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. I
. JOS~ AUGUSTO DE .AGUIAR CARRAZEDO TADDE!
AVALIAC~O ANTROPOM~TRICA DO IMPACTO NUTRICIONAL
DE UM PROGRAMA DE SUPLEMENTACAO . ALIMENTAR
TESE APRESENTADA h FACULDADE Df SA~DE P~BLICA DA UNIVERSIDADE DE sno PAULO, PARA OBTENCl10 . DO .. GRAU DE DOUTOR JUNTO AO DEPARTAMENTO DE NUTR1Cl10
ORIENTADOR - PROF. YARO RIBEIRO GANDRA
1.987
AGRADECIMENTOS
Ao Prn1Rfifior Yaru Ribeiro Gandra pelo apolo e orientac~o
em todas etapas do curso de doutorado.
Ao Professor Alberto Carvalho da SIlva pula presRnca amiga e
estimulante durante minha vida profissional.
Ao Professor Carlos Auguslu Monteiro pelafi orlentacões
1 nte li gentes. oportunas e competf:ntes.
Aos Professorefi Eucl idt.n.: Ayres de casti lho e Maria Helcnu
Benlclo pelo revisão das primeiras versões deuue texto.
hs Doutoras Debora Cardoso Duarte e L leia de OI iveira pela
Inestimável colabo~acão no pluneiamento e execucão do
trahalho de campo.
Aos estat(stlr.os e programadores do Centro de Apoio ao
Usuário da Universidade de Brusrl la pelo Incansável suporte
na área de lnformáti~a.
h s P r o f e s s o r as Neusa B o r g e s d e L i m:.• e L I I I a n e ,J a c q u e I i n e
Rebello Horta pela revisão gramot.i~:.•l do texto
(NO ICE
· Rut.>umo
Abst.ract
1. 1 ntrortucão
1.1. Programas de suplementacão ai imentar· p .. :ra o
Pg
I I
v
1
grupamento materno-lnfuntl I 1
1 .2. A avaliação dn5 programas 11
2 . n b J e t i v u u 22
3. Material e métodos 23
3.1. A região estudada 23
3.2. A população um est~do 24
3.3. o del ineamentn dn estudo ?.h
3.4. O procedimento amostrai 26
3.5. Coleta dos dudus 27
3.6. va~lávciu estudadas 31
3.7. Procedimentos estatfuli~os 33
4. Resultados 3H
4 . 1 • P e r f I I n u t r i 1.: i n n a I d a s c r I a n c a s a o e n t r a r em
no programa e Ruas associações com as
v u r i ti v e i s I n te r v e n I e n te s.
4. 2. Campa ração entre .os p1:! r I s nutrIcionaIs das
crianças an entrarem no programa e apdS.
se i s meses .de sup I ern•.:ntacão
39
5?.
4 o3 o MudanÇas de cateqor i ,r. centi I ares para as
re I a c i"i e s d e P I I , A I I e P I A e o 1-;:.; u c I a ç Õ e s
cnm varl~vel~ Intervenientes 58
4 o 4 o O i f e r e n c (.1 tõ c o r r i q I d a ~ d n 5 e 5 c o r e s Z a p r e s e n i. t.11l u 5
pelas crlancas ao entrare111 11u proqrama e após . I
\ seis meses de suplementur;ãn alimentar e associa-
cões com a~ variáveis Intervenientes 69
5. OI seussão 76
5o1 o Aspectos referenteu ·uu delineamento dn estudo 76
5.2. Condições nutricional~ das crlancas ao entra-
rem no programa 79
5o:~. 1:omparações das condições nutricinnr>is das
crianças ao entrurem no proqrama e após
seis meuuu de suplementacão B?.
6. Conclusões 90
7. Referência~ bibliográficas 92
Anexos A-1
A solucão da d~snutrtcão lnfanti I e6lá
necessariamente I lgada a m~didu~ de natureza so~ial e
pol (tlca que promovam uma melhor distribulcão de b~ns e
serviços. A orgunização dos serviços pdbl lcos de saddc e de
promoção sncial visando atender ~s reais necessidades dos
pré-escolares é parte de tais mudanças.
I
II
RESUMO
Os prog~amas de sup I ementacf.to a I i menta r,
como ·,
lnlclatlvu do Estado, ~·m lntclo em meados do século \
p~Rsado em pafses eurupeus. Apó::; a segunda guerra mundial.
ns Estados Unidos da América do Norte passam a utl I Izar seus
estoques de u 1 I mentos como mecanIsmo de 1 nf I uênc i <J po I tt 1 c a
nos paI !'\P.5 do te reei r o mundo com a duação de a I I mentos. No
Brasil ns programas de suplementar;ãu ai imantar têm inicio na
década de 50 com a utll i zação de alimentos doados por pafses
r.entrals. Nos anos setenta. é definida uma pol (tlca de
ai Imantação e nutrição para o pat5 que tem a suplementação
alimentar cumo seu principal componente.
São pouco f ruqDentes ava I I ações das at 1-
vldade!'\ de suplementação ai Imantar desenvolvidas em vários
pafses do globo. A análise das lnformacões dispontvei~
demonstra que a suplementucãu ai Imantar não tem promovido
m~lhoras significativas nas condlçõeu nutricionais de pré-
P.ficolares. As avaliações dos prog.ramas existentes no Brasi I,
há cerca de 12 anos, parecem apontar para .o meDmu uentido.
Esse estudo a na I I su o efeito de um
de !'\llplementação alimentar dirigido a pré-
escolares, que distribui. mensalmente, ai imentos formulados I
e suflclentuu para suprir vinte por centu das necessidades
n u t r I c I o n a I s d o g r· u p 1.1 a s s I s t I d o •
Utlli"Za-se para Isso um dellneamcnlu. tipo
III
"antes-depois". em que 1103 crlanca~ menores de 3 anos, são '
tJh~erval1a~ ao entrarem no programn e seis me~es após o seu
ln(cio.
A an~ I I se dos dados an1 r·r.1pumétr i c os ~
real 17ada a parlir de três procedimentos. Nn primuiru deles,
compara-~e o pe ri i I nutricional do grupo estudodu ao
entrar no programa e após seis meses de suplementacão. No
segundo. onat i~Hlm-se as mudanças de c~te~vrias qulntllares
durante o per(odo de suplementação at imentar. No terceiro,
eu1udam-se as diferenças de escores 7 corrl9idos e
referentes aos seis meseü de acompanhamento. Em todas
análises. sãu uutudadas, como varlavels Intervenientes. a
Idade ao entrar no prugruma, o esta d o n u t r I c I o n a I a o e n t r· <.~ r·
no programa. a freq{\êncla a serviços de puP.rlcultura. a
renda familiar per-caplta ro .. ocupação da mãe.
Os resultados demonstram que ocorre um
proGesso de deterloracão do estado nutricional das criancas
quando, na medida em que ficam mais velhu~. estão mais
expuHtas às condições adversas do ambiente em que vivem.
Tal processo tem ln(ciu no segundo semestre, agravandu-ue no
segundo ano, e tendendo a establ.ll7ar-se no tercel rn ano de
vida.
Criar~ças com ireqOêncla nregularn a
servlcos de puericultura e perluncentes à faixa superior de
renda familiar per-caplta, apreuuntam melhores condlcõeR
nutrlclonaiu ao entrar no programa.
IV
A comparuçãu dos perfis nutricionais ao
entrar_, e após _sei~ meseo dcmunstru quu a suplementação
ai imentar não é suficiente para rev~r~er n proccuso de ' I
detP.r I oração. do estadb nu~rlcional \
que acompanha o
"envr:tt"'';lmento" da populacão de pré-P.r.c•ll.ll'P.S.
A a n á I I s e d a s m u d a n c a s q u I n t i I a r_ e s e a s
dlferencas duu escores 7 corroboram esse achudu. Nesses
dois procedimentos, evidencia-se ainda que criancas, que '
entram no programa com piorP.s condições nutricionais uão as
que mais se beneficiam da suplementação. Tal associação é
mantida após controlar os efeitos devidos a variacões
lndlvldualfi do padrão de crescimento.
Vlsundo potencial i7.ar o efeito dél
suplementação ai lmentar. sugP.re-se a adoção de critérios
Cl rnico-antropométrlcos para definição da oportunidade e da
quantidade da suplementaçãti ai imantar para cada criança do
grupo alvo.
A deturiuracão do estado nutricional
preponderante durante o primeiro e segundo anos de vida,
sugere que a di spon I b I I I da de de a I i me~tos pode nãu ser o
fator I imitante na determinação da desnulrlcão em pré-
escolares. Assim sendo. a Integração de medidas I igadas à
adequação das práticas allrnuntares. ao controle das
lnfeccõP.s na lnfAncia e b suplem.entação ai imentar ter·lam
efeito slnérglcn na melhur·ia das cundlcões nutricionais dos
pré-escolares.
v
ABS 1 H 1\l; I
Supplembnlury feedlng programmes, as a \ I
government lnltlatlvc. were ln\'trnrtuced In F.uropean countries
In the ser.nnd half of the past century. Af'ter World War
I I I the Unlted States of Amurica ~tarted to use their
s u r p I u s f o o d s to c lc s as a me c h a n I sm n r p o I I ti cu I I n f I u e n c e I n
Third Wnrld countrles through fourt ald. In Braz. I I I
supplementary food programmes bcgun In the flftles through
the dlst.rlhutlon or fnnd donated by Central countries. In
the 70's, a n a t i o n a I f o o d ;1 n d n u t r I t i o n p o I I c y w a s d e r i n e d ,
wlth a principal focus nn supplumentary feeding.
Not many evaluatlons of supplementary
fcnding actlvltles have been conducted in the various
countrles of the world. An analyuis of the lnformatlon
avallable uhows that supplementary feedlng h;n; not re~ulted
In slgnlflcant lmprovemcntu In the nutritlonal status of
pre-school c h I I d r H n . E v a I 11 a t I o n s o f B r a 7. I I I a n pro 9 r umme s
tmptemented nver the tast 12 vears tead to thtl same
concluslon.
The pre~ent study anutyses the effect of
a s ~~ p p I em e n 'ta r y f e e d I n g p r o g r a mm e w h I c h d i n t r I b 11 'te s . o n a
monthly basls, formulated food in quantltles sufflclent to
provlde twen1y per r.ent of the nutrltlonal nueds of 'the
asslstt:d gr·oup.
VI
For that purpofie , a before and after
lmp~ct . evaluatlon I~ carried out, In whlch 1.103 chlldren
under threu years of age are ohserved at thc lime they enter '·,
\ t h e p r o g r a mm P. a n d s i x m u n t h s a\! t e r .
An analysls of antropometric da~u is
made. uslng three statlutical procP.dures. In the flrst one.
the nut·ritiunal prortles of the observP.d group at the time
they P.nter the programme are compured with their profi les
stx · months later. In thP. second onu, uslng a percentlle
dlstribution, the group ls dlvlded lnto five categorias and
changes between categorieo durlng the supplementary perlod
are observed. In the thlrd one, dlfferences In Z scurcs are
studled for the uix months of monltorlng. In ali three
a na I ys I s. the age and thp, nutrI tI o na I status at the tI me o f
entry lntu the programme, frequency to prevuntlve health
uervlces. per c a p I ta f am I I y I n c ornt~ <J n d mo t h e r 's o c cu p a tI o n
are studied us lntervenlent varlables.
Results shuw that a process o f
detcrloratlon In the nutrltlnnal statuu uf the studled group
occur when expnsed to the adverse cunditinns of the
envirunment In whlch they I lve. Thls process starts In the
s e c o n d s em e s t ~~ r , aggravates In the second year und tends to
stabiii'Z.e In the thlrd year of llfc.
Ghtldren wlth a regular attendance recnrd
to preventlve healtt• uervlces and belonging to the hlgher per-
VII
caplta 1 n r. o nH-: t ,~ ·.: :"! I ~ h n w h P. t t A r n u t r I t I o n a I s t ~ t u u u t t h e
t i nr•~ t h P. y e n t e r t h e p r o g r a mm e •
A cnmparlson of the nutrltlonal prnfiles
at the time of entry l~to the programme. ilnd slx mnnths
I ater, shows that the I ~; u p p I em e n t a r y feedlng 15 not
sufflclent to ruverse the prncess of deterioration in the
nutrltlonal statuti which accompanles the "aglng" of the pre-
se h no 1 popu I at i on.
The a na I y1.; i t: of changes in quI nt li es and
the dlfferences In Z scnres corroborate thls flndlng. In
these two procedurcu, lt also becomes evldent that the
chl ldren who enter the progrumme under the worst nutrltional
cnndltionu ure the ones who beneflt the muut from the
:.;upplementary feedlng. Thls asuo-c·iatlon ls also malntained
a f t e r t h e e f f e c t s c a.u s-e·d·- b y I n d I v i d u a I v a r I a t I o n s I n t h e
growth standard arH controled.
In order to potenclall7e the effect of
supplementary feedlng, it ls suggP.sted that clinicai-
antrnpome1rit. crlteria be adopted tn define thc opportunlty
and the quantlty of supplementary fceding tn be provided for
each chi ld of the target ~;p·oup.
lhP. deterloratiun In the nutrltinnal
status dur I ng the f I rst .nar1 second years of I i fe. when I es:; nre
total nutrltiunul needs are requlred, sugge!;tn lhat the
a v a I I a b i I I t y o f f o o d ma y n L' t. b e t h e I I m I ta tI n g f a c to r i n
detcnni n I ng malnutrlton In pre-schoul chl ldren. Thus,
meauures I lnk~ct to approprlate feedlog pr»ctlces anct to the
c o n t r o I o f I n f e c t I o n n, I n P. a r I y c h i I d h o o d c ou I d h a v e a h I g h P. r
lmpact on lhe nutritlnnal status than the supplnmentarv
feedlng.
VIII
1- INTRODUCll.O
1.1- PROGRAMAS OF SUPIEMENTACnD AL!Mf:.NIA!! PARA
I~HUPAMENTO MATERNO 1\NFANT ll
Os diferentes tioos de desnutricao e os
distintos fatores oue Interferem na sua cadeia causal
oermi l~rn a i denti f i cacão de vá r i as formas de intervencão
visando o seu controle. Uma dela5 seria aument~r a
oua I idade e/ou <.1 ouantldade dos alimentos consumidos.
Outra seria combatendo iníeccões oue. devido a oerdas
metabólicas. mal-absorcão de nutrientes e dirn!nuicão da
ingesta. levam a dlstórblos nutricionais. As ootrticas oue
visam aumentar ou adeouar o consumo oodem ser lmolementadas
oor meio de orogramas oue se deulinum a: melhorar o
ooder aoulsltivo oooulacão: aumentar a
ctlsoonibllldade de alimentos e/ou aorimorar sua oualiô<~de:
corrigir deficiências esoecrftcas de micronutriuntes oor
melo da fortificação de ai imentos ou do tratamento
medi~;amentoso; reorlentar o consumo atravé da educacãn
nutricional: e, finalmente. distribuir alimentos ou
nferu~;ê-tos a oreco subsldlado.(5. 50) O obJetivo dessa tese
é ~ aval lacão de um urugrama oue se enouadr~ nessa dltima
categoria.
A doação de a I imentos a oeuuun~• Dobres,
com finei Idade caritativa, é orático ~;umum desde a história
nntiga, constitulndo-uu em oreceito a ser seguido nas
comunidades Judaicas e lsl§mlcas,como se oode verificar na
1
o
2
Leitura da Bfblla e do Alcor~o. SF.ío recortadas ainda, ao
longo da história, doacões de alimentos. de forma n~o
contl nua da, oor indivfduos ou instituicõeu isoladas. Tais
atlvldudus constltulram-se~semore . em lnlcl~tlvas Isoladas \ . I
aue vlsuvam d I m I n u i r o. s o f ~~ i me n to hum a n o , aoaziquar 05
3nlmos dos camooneses em temoos de colheita insuficiente, ou
6imolesmente satisfazer o esofrito altru(ste uc lndiv(duos
a b ~~ !...' t a o o s • < 5 1 )
Os oroqramas de suolemcntução al .lmentar
como Iniciativa do Estado , carecem ter Infeto em mcodos
do século oassado,ouandn a Guarda Nacional de Paris cria um
fundo oara orover merenda escolar às cri ancas
n L! e u u s i ta d as . < 7 )
Na orimeira d~cada desse século, são
r.rlados,na Alemanha e na lnglaterra,orogramas de ai lmentacão
escolar. Vale dizer- uvu a motlvacão oara esses orograma5 foi
o nómero elevado de recrutas reJeitados oelu servico
mí I ltar duvido a um desenvolvimento ffsico considerado
insuficiente. o mesmo tloo de orogramas aoarer.A também em
outros oafses da Eurooa , u e I a I mo o s s· i b i I i d a d e d e m u I t a s
criancas fre6uentarem a escola reqularmcnle devido á falta
11e a I I mentos e conse6uentA debi I Idade ffsica.(12)
3
P~OGRAMAS DE PROHOClO NUTRICIONAl NO BRASIL
1nrc1o, a
No Bras·l I os progr~mus de nutrição têm
nrvef federal, com 8 criação dó : Serviço de
Allmentaçao da Prevldênclà. (SA~S> em 1.9410.(15) A popuraÇlo \
beneficiária sAo os trabalhadores que pasuam a rP.ceber
refeJç~es em restauranl~~ situados próximos aos tocais de
tr&bulho. ~osterlormente, a população de áreas menos pobrRs
do pars também é beneficiada com a criação de 39 wpostos de
subslstênclaw · em centros urbanos do centro-sul do pars.
A orientação dos programas de promoção
nutricional para os trabalhadores urbanos· não se Justificava
a parti r da ·ctancla da nutrição, em franco desenvolvimento
naqueles dias. Embora os conhccimeritos técnicos e
clent(flt6s · apontassem para u populaç(o ·· ~ural e urbana,
desempregada ou subempregad~,como grupos mais vulneráveis,
por ~azões · socto-econO~lcas, e, dentro ·~~~sa população, as
~est•~tcs, nutrlzes e pré-esctif~iis,por razõc~ biológicas,
as eram exercidas
pre~ó~derante~ente pelos trabalhadores~ Embora 'tis Ideais
huma•Hsttcos apontassem a criança como u nia.lor vrtlma da
falta de ai lmentos, as necessidades de uma sociedudc que
.. In I c I a um processo de urbanl7ação e I ndustr·l a I I zação
ordenavam que fossem contemplados os trabalhadores
urbanos. Com o oferecimento de vantagens ao trab~lh~dor, as
pressões sociais diminuiriam c a produti~ ·ldade aumentaria.
/
Gomo ocorreu com as potrttcas social~
para o set.ur da sadde, também a pol ftlca do Estudu em
nutrlçao é criada para vlablllz.ar um proJeto de
d e s e n v o I v I m c 11 to Industrial em detrimento de parcelas ·., I
populaclonalf. mais necessltada~.<43> .
\
Para que o Governo Federal contemplauue
o grupo materno-tnfantl I, de2 anos ainda foram necessários.
somente em 1.950, com a decisiva participação do UNICEF
(Unlted Natlons lnternatlonal Ghlldren Emorgency Fund), tem
·· 1nfcio no llars a lmplantaç§o de programas de algum Impacto
pa~a o grupo referido. M~ls do que o~ i~g§ns do · Fstado
responsáveis pela pol rttca de nutrição no setor social,
contribuiu para o in(clo do programa a decisão de se ma~ter
6 UNICEF cumu membro da famfl la das Nações Unidas depóls
do término do programa de reconstrução dos parses vitimados
p e l a Segunda Guerra 1 M u n d I a I . <54>
O UNlCEF havia sido criado para atender
as crlanços dos pafses europeus e d~ recém-criado Est~do de
Israel. Uma ve2 terminada a emérgênciu pós-guerra nio
haveria Justificativa para se manter o fundo. Ocorre que por
volta dos anos 50, passou-se a ctinsl~erar que uu crianças do
Terceiro Hundo . vlvlam em slt'uai;§'ó dlf emerg.Ont:itt t:un :..; tante e
q~e para atendê-i~~ • . o UNIGEF deveria uer mantido.
Naqueles anos t.umbém, uu Eutados Unidos
da A~érlC~ do Norte apresentam grandes cutoques de ai lmentos
~ paouum a motivar-se pela utl I 11açãn ~os mesmos como
4
5
mecaniSmQ oara manter a sua Influência nos oarses do
terceiro Mundo, em uma éooca de luta entre ideologias do
leste e do oeste. Dessa forma, em 1.955, os EUA doaram 830
milhões de toneladas de alimentos oara o Terceiro Mundo. \
Tais doacões cresceram orogressivamente. nas décadas de
cinouenta e sessenta, a t ; n g I n d o s e u á o i c e em 1 . 9 ·; r-• , cu ando
foram doadas 2.738 milhões de toneladas de alimentos.(63)
Asuirn 6 oue no oerrodo ~~e 1951 a 1961, o
UNICCr manteve um orograma de distribuiç§o de leite no
Bras! I, com a doacão de 75.700 toneladas de leite desnatado,
ao custo de 16,5 ml lhões de dólares. r.erca de um terço da
doação foi efetivada com reuursos do UNICEF. enouanto oue o
restante se constituiu dP. doação dos governos dos EUA e do
Canadá.<55)
Nos ano~ ~c~senta, duas outras agências
Internacionais, a USA IO (United States Agency for
lnternational Develooment), oor meio do orogr~mu de
nalimentos Para O desenvulvimenton, e a FAO <Food and
Agr_lçulture Oryanlzation) com o Programa Mundial da Fome,
fizeram doacões de ai imentos oara orogramas desenvolvidos no
Brasil. Tais doaçõe:.; ca ordem de 260.0011 Toneladas de
ai imentos, foram uti I izadas em orogramas de suolementaç5o
ai lmentar oara o gruoamento materno-infanti I, c~çolares e
trabalhadores. P. oara distribuicão entre vrtimas da scc<.1 n<l
região Nordeste. Particioaram desses orogr~mus a CNAE
(Camoanha· Nacional de A I i menta ã o F s r. n I a r ) , a SUOF.:NE
<Suoerlntendência de. Desenvolvimento do Nur-c!cste)
6
1 nst I tu I ções f i 1 antr6o 1 c as internacionais como a CARITAS
< c a t h o .1 I c R e I I e f S e 'r v i c e s ) e O I A c o N I A < n i a c o n I a L u t 11 e nu1
Wo r I d Relief). Vale di z e r ainda oue oarte dos alimentos I
\ utl .l izados nac murundas oara escolares eram financiados oelo
governo hraslleiro .
Os orogramas dos anos sessenta
caracterizavam-se octa grand~'deoendência de doacões de
ai lmentos de outros oarses com todos os oroblemas oue oodem
advir desse ttoo de aux(lio. O orimelro deles se d~ em nrvel
da oroduç~o do~ ai imentos. Produtores nacionais são
desestimulados a oroduzir oara o mercado ouando este é
oarclalrnente atendido oor doacões, o aue causa oueda nos
orecos Internos de alimentos. PrLlrr:ove-se , assim. a
de~endência, · desestlmula-se o desenvolvimento. O segundo
refere-se ~ aceitabil idade dos alimentos do~n1us aue não são
de consumo tradlclonul entre os receotores. Quando h~
rndices baixos de aceitabilidade , os ai imentos não
cumorem fiUa funcão nutricional. Por outro I ado, auant.!o são
bem aceitos, criam uma demunda deoendente de doacões, uma
vez aue nao cc encontram disoonrv~is no mercado do oars
receotor. Um terceiro o!' u !..1! ema di7 resoelto
descontinuidade cue sofrem cuses orogramas. Isso ocorre
devido a mudancas nos acordos dlolo~áticos internacionais
aue são oouco Influenciados oc!~s dificuldades oor aue
oaooum os beneflclárlo·s dos oroqramas, ouando as doações são
lnterromoidas.(29)
Os orogramas de suolementação alimentar.
até o final dos anos sessenta. no Brasí I. t;<.J~·•H.:ter i zam-se,
oortanto. oela falta de defini cão de uma oot rtica de
nutrição oara o u~!s. As atividades desenvolvidas eram
motíVi.!das orloritarlamente oela dicoonibi!idade de alimentos
oara doacões em lnstatuicões Internacionais de oromocão
nutricional.
marcante
O ~overno bras! lelro tem um envolvimento oouco
ao oromover atividades voltadas,
oreoonderantemente, oara o atendimento do trabalhador
urbano visando o ai rvto de tensões soei ai c c o aumento da
orodutlvidade.
A CRISE ALIMENTAR MUNDIAL E O PRONAN
No infcio dos anu~ setenta. com a crise
alimentar e as grandes fomes do norte du Africa. comeca a se
definir um Interesse maior oela falta de alimentos em
regiões de miséria do globo. O orocesso culmina com a
realização da Conferência Mundial da Fome em Roma no ano de
1974, auando
nutrlclonal5 e
é rea I I zado um di agn6st i co
são discutidas formas de
das condlçõec
so!uciunar os
orincloals orob!~ma~ encontrados.(45)
No Brasi 1 vivia-se. em meados dos anos
setenta, o r!m do mila~re econOmlco viabilizado oor um
modelo de caolta! lsmo ~cucndente, altamentP. r.oncentrador de
benc c serviços. gerador. oortanto, de desigualdades sociais
aberrantes e. conseBuentemente, da ooutência de noucos e a
7
mtsérla de multos.(18)
E nesse clima aue é gerado o li PRONAN
<Segundo Programu Na c i ona! d~ A I imentacão e Nutri cão). A
oremissa básica dessu u!uno é cue a desnutr!cão é devida à
incaoacidade da maioria dos brasi !eirou de adouirir os
alimentos necessários oara manter sua satide. A sotucão
definitiva deoenderia, assim, de mudanças s6cio-econ0micas e
oot ftlcas ~~ ~er·em lmolementadas a médio ora'Zo.(30)
Como oaliatlvo, oara amenizar os v~:;ravos
nutricionais da oooulacão de baixa renda, são oroou:.;tos
orogramas emergenciais de suolementacão alimentar, de
subsfdio a ai imentos e de ustrmulo à ornducão dos oeauenos
agricultores. Partlcloam dessu ool (tica os Ministérios da
Saóde, da Educacão e Cultura, da Previdência e Assistência
Social, da Agricultura e do Trabalho sob a coordenacão do
conselho con~ul Livo do INAN <Instituto Nacional de
Alimentação t: Nutrlção).{27)
Dentre os orogramas imolementados, dois
merecerão esoeclal atencão nesse trabalho. São eles· o PNS
(Programa de Nutrlcão e Sadde), olanRiaao e suoervlslonado
oe! o I NAN e exP.,~utado oe I as Secretar i as Estaduais de Sadde,
e o PCA (Programa de Comolementacão A! imentar), olaneJado
oela Secretaria ce Assistência Socia! do Ministério da
Previdência e AsslstGncia Social e suoervisionado e
executado oela LBA <Fundação ! eg i ão Brasileira de
Assistência).
8
Os dois orogramas citados tem oor
obJetl~o oreven!r a desnutrlc§o materno e infantil em
oooulacões de ba i x a renda. Tiveram i 11 r C i 0 1 há
auruximadamente dez anos 1 \ sem oue \
tenham ocorrido
modificações substanciais em oualouer um deles durante esse
oerrodo. A intervenção nos dois casos é a distribuicão
mensul de ai lmentos em unidades ne sadde e/ou de oromocão
f\OCial tais como Centros Sociais, !sreJas e Escolas
orof i ss i o na li zantes. Ambos a integração da
suolement~c~o ai lmentar com atividades de ouericultura e
. o ré-nata I. (41)
As orincloais disDimi! itudes desses
o r o g ramas estão ! I g a das a o t i o o e a u é~rr t i c.hr de dos a I I me n tos
utilizados e aos seus obJetivos cccundários.
o PNS distribui alimentos
lradicionalmente consumidos oela oooutacão. Esses ai imentos
seriam comorados diretamente do oeaueno oroorietário rural
visando estimular u sua oroduêo. o PCA distribui ai imentos
formulados. A criaciu de uma demanda no setor social oara
esse tioo de at lmentos estimularia o desenvolvimento da
lndóstria de alimentos.
Há evidências de aue nenhum dos dois
). ~ obJetivos secund~rlos foi atingido. A comora .dos ai lmentos
oara o PNS é realizada oela Comoanhla Brasileiru de
A I I m e n t o s < C O B A L ) c u e n ã o d i s o õ e d e e s t r 11 t u r él r; <t o a z d e
comorar oeauenos lotes de ai imenton diretamente dos oecuenos
9
10
prodUtores. Gonsequenternente, compra os· alimentos de grandes
cereallstas ou de cooperativas de agricultores. Gomo se sabe, com
o processo do descaracterização das cooperativas, esses dois
tipos de fornecedores são. grandes produtores e/ou Intermediários I
I
flO Processo de comercial lzação. Ao aumentar a demanda· de \
alimentos, par·ece que o efeito Indireto do PNS foi o de
benefitlar os Intermediários.
Sl~uação similar ocorre com o PGA. A LBA
compra diretamente seus produtos de empresas de ai lmentos. As
compras são feitas em grande escala a partir de processos
1 I citatórios complexos, o que dificulta a participação de micro
ou mini empresários.
A s s lrn · é q u e , c o m o P G A , c I' 1 ó u - s e um a demonda pa~a 9mpresas de ai lmentação de m~dlo e grande porte que não depeftderam, para o seu des~nvolvlmento, do programa, mas que dele se beneficiaram. Deve-se ainda considerar que o que fazem essas empresas, no preparo dos formulados, é misturar em proporções especrflc&s e homogeneizar produtos ct I s P o n rv e 1 s n o me t' c a d o • A s 1 m p I e s e x e c u ç tt o d e s s a t"a r e f a n ã o se constitui em desenvolvimento da lnd~strla nacional de alimentos.
Gom a expertencla desses dez anos dos programas em apreço pode~se concluir que a Intenção de se resolver problemas estruturais na comercial lzação e Processamento de ai lmentos, por melo do direcionamento de recursos de programas sociais, não resultou emexlto. No caso do PNS, o fracasso deveu-se à dificuldade em operacional Izar uma boa proposta, e no caso do PGA, devido à falácia do obJetivo proposto.
A avaliação dos efeitos dos programas de nutrição, no estado nutricional dos beneficiários, que está I lgada ao obJétlvo central e comum dos programas, será trat~da nas seçõBs que se seguem.
1.2- A AVALIACAO DOS PROGRAMAS
A ava I I ac~o de progruma~ de
suplem~ntaçã~ il (ment~r deve~la constltulr-s~ em atlvlda~e I
básica e ccintr~ua· permitindo reorientar, reformular ou
r e f o r ç a r , a p a r t i r de seu b r e s u I ta d os··~ ' a s r o t I nas I \
lmplunladas, no sP.ntldo de max1m11.ar o efeito do suplemento
alimentar no estado nutricional da população.
Trêu ttdJetlvaçOes têm sido utlli'Zaóas
para caracter11.ar os ~lferenteu obJetivou das atividades de
aval iac~o. Conceltua-se assim aval laçAo operacional como
aquela destinada a verificar se as atividades planeJadas
estAo sendo reall?.adas corretamente: · destl'na-se, portanto, ~
I dent I f I caçã 'o :.:de dI f I cu I dudes operacIonaIs e bu5r.a de
adeq'uaç~o de rotlnél~; e procedimentos de forma a
vi~bi I 11.ar as ações propostas na fase de pla~~Jamento. A
av~llaçAo ~é &~~lclêncla produ2 informa~ôe~ · que permitem
verificar s~ uu mcluu do programa foram atingidas, sem /
pretender Identificar uma rel~ção causal entre as
~tivldades ~xecutadas e os efeitos deseJados: Preocupa-se em
~uantlflcar o resultado bruto, as mudancas ocorridas,
Independentemente de terem sido determinadas pelo programa
que está sendo· ava:l lado. Já o ava·naç!'o''''cfe·' tmpacto obletlva
estabelecer relações cauuois entre as ativl~~des do programa
e os efeito~ deseJados. Procura defl~ir o re~ultado
tfquldo da lntervençAo e para lsfio precisa utiii'Zar mátodos
eptdemlológt~~s- '·especfflcos n~ delineamento du nvailaç§ó
para poder af~~tar possrvels tendenclosldades e fatores de
Serviço de Biblioteca • Documenflçlt FACUUi~:>E I E SAÚDE PUBLICA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULd
11
confuslio. (21,31 > *
·A avaliação· operacional pressupõe a
ex I stênc 1 a dP. rotInas, de uti v·l dades de super v 1 san P. a
c r I aç~o de um sistema de. Informações decccntra 11 -zado que . \
permita Identificar, de forma slmpleu e ágil, distorções na
e x e c u ç ã o d o p I a n e J a d o I d e f o r ma a v I a b I I I 1 a r fi ·o I u ç õ e s a o
nlvel das unidades executoras. A sotuc§o pode ser huscada
tanto na adequação da execução quanto na reformutação do
plunc.fado. a mais fundamental e lndlspen5áve1 das
ava I I ações. Não se pode ava I I a r sufIciêncIa ou Impacto de um
programa sem antes garantir que c:.;teJa sendo
corretamente executado.
A avaliação· de suflcl~nr.ta
rea I I -zado a partir d a a n· á f I s'P. de colhidos
rotineiramente no desenvolvimento do· programa. f"ode ccr
f e i ta, portanto I sem a necess I (fade de se criar uma Infra-
estrutura ~aralela de pesquisa que preuuupõe gastos
adlc1onals de recursos e de tempo. Quando na fase de
planeJamento do programa, a seleçlo das atividades c u
deflnlç§o de rotinas e procedimentos são feitas a partir de
sólIdas evtdanctas t~cnlco-r.tentrflcas, à considerando
* A aval i ação operacional é também denominada aval I ação rormatlva e a aval laç§o de Impacto de avnl taç§o cumulativa. A aval iacão de su~fcltncla é denominada avaliação mediante a v 1 g 1 I a n c 1 a, pu r a 1 g uns auto r e s. < 20, 23 >
12
as caracterrstlr.as da população alvo e das instituições
envolvida:.;, a ava 11 açlio de sufIcIêncIa pude oferecer
lnfor·m.açôef. 4ue Justifiquem a continuidade do programa.
reo I I Luúa para
A avu I I ação \
de Impacto deve
testar assriclações c~usals ainda
ser
não
totalmentf. P.~tabelecldas, ou ljobre as quf. se I evantam
ddvldas. ( mritlvada quando se pretende tncor~orar uma nova
atividade ao programu. quando se procura medir um efeito
ainda não estudado de uma atividade rotineira, ou ainda,
quando a uvul lação de suficiência demonutru que as metas não
foram atingidas e não se ldRntiflca qualquer fator Interno
(operacional) ou externo <ambiental) que possa explicar tal
lnsuces~o. A avaliação de Impacto, para atingir seu nbiatlvo
- questionar conhecimentos estubctecldos ou criar novos
conhecimentos- precisa ser reattzad~ com rigor ucadêmlco.
Nao se trata aqui de verificar em malor·e5cala efeitos Já
Identificados <estudos de efetividade), mas sim de testar
novas hl~6teses <e~tudos de eflcdcl~>. (67).
Em resumo, as avatl"aç~~s operacional e
de suficl~ncl~ devem ser componentes de lodo programa bem
planeJado e corretamente operacionalizado. Funcionam dentru
da estrutura do prdprlu programa , não oneram o orçamento,
pressupõem uimpl I cidade mRtodoldglca e oferecem informações
lmprcscindrvels para o gerenciamento do programa. Mason e
colaboradorefi (31) sugerem que a aplicação ~rlt~rlosa desses
dois tipos de aval I ação aos programas de suptementalo
13
ai tmentar exlfitP.ntes poderiam Identificar erros grosseiros
de planeJamento e execuçl\o. A avallação·-de Impacto passaria
a t t: r· me n o r I m p o r ta n c I a a t é q u e a s d I s t 11 n; õ e s I d e n t 1 f 1 c a d a s
fossem·corrlgldas.
Poucos são, no entanto, os pro~ramas I
acompanhadofi por atividades de nvallação. Em um levantamento
que Incluiu 1qo programas de lnterienção nutricional I
executados em vários parses, somente 23~ dispunham de
Informações referentes a mudanças do estado
nutrlcional.(2)
No Brasl I os programas de suplem~ntacão
a I I menta r têm :s 1 do ava I I a dos esporad I c amante. Busca-se
se~~re arerlr o lmpuctu de tais programas visando Justificar
a cont 1 nu I da de dos mesmos. Gomo veremos, a seguI r I os
cuidados metodoldglcos pura a ejecuc§o dessas pesquisas nem
s~mpre foram considerados. A p~lnclpal falha, a nosso ver,
está na busca d~· um efeito <variável dependente> antes de se
certificar que a lnto~~enção <varláv~t lndepende~te>
realmente ocorreu.
AVAL.IAÇlO·~PERAClONAL
Mesmo sendo lndlspensáveio para o
acompanhamento de qua I quer 1 nterv·ençl'io I as atl v i dodes de
aval lacão oper~clonal nã~ chegaram a ser lmpluntadas nos
do I s programas aquI ·a na I I s a dos.
14
15
O PNS não dispõe de um sistema de
regiutro de lnformacõ~~ básicas. 56 est~o dlsponfveis Ofi
totais de recursu~ ga~tos, 8 quantidade e tipo de ai lmentos
adquiridos e sua divisão un1rA as diferentes unidades '
fedcrudas. O ndmero d~s b~~efibiárlris é cutimado a partir da I
cota de ai lmentos dlstrihufdu. · Nada garante ~ue o grupo alvo
tenha rc~lmente recebido o alimento.
A LBA tem , desde 1.979, um sistema de
· registro centralizado em computadores · que permite a
mo n 1 to r 8 c~ o d a · · c·l 1 ente 1 a m ~ u ·' a m~ S • . A partI r de ü G ti
tnformaç~o fo ·l possrvel desP.nvolver tdstemas . de vlgiiAncla
cap~1es de Identificar unidades ~peraclonals deoviantes, e
ar, Intensificar as atlvida.des ··dc supervtsAo. ·
Como· exemplo dessa atividade, pode-se
citar a Identificação de unldade~·~om tax~fi de absentcfumo
mal~res e menores que a mtdia, mais ou menofi um desvio
padrão (13~ ~/- 3~) da distribuição de todas as unidades. A
parti r dessa Informação, procurava-se corrigir certas
dificuldades nas unidades com . altafi taxas, uti I lzando-se
para Isso a exp~rlência de unldudes com taxas baixas de
abscnlefsmo. fxemplos de modlflcaçõeu ~romovldas foram o
deslocamento das unldadcu para locais mais prdxlmos dus
restdanclas dos beneficiários e o treinamento dos
rcup~nsávels ·pela dlfitrlbuiçã~ de alimentos no sentido de
defi~nvolver neles atitudes que estimulassem o retorno dos
b e n e f I c I á r 'i os.
A utll lz~çãu do sistema para es~e fim
tem uldo esporádica. Em · -termou r·ullnelros é utlli7.adn
.. somente para reabaitecer os postnfi de diutribulção e
orientar as compras a nrvel c entra I.
\ ' . \ Nenhum do~ , ~ois programas dispõe de
I
informações contlnuad~R sobre a forma de utl.l ização dos
~uplementoi no que tange sua acP.itabllldade, forma de
prepuro e consumo doméstico, e nrvels da Inevitável diluição
dos suplementos ai lmentares ent~e faml i lar~s que não
pertencem ao grupo alvo do programa.
Concluindo, do ponto de vista
operac I o na I, o PG~ dispõe de Informações cont(nuas apenas
sobre a dlstrlbuiç§o dos ai lmento~ até o momento em que
chegam às · m§os dos b~neflciá~lo~.· enquanto que o PNS s6
conhece u destino dos ai lmentos até a sua chegada nos
~rm~7éns regionais.
As deficiências nesse aspe c to existem em
ambos os programas. Soluções deveriam ser buscadas a nrvel
d a . me I h o r I a . d a I n f r a- e s t r u t u r a d u s I n s t I tu I c õ e s ·: e x e c u to r a s
com o treinamento de recursou humanos , adequado suprimento
de in ~ trumentos e processos mfnimris. Busc ~ r-se-la, assl~,
conher.er a forma de utlllzaç~o dos alimentos dlstribu(dos,
.seu modo de preparo e de consumo entre os diversos membros
do grupamento faml I lar. A partir dessas Informações po~er-
se-la Iniciar modificações nas at i vidades dos programas, no
sentido de adaptá-las a pecul larldades regionais, lor.~IS OU
16
. mcumo Individuais.
AVA(1AÇ!O DE 'SUF1C1ENC1A E AVAL1AÇ!O DE IMPACTO
suplementaç§o
obscrvaçAo de
Os efeitos dos programas \ .
alimentar foram \Sempre avaliados a parti r \ '
alterações nas medl~as ·· antr~pométr .lcas
de
da
dos
c r I ancas b e n c f I c I à r I as·. Ex I 5 tem q u a·t r o . r é (e r e n c i u s dessa
natureza que têm por obJetivo medir o Impacto · da
suplementação a I I menta r no eutadó nutricional dos
b e n e f I c I á r. 'i os . · i r ê 5 d e I a 5 se p r o põem a a v u I I a r o P N S e d u as
o· PCA.
A primeira avallaç~o ~o PNS utl tlza uma
amostra de benefl.clárlo5 de cinco unidades de sadde que
atenderam a população fave ·tad~ de Salva~or, no pertodo de
1.976 a 1.978. A avallaçaõ de Impacto é feita comparando-se
proporções de dP.snutr 1 dos entre crianças ao serem
adlmltidas, e ao serem ~esl lg~djs do p~ograma, cum tempos de
. suplementação . . que variam de 6 a meses. os àllmentos
dlstrlb~fdos eram leite em pó, açócir, feiJ3o, arroz e
farinha de milho em quantidudes que atendiam 'cerca de um
terço das necesslda~us calóricas dos pré-escolares. Oeutaca-
se, entre os resultados, que e proporção de crianças com
déficit de peso paru altura diminuiu de 6 para 1~. enquanto
· que o déficit de altura para Idade . aumentou de 27 paru 291J..
Ao anal lsar o creuclmento dos déflclts de altura pura Idade,
constata-se que, ao entrar no pro~rama, · as crlançuu mais
Idosas eram mais afutadas. Tal efeito da Idade · desaparece
17
· , q u a n rJ o s ã o a n a I I s a d a s a s c r I a n ç a s a o fi a i r· •! m d o p r o g r ama , o
I . !
que leva a autora a sug~rlr que a suplementação tenha
contrillu(do para dlmlnulr . a desnutrição cr6nlca.(48)
A !'legupda avaliação do PNS f o I realizada \
em 1.HRO, em quatro . postos de\ uadd~ da periferia da Grande
·são rauln. Os ntvets de suplementação eram idênticos aos do
estudo anterior. Utl I lzando o padrão de Santo André e o
c r 1 t é r ·1 o de· c I as s I f I caçA o de Gome z , as tlllt o r as c o n s ta ta m q u e
a proporç'5o de· eutrdf I c os, após se ls . meses' ·de sup I ementai;ão ','
aumentou de · ~5 ;2~ para 55,5~.(11)
Um terceiro trabalho ava I I a um
amhulató~lo para desnutridos desenv6t~ldu em alguns postos
de saóde onde ~unctonava u PNS. Nessa ~ntervenção · eram
trladas crianças menores de sete anos, com déficit de peso
para Idade, que passavam u rcceb~r, além ~os suplementos do
PNS, cotas adicionais de ai lmentos e ~tenção médica
. perló~tca. Tais medidas tornaram a Intervenção mais cara
mas, por outro lado, promoveram melhorias marcante!'> . nas
condlçõe~ ~utrlclonats da população atendida. Maiu da metade
(5~,q~) . das crlancas desnutridas do seg~ndo grau e mais de
dois terços (78,9~) das crianças desnutridas do terceiro
grau c~ ·la~~lflcaçãri d~ Gomez> ao se mutrlcul~rem, passaram
para categorius superiores da referida classlflcaç~o após um
ano de participação no programa.(28)
A primeira ava I i uç§o do PGA fOI
reall7ada em 1.979 nas cldadct> sütélltes .de Brasflla, e
18
constitui-se
revlsltados
na análise prellml nar
nesse trab~lho de
dos dados
tese.(58)
19
que são
Detalhes
meto,! J ióglcos dessa pesquisa são apresentadnu nu cap(tulo de
materiul e métod~~- ·
Veriflcou-s1e , n~ análise parciul de
1979, a ocorrência de um aumento da proporção de cri,tnças
eutróflcas. Ao ingressarem no programa, 60~ das crianças
eram ~utróflcas c seis meses após ; a mesma proporção era de
7 1 ~ . Ta f'" e f e I to f o I ma I s ma r c a n te p a r a a s c r I a n ç as q u e
entraram com Idade lnfe~lor o 6 mRs~s <alter~ção de 68,8~
para 86,6~). O Indicador utilizado foi o· propo s to por Gomez
(16), sendo que crlancas com r~lação altur~/ldadc inferior b
o:• média menos 1,9B rtP.svlos padrao. foram exclufdas da
: análl~e. Euoe procedimento foi adotado a parti r du ~>~Jg~st·ão .
do Vunes e Marcnnd~s (68) que conslder~m que crianças com
déficits acentuados de altura apresentam de~nutrlção crOnlca
não reversrvel, após o seu estabelecimento.
O segundo trabalho que se refere ao PGA
f~l real lzado em 1.984, com o apolo técnico do UNIGEF.
Constitui a-se
clientela do
em um slstemu interno de Informação para a
programa. Tal filstema foi criado com a
final Idade de oferecer infor~ações continuadas pura o
g e r c n c i ame n to d o p r o g r ama , nos ' · n\o t d P. s p r opostos na se ç ã o
1.?.1 desse documento. Foram conclu(diti todas as etapas para
deflnlç§o do sistema, Incluindo a coleta de lnf~rmações,
processamento de dados e def(nição de relatórios para serem
i . utilizados nos diferentes n(vels de gerenciamento do
- ~
'
programa. Após a finalização do primeiro relatório, o grupo
responsável pelo sistema foi dP.sfelto, resultando na
desconti·nuação das atividade~ e lnexlst~n6i~ de modificações
concretas · nas uçõcu desenvolvidas. Nesse · rel~t~rlo n~o ou
faz a comparaç~~ do estado ndtrlclorial de crlancuu não
expostas cum as expostas à suplementação, não se oferecendo
ao leitor qualquer medldu de Impacto do programa~(q8)
Poder ramos dizer que as avaliações
rea I I zadas são a Inda lnconclusivas, demonstrando pequena
melhoria das condlç~ec nutricionais da população sem, no
entuntu, definir a relacão causal existente entre tal fato e
a expo5iç§o b suplementação alimentar. Como Já fo ·i comentado
ant~rlormente, nenh~m dou estudos s~ preocupa em quantificar
crltcrios~mente a exposição à suplementação · ai lmentar.
r ·ámbém não se conseguiu Isolar, nesses estudos, os efeitos
~o •envilheclmento• da popui~ç§o d~s efeitos a suplement~cao
a I 1111 e n ta r . F I n à I m·e n te , us desenhos dÓs estudos, por serem
sempre do tl~o a~tcu-dnpols, não ~e~mltem o controle de
1 certos fatores .de confusão c~mo aqueles det~rmlnados por
~arlaçÕP.S do poder ·aquisitivo da p~pulação em umu economia
lnflat;ionárla, ou mesmo por condições climáticas.
A n(vel Internacional, uma revisão de
duzentas avaliações de programas de suplementação alimentar,
dirigidos a pré-escolures, chega a conclu~ões similares b~ .
aqui relatadas em relação b experl@ncla bras! leiru. A
melhoria das condições nutricionais da população
20
21
beneficiária, medida por melo de lndict~dores
a n t ,. u p o m é t r I c o s , é descrita em alguns casoG c não .
evidenciada em outros.(4)
A superação de algumas dessas \ \
dificuldades para melhor compre~nuãu do lmpactn dos
programas de supl•~•nP.ntação alimentar é o obJeto das próximas
seçries.
·~ i
2-0BJETIVOS
GERAL
Identificar e anal lsar o efcilu
nutricional, segundo Indicadores antro~ométrlcos, de um
programa de suplementação ai lmerii~t dirlgldó a ~riunças na
faixa etária de O a 36 m~ses~
ESPECfFICOS
Oeucrcver, anal lsar e comparar o estado
nutricional das criaricas lnclu(das na amostra em estudo, ao
entrarem no programa e após seis ~eses : d~ suplementação
alimentar.
Determinar os efeitos Isolados da
Idade, estado nutricional ao inlr.lar a suplementação
alimentar, freqOancla a serviços de puertr.ultura, renda \
familiar per-caplta e o c u pa ç ã o d a no Impacto
antropométrlco final.
Anal lsar o efel~o antropométrlco da
suplementação ai lmentar, controlando f~trir~u de confusão,
como o envelhecimento da população estudada e a regressão em
torno da média.
22
i
3. MATERIAL E MfTOOOS
cidades
exclurda
3.1.- A REGIIO ESTUDADA
O eGtudo f o I rea I IL.ado em sete das o I tu ', I
\ satélites de Bras '(lla.\ A cidade de Sobradinho foi
\ I
porque lá se reaiiL.avam açõP.s de suplementação
ai lmentar dlferenciodus, sob a coordenação da Unlversidodc
de Bras r I I a. Essas cIdades estílo 1 nr.a 1 IL.adas no P 1 a na 1 to
Central a uma altitude de 1.2qq metruu em relação ao nrvet
do mar. O clima ~ sP.co e quente,com variação da temperatura
anual de 3 a 32 ' graus Cc lslus. As cidades satélites estão
conec'l<H1as a Bras (I I a por estradas pav' l mentadas. A d lstanc I a
entre Biosrt la e as cld~des satélites varia de 20 a 70 km.
A populaç§o dess~s cldades,em 1 .978, ano
em que foi reuliL.ada a coleta dos dados, era de 630.335
hatiltan~es. A distribuição ~tárlu observada é caracterrstlca
de regl~es pouco desenvolvidas, com uma alta proporção de
crianças (13,1~ dos habitantes tinham mAnos de 15 anos) e
r e 1 a t 1 v i:l :nu n t e p o u c o s 1 n d 1 v r d u o's n os g r u p o s m u i :; 1 d o s o s < 5 , 7 IJ.
com mais de 50 anos>.
Nos anos que precederam a r eu I i L. ação do
estudo, a taxa de crescimento populacional na região
metropolitana de Arasrlla era alta. Oe 1.970 a 1.977 a taxa
in é di á de c r esc I me n to f o I de 8 , q'l. a o a nu , sendo que 3 , 11J.
devido ao crescimento natural e 5,~'1. devido à migração. A
mortal ldade-timbém é tFplca de áreas pouco desenvolvidas. Em
23
. , • 977, a taxa de mortalidade proporcional de menores de 5
anos era d~ qo,2~.< · 17)
Em, termos de dlsponibll idade de
servlç~s . 36,0~ dus casas não <11spunham d~ energia elétrica,
'14,2~
água,
\ não ~rnm servI das por rede póbll co
\ I
e 56,9~ não P.stavam ligadas a rede
de abaste~lmento de
de esgotos.C17)
A pqpulaç~o ~studada nesse trabalho,
como se descreve na próxima seção , Identifica-se como o
segmento mais pobre das cidades sat~lltes.
3.2. - A POPULAÇ!O EM ESTUDO
Em março de 1.978, a LBA Iniciou o PCA
nas sete cldades satélites para beneflcilar o grupamento
populacional c o m ma I o r r I s c o h I o í' 6 g I c o · e s o c I o- e c onO m i c u .
Ta I grupo foi definido como o conJunto das gestantes,
nutrlzes e crla~ç~~ menores ~~ 36 meses, pertencentP.s a
famrlias com r·enda mensal lníerlor · a dois salários mrnlmos
mcnuuis.
Para eleger os locais onde os oi imentos
seriam distrtbufdos foi desenvolvido um trabalho junto ~
comunidade no sentido de euculher aqueles que fossem mais
convenientes para os heneflclárioG. Quarenta e quatro postos
de distribuição 'foram selecionado ~ .. Esses· postos estão
localizados em Instituições da comunidade, lnctuiurn
IgreJas, cent ruu de umbanda, esc o I as prof I ss I o na I I zanteu c
casas de I rderes co munitários. A partir desses postos foi
24
25
· feita ampla dlvulgaç~o do lnrclu do programa. Conseguiu-se
~adastr~r,para o programa,metade da população alvo euti.mada,
tulul izando qo.22q crianças menores de 36 m~ses c suas mães,
caso fossem gestantes ou nutrlzes.
3.3 O DELlNEAHENTO DE ESTUDO
Devido a dificuldades operacionais e
aspectos éticos, não foi possrvel dispor de um grupo
controle concomitante. Por esse motivo, o estudo foi
concebido como do tipo •antes-depois•, onde as crlançuu
Investigadas em marçu, mês da primeira distribuição de
· alimentos, <-ituam como seus próprIos contra I es, se l·s meses
após <setembro). Estuda-se, assim, mudanças ocorridas no
~erfodo que corresponde ~ uma exposição de seis meses
consecutivos ao uuplumento ai lmentar. Cada criança recebia
mensalmente c1ols kllogramas de produtos formutudos. suas
caracte~rtl~~s nutricionais são apresentadas no anexu I. o
ai lmento dever lu ser oferecido hs c~lanças duas vezes por
dia f.J u p r I n d o-s e , assim, em média, vinte por cento das
necessidades nutricionais.
Gomo as crianças observadas em setembro
são as mesmas observadas em março, na maioria das anál lses -
trabalha-se com mudunças antropométricas das mesmas
crianças, o que caracterl7a um estudo do tipo longitudinal.
Em apenas uma das anállscG, com a
final Idade de estudar o efeito do envelhecimento no estado
nutricional da populaç~u. comparam-se grupris d~ crianças que
estuvam em uma det~rminada faixa etária em março,com grupos
de crtsnças da mesma faixa etária em setembro. Trata~se,
ness~ cnso, da comparação . de duas amostras independentes
cu I h i d as t r a n s v e r s a I me n te \em mo m ~ n tos d I f e r e n te s .
3.4.- O PROCEDIMENTO AMOSTRAL
Na composição da amostra, respeitou-se a
dlstrlbui~Ao de benef 'lclárlri~. por p~ito e por dia de
dlstl'lbulção,de tal forma que todos os~~ postos c 7 dias de
dlstrib~lção estivessem proporcionalmente representudus na
amostra f I na I.
Na p r I me I r a c o I e ta de da d os , em m u r· •; o ,
foram registradas Informações de ~.031 crianças. Em
setembro, na segunda culeta, s~ foi possfvel localizar um
sub-grupo do primeiro constltu(do por 2678 crianças~
Registra-se uma perda de 1.353 unldadeu ilmostrais, ou seJa,
33,5~ ·da umostra Inicial. Tais perdus são comuns quando se
trabalha com população urbana de bai~~ renda devido b alta
mo b I I I da de I ntra e Inter-reg 1 o na I dessas famr li as e às a 1 tas
tuxus de absentefsmo aos programas soci~is.(~9)
em média dP.
d lf I cu I dal1es
As taxus de absentefsmo para o PCA são
13~ e se devem a doenças na
de transporte ou upareclmento de
fam r I i a I
compromisso
Inadiável no dia agendado par~ distribuição.
26
27
P a r a a s a n á I I s c :j r I! a I I 2 a d a s n e s t e e s t u d o
foi necessário ainda compatibi II'Zar as Informações colhidas
em março e s~~embro para cadu lndtvrduo. Era preciso que
houvuss~ concnrdancla entre o ndmero de cadastro, mês e nnu
de nas c I me n tu u sexo de c a 11 a c r l'a n ç a. A o se fundi r os do I s \ \
. I bancofi de dados, a amostra ficou - reduzida a 1.531 crianças.
Por fim, considerou-se para anál I fie somente as crianças que
h u v i a m c o m p a r e c I d o um m r n I mo d e c I n c u v ll z e s a o p r o 9 r ama , c o m
· o Intuito de garantir a exposição à va~iável Independente. A
amostra paru uuse estudo redu'Ziu-se a 1.1n3 crianças.
f' posstvel que a grande purda de elementos
àmostrals tenha lntrodU'Zido tendenclosldades na amostra. A
comp~ração das freqnenclas retutivas, mádi~s e desvios
padrão · da amostra original com os apresentados pela sub-
amoslru final para as principais variáveis em estudo
demonstram, no entanto, que tais tendenclosldades não devem
ser de magnItude que I nva I Idem o estudo.< tabe I a , ) 3.5.- COLETA DE DADOS
Nas coletas de dadou de março e
sP.tembro, foram desenvolvidos questtonárl~s paru registrar
Informações relacionadas às mães, às crluncos eàs condições
noc I o-econt'lmt cas do grupamento famltl nr. <:·n ,39) No senti do
de evitar erros na Interpretação e npl i cação dos conceitos,
a forma e e~trutura dos questionários foram discutidas com
pessoas que Já tinham contato com a população, tais como
médicos, assistentes sociais e t(deres comunitários. Um
Tabela 1 - Caracterf~tlcas do conJunto · das cri ancas
sortearta~ em marcu <amostra · Inicial) e rtn sub-conlunló dos
b~neflciários do proqrama de que se dispõe dos dadoG de
setembro <amostra final). B\rasf l\iu, 1978. \ . '
variável categorias dlstrlbulçAo perc. Inicial final n=4031 n=1103
28
- ~-------------------------------------------------------------id~~e das crianças
em meses
seKo
frequêncla a serviços de pue~lcultu~a nou 6 meses anteriores a março
de~vlos padrão em turno da medlan~ ~ reluç~o alturu/idude
desvios padrão um torno da mediana - relação peso/altura
_desvios padrão em torno da mediana - ~elação peso/Idade
o·c u p'a ç ã o materna
· r e n da f a m 1 1 1 a· r p e rcaplta em cruzeiros
. . . .
o -/ 6 6 -I, 2
12 -/24 2t'J -/'18
masculIno feminino
regular deficiente nenhuma
< ..:.1 -1 a +1 '> +1
< -1 -1 a -+1 '> +1
< -1 -1 a +1 ') -41 "
rtnna de casa outras
· mé di ·a < DP >
19,6 19,0 20 , 8 23 , 8 33.5 :-:t~ ,6 26,2 21's
5, '?. 51' 9 48,8 481,
8 , 4 8,6 31,8 29,1 59 , 8 62,3
40,3 40,6 46,2 50,5 13 , 3 8,9
22,8 22,7 64 , 9 64,6 12,4 12,8
37,9 37,3 50,5 53,8 11 ,6 8,8
87,0 88,8 13, r.1 , , '2
365(274) 330(218)
-------------------------------------------------------------
29
grupo de sete rné"dlcos e uma nutricionista decidiram sobre o
formato final dos questiun~rlos, e desenvolveram manuais
para ou entrevistadores, que lnclulam lnformaç~es detalhadas
snbr~ como preencher os qucHtlonárlos, como fazer as medidas
antropométrlcas e cumn s~ comportar em relação aos \
entrevistados , I
e d em a I s m ~.~ 111 b r n s d a e q u I p e de p esq u I s a e de I
execução d~ programa. (30,~0)
Para a coleta de dados de março, novP.nta
estudantes unlvcrs1t~rlos foram selecionados como cntrevls-
tadores e divididos em oito grupos. Cada um deles foi
treinado por um membro do "staff" que elaborou o munual. O
treinamento consistia em oels sessões de duas horas com
discussões sobre a maneira correta de preencher os
questionários e treinamento prático sobre como utll Izar as
balanças e antropOmetros para medida do peso e comprimento.
Antes do ·tnrcto da Investigação foi rP.allzado um pré~teste
no qual cada entrevistador preenchia dois questionários
referentes a dois grupamentos faml liures. Os questionários
preenchidos eram então discutidos Individualmente com os
instrutores.
Ourante a r.oleta de dados de setembro,
repetiram-s~ os mesmos procedimentos. Na seleção dos
entrevistadores deu-se prioridade aos estudantes que
. tinham participado da coleta de dados de março.
A medida do peso foi feita em balanças
pesa-bebê FIII'Zola, modelo 31, com escala de 100g. As
bal~nç~s foram cal I bradas uma semana antcu de cada coleta de
, dado~ ·por um técnIco do InstItuto Na c I onu I de Pesos e
·Medidus. Oe~ols de cal lbradas,as balanças permaneceram no
mesmo · .1 uga r para e v i t \a r que se desregulassem. Nos casos em
que a criança eru multo grande ,para ser \ .
pesada na balançél \
pesa-bebê, f o I u t I I I 1. n c! i.l uma balance Flli'ZOia para adultos
~odeio 30. Os vulores eram sempre registrados em grumas.
O comprimento de toda5 as crianças foi
medido uti I i'Zando-~e · um lnfantOmetro de madeira com c5cala
em mltrmetros. Os valores eram uproximados para Inteiros de
centrmetros.
As tér.nica~ utlli'Zadas para a tomada de
dados antropométrlrios foram as ~escritas por· Jel I lffe.C25)
Durante o treinamento, a padroniiaç§o foi feit~ segundo
metodologia proposta por Hablcht ~Je recomend~ a repetição
das medlduu até que a variação lntra-obscrvudores . seja
Inferior ~ 1009 ou 0,5cm.(19)
As duau coletas de dados ocorreram nos
· ~ 44 postos,durunte os 7 dias de distribuição dos ai lmenlos,
nos perrodus de 15 a 22 de março e 15 a 22 de setembro do
ano de 1978. Nesscu perrodos, os oito profissionais da
equipe central · funcionaram como supervisores e revisaram 10~
dos quu~tlonArlos preenchidos,diariamente, no sentido de
verificar erros e promover sua correção Junto aos
entrevistadores.
30
3.6.- VARI4VElS ESTUDADAS
Selecionaram-se, para o presente estudo,
5ete v~rravels. Os crltertos de eleição prenderam-se ~
conflabl I Idade dos dados qu~ as compõem e a importancia das . . . \
\ \ variáveis para a compreensão dos efeitos antropométricos da
suplementação alimentar em diferentes estr;•tos da população
assistida.
Variáveis ref~fent~e ~e crl~nçae
Idade em meses- Nos questionários eran1 registrados o dia,
mês e ano de nascimento. Para o cálculo da Idade em meses
completos, foi desenvolvido um prognJ il li.l em I lnguagem
computadorizada que calcula o nómeru de dias vividos pela
crlé~ça na época da coleta de dados, e divide esse ndmero
por 30,5. Obtém-se assim o ndme~o de meses com uma cusa
decimal. Para as· análises em tabet"as de contingência, foram
consideradas quatro faixas etárias CO~/ 6, 6 -/ 12 ~ 12 -/
24, 24 -/ 36 meses), segundo recomendação da Organização
Mundial de Sadde. (66)
Sexo- Masculino e feminino.
Peso em março e setembro~ R~~lstradri em gramar. c
tran~furmados em kllogramas,com uma caou declmil.
Altura em ~a(ç~ " e setembro- RugiHtrada em · centr~etros.
Fr~quêncla · a ~~r~lço de puerlcult~~a~ 'Essa Informação ~
bastante dlf(cl I de se obter de forma recordatdrla, uma vez
32
que ~ o que se pretende m~dlr é a frequêncla a servlçofi de
s a·d de com f I na I I da de d r: prevenI r a do e n ç a e pro mo v e r a s a •1 d c
Infantil, n~o lntereuuundo para esse fim, as consottas que \
sorl~m . feitas para tratamento de patul~glas. Uma forma de
contornar o problema foi .,registrar, a partir do r.artão de \ \
vacinação, as vacinas recebid~s peta criança e avaliar, de
acordo com o sua ldadA , o grau de cumprimento do ~ulundário.
Obtém-se assim, de forma Indireta, a frequ~nr.la a serviços
de puericultura lá que, na época do estudo; as vacinas só
eram aplicadas após consulta médica e na ausencla de
patologtas<32). Considerou-se comu tendo frequêncla regular
as crianças: de zero a ctncn meses que ttriham recebido BCG e
pelo ~enos uma dose de Trr~t Ice e de Sabin: de seis a doze
meses que tinham recebido 8CG e pelo menos doa& doses de
T~ · (pl Ice e Sabln; e de mais de dn1~ meses que tinham
recebido 8CG, pe 1 o menos duas doses de T r rp I i c e, três doses
da Sabln e vacina contra o sarampo. A segunda categoria,
deficiente, Inclui criancas com atrasos na vacinação em
relação aos critérios adotados unterlormente. A terceira
categoria, nenhuma, compreende as crlancas que não tomaram -r-'; ~ qualquer vacina. Para esse fim, a Informação considerada foi
a colhida em setembro,com a finalidade de medir a lnfluênr.ta
da f~eqOêncio a fiArvtços de puericultura . ante~ e durante a
suplementaçAó alimentar.
Ocupaç·!o da ·m!e . .:..- o ohiP.ti .vu é qua ·nt'tflcar a presenca da mãe
no dom I c r I I o e, conseqDentemcnte, a sua dI spon i b i I I da de par a
cuidar da crlariça. As mães foram clasoificadas como donas de
casa, quando n§o trobolhavam fora do 'domlcrllo e em outras
ocupaÇllee.- qua -ndo o faziam.
Renda f a m li I a r p e r- c a p I ta \ F o r a m_ r e 9 I 6 t r a d a 6 - to d a s a s r o n tu u \ \
de r e n d n mune t á r I 8 de cada membro da f am r 1 1 a . In c I uI n do
aluguéis, aposentadorlafi, saláriuu, pensões, biscates, etc.
As rendas Individuais foram - somadas, c o total dividido pelo
nómero de cohabltantes. A renda faml I lar per-r.aplta foi
catego~lzada segundo frações do saldrio mrnlmo que era de um
ml I cento e seis Cruzelrou nu época da coleta de dados.
~e~~~aes ántropométrlcas peuu para Idade, altura para Idade,
e peso para altura. o cálculo dessas variáveis envolveu a
utl 1 lz~ç~u de um sistema estatr~tlco especrticu cnmn segue
descrito na seção seguinte. Dn pci~tu de vista con~eltuai, é
)mportante adiuntar que as reia~ões são sempre calculadas
relacl~nando-s~ o ~ator observado puru cada crlanca co~ a
distribuição da população padrão~
3.7.-PROCEDIHENTOS ESTATfSTICOS
o estado nutricional da amostra de
crlançuu é descrito segundo as relaçõeG de peso para idade
( p /I ) I altur~ para Idade (A/1) e peso para altura (P/A). No
-cálculo de SfHJ !.i relações, foi utlllzar1n um sistema
es1utrstlco desenvolvido para tal fim (57) que adota os
· padraeG antrci -pométr I cos recomendados pela Organização
Mundial de Sodde(q2). A partir dos dados r1e Idade em meses,
Serviço de Biblioteca a Documentação FACULD'.\OE DE SAÚDE PUBLICA
UNIVERSIDADE DE SÃÓ PAULO
33
sexo, pesn ~ afturu das crlancas da amostra estudada, Gão
c~ _ lculadas . nove estatrstlcafi antrupomát~lcas para cada
crtançu: o ~~lor que cada crlanca ocuparia nn distribuição
p e r e ': 11 l .l I a r d a p o p u I a ç' ã o p a d r li o p a r a a s r P. I il O c :.; d e P I I I A I I
e PIA: o valor do escorP. ' Z em relação à mediana e .._ I
\ desvio
. \
padrão pa~a as relacões de Pll I \
padrão da população A I I e
PIA: e o afastamento percentual em relação ~ medi~na da
polulaç§o padrãu também . para ai rel~ç~e~ de Pll ,Ali e
PIA.
Um exemplo dos procedlmenttifi algébricos
executados para o cálculo das nove estat(sticas é
apresentado no anexo I I.
Para a categorl7.acão dos afastamentos
percentuais em relação ~mediana, adotou-se os pontos de
corte propostuu pur Gomez (16) para o estudo da relação Pll
e os propostos por Waterlow (65) para o estudo das relações
de Ali e PIA.·
A dlstrlbuí'ção percentilar foi dividida
em cinco . qulntls, para fins de deGcriç~o estatrsttr.a,
enquanto que a di~trl~ulçã~ Z da a~ti~tra fril 6~tegorlzada em
Inteiros de desvios padrão.
Paru analisar mudancas no estado
nutricional utilizaram-se dois procedimentos. O primeiro
consistiu em dividir a amustra em três grupos segundo
mudança de categorIa quI nt I I a r. AssIm, c r i ahças quP. em
34
setembro ocupavam cutegorla Inferior h de março foram
consideradas como tendo piorado seu estarto nutricional.
Aquelas que ~e maptlnham na mesma cutegorla foram
consideradas Inalteradas. Já as que ocupavam categoriaG ', I
superlorcu em setembro, \ quando comparada com a categoria I
\
ocupadu e~ março, foram consld~radas como tendo melhorado
ueu e~tado nutricional.
O segundo procedimento destina-se a
se p a r a r o s e f e I tos d a r e g r e s sã o em to r no " (t a· m é d i a dos
efeitos devidos à suplementação allment~r~ Em situações
ideais, con~ I deram-se esses efeItos no de I i neamento do
estudo, a partir da alocação aleatória de lndivfduos- aos
grupos de expostos e de controle, acompanhados
concomitantemente durante a Intervenção. Os ef~itos da
suplementação só existiriam no grupo de expostos, bastando
comparar suas mudançuu com as observadas no grupo de
controle para determinar o efeito I fquldo d~ Intervenção.
Em estudos do tipo •antes-de~uiu•, uma
·~ alternativa · para controlar tais efeitos é j proposta por
HEIHENOINGER e LAIRO <22). E~ses pesquisadores propõem que
selam usados como fator de correção os coeficientes de
correlação entre os Indicadores antrupométrlcos, para
Intervalos etjrios especrflcos, de uma ~opulação de criunças
estudadas longitudinalmente. Assim é que, o valor de Z
apresentado por cada criança em março foi multlpl lcado pelo
coeficiente de correlação antes de ucr ~uhtrardo . do valor de
35
Z em s~tembro para se obter o valor da variação de 7. Os
coeflcfentes de correlação utilizados para efise procedimento
' s~o o~ calculados por Befkey 1 Reed e Valadlan (8), a partir
dos dad~s do estudo longitudinal conduzido no "Fels Research
tnstltute•.<onexo I I 1). \ \
\.
A variação corrigida de Z foi entãn
dividida em trêu cutegorlas. Na primeira, entraram criunças
que tiveram varlaç~o superior a 1. Na segunda, crlancas cuJa
varlaç~o corrigida de Z foi entre 1 e -1. A terceira
categoria é compoita por crlancas que apresenturum varlacão
fnferlor a -1.
As slgnlflé~nclas estatrsticas das
ass~clações entre as variáveis lnturveniAntes e as ~udancas
· de categorias nas distribuições percentllares são avaliadas
pelo teste do qui qu~drado. As Intensidades das associações
são dlmen~lonadas pelo coeficiente de conttng@ncla. Os
mesmos testes estatrsttcos são também utl I lzados para
aval lar. as associações entre as variáveis intervenientes e
as categorias da variação corrigida dci escor~ Z.
A stgniftcancla estatrstlca das mudancuu
de freqDênclas,nas diversas categ orius de estado nutricional
antcu e depois da suplementação at lmentur,fol avaliada a
partir do teste de McNemar, quando as duas amustras eram
depcndent~s e do teste de Mann-Whitney, quando as duas
umustras comparadas eram independentes(53).
36
Tanto as modificações em variáveis para
composlç~o dos Indicadores, quanto 05 testes
estatrstlcos, foram condU7ldos nu computador Burroughs B-
6700, da UnIversIdade de Brru; r I I a, ut i I i zando-se o sistema
estatrsticu SPSS (2(\,(\(\). \, Fe'Z-sP. uso das rotinas referentes \
à recndiflcação, transformacão'e crlacãn de variáveis e dos
sub-programas "GONDESGRIPTIVE","FREQUENGIES",nGHOSSTABLES",
e "NPAR".
37
4- RESUl.TAOOS
Os reoultados SR~~o apresentados em
quatro secões.
Na primeira, descreve-se o er>tudo
nutricional das crianças ao entrarem no programa e as
associações com as variáveis intervenientes.
Na segunda, cnmpara-se os perfis
nutricionais das 1.103 crianças an entrarem no programa e
ap6s seis meses de su~lementacão ai Imantar.
Na tercel ra parte, analisa-se a!J mudanças
de categorias centllares para as diversas relações
untro~ométrlcas e suas as5oclacões com as varl~vels
Intervenientes.
Finalmente; na q~arta se~são l~t~oduz-se
a' ;. a n á I I se das d i f ' e r e n ç as c o r r I g I da 5 entre os esc o r e 5 z
apresentados pcl~i 6rlanca~ ao entrarem nri programa e após
seis mcuus de suplementaçãri e suas relacões ·com a~ variáveis
Intervenientes.
38
' 39
~.1.- Perfil nutricional das criancas ao entrurem no
programs e suas associações com afi variáveis Intervenientes.
\
A figura 1 apresenta a distribuição
qulntllar dos relações de P/ I • I A I I F. P/A das crianças ao \
\ entrarem no programa. A comparação das frequênclas
I
ob!'>P.rvadas com a dlstrltiulcão da população de referência
demonstra haver um excesso de crianças no prIme i r o
qu 1 ntil lnferfor e prnporçãci menor que a esperada nos
qulntls superiores. Observa-se, alnda, . quc os déflclts são
maIs acentuados para as r~ I acões de P/ I e A/ I. Ta I padrão
permite concluir que se trata de uma população onde a
desnutrição crônica predomina sobre a d~snutrição aguda.
Com a finalidade de permitir a
comparação do ettado nutricional da populacão em eutudo com
resultados de outros estudos, . são aprese~tadas também au
distribuições segundo afastamentos percentuais da mediana e
em Inteiros do desvio padrão nris gráficos 2 e 3.
Nas flguruu ~. 5 e 6 sãb ·apresentadas
aS d I s t r I b:u I ç Õ e s q u I n tI I a r e S .das r'e I a ç Õ ê i( antro p omé tr I c as de
P/I,A/1 e PIA segundo faixas etárias. Cnns·tata-se que até os
seis meses de Idade a população tem distribuições bastante
próximas às d~ - pópulacão de referência. O grupo etário
seguinte, de seis a doze meses. já apresenta proporcões
elevadas de crianças no primeiro quintl I para as rel~ções
de P/1 e A/1, en4utinto que para a relação de P/A, tal fato
não é observado. Entre as crlancas que estavam no seu
40
segundo ano ne v1oa, a proporção nos qulntls Inferiores . .
aumenta chegando a existir mais da metade delas no primeiro
qulnttr para · as relacoes 'de P/1 e A/1. Ao mesmo tempo,
observa-se modlflcacões para a relacão de P/A com a~dmulo de \. \
crlancas nos qulntls Inferiores. Finalmente, para o grupu . \
\ etári-o de 2t::l A 36 meses, há uma ' tendência à estabilização do
padrão observado no segundo ano de vida.
Const~t~-ue, portanto, que a prevalência
da deunutrlção se eleva com o •envelhecimento• da população.
Ta I efeito pode mascarar o Impacto de programas de
suplementaç~o ai lmentar e será considerado nas seções
posteriores.
A variável sexo n~u teve efeito na
dlstr .lbulção dó estado nutricional da amóstra ao entrar no
programa. A tabela 2 apresenta a distribuição percentllar
para as relações antropométrlcas, segundo essa variável.
A freqftêncla a serviços de puericultura.
antes e durante o pP. r (o do de sup 1 eme.ntação, estáas·soc 1 a da ao ·r ·,
· estadu nutrlctonai. _Observa-se, na tahela 3. que as crianças ··
que entram no programa ocupando o~ qulntls superiores · das
di str I bu 1 ções são as que aprese.nt·am me I hor freqn~néiu
durante o programa. Olgno de registro, alndu , é o fato de
. que apenas um décimo das crianças tem fie~Oêncla regular a
servtcos de puericultura.
· Como se constata, na tabela 4, a renda
41
fomlllar per-caplta está associada ao estado nutricional das
cr .lanças ao entr~rem no p~ogruma. As crianças pertencentP.s
hs fam(l las de renda percaplta mais altH tendem a se \
acumular nu ~j qulntls superiores da dlstrl hulcão. A
asso c I ação é ma ls n r tI d '' q u a n d ·o ,se ·a na I I s a a r e I a cão de A /I , \ \
tornundo-se ~enos evidente para \ a r~la~ão de P/1 e passando
a não significante estatrstlcamente quundo se aval ia a
associação da renda f~ml I lar percaplta tom a relucão de PIA
como I nd 1 cador · do estado nutrI r. I o na I. I!, portanto. a
desnutrição crOnica a que se associa com a renda faml I lar
percaplta. r. Importante notar, ainda, que se tratê:J de uma
população de renda hu~tante baixa , sendo que 86,0~ das
crianças pertencem u fumrt las com renda percaplta Inferior a
melo salário mrnlmo.
A p r e !j c n r; a d 8-' mãe no dom I c r I I o não se
encontra associuda ao estado nutricional das criancuG como
se evidencia nu tabela 5.
iJ)
42
Figura 1 Distribuição percentilar para as relacoes de P /I, A/I e P/ A .
Brasíliq ·marco de 1978
0-20
20-40
íelações ~ W'f'~ o;'' . / / ú',ô I I
~
~A/I
rrilJJ pIA
g Padrao
·-
-;
c 40-60 Q) ü
60-80
80-100
' 20
20
o '5 1 o 15 20 25 30 35 40 45 50
percentuais em relaç-ão ao total n= 11 03
Figura 2 - Distrubuição dos graus de desnutrição segundo percentuais da
11ediana para as reldções P /1, A/I e P/ A Brasília, março de 1978
E
DI
DII
0111
o 1 o 20 30 40 50 60 70 80 90
percentuais em relação ao total n= 11 03
relações
RP/1 .A/I riJlJ p /A
PERCENTUAIS DA MEDIANA ADOTADOS PESO/IDADE E)=90: OI 75 a 89,9: OI I 60 a 74,9: OI I I <BO ALTURA/IDADE E)=95: OI 90 a 94,9: OI I 85 a 89,9: 011 I (85 PESO/ALTURA E)=90: DI 80 a 89,9: OI I 70 a 79,9: DI I I (70
43
44
Figura 3 - · Distribuiç_õo segundo afastamento da mediana em desvios padrão para as
relacõês de P /I, A/I e P/ A
o c o ·- o u,o (]) L ~~ c v
o o o_
D CfJ
< -1
01 .Q -1 a + 1 o > +J (f) c Q) Q) v
~ E +J (/) Q} o \+-0
Brasília', m'arço de 1978
64
I
I i ----+--1-----:--t--+----+-- l-------1
o 1 o 20 30 40 50 60 70 percentuais em relação
ao total n= 1103
I -re1açoes
~P/' ~I I
mA/1 ífJDJ p /A
Figura 4 - Distribuição percentilar para a relação peso/idade segundo
faixas etârias em meses Brasil ia, março de, 1978
meses
45
0-20
20-40
~0-/6 6-/12
rri!IJ "12-/24 .
• 24-/36
40-60
60-80
80-100
O 1 O 20 .30 40 50 6G percentual em relação ao total
em cada faixa etária I, -
AS FREQUENCIAS PARA AS FAIXAS ET4RIAS OE 0-/6, 6-/12, 12-/24, 24-/36 sao RESPECTIVAMENTE OE: 210, 262, 393, 238.
X~ 1~r.1 = 111.13 .o= 0.00 ,C= 0,30
•... ,.:
{jJ ·-
. 46
Figura 5 Distribuição percentilar ' .
para a. relaçdo altura/idade segundo · · faixas· etárias em meses
Brasília, \ mqrço de . 1978 meses
~ 0-/6 0-2 o ~~~~~i?~.+l.l..-,~r-r-or"lr"TI 62 iil 6-/12
ri!lJ 12 -·/24
~ 24-/36
~ 40-60 ~~ (l) ü
17
~~13
L---~-----i--+---+-------t--1 o ' 1 o 20 ' 30 40 50 ' 60 70 .
percentua( em relação ao total · em cada faixa . e ta ria ··
AS FREOUENCIAS PARA AS FAIXAS ETARIAS DE 0-/6 B-/12 12-/24, 24-/36 SlO RESPECTIV~MENTE DE: 210, 2~2. 393: 238.
X2 : 12Gl = 88,48 , pc 0,00 ,C:~ 0,27
Figura 6 - Distribuição percentilar para a relação peso/altura segundo
faixas etarias em meses Brasília, mdrço de 1978
·meses
47
o-20 m•D~•w!II"'"Y""Jr'll" 1 ~~~~~~~~~33
~ 0-/6
~ 6 /12 ~-
20-40
o 5 10 15 20 25 30 35 40
percentual em relação ao total em ·cada faixa etaria
rJllJ 12-/24
• 24-/36
AS FAEOUENCIAS PARA AS FAIXAS ETARIAS DE 0-/6, 6-/12, 12-/24, 24-/36 sao RESPECTIVAMENTE DE: 210, 262, 393, 238 .
X2 12GL = 62,D8 I p= 0,00 ,C= 0,23
48
Tabela 2 ·- Olstrlbulçlo· perc~ntllar das relaçftes de peso/Idade,
altura/Idade e peso/altura segundo seKo Brasrl la, março de 1978
retaçlo dlstrlbulçlo percentllar seKo
antrop. o-120 20-/40 40-/60 60-/80 80-/100 total
peso/ · 1 da de
altura/ Idade
peso/ . altura
mas c f em
total
mas c f em total
mas c f em
total
42,8* 41 17
4212
4713 47.4
4713
2714 2518
26,7
2217 21,3
2210
19,2 20,4
19,8
20,9 221'1
21 ,5
14, 1 14,9
14,5
11 13 13,2
12,2
20,6 18,3
19,5
· ~ percentual em relaçlo ·~o total na 1 lnha
10,3 1019
10,6
12,4 7,2
9,9
1713 1511
1612
retaçlo ~eso/ldade - X2 4Gl = 0,19, p=0,94, C=0,03
relaçlo ·altura/Idade- X2 qGL = 9,71, pc0,05, Cc0,09
retaç§o peso/altura - x2 4Gl = 6,05, p=0,20, C=0,07
1 o 1 1 1 1 , 1
10,6
9,8 11 19
10,8
13,8 1817
1611
573 530
1103
573 530
1103
573 530
, , 03
49
Tabela 3 Olstrlbulçfto p~icentl lar das relaç~~s de peso/Idade,
altura/Idade e peso/altura j~gundo \
serviços
de puericultura Br'aé f ll a',, ma r co , ({e 1978
\
----------------------------------------------------------------------relaçAo!fre·q. 1 ·
1 se r v. 1
· antro p • • p·u e r I . ! 0-/20
peso/ Idade
regular · 10111: deflc 45,7 nenhuma 48,8
total 4212
- \ . . . - . dlstrlbulçAo percentllar
20-/40
20,5 22,8 15,2
2210
40-/80
21 14 1314 1717
14,5
60-/80
19,8 9,5
1 o 1 1
1016
80-/100
2717 818
1011
10,8
total
112 912
79
1103
-------- --------------------------------· . --------------------------altura/ regular 2510 23,2 , 8 1 1 17,0 18,8 Idade de f 1 c· 49,7 . , 9,7 11,8 818 10;2
nenhuma 51,9 15,2 1319 12,7 813
total 47,3 19,8 ' 1212 9,9 1018
peso/ regular , , 18 '18 18 , 8 1, . . 2519 2717 altura deftc 28,9 2118 1917 15~4 - 1414
nenhuma 21 ,5· 241, 21;5 12,7 ·20,3
total 28,7 21,5 19,5 18,2
1: percentual em relaçAo ao t~tal na · linha
r~laçAo peso/l~~de - X2 &Gl = 80,50: p=O~OD: C=0~26
relaçAo a'ttura/ldade- X2 BGL = 32130: p=O,OO: C=0~17
relaçAo peso/altura - X2 8Gl = 32195: p=O,OO: C=0~17
, B I, .
112 912
79
1103
112 912
79
, , 03 .
50
Tabela~ - Otstrtbul~fto percentllar das relaç~ei de peso/Idade,·
altura/Jdade e peso/~ltura segundo renda famt I lar per-caplta
em fraç~es· do salário mrn1mó z Cr$1106,00 \ I
Brasrlta, marco de 1978
------------------------·. --------------------------------· ---------r e' t"aç &o r e'n'd 8
fam. antrop. captta
o - 1/10 peso/ 1/10- 1/2 Idade > 1/2
total
altura/ 0-1/10 Idade 1/10-1/2
} . , .,2
total
0-/20
~6,0-A"
4\3,8 30,5
51 ,6 4\8,9 3511
~7,3
dlstrlbutçAo percentllar
20-/~0
21 .~ 20,7 29,8
22,0
15;, 19,5 25,2
19,8
~0-/60
13,5 1~,2
17,2
9,5 , 1 1 9 16,6
12,2
60-/80
7,9 , , 15 7,9
10,6
', , I, 9 1 1
13,2
9,9
80-/100 total
10,6
12,7 10,7 9,9
10,8
126 826 151
1103
126 826 151
1103
---------------------------------------------------------------------o-1110 31 ,O 21,~ 19,8 12,7
peso/ 1/10..;;;1/2. 27,~ 20,9 19,~ 16,6 alturà > ., /2 19,2 24\,5 19,9 17,2
total 26,7 21,5 19,5 16,2
*percentual em relaçAo ao total na linha
relalo peso/Idade - X2 BGL = 16,9: p=0,03: C=0,12
relaçAo altura/Idade- X2 8·GL = 15,5: ··pi:0,05: C=0,12
relaç§() .. p~eso/altura- X2 B·GL = 7,1 : p=0,52: C=0,08
151, 126 15,7 826 19,2 151
16,1 , , 03
Tab~la 5 - Olstrlbui~Ao perceritl lar das relaç~es de peso/Idade,
altura/ld~de e peio/altura ~egundo ocupaçlo da m!e
Brasflla; março de 1978
dlstrlbulçlo percentllar
51
relaçlo ocup. da
antrop. · mie · 0-/20 4:10-/60 80-/80 80-/100 total · . -----------------------------------------------------------------------·
dona de case 42,8* 22,5 13,7 1 o, 1 10,9 979
peso/ ' l ·dade o u't r as 37,9 18,5 21,0 14:1,5 8, 1 124:1
total 4:12,2 22,0 14:1;5 10,6 10,6 1103 • . . . . ---------------------------------------------------------------------
dona de casa 4:17,8 19,8 12,6 9,6 10,4:1 979
altura/ Idade outras 4:15,2 19,4:1 9,7 12,1 13,7 124
total 4:17,3 19,8 12,2 9,9 10,8 1103
dona de casa 27,5 20,7 18,9 16,4:1 16,4:1 979
peso/ altura outras 20,2 27,4:1 24:1,2 14:1,5 13,7 124 . .
total 28,7 21 ,5 19,5 16,2 , 6 1 , 1103
--------~.~.-----------------------------------------------------------
* percentual em relaçlo ao total na I lnha
retaçl~ peso/Idade - X2 &3l = 8,28: p=0,08: C=0,09
relaçlo · · ~ :ltura/ldade- X2 BGL = 2,70: p~0,81: C=0,05
rel~~lo "p~so/altuta- X2 SGL = 8,84:1: p=0,14: C~O,OB
52
q.2.- Comparação entre os perfis nutrlclonuiu das
crlancas ari entrarem no programa e ~pós seis muuuu de
complemP.ntação.
A aná I '1 se da figura 7 mostra que
houve uma piora do I estado \ nutrI c I o na I das
suplementadas por sP.Is meses, quando comparadas com seu
estado nutrlclon~l ao entrarem no programa. As distribuições
percentllares para as relações de P/1 e A/1, após seis meses
de suptementaçãri, aprusentam maiores proporções de crlunças
no primeiro quI nt I I do que as mesmas distribuições
rP.ferentes à entrada das cri~nçus no programa. Não ocorrem
modificações st'gniflcantes para a retncão de PIA. As
~igniflcanclás estatrsticas das pioras são constatadas no
rodapé do gráfico que apresenta os resultados do teste de
HcNemar para mudanças, adotando-se o perc~nli I vinte como
ponto de corte.
f possrvel que a piora se deva ao
envelhecimentu da população que ar.ompanhudu da
det~rio~~ção~ do e~tado nutri~ional, como se demonstra nas
figuras 4, 5 e 6. A suplementaçãó ai imcntar poderia estar
minimizando o efeito do "envelhecimento".
Para contrutar o efeito do
envulheclmP.nto, procedeu-se à comparação dos perfis
nutricionais por faixas etárias. Nessa comparação, o grupo
de crianças de uma determinada faixa etária em marco é
comparado com um grupo formado por outras crianças que, e~
setembro, após suis meses dA 5Uplementação, pertenciam a
esuu mesma faixa etária. Trata-se , portanto, de uma
comparação ·de . amostras Independentes.
os resultados são apresentijduu nas
figuras 8, 9 e 10 para \ as fàlxas etárias de 6- 12, \
12 -
24 e 24 - 36 meses. Observa-se que não se manteve o padrão
de maiores freqDanc l as nos cantis Inferioras para os grupos
de setembro, como ocorria na figura 7, sem que ue
controlasse o efeito do •envelhecimento". Aqui as dlferencas
de proporçõe·u 'são pequenas e somente nos grupo~> de 12 - 24 e
·24 ~ 36 meses, para a relação peso/alturu, e no grupo etárlo
de 6 - 12 mes~i, para a rel~~ão ~ltura/ldarlc, Indicam
maiores proporções de cr.tança's' éin centls Inferiores na
população de setembro.
Os resultijduu do teste de Mann Whitney ,
apresentados nos rodapés das figuras, demon s tram que as
diferenças ~ ~resentadas pelos vários grupos não são, na sua
ma 1 o r 1 a, · eGtutrsttcamente significantes ao nrvel de p
unilateral menor ou Igual a cinco centésimos.
53
(/)
Q) r O
Figura· 7 - Distribuição percentilar pam as relaçóes de P/1, A/1 e P/A
antes e após suplementacao alimentar Brasilia, març·o e setembro de 197.8
percentis
54
B 0-20março
Bã1 0-20 set
rJllJ > 20 n1arço
B >20 set
~ p 1 A Jl••ru~rT"JI""r"":......,..-,-,-~~ ......... L
o 1 o 20 30 40 50 60 7 o 80
percentual em relação ao total para cada relação e mes n= 11 03
TESTE DE McNEMAR P/1 MELHORARAM = 89; PIORARAM = 147; X2= 13,77: p= 0,00 A/1 MELHORARAM =103: PIORARAM = 146: X2= 7,08: p= 0,01 PIA MELHORARAM =149; PIORARAM = 123: X2= 2,30: p= 0,13
55
Figura· 8 - Distribuição percentilar para as relações de P /1, A/1 e P /A antes e
apos suplementação alimentar FAIXA ETARIA 6-12 meses
.~ P/1 •••• iiL~61 % 62 E o o_
1A/I ~~~~~~~~ c 59
' ~ 59
I +
percent1s
• 0-20marco
m 0-20 set
rilJJ ) 20 ITIOrÇO
lm >20 set
o 1 o 20 30 40 50 60 70 80 90
percentual em relaçno ao total para cadq relacao e epoca .n=262
TESTE MANN-WHITNEY PESO/IDADE U=25215,5 ; Z= -1,22 ALTURA/IDADE U=266D7,5 ; Z= -0,26 PESO/ALTURA U=24438,D ; Z= -1,75
; p= D,22 ; p= 0,79 ; p= 0,08
56
Figura· 9 - Distribuição percentilar )Ora as relações de P /1, A/1 e P /A antes e
apos suplementaÇão alimentar FAIXA ETARIA 12-24 meses
8 P/1 -~~~-~ 11111· 52 48 '[
.j-J
'Q)
E
'~~~~~~~~
pu.========~ 48
o 0..
~ A/llllliEBII c a (/)
f~
~ p /A IJIIIIIIB&~-.-.-..-.-~..........-..-. L
o 1 o 20 30 40 50 60 percentual em relacao ao total
para cada relacao e mes n=393 TESTE MANN-WHITNEY PESO/IDADE U=87993,5 ; Z= -0,99 ALTURA/IDADE U=89D3D,5 ; Z= -0,70
. PESO/ALTURA U=86223,5 ; Z= -1,47
70
I +
percent:1s
• 0-20morço
!I 0-20 set
rri!lJ > 20 março
• >20 set
.!
; p= D,32 ; p= 0,48 : P= 0,14
57
Figura 1 O - Distribuição percentilar ?ara as relações de P /1, A/1 e P/ A antes e
· apos suplementação alimentar
f[)
.~ P/1 L +-' •Q)
E o 0.. o b A/1 c o (/)
.Q)
lO l>
~P/A L
FAIXA ETARIA' 24-36 meses
74 73
o 1 o 20 30 40 50 60 7 o 80
percentuai em re!ação ao total para cada relacao e mes n=238
percentis
• 0-20março
~ 0-20 set
r!llJ > 20 111arço
B >20 set
TESTE MANN-WHITNEY ; p= 0,21 PESO/IDADE U=48305,5 ; Z= -1,25 AO ; p= O,.., ALTURA/IDADE U=49271,0 ; Z= -0,84 ; p= 0,00 PESO/ALTURA U=44311,0 ; Z= -2,91
58
q.3. -Mudanças de cutegorlas centl lares para as relações de ' '
\
P/ I , A/I e PIA e ass~~laçõcs com as Vnrl~vels
Intervenientes.
As tabelas 6, 7 e 8 apresentam as
mudanças de cutegorlas qulntllares para as relações de P/1,
A/1 e PIA. Nas células quH ocupam a diagonal dessas tabelas
estão as crlancas que não mudaram de categoria. Nas células
acima da dlagonnl estão as crianças que melhoraram de
categoria e as crlancas que se classificaram nas células
abaixo da diagonal representam as que pioraram de categoria.
A proproção de crlanç~s que melhoraram é
menor do que a proporção das que piorara~ para as relaçõe~
de P/ I e A/ I, não havendo dlferuncas significativas para a
relação de PIA.
Ao analisar as proporcões de mudança de
categorias qulntllares, nas diversas faixas etárias,
constata-se que a proporção de melhora menor do que a de
piora sd é verdudelra para as·crianças que entraram no
·programa durante o primeiro ano de vida. Nas faixas etárias
posteriores, as proporç~es de melhora são sempre maiores que
as de piora, com exceção da faixa etária de 2q a 36 meses
para a relação altura/Idade <tabela s>. Parece, portanto,
haver um gradiente •dose-refiposta• Inverso. A suplementacão
ai lmcntar foi proporcionalmente maior para mennre~ de um ano
devido ~s suas menores neceuuidades nutricionais. Mesmo
asGim, é esse o grupo que, apresento maiores proporções de
piora do est~do nutrico~al. 1Tal tendência sugere que as
mudanças de categorias qulntl lares foram determinüdas
preponderantemente por outros fatores que não a
suplementação at tmentar.
A tabela 10 apresenta a distribuição de
mudanças de categorias percentl lares para as três relacões
antropométrlcas segundo a condição nutricional ao entrar no
programa. A anát I se dessa tabela de contingência, assim como
dos resultados dos testes estatrstlcos, fica prejudicada
porque em duas células não é possrvel a existência de casos.
Trata-se da célula de melhora para as crianças que entraram
no programa na categoria percentllar de 80 - 100 e da
célula de piora para as que foram classificadas,ao entrar no
programa, na categoria de O-/ 20. Os percentuais para os
totais nas I inhas correspondentis aos quintis
Intermediários, no entanto, podem ser comparados. Como
tendência gera), constuta-se que propórções de piora são
sempre maiores na~ crianc~D que entraram no programa nos
~ulntl~ superiores.
A freqüência a servlcos de puericultura
está slgnlflc~nt~mente aouoclada bs mudanc~s de categoriau
percentllares para aG relações de P/1 e A/1. A proporção de
cria~ças que pioraram sua categoria percentl lar é maior
59
óO
en~re as que tlverum freqOência regular, enquanto que as
crianças com rreqnancia deficiente, ou sem fraqn~ncla, se
concent·raram mais no grupo que nao mudou de categoria
percentl lar <tabela 11).
' Não se evidenciou associação entre a
mudança de categoria percenti lar para as três relações
antropométricas e a renda fami I lar percapita <tabela 12).
O mesmo ocorreu com a variávRI Interveniente ~ctipaç§o da m§e
<tabela 13).
61
Tabela B - Comparaç§o dos perfis nutricionais ao entrar no programa e
epds seis meses de suplementaçAo\al lmentar,segundo categorias da dls . \
trlbulçlo ~erc~ntl lar para a relaç§o de peso/Idade.
Brasrl ia, março e setembro de 1978.
cat~g~rlas categorias perc~ntllares após seis meses de
percentl lar~s suplementaçlo ai Imantar I------------------ . ·- ____ ·..;,.---------------------------·
ao entrar no 1
! 0-/20 20-/40 · 40-/60 B0-/80 80-/100 total programa . ' . . ------------------------------------------------------------------------
0..;,./20 34,2* 5,4 1,8 0,7 0,1 42,~
I 20-(40 9,2 8,5 3,2 0,8 0,3 22,t
I ~0-/B~ 2,3 4,6 4,5 2,8 0,5 14,E
! B0-/80 1,2 1,~ 2~8 3,4 1,8 10 t
I I 80-/100 0,6 0,3 2,0 2,8 4,9 10,E
! -----------------------------------------------------------------------1 . . - I
total 47,5 20,2 14,3 10,4 7,5 100. -------------------------------------------------------------------~~~~J
* percentual em reJaç§o BO total (n K 1103)
Teste de HcNemar X2 1Gl = 24,25: p(0,001
62
Tabela 7- Comparaçlo dos perfis nutricionais ao entrar no programa e
após sele meses de suplementaçlo allmentarlsegundo categorias da dls \
\
trlbulçlo percentllar para~ relaçlo de altura/Idade. \
Brasfll& 1 março e setembro de 1978.
categorias categorias percentl lares após seis meses de
percentl lares suplemen~açlo alimentar ·---------------------------~----------------------------,
ao entrar no 1
• o-120 20-/40 40-/60 60-/80 80-/100 total programa
0-/20 3810 * 614 1 , 6 0,6 016 47,::
20-/40 811 6 11 313 1 ·,6. o;7 19 I E
40-/60 3,4 3,4 2,9 1 19 0~6 121ê:
60-/80 0,9 210 2,4 218 1 19 9,t
80-/100 0,9. 1 12 1 18 2,4 414 10 1E
------------------------------------------------------------------------total 5112 1911 121 1 912 813 100,(
I ------------------------------------------------------------------------,
* percentual em relaçAo ao total Cn = 1103)
Teste de McNemar X2 1Gl = 1210: p<0~0001
63
Tabela 8 - ComparaçAo dos perfis nutricionais ao ent~ar no programa e . . . \, \' '
após sele meses de suplementaçAo allmentar,segundo categorias da dls . I
\ trlbulçAo percentllar para a relaçAo' de peso/altura
Brasrl la, março e setembro de 1978.
categorias categorias percentl lares após seis meses de
percentllares suplementaçAo alimentar
ao entrar no 0-/20 éJ0-/"'10 "'10-/60 60-/80 80-/100 total
programa
0-/20 13 1 1 7 1 1 315 1 19 1 1 o 2617
20-/"'10 5,7 619 411 2,9 1 19 21 ,5
"'10-/80 218 5,5 513 3,8 2,0 19,5
so-/so . 1 ,4 2,4 4,2 412 412 16,2
80-/100 1 I 3 1 ,4 217 317 7 1 1 16,1
-----------------------------------------------------------------------total 24,3 23,2 1919 16,5 16 1 1 100,0
* percentual em relaçAo ao total <n = 1103)
Teste de McNemar X 2 1Gl = 0,28: p(0135
64
Tabela 9- Mudança de categoria percentllar após seis meses de suple
mentaç!·o alimentar para as relaç~es de P/IIA/1 e P/Aisegundo fal'xas 'e'tá
r I a s a o e n t r a r n o · p r o g r ama, . B r a s ri I a I ma r ç o e s e tem b r o d e 1 9 7 8 .
relaç!o lfalxàs •etárias 1
antrop. 1 em meses
mudança de categoria percentl lar
melhorou Inalterado pioro~ total
0-/8 1214 * 3512 5214 210 peso/ 8-/12 1810 4815 3515 282 Idade 12-/24 2018 8318 1518 393
24-/35 17,2 88,1 1417 238
total 1712 55,8 2712 1103
0-/8 17.8 3811 4413 210 altura/ 6-/12 13,4 5119 3417 282 Idade 12-/24 2514 8018 1317 393
24-/36 1718 5912 2311 238
total 1914 5410 2616 1103
-----------------------------------------------------------------0-/6 33,3 3413 3214
p'eso/ 6-/12 2617 3515 3718 altura 12-/24 31 1 o 3819 3010
24-/38 39,9 3611 2319
total 3214 3616 31,0
* perceritual· e~ relaç§o ao total na llriha
relaç5o peso/Idade X2 8GL • 123,1:p=O,OOO: C•0,32
relaç5ri ~ltura/ldade X2 5Gl = 84,5:p=O,OOO:C=0,27
relaçlo p~so/altura X 2 5Gl = 1510 :p=0,014:C=0,12
210 262 393 238
1103
65
- - -
Tabela 10- Mudança de categ6rla percentllar apds sele meses de suple
mentaçlo ai lmentar para as relaç~ee de P/1 ,A/1 e PIA, segundo
respectivas dlstrlbulç~ee percentllaree ao entrar no programa.
Braefl la, março e setembro de 1978. . \ \
relaçlo ldlstrlb. •percentll
antrop. •ao entra r
mudança de categoria percentl lar
melhorou Inalterado piorou
0-/20 1 9 1 1 * 80,9 0,0 peso/ 20-/40 19,3 38,7 42,0 Idade 40:.../60 21,3 31,3 47,5
60-/BO 17 1 1 32,5 50,4 80-/100 0,0 46,2 53,8
total 17,2 55,8 27,2
o-120 19,7 80,3 0,0 altura/ 20-/40 28,4 30~7 40,8 Idade 40-/80 20,7 23,7 55,8
60-/80 19,3 26,8 54,1 80-/100 0,0 41 ,2 58,8
total 19,4 54,0 26,6
0-/20 50,7 49,3 0,0 peso/ 20-/40 41 ,4 32 t 1 26,6 altura 40-/60 . 29,8 27,4 42,8
60-/80 25,7 25,7 48,6 80-/100 0,0 43,8 56,2
total 32,4 36,6 31, o
*percentual em relaçlo ao total na linha
re(~çlo ~eso/ldade X2 BGL = 343,9 :p=O,OOO: G:0,49 reta-elo' altura/Idade X2 BGL = 438,5 :p=-0,000: G=0,53-r~l~çlo peso/altura X2 8GL = 281,0:p=O,OOO:G=0,45
total
488 243 160 117 117
1103
522 218 135 109 119
1103
294 237 215 179 178
1103
66
Tabela 11- Mudança de categorla·~~rcentllar apds éels meses de supl~
mentaÇ·&·o alimentar pera as r·elaç'ftes de P/1, A/I e PIA, segundo
freqDêricla a servlços"~e· puerlcultur~. \
. \ Brasrl la, março e setembro de 1978.
rit~ç-~ lfrequecla 1 •serviÇos de 1
antrop. !puericultura•
mudança de categoria percentl ter
peso/ Idade
regular deficiente nenhuma
melhorou Inalterado piorou
12,5 * 18,3 11 ,4
29,5 58,7 57,0
58,0 23,0 31,6
total
112 912
79
total 17,2 55,6 27,2 1103
regular 18,8 38,4 42,9 112 altura/ deficiente 19,8 55,5 24,7 912 Idade nenhuma 15,2 59,5 25,3 79
total 19,4 54,0 26,6 1103
------------------------------. ti"( ...... -------------------------------
regular 31 ,3 ... 32,1 38,6 peso/ deficiente 32,5 37,5 30,0 a 1 tu·tá nenhuma 32,9 32,9 34,2
total 32,4 36,8 31,0
*percentual em reta~§o ao totaJ na linha
relaç§o peso/Idade X2 4Gl = 84,5:p=O,OOO: C~0,23
retaç§o altura/Idade ~2 4Gl = ·1~;2:~~0,000:C~0,13
r~laç§o -~eso/altura X2 4Gl =-2,82 :p=0,59 :C=0,05
112 912
79
1103
67
Tabela 12- Mudança de categoria percentl lar apds seis meses de suple \
· mentaçlo ai 1 menta r para as r e I açaeo de P/ I I A/1 e P/A I segundo renda
faml 1 lar per-caplta em fraçaes d• salário mr~lmo. . \
\ ·araál la,·~arço e setembro d~ 1978
I
· r e f a ç I o · ., r e n·d a mudança de categ~~la percentllar 1 f aml I 1 a r
antrop. 1 per-caplta melhorou tnaiterado piorou
peso/ Idade
altura/ Idade
pesô/ altura
o -/ 1/10 1/10 -/ 1/2
) 1/2
total
o -/ 1/10 1/10 -/ 1/2
) 1/2
total
o -/ 1/1 1/10 -l 1/2
) 1/2
total
1 1 1 9 17,4 2015
1712
1617 19,7 19,9
19,4
2914 3214 34,4
32,4
65,9 5510 5013
5516
5613 5512 4517
54,0
3811 37,2 32,5
36,6
* percentual em relaçlo ao total na linha
relaçlo peso/Idade X2 4Gl = 7,66:p=0~105: C=0~08
relaclo altura/Idade X2 4GL = 7106:p=0,13:C=0,08
22,2 27,6 29,1
27,2
27,0 25,1 34,4
26,6
32,5 30,4 3311
31,0
relaçlo peso/altura X2 4GL = 1,82 :p=0,768:C=0,04
total
126 826 151
1103
126 826 151
1103
126 826 151
1103
68
Tabela 13- Mudança de categoria percentl lar após seis meses de suple
mentaç§o ai Imantar para as relaçlles de P/1 ,A/1 e PIA, segundo
ocupaç§o da m§e. Bras ri ta, .março\ e setembro de 1978. \
r~i~i'o ·•ocu~aç§o Ida ·
mudança de categor ta percent I I ar
antrop. •mA e· ·
peso/
Idade
altura/
Idade
dona de casa outras
total
dona de casa outras
total
melhorou Inalterado piorou
17,4 * 16, 1
17,2
19,7 16,9
--19 14
55,8 54;0
55,6
53,6 57,3
54,0
26,9 c9,8
27,2
26,7 25,8
26,6
------------------------------------------------------dona de casa 32,2 37,5 30,3
peso/ outras 33,9 29,8 36,3
altura total 32,4 36,6 31,0
* percentual em relaç§o ao totil na 1 lnha
reí'aÇAo peso/Idade X2 2.·Gl = 0,51.:p=0,773 C=0,02
relaç§o ·altura/Idade X2 2Gl = 0,74:p=0,692:C=0,03
retaç§o peso/~ltura X2 2Gl • 3,~1 :p•0,211:C•0,05
total
979 124
1103
979 124
1103
------------979 124
1103
·4.4. - Diferenças dos escores z corrigidas e apre~entadas
pelas crianças ao entrarem no programa e apds sele meses de
suplemeritaçlriii~- ~~io~laç~es com as variáveis Intervenientes.
Nessa . seclo somente as relaç~es de peso I
\
para Idade e . \
altura para Idade slo analisadas por nlo
existirem fatores de ·correçlo p~ra a relaçlo de peso para
altura.
percentl lares, tambám com a diferença corrigida dos escores
z detecta-se uma. piora do estado nutricional quando
anal lsamos toda a amostra. A m~dla das diferenças de escores
Z corrigidos .ê negativa, tanto ' para" à relaçAo de peso/Idade
<x-z - ·0,12: OP= 1,01), quanto para a r'ê'taÇio .. de altura/Idade
<x-= -o, 17: oP= 1 , 01 >.
A dlstrlbulçlo _por faixa etária,
_apresentada na tabela 14, demonstra, no entanto, que essa
piora nao "if uniforme em todas ·. as faixas etárias,
concentrando~se nas categorias de o -/ 6 e de 6 -/ 12 meses.
As pro~orç~es de crianças com dlfe.re~~~i ri6rrlgldas de z menores que menos um,para as faixas ~tárl · ~a de 1~ -/ 24 e de
24 38 meses, elo cerca da metade da
p r o p o· r ç A () observada para toda a amostra.
N·a· tabela 15 as dlfereriÇas ·· corrigidas
entre os e5cores z slo estudadas segundo o estado
nutricional ao entrar no programa. Observa-se que, tanto
69
70
para a retaçlo· de peso para Idade, _quanto de altura para
Idade, a proporçlo de crlancas com varlaclo superior a mais
um·~ m~lo~ nas c~tancas que eram desn~trldas ao entrarem no
programa. Essa proporçlo diminui"··~ ÍTie.dlda que melhora o
es~~~o n~trlclonal ao entrar no programa. ·~· Importante
res·sa 1 ta r que os efe 1 tos dev 1 dós-·à" regresslo' em torno \ I
da
média Já estA~ co~r·lgldos pelo procedimento· estatrstlco
ut 111 'lado.
A tabela 16 demonstra que as crianças
qui têm boa ireqftencla a serviços de púerlcultura sAo as que
apresentam menores pro~orç~~s de dlfer&nc~s superiores a 1 e
ma 1 ores prop.orç~es 'de d 1 ferencas InferI ores a menos um.
A renda fanÜI lar percaplta e a ocupaçlo
ii·m§e nlo estA~ sfgrilflca~te~jrite a~so~tada~ ~~ categorias
d e d I f e r e n ç a s c o r r I g I· d a s d o s e· s c ô r ·e s Z < ta b e I a s 1 7 e 1 B ) .
Tabela 1q- Diferenças corrigidas entre os escores Z apresentados
a~ós se.ls meses de suplementacao ai Imantar e os escores z apre
sentados no Infeto do programa para as relaçftes de P/1 e A/1~ \
segundo faixas etárias ao entra~ no programa.
Brasrt la, março e setembro de 1978.
relaç~o lfatxae !etárias 1
antrop. 1 em meses
diferenças corrigidas do escore Z ·
> 1 +1 A -1 < -1 total
o-ta 1 ,9 7512 22,9 210 peso/ 6-/12 510 8211 13,0 rB2 Idade 12-/2q 819 8518 513 393
2q~/3B 5,5 90,3 ql2 238
total 519 8319 1012 1103
-------------· '--------------------------------·'. -------------0-/6 318 6811 28,1
altura/ 8-/12 5,3 7q,8 1918, Idade 12-/2q 1212 80,2 716
2q-/36 510 9q,o 1019
total 7,q 77,q 151,
*percentual em relaçlo ao total na linha
relaçlo peso/Idade X2 BGL = 67172:p=O,OOO: C=0 1rq
relac~o altura/Idade X2 BGL = 68,00 p=O~OOO~C=0,2q
210 262 393 238
1103
71
72
Tabela 15- Diferenças corrigidas entre os escores z apresentados apds
seis meses de suplementaçAo ~llmentar e os escores Z apresentudos no· In
elo do programa para as relaç~es,de P/l e A/l ,segundo respectivas dlstr
bulç~es 'percentllares ao entrar no programa.
Brasfl la, ~~~~o e setembro de 1978.
relaçAo ldlstrlb. tpercentll
antrop. 1 ao entrar
diferenças corrigidas dos escores z
peso/ Idade
altura/ Idade
0-/20 20-/40 40-/60 60..:../80 80-/100
total
0-/20 20-/40 40-/60 60-/80 80-/100
total
> 1
10,3 2,9 1 12 6,0 0,8
519
1 o 1 1 6,4 3,7 3,7 5,0
7,4
+1 a -1
84,3 86,0 85,6 77,8 81,2
83,9
8217 78,9 74,8 80,7 51 ,3
7714
* percentual em relaçAo ao total na 1 lnha
< _,
5,4 1 1 I ,
, 3 1, 16,2 1719
10,2
71, 1417 21 ,5 15,6 4317
1511
relaçAo peso/Idade X 2 8GL = 54,01:p=O,OOO: C•OI22
relaçAo attura/ldade X2 8GL = 113,06:p=O,OOO:C•0,22
total
466 243 160 117 1 17
1103
522 218 135 109 , 19
, 103
73
Tabela 18~ Olter~~~ae corrigidas entre . os escores Z apresentados apd~
' &eis meoeu de suplementaçAo ai lmentar e os escores Z apresentados no ·· ln r
: elo do programa para as relaç~ee ' de P/1 e A/l,eegundo freqD!ncl ·a \
a ser v I çoe de pu e r 1 cu 1 tu r a. Bras h li, março e setembro de 1978.
- ~~---------------------------------------------------------------r e fàÇi'o L f reqD@nc I a I i . ~lferenças corrigidas doe escores z
!serviços 1 antrop. lpuerlculturat
peso/ Idade
· altura/ ' tdade
regular deficiente nenhuma
total
regular deficiente nenhuma
total
) 1
1 18 614 813
519
1 18 811 716
7,4
+1 8 -1
7213 8519 7712
8319
7411 7814 7019
77,41
-·* percentua 1 em r e· laçAo ·ao to ta 1 na .,l .nha
< -1
25,9 718
1815
1012
2411 1315 21 15
1511
rela~Ao ' p~eo/ldade X2 4GL ~ 41,32 p=O~OOO: C•0,19
retaçAo altura/Idade X2 4Gl = 15 180:p=0,003:C=0 112
total
112 912 79
1103
1 12 912 79
1103
74
Tabela 17- Diferenças corrigidas entre os escores Z apresentados apds
seis meseJ de suplement~ç!o ai lmentar e os escores l apresentados ~o~ l~r
cio do programa para as relaç~es de P/1 e A/I ,segundo renda faml I lar per \ \I
caplt~ em fraç~es de salário mrnl~o =Cr$1106,00.
· era~rt · fa, março e setembro de 1978.
. . ·.· . . . --------------- -·. --------------------------------- -· ------------r·e I a·ç! o ! renda ·· dl~e~~n~~s ·corrigidas dos escores 2
1 famll I ar antrop. 1 per-cap 1 ta !
peso/ Idade
altura/ tdade
o -/ 1/10 1/10 -/ 1/2
) 1/2
total
o-/ 1/10 1/10 -/ 1/2
'> 1/2
total
'> 1
711 5,9 4,6
5,9
1013 713 810
7,4
+1 a -1
8215 83,7 86 11
83,9
71 ,4 77,6 81 ,5
7714
* percentual em rel~ç!o ao total na I lnha
< -1
10,3 1014
913
1012
1813 1511 12,6
15 1 1
r"el"a"Ç!õ ' peso/ldade )(2 4Gl. 1,024:pso;so8: C•0,03
r~laçlo altura/ld~de X2 4GL = 4,247:p~0,374 C~0 1 06
total
126 826 151
1103
126 826 151
1103
75
;Tabela 18- Diferenças corrigidas entre os escores z apresentados" a'pde '
sele meses de st.iplementa.çAo ai Imantar e os escores z apresentados no lnf
elo do programa para as relaçOes de P/1 e A/I ,segundo ocupaçAo da mAe. \ \
Brasrt la, m~~~o e setembro ie· 197~. \ I
retaçAo !ocupaçAo diferença~ corrigidas dos escores z 1 da
antrop .. 1 mAe
Idade
dona de casa outras
total
dona de casa altura/ outras
I da de . to ta I
'> 1
5,9 * 5,8
5,9
7,5 7,3
7,4
+1 a -1
84,0 83,1
83,9
_?8, 9 81 ,5
77,4
* percentual em relaçAo ao total na I lnha
< -1
1 o,, 1, ,3
10 ,2 '
15,8 1 1 I 3
, 5' 1
jel~clo peso/Idade X2 .2GL = 0,174:p=0,917: C=0,01
relaçAo ~ · ltura/ldade ·x2 2Gl = 1,668:p=0,~35C=0,04
total
979 124
1103
979 124
1103
5, OISGUSS!O
,5.1 - Aspectos referentes ao del lneamentu do estudo
o del ln~ument~.tlpo antes-depols,á pouco \ \
adequado para I dun tI f I car causa li dada. ou. no caso do
presente A!".tudo, para determinar o Impacto da suptem~ntacão
alimentar no estado nutricional das crlancas suplementadas.
A principal I Imitação do estudo antes-depois está na
lnexlst'Ancla de um qrupo controle concomit~nlu que,
ldealmentA, deveria ser slml lar ao grupo exposto diferindo
deste so~ente pelo fato ~e naõ receber o suplemento
alimentar.
Na falta do grupo controle concomitante,
quando se encontram associações entre a -~uplementação
a I I me n ta r t! mo d I f I c a ç õ e s 'n o e s ta d o n u t r I c I o n a I d a s c r I a n c a s ,
não se· pode l'nferl r que tu I relação sela causal. ~ possrvel
que a modlflc~çãn det~cluda esteJa o6orrendo devido a outruu
fatores, não··· consIderado~; no estudo, fa7.endo com que a
asoociucãri encuntrida sela espórl~.(3)
Apesar da I Imitação metodnl~glc~ do
dul inconH~nto aqui utlll!ado. pode-se dizer que grande parte
do que se conhece sohre o efeito de programas de
suplementação alimentar foi definido a partir de estudos
tlpo.(1) Tal fato decorre das dificuldades
operacionais e éticas ao se adular um 9rupo controle
concomitante.
76
As dificuldade!'. nperaclonaiu estão
relacionadas com u escolha do 9rupo controle. Este grupo
deve ser slml lar uu grupo exposto não sómente no mumunto do
infeto dn eRtudo.mas também durante o perfodn de exposição
ao ::.;upiP.mento alimentar. O ·pesquisador pode ser criterioso
ao definir o grupo c o nt r o I e\. \
ma ti não pode prever a
expe·rtêncta futura das crianças que o r.ompõem no sentido de
evitar a assim chamada tendenclosidade hlstórlcaC10).
Exemplo clássico dessa dificuldade em estudos
epldemlológi~os foi a epidemia de diarréia que acometeu
soment~ o grupo controle do eotudo longitudinal executado na
Guatemala. nou unos 60, tornando os resul1.~dos menos
válldos<1B,5r'L Umu ulternatlva para contornar esse tipo de
tendenclosldade é adotar dcl lneamentos mais complexos que
utl I I'Z.am mais de um grupo controle da forma como foi
definido o estudo de Nar:angwai.C60) Tais dellnuumuntos são
dtels em proJetos acadêmicos mas dificilmente podem ser
vlahlllzadoo quando se trabalha em epidemiologia aplicada
ao planeJamento e administração de serviços de sadde e
nutrição.
·As di f I cu Idades étIcas estão I i gadas ao
compr-omisso do pesquisador de acompanhar um grupo de
crlancas que colaboram para o êxito do estudo mas são
privadas dos benefrclos do programu. Formas de contornar
euou dificuldade têm s'ldo de oferecer quantidades diferentes
de suplemento alimentar para os grupou controle e
exposto(b2), ou utl I Izar como controle para o estudo da
77
suptementacAo, uma poputaç~n que recebe outras Intervenções
pu _somente partu do "pacote" oferecido ao grupo exposto
(59). Ameniza-se o problema étlco,fiem resolvê-lo, criando!
se, no-entanto , dificuldades metodoló9lcas Já que o 9rupo
c o n t r o I e passa a se r par c I ~I me n t .e exposto. ' \
\
Gonc I u l-se que o de I I neamentu u tI I I 'Z adn
nesse estudo oferece dificuldades para que se atinjam
concl.tisões definitivas sobre o Impacto do programu. A
utl I l~ac!o ·de procedimentos menuu rigorosos na pesquisa
operacional pode constituir-se, - no entanto, em vantagem
quando não ex I s t en1 c o n d I ç õ e s par a r e a I lz ação de estudos que
c.ttendam a todos os quesito~ da pesquisa acadêmica.
Exemp I I f I c ando com o caso bras I I e i r o. podemos dizer que se
estudos antes-depois não tivessem uldo · re~l lzados, não
dlsporrumos hoJe de qualquer Informação sobre o Impacto dos
programas de suplcmuntação ai lment~r. · O aprimoramento de
técnIcas de aná I I se que utilizam dados provenlenteu de
estudos retrospectivos e de estudos tipo "antes-
depols"podem, sem dóvlda, melhorar nossos conhecl~entos
sobre os programas de promoção nutricional em execução no
pars (36).
78
79
5.2. Condições nutrlr.lnnals das crlancau uu entrarem no
programa.
A amostra estudada não apreuenlava
déficit ' conslderadel de peso para altura ao entrar no
programa, apenas ?.H \,'/"1. das c r i ancas estavam abaIxo do \
percentll 20. Oéficlts lmport~ntes são d.etectados para as --·- --
relações de P/1 e A/I. com mais de 40'1. das criiJncas aba i Ko
do percentll 20 da pupulacao de referência. Trata-se,
portê:into, de uma população onde prevelece a desnutrição
crot\lca.<64)
Tais déflclts nutricionais prátlcamcnte
nao existem durante o primeiro semestre de vida, p<u:;sando a
se acentuarem a partir do segundo semestre e tendendo a se
estubi I Izar quando o grupo atinge 24 meocu.
O padrão de desnutrição croftlr.a, que se
acentua com o "envelhecimento" da amostra, repete
o comportamento Já observado em outras populações Infantis .
. A d~snutrlcãn se agruva com a Idade devido a dois fatures
principais~ oferta Insuficiente de ai lmentos e episódios de
doenças Infecciosas que aumentam o catabot lsmo, além de
promover a diminuição da lngesta devido a anorexia e vOmltos
que se f tt z em presentes na maioria das infecções
lnfantls.<B,9.26)
t Importante notar que os nrvcls de
desnutrlcão apresentadou pela amostra estudada são bastante
menos graves do que us usualmente observados em populuções
80
para as quais são proposto5 pro~ramas de suplementação
ai lmen+ar.(q6) Não só a desnutrição aguda é rara , mas
também são pouco freqOentes os casos de desnutrição grave
como ~ode se verificar na fl~ura 2. Menn5 do que um
décimo da populac§o aprefienta . desnulrlção grave ou moderada . \
segundo \
os critério~ clás~icuu de classificação da
desnutrlcão energétlco-protéic~ em comunidades.
Diante desse quadro é I (cite sugerir
critérios diferentes para orientar a suplementação
alimentar. Dirigida por ações de vlgllancla alimentar e
nutricional. as ações dos programas poderiam estar
direcionadas pura a solução dos casos graves c moderados.
Dentro do crltárlo de risco epidemiológico é e~se o grupo
prioritário pura recebe~ os ai imentos. Seria necuusárlo, por
melo de acompanhamento r. I rnlco criterioso, promover a
recuperação dos desnutrldos,em progr~mas que lnclurssem
consultas ambulatoriais freqDe~tes,oti criação de cr~ches e
de centros de rucuve'ração nutricional. (1q,33)
o deoenvo I v I manto dessa pn I rt I c a não
teria que ·ser acompanhada do abandono dos obJetivos dos
progrumas de suplementação ai imantar existentes. Para os
eutróflcos e desnutrido~ leves, pertencentes a famrltas . de
b a 1 x a r e n rJ <J , ~ suplementação ai lmentar,nos moldes como vem
sendo execut~du, há dez anos no pars poderia ser mantida
visando estimular a p~rticlpação em programas de pré-natul c
puericultura, e prumuver uma distribuição dirigida do renda.
o risco social e bioldgicn da
d~snuttlçAo deve ser controlado cnm medidas de prevenção até
que se concretizem as reformas econOmicas e pol rticas
neceuuárias.
existente,
h desnutrição ~rave e moder~da, cnnr.rAtamente
em cerca de um décimo das crianças, constitui-se \
em problema especrtlcn dn seto~ eudde. Cabe às lnstltulçõeR
de sadde o seu equuciunamento, utl I lzando, para isGo,
procedimento~ diagnósticos e tcrapAuticos lá tradicionais na
recuperação cl rnlca de desnutridos, em regime ambulaturial
ou de semi-Internação, nos programas de medicina
comunitária.
81
82
15.n. Compuracaes das condições nutrlr.lonais dus crianças ao
entrarem no progr~mu e após seis m~&AS de suplementu~ãu
' Compara·çAo de perfis nutricionais
A forma mais simples de avaliar as \
. I
mudancau ~ntropométrlcas é comparar os perfis apresentados
pelo amostra em estudo ao entrar no prugrama e após seis
meses de suplementaçAo. Tal procedimento luvou á constatação
de uma piora d~s condições nutrlclonals.(flgura 7) Ocorre
que an final do perrodo de suplementação toda a amuG ·Lru era
seis meses m~lu velha e,como . se viu, •o envelhecimento•,
nessa população. ·associo-se ao agravamento do estado
nutricional. f posurvel, portanto, que a piora detect~du
deva-se ao •envelhec)mentoft e não a um possrvct efeito
deletério do programa.
Esta dltlma hipóte~e mostrou-se mais
plausrv~l quando se procedeu ~ comparação de grupamentos
Infantis da mesmu faiKa etária ao entrar e ao sair do
p r o g r ama . Nesse p r o c e d I m c n tu , a na I I s a r a m- se os da d o fi c o mo s c
se tratasse de duas umostras da mesma população, em dois
momentos .diferentes. Prátlcamente, anularam-se as dlfe•· •!nças
entre as amuutras antes e apds a Intervenção , demonstrando
não haver ~feito antropométrlco Importante da suplementação
ai imuntar.(flguras 8.9 e 10) Tal cons1.utação estA de acordo
com os achados de pesquisadores, em vários locais do globo,
Indicando que a suplementação ai Imantar nao é , re~ra geral,
83
suf ,lciuute parn -reverter os efei-tos negalivos de um nmblente
desfavorável para o r.re! >Cimento lniantll.(~,61)
As dnlcas modlflca~ões,estatrstlcamente
slgnlfltantes,foram nos grupuu de 6-12 e 2~-35 meses , para a
relação de peHo/altura. Nesses dois grupos ocorreu melhora ' \
. I da condlcão antrupométrica Indicando que a suplementação
alimentar diminuiu o efeito cumulativo da de!'.nutrlção
crOnlca,tornando as r.rlancas melhor proporcionadas. O efeito
não foi suficiente para alterar as relações de peso/Idade e
altura/ldaôf· ..
Em pupulaçõe~ cum déflclts de altura, o
Indicador de peso/altura é mais !'.ensrvel n mudancas em
pequenos per(odos de tempo do que os Indicadores de
peso/Idade e altura/Idade. A recupcruçã6 nutricional tem
infeto com gnnho de peso que promove alteração da relação
peso/altura. As mudanças na relação peso/Idade ficam
mascaradas pelo déficit de altura nãn evidenciando, assim,
as mudancas ocorrida!'.. As mudanças de altura só se farão
senti r mais tardiamente visto que o crescimento
longitudinal, mesmo em fase de recuperacão nutricional,
ocorre .mais lentamente (66).
Importante notar que _ o teste
estatrstlr.n utl I 17.adu não compara as proporções de criijnças
acima e abaixo do percenti I vinte nos dois grupos. O te~lc
de Mann-Withney ordena todos ns casos dos dois grupos
comparados e unallsa o ndmero de ve1es que crlancas dos
gru.pos rte marco antecederam as crI ancas rtns grupoG de
setembro. A astatrstlca U tradu? n ndmeru de ve7es que esse
fato oeurreu. O teste utll17.ado comp;Hu, portanto, as
distribuições percenti lares de março e setembro para os
diferentes grupuu etários. , f slmllar,nesse aspecto,au tc:>te ' \
t, evltando.no entanto. ns \suposições exl~ldas por \
esse
teste paramétrlco.(53)
Co~paraç§o de mudan~as qulntllares
análise procura-se separar as
criou~as,que melhoraram de estal1o nutricional, daquelas que
pioraram ou se mantiveram na mesma categoriu qulntl lar.
Deve-se anal lsar cuidadosamente euue procedimento. Melhora
ou piora corresponde a passar para categorias superiores ou
Inferiores, respectivamente. o que pudu ter significado
diferente dependendo da catugurla de origem e da categoria
f I na I • Uma piora da categoria 80-100 para 60-80 tem
significado diferente de uma piora da categoria ~0-· fjlJ para
0-20.
Como oco r r eu com a aná I I_ se de per f 1 s
nutricionais, na aná I I se de mudanças cent i I ares também
constatou-ue que o efeito I rquldo da suplementação alimentar
seria a pioro das condições nutricionais. Mas, de fato, não
são efeitos Isolados da suplementação que estão sendo
medidos nes!'\as ·análises, mas sim t• somatório das Influências
ambientais que determinam o ugravamP.nto do estado
nutricional da população.
84
De forma COIHente com a anál iue dos
perfis nutricionais, a variável idade tem
de
um papel
categorias importante na expll cação du~ mudanr.as
qulntl.tares ocorridas. As crianças que pioram são
preponderantemente oquclas q11e entraram no programa durunte
o prlmel~o ano de vida, e esta é a Idade em quu mais se
.deteriora o estado nutricional, como foi comentado na seção
5.2. A partir dessa faixa etária quando, Independente de
Intervenções nutricionais, há uma tendência de
t!t>tac I onamento
nutricional,
pIo r u s.
do processo de deterioração do estado
as melhoras se tornam mais frequentes que as
Não se pode afirmar que a prepundurâncla
de melhoras, para crlançuu com Idades superiores a 12 mescu,
seJam devidas á suplementação élllmentar. No entanto, fala a
favor dcuue possrvel efeito, o fat~ de haver uma tendência á
piora ou establ I lzaçãn das condições nutricionais, na
referida faixa etária, quando é analisado o perfi I
nutricional da amostra ao entrar no progruma.
~ principalmente durante o primeiro ano
de vida que precisam ser revistas a~ açõeG do
aval lado. Se o obJetivo é prevenir a desnutrição,
programa
é certo
que u mesmo não está sendo alcançado para crianças que
entram no programa durante o seu primeiro ann de vida.
Devido á Imaturidade do slstcmu Imunológico concomitante à
dlminulcão da Imunidade passiva maternu, a criança se torna
mais susceptfvel às doenças infecciosas durante o segundo
85
86
f · sem~stre de vida. Tais doenças sãn ainda potencial l~adas
belo aumento da eKposlção da crlanca au umblenta não saneado
. quando cnm~ca a engatinhar e a entrar em contato maia
.freqOente com p~!'>fioar. não pertencentes ao seu grupamento
familiar.
O desmame precoce, a incompet@ncia do
aparelho mastlgador. a pequena capacidade gástrica, c as
maiores ncc~ssldadefi nutricionais por kl logruma de p~so.
constituem-se em faturcu que tornam a criança, menor de um
ano. pur·tencente a ram(llas de haiKa renda, mais susceptfvel
à desnutrição.
O eKposto acimu, associado á evidência
cmp(rlca denionstrada na aná I I se dos dados leva 'a
proposição de mudanças do programa, no sentido de promover a
adcquacão das quantl dadA!'> de supl emcnto alimentar às
necessldadcu de cada criança. O dimensionumento de tais
necessidades deveria ser normatl~ado a partir de critérios
.. c I (n I co-antropométr i cos a serem utlll7ndos em programas de
- vlgllftnci<i nutricional.
Oe forma Integrada à lntroducãu de
critérios c I (n I co-antropométr I cos para orientar a
suplementação ai lmentar, deveriam ser garantidus açõefi que
visassem a prevenção e tratamento precoce · das lnfP.r.ções
prevalentes durante o primeiro ano de vida.
~ nesse sentI do que caml nha a po I ft i c a
' i
87
do Ministério da Sadde com o desenvolvimento do Programa de !
Atenc~o Integral ~ Saddc da Criança.
O efeltu du regressão em torno da média
fica bom demonstrado quando constatamos que us crianças com
melhores condições nutricionais uão aquelas que tendem a \'
uprusentar maiores proporcões ' de pioras. Tais mudanças são
normais e esperadas Já que o processo de crescimento
lndlvlduul nao é uniforme e contrnuu. Crianças mudam
normalmente de categorias sem que Isso represente
. ano r ma I I da de.< 56 , 59)
A freqDêncla a serviços de puericultura
está associada à piora de categoriu qulntl lar. Seguramente
Isso nao sigr,iflca que consultas de puericultura promovem a
deterioração do estado nutricional. Uma hipótese que poderia
expl tear essa tendência seria que, ao entrar no programa,
· havia crlanca~ com melhor estado nutricional que tinham
melhor frequAncla a Gervlcos de puericultura <tabelo3). A
tendência natural desse grupo era de piorar segundo n
conceito apresentado no parágraro anterior.
A variável renda per-caplta encontrou-se
positivamente associudu ao estado nutricional ao entrar nu
programa <tabela4). Os dudos não demonstram. no entanto.
associação entre a renda fami I lar per-caplta e mudanças de
· c<Jtegorlas qulntllares. Sabe-se que a renda familiar per-
caplta Interfere no crescimento de crlancas,lndependente de
Intervenções nutricionais (62). Nesse estudo nãn se
BB
evidencia a associação devido a homogeneidade da população '
em relac~o a essa variável Independente.
A variável ocupação da mãe não se
· associou á ploru ou melhora do estado nutriciunal,
Independente do tIpo de uná I I se ut lllzado. f poss rve I que
mães que trabulham fora do domlcrllo, gerem, com seu
trabalho , aumcntu da renda fami I lar o que resulturia em
melhoria da disponibilidade de alimentos ou das condições de
saneamento do domlcrllo. Os efeltofi dessas melhoras poderiam
anular os efeitos ncgutlvos da ausência da mãe durante parte
do dia.
Diferenças corrigidas de escores Z
Com esse procedimento lntrodu'Z-RP.
fatures dP. correção para a regressão t~rn torno da média. Tal
procedimento não alterou os resultados das anál lses obtidos
com a s m u d a n ç a. s p c r c e n t I I a r e s s e g u n d o as dlferuntes
variáveis Intervenientes.
Essa constatação reforça a hipótese de
q u e a s nl n d I f I c a ç õ e s d e c o n d i ç õ c 5 n u t r I c I o n a I 5 • s e g u n d o f a I 1< a s
etárlas,são determinadas por mudanças da susceptlbl I Idade a
fatores amblcntais,n~o sendo, portanto. devida ao padrão de
crescimento. Ao a na li sar o IndIcador peso/i dude, constata-
se que .crlancas,que entrarum no programa com Idade entre O c
6 meses, apresentam proporção de diferenças de escorAs Z
deufuvorávels < z < -1 > 5,4 ve7.es (22,9/4,2) superior ao
89
gr~po que entrou no programa com Idade entre 2~ e 36 meses
<tabela 14).
A varlaçAo corrigida do escore Z s~gundo
estado.- nutricional ,ao entrar no prugrama,demonstra que as
melhoras são mais freqOentes nos ~rupos que entram no
programa nas cat~gnrlas ricntl lares Inferiores. Gnnr.lul-se
que. mesmo após u correção dos fatores I !gados ao padrão de
crescimento, ainda são as crlanç~s com déflclts nutricionais
que melhor evoluem durante o per(ndo de acompanhamento. As
crianças desnutridas não são. portanto. somente aquelas com
maior risco mas também as que melhor respondem a
intervenções nutricionais.
GONGLUSOES
A poputacão de pré-escolares, pertencentes a famfl las de
baixa renda, que se cont.•lilUem nos beneficiários do
programa avaliado, não é um grupo homogêneo quanto à
proporção de desnutridos ou risco de desnutrir-se. Devem ser
desenvolvid~u acões especfficas voltadas para us grupos
etários em maior risco, Identificados nesse estudo como as
crlancas que estão vivendo o seu primeiro ano de vida.
A suplementacão ai lmentar a pré-escolareo, da forma como vem
sendo executada, em nosso pars, é lneflca7 para prevenir a
deonutrlcão Infantil. Medidas que visassem potencial izar
seus efeitos estariam I lgadas h adequação dos suplementos.
a I I menta res bs necess I dodcu de cada benefIcIá r I o, em
diferentes perrodos de sua existência. Para
oportunidade e a quantid~du da sup.lementacão
deveria ser definida a partrr de critérios
antropométrlcns.
Isso, a
ai Imantar
Cl rntco-
90
91
Com r~lucão ~ determlnacão da desnutrição em pré-escolares,
os dados demonstram que a dlsponibi I Idade de alimentos não
é o dnlco fator I lmltante, urna vez. que grupos de crianças. I
com mais Idade f!, portanto, com malurcs necessidades de
allrnP.ntos, aprcoentam melhores perfis nutricionais ao
entrarem no programa e menores proporções de dutarioração do
estado nutricional durante o perfodo de acumpanhamP.nto do
estudo.
Nesse sentidl.l 1 deve-se atentar para acões reloclonadas à
a d e q u ri ç ã o d a s p r á t I c a s a I I rn e t1 1. a r e s n a I n f â n c I a ( I n c I u I n d o o
estaheleclmento do aleltarnentu materno, o processo de
desmame e os "alimentos de translcão" utilizados) e ao
controle de Infecções comuns na Infância como sâo as
redutrveis por lmun11acão, as Infecções respiratórias e as
dlarretas lnfecciooas.
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Serviço de Biblioteca e Documentação FACULúfiDE DE SAÚDE PUBLICA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
102
ANEXO I
Os a I I me n tos r P. c P. b I d os e r a m f o r m u I a d os . d e s I d r a til c1 n s e de preparo Instantâneo. ~s crl~ncas de até doze mesAs recebiam dois klloqrumus do formulado GH:-{, as crlar11;as maiores de 12 meses recebiam a mesma quantidade do fur-mulado M02. A. dosA média dlárlu era de 60 gramas.
C O MP OS I C! tl 1; t N TE S I MA L ., O OS F O R M U l A O OS
COMPONENtES OUANIIOADf EM GRAMAS GH3 M02
leite em p6 lntP.gral Instantâneo deKtrlnomaltose f it r i n h a d e a r r o 'Z
sacarosc polvl lho doce gelat. soJa texturllada gordura hldrogP.nada lecitina de soJa vitaminas e mlnP.rals vitamina C acido c(trlco cltrêlto de sodlo cloreto dP. sodlo corante aroma d~ morango
32,00 28,00 16,00 8,00
6,00 9,00 0,511 0.60 0.02 0,001 0,25
CAFIAI:tt:R(STICAS OOS FORMULADOS
NOpCal gramas de protcrnas por 100 Cal g r ama s d e 1 I p r d 1 o ~; p u r 1 O n I: a 1
contrlbulcão em BO gramas calor tas gl I cose em gramas proterna em gramas I lp(dlóu um gramas
GH3
8,4 ? .. 8 4,0
267 35,4 7,6
10,Fi
?.Ei,40 37,40
6.00 22,00 "'',qo 2,20
11,112
0.2.5 0,2h 0.002 0,001 o. 15
M02
8,5 1 . 9 1 16
2!"\4 · 4R ,6
4.1 4,9
A-1
NEXO I I
Exemplo dos procedlm~ntos alg6brlcos executados para o
cálculo duu nove estatrstlcas para uma criança da amostra
INI-UilMAÇOES NECESSARIAS PARA O CALr.lltO
Caracter(sticas da criança~
sexo- masculino Idade em mes~s - 12 peso em kl lugramas- 9,1 comprimento em Cllnl. rmetros - 75
ParGmutros do sub-grupo da população pudraõ composto por crianças do sexu masculIno e com 12 meses de Idade.
mediana du distribuição de pesos ~ 10,2 Kg desvio padrão da distribuição de pesos~ 1,1 Kg (A) di~tribulçAo percentllar dos pesos~
cent 1 1 8 h 10 20 30 em 50 50 7U Hll 90 95 97
A-2
peso 8.2 8.5 8.8 H,3 9,6 9,9 10.2 10,4 10,7 11,1 11,n 1?,0 12.2
merllana da distribuição dos comprimentos= 76,1 em desvio padrão da distribuição dos comprimentos = 2,7 em (B) d I s t r I b u I ç ã o p ·~ r c e n t I I a r dos c o m p r I me n tos ~
centl I 3 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 95 97 comp. 71 ,O 71 ,H 72,6 73.8 74,7 75,4 76.1 76,8 7/.b 78.4 79.5 80,5 81
Parâmetros do uub-grupo da população padrão compuuto por crlancas do s~xo mascut lno e com 75 em de comprimento
mediana da dlstrlbulçã de pesos= 9,8 deovio padrão da distribuição de pesou distribuição percuntl lar dos pesos~
centll 3 5 10 20 30 40 hll 60 peso 8.3 8,5 8.8 9,1 9.4 9.H 8,8 10.0
Kg = 0?9 Kg <C>
70 80 90 95 97 10.3 10,6 11 .o 11.3 11.5
ANEXO I I (CONT)
Clt L CU L O OAS ES 1 A'l Oi I I C AS REFERENTES 4 RE L AC !O PESO/IOAOE (primeiro grupo de par~metruu A)
-lugar na distribuição percentllar. A por~anto. abaixo do percenti I 20(H.3 10<~,8Kg). Fazendo lnterpolacão~
crlançH tem 9,1 Kg estando, K g > e a c I ma do per c e n t 1 1
9.3 Kg 8.8 Kg O , "l K g 1 O c e n 1. i !;
9,3 Kg 9,1 Kg 0,2 Kg O,O"l Kg/ce~tl I .20 centls - 5 centls
a poslcao ocupada pela crlancd ~
= 0,4 Kg = 0704 Kg/centll = 0,2 Kg = 5 centls = 15 centls o percentll 15
valor observado -mediana da popul~cão padrão - AfiCOre Z = ---------- ------------------------------ =
desvio padrão da população padrão
9,1 - 10,2 -1,1 = ··---------- = ----- = -1
1 : 1 1 1 1
- afafitamentu percentual em relação á mediana =
valor observado X 100 -------------------- =
mediana da popul&çãu padrão
9,1 X 100 910 = ------. ------ = ----- = 89.2
10,2
CALCULO DAS ESTATrSTICAS RCI tHtNTES I{ RELAÇ!O ALTURA/IDADE Coegundo grupo de parâmetros 8)
-lugar na distribuição percentlliir. A criança tem 75 em ef>t(!ndo, portanto, abaixo do percentl I "l0(75."l em) e acima do percentl 1 30(7"l,7 em). Fa'Zendo lnterpolacão:
75.4 em 74,7 em = 0,7 em 10 centls = 75,4 em 75,0 em = O :4 em O 1 07 cm/cent lI = qo centls - 5,7 centls =
a poslcão ocupado pela crlancã é o
0.7 em 0,07 cm/centll O,"l em 5,7 centls 3"l,3 cantis
percentl 1 3"l,.3
valor observado- mediunu da população padrão - e~core z = -------------------· --------------------- =
de$vlo púdrão da população padrão
75 76,1 -1 1 1
= ------------- = ----- = - 0,4 2,7
A-3
ANEXO I I(CONT)
valor observado X 100 - af.as~amRn~o percentual em rélacão á mRdlana = -- ·----------------------- =
mediana da populução padrão
75 )( 100 7500 \
= -------- = -----76,1 76,1
Gl11 CUI.O DAS ESTATfSTIGAS REFERf.N"Jt·S á RF.t.AC!O PESO/ALTURA (terceiro grupo de parametros G>
= 98,5
A-4
- 1 ugar 11<1 dI str I bu I ção percentll ar. A c r I an1;í1 tem 9,1 Kg estando. portanto, no percent 1 1 ?.O
valor observado- mediana da popuiH.,:ão padrão - escore z = =
desvio padrão da pupulaçãn padrão
9,1 - 9,8 -0,7 = ------------- = = - 0,8
0,9 0,9
- afastamento percRntual valor observado X 100 em relacão á medlunu = -------------------------·· =
medluna da poputac5o padrão
9,1 )( 100 910 = ----------------- = ----- = 92,8
9..8 9,8
ANEXO I I I
Goeflclenteu de correlação utlli7.ados paru corrigir os efeitos do creuclmento e da regressão em torou da médiu. Coeficientes calculados a partir do eRtudo antropométrlco longitudinal, conduzido no 'FeiR Research lnstitute pelo grupo d~ bloestatrstlcos'da Harvard Schuul of Publlc Health. Comunicação pessoal.
------------- ·----------------------------- -------Idade em meses tiO reloc§o peso/Idade relacão a I tu ra/1 dc.nle
entrar no estudo* masc. f em. masr.. f em. --------· -------------------------------- ----------
01 0,712 0,703. 0,8~3 0,871 02 0,712 o,7oa 0,843 0,871 03 0,712** o 1 "111::1 0,843 0,871 04 0,716 0.712 0.878 ll,BYB 05 0,720 0,722 0,912 [],926 06 0,9?.4 0.931 0.947 0.953 07 0,935 0,~41 0,957 0,961 08 11,945 0,950 0,967 O.Hn9 09 0,956 0,960 O ,9T/ 0,977 10 0,962 0.965 l1.979 0.980 , 1 0,967 ll,971 0,982 0,982 12 11,973 0.976 0,984 0.985 13 0,976 0,979 O,~H!-l 0,986 14 0,980 0.982 0,986 0,987 15 o I 9R:-I 0,985 0,987 0,988 16 n .. 985 0,987 0.988 0,989 17 0,986 0,989 0,9HH 0,990 18 0,988 o·' 991 II,HH9 0,991 19 0,9HH 0,991 0,990 0,992 20 0.990 0,993 0.990 0,992 21 0,991 0,993 0,991 0,993 22 0,992 0.993 O,H9?. 0.993 23 o, H !:Ir' 0,994 0,992 0,994 24 0,993 0,994 0.993 0,994 2h 0,993 0,99~ 0,994 0,995 26 0,993 0.995 0,994 0,995 27 0,9!:13 0,995 0,995 0,99H 28 0,993 11.9H5 0.995 0.996 2!:1 0,994 0,99H 0,996 0,996 30 0.994 0.996 0,996 II.B96
A-5
ANEXO 111 CGONT)
Idade em muuus ao rAiação peso/Idade relação Hltura/ldade
entrar no AStUdO masc. f em. masc. f em. --------~ . ----------------------------· -----------
31 0,994 0,996 11,996 0,996 32 0,9~4 0,996 0,997 0,997 33 11,994 0,996 0.997 0,997 34 0,994 0,996 o ,9~n 0,997 35 0.995 0.996 11,997 0,997 36 0,9!-1!-1 0,996 0,997 0,997 37 0,995 0.966 0.997 0,997 3U 0,995 0,997 O, ~Hrt 0,998 39 0,995 0.997 0,9!-17 0,998 40 0,9!-15 0,997 0,997 0,998 41 0,!-196 0.997 0.997 0.998 42 0,996 0,997 0,997 0,998 43 0,996 0,977 0,997 0.998 44 0,997 0,977 0,998 0,998 45 0,997 0.977 0.998 11,!-198 46 0,997 O, 97"/ 0,998 0,998 47 0,997 0,977 0.997 n .:9sA 48 0,997 0,977 0,997 0,9!-IH
--------------------------- -----------------------------*todos ou coeficientes se referem ao per(odo de seis meses Já que todas as crianças foram pesadas em Intervalos de seis meses.
** os coP.ficicntes referentes às idades de 3,6,9,12,15,18.21,24,27.30,33.:1H.~9.42,45 e 48 meses são das tabelas originais. Os dP.mals foram aproximados para utunder os obJetivos do presente estudo.
A-6