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    Curso Mdio de Teologia

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    FACULDADE INTERNACIONAL DE TEOLOGIA

    DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

    CURSO MDIO DE TEOLOGIA

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    MATRIAS:01 HERMENUTICA

    02 - GEOGRAFIA DE ISRAEL03 - ARQUEOLOGIA BBLICA04 - SEITAS E HERESIAS05 - O CULTO BBLICO06 - HISTRIA DA IGREJA CRIST07 - FORMAS DE ORGANIZAO DA IGREJA

    08 - MINISTRIOS ECLESISTICOS09 - A ESCOLA BIBLICA DOMINICAL00 - DISCIPULADO

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    01 - HERMENUTICA

    INTRODUO

    Hermenutica a cincia e a arte que estuda a interpretao da Bblia. Cincia porque estabelece regras

    positivas e invariveis; arte porque suas regras so prticas. A Bblia Sagrada diferente de qualquer outrolivro secular. Ela contm o Livro e a Mensagem! Como livro, ela contm 39 no Antigo Testamento, e 27 noNovo Testamento. Como mensagem, ela a Palavra de Deus. Suas escrituras so compostas de histrias,profecias, poesias, enigmas, parbolas, romances, figuras e biografias.

    As principais cincias auxiliam no estudo das Escrituras:

    A hermenutica, que procura descobrir o sentido exato das palavras e dos textos.

    A crtica textual, que se prope a determinar a exatido das palavras e dos textos.

    A exegese, que a aplicao prtica da hermenutica e da crtica textual.

    As principais leis da Hermenutica que auxiliam na interpretao das Escrituras:Lei do Contexto

    A parte que vem antes ou depois do texto. Diz-se que no se deve interpretar um texto sem o auxlio docontexto, para no se fazer um pretexto: Lc 19:28-44; At 8:30-31; Is 53:7.

    Lei do Texto ParaleloUm texto deve ser auxiliado na sua interpretao utilizando o mesmo assunto que ocorre em outras partesdas Escrituras Sagradas: Jo 19:18; Mc 15:27; Mt 27:38; Lc 23:39-43.

    Lei da Autoria do TextoOs diferentes autores da Bblia viveram em tempos, culturas, situaes sociais e regies diferentes. Portanto,a forma de apresentao de um determinado texto para um povo que vivia situaes diferentes, deve sercomparado com outros em tempo ou forma remota: Ef 5:22-27; I Pe 2:5-10; Ct 8:5-10.

    Lei da Interpretao do Texto

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    A interpretao do texto aquilo que a passagem quer dizer no tempo, no espao e nas circunstncias queforam escritas. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21:6); o simbolismo busca o que a figura querdizer (Ap 3:20).

    Lei da Aplicao do Texto

    Um mesmo texto pode ser aplicado a pessoas ou cls vivendo pocas ou situaes geogrficas diferentes: Mt13:24-30.

    Lei da Implicao do TextoNum sentido filosfico, pode se dizer que uma pessoa geme porque est doente. Ai est a lei da implicao a manifestao patente do latente. Se uma pessoa tem seu rosto plcido porque o corao est alegre.Como o batismo no Esprito Santo biblicamente evidenciado pelo crente falar em outras lnguas, assim s sepode profetizar os que receberam, de igual forma, a virtude desse Esprito: Mt 13:25; Ap 3:18-20.

    Sempre tenha em sua mente as regras da s Hermenutica(interpretao literal-gramatical-histrica, dentro da dispensao e dentro do contexto textual e histrico).

    Em ltima instncia, todas as diferenas teolgicas entre os crentes recaem em Como interpretar a Palavrade Deus?

    Basicamente, h apenas 2 mtodos de interpretao da Bblia:- Mtodo alegrico: Cada pessoa atribui o sentido que preferir s palavras de Deus, de modo que a autoridadefinal fica sendo o homem, e no Deus!

    - Mtodo literal-gramatical-histrico: " Quando o sentido simples da Escritura faz senso comum, noprocure nenhum outro sentido; portanto, tome cada palavra no seu significado literal - usual -ordinrio - primrio, a no ser que os fatos do contexto imediato, estudados luz de passagensrelacionadas e de verdades axiomticas e fundamentais, claramente indiquem o contrrio." (D. L.Cooper).

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    Obviamente, a interpretao literal-gramatical-histrica tem espao para linguagem figurada-potica ("Eu soua porta", "os montes ... rompero em cntico ... as rvores ... batero palmas", etc.), de significado bvio eindiscutvel, s no tem espao para alegorismo (associar leo Inglaterra, confundir Israel e a Igreja, etc.).

    Algumas chaves para o entendimento das Escrituras:

    - Ser salvo 1 Co 2:14;Ora, o homem natural no compreende as coisas do Esprito de Deus, porque lheparecem loucura; e no pode entend-las, porque elas se discernem espiritualmente.

    - Ler (estudar, conferir) diariamente At 17:11; Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam emTessalnica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisaseram assim.- Interpretar literalmente (em harmonia com contexto e passagens correlatas) 2Pd 1:20; Sabendo

    primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura de particular interpretao.

    - Saber dividir as Escrituras (que dispensao? dirigido a quem? dito por quem? etc.) 2Tm 2:15; Procuraapresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que no tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavrada verdade.

    - Comparar Escritura com Escritura 1Co 2:13; As quais tambm falamos, no com palavras de sabedoriahumana, mas com as que o Esprito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.

    - Aplicar (por em prtica); e pregar At 8:35. Ento Filipe, abrindo a sua boca, e comeando nesta Escritura,lhe anunciou a Jesus.Sempre lembre as 10 regras bsicas abaixo:

    - Algumas profecias foram condicionais (eg: Jonas, para Nnive);- Profetas falam do futuro como se fosse presente ou passado;

    - Lei dos Picos: um trecho pode dar a viso de 2 picos e esconder 1 vale entre eles (eg: Is 61:1-2; Jl2:28-32);

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    O esprito do Senhor DEUS est sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aosmansos; enviou-me a restaurar os contritos de corao, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de

    priso aos presos; A apregoar o ano aceitvel do SENHOR e o dia da vingana do nosso Deus; a consolartodos os tristes;

    E h de ser que, depois derramarei o meu Esprito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhasprofetizaro, os vossos velhos tero sonhos, os vossos jovens tero vises. E tambm sobre os servos esobre as servas naqueles dias derramarei o meu Esprito. E mostrarei prodgios no cu, e na terra, sangue efogo, e colunas de fumaa. O sol se converter em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande eterrvel dia do SENHOR. E h de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR ser salvo; porque nomonte Sio e em Jerusalm haver livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes,aqueles que o SENHOR chamar.

    - Lei do Duplo Cumprimento: profecias podem ser cumpridas duplamente, a 1a. vez num sentidomenor e incompleto (eg: a destruio de Jerusalm no ano 70) e a 2a. vez num sentido maior e completo

    (eg: a Grande Tribulao);

    - Lei da 1a. Referncia: o sentido smbolo, na Bblia, constantemente o da sua 1a. ocorrncia (eg:fermento sempre mal, pecado, hipocrisia, e isto explica a parbola do fermento, em Mt 13);

    - Lei da Recapitulao: passagens sucessivas podem ser recapitulaes, repeties de um mesmo fatosob diferentes nfases e pontos de vista (eg: os 4 evangelhos; os sonhos de fara; Gn 1:1 e os outros relatosda criao Gn 1:2-31 e 2:4-25; os 7 selos + 7 trombetas + 7 taas de Apocalipse., etc.);- Nunca alicerce uma doutrina apenas sobre smbolos, tipos, parbolas, etc. E no procure explicartodos os seus detalhes, mas s os principais. E use-os no para inventar, mas sim para ilustrardoutrinas, j

    bem estabelecidas em trechos claros, literais, explcitos

    - Sempre use os textos explcitos-claros-ordem para explicar os implcitos-escuros-exemplo. Nouse estes para torcer e anular aqueles;

    - Tudo o que foi cumprido at hoje o foi literalmente. Por que supor que no mais o ser?

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    - Siga estas regras e siga o princpio de Sola Scriptura, sem se curvar demais aos comentrios aosgrandes (do passado e, ainda mais, de hoje).

    1. Sempre Tenha as Perguntas Chave em Sua Mente

    Eis algumas perguntas que se deve ter em mente ao ler cada pargrafo da Bblia:

    A. Quem est falando estas palavras neste verso? Deus Pai/Filho/Esprito Santo? um profeta de Deusprofetizando em nome de Deus? um anjo de Deus? um crente, sincero mas no inspirado? umdescrente? um demnio?

    B. Para quem as palavras deste pargrafo foram ditas? Para judeus na Dispensao da Lei? Para crentesda dispensao da Igreja? Para a Tribulao? Para o Milnio?

    C. No captulo de hoje, qual versculo mais tocou meu corao, minha vida? Sublinhe-o.

    D. Qual a idia principal do captulo?

    E. O que o captulo ensina a respeito de CRISTO? (Ele sempre ser o centro de tudo).

    F. H um exemplo que devo seguir?

    G. H um erro que devo evitar?

    H. H alguma tarefa que devo realizar?

    I. H alguma promessa da qual me devo apropriar (isto , crer)?J. H algum pecado que devo confessar?

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    2. Sempre Tenha um Plano de Estudo Definido

    A. Estude uma palavra, o mais profundamente que puder. Usando um concordncia, procure uma palavra eveja as vrias maneiras como usada na Bblia. Por exemplo: a palavra corao d um estudo muitointeressante. Podemos notar dez tipos de coraes. Leia estes versculos e diga os tipos de coraes que

    achar:

    Referncia Texto Tipo de corao

    Mat 5:8 Bem-aventurados os limpos de corao, porque eles vero a Deus; limpo

    Tia 4:8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegar a vs. Alimpai as mos, pecadores; e, vs deduplo nimo, purificai os coraes.

    purificado

    Mar 10:5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos coraes vos deixou eleescrito esse mandamento;

    duro

    Luc 24:25 E ele lhes disse: O nscios, e tardos de corao para crer tudo o que os profetasdisseram!

    tardo

    Sal 57:7 Preparado est o meu corao, Deus, preparado est o meu corao; cantarei, edarei louvores.

    preparado (paraservir e louvar)

    Jer 17:9 Enganoso o corao, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o

    conhecer?

    enganoso

    Jer 20:9 Ento disse eu: No me lembrarei dele, e no falarei mais no seu nome; mas issofoi no meu corao como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estoufatigado de sofrer, e no posso mais.

    ardente

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    Eze 18:31 Lanai de vs todas as vossas transgresses com que transgredistes, e fazei-vosum corao novo e um esprito novo; pois, por que razo morrereis, casa deIsrael?

    novo

    Observao: Acima de tudo, o Esprito Santo ser seu professor, voc pondo muito tempo, muito esforo,muita orao, e muita submisso no estudo da Palavra. Depois disto, uma boa CONCORDNCIA a melhorcoisa que pode usar (se quiser e tiver uns rudimentos de Grego e Hebraico, use uma concordncia nestesidiomas, como Strong`s [faz parte da Online Bible], mas isto no realmente necessrio se voc tiver umaconcordncia exaustiva de uma fiel traduo da Palavra de Deus (Textos Massortico + Receptus)). No dmuito crdito aos Pais da Igreja (geralmente foram hereges em muitas reas!), nem a comentrios, nemaos super-intelectuais.

    B. Estude uma doutrina, o mais profundamente que puder. Descubra tudo o que puder sobre doutrinas taiscomo; orao, inspirao, salvao, santificao e assim por diante.

    C. Estude captulos e livros da Bblia, o mais intensamente que puder (seqencialmente, captulo porcaptulo e verso por verso; Este o melhor, mais equilibrado mtodo, que lhe trar maiores benefciosespirituais a voc e igreja onde voc prega ou ensina, o mtodo que deve ser preferido a maior parte dotempo). Comece escolhendo um livro curto, tal como Glatas. Use o seguinte plano com cada captulo:

    * Descubra a idia principal do captulo. D ao captulo um ttulo, usando suas prprias palavras.

    * Faa um esboo do captulo, da maneira que achar que ele se desenvolve em torno da idia principal.

    * Descubra e sublinhe o versculo-chave do captulo.

    * Faa uma lista do que o captulo ensina sobre CRISTO.

    * Faa uma lista das maneiras em que o captulo se aplica sua vida.

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    Como dever de casa, leia o livro de Filipenses e prepare um estudo, usando o plano dado acima. Escreva suasrespostas numa folha parte, uma folha por captulo.

    D. S use estes 3 mtodos.Nunca leia e estude aleatoriamente (onde a minha mo abrir), ou s assuntossensacionalistas, ou s devocionais gua com acar, ou s parapoder defender a f, etc. Pior, no deixe

    de estudar com todo corao; Pior ainda, no deixe de estudar regularmente, a cada dia.

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    02 - GEOGRAFIA DE ISRAEL

    A rea de Israel, dentro das fronteiras e linhas de cessar-fogo, inclusive os territrios sob o auto-governopalestino, de 27.800 km2. Com sua forma longa e estreita, o pas tem cerca de 470 km de comprimento emede 135 km em seu ponto mais largo. Limita-se com o Lbano ao norte, a Sria a nordeste, a Jordnia a

    leste, o Egito a sudoeste e o Mar Mediterrneo a oeste.A distncia entre montanhas e plancies, campos frteis e desertos, pode ser coberta em poucos minutos. Alargura do pas, entre o Mar Mediterrneo a oeste e o Mar Morto, a leste, pode ser cruzada de carro em cercade 90 minutos; e a viagem desde Metula, no extremo norte, a Eilat, o ponto mais meridional, leva umas seishoras.

    Aspectos Geogrficos Israel pode ser dividido em quatro regies geogrficas: trs faixas paralelas que corremde norte a sul e uma vasta zona, quase toda rida, na metade sul do pas.

    A plancie costeira paralela ao Mediterrneo, formada por uma faixa arenosa junto ao mar, flanqueada por

    terrenos frteis que avanam at 40 km em direo ao interior do pas. No norte, extenses de praia arenosaso s vezes pontuadas por calcrio entalhado e rochedos de arenito. Na plancie costeira vive mais dametade dos 5,5 milhes de habitantes de Israel e nela se situam os principais centros urbanos, portos paranavios de grande calado, a maior parte da indstria do pas e grande parte de sua agricultura e instalaestursticas.

    Vrias cadeias de montanhas acompanham o comprimento do pas. No nordeste encontra-se o Planalto doGolan, com suas rochas de basalto, testemunhas de erupes vulcnicas no passado distante, que se erguecomo uma parede ngreme a contemplar o Vale do Hula. As montanhas da Galilia, em sua maioria compostasde rocha calcrea branda e dolomita, atingem altitudes entre 500 e 1.200 m acima do nvel do mar. Pequenos

    crregos perenes e um ndice pluviomtrico relativamente elevado mantm a cor verde da regio durantetodo o ano. Os habitantes da Galilia e do Golan, cerca de 17% da populao de Israel, trabalham sobretudoem agricultura, atividades tursticas e indstria leve.

    O Vale do Jezreel, entre as montanhas da Galilia e da Samaria, a regio agrcola mais rica de Israel,cultivado por muitas comunidades cooperativas (kibutzim e moshavim). As colinas arredondadas da Samaria e

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    Judia apresentam um mosaico de cumes rochosos e vales frteis, pontilhados de pomares de velhas oliveirasverde-prata. As encostas aterraadas, lavradas por agricultores em tempos imemoriais, incorporaram-se paisagem natural. A populao se concentra principalmente em pequenos centros urbanos e grandes aldeias.

    O Neguev, que constitui cerca da metade da superfcie de Israel, habitado apenas por 8% da populao,

    concentrada em sua regio setentrional. A economia se baseia sobretudo em agricultura e indstria. Mais parao sul, o Neguev se torna uma zona rida, caracterizada por pequenas colinas e plancies de arenito, cortadaspor vrias gargantas e wadis, nos quais as chuvas hibernais causam freqentemente sbitas torrentes.Prosseguindo para o sul, a paisagem d lugar a uma rea de cumes rochosos desnudos, crateras, elevadosplats de clima seco e altas montanhas. Trs crateras erosivas, a maior das quais com 8 km de largura e 35km de comprimento, cortam profundamente a crosta terrestre, apresentando rica variedade de cores e tiposde rochas. Na ponta sul do Neguev, prximo a Eilat e ao Mar Vermelho, agudas elevaes de granito cinza evermelho so cortadas por gargantas secas e rochedos ngremes, cujas camadas de arenito resplandecem luz do sol.

    O Vale do Jordo e o Arav, que acompanham o comprimento do pas na fronteira oriental, so parte daFenda Srio-Africana, que dividiu a crosta terrestre h milhes de anos. Sua rea setentrional extremamentefrtil, ao passo que o sul semi-rido. Agricultura, pesca, indstria leve e turismo so as principais atividadeseconmicas da regio. O Rio Jordo, que corre de norte a sul atravs desta fenda, desce mais de 700 m noseu curso de 300 km. Alimentado por regatos que descem do Monte Hermon, ele atravessa o frtil vale doHula at o Lago Kineret (Mar da Galilia), continuando a serpentear atravs do vale do Jordo at desembocarno Mar Morto. Embora se avolume durante a estao chuvosa no inverno, o rio , de modo geral, estreito epouco profundo.

    O Lago Kineret, aninhado entre as montanhas da Galilia e o Planalto do Golan, situa-se a 212 m abaixo do

    nvel do mar, tendo 8 km de largura e 21 km de comprimento. o maior lago de Israel e seu principalreservatrio de gua potvel. Ao longo da costa do Kineret h locais de importncia histrica e religiosa, assimcomo colnias agrcolas, empresas de pesca e pontos de atrao turstica.

    O Arav, a savana de Israel, inicia-se ao sul do Mar Morto e se estende at o Golfo de Eilat. Apesar de suascondies climticas - um ndice pluviomtrico mdio de menos de 25 mm e temperaturas que chegam a 40

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    no vero - a so cultivadas frutas e verduras fora da estao, sobretudo para exportao, graas ao uso desofisticadas tcnicas agrcolas. O Golfo sub-tropical de Eilat famoso por suas guas azuis profundas, seusrecifes de coral e a extica fauna martima.

    O Mar Morto

    o ponto mais baixo da Terra, cerca de 400 m abaixo do nvel do mar, situa-se ao sul do Vale do Jordo. Suasguas, que tm o mais alto grau de salinidade e densidade do mundo, so ricas em potssio, magnsio ebromo, assim como em sal de cozinha e sais industriais. O ritmo natural de recuo do Mar Morto acelerou-senos ltimos anos, devido a uma taxa muito alta de evaporao (1,6 m por ano), e a vrios projetos de desvioem alta-escala realizados por Israel e pela Jordnia, para atender s suas necessidades de gua, o que causoua reduo de 75% da descarga de gua. Em conseqncia, o nvel do Mar Morto baixou em cerca de 10,6 mdesde 1960. Um projeto de ligao do Mar Morto com o Mar Mediterrneo atravs de um canal e sistema detubulao, que poder devolver ao Mar Morto suas dimenses e nvel naturais, est sendo considerado.

    Clima

    O clima de Israel varia do temperado ao tropical, com muito sol. H duas estaes distintas predominantes: oinverno chuvoso, de novembro a maio, e um vero seco nos seis outros meses. As chuvas so relativamenteabundantes no norte e centro do pas, bem mais raras no norte do Neguev e quase inexistentes no extremosul. As condies regionais so bastante variadas, com veres midos e invernos amenos na regio costeira;veres secos e invernos moderadamente frios nas montanhas; veres quentes e secos e invernos agradveisno Vale do Jordo; e condies de clima semi-desrtico o ano todo no Neguev. A situao do clima variadesde a neve ocasional nas regies elevadas, no inverno, a dias de temperatura extremamente alta, porcausa de ventos secos e quentes, que sopram periodicamente no outono e primavera.

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    03 - ARQUEOLOGIA BBLICA

    A Natureza e o Propsito da Arqueologia Bblica.

    A palavra arqueologia vem de duas palavras gregas, archaios e logos, que significam literalmente um estudodas coisas antigas. No entanto, o termo se aplica, hoje, ao estudo de materiais escavados pertencentes aeras anteriores. A arqueologia bblica pode ser definida como um exame de artefatos antigos outrora perdidose hoje recuperados e que se relacionam ao estudo das Escrituras e caracterizao da vida nos temposbblicos.

    A arqueologia basicamente uma cincia. O conhecimento neste campo se obtm pela observao e estudosistemticos, e os fatos descobertos so avaliados e classificados num conjunto organizado de informaes. Aarqueologia tambm uma cincia composta, pois busca auxlio em muitas outras cincias, tais como aqumica, a antropologia e a zoologia.

    Naturalmente, alguns objetos de investigao arqueolgica (tais como obeliscos, tempos egpcios e o Partenonem Atenas) jamais foram perdidos, mas talvez algum conhecimento de sua forma e/ou propsito originais,bem como o significado de inscries neles encontradas, tenha se perdido.

    Funes da Arqueologia Bblica

    A arqueologia auxilia-nos a compreender a Bblia. Ela revela como era a vida nos tempos bblicos, o quepassagens obscuras da Bblia realmente significam, e como as narrativas histricas e os contextos bblicosdevem ser entendidos.

    A Arqueoloia tambm ajuda a confirmar a exatido de textos bblicos e o contedo das Escrituras. Ela temmostrado a falsidade de algumas teorias de interpretao da Bblia. Tem auxiliado a estabelecer a exatidodos originais gregos e hebraicos e a demonstrar que o texto bblico foi transmitido com um alto grau deexatido. Tem confirmado tambm a exatido de muitas passagens das Escrituras, como, por exemplo,afirmaes sobre numerosos reis e toda a narrativa dos patriarcas.

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    No se deve ser dogmtico, todavia, em declaraes sobre as confirmaes da arqueologia, pois ela tambmcria vrios problemas para o estudante da Bblia. Por exemplo: relatos recuperados na Babilnia e na Sumriadescrevendo a criao e o dilvio de modo notavelmente semelhante ao relato bblico deixaram perplexos oseruditos bblicos. H ainda o problema de interpretar o relacionamento entre os textos recuperados em RasShamra (uma localidade na Sria) e o Cdigo Mosaico. Pode-se, todavia, confiantemente crer que respostas a

    tais problemas viro com o tempo. At o presente no houve um caso sequer em que a arqueologia tenhademonstrado definitiva e conclusivamente que a Bblia estivesse errada!

    Por Que Antigas Cidades e Civilizaes Desapareceram

    Sabemos que muitas civilizaes e cidades antigas desapareceram como resultado do julgamento de Deus. ABblia est repleta de tais indicaes. Algumas explicaes naturais, todavia, tambm devem ser brevementeobservadas.

    As cidades eram geralmente construdas em lugares de fcil defesa, onde houvesse boa quantidade de gua e

    prximo a rotas comerciais importantes. Tais lugares eram extremamente raros no Oriente Mdio antigo.Assim, se alguma catstrofe produzisse a destruio de uma cidade, a tendncia era reconstruir na mesmalocalidade. Uma cidade podia ser amplamente destruda por um terremoto ou por uma invaso. Fome oupestes podiam despovoar completamente uma cidade ou territrio. Nesta ltima circunstncia, os habitantespoderiam concluir que os deuses haviam lanado sobre o local uma maldio, ficando assim temerosos devoltar. Os locais de cidades abandonadas reduziam-se rapidamente a runas. E quando os antigos habitantesvoltavam, ou novos moradores chegavam regio, o hbito normal era simplesmente aplainar as runas econstruir uma nova cidade. Formava-se, assim, pequenos morros ou taludes, chamados de tell, com muitascamadas superpostas de habitao. s vezes, o suprimento de gua se esgotava, rios mudavam de curso,vias comerciais eram redirecionadas ou os ventos da poltica sopravam noutra direo - o que resultava no

    permanente abandono de um local.A Escavao de um Stio Arqueolgico

    O arquelogo bblico pode ser dedicar escavao de um stio arqueolgico por vrias razes. Se o talude queele for estudar reconhecidamente cobrir uma localidade bblica, ele provavelmente procurar descobrir as

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    camadas de ocupaes relevantes narrativa bblica. Ele pode estar procurando uma cidade que se sabe terexistido mas ainda no foi positivamente identificada. Talvez procure resolver dvidas relacionadas propostaidentificao de um stio arqueolgico. Possivelmente estar procurando informaes concernentes apersonagens ou fatos da histria bblica que ajudaro a esclarecer a narrativa bblica.

    Uma vez que o escavador tenha escolhido o local de sua busca, e tenha feito os acordos necessrios (incluindopermisses governamentais, financiamento, equipamento e pessoal), ele estar pronto para comear aoperao. Uma explorao cuidadosa da superfcie normalmente realizada em primeiro lugar, visando sabero que for possvel atravs de pedaos de cermica ou outros artefatos nela encontrados, verificar se certaconfigurao de solo denota a presena dos resto de alguma edificao, ou descobrir algo da histria daquelelocal. Faz-se, sem seguida, uma mapa do contorno do talude e escolhe-se o setor (ou setores) a ser (em)escavado (s) durante uma sesso de escavaes. Esses setores so geralmente divididos em subsetores deum metro quadrado para facilitar a rotulao das descobertas.

    A Arqueologia e o Texto da Bblia

    Embora a maioria das pessoas pense em grandes monumentos e peas de museu e em grandes feitos de reisantigos quando se faz meno da arqueologia bblica, cresce o conhecimento de que inscries e manuscritostambm tm uma importante contribuio ao estudo da Bblia. Embora no passado a maior parte do trabalhoarqueolgico estivesse voltada para a histria bblica, hoje ela se volta crescentemente para o texto da Bblia.

    O estudo intensivo de mais de 3.000 manuscritos do N.T. grego, datados do segundo sculo da era cristo emdiante, tem demonstrado que o N.T. foi notavelmente bem preservado em sua transmisso desde o terceirosculo at agora. Nem uma doutrina foi pervertida. Westcott e Hort concluram que apenas uma palavra emcada mildo N.T. em grego possui uma dvida quanto sua genuinidade.

    Uma coisa provar que o texto do N.T. foi notavelmente preservado a partir do segundo e terceiro sculos;coisa bem diferente demonstrar que os evangelhos, por exemplo, no evoluram at sua forma presente aolongo dos primeiros sculos da era crist, ou que Cristo no foi gradativamente divinizado pela lenda crist.Na virada do sculo XX uma nova cincia surgiu e ajudou a provar que nem os Evangelhos e nem a visocrist de Cristo sofreram evolues at chegarem sua forma atual. B. P. Grenfell e A. S. Hunt realizaram

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    escavaes no distrito de Fayun, no Egito (1896-1906), e descobriram grandes quantidades de papiros, dandoincio cincia da papirologia.

    Os papiros, escritos numa espcie de papel grosseiro feito com as fibras de juncos do Egito, incluam umagrande variedade de tpicos apresentados em vrias lnguas. O nmero de fragmentos de manuscritos que

    contm pores do N.T. chega hoje a 77 papiros. Esses fragmentos ajudam a confirmar o texto feralencontrado nos manuscritos maiores, feitos de pergaminho, datados do quarto sculo em diante, ajudandoassim a forma uma ponte mais confivel entre os manuscritos mais recentes e os originais.

    O impacto da papirologia sobre os estudos bblicos foi fenomenal. Muitos desses papiros datam dos primeirostrs sculos da era crist. Assim, possvel estabelecer o desenvolvimento da gramtica nesse perodo, e,com base no argumento da gramtica histrica, datar a composio dos livros do N.T. no primeiro sculo daera crist. Na verdade, um fragmento do Evangelho de Joo encontrado no Egito pode ser paleograficamentedatado de aproximadamente 125 AD! Descontado um certo tempo para o livro entrar em circulao, deve-seatribuir ao quarto Evangelho uma data prxima do fim do primeiro sculo - exatamente isso que a tradio

    crist conservadora tem atribudo a ele. Ningum duvida que os outros trs Evangelhos so um poucoanteriores ao de Joo. Se os livros do N.T. foram produzidos durante o primeiro sculo, foram escrito bemprximo dos eventos que registram e no houve tempo de ocorrer qualquer desenvolvimento evolutivo.

    Todavia, a contribuio dessa massa de papiros de todo tipo no pra a. Eles demonstram que o grego doN.T. no era um tipo de linguagem inventada pelos seus autores, como se pensava antes. Ao contrrio, era,de modo geral, a lngua do povo dos primeiros sculos da era crist. Menos de 50 palavras em todo o N.T.foram cunhadas pelo apstolos. Alm disso, os papiros demonstraram que a gramtica do N.T. grego era deboa qualidade, se julgada pelos padres gramaticais do primeiro sculo, no pelos do perodo clssico dalngua grega. Alm do mais, os papiros gregos no-bblicos ajudaram a esclarecer o significado de palavras

    bblicas cujas compreenso ainda era duvidosa, e lanaram nova luz sobre outras que j eram bementendidas.

    At recentemente, o manuscrito hebraico do A.T. de tamanho considervel mais antigo era datadoaproximadamente do ano 900 da era crist, e o A.T. completo era cerca de um sculo mais recente. Ento, nooutono de 1948, os mundos religioso e acadmico foram sacudidos com o anncio de que um antigo

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    manuscrito de Isaas fora encontrado numa caverna prxima extremidade noroeste do mar Morto. Desdeento um total de 11 cavernas da regio tm cedido ao mundo os seus tesouros de rolos e fragmentos.Dezenas de milhares de fragmentos de couro e alguns de papiro forma ali recuperado. Embora a maior partedo material seja extrabblico, cerva de cem manuscritos (em sua maioria parciais) contm pores dasEscrituras. At aqui, todos os livros do A.T., exceto ster, esto representados nas descobertas. Como se

    poderia esperar, fragmentos dos livros mais freqentemente citados no N.T. tambm so mais comuns emQumran (o local das descobertas). Esses livros so Deuteronmio, Isaas e Salmos. Os rolos de livros bblicosque ficaram melhor preservados e tm maior extenso so dois de Isaas, um de Salmos e um de Levtico.

    O significado dos Manuscritos do Mar Morto tremendo. Eles fizeram recuar em mais de mil anos a histria dotexto do A.T. (depois de muito debate, a data dos manuscritos de Qumran foi estabelecida como os primeirossculos AC e AD). Eles oferecem abundante material crtico para pesquisa no A.T., comparvel ao de que jdispunham h muito tempo os estudiosos do N.T. Alm disso, os Manuscritos do Mar Morto oferecem umreferencial mais adequado para o N.T., demonstrando, por exemplo, que o Evangelho de Joo foi escritodentro de um contexto essencialmente judaico, e no grego, como era freqentemente postulado pelos

    estudiosos. E ainda, ajudaram a confirma a exatido do texto do A.T. A Septuaginta, comprovaram osManuscritos do Mar Morto, bem mais exata do que comumente se pensa. Por fim, os rolos de Qumran nosofereceram novo material para auxiliar na determinao do sentido de certas palavras hebraicas.

    Adaptado do Artigo Archeology de Howard F. Vos, publicado no Wycliffe Bible Commentary

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    04 - SEITAS E HERESIAS

    Conceito: Uma seita qualquer grupo que se afasta do ensino da Palavra de Deus para divulgar suas prpriasidias religiosas.

    Algumas Caractersticas Comum nas Seitas : Jesus no o centro das atenes.Normalmente as seitas possuem outros deuses ou profetas e acabam colocando Cristo em segundo plano.Tem outras fontes doutrinrias alm da Bblia e crem apenas em partes da Bblia; consideram inspirados osescritos dos seus fundadores e os colocam no mesmo nvel da Bblia. * Dizem serem os nicos certos.Geralmente ensinam o homem a desenvolver sua prpria salvao.

    "HERESIAS E SEITAS"

    O mesmo esprito religioso que est por detrs de cultos como o islamismo, o animismo (adorao deespritos, englobando todas as formas de umbanda), o espiritismo e outras manifestaes religiosas, est

    tambm por detrs de todas as seitas e heresias que surgiram no meio da Igreja no decorrer da histria. Naverdade, o diabo especialista em variar suas armas no ataque contra a Igreja.

    A diferena entre o paganismo e o cristianismo fcil de ser detectada, mas o mesmo no acontece entre ocristianismo verdadeiro e alguns movimentos herticos. Nosso interesse aqui no formar um painel acercadas religies que atuam ou atuaram no mundo, mas analisar principalmente algumas heresias e seitas quesurgiram no meio da Igreja. Para isso, precisamos compreender primeiramente a diferena entre "heresia" e"seita".

    HERESIA

    A palavra "heresia" vem do termo grego "hairesis". Essa palavra empregada no Novo Testamento com doissentidos principais: (1) seita, no sentido de faco ou partido, um corpo de partidrios de determinadasdoutrinas (veja At 5:17; 15:5; 24:5; 26:5; 28:22); e (2) opinio contrria doutrina prevalecente, de cujoponto de vista considerada heresia (veja 2 Pe 2:1). 1 Co 11:19; Gl 5:20

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    Nestes dois textos, o termo haireseis procura definir a atividade facciosa ou partidria. No primeiro, o sentidonegativo do termo "partidos" esclarecido pelo contexto: os aprovados so aqueles que no tomam parte nos"partidos".No segundo, traduzido como "faces".

    SEITA

    Podemos compreender melhor o que so seitas se, em primeiro lugar, verificarmos qual a diferena entre"seita" e "heresia"."Por definio, um herege um cristo professo que est errado com relao a alguma verdade particular, aopasso que o ponto essencial quanto s seitas que elas absolutamente no so crists, e sim contrafaes docristianismo.

    "Em seu sentido mais genrico, seita "devoo a uma pessoa ou coisa particular, dedicada por umacorporao de adeptos".

    Esta definio est na raiz de termos como "sectarismo", e por esse ngulo tanto um partido poltico comouma torcida organizada de futebol poderiam ser classificados como "seita".

    Em nosso estudo, no entanto, estamos interessados em estud-las de uma perspectiva crist e, nesse prisma,as seitas aparecem invariavelmente como falsificaes da f crist. Podemos dizer que as seitas, em suamaior parte, so o produto final das heresias, ou seja, o resultado da fermentao hertica na massa daigreja.

    Nem toda heresia culmina na formao de uma seita, mas toda seita possui em seu sistema elementos

    herticos.

    PRINCIPAIS SEITAS E RELIGIES

    BUDISMO - Sidarta Gautama

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    O Prncipe Gautama, tambm conhecido como BUDA, fundou o "Budismo"por volta do sc. V a.C. Diz atradio que seu nascimento ocorreu por volta de 560 a.C. e o mesmo foi concebido com 40 dentes dizendo"Sou Senhor do Mundo"; e que seu pai, o Rei Suddhodana da ndia, queria evitar que o filho tivesse contatocom o sofrimento do Mundo, o isolando no Castelo, at que ele saiu.

    CONFUCIONISMO - K'Ong Fu-Tse (Confcio)Nasceu em Lu, na China, por volta do sc. V a.C. Disse ter obtido a Graa Celeste pois sua me quandogestante peregrinou montanha Ni-Kieou, onde a vegetao se abriu e ela encontrou os 05 elementos, asaber: madeira, fogo, terra, metal, gua; considerados popularmente como os responsveis pela vida terrena;e encontrou tambm um unicrnio. Confcio tentou anos chegar ao poder. Era sempre ouvido mas nuncaconseguia.

    TAOSMO - Lao-TseNasceu na China, na provncia de Honan; segundo a tradio chinesa, veio com o nome de Li Erh (Lao-Tsesignifica "velho filsofo") por volta de 604 a.C.; "Tao" significa "caminho". Consta a Histria que ele encontrou

    seu contemporneo Confcio e o repreendeu por sua vaidade e ambio. Lao-Tse criou o Tao Teh-King, que a "Bblia"dos taostas.

    ISLAMISMO - Abulgasin Mohammad (Maom)Fundado por Maom na antiga Arbia Saudita, um rfo que nasceu por volta de 570 d.C.; se casou com umaviva rica de mais ou menos 20 anos mais velha. Inspirou o Coro (ou Alcoro), considerado a "Bblia" dosmaometanos. Este por sua vez, preserva boa parte do Livro de Gnesis da Bblia Crist, e, na verdade, umamescla de zoroastrismo, judasmo, budismo, confucionismo e at pores do Novo Testamento. Osmaometanos so descendentes de Ismael, filho de Abrao com a criada Agar.

    RASACRUCIONISMO DesconhecidoUm desconhecido que percorreu a Europa em 1597 d.C. com o intuito de criar uma sociedade s pesquisas deAlquimia, Pouco se sabe sobre ele, mas lhe atribuem o livro "A REFORMA GERAL DO MUNDO" publicado em1614 d.C. que tem como personagem principal Christian Resenkreutz. O livro conta que ele foi enviado a ummosteiro. Um monge o leva Terra Santa onde morreu na ilha de Chipre. Christan foi para Arbia e Egito e

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    aps para Europa. Com os conhecimentos das peregrinaes, reuniu a ordem e morreu aos 150, porquequis!...

    MAONARIA - Mescla de ritos populares e de denominaes distintas iniciado na Inglaterra por volta de 1717d.C.; Seus contribuintes foram anglicanos, huguenotes, pedreiros livres e pessoas insatisfeitas. O mistrio a

    base da crena, que mantm um sistema de auto-ajuda aos afiliados em troca de "outras" coisas.

    HINDUSMO - Mescla de Ritos Populares iniciados no Japo, sculo VI a.C.

    XINTOSMO - Mescla de Ritos Populares iniciados na ndia entre 2000 e 1500 a.C.

    ESPIRITISMO - Hipolyte Lon Denizard Rivail (Allan Kardec)Foi em 1848 [ano], em Hydevislle, EUA, que as irms Margaret e Kate Fox afirmaram ver as mesas girando, eouvir pancadas na casa em que moravam... Faziam perguntas e estas eram respondidas mediante estalidosde dedos. O Sr. Rivail, mdico e professor francs, nascido em 1804 lanou a "Bblia" dos espritas "O Livro

    dos Espritos" em 1857; tornou-se mdium. Organizou em Paris a Sociedade Parisiense de Estudos Espritas.Adotou o nome de Allan Kardec, alegando ser este o seu nome na outra encarnao. Morreu em 1869arrependendo-se publicamente por ter escrito tal livro. No Brasil, eis alguns de seus seguidores desfarados:Legio da Boa Vontade, Ordem Rosacruz, Racionalismo Cristo, Cultura Racional, Crculo Esotrico daComunho do Pensamento, etc.

    VODU - Mescla de ritos africanos focado nas Antilhas que em 1803 d.C. foram levados em massa aos EUAonde teve uma certa Organizao. Muito semelhante a Macumba e em certas sees h o assassinato de umindivduo . Diz a crena que Vodu (ou Zumbi) era um deus que dominava noite e protegia seus adeptos.

    BAHASMO - Mirz Husayn Al NuriTambm conhecido como Baha Allah (Glria de DEUS), tal religio foi instituda pelo seu filho Sir Abdul-Bahem 1894 d.C.; Na verdade, foi uma inveno islmica de us dissidentes que queriam modificar pontos noCoro. Tais dissidentes eram liderados por Ali Muhammad que se denominava "A Porta" e muitos seguidoresdesta seita o consideravam uma espcie de "Joo Batista" para Baha Allah.

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    MORMONISMO - Joseph Smith Jr.Nasceu em 1805 d.C. em Vermont/EUA. Influenciado por um livro fictcio do Pastor Presbiteriano aposentadoSalomo Spaulding que dizia que CRISTO aps crucificao foi pregar onde hoje os EUA e aps afirmar queDEUS e CRISTO apareceram a ele dizendo para no ir a denominao nenhuma pois estavam todascorrompidas, publicou "O Livro dos Mrmons" ( a "Bblia" deles) em 1830 d.C. que junto a "Um Livro de

    Mandamentos", forma a base da doutrina mrmom, tambm conhecida como Igreja de Jesus Cristo aosSantos dos ltimos Dias. Mudou-se para o Estado de Illinois onde adotou a poligamia, causando um cisma naseita (Smith teve 24 esposas e 44 filhos) e depois de vrios problemas com a polcia, ele e o irmo HiramSmith foram mortos a tiros por uma multido enfurecida em 1844.

    ADVENTISTA DO STIMO DIA - Guilherme MillerNos EUA, um fazendeiro, Batista, arrumou licena para pregar, embora tenha muita vontade, era ignorante epouco instrudo. Miller tomou Daniel 08:13-14 e ensinou da que as 2300 tardes e 2300 noites so 2300 anos.Somou com o ano 457 a.C., data que Esdras chegou a Jerusalm e encontrou o ano 1843 d.C., o ano quesegundo ele, CRISTO voltaria. Da o ttulo "Adventista", pelo grande ADVENTO. Passou o ano e nada

    aconteceu; Miller alegou erro ao usar o calendrio hebraico em vez do romano. Remarcou para 22 de outubrode 1844. Nova decepo! Teve de fugir para sua fezenda, abandonou a "nova religio" e at pediureconciliao aos Batistas. Apesar de tudo, seus seguidores continuaram, e a Sr. Hellen G White, que setornou a nova prefetiza dos sabatistas, disse ter uma viso onde contemplava a Arca no Cu na qual ela viuas Tbuas dos Dez Mandamentos, sendo que na viso, o 4 Mandamento destacava-se dos demais; da o"Stimo Dia", formando Adventista do Stimo Dia.

    TESTEMUNHAS DE JEOV - Charles Taze RusselNascido em 1853 nos EUA, foi criado na Igreja Presbiteriana, passou para Congregacional e depois ingressouna Adventista, saindo logo depois. Em 1872, Russel conseguiu reunir um grupo de discpulos sem qualquer

    ttulo e se auto-denominou Pastor. Usam a Bblia para atrair leigos mas possuem a sua prpria "Bblia",adulterada. Afirmam ser a nica Igreja certa e que CRISTO apenas um dos Deuses!? Por isso, at Hitler osperseguiu na 2 Guerra pela Europa.

    CINCIA CRIST - Mary Baker Eddy

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    Nascida em 1821 nos EUA, quando jovem pertencia a Igreja Congregacional. Fundou a Igreja de CristoCientista (Eddyismo) que de cincia e de CRISTO no tem nada. Foi esta mulher influenciada por umrelojoeiro que se dizia doutor, de nome Quimby, que era dado as prticas de ocultismo, psiquismo,espiritualismo.

    TEOSOFIA - Helena BlavatskyMescla de religies pags do Oriente, a Sra. Helena, de origem russa e descendente alem, nasceu em 1831 eaos 17 anos casou-se com o General Czarista Blavatsky. Abandonando-o 03 meses aps, era uma mulherexplosiva. Tornou-se mdium esprita e em suas andanas pelo mundo, teve contato com diversas religiesmsticas. Subdividem a humanidade em 03 raas e 05 sub-raas e dizem que CRISTO est na 5 sub-raa.

    PERFECT LIBERT (PL) - Tokoharu MikiUma imitao do Budismo. O Sr. Miki desde os 08 anos estava num monastrio de Budismo no Japo. Aos 41anos. Depois de diversas vezes tentando fundar a seita, conheceu mestre Kanada, que detinha 18 preceitos,somando a 03 de Miki formaram a base da religio, que se desfez em 1936 por desentendimentos internos.

    02 anos aps, Miki morre. Toruchira Miki, filho de Tokoharu, em 1946, pegando os 21 preceitos, resolveuressucitar a seita.

    IGREJA MESSINICA MUNDIAL - Mokiti OkadaOkada nasceu no Japo e hoje chamado de Meishu-Sama (Senhor da Luz). Embora os messinicos existirema mais tempo, somente em 1947a IMM foi reconhecida e oficializada pelo governo japons. De Messias talseita no tem nada! No h qualquer referncia do Senhor Jesus Cristo, nem do Esprito Santo, nem de nadavezes nada. Quando falam de DEUS, se referem a Meishu-Sama.

    SEICHO-NO-IE - Masaharu Tanigushi

    Aps ter escrito o livro "Crtica a DEUS", onde Judas o heri, Tanigushi, que nasceu em Kobe, no Japo,escreveu Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito), que com seu 1 nmero publicado em 1930, deu incio aseita, afirmando ser Movimento de Iluminao da Humanidade. Afirmam que os ensinamentos de CRISTO naJudia, Buda na ndia e o xintosmo no Japo so manifestaes do deus absoluto Amenominakanushi.

    HARE KRISHNA Krishna

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    Ramo do hindusmo. No sculo I d.C., na ndia, o jovem Krishna, um condutor de carroas, declara-seencarnao do deus Brahma, at ento um deus impessoal. Da por diante, vrios gurus dizem serreencarnaes de Krishna. Afirmam ser Krishna a "Suprema Personalidade de DEUS". Atuam pelo mundo,principalmente junto aos jovens, induzindo-os a largar a famlia e a sociedade, ter seus nomes trocados portermos hindus e passar a morar em galpes junto a outros adeptos.

    MENINOS DE DEUS - David Brandt BergFundada em 1970 por Berg, um evangelista da Aliana Crist e Missionria nos EUA. Ele se dizia ter recebidode DEUS uma misso diferente e em 1968 iniciou entre hippies e viciados o seu trabalho. Sexo livre,ignorncia bblica, uma religio que "vale tudo". Seu slogan "Todas as coisas so puras para os puros".

    MOON - IGREJA DA UNIFICAO - Sun Myung MoonFundada na Coria em 1954 por Moon, um milionrio que nasceu na Coria do Norte em 1920, de paisPresbiterianos. Tem a famlia como argumento e explicam: Ado e Eva falharam por causa do pecado;CRISTO e Maria Madalena por causa da morte de CRISTO antes do casar; agora est sendo levantada por

    Moon e sua esposa. Com isso, passam "por cima" de CRISTO e todos os ensinamentos da Bblia.

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    05 - O CULTO BBLICO

    INTRODUOMuitas vezes, as pessoas se perguntam por que existem. Para qu fomos criados? A Bblia nos mostra queexistimos para o louvor e glria de Deus. Sendo este um fato espiritual, natural concluirmos que o culto est

    vinculado nossa natureza. Nascemos com um "instinto cultual". Tal afirmativa endossada peloshistoriadores, antroplogos e arquelogos. Em todas as civilizaes de todos os tempos, encontra-se presenteo fenmeno chamado "culto". O culto a expresso da f. o tributo de honra, louvor e servio quele que sevenera. Quem "aquele" ? Bem... nesse ponto as civilizaes no se entendem. Os alvos do culto humanotm sido os mais diversos possveis. H quem adore o sol, a lua, as estrelas, os rios, os animais. Outrosveneram o seu semelhante, vivo ou morto, ou imagens de sua prpria criao. Mais longe vo os queespiritualizam o culto : adoram espritos que so identificados por centenas ou milhares de nomes. Em muitospovos foi constatada tambm a adorao a um "ser supremo", criador de todas as coisas. Provavelmente, taispessoas tiveram algum tipo de experincia espiritual genuna. Entretanto, atravs do povo de Israel que ocriador se apresentou humanidade. Jesus disse : "Vs adorais o que no sabeis. Ns adoramos o que

    sabemos, porque a salvao vem dos judeus". (Joo 4:22). Aleluia ! A est aquele que deve ser o alvo deculto de todo ser humano: o Deus de Abrao, de Isaque e de Jac. Os judeus so o nosso ponto de refernciareligiosa na histria. Portanto, convm que nos dediquemos a conhecer aspectos do seu culto que nos serode grande utilidade no entendimento de nossas prticas atuais.Enquanto muitos se perdem em cultos vos, adorando ao que no se deve, a Bblia nos mostra que Deus est procura de verdadeiros adoradores. Antes de buscar pregadores, intercessores, evangelistas, etc, o Senhorprocura pessoas que se dediquem a cultu-lo. O culto a Deus est fundamentado no conhecimento que se temdele. medida em que o conhecemos, o adoramos. O verdadeiro culto um relacionamento purificador etransformador com o Pai, o Filho e o Esprito Santo.Que o Senhor nos ajude a encontrar as diretrizes do culto que o agrada. Esta questo a principal.

    Normalmente, temos o hbito de fazer avaliaes dos cultos em que participamos. Depois dizemos : "Nogostei do culto hoje", ou , "fiquei muito satisfeito com o culto". Falamos como se o culto fosse dirigido a ns.Deus nos livre de usurparmos a glria que lhe devida. Que ele nos abenoe e que possamos ser encontradoscomo aqueles que adoram ao Pai em esprito e em verdade.

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    A ESSNCIA DO CULTO BBLICO

    Haver, em meio s mltiplas maneiras de cultuar, um sine qua non na adorao, um elemento que sejaimprescindvel? Cremos firmemente que h. Jesus reafirmou o que Moiss, no Antigo Testamento, deixouclaro: o primeiro mandamento exige um amor a Deus, sem limites (Dt.6:4,5). Sculos depois que

    Deuteronmio foi escrito, um intrprete da lei levantou esta pergunta para Jesus: "Qual o grandemandamento da lei?" Respondeu o Mestre: "Amars o Senhor teu Deus de todo o teu corao, de toda a tuaalma e de todo o teu entendimento"(Mt. 22:36-37). No texto original de Deuteronmio, encontramos apalavra "fora" em lugar de "entendimento". O texto de Marcos (12:30) transcreve ambos, "entendimento" e"fora", na resposta de Jesus. O cristo, cuja mente e corao esto voltados para o Criador e Pai Eterno,percebe nestas palavras de Jesus um verdadeiro desafio, pois nelas esto a raiz, o tronco e o fruto daadorao.Sem o incentivo do amor por Deus, o culto no passa de palha, pura "casca", isento de qualquer valor. Podeat se tornar em culto a Satans. Uma adorao que se realiza sem o objetivo de expressar e aumentar nossoamor por aquele "de quem, e por meio de quem e para quem, so todas as coisas" (Rm.11:36), falha

    completamente. Deixa de ser culto a Deus, pois carece da essncia, que o amor.Ora, quando se trata de amor por pessoas amigas ou entes queridos da famlia, no encontramos dificuldadesem atender o sentido de amar. Mas, como se h de amar a Deus, a quem "ningum jamais viu"? (Jo.1:18)Como havemos de colocar o Senhor no centro de nossas ambies? Ou, como nutriremos a amizade quevenhamos a oferecer a Deus, sendo ns pecadores, enquanto Ele Esprito infinito e mora em luz inacessvel?Como faremos de Deus o "Senhor absoluto" de nossa existncia? Os cristos, reunidos em adorao a Deus,devem ter este objetivo como prioritrio.

    Culto verdadeiro requer amor de todo o coraoPara o hebreu, o corao, no sentido metafrico, representava o centro da vida intelectual e espiritual.

    Associando-se de perto com a alma, o leitor original de Deuteronmio teria pensado em seus sentimentos,suas avaliaes, sua vontade, todos emanando do corao. Esta realidade pessoal emite emoes tais comoalegria, pesar, tranqilidade e ansiedade. Igualmente alcana as reas intelectuais tais como compreenso econhecimento, e exerce o poder de raciocinar ou lembrar. Diramos, enfim, que corao e alma representam ohomem interior como um todo. Em seu corao o homem responsvel diante de Deus, em todos os seusatos e palavras. Somente um corao inclinado para Deus capaz de ador-lo, agrad-lo e am-lo.

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    Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, o amor que h no corao o alvo da busca de Deus.Ele se dirige ao corao porque ali est a sede do amor. Prof. Bruce Waltke, do Regent College, no Canad,lembra-nos que antes de o Senhor mandar seu povo busc-lo unicamente no lugar onde Ele estabeleceria seunome (Dt.12), Deus, em seis captulos antecedentes (Dt. 6-11), exorta os israelitas a darem-se a si mesmosinteiramente ao Senhor. "Circuncidai, pois, o vosso corao" (Dt. 10:16). Pois no corao que o Todo-

    poderoso toca, ao fazer contato conosco, "... aquela parte do homem ... onde, em primeira instncia, sedecide a questo pr ou contra Deus" (Gutbrod).Por ser o corao essencialmente espiritual, mantendo o que resta da imagem de Deus no homem cado, possvel amar quele que no tem corpo fsico e nem existe ao alcance dos nossos cinco sentidos?Evidentemente, para amarmos a Deus, precisamos crer que Ele se revelou atravs de palavras por Eleinspiradas (II Tim. 3:16), e uma vez recebidas pelos profetas, homens por Ele escolhidos, estes fizeram seusdevidos registros. Contudo, sua revelao no se limita transmisso de conceitos comunicveis porlinguagem humana. Inclui atos que claramente evidenciam seu amor e pacincia para com seres que tmnegligenciado e ignorado as evidncias do seu profundo interesse por eles. Inclui convico criada por Deus nocorao que ele decide abrir (At.16:14), para fazer brilhar a luz de sua personalidade (II Cor. 4:4,6). Resulta

    no reconhecimento do testemunho do Esprito Santo de Deus "com o nosso esprito que somos filhos de Deus"(Rm.8:16).Enquanto Deus revela a si mesmo no ntimo do corao pela Palavra lida e recebida, pelo reconhecimento desua ao no mundo e pela comunicao pessoal do Esprito residente, ns devemos responder em adorao aele que declara e aprofunda nosso amor.Uma moa presa numa casa em chamas foi resgatada por um jovem bombeiro que ps sua prpria vida emrisco para retir-la do incndio. Ela sentiu profunda responsabilidade de agradecer-lhe o ato sacrificial. Poucosdias depois, a jovem, que foi resgatada, procurou o bombeiro para externar sua gratido. Eles conversaram,passearam, e, finalmente, acabaram se casando. Ela, que devia a vida ao jovem bombeiro, passou a namor-lo e, lentamente, um mero sentimento de gratido transformou-se num amor profundo. Pagou uma dvida de

    vida com a oferta permanente do seu amor e mostrou sua alegria em conviver com aquele que arriscou suavida para lhe resgatar.Assim Deus procura uma comunho por meio da experincia verdadeira com cada pessoa que experimentoupassar da morte para a vida (Jo.5:24), pelo sacrifcio de Jesus Cristo. O novo adorador comea com umsentimento de obrigao de servir a Deus no culto; vai aprendendo a am-lo e progride at que todo o seucorao se concentre na beleza da pessoa do Senhor: "Eis que Deus a minha salvao; confiarei e no

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    temerei, porque o Senhor Deus a minha fora e o meu cntico... vs com alegria tirareis gua das fontes dasalvao" (Is.12:2,3). Davi, no deserto de Jud, disse: " Deus, tu s meu Deus forte, eu te buscoansiosamente; a minha alma tem sede de ti" (Sl. 63:1). Desse modo se expressaram os que, na Antigaaliana, amavam a Deus. natural, para quem experimentou a "graa melhor do que a vida" (Sl. 63:3), descobrir um eco semelhante

    no seu corao. Agostinho afirmou, acertadamente, nas linhas bem conhecidas que deixou para aposteridade: "O homem mantm-se agitado at encontrar seu descanso em Deus".O evangelho deveras uma posio doutrinria, mas antes um relacionamento do cristo com Deus. "Sealgum me ama, guardar a minha palavra; e meu Pai o amar, e viremos para ele e faremos nele morada"(Jo. 14:23). "E ns o amamos porque ele nos amou primeiro" (I Jo.4:19). Porque na realidade, "cadaindivduo d seu corao quilo que considera de mxima importncia, e esta lealdade determina a direo eo contedo da sua vida".O general William Booth, fundador do Exrcito da Salvao, foi indagado acerca do segredo do seu sucesso.Hesitou um instante e, com os olhos cheios de lgrimas, respondeu: "Eu compartilharei o segredo. Deus temse apoderado de tudo que h em mim. Podem ter havido homens com maiores oportunidades, mas desde o

    dia em que os pobres de Londres dominaram meu corao e ganhei uma viso daquilo que Jesus Cristo podiafazer, determinei que Deus teria tudo do que houvesse em William Booth. Se h algum poder no Exrcito daSalvao, hoje, porque Deus tem recebido toda a adorao do meu corao, todo o poder da minha vontadee toda a influncia da minha vida.Conclumos que Deus nos quer como seus verdadeiros adoradores, por nos amar profundamente ( I Jo.4:8/16) . Seu mandamento singular requer que ns o amemos de todo o corao e alma. Participar em todo equalquer culto requer primeiramente uma melhor aproximao dele em amor. Assim, a adorao da igrejacumprir seu objetivo se :

    o O louvor focalizar sua dignidade, a beleza da sua pessoa e a perfeio do seus carter. Deve,ainda, convidar todo homem a atribuir glria ao Pai maravilhoso (Sl. 46:10);

    oA confisso do pecado que cometemos externar o reconhecimento da nossa indignidade e declararnosso arrependimento pela rebelio contra a expressa vontade de Deus. Tambm, no deixa deser um estmulo forte de amor, confiar no seu imediato e imerecido perdo (I Jo.1:9);

    o Nossa orao procurar assimilar seus pensamentos; expressar peties de acordo com seusconhecidos desejos. Amor genuno funde os desejos dos que buscam o Reino e a vontade nica deDeus;

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    o A mensagem, ouvido ou lida, suscitar pensamentos de gratido e encorajamento. Sero veculosde transformao de inimigos em amigos que a ele buscaro agradar (Jo.15:14,15);

    o A msica atrair o corao para a beleza de Deus revelada na criao, na redeno e naregenerao, refletindo assim a harmonia do universo, por ele criado.

    Enfim, quando adoramos, s devemos ficar satisfeitos se expressarmos o verdadeiro amor ou se nosso cultorevelar toda a preciosidade do Senhor, infundindo-a nos participantes.Certamente, reconhecemos que nunca alcanaremos um amor perfeito por Deus, altura do amor que eletem por ns, seus filhos. Se, como a Pedro, ele nos perguntasse: "Amas-me mais do que estes?" (Jo.21:15),estaramos prontos a responder-lhe: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo", mesmo sabendo que o vocbulo dapergunta de Jesus seja agapas ( amor sacrificial decidido), em contraste com a resposta philos (amor deamizade e afeio). Amamos, mas no podemos confiar muito em nosso amor, nem nos orgulhar pordeclaraes petrinas. H o risco de uma lealdade falha.

    O CULTO NO VELHO TESTAMENTOA lei judaica determinava que os israelitas servissem a Deus na vida de cada dia, observando os preceitos eas instrues; ou ento , mediante o culto celebrado em lugar sagrado e em hora regulamentada. Estasegunda forma, na Bblia e em muitos idiomas, denominada "servio divino". No apenas uma instituiohumana, mas antes uma expresso institucional do relacionamento recproco entre Deus e o homem. Tantodo lado de Deus como do homem opera-se um agir e um falar. O lugar especial e o tempo certo separam oculto do dia a dia, bem como a presena do sacerdote como intermedirio.O servio divino assim concebido foi introduzido como fruto maduro da teofania sinatica; ao p do montesagrado, o grupo, transfuga do Egito e em caminho pelo deserto, experimentava pela primeira vez a

    sacralidade de um lugar a par com a palavra de Jav precedente da apario de Deus, funcionando Moisscomo medianeiro (x.19).

    O CULTO PR-MOSAICO

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    O culto patrimnio comum do gnero humano. Em Gnesis 1 a 11 encontramos por duas vezes uma aolitrgica: os sacrifcios de Caim e Abel, e a oferta de No depois do dilvio. Conclui-se da com direito ser oculto fenmeno essencialmente humano de acordo tambm com as pesquisas da Histria das Religies. Ossacrifcios descritos em Gnesis 1 a 11 representam dois tipos diferentes quanto sua motivao. Caim e Abelofereceram as primcias da lavoura e do rebanho, em ao de graas e para impetrar a bno para o futuro.

    J o sacrifcio de No teve como fundo a salvao de perigo mortal. Os sobreviventes recomeam sua vidaolhando para o Salvador a quem pertence a vida recm doada. Ambos os motivos conservam seu valor at ostempos atuais. Honra-se ainda tanto o Deus benfeitor como o Deus redentor, no ritmo das solenidades anuais, a par com as aes cultuais motivados por ocasies peculiares.Os patriarcas celebraram o seu culto no seio da famlia nmade, em lugares improvisados, no alto de ummonte, debaixo de uma rvore frondosa, junto a fonte de gua. Alude-se apenas a um santurio a serfundado futuramente (Gn.28), marcando ento a transio para outra forma de vida.Na inexistncia de tempos sagrados festejavam-se certas ocasies importantes, como a mudana daspastagens (antecipaes da pscoa), o nascimento de filhos, imposio do nome criana. O pai funcionavacomo intermedirio, ele ou a me recebiam as palavras orientadoras e promissoras de Deus; o pai

    administrava a bno. O sacrifcio motivado por objetivo fortuito, no por instituio regulamentada. Aprece, igualmente, nasce da situao concreta (Gn.12:15,32).

    O CULTO E O TEMPO - O SBADO E AS FESTAS

    A adorao, quando expressa em ritual, exige tempo. Sob o antigo pacto, Deus fez proviso para perodos detempo dirios, semanais, anuais e mesmo de geraes, para o cumprimento da obrigao de culto em Israel.O sacrifcio dirio, o descanso do sbado ou do stimo dia, os primeiros dias do ms e as cinco festas anuaisdo perodo pr-exlico foram divinamente determinados. "Tempos designados" (Num. 29:39) eram

    considerados centrais na expresso da adorao a Deus em Israel, porque eventos passados, nos quais Deusagira, nunca deveriam ser esquecidos.O sbado, dia semanal de descanso e adorao um exemplo fundamental do tempo consagrado a Deus.Embora algum tenha se referido ao sbado como uma criao singular do gnio religioso hebraico e uma dascontribuies hebraicas mais valiosas civilizao da humanidade, a Bblia simplesmente atribui a santidadedo stimo dia lei de Deus. Ele foi fundamentado no descanso de Deus aps a criao (Gn.1:1-2,3). O quarto

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    mandamento impe rigidamente a sua observncia. Ele foi tanto abenoado como santificado por Deus(Ex.20:11). Sendo uma parte integral do pacto, Israel aceitou a observncia do sbado como um sinal exigidode submisso nacional a Deus (Ex.31:13). Em resumo, esta festa semanal foi instituda para lembrar aohomem a sua responsabilidade de adorar a Deus em tempos e lugares determinados, bem como paraproporcionar ao corpo fsico o descanso necessrio.

    Apesar da cessao de toda obra, os sacerdotes continuavam o seu servio (Lv.24:8); a circunciso eraexecutada; o sbado, embora sendo apenas uma observncia semanal, foi includo nas "festas fixas doSenhor" (Lv.23:1-3), "uma convocao santa", no devendo ser profanada. Quer visitando um profeta, querparticipando da adorao no templo, os hebreus encarregados de tal servio o consideravam coincidente coma santidade do sbado. Isaas desafiou os seus leitores a se desviarem dos seus prprios prazeres e "sedeleitarem no Senhor" (58:13). Muitos outros textos poderiam ser citados para mostrar qual significado o diadeveria ter para os israelitas (Sal.92).Durante e aps o exlio, a proeminncia do sbado aumentou. O surgimento da sinagoga aumentou aindamais a centralidade da adorao no sbado (Lc.4:16).Por ocasio das festas anuais, em Israel e em muitas outras religies, as famlias visitavam o templo. Os

    vrios elencos das festas, com ligeiras modificaes, so os seguintes : x.23:14-19, 34:18-26.Originariamente festas cananias, os israelitas as assumiram depois da sua imigrao para Cana. De acordocom o ritmo anual celebravam-se as bnos divinas da sementeira e da colheita. Somente a festa da Pscoaregride at a poca do nomadismo, refletindo as mudanas peridicas das pastagens, embora recebendo novocontedo no tempo da sada do Egito (x.12).As festas agrcolas de Cana receberam uma dose de historicidade em combinao com os eventos ocorridosentre Jav e o povo. E foi esta re-interpretao que preservou as solenidades de sua total paganizao, postoque tambm em Israel permanecessem ligadas lavoura. O caso mais eloqente de um historicizao afesta da Pscoa que se transformou em memria das origens de Israel.A pscoa lembra ainda outra evoluo significativa do culto divino em Israel. Na sua qualidade de festa

    pastoril, ela foi celebrada na intimidade da famlia; crescendo, porm, a importncia do templo em Jerusalm,todos os festejos foram transferidos para l, entre eles tambm a pscoa. Destrudo o templo, ou talvez j umpouco antes, a celebrao desta festa voltou para a famlia. V-se da que as festas no dependiamexclusivamente do santurio.Outra faceta da evoluo era a coincidncia direta com o objetivo agrcola, como, por exemplo, a vindima.Tempos depois, sua data passou a depender de calendrio fixo e nem sempre simultneo com o seu objetivo.

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    LUGAR SAGRADO - O TEMPLO

    Na adorao do antigo Israel, o espao sagrado era comparvel em importncia, aos tempos divinamentedesignados. Deus escolheu locais especiais para se revelar no decorrer da histria vtero-testamentria.Especialmente aps o xodo e a instituio da lei, o levantamento do tabernculo significava localizar a glria

    de Deus no Lugar Santo. Deus proibiu Israel de erigir altares sacrificiais em qualquer lugar onde seu nomeresidisse (Dt.12:5) Nos recessos inacessveis do Santo dos Santos, aquele aposento santo, respeitvelprimeiramente no tabernculo e depois no templo onde Deus "residia", ficavam o propiciatrio e a arca quecontinha as tbuas da sua lei. Ali, o sangue da expiao pelos pecados da nao era aspergido, no maissolene rito anual de adorao (Lv.16). A adorao o protocolo pelo qual se pode entrar na presena divina.O Santo dos Santos representa o monte Sinai, onde Deus se encontrou com Moiss, dando-lhe sua palavra emostrando-lhe a sua glria. Assim, o tabernculo e , posteriormente, o templo se tornaram extenseshistricas daquele encontro, o modelo de adorao para o povo eleito. O templo era o nico local desacrifcios, consagraes e entrega de dzimos agradvel a Deus. Jesus mostrou grande respeito pelo templo,purificando-o para realar sua santidade. Contudo, apesar da identificao do templo com a "casa do Pai",

    assim mesmo ele foi destinado destruio. Jesus declarou que um templo "no feito por mos" estavadestinado a tomar o lugar da temvel grandiosidade da arquitetura herodiana (Mc.14:58). O trmino dotemplo ocorreria na associao da sua morte com a invaso romana. A ressurreio do corpo de Jesus, ento ,criaria um templo de uma ordem distinta para o substituir, um conceito compreensvel aos discpulos depoisda ressurreio apenas com a ajuda do Esprito Santo.O carter sagrado do templo no era absoluto, isto , no se impunha a separao do ambiente considerado"profano", fora do lugar santo; ele era entes funcional, na sua qualidade de fonte de bnos para o pas,retribuindo o pas estas bnos em forma de ofertas para o culto do templo. A santidade do templo teve asua concretizao quando os habitantes do pas a ele se dirigiram, retornando s suas casas repletos do quel haviam recebido. Este vaivm das casas para o templo e do templo para as casas perfaz um elemento

    essencial do culto e da sacralidade. Nas procisses e nas peregrinaes, igualmente, revelava-se a conscinciada santidade funcional da casa de Deus. J no templo concebido por Ezequiel, o carter sacral diferente: aglria de Jav abandonara a sua habitao no meio do povo, juntamente com a ameaa do juzo definitivo evoltaria somente para residir num templo restaurado e com os ministrios purificados.

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    O SACRIFCIO

    Considerando que o homem pecador, ele precisa de um sacrifcio propiciatrio para remover qualquer ofensaque o separe de Deus, de modo que possa ter comunho com seu Criador. Como "Moiss... se interps,impedindo que sua clera os destrusse" (Sal.106:23); assim o sacerdote e o pecador sob a gide do Antigo

    Pacto se uniam para oferecerem a Deus uma vtima sacrificial em propiciao. Seguindo as ordens divinas, ospecadores gozavam da bno de pecados cobertos (Sal.32:1) ou apagados (Is.43:25). H, contudo, umaverdade bsica a ser lembrada. "Deus no influenciado por meio de sacrifcio sacerdotal... realmente oprprio Deus quem realiza o ato de perdo e expiao, mas o culto sacerdotal designado como resposta aoseu ato e como testemunho da purificao do pecador.Quatro tipos distintos de sacrifcio eram prescritos:1 - A oferta queimada, significando literalmente "aquilo que ascende" (Lv.1:6,8-13). Ela produzia um "saborde satisfao" de modo que do altar, no tribunal da casa de Deus, um fogo perptuo e o sacrifcio pudessem,duas vezes por dia, "simbolizar a resposta do homem promessa de Deus. Apenas o melhor animal, ummacho sem mcula, podia ser oferecido, o que sugere a mxima devoo. A imposio de mos retratava a

    identificao completa.2 - A oferta de manjares era literalmente chamada uma "ddiva". Oferecida junto com a oferta queimada e aoferta pacfica, ela exigia "o sal da aliana do teu Deus" (2:13). A "poro memorial", queimada com incensoao Senhor, tinha como objetivo trazer a aliana lembrana de Deus. O simbolismo sugeria que Deus era oconvidado de honra.3 - A oferta pacfica (Lv.3:7,11-14). Seguindo um ritual preparatrio idntico quele de quem apresentou aoferta queimada, o ofertante comia o sacrifcio com alegria diante do Senhor. No era permitido que a festaresultante durasse mais que um dia, para garantir que um nmero de amigos fosse includo. Ela expressava aplenitude e o bem-estar denotados pela paz de Deus, compartilhada com sacerdotes e amigos.4 - As ofertas pelo pecado e pela culpa (Lv.4:1-6,7). Distintas das trs festas anteriores que eram voluntrias,

    estas eram exigidas quando um pecador quebrava a lei de Deus e tinha o seu relacionamento interrompidocom o Criador. Nem a congregao nem o Sumo sacerdote estavam sem pecado; conseqentemente, elesprecisavam de sangue para ser aspergido diante do vu e aplicado aos dois altares. Uma vez por ano osangue expiatrio tinha de ser levado para dentro do vu. Os objetivos desse sacrifcio eram a restaurao dacomunho e o acesso presena de Deus.

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    O CULTO CRISTO NA IGREJA PRIMITIVA

    O que sabemos do culto cristo nos d uma idia do modo como aqueles cristos do primeiro sculo

    percebiam e experimentavam sua f. Com efeito, quando estudamos o modo como a igreja antiga adorava,ns nos apercebemos do impacto que sua f deve ter tido para as massas depojadas que constituam amaioria dos fiis.Desde o princpio, a igreja crist costumava se reunir no primeiro dia da semana para "partir o po". A razopela qual o culto tinha lugar no primeiro dia da semana era que nesse dia se comemorava a ressurreio doSenhor. Logo, o propsito principal do culto no era chamar os fiis penitncia, nem faz-los sentir o pesode seus pecados, mas celebrar a ressurreio do Senhor e as promessas das quais essa ressurreio era agarantia. ~E por isso que o livro de Atos descreve aqueles cultos dizendo que " partindo o po nas casascomiam juntos com alegria, e singeleza de corao" (Atos 2:46) . A ateno naqueles cultos de comunho nose centralizava tanto nos acontecimentos de Sexta-feira santa como nos do domingo de ressurreio. Uma

    nova realidade havia amanhecido, e os cristos reuniam-se para celebr-la e fazerem-se participantes dela.A partir de ento e atravs de quase toda a histria da igreja, a comunho tem sido o centro do culto cristo.E somente em poca relativamente recente que algumas igrejas estabeleceram a prtica de se reunir paraadorar aos domingos sem celebrar a comunho.Alm dos indcios que nos oferece o Novo Testamento e que so de todos conhecidos , sabemos acerca domodo em que os antigos cristos celebravam a ceia do Senhor graas a uma srie de documentos queperduraram at nossos dias. Mesmo que no possamos entrar em detalhes acerca de cada um destesdocumentos, e das diferenas entre eles, podemos assinalar algumas das caractersticas comuns, queparecem ter formado parte de todas as celebraes da comunho.A primeira delas, a que j nos aludimos anteriormente, que a ceia do Senhor era uma celebrao. O tom

    caracterstico do culto era o gozo e a gratido, e no a dor ou a compuno. No princpio, a comunho eracelebrada em meio de uma refeio. Cada qual trazia o que podia, e depois da comida em comum,celebravam oraes sobre o po e o vinho. J em princpios do sculo segundo, entretanto, e possivelmentedevido, em parte, s perseguies e s calnias que circulavam acerca das "festas de amor" dos cristos,comeou a se celebrar a comunho sem o refeio em comum. Mas sempre se manteve o esprito decelebrao dos primeiros anos.

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    Pelo menos a partir do sculo segundo, o culto de comunho constava de duas partes. Na primeira liam-se ecomentavam-se as Escrituras, faziam-se oraes e cantavam-se hinos. A segunda parte do culto comeavageralmente com o sculo da paz. Logo algum trazia o po e o vinho para frente e os apresentava a quempresidia. Em seguida, o presidente pronunciava uma orao sobre o po e o vinho, na qual se recordavam osatos salvficos de Deus e se invocava a ao do Esprito Santo sobre o po e o vinho. Depois se partia o po,

    os presentes comungavam, e se despediam com a beno. Naturalmente, a esses elementos comunsacrescentavam-se muitos outros em diversos lugares e circunstncias.Outra caracterstica comum do culto nesta poca que s podia participar dele quem tivesse sido batizado. Osque vinham de outras congregaes podiam participar livremente, sempre e quando estivessem batizados. Emalguns casos, era permitido aos convertidos que ainda no tinham recebido o batismo assitir primeira partedo culto - isto , as leituras bblicas, as homilias e as oraes - mas tinham que se retirar antes da celebraoda ceia do Senhor propriamente dita.Outro dos costumes que aparece desde muito cedo era celebrar a ceia do Senhor nos lugares onde estavamsepultados os fiis j falecidos. Esta era a funo das catacumbas. Alguns autores dramatizaram a "igreja dascatacumbas", dando a entender que estas eram lugares secretos em que os cristos se reuniam para celebrar

    seus cultos escondidos das autoridades. Isto um exagero. Na realidade as catacumbas eram cemitrios esua existncia era conhecida pelas autoridades, pois no eram s os cristos que tinham tais cemitriossubterrneos. Mesmo que em algumas ocasies os cristos tenham utilizado algumas das catacumbas para seesconder dos seus perseguidores, a razo pela qual se reuniam nelas era que ali estavam enterrados os herisda f.

    OS BATISMOS

    Segundo j foi dito anteriormente, s quem havia sido batizado podia estar presente durante a comunho. No

    livro de Atos, vemos que to logo algum se convertia era batizado. Isto era possvel na primitiva comunidadecristo, onde a maioria dos conversos vinha do judasmo, e tinha, portanto, certo preparo para compreender oalcance do Evangelho. Mas conforme a igreja foi incluindo mais gentios tornou-se cada vez mais necessrioum perodo de preparo e de prova antes da ministrao do batismo. Este perodo recebe o nome de "catecumenato" , e no princpio do sculo terceiro durava uns trs anos. Durante este tempo, o catecmenorecebia instruo acerca da doutrina crist, e tratava de dar mostras em sua vida diria da firmeza de sua f.

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    Por fim, pouco tempo antes do seu batismo, era examinado - s vezes em companhia de sues padrinhos - eeram admitidos na classe dos que estavam prontos para serem batizados.Em geral, o batismo era ministrado uma vez ao ano, no domingo da ressurreio, ainda que logo e pordiversas razes se comeou a ser ministrado em outras ocasies.

    A PRTICA DA ADORAO

    Deus mandou que seu povo, sob a Antiga Aliana, cumprisse ao p da letra todas as suas instrues arespeito da adorao. Ele advertiu Moiss sobre a construo do Tabernculo. Tinha de ser " segundo a tudo o

    que eu te mostrar para modelo de todos os seus mveis, assim mesmo o fareis" (x.25:9). Os detalhes queDeus comunicou ao chefe da nao foram dados para que o povo no se desviasse em nenhum ponto davontade estipulada por Deus. O temor de Deus arraigado no corao do piedoso israelita , no permitia queele desobedecesse conscientemente qualquer regrinha que regulamentava o ritual dos cultos (Dt.6:1,2). FoiDeus quem planejou a participao dos sacerdotes e levitas no culto que Ele mandou que oferecessem (Nm.8:1 I Cr. 9:33 23:5 II Cr. 29:25, etc.) .Aps a leitura do Antigo Testamento, estranhamos o fato de no descobrirmos no Novo Testamento regrasexplcitas para nos informar que tipo de culto Deus quer. Numerosas pesquisas, feitas com o intuito dedescobrir as diretrizes que devem reger a forma de adorao realmente neo-testamentria, criam poucaconvico alm daquela formada na cabea do estudioso. Ele descobre, geralmente, o que procura. Tudo istopoderia levar-nos a desvalorizar a prtica nos cultos da igreja primitiva. Mesmo assim, cremos que vlidoexaminar as indicaes sobre as formas de adorao nos escritos dos apstolos.Aps o derramamento do Esprito Santo no dia de Pentecoste, a igreja de Jerusalm " perseverava na doutrinados apstolos e na comunho, no partir do po e nas oraes" (At.2:42). Este verso nos traz um breve esboodos componentes do culto primitivo. As prticas sob a tutela dos apstolos fornecem-nos um fundamento

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    geral, mas seguro. Adorao, para manter o padro apostlico, deve se aprimorar no ensino, comunho,celebrao da ceia e orao.

    A DOUTRINA DOS APSTOLOS

    Adorao e doutrina apiam-se mutuamente, porque um culto oferecido na ignorncia evapora (Jo.4:22At.17:23), carece de substncia e de verdade. Doutrina no significa apenas granjear informao. No foiuma aula bblica acadmica que os apstolos ministraram , mas ensinamentos junto com apelos aos discpulospara que acatassem as diretrizes do Senhor. Quando igrejas do sculo XX do uma nfase exagerada transmisso da informao e no sua expresso, elas promovem depresso espiritual.Jesus convocou os seus discpulos a " discipularem todas as naes" (Mt. 28:19). O primeiro passo foi obatismo que representava um compromisso pblico, total, com Deus Pai , Deus Filho e Deus Esprito. Emseguida, Jesus ordenou aos apstolos que ensinassem aos futuros discpulos da segunda gerao a " guardartodas as coisas" que Ele ensinara a seus seguidores. Esses ensinos foram exemplos prticos em torno de umanova compreenso do relacionamento com Deus.

    Dentro do culto primitivo, os novos discpulos recebiam a orientao sobre a vida consagrada, que glorifica aDeus (I Pd.1:16). Quando os assistentes novatos no culto da igreja de Jerusalm ou Antioquia ouviam pelaprimeira vez : " vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobrevs o meu jugo, e aprendei de mim porque sou manso e humilde de corao; e achareis descanso para asvossas almas" (Mat.11:28), certamente sentiram o impulso do Esprito para renovarem sua confiana emJesus, e queriam entender num sentido prtico o que significaria levar o "jugo suave" do Senhor.A adorao, na prtica, deve dar lugar central palavra de Deus porque ele assim ordena. "Pregue a Palavra"(II Tm.4:2) representa a preocupao de Paulo com a igreja de feso. Um homem que almeja o pastoradoprecisa ter uma qualidade que lhe recomende a conduzir os cristos num culto verdadeiro. Ele deve ser aptopara ensinar. Ensino requer entendimento, explicao, relacionamento entre o ouvinte e o Pai.

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    COMUNHO - A CEIA DO SENHOR

    Junto com o servio da palavra, a primeira igreja da histria perseverava na comunho (At.2:42). Lucasexplica algo mais a respeito desta comunho nos versos subseqentes. Os crentes ficavam juntos indica queestavam juntos como famlia de Deus, isto , regularmente, e tinham tudo em comum. Marshall sugere que "

    no seria surpreendente... que pelo menos um outro grupo contemporneo judaico, a seita de Cunr,adotasse este modo de vida."A adorao genuna conduz-nos lembrana de que no somos de ns mesmos. Fomos comprados por preoinfinitamente alto. Conseqentemente, somos escravos de Deus e dos membros do Seu Corpo. Aes degraa pelo sacrifcio do Filho de Deus incitam os filhos beneficiados a indagar como se desincumbir daobrigao imposta. Que presente digno devemos trazer para o altar cristo?O pano de fundo da eucaristia crist descobre-se na refeio da Pscoa. Esta celebrao consistia de duaspartes : primeira, "enquanto comiam", e segunda, "depois de cear" (I Cor.11:24). O que Jesus insistiuoriginalmente era repetido como duas partes de uma refeio maior - gape ou " festa de amor", com ainteno de beneficiar os cristo mais carentes da igreja. Esta refeio, que substituiu a Pscoa dos judeus,

    era tomada diria ou semanalmente. Percebe-se pela leitura de I Cor. 11:17-22, que esta refeio era a " Ceiado Senhor", que reunia todos os membros da famlia de Deus. alm de relembrar a morte de Jesus e ainaugurao da Nova aliana, a Ceia confirmava, de maneira inconfundvel, que todos os participantes tinhamuma vida em comum. Ricos e pobres, livres e escravos, todos se comprometiam diante de Deus a ter emanter uma responsabilidade mtua, uns plos outros.O carter dessa refeio no se evidencia somente numa dramatizao do sacrifcio nico do Filho de Deusplos nossos pecados, mas era tambm uma demonstrao da adorao que tem implicaes horizontais. Da,o veemente protesto de Paulo, em Corinto, diante da negao na prtica da comunho que a ceia deviademonstrar. "... no a ceia do Senhor que comeis. Porque ao comerdes, cada um toma antecipadamente asua prpria ceia" (I Cor. 11:20). Agindo assim, profanavam o Corpo de Cristo formado pela morte eressurreio. Comiam e bebiam juzo para si.Os cristos que comem juntos no culto so integrados num corpo comparvel ao corpo humano. Uma vida oupersonalidade ocupa a unidade fsica humana, de tal forma que nenhuma parte pode se desligar sem prejuzopara as outras, nem podem desprezar uma outra, nem devem ter inveja.

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    AS ORAES

    Um dos elementos que tm destaque no culto da igreja primitiva a orao. O judeu do primeiro sculodificilmente podia imaginar um culto sem oraes, pelo menos na sinagoga. Conseqentemente, era naturalque os primeiros cristos continuassem essa prtica, ainda que com algumas modificaes. A importncia

    bsica das oraes notada no nome "lugar de orao" (At.16:13). Em Filipos, uma colnia romana, nohavia os dez homens necessrios para formar uma sinagoga, mas havia um lugar de oraes, onde mulheresse reuniam. Paulo e Silas no sentiram nenhum embarao ao participarem desse primeiro culto "ecumnico",transformando o que antes era especificamente judaico em culto cristo. Daquele local foi feito um palco paraanunciar o evangelho.Jesus ensinou que a orao deve ser particular (Mat.6:6) e pessoal. Ele pouco falou sobre orao emcomunho com outros irmos , com exceo da famosa afirmativa: "Se dois dentre vs, sobre a terra,concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pedirem, ser-lhes- concedida por meu Pai que estnos cus"(Mat.18:19), relacionada com o contexto de disciplina na igreja. Sua prpria prtica foi de orarsozinho, num monte ou lugar afastado (Lc.6:12).

    Ainda que pensando num sentido mais geral, a orao se distingue da adorao pela preocupao dosuplicante com suas necessidades, enquanto a adorao conceitua a alma sobre seu Deus. Um comentriopuritano sobre o Salmo 107 dizia: "A misria instrui maravilhosamente a pessoa na arte de orar".Mas as oraes bblicas valorizam a comunho com Deus. Como aparelhos complicados, projetados para umafuno particular, deixamos de alcanar o objetivo de nossa existncia fora da comunho que a orao cria.Egosmo, soberba e murmurao aniquilam a comunho. Somos, ento como quem tenta martelar um pregocom sabonete. Orar de verdade quer dizer abandonar a rebelio e aceitar a reconciliao. Jesus quis ensinar,acerca da orao , a verdade incomparavelmente preciosa de que Deus deseja nossa comunho. Ele nos amamais do que um pai humano capaz (Lc.11:11-13). Ele deseja ouvir as nossas necessidades e supri-las(Mat.7:7-11). Amar a Deus acima de todo objeto por ele criado s pode significar que ele quer ser conhecidoe desejado pelas suas criaturas. Por isso, as oraes dos santos so qualificadas como o incenso que enche osvasos de ouro nas mos dos 24 ancios que rodeiam o trono do Senhor do universo (Apc.5:8). O altar deincenso do propiciatrio simbolizava o prazer com que Deus recebia os louvores e peties do seu povo.

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    O CNTICO NO NOVO TESTAMENTO

    Surpreendentemente encontramos poucas referncias ao cntico no Novo Testamento. Os evangelistasrelatam que Jesus cantou um hino (Mat.26:30 Mac.14:26) aps a celebrao da Pscoa. Paulo e Silas"cantavam louvores a Deus" na priso em Filipos, na contundente ocasio aps seu espancamento e antes do

    terremoto que abriu as portas da priso. Acreditamos que essa msica evangelstica concorreu para aconverso do carcereiro (At.16:25). O autor de Hebreus cita Salmo 22:22 : "Cantar-te-ei louvores no meio dacongregao" (2:12). Paulo cita o Salmo 18:49: "... cantarei louvores ao teu nome"(Rm.15:9).Mas, ainda que referncias msica sejam raras no Novo Testamento, seguramente o soar de vozes emlouvor a Deus teve muito destaque nos cultos dos primrdios da igreja. "Cnticos espirituais" (Cl.3:16),surgiram, provavelmente, por inspirao imediata do Esprito Santo. W.Lock identifica tais composies comosemelhantes a alguns cnticos preservados no Novo Testamento. No Apocalipse, vrias referncias aoscnticos dos adoradores celestiais revelam caractersticas de exultao e jbilo na contemplao da vitriaretumbante de Deus e Seu Filho sobre todas as foras do maligno.Os "salmos" (Cl.3:16) provavelmente so os mesmos do Antigo Testamento, amados por ns e lidos em

    nossos cultos. Ocasionalmente cantamos pores de alguns salmos. Nas igrejas que se reuniam nas casas, noprimeiro sculo, o entoar de salmos deve ter sido comum, "formando parte do culto religiosos e dafraternidade crist". Nas sinagogas, os judeus cantavam salmos, como tambm os essnios do Mar Morto.Os "hinos" tambm, provavelmente, referem-se aos hinos de louvor a Deus e a Cristo, compostosespontaneamente por cristos no momento do culto, ou em outras horas. McDonald escreve: " de se esperara priori, que um movimento que suscitou tanta emoo, lealdade e entusiasmo, encontre expresso emcntico". Avivamentos e despertamentos religiosos, com o passar dos sculos, estimularam o louvor por meioda msica; seria estranho se no primeiro sculo no houvesse aparecido expresses musicais para tornar aadorao mais real e agradvel.Estas trs palavras, "salmos, hinos e cnticos"(Cl.3:16), tomadas juntas, descrevem de modo global o mbitoda adorao expressa pela msica e estimulada pelo Esprito. O termo "espirituais" refere-se a todas asformas de expresso de louvor contidas nos trs termos, ainda que no possamos precisar as formas exatasda expresso musical.

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    O CULTO E OS DONS ESPIRITUAIS

    Passando a descrio do culto em Atos para Romanos e I Corntios, descobrimos que o exerccio dos dons doEsprito deve ser encarado como uma expresso de culto a Deus. Somente no caso dos dons serem motivadospor amor genuno pelos irmos e por Deus que podemos encaix-los no quadro de um culto genuno, "em

    Esprito e em verdade".Paulo lembra aos romanos que a oferta de seus corpos a Deus um ato de adorao espiritual, se, contudo,esses mesmos corpos estiverem sujeitos ao Cabea para servir, profetizar, ensinar, exortar, contribuir,presidir e exercer misericrdia (Rm.12:1-8). Certamente a lista pode ser estendido para incluir todo equalquer ministrio. A vida do cristo, se no se isolar da famlia de Deus, nem se separar do prprio Senhor,expressar adorao nas reunies ou nas atividades do dia a dia.A significao dos cultos nos quais a congregao se reunia alcanou relevncia particular na concentrao devozes louvando e ensinando juntas, com coraes sedentos, aprendendo e aplicando a palavra. Era umocasio apropriada para o treinamento dos santos para servirem a Deus dentro e fora das reunies. Os donsde apstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre cooperam e fecundam no centro do culto para encorajar o

    bom ajustamento, o auxlio de toda junta e a cooperao de cada parte, o que "efetua o seu prprio aumentopara a edificao de si mesmo em amor"(Ef.4:16).

    O CULTO NA IGREJA COMPARADO AO CULTO JUDAICO

    O cristianismo bipolar pela sua prpria natureza. Esses dois polos so o contedo da f, fundamentado nasua mensagem revelada, e a adorao prtica, atravs da qual o cristo e Deus mantm comunho. Ambos ospolos no so fortalecidos repelindo-se ou ignorando-se, mas so vitalizados por apoio mtuo. A avaliao deW.Tozer sobre a adorao do cristianismo evanglico como "a jia perdida" reflete a dicotomia insalubre entrea verdade proclamada e a vitalidade da adorao, hoje. Podemos criticar a observao: "Em toda a parte oscristos esto perdendo o interesse, passando a simplesmente simular na igreja", pois milhares deprotestante, catlicos e cristos ortodoxos esto satisfeitos em participar de maneiras vazias, porm rgidas,com apenas uma vaga percepo do conceito bblico de adorao em Esprito e em verdade.De um modo geral, os cristo no esto consciente de que sua adorao reflete a teologia prtica dacomunidade onde esto inseridos. O cunho puritano no dito "a finalidade principal do homem glorificar a

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