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INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA – IFBA RAMON ALVES FRANCO (13) TÁSSIA CRISTINA BASTOS DE JESUS (14) THAMIRES BARRETO DE OLIVEIRA (15) TURMA 10831 – GEOLOGIA O CETICISMO E O ECLETISMO

Ceticismo Filosófico

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Page 1: Ceticismo Filosófico

INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA – IFBA

RAMON ALVES FRANCO (13)TÁSSIA CRISTINA BASTOS DE JESUS (14)

THAMIRES BARRETO DE OLIVEIRA (15)

TURMA 10831 – GEOLOGIA

O CETICISMO E O ECLETISMO

Salvador/Bahia

2013

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RAMON FRANCO ALVES (13)TÁSSIA CRISTINA BASTOS DE JESUS (14)

THAMIRES BARRETO DE OLIVEIRA (15)

TURMA 10831 – GEOLOGIA

O CETICISMO E O ECLETISMO

Atividade avaliativa requisitada pelo professor Sandro Nogueira, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Filosofia.

Salvador/Bahia

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2013

1. O fundador do Ceticismo, Pirro de Élida

Pirro de Élida (365/360 a.C – 275/270 a.C.) foi

o fundador do Ceticismo. Apesar de não ter

deixado nada escrito, seus discípulos, com

destaque para Tímon de Fluinte, se

encarregaram de escrever e transmitir os

ensinamentos do mestre.

Pirro teve sua vida drasticamente mudada

quando participou da expedição de Alexandre,

o Grande, ao Oriente. Os acontecimentos lhe

fizeram aprender que até o que é

considerado indestrutível, pode ser

imprevistamente destruído. Também no Oriente, compreendeu como

algumas convicções gregas eram infundadas, além de aprender com os

Gimnosofistas (espécie de sábios da Índia) que tudo é vaidade.

Entre os principais Gimnosofistas, podemos citar Calano, que acompanhou

Alexandre por um tempo indeterminado, até voluntariamente, morrer

queimado sem emitir um único ruído de dor ou protesto. Este acontecimento,

unido a outros, impressionou Pirro, e determinou, pelo menos em parte, suas

ideias posteriores.

Ao retornar para Élida, viveu e ensinou até morrer. Não deixou nada escrito,

não criou nenhuma Escola propriamente dita, mas seus discípulos se

conectaram a ele mesmo assim, muito pelo novo modelo de vida, totalmente

diferente do oferecido pelas Escolas anteriores, que Pirro oferecia.

2. Expoentes Principais

Pirro foi o fundador do Ceticismo, mas outros expoentes também merecem

destaque. É muito interessante citar que Pirro não criou uma escola

propriamente dita. Os expoentes do Ceticismo eram mais do que verdadeiros

discípulos, eram admiradores, imitadores, homens que viam nos

Pirro de Élida (365/360 a.C – 275/270 a.C.)

Fonte://www.uol.com.br/licaodecasa/biografias/pirro.jpg

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ensinamentos do mestre não só ensinamentos, mas um novo modelo de

vida, um novo paradigma existencial.

Entre os outros expoentes, podemos citar o principal discípulo de Pirro,

Tímon de Fliunte, o responsável por escrever os ensinamentos do fundador.

É interessante ressaltar que chega a ser complicado encontrar uma linha

tênue que separe o que pertence a Tímon e o que pertence a Pirro. Se

Tímon de Fliunte não existisse, o Ceticismo não teria se difundido, e o

patrimônio pirroniano provavelmente teria se dispersado.

Outro expoente do Ceticismo foi Arcesilau de Pitane (315-249 a.C.

aproximadamente). Arcesilau foi diretor da Academia em 264 a.C., e adotou

uma posição de ceticismo filosófico. Arcesilau acreditava que a verdade

existia sim, mas que as condições para encontrá-la eram impróprias.

Segundo ele (que também deixou poucos escritos), faltava um critério

absoluto de verdade e, por isso, era necessário ater-se ao razoável.

Durante meio século, a Academia moveu-se no caminho cético aberto por

Arcesilau. Com o aparecimento de Carnéades, porém, ganhou novo fôlego.

Segundo este, não existe nenhum critério de verdade em geral, e assim,

nenhuma verdade em particular pode ser encontrada. Tudo é

incompreensível, portanto, deve-se suspender o julgamento (epoché) ou

atém-se ao que nos parece mais provável.

Fílon de Larissa, por sua vez, tende ao ecletismo. Apesar disso, é expoente

do probabilismo positivo, acreditando, assim que a verdade existe, mas é

desconhecida pelo homem. Assim sendo, deve-se ater ao mais provável.

Não concorda com Carnéades no que diz respeito a existência da verdade,

mas amos apresentam a mesma opinião do que se deve fazer: ater-se ao

mais provável. Diz-se que ele tende ao ecletismo e não ao ceticismo porque

o cético não pode afirmar que a verdade existe. Tudo que o cético pode fazer

é dizer “não afirmo nem nego que a verdade existe; sou eu, em todo caso,

que não a conhece”.

Antíoco, que foi discípulo de Fílon, separou-se ainda mais do ceticismo

carneadiano. Antíoco encerrou totalmente a Academia cética, quando

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declarou que a verdade não somente existia, mas também era passível de

ser conhecida.

3. Doutrinas Principais

Tímon de Fliunte afirma que, segundo Pirro, aquele que quer ser feliz deve

considerar 3 passos:

Qual a natureza das coisas? Como elas são em si mesmas?

Que disposição devemos ter com relação as coisas? Como devemos

nos comportar com relação as coisas?

O que nos resultará dessa disposição? O que nos acontecerá se nos

comportarmos assim?

Pirro, ao analisar a natureza das coisas, conclui que elas são

indiscriminadas, indiferenciadas e sem medida. Se as coisas são incertas,

Pirro concluiu que nossos sentidos e razão também o são, não nos

ensinando, assim, nem o verdadeiro nem o falso.

Após a análise da natureza das coisas, deveríamos observar nossa

disposição com relação a elas. Ora, se não podemos confiar nem na razão

nem no sentido, devemos permanecer impassíveis: sem opiniões, sem

inclinações e sem perturbações. Independente da coisa em questão, não se

pode negá-la ou afirma-la, ou é necessário negá-la e afirma-la ao mesmo

tempo. Assim, Pirro prega uma abstenção de juízo, denominada epoché,

que deriva do grego antigo e significa paragem, interrupção, suspensão de

juízo. A indiferença que deve ser demonstrada, por sua vez, deriva do grego

antigo adiaphoria, que significa ausência de resposta a estímulos,

indiferença.

É interessante citar que a abstenção de juízo cético (epoché) não diz

respeito às aparências ou fenômenos que são evidentes, mas aos que são

obscuros, ocultos. Um cético não contesta que tal objeto lhe parece branco

ou que o mel é doce. Mas o objeto é branco? O mel é doce? Ele ignora tudo

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o que lhe aparece aos sentidos. Não nega a visão; mas não sabe como ela

se efetua. Sente que o fogo queima, mas ignora se está em sua natureza

queimar. Um homem está em movimento ou morre; o cético concorda com

isso. Mas como isso se dá? Ele não sabe.

O terceiro ponto a ser observado por Pirro é o que nos ocorrerá se nos

abstivermos de juízo e se formos indiferentes. Segundo ele, a consequência

disso tudo é a ataraxia, que significa uma vida tranquila, com serenidade de

espírito, semelhante à vida divina. Ele conclui que só se pode alcançar a

ataraxia tendo alcançado, antes, dois fatores, aos quais ele denomina de

imperturbabilidade e afasia. Afasia, por sua vez, significa falta de palavra,

indica a atitude do não dizer nada de definitivo e com valor de verdade, já

que esta não existe, já que as coisas são indiscriminadas.

Na maioria das vezes, os homens se tornam infelizes pela culpa que

carregam consigo: sofrem porque são privados de um bem ou porque,

possuindo-o, temem perde-lo. Em outros casos, sofrem pelo que acreditam

ser um mal. Mas para os céticos, não existe bem ou o mal, não existe justo

ou injusto, não existe honesto ou desonesto, porque todas as coisas são

sem medida, indiferenciadas. Assim, suprimindo a crença em mal e bem,

todos os males desaparecem, e se torna possível alcançar a serenidade de

espírito, a tranquilidade da alma.

Segundo algumas fontes, o Ceticismo a Escola acaba e se silencia com

Tímon até o século I a.C. Enesídemo, outro discípulo, inaugura uma nova

fase do Ceticismo. Todavia, o ceticismo não acaba com Pirro e seus

discípulos. Na Acadêmia Platônica, Arcesilau inaugurava nova fase na

Escola, um pouco diferenciada do Ceticismo cujas doutrinas foram descritas

acima, mas ainda assim assumindo posição semelhante a Tímon e Pirro.

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