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_______________________________________________________________________________________ Digby Wells and Associates (South Africa) (Pty) Ltd (Subsidiary of Digby Wells & Associates (Pty) Ltd). Co. Reg. No. 2010/008577/07. Fern Isle, Section 10, 359 Pretoria Ave Rand burg Private Bag X10046, Randburg, 2125, South Africa Tel: +27 11 789 9495, Fax: +27 11 789 9498, [email protected], www.digbywells.com _______________________________________________________________________________________ Directors: AR Wilke, DJ Otto, GB Beringer, LF Koeslag, AJ Reynolds (Chairman) (British)*, J Leaver*, GE Trusler (C.E.O) *Non-Executive
_______________________________________________________________________________________
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia
Relatório sobre a Água Subterrânea
Número do Projecto:
COA2029
Elaborado para:
SYRAH RESOURCES LTD
Janeiro de 2015
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
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O presente documento foi elaborado pela Digby Wells Environmental.
Tipo de Relatório: Relatório sobre a Água Subterrânea
Nome do Projecto: Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia
Código do Projecto: COA2029
Data Assinatura Responsabilidade Nome
Agosto de 2013 Hidrocenso e
Geofísica Francis Kom
26 de Janeiro de 2015
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Modelagem Água
Subterrânea/
Relatório
Stephen Fonkem
9 de Outubro de 2014 1ª Revisão Lucas Smith
26 de Janeiro de 2015 2ª Revisão Robel Gebrekristos
O presente relatório destina-se exclusivamente aos fins nele contidos, sendo proibido o eu uso, no todo ou em parte, para
quaisquer outros fins sem o prévio consentimento por escrito da Digby Wells Environmental.
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SUMÁRIO EXECUTIVO
A Digby Wells Ambiental (doravante designada por Digby Wells) foi contratada pela Coastal and Environmental Services (Pty) Ltd (CES) para realizar um estudo especialista Sobre a Hidrogeologia, como parte da Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde (AIASS) para a Mina de Grafite de Balama (BGM) da Syrah Resources. O projecto da mina de Balama adquiriu uma licença de prospecção de 106 km², localizada na Província de Cabo Delgado, no distrito de Balama a Norte de Moçambique. O objectivo do estudo hidrogeológico foi fornecer um ponto de referência (condições de referência actuais) com relação às quais se pode fazer uma comparação com os potenciais impactos da mineração no sistema de águas subterrâneas que podem ser identificados e medidos no futuro. O âmbito do estudo incluiu:
■ Uma descrição do sistema de águas subterrâneas e os principais processos que influenciam o comportamento do sistema;
■ Uma avaliação dos potenciais impactos (tipo, grau, extensão) relacionados com as várias componentes do projecto (por ex. drenagem da água da mina a céu aberto; potencial redução no nível das águas subterrâneas locais e degradação da qualidade de água subterrânea durante e após a mineração); e
■ Uma avaliação dos potenciais efeitos e opções de mitigação relacionadas a utilização de águas subterrâneas, captação ou contaminação.
Condições Actuais das Águas Subterrâneas
As condições iniciais foram investigadas após um estudo de gabinete, hidrocenso, levantamento geofísico, perfuração de percussão, teste de aquífero, contabilidade ácido-base e modelação numérica.
Geologia do Local e Hidrogeologia A geologia local específica é constituída pelo Complexo Xixano de xisto grafítico, pelítico e psamítico com uma acentuada intrusão granítica no nordeste. Uma série de montanhas orienta-se na direcção nordeste-sudoeste praticamente em linha com a direcção de folheação de xisto. As montanhas de Balama fazem parte da cadeia do Monte Nassilala que são fontes dos sistemas de fluviais locais na área do projecto. A descarga de água subterrânea da encosta suporta fluxos de base perenes em rios originados na cadeia. O Rio Mualipue drena a área de estudo para o oeste e se junta ao noroeste caudaloso do Rio Naconha no sul. A ocorrência de águas subterrâneas na área do projecto está associada a xistos grafíticos desgastados e fracturados, granitos e pegmatitos. O aquífero associado com a rocha desgastada varia em termos de espessura em toda a área, mas pode se estender a profundidades de aproximadamente de 40 mbgl. Cinquenta e um por cento das fracturas na área de estudo ocorrem nos 60 m superiores da sucessão geológica. Até 27% das fracturas ocorrem entre 140 e 180 mbgl. No entanto a maior parte das fracturas mais profundas não são desgastadas. As fracturas nos 60 m superiores são na sua maioria moderada a altamente desgastadas. Portanto a fractura é relativamente comum a 20 m superiores do aquífero fracturado e o fluxo de águas subterrâneas é bem interligado. A grandes profundidades, as águas subterrâneas podem estar associadas com água em fracturas desconectadas individuais. Todos as principais feixes de água interceptados durante a perfuração tinham entre 40 e 60 mbgl. Os principais feixes de água registaram rendimentos entre 0,78 e 9 L / s. Para além da cavidade da falha em Balama Leste, todos os principais feixes de água foram associados com zonas de contacto fracturadas e intrusivas. Os níveis das águas subterrâneas na área do projecto situam-se entre 2 mbgl em Pirrira BH3 (Balama Oeste) a 33 mbgl em BH8 (Balama Leste). A análise de pressão hidráulica e
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testes dos aquíferos mostram que o Rio Mualipue faz a recarrega do sistema do aquífero fracturado. A recarga do sistema do aquífero desgastado é feita directamente pela chuva. No furo BBH3 foi estimado um Valor-T de 7,7 m2/d para o sistema do aquífero fracturado. Os rendimentos relativamente elevados de granito fracturados em Maulia têm um Valor-T entre 5 e 6 m2/d como analisado a partir do BBH6.
Utilização de águas subterrâneas Durante o hidrocenso foi feito o levantamento de um total de dez furos:
■ Existem dois furos de abastecimento de água no acampamento de Balama; Acampamento BH1 e no acampamento BH2;
■ Os furos BM-DD-001, BM-DD-005, 003 e BMRC 005 são furos de prospecção antigos situados em Balama Oeste;
■ Os furos Pirira BH1, Pirira BH3, e Maulia BH1, estão equipados com bombas manuais. A bomba manual de Maulia BH1 não se encontra mais em uso. Pirira BH1 e Pirira BH3 são usados pelos moradores locais para o abastecimento de água para uso doméstico; e
■ Pirira BH2 é um furo recentemente perfurado. Será usado para aumentar o abastecimento de água de Balama.
Qualidade de base das águas subterrâneas
Foi feita uma amostra de 11 furos para a avaliação inicial e foram comparadas com as directrizes de água potável da OMS. Os resultados indicaram o seguinte:
■ As águas subterrâneas dos poços de abastecimento de água Pirira BH2 e BH3 não são próprias para consumo devido aos elevados valores de Cálcio (153 mg/L) e subsequentemente de TDS (1100 mg/L);
■ O processo de Drenagem Ácida da Mina (DAM) irá potencialmente ocorrer nos furos BMRC 005 e BBH7 - Baixo pH e alta concentração de metais.
■ Os únicos metais pesados comuns que foram mobilizados de forma significativa são o ferro, manganés, níquel e zinco;
■ Apesar de todos os iões maiores e menores em BBH1 se situarem dentro dos valores de referência, a sua alcalinidade foi esgotada.
■ Os furos BBH6, BBH8, o furo do Acampamento BH1 e Pirira BH1 são água potável (com base nas concentrações medidas) com vestígios de cálcio-magnésio-bicarbonato; e
■ O enriquecimento de cloreto em Pirira BH2 está associado a infiltração da rede de esgotos na vila Pirira.
Potenciais Furos de Abastecimento de Água
Durante o recente programa de perfuração de furos foram instalados 8 furos. Seis destes furos estão ainda abertos e acessíveis para a captação de água. Os 6 furos poderiam ser utilizados como poços de abastecimento de água. A qualidade da água medida para os furos BBH1, BBH6 e BBH8 indicou que esta é apropriada para consumo humano. O furo BBH2 indicou concentrações elevadas de Sulfato e Cálcio e os furos BBH3 e BBH7 não são próprios para consumo humano, devido a uma gama de concentrações elevadas. Os furos BBH2, BBH3 e BBH7 podem ser usados para água potável, se tratados.
MODELO NUMÉRICO O código do software escolhido para o trabalho de modelação numérica foi o modular 3D de diferenças finitas modelo de fluxo de águas subterrâneas MODFLOW. Processamento MODFLOW Pro (v8.0) foi usado como uma interface de utilizador. O modelo abrange uma área de 24.3 km (este - oeste) por 22.5 km (norte - sul) (aproximadamente 546 km2), e é delimitado pelas elevações topográficas a norte, este,
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oeste e sul. O tamanho individual das células varia de 25m por 25m nas imediações da mina de Balama, até um máximo de 100m por 100m nos extremos exteriores da área do modelo, onde é requerida menos precisão. Levando em consideração o aquífero desgastado e as fracturas que contêm água na área de estudo, foram atribuídas no modelo, um total de três camadas. Os dados de elevaçãoatraibuídos às camadas do modelo são os seguinte:
■ Camada 1 – o aquífero superior de material desgastado (com uma espessura de 20 m com elevações topográficas obtidas a partir da base de dados SRTM);
■ O Aquífero fractura. A Camada 2 tem uma espessura de 30 m; e ■ O leito rochoso firme. A Camada 3 foi digitalizada para 370 mamsl (100 m abaixo do
nível do solo da cava da mina); O modelo estável foi calibrado usando um método de “tentativa e erro”. Os valores de transmissibilidade obtidos do teste ao aquífero foram utilizados para limitar a não singularidade durante a calibração do modelo. Após a calibração do modelo, foi obtaida uma correlação aceitável de 96.5% e um erro normalizado de média de raiz quadrada (NRMSE) de 6.2% entre a elevação simulada e a observada. O modelo transitório foi calibrado através da simulação do teste ao aquífero realizado em BBH3. As resistências modeladas são em média 0.6 m mais elevadas do que as medidas. O modelo preditivo foi estabelecido de acordo com o plano da mina a fim de fazer uma estimativa das taxas de fluxo de entrada, fazer a previsão do cone de drenagem e da pluma de contaminação que têm origem na mina e nas infra-struturas. O nível do detalhe providenciado no plano da mina foi modelada com a maior exactidão possível através da divisão do modelo em 164 períodos de estress, representando cada trimestre entre 2016 e 2056. As actividades de mineração e de desidrataão foram represntadas usando células de dreangem dentro da área das cavas da mina. A elevação de drenagem modelada foi estabelecida e avanço através dos aumetnos trimestrais em conformidade com o plano da mina. A migração da contamização derivad das instalações de armazenamento de estéries (TSF- tailings storage facility) e os depósitos de resíduos rochosos (WRD - waste rock dumps) foram simulados atribuindo-se uma recarga de 0.16 % de MAP (10 % da recarga natural do aquífero) para modelar o revistimento interno de argila por baixo destas estruturas. Presume-se que na altura em que terminarem as actividades de mineração na mina de Balama Oeste, a cava final da mina se torne uma fonte de poluição. A migração da poluição a partir da cava da mina de Balama Oeste foi simulada a partir do ponto de estresse 47 enquanto a de Balama Este se encontra operacinal. A simulação da pluma de polulção após o encerramento incorpoou o transporte da massa de Balama Este.
IMPACTOS NAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Fase de Construção ■ As escavações iniciais não irão interceptar grandes características de rendimentos
da água subterrânea. Todas as principais quedas de água interceptadas durante o recente programa de perfuração estavam entre 40 e 60 mbgl. Portanto, espera-se que a escavação terá um impacto negligenciável sobre a drenagem dos aquíferos desgastados desgastado dentro de poucos metros da área das caixas e poluição das águas subterrâneas durante a fase de construção seja pouco provável.
Fase de Operação
■ As escavações do poço da mina de Balama Este e Oeste mudarão a topografia, criando um cone de depressão com um gradiente hidráulico em direcção aos poços.
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Como resultado, as águas subterrâneas das colinas de Balama fluirão no sentido do poço, em resposta ao gradiente hidráulico;
■ Em Balama Este, é pouco provável que o processo de drenagem venha a reduzir os níveis de água em qualqure dos furos de abastecimento de água na Vila de Mualipue. Para além disso, não se prevê que os furos de água Pirira BH1, Pirira BH2 e Pirira BH3 sejam impactados eplo processo de drenagem drenagem da mina. Também não se prevê que o Rio Mualipue River seja afectado pela drenagem drenagem da mina;
■ Prevê-se que a zona de influência se estenda em cerca de 1.3 km numa idrecção nordeste-sudoeste a partir do centro da cava da mina. Também não se prevê que Os furos de abastecimento de água ao acampamento de alojamento (Acampamneot BH1 e Acampamento BH2) sofram impacto devido à desidrataão da mina. Segundo as previsões o nível de água no furo de motorização BBH2 sofrerá um reabaixamento até um máximo de 10 m durante a mineração de Balama Oeste. Não se prevê que o furo BBH3 sofra impacto; como tal este pode ser usado como um furo de monitorizção para aviso precoce relativamente aos furos de ávua na Vila de Mualipue Town na altua em que estierem a decorrer as operaç~eos de mineração em Balama West;
■ Prevê-se que a zona de influência no final das operações de mineração em Balama Este seja constituída por uma combinação de um cone de rebaixamento devido ao emchimento da cava de mina em Balama Oeste e ao cone devido à desidrataão em Balama Este; Os níveis de água nos furos Pirira BH2 e Pirira BH3 estão previstos para serem rebaixados em cerca de 2 e 1 metros respectivamente durante o último trimestre de 2056. Prevê-se que os níveis d eágua nos Acampamentos BH1 e BH2 reduzam em cerca de 3 metros, equanto os do acampamento BBH3 reduzirão em 2 metros. Não se prevê que os furos de água em Pirira BH1, da Bomba de Extracção Manual de Maulia e do furo BBH6 sofram impacto. Prevê-se que o nível de água em BBH2 será alvo de uma recuperação de 4 metros (druante a mineração em Balama West) enquanto o Lago da cava da mina em Balama Oeste terá 7 m abaixo dos níveis de água da fase de pré-mineração
■ Existe um potencial moderado para formação de DAM desde o depósito de resíduos de rochas e TSF, devido ao alto teor de enxofre e potencial de geração de ácido. Como resultado da DAM, o potencial existe para baixo pH da água, tendo altas concentrações de Al, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, V, Zn e U a infiltrarem-se em aquíferos sob estas facilidades durante a fase operacional, se o TSF e o depósito de resíduos de rochas não estiver revestido. Não é provável que os contaminantes das TSF e dos resíudos rochosos se venham a infiltrar no aquífero desgastado por baixo destas estrtuturas.
■ Caso ocorra infiltração, menos de 1% da concentração inicial da fonte alcançará o aquífero subjacente. Portanto, a migração da pluma a partir do aquífero desgastado da WRD e das TSF irá provavelmente ser insignificante.
■ Na cava da Mina em Balama Oeste, a pluma será limitada à área da cava da mina devido à direcçãodominatne do fluxo ser em diração à cava à medida que esta se enche com água; e
■ Por último, não se prevê que qualquer furo de abastecimetno de água sofra impacto devido a infiltração de AMD.
Fase de Encerramento ■ Os níveis freáticos irão se recuperar durante a fase de desactivação e pós-
encerramento, devido à cessação da drenagem da mina. Os níveis das águas subterrâneas irão inicialmente recuperar a um ritmo mais rápido, devido a gradientes
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de fluxo mais elevado. O nível do lençol freático no poço vai subir rapidamente durante os anos a seguir a cessação da drenagem devido à forma da concha do poço e depois estabilizar em torno de 533-536 mamsl;
■ As reacções químicas, inevitavelmente, ocorrem entre a água do lago do poço e as rochas recém expostas das paredes do poço. Isto pode aumentar significativamente a massa de acidez produzida por processos de ADM;
■ Os resultados da migração da pluma indicam que os contaminatnes derivados da cava da mina irão, preferencialmente, migrar num sentido sudeste em direcção à Vila de Maulia. No entanto, não se antecipa que esta vila seja alcançada por uma concentração de mais de 1% da concentração inicial da fonte;
■ As simulações do modelo ilustra que os níveis de água nas cavas da mina irão estabelecer-se entre 533 e 536 mamsl, 100 anos após o encerramento. A elevação mais baixa onde a cava da mina de Balama Oeste cruza a superfície é de 548 mamsl. Em Balama Este, a elevação de decantação é de 545 mamsl. Portanto, não se antecipa a decantação nas cavas da mina. Tal só acontece no caso de chuvas excessivas e de escoamento superficial da água de sueperfície alagar as cavas de mina até ao seu nível de decantação; e
■ Não se prevê que as TSF e os WRD constituam uma ameaça grave ao ambiente de pós-encerrametno dado estas estrturuas estrem revestidas com argila.
RECOMMENDAÇOES
Planos de mitigação
Fase de construção
Não são propostas nenhumas medidas de mitigação uma vez que é pouco provável que as escavações iniciais rompam o lençol freático nas montanhas de Balama.
Fase de Operação ■ Recomenda-se que a mina deva fornecer água de igual ou melhor quantidade para
as comunidades afectadas que dependem de águas subterrâneas no meio receptor, se comprovado que não há impacto sobre usuários específicos. A qualidade da água da linha de base de poços particulares e em torno de Balama foi analisada como discutido na Secção 3.6. Estes resultados podem ser usados para futuras comparações para avaliar se a proposta mina tem impactado as águas subterrâneas;
■ O gasóleo e outros produtos químicos sejam tratados adequadamente e não derramados. Se uma quantidade considerável de líquido for derramada acidentalmente, o solo contaminado deve ser raspado e eliminado em uma instalação de despejo aceitável;
■ As águas pluviais e gestão de escoamento através de canais de desvio e lagoas de sedimentação devem ser construídos em torno e a jusante do depósito de resíduos e TSF;
■ Furos de intercepção a jusante da TSF devem ser perfurados para interceptar e capturar qualquer infiltração que pode entrar no sistema de águas subterrâneas. Qualquer água contaminada capturada deve ser bombeada de volta para a TSF;
■ O controlo dos níveis de qualidade de água e de águas subterrâneas é recomendado até ao gradiente e para baixo gradiente da TSF, depósito de resíduos de rocha e particularmente gradiente para baixo do local da mina com contínuo refinamento e actualização da rede de monitorização com base nos resultados obtidos;
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■ Os modelos conceptuais e numéricos devem ser refinados a cada seis meses, nos primeiros quatro anos e, posteriormente, de cinco em cinco anos, com base nos resultados de monitorização das águas subterrâneas; e
■ As auditorias anuais de sistemas de monitorização e gestão devem ser conduzidas por consultores ambientais independentes.
Fase de Encerramento
■ Todos os métodos de mitigação propostos durante a fase de operacionalização são
também aplicáveis aqui;
■ Não é necessária mitigação de decantação, uma vez que não se espera a ocorrência
de decantação. Caso a decantação ocorra, devem ser considerados planos de
tratamento passivos ou activos para o tratamento antes de a decantação juntar-se
aos rios;
■ Uma vez que é inevitável a oxidação considerável de sulfureto no ambiente pós
encerramento em Balama, o maior controlo de custo-eficácia seria ter revestimento
de barro em baixo do WRD, com drenos de corte que conduzem à ensecadeira.
■ O estabelecimento de uma zona húmida permanente na TSF pode ser utilizada para
cobrir os materiais reactivos no ambiente pós-fecho da mina. Uma vez que o
oxigénio disponível na água é consumido, a taxa de reacção é reduzida e a taxa de
substituição de oxigénio será relativamente lenta. A resultante disponibilidade
reduzida de oxigénio é o único inibidor mais eficaz para a oxidação de sulfureto; e
■ Para o encerramento, os poços serão deixados para inundar resultando em um lago
do poço.. Este fornecerá os materiais reactivos quimicamente inertes pela redução
do oxigénio disponível.
Programa de Monitorização
A monitorização das águas subterrâneas tem de continuar durante todas as fases de
operação da mina para identificar o impacto nas águas subterrâneas ao longo do tempo, e
podem ser tomadas medidas efectivas num estágio inicial antes da ocorrência de graves
danos ao meio ambiente. Os principais objectivos no posicionamento dos poços de
monitorização são:
■ Monitorar o movimento das águas subterrâneas poluídas que migram para fora do
TSF, do depósito de resíduos de rochas e área geral da mina;
■ Monitorar o rebaixamento do lençol freático e do raio de influência; e
■ Monitorar as taxas de recuperação das águas subterrâneas pós-encerramento e a
possibilidade de decantação.
Recomenda-se que se façam seis conjuntos de furos de monitorização em torno da TSF
com base nos resultados de modelação numérica. Recomenda-se que cada conjunto
contenha:
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■ Um furo perfurado com uma profundidade máxima de 40 mbgl para monitorar o nível
e a qualidade da água no aquífero desgastado; e
■ Um poço fundo perfurado entre 60 e 70m para monitorar as condições da água
subterrânea no aquífero fracturado superior.
Recomenda-se o estabelecimento de um furo de monitorização entre cada depóstio ou
aterro de resíduos recohosos e as cavas da mina. Os seis furos de percussão perfurados
com sucesso durante este estudo foram principalmente para a caracterização do aquífero e
foram devidamente construídos para monitorização a longo prazo. Todos os seis furos de
percussão são recomendados para o monitorização a longo prazo. No total, são
recomendados 22 pontos de monitorização para a monitorização da água subterrânea
proposta.
Parâmetros a serem monitorizados
São recomendadas análises dos constituintes que se seguem para os primeiros anos até
que se demonstre que alguns elementos não mudaram. O número e a selecção de
parâmetros devem ser revistos anualmente para optimizar o programa de monitorização:
■ EC, pH, TDS;
■ Macro-análise, isto é, Ca, Mg, Na, K, SO4, NO3, F, Cl;
■ Metais pesados, Al, Co, Cr, Zn, Cd, Cu, Fe, Ni, V, Mn; e
■ Radioactividade, isto é, U, Se, Sr e Rb.
Armazenamento de Dados
Em qualquer projecto, boas decisões hidrogeológicas requerem boa informação
desenvolvida a partir de dados brutos. A produção de boa informação, relevante e oportuna
é a chave para alcançar a longo e a curto prazo, planos qualificados. Para a minimização da
contaminação das águas subterrâneas é necessário utilizar todos os dados relevantes de
água subterrânea.
A geração e recolha de dados é muito cara, pois requer investigações hidrogeológicas
intensivas e, portanto, tem de ser gerida numa base de dados centralizada que os fundos
possam ser utilizados da forma mais eficiente. A Digby Wells elaborou um banco de dados
no formato “WISH” durante o curso do inquérito e é altamente recomendável que Syrah
Resources utilize esse banco de dados e continuamente o actualize e faça a gestão a
medida que novos dados estiverem disponíveis.
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ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 1.1 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 1.2 OBJECTIVOS E ESCOPO DO TRABALHO 1.3 ESTRUTURA DO RELATÓRIO
2 CENÁRIO AMBIENTAL 2.1 CLIMA 2.2 TOPOGRAFIA E DRENAGEM 2.3 GEOLOGIA
2.3.1 Geologia Regional 2.3.2 Geologia Local
3 AVALIAÇÃO DE BASE 3.1 HIDROCENSO 3.2 LEVANTAMENTO GEOFÍSICO
3.2.1 Metodologia 3.2.2 Resultados Geofísicos do Terreno 3.2.3 Alvos de Perfuração
3.3 PERFURAÇÃO 3.3.1 BBH1 3.3.2 BBH2 3.3.3 BBH3 3.3.4 BBH4 3.3.5 BBH5 3.3.6 BBH6 3.3.7 BBH7 3.3.8 BBH8
3.4 OCORRÊNCIA E NÍVEIS DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 3.5 PROPRIEDADES HIDRÁULICAS 3.6 QUALIDADE DA ÁGUA
3.6.1 Groundwater characterisation 3.6.2 Resultados bacteriológios
4 MODELO NUMÉRICO 4.1 MODELO DE DOMÍNIO E CONDIÇÕES LIMÍTROFES 4.2 SIMULAÇÃO DO ESTADO ESTACIONÁRIO
4.2.1 Calibração do Estado Estacionário 4.3 SIMULAÇÃO DO FLUXO TRANSIENTE 4.4 SIMULAÇÃO DE TRANSPORTE DE MASSA
5 AVALIAÇÃO DE IMPACTO 5.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO 5.2 AVALIAÇÃO DE IMPACTO DA FASE DE CONSTRUÇÃO
5.2.1 Impacto da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina 5.2.2 Mitigação da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina 5.2.3 Impacto da Actividade 2: Contaminação da água da mina
5.3 FASE DE OPERAÇÃO 5.3.1 Impacto da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina 5.3.2 Mitigação da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina 5.3.3 Impacto da Actividade 2: Contaminação da água da mina 5.3.4 Mitigação da Actividade 2: Contaminação da água da mina 5.3.5 Impacto da Actividade 3: Derrame de hidrocabornetos 5.3.6 Mitigação da Actividade 3: Derrame de Hidrocarbonetos
5.4 FASE DE ENCERRAMENTO
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5.4.1 Impacto da Actividade 1: Contaminação da água da mina 5.4.2 Mitigação da Actividade 1: Contaminação das águas da mina 5.4.3 Impacto da Actividade 2: Decantação da Mina 5.4.4 Mitigação da Actividade 2: Decantação da Mina
6 PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO 6.1 FUROS DE MONITORIZAÇÃO PROPOSTOS 6.2 NÍVEL DE ÁGUA 6.3 AMOSTRAGEM DA ÀGUA E PRESERVAÇÃO 6.4 FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM 6.5 PARÂMETROS A SEREM MONITORADOS 6.6 ARMAZENAMENTO DE DADOS
7 CONCLUSÕES 7.1 CONDIÇÕES ACTUAIS DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
7.1.1 Geologia e Hidrologia do Local 7.1.2 Utilização das Águas Subterrâneas 7.1.3 Qualidade de Base das Águas Subterrâneas
7.2 MODELO NUMÉRICO 7.3 IMPACTOS NAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
7.3.1 Fase de Construção 7.3.2 Fase de Operação 7.3.3 Fase de Encerramento
8 RECOMENDAÇÕES 8.1 PLANOS DE MITIGAÇÃO
8.1.1 Fase de Construção 8.1.2 Fase de Operação 8.1.3 Fase de Encerramento
8.2 PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO 8.2.1 Parâmetros a serem monitorados 8.2.2 Armazenamento de Dados
9 REFERÊNCIAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Precipitação Média Mensal derivada dos dados modelados de Balama (2010-2012)
Figura 2: Acampamento BH1 (1), Acampamento BH2 (2), Pirrira BH1 (3), Pirrira BH3 (4)
Figura 3: Mualia BH1 (5), Pirrira BH2 (6), Rio Nachonia (7), Rio Mualipue (8)
Figura 4: Rio Namitucu (9), Rio Mehucua (10), Nascente Mihapui (11), Riacho Mihapui (12)
Figura 5: Barragem de Chipembe
Figura 6: Linha Magnética 2
Figura 7: Linha magnética 3
Figura 8: Linha magnética 4
Figura 9: Linha magnética 5
Figure 10: Furo BBH8
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Figura 11: Nível da água vs Topografia
Figura 12: Correlação entre as quedas de água, densidade da fractura e intemperismo da
fractura
Figura 13:Nível e fluxo das águas subterrâneas no aquífero desgastado
Figura 14: Curva de diagnóstico do BBH3
Figura 15: Concentração de sulfato nas águas subterrâneas em Balama Oeste
Figura 16: Concentração de sulfato nas águas subterrâneas em Balama Este
Figura 17: O Diagrama de Piper forma amostras de águas subterrâneas em Balama
Figura 18: Modelo conceptual de linha de base
Figura 19: Cenário de Referência das condições da água subterrânea durante as operações
Figura 20: Cenário 1 condições da água subterrânea durante as operações de mineração
Figura 21: Configuração do Modelo
Figure 22: Correlação entre os níveis máximos observados e simulados
Figura 23: Histograma dos níveis máximos de água subeterrânea calculado vs. medido
Figura 24: Nível superior das águas subterrâneas no estado estacionário
Figura 25: Taxas de influxo de água subterrânea previstas
Figura 26: Recuperação de águas subterrâneas prevista após o encerramento da mina
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Precipitação Média Mensal derivada dos dados modelados de Balama (2010-
2012)
Tabela 2: Resumo dos Resultados do Hidrocenso
Tabela 3: Potenciais Alvos de Perfuração
Tabela 4: Resumo da perfuração dos furos
Tabela 5: Resultados dos testes de aquífero
Tabela 6: Maiores e menores iões nas águas superficial e subterrânea
Tabela 7: Metais pesados na superfície e água subterrânea
Tabela 8: Resultados da qualidade microbiológica da água
Tabela 9: Parâmetros de entrada Calibrado
Tabela 10: Classificação do Impacto
Tabela 11: Significância dos limitesdos valores de base
Tabela 12: Avaliação de impacto durante a fase de construção, devido à drenagem de mina
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Tabela 13: Avaliação de impacto durante a fase de construção, devido à pluma de
contaminação
Tabela 14: Taxas de influxo de água subterrânea estimadas para o Cenário de Referência e
Cenário 1
Tabela 15: Avaliação de impacto durante a fase de operação devido à drenagem da mina
Tabela 16: Avaliação de impacto durante a fase de operação devido à contaminaçã da
pluma
Tabela 17: Avaliação de impacto na fase operacional devido a derrames de hidrocarbonetos
Tabela 18: Avaliação de impacto após o encerramento devido a pluma de contaminação da
mina
Tabela 19: Avaliação de impacto após o encerramento devido à decantação da mina
Tabela 20: Lista de furos de monitorização propostos
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A: Registo de Furos
Apêndice B: Dados do Teste de Aquífero
Apêndice C: Certificados de Laboratório
Appêndice D: Relatório Geoquímico de Balama
LISTA DE PLANOS
Plano 1: Cenário Regional
Plano 2: Topografia e Drenagem
Plano 3: Geologia Regional
Plano 4: Mapa da Área do Hidrocenso
Plano 5: Poligonais geofísicos terrestres
Plano 6: Alvos de Perfuração
Plano 7: Mapa de Localização do Furo
Plano 8: Cone de drenagem previsto no final das operações do Cenário de Referência no
aquífero fracturado superior
Plano 9: Cone de drenagem previsto no final das operações do Cenário de Referência no
aquífero desgastado
Plano 11: Cone de drenagem previsto no final das operações do Cenário de 1 no aquífero
fracturado superior
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Plano 12: Pluma de contaminação prevista no final das operações do Cenário de Referência
no aquífero desgastado.
Plano 13: Pluma de contaminação prevista no final das operações do Cenário de Referência
no aquífero fracturado superior
Plano 14: Pluma de contaminação prevista no final das operações do Cenário 1 no aquífero
desgastado
Plano 15: Pluma de contaminação prevista no final das operações do Cenário 1 no aquífero
fracturado superior
Plano 16: Cabeças hidráulicas do aquífero desgastado 100 anos após operações do
Cenário de Referência
Plano 17: Cabeças hidráulicas do aquífero desgastado 100 anos após operações do
Cenário 1
Plano 18: Pluma de contaminação prevista no aquífero desgastado 100 anos após
operações do Cenário de Referência
Plano 19: Pluma de contaminação prevista no aquífero fracturado superior 100 anos após
operações do Cenário de Referência
Plano 20: Pluma de contaminação prevista no aquífero desgastado 100 anos após
operações do Cenário 1
Plano 21: Pluma de contaminação prevista no aquífero fracturado superior 100 anos após
operações do Cenário 1
Plano 22: Posição dos poços de monitorização propostos
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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TABELA DE ACRÓNIMOS
Descrição Abreviatura
Balanço Ácido-Base ABA
Geração de Ácidos AG
Drenagem Ácida de Mina DAM
Drenagem Ácida de Rochas ARD
Furo BH
Coeficiente de Variânçia Coeff. Var.
Conductividade Eléctrica EC
Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde AIASS
Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global GPS
Hectares He
Condutividade Hidráulica K
Quilómetros Km
Litro por segundo L/s
Litro por hora L/h
Evaporação Média Anual MAE
Metros acima do nível médio do mar Mamsl
Precipitação Média Anual MAP
Metros abaixo do nível do solo Mbgl
Miligrama por litro mg/L
milímetro Mm
Milímetro por ano mm/a
Mili Siemens por metro mS/m
Milhões de toneladas por ano Mtpa
Metro cúbico m
3
Geração Líquida de Ácido NAG
Potencial Neutralizante Líquido NNP
Potencial Proporção Líquida NPR
Nano Tesla nT
Potencial de Geração de Acidez PAG
Barragem de Controle de Poluição PCD
Armazenabilidade S
Total de Sólidos Dissolvidos TDS
Transmissibilidade T
Organização Mundial de Saúde WHO
Difracção de Raio-X XRD
Fluoriscência de Raio-X XRF
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COA2029
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1 INTRODUÇÃO
A Digby Wells Environmental (doravante designada por Digby Wells) foi contratada pela
Coastal and Environmental Services (Pty) Ltd (CES) para realizar um estudo de
especialidade hidrogeológico como parte de uma Avaliação de Impacto Ambiental, Social e
de Saúde (AIASS) para a Mina de Grafite de Balama (BGM) da Syrah Resources. Balama é
uma área de 106 km² de licença de prospecção localizado na Província de Cabo Delgado,
no distrito de Namuno no Norte de Moçambique (Plano 1).
A área do projecto encontra-se a aproximadamente200 km a oeste da cidade portuária de
Pemba e a 7 km a este da pequena vila de Balama. Na área os assentamentos (com
contagem da população) ao redor incluem:
■ Ntete (5,250);
■ Piriri (285);
■ Maualia (3,600); e
■ Nquide (2,500).
1.1 Descrição do Projecto
Foi mapeada a mineralização de Grafite-vanádio numa linha de orientação maior que 7 km
na área do projecto. Historicamente a BGM foi objecto de prospecção limitada, com a única
evidência de actividade de exploração anterior sendo de algumas trincheiras no nordeste da
área de prospecção. Portanto, este é um projecto completamente novo (na referência
equivalente em Inglês “Projecto Greenfield”) para o qual não existem avaliações técnicas
anteriores. A vida útil da mina pode ser entre 50 e 100 anos. Os principais aspectos do
projecto nesta fase incluem:
■ Extracção de recursos por meio de mineração convencional a céu aberto;
■ Recuperação e venda de ambas grafites (e potencialmente vanádio) como produtos
concentrados;
■ Processamento de flotação convencional para recuperar a grafite, (com a
recuperação do potencial subproduto de vanádio em uma fase posterior, mas
excluída deste estudo);
■ Estima-se que seja necessário 1 m3 de água por tonelada de minério processado
como água de processo;
■ Instalações de armazenamento de resíduos estéreis revistos a argila (TSF) para a
deposição de estéreis processados na planta; e
■ Um processo estimado de taxa de alimentação (minério bruto) de 2 Mtpa.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
17
1.2 Objectivos e âmbito do trabalho
Os objectivos do estudo hidrogeológico são fornecer um ponto de referência (condições de
base actuais) contra os potenciais impactos da mineração no sistema de águas
subterrâneas que podem ser identificados e medidos no futuro. O âmbito incluiu:
■ Uma descrição do sistema de fluxo de águas subterrâneas e os principais processos
que influenciam o comportamento do sistema;
■ Uma avaliação de potenciais impactos (tipo, grau, extensão) relacionados com as
várias componentes do projecto (por ex. drenagem drenagem da mina a céu aberto
proposta; potencial redução do nível de água subterrânea local e degradação da
qualidade da água subterrânea durante e após a exploração); e
■ Uma avaliação dos potenciais efeitos e das opções de mitigação relacionada a
utilização das águas subterrâneas, captação ou contaminação.
As fases específicas e tarefas dentro do âmbito de trabalho incluem:
Fase 1 – Referencial teórico e estudo documental
■ Tarefa 1: Estudo documental;
■ Tarefa 2: Visita ao local, hidrocenso e amostragem de águas subterrâneas;
■ Tarefa 3: Levantamento geofísico da terra;
■ Tarefa 4: Perfuração da caracterização das águas subterrâneas e furos de
monitorização; e
■ Tarefa 5: testagem e amostragem do Aquífero.
Fase 2 - Relatório:
■ Tarefa 1: Descrição hidrogeológica inicial;
■ Tarefa 2: Modelação numérica;
■ Tarefa 3: identificação de impacto e avaliação de risco;
■ Tarefa 4: Propor medidas de gestão de águas subterrâneas; e
■ Tarefa 5: Propor um programa de monitorização de águas subterrâneas.
_______________________________________________________________________________________ Digby Wells and Associates (South Africa) (Pty) Ltd (Subsidiary of Digby Wells & Associates (Pty) Ltd). Co. Reg. No. 2010/008577/07. Fern Isle, Section 10, 359 Pretoria Ave Rand burg Private Bag X10046, Randburg, 2125, South Africa Tel: +27 11 789 9495, Fax: +27 11 789 9498, [email protected], www.digbywells.com _______________________________________________________________________________________ Directors: AR Wilke, DJ Otto, GB Beringer, LF Koeslag, AJ Reynolds (Chairman) (British)*, J Leaver*, GE Trusler (C.E.O) *Non-Executive
_______________________________________________________________________________________
Plano 1: Cenário Regional
2 CENÁRIO AMBIENTAL 2.1 Clima Moçambique é influenciado por correntes de ar marítimo dos oceanos, geralmente com Verões quentes e húmidos e Invernos suaves, com pequena variação de temperatura anual. As variações sazonais de temperatura são em torno de 5˚ C entre os meses mais frios (Junho, Julho e Agosto) e os meses mais quentes (Dezembro, Janeiro e Fevereiro). As temperaturas são mais quentes perto da costa, no sul e nas regiões de planícies em comparação com as regiões do interior com maior elevação. As temperaturas médias nestas partes de planícies do país estão em torno de 25º e 27° C no Verão e de 20º a 25ºC no Inverno. O interior e as regiões de grandes altitudes no norte de Moçambique observam temperaturas médias mais baixas, entre 20°- 25ºC no Verão e 15º- 20ºC no Inverno (Digby Wells, 2013). A estação chuvosa é de Novembro a Abril, quando ocorre aproximadamente 80% pluviosidade anual, coincidindo com os meses mais quentes do ano. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) localiza-se mais a norte do país durante o Verão, trazendo 150 a 300 mm de chuva por mês, enquanto o sul recebe 50-150mm por mês. Contudo, influências topográficas causam variações locais para este gradiente de chuvas norte-sul com as regiões de maior altitude a receberem maior quantidade de chuva. A localização costeira de Moçambique significa que este país está situado numa região de furacões e ciclones altamente destrutivos que ocorrem durante a estação chuvosa. As chuvas intensas associadas a estes eventos contribuem com uma percentagem significativa de chuvas na estação chuvosa por um período de alguns dias (Digby Wells, 2013). Como mostra a Tabela 1, a precipitação média, mínima e máxima mensal dos 3 anos para o local da Balama são 112 mm, 27 mm e 53 mm, respectivamente. A maior precipitação máxima mensal (392 mm) foi observada em Janeiro. A taxa diminui até 6 mm em Junho. A precipitação mínima mensal varia entre 1 mm de Agosto e 76 mm em Fevereiro. Os valores mensais observados na precipitação para o período de três anos em estudo estão descritos na Figura 1 (Digby Wells, 2013). Tabela 1: Precipitação Média Mensal derivada dos dados modelados de Balama (2010-2012) Precipitação
(mm) Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Média
Anual
Máxima mensal
392 140 232 38 16 6 23 8 103 96 84 203 112
Mínima Mensal
61 76 55 11 13 2 2 1 8 3 35 60 27
Média Mensal
196 100 14 26 14 5 11 5 52 37 52 127 53
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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Figura 1: Precipitação Média Mensal derivada dos dados modelados de Balama (2010-2012)
2.2 Topografia e Drenagem As montanhas de Balama fazem parte da cadeia de montanhas do Monte Nassilala que são nascentes dos sistemas fluviais locais na área do projecto. Os domínios das águas superficiais e subterrâneas também estão intimamente conectados as regiões montanhosas. A descarga de água subterrânea a partir da encosta suporta fluxos de base perenes até aos rios. A topografia regional da área mais ampla do projecto de Balama mostra elevações de 200 até 1.440 m acima do nível médio do mar (mamsl) como descrito no Plano 2. A elevação da superfície local varia de aproximadamente 470 à 678 mamsl, com um cume com tendência NE-SO. A elevação declina gradualmente para o noroeste e sudeste do cume. O Rio Mualipue drena a área de estudo para o oeste e se junta ao caudal a noroeste do Rio Naconha no sul.
Plano 2: Topografia e Drenagem
2.3 Geologia
A informação utilizada para elaborar a secção de geologia foi extraída de: ■ Geology Report Balama West Target Zone, Twigg Exploration and Mining,
Dezembro, 2012.
2.3.1 Geologia Regional O Projecto de Balama está subjacente a rochas metamórficas do Complexo Xixano (Terreno) datados de 735 Ma. Estes são constituídos por de ultra metamórfitos de granulito a anfibolito superior intrusivas fácies (paragneisse) intrusiva pelo ortognaisse de grau elevada (Plano 3). O Complexo Xixano é caracterizado por uma assinatura radiométrica distinta observada a partir de dados geofísicos aéreos recentes de alta resolução que facilitaram o seu reconhecimento como uma nova unidade tectonostratigráfica. Estende-se desde a zona sul-sudoeste na fronteira da Tanzânia, a Este, o Rio Lugenda, a Sul o Cinturão Lúrio. O Complexo Xixano recobre o Complexo Marrupa e o contacto entre os dois, no oeste, é a maior zona de cisalhamento, interpretada como um impulso que foi posteriormente dobrado contra o Cinturão Lúrio, no sul. A zona de contacto de cisalhamento com o Complexo Montepuez, no Este, também é fortemente dobrada. A maior zona de cisalhamento também separa o Complexo Xixano do Complexo Nairoto no Este. O Complexo Xixano inclui uma variedade de rochas metasupracrustal envolvendo predominantemente rochas ígneas máficas e granulitos que formam o núcleo de um sinforme com tendência regional norte-nordeste a sul-sudoeste. A geocronologia disponível demonstra que a maior parte do complexo Xixano é composto de litologias Neoproterozóicas formadas entre 820 e 740 Ma. Os paragneisses incluem gnaisse mica e xisto (incluindo o xisto grafite que compreende o Recurso Mineral de Balama), gnaisse quartzo-feldspato, meta-arenito, quartzito e mármore. Ortognaisses félsicos ocorrem com os paragnaisses, principalmente nas áreas do norte e do Este. A grade metamórfica nos paragneisses é dominantemente de fácies anfibolito, apesar das rochas de fácies granulito rochas serem localmente preservadas dentro das lentes tectónicas. O Complexo Xixano é composto principalmente por rochas de magnésio máfica a félsicas de baixo-K com muito poucas amostras de composição intermédia. Os tipos de rochas predominantes são cálcico, gabro máfico e diorito e tonalite de baixo-K. As rochas evoluídas são principalmente granito de alto-K cálcio-alcalina e granodiorite. Algumas amostras de rochas metavulcânicas são de composição similar às rochas intrusivas e são, presumivelmente, equivalentes as rochas extrusivas. Além de uma amostra de rochas monzodiorite, monzoníticas e sieníticas, estas são notavelmente ausentes no Complexo Xixano.
2.3.2 Geologia Local
A geologia específica do local é composta por grafite, pelíticas e xistos psamito com uma grande intrusão granítica no nordeste. Uma série de montanhas orienta-se no sentido NE-SO praticamente em linha com a direcção da folheação de xisto. Além do interesse na grafite e no vanádio, os garimpeiros locais periodicamente extraem pegmatitos na propriedade e produzem turmalina verde de baixa qualidade. Reportou-se também a cassiterita e columbita-tantalita em alguns dos pegmatitos, embora não seja conhecida nenhuma produção. As áreas de camadas planas a norte e a sul das montanhas estão cobertas por um solo solto de grafite castanho sem afloramento. O horizonte do solo pode atingir um máximo de
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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espessura de 7m . Os primeiros metros do perfil de rocha meteorizada foram lateritizados e, posteriormente, os xistos grafíticos exibiram intemperismo por serem friáveis. O intemperismo na área é profundamente registrada a um máximo de 40 mbgl. Tal é parte de Moçambique tem sido sujeita a peneplanície. Em geral, pode-se afirmar que o horizonte de grafite é uma sequência de carbonáceo metamorfoseado e, em partes, pelítico calcário e sedimentos de psamito. O grau de metamorfismo é considerado como tendo sido originalmente uma grade anfibolito com uma fase subsequente de metamórfica e metassomática regressiva. Os sedimentos foram metamorfoseados em xistos grafíticos (pelitos) e arenitos de grafite (psamitos). A área de licenciamento de prospecção tem afloramento de granito a nordeste da parte ocidental do projecto e ocorrem pegmatitos associados na sequência grafítica. Os granitos e pegmatitos relacionados parecem ser intrusivos aos xistos. Considera-se possível que o metassomatismo introduziu o vanádio e o cromo na composição do mineral. A orientação e ângulo de folheação e estratificação parecem ser uma e a mesma (ou seja, N 50° orientação e ângulo 50°- 60° N).
Plano 3: Geologia Regional
3 AVALIAÇÃO DE REFERÊNCIA
3.1 Hidrocenso A primeira tarefa foi realizar um hidrocenso o qual se realizou nos dias 19 e 20 de Fevereiro de 2013. O objectivo do hidrocenso era obter informação sobre as águas subterrânea e superficiais na área do projecto de Balama e arredores. A fim de localizar e ter acesso a todos os furos conhecidos, nascentes, riachos e rios na área, a Digby Wells contactou e visitou os proprietários e/ou ocupantes das propriedades. A seguinte informação foi colhida em toda área:
■ Foram registadas em um GPS Garmin portátil, num sistema de coordenadas geográficas (latitude/longitude) WGS 84 as coordenadas dos furos e os locais de amostragem das águas superficiais;
■ O estado do ambiente das águas de superfície ou furo e equipamento instalado; ■ Acessar em cada furo o medidor de ângulo que foi determinado e o nível do lençol
freático que foi medido, se possível; e ■ Utilização do furo.
No total foram identificadas dez furos, uma nascente, um riacho e quatro rios na área de estudo. Seis amostras de água subterrânea e seis amostras de águas superficiais foram submetidas para um laboratório credenciado (Laboratório SGS) para análises química e de metal. As restantes seis amostras de água superficial foram enviadas para análise microbiológica. As amostras foram feitas usando válvula simples, baldes descontaminados e água de bombas ou torneiras, para o caso dos furos que estavam equipados e em uso. Foram utilizadas amostras de garrafas convencionais de 500ml, enchidas até ao topo. As amostras foram mantidas frescas em uma caixa térmica. A informação listada acima foi utilizada para definir a base inicial da água subterrânea e para ser usada como referência para futuras avaliações de monitorização de água e impacto. São apresentados na Tabela 2 o resumo dos resultados do hidrocenso. As posições dos furos são apresentadas no Plano 4 e as fotos dos pontos do hidrocenso são mostradas da Figura 2 à Figura 5. As seguintes conclusões são extraídas com base na informação do hidrocenso:
■ Existem dois furos de abastecimento de água no acampamento de Balama; Acampamento BH1 e Acampamento BH2. O furo do Acampamento BH1 está equipado com uma bomba submersível;
■ Os furos BM-DD-001, BM-DD-005, 003 e BMRC BMRC 005 são furos de prospecção antigos. Apenas o furo BMRC 005 está acessível. Todos os demais furos de prospecção foram bloqueados potencialmente devido ao desmoronamento do furo . O BMRC 005 tem um nível de água de 3,3 metros abaixo do nível do solo (mbgl). Apenas o furo BM-DD-001 e a nascente de Mihapui estão situados na proposta área do poço de Balama Oeste (Plano 4)
■ Os furos Pirira BH1, Pirira BH3, e Maulia BH1, estão equipados com bombas manuais. A bomba manual de Maulia BH1 não está mais em uso. Pirira BH1 e Pirira BH3 (aproximadamente a 1 km de Balama Oeste) são utilizados pelos moradores locais para o abastecimento de água para uso doméstico;
■ Pirira BH2 é um furo recentemente perfurado. Será utilizado para aumentar a
capacidade de abastecimento de água para Balama. O nível do lençol freático em
Pirira BH2 é de 3 mbgl; e
■ Existem na área do projecto de Balama quatro Rios, uma barragem, um riacho e uma
nascente:
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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26
Todos os quatro rios, Nachonia, Mualipue, Namitucu e Mehucua servem como
fonte de abastecimento de água para fins domésticos. Estes rios costumam
inundar os seus bancos e danificam as estradas locais durante a ocorrência de
chuvas intensas; e
A nascente Mihapui e o riacho são conhecidos por serem sazonais e atraem
animais selvagens (babuínos e cobras) quando começam a fluir (início da
estação chuvosa).
Tabela 2: Resumo dos Resultados do Hidrocenso
Identificador do Local
Coordenada Tipo Equipamento Uso / Comentário
Resto do Nível de
Água (mbgl)
Amostragem Método de
Amostragem
Coord. Y Coord. X Coord. Z
BM-DD-001 38.6510 -13.3308 572 Furo Nenhum Bloqueado a 4m Nenhuma Não Nenhum
BMRC 005 38.6510 -13.3308 585 Furo Nenhum Exploração 3.3 Sim Balde
BM-DD-005 38.6529 -13.3289 587 Furo Nenhum Bloqueado Nenhuma Não Nenhum
BMRC 003 38.6529 -13.3289 587 Furo Nenhum Bloqueado
Nenhuma Não Nenhum
MAULIA HAND PUMP
38.6649 -13.3454 587 Furo Bomba Manual Bloqueado
Nenhuma Não Nenhum
PIRIRA BH 2 38.6353 -13.3374 552 Furo Nenhum Doméstico 3 Sim Balde
PIRIRA BH 1 38.6325 -13.3365 551 Furo Bomba Manual Doméstico Nenhuma Sim Bomba manual
PIRIRA BH 3 38.6344 -13.3382 537 Furo Bomba Manual Doméstico 2 Sim Bomba manual
CAMP BH 1 38.6409 -13.3201 538 Furo Bomba
submersível Abastecimento do
Acampamento Nenhuma Sim
Torneira
CAMP BH 2 38.6407 -13.3195 525 Furo Nenhum Abastecimento do
Acampamento 6.8 Sim
Balde
MIHAPUI SPRING 38.6504 -13.3301 575 Fonte Nenhum Fonte de água
sazonal – límpida Nenhuma Sim
Amostra recolhida
MIHAPUI STREAM 38.6521 -13.3304 583 Fonte Nenhum Fonte de água
sazonal – límpida Nenhuma Sim
Amostra recolhida
MUALIPUE RIVER 38.6311 -13.3377 543 Rio Nenhum A fluir Nenhuma Sim Balde
NACONHA RIVER 38.6771 -13.3451 587 Rio Nenhum A fluir Nenhuma Sim Amostra recolhida
MEHUCUA RIVER 38.6654 -13.3616 512 Rio Nenhum A fluir Nenhuma Sim Balde
NAMITUCU RIVER 38.6465 -13.3620 516 Rio Nenhum A fluir Nenhuma Sim Balde
CHIPEMBE DAM 38.6173 -13.1967 488 Barragem Nenhum
Estagnada Nenhuma Sim
Amostra recolhida
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Plano 4: Mapa da Área do Hidrocenso
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Figura 2: Acampamento BH1 (1), Acampamento BH2 (2), Pirrira BH1 (3), Pirrira BH3 (4)
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Figura 3: Mualia BH1 (5), Pirrira BH2 (6), Rio Nachonia (7), Rio Mualipue (8)
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Figura 4: Rio Namitucu (9), Rio Mehucua (10), Nascente Mihapui (11), Riacho Mihapui (12)
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Figura 5: Barragem de Chipembe
3.2 Levantamento Geofísico
Foi realizado um levantamento geofísico no terreno após a conclusão do hidrocenso. O
propósito do levantamento geofísico foi identificar potenciais locais de perfuração de furos
para caracterização e monitorização do ambiente de água subterrânea, onde existe muito
pouca informação sobre as águas subterrâneas.
A investigação geofísica tinha como alvo as características geológicas que potencialmente
poderiam influenciar o ambiente de águas subterrânea pela formação de caminhos ou
barreiras preferenciais para o fluxo de águas subterrâneas e de transporte de
contaminantes. Tais características podem incluir corpos magmáticos intrusivos. Devido às
altas pressões e temperaturas geradas quando o magma faz a intrusão da rocha
hospedeira, muitas vezes ocorrem fracturas extensas e desgaste da rocha hospedeira nas
proximidades dos corpos intrusivos. Estas zonas fracturadas e desgastadas geralmente têm
reforçado a permeabilidade e podem formar caminhos preferenciais para as águas
subterrâneas fluírem em direcções paralelas às inclinações dos corpos intrusivos. Os
próprios corpos intrusivos podem ainda ser densos o suficiente para formar barreiras às
águas subterrâneas fluírem em direcções perpendiculares a esses corpos,
compartimentando, assim, os sistemas de aquíferos intersectados.
3.2.1 Metodologia
O levantamento geofísico no terreno foi realizado nos dias 27 e 28 de Fevereiro de 2013 Foi
utilizado o método magnético, como este é normalmente o método adequado em termos de
custo-eficácia para levantamentos rápidos para identificar as zonas desgastadas ou
estruturas geológicas verticais a sub-verticais. A principal limitação em termos do
levantamento geofísico foi a grande área coberta por vegetação muito densa. Tal limitou o
tempo e o espaço disponível para o levantamento (Plano 6)
Durante a investigação geofísica, foram tomadas as seguintes acções:
■ Obteve-se e estudou-se relatórios anteriores sobre investigações geológicas e geo-
hidrológicas realizadas na área de interesse para permitir uma melhor visão sobre as
condições geológicas que poderiam ser esperadas durante o levantamento;
■ Estudou-se um mapa topográfico e de drenagem e local para investigar áreas a
jusante e a montante das áreas propostas de mineração;
■ O hidrocenso permitiu o reconhecimento da disposição e orientação do local;
■ Os dados magnéticos do terreno foram gravados com o Magnetómetro G5 Proton
nas áreas identificadas durante o estudo de gabinete;
■ Os dados geofísicos registados durante a pesquisa foram interpretados tendo em
consideração a geologia local e as condições geo-hidrológicas; e
■ Com base na interpretação dos dados geofísicos, foram identificadas metas para a
perfuração de poços de monitorização e caracterização.
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3.2.1.1 Recolha de Dados
Os dados geofísicos foram registados em quatro poligonais, ou seja, Linha 2, Linha 3, Linha
4 e Linha 5, como descrito no Plano 5. Foram propostos cinco poligonais, mas apenas
quatro puderam ser estudados dada à vegetação densa e ao ambiente montanhoso,
tornando-as inacessíveis.
Um GPS portátil foi usado para registar a localização de cada estação de dados. O
levantamento abrangeu uma área total de 3 quilómetros. O levantamento magnético teve um
conjunto de espaçamento de estação de dez metros para garantir que possíveis
características verticais sub-verticais pudessem ser detectadas. As direcções poligonais
foram escolhidas para intersectarem possíveis estruturas em um ângulo perpendicular.
3.2.2 Resultados Geofísicos do Terreno
3.2.2.1 Poligonal 2
A Linha 2 serviu para estudar uma falha com tendência N-S perto do Riacho Mihapui. Foi
identificado o alvo do furo na estação 440 m, no meio do caminho entre a nascente Mihapui
e o riacho. Assume-se que as águas subterrâneas que fluem ao longo da descarga da falha
na nascente Mihapui.
Figura 6: Linha Magnética 2
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3.2.2.2 Poligonal 3
A Linha 3 foi estudada para caracterizar a falha com tendência SE-NO transversal a base da
montanha de Balama a Sudoeste. A linha correu perpendicularmente à falha e o alvo do furo
foi identificado na estação de 260 m.
Figura 7: Linha magnética 3
3.2.2.3 Poligonal 4
A Linha 4 foi pesquisada para colocar um furo de monitorização a jusante, e a sudoeste da
proposta área de mineração de Balama Oeste. Foram identificados dois alvos de furos na
Linha 4, na estação de 400m e na estação de 20m. Ambos os alvos estavam colocados para
investigarem anomalias locais.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
36
Figura 8: Linha magnética 4
3.2.2.4 Poligonal 5
Fez-se o levantamento da Linha 5 para colocar um furo de monitorização a jusante e a sul
da proposta área de mineração de Balama Oeste. Foram identificados dois alvos de furos na
Linha 5, na estação de 580m e na estação de 350m. Ambos alvos estavam colocados para
estudar anomalias locais.
Figura 9: Linha magnética 5
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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37
3.2.3 Alvos de Perfuração
Os resultados das investigações geofísicas indicam seis potenciais alvos de perfuração
(BBH1, BBH2, BBH3, BBH4, BBH5 e BBH6) como caracterização de aquífero e futuros furos
de monitorização (Tabela 3 e Plano 7). Não foi realizado nenhum levantamento geofísico em
Balama Este. Porém, dois alvos (BH7 e BH8) foram posicionados com base nos dados da
geologia estrutural obtidos a partir dos geólogos de exploração. Os alvos dos furos
seleccionados poderiam servir para:
■ Obter informação sobre a qualidade inicial das águas subterrâneas;
■ Investigar as propriedades hidráulicas da geologia com intersecção e sistemas de
aquíferos associados por meio de diferentes testes hidráulicos; e
■ Para actuarem como furos de monitorização o desenvolvimento deve prosseguir no
local proposto.
Plano 5: Poligonais geofísicos terrestres
Tabela 3: Potenciais Alvos de Perfuração
Nome do Furo
Poligonal Estação (m)
Coord. Y Coord. X Elevação Objectivo
BBH1 Linha 2 440 8526326.00 462268.00 581.00 Propriedades do aquífero, influência dos poços de Balama oeste no nível e qualidade das águas subterrâneas no sentido da nascente Mihapui.
BBH2 Linha 3 260 8525777.00 461651.00 559.00 Propriedades do aquífero, qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem de Balama oeste
BBH3 Linha 4 400 8525609.00 460636.00 539.00 Propriedades do aquífero, nível da água subterrânea e monitorização da qualidade em Mualipue
BBH4 Linha 4 20 8525925.00 460491.00 547.00 Propriedades do aquífero, nível da água subterrânea e monitorização da qualidade em Mualipue
BBH5 Linha 5 580 8524963.00 463109.00 524.00 Propriedades do aquífero, nível da água subterrânea e monitorização da qualidade em Maulia
BBH6 Linha 5 350 8524767.00 463380.00 515.00 Propriedades do aquífero, nível da água subterrânea e monitorização da qualidade em Maulia
BH7 8528099.00 464892.00 546.00 Propriedades do aquífero, nível e qualidade da água subterrânea em Balama Este
BH8 8528736.00 464962.00 568.00 Propriedades do aquífero, nível e qualidade da água subterrânea em Balama Este
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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Plano 6: Alvos de Perfuração
3.3 Perfuração
O programa de perfuração foi realizado de 27 de Junho de 2013 à 7 de Agosto de 2013.
Foram perfurados oito furos, nomeadamente BBH1 à BBH8 pela Aqua Terra Drilling
utilizando o método de perfuração rotativa de ar (comprimido a) percussão. Foi usado um
martelo de 203 mm de diâmetro (exterior) de 0 à 60 m e um martelo de 165 mm de diâmetro
(Exterior) de 60 à 100m. Durante a perfuração, foram registadas as seguintes informações:
■ Posição do furo – GPS portátil;
■ Sucessão de geologia vertical e grau de desgaste em intervalos de 1m;
■ Taxas de penetração;
■ Profundidade do furo e detalhes de construção; e
■ Profundidade das quedas de água, rendimento do golpe final e nível da restante
água após a conclusão.
O plano 6 mostra posição dos furos. É apresentado um resumo do programa de perfuração
na Tabela 4. Os registos geológicos são apresentados no Apêndice A. As profundezas dos
oito furos variam entre 60 e 100m.
Os primeiros metros (normalmente de 6 a 12 m, dependendo da profundidade do desgaste)
de cada furo foram perfurados utilizando perfuração convencional com percussão de 203
mm de diâmetro externo. Foi instalada uma caixa de arranque de 203 mm de diâmetro
exterior em toda esta zona até ao ponto em que a perfuração continuou com um diâmetro de
165 mm até a profundidade final dos poços. Foi instalado uma caixa de aço de 165 mm (de
diâmetro interno) em toda a parte superior do furo (secções não consolidadas e instáveis da
geologia) para evitar o desabamento do poço.
Os furos foram fechados com tampas trancáveis para impedir acessos não autorizados. Isso
preserva os furos em boas condições para a monitorização. Colocou-se um poste de aço
com 1 metro (1 m) de altura, pintada de amarelo de modo a estar visível, foi colocado
adjacente a cada poço, como mostra a Figura 10.
3.3.1 BBH1 – Poço Oeste
O BBH1 consiste de 8 m de solo seco, castanho amarelado. Por debaixo encontram-se 17 m
de xistos grafíticos cinzento-escuro altamente desgastados, que são subjacentes a 2 m de
pegmatite moderadamente desgastada. Foi encontrada uma pequena infiltração no contacto
do xisto-pegmatitos grafítico. Abaixo da pegmatite encontram-se veios de quartzo com 2m
de espessura, cobertos por 21 m xisto grafite moderada a ligeiramente meteorizada. O xisto
grafite se sobrepõe a 6 m de pegmatite intrusiva ligeiramente meteorizada. Foram
interceptadas águas subterrâneas a um golpe de rendimento, com um rendimento de 0,78
L/s, a 51 mbgl entre os xistos grafíticos e os pegmatitos. Os xistos grafíticos estão
subjacentes às pegmatitos até a profundidade final (100mbgl) do BBH1.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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3.3.2 BBH2 – Poço Oeste
A geologia do BBH2 consiste de 6 m de solo argiloso castanho, quês estão subjacentes a 34
m de xisto grafítico completamente desgastado. O xisto grafítico recobre 5 m de pegmatitos
completamente desgastados. Tal como em BBH1, as águas subterrâneas em BBH2 também
foram interceptadas no contacto xisto-pegmatitos grafítico. A queda de água foi 41 mbgl,
com um golpe de rendimento de 1,5 L/s. O pegmatito está maioritariamente subjacente ao
xisto grafítico até a profundidade final (100mbgl) de BBH2. Existem xistos quartzo menores
entre os 55 e 60 mbgl.
3.3.3 BBH3 – Vila de Malipui
O furo BBH3 indica que 14 m de solo superficial castanho-escuro estão subjacentes a 2 m
de quartzitos altamente desgastados. Foi encontrada uma infiltração menor na zona de
transição entre o quartzito e xisto grafítico. Os 26m de espessura de xisto grafítico estão
completamente desgastados, e estes estão também subjacentes a 2 m de quartzitos. A
maior queda de água em BBH3 (com um rendimento de 4,63 L/s) foi interceptada a 41 mbgl,
que também é a zona de transição entre os quartzitos mais profundos posteriores e xistos
grafíticos. Debaixo dos quartzitos encontram-se outros 30 m de xisto grafítico, intrusivos por
granitos entre 58 e 62 mbgl. Os granitos também foram encontrados a partir dos 78 mbgl até
a profundidade final (100mbgl) do BBH3. O nível do lençol freático em BBH3 situa-se nos
5,16 mbgl.
Este furo poderia potencialmente ser aplicado como uma fonte de abastecimento de água da
comunidade, devido ao seu elevado rendimento, mas a água não é de qualidade aceitável
devido às concentrações elevadas de sulfato (1661 mg/L) (Tabela 6) e terá que ser primeiro
tratada, antes de colocar disponível para o consumo humano.
3.3.4 BBH4 – Povoado de Malipui
O furo BBH4 consiste de 10 m de solo superficial arenoso cinzento-escuro que está
subjacente a 5 m de argila húmida cinzento-escura e areia. Existem 7 m de lama húmida por
debaixo de areia e argila. A lama está subjacente a pegmatitos completamente desgastados
a 31 mbgl. O furo BBH4 continuamente desabou aos 31 m durante a perfuração. A
perfuração de BBH4 parou a uma profundidade de 31 mbgl para evitar que o equipamento
de perfuração ficasse preso.
3.3.5 BBH5 – Vila de Mualia
O furo BBH5 consiste de 15 m de solo seco por debaixo de 2m de pegmatitos
completamente desgastados. O pegmatito está por debaixo de granito altamente
desgastado. Tal como no furo BBH4, o furo BBH5 desmoronou e a perfuração foi
interrompida a uma profundidade de 60 mbgl.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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3.3.6 BBH6 – Vila de Mualia
A geologia da BBH6 consiste de 10 m de solo superficial seco e amarelo, que está
subjacente por granitos completamente desgastados a 23 mbgl. Os granitos entre 23 e 50
mbgl são moderadamente desgastados. Foi encontrada infiltração mínima a 27 mbgl. Além
dos 50 mbgl encontram-se granitos frescos. Foram interceptadas águas subterrâneas com
golpe de rendimento de 2,73 L/s em uma fractura contendo água no granito fresco, a 56
mbgl. A perfuração de BBH6 foi interrompida a 100 mbgl. O nível das águas subterrâneas no
BBH6 situa-se nos 6,91 mbgl.
Este furo poderia, potencialmente, ser aplicado como um poço de abastecimento de água da
comunidade e a qualidade da água deste é própria para consumo humano (com base nos
parâmetros analisados).
3.3.7 BBH7 – Cava da Mina a Este
O furo BBH7 consiste de 8 m de solo superficial seco, subjacente a 34 m de xistos grafíticos
alta a moderadamente desgastados. Foi encontrada uma infiltração mínima a 31 mbgl.
Debaixo do xisto grafítico encontra-se o granito. A zona de transição entre o xisto granítico e
o granito é de aproximadamente 3m de espessura de sulco de falha. O sulco de falha
contém os maiores volumes de água encontrada em toda a área estudada. Foi interceptado
o recorde de golpe de rendimento de 9,6 L/s no sulco da falha entre 42 e 45 mbgl. Esta é
composta de materiais não consolidados; Como resultado, as amostras foram lavadas pelo
elevado fluxo de água. A perfuração do furo BBH7 foi interrompida aos 60 mbgl. O nível das
águas subterrâneas no BBH7 situa-se em 12,27 mbgl.
Este furo poderia, potencialmente, ser usado como uma fonte de abastecimento de água da
mina, devido ao seu elevado rendimento, mas a água não é de qualidade aceitável devido
as concentrações elevadas de sulfato, fluoreto, ferro, manganés, níquel e zinco (Tabela 6) e
terá de ser tratada antes de colocá-la disponível para o consumo humano. Esta também
tinha um valor de pH muito baixo (4,07).
3.3.8 BBH8 – Cava da Mina a Este
O furo BBH8 (Figura 10) é composto de 10 m de solo superficial seco adjacente a granitos
altamente desgastados a granitos frescos. O granito sofreu intrusão em várias
profundidades. Há intrusão de 3 m de veios de quartzo no granito entre 29 e 32 mbgl. O
Pegmatito sofreu intrusão de granitos entre 60 e 62 mbgl, e novamente entre 76 e 79 mbgl.
A zona de transição entre os antigos pegmatitos e os granitos armazena água. Esta zona de
transição (60 e 62 mbgl) tem um rendimento de águas subterrâneas, a uma taxa de 1,25 L
/s. A perfuração do BBH8 foi interrompida aos 100 mbgl. O nível das águas subterrâneas no
BBH8 encontra-se nos 32,95 mbgl.
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Figura 10: Furo BBH8
Tabela 4: Resumo da perfuração dos furos
ID do furo de água
BBH1 BBH2 BBH3 BBH4 BBH5 BBH6 BBH7 BBH8
Lo
ca
l
do
fu
ro
de
ág
ua
(UT
M)
37
L X 462268 461651 460636 460491 463109 463380 464892 464962
Y 8526326 8525777 8525609 8525925 8524963 8524767 8528099 8528736
Z 581 559 539 547 524 515 546 568
Dad
os
so
bre
o f
uro
de
ág
ua
Profundidade do furo (m)
100 100 100 31 60 100 60 100
Rendimento do fluxo (L/s)
0.78 1.5 4.63
Fu
ro d
esm
oro
na
do
Fu
ro d
esm
oro
na
do
2.73 9.6 1.25
Profundidade de alcance da água (m)
26, 51 41 16, 43 27, 56 31, 43 61
Nível estático da água (m bgl)
6.75 23.73 5.16 6.91 12.28 32.95
Co
ns
tru
çã
o d
o r
eve
sti
me
nto
Revestimento sólido PVC (Diâmetro -
interno mm) 150 150 150 150 150 150
Profundidade de, a (m)
0-42, 58-60 0-42, 58-60 0-39, 58-60 0-21, 28-45,
58-60 0-33, 58-60 0-22, 32-34
Revestimento perfurado (Diâmetro
- interno mm) 150 150 150 150 150 150
Profundidade de, a (m)
43-57 43-57 40-57 22-27, 46-57 34-57 23-31
Base/subsolo da rocha na profundidade final
Grafite mica xisto
Grafite xisto
cinzento-escuro
20% Grafite mica xisto & 80% Granito.
Solo arenoso
lamacento
Granito desgastado
Rocha granítica fresca
Granito fresco
Anortosita
3.4 Ocorrência e níveis das águas subterrâneas
O sistema de águas subterrâneas associado a cadeia do Monte Nassilala desempenha um
papel importante nos sistemas de água de superfície regional, uma vez que as drenagem de
águas subterrâneas advindas das montanhas suportam os fluxos perenes nos riachos
originários das montanhas.
Os níveis das águas subterrâneas na área de abrangência do projecto variam entre 2 mbgl
em Pirrira BH3 (Balama Oeste) à 33 mbgl em BH8 (Balama Este), como indicado na Tabela
2 e na Tabela 4. Um gráfico de todos os níveis de água subterrânea disponíveis contra a
elevação da superfície dos furos mostra que a inclusão do BBH2, BBH7 e BBH8 distorce a
correlação de 99% para uma correlação de 81% (Figura 11). Isso é indicativo de dois
conjuntos de sistemas aquíferos na área do projecto: um aquífero desgastado e um sistema
de aquífero fracturado.
Assim, a ocorrência de águas subterrâneas na área do projecto está assim associado xistos
grafíticos, granito e pegmatito desgastados e fracturados. O aquífero associado com o leito
rochoso desgastado varia de espessura em toda a área, mas pode-se estender a
profundidades de aproximadamente 40 mbgl. O aquífero desgastado é bastante permeável
e apenas infiltrações mínimas foram registadas no material desgastado durante a
perfuração. Bolsões de intemperismo mais profundos podem assistir a infiltração a migrar
para o aquífero da zona fracturada.
Quando o xisto grafítico, granitos e pegmatitos, não estão desgastados, são impermeáveis e
não possuem capacidade de armazenamento. A permeabilidade e a armazenabilidade
dessas rochas dependem exclusivamente de características estruturais secundárias, tais
como fissuras e fracturas. No geral, as fracturas fecham quando a pressão litostática
aumenta com a profundidade. No entanto, o fluxo de águas subterrâneas importantes pode
ocorrer em fracturas que acompanham as zonas de falhas. O aquífero desgastado também
parece estar incrustado conforme ilustrado na Error! Reference source not found..
Dados de exploração da geologia indicam que 51% das fracturas na área de estudo ocorrem
acima dos 60 m da sucessão geológica (Figura 12). Até 27% das fracturas ocorrem entre
140 e 180 mbgl. No entanto, a maioria das fracturas mais profundos não estão desgastadas.
As fracturas acima dos 60 m são moderadas a altamente desgastadas. Portanto, o nível de
fracturas é relativamente comum acima dos 20 m do aquífero fracturado e o fluxo de águas
subterrâneas é bem interligado. Em maiores profundidades o fluxo de águas subterrâneas
pode ser associado com fracturas individuais que armazenam água.
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47
Todas as principais quedas de água interceptadas durante a perfuração estavam entre os 40
e 60 mbgl. As maiores quedas de água tinham um golpe de rendimento entre 0,78 e 9 L/s.
Além do sulco da falha em Balama Este, todos as grandes quedas de água estavam
associadas com formações de intrusão fracturadas nas zonas de contacto.
Figura 11: Nível da água vs Topografia
Posiçao do aquifero na
montanha
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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Figura 12: Correlação entre as quedas de água, densidade da fractura e intemperismo
da fractura
Legenda (de cima para baixo):
Fracturas moderadas a altamente desgastadas;
Fracturas não desgastadas.
Fracturas ligeiramente desgastadas;
Distribuição das Fracturas
Queda de água
A pressão hidráulica nos furos BBH2, BBH7, BBH8, Pirira BH3 e BBH3 cai entre os 533 e
535 mamsl. No entanto, o nível de água em Pirira BH3 e BBH3 está bem correlacionado
com a topografia, devido à sua proximidade com o Rio Mualipue.
O nível de água no Rio Mualipue é de 535 mamsl. Há, portanto, potencial ligação entre o Rio
Mualipue e o sistema de aquífero fracturado nestes furos. Assume-se que o Rio Mualipue
recarrega o sistema de aquífero fracturado, enquanto o sistema de aquífero desgastado é
recarregado directamente pela chuva.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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49
O nível de águas subterrâneas no sistema de aquífero desgastado varia entre 400 e 950
mamsl conforme descrito na Figura 13. O nível de água no aquífero desgastado geralmente
segue a topografia local, reflectindo o padrão de drenagem da superfície local. No sistema
local de água subterrânea, as montanhas de Balama actuam como os divisores das águas
subterrâneas. As águas subterrâneas das montanhas de Balama fluem, no geral, na
direcção Nordeste à Sudoeste.
Figura 13: Nível e fluxo das águas subterrâneas no aquífero desgastado
3.5 Propriedades Hidráulicas
Após a conclusão do programa de perfuração, foram realizados testes de aquíferos em seis
dos oito novos furos. Os testes de aquífero foram realizados de 19 à 26 de Setembro de
2013. O equipamento utilizado pelos subcontratados (Mega Construções & Serviços) só
podia captar um máximo de 3 L/s de água. Foram realizados testes constantes de descarga
e recuperação em cada poço. Os dados do teste de aquífero são apresentados no Apêndice
B onde foram analisados com os métodos FC e Cooper-Jacob. Os resultados são
apresentados e discutidos na Tabela 5 abaixo.
Tabela 5: Resultados dos testes de aquífero
ID do BH
Teste de Taxa Constante
Métodos
Método FC Método Cooper-
Jacob Taxa de Extracçã
o por bomba (L/s)
Rebaixamento disponível
(m)
Rebaixamento máximo durante o teste (m)
Períodos constantes de teste
(horas)
Primeiras horas do dia T (m
2/d)
Últimas horas do dia
T (m
2/d)
Primeiras horas do dia T (m
2/d)
Últimas horas do dia T T (m2/d)
BBH1* 0.65 27.67 2.37 12 - - - -
BBH2* 1.25 16.38 1.08 12 - - - -
BBH3 1.04 34.57 4.9 12 8 9 7.7 7.7
BBH6 1.08 33.09 10.01 12 6 5.2 5 5.6
BBH7* 2.89 27.67 0.11 12 - - - -
BBH8 1 21.64 2.02 12 4 4 3.6
* Não poderia obter o rebaixamento suficiente do nível da água.
O aquífero entre os propostos poços de Balama Oeste e a nascente Mihapue (BBH1) foram
testados a uma taxa constante de 0,65 L/s, com um rebaixamento de nível definitivo de
2,37m após 12 horas de bombeamento.
O aquífero na base da montanha de Balama (BBH2) foi testado durante 12 horas, a uma
taxa de 1,25 L/s, com um rebaixamento final 1,08 m. Ambos poços não poderiam ser
suficientemente explorados pelas taxas de captação aplicada.
A razão para a ausência de rebaixamento no BBH7 está ligada à limitação da bomba
utilizada durante o teste. Recomenda-se que se utilize uma bomba com capacidade de pelo
menos 10 L/s (a uma linha de 50 m) para realizar o teste no aquífero no sulco da falha.
Os furos, BBH3, BBH6 e BBH8, foram testados com sucesso durante 12 horas. O
abaixamento final obtido no final do teste de aquífero foi suficiente para estimar a
transmissibilidade dos aquíferos representados por esses furos.
O diagrama de diagnóstico de rebaixamento ao longo do tempo para o furo BBH3 mostra um
aquífero de porosidade dupla que tem um fluxo de fractura linear no início do tempo (Figura
14). A grande tendência de rebaixamento do gráfico de derivação é indicativa de um limite
de recarga que abastece água continuamente para o sistema de aquífero fracturado. O Rio
Mualipue é o provável limite de recarga que se reflecte na curva de rebaixamento do BBH3.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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52
Estima-se um valor de transmissibilidade (Valor T) de 7,7 m2/d para o sistema de aquífero
fracturado em BBH3. A transmissibilidade é uma medida da capacidade que um aquífero
tem para transmitir água subterrânea e é igual ao produto da condutividade hidráulica e a
espessura saturada do aquífero. O granito fracturado de relativamente elevada quantidade
em Maulia teve um valor-T entre 5 e 6 m2/ d como analisado a partir de BBH6.
Figura 14: Curva de diagnóstico do BBH3
A zona de falhas com tendência N-S em Balama Oeste, representado por BBH8, não tem
assim tanto rendimento como no sulco da falha no BBH7. O valor de transmissibilidade
desta zona de falha varia entre 3,6 e 4 m2/d.
3.6 Qualidade da Água
Foram colhidas amostras de água subterrânea e de superfície conforme descrito na Secção
3.1. Os resultados da avaliação da qualidade da água subterrânea estão em anexo no
Apêndice C. É apresentado um resumo dos resultados na Tabela 6 e Tabela 7, e
referenciados tendo em conta as directrizes de água potável da Organização Mundial de
Saúde (OMS) 2011.
A qualidade da água na barragem de Chipembe, e em todos os rios e riachos, excepto o
riacho Mihapui, é muito boa tanto quanto segura para o consumo humano (com base nos
BBH3
log derivative = 0.13 good fracture network
0.1
1
10
1 10 100 1000
Time (min)
data (s)
s '
Main
Data Sust_
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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53
parâmetros medidos). Com concentrações de nitrato de 97 mg/L, o riacho Mihapui é visto
como contaminado . Os elevados nitratos podem ser atribuídos ao uso de adubos e
fertilizantes durante o cultivo nas áreas aráveis mais altas que eventualmente deságuam no
riacho.
Os resultados mostram altas concentrações de sulfato na água subterrânea nos furos BBH2
(poço Oeste), BBH3 (Malipui), BBH7 (poço Este) e BMRC 005 (poço Oeste). O BMRC 005
está localizado a aproximadamente 10 m ao norte da vala (aproximadamente 4 m de
profundidade) (Linha 5). A elevada quantidade de sulfato no BMRC 005 (726 mg/L) está
associada com o baixo valor de pH (3.6) nas amostras de água subterrânea. A alcalinidade
no BMRC 005 foi esgotada. Pode-se concluir que os processos de Drenagem Ácida da Mina
(DAM) são potencialmente activos nos furos BMRC 005 e BBH7 – baixo pH e elevadas
concentrações de metal, BBH2, BBH3 e BBH7 têm vestígios de DAM devido à sua
proximidade às valas (Figura 15 e Figura 16). A caracterização geoquímica dos resíduos de
rocha e material de minério é apresentada no Apêndice D.
A elevada quantidade de sulfato no BBH2 e BBH3 não está associada aos baixos valores de
pH ácido como em BBH7 e BMRC 005. Os furos BBH2 e BBH3 têm quase pH neutro e
concentrações relativamente elevadas de cálcio. O cálcio é, principalmente, derivado de
reacções de neutralização entre o lixiviado ácido e calcita dentro das rochas.
Os únicos metais pesados comuns que foram significativamente mobilizados no ambiente
das água subterrâneas são ferro, manganês, níquel e zinco. Estas elevadas concentrações
foram medidas durante a análise das amostras de águas subterrâneas. Durante os testes
geoquímicos tirou-se amostras de lixiviados e enviadas para análises de uma gama muito
maior de elementos. Foi durante a análise dos lixiviados que foi identificado Urânio em
concentrações que excedem os Valores de Referência de Água Potável da OMS. Apesar de
todos os maiores e menores iões no BBH1 estarem dentro de valores de referência, a sua
alcalinidade foi esgotada. As águas subterrâneas dos furos de abastecimento de água de
Pirira BH2 e BH3 Pirira não são de boa qualidade para consumo devido ao Sódio, Cloro e
Cálcio elevados e subsequentemente dos valores TDS.
3.6.1 Caracterização das águas subterrâneas
Um diagrama de Piper é apresentado na Figura 17. A posição das amostras de água
subterrânea no gráfico baseia-se na proporção dos vários componentes medidos em
equivalência e não é uma indicação de qualidade da água absoluta ou de adequação para
consumo humano. Com base no diagrama de Piper, a água subterrânea para a área de
estudo pode ser classificada como se segue:
■ As comparações das proporções equivalentes indicam que os furos BBH6, BBH8,
Acampamento BH1, Pirira BH1 e Pirira BH3 são águas relativamente limpas com a
presença de cálcio-magnésio-bicarbonato;
■ As águas subterrâneas nos furos BMRC 005, BBH1, BBH2, BBH3 e BBH7 indicam
elevadas concentrações de sulfatos que potencialmente estão relacionadas com a
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
54
oxidação do corpo de minério; o baixo valor de pH nos furos BRMC 05 e BBH7
resultaram também em um aumento em algumas das concentrações de metais; e
A qualidade da água subterrânea do furo de Pirira BH2 é um indicativo de
enriquecimento de cloreto. O enriquecimento de cloreto em Pirira BH2 está
associado a infiltração da rede de esgotos na vila Pirira.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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55
Tabela 6: Maiores e menores iões nas águas superficial e subterrânea
ID da Amostra
Valo
r pH
– a
25°
C
Cond
utivid
ad
e
elé
ctr
ica m
S/m
Tota
l de s
ólid
os
dis
solv
idos e
m
mg/L
Alc
alin
idade
com
o C
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O3
Cálc
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om
o C
a
em
mg/L
Magn
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io c
om
o
Mg e
m m
g/L
Sód
io c
om
o N
a
em
mg/L
Potá
ssio
com
o K
em
mg/L
Clo
reto
s c
om
o C
l
m m
g/L
Sulfato
com
o
SO
4 e
m m
g/L
Nitra
to N
O3 c
om
o
N e
m m
g/L
Flu
ore
to c
om
o F
e, M
g/l
Directrizes 2011 da OMS
6.5-8.5
11 1.5
BBH1 6.40 18.7 91 <2.48 12.5 4.4 5.51 2.4 2.71 62.6 0.24 0.369
BBH2 7.15 109.0 846 233 165 28.5 63.1 2.73 56 389 0.167 0.714
BBH3 6.63 276.0 2726 157 345 111 330 7.95 175 1661 0.135 0.35
BBH6 7.05 47.0 263 203 41.1 13.8 33.2 3.89 24.8 23.1 0.159 0.787
BBH7 4.07 142.0 1185 <2.48 150 66.2 88.2 6.66 58.3 814 0.226 1.74
BBH8 7.63 37.7 195 188 52.7 3.5 16.5 5.47 <0.423 3.81 0.134 0.418
BMRC 005 3.60 51.0 320 <12 28 9.8 23 10 55 726 13 0.4
PIRIRA BH 2 7.60 335.0 2500 99.9 285 55 215 20 233 67 <0.03 0.3
PIRIRA BH 1 7.40 155.0 990 270.25 96 22 79 5 14 132 <0.03 0.27
PIRIRA BH 3 7.50 161.0 1100 159.45 153 34 82 7.6 5.3 51 <0.03 0.85
CAMP BH 1 7.50 132.0 870 291.87 76 15 46 6.4 19 137 <0.03 0.32
Fonte MIHAPUI 6.90 46.0 310 31 9.8 20 9.2 <0.05 <0.03 0.67
Riacho MIHAPUI 6.40 21.0 170 18 4.4 6 15 <0.05 97 0.6
Rio MUALIPUE 6.80 17.0 <21 6.9 3.6 11 44 8.1 <0.03 0.05
Rio NACONHA 7.00 17.0 150 4.5 3.3 15 36 18 <0.03 0.1
Rio MEHUCUA 7.20 21.0 130 5.7 4.4 20 <0.05 55 <0.03 0.11
Rio NAMITUCU 7.30 39.0 130 13 9.9 28 <0.05 54 <0.03 0.14
Barragem do CHIPEMBE 7.10 30.0 170
11 8 19
25 12 <0.03 0.07
Não é estabelecido nenhum baseado na saúde, mas por causa dos efeitos gastrointestinais associados ao consumo de água contendo elevado sulfato, as autoridades sanitárias devem ser
notificadas de fontes que contêm sulfato que excede os 500 mg/L (WHO, 2008).
*Os números a vermelho indicam elementos com concentrações que excedem os Valores de Referência de Água Potável da OMS.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
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56
Tabela 7: Metais pesados na superfície e água subterrânea
ID da Amostra
Ferr
o c
om
o
Fe e
m m
g/L
Mang
an
és
com
o M
n
Ars
énic
o c
om
o
mg/L
Cró
mio
com
o
Cr
em
mg/L
Cádm
io c
om
o
Cd
em
mg/L
Chum
bo c
om
o
Pb e
m m
g/L
Níq
ue
l co
mo
Ni e
m m
g/L
Zin
c o
co
mo
Zn e
m m
g/L
Alu
mín
io c
om
o
Al em
mg/L
Co
bre
C
u e
m
Mg/L
Coba
lto c
om
o
Co e
m m
g/L
Boro
co
mo B
em
Mg/L
Directrizes de 2011 da OMS
0.1 0.4 0.01 0.05 0.003 0.01 0.07 1.5 0.5
0.5
BBH1 <0.003 0.142 <0.007 <0.001 <0.001 <0.004 0.188 1.02 <0.003 <0.001 <0.001 <0.003
BBH2 <0.003 0.177 <0.007 <0.001 <0.001 <0.004 <0.001 <0.002 <0.003 <0.001 <0.001 <0.003
BBH3 <0.003 0.335 <0.007 <0.001 <0.001 <0.004 0.034 0.34 <0.003 <0.001 <0.001 <0.003
BBH6 2.08 0.054 <0.007 <0.001 <0.001 <0.004 <0.001 <0.002 <0.003 <0.001 <0.001 <0.003
BBH7 1.74 1.50 <0.007 <0.001 <0.001 <0.004 0.810 3.860 <0.003 <0.001 <0.001 <0.003
BBH8 <0.003 <0.001 <0.007 <0.001 <0.001 <0.004 <0.001 <0.002 <0.003 <0.001 <0.001 <0.003
BMRC 005 <0.05 0.63 <0.0005 <0.002 0.0028 <0.0005 0.400 2.900 0.13 0.016 0.0053 0.003
PIRIRA BH 2 <0.05 0.076 0.0024 0.007 0.0044 <0.0005 0.160 0.07 <0.02 0.0026 0.0014 <0.002
PIRIRA BH 1 <0.05 0.008 0.0015 0.012 <0.0001 <0.0005 0.016 <0.01 <0.02 <0.0009 0.0006 0.007
PIRIRA BH 3 <0.05 <0.002 0.0011 0.011 0.0006 <0.0005 0.020 <0.01 <0.02 0.0014 0.0009 0.085
CAMP BH 1 <0.05 0.015 0.002 0.012 <0.0001 <0.0005 0.015 <0.01 <0.02 <0.0009 0.0007 0.005
Fonte MIHAPUI <0.05 0.31 <0.0005 0.004 <0.0001 <0.0005 <0.0009 0.013 <0.02 <0.0009 <0.0004 0.006
Riacho MIHAPUI <0.05 0.083 <0.0005 0.002 0.028 <0.0005 0.025 0.490 <0.02 0.025 0.004 0.014
Rio MUALIPUE 0.13 0.009 <0.0005 0.007 <0.0001 0.0005 0.0019 0.005 0.26 0.0019 0.0007 0.01
Rio NACONHA 0.12 0.009 <0.0005 0.007 <0.0001 <0.0005 0.0022 0.003 0.14 0.0022 0.0006 0.014
Rio MEHUCUA 0.09 0.004 0.0005 0.007 <0.0001 <0.0005 0.0016 0.003 0.09 0.0016 0.0005 0.012
Rio NAMITUCU <0.05 <0.002 0.0006 0.008 <0.0001 <0.0005 0.0012 0.003 <0.02 0.0012 <0.0004 0.011
Barragem do CHIPEMBE <0.05 <0.002 0.0006 0.005 <0.0001 <0.0005 <0.0009 0.002 <0.02 <0.0009 <0.0004 0.016
Figura 15: Concentração de sulfato (entre parêntesis) nas águas subterrâneas em
Balama Oeste
*Os pontos amarelos indicam concentrações de sulfato que excedem os Valores de Referência de
Água Potável da OMS. Os pontos verdes estão dentro dos limites aceitáveis.
Figura 16: Concentração de sulfato (entre parêntesis) nas águas subterrâneas em
Balama Este
Figura 17: O Diagrama de Piper forma amostras de águas subterrâneas em Balama
20%
40%
60%
80%
20%40%60%80%
20%
40%
60%
80%
20%
40%
60%
80%
20% 40% 60% 80%
20%
40%
60%
80%
20%
40%
60%
80%
20%
40%
60%
80%
BBH1
BBH2
BBH3
BBH6
BBH7
BBH8
BMRC 005
CAMP BH 1
PIRIRA BH 1
PIRIRA BH 2
PIRIRA BH 3
Chloride
Sulp
hate
Tota
l Alk
alin
ity
Sodiu
m &
Pota
ssium
Magnesi
um
Calcium
AnionsCations
Piper Diagram
3.6.2 Resultados bacteriológios
Os padrões Sul-Africanos de qualidade de água doméstica foram utilizadas como referência
para a avaliação microbiológica . Os resultados laboratoriais das amostras microbiológicas
encontram-se resumidos na Tabela 8.
Tabela 8: Resultados da qualidade microbiológica da água
Data da Amostra
ID da Amostra Total de Bactéria Coli ml*
F coli ml*
E coli ml*
Contagem de Placas Heterotróficas ml*
Limites recomendados pela OMS
- - - -
Classe I
(Recomendado) 10 0 0 5000
25/06/2013 Fonte MIHAPUI 5 3 3 15000
25/06/2013 Riacho MIHAPUI 1 0 0 15400
25/06/2013 Rio MUALIPUE 18 12 0 780
25/06/2013 Rio NACONHA 220 29 29 840
25/06/2013 Rio MEHUCUA 460 13 13 860
25/06/2013 Rio NAMITUCU 450 23 23 1470
25/06/2013 Barragem CHIPEMBE 90 18 18 1580
Com base nos resultados dos testes , podem ser feitas as seguintes observações quanto ao
cumprimento dos padrões Sul-Africanos de qualidade de água doméstica:
■ Resultados bacteriológicos indicam a presença de coliformes totais altos, contagem
de F-coli e E-coli em todas as amostras, excepto para Rio Mihapui; e
■ A contagem de placas heterotróficas está acima dos padrões recomendados para
Nascente e Rio Mihapui.
3.6.3 Geoquímica
Com base nas interpretações e no resumo dos resultados geoquímicos de Balama pode-se
concluir o seguinte:
■ A mineralogia do depósito Balama é dominada por minerais metamórficos com
conteúdo alto de mineral de argila, anfibólio e granada dentro de uma matriz de
silicato;
■ As formações enriquecidas são altas em Au, Ag, As, Ba, Fe, Cu, Cr, Zn, L, Co, Cs,
Mo, Ni, V, W, Y e Pb, com estes elementos bem acima das médias da crosta
terrestre observadas em todo mundo. Tal não é, contudo, uma indicação de se estes
representam um risco ambiental com a bio-disponibilidade determinada por meio dos
testes de lixiviados;
■ Os resultados de ABA e NAG mostram que o resíduo rochoso de Balama e o
material mineralizado são geradores de ácido e um potencial para a DAM e existe
alta contaminação de metais por infiltração; e
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
60
■ Os parâmetros com concentrações superiores aos limites recomendados de água
doméstica são alumínio (Al), cádmio (Cd), ferro (Fe), cobre (Cu), níquel (Ni), vanádio
(V) e urânio (U) e estas concentrações aumentarão se ocorrer a formação de DAM.
Estas concentrações irão, contudo, ser diluídas em concentrações mais baixas,
assim que se misturarem e reagirem com os volumes que recebem águas
subterrâneas e superficiais.
Foram identificados os seguintes principais impactos ambientais a partir da avaliação
geoquímica:
■ Resíduos do Material Rochoso:
■ Potencial moderado para formação DAM de depósitos de estéreis (WRD) devido ao
alto teor de S e a potencial geração de ácido em 4 das 6 amostras de resíduos
rochosos;
■ Potencial contaminação do minério com altos vestígios de concentrações de
elementos como U e Se; e
■ Potencial de vestígios de contaminação de elementos de infiltração de WRD no
ambiente receptor com altas concentrações de Mn, Fe, Ni e U.
Material Mineral
■ Alto potencial de formação DAM com altas concentrações de S e menor pasta de
valores de pH que conduz a lixiviação da água com baixos valores de pH e alto teor
de metais; e
■ Vestígios de contaminação de elemento a partir das reservas e zonas de minério
expostas com alto potencial de contaminação por metais com concentrações de Al,
Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, V, Zn e U que entram no ambiente receptor; e
■ Potencial contaminação de minério com altos vestígios de concentrações de
elementos como U e Se.
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
61
4 Modelo Numérico
Os modelos numéricos de fluxo de água subterrânea e de transporte de contaminantes
foram instalados usando o modelo conceptual como base. Um modelo conceptual é uma
representação simplificada das características essenciais do sistema hidrogeológico físico e
seu comportamento hidráulico conforme discutido na Secção 3. O modelo conceptual está
representado na Figura 18.
Pretende-se que o modelo numérico reflicta as condições específicas do local com a maior
precisão possível, a fim de alcançar o mais alto nível de confiança nos impactos simulados.
PMWIN Pro 8, que é um pacote de software de modelação baseado no MODFLOW, foi
usado para as simulações. MODFLOW e PMWIN Pro são pacotes de modelação
internacionalmente reconhecidos que foram provados capazes de simular esses tipos de
fluxo de águas subterrâneas e de avaliações de transporte de contaminantes a um alto nível
de precisão.
4.1 Limitações do Modelo e Pressupostos
Os modelos numéricos são comummente usados para desenvolver soluções de gestão
hidrogeológicas que incluem a previsão de migração da pluma contaminante e a alteração
do nível das águas subterrâneas ao longo do tempo. No entanto, os sistemas de águas
subterrâneas são muitas vezes complexos e a necessidade de entrada de dados está além
da nossa capacidade para avaliar em detalhe. Um modelo, não importa o quão sofisticado,
jamais descreverá o sistema de águas subterrâneas investigado sem desvio das simulações
do modelo do processo físico real (Spitz, 1996). Portanto, é necessário fazer várias
hipóteses simplificadoras para simplificar as condições complexas, hidrogeológicas do
mundo real em um modelo simplificado e passível de ser gerido.
Todas as simulações da modelação numérica requerem premissas a serem feitas durante a
tradução do código numérico em um modelo específico ao local. Estes pressupostos, que
reflectem as lacunas de dados no modelo conceitual sobre a distribuição de aquífero e dos
parâmetros de aquífero, podem resultar em áreas de incerteza nas saídas e previsões do
modelo, São as seguintes as limitações do modelo:
■ O modelo é desenvolvido numa escala regional e abrange uma área vasta em redor
da Mina de Balama, a fim de determinar a interacção hidrogeológica entre o local da
mina e o sistema regional de água subterrânea circundante;
■ A actual informação geológica é insuficente para descrever o nível dos diferentes
aquferos;
■ Ós dados de testes ao aquífero só se encontram dispossíveis a nível de 10% do
domínio do modelo, cobrindo uma pequena fracção da área modelada. Não se
encontram disponíveis quaisquer dados extraídos no terreno para proporcionar fazer-
se uma estimativa dos parâmetros do aquífero da matriz da rocha e das fractura a
uma escala regional;
Projecto de Grafite de Balama - Hidrogeologia
COA2029
62
■ Numa área montanhosa como é a área do projecto de Balama, ocorrem elevações
localizadas a nível de águas substerrâneas elevadas devido às condições de
encrustação na montnha. Este sistema de água subterrânea isolado encrustrado não
se encontra incorporado no modelo;
■ As falhas e fracturas não se encontram modeladas de forma explícita. A suposição
de que o aquífero se irá comportar como um meio poroso homogéneo pode induzir
em erro. No entanto, a uma escala regional (superior do que o Volume Elementar
Representativo (REV - Representative Elemental Volume) esta suposição deve ser
aceitável;
■ A distribuição espacial e quantidade da recarga natural e artificial é incerta; portanto
foi usada uma recarga uniforme a fim de evitar complicar demasiadamente o
modelo; e
■ As complexidades dos aquíferos rochosos fracturados implicam que o modelo só
pode ser usado como uma orientação para detemrinar a ordem de magnitude da
drenagem e do transporte de contaminantes.
4.2 Modelo de Domínio e Condições limítrofes
A área do modelo e as condições limítrofes foram definidas tomando em consideração a posição das cavas de Balama, armazenamento de
estéreis e pilha de resíduos de estéril, bem como os limites de fluxo naturais de águas subterrâneas, como rios e elevações topográficas. O
modelo abrange uma área de 24.3 km (leste - oeste) por 22.5 km (norte - sul), e é delimitado por elevações topográficas ao norte, leste, oeste
e sul (Figura 19). Os limites de fluxo natural utilizados, não foram considerados suficientes para influenciar o fluxo de água subterrânea e
transporte de contaminantes através dos limites.
Os tamanhos de células individuais variam de 5 m por 5 m nas imediações da Mina de Balama, até um máximo de 100 m por 100 m nos
extremos exteriores da área do modelo em que é aceitável uma precisão inferior. Levando em consideração o aquífero desgastado e as
fracturas que contêm água na área de estudo, foram atraibuídas ao modelo três camadas. O aquífero desgastado (topo do domínio do
modelo) foi designado como um aquífero semi-confinado. O aquífero fracturado e leito rochoso firme (Camadas 2 e 3) foram designados como
sendo aquíferos confinados.
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
64
Figura 18: Modelo conceptual de linha d e base
Os dados de elevação designados para as camadas do modelo são os seguintes:
■ Camada 1, o aquífero superior de material desgastado (espessura de 30 m com
elevações topográficas obtidas a partir da base de dados SRTM);
■ O aquífero fracturado. Camada 2 tem uma espessura de camada de 30 m; e
■ O leito rochoso firme. Camada 3 foi definido como 370 mamsl (100 m abaixo do nível
do solo da cava da mina).
O modelo numérico incorpora características de interacção rio/aquífero para permitir a
representação do escoamento de base e a recarga a partir dos rios para as águas
subterrâneas. Os rios e córregos dentro do limite do modelo estão representados utilizando
o pacote de rio. Isso permite recarga e descarga entre o sistema de águas superficiais e
subterrâneas.
4.3 Calibração do Modelo
4.3.1 Calibração do Estado Estacionário
O modelo estacionário foi calibrado usando o método de “tentativa e erro” onde os
parâmetros do aquífero são variados dentro de âmbitos realistas até que o modelo possa
produzir condições especificamente relacionadas com o local. Os valores de
trasmissibilidade obtidos a partir do teste ao aquífero foram usados para limitar a natuareza
não singular duarnte a calibração do modelo. Os parâmetros para os quais o modelo foi
calibrado são apresentados na Tabela 9. No total foram utilizaods 8 furos de observação
para efectuar a calibração do estado estacionário.
Figura 2: Configuração do Modelo
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
67
Após a calibração do modelo, foi obtida uma correlação aceitável de 96.5% e um erro
normalizado de média de raiz quadrada (NRMSE) de 6.2% entre a elevação simulada e a
observada. (Error! Reference source not found.). O residual máximo (diferença entre o
nível de água subterrânea calculado e o observado) é de 2.8 m no furo de água BBH6. O
residual mínimo é de 3.3 m no furo no acampamento BH2. Os máximos gerais simulados
coincidem muito bem com os máximos reais (Figura 3), o que confirma que o modelo
constitui uma boa ferramenta de previsão para simular o sistema aquífero na área do
projecto.
Figure 20: Correlação entre os níveis máximos observados e simulados
Tabela 2: parâmetros de entrada calibrados
Parâmetro Camada / Aquífero Valor
Transmissibilidade Aquífero Desgatado 3.8 m2/d
Transmissibilidade Aquífero fracturado superior 7 m2/d
Transmissibilidade Leito rochoso firme 0.01 m2/d
Condutividade Hidráulica Vertical
Aquífero Desgastado 0.09 m/d
Recarga Célula Activa mais Elevada 2.8x10-5
m/d(1.6 % of MAP)
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
68
Figura 3: Histograma do nível superior calculado vs o nível superior medido
Figura 4: condição estavel do aquifero subterrâneo
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
71
4.4 Calibração Transitoria
■ O armazenamento do aquífero tem impacto sobre o volume de água que deve ser
removido e influencia o rebaixamento relativo devido à descarga. A fim de se fazer
uma estimativa do armazenamento específico, o modelo foi usado para fazer a
simulação do teste de de extração por bomba realizado no furo BBH3. Os
rebaixamentos modelados são em média 0.6 m mais elevados do que os
rebaixamentos medidos (Figura 23). Os valores específicos de armazenamento
indicados a seguir foram usados para alcançar a calibração transitorioCamada 1: 10-4
■ Camada 2: 5x10-5; e
■ Camada 3: 10-6.
Figura 5: Rebaixamento modelado versus rebaixamento medido no BBH3
4.5 Modelo Preditivo
O modelo preditivo foi estabelecido de acordo com as estimativas dos níveis de influxo para
a planta da mina, para estimar o cone de descarga e pluma de contaminadrenagem ção que
tem origem na mina e nas infra-estrutura. O indicado a seguir constui os componentes do
modelo preditivo.
4.5.1 Drenagem Drenagem da mina
A mineração está planeada para iniciar no poço Balama Oeste, que será explorado em
quatro fases. A exploração inicial para as fases 1, 2 e 3 serao efectuados no primeiro
trimestre de 2016. A Fase 3 constitui a Fase de avanço. A cava da mina para as Fases 1 e
2 encontra-se na Figura 24. As cavas das minas para as fases 3 e 4 encontram-se na
Figura 25 e 26, respectivamente.
A profundidade do piso do poço abaixo do nível do lençol freático regional, terá um impacto
sobre o levantamento vertical no nível do lençol freático, o que, por sua vez impacta sobre a
extensão aérea do cone de rebaixamento. Em geral, quanto mais fundo o nível do lençol
freático maior a extensão aérea do cone de abaixamento.
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
72
A Fase 1 será minerada até o final de 2019, abaixo de 518 mamsl. A Fase 2 sera
exploradas até o primeiro trimestre de 2021, abaixo de 493 mamsl. A fase 3 irá ser extraído
até o primeiro trimestre de 2027, abaixo de 468 mamsl, e a fase 4 até o terceiro trimestre
de 2027, também abaixo de 468 mamsl. Isto implica que a mineração em Balama Oeste
terminará no terceiro trimestre de 2027, e a elevação do poço final será de 468 mamsl,
durante o qual os bancos iniciais das fases 5 e 6 em Balama Leste serao realizados.
Em Balama Oeste, a Fase 6 sera a fase 5 retrocedida e a fase 8 é a fase 7 retrocedida. Os
poços para as fases de Balama Leste são ilustrados na Figura 27 e Figura 30.
A Fase 5 será extraída até o primeiro trimestre de 2032, até 523 mamsl. Fase 6 será
extraído até o terceiro trimestre de 2044, até 468 mamsl. Fase 7 será extraído até o primeiro
trimestre de 2049, até 518 mamsl, e Estágio 4 até o final de 2056, também abaixo de 468
mamsl. A semelhança de Balama Oeste, o último poço em Balama Leste será 468 mamsl.
Figura 6: A Cava da Mina de Balama Oeste (Fases 1 e 2)
Figure 7: Cava da Mina de Balama Oeste – Fase 3
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
73
Figura 8: Cava da Mina de Balama Oeste - Fase 4
Figura 9: Cava da Mina de Balama Este – Fase 5
Figura 10: Cava da Mina de Balama Este – Fase 6
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
74
Figura 11: Cava da Mina de Balama Este - Fase 7
Figura 12: Cava da Mina de Balama Este – Fase 8
O nível de detalhes fornecidos no plano da mina foi modelado com a maior precisão
possível, dividindo-se o modelo em 164 períodos de pressão, o que representa cada
trimestre 2016-2056 (Tabela 10). Mineração e atividades de drenagem foram representadas
utilizando células de drenagem dentro davas do poço. As modelagem da elevação da
drenagem foram criados e melhoradas através de incrementos trimestrais de acordo com o
plano da mina, tal como consta na Tabela 10. O valor de condutância de drenagem refletem
a resistência ao fluxo entre os aquíferos circundantes e do poço da mina. Este é um
parâmetro crítico que afecta o influxo simulado nos poços de minas. A condutância de
drenagem aplicado para simular a mineração foi calculada multiplicando os tamanhos de
células (5 m), com a condutividade hidráulica de cada camada. Foram utilizados os
seguintes valores:
■ Layer 1: 0.6 m2/d;
■ Layer 2: 1.2 m2/d; and
■ Layer 3: 0.0045 m2/d.
Como os poços são de multiplas camadas, uma condutividade hidráulica vertical, muito alta
(10 m/d) foi definida para todas as células dentro das áreas de poço para simular a livre
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
75
circulação das águas subterrâneas. O poço modelado final como representado com células
de drenagem estão representados na Figura 31 e Figura 32.
Tabela 3: Plano do chão da Cava da Mina e períodos de pressão
Year Quarter Stress Period
Balama West (Stages/Schedule Pit
Floor mRL)
Balama East (Stages/Schedule Pit Floor
mamsl)
1 3 2 4 5 6 7 8
578 583 568
FY2016 Q1 1 563 571 567 FY2016 Q2 2 559 568 567 FY2016 Q3 3 556 567 562 FY2016 Q4 4 552 566 562 FY2017 Q1 5 549 565 562 FY2017 Q2 6 549 564 550 FY2017 Q3 7 547 564 547 FY2017 Q4 8 545 562 545 FY2018 Q1 9 543 560 543 FY2018 Q2 10 541 558 541 563
FY2018 Q3 11 539 557 539 557 FY2018 Q4 12 537 556 537 557 FY2019 Q1 13 535 555 535 555 FY2019 Q2 14 532 553 532 553 FY2019 Q3 15 530 553 530 553 FY2019 Q4 16 518 553 530 553 FY2020 Q1 17
550 525 552
FY2020 Q2 18
546 520 552 FY2020 Q3 19
543 515 552
FY2020 Q4 20
539 508 552 FY2021 Q1 21
537 493 547
FY2021 Q2 22
532
547 FY2021 Q3 23
528
547
FY2021 Q4 24
524
546 FY2022 Q1 25
520
545
FY2022 Q2 26 1.1 517
542 FY2022 Q3 27
513
538
FY2022 Q4 28
511
533 FY2023 Q1 29
508
527
FY2023 Q2 30
506
521 FY2023 Q3 31
504
513
FY2023 Q4 32
503
503 FY2024 Q1 33
501
501
FY2024 Q2 34
498
499 FY2024 Q3 35
495
498
FY2024 Q4 36
493
495 FY2025 Q1 37
491
493
FY2025 Q2 38
489
490 FY2025 Q3 39
488
488
FY2025 Q4 40
485
486 FY2026 Q1 41
483
483
FY2026 Q2 42
480
482 FY2026 Q3 43
476
481
FY2026 Q4 44
469
481 FY2027 Q1 45
468
478
FY2027 Q2 46
469 604 604 FY2027 Q3 47
468 595 597
FY2027 Q4 48
590 590 FY2028 Q1 49
582 587
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
76
Year Quarter Stress Period
Balama West (Stages/Schedule Pit
Floor mRL)
Balama East (Stages/Schedule Pit Floor
mamsl)
1 3 2 4 5 6 7 8
FY2028 Q2 50
576 586 FY2028 Q3 51
570 584
FY2028 Q4 52
565 582 FY2029 Q1 53
558 582
FY2029 Q2 54
553 582 FY2029 Q3 55
550 582
FY2029 Q4 56
546 582 FY2030 Q1 57
543 581
FY2030 Q2 58
538 581 FY2030 Q3 59
537 577
FY2030 Q4 60
536 574 FY2031 Q1 61
536 571
FY2031 Q2 62
535 569 FY2031 Q3 63
535 566
FY2031 Q4 64
527 566 FY2032 Q1 65
523 563
FY2032 Q2 66
560 FY2032 Q3 67
557
FY2032 Q4 68
554 588 583
FY2033 Q1 69
551 578 583
FY2033 Q2 70
549 577 578
FY2033 Q3 71
546 576 577
FY2033 Q4 72
544 576 577
FY2034 Q1 73
542 575 577
FY2034 Q2 74
540 574 577
FY2034 Q3 75
538 574 577
FY2034 Q4 76
536 574 575
FY2035 Q1 77
534 573 573
FY2035 Q2 78
532 573 573
FY2035 Q3 79
531 572 572
FY2035 Q4 80
529 572 572
FY2036 Q1 81
527 572 572
FY2036 Q2 82
525 572 572
FY2036 Q3 83
524 572 572
FY2036 Q4 84
522 572 572
FY2037 Q1 85
520 572 572
FY2037 Q2 86
519 572 572
FY2037 Q3 87
517 572 572
FY2037 Q4 88
516 572 572
FY2038 Q1 89
514 572 572
FY2038 Q2 90
512 572 572
FY2038 Q3 91
511 572 572
FY2038 Q4 92
509 572 572
FY2039 Q1 93
508 571 571
FY2039 Q2 94
506 571 571
FY2039 Q3 95
505 571 571
FY2039 Q4 96
503 571 571
FY2040 Q1 97
501 571 571
FY2040 Q2 98
499 571 571
FY2040 Q3 99
497 571 571
FY2040 Q4 100
495 571 571
FY2041 Q1 101
494 571 571
FY2041 Q2 102
492 570 570
FY2041 Q3 103
492 568 568
FY2041 Q4 104
491 567 568
FY2042 Q1 105
489 567 568
FY2042 Q2 106
487 567 568
FY2042 Q3 107
485 567 568
FY2042 Q4 108
482 567 568
FY2043 Q1 109
480 567 568
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
77
Year Quarter Stress Period
Balama West (Stages/Schedule Pit
Floor mRL)
Balama East (Stages/Schedule Pit Floor
mamsl)
1 3 2 4 5 6 7 8
FY2043 Q2 110
478 567 567
FY2043 Q3 111
476 566 567
FY2043 Q4 112
473 566 567
FY2044 Q1 113
470 566 567
FY2044 Q2 114
470 565 565
FY2044 Q3 115
468 564 565
FY2044 Q4 116
562 563
FY2045 Q1 117
560 561
FY2045 Q2 118
559 559
FY2045 Q3 119
557 557
FY2045 Q4 120
555 555
FY2046 Q1 121
554 554
FY2046 Q2 122
551 553
FY2046 Q3 123
547 553
FY2046 Q4 124
546 550
FY2047 Q1 125
545 547
FY2047 Q2 126
545 545
FY2047 Q3 127
542 544
FY2047 Q4 128
541 542
FY2048 Q1 129
538 540
FY2048 Q2 130
536 539
FY2048 Q3 131
527 538
FY2048 Q4 132
519 536
FY2049 Q1 133
518 534
FY2049 Q2 134
532
FY2049 Q3 135
530
FY2049 Q4 136
528
FY2050 Q1 137
526
FY2050 Q2 138
524
FY2050 Q3 139
522
FY2050 Q4 140
521
FY2051 Q1 141
519
FY2051 Q2 142
517
FY2051 Q3 143
515
FY2051 Q4 144
513
FY2052 Q1 145
511
FY2052 Q2 146
509
FY2052 Q3 147
507
FY2052 Q4 148
505
FY2053 Q1 149
503
FY2053 Q2 150
502
FY2053 Q3 151
500
FY2053 Q4 152
498
FY2054 Q1 153
495
FY2054 Q2 154
493
FY2054 Q3 155
491
FY2054 Q4 156
489
FY2055 Q1 157
487
FY2055 Q2 158
484
FY2055 Q3 159
482
FY2055 Q4 160
479
FY2056 Q1 161
476
FY2056 Q2 162
474
FY2056 Q3 163
471
FY2056 Q4 164
468
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
78
Figura 31: Modelagem final para o poço Balama Oeste representado com células de drenagem (Período de pressão 47)
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
80
Figura 32: Modelagem para o poço Balama Leste representado com células de drenagem (período de pressão 164)
4.7 Simulação de Transporte de Massa Na maioria dos casos, o transporte de contaminantes é impulsionado por advecção, ou seja, o fluxo de águas subterrâneas é o principal mecanismo de controlar o movimento de solutos na água subterrânea. Advenção implica migração de contaminantes a uma velocidade semelhante à velocidade do fluxo das águas subterrâneas e na mesma direcção que o gradiente hidráulico. Portanto, o conhecimento dos padrões de fluxo das águas subterrâneas e parâmetros hidráulicos pode ser usado para estimar o transporte de soluto sob advecção. Outros parâmetros a serem considerados incluem dispersão, difusão, porosidade efetiva e o rendimento específico. Dispersão de contaminantes nas águas subterrâneas também é importante em termos de transporte de contaminantes. Transporte dispersivo é causada pela natureza tortuosa de poros ou aberturas de fractura que resultam em distribuições de velocidade de fluxo variável dentro de um aquífero e movimento dos contaminantes devido à diferença em gradiente de concentração. A dispersão tem dois componentes; dispersivities longitudinais e transversais. A dispersividade longitudinal depende da escala e é geralmente cerca de 10% da distância do curso da pluma (Fetter, 1993). A dispersividade transversal é aproximadamente 10% da dispersividade longitudinal. Quanto maior for a dispersividade, quanto menor for a concentração máxima do contaminante, como provoca uma dispersão da pluma de espalhamento sobre uma área maior. Considerando-se a distância de córregos e poços nas proximidades da proposta mina de Balama é estimado uma dispersividade longitudinal de 5 m. A percentagem de volume vazio que contribui para as águas subterrâneas fluxo é expressa pelo termo porosidade. Nem todos os poros estão interligados e, portanto, não podem igualmente contribuir para o fluxo de água subterrânea, levando à derivação da porosidade efetiva termo, usado para expressar o volume de vazios interconectados que contribui efetivamente para o fluxo de águas subterrâneas e de transporte, portanto, contaminante
Uma média de 30% de porosidade efetiva é assumido para o aqüífero resistido, e 10% para o aqüífero fraturado superior.
A instalação de armazenamento de rejeitos (TSF) e dois depósitos de baixo grau / resíduos de rocha vao ser parte da infraestrutura da mina.. A TSF, bem como os depósitos de resíduos de rocha serao forrados de argila.. Os residos de rocha assim a TSF foram utilizados como fontes de poluição durante a fase operacional. Para simular o revestimento de argila, uma recarga de 0,16% do MAP (10 por cento do aqüífero recarga natural do aqüífero) foi aplicado para as áreas de superfície da TSF e do WRD. O modelo também incorpora a linha do tempo, quando o WRD tornar-se ativo. O WRD de Balama Oeste e a TSF são ativos para toda a extensão das operações na mina e depois de encerradas. O WRD de Balama Leste só se torna ativo de período de pressão 47, quando começa a mineração em Balama Médio.
Supõe-se que quando a mineração encerrar em Balama Oeste, o poço final pode se tornar
uma fonte de poluição. Migração de Poluição do poço Balama Oeste foi simulado para um
período de pressão 47 enquanto Balama Leste estiver operacional. simulação da pluma de
Poluição após o fechamento incorporou transporte de massa de Balama Médio.
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
82
Na TSF e DRT, um period de recarga de pluma foi simulado. Nos poços uma variação no
tempo, simulação de pluma com concentração especifica foi feito. Um valor inicial de 100 foi
atribuído a cada uma das fontes de poluição. Este valor representa 100% da concentração
inicial real para qualquer contaminante na fonte de poluição. Por conseguinte, o
desenvolvimento da pluma resultante mostra a concentração do elemento em percentagem
da concentração inicial. Por exemplo, a pluma deve mostrar um valor de 30% e um ponto de
tempo específico, e sabe-se que a concentração inicial foi de 1000 mg / L, pode ser
calculado que a concentração do elemento real no ponto de 300 mg / L.
O modelo de transporte de massa na fase operacional correu para 303 minutos (5 horas),
devido detalhes da fase do tempo incorporados no plano da mina. Os resultados do modelo
são apresentados e discutidos na Secção 5.
Projecto de Grafite de Balam - Hidrogeologia COA2029
83
5 AVALIAÇÃO DE IMPACTO
5.1 Metodologia de Avaliação de Impacto
O processo de categorização de impacto foi concebido para fornecer uma classificação
numérica dos vários impactos ambientais identificados para as várias actividades do
projecto. O processo de classificação da significância segue a fórmula estabelecida de
avaliação de impacto/risco:
O peso alocado aos vários parâmetros para os impactos positivos e negativos na fórmula é
apresentado na Error! Reference source not found..
Tabela 10: Classificação do Impacto
Classificação
Gravidade
Escala espacial Duração
Probabilidade
Gravidade Sociais, Culturais e Património
Legal
7
Impacto muito significativo sobre o meio ambiente. Danos irreparáveis sobre espécies, habitat ou ecossistema de alto valor. Dano grave persistente.
Danos irreparáveis para itens de alto valor de grande significado cultural ou colapso total da ordem social.
Potenciais penas de prisão para executivos e/ou multas muito altas para a empresa. Contencioso Prolongado, múltiplo. Retirada da licença/encerramento.
Internacional Permanente, Sem Mitigação
Certa/definitiva
6 Impacto significativo sobre espécies, habitat ou ecossistema de alto valor.
Danos irreparáveis em itens de alto valor cultural ou quebra da ordem social.
Multas e processos jurídicos muito significativos. Litígios Múltiplos.
Nacional Permanente Mitigado
Quase certo/Alta Probabilidade
5
Comprometimento ambiental muito sério e de longo prazo do funcionamento do ecossistema que pode levar vários anos para reabilitar
Impactos sociais muito sérios e generalizados. Danos irreparáveis para itens de grande valor.
Processos judiciais e multas significativas. Contencioso muito grave, incluindo acções de classe.
Província/Região Tempo de vida do projecto
Provável
4
Efeitos ambientais graves a médio prazo. O dano ambiental pode ser revertido em menos de um ano
Questões sociais graves em curso. Danos significativos às estruturas/itens de importância cultural.
Violação grave de regulação. Grandes litígios.
Área Municipal A longo prazo Provável
3
Efeitos moderados, de curto prazo, mas que não afectam as funções dos ecossistemas. Reabilitação requer a intervenção de especialistas externos e pode ser feita em menos de um mês.
Questões sociais em curso. Danos em itens de importância cultural.
Violação grave da legislação com investigação ou relatório à autoridade com possível processo judicial e/ou multa moderada.
Local Médio Prazo Pouco provável/baixa probabilidade
2
Efeitos menores no ambiente biológico ou físico. O dano ambiental pode ser reabilitado internamente com/sem a ajuda de consultores externos.
Impactos sociais menores de médio prazo sobre a população local. Principalmente reparável. Funções culturais e processos
Questões legais, não-conformidades e falhas de regulação menores
Limitada curto prazo Raro/Pouco provável
85
não afectados.
1
Danos limitados à área mínima de pouca significância, (por exemplo, derrames pontuais dentro da área de planta). Não terão impacto sobre o meio ambiente.
Dano reparável às estruturas comuns de baixo nível
Questão jurídica de baixo nível. muito limitado imediato Altamente improvável/ Nenhuma
Os impactos são qualificados antes a mitigação e, novamente, após análise da medida de
mitigação proposta no Programa de Gestão Ambiental (PGA). A significância de um impacto
é então determinada e categorizada em uma das quatro categorias, conforme indicado na
Tabela 12. A metodologia de avaliação de impacto é aplicada às quatro fases da mineração
(construção, operação de desmantelamento e encerramento) para as actividades de mineração identificadas.
Tabela 12: Significância dos limites dos valores de base
Pontuação
Descrição Avaliação
< 35
Um impacto aceitável cuja mitigação é desejável, mas não essencial. O impacto por si só é insuficiente, mesmo em combinação com outros impactos para baixar evitar que o projecto seja aprovado. Esses impactos resultarão tanto em efeitos positivos ou negativos de curto prazo sobre o ambiente social e/ou natural.
Insignificante
36 – 72
Um impacto importante, que requer mitigação. O impacto não é suficiente por si só para impedir a execução do projecto, mas que em conjunto com outros impactos podem impedir a sua execução. Esses impactos normalmente irão resultar num efeito positivo ou negativo de médio a longo-prazo no ambiente social e/ou natural.
Menor
73 – 108
Um impacto sério, se não mitigado, pode impedir a implementação do projecto (se for um impacto negativo). Esses impactos seriam considerados pela sociedade como constituindo uma mudança importante e, geralmente, a longo prazo ao meio ambiente (natural e/ou social) e resultar em efeitos graves ou efeitos benéficos.
Moderado
> 108
Um sério impacto, que se for negativo, poderá ser suficiente por si só para impedir a execução do projecto. O impacto pode resultar em mudança permanente. Muitas vezes, esses impactos não são mitigáveis e geralmente resultam em efeitos muito graves ou efeitos muito benéficos.
Maior
5.2 Avaliação de Impacto da Fase de Construção
5.2.1 Impacto da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina
As escavações iniciais não irão interceptar estruturas com caudais elevados de água
subterrânea. Portanto, espera-se que a escavação tenha um impacto insignificante na
drenagem dos aquíferos desgastados na proximidade imediata da área da cava, como
mostrado na Tabela 13.
Tabela 13: Avaliação de impacto durante a fase de construção, devido à drenagem de
mina
Parâmetro Pré-Mitigação de Impacto Parâmetro
Duração Curto prazo 2 Não Aplicável
Extensão Limitada 2
Gravidade Limitada 1
Probabilidade Raro 2
Significância Insignificante 10
87
5.2.2 Mitigação da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina
Não são propostas medidas de mitigação pois é pouco provável que a escavação inicial
atravesse o lençol freático nas montanhas de Balama.
5.2.3 Impacto da Actividade 2: Contaminação da água da mina
Não se esperam influxos de águas subterrâneas na escavação inicial. A deterioração da
qualidade das águas subterrâneas devido ao aumento dos sólidos em suspensão e
oxidação de minerais durante a fase de construção é pouco provável, e o impacto é
avaliado como insignificante (Tabela 14).
Table 44: Impact assessment during construction phase due to contamination plume
Parametro Impacto Pre-Mitigaçao Impact Pos-Mitigaçao
Duraçao Curto prazo 2 Nao se aplica
Extençao Limitado 3
Severidade Limitado 1
Probabilidade Improvavel 3
Significancia Negligenciavel 18
5.3 Fase de Operação
5.3.1 Impacto da Actividade 1: Drenagem da Mina
A escavação das cavas da mina de Balama mudará a topografia, criando um cone de
depressão com um gradiente hidráulico em direcção à cava. Como resultado a água
subterrânea nas montanhas de Balama irá fluir para as cavas Oriental e Ocidental, em
resposta ao gradiente hidráulico.
Quando a água subterrânea flui em direcção a cava (durante a mineração) ela
inevitavelmente desidrata e reduz os níveis das águas subterrâneas na área circundante.
Com o desenvolvimento da cava, a zona de influência de cone de depressão da água
subterrânea migra e expande-se uma vez que o sistema de águas subterrâneas tenta
manter um estado de equilíbrio.
drenagem
O poço Balama Oeste está previsto iníciar interceptando o influxo de água subterrânea a partir do quarto trimestre de 2018, a uma taxa de 84 m3/d. A taxa de fluxo deverá aumentar para 2.275 m3/d para o final de 2019, quando a mineração na Fase 1 se aproxima da conclusão. No final da Fase 2 extracção (Q1 de 2021), a taxa de entrada é predita para ser 3440 m3 /d. Durante o primeiro trimestre de 2027, quando a mineração em Fase 3 se aproxima da conclusão, a taxa de fluxo deverá aumentar para 5443 m3/d. No final da extracção em Balama Oeste (Q3 de 2027), uma taxa de fluxo de 5065 m3/d é previsto.
88
A partir do quarto trimestre de 2027, as taxas de fluxo de entrada no poço Balama Oeste estao previstas para cone abaixo após o desaparecimento de drenagem do poço. Um lago irá desenvolver em Balama Oeste Pit enquanto as operações de mineração ativos continuar em Balama Leste Pit. Influxos para Balama Oeste pit estão previstas para reduzir gradualmente a 124 m3 / d até que as operações terminam em Balama Médio.
.
O poço Balama Leste está previsto para começar a interceptar as águas subterrâneas começando a partir do quarto trimestre de 2030, a uma velocidade inicial de 58 m3/d. A taxa de fluxo deverá aumentar para 1.375 m3 /d quando a fase 5 da mineração atinge o seu pico (Q1 de 2032). As taxas de influxo deverão aumentar para 3929 m3/d, no final da Fase 6 extracção (Q3 de 2044). No terceiro trimestre de 2049, quando a mineração no Stage 7 se aproxima da conclusão, as taxas de vazões estão previstas para diminuir a 2.862 m3 / d. No final da extracção em Balama Leste (Q4 2056), as taxas de influxo são previsíveis a subir para 4706 m3 /d.
Tabela 14: Taxas de influxo de água subterrânea estimadas
Ano trimestre Period de pressão
Taxa de Afluxo de água Balama Oeste
(m3/d)
Taxa de Afluxo de água Balama Este
(m3/d)
FY2016 Q1 1 0 0
FY2016 Q2 2 0 0
FY2016 Q3 3 0 0
FY2016 Q4 4 0 0
FY2017 Q1 5 0 0
FY2017 Q2 6 0 0
FY2017 Q3 7 0 0
FY2017 Q4 8 0 0
FY2018 Q1 9 0 0
FY2018 Q2 10 0 0
FY2018 Q3 11 0 0
FY2018 Q4 12 84 0
FY2019 Q1 13 1102 0
FY2019 Q2 14 2542 0
FY2019 Q3 15 2495 0
FY2019 Q4 16 2275 0
FY2020 Q1 17 3005 0
FY2020 Q2 18 2816 0
FY2020 Q3 19 3141 0
FY2020 Q4 20 3001 0
FY2021 Q1 21 3440 0
FY2021 Q2 22 2751 0
FY2021 Q3 23 3143 0
FY2021 Q4 24 4185 0
FY2022 Q1 25 4939 0
FY2022 Q2 26 4397 0
FY2022 Q3 27 5378 0
FY2022 Q4 28 4601 0
FY2023 Q1 29 4493 0
FY2023 Q2 30 4319 0
89
Ano trimestre Period de pressão
Taxa de Afluxo de água Balama Oeste
(m3/d)
Taxa de Afluxo de água Balama Este
(m3/d)
FY2023 Q3 31 4968 0
FY2023 Q4 32 5570 0
FY2024 Q1 33 5464 0
FY2024 Q2 34 5199 0
FY2024 Q3 35 5271 0
FY2024 Q4 36 5483 0
FY2025 Q1 37 5552 0
FY2025 Q2 38 5341 0
FY2025 Q3 39 4971 0
FY2025 Q4 40 5628 0
FY2026 Q1 41 5893 0
FY2026 Q2 42 6014 0
FY2026 Q3 43 5872 0
FY2026 Q4 44 5718 0
FY2027 Q1 45 5433 0
FY2027 Q2 46 5625 0
FY2027 Q3 47 5065 0
FY2027 Q4 48 3826 0
FY2028 Q1 49 3349 0
FY2028 Q2 50 2903 0
FY2028 Q3 51 2529 0
FY2028 Q4 52 2224 0
FY2029 Q1 53 1976 0
FY2029 Q2 54 1772 0
FY2029 Q3 55 1603 0
FY2029 Q4 56 1462 0
FY2030 Q1 57 1342 0
FY2030 Q2 58 1239 0
FY2030 Q3 59 1149 0
FY2030 Q4 60 1070 58
FY2031 Q1 61 1000 35
FY2031 Q2 62 938 165
FY2031 Q3 63 882 98
FY2031 Q4 64 832 1556
FY2032 Q1 65 787 1375
FY2032 Q2 66 746 1010
FY2032 Q3 67 708 885
FY2032 Q4 68 673 811
FY2033 Q1 69 641 759
FY2033 Q2 70 612 720
FY2033 Q3 71 585 690
FY2033 Q4 72 560 665
FY2034 Q1 73 536 644
FY2034 Q2 74 514 626
FY2034 Q3 75 494 610
vFY2034 Q4 76 475 603
FY2035 Q1 77 457 796
FY2035 Q2 78 440 1087
90
Ano trimestre Period de pressão
Taxa de Afluxo de água Balama Oeste
(m3/d)
Taxa de Afluxo de água Balama Este
(m3/d)
FY2035 Q3 79 425 1058
FY2035 Q4 80 410 1310
FY2036 Q1 81 396 1671
FY2036 Q2 82 383 2168
FY2036 Q3 83 371 1905
FY2036 Q4 84 359 2742
FY2037 Q1 85 348 2562
FY2037 Q2 86 338 2132
FY2037 Q3 87 328 2840
FY2037 Q4 88 319 2429
FY2038 Q1 89 310 3116
FY2038 Q2 90 302 3343
FY2038 Q3 91 294 2854
FY2038 Q4 92 286 3082
FY2039 Q1 93 279 2692
FY2039 Q2 94 272 3259
FY2039 Q3 95 265 2896
FY2039 Q4 96 259 3503
FY2040 Q1 97 253 3714
FY2040 Q2 98 247 3441
FY2040 Q3 99 241 3477
FY2040 Q4 100 236 3638
FY2041 Q1 101 231 3320
FY2041 Q2 102 226 3841
FY2041 Q3 103 222 2994
FY2041 Q4 104 217 3339
FY2042 Q1 105 213 3522
FY2042 Q2 106 209 3604
FY2042 Q3 107 205 3759
FY2042 Q4 108 201 4379
FY2043 Q1 109 198 3861
FY2043 Q2 110 194 3827
FY2043 Q3 111 191 3909
FY2043 Q4 112 188 4392
FY2044 Q1 113 185 4241
FY2044 Q2 114 182 3558
FY2044 Q3 115 180 3929
FY2044 Q4 116 177 3473
FY2045 Q1 117 175 3358
FY2045 Q2 118 173 3283
FY2045 Q3 119 171 3222
FY2045 Q4 120 169 3171
FY2046 Q1 121 167 3126
FY2046 Q2 122 165 3085
FY2046 Q3 123 163 3049
FY2046 Q4 124 161 3015
FY2047 Q1 125 160 2984
FY2047 Q2 126 158 2956
91
Ano trimestre Period de pressão
Taxa de Afluxo de água Balama Oeste
(m3/d)
Taxa de Afluxo de água Balama Este
(m3/d)
FY2047 Q3 127 157 2928
FY2047 Q4 128 155 2903
FY2048 Q1 129 153 2879
FY2048 Q2 130 152 2856
FY2048 Q3 131 151 2835
FY2048 Q4 132 149 2974
FY2049 Q1 133 148 2944
FY2049 Q2 134 147 2896
FY2049 Q3 135 146 2862
FY2049 Q4 136 144 2832
FY2050 Q1 137 143 2806
FY2050 Q2 138 142 2841
FY2050 Q3 139 141 2925
FY2050 Q4 140 140 2926
FY2051 Q1 141 139 3069
FY2051 Q2 142 138 3039
FY2051 Q3 143 137 3207
FY2051 Q4 144 137 3346
FY2052 Q1 145 136 3454
FY2052 Q2 146 135 3420
FY2052 Q3 147 134 3506
FY2052 Q4 148 133 3631
FY2053 Q1 149 133 3755
FY2053 Q2 150 132 3601
FY2053 Q3 151 131 3674
FY2053 Q4 152 130 3768
FY2054 Q1 153 130 4173
FY2054 Q2 154 129 4120
FY2054 Q3 155 128 4168
FY2054 Q4 156 128 4069
FY2055 Q1 157 127 4073
FY2055 Q2 158 127 4443
FY2055 Q3 159 126 4328
FY2055 Q4 160 126 4431
FY2056 Q1 161 125 4605
FY2056 Q2 162 125 4484
FY2056 Q3 163 124 4891
FY2056 Q4 164 124 4706
92
Figura 33: Previsão de taxas de influxo de água subterrânea
A remoção de água da Mina é fundamental para manter os poços secos para condições
seguras de trabalho. As consequências da remoção de água são conceptualmente as
mesmas que aquelas causadas por bombagem das águas subterrâneas para outros fins e
podem, por conseguinte, em geral, ser analisadas de uma maneira análoga. Os princípios
básicos de Theis (1940) mostram claramente que a abstracção de qualquer aquífero
acabará por ser acompanhada por alguma combinação das três respostas seguintes:
■ Diminuição do volume das águas subterrâneas no armazenamento natural;
■ Aumento na taxa de influxo de águas subterrâneas; e
■ Diminuição da taxa de descarga de água subterrânea natural.
A peculiaridade dos sistemas de remoção de água da mina está na maximização deliberada
da primeira dessas três respostas , que manifesta principalmente na redução do lençol
freático. A diminuição do lençol freático na vizinhança do furo/fonte de abastecimento água,
como resultado da drenagem drenagem da mina pode levar a um aumento da altura de
bombeamento (e, por conseguinte, custos de bombagem), se não houver secagem
completa de furos e uma diminuição no rendimento de furo ou de fluxo.
Os cones de drenagem drenagem nos aquíferos desgastado e fracturado superior no final
da operação são para ambos os cenários de mineração e são mostrados a partir do Plano
7. O cone de descarga para o fim das operaçoes é dapresentada nos Planos de 7 e 8 .no
processo de drenagem é pouco provável que haja reduçãor nos níveis de água nos poços
que forneçem água as aldeias de Mualipe e Pirira HB1, Pirira BH2 e Pirira BH3, nao se
Prevê impactos nestes poços devido as actividades de descarga da mina.para o rio Mualipe
tambvem nao se Prevê aque seje impactado pelo processo de drenagem da mina.
Espera se que a zona de influência no tenha uma extenção de 1.3 km na direção nordeste-
sudoeste apartir do poço central. Assim, os poços de abastecimento de água do
acampamento (Acampamento BH1 e acampamento BH2) também não se Prevê que sejam
impactados. pela drenagem de mina. O nível da água no poço de monitoramento BBH2
Prevê-se que reduza r até um máximo de 10 m durante a mineração em Balama Oeste.
Para o poço BBH3 não está previsto que seje afetado; como tal, pode ser usado como um
93
poço de monitoramento de alerta precoce para os poços de abastecimento de água em
Mualipue quando a mina estiver operacional em Balama Oeste.
A zona de influência no final das operações de mineração em Balama Este está previsto
que consista da combinação do cone de rebaixamento devido ao enchimento de poço em
Balama Oeste e pelo cone devido a drenagem em Balama Este.
Os níveis de água nos poços Pirira BH2 e Pirira BH3 estão previstos que reduzam por 2 e 1
m respectivamente durante o ultimo trimestre de 2056.
Para os níveis de água nos acampamentos BH1 e BH2 Prevê-se um decreescimo de 3 m,
enquanto que para BBH3 está previsto um decrescimo de 2 m. Para os poços Pirira
BH1, fontenario de Mualia e BBH6 não se Prevê que sejam afectados. Para o nível
de água no poço BBH2 prevê-se recuperação de 4 m, enquanto que o poço Balama
Oeste estará 7 m abaixo dos níveis de água pré-mineração. A significância
ambiental da drenagem de mina é classificado como menor (Tabela 16).
Tabela 16: Avaliação de
impacto durante a fase
de operação devido à
drenagem da
minaParametro
Impacot Pre-Mitigação Impacto Pos-
Mitigação
Duração Vida do
projecto
5 Vida do projecto 5
Extenção Local 3 Local 3
Severidade Severo 4 Moderado 3
Probabilidade Provavel 5 provavel 3
Significancia baixa 60 Negligenciavel 33
5.3.2Mitigação da Actividade 1: Drenagem Drenagem da mina
■ A mina irá providenciar uma qualidade de água igual / melhor às comunidades
afectadas que dependem da águas subterrânea no meio receptor, caso a
monitorização comprove que existe impacto para utilizadores específicos;
■ A monitorização dos níveis e da qualidade de água subterrânea através de uma rede
de monitorização melhorada e actualizada numa base contínua deve ser
monitorização baseada nos resultados obtidos. Uma vez que a fase de operação irá
ocorrer durante um período de tempo prolongado quando comparado com a fase de
94
construção, serão necessários mais furos de monitorização. A localiza ção dos furos
de monitoria esta ilustrada na tabela 13; e
com a implementação dos planos de mitigação acima mencionados, o impactp
da drenagem sera baixo a negligenciavel. (Tabela 16).
.
Plano 7: previsão de drenagem do cone no final da mineração do poço Balama Oeste
96
Plano 8: previsão de drenagem do cone no final da mineração do poço Balama Este
5.3.3 Impacto da Actividade 2: Contaminação da água da mina
As infra-estruturas da mina de Balama incluirão instalações de armazenamento de estéreis
(na sigla correspondente em Inglês – Tailings Storage Facility – TSF) e um depósito de
resíduos rochosos / resíduos de baixa qualidade. A função das TSF é o armazenamento
seguro e a longo prazo de resíduos derivados dos processos com um impacto ambiental ou
social mínimo. As TSF, bem como os depósitos de resíduos rochosos serão revestidos com
argila.
determinou-se existir um potencial moderado para a formação de drenagem ácida da mina
(DAM) no depósitos de resíduos rochosos e na TSF devido ao elevado conteudo de enxofre
e grande potencialde geração de de ácido. Como resultado da AMD, existe a possibilidade
de existencia de infilçtração água com um teor baixo de pH, contendo concentrações
elevadas de Al, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, V, Zn e U nos aquíferos que estão localizados
por baixo destas instalações durante a fase de operação.Os impactos da qualidade de água
serão, contudo, reduzidos devido à construção de um revestimento de argila por baixo das
TSF e dos depósito de resíduos.
Conforme apresentado nos Planos 9 e 10, os resultados da migração da pluma ilustram que
os contaminantes das TSF e dos depósitos de resíduos rochosos is são pouco provaveis a
infiltrar para no aquífero que se encontra por baixo destas instalações. No entanto, caso
ocorra infiltração, menos de 1% da concentração inicial ira atingir o aquifero inferior. Deste
ponto, a migração da pluma no aquifero abaixo da WRD e as TSFl será negligenciavel.
No poço Balama Oeste, a pluma será restrita à área do poço, porque a direção do fluxo
dominante ficará proximo ao poço a medida que o poço se enche de água. Finalmente,
preve se que nguinte o impacto enhum furo de abastecimento de água sofra impacto devido
à infiltração de metais ou de DAM e, portanto, o impacto foi classificado como
negligenciavel. (Tabela 17).para o impacto devido
Tabela 17: Avaliação de impacto durante a fase de operação devido à contaminação
da pluma
Parametro Impacto Pre-Mitigação Impacto Post-Mitigação
Duração Vida do
Projecto
5 Vida do Projecto 5
Extenção Limitedo 2 Muito limitado 1
Severidade Menor 2 Limitado 1
Probabilidade baixa 3 Baixa 3
Significancia Negligenciave
l
27 Negligenciavel 21
98
5.3.4 Mitigação da Actividade 2: Contaminação da água da mina
■ Deve ser evitada a captação de água em poços que estão próximo das obras da
mina de forma que os contaminantes não migrem para longe da mina, em direcção
aos furos de captação;
■ A mina deve fornecer água com uma qualidade igual/melhor às comunidades
afectadas que dependem da água subterrânea no meio receptor, caso seja
comprovado que existe impacto sobre utilizadores específicos. A qualidade da água
de referência extraída de poços particulares e em Balama e áreas circundantes deve
ser usada para comparações futuras a fim de se avaliar se a mina proposta tem
impacto sobre a água subterrânea;
■ As TSF e o depósito de resíduos rochosos devem ser revestidos de forma a
reduzirem a infiltração de forma significativa;
■ Construir canais de desvio e lagoas de sedimentação em redor e a jusante do
depósito de resíduos rochosos e das TSF a fim de desviar as águas pluviais e o
escoamento;
■ Perfurar furos de intercepção de infiltração a jusante das TSF para interceptar e
captar qualquer possível infiltração que possa entrar no sistema de água
subterrânea. A água contaminada captada deve ser extraída por bomba e devolvida
para as TSF;
■ Fazer a monitorização da qualidade e dos níveis de água num sentido ascendente e
descendente do declive das TSF, do depósito de rochas residuais e em particular
num sentido descendente do gradiente do local da mina.
■ Efectuar o melhoramento e modernização da rede de monitorização.
■ A fase operacional terá lugar durante um período de tempo prolongado em
comparação com a fase de construção e devem ser estabelecidos mais furos de
monitorização. As posições dos poços de monitorização encontram-se ilustrados no
Error! Reference source not found.;
■ Os modelos conceptuais e numéricos devem ser actualizados de seis em seis
meses, nos primeiros quatro anos e, após esse período, de cinco em cinco anos
com base nos resultados de monitorização da água subterrânea;
■ Consultores ambientais independentes devem realizar auditorias anuais dos
sistemas de monitorização e de gestão;
■ Fazer o planeamento da mina de forma a alcançar minério oxidado com baixo teor
de enxofre;
■ A mina irá fornecer água com uma qualidade igual/melhor aos sistemas,
fornecimento este que será efectuado por consultores ambientais independentes.
Plano 9: Pluma de contaminação prevista no final das operações em Balama Este
100
Plano 12: Pluma de contaminação prevista no final das operações
101
3.5 Impacto da Actividade 3: Derrame de hidrocarbonetos
Solventes orgânicos, gasóleo ou outros fluidos orgânicos podem ser derramados ou vazar
de tanques de armazenamento durante a operação da mina. Isso poderia ter um impacto
negativo sobre a qualidade da água subterrânea. Como o lençol freático de Balama é
bastante estreito, é possível que os compostos orgânicos derramados possam atingir o
lençol das águas subterrâneas. Ao contrário da fase de construção, isto poderia ocorrer
durante um longo período de tempo e pode ter o potencial de causar impacto no ambiente;
classificado como Menor (Tabela 18)
Tabela 18: Avaliação de impacto na fase operacional devido a derrames de
hidrocarbonetos
Parametro Impacto Pre-Mitigação Impacto Post-Mitigação
Duração Vida do projecto 5 Vida do projecto 5
Extenção Local 3 Limitado 2
Severidade Moderado 3 Menor 2
Probabilidade Probabilidade 4 Improvavel 3
Significancia Baixa 44 Negligenciavel 27
5.3.6 Mitigação da Actividade 3: Derrame de Hidrocarbonetos
■ Armazenar o diesel e os hidrocarbonetos em áreas de armazenamento
adequadamente desenhadas e impermeabilizadas de tal forma que caso ocorra
alguma fuga esta seria contida nos recipientes de armazenamento;
■ Manusear o diesel e outros produtos químicos com cuidado de forma a evitar
derrames;
■ Caso tenha sido derramada acidentalmente uma quantidade considerável de fluido,
o solo contaminado deve ser removido e eliminado depositando num aterro sanitário
apropriado e a escavação deve ser reenchida com terra de boa qualidade; e
■ Fazer a monitorização tanto do nível como da qualidade de água subterrânea a fim
de detectar quaisquer mudanças na água durante a fase de construção e de
operações de monitorização. A posição dos poços de monitoramento estao
ilustrados no plano 13; e
Com a aplicação dos planos de mitigação acima mencionados, o impacto dos
derrames de hidrocarbonetos pode ser reduzido para Negligenciável (Tabela 18).
103
5.4 Fase de Encerramento
5.4.1 Impacto da Actividade 1: Contaminação da água da mina
Os níveis freáticos irão se recuperar durante a fase de desactivação e pós-encerramento,
devido à cessação da drenagem drenagem da mina (Figura 34). Isto levará ao
restabelecimento de níveis de águas subterrâneas, direcções de fluxo e gradientes de fluxo
perto dos níveis pré-mineração e a água irá acumular nos poços. Irão se desenvolver
lagoas de poços. Os níveis das águas subterrâneas irão inicialmente recuperar a um ritmo
mais rápido, devido a gradientes de fluxo mais elevado e o nível no poço vai subir
rapidamente durante os anos seguintes de cessação da drenagem devido à forma da
concha do poço. Este irá depois estabilizar em torno de 533-536 mamsl (Plano
11).fracturado.
Partindo do princípio de que o revestimento de argila debaixo do WRD e da TSF será
eficaz, a migração de contaminantes dessas instalações para o aqüífero será muito limitado,
a semelhança da fase operacional.
O resultado da migração da pluma (Plano 12) mostram que contaminantes dos poços irão
migrar preferencialmente na direcção sudoeste proximo a aldeia de Mualia. No entanto, não
se espera concentrações acima de 1% da fonte inicial atinjam Maulia, e a significancia do
impacto é classificado como Menor.Não se prevê que a TSF e a WRD representem
qualquer ameaça importante para na fase pós-encerramento uma vez que esta será
revestida de argila.
Figura 34: Recuperação de águas subterrâneas prevista após o encerramento da
mina
104
Tabela 19: Avaliação de impacto após o encerramento devido a pluma de
contaminação da mina
Parametro Impacto Pre-Mitigação Impacto Post-Mitigação
Duração Permanente 6 Permanente 6
Extenção Local 3 Limitado 2
Severidade Moderado 3 Moderado 3
Probabilidade Probavel 4 Improvavel 3
Significancia Menor 48 Negligenciavel 33
5.4.2 Mitigação da Actividade 1: Contaminação das águas da mina
Todos os métodos de mitigação propostos durante a fase de operação são
aplicáveis à fase de desactivação;
Visto que é inevitável a ocorrencia de oxidação significativa de sulfetos na fase pós
encerramento em Balama, o maior custo efetivo de controle sera revestimento de
argila abaixo do WRD, com drenos de corte que conduzem a uma ensacadeira;
O estabelecimento de uma zona de terras húmidas permanente nas TSF pode ser
usado como uma cobertura eficaz para o ambiente pós-desactivação. Logo que o
oxigénio disponível na água é consumido, o nível de reacção é reduzido e a taxa de
substituição de oxigénio será relativamente lenta. A resultante redução na
disponibilidade de oxigénio constitui o inibidor mais eficaz para a oxidação de
sulfureto;
Durante a desactivação da mina os poços serão deixados para inundar, resultando em uma
lagoa do poço que irá processar os materiais reativos quimicamente inertes, diminuindo o
oxigênio disponível; eA monitorização da água deve continuar após o encerramento, como
mostrado no Plano 13.
Plano 11: Cabeças hidráulicas 100 anos após encerramento
106
Plano 12: Pluma de contaminação prevista no aquífero desgastado 100 anos após encerramento
5.4.3 Impacto da Actividade 2: Decantação da Mina
A Decantação ocorre quando um vazio na mina é preencenchido por água subterrânea a
uma altutude tal que as águas subterrâneas descarregão sobre a superfície. Numa
mineração a céu aberto, a decantação na superfície ocorrerá na zona inferior da elevação
que está localizada no entorno da área minerada. A mais baixa altitude em que o poço
Balama Oeste intercepta a superfície é 548 mamsl. Em Balama Este, a elevação da
decantação é de 545 mamsl.
Os modelos de decantação mostram que é pouco provavel que a mina decante, visto que
os niveis de água no poço irao persistir entre 533 and 536 mamsl, 100 anos apos o
encerramento visto que nao se pre a decantação dos poços,
Só no caso de excesso de chuvas e do escoamento das águas de superfície da área
circundante inunda as pitpits para sua elevação decant que decantar iria ocorrer. No
momento em que o menor elevação do shell pit não é conhecida, como compensação site
irá alterar elevações ao redor do poço. Devido a esta incerteza, o impacto potencial devido
à decantação foi avaliado
A decantação pode ocorrer somente se chuvas excessivas e do escoamento das águas
superficiais da área inundassem a aquela altitude . evido a esta incerteza, o impacto
potencial devido à decantação foi classificado como Menor
Tabela 20: Avaliação de impacto após o encerramento devido à decantação da mina
Parametro Impacto Pre-Mitigação Impacto Pos-Mitigação
Duração Permanente 6 Vida do projecto 5
Extenção Local 3 Local 3
Severidade Muito severo 5 Moderado 3
Probabilidade Provavel 5 Improvavel 3
Significancia Menor 70 Negligenciavel 33
5.4.4 Mitigação da Actividade 2: Decantação da Mina
Caso a decantação ocorra, então devem ser considerados planos de tratamento passivo ou
active antes do fluxo da decantação se juntar aos riachos. Com a implementação dessas
medidas de mitigação preventivas, os impactos ambientais de quaisquer potenciais
decantações (caso ocorram) pode ser reduzidos para Insignificantes.
108
6 PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO
O monitorização das águas subterrâneas tem de continuar durante todas as fases da
operação da mina para identificar o impacto nos recursos de águas subterrâneas ao longo
do tempo, e medidas efectivas podem ser tomadas em um estágio inicial antes de sérios
danos ao meio ambiente ocorrerem.
6.1 Furos de Monitorização Propostos
Os principais objectivos no posicionamento dos poços de monitorização são:
■ Monitorar o movimento das águas subterrâneas poluídas migrando para longe das
potenciais fontes de contaminação, tais como a TSF, o depósito de resíduos
rochosos e área da mina em geral;
■ Monitorar o rebaixamento do lençol freático e do raio de influência; e
■ Monitorar as taxas subterrâneas de recuperação e possibilidade de decantação pós
de fechamento.
Seis conjuntos de furos de monitorização são recomendados em torno da TSF com base
nos resultados numéricos de modelação. Cada conjunto é recomendado para conter:
■ Um furo perfurado até uma profundidade máxima de 40 mbgl para monitorar o nível
e a qualidade da água no aquífero desgastado; e
■ Um furo profundo perfurado entre 60 e 70 m para monitorar as condições de água
subterrânea no aquífero fracturado superior.
Recomenda se um furo de monitoria entre cada deposito de residuo de rocha e o poço. Os
seis furos de percussão perfurados com sucesso durante este estudo foram principalmente
para caracterização do aquífero e foram devidamente construídos para monitorização de
longo prazo. todos seis furos de percussão são recomendados para monitorização de longo
prazo, conforme listado na Tabela 21. No total, 22 pontos de monitorização são
recomendados para o proposto programa de monitorização das águas subterrâneas em
Balama como descrito no Plano 13.
109
Tabela 21: Lista de furos de monitorização propostos
BHID Coordenada X
Coordenada Y
Finalidade
BGW1a and b 464022 8529428 Canto sudeste da TSF
BGW2a and b 463411 8529189 Canto sudoeste da TSF
BGW3a and b 462889 8529856 Oeste da TSF
BGW4a and b 462455 8530844 Canto norte ocidental da TSF
BGW5a and b 463116 8531177 Canto nordeste da TSF
BGW6a and b 463682 8530309 Leste da TSF
BGW7a and b 462431 8527315 Central norte do depósito de resíduos rochosos
BGW8a and b 462393 8526730 Sudoeste entre o depósito de resíduos rochosos e poço
BGW9 462512 8525366 Migração da pluma no aquífero fracturado em direcção a Maulia após o encerramento
BGW10 464451 8526382 Cone de drenagem no aquífero desgastado e fracturado na zona de influência em forma de L
BGW11 461924 8523897 Qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem no aquífero fracturado no sentido do Rio Namitucu
BGW12 459418 8524831 Qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem no aquífero fracturado através do rio Mualipue na em Malipue
BGW13 458930 8527358 Qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem no aquífero fracturado atravessando o rio Mualipue no noroeste de Malipue
BGW14 460799 8527826 Qualidade das águas subterrâneas e de cone de drenagem no aquífero desgastado e fracturado a norte do poço oeste de Balama em direcção a Ntete
BGW15 465322 8529354 Qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem no fracturado para Nquide
BBH1 462268 8526326 Qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem no poço Oeste de Balama
BBH2 461651 8525777 Qualidade das águas subterrâneas e cone de drenagem a sul do poço Oeste de Balama
BBH3 460636 8525609 Alteração nos níveis de qualidade de água e de águas subterrâneas a partir da linha de base em Mualipue
BBH6 463380 8524767 Alteração nos níveis de qualidade de água e de águas subterrâneas a partir da linha de base em Maulia
Plano 20: Posição dos poços de monitorização propostos
6.2 Nível de Água
Níveis de águas subterrâneas devem ser registados em uma base mensal usando uma fita
de contacto ou transdutor de pressão eléctrica, para detectar quaisquer alterações ou
tendências no sentido do fluxo da água subterrânea.
6.3 Amostragem da água e Preservação
Quando se fizer a amostragem são propostos os seguintes procedimentos:
■ Garrafas de plástico com tampa 1 (um) litro são necessárias para os exercícios de
amostragem - fornecidos pelo laboratório de água;
■ As garrafas de vidro são necessárias se constituintes orgânicos tiverem que ser
testados; e
■ Os frascos devem ser marcados claramente com o nome de poço, data da
amostragem, profundidade de amostragem e o nome do amostrador e submetidos a
um laboratório reputado.
6.4 Frequência de Amostragem
A água subterrânea é um meio de movimento lento e mudanças drásticas na composição
das águas subterrâneas não são normalmente encontradas dentro de dias. Devido à
proximidade dos poços de abastecimento de água e riachos à mina proposta, o
monitorização deve ser realizado trimestralmente. As amostras de águas subterrâneas
devem ser colectadas por um consultor independente, utilizando as directrizes de melhores
práticas e devem ser analisadas por um laboratório reputado.
Sugere-se que sejam recolhidas amostras trimestrais, incluindo dois anos pós
encerramento e com base nos resultados que podem ser ajustados em conformidade. O
monitorização deve continuar até que uma situação sustentável seja alcançada.
6.5 Parâmetros a serem monitorizados
São recomendadas análises dos seguintes constituintes para os primeiros anos até que se
demonstre que alguns elementos não terão mudado. O número e a selecção de parâmetros
devem ser revistos anualmente para optimizar o programa de monitorização:
■ EC, pH, TDS;
■ Análise Macro ou seja, Ca, Mg, Na, K, SO4, NO3, F, Cl;
■ Metais pesados, Al, Co, Cr, Zn, Cd, Cu, Fe, Ni, V, Mn; e
■ Radioactividade isto é U, Se, Sr e Rb.
6.6 Armazenamento de Dados
Em qualquer projecto, boas decisões hidrogeológicas requerem boa informação
desenvolvida a partir de dados brutos. A produção de boa informação, relevante e oportuna
é a chave para alcançar planos qualificados a longo prazo e curto prazo. Para a
112
minimização da contaminação das águas subterrâneas é necessário utilizar todos os dados
relevantes de água subterrânea.
A geração e colecta de dados é muito cara, pois requer investigações hidrogeológicas
intensivas e, portanto, tem de ser gerida numa base de dados centralizada que os fundos
possam ser utilizados da forma mais eficiente. A Digby Wells elaborou um banco de dados
de formato “WISH” durante o curso do inquérito. É altamente recomendável que a Syrah
Resources utilize esse banco de dados e continuamente actualize e efectue a gestão à
medida que novos dados estiverem disponíveis.
113
7 CONCLUSÕES
7.1 Condições Actuais das Águas Subterrâneas
As condições iniciais foram investigadas após um estudo de gabinete, hidrocenso,
levantamento geofísico, perfuração de percussão, teste de aquífero, contabilidade ácido-
base e modelação numérica.
7.1.1 Geologia e Hidrologia do Local
A geologia local específica compreende os Complexos Xixano, grafitico pelítico e xistos
psamito com uma grande intrusão granítica no nordeste. A séria de montanhas orienta-se
na direcção nordeste-sudoeste praticamente em linha com a direcção de folheação de xisto.
As montanhas de Balama fazem parte da gama de montanhas do Monte Nassilala que são
nascentes dos sistemas fluviais locais na área do projecto. Descarga de água subterrânea
da encosta suporta fluxos de base perenes em fluxos originários do intervalo. O Rio
Mualipue drena a área de estudo para o oeste e se junta ao noroeste caudaloso do Rio
Naconha no sul.
A ocorrência de águas subterrâneas na área do projecto está associada a xistos grafiticos
desgastados e fracturados, granitos e pegmatitos. O aquífero associado com a rocha
meteorizada varia de espessura em toda a área, mas pode se estender a profundidades de
aproximadamente de 40 mbgl. Cinquenta e um por cento das fracturas na área de estudo
ocorrem nos 60 m superiores da sucessão geológica. Até 27% das fracturas ocorrem entre
140 e 180 mbgl. No entanto a maior parte das fracturas mais profundas não estão
meteorizadas. As fracturas nos 60 m superiores são na sua maioria moderada a altamente
meteorizadas. Portanto a fractura é relativamente comum a 20 m superiores do aquífero
fracturado e o fluxo de águas subterrâneas é bem interligado. A grande profundidade, as
águas subterrâneas podem estar associadas com água em fracturas individuais.
Todas as quedas de água principais interceptadas durante a perfuração tinham entre 40 e
60 mbgl. As principais quedas de água tiveram rendimentos entre 0,78 e 9 L / s. Para além
da uma cavidade da falha em Balama Leste, todos os principais feixes de água de água
foram associados com fracturas intrusivas em zonas de contacto. Níveis das águas
subterrâneas na área de abrangência do projecto entre 2 mbgl em Pirrira BH3 (Balama
Oeste) a 33 mbgl em BH8 (Balama Leste ). A análise de pressão hidráulica e testes dos
aquíferos mostram que o Rio Mualipue a recarrega o sistema do aquífero fracturado. O
sistema do aquífero desgastado é recarregado directamente da chuva. Um valor de
transmissibilidade (T-value) de 7,7 m2/d é estimado para o sistema do aquífero fracturado
no furo BBH3. Os rendimentos relativamente elevados de granitos fracturados em Maulia
têm um valor-T entre 5 e 6 m2/d como analisado a partir do BBH6.
7.1.2 Utilização das Águas Subterrâneas
Um total de dez furos de sondagem foram pesquisados durante o hidrocenso:
■ Há dois furos de abastecimento de água no acampamento de Balama; Acampamento
BH1 e Acampamento BH2;
114
■ Furos BM-DD-001, BM-DD-005, 003 e BMRC 005 (Balama Oeste) são furos de
prospecção antigos;
■ Furos de Pirira BH1, Pirira BH3, e Maulia BH1, estão equipados com bombas
manuais. A bomba de mão BH1 de Maulia não está mais em uso. Pirira BH1 e Pirira
BH3 são usadas pelos moradores para o abastecimento de água para uso doméstico;
e
■ Pirira BH2 é um furo perfurado recentemente. Será usado para aumentar o
abastecimento de água de Balama.
7.1.3 Qualidade de Base das Águas Subterrâneas
Foram amostrados onze furos para avaliação inicial e comparados com as directrizes de
água potável da OMS. Os resultados indicaram o seguinte:
■ As águas subterrâneas de furos de abastecimento de água de Pirira BH2 e Pirira BH3
não são classificadas como próprias para consumo devido as valores elevados de
Cálcio, Sódio, Cloro e TDS;
■ Potenciais reacções de oxidação da rocha hospedeira e do corpo de minério podem
ter aumentado as concentrações de sulfato na água subterrânea da amostrada a
partir dos furos BMRC 005, BBH2, BBH3 e BBH7.
■ Os únicos metais pesados comuns que foram mobilizados de forma significativa e
que foram medidos nas amostras de água subterrânea são o ferro, manganés, níquel
e zinco. A análise de lixiviados resultante dos testes de lixiviação geoquímica também
renderam altas concentrações de urânio;
■ Apesar de todos os maiores e menores íons em BBH1 estarem dentro dos valores de
referência, a sua alcalinidade foi esgotada.;
■ Os furos BBH6, BBH8, Acampamento BH1, e Pirira BH1 são águas relativamente
não poluídas com sinais de cálcio e magnésio bicarbonato; e
■ O enriquecimento de cloreto em Pirira BH2 está associado com o escoamento da
rede de esgotos na Comunidade de Pirira.
7.1.4 Potenciais Furos de Abastecimento de Água
■ Durante o recente programa de perfuração foram instalados oito furos. Seis destes
poços ainda estão abertos e acessíveis para a captação de água. Os seis furos
poderiam potencialmente ser utilizados como poços de abastecimento de água. A
qualidade da água medida para os furos BBH1, BBH6 e BBH8 indicou que esta é
adequada para consumo humano. O furo BBH2 indicou elevada concentração de
sulfato e cálcio e os furos BBH3 e BBH7 não eram adequados para consumo
humano, devido a uma variedade de concentrações elevadas. Os furos BBH2, BBH3
e BBH7 podem ser usados para água potável, se tratados.
115
7.2 Impactos nas Águas Subterrâneas
7.2.2 Fase de Construção
■ As escavações iniciais não irão interceptar grandes características de rendimentos
da água subterrânea. Todas as principais quedas de água interceptadas durante o
recente programa de perfuração foram entre 40 e 60 mbg/L. Portanto, espera-se que
a escavação terá um impacto negligenciável sobre a drenagem do aquífero
desgastado dentro das imediações, da área a poucos metros das caixas e poluição
das águas subterrâneas durante a fase de construção seja pouco provável.
7.2.2 Fase de Operação
■ A escavação dos poços de Balama (Leste e Oeste) mudará a topografia, criando um
cone de depressão com um gradiente hidráulico em direcção ao poço. Como
resultado, as águas subterrâneas das montanhas de Balama fluirão no sentido do
poço, em resposta ao gradiente hidráulico;
■ em Balama Oeste é pouco provável que o processo de drenagem reduza os níveis
de água de qualquer dos poços de abastecimento de água em Mualipue. Assim, os
poços Pirira BH1, Pirira BH2 e Pirira BH3 nao se preve que sofram impacto pela
drenagem da mina. Para o rio Mualipue tambem nao se preve que sofra impacto da
drenagem;
■ preve se que a zona de influência atinja 1,3 km na direção nordeste-sudoeste apartir
do centro do poço. Os furos de abastecimento de água do acampamento (Acampamento
BH1 e acampamento BH2) também não são previstos para ser impactado pela
drenagem de mina. O nível da água no poço de monitoramento BBH2 está previsto que
reduza até um máximo de 10 m durante a mineração em Balama Oeste. não se preve
que BBH3 seja afetado; como tal, este podera ser utilizado como um furo de alerta
precoce para os poços de abastecimento de água em Mualipue quando a mineração
esticer em curso em Balama Oeste;
■ A zona de influência no fianl das operações de mineração em Balama Este está
previsto que consista em uma combinação do cone de rebaixamento devido ao
enchimento do poço em Balama Oeste e do cone devido a drenagem em Balama
Este;
Os niveis de água nos furos Pirira BH2 e Pirira BH3 preve se que reduzamd em 2 e
1 m respectivamente durante o ultimo trimestre de 2056. Os niveis de água nos
acampamento BH2 e BH1 preve se que reduzam para 2m. Furos Pirira BH1,
fontenarios de Mualia e BBH6 nao se preve que sofram impacto. O nivel de água
para BBH2 preve se que recupere para 4 m ( apos inicio de actividades em Balama
Oeste) enquanto que, o lago no poço Balama Oeste estara 7 m abaixo do nivel de
água da fase pre mineração.
■ Existe um potencial moderado para formação de AMD no depósito de resíduos
rochosos e na TSF, devido ao alto teor de enxofre e potencial de geração de
ácido. Como resultado da AMD, o potencial existe para baixo pH da água, tendo
altas concentrações de l, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, V, Zn e U para infiltrarem-se
116
em aquíferos sob estas facilidades durante a fase operacional, caso a TSF e o
deposito de residuos nao estejam revestidos.
Contaminantes da TSF e do depósito de resíduos de rocha provavelmente não irao
infiltar para o aquífero estas instalaçõescaso ocorra uma infiltração, menos de 1%
1% da concentração da fonte inicial ira atingir o aquifero abaixo. Assim, a migração
da pluma do aquífero abaixo da TSF provavelmente será negligenciável.
■ Por ultimo, nenhum poço de abastecimento de água sofrera impacto devido a
infiltração da AMD.
7.2.3 Fase de Encerramento
■ Os níveis freáticos irão se recuperar durante a fase de desactivação e pós-
encerramento, devido à cessação da drenagem da mina. Os níveis das águas
subterrâneas irão inicialmente recuperar a um ritmo mais rápido, devido a gradientes
de fluxo mais elevado. O nível do lençol freático no poço vai subir rapidamente
durante os anos a seguir a cessação da drenagem devido à forma da concha do
poço e depois estabilizar em torno de 533-536 mamsl;
■ As reacções químicas, inevitavelmente, ocorrem entre a água do lago poço e
rochas recém-expostas das paredes do poço. Isto pode aumentar significativamente
a massa de acidez produzida por processos de DAM;
■ Os resultados demostraram que a migração da pluma de contaminantes
provenientes dos poços vai migram preferencialmente em uma direção sudeste para
Maulia. No entanto, não se espera uma concentração acima de 1% da concentração
inicial atinga Maulia;
Os modelos de simulação mostram que o nivel das águas no poço irão residir entre
533 e 535 mamsl, 100 anos após o encerramento. A mais baixa altitude em que o
poço Balama Oeste intercepta a superfície é 548 mamsl. No Balama Este, a
elevação da decantação sera de 545 mamsl. Por isso, não se preve decantação de
poços.
decantação iria ocorrer somente se chuvas excessivas e escoamento das águas
superficiais da área circundante inundassem o poço ate sua altitude de decantação.
■ Nao se preve que a TSF e a WRD causem alguma ameaça no ambiente pos
encerramento na medida em que estes serao revestidos de argilo.
117
8 RECOMENDAÇÕES
8.1 Planos de Mitigação
8.1.1 Fase de Construção
Não há medidas de mitigação propostas, uma vez que é pouco provável que a escavação
inicial atinja o lençol freático nas montanhas de Balama.
8.1.2 Fase de Operação
Recomenda-se que a mina deverá fornecer água de igual ou melhor quantidade
para as comunidades afectadas que dependem de águas subterrâneas no meio
receptor, se comprovado que não há impacto sobre usuários específicos. A
qualidade da água da linha de base de poços particulares e em torno de Balama foi
analisada como discutido na Secção 3.6. Estes resultados podem ser usados para
futuras comparações para avaliar se a proposta mina tem impactado as águas
subterrâneas;
O gasóleo e outros produtos químicos devem ser tratados adequadamente e não
derramados. Se uma quantidade considerável de líquido for derramada
acidentalmente, o solo contaminado deve ser raspado e eliminado em uma
instalação de despejo aceitável;
As águas pluviais e gestão de escoamento através de canais de desvio e lagoas de
sedimentação devem ser construídos em torno e a jusante do depósito de resíduos
rochosos e TSF;
Furos de intercepção a jusante da TSF devem ser perfurados para interceptar e
capturar qualquer possível infiltração que pode entrar no sistema de águas
subterrâneas. Qualquer água contaminada capturada deve ser bombeada de volta
para a TSF;
O controlo dos níveis de qualidade de água e de águas subterrâneas é
recomendado até ao gradiente e para baixo gradiente das TSF e do depósito de
resíduos rochosos e particularmente gradiente para baixo do local da mina com
contínuo refinamento e actualização da rede de monitorização com base nos
resultados obtidos;
Os modelos conceptuais e numéricos devem ser refinados a cada seis meses, nos
primeiros quatro anos e, posteriormente, de cinco em cinco anos, com base nos
resultados de monitorização das águas subterrâneas; e
As auditorias anuais de sistemas de monitorização e gestão devem ser conduzidas
por consultores ambientais independentes
8.1.3 Fase de Encerramento
Todos os métodos de mitigação propostos durante a fase de operação também são
aplicáveis na fase de encerramento;
118
Nenhuma mitigação de decantação é necessária, uma vez que não se espera a
ocorrência de decantação, o fluxo da superfície deve ser interceptado e. Caso a
decantação ocorra, planos de tratamento passivos ou activos devem ser
considerados para o tratamento antes da decantação se juntar aos córregos;
Uma vez que a oxidação significativa de sulfuretos no ambiente pós encerramento
em Balama é inevitável, o controlo mais efectivo de oxidação seria reduzir a
disponibilidade de oxigénio do depósito de resíduos rochosos e das TSF. Uma
cobertura de argila (difusão) com baixa permeabilidade de oxigénio seria o ideal
para conter o depósito de resíduos rochosos e das TSF a fim de inibir a entrada de
água e de oxigénio e reduzindo, dessa forma, tanto a taxa de oxidação como o
transporte do produto.
O estabelecimento de uma zona húmida permanente na TSF pode ser utilizado para
cobrir os materiais reactivos no ambiente pós encerramento. Uma vez que o
oxigénio disponível em que a água é consumida, a velocidade da reacção é reduzida
e a taxa de substituição de oxigénio irá ser relativamente lenta. A disponibilidade
reduzida resultante de oxigénio é o único inibidor mais eficaz na oxidação de
sulfureto; e
O enchimento das cavas da mina com materiais reactivos pode constituir a melhor
opção disponível para gerir a oxidação do sulfureto no ambiente pós-desactivação.
As cavas assim enchidas devem ser completamente alagadas com água até uma
profundidade de pelo menos 15 metros. O resultante lago nas cavas da mina tornará
os materiais reactivos inertes através da diminuição do oxigénio disponível.
8.2 Programa de Monitorização
O monitorização das águas subterrâneas tem de continuar durante todas as fases da
operação da mina para identificar o impacto sobre o ambiente das águas subterrâneas ao
longo do tempo, e medidas efectivas que podem ser tomadas em um estágio inicial antes
de sérios danos ao meio ambiente ocorrerem. Os principais objectivos no posicionamento
dos poços de monitorização são:
Monitorar o movimento das águas subterrâneas poluídas migrando para longe da
TSF, depósito de resíduos rochosos área da mina em geral;
Monitorar o rebaixamento do lençol freático e do raio de influência; e
Monitorar as taxas de recuperação de águas subterrâneas pós encerramento e
possibilidade de decantação..
Seis conjuntos de furos de monitorização são recomendados em torno da TSF com base
nos resultados numéricos de modelação. Dois conjuntos de poços de monitorização são
recomendados em torno do depósito de resíduos rochosos. Cada conjunto é recomendado
a conter:
119
Um poço perfurado até uma profundidade máxima de 40 mbgl para monitorar o nível
e a qualidade da água no aquífero desgastado; e
Um poço profundo perfurado entre 60 e 70 m para monitorar as condições de água
subterrânea no aquífero fracturado superior.
Os seis poços de percussão perfurados com sucesso durante este estudo foram
principalmente para caracterização do aquífero e foram devidamente construídos para
monitorização de longo prazo. Nesta fase, quatro dos seis furos de percussão são
recomendadas para o monitorização de longo prazo. No total, 27 pontos de monitorização
são recomendados para a monitorização das águas subterrâneas.
8.2.1 Parâmetros a serem monitorizados
A análise dos constituintes que se seguem é recomendada para os primeiros anos até que
se demonstre que alguns elementos não terão mudado. O número e a selecção dos
parâmetros deve ser revista em uma base anual para optimizar o programa de
Monitorização:
EC, pH, TDS;
Análise Macro isto é, Ca, Mg, Na, K, SO4, NO3, F, Cl;
Metais pesados, Al, Co, Cr, Zn, Cd, Cu, Fe, Ni, V, Mn; e
Radioactividade isto é, U, Se, Sr e Rb
8.2.2 Armazenamento de Dados
Em qualquer projecto, boas decisões hidrogeológicos requerem boa informação
desenvolvida a partir de dados brutos. A produção de boa informação, relevante e oportuna
é a chave para alcançar a longo prazo e de curto prazo planos qualificados. Para a
minimização da contaminação das águas subterrâneas é necessário utilizar todos os dados
relevantes de água subterrânea.
A geração e colecta de dados é muito cara, pois requer investigações hidrogeológicas
intensivas e, portanto, tem de ser gerida numa base de dados centralizada que os fundos
possam ser utilizados da forma mais eficiente. A Digby Wells elaborou um banco de dados
no formato “WISH” durante o curso do inquérito e é altamente recomendável que Syrah
Resources utilize esse banco de dados e continuamente actualize e efectue a gestão à
medida que novos dados estiverem disponíveis
120
9 REFERÊNCIAS
Environmental Business Strategies, 2012. BFS Scoping Study: Environmental and Social
Balama Graphite Project. Prepared for Syrah Resources LTD.
Digby Wells, 2013. Balama Graphite Air Quality Impact Assessment Report
Digby Wells, 2013. Balama Graphite Environmental Geochemistry.
Knight Piesold, 2012. Summary of Current Status of Tailings Management for the Balama
Graphite Project.
Knight Piesold, 2012. Balama Site Visit Findings.
Twigg Exploration and Mining, 2012. Geological Report Balama West Target Zone.
121
Apêndice A: Registo de Furos
122
123
124
125
126
127
128
129
130
Apêndice B: Dados de Teste do Aquífero
Relatorio de Ensaio de Caudal
Client: DIGBY WELLS Borehole Cod 1
Province: C. Delgado Borehole Depth 100m Coordenadas District Balama Stat water Level 12.33 S: Posto Administ Dyn water Level 13.10 E:
Villag Boreh Yied(l/hr) Depth pump inst 60m
Data: 25/09/2013 Recomend Yied (l/hr)
Max Head to Top of tank
Time (min) Yied (l/s)
Lower Recover
Level (m) S (m) Level (m) S (m)
0.0 6.63 -
1.0 8.26 1.63 - #VALUE!
2.0 9.35 1.09 - #VALUE!
3.0 10.23 0.88 - #VALUE!
4.0 10.95 0.72 - #VALUE!
5.0 11.38 0.43 - #VALUE!
6.0 - #VALUE! - #VALUE!
7.0 12.70 #VALUE! - #VALUE!
8.0 13.56 0.86 - #VALUE!
9.0 14.30 0.74 - #VALUE!
10 15.00 0.70 - #VALUE!
12 16.40 1.40 - #VALUE!
15 18.13 1.73 - #VALUE!
20 200/195 20.90 2.77 24.30 #VALUE!
25 23.36 2.46 23.26 -1.04
30 24.40 1.04 21.03 -2.23
35 26.77 2.37 19.94 -1.09
40 - #VALUE! 18.10 -1.84
45 200/300 31.23 #VALUE! 17.05 -1.05
50 - #VALUE! - #VALUE!
55 - #VALUE! 15.60 #VALUE!
60 - #VALUE! 14.90 -0.70
70 - #VALUE! 14.04 -0.86
80 - #VALUE! - #VALUE!
90 200/309 - #VALUE! - #VALUE!
100 - #VALUE! - #VALUE!
110 - #VALUE! - #VALUE!
120 #VALUE! 10.92 #VALUE!
150 - #VALUE! - #VALUE!
180 - #VALUE! - #VALUE!
210 - #VALUE! - #VALUE!
240 - #VALUE! 8.09 #VALUE!
300 - #VALUE! - #VALUE!
360 - #VALUE! - #VALUE!
420 - #VALUE! 7.60 #VALUE!
480 - #VALUE! 7.54 -0.06
540 - #VALUE! 7.48 -0.06
600 - #VALUE! 7.44 -0.04
660 - #VALUE! 7.40 -0.04
720 - #VALUE! 7.37 -0.03
780
Realizado por:___________________________
132
MEGACONSTRUÇÕES & SERVIÇOSS.U.R.L
Relatorio de Ensaio de Caudal
Client: DIGBY WELLS Borehole Cod 2
Province: C. Delgado Borehole Depth 100m Coordenadas District Balama Stat water Level 23.62 S: Posto Administ Dyn water Level E: Villag Boreh Yied(l/hr) Depth pump inst 60m
Data: 25-26/09/2013 Recomend Yied (l/hr)
Max Head to Top of tank
Time (min) Yied (l/s)
Lower Recover
Level (m) S (m) Level (m) S (m)
0.0 23.62 26.30
1.0 24.70 1.08 25.27 -1.03
2.0 25.09 0.39 24.90 -0.37
3.0 25.33 0.24 24.72 -0.18
4.0 25.46 0.13 24.60 -0.12
5.0 25.56 0.10 24.53 -0.07
6.0 25.61 0.05 24.47 -0.06
7.0 25.64 0.03 24.43 -0.04
8.0 25.67 0.03 24.40 -0.03
9.0 25.70 0.03 24.37 -0.03
10 200/160 25.72 0.02 24.34 -0.03
12 25.74 0.02 24.30 -0.04
15 25.77 0.03 24.26 -0.04
20 25.80 0.03 24.20 -0.06
25 25.84 0.04 24.17 -0.03
30 25.88 0.04 24.14 -0.03
35 25.90 0.02 24.12 -0.02
40 25.92 0.02 24.10 -0.02
45 25.94 0.02 24.08 -0.02
50 25.95 0.01 24.06 -0.02
55 25.97 0.02 24.03 -0.03
60 25.99 0.02 24.01 -0.02
70 26.00 0.01 23.99 -0.02
80 26.01 0.01 23.97 -0.02
90 26.01 0.00 23.95 -0.02
100 26.02 0.01 23.93 -0.02
110 26.02 0.00 23.91 -0.02
120 26.03 0.01 23.89 -0.02
150 26.05 0.02 23.85 -0.04
180 26.07 0.02 23.82 -0.03
210 26.08 0.01 23.80 -0.02
240 26.09 0.01 23.79 -0.01
300 26.10 0.01 23.79 0.00
360 26.15 0.05 23.78 -0.01
420 26.20 0.05 23.78 0.00
480 26.25 0.05 23.77 -0.01
540 26.30 0.05 23.77 0.00
600 26.30 0.00 23.77 0.00
660 26.30 0.00 23.76 -0.01
720 26.30 0.00 23.76 0.00
780
General Information Test Started
Project No:
COA2029
Date: 19/09/2013
Borehole No:
BBH3
Time: 16:30
Site Name:
Balama (Northern Mozambique) Test Ended
Farm Name:
Date: 20/09/2013
Latitude:
8525609
Time:
Longitude: 460636 Duration (min): 720
Pumping Borehole Information Planned Yield: 1.04
Depth of Pump (m):
60 mbgl
Collor Height (m):
0,33m
Observation BH 1 Observation BH 2
BH diameter (m):
150 mm (inner diameter) Number: Number:
Depth of BH (m):
100 m
Distance: Distance:
Static W/L (m): 5.43 mbgl Static W/L (m): Static W/L (m):
Time Depth to SWL Drawdown Yield Time Depth to SWL Recovery Time Drawdown Time Drawdown
(min) m gbl s (m) (l/s) (min) m bgl s' (m) (min) (m) (min) (m)
1 6.27 0.84 1 8.3 2.87 1 1
2 6.74 1.31 2 8.02 2.59 2 2
3 7.1 1.67 3 7.86 2.43 3 3
4 7.37 1.94 4 7.69 2.26 4 4
5 7.6 2.17 5 7.55 2.12 5 5
6 7.78 2.35 6 7.43 2 6 6
7 7.93 2.5 7 7.31 1.88 7 7
8 8.07 2.64 8 7.23 1.8 8 8
9 8.2 2.77 9 7.14 1.71 9 9
10 8.3 2.87 10 7.06 1.63 10 10
12 8.5 3.07 12 6.93 1.5 11 11
15 8.66 3.23 1.04 15 6.8 1.37 12 12
20 8.9 3.47 20 6.6 1.17 13 13
25 9.1 3.67 25 6.46 1.03 14 14
134
30 9.2 3.77 30 6.36 0.93 15 15
35 9.3 3.87 35 6.28 0.85 17 17
40 9.4 3.97 40 6.22 0.79 18 18
45 9.5 4.07 45 6.17 0.74 19 19
50 9.5 4.07 50 6.11 0.68 20 20
60 9.6 4.17 60 6.04 0.61 25 25
70 70 6 0.57 30 30
80 9.72 4.29 80 5.97 0.54 40 40
90 9.79 4.36 180 5.69 0.26 50 50
100 9.8 4.37 240 60 60
120 9.88 4.45 300 75 75
150 9.96 4.53 360 90 90
180 10 4.57 420 120 120
240 10.09 4.66 480 150 150
300 10.13 4.7 540 180 180
360 10.17 4.74 600 240 240
420 10.22 4.79 660 300 300
480 10.26 4.83 720 360 360
540 10.28 4.85 420 420
600 10.31 4.88 480 480
660 10.32 4.89 600 600
720 10.33 4.9 720 720
135
General Information Test Started
Project No:
COA2029
Date: 21/09/2013
Borehole No:
BBH6
Time: 17:15
Site Name:
Balama (Northern Mozambique) Test Ended
Farm Name:
Date: 20/09/2013
Latitude:
8524767
Time:
Longitude: 463380
Duration (min): 720
Pumping Borehole Information Planned Yield: 1.08
Depth of Pump (m):
40 mbgl
Collor Height (m):
0,33m
Observation BH 1 Observation BH 2
BH diameter (m):
150 mm (inner diameter) Number: Number:
Depth of BH (m):
100 m
Distance: Distance:
Static W/L (m): 6.91 mbgl Static W/L (m): Static W/L (m):
Time Depth to SWL Drawdown Yield Time Depth to SWL Recovery Time Drawdown Time Drawdown
(min) m gbl s (m) (l/s) (min) m bgl s' (m) (min) (m) (min) (m)
1 8.5 1.59 1 14.4 2.52 1 1
2 10.69 3.78 2 12.89 4.03 2 2
3 11.47 4.56 3 12.02 4.9 3 3
4 11.8 4.89 4 11.66 5.26 4 4
5 12.1 5.19 5 11.33 5.59 5 5
6 12.26 5.35 6 11.15 5.77 6 6
7 12.58 5.67 7 11.01 5.91 7 7
8 12.94 6.03 9 10.85 6.07 8 8
9 13.06 6.15 10 10.79 6.13 9 9
10 13.23 6.32 12 10.66 6.26 10 10
136
12 13.34 6.43 15 10.53 6.39 11 11
15 13.44 6.53 1.08 20 10.38 6.54 12 12
20 13.64 6.73 25 10.27 6.65 13 13
25 13.87 6.96 30 10.18 6.74 14 14
30 14 7.09 35 10.09 6.83 15 15
35 14.14 7.23 40 10 6.92 17 17
40 14.26 7.35 45 9.94 6.98 18 18
45 14.42 7.51 50 9.88 7.04 19 19
60 14.14 7.23 60 9.78 7.14 20 20
75 14.2 7.29 70 9.67 7.25 25 25
80 14.25 7.34 80 9.57 7.35 30 30
90 14.35 7.44 90 9.49 7.43 40 40
100 14.48 7.57 120 9.29 7.63 50 50
120 14.74 7.83 150 9.11 7.81 60 60
150 14.98 8.07 180 9.04 7.88 75 75
180 15.19 8.28 10h00 300 8.5 8.42 90 90
240 15.56 8.65 14h00 540 8.08 8.84 120 120
300 16.01 9.1 17h00 720 7.94 8.98 150 150
360 16.22 9.31 180 180
420 16.36 9.45 240 240
480 16.53 9.62 300 300
540 16.64 9.73 360 360
600 16.77 9.86 420 420
660 16.85 9.94 480 480
720 16.92 10.01 600 600
720 720
137
MEGACONSTRUÇÕES & SERVIÇOSS.U.R.L
Relatorio de Ensaio de Caudal
Client: DIGBY WELLS Borehole Cod 7 Province: C. Delgado Borehole Depth 100m Coordenadas District Balama Stat water Level 12.33 S: Posto Administ Dyn water Level 13.10 E: Villag Boreh Yied(l/hr) Depth pump inst 40m
Data: Recomend Yied (l/hr) Max Head to Top of tank
Time (min) Yied (l/s)
Lower Recover
Level (m) S (m) Level (m) S (m)
0.0 12.33 13.10
1.0 12.44 0.11 13.00 -0.10
2.0 12.49 0.05 12.94 -0.06
3.0 12.53 0.04 12.90 -0.04
4.0 12.55 0.02 12.87 -0.03
5.0 12.57 0.02 12.86 -0.01
6.0 12.59 0.02 12.83 -0.03
7.0 12.61 0.02 12.81 -0.02
8.0 12.63 0.02 12.79 -0.02
9.0 12.65 0.02 12.78 -0.01
10 12.66 0.01 12.77 -0.01
12 12.69 0.03 12.76 -0.01
15 12.72 0.03 12.71 -0.05
20 200/69 12.77 0.05 12.67 -0.04
25 12.80 0.03 12.63 -0.04
30 12.82 0.02 12.61 -0.02
35 12.85 0.03 12.59 -0.02
40 12.88 0.03 12.56 -0.03
45 12.89 0.01 12.55 -0.01
50 12.90 0.01 12.54 -0.01
55 12.91 0.01 12.53 -0.01
138
60 200/69 12.92 0.01 12.52 -0.01
70 12.94 0.02 12.54 0.02
80 12.97 0.03 12.48 -0.06
90 12.98 0.01 12.47 -0.01
100 12.99 0.01 12.46 -0.01
110 12.99 0.00 12.45 -0.01
120 13.00 0.01 12.44 -0.01
150 13.01 0.01 12.44 0.00
180 200/69 13.02 0.01 12.43 -0.01
210 13.03 0.01 12.43 0.00
240 13.04 0.01 12.42 -0.01
300 13.05 0.01 12.42 0.00
360 13.06 0.01 12.41 -0.01
420 13.07 0.01 12.41 0.00
480 13.08 0.01 12.40 -0.01
540 13.09 0.01 12.40 0.00
600 13.09 0.00 12.39 -0.01
660 13.10 0.01 12.39 0.00
720 13.10 0.00 12.38 -0.01
780
139
MEGACONSTRUÇÕES & SERVIÇOSS.U.R.L
Relatorio de Ensaio de Caudal
Client: DIGBY WELLS Borehole Cod 8 Province: C. Delgado Borehole Depth 100m Coordenadas District Balama Stat water Level 18.36 S: Posto Administ Dyn water Level 46.60 E: Villag Boreh Yied(l/hr) Depth pump inst 60m
Data: Recomend Yied (l/hr) Max Head to Top of tank
Time (min) Yied (L/Hr)
Lower Recover
Level (m) S (m) Level (m) S (m)
0.0 18.36 46.60
1.0 19.56 1.20 - #VALUE!
2.0 20.19 0.63 46.42 #VALUE!
3.0 20.84 0.65 46.34 -0.08
4.0 21.39 0.55 46.26 -0.08
5.0 21.82 0.43 46.19 -0.07
6.0 22.32 0.50 46.11 -0.08
7.0 22.84 0.52 46.05 -0.06
8.0 23.28 0.44 46.00 -0.05
9.0 23.77 0.49 45.91 -0.09
10 24.30 0.53 45.84 -0.07
12 25.36 1.06 45.70 -0.14
15 26.71 1.35 45.44 -0.26
20 28.75 2.04 45.06 -0.38
25 30.77 2.02 44.78 -0.28
30 200/200 - #VALUE! 44.44 -0.34
35 34.30 #VALUE! 44.15 -0.29
40 35.50 1.20 43.87 -0.28
45 36.90 1.40 43.55 -0.32
50 - #VALUE! - #VALUE!
55 - #VALUE! - #VALUE!
140
60 200/660 45.90 #VALUE! 42.61 #VALUE!
70 - #VALUE! 42.00 -0.61
80 45.91 #VALUE! 41.38 -0.62
90 45.91 0.00 40.80 -0.58
100 45.91 0.00 40.16 -0.64
110 45.91 0.00 - #VALUE!
120 45.91 0.00 39.52 #VALUE!
150 45.92 0.01 - #VALUE!
180 45.92 0.00 - #VALUE!
210 - #VALUE! - #VALUE!
240 200/1080 - #VALUE! 37.62 #VALUE!
300 46.60 #VALUE! - #VALUE!
360 46.60 0.00 - #VALUE!
420 46.60 0.00 - #VALUE!
480 46.60 0.00 37.62 #VALUE!
540 46.60 0.00 - #VALUE!
600 46.60 0.00 - #VALUE!
660 46.60 0.00 - #VALUE!
720 46.60 0.00 32.28 #VALUE!
780