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7/24/2019 Critical Theory RICHARD DEVETAK - Tradução http://slidepdf.com/reader/full/critical-theory-richard-devetak-traducao 1/24 Devetak Se existe alguma coisa que une o grupo díspar de estudiosos que subscrevem a "teoria crítica" é a idéia de que o estudo das relações internacionais deve ser orientada por uma política emancipatória. Os ataques terroristas de de setembro de ! eo subsequente "guerra ao terrorismo" mostrou# entre outras coisas# que o so$rimento %umano desnecess&rio permanece um $ato central da vida internacional. Seria $&cil# e talve' compreensível# a superestimar a novidade ou o signi(cado do de Setembro para a ordem mundial. )(nal# a maior pot*ncia do mundo $oi um golpe devastador na sua capital nacional# +as%ington# e sua maior cidade# ,e- ork. )o atacar o /ent&gono e o +orld 0rade 1enter# os criminosos estavam atacando dois ícones de pro2eç3o de poder global dos 4stados 5nidos6 seus centros militares e (nanceiros. /ara a teoria crítica# qualquer avaliaç3o do grau em que de setembro mudou ordem mundial depender& da medida em que v&rias $ormas de dominaç3o s3o removidos e pa'# liberdade# 2ustiça e igualdade s3o promovidos. ) 7guerra ao terrorismo7 inacabado travada por +as%ington e 8ondres até agora tem $eito muito pouco para satis$a'er as preocupações do teórico crítico. De $ato# tem sido de$endido por muitos teóricos críticos que é mais prov&vel a introduç3o de 7de9civili'ador "$orças nas relações internacionais. 4ste capítulo est& dividido em tr*s partes principais6 em primeiro lugar# um esboço das origens da teoria crítica: em segundo lugar# um exame da nature'a política de reivindicações de con%ecimento nas relações internacionais: e# em terceiro lugar# um relato detal%ado da tentativa da teoria internacional crucial para colocar questões de comunidade no centro do estudo das relações internacionais. 4sta ser& uma oportunidade para discutir como a teoria crítica re;ete sobre os acontecimentos de de Setembro e a subsequente "guerra ao terrorismo". Origens da teoria critica ) teoria crítica tem suas raí'es em uma lin%a de pensamento que é muitas ve'es seguida de volta ao <luminismo e ligado aos escritos de =ant# >egel e ?arx. 4mbora esta se2a uma lin%agem importante no nascimento da teoria crítica n3o é a @nica possível que pode ser rastreada# como %& também a marca do pensamento grego cl&ssico na autonomia e democracia a ser considerada# bem como o pensamento de ,iet'sc%e e +eber. ,o entanto# no século AA# a teoria crítica tornou9se mais associado com um corpo distinto de pensamento con%ecida como a 4scola de Brank$urt CaE FGH: +En  ones# !I. J na obra de ?ax >ork%eimer# 0%eodor )dorno# +alter Ken2amin# >erbert ?arcuse# 4ric% Bromm# 8eo 8o-ent%al e# mais recentemente# Lrgen >abermas que a teoria crítica adquiriu uma pot*ncia renovada e em que a teoria crítica termo passou a ser usado como o emblema de uma (loso(a que questiona a vida social e

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Devetak

Se existe alguma coisa que une o grupo díspar de estudiosos quesubscrevem a "teoria crítica" é a idéia de que o estudo das relaçõesinternacionais deve ser orientada por uma política emancipatória. Os

ataques terroristas de de setembro de ! eo subsequente"guerra ao terrorismo" mostrou# entre outras coisas# que o so$rimento%umano desnecess&rio permanece um $ato central da vidainternacional. Seria $&cil# e talve' compreensível# a superestimar anovidade ou o signi(cado do de Setembro para a ordem mundial.)(nal# a maior pot*ncia do mundo $oi um golpe devastador na suacapital nacional# +as%ington# e sua maior cidade# ,e- ork. )o atacaro /ent&gono e o +orld 0rade 1enter# os criminosos estavam atacandodois ícones de pro2eç3o de poder global dos 4stados 5nidos6 seuscentros militares e (nanceiros. /ara a teoria crítica# qualqueravaliaç3o do grau em que de setembro mudou ordem mundial

depender& da medida em que v&rias $ormas de dominaç3o s3oremovidos e pa'# liberdade# 2ustiça e igualdade s3o promovidos. )7guerra ao terrorismo7 inacabado travada por +as%ington e 8ondresaté agora tem $eito muito pouco para satis$a'er as preocupações doteórico crítico. De $ato# tem sido de$endido por muitos teóricos críticosque é mais prov&vel a introduç3o de 7de9civili'ador "$orças nasrelações internacionais.

4ste capítulo est& dividido em tr*s partes principais6 em primeirolugar# um esboço das origens da teoria crítica: em segundo lugar# um

exame da nature'a política de reivindicações de con%ecimento nasrelações internacionais: e# em terceiro lugar# um relato detal%ado datentativa da teoria internacional crucial para colocar questões decomunidade no centro do estudo das relações internacionais. 4staser& uma oportunidade para discutir como a teoria crítica re;etesobre os acontecimentos de de Setembro e a subsequente "guerraao terrorismo".

Origens da teoria critica

) teoria crítica tem suas raí'es em uma lin%a de pensamento que é

muitas ve'es seguida de volta ao <luminismo e ligado aos escritos de=ant# >egel e ?arx. 4mbora esta se2a uma lin%agem importante nonascimento da teoria crítica n3o é a @nica possível que pode serrastreada# como %& também a marca do pensamento grego cl&ssicona autonomia e democracia a ser considerada# bem como opensamento de ,iet'sc%e e +eber. ,o entanto# no século AA# a teoriacrítica tornou9se mais associado com um corpo distinto depensamento con%ecida como a 4scola de Brank$urt CaE FGH: +En ones# !I. J na obra de ?ax >ork%eimer# 0%eodor )dorno# +alterKen2amin# >erbert ?arcuse# 4ric% Bromm# 8eo 8o-ent%al e# maisrecentemente# Lrgen >abermas que a teoria crítica adquiriu umapot*ncia renovada e em que a teoria crítica termo passou a ser usadocomo o emblema de uma (loso(a que questiona a vida social e

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política moderna através de um método de crítica imanente. Boi emgrande parte uma tentativa de recuperar um potencial crítica eemancipatória que %avia sido invadida por recentes tend*nciasintelectuais# sociais# culturais# políticos# econMmicos e tecnológicos.

4ssencial para a teoria crítica da 4scola de Brank$urt $oi umapreocupaç3o para compreender as características centrais dasociedade contemporNnea por entender seu desenvolvimento%istórico e social# e traçando contradições no presente# que podeabrir a possibilidade de transcender a sociedade contemporNnea esuas patologias e $ormul&rios internos de dominaç3o. ) teoria críticadestina "n3o apenas para eliminar um ou outro abuso"# mas paraanalisar as estruturas sociais sub2acentes que resultam em taisabusos com a intenç3o de super&9las C>ork%eimer# FG!6 !I. ,3o édi$ícil perceber a presença aqui do tema avançado por ?arx em suadécima primeira tese sobre Beuerbac%6 "(lóso$os t*m apenasinterpretado o mundo de diversas maneiras: o ponto é mud&9lo"C?arx FGGa6 PQI. 4ste interesse normativo na identi(caç3o depossibilidades imanentes para a trans$ormaç3o social é umacaracterística de(nidora de uma lin%a de pensamento que seestende# pelo menos# a partir de =ant# através de ?arx# para teóricoscríticos contemporNneos# como >abermas. 4sta intenç3o de analisaras possibilidades de reali'aç3o de emancipaç3o no mundo modernoimplicou an&lises críticas de ambos os obstruções ao e tend*nciasimanentes direç3o# a organi'aç3o racional da actividade %umana"C>ork%eimer# FG!6 !!HI. ,a verdade# essa preocupaç3o se estende

a lin%a de pensamento de volta para além de =ant R convicç3ocl&ssica grega que a constituiç3o racional da polis encontra suaexpress3o na autonomia individual e o estabelecimento da 2ustiça eda democracia. /olítica# nesse entendimento# é o domínio em causacom percebendo a vida apenas.

>&# no entanto# uma di$erença importante entre a teoria crítica e osgregos que se relaciona com as condições em que as reivindicaçõesde con%ecimento podem ser $eitas a respeito da vida social e política.>& dois pontos pena recordar# a este respeito6 em primeiro lugar# oponto kantiana que a re;ex3o sobre os limites do que podemos saber

é uma parte $undamental da teori'aç3o e# em segundo lugar# umponto %egeliana e marxista de que o con%ecimento é sempre# eirredutivelmente# condicionada pela contextos %istóricos e materiais:nas palavras de ?ark upert C!H6 QI# é sempre "con%ecimentosituado". Desde teoria crítica leva a própria sociedade como ob2eto dean&lise# e uma ve' que as teorias e atos de teori'aç3o nunca s3oindependentes da sociedade# o escopo da teoria crítica da an&lisedeve incluir necessariamente a re;ex3o sobre a teoria. 4m suma# ateoria crítica deve ser auto9re;exivo: ele deve incluir um relato de suaprópria g*nese e aplicaç3o na sociedade. )o c%amar a atenç3o para arelaç3o entre con%ecimento e sociedade# que é t3o $reqLentementeexcluídos da an&lise teórica mainstream# teoria crítica recon%ece anature'a política das reivindicações de con%ecimento.

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Boi com base neste recon%ecimento que >ork%eimer distinguiu entreduas concepções de teoria# que ele se re$eriu como "críticas" teorias"tradicional" e. 1oncepções tradicionais de teoria imaginar o teórico auma distNncia do ob2eto de an&lise. /or analogia com as ci*ncias

naturais# eles a(rmam que o su2eito eo ob2eto deve ser estritamenteseparadas# a (m de teori'ar corretamente. 1oncepções tradicionaisde teoria assumir que existe um mundo externo "l& $ora" paraestudar# e que um assunto indagando pode estudar este mundo deuma $orma equilibrada e ob2etiva# retirando do mundo que investiga#e deixando para tr&s qualquer ideológica crenças# valores# ou opiniõesque possam invalidar o inquérito. /ara se quali(car como teoria eledeve# pelo menos# ser livre de valor. Deste ponto de vista# a teoria sóé possível com a condiç3o de que um assunto indagando pode retirar9se do mundo que estuda Ce em que ele existeI e livrar9se de todos ospreconceitos. <sto contrasta com concepções críticos que negam apossibilidade de an&lise social isenta de valores.

)o recon%ecer que as teorias s3o sempre incorporado na vida social epolítica# as concepções críticas da teoria permitir o exame das(nalidades e $unções servidos por teorias especí(cas. ,o entanto#enquanto tais concepções da teoria recon%ecer a inevitabilidade detomar sua orientaç3o a partir do contexto social em que est3osituados# o seu interesse orientador é um dos emancipaç3o# ao invésde legitimaç3o e consolidaç3o de $ormas sociais existentes. Opropósito sub2acente a crítica# ao contr&rio do tradicional# concepções

de teoria é mel%orar exist*ncia %umana# abolindo a in2ustiçaC>ork%eimer# FG!I. 1omo articulada por >ork%eimer CFG!6 !PI#essa concepç3o da teoria n3o basta apresentar uma express3o da"situaç3o %istórica concreta 7# ele também atua como" uma $orçadentro Tessa situaç3oU para estimular a mudança ". 4le permite aintervenç3o do ser %umano na reali'aç3o de sua %istória.

Deve9se notar que# enquanto a teoria crítica n3o $oi directamenteabordada a nível internacional# isso n3o implica que as relaçõesinternacionais est& além dos limites da sua preocupaç3o. Os escritosde =ant e ?arx# em particular# t*m demonstrado que o que acontece

a nível internacional é de imensa importNncia para a concreti'aç3o daemancipaç3o universal. J a continuaç3o deste pro2ecto em que ateoria crítica internacional est& envolvida. ) 4scola de Brank$urt#contudo# nunca abordaram as relações internacionais em suas críticasdo mundo moderno# e >abermas $e' apenas poucas re$er*ncias a eleaté recentemente Cver >abermas FFQ# !H: >abermas e Derrida#!HI. ) principal tend*ncia da teoria crítica é levar a sociedadeindivíduo como o $oco e a negligenciar a dimens3o das relações entresociedade e entre sociedades. /ara a teoria crítica internacional# noentanto# a tare$a é estender a tra2etória da 4scola de Brank$urt 9 ateoria crítica para além do Nmbito doméstico para o internacional 9ou# mais precisamente# global 9 reino. Ba' um caso para uma teoria dapolítica mundial que est& 7comprometido com a emancipaç3o da

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espécie7 C8inklater FFa6 QI. 0al teoria deixaria de ser con(nado a umestado individual ou sociedade# mas iria analisar as relações entre eatravés deles# e re;etir sobre a possibilidade de alargar o racional# 2usta e democr&tica organi'aç3o da sociedade política em todo oglobo C,eu$eld FFP6 1apítulo : S%apcott !I.

/ara resumir# a teoria crítica baseia9se em v&rias vertentes depensamento social# política e (losó(ca ocidental# a (m de construirum arcabouço teórico capa' de re;etir sobre a nature'a e ospropósitos da teoria e revelando $ormas tanto óbvias e sutis dein2ustiça e dominaç3o na sociedade. ) teoria crítica n3o apenasdesa(os e desmantela as $ormas tradicionais de teori'aç3o# tambémproblemati'a e procura desmantelar $ormas arraigadas da vida socialque restringem a liberdade %umana. 0eoria crítica internacional é umaextens3o dessa crítica para o domínio internacional. ) próxima partedo capítulo se concentra na tentativa pelos teóricos críticosinternacionais para desmantelar as $ormas tradicionais de teori'aç3o#promovendo mais a teoria auto9re;exiva.

A política de conhecimentos em teoria das relaçõesinternacionais

,3o $oi até a década de FQ# eo início do c%amado "terceiro debate7# que as questões relativas R política do con%ecimento seria levado asério no estudo das relações internacionais. Vuestões

epistemológicas relativas R 2usti(caç3o e veri(caç3o dasreivindicações de con%ecimento# a metodologia aplicada eo alcance e(ns de averiguaç3o# e questões ontológicas sobre a nature'a dosatores sociais e outras $ormações %istóricas e estruturas nas relaçõesinternacionais# todos carregam implicações normativas que %aviamsido inadequadamente abordada. 5ma das importantes contribuiçõesda teoria crítica internacional tem sido a de ampliar o ob2eto dedomínio das relações internacionais# n3o apenas para incluirpressupostos epistemológicos e ontológicos# mas para explicar sualigaç3o com os compromissos políticos anteriores.

4sta seç3o descreve o modo pelo qual a teoria crítica tra'reivindicações de con%ecimento em elações <nternacionais sobescrutínio crítico. 4m primeiro lugar# examina a quest3o daepistemologia# descrevendo como a distinç3o de >ork%eimer entreconcepções tradicionais e críticos da teoria $oi retomado em elações<nternacionais: e em segundo lugar# elabora a ligaç3o entre a teoriacrítica e da teoria emancipatória. O resultado deste escrutínio érevelar o papel dos interesses políticos na $ormaç3o do con%ecimento.1omo obert 1ox CFQI disse de $orma sucinta e $amosa# 7teoria ésempre para alguém e para algum propósito ". 1omo consequ*ncia#os teóricos internacionais críticos re2eitam a idéia de que ocon%ecimento teórico é neutro ou n3o9político. 1onsiderando que asteorias tradicionais tendem a ver o poder e interesses como $atores

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a$etando a posteriori resultados nas interações entre os atorespolíticos no domínio das relações internacionais# os teóricosinternacionais críticos insistem que eles n3o s3o de $orma ausente na$ormaç3o e veri(caç3o dos créditos de con%ecimento. ,a verdade#eles s3o um $atores que a$etam a priori a produç3o de con%ecimento#

daí =imberlE >utc%ings "CFFF6 FI a(rmaç3o de queW teoria dasrelações internacionais n3o é apenas sobre política# ele também é opróprio político ".

Resolução de problemas e teorias críticas

4m seu pioneiro artigo FQ# obert 1ox seguiu >ork%eimerdistinguindo teoria crítica da teoria tradicional 9 ou# como 1ox pre$erec%am&9lo# a teoria de resoluç3o de problemas. esoluç3o deproblemas ou teorias tradicionais s3o marcadas por duascaracterísticas principais6 em primeiro lugar por uma metodologiapositivista: segundo# por uma tend*ncia para legitimar estruturassociais e políticas em vigor.

Bortemente in;uenciado pelas metodologias das ci*ncias naturais# asteorias de resoluç3o de problemas supor que o positivismo $ornece a@nica base legítima de con%ecimento. O positivismo é visto# comoSteve Smit% CFF6 HI observações# como o "padr3o ouro" contra oqual outras teorias s3o avaliados. >& muitas características di$erentesque podem ser identi(cadas com o positivismo# mas dois s3oparticularmente relevantes para a nossa discuss3o. /rimeiro#

positivistas assumem que $atos e valores podem ser separados: emsegundo lugar# que é possível separar su2eito e ob2eto. <sso resulta emvista n3o só que um mundo ob2etivo existe independentemente daconsci*ncia %umana# mas que o con%ecimento ob2etivo da realidadesocial é possível na medida em que os valores s3o expurgados dean&lise.

 0eoria# como 1ox de(ne9o 7# leva o mundo como ele encontra9lo# comas relações sociais e de poder existentes e as instituições em queest3o organi'ados# como o quadro $ornecido para a aç3o de resoluç3ode problemas. 4le n3o questiona a ordem atual# mas tem o e$eito de

legitimaç3o e rei(caç3o9lo ". O seu ob2ectivo geral# di' 1ox CFQ6!FI# é $a'er o "trabal%o sem problemas# lidar de $orma e(ca' com$ontes particulares de problemas 7existente ordem. ,eo9realismo#teoria qua a resoluç3o de problemas# leva a sério o ditado realistapara trabal%ar com# e n3o contra# prevalecendo as $orçasinternacionais. )o trabal%ar dentro do sistema dado que tem ume$eito estabili'ador# que tende a preservar a estrutura globalexistente de relações sociais e políticas. 1ox salienta queinstitucionalismo neoliberal também participa de resoluç3o deproblemas. Seu ob2etivo# como explica seu maior expoente# é"$acilitar o bom $uncionamento dos sistemas políticos internacionaisdescentrali'adas" C=eo%ane FQX6 HI. Situando9se entre o sistema deestados e na economia mundial capitalista liberal# a principal

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preocupaç3o do neo9liberalismo é garantir que os dois sistemas$uncionam sem problemas em sua coexist*ncia. Destina9se a tornaros dois sistemas globais compatível e est&vel por di$us3o quaisquercon;itos# tensões# ou crises que possam surgir entre eles C1ox#FF!b6 GHI. 1omo ames Ko%man C!!6 PI di' que# tal

abordagem "modelos do cientista social sobre o engen%eiro# quemagistralmente escol%e a mel%or soluç3o para um problema depro2eto". 4m resumo# as concepções tradicionais da teoria tendem atrabal%ar em $avor da estabili'aç3o estruturas predominantes daordem mundial e as suas desigualdades que acompan%am de poder erique'a.

O principal ponto que 1ox pretende $a'er sobre a teoria de resoluç3ode problemas é que o seu $racasso para re;etir sobre o quadroanterior em que se teori'a signi(ca que ele tende a operar em $avorde prevalecer prioridades ideológicas. Suas reivindicações de valorneutralidade# n3o obstante# a teoria de resoluç3o de problemas éclaramente C1ox# FQ6 HI "em virtude do $ato de que eleimplicitamente aceita a ordem vigente como o seu próprio quadro9bound valor 7. 1omo conseqL*ncia# permanece al%eio R $orma como opoder e os interesses preceder e con%ecimentos $orma alega.

/or outro lado# a teoria crítica internacional começa a partir daconvicç3o de que porque os próprios processos cognitivos s3ocontextualmente situado e# portanto# su2eitos a interesses políticos#eles devem ser avaliados de $orma crítica. 0eorias de relações

internacionais# como qualquer con%ecimento# necessariamente s3ocondicionados por in;u*ncia social# cultural e ideológica# e uma dasprincipais tare$as da teoria crítica é revelar o e$eito destacondicionado. 1omo ic%ard )s%leE CFQ6 !GI a(rma# "ocon%ecimento é sempre constituído em re;exo de interesses 7# ent3oa teoria crítica deve tra'er aos interesses consci*ncia latente#compromissos ou valores que d3o origem a# e oriente# qualquerteoria. Devemos admitir# portanto# que o estudo das relaçõesinternacionais 7é# e sempre $oi# inevitavelmente normativo "C,eu$eldFFP6 QI# apesar das a(rmações em contr&rio. /orque a teoriacrítica internacional v* uma ligaç3o íntima entre a vida social e

processos cognitivos# que re2eita as distinções positivistas entre $ato evalor# ob2eto e su2eito. )o descartar a possibilidade do con%ecimentoob2etivo teoria crítica internacional busca promover maior"re;exividade teórica 7CFFP6 1apítulo HI. 1ox CFF!a6 PFI expressaessa re;exividade em termos de um processo duplo6 o primeiro é"auto9consci*ncia do próprio tempo %istórico e local que determina asperguntas que reivindicam a atenç3o# o segundo é" o es$orço paraentender a dinNmica %istórica que trouxe sobre as condições em queessas questões se levantaram ". Da mesma $orma# Ko%man C!!6PHI de$ende uma $orma de re;ex3o teórica baseada na "perspectivade um participante crítico9re;exivo". )o adotar essas atitudesre;exivas teoria crítica é mais como uma tentativa de meta9teóricapara examinar como as teorias est3o situados em que prevalece

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ordens sociais e políticas# como isso a$eta contextuali'aç3o sobreteori'aç3o# e# mais importante# as possibilidades de teori'aç3o deuma $orma que desa(a a in2ustiças e desigualdades construído naordem mundial vigente.

) relaç3o de teoria crítica R ordem vigente precisa ser explicado comalgum cuidado. /ois# embora ele se recusa a tomar a ordem vigente#uma ve' que encontr&9lo# a teoria crítica n3o simplesmente ignor&9lo.4le aceita que os seres %umanos n3o $a'em a %istória sob condiçõesde sua própria escol%a# como ?arx observou em O De'oito Krum&riode 8ouis Konaparte CFGGeI# e assim por um exame detal%ado dascondições atuais deve necessariamente ser reali'ada. ,o entanto# aordem que $oi "dado" para nós n3o é de $orma natural# a necess&riaou %istoricamente invari&veis. 0eoria crítica internacional leva acon(guraç3o global de relações de poder como seu ob2eto e perguntacomo essa con(guraç3o surgiu# o que custa tra' com ele e quepossibilidades alternativa permanecer imanente na %istória.

) teoria crítica é essencialmente uma crítica ao dogmatismo queencontra nos modos tradicionais de teori'aç3o. 4sta crítica revela ospressupostos n3o examinados que orientam os modos tradicionais depensamento# e expõe a cumplicidade dos modos tradicionais depensamento em condições políticas e sociais em vigor. /ara rompercom os modos dogm&ticas de pensamento é a "desnaturali'ar" opresente# como =arin Bierke CFFQ6 HI coloca# para nos $a'er 7ol%arde novo# de uma maneira nova# naquele que assumimos sobre o

mundo porque se tornou excessivamente $amiliar 7. Desnaturali'ar7TsupostamenteU realidades ob2etivas abre a porta a $ormasalternativas de vida social e política ". <mplicitamente# portanto#$ undamental qua teoria de desnaturali'aç3o crítica serve "como uminstrumento para a deslegitimaç3o do poder e privilégioestabelecidoY C,eu$eld FFP6 XI. O con%ecimento teoria críticainternacional gera n3o é neutra: é politicamente e eticamentecobrado por um interesse na trans$ormaç3o social e política. 1ritica edesmascara as teorias que legitimam a ordem vigente e a(rmaalternativas progressistas que promovam a emancipaç3o.

<sto imediatamente levanta a quest3o de como os 2uí'os éticos sobrea ordem mundial vigente pode ser $ormada. 1omo n3o existemestruturas teóricas ob2etivas n3o pode %aver ponto de vista de)rquimedes $ora da %istória ou da sociedade a partir do qual seenga2ar em críticas ético ou 2ulgamento. ,3o é uma quest3o deelaborar um con2unto de ideais morais e us&9los como re$er*nciatranscendente para 2ulgar $ormas de organi'aç3o política. ,3o %&nen%uma utopia para comparar com $atos. <sto signi(ca que a teoriacrítica internacional deve empregar o método da crítica imanente aoinvés de ética abstrata para criticar a atual ordem das coisasC8inklater FFb6 !!9HI.

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) tare$a# portanto# é a de "começar de onde estamos"# nas palavrasde ortE Ccitado em 8inklater FFQ6 GGI# e escavar os princípios evalores que estruturam a nossa sociedade política# expondo ascontradições ou inconsist*ncias no modo como a nossa sociedade éorgani'ada para prosseguir os seus valores de$endidos. 4ste ponto é

endossado por v&rios outros teóricos críticos internacionais#especialmente =imberlE >utc%ings# cu2a vers3o da teoria críticainternacional é $ortemente in;uenciada pela vers3o $enomenológicade >egel da crítica imanente. 1rítica imanente é reali'ada "semre$er*ncia a um método articulada de $orma independente outranscendentes critérios 7C>utc%ings FFF6 FFI. Seguindo o consel%ode >egel# a teoria crítica internacional deve recon%ecer que osrecursos para criticar e 2ulgar só pode ser encontrada 7imanente7# istoé# nas sociedades políticas 2& existentes a partir de onde a crítica élançado. Os recursos críticos exercidas n3o caem do céu# que emitema partir do desenvolvimento %istórico das instituições legais epolíticas concretas. ) tare$a do teórico político é# portanto# paraexplicar e criticar a atual ordem política em termos de princípiospressupostas por e embutidos em suas próprias pr&ticas e instituições 2urídicas# políticas e culturais CBierke FFQ6 X: >utc%ings FFF6!I.

Biona obinson CFFFI argumenta da mesma $orma que a ética n3odeve ser concebido como separado das teorias e pr&ticas de relaçõesinternacionais# mas deve antes ser vista como embutidos nelas. Deacordo com >utc%ings ela de$ende uma "$enomenologia da vida

ética" ao invés de uma "ética abstrata sobre a aplicaç3o das regras"Cobinson# FFF6 HI. 4m seu relato de uma "ética globais decuidados 7# no entanto# é necess&rio também para apresentar ospressupostos dos discursos morais e políticas 2& existentes $undo aoescrutínio crítico. >utc%ings e obinson concordar com 8inklater quequalquer teoria crítica internacional deve empregar um modo decrítica imanente. <sto signi(ca que o teórico deve envolvercriticallE-it% $undo pressupostos normativos que estruturam nossos 2ulgamentos éticos em um es$orço para gerar um a2uste maiscoerente entre modos de pensamento e $ormas de organi'aç3opolítica# e sem depender de um con2unto de princípios éticos

abstratos.

A tarefa da teoria crítica como uma teoria emancipatória

Se as teorias de resoluç3o de problemas adotar uma metodologiapositivista e acabam rea(rmando o sistema vigente# teorias críticas$orem in$ormadas pelas tradições de %ermen*utica e <deologiekritik. 0eoria crítica internacional n3o est& preocupado apenas com acompreens3o e explicaç3o das realidades existentes da políticamundial# ele também tem a intenç3o de criticar a (m de trans$orm&9las. J uma tentativa de compreender os processos sociais essenciaispara o propósito de inaugurar mudança# ou# pelo menos# saber se amudança é possível. ,as palavras de >oZman CFQG6 !HHI# é "n3o

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apenas uma express3o das realidades concretas da situaç3o %istórica#mas também uma $orça de mudança dentro dessas condições".,eu$eld CFFP6 1apítulo PI também a(rma este ponto de vista dateoria crítica. 4le o$erece# di' ele# uma $orma de crítica social quesuporta a atividade política pr&tica destinada a trans$ormaç3o da

sociedade.

<nteresse emancipatório da teoria crítica est& preocupado com a7assegurar a liberdade de restrições n3o9recon%ecidos# relações dedominaç3o# e as condições de comunicaç3o e compreens3o distorcidaque negam os seres %umanos a capacidade de $a'er o seu $uturoatravés de plena vontade e consci*ncia "C)s%leE FQ6 !!GI. 4steclaramente contrasta com as teorias de resoluç3o de problemas quetendem a aceitar o que 8inklater CFFGI c%ama de "teseimutabilidade". ) teoria crítica est& empen%ada em estender oracional# 2usta e democr&tica organi'aç3o da vida política para alémdo nível do 4stado para toda a %umanidade.

) concepç3o de emancipaç3o promovido pela teoria críticainternacional é em grande parte derivada de uma lin%a depensamento que encontra a sua origem no pro2eto do <luminismo.4ste pro2eto $oi geralmente preocupados com romper com $ormaspassadas de in2ustiça para promover as condições necess&rias para aliberdade universal CDevetak FFPbI. /ara começar# emancipaç3o#como entendida pelos pensadores iluministas e teóricos críticosinternacionais# geralmente expressa uma concepç3o negativa de

liberdade que consiste na remoç3o de restrições desnecess&rias#socialmente criadas. 4ssa compreens3o é mani$esto em Koot%CFFb6 PHFI de(niç3o de emancipaç3o como 7libertando as pessoasdesses constrangimentos que os impede reali'aç3o livremente o queeles iriam optar por $a'er7. ) *n$ase neste entendimento é emdesalo2ar esses impedimentos ou imposições quedesnecessariamente restringem a liberdade individual ou coletiva.?ais substantivamente# )s%leE CFQ6 !!GI de(ne emancipaç3o comopara a criaç3o de "liberdade de restrições n3o9recon%ecidos# relaçõesde dominaç3o# e as condições de comunicaç3o e compreens3odistorcida que negam os seres %umanos a capacidade de $a'er o seu

próprio $uturo através de vontade e consci*ncia plena". O impulsocomum desses entendimentos é que a emancipaç3o implica umabusca de autonomia. "/ara ser livre"# di' 8inklater FFa6 HPI# é"para ser auto9determinaç3o ou ter a capacidade para iniciar a aç3o.O ob2etivo da teoria crítica internacional# portanto# é ampliar acapacidade %umana para a autodeterminaç3o "C8inklater FFb6 I.

,o relato de 8inklater da teoria crítica internacional dois pensadoress3o integrais6 <mmanuel =ant e =arl ?arx. ) abordagem de =ant éinstrutivo porque procura incorporar os temas do poder# ordem eemancipaç3o C8inklater FFb6 !9!I. 1on$orme expresso pelo8inklater CFF!b6 HI# =ant 7considerada a possibilidade de que opoder do 4stado iria ser domado por princípios de ordem

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internacional e que# com o tempo# a ordem internacional seriamodi(cado até que con$ormado com princípios de 2ustiça cosmopolita". 0eoria das relações internacionais de =ant é uma primeira tentativade mapear uma teoria crítica internacional# absorvendo as idéias ecriticar as de(ci*ncias na realista e pensamento racionalista sob um

interesse em liberdade universal e da 2ustiça. 4nquanto 8inklateracredita que a abordagem de ?arx para ser muito estreito em seu$oco sobre a exclus3o baseada em classes# ele ac%a que# no entanto#$ornece a base de uma teoria social sobre a qual a teoria críticainternacional deve construir. 1omo observado 8inklater CFFa6 PFI#?arx e =ant s%are 7o dese2o de uma sociedade universal de indivíduoslivres# um reino universal de (ns ". )mbas reali'adas anexos $ortespara os temas iluministas de liberdade e universalismo# e amboslançaram $ortes críticas de $ormas de vida particularistas com aintenç3o de expandir a comunidade moral e política.

/ara concluir esta parte do capítulo# a teoria crítica internacionalconstitui um $orte argumento para a prestar mais atenç3o Rs relaçõesentre con%ecimento e interesses. 5ma das principais contribuições dateoria crítica internacional a este respeito é para expor a nature'apolítica da kno-ledge$ormation. Sub2acente a tudo isto é uminteresse explícito em desa(ador e remoç3o de restrições socialmenteprodu'idos sobre a liberdade %umana# contribuindo assim para apossível trans$ormaç3o das relações internacionais C8inklater FFb6# FFQI.

Repensar a comunidade política

<n$ormando teoria crítica internacional é o espírito# se n3o a letra# dacrítica do capitalismo de ?arx. 1omo ?arx# os teóricos críticosinternacionais procuram para expor e analisar criticamente as $ontesde desigualdade e dominaç3o que moldam as relações de poderglobais com a intenç3o de elimin&9los. Desde meados da década deFF um dos temas centrais que cresceu $ora da teoria internacionalcrítico é a necessidade de desenvolver compreensões maisso(sticadas de comunidade como um meio de identi(car e eliminaras restrições globais em potencial da %umanidade para a liberdade# a

igualdade ea autodeterminaç3o C8inklater FFb6 GI. ) abordagem de8inklater para esta tare$a# que estabeleceu a agenda# é o primeiro aanalisar a $orma como a desigualdade e ;uxo de dominaç3o demodos de comunidade política ligada ao 4stado soberano# e emsegundo lugar a considerar $ormas alternativas de comunidadepolítica que promova a emancipaç3o %umana.

4sta seç3o elabora tr*s dimensões em que a teoria críticainternacional repensa comunidade política Cver 8inklater# FF!6 F!9GI.) primeira dimens3o é normativo# e re$ere9se R crítica (losó(ca do4stado como uma $orma de exclus3o da organi'aç3o política. )segunda é sociológico# e relaciona9se com a necessidade dedesenvolver um relato das origens e evoluç3o do 4stado moderno e

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expõe9sistema. ) terceira é a dimens3o relativa praxiológicapossibilidades concretas de reconstruç3o de elações <nternacionaisao longo de lin%as mais emancipatórios e cosmopolitas. O e$eitoglobal da teoria crítica internacional# e sua importante contribuiç3opara o estudo das relações internacionais# é concentrar9se sobre os

$undamentos normativos da vida política.

A dimensão normativa: a crítica do particularismo ética eexclusão social

5m dos pressupostos (losó(cos $undamentais que estruturoupensamento e pr&tica política e ética sobre relações internacionais éa idéia de que o 4stado moderno é a $orma natural da comunidadepolítica. O estado soberano $oi 7$etic%e7# para usar a express3o de?arx# como o modo normal de organi'ar a vida política. 0eóricosinternacionais críticos# no entanto# o dese2o de problemati'ar essa$etic%i'aç3o e c%amar a atenç3o para os "dé(cits morais dos que s3ocriadas pela interaç3o do 4stado com a economia mundial capitalista.,esta seç3o# eu esboço investigaç3o (losó(ca da teoria críticainternacional sobre as bases normativas da vida política e sua críticaao particularismo ética e da exclus3o social que gera.

) crítica (losó(ca do particularismo $oi o primeiro# e maissistematicamente# estabelecido no de )ndre- 8inklater >omens e1idad3os CFFaI. Sua principal preocupaç3o n3o era traçar comomoderno pensamento político tin%a constantemente di$erenciado

obrigações éticas# devido R co9cidad3os daqueles devido ao resto da%umanidade. ,a pr&tica# essa tens3o entre "%omens" e "cidad3os"sempre $oi resolvido em $avor dos cidad3os 9 ou# mais precisamente#os membros de um 4stado soberano particular. ?esmo se ele $oirecon%ecido# como era pela maioria dos pensadores modernos cedo#que certos direitos universais $oram pensados para estender a todosos membros da comunidade %umana# elas $oram sempre residual esecund&rio para os particularistas.

>omens e cidad3os é# entre outras coisas# um trabal%o derecuperaç3o. Destina9se a recuperar uma (loso(a política com base

no raciocínio ético universal que tem sido progressivamentemarginali'ados no século AA# especialmente com o início da [uerraBria e da %egemonia de realismo. Ou se2a# ele procura recuperar ere$ormular o ideal estóico9crist3 da comunidade %umana. 4nquantoelementos deste ideal pode ser encontrada na tradiç3o do direitonatural# é a tradiç3o iluminista que 8inklater se vira para encontraruma express3o mais completa desse ideal. 8inklater aqui é$ortemente in;uenciada pelo pensamento de =ant# para quem aguerra $oi inegavelmente relacionado com a separaç3o da%umanidade em unidades separadas auto9respeito políticos#ousseau# que causticamente observou que em aderir a umacomunidade particular# os cidad3os individuais necessariamente se

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('eram inimigos do resto da %umanidade# e ?arx que viu no 4stadomoderno uma contradiç3o entre os interesses gerais e particulares.

O ponto a ser $eita aqui é que as associações políticas particularistaslevar a desavença inter9societal# a possibilidade de uma guerra

perpétua e da exclus3o social. 4ste tipo de argumento sub2acente aopensamento de v&rios pensadores do <luminismo do século A\<<<#incluindo ?ontesquieu# ousseau# /aine e =ant# entre outros# paraquem a guerra era simplesmente uma express3o da política ancienregime e uma $erramenta de estado. ?arx estendeu a crítica do4stado moderno# argumentando que# na de$esa do 4stado de direito#a propriedade privada e din%eiro# alienaç3o ele m&scaras docapitalismo e da exploraç3o atr&s de ideais burgueses de liberdade eigualdade. ?arx# é claro# visto a separaç3o da política e da economiacomo um ilus3o liberal criado para mascarar relações de poder docapitalismo. ,as palavras de upert C!H6 Q!I# uma dasperspectivas duradouras de ?arx é "que os espaços econMmicosaparentemente apolíticos gerados pelo capitalismo 9 dentro e entreestados 2urídicas 9 s3o permeadas por relações estruturadas de podersocial pro$undamente consequente para a vida política". ) partirdesta perspectiva marxista# relações internacionais modernas# namedida em que combina o sistema político de 4stados soberanos e dosistema econMmico do capitalismo de mercado# é uma $orma deexclus3o onde des(lam si mesmos interesses particulares de classecomo universal. O problema com o 4stado soberano# portanto# é que#como uma "comunidade moral limitado 7que promove a exclus3o#

gerando estran%amento# a in2ustiça# a insegurança e os con;itosviolentos entre os estados de auto9estima através da imposiç3o delimites rígidos entre" nós "e" eles "C1ox FQ6 HG# 8inklater FFa6!QI.

 0ais argumentos levaram nos @ltimos tempos# e# especialmente# emum século que viu os ;uxos sem precedentes dos povos ap&tridas ere$ugiados# para perguntas mais gerais e pro$undas sobre as basesem que a %umanidade est& politicamente dividido e organi'ado. 4mparticular# como =imberlE >utc%ings CFFF6 !PI notas# levou a teoriacrítica internacional a um "questionamento do 4stado9naç3o como um

modo normativamente dese2&vel de organi'aç3o política 7.1onsistente com outros teóricos críticos internacionais >utc%ingsCFFF6 !!# HPI problemati'a das ontologias (xos ideali'adas 7danaç3o e do 4stado como su2eitos de auto9determination.>utc%ings vaimais longe do que 8inklater# no entanto# por também problemati'ar o7sel$ 7indivíduo do liberalismo . Sua intenç3o é examinar o estado detodas as reivindicações normativas R autodeterminaç3o# se o 7eu7 éentendido como o indivíduo# naç3o ou 4stado. ?as na medida em quesua crítica visa colocar o 7eu7 em quest3o como uma entidadeindependente# a an&lise >utc%ings "complementa e amplia a crítica(losó(ca de particularismo empreendido por 8inklater.

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ic%ard S%apcott C!b# !I também continua esta crítica com aindagaç3o sobre a $orma como as di$erentes concepções do 7eu7Borma relações com "outros" nas relações internacionais. ) principalpreocupaç3o de S%apcott é com a possibilidade de alcançar a 2ustiçaem um mundo culturalmente diverso. 4mbora as principais

in;u*ncias em seu argumento s3o 0'vetan 0odorove >ans9[eorg [adamer# em ve' de >abermas# a crítica do auto deS%apcott é consistente com 8inklater de e >utc%ings 7. 4le re2eita asconcepções tanto liberais e comunit&rios do auto de encerramentocomunicaç3o genuína e da 2ustiça na relaç3o entre o eu eo outro.1oncepções liberais do auto# di' ele# envolve um "momentosigni(cativo de assimilaç3o"# porque eles s3o incapa'es derecon%ecer corretamente di$erença C!b6 !I. 1omunitaristas# poroutro lado# tendem a tomar os limites da comunidade política comodado e# como consequ*ncia# recusar a estran%os ou n3o9cidad3osuma vo' igual em conversas morais. 4m outras palavras# "liberaissubestimar o signi(cado moral das di$erenças nacionais# enquantocomunitaristas superestimar9los. )mbos# en(m# deixar de $a'er 2ustiçaa di$erença "CS%apcott !6

O pro2ecto comum de >utc%ings# 8inklater e S%apcott aqui équestionar a boundedness de identidade. 5ma atitude menosdogm&tica no sentido de as $ronteiras nacionais é c%amado por estesteóricos críticos internacionais# como as $ronteiras nacionais s3orecon%ecidos como "nem moralmente decisivo nem moralmenteinsigni(cante 7C8inklater FFQ6 I. 4les s3o talve' inevit&veis de

alguma $orma. ) quest3o# no entanto# é garantir que as $ronteirasnacionais n3o obstruam princípios de abertura# recon%ecimento e 2ustiça nas relações com o "outro" C8inklater FFQ6 1apítulo !:>utc%ings FFF6 HQ: S%apcott !a6 I.

 0eoria crítica internacional destacou os perigos do particularismodesmarcada que pode muito $acilmente privar "outsiders" de certosdireitos. 4sta crítica (losó(ca do particularismo levou teoria críticainternacional a criticar o 4stado soberano como uma das principais$ormas modernas de exclus3o social e# portanto# como uma barreiraconsider&vel R 2ustiça universal e emancipaç3o. ,a seç3o seguinte#

vamos delinear conta sociológica da teoria internacional crítica decomo o 4stado moderno veio a estrutura da comunidade política.

dimensão sociológica: estados forças sociais e mudanças deordens mundiais

e2eitando realista alega que a condiç3o de anarquia e das acções deauto9respeito de estados s3o naturais ou imut&vel# teoria críticainternacional tem sido sempre uma $orma de pequeno97c7construtivismo. 5ma das suas tare$as essenciais é# por conseguinte#para dar conta da produç3o %istórica e social de ambos os agentes eestruturas tomadas para concedido pelas teorias tradicionais.

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1ontra o positivismo eo empirismo de v&rias $ormas de realismo#teoria crítica internacional adota uma abordagem mais %ermen*utica#que concebe das estruturas sociais como tendo uma exist*nciaintersub2etiva. ")s estruturas s3o construídas socialmente" 9 ou se2a#

di' 1ox CFF!a6 HQI# "eles se tornam parte do mundo ob2etivo emvirtude de sua exist*ncia na intersub2etividade dos grupos relevantesde pessoas 7. /ermitindo o papel ativo das mentes %umanas naconstituiç3o do mundo social n3o leva a uma negaç3o da realidadematerial# ele simplesmente d&9l%e um status ontológico di$erente.4mbora as estruturas# como produtos intersub2etivas# n3o tem umaexist*ncia $ísica# como mesas ou cadeiras# n3o deixam de ter e$eitosconcretos reais CFF!b6 HHI. 4struturas produ'ir e$eitos concretosporque os seres %umanos agem como se $ossem reais C1ox# FQ6!X!I. J essa vis3o da ontologia sub2acente tentativas da teoria críticainternacional de 1ox e de compreender a atual ordem.

4m contraste com ontologias individualistas que concebem deestados como atomística# racional e possessivo# e como se suasidentidades existia antes ou independentemente da interaç3o socialCeus9Smit FF6 I# a teoria internacional crítica est& maisinteressado em explicar como os dois atores individuais e estruturassociais surgem# e s3o condicionadas por# %istória. /or exemplo# contrao dogma de \este$&lia que o estado é um estado é um estado C1ox#FQ6 !GI# a teoria internacional crítico v* o 4stado moderno comouma $orma distinta de comunidade política# tra'endo com ela

determinadas $unções# papéis e responsabilidades que s3o social e%istoricamente determinada. 1onsiderando que o estado é tida comocerta pelo realismo# teoria crítica internacional visa proporcionar umateoria social do 4stado.

1rucial para o argumento da teoria crítica internacional é quedevemos levar em conta o desenvolvimento do 4stado moderno comoa $orma dominante de comunidade política na modernidade. /ortanto#o que é necess&rio é um relato de como estados construir suasobrigações morais e legais e como estes re;etem certas suposiçõessobre a estrutura ea lógica das relações internacionais. 5sando o

trabal%o de ?ic%ael ?ann e )nt%onE [iddens# em particular# 8inklaterCFFQ6 1apítulos X9PI compromete9se o que ele c%ama de umasociologia %istórica das comunidades delimitadas 7.

)lém ealismo de 8inklater eo marxismo CFFbI 2& %avia começado aanalisar a interacç3o dos di$erentes lógicas ou processos deracionali'aç3o na tomada de decisões da política do mundo moderno.?as# na trans$ormaç3o da 1omunidade /olítica CFFQI# ele carregaessa an&lise ainda mais# $ornecendo um relato mais detal%ado destesprocessos e ligando9os de $orma mais estreita com os sistemas deinclus3o e exclus3o no desenvolvimento do 4stado moderno. Seuargumento é que os limites da comunidade política s3o moldadaspela interaç3o de quatro processos de racionali'aç3o6 a construç3o do

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4stado# rivalidade geopolítica# industriali'aç3o capitalista e deaprendi'agem pr&tico9moral C8inklater FFQ6 XG9PGI. 1inco poderesmonopolistas s3o adquiridas pelo 4stado moderno através destesprocessos de racionali'aç3o. 4sses poderes# que s3o reivindicadaspelo estado soberano como indivisível# inalien&vel e de direitos

exclusivos# s3o6 o direito de monopoli'ar os meios legítimos deviol*ncia sobre o território reivindicado# o direito exclusivo de impostonesta 2urisdiç3o territorial# o direito de exigir indivisa político(delidade# a @nica autoridade para 2ulgar disputas entre cidad3os e o@nico su2eito de direitos e representaç3o em direito internacionalCFFQ6 !Q9FI.

) combinaç3o destes poderes monopolistas iniciadas 8inklater o quese re$ere como o "pro2eto totali'ante" do 4stado moderno# de\este$&lia. O resultado $oi produ'ir uma concepç3o de política regidaspela suposiç3o de que os limites da soberania# território#nacionalidade e cidadania devem ser co9terminous CFFQ6 !F# XXI. O4stado moderno concentrado estas $unções sociais# económicas# 2urídicas e políticas em torno de um @nico site# soberano degovernaç3o que se tornou o principal assunto de internacionalrelações# removendo gradualmente alternativas. 5ma preocupaç3ocrucial para 8inklater é como esse pro2eto totali'ante do 4stadomoderno modi(ca o laço social e# consequentemente# altera oslimites da comunidade moral e política. 4mbora o 4stado tem sido umtema central no estudo das relações internacionais tem %avido poucatentativa de explicar a mudança das maneiras que os estados

determinar princípios que# por cidad3os de ligaç3o em umacomunidade# separ&9los do resto do mundo.

O $oco de 8inklater sobre a nature'a mut&vel dos laços sociais temmuito em comum com CFFFI o $oco de 1ox sobre a evoluç3o dasrelações entre 4stado e sociedade civil. ) c%ave para repensarelações <nternacionais# de acordo com 1ox# encontra9se emexaminar a relaç3o entre 4stado e sociedade civil# e recon%ecendo#assim# que o 4stado assume di$erentes $ormas# n3o só em di$erentesperíodos %istóricos# mas também dentro do mesmo período.

/ara que n3o se pense que a teoria crítica internacional ésimplesmente interessados em produ'ir uma teoria do estadoso'in%o# deve9se lembrar que o 4stado é apenas uma $orça que moldao presente ordem mundial. 1ox CFQ6 HG9QI argumenta que umacompreens3o apro$undada da actual ordem e suas característicasestruturais deve levar em conta a interaç3o entre as $orças sociais#estados e ordens mundiais. Dentro abordagem de 1ox o 4stadodesempen%a um "papel intermedi&rio embora autónomaY entre# porum lado# as $orças sociais em $orma de produç3o# e# por outro# umaordem mundial que incorpora uma con(guraç3o particular de poderdeterminado pelo sistema de estados e do mundo economia CFQ6XI.

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>& dois pressupostos $undamentais e interligados sobre os quais 1ox$unda a sua teoria do 4stado. ) primeira re;ete o axioma marxista9gramsciana que "ordens mundiais ... s3o baseadas em relaçõessociais" C1ox# FQH6 GHI. <sto signi(ca que mudanças observ&veis emsaldos militares e geopolíticas pode ser atribuída a mudanças

$undamentais na relaç3o entre capital e trabal%o. O segundopressuposto decorre do argumento de \ico que instituições como o4stado s3o produtos %istóricos. O estado n3o pode ser abstraído da%istória como se sua ess*ncia poderia ser de(nido ou compreendidocomo antes da %istória C1ox# FQ6 HHI. O resultado (nal é que ade(niç3o do estado é ampliada para abranger "os $undamentos daestrutura política da sociedade civil" C1ox# FQH6 XI. ) in;u*ncia daigre2a# imprensa# sistema de educaç3o# cultura e assim por diante#tem de ser incorporado em uma an&lise do estado# como a2udar estasWinstituiçõesY para produ'ir as atitudes# disposições ecomportamentos consistentes com# e propício para o estado dearran2o das relações de poder na sociedade. )ssim# o 4stado# quecompreende a m&quina do governo# além da sociedade civil#constituem e re;etem a "ordem social %egemMnica" CFQHI.

4sta ordem social %egemMnica também deve ser entendido comouma con(guraç3o dominante de "material de poder# ideologia e asinstituições" que molda e ursos $ormas de ordem mundial C1ox# FQ6XI. ) quest3o9c%ave para 1ox# portanto# é como contabili'ar atransiç3o de uma ordem mundial para o outro. 4le dedica grandeparte de sua atenç3o para explicar "como trans$ormações estruturais

surgiram no passado" C1ox# FQ6 !XXI. /or exemplo# ele temanalisado com algum detal%e a trans$ormaç3o estrutural que ocorreuno (nal do século A<A# a partir de um período caracteri'ado pela$abricaç3o de artesanato# o estado e pax britannica liberal# a umperíodo caracteri'ado pela produç3o em massa# o -el$are state9nacionalista emergente e rivalidade imperial C1ox# FQGI. 4m grandeparte da sua escrita recente# 1ox tem se preocupado com areestruturaç3o da ordem mundial provocada pela globali'aç3o. 4mbreve 1ox# e seu colega Step%en [ill# o$ereceram exames extensivosde como a crescente organi'aç3o global de produç3o e (nanças est&a trans$ormar concepções de \este$&lia da sociedade e da política. ,o

coraç3o dessa trans$ormaç3o atual é o que 1ox c%ama de"internacionali'aç3o do 4stado"# segundo a qual o 4stado torna9sepouco mais do que um instrumento para a reestruturaç3o daseconomias nacionais de modo que eles s3o mais sensíveis Rsdemandas e disciplinas da economia mundial capitalista. <sto permitiuque o poder do capital para crescer 9 7em relaç3o ao trabal%o e na$orma como ele reconstitui certas idéias# interesses e $ormas de4stado "9 e deu origem a um neo9liberal" negócio civili'aç3o "C[ill#FF6 !# ve2a também 1ox FFH# FFX: [ill FFPI.

Kaseando9se em =arl /olanEi# e em uma veia similar a o%n uggie#1ox e [ill ver os e$eitos sociais do 4stado a ser subordinado R lógicado capitalismo de mercado# desencaixe a economia da sociedade# e

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produ'indo uma ordem mundial complexa de crescente tens3o entreos princípios da territorialidade e interdepend*ncia C1ox# FFH6 !9H:[ill FFI. )lgumas das consequ*ncias desta globali'aç3o econMmicas3o# como 1ox CFFFI e [ill CFFI nota# a polari'aç3o entre ricos epobres# aumentando anomia social# sociedade civil atro(ado e# como

resultado# a ascens3o do populismo excludente Cextrema gruposracistas direita# xenó$obos eI.

O ponto de re;etir sobre como alterar ordens mundiais# como 1oxCFFF6 XI notas# é "servir como um guia para a aç3o pro2etado paramudar o mundo# de modo a mel%orar a sorte da %umanidade emigualdade social". )(nal# como tanto 1ox CFQFI e ?aclean CFQIargumentam# uma compreens3o da mudança deve ser umacaracterística central de qualquer teoria das relações internacionais.)ssim é com o propósito expresso de analisar o potencial detrans$ormações estruturais na ordem mundial que identi(ca teoriainternacionais críticas e emancipatórias 7contra9%egemMnicas "$orçasexamina. Borças contra9%egemMnicas poderia ser estados# como umacoali'3o de estados do "0erceiro ?undo"# que se es$orça para des$a'ero domínio dos países "centrais"# ou a "aliança contra9%egemMnico de$orças em escala mundial"# tais como sindicatos# n3o9 organi'açõesn3o governamentais CO,[sI e novos movimentos sociais# quecrescem a partir do 7bottom9up7 na sociedade civil C1ox FFF:?aiguasc%ca !H: 4sc%le e ?aiguasc%ca !PI.

O ponto de v&rias an&lises sociológicas da teoria crítica internacional

é iluminar como as lutas sociais 2& existentes pode levar atrans$ormações decisivas nas bases normativas da vida políticaglobal. <sso levou 8inklater C!!aI para reali'ar o que ele c%ama deuma "sociologia de estados9sistemas". ?ais especi(camente#8inklater quiser comparar statessEstems ao longo do tempo# combase em como eles lidam com danos. Vue tipos de danos s3o geradosem especial aos 4stados9sistemas# e em que medida s3o as regras enormas contra dano construído para esses estados9sistemas]/esquisa inicial de 8inklater sugere que o sistema de estadosmoderno pode ser @nico no seu desenvolvimento de "convençõespre2udicar cosmopolitas 7que t*m o e$eito de minar a 2urisdiç3o

interna dos 4stados e promover os direitos morais C8inklater# !I.

,o entanto# os gan%os civili'atórios $eitas pelo sistema de estadosmoderno pode estar sob ameaça por desenvolvimentos desdesetembro de . 4mbora existam di$erentes respostas aos ataquesterroristas perpetrados pela )l9Vaeda# 8inklater est& preocupado quea retórica dominante de uma guerra civili'acional contra o maldesencadearia 7de9civili'ar7 potenciais. Os 45) liderada 7guerra aoterrorismo7# ao privilegiar meios militares# colocando mais vidasinocentes em risco e suspende a regra de direito internacional#levantou a quest3o de saber Wse a vis3o de um mundo em que menosos seres %umanos est3o sobrecarregados com o so$rimento evit&vel$oi um golpe do qual n3o ser& $&cil recuperar 7C8inklater !!b6 HXI.

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1omo ele sucintamente expressa o problema6 "1ompaix3o parecede(nido para perder na luta para lidar com as ameaças R segurança"C!!b6 HFI. <mplícita na 8inklater# e explícito nos escritos de outros#é o argumento de que a maior ameaça para a ordem mundial podemn3o ser os terroristas que perpetraram tais danos indesculp&vel# mas

a reaç3o dos 4stados 5nidos. )o colocar9se $ora das regras# normas einstituições da sociedade internacional no seu prosseguimento daguerra contra o terrorismo# os 4stados 5nidos n3o é apenasdiminuindo as perspectivas de uma soluç3o pací(ca e 2usta ordemmundial# mas minar os próprios princípios em que $oi $undadaC >abermas !H: Dunne !H: Devetak !PI.

A dimensão praxiológica: cosmopolitismo e do discurso daética

5ma das principais intenções por tr&s de uma sociologia do estado éavaliar a possibilidade de des$a'er os poderes monopolistas etotali'ante do pro2eto e se movendo em direç3o $ormas mais abertas#inclusivas da comunidade. <sso re;ete a crença da teoria críticainternacional que# enquanto totali'ando pro2etos t*m sidotremendamente bem sucedida# eles n3o t*m sido concluída emcoloni'ar a vida política moderna. 4les n3o t*m sido capa'es de7corroer o sentimento de ansiedade moral quando deveres paraconcidad3os colidir com deveres para com o resto da %umanidade7C8inklater de FFQ6 P9I. ,esta seç3o# eu esboço tentativa da teoriacrítica internacional a repensar o signi(cado da comunidade# tendo

em conta essa ansiedade moral residual e uma acumulaç3o de"capital moral"# que apro$unda e estende a cidadania cosmopolita.<sto envolve n3o simplesmente identi(car as $orças que trabal%ampara desmantelar as pr&ticas de exclus3o social# mas tambémidenti(car as pessoas que trabal%am para substituir o sistema de4stados soberanos com estruturas cosmopolitas de governançaglobal.

 0r*s volumes de 8inklater# >omens e 1idad3os CFFaI# alémealismo e do marxismo CFFbI ea trans$ormaç3o da 1omunidade/olítica CFFQI# $ormam o interrogatório mais sustentado e extensivo

da comunidade política em elações <nternacionais. 4m CFFQI#8inklater elabora seu argumento em termos de uma "trans$ormaç3otripla" a$etando comunidade política. )s tr*s tend*nciastrans$ormacionais 8inklater identi(ca s3o6 um recon%ecimentoprogressivo que os princípios morais# políticas e 2urídicas deveria seruniversali'ado# uma insist*ncia de que a desigualdade de materialdeve ser redu'ida e maiores exig*ncias para o respeito mais pro$undopelas di$erenças culturais# étnicas e de g*nero. ) trans$ormaç3o triplaidenti(ca os processos que abrem a possibilidade de desmantelar onexo entre a soberania# $ormas cosmopolitas de governaç3o. ) esterespeito# a dimens3o praxiológica $ec%a o círculo com a dimens3onormativa# promovendo a crítica de particularismo do 4stado

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moderno. ,o entanto# devemos notar uma ligeira revis3o dessacrítica. 4stados modernos n3o s3o muitoparticularista para o gosto de 8inklater# eles também s3o muitouniversalista C8inklater FFQ6 !GI. 4le aqui (nesses sua crítica anteriordo particularismo# recon%ecendo os argumentos $eministas e pós9

modernas que universalismo corre o risco de ignorar ou reprimircertos grupos marginali'ados ou vulner&veis# a menos que respeite asdi$erenças legítimas. ,o entanto# continua a ser consistente com acrítica iluminista do sistema de 4stados soberanos# eo pro2eto parauniversali'ar a es$era na qual os seres %umanos tratam uns aosoutros como livres e iguais.

Se o ob2etivo global da teoria internacional crítico é o de promover arecon(guraç3o da comunidade política# e n3o apenas pela expans3oda comunidade política para além das $ronteiras do 4stado soberano#mas também pelo apro$undamento lo dentro dessas $ronteiras# emseguida# ele deve o$erecer uma estrutura mais complexa# com v&riascamadas de governança . 4m @ltima an&lise# depende dereconstituiç3o do estado dentro de estruturas alternativas de aç3opolítica que redu'am o impacto da exclus3o social e ampliar aparticipaç3o democr&tica.

) c%ave para reali'ar esta vis3o é a de romper o vínculo entre asoberania e de associaç3o política# que é parte integrante do sistemade +est$&lia CDevetak FFPa6 XHI. ) $orma pós9excludente dacomunidade política seria de acordo com 8inklater ser pós9soberano

ou pós9veste$aliana. Seria abandonar a idéia de que o poder# aautoridade# território e lealdade deve ser centrada em torno de uma@nica comunidade ou monopoli'ada por um @nico site de governaç3o.O estado n3o pode mais e$etivamente mediar ou exclusivamenteentre as muitas lealdades# identidades e interesses que existem emum mundo globali'ado Cver Devetak !H: +aller e 8inklater !HI.?ais 2usta e mais complexas mediações podem ser desenvolvidas#argumenta 8inklater CFFQ6 # GXI# apenas por transcender a "$us3odestrutivo" alcançada pelo 4stado moderno e promover comunidadesmais amplas de di&logo. O e$eito global seria# assim# de "centro de7estado no contexto de uma $orma mais cosmopolita de organi'aç3o

política.

<sto obriga os 4stados a estabelecer e locali'ar9se na sobreposiç3o de$ormas de sociedade internacional. 8inklater CFFQ6 9GI enumeratr*s $ormas. 4m primeiro lugar# uma sociedade pluralista de estadosem que os princípios do trabal%o coexist*ncia "para preservar orespeito pela liberdade ea igualdade das comunidades políticasindependentes 7. 4m segundo lugar# uma sociedade "solidarista" deestados que concordaram em (ns morais substantivas. 4m terceirolugar# um quadro pós9veste$aliana onde os estados ceder alguns dosseus poderes soberanos para institucionali'ar compartil%ada normaspolíticas e morais. 4ssas estruturas alternativas de sociedadeinternacional seria alargar as $ronteiras da comunidade política#

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aumentando o impacto que os direitos de "outsiders" t*m sobre osprocessos de tomada de decis3o e contribuir para o 8inklater CFFQI eS%apcott C!I c%amam de "cosmopolitismo dialógica".

8inklater e S%apcott $a'er o caso para o que eles c%amam de

7cosmopolitismo (na7. ) 7cosmopolitismo (na7 seria necess&rio parapromover reivindicações universais ainda $a'er 2ustiça a di$erençaCS%apcott !b# !I. Dentro de tal con(guraç3o# a lealdade aoestado soberano ou qualquer outra associaç3o política n3o pode serabsoluta C8inklater FFQ6 P: Devetak !HI. )o recon%ecer adiversidade de laços sociais e os laços morais# um et%os 7t%incosmopolita "visa multiplicar os tipos e níveis de comunidade política.Deve9se notar# entretanto# que isso n3o signi(ca que deveres paracom a %umanidade prioridade sobre todos os outros. ,3o %& nen%uma"%ierarquia moral 7(xo dentro de uma estrutura7 t%in cosmopolita"C8inklater FFQ6 9Q# FH9QI. J importante notar aqui que estavers3o de um "cosmopolitismo (na 7coloca os ideais de di&logo econsentimento no centro de seu pro2eto.

Outra vers3o do cosmopolitismo tem sido avançado# individual ecoletivamente# por David >eld e Daniele )rc%ibugi C)rc%ibugi e >eldFFP: )rc%ibugi !!# !XaI. Seu trabal%o resulta de umaapreciaç3o dos perigos e oportunidades de globali'aç3o representapara a democracia. 4la procura globali'ar a democracia ao mesmotempo que democrati'a a globali'aç3o C)rc%ibugi !Xa6 XHQI. Oimpulso da democracia cosmopolita é capturado pela quest3o

)rc%ibugi pergunta C!!6 !QI6 "por que devem os princípios e regrasda democracia paragem nas $ronteiras de uma comunidade política]"1omo ele explica# n3o é simplesmente uma quest3o de 7replicantes #sic et simpliciter# o modelo que est& $amiliari'ado com através deuma es$era mais ampla "C!!6 !FI. J uma quest3o de re$orço do4stado de direito e da participaç3o dos cidad3os na vida políticaatravés de $ormas di$erenciadas de participaç3o democr&tica.)rc%ibugi C!XbI tem ido t3o longe como para delinear os princípioscosmopolitas que regem a intervenç3o %umanit&ria. 4sta controversaproposta decorre da evoluç3o pós9[uerra Bria e uma vontadecrescente por parte da sociedade internacional para que suspendesse

soberania quando ocorrem casos extremos# em grande escala deso$rimento %umano. )pesar de di$íceis questões pr&ticaspermanecem sobre "quem est& autori'ado a decidir quando umaintervenç3o %umanit&ria é necess&ria"# )rc%ibugi C!XbI re2eita$ortemente a ideia de que os 4stados podem intervir unilateralmentesob a causa %umanit&ria Cver também Devetak !!I.

,esta seç3o (nal eu descrever resumidamente a $orma como a*n$ase no di&logo é utili'ada na teoria crítica internacional. 8inklaterrecorre R noç3o de ética do discurso como um modelo para suaabordagem dialógica de >abermas. Jtica do discurso éessencialmente um# orientada consentimento abordagem deliberativapara resolver problemas políticos dentro de uma estrutura moral.

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1omo elaborado por >abermas CFQX6 FFI# a ética do discurso sebaseia na necessidade de comunicar assuntos para explicar suascrenças e ações em termos que s3o inteligíveis para os outros e queeles podem# ent3o# aceitar ou contestar. 4le est& comprometido como princípio kantiano que as decisões políticas ou normas deve ser

generali'ado e consistente com as exig*ncias normativas doescrutínio p@blico# se quiserem atingir legitmacE. ,esses momentos#quando um princípio internacional# norma social ou instituiç3o perdelegitimidade# ou quando o consenso é quebrado# ent3o a ética dodiscurso entra na briga como um meio de consensualmente decidirsobre novos princípios ou arran2os institucionais. De acordo com aética do discurso recém9c%egados em princípios políticos# normas oudisposições institucionais pode ser dito para ser v&lida apenas sepodem reunir9se com a aprovaç3o de todos aqueles que seriama$etados por eles C>abermas# FFH6 PI.

>& tr*s características dignas de nota para os nossos propósitos. 4mprimeiro lugar# a ética do discurso é inclusiva. 4st& orientada para acriaç3o ea manutenç3o das condições necess&rias para um di&logoaberto e n3o9excludente. ,en%um indivíduo ou grupo que ser&a$etado pelo princípio# norma# ou instituiç3o sob deliberaç3o devemser excluídos da participaç3o no di&logo. 4m segundo lugar# a éticado discurso é democr&tico. Kaseia9se em um modelo da es$erap@blica que é obrigado a deliberaç3o democr&tica e consentimento#em que os participantes utili'am uma "racionalidade argumentativa7com o propósito de" c%egar a um entendimento m@tuo com base em

um consenso $undamentado# contestando as pretensões de validadeenvolvidos em qualquer comunicaç3o7 Cisse !6 9!I. 1ombinandoos impulsos inclusivas e democr&ticas# a ética do discurso $ornece ummétodo que pode testar quais princípios# normas ou disposiçõesinstitucionais seriam "igualmente bom para todos" C>abermas# FFH6PI. 4m terceiro lugar# a ética do discurso é uma $orma de raciocíniomoral9pr&tica. 1omo tal# n3o é simplesmente guiada pelo c&lculoutilit&rio ou a conveni*ncia# nem é guiado por um conceito impostoda "boa vida": ao contr&rio# ela é guiada por equidade processual. 4leest& mais preocupado com o método de 2usti(car princípios morais doque com o conte@do substantivo desses princípios.

J possível identi(car tr*s implicações gerais da ética do discurso paraa reconstruç3o da política mundial que só pode ser brevementedescrito aqui. 4m primeiro lugar# em virtude de o seu consentimentoorientado# abordagem deliberativa# a ética do discurso o$ereceorientaç3o processual para os processos de tomada de decisõesdemocr&ticas. ^ lu' das mudanças materiais e sociais tra'idas pelaglobali'aç3o da produç3o e das (nanças# o movimento dos povos# aascens3o dos povos indígenas e grupos sub9nacionais# a degradaç3odo ambiente e assim por diante# a "viabilidade ea prestaç3o de contasdas entidades de decis3o nacionais 7est& a ser posta em causa C>eld#FFH6 !I. >eld CFFH6 !9GI destaca a nature'a democraticamentede(ciente do 4stado soberano quando ele pergunta6 7cu2o

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consentimento é necess&rio# e cu2a participaç3o é 2usti(cada nasdecisões relativas# por exemplo# )<DS# ou a c%uva &cida# ou o uso den3o9 recursos enov&veis] Vual é o círculo eleitoral relevante6nacional# regional ou internacional "Sob condições de globali'aç3o éapt que a ética do discurso levanta questões n3o só sobre" quem

"deve ser envolvido nos processos de tomada de decis3o# mastambém" como "e" onde "estas decisões est& a ser $eita. ) c%aveaqui é "desenvolver arran2os institucionais que concreti'ar o idealdialógica" em todos os níveis da vida social e política C8inklater#FFFI. <sso direciona a atenç3o para uma es$era p@blica global ouinternacional emergente onde movimentos sociais# atores n3o9estatais e "cidad3os globais" 2untar9se com estados e organi'açõesinternacionais em um di&logo sobre o exercício do poder e autoridadeem todo o mundo 7CDevetak e >iggott FFF 6 XFI. 1omo ?arc 8Enc%CFFF# !I mostrou# esta rede de sobreposiç3o# os p@blicostransnacionais n3o só procura in;uenciar a política externa dos4stados individuais# procura mudar as relações internacionais#modi(cando o contexto estrutural da interaç3o estratégica. )exist*ncia de uma es$era p@blica global garante que# como isseC!6 !I aponta# "os atores t*m que regularmente e rotineiramenteexplicar e 2usti(car o seu comportamento". ?ais do que isso# deacordo com isse C!XI# discutindo e aç3o comunicativa permitirque as instituições de governança global para atingir uma maiorlegitimidade ao proporcionar Woportunidades de vo' para v&riaspartes interessadas" e mel%orado "capacidade de resoluç3o deproblemas"# através de deliberaç3o.

4m segundo lugar# a ética do discurso o$erece um procedimento pararegular os con;itos violentos e c%egada no resoluções que se2amaceit&veis para todas as partes a$etadas. Os procedimentosdemocr&ticos cosmopolitas concebidas por )rc%ibugi# >eld e8inklater# tanto quanto >abermas e =ant s3o todas voltadas para aremoç3o de danos de relações internacionais# tanto quanto possível.) invas3o do <raque pelos 4stados 5nidos e eino 5nido março !Hlevou >abermas C!H6 HFI que se pronuncia 7-ill$ormationmultilateral nas relações entre 4stados n3o é simplesmente umaopç3o entre outras ". )o dar o seu papel de garante dos direitos

internacionais e violar o direito internacional e as ,ações 5nidas#>abermas C!H6 HPI di'6 "a autoridade normativa dos 4stados5nidos da )mérica est& em ruínas". ?esmo que a queda de umregime brutal é uma grande boa política# >abermas condenou aguerra e re2eitou comparações com a guerra do =osovo que# apesarde controverso# ele e outros teóricos críticos tin%am apoiado comouma intervenç3o %umanit&ria. a'ões de >abermas para condenar aguerra s3o de que ele n3o conseguiu satis$a'er a qualquer doscritérios de ética do discurso. ,3o só os 4stados 5nidos e eino 5nidobaseiam seus argumentos sobre a intelig*ncia question&vel# elestambém in$ringiram normas estabelecidas de resoluç3o de litígios esugerem menor do que convencer compromisso de consenso que visaa compreens3o m@tua e $undamentado Yde apuramento da verdade 7.

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?ark >oZman e outros t*m argumentado que a pr&tica de $acilitaç3ot%irdpartE o$erece uma abordagem discurso9ético para resoluç3o decon;itos. Bacilitaç3o de terceiros visa alcançar uma resoluç3o n3o9%ier&rquica# n3o9coercitiva de con;ito# incluindo os dois ou todas as

partes a$etadas como participantes no di&logo C>oZman FF!6 !PI.1omo Bierke CFFQ6 H9GI explica# o di&logo di$ere da negociaç3o.1onsiderando negociaç3o pertence a um "modelo adversarial"construída em torno de uma mentalidade "nós" contra "eles"# odi&logo pode ter um e$eito trans$ormador sobre identidades. Odi&logo $omentado pela $acilitaç3o de terceiros envolve a partiecon;itante na invers3o de perspectivas e os encora2a a raciocinar doponto de vista do outro. 1omo >oZman CFFH6 !I observa# terçopartE$acilitation visa Wpromover uma resoluç3o de auto9gerado eauto9sustent&vel para o con;ito 7. /orque o resultado tem de seraceit&vel para todos os interessados# é mais prov&vel para promovero cumprimento. 4m linguagem claramente %abermasiana >oZmanCFF!6 !GHI di' que "a $acilitaç3o de terceiros poderia sercaracteri'ada como a promoç3o da consensual para a resoluç3o decon;itos de tomada de decis3o através de um processo decomunicaç3o n3o $alseada". Deiniol ones CFFF# !I# embora maiscético em relaç3o a esta abordagem de >oZman# também endossamediaç3o de terceiros em termos críticos9teórica# argumentando quedeve ter como ob2ectivo "para aumentar a $orça e qualidade da éticacomunicativa cosmopolita".

4m terceiro lugar# a ética do discurso o$erece um meio de criticar e 2usti(cando os princípios pelos quais a %umanidade se organi'apoliticamente. )o re;etir sobre os princípios de inclus3o e exclus3o# aética do discurso pode re;etir sobre os $undamentos normativos davida política. Do ponto de vista moral contidos ética do discurso# o4stado soberano como uma $orma de comunidade é in2usto porque osprincípios de inclus3o e exclus3o n3o s3o o resultado de um di&logoaberto e deliberaç3o onde todos os que est3o a ser a$ectados peladisposiç3o ter sido capa' a participar na discuss3o. 1ontra a nature'aexcludente do laço social sub2acente ao 4stado soberano# a ética dodiscurso tem o ob2etivo de inclus3o 7para garantir o vínculo social de

todos com todos "C>abermas# FQG6 HXI. 4m certo sentido# é umatentativa de pMr em ideal de uma comunidade de co9legisladoresabraçando toda a %umanidade pr&tica de =ant C8inklater FFQ6 QX9FI.1omo 8inklater CFFQ6 I a(rma# "todos os seres %umanos t*m umdireito igual R primeira vista a participar em comunidades universaisdo discurso que decidem a legitimidade dos acordos globais". 4msuma# a ética do discurso promove um ideal cosmopolita# onde aorgani'aç3o política da %umanidade é decidido por um processo dedi&logo sem restrições e sem restrições.

!onclusão

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,3o pode %aver d@vida de que a teoria crítica internacional tem $eitouma grande contribuiç3o para o estudo das relações internacionais.5ma dessas contribuições tem sido a de aumentar a nossaconsci*ncia da ligaç3o entre o con%ecimento ea política. 0eoria críticainternacional re2eita a idéia do teórico como espectador ob2etivo. 4m

ve' disso# o teórico est& envolvido na vida social e política# e asteorias das relações internacionais# como todas as teorias# s3oin$ormados por interesses e convicções anteriores# se2am elesrecon%ecidos ou n3o. ) segunda contribuiç3o da teoria críticainternacional $a' é repensar contas do 4stado e comunidade políticamoderna. )s teorias tradicionais tendem a levar o estado paraconcedido# mas a teoria crítica internacional analisa a evoluç3o das$ormas em que as $ronteiras da comunidade s3o $ormados# mantidose trans$ormadas. 4le an&lise das pr&ticas de inclus3o e exclus3o. Oob2etivo da teoria internacional crítico de alcançar uma teoriaalternativa e pr&tica das relações internacionais repousa sobre apossibilidade de superar a dinNmica de exclus3o associados commoderno sistema de 4stados soberanos e estabelecendo um con2untocosmopolita de acordos que mel%or promovam a liberdade# 2ustiça eigualdade em todo o globo. J# portanto# uma tentativa de repensarradicalmente as bases normativas da política global.