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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XVII Nº 214 MAR/ABR 2011 Bahia INTERIORIZAR PARA SOMAR Sistema Fieb lança programa que reforça atuação nas principais regiões do estado

Bahia - FIEB...do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected]. br / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVII Nº 214 mar/aBr 2011

Bahia

InterIorIzar para somar Sistema Fieb lança programa que reforça atuação nas principais regiões do estado

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� Bahia Indústria

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Desconcentrar para crescerOs processos de industrialização promovem necessariamente

concentração espacial da riqueza? No Brasil, esta lógica do-

minou os primeiros anos da industrialização, ampliando a

distância entre o Sudeste e o restante do país. Nos anos 60,

o governo federal apostou no planejamento para reverter um

pouco a tendência, com iniciativas como a criação da Sudene.

Foi graças a esta estratégia que a economia baiana pôde se di-

namizar nas décadas seguintes.

Na mesma medida, porém, em que a Bahia encontrava seu

lugar no mapa da moderna indústria brasileira, novas desi-

gualdades se afirmavam dentro do nosso estado. E mesmo hoje

– com a diversificação proporcionada pelas políticas de atra-

ção de investimentos dos últimos anos – a geografia da nossa

produção industrial ainda está longe de permitir a distribuição

da riqueza que o Estado precisa.

O cenário é confirmado pelas estatísticas. Atualmente, a

Região Metropolitana de Salvador e o Recôncavo detêm, jun-

tos, nada menos que 60% do PIB industrial do estado. Já a re-

gião 0este, por exemplo, abrange 23 municípios e ocupa 20%

do território baiano, mas responde apenas por 5,4% do PIB.

As consequências negativas da concentração são inúmeras.

Sem investimentos que permitam a exploração de seu poten-

cial, os municípios vêem seu crescimento estancar. Na ausên-

cia de centros urbanos de médio porte atraentes, a população

migra de firma maciça para a capital e seu entorno; que sofrem

os efeitos perversos do inchaço populacional. Equilibrar o rit-

mo de crescimento econômico entre as diferentes regiões do

Estado é, portanto, uma meta essencial na busca pelo desen-

volvimento sustentável. E foi este diagnóstico que levou o Sis-

tema Fieb a lançar o Programa de Interiorização da Indústria.

O objetivo é contribuir para tornar áreas estratégicas da

Bahia mais atrativas e competitivas, estimulando as indústrias

a permanecer e se perpetuar nestas regiões. O caminho para a

interiorização tem grandes desafios a superar, que dependem

necessariamente de ações do setor público. Mas o Sistema Fieb

compreende que a iniciativa privada tem um papel importante

a cumprir nesta tarefa. O recado dado pelo presidente da en-

tidade aos empresários do oeste baiano é claro. “Não preten-

demos trazer soluções prontas. O futuro é de quem se mostrar

competente. E estamos juntos para o futuro.”

eDItorIaL

Hoje, a Região Metropolitana de Salvador e o Recôncavo detêm, juntos, nada menos que 60% do PIB industrial do estado. Já a região oeste, por exemplo, abrange 23 municípios e ocupa 20% do território baiano, mas responde apenas por 5,4% do PIB

O presidente da Fieb ao mostrar o

projeto para o empresariado do oeste:

“Estamos juntos para o futuro”

clá

udio

Fo

leto

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� Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do Fumo no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS

VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja

e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta

de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do

trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúS-

tria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-

dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari,

diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS Ve-

getaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindi-

cato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de

Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS

e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e

SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, con-

centradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração,

aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil

de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindi-

cato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected]

/ Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sin-

dicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado

da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS

hoSPitalareS, [email protected]

fiEBPrEsidEntE José de Freitas Mascarenhas. 1º VicE-

PrEsidEntE: Victor Fernando ollero Ventin. VicE-

PrEsidEntEs carlos Gilberto cavalcante Farias;

emmanuel Silva Maluf; Reinaldo dantas Sampaio;

Vicente Mário Visco Mattos. dirEtOrEs titularEs Alberto cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Al-

ban; carlos Henrique Jorge Gantois; claudio Murilo

Micheli Xavier; eduardo catharino Gordilho; Josair

Santos Bastos; leovegildo oliveira de Souza; luiz

Antonio de oliveira; Manuel Ventin Ventin; Maria

eunice de Souza Habibe; Reginaldo Rossi; Ricardo

Mendes Prado; Sérgio Pedreira de oliveira Sou-

za; Wilson Galvão Andrade. dirEtOrEs suPlEntEs Adalberto de Souza coelho; Alex Pelagio Gonçalves

Portela Júnior; André Régis Andrade; carlos Alberto

Matos Vieira lima; Ruan José Rosário lorenzo; Mar-

cos Galindo Pereira lopes; Mário Augusto Rocha

Pithon; Noêmia Pinto de Almeida daltro; Paulo José

cintra Santos; Ricardo de Agostini lagoeiro

conSElhoScOnsElhO dE EcOnOmia Marcos de Meirelles Fon-

seca; cOnsElhO Para O dEsEnVOlVimEntO EmPrE-

sarial EstratégicO clóvis torres Júnior; cOnsElhO

dE assuntOs Fiscais E tributáriOs cláudio Murilo

Micheli Xavier; cOnsElhO dE cOmérciO ExtEriOr Reinaldo dantas Sampaio; cOnsElhO da micrO E

PEquEna EmPrEsa industrial carlos Henrique Jor-

ge Gantois; cOnsElhO dE inFraEstrutura Marcos

Galindo Pereira lopes; cOnsElhO dE mEiO ambiEntE irundi Sampaio edelweiss; cOmitê dE PEtrólEO E

gás eduardo Rappel; cOnsElhO dE tEcnOlOgia E

cOmPEtitiVidadE Antonio Hailton Miranda da costa;

cOnsElhO dE rEsPOnsabilidadE sOcial EmPrEsa-

rial Marconi Andraos oliveira; cOnsElhO dE rEla-

çõEs trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas

editada pela Superintendência

de comunicação institucional

do Sistema Fieb

cOnsElhO EditOrial irundi ede-

lweiss, Maurício castro, cleber

Borges e Mônica Mello. EditOr

cleber Borges. EstagiáriO Fábio

Araújo. PrOjEtO gráFicO E dia-

gramaçãO Ana clélia Rebouças.

ilustraçãO Gentil. inFOgraFia Bamboo editora. tratamEntO dE

imagEm Marcelo campos.

imPrEssãO Stilo Gráfica e editora FEdEraçãO das indÚstrias

dO EstadO da bahiaRua edístio Pondé, 342 –

Stiep, ceP.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 / www.fieb.org.br/

bahiaindustria

As opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessa-

riamente o pensamento da FieB.

Filiada à

BahiaciEBdirEtOr-PrEsidEntE José de Freitas Mascarenhas.

VicE-PrEsidEntEs elio luiz Regis de Sousa; irundi

Sampaio edelweiss; Marco Aurélio luiz Martins. dirEtOrEs titularEs carlos Antônio Borges cohim

Silva; clovis torres Junior; Fernando elias Salamo-

ni cassis; José carlos Boulhosa Baqueiro; luís Fer-

nando Galvão de Almeida; luiz Antunes Athayde

Andrade Nery; Marconi Andraos oliveira; Mauro

luiz Barbato; Roberto Fiamenghi; Rogelio Gol-

farb; Ronaldo Marquez Alcântara; Sergio Roberto

cardoso Porto dirEtOrEs suPlEntEs davidson de

Magalhães Santos; erwin Reis coelho de Araujo;

Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais lima; João

de teive e Argollo; João Ricardo de Aquino; Jor-

ge Robledo de oliveira chiachio; José luiz Poças

leitão Filho; Maria luiza de Sá Martins da costa

cerqueira; Mauricio lassmann

SESi

PrEsidEntE dO cOnsElhO E dirEtOr rEgiOnal José

de Freitas Mascarenhas. suPErintEndEntE Mano-

elito Souza

SEnaiPrEsidEntE dO cOnsElhO José de Freitas Masca-

renhas. dirEtOr rEgiOnal: Gustavo Sales

iElPrEsidEntE dO cOnsElhO E dirEtOr rEgiOnal José

de Freitas Mascarenhas. suPErintEndEntE Arman-

do da costa Neto

dirEtOr ExEcutiVO dO sistEma FiEb Roberto de Miranda Musser

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema Fieb, entre em contato

Unidades do Sistema Fieb

sEsi – sErViçO sOcial da indÚstria

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ciEb - cEntrO das indÚstrias dO EstadO da bahia

sede - 71 3343-1214

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Como o projeto ViraVida –

desenvolvido pelo Conselho Nacional

do Sesi – está ajudando a mudar a

realidade de 120 adolescentes vítimas

de exploração sexual

QUANDO O TRABALHO É PASSAPORTE PARA A AUTOESTIMA

Na esteira da descoberta do pré-sal,

a Petrobras anuncia investimentos

elevados para os próximos anos. Mas o

mercado nacional sofre com a carência

de pessoal qualificado

UMA PEDRA NO CAMINHO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS

O futuro da

unidade, com a

retomada das

obras de

ampliação

CIMATEC 2013

Uma conversa

sobre energia com

o diretor-

presidente da

Coelba

MOISÉS SALES

Oeste é a primeira

região do estado a

receber o

Programa de

Interiorização

lançado pelo

Sistema Fieb

RUMO AO INTERIOR

sumárIo MaR/aBR 2011

16

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� Bahia Indústria

entrevIsta Moisés Afonso Sales Filho

diretor-presidente da coelba garante disponibilidade de energia para a expansão da indústria baiana e explica as razões das altas tarifas do setor

POR BárBara assisfOTOS artur ikishima

Natural do município baiano de Catu, o engenheiro eletricista

Moisés Afonso Sales Filho, 55 anos, é diretor-presidente da

Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, onde ingres-

sou em 1976, como estagiário, e assumiu a presidência em julho

de 2003. Em 35 anos de empresa, atuou em diversas áreas, na capital e

interior da Bahia. Gerenciou o Centro Regional de Feira de Santana e o De-

partamento de Produção e Transmissão de Energia e coordenou as gerên-

cias regionais. Moisés Sales desempenhou ainda a função de diretor de

Engenharia. Em julho de 1997, após a privatização da empresa, assumiu a

Diretoria de Gestão de Ativos e, em janeiro de 2001, a Vice-presidência.

a energia é um insumo importante para o setor industrial e fator decisi-

vo na atração de novos empreendimentos. quais são as prioridades do

Plano de ação da coelba para 2011?

A Coelba tem duas grandes prioridades no plano de investimentos. Uma

é atender às novas demandas de energia; novas residências, indústrias,

o boom da construção civil e a área rural. O segundo grande foco é a

melhoria da qualidade do serviço. Nossa preocupação é fazer vários in-

vestimentos para, cada vez mais, melhorar a qualidade do serviço para

quem já tem energia.

Os investimentos da coelba para 2011 atendem às áreas de expansão

do estado, como o Oeste?

A Coelba atende toda a Bahia, com exceção dos municípios de Jandaira

e Rio Real, localizados no Nordeste do estado, na divisa com Sergipe.

Os nossos investimentos estão orçados para atender toda a demanda

de crescimento da Bahia. Temos obras em todo o estado e cada região

com algumas demandas especificas. Em Salvador, sem dúvida, a maior

demanda está concentrada na indústria da construção. Estamos cons-

truindo uma subestação nova no bairro de Patamares, que vai reforçar o

crescimento da Avenida Paralela. Há naquela região duas subestações e

vamos construir uma terceira. Ainda em Salvador, está sendo construída

“as indústrias podem despreocupar-se”

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Bahia Indústria  �

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� Bahia Indústria

entrevIsta Moisés Afonso Sales Filho

uma subestação no Retiro, tendo em vista

o crescimento da construção civil e gran-

des empreendimentos que estão chegan-

do ao Acesso Norte. No oeste baiano, nos

preocupamos com a agroindústria. Temos

novas subestações em Luís Eduardo Ma-

galhaes, São Desidério, e vamos começar

uma grande obra, especificamente um in-

vestimento de mais de R$ 40 milhões na

região de Formosa do Rio Preto, passando

pela fronteira com Tocantins, onde há um

grande crescimento agrícola. Serão cons-

truídas diversas linhas e subestações na-

quela região.

a agência nacional de Energia Elétrica -

aneel estipula limite de investimento para

as concessionárias. O total de r$ 1,3 bi-

lhão é suficiente para atender à demanda

de expansão no estado?

Para atender à demanda, sim. Nós não

vamos deixar de atender nenhuma nova

grande demanda por causa da limitação.

Este limite estabelece um período mais

longo para o atendimento de determi-

nadas demandas, a exemplo da eletrifi-

cação rural. Na zona rural, temos uma

demanda muito grande. Já ligamos em

torno de 430 mil domicílios e devemos

chegar este ano a 500 mil. Ainda há um

excedente de mais de 250 mil domicílios

a ligar. Na eletrificação rural, estimamos

investir R$ 2,5 bilhões aproximadamen-

te, ou mais, e não dá para fazer isso de

uma vez. Primeiro porque não temos

capacidade de execução e para que se fi-

zesse de uma vez, ao tempo em que a car-

ga é pequena, a pressão na tarifa seria

muito alta. Dessa forma, a Aneel estabe-

lece um prazo mais longo e limita os re-

cursos a serem aplicados para execução

naquele período. Não existe limitação de

investimento por parte da Coelba para

atendimento às demandas da indústria,

desde que sejamos procurados com an-

tecedência. O industrial não pode tomar

a decisão de fazer um empreendimento,

não avisar à Coelba e pedir ligação elétri-

ca no dia em que ele estiver pronto, pois

pode ser que não tenhamos uma reserva para atender e, desta

forma, seja necessário a concessionária fazer uma obra. Eu não

tenho problema de recursos e investimentos, mas vou precisar

de prazo. Na Paralela, todos veem a quantidade de novas cons-

truções que estão acontecendo e muitos dos construtores nos

procuraram. Estamos ampliando algumas subestações, fazen-

do uma subestação nova e pensando em uma outra na região

do Imbuí. Isso ocorre porque o pessoal nos procurou com ante-

cedência. Nós conseguimos planejar e fazer.

Em quanto tempo a coelba consegue se planejar para atender

a um pedido de instalação ou ampliação de rede elétrica?

Dependendo do tamanho da indústria, posso falar em um ano

e meio, dois anos, até porque ninguém monta uma indústria

da uma hora para outra. Podemos citar o caso da Ferrovia

Oeste-Leste. Com o projeto da ferrovia, já há indústrias que se

preparam para se instalar naquela região, a exemplo da Bahia

Mineração, com a qual já estamos conversando há mais de um

ano. A Bamin começou a planejar sua instalação, pois vai de-

mandar muita energia. Estamos discutindo as alternativas e

soluções para que a instalação se dê paralelamente à nossa

atuação. Ela vai montar o canteiro de obras, a primeira fase da

indústria, e vai ter energia. Nós sabemos que a Ferrovia Oes-

te-Leste vai chegar a Ilhéus; ninguém nos procurou até o mo-

mento para falar de uma demanda de energia especifica, mas

a própria notícia da construção da ferrovia e do Porto Sul vai

atrair uma série de indústrias para aquela localidade. Enten-

demos que haverá uma grande demanda, iniciamos o projeto

de licenciamento ambiental para construir a segunda linha de

transmissão que vai chegar a Ilhéus. Quando ficamos sabendo

que o governo da Bahia decidiu melhorar o acesso para Itaca-

ré, fizemos uma segunda linha e uma subestação na região de

Barra Grande. Quando a estrada ficou pronta, nós estávamos

com a subestação e a linha, porque não era uma indústria es-

pecífica, um hotel específico, sabíamos que a estrada por si só

atrairia muito mais turistas e investimentos na região. Mas isso

não invalida que as pessoas procurem a Coelba.

um estudo revelou a elevação do custo da energia entre 2001

e 2009 para as indústrias. Por que o custo da energia é tão

alto no brasil?

Uma das questões que podem diferenciar o Brasil dos outros pa-

íses é a carga tributária. Aqui, metade da conta de energia é de

impostos e encargos. Acho que isso, por si só, já explica uma

boa diferença de custo entre o Brasil e outros países. Além disso,

muitos dos países do primeiro mundo já estão com a rede elé-

trica estabelecida e, assim, não demandam tanto investimento.

Em especial na zona rural, faz-se muito investimento com pouco

consumo. À medida em que os investimentos vão diminuindo

“Não existe limitação de investimento por parte da Coelba para atendimento à indústria, des-de que esta nos procure com antece-dência

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Bahia Indústria  �

e o consumo aumenta, eu vou ter mais

kW/h para dividir a tarifa. Ela não vai pa-

rar de crescer, mas tende a crescer menos.

Em dezembro de 2010, foi decidido pela

permanência de dois grandes encargos

previstos para serem extintos: RGR (Re-

serva Global de Reversão) e a CCC (Conta

de Consumo de Combustível), que impul-

sionam a tarifa. Exemplificando, a Coelba

fica com 30% do valor da conta de ener-

gia, 50% são destinados aos impostos e

encargos, 20% à geração e transmissão

da energia.

a bahia não participa do horário de ve-

rão e um dos motivos alegados é a pouca

economia que consegue na região nor-

deste. como a coelba vê essa decisão?

A rede da Coelba consegue atender com

ou sem horário de verão. Essa é uma de-

cisão do governo federal e a Coelba não

tem problema quanto à decisão. Eu con-

sidero bom ter o horário de verão, por

menor que seja a redução de consumo,

apesar do sacrifício da população, que

muitas vezes acaba acordando mais ce-

do. A Bahia é menor que o Sul e o Cen-

tro-Oeste, mas, por menor que seja o per-

centual de redução de consumo, sempre

vale a pena ter qualquer ação que contri-

bua para esta redução.

a coelba prevê investimento em outras

“Fazemos parte do Neoenergia, maior grupo de energia do Brasil em número de consumidores, com atuação e distribuição na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte e geração em quase todas as regiões do país

fontes de energia renováveis?

Não. A Coelba só pode investir na distri-

buição de energia. Ou seja, eu compro

energia e vendo no varejo. Já a Neoener-

gia, dona da Coelba, pode e está inves-

tindo em outras fontes de energia reno-

váveis. Recentemente, na Bahia, ela par-

ticipou de um leilão e vai construir uma

usina eólica no oeste do estado e concluiu

a instalação da usina hidroelétrica tam-

bém no oeste. A experiência da Coelba

com energia renovável está voltada para

domicílios da zona rural, muito isolados,

ao colocar placa solar, inicialmente para

iluminação, embora estejamos testan-

do com as geladeiras de consumo mais

baixo. Vamos observar se é compatível o

consumo com essas placas solares, uma

experiência para atender ao nosso pro-

grama de eletrificação rural.

E o setor industrial deve se preocupar com

as demandas de expansão de energia?

Os industriais podem ficar despreocu-

pados com relação à disponibilidade de

energia para o atendimento das suas

atuais e futuras unidades. Fazemos parte

do Neoenergia, maior grupo de energia

do Brasil em número de consumidores,

com atuação e distribuição na Bahia, Per-

nambuco e Rio Grande do Norte, com ge-

ração em quase todas as regiões do país

e capacidade de investimento para qual-

quer necessidade. Em relação à preocupa-

ção bem legítima na demanda da tarifa,

o nosso grupo tem uma série de produtos

que podem ajudar os industriais a terem

a melhor tarifa possível. Temos um grupo

de técnicos e engenheiros, pessoas pre-

paradas para dar consultoria e suporte à

indústria e ajudá-la a encontrar a tarifa

adequada de acordo com o negócio. Para

assegurar a qualidade do fornecimento,

estamos investindo e parte dessas obras é

para melhorar a confiabilidade, trazendo

novas tecnologias, investindo em auto-

mação e buscando melhorar a qualidade.

Estamos à disposição do setor industrial

para buscar soluções de acordo com a ne-

cessidade específica de cada um. [bi]

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10 Bahia Indústria

sindicatos

HARoldo ABRANteS

Sindicato de papel sob nova direção

jorge cajazeira,

do sindpacel:

prioridade para

as questões

ambientais

“Um novo momento”. É desta forma que Jorge Cajazeira define os pró-

ximos quatro anos que estará à frente da gestão do Sindicato das Indús-

trias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos

de papel e papelão do Estado da Bahia (Sindpacel). A atenção às ques-

tões ambientais, com o incentivo ao plantio responsável e à preservação

das florestas nativas, está na lista de prioridades do novo presidente.

Neste período (2011-2015), Cajazeira promete buscar o equilíbrio entre

desenvolvimento e meio ambiente, buscando soluções para problemas

que afetam o segmento industrial, como o furto de madeira, a atuação

de empresas clandestinas e a utilização de mão de obra ilegal. Aproxi-

mar as empresas do setor e o poder público é também uma das metas da

sua gestão. O setor de papel e celulose tem expressiva representativida-

de econômica no estado. Entre as dez maiores empresas exportadoras do

setor, três estão localizadas na Bahia.

cigarrilhas aromatizadasOs resultados de uma pesquisa

realizada pela Vox Populi contra-

dizem a posição da Anvisa sobre

a proibição do uso de aditivos e

flavorizantes na produção de ci-

garrilhas. A agência alega que as

substâncias de aroma e sabor in-

centivam o consumo de cigarros

entre os jovens. Dados da pesqui-

sa mostram que na região Nordes-

te apenas 1,5% dos entrevistados

consome cigarrilhas aromatiza-

das. Contradições à parte, o presi-

dente do Sindicato das Indústrias

de Tabaco do Estado da Bahia,

Ricardo Becker, está preocupado

com o impacto que a medida da

Anvisa trará para as indústrias

do setor.

linhas de crédito para indústrias de cimento

Empresas associadas ao Sin-

dicato da Indústria de Produtos

de Cimento no Estado da Bahia

– Sinprocim podem contar com

as linhas de crédito da Agência

de Fomento do Estado da Bahia.

O presidente da Desenbahia, Luiz

Alberto Petitinga, comprometeu-

se em apoiar as empresas deste

segmento e buscar linhas com

ações para atender às especifici-

dades do setor.

O futuro das fibras Wilson Andrade, presidente

do Sindifibras, participou no mês

de março do encontro mundial de

fibras naturais promovido pela

International Natural Fibres Asso-

ciation, na Malásia. No encontro,

que reuniu produtores e consumi-

dores de fibras de todo o mundo,

foram discutidos temas como a

sustentabilidade das fibras natu-

rais nos próximos 20 anos.

saúde e prevenção no sindvestO Sesi está estendendo a oferta dos seus serviços de saúde e segu-

rança no trabalho às empresas do setor do vestuário. Um convênio fir-

mado entre a entidade do Sistema Fieb e o Sindicato das Indústrias do

Vestuário - Sindvest vai viabilizar a realização nas empresas associadas

dos Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Pre-

venção de Riscos Ambientais (PPRA) e de Condições e Meio Ambiente de

Trabalho (PCMAT). Para Eunice Habibe, presidente do Sindvest, a ação

irá contribuir para a saúde e melhoria da qualidade de vida dos colabo-

radores deste segmento industrial.

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circuito POR CLEBER BORGES

Bahia Indústria 11

“o PRoBleMA coM eSSe PAíS é que Há MuitAS PeSSoAS dizeNdo: “o PRoBleMA coM

eSSe PAíS é...”

sinclair lEwis (1885-1951), escritor e crítico social norte-americano, em referência ao seu país que pode se aplicar ao Brasil

irregularidades nos bens chineses

Para driblar o controle brasileiro de defesa

comercial, que avalia práticas ilegais em

importados, produtos originários da China entram

no Brasil por triangulação, envolvendo países como

Vietnã e Filipinas. Isso afeta o trabalho dos fiscais,

que, no Brasil, são em pequeno número. O principal

canal de entrada de bens chineses no Brasil é o

porto de Santos. Em 2010, de US$ 25,6 bilhões em

importações daquele país, 28% entraram pelo

complexo santista, 10,4% pelo aeroporto de

Viracopos e 10% pelo porto de Itajaí. Segundo o

inspetor da alfândega do porto de Santos, José

Antonio Mendes, as principais irregularidades

verificadas nos produtos da China são o

subfaturamento e a contrafação (pirataria).

Petrobras amplia oferta de gás naturalDistante do posicionamento de quatro anos atrás,

quando chegou a inibir o consumo de gás natural,

a Petrobras pensa em criar novos mercados para a

oferta excedente de 20 milhões de m³/dia, que será

gerada este ano. Entre as medidas em estudo para

equilibrar oferta e demanda, está a redução do

volume importado da Bolívia e a suspensão de

importações de gás natural liquefeito (GNL). A

diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça

Foster, revela que a oferta de gás nacional em 2011

deverá saltar para até 49 milhões de m³/dia, ante

os 29 milhões de m³/dia médios de 2010, devido,

principalmente, à entrada em produção do

Sistema de Mexilhão, na Bacia de Santos, e do

vizinho Uruguá-Tambaú. “Demanda, a gente vai

criar”, diz a diretora. No ano passado, o gás

nacional participou com 46,4% da oferta de 61,5

milhões de m3 diários.

governo muda local do Porto sulO governo do estado decidiu

mudar o local de implantação do

Porto Sul, que continuará no

município de Ilhéus, por conta do

principal entrave para o início

das obras de construção: a licença

ambiental. O Diário Oficial de 12

de abril contém o decreto de

desapropriação da nova área, com

48 milhões de metros quadrados,

na localidade de Aritaguá, à

margem litorânea da BA-001. O

governo aponta um

“aprofundamento dos estudos de

impacto ambiental” como

principal motivo da mudança

que, em tese, demandará menor

desmatamento da floresta nativa e

melhor preservação do

ecossistema litorâneo. A mudança

não deverá trazer alterações

significativas para o projeto da

Ferrovia Oeste-Leste, pois o novo

porto ficará a menos de 10

quilômetros do local anterior.

nota técnica sobre tarifa de energia elétricaA elevada carga tributária é o fator

que mais contribui para o alto

custo da energia elétrica no Brasil.

Face à relevância do tema, a

Superintendência de

Desenvolvimento Industrial do

Sistema Fieb elaborou nota técnica

baseada em informações de tarifas

residenciais, onde verifica que a

Coelba pratica tarifas

intermediárias superiores às da

Celpe (PE) e CPFL (SP), mas

inferiores às da Coelce (CE) e

Cemig (MG). Quanto à carga

tributária, incidem na conta de

energia 23 tipos de impostos e 13

tipos de encargos que

significavam, em 2002, quase 36%

da tarifa de energia elétrica no

país e 45% em 2008. O Sistema

Fieb defende, no âmbito da CNI,

medidas de desoneração da conta

de energia , a exemplo da exclusão

do PIS/Pasep e da Cofins e redução

gradual do ICMS.

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1� Bahia Indústria

Equipamentos de última

geração, técnicos e profis-

sionais qualificados, um

portfólio amplo de cursos

e serviços voltados para atender

às demandas da indústria. Tudo

isso já faz do Senai Cimatec hoje

um dos mais importantes centros

tecnológicos e de qualificação pro-

fissional do país. Nos próximos

meses, porém, a Fieb planeja dar

o pontapé inicial para a retomada

de um projeto de ampliação que

irá permitir à unidade alcançar

um patamar de excelência ain-

da mais avançado. Resultado de

investimentos estimados inicial-

mente em R$ 53 milhões, as obras

de expansão vão transformar o Ci-

matec, até 2013, em um centro de

referência de porte internacional.

O passo decisivo para esta gui-

nada em direção ao futuro foi dado

no último mês de abril, com a deci-

são da Superintendência na Bahia

do Ibama – Instituto Brasileiro de

Meio Ambiente e Recursos Reno-

váveis de suspender o embargo

De volta ao futurodecisão do iBAMA abre caminho para a retomada das obras de ampliação que vão transformar o cimatec, até 2013, em um centro de referência internacional

que mantinha as obras de amplia-

ção do Cimatec paralisadas desde

fevereiro de 2009. Os serviços no

terreno da Av. Orlando Gomes,

no bairro de Piatã, em Salvador,

haviam sido iniciados em maio

de 2008, com o aval dos diversos

órgãos municipais competentes:

Sucom, Superintendência de Meio

Ambiente (SMA) e Superinten-

dência de Parques e Jardins (SPJ).

Mesmo assim, nove meses depois o

Ibama optou por embargar a obra,

o que gerou um prejuízo estimado

em R$ 5 milhões.

Agora, a suspensão do embar-

go representa um sinal verde para

o reinício dos serviços. O primei-

ro passo será a realização de um

Plano de Recuperação de Área De-

gradada numa área de bota-fora

vizinha ao Cimatec que, com a pa-

ralisação, ficou exposta ao sol e à

chuva por dois anos. Além disso, a

retomada das obras de terraplena-

gem aguarda a renovação da auto-

rização pela Sucom - Superinten-

dência de Controle e Ordenamento

POR Emília valEntEfOTOS haroldo aBrantEs

Nossa expectativa em relação à ampliação do cimatec é grande. teremos mais conforto e espaço para as atividades, o que vai beneficiar muito os alunos.”

camila Oliveira é aluna do curso superior tecnológico em Processos Gerenciais

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Bahia Indústria  13

do Uso do Solo do Município

As perspectivas em relação à

iniciativa são promissoras. “O pro-

jeto de expansão vai intensificar a

nossa atuação em duas áreas de

grande impacto para a atividade

do Senai: a Conformação Mecâni-

ca e a Logística”, informa o diretor

regional do Senai Bahia Gustavo

Sales. “O projeto representa um

crescimento não só em termos

quantitativos; ele vai nos oferecer

condições para atender melhor às

demandas das várias cadeias pro-

dutivas, com soluções globais mais

sistêmicas e integradas”, completa

o gerente do Cimatec, Leone Peter

Correia Andrade.

Único do gênero na América

Latina, o Centro de Tecnologias

em Conformação Mecânica irá

reunir todos os processos de trans-

formação de metais realizados

pela indústria em um só local. O

projeto foi elaborado em parceria

com a Universidade de Aachen,

na Alemanha, e com a Universi-

dade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRS) – respectivamente, as du-

as instituições de ensino superior

e pesquisa que são hoje referência

nesta área no Brasil e no mundo.

Além de fortalecer a oferta local de

mão de obra especializada, o novo

centro irá desenvolver produtos e

soluções com impacto em pratica-

mente todos os setores industriais,

maquete com

os novos

prédios do

cimatec

A expansão vai nos possibilitar atender à demanda crescente pela formação profissional que oferecemos à sociedade, pautada pela qualidade e atualizada com as tendências do mercado de trabalho.”

camila de sousa Pereira guizzo é professora de Relações Humanas no Trabalho

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1� Bahia Indústria

da indústria automotiva à de com-

ponentes para computador. “Com

este perfil, a existência do centro

vai se transformar num interes-

sante argumento para atrair novas

indústrias para a Bahia”, acredita

Gustavo Sales.

Já o Centro de Tecnologias em

Logística e Gestão da Produção se-

rá implantado no novo Cimatec a

partir de uma parceria com o insti-

tuto de pesquisas Fraunhofer IML,

de Dortmund, na Alemanha. Ali

poderão ser encontradas as mais

avançadas tecnologias na área de

Logística em ambientes que per-

mitirão ao estudante vivenciar na

prática a realidade de um ambien-

te industrial. Instalado em um

grande galpão, o Laboratório de

Movimentação e Armazenagem de

Materiais, por exemplo, terá empi-

lhadeiras, paleteiras e os mais di-

versos equipamentos encontrados

em um moderno almoxarifado.

Tanto o Centro de Logística co-

mo o de Conformação Mecânica

vão ocupar um prédio de mais de 5

mil metros quadrados. Além dele,

as obras de ampliação prevêem a

construção de um segundo prédio,

com mais de 11.500 metros quadra-

dos, onde funcionarão ambientes

como biblioteca, auditório, uma

praça de alimentação, salas para

educação à distância e um espaço

que irá qualificar Salvador a sediar

feiras, congressos e outros eventos

de natureza técnica. Para comple-

tar, as obras prevêem ainda a am-

pliação da Central de Utilidades e

iniciativas que vão oferecer mais

conforto e facilitar o dia-a-dia da

comunidade do Cimatec como a

construção de um estacionamento

com edifício-garagem. [bi]

56 82

área construída (em m2)

16.350 38.107

número de alunos por ano

12.000 18.000número de colaboradores

373 480número de laboratórios

o cimatec hoje e em 2013

é muito bom ver a instituição onde estudamos ampliar sua área de atuação e ganhar reconhecimento. tudo isso nos torna mais valorizados no mercado de trabalho.”

daniel carlos Oliveira de jesus cursa o 5º semestre do curso de graduação em Logística

espero que este projeto não só favoreça o desenvolvimento de novas pesquisas como incentive pessoas a obter formação profissional, principalmente na área de conformação Mecânica.”

helaine Pereira neves é professora de Conformação Mecânica

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Bahia Indústria  15

ARtuR ikiSHiMA

O cenário atual do comércio

exterior baiano é preocu-

pante. Isso porque os por-

tos baianos apresentam altos índi-

ces de ineficiência – o de Salvador

foi escolhido como o pior do país

em pesquisa do Instituto de Logís-

tica e Supply Chain (Ilos) –, além

da ausência de investimentos de

longo prazo em infraestrutura;

aspectos que juntos comprometem

a competitividade da economia

local. Ciente deste quadro, o Sis-

tema Fieb recriou o Comitê de Por-

tos, com o objetivo de desenvolver

ações voltadas à melhoria do siste-

ma portuário baiano.

Para o presidente do Comitê,

Reinaldo Sampaio, vice-presiden-

te do Sistema Fieb, um programa

de investimentos em moderniza-

ção da infraestrutura portuária e

a celeridade na concessão de pres-

tação de serviços portuários para

a iniciativa privada são priorida-

des na atuação do órgão. “O país

continua com taxa de crescimento

elevada. O comércio exterior baia-

no tem mantido performances

significativas. Trata-se, portanto,

de um quadro no qual a melhoria

da infraestrutura e serviços por-

tuários é uma questão crucial”,

afirma.

O comitê é composto por re-

presentantes do setor industrial

(institucional e empresarial) que

tenham uma visão estratégica da

comitê tem como foco a modernização dos portoscom a iniciativa, o Sistema Fieb posiciona-se como interlocutor privilegiado das melhorias para um sistema logístico portuário eficiente

de 1990. Graças às suas ações, a

Bahia foi pioneira na implantação

das novas práticas que a Lei de

Modernização de Portos determi-

nava. Havia, em meados dos anos

1990, práticas nas relações traba-

lhistas incompatíveis com os mí-

nimos princípios de produtividade

e competitividade. Com a criação

do Órgão Gestor da Mão de Obra

(Ogmo), previsto na Lei, o Comitê

conseguiu romper, por exemplo,

com a composição de equipes

com muito mais trabalhadores

do que o necessário para a tarefa

a ser realizada, o que geraria um

impacto negativo no custo dos ser-

viços portuários do estado. [bi]

Para reinaldo

sampaio,

melhoria da

infraestrutura

é crucial

logística portuária e de organis-

mos dos governos estadual e fe-

deral de diversas instâncias que

tenham atuação junto aos portos.

A recriação do comitê coloca o Sis-

tema Fieb como interlocutor privi-

legiado das melhorias necessárias

a um sistema logístico portuário

eficiente. Reinaldo Sampaio lem-

bra que no ano 2000 aconteceu a

última concessão feita na Bahia

para a implantação de um termi-

nal de contêineres, que “já nasceu

com dimensões insuficientes de

área, berço e calado”.

O Comitê de Modernização dos

Portos do Sistema Fieb teve uma

atuação destacada na década

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1� Bahia Indústria

O momento é de expansão

para o setor de Petróleo

e Gás. Na esteira da des-

coberta das reservas da

camada pré-sal – uma faixa que

se estende por 800 quilômetros do

Espírito Santos a Santa Catarina

– os anúncios de investimentos no

setor alcançaram cifras elevadas.

Em seu último Plano de Negócio,

divulgado em 2010, a Petrobras

informava a intenção de, em cinco

anos, elevar as suas reservas de 15

para 36 bilhões de barris, com in-

vestimentos da ordem de US$ 250

bilhões. O crescimento traz desa-

fios quase tão gigantescos quanto

o volume estimado das reservas. É

preciso, por exemplo, buscar solu-

ções tecnológicas economicamen-

te viáveis e de baixo impacto am-

biental. Mas a questão que deve

mobilizar a atenção do setor nos

próximos anos pode ser resumida

em poucas palavras: falta de pes-

soal qualificado.

“Calcula-se que haja uma ca-

rência de 212 mil trabalhadores no

Brasil para fazer frente aos inves-

timentos previstos para o setor até

2014”, informa o gerente da área

de Petróleo e Gás do Senai Cetind,

Marcelo Fábio Gomes Soares. A

mão de obra mais cobiçada é for-

mada por profissionais de nível

médio: técnicos em petróleo e gás,

plataformistas, operadores de son-

da, técnicos em mecânica e eletro-

mecânica, caldeireiros, pintores e

uma variedade de trabalhadores

especializados na construção e

montagem de plataformas e equi-

pamentos industriais. “Por muito

Procura-se mão de obracarência de profissionais qualificados é hoje um dos maiores desafios do setor de Petróleo e Gás, que deve receber investimentos elevadosnos próximos anos

POR Emília valEntE E mônica mEllo

na sonda Escola, senai cetind

forma equipes para serviços

de exploração e produção

iRAceM

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Bahia Indústria  1�

As mulheres estão ganhando espaço no setor de

petróleo e gás. Com mais de 30 anos no mercado de

sondas de produção on shore e off shore, a empresa

Perbras, sediada em Catu, na Bahia, formou – a par-

tir de uma parceria com o Senai Cetind – uma turma

de auxiliares de operação em sonda de perfuração

formada exclusivamente por mulheres. A iniciativa

surgiu em razão do desempenho de duas pioneiras.

Formadas pelo Senai Cetind e efetivadas pela empre-

sa, Jéssica Souza e Ana Paula Portugal quebraram o

paradigma de que a atividade era domínio do sexo

masculino. Segundo o gerente da Perbras, Marcílio

Dantas, a presença das jovens levou a melhorias na

comunicação e relações interpessoais das equipes.

“Enfrentei muito preconceito dos rapazes. Hoje, me

olham diferente, com respeito”, comenta Ana Paula.

Do início como auxiliar de operadora de sonda, ela

passou a plataformista, mas quer ir muito mais lon-

ge. Quer chegar a supervisora. “Minha mãe diz que

eu sou ‘retada’. Eu digo que sou decidida. Vou chegar

lá”, garante. Alguém duvida? [bi]

jéssica souza, da Perbras: quebrando paradigmas

Presença feminina nas plataformas

tempo, houve uma estagnação

dos investimentos no setor e o re-

sultado é que hoje boa parte dos

profissionais com experiência está

aposentado ou se aposentando”,

explica.

Os números citados por Marce-

lo Fábio são de um levantamento

elaborado pelo Programa de Mo-

bilização da Indústria Nacional de

Petróleo e Gás Natural (Prominp).

O programa criado pelo governo

Lula em 2003 já qualificou 78 mil

pessoas em 15 estados brasileiros,

a grande maioria delas em parce-

ria com o Senai. Neste cenário, a

Bahia tem uma participação sig-

nificativa. “Nos cursos para ope-

rador de sonda do programa, por

exemplo, somos hoje o estado com

o maior número de vagas, com

600”, conta Marcelo Fábio. Além

dos cursos do Promimp, o Senai/

Cetind oferece uma gama ampla

de treinamentos para profissio-

nais do setor de Petróleo e Gás, já

tendo qualificado mais de 1.500

pessoas em Salvador e no interior

do estado. Uma das vertentes im-

portantes da atuação da entidade

é a qualificação de pessoal para

o setor de Exploração e Produção

na Sonda Escola, um centro de

treinamento montado em parceria

com a Petrobras onde podem ser

encontrados equipamentos como

uma sonda didática e até uma tor-

re para trabalhos de resgate.

Apesar de não contar com re-

servas do pré-sal em seu território,

a Bahia, como pioneira na produ-

ção e extração de petróleo no Bra-

sil, tem uma tradição de fornecer

profissionais para o setor. “Muitos

trabalhadores que hoje atuam na

Bacia de Campos e em outras áre-

as de produção do sudeste vieram

daqui”, revela. Além disso, os in-

vestimentos previstos para a nossa

região também não são desprezí-

veis. Em uma visita a Salvador, no

último mês de março, o presidente

da Petrobras José Sérgio Gabrielli

confirmou que a estatal pretende

direcionar para a Bahia cerca de

US$ 5 bilhões (R$ 8,5 bilhões) até

2014. Entre as iniciativas previs-

tas, estão a modernização da Re-

finaria Landulpho Alves (Rlam),

o desenvolvimento de produção

em campos terrestres e no mar e a

montagem de atividades de cons-

trução naval.

“Calcula-se que haja uma carência de 212 mil trabalhadores no Brasil para fazer frente aos investimentos previstos para o setor até 2014

marcelo soares, gerente da área de Petróleo e Gás do Senai Cetind

iRAceMA cHequeR

HARoldo ABRANteS

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1� Bahia Indústria

O interior na rota do crescimentO

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Bahia Indústria  1�

política de atração de

investimentos para

a Bahia foi relativa-

mente bem sucedida

nas últimas décadas.

Mesmo sem alterar for-

temente a histórica concentração

da indústria nos segmentos petro-

químico e de refino, houve uma re-

lativa diversificação setorial, com

a instalação do complexo automo-

tivo Ford, de fábricas de celulose,

calçados e bebidas. Além disso, fo-

decidida a somar esforços rumo ao desenvolvimento sustentável, Fieb lança no oeste baiano o seu Programa de interiorização da indústria

POR clEBEr BorgEsfOTOS cláudio FolEto

ram registrados avanços importan-

tes rumo à distribuição espacial da

produção industrial, mas não na

intensidade necessária à criação de

riqueza para parcelas importantes

da população baiana.

A forte concentração espacial

da indústria impede a dinamiza-

ção de economias em boa parte

do território baiano. A título de

comparação, a Região Metropo-

litana de Salvador e o Recôncavo

detêm, juntos, 60% do PIB indus-

O interior na rota do crescimentO

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�0 Bahia Indústria

empresariado e do meio político. “Fomos muito bem

recebidos. Levamos os principais executivos do Sis-

tema para prestigiar os empresários de uma área que

cresce muito rapidamente”, afirmou Mascarenhas.

Nos próximos meses, o programa será lançado nos

municípios de Ilhéus e de Feira de Santana. Em rela-

ção a este último, a Federação das Indústrias já con-

tratou especialista renomado para avaliar formas de

aumentar a sustentabilidade do Pólo de Informática,

o que acontecerá no âmbito do Projeto Decas (de estí-

mulo ao adensamento de cadeias produtivas).

O Programa de Interiorização da Indústria tem a

finalidade de contribuir para melhorar as condições

de atratividade e competitividade de regiões estra-

trial do estado. Enquanto isso, a

região oeste, que abrange 23 mu-

nicípios e ocupa 20% do território

baiano, responde por apenas 5,4%

do PIB. Isso significa que regiões

como o oeste não conseguem ter

suas potencialidades plenamente

exploradas o que atrapalha o de-

senvolvimento de centros urbanos

de médio porte, capazes de frear

o fluxo migratório para a capital e

seu entorno.

O crescimento assimétrico en-

tre RMS/Recôncavo e as demais

regiões é um dos principais desa-

fios ao desenvolvimento sustentá-

vel da Bahia. Por essa razão, o Sis-

tema Federação das Indústrias do

Estado da Bahia formatou e lan-

çou o Programa de Interiorização

da Indústria, uma iniciativa que

vem para somar esforços rumo ao

desenvolvimento sustentável. O

lançamento aconteceu no dia 14

de abril, nos municípios de Bar-

reiras e Luis Eduardo Magalhães,

durante encontro do presidente do

Sistema Fieb, José de Freitas Mas-

carenhas, e de executivos da ins-

tituição com lideranças locais do

tégicas da Bahia, estimulando,

por conseguinte, a permanência

e perpetuidade das indústrias

nelas instaladas. Dessa forma, ao

estimular o processo de descen-

tralização industrial, com a explo-

ração de vantagens comparativas,

pretende elevar o emprego e o ní-

vel de renda das regiões.

Na visão do Sistema Fieb, o pro-

cesso de interiorização da indús-

tria exige ações que extrapolam

seu campo de atuação. São ações

típicas do setor público, como

prover infraestrutura, conceder

incentivos fiscais e doar terrenos.

Por essa razão, conclui, um proje-

to dessa natureza requer o esforço

conjunto da iniciativa privada, do

governo do estado (principal pro-

tagonista) e prefeituras.

METASCom a implantação do progra-

ma, será possível alcançar duas

metas estabelecidas pelo Sistema

Federação das Indústrias do Esta-

do da Bahia para estender de for-

ma consistente sua atuação no in-

terior do Estado. A primeira delas

Nos próximos meses, o programa será lançado também nos municípios de Ilhéus e Feira de Santana. Uma das metas da iniciativa é ampliar o índice de cobertura dos serviços prestados às empresas locais pelo Senai, Sesi e IEL

Equipe da Fieb no encontro com empresários de luis Eduardo magalhães. ao centro (camisa rosa), prefeito humberto santa cruz

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Bahia Indústria  �1

ambiente de negócios, com estí-

mulo ao associativismo e investi-

mentos em unidades de serviços.

No caso de Ilhéus, será contratado

um estudo da cadeia de informá-

tica, com a finalidade de garantir

sua sustentabilidade, hoje ame-

açada por incentivos que podem

vir a beneficiar a Zona Franca de

Manaus. Finalmente, há o nível de

assistência à atividade empresa-

rial, que contempla a implantação

de ações e projetos a partir do por-

tfólio de competências do Sesi, Se-

nai e IEL, que visam à melhoria da

produtividade e da gestão dos ne-

gócios, o que inclui a qualificação

profissional, melhoria da qualida-

de de vida, responsabilidade so-

cioambiental e apoio à inovação.

a prefeita

de barreiras

jusmari

Oliveira está

otimista com

o programa

é o crescimento do Valor Adiciona-

do Bruto da Indústria (VAB – In-

dústria) das regiões selecionadas

acima da média da Bahia, a partir

do final de 2012, tendo como sub-

meta a ampliação do emprego for-

mal das indústrias nelas sediadas,

também acima da média estadual

no mesmo horizonte de trabalho.

A segunda meta é alcançar, a

partir do final de 2012, os percen-

tuais projetados de atendimento

às empresas das três regiões, via

serviços do Serviço Social da In-

dústria (Sesi), Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (Senai)

e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O

indicador consiste em: ampliar de

1% para 10% o índice de cobertu-

ra de serviços nas empresas ins-

taladas na região oeste; dos atu-

ais 12% para 20%, na região de

Feira de Santana; e de 20% para

50%, na região de Ilhéus. Parale-

lamente, o programa espera obter

um nível de satisfação de 80% em

relação à ação institucional do

Sistema Fieb e elevar para 15% o

percentual mínimo de empresas

associadas das três regiões.

Para que possa atingir as me-

tas a que se propõe, o Sistema

Fieb entende que a gestão do Pro-

grama de Interiorização deve ser

compartilhada entre empresários

e setor público, com foco em três

dimensões da competitividade:

empresarial, relativo aos fatores

internos da empresa (organização,

planejamento e execução) que as-

seguram a eficácia operacional;

estrutural, relativo aos aspectos

do entorno da atividade empre-

sarial (fornecedores, mão de obra

qualificada, clientes qualificados,

mercados, logística, meio am-

biente etc), considerados determi-

nantes para a atração e expansão

de atividades industriais em uma

região determinada; e sistêmico,

que diz respeito a aspectos legais

e regulatórios, dentre outros, que

exercem um papel de grande influ-

ência no desempenho de uma em-

presa, mas que fogem a seu raio de

influência.

O foco de atuação nos pontos

acima se desdobra em três níveis.

O primeiro é a agenda de defesa

de interesses, com o Sistema Fieb

utilizando sua representativida-

de para influenciar em questões

administrativas e judiciais, por

exemplo, com vistas à sustentabi-

lidade industrial, valendo-se, para

tanto, de seus conselhos temáticos

e da Superintendência de Relações

Institucionais.

Um segundo é a melhoria do

População (1) 568.322 184.231 556.756

PiB (R$ milhões) (2) 6.544 1.633 5.263

Nº de indústrias 185 97 631

empregos industriais (3) 5.657 3.818 24.679

FoNteS: (1) CeNSo IBGe 2010; (2) IBGe – 2008; (3) GuIa INduStrIal FIeB/2010

números das três regiões prioritárias OEstE ilhéus FEira dE santana (23 municípios)

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�� Bahia Indústria

Barreiras e Luis Eduardo Maga-

lhães não foram escolhidas por

acaso, pelo Sistema Fieb, para o

lançamento do Programa de In-

teriorização da Indústria. Neste

último município, por exemplo, a

demanda de novas empresas in-

dustriais por terrenos é tanta que

o prefeito Humberto Santa Cruz

anunciou ao presidente da Fieb,

José Mascarenhas, a ampliação,

em 100 hectares, da área física do

Distrito Industrial local. Sabe-se

que 20 indústrias estão na fila à

espera de terreno onde possam se

implantar.

Nos dois municípios, serão im-

plantadas unidades integradas do

Sesi, Senai e IEL para atender às

indústrias locais nas áreas de qua-

lificação profissional, educação de

jovens e adultos, saúde e seguran-

ça no trabalho, intermediação de

estágio e apoio à inovação, com

mais de 4 mil m² de área cons-

truída, em terrenos com mais de

8 mil m², projetadas para futuras

ampliações. Elas irão substituir

os atuais núcleos. Em Barreiras, o

terreno foi doado por descenden-

tes de Antonio Balbino (1912-1992),

ex-governador e senador baiano,

filho ilustre daquele município.

Já em Luis Eduardo Magalhães

(LEM), o térreo foi doado pelo pre-

feito Humberto Santa Cruz. Ambos

bem localizados.

“Começamos pelo oeste em

razão do crescimento e também

totalizando 1,2 milhão de hectares

plantados, cuja safra 2011 tem va-

lor estimado de R$ 6 bilhões. Ela

dispõe de atrativos, a exemplo de 6

milhões de hectares de terras into-

cadas, condições climáticas ideais

para plantio de grãos e espaço com

infraestrutura para a implantação

de indústrias processadoras.

Mas convive com problemas

como a má qualidade da energia

e limitações na área de comuni-

cações. Essas são as principais

queixas dos empresários no oeste.

O presidente do Sistema Fieb disse

estar acompanhando os dois as-

suntos e citou a garantia que lhe

foi dada pela direção da Coelba,

de aplicar na região R$ 68 milhões

para ampliar a oferta de energia.

“Não pretendemos trazer soluções

prontas. Vamos atuar com flexibi-

lidade e em parceria com o empre-

sariado local. O futuro é de quem

se mostrar competente. E estamos

juntos para o futuro”, afirmou

Mascarenhas.

QUALIFICAÇÃOUm dos focos da atuação do Sis-

tema Fieb na região é a qualifica-

ção de trabalhadores para atender

à crescente demanda industrial

nessa área. “Empresas competiti-

vas têm como base trabalhadores

qualificados”, afirma o diretor do

Cieb, Paulo Tassi. Desde 2007, o

Senai treinou 750 trabalhadores

na região e a meta é expandir mui-

Lançamento em uma das regiões que mais crescem

“a vinda da Fieb e sua estrutura traz boas expectativas, especialmente quanto à qualificação

neiva jasakelski, empresária

de barreiras

de iniciativas no âmbito do poder

municipal, a exemplo do Plano Di-

retor de Luis Eduardo Magalhães”,

afirmou José Mascarenhas, duran-

te visita àquele município, quando

adiantou que a intenção é ampliar

na região os serviços do Sesi, Se-

nai e IEL, mas também defender

de forma consistente os empresá-

rios em suas demandas, inclusive

junto ao governo. Nesse aspecto,

irá contar com o apoio do empre-

sário Paulo Tassi, formalizado na

ocasião como diretor regional do

Centro das Indústrias do Estado

da Bahia no oeste

Cidade planejada, Luis Eduardo

Magalhães tem a economia basea-

da nas culturas de soja e algodão,

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Bahia Indústria  �3

unidades integradas do sesi,

senai e iEl serão construídas

em terrenos de mais de 8 mil

metros quadrados. O staff da

Fieb visitou o terreno de luis

Eduardo magalhães

to esse serviço. Afinal, como lem-

brou José Mascarenhas, “onde o

empresário encontra um ambiente

adequado ele tende a se implan-

tar.”

Empresários do oeste que par-

ticiparam do lançamento do Pro-

grama de Interiorização demons-

traram otimismo. Em Barreiras, o

casal de empresários Neiva Bea-

triz e Mário Jasakelski, sócios da

empresa de alimentos Tio Mário,

já teve uma experiência positiva

com o Sistema Fieb. Beatriz par-

ticipou do programa Bolsas Bitec

e disse ter tido um “excelente re-

torno”, com uma nova visão sobre

a importância da inovação. “A

vinda da Fieb e sua estrutura traz

boas expectativas, especialmente

quanto à qualificação.”

Por seu turno, o empresário Ru-

bens de Sá, da Têxtil Santa Clara

(Tescla), afirmou estar “muito gra-

tificado” com a iniciativa da Fieb

de interiorizar suas atividades.

“Nosso município precisa deste

apoio e o poder publico acolheu a

idéia, doando o espaço para cons-

trução da unidade. Já participei do

programa PEIEX, através do IEL, e

identificamos demandas que pre-

cisam dos serviços do Sesi e do

Senai . A disponibilidade de meios

que qualifiquem o trabalhador e

melhorem sua qualidade de vida

é um dos requisitos analisados

pelas indústrias que pretendem se

instalar na região.”

Lideranças políticas dos dois

municípios mostram-se otimistas.

“Agradeço á deferência da Federa-

ção das Indústrias em trazer seu

principal staff e estou otimista

com o futuro, pois nossa princi-

pal dificuldade é a capacitação de

trabalhadores”, afirmou a prefei-

ta de Barreiras, Jusmari Oliveira

(PR). Por sua vez, Humberto Santa

Cruz, prefeito de LEM, agradeceu

a José Mascarenhas, pois, como

observou, “é a primeira vez que

vemos aqui a direção da Fieb com

seu primeiro time.” [bi]

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�� Bahia Indústria

adiado encontro do comitê brasil-japãoEm razão do agravamento da

crise em que está

mergulhado, o Japão adiou

para o segundo semestre, em

data a ser definida, a

realização do encontro do

Comitê de Cooperação Brasil-

Japão, inicialmente previsto

para meados de maio, em

Salvador. O adiamento foi

comunicado formalmente ao

presidente da Fieb e do

Comitê pelo lado brasileiro,

José de Freitas Mascarenhas,

responsável por trazer o

encontro para a capital

baiana. Nas versões

anteriores, ele foi realizado

em São Paulo. Do Japão,

virão empresas

representadas pelo Nippon

Keidanren, associação que

reúne quase 1.300 indústrias

de médio e grande portes

daquele país.

HARoldo ABRANteS

Por uma bahia mais competitivaA Fieb está abrindo um canal de

comunicação independente com os

parlamentares baianos em Brasília para

propor uma agenda positiva em prol do

aumento da competitividade do Estado. No

dia 8 de abril, a senadora Lídice da Mata

(PSB) e os deputados federais Antonio

Imbassahy (PSDB), Rui Costa (PT) e João

Bacelar (PR) estiveram na sede do Sistema

Fieb, em Salvador, para um encontro com o

presidente da entidade, José de Freitas

Mascarenhas. Em pauta, dados e

estatísticas sobre o desempenho do Estado

em áreas como Educação, Infraestutura e

Desenvolvimento Econômico. Os

parlamentares saíram do evento com a

promessa de um esforço pluripartidário

para atender às demandas da indústria.

Lançamento do PNSST marcou Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho

segurança para a construção civilA construção civil é um dos setores que mais cresce no país. Atualmente, representa 5,1% do

PIB, empregando mais de 2,6 milhões de trabalhadores. Ao mesmo tempo, convive com

algumas das piores estatísticas em segurança: são 18,6 milhões de mortes para cada 100 mil

trabalhadores homem. Ajudar a mudar estes números é a meta do Programa Nacional de

Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) que o Sesi lançou em 28 de abril, Dia Mundial de

Segurança e Saúde no Trabalho, durante evento na Sede da Fieb. A idéia do projeto – que foi

formatado na Bahia e será adotado por 25 estados – é disseminar informação e transferir

tecnologias, métodos e soluções inovadoras para empresas e canteiros de obras. “O que

estamos fazendo aqui é usar o planejamento e a inteligência para proteger vidas”, completou o

presidente da Fieb, José de Freitas Mascarenhas.

Parlamentares baianos com o presidente da Fieb: diálogo em prol do Estado

painel

HARoldo ABRANteS

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Bahia Indústria  �5

joão marcelo na sdiA Superintendência de

Desenvolvimento Industrial

(SDI) do Sistema Fieb tem

novo superintendente: João

Marcelo Alves, economista

pós-graduado em Finanças

Estratégicas, pela New York

University, com mestrado

em Administração, pela

Ufba, e oito anos de

experiência no mercado

financeiro. A mudança de

conceito em curso na área,

sob sua gestão, levará à

ampliação do papel da

superintendência frente aos

mantenedores da

organização. Além disso, a

SDI concentrará o foco nas

demandas da indústria e

atuará pautando o debate

sobre questões técnicas e

econômicas que envolvem a

indústria baiana.

bahia sedia jogos nacionaisTrabalhadores e dirigentes

de indústrias de todo o país

participam, de 25 a 28 de

maio, da 7ª edição dos

Jogos Nacionais do Sesi

2011, no Sesi Unidade

Simões Filho. Realizado

pela primeira vez na Bahia,

o evento esportivo reunirá

1.250 competidores de todo

o país, classificados nas

etapas regionais dos jogos

em 2010. Os atletas-

trabalhadores disputarão

partidas de futebol, futebol

sete máster, futsal, vôlei,

vôlei de praia, xadrez,

natação, atletismo, tênis de

campo e tênis de mesa.

secretário elogia pista de atletismo A pista de atletismo – em

fase de requalificação – e as

instalações do Sesi Simões

Filho impressionaram o

secretário estadual do

Trabalho, Emprego, Renda e

Esporte, Nilton Vasconcelos,

que visitou a unidade. De

acordo com o secretário, a

pista do Sesi – que é a única

do estado certificada pela

International Association of

Athletics Federations (IAAF)

por possuir medidas

oficiais, piso sintético e zona

de saltos e arremessos -

possibilitará a atração de

eventos nacionais e

internacionais, além de

parcerias com instituições

esportivas.

Luciano Coutinho, do BNDES: R$ 1,5 bilhão em financiamento para o Senai Nacional

NoNoNoNoNo

cimatec é modelo, diz presidente do bndEs Um bilhão e meio de reais é o valor do financiamento que o BNDES estuda liberar para o Senai

Nacional. Os recursos seriam destinados à implantação de 20 centros de alta performance e à

reforma de 50 centros do Senai em todo o país. Os centros de alta performance teriam como

referência o Cimatec, unidade do Senai Bahia inaugurada em 2002. Em recente reunião do

Fórum Nacional da Indústria, em São Paulo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho,

destacou o Cimatec como um dos principais centros tecnológicos do país.

conexão itália-bahia Jovens empresários

italianos visitaram o

Sistema Fieb, no mês de

março, para conhecer as

oportunidades de

negócios da Bahia. No

encontro, promovido

pela Câmara de Comércio

de Milão em parceria

com o Centro Internacional

de Negócios do

Sistema Fieb, o

Superintendente de

Desenvolvimento

Industrial, João Marcelo,

apresentou o panorama

econômico industrial do

estado, com informações

sobre os setores

automotivo, petroquímico e

de mineração.

bahiaminas no café Empresarial A Bahiaminas foi a

convidada da primeira

edição 2011 do projeto

Café Empresarial.

No dia 19 de abril, a

empresa apresentou os

seus critérios de

contratação para

fornecedores de produtos e

serviços em um evento no

Fiesta Convention Center,

em Salvador. O alvo do Café

Empresarial é apresentar

aos fornecedores

demandas de produtos e

serviços das empresas-

âncora que integram o

Programa de Qualificação

de Fornecedores (PQF),

desenvolvido pelo

IEL/BA e Sebrae.

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�� Bahia Indústria

InDIcaDores Números da Indústria

Crescimento de 2,3% na produção baianaincremento em fevereiro ficou muito abaixo do verificado em janeiro (4,2%), confirmando trajetória descendente

Em fevereiro, a taxa anualizada da produção física

da indústria de transformação da Bahia cresceu

2,3%, bem abaixo da registrada em janeiro (4,2%),

confirmando a trajetória descendente iniciada de-

pois de outubro de 2010 (quando alcançou o pico de 11%),

situando a Bahia no penúltimo lugar do ranking dos 13 esta-

dos que participam da pesquisa mensal do IBGE. Tal resul-

tado pode ser atribuído ao crescimento de sete dos oito seg-

mentos pesquisados: Refino de Petróleo (17,1%), Alimentos

e Bebidas (11,3%), Veículos Automotores (10,9%), Minerais

não-metálicos (10,8%), Borracha e Plástico (10,5%), Celu-

lose e Papel (4,3%), e Metalurgia Básica (1,7%). Por outro

lado, o segmento de Produtos Químicos/Petroquímicos

apresentou resultado negativo (-13,2%).

Na comparação do 1º bimestre de 2011 com igual pe-

ríodo do ano anterior, a produção física da indústria de

transformação baiana registrou queda de 13,2% (contra

uma alta de 4,6% da média nacional), refletindo, princi-

palmente, a interrupção do fornecimento de energia elé-

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Bahia Indústria  ��

São Paulo 6,8 5,1 8,2

Minas Gerais 8,0 4,7 9,9

Rio de Janeiro 11,4 7,6 10,2

Paraná 9,4 13,8 15,3

Rio Grande do Sul 7,9 2,0 5,0

Bahia -16,8 -13,2 2,3

Santa catarina 4,1 3,3 5,4

Amazonas 11,2 5,7 13,2

espírito Santo 2,3 -1,1 5,8

Pará -4,0 -0,1 1,8

Goiás -2,8 -1,6 13,1

Pernambuco -3,4 -3,7 7,4

ceará -1,6 -6,0 5,5

Brasil 7,0 4,6 8,5

trica, que atingiu oito estados do

nordeste entre 3 e 4 de fevereiro,

com maior impacto no Pólo Petro-

químico de Camaçari, cujo forne-

cimento de matérias-primas só foi

restabelecido em 13 de fevereiro.

Apresentaram resultados ne-

gativos três dos oito segmentos

pesquisados: Produtos Químicos/

Petroquímicos (-37,7%, menor fa-

bricação de etileno não-satura-

do e polietileno de alta e baixa

densidade), Refino de Petróleo (-

13,6%, menor fabricação de óleo

diesel e nafta petroquímica) e

Metalurgia Básica (-11,3%, queda

na produção de alumínio não li-

gado em formas brutas, por conta

do fechamento da planta da No-

velis no final de 2010, e ouro em

barras). Por outro lado, cinco seg-

mentos registraram resultados

positivos: Veículos Automotores

(31,5%, expansão sobre uma base

de comparação deprimida, já que

foram concedidas férias coletivas

entre 10 e 24 de fevereiro de 2010),

Alimentos e Bebidas (15%, maior

fabricação de chopes, cervejas,

refrigerantes e óleo de soja em

bruto), Borracha e Plástico (11,7%),

Minerais não-metálicos (10,3%) e

Celulose e Papel (7,6%).

Na comparação de fevereiro de

2010 com igual mês do ano ante-

rior, a produção física da indústria

de transformação baiana registrou

queda acentuada de 16,8% (contra

uma expansão de 7% da média

nacional), explicada pontualmen-

produção física por estados: indústria de transformação

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

EstadOs VARiAção (%)

FEV11/ jan-FEV11/ mar10-FEV11/ FEV10 jan-FEV10 mar09-FEV10

te pelo desligamento do sistema

elétrico do Nordeste. Registraram

quedas os segmentos: Produtos

Químicos/Petroquímicos (-48%,

redução na produção de etileno

não-saturado, polietileno line-

ar e de alta e baixa densidade,

policloreto de vinila, e propeno

não-saturado), Metalurgia Básica

(-19,8%, queda na produção de

alumínio não-ligado em formas

brutas e ouros em barras), e Refi-

no de Petróleo (-12,7%, em virtude

da menor fabricação de óleo diesel

e nafta petroquímica). Dentre os

segmentos que registraram ex-

pansão, destaca-se o de Veículos

Automotores (168,9%), cujo forte

incremento deve-se principalmen-

te à baixa base de comparação.

A expectativa é de que o resul-

tado da produção da indústria de

transformação baiana de março

apresente recuperação em rela-

ção ao verificado em fevereiro,

em função da plena retomada da

produção do Pólo Petroquímico de

Camaçari, após a interrupção do

fornecimento de energia elétrica

verificada em fevereiro. [bi]

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�� Bahia Indústria

ARtuR ikiSHiMA

Empresas alemães hi-tech, lí-

deres em qualidade nos seus

respectivos setores, reali-

zaram, em Salvador, rodadas de

negócios com empresários baia-

nos. Os alemães estão em busca

de empresas locais para que pos-

sam desenvolver parcerias estra-

tégicas, não apenas para a venda

de produtos, mas também para

a produção em conjunto, ou para

que possam, em parceria, oferecer

um serviço de alta qualidade. As

reuniões aconteceram dentro da 2ª

Rodada Internacional de Negócios

Bahia e Baden-Württemberg (esta-

do alemão), organizada pelo Centro

Internacional de Negócios (CIN) da

Fieb, em parceria com o Ministério

da Economia do estado alemão.

O presidente do Sistema Fieb,

José de Freitas Mascarenhas, lem-

brou, na ocasião, as parcerias que

empresários alemães em sintonia com a Bahiainiciativa da Fieb e Ministério da economia de Baden-Württenberg, rodada de negócios abre oportunidades de parceria entre empresários

do estado alemão em realizar uma

segunda missão. “Estes encontros

são exemplos concretos de como a

Fieb vem se posicionando como um

parceiro estratégico para organiza-

ções internacionais na realização

de ações de promoção de negócios

e de comércio”, avalia a gerente do

CIN Fieb, Daniella Cunha.

Nesta segunda edição, a dele-

gação alemã foi coordenada pelo

ministro da Economia de Baden-

Württenberg, Richard Drautz,

sendo composta por mais de 30

integrantes, dentre os quais re-

presentantes de 16 empresas ale-

mãs. Além da rodada de negócios,

foram promovidas apresentações

sobre a indústria baiana, sobre Ba-

den-Wurttemberg e Secopa, uma

visita técnica ao Senai Cimatec e

reuniões com representantes da

Secretaria de Indústria, Comércio e

Mineração do Estado e do Detran.

“Compreendemos que uma co-

operação internacional não se re-

sume apenas a comprar e vender,

mas a uma parceria mais profun-

da e estratégica. E nós desejamos

alcançar situações em que ambos

parceiros estejam satisfeitos e te-

nham sucesso”, informou Richard

Drautz.

Durante a rodada de negócios,

foram identificadas 41 possibilida-

des de futuros negócios e 13 possi-

bilidades de ampliação de transa-

ções já existentes. [bi]

Evento trouxe

a salvador

representantes

de 16

empresas

alemães

estão em andamento entre o esta-

do alemão e o Senai. “Em parceria

com a Tecnaro, o Cimatec lidera

o projeto de desenvolvimento de

compósitos de polímeros com fi-

bras naturais, a exemplo de coco,

casca de arroz, pó de madeira e

bagaço de cana. Outra área de co-

laboração é por meio do TheoPrax,

que consiste na implantação em

até três anos da metodologia edu-

cacional desenvolvida por pesqui-

sadores do Instituto Fraunhofer

ICT, no ensino técnico e superior

do Senai. A expectativa é que no-

vas e produtivas parcerias sejam

efetivadas”, observou.

Esta é a segunda vez que uma

missão de Baden-Württemberg

vem à Bahia. A primeira foi em

2007, com foco predominante na

cadeia automotiva. O sucesso do

primeiro encontro gerou o interesse

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Bahia Indústria  ��

O transporte de grãos, ál-

cool, açúcar, minérios de

ferro e outros produtos do

oeste baiano vai trilhar novos ru-

mos. A construção da Ferrovia de

Integração Oeste-Leste (FIOL) pro-

mete ser o principal agente desta

transformação. Com 1.537 km de

extensão, a malha ferroviária irá

interligar os municípios de Ilhéus,

Caetité e Barreiras, estendendo-se

até a cidade de Figueiropólis, divi-

sa com o estado de Tocantins.

Em abril, o Ministério Público

protocolou uma ação civil solici-

tando a suspensão das obras do

projeto no trecho entre Barreiras

e Ilhéus até a conclusão dos pro-

cedimentos de licenciamento am-

biental do Porto Sul. O motivo: a

decisão do governo estadual de

mudar a localização do complexo

portuário, que servirá de termi-

nal marítimo para a ferrovia. Até

o momento do fechamento desta

edição, no entanto, as obras pros-

Nos trilhos do desenvolvimentoProjeto da Ferrovia oeste-leste promete dinamizar o transporte de cargas na região

Caetité. Já o segundo trecho tem

482 km de distância, cobrindo o

percurso de Caetité a Barreiras.

Seu prazo de conclusão é julho de

2012. De acordo com a Valec, para

a execução das obras neste espa-

ço é aguardada licença de insta-

lação. Já a última trama da ferro-

via referente ao trecho Barreiras-

Figueiropólis, em Tocantins, está

em fase de planejamento.

A nova infraestrutura de trans-

porte prevista no Plano Nacional

de Logística de Transporte, que

prevê a implantação da Ferrovia,

prenuncia desenvolvimento eco-

nômico e uma nova era para a con-

dução de cargas no país. Além de

melhorias para o meio ambiente,

da instalação ao funcionamento,

os centros de transferência de car-

ga e serviços logísticos serão res-

ponsáveis pela geração de emprego

e renda nas localidades cortadas

pela ferrovia. Os pátios ferroviá-

rios irão gerar serviços que vão do

fornecimento à comercialização.

Mauro Augusto Ramos destaca o

grande volume de mão de obra que

a instalação da ferrovia irá agre-

gar. “Temos muitas contratações

de pessoal para atuar nos pátios

e canteiros de obra. Isso acaba

movimentando e fortalecendo a

economia”, conclui. O inicio da

operação da ferrovia está previsto

para 2013. [bi]

seguiam a todo vapor. Segundo

Mauro Augusto Ramos, superin-

tendente comercial da Valec-Enge-

nharia, responsável pela constru-

ção da ferrovia, cerca de 2% das

obras já foram realizadas.

O objetivo da ferrovia é di-

namizar o transporte de cargas

entre as regiões do oeste e leste

baianos. De acordo com infor-

mações da Valec, o redesenho

da malha ferroviária brasileira

irá dar suporte a um estruturado

sistema de alta capacidade para o

transporte de cargas e irá atender

aos novos fluxos de transporte de-

correntes da atividade econômica

brasileira. Até 2010, a concessio-

nária investiu R$ 671,2 milhões

para a instalação da ferrovia e há

previsão de que até a conclusão

das obras sejam gastos aproxima-

damente R$ 4,80 bilhões.

O primeiro trecho da ferro-

via compreende os 537 km que

separam as cidades de Ilhéus e

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30 Bahia Indústria

a determinação dos jovens participantes da

primeira turma do Projeto ViraVida na Bahia

se reflete nos bons resultados do programa

de combate à exploração sexual desenvolvi-

do pelo Conselho Nacional do Sesi. Lançado há um

ano em Salvador com a proposta de elevar a auto-

estima e a escolaridade de jovens em risco social, o

projeto já transformou a realidade de 120 adolescen-

tes selecionados por instituições que atuam no apoio

a vítimas de exploração sexual. O grupo é formado

por pessoas que buscavam alternativas de melhoria

de vida e não encontravam na sociedade opções de

escolha. Seu acesso ao mundo do trabalho é o grande

diferencial do projeto, que conta com o apoio de insti-

tuições públicas e privadas.

Sheila Silva Santos, aluna da primeira turma do

projeto ViraVida, está contente com as mudanças

ocorridas em sua vida, em pouco tempo. O curso de

auxiliar administrativo foi o passaporte para resgate

da cidadania e qualificação profissional. “O início de

uma viagem ao mundo das oportunidades”, diz. Aos

20 anos, a jovem conquistou, com a primeira assina-

tura oficial da carteira de trabalho, além dos direitos

trabalhistas, a sensação de cidadania. “Tudo mudou

em minha vida desde que entrei no ViraVida, descobri

novos horizontes e hoje eu penso em estudar e realizar

meus sonhos, antes destruídos” , relata.

Idealizado pelo presidente do Conselho Nacional

do Sesi, Jair Meneguelli, o ViraVida conta com a par-

ceria de instituições do Sistema S

(Senai, Sebrae, Senac, Sesc). Além

da formação profissional, ofereci-

da a partir do estudo da demanda

de mercado, os jovens recebem

acompanhamento psicossocial,

de saúde e apoio familiar.

ADESÃOO número de empresas apoiado-

ras do projeto tem sido crescente.

Na Bahia, dos 120 jovens matricu-

lados nas duas primeiras turmas

iniciadas em 2010, 26 estão contra-

tados e 49 em fase de contratação.

As vagas estão distribuídas entre

instituições públicas e mais dez

indústrias que aderiram ao proje-

to na Bahia. “A participação dos

empresários completa a proposta

do projeto ao inserir os jovens no

mercado de trabalho e, a partir da

parceria com o Ministério do Tra-

balho/ Superintendência Regional

do Trabalho e Emprego, houve um

aumento na inserção produtiva no

Programa Jovem Aprendiz”, co-

menta Meneguelli.

Nilza Mendonça, gerente de

a hora da

Projeto ViraVida leva jovens vítimas de exploração sexual a ingressar no mundo do trabalho após um ano de atendimento socioeducativo

POR BárBara assisfOTO haroldo aBrantEs

virada

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Bahia Indústria  31

O gesto do abraço é o pedido de

atenção para a questão da ex-

ploração sexual no Brasil. Uma

das ações do projeto ViraVida, a campanha Carinho

de Verdade tem por objetivo mobilizar a sociedade

para combater o abuso sexual no país. As redes so-

ciais têm sido ferramentas importantes na propaga-

ção da campanha, fundamentada na necessidade de

integrar a sociedade na erradicação da exploração

sexual de crianças e adolescentes. A participação da

sociedade na campanha é visível. No microblog Twit-

ter foram publicados mais de 50 mil tweets contra a

exploração sexual.

jovem do

projeto em

serviço: mais

autoestima

atendimento da agência Graça da Caixa Econômica

,elogia a ação do Sesi na oferta de conhecimento e

formação dos jovens e ratifica a importância do apoio

de instituições públicas como a Caixa Econômica,

na admissão dos cursistas. “O projeto é bom e inclui

os jovens aprendizes na convivência com o novo, de

acordo com o objetivo do programa. Percebi um gran-

de potencial nos jovens selecionados em Salvador”,

declara a gerente.

Sem estudar há mais de um ano, Andaiara de Je-

sus Santos participou do processo seletivo do proje-

to, resgatou a vontade de viver e deu a virada neces-

sária para planejar um futuro melhor. O emprego e

a autoestima que a acompanham são sinônimos de

superação. “Estava no fundo do poço e agora consi-

go enxergar a vida de outra forma. Esse projeto sal-

vou a vida de muita gente, em todos os sentidos”,

afirma a aprendiz.

Twitter contra o abuso sexual

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3� Bahia Indústria

HARoldo ABRANteS

Em sua trajetória profissio-

nal, a gerente de recursos

humanos da Rip Serviços

Industriais, Christianne Pamplo-

na, já chegou a receber currículos

de candidatos a vagas de emprego

escritos em embalagens de pão.

Hoje, as novas tecnologias da in-

formação são uma aliada cada vez

mais importante para preparar os

profissionais e ajudá-los a garantir

mais espaço no mercado de traba-

lho. É nessa tendência que apos-

ta a Rede Interorganizacional de

Educação do Trabalhador (Reiet),

um site lançado pelo Sesi Bahia

com o objetivo de contribuir para

elevar a escolaridade e a qualifica-

ção do trabalhador da indústria,

em especial os do pólo industrial

de Camaçari.

SeSi lança rede para trabalhador da indústriaSite vai contribuir para elevar a escolaridade de terceirizados que atuam no pólo industrial de camaçari

extrema relevância para os pro-

fissionais de baixa escolaridade;

pessoas que têm habilidades téc-

nicas, mas cuja formação escolar

não acompanha a competência”,

conclui Oliveira.

Para estruturar as ações da

Reiet, serão promovidas reuniões

sistemáticas com o Núcleo Estraté-

gico da rede. O comitê é formado

por representantes de 16 institui-

ções, dentre as quais o Serviço Na-

cional de Aprendizagem Industrial

(Senai), Cofic, Instituto Federal da

Bahia, Secretaria de Educação do

Estado da Bahia, secretarias de

Educação e Desenvolvimento de

Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila

e Simões Filho, e RIP. O secretário

de educação do município de Ca-

maçari, Luiz Valter Lima, define

a rede como uma ferramenta de

extrema importância para a ar-

ticulação entre o poder público e

empresas privadas. A pesquisa

diagnóstica da oferta e demanda

em educação de jovens e adultos

na região de abrangência do pólo

industrial de Camaçari alimentará

o banco de dados da Reiet. Solan-

ge Novis, coordenadora do Núcleo

de Educação do Trabalhador da

Indústria do Sesi e idealizadora

da Reiet, enfatiza os resultados do

estudo que demonstrou o descom-

passo entre o grau de escolaridade

do trabalhador e a real necessida-

de das empresas de Camaçari. [bi]

solange novis,

do sesi:

descompasso

entre a

escolaridade

do trabalhador

e a demanda

das empresas

A ideia da iniciativa surgiu a

partir de um estudo que identifi-

cou a necessidade educacional e

de qualificação profissional dos

trabalhadores terceirizados que

atuam em empresas daquele pó-

lo. No site, estão disponíveis in-

formações sobre cursos, vagas de

emprego, programação de eventos

e ficha de cadastro de currículo.

“Para mim, a Reiet é um marco”,

comenta Pamplona.

De acordo com o superinten-

dente de comunicação do Comitê

de Fomento Industrial de Camaça-

ri - Cofic, Érico Oliveira, há no Pólo

Industrial de Camaçari 45 mil pes-

soas trabalhando. Deste universo,

30 mil são empregados indiretos

de empresas parceiras e contrata-

das. “O Cofic considera a Reiet de

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teatro

livros

leitura&entretenimento

Bahia Indústria 33

transformação ambiental O livro reúne mais de 1.500 verbetes sobre

fatos e eventos essenciais para a

compreensão das relações entre o homem

e a natureza no Brasil e no mundo. Em

destaque, fatos históricos e acidentes

ambientais de grande repercussão e uma

cronologia dos avanços na legislação

sobre o tema, além de dados sobre ações

do governo e de ONGs, empresas e

movimentos sociais que serviram de

motivação para a criação de políticas de

desenvolvimento sustentável.

com as bençãos do bando A peça ainda não começou, mas a ação já está em andamento.

A platéia vai se acomodando enquanto os atores, no tablado,

cantam e tocam tambores e atabaques. Nos telões, imagens de

atores negros que começaram a atuar antes de 1990, ano de

surgimento do Bando de Teatro Olodum. É Bença, o

espetáculo que marca os 20 anos do grupo. Com linguagem

contemporânea e não linear, a peça concebida e encena por

Márcio Meirelles fala da passagem do tempo e do respeito aos

mais velhos, valorizando a memória cultural da população

afro-brasileira. Em cena, 17 atores e dois músicos

contracenam com depoimentos em vídeo.

E-mail com etiquetaSer o “guia essencial de como usar o e-

mail com inteligência e elegância” é a

proposta do livro Enviar, ou, Send, em

inglês. De autoria de David Shipley, editor

do New York Times, e Will Schwalbe, ex-

vice-presidente e editor-chefe da Hyperion

Books, a publicação aborda de forma

didática questões fundamentais para

quem deseja se aperfeiçoar na arte de

enviar ou não um e-mail. A Biblioteca da

Sede do Sistema Fieb possui um exemplar

para empréstimo ou consulta.

Krajcberg em defesa do planetaAntigas e atuais criações de um artista plástico que fez da sua

obra um poderoso apelo em defesa da preservação do planeta.

Assim é a exposição Grito! Ano Mundial da Árvore, de Frans

Krajcberg. Iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado, por

meio da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio

Artístico e Cultural da Bahia (Secult/Dimus/Ipac), a mostra

integra as comemorações dos 90 anos do artista polonês que

mora desde os anos 70 no município baiano de Nova Viçosa.

Em destaque, obras construídas com materiais como cipó e

troncos de madeiras extraídos de florestas devastadas.

A Grande Transformação Ambientalmarcel Bursztyn e marcelo Persegona. editora Garamond universitária, 407 p.R$ 52

Enviar – o guia de como usar o e-mail com inteligência e elegânciadavid Shipley e Will Schwable. editora Sextante, 192 p.R$ 24,90

João Millet MeiRelleS / diVulGAção

exposição

teatro

não perca Teatro Vila Velha, no Passeio Público, até 29/5, às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 17h. Ingressos a R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

não perca Até o final de julho, no Palacete das Artes Rodin Bahia, na Graça, sempre de terça a domingo, das 10h às 18h

diVulGAção

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3� Bahia Indústria

IDeIas

POR célio costa Pinto

Em 2012, o Brasil sediará a Con-

ferência das Nações Unidas so-

bre Desenvolvimento Sustentável

(Rio+20), após 20 anos da Rio92,

momento em que políticos, cientis-

tas, ambientalistas, empresários e

sociedade civil discutirão os rumos

do planeta, o modelo de desenvol-

vimento e o futuro das próximas

gerações. É necessário mobilizar

os brasileiros para este debate, ha-

ja vista a urgência que a humani-

dade tem em encontrar o caminho

do equilíbrio, do desenvolvimento

sustentável.

Em 2012, diferentemente de

1992, o cenário para o debate é

melhor, a temática ambiental cres-

ceu de importância em todos os

setores, bem como o Brasil vem

crescendo a taxas anuais acima

de 5%. Hoje, o tema meio ambien-

te constitui preocupação central,

pois os efeitos das ações humanas

na Terra já ultrapassaram os muros

da academia e são perceptíveis ao

cidadão comum.

No entanto, em nosso país, ain-

da persiste o falso dilema: meio

ambiente x desenvolvimento. Falso

porque o desenvolvimento é neces-

sário para melhorar a qualidade de

vida de milhões de brasileiros, vi-

sando a geração de emprego e ren-

da, que favorecerá a erradicação

da pobreza, mas precisa estar em

sintonia com a política nacional de

meio ambiente, com a necessária

lucidez de que compartilhamos o

planeta com cerca de 10 a 100 mi-

lhões de espécies vivas distintas,

entre plantas, animais e bactérias,

das quais somente uma parte foi

Falsa dicotomia: meio ambiente x desenvolvimento

identificada e classificada pelos

cientistas.

Temos uma legislação ambiental

muito abrangente e que contempla

aspectos específicos do saber am-

biental, tais como: SISNAMA – Sis-

tema Nacional do Meio Ambiente

(1981), instrumentos consagrados

na Constituição Federal (1988), Lei

das Águas (1997), Lei dos Crimes

Ambientais (1998), Lei da Educação

Ambiental (1999), das Unidades

de Conservação (2000), da Mata

Atlântica (2006), da Gestão de Flo-

restas Públicas (2006), da criação

do Instituto Chico Mendes (2007),

das Mudanças Climáticas (2009) e

dos Resíduos Sólidos (2010).

Assim, podemos olhar para trás

e ver como a legislação ambiental

avançou no Brasil, embora exista a

necessidade de modernizar alguns

de seus aspectos. Destaque para

competências claras dos órgãos

ambientais dos entes da federação

(União, estados, Distrito Federal e

municípios), para o financiamento

do SISNAMA (ICMS e IPTU ecológi-

co, TCFA compartilhada etc.), para

o planejamento territorial com par-

ticipação social, pesquisa científica

e aplicação de conhecimento técni-

co de ponta, fazendo-se o casamen-

to com outras políticas específicas

e demonstrando-se que é possível

compatibilizar o que aparentemen-

te é contraditório: desenvolver e

conservar o meio ambiente.

Campeão mundial em biodiver-

sidade, o Brasil tem papel de desta-

que nessa discussão. Para alcançar

o desenvolvimento sustentável,

o meio ambiente tem de ser, cada

vez mais, tratado como tema trans-

versal e incorporado em todos os

célio costa Pinto, é analista ambiental, superintendente do Ibama no Estado da Bahia [email protected]

programas e projetos governamen-

tais e privados. Afinal, sairá mais

barato e seguro, no futuro, uma

intervenção cautelosa e embasada

na melhor técnica disponível: ele-

var o grau de educação ambiental

da população e fazer com que a le-

gislação ambiental seja respeitada

por todos; aumentar investimentos

em manutenção da biodiversidade

e geração de energia limpa; plane-

jar e utilizar o patrimônio natural

de forma igualitária e para os fins

mais nobres de desenvolvimento;

possuir órgãos ambientais capaci-

tados e eficientes na fiscalização

de infrações e crimes ambientais; e

licenciar obras e empreendimentos

com qualidade técnica e prazo re-

duzido. Assim, alcançaremos tam-

bém justiça ambiental.

Quando os desastres ambien-

tais acontecem, eles afetam mi-

lhares de pessoas, causam dor e

sofrimento, além de sangrar os

cofres públicos na remediação

de intervenções inadequadas no

meio ambiente. Na Rio+20, o tema

mudanças climáticas estará, mais

uma vez, em evidência, mas re-

partindo as atenções com a perda

de biodiversidade e os incentivos

econômicos ambientais.

No Brasil, já se discute o paga-

mento por serviços ambientais,

valorização da função ecológica da

floresta, dos recursos hídricos etc.,

assunto que se encontra em pauta

no Congresso Nacinoal. Portanto,

todos nós devemos levantar uma

discussão séria, ética e oportuna:

acabar com a falsa dicotomia entre

desenvolvimento e meio ambiente

e mostrar ao mundo, na Rio+20,

que isso é possível. [bi]

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Bahia Indústria  35

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