jaguar para lhe olhar nos olhos. – Eu dissechega. Se insistir nesta ação a matarei imediatamente. É bastante humanapara me entender. Vá para outra sala e recupere o controle, agora. —Nãohouve compreensão nem compaixão. Não dedicou nenhum olhar aos outrosocupantes da sala. Simplesmente levantou o jaguar e o jogou para a porta.

O felino aterrissou com força contra a parede, deslizando para baixo eficando estendido um momento, seus flancos se moviam pesadamente.Houve um silêncio quebrado somente pela pesada respiração do jaguar.Então ele virou a cabeça e grunhiu.

Gregori deixou escapar um longo e lento vaio, seus olhos brilhavam.Deu um passo ameaçador para o felino.—Não vou voltar a lhe dizer. Você atacou meu príncipe e a pena por isso é amorte. Há três Cárpatos nesta sala e segundo todas as leis você deveria estarmorta. Vá antes que eu perca a pouca paciência que tenho.

O jaguar desapareceu e Gregori estendeu o braço para ajudar Mikhail aficar em pé.—A próxima vez que não protejer seu príncipe, responderá ante mim. Nãome importa quem o ataque ou por que razão. Seu dever é se ocupar de suasegurança goste ele ou não. —Seus olhos pousaram em Traian pela primeiravez, depois em Joie e em Gabrielle. - Deixei perfeitamente claro? Porque senão for assim, entrarei lá e romperei o pescoço dela e lhes mostrarei o queaconteçe a quem se abstém de proteger meu príncipe de qualquer mal.

Traian assentiu e estendeu a mão para Joie. Gabrielle manteve o rostoenterrado contra o ombro de Gary. O senhor Sanders se apressou a entrar naoutra sala, para atender sua esposa.—Estava a salvo, Gregori. - Disse Mikhail, tranqüilamente.

Gregori se voltou para fulminar o príncipe com o olhar.—Não me diga que estava a salvo. Ela ia diretamente a sua garganta. Achaque não pude ler sua mente? Tinha intenção de rasgá-la. - Bonita forma de começar nossa celebração de Natal. Raven não há deestar muito contente.

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- Raven não estaria muito contente se essa mulher tivesse acabado com suagarganta. Isto não acabou, Mikhai, e não tente liberar Traian e Joie porquetêm muito pelo que responder. Posso desculpar Gabrielle mas não aosoutros.—Traian estava olhando por mim, Gregori. - Disse Joie. - Ela é minha mãe.—Traian não precisa se ocultar sob suas saias, Joie. É um antigo. Sobre todoo resto, protegemos nosso príncipe. Sem ele nossa espécie morreria.Extinguiríamos-nos. Nossa primeira obrigação sempre, mas sempre éproteger o receptáculo vivente de nossa gente. Se Mikhail não matou sua mãepara salvar-se a si mesmo é porque está obrigado a manter nossa gente unida.Teria tentado com a diplomacia e ela teria aberto sua garganta. Era dever dostrês Cárpatos que há nesta sala lhe proteger, mesmo de si mesmo. - Gregorivirou a cabeça, atravessando Traian com seus olhos frios e peculiarmentecoloridos. - Não é assim?—É assim. Foi um mau julgamento de minha parte e não voltarei a falharcom o príncipe.—E não voltará a falhar com nossa gente. - Insistiu Gregori. Depois olhoupara as mulheres. - Devem lhes fazer à idéia de que queiram ou não, vivemcomo Cárpatos. Se não o fizerem, ocuparei-me de que não vivamabsolutamente.- Gregori. - A intervenção de Mikhail foi a calma no olho da tormenta. - Já ésuficiente.- Não é suficiente. Ou eles o protegerã ou responderão ante a mim.—Por que o fez? —Perguntou Gary, empurrando osóculos para cima eesfregando a ponte do nariz. - Juraria que era por mim, não pelo Mikhail.Gregori, estou seguro de que ela tentou me matar. Mikhail se moveu tãorápido que eu não o vi e acredito que ela tampouco.—Traian precisa de atenção. - Ordenou Gregori a Joie. – Se ocupe dosferimentos de seu companheiro.

O grunhido do Traian retumbou através da sala.—Eu mereço sua reprimenda Gregori, mas não a estenda a minhacompanheira. Não permitirei.

Mikhail elevou a mão para cortar qualquer enfrentamento.—Todos esquecemos o que está em jogo aqui. A senhora Sanders está aquipara celebrar conosco o Natal e aceitou Gabrielle e Joie como Cárpatos.

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Temos que averiguar o que provocou o ataque do jaguar. — ele lançou aGregori um olhar duro. - E depois todos vamos fazer as pazes porque nada eeu disse nada, vai arruinar esta noite de Raven.

Gregori se inclinou ligeiramente.—É claro. – Ele trocou o fantasma de um sorriso com Traian. - Teme por ela.- Ela tem-lhe enredado ao redor de seu dedo mindinho.- E os dois podem ir para o inferno.

Gabrielle se afundou no sofá com Gary de um lado e Jubal do outro.Joie e Traian compartilhavam uma cadeira. Mikhail estava de pé co cantomais próxima da porta e Gregori estava de pé, com os braços cruzados emseu amplo peito. Seu corpo entre o de Mikhail e o resto da sala.

O senhor e a senhora Sanders saíram juntos. Ela estivera chorando eobviamente não queria enfrentar a todos. Quando viu as marcas no peito deTraian, um novo fluxo de lágrimas começou.—Mamãe, você está bem? – Perguntou, Joie. - Por favor não chore mais. Nosdiga que acontece e entenderemos.—Sou eu? —Perguntou Gabrielle. - Não quero te alterar mais. É Véspera denatal e se supõe que temos que estar juntos como uma família. Não quero quese altere pelo que me aconteceu.

A senhora Sanders sacudiu a cabeça.—Você não. Você nunca, pequena. —Seu olhar pousou em Gary e seafastou. Aferrou mais forte a mão de seu marido. - É ele. —Mostou Gary. -Não é quem acha que é.—Gary? —Gabrielle parecia surpreendida. Todo mundo olhou fixamentepara Gary.—Que quer dizer, senhora Sanders? —Perguntou, Mikhail.—É jaguar. Posso cheirar seu sangue. O cheiro está tudo sobre ele. É umhomem jaguar. São enganosos e capazes de grandes crueldades. Não o queroperto de minhas filhas. De nenhuma delas. —Ela elevou o queixo e derepente pareceu régia. - O que fiz foi errado, deveria ter controlado melhor ofelino, mas foi a surpresa. Não encontrava com um homem jaguar em anos.Acreditava que essa porta estava firmemente fechada. Tomou-me de surpresae me trouxe lembranças dolorosas, mas agora estou sob controle. Ele nãopode se aproximar delas.

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Gabrielle segurou com força a camisa de Gary.—Está errada, Mamãe. Gary é o homem mais doce que conheço. Amável,bom e brilhante. Não pode mudar de forma. É humano.—É jaguar. - Disse a senhora Sanders, severamente. - E te enganou se tedisse outra coisa. Eu sou jaguar puro e nenhum deles escapa a minhadetecção.—Gary? —Perguntou Mikhail, já testando a mente do homem.

Gregori havia intercambiado sangue com Gary e podia ler seuspensamentos e o fazia com freqüência. Nunca tinha encontrado nenhumaevidência do jaguar. Olhou para Mikhail e sacudiu a cabeça.—Senhora Sanders, é possível que Gary compartilhe uma ascendência.Muitas das mulheres daqui o fazem, incluindo suas filhas e seu filho. Mas elenão pode mudar e de fato, não conhece sua linhagem. Gregori compartilhasangue com ele e pode ler facilmente seus pensamentos e muitas vezes Garyse ofereceu de voluntário para me deixar fazer o mesmo. Não pode enganarum Cárpato que tomou seu sangue.—Ele é um jaguar. - Insistiu a senhora Sanders. - Não é bem-vindo aqui enão pode estar perto de minhas filhas.—Seu filho é jaguar. Deveríamos lhe desterrar também? —PerguntouMikhail.—Mamãe! Que te colocou isso na cabeça. – Exigiu, Jubal. - Papai, faça-aentrar na razão.—Não tem nem idéia do que sua mãe sofreu nas mãos de um homem jaguar.- Replicou o senhor Sanders. - Não se atreva a julgá-la.—Nem todos os homens jaguar são iguais. – Disse, Mikhail. - Não muitomais do que são os homens dos Cárpatos. Muitos de nossos homens seconvertem em vampiros e muitos homens jaguar se voltam contra suasmulheres, mas não todos. Conheci a muitos homens jaguares honoráveis eseu próprio filho está entre eles. Seu sangue é bem mais pura que o de Gary.Dê a Gary uma oportunidade. Ele está com minha gente há algum tempo eestá comprometido a nos ajudar. Gabrielle trabalhou com ele e conhece suadedicação. Utilize este tempo para lhe conhecer como indivíduo.

Antes que ela pudesse protestar, Gregori se moveu, atraindo para eletodos os olhos.

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—É pouco o que o príncipe lhe pede, senhora Sanders. Você o atacou, assimcomo também danificou intencionadamente seu genro. Sua intenção eramatar um dos nossos. Gary está sob meu amparo e é meu amigo. Eu sereiresponsável por seu comportamento. Tudo o que o príncipe lhe pediu é quelhe dê a oportunidade que deu a seu próprio comportamento, acredito que éuma petição razoável.

A senhora Sanders respirou fundo.—Tem razão, é claro. Me assustei muito quando o cheirei. Desculpem-mepor meu comportamento.

Gary apertou a mão do Gabrielle para evitar qualquer comentário.—Obrigado, senhora Sanders. Honestamente não sei se o que diz você écerto, mas farei o que posso para averiguar. Por isso sei, não tenho nenhumahabilidade psíquica de nenhum tipo e certamente não posso mudar de forma.Entretanto, sempre me interessaram as lendas e os mitos e durante um tempotentei provar que existiam criaturas como os vampiros. Possivelmente mesentia atraído por essas coisas porque como você diz, é minha herança.—Possivelmente. – Concordou a senhora Sanders sem se comprometer.

Mikhail tornou a se manifestar.—Nossa celebração começará num par de horas. Confio em que façam o quepossam para apresentar uma frente unida a nossos convidados. E Traian, seassegure sem lugar a dúvidas de que nossos segredos permaneçam a salvo,sempre. —Isso significava tomar o sangue dos pais de Joie, uma tarefa poucoprazerosa, mas necessária.—Sim. É obvio.

Gregori se virou deliberadamente para Gary, diante dos outros.—Se precisar de mim é só me chamar em sua mente e te ouvirei. Tomeprecauções. Não sofrerei um segundo ataque sem represálias. Minha justiça érápida e brutal como bem sabe. — Ele olhou para os outros ocupantes dasala. - Nada me dissuadirá de minha obrigação se fizesse mal a meu amigo.—Fez uma leve despedida e seguiu Mikhail para fora, em meio a nevasca.—Você sabe sair com elegância. – Comentou, Mikhail.—Juro-lhe, velho amigo. Se voltar a se colocar em perigo de algum modovou te matar eu mesmo e feito estará.—Eu gosto de te manter em forma. Passarei mais tarde para ver minha filha.Dirijo-me a conhecer Destiny. Eu gostaria de ouvir o que sua amiga MaryAnn tem a dizer sobre Gabrielle. E se realmente é tão boa como todo mundo

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diz, quero encontrar uma forma de reuni-la com a jovem Skyler. A menina éassombrosa, valente e pronta. Bem amadurecida para sua idade, mas tãofrágil, Gregori. Podemos tê-la perdido e Dimitri está muito perto. Muitoperto.—Mantenho um olho nele. – Disse, Gregori. - Você gostará de Destiny e seuNicolae. É uma mulher assombrosa e uma cçadora muito hábil. Francesca eeu a vigiamos de perto para nos assegurar de que eliminamos todos osparasitas de seu sangue. Conservei alguns somente no caso de encontramosum uso para eles. Uma hovenzinha assombrosa.—Estou ansioso por conhecê-la.

Gregori começou a brilhar até a transparência.—Sabe que teremos problemas com Gabrielle e Gary agora que a converteu.

Mikhail suspirou.—Mesmo agora, quando nos reunimos pelo Natal, sempre parece haverproblemas.

CAPÍTULO XIV

A estalagem começava a se encher de gente. Manolito Da Cruz estavaem pé a um canto observando a estranha cena que se desdobrava antes seusolhos. Caos e estupidez. Por que tanta gente se reunia portas a dentro e sesentia a salvo?

A fome era aguda e terrível, dando pequenos golpes em suas vísceras,jogando duramente com ele,e o som de tantos corações, de sangue fluindonas veias, só aumentava seu desconforto. As sombras se elevavam nele, odemônio clamava por sangue, por alguma pequena faísca de sentimento, umarajada momentânea que o levaria de volta à vida. Somente uma vez. Quasepodia imaginar à presa sob ele, o coração pulsando aceleradamente e a rajadade adrenalina amadurecendo o sangue e lhe proporcionando êxtase quando aconsumisse.

Ali entre as sombras escolheu sua presa. O homem musculoso e forteque crescia dizendo a todo mundo o que fazer. Manolito o deixaria vê-lo. Vera morte em seus olhos, em seu coração e sua alma e cravaria profundamente

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seus dentes nele e sentiria sua luta por viver, sempre por viver. Uma vidaque ele já não tinha e nunca recuperaria.

A seu redor havia homens dos Cárpatos que haviam conseguidoreclamar uma mulher, inclusive dois de seus irmãos. Ele ouvia suas risadas,sentia emoção através deles, mas não era suficiente. Muitos séculos haviampassado. Muitas batalhas e muitas mortes. Sentia sua vontade de se deslizarpelo escuro abismo do qual não podia arrancar a si mesmo. Havia lutado comos Cárpatos contra os vampiros e saíra ferido. Se curara, mas ao se elevarhavia sentido a escuridão enroscada em seu interior, lhe sussurrandocontinuamente a cada momento, até que acreditou que ficaria louco, até queacreditou que daria as boas vindas à loucura.

Seu olhar foi até à mulher. As mulheres sempre gostavam de seuscuidados. Podia atraí-las facilmente com seu escuro e sedutor olhar. Sabia oque ela sviam quando o olhavam. Viam um homem bonito, misterioso, sadioe muito sensual. Parecia o epítome do homem predador e as mulheres oseguiam suplicando que as levasse para a cama. Utilizava-as cruelmente,deixando para trás a impressão de uma potência sexual, marcando-as comseus dentes e aborrecido por sua disposição em lançar seus corpos para ele.Se soubessem que o que ele realmente queria era drenar cada gota de seusangue. Deixá-las como uma concha murcha somente para poder sentir amomentânea rajada de vida.

A tentação era assustadora, disparando uma resposta Seus incisivos sealongaram e cresceram, enchendo sua boca enquanto seu corpo desejava opoder da morte. Somente uma vez. Os sussurros se fizeram mais fortesafogando seus pensamentos de chamar seus irmãos pedindo ajuda. Uma sóvez. Saborear a vida lhe daria algo mais de tempo. Somente uma vez. Quemsaberia?

Os batimentos dos corações se fizeram mais fortes até que trovejaramem seus ouvidos. Ouvia seu próprio coração pulsar e esperou que o rebanhoque tinha a sua volta o seguisse. E eles o seguiram lentamente, um a um,acompanhando o ritmo.

Desejava sangue quente entrando em torrentes em seu sistema.Desejava a sensação da pele de uma mulher, a emoção de um corposubmetendo-se ao dele. Mas não podia sentir, não na verdade. Seus irmãos oalimentavam com emoções, como se alimenta um menino com uma colher.

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Não era suficiente. A escuridão o chamava e ele tinha que responder. Quasepodia saborear o poder em sua boca.

Bruscamente, virou-se e saiu da estalagem para a noite onde poderiaacalmar seu coração e tentar pensar com mais claridade. A fome o golpeavaimplacavelmente, numa escura obsessão que não podia sacudir. A noite nãoera o bastante escura para se ocultar nela. A neve cobria o chão e evitava queas sombras prevalecessem. Precisava do refúgio dos bosques. Manolitomudou de direção e entrou no fundo do bosque.

* * *

—Nicolae, guerreiro, irmão, é bom ter você em casa. - Mikhail estreitou osantebraços do homem alto e antigo, de cabelos escuros, lhe saudando com aeterna tradição dos Cárpatos para dar as boas vindas a casa, a um amadoguerreiro.

Nicolae Von Schrieder estava de pé em frente a ele, olhando nos olhosde seu príncipe e a emoção quase o afogava. Era inesperado e surpreendentesentir o nó em sua garganta ante a admiração e genuína acolhida que lheprestava Mikhail. Estava em casa e havia servido sua gente com honra edignidade durante séculos.—É bom estar em casa, Mikhail. Servi à vontade de meu príncipe, que é oreceptáculo vivente de nossa gente e me comprometo lealmente com ele. —Ele ofereceu a antiga comemoração a seu príncipe.

O sorriso de Mikhail foi genuíno.—Já passou muito tempo desde que ouvi essas palavras e havia sinceridadenelas. É realmente bom ter você em casa. —Ele se virou para a mulher queestava junto a Nicolae. Ela parecia muito apreensiva e estava em algum lugarentre desejar fugir e lutar. Ela passara por muito e sua coragem e forçatinham sido forjados no fogo do inferno.

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Ele estreitou seus antebraços, olhando diretamente nos sobressaltadosolhos de água marinha e repetiu a antiga saudação, lhe oferecendo o maisalto respeito que podia lhe dar.—Destiny. Caçadora e irmã. É bom te ter em casa, também.

Ela engoliu com força, olhando fixamente seu companheiro eassentindo, suas mãos apertaram os antebraços de Mikhail.—É bom estar em casa. Também eu servi à vontade de meu príncipe e mecomprometo lealmente com ele.—Não tem que me oferecer sua lealdade, Destiny. - Disse Mikhail. - Oserviço que já prestaste é mais do que ninguém poderia te pedir.—Fico com meu companheiro e quero servir. – Ela replicou.—Então aceito seu oferecimento pelo bem dos Cárpatos. —Ele deixou-apartir, afastando-se com um sorriso alegre. - Há muito desejava conhecer amulher que deu e sofreu tanto por nossa gente. Obrigado por vir.—Havia me esquecido da sensação de estar emnossa terra. —MurmurouNicolae. - Não posso ter o bastante dela. Destiny diz que tudo o que faço écair na cama, mas para mim é um milagre ter o luxo de semelhantes riquezas.—Abriu o caminho para a casa de sua família. Como sempre, outros Cárpatoshaviam mantido a casa limpa e em boa forma. No momento em que ele haviavoltado, modernizara-a e estava orgulhoso de mostrar as mudanças.

Sentaram-se perto do fogo, coisa que Destiny adorava especialmente eMikhail os informou dos fatos que estavam acontecendo, incluindo seudescobrimento mais importante. Syndil.—Você se lembra de alguma coisa das antigas práticas, Nicolae? De umamulher que podia curar a terra?—É claro que sim. Era muito estranha, mas muito honrada. Ela atendia todosos nascimentos e curadores. A linhagem era antiga e só as mulheres quepertencia a essa linhagem tinha o dom de curar a terra. Syndil deve ser umadescendente.—E a única que temos.—Houve várias curadoras da terra com as quais cruzei quando era um jovemainda. Poderia ter mais. Rhiannon era uma grande curadora. O dom chegou aela através de sua mãe. Seu pai era um Caçador de Dragões. Ela tinha umtalento incrível desde de menina. Foi uma grande perda para nossa gentequando foi assassinada.

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—Syndil não é uma Caçadora de Dragões, pelo menos não ouvi dizer quetenha a marca do dragão. É uma dos Trovadores Escuros, dos meninosperdidos que Darius conseguiu salvar. Mas temos à neta de Rhiannon,Natalya, a quem seu irmão reclamou como companheira.

Nicolae sorriu.—E Vikirnoff indubitavelmente tem as mãos ocupadas com ela.—Voces dois encontraram mulheres extraordinárias. —Um breve sorrisoflertou na boca de Mikhail. - Embora Natalya não herdasse o dom de sua mãepara curar a terra, é uma caçadora talentosa, acredito que desfrutará muito desua companhia, Destiny. Já a conheceu? Ela se acostumou a ser caçadora.

A língua de Destiny tocou seus lábios quando estes ficaram secos. Umavez mais seu olhar foi a seu companheiro antes de falar.—Ela é muito divertida. Encontro-me rindo o tempo inteiro quando estoucom ela.

Mikhail tinha a sensação de que Destiny não sorria muito. Olhoufixamente para Nicolae. Os dedos do antigo estava massageando a nuca dela,uma amostra sutil de apoio que Mikhail com freqüência empregava quandoRaven estava numa situação pouco familiar e se sentia apreensiva. Lançououtro sorriso aberto à mulher.—Ela adora citar velhos filmes. Disse a Raven que íamos ter que começarassisti-los, para que possamos ficar em dia.

Destiny deu um pequeno e nervoso sorriso.—Ela adora os velhos filmes. O pobre Vikirnoff não sabe o que está dizendoa maior parte do tempo, mas é bom para ele. —Ela deixou escaparlentamente a respiração.— Nunca antes estive perto de um príncipe. Não seiexatamente o que acho que devo fazer.—A maior parte do tempo sou somente um homem, Destiny. – Confiou-lhe,Mikhail. Olhou ao redor e se inclinou para frente, baixando a voz até umsussurro conspirador, embora enviasse seu comentário ao segundo homemdos Cárpatos. - A menos que Gregori esteja por perto, então se acredita quetodo mundo deve se inclinar e me fazer feliz.

A vingança de Gregori foi rápida. O som de um trovão sacudiu a casa,fazendo tremer as janelas e a cadeira em que Mikhail estava sentado semoveu e corcoveou, quase o atirando ao chão.

Nicolae rugiu numa gargalhada.—Esse era definitivamente um grunhido Daratrazanoff.

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—Essa não é forma de um genro tratar seu sogro. - Disse Mikhail. Um lentosorriso iluminou seus olhos. - Mas ele descobrirá que esta noite eu tenho aúltima palavra.—Tem alguma coisa planejada... – Supôs, Nicolae.—Precisamos de um Santa Claus e acredito que Gregori Daratrazanoff seencaixa perfeitamente no papel.

Destiny olhou de um homem risonho, a outro.—Gregori não vai se alegrar, não. Em todo o tempo que esteve comigo parame sanar, só o vi sorrir para Savannah. Bem, uma vez ele tentou sorrir paramim, mas foi uma amostra de dentes. A idéia de que ele entretenha um montede crianças está além de minha imaginação.—E da de todos outros, pelo que parece. - Disse Mikhail com evidentesatisfação. - Como se sente? Sei que experimentou grande dor em cadasublevação com o sangue do vampiro em suas veias. Gregori foi capaz decurar os dois?

Destiny assentiu.—Cada sublevação me parece um milagre. Gregori guarda o sangue e disseque ele poderia ser utilizado para infectar um guerreiro e infiltrá-lo nas filasdo não-morto. —Seu olhar encontrou a de Mikhail —Não lhe deixe fazerisso. Ter esse sangue em suas veias a cada momento de sua existência é opior possa imaginar. É uma agonia, física e mental. Não posso imaginar o queisso faria a um guerreiro já perto da loucura.—Nada se decidiu ainda. – Lhe assegurou Mikhail. - Quando voltarmos ànormalidade, todos nos reuniremos. Sua contribuição é de grande valor paranós e esperamos que nos ajude.

Destiny pareceu aliviada.—Sim, é obvio.

Nicolae deslizou o braço pelo respaldo do assento de Destiny.—Destiny não celebra o Natal há anos. Nós íamos sair e conseguir umaárvore. Você gostaria de se unir a nós?

Mikhail sacudiu a cabeça com pesar. —Tenho muitas paradas mais a fazer antes de me reunir com todos naestalagem. Esperava ter a oportunidade de falar com MaryAnn Delaney.Soube que ela se hospeda aqui.

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—Sim, mas está com uma adolescente neste momento. Francesca a trouxefaz alguns minutos e pediu que MaryAnn conversasse com ela. Depôs alevaremos em sua casa.—A jovem Skyler. A maior parte das vezes uma garota de sua idade nãoprovoca uma resposta em seu companheiro, mas ela é amadurecida para suaidade e agora temos um homem não correspondido solto por aí e exigindoseus direitos. —Mikhail suspirou, brandamente. - Skyler precisa de amparotodo o tempo. Se falharmos outra vez, seu companheiro a unirá a ele e nãoestou seguro do que fará Gabriel, mas não será agradável.—Francesca nos advertiu. – Disse, Nicolae. - Skyler disse que gostaria de seunir a nós quando formos procurar a árvore, então sairemos logo queMaryAnn tenha passado algum tempo com ela. Não antecipo nenhumproblema, mas seremos cuidadosos. Destiny é uma caçadora hábil, então ajovem Skyler estará duplamente protegida.—Não permitam que ela saia além de sua vista. - Advertiu Mikhail. – Ela temtendência a vagar por aí. Às vezes me pergunto por que pressiono Raven parater outro filho. Tinha me esquecido dos problemas que podem dar.—Vê! —Destiny fez uma careta para Nicolae. - Disse que davam problemas.Mikhail ficou em pé.—Vou ver seu irmão. Quer lhe mandar algum recado?—Só lhe diga que você vai pedir ao Gregori que faça o papel de Santa Claus.Vikirnoff gostará definitivamente da notícia. —Nicolae ficou em pé também,para acompanhar o príncipe à porta.—Não tenho intenção de pedir-lhe Nicolae. Darei-lhe minha primeira ordemcomo seu sogro.

Nicolae atraiu Destiny sob seu ombro.—E quero estar lá quando você anunciar a Gregori que ele será o Santa Clausesta noite.—Pois eu desejaria estar lá para ver a cara da Savannah. Ela tem ummaravilhoso senso de humor. Nunca acreditei que ficaria amiga da filha deum príncipe. Embora, honestamente, acredito que ela simplesmente está felizpor ter conseguido lutar com um vampiro, então pode sustentar algo sobre acabeça de Gregori.

A face de Mikhail se obscureceu e todo humor abandonou seu rosto.—No momento em que algo acontece a minha gente, em particular a minhafilha, sou informado disso. Mas de algum modo, este pequeno detalhe parece

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ter sido omitido a mim. Nicolae, talvez você seria amável de me explicarisso já que meu genro falhou em fazê-lo. - Gregori, minha filha lutou comum vampiro? E por que não fui informado imediatamente? – Ele enviou umvaio de desagrado e a imagem de dentes despidos.

A cor abandonou o rosto de Destiny, deixando-a muito pálida. Recorreuao Nicolae em busca de tranqüilidade. – Fiz algo de errado?- Não, é claro que não. - Disse Nicolae, consoladoramente.

Mikhail recuperou imediatamente o controle, forçando um pequenosorriso. A última coisa que queria era deixar Destiny incômoda. Lutar comvampiros era para ela tão natural como respirar. Ela passaria um mau pedaçotentando entender por que ele estava considerando matar Gregori.- Tinha intenção de lhe contar, mas cheguei em meio a uma briga. Nãoacreditei que em meio a uma luta em que por certo me cortaram a mão foraseria um bom momento para contar. "Oh, e por certo, Savannah saiu acaçar vampiros".- Estou considerando te arrancar a cabeça. Você me contará cada detalhequando estivermos sozinhos. E não choramingue por sua mão, agora estáperfeitamente boa.- Aceita a responsabilidade pela forma em que educou sua filha cabeçadura. Eu faço o que posso para minimizar o mal que você e Raven fizeramcom sua educação liberal e muito indulgente.

Mikhail quase se afogou.—Este meu genro vai aprender esta noite uma lição que nunca esquecerá.Liberal e indulgente? Eu? Fui firme com minha filha. —Mikhail ondeou umasaudação para Destiny e partiu com um sorriso satisfeito no rosto.

Destiny franziu o cenho, tentando seguir o rumo da conversa.—Entendeu algo disso?—Acredito que ele estava discutindo com Gregori sobre se educou ou nãoSavannah apropiadamente. —Nicolae se virou quando MaryAnn Delaney eSkyler entraram na casa. Skyler estava com seu casaco forrado de pele eMaryAnn estirou a mão para seu próprio casaco. MaryAnn era alta e esbeltacom pele cor de café com leite. Mesmo vestida com jeans, parecia muitosofisticada para os bosques Cárpatos. Pequenos diamantes cintilavam noslóbulos de suas orelhas e uma fina corrente de ouro rodeava seu pescoço.

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—Realmente vamos fazer isto? —Perguntou MaryAnn, seguindo os outrospara fora. - Destruir uma árvore no meio do bosque?—Vai comportar se como um bebê? Não faz tanto frio assim. - —BrincouNicolae. - Alguma vez teve uma árvore de Natal lá em Seattle?—É claro que tive, mas comprava minhas árvores de forma civilizada,pagando por ela. – Disse, MaryAnn. – E perto de minha casa. E de fato,entregavam-me uma a cada ano porque meu carro era muito pequeno paraque a levasse para casa.—Eles sempre são assim? —Perguntou Skyler a Destiny.—Ficam pior. - Respondeu ela, fechando a porta atrás deles.—E não se importa? Eu acreditava que os companheiros ficavam ciumentostodo o tempo.

Destiny franziu o cenho enquanto abria passo pelo chão coberto deneve.—Francesca fica ciumenta das amizades de Gabriel?—Na verdade ele não tem amizades. Somente Lucian e Jaxon e ele trataJaxon como uma irmã. Bem, ele é bom com nossa governanta, mas não comoFrancesca. Na verdade ele não gosta que tenha muitos homens por perto. —Ela encolheu os ombros. - Antes, eu estava com Dimitri e ele foi bemagradável comigo, mas então chegou Josef e ele mudou completamente.Temi por Josef.—O ciúme não é um bom traço. - Dsse MaryAnn, colocando o capuz sobreseus cabelos. - Demonstra insegurança.—Ah, mas às vezes, quando outros homens olham para minha mulher deforma inapropriada, - disse Nicolae, olhando de esguelha para Destiny, -merecem ser afugentados.

MaryAnn lhe atirou uma bola de neve.—Diz isso porque não se uniu ao mundo moderno.—E tampouco quero. Eu gosto de ser o rei de meu castelo.

Destiny gemeu e acrescentou sua bola de neve a de MaryAnn.—Sei disso.

* * *

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Manolito se movia em absolutamente silencio através das árvores. Oscorações eram mais ruidosos agora, trovões em seus ouvidos. Podia ouvir osangue correndo, cruzando artérias diretamente para os corações. Sua boca seumedeceu e seus dentes se alongaram. Sua pulsação estava forte, enquanto sesintonizava com sua presa. O relâmpago parecia crepitar em suas veias.Tentou alcançar Rafael e Riordan, num último esforço de recuperar a honra ea prudência, mas não pôde fazer o esforço.

Os corações pulsavam e um só som rompia o ritmo. Risos. Tilintavamno ar numa nota melodiosa que entrou em seus poros... Chamando à partemais básica dele. Profundamente em seu interior, seu demônio rugiu, lutandopor se liberar, rabiando e arranhando, exigindo que se entregasse. O somchegou novamente, levado pela ligeira brisa que passava entre os flocos deneve até lhe alcançar, para lhe convocar. Virou para esse som e se moveucom sigilo. Captou a fragrância outra vez. Três mulheres e um homem, sóque não era qualquer homem, mas um caçador. Um guerreiro. Deveria seafastar, partir enquanto pudesse, mas seu demônio trovejava suas ordens, lhesacudindo, exigindo que encontrasse uma presa.

Gemeu. Seu corpo era leve e treinado. Era o corpo de um caçadorancestral que havia lutado muito contra o vampiro e era hábil no combate.Mmoveu-se com a queda da neve, parte da natureza, transparente e fluidico,tão silencioso como os flocos que caíam das nuvens.

* * *

Skyler se apertou mais ao casaco e olhou para o fundo do bosque. Omundo era branco e resplandecente, a neve encurvava os ramos das árvoresem todas as direções. Na distância podia ver a fumaça que chegava dadireção à estalagem. Estremeceu-se sem razão alguma.—Isto é lindo, não é—Assinalou, MaryAnn.

Skyler assentiu.—Muito formoso, porém perigoso.—E frio. - Acrescentou MaryAnn. - Eu não sou como outros. Não possoregular minha temperatura corporal como eles. Mesmo você o faz melhor queeu. E não sou uma pessoa particularmente aventureira.

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—Eu adoro o bosque e o frio. Tem algo a ver sabendo que há animaisselvagens perto e que tudo a minha volta está em seu estado natural. —Mesmo enquanto admitia, o olhar do Skyler estava procurando no interiormais escuro do bosque.

MaryAnn se estremeceu.—Posso ver que você adora, menina, mas eu sou uma garota de cidade. Eestou totalmente fora de meu elemento aqui. Tenho que admitir, que se algumdestes homens Cárpatos fosse meu homem, bateria em sua cabeça. Sou umamulher que não perdoa a violência.

Skyler virou toda sua atenção de volta a MaryAnn, sorrindo.—Acredito que é boa idéia. Vou dizer lhe a Francesca que é isso o que temque fazer cada vez que Gabriel fica mandão.—Isso é definitivamente o que tem que fazer Destiny com esse homemmandão ao qual está presa.—Eu ouvi isso. - Disse Nicolae e lançou uma bola de neve em MaryAnn,com pontaria mortífera.

Ela gargalhou quando esta salpicou contra seu ombro.—Você é tão mau, Nicolae. Sabe que não posso me vingar porque minhasmãos estão congeladas.—Oh, pequena flor de estufa. - Brincou Nicolae. - E não poderia me acertar,não. Sua única tentativa acertou a árvore que havia a minha esquerda.—Só me chame de Orquídea. Prospero melhor no calor. Em quando a minhapontaria, nunca pude acertar nada, nem sequer no futebol quando era menina.E você, Skyler, faz esporte?

Skyler sacudiu a cabeça.—Não. Não sou muito boa com os outros. Francesca me ensina em casa.—Eu podia acertar uma rocha com os olhos fechados quando era adolescente.Era o que jogávamos naqueles dias.—Seriamente? —Skyler estava intrigada.—Sim. Passávamos grande parte do tempo vendo quem poderia sentir chegarum ataque e desviá-lo antes que nos acertasse. Eu era endemoniadamentebom. Não mencionarei meu irmão, que era excelente e uma ou duas vezes medeixou ocasionalmente com um olho arroxeado.

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—Todo este ato de bater virilmente no peito está me fazendo desfalecer.Voarei logo para casa, para minha formosa Seattle. - Disse Mary Ann,brincando.

Destiny soltou um só som de desassossego e estendeu a mão paraMaryAnn.—Não pode me deixar.—Você está bem, amiguinha. Sabe que está. Está intacta e inteira.—Isso é levar muito longe? – Disse, Destiny. - Nunca serei como todos osoutros.—E ninguém quer que seja. Você é Destiny e é única, não é, Skyler? —

MaryAnn trouxe à garota para a conversa. - Não gostaríamos queDestiny fosse de outro modo.—Eu gosto dela tal como é. - Admitiu Skyler, timidamente.—Não sei como sou. - Sussurrou Destiny, segurando mais forte em

MaryAnn, como se assim pudesse retê-la nas Montanhas dos Cárpatos.—Você aceita às pessoas como são. - Disse Skyler, seu olhar era velho, aslembranças saíram à superfície antes que pudesse evitar. - Simplesmenteaceita às pessoas.

MaryAnn colocou a mão sobre o ombro de Skyler.—Essa é nossa Destiny. Tem razão sobre você. Nunca pede nada a ninguéme não espera que sejam o que não são. É uma pessoa pormenorizada.—Sou muito diferente de vocês duas. - Objetou Destiny.

MaryAnn soprou um rastro de vapor branco e o observou desaparecer.—Sim, você é. – Ela falou sem encontrar o olhar de sua amiga. - Eu nuncapoderia fazer o que você faz. Tem o valor de aceitar um homem comoNicolae. Eu não posso fazer isso. Nunca faria. Tenho intenção de ficarsosinha toda minha vida em vez de me arriscar a estar com alguém que sejadominador e talvez destrutivo. —Ela estendeu as mãos. - Não quero umhomem em minha vida e sempre os julgo muito duramente.—Se algum homem bom saísse do bosque e a reclamasse, não o aceitaria? —Perguntou Skyler. - Sem importar o quanto bom fosse?

MaryAnn sacudiu a cabeça.—Não. E eu pegaria o primeiro avião de volta a Seattle.—Os companheiros nem sempre lhe deixam fazer o que quer. - MurmurouSkyler.

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—Gregori me prometeu seu amparo e me ocultaria em sua casa até que eupudesse chegar a casa sã e salva. Nunca, sob nenhuma circunstância, viveriacom um homem dos Cárpatos.—Eu sinto o mesmo. - Disse Skyler e olhou para o bosque, piscando paraconter as lágrimas que de repente estavam tão perto.

O sorriso desapareceu do rosto de MaryAnn enquanto olhava à garota erealmente voltava atrás em sua conversa. Skyler estava lutando contra opuxão de seu companheiro e com tudo o que MaryAnn sabia da espécie,sabia que era difícil, mas impossível. —Estava brincando, Skyler. – Ela falou, suavemente. - As coisas queacreditam ser para sempre, são com freqüência somente por um curto espaçode tempo. Não tenho idéia do que faria realmente se um homem dos Cárpatossaísse do bosque e me reclamasse. Como poderia saber, na verdade?

Skyler sacudiu a cabeça e seus olhos se encheram de lágrimas apesar deseus esforços para mantê-las a raia.—Coração. —A voz de MaryAnn foi imensamente amável. – Você se senteassim agora porque não solucionou todos seus problemas. Tem que averiguarquem é realmente e quanta força tem. Ninguém pode superar-se a si mesmo etomar decisões quando não dão a si mesmos tempo para crescer. Tenhapaciência. Dê-se tempo para crescer. Não há nenhuma pressa.

Skyler abaixou a cabeça. Mas se havia pressa alguma, por que sentiasemelhante sensação de urgência? Por que os bosques a chamavam cada vezque olhava para eles? A urgência de encontrar Dimitri era muito forte.Esperava que fosse para lhe dizer que não podia ser o que ele queria, mastemia que ele já os tivesse unido de algum modo. Não podia deixar de pensarnele e pior ainda, seu corpo reagia e ela detestava essa reação. O calor seestendia por suas veias, doíam-lhe os seios e mais embaixo, se sentia úmida eincômoda, a tensão se acumulava. Sentia a fome dele. Sua necessidade.Sentia sua chamada silenciosa, embora ele tentasse suprimir suasnecessidades e manter uma barreira entre eles. Seu sangue a chamava. Sabiaque era Dimitri. E não queria ter nada a ver com um homem ou com o queisso importaria.—Há um candidato provável. - Disse Nicolae, assinalando para uma árvoreparticularmente frondosa. - Poderíamos nos arrumar com ela.

A árvore estava mais internada no fundo do bosque e Skyler pensou emseguir quando os três adultos correram pela neve, lançando ocasionalmente

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bolas de neve uns nos outros. Estava cheia de medo quando olhava para assombras. Algo os espreitava. Observando-os com olhos famintos.Observando e esperando um movimento errado. Podia sentir as ondas deameaça e não entendia como Nicolae ou Destiny não podiam as senti-lastambém.

Skyler desejava fugir para a segurança de casa, mas isso significavadizer aos outros ou ir sozinha. Se contasse aos outros e era Dimitri, haveriaproblemas entre ele e Gabriel outra vez e não poderia suportar isso. Já tinhacausado muitos problemas aos dois. E voltar para a casa sosinha estava forade questão. Apressou-se em ir atrás de Destiny e MaryAnn, dando olhadasansiosas para o espesso arvoredo.

Por um horrível momento acreditou ver o brilho feroz de olhosolhando-a fixamente, seguindo cada um de seus movimentos. Piscou e ailusão desapareceu, mas havia algo ali. Estava segura disso. E estavaobservando-os com olhos famintos.

* * *

“Não. Eu pegaria o primeiro avião de volta a Seattle. Gregori me prometeuseu amparo e me ocultaria em sua casa até que pudesse chegar em casa sã esalva. Nunca, sob nenhuma circunstância, viveria com um homem dosCárpatos.” A voz feminina lhe chegou com claridade, cada palavra era nítida.Levada pela noite.

Ele ficou cego. Deslumbrado pelo brilhante branco da neve à vida,como uma chama do chão. Falharam-lhe os olhos e ele teve que cobri-losdeixando-se cair de joelhos, para evitar gritar ante a inesperada dor de umbrilho tão deslumbrante. A cor resplandeceu viva, fazendo com que eletivesse que apertar as pálpebras, embora ainda estavam ali, absorvidos porsua mente. Vívidas e surpreendentes. Formosas.

O ar falou em entrar em seus pulmões e depois entrou numa rajada.Tentou olhar novamente e seus dedos o ajudaram a se proteger contra obrilho para não ficar complemente cego. Havia cor nas árvores, não o cinzaapagado e costumeiro, mas o verde aparecia sob a capa do reluzente brancoda neve. Estava vendo cores. O júbilo o atravessou. Não era surpreendenteque seu demônio estivesse rugindo para que seguisse o batimento dessecoração, dessa risada melodiosa.

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A mulher o chamava. Enfim, após de séculos de espera. Ela havia sidocriada para ele e estaria presa a ele. Ficou em pé, cambaleando pela força dasemoções que o alagavam. Era assustador sentir tanta emoção, casa sentidointensamente vivo. Cada célula intensamente viva. Estava tudo ali, cadaemoção que alguma vez havia desejado sentir. Do desejo à luxúria, enchendosua mente, criando imagens eróticas e colocando a prova anos de sonhos efantasias perdidos. Sua boca se umedeceu quando pensou no sabor dela, natextura de sua pele. Havia sonhado com ela, e enfim, ela estava a seu alcance.

Enquanto se movia rapidamente para pegá-la, suas palavras ogolpearam. Era protegida por Gregori. Um suave grunhido escapou de seuslábios. Ela tinha intenção de evitá-lo. De negar sua reclamação sobre ela.Tinha direito a ela por lei, por tudo o que seu mundo decretava e agüentaradurante séculos. Séculos... Esperando por ela. Ninguém a separaria dele.Ninguém. A tomaria à força se fosse necessário e ao diabo com asconseqüências. Havia poucos caçadores que se igualassem a ele ou a seusirmãos e eles estariam de seu lado. Os irmãos Da Cruz sempre, semprepermaneciam unidos.

Seus lábios se retraíram num grunhido e ele começou a abrir passo commais cuidado para o pequeno grupo que se reunia ao redor de uma árvore. Ajovenzinha se virou várias vezes para ele, com uma débil careta e uma vez oantigo elevou a cabeça para examinar a seu redor. Sentiu uma menteprovando-o e manteve suas barreiras em alto, decidido a não ser descoberto.O antigo era bom, mas Manolito possuia séculos de experiência em ocultarsua presença ao que recorrer e evitou ser descoberto, simplesmente seconvertendo na árvore mais próxima a ele.

Arrastou-se mais perto até que pôde vê-la. Perdeu o fôlego. Ela era tudoo que alguma vez podia ter imaginado que uma companheira pudesse ser emais. Alta, esbelta, com seios cheios feitos para ser acariciados, sugados,degustados e quadris arredondados para embalar seu corpo. Sua pele... Podiasentí-la inclusive à distância que estava. Ela possuia o tipo de pele queparecia tão suave que um homem podia passar a vida só tocando-a. Cor decafé, incitante e cálida como o veludo. O capuz havia caído para trás e elepôde ver os cabelos dela, numa profusão de cachos, caindo até os ombros,espessos e em longos e vertiginosos espirais suplicando a seus dedos que ostocassem. Os olhos eram grandes, de um escuro chocolate e sua boca era

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francamente pecaminosa. Definitivamente, estaria fantasiando com sua bocae as com coisas que esta faria a seu corpo.

Dele. Ainda não podia captar a realidade disso nem quando ela estavade pé ali, sorrindo, com a face ruborizada e os olhos risonhos. Sentou-se e sepermitiu respirar, enquanto seu cérebro trabalhava baralhando as opções quetinha. Se tomasse à força, como queria fazer, jogaria em cima de si a maiorparte da sociedade Cárpato. Tinha direito a ela, mas ela podiria amparo e peloque tinha ouvido, era justo o que faria. Precisava de um plano. E rápido. Nempoderia revelar a seus irmãos que havia encontrado sua companheira. Eles oajudariam, mas se suas companheiras se inteirassem de suas intenções, seenfureceriam. Não estava disposto a arriscar que nenhuma delas o traísse.

Primeiro, antes de mais nada, tinha que averiguar tudo o que pudessesobre sua companheira, sem permitir que ninguém soubesse o que estavafazendo. E depois tinha que idear um plano para levá-la a América do Sulonde estaria fora do alcance de toda ajuda.

Observou os três cortar a árvore e Nicolae arrastá-lo pela neve. Ajovenzinha ainda lançou outro olhar astuto ao redor e quase imediatamenteuma das mulheres escaneou a região em busca de inimigos. Fundiu-senovamente com o tronco, convertendo-se em parte da flora, até que opequeno grupo caminhou de volta à casa.

Seguiu-os, permanecendo invisível, mantendo-se contra o vento e forada vista da mocinha. Ela possuia uma visão além do normal e a capacidadede sentir mesmo uma sombra de escuridão. Manolito estava ponto de atacara perigosa tarefa de entrar na casa de um antigo e se a sombra da escuridãoem seu interior crescesse o bastante, alertaria à garota.

Esperou até que abriram a porta da casa num convite, se é que teriaalgum. O antigo lutava com a árvore. Este era grande e estava coberto deneve, que não encaixava no buraco aberto.—Isso é tudo o que pode abri-la, MaryAnn? —Exigiu, Nicolae. - Porque aquihá muita árvore. Talvez devessemos diminui-lo durante um minuto ou dois.Somente o suficiente para que entre.—Não se atreva, Nicolae. Você me prometeu que faríamos isto ao modotradicional. Nada de armadilhas. Ajudarei você. Disse, Destiny.

MaryAnn fez uma reverência enquanto empurrava a porta para abri-latodo o possível.—Por favor entre.

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Junto a ela, Skyler ofegou quando uma brisa fria entrou na casa. Flocosde neve da árvore e do alpendre giraram num pequeno redemoinho e depoislentamente se assentaram.

Nicolae e Destiny fizeram várias tentativas para conseguir que afrondosa árvore entrasse completamente na casa. A neve caiu por toda parte eambos caíram, explodindo em gargalhadas.—Skyler! Ajude! - Chamou Destiny quando a copa da árvore bateu contra osofá.

Skyler saltou para levantá-lo por cima do móvel. MaryAnn fechou aporta e passou o ferrolho. Skyler acreditou que se sentiria muito mais segura,mas não. Nicolae ondeou uma mão e o fogo cresceu no lar, esquentandoquase instantaneamente a sala. Skyler se afastou deles para olhar pela janela,para o bosque. Não tinha acontecido nada. Sua imaginação estava hiperativa?Por que não se sentia segura?—Há água por todo o assoalho. - Disse MaryAnn. – Vou buscar uma toalha.—Grande ideia. Skyler e eu ajudaremos Nicolae encontrar o melhor lugarpara a árvore .—O que quer dizer encontrando o melhor lugar para a árvore? —ExigiuNicolae. – Só vou movê-lo uma vez se for ao modo humano.—Está tirando toda a graça. - Protestou Destiny. - A metade da diversão é veresse olhar de absoluto desespero em sua cara.

MaryAnn riu de suas travessuras. Era muito bom ver Destiny feliz.Fazia com que valesse a pena ter deixado Seattle e viajado tão longe de casa.As montanhas eram remotas e ela sabia que ali onde estavam, era beminternada nelas, mas ver Destiny estabelecendo-se, feliz com Nicolae econfiante em si mesma, valia a pena cada momento longe de casa.

Entrou no banheiro e se virou num lento círculo para admirar o trabalhodos azulejos. Para ser uma casa que não se usava nunca, Nicolae tinhaprestado muita atenção aaa cada detalhe e ela era belíssima. Tirou duastoalhas grossas do cabideiro e se virou para a porta. Esta se fechou de repentee o ferrolho fechou-se em seu lugar.

Quando estendia a mão para a porta, Manolito se materializou, com aboca em seu ouvido, sussurrando uma ordem, tomando o controle delarapidamente e envolvendo-a em seu feitiço. Quando ela havia mantido aporta aberta para o outro homem que levava a árvore e dissera, "Por favor

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entre" sob sua gentil compulsão, havia convidado Manolito a entrar em suacasa também.- MaryAnn, você é minha companheira e por conseguinte está sujeita a meusdesejos. Tomará meu sangue para que eu possa te chamar sempre que tivernecessidade de você ou possa ouví-la quando tiver necessidade de mim.

Seus dedos desceram pela perfeita pele de seu rosto. Fechou os olhos,saboreando a suavidade. Deslizou os dedos pelo decote da camisa dela,acariciando sua clavícula e abrindo os botões. Os seios se mostraram sobre osoutien de renda, num convite .

Inclinou a cabeça e beijou o cantinho de seus lábios. Seu corpo já estavaduro. Mas não era por sexo. Nunca tiraria de sua companheira algo que elanão estava preparada para lhe dar. Beijou sua garganta até a pulsação quefreneticamente se sobressaia. Pegando-a nos braços, encaixou-a contra seucorpo e cravou os dentes em seu seio, permitindo que o êxtase erótico daprimeira prova de seu sabor o sobressaltasse.

O desejo o tomou com força, seu corpo inchou em reação e a dura dorde uma promessa. Sabia que ela era deliciosa. Nunca conhecera nada igual etomou até se fartar e algo mais, desejando um autêntico intercâmbio. Oprimeiro. Não fingiu que ela sabia que seu companheiro a estava reclamando.Simplesmente tomou, ansioso pelo que era dele e se amaldiçoou por procederassim. Mas isto os uniria o bastante para passar os dias escuros vindouros,evitando que se convertesse em vampiro. Suportaria a luxúria e o desejo atéque pudesse levá-la com segurança a sua guarida.

Quando se obrigou a se controlar, fechou as diminutas incisões,deixando marcas para trás. Sua marca. Uma que ela não poderia eliminarfacilmente. Afastou a própria camisa e abriu o peito, forçando a cabeça delapara ele e exigiu que bebesse. No momento em que a boca dela moveu sobresua pele e sentiu sua língua contra ele, quase se envergonhou de si mesmo.Seu membro se endureceu, saltando em resposta e pulsando pela necessidadede estar profundamente dentro dela.—MaryAnn? —Era Nicolae e havia suspeita em sua voz. Manolito sentiu orápidamente o duro empurrão de uma prova mental e depois movimento namente de MaryAnn. O antigo havia tomado seu sangue em alguma ocasião,atando-os. Manolito vaiou seu aborrecimento, mantendo os padrões cerebraisiguais ao de uma mulher usando o banheiro.

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Ainda assim, o antigo passeava de um lado a outro, além da porta.Com um suspiro de lamento, quando se sentiu seguro de ter tomado o

suficiente para um autêntico intercâmbio, Manolito fechou o corte, soltando-ae colocando lembranças em sua mente, de utilizar o banheiro. Foi bastantefácil desaparecer, pulverizando suas moléculas pela casa, para que quandoMaryAnn abrisse a porta e Nicolae aparecesse, não houvesse nada a ver enem forma de lhe detectar.—Você está bem? —Perguntou Nicolae.

MaryAnn pressionou a mão contra o seio dolorido. Extranhamente,sentia-se excitada, mais que isso, em estado de sobrecarga sexual.—Estou bem, Nicolae. Aqui estão as toalhas. - Estivera sonhando acordada?Por um momento, não pôde se lembrar de entrar no banheiro. Pensousomente num homem tocando sua pele, deslizando a boca por sua garganta,para seu seio. Queria abrir a blusa e examinar sua pele, tocar seu corpo,sentir as mãos sobre si. Mas Nicolae estava já percorrendo o corredor para osalão, lançando olhares suspicazes sobre o ombro,e recordando que ele podialer seus pensamentos, seguiu-o apressadamente, obrigando-o a uma conversaabsurda sobre árvores de Natal.

CAPÍTULO XV

—Natalya, que está fazendo com um spray e um acendedor? —Exigiu saber,Vikirnoff Von Schrieder. Ele apareceu pela janela da cozinha para osilencioso e reluzente branco que os rodeava. - Não há nenhum vampiro aoredor, certo?—Não seja tolo. Estou aprendendo a chamar o relâmpago quando luto comum vampiro. Preciso de uma chama para o creme brulee. Olhe, diz aqui nareceita. —Natalya se inclinou para frente para reler a receita que estava sobreo balcão de azulejos.

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—Me dá isso. A estúpida receita não vale a quantidade de tempo que estáinvestindo nela. —Vikirnoff chegou por trás e lhe rodeou a cintura com osbraços, atraindo suas costas contra ele.—Eu achei que você sempre havia desejado ver June Cleaver na cozinha comseu pequeno avental. - Brincou Natalya.—Foi você quem mencionou June Cleaver, mas eu gosto do avental. – Eleadmitiu, beijando-a na face. Suas mãos penetraram sob o tecido finoestirando-a para cobrir os seios firmes. - Se fizesse isto todo o tempo, poderiaconsiderar provar uma destas estranhas beberagens que está tentando fazer.Ele mordiscou-lhe a nuca e deixou que suas mãos deslizassem do estômagoplano até o sexo dela, sob o curto avental. Sua mão acariciou a penugemmacia e subiu para cobrir a marca de nascimento com a forma de dragão. Aspontas de seus dedos traçaram a forma familiar e depois moveram sobre seusquadris até o firme traseiro. - Ainaak Enyem, não tem nenhuma roupa baixoeste avental.

Ela se inclinou para frente um pouco mais para estudar a receita de suabeberagem. A ação fez com que seu traseiro se esfregasse contra o corpodele, provocando uma pequena descarga elétrica.—Não acredito que ninguém cozinhe realmente, vestido. É muitocomplicado. Troquei-me três vezes e acabei deixando.

As mãos dele continuaram sua trajetória, moldando seus quadris epercorrendo seu traseiro para deslizar-se sobre as coxas. Sentiu seuestremecimento de excitação em resposta.—Então os humanos cozinham completamente nus. - Uma vez mais suasmãos se moveram, alongando sua postura e acariciando a parte interna desuas coxas, subindo mais para que os dedos pudessem acariciar seu sexo.—Estou segura disso —Disse, Natalya. – Descobri seu segredo. – Ela fechouos olhos, absorta na sensação da mãos dele sobre sua pele nua.

Os lábios acariciavam seu pescoço e a língua deixava carícias sobre suapulsação. Os dentes brincavam e mordiam.—Perguntarei ao marido de Slavica se é por isso que ele passa tanto tempo nacozinha com ela. Perguntava-me o eles que faziam juntos naquela enormecozinha.

Os dentes cravaram profundamente em seu pescoço, unindo-os. Seucorpo maior inclinando o dela para frente, sujeitando-a entre o balcão e seucorpo. Sua roupa desapareceu e seu corpo já se mostrou duro e agressivo,

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seus dedos acariciaram lentamente, sedutoramente no corpo dela fazendocom que ela ofegasse e se empurrasse para trás contra ele, já úmida e pronta,quente. Vikirnoff adorou a rápida resposta e a forma em que o corpo delacomeçou a se esfregar em sua mão, ansiosamente.

Mantendo-a imóvel, segurando-a pelo quadril evitando todomovimento, fez com que ela esperasse por seus cuidados, incapaz deagradar-se a si mesma.—Você começou isto... - se queixou, Natalya.

Ele não respondeu, desfrutando de seu sabor especial, da forma em queo corpo menor esperava pelo dele, aberto e preparado, vulnerável e disposto.Era uma sensação intoxicante ser capaz de tomar uma mulher guerreira,envolver seu corpo em torno do dela, quando sabia ela ser tão letal comoformosa. Manteve-a abaixada, com uma mão em suas costas, aumentando oprazer, obrigando-a a esperar por ele sem fôlego e seus quadris tentando lheincitar, seu corpo úmido e ansioso. Adorava especialmente quando ela ficavaansiosa e exigente, embora submetida a sua dominação, como agora.

Vikirnoff passou a língua pelas marcas, esperando novamente.Esperando pelo batimento delator do coração dela para acelerar e penetrou-acom força, conduzindo-se profundamente dentro dela. Ela gritou, numa notabaixa de alegria quando se uniram. Natalya era apertada fechando-se ao redorde seu membro, quente e suave, escorregadia sua aceitação. Tomou-a forte erápidamente, conduzindo-a à frente do limite sem preâmbulos fazendo comque seu corpo caísse e seu organismo paralisasse, percorrendo suas pernas,ondeando através de seu ventre e estalando em seu útero.

Manteve o ritmo palpitante, movendo-se como um aficcionado, fazendocom que se unissem com calor e agressividade. Podia sentir as veias dorelâmpago correndo através do sangue dela, acumulando-se, crescendo, apressão implacável que depois da primeira rajada deu mais sensibilidade aofeixe de terminações nervosas, manteve-a equilibrada no limite, empurrando-a mais alto até que ela quase soluçou lhe pedindo alivio.

Para ele, podia ficar ali todo o dia, com seu corpo enterradoprofundamente em seda e fogo, entre os firmes músculos, com o corpo delasujeito a suas demandas. O cabelo dela, espalhado a seu redor estava cheio defranjas coloridas, sua pele era suave e incitante e cada centímetro dela eraseu, para fazer com ele o que gostasse.

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Sentia à tigresa perto, arranhando para sair, selvagem e abandonada,acrescentando combustível ao fogo, desejando que ele fosse rude, desejandoque ele se igualasse ao felino que se elevava nela, com calor. Ela jogou acabeça para trás, quase ficando nas pontas dos pés, enquanto ele penetrava-aarruda e seguidamente, fazendo com que o atrito de suas carnes fosse quaseintolerável, um prazer que beirava a dor e que continuava porque ele assimqueria. Porque o corpo dela era seu corpo quando se uniam. Natalya seentregava incondicionalmente, confiando em que ele lhe proporcionasseêxtase absoluto e era seu privilégio agradá-la. Porque precisava destesmomentos mais que tudo, destas uniões quase violentas depois que ambosficaram tanto tempo sozinhos.

Ele murmurou-lhe brandamente em seu próprio idioma. —Avio-te pdldfer—tiilam. Ainnak sivamet jutla. É minha companheira.Sempre a meu coração conectada e sempre minha.

Ela respondeu com uma das poucas palavras do idioma ancestral queconhecia, com o coração na voz.—Sivamet. —Meu amor.

Vikirnoff se inundou nela até que ver a respiração dela se converter emsoluços e sem fôlego e seu próprio corpo arder numa espécie de fúria, até quea fome do um pelo outro foi tão aguda e terrível que não houve mais formade contê-la. O sexo dela se apertou com duros espasmos que enviou fogo porsua espinha diretamente a seu membro. Seu corpo inteiro estremeceu e eleinvestiu uma vez mais. Era o duro aço penetrando a ardente seda, enquanto seesvaia profundamente dentro dela, unindo-os ainda mais.

Depois ficou sobre ela, mantendo-a perto, lhe beijando as costas,esfregando o nariz contra seu pescoço, enquanto lutava para encontrar ar.Seus corações pulsavam ao mesmo ritmo, mas a fome roedora, tão insaciável,ainda estava ali. Podia sentir nela, se removendo e arranhando como oansioso felino de seu interior e também nele, onde seu demônio rugia por suacompanheira.

Lentamente, contra vontade, separou seus corpos e deixou que ela seendireitasse. Manteve-se perto, sem lhe deixar espaço, deixando claras suasintenções com sua boca e mãos vagabundas.—Sempre soube que você gostava dessa coisa de June Cleaver. Tem umfetiche secreto com a comida. – Natalya disse ela com um pequeno sorriso.

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—Admito que tenho um fetiche, mas acredito que é por você. —Inclinou suacabeça escura enquanto a puxava ainda mais perto, obrigando-a a se inclinarpara trás para lhe oferecer os seios. sugou os mamilos sensibilizados, osdentes mordiscando, provocando tremores através de seu corpo.—Ainakka enyem, para sempre minha. – Sussurrou em meio ao êxtase queprovocava. - Sabe que é meu coração e minha alma. Minha vida.

Natalya adorava a forma em que o cabelo dele roçava sua pele, a formaem que sua boca estava tão ansiosa por ela. Podia se perder em seu corpotoda a noite, sem pensar nunca em nada e nem em ninguém mais. Ele aolhava e a desejava. Um toque de sua mão o fazia arder. Uma vez ele a tinhatomado diretamente no povoado, protegendo-os de olhos curiosos, mas o atofora promiscuo. Ela o tentara deliberadamente, passando os dedos pela partefrontal de sua calça, esfregando-se contra ele, abrindo-a blusa para mostrarseus seio. E ele respondera como adorava. Empurrou-a contra uma parede etomou-a ali mesmo, incapaz de esperar um segundo mais. Natalya gostava debrincar com ele, ver o calor crescer em seus olhos e ver a máscara severadesaparecer somente para ela.

Vikirnoff sempre dizia o quanto a amava, o quando ela significava paraele. Já ela achava difícil expor suas emoções em palavras, temia que setentasse dar voz à intensidade de suas emoções, estas de algum modo aabandonariam. Nunca tinha amado como amava Vikirnoff. Nem sabia queera possível.

Vikirnoff abandonou contra vontade seus seios, roçando sua pele combeijos ligeiros como plumas antes de endireitar o corpo.—Ouviu alguma coisa?—Alguém nos bosques perto de nossa casa. —Natalya passou o um braçopelo pescoço dele e o atraiu novamente, sua boca fundindo-seprovocantemente com a dele.

O calor flamejou instantaneamente. Sua língua lutou com a dele,brincando e acariciando enquanto suas mãos deslizavam sobre o corpo deVikirnoff. Seus dedos dançaram sobre a dura ereção, ronronando satisfeitaquando ele cresceu ainda mais, grosso e duro. Envolveu a mão sobre omembro rijo e se abaixou

Sua ereção saltou. Natalya o lambeu como um gato se lambe. O calorúmido da boca dela o engoliu, estendendo fogo por seu ventre. Vikirnoffesqueceu-se das visitas e acariciou o cabelo leonado arrastando-a mais perto

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enquanto deixava ser tomado com gula. Ela estava de joelhos, envolvendo osbraços ao redor de seus quadris e tomando-o profundamente em sua garganta,apertando e mordiscando e lambendo-o, até que ele acreditou queenlouqueceria de tanto prazer.

Natalya nunca fazia nada pela metade, abandonando-se à satisfação delhe servir, tomando todo o poder através de seu desfrutável sexo. Ela nãoescondia que adorava lhe tocar e lhe saborear, de extrair cada gota de suasemente só para ver o quanto podia lhe fazer subir a um ponto febril.

Formou-se um pequeno gemido ronronante em sua garganta que lheenviou uma vibração através de seu membro e se estendeu por todo seucorpo. Cada terminação nervosa de seu corpo pareceu centrar-se em seumembro. A luxúria era aguda e a fome arranhava suas vísceras enquantoobservava os lábios dela deslizar-se sobre sua ereção e sentia a ardenterevoada de sua língua e o calor que acelerava seu coração que lhe provocavadespir seus dentes.—Mas forte. – Gemeu entre os dentes apertados. Ela estava perto de lheengolir, fazendo algo fantástico com a língua e os músculos da garganta.

Ela levantou o olhar para ele e haviam alegria em seus olhos. E por ele.Por sua capacidade de lhe oferecer o presente. Se é que era possível, elaapertou a garganta e o lambeu elevando-o sobre o limiar tão rápido e duro,como ele a levantara antes. O fogo se estendeu por seu sangue, destroçandoseu corpo.

Ela tomou-o com sua boca ardente. Seu corpo rompeu, dos dedos dospés à cabeça, estalando em chamas enquanto o jorro de sua semente lhe eraarrancado.- Mulher, está me matando.

E assim sentia, uma formosa morte. Colocou-a em pé, sem renunciarseus cabelos e sua boca encontrou os seios rijos, sentindo o desejointensificado dela. Lambeu os mamilos endurecidos e arrepiados e sentiu oestremecimento correr através de seu corpo. Mordeu gentilmente, sentindo-asaltar e seu útero sofrer um espasmo.—Eu adoro fazer isto com você. – Ela sussurrou. – Você sempre me deixaassim e sempre me dá o que quero. E quero mais, Vikirnoff. Quero muito,muito mais.—Sempre estou disposto a te agradar.

Natalya o envolveu com uma perna nua, esfregando-se contra sua coxa.

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—Me manter feliz em um trabalho é tempo completo.Ele a levantou com uma força casual, virando-a para que ela pudesse

descansar o traseiro sobre o balcão.—Não tem para onde fugir, sivamet.

Secretamente, uma de suas coisas favoritas era que Vikirnoff lhe falavaem seu idioma ancestral e a chamava de seu amor. Seu sotaque era sexy eintrigante e suas palavras pareciam um mundo secreto que ninguém maispodia compartilhar.—Estava fugindo? Estava na cozinha, rodeava de toda esta comida eesperava que você estivesse faminto.

Vikirnoff sorriu e seus olhos se tornaram escuros como a meia-noite.—Sempre estou faminto de você. – E ele lhe abriu as pernas, levantando-assobre seus ombros e inclinou a cabeça para a doce fragrância de seu ardentecentro. Lambeu-a como ela fizera, como um gato satisfeito. Conheciaintimamente cada ponto dela , cada segredo e o que podia lhe fazer.Desenhou preguiçosos círculos ao redor de seu sensível broto, torturando-aaté que ela desejou gritar de prazer. Suas coxas tremiam impotentes, seusquadris se arqueavam para ele, que deslizou os dedos pelo ardente canalacrescentando-se à pressão que sua língua estava provocando, sugando eapunhalando-a com maliciosa habilidade.

Vikirnoff fez exatamente o que ela queria, mas de uma forma que nuncapoderia conceber. Ele literalmente a comeu. Devorou-a, usando sua línguatão efetivamente como usava sua ereção. Seus dedos acrescentavam a longa edeliciosa tortura, elevando-a além de seus limites, para outro reino.

Natalya se empurrou contra sua boca, seu corpo rabiava pedindo alívioenquanto ele obrava sua magia. Sua cabeça se sacudia de um lado a outro. Apressão crescia rápida em seu corpo até que ela pensou que poderia explodir.E Vikirnoff a manteve afastada, empurrando-a mais à frente do que poderiater, até que Natalya suplicou, soluçando, quase louca de excitação.

Uma sensação em entre o prazer e a dor aferrou seu ventre ferozmente,contraindo seu útero e percorrendo seu corpo. O ar abandonou de repenteseus pulmões e ela juraria que suas vísceras quase se convulsionaram.Estremeceu continuamente e onda sob onda a tomaram. Engoliram. E antesde ter a oportunidade de respirar, Vikirnoff a manteve, lhe sujeitando aspernas separadas e se internou entre as escorregadias dobras. Natalya gritou.Nada deteve o prazer quando seu corpo sentiu outro orgasmo chegar.

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Ele pressionou-se contra seu pequeno broto enquanto a tomavaselvagemente, precisando ouvir os gritos, com o coração trabalhandoconvulsivamente e a sensação de seu corpo ondeando de prazer. Tomou-aduramente, aumentando a investida até que ela abriu a boca e os olhos e ofitou, totalmente tomada pela luxúria. Só então ele a levou mais à frente dolimite.

Natalya estava sob ele, segurando-se em seu ombro para recuperar ocontrole. Somente Vikirnoff podia destroçá-la assim e era o único momentoem que se sentia totalmente livre, relaxando a responsabilidade que haviacarregado por tanto tempo. Derretia-se com seus beijos. Adorava sua boca etudo o que ele fazia com ela.—Há alguém na porta. —Beijou-lhe os lábios e desceu até o peito largo.—É meu irmão e pode esperar. - Vikirnoff acariciou novamente seus seios. -É dos mais inoportunos. – Para trás, Nicolae. Agora estou um poucoocupado. Enviou a impressão de dentes despidos a ele, contendo suadiversão.

A língua dela dançou sobre seu peito. Seus dentes mordiscaramprovocantemente e o corpo inteiro de Vikirnoff se contraiu em espera.

As batidas na porta continuaram. —Vikirnoff, abra.

Ele deixou-a bruscamente, cruzando a casa a passos rápidos.—Vista alguma coisa. – Ela o lembrou, com um sorriso travesso. - Podeprecisar.

Vikirnoff dar forma a uma camisa e uma calça jeans enquanto abria aporta de um puxão.—Não ouviu mi... —Ele interrompeu-se, reconhecendo seu visitante. Com osdedos penteou o cabelo. Jogou um olhar para a cozinha e disse.— Mikhail.- É obvio. Estava cuidando de você. -. Sua risada lhe endureceu o corpo outravez. Ela inclusive lhe soprou ao ouvido.- Estou pensando em te surrar.- Da última vez gostei bastante. Vocês estava bastante selvagem essa noite.

Seu corpo saltou novamente, inchando sob o tecido do jeans. Sua vozera sedutora, sugestiva, quase ronronante. Ele tentou formar um sorriso deboas vindas ao príncipe, agradecendo mentalmente por não estar com acamisa dentro das calças.

Os olhos escuros de Mikhail deslizaram sobre ele, notando demais.

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—Você falhou em seu escaneio. Deveria saber que era eu e não Nicolae.—Minha mulher é muito boa me distraindo. - Admitiu Vikirnoff. - Estavapensando em outra coisa. — Ele retrocedeu para permitir a entrada deMikhail. - Vou matar meu irmão. Provavelmente estará rindo como umahiena agora. Deveria saber da visita e poderia ter me advertido.—Bem-vindo ao clube. - Disse Mikhail, mas sacudiu a cabeça. - Requergrande quantidade de disciplina aprender a satisfazer suas necessidades aomesmo tempo que cuidar de seu amparo.- Suas necessidades? – Zombrou, Natalya. - Você não pode ficar duas horassem sexo.- Não aceito nenhuma responsabilidade por isso. É um vício.

A suave risada de Natalya percorreu a mente de Vikirnoff brincandocom seus sentidos.—Só vim para me assegurar de que têm tudo o que precisam para esta noite. -Mikhail falou. - Tenho paradas mais a fazer antes de ir para casa e Raven estáesperando.—Estamos bem. Natalya está fazendo uma coisa estranha. — ele olhounervosamente para a cozinha. - Infelizmente procura uma chama de algumtipo e sabe o que é criatividade. Podemos ter um incêndio aqui a qualquermomento.—Ouvi o que disse —Gritou, Natalya. - Para sua informação, estáfuncionando. Bem, incendiei a cortina e há uma marca chamuscada ou duasna parede.—Ele não está brincando, certo? —Disse Mikhail quando o cheiro de fumaçachegou até eles.

Vikirnoff soltou um suspiro.—Por desgraça, não.—Deixarei-os então. Queria que Natalya soubesse que Gregori será SantaClaus esta noite. Ela estava preocupada em saber quem seroa e o haviaapresentado como voluntário.—Ela o quê? —Vikirnoff fez uma careta para a cozinha.—E disse que se precisássemos de um elfo para o desfile você ficaria perfeitovestido em malhas. —Os traços de Mikhail eram completamenteinexpressivos.—Ela disse o quê? —Vou surrar seu pequeno traseiro nu.- Promessas, promessas.

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—Não estou seguro de que tenhamos necessidade de um elfo, mas voucomprovar com Sara e Corrine. São ela que prepararam juntas o desfile. Euas farei saber que você se ofereceu.

Vikirnoff esfregou a ponte do nariz.—Mikhail, sou plenamente consciente de que você é o príncipe e deve serprotegido sempre, mas se entregasse essa mensagem em particular a essasmulheres, me veria obrigado a cortar tua cabeça e isso seria algodesagradável.

Mikhail assentiu, ainda sem expressão.—Acredito que é uma reação justa e uma que eu mesmo poderia ter. —Por outro lado, realmente deveria ordenar a Gregori que seja o Santa Clause eu pediria um assento na primeira fila.

Mikhail estendeu a mão.—Feito.- Vikirnoff. Preciso de você e de Natalya. - A voz preocupada de Nicolaeencheu sua mente enquanto Vikirnoff estreitava a mão do príncipe.

Ele esperou que Mikhail se dissolvesse em vapor e vagasse por entre asescassas árvores para a casa de Corrine e Dayan antes de responder a seuirmão. - Estamos a caminho.—Natalya, Nicolae nos chama imediatamente.—Só estava dando os toques finais nesta coisa. Cheira de forma curiosa.—É provável que seja o líquido do acendedor ou a laca para o cabelo.Imagino que saiba como cheira.- Não deixe minha companheira notar que algo está errado. - AdvertiuNicolae. - Se Destiny achar por um momento que alguém ou algo tentoufazer mal a MaryAnn, ficará uma fera comigo. Não confia ainda em muitagente e MaryAnn para ela é parte da família.

Vikirnoff se voltou e sua conduta preguiçosa e casual haviadesaparecido. – Conte-me o que acha que aconteceu. – Ele compartilhou ainformação com Natalya.- Tenho um vínculo de sangue com MaryAnn e posso sentir se algo não estábem. Acredito que um vampiro entrou em minha casa e tomou seu sangue,mas não posso senti-lo. Talvez a marca de nascimento de Natalya ruja paranós e me deixe saber com segurança. MaryAnn não lembra de nada, masparece perturbada e inquieta, definitivamente diferente. E sintointranqüilidade em minha casa.

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Vikinoff estendeu o braço procurando a mão de Natalya enquanto ela seapressava a se unir a ele. Ambos se dissolveram, brilhando até se converterem gotas de vapor e flutuando portas afora, para a casa de Nicolae.- É obvio.- Algo lhe aconteceu aqui mesmo, em nossa casa. Se um vampiro penetrounossas defesas, tenho que saber. - Houve um momento de dúvida. - E se umCárpato a utilizou para se alimentar quando estava sob meu amparo e o deGregori é uma ofensa mortal. Esta é uma situação muito perigosa.

Vikirnoff não podia imaginar que Nicolae pudesse se equivocar. Se eledizia que algo era assim, então não havia dúvida de que era. Que Cárpato seatreveria a se arriscar à fúria de dois guerreiros antigos e a do "Escuro"?

Todo mundo sabia que Gregori era um executor. E não se arriscava comum homem assim. O atacante tinha que ser um vampiro, mas como umvampiro esteve junto a um antigo em sua própria casa?

Vikirnoff e Natalya voltaram para suas formas normais fora da casa deNicolae. Rodearam a casa por fora, procurando rastros, algum sinal de quehavia um inimigo perto. Natalya colocou a mão sobre a marca de nascimentoe sacudiu a cabeça.—O dragão está em silêncio, Vikirnoff. Não há um vampiro nas cercanias,nem nenhuma evidência de que alguém esteve recentemente nas imediações.—Mas algo está errado.—Concordo, mas não posso averiguar exatamente o que.

Ela inalou profundamente, seus olhos passaram do verde brilhante aoazul marinho e finalmente se tornaram opacos. Listas cruzaram seu cabelo,laranja, negro e branco. Ela deixou-se cair, a pelagem surgiu e a majestosatigresa passeou ao redor da casa, usando seus sentidos felinos para tentarencontrar um inimigo.

Vikirnoff seguiu ao tigre de volta aos bosques. Este passeoupacientemente através de arbustos e da neve, seguindo um aroma elusivo quenão podia captar. Natalya recuperou sua forma natural a poucas jardas dacasa.—Alguém os observava daqui. – Ela assinalou uma árvore. - Não possocaptar seu aroma. É muito ardiloso. Observou-os arrastar a árvore para casa edeve ter entrado nesse momento. Estavam distraídos com árvore de Natal enão prestaram atenção a algo como um vento ou um pequeno redemoinho deneve. Deve ter caído neve da árvore.

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—Este é preparado. Um antigo muito hábil. Por que decidiria ir a MaryAnnquando está protegida?—Pelo risco? Um desafio, possivelmente. Se esquivar de antigos queprotegem MaryAnn? — Ela supôs.—E a pena? Se o pegassem poderia ser a morte. Destiny o mataria. Éextremamente protetora com MaryAnn. E não acredito que Nicolaepermitisse semelhante insulto a sua casa. E se eles não o matassem, eu ofaria. MaryAnn nos salvou. A mim e a Destiny. Devolveu a Destiny sua vidae com isso Nicolae. Não permitirei que seja usada.—Tome cuidado com o que diz. – Lembrou-lhe, Natalya. - Destiny é muitosuscetível quando se trata de Mary Ann.

Ambos levaram a cabo um rápido exame do lugar.—O que acha? Sinto muito, mas com todas minhas habilidades não possoencontrar o inimigo.

MaryAnn os saudou na porta. —Vikirnoff, Natalya. Me alegro em vê-los. Estamos montando a árvore deNatal. Skyler está aqui, de visita. —Ela assinalou a jovem adolescente, quetinha os olhos fixos em Natalya.

Vikirnoff tomou a mão de MaryAnn e fez uma reverência deixando queseus lábios lhe roçassem a pele. Inalou profundamente e a deixou cair.—Você está maravilhosa.

Natalya se aproximou e a abraçou, beijando-a.—Está radiante. - Está radiante. Sempre foi bonita mas agora há um atrativo perigoso nela.E um homem esteve perto dela. Muito perto. Seu aroma é elusivo mas minhatigresa pode captá-lo. Não serei capaz de rastreá-lo mas não é um vampiro.É Cárpato.

MaryAnn sorriu.—Claro. Os dois são muito amáveis comigo. Estávamos a ponto de levarSkyler para casa. Vocês gostariam de vir conosco?

Natalya atravessou a sala, para a adolescente. A garota retrocedeuevitando o contato físico. Natalya lhe sorriu.—Me alegro de te conhecer finalmente. Deve ter dons psíquicos difíceis.Pode ler às pessoas quando as toca?Skyler assentiu.—Eu não gosto.

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—Tampouco eu. — Ela olhou sobre seu ombro e Vikirnoff atento, pegou aoMaryAnn pelo cotovelo e entrou com ela na cozinha, deixando Natalya coma jovem. - Parece um pouco nervosa. Também é sensível? Eu com freqüênciatenho este medo que me toma quando há algum perigo perto .

Skyler assentiu.—Também odeio isso. Nunca seu se estou louca ou realmente há algo aí foraespreitando. —Olhou intranquilamente pela janela.

Natalya assentiu.—Já te digo. A gente acredita que é estranha, especialmente se não puderemver ou encontrar nada ruim. E se não conta e aconteçe algo errado, sente-secomo uma idiota por não ter contado.—Também é assim com você? - Perguntou Skyler. - É difícil estar aquiporque há muita energia sendo utilizada todo o tempo e às vezes não possover a diferença.—Sentiu algo antes, quando estava com Nicolae e Destiny conseguindo aárvore? —Ela evitou deliberadamente utilizar o nome de MaryAnn.

Skyler assentiu lentamente.—Não queria parecer estúpida. E nenhum deles disse nada. São Cárpatos.Antigos como Gabriel. Não teriam sabido se houvesse algo nos espreitando?

Natalya permaneceu em silêncio um longo momento permitindo que aadolescente se retorcesse.—Essa não é a autêntica razão. Por que não contou?

Skyler piscou, com jeito de quem ia começar a chorar. Depois afastou-se, com as mãos nos bolsos.—Acreditei que poderia ser Dimitri. – Ela admitiu em voz baixa. – E nãoqueria lhe colocar em nenhum outro problema por minha culpa.

Natalya suavizou a voz, tendo conhecimento dos problemas recentesatravés do vínculo comum Cárpato.—Sei o que se sente desejando proteger alguém e sentindo que é a únicacausa de todos seus problemas. —Suspirou. - Ainda não sei como conseguime unir a Vikirnoff. Eu não sou absolutamente o que ele desejava. – Elaesperou até que Skyler voltou a fitá-la. - Parecia ele?—Só parecia como se alguém estivesse nos observando. —Skyler franziu ocenho.—Sente-o agora? Neste momento?

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—Isso é o mais estranho. Dentro e fora. Como se estivesse aqui, mas depoisdesaparecesse. Poderia alguém fazer isso? Poderia estar me observandoinclusive aqui na casa? —Ela estremeceu. - Quero ir para casa.—Cuidaremos de você, céu. Vikirnoff, Nicolae, Destiny e eu somos todosmuito capazes quando se trata de ataques de vampiros. Ninguém deixará quete aconteça nada.—E se for Dimitri? —Sussurrou Skyler. - Ele tenta bloquear, mas possosentir sua dor. Eu a causo. Dói-lhe muito mas eu não posso evitar. Não possoser o que ele necessita que eu seja.—É um homem dos Cárpatos, Skyler. Fará o que for necessário para que sejafeliz.—Não quero ser responsável por ele.—Eu sei. —E que Deus a ajudasse, sabia. Natalya havia lutado comVikirnoff a cada passo do caminho, não confiando em quem ou o que era ele.- Não tem que pensar nisso ainda. É uma menina. Dê-se uma pausa. Ouvidezer que Francesca, pode te ajudar a superar isto e o tempo tem sua formade arrumar as coisas.

Os homens entraram, pegando as caçadoras.—Está preparada, Skyler?

A garota assentiu, lançando um olhar nervoso para casa. Destiny eMaryAnn saíram com Skyler entre elas e depois Nicolae as seguiu comNatalya, mas Vikirnoff fechou a porta de repente e ficou dentro da casa, comos sentidos flamejando num esforço de encontrar ao intruso. Como seuirmão, sentia algo, mas não podia encontrar o que era. O que permanecia nacasa era um antigo muito poderoso e hábil.

Ele virou-se bruscamente saindo e fechando a porta o bastante fortepara fazer tremer as janelas. - Nicolae. Duvido que seja um vampiro. Temque ser um homem que usou seu sangue. Há algum outro sinal de qualquertipo de ataque sobre ela?

A idéia de que um homem dos Cárpatos usasse uma mulher protegida,uma companheira potencial e que ela não fosse consciente disso, odesagradava.

Nicolae suspirou. Muitos de nossos homens sem companheira estão navizinhança. Não há forma de dizer quem é. Não pude conseguir seu aroma.Acho que estamos lidando com um antigo muito hábil.

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Vikirnoff se aproximou mais de Natalya, escaneando. Não gostava daforma em que as nuvens no alto começavam a se obscurecer. O vento osaçoitou, levantando a neve enquanto se moviam num apertado grupo para acasa onde se hospedava Gabriel. Skyler seguia lançando olhares ansiosospara o fundo do bosque.—Alguma vez voou com Gabriel? —Perguntou-lhe, Nicolae.—Ou deslocado com os lobos? —Acrescentou, Vikirnoff.—Ou com uma tigresa? —Ofereceu, Natalya.

O olhar de Skyler era enoeme em seu rosto.—Eu adoro os animais. Especialmente os lobos. Mas sempre desejei estarperto de um tigre. É perigoso?—Ey, ey ey! —MaryAnn elevou a mão. - Sei que não farão nenhuma loucuraaqui diante de mim. Voltarei para a casa. Meu coração não pode suportartanto.—Você não gostaria de voar, MaryAnn? —Persuadiu, Destiny. - Ou de tercomo mascote um lobo ou um tigre? Somente uma vez, o que me diz?

MaryAnn olhou para o rosto esperançado de Skyler. Suspirou.—Está bem, se assim estiverem as coisas. Na verdade não sou nadaaventureira. Sou uma autêntica garota de cidade, já sabiam disso. Boutiques,amigas fazendo compras, nada de domesticar lobos. Mas se realmente querfazer isto menina, eu subirei numa dessas árvores e te observarei.

Nicolae passou um braço ao redor de Skyler e outro em MaryAnn.—Nós pensamos em que montasse no lombo de um dos lobos.

O relâmpago atravessou o céu, tornando as nuvens escuras de um ferozlaranja. Um látego se separou e golpeou o chão, sacudindo a terra eabrasando uma larga nervura na neve. O trovão ressonou diretamente no alto.Em meio ao ensurdecedor rugido, uma fera grunhiu uma advertência clara,fazendo comque o pêlo de suas nucas se arrepiassem.

Skyler se afastou de Nicolae com aspecto ansioso.—Isso era Dimitri? Não gosta que ninguém me toque.

Vikirnoff e Nicolae trocaram um longo olhar.—Não sei, céu. Mais tarde falaremos com ele sobre isso. Não posso vê-lozangado porque um de nós se mostrou afetuoso. Temos companheiras.—Ele sabe que me incomoda que me toquem. - Admitiu ela.

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—Bom, se era ele, então estava em seu direito de protegê-la. Gostará de vê-laa salvo e feliz e se te incomoda um de nós te fazer se sentir incômoda, então éobvio que enviaria uma reprimenda.

MaryAnn se aproximou mais de Destiny e uma mão subiu ao pontosobre seus seios, que pulsava e ardia. Ela pressionou a mão com força,contendo a dor. Odiava ter medo e aqui, nestas montanhas, parecia terperdido sua costumeira confiança. Numa cidade ela andaria pelas pioresregiãos e se sentiria completamente controlada, mas aqui neste mundo, nadaera o que parecia. E não queria ter nada a ver com animais selvagens ehomens que podiam repreender os outros com violentas tormentas.—Vamos levar Skyler a sua casa e voltemos. - Disse.

CAPÍTULO XVI

A música enchia a pequena casa de Dayan, dos Trovadores Escuros,ocupada por sua família. Dois violões tocavam suaves enquanto a voz deDayan se elevava numa canção de ninar. Bruscamente, Corinne deixou seuviolão, inclinando-se sobre o corrimão do berço e sacudindo a cabeça.—Ela não vai se dormir, Dayan. Sequer com esta bonita canção que fez paraela. Sabe que esta noite é Natal e quer participar.

Dayan colocou seu violão a um lado e tentou parecer severo enquantoficava de pé junto a sua companheira e sobre sua pequena filha. Era diminuta,mas lhes devolvia o olhar com muita inteligência e muito se temia que elacontrolasse suas vidas. Era um milagre para os dois que tinham lutado duropor ela e ainda o faziam. Seu pequeno corpo era frágil, embora sua vontadefosse forte.—Jovenzinha. Acreditei que você ia tirar uma soneca. – Ele falou.

Uma pequena mão ondeou para sua face. Seu coração bateu forte nopeito, como acontecia sempre que olhava sua menina. Ela não pareciasonolenta e fazia gorjeios, animando-os com seus olhos totalmente abertos,para que ele a pegasse.

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—Ela se parece com você. - Murmurou ele. - Nessa pequena veia teimosa.Muito boa para as palavras e desejando fazer as coisas a seu próprio modo.Mesmo quando não é bom para ela.

Corinne lhe deu um leve empurrão, mas era muito tarde. O sorrisoaparecera e o bebê o notou. Devolveu o sorriso aao Dayan e este se sentiuperdido. Estendeu os braços e a pegou, abraçando-a.—Pequena Senhorita Jen. A senhora é desobediente. - Disse Corinne. -Estava a ponto de ir correr, antes que comece toda a loucura. Agora o quevou fazer contigo?—Gosta de ir. Podemos colocá-la no canguru.—Faz muito frio.

Dayan se inclinou para acariciar sua filha a fim de regular suatemperatura corporal e esquentá-la. —Levaremos ela para a estalagem depois. Ela quer ir, Corinne. Adora corrercontigo.

Corinne adorava correr. Sofrera do coração durante toda sua vida, oque evitara que fizesse qualquer atividade física e agora que era Cárpato, nãopodia correr o suficiente. Correr a fazia sentir livre e completa, feliz. Emcasa, nos Estados Unidos, Jennifer em seu conhezinho, corria com ela, paraque pudesse sentir a mesma felicidade, mas aqui nas montanhas da Romenia,o terreno era muito acidentado e ela temia as sacudidelas se utilizasse ocanguru.—Preciso correr e eu adoro levá-la comigo mas tenho que separar a mente edepois cozinhar e ajudar Sara com as crianças a fazer disfarces e ensaios.Definitivamente preciso de exercício. - Explicou Corinne.—Pequena. – Dayan disse, abraçando-a a ele. Beijou-a, numa lenta econscienciosa amostra de seu amor. - Não tem que me dar explicações. Sequer ir correr então iremos. Eu não gosto que vá sozinha e não nos importa ircom você. Não é Jen?

O bebê sorriu para os dois, feliz.—Eu não estaria sozinha. - Corinne tentou uma desculpa para evitar que amenina saísse no frio. - Escaneei e há vários Cárpatos por perto e eu ficariaperto deles. Vós podem ficar aqui, quentinhos.—Iremos com você. – Ele disse, decidido. – Só nos levará alguns minutostrocar o bebê de roupa.

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—Correr pela neve requer mais habilidade que o normal e tambémconcentração para não escorregar. Praticarei minhas habilidades Cárpato.—Mas você levará o canguru e terá que evitar que o bebê se mova muito. —Está seguro de que quer fazê-lo?—Sim. – Ele não ia deixá-la sair sozinha e queria as mãos livres paradefendê-las.

Corinne ajustou o canguru e esperou até que Dayan colocasse o bebênele, assegurando-a e envolvendo-a numa diminuta manta com capuz.—Com todos os Cárpatos que há na região, não acha que seria um suicidopara um vampiro atacar um de nós? Olhe o que aconteceu ao que atacouJuliette Da Cruz. Acredito que deve ter desejado morrer. Os irmãos Da Cruzsão francamente horripilantes.—A família Da Cruz foi sempre muito poderosa, segundo Darius. Diz quesão antigos, um pouco reservados e têm incríveis habilidades. Ele tem umgrande respeito por seus poderes e vindo Darius, isso diz muito.—E por que um vampiro escolheria como objetivo uma mulher Da Cruz? Eudigoque nada disto tem sentido. A maioria das mulheres que estão aqui sãoprovavelmente descendentes da linhagem jaguar. Juliette definitivamente temlaços de sangue com essa linhagem, mais fortes que a maioria, mas aindaassim, o vampiro a atraiu, certo? Não foi específico com seus medos?—Realmente não sei. Falou-se alguma coisa sobre isso, mas ninguém saberealmente o que aconteceu. Mas esse foi o segundo ataque, Corinne. Lhelembrou, Dayan. - Os vampiros menores são usados por outros bem maispoderosos. Não estou disposto a me arriscar. Acredito que temos um dandovoltas por aí esperando uma oportunidade e não será com minha família.—Ainda digo que seria completamente estúpido ficar por aqui com tantoscaçadores Cárpatos reunidos no mesmo lugar. Por que o fariam?

Dayan se encolheu de ombros.—É uma velha tática de guerra. Acossar as linhas continuamente, finalmenteas debilita. E agora estão definitivamente atacando nossas mulheres. — Eleolhou para o bebê. - E a nossos pequeninos.- Então talvez não devêssemos ir. Posso ficar sem correr esta noite. Só mesentia enjaulada por estar tanto tempo com todos essas crianças. Não seicomo Sara faz. Uma é suficiente para mim.- A nossa vale por um punhado. - Dayan se inclinou para roçar um beijo nacabeça do bebê.

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—Tomaremos precauções, Corinne. Não mudaremos nossas vidas. Quer ircorrer, então iremos. E como você diz, é bom para você e quanto mais praticaos métodos Cárpatos, melhor é neles. Estaremos a salvo com outros tambémna região. Avançaremos para eles.—Falcon foi levar a maior parte da comida para a estalagem. - Disse Corinneenquanto abria a porta. - Ele e Sara estavam nos últimos ensaios com ascrianças e elas estão muito excitadas. Eles adoram Falcon.—Notei que Jen lhe responde igual. - Disse Dayan, voltando-se paraacrescentar salvaguardas ao redor da casa. Não queria nenhuma surpresaquando voltassem. Corinne havia abraçado a vida Cárpato, sua forma de vidae nunca tinha voltado atrás. Parecia não haver arrependimentos, mas eraimportante para ele que nunca os houvesse. Estivera tão perto de perdê-la. Deperder as duas, mãe e filha e queria que sua vida fosse a mais singela e felizpossível. Queria lhe dar tudo o que pudesse.

Corinne colocou a mão sobre seu braço e lhe sorriu, com o coração nosolhos.—Falcon é amável como você e as crianças respondem a isso. Você é umpoeta, Dayan.

Ele gemeu, escondendo o fato de que estava secretamente feliz de queela o visse assim.—Não deixe que Darius a ouça dizer isso. Nunca me deixaria em paz.

Ela sorriu enquanto começava uma marcha lenta, avançando sobre aneve, tentando conseguir a sensação de onde colocar o pé, para ficar nasuperfície.—Todos têm muito medo de Darius. Alguma vez o observaste com Tempest?Está totalmente enfeitiçado. Não pode ser tão aterrador.—Você diz isso de Gregori. - Assinalou Dayan, mantendo o passo.—Ele foi maravilhoso comigo e com o bebê. Esse homem é um ursinho depelúcia.

Dayan sorriu.—Já ouvi chamarem ele de várias coisas, mas ursinho de pelúcia não é umadelas.

Ela lhe lançou um sorriso amoroso. Dayan sentiu seu coração derreter.Ela fazia isso tão facilmente. Um olhar. Um toque. E seu mundo voltava aficar bem. Tantos anos sobre o palco e com tantas mulheres lançando-se

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sobre ele, sem realmente vê-lo, sem se preocupar de quem era. E depoisCorinne lhe dera a vida.—Você me deu isso. – Ela disse ela amorosamente, mostrando que estavatornando-se adepta a ser uma sombra em sua mente. - Você me deu a vida. -Por um momento ela estendeu o braço para lhe segurar a mão, conectando-os.Bebê, mãe e pai.

O coração do Dayan inchou. Adorava ter uma família. Sempre adoraria.Corinne lançou um sorriso travesso para ele.

—Mantenha o passo, músico. – Ela escapou, correndo como uma máquina,suave e fluídica sobre a neve. Seu corpo movia com facilidade, com ocoração e os pulmões perfeitamente sincronizados. Dayan correu atrás delaporque o encantava vê-la correr. Era algo que ela desejava mais que tudo,algo que haviam lhe negado toda a vida. Outros procuravam nissogratificação, mas Corinne desfrutava de cada passo que dava. Sempre podiasentir sua alegria e sabia que o bebê a sentia também. Jennifer adorava corrercom sua mãe e Dayan sabia que eram com as onda de felicidade que saíamde Corinne, que os dois, ele e sua filha queriam se deleitar.

Corinne era insensível ao frio, mas não a brilhante beleza a sua volta.As árvores estavam transformadas, os galhos estavam carregados de cristaisbrancos, fazendo com que cintilassem com milhões de pontas. Ela se sentiacomo se estivesse correndo num mundo de conto de fadas, com seu príncipe.Sua filha se aconchegava contra seu peito, balançando-se gentilmente, comofosse um berço, aumentando o efeito surrealista.

Corinne estendeu os braços. - Eu adoro a vida! —Gritou ao céu e afelicidade estalara através dela até que não pôde contê-la.

Dayan sorriu, enquanto escaneava a região que estavam, em busca deinimigos. Estavam perto de Nicolae e Destiny e o pequeno grupo de pessoasque estavam com eles. Podia ver que o casal e seus amigos caminhavam nadireção da casa de Francesca e Gabriel, então a jovenzinha devia ser Skyler.Estava começando a conhecer os aromas individuais e isso ajudava a aliviarsua mente. Estava acostumado a viver numa família bem menor, a dosTrovadores Escuros. E esta tinha crescido recentemente quando cada umdeles havia encontrado seu companheiro. Ele era o único dos Trovadores comum filho, mas esperava que isso mudasse logo e Jennifer crescesse comoutras crianças a seu redor.

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Corinne ouvia o firme batimento de seu coração. Sempre a assombravaouvir esse rítmo, sentir a força de seus braços e pernas e ser capaz de respirarfacilmente, mesmo quando estava correndo. Deu um passo, expeliu ar e seucoração saltou. Perdera um batimento. Ouviu-o claramente e sentiu a invasivadebilidade deslizar por seu corpo. O ar abandonou seus pulmões numa rajadae ela vacilou, tropeçou. Seu coração perdeu outro batimento e ela deixou decorrer, envolvendo os braços ao redor do bebê, abraçando-a. Sua mentecorrendo, o terror a aferrava.

Era possível que seu coração fora tão prejudicado que sequer aconversão a Cárpato não pudesse mantê-lo em funcionamento? Ouvia-oclaramente, o salto, dois pulsados, outro salto. Rápido. Lento. Virou-se paraDayan com os olhos totalmente abertos com surpresa.—O que está acontecendo? —Ele deu um passo afastando-se dela, virando-seem um círculo, procurando algum inimigo.—Pode ouvi-lo? —Sua voz tremia.

Dayan escutou a noite, diferenciando os sons amortecidos pela neve.Podia ouvir vozes na distância, sabia que Nicolae e seu irmão estavam perto.– Alguma coisa está errada. - Enviou-lhes a mensagem pelo vínculotelepático comum.

Houve um momento de silêncio. – Estamos chegando pelo sul. -Respondeu Nicolae. - Temos MaryAnn e Skyler para proteger.- Nós estamos com o bebê.

Dayan se sentia nervoso, preocupado, mas não podia encontrar o pontoem branco que poderia assinalar a um vampiro. Não estavam sozinhos, algoou alguém estava observando, mas não podia precisar uma localização. Nãoparecia que a ameaça fosse um vampiro. Amaldiçoou baixinho,sobressaltando Corinne.—Pode ouvi-lo?

Não queria ouvi-lo. O bebê tinha um batimento de coração regular,mais rápido que o de um adulto, mas o ritmo cardíaco de Corinne erairregular. Mesmo quando colocou sua mão sobre o coração dela e tentouregulá-lo, ele estava totalmente desconjurado. Obrigou-se a se acalmarquando estava cheio de pânico. Não a perderia. Por nada e nem por ninguém.—Acha que meu coração está falhando?—Quero esperar que outros cheguem a nós antes de comprová-lo. Se entrarem seu corpo e formos atacados, o vampiro teria vantagem.

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—Acha que seremos atacados? —Corinne apertou seu abraço sobre o bebê,envolvendo-a protetoramente. Olhou cuidadosamente ao redor, sobre asárvores e pelo solo coberto de neve. - Por que não posso sentir um vampiro sehouver um perto? E como faria um vampiro para afetar meu coração? Deveestar falhando. Talvez a reparação pôde durar só alguns meses, Dayan.

Ele manteve a mão sobre o coração do Corinne para manter seu coraçãopulsando no mesmo ritmo do dele. —Isso não é certo, Corinne. Não sei o que está acontecendo, mas quando aconversão se completou, Gregori nos assegurou que seu coração estavainteiro e sadio.

Nicolae e Destiny chegaram correndo entre as árvores. MaryAnn eSkyler estavam entre eles. Destiny estava à direita da jovem, a vários passosdeles, seus olhos inquietos procuravam na terra enquanto Nicolae investigavaa região. Sobre eles voavam duas corujas, rodeando os guerreiros, abrindopasso através da canopia para tentar divisar um inimigo, de acima.

Nicolae alcançou Corinne e Dayan, seu olhar notou à forma protetoraem que Dayan colocara a mão sobre o coração dela. No silêncio amortecidoda neve, podiam ouvir o batimento do coração irregular, muito alto.—Vikirnoff e Natalya procuram de acima. O que aconteceu?—Não sei. - Disse Dayan. - Sinto algo aqui Nicolae, mas não posso encontrá-lo. E seja o que for, o coração de Corinne está respondendo a isso.

Vikirnoff e Natalya baixaram a terra voando em espiral, tomando suasformas naturais, Natalya estava vestida de couro e com armas por toda parte.Os guerreiros se desdobraram, mantendo MaryAnn, Skyler e Corinne com obebê no centro. O coração de Corinne vacilou e suas pernas dobraram.

MaryAnn a pegou antes que ela pudesse cair ao chão. Ajudou-a a sesentar e se ajoelhou a seu lado, protegendo com seu corpo o bebê, de algoque pudesse estar perto e tivesse intenção de fazer mal.—Precisamos de Gregori. – Ela disse. - Que alguém o chame.

Skyler elevou o rosto para o céu e deu voltas, com um olhar alarmado.MaryAnn estendeu um braço para contê-la quando ela começou a se moversaindo do círculo, mas Skyler evitou o contato e saiu para se colocar de frentepara a estalagem.—Está aqui novamente. Sinto muito. Uma corrente firme de energia. —Elaestremeceu e colocou os braços ao redor de seu estômago. O desagrado

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revoou em sua face e ela cruzou uma mão sobre a outra e a esfregou como sedoesse.

Vikirnoff franziu o cenho, observando-a, enquanto outros tentavamidentificar o que a jovem estava sentindo.—Deixe-me ver. Ele se estendeu para sua mão.

Skyler gritou e retrocedeu, com puro terror na face. Colocou o braçopara trás, virou-se e correu. Natalya assinalou aos homens que se afastasseme foi atrás da garota, movendo-se com assombrosa velocidade, pegando-aantes que Skyler pudesse se afastar do amparo dos guerreiros.—O está que acontecendo? O que acha que Vikirnoff ia fazer? —Perguntouamavelmente.

Skyler ficou quieta em seus braços, com o coração troando e a bocaseca. Sacudiu a cabeça.—Não sei. Não sei o que qconteceu.

Natalya tocou sua mente ligeiramente, uma prova suave e encontrouvazio, um muro impenetrável de lembranças ocultas.—Pode sentir? —Perguntou Skyler, seus olhos suplicavam a Natalya. - Nãoestou louca. Posso senti-lo perturbando o ar. É muito sutil.

Natalya inalou profundamente, abrindo sua mente, utilizando mais queseus sentidos Cárpatos. Escavou, estendendo-se em busca de sua linhagem, aparte dela que era maga. O felino rugiu, despiu os dentes e se aproximou dasuperfície.—Oh, sim carinho. Sinto muito. —Tranqüilizou-a Natalya. Vaiou deixandoescapar um longo e lento som de desagrado, virando num amplo círculo,sentindo o ar. - Definitivamente o sinto.—É o vampiro? - Perguntou Vikirnoff.

Natalya sacudiu a cabeça, seu rosto empalideceu. Virou-se para olharpara Vikirnoff, com desespero. Retrocedeu afastando-se dos Cárpatos comose de repente não pudesse suportar estar em sua presença.- Diga-me já! - Era uma ordem clara de seu companheiro.

Natalya despiu os dentes, grunhindo e afastando-se. Vikirnoff olhavadela para adolescente, que estava uma vez mais esfregando-a mão como selhe doesse.

Vikirnoff se aproximou de Natalya com longos e decididos passos,colocando a mão com força sobre seu ombro. Fez ela se voltar, levantando aoutra defensivamente para evitar o arranhão das garras.

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—Diga-me.Natalya o olhou com absoluto desespero.

—Mago. - Sussurrou a palavra. - Acredito que Razvan está vivo. Este é ofeitiço de um mago, por isso os Cárpatos o acham difícil de detectar. Ummago levando a cabo um feitiço de destruição. É sutil, mas posso sentir.Quem está esgrimindo a magia é muito hábil.

Vikirnoff sentiu a dor e a devastação nela. Razvan era não só seu únicoirmão, mas também seu gêmeo. Fora ela que lançasse a espada que haviaterminado com sua vida. Não recuperaram seu corpo e ninguém sabia comsegurança se ele estava morto. Razvan era um terrível inimigo. Parte Cárpato,parte mago e agora vampiro também. Era capaz de fazer o que nenhum outrotinha feito. Formara uma aliança com os vampiros e tivera filhos quando seacreditava que era impossível.

Vikirnoff levou sua mão à nuca da Natalya, unindo-os. - Não sabemosse é Razvan. Poderia ser Xavier, nosso mortal inimigo ou qualquer de seusseguidores. E se for Razvan, como Skyler o sentiria? Como detectaria ofeitiço de um mago? Antes nos bosques reconheceu o fluxo de poder. Sóentão Alexandria foi capaz de sentir. Mikhail avisou a todos.

Natalya respirou fundo e se virou para a adolescente. Ajoelhou-sediante dela, segurando suas mãos.—Sei que é duro tocar os outros e lembrar seu passado Skyler, mas às vezes énecessário.

Skyler sacudiu a cabeça e tentou retroceder.—Não posso. Não quero.- Pergunte por sua mão. Por que lhe dói quando sente a onda de magiaescura.

Natalya segurou Skyler firmemente, evitando que ela se movesse.—Só me responda uma pergunta. Por que sua mão dói?—A mão? —Skyler parecia confusa.—Sim. Você a esfrega cada vez que diz sentir o poder no ar. Ela dói?

Skyler franziu o cenho.—Arde e pulsa como se... —Ela se interrompeu e embalou a mão contra ocorpo, olhando nervosamente para Vikirnoff.—Como se alguém a tivesse usado para se alimentar? —Insistiu Natalya.

Skyler sacudiu a cabeça.

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—Quero ir a casa. Agora. — Gabriel! Lucian! – Ela lutou contra o aperto deNatalya enquanto lágrimas lhe formavam nos olhos.—Está bem, carinho. Vamos te levar para casa, mas errado está acontecendocom coração do Corinne. Não vai querer que ela morra, certo? —InsistiuNatalya. - Não se pudermos ajudá-la.

Dayan amaldiçoou em voz alta.—Chamei o curador. Corinne não pode manter sozinha seu coração. Eu oestou fazendo por ela. Que alguém pegue o bebê.

Skyler afogou as lágrimas.—Não sei como ajudá-la.—Tem alguma marca de nascimento?

Skyler conteve o fôlego bruscamente e sacudiu novamente a cabeça.—Alguma marca? Como uma tatuagem? De um dragão possivelmente?

Skyler explodiu em lágrimas, com vergonha.—Como sabe? Ninguém sabe. Nunca contei a ninguém, sequer a Francesca.Empalidece a maior parte do tempo. Meu pai disse que havia me marcadoporque eu era de sua propriedade, que me alugaria e assim todo mundosaberia que tinha que me devolver- Sua voz era tão baixa que era apenasaudível.

Natalya se sentou sobre os tornozelos, o tigre estava lutando pelasupremacia enquanto sua fúria crescia. Seu cabelo se encheu de cores e seusolhos começaram a mudar também.—Esse homem não era seu pai biológico Skyler e ele não te marcou.Asqueroso bastardo.—Era sim. Sempre estava comigo. —Skyler quase gritou e desta vez,sacudindo-a mão para Natalya. – Ele era meu pai.

Gabriel e Lucian se materializaram dos lados da garota e ela se lançounos braços do Gabriel. Ele a abraçou e a manteve perto.—Alguém quer me explicar o que está acontecendo?

Vikirnoff o fez.- O que poderia tê-la traumatizado mais que abrutalidade de seu pai, que ela não se atreve a lembrar, Gabriel?- Acha que Razvan é seu pai?- Sabemos que estava vivo e que é o pai de Colby Jansen. Sabemos que tinhaoutros filhos e que os queria por seu sangue. Se ela tiver a marca do dragão,é uma Caçadora de Dragões. Isso explicaria muitas coisas.

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- Mas por que não sentimos, Vikirnoff? Francesca e eu estivemos comfreqüência em sua mente, distanciando- a da brutalidade de sua infância.—Gabriel. —Skyler levantou o olhar para ele. - Sei que estão falando demim. O que acontece? O que falam de mim?

Ele afastou o cabelo dela do rosto. —Acreditam que você provém de uma linhagem muito especial entre nossagente. Por isso tem um talento tão estranho.

Natalya ficou em pé, olhando para onde Gregori se materializara, juntoa Corinne. A jovem estava deitada na neve, com o rosto pálido e gotas desuor em sua testa, enquanto lutava por respirar.—Seu coração parece estar normal. – Disse, Gregori. - Embora não funcionecomo estivesse. Posso respirar por ela, mas é impossível reverter o que nãoestá errado.

Natalya se afastou de outros.—Peguem Skyler. Deve ser protegida todo o tempo. Digam a Rafael queproteja Colby. Lutarei com este mago e veremos quem é o mais forte. —Havia determinação em sua face e ela se distanciou deles.

Ela elevou as mãos e esboçou um sinal no ar. Imediatamente todospuderam ver um arco de luz pulsando no céu cheio de neve. Era fraco masestava lá, um risco brilhante com veias por toda parte, espalhando-se pelo céucomo uma rede gigante.

Skyler sacudiu a cabeça.—Não a deixem fazer isso. Pare! — Ela saiu dos braços de Gabriel e correupara Natalya. - Ele é consciente de nós. Se souber quem é e onde está, teencontrará. Sempre pode te encontrar.—Eu sou consciente dele. – Disse, Natalya. - E posso lhe encontrar também.Não é bom viver sua vida com medo, Skyler. Tem que recuperar sua vida. Éo bastante forte e tem Gabriel e Francesca para te guiar. Vá com Gabriel econfie em mim.

Skyler pensou e depois sacudiu a cabeça.—Se você o fizer, então também posso.

Natalya lhe sorriu.—Sou a neta do mago escuro. Levo o sangue do Caçador de Dragões emminhas veias e estou bem versada na magia dos velhos tempos. Mesmo se forXavier, meu avô, posso me igualar a ele. Não tema por mim. —Ela evitou o

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olhar de seu companheiro. Ambos sabiam que era seu irmão gêmeo, poderiaduvidar no momento equivocado. Sentiu Vikirnoff movendo-se nela,preparando-se em seu interior, no acaso de necessidade.—Faça-o. - Ordenou Gregori. - Dayan e eu não podemos manter este coraçãopara sempre.

Natalya se virou para o alto e examinou as veias de luz que se estendiapelo céu. Cada uma era mais fraco que a anterior, mas podia seguir os fios,todas conduziam a uma mesma fonte. Uma fonte primária.—São tecidos diferentes. – Assinalou, Skyler.—Gabriel, - gritou Natalya. Seja Xavier ou Razvan, poderia me colocar emproblemas e também Skyler. Não permita isto.—Tenho que fazer isso. - Suplicou Skyler. - Tive medo a cada minuto deminha existência. Nem sei o por que a maior parte do tempo, mas está ligadoa isto. —Ela esfregou a mão onde esta ardia e pulsava. – Tento me lembrarpor que tenho medo, mas me dói a cabeça e não posso.

Natalya se voltou.—Vikirnoff! —Seu nome era um grito de auxílio. - Foi Razvan. Isso é o queXavier nos fez, oculta nossas lembranças dele atrás de um muro de dor.Razvan tomou o sangue de Skyler. Alimentou-se de sua própria filha. E dealgum modo sua mãe fugiu e conseguiu se afastar dele com a menina eacabou por terminar nas mãos de um homem brutal. Outro monstro do qualnão pôde escapar.

Vikirnoff lhe rodeou a cintura, atraindo suas costas contra ele noesforço de consolá-la, mas ela se afastou, furiosa com seu gêmeo. Tão furiosaque seu tigre saltou para a superfície, todo garras e dentes, enchendo seucabelo de listas e tornando seus olhos azuis e depois opacos.

Natalya não esperou que outros se guardassem. Não esperou queGabriel desse sua permissão para que sua filha adotiva participasse. Olhoupara o céu, teceu uma resposta e a enviou através das nervuras de luz,estalando cada veia, destruindo a rede inteira.

Faíscas de luz iluminaram o céu e caíram do alto. Um relâmpagobordeou as nuvens e açoitou o chão. A terra tremeu sob seus pés. Em algumaparte, longe, ouviram um grito de agonia. Em seguida se fez silêncio,enquanto se registrava a sacudida.—Para trás. - Ordenou Natalya a seu companheiro. Realmente o empurroucom um braço, tentando colocar distância entre eles. Correu para sua

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esquerda e se abaixou, quando um relâmpago golpeava onde antes ela estava.O som foi ensurdecedor. Choveram flechas de gelo, golpeando a terra comum ritmo terrível.

Os homens se apressaram para ela, mas Vikirnoff fez gestos para queretrocedessem.—Se ocupem das outras. Ela é maga e pode derrotar nosso inimigo. Só a estorvaremos.

Natalya continou correndo, atraindo o fogo longe dos outros, enquantosuas mãos teciam um padrão complicado no céu. Imediatamente as flechasderreteram e gotas de água caíram inofensivas. Ela arrastou nuvens do céu,soprando ar quente e dando voltas nas palmas das mãos, enquanto sussurravaà Mãe Natureza. De repente, dando uma palmada, enviou-as para o céu. Noinstante uma nuvem tormentosa irrompeu no ar, disparando-se acimarapidamente, ganhando velocidade até que se converteu num vertiginosovórtice, virando-se rapidamente e engendrando ventos cruéis e destrutivos.

Natalya continuou tecendo seu feitiço, extraindo o frio amargo da neve,do gelo das árvores, fazendo-os girar juntos numa lança bastante sólida degelo. Enviou-a para cima, diretamente para centro da raivosa nuvemtormentosa.

O gemido de Skyler foi audível quando Natalya enviou o tornado,apontando precisamente, usando o fluxo de energia de seu inimigo.—Acertou-lhe. – Ela sussurrou. – Eu senti. Golpeou-o com força. A lança degelo estava no tornado e ele não a viu nem a esperava. Golpeou-o no centro.Sua influência desapareceu. Corinne está bem?—Não terminou. - Advertiu Natalya, já mudando de posição. - Não penseque acabou, Skyler. - Vikirnoff, proteja os outros, ele se vingará.

Os homens teceram apressadamente um escudo quando o fogo desceudo céu em brasas incandescentes que rangeram e vaiaram quando golpearamas árvores e aterrissaram na neve.

Natalya sabia que seu inimigo estava em movimento. Estava ferido esimplesmente estava tentando ganhar tempo. Elevou vôo e Vikirnoff estavacom ela. As asas batiam com força para tentar lhe encontrar antes que ele seenroscasse de volta no buraco de onde saíra.—Eu quero fazer isso. - Disse Skyler com temor reverencial. - Posso fazerisso, Gabriel? Sou capaz de fazer isso?

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—Se você for o que Natalya suspeita, então há muitas possibilidades de quetenha uma habilidade natural.—Ela não tem medo dele. Pude notar em seu rosto e pude sentir o medo dele.Ele tem medo dela.—Sim. Ele tem. – Concordou, Gabriel. - E com muita razão. —Não assinalouque era tão forte e poderoso como Natalya, nem que era seu maior inimigo.Em vez disso, passou o braço ao redor de sua filha. - Acredito que você vaificar comigo cada segundo até que irmos à estalagem, para nossa celebração. —Acredito que ele se hospeda na estalagem. – Disse, Skyler.

Gabriel trocou um longo olhar com Lucian.—Já comprovamos, carinho, mas faremos novamente. Lucian irá. Agora queNatalya o enfrentou, talvez seja mais fácil de identificar.

Lucian brilhou imediatamente até a transparência, convertendo-se emnévoa e flutuando em direção à estalagem.

Gregori ajudou Corinne a ficar em pé.—Examinei-a e seu coração está perfeito. Não há nenhuma necessidade detemer que pudesse estar doente novamente.—Era realmente uma ilusão? O mago alimentando o pior de meus medos? —Perguntou Corinne. - Como ele podia saber?—Ele desapareceu e não deixou para trás nada que o identifique. —Vikirnoffe Natalya voltaram, de mãos dadas, aproximando-se de Corinne.—Na verdade ele não conhece o pior de seus medos. - Explicou Natalya. - Ofeitiço funciona de forma diferente com cada pessoa que touca. Seja qual forseu medo particular é isso o que acontece. No seu caso, temia que algoacontecesse a seu coração, então aconteceu. No caso de Alexandria, elareviveu o ataque sobre ela e pensou que o vampiro ainda estava vivo eespreitando-a. Cada pessoa vê o que mais teme, pode se tornar bastante realpara matar.—O que deveríamos fazer no futuro se acontecer algo parecido? —PerguntouCorinne.—Feitiços mágicos, especialmente se souberem o que estão fazendo. Ametade das salvaguardas utilizadas são feitiços mágicos, mais da metade. -Explicou Natalya. - Felizmente, ao longo dos anos, da guerra com Xavier,mudaram bastante e se personalizaram o suficiente para que a maioria dosmagos não possam tirar nada em claro se não os conhecerem, mas muitos deoutros feitiços são bastante letais. Todos terão que o levar consideração

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agora, quando sofrerem um ataque. Começarei a trabalhar num feitiçoreversível simples que funcionará até que possa ver contra o que nosenfrentamos. Mas é claro que os magos estão trabalhando com os vampiros.—Realmente acha que sou como você? —Perguntou Skyler.—Deixe que Francesca a examine. Mostre a marca, Skyler e não o temas. Seo dragão for uma marca de nascimento é um símbolo bom, não mau. Razvanfoi um grande homem, uma vez. Algo que fez como vampiro, não era oautêntico homem.—Por que há tantos monstros no mundo? —Exclamou Skyler. - Por que nãopode todo mundo simplesmente deixar como está?—Não tenho resposta para isso. - Disse Natalya, acariciando o cabelo dagarota. – Você passou por muita coisa e a maior parte não foi boa, mas tem aoportunidade de se converter no que queira ser. Não deixe que o medo adetenha. Deixa que Gabriel e Francesca averigúem o que há atrás da paredede sua mente. Uma vez que saiba, ela já não poderá te fazer mal. Não éassim, MaryAnn? Não é melhor saber e simplesmente lidar com isso em vezde encerrá-lo e não entender por que se tem medo?

MaryAnn beijou a testa do bebê e a colocou cuidadosamente nocanguru para que ela pudesse se aconchegar contra o seio de sua mãe.—Eu acredito que é melhor. Acredito em que quanto mais conhecimento setem, mais poderoso se é. Acha que não tem valor Skyler, mas encontrou umaforma de sobreviver quando poucos poderiam ter conseguido. —E não está sozinha. - Disse Destiny. - Há milhões de sobreviventes.Negamos a ser vítimas. Reconstruímos nossas vidas e possivelmente nãosomos o que se considera normais, mas estamos aqui e temos vidas felizes.Não deixe que o passado te tire isso.—Nem pense que não tem um lugar . - Acrescentou Corinne. – Todos nós...—Ela gesticulou para abranger todo mundo - estamos juntos nisto. E seulugar é aqui conosco.

Gabriel a abraçou novamente.—Francesca está ansiosa para vê-la. – Ele pegou-a nos braços e elevou vôona noite.—Vamos seguir adiante com a festa desta noite? —Perguntou Dayan.—Será melhor que sim. - Disse Corinne. - Depois de todo o trabalho quetivemos. E as crianças estão realmente ansiosas. Não podemos decepcioná-los. Lutar contra vampiros e agora, ataques de magos é parte de nossas vidas,

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como te disse antes. Agora que sabemos o que está acontecendo podemosencontrar uma forma de acautelá-lo. Não quero que nos façam deixar deviver nossas vidas e mais ainda quando queremos que Skyler viva a sua.

Dayan passou seu braço ao redor de Corinne e a aproximou dele. Agoraque seu coração estava pulsando normalmente, o dele estava acelerado.—Eu pensava por um momento, que poderia colocar às duas numa redomade vidro para mantê-las a salvo. Obrigado, Gregori. Lamento terinterrompido sua noite.—Foi uma charada interessante. - Disse Gregori. - Quero me reunir contigologo Natalya, para que possamos começar a trabalhar juntos para evitar queaconteçam coisas semelhantes.

Natalya assentiu.—É claro. Agora me dirijo à estalagem para ver se posso ajudar Lucian adivisar qualquer possível candidato. Skyler estava muito segura de que vieradali. Queremos ter certeza de que esta festa seja segura para todos ascrianças.—Acredito que voltarei para a casa e me esconderei sob as cobertas. -Declarou MaryAnn. - Toda esta excitação é demais para mim.—Nunca se acreditou ser valente, MaryAnn. – Admoestou, Gregori. - Massempre encontra coragem para acudir uma mulher necessitada, sem importaro custo para você.

Ela lhe dirigiu um pequeno sorriso.—Por minhas irmãs.

Gregori virou a cabeça, olhando para as árvores, seus olhos prateadosquase se fecharam enquanto examinava cuidadosamente a região a seu redor.MaryAnn estremeceu e pressionou a mão sobre o pequeno ponto sobre seuseio, que parecia doer por causa do frio.—Você está bem? —Perguntou Destiny.—Só um pouco cansada. —Confiou MaryAnn. - As últimas horas foram umpouco duras para esta humana aqui.

CAPÍTULO XVII

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Manolito Da Cruz se infiltrou entre as árvores numa lenta e firmecorrente, cuidando em não perturbar o ar a seu redor. Havia algo de hilarianteem estar tão perto de tantos caçadores e sua presa no meio do apertadocírculo e que nenhum deles pudesse vê-lo. Não podia deixá-la, até se sentirseguro de que estava a salvo. Queria-a fora dos bosques e de volta ao refúgioda casa de Nicolae, até a festa. Os antigos se mostravam astutos, voltando-sevárias vezes, tentando averiguar onde ele estava e e quem era.

A euforia podia ser tão perigosa como não sentir absolutamente nada.Sentia-se vivo, olhando com temor as cores, absorvendo as emoções quepareciam bombardear todo seu sistema. Esperara tanto tempo, vivendosomente com suas lembranças, com a honra e agora esta mulher havia lhedevolvido sua vida. Não a tirariam dele, sem importar o custo. Vivera séculosarriscando sua vida e sua alma sem pedir nada em troca. Até agora. MaryAnnera dele e não renunciaria a ela.- Manolito? Precisa de mim?

A voz de seu irmão aquietou o selvagem caos de sua mente. Precisavaestar sereno e concentrado, planejando sua campanha no mínimo detalhe, acada passo do caminho. Mesmo enquanto sentia Rafael se estendendo paraele, sentiu a prova de Nicolae, empurrando com força num esforço porencontrar sua mente aberta para a invasão. Já passara séculos desde que foracapaz de se divertir, na verdade, de não sentir nada absolutamente. E brincarde esconde esconde era perigoso, mas lhe proporcionava uma rajada deadrenalina, uma poderosa sensação. Havia utilizado suas habilidades decaça, brincando de gato e rato com todos eles, sem deixar nada mais que umligeiro aroma ou um fio de cabelo para zombar. Como homem dos Cárpatossem companheira, estaria naturalmente sob suspeita, mas eram vários os quese reuniriam com os casais, para a celebração. Teria que aparentarindiferença, sem fazer muito mais que roçar nela, sem sequer notar queestava perto.

- Manolito. Onde você está? Precisa de mim? - Rafael o chamounovamente e desta vez bem mais insistente, com alarme na voz. Seus irmãossabiam o quanto estava perto de se converter, como a besta se enroscava erugia e como escuridão se estendia cobrindo sua alma.- Comprovei que não tem inimigos na estalagem e escaneei os bosques.Voltarei logo que me assegure de que Juliette e Riordan estão a salvo. Quero

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dobrar suas salvaguardas. - Manolito se assegurou de soar duro einexpressivo. Era simplesmente um homem ocupando-se de seu dever. Seusirmãos, Rafael e Riordan, definitivamente o ajudariam a levar a cabo seuplano, mas expô-los muito, colocaria-os numa posição terrível com suascompanheiras e ele não confiava que mulheres guardassem segredo.Nenhuma delas parecia entender que se tratava da salvação de uma alma,muito mais importante que uma vida.

Rafael deixou escapar um pequeno suspiro. - Boa idéia. Juliette estavamuito irritada porque sua irmã e sua prima se negaram a se unir a nósnestas férias. Nunca vêm a nenhuma das reuniões familiares. Colby diz queJuliette é muito infeliz. Riordan está considerando em deixar o rancho e irpara a selva onde Jasmine e Solange vivem, para que possam ficar pertodelas.

Manolito ficou em silêncio um momento, pensando se aproveitava ounão da oportunidade, para plantar uma semente. Aproveitou-a. - Que penaque não tenhamos uma conselheira como essa mulher que está com Nicolaee Destiny. Nicolae mencionou que ela tinha ajudado Destiny e a jovem,Skyler. Possivelmente Riordan deveria tentar encontrar alguém similar pertodo rancho. – Ele manteve a voz como sempre, séria e despreocupada. Erasomente uma sugestão para resolver um problema. Não traiu que seu coraçãoestava acelerado e seus olhos quase cegos pelo brilho vívido do mundo a seuredor.

Houve outro pequeno silêncio. – Saiba que é uma boa idéia. Não tinhapensado nisso. Ouvi dizer que Destiny estava quase perdida e esta mulher atrouxe de volta. Talvez a irmã de Juliette se beneficiaria de uma conselheiratambém. Vá ver Riordan e se for possível, volte antes da festa. Não sei seestá prestando atenção, mas se estendeu a notícia de que há um magotrabalhando.- Ouvi, sim. - Ele vira Natalya lutar e permanecera perto vigiando MaryAnn.Agora ela estava finalmente a salvo, de volta a casa de Nicolae e ele podiarelaxar sua vigilância. Duas vezes vislumbrara um lobo negro e soube queDimitri estava vigiando a jovem Skyler e sentiu simpatia pelo homem.Dimitri não tinha a escolha de arrancar à menina da segurança que ofereciamseus pais. Sequer ele, Manolito, atravessaria essa linha.

Fez seu caminho de volta à estalagem, tentando conseguir umasensação do mago que tinha atacado antes. Um feitiço mágico semelhante ao

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utilizado não funcionaria com um caçador sem companheira. Não possuiamemoções com as quais jogar. O feitiço estava dirigido para as mulheres. Eisso significava que todas as mulheres estavam em grande perigo. A urgênciao assaltou. Desejou simplesmente raptar MaryAnn e levá-la para seu ranchona América do Sul. Com seus quatro irmãos e os trabalhadores de seu ranchoseriam capazes de cuidar de sua segurança, não havia possibilidade de quenada e nem ninguém lhe fizesse-lhe mal.

Longe da casa de Nicolae e da tentação, Manolito mudou para névoa eflutuou através do bosque para o caverna de cura. Sabia que colocaramsalvaguardas, mas com inimigos tão perto, queria tomar precauções extras.Talvez estivesse intranqüilo com tantos outros Cárpatos ao redor. A famíliaDa Cruz estava acostumada a confiar uns nos outros e não se arriscaria com avida de seu irmão caçula. Estava uma sensação fastidiosa que nãodesaparecia e ele nunca ignorava esses pressentimentos.

Fluiu para o interior da caverna através de uma das estreitas aberturas ese deixou cair na câmara principal. Havia uma rede de câmaras e charcos,mas em vez de ir diretamente à câmara onde Riordan e Juliette descansavam,moveu-se lentamente através das demais, tentando sentir com cada sentido,desejando se livrar do persistente pressentimento de que algo não estava detodo, bem. O mago sabia que Juliette estava ferida. Fizera-a cair numaarmadilha para que o vampiro a matasse e deveria saber que seu companheirodescansava com ela na terra curadora e se sabia onde estavam as cavernasque normalmente usavam, não seria esse o lugar perfeito para atacar? Isso erao que ele faria.

Demorou em tomar seus cuidados, ocultando sua presença enquantoexaminava cada câmara. Era perito em se ocultar e assumiu que seusinimigos seriam também. Olhou em busca de uma pequena anomalia, umafalha na harmonia natural, um pequeno sinal de malevolência. Para suasurpresa, quando entrou na câmara onde estava seu irmão, Mikhail Dubrinskyestava lá examinando as paredes e o solo da caverna, com a fisionomia séria.Ele virou a cabeça ante a aproximação de Manolito, colocando-se numamelhor posição defensiva.

Manolito tomou sua forma humana e cruzando o chão da caverna,automaticamente comprovou seu irmão. Riordan parecia estar descansandopacificamente com Juliette.

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—Não deveria estar aqui sozinho. – Disse, Manolito. Já se movendo paraproteger o príncipe, estendendo-se para Rafael, preocupado por seu príncipeestar tão exposto. - Onde está seu segundo?

Mikhail lhe lançou um débil sorriso.—Não preciso de um guarda-costas para viajar por meu próprio território,Manolito.—Não concordo e não posso imaginar que Gregori queira que viaje sozinho.O que está fazendo aqui, de todo modo?—Comecei a me preocupar que Riordan e Juliette pudessem ser atacadosenquanto estavam em seu lugar de descanso. —Mikhail passou a mão pelocabelo escuro. – Acho que por um segundo dei a nosso inimigo muitocrédito.—Eu pensei o mesmo. Eu não gosto que o mago escuro tenha enviado umemissário ou vindo ele mesmo. Ele susa coisas contra as quais não temos asadequadas salvaguardas. —Manolito estudou a face do príncipe. Parecia maisvelho do que Manolito lembrava, da semana anterior. Havia pesar em seusolhos e o efeito da luz fazia com que parecesse como se o peso do mundoestivesse sobre seus ombros.—Indubitavelmente temos que aprender a nos proteger enquantos estivermosclandestinos, igualmente sobre ela. Nossos lugares de descanso já não sãomais os refúgios seguros que acreditávamos. – Concordou, Mikhail. - Comose sente? Sei que seus ferimentos foram bastante sérios. Gregori te examinoupara assegurar que está completamente curado?—Estou bem. Feriram-me muitas vezes e tornará a acontecer. —Manolitoexaminou as paredes da caverna. – Acha que Xavier foi capaz de unir aosvampiros contra nós?—Seja quem for que uniu nossos inimigos ou sejam os irmãos Manilov ouXavier e Razvan, na verdade não importa. Uniram-se e não temos maisescolha que lidar com eles. —Mikhail acrescentou um complicado tecido àssalvaguardas que já protegiam o casal na terra. - Não posso encontrarnenhuma evidência aqui ou na rede de cavernas, de que nosso inimigo estejanos espreitando. E você?—Não. - Admitiu Manolito com um pouco de relutância enquantoacrescentava sua própria salvaguarda, peculiar e só para sua família, uma queseria difícil e lenta de desentranhar, com sérias conseqüências para quemmexesse inapropiadamente. Riordan reconheceria sua obra imediatamente.

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Não havia encontrado nenhuma evidência, mas ainda não estavaconvencido de que seu irmão estivesse totalmente a salvo e isso não seencaixava bem com ele.

Os dois caminharam juntos saindo da câmara e começaram a descerpela estreita passagem que conduzia de volta a superfície. Manolito tentou secolocar diante do príncipe, ainda intranqüilo, ainda sentindo-se inquieto,apesar de seu exame da caverna inteira.—Tenho que ver Falcon e Sara e depois visitar o Gregori e minha filha. –Disse, Mikhail. - Me alegrarei quando esta noite acabar. Comprovou aestalagem? Skyler assinalou várias vezes que acredita que a onda de poderchega dessa direção.—Sim, mas voltarei lá novamente. Falcon me disse que levaria as criançaspara lá, em uma hora. Quero fazer outra passada antes que cheguem asmulheres e as crianças. - Replicou Manolito. – Quero me assegurar de queestejam a salvo.

Seu olhar descontente moveu pelo chão, pela as paredes e o teto dacaverna enquanto caminhavam rapidamente pela passagem. O som da águagotejando era implacável. Parecia excessivamente alto nas câmaras, o ritmointerminável bloqueava qualquer sussurro que pudesse ter alertado do perigo.Tentou atenuar o volume mas o som pareceu fazer-se mais alto, quaseressonando através das cavernas.

Manolito parou, colocando seu corpo entre Mikhail e esta caverna. —Isto eu não gosto.—Não gostei nada também, quando entrei. - Respondeu Mikhail.

Ambos estudaram a passagem. Estavam somente a alguns metros daentrada. A luz da neve e do gelo se alargava na abertura por vários metros,como se fosse um convite. Pequenas formações de gelo se formaram no tetoda passagem em estreitas e afiadas lanças de várias cores.Manolito sacudiu a cabeça, levantando a mão.—Deixe-me ir primeiro. Espere aqui e observe se ativo uma armadilha ouprovavelmente possamos atravessá-la como vapor e ver o que acontece.—Se estiverem aqui, queremos sabê-lo. Seu irmão está dormindo com suacompanheira. Uma de nossas mulheres está a ponto de dar a luz. Temos quesaber se nossos inimigos invadiram nossas câmaras também.

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Manolito assentiu e deu vários passos cautelosos, mantendo um olhoprecavido nas lanças de gelo de acima. A cada passo que dava, o gelo demovia como se uma vibração o tivesse atravessado.—Converta-se em névoa. - Instruiu Manolito ao príncipe, preocupado pelasombra em sua mente.

A sujeira e o gelo foram jogados no ar aos pés do príncipe, um geiser deterra salpicou alto entre o caçador e o príncipe, abrindo a terra onde Mikhailestivera.—Vamos! Saia daqui. - Ordenou Manolito, voltando atrás.

O buraco se ampliou e se aprofundou com assombrosa velocidade euma fenda abismal se abriu sob o príncipe enquanto este começava adissolver-se em vapor. Uma mão com garras saiu do escuro buraco e segurouo tornozelo de Mikhail e as garras entraram profundamente na carne. Oaperto evitou a mudança do príncipe e a criatura o puxou com força, decididaa arrastá-lo para as profundezas.

Um gemido coletivo surgiu de todos os Cárpatos. Era Mikhail queconectava a todos. Era Mikhail quem proporcionava o vínculo comum decomunicação e era ele quem mantinha o passado e o futuro juntos com opresente, para os Cárpatos. Todos souberam o momento em que sofrera oataque.

O grito de preocupação de Raven só aumentou o alarme e a surpresa.Manolito ignorou tudo, dissolveu-se em vapor, deslizando-se através do

geiser de terra até o outro lado. Mikhail lutava para sair do buraco aberto nochão do passagem. As garras abriram dois ferimentos em seus tornozelos. Elepodia sentir as pontas afiadas das garras do vampiro perfurar sua carne. Acriatura engolia seu sangue e os dentes rasgavam sua carne em busca de mais,enquanto fazia horrendos sons, enquanto retorcia a perna de Mikhail numesforço de arrastá-lo a sua guarida.- Vampiro, mas não de tudo. - Mikhail enviou a mensagem a Manolito.

Manolito mergulhou diretamente na terra, apontando-se diretamentepara a criatura, com um grande bico curvado, garras afiadas como navalhas,curvadas e malvadas. Foi diretamente nos olhos. Quando entrou na terra, paramatar à criatura desconhecida, uma mistura de vampiro e um algohorrendamente perverso, pensou em MaryAnn. - Sinto muito.

Por um breve momento sentiu a consciencia dela, desconcertada eassustada. Tocou sua mente, numa breve carícia e a deixou ir. Melhor não a

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ter encontrado, que levá-la com ele à cova. E entrar na toca de um inimigodesconhecido era um convite ao suicídio. O príncipe devia ser protegido enão houve duvida em sua parte. Se sua vida acabasse, sua gente aindacontinuaria.

A águia arranhou os olhos vermelhos do vampiro, rasgando a pele sobresua garganta e o peito, lançando-se profundo e rápido num esforço porobrigar à criatura a soltar sua presa. Esta não teve escolha. Não se quisessesobreviver. A abominação arrancou as garras do tornozelo de Mikhail eapunhalou viciosamente à águia.- Vá. Saia daqui! - Gritou Manolito a Mikhail enquanto terra e rochascomeçavam a cair sobre sua cabeça. Uma rocha golpeou à águia com força,lançando-a de lado e quebrando-lhe uma asa. Manolito mudou de forma,tentando fazer um buraco na terra antes que esta se fechasse rapidamentesobre sua cabeça. Usou as mãos para agarrar-se às raízes e manter-se acima,enquanto chutava à raivosa criatura com o pé. A terra e os escombroschoviam sobre sua cabeça, enchendo sua boca, fazendo com que cuspisse efechasse os olhos, mudando uma vez mais, para permanecer vivo eescondido.

Mikhail amaldiçoou quando o buraco se fechou, prendendo o caçador.Mudou seu corpo para o de um texugo e entrou através das camadas de terra,procurando Manolito, enquanto enviava onda de terremotos através da terra,esperando desorientar o monstro.

Ambos, caçador e presa estavam cegos agora A águia obtivera seuobjetivo. Manolito tentou utilizar os sentidos da toupeira gigante no qual seconverteu, para encontrar seu caminho para cima. Ouviu o príncipemergulhar, sentiu a terra sacudir e soube que Mikhail não o abandonara.Começou a cavar freneticamente, a seu encontro.

Foi a toupeira que sentiu à criatura vir de atrás, mas Manolito ficou emsilêncio, encolhendo à toupeira ao tamanho normal, esperando até que sentiuo fôlego sobre a cara da toupeira antes de atacar com força, saltando parafrente, arranhando com suas próprias garras, num ataque selvagem com o queencontrou. Não podia vê-lo, mas podia sentir o sangue ardendo através de seucorpo, ouviu o horrível uivo de dor e de repente o inimigo desapareceu,afundando-se na terra até onde Manolito não tinha possibilidade de lheseguir.

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A terra sobre ele quase havia desaparecido graças aos esforços deMikhail. Trabalhou um poucomais e chegou a superfície, mudando uma vezmais, atirando-se ao chão em busca de ar fresco.—Seu sangue ou o dele. - Exigiu Mikhail.—Principalmente o dele. - Respondeu Manolito, tentando desesperadamenterecuperar o controle. Não podia permitir que o príncipe compreendesse quetinha recuperado as emoções e pela primeira vez em sua vida haviaexperientado a claustrofobia.—Parece sangue de vampiro, queima como ácido, mas aquilo não atuavacomo nenhum vampiro dos tipos que tenha conhecido. Não pareciaexperiente em uma briga real. — Manolito se sentou lentamente, ganhandoalgo mais de tempo. - Teceu uma grande armadilha, mas não pôde brigar,realmente. Confiava no veneno para nos deter, estava em suas garras.—Juliette e Riordan estão a salvo sob a superfície?—Não acredito que possa chegar a eles. Não pode passar pelas salvaguardas.Não acha estranho? Pode fazer muito mal, mas na hora da verdade voltaatrás.—Temo que Razvan não morreu como tínhamos esperado. —Mikhailestendeu a mão e envolveu o tornozelo, inspecionando o dano. – Ele é bomplanejando uma batalha, mas pelo que tenho entendido era incapaz de idearseus próprios feitiços e salvaguardas. Isso significaria que não podedesentranhá-las. —Estou cansado, Raven. Muito cansado.- Gregori está chegando aí, meu amor. - Sua voz era uma carícia. - Houvemuitas batalhas ultimamente. Isto é minha culpa. Não deveria ter insistidoem juntar todo mundo. A responsabilidade de toda segurança pesa sobrevocê.

Gregori chegou a passagem, numa nuvem tormentosa de vapor, jámudando. Aproximou-se a passos rápidos e seus olhos prateados flamejavam,seu longo cabelo flutuava atrás dele, sua face era uma máscara severa. Seusmúsculos era como aço sob sua pele e ele andava fluidicamente. Se inclinou epassou as mãos sobre Mikhail, examinando cada arranhão que pudesse teraberto uma porta ao veneno.—Nossa gente lhe agradece, Manolito. Não podemos agradecer o bastantepor sua intervenção.- Ah, velho amigo. Tem que me tratar como um menino diante dos meninos?

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- Não faça brincadeiras. Quantas vezes nossos inimigos lhe colocaramarmadilhas? Raven e Savannah estão preocupadas e chorando. Somente porisso eu poderia arrancar teu coração. - Suas mãos eram extraordinariamentegentis enquanto examinava ao príncipe.—Manolito tem várias queimaduras e marcas de garras. - Disse-lhe, Mikhail.

Gregori observou seu príncipe, astutamente. Mikhail sempre respondiaa suas escandalosas ameaças, mas desta vez sequer tentou uma brincadeira.Alarmado, Gregori repassou seu corpo uma segunda vez para se assegurar deque tinha avaliado o dano corretamente.—Levarei você para casa, para que Savannah possa te curar o tornozelo, senão se importa, Mikhail. Fará bem ele te ver e eu poderei passar mais tempome assegurando de que todo o veneno desapareceu.—O que te pareçer melhor, Gregori.

A sobrancelha escura de Gregori se elevou e uma vez mais seupenetrante olhar prateado comprovou o príncipe. Finalmente se virou paraManolito e limpou as queimaduras do sangue ácido, curando as poucasmarcas de garras de sua face e seu peito. Depois voltou a comprovar, para seassegurar de que havia tirado todo o veneno de seu corpo.—Deveria descansar. – Ele aconselhou.—Irei à terra depois da celebração. Acredito que cada guerreiro deveria estarperto. - Disse Manolito.

Gregori assentiu.—Obrigado novamente por seu serviço a nossa gente.—A lealdade da família Da Cruz foi sempre para nosso príncipe. –Respondeu, Manolito, que esboçou uma pequena saudação e os deixousozinhos.—Você está bem, Mikhail? Realmente bem? —Perguntou Gregori.

Mikhail ficou em silêncio um momento.—Sim. É obvio. Estou cansado de que tantos dos meus tenham que tomar adecisão de mudar suas vidas pela minha. É difícil viver com a gente mesmodepois de um tempo. —Ele não esperou que Gregori replicasse. Converteu-seem névoa e fluiu pelas cavernas para a casa de sua filha.

Savannah esperava ansiosamente por eles, com o espesso cabelo negroazulado caindo pelas costas e a ansiedade em seus olhos intensamente azuis,quase violetas. Lançou os braços ao redor do pescoço de Mikhail e o abraçoufirmemente.

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—Papai, estávamos muito preocupados.—Eu sei, csitri. - Replicou ele. – Sinto muito. Estou bem. É somente umarranhão.—Sempre me chamava de pequena, mas agora que cresci, - Savannahestendeu o braço em busca de Gregori, segurando sua mão, - só o faz quandoas coisas não estão muito bem. Qual gravidade de seu ferimento, pPapai? —Ela levantou o olhar para seu companheiro. - Gregori?

Gregori lhe emoldurou o rosto com suas grandes mãos e seus polegareslhe acariciaram gentilmente os lábios.—Sabe que nunca permitiria que acontecesse nada a seu pai. Tem umtornozelo machucado que agora vou dar uma boa olhada. - Seu olharprateado deslizou sobre Mikhail.—Não me olhe assim. - Exclamou Mikhail e baixou a mão para seutornozelo. A dor era quase impossível de bloquear. - O que queria que eufizesse? Ficar de um lado e ver morrer um homem que arriscava a vida pormim?

Gregori ondeou a mão e uma cadeira acolchoada deslizou colocando-sediante de Mikhail.—Sim. Isso era o que eu queria que fizesse. Não esperaria de você, mas teriapreferido. Um destes dias, não vai sobreviver a estes ataques contínuos,Mikhail. Se não puder pensar em você mesmo ou em sua companheira,provavelmente deveria pensar no que aconteceria a nossa gente. —Sua vozera suave enquanto entregava o que definitivamente era uma reprimenda.

Savannah baixou a cabeça, sobressaltando-se um pouco e seu protestomorrendo sob o olhar mordaz de Gregori. Acariciou o cabelo de seu pai comdedos gentis.—Foi muito valente de sua parte, mas poderia ter morrido.—E o caçador, Manolito Da Cruz, que arriscou tudo para me salvar? Entrouvoluntariamente na toca, sabendo o que era, sabendo que provavelmentemorreria. Ignoro isso? Não posso, Gregori. Não o farei.

Gregori encolheu seus amplos ombros.—Acho que não pode. Por isso você é o príncipe. Mas na realidade, Da Cruzcumpria com seu dever para com sua gente. Tem sua honra e pode viver comisso. Isso é o que fazemos todos, Mikhail e inclusive você tem que viver comas regras de nossa sociedade. Não podemos existir sem você.

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—Tem Savannah.—Não sabemos se ela é um receptáculo vivente para nossa gente. E é mulher.Tem que ter filhos. Se ela mandasse, não teríamos essa possibilidade. —Gregori se inclinou para examinar os ferimentos do tornozelo de Mikhail. - Éum ataque similar ao do tornozelo de Natalya antes da grande batalha.Razvan a atacou de debaixo da terra e injetou-lhe um veneno usando aspontas de suas garras. Como se sente?—Como se tivessem aberto um buraco em meu tornozelo até o osso . -Admitiu Mikhail. Quande Gregori continuou olhando-o, suspirou. - A pernaestá fraca e eu estou enjoado.

Savannah limpou o sangue, usando um pano úmido.—Isto deve ajudar um pouco com a dor. – Ela explicou. - Sabia que estavatendo dificuldades para controlá-lo e coloquei um tranqüilizador na água. -Antes que pudesse tocar seu pai, Gregori lhe segurou o braço e a afastou.—Acredito que trataremos disto como se fosse um veneno.

Savannah o olhou fixamente.—Vai entrar em seu corpo e destruir o veneno, não é? Que importa, se ajudara meu pai a se sentir um pouco melhor.

Gregori parou e suas sobrancelhas negras dispararam para cima.—É impróprio de você enfrentar seu companheiro, Savannah. Talvez estejamais nervosa do que acredita, por que seu pai tenha saído ferido. E chorousobre esse ridículo prato que sua mãe te pediu que fizesse.

O rosto dela coloriu.—Não chorei por ele. Eu lhe disse. — Ela fulminou-o com o olhar. Não digaisso a meu pai. Ele contará a minha mãe e ela se sentirá mal. E deixe de medar ordens. Me sinto estranha hoje.

Gregori a abraçou, fortemente.—Está quase chorando outra vez. O que é? É o bebê? — Sua mão acariciou ocabelo dela, com deliciosa gentileza.—Bebê? Que bebê? —Perguntou Mikhail, mudando de posição para poderver o ventre de sua filha. Savannah era pequena como sua mãe. Agora queGregori havia soltado a notícia, podia notar que ela estava definitivamentemais cheia. Se encontrou sorrindo apesar da dor.Ela gemeu e bateu no ombro de Gregori com o punho fechado.—Não era para você contar. Eu ia dizer.

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—Por que? —Exigiu Gregori, beijando a palma da mão de Savannah. Edepois lançou um olhar a Mikhail. - Posso apagar as lembranças de seu pai.—Oh, eu gostaria de te ver tentar, Gregori. – Zombou, Mikhail. - E se estáfazendo chorar minha pequena, vai ver o que um príncipe pode fazer quandose zanga.—Estou grávida de gêmeos. – Anunciou, Savannah. - Meninas.—Só ouvimos um batimento do coração, sentimos uma só vida. - ObjetouGregori, semicerrando o olhar. - É um bebê. Um menino.—A outra estava escondida atrás de sua irmã. São duas meninas e vou ficartão grande como uma casa. E você vai ficar horrível, me dando ordens todo otempo. Se acha que ele exagera te dando ordens Papai, confia em mim, é piorcomigo.

Gregori sacudiu a cabeça.—Meninas não, Savannah. Precisamos de filhos homens. GuerreirosDaratrazanoff que protejam o príncipe.—Bem... Sinto te dizer isto, mas são definitivamente meninas. Nada defilhos. Duas filhas. Estou conectada com elas. Não há dúvida.

Mikhail se recostou, com um sorriso satisfeito no rosto.—Você merece isto, Gregori. Não pode imaginar o quanto vou desfrutarvendo você sobreviver, não a uma, mas duas filhinhas.

Gregori simplesmente ficou em pé, olhando para eles, com aspecto tãosurpreso como um Cárpato podia ter.—Como pude não saber? Examinei eu mesmo. — Ele sacudiu a cabeçanovamente. - Deve estar equivocada. Eu não posso me equivocar.—Ela se escondeu.

As sobrancelhas dele se uniram.—Isso é inaceitável.

Mikhail riu. —Estou seguro de que suas filhas farão exatamente o que você ordenar,Gregori. E quando começarem a andar, realmente o escutassem.—Savannah, estou falando sério! Fale com elas. - Ordenou Gregori. - Nãoposso ter uma filha se escondendo de mim, quando me assegurar de que estãosadias.—Você foi brusco e a assustou.—Sou seu pai e não deveria me ter medo de mim.

Mikhail suspirou.

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—Estou sangrando e tenho que estar em boa forma em alguns minutos, entãosugiro que supere sua surpresa porque no mundo nem tudo é como você ditae continue a me curar.

Gregori se voltou, com fria elegância e perigo.—Você a incitou a isto, não é, Mikhail?—Incitá-lá? Se me tivesse ocorrido, teria feito, mas minha imaginação não seestende tão longe. —Mikhail moveu a perna e tentou não fazer uma careta.

Imediatamente Gregori se empregou a fundo.—Savannah, fique longe do sangue, no caso de ser tão venenoso comoacredito.— Ele abandonou rapidamente seu corpo, convertendo-se numa puraluz branca, numa energia brilhante que entrou no corpo de Mikhail e semoveu rapidamente para o ferimento. Como esperava, o veneno era umproblema. Foi consciencioso, assegurando-se de apanhar cada gota, tirá-la docorpo de Mikhail e curar o tornozelo de dentro para fora.—Pronto. Mas, você se sentirá fraco por um momento. Descanse tanto comoseja possível até que possa ir para a terra e permitir que ela o rejuvenesça.—É claro.—Acho que não estará de acordo de se deitar por uma hora ou duas e pularuma pequena parte das festividades.

Mikhail sentiu o ligeiro toque de Raven lhe roçar a mente. - Talvezdeveria fazer o que ele diz. – Ela soava ansiosa.—Não. stou bem, Raven. Somente um pouco cansado. Quero ir para casa ete abraçar um pouco. Isso me fará mais bem que ir à terra.- Então vêm para casa.- Ouviu as notícias? Savannah te contou? Está grávida de gêmeas.- Ouvi. Ela está muito excitada. - Raven não acrescentou nada mais e elesoube que ela estava tentando parecer feliz e valente por sua filha. Ter filhosgêmeos seria bem mais difícil que um só menino e Raven era plenamenteconsciente disso. Não queria a dor de perder um filho, para sua filha.—Tenho que para casa. – Disse, Mikhail. - Savannah, céu, como semprevocê está preciosa. Acredito que a gravidez te faça bem. Guardou muito estesegredo? Para saber que são meninas ou meninos deve estar de vários meses.—Não queríamos dizer nada até que estivéssemos seguros de que havia boasprobabilidades para a gravidez. – Ela sorriu para Gregori e uma vez mais elese inclinou para beijá-la.

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—Filho... Disse Mikhail maciamente, colocando a mão nas costas deGregori.

O Escuro se esticou e se voltou. Seus olhos pareciam prata fundida.—Filho? — Ele repetiu. - Desde quando meu príncipe se dirige a seusegundo e mais velho amigo desta maneira?

Os lábios de Mikhail se retorceram. Por dentro, onde só Raven podiaouvi-lo, ele estava gargalhando, mas tentou manter sua máscara inexpressiva.—Você é da família, meu genro e penso em você como num filho em certasocasiões. —Mikhail esfregava as têmporas como se lhe doessem, parecendotão dolorido e cansado como conseguiu.—Oh, sim? Sim? —Gregori cruzou os braços sobre o peito e lançou um olharsuspeito sobre a sala. Moscas e escaravelhos se aferravam às paredes e sobreos painéis das janelas. Alguns se arrastaram sob a porta para se unir aosoutros. Olhou fixamente para os insetos voltando depois o olhar para seusogro. - Parece haver uma quantidade desmesurada de insetos invadindominha casa. Acredito que precisamos de um inseticida particularmentefulminante. Seu repentino sentimento paternal não terá nada a ver com osinsetos, não é Mikhail?

Mikhail gemeu, brandamente.—Gregori! —Savannah franziu o cenho. - Meu pai está sofrendo uma terríveldor. Está te tratando como parte da família e você não está sendo muitoamável. Consiga um travesseiro para as costas dele.—Obrigado céu, mas de verdade não posso ficar. Tenho que checar osdetalhes desta noite. Estou seguro de que o que fez está bem e se não forassim, haverá muitos outros pratos. - Mikhail voltou a baixar a perna ao chãoe esperou um momento para que a dor diminuísse. Gregori tinha razão. Haviacurado-o, o melhor que pode e eliminado o veneno, mas ela era nova e crua.Precisava ir para a terra, para completar o processo. Até a manhã seguinteteria que viver com a dor.—Venha, papai. Disse Gregori, com pesado sarcasmo. – Deixe-me te ajudara se levantar. Precisa de alguma coisa mais?

Mikhail o deixou lhe ajudar a chegar até a porta.—Agora que o mencionou, filho, sim. —Ele envolveu seu braço ao redor dosombros de Savannah e a beijou no rosto. - Felicidades carinho. Esperoansioso por minhas netas. —Sorriu a Gregori. - Gostaria que fizesse SantaClaus para as crianças esta noite, Gregori. É uma grande responsabilidade e

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obviamente, você é a melhor escolha para o trabalho. – Ele tirou um gorrovermelho com uma orla branca como a neve do ar e o colocou na cabeça deGregori. - Trouxe todo o disfarce, embora haja um pouco de controvérsiasobre ele não malhas vermelhas. — Mikhail ondeou as malhas sob o nariz deGregori.

Gregori arrancou as malhas da mão de Mikhail e o chapéu de suacabeça.—Mikhail.... —Seus dentes se uniram num ruidoso estalo de advertência. –Você não se atreveria a me fazer isto. – Ele olhou em volta da sala, para osinsetos que decoravam suas paredes. – Agora sei por que meus irmãosdecidiram me visitar. – ele ondeou as mãos para criar um vento forte quesoprou um ciclone através da sala.

Os insetos vacilaram, mudando-se para homens, todos gargalhandoruidosamente. Lucian lhe deu tapinhas nas costas e Gabriel lhe alvoroçou ocabelo.—Felicidades, irmãozinho. Você tirou a varinha mais curta.—Todos vocês sabiam? —Exigiu, Gregori. Ele fez um gesto de pegarMikhail, mas o príncipe já estava saindo pela porta com um alegre sorriso.

Darius bateu a mão no ombro de Julian, os dois gargalhandoabertamente um para o outro. Os outros enchiam a sala de risadas.—Fora. – Ordenou, Gregori. – Todos e cada um de vocês caiam fora daqui.—Não me importaria ver novamente o chapéu em sua cabeça, Gregori. —Darius rebolou os dedos como se Gregori devesse girar-se e desfilar paraeles.—Coloque as malhas. – Animou, Jacques.—Fora... - Gregori pronunciou cada sílaba, claramente.—Claro, estrela. – Bufou, Julian. – Nós o deixaremos para que pratique suaatuação desta noite.

Outra ronda de risadas encheu a casa, ameaçando arrancar o teto. Gregori manteve a porta aberta e simplesmente assinalou para eles. Os

homens saíram, com grandes sorrisos nos rostos.Gregori fechou a porta com um estrondo e se virou para sua

companheira.—Vou matar seu pai. Decidi que os Cárpatos pode viver muito bem sem ele.

Savannah pressionou a mão firmemente sobre o ventre.

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—Na realidade é uma honra, Gregori. —As palavras saíram amortecidasenquanto ela afogava a risada.

Ele manteve a mão no alto.—Não. Não diga nenhuma palavra mais.

Ela a passou o braço ao redor da dele cintura e se apoiou em seu corpo.—Realmente é tão terrível?—Cada homem no território estará lá. Seu pai me jogou nisso.

Savannah ficou em silêncio um momento.—Então acho que teremos que encontrar uma forma de mudar isso, certo?

Gregori envolveu uma mecha do cabelo na mão e olhou sua face,sempre tão amada para ele.—No que está pensando exatamente?

Um lento sorriso iluminou os olhos dela.—Querem Santa Claus, não é? Sou maga, certo? Não sou a grande SavannahDubrinsky? E você é Gregori, comandante da terra, do espírito, do fogo e daágua. Controla o tempo e faz com que a terra trema. Santa Claus vai ser cafépequeno. Oxalá nos tivessem dado mais de tempo para nos preparar. Maslhes daremos o melhor Santa Claus que já viram. Nenhuma criança terá medoe você não vai falhar, como todos esperam.—Está segura de que não seria mais singelo nos desfazer de seu pai e enterrarseu corpo em algum lugar dos bosques? —Gregori soava esperançado.

Ela ficou nas pontas dos pés e lhe beijou. —Você é tão sanguinário.

Ele colocou a mão sobre seu ventre arredondado.—Está realmente segura de que há duas pequenas crescendo em seu interior?

Ela assentiu, colocando sua mão sobre a dele.—Sim. Realmente o surpreendemos, não é?—Sou um curador, Ma petite. Deveria saber o que está acontecendo dentrode seu corpo sempre. Do que outra forma a manterei saudável?

Savannah levou sua mão à boca, lhe mordiscando os dedos.—Eu gosto que ocasionalmente possamos te surpreender.—Oh, sim Savannah. – Ele assegurou. - Sempre o faz.

CAPÍTULO XVIII

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—Sara, não posso encontrar minhas asas. - disse a pequena Emma, correndopelo salão, com seus cachos oscilando. – Já olhei por toda parte.—Travis pegou elas. – Ajudou, Chrissy. - Disse que Emma não era um anjo eque ia tirar suas asas. —Seus olhos muito grandes estavam solenes,desejando ver que terrível castigo atribuiriam os adultos, a semelhante crime.

Sara ergueu os olhos para o alto, quando Emma começou a gemer.—Sou um anjo! Eu sou! Travis é um menino mau, muito mau. Não é,Falcon?

Falcon a levantou nos braços e a fez girar antes que seus gemidospudessem se converter num pranto sério.—Acredito que Travis é um menino travesso, não mau. O que poderia terfeito pensar que não é um anjo?—Ele sempre quer comida e eu peguei seu sanduíche e dei para o cão daMaría. Travis não precisava do sanduíche tanto como o cão da Maria. Travispoderia simplesmente ir à cozinha a qualquer momento. Isso é o que disseSara, Não é Sara?—Então é, Emma. Concordou Sara. - Sempre há bastante comida para todos,mas não devia ter pegado o sanduíche de Travis. Se queria dar comida ao cãoda Maria, deveria ter ido à cozinha a procurar alguma coisa.

Falcon pigarreou. - Isso poderia ser francamente horripilante. Ela serácapaz de dar ao cão um assado, da próxima vez.—O que quero dizer Emma, é que pergunte a Slavica ou a María antes depegar alguma coisa da cozinha. Elas sabem o que os cães comem.

Emma tinha quatro anos e Sara estava bastante segura de que adiscussão continuaria indefinidamente se não encontrasse uma forma demudar de assunto. —Temos que nos apressar e levar as crianças para a estalagem. Todo mundoespera para ver o espetáculo.—Preciso de minhas asas, Falcon. – Declarou, Emma. - Não posso ser umanjo sem minhas asas. —Seu lábio inferior começou a tremer.—Encontraremos suas asas, pequena. – Ele a tranqüilizou. Percorreu oaposento com o olhar e sorriu para Sara.

Ela conseguira um milagre para estas crianças. Todos eles estavam comboa saúde e lentamente começando a acreditar que não tinham que roubar

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comida e que sempre teriam um teto sobre suas cabeças. Nunca era fácil.Sara havia resgatado sete crianãs que estavam vivendo nas bocas-de-lobo daRomênia e os levara para as Montanhas dos Cárpatos. Sara e Falcon seelevavam o quanto antes possível e ficavam acordados até tão tarde comopodiam, para estar com eles. Tiveram bastante sorte encontrado váriasmulheres humanas que estavam dispostas a trabalhar para eles, cuidando dascrianças durante as horas nas quais não tinham mais remedeio, que dormir.

Falcon nunca imaginara que poderia amar tanto, mas às vezes comoagora, o amor parecia derramar fora dele e encher todos os espaços da sala.Abraçou Emma novamente, ignorando seus gemidos e conduziu o pequenogrupo à cadeira onde Travis estava tentando fulminar os outros com o olhar.Falcon piscou um olho para o menino e lhe ofereceu a mão.—Vamos. Será um jantar de celebração e quanto mais rápido noscolocarmos a caminho, mais rápido comerá. Sei que Corinne e a senhoraSanders são cozinheiras fantásticas. Não gostará de perder a comida.

Travis suspirou e ficou em pé, Tirando as asas debaixo de seu traseiro.—Pelo menos eu não tenho que ser um anjo. - De repente ele sorriu paraFalcon. - Consegui ser rei.

Falcon colocou uma das mãos sobre o ombro do menino. Travis era omais velho e estava com oito anos, tinha carregado com a responsabilidadedos outros, esvaziando bolsos, tentando conseguir comida para alimentá-los esempre tentando protegê-los dos maiores, vivendo nas ruas e nas bocas-de-lobo. Era alto para sua idade e muito magro, com o cabelo escuro que senegava a cortar. Quando Falcon quisera insistir em que ele cortasse o cabelo,Sara dissera que o menino estava tentando imitá-lo, então o deixava solto edespenteado. Depois disso Falcon tinha passado tempo tentando dar aomenino alguns conselhos para manter seu cabelo longo brilhante. Nesta noiteele parecia ter feito um trabalho melhor do que o habitual. Nem Emma tinhanada a dizer sobre o cabelo de Travis.—Esta noite será genial.—Sara disse que todo mundo vai da igreja à estalagem.—Sim. Eles irão a missa e depois ao jantar. Querem ir a missa? —Olhoufixamente a Sara, tentando com força manter a cara séria.

Travis lhe franziu o cenho.—Eu não. Eu não vou.

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—Não acreditei que quisesse, mas pensei que seria melhor perguntar,somente para manter suas opções abertas. Será melhor irmos ou chegaremostarde.—Falcon, —perguntou Emma enquanto se dirigiam à porta. —Papai Noelrealmente vai estar lá? Terá um presente para mim?

Houve um repentino silêncio e ele compreendeu que sua resposta eraimportante para todos as crianças, quando baixou o olhar para os rostinhosesperançosos. Mesmo Travis parecia esperançado, embora tentasse aparentarindiferença.

Eles nunca tiveram uma árvore de Natal ou comida suficiente. Sequerum teto sobre suas cabeças e muito menos um presente de Natal.—Estou seguro de que está a caminho. - Disse Falcon. Um nó em suagarganta ameaçava lhe sufocar. Trocou outro olhar com Sara. Era fácilentender por que ela sentira necessidade de resgatar pelo menos a estascrianças. Só poderia salvar alguns e fizera o possível para lhes proporcionaruma boa casa.—Venha, todo mundo, vamos. Esta noite andaremos num trenó . - AnunciouSara. – Assegurem-se de ter seus chapéus, casacos e luvas.—Como o trenó de Papai Noel? —Perguntou Chrissy. Aos cinco anos, elaera a maior das meninas e levava seu papel seriamente. Havia assombro emsua voz e Sara ficou instantaneamente agradecida a Falcon por ter pensadonum passeio em trenó.—Bom, teremos cavalos em vez de renas. - Disse Sara. – Mas, será divertido.Quando subirem, se enrolem nas mantas para ficarem quentinhos.

Não podiam colocar os sete meninos num trenó, Então Sara foi com osquatro meninos para que pudesse "cuidar dela" enquanto Falcon se ocupavadas três pequenas. Travis tomou as rédeas e com aspecto muito adulto,agilizou os cavalos. Jase, o menino menor, de três anos, segurou-se com forçaem Sara e gritou de deleite enquanto deslizavam pela neve, para a estalagem.

Falcon escaneou a região ao redor. Sabia que aconteceram váriosataques sobre as mulheres e outro dirigido ao príncipe e sua apreensãocresceu quando entraram na parte mais espessa do bosque. Uma revoada noalto atraiu seu olhar para cima e viu vários mochos desdobrando as asas noalto. Os cavalos sopraram, expelindo nuvens de vapor no ar, mexendo ascabeças quando viram os lobos que passeavam junto a eles. O líder corriaparalelo a eles e seus olhos azuis flamejavam.

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—Nossa escolta. - Gritou Falcon, sorrindo. Guerreiros voando sobre eles,correndo junto a eles, vigiando os meninos e Sara. Ele saudou-os enquanto otrenó corria sobre a neve, deslizando facilmente.

As campainhas do trenó tilintavam a cada passo que davam os cavalos.As bochechas das crianças estavam rosadas e eles estavam com os olhostotalmente abertos pela excitação e suas risadas eram música para seusouvidos. – Amo você, Sara. Obrigado por me dar a vida.- Eu também o amo, Falcon. Obrigado por ser você. Ninguém mais teriaaceito estes meninos e os teria abraçado como você fez. É um homemextraordinário.

A estalagem estava iluminada, luzes coloridas brilhavam do balcão erodeavam a porta. Os cavalos se detiveram na entrada e Slavica, uma dasmulheres que com freqüência cuidava deles, saiu a saudá-los. Abraçando acada um, levou-os para o enorme restaurante onde haviam erguido o cenário.Falcon e Sara tomaram seus lugares, Sara segurou a mão dele com força,cruzando os dedos por que as crianças se divertissem, atuando para todos osadultos.

A apresentação terminou com poucas dificuldades.Eles atuaram bem,embora o anjo deu um chute na tíbia do rei e este pulou pelo cenário duranteum minuto antes de se lembrar que tinha audiência. Josef cantou umacomovedora canção rap, sua própria versão natalina do Gingue Bells, que narealidade foi bastante boa e a audiência o aplaudiu tanto que, em seuentusiasmo, ele quase caiu do palco improvisado.

Falcon passou o braço ao redor dos ombros de Sara.—Você é uma mulher incrível. Como conseguiu tudo isto? As crianças estãofelizes. Olhe-os aí encima. São todos pequenos artistas.

Mikhail assentiu com a cabeça.—Uma atuação fantástica, Sara. Não fazia idéia. Deve ter passado muitotempo preparando-os. —Ele olhou a seu redor, para sua gente. Todosestavam sorridentes e os rostos cansados e sombrios de seus guerreirosestavam relaxados e felizes, a maior parte deles saudando os meninos comseu estrondoso aplauso.—Não fizeram um trabalho maravilhoso? —Sara estava sorrindo a suascrianças. - O que te pareceu a versão de Josef de um canção de Natal rap? Elerealmente trabalhou duro nesse número. E Skyler cantou muito bem.

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Surpreendeu-me quando ouvi sua voz pela primeira vez. Paul e Ginnydançaram bem e é claro ninguém toca o piano como Antonietta. Estou muitosatisfeita com tudo.—E ter aos Trovadores Escuros cantando. – Acrescentou, Falcon. - Acreditoque nossos convidados estão contentes com o espetáculo.—Para ser totalmente honesto Sara, esperei muito desta produção. – Admitiu,Mikhail. - Quando teve tempo para fazer tudo isto? Sabia que estavapraticando com as crianças e inclusive com os adolescentes, mas isto estárealmente além do que nunca imaginei.—Foi divertido, Mikhail. E as crianças realmente precisavam se sentir parteda ocasião. Não quero que se sintam diferentes. Nenhum deles. É importanteque os adultos os vejam e reconheçam seus talentos.—E não o fazem? —O sorriso desapareceu de sua face. Não faziam.Importante eram as crianças para eles, como entesourados e preciosos. Orestante da comunidade Cárpato velava por sua saúde e segurança, mas nãonecessariamente por nada mais. Não sempre fora assim.—Não são somente seus pais. – Disse, Sara. - Os homens dos Cárpatoslutaram sozinhos durante tanto tempo, sem famílias, que esqueceram como étê-la. Sua vida é a guerra, não o lar, nem esposa e filhos. Esta é a educação,não só livros, mas lhes ensinar os costumes dos Cárpatos, como mudar deforma, as salvaguardas e inclusive lutar. Quem faz isso? Nunca decidimos.As crianãs são poucas e ninguém pensa em reuni-los assim para que todospossam conhecer uns aos outros, fazer amigos e ter a adultos que os aceitem.

Mikhail recordou sua própria juventude, os guerreiros detendo-se paralhe dirigir uma palavra ou conselho aqui ou acolá, uma aldrava de pontas olevando às cavernas e lhe mostrando como fazia, outros trabalhando com eleem como de forma e mesmo em táticas de batalha. Sara tinha razão.—Pensarei no que me disse, Sara. Tem sentido. As crianças parecem maisfelizes do que nunca os vi. Visitei brevemente à mãe de Joie, a senhoraSanders e ela mencionou que você fez a mão as fantasias. Teria teproporcionado ajuda se tivesse pedido.—Tive ajuda. Corinne costura também. E queríamos costurá-los a mão emvez do modo Cárpato, para mostrar aos meninos e meninas como podiam serfeitas. Falcon e eu tentamos integrar os dois mundos tanto como é possível.Colby Da Cruz me disse que ela e Rafael faziam o mesmo com Paul e Ginny.

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Mikhail segurou a mão de Raven e a atraiu aos lábios. Seus dentesmordiscaram gentilmente os dedos dela.—Parece haver muitas coisas que não considerei. Aprendemos muito comsua festa, Raven. Vários dos nossos tiveram que incorporar métodos humanosjunto com os Cárpatos. Quantos mais de nossos guerreiros encontrar suascompanheiras entre as mulheres humanas, com mais freqüência acontecerão.É melhor que aprendamos a integrar humanos nas famílias Cárpatos.

Ela levou-a longe dos outros, para a grande árvore de Natal. Váriaspessoas haviam feito adornos para pendurar nela e Slavica os trouxera detodos os povoados ao redor. Ele se inclinou para roçar um beijo nos lábios deRaven. —Olhe a seu redor, Raven. Você fez isto. É a primeira vez em séculos que hátantos Cárpatos reunidos num mesmo lugar e com nossos vizinhos. Ascrianças estão sorrindo e correndo por aí, excitados. Os homens estãorelaxados. Bem, — ele emendou — em alerta como deve ser, mas bem maisrelaxados do que nunca vi. —Seu olhar pousou em Lucian. - Olhe, Raven.Esse homem passou sua vida inteira lutando, mas agora, está em paz.

O sorriso de Ravem em resposta foi gentil e cheio de compreensão.—E é claro você precisava ver isto. Te que se lembrar de vez em quando, porque está lutando, Mikhail. Todo o esforço que faz é por eles. Se nunca vir arecompensa, a carga começa a pesar demais.

Ele sentiu uma dor na garganta quando olhou ao redor. Havia tantosdeles, seus guerreiros, altos e eretos com seus distintos cabelos negros, olhosimplacáveis, mas agora sorrindo. Olhou além deles os outros homens. Algunsno vestíbulo, uns poucos perto do palco e a maioria fora onde ele podia senti-los. No limite. Sem companheira que lhes arrancasse de sua vazia existência,quem os ajudaria? Quem lhes daria esperança? Ou a reunião só acentuariasua solidão?

Raven se apoiou nele, compartilhando o calor de seu corpo.—Não somos somente gente, somos uma sociedade. Mas como podemos seruma sociedade se raramente interactuamos uns com os outros? —Elaestendeu o braço para cima para lhe tocar a face, tão marcada pelapreocupação. - Os velhos costumes desapareceram para sempre Mikhail, pormais triste que seja. Temos que encontrar uma forma de unir esta gente, comnovas tradições. Agora temos que fazer nossa própria história. Temosinimigos, sim. Mas temos isto. — Num gesto largo ela abrangeu a todos.

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Cárpatos e seus amigos humanos. - Temos muito e você fez isto. Gregoriestava acostumado a se queixar por sua amizade com seu sacerdote, PaiHummer, mas agora um de seus melhores amigos é Gary Jansen.

A menção de seu velho amigo, um sacerdote assassinado por membrosda sociedade, por sua associação a ele, entristeceu-o. Obrigou sua mente a seafastar do passado.—Sara mencionou que lutamos em muitas batalhas e ficamos muito temposem crianças, que não lhes damos as ferramentas apropriadas que precisam.Acha que ela tem razão? —Os olhos negros de Mikhail descansaram sobre aface de Raven. Os companheiros não mentiam uns aos outros, Mesmo se oque teria que dizer fosse doloroso. Ele viu a resposta no rosto dela, na formaem que seus dedos se apertaram em torno dos dele e ela pareceumomentaneamente angustiada.—Você não pode pensar em tudo, Mikhail.—Não tenho escolha, Raven. É meu dever e minha responsabilidade. Estascrianças são todos Cárpatos e os que não são ainda, logo serão. Tem razão aodizer que não só somos gente. Somos uma sociedade e temos que começar aatuar como tal. Nossos inimigos conseguiram nos manter enfocados neles,em vez de prestar atenção aos detalhes de nossas vidas que são importantes.Nossas crianças são tudo. Em vez de nos incomodar por suas travessuras,como estivemos fazendo com Josef, deveríamos todos estar lhes ajudando aaprender.—Carinho —Disse ela, brandamente. - Josef acabaria com a paciência de umsanto.

Um pequeno sorriso flertou nos lábios dele.—Concordo, concederei isso a você. Esse menino é muito velho em algunsaspectos e muito jovem em outros. Nenhum de nós teve que lidar comjovens, não em séculos e tentar encontrar a tolerância e paciência vai ter queser uma prioridade, especialmente agora que algumas de nossas mulheresestão grávidas.

Raven acotovelou Mikhail quando Jacques e Shea entraram.—Parece tensa. Acha que jé e o parto?—Jacques me disse que ela está lutando com isso. Pedi a Syndil queescolhesse um lugar para o parto e enriquecesse a terra para Shea e o bebê,esperando que isso a ajudaria a relaxar o bastante para dar a luz.—Surpreende-me que tenha vindo.

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—Tem que se encontrar com uma amiga da Internet aqui, esta noite. Umahóspede, Eileen Fitzpatrick é seu nome. Conhece-a?—Não, mas Slavica a mencionou. Aparentemente, acaba de sair de umaoperação de cataratas e passa quase todo o tempo em seu quarto. Só veio paraconhecer Shea. Já está em idade avançada e estava preocupada porque estafoi sua única oportunidade.—Jacques me disse que Aidan a investigou. Aparentemente é inofensiva, masquero tomar precauções extras com Shea. Tendo em conta os últimosacontecimentos não confio em ninguém, em se tratando dela. Sequer numaanciã inofensiva com cataratas.

Shea e Jacques se abriram paasso lentamente através do restaurante,para Mikhail e Raven. Mikhail se adiantou para saudar sua cunhada com umbeijo na face.—Está segura de que não deveria estar descansando? —Perguntou-lhe,olhando para Jacques, com uma sobrancelha inquisitiva e arqueada.—Estou definitivamente de parto. - Admitiu Shea. - O bebê decidiu vir estanoite, quer eu queira ou não. Será mais fácil e rápido se ficar em pé tantotempo possível. Queria ver o espetáculo, mas me movo um pouco lenta.

Raven a abraçou.—Posso mostrá-lo em minha mente, cada detalhe, especialmente as partesdivertidas. Os pequenos estavam tão bonitos e eu não tinha idéia de que osadolescentes tivessem tanto talento. Josef realmente tem uma boa voz esempre é muito ocorrente.—Josef cantou? E eu perdi isso? —Perguntou, Shea.

Mikhail suspirou.—Se chama cantar o que ele fez. Tem uma boa voz e não posso entender porque o menino não canta nenhuma só canção que se possa entender. E o queeram todos esses giros que ele estava fazendo lá encima?—Giros? —Repetiu Jacques, olhando para Raven em busca de umaexplicação.—Parecia que estava tendo convulsões. – Explicou, Mikhail.—Ele estava dançando. - Disse Raven, lançando a Mikhail um olharreprensiva.—Era isso? Eu não podia decidir se ele estava fazendo striptease sem sedespir ou precisava de ajuda médica imediatamente. Como ninguém correu

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para lhe ajudar, fiquei em meu lugar. Girava no chão e se sacudia por todaparte como, uma larva.—Breakdance . - Interpretou Ravenpara a Shea.—E o striptease? —Perguntou Shea.—Esse seria a dança estranha, sem companheiro, acredito. - Disse Raven. -Eu não estou exatamente a par da modernidade, mas parecia como se eleestivesse... Er... Bom, já sabe.—Não sei não. - Mikhail encolheu os ombros. – Ele quase caiu do palconesse ponto.

Shea sorriu, pressionando uma mão sobre o ventre.—Eu sabia que deveria ter vindo antes, somente por isso.—Foi digno de ver. – Concordou, Mikhail. - Embora não entendi nenhumapalavra do que ele disse, nem por que estava cuspindo e grunhindo enquantocantava.—Não está na moda . – Declarou, Jacques.Raven e Shea riram juntos. Mikhail pareceu ferido.—Como? Eu estou na onda. Acontece que sei que isso não é dançar. Paul eGinny dançaram e Antonietta tocou autêntica música. Skyler cantou comoum anjo. Os Trovadores cantaram várias baladas maravilhosas e nenhumdeles, nem Barack, cuspiu enquanto cantavam.

Jacques sacudiu a cabeça tristemente.—Não há esperança de você se modernizar, irmão.

Shea se pressionou uma mão sobre o ventre e estendeu a mão paraJacques.—As contrações estão começando a ficarem mais fortes. Dar risada, piora.

Os dois homens pareceram atacados pelo pânico. Raven teve queocultar um sorriso.—Você se sairá bem, Jacques. Está muito pálido. Alimentou-se esta noite,não é?—Só se comporta como um bebê. – Disse, Shea. – Ele se alimentou. Queriaestar preparado, se por acaso eu precisar de sangue. —Sorriu para ele. - Quenão precisarei. Tudo vai dar certo.—Não para mim. – Admitiu, Jacques. - Não imaginava o que se sentia ao dara luz. Compartilhar a experiência é francamente aterrador.

Mikhail assentiu, mas estava olhando seus guerreiros, os homens dosCárpatos sem companheiras. Eles eram os guardiães da noite, já que com

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tanta freqüência estavam em terras estrangeiras e somente desta vez tinham aresponsabilidade de proteger uma de suas mulheres durante o parto. Oshomens se moveram atravessando o restaurante, escaneando e examinando asregiões circundantes em busca de inimigos.—Na verdade estou muito excitada para conhecer uma das hóspedes quevoou de São Francisco. Seu nome é Eileen Fitzpatrick e pode ser parenteminha. Nós duas estamos interessadas na genealogia e já que não tenhorealmente nenhum parente por meu lado, da família, realmente espero quesejamos parentes. - Disse Shea. Ela enviou-me mensagem através de Slavicade que não se sentia muito bem esta noite e queria me conhecer em seusaposentos. Então não teria que descer aqui com todo esse caos. Achei queseria uma boa idéia.—Definitivamente, não. – Disse, Jacques.—Não! —Mikhail foi inflexível.

Shea fez uma careta.—Não sou feita de porcelana. É uma senhora idosa, acaba de sair de umaoperação e veio de longe. O menos que posso fazer é subir as escadas e ir vê-la.—Sozinha não. Ela estará aqui mais de uma noite, Shea. - Persuadiu Jacques.- Não tem necessidade de vê-la esta noite. — ele colocou a mão sobre oventre dela, que se ondeou uma vez mais numa contração. - Tem outrascoisas a fazer esta noite. Raven, você seria amável em pedir a Slavica que aavise de que Shea está em trabalho de parto e que lhe fará uma visita num diaou dois.—Bem, não vou perder Gregori fazendo Santa Claus. - Disse Sheafirmemente, consciente de que a postura teimosa do queixo de Jacquessignificava que ela não mudaria de opinião. – Então não acredite que podeme apressar a sair daqui.- Gregori. - Apesar da gravidade da situação, com Shea tão perto de seumomento, Mikhail não pôde evitar a risada zombeteiroa em sua voz. - Sheaestá em trabalho de parto e quer vê-lo em seu alegre traje vermelho antes deter seu bebê. Então adiante com o espetáculo, meu filho.

Mikhail deu a ordem por seu vínculo mental privado estabelecidoséculos antes através do vínculo de sangue.- Não se pode apressar Santa Claus. Esta é uma noite ocupada para ele,Mikhail. Nem sequer você, meu príncipe, pode controlar sua chegada.

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Mikhail lançou um sorrisinho para Jacques e acariciou o longo cabelode Raven.—Tenho que falar com alguns de meus homens. Não demorarei muito. Vocêpode passear por aí com Shea e se ocupar de que se comporte.—Como se eu pudesse fazer outra coisa. - Replicou Shea.

Mikhail se afastou pausadamente, movendo-se entre os aldeãos,convidados e sua gente, para procurar o antigo ao qual havia divisado.Dimitri estava no bar, entre as sombras, seus olhos frios seguiam o processode Skyler enquanto esta se movia de um lado a outro.—Como está? —Perguntou, Mikhail.—Melhor. Ela já não está tão aflita e isso ajuda. Vou me atormentar algunsminutos e depois voltar para minha patrulha. Se não puder fazer nada mais,pelo menos sei que posso mantê-la a salvo.—Se for uma Caçadora de Dragões como Natalya suspeita, é muito mais queuma poderosa psíquica. Isso explicaria as coisas que Francesca diz que elapode fazer.—E também significa que sofreu bem mais traumas, do que já conhecemos.

Mikhail bateu levemente nas costas de Dimitri.—Você é um homem honorável, Dimitri e mais que merecedor de umaestranha jóia como sem dúvida será Skyler.—Espero que tenha razão.

Mikhail o deixou em paz, de pé nas sombras onde vivia a maior partedo tempo. A tristeza alagou o príncipe. Dor por seus guerreiros, tão sozinhose a maioria sem muita esperança, mas vivendo suas vidas na medida de suaspossibilidades.

Manolito Da Cruz estava em pé na porta e Mikhail se aproximou dele.—Suspeita que algum destes homens possa ser o mago? Você se aproximoudele, entrou em sua toca e possivelmente captou sua essência.

Manolito encolheu os ombros.—Não posso divisar nenhum homem que pudesse ser o mago queprocuramos. Percorremos os quartos, escutado e escaneado, mas todos osconvidados parecem ser legítimos. —O que te diz seu instinto? — Perguntou, Mikhail.—Que o inimigo está perto. – Respondeu, Manolito.

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—O meu diz o mesmo. - Mikhail encolheu de ombros. – Continueprocurando. E diga o mesmo aos outros. Não podemos nos permitir nenhumengano.

Manolito assentiu e se abriu passo uma vez mais pelo restaurante,entregando a mensagem do príncipe verbalmente aos guerreiros presentes.Não confiava em que seu vínculo comum de comunicação não fosse ouvido,se o mago estava aliado a um vampiro. Quando se aproximou de Nicolae eVikirnoff com suas companheiras, arriscou um rápido olhar para MaryAnn.

A visão dela lhe tirou o fôlego. Ela estava sentada numa mesa perto deColby e Rafael, conversando com Ginny, Paul e Skyler, rindo de algumacoisa que eles estavam contando. Estava tão bonita que feria os olhos. Suapele parecia brilhar e ele se sentia hipnotizado por sua boca e seus olhos. Osom de sua voz jogou com sua libido, descendo por sua espinha. O desejogolpeou seu corpo, contraindo seus músculos e endurecendo seu membrofazendo com que parasse de andar e ficasse quieto, obrigando seu olhar a seafastar da tentação. Não deviam pegá-lo admirando-a ou sequer pensandonela. Teria que manter a mente fixa em seu objetivo e descobrir o magoescuro.—Mikhail pressente ainda que a ameaça é muito real com a mulher deJacques tão perto do momento. Pede a todos que permaneçam alertas. – Eleentregou sua mensagem, mantendo sua mente em modo de batalha, sabendoque ambos estavam postos a prova. Estivera provando as mentes de muitosdos homens sem companheira, como pudera e várias vezes haviam tocadoseus pensamentos.

Colby levantou o olhar e lhe sorriu.—Você está bem? Rafael me disse que você se feriu defendendo o príncipe.—Não foi nada, irmãzinha. Um arranhão, nada mais. —Não havia sentidonada por esta mulher, além do que seu irmão passava, quando Rafael a haviatrazido pela primeira vez em casa, mas agora podia se lembrar de todas aspequenas coisas que ela fizera por ele e por seus irmãos. Com freqüênciacompartilhava seus pensamentos quentes e risonhos com eles e as travessurasde Paul e Ginny, esperando fazer sua existência mais suportável. Agora podiasentir autêntico afeto por ela.

Casualmente deixou cair a mão sobre o ombro de Colby.—Comprovei Riordan e Juliette. Nada perturbou seu sonho. —Seu olharrevoou sobre Paul e Ginny. - Ao Juliette teria se encantado de vê-los dançar.

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Sempre menciona que sua irmã estava gostava muito de dançar. Com sorteterá oportunidade de voltar a vê-la dançar. — Ele olhou fixamente paraMaryAnn, fez uma ligeira reverência e se afastou sem uma leve mudança naexpressão de seu rosto.

MaryAnn lhe olhou enquanto ele se afastava.—Deus, isso é que é um homem bonito

Colby assentiu.—É, verdade? Todos os irmãos Da Cruz são homens belos. Há cinco deles equando estão todos juntos são uma visão assombrosa. A maioria dasmulheres babam ao redor deles.

MaryAnn seguiu aoo homem com o olhar, sentindo-se um poucociumenta, pelo que Colby dissera. Manolito indubitavelmente tinha a atençãodas mulheres solteiras da festa, mas não lhes dedicou mais de um simplesolhar. Não era que ela desejasse um homem próprio, mas não teria seimportado que ele a olhasse mais uma vez.—O que ele quis dizer sobre a irmã de Juliette? Por que já não dança? —Elase perguntou se Manolito alguma vez teria visto a irmã de Juliette dançar. Ese perguntou por que se incomodava em pensar que possivelmente ele vira.

Colby suspirou pesadamente.—A irmã caçula de Juliette, Jasmine, foi raptada por um grupo de homensjaguar. Eles... —Ele se interrompeu, olhando para seus irmãos e sacudindo acabeça. Fizeram coisas com ela. Agora não sai da selva e nem se aproximado rancho. Nega-se inclusive a ver Juliette se ela estiver com Riordan.Juliette está tão angustiada que esteve falando em deixar o rancho, nosso lar,para tentar ajudar sua irmã. Rafael estava me dizendo que você ajudouDestiny muito e provavelmente poderíamos encontrar uma conselheira paraJasmine. Embora, onde vivemos, isso poderia ser muito difícil.

MaryAnn se encontrou observando o alto Cárpato enquanto este andavaem meio a festa com absoluta confiança estampada em cada linha de seucorpo. Era fluidico, quase elegante. O ponto sobre seu peito estava doendonovamente e ela pressionou a mão firmemente sobre ele. A sensação seestendeu, fazendo com que seus seios endurecessem e os mamilos sesensibilizassem. Um calor se propagou por seu baixo ventre. Engoliu comforça, tentando arrancar seu olhar da boca sensual e da imagem destamovendo-se sobre seu corpo.—Acredito que não há muitas conselheiras perto de seu rancho.

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—Não. —Colby fez uma careta. - Pelo que conta Juliette, Jasmine nunca foiuma pessoa forte. E têm uma prima, Solange. Ela detesta os homens e Juliettenão foi capaz de combater sua influência. É tudo muito triste.—Possivelmente tenha uma palavra ou duas com Juliette quando ela seelevar. – Aventurou-se, MaryAnn.—Você faria isso? Seria muito útil. Talvez poderia tentar lhe dar algumconselho sobre como se aproximar de Jasmine para que pelo menos aceite oshomens de nossa família. Eles morreriam para protegê-la. Simplesmente sãoassim.—Adorarei ajudar. - Disse MaryAnn, seu olhar uma vez mais vagava para oalto e bonito Cárpato que obviamente estava de guarda.—Me perdoe, Colby. - Interrompeu Paul. - Mas você prometeu me apresentara Gary Jansen. Ele poderia ser meu tio.

Colby apertou a mão de Rafael.—Vamos falar com ele e ver o que tem a dizer. —Ela conduziu seu irmão àmesa onde Gary Jansen estava sentado com Gabrielle Sanders, seu irmãoJubal e sua irmã Joie. O companheiro de Joie, Traian, levantou-se quando elase aproximou, como fizeram os outros dois homens.

Gary olhava fixamente para Colby, sacudindo a cabeça.—Você se parece tanto com minha irmã que chega a ser assombroso. Eramais velha que eu muitos anos e abandonou nossa casa quando eu tinha dezanos. Nunca voltei a vê-la. Mas te juro que é igualzinha a ela.

Colby se sentou na cadeira junto a ele depois de apresentar Paul. Notouque a mãe de Gabrielle se afastava rapidamente, com uma leve careta. —Sinto muito. Nós a incomodamos?—Não. Temo que ela não gosta de nenhum jaguar, embora para sertotalmente honesto, não acredito que eu seja. – Disse, Gary. - Nunca ouvidizer que tivéssemos sangue jaguar. De fato, nunca havia ouvido falar daraça jaguar até que fiquei amigo de Gregori.—Não se preocupe por mamãe. - Acrescentou Gabrielle. – Ela se acostumará.Tem que se acostumar a tudo isto.

As portas duplas do restaurante que conduziam ao balcão, se abriram derepente e uma mulher pequena, vestida de elfo com orelhas pontiagudas eum lindo cabelo negro azulado se colocou no centro das portas abertas.—Senhoras e cavalheiros, poderiam prestar atenção, por favor? Muitospodem não saber disto, mas aconteçe que sou maga. Venham comigo

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crianças. Podem virem aqui no balcão? Quero mostrar-lhes um dos maioresmagos de todos os tempos. Ele é um segredo bem guardado.

Todos as crianças, dos Cárpatos e dos aldeãos se empurraram parafrente e os adultos se reuniram atrás deles. Paul elevou Emma sobre seusombros e Skyler pegou à pequena Tamara enquanto Josef levantava opequeno Jase. Travis segurava Chrissy pelos ombros e a mantinha perto,enquanto Ginny segurava as mãos de Sara e outros dois meninos as deFalcon. Josh, sentindo-se bastante maior, tinha a responsabilidade da últimamenina, a pequena Blythe.

Enquanto a maga falava, pequenos pulsos de luzes coloridas tilintavamao redor da mulher e a neve caía sem nunca tocá-la. O mundo a seu redorparecia deslumbrante e majestoso, redemoinhos de névoa lhe cobriam os pésenquanto ela dançava ao longo do corrimão do balcão, com suas pequenasbotas de elfo. Seu cabelo se espalhava a seu redor como uma capa e sua faceera mágica e prateada, a luz da lua.

Os cristais pendurados nos beirais pulsavam com as mesmas cores, emvermelhos, verdes, azuis e amarelos, convertendo a noite num desdobramentode luz.

Um ofego coletivo surgiu das crianças e Travis teve que segurarEmma quando esta se adiantou para o balcão, olhando com respeito às luzes.Savannah virou num pequeno círculo e saltou de volta ao chão, diante dascrianãs.—Oh, céus! Acredito que esqueci minha varinha. Precido dela para lhesrevelar Papai Noel. —Sua voz baixou dramaticamente e ela olhou para adireita e para a esquerda, como se só confiasse neles. - Ele sempre vem sob acobertura da noite usando tempestades como esta, para evitar que as criançaso vejam. — Ela olhou novamente a seu redor. – Mas só se tivesse minhavarinha.—Mas Savannah... —aventurou, Chrissy— ela está em sua mão.—Sério? —Savannah pareceu surpreendida e elevou a brilhante varinha,fazendo-a girar num pequeno círculo. Choveu cintilante pó de duende portodo o balcão coberto de neve. - Oh! Legal, está funcionando. Deixe-me ver.Olhem para o céu e tentarei me lembrar como fazer isto. Só fiz uma vez,sabem, mas por voces, tentarei novamente.

Savannah ondeou a varinha num gesto amplo enquanto dançavanovamente pelo corrimão. A queda da neve se afastou como se fosse uma

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cortina. Um grande boneco de neve com olhos de carvão e um nariz decenoura se voltou, com aspecto culpado e se afastou correndo pelo chão, atépessoado.—Oh, céus! Saiu errado! Esse era o Homem de Neve. Deixem-me tentaroutra vez. - disse Savannah.

As crianças sorriram quando Savannah trouxe de volta a neve, fez outravertiginosa dança e uma vez mais lançou pó de duende para o ar, enquantoabria a cortina de neve.

As crianças e a maior parte dos adultos ofegaram novamente e algunsdeles colocaram as mãos sobre os lábios, num esforço para permaneceremcalados. Acima no céu, onde as estrelas tilintavam e a lua brilhava, umreluzente trenó atravessava a noite, puxado pelas renas. Um homem com umabarba branca vestido com uma roupa vermelha bordado de pele branca,conduzia às renas. No trenó havia uma enorme bolsa avultada porbrinquedos. Os sinos do trenó repicavam suavemente e as luzes pulsantes queiluminavam a neve agora iluminavam o céu ao redor das renas quearrastavam o trenó, fazendo qcom ue por um momento a face alegre de SantaClaus pudesse ses vista claramente e em seguida fosse suavizada por uma luzprateada.

Seus olhos pareciam ser tão negros como o carvão. Havia neve em suabarba, sobre as rédeas, nas cadeiras vermelhas com franjas prateadas e nasrenas. O trenó voou em círculos sobre suas cabeças. Um silêncio caiu sobre amultidão quando as renas desceram mais num amplo círculo, para finalmentedescerem no teto sobre eles. Ninguém se movia. Podiam ouvir o som doscascos encabritando-se sobre suas cabeças. Silêncio. Então ouviram o som depesadas botas, caminhando.

Todo mundo virou a cabeça para ver Santa Claus junto à árvore,empilhando presentes por toda parte. Ele parou uma vez para pegar umpunhado de bolachas que Sara fizera e também algumas cenouras, para ascrianças deixarem para suas renas.

Emma foi primeira a se mover. Se remexeu até que conseguiu que abaixassem para correr pelo aposento, para Santa Claus. Ela parou,balançando-se sobre as pontas dos pés, levantando o olhar para ele.—Trouxe um presente para mim?

Papai Noel rebuscou em sua bolsa.

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—Acredito que sim. Onde estava? Elfo! Preciso que me ajude a encontrar opresente de Emma.

Savannah colocou um dedo nos lábios.—Papai Noel acredita que sou um elfo de verdade. — Ela sussurrou para ascrianças. - Será melhor que vá ajudar-lhe. —Atravessou nas pontas dos pés,em meio a multidão, com seu chapéu de elfo oscilando e suas botas verdes,sem fazer nenhum ruído sobre o chão.

Papai Noel se sentou e fez gestos para que as crianças formassem umafila. Quando a pequena Tamara foi colocada em seu colo tirou sua barba, elelançou um olhar ardente para o elfo. – Te asseguro que esta eu devolvo a seupai.

CAPÍTULO XIX

Shea se apoiou contra Jacques, voltando as costas para a multidãoreunida, para observar Papai Noel distribuir os presentes para as crianças.Seus dedos seguraram o braço de Jacques enquanto respirava através dacontração.—Sabe como podemos deixar de um lado a dor, a maior parte do tempo? Istoé como a conversão. Não há forma de asilar-se. Só pode seguir adiante comisso. Esperava que como mulher dos Cárpatos, seria um pouco mais fácil.

Um estalo de risos captou sua atenção e ela se virou para ver a pequenaJennifer vomitar sobre a barba branca de Papai Noel. Por um momento osolhos negros como o carvão viraram prata, como os de um lobo edescansaram sobre Mikhail. Rapidamente Santa recuperou seu estado jovial edevolveu o bebê a Corinne.

Shea sorriu para Jacques. - Não teria perdido isto por nada do mundo. Se eu fosse Mikhail, estaria esperando que um relâmpago me golpeasse.—vamos levar te a câmara do parto —disse Jacques em voz alta, lhe

Passando o braço pelas costas para lhe dar apóio, Jacques podia sentir ador atravessando seu corpo, tornando-se mais forte a cada contração. Maisforte e de longa duração.

Shea acariciou seu rosto. —Não pareça tão ansioso. Milhões de mulheres têm filhos.

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—Mas você não, pequena ruiva. – Ele sussurrou, inclinando-se para beijar acabeça sedosa. - Nós não. Você é meu mundo, Shea.—Nos sairemos bem. Olhe — Ela sssinalou à parte de atrás do restaurantecom o queixo. - Fizeram bem em fazer este pequeno show para as crianças.Ninguém como Savannah sabe como ganhar uma multidão com sua magia.Antes que Gregori a reclamasse era uma professora da ilusão, percorrendotodo mundo com seu espetáculo de magia e indubitavelmente tinha quelimitar suas habilidades. Ela tem à multidão na palma da mão. As criançasnunca acreditariam, nem por um só momento, que era Gregori que estava notrenó.

Assim que "Papai Noel" terminou de oferecer os presentes, Gregori foipara a parte de atrás do aposento, olhando sua companheira.—Por que demônios se vestiu assim? O que acha que estava fazendo?

As crianças riram quando Savannah se voltou com um olhar culpado naface e sustentou um dedo sobre os lábios.—Tenho que ir e terei que devolver a Papai Noel sua magia protetora. Nãoqueremos revelar para o mundo inteiro.

Papai Noel levantou seu saco e se apressou até o fogo. Embora aschamas ardessem com força, ele simplesmente desapareceu pela chaminé.Outro arquejar de respeito reverencial atravessou à multidão.—Savannah leva magia aonde quer que vá. – Disse, Jacques. – As criançasnunca esquecerão esta noite.

Savannah ondeou sua varinha justo quando as ruidosas pegadasindicavam que Papai Noel estava voltando a subir em seu trenó. Balançou asbotas negras expertamente pelo beiral do trenó e fez estalar o látego sobre ascabeças das renas. Todos notaram como o trenó e a bolsa de brinquedos,agora quase vazia, se elevaram no ar e se afastaram sob o som da risada deSanta Claus.

Outra onda de dor deslizou maliciosamente através do corpo de Shea.Seus dedos se apertaram com força em volta dos de Jacques, enquantorespirava lentamente num esforço por controlá-lo. Desta vez a dor foi forte edurou o bastante para fazer com que outros Cárpatos fossem conscientes deque ela estava realmente em trabalho de parto. As cabeças se voltaram.Guerreiros, companheiras e até algumas das crianças voltaram sua atençãopara ela.

Shea tentou um pequeno sorriso e assentiu.

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—É a hora. Onde está Slavica? Devo lhe agradecer esta maravilhosa noite.Estava cheia de deliciosas surpresas.

Francesca e Mikhail com vários dos outros Cárpatos fecharam filas aoredor de Shea.—Temos que levá-la a câmara de parto agora. – Declarou, Francesca. – Nóspodemos com isto, não tenha medo.—É ansiedade, não medo. Jacques não deixaria que nada nos acontecesse,não é? —Perguntou Shea, mantendo o olhar de seu companheiro.—Nada. Este vai ser um nascimento lindo e inesquecível. – Ele lheassegurou.

Shea deu alguns poucos passos mais para a porta e parou, afastando ocabelo da testa com a mão, enquanto a dor esticava seu ventre e descia porsuas costas.—Você avisou-lhes que último relatório sobre como os bebês estão sendoexpostos a uma terrível beberagem química, como aconteceu com animais epássaros e que é isso está colocando tantas espécies em perigo de extinção?—Shea, - advertiu Jacques, - agora não é momento de pensar nisso.

—Não, Jacques. Todos temos que pensar nisso. — Ela ofegou quando a dorvoltou a alagá-la, lhe roubando o fôlego. Apertou os dentes e falaou sobre asestatísticas. - O sangue do cordão umbilical reflete o que a mãe passa ao bebêatravés da placenta. De duzentos e oitenta e sete produtos químicosdetectados no sangue do cordão umbilical, cento e oitenta deles sãoconhecidos por causar câncer em humanos ou animais, duzentos e dezessetesão tóxicos para o cérebro e o sistema nervoso e duzentos e oito causamdefeitos de nascimento ou desenvolvimento anormal em animais delaboratório. E estou citando um relatório realizado por um grupo meio-ambiental alheio a Washington- Acrescentou Shea, resprando quando a dordiminuiu.— Todo mundo deveria prestar mais atenção a isto. Entre osprodutos químicos encontrados no sangue do cordão umbilical estão omethylmercurio, produzido pela queima de árvores para fazer carvão e certosprocessos industriais. Nós podemos respirá-los ou comê-los no fruto do mare isso causa danos cerebrais e nervosos.—Shea, nosso bebê não vai ter dano cerebral ou nervoso.—Você não leu esse relatório. Os investigadores também encontraramhidrocarbonetos poliaromáticos, ou PAH, que são produzidos por queimar

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gasolina e lixo, produtos químicos retardantes chamados polubrominatodibenzotoxinas e furans, pesticidas incluindo DDT e chlordane.—Não sei o que são nem a metade dessas coisas. - Disse Jacques, tentandoconsolá-la. Passou a mão por seu braço, mas ela se encolheu afastando-sedele.—Por isso exatamente é que ninguém escuta. Como não sabem o que é,figuram-se que não têm que prestar atenção. - O pânico enchia sua voz. - Eusei o que esteve acontecendo a nossas crianças. Estão tão conectados à terrae a terra se tornou tão tóxica que agora estamos na lista de espécies em perigode extinção também.—Hora de partir. - Urgiu Jacques.- Tire a daqui já. - Ordenou Mikhail a seu irmão. - Não podemos no permitirque os aldeãos a ouçam.- É sua forma de confrontar a dor e o medo, Mikhail.- Sou consciente disso, Jacques.—Primeiro tenho que agradecer Slavica. - Insistiu Shea, lutando para conteroutra onda de dor.

Mikhail se inclinou para sussurrar a Raven.—Encontre-a rápido. Temos que tirar Shea daqui antes que alguém averigúeo que está acontecendo.—Ela está vindo e traz com ela à mulher de São Francisco. - Disse Raven,com alivio na voz.

Mikhail moveu a mão para ajudar a apartar à multidão, tornando maisfácil que Slavica e a mulher chegassem até eles.

Raven se apressou para elas.—Shea entrou em trabalho de parto e temos que levá-la para casa. Ela queriadizer adeus rapidamente e te agradecer esta encantadora noite, Slavica. E éobvio, uma saudação rápida para você, senhora Fitzpatick. Estava desejandoconhecê-la.—Só lhe desejarei boa sorte, então, querida. - Disse Eileen, apoiando-sepesadamente em Slavica, usando a força da mulher para medir seu caminho,com o corpo ligeiramente curvado enquanto coxeava para Shea e Jacques.

Aidan atravessou o aposento, franzindo o cenho, quando a mulher paroudiante de Shea e estendeu a mão para ela.—Enfim. Me alegro muito em te conhecer querida e num momento tãoimportante. —Ela bateu a bengala no chão com força por duas vezes,

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julgando a distância entre elas. – Pena que tenho de usar estes terríveis óculosescuros e tenho problemas para vê-la. Esperava que tivesse umainconfundível semelhança familiar.- Guerreiros. - Utilizando o vínculo comum de comunicação, Aidan faloucom outros e sua voz ressoava alarmada. - Isto não tem sentido. A mulherque conheci em São Francisco é esta mesma, mas diferente. Velha, mas nemtanto. Caminhava decididamente, mas absolutamente toda encurvada. – elejá estava se movendo, tentando utilizar sua velocidade para atravessar amultidão até Shea.

Imediatamente houve uma agitação quando os homens se apressarampara a Shea.

Jacques se colocou diante de sua companheira quando Eileen ergueu abengala diretamente do chão, apunhalando o ventre arredondado de Shea.Manolito, que havia se colocado perto do casal, empurrou Jacques para olado e aceitou a afiada adaga que havia na bengala, profundamente em seuabdômen. Ele ficou por um momento olhando senhora de aspecto inofensivo,Concientizando-se dos olhos quase cegos e da face retorcida. Por ummomento ela vacilou ante seus olhos e ele pôde ver outra face. Uma que tinhalongas marcas de arranhões e olhos destroçados por uma águia real.- A criatura da toca. Está possuida. – Ofegou, Manolito. - O mago mora nomesmo corpo que a velha. - Seu corpo endureceu, a agonia o rasgou quandoseu coração encolheu. Emanou sangue pela canto da boca e seus olhosficaram opacos quando o ar imobilizou em seus pulmões e seu coraçãodeixou de bater.

Do outro lado do aposento, MaryAnn segurou o peito com as mãos paradeter a súbita dor que se estendia por seu corpo. Suas pernas falharam e elasentou bruscamente. Tão repentinamente como começou, a dor desapareceu,deixando-a com uma sensação de perda e vazio, mas por que, não sabia.

Rafael encostou ao lado de seu irmão, agachando-se sobre o corpoinerte, procurando-o com seu espírito, para obrigar o ar a atravessar ospulmões e ao sangue a correr pelo pouco cooperativo coração.

Mikhail e Jacques arrastaram Shea para trás, empurrando-a atrás deles.Outras mãos a pegaram e a empurraram ainda mais longe enquanto seformava um muro de guerreiros a seu redor. A bengala se apontou paraRaven.—Mãe! —Savannah gritou e se lançou para Raven.

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Gregori chegou primeiro, torcendo a bengala até arrancá-la da mãovelha.- Natalya! – Ele manteve seu corpo entre a velha, Raven e Mikhail.

Natalya já estava tecendo um complicado sinal no ar, murmurandosuave e insistentemente. Vikirnoff recolheu o encantamento de sua mente eacrescentou o poder de sua voz. Nicolae e Destiny se uniram a ele, vertendosua força combinada em Natalya, através de Vikirnoff.

Utilizaram o canto e um feitiço mágico, numa combinação de poderCárpato e mágico. A boca de Eileen se retorceu num grunhido enquanto omago lutava para manter seu escudo. Não podiam lhe atacar sem matarEileen. Seu corpo se dobrou quase pela metade. Os guerreiros a rodearam,observando como sua face se contorcia, mostrando um bocado de dentesalongados e depois voltava a ser a de uma senhora educada.

A dor da Shea atravessou todos os Cárpatos, quase paralisando oshomens. - Jacques, leve-a para a câmara de parto. - Odenou Gregori. –Francesca e eu devemos ir. Está muito perto. Não podemos esperar.

Mikhail pegou Syndil pelo cotovelo e a empurrou para Gregori. –Precisarão dela lá, também. Nos uniremos a voces logo que seja possível.Levem as crianças para casa. Os Von Schrieder se ocuparão deste mago.- Eileen precisará de um curador. - Advertiu Gregori, enquanto se inclinavapara levantar Manolito. Rafael estava mantendo o coração de seu irmão emfuncionamento e permaneceu perto do professor curador enquanto todosentravam em ação.- Eu me ocuparei dela, ofereceu-se Darius.- Feito então. - Disse Mikhail enquanto Jacques pegava Shea no braços e saíada estalagem a passos rápidos, com Francesca a seu lado. Gregori e Rafael osseguia, com Manolito.

A voz da Natalya se fez mais exigente, mais insistente. Assinalou osolo, ordenando ao mago que saísse do corpo e tornasse ao chão, arrastando-se como um cão.

O corpo de Eileen se removeu com ansiedade, estirando-se eretorcendo-se até que pareceu se curvar. Sua garganta se avultou e ondulouenquanto inchava e aumentava o volume. A saliva gotejou por sua boca.Lentamente ele virou a cabeça e olhou diretamente para Natalya. Seus olhos

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eram profundos buracos, poços de ódio. O mago a olhou fixamente, sua bocaampla e deformada deu forma a uma palavra.—Traidora. – Acusou. A voz era um trovão demoníaco.

A voz de Natalya não vacilou. Vikirnoff colocou a mão em suas costaspara reafirmá-la, num gesto de absoluta solidariedade.

Uma sombra se separou do corpo de Eileen, numa substância escura eviscosa, insustancial, impossível de segurar na mão ou de matá-la. Váriosguerreiros tentaram, cravando a sombra para tentar encontrar um coração,atravessando-a. Mas esta continuou deslizando pelo chão para a porta, Dariussegurou a senhora idosa antes que ela caísse a levantou nos braços, levando-aescada acima, de volta a seu quarto.- Como o mataremos? - Perguntou Vikirnoff a Natalya.- Não sei. Não é um guerreiro da sombra então não podemos enviá-lo devolta ao reino dos mortos. É uma alma perdida levando a cabo a vontade domago. Somente ele pode controlá-la, lhe dar paz ou enviá-la para longe.Nunca me vi com um feitiço para matar uma destas. Tentei alguns e talvez,com o tempo, possa inventar algum, mas esta vai voltar com seu amo.

Dimitri voltou, após escoltar Gabriel com Tamara e Skyler de volta asua casa.—Eu posso tentar segui-la e ver se o mago está perto.

Natalya assentiu.—Não deixe que o vejam. O mago é forte e seu conhecimento é muito antigo.Lembro-me algum destes feitiços, mas empalideceram em minha memória.

Natalya observou o homem dos Cárpatos mudar rapidamente. Umamudança fácil e fluida quase no meio do ar. Nm momento estava caminhandoe no seguinte correndo como um lobo negro e peludo.—Boa sorte. – Ela sussurrou, pressionando uma mão sobre o estômagoquando outra onda de dor golpeou a todos.— Será melhor irmos à câmara departo se vamos ter alguma utilidade a Shea.

Profundamente, na câmara mais amena da caverna, Syndil chamava àTerra, cantando amorosamente para enriquecê-la, preparando-a, enquantoShea se deitava na suave cama da terra rica, com a cabeça recostada no colode Jacques.

A vários passos de distância, Gregori e Rafael trabalhavam comManolito, tentando tirar o veneno de seu corpo e ao mesmo tempo, manterseu coração em funcionamento e seus pulmões trabalhando.

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Por toda parte a seu redor, as velas se acenderam e a suave econsoladora essência de ervas e especiarias encheu o ar. O grande cantocurador aumentou de volume quando Cárpatos de todas as partes, incluindo aShea e Jacques, cantavam para evitar que o grande guerreiro deslizasse paralonge de seu lar, enquanto Gregori empreendia a viagem para recuperar seuespírito e lhe dar escolta de volta à terra dos vivos.

Shea respirava através das contrações, usando ao Jacques como seufoco. Ela se aconchegou na mente dele e ficou ali quando as contraçõesaumentaram em força e duração. Enquanto isso cantava com outros, sentindoa camaradagem, sendo parte de algo grandioso, em harmonia com a terra queos rodeava. Irmãs e irmãos unidos como uma família para curar um de seuscombatentes. Um guerreiro que voluntariamente havia devotado sua vidapara manter a salvo Shea e seu filho.

A cura era difícil e lenta, Gregori lutava contra um veneno quepretendia dar uma morte rápida. Duas vezes teve que parar, pálido ecambaleando de cansaço, para ser rejuvenescido por Rafael e depois porLucian. Darius se uniu a eles, assinalando que Eileen estava dormindoconfortavelmente. Vikirnoff e Nicolae, Destiny e Natalya, entraram nacâmara, informando que Dimitri estava tentando seguir à sombra de volta aseu amo.

Enquanto isso, Shea permanecia quieta entre os braços de Jacques,respirando através de cada contração até que gemeu e se segurou à mão deFrancesca.—Já está vindo. - Sussurrou.—Estamos preparados. – Lhe tranqüilizou Francesca.

O olhar de Shea foi para Gregori, já de volta no corpo do guerreiro.Francesca estendeu o braço para abranger a todos os Cárpatos dentro e forada câmara.—Você não está sozinha. Ajudará seu filho a entrar no mundo, assistido pornossa gente, bem-vindo e protegido por todos. Gregori se unirá a nós assimque possa. Deixe que seu bebê entre em nosso mundo, Shea.

Shea assentiu e esperou a seguinte contração antes de empurrar.Gregori se afastou de Manolito.

—Ele precisa de sangue. – Anunciou. - Várias sublevações na terra, masviverá.

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Foi Mikhail quem se adiantou para oferecer sangue a Manolito. Umoferecimento do príncipe, em respeito e honra ao sacrifício de Manolito. FoiRafael quem abriu a terra para que recebesse seu irmão, tecendo salvaguardaspara se assegurar que o descanso de Manolito não fora perturbado.

Gregori passou a mão sobre a cabeça de Shea num gesto de afeto.—Então, pequena. Até que enfim vai nos entregar seu filho.—Esperava por você.

Ele sorriu.—Já estou aqui.—Pode sentí-lo? Está tocando ele, se assegurando de que está bem pararespirar sosinho? — ela olhava ansiosamente de Francesca a Gregori e suasmãos seguravam firmemente em Jacques.

A seu redor podia ouvir o canto do nascimento e o formoso som quaseapagava seus medos. Quase.—Examinou-o em busca de poluentes, Gregori? Está seguro de que seusangue é forte?—Fiz tudo isso e está tudo bem. Entregue-nos ele e depois poderá descansar.Esteve se preocupando muito. Deixe-lhe vir para que possa lhe sustentar emseus braços.

O olhar fixo dela manteve o olhar prateado, que lhe dirigiu outroassentimento de ânimo.—Confia em mim, MA petite. Confie em nossa gente e em seu companheiro.Solte-o.

Ela virou a cabeça e levantou o olhar para Jacques.—Amo você. Aconteça o que acontecer, não importa. Amo você e nuncalamentei, nem um só momento.

Ele piscou para conter as lágrimas e se moveu para que ela pudesseseguir olhando seus olhos. Mente a mente, estenderam-se para seu filho.Tomaram fôlego e ela empurrou, sem afastar o olhar de sua âncora, DeJacques, o amor de sua vida.—Alto. Isso, está bem. Respira, Shea. Ele está olhando ao redor. Dê umaolhada. Está excitado para ver seu novo mundo. - Animou Francesca.—Ainda não. Me diga que está respirando e que é sadio. - Ofegou Shea,ainda obstinada à mente de Jacques, temendo que se o soltasse, se derrubariade medo por seu filho.

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—Empurra novamente. - Instruiu Gregori. O bebê escorregou até suas mãos e ele embalou o menino contra ele,

abandonando imediatamente seu próprio corpo para examinarconscientemente o menino à maneira de sua gente.

Francesca pinçou o cordão umbilical e Jacques o cortou, separando amãe de seu filho.

O silêncio caiu na caverna. As chamas das velas titilavam sobre osrostos, enquanto todos permaneciam quietos, esperando.

De repente, um chiado fendeu o ar.Gregori sorriu para Shea, segurando o bebê no alto, para o príncipe.

—Dêem as boas vindas a nosso mundo, a nosso membro mais recente. Umfilho por todos apreciado.

Mikhail se adiantou e pousou sua mão sobre a cabeça do menino.—Um menino muito saudável. Não podia ser mais formoso. Bem-vindo,filho. Sobrinho e guerreiro. Sua vida está ligada a nossas vidas para sempre.Vivemos como um e morreremos do mesmo modo. Quando a gente nasce écausa de celebração para todos e quando um morte, todos sentimos a perda. Éirmão. É Cárpato. É uma honra e um privilégio te dar as boas vindas.

Gregori sustentou o menino sobre sua cabeça e uma alegriaensurdecedora atravessou a câmara de parto. Virou lenta e gentilmente ecolocou o infante nos braços de sua mãe. Ela baixou o olhar para o rostinhode seu filho, com lágrimas nos olhos e uma mão obstinada a de Jacques. —É tão lindo. Olhe-o, Jacques. Olhe o que fizemos.

Jacques se inclinou para lhe beijar o rosto, provando suas lágrimas comos lábios. Lágrimas de felicidade.—É perfeito, Shea.

Mikhail abraçou Raven com o braço e percorreu a caverna com o olhar,observando os rostos felizes de sua gente. Mesmo Dimitri que havia voltadopara conseguir dar uma olhada no bebê. Muitos dos guerreiros companheirasse estavam mais perto, desejando ver a causa do por que estavam a tantosséculos lutando. Estavam juntos novamente após tantos anos e tanta luta.Beijou sua companheira, a felicidade o atravessava.—Temos muito a celebrar, Raven. E tudo está aqui mesmo, nesta câmara.Não só estamos celebrando a vida, mas também a esperança. Novamente háesperança para nossa gente.

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FIM

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