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AS TECNOLOGIAS E SEUS SIGNIICADOS ABÍOLA ANDRÉA SILVA* RESUMÉE Cette recherche a comme but présenter une vue panoramique sur les differents perspectives théoriques Qui ont été devellopés dans les études sur la technologie. On a cherché expliquer comme ce théme a été exploité par lAnthropologie et lArchéologie, en soulignant les differents dimensions interpretatives Qui ont été adoptés pour comprendre ce phénomene. Palavras-Chave: Tecnologia; Adaptação; Expressão Cultural. * Museu de Arqueologia e Etnlogia - MAE/USP Rua Paula Ney, 381/75 Vila Mariana 04107-021 São Paulo/SP

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AS TKCNOLOGAS K SKS SGNFCADOSABOLA ANRA SILVA*RKSMKKCotto rochorcho a commo but prsontor uno vuo panoramiquo surIosdifforontsporspoctivosthoriquosQuionttdovoIIopsdansIostudos sur Ia tochnoIogio. On a chorch oxpIiquor commo co thmo a toxpIoit par I`AnthropoIogio ot I`ArchoIogio, on souIignant Ios difforontsdimonsionsintorprotativosQuionttadoptspourcomprondrocophnomono.Puluvrus-Chuve:1ocnoIogia;Adaptaao;xprossaoCuIturaI.*MusoudoArquooIogiaotnIogia-MA/!SPRuaPauIaNoy,381/75ViIaMariana04107-021SaoPauIo/SPAS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J20ANTROPOLOGA,ARQKOLOGAKOSKSTDOSSOBRKTKCNOLOGA:Nosdiforontosgruposhumanos,acuIturamatoriaIpossuiumaimportncia fundamontaI na transmissao o prosorvaao do conhocimon-tosonaoriontaaodaspossoasomsouambiontonaturaIosociaI.Ousoja, oIa assumo um papoI ativo nas roIaoos dos homons ontro si, com omoio naturaI o com o sobronaturaI, atuando como um moio do constru-aoofaciIitaaodoatodoporcopaooaquisiaodoconhocimontodomundo (Shanks & 1iIIoy, 1987:96). Ao mosmo tompo, a cuItura matori-aIumvocuIoapartirdoquaIosgrupossociaisconstroomsuaaItoridadoooxprossammonsagonssobroosoumododoponsarodovivor tratando-so, portanto, do oxtoriorizaao matoriaI do idias o con-coitos quo podom sor docodificados, ou moIhor, intorprotados sogundo ocontoxto cuIturaI om quo so insorom (Riboiro, 1987a:15).studostmprocuradoovidonciarostainfinidadodomonsagonscontidasnacuIturamatoriaIapartirdadoscriaooanIisodosmaisvariados objotos o om suas diforontos dimonsoos, ou soja, fsica, ocoIgi-ca, funcionaI (utiIitria o simbIica) o histrica.Conformo rossaItou Nowton (1987), a doscriao fsica dos objotos condiao ossonciaI para o sou ostudo, pois somonto atravs doIa poss-voIodosonvoIvimontodotorminoIogiasodoprincpioscIassificatriosquo possam sor do comproonsao o utiIizaao gonoraIizada ontro os difo-rontos posquisadoros. Sogundo Riboiro (1985a), com o rofinamonto doum vocabuIrio doscritivo, quo as informaoos do ordom matoriaI conti-das nos mosmos podom sor apropriadamonto indoxadas o armazonadas(vido p.ox. Costa o MaIhano, 1987; Chiara, 1987; Riboiro, 1987b, 1987co1988;Soogor,1987o1ravassos,1987).A partir dosta doscriao fsica, a dimonsao ocoIgica dos objotos tam-bm ovidonciada o aspoctos sobro a adaptabiIidado dos grupos quo osproduzirampodomsorrovoIados.Podo-sovorificaragrandodivorsida-do do rospostas quo ostos grupos fornocom com roIaao ao moio naturaIo quo so rovoIam nas suas oxprossoos matoriais (vido p.ox. Riboiro, 1987do1990). o ostudo da dimonsao funcionaI dos objotos nos sous rospoctivoscontoxtos,porm,aquoIaquopormitoontond-IosomtormosdossousdiforontospapisnavidasociaI.moutraspaIavras,aanIisocontoxtuaI dos sous usos o significados o quo possibiIita avaIiar a impor-Canindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J2Jtncia dos mosmos nao aponas onquanto ndicos do adaptabiIidado mas,tambm, como moios do satisfaao das nocossidados prticas do cotidia-no o como vocuIos do transmissao do contodos simbIicos o afirmaaodoidontidadopossoaIotnica.Nostocaso,osobjotosdovomsorcontoxtuaIizadosomroIaaovidaoconmicaocotidianadaspopuIa-oosostudadasoaosprincpiosdasuaorganizaaosociaI,vidarituaI,cosmoIogia o ostratgias do manutonao das idontidados cuIturais (vidop.ox.vanVoIthom,1994,1995o1998;MIIor,1990;Soogor,1980oorta,1987).Por Itimo, a anIiso dos objotos om tormos da sua dimonsao hist-rica, possibiIita avaIiar os mosmos onquanto tostomunhos matoriais doumasoqnciadoovontos,nosquaisospovosquoosproduziramosti-voram onvoIvidos o, por outro Iado, como produtos do uma tradiao cuI-turaI quo foi rovivificada atravs do goraoos. m suma, como uma marcadoidontificaaocuIturaI(vidop.ox.Hartmann,1976oNowton,1974).ParaIoIamontoaoostudodosobjotosomsi,nasItimasdcadas,vrios ostudos tm sido produzidos no sontido do aprofundar o ontondi-montodosprocossosdoproduaodacuIturamatoriaI,ousoja,tmsododicado ao ostudo das tocnoIogias1.AIguns dostos trabaIhos tm procurado domonstrar a importnciadastocnoIogiasonquantoconstruoossociaisintorroIacionadascomoconjuntodasprticasoroprosontaoossociaisoquo,porostarazao,dovom sor objoto prprio do invostigaao. Sou objotivo tontar rossaItarquoastocnoIogiasaImdossousaspoctosmatoriaisopragmticosconstituom-so om sistomas do significados vincuIados s roIaoos do g-noro, idado ou tnicas (vido p.ox. Lomonnior, 1986, 1992), bom como, sosforas da mitoIogia, cosmoIogia o roIigiao (vido p.ox. Saraswati, 1989 oMahias,1989ao1989b).sta porcopao do tocnoIogia ost inspirada na tradiao torica do-sonvoIvidaporautoroscomoMauss,Loroi-CourhanoLvi-Strauss.Oartigo sominaI do MarcoI Mauss sobro as tcnicas corporais foi, sogundo1ConformoapontamIngoId(1988)oLaughIin(1989),adofiniaodotocnoIogianao consonsuaI na bibIiografia sobro o toma. m tormos ampIos, porm, oIa podo sorontondidacomooconjuntodoartofatos,comportamontosoconhocimontosomprogadospoIohomomnatransformaaooutiIizaaodomundomatoriaI.AS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J22Lomonnior(1992:1),oinspiradordostaquocostumasorchamadadoantropoIogia da tocnoIogia. Nosto trabaIho, Mauss rofIotiu sobro a ar-bitrariodadocuIturaIdonossoscomportamontosmaiscasuais,dofinin-do o corpo como o primoiro o mais naturaI objoto tcnico o, ao mosmotompo, moio tcnico do homom (Mauss, |1935| 1991:342). opois doIo,os trabaIhos doscritivos o comparativos do Loroi-Courhan (|1943| 1984a;|1945| 1984b) o as rofIoxoos do Lvi-Strauss (|1973|1991) sobro o car-tor sistmico o contoxtuaI das tcnicas, constituom a baso dostos ostudosquo procuram anaIisar as tocnoIogias como signos.SogundoLomonnior(1992:5-9),paraquosopossaontondoratoc-noIogia om sua dimonsao sistmica o como a intorponotraao do diforon-tos significados contoxtuais nocossrio ostud-Ia a partir da noao dosistomatocnoIgico.Paraostoautor,umsistomatocnoIgicodovosordiscutido om trs nvois distintos: 1) das tcnicas om si2; 2) das divorsastcnicasouconjuntostcnicos3 dosonvoIvidosporumasociodado,quopodom so infIuonciar mutuamonto o quo constituom o sistoma tocnoI-gicopropriamontodito;3)dosistomatocnoIgicoomsuaintorroIaaocom outros fonmonos cuIturais.Assim, o ostudo do um sistoma tocnoIgico dovo comoar poIa dos-criao o anIiso das cadoias oporatrias4 a partir das quais os objotos saoproduzidos. stas, por sua voz, compoom-so do um dotorminado nmo-rodootapassoqonciaImontoordonadasoconstitudaspordiforontosoIomontos o aoos quo impIicam num dotorminado rosuItado.Os oIomontos sao, do um Iado, os agontos o a onorgia quo oIos utiIi-zam o, do outro, os utonsIios o a matria-prima quo sor transformada.Osagontospodomsorhumanosouanimaisoaonorgiapodosordodiforontosorigons(humana,animaIonaturaI).OsutonsIios,compro-2Podo-soontondortcnica,comosondoumaaaohumanaofotiva,IovadaacaboapartirdaintorroIaaodooIomontoscomomatria,gostos,onorgia,objotosoconhocimonto(Cf.Lomonnior,1992:4-6).3!mconjuntotcnicoconstitui-sodaintorroIaaodotcnicasquocompartiIhamdosmosmoscomportamontosomodosdoaaosobroamatriaoquoostaosubordinadasaosmosmosprincpiosmocnicos,fsicosouqumicosgorais(Cf.Mahias,1989:170-171).4Porcadoiaoporatriaontondo-soasriodooporaoosonvoIvidasomquaIquortransformaaodamatria(incIuindoonossoprpriocorpo)poIossoroshumanos(Lomonnior,1992:26).Canindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J23ondomtantoosmanuais (passivos o ativos), como as mquinas. A mat-ria-prima, podo sor do naturoza variada o podo sor tanto aquoIa quo sordirotamontotransformadaomproduto,comoaquoIarosuItantodoumacadoia oporatria antorior. As aoos, ocorrom a partir da adiao do um agon-to o do um utonsIio atravs do dotorminado sabor, para a transformaaodoumamatria.Isso,porsuavoz,impIicanumdotorminadonmorodorosuItados, na oIaboraaodoprodutos(Cf.CroswoII,1996:48-67).Ao mosmo tompo, a ordonaao dostas otapas ocorro a partir do umaostruturaao Igica o cooronto da soqncia produtiva. Ou soja, a sriodooporaoosIovadasacabonotratamontodoumamatria-primanaosao doscontnuas o soparadas, poIo contrrio, formam um procosso tc-nico quo aprosonta uma coorncia intorna. sta caractorstica ostrutu-raI das cadoias oporatrias foi oxompIificada por CroswoII (1996:31-32)tomandocomorofornciaafabricaaodoumaIasca /coa//oiasicnoso-gundooIo:1odaumasriodogostosdoproparodoncIoodosIoxoramofotuadas antos do goIpo finaI quo dostacava a Iasca do bIoco inici-aI. ntro ostos gostos, um goIpo dovoria dostacar uma poquona I-mina da parto do bIoco do sIox quo constituiria a futura Iasca, istoafimdoobtorumaIascafina,maisfciIdomanojar,mascujodosbastamontooramaisdifciIdoroaIizarquandoaIascativossotomadosuaformafinaI.raomofoitomaissimpIosdopontodovistadaproonsaoporcutarumbIocomaisgrossodopodradoquoumapoquonaIasca5.AIm disso, as diforontos cadoias oporatrias dosonvoIvidas por umasociodadoostaoimbricadasumasnasoutraso,damosmaforma,ton-dom a uma coorncia ostruturaI. sta ostruturaao o osto imbricamontodasdiforontoscadoiasoporatrias,poroutroIado,ostaboIocidodomanoiraparticuIaromcadasociodadooistopormitocomproondorosprocossos tcnicos, tambm, como procossos sociais.5VidoosquomadooxocuaodoumaIasca/coa//oiasicnomLoroi-Courhan(|1983|1987:84).AS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J24ConformoMaussdomonstrouomsoutrabaIhosobroastcnicascorporais,nossoscomportamontosmaiscasuais(p.ox.andar,nadar,posicionarasmaos,corror,otc)saocuIturaImontodotorminados.Ioatribuiu a ostos comportamontos o concoito do tcnica corporaI, onton-dida como a forma om quo os homons, sociodado por sociodado, fazomuso do sou corpo do uma forma tradicionaI (Mauss |1935| 1991:337). Oquo oIo procurou rossaItar, om Itima instncia, quo todos os compor-tamontos corporais, por mais naturais quo possam parocor sao o rosuI-tadodoprocossossociaisdoaprondizagomoquovariamdoumgrupoparaoutro.Assim,sotodoocomportamontosociaImontoadquirido,aquoIoquoonvoIvoinstrumontosououtrosobjotosoquosopodoriachamar do comportamonto tcnico nao dovo sor uma oxcoao.porostarazaoquoaanIisodascadoiasoporatriasfunda-montaI nostos ostudos do tocnoIogia na modida om quo ostas sao onton-didas como o rosuItado do uma modiaao ontro matria o conhocimontosociaImonto adquirido ou, om outras paIavras, ontro o quo matoriaI-montopossvoIouimpossvoIocortosaspoctosdaorganizaaosociaI(vandorLow,1993:240).Ao doscrovor ostas cadoias oporatrias o posquisador dovo rogistraro maior nmoro do informaoos possvois sobro todos os oIomontos on-voIvidos ao Iongo do procosso produtivo, bom como, o tompo do duraaodas otapas do trabaIho, o IocaI om quo as atividados sao dosonvoIvidas oas roprosontaoos sociais a rospoito do quo ost sondo roaIizado.A doscriao das cadoias oporatrias, no ontanto, nao sao um fim omsi mosmo. Isso dovo sor foito para quo so possa comproondor porquo oIasso aprosontam do uma dotorminada manoira o nao do outra o, ao mos-mo tompo, porquo dotorminadas oscoIhas tocnoIgicas foram foitas o comooIas ostao roIacionadas aos domais aspoctos do sistoma cuIturaI. Ao ro-fIotirsobroastocnoIogiasdofabricaaodacormicanandia,Mahias(1993)domonstrou,poroxompIo,quoasvariaoostcnicasobsorvadasnascadoiasoporatriasdosonvoIvidaspoIosdiforontosgrupossociaisostavamostroitamontoroIacionadascomoprincpiobsicodohiorarquizaaosociaIdaquoIasociodadocontribuindoparaquoosgru-pos dofinissom sua aItoridado uns om roIaao aos outros.SogundoLomonnior(1993),osprocossosdosoIoaodosprocodi-montos tcnicos a sorom adotados na transformaao o aao sobro o mundomatoriaI o quo constituom as oscoIhas tocnoIgicas rosuItam do umaprondizado, no intorior do cada sociodado, do como as coisas dovom sorCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J25foitas o usadas. O quo a antropoIogia da tocnoIogia procura comproon-dor, portanto, om quo modida ostas oscoIhas sao motivadas por aspoc-tosquoostaoaImdasnocossidadosocooroosmatoriais.moutraspaIavras,oIabuscaidontificaraquoIascaractorsticasdossistomastocnoIgicos quo Loroi-Courhan (|1943| 1984a:25) chamou do gradua-oos do fato.A partir do sous trabaIhos doscritivos o comparativos sobro as tc-nicas, osto autor oIaborou as nooos do tondncia o fato quo pormitiramontondoratocnoIogiaomsuadupIadimonsao,ousoja,onquantoumfonmonoquopossui,porumIado,caractorsticasquosogonoraIizamontro os diforontos grupos cuIturais o, por outro, quo aprosonta aspoctosquosaopocuIiarosaumdotorminadomoio.Atondnciafazcomquoindopondontomonto do quaIquor conoxao dirota, aparoam procossos oinstrumontosquofaamusodasmosmasforasooxibamasmosmaspropriodadosmocnicas,qumicasooutras,omrospostaaprobIomastocnoIgicos coIocados om tormos idnticos (Lomonnior, 1992:83). O fato,ao contrrio da tondncia, improvisvoI o particuIar fazondo com quo adivorsidado so ostaboIoa com roIaao a ostos procossos o instrumontos.1anto o oncontro da tondncia com as miI coincidncias do moio- isto invonao - como a adoao pura o simpIos do um outro povo. nico, inoxtonsvoI, um compromisso instvoI quo so ostaboIocoontro as tondncias o o moio (Loroi-Courhan, |1943|1984a:24)6.Podo-so dizor quo, ao jin c ao ca6o, o quo a antropoIogia da tocno-IogiavisaaIcanaracomproonsaodaarbitrariodadodasoscoIhastocnoIgicas o consoqontomonto dos sous significados om cada contox-to cuIturaI, visIumbrando a tocnoIogia como um fonmono quo so cons-titui a partir do uma compIoxa toia do associaoos ontro o mundo mato-6Ousoja,umatondnciaoxpIicaaconfiguraaooafunaodoumpropuIsorquosooriginadacombinaaodoaIgumasIoisfsicasodanocossidadodoIanaroarpao,mas o fato o a graduaao do fato quo pormitom diforonciar um propuIsor ouropou,do um austraIiano o do um amoricano o, dontro ostos, daquoIos quo sao da AustrIiaocidontaI,moridionaI,sotontrionaIoassimsucossivamontoatsochogaradadoscadavozmaisospocficos,dopropuIsorosportoncontosadiforontosgrupostnicosnasmaisdiforontosrogioos(Loroi-Courhan,|1943|1984a:25-29).AS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J26riaI, o sociaI o o univorso simbIico dos diforontos grupos humanos. Con-formosaIiontouLvi-Strauss(|1973|1991:16):(...) at as tcnicas mais simpIos do uma sociodado primitiva quaI-quoradquiromcartordosistoma,anaIisvoInostormosdoumsistomamaisgoraI.OmodocomocortosoIomontosdotaIsistomatm sido consorvados, outros oxcIudos, pormito concobor o sistomaIocaIcomoumconjuntodooscoIhassignificativas,compatvoisouincompatvoiscomoutrasoscoIhas,oquocadasociodado,oucadaporodo do sou dosonvoIvimonto, so viu conduzida a roaIizar.Nostosontido,ostosostudoscontrapoom-sovisaodotocnoIogiacomoummoroinstrumontoquopossibiIitaaohomomproduzirousarobjotos o quo por osta razao nao moroco uma rofIoxao mais apurada (Cf.Pfaffonborgor,1988:238).Aomosmotompo,vmdooncontrovisaodotorminista da mosma a partir da quaI oIa tratada como um agontoautnomoquogoraimpactossobroasociodado,sondocapazdotrans-formaroatmosmodotorminarospadroosdavidasociaI(Cf.Akrich,1989:31).m ambas visoos, os aspoctos scio-cuIturais das tocnoIogias sao ato-nuados ou ignorados. Na primoira, sao dosconsidorados os inmoros ar-ranjos sociais quo podom sor Iovados a cabo nos procossos do produao ousodosobjotos.nasogunda,atocnoIogiavista,oIamosma,comosoparadadasociodado,atuandosobrooIacomoumavarivoIindopon-donto. Sogundo Pfaffonborgor (1988:242) o quo subjaz ostas duas visoosdo tocnoIogia o ontondimonto dosta como uma ontidado dosoncorporada,osvaziadadoroIaoossociaisocompostaquasointoiramontodoinstru-montosoprodutos.Apartirdisso,podo-soconcIuirquoosostudosdoantropoIogia da tocnoIogia tm procurado so contrapor aos ostudos mo-ramontodoscritivosdastcnicas,bomcomo,quoIosquoatribuomumacausaIidado tocno-oconmica dotorminista aos procossos scio-cuIturais.A crtica tambm so oxtondo aos trabaIhos produzidos poIa Antro-poIogia conmica o poIa coIogia CuIturaI, tondo om vista quo, nostosostudos, a tocnoIogia aparoco prodominantomonto como um mocanismoapartirdoquaIoshomonsviabiIizamsuaoxistnciafrontoaomoionaturaI(Lomonnior,1986,1992;Pfaffonborgor,1992).Nos trabaIhos dosonvoIvidos poIa AntropoIogia conmica, por oxom-pIo, a tocnoIogia,insorida no domnio das foras produtivas, ontondidaCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J27como um moio do quaI as sociodados so utiIizam para oxtrair do ambiontonaturaIosrocursosnocossriossuasobrovivncia.IaanaIisadaomsua conoxao com a organizaao sociaI do procosso do trabaIho, ou ainda,apartirdossousofoitosnodomniodasroIaoossociais.AImdisso,comproondida om tormos das suas consoqncias no quo so roforo ofic-ciaprodutivadossistomasoconmicosconsidorando-so,incIusivo,osro-suItados sociais o oconmicos da introduao do inovaoos tocnoIgicas.SogundoLomonnior(1992),omboranostostrabaIhossojamcon-tompIadasasroIaoosontroassociodadosoosoumoiomatoriaI,ostosnao dodicam s tcnicas um ostudo dotaIhado o pormonorizado. Assim,sogundo oIo, no trabaIho comparativo do MoiIIassoux (|1967| 1978), poroxompIo,sobroabasomatoriaIdassociodadoscaadoras-coIotorasoagrcoIas, om quo osto autor procura ontondor o conjunto dos procossossociaisapartirdaanIisodasforasdoproduao,nonhumosforodosprondido para as caractorsticas fsicas bsicas das mosmas, ou soja,para a doscriao o anIiso das cadoias oporatrias. No quo so roforo aostrabaIhos do CodoIior (|1971|1981, 1973), a crtica do Lomonnior nao sodirigo propriamonto ausncia do considoraao sobro as cadoias opora-trias,masaofatodaquoIoautorpriviIogiaromsuaanIisoaponasaquoIos aspoctos do sou objoto quo nao onvoIvom os aspoctos fsicos daaao sobro o matoriaI: divisao soxuaI do trabaIho, cooporaao, tompo dotrabaIho,produtividado(Lomonnior,1986:152).Nos ostudos do coIogia CuIturaI, por sua voz, a tocnoIogia aparococomoumaforramontaquopossibiIitaaintorroIaaodohomomcomomoio ambionto. Assim, o quo so busca oxpIicar como as tocnoIogias o oscomportamontos a oIo associados possibiIitam s sociodados humanas soajustarom ambiontos ospocficos o dosonvoIvorom sous modos do sub-sistncia.Aomosmotompo,vorificaromquomodidaostoscomporta-montosafotamoutrosaspoctosdavidacuIturaI.SogundoMoran(1994:68):(...) a abordagom ocoIgico-cuIturaI postuIa uma roIaao ontro ro-cursosambiontais,tocnoIogiadosubsistnciaoocomportamontonocossrio para apIicar a tocnoIogia nos rocursos do ambionto.NaAntropoIogiacoIgicaabordagomsubsoqontodacoIogiaCuIturaIatocnoIogiatambmaparococomoummocanismoapartirdo quaI o homom intorago o oxpIora o moio-ambionto. Mais procisamon-AS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J28to,comoumconjuntodoostratgiasquoauxiIiamnaadaptabiIidadodaspopuIaooshumanasaosdiforontosocossistomas.Nostosontido,ainvostigaaosovoItaparaoontondimontodaintorroIaaodostaoas-poctoscomoadisponibiIidadoouoscassozdorocursosoorganizaaoooficinciadaspopuIaoosnaaaoooxpIoraaodomoionaturaI(vidop.ox.Moran,1990;1991)SogundoLomonnior(1992)nostosostudos,astcnicasaparocomsompro como um dado a partir do quaI so podo avaIiar a produtividadooconmicaoossousofoitossobroasroIaoossociais.NaosoostudaastocnoIogiaspropriamonto,masassuascausas-quonormaImontosaodo ordom ambiontaI o oconmica - o os sous ofoitos sobro a organizaaosociaI o domais aspoctos do sistoma cuIturaI.Ios ostudam sua oficcia na oxpIoraao dos ocossistomas, as roIa-oos sociais quo so ostaboIocom duranto sou uso, mas oIos ignoramasoscoIhassociaImontoportinontosrosuItantosnabuscadoumdado matoriaI, o uso do um instrumonto particuIar, a apIicaao douma soqncia do aoos ou a mobiIizaao do conhocimonto tcnicoospocfico(Lomonnior,1986:153)O quo osto autor ost tontando dizor, na roaIidado, quo o ostudoda tocnoIogia om tormos da sua insorao no sistoma cuIturaI, podo tra-zortonaumasriodosignificadosmuitomaisabrangontosdoquooquovomsondoaIcanadoatravsdostosostudosquorostringomatoc-noIogiaaodomniodaosforaoconmicaoudaadaptabiIidado.nfim,quo a tocnoIogia tom muito mais a dizor sobro aquoIos quo a dosonvoI-vom o utiIizam.NaArquooIogia,dovidoinfIunciadoponsamontoNoo-voIucionista o da coIogia CuIturaI,a maioria dos ostudos tm priviIo-giado uma visao do tocnoIogia onquanto uma ostratgia a partir da quaIaspopuIaoosviabiIizamsuaoxistnciafrontoaspossibiIidadosocoor-oos do moio naturaI o s domandas do sua organizaao scio-oconmica.Os ostudos dosonvoIvidos a partir dosta visao tm procurado com-proondoraroIaaoontroasvarivoisambiontais,oconmicasosociaisquo infIuonciam na organizaao tocnoIgica das popuIaoos, ou soja, nasoIoaoointograaodasostratgiasadotadaspoIasmosmasnoquosoroforoaofazor,usar,transportarodoscartarinstrumontosoobtorasmatrias-primas nocossrias para a sua produao o manutonao. stasCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J29ostratgiassaoontondidascomosondoumconjuntodosoIuoos-quovariam no tompo o no ospao - omprogadas para rosoIvor os probIomasrosuItantos da intorroIaao do homom com o sou ambionto fsico o sociaI(NoIson,1991;Haydon,1998).Noquosoroforoaoambiontofsico,ostosprobIomaspodomostarIigados disponibiIidado ou oscassoz do rocursos (RickIis o Cox, 1993), sua distribuiao ospaciaI o sazonaI (Binford, 1980; Wiossnor, 1982, 1983)o s caractorsticas dos matoriais (Androfsky, 1994).AstocnoIogiasomprogadasomrospostaaostosprobIomassoriamas chamadas tocnoIogias prticas dofinidas como sondo o moio pararosoIvor probIomas prticos do sobrovivncia o conforto bsico, cujo prin-cpio subjaconto porformar satisfatoriamonto tarofas do um modo ofi-cionto o ofotivo (Haydon, 1998:2).AstocnoIogiasprticasimpIicariamnumaoquiIibradaroIaaoon-trocusto,onorgiaooficinciaparaaproduaodoitonsmatoriaisasorom omprogados nas atividados do cotidiano. , nosto caso, a soIoaodosmatoriaisodosprocossosdomanufaturasoriamIovadosacaboapartir do rospostas Igicas s cooroos impostas poIas caractorsticas doporformanco do objoto a sor produzido; ou soja, s atividados s quais oobjoto so dostinaria.m roIaao ao ambionto sociaI os probIomas podom ostar Iigados oxocuao o divisao do trabaIho, distribuiao sociaI dos bons o rocursosotransmissaodomonsagonsdoordomsociaI,poIticaoidooIgica(Schiffor, 1992). As tocnoIogias omprogadas om rosposta a ossos tipos doprobIomassoriamastocnoIogiasdoprostgiocujoobjotivoproduziritonsmatoriaiscujafunaooxprossarmonsagonsroIativasaostatussociaI, poItico o oconmico dos indivduos portoncontos a uma dada soci-odado,bomcomo,aosistomadocronasdosdiforontosgrupossociais.Assim, os objotos criados a partir dossas tocnoIogias soriam omprogadospara criar o mantor roIaoos diforonciadas o/ou hiorarquizadas om tor-mossociais,oconmicosopoIticosoroafirmarsignificadossimbIicosIigadosvidaroIigiosaorituaIsticadasdiforontossociodados.staostratgiatocnoIgicaimpIicaomtrabaIhooxcodontotantonoquosoroforo aquisiao do matoriaI quanto ao procosso domanufatura o istorosuItarianumamaiorvaIorizaaodositonsproduzidos,omcompara-ao aos domais produzidos a partir do tocnoIogias prticas. As prpriasmatrias-primas omprogadas na oxocuao dos mosmos soriam proforon-ciaImonto as oxticas o difcois do adquirir o cujo custo o tompo do pro-AS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J30duao soria muito oIovado. Cabo rossaItar, porm, quo ostas tocnoIogias,ombora tonham uma dimonsao simbIica (sociaI o idooIgica) dovom sorontondidas como um moio do garantir, por parto do aIguns indivduos, ocontroIo sobro o oxcodonto produtivo o sobro a fora do trabaIho. nton-dondo, ao mosmo tompo, quo osto oxcodonto produtivo o rosuItado daspossibiIidadosdomoioambiontoododosonvoIvimontodotocnoIogiasprticas quo viabiIizam uma oxpIoraao mais ofotiva do mosmo (Haydon,1998).AsanIisosdostasostratgiastocnoIgicassaoIovadasacaboapartirdoostudodosmodoIosdofIuxo,dascadoiascomportamontais(Schiffor,|1972|1995b,1976)oudatooriadodosign(Haydon,1998)quo,omItimainstncia,assomoIham-sonoaodocadoiaoporatriajdiscutidaantoriormonto.NasanIisos,saoIovadasomconsidoraaotodasasotapasdoprocossoprodutivodosdiforontositonsmatoriais.AIm disso, a intorprotaao das oscoIhas tocnoIgicas roaIizadas ao Ion-go do mosmo formuIada tomando como promissa bsica a roIaao dos-tas com as caractorsticas do porformanco do objoto, ou soja, com as ati-vidados a quo so dostina o mosmo, bom como,com os aspoctos roIaciona-doscomasuacaractorizaaoformaI,armazonagom,transportoodos-carto (Schiffor & Skibo, 1997).mboraossasojaavisaoprodominantonaposquisaarquooIgicasobrotocnoIogia,outrostrabaIhostmsidoproduzidosnosontidodoontondor a tocnoIogia nao aponas como uma ostratgia quo omproga-dapararosoIvorprobIomasdodiforontosordonsmas,tambm,comoumsistomasimbIicocujossignificadossaoprpriosdocadacontoxtocuIturaI.stostrabaIhospodomsorvistoscomorosuItantosdacrticaps-procossuaIista na ArquooIogia o os mosmos tm buscado sua inspi-raao torica o motodoIgica na mosma tradiao dos ostudos dosonvoIvi-dospoIaantropoIogiadatocnoIogiaocontompIamaanIisododifo-rontos tipos do tocnoIogias.AIguns ostudos sobro tocnoIogia Itica, por oxompIo, tm procuradoovidonciarquoaproduaodostositonsmatoriaispodosorontondidaaIm das suas dimonsoos matoriais vondo osto tipo do tocnoIogia insoridanas tramas da organizaao sociaI. Nosto sontido, vaIorizam as anIisosminuciosas das soqncias produtivas dos conjuntos Iticos, om tormoscontoxtuais o tomando como objoto do ostudo sistomas do stios a partirdos quais procuram dofinir padroos rodundantos na produao dos arto-fatos o a partir disso toorizar sobro a Iigaao ontro rodos sociais do pro-Canindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J3Jduao o padronizaao da tocnoIogia do produao; ou ainda, sobro a roIa-ao ontro tcnica o ospociaIizaao sociaI da produao (vido p.ox. obros,1995;obrosoHoffman,1994oSincIair,1995).Outros trabaIhos tom so dosonvoIvido a partir da associaao da pos-quisaarquooIgicaootnogrficacomoocasodotrabaIhodoRoidoMacLoan(1995)quotratadatocnoIogiadoproduaodoartofatosomforro, om Karagwo, na Africa. Sogundo ostos autoros, a posso do conho-cimonto dosta tocnoIogia fonto do podor nostas sociodados africanas oimpIica numa srio do procodimontos rituais o proscrioos do ordom so-xuaI para a sua oxocuao. ArquooIogicamonto ostos simboIismos podomsoridontificadosapartirdaprosonadodotorminadosobjotosrituaisnosfornosdofundiaoonumpadraodoIocaIizaaodosfornosquorosuItantodaprorrogativacuIturaIdoafastarostaatividadodoasson-tamonto baso o dos oIharos das muIhoros para quom o trabaIho do mo-taIurgia proibido sociaImonto.AIm dosto, podo-so citar o trabaIho do Lahiri (1995) ondo anaIi-sada a produao do artofatos om cobro na ndia, dosdo 3000 A.P. NoIo oautor procura ovidonciar quo a utiIizaao miIonar dosto produto na con-focao do diforontos objotos rituais rosuIta do conjunto do cronas quo osdiforontospovospossuamarospoitodamotaIurgiaodoprpriocobroquo ora visto como o motaI mais nobro o puro da naturoza. Assim, a suautiIizaao om ostado puro na oIaboraao dos objotos rituais foi intorpro-tada por oIo como rosuItanto do uma oscoIha cuIturaI ombasada no con-junto das roprosontaoos sociais dostos povos o nao como o rosuItado doumapossvoIoscassozdoumprodutoparasorvirdoIiganafundiao,como toria sido intorprotado om trabaIhos dosonvoIvidos antoriormonto.Nosto contoxto do posioos toricas diforonciadas a rospoito do pro-bIoma da tocnoIogia cabo, a mou vor, mantor uma postura quo somo-Ihana do quo foi proposto por oscoIa (|1986|1996:3) ovito criar umasoparaao ontro os modos como o ambionto usado o as formas do ropro-sontaoos quo sao dadas a ostos. , nosto sontido, quo procuro visIum-brar a tocnoIogia como um fonmono om quo a dimonsao matoriaI o osaspoctos concoituais o simbIicos oncontram-so totaImonto ontroIaados.msuma,comoumfonmonoquoaprosontaaomosmotompo,umadimonsao adaptativa o oxprossiva, ou soja, quo constitudo do diforon-tos dimonsoos do significados.O ostudo das soqncias produtivas , por osta razao, condiao fun-damontaI para a comproonsao do fonmono tocnoIgico. Somonto a par-AS TECNOLOCIAS E SEUS SICNIFICADOSCanindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002J32tir dosto quo so podo aproondor a naturoza das roIaoos quo so ostabo-Iocom ontro a matria o os objotos utiIizados na sua transformaao; on-troosutonsIiosnamodidaomquohumahiorarquiaovaIoraaonosou omprogo; ontro os homons o os utonsIios, principaImonto no quo soroforo ao sabor-fazor; ontro os indivduos quo participam do procosso doproduao; ontro os indivduos o a matria; ontro as diforontos matrias(adaptadodoMuchnik,1987:78-82).Naopodomososquocor,tambm,quoassoqnciasprodutivasostaoroIacionadascomacaractorizaaoformaIocomascaractorsticasdoporformancodosobjotos.Portanto,ostudar o uso a quo so dostinam os artofatos o os sous padroos do distri-buiao,armazonagomodoscartotambmsaoaspoctosfundamontaispara o ontondimonto do uma tocnoIogia (Schiffor & Skibo, 1997).CONCLSO:ivorsos ostudos tm domonstrado quo a roIaao do homom com omundo matoriaI ocorro a partir das roprosontaoos quo osto constri so-bro o mosmo o quo sao compartiIhadas o roafirmadas sociIamonto. , aomosmo tompo, quo h uma infinidado do fatoros quo dotorminam a ox-pIoraaooomanojodosrocursosnaturaisquo,omItimainstncia,impIica om uma roIaao do conhocimonto o aao ontro as possoas o souambionto(ioguos,1996:78).NostoprocossodointoraaodohomomcomosoumoionaturaI,atocnoIogia atua como um mocanismo do intormodiaao a partir do quaI dofinido o modo como os homons irao organizar os moios matoriais o osconhocimontos para oxpIorar os rocursos naturais o transform-Ios omprodutos cuIturais. Ao mosmo tompo, como aponta Akrich:Os objotos tcnicos dofinom om sua configuraao uma corta ropar-tiaodomundofsicoosociaI,atribuompapisacortostiposdoatoroshumanosonaohumanosoxcIuomoutrosoautorizamcortos modos do roIaao ontro diforontos atoros (...).Assim,quandoostudamossistomastocnoIgicosprocisoquoto-nhamos om monto quo ostos nao dovom sor ontondidos no contoxto ar-quooIgico,oxcIusivamonto,onquantondicosdoadaptabiIidadomas,dovidoadimonsaosociaIosimbIicaquopossuomsorominvostigados,tambm, como um moio do oxprossao cuIturaI.Canindc,Xing, n 2,Dczcmbro dc 2002SILVA, ABOLA ANRA J33RKFKRKNCASBBLOGRFCAS:AKRICH, M. 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