Bioestatistica

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  • 1. PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MATEMTICA DEPARTAMENTO DE ESTATSTICA BioestatsticaProf. Hlio Radke Bittencourt1. CONCEITOS BSICOS DE ESTATSTICA1.1 Conjuntos de dados. Populao e Amostra1.2 Tipos de variveis1.3 Escalas de mensurao1.4 Estatstica descritiva e inferencial2. ESTATSTICA DESCRITIVA2.1 Tabelas de freqncia simples e cruzadas2.2 Anlise grfica2.3 Medidas de Tendncia Central2.4 Separatrizes2.5 Medidas de Variabilidade3. PROBABILIDADE3.1 Principais conceitos3.2 Variveis aleatrias discretas3.3 Variveis aleatrias contnuas4. AMOSTRAGEM4.1 Conceitos bsicos4.2 Tcnicas de amostragem probabilsticas4.3 Tcnicas de amostragem no-probabilstica5. DISTRIBUIOES AMOSTRAIS E ESTIMAO5.1 Parmetros e Estimadores5.2 Distribuio amostral da mdia5.3 Estimao por ponto e por intervalo de confiana6. TESTES DE HIPTESES6.1 Teste t de Student para uma mdia6.2 Testes t de Student - duas amostras independentes6.3 Testes t de Student - duas amostras pareadas6.4 Teste Qui-quadrado7. CORRELAO E REGRESSO7.1 Coeficiente de correlao de Pearson7.2 Regresso Linear Simples

2. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 2Cap. 1. CONCEITOS BSICOS DE ESTATSTICA1.1 Conjunto de dados. Populao e amostraA Estatstica pode ser definida como o conjunto de ferramentas para coleta,organizao, anlise e interpretao de dados experimentais. O objeto de estudo emEstatstica um conjunto de dados que pode constituir uma populao ou umaamostra.Populao um conjunto finito ou infinito de elementos.Amostra um subconjunto da populao. Geralmente buscamos amostrasrepresentativas. Uma amostra representativa aquela que mantm ascaractersticas da populao.1.2 Tipos de VariveisEm estatstica no trabalhamos diretamente com os elementos que formam o conjuntode dados, mas sim com suas caractersticas. Variveis so caractersticas doselementos que formam o conjunto de dados.As variveis podem ser classificadas em qualitativas ou quantitativas: as variveisqualitativas expressam uma classificao em categorias e, por isso, tambm sochamadas de categricas. As variveis quantitativas expressam quantidades numricase se dividem em discretas e contnuas. As variveis discretas assumem apenasdeterminados valores num dado conjunto enumervel, enquanto as variveis contnuaspodem assumir, ao menos teoricamente, qualquer valor num dado intervalo numrico.Exemplo Listar variveis qualitativas e quantitativas para um pacienteNa prtica todas as variveis so discretas, devido limitao dos instrumentos demensurao. 3. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 31.3 Escalas de MensuraoAs variveis ainda podem ser classificadas de acordo com o nvel ou escala demensurao: Nominal, Ordinal ou Intervalar/Razo.O nvel nominal de mensurao caracterizado por nmeros que apenasdiferenciam ou rotulam as categorias.Exemplos:O nvel ordinal de mensurao envolve nmeros que, alm de diferenciar,hierarquizam as categorias. Tambm so chamadas de escalas Likert em homenagemao americano Rensis Likert que publicou o artigo "A Technique For The Measurement ofAttitudes" em 1932, onde sugeriu escalas de 5 pontos com uma categoria neutra aocentro.Exemplos:O nvel intervalar ou de razo apresenta nmeros que expressam diretamente umaquantidade seguindo uma mtrica. Podemos tranqilamente realizar operaesmatemticas com variveis deste tipo.Exemplos:Figura Resumo dos tipos de variveis e escalas de mensurao 4. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 41.4 Estatstica Descritiva e InferencialA estatstica um conjunto de ferramentas utilizadas para a coleta, tabulao, anlise einterpretao de um conjunto de dados experimentais. A Estatstica pode ser divididaem duas grandes reas: Descritiva e Inferencial.A estatstica descritiva aquela que costumamos encontrar com maior freqnciaem jornais, revistas, relatrios, etc. Essa parte da estatstica utiliza nmeros paradescrever fatos. Seu foco a representao grfica e o resumo e organizao de umconjunto de dados, com a finalidade de simplificar informaes. Nessa categoria seenquadram as mdias salariais, taxas de inflao, ndice de desemprego, etc.A estatstica inferencial consiste na obteno de resultados que possam serprojetados para toda populao a partir de uma amostra da mesma. Ela fundamenta-sena teoria da amostragem e no clculo de Probabilidades. Essa a rea mais importanteda Estatstica.Figura - Esquema geral de um curso de EstatsticaDescritiva EstatsticaInferencial ProbabilidadeAmostragem 5. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 5Cap. 2 ESTATSTICA DESCRITIVA2.1 Tabelas de freqncia simples e cruzadasVamos introduzir o tema de tabelas de freqncia simples construindo tabelas para obanco de dados contrudo a partir de informaes da turmaExemplo 1 GneroTipo sangneo / RhNo de habitantes em seu domiclioAlturaCriar uma tabela de freqncias para cada uma das variveis. Estes exemplos seroconstrudos com dados coletados na sala de aula.Tabelas de freqncia so encontradas em jornais informativos (Zero Hora, Correio doPovo, etc.), relatrios tcnicos, monografias, dissertaes, teses e revistas cientficas.As tabelas de freqncia simples apresentam de forma concisa o nmero deocorrncias (absoluta e relativa) dos valores de uma varivel.Uma tabela de freqncia genrica tem a seguinte configurao: Tabela 1 Tabela de freqncias genrica ixi fi fri 1x1f1fr1 2x2f2fr2 M M M M kxkfkfrk n100,0%A notao utilizada a seguinte:X uma varivel qualquerx um particular valor da varivel Xi um ndice til para enunciar as expresses matemticask o nmero de linhas da tabela 6. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 6Os componentes da tabela de freqncias so:Freqncia absoluta (fi): nmero de ocorrncias do valor xi.Freqncia relativa (fri): percentual de ocorrncias do valor xiAs Tabelas cruzadas apresentam a distribuio de freqncias de duas variveissimultaneamente. As tabelas cruzadas so abundantes em jornais e revistasespecializadas.Exemplo 2 Grupo sangneo e fator Rh.Preencher a tabela abaixo com os dados da turma. Calcule os percentuais em relaoaos totais das linhas.Tabela 2 Distribuio da turma por grupo sangneo e fator Rh. Fator Rh Rh+Rh- TotaisGrupoABABOTotais 7. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 72.2 Anlise GrficaO tipo de grfico adequado para cada varivel depende do tipo de varivel. Segue umarelao de exemplos de variveis e tipos de grficos adequados.Varivel Qualitativa Nominal (com poucas categorias)GRFICO DE SETORES (Pizza ou Torta)Figura Distribuio da turma por sexoBase:Fonte:Varivel Qualitativa Nominal (com muitas categorias):GRFICO DE BARRASFigura Principais causas de morte - EUA Cigarro37,7%Obesidade28,3%lcool9,4% Doenas infecciosas8,5%Armas de fogo 3,3% Doenas venreas 2,8% Acidente de carro2,4% Drogas 1,9% Outras5,7% 0%20%40% 60% 80% 100%Base: ???Fonte: Ie Estatsticas, ano no declarado 8. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 8Varivel Qualitativa Ordinal:GRFICO DE BARRASFigura Avaliao do atendimento da equipe de enfermagem por parte dos pacientes timo25%Muito Bom35%Avaliao Bom 20%Regular8%Ruim5% Pssimo 2%0% 10% 20%30%40% %Base: 100 pacientes.Fonte: Dados fictcios.Varivel Quantitativa DiscretaGRFICO DE COLUNASFigura Nmero de pessoas por domiclioBase:Fonte: 9. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 9Varivel Quantitativa ContnuaHISTOGRAMAFigura Distribuio de uma turma por altura 10 8 6 4Freqncia 2 0150,0 160,0 170,0 180,0 190,0 200,0Altura (cm)Base: 20 observaesFonte: Alunos de uma turma de Estatstica I. Grfico construdo no software SPSS.Exerccio Construir um Histograma para os dados de estatura da nossa turma. 10. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 102.3 Medidas de Tendncia CentralSo valores que trazem informao sobre a regio em torno da qual os dados estoposicionados. As medidas de tendncia central mais utilizadas so: Mdia, Mediana eModa.2.3.1 Mdia Aritmtica ( , X )A mdia aritmtica definida como a soma de todas observaes da varivel X,dividida pelo nmero de elementos do conjunto de dados. Freqentemente a mdiaaritmtica o valor que melhor representa um conjunto de dados.Quando os dados no esto organizados na forma de uma tabela de freqncias e,portanto, esto na forma isolada, as expresses genricas para encontrar a mdiaso: PopulaoAmostra N n xi x i= i =1X = i =1NnQuando os dados esto organizados na forma de uma tabela de freqncias deve-seponderar os diferentes valores xi pelas respectivas freqncias fi. Procedendo destaforma o clculo da mdia aritmtica torna-se mais simples e rpido. PopulaoAmostrakk x i fix i fi= i =1X = i =1NnExemplo 3 Nmero de pessoas que mora em nosso domiclioCalcular a mdia aritmtica para o exemplo do nmero de pessoas que mora nodomiclio. 11. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 112.3.2 Mediana (Md)A mediana o valor que divide o conjunto de dados ordenado em duas partes comigual nmero de observaes. Para calcular a mediana iremos utilizar uma novanotao. Seja x[1] , x[ 2 ] , K, x[ n ] um conjunto de dados ordenado (ordem crescente),onde o valor entre colchetes representa a posio no conjunto ordenado.Deduzindo a posio mediana: n mpar n par n Fila Md nFilaMd 3 4 5 6 7 8As expresses genricas para encontrar a mdia so: n mpar n parQuando os dados esto organizados na forma de uma tabela de freqncias pode-seencontrar a posio mediana na coluna acumulada Fi.Exemplo 4 Nmero de pessoas que mora em nosso domiclioEncontrar a Md para o exemplo do nmero de pessoas que mora no domiclio. 12. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 122.3.3 Moda (Mo)A moda definida como o valor mais freqente de um conjunto de dados. possvelque o conjunto seja bimodal (duas modas) ou at mesmo multimodal (trs os maismodas).Mo = {xi } com maior f iExemplo 5 Nmero de pessoas que mora em nosso domiclioEncontrar a Mo para o exemplo do nmero de pessoas que mora no domiclio.Consideraes IMPORTANTES sobre as MTC1. A mdia a MTC mais influenciada por valores extremos, entretanto a medidamais rica, porque considera todos valores do conjunto de dados.2. A mediana no afetada por valores extremos.3. A moda a MTC mais pobre, porque considera apenas os valores mais freqentes.4. Existem outros tipos de mdia usadas em ocasies especiais. A mdia harmnica muito utilizada em concursos pblicos e a geomtrica pode ser usada em situaes dealta variabilidade, visto que ela mais estvel. Discutiremos isto em aula. Mdia harmnicaMdia geomtrica nXh = nX G = n x1 x 2 K x n 1xi =1 iPode-se estabelecer a seguinte relao entre as mdias: Xh XG X 13. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 132.4 SeparatrizesSo valores que separam o conjunto de dados ordenado em partes com igual nmerode observaes.A Mediana , portanto, uma separatriz porque divide o conjunto de dados em duaspartes iguais.Min |------------------------|------------------------| Mx MdOs Quartis (Qi) dividem o conjunto de dados em 4 partes iguais.Min |------------------------|------------------------| MxOs Percentis (Pi) dividem o conjunto de dados em 4 partes iguais.Min |------------------------|------------------------| MxExemplo 6 Boletim de Desempenho do Provo do MECExemplo 7 Distribuio de Renda no Rio Grande do SulA rgua de percentis a seguir apresenta a distribuio de salrios para a populaourbana em idade economicamente ativa no ano de 1999.R$ 238,00R$ 400,00R$800,00 R$ 1500,00|-------------|-------------|-------------|---------|---|P25 P50 P75 P90 14. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 142.5 Medidas de VariabilidadeSo medidas que complementam as MTC trazendo informao sobre a dispersoexistente no conjunto de dados. Para introduzi-las vamos recorrer a um exemplo ondetemos trs diferentes equipes de vlei, onde a varivel X investigada a estatura dosatletas (em cm). Todas equipes tm seis atletas titulares.Exemplo 8 Entendendo as Medidas de VariabilidadeTabela Medies de presso arterial sistlica (mmHg) em trs pacientes Paciente A Paciente B Paciente C120118 120120121 100120124 135120117 155120120 12012012090 Mdia ( X ) Moda (Mo) Mediana (Md)Questes1 O que aconteceu com as MTC na tabela acima?2 Os trs pacientes so iguais em relao a distribuio das PA Sistlica?3 O que diferencia um paciente do outro?A partir de agora aprenderemos a calcular medidas capazes de quantificar avariabilidade existente num conjunto de dados 15. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 151.4.1 Amplitude (R, do termo Range) a diferena entre o maior e o menor valor de um conjunto de dados.R = mx{xi } mn{xi }Calcular R nos trs pacientes do Exemplo 8.1.4.2 Varincia (2 , s 2)A varincia uma medida da variao em torno da mdia. Por definio,varincia a mdia dos quadrados dos desvios em torno da mdia.Populao Amostra (x X)N n (x )2 2 i i2 =i =1s2 = i =1 Nn 1A varincia, ao contrrio da Amplitude, considera todos elementos do conjunto dedados no seu clculo. Quanto maior for a variao dos valores do conjunto de dados,maior ser a varincia.Quando os dados esto organizados na forma de uma tabela de freqncias, deve-se ponderar os quadrados dos desvios pela freqncia. Esse procedimento facilita oclculo.Populao Amostra (x X ) fik k (x ) fi 22ii2 = i =1s2 = i =1 N n 1Calcular s2 nos trs pacientes do Exemplo 8. 16. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 161.4.3 Desvio-padro (, s)O desvio-padro a raiz quadrada positiva da varincia. Essa medida corrige oproblema de unidade que surge na varincia. O desvio-padro tambm umamedida da variao em torno da mdia. Populao Amostra = 2 s = s2O desvio-padro expressa a variao mdia do conjunto de dados em torno da mdia,para mais ou para menos.Calcular s nos trs pacientes do Exemplo 8.1.4.4 Coeficiente de Variao (CV)O CV a razo entre o desvio-padro e a mdia de um conjunto de dados. Ele expressaa variao relativa (%) presente no conjunto de dados em relao mdia. PopulaoAmostrasCV = 100% CV = 100% XQuanto maior o CV, mais heterogneos sero os dados.Calcular o CV nos trs pacientes do Exemplo 8. 17. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 17Consideraes sobre as Medidas de Variabilidade (MV)1. A Amplitude a MV mais pobre, porque considera apenas os dois valoresextremos do conjunto de dados.2. A Varincia no interpretada na prtica devido ao problema da unidade, que estao quadrado.3. O Desvio-padro a MV mais conhecida, sendo amplamente utilizada.4. Dentre as MV estudadas, sugere-se que o CV seja utilizado para comparao davariabilidade entre diferentes conjuntos de dados. Por no ter unidade, o CV pode serutilizado at mesmo para comparar a variabilidade entre variveis expressas emdiferentes unidades.Curiosidade I III Consenso Brasileiro de Presso Arterial AdultosA presso arterial para adultos pode ser categorizada de acordo com a seguinte tabela.Portanto, a medida quantitativa contnua pode ser transformada em qualitativa ordinal. ADULTOS (MAIORES DE 18 ANOS)Presso Arterial (mmHg) SistlicaDiastlica Categoria < 130 < 85Normal 130-139 85-89 Normal Limtrofe 140-159 90-99 Hipertenso Leve (estgio 1) 160-179100-109Hipertenso Moderada (estgio 2) > 180 > 110 Hipertenso Severa (estgio 3)> ou= 210> ou=120Hipertenso Muito Severa (4) > 140 < 90Hipertenso Sistlica IsoladaFonte: http://www.cdof.com.br/avalia4.htm 18. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 18Exemplo 9 APGARLogo que nascemos somos avaliados numa escala de 1-10 pontos no 1o e no 5o minutode vida. Os dados abaixo mostram os resultados obtidos em 10 recm-nascidos. Apgar 1 Apgar 5Beb 18 9Beb 24 8Beb 38 9Beb 48 9Beb 53 8Beb 68 9Beb 78 9Beb 84 9Beb 99 9Beb 10 7 9a) Encontrar as MTC para Apgar 1 e Apgar 5, separadamente.b) Encontrar as MV para Apgar 1 e Apgar 5, separadamente.c) Comente os resultados em termos de MTC e de Varabilidade.CURIOSIDADE II - Como funciona o APGARO APGAR o primeiro escore que recebemos em nossa vida, logo aps o nascimento(1o e 5o minuto de vida). Foi desenvolvido em 1952 por anestesiologista Virginia Apgar,sendo utilizado at os dias de hoje.Tabela - Clculo do Apgar Pontos01 2Freqncia cardaca Ausente 100bpmRespiraoAusente Fraca, irregular Forte, choroTnus muscularFlcido Flexo de pernas e braosMovimento ativo, Boa flexoCor Ciantico, Plido Cianose de extremidadesRosadoIrritabilidade Reflexa AusenteAlgum movimentoEspirros, ChoroFonte: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?254 19. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 19Exemplo 10 Nmero de Pr-Natais realizadosOs dados a seguir apresentam o nmero de exames pr-natais realizados numaamostra de 21 mulheres cujos partos (normais) foram realizados num determinadohospital.7 56 69465866 55 810 95577 7a) Qual a varivel X deste exemplo.b) Construir uma tabela de freqncias para a varivel X.c) Encontrar e interpretar as MTC.d) Calcular as Medidas de Variabilidade.Mais exerccios sobre o Captulo 1 na LISTA DE EXERCCIOS. 20. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 20Cap. 3 Probabilidade3.1 Principais conceitosProbabilidade o ramo da matemtica que trata de fenmenos aleatrios. Aobservao de um fenmeno aleatrio por parte do homem chamada deexperimento aleatrio.Caractersticas de um experimento aleatrio:1) No se conhece um particular valor do experimento antes dele ser executado,porm podemos descrever todos os possveis resultados - as possibilidades;2) Quando o experimento repetido algumas vezes, os resultados ocorrem de umaforma aparentemente acidental. Mas quando o nmero de repeties aumenta, umaregularidade aparecer. E esta regularidade que torna possvel construir um modelomatemtico til para anlise do experimento.Exemplos de fenmenos aleatrios:1) Condies meteorolgicas2) Produo de arroz anual numa cidade3) Resultado de uma cirurgia4) Lanamento de uma moeda5) Resultados de loteriasExemplos de experimentos aleatrios:E1: Jogue um dado e observe o n. na face de cima.E2: Jogue uma moeda 3 vezes e observe o nmero de caras obtido.E3: Jogue uma moeda 3 vezes e observe a seqncia de caras e coroas obtida.E4: Uma mulher est grvida de gmeos. O sexo dos bebs ser verificado.E5: Numa propriedade com 100 rvores da espcie araucria angustiflia o nmero dervores que apresentam um determinado parasita verificado.E6: A temperatura de um paciente verificada pela enfermeira.Nos seis exemplos anteriores no somos capazes de precisar o resultado, entretantoconseguimos listar os possveis resultados.Espao amostral de um experimento aleatrio o conjunto de todos os resultadospossveis do experimento. denotado por S ou . 21. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 21Exemplos de espaos amostrais relacionados aos experimentos anteriores.S1 =S2 =S3 =S4 =S5 =S6 =Um evento um subconjunto de S. Em particular, S e (conjunto vazio) so eventos;S dito o evento certo e o evento impossvel.Exemplo de eventos no lanamento de um dadoS = {1,2,3,4,5,6}A: ocorre um n. parA = {2,4,6}B: ocorre a face 6B = {6}C: ocorre um n. maior que 6C=D: ocorre n 6 ou n parD = {2,4,6}E: ocorre n par ou n mparE = {1,2,3,4,5,6} = S possvel realizar operaes com eventos que nada so do que operaes comconjuntos j estudadas no Ensino Fundamental.Operaes com eventosSejam A e B dois eventos associados a um espao amostral S.1) Unio: AB A ocorre ou B ocorre ou ambos ocorrem2) Interseo: AB A ocorre e B ocorre3) Complementar: Ac ou A no ocorre A 22. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 22Duas definies importantes:1) Dois eventos A e B so excludentes ou mutuamente exclusivos se a ocorrnciade um impedir a ocorrncia de outro. Em outras palavras, no podem ocorrersimultaneamente.2) Eventos ou resultados equiprovveis tm a mesma probabilidade de ocorrncia.Exemplo Lanamento de um dado e uma moeda, ambos honestosEscreva o espao amostral. Os resultados so todos equiprovveis? Qual aprobabilidade de um particular par (x,y) ser selecionado. Assinale os seguintes eventos:3.1.1 Conceitos de probabilidade Conceito AxiomticoSeja A um evento de S. A probabilidade de ocorrncia de A, denotada por P(A), deversatisfazer os seguintes axiomas (propriedades fundamentais):Axioma 1: 0 P(A) 1Axioma 2: P(S) = 1 Conceito clssicoEsse conceito s vlido se todos resultados de S forem equiprovveis. Para casosassim a probabilidade de ocorrncia do evento A obtida por:n( A) P ( A) = n(A) o nmero de resultados favorveis ao evento ATotal ( S )Total (s) o nmero total de resultados em SExemplos Conceito clssico1) Mega-sena, Lanamento de moedas e dados honestos. 23. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 23 Conceito freqentistaEsse conceito s vlido se todos resultados de S forem equiprovveis. Para casosassim a probabilidade de ocorrncia do evento A obtida por:1) O experimento repetido n vezes.2) Observa-se a freqncia relativa de ocorrncia de um certo resultado A: n( A)fr(A) =, onde n(A) o n de vezes em que ocorre o resultado A em n realizaes ndo experimento.3) Probabilidade como limite. A medida que n aumenta, a fr(A) converge para a realprobabilidade P(A).Exemplos Conceito freqentista1) Verificando se um dado honesto.2) Encontrando a probabilidade de ocorrncia de um acidente areo.3) Qual a probabilidade de uma criana nascer com Sndrome de Down ?3.1.2 Probabilidade CondicionalA probabilidade de ocorrncia de um evento pode ser influenciada pela ocorrncia deum evento paralelo. Considere que A e B so eventos de um mesmo espao amostral S.Chamaremos de P(A|B) a probabilidade de ocorrncia do evento A dado que o eventoB j ocorreu.Graficamente:Olhando para o desenho podemos estabelecer as seguintes relaes:P(A|B) =P(B|A) = 24. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 24Exemplo Escolhendo algum na sala de aulaSuponha que um aluno da turma ser sorteado. Aps saber o resultado o professor fazalgumas perguntas utilizando probabilidade condicional.Exemplo Tcnica cirrgica e ResultadoResultado TcnicaSucesso FracassoTotalA30 50 80B60 40 100C50 50 100Total 140 140280Resolver as seguintes probabilidades:3.1.3 IndependnciaDois eventos A e B so considerados independentes se a ocorrncia de um nointerfere na probabilidade de ocorrncia do outro:P(A|B) = P(A)e P(B|A) = P(B)Isolando a interseco na expresso de probabilidade condicional obtemos:P(AB) = P(A) x P(B)Esse conceito fundamental para aplicaes em Estatstica.Exemplo - Uma mulher decide ter dois filhos numa localidade onde a probabilidade deser menino estimada em 51%. 25. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 25Exemplo Tendo certeza de uma gravidezUma jovem suspeita que est grvida e decide comprar trs diferentes testes degravidez em farmcias. As marcas escolhidas foram A, B e C. As probabilidades dosexames indicarem falso-positivo so de 3%, 5% e 6%, respectivamente, enquanto asprobabilidades de falso-negativo so de 1%, 2% e 4%, respectivamente. a) Se a jovem realmente est grvida, qual a probabilidade dos trs examesconfirmarem a gravidez? b) Se a jovem no estiver grvida, qual a probabilidade dela levar um susto compelo menos um dos exame resultando positivo.Exemplo Prole de SEIS filhos fcil construir o espao amostral e calcular as probabilidades de se ter ZERO, UM,DOIS, TRS, QUATRO, CINCO ou SEIS filhas meninas numa prole de seis filhos?Assume que a probabilidade de ser menino seja de 51%.3.2 Variveis aleatrias discretas Distribuio BinomialO exerccio acima pode ser resolvido pela Distribuio Binomial. Sempre que umexperimento que assume apenas dois possveis resultados em cada repetio forrepetido n vezes e que a probabilidade de sucesso constante em cada repetiopodemos modelar o nmero de sucessos pela distribuio Binomial.X = nmero de sucessos, variando de 1 at np = probabilidade de sucesso em cada repetio1-p = probabilidade de fracasso em cada repetion = nmero de repetiesExpresso genrica da Binomialn!P( X = x) = p x (1 p) n xx!(n x )! 26. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 26O nmero esperado ou esperana de sucessos na distribuio Binomial facilmenteencontrado. Intuitivamente, responda as perguntas a seguir:1) Se lanarmos uma moeda honesta 100 vezes, qual o nmero esperado de caras?2) Se lanarmos um dado 600 vezes, qual o nmero esperado de faces 5.3) No exemplo da prole de 6 filhos, qual o nmero esperado de meninos?E( X ) = n p3.3 Variveis aleatrias contnuas3.3.1 ConceitosAs variveis contnuas podem, ao menos teoricamente, assumir qualquer valor numintervalo numrico. Sendo assim fica impossvel representarmos variveis contnuas damesma forma que as variveis discretas.ImportanteAs variveis contnuas so representadas por curvas, chamadas de funodensidade de probabilidade, e a rea sob essa funo representa a probabilidade deocorrncia. Nas variveis contnuas no existe a probabilidade de ocorrncia de umvalor exato, mas sim de intervalos.A funo densidade de probabilidade, denotada por fx(x), a funo que indica ocomportamento probabilstico da varivel aleatria contnua X. A funo densidade deprobabilidade dever satisfazer as seguintes condies:a) f(x) 0, para todo x R.b) rea total sob a curva deve ser igual a 1.A rea sob a curva fx(x) nos informa a probabilidade de ocorrncia de valores davarivel X. 27. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 27Supondo que o grfico acima represente a funo de probabilidade de uma varivelaleatria X. Como sabermos a probabilidade de ocorrncia de valores entre a e b ?Exemplo Tempo para realizao de uma cirurgia (Distribuio Uniforme)O tempo de realizao de uma cirurgia igualmente provvel de ocorrer entre 60 e 120minutos.a) Esboce graficamente a funo densidade de probabilidade para X = tempo decirurgia.b) Calcular a probabilidade de levar mais de 90 minutos para terminar a cirurgia. 28. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 283.3.2 A Distribuio Normal ou Curva de GaussA distribuio Normal ou Gaussiana , sem dvida, o modelo probabilstico maisconhecido. Vrias tcnicas estatsticas necessitam da suposio de que os dados sedistribuam normalmente para serem utilizadas. Na natureza uma grande quantidade devariveis apresentam tal distribuio.Uma v.a.c. X tem distribuio normal com parmetros e se sua funo densidadede probabilidade dada por:( x )2 1f (x ) =e , x , 2 2 2onde e so parmetros,- < < + ; > 0Notao X N(,) X tem distribuio Normal com mdia e desvio-padro .Os parmetros da Normal so a mdia e o desvio-padro, que permitem infinitas curvasnormais com diferentes formatos (mas sempre simtricas). O grfico da fX apresentado a seguir: 29. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 29A distribuio Normal, independentemente dos valores dos parmetros,apresentasempre a seguinte relao:Entendendo os parmetros da Normal:A mdia informa o centro da distribuio. um parmetro de locao.O desvio-padro informa o formato da curva. f(x) f(x)f(x)-10 -50 5 10-100 10-10 -50 5 10 Valores de X Valores de XValores de XOs clculos integrais envolvendo a distribuio Normal so bastante complicados.Felizmente, veremos a seguir uma relao que facilita muito nossa vida. 30. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 30Exemplo Aplicao prticaA altura de mulheres adultas no RS segue uma distribuio Normal com mdia de165cm e desvio-padro de 6cm.a) Qual a probabilidade de uma mulher ter entre 159 e 171cm?b) Qual a probabilidade de uma mulher ter entre 153 e 177cm?c) Qual a probabilidade de uma mulher ter mais de 177cm?d) Qual a probabilidade de uma mulher ter menos de 180cm?Distribuio Normal-padro ou Normal reduzidaSeja X uma varivel aleatria normalmente distribuda com quaisquer parmetros mdia e desvio-padro . Se realizarmos a seguinte transformao obteremos uma novavarivel Z com mdia 0 e desvio-padro 1:X X N(,)Z=Z (0,1) Qualquer varivel com distribuio Normal pode ser padronizada para aNormal. A distribuio Normal padronizada (Z) tabelada.O valor de Z indica quantos desvios acima ou abaixo ns estamos em relao mdia.Exemplo Aprendendo a usar a tabela1) Calcule:a) P(Z < 1,24) =b) P(Z < 1,67) =c) P (Z > 2,12) =d) P( -1,96 < Z < 1,96) = 31. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 31Cap. 4. - Amostragem4.1 Conceitos BsicosAmostragem o nome dado ao conjunto de procedimentos e tcnicas para extraode elementos da populao para compor a amostra. O objetivo da amostragem obteramostras representativas das populaes em estudo. Um Censo seria a investigao dapopulao completa.Por que trabalhar por amostragem?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________A frao de amostragem a razo entre o tamanho amostral e o tamanhopopulacional. No existem regras fixas para tamanho de amostra, ou seja cada casomerece um cuidado especial. Frases como 20% da populao ideal, quase sempreno so verdadeiras.As tcnicas de amostragem se dividem em: probabilsticas e no-probabilsticas.As tcnicas probabilsticas so aquelas onde todos elementos da populao tm umaprobabilidade no nula de seleo. Nas tcnicas no-probabilsticas no podemosgarantir que todos elementos tm probabilidade de serem selecionados para a amostra.4.2 Principais tcnicas de amostragem probabilsticaGeralmente as tcnicas probabilsticas produzem melhores resultados do que as noprobabilsticas. A seleo dos elementos envolve obrigatoriamente a utilizao de algumdispositivo aleatrio para seleo das unidades amostrais.Exemplo de dispositivos aleatrios: 32. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 324.2.1 Amostragem Aleatria Simples (AAS)Apesar de ser uma forma extremamente simples de seleo de elementos dapopulao, considerada uma das melhores tcnicas de amostragem.Na AAS cada elemento da populao tem igual probabilidade de seleo e opesquisador no introduz nenhum vcio no processo.Etapas:1) Enumerar a populao de 1 at N.2) Sortear n nmeros no intervalo de 1 at N. Caso haja nmeros repetidos, sortearnovamente mais alguns valores.Probabilidade de seleo de um elemento na AAS:Nmero de amostras possveis SEM reposio:Nmero de amostras possveis COM reposio:Exemplo 23 Amostra n=2 da populao N=5Verificar quantas amostras so possveis COM e SEM reposio da populao detamanho 5 verificando tambm as probabilidades de seleo de cada unidade. A BCD E 33. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 334.2.2 Amostragem EstratificadaNa Amostragem estratificada a populao dividida em subpopulaes ou estratos deforma que N1 + N2 + ... + NK = N.Um tamanho amostral n repartido proporcionalmente entre os estratos, respeitandoas fraes Ni / N. Depois de estabelecidos o valor de ni, procede-se uma seleoaleatria dentro de cada estrato.Exemplo 24 Amostra estratificada na regio sulDividir proporcionalmente uma amostra de 1300 pessoas em trs estratos,correspondentes aos trs estados da regio sul.iEstado Pop. %Amostra1 Rio Grande do Sul9.637.6822 Santa Catarina 4.875.2443Paran9.003.804Total 23.516.7304.2.3 Amostragem SistemticaA amostragem sistemtica inicia com o clculo do intervalo de amostragem f=N/n.Depois, selecionamos um nmero entre 1 e f e vamos indo sistematicamente de f em felementos, at o final.A amostragem sistemtica til quando temos cadastros impressos que estoordenados segundo algum critrio que nada tem a ver com os interesses da pesquisa.Exemplo 25 Escolhendo 8 leitos de um total de 40 Planta de leitos de um andar1 11 21 312 12 22 323 13 23 334 14 24 345 15 25 356 16 26 367 17 27 378 18 28 389 19 29 391020 30 40 34. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 344.3 Principais tcnicas de amostragem no-probabilsticaA falta de cadastros, inacessibilidade toda populao, pressa ou ainda muitos outrosfatores, levam os pesquisadores a utilizar tcnicas no-probabilsticas. Veremosrapidamente algumas tcnicas encontradas na literatura.4.3.1 Amostragem por quotasUm dos procedimentos mais comuns onde o pesquisador estabelece quotas de acordocom a distribuio populacional, distribui os pesquisadores de forma geograficamenteestruturada e cumpre as quotas de forma intencional.Exemplo 26 Pesquisa eleitoralEstabelecer as quotas de amostragem (n=800) a partir da distribuio populacionalabaixo. SexoClasse SocialMasculinoFeminino Total A-B 1.082.5381.122.2232.204.761 C 1.257.1401.303.2272.560.367D-E 1.152.3791.194.6252.347.004 Total 3.492.0573.620.0757.112.132Dados estabelecidos a partir dos dados TRE-2000 (No de eleitores)Classificao da classe social segundo critrios da ABIPEME-19964.3.2 Amostragem por correspondncia4.3.3 Amostragem por trfego4.3.4 Amostragem intencional 35. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 35Cap. 5. - Distribuies Amostrais e Estimao5.1 Parmetros e EstimadoresO que inferncia estatstica ?Inferir consiste na retirada de informaes para TODA populao baseando-se numaamostra da mesma. Chamamos de parmetros as quantidades populacionais e deestimadores as funes de dados amostrais que iro gerar as estimativas para osparmetros populacionais.Tabela - Exemplos de parmetros e seus respectivos estimadores Parmetros EstimadoresMdia populacionalMdia amostral XDesvio-padro populacionalDesvio-padro amostral sProporo populacionalProporo amostralp pH dois tipos de estimao de parmetros: a estimao por ponto e por intervalo.Tambm existe uma outra forma de inferncia estatstica muito utilizada em situaesprticas: os testes de hipteses.5.2 Distribuio Amostral das MdiasA base da estatstica inferencial o TEOREMA DO LIMITE CENTRAL.O teorema diz que se extrairmos TODAS as possveis amostras de tamanho n de umapopulao de tamanho N a distribuio das mdias amostrais X tende a se distribuircomo uma curva Normal com mdia igual ao parmetro e desvio-padro n .Exemplo Populao de tamanho N = 5Considere a seguinte populao de cinco elementos e X = Idade (anos)2030 405060 70A BC D EF a) Quais so os parmetros populacionais? b) Quantas amostras diferentes de tamanho n=2 podemos extrair da populao? 36. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 36Exemplo Selecionando uma amostra na sala de aulaSuponha que seja necessrio selecionar uma amostra de n=5 alunos da turma pararepresentar a nossa turma numa reunio na reitoria. Qual o nmero de amostraspossveis de serem selecionadas?Exemplo Populao com mdia 0,5Considere uma populao infinitamente grande com mdia = 0,5 . Vamos avaliar asdistribuies amostrais da mdia amostral X com n = 30 e 300.2,03,5 3,01,52,5 2,01,0 1,50,51,0 0,5--00,2 0,4 0,60,8 10 0,2 0,4 0,60,81 Mdias amostraisMdias amostraisn = 30 n = 300Percebemos claramente que com o aumento do tamanho amostral a distribuio de Xfica cada vez mais concentrada em torno do parmetro . Isso quer dizer que, quantomaior amostra maior a possibilidade de acerto.RESULTADOX tem distribuio Normal com Mdia = eDesvio-padro = n 37. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 375.3 Estimao por ponto e por intervalos de confiana5.3.1 Estimao por pontoVisa estimar o valor do parmetro atravs de estimativas pontuais (nicas). A vantagem ser de fcil interpretao e rpida, mas a probabilidade de acerto na mosca praticamente nula, pois os estimadores podem ser encarados como variveis aleatriascontnuas.Exemplo World Trade CenterUm ms aps o ataque ao WTC de NY perguntamos a 1000 americanos, escolhidos demaneira aleatria, se esto com medo de viajar em vos domsticos em territrioamericano.Se 852 pessoas da amostra afirmam estar com medo, podemos estimar que 85,2% dosamericanos esto com medo de viajar de avio aps os ataques terroristas de11/Set/2001.5.3.2 ESTIMAO POR INTERVALO DE CONFIANAConsiste em cercar o valor da estimativa pontual por uma regio cuja probabilidade deconter o verdadeiro parmetro seja conhecida.NOTAES que sero utilizadas a partir de agora (alfa) = nvel de significncia1 - = nvel de confianat = valor da distribuio t de Student com n-1 graus de liberdade e rean 1;22direita. z = valor da distribuio normal padro com rea direita. 2 2 38. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 381o ) Intervalo de Confiana para (terico)Conhecendo o teorema do limite central podemos construir intervalos de confiana paraa mdia populacional. Para isso basta cercarmos a estimativa pontual X por umintervalo cuja probabilidade de conter o parmetro seja conhecida. N nI.C. para com 1- de confiana = X z 2n N 1 Na frmula de IC acima percebemos a presena de um parmetro (). Se estamosprocurando um intervalo de confiana para porque NO conhecemos . praticamente impossvel conhecermos e no conhecermos . Por isso esse resultadoacaba sendo INTIL na prtica.2o ) Intervalo de Confiana para (prtico)Ao substituirmos o parmetro por seu estimador s , a distribuio amostral de Xdeixa de ter uma distribuio Normal e passa a ter uma distribuio t de Student. Destaforma os Intervalos de confiana podem ser utilizados em situaes prticas. sN nI.C. para com 1- de confiana = X t n 1,2n N 1 N nObs: O fator de correo omitido em caso de populaes infinitas. O EXCEL N 1simplesmente ignora esse fator de correo.Exemplo:Numa amostra de 121 paciente hgidos, a taxa mdia de glicemia foi de 135mg/dl comum desvio-padro de 13,69mg/dl.Construir um IC 95% para a verdadeira taxa de glicemia desta populao. Ignore ofator de correo.s I.C. 95% para = X t n 1, 2n 39. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 39O EXCEL constri Intervalos de Confiana sem o fator de correo com o comandoEstatsticas Descritivas que fica dentro da opo Anlise de Dados no MenuFerramentas. Para incluir essa opo deve-se ir at Ferramentas Suplementos eassinalar a opo Ferramentas de Anlise.ATENO: necessrio ter o banco de dados digitado em EXCEL para fazerisso.Figura Tela do Excel: Ferramentas > Anlise de dados > Estatstica DescritivaTabela - Sada do EXCEL: GlicemiaMdia 135,00Erro padro 1,24Mediana 135,00Modo146,00Desvio padro13,69Varincia da amostra187,32Intervalo70,00Mnimo110,00Mximo180,00Soma16335,00Contagem 121Nvel de confiana(95,0%) 2,46 40. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 403o) Intervalo de Confiana para uma proporo populacional pA estimativa pontual para uma proporo dada diretamente pela proporo amostral. muito til construirmos um intervalo em torno da estimativa pontual que possua umaprobabilidade conhecida de conter a verdadeira proporo populacional. ) p (1 p ) N nI.C. para p com 1- de confiana = p z 2 n N 1 onde z 0,05 =1,645 (90%)z 0,025 = 1,96 (95%)z 0,005 = 2,576 (99%)N nObs: O fator de correo omitido em caso de populaes infinitas.N 1O EXCEL NO faz intervalos de confiana para propores.Exemplo Proporo de canhotos da PUCRSNuma amostra de n=_______ alunos de uma populao de N=30.000 de toda PUCRS,verificamos que _______ so canhotos.a) Qual a estimativa pontual de canhotos?b) Construa intervalos de confiana 95% e 99% para a proporo de canhotos. Agorause o fator de correo. 41. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 41Cap. 6 Testes de HiptesesOs testes de hiptese constituem outra forma de inferncia estatstica. Hipteses soafirmaes sobre parmetros populacionais. Agora iremos testar se essashipteses podem ser consideradas verdadeiras ou no.Os testes de hiptese somuito objetivos, pois o resultado final a ACEITAO ou REJEIO da hipteseformulada.Etapas de um teste de hipteses:1.Formular as hipteses2.Definir qual o nvel de significncia ser utilizado (alfa)3.Verificar qual o teste adequado e calcular a estatstica de teste4.Decidir pela aceitao ou rejeio da hiptese de nulidade com base no p-value.5.Concluso experimentalA hiptese nula (Ho) a hiptese sob a qual a teste realizado. Essa hiptese serACEITA ou REJEITADA. Se os dados amostrais estiverem de acordo com a hiptesenula formulada, a estatstica de teste nos levar a uma aceitao. Por outro lado, se osdados amostrais no estiverem em sintonia com a hiptese formulada, o teste noslevar a uma rejeio da hiptese nula.A hiptese alternativa (H1 ou Ha) uma hiptese complementar a Ho. Por isso serejeitamos Ho, conseqentemente aceitamos H1.O nvel de significncia do teste () definido pelo pesquisador. Ele significa aprobabilidade de cometermos erro tipo I, ou seja, rejeitarmos Ho sendo a mesmaverdadeira.A deciso estatstica a REJEIO ou ACEITAO de Ho. Essa deciso est sujeitaaos seguintes erros:Tabela Tipos de ErrosRealidadeDecisoHo Verdadeira Ho FalsaAceito Ho OKErro tipo II Rejeito Ho Erro tipo IOK O erro do tipo I ou nvel de significncia () controlado pelo pesquisador. O erro dotipo II () geralmente esquecido. Por esse motivo vamos sempre preferir umaREJEIO do que uma ACEITAO. No caso de uma REJEIO ou tomamos a decisocorreta ou cometemos o erro com probabilidade . Os valores de mais utilizados so5%, 1% e eventualmente 10%. 42. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 42A concluso experimental consiste em explicar com palavras simples o resultado deum teste de hipteses.Os testes que iremos estudar so os mais famosos e encontrados em praticamentetodos os livros de Estatstica. Teste t de Student para uma mdia Teste t de Student para comparao de duas mdias (amostras independentes) Teste t de Student para comparao de duas mdias (amostras emparelhadas) Teste Qui-Quadrado (para variveis organizadas na forma de uma tabela cruzada)6.1 - Teste t de Student para uma mdia uma tcnica que permite testarmos a hiptese de que a mdia populacional pode serconsiderada igual a um valor de referncia, digamos o.Apresentao das hipteses:Ho : = oHo : = o Ho : = o Ha : oHa : > o Ha : < oIremos estudar apenas os testes bilaterais, ou seja, onde as hipteses no sodirecionadas para um nico sentido. As regies de rejeio ficam nos dois lados dacurva.A estatstica de teste dada por:x - ot=s/ nApesar de ser um procedimento simples, o EXCEL no realiza esse tipo de teste. J, oprograma estatstico SPSS, por exemplo, faz.As regies de rejeio e aceitao do teste t so estabelecidas pelos valores de t,conforme mostra o desenho a seguir de uma curva t com n-1 graus de liberade. 43. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 43Os valores de t so encontrados na tabela t entregue em sala de aula. Comparando ovalor da estatstica de teste t calculado com os valores de t obtidos na tabela chegamosa deciso estatstica e podemos enunciar a concluso experimental.Apesar do EXCEL no fazer isso podemos utiliza-lo para calcular a mdia amostral e odesvio-padro.Exerccio:O INMETRO est investigando se a quantidade de Paracetamol num dado comprimidoest de acordo com o valor nominal estampado no rtulo do medicamento (750mg).Numa amostra de 20 comprimidos a mdia encontrada foi de 738mg com um desvio-padro de 11,85mg.Teste a hiptese de que a quantidade mdia de paracetamol igual ao valor nominalinformado pelo fabricante. 44. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 44Plus! Sobre o p-valueO p-value, valor de p ou significncia da estatstica o valor informado na sadados softwares estatsticos. Esse nmero , portanto, uma probabilidade que deve sercomparada ao nvel de significncia adotado.Se p-value > nvel de significncia adotado, ento ACEITAMOS Ho.Se p-value < nvel de significncia adotado, ento REJEITAMOS Ho.Exemplo Sada do SPSS para o exerccio do Paracetamol One-Sample Statistics Std.Std. Error NMean Deviation MeanParacetamol (mg) 20738,0000 11,8544 2,6507One-Sample Test Test Value = 75095% ConfidenceInterval of the Sig. MeanDifferencetdf (2-tailed)Difference Lower Upper Paracetamol (mg)-4,52719,000 -12,0000-17,5480-6,4520Exemplo Regulando a mquina e re-inspecionandoSuponha que o fabricante tenha regulado a mquina e que a mdia agora seja de749mg com o mesmo desvio.One-Sample StatisticsStd. Std. ErrorN MeanDeviationMeanPARECT20 749,000011,85442,6507 One-Sample Test Test Value = 750 95% Confidence Interval of the Sig.MeanDifferencet df(2-tailed) Difference Lower UpperPARECT-,37719,710-1,0000-6,5480 4,5480 45. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 456.2 Teste t de Student - duas amostras independentes uma tcnica estatstica que permite testarmos a hiptese de que duas mdiaspopulacionais so idnticas. extremamente utilizada para comparao de dois gruposindependentes.Apresentao das hipteses (caso bilateral):Ho : 1 = 2Ha : 1 2A estatstica de teste tem uma forma um tanto amigvel:t=(x1 - x2 )s1 (n1 - 1) + s2 (n2 1) 1 2 21 + n n (n1 + n2 2 ) 12que deve ser comparado com uma distribuio t de Student com (n1+n2-2) graus deliberdadeAs regies de rejeio e aceitao seguem a mesma lgica do teste anterior.No EXCEL: Ferramentas Anlise de Dados Teste t: duas amostras presumindovarincias equivalentesATENO: Esse teste s pode ser utilizado se a varincia (ou desvios-padro) dasduas populaes em questo no forem muito diferentes.Exerccio:Pesquisadores comportamentais criaram um ndice para mensurar o grau de ansiedadede vestibulandos. Esse ndice vai de 0 (ansiedade mnima) at 100 (ansiedade mxima).Dois grupos de vestibulandos foram investigados. O grupo 1 formado porvestibulandos de universidades pblicas e o grupo 2 formado por vestibulandos deuniversidades privadas.Resultados do levantamento realizado pelos pesquisadores:Grupo 1 65 58 78 60 68 69 66 70 53 71 63 63Mdia = 65,33Desvio = 6,61Grupo 2 62 63 36 34 56 50 42 57 46 68 48 42 52 43 43 Mdia = 49,47Desvio = 10,07 46. Bioestatstica Prof. Hlio Radke Bittencourt Pg. 46Exemplo Tela e sada do EXCEL para o exemplo da AnsiedadeTeste-t: duas amostras presumindo varincias equivalentesGrupo 1 Grupo 2Mdia65,33349,467Varincia43,697 101,410Observaes12,000 15,000Varincia agrupada 76,016Hiptese da diferena de mdia 0,000gl 25,000Stat t4,699P(T