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B. Indústr. anlm., Nova Odessa, SP, 45( 1) :19-32, jan.!jun. 1988 EFEITO DE FATORES GENÉTICOS E AMBIENTES NA INFESTAÇAO NATURAL DE CARRAPATOS (BOOPHILUS MICROPLUS, CANESTRINI) EM BOVINOS LEITEIROS. P) (Genetic and environmental factors in natural infestation of tick (Boophilus microplus,· Canestrini' in dairy heifersJ GUILHERME PAES GUARAGNA (2), JOÃO BATISTA PEREIRA DE CARVALHO (2), ANTONIO LOURENÇO FIGUEIREDO (2), LUIZ BENITO GAMBINI (2) e MARIA IN~S DE AQUINO BARBOSA (2) RESUMO: Foram estudadas 610 informações de novilhas filhas de 12 touros de 1 a 2 anos de idade, do tipo Mantiqueira. Durante 2 anos e no meio das 4 estações do ano, as novilhas tiveram suas infestações naturais por fêmeas de carrapato semi-ingurgitadas con- tadas no lado direito do corpo, tendo sido banhadas com carrapacticida 35 dias antes de cada contagem. Encontrou-se os seguintes resultados: o efeito de ano não foi estatistica- mente significativo quanto à infestação de carrapato. Estação do ano foi um efeito alta- mente significativo com as seguintes médias: primavera - 21,73, verão - 73,75, outono - 93,10 e inverno - 9,72. A idade do animal, na fase de recria, não apresentou efeito esta- tístico. A herdabilidade estimada pelo método da correlação entre meios-irmãs paternas foi de 0,186 ± 0,121. A infestação média foi de 49,58 ± 6.48 teleóginas por animal. Trabalhos desta natureza, podem ser feitos sem a preocupação de idade na fase de recria e deve ser feito preferencialmente no verão e outono. Embora a herdabilidade estimada esteja abaixo dos valores encontrados na literatura, pode-se esperar algum ganho genéti- co na caracter istica, com o uso da seleção. INTRODUÇÃO Entre os parasitos que afetam os bo- vinos, os carrapatos estão entre os que maí,s pre juizos causam, tanto pela sua ação hematófaga, caro pela inoculação de-toxi- nas e agentes infectantes que causam a ba- besiose e anaplasroose e pelos danos dire- tos e indiretos, através de bicheiras, que causam ao couro do anímal, (1) Parte do Projeto 14-018/82, financiado pela Fundação Banco do Brasil (F IPEC). Recebido para publicação em março de. 1988. (2) Estação Experimental de Zootecnia de Pindamonhangaba. 19

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B. Indústr. anlm., Nova Odessa, SP, 45( 1) :19-32, jan.!jun. 1988

EFEITO DE FATORES GENÉTICOS E AMBIENTES NA INFESTAÇAO NATURALDE CARRAPATOS (BOOPHILUS MICROPLUS, CANESTRINI) EM BOVINOS

LEITEIROS. P)

(Genetic and environmental factors in natural infestation of tick (Boophilus microplus,· Canestrini'in dairy heifersJ

GUILHERME PAES GUARAGNA (2), JOÃO BATISTA PEREIRA DE CARVALHO (2), ANTONIO LOURENÇOFIGUEIREDO (2), LUIZ BENITO GAMBINI (2) e MARIA IN~S DE AQUINO BARBOSA (2)

RESUMO: Foram estudadas 610 informações de novilhas filhas de 12 touros de 1 a 2anos de idade, do tipo Mantiqueira. Durante 2 anos e no meio das 4 estações do ano, asnovilhas tiveram suas infestações naturais por fêmeas de carrapato semi-ingurgitadas con-tadas no lado direito do corpo, tendo sido banhadas com carrapacticida 35 dias antes decada contagem. Encontrou-se os seguintes resultados: o efeito de ano não foi estatistica-mente significativo quanto à infestação de carrapato. Estação do ano foi um efeito alta-mente significativo com as seguintes médias: primavera - 21,73, verão - 73,75, outono -93,10 e inverno - 9,72. A idade do animal, na fase de recria, não apresentou efeito esta-tístico. A herdabilidade estimada pelo método da correlação entre meios-irmãs paternasfoi de 0,186 ± 0,121. A infestação média foi de 49,58 ± 6.48 teleóginas por animal.Trabalhos desta natureza, podem ser feitos sem a preocupação de idade na fase de recriae deve ser feito preferencialmente no verão e outono. Embora a herdabilidade estimadaesteja abaixo dos valores encontrados na literatura, pode-se esperar algum ganho genéti-co na caracter istica, com o uso da seleção.

INTRODUÇÃO

Entre os parasitos que afetam os bo-vinos, os carrapatos estão entre os quemaí,s pre juizos causam, tanto pela sua açãohematófaga, caro pela inoculação de- toxi-

nas e agentes infectantes que causam a ba-besiose e anaplasroose e pelos danos dire-tos e indiretos, através de bicheiras, quecausam ao couro do anímal ,

(1) Parte do Projeto 14-018/82, financiado pela Fundação Banco do Brasil (F IPEC). Recebido para publicação emmarço de. 1988.

(2) Estação Experimental de Zootecnia de Pindamonhangaba.

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B. Indústr -.anim., Nova Odessa,SP, 45( 1) :19·32, jan.!jun. 1988

Segundo BECK (1979), o carrapatoBooVhilus microvlus (CANESTRINI, 1887) é1.nTIoarasito temporário e obrigatório dosbovinos, distribuindo-se geograficamenteentre os paralelos 322 Norte e Sul, encon-trando-se na quase totalidade do territó-rio brasileiro e países sul e centro -arreri.canos, Segundo o mesrro autor, em 1974no Rio Grande do Sul, perdeu-se 30 kg poranimal até a idade de abate, corresponden-do a 24,3% das perdas anuais por carrapatonaquele estado, cujas outras causas são:mortalidade = 32%; gastos com banhos car-rapaticidas, mão-de-obra, instalações,etc. = 15,6%; perda na produção de leite11,4% e desvalorização do couro = 9,0%.

Diante destes prejuízos, os produto-res lançam mão do rrétodo de controle maiseficaz até o rrorrento,que é o uso de car-rapaticidas.

Desta forma, segundo Brasil. Minis-tério da Agricultura (1983), dados de 31laboratórios derronstram 1.nTIcorrércio da or-dem de 45,8 milhões de dólares com ectopa-rasiticidas, que constituem 17,2% das ven-das de produtos médico-veterinários no anode 1982. Deste montante mais de 50% se re-ferem a carrapaticida exclusivo ou as-sociado com bernicidas.

No entanto, outros rrétodos, tais co·mo rotação e queima de oastagens € obten-ção de raças de bovinos resistentes, podemdar bons resultados.

A Austrália, é hoje o país onde estaúltima alternativa tem sido bastante pes-quisada. FRANCIS & LITTLE (1964), afinnamque embora o uso de agentes químicos e depráticas de manejo tenham recebido bastan-te atenção, nuitos anos decorreriam para aeliminação deste parasito e de suas doen-ças do norte da Austrália. Concluíram os

autores que deveria ser enfatizado o de-senvolvimento de bovinos resistentes aocarrapato.

Já é sabido de longa data que algu-mas raças de bovinos são mais resistentesque outras à infestação de BooVhilus mi-croplus. Os zebuínos (Bos indicus) sãousualrrente considerados mais resistentesdo que os bovinos europeus (Bos taurus).

LUSH (1924), relatava diferenças nasusceptibilidade de diferentes raças den-tro destas duas esoécies.

VILLARES (1941) es tudou 3 g;ruoosder-aças:Nacional (Caracu e Mocha Nacional);zado europeu (Aberdeen Anzus , Flarnenga,Holandesa Vermelha, Holandesa Preta eSchwys) e zado indiano (Gir, Guzerá e Ne-Iore ), em quatro estações exoer irrenraislocalizadas em Araçatuba, Sertàozinho, No-va Odessa e Pindarronhangaba. Concluiu quenenhum dos três gruoos nas quatro rez ióesforam imunes ao carrapato, mas ap!:"esenta-ram diferentes graus de resistência, com ogrupo europeu contendo 88,51% d0s parasi-tos e os nacionais e indianos com 6,74% e4,73%, respectivamente.

Dentro dos grupos não se encontraramdiferenças entre as raças nacionais; a ho-landesa preta e branca foi a mais sus-ceptível entre as européia; e aNelare nàoapresentou nenh1.nTIcarrapato. Encontrou va-riação individual dentro de raças. Entreas regiões, Pindamonhangaba foi a mais in-festada com 92,91 carrapatos por indiví-duo, contra 85,84 em Araçatuba, 3,75 emNova Odessa e 1,86 em Sertãozinho. Con-cluiu o autor que "a criação de raças re-sistentes ao carrapato poderia ser 1.nTIdosma~s eficazes IlEios de erradicação doBoophilus microplus nas regiões quentes".

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 45(1):19-32, jan./jun. 1988

Desde então. diversos autores aus-tralianos têm trabalhado cem resistênciaao carrapato, cem diferentes grupos de bo-vinos, destacando os trabalhos de RIEK(1962); FRANCIS & LI'ITLE (1964), HENJETSON( 1968), HEWI'SON & NOlAN (1968), WHAR1DN &

UIECH (1970) , SEIFERT (1971) , HE"vJETSON(1971 e 1972), UIECH et alii (1978) eSUTHERST et alii (1979).

Johnson & Baweroft (1918) 1nHEWETSON (1972) descrevem os seguintescritérios para uma avaliação da resistên-cia aos carrapatos pelos bovinos.

1. Deficiênciaespécie particular,desenvolvÍIrento.

do carrapato, de umaem canpletar seu

2. TendênCia a uma infestação leveenquanto outros animais estão pesadamenteinfestados.

3. Deficiência por parte da fêrreado carrapato em se tornar ingurgitada emnÚIrero similar àquelas sobre os animaissusceptíveis sob as mesmas condições.

4. Deficiência das fêrreasingurgita-das em obterem postura normal. de ovos 011

postura cem ovos sem fertilidade nonnal.A esses critérios nadem ser rrencio-

nados:a. Um aurento do tempo necessário

para a fêrrea do carrapato completar ociclo de vida (REIK, 1962 e HEWETSON,1971) •

b , Um decréscirro no peso nédio dafêrrea do carrapato totalrrente repleta(RIEK, 1962 e HEWETSON, 1968 e 1971).

WHAR1DN et alii (1973) definiram aresistência ao B. micrqplus, cano sendo a"Habilidade de um animal de limitar o nú-mero de carrapatos que se tornam madurossobre ele".

Os trabalhos australianos têm ava-liado a resistência do gado tanto por in-festação artificial cano natural, pelacontagem de fêrreasingurgitadas de 4,5 a 8mn de canprÍIrento em um dos lados do ani-rral.

Este nétodo foi preconizado porWHARTON & urECH (1970) e foi bem descritopor urECH et alii (1978).

Fatores tais cornoépoca do ano, ida-de e sexo do animal, estágio de lactação,estado de prenhez, são fatores que afetama resistência de acordo cem WHARTON etalii (1970) e SEIFERT (1971).

UIECH et alii (1978), concluíram quena Austrália, os bovinos são rrenos resis-tentes ao carrapato durante o inverno; asvacas prenhes foram significativamente me-nos resistentes do que as não prenhes; asfêrreas jovens e as fêrreas em geral foramrrais resistentes, porém não significativa-rrente sobre as fêrreasvelhas e aos rrachos,respectivamente.

Alguns autores têm avaliado a fraçãogenética aditiva, da característica. AssimHEWETSON (1968) trabalhando cem novilhosrrestiços de zebu em infestação artificialestimou que a herdabilidade estaria entre28 e 42%; WHARTÇ>N et alii (1970) traba-lhando com "Australian Illawarra Shorthonl'(Bos taurus) em infestação natural estima-ram a herdabilidade pela correlação mãefilho em 39% e correlação entre innãoscanpletos em 49%. Em outro rebanho cruzadode zebu e mestiço Shorthorn x Hereford eminfestação natural, SEIFERT (1971) encon-trou pequena variação genética nos F cru-zados de zebu, estimativa de 48% de Jerda-bilidade para as raças Inglesas e de 82%para as gerações seguintes de b.irrestiça-gemo

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UTECH et alii (1978) afirmam queacasalamento de bovinos selecionados paraalta resistência, produzem progênies queforam significativamente mais resistentesque as progênies de bovinos selecionadospara baixa resistência. Contudo afirmam,que touros zebus de alta resistência aocarrapato, produzem progênies resistentesnesrro com vacas "AIS" de baixa resistên-cia. De um modo geral a literatura é con-corde em afirmar que a característica: re-sistência ao carrapato, é passível de me-lhoramento genético por seleção nos mate-na~s estudados.

SUTHERST et alii (1979), estudando ocomportamento das populações de carrapato,por longos períodos, em bovinos seleciona-dos para níveis nédios e altos de res is-tência, concluíram que houve uma correla-ção alta (r = 0,976) e significativa entreas contagens a campo e as porcentagens delarvas sobreviventes após infestação arti-ficial; que algumas novilhas não estabili-zam a resistência antes de 1 ano de idade,sendo que alguns animais, apresentam re-sistência cada vez maior ou cada vez rre-nor por longos períodos. Houve grande di-ferença entre o núrero de carrapatos nosdiferentes anos e um modelo sazonal bas-tante consistente, sendo alta infestaçãode abril e baixa de julho a setembro. Ani-mais de nédia resistência tiveram maiscarrapatos do que os de alta resistência,sendo que, as maiores diferenças (13,5 ve-zes) foram obtidas com o descarte de ani-mais que perderam a resistência do lote dealta resistência.

Tais descartes são necessários paramanter a resistência do rebanho por longosperíodos. Concluem os autores, que a nu-

dança na resistência do rebanho, princi-palmente, na primavera dos diferentes anos

foram altamente correlacionadas com a con-corrente infestação das pastagens, suge-rindo que rrudanças na resistência do hos-pedeiro têm importante efeito na populaçãode carrapatos.

MADALENA et alii (1985), trab2lharamcan contagem de carrapatos de infestaçãonatural em Valença, Estado do Rio de Ja-neiro, em 215 fêmeas provenientes de seistipos de cruzamentos de Holandês verrrelhoe branco (H) e Guzerá (G).

Foi observado que os efeitos de ida-de do animal dentro de contagem, de diasde gestação e de dias de lactação não fo-ram significativos (p > 0, 10). O descartede 10% das novilhas mais infestadas elÍITQ-naria18% da população de carrapato nasnovilhas holandesas. A herdabilidade dacontagem de carrapatos transformada paralog (2 x contagem + 1) foi de h2 = 0,201±0,064.

O ciclo de vida do I30c>Wilus micro-ulYs segundo GONZALES (1975) é a seguinte:

Condições ótimasa) Vida livre Mínimo Máximo1. Da queda ao início

ela postura 2 232. Ovoposição 14 443. Incubação de ovos ·14 2024. Da larva até ser

parasita infestante 6 18436 453

b) Vida parasitáriaDe larva infestante ateleógina 18 48

54 501De um modo geral, as nédias de dura-

ção das fases do ciclo parasitário do car-rapato, segundo URIBE (1977), é a seguin-te:

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 45( 1) :19-32, jan./jun. 1988

Dias aCUlIlllados EstágioO Larva

5 Metalarva

7 Ninfa

11 Metaninfa

14 Macho adulto (NEAN-DRO)

15 Macho sexualrrenteadulto (GONANDRO)

15 Fêrreaadulta (NEÓ-GINA)

18 Fêm=a rrediélI1éllrenteingurgitada (PARTE-~INA)

21 Fêrrea ingurgitadaTELE<X;INA

o presente trabalho se propôs a es-tudar Em nossas condições e com bovinosadaptados ao nosso rreio, as principais ca-racterísticas deste L~ortante ectoparasi-to, no que tange aos fatores que interfe-rem na dinâmica de sua população, nos nÉ-

todos de controle da infestação através debovinos resistentes e dos aspectos genéti-cos devt.a resistência.

MATERIAL E MÉTODOS

Dados

Os dados do presente trabalho se re-ferem a 610 infomações de infestação decarrapato em novilhas de 1 a 2 anos deidade, filhas de 12 touros, do rebanho degado Mantiqueira, cuja descrição está emGUAMGNA et alii (1988), da Estação Expe-rimental de Zootecnia de Pindanonhangaba •.

As novilhas após canpletarem 1 anode idade foram colocadas em um lote de re-cria, onde permaneceram até a idade de co-bertura (320 kg). Neste lote foram maneja-das uniforrrerrenteem uma unidade rotacio-nal de 6 piquetes de 5 ha de Setaria an-ceps cv. Kazungula, can aguada natural esal mineral à disposição. Durante os mesessecos do ano, receberam no próprio pasto,supl.errentaçãode silagem de sorgo,

As novilhas assim manejadas tiveramsuas infestações naturais por fêmeas decarrapato semi-ingurgitadas, 4,5 a 8 rumdecomprimento, contadas no lado direito docorpo, tendo sido banhadas 35 dias antesde cada contagem com carrapaticida a basede amitraz 12,5%.

O presente trabalho foi iniciado naprimavera de 1982 e concluído no invernode 1984, totalizando 8 épocas de avaliaçãode infestação natural. No meio de cada es-tação eram feitas as contagens. Semore quefoi necessário, procedeu-se a banhos car-rapaticidas can o mesmo produto, fora dosperíodos de 35 dias que precediam as con-tagens. Desta forma, houve um controle,canumente utilizado na bacia leiteira doVale do Paraíba Paulista, sobre a dinâmicapopulacional do carrapato. Dada as condi-

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çôes climáticas propícias ao parasita e apredominância de bovinos leiteiros comelevado grau de participação de raças es-pecializadas de origem européia nesta re-gião, é prat icarrente impossível a suspen-são de controle químico na maior partedo ano, por acarretar sérios prejuízos ouIIJ2S!"OCl rrort;e dos animais.

As contagens individuais foram ana-lisadas estatisticarrente de 2 formas: umacomdados não transformados, para obtençãode médias e outra comdados transformadospara Iog (contagem + 1), conforme preconi-zaram WHARTONet alii (1970), para estima-tiva de parâmetro genético.

Análise estatística

Nas análises estatísticas foi usadoo programa LSML76 (rníxed rrode l least -squares and maxirmm likelihood computerprogram) descrito por HA..R.VEY(1977). Foiselecionado o rrodeIo IV (MIY = (4) quecontém im conjunto de efeitos aleatóriosde classificação cruzada (toUros) sem in-teração e um conjunto de efeitos aleató-rios aninhados nesse tambémsem interação

(novilhas dentro de touros). O presenterrodelo, descrito a seguir, foi utilizado,devido ao fato de que as novilhas eramavaliadas emvárias épocas.

onde:

Yijkl

= valor de cada variável dependente;

II = média geral;

a. = efeito de touro (aleatório);t.

b .. = efeito da vaca dentro do tourolJ(aleatório) ;

Fk = efeitos fixos e

e .. I = erro aleatório.1Jk

O esquema de análise de variância

para este rrodelo está no quadro 1.

No conjunto de efeitos fixos foramincluidos o efeito de ano e de estação deavaliação e idade da novilha em dias comos efeitos linear, quadrático e cúbico.

Fonte

Quadro 1. Esquema da análise de variância para Modelo IE(QM)SQ

R(~,a,F) - R (~,F)A 62+Kd'2 +K"'2e 2 b:a 3 a

á2 + Ko'2e 1 b:a

á2 + Kk2e F

62e

Efeitos fixos

R(~a,b,F) - R(~,a,F)_ -1-B'l B

B:A

y'y - R(~,a,b,F)Erro

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Estimativa do coeficiente de herdabilidade

A estimativa do coeficiente de her-dabí.l.idadefoi feita utilizando os compo-nentes de variância estimados pelo modelo,utilizando o rrétodo de correlação entremeio-irmãs paternas através da fórmula:

4 d'2

td'2

t+ 6'2

e+ ~2

v:t

onde:

= coeficiente de herdabilidade;tf2

t= componente de variância de

touro;6'2

v:t componente de vaca dentro detouro;

= componente de variância doerro.

o erro-padrão do coeficiente de her-dabilidade foi calculado através da fórmu-la de SW1GER et alii (1964).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância das conta-gens transfonnadas para log (contagem +1), onde se incluiu os efeitos aleatóriosdos touros e novilhas dentro de touro ecornoefeitos fixos o ano e estação de con-tagem corno variáveis discretas e idade emdias das novilhas corno covariável em seusefeitos linear, quadrático e cúbico, estáno quadro 2.

Ano de contagem não se rrostrou im-portante estatisticamente, enquanto queestação foi um efeito altamente significa-tivo, ou seja, as contagens do meio dapri~vera, verão, outono e inverno, apre-sentaram médias que diferiram estatistica-mente.

Quadro 2. Análise de variãncia pelo m~todo dos quadrados mínimos para log (x+1)aFontes de Graus de Qu adrados . Pr obab i1idade

variação 1 í ber-dade m~dios

Touros 11 2,1696 0,0000Novilhas/Touros 148 5,7926 0,0037Ano 2 1,6003 0,3166Estação 3 16,8975 0,0000RegressãoIdade B. linear 1 2,9652 0,1446Idade B. quadr át í ca 1 0,0067 0,9990Idade B. ctlb ico 1 0,5314 0,5364Resíduo 442 1,3879

a = Nível a partir do qual ~ significativo.

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No quadro 3, estão as médias obtidascom dados não ajustados, comos respecti-vos erros-padrões das rrédi.as para as qua-

tro estações do ano; verifica-se que as

infestações de fêmeas de carrapatos Seml-ingurgitadas encontradas nos animais noverão e outono foram consideravelmentemaiores que as de inverno e primavera.

Quadro 3. Valores m~dios por quadrados mínimos de infestação naturalde carrapatos, contada no lado direito de novilhas de 1 a 2anos, no meio de cada estação e 35 dias ap6s banho carrapa-ticida

Estações NIJmero de NIJmero méd io de Desvio-padrãoobservações tele6ginas da m~dia

semi-ingurgitadas

Primavera 175 21,73 :: 9,37Verão 158 73,75 !10,33Outono 136 93,10 :!:11,06Inverno 141 9,72 :t10,87

M~dia 610 49,78 ± 6,48

Na figura 1, onde estão os princi-pais componentes de clima, ou seja, detemperatura e precipitação, bem cOiJK)osdados observados de infestação nas oitoépocas do presente estudo, verifica-se queno Vale do Paraíba Paulista, o período demenor temperatura e precipitação que coin-cide com o inverno, é tambémo de menor

infestação.Emborahaja concordância com os tra-

balhos australianos, no que concerne aoefeito das épocas do ano, parece que asinfestações constituem problema por umpe-ríodo mais longo do inverno para aqueles,do que no presente trabalho.

Da rresma forma o trabalho de SOUZAet al.í.í (1980), no planalto catarinense,parece revelar a presença de infestações:importantes até julho, enquanto que nopresente trabalho, a infestação já no iní-cio de agosto foi bastante baixa.

Tal comportamento, demonstra que es-ses efeitos climáticos são mais desfavorá-veis à população de carrapato do que aosanimais COiJK)causa indireta do stress nu-tricional, que de acordo com O'KEI.LY&

SElFERT (1969), TNHARTONet alii (1970) eSElFERT ( 1971) , tem provocado aumento desusceptibilidade na Austrália em gado deorigem européia.

E interessante registrar que sempreem cada estação do presente estudo, foifeito um controle extra com carrapaticidaalém daquele que precedeu aos 35 dias dacontagem do meio da estação, por estarerr:.os animais infestados.

Além disto as novilhas ao entraremno período seco e de carência alimentar,recebem suplenrentação de silagem no

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28

21

~ 26

~ 25e 24"1E~

20

I'

IR

~S~O-rN--O~'~j~F-M~A~M·-'J~j~~~O~N-rb-J~'~~M~~~1.982 I 1.9B3 , 1.964

PRIM. VERÃO OUT. IH'/. PR:M VERÃo OUT. Ir/V.

Épocos d'3 bonhos corropoticidos

1 1 I : 1 L+140

120

2o 100c.goo 00

'"-o.Q

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! 40

20

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t I I II I , !

i N I o I J i r i .i' t.. i M i J i J i A I s...•

Figuro 1. Dados climóticos, {p0CO' de banhos carropoticidos e dodos observado,de infestocóo no:urdl, nos oito épocas estudados

próprio pasto, o que reduz os problemasnutricionais peculiares a esta época.

Verificando a curva de pluviosidadee de temperatura e. comparando-a com a deinfestação, parece bem de acordo coma ve-rificação de RAWLINS (1979), de que as al-tas precipitações precedem altas infesta-ções na Jamaica. Assim, no verão de 1983ocorreram fortes precipitações seguido de

umoutono bas tante infes tante, o I1ESIronãoacontecendo com o ano seguinte de 1984,comchuvas mais escassas e a infestação secolocando abaixo do ano anterior e da in-festação de verão.

A baixa infestação de primavera, ~hora com boas condições de umidade e tem-

peratura, parece estar ligada à pequenapopulação de carrapatos nos pastos, emconseqüência de ser o inverno urna época

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crítica a estes parasitos, de rrodo quepoucas teleóginas férteis constituem mãesdas prirreiras gerações da primavera. Cemodecorrer dos meses, mais e mais teleóginasse desprendem ingurgitadas dos animais evão provocando um crescirrento populacionaltal, que as infestações de verão e outonose tornam bastante elevadas. No final dooutono cem a redução da temperatura eprincipalmente da umidade, reduz-se a p0-

pul.ação de carrapato, que não encontram,no presente rebanho, caro parece ocorrerem manejos extensivos, animais enfraqueci-dos pela baixa qualidade nutricional daspastagens, que pennitam o ingurgitarrentoe queda de grande número de teleóginasférteis, causando baixas infestações no

inverno.

Desta forma, não se conr rrnou, nopresente trabalho, as observações citadaspor VIILARES(1941) de que nas ocasiõesdas secas do inverno, o gado é mais inten-sarrente parasitado em São Paulo, do que emoutras épocas do ano.

As novilhas que fizeram parte dopresente trabalho eram 1 ano a 320 kg depeso, que ocorre por volta de 2 ~os deidade. O estudo do efeito da idade ·emdiascaro covariável em seus efeitos linear,quadrático e cúbico, na infestação naturalde carrapato, dermnstrou não ser esta ca-racterística importante do ponto de vistaestatístico, conforme está no quadro 2.Tal fato está de acordo cem a maioria dostrabalhos australianos, SEIFERr (1971) elITECH et alii (1978), que têm sementeapontado em alguns trabalhos diferenças desusceptibilidade em vacas mais velhas evacas em Iactação, que não é o caso dopresente trabalho .

• GUARAGNA, G. P. et alii, 1988. Informação pessoal.

A inexistência do efeito de idadenesta fase de recria, propicia facilidadesem estudo desta natureza, pennitindo tra-tar experirrenta1rnente da rnesma forma, no-

vilhas cem razoáveis variações etárias.

MADALENAet alii (1985), trabalhandocem novilhas e vacas mestiças no Vale doParaíba fluminense, também concluíram quea idade, além de outras característicascaro: dias de prenhez e dias de lactação,não afetaram significativarrente a contagemde fêmeas de carrapato semi-ingurgitadas.A conclusão destes autores, de que a ine-xistência do efeito de idade sugere que asnovilhas já tinham desenvolvido o nívelpotencial de resistência, parece ser bas-tante acertada para o presente trabalho.

A média de 49,58 teleóginas por ani-

mal é inferior a descrita por VllIA~S(1941) para a mesma Estação Experizent.al ,que foi de 92,91. No entanto, aquele autorestudou a infestação por fêmeas do carra-pato cem canprimento maior que 4 mme não4,5 mmcaro no presente trabalho, fez con-tagem no corpo todo e utilizou animais dasraças Holandesa e Schwyz, sendo que a pri-meira é canprovadarrente mais susceptívelao carrapato que o gado Mantiqueira, con-forme, GUARAGNAet al iiw,

O efeito de touro observaao no qua-dro 2, mostrou-se altarrenté significativo,o que significa que as progênies dos 12diferentes touros se coapor taram diferen-temente quanto a res i.stencxa ou suscepti-bi.Iadade,

Estas diferenças entre as progen~essão de origem genética aditiva, pois asmeio-irmãs filhas de um determinado tourotêm em CaIlJIll1/4 oarte do genótipo do pai,

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que emúltima análise é o que causa as di-ferenças entre as progênies.

A porcentagem da variância genéticaem relação à variância total, ou seja, aherdabilidade da característica, estimadapela fórrrul.a anteriorrrente descrita e orespectivo erro-padrão foi de 0, 186! 0, 121.Tal valor está abaixo do encontrado porHEWETSON(1968), para o Australian MilkZebu (AMZ)- h2 = 0,28 a 0,42 - que utili-zou o rresrm rrÉtodo da correlação entreneio- imãs paternas, mas em infestação ar-tificial. No entanto, a estimativa aquiobtida está bastante próxima à relatadapor ~ADALENAet alii (1985), de h2 = 0,201± 0,064, com a rresma rretodologia, dentroda mesma região, porém com progênies detouros Holandeses e vacas de diferentesCompoSlÇoeSgenéticas entre o Holandêsverrrelho e branco e Guzerá.

o erro-nadrão da presente estimativafoi relativarrente alto, o que permi.te de-duzir que a verdadeira participação dos

efeitos genéticos aditivos na caracterís-tica pode estar bem acima ou abaixo da oraestimada. Contudo, a se confirmar o pre-sente valor, zrandes esforços terão queser feitos para rrelhorar geneticarrente orebanho para resistência ao carrapato,através da seleção de novilhas em infesta-ção natural. Anreciáveis ganhos, contudo,podem ser alcançados selecionando vacaspara mães de touro. dado que, por serem umnúmero restrito, pode-se usar um diferen-cial de seleção bemmaior do que o propor-cionado por um simples descarte de fêrreas

muito susceptíveis.

Embora, SUTHERSTet alii (1979), te-nham encontrado alta correlação entre ln-festações naturais e artificiais na Aus-trália, mais estudos devem ser feitos emnossas condições, com infestação artifi-cial, que poderia evitar mri.tas interfe-rências de rreio , que poderiam nos estarproporcionando rrenores estimativas de her-dabí.Lí.dade, que não ocorram naquelas

condições.

CONCLUSÕES

O estudo da infestação natural denovilhas Mantiqueiras par fêmeas de carra-patos semi-ingurgitactas e ingurgitadas com4,5 a 8 mmde comprirrento, no rreio de cadaestação do ano e tendo sido banhadas 35dias antes, permí.te as seguintes conclu-

sões:

As épocas do ano apresentaram gran-des diferenças quanto à infestação de car-rapato, sendo que verão e outono, princi-palrrente o últirro, foram bem mais ínfes-

tantes do que o inverno e a primavera,

contrariando a crença de que o inverno éuma época de grande incidência de Boophi-lus microplus no Estado de São Paulo.

A variação da idade de 1 a 2 anosdas novilhas do presente estudo, não foicausa importante de variação na infestaçãonatural, o que pressupõe que, nesta faixaetária, já tenham desenvolvido todo o seupotencial de resistência ao carrapato,Boophilus microplus. Tal fato permí.tetratar experirrentalrrente da rresma forma,novilhas comrazoáveis variações etárias.

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As progênies de 12 diferentes tourosMantiqueira apresentaram, quanto à infes-tação natural de carrapato, diferenças al-tamente significativas, que são em partedevidas a efeitos dos genes transmitidospor estes touros. O coeficiente de her~-bilidade (h2), estimado com os dadostransformados para log (contagem + 1) foi

de 0,186! 0,121, sendo de nédia a baixama~itude. ~ esta estimativa pode-se teralgum ganho genét ico , principalnente seaurrentar o diferencial de seleção, o quepode ser mais facilnente conseguido atra-vés da seleção de mães de touros do que dodescarte de novilhas susceptíveis.

SUMMARY: It was studied 610 records of heifers from 1 to 2 yearsold of "Mantiquei-ra" tvpe and born from 12 sires. During 2 years and in the midle of eachseasonof theyear ali heifers had their natural infestation by semi-ingurgitated female tick counted onthe right side of the body. These heifers received a tub bath with chemical products 35davs before each counting. Year effect wasnot significant, but seasoneffect was highlysignificant and the following averageswere: spring = 21.73; summer = 73.75; fali= 93.10; and winter = 9.72%. The ageeffect was not important during the growingperiod for tick infestation. Heritability estimated by paternal half sib correlation was0.186 ± 0.121 with an averageof 49.58 ± 6.48 "tele6ginas" by animal. These resultsdemonstrated that studies of tick infestation must be done during summer and faliseason,regardlessof the ageof the animal, and some genetic gain could be get throughselection of these heifeirs.

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